Edicao896

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MAU EXEMPLO

Prefeito eleito de Santa Luzia do Norte é condenado da Justiça por assalto à mão armada quando era vereador

ANIVERSÁRIO

extra P/ 14

Jornal EXTRA completa 18 anos de luta contra a corrupção e a bandalheira no serviço público P/ 5

www.novoextra.com.br

MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVII - Nº 896 - 04 A 10 DE NOVEMBRO DE 2016

R 3,00

TATURANAS GANHAM MAIS TEMPO NA IMPUNIDADE TJ interrompe, de novo, julgamento de recursos P/ 6 e 7

Marcelo Lima. de Quebrangulo

Zezeco, da Barra de São MIguel

Joaquim Beltrão, de Coruripe

Dr. Flávio, de Pão de Açúcar

Alagoas elege prefeitos milionários P/ 8 e 9

CURRAL ELEITORAL MÁFIA DO CARIMBO Família Beltrão elege 5 prefeitos e Cartório de Imóveis de Maceió consolida poder no Sul de Alagoas P/ 10 e 11 aumenta taxas em 586% em 10 anos

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MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE NOVEMBRO DE 2016

Triste fim de um banco

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

O

governo de Alagoas está concluindo a venda do espólio do Produban, o finado banco oficial do Estado, vitimado por calotes milionários de usineiros desonestos e empresários incompetentes de outros setores da economia. A venda dos restos do “de cujus” também enterra a possibilidade de mandar para a cadeia alguns espertos que enriqueceram ilicitamente na gestão da massa falida, com alienação de imóveis e venda de outros ativos da instituição. No primeiro caso, a dilapidação correu durante o governo clientelista de Divaldo Suruagy, enquanto o botim se deu no governo socialista de Ronaldo Lessa. Coube agora ao governo otimista de Renan Filho a missão de sepultar os restos mortais do que sobrou do banco dos alagoanos.

O vai-e-vem do Ciço

Mal se encerrou o processo eleitoral de 2016 e o candidato derrotado Cícero Almeida já anunciou que disputará uma vaga de deputado estadual na eleição de 2018. Eleito deputado federal em 2014, Almeida abandonaria a Câmara na metade do mandato, caso obtivesse êxito na disputa pela Prefeitura de Maceió.

(Millôr Fernandes)

Prefeito rico

Castigo do inferno

Povo pobre

Máfia do Lixo

Dia de Finados

Condenado

Durante seu meio-mandato de deputado estadual, Almeida se aliou ao que existia de pior na Assembleia Legislativa para montar um esquema mafioso que desviou R$ 300 milhões do erário. Pelo crime, deve ser condenado em segunda instância junto com outros colegas “taturanas”.

Barrado nas urnas

Ciço também teve desempenho pífio como vereador de Maceió, quando trocou a Câmara pela Assembleia no meio do mandato. Agora, barrado pelo povo de Maceió na pretensão de suceder Rui Palmeira, Almeida anuncia sua volta à Assembleia estadual. De novo, faltou combinar com os eleitores.

Quem fala que advocacia não dá dinheiro certamente não conhece o advogado Flávio Almeida da Silva Júnior, conhecido como Dr. Flávio, novo prefeito de Pão de Açúcar. É o quarto prefeito eleito mais rico de Alagoas, com patrimônio de R$ 3,7 milhões. E ainda faltou declarar a vinícola que tem em Portugal.

Quando formalizou sua candidatura a prefeito Cícero Almeida informou ter falado com Deus, de quem teria recebido a missão de voltar a comandar os destinos de Maceió. Derrotado nas urnas, não falou mais nisso. Conclusão: ou mentiu aos eleitores, ou foi reprovado pelo divino por mau comportamento.

Nesses dois anos no cargo de deputado federal, não se conhece um só projeto de lei de autoria de Cícero Almeida que justifique o mandato popular. Talvez isso justifique a pressa do parlamentar em abandonar Brasília, onde foi preterido até pelo “baixo clero”. Performance idêntica Almeida obteve nos dois anos como deputado estadual, quando abandonou o mandato para ser prefeito de Maceió. Passou oito anos na Prefeitura e de lá saiu acusado de comandar a chamada “Máfia do Lixo”, que desviou mais de R$ 200 milhões dos cofres públicos.

DA REDAÇÃO

Deus tá vendo!

Ao mentir em campanha, Ciço esqueceu o risco de purgar seus pecados no Inferno de Dante, ou mais precisamente no nono ciclo, reservado aos infiéis, traidores e mentirosos. Agora na condição de condenado por corrupção, Cícero também enfrentará outros ciclos do inferno dantesco onde espiará seus pecados terrenos.

Baixo clero

COLUNA SURURU

Muitos brasileiros, com o feriado, podem ter perdido as últimas informações sobre Jonas Suassuna, o operador de Lula, Lulinha e Luleco. Mas o Antagonista descobriu que Jonas Suassuna bancou despesas de aluguel e condomínio das salas ocupadas pelas empresas de Lulinha e Luleco. A turma do Diogo Mainard descobriu igualmente que a Lava Jato investiga centenas de repasses feitos pelas empresas de Jonas Suassuna à pessoa física de Jorge José da Silva, que seria uma espécie de office-boy de luxo do empresário. Está chegando a vez de Lula. Está chegando a vez também de Lulinha, de Luleco e de sua rede de laranjas.

Volta, FHC!

Xico Graziano, assessor de Fernando Henrique Cardoso, já está em campanha. Ele publicou na Folha de S. Paulo: “Qual liderança poderá recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento? Como fazer a reforma política tão desejada? Quem conseguirá estabelecer conexão com a sociedade organizada nas redes? É o que todos querem saber. Creio que somente o ex-presidente FHC se legitima, pela vasta experiência, sensatez e sabedoria, para nos conduzir nessa difícil travessia”. (Diogo Mainard)

Faltam 6 dias para o fim do mundo

Matheus Leitão, do G1, ouviu a mesma coisa que O Antagonista: “O acordo de delação premiada da Odebrecht deve ser assinado até o final da semana que vem”. Neste momento, os advogados da empreiteira estão transformando os anexos em depoimentos escritos. Em seguida, eles serão analisados pelos procuradores da Lava Jato e assinados. (O Antagonista)

O agrônomo Marcelo Lima, de Quebrangulo, é o primeiro da lista dos prefeitos mais ricos de Alagoas, com patrimônio declarado de R$ 14,4 milhões. Em uma cidade de extrema pobreza, e devastada pela última enchente do Paraíba, bem que o prefeito poderia ser mais generoso com seus conterrâneos. Marcelo já governou Quebrangulo por duas vezes; foi vice e agora volta a comandar o município pela 4ª vez.

Lula lá

Os rumores sobre uma possível fuga do ex-presidente Lula para o Uruguai ganharam novos contornos nos últimos dias. Além da ida de seu filho caçula para o país vizinho, através de uma controversa contratação de um time local, surgiram novas suspeitas de que um imóvel de luxo na badalada Punta Del Este pertença ao ex-presidente. O imóvel está cravado em um terreno de 7,5 mil m2 na Calle Timbó, conhecida por Villa Regina, com valor estimado em US$ 2 milhões, segundo corretores locais. (Imprensa Viva)

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE NOVEMBRO DE 2016

JORGE OLIVEIRA

Viva o povo brasileiro! Cascais, Portugal – A esquerda brasileira precisa repensar o seu papel na política se quiser continuar dando as cartas. As eleições municipais deste ano mostraram que o PT que, na década de 1980, se apresentou ao país com uma roupagem de vanguarda e defensor intransigente da ética na política, foi para o ralo da história. A população disse não à corrupção e condenou o partido e seus militantes ao ostracismo nessas eleições municipais. A direita – ou melhor, o centro – abocanhou as duas principais prefeituras do país: São Paulo e Rio de Janeiro, um sintoma de que o eleitor desaprovou os governos petistas e suas alianças à direita. Por essa amostragem eleitoral nas duas capitais mais importantes do país pressupõe-se que a campanha presidencial de 2018 caminha seguramente para uma vitória de um candidato conservador. Os políticos não podem se queixar do eleitor brasileiro e nem dizer que ele não sabe votar, como disse Pelé em um de seus surtos antropológicos. Quando Sarney enterrou a economia como primeiro presidente civil da República, o eleitor respondeu elegendo Collor que parecia um caçador de marajás de verdade. Dois anos depois a desilusão veio com o impeachment dele e as acusações de corrupção no seu governo. O povo foi às ruas e o mandou para casa. Surgiu então Itamar Franco que deu a partida para a estabilidade econômica tendo à frente da economia o ex-senador Fernando Henrique Cardoso. O Brasil caminhou para a prosperidade e para a estabilidade econômica com a nova moeda. FHC ficou no governo durante dois mandatos sem grandes atropelos. Durante esse período do troca troca de presidente depois da ditadura, o PT foi o partido que mais se destacou na oposição. Fez oposição cerrada a todos os presidentes. Para mostrar que pensava diferente dos demais políticos votou contra o novo modelo da Constituição. E mais: Lula, o líder da oposição, como deputado federal, abriu o verbo contra seus parceiros deputados, chamando-os de picaretas para o delírio dos brasileiros. Mas a boca dura não o levava a lugar nenhum. Algo faltava para que Lula emplacasse a sua candidatura a presidente da República, depois de três tentativas frustradas. E esse algo mais apareceu: a direita vestida de vice. José Alencar, o empresário da indústria têxtil de Minas Gerais, apareceu pelas mãos de Zé Dirceu para tirar o ranço incendiário do Lula e acenar com o apoio dos empresários e banqueiros que desconfiavam de um governo de Lula. Assim, a esquerda pragmaticamente chegava à presidência sem assustar a elite que Lula tanto combatia. Zé Dirceu, com isso, vestia uma roupa nova no seu líder que logo se deslumbrou com o poder e juntou-se aos empresários e banqueiros para governar com estabilidade política e econômica. O apoio do parlamento veio em seguida com os acordos petistas com os políticos até então contaminados pela incompetência e rotulados de direita pela cúpula do PT. Não demorou muito, Lula logo se uniu a José Sarney, Collor, Maluf e outros próceres da política brasileira. E quando a corrupção invadiu o Palácio do Planalto foi desse pessoal que ele se socorreu no Congresso Nacional para que o mensalão não desabasse sobre a sua cabeça.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Lavada

O eleitor de Maceió também entendeu que Ciço não tem capacidade para administrar a cidade com honestidade e seriedade. Se lá chegou em outros tempos, deve-se principalmente à fraqueza dos seus concorrentes e o desgaste de seus antecessores que deixaram a cidade no caos administrativo.

Apoio Desconfiança

O eleitor, mas uma vez, reconduziu Lula à presidência da República, mas com certa desconfiança. Ao contrário de FHC, Lula só ganhou a reeleição no segundo turno disputando com Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, mas um político desconhecido, sem muito carisma. Aos trancos e barrancos, Lula terminou o mandato e elegeu seu sucessor. Conduziu ao altar a burocrata Dilma, que nunca se submetera a uma eleição. Nem de síndico. Mais uma vez, o eleitor fez a vontade de Lula, mas com ressalta: levou a Dilma para o segundo turno. Aguentou um mandato dela ainda respaldado pela estabilidade econômica desde a época do FHC. Mas a Dilma, coitada, entrou em parafuso. Era muito areia para o caminhão dela. Jogou fora a história, a firmeza nos princípios ideológicos e, a exemplo do Lula, foi buscar na direita o apoio para governar orientada por seu guru. Estaria até hoje no poder, se o eleitor não tivesse dissolvido essa aliança espúria indo às ruas para pedir o fim da corrupção e do seu governo que se agarrou aos conservadores de direita para insistir em ficar no poder.

Falácia

Como você pode ver, eleitor, essa coisa de esquerda no Brasil é uma falácia. Para governar, eles sempre se aliaram com a direita. Por isso, a maioria dos brasileiros, desprovida de ideologia, é o sabichão de toda essa história. Quando a coisa aperta no bolso eles vão às ruas e muda tudo. Foi assim com a ditadura militar, com o movimento das Diretas Já e, agora, com o PT. E assim sempre será, como dizia João Ubaldo: viva o povo brasileiro!

O Ciço

Veja o exemplo de Maceió. Ciço Almeida achava-se imbatível, campeão de votos. Vendeu ao PMDB os votos que não tinha e, por isso, foi apoiado pelos caciques do partido que não atentaram para a última eleição do ex-prefeito quando ele se elegeu deputado federal na lanterninha, no apagar das luzes.

Honestidade

Ciço achava que o povo já tinha esquecido do desastre que foi a sua administração, os escândalos da Máfia do Lixo, o favorecimento à especulação imobiliária, a falta de lealdade com seus auxiliares e o sucateamento nas áreas da saúde e educação. Achava que os mais carentes, os oprimidos, iriam correndo às urnas para reconduzí-lo à prefeitura. Caiu do cavalo. O maceioense entendeu que a praga da corrupção é responsável pela falta de comida na sua mesa, pela educação e saúde de má qualidade e pela falta de transporte público de qualidade e pela ausência de saneamento básico.

Rui deu uma demonstração inequívoca de como a honestidade pode vencer a desonestidade e a corrupção com a ajuda do povo ao vencer de lavada a reeleição para prefeito de Maceió. Respondeu a todos os ataques de Ciço com serenidade e segurança. Não deixou nada sem resposta. E diante de um programa eleitoral medíocre do seu adversário, deu a volta por cima e sagrou-se campeão de votos.

Choro

Ciço certamente vai chorar, como faz quando perde o controle emocional. Com esse fracasso nas urnas terá dificuldades para se recuperar e tentar se reeleger deputado federal, como ocorreu na última eleição quando chegou na lanterninha. Refeito da derrota, vai enfrentar os tribunais onde responde por vários processos de corrupção que vão desde a máfia do lixo à condenação dos taturanas.

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GABRIEL MOUSINHO

O calvário de Renan Mesmo que tenha se manifestado publicamente afirmando que investigações a seu respeito na Lava Jato sejam criações fantasiosas e que a Justiça haverá de reconhecer, o senador Renan Calheiros sabe que aos poucos sua vez está chegando. Depois de Eduardo Cunha, Antônio Pallocci, Marcelo Odebrecht e outros que estão com a cabeça a prêmio, Renan sabe que falta pouco para chegar até ele. E talvez esta reação contra o Executivo e o Judiciário nos últimos dias, que por pouco não gerou uma crise institucional grave, faça parte de uma estratégia de defesa do presidente do Congresso Nacional. Sem demonstrar para a população que está em pânico, principalmente agora que peitou a Justiça brasileira, Renan tem a consciência, mais do que ninguém, que ficará mais vulnerável quando deixar a presidência do Senado e prepara com urgência uma blindagem para não cair nas garras da Justiça. Com onze investigações em curso no Supremo Tribunal Federal, Renan Calheiros poderá escapar de muitos processos, mas talvez não de todas as acusações, avaliam especialistas políticos. Basta, portanto, apenas uma para lhe trazer sérios aborrecimentos.

gabrielmousinho@bol.com.br

Decepção

O governador Renan Filho não esconde sua decepção de ter perdido a eleição em Maceió, onde ele investiu muito nos últimos meses. Seus amigos confidenciam que a campanha de Cícero Almeida foi mal planejada, mal executada e grande parte dos aliados não se esforçou como devia.

