Edicao913

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LAVA JATO

Lista de Janot tem mais de 80 parlamentares, 10 governadores e ministros de Lula, Dilma e Temer.Veja quem são eles P/16 e 17

SUCESSÃO ESTADUAL

extra

Marx Beltrão pode ser defenestrado do Governo do Estado para não ameaçar a reeleição de Renan Filho P/4

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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVIII - Nº 913 - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

R 3,00

MORTE DE DIMAS HOLANDA FAZ 20 ANOS E CRIME PODE FICAR IMPUNE TJ decide dia 21 se acata denúncia do MP contra o deputado João Beltrão, acusado de ser o mandante P/ 10 e 11

CNJ VAI INVESTIGAR FRAUDE NAS TAXAS DE CARTÓRIO EM ALAGOAS Ademi quer anular atos do TJ que elevaram custas e emolumentos à estratosfera GRILAGEM

Família luta há 33 anos para reaver propriedade invadida por Álvaro Vasconcelos P/15

Desembargador Washington Luiz vai ficar mais 140 dias afastado de suas funções P/8 e 9

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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

Vexame no TJ 1

- O Tribunal de Justiça de Alagoas corre o risco de passar pelo vexame de convocar juízes de primeiro grau para julgar uma Ação Penal contra o deputado João Beltrão, pelo assassinato do bancário Dimas Holanda, às vésperas de fazer 20 anos.

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- É que os desembargadores não se sentem à vontade para julgar o caso. Após engavetar o processo por vários anos, o Tribunal deveria decidir a questão dia 14 último, mas 5 dos 16 magistrados alegaram suspeição e caíram fora. Não se sabe se por medo, omissão ou conveniência.

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- O crime ocorreu no dia 3 de abril de 1997 e prescreve dentro de duas semanas. Se na próxima sessão do Pleno - marcada para terça-feira, 21 - o TJ aceitar a denúncia do MP e transformar João Beltrão em réu, a prescrição será interrompida, mas dificilmente o deputado será condenado.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

Exército de miseráveis

– Nesse caso será mais um crime a ser despachado para as ca4o deputado lendas da impunidade. Vale lembrar que além dessa Ação Penal, já foi denunciado por mais dois homicídios ocorridos no

A falência do Grupo João Lyra deixou como herança social mais de 15 mil trabalhadores desempregados e até agora, sem receber as indenizações a que tem direito. Se trilhar o mesmo caminho, o Grupo Caeté produzirá outro exército de miseráveis.

Caeté em crise

Terra arrasada

Maranhão, em 2000, e no Tocantins, em 2001, que também continuam impunes. Veja reportagem nas páginas 10 e 11

O Grupo Caeté está na iminência de pedir recuperação judicial e corre o risco de seguir os mesmos caminhos do Grupo João Lyra, cuja falência foi decretada há 5 anos após fracassar na tentativa de uma recuperação judicial.

Empréstimo

Para evitar o pior, o Grupo Caeté , que é dona de três usinas de açúcar em Alagoas, está tentando fechar um acordo com o banco Santander e viabilizar um empréstimo de R$ 200 milhões para quitar parte de sua dívida de R$ 1 bilhão.

Fim de ciclo

A falência das usinas alagoanas representa o fim do ciclo da canade-açúcar, que registrou alguns períodos de desenvolvimento, mas nenhum avanço em ternos de inclusão social. Na realidade, por onde a cana passou deixou um rastro de fome e miséria. Em Alagoas e em outros estados.

Exclusão social

Como lembra o historiador Douglas Apratto em recente ensaio, a tão falada redenção econômica a partir da industrialização do açúcar, Proálcool, Salgema e outros discursos da época, na prática, só agravou a “degeneração dos processos sociais, de uma política de explícita exclusão”.

Em seu ensaio – que deveria ser lido e discutido nas escolas – Apratto destaca que o modelo de desenvolvimento imposto a ferro e fogo aos alagoanos por uma elite predadora só produziu a devastação do território e deixou como herança, pobreza e miséria.

Predadores E mais grave: após exaurir todos os recursos naturais de Alagoas essa elite predadora, mesmo estando em declínio, se mantém encastelada nos poderes do Estado, usufruindo benesses e privilégios, alerta o historiador.

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Aposentadoria rural

Os trabalhadores rurais correm o risco de perder direitos adquiridos que garantem o mínimo para sobrevivência no campo. É que a reforma da Previdência proposta pelo Governo Temer praticamente acaba com a aposentadoria rural. Ao exigir idade mínima de 65 anos e 25 de contribuição previdenciária, os produtores rurais dificilmente se aposentarão dada a sua expectativa de vida mais curta que os trabalhadores urbanos. Os que sobreviverem às novas regras chegarão lá, mas já com o pé na cova. Num país de memória curta, não custa nada lembrar que foi a partir do Governo Collor (1990) que o trabalhador rural brasileiro conquistou uma aposentadoria digna, que reduziu a pobreza no campo e garantiu a subsistência de milhões de famílias. Até então, os trabalhadores do campo recebiam um benefício equivalente a meio salário mínimo, garantido pelo Prorural. Ao regulamentar a legislação previdenciária, o presidente Fernando Collor elevou essa pensão para um salário mínimo, tirando milhões de famílias da miséria, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Enquanto o governo ameaça cortar direitos dos trabalhadores rurais, a Previdência Social banca hoje a maior concentração de renda do mundo: 1 milhão de aposentados do serviço público levam mais dinheiro que os outros 25 milhões de brasileiros aposentados pelo setor privado.

Vereadores

As Câmaras de Vereadores do país têm direito a até 7% do orçamento dos municípios. Em 2015, isso deu quase R$ 15 bilhões, segundo dados do Portal da Transparência. O salário pode chegar a 75% do que ganham os deputados estaduais. No máximo, R$ 21 mil. O resto, cada Câmara gasta de um jeito. E tem mais: na maioria dos 5.568 municípios brasileiros os vereadores “trabalham” apenas dois dias por semana.

