Edicao884

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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVII - Nº 884 - 12 A 18 DE AGOSTO DE 2016

R 3,00

ELEIÇÃO 2016

CALHEIROS VÃO TER OPOSIÇÃO DE VERDADE EM MURICI COM O EX-VEREADOR CAUBI FREITAS P/13

PREÇOS ABUSIVOS

CARTÓRIO AUMENTA TAXA DE REGISTRO DE IMÓVEIS EM ATÉ 800%

NOVA TABELA DE CUSTOS PRECISA DE APROVAÇÃO DA JUSTIÇA

Alagoas vai recontratar Elógica para cuidar dos empréstimos consignados P/ 7 a 9

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Grupo espanhol quer comprar 4 usinas de João Lyra avaliadas em R$ 850 milhões P/ 17

PROMOTOR DE JUSTIÇA É CONDENADO POR RECEBER FAVORES DE PREFEITURAS

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MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE AGOSTO DE 2016

Crime e castigo

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

D

e nada adiantaram o desesperado discurso golpista do PT e suas ridículas chicanas para salvar Dilma do cadafalso. Na votação de maio – que a afastou da Presidência – Dilma teve 22 votos em seu favor. Na votação que a transformou em ré, perdeu o voto do aliado João Alberto, do PMDB do Maranhão, pau mandado de Sarney.

(Millôr Fernandes)

O deputado Paulão, do finado PT, foi um dos traidores que votaram contra o PLP 257, que aprovou a renegociação da dívida pública dos Estados. No momento em que Alagoas mais precisou de sua bancada na Câmara, Paulão disse não. E nem pode justificar que foi orientação do partido, porque seu colega Ronaldo Lessa, mesmo contra a orientação do PDT, votou sim. Os deputados JHC e Carimbão não participaram da votação, seja por ausência ou abstenção, o que signfiica omissão. Seus atos devem ser julgados pelos eleitores dia 2 de outubro, na urnas.

Depois de longos 13 anos e cinco meses, o Brasil, finalmente, vai se livrar do projeto criminoso de poder. E, tudo indica, para sempre. Os arquivos são implacáveis: basta acessálos para constatar que davam ao PT, a Lula e às suas alianças políticas uma longevidade que eliminava a História. Era como se o Brasil estivesse condenado, ad eternum, ao domínio petista e Lula fosse o deus ex machina nativo. (MARCO ANTONIO VILLA)

Atalaia

Ironia da História

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, que comandará o impeachment de Dilma, também presidirá o sepultamento político do amigo Lula da Silva.

É, mas não é

O historiador Marco Antônio Villa lembra que Lewandowski chegou ao STF não pelos dotes jurídicos, mas por razões paroquiais, de São Bernardo do Campo, onde começou sua carreira política. E acrescenta: “Se Rui Barbosa foi chamado de Águia de Haia, Lewandowski pode ser considerado o ministro da rota do frango com polenta — região de restaurantes daquela cidade onde se saboreia tal iguaria”.

Escombros sociais “O Governo de Dilma foi um verdadeiro portifólio de desastres, desconectado da realidade, apartado da população, descolado da sociedade”. Senador Fernando Collor.

DA REDAÇÃO

Traição e omissão

Adeus, projeto criminoso de poder!

Frango com polenta

COLUNA SURURU

Renan Calheiros é o único dos 81 senadores que até agora não votou no processo de impeachment. Ex-aliado de Dilma, Renan tem dito que na condição de presidente do Senado agirá como magistrado, mas Michel Temer sabe que, em caso de emergência, pode contar com o voto do senador alagoano.

Oposição prá valer

Pela primeira vez em quase três décadas, a família Calheiros vai enfrentar a oposição de verdade na disputa pela Prefeitura de Murici. O ex-vereador Caubi Freitas, candidato do PSB, é um nome de referência na cidade e tem trânsito livre nas diversas faixas eleitorais.

Deus tá vendo!

Depois de perder a fortuna engordada com dinheiro público, o ex-bilionário Eike Batista agora é classe média e começou a participar dos cultos da Assembleia de Deus, no Rio. Deve estar planejando outro golpe, ou tentando reservar vaga no céu.

O ex-prefeito Chico Vigário foi confirmado pelo PMDB como candidato a prefeito de Atalaia. Só que ele responde a uma série de processos de improbidade na Justiça Estadual e Federal. Essas ações pedem a cassação de seus direitos políticos e devem deixá-lo inelegível. Se ganhar, certamente não assumirá o mandato.

Improbidade

Um dos processos de Chico Vigário é re-ferente a irregularidades no uso de verbas da Educação e o ex-prefeito já teve os bens bloqueados pela Justiça. De acordo com o processo, o rombo nos cofres de Atalaia é milionário.

Inelegível

Outro processo que deixa Chico Vigário inelegível está na Justiça Federal. O ex-prefeito, junto com o também ex-prefeito Professor Mano, teria desviado mais de R$ 1 milhão de recursos destinados à construção de casas populares em Atalaia. A condenação deixa Vigário impedido de disputar qualquer eleição.

Mar Vermelho

Candidato a vereador em Mar Vermelho, Josué Marcos acusa a prefeita Juliana Lopes de Farias Almeida de perseguição política por estar se negando a pagar o vencimento a que ele tem direito como membro titular do Conselho Tutelar do município. Josué se afastou do conselho no final de junho para se candidatar às eleições de outubro e, pela legislação em vigor, tem direito a continuar recebendo. Ele também acusa a prefeita de se negar a nomear os suplentes do colegiado já que, além dele, também se afastou mas por motivos de saúde Valdeni Lemos. Resultado: há apenas três conselheiros em atividade hoje, comprometendo as atividades do colegiado.

Solidariedade

Jornalista e radialista, Edelweiss França da Silva, mais conhecida como Dedé França e com passagens pelas principais emissoras de rádio de Alagoas, está passando por graves problemas de saúde. Desempregada e com três filhos para criar, ela contraiu zika e chikungunya que desencadearam um grave quadro de erisipela. Uma campanha de arrecadação de donativos e financeira para despesas médicas e remédios foi deflagrada pelos amigos da profissional. Doações de qualquer valor podem ser feitas em nome dela na Caixa Econômica Federal, agência 0055, conta 7293-0, operação 023. Donativos podem ser entregues na Avenida Amélia Rosa, 1540, na Jatiúca, onde ela reside com a mãe e os filhos.

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EDITOR Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

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MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE AGOSTO DE 2016

JORGE OLIVEIRA arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Esquecida

Xô, Dilma

Para quem ainda duvidava, a votação no Senado não deixa mais dúvidas: Dilma realmente será afastada da Presidência da República. O resultado só não chegou aos sessenta votos, como previam os senadores, porque Renan preferiu não votar. O impeachment da Dilma acontece no pior momento político para o PT. Centenas de candidatos a prefeito do partido já anunciaram a desistência nessas eleições. Além da rejeição dos eleitores, o partido não dispõe de recursos para bancar as campanhas que agora impede que empresas participem do pleito com recursos. Não é difícil imaginar que o PT caminha a passos largos para o cadafalso. Depois de uma de uma década no poder, o partido vai encolher e pode até desaparecer. Já há na cúpula quem defenda o fim da sigla e a criação de outra para agregar os petistas que não se envolveram na sujeira da dupla Dilma/Lula. A Dilma não vai apenas deixar a presidência, mas também ter seus direitos políticos cassados por oito anos, detalhe insignificante para ela que não tem voto nem para síndico de prédio quanto mais para disputar uma eleição majoritária no futuro. Afastada da presidência, a Dilma perde todos os poderes e consequentemente as mordomias, coisa que ela simplesmente adora. Certamente agora volta para Porto Alegre para reabrir a loja de R$ 1,99 que ela tinha na cidade e fechou por incapacidade de administrá-la. Foi com essa experiência desastrosa de empresária que ela chegou ao poder para comandar o Brasil, uma das maiores economias do mundo. Dilma vai passar para a história como o pior presidente da República de todos os tempos. Confusa mentalmente, atrapalhada e desastrada, a futura ex também carrega a medalha de ouro de presidente mais corrupta. Junto com Lula, seu comparsa de propinas, permitiu que os petistas assaltassem os cofres públicos em bilhões de reais. Deixou a Petrobras pré-falimentar e outras empresas estatais de pires nas mãos.

Lembrança

Dilma será lembrada como a presidente da mandioca e tantas outras besteiras que soltou pelo país afora. Alguns de seus discursos vão entrar para o anedotário. Outros simplesmente serão jogados no lixo pela insignificância histórica para o país.

Depois que acusou o presidente do PT, Rui Falcão, de ser o responsável pelo caixa dois da campanha, segundo denúncia do marqueteiro João Santana, foi jogada às traças pelo partido. Abandonada, não recebe visitas e está isolada dentro do Palácio da Alvorada. Deprimida, vive lá dentro com a sua “mania de presidente”. Assistiu, durante a votação do impeachment, alguns sindicalistas petistas, gatos pingados, ocuparem algumas praças com o grito de guerra de “Fora Temer”. Em sua defesa, quase nenhuma reação pelo país. É o fim do poder, o ostracismo, e a ruína de quem passará para a história como o presidente mais nocivo ao Brasil. Xô, Dilma.

O bote

O Meirelles, da Fazenda, está igual a uma cascavel faminta que se encolhe no mato para dar o bote no calcanhar do caçador (o contribuinte). O ministro vem anunciando que remédios amargos virão para corrigir os rumos da economia e provocar a retomada do crescimento, se a receita não melhorar. Para isso, é obvio,o contribuinte vai ser convocado para compensar a incompetência do governo, o que mostra que o novo comandante da Fazenda procura o caminho mais fácil para reduzir o deficit fiscal: aumentar impostos e sacrificar o trabalhador à semelhança do que fizeram outros governos. Se é para continuar apertando o cinturão do povo que se mude a estratégia – ou quem sabe, o próprio ministro.

Leilão

O ministro também fala em vender estatais, desinchar a máquina pública e queimar as gorduras. Até concordo, desde que não entregue o filé mignon das empresas aos estrangeiros. Se é para modernizar a economia, que a tire das amarras do Estado, o monstro perverso do subdesenvolvimento e do atraso. A formação de banqueiro de Meirelles o remete à insensibilidade social. Ele pensa e age como autêntico capitalista: frio, pragmático e sagaz. Portanto,o Brasil precisa ficar de olhos bem abertos na sua intenção de reorganizar a economia destroçada, herança maldita do PT.

Impostos

A cascavel ainda está enroscada no próprio corpo, mas já dá sinais de que a qualquer momento pode atacar. Acredito que isso deverá ocorrer ainda este mês quando o Michel Temer se firmar como presidente, depois da votação final do impeachment. O brasileiro, que já trabalha quatro meses do ano para pagar impostos, certamente não vai aceitar que a cobra devore o seu salário e esvazie o resto da comida que ainda existe no prato.

Veneno

O réptil venenoso não está brincando quando faz a ameaça de aumentar os impostos. Veja como ele se prepara para o bote: “Vamos analisar primeiro as receitas públicas previstas para ocorrer no ano que vem e o possível ingresso de recursos com privatizações, concessões e outorgas. Se necessário, em último caso, nós faremos aumentos pontuais de impostos que sejam de fato, de verdade, temporários, porque a carga tributária é muito elevada. Temos até o dia 31 de agosto para apresentar a proposta do orçamento”.

Incompetência

O Brasil não precisa de ministro para aumentar tributos.Qualquer burocrata, sem ideia ou iniciativa, de cabeça vazia, é capaz de fazer isso. Basta uma canetada e pronto. O governo precisa, sobretudo, modernizar o Estado,frear a corrupção, cortar custos, demitir comissionados, reduzir o custeio e otimizar as empresas públicas, muitas delas paquidermianas, cabides de empregos para os apaniguados de políticos.Para adotar essas medidas tão elementares não é preciso ser graduado em Harvard ou ter PHD em economia. Qualquer estagiário sabe fazer isso

Cadê?

Tenho dito que o Temer precisa ser mais criativo nas mudanças para não parecer apenas o vice da Dilma no comando do governo. E uma ação efetiva evidentemente não passa por aumento de impostos, pelo reajuste do Bolsa Família nem pelo aumento do servidor público, especialmente do poder Judiciário numa clara cooptação da Justiça. Até o momento o Brasil não viu nenhuma atitude mais arrojada de Temer que leve os brasileiros a acreditarem numa mudança radical em relação ao governo corrupto do PT. As estatais ainda são administradas pela mesma organização criminosa que devorou o dinheiro público e mantém todos os cargos de primeiro e segundo escalões. Se não fizer uma cuidadosa assepsia, o cancro da corrupção ainda vai corroer os cofres públicos porque os petistas continuam ativos no comandado das licitações que envolvem uma montanha de dinheiro.

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GABRIEL MOUSINHO

O risco de Renan

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valiado como um bom governador e com reputação ilibada, Renan Filho com certeza vai correr muitos riscos nesta campanha para prefeito de Maceió. Com seu candidato Cícero Almeida respondendo a várias demandas judiciais, como a Máfia do Lixo, por exemplo, certamente Renan Filho poderá ser contaminado. O problema é que o governador, quando avaliza uma candidatura, naturalmente sofrerá politicamente ao abraçar um correligionário capaz de fazer, pela sua proximidade, um calo de sangue no seu nome até agora distante de quaisquer insinuações. Não só o governador como seu pai o senador Renan Calheiros que, mesmo distante do olho do furacão, também será levado no mesmo barco. O governador Renan Filho bem que sabe das complicações que irão chegar durante a campanha política e associar seu nome a quem é acusado supostamente de delinquir, é um risco que deve ser bem avaliado. Renan, que inicia uma carreira vitoriosa na política alagoana, não pode cometer o erro da possibilidade de ser arrastado para a lama pela conduta de seus candidatos, sob pena de pagar caro futuramente. É apenas uma questão de opção de quem inicia com brilhantismo uma carreira política, que pode se estender por muitos anos ou ter que parar pela falta de profissionalismo.

Goela abaixo

O deputado Cícero Almeida engoliu de goela abaixo o nome do seu vice, Galba Novaes, imposto por Renan pai e Renan Filho. Novaes não era o vice dos sonhos de Almeida.

Descartado

Quem teve a maior decepção na escolha do vice de Almeida foi o vereador Silvânio Barbosa. Ele estava, há dois meses, certo de que seria emplacado na majoritária. É tanto que começou a se atritar com o prefeito Rui Palmeira desde o início do ano, querendo mostrar serviço. Há quem diga, mesmo que não queira demonstrar, de que Silvânio está arrependido de ter iniciado uma guerra política com Rui.

Passo errado

Não era o que se esperava pelo curriculum do deputado Galba Novaes, sua candidatura como vice de Cícero Almeida. Com voo próprio e com uma liderança consolidada principalmente no Tabuleiro do Martins, Galba não merecia ser apenas coadjuvante. Ele vai demorar pouco para se desentender com Almeida, o que já aconteceu em épocas passadas. Galba deve se preparar se por acaso for eleito, Cícero Almeida fazer com ele o que fez com Lourdinha Lyra.

Conversa fiada

Demorou pouco a boca dura do vereador Antônio Holanda de que marcharia com o prefeito Rui Palmeira. Bastou um apertinho de Renan Calheiros para que ele mudasse rapidamente de opinião.

Ninguém segura

O alívio que o governo vinha tendo com a diminuição de assassinatos no Estado e que era uma das bandeiras de publicidade do governo evaporou-se. Em julho para o começo de agosto mataram tanta gente, que a Segurança precisou de reforço técnico para atualizar as estatísticas.

gabrielmousinho@bol.com.br

Sinal de alerta

O senador Fernando Collor não está gostando nem um pouco da tentativa dos Calheiros tomarem conta da política alagoana. Ameaçou até a ser candidato a prefeito de Maceió. Collor sabe que se o PMDB avançar mais pode lhe trazer problemas políticos nos próximos anos.

Estadista

O discurso feito pelo senador Fernando Collor na sessão de pronúncia da presidente afastada, Dilma Rousseff, foi de estadista. Collor mostrou os erros do governo, citou sua angústia quando foi afastado da presidente e mostrou o que o Brasil deve fazer daqui pra frente.

Golpe no bolso

A dívida pública brasileira que pouca gente se dá ao cuidado de acompanhar, demonstra quanto nós somos contaminados. O professor Dalton Dória, em suas pesquisas, mostrou mais um dado estarrecedor. No Orçamento de 2015 o governo destinou 47% para amortização de dívidas e juros com bancos privados, ou seja, 1 trilhão e 356 bilhões de reais. Como se o contribuinte utilizasse 47% do que ganha para pagar a agiotas. Enquanto isso, Educação e Saúde, cada uma, tem menos de 4 do Orçamento.

Esquecidos

Pelo visto não tem um político alagoano na bancada federal que defenda o pagamento de ações ganhas pelos servidores da Ceal, principalmente do Plano Bresser, cujo débito já ultrapassa 1 bilhão e 500 milhões de reais. O que governo de Renan Filho defende, é uma indenização de 200 milhões de reais para o Estado.

Presente de grego

Em plena campanha por Cícero Almeida o governador Renan Filho manda um recado nada otimista para o servidor público estadual. Ele diz que só garante salário em dia até dezembro. Enquanto aperta uns, é generoso com outros, a exemplo da Legislativa, que vive pendurada nas amabilidades do governo.