Sinal de alerta

Essas derrotas estão deixando Renan pai e Renan Filho preocupados com as eleições de 2018, quando os dois voltarão às urnas para renovarem os mandatos de senador e governador. O quadro político está pra lá de ruim para os caciques do PMDB.

O grande derrotado Decisão corajosa

Independentemente dos últimos acontecimentos em Brasília, a decisão do senador Renan Calheiros de apresentar emenda à Constituição que põe fim à aposentadoria compulsória para juízes e promotores que cometerem crimes e forem condenados judicialmente, foi corajosa. Afinal de contas este assunto estava engasgado na garganta de todos os brasileiros. Cometer crimes e receber uma “aposentadoria-prêmio” é uma afronta ao povo.

Retiro forçado

Depois da fragorosa derrota na capital e no interior, o governador Renan Filho passou uma semana de repouso para resolver dois problemas: o primeiro é definir mudanças no seu secretariado que não correspondeu na campanha do Ciço e, o segundo, avaliar o panorama político no estado que não lhe trouxe boas notícias este ano.

Em plena campanha

Entusiasmado com os resultados das eleições no estado, principalmente em Maceió, o senador Benedito de Lira afunda o pé no acelerador. Como sempre faz de janeiro a janeiro, visita município por município e amplia suas bases eleitorais. “Uma vaga é minha”, diz Biu sobre as eleições para o Senado em 2018.

Não existe

A especulação de que Benedito de Lira poderia topar uma candidatura a vice-governador nas futuras eleições está fora dos planos do senador. Com um preparo físico de fazer inveja a muitos jovens, Biu desafia quem dê assistência nas bases eleitorais mais do que ele.

O senador Renan Calheiros vai ter que refazer todo o projeto político do PMDB, depois da grande derrota do seu candidato Cícero Almeida, em Maceió. O partido chega em 2018 preocupado com as eleições majoritárias.

O negócio tá feio

Afastado do deputado Ronaldo Lessa há algum tempo como se ele não fosse mais útil numa aliança política, o governador está repensando seriamente esta decisão. Pelos comentários “o Zé Renan”, disse um interlocutor, está mudando de ideia para que ele volte a comandar uma secretaria pelo PDT. Resta saber se ele aceita.

O voto é secreto

Muitos dos secretários de Renan Filho, por baixo dos panos, votaram em Rui Palmeira para prefeito. Outros não fizeram força nenhuma pela candidatura de Cícero Almeida.

Decisão de Quintella

O deputado-ministro Maurício Quintella já admitiu que será candidato à reeleição, pondo fim aos boatos de que poderia disputar uma vaga no Senado. Já seu colega Marx Beltrão sonha em ser senador, mas somente se sair do partido para não competir com o próprio Renan Calheiros.

Chamou pra briga

Já dá pra entender como será a campanha para governador em 2018. Nos últimos debates com Cícero Almeida, no final da campanha, Rui Palmeira chamou os Calheiros para a briga. Bateu forte e disse que o pai não era o imperador de Alagoas, antevendo uma grande disputa nas próximas eleições.

Saldo negativo

Além de processos que irá responder na Justiça, Cícero Almeida ainda não sabe como irá pagar os débitos de campanha. Nos bastidores dizem que os Calheiros não querem nem ouvir falar mais na eleição que terminou na semana passada.

Novo rumo

Com a derrota massacrante que sofreu no último domingo, o destino político de Cícero Almeida é sombrio. Não sabe ainda o que fará nas próximas eleições: se sai candidato à reeleição, o que é muito difícil, ou se disputa uma vaga na Assembleia Legislativa.

Descrentes

Quase cem mil eleitores parecem que não querem saber de política em Maceió. Perto disso foi o número de abstenções, num recado direto à classe política de que uma reforma é bem vista. Pela contagem do Tribunal Regional Eleitoral, 3,59% foram votos em brancos, 9,91% foram votos nulos e 19,96% se abstiveram de votar.


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EXTRA completa 18 anos “dizendo o que os outros não dizem”

MAIORIDADE

DATA SERÁ LEMBRADA EM CADA EDIÇÃO NOS MESES DE NOVEMBRO E DEZEMBRO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

e

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m 1998 a primeira edição do EXTRA ALAGOAS iria para as ruas e como bem estampou em seu editorial, “chegamos para ficar”. Com a manchete “Império de Napoleão por um triz”, o semanário, comandado por um grupo de jornalistas independentes, veio para discutir os temas da atualidade e “ dizer o que os outros não dizem”. Nunca mais o universo da comunicação alagoana seria o mesmo. Entre idas e vindas, este ano o EXTRA comemora sua maioridade e chega aos 18 anos mais maduro e com responsabilidade redobrada. E durante todo os meses de novembro, e dezembro, em cada edição, a data será lembrada. O semanário passou por várias mudanças e noticiou fatos pitorescos, emblemáticos, deu vários “furos”, investigou, mas sempre primando pela verdade dos fatos. O que dizer das “Crônicas do Nunes”, leitura obrigatória para descontrair. E a sessão de cartas do leitor, onde as pessoas viam suas opiniões publicadas a cada semana. No ano de 2005 o EXTRA abriu espaço para o esporte amador. A procura por seu time de bairro ou seu esporte favorito era parada obrigatória naquela sessão. Houve ainda a época poética onde trazia um “mural de poemas”. Mas o que atraia mesmo de fato o leitor eram as manchetes bombásticas. Na

Maus gestores

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edição 446, do ano de 2007, a manchete “PF bota na cadeia chefões do crime” (em alusão à Operação Taturana, que descobriu um rombo milionário de mais de R$ 300 milhões da Assembleia Legislativa de Alagoas) levou o EXTRA a bater seu próprio recorde de vendas. Em apenas dois dias, o tabloide vendeu 10 mil exemplares. Capas históricas como a do então deputado Luiz Pedro que com exclusividade afirmou ao saudoso repórter Ródio Nogueira “Nunca matei ninguém” repercutiram em todo o meio jornalísticp. Durante a entrevista, o repórter questionou o ex-cabo sobre sua fama de violento vir de longa data. Inclusive, que

tinha ameaçado surrar um jornalista do EXTRA, o que ele negou. A farra com dinheiro do povo sempre foi denunciada pelo semanário. Em setembro de 2005 o destaque foi “Ronaldo Lessa gastou R$ 11,3 milhões na campanha de Sextafeira. Lessa teria tentado eleger Alberto Sextafeira a prefeito de Maceió, no pleito de 2004). E em outra edição: “Lessa paga R$ 53 milhões em precatórios a amigos?”. Crimes ambientais envolvendo políticos, Máfia dos Cartórios, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, eleições, precatórios e tantos outros assuntos de interesse público sempre estiveram e continuam em pauta no jornal.

Outra edição bastante concorrida foi a nº 337 com a manchete “Cavalcante promove orgias no Baldomero”. A reportagem retratava as regalias do ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante no presídio alagoano. Ele foi preso em janeiro de 1988 e condenado por liderar a gangue fardada. A “Operação Gabiru” rendeu várias reportagens no jornal (na época, a polícia levou à prisão vários prefeitos, ex-prefeitos e outros agentes públicos pelo desvio do dinheiro da merenda escolar). Nesse caso, não dá para esquecer o episódio de um prefeito envolvido no esquema que, apesar de ser “volumoso”, tentou se esconder dentro do guarda-roupa.

scândalos no município de Rio Largo também não ficaram de fora. Vários gestores foram capas do semanário - todos acusados por corrupção. Mas o caso da posse de vereadores fantasmas em São Miguel dos Campos foi um atrativo à parte. Em seu pronunciamento na Câmara, um dos vereadores “beneficiado” ao invés de se defender das acusações, se dirigiu à Tribuna para proferir palavras impublicáveis contra o EXTRA. O Golpe das Letras (escândalo financeiro que provocou um rombo de mais de R$ 3,5 bilhões nos cofres públicos) também foi bastante abordado no EXTRA. O acordo dos usineiros, entre outros assuntos, sempre esteve em pauta no semanário. Sempre atuais eram os artigos do também saudoso articulista do EXTRA Mendonça Neto. Em “Voto: o ouro dos tolos”, Mendonça, um dos mais combativos parlamentares a passar pelo Legislativo alagoano, destacou que “o titulo do eleitor é uma moeda de troca sem nenhuma importância política. É o ouro dos tolos dos eleitores alagoanos”. É assim, há 18 anos, que o EXTRA apresenta um jornalismo corajoso e apaixonado para deleite de seus fiéis leitores.


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Divergência faz Tribunal de Justiça interromper julgamento de recursos

TATURANAS

CELYRIO ADAMASTOR QUER ANULAR PROCESSOS DE ARTHUR LIRA, ALMEIDA E AMÉLIO Caio Loureiro

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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3ª Câmara do Tribunal de Justiça suspendeu, mais uma vez, o julgamento dos réus na Operação Taturana, após resultado não unânime dos recursos de apelação contras as condenações de 2012 de 10 réus por improbidade administrativa, nove deles deputados e ex-deputados. O julgamento será retomado em 28 de novembro. Pelas regras, mais dois desembargadores (Paulo Lima e Tutmés Airan, que se declarou suspeito e vai ser substituído por outro desembargador) serão convocados para a 3ª Câmara, originalmente formada por três integrantes. Neste caso, serão cinco em uma “sessão ampliada” (termo do presidente do colegiado, Domingos Neto) ou “julgamento prolongado” (termo de Fernando Tourinho). Quem votou pode alterar o entendimento. Segundo o artigo 942, do novo Código de Processo Civil: “Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores”. Ainda estão sob julgamento (mas com forte possibilida-

Desembargador Celyrio Adamastor acata recursos de três condenados e provoca nova interrupção do julgamento na Câmara Cível

de de terem as condenações em primeira instância mantidas) o deputado federal Paulo Fernando dos Santos, Paulão (PT), o deputado estadual João Beltrão (PRTB); os ex-deputados Nelito Gomes de Barros, Maria José Viana e José Adalberto Cavalcante Silva; o prefeito afastado de Canapi, Celso Luiz (PMDB); e o Banco Rural, onde as operações bancárias aconteceram. De acordo com a assessoria do TJ, “o julgamento fica suspenso quanto a todos os réus, devido à divergência parcial do desembargador Celyrio Adamastor. Isso ocorre por causa do artigo 942 do novo código de processo civil”. Durante a sessão, os três

desembargadores da Câmara votaram por rejeitar as preliminares e manterem a condenação dos réus Nelito Gomes de Barros, Paulão, Maria José Pereira Viana, Celso Luiz, João Beltrão e Adalberto Cavalcante, mais o Banco Rural. “Os desembargadores Domingos Neto e Fernando Tourinho votaram para rejeitar as prejudiciais de mérito e manter a condenação também dos réus Arthur César Pereira de Lira, Cícero Amélio da Silva e José Cícero Soares de Almeida”, explicou a assessoria. “O desembargador Celyrio Adamastor divergiu e votou para acolher as prejudiciais dos réus Arthur Lira, Cícero Amélio e Cícero Almeida. No mérito, porém, ele acompanhou os outros dois

desembargadores”, finalizou. A 3ª Câmara é formada pelos desembargadores Celyrio Adamastor (que pediu anulação da sentença), Domingos de Araújo Lima Neto (aceitou os argumentos da primeira instância) e Alcides Gusmão, que estava de férias quando o julgamento começou em setembro, e foi substituído por Fernando Tourinho (aceitou os argumentos da primeira instância). “Magistrado não é justiceiro”, disse Tourinho, antes de julgar o processo. “Quase sempre desagradamos um dos lados quando apresentamos a nossa posição. Paciência, é a nossa missão, julgar com isenção”, explicou afirmou, votando de acordo com o relator, Domingos Araújo Neto. Celyrio Adamastor disse que os documentos mostram que os réus não foram

citados oficialmente. ADIAMENTOS O julgamento foi adiado três vezes. A primeira, dia 22 de setembro, transferido para o dia 29, porém, suspenso um dia antes. Todas os adiamentos foram a pedido do desembargador Fernando Tourinho, que alegou precisar de mais tempo para ler o processo de 13 mil páginas. Os réus foram julgados e condenados na ação de improbidade sobre empréstimos pessoais contraídos junto ao Banco Rural e pagos com dinheiro público que tramita na 16ª Vara Cível da Capital / Fazenda Estadual e recursaram junto ao TJ. Foi o primeiro recurso sob análise em segunda instância.


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Tourinho diz que oficial tentou citar Arthur Lira por três vezes A defesa dos acusados levantou 15 preliminares com o objetivo de anular as condenações. Duas geraram divergência entre os desembargadores: o deputado federal Arthur Lira (PP) não foi citado. Segundo a defesa, foi julgado à revelia e a prescrição da acusação de improbidade administrativa contra Cícero Almeida (PMDB). O desembargador Fernando Tourinho leu trecho em que oficial de Justiça tentou citar, por três vezes, Arthur Lira e não conseguiu. Alegou que as defesas tiveram acesso à documentação contra os réus. “Como conseguiram isso?”, perguntou o desembargador. Segundo ele, os advogados tiveram acesso a mais de 240 páginas de provas contra o hoje deputado federal. “A relação jurídica restou triangu-

lizada quando os réus foram cientificados da existência da ação”, disse o desembargador. “Resta evidente que existiram as notificações pessoais dos recorrentes Arthur César Pereira de Lira e Cícero Amélio da Silva, bem como os atos subsequentes ocorreram de forma direcionada aos representantes processuais ou o Diário de Justiça”, acrescentou. O desembargador Celyrio Adamastor discordou. “Não há como confundir o ato de citação com intimação pelo Diário Oficial. Não existe a modalidade de citação por Diário Oficial”. Pediu a anulação da sentença e retomada de todo o processo para a citação dos réus. Outra preliminar levantada por Adamastor: a prescrição da acusação de impro-

bidade administrativa contra Cícero Almeida. Disse que houve prescrição do prazo; Tourinho votou pela inexistência da prescrição processual no caso do Cícero Almeida. Tourinho disse que o simples fato da verba de gabinete ser dada em garantia para pagamento dos empréstimos pessoais revela-se crime de improbidade. O escândalo dos taturanas foi a público em dezembro de 2007, quando uma operação da Polícia Federal desmantelou o esquema de desvio de quase R$ 300 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa. Mesmo que mantidas as condenações no julgamento do próximo dia 28, os efeitos não serão imediatos. Ainda cabem recursos.

