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MACEIÓ - ALAGOAS

ANO XVI - Nº 835 - 21 A 27 DE AGOSTO DE 2015

FALÊNCIA DO GRUPO JOÃO LYRA VOLTA À ESTACA ZERO

TJ NOMEIA NOVO JUIZ E NOVOS GESTORES DA MASSA FALIDA; DÍVIDA JÁ PASSA DE R$ 2 BILHÕES, E CREDORES TEMEM CALOTE P/5, 6 e

União garante recursos para duplicar rodovia Maceió-Barra de Santo Antônio

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ENGENHEIROS QUEREM TER BANCADA NO PARLAMENTO

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FILHO DE PREFEITO ESPANCA TRABALHADOR E REVOLTA POPULAÇÃO

UNIT DEMITE PROFESSOR ACUSADO DE PRECONCEITO

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COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Pobre Dilma!

Guerra declarada 1

A

presidente Dilma e seus ministros já receberam metade do 13º salário juntos com os demais servidores federais, como manda a lei. Mas, alegando falta de dinheiro, o governo não pagou o adiantamento de 50% dos salários dos aposentados, previsto para o mês de agosto. Na folha de junho, paga em julho, consta o pagamento de R$ 15.467,00 a título de gratificação natalina para a presidente, de acordo com dados do Portal da Transparência. O valor corres-ponde à metade da remuneração bruta da presidente, que é de R$ 30.934,00. Na ótica do ministro Joaquim Levy, que também já embolsou sua gratificação natalina, os aposentados – cuja maioria recebe entre 1 e 2 salários mínimos – podem muito bem esperar.

E viva Alagoas! O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reduziu de R$ 4,3 milhões para R$ 20 mil uma dívida do Banco do Brasil com advogados que venceram um processo por danos morais. O tribunal entendeu que a fixação de honorários com base no valor da condenação é ilegal. Em Alagoas, um escritório de advocacia recebeu R$ 30 milhões em honorários por ganhar uma ação contra o Estado, em favor de uma das construtoras enroladas na roubalheira da Petrobras.

Duro na queda O sargento BM Lucas Barreto Casado – que se mantém ilegalmente no cargo de gerente do Samu-Alagoas – deverá ser atingido pelo decreto do governador Renan Filho, que vai exonerar todos os servidores comissionados, sobretudo os remanescentes do governo anterior. A ilegalidade praticada pelo sargento tem o aval do comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Adriano Amaral.

Bengalada do AA A PEC da bengala – que estava pronta para ser votada na Assembleia Legislativa de Alagoas – foi retirada de pauta a pedido do deputado Antônio Albuquerque. A medida garante a permanência de desembargadores, procuradores de Justiça e conselheiros do TC nos cargos até 75 anos. Para esses servidores que irão se aposentar até o fim do ano, pela lei da compulsória aos 70 anos, o gesto do deputado representa uma bengalada na cabeça. Antônio Albuquerque deve ter lá os seus motivos.

A família Brandão – encabeça por Jacob e Júlio, prefeito e vereador de Mata Grande – já diz aos quatro ventos que vai disputar o comando da Prefeitura de Canapi, município comandado por Celso Luiz. O clima anda quente no Sertão. Quem esteve por lá esses dias foi o senador Benedito de Lira, que declarou apoio aos irmãos prodígios.

Difamação O engenheiro e ex-executivo do setor sucroalcooleiro Meroveu Silva Costa Júnior está sendo processado na 10ª Vara Criminal da Capital por crime contra a honra, calúnia, difamação e injúria. Ele usou sua página pessoal no Facebook para denegrir a imagem do jornalista Antônio Nóia, assessor de imprensa da Santa Casa de Maceió. Se condenado, servirá de exemplo para quem acredita que a internet é terra sem lei, onde se pode cometer crimes e ficar impune.

O plano está pronto “A oposição morre de medo de pedir o impeachment de Dilma Rousseff, mas o caminho para sua derrubada já está delineado. O TCU deve rejeitar as contas do governo, passando a bola para o Congresso Nacio-nal. E os deputados do PMDB, comandados por Eduardo Cunha, vão fazer o resto”. (Diogo Mainardi)

Pressão A deputada Thaise Guedes resistiu às pressões e não abriu mão do seu mandato. A saída de Dudu Hollanda esfriou os ânimos dos “Cavalcantes”, que volta e meia iam ter um papo com a deputada. As investidas criaram um mal-estar.

Guerra declarada 2 Insatisfeito com o atual cenário de oposição, Celso Luiz vem costurando uma aliança sólida para disputar a Prefeitura de Mata Grande. Há quem diga que o filho do ex-deputado estadual é a bola da vez.

Embolada 1 A disputa pela Prefeitura de Arapiraca – segundo principal colégio eleitoral de Alagoas – promete ser uma da mais acirradas dos últimos anos. Um novo nome surge para o páreo: o do ex-vereador do município e atual deputado estadual Tarcísio Freire (PSD).

Embolada 2 Quem está de olho em Arapiraca é o clã dos Beltrão, já que o PSD é comandado nos bastidores pelo deputado federal Marx Beltrão. Arapiraca seria uma conquista possível no atual cenário, o que fortaleceria ainda mais o grupo político do litoral sul.

Sem saída

O deputado Eduardo Cunha será afastado do cargo se o STF aceitar a denúncia contra ele. Essa é a avaliação do juiz Márlon Reis, um dos idealizadores do Movimento da Ficha Limpa. O raciocínio de Reis é que alguém que esteja na linha de sucessão da Presidência da República não pode ser réu em processo criminal. Cunha é o terceiro na hierarquia da República: assume o Planalto se Dilma e Michel Temer saírem de suas funções.

Frustração O pleno do Tribunal de Justiça estava decidindo por mais um afastamento do prefeito de São Luís do Quitunde, Eraldo Pedro, até um pedido de vistas adiar a decisão. Parece mesmo que a população vai ter que esperar até 2016 para que as coisas mudem por lá.

Solitários Os deputados federais Cícero Almeida e Paulão insistem em dizer por onde passam que são candidatos a prefeito de Maceió. Até agora, a dupla só tem o apoio deles próprios. O lobby pessoal parece que não vai surtindo efeito.

Desabafo O presidente do Sindicato dos Traba-lhadores Rurais de Capinópolis, Alan Santana, comparou o usineiro João Lyra com o vício do cigarro. “Ele implantou as usinas em Minas Gerais e acabou nos viciando. Depois, o vício virou um câncer, que quase matou as cidades de Capinópolis e Canápolis. Agora, estamos em tratamento longo e demorado até que volte tudo ao normal”, desabafou o líder sindical.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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- MACEIÓ, ALAGOAS - 21 A 27 DE AGOSTO DE 2015 -

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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

CUT prepara luta armada Brasília - Depois que o presidente da CUT, Vagner Freitas, ameaçou “pegar em armas” para impedir a deposição da Dilma da presidência, a Polícia Federal precisa, urgentemente, vasculhar a sede da entidade para saber se Freitas já tem, realmente, o arsenal à disposição dos seus filiados e militantes do PT. O presidente da CUT, na verdade, pensa como o Lula, que também já se mostrou adepto da luta armada quando, numa manifestação na ABI, ameaçou acionar seu exército vermelho (os guerreiros vermelhos do Stédile, do MST) para garantir o mandato da sua companheira. Estocar armas para Vagner Freitas não é um problema, pelo menos financeiro. Gigolôs do dinheiro público, as centrais sindicais – a do Freitas incluída – embolsaram do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), no ano passado, R$ 180 milhões. Isso mesmo: R$ 180 milhões! Resultado de uma manobra criada por Lula quando presidente para silenciar seus dirigentes, bem como os sindicatos pelegos aliados que deixaram de defender a categoria para se juntar, incondicionalmente, ao PT na defesa desse governo corrupto. As centrais sindicais unidas podem criar um verdadeiro exército com alto poder de fogo e sair às ruas, como já fazem os bolivarianos, que se armaram até os dentes no exército criado pelo ex-ditador Hugo Chávez. Aliás, em novembro de 2014, o ministro venezuelano Elias Jaua entrou, clandestinamente, no território brasileiro para assinar acordos com o MST e a CUT para “fortalecer a revolução socialista do Brasil”, como ele mesmo informou nos atos dos convênios. Quando diz que pode reagir a bala às manifestações populares, Freitas não está usando nenhum sentido figurado às suas palavras, como tentaram amenizar alguns para botar panos quentes na irracionalidade delinquente do presidente da CUT. É assim que pensa a escória sindical que quer ver o circo pegar fogo. Se a expressão de “pegar em armas” que usou era de desabafo, ele deve ser punido pela bazófia. Afinal de contas, a central que preside agrupa milhares de sindicatos no Brasil, e ele comete um crime grave ao insuflar os filiados à luta armada. Enquanto milhares de trabalhadores estão desempregados, Vagner Freitas não tem do que se queixar. A sua central e algumas outras que compõem o staff dos pelegos lulistas embolsaram, nos últimos sete anos, R$ 1 bilhão. Só entre janeiro e abril deste ano, foram irrigados para os cofres dessas entidades de classe R$ 166 milhões, como informou CH no Diário do Poder. É assim, mantendo regularmente pagamentos milionários, que a república sindical se mantém ao lado do governo, desprezando a categoria, a quem deveria proteger num caso de crise econômica como esta.

Braço financeiro

Impopularidade

A Central Única dos Trabalhadores é o braço financeiro dos petistas. Lá não existe auditoria, e o dinheiro é distribuído ao bel-prazer pelo seu presidente. A entidade financia encontros, viagens, manifestações, TVs, rádio, e a mídia chapa-branca (os blogueiros oficiais) é convocada para apoiar esse governo de aloprados e denegrir a imagem dos que pensam diferente deles. Como o dinheiro é do FAT, o Ministério Público deveria abrir investigação para apurar como ele está sendo usado e para que fins é destinado. A julgar pelas declarações do presidente da CUT, diante da Dilma, numa solenidade, a grana pode estar servindo para armar seus militantes e manter um grande arsenal à disposição da central.

A regra número um do marketing político é clara: quando você tem um político com alto nível de rejeição é preciso escondê-lo da mídia e trabalhar nos seus feitos para depois voltar a apresentá-lo de forma planejada e estratégica. A Dilma, do SBT, parecia um boneco de cera com dificuldade para se expressar e de sair das incômodas perguntas do jornalista, que, em todo momento, a colocava no canto da parede. Para quem assistiu à entrevista, uma coisa ficou marcada: o isolamento da presidente é um fato real, apesar de ela negar.

O atentado Os primeiros indícios de que a CUT pode estar se preparando para um conflito armado, como alardeia seu presidente, podem aparecer já nas investigações que a Polícia Federal está fazendo sobre as bombas jogadas na porta do prédio do Instituto Lula. Os policiais não descartam a hipótese de que militantes petistas estariam por trás do atentado. Se isso de fato for comprovado, os ensinamentos dos bolivarianos começam a ser postos em prática no Brasil. Para evitar que atos como esses aterrorizem a população, a Polícia Federal deveria intimar o presidente da CUT para esclarecimentos e o Ministério Público promover uma devassa nas contas da central. Nenhuma organização criminosa resiste a uma intervenção em suas finanças, como mostram investigações policiais recentes.

Apoio da Globo A entrevista da presidente Dilma ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT, é a prova de que a ela não tem projeto para o Brasil. Durante quase meia hora em que foi arguida de forma contundente sobre os vários problemas do país, Dilma mostrou-se evasiva, desorientada, apática e desolada. Esta é a primeira de uma série de entrevistas que o Palácio do Planalto começa a montar para a presidente sair do ostracismo e procurar se comunicar com a população pelos telejornais. Apesar do brilhantismo do repórter, a presidente refugou a todas as perguntas. Se todos os encontros com jornalistas, daqui pra frente, forem como esse do SBT, não é difícil supor que a tendência é aumentar a impopularidade da presidente, que deixa transparecer um vazio de poder. Quando questionada sobre quando o país vai sair da crise, respondeu vagamente: “No final deste ano ou em 2016”.

Estratégia De hoje por diante, o brasileiro vai ver a Dilma virar “arroz de festa” nos principais telejornais do país; muitos deles financiados pela Caixa Econômica e Banco do Brasil. O Planalto organizou uma agenda na mídia numa tentativa de mostrar que a presidente não tem medo de encarar os problemas da crise econômica. Ocorre que ela não consegue articular um raciocínio lógico em suas respostas, mesmo sabendo antecipadamente quais as perguntas lhe serão feitas.

Briga de foice Em meio à ebulição no Congresso Nacional, onde os presidentes das duas Casas se engalfiam, Dilma preferiu o Renan como tábua de salvação. O pacote que o presidente do Senado lhe apresentou foi apenas aperfeiçoado e atualizado. Estava na prateleira desde abril deste ano, mas, como sempre, a presidente – que arrota prepotência – não queria se curvar às ideias de Renan respaldadas por respeitáveis economistas e empresários do país. Deixou-se levar por alguns assessores medíocres que viam na ação do presidente do Senado uma interferência no Executivo.

Propina Outro motivo que levou a Dilma a jogar a boia foi a decisão de Eduardo Cunha passar para oposição. Na Câmara, a presidente começou a entender que não tem negócio, porque Cunha põe no colo do Planalto a notícia de que teria recebido US$ 5 milhões de propina numa transação denunciada por um dos delatores da Lava Jato. Com uma das Casas contra o seu governo, Dilma foi aconselhada a se juntar, incondicionalmente, a Renan e aceitar suas propostas para tentar tirar o país do caos.

Aposta Agora, seus assessores querem a sua participação maior na mídia. Não à toa, os Marinho, da Organização Globo, já começaram a abrir generosos espaços no Jornal Nacional para os factoides que a Dilma cria no Palácio do Planalto e para suas viagens, quando ela entrega casas inacabadas pelo país afora. E, se for verdade a notícia de que um dos irmãos falou que “quem quiser ser presidente que se prepare para 2018”, os Marinho devem estar dispostos a bancar o governo da Dilma até o último minuto. Resta saber se eles vão esperar a economia derreter e o povo entrar em um circuito de indigência sem limite.


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

A força do deputado

Reeleição

Mesmo com o acirramento da disputa, candidatos da OAB pregam eleições limpas, principalmente quando o país está mergulhado na corrupção. A instituição, em Alagoas, nas eleições passadas, sofreu com denúncias de compra de votos e a utilização milionária de recursos financeiros, o que se espera não acontecer este ano.

Só para o ano

N

o seu estilo de governar e manter distância com os deputados, Renan Filho teve, meses atrás, um desconforto com o deputado Tarcísio Freire, que foi ao Palácio pedir algumas gentilezas. Como o governador disse que, quando precisasse, chamaria o deputado, os dias foram passando. Recentemente, uma pesquisa de opinião em Arapiraca mostrou a ascensão política de Tarcísio disparada, enquanto revelava que a prefeita Célia Rocha estava em queda livre junto ao eleitorado. Tarcísio foi, então, convidado pelo governador para comparecer ao Palácio, mas recusou. Só iria depois que um seu afilhado político fosse nomeado diretor da Ciretran local, cargo que nunca havia sido e nem queria ser negociado politicamente. Semana passada, o afilhado de Tarcísio foi nomeado, inclusive contra a vontade do diretor do Detran, Cacá Gouveia, que, diga-se de passagem, tem realizado um trabalho de fôlego no órgão de trânsito alagoano. Depois disso, Tarcísio foi lá.

Eleições limpas

Realizando obras de grande porte em Maceió, principalmente na periferia da cidade, o prefeito Rui Palmeira não estimula conversa sobre as eleições de 2016. “Política, só para o ano”, diz o prefeito, até mesmo porque não existem ainda definições sobre abertura de janelas para filiações e regras definidas sobre as eleições municipais.

Em boa hora A Assembleia Legislativa de Alagoas recebeu, na terça-feira da semana passada, a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Foi em boa hora.

Alto lá! O governador Renan Filho tem sido precavido demais para pessoas que acessam o seu gabinete. Todos, indistintamente, têm que deixar o seu aparelho celular na recepção. Quem não topar dê meia volta e vá embora.

O presidente da Assembleia Legislativa, Luiz Dantas, não tem nada de tolo. Em visível rota de colisão com o deputado Olavo Calheiros, o mentor de sua candidatura à presidência da instituição, Dantas sacramentou a contratação de 120 cargos comissionados para agradar aos seus colegas e forrar o tapete para sua reeleição. A pão e água junto ao governo, que tem feito pequenas concessões, os deputados serão fiéis ao presidente, que conta atualmente com o apoio de 17 parlamentares.

