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ANO XVI - Nº 836 - 28 DE AGOSTO A 03 DE SETEMBRO DE 2015

PRECATÓRIOS

Governo vai mudar lei para atrair novos compradores P/7

Dados falsos levam CNJ a adiar concurso dos cartórios em Alagoas P/6

Rui negocia dívida com fornecedores para não atrasar folha de pessoal P/14

Usinas de João Lyra serão vendidas ou arrendadas P/5

CEAL É IMPEDIDA DE ELEVAR TARIFA ENQUANTO NÃO PAGAR DÍVIDA À ANEEL

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2 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE AGOSTO A 03 DE SETEMBRO DE 2015

COLUNASURURU

Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados (Millôr Fernandes)

DA REDAÇÃO

Ataque ao erário

A

cultura da licitação parece que ainda não sensibilizou alguns órgãos públicos em Alagoas, que insistem na compra de material pelo sistema de Atas de Registro de Preços. Caminho mais curto na prática de surrupiar o erário. No governo tucano, essa prática criminosa gerou escândalos e ações judiciais contra gestores corruptos. Por isso a Procuradoria-Geral do Estado deve estar atenta às novas investidas, que já estão acontecendo.

Sem festa

Sujeira 1

Pouco afeito à diplomacia, Flaubert Torres Filho nem precisou de solenidade para reassumir a Prefeitura de Viçosa, na última terça-feira. Chegou só à sede da prefeitura, sentou-se na cadeira de prefeito e, na primeira canetada, demitiu todos os comissionados.

O que era uma suspeita e folclore entre os moradores de Maceió agora foi confirmado pela Polícia Federal através do delegado André Santos Costa. Ou seja, os maceioenses tomam um verdadeiro banho de fezes. Durante coletiva para im-prensa foi revelado que o trecho da praia entre a Avenida Jatiúca e a antiga Amélia Rosa está impróprio para banho.

Pai herói

Imbróglio jurídico A Cerâmica Portobello e duas outras indústrias do Polo de Marechal Deodoro correm o risco de despejo antes mesmo de sua inauguração, prevista para este ano. As empresas estão sendo implantadas em áreas de litígio, cedidas irregularmente pelo ex-secretário estadual Luís Otávio Gomes, o LOG, que envolveu o Estado num grande imbróglio jurídico.

Arrumação

Encrenca grande Para se ter uma ideia do tamanho da encrenca, só a Portobello - que investiu mais de R$ 200 milhões na nova planta industrial - está impedida de iniciar a produção enquanto o Estado não resolver a pendenga.

Fraude O terreno em litígio tem 200 hectares e pertence a um posseiro legal, reconhecido pela Justiça. Mas o ex-secretário LOG achou que podia passar o trator por cima de tudo e todos e forçou governo tucano a fazer uma desapropriação fraudulenta da área. Uma fraude com aval da Justiça e a conivência do cartório de Marechal.

Arrogância Na época, o posseiro da área até propôs um acordo judicial, que esbarrou na arrogância do secretário Luís Otávio. Hoje, só resta ao atual governo desapropriar o terreno e legalizar as áreas cedidas às indústrias.

Despejo O imbróglio já passou pela mão de vários juízes e desembargadores, e nenhum deles conseguiu desatar o nó jurídico deixado por Luís Otávio Gomes. Ao dono da terra resta o recurso extremo de entrar com ação de despejo contra as novas indústrias.

A trapalhada jurídica caiu agora no birô do desembargador Tutmés Airan, que também não vê saída legal, a não ser a desapropriação da terra, dessa vez como manda a lei. Qualquer outra saída é arrumação, sem sustentação legal.

Sinuca de bico Na situação em que o processo chegou, se o governo atual fizer acordo, não tem como pagar legalmente a indenização. Além de se constituir em ato de improbidade, estaria reconhecendo o esbulho.

Posse legal Vale registrar que a área em litígio pertenceu à falida Codeal e foi parar na CARHP, órgão estadual que administra o patrimônio das autarquias e empresas estatais que quebraram nos últimos 20 anos. Em ação de usucapião, a CARHP desistiu do processo e abriu caminho para o posseiro legalizar a posse da terra, mansa e pacífica, sem contestação.

O boiadeiro Delson Sampaio, da Viçosa, que faturou R$ 2 milhões na quina da Mega-Sena, vai dividir o prêmio com seus 22 filhos. Mas a filharada só verá a cor do di-nheiro quando cumprir a promessa feita pelo pai: subir, de joelhos, os 125 degraus da estátua de Padre Cícero. E pagar o dízimo de Padim Ciço do Juazeiro.

Impunidade Dos 500 parlamentares investigados desde 1988, só 16 foram condenados pelo STF. Apenas metade dos condenados cumpriu ou cumpre pena. Cinco escaparam da punição porque seus crimes prescreveram. Dados são da Revista Congresso em Foco, mostrando como a lentidão da Justiça favorece a impunidade de políticos.

Sonhador O deputado federal Cícero Almeida almeja o apoio do senador Renan Calheiros (PMDB) para disputar a Prefeitura de Maceió. Sem a bênção do presidente do Senado, Cícero não vai colocar sua cabeça para fora. Será que esse sonho se tornará realidade?!

Sujeira 2 O IMA pode ser responsabilizado por não informar aos populares a condição para os banhistas. Quem também pode estar na mira da PF são agentes públicos do município de Maceió. Em breve, a PF irá colher o depoimentos de algumas pessoas ligadas à administração municipal.

Novela Até agora, a novela sobre a nomeação do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado não saiu do papel. Há quem diga que existe a possibilidade de uma reviravolta no caso, e um deputado estadual já estaria de olho grande na vaga.

Juntos 1 O deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) começa a sinalizar uma aliança com o prefeito Rui Palmeira em 2016. Lessa já encaminhou algumas emendas para a capital. Parece que a parceria está próxima.

Juntos 2 O vereador Wilson Júnior (PDT) deu sinal verde para aproximação. O parlamentar já declarou nos bastidores que Rui é um bom nome e segue trabalhando de forma dedicada por Maceió.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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Vieira & Gonzalez As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


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JORGEOLIVEIRA arapiraca@yahoo.com

Siga-me: @jorgearapiraca

Temer caiu na armadilha do PT Vitoria - Michel Temer, político experiente, deixa a articulação do governo tarde. Esperou que os petistas desgastassem a sua imagem e, agora, sai arranhado com o seu PMDB em ebulição. Veja: Eduardo Cunha virou adversário ferrenho do Planalto, Renan apresentou uma Agenda Brasil para juntar os cacos da economia e parte do PMDB na Câmara está na dissidência. E, agora, o vice tem a missão de juntar os pedaços do partido para encontrar uma saída que não lhe dificulte, daqui para frente, comandar o PMDB, sem rumo, que atira em várias direções. Michel descobriu que foi manipulado pela cúpula petista que cerca a Dilma. Aloizio Mercadante, o pequeno príncipe da presidente, mostrou-se uma fortaleza dentro do Planalto. Resiste até hoje a todas as pressões políticas para deixar o cargo. O Lula já tentou e não conseguiu apeá-lo do poder. Juntou-se aos peemedebistas, insuflou os partidos de base contra o ministro e até hoje ainda fala do Mercadante pelas costas. Nada disso até o momento adiantou. A Dilma não dispensa os sábios conselhos do seu principal ministro, pelo menos por enquanto. Como faltam pessoas qualificadas dentro do Palácio do Planalto, Dilma prefere ainda o colo de Aloizio Mercadante pela experiência parlamentar. Sabe, por exemplo, que o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, é homem do Lula lá dentro; portanto, não é confiável. Deu-lhe imunidade para não vê-lo preso na Operação Lava Jato. Ele é acusado de usar R$ 8 milhões roubados da Petrobras na campanha dela. Mesmo com toda essa fragilidade, ela fortalece o ex-tesoureiro com dissimulação. Optou por ele para falar sobre as manifestações que levaram milhões de brasileiros às ruas contra o seu governo, mesmo sabendo que Edinho é alvo do juiz Sérgio Moro. Um acinte ao povo brasileiro. Diante de tanta denúncia de corrupção, desarranjos políticos e falta de credibilidade dessa administração, Michel Temer não se negou a ajudar. Entregou-se de corpo e alma na articulação para tentar salvar o governo. Não resistiu aos apelos do Lula, que, na verdade, pretendia mais desarticular o Mercadante, de quem tem ódio por ocupar a principal pasta do governo. Jogou dentro do Congresso toda sua esperteza de ex-presidente da Câmara, de vice-presidente e de presidente do PMDB, mas se frustrou e decepcionou os peemedebistas. Não tinha, do Planalto, nenhum respaldo político nem autorização para mexer nas nomeações do primeiro e segundo escalões. Juntou-se, na verdade, ao time de assessores medíocres do Planalto, que o chamavam jocosamente de chefe de departamento de pessoal. Para Dilma, o desgaste do vice chega no momento certo. Afinal de contas, dividir o desgoverno com Michel minimiza seus males. Mostra para a população que o vice não teria também condições políticas de administrar o país na vacância do cargo, já que não soube exercer com competência nem o cargo de chefe de departamento pessoal. Não à toa, a mídia chapa-branca, por orientação do Planalto, tratou de espalhar a notícia de que Dilma não teria substituto à altura caso fosse impedida de exercer o mandato.

Sucesso Veja que coisa notável: a estratégia petista funcionou tão bem que tirou Michel Temer do sério, um político acostumado a adversidades. E o desfecho ocorreu quando ele veio a público dizer que o país estava sem comando. As palavras do vice foram interpretadas por Dilma como conspiração. E, pela primeira vez, um vice-presidente se submete ao vexame de levar um pito de um presidente, igualando-se aos auxiliares submissos da “chefe”, submetidos diariamente a vergonhosos esporros em público.

E agora?! Agora, praticamente fora da articulação, Michel vai tentar juntar os pedaços do PMDB. Com habilidade, certamente isso ele vai conseguir. Difícil, mesmo, será catar os cacos da reputação que ficaram espalhados por esse Brasil afora.

Enterro Daqui a três anos, o Brasil poderá estar livre do PT, mas, por certo, por mais 20 ainda sofrerá as consequências nefastas dessa administração delinquente, um pesadelo que vai acompanhar o povo brasileiro por muito tempo. Aliás, as agruras já são sentidas agora, quando o país registra o maior nível de desemprego da última década, enquanto assiste a uma presidente trocando palavras e versões desordenadas sobre a economia, como vivesse em outra galáxia. O legado que o Partido dos Trabalhadores vai deixar para a futura geração é triste, vergonhoso e obscuro. Mas, mesmo diante de tanto descalabro, de tanta corrupção e bandalheira generalizada, ainda existem os defensores e as principais empresas públicas do país roubando até o último vintém dos seus cofres.

O rombo Por mais que as investigações se aprofundem, jamais saberemos o tamanho do assalto à Petrobras, praticado por esses grupos de sindicalistas, militantes petistas e empresários inescrupulosos que se organizaram numa quadrilha para saquear os cofres públicos como aves de rapina. Uma parte desse dinheiro ilegal, como informam os delatores da Petrobras e o doleiro Youssef, irrigou as campanhas do Lula e da Dilma. Não adianta a presidente fazer pose de honesta, porque ela se locupletou em benefício próprio da propina dos contratos superfaturados da Petrobras.

Geração Diante de tanta tramoia, o que espera o Brasil da geração pós-PT?! É uma pergunta sem resposta pelo menos por enquanto. Mas uma coisa podemos arriscar: certamente será uma geração menos alienada do que esta que vive dentro da UNE defendendo a quadrilha que continua depenando o patrimônio do país. É triste quando se constata que a UNE, aparelhada pelo PCdB, sai às ruas em defesa dos mensaleiros e dos bandidos que saqueiam o país. A diretoria da entidade, liderada por Carina Vitral, de 26 anos, estudante de Economia, levanta a bandeira da UNE nas ruas de São Paulo para defender a quadrilha que administra o país. O que o Brasil pode esperar dessa geração que esqueceu a ética e a honestidade em troca das benesses do governo? Nada! Apenas que devolva os milhões de reais que recebeu para o projeto de uma nova uma sede nova da entidade que não saiu do papel.

Célula Essa geração, coitada!, não luta por princípios políticos ou por uma causa nobre. Ela virou uma célula contaminada pelo fisiologismo de um governo que compra suas ideias para alienar suas posições políticas e conter a rebeldia própria da juventude. Os jovens que foram às ruas apoiar esse governo estão, na verdade, compactuando com todo esse lamaçal da corrupção. É lamentável! É uma cumplicidade imoral com quem, comprovadamente, está roubando o dinheiro público, deixando o país mais pobre e a sua população desempregada.

Desorientação A desorientação política de alguns desses jovens chegou a tal ponto que Zé Dirceu sentiu o gostinho da solidariedade de alguns deles quando descia do camburão que o conduzia à prisão da Polícia Federal em Curitiba para responder por crimes de corrupção.

Renovação Nas últimas décadas, o Brasil não formou lideranças novas. As que surgiram foram forjadas na cartilha do PT sob a orientação de Luiz Inácio Lula da Silva, que, à frente da presidência, vangloriava-se de ser analfabeto. Alguns jovens até se destacaram na luta estudantil, como Lindberg Farias, o líder dos “caras-pintadas” da era Collor, logo cooptado pelo PT. Não demorou muito para sair das páginas de política dos jornais para as de polícia quando administrou a Prefeitura de Nova Iguaçu. E, como os líderes políticos, aqueles que deram as cartas até agora, já estão na contagem regressiva diante do tempo, é difícil imaginar o que será do Brasil nos próximos dez anos depois da política de terra arrasada do Partido dos Trabalhadores.


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GABRIELMOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Dor de cabeça Embora comece a dar demonstração de que será potencial candidato nas eleições de 2018, o ex-governador Téo Vilela, até lá, terá muitas dores de cabeça, principalmente no processo a que responde na Operação Navalha.

Outro projeto

Um deputado indesejável

Se não tiver o apoio de Renan, não mudar de partido e não sair candidato à Prefeitura de Maceió, Cícero Almeida vai disputar, em 2018, uma cadeira na Assembleia Legislativa. Ele não diz, mas já deu para notar que Brasília não é sua praia.

J

á se foi o tempo em que o deputado Olavo Calheiros era o diferencial na Assembleia Legislativa. Ao ser reeleito, trabalhou bem na articulação política para viabilizar a eleição de Luiz Dantas, mas, daí pra frente, nas posições assumidas, passou de aliado a indesejável. Olavo, conscientemente, tornou-se um crítico da Mesa Diretora. Ele não aceitou a arrumação da importação de servidores para a Assembleia Legislativa, que já tem gente demais, assim como se revoltou com a criação de mais 120 novos cargos para os deputados, numa demonstração de Luiz Dantas de garantir a sua reeleição para a presidência da Casa. No momento, o melhor para a presidência da Assembleia era a saída de Olavo Calheiros. E por que não para o Tribunal de Contas do Estado? Até Luiz Dantas, para se ver livre do antigo aliado que lhe proporcionou cargo de destaque no Legislativo, começa a trabalhar nos bastidores. A indicação de Olavo não causaria nenhum constrangimento a ninguém, muito menos ao seu sobrinho, o gover-nador Renan Filho. Afinal de contas, Otávio Lessa, irmão do então governador Rondo Lessa, foi indicado para o TC, e o conselheiro aposentado Isnaldo Bulhões foi presenteado pelo seu irmão Geraldo Bulhões, também governador na época. Se para a Mesa Diretora da Assembleia é melhor Olavo Calheiros fora, então mãos à obra.