Tábua de salvação

O discurso de Cícero Almeida quando teve seu nome referendado na Convenção como candidato a prefeito de Maceió, surpreendeu a todos. Ele sequer falou de abnegados companheiros, dos outros partidos, das forças políticas. Almeida demonstrou que depende exclusivamente de Renan pai e Renan Filho para ser eleito prefeito. Pelo que foi dito, os outros não existem.

Sai de baixo

Muita gente que votou em Galba Novaes, tanto para vereador como para prefeito de Maceió nas últimas eleições, não quer nem ouvir falar no nome de Cícero Almeida. Com certeza a maioria dos votos de Galba não irá migrar para a dupla Cícero-Novaes.

Régua moral

A senadora Ana Amélia, na sessão de pronúncia de Dilma na última terça-feira, disse que votou com ela e que a régua moral que ela usa serve para qualquer um. Para o presidente em exercício, para o presidente do Senado e quaisquer outros que cometerem crimes.

Prêmio antipatia

É bastante comum o governo escolher todo final de ano o servidor considerado modelo. Este ano as lideranças políticas querem inovar, elegendo o funcionário comissionado mais antipático. Henrique, assessor do governador, que incorporou o espírito do próprio, pela sua falta de humildade e desatenção, corre disparado para ganhar a Medalha de Ouro.

Governo mobilizado

O governador Renan Filho, como prometeu, está entrando pra valer na campanha de Cícero Almeida. Mesmo sabendo que a Justiça Eleitoral não permite a mobilização de ocupantes de cargos comissionados em eventos políticos e na hora do expediente, Renan levou a tiracolo para a Convenção do PMDB os secretários Mellina Freitas, Aparecida Machado, Fábio Farias, Ênio Lins, Helder Lima, Mozart Amaral, Luciano Barbosa e Cláudia Petuba. Uma verdadeira tropa de choque do governo.

Pista do cadastro

Se a polícia quiser pegar quem está fazendo cadastro eleitoral prometendo pagar 50 reais por voto, basta deixar alguém nessas lojinhas que tiram Xerox de documentos. Já começou o movimento de cabos eleitorais xerocando títulos de eleitores de elementos que se vendem e depois ficam falando mal dos políticos que escolheram.

De olho na grana

Na eleição de governador em 2014 a coligação do PMDB doou a cada candidato a deputado estadual, devidamente declarado no Tribunal Regional Eleitoral, a bagatela de 250 mil reais, com exceção de alguns favoritos que receberam muito mais. Agora os candidatos a vereador da mesma coligação também querem ver a cor do dinheiro e ter o mesmo tratamento.


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Cartório aumenta taxas de registro de imóveis em até 800%

PREÇOS ABUSIVOS NOVA TABELA DE CUSTOS PRECISA DO AVAL DA CORREGEDORIA-GERAL DO TJ FERNANDO ARAÚJO faraujofilho@yahoo.com.br

O

s cartórios de Maceió voltaram a cobrar preços extorsivos pelo registro de empreendimentos imobiliários (prédios comerciais, residenciais, e conjuntos habitacionais), que sofrerão aumento acima de 300%, podendo chegar a 800% - dependendo do porte do empreendimento - valores que serão repassados aos compradores desses imóveis. Até 2010 a cobrança dessas taxas não tinha limite, nem parâmetros, e os cartórios faziam a festa, cobrando o que queriam. Um exemplo: o Shopping Pátio Maceió pagou R$ 514 mil só pelo registro do Memorial de Incorporação. Para averbar a construção do empreendimento, o cartório de registro cobrou mais R$ 540 mil, o que gerou uma revolta dos empresários da construção civil. Na época, o caso foi denunciado pelo jornal EXTRA e acabou no Tribunal de Justiça. Por determinação do desembargador James Magalhães, então corregedor-geral do TJ, os cartórios foram obrigados a definir parâmetros de cobrança e as taxas extorsivas foram reduzidas a níveis civilizados. Veja cópia da reportagem ao lado. Mas desde junho último - um mês depois da morte do desembargador James Magalhães – os cartórios voltaram a cobrar preços extorsivos, acima de 30% da tabela fixada pelo TJ. Como ninguém reclamou, esta semana elevaram essas taxas a valores irreais e extorsivos podendo passar dos 800%, dependendo do porte do

empreendimento imobiliário. Uma aberração, sobretudo no estado mais pobre do Brasil. Procurado pelo jornal EXTRA, o presidente da Anoreg (associação dos cartórios), Rainey Marinho, como sempre, não quis se pronunciar. Em matéria publicada nessa quinta-feira, 11 de agosto, na Gazeta de Alagoas, representantes dos segmentos envolvidos na questão ratificaram as novas taxas, que serão repassadas ao consumidor final, os atuais donos e futuros adquirentes de imóveis. PRIMEIRO IMÓVEL Além de aumentar as taxas (emolumentos) a níveis extorsivos, os cartórios de registro de imóveis comandados pelo tabelião-empresário Stélio Darci Cerqueira de Albuquerque – não estão respeitando o desconto de 50% no registro do primeiro imóvel (Lei Federal), segundo informou o deputado Rodrigo Cunha em recente programa de rádio local. Pesquisa feita pelo parlamentar indica que Alagoas é o único estado da federação que não respeita esta

lei.

É hora de as entidades que representam o setor da construção civil (Sinduscon e Ademi) rediscutirem a questão e exigirem um basta na ganância dos cartórios de registro de imóveis. A OAB, o MP e os órgãos de defesa do consumidor também devem reagir a essa excrescência. TAXAS EXTORSIVAS Pela nova tabela de preços -

não divulgada pela Anoreg – o aumento das taxas de cartórios parte de 30% e pode chegar a 800%, dependendo do valor do empreendimento. Prédios com até 50 unidades habitacionais pagarão ao cartório R$ 9.000,00 de taxas. Isso representa um reajuste de aproximadamente 264% em relação ao antigo provimento baixado pela Corregedoria-geral de Justiça. Empreendimentos

com 50 a 100 unidades pagarão R$18.000,00 de taxas cartoriais, o que dá um reajuste aproximado de 528% em relação à tabela anterior. Já um prédio que tem acima de 100 apartamentos terá que desembolsar agora exatos R$ 30.000,00 por um carimbo do cartório, o que representa um aumento superior a 800% sobre a tabela antiga. Esses preços extorsivos serão incorporados ao custo final do imóvel e repassados aos consumidores, que pagarão a conta da ganância cartorial. As empresas de construção civil enfrentam uma das piores crises do setor e é até compreensível que se submetam às exigências impostas pelos cartórios, afinal a maioria dessas construtoras, para sobreviver, depende de financiamento bancário e por isso fica refém da liberação, pelo cartório, da Averbação, Instituição e Convenção de Condomínio. Sem esse documento o banco não aprova o financiamento. Mas também é preciso pensar no consumidor, que afinal é quem movimenta a indústria da construção civil. Os novos preços impostos pelos cartórios, no entanto, precisam ser aprovados pela Corregedoria-geral de Justiça do TJ. Espera-se que o atual corregedor utilize o bom senso para definir uma tabela de taxas cartoriais compatível com a realidade social e econômica de Alagoas. Como o fez o falecido desembargador James Magalhães de Medeiros.


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Estado recontrata Elógica para cuidar de empréstimos

CONSIGNADOS

GOVERNO GARANTE QUE SERVIDORES NÃO SERÃO PREJUDICADOS; NEOCONSIG JÁ FOI INFORMADA DA RESCISÃO CONTRATUAL VERA ALVES veralvess@gmail.com

O

Governo Renan Filho vai recontratar a Elógica Processamento de Dados Ltda para processar os empréstimos consignados dos servidores públicos de Alagoas. A empresa é a mesma que gerencia desde 1993 – com algumas interrupções - a folha de pagamento do Estado e que de 2011 a 2013 também gerenciava os consignados até ser substituída pela Expressocard Administradora de Cartões Ltda. Proprietária do sistema Neoconsig, a Expressocard foi fundada em 2005 em Belém (PA) e em 11 anos de existência abocanhou considerável parte do verdadeiro filão em que se transformaram os empréstimos com desconto em folha de servidores e aposen-

tados da União, dos Estados e Municípios, um negócio milionário mas de transparência duvidosa. O que levou o governo de Alagoas a nova mudança na gestão dos empréstimos consignados ainda é uma incógnita, mas pode estar diretamente relacionado aos problemas que milhares de servidores públicos enfrentaram este ano em ao menos duas ocasiões, a primeira em janeiro quando passaram a ter seus

nomes inscritos nas listas de proteção ao crédito – SPC e Serasa – porque teoricamente não haviam honrado com os bancos as parcelas de seus empréstimos. Na realidade tiveram os valores descontados de seus vencimentos e no contracheque mas o repasse não fora feito aos bancos. A responsabilidade deste repasse é da Expressocard, a empresa que gerencia este sistema e que recebe dos bancos a “taxa social”, um percentual sobre cada contrato de empréstimo e que oscila de 2% a 2,5% do valor contratado pelo servidor. Em maio último o problema se repetiu e desta vez o governo chegou a ameaçar as instituições financeiras afirmando que baixaria um decreto proibindo que os bancos cobrassem os servidores sob pena de terem os contratos com o Estado suspensos. O governo também “deu nome aos bois”, ao afirmar que a cobrança indevida fora gerada por um “problema técnico” da Neoconsig e que estaria adotando providências para que o fato não se repetisse. Dos 27 mil servidores com empréstimos consignados junto à Caixa Econômica Federal, cerca

de 7 mil tiveram seus nomes inseridos nas listas do SPC e Serasa. EXPLICAÇÕES NEBULOSAS No início de junho, o EXTRA procurou a Seplag, Caixa Econômica e Neoconsig para falaram sobre o problema. Em um e-mail lacônico, de apenas cinco linhas, a CEF limitou-se a afirmar que “a inadimplência apurada no convênio refere-se a rotinas tais como: recálculo mensal da margem consignável, falecimento e desligamento de servidores”. O convênio, no caso, se refere ao contrato com o Estado, firmado em 1999. Disse, ainda, ser a Neocosing a “prestadora de serviços responsável pela reserva de margem, desaverbação e recálculo da margem consignável”, mas não se posicionou sobre os termos do contrato com a empresa nem o percentual pago a título de taxa social. A Neoconsig, que possui escritório de atendimento em Maceió e mais quatro capitais – São Luís, Goiânia, Curitiba e Florianópolis – e na cidade paraense de Ananindeua, afirmou que a demanda seria enviada à matriz, em Belém. Negou-se a fornecer qualquer contato ou nome do responsável para falar sobre os empréstimos consignados dos funcionários públicos de Alagoas e até hoje não enviou qualquer resposta ou manteve contato com o semanário. Mais extensa, mas nem por isto mais esclarecedora,

foi a resposta da Seplag aos questionamentos enviados pelo jornal. A secretaria negou a existência de inadimplência junto às instituições financeiras, ao revelar que, além da Caixa, o Banco do Brasil, Bradesco S/A, Bradesco Financiamentos, Itaú BMG e Banco PAN possuem contratos com o governo para concessão de empréstimo consignados aos servidores. Sobre a Neoconsig, afirmou que a empresa “garante o controle operacional e gerencial efetivo e automático das operações de consignações em folha de pagamento, bem como gerencia a consignação do Estado, disponibilizando um portal onde as instituições financeiras realizam operações, além de prestar suporte técnico para as questões relativas ao Sistema de Gestão e Consignação. No primeiro semestre, houve um problema interno em relação a empréstimos consignados, que já foi solucionado, com a garantia de que nenhum servidor público será prejudicado”. A Seplag também não esclareceu sobre a remuneração da Neoconsig para gerenciar os empréstimos, mas negou o questionamento do EXTRA de que as instituições bancárias estariam insatisfeitas – e ameaçando romper os contratos – em função de um aumento no valor da chamada taxa social, ao afirmar que o valor permanece o mesmo desde a assinatura do contrato sem especificar contudo este valor ou percentual. CONTINUA NA PÁGINA 8


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Prisão do ex-ministro Paulo Bernardo acende “luz vermelha” em Alagoas No final de junho, mais especificamente no dia 23 daquele mês, a prisão do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo reacendeu as preocupações com a sistemática dos empréstimos consignados no País. Preso na Operação Custo Brasil da Polícia Federal, um desdobramento da Operação Lava Jato, ele e outras 19 pessoas foram denunciadas este mês pelo Ministério Público Federal por um esquema de desvio de recursos envolvendo empréstimos consignados de servidores públicos federais. De acordo com o MPF, o ex- ministro seria o chefe do esquema através da empresa Consist e teria recebido pessoalmente cerca de R$ 7 milhões dos R$ 100 milhões pagos em propinas. Haja ou não relação com a Custo Brasil, o fato é que o governo de Alagoas decidiu romper o contrato com a Neoconsig que somente se encerraria em 2018 de acordo com o Termo do Contrato de Comodato 09/2013 assinado em 17 de setembro de 2013 e cujo extrato foi publicado na edição do dia 23 daquele mês no Diário Oficial do Estado. O contrato, sem ônus para o Estado, define como objeto “a implementação do Sistema de Gestão em Consignação Facultativa vinculado à folha de pagamento”. O EXTRA localizou no Diário Oficial da União, edição de 11 de junho de 2015 (página 69) o extrato do contrato firmado pela Caixa Econômica Federal com a Expressocard (detentora do sistema Neoconsig) para “prestação de serviços de cessão de direito de uso de software para operacionalizar os empréstimos sob consignação dos servidores do Governo do Estado de Alagoas”, com vi-

gência de seis meses e no valor de R$ 780 mil. No dia 12 de novembro de 2015, Caixa e Expressocard assinaram um termo aditivo ao contrato, prorrogando sua vigência por mais 12 meses a partir de 25 de novembro daquele ano, portanto a se expirar no dia 25 de novembro próximo. Publicado no Diário Oficial da União do dia 26 de novembro do ano passado, o extrato do termo aditivo não fala em reajuste de valores. O ROMPIMENTO A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) confirmou na quarta-feira o rompimento do contrato com a Neoconsig, assinalando que a mesma já foi comunicada da rescisão contratual e que o período agora é de transição. “Desde o início da gestão, o Governo vem estudando a possibilidade de o próprio Estado realizar esse tipo de operação, por entender que a equipe de servidores da folha de pagamento possui capacidade técnica para executar tal serviço”, afirmou por meio de e-mail enviado por sua Assessoria de Comunicação ao ser indagada pelo EXTRA sobre os motivos do rompimento. A Seplag também confirmou que a sistemática de processamento dos empréstimos consignados passará a ser de responsabilidade da Elógica, mas assinalou não se tratar de nova contratação “uma vez que a mesma já fornece o sistema de folha de pagamento do Estado de Alagoas”. O Estado, aliás, não é o único cliente da Elógica. A empresa também é responsável pelas folhas de pagamento do Ministério Público Estadual e Assembleia Legislativa Es-

tadual e recebe mensalmente, mediante um Termo de Ajuste de Contas (TAC) R$ 5.300 do Tribunal de Justiça pelos serviços prestados e definidos no Contrato Emergencial 025/2012, que expirou no dia 27 de setembro de 2012. O contrato em vigor do governo de Alagoas com a Elógica Processamento de Dados Ltda também data de 2012 e tem sido prorrogado mediante termos aditivos, o mais recente deles (o 9º) teve seu extrato publicado na última quarta-feira no Diário Oficial do Estado. Foi assinado no dia 5 deste mês, tem vigência de seis meses, valor mensal de R$ 110.702,88 e global de R$ 664.217,28. Fundada em 1977, a Elógica tem sede em Recife e desde 1993 é responsável pelo processamento da folha de pagamento do Estado de Alagoas, segundo revelou um de seus sócios, Marcel Ivo Violet. A empresa chegou a ter o contrato suspenso unilateralmente pelo governo em 2007, o que gerou uma disputa judicial, tendo sido retomado em maio de 2011. Procurado pelo semanário para falar sobre a decisão do Estado em repassar à empresa também o processamento dos empréstimos consignados, Violet preferiu não se manifestar. Em 2007, a Elógica se viu no fogo cruzado entre Ministério Público Estadual e Assembleia Legislativa após a deflagração pela Polícia Federal da Operação Taturana na qual deputados estaduais chegaram a ser presos sob a acusação de desviarem R$ 300 milhões da folha do Legislativo. A empresa, contudo, argumentou que apenas fornecia o software para a confecção da folha.

Ex-ministro Paulo Bernardo teria “abocanhado” R$ 7 milhões


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Dono da Expressocard é sócio de filho do ministro Humberto Martins Fundada em 2005, a Expressocard Administradora de Cartões Ltda tem oficialmente três sócios, Fernando Weigert, Juvenal Langner e Rafael Emrich Candelot, este último sócio de Eduardo Filipe Alves Martins - filho do ministro alagoano Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) – na Prisma

Participações Ltda e na B.P. Participações e Projetos, cujas atividades principais de acordo com seus cadastros na Receita Federal são holdings de instituições nãofinanceiras. Eduardo Filipe Alves Martins, de acordo com a Receita Federal, tem quatro empresas, os escritórios de Advocacia Martins (um em

Brasília e outro em Maceió), a Almari Participações Ltda-ME (Brasília) e a B.P. Participações e Projetos Ltda (Goiânia), as duas últimas sócias da Prisma Participações (Recife), que tem nove empresas. A Almari também tem como sócia a B.P. Participações. Na carteira de clientes da empresa figuram os governos

de Alagoas, do Maranhão e de Goiás e as prefeituras de São Luís (MA), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Florianópolis (SC) e de Ananindeua (PA). Em 2014, a Expressocard – que passou a ser conhecida no mercado como Neoconsig, nome de seu sistema de consignados – se envolveu em uma polêmica judicial no Maranhão

que quase leva à prisão o então secretário Estadual de Gestão e Previdência, Marcos Fernando Jacinto. O motivo: o Tribunal de Justiça determinara a suspensão do contrato com a Expressocard devido ao calote nas instituições bancárias dos pagamentos referentes a empréstimos dos servidores estaduais.