Caio Loureiro

Fernando Tourinho acompanhou o voto do relator


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Alagoas elege 18 prefeitos donos de mais de R$ 1 milhão

OS MILIONÁRIOS APENAS 11 DOS 102 GESTORES ELEITOS EM OUTUBRO POSSUEM MENOS DE R$ 100 MIL EM BENS VERA ALVES veralvess@gmail.com

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partir de 2017, Alagoas terá no comando de 18 municípios gestores milionários. A lista, que tem por base a declaração de bens apresentadas pelos então candidatos à Justiça Eleitoral, é encabeçada pelo agrônomo Marcelo Lima (PMDB), prefeito eleito de Quebrangulo, a 115 km de Maceió, e cujo patrimônio – formado por fazendas e 1.200 cabeças de gado – supera os R$ 14,4 milhões. O segundo mais rico é o prefeito reeleito da Barra de São Miguel, José Medeiros Nicolau, o Zezeco (PMDB), com bens avaliados em R$ 5,8 milhões. Uma quantia nada desprezível mas bastante inferior aos R$ 9.037.968,66 que o paulista declarou em bens nas eleições de 2012. Com patrimônio de R$ 4,4 milhões, um integrante do clã Beltrão é o terceiro mais rico dentre os eleitos e/ou reeleitos em outubro. Joaquim Beltrão (PMDB), reeleito para comandar Coruripe por mais quatro anos, era dono em 2012 de bens avaliados em R$ 3.597.161,35, pouco acima dos R$ 3.262.486,38 declarados em 2010 quando foi eleito deputado federal. É também do PMDB o quarto prefeito eleito mais rico de Alagoas. Trata-se de Flávio Almeida da Silva Júnior, o Dr. Flávio, envolto em uma pendência com a Justiça Eleitoral que pode acabar com o sonho de assumir o comando de Pão de Açúcar a

OS MAIS RICOS EM ALAGOAS Marcelo Lima (PMDB) Quebrangulo R$ 14,4 milhões Zezeco (PMDB) Barra de São Miguel R$ 5,8 milhões Joaquim Beltrão (PMDB) Coruripe R$ 4,4 milhões partir de janeiro de 2017. No ranking de patrimônio declarado à Justiça Eleitoral, o prefeito reeleito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), desponta como o 23º colocado. Com bens no valor de R$ 835.090,38, não integra a lista de milionários e é o 13º mais rico dentre os 26 eleitos nas capitais. OS MAIS “POBRES” Apenas 11 dos 102 prefeitos eleitos de Alagoas possuem patrimônio inferior a R$ 100 mil. A mais “pobre” é Paula Santa Rosa (PSDB), de Belém, que declarou ter como seu apenas um Fiat Uno avaliado em R$ 16.980. Igualmente tucana, a dona

de casa Luciene Maria Ferreira (Lúcia de Vasco), eleita em Novo Lino, declarou patrimônio de R$ 20 mil referentes a uma casa de alvenaria. O terceiro mais “pobre” é o prefeito reeleito de Coité do Noia, José de Sena Netto, o Seninha (PMDB). Pecuarista, ele declarou possuir apenas dois carros Fiat financiados junto ao Banco Itaú e que totalizam R$ 32 mil. Dos 102 eleitos, 14 não têm qualquer bem cadastrado na Justiça Eleitoral, dentre eles o “taturana” Gilberto Gonçalves (PP), eleito por Rio Largo. O patrimônio dos declarados soma R$ 75.568.044,05.

OS ELEITOS POR PARTIDO 38 são do PMDB 18 são do PSDB 8 são do PSD 11 são do PP 6 são do PSB 5 são do PDT 5 são do PRB

2 são do PRP 2 são do DEM 2 são do PT 2 são do PR 1 é do PMN 1 é do PTB 1 é do PT do B

Veja o patrimônio de cada prefeito eleito nas capitais Manaus – Artur Virgílio Neto (PSDB) – R$ 160.784,29 São Luís - Edivaldo Holanda (PDT) – R$ 193.186,48 Recife - Geraldo Júlio (PSB) – R$ 490.500,00 Natal - Carlos Eduardo (PDT) – R$ 1.994.985,41 Rio Branco - Marcus Alexandre (PT) – R$ 485.000,00 São Paulo - João Dória (PSDB) – R$ 179.765.700,69 Fortaleza - Roberto Claudio (PDT) – R$ 601.020,91 Boa Vista - Teresa (PMDB) – R$ 212.627,44 Macapá - Clecio (Rede) – R$ 328.391,74 Porto Velho - Dr. Hildon (PSDB) – R$ 11.261.219,90 Teresina - Firmino Filho (PSDB) – R$ 285.296,13 Palmas - Carlos Amastha (PSB) – R$ 21.093.095,53 Curitiba - Rafael Greca (PMN) – R$ 573.442,75 Campo Grande - Marquinhos Trad (PSD) – R$ 1.400.126,51 Maceió - Rui Palmeira (PSDB) – R$ 835.090,38 Belém - Zenaldo Coutinho (PSDB) – R$ 1.249.574,51 Vitória - Luciano Rezende (PPS) – R$ 672.424,08 Salvador - ACM Neto (DEM) – R$ 27.886.721,62 João Pessoa - Luciano Cartaxo (PSD) – R$ 1.131.560,69 Aracaju - Edvaldo Nogueira (PCdoB) – R$ 951.243,57 Rio de Janeiro - Marcelo Crivella (PRB) – R$ 701.651,81 Cuiabá - Emanuel Pinheiro (PMDB) – R$ 1.357.151,46 Belo Horizonte - Alexandre Kalil (PHS) – R$ 2.787.609,13 Porto Alegre - Nelson Marchezan Jr. (PSDB) – R$ 738.443,90 Florianópolis - Gean Loureiro (PMDB) – R$ 536.744,97 Goiânia - Iris Rezende – R$ 17.871.579,12 Total - R$ 275.565.173,02 / Fonte: UOL Eleições


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PATRIMÔNIO DOS ELEITOS EM ALAGOAS

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Clã dos Beltrão elege 5 prefeitos da mesma família em Alagoas

CURRAL ELEITORAL DEPUTADO JOÃO BELTRÃO CONSOLIDA PODER POLÍTICO NO LITORAL SUL DO ESTADO MAGNO MARTINS http://www.blogdomagno.com.br

CORURIPE (AL) – As eleições municipais deste ano ratificaram em Alagoas o poderio do grupo Beltrão, de maior ascensão política no Estado, liderado com mãos de ferro pelo deputado estadual licenciado João Beltrão (PSD), pai do ministro do Turismo, Marx Beltrão, recentemente nomeado pelo presidente Michel Temer (PMDB). Com atuação no litoral sul alagoano, o velho cacique, mesmo internado num hospital com problemas decorrentes pelo descontrole do diabetes, elegeu cinco prefeitos da sua família, entre os quais a filha Jeannyne Beltrão, de apenas 32 anos, em Jequiá da Praia, a 78 km de Maceió. Em Coruripe, a 91 km da capital, município onde começou a vida pública e governou por três vezes, elegendo depois o filho Marx em duas eleições seguidas, João Beltrão impôs a maior derrota ao grupo adversário entre todos os redutos da sua base: elegeu o irmão Joaquim Beltrão com quase 70% dos votos válidos, obtendo 19.710 votos, enquanto os adversários Zé Enéas, do PPS, e Edinho de Hélio, do PP, tiveram, respectivamente, 5.822 votos (20,60%) 2.732 votos (9,67%). Por tabela, ainda elegeu o vereador Guto Beltrão, do PDT. Coruripe é a galinha dos ovos dourados da família. Distante apenas 85 km da capital, o município, que o velho cacique governou por três mandatos, é base petrolífera da Petrobras,

gera royalties que engordam os cofres municipais e tem uma população em torno de 55 mil habitantes. Visitada por turistas do mundo inteiro, um dos seus símbolos é o Farol do Pontal, construído em 1948 como centro de sinalização náutica. Está presente no logotipo da Prefeitura, no brasão do time de futebol e, desde 2006, no brasão da cidade. “Quem deu o pontapé do desenvolvimento de Cururipe foi o deputado João Beltrão quando prefeito e seu filho Marx imprimiu uma grande marca de gestor como prefeito”, orgulha-se o presidente da Câmara, Mesaque Padilha (PMDB), segundo mais votado, com 1.282 votos. Mas na passagem pelo poder municipal, Marx passou a responder processo pela acusação de fraudar a comprovação de quitação previdenciária ao Ministério da Previdência para tirar o município da inadimplência e assim receber transferências voluntárias e financiamentos de instituições federais. A fama de grupo poderoso e influente está na boca do povo. “Os Beltrão são boca quente”, diz Zenilda Alves dos Santos, vendedora ambulante, que se vira para tirar o sustento da família vendendo pastel, castanha e outros quitutes na beira de um canal na entrada da cidade. Ela votou no prefeito Joaquim Beltrão, irmão de João, líder do grupo. “Os que entraram na disputa contra o prefeito já sabiam de antemão que sofreriam uma grande derrota”, afirmou, referindo-se à surra imposta à oposição. O prefeito foi reeleito por 69,74% dos que foram às urnas.

Penedo reelege Marcius Beltrão m Penedo, maior colégio eleitoral da reE gião, João reelegeu o sobrinho Marcius Beltrão, do PDT, por uma diferença de 517

votos ante Ivana Toledo, do PP, com quem polarizou. Dois outros candidatos que entraram na disputa, Dr. Raimundo, do PHS, e Zé Alves, do PTdoB), tiveram, juntos, 5.543 votos. Às margens do Rio São Francisco, Penedo é umas das mais belas e antigas cidades do Brasil. Além da beleza do rio, o que chama atenção em Penedo é seu Centro Histórico, que reúne 13 igrejas, 10 capelas e inúmeros sobrados. Entre eles, destaca-se a Casa do Penedo, uma instituição que visa preservar a memória da região, o Memorial Raymundo Marinho e o Teatro Sete de Setembro, construções erguidas ao mesmo tempo em que o município foi fundado.O prefeito Marcius Beltrão, 46 anos, só não conseguiu eleger a maioria na Câmara de Vereadores, podendo, provavelmente, vir a conviver com um adversário no comando da Casa na sua segunda gestão. Dos 15 parlamentares, apenas seis são do seu grupo. Mais votado, com 2.009 votos, o radialista João Lucas (PRTB) faz vigilante oposição ancorando o programa de maior audi-

ência na rádio Grande Rio FM. “Não faço oposição radical”, diz o comunicador, para quem a força dos Beltrão se explica pelos serviços prestados e a estrutura do grupo. “O prefeito não fez uma boa gestão, mas o ministro Marx trouxe aqui o governador Renan Filho (PMDB), que em apenas 20 dias calçou e pavimentou muitas ruas, o que contribuiu para a reviravolta”, diz João Lucas. Para o vereador Ernande Pinheiro (PR), quarto mais votado, com 1.036 votos, os Beltrão são o que ele classifica de “profissionais da política”. Embora eleito no campo da oposição para o seu primeiro mandato, o republicano já faz prognósticos de que o ministro Marx Beltrão terá um lugar de destaque a ocupar na política alagoana. “A família quer ele como senador, mas o governador Renan Filho tem como meta reeleger o pai. Sendo assim, Marx acabará sendo vice na chapa de reeleição do governador em 2018”, prevê o parlamentar. Os tentáculos da família foram estendidos a outros municípios. Em 2012, o grupo só havia perdido em Piaçabuçu, que retomou nas eleições de 2 de outubro passado, elegendo Djalma Beltrão (PRB), primo do velho donatário do feudo e tio do ministro do Turismo. Com 49,57% dos votos válidos, Djalma derrotou a tucana Doutora Lúcia, atual vice-prefeita, apoiada pelo prefeito Dalmo Moreira (PSB), já reeleito, por uma frente de 656 votos, não tão elástica como se previa. “O grupo se perpetua no poder pelo poderio econômico, mas tive o prazer de impor uma derrota a eles na eleição passada”, afirmou Dalmo. De nome e exploração indígena, Piaçabuçu, a 141 km de Maceió, forma um conjunto de nove ilhas de beleza sem igual, tendo 4 km de praias banhadas pelo rio São Francisco. Com ecossistema preservado, é um dos maiores polos pesqueiros da região, com destaque para camarão criado em cativeiro, sendo ainda área de desova de tartarugas. No seu território as águas do Velho Chico desaguam no mar. Na rota do Descobrimento, a cidade foi visitada no ano de 1859 pelo imperador Dom Pedro II, que, inclusive, participou de festas religiosas antes de seguir viagem rumo à Bahia.


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Filha sucede sobrinho em Jequiá da Praia

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ais novo município criado em Alagoas, com 21 anos de emancipação, Jequiá da Praia, com 12 mil habitantes, é a parte do reduto eleitoral dos Beltrão que ainda tem praias selvagens. Sua natureza guarda ecossistemas diversificados. No povoado de Barra de Jequiá, por exemplo, pode-se assistir ao encontro da Lagoa de Jequiá com o oceano Atlântico ou os manguezais. Na povoação de Lagoa Azeda está uma lagoa que empresta seu nome à região, com águas vigorosas e que dificultam a prática de esportes náuticos. As praias de Pituba e Jacarecica do Sul são praticamente selvagens, apresentando cenários ainda pouco explorados pelo homem. Ali, João Beltrão escolheu a filha Jeannyne (PRB) para entrar na disputa e, eleita, dar continuidade ao trabalho do prefeito Marcelo Beltrão, primo e sobrinho do pai-deputado. “Entrar na política foi uma decisão pessoal. Iniciei a vida pública aos 24 anos como secretária de Educação de Coruripe, em 2009”, diz Jeannyne, para a quem a eleição de cinco parentes próximos numa mesma região é o reconhecimento do trabalho prestado pelo grupo ao povo. “Na campanha apresentamos a melhor proposta e por isso chegamos lá”, acrescenta. Segundo ela, o ministro e irmão Marx Beltrão pode ajudar muito à região. “Ele nos ajudará a alavancar os investimentos turísticos em Alagoas. Somos privilegiados por nossas belezas naturais e, no cenário atual, contamos com contrapartida, não só no turismo, mas em todas as áreas que possamos angariar recursos”, afirmou.

Vereador de oposição, João Lucas reconhece força dos Beltrão

Jeannyne, eleita para Jequiá da Praia e o irmão, Marx Beltrão

Zenilda, vendedora ambulante, sobre o clã: ‘São boca quente’

Por fim, em Feliz Deserto, a 120 km de Maceió, a força de João Beltrão fez chegar ao poder a sua cunhada Rosiana Beltrão (PMDB) com 57% dos votos válidos – 1.625 votos. A partir de janeiro, ela passa a suceder o prefeito Maykon Beltrão, também filho de João. Geraldo Simões, do DEM, perdeu por uma diferença de 424 votos. Feliz Deserto é marcada por uma tragédia ocorrida em abril de 2005. A cidade foi castigada por um temporal que durou dois dias, alagando completamente toda a área central.

alcançaram a melhor nota no Ideb”, destaca ele, acrescentando que Feliz Deserto, apesar de ter elevado potencial turístico, não conseguiu ainda atrair investimentos hoteleiros. “O município vive dependente do FPM, em média R$ 380 mil, que dá apenas para cobrir os encargos e pagar pessoal”, afirmou, ressaltando que o objetivo da prefeita eleita é investir na infraestrutura para o turismo. “Aqui, as pessoas dependem da Prefeitura e de uma indústria de coco”, afirmou. Além da reeleição de Joa-

A chuva destruiu aproximadamente 300 casas de taipa, deixando desabrigados 1,5 mil pessoas. A Prefeitura, através de doações, conseguiu abrigar provisoriamente a população em diversos pontos da cidade. A reconstrução começou em dezembro de 2005 e, em julho de 2006, foram entregues 185 casas a população. Secretário de Administração do município, Gutemberg Breda diz que o monopólio da família na região se deve principalmente ao modelo de gestão. “Coruripe e Jequiá da Praia

quim Beltrão (PMDB), em Coruripe, e Március Beltrão, em Penedo, e a eleição de Jeannyne Beltrão, Rosiana Beltrão e Djalma Beltrão, respectivamente, em Jequiá da Praia, Feliz Deserto e Piaçabuçu, o grupo Beltrão, agora capitaneado pelo ministro Marx, emplacou aliados de peso em cidades do interior, a exemplo de Júlio Cezar (PSB - Palmeira dos Índios), Rogério Teófilo (PSDB - Arapiraca), Padre Eraldo (PSD - Delmiro Gouveia) e Cacau (PSD - Marechal Deodoro).