Mulher macho O Tribunal de Justiça de Alagoas convocou a única mulher entre os 15 desembargadores para presidir a sessão do Pleno que vai decidir se aceita ou não a denúncia do MP contra o deputado João Beltrão, acusado de mandar matar o bancário Dimas Holanda. A desembargadora Elisabeth Carvalho já demonstrou que não tem medo de cara feia nem de valentão que se esconde por trás do trabuco de aluguel.

Máfia dos cartórios O Tribunal de Justiça de Alagoas marcou para terça- feira 21, o julgamento de uma ação em que a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas (Ademi-AL) pede a anulação dos atos que elevaram as taxas de registro de imóveis a valores estratosféricos. É esperada a presença de empresários e representantes da sociedade, que não aguentam mais ser extorquidos pelos cartórios.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

JORGE OLIVEIRA

O poder que adoece e mata Brasília - Até hoje tenho gravado na memória uma cena palaciana que ocorreu no governo de Fernando Henrique Cardoso, em uma solenidade no Palácio da Alvorada: Sérgio Mota, parceiro e homem forte do presidente, ainda se convalescendo de uma doença que o mataria dias depois, apareceu todo paramentado na solenidade com os tubos enfiados no nariz e o balão de oxigênio, que o mantinha vivo, no chão. Nunca vi na vida uma demonstração tão extrema de preservação do poder. Hoje, guardada as devidas proporções, Eliseu Padilha repete a cena. Proibido pelos médicos, ele antecipa a sua volta à chefia do Gabinete Civil para não perder o cargo, o poder e o controle sobre as pessoas e sobre o país. Padilha confessa que foi aconselhado pelo seu psicólogo para antecipar a sua volta ao Palácio do Planalto. O médico que operou o ministro aconselhou-o a permanecer de licença até o dia 19, mas ele preferiu os conselhos mentais do psicólogo que o atende. Padilha volta a ocupar a cadeira de principal auxiliar de Temer abalado pelas informações de que teria mandado pelo doleiro Lúcio Funaro 1 milhão de reais para o escritório de José Yunes, um dos homens de confiança do presidente. Além disso, ainda pesa contra ele declarações de delatores de que teria recebido R$ 4 milhões, da doação de 10 da Odebrecht, para distribuir com os peemedebistas. O ministro chegou ao Palácio do Planalto como se nada tivesse acontecido na sua ausência. Questionado pelos repórteres sobre a sua conduta no lamaçal da Lava Jato, saiu-se com essa pérola do cinismo que caracteriza muito bem o Brasil de hoje: “Em time que está ganhando não se mexe. Só citação de delator não é motivo para nada”. Veja que coisa: apontado como receptador de dinheiro roubado da Odebrecht pelo mais fiel amigo do presidente, Padilha subestima a informação e descredencia o autor das denúncias em vez de se defender para se manter na função. Ora, se ele se referiu a Yunes como delator, o homem que até então era o principal conselheiro do presidente, mostra ao Brasil que Temer não anda em boa companhia. Ainda instigado pelos repórteres, Padilha tentava driblar as perguntas mais incômodas que certamente o enfraquece no cargo. “Não vou falar sobre o que não existe”. Está tudo baseado num delator”, insistiu o ministro. E foi mais longe ao mandar um recado velado ao presidente: “Eu e minha equipe é que temos a memória da Previdência”. E para mostrar o apego ao poder, que leva homens ao cadalfaso tragado pela máquina da vaidade, ele se saiu com essa: “Os médicos disseram que sou doido, mas eu precisava voltar.” Temer agora está com um tremendo abacaxi para descascar, mas prefere esperar pelo STF que pode ajudá-lo trasformando Padilha em réu. Se isso acontecer, o Moreira Franco corre na mesma esteira dos expurgados porque o próprio presidente já decidiu que auxiliar que vira réu não participa do seu governo, bem lembrado pelo próprio Padilha quando questionado pelos jornalistas.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Ética

Corrupção

Mas a coisa entre Yunes e Padilha não pode ficar na base do disse não disse. A população espera que o dois amigos do presidente esclareçam de uma vez por todas esse imbróglio da grana que foi parar no escritório do doutor Yunes. Empurrar com a barriga não adianta, porque mais cedo ou mais tarde o Ministério Público pode acionar a Polícia Federal para descobrir o paradeiro desse dinheiro. Além disso, o governo tem o dever ético de apurar as acusações que pesam sobre os seus dois fiéis amigos.

Os homens

Afora as últimas gafes no Dia das Mulheres, até que o Temer é um cara bem intencionado. Esforça-se para fazer um governo diferenciado. Tenta arrumar o quebra-cabeça da economia destroçada pelo PT e recuperar a credibilidade do Brasil no exterior. Até aí tudo bem, ele faz o que qualquer presidente ajuizado faria no seu lugar. O diabo é que o Temer não consegue se livrar facilmente dos amigos que tem. Para onde vai, carrega esse fardo que custa muito caro ao seu governo. Agora, o amigo da vez que entra em cena é o “Sombra”. Trata-se do advogado José Yunes, amigo de longa data, que se derrete a cada declaração que faz para se livrar da acusação de ter transformado seu escritório em São Paulo em caixa dois do PMDB, como ele próprio confessou.

Acusações

Yunes chegou às manchetes dos jornais acusando Padilha, principal assessor do presidente, de intermediar a caixinha para a campanha do PMDB, quando Temer estava na chapa de vice da Dilma. Foi espontaneamente ao Ministério Público para dizer que recebeu um envelope (!) com um milhão de reais do doleiro Funaro, preso na Lava Jato. Detonou Padilha. Mas os procuradores da República não se convenceram da defesa prévia de Yunes. Quando começaram a mexer no formigueiro descobriram que o amigo do presidente está enrolado, enroladíssimo com a história que tenta contar para se livrar da acusação de receptador do dinheiro da Odebrecht.

