Edicao911

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IMPROBIDADE

extra Ex-prefeito Cristiano Matheus é denunciado em novo processo por desvio de recursos públicos

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USUCAPIÃO

TJ decide: agricultor Jorge Florentino tem a posse legal, há 20 anos, de uma área no Polo de Marechal Deodoro P/15

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AOS LEITORES E ANUNCIANTES Devido ao feriado de Carnaval o jornal EXTRA só voltará a circular no dia 10 de março

R 3,00

MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVIII - Nº 911 - 24 DE FEVEREIRO A 09 DE MARÇO DE 2017

Deputados usam drogados como MOEDA DE TROCA Arcebispo acusa Carimbão e filho de explorarem comunidades terapêuticas PESQUISA EXCLUSIVA

MAIS DE 70% DOS MACEIOENSES SE SENTEM

INSEGUROS

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HORAS EXTRAS CNJ manda investigar mais quatro juízes alagoanos que receberam ilegalmente P/7 NOVO TEMPO Alagoas terá moderno polo agroindustrial com irrigação através do Canal do Sertão P/10


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MACEIÓ, ALAGOAS - 24 DE FEVEREIRO A 09 DE MARÇO DE 2017

A farsa tucana 1

- A Justiça começou a derrubar a farsa montada por assessores do governo Téo Vilela para retomar, no tapetão, uma fazenda vizinha ao polo de Marechal Deodoro, que há mais de 20 anos está sob domínio de um posseiro legal.

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- A área pertenceu à Codeal e foi incorporada ao patrimônio da CARHP, órgão responsável pela liquidação das autarquias e empresas de economia mista extintas nos governos anteriores.

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- Por omissão, negligência, ou incompetência da CARHP, a área foi abandonada, ficando desde então sob a guarda de um agricultor que passou a explorar a terra com plantio de cana-deaçúcar em parceria com uma usina da região.

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- Com a expansão do polo de Marechal, o Estado precisou de novas áreas para instalação de novas indústrias. Ao invés de defenderem a indenização legal do posseiro, assessores de Téo Vilela sob o comando do ex-secretário Luis Otávio Gomes, o LOG, tentaram expulsá-lo no grito e armaram uma farsa que comprometeu até o próprio governador Téo Vilela.

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– Primeiro convenceram o governador a assinar um ato de desapropriação com base em falsa matrícula da área, obtida com a conivência do Cartório de Marechal Deodoro. Descoberta a fraude, entraram com uma ação rescisória, que esta semana foi rejeitada pelo Tribunal de Justiça. Veja matéria na página 15.

Ação de quadrilha

O ex-prefeito Cristiano Matheus, de Marechal Deodoro, foi denunciado em mais um crime de improbidade administrativa. Acusado de desviar recursos do município, Cristiano já acumula mais processos que o ex-prefeito de Rio Largo, Toninho Lins, também denunciado por improbidade administrativa.

Roubalheira

A nova ação tem origem no desvio de R$ 68 milhões de royalties do petróleo recebidos indevidamente graças à manipulação de uma disputa judicial entre os municípios de Pilar e Marechal Deodoro. A farsa envolveu uma quadrilha a serviço do ex-prefeito Cristiano Matheus.

Briga antiga A disputa por royalties gerados pela exploração de gás e óleo em uma área situada no limite dos dois municípios teve início com uma ação ajuizada há anos pelo então prefeito de Marechal, Danilo Dâmaso, junto à Agência Nacional de Petróelo (ANP).

Cobiça Desde décadas passadas os royalties eram pagos ao Pilar, mas Marechal entrou na briga e a partir de então a ANP vinha depositando os valores em conta judicial enquanto a ação tramitava na Justiça Federal. Até dois atrás os depósitos judiciais atingiram R$ 68 milhões, o que despertou a cobiça da quadrilha.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Justiça suja

Para meter a mão nos milhões, Cristiano Matheus armou uma farsa com a participação ativa de um juiz, um deputado federal, um advogado, um diretor do Iteral e outras “autoridades”. O então governador Téo Vilela também foi usado no esquema pela quadrilha.

Golpe final

Para forçar a ANP a liberar os R$ 68 milhões, o prefeito se valeu de uma sentença judicial de primeira instância baseada em ação fraudulenta movida pela Prefeitura de Marechal contra o Iteral, que sequer contestou a fraude. Afinal o conluio também envolveu o órgão de terras, responsável pela demarcação dos limites entre municípios. Até hoje o prefeito não prestou conta desses recursos.

Divisão do butim

Na divisão da pilhagem todos ganharam seu quinhão, mas só o causídico teve os valores divulgados na prestação de contas do ex-prefeito Cristiano Matheus: foram perto de R$ 14 milhões. A maior parte, no entanto, deve ter ficado como o chefe da quadrilha. Afinal, quem parte e reparte sempre leva a maior parte, diz a sabedoria popular.

Vara Agrária

O juiz José Afrânio Oliveira é o novo titular da Vara Agrária de Alagoas, responsável pela mediação dos conflitos de terra no estado. Criada há 10 anos, a jurisdição até hoje tem agido mais em defesa dos invasores de terra, sob o manto da Pastoral da Terra, em detrimento dos empresários rurais que geram emprego e renda.

Bom exemplo

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A Casal conseguiu, pela primeira vez em décadas, apresentar superávit em suas contas, o que significa dizer que ingressou em um processo de sustentabilidade econômico-financeira. O déficit anual de R$ 53 milhões até 2014 foi reduzido para R$ 23 milhões em 2015 e desapareceu em 2016. Com isso, a companhia vai começar uma nova fase na melhoria dos serviços prestados à população dos 77 municípios onde opera os sistemas de saneamento.

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Para conseguir o equilíbrio financeiro, segundo Clécio Falcão, presidente da empresa, a Casal renegociou contratos, ajustou procedimentos, reduziu despesas, fez realinhamento tarifário e desenvolveu outras ações de crescimento da arrecadação, que começam a apresentar resultados positivos. “Hoje, conseguimos pagar os compromissos em dia e ampliamos nossa capacidade de investimento”, definiu Falcão.

“O foro é a raiz de tudo”

Carlos Velloso disse a O Antagonista que, fora do governo, continuará na defesa aguerrida pelo fim do foro privilegiado. “Hoje, o foro é a raiz de tudo.” Se o foro não cair, reforça o ex-presidente do STF, a mais alta corte do País nunca terá condições de julgar a quantidade de processos envolvendo os protegidos pela prerrogativa.

Culpa da Dilma

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que o valor a ser pago como indenização às transmissoras de energia em razão da MP 579, de 11 de setembro de 2012 editada no Governo Dilma, será de R$ 62,2 bilhões. O rombo será pago pelos consumidores até 2024 a partir de março. Com isso, o aumento médio na conta de luz deverá ser de 7,7%.

Irresponsabilidade

A MP 579 foi publicada com amplo estardalhaço do governo do PT. A então presidente Dilma Rousseff anunciou a medida como uma política para reduzir a conta de luz dos brasileiros. A promessa era uma redução de 20%. Em 2015, no entanto, sem condições de cobrir os subsídios dados, o governo reajustou as tarifas de luz em 50%. A indenização às empresas transmissoras de energia deve-ria ter sido paga em 2013, mas o Governo Dilma adiou o compromisso para não prejudicar sua imagem na eleição presidencial disputada em 2014.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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MACEIÓ, ALAGOAS - 24 DE FEVEREIRO A 09 DE MARÇO DE 2017

JORGE OLIVEIRA

Freire, língua afiada Barra de S. Miguel, AL - Para entendermos o entrevero entre o escritor Raduan e o Roberto Freire é preciso primeiro entrar na biografia de cada um. A de RF o Brasil conhece e deve a ele e aos seus combatentes militantes heroicos a luta contra o regime de opressão que se instalou no país durante mais de vinte anos. O mesmo não se pode dizer de Raduan, o escritor que fez a festa da esquerda de botequim paulista ao receber o prêmios de 100 mil euros e acusar o ministro de estar a serviço de um governo golpista. Recebeu de Freire a resposta a altura; ele não se intimidou mesmo diante de alguns intelectuais de armazéns de secos e molhados como a senhora Chaui e o escritor e Augusto Massi, professor de literatura e poeta de um verso só. Os inflamados senhores que formavam a plateia histérica do escritor Raduan Nassar não esperavam pela reação dura de Roberto Freire ao defender o governo do qual faz parte como ministro da Cultura. Achavam que seus gritos delirantes em defesa do PT iriam calar a voz de Freire, coisa que a ditadura não conseguiu. Certamente não conheciam Freire, portanto, são, na verdade, analfabetos políticos por desconhecer uma das vozes mais contundentes contra o regime de opressão que se instalou no país e que teve nele seu principal opositor, enquanto esses pseudointelectuais paulistas, seguidores do PT, viviam como almofadinhas dentro das universidades com medo de enfrentar a repressão. Ao dizer que Freire não estava à altura do evento, Augusto Massi exasperou-se na crítica e na incivilidade. Recebeu, como era de esperar, o troco à altura ao ser chamado de “idiota” por Freire, que não se intimidou com a adversidade do show promovido pelas viúvas da Dilma e do Lula que, como sempre, promovem espetáculos circenses sem a magnitude dos bons palhaços. Raduan, o escritor de 81 anos, que o Brasil começou a conhecer depois dessa polêmica, é o autor, entre outros, do livro Lavoura Arcaica, que virou filme. É ignorado pelos brasileiros, mas cultuado por um restrito grupo que o tem como um feroz defensor do governo petista, o mais corrupto da história do país. Para chegar à conclusão de que o país vive um golpe e “não há como ficar calado”, palavras que usou no discurso, foi certamente sabatinado antes pela claque petista que o acompanhou na solenidade de entrega do prêmio. Não acredito numa atitude isolada dele para transformar o ambiente num palanque em defesa da organização criminosa petista. Ora, se pensavam que o Roberto Freire iria ficar calado diante da manifestação infantiloide e degradante de uns marmanjos que pregam a revolução petista dentro das universidades quebraram a cara. Contra toda aquela plateia que vociferava contra o “golpe”, Freire, sozinho, os combateu, como sempre fez contra os fascistas quando teve que defender o Brasil das amarras do arbítrio. Chaui, a mais exaltada defensora petista, liderou uma vaia contra o ministro, demonstração cabal de que os seus argumentos políticos tinham se esfacelado diante do discurso veemente de Freire, que indicou o caminho mais fácil para Raduan se ver livre do problema: devolver o prêmio Camões e os 100 mil euros que o acompanha. Quem sabe assim o escritor não ficaria mais à vontade para desenvolver o seu discurso oposicionista.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Valentia

A esquerda de botequim caiu de pau no Freire por esse gesto corajoso. Quem o conhece elogiou. O Freire inflamado que fazia aquela histérica plateia engolir cada palavra ofensiva, é o mesmo que esteve à frente das forças de oposição contra o regime militar. Que bradou no Congresso Nacional, nos sindicatos, nas entidades dos direitos humanos e nas ruas contra a intolerância e contra o ódio dos radicais. É esse Freire que hoje comanda o Ministério da Cultura para felicidade daqueles que estão envolvidos com a arte e a literatura no país. É este Freire que vai moralizar o setor, combalido pela corrupção que imperou dentro do ministério na era petista, decretando o fim do apadrinhamento, da cultura aparelhada e do assalto ao dinheiro público.O Brasil estaria no bom caminho se tivéssemos mais Freires para defender nossos valores.

Azul

Escrevi aqui neste espaço, na época que Maceió era administrada por Cícero Almeida, que uns aproveitadores, donos de empresas fantasmas, tentaram fatiar o espaço público da cidade para criar zonas de estacionamentos. Descobri, por exemplo, que a empresa candidata a ganhar à licitação estava instalada em um fundo de quintal de uma cidade goiana.

Insistência

Denúncia

Na época, o Cícero Almeida não resistiu às críticas e deu meia volta. A ideia não vingou e não se falou mais nisso. Descobriu-se, inclusive, que para facilitar o negócio empregados comissionados da prefeitura também estavam no pacote de bondade da empresa. Ou seja: mesmo deixando o emprego no fim do governo iriam receber sua comissãozinha enquanto a empresa cobrasse pelo estacionamento.

Alerta

Como já alertou o Fernando Henrique Cardoso, nem sempre o governante sabe tudo na sua administração. Portanto, aqui vai um alerta: Rui, cuidado para não cair nessas armadilhas. Um pé em falso, a sua administração, tão bem avaliada, vai para o espaço. Desconfie de aventureiros de fora que chegam à cidade vendendo o paraíso. Se o paraíso fosse tão cor de rosa assim, eles não venderiam, ficariam só para eles. Um olho no gato, outro no peixe.

Vejo agora que a Justiça de Alagoas, em boa hora, barrou, mais uma vez, a tentativa de outra empresa dividir Maceió em zonas para explorar estacionamentos. Dessa vez, ela vem de Curitiba e não tem nenhuma experiência nesse tipo de trabalho. Trata-se de aventureiros que tentam vender uma ideia para encher os bolsos deles e de quem está no governo fazendo a intermediação para implantar o sistema.

Olho vivo

Negociata

Solução

A coisa acontece assim: uma empresa, mancomunada com algum espertinho da administração municipal, vende a ideia de lotear as áreas públicas para transformá-las em estacionamento. Contrata alguns empregados para cobrar pelo espaço, pinta o chão para definir a área por carro e pronto. Não precisa fazer mais nada: é só deitar numa rede e esperar o dinheiro entrar no caixa a cada minuto.

O segundo mandato é sempre um perigo para quem governa. Normalmente o administrador se acha mais experiente e costuma relaxar, deixando seus auxiliares mais à vontade para tomarem decisão. É aí que o bicho pega. A maioria deles em cargos comissionados não tem responsabilidade com a história política de quem governa. Por isso, olho nesse pessoal porque cavalo não sobe escada nem faz desenhos nas ruas para carros, como dizia o mestre do colunismo social Ibrahim Sued.

Muitas cidades do país encontraram na implantação do parquímetro parte da solução para seus problemas de estacionamento. Se quiser adotar o sistema em Maceió, o prefeito deveria mandar seus técnicos desenvolverem um projeto para a cidade conversando com prefeitos que já adotaram o sistema, um dos mais antigos nas cidades europeias. Se é para disciplinar a ocupação dos carros nas ruas, hoje nas mãos dos flanelinhas, vamos pelo menos modernizar o projeto com o que já existe de mais eficiente e aprovado pela população.

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GABRIEL MOUSINHO

Marx pra vice

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om praticamente a impossibilidade de definir uma candidatura ao Senado, o deputado e mi-nistro Marx Beltrão já tem outro projeto político na cabeça: sair como candidato a vice na chapa com o governador Renan Filho no próximo ano. Mesmo que não discuta esta possibilidade no momento, amigos de Beltrão acham que esta seria a melhor solução para ele se ver livre de uma trombada com o senador Renan Calheiros, candidatíssimo à reeleição. Detentor de um vasto reduto político na região sul do Estado, Marx Beltrão forrou sua ascensão com inteligência, usando também o prestígio do pai que possui vários mandatos de deputado estadual. Impetuoso, decidido e com boas condições financeiras, o ministro do Turismo trabalha para ir longe na sua pretensão. A princípio seria candidato ao Senado, mas uma pedra no caminho, no caso o senador Renan Calheiros, atrapalha seus planos. Então, é melhor compor e se aquietar, do que partir para a briga.

gabrielmousinho@bol.com.br

Pra boi dormir

O discurso conciliador do governador Renan Filho no início dos trabalhos legislativos na Assembleia não sensibilizou grande parte da bancada governista. Muitos deputados não acreditam nas palavras do governador, que há dois anos vem tratando com indiferença seus aliados na Casa de Tavares Bastos.

Estratégia

Acostumado a ser paparicado por próximos assessores e até políticos com mandatos, o governador Renan Filho deve usar nova estratégia daqui pra frente. Ele deseja ser mais atencioso e presente na vida dos seus aliados, sob pena de ir para a reeleição com dificuldades de apoios nas mais diversas regiões do estado.

Mudança de rumo

Mesmo sem definir ainda, o deputado Ronaldo Lessa pode abdicar de uma candidatura à reeleição e topar o projeto de Rui Palmeira, saindo como candidato a vice numa ampla coligação. Lessa é um nome consagrado e seria o ideal, segundo políticos experientes, a fortalecer a chapa de Palmeira. Indagado, ele apenas sorri.