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Relatório denuncia precariedade em pavimentação da AL-460

PORTO DE PEDRAS

CGU APONTA DANO DE R$ 7 MILHÕES AO ERÁRIO EM CONSTRUÇÃO DE RODOVIA

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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elatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou um prejuízo aos cofres públicos no valor de R$ 7.254.516,58 referente à aplicação de recursos federais envolvendo o Programa “Turismo Social no Brasil: Uma Viagem de Inclusão” pela Prefeitura de Porto de Pedras. A CGU analisou os itens financiados com recursos repassados ao município pelo Ministério do Turismo para as 2ª e 3ª etapas da construção de pavimentação da rodovia AL-460 entre as cidades de Porto de Pedras e Porto Calvo, incluindo as pontes Quitanda, Canavieiras e Tapamundé. O relatório foi finalizado a 16 de julho de 2015, mas apenas disponibilizado neste ano. Para a construção da rodovia, a Prefeitura de Porto de Pedras firmou, no dia 1º de agosto de 2006, com a empresa GPS Empreendimentos Ltda. um contrato no valor de R$ 58.869.343,82, havendo readequação do projeto de engenharia passando o valor contratual para R$ 67.928.440,17. O prazo para execução e conclusão das obras previsto contratualmente seria de 1080 dias consecutivos contados a partir da ordem inicial de serviços. Porém, atualmente, a obra não está concluída apesar dos recursos terem sido 100% liberados num montante de R$ 38.831.277,72. Para realização de parte das despesas com as referidas construções, a Prefeitura, que na época era governada pelo prefeito Amaro Guimarães da Rocha Júnior, conhecido como ‘Boi Lambão’ (PTB), obteve recursos do governo federal em três etapas, sendo celebrados dois contratos de repasse e um convênio, os quais possuem valores pactuados que, somados, não atingem o montante contratado e considerado necessário pela pefeitura para a conclusão das obras.

IRREGULARIDADES De acordo com o relatório, “as situações irregulares apontadas à CGU e examinadas dizem respeito à demanda de 6 de junho de 2011, que relata que, segundo conversas dos engenheiros da empresa responsável pela execução, dos 23 km previstos, apenas 10 km seriam realizados, os quais, por coincidência, só iriam até a propriedade do dono da empresa que realiza as obras”. A demanda acrescentou que, conforme o Portal da Transparência, os recursos foram todos liberados para a empresa construtora, mesmo sem ter terminadO a obra, que se encontrava com apenas de 20% a 30% concluída, mesmo assim, sem qualquer acabamento de meio fio, linha d’água, mureta de proteção e contenção de encostas, além de que, em trechos considerados já finalizados, haveria barreira desmoronando, pista cedendo e buracos no asfalto. O levantamento registrou que de um montante fiscalizado de R$ 25.127.500,00 foram identificadas falhas com potencial prejuízo ao erário no valor de R$ 7.254.516,58. Na lista de irregularidades, a CGU apontou que os recursos dos convênios seriam, também, para construção de uma ponte entre as cidades de Porto de Pedras e Japaratinga, obra que ainda não existe. O relatório ainda informou que “a obra da rodovia encontrava-se em ritmo muito lento, asfaltando trechos de forma inadequada aos padrões técnicos, pois sobre uma camada fina de barro compactado foi feita pintura com lama asfáltica, em seguida colocado pó de brita e nova pintura com lama asfáltica que foi coberta com uma camada fina de areia e, assim, dada como pronta e acabada a pista asfáltica, diferente do asfalto de BR (rodovias federais) e AL (rodovias estaduais) que teriam, no mínimo, oito centímetros de espessura e o que foi colocado não chegaria a dois centímetros”.

Má qualidade do asfalto é um dos pontos do relatório do órgão de fiscalização

Prefeitura responde à CGU

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Prefeitura de Porto de Pedras enviou um parecer à Controladoria sobre a inspeção “in loco” realizada em julho de 2014, que constatou que já foi executada a pavimentação asfáltica em 18 km da rodovia com a aplicação da totalidade dos recursos oriundos dos três instrumentos de repasse pactuados, no montante de R$ 39.807.946,68, correspondente a 59,3% do valor contratual estimado para a conclusão das obras. “Logo, não fica comprovada a premissa de que a construção seria para atender especificamente a interesse particular, beneficiando a propriedade dos sócios da empresa construtora que, segundo a demanda, localiza-se aproximadamente a 10 km de Porto de Pedras/AL (ponto inicial da estrada), pois o segmento executado já ultrapassou esta localidade”, disse para a CGU. “Cabe esclarecer que a liberação de recursos registrada no Portal da Transparência não é realizada para

a empresa construtora, e sim para a entidade convenente, neste caso a Prefeitura Municipal de Porto de Pedras, atentando-se que, em relação aos contratos de repasse, os recursos ficam depositados em conta bancária específica do contrato de repasse, em nome do município, mas bloqueados, sendo necessária a emissão de autorização de pagamento pela Caixa, que deve ocorrer somente após a verificação efetiva da execução dos serviços medidos por intermédio de vistoria de engenheiros”, informou. Quanto às informações relativas à forma de execução da pavimentação, a Prefeitura informou que não caracterizam inadequação aos padrões técnicos, pois o projeto de pavimentação da Rodovia AL-460, no trecho em objeto, previu a execução de revestimento em tratamento superficial duplo sobre base estabilizada granulometricamente com mistura de solo-brita e sub-base de solo estabilizado granulometricamente sem mistura.


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Facebook ameaçou campanhas em Alagoas

GUERRA ELEITORAL

PREFEITOS ELEITOS ACIONARAM A JUSTIÇA CONTRA A WEB E JORNAIS JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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evantamento da plataforma Ctrl+X, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), revelou que 126 prefeitos eleitos em 2016 tentaram retirar informações da internet ou suspender programa de rádios e de TV durante o pleito. Desse número, sete ocorrências foram em Alagoas, que ficou empatado com o Rio Grande do Sul, Goiás e Paraíba. Todos configuram a quinta posição no ranking de processos. Quem encabeça a lista é o Paraná (22), seguido de São Paulo (19), Bahia (10) e Minas Gerais (9). E quem tem se mostrado o vilão na campanha eleitoral é a rede social Facebook, onde o eleitor pode opinar sobre os candidatos com liberdade garantida pelo modelo democrático brasileiro. Ao todo, os prefeitos eleitos foram responsáveis por 185 dos 570 processos catalogados até o momento pela plataforma. Neste grupo estão ações de 29 prefeitos eleitos do PSDB, 22 do PMDB e 12 do PSB, os partidos com mais casos. CONFIRA OS CASOS DE ALAGOAS CHÃ PRETA: Eleita prefeita pelo município, Rita Tenório (PMN) entrou com representação contra o Facebook por se sentir difamada por uma publicação. Porém, segundo a juíza de Direito da 5ª Zona Eleitoral, Lorena Carla Santos Vasconcelos, “as postagens foram irônicas, mas não deliberadamente injuriosas ou difamatórias, tampouco caluniosas. Veiculam críticas absolutamente toleráveis num pleito eleitoral. É bom lem-

brar que pessoas públicas têm seu direito à imagem protegido de acordo com o interesse público”. MESSIAS: A coligação “Messias no Caminho Certo do Desenvolvimento”, do prefeito eleito Jarbas Maya de Omena Filho, o Jarbinhas (PSDB), também processou a rede social por difamação, mas desta vez, por meio de vídeo. De acordo com o processo, o candidato Marcos José Herculano da Silva (PP) postou um vídeo na rede social que feria a legislação eleitoral. A mensagem audiovisual trazia a seguinte informação: “Um grupo mal intencionado tomou conta da Prefeitura de Messias, muitos deles estão milionários e toda a cidade sabe disso. Todos são investigados pela Polícia Federal. Não podemos deixar esses mal feitores mais quatro anos no poder. Reage Messias, a hora é agora”. Desta vez, a juíza eleitoral da 9ª Zona, Luciana Josué Raposo Lima Dias intimou o acusado para, em 48 horas, apresentarem defesa, além de suspender o vídeo da rede social. ARAPIRACA: O prefeito eleito Rogério Teófilo (PSDB), entrou com ação contra o Jornal de Arapiraca por “acusações acerca de sua gestão à frente da Secretaria Estadual de Educação. A matéria também tinha o intuito de promover os candidatos adversários, sobretudo o deputado Ricardo Nezinho, que era tratado pelo jornal como futuro prefeito”. Porém, o juiz André Gêda Peixoto Melo, da 22ª Zona Eleitoral, julgou improcedente a representação formulada pela coligação de Rogério Teófilo contra o periódico local.

Rita Tenório, de Chã Preta, e Rogério Teófilo, de Arapiraca, entraram com ações contra a mídia

VIÇOSA: O Facebook também deu dor de cabeça para o prefeito eleito Davi Brandão (PDT). A ação denuncia montagens, com acusações falsas e ridicularizantes, no intuito de ludibriar a população e denegrir a imagem do candidato. Nesse caso, segundo a juíza de Direito da 5ª Zona Eleitoral, Lorena Carla Santos Vasconcelos, informou que os documentos que acompanharam a denúncia eram suficientemente elucidativos para o deferimento da medida liminar requestada e que um usuário veiculou imagens potencialmente injuriosas e difamatórias. SÃO JOSÉ DA LAJE: O prefeito eleito Bruno Rodrigo Valença de Araújo (PMDB) entrou com ação para requerer a exclusão de vídeo bem como de página e perfil das redes sociais “Facebook” e “Instagram”, que seriam irregulares e difamatórias. O pedido foi acatado pelo juiz José Alberto Ramos, da 16ª Zona Eleitoral. “Defiro o pedido

liminar posto na inicial, para determinar que a parte requerida Facebook Serviços On Line do Brasil LTDA suspenda a exibição das publicações da fan page e perfil das redes sociais Facebook e Instagram no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, até o dia 03 (três) de outubro de 2016”. PENEDO: Marcius Beltrão (PDT), prefeito reeleito, denunciou à justiça que uma página do Facebook chamada “Penedo Stouro 2.0” tinha o objetivo De criar no eleitorado e na população em geral a sensação de insegurança, incerteza e descrédito à pessoa do então candidato. Conforme o juiz Leonilzo de Melo Freitas, da 13ª Zona Eleitoral, a denúncia tinha embasamento. Tanto que o magistrado determinou a exclusão da página e que o Facebook disponibilizasse os dados do criador. “Não cumprindo as determinações supra, fixo multa por hora no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), limitada a R$ 10.000,00 (dez mil reais)”, estipulou o magistrado.

MARECHAL DEODORO: A coligação “A Mudança Que O Povo Quer”, do prefeito eleito Claudio Roberto Ayres da Costa, o Cacau (PSD), levou o site O Fato AL à justiça “por reportagem caluniosa, mentirosa e com claro intuito eleitoreiro, na tentativa de denegrir a imagem do autor quando fazia uma visita à feira livre da cidade como cidadão comum e ajudou uma mulher na rua com uma quantia de dinheiro”. Segundo processo, o texto da matéria teve a manchete é “Candidato a Prefeito de Marechal Deodoro Cacau é flagrado em Vídeo em suposta compra de voto”. Sendo assim, o juiz Hélio Pinheiro Pinto julgou “procedente o pedido, confirmando a medida liminar concedida e determinando aos representados que se abstenham de republicar o vídeo em questão quando associado à matéria acima transcrita, sob pena de multa de R$ 2.000,00 por cada dia de descumprimento da presente decisão, sem prejuízo das demais sanções cabíveis”.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE NOVEMBRO DE 2016

Prefeito eleito de Santa Luzia é condenado da Justiça

ASSALTANTE DENUNCIADO POR COMPRA DE VOTOS, VEREADOR EDSON MATEUS TEM DUAS CONDENAÇÕES NA JUSTIÇA ESTADUAL DA REDAÇÃO

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leito no dia 2 de outubro por apenas 67 votos a mais que o segundo colocado, o vereador Edson Mateus da Silva (PRB) muito provavelmente não vai assumir a Prefeitura de Santa Luzia do Norte ou, se o for, deverá ter o mandato cassado por crime eleitoral durante a campanha. Com duas condenações na Justiça, uma por assalto e outra por improbidade administrativa, ele está em vias de se tornar réu na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo Ministério Público Eleitoral por abuso de poder econômico. Provas acostadas aos autos, como gravações no celular do vereador, que teve o sigilo quebrado com autorização da Justiça, revelaram, em apenas uma consulta, 28 conversas indicando corrupção eleitoral. Nelas, Edson Mateus promete empregos na prefeitura, dinheiro em espécie, pagamento de contas de energia elétrica, passagens

interestaduais e doação de materiais de construção, óculos, medicamentos e de vales combustível. Constam ainda das acusações a doação de mais de 300 habilitações na Auto Escola do Agreste, localizada no bairro do Tabuleiro do Martins, em Maceió, onde foi realizada uma operação de busca e apreensão pela Polícia Federal, e a suspeita de transferência irregular de títulos de eleitor do município de Belém e de moradores do bairro do Rio Novo, na capital, onde o prefeito eleito possui vários imóveis. AS CONDENAÇÕES Reincidente na prática de crimes, em setembro de 2014 o prefeito eleito foi condenado a 4 anos de reclusão e ressarcimento da quantia de R$ 28 mil aos cofres públicos por atos de improbidade administrativa quando presidente da Câmara de Vereadores de Santa Luzia (2005/2006). O crime: contratação de veículos sem licitação e que resultaram em prejuízo de R$ 57 mil

Edson Mateus teria comandado assalto a funcionário da Ceal

aos cofres públicos, sendo que os veículos jamais foram utilizados pelos demais vereadores da Casa. Na mesma ação – 050020558.2008.8.02.0034 – foram igualmente condenados José Luciano Batista Acioly, primo de Edson Mateus, e Roberto Correia Tavares, primo da esposa do prefeito eleito. Beneficiários do esquema, eles foram condenados a 3 anos e 8 meses de reclusão (substituída por prestação de serviços à comunidade) e a devolverem aos cofres públicos, cada um, R$ 14.400. Assim como os parentes, Edson Mateus também teve a pena convertida em prestação de serviços comunitários pela juíza Eliana Augusta Acioly

Machado de Oliveira e prestação pecuniária no valor de 15 salários mínimos a duas entidades filantrópicas, uma de Rio Largo (Lar Evangélico Boyd O’Neil) e outra de Palmeira dos Índios (Fundação de Amparo ao Menor). Para Luciano Acioly e Roberto Correia, o valor da pena pecuniária foi de 10 salários mínimos. ASSALTO Em abril de 2015, o prefeito eleito sofreu sua segunda condenação, desta vez pelo assalto a um funcionário da Ceal do qual foram levados R$ 2.300 em espécie, talões de cheque e cartões de crédito. O crime ocorreu em outubro de 2003 quando ele já era vereador de Santa Luzia e pelo

qual chegou a passar 10 dias preso. O assalto – definido como roubo circunstanciado no Código de Processo Penal – teve ainda como participantes José Alberto Sarmento Melo Filho, Edvan Clementino da Silva e Jackson Izídio dos Santos, todos igualmente réus e condenados no processo de número 0016073-14.2003.8.02.0001 que tramita na 4ª Vara Criminal da Capital Apontado pelos comparsas como mentor do crime, Edson Mateus foi condenado pelo juiz Josemir Pereira de Souza a 8 anos e 7 dias de reclusão no regime semiaberto. Na sentença, que está em grau de recurso, chama a atenção a observação feita pelo magistrado sobre a conduta social do prefeito eleito: “Conforme se infere do banco de dados do Sistema de Automação do Judiciário (Primeiro Grau) SAJ/ PG, o réu tem, em seu nome, alguns registros de ações penais, o que indica a sua contumácia delitiva e que a sua vida é desregrada e despida de qualquer freio social”. Ambas as condenações, após transitadas em julgado, implicam em suspensão dos direitos políticos, ou seja, à perda de eventual mandato e cargo público.


