Edicao850

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extra MACEIÓ - ALAGOAS

HUMOR

ANO XVII - Nº 850 - 04 A 10 DE DEZEMBRO DE 2015

SAULO LARANJEIRA TRAZ “ASSUNTA BRASIL” DIA 6 P/31

www.novoextra.com.br

HONORIS CAUSA

ESTADO HOMENAGEIA JORNALISTA ALAGOANO AUDÁLIO DANTAS P/17

CREDORES QUEREM AFASTAR GESTOR DA

MASSA FALIDA DO GRUPO JL

Luiz Henrique Cunha teria se aproveitado de informações privilegiadas para adquirir crédito da Laginha P/5

Israel Lessa pode encabeçar chapa do PDT em Maceió

PDT terá candidato próprio para prefeito de Maceió; será Ronaldo ou Israel Lessa P/ 6 CNJ é contra PECs que querem efetivar interinos de cartórios P/ 8

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MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE DEZEMBRO DE 2015

Fim da farsa A decisão da Andrade Gutierrez de fazer delação premiada e pagar R$ 1 bilhão em multa, pela roubalheira na Petrobras, abriu caminho para a Odebrecht – maior empreiteira do Brasil – negociar a delação e pagamento de multa pelo maior escândalo de corrupção já visto na história deste país. Indignado com a prisão do filho Marcelo, o empresário Emílio Odebrecht está decidido a abrir o jogo e contar toda a história do petrolão e revelar os personagens envolvidos no assalto sob as ordens do comandante Lula da Silva. É só o que falta para o juiz Sérgio Moro fechar o processo deste capítulo negro da história brasileira e mandar para a cadeia Ali Babá e seus 400 ladrões.

Sonegador privilegiado

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

Sem credibilidade

O secretário George Santoro vem apertando o cerco fiscal contra tudo e todos, mas até agora não mexeu no milionário acordo de cavalheiro que isentou o usineiro Nivaldo Jatobá de pagar uma dívida de R$ 70 milhões em ICMS. A negociata foi feita no apagar das luzes do governo tucano, sob as ordens de Maurício Toledo, então secretário da Fazenda, e também usineiro.

Máfia do lixo

O deputado Cícero Almeida conta com a lentidão do STF para escapar do processo em que é acusado de desviar milhões de reais através da chamada Máfia do Lixo. Se for julgado no início de 2016 corre o risco de ter o mandato cassado e os direitos políticos suspensos.

Interdição

O processo de interdição judicial do empresário João Lyra, ajuizado pela família, começou a andar. Esta semana o usineiro foi ouvido em juízo e demonstrou fortes sinais de demência. A família teme que João Lyra, de 84 anos, seja vítima de novos golpes e espera rapidez no julgamento deste processo.

O advogado Nabor Bulhões aposta na falta de credibilidade dos denunciantes para absolver o desembargador Washington Luiz nos processos que ele enfrenta junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para o defensor do magistrado, “Maria Aparecida e Kleber Malaquias são criminosos profissionais”.

Exageros

O desembargador Washington Luiz pode ser responsabilizado por muitas coisas erradas como magistrado, mas acusá-lo de ser o mandante de três homicídios já é demais. Quem conhece a família do magistrado – e todo o Sertão sabe disso – não tem dúvida de que os Damasceno Freitas nunca atentaram contra a vida de ninguém.

(Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Desespero na Globo Quando comprou a Rádio Jornal por baixo dos panos ao empresário João Lyra, o deputado federal Cícero Almeida se comprometeu a fazer uma programação e pagar os salários atrasados. Só papo. Até agora os empregados não viram a cor do dinheiro e a situação está ficando cada vez pior. Muito pior, também, é para o conceito do Sistema Globo, que emprestou seu nome e programação e sente o peso da irresponsabilidade. A emissora ainda não honrou os débitos com a Eletrobras, com os funcionários e os fornecedores.

Desconfiança Quem não honra seus compromissos e fica levando os outros no papo, não tem muito futuro. Cícero Almeida, com esse comportamento, sabe que ficará difícil, muito difícil, alguém acreditar nele numa campanha majoritária. Quem não tem grupo, confiança e não cumpre com suas obrigações, o destino é sucumbir politicamente.

Supersalários

Credores da massa falida do Grupo João Lyra se reúnem nesta sexta-feira (4), em audiência com poder de assembleia, para tomar duas decisões importantes. Na reunião, no Pleno do TJ, vão decidir se o síndico João Daniel Fernandes, que está pendurado em uma liminar, deve, ou não, continuar no cargo. A outra decisão diz respeito aos salários dos gestores judiciais, que os credores consideram exagerados.

No País das Alagoas

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- Há coisas que só acontecem em Alagoas, estado condenado a viver nas manchetes negativas desde que se separou de Pernambuco, há dois séculos.

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- Agora mesmo, o Conselho Estadual de Segurança Pública depara-se com um caso inusitado: 21 anos depois de deixar o Palácio dos Martírios, o ex-governador Geraldo Bulhões pediu 10 policiais militares sob comando de um oficial para garantir a sua segurança pessoal.

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- Vale lembrar que GB vive há anos enclausurado em sua mansão na Santa Amélia, e não se conhece nenhum ato que tenho posto sua vida em risco. Até mesmo porque nunca precisou de segurança. A não ser que a tropa tenha como missão espantar o tédio do solitário ex-governador.

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- Como era de se esperar, o pedido foi negado.

Vem, Verão.....

Vem ai a nova campanha do verão 2016 da carioca Itaipava. A cerveja é a mesma, mas a musa da marca vem renovada e cheia de charme.

Joaquim Gomes

A 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas manteve, ontem, decisão do desembargador James Magalhães de cassação dos mandatos de oito vereadores de Joaquim Gomes acusados de receberem propina do ex-prefeito Antônio de Araújo Barros, o Toinho Batista. No julgamento, atuou o juiz convocado Maurício César Brêda Filho, em substituição ao desembargador afastado por problemas de saúde. Antônio Emanuel de Albuquerque Morais Filho, Antônio Marcio Gerônimo da Silva, Antônio Gonzaga Filho, Edivan Antônio da Silva, Tereza Cristina Oliveira de Almeida, Cícero Almeida Lira, Edivaldo Alexandre da Silva Leite e Adriano Barros da Silva tiveram seus mandatos cassados por uma Comissão Especial da Câmara Municipal.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REPORTAGEM: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE DEZEMBRO DE

JORGE OLIVEIRA

STF rasga a Constituição São Paulo - Atenção: o STF não quer que a gente pense que aquilo é um conglomerado sério. O Delcídio do Amaral só entrou em cana porque comprometeu a “honra” da Corte, quando o “imbecil”, segundo o Lula, deixou-se gravar pelo filho do Nestor Cerveró. Malandro é o Lula que, por enquanto, ainda não deixou pista das suas estripulias, né? A nota do PT contra o seu líder é covarde. O fundamentalista, Rui Falcão, presidente do PT, se contradiz. Em solidariedade a bandidos tipo Vaccari, Delúbio, Zé Dirceu e outros páreas ele foi à rua dizer, em nota pública, que não se condena publicamente ninguém sem o julgamento final. Agora, entregou o Delcídio às baratas. Sabe por que? Porque o Delcídio, líder do governo, é uma escolha da Dilma, portanto, é ela que tem que resolver o problema. Trata-se de um partido de meia-tigela, um agrupamento de gentalha, que, para livrar o chefe mafioso, entrega até a mãe. O STF legislou em causa própria em relação à prisão do Delcídio. Se alguns de seus ministros não tivessem aparecido nus nas gravações do senador, duvido muito que ele estivesse hoje na cadeia. É sintomático que apenas dois ministros da Corte, Carmen Lúcia e o Celso de Mello, expressassem de forma contundente a indignação de ver os nomes de alguns ministros citados na conversa como co-padrinhos dos crimes petistas, cúmplices da Lava Jato. Os outros, na gravação, apenas fizeram miseen-scène para o público, não negaram com veemência as confabulações espúrias entre a Lava Jato e os seus intermediários e criminosos. O Supremo Tribunal Federal vive numa encruzilhada. O seu presidente Ricardo Lewandowski avistou-se com a Dilma Rousseff em Lisboa, em um encontro fora da agenda oficial, uma coisa estranha para o presidente de uma Corte que tem por obrigação zelar pela transparência diante de um caso tão rumoroso como o da Lava Jato. Não é de hoje que o Lula, o falastrão, fala aos ventos da sua influência dentro do tribunal. Não faz muito tempo, ele envolveu o ministro Gilmar Mendes numa conversa espúria, levando-o a se expor diante do país. O ministro negou que tivesse sido cooptado pelo ex-presidente, mas não conseguiu apagar a mancha de um provável conchavo, de uma conversa de pé de ouvido, que fragiliza futuras decisões judiciais.

Covardia

No caso do Delcídio do Amaral, não apenas a nota do PT foi covarde, pusilânime, espúria. O comportamento dos senadores também é repudiável. Não se discute aqui o crime de Delcidio do Amaral – grave. Discute-se, isso sim, a covardia de seus pares, que se deixaram fragilizar por uma decisão intempestiva do tribunal, cujos integrantes estavam citados na comprometedora gravação do senador. Está na Constituição, é claro: um senador só pode ser preso em flagrante delito. E a gravação não é um crime inafiançável. Quando o senador alagoano Arnon de Mello, pai do Collor, matou por engano, em 1963, o seu colega José Kairala, do Acre, dentro do plenário do Senado, aí sim, é configurado um flagrante delito. Mesmo assim ele foi levado para as dependências da Aeronáutica e depois liberado para responder pelo crime em liberdade.

Gravação

O STF – que tem por obrigação zelar pela Constituição – rasgou a lei. Alguns de seus membros sentiram-se feridos pelas palavras do senador em dizer que tinha acertos com alguns deles. Ora, que bobagem! Quando um político, um senador, não pode conversar com um ministro sem que isto comprometa a imagem de ambos? Quando um líder de governo, que transita em todas as áreas, não pode confabular com a Justiça quando os poderes estão envolvidos numa mesma causa? Isso é normal que aconteça em todas as instâncias. O que não pode acontecer é essa farsa: prende-se um senador porque, em uma gravação, ele dá nomes de vários ministros do STF com quem conversou (sem comprometê-los em nenhum momento), numa conversa “mafiosa” que incrimina apenas ele e seus comparsas.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Intempestividade

Os ministros do STF sabem – e têm consciência disso – que agiram com o fígado. Se é para prender criminosos, dilapidadores do patrimônio do país, assaltantes dos cofres públicos, que se prenda o chefe da quadrilha, o ex-presidente da república Luís Inácio Lula da Silva, já comprovadamente envolvido nessa corrupção avassaladora. O que não pode – e isso é arbitrário e inconstitucional – é rasgar a Constituição. E o STF, sem dúvida, apaixonadamente, jogou as nossas leis na lata do lixo. Um perigo para a democracia!

Passeio

Quando o Lula mandou a Dilma passear e deixar o governo por conta dele e de seus parceiros, poderia até estar brincando, mas a presidente levou a sério. Ela chegou ontem a Paris cercada pelos áulicos de sempre, onde deverá permanecer o fim de semana na Cidade Luz. Afinal de contas, ninguém é de ferro. Essas viagens, por conta do contribuinte, são armadas pelo staff da Dilma que aprecia bons vinhos, hotéis e restaurantes sofisticados na Europa. Quando levanta voo do Brasil, o Aerodilma deixa um rastro de despesa tão grande que humilha até os maiores ricaços brasileiros que trafegam em seus aviões pelo mundo. O encontro em Paris é importante, não resta dúvida. Mas o Brasil, depois do desastre ambiental de Mariana e dos escândalos políticos, não pode se considerar representado por um chefe de estado rejeitado pelo seu povo. E mais: envolvida até o gogó em corrupção.

Luxo

Em um país em crise, que acabou de engaiolar o líder do governo e um de seus principais banqueiros, amigo do ex-presidente Lula, não deixa de ser estranho que a presidente se ausente de Brasília coincidentemente no final de semana de feriado prolongado. A Dilma, novamente, se encastela em bons hotéis e come em restaurantes que normalmente não frequentaria se tivesse que pagar a conta. A entourage também vai pegar uma carona e aproveitar para fazer compras – e quem sabe – dar uma passadinha na porta da Bataclan como se representasse o sentimento de todos os brasileiros à tragédia que matou dezenas de pessoas na fatídica sexta-feira 13 de novembro.

Mordomia

O contribuinte é que sustenta a mordomia da presidente que inventa conversa com chefes de Estado para se ausentar do país. Você que viaja pelas companhias aéreas brasileiras e que já comeu aquele sanduíche frio ou o pacotinho de bolachas mofadas servido a bordo, veja: o serviço do avião presidencial custa por ano aos cofres públicos 2 milhões de reais. Isso mesmo, 2 milhões de reais! Um escárnio para um país que vive na pindaíba e que não consegue fechar as contas. Já foi mais. Em 2006, Lula chegou a gastar 3,7 milhões de reais. Agora que você mastigou a torradinha de botequim da TAM e ainda botou as mãos para o céu, veja se não é de dar água na boca o cardápio no Aerodilma.

Cardápio

O padrão é internacional: carnes variadas (coelho assado, costeleta de cordeiro, rã, pato, picanha e peixe). O café da manhã é uma bandeja de frutas, canapés e caviar; camarão ou salmão defumado. Dilma tem horror ao contato humano, por isso prefere hotéis luxuosos às embaixadas brasileiras. “Em junho, por exemplo, passou três dias numa suíte do St. Regis, em Nova Iorque, decorada por joalheiros da Tiffany. Depois passou um dia em São Francisco, Califórnia, no hotel Fairmont, cuja suíte principal tem um mapa estelar em folhas de ouro contra um céu de safira. O custo médio das diárias nos EUA foi de R$ 36 mil”, segundo relatou o jornalista José Casado em artigo para O Globo.

Bacalhau

Casado escreveu ainda que “para servi-la e à comitiva foram contratados 19 limusines, 15 motoristas, dois ônibus e um caminhão para transportar bagagens. Custou R$ 360 mil. Em Atenas, na Grécia, em 2011, a presidente gastou R$ 244 mil numa ‘escala técnica’ de 24 horas – mais de R$ 10 mil por hora”. Isso quando não para em Portugal para comer um bacalhau no seu restaurante preferido em Lisboa. E você, que se lambuza com os cascalhos da torrada da TAM ou na rodoviária comendo aquela coxinha requentada, o que acha disso?