SÓCIOS DA EXPRESSOCARD/NEOCONSIG FERNANDO WEIGERT Qualificação: 49-Sócio-Administrador

JUVENAL LANGNER Qualificação: 49-Sócio-Administrador

RAFAEL EMRICH CANDELOT Qualificação: 22-Sócio

JUVENAL LANGNER Quantidade de empresas pertencentes a Juvenal Langner: 1. Juvenal Langner é sócio de 1 empresa no estado de Pará. Capital social das empresas de Juvenal Langner: R$ 300.000,00. Primeira sociedade de Juvenal Langner foi firmada em: 14/07/2005. Sócios de Juvenal Langner: Fernando Weigert, Rafael Emrich Candelot. FERNANDO WEIGERT Quantidade de empresas pertencentes a Fernando Weigert: 3. Fernando Weigert é sócio de 2 empresas no estado de Paraná e 1 no Pará. Capital social das empresas de Fernando Weigert: R$ 2.682.701,00. Primeira sociedade de Fernando Weigert foi firmada em: 01/08/1995. Sócios de Fernando Weigert: Marcelo José Ciscato, Juvenal Langner, Rafael Emrich Candelot, Patricia Walger. RAFAEL EMRICH CANDELOT Quantidade de empresas pertencentes a Rafael Emrich Candelot: 7. Rafael Emrich Candelot é sócio de 3 empresas no Distrito Federal, 3 em Goiás e 1 no Rio de Janeiro. Capital social das empresas de Rafael Emrich Candelot: R$ 2.760.000,00. Primeira sociedade de Rafael Emrich Candelot foi firmada em: 17/02/2006. Sócios de Rafael Emrich Candelot: Rl Investimentos E Participacoes Ltda, Hm Consultoria, Participações e Representação Ltda, Murilo Emrich Candelot, Flávio Henrique Abdelnur Candelot, Prisma Participações Ltda, Roberto Luciano Coimbra, Alex Arruda Dd Cunha, Eduardo Filipe Alves Martins, Almari Participações Ltda ME. EDUARDO FILIPE MARTINS Quantidade de empresas pertencentes a Eduardo Filipe Alves Martins: 4. Eduardo Filipe Alves Martins é sócio de 2 empresas no Distrito Federal, 1 em Goiás e 1 em Alagoas. Capital social das empresas de Eduardo Filipe Alves Martins: R$ 620.000,00. Primeira sociedade de Eduardo Filipe Alves Martins foi firmada em: 16/02/1987. Sócios de Eduardo Filipe Alves Martins: Lais Camila Alves Martins, Carlos Alexandre Paranhos de Macedo, Prisma Participações Ltda, Almari Participações Ltda ME, Rafael Emrich Candelot.


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Santoro reúne bancos e oferece folha do Estado mais Produban

LEILÃO

ANTIGO BANCO ESTATAL É ‘BRINDE’, DIZ SECRETÁRIO; LEILÃO ACONTECE ATÉ FINAL DO ANO ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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governo pretende leiloar, até o final do ano, a folha de pagamento do Estado e o Produban. Para isso, o secretário da Fazenda, George Santoro, negocia direto com os bancos públicos e privados. “Jogo aberto com todos”, diz o secretário, que na semana passada falou com a direção do Itaú. Esta semana, a conversa foi com o Bradesco e o Santander. Ao EXTRA, ele disse que as negociações estão mais avançadas com o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, apesar dos bancos privados manifestarem interesse. E quando os bancos olham os papéis que o secretário leva, olham nesta ordem: a folha de pagamento e o Produban. “Em um negócio assim, eles olham primeiro a folha de pagamento. O Produban entra como um brinde”, explicou. “E eles não querem problemas com o brinde, por isso estamos fazendo tudo sem pressa”, analisou. Sem pressa porque Santoro analisa o melhor momento para a operação. Com a crise, os estados venderam suas folhas de pagamento aos bancos. Como existiam muitas ofertas, os bancos baixavam os preços. Santoro pensa diferente. “É aproveitar o momento certo. Faremos até o final do ano, mas não estamos com pressa. Estamos com as con-

George Santoro garante haver interesse de bancos privados pelo Produban, mas reconhece que a folha do Estado é o atrativo

tas em dia, pagando ao funcionalismo, fornecedores”. Até o final do ano vence o contrato entre a Caixa Econômica e o Estado na administração da folha de pagamento. Só existe uma hipótese de não haver o leilão: se os bancos do Brasil ou Caixa Econômica aceitarem negociar a compra da folha e os restos do Produban. Interesse dos bancos pela folha de pagamento existe, explica o secretário, porque além das contas dos servidores há ainda a arrecadação pública e os repasses dos fornecedores. Em novembro, a Fundação Getúlio Vargas entrega relatório ao Estado detalhando a situação do Produban. Na próxima segunda-

feira (15), haverá uma assembleia convocada pelo liquidante do Produban, José Humberto Mauricio de Lira. Há dois pontos na pauta: discussão do parecer do Conselho Fiscal (refere-se ao primeiro semestre deste ano) e mostrar o parecer dos

auditores independentes sobre o banco, até o dia 30 de junho. Os preparativos têm um objetivo, na hora da venda: “Queremos ser a noiva mais cobiçada do mercado”. E como ficaram as dívidas dos usineiros com o antigo banco? “As questões referentes ao crédito dos usineiros, o Estado assumiu. O banco ficou com estes ativos”, disse Santoro.

“É aproveitar o momento certo. Faremos até o final do ano, mas não estamos com pressa. Es- SEM FUNDO Saco sem fundo dos usitamos com as contas neiros alagoanos, o Produem dia, pagando ao ban e seu misterioso fechamento colocam um véu de funcionalismo, for- impunidade por cima das famílias mais ricas de Alanecedores”. GEORGE SANTORO secretário da Fazenda

goas. Que jogou a conta das dívidas do banco para que os alagoanos pagassem.

Quando Fernando Collor era governador (1987-1989), houve o acordo com os usineiros para que, em dez anos, eles recebessem 120 milhões de dólares, relativos a ICMS cobrados indevidamente sobre a cana. Mas, calculou-se que eles tinham sido ressarcidos através do Instituto do Açúcar e do Álcool (que defendia os interesses do setor). Em novembro de 1988, o Banco Central decreta a liquidação do Produban. Motivo: os usineiros deviam 76 milhões de dólares. Um ano depois (setembro de 1989), o Banco Central suspende a liquidação e permite a reabertura do banco, com a condição de Alagoas (o governo) assumir a dívida do banco junto ao Banco Central.


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CPI atribui bancarrota a calote dado pelos usineiros Em 1993, o governador era Geraldo Bulhões. A dívida estava em 300 milhões de dólares - e ele anunciou a renegociação do débito junto ao BC. O Estado não pagou. A 23 de janeiro de 1995, o Banco Central decreta intervenção no Produban. No fim do ano, o governador Divaldo Suruagy (eleito com a ajuda dos usineiros) emite títulos públicos para pagar precatórios. Foram R$ 301 milhões, diz a imprensa da época. Mas o dinheiro foi usado para devolver o ICMS cobrado dos usineiros (Governo Collor) e pagar empreiteiros. Em 7 de março de 1997, a Assembleia Legislativa

aprova mensagem para extinção do Produban- e o banco estatal entra em liquidação extrajudicial. Instalava-se a CPI dos Precatórios, um incêndio na Assembleia Legislativa destruiu a documentação. Abril de 2002, a CPI do Produban conclui que, além dos usineiros serem responsáveis pela falência do Produban, empréstimos eram tomados até por telefone. Disse a CPI que a insolvência se deveu a má gestão administrativa dos diretores da instituição e do Governo do Estado, “que distribuíram dinheiro sem pedir garantias. O Produban tinha 23 agências e 900 funcioná-

Prédio onde funcionou agência central do Produban, no Centro

rios quando fechou”. Do passado ao presente, o Produban ainda é um segredo. Projeto de lei assinado pelo então constituinte alagoano José Costa, quando era deputado federal, em março de 1989, mostra que o Produban fechou as portas porque fizeram “saques a descoberto na conta Reservas Bancárias” e captou recursos através da venda de papéis “para atender suas necessidades de caixa, em grande parte decorrentes da inadimplência de 18 empresas do setor sucroalcooleiro”. A venda enterrará, para sempre, o mistério.


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Prefeito não paga contribuição de aposentados

MATRIZ DE CAMARAGIBE

MARQUINHOS VAI SER DENUNCIADO AO MP; TRF5 PEDIU PRISÃO DELE NAS INVESTIGAÇÕES DA GABIRU ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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traso nos salários dos professores da ativa e aposentados em Matriz de Camaragibe transformou a Câmara de Vereadores em local de romaria. Mas, ao invés de pedir, os funcionários públicos vão cobrar. E, para piorar, na mesma Câmara de Vereadores, em 7 de junho, o prefeito Marcos Paulo do Nascimento, o Marquinhos (PSD), admitiu, durante audiência pública, que os repasses da parte patronal do funcionalismo público da cidade estão em atraso. E não deu datas para resolver o problema. A contribuição patronal é uma obrigação do prefeito. O valor é descontado na folha de pagamento e deve ser depositado no fundo previdenciário de Matriz, o Fapem. “O não repasse deste valor está prejudicando os servidores desde já. Os aposentados não recebem mais no final do mês. E sim no dia 19, um mês dentro do outro”, disse a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal), Ana Gomes. Ela diz que o assunto vai ser conversado com o procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá. Para os professores, a contribuição ao fundo previdenciário do município funciona assim: 11% descontado dos salários mais 19% tirado do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (FNDE). Os 19% não estão sendo depositados. Marquinhos admitiu, em sessão do dia 7 de junho, o não repasse.

Disse que quando assumiu a Prefeitura de Matriz procurou, em Brasília, a direção da Previdência para discutir a situação do fundo municipal. “Eu estava vendo que este fundo estava insustentável, não tinha condições de gerir”. E admitiu que a própria Prefeitura não estava depositando o desconto patronal. “O que nós devemos é a parte do empregador, que é a parte patronal. Esse aí está sem repasse, esse aí estamos devendo. Mas a parte do empregado que é descontada no ‘salariozinho’ dele lá está todo mês no Fapem porque eu repasso”, afirmou, diante dos vereadores, que nada disseram. Três dias depois desta sessão, o Ministério da Previdência Social emitiria, por via judicial, o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) atestando que, mesmo registrando problemas no fundo municipal dos aposentados, o documento continuaria a ser emitido. Segundo o Ministério da Previdência Social, desde 20 de junho de 2014 que o certificado de regularidade previdenciária de Matriz é obtido via decisão judicial. Sem o CRP, a cidade não receberia recursos federais de quaisquer dos ministérios. O último CRP foi emitido em 10 de junho deste ano. E vale até o dia 7 de dezembro. O EXTRA tentou, por três dias, conversar com a Prefeitura de Matriz e o prefeito Marcos Paulo para saber se ele continuava atrasando os repasses. Mas não obteve sucesso. Na segunda (8) e terça (9), a reportagem ligou para o número 3251-1150, pela manhã. Este telefone é identificado como da

Marquinhos está na iminência de ser preso por determinação do TRF5

Prefeitura. Ninguém atendia às ligações. No domingo (7), segunda (8) e terça (9), o EXTRA localizou o número do whatsapp do assessor de comunicação do prefeito, Tota Reis. Mensagens foram enviadas para ele. O aplicativo registrou a leitura destas mensagens. Tota não respondeu e bloqueou as mensagens via redação. Segundo o promotor Antônio Vilas Bôas, houve reclamação de um aposentado - em seguida do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal) da cidade- de que aposentados estavam recebendo os salários atrasados. Ele encaminhou, na semana passada, requerimento ao prefeito Marcos Paulo pedindo explicações para o atraso. Deve receber a resposta nos próximos dias “Perguntei o porquê do atraso, já que os aposentados têm suas obrigações e não po-

dem ter este dinheiro atrasado. Estou aguardando resposta”, explicou. HISTÓRICO Desde que Marquinhos apareceu, em rede nacional, em maio de 2005, algemado por agentes da Polícia Federal nas investigações da Operação Gabiru, as denúncias contra ele parecem não parar de brotar da administração pública. Na próxima quarta-feira (17), os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 5ª Região decidem se ele vai ser preso ou continua disputando a reeleição. Ele é acusado de desviar recursos do Fundo Nacional de Educação (FNDE). Em 11 de fevereiro do ano passado, os desembargadores do TRF5 acataram pedido de sete anos de prisão do prefeito mais multa, perda do cargo e inabilitação para o exercício de

função ou cargos públicos. Ele recorreu. Responde a ação penal por corrupção passiva e formação de quadrilha. Diz a ação penal que ele “agia na fraude de procedimentos licitatórios e se apropriava indevidamente do dinheiro público”. A defesa do prefeito pediu que Marquinhos fosse absolvido dos crimes. Alegou que as provas são insuficientes “posto que as provas relativas à materialidade e à autoria delitivas teriam sido obtidas, unicamente, em sede de inquérito policial, e da atipicidade da conduta, por ausência do elemento doloso”. No último dia 4, o Tribunal de Contas da União (TCU) encaminhou certidão para a unidade alagoana do tribunal mostrando que o prefeito quitou multa aplicada pelos técnicos do TCU. Eles constataram irregularidades nas licitações do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), de 2002 a 2006. Marquinhos pagou a multa de R$ 20 mil em três vezes. O TCU acusou o prefeito de elaborar processos licitatórios com indícios de fraudes, que tinham empresas com sócios em comum no mesmo certame. A fraude foi descoberta nas investigações da Polícia Federal na Operação Gabiru, que investigou fraudes nas licitações e contratações de fornecimento de merenda em programas do FNDE. De acordo com o tribunal, as empresas que participaram da licitação eram fantasmas ou o ramo de atividade delas era incompatível com o fornecimento de merenda.


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Murici terá candidato de oposição séria pela 1ª vez em 30 anos

ELEIÇÕES 2016

CAUBI FREITAS APOSTA NA MUDANÇA E UTILIZA PESQUISA PARA NORTEAR SEU PROGRAMA DE GOVERNO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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pós quase três décadas no comando do município, a família Calheiros dessa vez irá enfrentar oposição prá valer em Murici. Mesmo há oito anos afastado da vida pública, o ex-vereador Caubi Freitas volta ao cenário como pré-candidato a prefeito, pela primeira avez. Filiado ao PSB (40), já exerceu dois mandatos no Legislativo local e aposta na mudança como forma de resgatar a dignidade do povo muriciense. A ousadia de Caubi ao aceitar o desafio em um momento em que o cenário político é favorável aos Calheiros o credencia, pois prova que vai para a disputa sem barganhar cargo ou qualquer benefício próprio. Destemido, ele garante que o fato de Renan (pai) ser presidente do Senado, Renan (filho) ser governador de Alagoas, Olavo (deputado) com fortes poderes na Assembleia Legislativa e Remi prefeito de Murici não o intimida. Pelo contrário, o fortalece “diante do caos em que o município se encontra nas últimas décadas sob o comando da família Calheiros”, diz. Político respeitado na região, Caubi lembra que há muito tempo o povo de Murici cobra uma oposição confiável. E em consenso, o grupo político decidiu por seu nome devido à credibilidade e aceitação por parte da população. No entanto, aceitou o desafio por acreditar que a mudança, com uma oposição de verdade, é possível e que o povo de Murici não merece essa situação. “O

declínio da economia é gritante. “Não existe qualificação de mão de obra, falta oportunidade de trabalho, comércio limitado, evasão escolar fortíssima, saúde um caos e não dá para continuar desse jeito”, criticou o pré-candidato. Mas, antes de aceitar o convite, o grupo contou com o resultado de um estudo realizado pelo Núcleo de Planejamento e Desenvolvimento em Políticas Públicas da Ufal (PLANDESPP) para enxergar as necessidades do município. A partir daí, poder redirecionar seu programa de governo, implementando políticas públicas voltadas para as áreas mais críticas. Para se ter uma ideia do caos instalado por falta de políticas públicas no município nas últimas décadas, em termo de desenvolvimento humano, Murici ocupa hoje uma das piores posições no ranking brasileiro. Segundo o Indicador de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), de um total de 5.565 recenseados pelo IBGE em 2010, Murici está entre os 100 piores, na 5.416ª colocação. Segundo o pré-candidato, essa classificação baixa apresenta resultados preocupantes no que diz respeito principalmente à educação e longevidade. De acordo com dados da pesquisa, a esperança de vida por lá é de 66,1 anos, bem abaixo para o Brasil como um todo que é de 73,9 anos, segundo relatório do IBGE de 2010. A média de anos de estudo no município também é baixa, com taxa de analfabetismo de quase 40% nos adultos com mais de 25

anos de idade. A falta de mão-de obra qualificada é outro entrave no crescimento da economia local. Não é à toa que 92,42% dos moradores da cidade recebem até dois salários mínimos de rendimento médio, é o que aponta o estudo. “Baixa escolaridade da população gera uma baixa renda municipal, que por sua vez mostra um quadro de vulnerabilidade social preocupante”, mostra o estudo. Ainda segundo o PNUD, 42,57% dos muricienses são considerados pobres, além do que “o grau de concentração de renda no município continua praticamente o mesmo de 1999, com 0,48.” A pesquisa aponta ainda que 23% dos domicílios não possuem água encanada, 7% sem energia elétrica e 9,81% dos domicílios urbanos sem coleta de lixo regular. 31,79% das pessoas de 15 a 24 anos não estudam, não trabalham e são consideradas vulneráveis. Apenas 64,83% da população em domicílios possuem banheiro e água encanada em suas casas. E o que dizer da saúde onde o Centro de diagnóstico não funciona, mamografia quase não é realizada e unidade de saúde com capacidade para 100 leitos tem apenas dois médicos no comando. Além do que a agricultura também vive desamparada. Caubi disse que a pesquisa é importante, uma vez que para que haja o fortalecimento da população local é fundamental ter como ponto de partida a identificação dos principais problemas no seu cotidiano. Além do que são necessárias ações urgentes estratégicas para reverter este