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Prefeitura com mais dinheiro, menos secretarias e dúvida sobre reajustes

RUI 2.0

DISCUSSÕES ESTÃO NA MESA DO PREFEITO REELEITO E INCLUEM REFORMA DA PREVIDÊNCIA

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

E

xpectativas para o segundo mandato do prefeito Rui Palmeira (PSDB), a partir de janeiro: menos secretarias; aumento no duodécimo da Câmara de Vereadores; nova proposta para a Previdência Municipal a ser encaminhada para o Legislativo municipal; indefinição sobre reajustes nos salários dos servidores públicos; e aumento das receitas do município. De acordo com o secretário Municipal de Finanças, Gustavo Novaes, a receita de ICMS em 2017 terá incremento de 7%; outras receitas municipais terão, em média, 6% de incremento, em relação a 2016. Expectativa para o IPTU, por exemplo, é aumento, na receita, de 5% no próximo ano, quando se compara a 2016. Ele não falou ao EXTRA sobre reajuste na alíquota do imposto. O orçamento municipal terá aumento de 3%, comparando 2017 e 2016. Serão R$ 2,360 bilhões. Para a Previdência, pelo chamado cálculo atuarial, programa-se o depósito de R$ 2 bilhões, até 2036, para garantir as aposentadorias dos servidores municipais. O orçamento da seguridade social, no próximo ano, abrangerá 47,4% do orçamento. O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) caiu 1% em relação ao ano passado Em 2016, a educação teve menos R$ 12 milhões - efeitos dos repasses federais menores aos cofres do município; na saúde, a “retração foi pequena”, contou Novaes. MAIS DINHEIRO Maceió recebe até o final des-

te ano, R$ 30,3 milhões da repatriação de recursos do exterior. Mas, em 2017, segundo adiantou o secretário ao EXTRA, ajustes na máquina pública vão permitir arrecadar mais. O uso da tecnologia na Secretaria Municipal de Educação, por exemplo, vai permitir o aumento de R$ 15 milhões em recursos. Isso na área de comprovação de matrículas dos alunos. Haverá ainda um recadastramento imobiliário. Técnicos da Prefeitura descobriram que 30% dos imóveis, em uma amostragem, são menores no papel e ocupam mais espaço. Ou estão em inconformidade. No Benedito Bentes, Avenida Fernandes Lima, litoral norte estão localizados alguns deles. Há, pelo menos, 10 mil imóveis nestas condições, mas esta lista pode subir e atingir 80 mil. A receita imobiliária, neste caso, pode crescer mais R$ 56 milhões. Atualmente, são R$ 180 milhões. Com o incremento: R$ 236 milhões. O investimento em tecnologia mais o recadastramento de pessoal e novos sistemas tributários farão a arrecadação do ISS aumentar 30%. Em 2017, a previsão é arrecadar R$ 174,1 milhões. Assistência Social, saúde, contratos da limpeza urbana: há também o que o secretário chamou de melhoria de gasto por fonte de receita. Na limpeza urbana, os contratos serão 10% mais baratos no próximo ano que em 2016. Na Superintendência de Limpeza Urbana, o programa “Maceió Bem Cuidada” prevê gastar quase R$ 100 milhões. Os contratos com as empresas de lixo - explorados durante

Segunda gestão de Rui Palmeira concentrará esforços em obras de despoluição

a campanha eleitoral - vencem em maio. Servidor terá aumento? Adiantou o secretário Gustavo Novaes: Maceió está no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e espera o fechamento das contas em dezembro de 2016 para verificar qual percentual a ser dado de aumento aos servidores. Empréstimos externos para obras? Ele confirmou o andamento das discussões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) para a tomada de empréstimos

para obras na parte baixa. O dinheiro será usado, em parte, para despoluição do riacho Salgadinho e na região lagunar. Não inclui a construção de casas. Serão 75 milhões de dólares (CAF) e R$ 62,5 milhões de dólares (BID). Na segunda-feira (7), o secretário e o prefeito Rui Palmeira (PSDB) saberão a data para a visita dos técnicos do BID a Maceió. Em que pé estão as negociações? “Estamos na etapa da negociação cláusula a cláusula do contrato de empréstimo. O Governo Federal será o fiador desta operação. Receberemos

uma missão de avaliação e precisamos estar com todas as certidões negativas do município sem problemas. Certidões do Tribunal de Contas, Previdência, se estamos obedecendo a Lei de Responsabilidade Fiscal”, explicou Novaes. Passando as etapas técnicas, vem a etapa política: o aval da bancada federal de Alagoas. PEC A aprovação da proposta que limita gastos públicos por 20 anos ajuda ou prejudica Maceió? “Se houver o controle de gasto, sobra para investimento. A PEC vem para controlar este gasto”.


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Documentário ganha 2 prêmios no festival de cinema de Trieste

OLHAR DE NISE

FILME DE JORGE OLIVEIRA E PEDRO ZOCA EMOCIONA A PLATEIA NA TERRA DE FRANCO BASAGLIA, QUE INSTITUIU A “PSIQUIATRIA DEMOCRÁTICA” NA ITÁLIA

ASSESSORIA

T

rieste, Itália - Olhar de Nise deixou a Itália sob aplausos dos expectadores das cidades de Trieste e Montegrotto, onde o documentário foi exibido. O filme, dirigido por Jorge Oliveira e Pedro Zoca, foi o grande ganhador de prêmios do 31º Festival de Cinema de Trieste que se encerrou no último domingo (30). O diretor e a produtora Ana Maria da Rocha trazem na ba-

gagem para o Brasil os troféus de melhor filme de Público e o prêmio especial do Júri Oficial, que considerou o filme “uma obra de arte, conduzido com maestria pelo diretor para revelar, com muita habilidade e sensibilidade, a psiquiatria democrática de Nise da Silveira”. O júri, presidido pelo documentarista Juan Carlos Rulfo, foi composto por cineastas e críticos de cinema do México, da Itália e da Colômbia. O festival exibiu durante a semana de 22 a 30 de outu-

bro oitenta filmes de diversos países, mas apenas treze deles faziam parte da programação oficial para concorrer os prêmios em cinco categorias: melhor filme, direção, trilha sonora, público e prêmio especial. Dos cinco, Olhar de Nise ganhou dois, sendo, portanto, o filme mais premiado entre os que concorriam na mostra competitiva. Na cidade de Montegrotto, na região de Vêneto, província de Pádua, Olhar de Nise foi exibido, a convite do prefeito

da cidade, para uma plateia de seguidores de Franco Basaglia, conhecido na Itália pelo trabalho revolucionário que desenvolveu com pacientes esquizofrênicos, a exemplo do que fez a Nise no Brasil, precursora desse tratamento, que se rebelou contra o eletrochoque. O festival de cinema de Trieste é um dos mais importantes da Europa. Presidido pelo chileno Rodrigo Diaz, já está na sua 31º edição. Ele reúne anualmente as produções cinematográficas mais

importantes e de vanguarda da América Latina. Durante uma semana, exibiu 80 filmes do Peru, Venezuela, Brasil, México, Colômbia, Argentina, Uruguai, além de retrospectivas de diretores consagrados e produções baseadas em livros de escritores como Gabriel Garcia Márquez. Este ano, o festival apresentou a retrospectiva dos filmes do documentarista mexicano Juan Carlos Rulfo, um dos mais premiados e consagrados diretores do México.


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Valdo Spini entrega o Prêmio Especial do Júri para Ana Maria Rocha, produtora do filme dirigido pelo alagoano Jorge Oliveira

Outro filme brasileiro exibido na mostra também teve suas qualidades reconhecidas pelo júri oficial. Tizuka Yamasaki ganhou o prêmio de melhor diretora pelo filme Encantados, uma película feita em parceria com a Globofilmes, que conta a história de uma lenda indígena na Ilha de Marajó. O prêmio

chama a atenção do público porque apresenta, pela primeira vez, as pinturas dos pacientes do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. No filme, Almir Mavignier, artista plástico, conta como orientou os pacientes que tinham vocação para pintura e modelagem no trabalho de arteterapia introduzido pela Nise no manicômio com a sua ajuda. O pintor, que mora na Alemanha, há mais de 70 anos, conta a história da descoberta desses artistas em entrevista à equipe do filme em Hamburgo.

Ana Maria e Oliveira com os troféus de Melhor Filme do Público e o Prêmio Especial do Júri

de melhor filme do júri oficial coube ao colombiano Salvador del Solar por Magallanes. Esse é o quinto prêmio internacional de Olhar de Nise, que tem se destacado na Europa e nos Estados Unidos como um dos melhores documentários brasileiros deste ano. O filme tem sido muito requisi-

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CIRCUITO tado por universidades e entidade psiquiátricas interessadas em conhecer a obra da Nise da Silveira, narrada por ela própria, numa entrevista inédita gravada dois anos antes da sua morte e só agora levada às telas do cinema. Além do reconhecimento cinematográfico da obra, Olhar de Nise

O diretor Jorge Oliveira comemora a vitória dos dois prêmios no festival de Trieste; documentário entra este mês no circuito comercial

Depois da incursão este ano pelos principais festivais de cinema da Europa e dos Estados Unidos, Olha de Nise chega ao circuito comercial. Em novembro agora ficará em cartaz em Brasília, Vitória e Maceió. Em dezembro no Rio de Janeiro e outras praças que ainda serão programadas pelos exibidores.


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Para refletir: Nunca se mente tanto como nas eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada. (Otto von Bismarck)

Rui venceu por merecer Findado o pleito todas as homenagens ao grande vencedor. Rui Palmeira por mérito, pelos resultados positivos de sua administração, por sua história de vida honrada, pela competência de um marketing eleitoral de resultados e pela livre a soberana vontade de 241.977 eleitores atingindo um percentual de 60,27 dos votos foi reeleito prefeito de Maceió. Rui carrega em sua história o que poucos políticos conseguem nos dias de hoje: a credibilidade da população, mesmo de muitos que não votaram nele. Esta credibilidade tem berço e também tem nome: Guilherme Palmeira, em minha modesta opinião o maior homem público da história política de Alagoas. Como candidato o prefeito vencedor usou com a máxima competência as redes sociais e o horário eleitoral gratuito. Ele não disse o que fez, e sim mostrou o que fez por Maceió no seu primeiro mandato. Contou com apoios de peso em sua campanha a exemplo do ministro e deputado Mauricio Quintella, senador Benedito de Lira e deputado estadual Rodrigo Cunha, entre outros nomes de expressão politico/eleitoral. Enfrentando períodos de turbulência, diante de uma crise que afetou todos os municípios brasileiros, conseguiu com criatividade, transparência, vontade política de fazer e uma equipe que foi se ajustando aos poucos, realizar uma administração com ampla aprovação da população que aplaudiu os resultados e compreendeu o que não conseguiu ser feito. O seu único adversário, o resto foi apenas figuração e “laranjadas” , teve uma expressiva votação à qual fez jus. Tem uma incontestável penetração nas camadas mais carentes, tem jogo de cintura para tocar uma campanha em astral elevado, mesmo em momentos de crise e uma administração por oito anos que certamente lhe assegurou votos significativos. Venceu o melhor, venceu o que apresentou o melhor desempenho de convencimento do eleitor. Agora cabe ao povo cobrar as promessas feitas, os projetos, os planos para uma Maceió melhor nos próximos quatro anos. Eu mesmo gravei muitas dessas promessas de ambos os candidatos. Anotei e vou cobrar, como cidadão e como eleitor. Ao vencedor o troféu das urnas! O crédito dado pelo eleitor! A obrigação de fazer o que prometeu!

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Não deveria ser assim

Falei da vitória do prefeito Rui Palmeira e agora quero falar da campanha política que antecedeu as eleições. Confesso que a certa altura deixei de acompanhar os programas de rádio e televisão, os debates e até mesmo a frequência das redes sociais. Assistir o quê? As propostas viraram denúncias de ambos os lados, acusações de teor muito grave e impróprias para pessoas com o mínimo de ética a preservar, os boatos transformados em fatos de fazer o “capeta” tremer, as injúrias, as difamações ditas e repetidas insistentemente, com o objetivo de destruir o adversário. Pecaram ambos os lados agredindo o eleitor com o índice de baixaria inaceitável. A democracia, a postura republicana de uma eleição não deveria ser assim. As feridas abertas serão difíceis de sarar e a prova disto está nas reações pós eleição.

Esperar para ver

Em uma votação na tarde da última terça-feira, o Plenário do Senado aprovou o Projeto de Lei da Câmara dos Deputados (PLC) 24/2016, que considera a vaquejada e o rodeio como manifestações da cultura nacional. A proposta que foi aprovada na Comissão de Educação do Senado e recebeu requerimento de urgência do senador Otto Alencar (PSD-BA) para ser analisado em Plenário. A polêmica sobre o assunto começou depois que no último dia 6 de outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu derrubar uma lei do estado do Ceará que regulamentava a vaquejada, tradição cultural na região Nordeste, na qual um boi é solto em uma pista e dois vaqueiros montados a cavalo tentam derrubá-lo pela cauda. Por 6 votos a 5, os ministros consideraram que a atividade impõe sofrimento aos animais e, portanto, fere princípios constitucionais. Inconformados, vaqueiros chegaram a fazer manifestações em Brasília contra a decisão dos ministros do STF. Parlamentares da bancada do Nordeste também questionaram a posição do Supremo. A iniciativa legislativa visa legalizar a prática, que passa a ser considerada um esporte. A aprovação como não foi uma Emenda Constitucional pode esbarrar na Sou do tempo em que o principal produto em uma manutenção da decisão do Supremo Tribunal Federal ou ser vetada pelo eleição era o candidato. Suas virtudes, seus defeitos, presidente Temer. É esperar para ver. sua atuação política eram o foco da campanha, muitas vezes extremada. O guia eleitoral, as propagandas de rua, rádios, jornais e outros meios de comuni- O deputado Rodrigo Cunha, sem dúvida o parcação eram produzidos por excelentes profissionais lamentar mais atuante na Assembleia Legislativa, é e agências locais, com peças da melhor qualidade autor de mais uma importante proposta que visa o para disputar a “guerra do voto”. O marketing das interesse público da sociedade alagoana. O projeto campanhas era profissional e produtivo, sem custar já aprovado estabelece normas para a realização de milhões e sou testemunha disso, pois participei de concurso público no estado. O próprio parlamentar negociações e contratações de alguns. Lembro aqui destaca três pontos como mais importantes da lei. duas consagradas agências de propaganda que )Direito à nomeação do aprovado em concurso durante anos alavancaram candidaturas em todos caso comprove-se que a Administração contratou os níveis em Alagoas: Chama Publicidade (Aloisio e agentes temporários ou terceirizados para exercer Nelson) e Publicar (do saudoso Arnaldo Costa). Em funções do cargo anunciado no edital; ambas a qualidade das produções em minha opinião ) Direito à candidata grávida somente realizar eram bem melhores que as de hoje, com um detalhe: prova física após 120 dias do fim do período o jogo baixo, a injúria, a difamação e criação da gestacional; maldade não existiam. Terminada a campanha a um ) Proibição de concurso para a formação exclusiva de cadastro de resera glória da vitória e ao adversário o reconhecimento va. da derrota. Sem mágoas, sem as feridas da agressiv- A matéria agora segue para sanção do governador. “Vamos acompanhar, idade virulenta de hoje. Eram concorrentes nunca pois com certeza se tornando lei, muitos alagoanos serão beneficiados e inimigos, salvo casos raros. o serviço público ganhará mais credibilidade, transparência e eficiência” – Hoje tudo mudou. De anos para cá surgiu a figura ressalta Rodrigo Cunha. execrável do “marqueteiro” que nada mais é que um cidadão com a inteligência voltada para a maldade, O Tribunal de Justiça através do Instituto Cidadão e do Funjuris realizou para a desagregação a troco de milhões. Para a neste ano de 2016 o maior programa de capacitação da história do Poder política atual funciona assim: quanto menor for o Judiciário voltado para seus funcionários. Foram cerca de 12 cursos, escrúpulo e maior for a criatividade marginal está capacitando mais de duzentos servidores com temas como: Liderança no qualificado o tal de “marqueteiro”. setor público; Gestão e Fiscalização de Contratos, Maximizando a produUm dia os políticos haverão de compreender que poderão disputar eleições limpas, sem usar da crimi- tividade dos servidores públicos; Desenvolvimento de Liderança e Chefias, Auditoria Interna; Informática, além de outros. Os cursos tiveram avaliação nalidade das palavras e histórias que só destroem. de excelência pela grande maioria dos servidores que serão privados do Vamos apostar e cobrar que a reforma política a programa no próximo ano, por falta de “orçamento” segundo o gestor do ser proposta não seja uma enganação e corrija de Funjuris, juiz Maurílio Ferraz. Uma pena que sempre sobre para aqueles que pronto as condutas bandidas desses “marqueteiros mais ajudam na imagem do Poder Judiciário. de ouro”.