Desdém

Temer, porém, faz cara de paisagem para o que os brasileiros pensam de seus amigos malfeitores, muitos apeados do poder pelo passado obscuro. Já desceram do púlpito palaciano auxiliares da sua intimidade como ex-ministro do Turismo Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Romero Jucá e outros. Estão pendurados na brocha Eliseu Padilha e Moreira Franco, este protegido por uma imunidade arranjada de ministro. O presidente, aos poucos, vai se desfazendo dos seus amigos até então fieis e inseparáveis. Quando eles são flagrados nos escândalos, Temer simplesmente os frita, torrando-os em fogo ardente, sem mexer um músculo da cara.

Companheiros

Mas o brasileiro tem consciência de que esses senhores que o presidente hoje descarta foram seus companheiros de luta dentro do partido durante muito tempo, gozaram e gozam da sua intimidade. Portanto, são eles que conhecem a trajetória do presidente porque o ajudaram a chegar ao poder. Empurraram a Dilma de ladeira abaixo mesmo quando estavam ao lado dela como ministros para abrir o espaço para ele chegar ao topo do poder. Por isso, acredito, que não será tão simples descartar esses “Homens do Presidente” apenas com uma canetada. Assim, mais cedo ou mais tarde, os alijados do poder, vão apresentar a fatura. E que fatura!

Padilha, o mais leal dos seus auxiliares, tem dito a amigos que se sente excluído da turma presidencial desde que o Yunes o acusou de intermediar o dinheiro de corrupção da Odebrecht. Irrita-se quando sabe que antes de ser detonado, Yunes desfilou com Temer pelos corredores do Palácio do Planalto numa conspiração que assustou o próprio Padilha acostumado a conchavos políticos pelas madrugadas adentro em Brasília. Volta às funções de ministro-chefe enfraquecido. E se depois desistir do cargo, recolhe-se profundamente magoado com o amigo presidente.

Fogo

Temer, pelo que parece, está brincando com fogo. Se não melhorar a economia para gerar mais emprego e renda para os brasileiros (13 milhões de desempregados), corre o risco de ver uma fagulha espalhar fogo no seu celeiro de palhas secas com as denúncias da Lava Jato. O governo, de agora em diante, vai depender do desempenho do seu ministro da Fazenda Henrique Meirelles, um dos poucos que não saíram da cozinha do então vice-presidente para a Esplanada dos Ministérios.

Conspiração

O presidente precisa ficar de olho nos ministros “amigos” que saem do governo pelo poder que eles têm de conspirar. Os que ainda estão nos cargos são mais fáceis de tourear. Estão ocupados em suas tarefas diárias.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

GABRIEL MOUSINHO

O voo de Beltrão

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andidato declarado ao Senado Federal nas próximas eleições, o ministro Marx Beltrão pode, a qualquer momento, desembarcar e perder sua participação no governo do Estado, onde comanda a Secretaria de Meio Ambiente e a Casal. Como não tem segurança em garantir sua candidatura pelo PMDB, Beltrão surfa nas oportunidades da administração de Renan Filho até quando Deus quiser. Querendo mais espaço no governo além dos que já tem, a estrela de Coruripe, “dono” de alguns partidos em Alagoas, a exemplo do PSD que antes pertenceu a João Lyra, o ministro é considerado pelo PMDB como uma peça política perigosa e que pode atrapalhar futuros planejamentos do clã dos Calheiros. Do lado do seu grupo político ninguém acredita que o PMDB vá lhe receber de braços abertos para disputar uma das duas vagas com ninguém menos do que o senador Renan Calheiros. Como política tem dessas coisas, a candidatura precoce de Beltrão ao Senado é ainda uma incógnita. Pode acontecer tudo e pode não acontecer nada. Na verdade, as suas declarações assanharam o reduto peemedebista, que revelaram uma ameaça às pretensões de reeleição de Renan Calheiros, que ainda deve disputar com Benedito de Lira e possivelmente Téo Vilela. A situação do PMDB na disputa pelo Senado e pelo Governo, como se vê, não é nada confortável.

Nem um, nem outro

O deputado e ministro Marx Beltrão não deverá sair candidato nem pelo PMDB de Renan Calheiros, nem pelo próprio PSD, partido que ainda domina em Alagoas. Deverá sair candidato mesmo pelo PRB. Além do PMDB, Renan tem forte influência no PSD, dado a sua amizade com o presidente nacional, Gilberto Kassab. Foi essa influência que colocou, nas eleições passadas, João Lyra no canto da parede.

Pesquisa duvidosa

Algumas pesquisas que estão fazendo para o Senado é considerada furada. No rol dos candidatos, Ronaldo Lessa e Maurício Quintella, que já admitiram não entrarem na disputa. Certo mesmo estão no páreo Renan Calheiros, se não mudar de percurso, Biu de Lira, Marx Beltrão e Téo Vilela que diz somente decidir no próximo ano.

Reduto ambicionado

Fazendo uma aliança puro sangue com Renan Calheiros, Marx Beltrão garantiria uma dobradinha forte em um dos mais ambicionados redutos político de Alagoas, a região sul do Estado. Mas isso não quer dizer que outros candidatos não furem o cerco eleitoral. Seria uma disputa de grandes lances com resultados imprevisíveis.

gabrielmousinho@bol.com.br

Sem opção

Já antecipando uma chapa puro sangue para o Senado, Renan Calheiros afasta a possibilidade de aliança entre outros partidos e naturalmente outros candidatos. Deverá perder redutos importantes com a composição com Marx Beltrão. Alguns aliados admitem que esta aliança é precipitada e perigosa e que não trará grandes conquistas de redutos eleitorais para o senador.

Frustrada

Pelo menos até o momento está sendo frustrada a intenção do senador Renan Calheiros de apagar o fogo dos deputados contra o governo do seu filho. As tentativas confirmam deputados que preferem ficar no anonimato, não evoluíram, porque ninguém acredita mais em promessas sempre nunca cumpridas. Os Calheiros vão ter, sim, muito trabalho para recompor a base governista na Assembleia Legislativa.