Pito

Casa de ferreiro

Tempo marcado

O Tribunal de Contas da União, tão zeloso com as coisas públicas, não sabe o que vai fazer com o monstrengo que foi edificado como sua sede, anos atrás, na praia do Sobral. Carcomido de ferrugem pela ação da maresia, já que toda sua estrutura foi feita de ferro e que os técnicos deveriam ter avaliado antes, o prédio causou grandes prejuízos à União. Como sempre, quem paga a conta é a ”viúva”.

O secretário de Estado que marcar uma audiência com o governador para tratar dos assuntos da pasta tem que ser rápido e objetivo, sob pena de levar um rela. Os assessores de Renan estão cansados de observar momentos de puro constrangimento.

Mobilidade urbana A Prefeitura de Maceió terá papel fundamental na expansão do VLT até o bairro de Jaraguá. A obra, que deverá ser iniciada ainda neste semestre, marcará uma parceria de grande importância entre a CBTU e o município. O prefeito Rui Palmeira - com o superintendente da CBTU, Marcelo Aguiar, e técnicos - visitou todo o percurso, desde a Estação Central até Jaraguá, observando o detalhamento do projeto. Será mais uma grande obra de mobilidade urbana que atenderá a milhares de usuários daquela região.

Uma servidora da Secretaria de Educação tomou o maior pito do governador ao comparecer a uma reunião no Palácio dos Martírios. Ele perguntou pelo secretário, seu vice Luciano Barbosa, que estava a serviço do governo em Brasília e, nas vistas de todos, disse à perplexa servidora que isso não mais se repetisse. O estilo de governar de Renanzinho é completamente diferente dos últimos que passaram por ali em mais de 30 anos.

Sem futuro O conhecido desportista e político Raimundo Tavares, anunciado há algumas semanas com um reforço na interlocução do governo, saiu a mil do Palácio Floriano Peixoto. Para alguns amigos próximos, Raimundo não viu nenhum futuro na missão e iria atuar no governo como a Rainha da Inglaterra.

A coisa é grave Pela Agenda Brasil, que começa a ser discutida pelo país afora, os usuários do SUS devem pagar pelos serviços prestados. É a hora de alguém, no Congresso, aprovar um projeto para a construção de milhares de cemitérios públicos.

Muito distante Uma parceria política entre o senador Biu de Lira e o governador Renan Filho está muito distante de acontecer, se é que a conversa existe mesmo. Quem perde a eleição fica na oposição, como é o caso do senador, independentemente de trabalhar para o desenvolvimento do Estado.

Empreitada difícil O governador Renan Filho tem como objetivo fazer o maior número possível de prefeitos. Mas, sem fazer muitas concessões, a crise complica. Os aliados, a maioria a pão e água, veem nuvens negras para os próximos meses.

Alto risco A situação econômico-financeira do país - e particularmente de Alagoas - deixa o servidor público estadual com a pulga atrás da orelha. As dificuldades demonstram que não será fácil pagar o 13º salário. Imaginem a concessão de reajuste acima da capacidade financeira do governo!? Para se ter uma ideia, muitos municípios alagoanos já sabem que 13º é bicho de sete cabeças, com a crise apenas começando.

Pulando do barco

Tem deputado que já está arrependido de ter votado a favor da criação da Lei Delegada, que permite ao governador mandar e desmandar na estrutura governamental sem precisar ouvir a Assembleia Legislativa. O cheque em branco, revela o parlamentar, foi o erro mais grave cometido pela instituição.

A administradora do Porto de Maceió, Rosiana Beltrão, assim como muitas outras pelo Brasil afora, caiu fora do PT, partido contaminado com a Operação Lava Jato. Inteligente, Rosiana prefere um partido aliado do governo, no caso o PSD, do que permanecer onde estava. Ex-prefeita de Feliz Deserto, Rosiana conta como favas contadas sua volta triunfal ao comando do lindo município localizado na região sul do Estado.

Os espiões

De galho em galho

Cheque em branco

Com um homem de confiança do governador em cada secretaria, o chefe vai poder monitorar cada um deles diariamente. Quem não cumprir à risca as orientações do Palácio será sumariamente demitido.

O ex-prefeito de Capela, João de Paula, é mestre na arte de mudar de partido. Ele já passou pelo PMDB, PSB, PSDB e agora está embarcando no PSC. João de Paula já foi prefeito três vezes no município.


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CHEIRO DE CALOTE

Falência do Grupo João Lyra volta ao zero TJ nomeia novo juiz e novos gestores da massa falida; dívida já passa de R$ 2 bilhões, e credores temem o calote FERNANDO ARAÚJO faraujofilho@yahoo.com.br

T

rês anos depois de decretada a falência do Grupo João Lyra, o processo volta à estaca zero e os 10 mil trabalhadores e demais credores já admitem a possibilidade de calote. De agosto de 2013 até hoje já foram afastados três administradores judiciais e dois juízes, enquanto dois desembargadores se afastaram do processo alegando questão de foro íntimo. O drama para milhares de trabalhadores teve início em 2008, quando o pedido de falência do Grupo João Lyra foi transformado em recuperação judicial (antiga concordata), na expectativa de superar a crise e evitar a quebra do maior grupo empresarial de Alagoas. Pela Lei nº 11.101/2005 (Lei de Falências), a empresa teria prazo de dois anos para se recuperar financeiramente e saldar as dívidas com bancos, fornecedores e cerca de 10 mil trabalhadores. Não pagou a ninguém e ainda ganhou na Justiça mais

três anos para recuperação judicial. Cinco anos depois, a situação só piorou e o débito, que era de R$ 1 bilhão, se aproximou dos R$ 2 bilhões. No início da crise, a venda de uma das cinco usinas do Grupo dava para quitar todos os débitos pendentes. Hoje, segundo avaliadores, todo o patrimônio de João Lyra não cobre o passivo de suas empresas. E nem assim o usineiro João Lyra foi denunciado por nenhum dos crimes tipificados na Lei de Falências e nem se conhece qualquer manifestação do Ministério Público do Trabalho e do Ministério Público Estadual em favor dos trabalhadores. A primeira tentativa de venda das usinas do Grupo JL ocorreu no final de 2014, mas João Lyra contestou os valores anunciados e pediu o afastamento do juiz do processo e dos gestores da massa falida. O Tribunal de Justiça acatou o pedido do usineiro, afastou o juiz em maio último e nomeou um novo magistrado e dois novos administradores judiciais. É o terceiro juiz a comandar essa ação de falência, que já abateu três

terras em Alagoas e Minas Gerais, pertencentes à massa falida. Segundo corretores da área, esse patrimônio hoje seria avaliado em R$ 600 milhões, menos de um terço do débito do Grupo, que já passa dos R$ 2 bilhões.

João Lyra trava venda de suas usinas, e credores temem ser lesados

equipes de gestores da massa falida e levou dois desembargadores a pular fora do processo, alegando questões pessoais. Na época, um grupo empresarial estrangeiro ofereceu R$ 170 milhões pela “Vale do Paranaíba”, uma das duas usinas do Grupo JL em Minas Gerais, mas o usineiro travou o processo ao arguir a suspeição do juiz Mauro Baldini, da Comarca de Coruripe. O dinheiro era suficiente para quitar o passivo trabalhista de R$ 150 milhões. Agora, o processo volta ao zero, e os cerca de 10 mil trabalhadores estão temendo

um possível calote. Enquanto o processo envereda pelos descaminhos do Poder Judiciário, o patrimônio da massa falida vai se desvalorizando e as dívidas vão aumentando. Se não forem vendidas logo, as cinco usinas vão virar sucatas, com sérios prejuízos para os 10 mil trabalhadores demitidos e demais credores. Foi este o destino das várias usinas de açúcar e álcool que quebraram nos últimos anos em Alagoas, e até hoje os trabalhadores esperam a indenização. Nessas circunstâncias, o único bem de valor que restará são os 40 mil hectares de

NOVOS GESTORES O processo tramita na comarca de Coruripe, e o novo titular da ação é o juiz Kleber Borba Rocha, da comarca de Junqueiro, que já vem respondendo pelo caso desde o afastamento do juiz Mauro Baldini, no início deste ano. Nessa condição, o novo magistrado também nomeou, no dia 30 de julho último, os novos gestores da massa falida. O novo administrador judicial é o advogado João Daniel Marques Fernandes, e o gestor judicial é o advogado Luiz Henrique da Silva Cunha, que, inclusive, já comandou a concessionária Mapel, uma das empresas do Grupo João Lyra. Os novos administradores já tomaram posse, mas, se depender do banco Calyon (francês), maior credor do Grupo JL, eles precisam ter o aval do Comitê de Credores. Pedido nesse sentido foi feito ao juiz Kleber Borba, que ainda não decidiu.

Juiz diz que ex-gestores agiram dentro da lei A primeira missão do novo juiz foi julgar o processo em que o promotor Flávio Gomes da Costa pediu a destituição do administrador judicial Carlos Lima Franco, e dos gestores judiciais Felipe Carvalho Olegário de Souza Infinity Invest Ltda e a indisponibilidade de bens. Eles foram acusados de omissão, negligência, má gestão e dilapidação do patrimônio da massa falida. Ao analisar o processo, o juiz Kleber Borba Rocha julgou

improcedente o pedido de destituição e indeferiu a concessão de medida cautelar de indisponibilidade de bens. Na decisão, o magistrado constatou que, “apesar da complexidade do feito e das dificuldades inerentes à falência, os gestores judiciais desempenharam o seu papel de acordo com a lei”. E destacou como relevantes as diversas medidas tomadas pela administração judicial. Na mesma decisão, o juiz

Kleber Borba Rocha fez sérias críticas ao representante do Ministério Público Estadual por não apresentar provas contra os gestores denunciados. “Primeiro, porque não se trouxe aos autos indícios de que a massa falida foi lesada em decorrência de ilícitos praticados pelos administradores; e, segundo, porque não se demonstrou que os gestores judiciais enriqueceram em decorrência de ilícitos praticados”, escreveu o magistrado.


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ACREDITE SE QUISER

João Lyra diz que não vai atrapalhar processo Em ofício, ex-deputado diz que o importante é acelerar o processo falimentar JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

A

massa falida da Laginha do ex-deputado João Lyra foi destaque nesta semana em reportagem do site Tudo em Dia, de Minas Gerais, sobre o ofício assinado pelo próprio João Lyra, datado no dia 11 de agosto e entregue ao Juiz Kleber Borba, da 1a Vara da Comarca de Coruripe. No documento, Lyra afirma que não haverá interposição com relação à tomada de decisão por parte do magistrado. “Não obstante, o entendimento diverso ao de Vossa Excelência, não haverá interposição de quaisquer recursos contra a decisão em referência, tendo em vistas a consciência de que, neste momento, importa dar celeridade ao processo falimentar, tratando toda e qualquer outra questão por vias outras admitidas pela legislação pátria”, afirmou o usineiro no ofício disponibilizado pela mídia local. A notícia foi recebida com comemoração na cidade de Capinópolis, onde cerca de três mil trabalhadores perderam o emprego com o fechamento da usina Vale do Paranaíba. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Alan Santana, 90% dos ex-funcionários de Lyra entraram na Justiça para receber os direitos trabalhistas.

“Até agora, poucos conseguiram voltar ao mercado de trabalho; somente os mais capacitados conseguiram novos empregos. A maioria dos empregados de João Lyra trabalhava na lavoura. Ficamos sabendo que têm empresários já de olho nas usinas Vale do Paranaíba e Triálcool, mas tomara que não seja para arrendamento, o que seria apenas um paliativo para os trabalhadores”, disse. Sobre o impacto causado na cidade de pouco mais 15 mil habitantes, Santana alega ser “de crise total”. “Mas não sofremos tanto na cidade de Canápolis. Lá, a Triálcool gerava muitos empregos, e, com a falência, houve um êxodo muito grande. Os trabalhadores que tinham condições voltaram à terra natal, outros continuam por aqui. Conheço diversos alagoanos que só não voltaram para o Nordeste porque não conseguiram dinheiro”. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município possui aproximadamente 12 mil habitantes. De acordo com o vereador de Capinópolis, que também encabeça a luta dos direitos dos trabalhadores rurais, Cleidimar Zanotto, as usinas Vale do Tijuco e Vale do Verdão demonstraram interesse em adquirir as unidades paralisadas nas duas cidades. “Espero que sejam vendidas logo para que

essas indústrias paradas não virem sucata. Um estudo na usina Vale do Paranaíba apontou que seria necessário um investimento de R$ 5 milhões para recomeçar a funcionar”, informou ao Extra Alagoas. PLANOS João Lyra afirma, ainda, em ofício ao juiz que não irá embargar o processo de venda das usinas instaladas em território mineiro. “Por fim, motivo maior desta manifestação, apresento minha anuência pessoal com a venda de ativos da Massa Falida localizados no Sudeste do País, para fazer frente ao enorme passivo trabalhista. “Da mesma forma, apresento minha anuência pessoal aos esforços para arrendar as unidades industriais, em Alagoas e Minas Gerais, com o propósito de manter valorizados os ativos da empresa, bem como possibilitar renda necessária à manutenção da Massa Falida e pagamentos dos credores, deixando clara minha posição no sentido de que, havendo venda e/ou arrendamento de ativos, devem todos os créditos apurados serem dirigidos rigorosamente e primordialmente ao pagamento dos trabalhadores”, destacou o usineiro. Segundo o site, várias empresas e grupos estão interessados nas unidades sucroalcooleiras do grupo João Lyra instaladas no Pontal do Triângulo Mineiro, e o processo de

Juiz Kleber Borba, novo titular do processo de falência do Grupo JL

arrendamento ou venda deve ocorrer em breve. A recuperação judicial do grupo João Lyra foi decretada pela Justiça em 2008. Nove anos depois, o juiz Sóstenes Alex Costa de Andrade decretou afalêncioa do Grupo JL. Durante todo o trâmite processual, João Lyra ficou impedido de entrar nas usinas do grupo. O alegado era que a presença do ex-deputado federal poderia ser prejudicial para o andamento da ação devido às ameaças recebidas pelos funcionários.

O juiz Mauro Baldini determinou a venda dos bens da massa falida do grupo Laginha Agroindustrial S/A no dia 20 de fevereiro deste ano, o que acabou não acontecendo. A decisão foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL). De acordo com o magistrado, que à época encabeçava o processo, as cinco usinas, além do escritório central da companhia, na capital, e um jato seriam leiloados para sanar as dívidas existentes da empresa.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 21 A 27 DE AGOSTO DE 2015 - 7

MASSA FALIDA

Procurador Flávio Gomes da Costa quer investigar suspeita de dilapidação de patrimônio do Grupo JL

Uma aventura contábil chamada Laginha Análise financeira teve ameaças de morte, perseguições de carro e constatação de muito dinheiro jogado fora JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o EXTRA

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ia de visita à usina Guaxuma, em Coruripe, com objetivo meramente burocrático: recolher documentações para dar prosseguimento à análise financeira da massa falida da Laginha Agro Industrial S/A, grupo do ex-deputado federal João Lyra. O que seria rotina de trabalho para o perito contador judicial Joel Ribeiro dos Santos Júnior virou um embate com militantes do MST que se empossaram do local. Impedido de entrar na usina por homens com foice e enxada na mão, Júnior voltou a Maceió sem cumprir sua missão. O susto, entretanto, não parou por aí. Ao atender o telefone

celular, o perito ouviu o alerta de um anônimo: “Pare o que está fazendo ou irá arcar com as consequências!” Como o trabalho investigativo nas receitas do grupo de Lyra persistiu, foi a vez de um carro seguir o contador durante a noite para reforçar as ameaças. “Isso tudo foi relatado nos autos do processo. Fui atrás de segurança, falei com o delegado da Polícia Federal e até solicitei porte de arma. Pessoas que trabalhavam comigo resolveram se afastar, nunca passei por algo parecido. Ninguém sabe, ainda, o autor das ameaças”, contou. Depois dos momentos de adrenalina, havia situações de extremo desânimo. Um exemplo é encontrar salas cheias de papéis sem nenhuma cataloga-