Caubi Freitas afirma estar preparado para comandar Murici

quadro. “Nossa proposta é trazer investimento para o município e assim criar oportunidade de emprego e renda”, afirmou ao acrescentar que sua gestão será voltada para o povo para que tenha melhor qualidade de vida. O pré-candidato critica que apesar do rodízio de gestores, não representa nada de novo. Basta ver a Lei de Diretrizes Orçamentária que praticamente é a mesma. “Não houve nada de novo. O povo está com este sentimento de mudança. Não somos pré-candidato pelo poder. Sabemos da necessidade do município e vamos criar um corpo com qualificação técnica para gerir o bem público.” O domínio político dos Calheiros começou a ser construído na década de 1980 quando o presidente do Senado, Renan Calheiros, foi eleito deputado pela primeira vez. Anos depois, elege o pai, Olavo Novais Calheiros, prefeito de Murici e depois, irmãos e filho também colocaram seu nome na placa do gabinete de prefeito. “ São 26 anos dos Calheiros no poder e continua com a mesma proposta política administrativa”, criticou Caubi diante dos números negativos que acompanham o município. A família Freitas também fez história na política local. Na dé-

cada de 30 o avô de Caubi, José Gomes de Freitas, foi prefeito do município e nos anos 60 foi a vez de seu pai, Caubi de Freitas, comandar Murici, ambos com trabalhos relevantes realizados em suas gestões. “Pretendo corresponder à expectativa do povo em ser a mudança que nosso município tanto precisa”, disse. PRÉ- CANDIDATO Caubi Freitas, 54 anos, é casado, pai de três filhos, advogado, servidor público estadual há 33 anos, especialista em direito administrativo, proprietário rural e foi coordenador da Procuradoria Jurídica da antiga Fusal. Para compor a chapa, Caubi não se aliou a nenhum poderoso. Prova disso é que sua vice é Rose, pessoa do povo que tem história de luta. Servidora pública, foi perseguida por contrariar os interesses da administração do município. ESCLARECIMENTO Mesmo de férias, em 2 de julho, como manda a lei, Caubi protocolou pedido de afastamento junto a Seagri, órgão estadual no qual é lotado. Logo “não procede qualquer notícia de que estou impedido de participar das próximas eleições”.


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PSDB e PMDB polarizam disputa em Maceió

ELEIÇÕES 2016 MAIOR NÚMERO DE VEREADORES DEVE SAIR DAS FRENTES DE RUI E ALMEIDA JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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a próxima terça-feira, 16, começa para valer as eleições para vereador e prefeito em Alagoas, já que a data refere-se à liberação da propaganda eleitoral. As regras para divulgações para e rádio e TV são as seguintes: no rádio, a propaganda será transmitida das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10; na televisão, os candidatos vão se apresentar das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40. O atual modelo imposto pela Justiça Eleitoral limitou o número de coligações, pois o maior número de partidos aglutina, consequentemente, o maior tempo de rádio e TV tão decisivos numa campanha curta e com gastos cada vez mais limitados. Para se ter uma ideia, os candidatos a prefeito de Maceió têm teto de R$ 4,5 milhões para campanha. E num eventual segundo turno na capital, os candidatos poderão gastar apenas R$ 1,3 milhão. Concorrem ao pleito majoritário em Maceió com os gastos mencionados: Rui Palmeira (PSDB), Cícero Almeida (PMDB), JHC (PSB), Paulão (PT), Paulo Memória (PTC), Gustavo Pessoa (PSOL) e Paulo Falcão (PSTU). Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os seis candidatos irão disputar a preferência de 579.962 eleitores. O último censo do IBGE desatacou que Maceió pos-

sui 1.013.773 habitantes. No último pleito em 2012, Rui Palmeira foi eleito com 230.129 votos, venceu no primeiro turno com 57,41% dos votos válidos. Na época, o segundo colocado foi Jurandir Boia com 50.874 votos, com 12,69% da aprovação popular. Já quando se fala de eleições proporcionais em Maceió, o xadrez ficou polarizado entre a coligação comandada pelo PSDB e PMDB, formando assim dois “chapões”. Para um vereador se eleger sem o famigerado quociente eleitoral precisa ter sozinho pouco mais de 21 mil votos. Atualmente a Câmara de Maceió não possui nenhum parlamentar que tenha alcançado a façanha em 2012. Vale lembrar que a vereadora mais votada em Maceió foi Heloisa Helena que na época obteve 19.216 votos, o que representa 4,65% do eleitorado da capital; já a menos votada eleita foi Simone Andrade com 3.173 votos e graças a sua coligação conseguiu êxito. Assim como os recursos financeiros reduzidos na campanha majoritária, o limite de gastos para uma campanha de vereador em Maceió é de R$ 220.429,76, podendo contratar até 238 pessoas.

Cícero Almeida pode ajudar a eleger 9 vereadores, 3 menos que Rui Palmeira, segundo analistas

QUEM PODE CHEGAR LÁ Cientistas políticos e analistas acreditam que o número “mágico” do quociente eleitoral só deve ser alcançado e superado por três fren-

tes: a primeira, PSDB, PDT, PR, PROS, DEM e PSS; a segunda, PMDB, PSD, PRB, PSC e PCdoB; a última frente seria, PV, PRTB, PTN e PTB. Pelos cálculos e pesqui-

sas de bastidores, alguns matemáticos da política alagoana cravam que a frente do prefeito Rui Palmeira para a Câmara pode fazer até 12 vereadores em Maceió e as outras frentes que

apoiam Cícero Almeida pelo menos 9. As estatísticas dão conta de que a composição do PMDB, PSD, PRB, PSC e PCdoB deve fazer de 7 a 8 e a PV, PRTB, PTN e PTB de 1 a 2 vereadores.


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Juiz condena promotor de Justiça a ressarcir cofres públicos

IMPROBIDADE

FÁBIO VASCONCELOS É ACUSADO DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO E DE USAR VEÍCULOS E FUNCIONÁRIOS DAS PREFEITURAS DE MARIBONDO E TAQUARANA VERA ALVES veralvess@gmail.com

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alegação de prática comum adotada por outros colegas não conseguiu livrar da condenação o promotor de Justiça Fábio Vasconcelos Barbosa que em 2011 foi denunciado pelo próprio Ministério Público Estadual por má conduta e atos de improbidade administrativa durante o período em que atuou na Comarca de Maribondo, nos anos de 2008 e 2009. O caso agora está no Tribunal de Justiça, a cuja instância ele recorreu contra a sentença do juiz Henrique Gomes de Barros Teixeira proferida há seis meses. Fábio Vasconcelos, desde 2014 titular da 4ª Promotoria de Justiça de Palmeira dos Índios, foi condenado após uma minuciosa investigação da Corregedoria-Geral do Ministério Público Estadual iniciada ainda em 2009 e que culminou com a denúncia do MPE. O promotor de Justiça é acusado de enriquecimento ilícito por ter recebido vantagens financeiras das prefeituras de Maribondo e Taquarana para pagamento de suas despesas pessoais, tais como as contas de aluguel, água, energia, alimentação e abastecimento de veículo automotor. Durante o período em que atuou na Comarca de Maribondo, sob cuja jurisdição está também Taquarana, o promotor também se utilizou de servidores públicos de ambos os municípios, de acordo com a investigação do MPE e chegou a ser acusado de má conduta por influenciar as eleições de 2008 em Maribondo. Em sua defesa, o promotor alegou que a ajuda recebida das prefeituras era prática adotada por seus antecessores e que o fato fora por ele comunicado à Procuradoria-Geral de

Caso de pedofilia

Juiz de Maribondo, Henrique Teixeira não aceitou os argumentos do promotor

Justiça e afirmou não ter agido com má-fé. Argumentou, ainda, já ter sido penalizado com a remoção para a Comarca de Canapi. Nenhum dos argumentos, contudo, foi aceito pelo juiz Henrique Teixeira que condenou Fábio Vasconcelos ao “ressarcimento integral do dano, apurável em liquidação de sentença, pagamento de multa civil no importe de três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos”.

Procurado pelo EXTRA, o promotor confirmou ter recorrido da condenação, mas se negou a tecer maiores comentários sobre o caso. Sobre a remoção para Canapi, ela se deu a pedido e por merecimento a 7 de julho de 2010 conforme portaria assinada pelo então procurador-geral de Justiça Eduardo Tavares e referendada pelo Conselho Superior do Ministério Público Estadual na mesma data. Em 2014, ele foi nomeado como promotor de Justiça titular da 4ª Promotoria de Justiça de Palmeira dos Índios pelo critério de antiguidade. Fábio Vasconcelos ingressou na carreira do Ministério Público Estadual em abril de 1996.

Tramita também no Tribunal de Justiça processo envolvendo outro integrante do MP, o promotor de Justiça Carlos Fernando Barbosa de Araújo e que em novembro de 2014 foi condenado pelo Pleno da TJ a 76 anos de prisão pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor contra uma filha e uma enteada. Mas ele somente seria preso em março do ano passado, no Amapá, para onde havia fugido logo após a condenação. A ação que tramita hoje no TJ se refere ao pedido do Ministério Público Estadual de perda do cargo de promotor de Justiça por “condutas incompatíveis com os deveres funcionais do cargo”. O Pleno começou a analisar o pedido na última terça (9), mas o julgamento foi suspenso em função do pedido de vistas do desembargador Tutmés Airan. Sete desembargadores adiantaram na terça seu voto: o de perda do cargo seguindo o parecer do relator, o desembargador Pedro Augusto Mendonça de Araújo. Os votos, contudo, podem ser modificados até a votação final ainda sem data para acontecer. E, até o desfecho, Carlos Fernando de Araújo, que ingressou no MP em 1998, continua percebendo normalmente vencimentos mensais de R$ 22.213,44 como promotor de Justiça de 1ª entrância e a despeito de estar afastado das funções desde 2008, dois anos depois de seus crimes terem sido denunciados pela mãe das vítimas.


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Julgamento de Fernando Medeiros pode retornar a Maceió

MORTE DE GRILO

TRANSFERÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI PARA PALMEIRA DOS ÍNDIOS FOI ANULADA PORQUE O MP E O ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO NÃO FORAM INTIMADOS

DA REDAÇÃO

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Tribunal do Júri do agropecuarista Fernando Medeiros, autor intelectual do assassinato do empresário Jair Gomes de Oliveira, o Grilo, poderá retornar à Maceió porque o Ministério Público e o assistente de acusação Lutero Beleza não foram intimados pelo desembargador João Luiz Azevedo Lessa que, requerido pelos advogados do réu intelectual, desaforou (transferiu) o futuro julgamento para Palmeira dos Índios, cidade na qual ocorreu o homicídio no dia 22 de novembro de 2010. O desaforamento omitiu o contraditório num desrespeito explícito ao Código de Processo Penal (CPP) provocando a nulidade de seus efeitos. “Nesse caso o desaforamento foi uma decisão natimorta, ou seja, nula de pleno direito”, enfatiza o advogado Lutero Beleza. Segundo o doutrinador José Frederico Marques “Nulidade é um vício decorrente da inobservância de exigências legais”. O Tribunal de Justiça (TJ) intimou o MP e o assistente de acusação para que ambos se manifestem e, depois então, decidirá pelo retorno do Tribunal do Júri para Maceió ou acatará o pedido dos advogados do agropecuarista e autor intelectual do homicídio, que repercutiu em Alagoas, especialmente em Palmeira dos Índios. A família do empresário Grilo teme que, caso o Tribu-

nal do Júri ocorra em Palmeira dos Índios, Fernando Medeiros poderá ser favorecido em virtude da influência social, econômica e política que ele exerce na cidade e zona rural do município. Os familiares da vítima defendem o julgamento em Maceió, pois acreditam na independência e isenção do Conselho de Sentença, que não cederá a pressão de nenhuma espécie. “Fernando não conseguirá impor o terror psicológico na Capital. Lá, ele será julgado imparcialmente”, disse um familiar do empresário Grilo, que pediu para não ser identificado. Fernando Medeiros é marido da médica pediatra Verônica Medeiros (PMDB), candidata a prefeita de Palmeira dos Índios, apoiada pelo prefeito James Ribeiro e o governador Renan Filho. O autor intelectual do homicídio é pai de do cirurgião vascular casado com a filha do ex-deputado Fernando Toledo, que presidiu Assembleia Legislativa de Alagoas. Quando o então juiz da Comarca de Palmeira dos Índios, Ferdinando Scremin Neto pronunciou Fernando Medeiros, o magistrado invocou o artigo 427 do CPP e desaforou o Tribunal do Júri para Maceió. O referido artigo afirma que a transferência de um julgamento popular pode ocorrer quando “o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do

querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas”. HISTÓRICO O assassinato de Grilo aconteceu por causa de uma discussão provocada por Fernando Medeiros sobre títulos societários do aeroclube de Palmeira dos Índios. Segundo a sentença de pronúncia, no momento da discussão, Fernando Medeiros estava ao lado de sua mulher, a médica Verônica Medeiros. Embriagado, o agropecuarista empurrou o empresário, que se defendeu da agressão. Inconformado Fernando Medeiros prometeu se vingar. “Você vai me pagar”, ressaltou o futuro mandante do crime. Fernando Medeiros repetidas diversas vezes insistiu para Manoel Araújo da Costa (Mané) contratar um pistoleiro para executar Grilo, o que acabou acontecendo. O fato está detalhadamente registrado na quebra de sigilo telefônico inserido na sentença de pronúncia. No dia 27 de novembro de 2014 ,por maioria dos votos, o Tribunal de Júri da 9ª Vara Criminal da Capital, presidido pelo juiz Geraldo Amorim, condenou a 27 e 21 anos de prisão em regime fechado, respectivamente os irmãos José e Josivaldo Rosendo como autores materiais do assassinato do empresário Grilo.

Fernando Medeiros, acusado de mandar matar Grilo (abaixo)


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Empresa espanhola dá lance para comprar usinas de João Lyra

IMPÉRIO FALIDO

ABERTURA DE ENVELOPES ACONTECE EM SETEMBRO; ESTE MÊS HAVERÁ LEILÃO DE BENS INSERVÍVEIS JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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mês de setembro será decisivo para Massa Falida da Laginha, a holding que reúne as empresas do extinto Grupo João Lyra. Está marcada para o dia 16 a abertura dos envelopes com propostas para a compra das usinas Triálcool e Vale do Paranaíba, localizadas, respectivamente, nas cidades de Canápolis e Capinópolis, no estado de Minas Gerais. Os empreendimentos, que chegaram a gerar cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos na região, estão avaliados em cerca de R$ 430 milhões. De acordo com os autos do processo, a audiência será presidida pelo juiz Kleber Borba, às 9h, na 1ª Vara da Comarca de Coruripe. Além da proposta de compra das usinas, um leilão de bens inservíveis da Laginha está marcado já para este mês de agosto. Segundo o administrador judicial da Massa Falida da Laginha, João Daniel Marques Fernandes, duas empresas estão no páreo para a compra das usinas de Minas. Uma delas é o grupo da Usina Cambuí, situada no município de Santa Helena de Goiás (GO). Do outro lado está a Contromation S.A., empresa espanhola que se mostrou interessada não só pelas usinas mineiras mas também pela Guaxuma e Laginha, localizadas em Alagoas. A proposta estrangeira configuraria numa transação do valor aproximado de R$ 850 milhões. De acordo com o proposto pela Contromation: “juntamente com a aquisição, que permitirá a completa reati-

Veículos que integravam partrimônio das empresas de João Lyra e que irão a leilão no próximo dia 25

vação das usinas, implantaremos nossa estrutura assistencial, que visa proporcionar melhoria de qualidade de vida dos funcionários e familiares, bem como dos demais moradores das cidades nas quais estão instaladas as usinas”. No entanto, Fernandes explica que somente as usinas do Sudeste estão liberadas para a venda. Já Guaxuma e Laginha seriam destinadas para arrendamento assim como ocorreu com a Usina Uruba, de Atalaia. “As propostas são, na realidade, cartas de intenções que só terão validade após determinação do juiz. O fato de haver propostas não quer dizer que são firmes. Temos a obrigação de tomar cautelas legais para que o patrimônio seja realizado com segurança”, explicou.