Bomba nas mãos

Revoada

Força tarefa

Sem essa

Sobraram para o procurador-geral da Assembleia Legislativa, Diógenes Tenório, as sugestões sobre a auditoria feita naquela instituição pela Fundação Getúlio Vargas. Tenório deve cozinhar a avaliação até quando todos estiverem esquecidos do problema. Mas o Ministério Público não pensa assim e o procurador Alfredo Gaspar de Mendonça quer tomar conhecimento da auditoria que aconteceu por lá. Somente com uma força tarefa envolvendo o Ministério Público, a Polícia Federal, a Receita e outros órgãos específicos, se poderia descobrir na Assembleia coisas do arco da velha, como, por exemplo, promoções indecentes, diplomas falsificados e outras coisinhas mais. Passando a mão por cima sob a alegação de bom senso, nunca se chegará a expor a sujeira escondida sob os tapetes da instituição.

Desespero

Enquanto o governador trabalha pela sua reeleição, os deputados da base comem o pão que o diabo amassou. Mas agora chega, disse um deles à coluna, prometendo que Renan Filho terá dificuldades de aprovar seus projetos na Assembleia daqui pra frente, se não chegar a contemplar os insatisfeitos. Se o grupo continuar parado não se reelege, alertou um deputado.

Engana a outro

O governador Renan Filho tem dito por aí que é candidato à reeleição, mas só quer pensar nisso no próximo ano. Conversa fiada. Renan já está em campanha desde quando assumiu o governo e ainda quando pisou fundo na eleição em que Cícero Almeida perdeu a prefeitura para Rui Palmeira.

Deixa como está

Com essa história de bom senso, é visível que alguns deputados não querem mesmo passar a limpo a Assembleia Legislativa. O rosário de irregularidades identificadas pela auditoria da Fundação Getúlio Vargas é digna de um filme da máfia. Avalizando as irregularidades apontadas, principalmente na folha de pagamento de pessoal, perde a própria Assembleia, perde o Estado e a população.

A eleição do próximo ano já está sendo discutida com antecedência. Na pauta, a revoada de filiados de partidos políticos. Tudo em nome do “salve-se quem puder”. O PMDB é um dos partidos que poderá sofrer grande baixa na Assembleia Legislativa. Pelo andar da carruagem, o governador Renan Filho vai terminar o seu primeiro mandato com mais de 70% de auxiliares políticos, ao contrário do que tinha anunciado tempos atrás, de manter uma equipe eminentemente técnica. Percebeu que, sem voto, não se reelege.

Estreitando

Paulo Jacinto 1

Está dependendo de uma conversa entre o exdeputado e presidente da Assembleia Legislativa, João Neto e o jornalista Marcelo Firmino, para saber quem vai disputar a prefeitura de Paulo Jacinto nas próximas eleições. Com um currículo invejável, Neto é profundo conhecedor da grave situação financeira e econômica do país, incluindo aí os municípios alagoanos e está preparado para a luta. Já Marcelo Firmino é um defensor intransigente de Paulo Jacinto e tem contribuído para seu engrandecimento na divulgação positiva do município.

Paulo Jacinto 2

A situação ali e na região é muito grave quando se trata de abastecimento d´água. Em Paulo Jacinto, desde a semana passada, foi suspenso o fornecimento de água, com os mananciais e os rios literalmente vazios. É preciso uma política pública urgente por parte da administração, para que a situação não chegue a uma situação irreversível.

O espaço eleitoral de alguns caciques está, aos poucos, sumindo em Alagoas. A correria para recompor as bases no interior é coisa nunca vista. Cabos eleitorais não confiam mais nas promessas de campanha e não alimentam esperanças sobre recursos para o próximo ano.

Preparando o terreno

Ao dizer que Eduardo Cunha manobra, da prisão em Curitiba, sobre deputados na Câmara, o senador Renan Calheiros prepara o terreno para uma possível deleção premiada que possa lhe trazer problemas futuros. Sendo denunciado por Cunha, Renan vai dizer que isso é retaliação por ter declarado que o ex-presidente da Câmara atua no governo mesmo de dentro da cadeia.


MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

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CNJ vai investigar fraude nas taxas de cartórios

MÁFIA DO CARIMBO ADEMI LEVA O CASO AO CNJ E PEDE ANULAÇÃO DE ATOS DO TJ QUE ELEVARAM CUSTAS JUDICIAIS DA REDAÇÃO

A

Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas (Ademi-AL), que denunciou os cartórios por fraudarem a legislação para aumentar as taxas de registro de imóveis em até 10.000%, levou o caso ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que deve investigar a denúncia e punir os responsáveis. Na ação denominada de Procedimento de Controle Administrativo, a Ademi não só confirma a fraude praticada pelos cartórios como acusa o Tribunal de Justiça de manipular dados através de atos (Resoluções e Provimentos) que alteraram o Código de Custas do Estado. Com isso, o estado mais pobre do país passou a liderar o ranking de maiores taxas de cartórios do Brasil, perdendo inclusive para São Paulo, o mais rico dos estados. A fraude altera a tabela de emolumentos (custas cartoriais) e

em alguns casos eleva em até 10.000% a taxa de registro de condomínios, cujos valores são repassados aos compradores dos imóveis, como divulgou o jornal EXTRA em sua edição da semana passada. Além das tabelas falsificadas pelos cartórios e atos do TJ que alteraram os valores dos emolumentos, a Ademi cita o exemplo do Terceiro Cartório de Registro de Imóveis de Maceió que cobrou mais de R$ 400 mil para registrar um condomínio. “Os cartórios de Alagoas cobram, para o registro de imóveis, valores acima dos historicamente autorizados pelo Tribunal de Justiça, penalizando a camada menos favorecida da população, pois um cidadão que adquire um imóvel de R$ 5.000.000,00 paga o mesmo valor daquele que adquire um imóvel de R$ 175.400,00”, diz a entidade. Para adequar a cobrança de taxas cartoriais ao Código

Denúncia publicada pelo EXTRA sobre a Máfia dos Cartórios chegou ao CNJ. Punições à vista

de Custas do Estado, a Ademi pede ao CNJ que anule todas as alterações ocorridas na tabela de registro de imóveis, além dos atos praticados pelo TJ que avalizaram a fraude praticada pelas ser-

ventias extrajudiciais. “Ocorre que o TJ-AL não tem se limitado apenas a atualizar os valores, mas também legisla. Por meio de um sofisticado e ardil conjunto de atos, a população vem

sendo lesada há anos com cobranças de emolumentos ilegais e abusivas aprovadas pelo Tribunal de Justiça”, destaca a Ademi no documento encaminhado ao CNJ.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