ção. A equipe tinha que analisar folha por folha para ver o que era útil à perícia contábil. Uma situação que desacelerou o processo investigatório e prejudicou o trabalho do contador. Contratado para desenvolver um laudo pericial contábil, apresentado no dia 2 de julho à Justiça de Alagoas, o perito identificou saques suspeitos, pagamentos sem comprovações, notas fiscais duvidosas e constatou a má gestão de um império canavieiro, que, sim, ainda tinha chance de se reerguer. Do material necessário para uma perícia abrangente, Júnior conseguiu recolher 16% desse montante. “Desde o primeiro momento tivemos dificuldade de acesso aos documentos. Respondiam apenas que ‘estavam

ali’, o que, na verdade, eram 40 salas com pilhas de papéis jogados e esparramados pelo chão. Eles contrataram uma empresa de digitalização e arquivamento que também não nos cedeu o que pedíamos”. Outra desculpa dos administradores da Laginha é que diversos documentos estavam nas usinas. Sendo assim, desses 16% de finanças analisadas, poucos se referem às usinas Triálcool e Vale do Paranaíba, localizadas no Estado de Minas Gerais. Para isso, Júnior até se propôs a viajar até as cidades de Canápolis e Capinópolis (MG), mas, primeiramente, prefere receber o pagamento que está quatro meses atrasado. “Também virei credor da Laginha”, brincou. O laudo entregue à Justiça é referente ao levantamento feito de setembro de 2014 até junho deste ano. O serviço foi para analisar o financeiro de 2008 a até maio de 2015, porém, com a falta de documentação, a perícia só cumpriu o equivalente 15 meses, deixando 74 pendentes. FINANÇAS Mesmo em falência e com uma dívida de R$ 2 bilhões, a Laginha gastou, no último ano, R$ 145.161,08 com viagens de consultores que vinham do Rio de Janeiro a Maceió. Esses profissionais tinham o consentimento do grupo de João Lyra para gastar R$ 300 de táxi da residência até o aeroporto Galeão (RJ) e se hospedar por 30 dias, com direito a usar serviços de lavanderia, em hotel à beira -mar na Jatiúca. Ainda foram gastos R$ 227.026,43 com comunicação a uma grande mídia de Alagoas , R$ 301.050 em editais e 12.783.971,04 em folha salarial. Segundo o MP, os administradores da massa falida gastaram em 12 meses R$ 27 milhões do patrimônio do grupo empresarial, sendo que R$ 20,5 milhões são de origem da Companhia Nacional de Abasteci-

mento (Conab). Em época de economia, o grupo concedeu, ainda, descontos de, aproximadamente, 50% na venda de cana de açúcar para a usina Serra Grande. De um total de R$ 3.219.057,61 que eram para ser recebidos, a massa falida recebeu R$ 1.762.141,86, registrando um desconto de R$ 1.456.915,76. “Se o leilão da Laginha fosse hoje, o grupo poderia ser vendido até por R$ 1,5 bi, sendo que ficariam devendo R$ 500 mil para quitar o restante da dívida que tem com trabalhadores e colaboradores”, informou Júnior. Além dos gastos desnecessários, o perito viu que a Laginha ainda tinha chance de sobreviver poupando milhares de empregos em Alagoas. “Teve um momento no biênio 2010-2011, dois anos após a recuperação judicial, o grupo Laginha ainda tinha um fôlego porque as usinas ainda estavam em funcionamento e o governo injetava recursos federais para subsidiar a produção do etanol. Só que dali para frente só houve declínio”, explicou. O juiz titular do processo, Kleber Borba Rocha, informou à reportagem que o laudo do perito já está em suas mãos para a apuração. EM TEMPO Portaria assinada pelos promotores Flávio Gomes da Costa e Hylza Paiva Torres oficializou o início de um procedimento para o inquérito civil público para apurar as informações do laudo pericial judicial que identificou a diluição de recursos da massa falida. O Ministério Público Estadual (MP/AL) tomará como alvo o ex-administrador judicial Carlos Benedito Lima Franco dos Santos e os ex-gestores judiciais Felipe Carvalho Olegário de Souza e X Infinity Invest & Assessoria Empresarial Ltda. O promotor Flávio Gomes da Costa, em entrevista ao jornal Extra, confirmou o procedimento, mas disse que “só se pronunciaria após a publicação no Diário Oficial”.


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CORRUPÇÃO

ção direta com um terceiro para dar continuidade à obra em questão, mantendo sua inadimplência quanto aos serviços já prestados”. Por fim, a denúncia narra que o ex-gestor e atual de Maragogi praticaram atos que configuram “improbidade administrativa, como, por exemplo: enriquecimento ilícito, lesão ao patrimônio público e violação dos princípios da administração pública”.

Prefeito de Maragogi é acusado de cometer atos de improbidade; chefe do Executivo desmente os fatos

Prefeitura de Maragogi é denunciada ao MPF Prefeito e ex-prefeito, Henrique Peixoto e Marcos Madeira são acusados de desviar recursos federais JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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prefeitura de Maragogi é, mais uma vez ,alvo de denúncias de improbidade administrativa. Dessa vez, o ex-prefeito Marcos José Dias Viana vulgo Marcos Madeira, e o atual prefeito, Luiz Henrique Peixoto Cavalcante, são acusados de desviar recursos federais oriundos do Ministério das Cidades para construção de cem casas populares na localidade conhecida como Deda Paes, no município. Segundo a denúncia encaminhada ao Ministério Público Federal pelo contratado para realizar a mão

de obra, Moizés Alves dos Santos, “a quantia equivalente à prestação de serviço foi utilizada de maneira irregular para o pagamento de despesas completamente diversas da destinação da verba ou está sendo embolsada de maneira escusa”. O valor da obra perfaz o montante de R$ 1.750.000,00, sendo R$ 900 mil de investimentos do governo federal através da Caixa Econômica Federal, R$ 500 mil da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) e a contrapartida do município seria de R$ 350 mil. O denunciante ressalta, ainda, que, no documento encaminhado ao MPF, “a construção das

unidades habitacionais e o convênio firmado foram exaustivamente veiculados nos meios de comunicação, sendo pública e notória a execução da referida obra”. O contrato firmado ainda em 2012 entre Marcos Madeira e Moizés Alves destaca que o executor da obra receberia R$ 810 mil, conforme cada mediação apresentada, salientando que todo material utilizado nas construções seria fornecido pelo município. “O requerente executou 56,92% do objeto do contrato, conforme comprova as medições e as notas fiscais emitidas”, destaca a acusação. Segundo a denúncia, foram realizadas três medi-

ções nas quais constam a concordância e aceitação do município através do engenheiro responsável, Mário Araújo. As mesmas medições foram encaminhadas à Seinfra e à Caixa Econômica Federal para a liberação do pagamento. Para o pagamento ser realizado, dois cheques, um da Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 74.129, 40, e outro do Banco do Brasil, no valor de R$ 70.057,00, foram repassados pelo então prefeito Marcos Madeiro. E ambos estão sem fundo. Demonstrando a boa-fé de Moizés Alves, mesmo sem receber, o contratado continuou prestando seus serviços. Ainda segundo a documentação recebida pela Procuradoria da República em Alagoas no dia dia 21 de julho: “Ressalta-se que, apesar da mudança de gestão, o atual prefeito (Henrique Peixoto) continuou a disponibilizar todo o material necessário para continuidade da obra; todavia, ocorreu que, na tentativa de se esgueirar do cumprimento de suas obrigações junto ao contratado, recentemente houve a contrata-

OUTRO LADO Ouvido pelo jornal Extra, o prefeito Henrique Peixoto Cavalcante informou que não vai pagar a Moizés Alves enquanto sua assessoria jurídica não garantir a legalidade do contrato. O chefe do Executivo destacou que “essa é uma polêmica que vem sendo criada sem necessidade alguma”. “A questão foi judicializada, e, se a Justiça decidir pelo pagamento, vamos realizar”. Henrique acrescentou que não contratou ninguém para continuar tocando a obra. “As casas atualmente estão sendo construídas com pessoal e recursos da prefeitura. Quem mais precisa é a população carente de Maragogi”, destaca. Através da sua assessoria jurídica, também informou: “Na gestão do atual prefeito, Luiz Henrique Peixoto Cavalcante, após solicitação de pagamento pelos serviços prestados, a Procuradoria Municipal encontrou irregularidades formais insuperáveis na contratação do denunciante, razão pela qual fora recomendada a anulação do mesmo. A prefeitura, a fim de evitar a depredação e deterioração, vem, com recursos próprios, cuidando da obra, ou seja, não há o que falar em utilização de recursos federais”.


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AL-101 NORTE Divulgação/Secom

Audiência com o ministro do Turismo, José Henrique Alves, comemorou a liberação dos recursos para a duplicação da rodovia AL-101 Norte

União garante liberação de R$ 15 milhões para duplicação de rodovia Objetivo do governador é iniciar 1ª etapa da obra até o final de 2015; etapa começará no bairro de Cruz das Almas até a Barra de Santo Antônio

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ministro do Turismo, José Henrique Alves, garantiu, durante encontro com o governador Renan Filho (PMDB) no dia 15 deste mês, a liberação de R$ 15 milhões para iniciar a obra de duplicação da rodovia AL-101 Norte. A informação foi divulgada pela assessoria do governo estadual. De acordo com o governador, o objetivo é concluir o projeto e licitar para que, até o final deste ano, a primeira etapa da obra seja iniciada. “Estou muito feliz em contar para vocês uma notícia que era aguardada

por muitos alagoanos. O ministro do Turismo, Henrique Alves, garantiu a liberação de R$ 15 milhões para dar início à duplicação da AL-101 Norte, no trecho que vai de Maceió até a Barra de Santo Antônio. Vamos concluir o projeto e licitar para que, até o final do ano, iniciemos essa etapa”, relatou Filho em rede social. O valor disponibilizado permitirá o início da primeira fase da obra de duplicação da AL-101 Norte, que vai de Maceió (bairro de Cruz das Almas) até o município da Barra de Santo Antônio.

Para as demais fases, o secretário nacional do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Maurício Muniz, disse que trabalhará para que, ainda este ano, sejam disponibilizados mais recursos. Na semana passada, o governador Renan Filho já havia obtido a confirmação da liberação de R$ 10 milhões do ministro do Turismo para a continuação da obra de duplicação da AL-220. O trecho liga os municípios da Barra de São Miguel e São Miguel dos Campos. Do total, R$ 13,9 milhões serão destinados à ampliação da rodovia, tendo em vista que o governo do Estado já dispõe de recursos na ordem de R$ 3,9 milhões.


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AMEAÇA

Filho do prefeito de Paulo Jacinto bate em trabalhador e revolta população Ex-secretário de Finanças, Renato Nascimento prometeu ainda encher de bala a boca de desafeto REDAÇÃO

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polêmica envolvendo o ex-secretário de Finanças Renato Nascimento, filho caçula do prefeito de Paulo Jacinto, Ivanildo Pereira do Nascimento, o Nildo do Jaime, continua naquele município de pouco mais de sete mil habitantes. No início deste mês, Renato ficou furioso com declarações que Antônio Marcos Firmino Pinheiro fez à TV Gazeta durante reportagem em que falava do sucateamento da Saúde municipal a ponto de agredir verbalmente e bater no rosto do desafeto. Como se não bastasse, o filho do prefeito ameaçou, ainda, que, caso ele não se calasse, iria tapar sua boca com bala. A agressão aconteceu na praça principal da cidade na presença de várias pessoas, o que revoltou a população, causando indignação das mais variadas formas. Nas redes sociais, o assunto tomou mais força, e os comentários surgiram em grande proporção. A solidariedade ao trabalhador vem de vários lugares, inclusive de outras localidades. As conversas informais dão conta de que a vítima prestou queixa contra o agressor, mas a reportagem não consegui falar com Marcos para confirmar a informação. Há quem diga que o filho do prefeito deveria ser um exemplo. Outro internauta de São Paulo disse que “esse sujeito é um verdadeiro boca aberta.” Alguns comentários nem podem ser publicados. Mas alguns saíram em defesa do agressor. “Renato é um coitado que chegou a seu limite e não afugentou, tendo que desabafar apenas com

empurrão, e gerou essas conversas”. Até o pai chegar ao poder, Renato era visto na cidade como pessoa pacata e ordeira. Mas a transformação do filho de Nildo do Jaime aconteceu para valer em janeiro deste ano, quando assumiu a Secretaria de Administração e Finanças do município para o biênio 2015/2016. As peripécias do jovem foram tantas que, após esta última confusão, foi destituído do cargo. Mas a dança das cadeiras não derrubou apenas o caçula do prefeito. Outros secretários foram substituídos; dessa vez por pessoas de fora da cidade. “Colocaram forasteiros como se aqui não houvesse pessoas capacitadas e competentes para ocupar o cargo”, criticou um morador. Renato não é o único da família que deve responder por seus atos irresponsáveis. Nildo do Jaime e um primo do agressor são investigados por enriquecimento ilícito. Apenas em 2013 foi constatado prejuízo aos cofres públicos no valor de R$ 525.383,47. No início deste ano, outro feito do prefeito chamou a atenção de quem acessou o Portal da Transparência e até virou motivo de piada e revolta da população paulo-jacintense. Ele gastou a bagatela de R$ 12 mil na compra de passaporte (lanche) para servidores da Secretaria de Obras do município. O detalhe é que a fornecedora do alimento é irmã do prefeito. PLANTONISTAS Pelo menos, a polêmica que foi gerada em relação ao sucateamento da Saúde municipal surtiu efeito. Após reivindicação da comunida-

Renato Nascimento agride trabalhador por ter declarado que Saúde em Paulo Jacinto está sucateada

de, o hospital (Maternidade Marina Lamenha) voltou a ter plantonistas. O quadro de aviso, exposto logo na entrada da unidade de saúde, traz os plantões médicos, mas nas segundas-feiras a lacuna continua. “Depois de tanta luta e vê um jovem agonizando por falta de médico no final do ano passado, e vê uma senhora perder a vida por falta de médicos em nossa cidade, finalmente o hospital está ficando em ordem, mas não adoeça dia de segunda-feira”, ironizou um internauta. Enquanto a população sofre com a falta de estrutu-

ra do que restou do hospital de Paulo Jacinto, após a enchente de 2010, um verdadeiro “elefante branco” foi erguido na nova cidade que se formou na parte alta. As obras da nova unidade de saúde da cidade estão paralisadas, pois, por falta de pagamento, os funcionários abandonaram o serviço. Vale ressaltar que o novo hospital começou a ser construído em 2012, e a obra foi orçada em mais de R$ 6 milhões, utilizando recursos do Ministério das Cidades. O prédio, amplo, conta com 80 salas e terá capacidade para atender os habitantes de

Paulo Jacinto e das cidades vizinhas. NO LIXO Não é apenas o setor da Saúde que anda doente em Paulo Jacinto. O descaso na coleta de lixo no Povoado José Aurino de Barros, na Vila São Francisco, tem tirado o sono dos moradores do lugar. Em vídeo publicado em uma rede social, eles alertam sobre problemas que o lixo causa e fazem apelo às autoridades para que tomem as providencias cabíveis com a coleta do lixo periodicamente.


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LIÇÃO

Professor acusado de preconceito é demitido da Unit Ex-coordenador do Curso de Comunicação da faculdade usou termos pejorativos contra estudante DA REDAÇÃO

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publicitário Raphael Pereira Fernandes de Araújo foi demitido da Universidade Tiradentes, antiga Fits, após voltar de férias. O então coordenador do Curso de Comunicação do estabelecimento de ensino superior foi acusado pela estudante de jornalismo Jullyane Caldas de Farias Matos de atos de preconceito, discriminação e difamação. O fato ocorreu quando Jullyane foi entrevistada para a realização de um evento da faculdade – que já se tornou tradicional –, e esse material seria veiculado como divulgação institucional. Poucos dias depois de a estudante do segundo período de Jornalismo dar o depoimento, o professor Raphael Araújo pediu que o vídeo fosse retirado do ar, sob a alegação de que a imagem de Jullyane não poderia ser “associada” ao evento. A medida foi tomada porque Jullyane é modelo e recentemente realizou um ensaio sensual. Logo, a imagem da estudante não poderia aparecer. O fato ganhou notoriedade quando Raphael Araújo foi flagrado em diversos áudios usando palavras de baixo calão e termos pejorativos contra a aluna.

“Tudo que a gente não quer é que uma doida que tá dando o rabo por aí por alguém estrague o evento. [...] No vídeo do ‘É culpa da mídia’, que são as pessoas entrevistando; eu preciso que ele seja retirado do ar, devido mais um problema de compartilhamento de fotos de ‘putaria’ e sacanagem de uma das pessoas que é entrevistada”. Esses foram os termos utilizados por Raphael . Jullyane Caldas de Farias Matos informou todos os fatos à ouvidoria da Unit e entrou com ação de danos morais contra Raphael Araújo. “A Unit fez o seu papel quanto instituição; demitiu o ex-coordenador. Espero que esse fato sirva de lição para que o preconceito não volte a ocorrer nessa ou em qualquer outra instituição de ensino. Vou aguardar, agora, a decisão da Justiça sobre a ação que foi impetrada”, colocou Jullyane. Por fim, a estudante destacou que foi procurada por várias pessoas na Unit parabenizando pela sua coragem de expor o fato e não temer qualquer tipo de represália por se tratar de um coordenador de curso.