Se vendidas, os valores serão para pagar os credores. “O despacho do juiz é bem claro: o dinheiro da venda será destinado a uma conta judicial com finalidade específica para pagamento de credores”. Quanto às usinas de Alagoas, o administrador disse ao EXTRA Alagoas que Guaxuma está prestes a ser arrendada. “Estamos em fase de consolidação. Já estamos analisando propostas e vendo contratos. Creio que nos próximos dez dias teremos novidades sobre o arrendamento”. Após encaminhado o processo de Guaxuma, a administração focará na reativação da Laginha. LEILÃO Acontece no dia 25 deste mês o leilão de bens inservíveis e de difícil recuperação

do Grupo JL. No leilão estarão disponíveis, por exemplo, tratores sem motor, chapas de aço, bombas, carregadeiras e utensílios agrícolas. Pelo próprio rito do leilão os bens não poderão ser arrematados pelo preço inferior a 30% do valor. A estimativa é o arrecadamento de aproximadamente R$ 600 mil. O leilão será realizado no Fórum da Capital, no Barro Duro. ESPERANÇA A data de abertura dos envelopes com propostas para a compra das usinas de Triálcool e Vale do Paranaíba coincide com o aniversário da cidade de Ituiutaba (MG). O município recebeu bem a notícia e embora tenha um parque industrial considerado superior aos de Capinópolis e

Canápolis, Ituiutaba sentiu o impacto financeiro do encerramento das atividades das duas usinas do Grupo JL. A notícia também foi comemorada em Capinópolis porque o município passa pela pior crise financeira de sua história e a venda da usina pode aquecer a economia e gerar vários postos de emprego. Conforme Fernandes, a lista de processos trabalhistas referentes às usinas de Minas Gerais é superior aos processos cíveis. A venda das usinas mineiras também colaboraria com a diminuição de despesas da Massa Falida, uma vez que além de viagens in loco, a administração precisa ainda gastar com a segurança do patrimônio. Vale ressaltar que durante visita a Maceió no mês de julho, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Canápolis, Roberto Martins de Menezes, contou que a categoria pleiteia por direitos. “Tem mais de três anos que não tem pagamento para o produtor rural, muitos deixaram de pagar a faculdade dos filhos que estavam estudando quando as terras estavam arrendadas”, contou. “Além disso, os movimentos rurais, junto com os trabalhadores da Triálcool, estão se agrupando em uma área esperando a negociação e se isso não acontecer eles pretendem invadir as terras e falam até em queimar a usina. Estamos vivendo um momento muito difícil no nosso município, porque se isso vier a acontecer jamais vai ter arrendamento ou venda da Triálcool que vai ser sucateada”, disse em encontro realizado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.


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Rua do Comércio

HISTÓRIA DE ALAGOAS

PRINCIPAL RUA DE MACEIÓ SURGIU COMO ESTRADA DE TROPEIROS, CAMINHO ENTRE O LARGO DOS MARTÍRIOS E O PORTO DE JARAGUÁ

EDBERTO TICIANELI Jornalista

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o início do século XIX, Maceió era apenas um pequeno povoado que fazia parte da freguesia de Santa Luzia do Norte e tinha o privilégio de ter um dos melhores portos da região. Mais quatro outros pequenos povoados completavam a freguesia: Trapiche, Jaraguá, Poço, Mutange e Bebedouro. Entre os caminhos utilizados por tropeiros e seus animais de carga para este porto, naturalmente foram surgindo as vias de acesso ao litoral. A estrada de Bebedouro, Largo dos Martírios, Rua do Comércio, Praça D. Pedro II e Boca de Maceió (hoje Praça dos Palmares), ao que tudo indica, compunham o trajeto mais utilizado na antiga Maceió A ligação entre o Largo dos Martírios e a Boca de Maceió foi reforçada, no início do século XIX, por ruas paralelas à Rua do Comércio, como a Rua Boa Vista, Rua do Sol e Rua da Alegria. Em meados do século XIX, quando Maceió já era a capital da capitania de Alagoas, suas principais vias eram a Rua do Comércio, Rua Boa Vista e Rua do Sol. Em direção ao sul, dois arruados também já estavam bem habitados: a hoje Rua do Livramento e a Rua Nova (Barão de Penedo), que ligavam respectivamente a Rua do Comércio e a Boca de Maceió ao Largo da Cotinguiba (hoje Praça Deodoro). Ao historiar sobre a Rua do Comércio, Félix Lima Júnior, em Memórias e Minha Rua, informa que ela começava no Largo dos Martírios, então conhecido como Atalaia, por ser o local onde os comerciantes esperavam os almocreves com as mercadorias daquele município, confirmando a sua função de entreposto comercial. Talvez por ser a via mais

Rua do Comércio na década de 1930 durante as obras de alargamento da Av. Moreira Lima

utilizada do povoado, na Rua do Comércio foram se instalando as principais lojas comerciais e escritórios de serviços da vila. Em 1831, quando o presidente da província de Alagoas, o paraibano Manoel Lobo de Miranda Henriques, instalou a primeira tipografia em Maceió, A Patriótica, o fez na Rua do Comércio, nº 6, após ter ficado um breve período na Rua do Livramento, nº 3. O primeiro grande investimento feito na Rua do Comércio foi a sua pavimentação em 1854, no governo de Antônio Coelho de Sá e Albuquerque, obra realizada “sob a direção científica” do engenheiro Pedro José de Azevedo Schamback. O sistema adotado foi o de pavimentação Macadam – camadas de brita com cobertura de cascalho fino sob compactação. Sá e Albuquerque informa ainda que foram calçados 120 palmos e construídos 421 palmos de valetas laterais, mas, por falta de “instrumentos convenientes” (provavelmente o rolo compactador), “o calçamento ficou muito defeituoso”, o que levou o governante a suspender a obra alegando que era muito dispendiosa. Em 1857, o mesmo Sá e Albuquerque manifesta interesse em melhorar a pavimentação

Café Colombo em 1905, localizado na Rua do Comércio, esquina com o Beco São José

da Rua do Comércio, “a mais frequentada desta capital”, e nomeia uma comissão para contratar operários, instrumentos e materiais para a obra. A iluminação pública de Maceió foi melhorada a partir de 1858 com a utilização de “gás líquido hidrogênio” nos 100 lampiões, cada um deles equivalente a cinco velas de cera. A empresa contratada teria que estender a iluminação até Jaraguá. Mesmo com ampliação, o presidente da província, Angelo Thomaz Amaral, considerava que esse serviço ainda era insuficiente para uma população de 10.568 habitantes, dos quais 2.110 eram escravos. A Rua do Commercio, como registrava a grafia da época, não demorou a ser vítima das políticas de homenagens a personalidades públicas do Conselho da Intendência Municipal. Assim, no dia 3 de fevereiro de 1883, “prestando homenagem ao mérito de alguns varões ilustres filhos a maior parte dessa província”, foram alteradas as nomenclaturas de algumas ruas de Maceió. O jornal O Orbe, no dia seguinte à aprovação da lei, informava as alterações. A Rua do Comércio passou a ser a Conselheiro Sinimbu; Rua Boa Vista, Conselheiro Lourenço; Rua Nova de Maceió, Barão de Penedo; Rua

Porta do Sol, de Cesar Pinto & Cia, bar, lanchonete e restaurante que ficava na Rua do Comércio, esquina com o Beco São José

do Palácio, Barão de Anadia; Rua do Alecrim, Barão de Maceió; Rua das Verduras, Barão de Atalaia; Rua Augusta, Ladislau Neto; Rua da Alegria, Pedro Paulino; Rua do Macena, Cincinato Pinto; Rua Nova de Jaraguá, Royal; Rua da Cambona, General Hermes; e, Rua do Jogo, Voluntários da Pátria. Dessa data em diante, os jornais tratam a Rua do Comércio como “a atual Conselheiro Sinimbu”, ou ao contrário, como “Rua Conselheiro Sinimbu, antiga Rua do Commercio”. Alguns deles simplesmente desconhecem as mudanças e continuam a se referir às ruas da cidade como antes da alteração aprovada pela Câmara. A homenagem ao Conselheiro Sinimbu não demorou a cair pela força do costume e também porque, em sessão do Conselho da Intendência Municipal, no dia 4 de fevereiro de 1890, o conselheiro Filigonio A. Jucundiano de Araújo aprova uma indicação restituindo o nome original da via, que volta a ser Rua do Commercio. Ao longo de sua história, a Rua do Comércio recebeu equipamentos importantes da cidade, a exemplo do Relógio Oficial, inaugurado no dia 21 de março de 1922, no entroncamento entre a

Rua do Comércio e a Rua do Livramento Em frente ao Relógio Oficial ficava a Chapelaria Lisboa, que depois viria a ser o Café Ponto Central de Manoel Cupertino, inaugurado no dia 25 de abril de 1931. Foi o ponto de encontro dos intelectuais e empresários durante décadas. Outro equipamento urbano que marcou época na Rua do Comércio foi o Cinearte, que começou a funcionar ainda nos anos da década de 1920 com o nome de Cine Floriano e depois Cine Capitólio. No dia 9 de julho de 1957, o Cinearte fechou para reforma, só reabrindo no dia 27 de fevereiro de 1959, já com o nome de Cine São Luiz. Como principal artéria da cidade, a Rua do Comércio, naturalmente também passou a ser o espaço preferido para o carnaval de rua da capital. A partir dos anos 30, os blocos arrastavam multidões para lá, dividindo o espaço com o corso e com as Maratonas Carnavalescas. No final dos anos 70, na administração do prefeito Dilton Simões, a Rua do Comércio recebe sua última grande intervenção com a implantação do primeiro trecho do Calçadão, que tirou o trânsito de automóveis da via, afastando as agências bancárias.


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Para refletir: Ficou cabalmente demonstradaa existência de ilícitos que ferem a Constituição, configurando a prática de crimes que justificariam o afastamento definitivo de Dilma Rousseff” (Senador Antônio Anastasia, relator do processo de impeachment )

Aí então...é preciso ter cuidado

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governador Renan Filho tem todos os motivos para marcar sua história política com a realização de um governo aprovado positivamente pelos alagoanos. Tem se mostrado um administrador competente, adotando e cobrando de seus auxiliares uma política não apenas de resultados, mas também de compromisso com o interesse público. Caminhando para o terceiro ano de governo não se tem notícia de nenhum escândalo ou pelo menos rumores de má gestão ou de desvios de conduta em qualquer setor de sua equipe. É um gestor presente que cobra eficiência, mas ele próprio tem dado exemplo de como fazer o certo, o legal e o moral. Não é fácil se desligar dos cordões que o prendem aos rumores, fatos e denúncias de Brasília, porém até isto ele tem conseguido. Mostra ter identidade própria e em voo solo tem alcançado resultados políticos que o credenciam a trilhar o caminho que escolher. Uso o poema de Carlos Drummond para fazer um alerta ao jovem governador. No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra E a “pedra em seu caminho” pode ser a candidatura do ex-prefeito Cicero Almeida. Não imagine o governador que está imune a qualquer tipo de vírus, pois em tempos de Lava Jato, com o povo descrente de suas instituições e seus líderes, com a mídia e os formadores de opinião com os holofotes voltados para o sistemático combate à corrupção e pugnando por mudanças, pode sim o estigma de um cadáver insepulto e putrefato contaminar o seu entorno e trazer-lhe consequências catastróficas. Tenho a convicção e possuo “tempo de serviço” suficiente para apostar que o governador não fez um bom negócio e dele poderá se arrepender tardiamente. Mesmo diante de uma improvável absolvição (quem teve acesso ao volumoso e bem elaborado processo de denúncia jamais apostaria nessa hipótese), a mácula da improbidade vai permanecer sob a cabeça do ex-prefeito Cicero Almeida e atingirá fatalmente os circunstantes. Até então o governador tem acertado sempre. A partir de agora, no entanto é preciso ter cuidado. Surge uma pedra no meio do seu caminho. Em tempo: A mídia nacional está acompanhando atenta e com expectativa o processo contra Cicero Almeida.

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Heloisa Helena A vereadora Heloisa Helena se despede da disputa eleitoral com um recado bem ao seu estilo focando os políticos marginais e apresentando a chapa de seus candidatos da REDE. “Tomara a maioria dos eleitores não se predisponham – como em outros momentos o fizeram – a escolher ladrões dos cofres públicos e oportunistas para as instâncias de decisão política! Tomara os eleitores conscientes compreendam a importância do processo eleitoral e não desanimem diante de tanta impunidade e banditismo político! Reconhecemos que é dificílimo atingir o coeficiente sem ceder às alianças eleitoreiras, sem manipulação e compra de votos, pois já vivenciamos a tristeza de identificar a vitória de bandidos e a derrota de pessoas honradas, mas seguimos firmes com a persistência dos que não se vendem nem se rendem!”.

As novas eleições

A eleição de 2016 será um “experimento”, afirmam especialistas em legislação eleitoral. Mudanças na lei que rege a disputa, mais restritiva em diversos aspectos, trazem incerteza sobre efeitos colaterais e efetividade no combate à corrupção. A principal delas é a proibição de doação de pessoas jurídicas –até 2014, as grandes financiadoras das campanhas. Os então candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), por exemplo, receberam juntos, quase R$ 100 milhões de empreiteiras hoje investigadas na Lava Jato. Essa é a principal mudança, e está sendo encarada como experimento para 2018. Será que nós vamos conseguir mudar um sistema que dependia basicamente do financiamento empresarial? A opinião é partilhada pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, que já havia afirmado que a corrida eleitoral seria “experimento institucional”.

De olho nos bandidos

O delegado da Polícia Federal em Alagoas, Políbio Brandão Rocha, declarou que a PF tem recebido diversas denúncias de crimes eleitorais na capital e em cidades do interior de Alagoas. “Infelizmente, Alagoas ainda figura entre os estados com grande número de crimes eleitorais. Estamos atentos e vamos investigar todas as denúncias que recebermos”, Há informações que em Maceió o cerco está sendo fechado com relação aos malditos “cadastros eleitorais” que nada mais são que a compra de votos descarada e disfarçada por parte de grande número de candidatos a vereador. Nestas eleições a coisa vai ser diferente. Que a população fique atenta e denuncie. A Polícia Federal vai lá.

A caminho da “forca”

A presidente afastada Dilma Rousseff irá a julgamento por crimes de responsabilidade e deverá perder definitivamente o mandato. Essa foi a decisão tomada pelo Plenário do Senado na madrugada de quarta-feira (10), por 59 votos a 21, na conclusão da fase de pronúncia do processo de impeachment contra Dilma. O julgamento final terá início no fim deste mês, em data ainda não definida oficialmente. A votação concluiu uma sessão iniciada na manhã do dia anterior e que durou cerca de 17 horas. Ela foi presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Foram 47 discursos de senadores e manifestações dos advogados da acusação, Miguel Reale Júnior, e da defesa, José Eduardo Cardozo. Aqui tudo contra: A bancada alagoana decidiu desta vez ficar a favor do impeachment de Dilma. Fernando Collor e Benedito de Lira expuseram seus votos no painel eletrônico do Senado e Renan Calheiros não votou por ser presidente do Congresso, mas tem demonstrado agora ser totalmente favorável ao afastamento definitivo da presidente. Coisas da podre política brasileira.

Indigna de governar o Brasil

O jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido que originou o processo de impeachment de Dilma Rousseff, disse na sessão do Senado Federal que a presidente não está sendo afastada “por fatos isolados de cunho fiscal, mas pela forma irresponsável que a torna indigna de exercer a Presidência da República”. “Esta Casa foi desrespeitada seguidamente pela presidente da República. Não é ato isolado. É forma de conduta seguidamente praticada ao longo dos anos. Desconheceu-se absolutamente qualquer prudência, qualquer cuidado com as finanças públicas. Desconheceu-se essa Casa como uma Casa de controle”.