Chupando dedo

Os adversários de Benedito de Lira, sejam na área política, sejam na área de comunicação, observam a robustez eleitoral do senador e lançam boatos de que ele teria dificuldades na sua reeleição. Insistem numa dobradinha Téo-Renan que, pelas composições políticas, é praticamente impossível de acontecer. Aliado a Rui e do mesmo partido, Téo está prestes a se aliar a Biu para enfrentar a chapa do PMDB liderada por Renan Calheiros.

Hora dos acordos

Mais uma vez a badalada praia de Barra de São Miguel será o alvo político principal durante o Carnaval. É por que ali, Renan Calheiros, Biu de Lira e outros políticos se recolhem durante os festejos de momo. Neste período é comum acertos e composições visando as eleições de 2018.

Dupla forte

O senador Biu de Lira e seu filho Arthur foram, respectivamente, eleitos líderes das bancadas do Partido Progressista tanto na Câmara dos Deputados como no Senado. Uma demonstração de que os dois se reforçam a cada dia em Brasília, com repercussão direta nas eleições em Alagoas.

Aproximação

É visível a aproximação do prefeito Rogério Teófilo, de Arapiraca, com o PP de Benedito e Arthur Lira. Rogério passa a ter passagem livre no Ministério da Saúde comandada pelo Partido Progressista. Isso pode refletir diretamente nas eleições do próximo ano.

Boateiros

As informações que circulam nos bastidores de que Rui Palmeira não seria candidato ao governo são de gente que não tem o que fazer. Pelo menos é o sentimento de pessoas próximas ao prefeito, que vêem Rui decidido a trabalhar muito este ano em Maceió e se credenciar para disputar com Renan Filho o governo do Estado.

Omissão

O governador Renan Filho reconheceu a importância da bancada federal na aquisição de recursos para grandes projetos no estado de Alagoas. Mas bem que poderia melhorar este relacionamento se não omitisse, em algumas obras, os nomes dos parlamentares que viabilizaram esses projetos, a exemplo do Marco Referencial, em Maceió.

Jurando inocência

Fazia muito tempo que o senador Renan Calheiros não concedia uma entrevista tão longa. No programa do França Moura ele discorreu sobre vários assuntos e garantiu que todas as investigações que sofre na Operação Lava Jato serão arquivadas, como foi a primeira. O senador também defendeu uma ampla reforma na previdência.

Pé na estrada

Como suas atribuições no Senado como presidente não permitiam estar muito tempo em Alagoas, Renan agora vai se dedicar a percorrer o estado e conversar com lideranças políticas com dois temas: verificar o que cada município necessita e as eleições em 2018.

Pra baixo

O governo do Estado arranjou logo um bode expiatório sobre o crescimento de assassinatos durante o mês de janeiro com relação ao ano anterior: briga entre facções criminosas. É, pode ser.

Salário garantido

O prefeito Eduardo Tavares, de Traipu, garantiu um carnaval gordo para seus servidores. Ele começou o pagamento na última terça-feira, dia 21, e encerrou a folha na quinta-feira. No Carnaval, diz a assessoria de comunicação da prefeitura, “todos com dinheiro no bolso”.

No frevo

O governador Renan Filho em plena campanha para a reeleição foi um dos destaques do Bloco Vulcão no último domingo na praia de Pajuçara. Enquanto os foliões queriam dançar ao som do trio e da banda, o governador deitou falação. Neste evento o policiamento foi reforçado e até o helicóptero da PM fez o patrulhamento da área.

Faca no pescoço O conselheiro Cícero Amélio pode perder o cargo por atos quando era presidente do Tribunal de Contas do Estado. A ação é do Ministério Público e Amélio é acusado de falsidade ideológica e improbidade administrativa. Amélio, afastado do cargo, contesta as acusações.

Vazio sem o Pinto

As belíssimas Pajuçara e Ponta Verde sentiram a falta do Pinto da Madrugada no sábado passado. Sinal de tristeza e decepção. Os mais de 200 mil foliões que brincavam ao som das orquestras comandadas pelo Pinto foram transformados em poucos entusiasmados, embora se louve os esforços da associação que organizou os festejos. Até agora ninguém sabe ao certo quem contribuiu para que o Pinto não desfilasse nas avenidas, esperando que ele volte renovado no próximo ano.

Decidido

O deputado Cícero Almeida vai mesmo assumir a Secretaria de Esportes no lugar de Cláudia Petuba. Ele deixa a Câmara Federal de onde não deveria nem ter ido, já que foi um deputado ausente durante todo este tempo que ficou em Brasília. Com sua ida para uma secretaria estadual, Renan Filho reforça seu time para as eleições de 2018.


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Crime de Dimas Holanda pode prescrever

IMPUNIDADE ACUSADO DE SER O MANDANTE FICARÁ IMPUNE SE PROCESSO NÃO FOR JULGADO ATÉ ABRIL MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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prazo pra julgamento do deputado João Beltrão no caso do assassinato do bancário Dimas Holanda prescreve em abril. Familiares e a sociedade alagoana temem que este seja mais um crime que passe a engrossar a lista da impunidade no estado. Como que correndo contra o tempo, na segunda-feira, 20, a Procuradoria Geral de Justiça enviou seu parecer no pro-

cesso que está sob a relatoria do desembargador João Luiz Azevedo Lessa. No despacho, é solicitado o dia para julgamento do acusado de ser o mandante do crime. “Estando o processo em ordem, peço inclusão na pauta de julgamento subsequente”. O desembargador, por sua vez, avisou por meio da assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça que dia 14 de março o processo vai ser analisado e colocado em pau-

ta.

O caso Dimas Holanda, como ficou conhecido, parece mais roteiro de novela. A cada etapa muda-se o enredo, cogita-se punição para culpados, criminosos viram mocinhos e os capítulos não chegam ao fim. Longe da ficção, a realidade é que o bancário foi morto covardemente em uma emboscada e o deputado João Beltrão foi denunciado pelo MPE como mentor do crime. Porém, em 2012 o Tribunal de Justiça rejeitou a denúncia contra o deputado sob a alegação de que o MP não teria pedido autorização ao tribunal para processar o parlamentar. O MP não só manteve a denúncia contra Beltrão como a dos acusados da execução: e:

Eufrásio Tenório Dantas (o Cutita), Daniel Luiz da Silva Sobrinho, Paulo Nei, Valdomiro dos Santos Barros e um outro Paulo. Em 2013 nova polêmica. É que o desembargador James Magalhães - então relator - alegou que como não havia qualquer pedido do MP para processar Beltrão, os desembargadores entenderam pela anulação das provas produzidas no inquérito policial. Nestes quase 20 anos de impunidade, a família de Dimas Holanda tem feito manifestações e procurado os órgãos competentes em busca de justiça. ENTENDA O CASO No dia 3 de abril comple-

ta 20 anos do assassinato de Dimas Holanda. Em 1997, o bancário de 34 anos, casado e pai de dois filhos, saia da casa de uma tia no conjunto Santo Eduardo - bairro do Poço, em Maceió -, quando teve o carro fechado. Na tocaia, pistoleiros abriram fogo contra Dimas que tentou correr, mas morreu no local. Ele foi atingido com 20 tiros, sendo 12 de pistola 9 milímetros. Segundo o ex-tenente-coronel (líder da Gangue Fardada), Manoel Francisco Cavalcante, o motivo do crime teria sido porque o bancário havia paquerado uma suposta namorada de João Beltrão, conhecida como Clécia.

Gima da Força é reeleito presidente da Força Sindical em Maceió Sindicalista diz que 2017 será decisivo para o trabalhador O sindicalista Albegemar Cassimiro, mais conhecido como Gima da Força, foi reeleito por unanimidade para mais quatro anos na presidência da Força Sindical, em Maceió. Em assembleia realizada na quarta-feira, 22, no Hotel Ouro Branco, na Pajuçara, Gima foi escolhido em aclamação por membros de vários sindicatos. No evento estiveram presentes representantes da Força Sindical Nacional, como Sérgio Leite e a secretária Nacional da Mulher, Maria Auxiliadora; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Eduardo Torres; e o ex-ministro do Trabalho, Rogério Magri. “O ano de 2017 será de muita luta para todos. No dia 15 de março, nos uniremos para mobilizar o Brasil contra a reforma da previdência

e trabalhista. Vamos reunir mais de 50 mil em Brasília”, disse o sindicalista. Para Gima, o Congresso brasileiro só age a partir dos próprios inte-resses. “Nossa política é formada por grandes empresários que constituíram um grupo forte no Congresso. Sai um empresário e entra outro. Um exemplo é o novo presidente do Senado, Eunício Oliveira, que consegue ser pior que Renan Calheiros. Que em 2018 não cometamos o mesmo erro de eleger esses senadores”, disse à reportagem do EXTRA ALAGOAS. Sobre o governo de Michel Temer, Gima também não poupa críticas. “Nota zero. Trocaram seis por meia dúzia. Quando houve o impeachment era para sair à chapa inteira. Mas parece que já estão se articulando para que Temer deixe também a presidência. Isso tem grandes chances de acontecer”.

POLÊMICAS Em 2016, Gima foi destituído da presidência da diretoria municipal do Solidariedade (SD). À época, ele denunciou que Paulinho da Força, chefe maior do partido, não passava de um traidor. Durante as eleições municipais, o partido teve ápices de tensão devido aos nomes de Cícero Almeida (PMDB) e Rui Palmeira (PSDB), ambos concorrentes à Prefeitura de Ma-

ceió. Segundo Gima, tudo estava certo para o partido marchar em favor do candidato tucano. O diretório de Maceió teria até o consentimento do SD nacional. Porém, o xadrez político fez com que a preferência mudasse nos últimos instantes. Sendo assim, o partido seria pró Cícero Almeida. Revoltado, Gima discordou da decisão e foi destituído no dia 20 de julho.


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CNJ manda apurar pagamentos a mais 4 juízes

FARRA DAS HORAS EXTRAS COLEGIADO CONSIDEROU LEGAIS PAGAMENTOS EFETUADOS A OUTROS 10 MAGISTRADOS VERA ALVES veralvess@gmail.com

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Conselho Nacional de Justiça (CNJ) quer saber se houve ou não má-fe no recebimento de horas extras por quatro magistrados. Wladimir Paes de Lira, Antônio Bittencourt Araújo, Maria Valéria Lins Calheiros e Silvana Lessa Omena serão alvo de procedimento administrativo a ser instaurado pelo próprio Tribunal de Justiça. A decisão foi tomada na 245ª sessão do colegiado, realizada na terça, 21, durante o julgamento de um Procedimento de Controle Administrativo que tinha como alvo outros 10 magistrados. Paes de Lira, Maria Valéria, Antônio Bittencourt (irmão do desembargador Fábio Bittencourt) e Silva Omena (filha do desembargador aposentado Gerson Omena) não figuraram no julgamento de terça porque, de acordo com o relator do PCA 0004156-46.2009.2.00.0000, o conselheiro Rogério Nascimento, não apresentaram defesa. De acordo com a Associação dos Magistrados Alagoanos, eles sequer foram notificados. O entendimento do relator do PCA, que terminou prevalecendo, foi o de que o fato de não terem sido notificados não é motivo para que os pagamentos tidos como ilegais pela Secretaria de Controle Interno do CNJ deixem de ser investigados. “A proposta que trago ao Plenário é que não se premie a deslealdade”, afirmou Nascimento. No caso de Maria Valéria Lins Calheiros, os pagamentos a serem investigados se referem ao exercício de função

Os magistrados Silvana Lessa Omena, Antônio Bittencourt, Maria Valéria Calheiros e Wlademir Paes de Lira estão na mira do CNJ

temporária como juiz auxiliar da Corregedoria, entre janeiro e fevereiro de 2005, e serviços prestados ao programa Justiça Itinerante no mesmo período. Silvana Lessa Omena terá avaliados os pagamentos por serviço extraordinário na função temporária de juiz de Turma Recursal recebidos de janeiro de 2005 a março de 2006 e por serviços prestados no Justiça Itinerante em outubro de 2005. Também por recebimento de horas extras por serviços prestados ao Justiça itinerante será investigado o juiz Wlademir Paes de Lira. Citado pelo relator, o juiz Antônio Bittencourt de Araújo não teve especificados os pagamentos apontados como suspeitos pela Secretaria de Controle Interno. CASO REMONTA A 2009 Conhecido como “farra das horas extras”, o pagamento de valores excessivos a juízes

e desembargadores pelo Tribunal de Justiça de Alagoas remonta a 2009, quando uma inspeção da Corregedoria Nacional de Justiça, vinculada ao CNJ, detectou as irregularidades. Foi no bojo desta inspeção que foram instaurados vários procedimentos administrativos, o primeiro deles tendo como alvo o hoje desembargador afastado Washington Luiz. Condenado a ressarcir os cofres públicos em mais de R$ 360 mil, ele recorreu ao Supremo Tribunal Federal. Obteve liminar suspendendo a decisão do CNJ e o processo nunca teve julgamento de mérito no STF. Conclusão: acabou sendo arquivado. Situação idêntica vive a desembargadora Elisabeth Carvalho que em junho de 2014 foi condenada pelo CNJ a devolver os recursos que teria recebido de forma indevida a título de hora extra durante o recesso forense, nos mês de dezembro de 2005. Recorreu ao STF que inicialmente negou

prosseguimento ao mandado de por participação em concursegurança por ela impetrado, so público ou em mutirões, situações nas quais os juízes mas ela recorreu da decisão. de Alagoas receberam adicionais. LEGALIDADE Indicado pelo STF para E DECADÊNCIA Os 10 juízes cujos paga- compor o Conselho Nacional mentos foram analisados na de Justiça, Carlos Levenhasessão da terça pelo CNJ ter- gen, 56 anos, é desembargaminaram sendo beneficiados dor do Tribunal de Justiça pelo voto divergente do conse- de Minas Gerais e raramente lheiro Carlos Augusto de Bar- vota no sentido de condenar ros Levenhagen, prevalecendo a conduta de magistrados insua tese de decadência do caso vestigados pelo colegiado. Na sessão da terça, foram – os pagamentos em questão foram efetuados há 12 anos – analisados os pagamentos e a legalidade dos mesmos, em efetuados aos seguintes mafunção do fato de a Resolução gistrados alagoanos: Alberto 13 do CNJ que regulamenta o Jorge Correia de Barros Lima, pagamento por serviços extra- Alcides Gusmão da Silva, Aleordinários a magistrados datar xandre Lenine de Jesus Pereira, André Gêda Peixoto Melo, de 2006. Neste aspecto, foram ven- Antônio Emanuel Dória Fercidos os votos do corregedor reira, Edvaldo Rios Bandeira, Nacional de Justiça, João No- Geraldo Cavalcante Amorim, ronha, e do relator do PCA, Ney Alcântara e Orlando RoRogério Nascimento. Segundo cha Filho. Nenhum foi condenado a eles, a Lei Orgânica da Magistratura Nacional já discipli- devolver qualquer valor ou nava a questão e em nenhum responder a processo adminisartigo ela previa pagamentos trativo.