Usinas são as maiores devedoras da Previdência em Alagoas

CALOTE DOCE “DESCASO COM O TRABALHADOR É A CERTEZA DA IMPUNIDADE”, DIZ ECONOMISTA JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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os dez maiores devedores da Previdência Social em Alagoas, oito são usinas de cana-deaçúcar. Se somados, o calote desses usineiros aos cofres públicos pode chegar a R$ 1.3 bilhão. Os números foram fornecidos pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e os valores são referentes à data de 3 de março deste ano. No topo da lista, encontra-se o império falido do ex-deputado federal, João Lyra. O grupo, que possui cinco usinas espalhadas por Alagoas e Minas Gerais, acumula, hoje, uma dívida previdenciária de mais de R$ 422 milhões. Isso sem contar os débitos registrados no Sistema Integrado da Dívida Ativa (Sida) de aproximadamente R$ 56 milhões. O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) declarou a falência do grupo de João Lyra em setembro de 2012. De lá para cá, os ex-trabalhadores, que ainda esperam receber seus pagamentos e direitos, assistem à “dança das cadeiras” de juízes que assumem e largam o processo, além das mudanças de administradores judiciais. Foi o que aconteceu na semana passada quando a Justiça decidiu substituir o administrador João Daniel Marques Fernandes pela pessoa jurídica especializada Lindoso e Araújo Consultoria Empresarial Ltda. Já o segundo lugar do ranking vai para a Companhia de Saneamento de Ala-

Uma das usinas do Grupo JL que acumula débitos, inclusive calote à Previdência Social em Alagoas

goas (Casal) com uma dívida no valor de R$ 264 milhões. Embora o governo de Alagoas ainda trate uma possível privatização da Companhia com cautela, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou, em fevereiro, editais para concessões nas áreas de água e esgoto. Os primeiros Estados da lista são do Norte e do Nordeste do país, como Pará, Amapá, Alagoas, Pernambuco e Maranhão. Voltando ao setor sucroalcooleiro, a terceira da lista é a falida Utinga Leão devendo R$ 215 milhões. E não falta polêmica em torno dela. Isso porque a venda de um antigo terreno da usina, situado em Rio Largo, celebrado em

2010, foi responsável por um escândalo que culminou com a prisão de todos os vereadores do município e do então prefeito Antônio Lins de Souza Filho, o Toninho Lins. O Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), vinculado ao Ministério Público do Estado (MPE), constatou incoerências e suspeitas de ter havido um conluio entre a usina, o município, a Câmara e uma imobiliária com sede no Pará. O terreno vendido por R$ 700 mil estava avaliado em mais de R$ 30 milhões. Em quarto lugar está a Usina Cansanção de Sinimbu SA com o débito de R$ 186 milhões. Conforme publicado na seção SURURU do EXTRA ALAGOAS, na edição pas-

sada, a compra da Usina Sinimbu, pela Cooperativa dos Usineiros, terminou em calote e pode acabar em tragédia. Além de não pagar aos ex-donos da indústria, a Cooperativa também não teria quitado as dívidas da usina e nem honrado compromisso com os trabalhadores. Desesperada, a família do usineiro falido ameaça até pegar nas armas e ir às últimas consequências. E outra companhia do governo de Alagoas aparece na lista dos calotes. Na quinta posição, ironicamente, está Companhia Alagoana de Recursos Humanos e Patrimoniais (Carhp) que tem uma dívida de R$ 142 milhões com a Previdência. Segundo a definição do próprio governo

estadual, a Carhp é uma Sociedade de Economia Mista, integrante da Administração Indireta do Estado de Alagoas, vinculada à Secretaria de Estado da Gestão Pública, que tem a finalidade de fornecimento de mão de obra para a prestação de serviços. Em seguida, respectivamente estão: a Companhia Açucareira Central Sumauma, com dívida de R$ 138 milhões; Cooperativa Pindorama, R$ 126 milhões; Usina Santa Clotilde, R$ 100 milhões; Usina Coruripe, R$ 87 milhões; e Usina Capricho, R$ 95 milhões. Os valores das usinas Sumuama, Santa Clotilde e Capricho foram atualizados com dados da Sida.


MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

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Justiça fraca

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s calotes contra a Previdência acabam custando caro aos trabalhadores e ao país. Mas, por que uma empresa deixa de repassar ao Governo Federal uma quantia já descontada do funcionário? Segundo a economista Luciana Caetano, é a “certeza da impunidade”. “A empresa tenta transformar em lucro o recurso não recolhido aplicando em ações, por exemplo. Mesmo que o empresário tenha que pagar multa mais tarde, esse valor é menor o que a empresa lucra fazendo aplicações com o recurso que seria destinado à Previdência. É a ganância de se usar o dinheiro da União impunimente”, destacou. Segundo o Ministério do Planejamento, o déficit das contas da previdência da

União e dos Estados atingiu R$ 316,5 bilhões em 2016, um crescimento de 44,4% em relação a 2015. O resultado previdenciário global só não foi pior porque os municípios apresentaram superávit de R$ 11,1 bilhões, o que reduziu o rombo geral para R$ 305,4 bilhões. No entanto, a economista discorda com os números apresentados pelo Governo Federal. “Temos um agravante no discurso que está sendo sustentado por parlamentares e pela presidência. Além das dívidas de grandes corporações, também há a não canalização de fontes previdenciária como o Confins e o PIS/ PASEP, que, em 2016, representaram 30% da receita da União. Porém, o governo usa esses recursos para outros fins, como o pagamento da dí-