Cartada final O presidente da Assembleia Legislativa, Luiz Dantas, sabe que este será o último mandato como deputado e, por isso mesmo, pretende se reeleger no cargo e trabalhar para emplacar nas próximas eleições o seu filho Paulo. Dantas, que ultimamente não vem muito bem de saúde, se prepara para a última cartada política.

Dependente O governador Renan Filho sabe que a situação econômico-financeira atual é uma das mais sérias que o Brasil já enfrentou e particularmente Alagoas. Anunciando várias obras a serem realizadas em Alagoas, o governador atira com munição do governo federal. Sem recursos oriundos de Brasília, como o início dos trabalhos da duplicação da AL-101 Norte e a extensão da AL-101 Sul até São Miguel dos Campos, Renan não teria nada que anunciar se trabalhasse com recursos próprios.

Corda no pescoço Ninguém pense, muito menos os servidores do Estado, que a situação financeira esteja equilibrada. Se todo o planejamento do governo der certo, a crise pode passar ao lado com pequenas consequências. Se não, a situação complicará de vez e até salários e serviços básicos para a população como saúde, educação e segurança pública ficarão prejudicados.

Mais desemprego Collor e Janot O senador Fernando Collor deve ainda passar maus bocados com a denúncia contra ele feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Collor terá mais alguns dias para contestar as denúncias ao Supremo Tribunal Federal, que ouvirá, ainda, o Ministério Público para, depois, decidir se abre processo criminal ou arquiva o pedido de indiciamento.

Fundo do poço De um prefeito do interior sobre a crise no Brasil: “Se até o governo federal está com dificuldades para pagar salários do funcionalismo, imaginem nós”. Do jeito que vai, os municípios alagoanos chegarão dezembro com folhas de pagamentos atrasadas e com dificuldade para pagar o 13º salário.

Sensação de insegurança Mesmo com a redução do índice de criminalidade, conforme estatística do próprio governo, a sensação de insegurança, ao contrário do que muitos dizem, continua batendo na casa de todos os alagoanos. Basta o povo acessar sites, programas de rádio e televisão, para ver que a coisa ainda anda muita preta.

Medidas preventivas O prefeito Rui Palmeira se antecipou à grave crise e já determinou que todas as secretarias cortassem gastos e cumprissem rigorosamente as metas planejadas. Tudo isso com o objetivo principal de não atrasar os salários dos servidores públicos municipais e dos pensionistas. Recomenda, também, atenção especial à população nos serviços de Saúde e Educação.

Mais cargos comissionados serão cortados pelo governador Renan Filho nessa reestruturação administrativa. Se pelo menos não resolve o problema de caixa do governo, pelo menos dá a demonstração de que está fazendo o dever de casa.

Adeus, Bresser! Com a grave crise econômica que se abateu no Brasil, os antigos servidores da Ceal não devem nutrir muitas esperanças de receber a diferença do famoso Plano Bresser, que há 25 anos rola nos tribunais. O débito da antiga Ceal já é estimado em R$ 1,6 bilhão.

A Portobello vem aí Fábrica de cerâmica das mais conceituadas no país, a Portobello deverá ser inaugurada nos próximos 60 dias. O anúncio foi feito pelo próprio governador, que poderá perder seu aliado de primeira hora, o chefe da Casa Civil, Fábio Farias, que deverá, como representante da empresa no Nordeste, voltar para a iniciativa privada.

Faltam interlocutores 1 Se Fábio Farias der adeus ao Gabinete Civil, Renan Filho terá, com certeza, muitas dificuldades de conseguir um substituto à altura. Farias tem o poder de se dar bem com a situação e a oposição, onde continua sendo um grande interlocutor.

Faltam interlocutores 2 Outro grande auxiliar do governo, o secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, também poderá estar com os dias contados. Alguns amigos confidenciam que ele já deu sua contribuição ao Estado e vai preferir dar mais atenção à sua família.

Esfriou

Recado

Embora as conversas sejam de bastidores, a disputa pela Prefeitura de Maceió, por enquanto, está em banho-maria. Rui Palmeira não fala em reeleição, Cícero Almeida recolheu os trens de aterrissagem e Ronaldo Lessa não quer nem saber disso. Já Paulão, com essa crise no PT, dificilmente se aventurará numa eleição majoritária.

Do senador Benedito de Lira sobre uma aproximação política com o governador Renan Filho, como se chegou a comentar por aí: “Minha aliança é com Alagoas. Outras alianças são apenas frutos da imaginação de muitos”.

Esperando Renan

A situação política em Junqueiro, município da origem do senador Benedito de Lira, é de surpresa. A família Pereira, quem sempre foi aliada de primeira hora do Biu, se aproxima do governador Renan Filho e demonstra até uma parceria política para as próximas eleições. Junqueiro, a exemplo de Teotônio Vilela e outros municípios da região, tem o que tem devido ao trabalho de Lira.

Mesmo disposto a disputar a prefeitura no próximo ano, o deputado Cícero Almeida espera o aval do senador Renan Calheiros. Ele também quer mudar de partido, mas espera abrir uma janela na legislação eleitoral, que pode acontecer nos próximos dias.

Racha em Junqueiro


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MASSA FALIDA

Usinas do grupo João Lyra devem ser arrendadas até dezembro Parte da renda será para quitar os credores, informa juiz JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o Extra

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rês das cinco usinas de cana-de-açúcar que compõem a massa falida do grupo Laginha, de propriedade do empresário e ex-deputado federal João Lyra, estão prestes a serem arrendadas. Já suas vendas podem acontecer no próximo ano. Com os processos de arrendamento e venda avançados, as usinas Vale do Paranaíba e Triácool, localizadas em Capinópolis e Canápolis (MG), respectivamente, serão as primeiras a deixarem de pertencer ao antigo império de Lyra. Em Alagoas, apenas a Usina Uruba, situada na cidade de Atalaia, está apta para a transação. As informações são do juiz Kleber Borba Rocha, responsável pelo processo de falência. “A Usina Uruba é a única que tem condições de funcionar de forma imediata, e estamos estudando as propostas de investidores. Quanto às usinas Guaxuma e Laginha, ambas dependem de

um aporte financeiro muito alto”, destacou. Apesar do andamento do processo, o prazo de conclusão ainda permanece no vácuo. “Nosso objetivo é arrendar as unidades de Minas Gerais e a de Atalaia enquanto se avalia uma viabilidade da alienação de bens. Todas as usinas estão paradas e vendê-las dessa maneira faria com que pagassem o mínimo, o que seria insuficiente para quitar todos os credores. Alguém, então, ficaria sem receber. As vendas das usinas vão acontecer, mas a massa falida precisa de um tempo para aferir as questões pendentes de apreciação”. Sem falar sobre valores do arrendamento, Rocha não descartou a hipótese de que esse dinheiro seja revertido para quitar os débitos com os credores, entre eles, os antigos funcionários de João Lyra. “A massa falida não se refere apenas às cinco usinas. Além do escritório central, há a Mapel, um jatinho, entre outros ativos que podem ser utilizados para o pagamento”,

Unidades do Grupo João Lyra devem ter novos gestores em breve; Uruba está apta para transação

acrescentou o magistrado. Quanto às duas usinas do interior de Minas Gerais, os autos do processo estipulam que podem ser vendidas por, aproximadamente, R$ 500 milhões durante a inoperância. “O arrendamento dessas usinas deve que acontecer até o fim do ano porque é uma medida necessária. O dinheiro servirá como subsídio à massa falida que tem custos para a preservação do patrimônio e segurança armada”. Segundo o vereador de Capinópolis, que encabeça a luta dos direitos dos trabalhadores rurais do município mineiro, Cleidimar Zanotto, as usinas Vale do Tijuco e Vale do Verdão demonstraram interesse em adquirir as unidades paralisadas nas duas cidades. “Um estudo na Usina Vale do Paranaíba apontou que seria necessário um investimento de R$ 5 milhões para recomeçar a funcionar”, informou à reportagem. Conforme publicado na edição passada pelo Extra Alagoas, João Lyra assi-

nou um ofício afirmando que não haverá interposição com relação à tomada de decisão por parte do magistrado. “Não obstante o entendimento diverso ao de Vossa Excelência, não haverá interposição de quaisquer recursos contra a decisão em referência, tendo em vistas a consciência de que, neste momento, importa dar celeridade ao processo falimentar”, disse o usineiro. “Por fim, motivo maior desta manifestação, apresento minha anuência pessoal com a venda de ativos da Laginha Agroindustrial S/A., localizados no Sudeste do País, para fazer frente ao enorme passivo trabalhista da Massa [falida]. Da mesma forma, apresento minha anuência pessoal aos esforços para arrendar as unidades industriais, em Alagoas ou Minas Gerais, com o propósito de manter valorizados os ativos da empresa, bem como possibilitar renda necessária à manutenção da Massa [falida] e pagamentos dos credores”, lavrou Lyra em

documento. Há menos de três meses frente ao processo, o momento, segundo Rocha, é de estudo da problemática da massa falida. “Estou me inteirando de todas as questões. Agora, tem a questão agrária que avulta o processo”, disse. A Usina Guaxuma, atualmente, virou acampamento para um grupo de sem-terra que, agora, reivindica o direito de continuar produzindo dentro da propriedade. Quanto à Usina Uruba, o juiz analisa a proposta de arrendamento da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana). “Tenho procurado conversar com todos os interessados em trilhar um caminho que seja importante para a massa falida e, principalmente, para os credores. Cada passo tem sido bem refletido. Alienar os bens pode ser uma medida, que, à vista de muitos, seria o mais interessante, mas que causará o travamento do processo. Vejo com bons olhos o caminho que vem sido criado”, destacou o juiz.


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NOVELA SEM FIM

Concurso dos cartórios volta à estaca zero TJ admite serem falsos os dados enviados ao CNJ sobre as serventias extrajudiciais de Alagoas VERA ALVES veralvess@gmail.com

E

m mais um capítulo de uma novela que se arrasta há um ano e quatro meses, o concurso dos cartórios em Alagoas depende, agora, de um censo administrativo a ser realizado por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão é do conselheiro Paulo Teixeira e foi motivada pela revelação, pelo Tribunal de Justiça de Alagoas, de que as informações sobre as serventias extrajudiciais do Estado enviadas ao conselho e que alimentam o sistema Justiça Aberta não correspondem à realidade. Potiguar, formado em Direito e professor universitário, Paulo Teixeira é relator do Procedimento de Controle Administrativo (PCA) 0003242-06.2014.2.00.0000 instaurado no ano passado pelo CNJ por requerimento de Djalma Barros de Andrade Neto, através da advogada Fernanda Marinela, que questiona vários itens do edital de realização do concurso divulgado pelo Tribunal de Justiça em abril do ano passado, dentre os quais a lista das serventias extrajudiciais a serem preenchidas. Em sua mais recente decisão, que completa um mês nesta sexta-feira, o relator do PCA encaminha à Corre-

gedoria Nacional de Justiça consulta sobre a possibilidade de designar servidores para auxiliarem a Corregedoria Geral de Justiça (CGJ) de Alagoas a realizar um censo administrativo em todos os cartórios do Estado. A sugestão do censo, aliás, foi da própria CGJ de Alagoas, ao assinalar não serem seguras as informações até agora existentes sobre as serventias extrajudiciais do Estado. A falta de exatidão nas informações sobre os cartórios do Estado foi justamente o que levou o conselheiro Paulo Teixeira a suspender – pela segunda vez – a realização do concurso público, cujas provas deveriam ter sido realizadas no dia 22 de março último. RESPONSABILIDADES Diante da revelação de que informações incorretas acerca das serventias extrajudiciais do Estado foram encaminhadas ao CNJ, o conselheiro Paulo Teixeira quer saber quais são os responsáveis pela irregularidade. Segundo ele, a apuração deverá ser feita pela Corregedoria Geral de Justiça de Alagoas em procedimento à parte do que envolve a realização do concurso público para provimento dos cartórios considerados vagos. O certame vem sendo cobrado pelo colegiado desde 2009 para fazer cum-

prir o artigo 236 da Constituição Federal, que, em seu parágrafo 3º, estabelece que o “ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses”. MAIS PEDRAS NO CAMINHO

Mas o censo administrativo, que deve levar meses para ser concluído, não é a única pedra no caminho dos 3.174 inscritos no concurso público. Há, ainda, o Tribunal de Contas do Estado, que, em abril último, também determinou a suspensão do certame atendendo à representação movida por José Ederaldo dos Santos, um dos candidatos. A decisão em caráter liminar da conselheira Maria Cleide Costa Beserra, referendada em julho último pelo Pleno do TC, questiona a legalidade do contrato firmado entre o TJ e a Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes), vinculada à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), como organizadora do concurso. O que se questiona é a ausência de licitação para o contrato, segundo o qual o TJ pagará à Fundepes R$ 1.289.767,50. Os recursos são

Conselheiro do CNJ, Paulo Teixeira é relator do PCA

oriundos da taxa de inscrição, no valor de R$ 200, paga pelos candidatos. Dos 3.174 inscritos, apenas 24 foram isentos do pagamento da taxa, embora 223 tenham apresentado pedido de isenção. De acordo com o inciso 6.2 do contrato 006/2014 assinado no dia 3 de abril do ano passado pelo então presidente do TJ, desembargador José Carlos Malta Marques, e pelo presidente da Fundepes, Roberto Jorge Vasconcelos dos Santos, a fundação receberia R$ 409,45 por cada inscrito. A primeira suspensão do concurso pelo Conselho Nacional de Justiça se deu ainda no ano passado, cerca de dois meses antes da realização das provas, definidas pelo edital lançado em abril para agosto de 2014. Em outubro, o CNJ autorizou a retomada do concurso, com a continuidade

das inscrições. Mas para isso o TJ teve de retificar o edital, reduzindo de 199 para 189 o total de cartórios a terem a titularidade preenchida mediante concurso público. No dia 16 de março deste ano, nova suspensão; e, mais uma vez, devido a incongruências na listagem das serventias extrajudiciais. O conselheiro Paulo Teixeira determinou, então, que o Tribunal de Justiça providenciasse as correções e enviasse, no prazo de 20 dias, a listagem correta e completa de todas as serventias extrajudiciais do Estado, com os dados de sua instalação e especificando as vagas e os critérios para seu preenchimento, ou seja, se por remoção ou provimento. E a resposta que recebeu, mais de 90 dias depois, foi esta: não existe uma lista confiável dos cartórios vagos em Alagoas.


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DÍVIDA JUDICIAL

Governo vai mudar lei para atrair novos compradores FERNANDO ARAÚJO faraujofilho@yahoo.com.br

A

Secretaria Estadual de Fazenda pretende fazer uma revisão no Decreto 1.738 de 2003, que regulamenta a Lei 6.410 de 24 de outubro de 2003, para atrair novos compradores de “precatórios” através de compensação tributária. A revisão da lei está a cargo de uma comissão de técnicos da Sefaz, e até o final do ano o governo deve anunciar as mudanças na legislação. A principal alteração trata de esticar para 2013 o prazo dos débitos fiscais inscritos na dívida ativa do Estado, que poderão fazer compensação tributária.