Custo alto

Pois é, a presidente encurtou na última hora a extensão da sua viagem. Para frustração da sua comitiva que iria às compras, ela desmarcou o passeio para o Japão e Vietnã, depois que descobriu que não teria nada importante para fazer nesses países. O custo da Presidência da República é um dos mais altos do mundo. Na última década foram gastos R$ 9,3 bilhões para manter vivo esse agrupamento burocrático de secretarias, órgãos e fundos que se mantém como ninho de ratos destroçando o dinheiro público.

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GABRIEL MOUSINHO

Emissoras de rádios e os laranjas

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Ministério Público Federal está declarando guerra aos parlamentares que possuem concessões de emissoras de rádio e TV. Tudo bem, se milhares delas não estivessem no anonimato e em nome de laranjas. Em Alagoas, por exemplo, só aparece o nome do senador Fernando Collor de Mello, enquanto outros políticos do mesmo quilate possuem várias emissoras de rádio em nome de outras pessoas. Se o Ministério Público não fizer uma investigação de quem é quem nesse processo, certamente vai pegar apenas 1% dos proprietários que realmente constam seus nomes no Ministério das Comunicações. Como é sabido e somente para dar um exemplo, o ex-deputado federal João Lyra era o proprietário da Rádio Jornal, hoje Rádio Globo, mas a emissora estava no nome de outras pessoas, que amargam processos de falta de pagamento de salários, INSS, FGTS e Imposto de Renda. Se o MP não rastrear de quem são mesmo as emissoras de rádio e TV nos Estados, volto aqui a falar de Alagoas, isso não vai dar em nada. É apenas uma questão de lógica. Quem no Estado não sabe de quem pertence vários rádios na capital e no interior? Para se fazer Justiça neste caso, será necessário ir à fundo, investigar, colocar a Polícia Federal para atuar e descobrir, a partir dos laranjas, quem não teriam condições de comprar uma emissora e hoje figura como dono da concessão. Se não for assim, esqueçam que não vai dar em nada.

Combater o quê?

Numa situação de quase epidemia, o Ministério da Saúde passou simplesmente três meses sem mandar larvicida para Alagoas com o objetivo de combater o mosquito da denque, zika e chikungunya.

Aí é bom

O governo estadual pode não ser bom na saúde, educação e até mesmo na infraestrutura, mas tem se revelado nota 10 em publicidade. A massacrante propaganda no rádio, jornal e televisão dá a impressão de que Alagoas vai bem, obrigado.

Apressados

O mote principal da publicidade, bem feita por sinal, é de dois personagens mostrando as benfeitorias de Alagoas caminhando apressadamente. Parecendo até que estão com medo de serem assaltados.

Conversa fiada

As informações que chegam ao público de que houve uma redução de 20% nos crimes violentos e 50% nos assaltos, parecem que não correspondem com o que a população passa diariamente na periferia da cidade.

Rolete chupado

Se o setor sucroalcooleiro desse as cartas nas eleições como fazia há décadas, certamente o governo não cortaria os seus benefícios. Como já não mais são os trens pagadores das campanhas, os usineiros amargam agora a mão forte do Estado. É como diziam os mais velhos: ´´são roletes de cana chupados´´.

gabrielmousinho@bol.com.br

Milton Lyra 1

Milton Lyra, velho conhecido dos alagoanos e que já foi braço forte do ex-deputado João Lyra na época áurea do início da gestão do então prefeito Cícero Almeida, volta às manchetes dos meios de comunicação. O lobista com amplo trânsito em Brasília, segundo um manuscrito apreendido na casa do chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral, Diogo Ferreira, tem seu nome ligado a uma suposta propina de 45 milhões de reais paga ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Milton Lyra 2

Miltinho, como é chamado na intimidade, já foi citado por delatores como operador do Postalis, o fundo de pensão dos servidores dos Correios. Esperto, Milton já driblou quatro requerimentos para ouvi-lo na CPI dos Fundos de Pensão.

Milton Lyra 3

De acordo com a Folha de S.Paulo, uma das operações atribuídas a ele e que chamou a atenção da CPI foi à emissão de debêntures pelo Galileo Educacional, que controla a Universidade Gama Filho. O grupo, na época, emitiu 100 milhões de reais desses títulos e o Postalis, logo em seguida, adquiriu 70 milhões de reais dos papéis.

Milton Lyra 4

O estilo Milton Lyra é sempre o mesmo. Envolvente, chegou a tramar, no início da administração de Cícero Almeida, o escanteio da vice-prefeita de Maceió, Lourdinha Lyra, filha de João Lyra, que ficou, naquela oportunidade, sem gabinete e sem assessores porque não estava rezando na sua cartilha.

Milton Lyra 5

A mesma Folha de S.Paulo descobriu que o Miltinho, em pouco tempo, fez uma fortuna considerável, inclusive comprando apartamento de alto luxo em Miami, onde ´´toma Coca-cola e arrota champanhe´´.

Milton Lyra 6

Na campanha para governador em que João Lyra foi candidato, Milton Lyra inventou os ´´homens de preto´´, que visitavam secções eleitorais em toda a cidade. Ninguém sabe para quais fins. Diante de tudo isso, Milton Lyra é o cara. Que vai ter que dar, mais cedo ou mais tarde, explicações para várias interrogações sobre suas andanças por este Brasil afora.

Outras fontes

Para financiamento de campanha, os candidatos trocaram os usineiros por empresas envolvidas em corrupção até o pescoço, como bem mostram as doações feitas consideradas legais no Tribunal Regional Eleitoral.

Prioridade

O deputado Marx Beltrão não vê outra coisa na sua caminhada política como chegar ao Senado. Atualmente o deputado comanda vários partidos em Alagoas e tem agido como um trator, passando por cima de tudo. Está confiante de que uma das duas vagas em Brasília será dele.

Desconforto

Mal acostumados, dezenas de servidores da Câmara de Vereadores não conseguem digerir a medida do presidente, Kelman Freitas, de determinar o uso do ponto eletrônico. Como a maioria não ia trabalhar, a reação é compreensível. Ninguém sabe até quando a Mesa Diretora da Casa vai aguentar o tranco.

Cruzamento de folha

A exemplo do que está fazendo o governo do Estado e a prefeitura de Maceió, nada mal de que a Câmara de Vereadores e a Assembleia Legislativa fizessem um cruzamento de folhas com todos os órgãos, sejam municipais, estaduais ou federais. Com certeza aliviariam a folha de pagamento.

Oxigenando o turismo

As ações feitas pelo prefeito de Maceió, Rui Palmeira, principalmente na orla marítima, tem trazido resultados positivos para o turismo da capital. O prefeito inaugurou esculturas de Aurélio Buarque e Graciliano Ramos, mantém impecável a limpeza da Pajuçara e Ponta Verde e acelera a construção da avenida que ligará esses bairros à Jacarecica. Sem se descuidar da periferia da cidade.


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Credores querem afastamento de gestor judicial

MASSA FALIDA DE JL LUIZ HENRIQUE CUNHA TERIA USADO INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS PARA AUMENTAR SEUS CRÉDITOS JUNTO À LAGINHA AGRO INDUSTRIAL VERA ALVES veralvess@gmail.com

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ma audiência convocada para esta sexta-feira (4), às 8h, no Pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas, promete se transformar em mais um embate entre as chamadas “forças ocultas” que giram em torno da administração do falido Grupo João Lyra. Falido, mas cobiçado. Tanto que desde o ano passado a gestão judicial da Massa Falida da Laginha Agro Industrial S/A - a holding que reúne as usinas e demais empresas do ex-deputado federal apontado como o mais rico do país há cinco anos – tem sido alvo de constantes mudanças e pendengas judiciais que parecem estar longe do fim. O mais novo capítulo do embate envolve diretamente a figura do atual gestor judicial, Luiz Henrique da Silva Cunha, um administrador que por mais de duas décadas trabalhou no Grupo JL e que foi denunciado ao Ministério Público Estadual por outro credor, Tadeu Fontes dos Santos. A acusação: Cunha teria vínculos com os antigos gestores da massa falida, Carlos Franco e Felipe Olegário, que renunciaram aos respectivos cargos – administrador e gestor judicial – concomitantemente ao pedido de seus afastamentos e de indisponibilidade de bens feito no dia 30 de julho pelo MP por dilapidação dos bens da Massa Falida e outras irregularidades. No documento entregue ao MP, o credor também acusa Cunha de adquirir créditos de

Negociação de bens, como a Usina Laginha, passam por Cunha

outros credores na época em que comandava a Mapel, a concessionária de veículos do Grupo JL, através de procuração assinada por Franco, função pela qual, afirma o denunciante, recebia quantias exorbitantes, como os R$ 25.300 percebidos somente em outubro do ano passado. A aquisição, no caso, se refere aos R$ 145.811,33 que a agência de turismo Brescia Operadora de Viagens teria a receber da Laginha por conta de serviços prestados em 2013. Em documento de cessão firmado em cartório em abril do ano passado, o dono da Brescia, Paulo Roberto de Melo Agra, cedeu para Cunha o crédito que teria a receber sob o argumento de quitação de uma dívida do mesmo valor que teria com o então administrador da Mapel. Tadeu Fontes também coloca sob suspeita os R$ 570.811,33 de créditos a que Cunha tem direito a receber do falido Grupo JL. O valor consta da relação

oficial de credores publicada no Diário da Justiça Eletrônico no dia 31 de julho do ano passado. Em sua avaliação, a manutenção do atual gestor judicial da Massa Falida coloca em risco os interesses de todos os credores e da própria Massa Falida.

O Calyon – banco com sede em Londres e ao qual JL devia mais de

R$ 82 milhões

em valores de 2009 – também questiona os honorários definidos pelo juiz para

Cunha

UM AGRAVO ATRÁS DO OUTRO Luiz Henrique da Silva Cunha não tem apenas Tadeu Fontes contra si. A chamada audiência de gestão democrática marcada para esta sexta foi convocada pelo juiz Kleber Borba – da Comarca de Coruripe e condutor do processo de falência – por determinação do desembargador Tutmés Airan, relator do Agravo de Instrumento 0803174-31.2015.8.02.0000 em que os bancos Calyon e o francês Natixis questionam a nomeação, pelo juiz, de administrador e gestor judiciais sem que antes seus nomes fossem submetidos à assembleia geral dos credores. O Calyon – banco com sede em Londres e ao qual JL devia mais de R$ 82 milhões em valores de 2009 – também questiona os honorários definidos pelo juiz para Cunha quando o nomeou síndico da Massa Falida: “a) Remuneração mensal de R$ 50.000,00; b) pagamento de

parcelas de R$ 50.000,00 devendo o primeiro pagamento ocorrer 06 (seis) meses contados da assinatura do termo de compromisso como gestor judicial, sem prejuízo da remuneração mensal; c) Remuneração total limitada a 1% (um por cento) do valor de venda dos bens do falido, ao final do processo, devendo haver o abatimento de todas as rendas que auferir durante o transcorrer da falência. Determino que 40% (quarenta por cento) do montante devido ao Administrador Judicial seja reservado para pagamento após o atendimento do previsto nos arts. 154 e 155 da Lei nº 11.101/2005”, segundo despacho de 17 de setembro último no processo original da falência, de número 000070730.2008.8.02.0042. Ocorre que, neste mesmo despacho, Cunha havia sido designado síndico em substituição ao advogado João Daniel Marques Fernandes, nomeado 45 dias antes administrador judicial no lugar de Carlos Franco e tendo como gestor judicial Luiz Henrique Cunha, cuja remuneração mensal seria de R$ 40 mil e com direito às parcelas semestrais de R$ 50 mil sem prejuízo da remuneração. Irresignado com sua destituição, Fernandes recorreu ao Tribunal de Justiça e obteve liminar do desembargador Tutmés Airan, relator do Agravo de Instrumento número 080377622.2015.8.02.0000 interposto pelo advogado, e que o mantém no cargo até hoje.


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PDT terá candidato próprio em Maceió

DISPUTA À PREFEITURA SE RONALDO LESSA NÃO ACEITAR CONCORRER À ELEIÇÃO, PARTIDO TERÁ ISRAEL LESSA NA CABEÇA DA CHAPA VERA ALVES veralvess@gmail.com

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10 meses das eleições 2016, nada parece tão certo quanto a candidatura própria do PDT (Partido Democrático Trabalhista) para a Prefeitura de Maceió. É que o Diretório Municipal da legenda fechou questão sobre o assunto e já decidiu: se o ex-governador, ex-prefeito e hoje deputado federal Ronaldo Lessa não for para a disputa, o candidato do partido será o presidente da legenda na capital, Israel Lessa, atual superintendente Regional do Trabalho e Emprego de Alagoas. “O PDT, contudo, insiste em que Ronaldo Lessa seja cabeça de chapa na sucessão de Rui Palmeira, por acreditar que ele detém todas as condições para reunir em torno de seu nome os 14 partidos que marcharam junto com ele nas disputas de 2006, 2010 e 2014”, afirma Israel Lessa, eleito para a presidência do Diretório de Maceió em junho último. O problema, contudo, segundo ele, é que o ex-prefeito está empenhado na consolidação de seu projeto político para 2018. Líder da bancada alagoana no Congresso Nacional, Ronaldo Lessa deve concorrer à única vaga de Alagoas no Senado em disputa em 2018 – hoje ocupada por Benedito de Lira (PP) – ou buscar a reeleição de deputado federal. O presidente do Diretório do PDT em Maceió aposta no

Presidente estadual do PDT, Ronaldo almeja o Senado em 2018

crescimento do partido principalmente na periferia com vistas às eleições de 2016 e lembra que, dentro do atual cenário nacional, em que várias legendas estão às voltas com denúncias de corrupção, o Partido Democrático Trabalhista é um dos poucos a manter sua credibilidade junto ao eleitorado. No que diz respeito à Prefeitura de Maceió, Israel Lessa afirma que a administração municipal necessita de um novo modelo de gestão, um modelo eficiente, tal qual o que foi implementado por Ronaldo Lessa quando prefeito e até por Cícero Almeida (PSD), mas que não teve continuidade com Rui Palmeira (PSDB). A Palmeira, aliás, não sobram críticas por parte de Israel Lessa, que o considera o pior prefeito dos últimos anos de Maceió. “Quem circula pelos bairros periféricos da capital

percebe claramente o abandono da cidade. É a saúde deteriorada, as escolas abandonadas, tal qual sucedeu na gestão tucana de Téo Vilela no governo do Estado; são ruas esburacadas por todos os bairros, à exceção das imediações de onde o prefeito mora”, afirma. Neste contexto, Israel Lessa coloca em dúvida os resultados de recente pesquisa segundo a qual o prefeito Rui Palmeira teria 60% da aprovação dos maceioenses. “Não acredito neste percentual e duvido que tal pesquisa tenha sido feita com moradores dos 50 bairros da capital, notadamente no Benedito Bentes, Jacintinho e Vergel, só para citar os mais abandonados”, e alfineta: “É mais provável que tenha sido feita ao redor da casa dele”. A crise econômica atual, para o presidente do PDT de

Maceió, também não pode ser colocada como desculpa para a má gestão de Rui Palmeira. “O prefeito teve os anos de 2013, 2014 e parte de 2015 para fazer algo de bom pelo maceioense e não fez”, reafirma. “Está agora à espera da liberação de empréstimos para tentar enganar o eleitorado no ano que vem”, acrescenta. Em sua avaliação, o comodismo da atual administração municipal é reflexo da eleição de 2012, em que Rui Palmeira “ganhou a eleição de mão beijada” depois que Ronaldo Lessa foi obrigado a abandonar a disputa por decisão judicial. No episódio, o ex-prefeito tece sua candidatura rejeitada por conta de uma multa que já havia sido paga. “São as artimanhas do jogo político”, enfatiza Israel Lessa.