A economista Luciana Caetano: “usineiros não têm compromisso com os trabalhadores“

vida externa”, explicou. Quanto a Alagoas, usineiros desviam repasses da Previdência para lesar, na sua maioria, empregados que ganham salário mínimo. “O

grande retrocesso da economia alagoana é exatamente ser baseada na concentração fundiária e na utilização da mão-de-obra barata. Algumas usinas conseguiram um pouco,

mas muitos dos usineiros são pessoas que não têm compromisso com a classe trabalhadora, nem com o desenvolvimento do estado e tão pouco com o país”, finalizou.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

Washington Luiz passará mais 140 dias afastado

INVESTIGAÇÕES DO CNJ DESEMBARGADOR É SUSPEITO DE RECEBER PROPINA DE EMPRESA INTEGRANTE DA MÁFIA DA MERENDA ESCOLAR VERA ALVES veralvess@gmail.com

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desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas vai passar ao menos mais 140 dias afastado de suas funções como magistrado. A decisão foi tomada por unanimidade pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em sua 35ª sessão extraordinária, realizada na terça, 14, e deve ser oficializada até esta sextaferia feira junto ao Tribunal de Justiça de Alagoas. Na prática, será mais de um ano de afastamento por suspeita de envolvimento na máfia da merenda escolar e por decisões com o intuito de favorecer apadrinhados políticos. O pedido de prorrogação do afastamento de Washington Luiz foi apresentado pelo conselheiro Arnaldo Hossepian Júnior, relator do Processo Administrativo Disciplinar 000333328.2016.2.00.0000 instaurado no dia 13 de julho do ano passado, após a decisão do Plenário do CNJ, do dia 28 de junho, que afastou o desembargador do cargo de presidente do TJ alagoano e de todas as suas funções jurisdicionais. Hossepian alegou a necessidade de mais tempo para conclusão das investigações e tomada dos depoimentos das testemunhas arroladas pelo desembargador e pelo Ministério Público Federal. O MPF, aliás, foi cha-

mado a integrar o processo por conta das investigações realizadas sobre o esquema de superfaturamento na venda de merenda escolar para municípios de Alagoas e de mais dois estados, São Paulo e Rio Grande do Sul. O PAD apura as denúncias de favorecimento do desembargador, em 2006, a uma das empresas envolvidas com o escândalo da merenda escolar, a SP Alimentações Ltda. Washington Luiz foi acusado de ter recebido R$ 400 mil para conceder uma liminar determinando que a Prefeitura de Maceió retomasse o contrato com a empresa, contrariando uma determinação do Ministério Público Estadual que constatara não ter havido licitação e irregularidades como superfaturamento. O dinheiro teria sido depositado na conta do seu então chefe de Gabinete, Morgan Campos Lisboa. Morgan Lisboa chegou a ser afastado do cargo no TJ, mas não rompeu a ligação com os Damasceno por cuja influência acabou sendo contratado pela Câmara Municipal de Piranhas, reduto eleitoral da família do desembargador. Nas eleições de 2016, atuou ativamente como cabo eleitoral do deputado Inácio Loiola, irmão de Washington Luiz e candidato derrotado nas eleições para a prefeitura.

Washington Luiz está afastado desde o começo de julho do ano passado


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Magistrado enfrente outras investigações

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PAD relatado pelo conselheiro Arnaldo Hossepian não é a única investigação sobre Washington Luiz no Conselho Nacional de Justiça. Na mesma sessão em que determinou seu afastamento, o CNJ autorizou a abertura de outros dois procedimentos, um deles relativo ao ex-genro e ex-prefeito de Marechal Deodoro Cristiano Matheus e outro sobre vereadores e o ex-prefeito de Joaquim Gomes Antônio de Araújo Barros, o Toinho Batista. No caso do ex-genro, o desembargador é acusado de tráfico de influência. Matheus foi afastado do caro de prefeito pela Justiça Federal no dia 19 de setembro do ano passado a pedido do Ministério Público Federal. Ele e outros 45 réus, entre pessoas físicas e jurídicas, foram acusados de provocar um prejuízo ao erário de R$ 35.201.762,07, valor que, acrescido de multas, eleva para mais de R$ 120 milhões o montante que podem ser condenados a devolver. Os processos envolvem irregularidades nos programas de merenda e de transporte escolar e em obras públicas. As irregularidades da gestão de Cristiano Matheus já tinham sido alvo de denúncia por parte do Ministério Público Estadual que, em agosto de

Conselheiro Arnaldo Hossepian é relator de um dos três PADs

2014, apresentou seu primeiro pedido de afastamento do então prefeito, acusando-o de irregularidades em licitações que causaram um rombo de R$ 1.342.081,00 nos cofres do Município. Mas o Tribunal de Justiça, ao qual cabia a decisão de afastamento, demorou mais de oito meses para analisar o pedido e autorizar a abertura de processo, cuja tramitação foi suspensa por conta dos recursos impetrados pelo ex-prefeito

no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na quinta-feira da semana passada, dia 9, a Sexta Turma do STJ negou o agravo regimental interposto por Matheus contra decisão monocrática do ministro Sebastião Reis Júnior que indeferira o pedido de anulação do processo no TJ alegando nulidade das provas apresentadas pelo Ministério Público Estadual. A defesa do ex-prefeito sustenta que as provas

constantes dos autos foram obtidas pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) de forma ilegal, sem autorização do Tribunal de Justiça. Ocorre que o próprio TJ considerou não ter havido ilegalidade no chamado encontro fortuito de provas, já que as investigações iniciais tinham como alvo agentes públicos e não eram direcionadas ao então prefeito. Em relação ao PAD que

envolve Toinho Batista, Washington Luiz é investigado por proferir sentenças que favoreceram o ex-prefeito e vereadores acusados de corrupção, afastados dos cargos por decisão de primeira instância mas que a eles retornaram mediante liminares concedidas pelo desembargador. As decisões eram dadas em plantões de final de semana e feriados, contrariando a Resolução 71/2009 que disciplina o plantão judiciário.