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Dependentes químicos viram moeda de troca em Alagoas

EXPLORAÇÃO ARCEBISPO DENUNCIA CORTE DE VERBAS DE COMUNIDADES NÃO ALINHADAS POLITICAMENTE COM O DEPUTADO GIVALDO CARIMBÃO JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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tratamento para a recuperação de dependentes químicos virou moeda de troca e votos no estado de Alagoas. Essa foi a denúncia relatada na última semana em nota de repúdio pelo arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, que pegou muita gente de surpresa. No entanto, conforme o líder religioso, em entrevista concedida ao EXTRA ALAGOAS, o uso indevido da Rede Cristã de Acolhimento para fins eleitoreiros pelo deputado federal Givaldo Carimbão (PHS) era algo que já o incomodava há algum tempo. “Quando cheguei aqui há dez anos comecei a lutar para que acontecesse a criação da Fazenda da Esperança no final de 2007. A fazenda é reconhecida no Brasil e no mundo como um espaço alternativo de se acolher o dependente químico”, contou Dom Antônio Muniz. A entidade, que recebe verba do Poder Público, dinheiro que sai do bolso do cidadão a partir dos impostos, conta com duas fazendas em Alagoas situadas em Marechal Deodoro e Poço das Trincheiras com a capacidade para 55 internos. “Em um determinado tempo, nasceu no Governo Téo Vilela a ideia de se fazer uma secretaria (antiga Sepaz) mas fui contra a maneira de criá-la devido a

sua formatação. Sugeri a criação de uma secretaria transversal, que estaria presente nas secretarias de Saúde, Segurança Pública, do Trabalho e Educação: uma força-tarefa. Isso evitaria que aparecesse um deputado padrinho de secretaria como acontece aqui para se usar como quiser. O governo ficou aperreado com a ideia porque fugia dos padrões. Isso porque o governo só pode funcionar se tiver voto”, contou. Ainda de acordo com a sugestão do religioso, o dinheiro usado para todo o aparato de uma secretaria específica seria melhor utilizado se fosse distribuído no orçamento das outras pastas. “Disse que a questão da dependência química não poderia entrar em política partidária porque senão se estragaria tudo. Tem que ser uma política pública de Estado. Porque o financiamento de tudo isso é feito pelo dinheiro do cidadão. O dinheiro não deve ter a cor do deputado fulano de tal. O dinheiro deve ter a cor de um projeto social. Nosso imposto não pode beneficiar um deputado”. O resultado da mistura projeto social com cunho político fez com que algumas comunidades que trabalham pela recuperação de dependentes químicos ficassem comprometidas. “Começaram a cortar ver-

Arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz: ‘Obra social foi usada para fins eleitoreiros’

bas de comunidades que não são alinhadas politicamente. Aumentar vagas em comunidades que não têm só porque o dirigente é cabo eleitoral”, denunciou. Atualmente, a Rede Cristã conta com cerca de 30 comunidades terapêuticas no estado de Alagoas. Em nota divulgada na semana passada, o arcebispo repudiou a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (SEPREV), antiga Sepaz, que serve como sustentáculo à engrenagem eleitoreira, que chega a participar de encontros meramente político-partidários nas comunidades. Assim, “a contrapartida estadual que deveria ser obrigação, passou a ser tratada como uma esmola negociável entre aqueles que veem o dependente não como alguém

que precisa de ajuda, mas simplesmente como um mero voto a ser conquistado e comprado”. Os conflitos entre secretaria e partido teriam começado a ficar mais nítidos nas eleições de 2014. “Carimbão e o filho Carimbinho queriam ser eleitos e Jardel Aderico (ex-secretário da Seprev) que também tinha pretensão política. Aí a questão política colidiu com tudo”, enfatizou. Naquele ano, Carimbão foi eleito deputado federal e o filho Carimbão Júnior deputado estadual. Já no dia 23 de dezembro do ano passado, o então secretário da Seprev Jardel Aderico emitiu carta à imprensa comunicando seu afastamento da pasta relatando ‘sentimento de dever cumprido’. Ele teria sido afastado da pasta por interferência do

deputado federal. No ano passado, o arcebispo convocou uma reunião com todas as comunidades terapêuticas filiadas e não filiadas à Rede Cristã. “Então fiz um discurso inicial e bati duro na questão. Falei da perversidade de qualquer comunidade que se deixa entrar na dinâmica política. Disse que não teriam o direito de serem chamadas de comunidade. Imediatamente houve reação e pesada. Carimbão fracionou e criou uma rede própria e a minha nota foi atribuída por causa de uma reunião no Sertão. Me mandaram uma fotografia e vi que estava a secretária da Seprev, Carimbão e o filho e outros dirigentes das outras comunidades em uma igreja de Santana do Ipanema. Foi aí que não aguentei mais”.


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Carimbão diz que vai debater assunto com Dom Muniz Atualmente, a Seprev é comandada por Esvalda Bittencourt. Dom Antônio Muniz informou à reportagem que já conversou com o governador Renan Filho pontuando os impasses encontrados. O EXTRA ALAGOAS entrou em contato com o deputado Givaldo Carimbão que disse admirar o trabalho do arcebispo e anunciou que deverá encontrá-lo para conversar sobre os problemas citados. Em nota encaminhada à imprensa, a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) informou que a pasta desconhece a realização de qualquer evento político-partidário com a participação das comunidades acolhedoras. Desconhece ainda o evento realizado no município de Santana do Ipanema, conforme divulgado pela nota emitida pela Arquidiocese de Maceió. A instituição aproveitou para informar que seus representantes participaram de um único evento, na segunda-feira (13), envolvendo algumas comunidades acolhedoras. O encontro, organizado pela Associação Alagoana das Comunidades Acolhedoras (AACA), teve por objetivo discutir a implantação de um cronograma de capacitações técnicas para conselheiros acolhedores que atuam nas comunidades. A Seprev lembrou ainda que a participação de seus representantes neste referido evento, realizado na Comunidade Divino Pai Eterno, no município de Feira Grande, se deu a partir de um convite feito pela própria AACA, formada por 22 comunidades acolhedoras espalhadas por todo o estado e que se fizeram presentes no encontro. A Seprev voltou a enfatizar que é a favor de uma abordagem totalmente técnica quanto ao tratamento de dependentes químicos e que defende a isenção política de todas as comunidades e instituições acolhedoras de dependentes químicos, que devem estar totalmente focadas no tratamento e recuperação das pessoas com dependência química.

Carimbão e Carimbão Júnior são acusados de manipular comunidades terapêuticas; abaixo, o registro da reunião do dia 13


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Alagoas terá moderno polo agroindustrial

CANAL DO SERTÃO INDÚSTRIAS SERÃO ABASTECIDAS COM PRODUÇÃO DOS PERÍMETROS IRRIGADOS SOB RESPONSABILIDADE DA CODEVASF VERA ALVES veralvess@gmail.com

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lagoas se prepara para abrigar um moderno polo agroindustrial cujas bases estão sendo montadas a partir da implantação dos perímetros de irrigação do Canal do Sertão, a maior obra hídrica do estado iniciada em 1994 pelo então governador Geraldo Bulhões, um sertanejo que prometeu transformar em realidade o presságio do Padre Cícero: o sertão virar mar. A despeito dos entraves que provocaram por quase uma década a paralisação da obra, ela hoje avança, tem três trechos concluídos e está em vias de concluir o quarto, entre Senador Rui Palmeira e São José da Tapera. É na região que abrange os municípios de Delmiro Gouveia, Pariconha e Água Branca que os primeiros perímetros de irrigação serão implantados. Por eles correm hoje as águas do Rio São Francisco dos dois primeiros trechos do canal, do total de três já inaugurados. A ideia é usar a água das Estações Elevatórias que serão construídas para o consumo humano, depois de passar por uma Estação de Tratamento, enquanto por outro duto passará a água a ser usada na irrigação dos pequenos lotes a serem distribuídos com pequenos produtores rurais da região.

Os perímetros de irrigação estão sob a responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) que já tem assegurados R$ 9 milhões do Orçamento da União para este ano. Cada perímetro vai abrigar cerca de 100 famílias de pequenos agricultores, que vão receber assistência técnica para o cultivo da área. Mas o uso da água do Canal do Sertão é mais ambicioso. De acordo com o engenheiro Wellington Cabral Lou, da Cohidro – Consultoria, Estudos e Projetos, envolvido com o canal desde seu início, o objetivo é transformar a região cortada pelo canal em uma grande polo agroindustrial, isto porque ao logo do tempo indústrias de beneficiamento deverão ser implantadas na área. Ele cita como exemplo a produção de feno, nos moldes do que é feito nos Estados Unidos, o que garantirá o abastecimento do mercado interno. O CANAL Com um total de 250 km de extensão, o Canal do Sertão vai cortar 42 municípios alagoanos no Sertão e Agreste. Ele se inicia em Delmiro Gouveia, onde foi construída uma Estação Elevatória e Adutora e a partir da qual é captada a água do Velho Chi-

Ponto de encontro entre o trecho 3, já concluído, e o 4, cujas obras estão em andamento

co. No restante do trajeto, que vai terminar em Arapiraca, a água é conduzida pela força da gravidade, mas em seu percurso estão sendo construídas as estações elevatórias através das quais a água é conduzida aos perímetros de irrigação e grandes propriedades. Sobre as últimas, o Estado e a União ainda definem a forma de remuneração pelo uso da água. Três dos seis trechos em que a obra foi dividida para execução já foram entregues, até o km 92,93. O quarto trecho está em fase de conclusão, devendo ser inaugurado ainda este ano, enquanto o trecho 5 aguarda a ordem de serviço para início das obras e o trecho final ainda será licitado. Para este ano, o Canal do Sertão já tem assegurados no Orçamento da União, via Ministério da Integração Nacional, R$ 200 milhões e há grandes perspectivas de que outros R$ 200 milhões venham a ser liberados também em 2017, o que deve acelerar a execução das obras.


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Maceioense desaprova segurança pública

VIOLÊNCIA URBANA

MAIS DE 70% DA POPULAÇÃO NÃO SE SENTE SEGURA NO BAIRRO ONDE MORA VERA ALVES veralvess@gmail.com

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esquisa sobre sensação de segurança em Maceió realizada nos dias 9 e 10 de fevereiro em todos os bairros da capital pela Data Consulta – Consultoria em Gestão Empresarial, Pesquisas e RH revela o descrédito da população nas instituições públicas quando o assunto é violência. Traz, ainda, uma triste constatação: 41% dos entrevistados teve um parente ou amigo assassinado ao longo dos últimos 12 meses. O resultado disto é que a maioria – 72% – não se sente segura no bairro em que reside. A pesquisa encomendada pelo EXTRA ALAGOAS ouviu 602 pessoas em todos os bairros, tem 95% de confiança com margem de erro de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. A maioria dos entrevistados foram homens (54%) e a faixa etária predominante foi a de 31 a 45 anos. Do universo pesquisado, 47% avaliaram como péssima a segurança pública em Alagoas e apenas 2% a consideram ótima. E, a se manter a atual política do setor, Maceió vai estar muito pior daqui a 10 anos na opinião de 56,5% dos entrevistados, e vai estar pior na avaliação de 22%. Apenas 4% consideram que a capital estará melhor em termos de segurança em 2027, enquanto 13,5% consideram que estará um pouco melhor. O Judiciário é a instituição menos confiável para 44,5% dos maceioenses quando se fala em segurança. O nível de desconfiança também é grande em relação ao Ministério Público Estadual: 43%. A Polícia Militar desponta como a institui-

ção em que a população confia muito quando o assunto é violência, com 24% de aprovação. Em relação à Polícia Civil, 22% dos entrevistados revelaram ter o máximo de confiança na instituição, mesmo percentual obtido pelo Ministério Público, enquanto só 20,5% confiam muito no Judiciário.

MEDO A maioria da população de Maceió se informa sobre a criminalidade através da TV (58%), enquanto 14% busca informações na internet e 10% sabe dos casos de violência através de conhecidos. A violência de uma forma geral assusta 57,5% da população, enquanto 17% têm

mais medo de assaltos e outros 9% temem andar de ônibus em Maceió. O bairro em que residem não é seguro para 72% dos entrevistados. Em 2014, quando o mesmo tipo de pesquisa foi aplicado, este percentual era de 63,5%. Já 24% se sentem seguros no bairro em que moram; há três anos este percen-

tual era de 28,5%. Por fim, a triste constatação: 41,5% dos maceioenses já tiveram um parente ou amigo assassinado nos últimos 12 meses; em 2014 este percentual era de 39%. Pouco mais da metade, 57%, não teve qualquer conhecido vítima fatal da violência; há três anos eram 50%.


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Quiosque ameaça APA Costa dos Corais

CRIME AMBIENTAL

EMPRESÁRIO SE INSTALA EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO NA PRAIA DO PATACHO; CASO JÁ FOI DENUNCIADO AO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL E FEDERAL E AO IMA VERA ALVES veralvess@gmail.com

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empresário Adriano de Luna Simões foi denunciado ao Ministério Público Estadual e ao Federal por crime ambiental na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, a maior área de proteção marítima federal do País. Há cerca de três meses ele instalou, sem autorização da Prefeitura de Porto de Pedras, um quiosque de fibra de vidro para venda de açaí – depois transformado em bar – na Praia do Patacho, em plena área de preservação ambiental e fazendo uso de uma ligação clandestina de energia elétrica, o popular “gato”. A Açaí do Luna, como ele denominou a barraca, fica situada a apenas 15 metros de distância do acesso ao mar, quando a legislação determina mínimo de 20 metros, e foi instalada à revelia do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e da própria prefeitura na Alameda Jorge de Lima, dentro do Loteamento Alameda das Praias. Não possui instalações hidrossanitárias nem autorização da Vigilância Sanitária para comercializar alimentos e bebidas. Na segunda, 20, a Eletrobras esteve no local e constatou a existência do “gato”: a energia para a barraca era proveniente de um poste de iluminação pública, por meio de um cabo sobre o solo atra-

vessando uma avenida com intenso movimento de banhistas, ou seja, com risco iminente de descarga elétrica. Questionada pelo Ministério Público Estadual, a Prefeitura de Porto de Pedras se comprometeu a tomar providências. Em ofício ao promotor de Justiça Thiago Chacon Delgado, o prefeito Henrique Vilela anunciou ter instaurado procedimento administrativo e afirmou que a barraca teria de ser desativada por comprovado funcionamento irregular e à revelia dos órgãos de proteção ambiental. Adriano de Luna, que se negou a assinar, no dia 13 deste mês, o termo de notificação da prefeitura determinando a imediata desativação da barraca por infringência aos artigos 83 e 107 do Código Tributário Municipal (Lei 555/2001) e ao artigo 38 do Código de Posturas do Município (Lei 567/2003), havia pedido três dias antes autorização para funcionamento, o que foi negado já que não apresentou documentos que comprovassem haver permissão do Instituto do Meio Ambiente para operar no local. De acordo com o promotor Thiago Chacon, por ser área de preservação ambiental, a instalação de qualquer empreendimento no local somente pode se dar mediante licença após a realização de estudos de impacto ambiental. O Ministério Público Es-

Açaí do Luna está instalada de forma irregular em área de preservação ambiental; acima, lixo proveniente da barraca

tadual, segundo ele, aguarda a conclusão das providências já solicitadas à prefeitura. Chacon também orientou a população a denunciar ao MPE e órgãos ambientais qualquer ocorrência de dano ao meio ambiente na região. SOBRE A APA A APA Costa dos Corais é a maior reserva marinha federal do Brasil. Abrange Ma-

ceió e mais sete municípios alagoanos do litoral norte Barra de Santo Antônio, São Luís do Quitunde, Passo de Camaragibe, São Miguel dos Milagres, Porto de Pedras, Japaratinga e Maragogi - e os pernambucanos São José da Coroa Grande, Barreiros, Tamandaré e Rio Formoso. Criada por decreto em 1997, possui mais de 400 mil hectares de área e cerca de

120 km de praia e mangues, com uma vasta e rica vegetação da Mata Atlântica e espécies marinhas sob proteção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodibersidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Hoje há cinco espécies ameaçadas de extinção que são protegidas na unidade: tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), coral-de-fogo (Millepora alcicornis), o peixe néon (Elacatinus fígaro) e o peixe-boi marinho (Trichechus manatus).