Pela legislação em vigor, só os créditos tributários inscritos na dívida até 2003 podem ser liquidados com “precatórios”. Com isso, o governo espera atrair mais interessados na aquisição desses papéis, que são créditos devidos aos servidores. No mesmo pacote de alterações, o governo estuda incluir E-commerce (comércio eletrônico), TV a cabo, bebidas e material de construção na lista dos impostos que podem ser liquidados através de compensação tributária. Por último e não menos importante, a revisão da lei deve beneficiar a aviação comercial através da redu-

ção da alíquota incidente sobre combustíveis. Nesse caso, as companhias aéreas terão que aumentar seus voos domésticos a partir de Maceió e ter ao menos um voo internacional a partir de Alagoas. A essas mudanças somam-se as operações de importação de mercadorias, inclusive as efetivadas no Porto de Maceió. Desde que foi criada a chamada “Lei dos Precatórios”, em 2003, a Telemar foi a empresa que mais fez compensação tributária, respondendo pela maioria das compras de “precatórios”. BENEFICIÁRIOS O número exato de be-

neficiários desses créditos nem o governo sabe, mas estima-se que pelo menos 20 mil servidores públicos estaduais têm direito a receber esses “precatórios”. Da mesma forma, nem a própria Fazenda sabe quantos desses funcionários receberam seus créditos até agora, cujo valor total pode passar de R$ 10 bilhões. A única certeza é que a maioria dos que receberam “precatórios” nos últimos 15 anos é de magistrados, fiscais de renda, promotores, procuradores e outras categorias privilegiadas. O grosso dos demais beneficiários é formado de professores e funcionários da burocracia estadual, aposentados e da ativa. Justamente a grande massa de credores que têm os menores valores a receber. Pela lei – criada no governo Lessa –, os aposentados e os portadores de doenças terminais têm prioridade no pagamento desses créditos, mas 15 anos de-

pois, centenas desses servidores já morreram sem ver a cor do dinheiro. E os demais certamente terão o mesmo destino, com raras exceções e a depender da boa vontade dos escritórios de intermediação dessas operações.

PRESCRIÇÃO Esses créditos – chamados equivocadamente de precatórios – são dívidas do Estado reconhecidas através de ações judiciais movidas pelos servidores. Como não foram inscritas no Tribunal de Justiça, esses créditos – segundo alguns juristas – já estariam prescritos. Alguns juízes ouvidos pelo jornal Extra, no entanto, defendem a tese de que a lei que autorizou a venda desses créditos para compensação tributária evitou a prescrição desses papéis. Mas as duas teses ainda não foram submetidas a julgamento , visto que ninguém até agora questionou na Justiça a validade desses “precatórios”.


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CARDIOLOGIA CARLA CLETO

Cardiologista José Wanderley Neto examina Daniele Santos, primeira criança operada em Alagoas pelo Serviço de Cardiopediatria implantado pela Sesau

Secretária de Saúde visita paciente no Hospital do Coração

Sesau firma convênio com hospital para atender usuários do SUS com problemas cardíacos Serviços foram implantados graças a um termo de compromisso firmado com o Hospital do Coração DA REDAÇÃO, COM ASCOM SESAU

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esde o início deste ano que 87% dos alagoanos usuários exclusivos do Sistema Único de Saúde (SUS) passaram a contar com três importantes serviços na área da cardiologia. Por meio de um termo de compromisso firmado entre a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e a Fundação Cordial, mantenedora do Hospital do Coração de Alagoas (HCOR/AL), foram implantados os Serviços de Angioplastia Primária, de Cirurgia Vascular e de Cirurgia Cardiopediátrica, que há quatro anos não existia em Alagoas, penalizando centenas de crianças. Para instituir os três serviços, foi firmado um termo de compromisso no valor de R$ 1.163.279,69 mensais, para o

pagamento de honorários médicos, custos de procedimentos, exames, cirurgias. Valor que, segundo está acordado entre a Sesau e a Fundação Cordial, será pago apenas proporcionalmente aos procedimentos realizados. O Serviço de Angioplastia Primária, implantado no Hospital Geral do Estado (HGE), atende pacientes infartados, em uma fase precoce da doença. Ele é dedicado a atender usuários do SUS que cheguem ao HGE com suspeita de infarto agudo do miocárdio. Após atender um protocolo, no qual as dores tenham iniciado em no máximo três horas anterior ao atendimento, o paciente é submetido a exames, é medicado, dependendo da necessidade pode ser submetido a cateterismo cardíaco, e, se houver indicação, será realizada a angioplastia, com colocação de

stent. Todas essas etapas serão realizadas no HGE em até dois meses, quando a unidade estará contando com um aparelho de hemodinâmica. “Com a implantação do Serviço de Angioplastia Primária, a mortalidade da Unidade de Dor Torácica caiu de 19% para 10%, e, após dois meses implantados, mais de 20 angioplastias já foram realizadas. O positivo é que, anteriormente, os pacientes do SUS não tinham acesso a esse tratamento e só eram encaminhados para os hospitais conveniados após a fase aguda da doença”, destaca a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyzomirska, ao informar que o HGE não dispõe de posto para triagem, uma vez que o atendimento é realizado por classificação de risco, porta aberta os sete dias da semana, durante os 365 dias do ano.

CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA Também por meio do termo de compromisso firmado com a Fundação Cordial, há quatro meses as crianças e adolescentes alagoanas passaram a contar com um Serviço de Cardiopediatria. Nos últimos quatro anos, os pais de crianças e adolescentes com problemas cardíacos enfrentavam muita dificuldade para tratá-los, porque o serviço não era disponibilizado sequer na iniciativa privada. “As crianças alagoanas ficavam dependendo do Tratamento Fora de Domicílio [TFD] para atendimento fora de Alagoas, ou procuravam a Defensoria Pública e o poder Judiciário para ter acesso ao atendimento. Finalmente, Alagoas volta a contar com este serviço, no qual os pacientes são acompanhados ambulatorialmente, têm acesso a consultas especializadas, ecocar-

diograma, cateterismo cardíaco e, dependendo do quadro clínico, são submetidos a procedimento cirúrgico, como ocorreu na última sexta-feira, com a Danielle Santos, operada pelo cardiologista José Wanderley Neto”, salientou Rozangela Wyszomirska. CIRURGIA VASCULAR Quanto ao Serviço de Cirurgia Vascular, que também não era disponibilizado aos usuários do SUS, ele está disponível no HGE, diminuindo o número de amputações. Para se ter ideia, em 2014 foram realizadas 2.132 cirurgias vasculares e, somente de janeiro até julho deste ano, já foram realizados 2.092 procedimentos cirúrgicos, reduzindo em 43% o número de amputações, onde já foram atendidas – de janeiro a julho deste ano – mais de 6 mil alagoanos, com média de permanência no hospital de 3,3 dias.


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10 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE AGOSTO A 03 DE SETEMBRO DE 2015 DE OLHO EM 2016

Nanicos querem inchar Câmara de Maceió Com argumento que não haverá gastos extras, líderes de partidários defendem maior representatividade no parlamento JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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polêmica se arrasta desde a eleição anterior sobre o número de vagas na Câmara Municipal de Maceió (CMM). Essa semana um grupo de partidos (PRTB,PT do B, PHS, PTC e PRP) liderados pelo presidente estadual do PRTB, Adeilson Bezerra, estiveram na Casa Mário Guimarães protocolando um requerimento solicitado o aumento das vagas de vereadores; passando das 21 atuais para 31 no pleito de outubro de 2016. A questão foi judicializada em 2012 – permanecendo o número de 21 vereadores –, e os líderes partidários que entregaram o requerimento e cópias para os frequentadores da Casa esperam que os parlamentares

apreciem o pedido até o dia 4 de outubro, data limite para qualquer alteração da eleição do ano seguinte. Bezerra já adiantou que, se não houver apreciação da matéria, o grupo ingressará com um mandado de segurança. Uma das bandeiras defendidas pelos partidos que entregaram requerimento é que Maceió possui mais de 1 milhão de habitantes, segundo o IBGE; logo, a legislação eleitoral permite o acréscimo no número de representantes. Outro argumento por parte dos representantes da cinco siglas (PRTB,PT do B, PHS, PTC e PRP) é que não traria ônus para o erário, pois o duodécimo permaneceria o mesmo, havendo apenas a divisão para mais vereadores. Devido à pressão pelo aumento de número de vagas, o

Kelman Vieira recebe dos representantes dos partidos pedido para ampliação no número de vereadores

vereador Davi Davino (PP) se movimentou para formar um blocão em favor da permanência do número de 21 vereadores em Maceió. 13 vereadores se manifestaram em favor da proposta de Davino: Galba Neto (PMDB), Antônio Holanda (PMDB), Wilson Júnior (PDT), Heloísa Helena (PSOL), Kelman Vieira (PMDB), Sinome Andrade (PTB), Luiz Carlos da Adefal (DEM), Silvânio Barbosa (PSB), Fátima Santiago (PP), Dudu Ronalsa (PSDB), Eduardo Canuto (PV), Tereza Nelma (PSDB) e Aparecida do Luiz Pedro (PRTB). Até a vereadora Aparecida do Luiz Pedro, partidária de Adeilson, se pronunciou contrária ao aumento do número

de vereadores. Membros do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral se manifestaram contra a aprovação na Câmara de Maceió no número de vereadores. Os vereadores contra o aumento destacam que a Assembleia Legislativa do Estado possui 27 representantes para 102 municípios e que Maceió possui 21 representantes para um único município. Qualquer aumento seria desproporcional e feriria princípios éticos da proporcionalidade. O vereador Wilson Júnior, que também se colocou contrário ao aumento de vereadores, salientou: “A Casa não comporta fisicamente 31 vereadores. Atualmente, os gabinetes são

fora da Câmara, por não comportar nem os 21 vereadores dessa legislatura. Se esse número for acrescido, teremos que reformar a Casa ou até mesmo, quem sabe, procurar outras instalações. Isso remete em gastos, e quem paga esse conta é o contribuinte. Em tempo de crise, é hora de enxugar e aprimorar a máquina pública”. Por fim, Wilson disse que o requerimento deve ser apreciado entes do prazo limite, 4 de outubro. “Toda e qualquer matéria de cunho popular, partidário, do Executivo, é apreciada com toda isenção pela Casa; somos um parlamento altivo e estamos prontos para debater temas dessa complexidade com a tranquilidade”, ressaltou.


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FIM DA MAMATA

Governo corta verba de ONG de Jorge VI Investigação estatal vai analisar “serviço prestado” e desfazer parcerias políticas de governo anterior JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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ex-secretário do governo Teotonio Vilela (PSDB), Jorge VI, reclama da falta de repasse mensal de R$ 80 mil de janeiro até maio do governo do Estado para sua ONG, Instituto da Melhor Idade. A reportagem do Extra manteve contato com o secretário de Comunicação do Estado, Ênio Lins, que garantiu que esses e outros contratos estão sendo analisados pela atual gestão e que, se débito for configurado, todas as parcelas serão pagas. Devido ao corte de gastos no governo Renan Filho (PMDB), uma série de parcerias estão sendo desfeitas, inclusive aquelas firmadas pelo governo Vilela que ainda perduraram até meados deste ano. Um dos critérios para o firmamento de novos contratos é sua funcionalidade e a certeza da prestação de serviço. Por esse e outros motivos, estão sendo “checados”, segundo o governo do Estado, contratos que não correspondem à realidade do que é ofertado. O jornal Extra apurou que uma espécie de investigação prossegue para saber quais são instituições e similares que atuam de forma coerente.

Cabides de empregos e arranjados políticos partidários se notabilizaram ao longo dos anos em contratos com o governo, gerando custo e despesas na maioria das vezes desnecessários. O governo ratificou que o momento econômico de Alagoas e do país não permite qualquer custo que esteja fora de orçamento para satisfazer “A” ou “B”. ADITAMENTO DO CONVÊNIO A reportagem do jornal Extra ouviu as explicações do dirigente do Instituto da Melhor Idade, Jorge VI, que colocou a seguinte situação: “Hoje, o instituto depende do aporte financeiro público para sobreviver. Sem essa ajuda do governo. cerca de 2.000 idosos ficaram sem as prestações de serviço que nós oferecemos”. Jorge adiantou que defende a quitação do débito o quanto antes e o aditamento do convênio com a Secretaria da Mulher, comandada por Rosinha da Adefal. O ex-secretário adiantou que o instituto possui dez unidades em diversos bairros de Maceió, e, por conta do atraso nos aluguéis, os donos dos imóveis estão pedindo de volta os estabelecimentos e acionando o instituto

na Justiça. Outro fato que Jorge descreveu como “difícil” é a falta de pagamento de 40 colaboradores que prestam serviço à ONG. Jorge disse que manteve diálogo ao longo do ano com vários secretários de Renan e com a secretária do governador para que uma audiência fosse marcada, mas nenhuma movimentação surtiu efeito e o projeto não foi apresentado para sua permanência e quitação dos meses em atraso. O secretário revelou que não acredita em retaliação política, até porque o governo sabe da importância desse projeto. “O próprio governador Téo disse para o secretário Fábio Farias a forma que nós trabalhamos e sobre a seriedade que é implantado esse projeto há 20 anos. Até o fim da semana estarei reunido com a bancada do PSDB na Assembleia para relatar o que está acontecendo e tentar junto ao governador pôr fim a essa situação”. Por fim, Jorge VI ressaltou que não há nenhuma manifestação marcada para esse final de semana sobre o tema e que os membros do Instituto da Melhor Idade ainda analisam a possibilidade de levar o caso ao Ministério Público Estadual.

Jorge VI aguarda decisão do Estado para receber verba para sua ONG



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HISTÓRIA DE ALAGOAS

Engenheiros agrônomos Jesus Gerardo Parentes Fortes e Olavo Machado

O engenheiro Vinicius de Maia Nobre, em entrevista ao G1, revelou que o Gogó da Ema já estava em idade adulta quando caiu, mas que as obras do Cais de Jaraguá foram responsáveis por acelerarem a sua queda em 1955. “As águas da enseada da Pajuçara passavam, através de um canal próximo ao Porto, para a enseada de Jaraguá, onde era o ancoradouro dos navios. O projeto era transpor essa região, onde a corrente passava, através de uma ponte que não foi construída. Foi vedada a passagem dessa corrente. Por isso ela hoje, bate lá e volta, e acentuou o avanço do mar na região do Gogó da Ema”. Houve ainda quem culpasse a extração desenfreada de arrecifes para a produção de cal como a causa do avanço do mar na região, ou mesmo a perfuração dos poços para a pesquisa da existência de petróleo. O jornalista Carivaldo Brandão assim descreveu a queda do Gogó da Ema: “Naquele inverno, quando ele, não suportando mais a surda e desigual luta que há tempos vinha travando contra o todo poderoso oceano, seu vizinho, por questão de terra, acabou tombando”. Os regis-

tros indicam que no dia 27 de julho de 1955, às 14:20 horas, lentamente, onda após onda, o coqueiro foi cedendo e vagarosamente caiu. Dois dias depois foi montada uma operação para reerguê-lo. Coordenaram a iniciativa o coronel Mário de Carvalho Lima, comandante da PM (pai do Carlito Lima), o professor Théo Brandão e o jornalista Carivaldo Brandão. Soldados do Corpo de Bombeiros foram mobilizados, mas, mesmo recolocado de pé com a ajuda dos engenheiros agrônomos Jesus Gerardo Parentes Fortes e Olavo Machado, o Gogó da Ema não conseguiu se recuperar. Carivaldo Brandão, que acompanhou de perto a tragédia, revela que a recuperação não aconteceu por que, logo após a queda, “mãos insensíveis e ignorantes se apresentaram em flagelá-lo mais ainda, a golpes de facão, mutilando sua preciosa folhagem”. A ideia de reerguer o Gogó da Ema partiu da mãe do fotógrafo Virgilito Cabral, do Jornal de Alagoas. Ele comentou com Carivaldo Brandão sobre a proposta. Imediatamente, o experiente jornalista acionou o chefe da Defesa Sanitária

Noite da queda do Gogó da Ema, em 1955

Vegetal, agrônomo Jesus Gerardo Parente Fortes, e o professor Théo Brandão, que, por sua vez, procurou o comandante da PM, coronel Mário Lima. A operação durou três dias e contou com a ajuda de um carro guindaste da Companhia Força e Luz. Após 90 dias de tratamento, algumas folhagens reapareceram, mas o mar continuava a solapar a base do coqueiro, derrubando -o definitivamente. Por sua importância para Maceió, sendo seu símbolo mais conhecido por décadas, o Gogó da Ema recebeu uma homenagem em forma de monumento na praça batizada com o seu nome em um local bem próximo onde ele viveu seus dias de glória. FONTES: - Texto “Gogó da Ema” de Luís Veras Filho, publicado no

Poço de prospecção de petróleo erguido ao lado do Gogó da Ema na década de 30

Caderno “Maceió Histórias -Costumes”, da Funted. - Texto “Paixão e morte de um coqueiro” de Carivaldo Brandão, publicado no livro “Jornal de Alagoas, 80 anos”, de 1988. - Livro Maceió de Outrora, de Félix Lima Júnior.