O QUE DIZ O EX-COORDENADOR Após a sua demissão, Raphael usou uma rede social

para se colocar: “Eu só tenho a agradecer aos dois maravilhosos anos que estive à frente da coordenação dos cursos de Comunicação da Unit. Uma grande escola! Aprendi muito! Hoje, sou o espelho do aprendizado que obtive nessa instituição. Todos os ensinamentos irão ser lembrados por onde estiver, bem como todos os amigos/ irmãos que cultivei nesse tempo”. Em outro trecho, o publicitário reflete: “Entendam que blogs e sites de mídia estão o tempo todo criando conteúdo enganoso. Pessoas estão perdendo seu tempo sendo atraídas por iscas baratas e retroalimentando o fluxo de informações distorcidas com seus comentários desinformados. Da próxima vez que aparecer uma notícia chocante, valorize sua atenção e não faça interpretações preguiçosas que possam influenciar outros desinformados. A vida das pessoas não é uma brincadeira para ser tratada como tal”. Por fim, ele destacou: “Todos acreditam ser justiceiros hoje em dia, com preocupações rasas em saber dos fatos, dos atos, das pessoas. Uma pessoa não pode julgar outras só porque elas pecam de uma forma diferente da sua. Toda infor-

Raphael foi demitido após ato de preconceito se tornar público

Jullyane Farias em pose sensual durante seu mais recente ensaio

mação deve ser tratada com cautela profissional e ética. Notícias de verdade retratam fatos, versões, pesquisas, fontes. O que está acontecendo, atualmente, é que muitos fazem da notícia um produto instantâneo, que rende “curtidas” e comentários”. RESPOSTA DA UNIT A reportagem do jornal Extra entrou em contato com a assessoria de comunicação da Unit para confirmar a demissão de Raphael pela polêmica envolvendo a estudante

e obteve a seguinte resposta: “Por uma questão ética, o Centro Universitário Tiradentes (Unit) não comenta demissões de colaboradores”. A comunicação da Unit adiantou que a nova coordenadora de comunicação é Valná Dantas, que é formada em Publicidade e Propaganda, especialista em Marketing Estratégico. Ela é, também, proprietária da Revista Due e diretora de Marketing da Associação Brasileira de Recursos Humanos Alagoas – ABRH/AL.


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REPRESENTAÇÃO CLASSISTA

Crea-AL lança Frente Parlamentar da Engenharia no Legislativo

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uscando estreitar laços com o legislativo alagoano, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL) lança nesta sexta-feira (21) a primeira Frente Parlamentar da Engenharia. A solenidade acontece no último dia da 4ª Reunião Ordinária do Colégio de Presidentes do Sistema Confea, Crea e Mútua, que acontece em Maceió. Para ganhar força nos legislativos, o Crea Alagoas vem realizando visitas ao parlamentares alagoanos, com objetivo de dar mais força ao movimento. Segundo o presidente Fernando Dacal, a Frente já tem o apoio dos integrantes da Câmara de Vereadores, em nome do engenheiro civil Guilherme Soares (PROS) e Chico Filho (PP). Na Assembleia Legislativa do Estado, pelo presidente Luiz Dantas (PMDB), Inácio Loiola (PSB) e Olavo Calheiros (PMDB), todos agrônomos, que também declararam apoio à causa. “Os parlamentares convidados são profissionais do

O presiidente do Crea/AL, Fernando Dacal, conta com o apoio de vereadores da Câmara de Maceió e deputados estaduais

sistema que pretendem se engajar na defesa da categoria e, consequentemente, da sociedade. Uma das nossas principais bandeiras é o cumprimento do piso salarial do profissional. As demandas estão anotadas, e, assim que a Frente for lançada, vamos iniciar os contatos. Todos

os vinculados ao sistema - engenheiro, agrônomo, geólogo, geógrafo e meteorologista - serão beneficiados”, disse Dacal. ENGENHEIROS DO BRASIL PRESENTES O evento de lançamento aconteceu no último dia do Co-

légio de Presidentes, aberto na última quarta-feira. Profissionais de todo o Brasil garantiram presença nesse momento importante do Sistema Confea/ Crea. A criação da Frente também interessa as entidades como o Sindicato da Indústria e Cons-

trução Civil de Alagoas, a Federação da Indústria do Estado de Alagoas, o Sindicato dos Engenheiros de Alagoas, o Clube da Engenharia, a Associação dos Profissionais da Eletroeletrônica de Alagoas e a Sociedade dos Engenheiros Agrônomos de Alagoas.


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HISTÓRIA DE ALAGOAS

Trapichão, o estádio que já foi Rei Pelé

Com a sua construção financiada por bingos, a principal praça de esportes de Alagoas vai completar 45 anos no dia 25 de outubro próximo EDBERTO TICIANELI Jornalista

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partir de 1964, com os militares no poder, os investimentos nos esportes tomaram uma nova dimensão. O Brasil deveria aparecer para o mundo como um país desenvolvido, moderno, integrado nacionalmente. A materialização desse projeto se deu com as grandes obras e com a realização de eventos esportivos para multidões. O reflexo dessa política no futebol foi a criação do Campeonato Nacional — iniciado em 1971 — e a construção de estádios. Para se ter uma ideia desses investimentos, até 1972 já tinham sido inaugurados no Brasil mais de 30 estádios de futebol, a maioria no Nordeste. Em Alagoas, o governador Luiz Cavalcanti nomeou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, Napoleão Barbosa, para comandar o projeto de construção de um estádio em Maceió. A primeira iniciativa foi criar, no dia 9 de outubro de 1964, a Federação Alagoana de Promoção Esportiva – Fape. Sem recursos, a solução encontrada foi a realização de bin-

gos. Os prêmios eram atrativos. Caminhões, carros, geladeiras e casas prontas eram disputadas em bingos semanais realizados no descampado onde seria erguido o estádio. Multidões se dirigiam ao local; muitos vinham do interior do Estado. Ao final do projeto, foram realizados 36 festivais promocionais com sorteios. Com a posse de Lamenha Filho no governo, em 15 de agosto de 1966, o projeto ganhou força, e o governo passou, também, a investir na obra, mesmo tendo que enfrentar críticas, como a do ministro Delfim Neto, que dizia não ter sentido o Estado de Alagoas gastar quase que todos os seus recursos para construir um campo de futebol. A nascente revista Veja, no seu nº 3, de 25 de setembro de 1968, também criticava a construção do estádio. Sua manchete ironizava com o gigantismo da obra: “Trapichão: há lugar para um quarto da população”. Pelas contas da revista, Maceió teria 221 mil habitantes, e o estádio receberia 55.400 torcedores. Veja também argumentava que o recorde de público em Alagoas era de 8 mil pessoas, que era a capacidade máxima do campo do CRB. O Mutange, campo do

CSA, teve a sua capacidade de público estimada em 6 mil pessoas. A OBRA O jornalista Lauthenay Perdigão, que fez parte da comissão instituída pela Fape para o acompanhamento da construção do estádio, lembra das opções que foram analisadas para a escolha do local. “Somente depois de se observar alguns locais no Tabuleiro do Martins e até no Mercado, ali onde hoje funciona o Mercado da Produção, foi que a escolha ficou para o bairro do Trapiche da Barra”. Após a aquisição do terreno, o projeto do estádio foi encomendado ao arquiteto João Khair e custou Cr$ 150.000,00, já com parte arquitetônica, hidráulica e elétrica. João Khair faleceu em julho de 1966, e seu sobrinho, Marco Antonio Khair, também arquiteto, foi quem deu continuidade e concluiu a construção. A pedra fundamental da obra foi lançada no dia 15 de março de 1968 com a presença do vice-governador em exercício, Sampaio Luz, e do calculista da estrutura do estádio, Artur Eugênio Jermane. A construção não foi simples e exigiu muita precisão técnica.

As dimensões de algumas partes do estádio eram expressivas. A cobertura, por exemplo, tem 42 metros e, na época, era uma das maiores do Brasil. O vão livre em balanço era o segundo do Brasil no gênero, com 26 metros. A primeira grande alteração no projeto aconteceu, ainda, em 1968, com a inclusão da arquibancada reta, que fechava a ferradura e receberia os vestiários no subsolo. Com essa ampliação, tinha-se a expectativa de que a capacidade do estádio iria para 50 mil espectadores.

Com a exceção da supervisão do engenheiro Marcos Khair, a equipe técnica que garantiu a construção do Trapichão era totalmente alagoana. Sob o comando do engenheiro Vinicius Maia Nobre, tinha um grupo formado pelos engenheiros Marcelo Barros (eletricista), Márcio Calado (sanitarista) e mais os engenheiros civis Nayron Barbosa, Marcos Mesquita, Roberto de Paiva Torres e Marcos Cotrim. Carlos Barbosa cuidava da administração da obra. Vinicius Maia Nobre recorda que o empenho da equipe era tão grande que até algumas casas utilizadas nos sorteios foram construídas por eles.

Construção do Trapichão em 1969

Governador Lamenha Filho, Pelé e Napoleã

Pelé descerrando a placa na inauguração


oleão Barbosa na inauguração do Trapichão

ação do Trapichão

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INAUGURAÇÃO Na verdade, o primeiro grande acontecimento ocorrido no Trapichão não foi o jogo de futebol do dia 25 de outubro de 1970. Dias antes, no 16 de setembro, data da Emancipação Política de Alagoas, o estádio foi utilizado para os desfiles escolares comemorativos da data. O jogo inaugural aconteceu no dia 25 de outubro de 1970. Os portões foram abertos ao meiodia, e o jogo estava previsto para começar às 16h, mas às 15h todos os espaços para o público já estavam ocupados por torcedores ávidos por assistirem à seleção alagoana de futebol enfrentar o Santos de Pelé, então um dos melhores times do mundo. Segundo dados divulgados após a partida, o público foi de 45.865, entretanto, Vinicius Maia Nobre afirma que foi de 53.000. A polêmica sobre a capacidade do Trapichão ocupou a imprensa local por muitos anos. Em 26 de maio de 1976, o então governador Divaldo Suruagy chegou a baixar portaria criando uma comissão para saber a real capacidade do estádio. O Santos ganhou o jogo por 5x0. Douglas marcou o primeiro, Pelé marcou dois gols e Nenê mais dois. Duas semanas depois, no dia 8 de novembro, os festejos continuaram com o Trapichão recebendo novamente a seleção alagoana para uma partida amistosa contra a equipe do Porto, de Portugal. O resultado foi um empate por 1 a 1. Outro serviço que o Trapichão trouxe para os alagoanos foi o da churrascaria instalada embaixo da grande arquibancada, que, durante muitos anos, foi uma referência na vida social da cidade. No andar inferior também foram instalados alojamentos para atletas. Essa estrutura depois foi utilizada como um hotel. NOME DO ESTÁDIO Segundo Lauthenay Perdigão — o maior conhecedor da história do nosso futebol —, a definição do

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Santos e Seleção Alagoana na inauguração do Estádio Rei Pelé

Primeiros trabalhos para a construção do Trapichão

Lauthenay Perdigão na construcão do Trapichão em 1969

nome do estádio como Rei Pelé foi uma escolha do governador Lamenha Filho, que seria o homenageado, como comprovam os ingressos que foram cancelados para o jogo de abertura e a foto da maquete do estádio. A mudança ocorreu em julho

de 1970, quando vários torcedores de Maceió comemoravam a conquista do tricampeonato mundial na Praça dos Martírios, em frente ao Palácio do Governo. O governador Lamenha Filho, também entusiasmado com a vitória e com as comemorações populares, resol-

veu retirar o seu nome e colocar o do jogador que mais tinha se destacado na Copa do Mundo daquele ano. Essa homenagem a Pelé provocou muita discussão, e a polêmica se arrastou por alguns anos, até que a vontade popular resolveu a questão. Nem Pelé e nem autoridade nenhuma: o estádio passou a ser o Trapichão. Vinicius Maia Nobre recorda que, antes mesmo de o estádio ser inaugurado, já se referiam a ele como Trapichão. “Após um ‘jogo-recreio’ entre uma equipe formada por jornalistas que faziam a crônica esportiva e a de construção, num campo improvisado, onde hoje se ergue o Ginásio Presidente Fernando Collor, conjeturando o nome pelo qual se deveria chamar o estádio, um deles exclamou: ‘Trapichão!’. Era uma alusão ao nome do bairro, no aumentativo, muito em moda, como o Batistão (Lourival Batista, em Aracaju), Mineirão e outros. Estava realizado o batismo: a partir de então, o nome se espalhou e pegou”. Fontes: - Jornal Gazeta de Alagoas (várias edições). - Revista Veja, nº 3, de 25 de setembro de 1968. - Jornal de Alagoas de 31 de março de 1979. - Fascículo: Napoleão Barbosa, um construtor do progresso. - Fotos do Arquivo do Museu dos Esportes.


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OBRAS URBANAS FOTOS MARCO ANTONO SECOM MACEIÓ

Avenida Pontes de Miranda, inaugurada no último dia 7, é uma das ações previstas na Carteira de Projetos

Prefeito Rui Palmeira destacou projetos estratégicos para a capital

Prefeito destaca projetos para desenvolver Maceió

os projetos que são de responsabilidade dos secretários. Entre as ações, temos a licitação do transporte coletivo e a licitação para a construção de novos equipamentos de educação”, disse o prefeito. Sobre as reuniões propriamente ditas, o prefeito ponderou: “É o momento de avaliar e saber o motivo pelo qual determinada ação ou obra não caminhou no ritmo previsto. Mas também é momento de destacar o esforço de todos os que compõem a equipe, pois as ações, de uma maneira geral, estão sendo realizadas num ritmo bom, e quem ganha com isso é a cidade”, destacou. A construção do Centro Pesqueiro em Jaraguá está entre as medidas trabalhadas pelo grupo. Outra ação de destaque do Mais Maceió é a Parceria Público-Privada (PPP) para a iluminação pública. A meta é equipar todo o parque de iluminação da cidade com lâmpa-

O foco é a execução de ações consideradas prioritárias para a cidade, previstas na carteira, dando celeridade ao desenvolvimento de Maceió em áreas como Educação, Saúde e Infraestrutura O prefeito Rui Palmeira anunciou, recentemente, a implantação do Núcleo de Projetos Especiais de Maceió (NPE). Ele explicou que o núcleo trabalha com a chamada carteira de projetos do município, intitulada Programa Mais Maceió. O foco é a execução de ações consideradas prioritárias para a capital, previstas na carteira, dando celeridade ao desenvolvimento de Maceió em áreas como educação, saúde e infraestrutura. Uma das ações que in-

tegram a carteira foi efetivada no último dia 7, com a entrega da Avenida Pontes de Miranda, a chamada Via Litorânea. “Tivemos a felicidade de entregar o primeiro trecho da obra, que, mesmo antes da conclusão, já traz inúmeros benefícios ao turismo e para a mobilidade urbana. Maceió ganha um novo trecho de orla, e a via agora permitirá desafogar o trânsito. Era uma obra bastante esperada e necessária para o crescimento desta região”, comentou o prefeito.

Segundo Rui, os gestores envolvidos participam de reuniões para balanço e monitoramento periódicos. No encontro mais recente, que contou com a participação do líder do Executivo, foram discutidas ações como o andamento de diversas obras e prazos previstos para entrega à população. Rui informou que os projetos incluídos no Mais Maceió estão sendo trabalhados para o futuro da cidade. “Temos um corpo técnico que faz o acompanhamento de todos

das dotadas de tecnologia de Light Emitting Diode (diodo emissor de luz), o LED. Esse tipo de tecnologia é ecologicamente correto e três vezes mais durável que as lâmpadas utilizadas atualmente. Outra vantagem é a não emissão de raios infravermelhos e ultravioleta e a redução de emissão de CO². O NPE tem como coordenador-geral o secretário municipal de Governo, Ricardo Wanderley. A Comissão Especial de Licitação (CEL), presidida por Vanderleia Guaris Costa, também integra o núcleo que tem como coordenador executivo o secretário-adjunto de Finanças, José Lages Júnior. “Contamos com uma grande estrutura, com assessores técnicos e monitores que, diariamente, acompanham o andamento das ações diretamente com os secretários para cumprimento dos prazos. Todos os secretários estão bastante empenhados em seus projetos”, comentou Lages.