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Presidente da AMA analisa a situação atual do país

“MOMENTO É DE CAUTELA” HUGO WANDERLEY AFIRMA QUE OS MUNICÍPIOS SÃO PENALIZADOS POR OBRIGAÇÕES QUE ANTES ERAM DE RESPONSABILIDADE DA UNIÃO

ÉDER PATRIOTA Especial para o EXTRA

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leito recentemente presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), e com quase três meses à frente do município de Cacimbinhas, que fica a 177 km da capital alagoana, Hugo Wanderley é formado em Direito, foi vereador duas vezes e presidente durante dois mandatos da União dos Vereadores do Estado de Alagoas (Uveal), quando se projetou local e nacionalmente antes de se eleger prefeito na sua terra natal, em que familiares seus já dirigiram anteriormente, a exemplo do bisavô José Ferreira de Albuquerque, a avó Noêmia Wanderley e o tio Roberto Wanderley, além do avô materno Sandoval Caju, ex-prefeito de Maceió, e o pai, o renomado cardiologista José Wanderley Neto, vice-governador do Estado no período de 2007 a 2011, durante a gestão de Teotonio Vilela Filho. Hugo Wanderley concedeu uma entrevista exclusiva na qual tratou de diversos assuntos, a exemplo da PEC do teto dos gastos públicos, já promulgada e que valerá durante 20 anos, durante os quais os inves-

timentos nas áreas da educação e saúde serão congelados. De acordo com Wanderley, o momento é de muitas dificuldades políticas e financeiras em todo o território nacional, e os gestores municipais não estão vislumbrando uma melhora na área econômica para breve. “É necessário termos cautela e avaliarmos melhor o cenário local e nacional, pois apesar de tudo estamos fazendo as coisas andarem no estado, quando comparamos ao que vem ocorrendo com outros que estão em situação delicada. Considero a atual gestão estadual bastante organizada e que ainda investe bastante nos municípios”, afirmou. Sobre as responsabilidades repassadas pela União aos municípios nos últimos anos, o presidente diz que isso vem penalizando bastante todos eles. “A União nos repassa uma obrigação, mas não nos mostra a fonte do recurso para financiá-la, como é o caso das unidades da Estratégia de Saúde da Famíliaantigo Programa de Saúde da Família (PSF), onde o Ministério da Saúde entra com pouco mais de R$ 12 mil e os municípios com a maior parte dos recursos, algo em torno de R$ 30 mil, além de

Hugo Wanderley diz que União não aponta fonte de recursos outras obrigações transferidas em outras áreas, já que as desonerações fiscais ocorridas durante uma parte da gestão do ex-presidente Lula e parte da ex -presidente Dilma dificultaram o aumento do volume de recursos para todos”, explicou. Em relação à repatriação de recursos para parte dos municípios, o presidente da AMA diz que essa situação ajudou bastante os antigos gestores a fecharem as suas contas. “Graças ao senador Renan Calheiros

(PMDB-AL), que é o autor da Lei da Repatriação dos Recursos Públicos, muitos ex-prefeitos antes dos atuais assumirem fecharam suas contas, ao contrário do que vinha sendo proposto pela ex -presidenta Dilma Rousseff- a qual falava somente em aumentar impostos e dessa maneira diminuiu o consumo das famílias brasileiras, especialmente as alagoanas e consequentemente os recursos destinados pelo Fundo de Participação dos Municípios, o famigerado FPM despen-

caram”, destacou. Já sobre a Operação Lava Jato, Hugo afirma que ela é importantíssima para o país, em virtude de estar combatendo com firmeza a corrupção. “Mas devemos ter cuidado para não prejudicar ainda a mais a nossa sensível economia, pois alguns excessos estão sendo cometidos, a exemplo da ampla divulgação de informações confidenciais pela imprensa e isso traz uma grande instabilidade política pelo país afora. Além disso, essa situação que as investigações causam ao Brasil é o principal obstáculo para a consolidação da economia, em virtude da potencialização da crise política”, ressalta. Na avaliação do prefeito de Cacimbinhas, a PEC dos gastos públicos (241/2016) traz segurança para os gestores municipais e estaduais realizarem investimentos. “Antes vivíamos uma ilusão e com isso milhares de obras ficaram paralisadas em toda a nação. Teremos um volume menor de obras, entretanto todas serão concluídas e isso garantirá estabilidade para todos os gestores brasileiros”, afirmou. Hugo Wanderley também considera que a reforma previdenciária que está tramitando no Congresso Nacional favorecerá os brasileiros como um todo, já que a população brasileira vem envelhecendo rapidamente, tornando obrigatório o alinhamento da atual realidade com o enorme deficit existente no setor.


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Abaixo-assinado quer embargar reforma do antigo cartão postal

ALAGOINHA ARQUITETOS E ESTUDANTES ORGANIZAM MANIFESTAÇÃO PARA O DIA 5 DE MARÇO BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

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m abaixo-assinado e protesto estão sendo organizados por moradores e estudantes de arquitetura e urbanismo de Maceió com objetivo de embargar a reforma do Alagoinha, localizado na Ponta Verde. Conforme o abaixo-assinado do site Avaaz, que contava até o fechamento desta edição com 650 assinaturas que serão enviadas ao Ministério Público Federal (MPF), o manifesto é para que o governo faça bom uso do dinheiro público destinado à obra. Além disso, querem tornar o projeto mais associado aos desejos da população. O abaixo-assinado está disponível na página https://secure.avaaz.org/. Segundo uma das lideres da ação, a arquiteta e empresária Evelyne Cruz, o valor de R$ 10 milhões investido no projeto é inviável. “Daria para ser feito algo melhor, porém mais econômico, além de menos expoente para a paisagem da região”. A empresária relata ainda que o principal objetivo do protesto é fazer com que as obras sejam interrompidas e discutida, com a população e especialistas na área de arquitetura e urbanismo, a melhor forma de se construir algo no local, valorizando a história do lugar e da paisagem. Uma das principais preocupações da arquiteta é quanto ao destino do lixo que será gerado na região, visto que será implantada uma praça de alimentação. “O que será feito com os guardanapos, copos de plástico entre outros materiais que,

Maquete do projeto de reforma do antigo Alagoinha, na Ponta Verde; obra é considerada inadequada por arquitetos alagoanos

com certeza, serão jogados no local?” A ação também faz críticas ao pagamento que terá que ser feito por quem desejar entrar no monumento, sendo que ele é dedicado à população alagoana e sempre foi gratuito. No começo de fevereiro, estudantes de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) organizaram um debate para discutir a revitalização do local. Na ocasião, eles criticaram a aprovação do projeto pelo governador Renan Filho (PMDB) sem que a população tivesse sido ouvida a respeito. “O movimento lhe convida a assinar este abaixo-assinado que visa a paralisação da obra iniciada em dezembro de 2016, a fim de que a população decida sobre o destino mais adequado para esse espaço público”, disse a arquiteta. Um protesto foi definido

para o dia 5 de março em frente ao Alagoinha. Segundo a universitária Cora Rocha, o objetivo é alcançar o máximo de pessoas possíveis, para que tomem conhecimento do que o governo está fazendo com o local. Mais detalhes sobre a manifestação serão divulgados na página “Abrace o Alagoinha, essa cidade é nossa”, no Facebook. Profissionais das mais diversas áreas estão envolvidos na ação. O movimento solicita também que moradores da região coloquem em suas varandas um lençol branco em protesto ao que está sendo construído. As obras do novo projeto avaliadas em R$ 10 milhões foram iniciadas em janeiro deste ano e têm previsão de serem finalizadas até dezembro. De acordo com a secretária de Estado da Infraestrutura, Aparecida Machado, a pasta desempenha apenas o papel de realizar o que já foi aprovado

previamente durante a licitação, afirmando que em nenhum momento foi procurada para conversar pelos organizadores do protesto. “Estou aberta para receber sugestões e soluções que eu não tenha conseguido enxergar”. Quanto ao valor da obra que está sendo investido pelo governo federal, a secretária falou que o montante corresponde ao que será gasto. Estudos realizados no local, segundo Aparecida, constaram que cerca de 220 pilares precisam ser recuperados, além de lajes e outras partes da estrutura. O valor de R$ 10 milhões é o total do convênio junto à Engenharia de Materiais Ltda, empresa responsável pela obra e pelo projeto. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil em Alagoas (CAU-AL), em artigo publicado em seu site no começo de fevereiro, criticou como o go-

verno selecionou a empresa para realizar o projeto. “Umas das modalidades previstas e mais adotada pelo governo é focada na seleção de uma ‘melhor empresa’ projetista, o que não significa necessariamente selecionar o melhor projeto ou solução para o espaço a ser projetado”, escreveu a presidente do Conselho, Tânia Gusmão. HISTÓRIA O Alagoas Iate Clube, ou Alagoinha, como é popularmente conhecido, foi inaugurado em 1972. Considerado vanguardista para a época, em meio a uma praia então desértica, os fundadores do clube realizaram um concurso, cuja proposta vencedora foi de autoria das arquitetas Zélia Maia Nobre e Edy Marrêta. Por 44 anos, o Alagoinha marcou a paisagem e tornou-se símbolo da cidade. Com o passar do tempo o local ficou em ruínas.


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Estado sofre derrota judicial em processo contra posseiro

POLO DE MARECHAL

TJ DECIDE POR UNANIMIDADE:JORGE FLORENTINO TEM A POSSE LEGAL DA ÁREA HÁ MAIS DE 20 ANOS DA REDAÇÃO

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Estado de Alagoas sofreu na última segunda-feira, 20, uma derrota no Tribunal de Justiça na ação rescisória contra o agricultor Jorge Florentino, legítimo posseiro da área onde hoje estão instaladas a Portobello e outras indústrias no polo de Marechal Deodoro. Com essa ação, o Estado tentava reverter uma sentença já transitada em julgado, de número 001147585.2001.8.02.001, que tramitou na 7ª Vara Cível de Maceió, na qual o juiz reconheceu, já àquela época, em 2001, que Jorge Florentino estava na posse da área há mais de 15 anos. A decisão do Tribunal de Justiça em favor do posseiro foi unânime, tendo todos os nove desembargadores da Sessão Especializada Cível entendido que a ação rescisória não tinha pertinência processual, e promoveram a sua extinção. O advogado Germano Regueira, que defende o posseiro, lembra que Jorge Florentino “exerceu a posse da área durante mais de 20 anos, período durante o qual firmou vários contratos de parceria agrícola com a Usina Santa Clotilde para fornecimento de cana-de-açúcar, fato comprovado nos processos”. Mas o imbróglio, herdado do governo tucano de Téo Vilela, ainda tem a discussão travada na ação de usucapião que tramita na Comarca de Marechal Deodoro, onde o agricultor Jorge Florentino tenta a sua reintegração na posse. Segundo o advogado Germano Regueira, o problema agora está na fabricação e abertura ilegal de uma matrícula em nome do Estado de Alagoas que, em momento seguinte, desmembrou esta matrícula nova em várias outras e vendeu

EDITAL DE LOTEAMENTO JOÃO BOSCO FERREIRA PEDROSA – Oficial do Registro Imobiliário da Comarca de Viçosa, Estado de Alagoas, na forma da Lei, F AZ PÚBLICO, para ciência dos interessados, cumprindo o que dispõe o Art. 19, da Lei nº 6.766, de 19/12/1979, que por LOTEAMENTO JARDINS DO IPÊ LTDA-ME, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ/MF sob nº 24.370.586/0001-44, estabelecido na Fazenda Conceição, zona rural deste município, foi depositado neste Registro Imobiliário, situado na Trav. Vigário Silva nº 03, Viçosa/AL, o MEMORIAL, a PLANTA e demais documentos relativos ao imóvel de sua propriedade constituído no plano de LOTEAMENTO JARDINS DO IPÊ, situado na Rodovia AL 210, Km 4, nesta cidade, com a área total de 101.640,00m2, limitando-se com a Rodovia AL 210, Jayme Júnior, Loteamento Jardins do Ipê Ltda.-ME e estrada de acesso a Mata Verde, registrado sob nº R-02, matrícula nº 9.788, ficha 001vº, do livro 2, em 07/12/2016, cujo loteamento será composto de dez (10) quadras com 227 lotes, duas (02) áreas verde e duas (02) áreas de preservação permanente. As impugnações daqueles que se julgarem prejudicados quanto ao domínio do referido imóvel deverão ser apresentadas dentro de 15 dias contados a partir da data da terceira e última publicação do presente edital. Findo o prazo e não havendo reclamações, será feito o registro, ficando os documentos à disposição dos interessados neste registro Imobiliário nas horas regulamentares. Passada nesta cidade de Viçosa/AL, aos sete (07) dias do mês fevereiro do ano de dois mil e dezessete (2017). JOÃO BOSCO FERREIRA PEDROSA Oficial

Advogado Germano Regueira diz que Florentino é o posseiro legal da terra

áreas para as empresas ali já instaladas. “A Cerâmica Portobello e demais indústrias já instaladas em áreas com falsas matrículas, atualmente têm um título que deverá ser anulado a qualquer momento”, destacou o advogado do processo. Concluído o processo em favor do posseiro legal, o Estado pode desapropriar a terra – dessa vez dentro da legalidade – e regularizar a situação das indústrias ali já instaladas. Do contrário, Jorge Florentino pode ajuizar uma ação de despejo contra as indústrias e exigir indenização por danos morais, lucro cessante e outros prejuízos decorrentes do esbulho praticado pelo Estado.

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Cinco dicas para as crianças brincarem

CARNAVAL COM SEGURANÇA CONFIRA AS RECOMENDAÇÕES DA CRIANÇA SEGURA PARA DEIXAR OS PEQUENOS CAÍREM NA FOLIA SEM RISCOS FONTE: CRIANÇA SEGURA

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Carnaval! Muitas festas e blocos acontecendo em todo o país. Fantasias, música, confete e serpentina em todos os lugares. Diversão garantida para a criançada. E para garantir que a tristeza não tenha espaço na folia, a Criança Segura separou cinco dicas para evitar acidentes com os pequenos durante as festas. Confira: 1. VERIFIQUE ONDE SERÁ A FESTA E ESTEJA ATENTO AOS DETALHES Antes de sair correndo atrás do trio elétrico e se jogar na festa sem preocupação é preciso estar atento a alguns detalhes. Para isso, pense sobre onde vai ser a folia: na rua ou no salão? Em um salão, é preciso observar se o piso é escorregadio, se o acesso às escadas é protegido por uma porta ou portãozinho, se as janelas possuem telas ou grades, etc. Já na rua, verifique se o local está fechado para o acesso de carros, por exemplo. Para garantir a segurança dos pequenos, cada situação deve ser observada a partir de suas especificidades. Mas, o mais importante é a supervisão constante de um adulto, que deve ficar sempre alerta a

Sobre a Criança Segura

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qualquer sinal de perigo. 2. Com que roupa eu vou? Atenção aos detalhes pode evitar sustos Seja com alguma fantasia ou só com uma roupa bem leve, para se divertir muito na festa sem ter preocupação é importante prestar atenção em alguns detalhes da roupa que a criança irá usar para garantir que ela não se machuque. Evite roupas com cordões ou o uso de correntes no pescoço, pois eles podem se prender em algum lugar e causar estrangulamento. Também fique atento a botões e pequenos ornamentos, que podem se soltar e ser engolidos pela criança, causando sufocação. 3. CUIDADO COM OS SAPATOS Carnaval é para correr, pular, dançar e brincar. Por isso, muita atenção ao calçado da criança para evitar quedas. Sandálias devem ser seguras e firmes nos pés e tênis precisam ficar com os cadarços sempre muito bem amarrados. Uma boa ideia é se inspirar nessa iniciativa de uma professora que foi aluna de um curso da Criança Segura e trocar os cadarços dos sapatos por elásticos coloridos. Essa dica dá um char-

me a mais à fantasia, não acha? 4. ATENÇÃO PARA EVITAR INTOXICAÇÃO E ENGASGAMENTO Confete, serpentina, espuma, tatuagens temporárias, tinta e glitter. Tudo isso pode ser usado para aumentar a diversão dos pequenos durante a folia. Porém, os responsáveis pelas crianças devem ficar atentos para evitar casos de intoxicação e sufocamento. Observe se os produtos que serão utilizados na folia são atóxicos e hipoalergênicos e evite deixar a criança entrar em contato com artigos de procedência duvidosa, sem selo do Inmetro ou sem aprovação da Anvisa. Além disso, explique para as crianças porque elas não devem colocar confete na boca, enrolar a serpentina no pescoço ou brincar de jogar espuma nos olhos e na boca de outras pessoas. Assim a brincadeira é garantida e segurança dos peque-

nos também. 5. ALALAÔ ÔÔÔ ÔÔÔ, MAS QUE CALOR ÔÔÔ ÔÔÔ! Não se esqueça de oferecer alimentos leves e bastante água para as crianças durante a festa Curtir o Carnaval com os pequenos e permitir que eles corram, pulem e brinquem livremente, além de garantir lindas lembranças e boas histórias para contar, é ótimo para o desenvolvimento das crianças e sua socialização. Mas, devido às altas temperaturas que costumam fazer nessa época do ano, é importante que os responsáveis pelas crianças não se esqueçam de oferecer água constantemente para meninos e meninas para evitar desidratação. Além disso, é importante que as crianças ingiram alimentos leves. Mas lembre-se: na hora de comer é melhor que a criança esteja parada e calma, para que ela mastigue bem e devagar