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Crime prescreve dia 3 de abril; família acredita em justiça

CASO DIMAS HOLANDA SE O TJ NÃO ACATAR A DENÚNCIA DO MP CONTRA O DEPUTADO JOÃO BELTRÃO NO PRÓXIMO DIA 21, CRIME FICARÁ NA IMPUNIDADE MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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á 20 anos a família do bancário Dimas Holanda, assassinado em 1997, luta para que mandante e pistoleiros acusados pelo homicídio sejam punidos. O crime está prestes a prescrever e o irmão da vítima, Davi Holanda, lamenta pela lentidão do processo e diz que a única coisa que pede é justiça. Se depender do Ministério Público, o procurador de Justiça Sérgio Jucá garante que os parentes do bancário podem acreditar no MP. Com o adiamento da sessão do Pleno que vai acatar, ou não, a denúncia contra o deputado João Beltrão - do dia 14 de março para a próxima terça- feira, 21, Davi espera que dessa vez a Justiça se manifeste, pois essa morosidade só aumenta o sofrimento da família. “Não fomos nós que provamos que ele (Beltrão) mandou matar nosso irmão por motivo fútil. A polícia fez seu trabalho e agora esperamos que a Justiça também cumpra seu papel”, destacou. Quanto a possível prescrição do crime e ser mais um a ficar impune em Alagoas, Davi Holanda reafirmou sua confiança na Justiça. “Estamos nesta luta desde o dia em que assassinaram meu irmão brutalmente. Não foi só o sangue do Dimas que derramaram e sim toda uma família foi destruída. As pessoas nas ruas dizem que não vai dar em nada, mas acreditamos na Justiça. Que eles (os ma-

Poucos dias separam o deputado João Beltrão da impunidade ou da Justiça

gistrados) coloquem a cabeça no travesseiro e vejam que não somos bandidos, nem estamos querendo vingança, mas apenas clamamos por justiça”, desabafou Davi Holanda. O irmão da vítima agradece o apoio da imprensa na cobertura do caso e pede que a sociedade continue clamando pelo fim da impunidade do crime de Dimas Holanda. Davi relembra que a mãe, que morreu em 2015 com 79 anos, sofreu muito com a perda do filho e

com a impunidade do rime. Já o pai, que tem 83, “está morrendo aos poucos”. Na luta, são ainda seis irmãos que usam a fé para se manterem confiantes. “Ele (João Beltrão) executou meu irmão e devorou minha família”, lamentou. ADIAMENTO Logo após o adiamento da audiência por falta de quórum, o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto solicitou ao presidente do Tribunal

de Justiça, desembargador Otávio Praxedes, que convocasse juízes de 1º grau e suspendesse as férias de magistrados para substituírem os desembargadores que se declararam suspeitos ou impedidos no caso. No documento enviado ao TJ, o procurador-geral diz que o MP de Alagoas reafirma a sua confiança nesse Poder em não permitir a impunidade de fato tão grave. Ainda durante a sessão do Pleno, o relator do processo, desembargador

João Luiz Azevedo Lessa, já havia sugerido à presidência a convocação de juízes de primeiro grau para garantir o andamento da matéria. Vale ressaltar que a denúncia do Ministério Público de Alagoas, oferecida em dezembro de 2016, aponta João Beltrão como mandante do crime. O motivo seria ciúmes de uma namorada do acusado, Clécia Madalena de Oliveira. Outra denúncia havia sido apreciada pelo tribunal entre os anos de 2011 e 2012, mas foi rejeitada pelo Pleno.


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João Beltrão já foi denunciado por outros três homicídios

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m agosto de 2007 o EXTRA publicou uma reportagem em que o ex-coronel PM Manoel Cavalcante confessou em depoimento que foi o deputado João Beltrão quem mandou matar o bancário Dimas Holanda. Com riqueza de detalhes, ele afirmou que o deputado vivia maritalmente com Clécia e que dentre os homens que a mulher fazia programas, um deles era o Dimas Holanda. Inclusive, que a amante tinha afirmado que o bancário “vivia dando em cima dela” e por isso Beltrão mandou executá-lo. No dia do crime, contou o ex-militar, um dos assassinos ficou circulando a casa de Dimas Holanda e, quando ele se aproximou de sua residência desconfiou, parou o carro, desceu e saiu correndo. Foi quando ele recebeu os tiros dos pistoleiros. Segundo a denúncia ao MP, João Beltrão é o “cabeça” da trama. Os outros acusados são Eufrásio Tenório Dantas, Daniel Luiz da Silva Sobrinho, Paulo Nei, Valdomiro dos Santos Barros e outro conhecido como Paulo. João Beltrão responde em Alagoas pelos crimes de Dimas Holanda, Cabo Gonçalves e ourtra ação penal que tem como vítima Pedro Daniel, Pedrinho Arapiraca. CABO GONÇALVES O deputado João Beltrão é acusado de tramar a morte de seu ex-aliado, o cabo José Gonçalves, em maio de 1996. Após sofrer um atentado, Gonçalves deixou de pertencer a “turma de Beltrão” e passou a trabalhar para o deputado federal Francisco Tenório. Em seu depoimento, ex-coronel Cavalcante afirmou que Beltrão acreditava que o cabo vinha para Alagoas para executá-lo. Mesmo com vasta experiência no crime, Gonçalves caiu

Dimas Holanda foi executado com 20 tiros

na armadilha e quando parou para abastecer seu veículo no Auto Posto Veloz, na Via Expressa, em Maceió, foi executado. Um fato que chama a atenção nesse processo é que há sete anos o ex-coronel Manoel Cavalcante prestou depoimento e acusou Beltrão. Em outro depoimento, tempo depois, disse não se lembrar disso. Gonçalves foi morto, diz o processo, porque se negou a matar um desafeto do parlamentar. Neste processo o deputado João Beltrão é réu e o caso não prescreveu porque houve denúncia do Ministério Público. Inclusive, no próximo dia 31 de março vai haver audiência no Tribunal de Justiça.