CÂMARA Se já tem definida a candidatura própria e a estratégia com a qual pretende vencer Rui Palmeira caso este realmente concorra à reeleição, o PDT está às voltas com outro problema. O partido tem dificuldades em atender à legislação eleitoral que determina que ao menos 30% dos seus candidatos à Câmara Municipal seja do sexo feminino. “Trata-se, a bem da verdade, de uma problemática nacional”, diz Israel Lessa. Para atender o que manda a lei, o PDT em Maceió, assim como todos os demais partidos, terá de ter ao menos 12 candidatas a vereadora. “Mas está difícil”, reconhece o presidente da legenda. “E isto a despeito de termos grandes nomes no partido, como a Patrícia Sampaio, filha de Geraldo Sampaio, a Salete Tavares, filha do ex-governador José Tavares e irmã de Raimundo e de Maurício Tavares, e Jane Melo, da Adefal”. “As mulheres parecem ainda preferir atuar nos bastidores, mas vamos insistir para que estas e outros grandes nomes que temos no PDT saim candidatas”, frisa.

Israel Lessa deverá ser o candidato do partido em 2016


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CNJ faz campanha pelo fim dos interinos nos tabelionatos

PECs DOS CARTÓRIOS LOBBY TENTA APROVAR EMENDAS CONSTITUCIONAIS PARA EFETIVAR INTERINOS NAS SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS

O

plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, por unanimidade, na terça, dia 1º, a emissão de nota técnica pedindo a rejeição das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) 48/2015 e 51/2015, que permitiriam a efetivação de interinos de serventias extrajudiciais sem a submissão a concurso público. O texto da primeira proposta (PEC 48/2015) busca incluir o parágrafo 13 no Artigo 37 da Constituição Federal, de modo a permitir que sejam convalidados atos administrativos eivados de qualquer vício jurídico cinco anos após a data em que foram praticados, desde que deles decorram efeitos favoráveis os seus destinatários. Já a segunda proposta (PEC 51/2015) pretende incluir no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias o Artigo 32-A, que convalida delegações feitas em observância a normas estaduais, no período compreendido entre a promulgação da Constituição Federal e o início da vigência da Lei 8.935, de 18 de novembro de 1994, ou se, após a vigência da lei, o titular da outorga estivesse há cinco anos ininterruptos no exercício da delegação. Para o conselheiro Gustavo Alkmim, relator da nota técnica, as propostas buscam apenas confirmar, sem concurso público, interinos de serventias extrajudiciais que receberam a outorga de delegação por meio de atos de governos estaduais ou do Judiciário local. O autor da iniciativa, senador Vicen-

Conselheiros do CNJ pedem ao Congresso que rejeite as emendas constitucionais que beneficiam interinos de cartórios

Diante de uma nulidade não resta outra alternativa ao administrador senão declarar a invalidade do ato administrativo questionado” GUSTAVO ALKMIM

Conselheiro

tinho Alves (PR/TO), justifica que as iniciativas se amparam no princípio da segurança jurídica e destinam-se a proteger situações consolidadas no passado. No caso da PEC 48/2015, o autor da proposta argumenta ainda que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, traz dispositivo semelhante. Na avaliação do conselheiro, seria uma “temeridade” permitir a convalidação de atos administrativos com quaisquer vícios jurídicos, pois, segundo ele, há vícios considerados insanáveis que acarretam a nulidade do ato

e, portanto, não são passíveis de convalidação. “Diante de uma nulidade não resta outra alternativa ao administrador senão declarar a invalidade do ato administrativo questionado. E, nessa lógica, existem vícios que acarretam a nulidade do ato”, diz a nota técnica. Em relação ao conteúdo da PEC 51/2015, o relator da nota técnica lembra que tramitaram no Congresso Nacional pelo menos outras duas propostas com conteúdo bastante parecido e que já foram alvo de notas técnicas do CNJ. Para o conselheiro, “permitir a titularização dos interinos afronta o Estado Democrático

de Direito, pois além de jogar por terra o instituto do concurso público, faz da Constituição da República letra morta”. O conselheiro Gustavo Alkmim lembra que a designação de interinos tem caráter precário e temporário e a inércia da administração em realizar o concurso público dentro do prazo estabelecido não pode servir para perpetuar uma situação momentânea. A nota técnica do CNJ será encaminhada à presidência do Senado Federal, à presidência da Câmara dos Deputados, à Casa Civil da Presidência da República e ao Ministério da Justiça.


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Governo quer gerenciar água em parceria com empresas

CANAL DO SERTÃO MODELO SERÁ APRESENTADO ATÉ FINAL DO PRÓXIMO ANO; PEQUENO AGRICULTOR SERÁ PRIORIDADE ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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governo define até o final do próximo ano qual o modelo será aplicado para gerir as águas do Canal do Sertão. Há três possibilidades, diz o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Alexandre Ayres: criar uma estatal, assinar uma parceria público-privada ou uma associação civil assumir a gerência, como acontece na cidade de Petrolina, em Pernambuco. Hoje o canal está nas mãos de um comitê gestor formado exclusivamente por membros do governo: participam as

secretarias de Agricultura, Infraestrutura e Meio Ambiente. Possibilidade descartada é que o canal seja gerenciado pela Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). Hoje, a estatal distribui, mesmo de forma irregular, água pelo sertão. Mas, a proposta é que o canal, quando estiver com os cinco trechos prontos, assuma esta tarefa, disponibilizando 32 metros cúbicos de água por segundo enquanto a Casal ficará com 5 metros cúbicos por segundo. Será o suficiente- calcula o governopara regularizar a água na região. E diminuir os efeitos da seca.

Uso da água que corre pelo canal pode ser objeto de parceria público-privada


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De acordo com Alexandre Ayres, até janeiro, toda a extensão dos três trechos do Canal do Sertão será monitorada por macro e micro medidores. Eles funcionam através de energia solar e ficam atrelados às bombas de captação. Daí se informa quanto cada cidadão está usando de água. Agricultores familiares pagarão um valor subsidiado pelo governo. Já os pipeiros, os grandes produtores do sertão e a Casal pagarão a chamada “taxa cheia” pelo uso da água. “Hoje o que ocorre é um modelo em fase de transição. O que é isso? Encontramos o Canal do Sertão com 200 a 250 captações indistintas. Tinha o grande captador, tinha a Casal e tinha o pequeno agricultor. Sem nenhum tipo de controle. Eu não culpo o governo anterior porque a seca de 2013 castigou muito aquela população. Então o governo decidiu disponibilizar esta água para a população. Mas a única crítica que eu falo é que na época deveriam ter organizado e regulado

essa distribuição”, disse o secretário. E mais: 30% da produção dos pequenos agricultores, segundo acordo do Governo com prefeituras, será comprada e distribuída para a merenda nas escolas. “O Canal do Sertão é imaginado para daqui a vinte anos, sendo a mola propulsora do desenvolvimento econômico e social daquela região. Nas mãos do Estado, mas com forte apoio das empresas privadas”, explica Ayres. PROBLEMA Mas existe um desafio mais imediato para o governo: irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na maior obra hídrica de Alagoas. Resultado da mais nova auditoria do tribunal em cima das licitações dos trechos 3, 4 e 5 do Canal do Sertão mostra sobrepreço. E as obras são tocadas por construtoras que financiaram a campanha de Renan Filho - a OAS, que doou R$ 1,910 milhão

e a Queiroz Galvão, R$ 1,745 milhão. O que quer o tribunal? A repactuação dos contratos, que não foram assinados por Renan Filho e sim na era Teotonio Vilela Filho (PSDB). O trecho três foi inaugurado no começo do mês de novembro pela presidente Dilma Rousseff; o quatro está 38% concluído e o cinco ainda não começou. Qual o principal problema? A diferença na metodologia usada pelo TCU e a Secretaria de Infraestrutura em Alagoas. O quê foi feito? O governo fez um seguro anticorrupção, depositando R$ 66,1 milhões como garantia de execução do trecho três. Mesmo assim continuaram as divergências entre técnicos dos dois lados sobre os critérios de medição, referentes a transporte e escavação. Daí vem cálculos divergentes entrando o sobrepreço- na linguagem do TCU- de R$ 37 milhões no trecho três, R$ 34 milhões no trecho quatro, e pouco

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de R$ 48 milhões, no cinco. Renan Filho terá de sentar à mesa com os próprios financiadores de sua campanha e passar a régua nos contratos do Canal do Sertão. E ele promete levar a conversa adiante. Porém, duas semanas após inaugurar o trecho 3 do Canal, a presidente da República cancelou o repasse de R$ 50 milhões para a obra. O dinheiro fazia parte da rubrica “oferta de água”, do Ministério da Integração Nacional. Por todo o país, o corte nesta rubrica foi de R$ 127,2 milhões. O dinheiro do canal foi diluído em uma suplementação - totalizando R$ 657,2 milhões - para abastecimento de água no alto sertão em Sergipe e Piauí, a transposição do Rio São Francisco, além da construção de uma barragem no Rio Renan Filho terá de repactuar contratos assinados com seus financiadores Grande do Sul.


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Moradores reclamam de fedentina por esgoto em Cruz das Almas

SEM SANEAMENTO

BOCAS DE LOBO TRANSBORDAM HÁ MAIS DE UMA SEMANA CAUSANDO TRANSTORNO À POPULAÇÃO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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oradores das ruas José Lourenço de Albuquerque, Minervino Pimentel e Carlos Lobo, no bairro do Cruz das Almas, em Maceió, reclamam do transtorno que o vazamento das “bocas de lobo” (caixas que coletam águas pluviais) tem causado naquela localidade. Há cerca de uma semana o esgoto transbordou e a fedentina e mosquitos tiram o sossego de quem reside por lá. As ruas ficam alagadas por causa do vazamento da boca de lobo e o esgoto que escorre vai parar na galeria de águas pluviais. Assim,

quem frequenta as praias de Cruz das Almas, Jatiúca e Ponta Verde está tomando banho de esgoto ao entrar no mar. Outro problema enfrentado pelos moradores é que algumas residências foram mais afetadas a ponto de uma casa onde um dos vazamentos fica em frente já ter o quintal alagado. Ana Luiza Reis, que mora desde 1994 em uma das ruas afetadas, disse que o problema começou na quarta-feira da semana passada e de lá prá cá tem ligado constantemente para Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas), mas que nenhuma providência foi tomada, apesar da promessa de que em até 48 horas seu pedido seria atendido.

Além da poluição, mosquitos se proliferam nas ruas afetadas

Ela reclama que esta é a primeira vez que o problema acontece e cobra providências por parte dos órgãos competentes. Segundo ela, o local sempre foi saneado, mesmo quando ainda não era asfaltado. ”Sou portadora de bronquite asmática, algumas crianças e até bebês moram na vizinhança e tememos por nossa saúde. É insuportável ficar na rua. Até dentro de casa inalamos o mau cheiro”, reclamou, ao acrescentar que é uma falta de respeito com o cidadão que paga seus impostos e o poder público não cumpre seu papel. De acordo com moradores, é impossível transitar pelo local, seja a pé ou com veículos. Segundo Messias Gomes, que trabalha nas imediações, as bocas de lobo existentes nas ruas não conseguem dar vazão ao volume de água, provocando o alagamento. “O mau cheiro e os mosquitos atrapalham bastante. Tem hora que é praticamente impossível ficar por aqui”, disse o trabalhador. Outro morador que passava no local se limitou a dizer que estão mexendo nas tubulações das ruas e questionou. “É saneamento, né? Isso é Maceió”, criticou.


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Casal resolve parte do problema e pede que os reclamantes acionem seu call center O diretor-presidente da Casal, Wilde Clécio Falcão de Alencar, através de sua assessoria, informou que o serviço para retirada do vazamento de esgoto na Rua José Lourenço de Albuquerque (rua da igreja Rosa Mística), em Cruz das Almas, foi realizado na terça-feira (1º de dezembro). Quanto ao problema de esgoto na rua Minervina Pimentel, no mesmo bairro, a Casal não possui nenhum registro sobre essa situação e pede que os moradores dessa rua entrem em contato com o call center, pelo número 0800 082 0195, e informem o ocorrido. No entanto, é necessário que o morador que fizer a ligação esteja de posse do número de matrícula constante na fatura. O diretor esclarece que as obras existentes nas proximidades não são da Casal e sim da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) e fazem parte do sistema de esgotamento sanitário. “A Casal só vai operar o esgotamento sanitário após a conclusão dessas obras”, disse Falcão. Quanto às línguas negras ou

Vazamento de esgoto em ruas de Cruz das Almas tem tirado sossego de moradores do bairro “línguas sujas”, o diretor afirmou que elas são provenientes das galerias de águas pluviais, que são operadas pela prefeitura. “A Casal opera unicamente as redes coletoras de esgoto. A maior parte da cidade de Maceió não dispõe de rede de esgoto, mas possui redes de águas pluviais e cursos de água, que recebem dejetos e todo tipo de material poluidor, que deságuam nas praias. Os riachos Salgadinho e Águas Férreas são exemplos

de cursos de água que chegam às praias formando ‘línguas sujas’. Essas fontes poluidoras são antigas e o responsável por fiscalizar e combater os agentes poluidores das galerias e cursos de água é a Prefeitura de Maceió”, afirmou . Segundo Falcão, a Casal assume a responsabilidade pelos transbordamentos de esgoto na região da bacia da Pajuçara, problema que já está sendo combatido com limpeza e desobstrução dos pontos mais

críticos dos coletores. “A solução definitiva é a construção de um coletor paralelo ao existente, também chamado de linha expressa, entre as praças Lions (Pajuçara) e 13 de Maio (Poço), cujas obras já foram iniciadas e devem ser concluídas nos próximos meses pela Secretaria de Estado da Infraestrutura”, concluiu o diretor da Casal.