Marqueteiros da maldade

Rodrigo Cunha

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TJ a maior capacitação


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CLÁUDIO VIEIRA

O grito do desencanto

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fenômeno é nacional. Aqui, todavia, interessa-nos a sua manifestação em nosso município. As eleições de 2012 registraram, em Maceió, um índice de 21,07% de votos em brancos, nulos, e de abstenções. Este ano, os índices subiram para 29,59%, no primeiro turno, e 33.46%

Sobre ser a reeleição de Rui Palmeira um reconhecimento ao seu trabalho nos últimos 4 anos, é também um voto de confiança no futuro, nas promessas de uma administração voltada para os interesses maiores de Maceió. no segundo turno, bem próximo do percentual obtido pelo candidato derrotado. O que significa tal desprezo do eleitor maceioense pelo seu direito-de-

ver de escolher aqueles que irão gerir a coisa pública durante os próximos quatro anos? Esta pergunta deveria preocupar os políticos, aqueles que foram eleitos, os que não o foram e, afinal, todos os demais, mesmo que não tenham participado do pleito recente. O fenômeno é resultante de mais do que eventual falta de opções para uma boa parte do eleitorado; ou de mera reprovação a uma campanha que privilegiou a difamação, os ataques pessoais, a demagogia, o populismo inconsequente. Tão alta recusa em votar ou em escolher um candidato é, a meu ver, uma manifestação de descontentamento com a classe política. O fato é que vivemos uma crise representação. O protagonismo dos órgãos de combate à criminalidade, e da Justiça brasileira, expondo as mazelas e os malfeitos dos políticos e de seus apaniguados, tem despertado o

A

Esse país mudou. Os políticos profissionais fingem que não viram. A pressão popular tirou a presidente da República e o presidente da Câmara dos Deputados. votar. Os eleitos o foram – de modo geral - por menos de 40% dos eleitores. Cerca de 60% da população ou votou contra ou demonstrou sua insatisfação com os “ungidos”. Um sinal mais que claro do caos político reinante no Brasil.

cidadão para um fato altamente preocupante: somos governados, salvo raríssimas exceções, por uma caterva de bandoleiros da política. Faltam-nos, por outro lado, líderes verdadeiros, políticos que dignifiquem a atividade política, outrora sublimada como o caminho certo para a produção do bem -estar da sociedade humana. Fora aqueles que fizeram questão de manifestar a sua descrençana política, e dos políticos nada esperam de bom, há aqueles outros - ainda maioria, graças a Deus – que creem na existência de mulheres e homens capazes de agirem com honra, honestidade e benevolência no exercício da governança. Foram esses eleitores que reconduziram, por ampla maioria, o prefeito, considerando-o o melhor qualificado para administrar o município

de Maceió, apto a realizar um governo sério, honesto, voltado para os munícipes e suas inúmeras demandas. Sobre ser a reeleição de Rui Palmeira um reconhecimento ao seu trabalho nos últimos quatro anos, é também um voto de confiança no futuro, nas promessas de uma administração voltada para os interesses maiores de Maceió. Quem sabe então o grito de desencanto daqueles que de alguma forma não participaram da escolha transforme-se em reavivamento da crença nos homens públicos? Quem sabe então em uma eleição sem abstenções significativas, reduzidos os votos em brancos e nulos, possamos extirpar a banda malsã da política? Diante da crise moral por que passa a política nacional, o prefeito eleito tem também a responsabilidade na limpeza ética.

ELIAS FRAGOSO

As urnas falaram s urnas mais uma vez “falaram”, ou melhor, “gritaram” alto e bom som por mudanças. O que não é nenhuma novidade desde 2013 com as primeiras manifestações gigantes ocorridas em todo o país. Mais de 1/3 do eleitorado (em alguns casos quase 40%) votou nulo ou em branco ou simplesmente nem apareceu para

Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, professor da Ufal e da Universidade Católica de Brasília

No Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, vejam só, as abstenções, os votos em branco e os nulos superaram os votos recebidos pelos dois candidatos mais votados. Juntos. Em outras dez capitais (Aracajú, Belém, Cuiabá, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Campo Grande, Porto Velho, Porto Alegre, São Paulo), a soma das abstenções, votos nulos e brancos superou os votos do primeiro colocado nas eleições. Em outras 11 capitais (Boa Vista, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Macapá, Maceió, Natal,Palmas, Recife, Salvador e São Luís) suplantaram os votos do segundo colocado. E em João Pessoa, Manaus, Rio Branco, Teresina e Vitória, se situaram como a “terceira força política” na eleição para prefeito. Os quase 11 milhões de não votos, a abstenção nacional, os votos nulos e em brancos representam fielmente aqueles que não se veem representados pelos políticos

atuais e que gostariam de ter outras novas opções em quem votar. Se quiserem trazer esses votos de volta. os (poucos) políticos não afetados pela corrupção endêmica que tomou conta da atividade precisam se renovar. Atualizar. Ou vão perder seus lugares para uma nova geração que começa a tomar forma e conteúdo nas ruas, nas escolas e nos bairros. Não tenham dúvidas disso. A redução do custo das eleições é um excelente handicap para essas novas candidaturas. Quanto às centenas (por enquanto) de políticos corruptos e ladrões vinculados à roubalheira institucionalizada pelo petismo (que recebeu resposta direta do povo nestas eleições varrendo-o do mapa politico nacional ao colocá-lo como 11ª força política, de onde só sairá para a extinção), parece que seu tempo chegou. Os novos passos da Lava Jato com a “macro delação” da Odebre-

cht e dos novos “acolhidos” do juiz Moro como Eduardo Cunha, Palocci e outros e as já conhecidas delações de mais de uma dezena de personagens e empresas irão ajudar a completar a limpeza do submundo da política, um tsunami que ameaça principalmente quase todo o PP, grande parte do PMDB incluindo suas principais figuras, políticos do PSDB, dentre outros. Esse país mudou. Os políticos profissionais fingem que não viram. A pressão popular tirou a presidente da República e o presidente da Câmara dos Deputados. Um dos homens mais ricos do Brasil está mendigando para ficar somente 3 anos e meio preso, presidentes e diretores de empresas de grande porte estão pagando por seus crimes. Somente os políticos ainda não entraram na “dança das algemas”. Com a palavra o Supremo que demora a tomar as iniciativas tão esperadas pelo povo brasileiro.


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Foi ligado o sinal de alerta

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JORGE MORAES Jornalista

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Brasil eleitoral viu, domingo, 30, com quantos paus se faz uma canoa. Ou melhor, conseguiu fazer com que a classe política entendesse que não existe mais ninguém besta, quando o assunto é sair de casa para votar. O próprio presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, se mostrou preocupado com os resultados, especialmente o altíssimo

O que mais interferiu nessas eleições de Maceió? A baixaria, poucas propostas e perda de tempo com denúncias que só aparecem em época de campanha no Guia Eleitoral e na TV. número de votos em branco, votos nulos e a abstenção. No segundo turno, mais de 10 milhões de eleitores, só em 57 cidades, resolveram trocar o dia da obrigação do voto, o direito sagrado de comparecer aos locais de votação por um momento de confraternização, de praia, de lazer junto à família. Para esses eleitores

tanto faz como tanto fez votar ou não. Depois, com o pagamento de uma multa irrisória, e que chega a ser ridícula, o cidadão vai ao Cartório Eleitoral, justifica a ausência e tudo certo. Voto nulo ou branco é um claro sinal de protesto. E esse eleitor só vai fazer isso para não ficar impedido de participar de concursos públicos e outras benesses conquistadas ao longo da vida, como poder negociar (vender) a órgãos públicos, contrair empréstimos em instituições financeiras governamentais, assumir cargos de relevância no primeiro escalão da máquina de governo, entre outros momentos importantes. Em Maceió não foi diferente. Cerca de 115.787 pessoas não foram votar, o que representa 19,96% do eleitorado. Somados a abstenção com os votos nulos (48.990) e brancos (16.665), ultrapassaram com 181.442 a votação do segundo colocado, Cícero Almeida, que recebeu 159.542 votos. Mas como nulo e branco também atingem o prefeito reeleito, Rui Palmeira, passa a ser, pelo menos, um consolo para a votação recebida por Almeida. Além do protesto da abstenção, dos votos nulo e branco, o que mais interfe-

Menino birrento

E

ra uma vez um garoto nascido no interior de Alagoas, numa cidade pequena, próxima à capital do estado. Vindo de família numerosa, filho de político, na adolescência já começou a ser líder estudantil. Sabido, vivo, bom de papo, logo virou deputado estadual. Sua carreira foi rápida e, antes dos 50, se elegeu senador da República. Os irmãos foram acompanhando e hoje, quase toda família é paga pelos cofres públicos. Vários irmãos são funcionários da Assembleia Legislativa de Alagoas, um irmão foi deputado

A grande verdade é que o menino de Murici perdeu parte de seu reduto eleitoral, está assustando o povo brasileiro com suas destemperanças. federal e, atualmente, é deputado estadual. O filho mais velho é governador do Estado e um sobrinho elegeuse prefeito de Murici. E assim teve origem o clã dos Calheiros, um dos mais famosos do

nosso pequeno estado: são donos de Murici, quase donos das Alagoas, mas não conseguiram tomar a Prefeitura de Maceió. Pode-se dizer que o nobre senador é um dos homens mais famosos da República do Brasil. Eu o conheço muito pouco; mantive alguns contatos com ele, mas sempre me passou a imagem de um homem gentil, educado, atencioso e vivo, muito vivo. Sempre esteve ao lado de Lula e Dilma, entretanto votou a favor do afastamento da presidente. Na hora da votação notei que o olhar do político tinha algo de diferente; pensei: “Vem confusão por aí”. Ele fez um discurso inflamado e apoiou a divisão do voto, conservando os direitos políticos da Dilma. Aí ele se protegeu e passou a mão na cabeça de prováveis políticos indiciados. “Xeque mate”, pensei com meus botões. Ainda no plenário do Senado, declarou em alto e bom som ter evitado no Supremo Tribunal Federal que uma senadora e seu marido se tornassem réus. Assustou o país inteiro e maculou a imagem da Corte Supre-

riu nessas eleições de Maceió? A baixaria, poucas propostas e perda de tempo com denúncias que só aparecem em época de campanha no Guia Eleitoral e nas inserções das programações de rádio e TV. Se você ouve as entrevistas de Rui Palmeira, quem começou tudo foi Cícero Almeida. Do outro lado, a mesma coisa: a acusação recai sobre Rui Palmeira. Verdade, verdade, esse estilo de campanha não faz parte da história e nem do comportamento que a gente conhece dos dois candidatos. De uma coisa tenho absoluta certeza: Cícero Almeida perdeu tempo com essas coisas, enquanto Rui Palmeira pisou no acelerador e jogou poeira na cara do Ciço que, por incrível que pareça, teve uma atuação razoável no primeiro turno em matéria de proposta, quando aproveitou mais os seus espaços para mostrar o que fez, agredindo menos seus adversários. Sem interferir em nada, Cícero Almeida teve sua equipe de marketing trocada, o que terminou aumentando a vantagem de Rui Palmeira, que ganhou sucessivos direitos de respostas na reta final, saiu como vítima de todo esse processo e se apresentou mais leve,

sorridente - coisa que não demonstrou no primeiro turno - transferindo o ódio para seu adversário que embarcou numa situação pouco compreendida e aceitável da parte do eleitor. Almeida, em muitos momentos, deixou de ser o principal personagem para se transformar em um coadjuvante sem muita expressão. Sem uma participação decisiva de seu grupo político, com a ausência do senador Renan Calheiros em seu palanque desde o primeiro turno, com o esfriamento dos aliados e o claro e definitivo afastamento do governador Renan Filho, Almeida passaria mais dois ou três meses de campanha e não reverteria o quadro do jeito que as coisas foram conduzidas. Sem a palavra e a decisão final, que cabem ao candidato, provavelmente a vantagem, com mais tempo, reforçaria a campanha de Rui Palmeira. De uma coisa também tenho absoluta certeza: começou a campanha de 2018 e, para a próxima vez, a moleza acabou, mesmo reconhecendo que o governador Renan Filho, que faz um bom governo, larga na frente, como aconteceu, agora, com Rui Palmeira.

ALARI ROMA- TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

ma. Não sei se o poder subiu à cabeça do cidadão ou se as pressões têm sido muito fortes. O que me passa pela mente é que ele deixou de ser sereno. Está descontrolado. Lembrei-me de algumas cenas antigas quando meus filhos davam “chilique”. Nós repreendíamos as crianças e dizíamos: “Vão para o quarto socar seus travesseiros! Chilique lembra palmada”. Como nem sempre a vida é cheia de alegrias, o político de quem falo tem um sonho não realizado: ser governador de Alagoas! Levou uma bela rasteira de Collor quando presidente da República. Ele, Collor, apoiava um e a mulher apoiava o outro. E o senador dançou!!! No momento atual, o menino de Murici é um dos grandes nomes do nosso Brasil, esfacelado pelo desgoverno do PT e seus aliados. Manda, grita, esperneia, nomeia e demite ministros, virou uma metralhadora giratória. Recentemente deu novo “chilique”:

Chamou um juiz de “juizeco” e o ministro da Justiça de “chefete de polícia”, ofendendo o Supremo. A presidente Cármen Lúcia deu um “tapa de luva” no senador. Defendeu o juiz e honrou o Supremo Tribunal Federal. “Assunto encerrado”, disse a presidente. O menino birrento em que se transformou o político pediu desculpas, elogiou a ministra e pensa que ficou por isso mesmo. Mas sua imagem foi arranhada. Deu outro “chilique”: publicou uma nota contra o Prefeito eleito de Maceió, criatura que derrotou o seu candidato, enfatizando que o primeiro emprego do Rui foi ele que deu. Mas, quem pagou foi a nação!!! A grande verdade é que o menino de Murici perdeu parte de seu reduto eleitoral, está assustando o povo brasileiro com suas destemperanças. É bom lembrar ao Senador o que eu dizia para meus filhos: “Chilique lembra palmada”.