Criança Segura é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, dedicada à prevenção de acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos. A organização atua no Brasil desde 2001 e faz parte da rede internacional Safe Kids Worldwide, fundada em 1987, nos Estados Unidos, pelo cirurgião pediatra Martin Eichelberger. Para cumprir sua missão, desenvolve ações de Políticas Públicas – incentivo ao debate e participação nas discussões sobre leis ligadas à criança, objetivando inserir a causa na agenda e orçamento público; Comunicação – geração de informação e desenvolvimento de campanhas de mídia para alertar e conscientizar a sociedade sobre a causa e Mobilização – cursos à distância, oficinas presenciais e sistematização de conteúdos para potenciais multiplicadores, como profissionais de educação, saúde, trânsito e outros ligados à infância, promovendo a adoção de comportamentos seguros. Visite o site www. criancasegura.org.br


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Crise continua afetando comércio

PALMEIRA DOS ÍNDIOS QUEDA BRUSCA DE VENDAS FAZ AUMENTAR O DESEMPREGO E OS PROBLEMAS SOCIAIS DA CIDADE GEOVAN BENJOINO

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queda brusca de vendas no comércio de Palmeira dos Índios está afetando o setor provocando desemprego em massa e problemas de toda ordem, principalmente financeiro e social. Diversos proprietários falam em encerrar as atividades comerciais porque não estão vendendo o suficiente para pagar a carga tributária e os encargos trabalhistas. “O Sindlojas realizou o Natal Compartilhado para estimular o negócio, mas para mim a Campanha não funcionou, pois o negócio caiu demais. Tem dia que não vendemos um Real sequer. Se continuar assim vamos fechar a loja”, ressaltou um conhecido empresário palmeirense no ramo de confecções. “O empresário de fora que abrir agora um negócio em Palmeira dos Índios vai se arrepender amargamente, pois o mercado daqui está totalmente adverso”, concluiu. Já Gabriel Jatobá, distribuidor de cimentos, teve o faturamento reduzido em aproximadamente 80%. A crise também atingiu o setor industrial. A Valedourado, por exemplo – maior fábrica de laticínios do município - demitiu dezenas de funcionários provocando asfixia na economia palmeirense. FALTA DE ÁGUA Para piorar a situação há meses que está faltando água na cidade. Os restaurantes, bares, lanchonetes e hotéis são os mais afetados. Os do-

Centro comercial de Palmeira vive uma de suas piores crises; comerciantes e população culpam descaso da classe política

nos estão desesperados. Muitos já compraram até carro -pipa para atender à clientela. “Essa situação é terrível. Nunca tínhamos vivido fato semelhante. Sem água é impossível o comércio tocar as coisas para frente. Os políticos afirmam que vão resolver a situação. Espero que resolvam mesmo, pois não aguentaremos essa situação por muito tempo”, disse João Felisberto, proprietário de uma lanchonete. Sem perspectiva de emprego no mercado local, jovens estão saindo de Palmeira dos Índios em busca de trabalho e qualificação profissional em grandes centros urbanos, inclusive de outros estados da Federação. A decepção é grande e a perspectiva nas políticas públicas locais é zero. Pelo menos para os desempregados.

Quanto à participação de políticos na redução do desemprego a descrença é generalizada. “PANELINHA” “Não acredito mais nas promessas dos políticos de Palmeira dos Índios. Eles só pensam neles mesmos. O que predomina é o apadrinhamento, o arrumadinho, a conversa fiada e mirabolante. Os políticos trabalham pelo povo, mas o povo da casa deles. O restante que se dane, que se lasque. Essa é a realidade”, enfatiza o jovem desempregado Samuel dos Santos Rodrigues, desencantado e indignado com a omissão da classe política. “Um político grande – que anda com um vidrinho óleo de peroba - falou que iria transformar Palmeira dos Índios num paraíso, no qual a população viveria uma nova reali-

dade sem fome, sem miséria, sem desemprego, sem violência, sem nada de ruim. Pura demagogia. Ele deveria ser agraciado com o troféu Óleo de Peroba, pois só faz mentir e enganar”, concluiu revoltado Samuel dos Santos. O estudante Misael de Souza Neto comunga do mesmo pensamento do colega Samuel dos Santos. Para ele a ausência de políticas públicas efetivas em áreas vitais do município, como trabalho, saúde, educação, segurança e esportes, entre outras, constitui o fator principal da crise que afeta não só o comércio de Palmeira dos Índios, mas o desenvolvimento do município. “É complicado reduzir os impactos de uma crise nacional no município quando sabemos que o segmento político fica só fazendo demagogia e

tirando proveito para si próprio”, alfineta Misael de Souza. “O povo está sofrendo o pão que o diabo amassou, enquanto o político vive na opulência ostentando um padrão de vida que antes do mandato ele não tinha”, ressalta. Enquanto o poder de compra do povo caiu e o da classe política aumentou absurdamente, Samuel de Souza diz que analisa a questão com muita tristeza, pois não consegue enxergar alguma mudança no futuro. “O povo também é culpado, pois além de vender o voto, omite-se, endeusa políticos biguzeiros, demagogos e hipócritas e ainda continua apoiando esses parasitas do serviço público. É por isso que o desemprego, a miséria, a violência e a corrupção predominam”, conclui inconformado Samuel de Souza.


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Para refletir:

Se a única coisa de que o homem terá certeza é a morte; a única certeza do brasileiro é o carnaval no próximo ano” (Graciliano Ramos)

Eleição: 2018 já começou Em meu livro “Brasil – A história das Eleições”, comentando o desastroso processo eleitoral brasileiro, seus vícios e suas portas escancaradas para todo tipo de “negócios”, escrevi: No Brasil é assim: a próxima eleição começa antes de terminada a apuração da anterior. Aqui e alhures nada muda e tudo se repete. A eleição de 2018 começou no final da contagem de votos do pleito de 2016. A disputa para os cargos majoritários está em desenvolvimento e negociações têm se repetido frequentemente, cada possível postulante costurando alianças e buscando aliados de peso (outros nem tanto) para construir o caminho obcecado da vitória e do poder. Aqui o quadro se apresenta muito confuso e as alianças para o futuro que é agora começam a se delinear. O governador Renan Filho, que é candidato à reeleição, tem pautado uma administração de resultados, com uma boa equipe (fora as arrumações políticas), sem exposições negativas e promovendo o equilíbrio das contas públicas. Vai para o jogo com amplas chances de continuar no palácio “República dos Palmares”. Movimenta-se com facilidade e tem aumentado consideravelmente sua base aliada com vistas à disputa do próximo ano. Para o Senado estarão em disputa duas vagas ferrenhamente disputadas desde então. Para uma dessas vagas Renan Calheiros praticamente caminha em “voo solo” – astuto e entendedor como poucos do “xadrez político”, conquistou em sua trajetória um destacado lugar no pódio da política nacional. Ex-presidente do Senado e hoje líder do maior partido político do país, possui disparada liderança em potencial eleitoral na capital e principalmente no interior, reunindo ao seu lado expressivo número de prefeitos, vereadores e lideranças políticas locais. Se nada lhe atrapalhar tem assegurada a continuidade de seu ativo mandato como senador. Para a outra vaga se prenuncia uma literal “briga de foice” com um leque de candidatos para qualquer gosto do eleitor. São pré-candidatos a essa segunda vaga do Senado: Benedito de Lira (atual dono da cadeira), Teotonio Vilela, Marx Beltrão, Maurício Quintella e Heloisa Helena (que resiste aos apelos, mas poderá ceder). A sorte está lançada. Ganha quem tiver mais competência. E votos, claro.

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Fica a dúvida

Na sabatina do candidato ao STF Alexandre de Moraes, uma questão de alta gravidade levantada e já esperada, pois a imprensa comentou o fato com muita antecedência, seria sua vinculação como advogado de membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa nacionalmente conhecida. Em resposta, Moraes afirmou que quando era advogado seu escritório defendeu a cooperativa de transportes Trancooper, suspeita de ligações com a organização criminosa. Mas, disse Moraes, ele atuava apenas em questões de trânsito, e nunca ficou comprovada a ligação da cooperativa com o PCC, ou que ele tivesse conhecimento da suspeita. “O escritório em que eu era sócio administrador tinha inúmeros clientes e um deles era a cooperativa. A atuação do escritório era de casos de indenização por acidente de trânsito. Como se chegou à questão do PCC? Determinado deputado estadual de São Paulo era um dos cooperados e na sua campanha para reeleição pediu emprestada a garagem da cooperativa para reunião. Nessa reunião, estavam presentes duas pessoas que estavam sendo investigadas por ligação com o crime organizado”, explicou Moraes.

Os medos do PT

Ainda na sabatina de Alexandre de Moraes a bancada petista demonstrou extrema preocupação de um ministro vinculado ao governo e ao PSDB trazer consequências “previsíveis” em julgamentos de aliados. Moraes também evitou dizer se vai se declarar impedido de julgar os recursos da ex-presidente Dilma Rousseff ao Supremo contestando o resultado do processo de impeachment que a retirou do cargo. “Eu, se aprovado for, atuarei com absoluta imparcialidade e independência e, caso a caso que me chegar, analisarei nos termos do regimento interno [do STF] e do Código de Processo Civil se é caso de impedimento ou suspeição”, disse. Um preocupado senador petista me declarava na ocasião: “É preocupante, pois o indicado (agora já aprovado) ministro com vínculos tão fortes com o governo e partidos políticos”. Abordei o próprio futuro ministro ao final da sabatina e ele repetiu: “Não acho que é o caso de declarar previamente impedimento, suspeição em nenhum caso”, disse.

CONTA GOTAS

Com responsabilidade

Os prefeitos de Anadia, Barra de Santo Antônio, Capela, Maragogi, Limoeiro de Anadia e Capela foram alguns dos que mostraram seus compromissos com gestão pública responsável, cancelando gastos com o Carnaval que comprometam as atividades prioritárias dos municípios. O momento é de crise e todos terão que compreender e dar suas cotas de sacrifício, inclusive a população que certamente entenderá a situação. O Ministério Público por outro lado, porém na mesma vertente, fez rigorosa recomendação a todos os prefeitos e alertou aos promotores de Justiça que acompanhem de perto os gastos das prefeituras com as festas de Carnaval. Gastos com grandes festas, bandas milionárias e ornamentação desnecessária, estão nas contas do MP que vai processar os infratores. Festejar até pode. Exorbitar jamais!

Sem transparência

Acatando denúncia do Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL) os municípios de Mar Vermelho, Messias e Santa Luzia do Norte ficam obrigados a disponibilizar na internet os seus Portais da Transparência no prazo de trinta dias. Antes de buscar o Poder Judiciário, o MPF encaminhou a cada um dos municípios alagoanos recomendações com o objetivo de regularizar a situação extrajudicialmente, concedendo prazo de 60 dias, mas a maioria dos municípios descumpriu as recomendações. Mar Vermelho, Messias e Santa Luzia do Norte são alguns dos municípios que não firmaram acordo e são as primeiras condenadas pela Justiça Federal ao cumprimento das leis de transparência e acesso à informação. A grande verdade é que muitos prefeitos do interior de Alagoas ainda imaginam que não têm obrigação de prestar contas de seus atos aos órgãos de controle externo. Chega de irresponsabilidade.

ACERTADA escolha do prefeito Rui Palmeira para a direção da COMARPH (Companhia Municipal de Recursos Humanos e Patrimônio). Virgílio Palmeira, ex-vereador, exímio gestor público com comprovação empreendedora por vários órgãos que passou. Trará resultados.

RENAN CALHEIROS à imprensa: “Eu sempre apoiei a Lava Jato. O que eu contesto e não posso defender é que essas operações aconteçam fazendo confusão com a opinião pública e que suprimam as garantias individuais contidas na Constituição”. SARNEY recebe “blindagem” do Supremo Tribunal Federal e fica fora das ações do juiz Sérgio Moro. Só o ministro Edson Fachin votou contra a decisão. Péssimo para a imagem desgastada da justiça brasileira. ME DÁ UM DINHEIRO AÍ - Os servidores da Prefeitura de Maceió passarão o Carnaval com a grana no bolso. Esforços do secretário de Finanças, Fellipe Mamede, garantiram o pagamento antecipado dos salários. PREFEITO Júlio Cezar, de Palmeira dos Índios, não está nem aí para a crise financeira que ele mesmo anunciou. Vai gastar uma nota preta para fazer um Carnaval supostamente animado. Não é um bom começo.


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CLÁUDIO VIEIRA

Meritocracia e a administração pública II

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política – prefiro dizer “a prática política” – sempre que confrontada com os interesses mais mesquinhos do poder (e isso parece uma constante) anda sempre para trás. Durante a Idade Média desconhecia-se o mérito no serviço público. Bispos, condes, barões e outros digni-

Apesar de todo o evoluir da política e da administração pública, o político brasileiro, visando manterse no poder, regride ao obscurantismo medieval. tários, que recebiam tais títulos e possessões graças à magnanimidade dos papas, reis e príncipes, locupletavamse dos serviços do Estado entregando -os aos seus filhos, afilhados e amigos,

indiferentes a se eles prestariam ao povo real representação. Os reis compravam assim a fidelidade dos poderosos; os poderosos assim vendiam o seu próprio poder, ou parcela dele, aos reis, para que esses se perpetuassem entronizados. Durante a Idade Moderna vozes firmes levantaram-se contra a perniciosa prática. Uma delas, o padre Antônio Vieira,interpretou bem a ânsia reformista, proclamando em seu Sermão do Bom Ladrão, na Igreja da Misericórdia de Lisboa (1655) que “a porta por onde legitimamente se entra (deve entrar) ao ofício é só o merecimento”. A Revolução Francesa veio consagrar a mudança daquela realidade com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, como já referi neste espaço. Apesar de todo o evoluir da política e da administração pública, o político brasileiro, visando manter-se no

Suruba, senador?

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ua excrescência, o candidato a líder de qualquer governo, senador Jucá teria cometido um ato falho ou seria mesmo um sincericídio ao se posicionar contra a ideia inconstitucional de restringir o foro privilegiado, ora em gestação no STF (a Suprema Tolerância Federal, segundo o jornalista José Neumâne)? Disse ele ao Estadão querer “todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada”. E aí a turma caiu de pau em cima. Só que

No momento estão todos desesperados. Farsantes, articulam sob as mais estaparfúdias explicações saídas para se livrarem da Lava Jato. não entenderam a metáfora de sua excrescência. O que ele quis na verdade dizer foi que o “excessivo bom; excelente” (segundo o dicionário online de português) deveria continuar a ser locupletado pelos mesmos e não apenas por alguns ainda mais “privilegiados”. Termo aqui usado adjetivamente para qualificar a escandalosa e corrup-

ta convivência dos poderosos deste país. Um tipo de gente - a maioria - que parece ter o crime como “modussobrevivendi” (sic). Vejamos as últimas: o presidente nomeia ministro o “angorá” denunciado pela Odebretch para livrá-lo do Moro; o Supremo proíbe o juiz Moro de abrir inquérito contra ninguém menos que José Sarney delatado com provas na Lava Jato (dando à raposa felpuda maranhaense o direito a foro privilegiado, sem que este faça jus a essa excrescência!); os salários estratosféricos continuam estratosféricos; o ministro da Fazenda afirmou que o país está saindo da crise; o presidente da Comissão de Constituição e Justiça é um implicado na Lava Jato; dez senadores idem. Foram eles que aprovaram em sabatina o novo futuro ministro do Supremo que os irá julgar. Ufa! Acham eles que estamos em 1900? Imaginam esses boçais que com isso irão livrar a cara? Eles podem até tentar, mas as próximas eleições dirão quem irá vencer essa luta: eles ou o povo. Nossa elite – com as raríssimas exceções de sempre – tem caráter macunaímico, é despudoramente sem princípios e desde sempre uti-

Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

poder, regride ao obscurantismo medieval, fatiando o Estado brasileiro entre parentes, afilhados e amigos, igual àquilo que se fazia na Idade Média, uma troca de favores na qual os bens públicos são moedas de troca. O objetivo desse aparelhamento - está comprovado longe de dúvidas - não é a excelência na prestação de serviços ao cidadão. O povo - o verdadeiro senhor do poder - pouco importa, as suas necessidades e seus interesses solenemente desprezados. Alagoas não fica atrás, como se extrai das notícias veiculadas pela mídia. O governador que, segundo os colunistas políticos, parece ter entrado em desespero pela mantença da cadeira, pois deverá enfrentar fortes pretendentes ao mesmo assento, distribui cargos e benesses, indiferente ao mérito dos beneficiá-

rios, e até mesmo ao mais comezinho princípio do republicanismo: a honestidade. Desserve ao povo alagoano. Conversava eu, esta semana, com amigo italiano que, por viver aqui, interessa-se pela política brasileira, indagando-me ele se haveria perspectiva de mudança. Respondia, ele próprio, que só o voto poderá engrandecer esse imenso País. Com ele concordando, disse-lhe ser essa a minha esperança, bem como a de milhões de cidadãos. Abro o jornal do dia seguinte, e lá está notório senador sendo ovacionado por eleitores das ribeiras do São Francisco. A terem razão colunistas simpatizantes do governo, nada mudará em 2018. Perderemos mais uma oportunidade de realizarmos, pelo voto, a limpeza política?