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LIÇÃO

Para garantir pagamento da folha, Rui vai negociar com fornecedores PEI FON SECOM

Servidores efetivos recebem dentro do mês trabalhado; comissionados, dia 10 DA REDAÇÃO com assessoria

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prefeito de Maceió anunciou, na última semana, que pretende adiar o pagamento a empresas que fornecem materiais e serviços ao município para garantir outro pagamento essencial: o da folha de servidores. Atualmente, o servidor público efetivo recebe dentro do mês trabalhado, sempre no dia 30. Os comissionados, desde outubro de 2014, passaram a receber seus vencimentos no dia 10 de cada mês. À época, a medida foi adotada já em decorrência da redução do repasse do FPM. O prefeito Rui Palmeira justificou a medida: “Infelizmente, a queda de arrecadação foi brutal nesse último mês e não dá para a conta fechar. Optamos por honrar a folha de pagamentos do servidor e estamos chamando os fornecedores, sobretudo os maiores, explicando a situação e pedindo um pouco de paciência para que possamos pagar, assim, que a situação financeira melhorar”. Ele explica que a situação vem se agravando. O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) caiu em torno de 25% este mês. As arrecadações de impostos como ICMS e ISS (Impostos Sobre Serviços) também caíram brutalmente. Essa queda de receita, segundo ele, deve persistir nos próximos meses,

e a tendência de melhora está prevista para os meses de novembro e dezembro. Quando questionado sobre o que ele espera como reação dos fornecedores, ele foi otimista: “A maioria dos fornecedores também fornecem para outros municípios. Ninguém fica feliz numa situação dessas, mas acredito que eles vão compreender a situação. Queremos manter os serviços sem penalizar a população e vamos mostrar aos fornecedores que nós vamos pagar, mas não conseguiremos pagar em dia como o previsto”, prevê. Sem dar muitos detalhes, o prefeito anunciou, também, que vai encaminhar à Câmara de Vereadores de Maceió um projeto que prevê mudanças no sistema de cobrança de tributos para aumentar a arrecadação. Por outro lado, a dívida ativa do município está muito alta: aproximadamente R$ 500 milhões. Diante desse cenário, Rui foi categórico: “Chegamos a um ponto de lançar mão de todos os expedientes para equilibrar as contas;, para isso, estamos estudando todas as alternativas. O que for possível para aumentar a receita e diminuir despesas, nós vamos fazer”.

As declarações foram feitas na ocasião do lançamento da programação do Mês do Servidor. “Durante o mês, a prefeitura vai promover diversas atividades esportivas,

Prefeito diz que o momento é de lançar mão de todos os expedientes para equilibrar as contas

de lazer e culturais para os servidores municipais. São atividades para valorização do próprio servidor. Também queremos ouvi-los, receber sugestões de como melhorar trazer boas práticas de gestão”. A programação está disponível na página da prefeitura, no endereço www.maceio.al.gov. br. MOBILIZAÇÃO Também nesta semana, Palmeira participou de um encontro na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). Os municípios estão mobilizados,

e a capital assegurou sua adesão ao movimento: “As prefeituras alagoanas estão unidas para mostrar à população as dificuldades que os municípios estão passando, uma situação gerada pelo governo federal ao não cumprir determinados compromissos. Os municípios não receberam a parcela extra do FPM como havia sido garantido. Recebemos apenas metade do valor, fato que agravou a crise financeira. Esta é uma mobilização importante, e Maceió, sem dúvida nenhuma, estará presente em prol dos municípios alagoanos”, disse o

prefeito. Rui Palmeira explicou que o FPM representa praticamente 40% da receita de Maceió. Em agosto, se comparando ao mesmo período do ano passado, o repasse deste recurso caiu cerca de 25%. “Isso é muito, já que os custos estão aumentando e o dinheiro vem menor. Os municípios estão com dificuldades de manter serviços básicos e continuar com a folha de pagamento em dia. É uma situação conta que não fecha e, por isso, precisamos de uma ação em conjunto para verter essa o mais rápido possível”, colocou.


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ECONOMIA

Ceal não poderá elevar tarifa por dívida de R$ 22 milhões à Aneel Agência exige que a companhia quite o débito antes de cobrar mais pela energia JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o Extra

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Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) barrou, na última terça-feira, o reajuste de tarifas da Ceal, distribuidora do Grupo Eletrobras. Embora a notícia pareça boa para o bolso do alagoano, esse veto é preocupante. A companhia de Alagoas deve à agência R$ 22,5 milhões referentes ao encargo setorial denominado Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Porém esse valor, na realidade, é descontado pelo próprio consumidor em cada fatura de energia elétrica, o que mostra que a Ceal não repassou a quantia à Aneel. “É importante que a empresa busque com urgência superar essa situação, porque não interessa a ela nem à agência que a distribuidora não tenha seu reajuste processado”, disse o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino. Instituída pela Lei 10.438/02, a CDE é uma conta cuja arrecadação é usada para promover a competitividade da energia elétrica produzida por usinas que utilizam fontes alternativas: eólicas, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, carvão mineral nacional, etc. Parte dos recursos provenientes da conta também é destinada para a “universalização” da energia elétrica no Brasil. O custo da CDE é rateado por todos os consumidores atendidos pelo sistema interligado,

formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Os dos sistemas isolados, que representam apenas 1,7% da energia requerida no país, localizados principalmente na Amazônia, estão isentos desse custo. As distribuidoras de energia são obrigadas a recolher, mensalmente, sua cota, que, por força da legislação atual, tem que ser homologada pela Aneel. O valor da cota é proporcional ao mercado atendido por cada empresa. O desembolso que as distribuidoras fazem para bancar a conta é repassado aos consumidores por meio das tarifas. A regulamentação da CDE compete ao Ministério de Minas e Energia (MME), enquanto que a movimentação da financeira da conta quem faz é a Eletrobras. Já a Aneel é responsável pela fixação da quota anual da CDE. A falta de reajuste representará uma queda na receita do grupo. Neste mês, a matriz da Eletrobras divulgou que teve um prejuízo de R$ 1,358 bilhão no 2º trimestre de 2015, frente a um lucro de R$ 1,255 bilhão no 1º trimestre. O prejuízo consolidado do 1º semestre foi, assim, de R$ 103 milhões. O reajuste suspenso entraria em vigor a partir de 28 de agosto deste ano. A concessionária atende a um milhão de unidades consumidoras localizadas em 102 municípios de Alagoas. As assessorias de imprensa da Aneel e da Eletrobras Alagoas

não se pronunciaram a respeito de quantos por cento seria o reajuste. Sendo assim, a decisão da agência prevê que a Ceal prorrogue a vigência das tarifas, que elevaram o preço da eletricidade no Estado em 4,7%, aprovadas no dia 27 de fevereiro deste ano, até que regularize a inadimplência. Não é apenas Alagoas que não deve aplicar a atualização da tarifa. Pelo mesmo motivo, isso acontece com a Companhia Energética do Piauí. No caso do Estado alagoano, não é a primeira vez que a companhia passa apuros para se adequar à legislação neste ano. Em junho, a Ceal teve que correr contra o tempo para melhorar em mais de 60% seus indicadores de qualidade. Isso para que conseguisse renovar a concessão com a Eletrobras.

LEILÃO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou, na última quarta-feira, o Leilão de Transmissão Nº 1/2015 para contratação de serviço público de transmissão de energia elétrica em 14 estados brasileiros. Foram leiloados 11 lotes, que totalizam 4.800 quilômetros de linhas de transmissão e acrescentam 9.690 mega-volt-amperes (MVA) de potência. O leilão foi realizado às 10h, na BM&FBOVESPA, em São Paulo. Os investimentos previstos eram de, aproximadamente, R$ 7,8 bilhões, com geração de cerca de 20,5 mil empregos diretos e Receita Anual Permitida (RAP) máxima da ordem de R$ 1,3 bilhão. Os 11 lotes referem-se a empreendimentos lo-

calizados nos estados do Alagoas, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins. A entrada em operação das novas instalações está prevista para 2018 e 2019. O concessionário vencedor recebeu o direito ao recebimento da RAP pela prestação do serviço por 30 anos a partir da operação comercial. O certame seguiu a mesma sistemática dos editais de licitação de transmissão anteriores e contou com competição cruzada entre os lotes B e C e o lote “BC”. Em Alagoas foram leiloados 109 quilômetros de linhas de transmissão, que vão de Penedo até Nossa Senhora do Socorro, no Sergipe.


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ELEIÇÃO NA UFAL

Rachel Rocha e Zé Carlos defendem transparência das informações na universidade Chapa 2 diz que proposta é tornar, através de diálogos, o ambiente universitário mais humano e acolhedor

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

“P

or uma Ufal ainda melhor”. É assim que a jornalista e atual vice-reitora da Ufal, Rachel Rocha, e o professor José Carlos Almeida de Lima lançam seus nomes na disputa pelos cargos de reitor e vice-reitor da Universidade Federal de Alagoas. A chapa 2 aposta na experiência e competência para gerir o destino da instituição no quadriênio 2015-2019. Com a proposta “para uma Ufal cada vez melhor, maior e mais forte”, a dupla conquista a cada dia mais adesão. A onda verde tomou conta dos campi a ponto de 19 dos 24 diretores acadêmicos apoiarem a candidatura. “Desejamos tornar o ambiente universitário mais humano; um espaço de encontros, interfaces e convivência que produza uma cultura política pautada na ética do respeito e da responsabilidade”, diz trecho da proposta da candidatura.

Agora candidata a reitora, a atual vice-reitora, Rachel Rocha, disse que, como participa da gestão atual, seu nome está na vitrine, mas não se furta de reconhecer que nem tudo que foi desejado conseguiu realizar. Jornalista, mestra e doutora em Antropologia, Rachel garante que o diferencial da chapa 2 é que a equipe foi montada por critérios técnicos, pela competência. “Não negociamos nenhum cargo. A escolha do vice vem de um instituto pequeno, ninguém impôs condição para aderir a esse projeto”, garantiu a candidata. O vice, Zé Carlos, afirmou que será uma gestão de diálogo. Para isso, continuará a democratização do processo e ampliação nas formas de escuta. Graduado, mestre e doutor em Matemática, o candidato argumenta que a proposta é de uma gestão que assuma seu papel de liderança na execução de um projeto global para a universidade. “Nosso objetivo comum é fazer da Ufal uma instituição

de excelência acadêmica com potencial para a produção científica, tecnológica e cultural.” Segundo a dupla, pensar a universidade no contexto atual significa considerá-la na perspectiva da complexidade, perceber que o mundo exige uma universidade criativa, propositiva e comprometida com a produção de conhecimentos que se revertem positivamente para a sociedade. Além do mais, o projeto administrativo da chapa 2 parte do pressuposto de que a razão de ser uma instituição educacional está centrada nos sujeitos que a fazem. “Propomos uma gestão que assuma seu papel de liderança na execução de um projeto global para a universidade, articulando os diferentes interesses constitutivos deste ambiente plural e heterogêneo.” Há, ainda, a preocupação de que na atual conjuntura é preciso enfrentar os desafios motivando os diferentes atores a assumir seus papéis no

RACHEL ROCHA

desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão, entendendo que essas são atividades prioritárias para o cumprimento da missão institucional. E, como parte da atual gestão, Rachel diz que a pesquisa cresceu bastante nos últimos anos na Ufal. Ela mostra que o número de mestres pulou de 30 para 39 e de doutorados de oito para 12, além do que na última semana foram pagas cinco mil bolsas estudantis. E ainda que a graduação teve crescimento expressivo. Diante das dificuldades enfrentadas na área educacional, a chapa não fugiu da responsabilidade. Prova disso é que lançou carta aberta para expor a atual situação da Educação Superior, após os cortes praticados pelo governo federal em diversas áreas. “A #Chapa02 defende a transparência das informações mediante a difícil realidade a ser enfrentada”. Há, ainda, em suas redes sociais a divulgação de dez ações propostas pela dupla.

Sou Rachel Rocha, candida tora da Ufal. Concluí minha gra em Jornalismo, aqui nesta univ de, em 1986. Terminei meu me em Antropologia na UFPE, em meu doutorado, também em An logia, na École des Hautes Etu Sicences Sociales, em Paris, na em 2007. Sou professora de An logia do Instituto de Ciências S desde 1996, e, como pesquisa realizei estudos sobre a Cultur brasileira, a Religião Afrobrasi Patrimônio Imaterial Alagoano outros temas. Trabalhei com es tes cotistas desde a implantação tema de cotas na Ufal, no ano d e tive o prazer de ver vários de formarem. Como gestora, fui d do Instituto de Ciências Sociais últimas eleições para a Reitor eleita vice-reitora da Ufal, car exerço desde dezembro de 2011 ano de 2015, teremos novas el para reitor. Conto com você e co voto, para, juntos, construirmo Ufal cada vez maior, melhor e forte! Seja mais Ufal!


HA

idata à reigraduação universidamestrado em 1994, e m AntropoEtudes en na França, e Antropoas Sociais, uisadora, tura Afrorasileira, o ano, dentre m estudanação do sisno de 2005, s deles se ui diretora ciais e, nas itoria, fui cargo que 011. Neste s eleições e com o seu rmos uma or e mais al!

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- MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE AGOSTO A 03 DE SETEMBRO DE 2015 -

Conheça nossas propostas para uma Ufal cada vez melhor, maior e mais forte!