NA MIRA DA PF

No início desta semana a Casal

foi multada por poluir a Lagoa da Anta, na Jatiúca. É que o transbordamento de esgoto jogado nos poços de visita da companhia teria causado a mortandade de peixes naquela lagoa. A denúncia foi feita pela Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma) após o secretário David Maia ser acionado pelo gerente do hotel em que a lagoa passa e constatar o dano. Mas esta não é a primeira vez que a companhia sofre advertências. Em abril desse ano, uma mancha escura que apareceu no mar da Jatiúca deu o que falar e a Polícia Federal entrou no caso. Na ocasião, a PF constatou dano ambiental com lançamento de esgoto ao mar, comprovando o crime ambiental. Em relação a este problema, o delegado em exercício, André Santos Costa, informou, através de sua assessoria, que a investigação está em andamento, mas o processo corre em segredo de Justiça. Ele acrescentou que em breve a sociedade saberá o resultado, através da imprensa, mas sem data prevista.


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Avenida da Paz no início do século XX

Casa do ouvidor na Vila de Maceió, na atual Praça Dom Pedro II

Visconde de Sinimbu

MACEIÓ E SEUS

200 ANOS DE HISTÓRIA EDBERTO TICIANELI Jornalista

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registro mais antigo sobre Maceió remonta a 25 de novembro de 1611, quando foi lavrada uma escritura em que o alcaide-mor de Santa Maria Madalena (Marechal Deodoro), Diogo Soares, doa uma sesmaria a Manuel Antônio Duro medindo 800 braças e se estendendo até encontrar o Rio Mundaú. O beneficiário da doação já era morador da Pajuçara, onde tinha uma “casa de telha” e, pelos critérios adotados pela corte portuguesa, deve ter sido uma pessoa de posses suficien-

tes para explorar e investir na sesmaria. Após passar pelas mãos de outros proprietários e ter as suas terras divididas, Maceió voltou a ser objeto de preocupações da monarquia lusa somente após a ocupação holandesa, quando, em 1673, D. Pedro II decide que deveria ser povoada e o Porto de Jaraguá fortificado, fato que só ocorreria na década de 1820, quando Mello e Póvoas já governava a província. O primeiro núcleo urbano da futura Maceió surge no início do século XVIII a partir do Engenho Massayó, do qual não se sabe quem era o seu proprietário e nem a sua exata locali-

zação, que pode ter sido na hoje Praça D. Pedro II ou em uma área mais próxima do Riacho Massayó, o sofrido Salgadinho. Entretanto, não foi o engenho que fez Maceió ganhar importância como povoado. No seu livro Interpretação da Província, Dirceu Lindoso avalia que o desenvolvimento da cidade se deu por ser “o caminho que ligava as terras úberes do vale do Mundaú, por meio da lagoa do Norte, ao porto natural de Jaraguá”. Para Lindoso, “foi como caminho de exportação de açúcar e de madeira dos vales palmarinos que Maceió guardou a importância de chegar, em 1839,

a capital”. Cícero Péricles, no livro Formação Histórica de Alagoas, lembra que essas mercadorias eram levadas ao ancoradouro de Jaraguá, que era preferido pelos navegadores. “O açúcar, o algodão, o fumo, os cereais, as madeiras de construção civil e naval, a farinha de mandioca e os couros eram os produtos que vinham do centro em demanda ao litoral, em carros de bois e comboios de bestas, guiados por escravos de confiança, escolhidos a dedo para a almocrevia”, confirma Craveiro Costa no livro Maceió. Um fator, entretanto, foi decisivo para o crescimento da movimentação no Porto de Ja-

raguá. Em janeiro de 1808, D. João VI decreta a abertura dos portos brasileiros às nações amigas, principalmente para os ingleses, que não demoraram a instalar escritórios e depósitos nos melhores portos do país. Assim, cresce o movimento portuário em Jaraguá, trazendo benefícios imediatos para o povoado de Maceió, que vê ampliar o seu comércio e sua rede serviços. Como consequência dessas mudanças, a Vila de Alagoas, cabeça da comarca, assiste com despeito o Porto dos Franceses ser praticamente desativado, anunciando a decadência econômica da futura Marechal Deodoro. DESMEMBRAMENTO A alteração do polo econômico exportador para Maceió e desenvolvimento do povoado logo criaram uma nova realidade, que foi percebida pelo ouvidor Antônio Ferreira Batalha, que em 1915 apresentou informe à Mesa de Desembargo do Paço avaliando que Maceió tinha direito aos privilégios de vila. O pleito foi acatado pela Mesa, que levou a proposta à coroa. O príncipe regente do reino, D. João VI, deferiu o pedido, assinando o alvará no dia 5 de dezembro de 1815. O foral definia que a área “até o rio Santo Antônio Grande e Mundaú” ficava desmembrada da Vila das Alagoas. Os limites de Maceió se estendiam até Murici.


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O fato foi comemorado pelos 5 mil maceioenses com muita festa. Para Craveiro Costa, havia razão para essa alegria. “Agora Maceió ia emancipar-se, com a sua organização administrativa própria, raiando pela autonomia; a sua Câmara, com três vereadores e um procurador eleitos; com a sua alçada policial na pessoa do alcaide; com a sua organização judiciária imanente da mesma câmara — dois juízes ordinários, um juiz de órfãos, dois tabeliães do público judicial e notas”. A primeira tarefa da mais nova vila era a de cumprir as formalidades estabelecidas no alvará, que exigia para a instalação oficial da vila a existência do pelourinho, cadeia, casa da Câmara e “mais oficinas necessárias”. Como os gastos com essas instalações ficavam sob a responsabilidade da vila, foi feita uma arrecadação entre os cidadãos mais abastados. A quantia arrecadada foi expressiva, como avaliou Craveiro Costa. “Havia, como se vê, gente rica em Maceió, gente possuidora de vastos cabedais aferrolhados em arcas de couro com pregaria dourada, que eram os cofres-fortes da época”. O pelourinho foi construído no pátio da capela, atual Praça D. Pedro II, por Antônio Firmiano de Macedo Braga, que ofertou trezentos e sessenta mil réis para a obra em tijolos. O prédio da Câmara, localizado no mesmo pátio, foi cedido por José Elias Pereira, que também doou à vila uma casa para servir de cadeia. As casas que serviam como cadeia, calabouço, guarda da cadeia e hospital ficavam onde hoje está instalada a Assembleia Legislativa. A cadeia ocupava a casa de esquina, em frente à hoje Biblioteca Pública. Com as exigências atendidas, o ouvidor Batalha publicou no dia 16 de dezembro de 1916, um ano depois do desmembramento, edital público para o ato de instalação da vila que aconteceria “no dia 29 do corrente mês, às nove horas da manhã, para que os povos da vila concorram não só em sinal de reconhecimento e gratidão de haverem merecido a real atenção, como para elegerem as justiças que hão de servir nos três anos

Praça D. Pedro II no início do século XX

Praça Sinimbu em foto de Abílio Coutinho no ano de 1869

Ponte dos Fonsecas, na Praça Sinimbu, em foto de Lavenère

próximos”. O evento aconteceu no largo da Capela, que logo seria reconhecido como largo do Pelourinho. O ouvidor também se estabeleceu neste nascente centro social da vila, ocupando o segundo pavimento do prédio destinado à Câmara. MUDANÇA DA CAPITAL Com a prosperidade da Vila de Maceió, graças ao seu porto, cresceram as rivalidades com a Vila de Alagoas, que entrou em declínio econômico e, consequentemente, político. Durante o governo provincial do presidente Agostinho da Silva Neves, entre 18 de abril de 1938 e 10 de fevereiro de 1840,

cresceram os indicativos de que a capital seria transferida para Maceió. Na Vila de Alagoas, os habitantes e principalmente o poder econômico local moveram acirrada oposição a tal iniciativa. O movimento foi liderado pelo major reformado Manoel Mendes da Fonseca, pai de do Marechal Deodoro, e por seu correligionário Dr. José Tavares Bastos, pai de Aureliano Cândido Tavares Bastos. Mesmo enfrentando posições contrárias respeitáveis e bem articuladas, o presidente Agostinho Neves ordenou, em outubro de 1839, que fosse cumprida a determinação do Tesouro Imperial, transferindo o cofre da Tesouraria Geral para Maceió.

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Como resposta, uma mobilização popular, tendo à frente Manoel Mendes e sua tropa, manteve o presidente da província preso no Palácio e o depôs em fins de outubro de 1839. No dia 2 de novembro, Agostinho Neves é embarcado, contra sua vontade, no barco “Dois Amigos“, com a orientação de não aportar em Alagoas. Atuando a partir de Maceió, o primeiro vice-presidente João Luiz Vieira Cansanção, futuro Visconde de Sinimbu, já havia pedido ajuda a Pernambuco e Bahia, quando soube que Agostinho Neves seria embarcado. Orientou ao comandante do barco para trazer o presidente deposto para Maceió. Com a derrota da sedição, o

presidente volta à Capital no dia 14 de novembro e reassume completamente o governo. Mendes da Fonseca é exonerado do cargo de juiz municipal e foge para Sergipe, onde foi preso ao se apresentar ao comandante das Armas daquela Província. Foi enviado para a Corte e ficou detido na Fortaleza de Santa Cruz. Aproveitando o controle que passou a ter sobre os destinos de Alagoas, Agostinho Neves convoca a Assembleia Legislativa Provincial e apresenta a proposta de transferência da capital para Maceió. No dia 3 de dezembro, a Assembleia aceita o pedido e o transforma em projeto, que só foi aprovado após intensos debates no dia 7 e sancionado pelo presidente Neves no dia 9 de dezembro de 1939. Esta data encerra um ciclo da história de Alagoas, em que Maceió se firmou como melhor localizada para “realizar o papel de cidade administrativa e portuária para os mesmos grupos que, desde os tempos da comarca, predominavam em Alagoas do Sul (Marechal)”, analisa Cícero Péricles, ao identificar que “os setores que comandavam a Câmara de Alagoas passaram a dominar a de Maceió, com as mesmas práticas e valores”. Fonte: Maceió, de Craveiro Costa; Formação Histórica de Alagoas, de Cícero Péricles de Carvalho; e Memórias Legislativas, texto de José Maria Tenório Rocha, de 15 de março de 1998.


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Ações da Codevasf par da seca atingem 12 pe

OS INVESTIMENTOS SOMAM R$ 38,2 MILHÕES E FO INTEGRAÇÃO NACIONAL – OS RECURSOS ENCONTRAM-S

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oze perímetros irrigados da Codevasf estão recebendo ações simultâneas da Companhia, em quatro estados, para que a produção agrícola seja assegurada no atual quadro de intensa escassez hídrica no Vale do São Francisco. Os investimentos somam R$ 38,2 milhões e foram assegurados pelo Ministério da Integração Nacional – os recursos encon-

tram-se integralmente à disposição da Companhia. A maior intervenção, no lago de Sobradinho (PE), chegou a ter nos últimos dias 200 trabalhadores e 85 equipamentos em atuação em um raio de dois quilômetros. As equipes se organizaram para permanecer até 20 horas por dia na área do projeto, que manterá a oferta de água ao perímetro irrigado Senador Nilo Coelho, situado nos municípios de Petrolina (PE) e Casa Nova (BA). “Os profissionais da Codevasf estão absolutamente comprometidos com as intervenções no Vale do São Francisco voltadas a resguardar a produção

dos perímetros irrigados neste momento de crise. O trabalho tem sido executado com base em um planejamento minucioso e abrangente que nos permitirá entregar as estruturas emergenciais de captação com segurança”, ressalta o diretor da Área de Empreendimentos de Irrigação da Codevasf, Luís Napoleão Casado. As primeiras quatro motobombas que reforçarão a captação de água para o Nilo Coelho foram embarcadas no pátio da fabricante nesta semana, no Rio Grande do Sul, e devem chegar ao lago de Sobradinho nos próximos dias. “Para nos certifi-

carmos de qu ção dentro do a montagem d que nas carre porte no percu o diretor da C O períme de 23 mil he sável pela ma mil empregos de produção de servir à


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ra minimizar efeitos erímetros irrigados

ORAM ASSEGURADOS PELO MINISTÉRIO DA SE INTEGRALMENTE À DISPOSIÇÃO DA COMPANHIA

que os equipamentos estarão em operado nosso cronograma, acompanhamos m das bombas, inspecionamos o embarrretas e estamos monitorando o transrcurso até o lago de Sobradinho”, relata a Codevasf. metro Senador Nilo Coelho tem cerca hectares de área cultivada e é responmanutenção de aproximadamente 200 gos diretos e indiretos – o valor bruto o anual é de quase R$ 1 bilhão. Além à produção agrícola, a água captada

pelo perímetro é usada para consumo por cerca de 130 mil pessoas que vivem na região. “No dia 5 de dezembro haverá água correndo no canal que estamos construindo para assegurar a captação”, afirma Casado. As ações da Codevasf voltadas à garantia da oferta de água para a produção irrigada alcançam os perímetros Senador Nilo Coelho, Brígida, Fulgêncio, Manga de Baixo e Icó-Mandantes, em Pernambuco; Curaçá, Maniçoba e Pedra Branca, na Bahia; Betume, Cotinguiba-Pindoba e Propriá, em Sergipe; e Itiúba, em Alagoas.

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HONORIS CAUSA Jornalista alagoano Audálio Dantas recebe título da Uncisal PAULA NUNES O jornalista alagoano Audálio Ferreira Dantas recebeu, quarta-feira (2), o título de Doutor Honoris Causa concedido pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). A honraria é em reconhecimento por sua relevante atuação como jornalista na defesa dos direitos humanos e do trabalho em Alagoas. A solenidade foi realizada durante o último encontro dos assessores de Comunicação do Governo do Estado, promovido pela Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), no Palácio República dos Palmares. Audálio Dantas recebeu o título pelas mãos do reitor da Uncisal, Jairo Campos. “Estou voltando às minhas origens, repetindo o que disse ao receber o título da Ordem do Mérito Zumbi dos Palmares. Como alagoano que sou e me orgulho de ser, estou muito lisonjeado de receber um título importante como este. Aprendi o jornalismo lendo o também alagoano e escritor

Graciliano Ramos, e é uma satisfação estar participando desta homenagem”, disse o jornalista. Jairo Campos falou da satisfação de estar participando do evento. “Estamos homenageando dez homens alagoanos que, indiscutivelmente, deixaram seus nomes escritos, cada um em sua área de atuação. Temos muitos nomes incríveis no estado e Audálio é um destes nomes”, afirmou. Na ocasião, Audálio Dantas falou sobre sua trajetória no jornalismo, focando na objetividade e clareza dos textos. “O grande escritor Graciliano Ramos disse: ‘Palavra não foi feita para brilhar, a palavra foi feita para dizer’, e é com essa frase que falo da objetividade que os textos devem seguir. Fazer jornalismo é uma atividade muito difícil. Eu sou um trabalhador da informação”, explicou. O secretário de Estado de Comunicação, Ênio Lins, frisou que, como jornalistas, os assessores devem se inspirar em nomes como o de Audálio Dantas. “É a nossa última palestra do ano, vamos focar para que o ano de 2016 seja ainda mais produtivo que este ano”, acrescentou o secretário.