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Obras do Farol e Tabuleiro mudam panorama do saneamento em Maceió

O

panorama do saneamento em Maceió começou a mudar com duas grandes obras de esgotamento sanitário, a do Tabuleiro, que começou em setembro, e a da região do Farol, que foi iniciada no dia 21 de outubro último. Quase 400 mil pessoas em 17 bairros da capital - nove da região do Tabuleiro e oito da região do Farol - serão beneficiadas com as obras de implantação de sistemas de coleta e tratamento de esgoto, onde serão investidos quase R$ 400 milhões. O esgotamento sanitário da região do Farol, que está sendo implantado por meio de um processo de locação de ativos, envolven-

do a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e a empresa Saneamento de Maceió (Sanema), absorve investimentos da ordem de R$ 185 milhões e contempla os bairros Jardim Petrópolis, Canaã, Gruta de Lourdes, Santo Amaro, Pinheiro, Pitanguinha e Ouro Preto, além do Farol. As obras deverão ser concluídas em setembro de 2018. Já o esgotamento sanitário da região do Tabuleiro, onde estão sendo investidos R$ 200 milhões, beneficia os bairros Benedito Bentes, Santa Lúcia, Antares, Clima Bom, Tabuleiro dos Martins, Cidade Universitária, Santos Dumont, Colina dos Eucaliptos e Cleto Marques Luz. As

obras estão sendo executadas mediante parceria público-privada (PPP) entre a Casal e a Saneamento Alta Maceió (Sanama). O prazo total da parceria é de 30 anos. Tanto as obras da região do Farol quanto as da região do Tabuleiro estão inseridas no Programa Estadual de Esgotamento Sanitário, lançado em outubro do ano passado pelo governador Renan Filho, devendo absorver recursos da ordem de R$ 1,6 bilhão, por meio de PPPs, locação de ativos e verbas públicas. A pretensão do governo do Estado, com essas obras, é duplicar, até o final de 2018, a cobertura de esgotamento

Solenidade de lançamento do esgotamento sanitário da região do Tabuleiro

Ato de lançamento das obras de esgotamento sanitário da região do Farol

sanitário em Maceió, passando dos atuais 35% para 70%, e elevar de 19% para 40% o índice de cobertura no Estado, beneficiando mais de um milhão de habitantes.

Para o presidente da Casal, Clécio Falcão, esses modelos de captação de recursos representam uma inovação no saneamento de Alagoas.


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REPÓRTER ECONÔMICO

Negociando dívidas

É

a palavra de ordem nesse tempo de recessão profunda, com o endividamento crescendo a cada mês, os juros, multas e outras taxas também subindo e os preços seguindo o mesmo ritmo. Será um Natal pior economicamente do que o de 2015. Mas existe uma saída: pagar o que deve quando receber o décimo terceiro salário e entrar o ano novo sem dívidas. Esse benefício de todos os trabalhadores e aposentados deve ser pago até 20 de dezembro. Alguns já receberam a metade, mas a imensa maioria dos empregados ativos continuam à sua espera. Se suas dívidas ultrapassam o valor do décimo terceiro, negocie com o credor, solicitando redução ou isenção de juros e multas. Se mesmo assim não conseguir a quitação total, divida em curto ou médio prazo, jurando nunca mais se endividar, e ter esse dinheiro extra livre para poupar e consumir. Nada mais tranquilo do que viver sem dívidas, apenas aquelas fixas e obrigatórias, como contas de energia, água, gás, condomínio, prestações e, claro, os gastos com alimentação e material de higiene e limpeza.

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JAIR PIMENTEL jornalista.jairpimentel@gmail.com

Disciplina

Seja um consumidor disciplinado, consciente de que seu dinheiro deve servir para a sobrevivência com responsabilidade, procurando pesquisar preços, só comprando quando tiver certeza de que fez uma boa economia e ainda sobrar para colocar numa caderneta de poupança, pensando no seu futuro ou numa emergência.

Seu futuro

Se essa Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de número 55 (241 na Câmara) for aprovada pelo Senado, o governo vai congelar seus gastos durante 20 anos, ou seja, até 2036. Nenhum país capitalista (exceto a Coreia do Norte, que é comunista) faz isso. Isso não é macroeconomia para quem já é rico, imagine para o Brasil, onde a maioria da população é pobre!

Seus hábitos

Mude. Passa a ter consciência de que vive num país em profunda recessão, onde o desemprego e a inadimplência aumentam, devido a queda na produção, a imensa carga tributária e os juros altos. Passe a sobreviver de acordo com o que ganha, reduzindo seus gastos radicalmente. Pesquise preços, mude de marcas, esqueça almoçar e jantar fora, use o vestuário que já possui, conserte eletrodomésticos ao invés de comprar novos.


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Farra dos cartórios continua em Alagoas

SEM LIMITE

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODE AVALIZAR PREÇOS EXTORSIVOS JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

D

ados comparativos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelam que a farra dos cartórios continua em Alagoas. Os feudos insistem em lesar os cidadãos que registram suas moradias e empreendimentos com os valores mais caros de todo Brasil. Para se ter uma ideia, o 1º Cartório de Registro de Imóveis e Hipotecas de Maceió faturou, só no ano de 2015, R$ 12.895.908,40. A exploração é evidente quando se compara a inflação do período e o valor de cada ato: em 2005 cada um dos 12.348 registros no 1º Cartório de Registro de Imóveis e Hipotecas de Maceió tinha em média o valor de R$ 178,21, já em 2015 os 29.052 atos foram realizados no valor médio de R$ 443,89. Os dados do CNJ demonstram uma elevação de 586,02% no período de 10 anos. A Associação dos Notários e Registradores (Anoreg-AL) nunca se manifestou a público sobre o critério utilizado para os exorbitantes aumentos. No período destacado, de 2005 a 2015, a inflação foi de 87,30% e o crescimento do registro tomando como exemplo chegou a marca de 586,02%. Matéria publicada pelo EXTRA, no último mês de agosto, apontou para o aumento na cobrança dos registros por grande parte dos cartórios de Alagoas sem a devida autorização da Justiça, uma vez que o então desembargador-corregedor do Tribunal de Justiça, James Magalhães, determinou um va-

lor fixo. Com o falecimento do magistrado em junho, os cartórios continuaram a praticar os preços abusivos. O Tribunal de Justiça ainda não se posicionou novamente sobre o aumento das taxas, o que avaliza a forma abusiva com que os donos das serventias continuam tratando a sociedade. Também no mês de agosto, o promotor Max Martins de Oliveira e Silva solicitou que a Anoreg se manifeste sobre o quadro comparativo da nova tabela de custos do registro de imóveis. A caixa-preta dos cartórios continua a lesar a sociedade. Crescimento inexplicável Além do exemplo do cartó-

rio da capital, o Conselho Nacional de Justiça trouxe dados que demonstram a evolução em arrecadação dos últimos 10 anos em serventias extrajudiciais do interior. Em 2005, o cartório de Satuba faturou R$ 73.798,40 e teve um acréscimo de 3.779,05% no ano de 2015, quando recebeu pelos seus atos R$ 2.788.877,73. A diferença gritante é semelhante à do cartório de Imóveis de Rio Largo que arrecadou pouco mais de R$ 140 mil e depois de uma década abocanhou mais de R$ 1,6 milhão. A falta de critério também expôs o cartório de São Luís do Quitunde, que chegou a arrecadar R$ 141 mil e teve um avan-

ço de 843,49%: a arrecadação em 2015 foi de R$1.193.211,75. Viçosa e Girau do Ponciano são mais dois cartórios do interior que também foram pródigos em faturamento nos últimos anos. No primeiro, a arrecadação de R$ 79.473,58 em atos e passou para R$ 466.324,62; um avanço de 586,77%. Já o cartório de Girau ultrapassou a arrecadação em mais de R$ 480 mil ano, o que antes era pouco mais de R$ 80 mil. A exemplo da capital os cartórios seguem abusando de suas taxas e cobrando valores que a lógica inflação não permite, como mostram os dados colhidos através do Conselho Nacional de Justiça.

SEM RESPOSTAS O jornal EXTRA entrou em contato com assessoria de comunicação da Anoreg para que os seguintes esclarecimentos fossem feitos: qual critério para o aumento? A “tabela” fixada pelo TJ vem sendo descumprida por qual motivo? O Ministério Público Estadual instaurou uma investigação para saber os valores cobrados, qual esclarecimento dado pela Anoreg ao MP? A assessoria informou que não conseguiu contato com o presidente da entidade, Rainey Marinho, para responder aos questionamentos. Até o fechamento desta edição o EXTRA não obteve as respostas.


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Fauna

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esquisadores de instituições brasileiras e norte-americanas realizam desde o dia 24 de outubro e até 11 de novembro uma expedição de campo para captura, marcação com GPS e coleta de material biológico de peixes-boi no interior da APA Costa dos Corais. O objetivo da expedição é entender como os peixes-boi nativos utilizam o ambiente na região de Barra de Santo Antônio, Paripueira e litoral norte de Maceió e também avaliar a saúde da população destes animais considerados ameaçados de extinção.

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MEIO AMBIENTE

ANNA ELÍS LAURINDO meioambiente@novoextra.com.br

Parque Nacional do Pau Brasil

Energia do lixo

Começa a funcionar a maior termelétrica do Brasil que produz energia do lixo. Aproximadamente oito mil toneladas de resíduos urbanos e industriais são levados diariamente até a Central de Tratamento e Valorização Ambiental, na cidade de Caieiras, em São Paulo. De acordo com a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), o Brasil tem potencial de gerar 1,3 GW de energia elétrica a partir dos resíduos sólidos urbanos. Esse total é equivalente a um fornecimento adicional de 932 mil MWh/mês, o suficiente para abastecer 6 milhões de residências.

Ciclovia Brilhante

O Parque Nacional do Pau Brasil já pode ser visitado. A unidade de conservação (UC) abriga 19 mil hectares do bioma mais ameaçado do país, a Mata Atlântica. Situado no sul da Bahia, região que é o berço do Brasil, o parque abriu as portas para visitação pública na sexta-feira da semana passada (28). As visitas já podem ser agendadas.

Uma empresa polonesa encontrou uma maneira de deixar as ciclovias mais bonitas e reduzir o uso de eletricidade. A construtora utilizou milhares de minúsculos luminóforos – um material sintético que emite um baixo nível de luz durante 10 horas. As partículas conseguem se recarregar a partir de qualquer tipo de radiação, seja ela visível ou invisível. A empresa usou luz solar para manter os luminóforos ativos, de acordo com as informações do site IFL Science. Isso significa que as vias não fazem uso de eletricidade. A primeira cidade a receber ciclovias com esse tipo de material é Lidzbark Warmińsk, no norte da Polônia.

Biólogos na Rede

A Coluna Meio Ambiente parabeniza a comunidade Biólogos na Rede pelos seus quatro anos de existência. A página no Facebook foi criada em 2012 pelo biólogo gaúcho João Leandro e tem como objetivo educar, informar e valorizar o estudo da vida. Outra alternativa para troca de informações é o grupo ‘Biólogos na Rede’ no aplicativo whatsapp, também criado pelo biólogo há dois anos e que conta com represen-tantes de todas as regiões do Brasil.

Caça aos elefantes

O mercado de marfim prejudica o turismo dentro da África. Um estudo divulgado na terça–feira (1), afirma que países africanos perdem possibilidades de turismo com a matança de elefantes e deixam de ganhar cerca de US$ 25 milhões por ano. A pesquisa foi publicada na revista científica “Nature Communications”. Os caçadores matam os animais, retiram as presas e as vendem no mercado negro asiático, mesmo com as restrições comerciais impostas internacionalmente. Com a caça, as populações do animal recentemente diminuíram mais de 60%.

Sauim em perigo

Sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) corre risco de extinção. Sua dieta principal é composta de frutos e invertebrados, mas também pequenos vertebrados, néctar e goma. Vive em uma área variável de 12 ha e 35 ha em áreas fragmentadas/alteradas e cerca de 110 ha em mata primária. Possuem atividade diurna, entre 6h30 e 16h30, com maior intensidade no período da manhã.

Santuário de baleias do Atlântico Sul

No último dia 25, a Comissão Baleeira Internacional rejeitou a criação de um santuário no Atlântico para proteger as baleias, proposta por países do hemisfério sul, entre eles Argentina, Brasil e Uruguai. A iniciativa, que precisava de 75% dos votos para ser aprovada, recebeu 38 votos a favor e 24 contrários na 66ª reunião da CIB, realizada em Portoroz, Eslovênia. A ideia consistia em criar um santuário de 20 milhões de quilômetros quadrados para espécies de baleias ameaçadas de extinção pela caça destinada à exploração de sua carne, óleo e gordura ao longo do século XX.


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Empresários elogiam atendimento do Governo em Alagoas

DESENVOLVIMENTO

LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA, BENEFÍCIOS FISCAIS E APOIO DO GOVERNO SÃO APONTADOS COMO OS FATORES DECISIVOS PARA A ESCOLHA DO ESTADO

CECÍLIA TAVARES

A

poio Irrestrito. Assim o diretor geral da Pointer, Diógenes Ghellere, definiu a atuação do Governo de Alagoas para a instalação do parque fabril da empresa, que funciona no Polo de Marechal Deodoro, produz revestimentos cerâmicos e gera 400 empregos diretos. “A concretização da fábrica da Pointer em Alagoas só foi possível porque contou com o apoio irrestrito de diversos órgãos do Governo de Alagoas, entre eles a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Secretaria da Fazenda e Instituto do Meio Ambiente”, afirmou Diógenes Ghellere. O ambiente de negócios em Alagoas tem se consolidado como um dos mais competitivos do país. O Programa do Desenvolvimento Integrado (Prodesin) passou por uma reformulação para garantir incentivos arrojados destinados às empresas que se instalam no estado, com a redução em 92% do pagamento do ICMS na saída dos produtos industrializados. Além da concessão do diferimento do ICMS sobre os bens destinados ao ativo fixo e sobre a matéria-prima utilizada na fabricação de produtos. Os mesmos benefícios foram regulamentados em um decreto publicado no dia 14 de abril no Diário Oficial do Estado para empresas já

Parque fabril da Pointer gera 400 empregos diretos

rio de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Helder Lima.