JOSÉ CARLOS Sou Zé Carlos, candidato a vice-reitor da Ufal. Fiz minha graduação em Matemática - licenciatura pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) - em 1987. Concluí mestrado em Matemática pela Universidade Federal do Ceará (UFCE), no ano de 1993, e doutorado, também em Matemática, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 2002. Atualmente, sou professor associado 2 do Instituto de Matemática (IM), atuando principalmente nos seguintes temas: Coomogeneidade, Hipersuperfícies, Imersões Isométricas. Como gestor, já fui coordenador de curso, diretor da Copeve/Ufal e, atualmente, sou diretor do IM. Junto com Rachel Rocha como reitora, vamos construir um projeto vencedor, no qual focamos no diálogo, numa proposta de ouvir, de reformar com transparência, responsabilidade e segurança. Conto com seu voto!

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PODER DA FÉ

Pastor alagoano se torna o “Edir Macedo” da Colômbia Além do apoio do presidente do país, religioso tem até igrejas na Ásia JOSÉ FERNANDO MARTINS Especial para o Extra

U

m pastor alagoano tem ganhado a fama de ser o “Edir Macedo” da Colômbia. Com diversas igrejas, José Satírio dos Santos, 68, ainda conta com emissoras de rádio e TV e o apoio político do chefe do Executivo do país. Para se ter uma noção da proximidade dos líderes, no começo de agosto, dia 3, ele recebeu o título de nacionalidade colombiana das mãos do presidente, Juan Manuel Santos. O religioso deixou o Brasil há quatro décadas para realizar trabalhos na comunidade evangélica na Colômbia. De lá para cá, formou um império da fé evangélica da Asamblea de Dios. Enquanto candidato, em 2010, o presidente Juan Manuel Santos fez visitas às unidades religiosas do alagoano, em Cúcuta. Na ocasião, Satírio se reuniu com Juan Manuel para defender os princípios que regem os fundamentos de sua igreja. À época, declarou que “encontrou uma oportunidade de apresentar os grandes temas que envolvem a sociedade”. Além da preocupação espiritual, o religioso discutiu sobre finanças. “Falamos dos princípios da cultura financeira em esfera superior que envolve os governantes em qualquer nação do mundo, e que também envolve a nós como igreja. Como pastores temos

a obrigação de refletir e entender o que é um banco, poupança, empréstimo, investimento, de maneira que o cidadão saiba se conduzir corretamente e não seja explorado por juros tão altos”, disse em entrevista a um programa religioso. A igreja fundada por José Satírio, só na área metropolitana e de fronteira da Colômbia, possui 37 templos superando os 60 mil membros. O centro religioso de Cúcuta tem com uma emissora de rádio e um canal de televisão de caráter popular. Outra emissora também foi instalada em Chinácota. Já na cidade de San Cristóban, Venezuela, funciona uma emissora de rádio e um projeto missionário com o mesmo perfil adotado em Cúcuta. No Centro Cristiano em Cúcuta, em 2014, foram produzidos mais de cinco mil batismos e mais de 2.300 grupos bíblicos. Entre seus trabalhos missionários, estão missões na comunidade indígena arhuaca (Colômbia), Venezuela, Equador, Argentina, Peru, e até na Ásia, no Himalaia. ENTREGA DO TÍTULO “A cidadania é uma pequena demonstração de nossa imensa gratidão por seus mais de 40 anos de trabalho”, declarou o chefe de Estado durante solenidade que aconteceu em Cúcuta, capital do departamento de Norte de Santander, na

fronteira com a Venezuela. Após agradecer o trabalho do pastor, o presidente destacou que “tudo o que José Satírio fez durante este período - todas suas ações - contribuiu, de certa forma, para semear essa semente da paz”. E pediu, ainda, que Satírio continue ensinando aos colombianos que a paz não é só uma palavra, mas envolve “toda uma concepção, toda uma dimensão”. “É aí onde devo pedir ao senhor e a todos vocês que sigam orando por essa paz, que sigam orando para podermos chegar a esse porto de destino, porque, como o senhor bem disse, ‘se a paz chegar à Colômbia, a Colômbia será diferente, a Colômbia será sublime’”, destacou o presidente. Nascido no dia 6 de outubro de 1947, em Maceió, José Satírio dos Santos está na Colômbia desde 1975 e trabalhou a reabilitação de pessoas com problemas de toxicomania, assim como atendeu pessoas vítimas da violência familiar e do conflito armado. É fundador do Colégio Ebenezer, da Cooperativa Cobethel e do Instituto para o Trabalho, e criou outras instituições que prestam atendimento a comunidades carentes. “A partir deste momento somo cidadãos colombianos, agora estamos honrados em tê-los como nossos compatriotas”, disse José Santos Satírio ao lado da esposa Nair Andrade, que também recebeu a cidadania. “Em 1974,

Juan Santos entrega ao pastor Satírio título de nacionalidade colombiana

Na Colômbia, Satírio realizou trabalhos com vítimas da violência familiar

Deus falou comigo para vir à Colômbia para servir, e, agora, continuamos a rezar para que a paz tão desejada chegue em breve”, declarou. SAÍDA DE MACEIÓ José Sartírio cresceu em família religiosa. Ainda criança, começou a trabalhar para ajudar sua família. Via os trabalhos de seu tio Leonel Satírio, um dos primeiros obreiros da Assembleia de Deus, que ajudou a fundar igrejas nos bairros do Trapiche da Barra, Pontal da Barra e Barra Nova. Por causa da precária situação da família, já ado-

lescente, migrou para a capital paulista atrás de novas oportunidades. Tempo depois se mudou para Tupã, uma cidade do interior de São Paulo, e começou a atuar como missionário. Saiu de viagem para Colômbia no dia 10 de fevereiro de 1975. Ele e a família seguiram de Tupã até São Paulo, depois Cuiabá, Porto Velho, Humaitá e Manaus, de onde rumariam até o país vizinho, onde moram até hoje. Quando visitou Maceió, em abril de 1998, duas igrejas ficaram sob a responsabilidade do ministério de Cúcuta.


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PEDROOLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

Janot vence na CCJ e no plenário

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a véspera de sua sabatina no senado federal o procurador Rodrigo Janot não se assusta com as provocações do senador Fernando Collor e pede abertura de um novo inquérito contra um grupo que o envolve para apurar suposta prática de crimes de licitação e peculato (desvio de recursos públicos), além de corrupção passiva. O pedido chegou ao STF na terça feira logo após Janot oferecer denúncia contra o senador — acusado de ter recebido R$ 26 milhões em propina — e outras quatro pessoas ligadas a ele pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da operação Lava Jato. Assim como a denúncia, o novo inquérito corre sob sigilo na Corte. Além do ex-presidente Collor, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a investigação do ex-ministro do governo Collor Pedro Paulo Leoni, de dois servidores que ocupam cargo comissionado no Senado Federal: Cleverton Melo da Costa e Fernando Antônio da Silva Tiago e de Luís Pereira Duarte de Amorim, visto como “administrador” de empresas de Collor e ligado à TV Gazeta de Alagoas. Fernando Collor foi o primeiro a chegar à reunião, vinte minutos antes do início, e se postou na primeira fila da audiência bem em frente onde sentaria o procurador. A segurança no recinto foi reforçada. Iniciada a sessão todos os senadores que o antecederam já se mostravam favoráveis à recondução de Janot o que deixou Collor visivelmente incomodado. Chegada a sua hora o clima no plenário não era nada favorável ao senador alagoano que à beira de um ataque de nervos atacou mais uma vez o procurador. Collor declarou “Estamos aqui diante de um catedrático em vazar informações. Vazar informações que correm sob segredo de justiça e violar segredo de Justiça é crime previsto no código penal”. Janot com competência e equilíbrio deu as devidas respostas às provocações. Em seguida Collor sumiu da sessão. Após mais de 10 horas de reunião foi proclamado o resultado que deu uma vitória acachapante ao procurador Rodrigo Janot na Comissão de Constituição e Justiça composta por vinte e sete membros, dos quais vinte e seis votaram pela sua aprovação e apenas um voto contra (naturalmente o do senador Fernando Collor de Mello), o grande derrotado. O presidente do Senado, Renan Calheiros, não perdeu tempo e imediatamente colocou na pauta da sessão do Senado a votação do nome do procurador Rodrigo Janot o que ocorreu as 21.30 da quarta feira. Cinquenta e nove senadores votaram pela aprovação do nome e 12 votaram não. Agora é só a presidente Dilma assinar o ato de nomeação.

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Para refletir: “Minha posição é, foi e será firme no combate à corrupção”. (Procurador Rodrigo Janot em resposta às provocações de Fernando Collor)

A “guerra” de um imbecil fanfarrão

Devaneios de Almeida

Uma das poucas vozes ouvidas em resposta à provocação tresloucada do presidente da Bolívia, ao estilo chefe de republiqueta, Evo Morales, que ameaçou invadir o Brasil em defesa do mandato trôpego da presidente Dilma foi do senador Sérgio Petecão (PSD-AC). Para ele, que duvidou da capacidade das Forças Armadas da Bolívia, o presidente do país vizinho é um “fanfarrão” que busca “fazer média” com o governo brasileiro em busca de mais dinheiro. O senador citou o clima de apreensão que as palavras de Evo Morales causaram no Acre, e lembrou o prejuízo que a Bolívia tem causado ao Brasil com o confisco de bens da Petrobras e a produção de drogas. - Aquela dinheirama que ia para esses países a fundo perdido, com juros baixíssimos, acabou. Acabou. Nosso país está passando por uma crise - afirmou o senador. O estranho é que também ninguém da ativa das Forças Armadas brasileira se pronunciou sobre as graves e inaceitáveis declarações de Morales. Estão com medo de que?

Diz-se que “em política só não pode acontecer de boi voar o resto é possível”, mas do jeito que as coisas estão o diabo é quem duvida que logo passe por cima de nós um rebanho, pois nada mais falta acontecer nesses tempos de Lava Jato, Mensalão, Petrolão e corrupção. Mas o caso não é bem esse e sim a esperança do ex-prefeito Cicero Almeida de que tenha o apoio do governador Renan Filho para sua candidatura nas próximas eleições. Almeida já deveria saber, pelos tombos que levou que acordos de campanha nunca valem para a próxima. Saber também que os maiores lideres dos partidos antes seus aliados não confiam nele e apenas “toleram” seus votos, que por sinal minguaram bastante. Deve se conformar, chorar suas magoas e ficar onde está, pois pode mais uma vez dar com os “burros n’água”.

O rato do HGE Uma pessoa de minha relação teve que ir ao HGE “resgatar” um parente seu que por equivoco foi encaminhado para o local. Relatoume o estado de “matadouro humano” que parece ser com pessoas largadas pelos corredores sem assistência, alguns em estado crítico. A assistente social que deveria estar de plantão “sumiu” e o paciente, um idoso, não poderia ser removido sem a sua autorização. O tratamento dispensado pelos profissionais é grosseiro, desumano e inaceitável, e são pagos com nosso dinheiro para atender bem. Por coincidência esta semana lia uma entrevista da diretora do hospital Verônica Omena tentando justificar o injustificável diante de uma tragédia que toda Alagoas conhece. E ainda afronta nossa inteligência ao afirmar que “prefere ser atendida pela rede pública de saúde”. No momento da entrevista apareceu um enorme rato na sala da diretora. O roedor não quis falar à imprensa, mas apenas mostrou como é cuidado o nosso Hospital Geral do Estado.

Advogados do Diabo A seção paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) afirmou à Justiça que os pedestres que morrem atropelados nas marginais Tietê e Pinheiros, na capital paulista, são suicidas. “Não é possível que milhões de paulistanos e paulistas sejam responsabilizados pela morte de pedestres irresponsáveis que desafiam o direito e manifestam o desejo de perder a vida voluntariamente. O direito lamenta o suicídio, mas não tem como puni-lo”, diz a diretoria da entidade. Segundo a prefeitura, a maior parte das vítimas é de moradores de rua que ficam embaixo das pontes e vendedores ambulantes. O prefeito Fernando Haddad criticou a afirmação da OAB-SP. “Como é que um advogado assina uma declaração dessa? Concordo com o prefeito paulista e vou além: os dirigentes da OAB/ SP afrontam todos os princípios humanitários e éticos ao assinar um documento com tamanha irresponsabilidade. Na verdade no geral a OAB não é mais a mesma.

Acendeu a luz vermelha O secretário da Fazenda, George Santoro, ao que parece agora que está tomando ciência da realidade das contas estaduais e começa a se assustar. Imaginou que com sua experiência tudo se resolveria com facilidade e maestria, mas na verdade “o buraco é mais embaixo”. Esta semana em um desabafo melancólico disse para a imprensa: “Acendeu a luz vermelha. Acumulamos algum caixa. Mas, se a situação piorar, não sei se vamos aguentar”. Só há um caminho secretário: coloca o pessoal para trabalhar, incentiva os servidores e dá reais condições de operação fiscal. Aumentar impostos talvez seja a saída mais fácil, pois não dá nenhum trabalho, mas vai dar uma tremenda dor de cabeça para o governador Renan Filho. Ora se vai!

Luiz Dantas e o funcionalismo O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Luiz Dantas, ao sentar na sua cadeira sabia que tinha muitos problemas a resolver, mas não imaginava que o volume era tão grande, alguns sem solução. Está fazendo o máximo para ir aos poucos abatendo um a um aqueles que são possíveis. Sabe que tem um débito financeiro e moral com os servidores e quer que em sua gestão este problema seja encerrado. É seu desejo criar políticas de valorização do servidor, fazer funcionar a Escola Legislativa e promover pela meritocracia, coisa pouco vista no Poder Legislativo estadual.


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ARTIGOS

A hora e a vez dos “interesses” CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

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olíticos costumam dizer que em política não se tem amigos, mas interesses. A despeito de tão singular conclusão, entronizam-se considerando-se receptáculos da amizade e lealdade das pessoas, todavia não retribuem o que recebem, e até rechaçam ou nada consideram qualquer vínculo desses sentimentos tão nobres e necessários ao ser humano.