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Para refletir: É um modelo de governança corrupta, algo que merece o nome claro de ‘cleptocracia” (Ministro Gilmar Mendes, do STF, sobre o governo petista)

O Brasil está podre

E

stá mais do que provado que a política é um jogo sujo e que a maioria dos políticos brasileiros deveria estar no mesmo lugar em que se encontra o senador petista Delcídio do Amaral: a cadeia. Não pode e nem deve apenas ele pagar o alto preço e a ameaça de perda do mandato quando muitos de seus companheiros de plenário, as mais destacadas cabeças do Congresso Nacional, cometeram crimes bem maiores do que o seu; apenas tiveram a sorte de não ter suas conversas gravadas. Os negócios feitos nos principais gabinetes da Câmara e do Senado, os acertos de propinas, fraudes em licitações e corrupção explícita, fazem parte do cotidiano de um Brasil que precisa ser virado pelo avesso, do contrário sucumbiremos todos. Não resta dúvida que a corrupção que se implantou desde o início do governo petista é a maior da história política brasileira. Foi escancarada no governo Lula e aumentou de proporção na gestão de sua sucessora Dilma Rousseff. É perfeitamente cabível a frase: “O PT não inventou a corrupção mas a institucionalizou e fez dela um programa de governo”. O instituto da corrupção não se restringiu aos imundos gabinetes do Congresso Nacional, subiu a rampa do Palácio do Planalto, fez moradia nas alcovas do Palácio da Alvorada e ganhou ministérios, autarquias e as mais poderosas empresas do país, roubando descaradamente bilhões principalmente dos que mais precisam. Faltam escolas, hospitais e assistência digna para os brasileiros, mas jamais faltou muito dinheiro para ser roubado dos cofres públicos pela maior e mais atrevida quadrilha da nossa história. A grande maioria dos nossos políticos adotou fielmente a máxima do grande Sérgio Porto, mudando apenas um pouco o sentido de sua célebre frase para “Para que instaurar a moralidade? Nos locupletemos todos”.

A “cleptocracia” petista

A declaração me deixou pasmo, chegando a repetir o áudio mais de uma vez para me certificar de que era isto mesmo que estava ouvindo. O autor das palavras não era um jornalista, um cientista social ou mesmo um político de oposição. Era nada menos que um ministro da mais alta Corte de Justiça bradando em uma entrevista aos principais jornais e televisão do país dizendo: “O partido arrecadou muito dinheiro captado nesse modelo que está sendo revelado na Lava Jato. O que atrapalhou todo esse projeto, que era a consolidação do grupo no poder foi a Lava Jato, que estragou tudo. O plano era perfeito, mas não combinaram com os ‘russos’”. E prosseguiu o ministro Gilmar Mendes: “Toda essa estrutura que eles montaram em torno desse projeto de governo eterno. Na verdade o que se instalou no país nesses últimos anos e está sendo revelado na Lava Jato é um modelo de governança corrupta, algo que merece o nome claro de ‘cleptocracia’”.

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PEDRO OLIVEIRA

pedrojornalista@uol.com.br

Olho por olho, o troco de Cunha Tão logo o presidente da Câmara confirmou que a bancada petista votaria pela sua cassação no Conselho de Ética deu o troco de imediato ao governo anunciando que tinha início o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Ele disse que rejeitou 34 pedidos por não atenderem a diversos requisitos formais e legais, mas encontrou todas essas formalidades cumpridas no segundo pedido de impedimento presidencial assinado pelo jurista Hélio Bicudo – juntamente com outros dois juristas, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal. No Palácio do Planalto já se preparam os argumentos jurídicos contra o impeachment. A ideia é recorrer ao Supremo Tribunal Federal para suspender o processo. Um dos argumentos é que o processo estaria comprometido, entre outras coisas, por um “vício de origem”: a utilização do impedimento presidencial como instrumento de barganha política.

O “bonzinho” PSDB Na oposição, parlamentares do PSDB se apressaram a declarar que a decisão do presidente da Câmara era “unilateral” e que não teve nenhuma discussão prévia com o partido. “Não temos diálogo com Cunha, queremos que ele seja investigado”, disse um deputado tucano. Cunha é acusado, entre outras coisas, de manter no exterior contas de mais de US$ 5 milhões não declaradas à Receita Federal e de receber propinas do banqueiro André Esteves, dono do banco BTG Pactual, atualmente preso por envolvimento na Operação Lava Jato. O candidato derrotado por Dilma nas últimas eleições, Aécio Neves, torce ardorosamente pela cassação, mas dá uma de bom moço e tira o corpo fora em uma encenação hipócrita, muito própria dos tucanos.

O rito do impeachment O processo de impeachment tem início formal com a publicação no Diário da Câmara da decisão do presidente da Câmara dos Deputados acatando o pedido o que ocorreu ontem (quinta-feira). Depois de ser acolhido pelo presidente da Câmara, o pedido precisa ser analisado pelos deputados. Para que o processo continue é necessário o apoio de pelo menos dois terços da Câmara (342 deputados). Aprovado na Câmara, o processo é encaminhado ao Senado, onde precisa ser votado em até 180 dias. Nesse período, a presidente fica afastada do cargo. Os senadores votam em sessão conduzida pelo presidente do Senado, com discurso de acusação e defesa. Para que o impeachment seja aprovado, são necessários 54 votos (dois terços). Se o pedido for aprovado, a presidente perde o mandato e pode ficar inelegível por oito anos. Nesse caso, assume a Presidência da República o vice-presidente.

Poderá acontecer tudo. Inclusive nada

Embora embasado em fortíssimos argumentos jurídicos, o processo de impeachment é inteiramente de caráter político e são exatamente os deputados e senadores e não os juristas que decidirão o destino da presidente. Foi assim com Fernando Collor e assim será com Dilma, que leva uma enorme vantagem: tem ampla maioria no Congresso Nacional e fôlego político e de barganha para convencer os descontentes.Tem tudo para entregar o seu governo para que outros governem e assim fará para não perder o cargo. O seu principal aliado é o presidente do Senado, Renan Calheiros, que, comprometido com processos que poderão levar também à sua cassação, sabe o “caminho das pedras” e tentará se salvar a qualquer custo. O quadro no Parlamento mostra que é muito difícil Dilma cair, mas os próximos dias serão de muita agitação e agonia no Palácio do Planalto, torcendo por um fim sem tragédia no processo de impeachment.

O ridículo de ser

O folclórico e escalafobético deputado João Henrique Caldas, que simplesmente adora uma câmera de televisão e um microfone para aparecer, após dar vexame com uma ação despropositada e desrespeitosa na cidade de Murici, agredindo o prefeito Remi Calheiros, agora apronta mais uma, sempre na vaidosa e doentia vontade de ser notícia. Quando deputado estadual propôs e seus pares aceitaram a criação do Dia do Evangélico. Até aí tudo bem, mas estabelecer como feriado estadual é burrice, loucura ou irresponsabilidade. O governador Renan Filho não só vetou o artigo como não reconheceu a legitimidade de um feriado ridículo e inaceitável. Já imaginou se todas as religiões e seitas também buscassem a isonomia de tratamento? Cumprimentos ao governador pelo respeito à moralidade e à legalidade, sem se preocupar com os devaneios ou sandices de um deputado de pouca serventia.

Frase final “O povo precisa ganhar as ruas e dar seu grito para mudar o Brasil. Do contrário será o mais sacrificado pelas ações dos corruptos. Reage Brasil!”


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CLÁUDIO VIEIRA

Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

Perplexidade, constrangimento e temor

A

sessão do Senado, na quartafeira (25/11), exsudava esses três sentimentos eminentemente humanos. A sensação era que haviam brotado do mais recôndito interior dos senadores, a psiqué, tornando-se físicos, palpáveis. A palidez facial de muitos dos senadores, até mesmo daqueles mais afoitos e agressivos, era notável. Alguns des-

Com a severa atuação do STF, que a Nação majoritariamente aplaude, estará no fim o cometimento de crimes por políticos?” ses guardavam silêncio aturdido; outros verberavam nos microfones. O Presidente da Casa brandia eloquente, mas em raciocínio insustentável, a independência dos Poderes

malferida, segundo ele, pela decisão do Supremo Tribunal Federal determinando a prisão um dos seus Pares, o Senador Delcídio do Amaral: 1. A perplexidade – desde a Constituição de 88, um senador jamais houvera sido preso, quando no exercício do mandato. A imunidade assegurava a todos aqueles dignos parlamentares o cometimento livre de crimes, o Judiciário devendo quedar-se inerte ante quaisquer, mesmo as mais óbvias, evidências de delito. Em suas palavras, o Presidente Renan Calheiros defendeu atiladamente o privilégio e o colega, em discurso no qual havia mais de esperteza do que de inteligência e saber jurídico. 2. O constrangimento – O que dizer à Nação? Desautorizar o STF, diante de tão fortes provas? Afinal, um dos seus fora pego com a mão na

botija. Atender, pois, aos insensatos apelos do Presidente do Senado seria suicídio político, como bem viria a frisar o líder do PT. Aliás, o próprio congressista presidente, após increpar a atitude do Judiciário e defender o voto secreto produzindo inconsequente e sacrílega interpretação do texto constitucional, ladinamente jogou nas mãos dos senadores a decisão de esconderem-se no segredo do escrutínio. Foi esse constrangimento que orientou a decisão do Parlamento: os eleitores deveriam saber como votavam os seus representantes. Viva a democracia! Vitória da Nação! 3. O temor – Eis a razão das faces exangues. O privilégio desmoronara! Afinal um senador – e via de consequência, os demais membros de parlamentos- poderiam ser presos, a flagrância permanente dos crimes

continuados autorizando o Judiciário a recolher à prisão os infratores de alto coturno. Eles todos, a partir daquela quarta-feira histórica, estariam sujeitos aos novos e republicanamente saudáveis humores da Justiça, que afinal aplicara o republicano princípio da igualdade perante a lei. Com a severa atuação do STF, que a Nação majoritariamente aplaude, estará no fim o cometimento de crimes por políticos? Provavelmente ainda não, haja visto que, apesar do mensalão, do petrolão e de outros esquemas, os delinquentes continuaram a atuar no meio político. Todavia, malgrado a natureza criminosa de muitos políticos, que foi um bom começo... ah, isso foi!


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ARTIGOS

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JORGE MORAES Jornalista

Só faltam os cabeças

A

s coisas que estão ocorrendo hoje, no Brasil, são inacreditáveis. Cada vez que a justiça descobre e denuncia uma pessoa nova nas muitas operações deflagradas pela Polícia Federal, muitas outras pipocam e de todos os lugares. Dessas ações, surgem novas delações premiadas e novos mandatos de prisões são despachados. Dos novos presos, outros são descobertos e presos também. Chama-se isso de: pirâmide. Aquela famosa corrente, onde

Delcídio está sendo jogado às traças, ou melhor, na jaula dos leões pelo Partido dos Trabalhadores e seus líderes maiores. Ele e o Cerveró juntos” existe um cabeça, dependentes e novos dependentes. Nos casos policiais brasileiros, dependentes e novos dependentes já estão presos ou próximos disso. Falta quem? O cabeça dessas manobras. Aquele que nunca viu

nada, nunca ouviu nada e nunca soube de nada. No Brasil, são dois cabeças: o que estava no Poder e a que está no Poder. Na receita do “bolo” já estão todos: os amigos, os parentes e os aderentes. Há dois anos não se fala em outra coisa. Acho até que no estado do Paraná, a justiça do juiz Sérgio Moro não tem tempo mais para outra coisa. São tantas pessoas descobertas nas operações Zelote e Lava Jato, quase que diariamente, que o juiz deve estar contando com uma rede de apoio especial, formada por outros juízes, procuradores, promotores e assessores, para tentar dar conta do serviço. Mesmo a gente sabendo como isso tudo começou, quando você ouve o ex-presidente Lula discursar para os companheiros sobre desvios de verbas, esquema de contas fantasmas ou não, depósitos no exterior, comissão por projetos copiados de outras pessoas, financiamentos inexistentes e meio mundo de esquemas montados, para ele é tudo invenção da imprensa ou da oposição, capitaneada pelo PSDB. Mas, o que ele não consegue explicar mesmo é como ficou rico da noite para o

Os velhinhos pedem socorro!