Diógenes Ghellere destaca apoio do Estado à indústria

instaladas em Alagoas. “O novo sistema de incentivos garante que as empresas já instaladas em Alagoas se mantenham ativas, além de prospectar

novos empreendimentos, contribuindo para um ambiente de negócios estável e, consequentemente, gerando emprego e renda para os alagoanos”, disse o secretá-

CONFIANÇA A Esmalglass, fábrica espanhola de esmaltes, pigmentos e aditivos cerâmicos, iniciou este ano o processo para abrir sua segunda unidade no país em Alagoas (o grupo possui uma unidade em Criciúma, SC). Para o gerente financeiro do Grupo Esmalglass Itaca, Ricardo de Oliveira, a confiança que o Estado passou para a empresa foi decisiva. “Alagoas tem localização estratégica, no meio do Nor-

deste. Além disso, a Pointer (Portobello), líder nacional no setor cerâmico, possui uma unidade no mesmo polo, o que nos permite um trabalho em sinergia. Para completar, a confiança que o Governo do Estado nos passou e o benefício do ICMS foram decisivos”, afirmou Ricardo de Oliveira. A unidade da Esmalglass em Alagoas será no Polo Industrial de Marechal Deodoro e deve gerar, na fase inicial, 240 empregos diretos e indiretos para atender os mercados da região Norte e Nordeste do país.


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ALTA RODA

Espaço para inovações

N

esse ano dificílimo para a economia brasileira e em particular para o setor automobilístico, é estimulante saber que seminários e congressos conseguem atingir objetivos, agregar conhecimento, antecipar tendências e projetar o futuro. O Congresso SAE Brasil completou 25 anos com o evento da semana passada em São Paulo. Em 1991 se implantou aqui o primeiro braço fora dos EUA da secular (fundada em 1905, em Nova York) Sociedade de Engenheiros Automobilísticos. Hoje voltada para a engenharia da mobilidade, nos modais terrestre e aéreo, a entidade conseguiu ao longo de três dias reunir mais de 7.000 participantes, 85 palestrantes e apresentar 94 relatórios técnicos. A tradicional exposição encolheu um pouco, mas o inovador espaço tecnológico deu oportunidades para apresentações abertas e a baixo custo. Um tema quase onipresente foi a mobilidade inteligente e, claro, o caminho para direção semiautônoma, em um

primeiro momento, e autônoma, em um futuro difícil de prever com exatidão. Entre a tecnologia estar testada, pronta e efetivamente aplicada na prática podem aparecer alguns óbices. Até implantação mais lenta que o esperado, pois toda a sociedade precisa entender os reflexos. O brasileiro parece estar confortável, segundo pesquisa da Cisco apresentada pela Porto Conectas, sobre o novo papel do automóvel. A população urbana aceita a direção autônoma, além da possibilidade de trocar a propriedade do carro pelo uso apenas quando necessário. Como toda pesquisa, depende de como a pergunta é feita, o público-alvo atingido e se a pessoa está disposta a pagar por custos desconhecidos que serão muito altos, pelo menos de início. Fora dos grandes centros urbanos e entre aqueles que nunca tiveram um automóvel as respostas talvez fossem outras. Com infraestrutura precária, tanto viária como em abrangência limitada do tráfego de dados em alta velocidade,

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FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br tudo deve acontecer de forma bem mais lenta no Brasil. Ainda há espaço, porém, para inovações como o banco de motorista de ônibus que detecta a fadiga do profissional. Desenvolvido pela Marcopolo, a encarroçadora gaúcha apresentará a novidade a seus clientes no início de 2017 e inclui diferentes métodos físicos de alerta. Versões modernizadas de embreagem automática eletrônica (com ou sem pedal) foram reapresentadas pela Bosch e Schaeffler. Dispositivo mais barato do que o câmbio automatizado de uma embreagem merecia ter uma segunda chance no mercado brasileiro. Agora é possível ganhar até 5% em economia de combustível com o recurso de roda-livre (abertu-

ra da embreagem para aproveitar o movimento próprio do carro) e mais 5% se acoplada ao sistema start-stop (desliga-religa o motor no para-e-anda do trânsito). O congresso divulgou uma iniciativa meritória apoiada por Campinas (SP). Trata-se de um projeto-piloto chamado Investigação Avançada de Acidentes de Trânsito, existente em 12 países. Apenas em um bairro da cidade a comissão técnica pesquisou 72 casos e promoveu 23 reconstituições, inclusive de fatalidades. Numa segunda fase este pool de empresas, universidade e instituições públicas preocupadas com a segurança quer incluir acidentes rodoviários.

RODA VIVA n DECISÃO reafirmada pela FCA: não haverá versão Fiat de nenhum produto Jeep, embora tenha acontecido com a dupla Dodge Journey/Fiat Freemont. Descartado também o possível SUV Fiat derivado da picape Toro, como ocorre com Chevrolet Trailblazer ou Toyota SW4. Informalmente a empresa alega que o custo de um SUV médio é alto e já existe o Jeep Compass. n SEXTA geração do Chevrolet Camaro deu belo salto em desempenho, estilo e interior todo reformulado. Começam vendas da edição especial Fifty que comemora 50 anos do modelo por R$ 297.000. Apenas 100 unidades virão para o Brasil, mas a partir de janeiro cupê e conversível estarão disponí-

veis. Motor V-8 de 461 cv/62,9 kgfm; 0 a 100 km/h, 4,2 s; máxima, 290 km/h. n NISSAN KICKS no dia a dia se destaca pela boa suspensão, direção precisa e um quadro de instrumentos moderno e de fácil visualização. Na versão de topo, quatro câmeras permitem manobrar com facilidade e segurança. Apesar de sua massa ser relativamente baixa (1.142 kg), falta algum fôlego ao carro pela combinação de motor de apenas 1,6 L e

desenho mais compacto (pode até ser colocado transversalmente) outros fabricantes estão readotando essa configuração. Mercedes-Benz já aderiu e a próxima será a Jaguar. Devem vir outros por aí.

câmbio CVT. n MOTORES de 6 cilindros em linha são equilibrados por natureza, porém apenas a BMW continua fiel a eles. Com o avanço recente da modularidade de cilindros e

n FABRICANTE americano de carros elétricos Tesla anunciou seu primeiro lucro líquido trimestral (simbólicos US$ 21,9 milhões) depois de 13 trimestres seguidos de prejuízo. Isso está longe de equilibrar as contas da empresa do bilionário Elon Musk. Lucro anunciado, aliás, se deve à compra de créditos fiscais para veículos de emissão zero do estado da Califórnia.


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ARTIGO

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

Bilionária máfia do trânsito brasileiro Para que vocês não digam que eu estou me metendo em assuntos sobre os quais eu que não conheço, vou dizer-lhes algumas coisas que já fiz e que já fui. Desculpem pelas vezes que já repeti esses mesmos assuntos, pois preciso dizer como nosso

Ora, muita gente que possui carros usados, de valores baixos, vai ter que dar seus carros aos Detrans e às SMTT, por não terem dinheiro para pagamentos das multas. país está num mato sem cachorro, às vezes vivendo numa própria cachorrada. Já fui diretor da Divisão de Transito do DER-AL durante 22 anos; já fui assessor de Planejamento do Detran-AL, tendo como colega o também assessor, coronel Theodomiro Santos e, como diretor-geral o coro-

nel Antônio Monteiro de Souza. Já fui presidente do Conselho Estadual de Trânsito-Al; assessor Especial de Transportes da SMTT; conferencista num Congresso Nacional em Salvador-BA; autor do Livro “Quem paga a batida ?”; autor das placas de trânsito “Estacionamento Proibido”, “Estacionamento Permitido”, “Início de Preferência”, etc. todas adotadas em todo o Brasil. Também já fui participante de 5 congressos sobre trânsito, no Rio de Janeiro, em Brasília, em Salvador, em João Pessoa e em Caxias do Sul. Sempre estive lendo e falando sobre trânsito, em palestras, no Lyons, no Rotary e em escolas. Sempre falava no Código de Trânsito Brasileiro e sempre soube que ele foi aprovado através de uma lei. Sendo assim, qualquer modificação dela, só poderia ser através da Câmara Federal e

do Senado. Nesta semana passada, aconteceu que, de repente, apareceram algumas “artoridades”, dizendo que as multas do trânsito ficaram 250 % mais caras, com algumas delas custando mais de R$ 3.000,00 ou R$ 5.000,00. Como eu sempre soube de uma “máfia que existe no trânsito”, não estranhei o assalto, principalmente, porque o Sr. Michel Temer está procurando muito dinheiro para cobrir os rombos que aconteceram e estão acontecendo no Brasil. Ora, muita gente que possui carros usados, de valores baixos, vai ter que dar seus carros aos Detrans e às SMTT, por não terem dinheiro para pagamentos das multas. Sou favorável que multem com valores de acordo com a gravidade das infrações, mas que não sejam multas tão apimentadas, como essas que estão vindo para o povo brasileiro. Com essas multas

tão elevadas, agora é que as propinas vão acontecer. Eu conheço uns caras que estão ricos com as multas no trânsito e com as sinalizações muito lucrativas. E os pardais, hein? Por que os senhores deputados federais e senadores deixaram que isso acontecesse? A competência não é deles? Eu acho que seria muito melhor se houvesse rigor para as reincidências. A repetição de uma infração ou de um delito é que deve ter um castigo mais severo. E existem criminosos recuperáveis, mas as nossas “artoridades” preferem logo matar o criminoso, do que multá-lo ou puni-lo. Para que servem as “semanas educativas para o trânsito”? São só para que as nossas “artoridades” sejam entrevistadas?. Ora, se querem dinheiro fácil, é só ir buscar na Petrobras, como fizeram alguns dos nossos ricaços representantes.


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ABCDO INTERIOR

O jogo mudou

A

sobrevivência do grupo político que tem a prefeita Célia Rocha e o vice-governador Luciano Barbosa como principais líderes depende não só de decisões políticas, mas de união entre os dois aliados, cuja “amizade” ficou um pouco estremecida com a derrota do deputado estadual Ricardo Nezinho para a Prefeitura de Arapiraca.

Forte abalo

E Luciano Barbosa, que assumiu na quinta-feira, 3, o governo do Estado por 11 dias para o governador descansar (só não se sabe de quê), sofreu um forte abalo com a ascensão do rival Rogério Teófilo que, contrariando todas as previsões de institutos de pesquisas e “babas” enfronhados nas entranhas dos governos municipal e estadual, venceu as eleições, colocando um fim dramático no domínio político da situação que duraram longos 20 anos.

Futuro político

Luciano, agora, deve descer do pedestal, colocar a cabeça no lugar para definir o futuro político de seus aliados e até o dele mesmo já que com a vitória de Rui Palmeira em Maceió dificilmente deverá compor a dobradinha com Renanzinho rumo à reeleição em 2018.

robertobaiabarros@hotmail.com

Governador interino

O arapiraquense e vice-governador do estado, Luciano Barbosa, que também é responsável pela pasta da Secretaria de Estado da Educação, assumiu na quinta-feira (03) interinamente o cargo de governador de Alagoas. Luciano ficará à frente do estado durante onze dias, até o dia 14 de novembro, em razão do descanso do governador Renan Filho, após as eleições do segundo turno na capital alagoana. A decisão será divulgada oficialmente através de publicação no Diário Oficial do Estado (DOE).

Áreas de risco

Um Projeto de Lei (PL) pretende identificar as sinalizações das áreas de risco para banhistas ao longo do litoral alagoano, seriam sinalizadas áreas nos rios Mundaú, Manguaba e Rio São Francisco. De acordo com a proposta, que foi lida na manhã de terça-feira (01), o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL) será permanentemente responsável pela identificação, com placas de alerta e outros meios de sinalização, as áreas de risco para banhistas.

... A nova mesa diretora do ASA já começou a trabalhar visando à temporada do Clube em 2017. Na manhã de ontem, terça-feira (01), foi realizado um novo planejamento para a agremiação que já possui um novo técnico. O time agora será treinado por Maurílio Silva, que já está na capital do agreste alagoano.

Difícil de descascar

... Ao chegar à cidade, o novo técnico foi recebido por Nelson Filho, Ivens Barbosa, e “Zé Negão”, respectivamente, presidente, vice-presidente, e conselheiro do time. A proposta, de acordo com a nova diretoria do ASA, é iniciar imediatamente as renovações e novas contratações de atletas para os jogos de 2017, quando a agremiação vai brigar pela Copa do Brasil e disputa o Brasileiro da Série C.

Pela experiência política que adquiriu ao longo dos anos, Rogério Teófilo sabe melhor do que ninguém que deverá encontrar um verdadeiro abacaxi difícil de ser descascado a partir do dia primeiro de janeiro de 2017. O seu comportamento a frente das finanças do município mais importante do interior alagoano poderá mudar os rumos da política por um longo período, já que para salvaguardar a Própria pele deverá tomar atitudes nada agradáveis. É esperar para ver o que vai acontecer.

Olho D´Água Grande

Em Olho D´Água Grande, o futuro prefeito José Adelson vem conversando com aliados e a sociedade visando a sua gestão a partir de janeiro de 2017. Em seu favor, pesa a sua experiência de já ter administrado o município. Para Zé Adelson, como é mais conhecido por seus munícipes, Educação, Saúde, Agricultura e Assistência Social terão total atenção durante a sua administração.

Festa em Arapiraca 1

O promoter e colunista social Aroldo Marques está ultimando os preparativos para a realização em Arapiraca da 8ª edição do Prêmio Homens e Mulheres de Sucesso – Troféu Sierra Residencial. De acordo com o colunista, o evento irá este ano homenagear sessenta pessoalidades ligados à área política, empresarial, artistas, além de profissionais liberais de diversas categorias.

Festa em Arapiraca 2

Para animar a festa, foi convidada a renomada Banda Time Machine e Dona Flo. Para incrementar ainda mais o evento haverá a participação do cantor de músicas alternativas, Lanciano Lima. “Para abrilhantar a noite será servido um jantar, inspirado no Natal, com pratos típicos preparados por renomados chefs”, disse o promoter para revelar que o prêmio será realizado no próximo dia 24 de novembro, no Clube Social do Sierra Residencial.

PELO INTERIOR

Mão no bolso

A expectativa é que Luciano entre na disputa por uma cadeira na Câmara Federal. Mas, se assim for, terá que gastar um “trocadinho” já que do lado de Rogério Teófilo tem uma fila enorme de políticos dispostos a encarar uma briga com Barbosa. Com as bênçãos do futuro prefeito, é claro.

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... O Projeto de Lei que trata da regulamentação dos editais para concurso público, proposto pelo deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB), foi aprovado na terça-feira (1) e segue agora para o Governo do Estado. ... O projeto pretende normatizar e tornar mais transparente a forma de seleção e ingresso por meio de concurso público, pela administração direta e indireta, autarquia e fundacional do Estado. Vale ressaltar que o deputado

deu entrada neste PL em julho do ano passado. ... A cidade de Arapiraca fez de seu Desfile de Emancipação Política, no último domingo, dia 30, um dos momentos mais bonitos destes 92 anos de história. ... Centenas de arapiraquenses foram às ruas no domingo (30) para prestigiar o desfile, que teve como tema “A cultura corporal ao longo dos tempos e comunidades quilombolas”. ... Emocionada, a prefeita Célia Rocha junto ao vice-prefeito Yale Fernandes, o tenente-coronel J. Cláudio do 3º BPM, o tenente Soares do Tiro de Guerra, o tenente Everton do 7º Grupamento de Bombeiro Militar e demais vereadores, secretários e autoridades fizeram-se presentes no desfile civil, militar e estudantil. ... “Participar do dia 30 é sempre motivo de muita emoção. Já começamos o dia agradecendo a Nossa Senhora do Bom Conselho e pedindo a ela que continue abençoando nosso povo”, disse a prefeita. E completou: “É maravilhoso ver toda essa gente na rua curtindo o que nossa cidade oferece. Estou aqui cheia de amor por tudo que é dessa terra”.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 04 A 10 DE NOVEMBRO DE 2016


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