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“Ninguém mais fica na cadeia, ninguém tem mais receio de ficar preso, porque só se fala em direitos humanos e esquecem-se dos verdadeiros direitos do cidadão trabalhador, honesto.” Alberto Fraga (DEM-DF)

pedrojornalista@uol.com.br

Embora concorde com a opinião do ex-presidente Fernando Henrique, que publico no final deste comentário, tenho a convicção de que a presidente Dilma não sairá do cargo nem por impeachment e muito menos por renúncia. As últimas manifestações com milhares de pessoas nas ruas gritando “Fora, Dilma!”, “Fora, PT!”, “Fora, corruptos!” mostraram um bonito e colorido espetáculo de democracia madura e indignação com os rumos da política e o sujo papel dos políticos brasileiros, mas tudo não passará de uma “festa cívica”. Passados mais uns dias, tudo ficará na lembrança e terminará por cair no esquecimento. Na verdade, falta-nos o correr nas veias do sangue portenho da Argentina ou a ascendência europeia e ameríndia dos chilenos. Em situação semelhante nos dois países vizinhos, os governantes já estariam na rua, expulsos de seus palácios, fugidos ou presos. Mas, infelizmente, aqui é assim: é o país que temos, mas não é, com certeza, o que merecemos. Há a coragem emblemática de figuras como o juiz Sérgio Moro, que entrega sua vida a serviço da moralização nacional, mas encontra obstáculos intransponíveis no próprio Judiciário, que se apequena por alguns de seus membros diante de uma nação decepcionada. Assistimos aos “negócios” tratados nos corredores do Congresso Nacional, no Tribunal Superior Eleitoral, no Tribunal de Contas da União e no próprio Supremo Tribunal Federal, na busca de salvar “cabeças corruptas” e almas carcomidas pela improbidade e falta de caráter. Com a sorrateira desculpa de “salvar o Brasil”, muitos ou quase todos buscam apenas a própria salvação, a negociação de seus crimes em troca de sustentar um governo putrefato levando o país ao fundo do poço e o povo brasileira à mais absoluta humilhação diante do mundo. Aí estamos nós com uma inflação galopante, juros estratosféricos, tarifas públicas impagáveis, sem segurança, educação e saúde. Falta-nos dignidade. Acreditar em mudanças?! Como?! Se ficarão os mesmos nos mesmos postos com as mesmas mentiras!?. A quadrilha apenas vai se organizar melhor, talvez mudar o “modus operandi”, e, depois de todos “salvos da guilhotina”, tudo continua como dantes, pois ainda tem muito dinheiro para se roubar. Uma pena: a operação do juiz Moro vai lavar uma parte, mas não vai dar o polimento. Deus permita que eu esteja errado!

O que disse Fernando Henrique “O mais significativo das manifestações é a persistência do sentimento popular de que o governo, embora legal, é ilegítimo. [...] A presidente, mesmo que pessoalmente possa se salvaguardar, sofre contaminação dos malfeitos de seu patrono e vai perdendo condições de governar. A esta altura, os conchavos de cúpula só aumentam a reação popular negativa e não devolvem legitimidade ao governo, isto é, a aceitação de seu direito de mandar, de conduzir. Se a própria presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou, e saber apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lava Jato”.

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Para refletir:

PEDROOLIVEIRA Depois das manifestações, o que acontecerá?! Absolutamente nada!

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E os políticos?!

Agir com rigor

Enquanto a Procuradoria Geral da República (PGR) prepara as primeiras denúncias contra parlamentares, o juiz federal Sérgio Moro já condenou cerca de um quinto dos acusados de envolvimento no esquema de desvios da Petrobras. Desde o início da operação, em março do ano passado, Moro aceitou denúncia contra 143 pessoas por crimes como corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação à organização criminosa. Dessas, 33 (23% do total) já foram condenadas em primeira instância pelo juiz. Nesse período, os investigadores da força-tarefa conseguiram recuperar R$ 870 milhões desviados da estatal por meio de contratos fraudulentos. Resta uma pergunta: quando os políticos corruptos começarão a ser condenados? E serão condenados?!

A Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente tem agido com rigor e eficiência no combate a ilegalidades cometidas em agressão às normas ambientais. Um dos principais fatores são os lançamentos impróprios de resíduos poluentes. Vários grandes estabelecimentos já foram fechados e multados e resultados estão sendo cobrados desses porcalhões. A medida merece aplauso, principalmente para mostrar aos “poderosos” que aqui há lei. Aproveitando, seria bom que a fiscalização de Vigilância Sanitária desse um passeio nos sanitários dos diversos supermercados de Maceió. Por favor, levem máscaras.

Alguém para chamar de seu Bem que o PSB tentou cooptar o passe do prefeito Rui Palmeira para as próximas eleições, mas o alcaide pensou bem e resolveu continuar no ninho tucano, mesmo com alguns incômodos. Sabe que sua candidatura à reeleição não depende em nada dos caciques locais do PSDB, como nunca dependeu. Mas vislumbra a flerta com prováveis boas alianças, o que lhe poderá garantir enfrentar e ganhar a parada. Rejeitado por Rui, o PSB tenta se aproximar do ex-prefeito Cícero Almeida, que nem sabe se vai ou pra onde vai. E, se for, vai se ferrar.

Complicando Janot Ninguém imagine que a aprovação da renovação do mandato do procurador chefe da PGR, Rodrigo Janot, será um mar de rosas. É muito provável sua escolha, pois assim o querem o senador Renan Calheiros e a presidente Dilma, mas será exposta no decorrer uma grande pedra no caminho: o seu arqui-inimigo Fernando Collor. Na última quarta-feira, Collor apresentou representação contendo mais de 100 páginas contestando a condição para ocupar o cargo. Pelo regimento do Senado, a presidência da Casa deve constituir, no prazo de 48h, uma comissão especial que deve opinar de acordo com o texto da representação. Em seguida, observando o rito e os procedimentos previstos, deve decidir quanto à necessidade de diligências para se investigar as irregularidades denunciadas e apresentadas pelo senador, fato que vai pelo menos retardar a escolha. “Resta claro que Janot, por sua conduta torpe, indigna e incompatível com a estatura do cargo que exerce, cometeu crime de responsabilidade previsto em lei. Portanto, essa representação é no sentido de o Senado da República adotar as providências para aplicação das sanções e reprimendas legais e cabíveis”, disse um irado Collor.

Não sabia que não podia O deputado Galba Novaes deu uma tremenda pisada de bola ao apresentar um tresloucado projeto de lei na Assembleia Legislativa emancipando de Maceió o bairro do Taboleiro do Martins, criando o município de “Planalto da Fraternidade”. A medida foi recebida como estapafúrdia e demagógica. Não há cabimento para criação de municípios que vão apenas gerar despesas, cabides de empregos e mais políticos da pior qualidade. Por outro lado, a Assembleia não cabe legislar sobre criação de municípios, que é uma prerrogativa do Congresso Nacional. Vamos ler um pouco mais deputado, para não falar e fazer bobagens.

Um corregedor e tanto O Tribunal de Contas escolheu pelo voto de seus conselheiros essa semana o novo corregedor que vai ocupar o lugar vago com a aposentadoria de Luiz Eustáquio Toledo. A eleição que foi disputada por dois nomes recaiu no menos indicado para função, o conselheiro Cícero Amélio. Com vários processos, alguns por improbidade, pendentes. Um destes de autoria do próprio Ministério Público de Contas, outro por um seu colega de plenário, conselheiro Anselmo Brito, que, com ele, concorreu ao cargo. Não tenho confirmação, mas se comenta que o presidente Otávio Lessa não gostou nada da escolha. Tudo isso é o resultado da política misturada com o Tribunal de Contas. Quando isto vai acabar?!

Brasil inseguro A cada dez minutos, um brasileiro morre por homicídio doloso. As vítimas são, em sua maioria, jovens de 15 a 29 anos, negros e pobres. Trata-se da perpetuação de uma lógica racista e herdeira do período escravagista. Além disso, uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que, pelo menos, cinco pessoas morrem por dia em confrontos com a polícia - instituição vista com desconfiança por 70% dos brasileiros, enquanto na Inglaterra 82% da população confia na polícia, segundo a mesma pesquisa. Os dados foram apresentados pelo promotor de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios Thiago Pierobom e pelo coronel Ibis Silva Pereira, da Polícia Militar do Rio de Janeiro, durante depoimento à CPI do Assassinato de Jovens.


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ARTIGOS

Os jabutis do Renan CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

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á ouvi ser atribuída a Vitorino Freire, falecido político pernambucano outrora estabelecido no Maranhão, o singular pensamento: jabuti não sobe em árvore. Outros informam tratar-se de um adágio popular português. Para o cronista, a origem não é relevante; importa a substância, ou seja, salvo o caso de enchente, se um jabuti for encontrado pendurado em alguma árvore, alguém lá o colocou. Jabuti também é uma designação

recente na política brasileira, identificando algo estranho à proposta original de uma lei, nela incluída sub-repticiamente. Os jabutis daqui não são intromissões indevidas no pré-texto legal, mas interesses não republicanos adicionados à sorrelfa e à amplamente noticiada e festejada Agenda Brasil, do Senado Federal. Aliás, a agenda, que vem sendo atribuída a Renan Calheiros, tem ao menos mais um pai, o Senador Romero Jucá, o que já a recomenda mal quanto ao republicanismo. Ademais, não é nada original, criação de gênio político, a despeito do nosso ufanismo alagoano. Trata-se de coletânea de propostas já correntes nas Casas Legislativas federais, ou condensação das exigências das manifestações de rua, ou pior, da ação de lobistas de setores da economia nacional. As quali-

dades e os defeitos das propostas desde o início vêm sendo debatidos por articulistas e cronistas da grande mídia. Duas delas, todavia, chamaram a atenção, ambas inclusas no capítulo Proteção Social da Agenda: a possibilidade de cobrança diferenciada de procedimento do SUS por faixa de renda, e a proibição da concessão de liminares, pela Justiça, em desfavor dos estados e dos planos de saúde que determinam o tratamento com procedimentos experimentais onerosos ou não homologados pelo SUS. Cada uma dessas propostas tem a sua absurdez própria. A primeira esquece que os estados têm dever de suprir a saúde dos cidadãos, e o SUS é serviço público, financiado principalmente com os escorchantes impostos já pagos pela classe média. Em última análise, todos já pagamos por ele.

O que governo, Renan e acólitos pretendem é que financiadores do sistema paguem mais pelos serviços, intolerável bis in idem, maiores danos ao bolso do contribuinte. O pior, porém, está por vir: a proteção aos planos de saúde. Essa é a cereja do bolo, resultado da ação de lobistas dos planos, estes grandes financiadores das campanhas políticas. Precisa dizer mais? Com o recente “descortinamento” incontrolável das mazelas políticas nacionais, há de se indagar quantos “pixulecos” surgirão daí. Ou seremos ingênuos para ainda acreditarmos que em Brasília, e alhures, já exis-

tem almoços grátis? Seja como for, a proposta condena à morte os pacientes de graves doenças, cujo custoso tratamento - salvação ou sobrevida - exige mais do que o SUS pode conceder.

Brasil do “pixuleco” FERNANDO RIZZOLO *

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omingo, 16 de agosto. Na famosa passeata que ocorreu pelo Brasil inteiro, protestando contra o governo Dilma, a corrupção e Lula, resolvi caminhar na Avenida Paulista. Fui apenas para observar, pois, de tão indignado com tudo isso, já nem sei mais se gritar, carregar cartazes ou esbravejar adiantam muito. Como um espectador tímido, com meu tênis de caminhadas, fui lentamente percorrendo e olhando as pessoas, como uma câmera daquelas antigas do velho e grande cineasta Sérgio Person, na sua paixão por revelar a intimidade do inconsciente coletivo paulista. Para quem viveu, como eu, a hiperinflação dos anos 80, rever tudo isso e seu conteúdo bárbaro de corrupção, mentiras e envolvimento de empresários, é muito triste. Pude observar não só o olhar das pessoas, mas a forma delas caminharem. Muitas estavam cabisbaixas. Percebi, ainda, algo que não via há tempos, nem em outras manifestações: uma sensação de desesperança. Sim, desesperança em tudo: na dúvida sobre a efetiva condenação dos atores do Petrolão, na mentira pregada

pelo pré-sal, em que ninguém sabia de nada, embora por todo lado Lula e Dilma brindavam com macacões cheios de óleo. Desesperança pelo mensalão, e pior, pelo desmantelamento do Plano Real, que resulta na desvalorização do dólar – é lógico que isso interessa e muito aos maus

empresários, aqueles que se beneficiam do dólar barato por não investirem em modernização da produção de suas empresas. Desesperança ainda pelo desemprego culminante na fraca economia e, acima de tudo, por uma corrupção avassaladora perpetrada por parte dos gover-

nantes e capitaneada pelo Partido dos Trabalhadores. Brasil desesperança. Parece que esquecemos tudo pelo que passamos nos anos 80. Apagou-se da memória a hiperinflação? Os jovens a desconhecem, mas estão sendo apresentados a ela. Eles e todos, porém, assistem, agora, a formas tecnológicas modernas de corrupção em que empresários e governo, numa simbiose macabra, esfarelam o país em contas no exterior. Entre velhas e novas técnicas de apropriação do dinheiro público, ficou apenas um nome antigo, malandro, para dar nome à velha, mas atual propina: “pixuleco”. Está louco... Colocar tênis para andar na Paulista, ver gente triste e, ainda assim, manter a esperança? Não é fácil neste país do “pixuleco”, neste Brasil que até outro dia era uma coisa e agora virou outra. Virou o Brasil da desesperança para muitos e Brasil do “pixuleco” para poucos. *É advogado, jornalista, mestre em Direitos Fundamentais e membro efetivo da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP.


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ARTIGOS

O que importa é o povo nas ruas JORGE MORAIS Jornalista

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om surpresa, assisti no Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, e na grande mídia nacional também, à grande notícia de que a manifestação popular do dia 16 de agosto tinha sido menor do que nas outras já realizadas, em quantidade de gente e de cidades. Pergunto: o que interessa se a de agora foi menor ou maior do que as anteriores? O que modifica a situação do país se 10 mil pessoas, ou mais, deixaram de ir às ruas? Acho, sinceramente, tudo isso uma grande bobagem da nossa mídia, que vai à procura de pequenos detalhes, quando a questão é outra bem diferente. Aqueles manifestantes de agora

estão fazendo a sua parte no combate ao roubo escancarado e a essa “zorra” política e administrativa em que está atravessando o país, onde todos precisam de tudo, que promessas foram feitas nas campanhas eleitorais, e, hoje, eles não podem cumprir e mentiram descaradamente. Repito: o problema não é se a Dilma Rousseff vai sair ou vai ficar até o final. A questão maior é saber quem vai resolver os nossos problemas. A classe política junto à presidente, só com o Senado da República, ou com a Câmara dos Deputados também. Pelo visto, no sistema bicameral do Brasil, só o Senado vem dando um sinal verde para esse entendimento. Será possível governar assim até o final?! Semanalmente, o governo federal vem perdendo na quebra de braços com os deputados federais. Essa semana foi mais uma: o ajuste no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) do trabalhador brasileiro. Na próxima semana, outras pautas chamadas cavernosas estarão em discussão. Até

quando o governo vai suportar e encarar essa situação?! O mais interessante de toda essa problemática é que o Partido dos Trabalhadores parece não muito interessado em resolver as pendengas do país criadas por eles. Nos últimos encontros das lideranças partidárias que formam a base governista, a proposta do PT é que o PMDB assuma o lado crítico da questão, assinando documentos e saindo em defesa do governo deles, do Partido dos Trabalhadores. Ninguém quer colocar a cara para bater. O PT instiga e fica por cima da carne seca. Quando a gente aposta na presença do povo nas ruas é para fazer as cobranças de mudanças que o país precisa. Não só mudanças de pessoas, mas mudanças de atitudes. Afirmei em artigo anterior que não quero a saída da Dilma, porque ela precisa pagar pelo que fez. Ela precisa sofrer junto e resolver os problemas criados por ela e seus asseclas. Só por isso. Mas, se o movimento pede o “Fora, Dilma!”, precisamos saber quem vai resolver, então, os

problemas. De algumas pessoas ouvi esta semana: “Quem estava nas manifestações eram pessoas da elite e, por isso, não tinha bagunça. Eles estão reclamando de barriga cheia”. Mentira! Hoje, no Brasil, não tem ninguém de barriga cheia. Sofre todo mundo. Alguns mais, outros menos, mas todos estão sofrendo: pelo desemprego; pela inflação; pela falta de programas sociais, mesmo com a ideia do “bolsa fome” do Programa Bolsa Família; com uma saúde péssima no atendimento, pessoas morrendo pela falta de leitos, médicos e remédios. É esse o Brasil que você quer continuar tendo?! É ficando em casa, de braços cruzados, que você acha que vai se resolver tudo, sem cobranças?! Portanto, meu amigo, a rua ainda é o melhor lugar para se protestar, enquanto podemos fazer isso. Pelo menos, vamos gritar e cobrar para melhorar. Em um passado não muito distante, nem isso a gente tinha como ousar fazê-lo. O que ainda importa é o povo nas ruas e, hoje, independentemente da quantidade.

alagoano, os processos descansam eternamente em berço esplêndido. Os direitos não são respeitados pelos dirigentes que perseguem servidores e apadrinham os amigos. Os planos de saúde caminham para vertentes perigosas: nem todos aprovam determinados procedimentos e são campeões de queixas no Procon e na Justiça. Também, de vez em quando, amigos precisam ajudar. Existem pessoas encarregadas de resolver problemas para políticos em vários setores, ou seja, um eleitor precisa fazer determinado exame e o intermediário vai à secretaria procurar os amigos e achar a solução. O normal seria o médico solicitar o exame e o próprio paciente resolver o problema. Mas no Brasil o caminho é outro. Se você trabalhar em casas políticas vai ficar assombrado com tanto jeito, porque cada secretaria tem um “dono” indicado pelo prefeito, governador ou presidente da República. Até transferências de um município ou Estado para outro só são realizadas se o dono da secretaria ou do ministério permitir.