O

país inteiro está em crise! Passamos recentemente pelo Rio de Janeiro e por Fortaleza, conversamos com vários amigos e o assunto é o mesmo: corrupção, demissões, inflação, contas públicas deficitárias, sofrimento do povo. Em Pernambuco não se fala também em outra coisa e até os presentes de Natal em 2015 vão ser bem baratinhos ou deixarão de existir. A “presidenta”, que se elegeu numa

O presidente do Legislativo nem aparece! Tudo quem resolve é o primeiro-secretário, da maneira que lhe convém, desrespeitosamente” campanha milionária, já se refere a mais cortes no orçamento. Ministério da Defesa incluído. As Forças Armadas, com armas obsoletas, dentro em pouco usarão bombas de São João. Só em Alagoas os políticos não perceberam a gravidade do problema: no Legislati-

vo, a Mesa Diretora paga salários dobrados a 700 comissionados, desconta imposto de renda dos servidores e fica com o dinheiro, não repassando ao Estado. Ainda tem fôlego para contratar uma auditoria por um milhão e meio de reais. Os deputados vivenciam outra realidade! Em compensação, os parlamentares que dirigem a Assembleia Legislativa de Alagoas deixaram de pagar os salários dos aposentados em novembro. Tiveram direito a receber sua renda mensal: deputados, comissionados e os servidores ativos. Os velhinhos, com mais de 60, 70 anos, muitos doentes, gastando fortunas com médicos e remédios, ficaram dependendo de um projeto aprovado “às pressas” pelos deputados, dando ao governador o direito de usar o Fundo Previdenciário. Procurei saber de onde vinha o dinheiro para o tal fundo. Vem de nossos salários, descontados mês a mês, repassado para o AL Previdência e que só deveria ser usado para pagamento de pensionistas e aposentados. Mas em Alagoas pode tudo! Basta o governador querer e os deputados aprovarem! Não precisa ser ilegal, inconstitucional ou coisa que o valha! É um passe

dia. Será que os milhões de dólares recebidos nas suas palestras internacionais foram provenientes mesmo da suas falas? Será que não existe outra coisa nesses encontros no exterior do ex-presidente? Será que o homem que nunca escreveu um livro, não fez faculdade, não tem mestrado ou doutorado, só com a política, tem mesmo essa capacidade toda de ganhar milhões só com palestras e consultorias? E o que dizer da pessoa que tem os filhos pobres, empregados assalariados, e, do dia para a noite, aparece com sociedade em empresas grandes ou dono de seus próprios negócios milionários, como é o caso do filho Lulinha, que em uma só operação levou 2,5 milhões e meio de reais, e os promotores de justiça já acreditam que essa grana possa chegar a 5 milhões de reais. O próprio Lula se mostra estarrecido e contrariado com a fraqueza, a inexperiência e a inocência do senador Delcídio do Amaral, quando se reuniu com o filho do Nestor Cerveró e outras pessoas, para falar sobre propinas e silêncio. Lula disse que ele era um “idiota e burro”. E o que ele tem a dizer do filho dele, que copiou um trabalho

acadêmico para apresentar como proposta de consultoria? Ele deve ter dito: “Filhinho meu, você também é um idiota e burro”. Aumentando o grau de problemas e preocupações, agora o Delcídio está sendo jogado às traças, ou melhor, na jaula dos leões pelo Partido dos Trabalhadores e seus líderes maiores. Ele e o Cerveró juntos. O primeiro, porque é uma cria do PSDB, como se isso fosse aumentar ou diminuir a sua culpabilidade nos negócios sujos. E o segundo, que sempre foi do Partido dos Trabalhadores e agora é um homem sem crédito diante da cúpula petista. Até a presidente Dilma Rousseff já declarou que não foi indicação sua o Nestor Cerveró para a diretoria internacional da Petrobras, mas do Delcídio do Amaral. Portanto, ele, Delcídio, é quem tem toda a culpa pelos desmandos, falcatruas e roubos. Por sua vez, o Cerveró diz que o dinheiro recebido foi entregue ao partido para a campanha da Dilma. Com isso, cheguei à seguinte conclusão: Lula é um inocente rico e Dilma uma presidenta faz de conta. Ou, ainda, que o burro dessa história, sou Eu.

ALARI ROMA- TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

de mágica! Nossos políticos são insaciáveis! Poder e dinheiro são a mola mestra da ALE. No dia 27 de novembro, os apadrinhados receberam salários e os inativos começaram a lutar para saber o que estava ocorrendo. “É questão de rubrica”, dizia o vice-presidente. E o primeiro-secretário, o novo dono do Legislativo, chamava a presidente da Associação dos Aposentados para dizer intempestivamente: “Vocês estão no AL Previdência, já resolvemos tudo, não terão prejuízos”. Sem planejamento, sem enquadramento, sem nada. Jogados como se lixo fossem. Pessoas que trabalharam durante 30, 40 anos. Uma total falta de respeito! O presidente do Legislativo nem aparece! Tudo quem resolve é o primeiro-secretário, da maneira que lhe convém, desrespeitosamente. Eu queria ser uma formiguinha para escutar o que esses homens dizem a seus familiares, porque mais da metade dos velhinhos são parentes próximos dos homens eleitos pelo povo para nos representar. “Sim, mamãe, diria um deles, seu salário virá lá para o dia 2 de dezembro; o meu, eu

já gastei. Vamos tirar dinheiro do Fundo Previdenciário e tudo será resolvido”. É assim que sobrevivem os aposentados do Legislativo alagoano. De sustos! De migalha em migalha, de restos, de negociações ilegais realizadas pelos homens do povo. E nada acontece com eles! O orçamento da ALE vem sendo aprovado há vários anos e quando chega novembro o dinheiro acaba. E começa o “é dando que se recebe”. O governador precisa dos deputados para aprovarem projetos de interesse do Estado, os parlamentares precisam do jovem governador para pedirem subvenção. E nós, servidores, ficamos de boca aberta, esperando os salários de fim de ano. O dinheiro foi gasto indevidamente, ninguém sabe em que e porque. Nenhum político é castigado, os valores desviados não são devolvidos e os fatos errados vão se repetindo, ano a ano. Só nos resta pedir socorro às autoridades constituídas. Se não formos atendidos, morreremos à míngua ou do coração, como quase aconteceu com um colega nosso nesta semana. Só Deus na causa!


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Maragogi tem o melhor All Inclusive da América do Sul Com diárias que já têm incluídas todas as refeições, lanches e bebidas, resort alagoano tem qualidade de seus serviços reconhecida em todo o mundo

RESORT SALINAS

dois restaurantes para que os hóspedes tenham diversidade e pontos de consumo à disposição 24 horas por dia, 7 dias por semana. Tudo isso com o sistema all-inclusive: todas as refeições, lanches, petiscos e bebidas — alcoólicas e não-alcoólicas — já estão inclusos na diária.

EMPREENDIMENTO É AVALIADO COMO O OITAVO MELHOR DO MUNDO EM SUA CATEGORIA DA REDAÇÃO

O

Salinas do Maragogi All Inclusive Resort é o resort com tudo incluso com melhores avaliações da América do Sul. A informação é do Travellers’ Choice 2015 Resorts All-Inclusive da América do Sul, premiação promovida anualmente pelo TripAdvisor, o maior site de viagens do mundo. Este ano, o resort, localizado na Costa dos Corais, em Alagoas, ainda se destacou por ser o oitavo resort com tudo incluso mais bem avaliado do mundo, sendo o único representante brasileiro em uma lista com 25 empreendimentos. A premiação é baseada em milhões de avaliações e opiniões de viajantes do TripAdvisor. Os vencedores foram es-

colhidos a partir de um algoritmo que considerou a quantidade e a qualidade das avaliações sobre os resorts em um período de 12 meses. “Esse resultado é reflexo da qualidade que oferecemos. Garantir a satisfação dos nossos hóspedes é o nosso principal objetivo”, afirmou o gerente de Marketing do Grupo Salinas de Hotéis & Resorts, Fernando Holanda. Esta não é a primeira vez que o Salinas do Maragogi All Inclusive Resort é premiado pelo TripAdvisor. Em 2014, por exemplo, o resort foi considerado o mais bem avaliado All Inclusive do País, além de estar entre os 15 com melhores avaliações do mundo na mesma categoria e de figurar na lista dos hotéis brasileiros mais bem avaliados para fa-

mílias. No ano passado, ele também foi o hotel brasileiro a receber mais avaliações no site de viagens. “Isso é resultado do esforço de toda equipe. Temos um alinhamento muito grande com nossa equipe de comunicação para criarmos uma expectativa e ela ser realizada. Entregamos o que prometemos e isso faz a diferença”, comemorou o gerente-geral do Salinas do Maragogi All Inclusive Resort, Ricardo Almeida.

SALINAS DO MARAGOGI Com 26 anos de existência, o Salinas do Maragogi All Inclusive Resort é um dos mais completos resorts do Brasil. Ocupando uma área de 66 mil m2, o empreendimento conta com 236 apartamentos e mais de 20 itens de lazer, como piscinas, salão de jogos, quadras de vôlei de praia e de tênis. A gastronomia do resort também é uma das atrações: são três bares e

SERVIÇO Salinas do Maragogi All Inclusive Resort Endereço: Rodovia AL-101 Norte, km 124 S/N, Maragogi Alagoas Telefone: 4020-3296 (custo de uma ligação local) Site: www.salinas.com. br/pt/maragogi


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Travessia da Pajuçara

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ederação Aquática de Alagoas promove domingo o Circuito de Travessia da Pajuçara 2015 com provas de natação no mar e em piscina e o vencedor leva o Troféu Renaldo Mata. Mais detalhes no sitewww.cbda.org.br ou telefone (82) 3326-5220.

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PORDENTRODO ESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Clubes preparados?

O estadual de futebol em 2016, tabela de jogos pronta, não dá prenúncio do “já ganhou” de azulinos, regatianos e alvinegros. Na lista tem outros que se vencerem não se pode falar em “zebra”.

Palmeiras campeão!

Em jogo dramático, Palmeiras vence Santos nos pênaltis e fica com título da Copa do Brasil, se tornando tri-campeão. Depois de fazer 2 a 1 no tempo normal, em noite de Dudu, Verdão bate o Peixe nas penalidades e leva a taça. Brilha a estrela de Fernando Prass, com uma defesa e o gol decisivo nas batidas de penalidades. Foi o sétimo jogo das equipes no ano, com quatro vitórias do Peixe e três do Verdão. O Palmeiras garantiu sua vaga na Libertadores da América.

Outros tempos

Como torcer é paixão, no futebol quanto mais complicado o caminho maior é a adrenalina nas arquibancadas. E isso é o que faz do futebol “paixão mundial”. E no Brasil “aalegria do povo”;

Carta cantada

Didira de volta ao CSA era bola cantada há tempo e desejo antigo do jogador por mudar de ares. Mas entre azulinos teve uns que estranharam a reação do arapiraquense inversa às anteriores. Ou em miúdos, sem protestos.

Novos tempos?

Rafael Tenório, com a volta do CSA à divisão especial do futebol alagoano, prepara o plantel com jogadores conhecidos e de bom nível técnico. Quer comemorar o retorno com o título estadual.

“Estamos vivos”

No Internacional-RS o técnico Argel se irritou no empate (1x1) com o Fluminense e razão, além de ter jogado em Porto Alegre,o time ter ficado de fora do G-4 do Brasileiro.Os dois pontos que perdeu rebaixou o time na classificação de quarto para quinto.

Valeu o título

Botafogo, Série B, fez oúltimo jogo em casa (Rio), adversário o America-MG e placar final 2x1. Mas valeu pela festa, se não tanto pelo título, mas o retorno para a Série A no próximo ano.

Sorteio dos jogos

No sufoco

Mais definição

Homenagem

Ficou decidido que um dos jogos dos oito clubes melhores pontuados na Commebol será realizado no Rio. Na Libertadores os cabeças de chaves ser] ao escolhidos dia 27 através de sorteio.

Commebol, por decisão dos organizadores, deixa claro também nas mudanças que não importa haver vários times de um país cabeças de chave. E ainda que as vagas de clubes de cada país não vão ser mudadas.

Sem problema

CRB findou a temporada com missão cumprida e aval da torcida para replay em 2017. Marcos Barbosa, diretores do futebol e o técnico Mazolla Junior avaliam nomes como reforços para 2106.

Base do time

Mazola Junior armou o CRB, na temporada e missão cumprida. As estrelas: Júlio César; Bocão (Glaydson Almeida), Gabriel, Jussani e Pery; Josa, Olívio, Gerson Magrão (Cañete) e Wellington Saci; Maxwell (Clebinho) e Zé Carlos.

Outro clássico difícil, contra o Macaé, livrou o Ceará do rebaixamento. A torcida cearense dobrou o entusiasmo e teve razão após o time ficar na beira do rebaixamento. Placar apertado também justificou o nervosismo.

Coritiba faz campanha para arrecadar recursos e homenagear Dirceu Krüeger, ex-jogador do clube com estátua no Estádio Couto Pereira. É ídolo da torcida e se aposenta após 50 anos no clube. Começou nas bases.

Jogo das estrelas

Neste fim de ano é natural jogos amistosos com presença de craques do futebol atual e ídolos do passado. São amistosos de confraternização com apoio do torcedores e rendas entregues a instituições de caridade.

Haja craques

Denilson, Edilson Capetinha, Djalminha, Junior Baiano, Cesar Prates, Márcio Santos, Preto Casagrande, Marco Aurélio, Rene Freitas Alexandre Lopes e Bruno Ferraz. São eles que estarão no Jogo das Estrelas deste sábado no Balneário Camboriú-MG.


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Sessões Legislativas

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ecesso nos Legislativos federal, estaduais e municipais é a partir do dia 15 e até fevereiro de 2016. Mas pode haver sessões extras e remuneradas para votar projetos se convocadas pelos Executivos.

SOS ALAGOAS CUNHA PINTO

Regimento

No Congresso Nacional agenda das sessões foi de 2 de fevereiro a 17 de julho e retornando dia 1º de agosto até 22 de dezembro. Recesso, nesta segunda etapa, é até fevereiro, conforme o artigo 57 da Constituição Federal.

Bancada estadual

No Senado expectativa diante da prisão do senador Delcídio Amaral (PMDB) é pelo que ainda possa vir pela frente. A ver, outros senadores sob investigação, inclusive da bancada de Alagoas.

Horário eleitoral

Tribunal Superior Eleitoral analisa a redução de tempo do guia eleitoral na televisão para uma semana. É proposta que vem sendo comentada entre políticos, mas dúvida é se vigora já em 2016.

Pensando errado

“Eles pensam que estão no comando, mas estão sendo levados”. Frase foi de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas dita não como pré-candidato a presidente da República em 2018. Apoio dele ainda é para Aécio Neves, mesmo após este por duas vezes ter sido derrotado por Dilma.

Compras natalinas

Na sexta-feira passada (27) movimento nos shoppings e lojas do comércio foi bem visto como confiança de se manter no mesmo ritmo (ou melhor) até véspera do Natal. E da febre de consumo bola da vez é televisão de 48 polegadas.

Apoio Petrobras

“Cinco Vezes Chico - O velho e sua Gente”, filme que tem apoio da Petrobras Cultural teve lançamento em pré-estreia dia 27 em Piaçabuçu, e domingo, 29, em Piranhas.Foi filmado em Minas Gerais, Bahia, Pernambuco,Alagoas e Sergipe.

Adiamento

Vereadora Teresa Nelma deve agendar nova data da audiência pública sobre Cultura da Paz e entrega da Comenda Madre de Calcutá no Centro de Convenções. Causa foi haver vistoria no prédio pelo Corpo de Bombeiros.

Da assessoria:

“O filme tem a visão dos cinco diretores que acompanharam nos 50 dias das filmagens o curso do São Francisco a partir da nascente em Minas Gerais e passando na Bahia e Pernambuco até a sua foz entre Alagoas e Sergipe”.