O noticiário político-policial – atualmente as duas coisas parecem indissociáveis – vem demonstrando que, de fato, na política as amizades inexistem, ou cada vez menos existem. Esse fato deve estar atordoando aqueles que professaram a cartilha, agora que veem os seus “interesses” firmarem acordos de delação premiada, narrando de forma minudente as peripécias nada republicanas da vida política nacional. Os exemplos estão aí, bem vivos, e a cada dia fatos novos vão surgindo, como resultado do aprofundamento das investigações na maior lavagem da sujeira nacional jamais vista neste país. Ao que parece, pela primeira vez a nação acordou para as mazelas dos nos-

sos representantes no governo e no Congresso Nacional, com reflexos nos estados e municípios. Embora seja naturalmente triste ver desvelado o que sucede no mundo político, a catarse é absolutamente necessária. Não mais vassourar a sujeira para “debaixo do tapete”; ao contrário, é salutar depuração que se aplaude a atitude da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e, naturalmente, da Justiça brasileira, representada pelo Juiz Sérgio Moro. Espera-se que os Tribunais Superiores, notadamente o Supremo Tribunal Federal, cumpram os seus deveres constitucionais, doa em quem doer, sem descurar o devido processo legal, nele destacando-se o contraditório tão

caro à cidadania. Importante assinalar, antes de encerrarmos, que o instituto da cooperação espontânea, ou delação premiada, bem ou mal vem tornando possível a depuração da política nacional. Ademais, como norma positivada, irrelevante a valoração que dele fizermos, sendo real a sua existência no sistema jurídico brasileiro, outrora até louvado por políticos, a presidente Dilma à frente. Por sua vez, utilizando à larga desse recurso ora criticado, a Operação Lava Jato, para desespero dos políticos nela envolvidos, vem demonstrando que os “interesses”, por não terem compromissos de lealdade, têm vozes absolutamente autônomas.

culo depois, as esperanças se renovam. Modernização industrial, atualização tecnológica, salto educacional, saúde para todos, melhoria total na renda, moralização – são algumas das bandeiras empunhadas por Collor, mas sustentadas pelas esperanças de milhões de brasileiros. Consequência: todos os brasileiros, fustigados, frustrados, decepcionados pelas ações do ilusionista. Com sua velocidade inexorável, o tempo não é apenas o senhor da razão:

é o cronômetro da história. E a história brasileira deu a Alagoas outra chance, seguramente a última. Com Renan Calheiros na presidência do Senado, o alagoano votou em Renan Filho para o governo de Alagoas como se escolhesse um número na loteria para ficar milionário. Eis que isso, ao invés de solução definitiva para os males do Estado, se converteu em frustração: quando se esperava que a experiência política causada por dores de algumas derrotas tivesse transformado Renan num vencedor e estadista, capaz de fazer Alagoas dar a volta por cima, ele devolve o Estado estatura física à semelhança dos seus empresários. Essa condição política é, sem dúvida, semelhante à que a classe empresarial devolveu à economia do Estado nos últimos 40 anos: de pujante na produção de açúcar nos anos 70-80-90,com sua mentalidade de capitães hereditários, Alagoas deu origem a uma elite econômica, que extraiu tudo das riquezas do Estado para gozar hoje, em Paris, as delícias do primeiro mundo. Alagoas pede socorro. A quem? Aos próprios alagoanos. Aprendam a votar, pelo amor de Deus!

Alagoas pede socorro REINALDO CABRAL jornalista e escritor

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lagoas perdeu, do ano passado para cá, a quarta e, talvez, última chance de tornar-se o Estado que nunca foi: desenvolvido, altaneiro, cidadão. Com o marechal Deodoro da Fonseca (1827-92), na direção política do país como criador da República, acendeu-se a primeira luz no túnel da vida política brasileira. As amarras de Alagoas como capitania hereditária de Pernambuco já produziram as necessidades reducionistas dos interesses de um futuro Estado frente às crescentes e urgentes necessidades políticas de outras unidades da federação. E o Estado Alagoas ficou esquecido, embora historiadores esperassem que Deodoro viria viver seus últimos dias no pequenino Estado. Com o marechal Floriano Peixoto (1839-1895 ), então vice-presidente de Deodoro - o proclamador da República -, as esperanças dos alagoanos de então se

revitalizaram: Floriano, com uma visão macro do Brasil, visão essa nascida da extraordinária experiência política herdada de Deodoro, abarca a administração da República com uma visão política mais civil que militar. Porém ainda não é dessa vez que circunscreve seu olhar político republicano sobre Alagoas. E as chances do segundo menor estado brasileiro se esvaem. Com Fernando Collor da presidência (1990 –1992), um pouco mais de um sé-



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PORDENTRODOESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

CRB mais ofensivo

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Galo da Pajuçara não corre o risco de cair da Série B de 2016 e tem potencial para avançar na classificação, onde ficou no 11º lugar desde meados do primeiro turno. Os torcedores persistentes e otimistas acreditam na sua aproximação do G-4 e pedem um time mais atrevido no ataque.

Franqueza De Somália fazendo análise do CRB na sua derrota para o Bragantino: “Tivemos oportunidade de fazer o segundo gol. Começamos bem, mas os erros da equipe no segundo tempo custaram o resultado positivo”. No fim da semana, o Galo pega o Botafogo-RJ no Rei Pelé. O jogo será à noite.

Operação de risco? No futebol brasileiro é comum um técnico, no segundo tempo do jogo, mexer no time. Às vezes substituindo o jogador entrosado na equipe por um recém-contratado. Uns até sem sequer, ainda, ter treinado ao lado dos companheiros. Na maioria das vezes, essa troca nem o torcedor entende.

ASA no G-4

Os jogadores convocados por Dunga se apresentaram para os amistosos nos Estados Unidos. Os jogos serão contra a Costa Rica, dia 5, e um time da casa, dia 8. Dentre os chamados, a surpresa é Fabinho (Mônaco), que substituiu Daniel Alves (contundido). Fabinho está convocado, também, para o time olímpico do Brasil.

O Hulk (não é assim que torcedores chamam o Coruripe?!), mesmo em casa, não jogou o que a torcida esperava, e o empate com o Serra Talhada (2x2) aconteceu mais pela raça dos jogadores do que pelo esquema tático. Torcedores lembram, ainda, momentos de agonia. Mas prevaleceu a dosagem triplicada de sorte soprando para o time alagoano.

Segunda Divisão

Em Toronto e nos Jogos Pan Americanos, encerrados domingo, o Brasil surpreendeu pela queda no número de medalhas conquistadas comparando-se à de épocas anteriores. Foram 141 pódios, incluindo o jogo de voleibol masculino contra os Estados Unidos e a marcha atlética.

Desempenho

Hora de acertar

Pelos pontos conquistados, todas as 21 equipes brasileiras não apresentaram desempenho igual ao de anos anteriores. O exibido neste ano motivou queda na quantidade de medalhas de ouro se fizer uma comparação aos jogos de 2011, no México. Fica agora o suspense para as Olimpíadas de 2016. Lembrando: o Brasil será o anfitrião.

brasileira

Série D

A segunda divisão do Campeonato Alagoano teve tabela divulgada pela Federação Alagoana de Futebol. Não ocorrendo alteração, a abertura será no dia 12 de setembro (sábado). Os confrontos definidos para o início da primeira rodada são: Comercial x São Domingos, em Boca da Mata, e Desportivo Aliança x Sete de Setembro,em Olho d´Água das Flores.

Pan Americanos

Seleção

Ponto para Vica e jogadores do ASA. A razão principal é ter voltado a ocupar o G-4 na Série C após vitória sobre o Fortaleza. Para os torcedores, a subida do alvinegro arapiraquense na tabela trata-se de “uma questão de justiça”. O próximo adversário é o Cuiabá, e o jogo será fora de Arapiraca, no Estádio Pantanal.

O desejo dos torcedores é para que os clubes alagoanos, na próxima temporada, se organizem melhor e recuperem o espaço perdido por Alagoas no futebol brasileiro. Motivação: o CRB está bem encaminhado na Série B e o ASA briga na C para entrar na Série B em 2016.

Diretoria motivada

Apesar da ausência sentida em competições nacionais, o CSA segue uma rotina de consulta a nomes que possam fortalecer a equipe na próxima temporada. A torcida é para que o retorno seja marcado com a conquista do título do Campeonato Alagoano. Para a maioria, este momento que passa o time é considerado “acidente de percurso.”

Maceió 200 anos Desde a quarta-feira da semana anterior, a bola rola no Ginásio Arivaldo Maia (Jacintinho). São jogos do campeonato de futebol de salão organizado pela Secretaria Municipal de Esportes, fazendo parte das comemorações do bicentenário de Maceió.

Agenda dos jogos Hiago Rocha, da Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Esportes, divulga que os jogos de futebol de salão, no Ginásio Arivaldo Maia, acontecerão até a véspera do aniversário de Maceió; no caso, 27 de dezembro, tendoo apoio da Faculdade Maurício de Nassau.

Árbitro de futebol Os interessados em inscrição no curso de arbitro de futebol deve se dirigir à Federação Alagoana de Futebol. Exigências?! Ser maior de 18 anos e ter o 2º grau de escolaridade. Os interessados devem procurar Hércules Martins, presidente da Comissão de Arbitragem na Federação.


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S.O.S.ALAGOAS CUNHA PINTO

Vale como piada Uma proposta divulgada no começo da semana, relativa à ampliação de mais dez cadeiras na Câmara Municipal de Maceió já nas próximas eleições, poderia ter sentido se não houvesse esta justificativa: favorecer eleição de candidatos filiados aos chamados partidos nanicos.

É de berço

Cuia na mão

“M

Os prefeitos nordestinos, incluindo os de municípios alagoanos, se queixam da possível decisão do governo federal em transferir recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em valores menores dos que estão previstos.

aus hábitos dos maceioenses não se contam nos dedos”. Essa frase, dita por Hermann Oliveira, tem a ver com a imundície nas ruas devido à má educação da maioria da população. Para ele, mesmo com as campanhas educativas, o problemas não é resolvido.

Idade penal Até pode não dá certo, mas a aprovação do projeto de lei sobre a redução da idade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos, em primeiro turno, na Câmara Federal, é um ponto positivo para a Justiça. É importante destacar, também, que quem abandonar crianças nas ruas responderá criminalmente pelo ato.

Ainda sobre o projeto O projeto de lei que trata da detenção dos delinquentes acima 16 anos defende que os menores infratores cumpram pena separadamente dos maiores de 18 anos, que são colocados em presídios comuns. A votação desse projeto, realizada recentemente na Câmara Federal, aconteceu com as galerias do Plenário vazias, não havendo, portanto, protestos.

Conselho tutelar Vereadores de Maceió aprovaram projeto que altera a Lei 6.378/2015 e propõe questões que tratam sobre eleições dos conselheiros tutelares de Maceió. A sessão foi presidida pelo vereador Kelmann Vieira, presidente da Casa, e pautada como extraordinária para cumprir o regimento.

Atendeu candidatos Do vereador Kelmann Vieira: “Ao aprovar o caráter de urgência, a matéria foi votada no mesmo dia em duas sessões”. Ele disse, ainda, que, atendendo os candidatos a conselheiros, agendou a eleição para o próximo dia 4 de outubro, lembrando que o número de vagas passaram de 7 para 10.

Orçamento A audiência pública na Câmara Municipal de Maceió quanto ao Orçamento do município, realizada na última sexta-feira, uniu vereadores, líderes comunitários, dirigentes de entidades filantrópicas e população em geral. A pauta foi solicitada pelos vereadores, sendo proposta sua inclusão no Plano Diretor de Maceió em 2015.

Bancada de Alagoas

Novas secretarias Rui Palmeira analisa extinguir secretárias e, ao mesmo tempo, pensa em criar outras. Mas isso só no ano que vem. As mais especuladas são “Transporte”, “Desenvolvimento Urbano” e “Esporte, Lazer e Juventude.”

Desobstrução O projeto de lei criado pelo deputado federal Maurício Quintella (PR-AL) tipificando como crime grave a obstrução de vias pública foi aprovado, na última terça-feira, pela Comissão de Constituição e Justiçada Câmara Federal.

Infratores A Lei 6.268/09 define como “infrações cabíveis de multa o depósito de mercadorias bloqueando a via pública e atos públicos que impeçam o tráfego de veículos. O projeto prevê que os infratores podem pegar até dois anos de detenção por considerar o ato uma “infração gravíssima”. O relator do projeto foi o deputado Alberto Gussi (PT-SP).

Não é o momento Do ex-ministro Luiz Carlos Bresser: “Este não é o momento para atacar o governo. Muito menos é o momento para tentar desestabilizá-lo. Não estamos em época de eleições, mas em um momento em que temos que reunir forças para enfrentar uma crise econômica”.

Dinheiro para campanha O senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da Comissão de Reforma Política, abriu pauta para debater sobre financiamentos de campanhas e doações. A intenção é baixar gastos, dar mais transparência às doações e proporcionar à sociedade acompanhamento dos recebimentos e gastos dos partidos.

Projetos polêmicos Renan Calheiros, presidente do Senado, analisa propostas pautadas para votação em Plenário, principalmente as mais polêmicas. Também na pauta está a sugestão de criar uma “auditoria fiscal” independente para ser referência em matérias que impactam a economia.

No Senado, a bancada de Alagoas com Renan Calheiros, Benedito de Lira e Fernando Collor tem posição firmada sobre decreto legislativo propondo o corte de remunerações extras para os próprios senadores! A proposta tramita na Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Caiu na rotina Por mais que a mídia divulgue, a população alagoana parece não dar importância quanto à necessidade de não desperdiçar água. As chuvas recentes não são suficientes para fazer subir o nível dos rios no Estado, bem como os dos rios Parnaíba e São Francisco.

Para meditar “A paciência de esperar é, possivelmente, a maior sabedoria de todas: a sabedoria de plantar uma semente e esperar a árvore dar frutos.” Essa Frase é do escritor Jonh Macenulty e está inserida no livro “Poder da Paciência”. Do escritor M.J.. Ryan, e definido por Richard Carson, autor do “Não faça tempestade em copo d’água”, bem como “Um verdadeiro presente para o mundo.”


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MEIOAMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Terceiro maior fabricante de bicicletas Em 2014, as empresas portuguesas foram responsáveis por mais de 1,6 milhão de unidades de bicicletas produzidas na Europa, e as suas exportações chegaram aos € 315 milhões. Como resposta a esta evolução, a Abimota, principal empresa responsável por este crescimento significativo, está apresentando iniciativas que visam alargar a fronteira tecnológica da utilização das bikes pelo mundo.

Estrume e a energia

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o instalar um sistema de recuperação de biogás, a fazenda Homestead Dairy consegue transformar o estrume de seus animais em energia suficiente para eletrificar 1.000 casas vizinhas. A fazenda recolhe 265.000 litros de estrume que os 3.400 animais produzem por ano e os envia para ser aquecido num digestor anaeróbico. Este aparelho acelera a decomposição, acaba com o cheiro e captura todos os gases com efeito de estufa. E o sistema permite, ainda, produzir energia e fertilizante. Esse sistema custa € 5,3 milhões, mas se paga em cinco anos.

Ursa de Yellowstone As autoridades do Parque Nacional de Yellowstone (EUA) sacrificaram a ursa que matou e dilacerou um turista porque detectaram um comportamento anormal no ataque. Segundo os especialistas, uma importante parte do corpo foi consumida e oculta com a intenção de servir de alimento mais tarde, comportamento que não faz parte da defesa do animal. Ataques defensivos não implicam no consumo do corpo da vítima.

Extração de níquel R$ 200 milhões para conservação da Amazônia Acordos de cooperação entre Brasil e Alemanha vão garantir mais de R$ 200 milhões para a preservação do meio ambiente e regularização ambiental no Brasil. Os investimentos serão feitos por meio do financiamento do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) e do incentivo à realização do Cadastro Ambiental Rural na Amazônia Legal e em áreas de transição para o Cerrado. O aporte dos recursos foi anunciado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e pelo embaixador da Alemanha no Brasil, Dirk Brengelmann, durante a Conferência Florestas, Clima e Biodiversidade, em Brasília. Uma das metas é financiar a manutenção de 60 milhões de hectares de unidades de conservação na Amazônia pelos próximos 25 anos.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou multa de R$ 1 milhão por mês e a suspensão das atividades de extração e beneficiamento de níquel da companhia Vale na região do sudeste do Pará. Por causa da poluição e dos danos ambientais, as três aldeias do povo Xikrin e seus 1.300 índios enfrentam casos de malformação fetal e doenças graves. O prejuízo veio, principalmente, pelo impacto sobre o rio Cateté, o qual a comunidade depende para consumo, banho e pesca. Nele constatou-se a ocorrência de concentração de metais fora dos limites estabelecidos em 2013.