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NBA, a aberração olímpica

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esde 776 a.C, quando foram oficialmente criados os Jogos Olímpicos,o mundo não tinha assistido uma ostentação como a exibida pela NBA, a seleção de basquete dos EUA, nos jogos do Rio de Janeiro. A aberração exibida pelos jogadores mais caros do mundo não só humilhou a comissão organizadora dos

Essa ostentação agride todas as motivações históricas das olimpíadas e representa a excrescência do imperialismo dos EUA incorporado ao evento jogos como todos os atletas e quem comprou ingresso para assistir os jogos. A seleção da NBA veio ao Rio a bordo de um transatlântico particular, ficou hospedada nele no porto do Rio bem distante da Vila Olímpica onde ficaram todos os atletas parti-

cipantes, e se comportou como deuses. Evitou contato com os humanos e, para bloquear qualquer contaminação hídrica e alimentar, a seleção trouxe água e alimentação. Desde sua criação, as características básicas dos Jogos Olímpicos são a solidariedade, a igualdade e a fraternidade, virtudes depois assimiladas e adotadas pela Revolução Francesa de 1789. Essas características ao longo dos séculos foram fortalecidas. Ao longo dos séculos os eventos olímpicos foram marcados pela distribuição de flores. E até com a declamação de poemas aos vitoriosos, mas isso posteriormente se converteu em estátuas e outras homenagens especiais para elevar a grandiosidade dos atletas. Para se chegar a medalhas de ouro, prata e bronze passaram-se mais de 10 séculos, evolução essa que se seguiu à introdução de dezenas de novas modalidades esportivas, umas mais criativas do que

Não devemos deixar o telefone sobre a mesa. O ideal seria deixá -lo na bolsa, no bolso do paletó, na pasta de trabalho, mas nunca sobre a mesa. soas preferem sair de casa esquecendo alguma coisa, mas nunca o seu telefone celular. Estranhamente toda vez que alguém dedica atenção ao aparelho fica longe das pessoas. Logo esse aparelho,

as outras - embora aquelas modalidades medievais, como a esgrima, tenham permanecido no cenário. As olimpíadas do Rio produziram dois fenômenos paradoxais: viciada, desde a antiga URSS, em agressões aos “direitos humanos”, a Rússia aproveitou a rejeição aos seus atletas olímpicos viciados na utilização de produtos químicos para o fortalecimento dos músculos para devolver históricas acusações à comissão organizadora, composta em sua maioria por norte-americanos. Por pressões políticas, nem todos os atletas foram vetados. Salvaramse alguns anéis e dedos, e a Rússia não ficou muito abaixo no quadro de medalhas. O segundo e mais importante paradoxo das Olimpíadas é a presença da seleção de basquete dos EUA, o chamado time de estrelas. Cada um deles recebe por mês salário de 18

milhões de dólares e são tratados como deuses. Vieram ao Rio a bordo de um transatlântico italiano mais luxuoso do planeta, ficam hospedados nele e só saem para jogar. Além de 250 guardas municipais, o navio é protegido por mísseis capazes de derrubar aviões a longa distância. Nele acumulam-se a água e a alimentação que estão sendo usados durante as olimpíadas. Como deuses, os atletas norte-americanos não podem ter contato com outras pessoas de fora da sua delegação. Essa ostentação agride todas as motivações históricas das olimpíadas e representa a excrescência do imperialismo dos EUA incorporado ao evento. No passado a humildade era saudada como um dom típico de sábios. Hoje, arrogância substitui o lugar da sapiência.

Restaurateur

mudando nossas relações

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Jornalista e escritor

JÂNIO FERNANDES

Como os celulares estão

uso do telefone celular vem ultrapassando os limites no contexto familiar e nas relações de trabalho. Os celulares estão em toda parte em nossa vida diária. Sem dúvida já é um complemento a mais no vestuário moderno. Mas sem dúvida um acessório desconfortável, isso porque o celular está se tornando uma má companhia. Seguramente muitas pes-

REINALDO CABRAL

que em tese deveria aproximar, distancia os indivíduos - ou, pelo menos, diminui a comunicação olho no olho. Esse é um paradoxo moderno bastante curioso: os celulares nos aproximam das pessoas que estão longe, mas, às vezes, nos isolam de quem está perto. De modo que está se tornando um dos principais obstáculos para a comunicação interpessoal. É difícil encontrar alguém, nos dias de hoje, sem o seu querido telefone móvel. Por onde você anda, lá está ele sendo levado na mão como se fosse um sexto dedo. Tem sempre um celular grudado ao ouvido ou soando no bolso da calça de alguém. Quase ninguém quer se separar de seu dispositivo. É como se algo terrível fosse acontecer caso ele tocasse e não tivesse ninguém para atender. Todos nós já nos sentimos rejeitados quando, no meio da conversa, alguém prefere atender ao telefone, em vez de ignorá-lo. A mensagem é clara: quem está longe é muito mais importante para quem atende a

ligação, ou responde à mensagem, do que você. Desajeitadamente, quando alguém que conversava com você atende a uma ligação no meio da conversa, é como estivesse dizendo que ela não está presente 100% com você. Para alguns, o simples fato de pensar que tem que separar-se do seu amado celular durante alguns minutos provoca suor frio. Os smartphones estão em todos os lugares da nossa vida diária: no carro, no banheiro e sobre a mesa onde comemos. É impossível negar que comer com o celular na mão é um hábito extremamente grosseiro. Utilizar o celular na mesa não é apenas um costume feio (e quase anti-higiênico) mas também significa uma completa ausência de boas maneiras. Não seria má educação trocar a atenção da boa conversa com as pessoas que estão à mesa para dedicar atenção à tela destes aparelhos? Esta invasão, lamentavelmente, é aceita livremente por quase todos. Em muitas ocasiões o telefone celular, co-

locado sobre a mesa, chega a parecer um item de decoração ou um talher a mais. Acredito que se deve colocar certas regras ou orientações para usar o telefone celular quando nos sentamos à mesa. O mais importante, como na maioria dos casos, é utilizar um pouco de bom senso e de boas maneiras. Usar o telefone celular, exceto para questões urgentes e bem justificadas, jamais deveria ocorrer durante as refeições. No caso de o telefone permanecer ligado, a melhor opção é deixá-lo no silencioso (ou na opção vibrar), para que não incomode aos demais. Não devemos deixar o telefone sobre a mesa. O ideal seria deixá-lo na bolsa, no bolso do paletó, na pasta de trabalho, mas nunca sobre a mesa. Se o telefone tocar, por não ter sido desligado, pode atender e adiar a conversa para um momento mais oportuno, ou não atender a ligação se não for urgente. O mais conveniente, porém, seria desligar o aparelho para evitar novas interrupções.


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ARTIGOS

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JORGE MORAES Jornalista

E agora Renan?

F

oi com muita surpresa que o Governo de Alagoas recebeu a informação de que, para renegociar a dívida pública com a União, os Estados precisam congelar o reajuste salarial dos servidores por dois anos. E não foi só isso. O crescimento administrativo para com os gastos públicos previsto para dez anos foi, também, reduzido para dois anos, pegando, assim, de surpresa

Foi com essa promessa que o governador Renan Filho garantiu ao servidor público estadual que, pelo menos até dezembro, não haveria problemas para o pagamento do salário. a alta cúpula da fazenda estadual, em relação a um acordo entre o presidente Michel Temer, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ministros do governo e líderes partidários. Não gostaria de utilizar neste artigo

uma palavra muito usual no processo de admissibilidade ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff: golpe. Quem chega perto de mim e fala a palavra golpe, fico com vontade de responder com outro tipo de golpe. Mas, isso sim, é um verdadeiro golpe na cabeça dos governadores, especialmente Renan Filho, que vislumbrava, quando da conversa e no acordo inicial entre seus colegas e os setores econômicos, de planejamento, e o presidente da República, que estaria tudo dentro das possibilidades e do alívio, temporário, que seriam dados nas administrações públicas estaduais. Foi com essa promessa que o governador Renan Filho garantiu ao servidor público estadual que, pelo menos até dezembro, não haveria problemas para o pagamento do salário, deixando para 2017 um quadro não muito animador, mesmo que o governo tenha mantido seus compromissos em dia com esses mesmos servidores, fornecedores e anunciado algumas pequenas e grandes obras em todo o estado. Diferente de outros estados brasileiros,

A saga da primeira secretaria

N

os últimos 40 anos, acompanhei os trabalhos das diversas Mesas Diretoras que passaram pelo Legislativo Alagoano. Digo sempre: “Éramos felizes e não sabíamos”. Levávamos a vida normal: o calendário de pagamento era distribuído em janeiro, focando o dia do mês em que receberíamos o salário até dezembro. Nossas pastas funcionais eram atualizadas e todas as informações devidamente documentadas e arquivadas. Os deputados respeitavam os servidores e alguns até nos ajudavam quando se fazia necessário.

É bajulado pelos companheiros, desaparece quando sabe que vai ser procurado, encanta o governador, maravilha o secretário da Fazenda, persegue ativos e inativos. Cito sempre o nome do deputado José Bernardes, 1º secretário por duas vezes. Um homem rústico, mas de bom coração. Ajudou a categoria a fundar a Copamedh, nosso plano de saúde e quando havia um problema mais sério, recorríamos a ele e obtínhamos um resultado positivo. Para maiores esclarecimentos: as res-

ponsabilidades da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas são divididas entre seus membros. O 1º secretário é a pessoa que responde pela área de pessoal, ou seja, pela vida funcional de centenas de pessoas. Aí reside o perigo: os parlamentares, despreparados para exercer determinadas funções, se perdem pelo caminho e cometem atrocidades. Não me canso de repetir: o Legislativo alagoano já chegou a nomear cerca de 5.000 servidores. Com o tempo e algumas medidas oficiais, como o Plano de Demissão Voluntário, o quadro de pessoal foi diminuindo e, hoje, existem cerca de 500 ativos, 400 inativos e 800 comissionados, aproximadamente, estes com salários dobrados! Com o advento do duodécimo, ou seja, o valor recebido pela ALE a cada mês, instituído pela Constituição de 1989, a Mesa Diretora começou a administrar os recursos enviados pelo Executivo para o Legislativo, sob a batuta do 1º secretário. E aí teve início o sofrimento dos servidores. O dinheiro público passou a ser administrado como se fosse privado e nosso sossego teve fim. De lá para cá tudo foi feito de acordo com o pensamento dos parlamentares, sempre controlado pela primeira-secreta-

Alagoas, aparentemente, não tem problemas. Pelo menos parece ser assim. Enquanto o Rio Grande do Sul volta a viver o drama do parcelamento de salário (paga de acordo com o que vai arrecadando) e não honra compromissos com os prestadores de serviços e fornecedores, com a educação, a saúde e a segurança vivendo uma situação quase insustentável, o nosso estado vai muito bem obrigado. Ao mesmo tempo, no Rio de Janeiro, não se fala mais em salários atrasados e no péssimo serviço oferecido na saúde, na educação e na segurança, porque, com a realização dos jogos olímpicos, tudo isso é mascarado e escondido para o mundo. Com certeza, logo depois desse momento de muita festa, alegria e medalhas, o Rio de Janeiro volta a ser como antes, lamentavelmente. Para não ir muito longe, o vizinho estado de Sergipe, citado como um exemplo em administração e crescimento, também está às voltas com problemas financeiros, a ponto de ameaçar atrasar salários dos seus servidores. Isso foi dito em entrevista pelo próprio

governador Renan, deixando bem claro que essa situação de Alagoas é um privilégio, mas não está sobrando dinheiro nos nossos cofres. Segundo ele, foram feitos pequenos ajustes com o aperto na engrenagem da máquina pública, como: redução de cargos comissionados; congelamento de alguns salários; diminuição no ritmo de compras; redução da frota de veículos; e uma cobrança maior de trabalho sobre os gestores em seu dia a dia. Mas, daqui para frente com essas novas medidas, como vão ficar os governos? E agora Renan? Acho que essa medida de suspensão do reajuste salarial ao servidor público, mesmo que muita gente coloque a situação como ruim ou até dramática para os governos em relação às próximas eleições, não consigo enxergar assim. Acho que uma coisa não tem nada a ver com a outra. O que vejo mesmo é o governo do Estado próximo de enfrentar uma boa crise junto ao seu funcionário, com mobilizações e tudo mais, mesmo entendendo que é melhor o pouco certo do que o muito a perder de vista.

ALARI ROMA- TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

ria. E cada um que invente manobras dignas de uma mente privilegiada para o mal. Enxertos na folha de pagamento, promoções ilegais, rebaixamento de quem ousasse reclamar ou criticar algum ato, cortes salariais, descontos previdenciários errados e maldosos, processos encalhados e tudo que existir de ilegal e sujo vem sendo praticado pelos diversos secretários da Mesa. No governo do Toledo ainda tivemos um segundo-secretário maquiavélico que controlava os outros colegas e nos deixava assustados com tanta maldade. Atualmente, o parlamentar responsável pela vida funcional dos servidores, indiciado como “taturana”, age como dono absoluto do Poder Legislativo. O próprio Presidente, se procurado, afirma: “Isso é com o Isnaldinho”. Jogou os aposentados no Alagoas Previdência abruptamente, sem lastro nenhum, sem segurança nenhuma, completamente desesperançados. Acumulou em seu gabinete, num período de um ano e sete meses, mais de 100 processos, em sua maioria, relativos aos inati-

vos. E ri, dizendo em resposta a alguém: “Vou ver”. Omissão, descaso, desrespeito. Em qualquer repartição do país seria afastado de suas funções. Como disse há quinze anos um outro parlamentar numa reunião com sindicalistas: “Aqui deputado pode tudo”. Porém se um amigo, eleitor ou correligionário o procura, ele resolve aquele caso que pode lhe render votos ou a seus familiares. Fico impressionada com o vírus que atinge o deputado escolhido pelos pares para ser o 1º secretário. É incurável! Sua caneta é capaz de detonar a vida de centenas de pessoas. Está matando aos poucos os velhinhos que dele dependem para resolver problemas funcionais. É bajulado pelos companheiros, desaparece quando sabe que vai ser procurado, encanta o governador, maravilha o secretário da Fazenda, persegue ativos e inativos. O poder é grande, a caneta assusta e a saga confirma tamanha importância concedida a uma só criatura! Só Deus na causa!


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Governo dá sinal verde para servidores do Detran

NOVO PCC MESMO CONTRARIANDO A PGE, RENAN FILHO RECOHECE SERVIÇOS PRESTADOS PELOS FUNCIONÁRIOS DO ÓRGÃO MARIA SALÉSIA com assessoria

O

governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), assinalou positivo para os servidores do Detran. Em reconhecimento aos relevantes serviços que os funcionários exercem e devido a importância do órgão para o Estado, contrariou parecer da Procuradoria Geral do Estado e encaminhou

na terça, 9, um Projeto de Lei (PL) à Assembleia Legislativa (ALE) que dispõe sobre a reestruturação da carreira dos servidores. Na mensagem, o governador Renan Filho ressaltou que “a proposição ora formulada visa reestruturar a Carreira dos servidores do DETRAN/AL, aprimorando as formas de desenvolvimento técnico e pessoal, bem como as modalidades

Governador Renan Filho prestigia servidores do Detran/AL

de progressão que visam à qualificação, capacitação e valorização dos profissionais de maneira compatível com a natureza e o grau de complexidade das atribuições desempenhadas na referida Autarquia, de modo a proporcionar a realização das atividades cotidianas com qualidade”.

O projeto aponta ainda que o Detran deve fazer Avaliações de Desempenho dos seus servidores que serão encaminhadas ao setor de Gestão de Recursos Humanos para fins de registro, atribuindo-lhes conceito que será considerado nas concessões de Progressão Horizontal.

O percentual entre as classes será de 15% para todos os cargos que compõem a Carreira Atividades de Trânsito (Parte Permanente e Suplementar). O percentual entre os nveis será para o nível I de 7,5% calculados sobre o menor valor da remuneração devida na Classe inicial do cargo em que se encontra o servidor. Para o Nível II o percentual será de 15% calculados sobre o menor valor da remuneração devida na classe inicial do cargo em que se encontra o servidor. O governador disse que a luta é para que Alagoas não sofra o mesmo problema de 11 estados brasileiros, que estão com a folha de pagamento do funcionalismo público atrasada. “Por isso venho sendo responsável e cauteloso, para que haja segurança nas decisões. Dessa forma, só os servidores são beneficiados,” afirmou.


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Evitando o pior!

A taxa de juros alcançou 150% ao ano, considerando o período de julho de 2015 a julho de 2016. É a verdadeira agiotagem. Só que oficial. Mais: essa taxa é para pessoas físicas. Não se trata de Taxa Selic (entre bancos) que é de 14,25% ao ano. Isso vem repercutindo diretamente no elevado índice de inadimplência. As pessoas tomam empréstimos nos bancos, usam o cartão de crédito, pagando só o mínimo exigido e o cheque especial. O valor devido vai crescendo a cada mês e chega ao ponto de não conseguir pagar mais. Evite isso! Negocie seu débito, quite e jure nunca mais se endividar, comprando só a à vista.

Lembrando 2008

O mundo rico (EUA e Europa) foi à bancarrota em 2008, fazendo um estrago muito grande nos países ricos, emergentes e pobres. E tudo provocado pelo mercado imobiliário, com a falta de pagamento dos consumidores que adquiriam imóveis para pagamento em longo prazo e deixavam de pagar, provocando a falência dos bancos e, como efeito cascata, da indústria, do comércio e prestação de serviços. A classe média empobreceu.

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REPÓRTER ECONÔMICO

JAIR PIMENTEL jornalista.jairpimentel@gmail.com

O Brasil na contramão

Enquanto os ricos estavam enfrentando a recessão profunda, o governo brasileiro se vangloriava, dizendo que o País estava imune à crise, e continuava crescendo. O que não era verdade. O real se valorizava perante o dólar. Poucos anos depois, veio o desastre total: a economia encolheu, o desemprego aumentou e o dólar deu a volta por cima, chegando a valer mais de R$ 4,00. Os ricos já saíram da crise e o Brasil “só Deus sabe quando”.

Disciplina financeira

Pobres e classe média precisam aprender a conviver num País em recessão: reduzir o consumo, trocar de marcas, evitar juros, comprando só à vista e procurar ainda deixar algum dinheiro para uma reserva financeiNo caso do Brasil, mesmo em recessão, é o agronegócio. O País produz muito e exporta soja, açúcar, café e ra, preferencialmente a caderneta de poupança, que renda a inflação e mais juros, além de ter liquidez imeminério de ferro (maior produção mundial). Com o dólar diata (podendo ser usada a qualquer dia) e segurança valendo o triplo do real, melhor para esse setor. Mas do Banco Central, para o caso de falência do banco. Os péssimo para quem precisa importar produtos. E são demais investimentos do mercado não possuem liquidez vários produtos que compramos do estrangeiro: trigo, arroz, feijão, máquinas e equipamentos, fertilizantes, etc. e também não têm segurança.