ELIAS FRAGOSO

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, prof. da UFAL e da Universidade Católica de Brasília.

lizou-se do Estado como se fosse uma propriedade sua. Deixando os “restos” para o resto da Nação. Nós. E ficam incomodadíssimos quando são alcançados por alguma tímida ação do “povo”. Reagem (lembram do recente episódio desse garoto que colocaram lá como presidente da Câmara dos Deputados quando afirmou alto e bom som que eles, políticos, não estavam lá para defender o povo e sim, suas causas?) e se agasalham na proteção da podre estrutura jurídico-político-institucional que blinda a elite contra o “resto”. A elite dirigente deste país é podre. A direita é (com licença do Reinaldo Azevedo) chucra, a esquerda, retrógada, incompetente é tão ou mais ladravaz (o nazilulopetismo é a maior prova disso) que a direita. Eles, os poderosos, são todos “farinha do mesmo saco”. Fingem umas “briguinhas”, divergências. Mas sabem que em caso extremo (e a Lava Jato para eles é isso) podem contar com o apoio

solidário dos “seus”. No momento estão todos desesperados. Farsantes, articulam sob as mais estaparfúdias explicações saídas para se livrarem da Lava Jato. Mas quando tentam por em prática criando “leis” para protegê -los, a pressão popular os obriga a retroagir. Estão como baratas tontas. Enquanto isso o país está à deriva. Ninguém investe com receio, sem visualizar saídas; o desemprego aumenta (mesmo com o ministro da Fazenda dizendo que recomeçamos a crescer); o governo não sinaliza rumos para o futuro. Preocupa-se apenas em tentar salvar a pele dos seus acólitos (afinal esse foi compromisso) e ruma para provocar a mais brutal recessão que este país jamais passou. Voltando ao senador Jucá. Para se explicar utilizou-se de uma das músicas dos Mamonas Assassinas. Eles acham mesmo que nós somos uns palhaços. Tempos difíceis estes. Para nós, o “resto”!


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O stress voltou

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retorno do controle de velocidade em algumas ruas e avenidas de Maceió fez voltar, também, o stress que não convivia há alguns meses, desde quando o Tribunal de Contas do Estado de Alagoas suspendeu a eficácia da medida, questionando algumas iniciativas que não satisfaziam aquela Corte. Inclusive, por iniciativa do vereador Silvânio Barbosa, ferrenho oposicionista da gestão do prefeito

Quem não está preocupado com nada e acha que não vai pagar multa e que não vai perder pontos na Carteira de Habilitação, não está nem aí. Rui Palmeira, o caso foi levado até o Ministério Público Estadual. Não entro aqui na discussão se o sistema era legal, se deveria funcionar no passado ou no presente, se diminuíram os acidentes - não tenho essa estatística -, se a Prefeitura vai arrecadar mais ou menos, nada disso me interessa e não me cabe analisar. Vou me prender, exclusivamente, à Avenida

JORGE MORAES Fernandes Lima que, com a volta dos pardais e o controle de velocidade em 60 km, seu trânsito virou um inferno. Será que isso ajuda mesmo a humanizar a avenida e, consequentemente, o trânsito? Nos meses anteriores à última segunda-feira (20), em qualquer horário que me deslocasse pela Fernandes Lima não tinha nenhum problema para chegar ao meu destino. Sem exagerar na velocidade e sem usar a Faixa Azul, destinada a ônibus, táxi, viaturas das policias e ambulâncias, percorria sem nenhum susto ou preocupação o meu percurso. Hoje, sou um motorista assustado, tenso, preocupado e com medo de ser multado. Por mais que eu respeite os 60 quilômetros, não ultrapasse o sinal vermelho e nem circule pela Faixa Azul, o volume de carros que desce para o centro da cidade ou sobe em direção ao Tabuleiro do Martins, aumentou exageradamente. Com os pardais funcionando, os carros passaram a andar mais juntos, as filas são enormes e os congestionamentos são comuns, a todo instante e o dia todo. Mas, por que isso é visível? Exatamente porque, com o controle da velo-

O Carnaval vem aí

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á quinze dias só vivemos e respiramos folias de Momo em Alagoas. Apesar da crise, o povo quer brincar o Carnaval. Na TV aparecem várias fantasias, caras pintadas, risos, alegria. Identificamos aqui e ali criaturas bem esquisitas que nos lembram a realidade. Devem estar faltando no mercado tecidos de listras preta e branca. Seriam os presidiários políticos que deveriam pular o Carnaval, devidamente uniformizados. Ainda existem roupas verdes, laranjas.

No Poder Legislativo alagoano faríamos um bloco dos bajuladores de plantão. Para onde o deputado vai, eles acompanham, sempre falando mal dos colegas de repartição. Por trás de tudo isso, é a imagem dos políticos brasileiros que está meio manchada: ou o cara está preso ou com medo de ser indiciado. Bom enredo para as escolas de samba. E nós, eleitores, poderíamos fingir que somos palhaços! Elegemos candidatos durante tantos anos e somos enganados. O Brasil caminha para o abismo e a culpa

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é nossa, das nossas escolhas. Pularíamos todos nós, por todas as regiões do país, devidamente fantasiados de palhaços. Bruxas, feiticeiros, mágicos são fantasias que caberiam bem em diversos políticos pelo Brasil todo. Uma linda bruxinha seria aquela senadora que lutou cegamente contra o impedimento da Dilma, passando para nós a imagem de bela e correta mulher. No fim, o marido foi preso e ela indiciada na Lava Jato. Conseguiu enganar muita gente e ainda está no Senado dizendo um monte de bobagens. Suas receitas milagrosas não surtem nenhum efeito. O feiticeiro-mor do Senado continua em pé. Quando o Brasil pensa que ele vai cair, ressurge das cinzas firme e forte. A última dele é prender o Moro! Conheço poucos feiticeiros tão sabidos quanto o Ravengar. Gostaria que aparecesse no Carnaval fantasiado de bruxo! Mágicos existem vários. Ligo a TV Senado e fico extasiada com os discursos dos senadores! Os do PT descrevem milagres realizados pelo chefe mais importante do partido. Só não dizem que o Brasil se acabou nos dez anos de Lula e Dilma. Nunca se ouviu falar de tantas peripécias praticadas em nossas melhores empresas,

Jornalista

cidade, a distância entre um veículo e outro diminui. Nenhum motorista pode acelerar mais do que o permitido, e isso causa os engarrafamentos. Além do mais, o meu desespero aumenta quando me aproximo do semáforo dos radares. Fico sempre em dúvida se passo ou não passo. Se aumento a velocidade ou se diminuo, com medo de fechar o cruzamento e ser multado por isso. Já fui xingado porque estou devagar além da conta. Sei lá se vou conseguir ultrapassar. Quando é a minha vez de passar e o sinal fica amarelo, freio até bruscamente, sou chamado de “barbeiro”, burro e outros palavrões. Mas, por que isso acontece? Porque estou dirigindo tenso, com medo de ser multado. Exageros à parte, já pensei até em deixar o carro em casa, e olhe que sou um excelente motorista, modéstia à parte, bom mesmo, com minha Carteira de Habilitação completando, agora, 45 anos, depois de todos os exames feitos para isso no Detran/Al. Garanto que nem comprei, nem ganhei a dita cuja.

Tenho certeza que os meus motivos são os seus também. Todos estamos do lado da lei, com o cumprimento de nossas responsabilidades e obrigações. Agora, é um stress acima da normalidade. Quem não está preocupado com nada e acha que não vai pagar multa e que não vai perder pontos na Carteira de Habilitação, não está nem aí. Continuo vendo pessoas fechando o trânsito, andando no limite ou acima dele, rodando pela faixa exclusiva e fazendo outras barbeiragens. Das duas uma: ou não sabe da punição ou tem muito dinheiro e pagar multa não atrapalha ou não afeta em nada a sua vida. Só espero não precisar de um psicólogo para resolver o meu problema. Eu que sou um cara destemido, enfrento chuvas e tempestades, não tenho medo de cara feia, estou, agora, refém de alguns pardais instalados em Maceió. A minha preocupação é uma só: respeitar a Lei e, ao mesmo tempo, ser penalizado por não conseguir obedecer ao que está escrito e determinado. Como acabar com isso e diminuir o meu stress? O que fazer? Amém...

ALARI ROMA- TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

levando-as ao precipício, como sabemos. Uma verdadeira ação de circo. Seria interessante ver parte dos políticos do Partido dos Trabalhadores fantasiados de mágicos no Carnaval deste ano! Só não sei se as fantasias serão de bom gosto! Existe em Alagoas um parlamentar que se inspira num determinado imperador e chega ao cúmulo de agir como tal. Pois bem, uma bela vestimenta que lembrasse Nero seria o ideal. O meu temor é que ele acreditasse na fantasia e virasse imperador mesmo. Aí a piração seria total! O atual presidente Temer é uma figura interessantíssima! Lembra-me certos tenores que cantam em palcos famosos! Está sempre arrumadinho, fala pausadamente! Não sei se sabe cantar, mas poderia tentar no Carnaval e sua fantasia se intitularia “O tenor presidente” ou seja, um artista refinado. Para os bajuladores que pululam no meio político, eu arranjaria uma roupa de carnaval que lembrasse o Bobo da Corte. Aqui, em Alagoas, existia uma figura hilária: nas reuniões palacianas lá estava ele

contando piadas e agradando o governador. Triste espetáculo!!! No Poder Legislativo alagoano faríamos um bloco dos bajuladores de plantão. Para onde o deputado vai, eles acompanham, sempre falando mal dos colegas de repartição. A roupinha poderia ser de meninos ou meninas da escola primária correndo atrás da professora. Iriam fazer sucesso! Mas, o mais importante no meio político são os laranjas. Pessoas que se despersonalizam para obedecer aos políticos. Conheço vários e às vezes tenho até pena de tais criaturas. Muitas já jogaram sua vida fora para praticar atos ilegais encobrindo parlamentares. A fantasia seria de laranja mesmo; não existe outra. Quer coisa melhor do que ver na imprensa figuras indiciadas em vários processos querendo passar para o povo lições de moralidade? O grande bloco que deveria sair no Carnaval deste ano é o “Bloco dos que vão escapar da Lava Jato”. Sairá alguém? Ou só os fantasiados de fantasmas? Deus está no comando!


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Autarquia publica lista de funcionários celetistas

ALAGOAS PREVIDÊNCIA LEGISLAÇÃO GARANTE PERMANÊNCIA DO PESSOAL ADMINISTRATIVO DA ANTIGA AL PREVIDÊNCIA ATÉ QUE HAJA CONCURSO POR LILIANTOURINHO Quem leu o Diário Oficial do Estado de Alagoas (DOE-AL), do dia 20 de fevereiro, pode ver a publicação da lista de funcionários da antiga AL Previdência. Isso mesmo, antiga, já que com a Lei 7.751, de 9 novembro de 2015, a Unidade Gestora Única do Regime Próprio de Previdência Social de Alagoas mudou de Serviço Autônomo de Direito Privado para uma Autarquia de Direito Público, e passou a se chamar Alagoas Previdência. Com base no art. 111 da referida lei, é garantido que a nova autarquia mantenha o pessoal administrativo da AL Previdência até

a realização do concurso público para a substituição de empregos em cargos efetivos. Considerando os princípios da legalidade, da transparência e da publicidade, a instituição publicou a relação dos empregados celetistas que serão substituídos por novos servidores efetivos. “Quando cheguei a Alagoas para gerir a nova autarquia, a convite do governador do Estado, montei um plano que envolve ações de melhores práticas de gestão. Uma dessas ações é o PróGestão, que envolve governança corporativa, controle interno e Educação Previdenciária”, disse Roberto Moisés, que é servidor público efetivo desde 1982 e foi

diretor-presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF). A NOVA AUTARQUIA A Alagoas Previdência é vinculada à Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag). A nova autarquia tem regime jurídico de direito público e goza das prerrogativas conferidas à Fazenda Pública, como a impenhorabilidade de seus bens, o que fortalece a instituição e traz maior segurança aos segurados. A instituição continua composta pelos conselhos deliberativo, diretor e fiscal. Porém, com representação dos poderes e órgãos no Conselho Fiscal e a participação de associações e sindicatos, que representam ativos, inativos e pensionistas, no Conselho Deliberativo. A Lei 7.751 também mantém a segregação de massas com os fun-

Roberto Moisés destaca melhorias na gestão da autarquia

dos financeiro, militar e de previdência, sendo que os fundos financeiro e militar são financiados pelo regime de repartição simples e o fundo financeiro de previdência pelo regime de capitalização. A unidade gestora possui como segurados os servidores

públicos civis e militares, ativos, inativos e pensionistas da Administração Direta, Autárquica e Fundacional do Poder Executivo, e, ainda, do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas e da Defensoria Pública.


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Isenção de ICMS

Na última segunda-feira (20) foi assinada a instrução normativa que isenta de ICMS o óleo diesel utilizado nas embarcações pesqueiras de Alagoas em 2017. A medida passa a valer a partir de 1º de março, beneficiando, neste primeiro momento, cerca de 70 embarcações. Com a iniciativa haverá também descontos no combustível dos postos autorizados pela instrução normativa, com uma redução de 17% no valor do ICMS, o que representará, se comparado aos valores atuais, uma economia de cinquenta centavos por litro.

Aposentadoria

Caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016 da reforma da Previdência seja aprovada pelo Congresso sem nenhuma alteração, a pensão por morte não será mais vinculada ao salário mínimo.O benefício não será mais integral e sim um valor equivalente a uma cota familiar de 50% do que recebia de aposentadoria o segurado ou deveria receber, acrescida de 10% para cada dependente (mínimo de 60%), até o limite de 100%. Com a perda de dependentes, quando o jovem atinge a maioridade, por exemplo, a cota individual não será revertida para os demais, ela deixa de existir, então o valor a receber será diminuído. Também não haverá mais a possibilidade de acúmulo de benefícios, como pensão e aposentadoria.

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ECONOMIA EM PAUTA Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Hora de viajar para o exterior

O dólar à vista encerrou na última sexta-feira, 16, cotado a R$ 3 082 acumulando queda de 24,3% em um ano. O mercado projeta que a divisa possa ficar abaixo de R$ 3 nas próximas semanas, embalada, entre outras coisas, pela forte entrada de recursos estrangeiros no País. As quedas consecutivas ao longo do ano e a perspectiva de mais baixas fizeram aumentar as emissões de viagens internacionais nas agências de turismo. O setor estima um aumento de 25% a 30% nas vendas desde o início deste ano em comparação com 2016.

Problemas com FGTS

Mais de sete milhões de trabalhadores não tiveram o depósito do FGTS feito corretamente. Quase 200 mil empresas estão sendo cobradas por isso. Os trabalhadores que estão tentando consultar o saldo das contas inativas estão tendo dificuldades, e, em alguns casos, a conta existe, mas tem alguma inconsistência, como a ausência da data de encerramento do contrato de trabalho. Se o trabalhador não conseguir apresentar um documento que comprove o fim do vínculo empregatício, ele pode não conseguir sacar o dinheiro. A orientação é procurar os antigos empregadores ou orientação na Caixa.