É do brasileiro

Endividados em cartão de crédito ou empréstimo bancário, alagoanos inclusive, estão com dificuldade para quitar débitos pendentes neste final de ano e previsões se estendem até 2016. Mas são otimistas de renegociarem as dívidas para 2017.

Bolsa creche

Projeto de lei do vereador Silvanio Barbosa (PSB) aprovado na Câmara de Maceió em primeira discussão, institui o Programa Bolsa Creche na rede municipal. E a proposta é ser aplicado em convênio com escolas de ensino particular de educação infantil.

Muita atenção

Quem comprar pela internet atraído pelo preço é prudente dar atenção no prazo de entrega. É dica preventiva pela época ser oportuna para golpes e haver risco do produto não ser entregue. E sugestão também preventiva é pelo uso do boleto bancário.

Censo ético

De Dom Odílio Pedro Scherrer, arcebispo de São Paulo: “Quando não somos mais capazes de reagir e nos indignar com a corrupção é porque o nosso senso ético também ficou corrompido”.

Fernandes Lima

“Em Maceió, caminhar em alguns bairros é aventura”. Frase é de que tem hábito de andar e a ver o exagero de calçadas irregulares. Na altura como na largura e ainda abuso de rampa de acesso de veículos a garagem e o uso comercial.

Insistente

O ministro Joaquim Levy é insistente em pregar a necessidade do retorno da CPMF para cobrir dificuldades do governo na área que ele administra. Não é estranho o silêncio da CUT à proposta?


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Desmatamento

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pesar do acréscimo de 16% registrado de julho de 2014 a agosto de 2015, as taxas de desmatamento da Amazônia se mantiveram dentro da barreira dos 5 mil km² e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou, no período, a terceira menor taxa de desmatamento da série histórica do Prodes, sistema que monitora o bioma por satélite desde 1998. A área desmatada foi de 5.831 Km², contra 5.012 Km² no período anterior.

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MEIO AMBIENTE ambiente@novoextra.com.br

Usina de Belo Monte O Ibama concedeu uma licença de operação de seis anos para a Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e autorizou o enchimento do reservatório da usina que está em construção há 4 anos e 5 meses no Rio Xingu. A licença está relacionada ao cumprimento de 41 condicionantes, pois em setembro o Ibama havia apontado 12 pendências que impediam a emissão da licença. Sem o documento, a Norte Energia ficava impedida de dar início à geração de energia no empreendimento.

Rio Doce

Parceria até 2020

Os governos do Brasil e da Noruega decidiram prorrogar a sua parceria nas áreas de clima e florestas até 2020. A primeira fase dessa parceria, em vigor desde 2008, representou uma contribuição de US$ 1 bilhão por parte da Noruega ao Fundo Amazônia brasileiro, em reconhecimento pela expressiva redução pelo Brasil do desmatamento na sua região amazônica. As contribuições na segunda fase da parceria continuarão a ser feitas a partir do mecanismo baseado em resultados do Fundo Amazônia.

Ano mais quente

Faltando 27 dias para o ano acabar, 2015 conquistou o título de ano mais quente já registrado e os culpados são o El Niño e o aquecimento global. O relatório da OMM diz que 2015 bateu recordes sucessivos e que é impossível que dezembro seja frio o suficiente para que 2015 perca essa posição. O recorde não surpreendeu os cientistas da NOAA (Agência Nacional para Oceanos e Atmosfera dos EUA), que já alertavam que o ano estava em vias de bater o recorde de 2014. A temperatura média do planeta em 2015 está em 14,57°C, a maior desde o início dos registros em 1880.

Fogo na Chapada As paisagens da Chapada Diamantina foram muito afetadas pelo fogo que atinge a região há mais de duas semanas e a estimativa é de que ao menos 30 mil hectares foram destruídos. O trabalho de combate ao fogo é feito por brigadistas voluntários, bombeiros e aerovanes. E de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema), os focos de incêndio ainda estão nas localidades de Morro Branco, Barro Branco e Serra do Sobradinho.

Um estudo encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente concluiu que embora esteja considerado atualmente “morto”, o Rio Doce, que recebeu a lama proveniente do rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), “vai ressuscitar” em até cinco meses. Embora especialistas tenham divulgado previsões de danos catastróficos, que incluiriam danos à reserva marinha de Abrolhos no sul da Bahia, e um espalhamento da lama por até 10 mil m², o estudo afirma que os efeitos no mar serão “desprezíveis”, que o material se espalhará por no máximo 9 km e que em poucos dias a coloração barrenta deve se dissipar.

Baleias jubarte O Instituto Baleia Jubarte divulgou os resultados do censo realizado em agosto, mostrando aumento de 40% no número de baleias em relação a 2011. Este ano, 17 mil jubartes buscaram a costa brasileira para o nascimento dos filhotes. O período de reprodução começou em julho e terminou em novembro, quando os animais retornam à Antártica. O censo foi realizado nas águas abrangidas pelos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.


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Moradores do Murilópolis conseguem manter rua fechada

DECISÃO JUDICIAL NA AÇÃO, O ADVOGADO JOÃO UCHÔA CITOU PROJETO DE LEI DE SÃO PAULO QUE AUTORIZA A RESTRIÇÃO AO TRÁFEGO DE VEÍCULOS EM RUAS SEM SAÍMARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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oradores da Rua Horácio de Souza Lima, no loteamento Murilópolis, no bairro de Barro Duro, em Maceió, têm motivo para comemorar. É que no dia 16 deste mês o juiz Antônio Emanuel Dória Ferreira concedeu liminar para que a rua continuasse fechada. Para o advogado João Uchoa, a decisão judicial veio materializar o que consta na Constituição federal em seu Art. 6º que trata dos direitos sociais, inclusive a segurança. Segundo Uchôa, o fechamento de ruas e a necessidade de segurança dos moradores de ruas fechadas vem se revelando como uma tendência das legislações municipais. É o caso da Rua Horácio de Souza, que não tem saída, portanto não causa qualquer transtorno a manutenção da cancela de fechamento. Outro argumento favorável à decisão foi a de que o local era alvo constante de delitos e que o poder público se mantinha “inerte quanto ao dever de garantir a segurança”. E assim, os moradores decidiram colocar portão em sua entrada, mas foram notificados pela Prefeitura para a retira-

da das grades. No entanto, os beneficiados garantem que “não há qualquer impedimento ao direito de ir e vir dos cidadão, mas tão somente uma solicitação de identificação dos transeuntes do local”, diz trecho da ação. Para Uchôa, a violência está sem limites e a socieda-

João Uchôa comemora decisão judicial e diz que medida assegura o que diz a Constituição

de precisa de proteção. Como o poder público nem sempre cumpre seu papel, o cidadão busca fazer garantir seu direito. E no caso citado, disse, os moradores da rua colocaram o portão e guarita para ter um pouco de segurança. “Por se tratar de uma rua sem saída, o fechamento não prejudica a ninguém”, garantiu o advogado. Ele fala da importância da decisão judicial e diz que a vê como uma medida de vanguarda que veio para garantir à sociedade o que está preconizado na Constituição Federal. “Foi uma vitória contra a violência, o vandalismo e em favor do cidadão”, disse

Uchôa. Esta pode ser a primeira decisão judicial neste sentido em Alagoas, mas em São Paulo a Câmara Municipal aprovou em primeira discussão o projeto de lei 453/2015 que “autoriza a restrição ao tráfego de veículos em vilas, ruas sem impacto no trânsito local e que limita o tráfego a seus moradores e visitantes”. E esta lei foi juntada ao processo para dar maior sustentação ao que reivindicavam os moradores do Murilópolis. Esta decisão abre caminho para tantos outros moradores de Maceió que tentam fechar as ruas sem saídas, mas que esbarram em vários obstáculos. No entanto, Uchôa pondera e diz que não é qualquer rua que pode ser fechada e que cada caso deve ser analisado com cuidado. INSEGURANÇA No início deste ano, a ação de vândalos em área de preservação ambiental da Rua Horácio de Souza Lima causou transtorno para moradores do local. A área de lazer se transformou em amontoado de metralha, pois o muro que dividia os dois espaços foi quebrado e passaram a depositar o lixo que produziam. Outro problema é que com o muro danificado, os moradores da rua ficaram sem segurança, vulneráveis à ação de bandidos, inclusive de assalto a mão armada e arrombamento de residências.


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Ajuda em boa hora

A

forte queda de vendas de veículos novos este ano, que deve ficar entre 22% e 25% em relação a 2014, não se deve apenas ao clima de insegurança gerado pelas crises política e econômica (uma autoalimenta a outra). Veio também de uma conjugação de fatores herdada de tempos recentes. Da mesma forma que os financiamentos foram facilitados nos tempos de aumento de poder aquisitivo, agora estão mais restritos mesmo para aqueles que aparentemente oferecem baixo risco para bancos e instituições de crédito. Os erros cometidos na condução da macroeconomia ao longo dos últimos cinco anos, mais ou cedo ou mais tarde acabariam se refletindo em forma de aumento de inflação e aprofundamento da recessão. Sustentar vendas por meio de reduções temporárias de impostos se esgotou. Cria o indesejável efeito sanfona. As indústrias automobilística e de eletrodomésticos demoraram a perceber que o movimento de antecipação de compras cobraria alto ônus adiante. Ninguém

pensou que ia dar errado, mas deu. O consumidor reagiu indo em direção ao carro seminovo, assim considerado aqueles com até três anos de uso. Seu preço ficou atraente porque a desvalorização normal se deu a partir da referência de IPI reduzido e de antes do aumento de custos com os itens de segurança obrigatórios (airbags e ABS). No primeiro semestre deste ano pela primeira vez o número de veículos seminovos financiados ultrapassou o de novos. Neste fim de 2015, porém, essa válvula de escape travou. Em outubro, a venda total de seminovos, usados jovens (quatro a sete anos), usados veteranos (oito a onze anos) e velhinhos (12 anos ou mais) recuou 9% em relação a setembro. É possível que a única boa notícia do ano – comercialização de usados em alta sobre 2014 – nem se confirme. Ajudaria a oxigenar o mercado se o sistema de consórcio fosse alterado. O estoque de cotas contempladas sem que o consorciado retire o bem para o qual se inscreveu acaba gerando distorções. No

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

passado havia um prazo de três meses para o interessado decidir o que comprar. Essa obrigatoriedade foi revogada em tempos de congelamento de preços, há 20 anos, quando um carro usado chegou a ser mais caro que um novo em razão de planos econômicos heterodoxos sempre fracassados. O consórcio hoje se tornou mais um instrumento de poupança paralela, sem nenhuma ação de equilíbrio entre tempos bons e bicudos da produção de bens. Não comprar nada significa um bom investimento com correção garantida e baixo risco. Por isso bancos de varejo passaram a atuar neste segmento de olho na polpuda taxa de administração.

Devolver uma cota contemplada, depois de noventa dias, para uma nova rodada de sorteio e lance pode melhorar sensivelmente a mecânica de funcionamento de consórcios. Se alguém não está com pressa ou não pode comprar no momento o seu veículo novo ou usado, que ceda a vez a outro que aguarda a oportunidade muitas vezes com ansiedade para ter acesso ao bem. O direito do consorciado que abriu mão de sua contemplação seria naturalmente restabelecido, pois voltaria a concorrer em novo sorteio. Uma mudança da regra atual poderia aquecer a economia, sem gerar efeitos colaterais ruins no combate à inflação.

RODA VIVA PRIMEIRA renovação em cinco anos do Citroën Aircross, principalmente grade e faróis, acrescentou versão de entrada por R$ 49.990 sem estepe externo. Conforme esta coluna adiantou, o monovolume C3 Picasso parou. Motor flex de 1,5 L/93 cv (etanol) ainda mantém partida a frio auxiliada por gasolina. Com motor de 1.6 L/122 cv e câmbio automático sai a R$ 58.900. AIRCROSS evoluiu em economia de combustível porque está até 45 kg mais

leve, utiliza agora direção eletroassistida, pneus verdes e diferencial alongado em 5% para alcançar nota A no programa de etiquetagem veicular. Tela multimídia de 7 pol. e câmera de ré estão na versão de topo por R$ 69.290. Suspensões recalibradas melhoram a dirigibilidade e o conforto de marcha. OITAVA geração do Passat acaba de chegar. Estilo segue a escola evolutiva da marca, porém sua estrutura está mais rígida. Motor de 2 litros, turbo, sistema

de injeção dupla, 220 cv/35 ,7 kgf.m e câmbio automatizado de 6 marchas formam um conjunto instigante e eficiente. Bom espaço atrás. Impostos empurram preço para R$ 144.500. PERUA Mini Clubman Cooper S é pouco fotogênica. Precisa ser vista ao vivo para se mudar de opinião e entender sua proposta alternativa aos SUVs e crossovers atuais. Dimensões internas estão entre os pontos altos, mas o porta-malas de 360 litros fica no limite do aceitável.

Motor 2-litros turbo de 192 cv garante agilidade. Suspensão é dura como o preço de R$ 179.950. ENTRE as surpreendentes mudanças de comportamento no mercado brasileiro está a escolha do câmbio automático. Peugeot, em campanha por tempo limitado, oferece essa opção sem custo, equivalente a um desconto em torno de R$ 4.000. No site de classificados Webmotors a oferta de veículos com câmbio automático cresceu 30% em um ano.


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ARTIGO

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

Canalhas também usam paletós e gravatas!!!!