O sustentáculo


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S.O.S. ALAGOAS

Criança feliz

M

inistro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, apresentou na terça-feira da semana passada (2), em Brasília, uma minuta do decreto que institui o Programa Criança Feliz. A proposta é ampliar a proteção social na primeira infância para a faixa etária até 6 anos de vida.

CUNHA PINTO

Quesitos fundamentais

Secretário Antônio Picaud define o Criança Feliz com propostas fundamentais em áreas que tratam das políticas de assistência social, educação, cultura e direitos humanos. Antecipa na defesa confiança de ganhar repercussão positiva na sociedade.

Concurso

Samsung vai realizar concurso educacional para alunos de escolas públicas como proposta para incentivar aplicação de conceitos educacionais de Ciências da Natureza e da Matemática em projetos reais de melhoria das comunidades. É para alunos do ensino médio e a nível nacional.

Procurados

Só podia ser dele

Policia Federal divulgou lista com os 10 nomes e fotos de foras da lei mais procurados no estado. Informações para quem queira ajudar sobre o paradeiro deles podem ser enviadas a procurados@dpf.gov.br e telefone 61 99262-8532.

Atenção às leis

Frase publicada na revista Veja, edição do dia 30 último na Coluna Veja Essa: “A verdade é que quem entra na política é uma desgraça. É que nem uma boa cachaça: tomou a primeira, não quer mais parar”.

Faróis acesos

Candidato nas eleições municipais de outubro que na campanha ofereça vantagens pessoais a eleitor fica sob risco de ter a sua candidatura suspensa e outras sanções penais. É recado também a candidatos que vão tentar a reeleição, que correm o risco da perda do mandato e ainda ficar oito anos inelegível.

Obrigatoriedade de motorista é trafegar com os faróis do veiculo ligados nas rodovias. Mas diante da dúvida sobre manter a determinação na cidade, a maioria ainda insiste no alheamento em cumprir as lei. Mas a quem cabe esclarecer o que motiva o silêncio?

Segurança alimentar

Lado inverso

Conselho Estadual de Segurança Alimentar decidiu na quinta-feira da semana passada (4) priorizar o Plano de Segurança Alimentar e Nutricional nos municípios alagoanos. Aprovou ainda distribuição de até 17 mil cestas sociais e previsão é de atender 17 mil gestantes.

“Conversa mole”

Eleitores em Maceió não mostram ainda vontade para falar de assuntos sobre as eleições de outubro. Uns até ficam irritados com quem tenta puxar assunto. Mas quem vai estar na campanha concorda e dá como razão “a hora não ser ainda fazer para campanha”.

Posição de Dilma

A presidente Dilma Rousseff, segundo divulgou o site do G1 no domingo, revela não haver mais interesse dela em continuar no cargo. E acha que o vice Michel Temer (PMDB) “não terá legitimidade ocupando o Planalto”.

Problema sério

É hábito o maceioense construir e ampliar imóveis sem dar atenção ao direito de ir e vir do cidadão pela calçada. E também estende a observação cobrando mais atenção da Prefeitura no que chamam discriminação a desatenção dada aos bairros da periferia.

Equipes do Instituto do Meio Ambiente em Alagoas (IMA-AL) vistoriaram recentemente 11 municípios no estado e identificaram inúmeros atos predadores à natureza. Expediram, inclusive, auto de infração em Viçosa, Capela, Palmeira dos índios, Cacimbinhas e São Sebastião e aplicaram multa de R$ 11.395,00.

Vida silvestre

Grupos do setor de Fauna e Flora e de Unidades de Conservação fiscalizaram também áreas de conservação ambiental no Refúgio da Vida Silvestre (RVS), no Morro do Craunã do Padre em Água Branca.É considerada área de conservação ambiental.

Transporte público

Nesta sexta-feira, a Câmara Municipal de Maceió tem na agenda da sessão uma audiência pública e pauta o sistema de transporte na cidade. Os vereadores promoveram no começo da semana um debate e da pauta o fortalecimento do cooperativismo.

Mais transporte público

O debate sobre transporte público faz lembrar compromisso antigo da Refesa não cumprido até hoje: o VLT circulando da estação central até Jaraguá.Trilhos estão há anos em Jaraguá, mas cadê o Veículo Leve sobre Trilhos cobrindo o itinerário?

Outros tempos

É comum na vida pública, no Brasil, governador e prefeito não ter hábito de cumprir compromissos assumidos. Pode até fazer parte da política, mas o “barnabé” começa a aprender, enfim, o caminho para cobrar os seus direitos trabalhistas.

Famílias cadastradas

O IBGE, no censo divulgado recentemente em Alagoas, identificou mais de 380 mil crianças de 0 a 6 anos e dentre elas 61% de famílias no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico). E do grupo 59% vivem com renda de até um salário mínimo e 52% são famílias que recebem o Bolsa Família.


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Ameaça de extinção

O

s maiores animais que ainda existem sobre a terra correm o risco de desaparecer. Pesquisadores de 43 países, inclusive do Brasil,publicaram um artigo onde explicam que o aumento da população humana, pecuária e mudanças no uso da terra têm causado conflitos, que geralmente resultam em impactos sobre os grandes animais selvagens. Ainda segundo o artigo, a criação de os bois, búfalos e cabras e a chacina de elefantes africanos, rinocerontes e tigres, são exemplos de atividades que afetam a população de grandes mamíferos. Os estudiosos explicam que para evitar a extinção da megafauna é necessário que países desenvolvidos se comprometam em apoiar inciativas de conservação onde ela ainda existe.

MEIO AMBIENTE

Anna Elís Laurindo meioambiente@novoextra.com.br

Rio São Francisco

O governo federal lançou no âmbito do Comitê Gestor do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, o Plano Novo Chico. A ideia é promover o uso sustentável de recursos naturais, melhorar as condições ambientais e a disponibilidade de água em quantidade e qualidade para os mais diversos usos, além de criar novas áreas de proteção e fortalecer as ações de fiscalização ambiental, de apoio à gestão de resíduos sólidos.

Conservação de espécies

O Arquipélago de Alcatrazes se tornou a mais nova unidade de conservação (UC) do Brasil. A criação de um Refúgio da Vida Silvestre (Revis) na região, situada no Litoral Norte de São Paulo, foi realizada por meio de um decreto publicado pelo governo. O arquipélago, que serve de baliza à navegação na costa brasileira desde o descobrimento do Brasil, está situado em alto mar. O local é área de ocorrência de espécies ameaçadas e endêmicas, como Elecatinus figaro (peixe), Scinax alcatraz (anfíbio) e Bothrops alcatraz (réptil), constantes do Livro Vermelho de Espécies Ameaçadas de Extinção do Ministério do Meio Ambiente, e invertebrados marinhos raros e em risco de desaparecer.

Ar altamente poluído

O ar na região metropolitana do Rio de Janeiro está duas a três vezes acima do limite anual da OMS para MP 10 (material particulado com diâmetro de 10 mícrons ou menos), conforme levantamento feito pela agência Reuters. Esse material é lançado diariamente para a atmosfera pela frota de 2,7 milhões de veículos motorizados que roda pelas ruas cariocas. De 2010 a 2014, a metrópole carioca apresentou média anual de 52 MP 10 por metro cúbico de ar, segundo dados do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (INEA). De acordo com a OMS, o MP afeta mais pessoas do que qualquer outro poluente atmosférico. Em 2012, a exposição ao MP 10 causou 3,7 milhões de mortes prematuras em todo o mundo, estima a Organização.

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Sem licença ambiental

A qualquer momento, na Câmara dos Deputados pode ser votado o PL 3729/2004, projeto de lei que buscar criar um novo “sistema” de licenciamento ambiental. Elaborado pelo deputado Mauro Pereira (PMDB/RS), relator da Comissão de Finanças e Tributação, o PL acaba, na prática, com o licenciamento ambiental brasileiro. A proposta dispensa do licenciamento ambiental as atividades agropecuárias e de florestas plantadas podendo afetar também áreas protegidas, patrimônios tombados, quilombos e terras indígenas, entre outros instrumentos da legislação ambiental brasileira.

Vitória dos Tapajós

No último dia 4, a presidente do Ibama, Suely de Araujo, arquivou o processo de licenciamento ambiental do maior novo projeto de hidrelétrica na Amazônia, a usina São Luiz do Tapajós, que seria construída no rio Tapajós, na região do município de Itaituba. A usina alagaria parte da terra indígena Sawré Muyby, da etnia Munduruku, e essa foi a principal razão do licenciamento ter sido negado, após a Fundação Nacional do Índio (Funai) apontar “a inviabilidade do projeto sob a ótica do componente indígena”. A Constituição brasileira veda a remoção permanente de índios de suas terras.

Produção de energia

Madeiras amazônicas podem ser alternativas para produção de energia. Uma pesquisa da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em parceria com a Embrapa Amazônia Oriental, identificou potencial energético de três espécies encontradas na Floresta Nacional do Tapajós, na região Oeste do Pará: o urucu-da-mata, breu e acariquarana. De acordo com a pesquisa, essas árvores possuem teor de lignina semelhante ao encontrado no eucalipto, que é hoje a principal espécie usada na produção energética no país.


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PORDENTRODO ESPORTE

Japão, a esperança

O skate tentou mas, mesmo já com registro olímpico, não teve liberada a sua participação na Olimpíada do Rio. Otimismo agora é para os Jogos de 2020 em Tóquio. Outras modalidades estão ainda sendo analisadas pelo Comitê Olímpico e chances são boas.

JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Outras novidades

BRASIL

Das modalidades esportivas analisadas para figurar nas próximas Olímpiadas estão o skate, o streetbow e o freestyle vertical, que a maioria dos alagoanos ainda ignora. Mas previsões é de que até 2020 apareçam outras.

goleia a

DINAMARCA

Mulheres nos Jogos

Pesquisa revela que a participação das mulheres nos Jogos do Rio ganhou mais espaço. A expectativa é superar a de Londres, realizada em 2012.

Adestramento

Na equipe de adestramento 40 dos 60 atletas são mulheres. Dados foram divulgados pela Federação Equestre Internacional (FEI) que assinala: “nesta modalidade homens e mulheres desfrutam das mesmas oportunidades, direitos e obrigações em todos os campos: saúde, educação, trabalho e tem poder de influência”.

Jogo centenário

Tênis é um dos esportes mais antigos em Olimpíadas. Primeira vez foi em 1898, mas é pouco praticado no Brasil se comparado ao futebol e outras modalidades. Os jogos do Rio são importantes para a modalidade avançar no País.

Série B

O CRB joga dia 20, na abertura do segundo turno da Série B, no Paraná e adversário é Londrina. Tem tempo para o técnico Oliveira Canindé fazer avaliações finais sobre a escalação do time mas para torcedores “time que está vencendo não se mexe”.

Classificação

Rodada de abertura da Série B e clubes que iniciam a jornada na linha de frente são: 1º Vasco da Gama, 39 pontos; 2º Ceará com 35; 3º CRB, 33; 4º Atlético-RS, 32; 5º Brasil, 30; 6º Náutico 28; 7º Londrina, 28; 8º Criciúma, 26; 9º Paraná, 26; e, 10º Vila Nova, 24 pontos.

Zona de baixo:

Classificação: 11º Oeste com 25 pontos; 12º Paysandu, 25; 13º, Bahia, 24; 14º Luverdense, 24; 15º Avaí, 23; 16º Bragantino, 20; 17ª Goiás, 18; 18º Tupi, 17; 19º Joinville, 17; e, 20º Sampaio Correia com 12 pontos.

Confiança

Em Arapiraca torcedores do ASA lembram que ontem é passado e o que vai valer domingo no jogo contra o Ríver, em Teresina (PI) está para acontecer. Estão confiantes no time alvinegro de haver “troco”. Já outro recado aos adversários é que futebol tem 90 minutos de bola rolando e placar é caixinha de surpresa. O alvinegro está no G-4 da sua série.

Lembranças

1

- Roberto Dias, hoje no Campinense, diz que tem boas recordações de Arapiraca. Lembra 2013, quando capitão do Campinense e levantou a taça de campeão da Copa do Nordeste ao vencer o ASA. E no final comentou como “boas lembranças que espero reviver domingo”. – O zagueiro do Campinense, contudo, pede aos companheiros para que “tenham todo cuidado”. Acha o ASA empolgado e que pelo jogo ser em casa são eles que têm a obrigação de vencer e conclui: “Com essas vitória podemos chegar ao G-4”.

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Série C

O ASA, após o empate com o Remo, rodada anterior, pega pela frente dois jogos difíceis fora de Arapiraca. Primeiro o Salgueiro, domingo, e o River depois. E a torcida começa a ficar temerosa do retorno à Série B em 2017 não se concretizar.

Obstáculo

Apreensão da torcida arapiraquense se justifica pelo time estar obrigado a vencer e depender também do placar dos adversários mais diretos.

Todos os santos e orixás da Bahia acudiram seus filhos valorosos. Eles estiveram presentes nas milhares de pessoas naquele estádio, passando boas energias aos 11 meninos no gramado; também se manifestaram nos passes precisos de Renato Augusto, na calma de Rodrigo Caio, nos cruzamentos de Zeca e Douglas Santos; acarinharam Neymar; corrigiram a mira de Gabriel Jesus e Gabriel. Em Salvador, a seleção olímpica goleou a Dinamarca por 4 a 0, classificando-se para as quartas de final dos Jogos do Rio de Janeiro. O Brasil enfrenta a Colômbia pelas quartas, sábado (13), às 22 horas, na Arena Corinthians.

Série D: 2ª fase

Série D do Brasileiro inicia domingo a segunda fase classificatória e os 16 clubes melhores na primeira fase estão agora divididos em grupos de dois para jogos de ida e volta. É fase que define os 4 finalistas para decidir o campeonato.

CSA

O CSA, primeira fase fez 11 pontos. Foram três vitórias, dois empates e uma derrota. Mas o Altos, adversário do domingo, faz a melhor campanha da Série D. Fez somatório de 16 pontos com cinco vitórias e um empate. É lembrança que tempera o clássico do domingo.

Los hermanos

O sonho argentino de conseguir o tricampeonato olímpico no futebol masculino não se concretizará no Rio de Janeiro. Os hermanos não conseguiram vencer Honduras, empatando em 1 a 1, no Mané Garrincha, em Brasília, e selaram sua eliminação ainda na fase de grupos. Lozano e Martínez marcaram, em uma partida que ainda teve dois pênaltis desperdiçados - um para cada lado. Com uma postura ofensiva em todo o jogo, a Argentina teve muitas chances para conseguir a vitória que precisava para avançar às quartas de final. Entretanto, a pontaria de Calleri e companhia falhou muitas vezes. O México também deu adeus a competição junto com Iraque, África do Sul, Fiji, Argélia, Japão e Suécia


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Inspeção precisa voltar

A

proximidade das eleições municipais em todo o País leva os candidatos a prefeito a apresentarem suas propostas para ao menos mitigar, entre outros problemas graves, o de poluição atmosférica nos grandes centros urbanos. São Paulo, cidade mais populosa e com maior frota de veículos (cerca de 5,5 milhões, incluídas as motocicletas), conseguiu implantar entre 2008 e 2013 uma polêmica inspeção ambiental veicular (IAV). Houve mais erros do que acertos, porém nada justifica a falta de ação ao longo de quatro anos, além de simples encerramento do programa. Recentemente, a capital paulista sediou o 13º Encontro de Alto Nível sobre Contaminação Atmosférica e os Desafios das Megacidades, organizado pela Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (Aiesa). Ao contrário da Cidade do México e de Santiago do Chile, a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e seus 39 municípios não dispõem de ações

diretas de controle de emissões de oxidantes fotoquímicos (geradores de ozônio ao nível do solo) e de material particulado fino (MP2,5). Entre as recomendações apresentadas estão o avanço da legislação de emissões em veículos novos e o combate a fraudes de motoristas de caminhões e transportadoras que anulam o sistema de reagente à base de ureia em motores a diesel modernos. Na RMSP o tráfego de veículos pesados é o mais volumoso do País e o problema tende a se agravar pois também a fiscalização em campo deve ser permanente. Em um cenário ideal, a sugestão da Aiesa é um programa de renovação de frota e inibir a circulação de veículos de alto potencial poluidor. A Cidade do México já estabeleceu restrições a automóveis, ônibus e caminhões de tecnologia antiga, apesar de inspeções ambientais sérias, obrigatórias e regulares existentes há décadas. Hoje apenas o estado do Rio de Janeiro continua a fazer vistoria, algo bem su-

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br perficial, mal controlado e a preço fora de propósito. No fundo frustra quem é obrigado a pagar e desconfia de que o problema não está sendo resolvido. Na capital de São Paulo se tentou fazer algo um pouco mais rigoroso. Começou de forma errada ao atingir carros novos com menos de três anos de uso. Sem incluir os outros municípios da RMSP, dependentes de um acordo político passando pelo governo estadual, a eficácia da IAV fica comprometida. Por isso quem estiver à frente da prefeitura paulistana em 2017 terá de tentar logo uma solução para toda a região. Há debates sobre IAV paga ou gratuita. Com pagamento se conseguiria algo mais sério do ponto de vista

técnico, porém o eventual reembolso teria de vir diretamente dos 50% que cabem aos municípios no IPVA, pois se trata de imposto apenas sobre proprietários de veículos. Sem esta decisão transparente fica difícil defender a gratuidade. Com exceção de motores a diesel que exigem inspeção anual, os demais veículos leves poderiam ser checados depois de três anos de uso, entre quatro e dez anos verificados bienalmente e acima disso, anualmente, como ocorre em outros países. E o correto seria utilizar rolos dinamométricos sob as rodas motrizes que simulem condições reais de uso, uma técnica consagrada no mundo.