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Unimed Maceió nega crise na cooperativa médica

DIREITO DE RESPOSTA PLANO REBATE INFORMAÇÕES DE MATÉRIA PUBLICADA NA EDIÇÃO 910 DO EXTRA

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Unimed Maceió vem a público prestar esclarecimentos acerca da matéria intitulada “UNIMED EM CRISE - Operadora de Maceió perde médicos e usuários” com o subtítulo “Cooperados afirmam que falta transparência na aplicação dos R$ 50 milhões de receita mensal”, veiculada na edição nº 910 do Jornal Extra, do período de 17 a 23 de fevereiro, em respeito aos seus cooperados, aos beneficiários dos planos de saúde, à sociedade alagoana e aos leitores deste jornal. A grave crise política, econômica e financeira que assola o país é de conhecimento de todos os brasileiros. Esse cenário inevitavelmente atingiu o setor da saúde suplementar. Dados oficiais revelam que 1,6 milhão de beneficiários ficou sem plano de saúde apenas no período de janeiro de 2016 a janeiro de 2017, segundo o Instituto de Estudos da Saúde Suplementar. Apesar desse cenário, a Unimed Maceió não perdeu um número significativo de beneficiários, a ponto de desequilibrar as suas finanças, mesmo porque a gestão adotou tempestivamente medidas de ajuste fiscal como redução das despesas administrativas e maior controle dos custos assistenciais. Portanto, a Unimed Maceió não está em crise, muito menos na UTI, uma vez que paga rigorosamente em dia todos os seus cooperados, a rede credenciada de clínicas, laboratórios e hospitais, os demais fornecedores e todos os tributos devidos ao governo, fruto de uma gestão

responsável e comprometida com a sua importância na vida das pessoas, especialmente dos beneficiários dos planos de saúde. É inverídica a acusação contida na matéria de que falta transparência na gestão, pois, além da obrigatória prestação de contas que ocorre anualmente na Assembleia Geral Ordinária, outras Assembleias Extraordinárias foram realizadas sobre o assunto, bem como foram emitidos vários informativos aos cooperados a respeito do equilíbrio econômico-financeiro da Cooperativa. Soa no mínimo estranho essa acusação partir aparentemente do Dr. Nilton Jorge de Melo, uma vez que nunca requereu qualquer informação sobre as finanças da Cooperativa; não votou pela desaprovação das contas; e nos últimos anos sequer vem se fazendo presente nas Assembleias, tendo aparecido somente agora no período eleitoral através da imprensa, o que deixa evidente as suas intenções. Talvez por isso se explique o equívoco da afirmação no sentido de que a Unimed Maceió fature R$ 50 milhões por mês. É sem dúvida uma receita bastante considerável que, um dia, espera-se que seja alcançada, cuja informação diz respeito apenas aos seus sócios cooperados. No que tange ao usuário Sr. José Vital Júnior, a Unimed Maceió repudia veementemente a alegação de descaso, pois o serviço de homecare prestado no seu domicílio, através de equipe multidisciplinar, é o responsável pela manutenção da

sua saúde e vida. A Operadora promoveu ação judicial (processo nº 07048763020178020001) que está em segredo de justiça e que, por conta disso, não pode revelar mais informações sobre o assunto. A Unimed Maceió possui cerca de 1.000 cooperados nas diversas especialidades médicas e a maior rede credenciada de Alagoas, composta dos melhores hospitais, clínicas e laboratórios, atendendo satisfatoriamente seus beneficiários em todas as áreas da medicina. No plano de abrangência nacional, o beneficiário dispõe de milhares de médicos e prestadores da saúde espalhados pelo país, vinculados ao Sistema Unimed, que lhe dá cobertura assistencial por meio de intercâmbio.

Em relação às demandas judiciais, é de conhecimento público que a judicialização da saúde constitui um fenômeno que afeta tanto o serviço público prestado pelo SUS como a saúde suplementar. A judicialização é um tema preocupante e que requer avanços, mas não pode ser atribuída à gestão da Unimed Maceió, como quer fazer crer a matéria, sobretudo pelo fato de vir adotando mecanismos para evitar o conflito judicial, tanto que possui apenas cerca de 1% de processos judiciais frente ao número de beneficiários. A matéria que ora se responde assevera que a Unimed Maceió lidera o ranking das queixas no PROCON, contudo, não informa ao leitor que esses dados se referem aos meses de

janeiro a maio de 2014, estando, portanto, desatualizados, nem contextualiza que, quanto maior o número de beneficiários, naturalmente maior será o de demandas. Mais que isso, omite a relevante informação de que a Unimed Maceió não figura entre as empresas mais demandadas, conforme ranking divulgado pelo PROCON nos anos de 2015 e 2016. Isso posto, a Unimed Maceió reafirma seu compromisso primordial com a saúde e a vida dos seus beneficiários, como também com o trabalho e renda dos seus cooperados, na certeza que continuará firme e forte na liderança do mercado. A DIRETORIA


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Sikêra Junior: política não é minha praia

COMUNICAÇÃO

APRESENTADOR DIZ QUE JÁ FOI CONVIDADO PARA SER PREFEITO DE VÁRIAS CIDADES Quanto à carreira política, Sikêra descarta qualquer possibilidade. “Nunca gostei de política, não é minha praia. Político é cínico, tem que abraçar quem não gosta. Já me chamaram para ser prefeito e vice-prefeito de Rio Largo, prefeito de Barra de Santo Antônio, Barra de São Miguel, Paripueira, vereador por Maceió, deputado. Mas não tenho partido político, não sou filiado a nada. Prefiro pedir votos aos amigos”.

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ão, ele não morreu! Muito pelo contrário, voltou mais vivo do que nunca. Depois de passar um susto devido a um infarto em janeiro deste ano, o apresentador da TV Ponta Verde, Sikêra Junior, 49, retornou ao comando do programa Plantão Alagoas fazendo o que faz de melhor: piadas. Dentro de um caixão, ele satirizou o próprio problema de saúde e se tornou destaque na mídia nacional. Muitos viram a cena do caixão como comédia, outros como mau gosto. Pelo menos essa foi a opinião da apresentadora do Fofocalizando, Mara Maravilha. No entanto, não é a primeira vez que Sikêra Junior entra dentro de um caixão. O jornalista pernambucano, que fez carreira em Alagoas, foi vocalista da banda de rock Manicômio e já usou a entrada fúnebre em um de seus shows. “Sempre fui palhaço. Meu sonho era trabalhar em circo. Tentei fugir com o circo algumas vezes, mas sempre era pego pelo meu pai”, lembrou. E, uma vez, para se destacar das demais bandas que se apresentariam em um evento realizado num teatro no interior de Pernambuco, Sikêra Junior teve a ideia de usar o caixão. “Isso por causa da música “Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás”, de Raul Seixas, que fazia parte do meu repertório. Uma funerária de Palmares (PE) topou em emprestar

POLÊMICA

Convidado por Silvio Santos, Sikêra Junior diz que prefere continuar em Alagoas

o caixão. Levei ele na cabeça até o teatro e deu certo. Trinta anos depois deu resultado novamente. Mas, dessa vez, não precisei carregar o caixão”, contou à reportagem do EXTRA ALAGOAS. Sobre as críticas de Mara Maravilha, o jornalista disse conhece a apresentadora pessoalmente. “Ela está no programa errado, mas no Brasil, as opções são poucas. Acho deviam aproveitá-la melhor”. Mara Maravilha e Sikêra Junior chegaram a trocar farpas pela TV e internet sobre o episódio do caixão. “Que mau gosto… Pode ser companheiro, colega, pode ser da

mesma emissora, mas a gente tá aqui pra falar, tem que falar! […] Que cara de mau gosto; no caixão, gente!”, reclamou ela sobre Sikêra, que não deixou barato. Ele decidiu responder ao comentário da colega de emissora durante o Plantão Alagoas. “O que eu fiquei triste foi com a minha companheira Mara Maravilha […] Mara, eu sou fã seu desde que eu era criancinha. O meu sonho era ir para o seu colo quando criança. Eu lembro de você no sucesso, a Hebe Camargo, Dercy Gonçalves, porque vocês têm a mesma idade”, alfinetou. Porém as rusgas entre co-

legas de emissora não impediram Silvio Santos de fazer convite para Sikêra trabalhar em rede nacional. ”Chegaram propostas, mas ficarei por aqui. Deixarei as coisas acontecerem naturalmente. Mas há surpresas por aí. Com 50 anos minha vaidade já acabou. Se eu tivesse 25 anos a menos teria tomado uma decisão na minha vida. A semente deu tão certo neste terreno que tenho medo de mudar e quebrar a cara. Tem muita gente que ganha um dinheiro e vai morar no Aldebaran e descobre que lá não tem uma boa vizinhança”, exemplificou.

O apresentador, que comanda o “Plantão Alagoas” há cinco anos, ficou conhecido nacionalmente no fim de 2016, quando anunciou que todos os maconheiros morreriam até o Natal e virou meme nas redes sociais. “Você, que fuma maconha. Você vai morrer antes do Natal. Você, maconheiro, não vai ver Papai Noel, não vai ver árvore de Natal. Vai para o inferno!”, brincou o apresentador, ao som de uma marcha fúnebre. Antes de viralizar na internet com a “praga” aos maconheiros, Sikera já discutiu com um telespectador no ar, caiu de moto e até perdeu um dente em seu programa. Com estilo parecido ao Balanço Geral, o Plantão Alagoas faz sucesso de audiência e repercute nas redes sociais pelo jeito debochado e sem pudores do apresentador. Confira mais detalhes da entrevista em vídeo pelo site www.novoextra.com.br ou no link https://goo.gl/P3UXvv.


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Investindo em novos talentos

EMPREENDEDORISMO PROGRAMA LIBERA R$ 148 MIL PARA JOVENS ALAGOANOS JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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sonho do empreendedorismo ficou mais próximo da realidade para 30 jovens de diferentes municípios alagoanos. Na terça-feira (21), o governo do Estado assinou a liberação de créditos para incentivar a abertura de negócios no estado de Alagoas. O recurso de R$ 148 mil faz parte do Programa Juventude Empreendedora, que foi lançado em 2016 em uma parceria entre o Sebrae, Secretaria de Estado do Trabalho e Emprego e a Agência de Fomento de Alagoas (Desenvolve). O programa oferta a oportunidade para que o jovem alagoano tenha condições de abrir seu primeiro negócio e assim criar um outro caminho de trabalho e prosperidade. “O Juventude Empreendedora aproxima o jovem da sua capacidade de empreender, ensinando boas práticas para que ele seja um empreendedor ou, no mínimo, um cidadão melhor”, disse o governador Renan Filho durante solenidade que ocorreu no Centro de Convenções de Maceió. Magdiel Soares é um dos cases de sucesso do programa. Ele vende lanches porta a porta em Santana do Ipanema e põe o programa como grande motivador de negócios em Alagoas. “Devemos estar sempre preparados para enfrentar o que o mercado nos traz. Criei esse negócio para melhorar o comércio de minha cidade”, testemunhou. Por outro lado, Willya Crey foi campeã do desafio Sebrae em 2014 e, em Teotônio Vilela, tem uma loja de calçados. Por

Governador Renan Filho faz entrega simbólica dos recursos aos jovens beneficiados pelo programa Juventude Empreendedora

meio das redes sociais já comercializou com o mercado estrangeiro e agora quer ir além da sua loja, que fica na garagem de casa. Ela foi mais uma que ressaltou a oportunidade que o jovem precisa e soltou uma frase que os empreendedores conhecem bem: “Na crise, eu vejo oportunidade”. Conforme o diretor-presidente da Desenvolve, Rafael Brito, o plano é realizar eventos de liberação de créditos aos jovens cada três meses. “Essa foi a primeira liberação de crédito do programa e a nossa meta é atingir 500 jovens, 500 novas empresas. A linha de crédito pode chegar a R$ 3 milhões”, destacou ao EXTRA ALAGOAS. De loja de peças de motos

e buffet de festas, o programa contemplou negócios de serviços utilizados no cotidiano. “Nós damos um curso de empreendedorismo e gestão do próprio negócio. E os que querem, depois do curso, podem ou não pleitear o crédito. Muitos jovens fazem a capacitação apenas para usar nas empresas que trabalham ou da família”, informou. O PROGRAMA O programa Juventude Empreendedora oferece aos capacitação de 160 horas em empreendedorismo e visa dar oportunidade ao jovem de ele se tornar dono do próprio negócio, ampliando as condições de crescimento na renda e na realização pessoal. Os contemplados são aqueles que têm

18 e 29 anos de todo o estado. Para participar, o candidato deve ter completado ou estar cursando o último ano do ensino médio. Após a fase de seleção, os jovens participam de uma capacitação e qualificação em empreendedorismo. Em seguida, eles deverão apresentar um plano de negócios de acordo com a realidade de cada um. Cerca de 500 projetos mais viáveis podem receber assistência técnica por meio do Sebrae Empreendedor Individual (SEI) e por parte da Desenvolve –AL um aporte financeiro a partir de R$ 800 até R$ 15 mil, que seja necessário para o negócio. Em dezembro foram entregues certificados de conclusão do curso Juventude

Empreendedora à primeira turma formada no município de Piaçabuçu. E não faltam sonhos para os novos empreendedores. Lucas Santos, 18, viu uma oportunidade de colocar seus planos em prática. “Meu projeto é montar uma loja com estampa personalizada de super-heróis, kids, quadrinhos”, disse. Já Tiago Santos Silva nutre o desejo de colocar uma loja de instrumentos e acessórios musicais. “Sou músico e há uma dificuldade para comprar as peças aqui. Quando se quer, tem que se deslocar para outra cidade”, lembrou. Os projetos são variados como o de Jhonaf Neves, 21, que pretende implantar um cinema na cidade. (Com Agência Alagoas)


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Aposta dupla A suvinização, neologismo para a crescente aceitação de modelos do tipo SUV ou mesmo de crossovers inspirados neles, continua sacudindo o mercado brasileiro. De pouco adianta argumentar que são veículos pesados, gastam mais combustível, têm menor desempenho e centro de gravidade desfavorável. As projeções, no entanto, apontam crescimento, nos próximos três anos, de 15% para 20% na preferência do consumidor. E o fenômeno se repete até na Europa, onde alcançaram 25% das vendas totais. Renault resolveu apostar duplamente nesse segmento: primeiro com o Duster, de desenho mais rústico, e agora com o Captur, ambos partilhando a plataforma mecânica. O segundo foi desenvolvido no Brasil e seu estilo vai inspirar a atualização de meia geração do homônimo francês (menor e derivado do Clio IV) já nesse ano. O Captur tem linhas suaves, atuais e dispensou o indefectível rack de teto. Há luzes diurnas em LED. A pintura em duas tonalidades, opcional

de R$ 1.400, é uma aposta do fabricante, que prevê procura superior a 80%. Certas características do novo modelo – vão livre, 21 cm; ângulos de entrada e saída, 23° e 31°, respectivamente – sugerem um visual para agradar quem aprecia posição elevada ao volante. O interior tem projeto atualizado, plásticos bons só na versão de topo Intense e novo quadro de instrumentos (velocímetro digital). Mas o volante só dispõe de regulagem de altura e continua a cair pesadamente ao ser destravado. Alguns botões no assoalho são de acesso e visualização ruins. Porta-malas de 437 litros está entre os melhores do segmento (Duster, 475 litros, mas acesso é menos fácil). A versão de entrada Zen (R$ 78.990) recebeu o novo motor SCe de 1,6 L/120 cv (etanol), com 2 cv a mais do que outros Renault. Câmbio automático do tipo CVT será opcional daqui a três meses. Com câmbio manual de cinco marchas tem desempenho aceitável, porém menos

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

ágil que o Duster, 60 kg mais leve. Essa diferença é perceptível tanto em cidade quanto em estrada, apesar de o fabricante ter tentado compensar com relação de quinta marcha mais curta. Internamente é espaçoso graças à distância entre eixos de 2,67 m. A versão mais cara (R$ 88.490) oferece para os novos bancos mais anatômicos um revestimento parcial em couro. São pormenores desse tipo que ajudam a mantê-lo acessível, nem sempre fácil de perceber. Pelo menos oferece rodas de liga leve de 17 pol. que ajudam o compor bem o seu perfil. Dispõe do motor de 2 L/148 cv (etanol) e apenas câmbio automático convencional de quatro marchas.