Requerer aposentadoria é outro drama. Pela lei, se você solicita ir para a inatividade, deve ter a resposta em 30 dias, mas, por vezes, não é bem assim. Há processos que duram meses e meses. E o país trilha por caminhos errados onde coisas simples, como uma fila de atendimento, que nem sempre é respeitada. Os transplantes ocorridos nos hospitais deveriam obedecer a determinada ordem, mas, de vez em quando, os “amigos do rei” são atendidos na frente. Irritante é a fila de banco. Aparecem os pagadores profissionais, cheios de carnês, que ou passam na sua frente em conluio com o caixa ou pedem a alguém para pagar por ele. É preciso reclamar ou chamar um policial! Resolver qualquer problema numa repartição pública sem conhecer ninguém é quase impossível. Torna-se necessário ter muita sorte para ser atendido por pessoas responsáveis. A solução está no aprendizado, principalmente, de nossas crianças, para que cresçam respeitando as leis e não virem sabidos demais. De pequenos, em casa, entendam que o jeitinho brasileiro é ilegal.

O jeitinho brasileiro ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

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ivemos num país onde as leis nem sempre são respeitadas e os sabidos, o tempo todo, levam a melhor. Marcar consultas ou exames pelo SUS é uma verdadeira novela. Faz-se necessária a ajuda de um padrinho político. Se um parente adoecer e for preciso ser internado num hospital público, é quase obrigatório ter um amigo na área de saúde ou um político para conseguir a internação. Nas lojas, por lei, deve haver caixas prioritários, mas nem sempre os donos seguem as determinações. Quando vou ao Comércio, cobro a existência de caixas especiais e escuto a resposta: a próxima será a senhora! Passar pelas ruas de Maceió e cidades vizinhas dá pena: o lixo se acumula pelas calçadas, os cachorros rasgam os sacos plásticos e os caminhões não recolhem os

detritos. Na cidade onde moro, foi preciso muita luta para conseguirmos regularidade nas coletas dentro do nosso condomínio. Vagas de estacionamento de automóveis para idosos e deficientes não são respeitadas. Onde chegamos, no aeroporto, em shoppings e nas ruas, há sempre sabidinhos tomando o lugar das prioridades. No trânsito é horrível: motos nos cortam pela direita, motoristas estacionam carros na entrada de garagens, faixas duplas nas estradas são desobedecidas, ônibus escolares param na frente dos prédios e os de turismo param diante dos hotéis, de vez em quando em fila dupla. Não adianta reclamar, pois os motoristas não obedecem. Um fato grave: pessoas licenciadas pelo INSS por doença perigosa trabalham em outros lugares e ainda reclamam do valor do benefício. O seguro-desemprego é usado aleatoriamente. A lei já foi mudada por causa do abuso dos empregados. Se você entra com um processo administrativo em sua empresa ou em outra qualquer, precisa ter um amigo lá dentro ou o documento não andará. No Legislativo


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DOAÇÃO

Lions Maceió Centro ajuda abrigo Santo Antônio

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Lions Clube Maceió Centro realizou uma campanha e entregou ao abrigo Santo Antônio, dirigido pelo frei José, uma série de produtos importantes para o funcionamento da instituição. “Nossa campanha foi um sucesso. Levamos para o abrigo Santo Antônio, dirigido pelo frei José, cem cobertores, cem lençóis de cobrir estampados, cem lençóis de forrar brancos, cem fronhas, cem pares de meia, cem escovas de dente, cem pastas de dente, cem sabonetes, cem barbeadores e dez travesseiros”, disse o presidente do Lions Clube Maceió Centro, eng. Marcelo Daniel de Barros Melo. Os produtos foram entregues no abrigo, no dia 8 deste mês, com a presença de vários companheiros e companheiras leões, tendo sido servido um lanche aos homens internados na instituição, com sanduíches, bolos e refrigerantes. O abrigo tem 75 homens internados.

Doação do Lions beneficiará 75 homens internados no abrigo


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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Galo confiante

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nálise de Mazola Júnior sobre o CRB na Série B: “O nosso grupo é muito bom, além de enxuto”. Ainda na observação dele, o time dá confiança à torcida, que deve estar no Rei Pelé neste sábado, quando o time alvirrubro enfrentará o Bragantino. Já na última terça-feira, em São Paulo, o placar foi favorável ao Criciúma.

Franqueza Ainda de Mazola Júnior: “Não vamos sonhar muito alto, mas não podemos também nos contentar com a parte de baixo da tabela”. Ele defende, ainda, a contratação de mais dois ou três jogadores até o fim do prazo para transferências. O Galo fechou o 1º turno em 11º, com 22 pontos.

ASA x Fortaleza Em Arapiraca, torcedores despejam ansiedade quanto ao clássico ASA x Fortaleza neste fim de semana. Após cumprirem suspensão, Didira e Max Carrasco estão de volta. Outro que poderá jogar é Alex Henrique, recuperado de contusão.

Passes errados Vica não recebeu bem o empate (2x2), em Natal, do ASA contra o América, mas ponderou ao reconhecer que uma derrota poderia ter sido pior. A preocupação dele é que não haja repetição de passes errados. Neste sábado, o ASA pega novamente o América, só que em Arapiraca.

Copa São Paulo A Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2016 (47ª edição) gera a expectativa de quais clubes de Alagoas vão participar do campeonato, visto como o mais importante da categoria e que abrirá a temporada do futebol brasileiro. Os jogos acontecerão no período de 2 e 25 de janeiro.

Para inscrição

A mídia considera “surpresa de Dunga” a não convocação do zagueiro Thiago Silva para defender a seleção brasileira nos próximos amistosos. Sua atitude criou divergências, pois Thiago Silva, no momento, é considerado um dos melhores zagueiros do mundo.

Jogos amistosos O Brasil de Dunga fará dois amistosos em Boston, nos Estados Unidos. Um será no dia 5, contra a Costa Rica, e o outro, três dias depois (8), contra um time da casa. São preparativos para as eliminatórias da Copa do Mundo. Gabriel Paulista, zagueiro do Arsenal, e Lucas Lima, revelação do Santos, são novidades a serem testadas.

Chamando a atenção Cássio, goleiro do Corinthians e em excelente forma, começa a ganhar simpatia da impren-sa do Sul, bem como o aval de torcedores, como merecedor de uma chance para defen-der a seleção brasileira.

Quem diria! Lanterna do Brasileiro, o Vasco da Gama venceu o Flamengo no jogo de ida da Copa do Brasil por 1x0. O Palmeiras superou o Cruzeiro por 2x1, em São Paulo. O Atlético Mineiro ficou no empate 1x1 contra o Figueirense, em Minas. Apesar de levar sufoco, o Grêmio venceu o Coritiba por 1x0. O melhor resultado foi o do Santos, que bateu o Corinthians na Vila por 2x0. Lucas Lima (convocado por Dunga para amistosos da Seleção), em noite de gala, deu os passes para Gabriel e Marquinhos Gabriel. O peixe abre boa vantagem para o jogo de volta na quarta-feira.

Primeiro turno

Seleção brasileira

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Copa do Brasil

Os jogadores aptos às inscrições na Copa São Paulo devem estar na faixa etária dos nascidos entre 1996 e 2000. Quanto aos clubes, a exigência é que tenham mais de dois anos de filiação como profissionais e inscritos em associações (também profissionais), além de o ato ser publicado no BID da CRF. O prazo expira dia 23 de setembro.

O Campeonato Brasileiro fechou o primeiro turno, e os 10 melhores classificados na fase foram: 1º, Corinthians; 2º, Atlético Mineiro; 3º, Grêmio; 4º, Palmeiras; 5º, São Paulo; 6º, Fluminense; 7º, Atlético-PR; 8º, Sport; 9º, Chapecoense; e 10º, Ponte Preta.

- MACEIÓ, ALAGOAS - 21 A 27 DE AGOSTO DE 2015 -

Artilheiro de volta

Challenge Maceió

Aloísio Chulapa adiou, mais uma vez, sua aposentadoria. Assinou contrato de três meses com o Grêmio Maringá, da 3ª Divisão paranaense. Ele já fez exames médicos, e a expectativa é estrear, no próximo dia 30, no jogo de abertura de torneio regional. E o adversário é o desconhecido Cambé.

Neste fim de semana, dias 22 e 23, as orlas da Pajuçara e da Jatiúca vão ter provas de ciclismo, natação e corrida. São competições do Challenge Maceió. Daí haver possíveis mudanças no tráfego de veículos em trechos da Pajuçara e Ponta Verde no sentido AL-101 Sul.

40 anos Neste ano, a Federação Alagoana de Judô (Faju) comemora o aniversário de fundação. Dos presentes, a confirmação de Maceió, pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ), como sede do Campeonato Brasileiro de Judô na categoria sênior. O mês do evento será outubro.

Inclusão social A Faju confirma o Brasileiro de Judô em Maceió como proposta de fortalecer a modalidade como “esporte de rendimento” e inclusão social. Tem o apoio da Braskem e da Secretaria Estadual do Esporte para competições em Maceió e Arapiraca. O público é outra boa surpresa.

Nado sincronizado A seleção de nado sincronizado de Alagoas, faixa etária de 11 a 15 anos, estará nesta semana em João Pessoa-PB para participar do Campeonato Brasileiro de Nado Sincronizado Feminino. A professora Erielza Homero é quem treina a equipe.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Para pensar Provérbio holandês: “Um punhado de paciência vale mais do que um monte de cérebros”. A frase é transcrita do livro “O Poder da Paciência,” cujo autor é M.J. Ryan”, oferecendo como proposta “diminuir a pressa e ter mais felicidade, sucesso e paz no seu dia a dia”. É leitura recomendável.

Em defesa da economia

Novo diretório

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O PMDB, na semana passada, inaugurou um diretório em Pão de Açúcar e confirmou, na solenidade, a candidatura do advogado Flávio Almeida da Silva Junior a prefeito do município nas eleições do próximo ano. A oficialização antecipada teve aval do senador Renan Calheiros.

senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em conversas em Brasília, não escondeu o interesse de reaproximar o partido com o Planalto. Renan e Lula conversaram sobre a criação de uma agenda positiva em defesa da economia. E a presidente Dilma Rousseff mostrou interesse em analisar a questão.

Proposta Flávio Almeida, indicado pelo senador Renan Calheiros, foi eleito presidente do diretório do PMDB em Pão de Açúcar. A indicação faz parte de um projeto para fortalecer o partido na região visando às eleições municipais do próximo ano, bem como às de 2018, quando buscará reeleger Renan Filho go-vernador.

Muda o time? O prefeito Rui Palmeira (PSDB), por enquanto, se contenta com sua candidatura à reeleição para a Prefeitura de Maceió. No entanto, segundo conversas, a sua prioridade é para 2018, quando será disputada a eleição para governador de Alagoas.

Muda o discurso? Quanto às eleições municipais de 2016, a opinião da oposição é a de que ainda é muito cedo para definir ações de campanha. Mas, entre líderes de partidos aliados, aparece quem defenda propostas positivas, e não aquele velho discurso repetidos sobre denúncias.

Nota recente “Um conflito em torno das eleições de 2018 está instalado no PSDB e pode ficar mais duro caso José Serra entre na disputa”. Esse comentário foi divulgado na Coluna Rosa dos Ventos (Carta Capital, edição de junho), retratando, ainda, o quadro atual do ninho tucano.

Vaidade feminina Em nível mundial, uma pesquisa recente aponta a mulher brasileira como líder no quesito vaidade quanto ao seu visual. A mesma estatística revela que as brasileiras são as que mais frequentam os salões de beleza pelo menos uma vez por semana.

Para análise Policiais que trabalham nas ruas estão, cada vez mais, preocupados em não se ferirem ou serem mortos numa troca de tiros. Outra questão que os preocupa muito é a repressão por parte da sociedade caso algum disparo efetuado por eles venha a atingir algum bandido. É talvez, por isso, que fica difícil controlar a violência Brasil afora.

Delinquência infantil Em Maceió, se existem dados estatísticos sobre a delinquência infantil, a população ignora. Mas, por outro lado, é merecedor de atenção o número elevado de ocorrências divulgadas pela mídia a respeito da criminalidade na capital envolvendo menores. E o que mais assusta as autoridades é que essa incidência se dá na mesma proporção nos grandes centros urbanos.

Protesto Ação da polícia Em Alagoas, as ações da Secretaria de Segurança Pública no Estado são vistas como positivas. E o secretário Alfredo Gaspar de Mendonça, em entrevista, dividiu o mérito dessas ações com o Ministério Público Estadual. Ele atribui essa boa fase ao MPE: “É um grande parceiro!”

Quem acredita?! Segundo informações recentes da mídia, apesar de os representantes do povo no Congresso Nacional se mostrarem preocupados com o atual momento por que passa o Brasil, ninguém leva a sério. Pergunta: “Que disposição terá o eleitor de votar em 2016?”

Abuso de autoridade?! Na última sexta-feira (14), por volta das 07h30, um policial militar “bagunçou” o trânsito no cruzamento da ladeira da Catedral com a Rua João Pessoa (antiga Rua do Sol). A ação, considerada desnecessária, envolveu um veículo oficial que descia a ladeira na contramão. Para testemunhas, o ato considerado abusivo gerou um engarrafamento na Praça D. Pedro II, estendendo-se à Rua do Imperador.

Bocas de lobo A Prefeitura de Maceió recapeia ruas e troca bocas de lobo de ferro antigas pelas de cimento. Só que, em pouco tempo, elas se deterioram facilmente em razão de o material ser pouco resistente por causa do uso contínuo. Isso sem contar que muitas delas não são colocadas no mesmo nível do asfalto, prejudicando os automóveis, podendo provocar acidentes. O ideal era nivelar o asfalto às bocas de lobo. Daí a pergunta: “Quem está querendo enganar quem?!” (Nelson Costa).

Foi estranho o Jornal da Globo, edição do último sábado à noite, não divulgar nada sobre o protesto que aconteceria no dia seguinte. Já em Maceió, pesquisa mostrou que o número de manifestantes nas ruas “pingou” de 7 a 10 mil. Já em São Paulo, Rio e Brasília a presença também ficou abaixo do esperado.


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Bebida com pró-bióticos

Caracóis gigantes africanos

Embrapa Agroindústria de Alimentos procura a validação industrial para começar a produzir bebidas fermentadas de cereais com bactérias pró-bióticas. Os pró-bióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, trazem benefícios à saúde. Os pesquisadores preferiram usar o pó dos cereais diluído em água, que já resulta na bebida final. Após a fermentação, ela pode ser misturada a preparados de frutas com sabores variados, como banana, mamão, maçã.

Há quatro anos foi detectada na Flórida (EUA) uma invasão de caracóis gigantes da África. Ele pode chegar ao tamanho de um tênis, devora centenas de tipos de plantas e pode ser perigoso caso seja ingerido. Desde que foi detectado, já investiram US$ 11 milhões em seu extermínio. Mas, apesar dos esforços, os caracóis gigantes são hermafroditas, e cada um pode produzir 1.200 ovos em um ano. Como se não bastasse, eles podem ser parasita de uma forma rara de meningite que atinge os seres humanos. As pessoas dizem que eles foram introduzidos na Flórida por nativos da Nigéria, que acreditam que beber a baba desses caracóis pode curar certas infecções.