12% da reserva de água doce do mundo De toda a água de superfície que existe no Planeta, o Brasil tem o privilégio de possuir 12% dela. Mas nossa água está mal distribuída. Ela se concentra na bacia do Rio Amazonas, onde vive uma parcela pequena da população brasileira. 37% da água potável encanada é perdida com vazamentos nas redes de distribuição e ligações clandestinas. E apenas 39% do esgoto recebe algum tratamento. O restante vai direto para a natureza. Para o governo, a crise tem duas causas principais: a cultura da abundância de água, que levou ao desperdício, e uma falta de chuvas sem precedente.

El Niño além de 2015 O fenômeno climático El Niño se fortaleceu nas últimas duas semanas, segundo o Escritório Australiano de Meteorologia, que agora vê apenas uma “pequena chance” de que o evento termine até o fim deste ano. As temperaturas do Oceano Pacífico nos trópicos estão bem acima dos patamares que definem o El Niño, e os ventos enfraqueceram muito. Três dos cinco modelos monitorados indicam, também, um aquecimento da superfície do oeste do Oceano Índico.

Reprodução assistida de panda gigante O zoológico de Tóquio vai tentar que um de seus pandas gigantes tenha filhotes por meio de inseminação artificial. A inseminação artificial dos pandas é realizada no limitado período em que as fêmeas são férteis, vários dias dentro das, aproximadamente, duas semanas, e o zoológico de Tóquio realizou até nove tentativas sem sucesso entre 1994 e 2004. O panda gigante é um dos animais em maior perigo de extinção devido à dificuldade que tem para reproduzir-se, um problema derivado da perda de habitat e da endogamia.


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INTERIOR

Palmeira dos Índios aprova piso salarial para os servidores vinculados ao Crea U

m projeto de lei de autoria do Poder Executivo Municipal de Palmeira dos Índios, aprovado na última segunda-feira pelos vereadores da cidade, vai assegurar que os servidores municipais, vinculados ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL), tenham seus salários ajustados ao piso salarial. A lei é válida para profissionais de nível superior nas áreas da tecnológica, Engenharia e Agronomia. Agora, para o cumprimento, falta apenas a sanção do prefeito da cidade, James Ribeiro. Com a lei, Palmeira dos Índios se torna pioneira no processo da implantação do piso para as categorias,tornando o município capacitado para receber o diploma de Prefeitura Legal, expedido pelo Crea-AL. O presidente do Conselho, engenheiro civil Fernando Dacal, participou da sessão na Câmara de Vereadores e destacou o papel fundamental na valorização do profissional. “Palmeira é notícia nacional da engenharia. Na semana passada estiveram em Maceió 26 presidentes de Creas, e eles tomaram conhecimento da disposição do prefeito James Ribeiro em mandar para esta Câmara um projeto fundamental para a valorização das nossas profissões. Hoje, toma posse em Brasília a nova diretoria da Mútua, e deixamos de ir lá para estarmos aqui prestigiando esta sessão”, disse o presidente. O prefeito James Ribeiro também usou a tribuna para registrar sua satisfação

Presidente do Crea, Fernando Dacal fala da importância do piso na presença do prefeito de Palmeira dos Índios, James Ribeiro

em participar da importante sessão extraordinária, afirmando que, ao estabelecer o piso para os engenheiros servidores do município, acelera a valorização da carreira dos técnicos e de todos os filiados ao Crea. “Estamos dando um passo à frente para que as outras prefeituras possam nos acompanhar na elaboração de projeto semelhante ao nosso e que valorize o seu corpo técnico”, afirmou James. Estavam na mesa condutora da sessão, além do presidente Dacal: o diretor-regional da Mútua Alagoas, Fábio Loureiro; os vereadores Salomão Torres (presidente do legislativo municipal) e Fábio Targino; o prefeito da cidade, James Ribeiro; Dr. Pedro Paulo; Ernande da Saúde; e o procurador do município, Roberto Pontes.

Vereadores de Palmeira dos Índios aprovam projeto que valoriza os servidores do município


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ALTARODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Sair da retranca

O

governo federal perdeu mais uma batalha de comunicação ao anunciar o novo programa de financiamento industrial para a cadeia de produção automobilística. Outra vez passou a impressão de que estava socorrendo um segmento considerado privilegiado, com juros subsidiados, em detrimento dos demais setores da economia, inclusive o de pequenas e médias empresas. Erros já começaram quando a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil convocaram a imprensa, com intervalo de 24 horas, para no fundo comunicar os mesmos assuntos com quase nenhuma nuance que os distinguissem. A ideia desta vez é apoiar os produtores de autopeças, em especial os de menor porte, nessa fase em que se perderam, em menos de dois anos, mais de 50.000 empregos entre fabricantes, fornecedores e concessionárias.

pitstop

Pareceu bastante claro que os dois bancos públicos atuaram sem coordenação e pouca convicção sobre as propostas. Também ficou mal explicado que o “socorro” envolveria uma espécie de contrapartida de evitar demissões, o que no momento parece difícil e mais ainda de controlar. Afinal, é o comprador que precisa ser convencido a sair da retranca do consumo. Na véspera desses dois anúncios, durante o seminário Planejamento Automotivo 2016, organizado em São Paulo pela Automotive Business, o clima de pessimismo em uma pesquisa eletrônica instantânea contagiou o próximo ano e até mesmo o início de 2017. Para dois terços dos 360 presentes, o número de empresas de autopeças vai diminuir, seja ao cerrar as portas simplesmente ou por aquisições e fusões. Em todos os casos vão-se

RODA VIVA os empregos. A cadeia de produção automobilística é longa: cinco milhões de pessoas vivem dela de forma direta e indireta com salários médios bem acima dos setores de construção civil e de serviços. Seu faturamento alcança 5% do PIB (em países centrais como EUA, Japão e Alemanha a proporção é semelhante) com a diferença desproporcional de que aqui responde por mais de 10% da arrecadação de impostos. Assim, um governo à caça de receitas para se sustentar acaba por dar suporte de alguma forma aos fabricantes de veículos. Para complicar, a média de idade do parque fabril brasileiro é estimada em 17 anos (na indústria automobilística, defasagem menor), contra sete nos EUA e cinco na Alemanha. Robotização poderia aumentar a produtividade, mas investimentos são altos e, num primei-

ro momento, elimina empregos. Para o consumidor, um programa de renovação da frota bem planejado ajudaria a animar o mercado e a preservar empregos, como aconteceu na Europa. Mas, se até o plano de substituição de caminhões muito velhos – 30 anos ou mais – não consegue sair do papel, o que dizer sobre automóveis. Poder aquisitivo baixo e em baixa por razão da inflação só adiciona desânimo em um momento de falta de confiança na economia, nos governos e nos políticos. Esta é a terceira grande crise que atinge a indústria automobilística, sem contar períodos de estagnação ou de baixo crescimento. As duas primeiras causadas pelo choque de preço do petróleo (anos 1980) e as dificuldades ao sair da hiperinflação (anos 1990). Uma durou dez anos, a outra sete anos. Quem sabe essa termine em quatro anos.

consumidor para esse detalhe, por isso é preciso ficar atento na hora da compra. Se o carro for 2015, ele deve custar pelo menos 10% a menos, para que você não tome prejuízo na hora da revenda. Se o desconto for menor, compre o 2016, mesmo mais caro, pois, do ponto de vista financeiro, é o melhor negócio. A maioria dos carros fabricados no Brasil em estoque nas concessionárias já é modelo 2016, mas ainda existem muitos 2015, caso do Onix, da GM, cujo modelo 2016 começa a chegar na semana que vem. Nesse caso, o consumidor deve ponderar se vale a pena esperar para fazer a compra; se optar por comprar o modelo 2015, saiba que vai perder dinheiro na hora da revenda, portanto peça um desconto

na concessionária. Tenha como referência que o Onix perde 8,5% do seu preço após um ano de uso. O hatch da GM foi o campeão do Prêmio Maior Valor de Revenda 2014, é o carro menos depreciado do mercado brasileiro. No caso de dois carros – o Fox e o C3 –, quase não há modelo 2015 à disposição; o grosso do estoque já é 2016 e o desconto é significativo: o Fox 1.6 Comfortline 2016 custa R$ 50 mil; e o 2015, R$ 43 mil, uma diferença de 14%. No Estudo de Depreciação Autoinforme, esse carro perde 11,5% do valor após um ano de uso, quer dizer: o preço é bem vantajoso. Já o Citroën C3 Exclusive 1.5 manual é vendido por R$ 55 mil na versão 2016. A única unidade 2015 que encontramos era vendida por R$ 52. Em pelo menos quatro redes de concessionárias o consumidor pode optar por comprar o 2015 ou o 2016. Na Fiat, o novo Palio 2016 é vendido por R$ 40 mil,

Modelo 2015 só compensa com desconto de 10% Mesmo com desconto (que chega a R$ 4 mil), nem sempre é vantagem comprar o 2015; o 2016 vai valer mais na hora da revenda O consumidor deve tomar muito cuidado ao comprar um carro zero nessa época, em que convivem dois tipos de modelos que podem ser exatamente idênticos, mas com valor de mercado bem diferente um do outro: o 2015 e o 2016. A diferença entre eles pode chegar a 10%, ou mais de R$ 4 mil, um valor que determina a decisão de compra nesse segmento de entrada. Mas o comprador não deve se impressionar com o preço mais caro do 2016. De nada adianta pagar mais barato o 2015 se o dono do carro vai perder na hora da revenda. Explica-se: daqui a um ano o mo-delo 2015 vai valer cerca de

10% a menos do que o 2016. Essa é a depreciação média de um carro pequeno no mercado brasileiro, conforme estudo de Depreciação AutoInforme/Molicar, base do prêmio Maior Valor de Revenda, que homenageia os carros que menos perdem valor após um ano de uso. É nessa época do ano (agosto e setembro) que a maioria das marcas fazem a mudança da linha de 2015 para 2016, embora algumas montadoras já tenham lançado o 2016 no primeiro semestre. Por isso o mercado convive com os dois modelos, em muitos casos idênticos, sem nenhuma alteração mecânica ou estética. Mas, para as leis do mercado, o que vale é o documento; assim, o 2016 vale mais do que o 2015. Nem todos os vendedores alertam o

POUCO mais de quatro anos depois do último recorde, o consumo de etanol hidratado bateu uma nova marca histórica no mês passado. Em julho, alcançou 1,55 bilhão de litros, correspondentes a 24% do total em motores de ciclo Otto (flex, gasolina e etanol puro). Somado ao etanol anidro misturado à gasolina, o combustível vegetal respondeu por quase 60% do consumo nacional. GARANTIA de peças no serviço de manutenção independente foi um dos temas acalorados do 21º Seminário da Reposição Automotiva, semana passada, em São Paulo. Embora incidência de defeitos seja baixa, custos envolvidos não o são. A peça sai da fábrica, vai para distribuidor, varejo, oficina e consumidor e, depois, faz o caminho inverso, em caso de problema. MERCEDES-BENZ Classe C 180 será o primeiro a sair da fábrica de Iracemápolis (São Paulo) em 2016. Na versão alemã atual, o motor 1,6 turbo, 156 cv, a gasolina (flex, em breve), sente o peso do carro, compensado em parte ao se selecionar o modo Sport de condução. Espaço interno muito bom e acabamento primoroso. Sistema multimídia tem pareamento pouco intuitivo. ASSOCIAÇÃO Brasileira de Veículos Elétricos estima em 5% a frota mundial com esse tipo de tração, um evidente equívoco. Em 2014 era apenas 0,06% entre elétricos puros e híbridos recarregáveis em tomada. Híbridos comuns não podem ser considerados elétricos, mas, mesmo somados, representarão em 2015 pouco mais de 1% das vendas mundiais de veículos. CESVI esclareceu alguns pontos dúbios sobre o seu Índice de Manutenção Veicular. Para os tempos-padrão de reparo, consultou concessionárias dos cinco principais fabricantes do país, que representam mais de 70% das vendas totais de veículos leves. Identificou, como média, 72 minutos de mão de obra em cada uma


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MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE AGOSTO A 03 DE SETEMBRO DE 2015

ARTIGO

Eu estou com muita pena da sra. Dilma!!!... JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS

jalm22@ig.com.br

E

u sempre gostei de História Geral, principalmente da História Antiga, quando ela nos transmitia tanto o apogeu como a queda dos homens e mulheres que se destacavam. Eu me deliciava com as páginas que falavam nas virtudes e nos defeitos dos personagens. Alguns eram admirados por mim e outros me deixavam com pena deles, diante dos seus graves defeitos morais. Os faraós do Egito deixaram marcas na História, e muitas sob o grande poder de Deus, que mandou o Povo Hebreu, levado por Moisés, sair do julgo dos faraós e ir para a Terra Prometida. Li a história de Maria An-

tonieta, de Aníbal, Nabucodonosor, Felipe da Macedônia e seu filho, Alexandre o Grande, Júlio César, Nero, Calígula, Marco Antonio, Napoleão Bonaparte, Hitler, Mussolini e outros famosos. Todos eles e elas já tiveram as suas glórias e os seus esplendores, mas, também, suas derrotas e fracassos. Na História do Brasil, eu fui buscar notícias e exemplos e saber o que já aconteceu com os mais importantes destaques. Sempre gostei de ler algo sobre Dom Pedro II e, numa História mais recente, o que aconteceu com Getúlio Vargas, Jânio Quadros, Juscelino Kubitschek, Jango, Castelo Branco, Fernando Collor, bem como o que vem acontecendo com Lula e com a sra. Dilma. Ao virar as páginas, nós nos deparamos com páginas negras, sujas até com o sangue do prefeito Daniel e man-

chadas com todo tipo de crimes, assaltos, mentiras, roubalheiras e tudo mais que nos deixa envergonhados perante o mundo inteiro. Nas páginas que já li na História Geral, tanto nas páginas novas como nas antigas, não existe nenhuma que possa ser comparada com a que está sendo mostrada nos dias de hoje por uma tal Operação Lava Jato. De agora em diante, vamos ficar sabendo que um partido político, denominado PT (Partido dos Trabalhadores), foi criado, organizado e liderado por um ex-mecânico, de nome Luiz Inácio Lula da Silva e que foi eleito e reeleito presidente da República. Vamos ficar sabendo que esse senhor foi, durante oito anos, assunto de todo o noticiário mundial. A História do Brasil vai ensinar aos brasileiros que esse senhor Lula apresentou uma candidata para o substituir, chamada Dilma Rousselff

e que foi eleita. A nossa História vai ficar manchada por um tal de PT, que resolveu assaltar a Petrobras, de onde retirou bilhões de reais, através de empreiteiros, para serem distribuídos aos políticos que davam apoio ao sr. Lula e à sra. Dilma. Como essa nossa nova história ainda está para ser escrita no todo, saberemos, brevemente, os personagens que já foram presos, quais os que serão presos e se o sr. Lula e a sra. Dilma também serão presos. Por causa disso, eu estou com muita pena da sra. Dilma e do sr. Lula, pois o Brasil está acordando do grande pesadelo que se apoderou dos brasileiros e, principalmente, dos nossos jovens. Em tempo – O bacharel dr. Benígno Portela é um dos melhores leitores que tenho, diante da sua inteligência, como um grande delegado da Polícia Civil.