RODA VIVA n TUDO indica que o mercado interno chegou ao fundo do poço, ou seja, não vai piorar mais. Nos sete primeiros meses deste ano o recuo chegou a quase 25% em relação a igual período de 2015. Até o final de 2016, Anfavea confia que os números negativos limitem-se a 19% e reação mesmo, só em 2017. Estoques totais baixaram de 39 para 37 dias em julho. n COMO já se esperava, Onix e Prisma Joy mantiveram as mesmas linhas e ganharam alterações mecânicas já presentes na reformulação dos dois modelos recém-lançados. Passaram a ser versões de entrada, ganharam

alguns equipamentos e o preço subiu para R$ 38.990 e 42.990, respectivamente. O primeiro deve representar 20% e o segundo 30% das vendas destes compactos.

poder aquisitivo e a Toyota acredita que a versão de topo, Platinum, encontrará interessados. Fez retoques na parte frontal, incluiu novas rodas e cobra R$ 62.490 (hatch) e R$ 65.990 (sedã).

n ETIOS pegou embalo graças ao novo painel, motores mais potentes e econômicos e opção, pela primeira vez, de câmbio automático. Quem compra atualmente modelos novos manteve o

n NISSAN faz uma aposta diferente para carros elétricos com pilha a combustível. Utiliza etanol e um reformador a bordo para gerar hidrogênio e em seguida eletricidade. Dessa forma fica longe

de tomadas e baterias de baixa autonomia. Protótipo mostrado no Rio de Janeiro tem alcance de 600 quilômetros e baixíssimo custo/km. Ainda não há previsão de mercado. n BUSCA incessante por economia de combustível levou a GM a admitir, em um seminário técnico nos EUA, que pode desenvolver uma caixa automática, do tipo CVT, para modelos pequenos. Embora nem todos gostem de certa dormência ao não sentir as passagens de marchas, parece que o pragmatismo e as leis de eficiência energética acabaram por prevalecer.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 12 A 18 DE AGOSTO DE 2016

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS

ARTIGO

jalm22@ig.com.br

Aos pais medalhas de ouro!!!

M

eu querido pai! Escolheram o segundo domingo de agosto para a comemoração do Dia dos Pais, porém eu não preciso de dias especiais para homenagear-lhe, pois as minhas homenagens eu as faço em todos os anos, todas as semanas e em to-

Domingo próximo, eu vou rezar por esses pais, cujos filhos estão perdidos nas drogas, pelos pais famintos e por todos os demais pais que choram em silêncio. dos os dias. Como o senhor sabe, papai, eu sempre vou ao cemitério levar-lhe flores, acender velas, rezar pela sua alma e dizer-lhe o quanto eu o amo. Já não faço pe-

didos ao senhor, como fazia antes, porque eu hoje só tenho agradecimentos. Agradecimentos pela bacia que o senhor comprou para que mamãe me desse banhos; agradecer-lhe pelo leite comprado para as gostosas mamadeiras; pelas chupetas que me faziam dormir; pelos sapatinhos de lã, pelos maracás e pelos enfeites pendurados no meu berço. Obrigado, papai; pela farda escolar; pela cartilha do ABC; pela tabuada e pelos cadernos que muito ajudaram-me na minha educação. Nestes Dia dos Pais, eu aproveito para agradecer-lhe pelos brinquedos, os livros escolares, os ingressos para o cinema e para o futebol. Obrigado, papai, pelos presentes nos meus aniversários e nos dias de Natal. Obrigado pela

noite festiva na qual mamãe colocou no meu dedo um anel de safira de engenheiro e um bonito diploma. Nesse dia, papai, eu me senti como se estivesse andando sobre as nuvens, vendo o senhor e mamãe num camarote do Teatro Deodoro, onde as lágrimas refletiam os lustres que iluminavam aquela noite de sorrisos. Obrigado papai, pelos conselhos, pelos cuidados para que eu não levasse quedas e não tropeçasse ou errasse nos caminhos. Obrigado por ter me protegido nas travessias de ruas, de lamaçais e de riachos. Obrigado papai pelos pirulitos, confeitos e pelas cocadas. Eu lembro-me, papai, quando o senhor tirava alguns trocados do bolso para ajudar outros pais que

não tinham alimentos para os filhos. Para outros pais que estavam em prisões imundas, desempregados, em asilos, em hospitais e que choram porque não podiam dar presentinhos aos seus filhos. É papai...domingo próximo, eu vou rezar por esses pais, cujos filhos estão perdidos nas drogas, pelos pais famintos e por todos os demais pais que choram em silêncio. Aproveitarei esse Dia dos Pais para fazer as minhas orações junto ao seu túmulo, pedindo a Deus, pelo senhor e por todos os demais pais, ricos, pobres, pretos e brancos, principalmente pelos que não tiveram um pedaço de pão ou um presentinho e para darem aos seus filhos, nesse dia. Parabéns, verdadeiros heróis do dia a dia!!!


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ABCDO INTERIOR

robertobaiabarros@hotmail.com

Asfalto

Boa pedida

Atendendo uma antiga reivindicação dos moradores dos municípios de Arapiraca, São Sebastião e Coruripe, o deputado estadual Tarcizo Freire, do PP, apresentou na Casa de Tavares Bastos, no primeiro semestre de 2015, a indicação de Nº 22/2015, que pede a pavimentação da rodovia que liga Pindorama, no município de Coruripe, ao povoado Bolivar, na AL-110, o que vai encurtar a distâncias entre os municípios. Além de incentivar o fluxo turístico no litoral sul, muito frequentado pelos alagoanos que residem em cidades do Agreste, garante uma via de acesso rápido e seguro para os condutores que pegam a estrada para curtir as praias daquela região.

Perigo em Delmiro

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A Capitania dos Portos, com sede em Penedo, deve fiscalizar o uso de Jet-ski nos finais de semana nas margens do Rio São Francisco, em Delmiro Gouveia. A prática do esporte está pondo em risco as pessoas principalmente crianças.No último final de semana uma adolescente de 17 anos deu entrada no Hospital Regional Antenor Serpa, vítima de um atropelamento náutico.

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O fato aconteceu na zona rural de Delmiro Gouveia, no Povoado Cruz. A menina foi atingida por um Jet-ski. De acordo com testemunhas, a jovem estava na companhia de vários amigos. Eles se divertiam quando o condutor da moto aquática perdeu o controle e acabou atropelando a banhista. Ela sofreu um grave ferimento na cabeça e foi socorrida às pressas para o hospital da cidade.

Ampliação

O vereador Ronald Vital Rios (PDT) foi o único a ocupar a tribuna da Câmara Municipal de Arapiraca, na sessão ordinária dessa terça-feira (09). O vereador agradeceu a Eletrobras pelas ações desenvolvidas de ampliação da rede elétrica da Vila de São José e Barreiras, na zona rural de Arapiraca. O vereador destacou que o trabalho realizado amplia a rede de distribuição inclusive com a ampliação da rede de alta tensão que vai melhorar a qualidade da energia fornecida as duas comunidades.

Vazamentos

O desperdício de água tratada em Arapiraca, com os constantes vazamentos, continuam desafiando a Companhia de Água e Saneamento de Alagoas (Casal). As reclamações da população são constantes, através das emissoras de rádio e redes sociais. A Casal justifica que terceirizou os serviços de reparos e que o pessoal é insuficiente para a grande demanda. O problema maior está na velha tubulação ultrapassada que não suporta a pressão da água. Enquanto isso, a população sofre com a péssima prestação de serviço da empresa e a falta de água.

As principais ruas do bairro Primavera estão recebendo uma camada de asfalto sobre o calçamento a paralelepípedo. As obras estão sendo executadas pela secretaria municipal de Obras e Infraestrutura e beneficia várias artérias, incluindo a Rua Paulo Afonso, principal acesso que liga o centro da cidade ao bairro que é um dos mais populosos de Arapiraca.

Oposição em Palmeira

Dos cinco candidatos a prefeito de Palmeira dos Índios, que tiveram seus nomes aprovados em convenção dos partidos, quatro fazem parte da oposição ao prefeito James Ribeiro (PMDB). A candidata situacionista é a médica Verônica Medeiros (PMDB). Entre os oposicionistas está o vereador Júlio Cezar (PSB) que é dissidente do grupo de James Ribeiro. Ele foi líder do prefeito na Câmara municipal e sua esposa foi, por três anos, secretária municipal de saúde na terra Xucuru.

Leilão dos terrenos

A 4ª Promotoria de Justiça de Arapiraca, que cuida da área da Probidade Administrativa, promoveu uma reunião, na manhã de quarta-feira (10), com representantes do Poder Executivo, da Câmara Municipal e de partidos políticos.

Representação

A intenção foi discutir e coletar informações sobre a lei que prevê a venda de terrenos de propriedade da Prefeitura daquela cidade. Na ocasião, o presidente do diretório municipal do PSDB, Rogério Teófilo, entregou ao Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/ AL) uma representação que aponta supostas irregularidades na referida lei. O documento será analisado.

Napoleão Amaral

A reunião foi conduzida pelo promotor de Justiça Napoleão Amaral Franco, titular da 4ª Promotoria de Justiça de Arapiraca. Segundo ele, a lei, aprovada recentemente pela Câmara Municipal prevê um leilão para venda de 17 terrenos e o dinheiro advindo dessa transação vai ser utilizado para despesas de capital, ou seja, deverá ser empregado em bens e serviços que possam ser agregados ao patrimônio público.

PELO INTERIOR ... Quatro homens armados foram presos na tarde de quarta-feira, 10, durante uma operação de rotina da Agência Reguladora de Serviços Públicos (Arsal), em conjunto com o Tático do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), na AL 110, zona rural de Arapiraca. ... O grupo estava em um veículo Siena que foi apreendido realizando transporte clandestino de passageiros. Com os quatro passageiros, os policiais apreenderam duas armas calibre 38 e uma quantidade não especificada de maconha. ... Marcílio Melo, fiscal da Agência Reguladora, contou que a quadrilha foi presa e o condutor do veículo levado, na condição de testemunha, para a Delegacia Regional de Arapiraca. ... Os homens confessaram que as armas e a droga pertenciam ao grupo, que seguia de Maceió com destino a Arapiraca, onde praticaria assaltos. Um dos cinco presos é acusado de homicídio e outro responde por porte ilegal de arma de fogo. Todos foram conduzidos para a Delegacia de Arapiraca. ... Mais de 750 embalagens vazias de agrotóxicos foram recolhidas nos perímetros irrigados do Boacica, em Igreja Nova (AL), e do Itiúba, em Porto Real do Colégio (AL), durante dois dias da campanha

Campo Limpo, realizada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em parceria com a Associação dos Distribuidores e Revendedores de Agrotóxicos de Alagoas (Adraal), a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) e o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL). ... Durante todo ano, a Codevasf e seus parceiros realizam duas etapas da campanha: um no meio do ano e outra no final do ano. ... “A campanha teve resultados muito bons. No perímetro irrigado do Itiúba, mantivemos a mesma quantidade de embalagens de agrotóxico recolhidas na campanha passada. Já no Boacica, conseguimos quadruplicar a quantidade de embalagens recolhidas. Isso mostra que o agricultor irrigante está se conscientizando sobre a necessidade de manter o campo limpo, ou seja, de devolver as embalagens de agrotóxicos, evitando, assim, a contaminação das águas e dos seres vivos, em especial do ser humano”, destacou o engenheiro agrônomo Pedro Melo, chefe da Unidade Regional de Meio Ambiente da Codevasf em Alagoas. ... Segundo o engenheiro agrônomo Pedro Melo, chefe da Unidade Regional de Meio Ambiente da Codevasf, para a

campanha Campo Limpo, foi realizada uma série de atividades de mobilização e divulgação, como a participação em reuniões do Conselho de Administração dos perímetros irrigados, a transmissão de mensagens por carro de som e o contato direto com os irrigantes do Itiúba e do Boacica. ... No local de recolhimento das embalagens em cada um dos perímetros irrigados, o agricultor irrigante que comparecia para entrega recebia, também, orientações sobre o uso correto de equipamentos de proteção individual e também a forma adequada de armazenar as embalagens vazias de agrotóxicos. ... O gerente administrativo da Adraal, Licínio Loureiro, também avalia como um sucesso o resultado da última edição da campanha Campo Limpo nos perímetros irrigados da Codevasf em Alagoas. ... “Nesse ano, o resultado da campanha foi melhor do que no ano passado. Foram 190 kg de embalagens. Precisamos reforçar a consciência do agricultor para que ele devolva essa embalagem. Para isso, contamos com parceiros como a Codevasf e o IMA para que isso se torne um hábito comum para eles”, reforçou. ... Ótimo final de semana para todos. Até a próxima edição!


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Árvore nativa da Mata Atlântica brasileira, a pimenta rosa recebeu tratamento diferenciado após intervenção de ONG comandada por José Roberto Fonseca

Projeto Aroeira muda vida de trabalhadores em Piaçabuçu

ECOENGENHO

PIMENTA ROSA É UTILIZADA COMO TEMPERO E ATÉ EM CREME PARA O CORPO

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

C

erca de 100 profissionais da pesca, trabalhadores rurais ou beneficiários de Programas Sociais do governo federal do município de Piaçabuçu, a 140 km de Maceió, viram suas vidas mudarem para melhor- após implantação do Projeto Aroeira, do Instituto Ecoengenho, ONG comandada pelo engenheiro de pesca José Roberto Fonseca. Os agora extrativistas trabalham com o fruto da aroeira, também conhecida como pimenta rosa. O produto que era vendido a atravessadores por R$ 1,50 o quilo, após tratamento, passou a valer R$160, a preço de produtor. Para o consumidor pode chegar até R$ 1.500. Com potencial para até 20 toneladas por safra, a cooperativa chega a colher duas toneladas e a tendência é aumentar. Após a colheita da especiaria, que é feita na mata do município sem nenhum custo para os trabalhadores, a pimenta é le-

vada a um galpão onde acontece a lavagem e seleção do fruto, que é feita manualmente para garantir uma excelência na qualidade do produto. Já para a secagem são utilizados equipamentos movidos a energia solar. Vale ressaltar que a safra acontece entre os meses de maio e setembro e o produto além de tempero pode ser utilizado para outras finalidades como creme para o corpo. Árvore nativa da Mata Atlântica brasileira, seus frutos são perfumados e saborosos. A Aroeira, aroeirinha da praia, fruto do sabiá ou Schinus terebinthifolius ainda não é tão apreciada pelas bandas de cá, mas pelo Brasil afora e até em outros países a especiaria é carro chefe nos mais renomados restaurantes, confeitarias e indústrias de alimentos. Não é a toa que foram os colonizadores europeus que perceberam que as frutinhas podiam ser usadas como tempero. E foi pensando neste nicho que José Roberto Fonseca aportou em Terras do Velho Chico.

Especialista em transformar a vida das pessoas, ele levou um ano de discussão para que o projeto em Piaçabuçu acontecesse. Porém, garante que não há como escrever a metodologia, pois não existe receita de bolo. O projeto Aroeira, que tem como meta a inclusão sócio produtiva de famílias que vivem abaixo da linha de pobreza na região da Foz do São Francisco, incorpora o conceito de sustentabilidade, desde a colheita até a comercialização. Inclusive, em seu processo produtivo utiliza energias renováveis. Devido ao seu valor agregado, a pimenta rosa será destinada a nichos especiais de mercado, na vertente do comércio justo e solidário. Assim, os parceiros comerciais podem citar o produto como de responsabilidade social. O produto está acondicionado em elegantes embalagens de 30g. Uma verdadeira obra de arte. Segundo o presidente do Instituto Ecoengenho, José Roberto Fonseca, o projeto que agrega valor, tanto financeiro como o socioambiental pretende

verticalizar a cadeia produtiva da pimenta rosa e de outros produtos agroflorestais de alto valor agregado. DESDE 2010 A Associação Aroeira foi criada para ajudar os coletores de pimenta a organizar e beneficiar a produção, gerando mais renda. Aprovado no edital de 2010 do programa Petrobras Desenvolvimento & Cidadania,

desenvolve um modelo sustentável para a cadeia extrativista da pimenta rosa no Baixo São Francisco, criando incremento de renda para as populações ribeirinhas da região. Mas o Instituto Ecoengenho, criado em 2001, é referência mundial sobre o uso de energias limpas, eficiência energética e gestão sustentável de negócios sociais produtivos, voltados para a erradicação da pobreza, inclusive com projetos na África e Haiti. Um dos casos de sucesso mais conhecidos do instituto é o projeto H2Sol, responsável pela produção da Pimenta da Tapera, que, através de sistemas hidropônicos com energia solar fotovoltaicos, mudou a realidade de vida de várias famílias da comunidade carente de Sítio Baixas, localizado em São José da Tapera, Sertão de Alagoas. De acordo com Fonseca, o projeto anda com suas próprias pernas e continua mudando a vida daquela comunidade.


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