Mesmo sendo um projeto antigo, houve nítida evolução tanto em uso normal, quanto no modo de seleção manual. O conjunto motriz, de fato, não é o melhor do segmento, sem chegar a decepcionar. SUV de linhas atraentes a preço competitivo, o Captur deve conquistar espaço logo que disponibilizar todas as opções. Terá de enfrentar, pelo menos, seis rivais diretos: Hyundai Creta, Suzuki Vitara, Jeep Renegade, Honda HR-V, Nissan Kicks e Chevrolet Tracker, entre outros. O Jeep Compass, de entrada, seria o sétimo competidor pelo critério puramente monetário. E ainda sem contar o novo EcoSport, que promete endurecer o jogo, a partir de junho próximo.

RODA VIVA n POR APENAS 25.000 unidades o Brasil não caiu para décima colocação no ranking mundial de vendas de automóveis e comerciais leves. Ficou em nono, em 2016, com o Canadá logo atrás. Se acrescentados caminhões e ônibus, a classificação sobe para oitavo. Ainda assim distante da quarta colocação que já ocupou antes da atual crise iniciada em 2013. n RENOVAÇÃO estilística da segunda geração do Porsche Panamera chega ao Brasil, pouco mais de 6 meses depois da Europa. Inspiração no 911 é clara, enquanto o interior agora passa uma sensação melhor de acomodação para os quatro passageiros do sedã-cupê de quatro portas. As três versões

assento para dias de calor. Consumo, principalmente em cidade, é alto. Pacote de segurança inclui controle de estabilidade (ESC) e bolsas de ar laterais. têm tração 4x4 e preços básicos vão de R$ 758.000 (V-6) a R$ 981.000 (V-8). n SOLUÇÃO mecânica interessante do Panamera é a modularidade dos motores V-8 (4 litros) e V-6 (2,9 litros), ambos com diâmetro e curso iguais e turbocompressor. V-8 entrega 550 cv e 78,5 kgfm. Ignora as quase 2 t de peso para acelerar de 0 a 100 km/h em 3,6 s.

Câmbio automatizado de oito marchas também está no V-6 (440 cv/56,1 kgfm) e 0 a 100 km/h em 4,2 s. n HYUNDAI CRETA, na versão de topo Prestige 2 L/166 cv (etanol), deixa boas impressões quanto à dirigibilidade, espaço interno e bom porta-malas de 431 litros. Banco do motorista tem providencial ventilação no

n APLICATIVO para telefones, de início Android e depois iOS, facilita avaliação de carro usado no ato da compra. Com sugestivo nome Auto Vistoria Evita Mico, permite identificar sinais de adulteração. Gratuito para avaliação interna e externa do veículo; R$ 59,00 para cruzar seu histórico e analisar ruído de motor (usando microfone do aparelho).


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Mentiram ao governador. E agora?

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entre os candidatos a governador de Alagoas nas últimas eleições, eu fiquei na dúvida sobre qual deles eu deveria escolher. Mesmo sem conhecer o candidato Renan Calheiros

Nós do DER/AL já estamos há 14 anos sem ter qualquer aumento, diferente dos demais servidores, que estão com excelentes salários. Filho, resolvi votar nele, por ser um jovem promissor, já testado politicamente e com uma certa experiência. Até aqui não estou arrependido de ter votado nele, porém estou estranhando que alguns dos

seus auxiliares estão mentindo à sua excelência, quando informando-o com números malucos e mentirosos, sobre a situação do DER/ AL. Isso está me deixando “p..da vida”. Nós do DER/AL já estamos há 14 anos sem ter qualquer aumento, diferente dos demais servidores, que estão com excelentes salários. Com esperança de que fossemos brindados com salários justos, há mais de dois anos estamos esperando que o governador faça justiça aos servidores honestos, trabalhadores e competentes do DER/AL. Já nos reunimos com alguns colegas e começamos a fazer nossos cálculos para sabermos o que deveríamos pleitear, com base em

números reais. Fizemos reuniões umas seis vezes, tanto em apartamentos como em casas de alguns e até com os senhores deputados. Ora, o governador Renan vinha dizendo em rádios que faria justiça ao DER/Al, mas em outros dos seus discursos diários já vimos que ele não mais nos beneficiaria, já que mentirosos da sua “corte” disseram que no DER/AL, para cada um servidor ativo, existem cinco aposentados. Grande mentira! Temos estudos informando que não são 1.600 aposentados, como disse o governador numa rádio e, sim, apenas 988. Também, só são 343 ativos e 988 inativos e pensionistas, num total de 1.331 funcionários trabalhadores, ho-

nestos e competentes. Pelas informações que obtivemos junto a AL Previdência, para cada 1 servidor ativo, só serão 2,88 servidores aposentados e, não 1:5. como disseram à Sua Excêlencia. Cuidado governador, com as mentiras dos seus auxiliares. Com números irreais, seus auxiliares poderão prejudicar em muito o estado de Alagoas. Cuidado, governador! Em tempo – A turma da Barraca Pedra Virada, da praia da Ponta Verde, continua lendo meus artigos, como faz o médico Dr. Amynadá Lyro, Dr. Radjalma Cavalcante e seu irmão médico Dr. Roberto Cavalcante. Fiquei orgulhoso, viu!


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ABCDO INTERIOR

James deputado

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m entrevista para o jornalista Kléverson Levy, o ex-prefeito de Palmeira dos Índios, James Ribeiro (PMDB), não titubeou ao afirmar que vai disputar uma das 27 cadeiras na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) em 2018. Atualmente ele está apenas à frente do diretório do PMDB em Palmeira dos Índios, sem ocupar nenhum outro cargo político.

Troca de partido

Ainda em entrevista, James Ribeiro afirmou que, apesar de ter participado de reuniões com o PRTB, não mudará de partido. Ele afirma que só foi ao encontro com lideranças do PRTB, em Maceió, em respeito ao convite feito pela cúpula do partido em Alagoas, mas não pretender deixar a sigla de Renan Calheiros. “Não saí do PMDB. Fui convidado para participar de uma reunião, a convite do Adeilson Bezerra, e me senti lisonjeado por lembrar do meu nome. O encontro contou com várias lideranças alagoanas e, no meio delas, eu estava incluído. Sou do PMDB, estou presidente da sigla em Palmeira e, antes de tomar decisões políticas, tenho que conversar com o senador Renan Calheiros e o governador Renan Filho”, comentou.

Plano antigo

A ideia de ocupar uma cadeira na Casa Tavares Bastos é antiga. Segundo o ex-prefeito, quando ele encerrou seu mandato em Palmeira dos Índios já havia possibilidade de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa.

Representando Palmeira

“Ainda tem muito tempo para o pleito de 2018, mas serei candidato a deputado estadual. Passei oito anos na Prefeitura de Palmeira dos Índios, tenho serviços prestados e sei do trabalho que fiz durante os dois mandatos. Nossa região precisa ter mais representatividade na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) e Palmeira se destacar cada vez mais em nível de Estado. Participarei das eleições do próximo ano como candidato, contudo, com aval do governador [Renan Filho] e do senador [Renan-pai] que são as lideranças fortes do nosso partido no estado”, reforçou o ex-gestor.

Sem transparência

A Justiça Federal acatou pedido do Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL) e obrigou os municípios de Mar Vermelho, Messias e Santa Luzia do Norte a disponibilizarem na internet adequadamente respectivos Portais da Transparência no prazo de 30 dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 1 mil.

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robertobaiabarros@hotmail.com Interina: Sidinéia Tavares

Lei de acesso a informação

O MPF/AL, ao longo do ano de 2016, ajuizou ações civis públicas contra 93 municípios alagoanos que descumpriam a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/11), a Lei da Transparência (Lei Complementar nº 131/2009) e o Decreto nº 7.185/2010, que determinam a forma como deve ser a transparência administrativa do setor público.

Cidades condenadas

Mar Vermelho, Messias e Santa Luzia do Norte são alguns dos municípios que não firmaram acordo e são as primeiras condenadas pela Justiça Federal ao cumprimento das leis de transparência e acesso à informação. Todas as sentenças foram expedidas pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Alagoas, de titularidade do juiz Raimundo Alves de Campos Jr.

Sem direção

Cerca de 400 estudantes de Direito de Arapiraca ainda estão sem saber onde realmente irão estudar. Isso por conta de uma briga judicial entre os empresários Cícero Torres, proprietário do Centro de Ensino Superior Arcanjo Mikael (Cesama), e Carlos Joel, responsável pela Unidade Regional Brasileira de Educação (Unirb) em Arapiraca, para definir quem terá a concessão do curso na cidade.

Decisão

Em decisão liminar, deferida pelo juiz da 10º Vara Cível e Comercial do Poder Judiciário do estado da Bahia, no último dia 17, foi dada a tutela antecipada do curso para a Unirb. Mas para isso a instituição terá que depositar em juízo, em cinco dias, o valor de R$ 115 mil. Se feito o depósito, a Unirb terá o poder de representação geral habilitando-se a representá-la perante órgãos e bancos públicos.

Conciliação

Ao longo da liminar, percebe-se que a Unirb trava uma luta não só pela cessão do nome do Cesama, como também pela participação de quotas no capital social da instituição. Há fatos considerados verossímeis e outros inverossímeis pelo juiz de direito. Uma audiência de conciliação foi marcada para o dia 27 de abril. Caso não se obtenha uma conciliação por parte da ré, o Cesama terá um prazo de 15 dias para fazer sua defesa.

PELO INTERIOR .... Uma comissão formada pelo prefeito de Viçosa David Brandão, e representantes do MPE/AL em Viçosa, da Câmara de Vereadores e de entidades ambientais visitaram esta semana a barragem Helenildo Ribeiro. ... A barragem é localizada no limite dos municípios de Quebrangulo e Chã Preta. Os políticos e membros da sociedade civil foram conferir, de perto, a quantidade de água que está sendo liberada para o Rio Caçamba no trecho em que banha as cidades de Chã Preta e Viçosa, até a sua foz no Rio Paraíba. ... A situação é crítica, visto que a barragem, que tem extensão que ultrapassa os 3 quilômetros, está com o volume abaixo do normal, impossibilitando a vazão do rio que nasce na Serra Lisa, entre os municípios de Chã Preta e Correntes (PE). ... A quantidade de água é insuficiente para que as bombas normais façam sua captação, necessitando de bombas instaladas em flutuantes para conseguir bombear água para adutoras de Paulo Jacinto e Palmeira dos Índios. ... Diante desse quadro, a saída que foi encontrada pela comissão é de provocar uma audiência com o governo do Estado, Secretaria de Recursos Hídricos do Estado, Casal e os representantes do Executivo, Legislativo, MPE e sociedade civil, para este problema que afeta a população viçosense e que necessita do rio para a sua sobrevivência. ... A cerimônia ‘Águas de Oxalá’ tornou-se tradição na abertura dos festejos carnavalescos de Penedo e atrai anualmente mi-

lhares de pessoas até o Rosário Estreito e a Igreja do Rosário dos Pretos, Centro Histórico. O ritual é uma forma simbólica dos adeptos das religiões de matriz africana agradecer aos deuses para que todos tenham um ano repleto de graças e que se desfrutem o carnaval com responsabilidade e muita paz. ... Seguindo a programação, a cerimônia vai ocorrer nesta sexta-feira (24), a partir das 18h30min, com saída do cortejo das baianas da Praça Clementino do Monte, percorrendo a Avenida Getúlio Vargas e encerrando no adro da Igreja do Rosário. ... Aprovados no concurso público de Lagoa da Canoa participaram de mais uma audiência, onde a prefeita do município ficou a cumprir ordem judicial de nomeação de aprovados em concurso público. .... Na decisão, a Justiça determinou a nomeação de 49 aprovados sob pena de multa diária no valor de R$ 100 mil em caso de descumprimento. No entanto, o prazo de cinco dias úteis dado pela Justiça não foi cumprido pela chefe do Poder Executivo Municipal, Tainá Veiga. .... Na decisão, o magistrado José Miranda Santos Júnior solicitou explicações pela nomeação da nora do vice-prefeito, em cargo comissionado e determinou a exoneração dela em até 10 dias. ... A todos, desejamos um excelente carnaval com muita saúde e paz. Até a próxima edição. Fui!!!


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MEIO AMBIENTE

Bruno Fernandes meioambiente@novoextra.com.br

Sementes por correspondência

Filhotes de tartaruga

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erca de 120 filhotes de tartaruga foram soltos no Mirante da Sereia, Litoral Norte de Alagoas, na tarde de domingo, 19. As tartaruguinhas foram colocadas na areia e logo correram para o mar. Muitas crianças acompanharam a soltura. A ação foi realizada pelo Instituto Biota de Conservação que fez a retirada dos filhotes dos locais de desova. Enquanto os animais eram colocados na praia, especialistas do Biota explicavam sobre a importância da preservação do meio ambiente e das espécies marinhas.

União dos Palmares

Uma força-tarefa em União dos Palmares flagrou desvios na captação de água do Rio Mundaú por produtores rurais. A fiscalização visa garantir reserva mínima de água, já que o sistema registra apenas 10% da capacidade e o abastecimento pode ser suspenso em definitivo caso não chova. Desde o início da semana, as fiscalizações apreenderam quatro bombas de captação, três delas de grande porte. Os proprietários de terras às margens do Mundaú utilizam as bombas para irrigar plantações. No entanto, como o município está em situação de emergência, a Política Nacional de Recursos Hídricos regulamenta que a água, em situações emergenciais, como a enfrentada por União dos Palmares, deve ser destinada, prioritariamente, ao consumo da população.

Uma empresária de Florianópolis decidiu montar uma pequena horta com a ajuda do namorado. Algumas sementes sobraram e ela teve a ideia de presentear conhecidos. Para ver quem tinha interesse, Anaísa Catucci, 32, fez uma postagem nas redes sociais e em menos de 24 horas já eram mais de dois mil interessados. Como gosta de escrever e sentia falta da troca de correspondências, Anaísa havia dito em sua mensagem que enviaria as sementes por carta, com um recado positivo e orientações para plantio. A ideia virou o projeto Sementes pelo Mundo. Com a ajuda das redes sociais, já foram organizados mutirões para escrever os textos em Florianópolis, Rio e Palmas. Há também iniciativas de São Paulo e da Bahia,

Denúncia de desmatamento

O Ministério Público Estadual (MPE) está apurando um possível desmatamento em uma área de Mata Atlântica em Maceió. O procedimento preparatório para a investigação foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) de segunda-feira, 20. Os moradores denunciam que o local é destinado a preservação ambiental e estaria sendo desmatado para construções, com privação de acesso das pessoas.

Glittler e purpurina

Orla lagunar

O prefeito Rui Palmeira recebeu, na segunda, 20, especialistas e consultores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para apresentar a conclusão do projeto de requalificação da orla lagunar, do programa Maceió de Frente Pra Lagoa. Na oportunidade, o especialista em Desenvolvimento Urbano do BID e chefe da missão, Aderbal Curvelo, reforçou o interesse do Banco em financiar o projeto. O Maceió de Frente pra Lagoa é um programa de requalificação de um trecho da orla lagunar localizado entre os bairros Bom Parto e Bebedouro.

Saneamento básico

Segundo ranking do saneamento, do Instituto Trata Brasil, Maceió está entre as cidades com menos saneamento básico. A pesquisa publicada na segunda, 20, mostra também que 13 das 27 capitais, ou 48%, atendem menos da metade da população com coleta de esgoto. Os piores índices estão no Norte e Nordeste. O primeiro lugar, pelo quarto ano seguido, ficou com Franca, no interior de SP.

Ecologistas propõem aos foliões que evitem usar glittler e purpurina nas festas de momo. Segundo o biólogo Salvatore Siciliano esses adereços compostos de microplásticos podem demorar centenas de anos até entrar em decomposição. O artigo foi intensamente compartilhado, intrigando entusiastas do Carnaval. Mas diferentes estudos científicos reforçam o argumento do ambientalista. Uma pesquisa publicada em 2015 na revista Nature estimou que cerca de oito milhões de toneladas métricas de plástico chegam anualmente nos oceanos.


MACEIÓ, ALAGOAS - 24 DE FEVEREIRO A 09 DE MARÇO DE 2017

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MACEIÓ, ALAGOAS - 24 DE FEVEREIRO A 09 DE MARÇO DE 2017


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