N

esse momento grave da realidade nacional, estamos vivendo uma situação de abalo moral, testemunhado pelos brasileiros, envergonhados com o que vem acontecendo com as nossas autoridades, responsáveis pela

Para muitos desses políticos e executivos envolvidos com as roubalheiras, ser fotografado com algemas deve ser natural” máquina pública e pelo bem estar do povo. Estamos vivendo um momento de falta de vergonha por parte de certos personagens, principalmente políticos. Por sua vez,

nos lares brasileiros, muitas esposas e muitos filhos estão sofrendo porque não sabiam que seus maridos e seus pais eram pessoas sem caráter, desonestas e sem decência. Muitas dessas esposas e muitos desses filhos não sabiam que todos os luxos que eles exibiam eram provenientes das roubalheiras, praticadas pelos seus esposos e pais. Eu chego até a pensar que, certamente, muitas esposas prefeririam que seus maridos fossem homens ricos, famosos, sociáveis e trabalhadores, porém que não fossem canalhas, envolvidos nos escândalos da Petrobras, da Receita Federal, dos Medicamentos, das Refinarias e em muitos outros escândalos que estão em andamen-

to. Para as suas esposas e para os seus filhos, devem ter sido decepcionantes as descobertas de que o dinheiro dos seus estudos, das suas lanchas, dos seus carrões, das suas viagens internacionais, das suas mansões e dos seus apartamentos de cobertura, são resultados das suas roubalheiras, das propinas e dos assaltos aos cofres públicos. Uma das coisas que mais me deixam impressionado é o cinismo de certos homens diante das câmeras das televisões, diante das suas esposas, dos seus filhos, dos seus parentes e dos amigos pois, não demonstram nenhum sentimento, ao se igualarem como os mais sujos bandidos, assaltantes e marginais. Para muitos desses políticos

e executivos envolvidos com as roubalheiras, ser fotografado com algemas deve ser natural, pois as índoles deles são próprias de marginais. Eu sou de uma época em que no Brasil nós falávamos em progresso, em porvir e futuro promissor, porém agora só estamos ouvindo e falando em inflação, desemprego, rombos, propinas, superfaturamentos, improbidades, prisões, cassação de mandatos, etc. etc. Ora, canalhas também usam paletós e gravatas e, hoje em dia, eles são até chamados de “vossa excelência”. Em tempo – O conceituado médico Dr. Roberto Cavalcante é meu leitor e um dos frequentadores da Barraca Pedra Virada, da Ponta Verde, aos domingos.


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Denúncias gravíssimas

A disputa pela Prefeitura de Arapiraca promete capítulos inesquecíveis, recheados de denúncias gravíssimas envolvendo autoridades e empresários. Prato cheio para o Ministério Público que já está recebendo documentos comprometedores que podem levar para trás das grades figurões antes tidos como inatingíveis. O promotor Napoleão Amaral Franco não dorme no ponto e já está trabalhando com objetivo de levar os sabidos que meteram a mão no dinheiro público para a cadeia.

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ABCDO INTERIOR

robertobaiabarros@hotmail.com

Salgado.

Pegando fogo

O empresário Adoniran Guerra, que é pré-candidato a prefeito em 2016, promete balançar o coreto e avisa que quem tiver “podre” que se cuide porque ele não vai esconder nada de ninguém. “A população precisa ser informada de alguns absurdos que acontecem em Arapiraca”, afirma Adoniran Guerra.

Não está nem aí

Pessoa cm deficiência

A emoção tomou conta da I Mostra de Experiências Exitosas da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência em Arapiraca. Ver o trabalho desenvolvido com tanto zelo por diversos profissionais levou alguns dos participantes às lágrimas.

Coloca o coração

Isto porque, além de ser função do Em Girau do Ponciano, o prefeito Fábio Aurélio, servidor público fazer o seu dever, o além de não atualizar o Portal da Transpaarapiraquense coloca o coração em rência, insiste em não prestar contas da sua seus projetos. E foi o que se notabilizou gestão. A Câmara Municipal assiste a tudo pelo que foi apresentado na quarta-feira passivamente. (2), no Centro de Referência Integrado Pode uma coisa dessas?! de Arapiraca (Cria), na ótica da coordenadora da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência em Arapiraca, Amanda Bertoldo.

Só abre para o deputado

Em Lagoa da Canoa o prefeito Álvaro Melo já anunciou que vai disputar a reeleição e só abre mão das suas pretensões se o deputado estadual Jairzinho Lira for candidato. Nos bastidores circula que Jairzinho não anda nada satisfeito com o prefeito e o filho-secretário Aldo Melo.

Será acirrada

Enquanto isso, o ex-prefeito Lauro Fonseca já está com o pé na estrada e promete botar pra correr os “forasteiros”, uma referência ao prefeito Álvaro Melo, que é de Pão de Açúcar, e Jairzinho Lira, que é natural de Feira Grande. Pelo andar da carruagem, a campanha eleitoral na terra do mestre Hermeto Paschoal promete ser uma das mais acirradas do Agreste alagoano.

Primeira infância

O dia começou com uma palestra especial sobre a “Importância da Primeira Infância”, com a coordenadora do Arapiraca Garante a Primeira Infância (Agapi), Gineide Castro.

Mostra de cinema

Desde quinta-feira (3), a cidade de Arapiraca recebe a II Mostra de Cinema do Programa de Iniciação Artística (Proinart), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Com entrada franca, o evento traz desta vez a temática “Verdades Fotográficas”. Ao final de cada projeção – três horas por filme –, acontecem debates sobre o enredo do que for apresentado.

Abertura na Ufal

A abertura do evento ocorreu a partir das 19h, no auditório da Ufal, com o filme “Que Horas Ela Volta”, de Ana Muylaert, indicado ao Oscar de “Melhor Filme Estrangeiro”. Hoje, sexta (4), também na Ufal às 14h, haverá a exibição do documentário “O Sal da Terra”, dirigido pelo alemão Wim Wenders e pelo brasileiro Juliano Salgado, percorrendo o olhar do renomado fotógrafo Sebastião

Casa da Cultura

Com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), às 19h, ainda nesta sexta-feira, no entanto no Sr. Carranca Café, situado no primeiro andar da Casa da Cultura, na Praça Luiz Pereira Lima, bairro do Centro, ocorrerá à película “Samba”, dirigido e escrito por Olivier Nakache e Éric Toledano, a qual aborda a temática de

PELO INTERIOR ... A informação está no site Traipu Notícias: mais de 400 professores de Traipu, encabeçados por Nilton Nascimento, Maria Áurea e Alberto, junto ao escritório de advocacia, lutam na justiça pelo recurso no valor de 47 milhões de reais referente ao Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental). ... A ação tramita na 4ª vara da Justiça de Maceió com o processo de n° 0011795-78.2003.4.05.8000. O objetivo é o bloqueio de 60% do valor dos 47 milhões de reais referente ao Fundef que a prefeitura vai receber no próximo dia 10 a título de precatório. ... Centenas de professores pediram o bloqueio do recurso para garantir que cada um tenha direito a indenização. No total foram 417 professores que entraram com ação. ... Os profissionais da educação estão determinados a lutar por seus direitos e para isso contrataram escritório de advocacia movendo ações individuais. ... Uma das razões que motivou tal atitude foi a postura passiva do núcleo do Sinteal no município, no que se refere à luta pelos direitos da categoria. Em reunião, professores questionaram a atitude gerando inúmeros constrangimentos entre a categoria no município. Alguns comentavam entre si que o Sinteal, com sua postura, defendia mais os interesses do Poder Executivo que os da categoria. ... Em pesquisa realizada pelo site especializado

em turismo TripAdvisor, a cidade de Maragogi, que, em razão de seus muitos atrativos naturais vem se firmando cada vez mais como um dos principais polos turísticos do país, é o terceiro destino mais procurado pelos brasileiros que pretendem viajar nos próximos meses. ... O levantamento aponta os dez destinos domésticos mais populares entre os viajantes brasileiros para o período de 1º de novembro de 2015 a 31 de março de 2016 - época considerada alta temporada brasileira. Na lista, o município fica atrás apenas de Gramado, no Rio Grande do Sul, e do Rio de Janeiro. ... A notícia foi recebida com alegria pela secretária Municipal de Turismo, Mariana Gorenstein. Para ela, o empenho dos empresários e do poder público contribui diretamente para o município alcançar esse patamar. ... “Neste momento desafiador da economia, o turismo é um dos segmentos que responde mais rápido com geração de emprego e renda. A gestão tem se dedicado para divulgar o destino não somente por todo o país, mas no exterior também”, afirma. ... Para o prefeito Henrique Madeira, a pesquisa só comprova o quanto Maragogi tem potencial para o turismo. ... Aos nossos leitores, desejamos um final de semana de paz e saúde. Até a próxima edição. Fui!!!


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REPÓRTER ECONÔMICO

NO PAÍSdasALAGOAS

TEMÓTEO CORREIA - Ex-deputado estadual

JAIR PIMENTEL jornalista.jairpimentel@gmail.com

As dicas continuam

Entendo perfeitamente que quando se tem dinheiro no bolso o destino é um só: gastar. E aleatoriamente! Não se pensa no futuro a curto prazo. O importante é consumir. E compra mesmo por impulso, aproveitando as promoções e facilidades que os lojistas oferecem. Mas as dicas continuam, para se prevenir e ainda para pagar em dia, evitando juros e multas, lembrando sempre que essas despesas vão continuar. E mais: quanto mais aumenta a procura, mais a inflação sobe. E quem se prejudica é o que comprou.

Que crise é essa?

C

ostumo ir ao Centro de Maceió uma vez por semana. Só mais para ver como se encontra o movimento de vendas e ainda ir à Biblioteca Pública e ao Instituto Histórico com o objetivo de conseguir alguma pesquisa e usar em meus trabalhos jornalísticos e literários. Constatava sempre os sinais da crise econômica, com as lojas vazias e até mesmo algumas fechadas. Não foi esse cenário que constatei nos últimos dias, quando os trabalhadores começaram a receber o décimo terceiro salário: um verdadeiro pandemônio, gente, mas muita gente mesmo nas lojas, formando filas nos caixas, correria, gritaria dos panfleteiros oferecendo empréstimos, produtos diversos, exame de vista grátis (desde que se compre na ótica), descontos nas vendas, prazo de pagamento “a perder de vista”. Enfim, “o Brasil saiu da crise”... Mais uma vez, fiquei constrangido diante de meus leitores. Afinal, passei o ano inteiro orientando sobre a importância de pesquisar preços, evitar juros, pagar as contas em dia, mudar de marcas, etc. E o que vi foi consumidor comprando à vista, com dinheiro em espécie, retirando de sua conta com o salário de novembro e o décimo terceiro. O movimento intenso não era só nas lojas grandes, mas também nas de pequeno porte, que tinham filas nos caixas. E esse cenário vai permanecer até antes do Natal, pois ainda falta o pagamento do décimo terceiro salário dos servidores do Estado, além da segunda parcela de todos os trabalhadores da iniciativa privada. E, então, que crise é essa?

Pagando o que deve

Orientei, e continuo orientando, para quem ainda não recebeu o décimo terceiro salário, que pague o que deve com esse dinheiro. Mas sei que muitos pagaram sim o que deviam, mas compraram a prazo, pelo cartão de crédito ou carnê de loja. E vãoi entrar o Ano Novo como devedores. Ou seja, “no vermelho” por um bom tempo. Lembro que 2016 vai ser de mais “aperto”, com o governo tentando controlar a inflação elevando os juros e não vai conseguir baixar a inflação. A inadimplência que já passa dos 50% dos consumidores crescerá mais ainda.

Evitando

Os importados, obviamente. Todos sabem que o dólar continua valendo mais que o dobro do real. E vai continuar assim. Em 2016 pode chegar a valer R$ 5,00. Isso já ocorreu em várias oportunidades no Brasil, mas quando não existiam tantas facilidades como hoje, de se viajar ao exterior, comprar produtos importados. Minha dica para quem tem reserva financeira: viaje pelo Brasil e só compre produtos nacionais.

Coração magnânimo 19 de novembro de 2008 - Solenidade no plenário da ALE em homenagem aos 100 anos do nascimento do ex-senador por Alagoas Celso de Freitas Cavalcante. Representando a família, marcou presença o filho do homenageado, Celso Freitas Cavalcante Filho (Celsinho), então chefe de gabinete do s.enador Renan Calheiros. Durante o coquetel, servido na sala de reuniões dos deputados, tive a oportunidade de cumprimentá-lo e mandar um abraço para Renan com a minha admiração e apreço. Celso manifestou-se apologeticamente: - O senador Renan é um monstro! É um gigante! Nasceu para a política, mas é um coração magnânimo! Após a última eleição eu disse: Renan, fique à vontade para botar alguém no meu lugar. Mas, antes, quero lhe dizer que fiz exame no coração, tudo bem. Fiz exames de sangue, fezes, na próstata, não deu nada. Estou muito bem, mesmo! Mas quero lhe confessar que não tenho mais o mesmo pique. Fique à vontade! Renan simplesmente respondeu-me: - Você fica! Você é inalienável, Celsinho! - Fiquei feliz. É um coração magnânimo. Eita homem! Murta, também assessor do senador Renan, ao meu lado, ouvindo tudo, soprou no meu ouvido: - Também, com o resultado desse check-up, ele está pronto até para uma viagem espacial. - Concordei.


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Saulo Laranjeira traz espetáculo “Assunta Brasil”

HUMOR NO MIRANTE APRESENTAÇÃO ACONTECE NESTE DOMINGO, 6 DE DEZEMBRO, NO MIRANTE GOURMET, A PARTIR DAS 20 HORAS MARIA SALÉSIA com assessoria sallesia@hotmail.com

U

m dos maiores intérpretes da nossa brasilidade, o humorista, ator e apresentador Saulo Laranjeira, traz para Maceió o espetáculo Assunta Brasil. O riso vai correr solto neste domingo, 6 de dezembro, a partir das 20 horas, no Mirante Gourmet, bairro do Farol, em Maceió. O show vem recheado com muito humor, poesia e textos inteligentes. A noite será imperdível, com o humorista apresentando vários personagens que prometem surpreender o público alagoano. Os personagens vão surgindo no palco, criando um clima de empatia com os espectadores. O Deputado João Plenário, sucesso do programa A Praça é Nossa (SBT), não poderia ficar de fora. Com um humor elegante e uma mistura de causos engraçados, o espetáculo Assunta Brasil é uma mistura de risos e emoções. O evento é promovido por Eventur´s e GA Produções e os ingressos para o espetáculo estão à venda na Mr. Cat da Amélia Rosa, Parque Shopping e na Via Pão da Via Expressa. Mais informações 99979-5959. O ARTISTA Saulo Laranjeiras é considerado um dos artistas mais completos do Brasil e um incansável fomentador da cultura popular. Nascido em Pedra Azul (Vale do Jequitinhonha

Saulo incorpora vários personagens, entre eles o Deputado João Plenário

- MG) é difícil classificá-lo por gêneros e categorias tradicionais. Ator, cantor, apresentador, compositor e humorista, se destaca pela maestria de criar personagens legítimos, interpretar com personalidade belas canções e encantar o público com poemas e causos. Saulo é idealizador do programa de Televisão “Arrumação” (Rede Minas), da série de vídeos documentários “Nos Braços da Viola” (TV Brasil) e do projeto “Caravana Arrumação”, carreta/palco itinerante que já percorreu mais 150 cidades de Minas Gerais. No teatro formou parte do elenco da peça “Ser-tão Sertão” com Lima Duarte e Papete, com temporada em várias regiões do Brasil e no exterior. Mas se tornou popular no programa “A Praça é Nossa” (SBT), onde apresenta o personagem mais marcante, o Deputado João Plenário, há mais de 15 anos.

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