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ABCDOINTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Jogo do ASA

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a tarde da última segundafeira, o elenco alvinegro se reapresentou no Fumeirão para dar início aos treinamentos para o confronto deste domingo contra o Cuiabá, na Arena Pantanal. Os jogadores que participaram de toda a partida realizaram exercícios com o preparador físico Serginho Brasília, enquanto que os demais participaram do treino coletivo coordenado pelo técnico Vica.

Base alvinegra O treino contou com a presença de alguns jogadores da base alvinegra, atletas que se destacaram na conquista do título do Campeonato Alagoano Sub-20. O ASA voltou a treinar na última terça-feira pela manhã. No segundo horário, o treino foi realizado com os portões fechados para a imprensa e torcedores.

Terceiro colocado Com a vitória no último sábado, diante da equipe do Fortaleza no Estádio Municipal Coaracy da Matta Fonseca, o time da Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA) somou 23 pontos ganhos e reassumiu a terceira posição do grupo A do Campeonato Brasileiro da Série C.

Maçonaria no Sertão Numa solenidade bastante concorrida, na qual a Maçonaria de Pão de Açúcar prestou a diversas personalidades que contribuem para o engrandecimento da sociedade pãode-açucarense e, ainda, para com os trabalhos realizados pela própria loja, o nome de Jorge Dantas estava entre os de outras pessoas homenageadas na noite, a exemplo do monsenhor Petrúcio Bezerra de Oliveira, do servidor público federal Luz Elias do Nascimento (fundador da Loja Maçônica Jaciobá Nº 18) e do vereador Diomedes Rodrigues (presidente da CLISADEQ).

Foi representado Em razão de estar participando da “7ª Cavalgada Amigos de Jorge Dantas”, o prefeito não pôde comparecer à solenidade e foi representado pelo filho e advogado Francisco Dâmaso Dantas. A reunião contou, ainda, com a presença de diversos convidados, e, na oportunidade, foi proferida uma palestra sobre “A Importância da Família”.

Sétima Cavalgada Uma multidão compareceu à 7ª edição da Cavalgada Amigos de Jorge Dantas, no último domingo, em Pão de Açúcar. O percurso foi feito com muita animação e puxado por um trio elétrico, toadas e aboios. Cerca de 1.000 vaqueiros compareceram ao evento com seus respectivos cavalos, e centenas de veículos acompanharam o tradicional evento que teve como ponto de concentração o Povoado Lagoa de Pedra.

Paradas obrigatórias A cavalgada teve três pontos de paradas obrigatórias, isto é, povoados Meirus e Rua Nova e Assentamento Bom Conselho. O ponto de chegada foi a AABB, onde aconteceu um show com o famoso cantor Galã do Brega. O local do show ficou superlotado, e o número de pessoas foi igual ao de shows realizados durante a Festa de Bom Jesus dos Navegantes.

Semana da Psicologia O Conselho Regional de Psicologia de Alagoas (CRP-15) realizou nas últimas quarta (em Maceió) e quinta-feiras (em Arapiraca), a Semana da Psicologia, comemorativa aos 53 anos da Regulamentação da Profissão no Brasil (Lei 4.119). Em Maceió, o evento acontece no Hotel Ritz Lagoa da Anta, no bairro de Cruz das Almas, e no Planetário Municipal, em Arapiraca. As inscrições das palestras serão gratuitas para profissionais, professores e acadêmicos da área.

Programação

A programação na capital iniciouse às 8h30, com a solenidade de abertura contando com a participação de autoridades e das instituições de ensino superior em Psicologia. Logo em seguida, começaram as palestras, estendendo-se pela manhã, tarde e noite. Paralelamente às conferências, são realizados quatro minicursos, pela manhã e à tarde.

Temas do evento O evento, construído de variadas temáticas, inicialmente abordará o tema “Revisitando as Psicoterapias”, com uma mesa participativa de quatro conferencistas durante toda a manhã. No início da tarde, “Psicologia, Mídia e Subjetividade” será o assunto a ser debatido, com profissionais da área de comunicação. Ainda pela tarde, o tema “Psicologia e os Desafios Atuais” contará com a participação de cinco profissionais da área de Psicologia.

Encerramento A Conferência de encerramento terá a apresentação e lançamento da Plataforma OrientaPsi, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), onde o conselheiro psicólogo Rogério de Oliveira Silva, vice-presidente do CFP, falará dessa nova ferramenta destinado à Psicologia, onde psicólogos de todo o país vão puder se encontrar, trocar experiências profissionais e técnicas, debater o futuro da profissão, contar com um centro consultivo e de orientação para o seu trabalho, além de ter um canal exclusivo de comunicação, direta, com CFP, CRPs e todos os colegas de profissão.

PELO INTERIOR ... As comemorações alusivas aos 50 anos da Escola de Ensino Fundamental João Saturnino de Almeida, localizada no bairro de Boa Vista, vão celebrar o seu aniversário com uma campanha de solidariedade humana. ... Professores, alunos e comunidade estão mobilizados na campanha de doação de sangue “Doar sangue: um ato de amor com outras vidas”. ... A campanha está sendo idealizada pelos bolsistas do Pibid/Ifal e terá início no próximo dia 3 de setembro, no período das 8 às 16 horas, com a coleta de sangue pelo Hemocentro de Arapiraca (Hemoar) na escola. ... A equipe do projeto Pibid/Ifal é formada pela professora-supervisora Micheline Magalhães; pela coordenadora de área, Quitéria Belo; e pelos bolsistas Wellington Ferreira, Suelane Cristina, Regina Lima, Jackelline Barbosa, João Paulo Ferreira e Luiz Moreira. O diretor da escola é o professor Ismael Nunes de Oliveira. ... Como requisito para doar sangue, a pessoa tem de levar documentação oficial de identificação com foto, ter idade entre 16 (acompanhados dos pais ou responsável) e 69 anos, pesar (no mínimo) 50 quilos, não estar em jejum e evitar alimentos gordurosos e látceos durante as três horas que antecedem a doação de sangue. ... Os municípios alagoanos saíram na frente e estão cortando despesas para superar a crise financeira nacional. ... Os municípios do litoral norte, em bloco, estão reduzindo o número de cargos comissionados e de secretarias. ... “Estamos fazendo o dever de casa que a própria presidente Dilma Rousseff já deveria ter começado”, diz o prefeito de Matriz do Camaragibe, Marcos Nascimento. ... Na segunda-feira, na sede da AMA, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, também foi taxativo ao dizer que o FPM representa 40% da receita da capital e que a queda do recurso, em agosto, teve um efeito devastador nas contas. Também citou as pedaladas federais e as “pautas-bombas” que estão aumentando os pisos salariais de diversas categorias, sem definição de fonte de financiamento. ... “O problema de um é o problema de todos”, disse o presidente da entidade, Marcelo Beltrão, ao defender medidas conjuntas que disparem o alerta à população. ... A AMA, em parceria com a CNM, vai começar uma grande campanha de esclarecimento para que todos conheçam os números dos municípios e os malabarismos que os prefeitos estão fazendo para garantir os serviços públicos. ...“Os prefeitos não podem ficar sozinhos. A crise não é responsabilidade nossa, e a situação tem que ser compartilhada”, acrescentou Beltrão.


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REPÓRTERECONÔMICO JAIR PIMENTEL - jornalista.jairpimentel@gmail.com

NO PAÍSdasALAGOAS TEMÓTEO CORREIA - Ex-deputado estadual

Mudando de local É uma boa maneira de pesquisar e economizar em seu orçamento doméstico. Converse com familiares, amigos, vizinhos para ir aprendendo a economizar em suas compras, vendo quais os pontos de venda que comercializam com preços em conta. Pode até mesmo ser o mercadinho da esquina, sem ar refrigerado e sem muitas opções de compras. Vá lá e compre o que usa, mesmo sendo de outra marca. O importante é o preço menor. Qualquer centavo economizado em tempo de recessão, como agora, vale a pena.

Economizando na feira

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pesar do verdadeiro pandemônio que se constituía uma feira livre, o antigo hábito do consumidor de sair de casa logo cedo da manhã para ir a uma delas continua se constituindo numa excelente maneira de economizar, comprando produtos vindos diretamente da roça a preços inferiores aos praticados nos supermercados. E o importante: essa prática ajuda os pequenos agricultores que sobrevivem do exaustivo trabalho do campo. Além do mais, o não uso de agrotóxicos proporciona uma alimentação saudável e barata. Outra vantagem importante para quem frequenta uma feira livre: o cliente pode pechinchar com o próprio produtor (dono da barraca), principalmente se ele for a uma feira livre ecológica, como a realizada a cada sexta-feira no Mercado de Jaraguá. Esses produtores saem da roça pela madrugada e chegam ao amanhecer a Maceió, onde vendem seus produtos comprovadamente livres de adubo químico, diferentemente dos produtos vendidos na Ceasa vindos de outros estados, que contêm agrotóxicos.

Sempre pesquisando Mas não é só com hortifrutigranjeiros que se deve economizar. Tem que fazer o mesmo nos supermercados na compra de cereais, material de limpeza e higiene, necessários no dia a dia do consumidor. Assim, faça pesquisa, veja as ofertas, leve a lista de compras. Mas, pechinchar, nem pensar! Nesses locais, o preço já fica fixo no produto, devendo ser pago no caixa. Não tem como tentar baixá-lo falando com um funcionário, nem com o gerente.

Produtos duráveis Se o seu liquidificador pifa e você vai a uma oficina de consertos, pode constatar que é mais vantagem comprar um novo do que pagar pelo conserto. Vá a uma loja de eletrodoméstico, mas não só em uma. Visite várias, até encontrar um preço baixo que possa comprar à vista. Nada de dividir em vários meses. Geralmente, os juros estão embutidos no preço final. Fuja disso!

Vestuário O vestuário é outro item de consumo que você pode muito economizar. As opções de compras são muitas. Se você costuma comprar roupas de grifes famosas, parta para as chinesas, indianas e de outros países asiáticos, que chegam aqui com preços mais baixos do que as similares nacionais, americanas e europeias. Esqueça a marca. Lembre-se: “a parte mais sensível do corpo é o bolso”.

Uma espinha na garganta

A

ssembleia Legislativa de Alagoas; uma tarde de terça-feira de outubro de 2004. O plenário apresentava um bom quórum, e as galerias estavam lotadas. O deputado Gilberto Gonçalves (GG), que havia perdido a eleição para a Prefeitura de Rio Largo - Alagoas, ocupava a tribuna. Fazia um discurso eloquente e com bastante veemência. A certa altura, começou a fazer uma verdadeira apologia ao colega Cícero Almeida, que havia sido eleito prefeito de Maceió: - Vossa Excelência, na sua brilhante vitória, com certeza contou com Deus e o povo. O Altíssimo aceitou a sua mensagem. Um popular que da galeria da ALE ouvia o discurso ironizou em voz alta: - Então, o senhor, que perdeu a eleição para prefeito de Rio Largo, não contou nem com Deus nem com o povo!? GG percebeu a ironia, perdeu o fio da meada do discurso, inquietou-se e, com as faces escarlates e os olhos esbugalhados, fitou o popular e indagou:


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CRÔNICA

O amor por entre as macas FERNANDO TENÓRIO* fernandoatn@hotmail.com

C

abe a mim relatar mais um caso, ainda que breve e fortuito, para falar sobre o amor. Durante a madrugada, o tempo movia-se lentamente, começava a dilatarse aos poucos e depois mais depressa. Pessoas enfermas adentravam em estado grave, outras nem tanto. O ritmo frenético do plantão faz-nos ingerir uma pílula para anestesiar sentimentos, ou melhor, segundo um colega, desumanizamos a nós e aos pacientes quando assumimos o caos, ou quando abrimos sua porta. Somos os donos do caos, por assim dizer, ao tentarmos dar um jeito na desordem externa, simulando fincar ordem também na bagunça do íntimo. Vivemos absortos e não reparamos que o que nos vai acontecendo deixa intacto, em cada momento, o que nos pode acontecer. É o que sucede quando assistimos a uma conversa e não prestamos atenção, sempre o mais importante não é ouvido. A noite foi movimentada, e os focos eram os casos graves a que atendíamos. Quando tudo já era calmaria, fiquei atento observando a situação que presenciava, agora já sem aquela anestesia anteriormente citada. Observei uma mulher, por volta dos 40 anos, com um corpo um tanto deteriorado pelo tempo e pelas condições que a vida lhe deu, além do atrope-

lamento sofrido. O que destoava era seu sorriso no rosto. O ambiente horrendo não era, nem nunca será, motivo para sorrisos, principalmente para quem o vê com olhos virgens. Minha atenção voltou-se para ela. Notei o paciente da maca ao lado cochichar. Demorei a compreender que aquele momento tratavase de um flerte. A prudência tentava retê-lo, mas, como todos sabemos, a prudência só é boa quando se trata de conservar aquilo que já não interessa. Ele foi ganhando confiança. Enquanto eu passava para avaliar um paciente e outro, eis o senhor galante jogando seu charme para sua musa com mais veemência. Era uma musa às avessas. Ela não tinha o glamour das misses, muito menos a beleza que a sociedade nos aponta. Era feita de um cabelo despenteado, de um sorriso incompleto, abdome globoso e escoriações por todo o corpo. O cortejador também não era o príncipe sonhado pelas moças. Não vinha em cavalo branco. Seu transporte era uma maca gélida e suja, e o que podia oferecer era um hálito etílico de longe e declarações engroladas, além de muita poeira na roupa mal cerzida. Notei que o flerte avançava, e ele investia pesado: - Você mora em que lugar? Quero seu telefone. Ela foi cedendo aos encantos e respondia sempre acompanhada de seu sorriso incompleto de dentes e pleno de felicidade. Sabe-se lá há quanto tempo ela não ouvia o quão bonita era. Sabe-se lá se já havia ouvido tais elogios. Sabe-se lá! Respondeu o que fazia, onde morava e balbuciou alguma coisa com números,

o que me fez pensar em seu telefone. Pobre da moça que tem em um bêbado seu cortejador, pensei. O camarada não terá condições de decorar esse número, e ela ficará esperando um telefonema que nunca há de vir. O avançar da hora apressa, silencia. Tudo busca seu lugar antes do amanhecer. Até o amor, digo, o quase amor. Mesmo feio, roto, desalinhado, o amor chegou. Sem prometer a eternidade, sem prometer um passeio ao shopping, o quase amor chegou. Chegou para ir embora logo em seguida. Fez deles felizes, ainda que para sublimar a própria condição naquele ambiente. Nem por isso deixou de acontecer, deixou de ser bonito. Fez o tenso virar cômico. A tragicomédia da vida. Minha saída coincidiu com a do homem paquerador. A paciente não resistiu a dizer-lhe de maneira pontual, a tal ponto imperiosa, seu nome novamente. Essa necessidade de ir pela vida a dizer quem somos é grande, ainda mais quando nos é negada grandeza ao dizê-lo. O homem repetiu o nome, como se ao sabê-lo não houvesse mais nada a saber sobre ela, ou o pouco que ainda restasse não merecesse uma pergunta nova. Despediu-se passando a mão no cabelo da moça e foi embora. A mulher enferma ficou sorrindo, como se o destino a tivesse presenteado com um atropelamento na noite de sábado... *Médico formado pela Ufal, Fernando Tenório, 26 anos, alagoano de Maribondo, encontra-se fazendo residência em Psiquiatria no Hospital Philippe Pinel, Rio de Janeiro. É autor do livro A Responsabilidade dos Olhos, lançado pela editora Viva em 2014.


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