A

Amazônia apodrece

Poluição do ar em Vitória Após quatro meses de investigação, a CPI do Pó Preto, da Câmara de Vereadores de Vitória, afirmou que as empresas Vale e Arcelor Mittal Tubarão são responsáveis pela poluição do ar na região de Ponta de Tubarão. As empresas foram responsabilizadas pelas lesões corporais e até pelos óbitos sofridos pela população. Segundo o relatório divulgado, a população sofre há anos com o enorme desconforto causado pela produção siderúrgica e mineradora. Os vereadores cobram o indiciamento das empresas Arcelor Mittal e Vale por prática de crimes ambientais contra a saúde humana, além dos crimes de “perigo para a vida ou saúde de outrem”, lesão corporal e homicídio.

Construída na divisa entre o Mato Grosso e o Pará, na Floresta Amazônica, a hidrelétrica de Teles Pires deve começar a gerar energia com árvores apodrecendo dentro do seu reservatório. O apodrecimento dessa vegetação que deveria ter sido vendida legalmente, diminuindo a demanda pela derrubada de mais árvores, deve levar à morte de peixes e ao aumento da emissão do gás metano. Impacto desastroso para um empreendimento que se apresenta como “fonte de energia limpa, renovável e ambientalmente correta.”

Seis toneladas de lixo do Tietê A Prefeitura de Salto (a 101 km de SP) realizou esta semana, pelo segundo ano consecutivo, um mutirão para retirar lixo do leito do rio Tietê, que corta a cidade paulistana. Dessa vez, foram retiradas mais de seis toneladas de sujeira do rio em nove dias de trabalho. Os voluntários retiraram um grande volume de garrafas PET, madeiras de árvores, materiais de construção e isopor. Além de roupas especiais de proteção, tiveram que usar cordas e roldanas para que os sacos plásticos cheios de lixo fossem retirados.

Geleiras De acordo com um estudo publicado pela revista científica Journal of Glaciology, o derretimento das geleiras alcançou um nível histórico e continuará mesmo se o aquecimento global for pausado. As geleiras estão derretendo em média de meio a um metro de espessura a cada ano, que é de duas a três vezes mais que a média registrada no século 20. Segundo imagens de satélite, o fenômeno afeta dezenas de milhares de geleiras ao redor do mundo. Um fenômeno sem precedentes de acordo com o estudo.

Plano visionário de Obama O presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou

que pretende reduzir em 32% a emissão de carbono das centrais termoelétricas até 2030. O chamado “Plano Energia Limpa” propõe um cronograma de ações para minimizar o impacto do aquecimento global no mundo. Obama disse que as termoelétricas são responsáveis por um terço da contaminação total por carbono em território norte-americano, e que, por isso, a decisão é considerada uma das mais importantes tomadas até agora pelo país.

Mais cedo do que se acreditava A atividade agrícola pode ter iniciado há 23 mil anos, milhares de anos antes do que se pensava, de acordo com um novo estudo. Os pesquisadores descobriram um grande número de sementes em um sítio arqueológico que fica às margens do Mar da Galileia, onde viveram caçadores coletores. Muitas das sementes tinham marcas, que diferenciam as espécies cultivadas das silvestres. Foram os primeiros experimentos de cultivo realizados. Esses testes são parte de um processo de aprendizado dos nossos ancestrais.


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SERVIÇO

Nova regra tenta oficializar o mercado das “cinquentinhas” Detrans passarão a cuidar dos emplacamentos; em 2014, Brasil importou 135 mil e produziu 32 mil, mas só emplacou 17 mil G1 – SÃO PAULO

S

abidamente enorme, mas pouco claro nas estatísticas, o mercado das “cinquentinhas” poderá se tornar mais organizado. No final do mês passado, o Departamento Nacional de Trânsito (o Denatran) determinou que as motos de 50 cilindradas, também chamadas de ciclomotores, deverão ser emplacadas pelos Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito), como ocorre com os demais veículos. Até então, essa tarefa era dos municípios. A mudança foi pedida pelas prefeituras, que alegaram não ter condições de arcar com o processo. A consequência é que, apesar de o Código de Trânsito obrigar que os ciclomotores sejam licenciados, muitas “cinquentinhas” circulam sem placa. A nova legislação prevê, ainda, que os ciclomotores novos devem sair das lojas já emplacados. Quanto aos usados, cada Estado definirá uma data de exigência. MERCADO OBSCURO De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motos (Abraciclo), 135.416 unidades de modelos até 50 cc foram importadas ao Brasil e mais 32.032 foram produzidas pelas integrantes da entida-

de. Desse total de quase 170 mil unidades, apenas 17.011 foram emplacadas, conforme dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Como a maior parte das “cinquentinhas” é vendida por marcas que não fazem parte da Abraciclo, como a Shineray, uma das principais vendedoras de ciclomotores no país, não é possível definir o total de unidades desses modelos vendidas no ano passado. O G1 questionou a marca de origem chinesa sobre suas vendas, mas os dados não foram divulgados. Para mostrar como o mercado de ciclomotor é grande, o maior segmento de todos, os das motos urbanas de 125 cc a 300 cc, chegou a 670 mil unidades em 2014. Assim, com a efetivação dos emplacamentos, os registros poderão mostrar a realidade do setor. “O Nordeste é a principal região para os ciclomotores e onde aparecem os principais problemas. Havia dificuldades deste processo estar associado aos municípios: muitos não tinham o aparato para o emplacamento”, explica Marcos Traad, diretor-presidente da Associação Nacional dos Detrans (AND). Veja abaixo perguntas e respostas sobre o emplacamento das “cinquentinhas”. 1) Como será o emplaca-

Denatran decide regularizar o mercado das motos “cinquentinhas”

mento e quanto custa?

De acordo com o Denatran, o registro dos ciclomotores incluem as taxas de IPVA, Licenciamento e o Seguro Obrigatório (DPVAT), com os valores sendo estipulados pelos Detrans. A documentação exigida também para o emplacamento e o prazo também ficam a cargo dos órgãos executivos de trânsito de cada Estado.

“Os valores são definidos por cada Estado”, explica Marcos Traad. O preço do DPVAT é o mesmo para motos, fixado em R$ 292,01 para o ano de 2015. A nova legislação prevê que os ciclomotores novos devem sair das lojas já emplacados. Quanto aos usados, cada Estado está trabalhando com uma data de exigência. “Vai depender da conduta de cada Estado. É viável que se dê um prazo para que o cidadão possa regularizar a situação”, ex-

plica Traad. Em Pernambuco, onde fica a sede da Shineray, foi dado um prazo de 90 dias para quem comprou os ciclomotores até 31 de julho. Entre os documentos exigidos para o emplacamento, está a nota fiscal do ciclomotor. 2) Capacete é obrigatório? Não houve mudança quanto ao uso do capacete em ciclomotores. Como ocorre com as motos, é obrigatório que o condutor e o passageiro estejam com capacetes de segurança com viseira ou óculos de proteção. A multa por rodar em ciclomotor ou qualquer moto sem capacete é gravíssima e o usuário terá o direito de dirigir suspenso, além do recolhimento de sua habilitação. 3) Precisa ter a CNH? Para rodar com os ciclomotores é obrigatório ter a Car-

teira Nacional de Habilitação (CNH) do tipo A, a mesma necessária para motos, ou a habilitação do tipo ACC, específica para rodar com ciclomotores.

4) Onde pode rodar? De acordo com o CTB, os ciclomotores não podem rodar em qualquer tipo de local. O artigo 57 especifica que “devem ser conduzidos pela direita da pista de rolamento, preferencialmente no centro da faixa mais à direita ou no bordo direito da pista sempre que não houver acostamento ou faixa própria a eles destinada, proibida a sua circulação nas vias de trânsito rápido e sobre as calçadas das vias urbanas”. Com esta regra, o ciclomotor fica impedido de rodar entre as faixas de trânsito, no chamado corredor, ao contrário das motos. “A restrição fica mantida para os ciclomotores, uma vez que, em função de suas limitações de velocidade e de estrutura, poderiam estar expostos a maior risco de acidente nessas situações”, disse o veto na época.

FISCALIZAÇÃO DEVE AUMENTAR “Será um avanço para a segurança no trânsito. Como rodavam sem placa, ficava complicado fiscalizar a falta de capacete e habilitação, além das transgressões no trânsito”, diz Traad, diretor -presidente da AND. Em Alagoas, houve protesto. A Associação dos Condutores de Ciclomotores (ACCA) pede preços proporcionais ao valor do veículo, e que a medida não seja retroativa. “É preciso que parem as apreensões das cinquentinhas até que tenha um prazo para adequação, tanto para a gente quanto para o Detran, porque um dia desses chegaram 50 pessoas lá para emplacar e elas enlouqueceram. Queremos que liberem os veículos até que possamos nos regularizar”, diz o vice-presidente Wilson de Oliveira.


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Dados incongruentes

A

importância da manutenção e suas despesas não é tão valorada quando se vai comprar um carro novo. À medida que o veículo roda, esses custos sobem. Donos de modelos mais velhos tendem a negligenciar os gastos com oficina, até por limitações financeiras. Daí a importância da ITV (Inspeção Técnica Veicular) para a segurança do trânsito, obrigatória há mais de 15 anos. Apenas o Estado do Rio de Janeiro implantou um arremedo de ITV, malfeita e mal controlada. Acham que é melhor que nada... Comparar custos de manutenção entre mais de 400 modelos (sem contar as versões) de 50 marcas disponíveis no mercado brasileiro é tarefa difícil e ingrata. Mas o Cesvi (Centro de Experimentação Viária) se voluntariou a criar o seu IMV (Índice de Manuten-

pitstop

ção Veicular). Para tanto, incluiu itens de manutenção periódica – óleo, fluidos e filtros – e de manutenção preventiva – embreagem, amortecedores, velas, cabos, elementos de freios, pneus, palhetas e correias. Os conceitos estão certos por evitarem a bem mais cara manutenção corretiva. Se negligenciadas, podem se tornar ameaça à segurança de todos. Estabeleceu, ainda, parâmetros adequados como os primeiros 100.000 quilômetros e levantou valores médios de mão de obra em concessionárias de dez marcas por todo o Brasil. Quando não conseguiu o tempo-padrão de reparo, considerou 100 horas de manutenção naquela quilometragem, e aí pode ter surgido a primeira distorção. O índice varia de 10 (até R$ 5.000 de gastos totais em 100.000 quilômetros) a 60 (mais de R$

RODA VIVA 29.500) e contempla 86 modelos mais vendidos pelo (discutível) critério Fenabrave. O grande problema do IMV é desconsiderar que manutenção leva em conta também tempo, independentemente da quilometragem rodada, para itens como óleo do motor e fluido de freio. Outro equívoco do Cesvi foi estabelecer a média de 20.000 quilômetros por ano para seus cálculos. Consultadas pela Coluna, Chevrolet, Fiat e Ford (Volkswagen não respondeu) informaram que a média anual registrada é de cerca de 12.000 km. Os fabricantes estabelecem prazo de um ano para troca de óleo do motor, mas fazem ressalvas de quilometragem-limite e tipo de tráfego. VW é a única que obriga a troca semestral de óleo do motor. Ford tinha essa política estranha, mas mudou agora apenas para os primeiros seis meses – que pretende eliminar

– e depois anual. Em alguns países já se adotou a troca de óleo bienal, favorável ao meio ambiente. A tabela publicada pelo Cesvi traz outras distorções. Desconsidera, por exemplo, o dobro do número de vezes que um cliente VW tem que ir à oficina para troca de óleo rotineira, o que traz custos indiretos de tempo e deslocamentos. Os modelos mais bem classificados, nota 20, foram: Gol e Voyage 1,0 L, Celta 1,0 L; Uno e Forino (ambos 1,4 L); Etios hatch e sedã (1,5 L). Uno de 1,0 L, mais vendido que o 1,4 L, nem está na lista. Enquanto Sandero 1,0 e 1,6 L aparecem com nota 25, o Logan traz os mesmos motores e alcança índices melhores, 23 e 24, respectivamente. O Cesvi é uma entidade séria, mas poderia estudar melhor os critérios, rever cálculos e aprimorar a divulgação para evitar dados incongruentes.

Subaru vai dobrar as vendas este ano

Principal lançamento do ano da marca japonesa, o WRX chega por R$ 147,9 mil

M

esmo com o mercado em baixa, a Subaru está animada com uma possível recupe-ração no segundo semestre do ano que vem. “Sou otimista e acredito que o Brasil vai retomar o crescimento em meados do ano que vem. O problema é muito mais político do que econômico, por isso uma recuperação vai depender de ações do governo”, disse Flavio Padovan, presidente da Subaru no Brasil. A empresa foi relançada no Brasil no ano passado, buscando uma reestruturação da marca, investindo em quatros pilares: equipe direcio-

nada só para a Subaru, renovação da linha e novos carros no mercado, investimentos para popularização da marca e investimentos na rede de concessionárias. Mesmo com esse movimento sendo feito em um momento complicado, os resultados estão aparecendo: no primeiro semestre de 2014, a Subaru vendeu 400 carros; este ano, as vendas chegaram a 757 unidades de janeiro a junho. A Subaru tem a expectativa de fechar 2015 com 2.200 carros vendidos, ou seja: aumento de quase 100% em relação a 2014. Para

conquistar essa marca, a montadora trouxe a nova geração WRX em duas versões: WRX e WRX STI. O WRX tem motor 2.0 boxer de 270 cavalos, com transmissão automática CVT que simula oito marchas. Já o WRX STI tem motor boxer 2.5 de 310 cavalos, câmbio manual de seis marchas e acelera de 0 a 100 km\h em apenas 5,2 segundos. “O Subaru é feito para quem gosta de carro”, disse Flavio Padovan, fazendo referência ao forte poder dos motores. De fato, se depender do potente motor, ele vai fazer sucesso. Aceler-

amos a máquina na pista Ca-puava, no interior paulista durante a apresentação do produto para a empresa. Desde a versão de entrada, o carro traz: ar-condicionado de zona dupla, direção elétrica, kit multimídia com tela sensível ao toque de seis polegadas, três opções de condução, controle de estabilidade, volante multifuncional, bancos de couro. Confira o preço de cada versão: WRX – R$ 147,9 mil WRX STI – R$ 194,9 mil

PREVISÕES de economistas na pesquisa Focus, do Banco Central, indicam queda de 2% do PIB brasileiro em 2015. Indústria automobilística, por sua extensa cadeia, representa 5% do PIB. Queda de produção (inclui exportações) e de vendas será em torno de 20% este ano. Ou seja, um ponto percentual do recuo da economia, em termos nominais, virá dos veículos. DEFINIDOS os preços do Jaguar XE, sedã médio-grande inglês para atuar na faixa mais disputada de modelos de alta gama (A4, Classe C e Série 3, em especial). Começa em R$ 169.900 (2 litros turbo/240 cv) e vai a R$ 299.000 (3 litros V-6 compressor/340 cv). Meta de 600 unidades nos primeiros 12 meses, com plano especial de financiamento nas 33 concessionárias. TANTO na versão de topo Titanium (2 litros/178 cv), quanto na de entrada (1,6 litro/135 cv), o Focus hatch 2016 mantém qualidades dinâmicas ainda melhores que antes. Em avaliação no cotidiano, motor de menor potência com câmbio manual dá conta do recado. No mais potente, câmbio automatizado (6 marchas) podia ter trocas mais rápidas. O carro é bem silencioso. BMW superou objetivos com o evento itinerante Ultimate Experience. Só em São Paulo, mais de 750 testes de direção com 12 modelos. A linha M, de alto desempenho, representa aqui 4% das vendas totais contra 2% da média mundial. Mais impressionante é o M4 Coupé: 431 cv, 56 kgfm, 0 a 100 km/h em 4,1 s. Joerg Bartels, especialista da divisão, veio ao Brasil. EMPRESA de energia da Califórnia está pagando US$ 1.000 a cada um de 100 proprietários selecionados do elétrico BMW i3 para participar de um programa de 18 meses de “reeducação”. Única condição: licença para avisar que a recarga das baterias seja evitada em horários de pico. Nos EUA já há preocupação com eventuais problemas de início de noite. Mau sinal...


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ARTIGO

Assim também é “DILMAIS !!!...” JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS

jalm22@ig.com.br

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u fico “p.....da vida” quando uns gaiatos que se dizem democratas começam a vomitar asneiras ao dizerem que o Brasil é uma democracia e que, por isso, não devemos tirar a presidência da sra. Dilma, como estão querendo. Se o que estamos vendo e ouvindo é democracia, eu prefiro a ditadura, pois ela tem a grande vantagem de ter poucos ladrões em torno do ditador. Se democracia é isso que dizem, onde a mentira campeia, onde a Saúde, a Educação e a Segurança Pública são tratadas por um bando de as-

saltantes sem vergonha, eu prefiro viver numa ditadura ferrenha. Se a democracia é essa que estamos vivendo, eu prefiro estar vendo os nossos ladrões de galinha, do que os empresários e políticos ladrões da nossa Petrobras. Estão dizendo por aí que o Brasil vive num período de tranquilidade e que a sra. Dilma não merece ser impedida de governar esta nação, já comandada por vários “Ali Babás”. Ora, que democracia é essa, que ficamos expostos aos assaltantes dos cofres públicos e que temos que aceitar a sra. Dilma como uma presidente do Conselho Administrativo da Petrobras, totalmente omissa e sem saber o que fizeram com a refinaria que deu um prejuízo de mais de US$ 2 bilhões para a Petrobras e, consequentemente, ao Brasil. Eu não concordo com a democracia que

dizem existir no Brasil e não concordo com o que nos envergonha perante o mundo inteiro. Se os famosos juristas brasileiros acham que a sra. Dilma não merece ser impedida de presidir esta nação, é porque eles estão querendo comer nas mesmas gamelas, onde os porcos se lambuzam. Depois do que vem acontecendo no Brasil, tendo os amiguinhos da sra. Dilma assumindo com ela o governo, só nos restaria impedi-la de governar, mesmo que seja necessária o uso da força. Se democracia é poder roubar livremente, como vem acontecendo no governo do PT, da sra. Dilma e sob às órdens do sr. Lula, melhor seria se escolhêssemos um dos ditadores africanos para presidir nossos destinos. Depois da grande roubalheira que aconteceu e que vai continuar acontecendo, só nos resta apelar

para que as forças militares digam que já chega de tantos desmandos, de tanta incompetência, de tantas safadezas e de tantas zombarias para com o povo brasileiro. De uma coisa já ficamos sabendo. É que o brasileiro gosta mesmo é de vestir uma camisa amarela com as cores do Brasil e sair desfilando em passeatas, para, depois, tomar uma caipirinha com os amiguinhos. Para muitos, ser patriota é dizer “Fora, Dilma!” e tudo ficará resolvido. Depois de tudo que já aconteceu, é necessário que o povo diga à sra. Dilma que “assim também é DILMAIS!!...” Em tempo – Eu não sabia que existissem pessoas importantes como meus leitores, como são o ex-deputado Alcides Falcão, o sr. Valdeci Gerônimo dos Santos e o dr. Humberto Correia. Que bom!!!!


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Abate clandestino no Sertão

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m meio a denúncias sobre a qualidade da carne que estaria sendo comercializada em Pão de Açúcar por alguns marchantes que estariam fazendo abates clandestinos de gado bovino e, com isso, vendendo carne de animais doentes, colocando em risco a saúde dos consumidores, o prefeito Jorge Dantas convocou assessores e órgãos municipais responsáveis pelo controle e fiscalização do produto para tratar do assunto, a exemplo da Secretaria Municipal de Agricultura, da Vigilância Sanitária Municipal e, ainda, dos marchantes dos municípios de Pão de Açúcar e Batalha.

Promotora Para essa reunião, realizada no Auditório João Lisboa, foi convidada a promotora de Justiça Martha Bueno, representante do Ministério Público Estadual da Comarca de Pão de Açúcar. Aproximadamente, 25 marchantes se fizeram presentes à reunião para ouvir as orientações e medidas tomadas conjuntamente pela prefeitura e Ministério Público, com o objetivo de evitar que aconteçam abates clandestinos e a venda de carne de animais doentes à população.

Medidas adotadas Os animais bovinos terão que ser abatidos no matadouro municipal de Arapiraca. A partir de agora, os animais vão receber inspeção de um veterinário, antes e depois do abate; no açougue público de Pão de Açúcar só será comercializada a carne que tiver o carimbo do matadouro de Arapiraca. Ao final da feira, caso sobre carne fresca, esta será armazenada em refrigerador, no próprio açougue, para ser comercializada nos dias seguintes. Inclusive, a carne de sol, devidamente inspecionada, terá que ser salgada dentro do açougue de Pão de Açúcar e armazenada em refrigerador para comercialização nos dias seguintes.

Última homenagem A Câmara Municipal de Arapiraca aprovou, durante sessão realizada na última terça-feira, 18, Voto de Pesar, de autoria de todos os vereadores, pela morte, na madrugada de segunda-feira, em Barretos, São Paulo, de Paulo Sérgio Melo, 42, conhecido por Paulinho. Ele trabalhou com diversos políticos interioranos; dentre eles, o deputado estadual Jairzinho Lira.

Simples e humilde Para os vereadores Aurélia Fernandes, professora Graça, Adalberto Saturnino e Márcio Marques, Paulinho, que sempre trabalhou com políticos, deixa um legado de simplicidade e honradez e responsabilidade como profissional. Paulinho, que também trabalhou com o atual prefeito de Feira Grande, Almir Veridiano, foi coordenador político em várias campanhas em Arapiraca e outras cidades do Agreste.

Firmou parceria A Secretaria de Estado da Saúde firmou parceria para a Política de Controle de Bebidas Alcoólicas. A iniciativa é da Secretaria de Prevenção Social à Violência e visa fiscalizar a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, além de promover a educação e prevenção em saúde em ações conjuntas entre as pastas.

Psiquiatra A reunião para firmar esse trabalho conjunto aconteceu no último dia 18, no gabinete da Sesau. “Sou psiquiatra e tenho um conhecimento muito próximo do mal que o alcoolismo e outras dependências podem provocar nas pessoas”, disse a secretária -ajunta da Sesau, Rosimeire Rodrigues, alertando sobre as consequências nefastas da dependência do álcool. Para a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Cristina Rocha, a prevenção é importante. “O Programa Saúde na Escola, a Promoção da Cultura da Paz e a Prevenção da Violência nas Escolas são alguns dos programas da Saúde que podem contribuir, junto com as famílias e escolas, com a prevenção”, esclareceu.

Vai continuar O técnico Vica, do ASA, negou, em entrevista à imprensa, na última quarta-feira, que tenha sido convidado para comandar o CSA, como chegou a ser noticiado em parte da imprensa da capital. O treinador disse que todos os clubes sabem que ele tem compromisso com o time de Arapiraca e que vai continuar trabalhando. Ele falou, também, das dificuldades que terá para superar o líder da Série C, o Fortaleza, no próximo sábado.

Foi sepultado O sargento da Polícia Militar de Alagoas José Almir Albuquerque Torres, que morreu em um acidente na última terça, foi sepultado em Maceió. Um atraso no voo acabou afetando a chegada de seu corpo à capital.

Estão investigando A Polícia Civil começou a investigar um caso de latrocínio, registrado na noite do último dia 18, em Arapiraca. O empresário Manoel Messias dos Santos, de 42 anos, foi morto a tiros, na Rua Campo Alegre, próximo ao número 308, no Bairro Planalto. A vítima estava em uma moto, com a esposa, quando foi abordada por dois elementos, que anunciaram o assalto. Manoel entregou o celular, mas foi alvejado quando tentava tirar o capacete.

PELO INTERIOR ... Uma carreta tombou na BR-101, na madrugada da última terça para quarta-feira, próximo ao município de Jequiá da Praia. ... O motorista ficou ferido e foi socorrido por uma equipa do Serviço de Atendimento Médico de Urgência, o Samu. ... O veículo carregava uma carga de frios e seguia em direção à região Sul do País, mas o condutor perdeu o controle e saiu da pista. ... O Plano Municipal de Saneamento Básico de Arapiraca gerou discussões na sessão da última terça-feira na Câmara de Vereadores. ... Foi aprovado um requerimento para que secretários e representantes da empresa Mais Ambiental compareçam ao Legislativo para falar sobre o tema, já que, segundo os parlamentares, ninguém foi ouvido sobre o assunto. ... A autora do requerimento, a vereadora Gilvânia Barros (PMDB), ressaltou a importância de que, antes de a prefeitura realizar uma audiência pública, é preciso que os vereadores conheçam o projeto. ... O governador Renan Filho se reuniu com o ministro do Turismo, Henrique Alves, em Brasília. Na pauta, a duplicação da rodovia que liga Barra de São Miguel ao município de São Miguel dos Campos, no entroncamento com a BR-101.

... A obra compreende 18 km de extensão. Parte do recurso já disponível para a execução dela é do Ministério do Turismo. ... A unidade móvel do Hemocentro Regional de Arapiraca, o Hemoar, iniciou, dia 18, um trabalho de coleta de sangue na Praça Deputado Marques da Silva. ... O ônibus recebeu reforma, incluindo nova pintura, plotagem e melhorias, para oferecer mais conforto aos doadores e condições de trabalho aos profissionais de Saúde. ... A unidade móvel ficou no Centro entre as 8h e as 16h. ... Um ótimo final de semana para os leitores da coluna, com muita paz e saúde. Até a próxima edição. Fui!!!


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

NO PAÍSdasALAGOAS TEMÓTEO CORREIA - Ex-deputado estadual

Impopular Nos três casos, o governo foi obrigado a tomar medidas impopulares, como elevação dos juros, corte de gastos e mais impostos. Lula e Dilma investiram nos programas sociais, conseguindo reduzir a miséria, mas incentivando o consumo e continuando com os gastos, mais as contas do Tesouro Nacional, impulsionando a alta dos preços ao consumidor. O resultado é a volta da inflação, o endividamento, a queda da produção e o desemprego: pura recessão!

Convivendo com a inflação

I

ndiscutivelmente, o Brasil vive mais uma recessão econômica: queda na produção, desemprego e inflação crescendo. Um filme que já vivenciamos em várias oportunidades, principalmente os que já passaram dos 50 anos, são assalariados ou patrões. O governo sempre teve uma armadilha: aumentar impostos para atacar os dois: produtor e consumidor, enquanto gasta mais do que arrecada. O que fazer?! Primeiro, economizar ao máximo, vivendo de acordo com o que ganha. Se tem dívidas que cresce a cada mês, em função dos altos juros e multas, procure negociar com o credor, reduzir ou mesmo dispensar tudo e pagar com um bom desconto, prometendo nunca mais se endividar. Se trabalha numa empresa privada, procurar produzir ao máximo, sem necessariamente “bajular” o patrão, mas mostrar seu talento e esforço, para segurar o emprego. O mercado de trabalho é muito competitivo.

Lembrando as crises Desde a redemocratização, ocorreram três crises sucessivas bem piores do que a atual, que pode ser mais prolongada caso o governo não tome medidas drásticas para conter seus gastos. Na década de 1980, Sarney adotou três planos de congelamento de preços e salários para conter a inflação, e não conseguiu. Na Era Collor, a inflação chegou a estratosféricos 1.119% em apenas um ano (1992). Era, obviamente, uma hiperinflação. FHC dependia dos dólares do FMI para fechar suas contas, e Dilma enfrenta, além da infração crescendo, o desemprego.

Tecnologia Em 1983, o Prêmio Nobel de Economia, americano Wassily Oeontief, fez uma previsão considerada chocante: as máquinas substituiriam o trabalho humano, como o trator substituiu o cavalo. Realíssimo! Hoje, o mundo está com mais de 200 milhões de desempregados (igual à população total do Brasil), restando pouca dúvida de que a tecnologia está revolucionando o mercado global de trabalho.

Orçamento Já estamos nos aproximando do último trimestre do ano. A inflação pode chegar aos dois dígitos (10%), o que não ocorria há muitos anos. Sinal de que estão ocorrendo aumentos cons-tantes de preços, queda na produção e dólar em alta, diante do real, que se desvaloriza, beneficiando apenas o exportador. Siga o seu orçamento doméstico, priorizando o corte nos gastos, mudando seus hábitos de consumo. Pesquise sempre antes de comprar. É a dica principal para quem quer sobreviver a quaisquer crises.

Um discurso emocionado

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eputado estadual Israel Pereira, durante sua passagem pela Assembleia Legislativa de Alagoas, costumava, em seus discursos, abusar do vernáculo com palavras eloquentes. Num linguajar não coloquial e erudito, sempre citava: - Estarei com o povo aqui, ali, algures e alhures. O deputado Gervásio Raimundo, um grande proprietário de terras, andava meio preocupado com as ações do MST no Estado. Gervásio era um homem de muita astúcia e sabedoria, porém de parcos recursos vernaculares.. Certo dia, decidiu ir à tribuna. O assunto era o MST. No auge do discurso, disparou: - Enfrentarei esse tal de MST aqui, ali, alhures e telhures. O jornalista Arnaldo Ferreira (da Rede Band) o indagou: - O que quer dizer telhures, deputado?! - Olha, Arnaldo, telhures é lá no alto, nas telhas ou lá na baixa da égua, como você quiser. Gervásio estava bastante emocionado.


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CRÔNICA

As melhores pessoas FERNANDO TENÓRIO* fernandoatn@hotmail.com

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uas mulheres entram numa das maiores confeitarias de Maceió. A beleza da loira era estonteante. O pedaço de bolo logo foi esquecido, e os olhos ficaram devotados somente para ela. A outra mulher, de cabelos brancos e colar dourado, perguntou: – E namorado, minha filha?! Você está há quase um ano solteira. Mulher bonita troca de namorado, mas não fica solteira. – Vovó, a fase não está boa mesmo. Estou andando nas melhores festas, naquelas das melhores pessoas. Festa só vale a pena se o ingresso custar acima de duzentos reais. O encanto foi sepultado com apenas poucas palavras. Terminei meu bolo rapidamente e voltei para casa pensando nas “melhores pessoas” e no que elas fazem. As melhores pessoas ajeitam seus ventiladores na calçada, andam com pouca roupa pela rua e cuidam das plantas ao fim do dia. Quando caminham pela orla, não olham com inveja para os prédios luxuosos e palacetes alheios, preferindo agradecer pela leve brisa que as acalenta. As melhores pessoas sentem dor de dente aos domingos e, mesmo assim, levam os netos

para tomar sorvete. Assistem a um filme que em nada lhes apetece, só para desfrutarem da companhia de alguém especial. Chupam manga com leite só para desafiar as leis dos homens, que prometem a morte por tal combinação. Sentam-se nas cadeiras na calçada, apanhando o sereno da noite e contemplam a lua nova. As melhoras pessoas escondem suas hérnias umbilicais, bem como as frieiras e impinges, do mundo, do ser amado. Mas atendem ao desejo quando esse chega com força. O corpo nu, falho e imperfeito é coberto pelo desejo, e nada mais. São desprevenidas e tomam as chuvas de janeiro quando saem sem guardachuva. Levam também banhos de lama dos carros apressados que avançam pela cidade. Vez por outra, esquecem-se de pagar uma conta de gás ou energia, lembrando somente quando os serviços foram suspensos, justamente no dia do jantar prometido para quem se ama. As melhores pessoas não esperam muito do outro; todavia, não se contentam com pouco. Não vivem da migalha do sentimento de outrem. Elas pouco fazem questão de supervalorizar a caridade do dia santo e o pecado da festa pagã. As melhores pessoas vão para igrejas, terreiros, templos ou não têm fé. Podem até andar nos bingos clandestinos, nos cabarés, no ponto do bicho ou nos divãs. As melhores pessoas já brocharam com o ser amado e fizeram sexo louco com alguém que em nada as agrada. Jogaram xícaras na

parede por uma raiva intensa ou engoliram o choro, a palavra, o gozo. As melhores pessoas plantam mamoeiros no quintal, ou até jaqueiras, para que os netos possam comer jaca mole, passados trinta anos. Podem ser preconceituosas, mas conseguem mudar de opinião ao ouvir atentamente o outro. Jogam futebol, apostam dinheiro. As melhores pessoas já pensaram em suicídio, homicídio e no roubo milionário do Banco Central. Pensaram e não fizeram. Elas já traíram ou pensaram em trair. Foram traídas, ou ainda serão. As melhores pessoas suam e embaçam os vidros dos carros enquanto se deliciam com o corpo de alguém. Prometem sexo quando querem sexo e juram amor quando estão querendo amar. Fogem de encontros marcados por saberem que ali corre algum perigo. São humanas. Permanecem com marcas das unhas cravadas na noite anterior. Pensam na noite anterior, no adultério, no amor que nunca há de ser. Entendem que a beleza vem, causa seu estrago, e passa. As melhores pessoas não morrem por amor, mas seguem vivendo por ele. As melhores pessoas morrem por amor, mas continuam vivas, esperando o retorno dele ou a ressurreição. *Médico formado pela Ufal, Fernando Tenório, 26 anos, alagoano de Maribondo, encontra-se fazendo residência em Psiquiatria no Hospital Philippe Pinel, Rio de Janeiro. É autor do livro A Responsabilidade dos Olhos, lançado pela editora Viva em 2014.


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