Pedrinho Arapiraca foi morto com 15 tiros porque cobrou dívida a Beltrão

CRIME DO TOCANTINS O parlamentar também é réu no caso conhecido como chacina do Tocantins. Ele responde como autor intelectual da morte do fazendeiro Pedro Daniel de Oliveira Lins, o Pedrinho Arapiraca, morto com 15 tiros de pistola e escopeta em frente a um posto telefônico, na cidade de Taguatinga, em Tocantins, no dia 9 de julho de 2001. O inquérito aponta que um bébito de R$ 54.208.00 que o deputado tinha com a vítima, seria o motivo do assassinato do fazendeiro. Pedrinho Arapiraca teria vendido 337 cabeças de gado por R$ 82.500,00, porém, Beltrão teria pago apenas R$28.292,00. A vítima

teria cobrado as dívidas na Justiça. O processo 000281182.2012.8.02.0000 está no TJ Alagoas desde agosto de 2012 e tem como relator o desembargador José Carlos Malta Marques. Mas, inicialmente o caso tramitava na 1ª Vara de Taguatinga/ TO e foi transferido por que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que, como se trata de um crime doloso contra a vida, a competência para o julgamento é do Tribunal do Júri da Constituição Estadual - neste caso, a de Alagoas. A reportagem do jornal EXTRA manteve contato com a assessoria de comunicação do TJ para saber sobre o andamento do caso. A informação foi de que o responsável estava viajando

e só teria posicionamento na próxima semana. CRIME DO MARANHÂO Outro homicídio atribuído ao deputado João Beltrão é do agricultor Paulo José Gonzaga dos Santos, em maio de 2000, na cidade de Santa Luzia do Paruá, no Maranhão. João Beltrão teria comprado uma fazenda hipotecada pelo Banco do Nordeste que pertencia a Paulo José. O parlamentar pagou apenas R$ 35 mil e assumido compromisso verbal de pagar o restante das parcelas. Não honrou o compromisso, foi ameaçado de que seria denunciado ao banco e por isso mandou executar o agricultor.


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STJ acata denúncia contra desembargador por corrupção

VENDA DE SENTENÇA

MAGISTRADO DO CEARÁ COBRAVA R$ 150 MIL POR LIMINAR EM HABEAS CORPUS

ASSESSORIA DO STJ

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s ministros da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) receberam nesta quarta-feira (15) a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o desembargador Carlos Rodrigues Feitosa, acusado de vender decisões durante plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ/CE). O recebimento da denúncia marca o início da ação penal contra o magistrado e outros acusados. De acordo com o Ministério Público, o esquema investigado pela Operação Expresso 150 envolvia, além do desembargador, um filho seu, advogados e os particulares beneficiados com as decisões. O nome da operação foi dado em alusão ao valor supostamente cobrado para a concessão de liminares em habeas corpus: R$ 150 mil. Segundo a denúncia, o grupo negociava pelo aplicativo WhatsApp decisões favoráveis a presos durante o plantão judiciário, nos fins de semana em que o desembargador estava escalado para atuar. Para o ministro relator do caso, Herman Benjamin, a denúncia preenche todos os requisitos para ser aceita, havendo indícios robustos da prática de ilícitos. O ministro citou trechos de conversas do grupo no aplicativo, com expressa menção à comercialização de decisões em favor de presos nos dias em que o desembargador estava de plantão. “Os diálogos coletados apontam transações explíci-

tas sobre medidas liminares, que encontraram ressonância nos processos apreciados nos plantões cumpridos por Carlos Feitosa”, argumentou o relator. DESMEMBRAMENTO REJEITADO Herman Benjamin negou um pedido feito pela defesa do filho de Feitosa para desmembrar o processo e manter no STJ apenas a ação contra o desembargador, único dos réus com prerrogativa de foro. O ministro explicou que, segundo a jurisprudência da corte, não é possível separar os acusados em um caso como este, em que há denúncia de corrupção passiva contra um réu e de corrupção ativa contra outros. Quanto à plausibilidade da denúncia, o relator refutou as teses apresentadas pela defesa de que os advogados que assinaram os pedidos de habeas corpus eram distintos dos denunciados, e, portanto, a denúncia seria inócua quanto aos acusados. Para o relator, se fosse aceita essa tese, seria impossível implicar alguém por ser intermediário em um crime. Ele destacou que até mesmo em tal situação, a atividade de “laranjas” é existente, e a denúncia se baseou em provas testemunhais e documentais contra os advogados acusados, motivo que justifica seu recebimento para abertura da ação penal. INDÍCIOS SUFICIENTES Outro argumento da defesa é que, ao contrário do

sado pelo Ministério Público estadual de lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato. Segundo a denúncia, ele atuou nos anos de 2013 e 2014 para a aprovação de emendas orçamentárias em favor de ONGs, e posteriormente o valor destinado a essas entidades teria sido sacado e transferido a terceiros. De acordo com a denúncia, de um repasse de R$ 1,085 milhão, R$ 976 mil foram desviados e entregues ao deputado.

O desembargador Carlos Rodrigues Feitosa

que sustentou o Ministério Público, nem todas as liminares concedidas no dia do plantão investigado (7 de julho de 2013) foram posteriormente revogadas. Uma delas, segundo a defesa, foi confirmada pela turma criminal responsável pelo processo no TJ/CE. Para Herman Benjamin, o que importa para o recebimento da denúncia são os indícios sobre suposta venda de uma decisão judicial, fato que por si só justifica a necessidade da persecução penal. A decisão da Corte Especial foi unânime. O único ponto rejeitado da denúncia foi quanto à imputação do crime de formação de quadrilha. Segundo o relator, a mera participação em um grupo no qual eram oferecidos os negócios

ilícitos não configura o crime de formação de quadrilha. Além de aceitar a denúncia, o STJ manteve o afastamento do desembargador até o julgamento final da causa. O afastamento já havia sido decretado pelo STJ em 2015, fruto de outra ação penal contra o magistrado. DEPUTADO SERGIPANO ACUSADO DE DESVIOS A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou pedido de habeas corpus feito pelo deputado estadual Paulo Hagenbeck Filho, que pretendia voltar ao cargo na Assembleia Legislativa de Sergipe, do qual está afastado desde dezembro de 2015. O parlamentar (conhecido pelo nome eleitoral Paulinho da Varzinhas Filho) foi acu-

CASSADO Para o ministro relator do caso, Ribeiro Dantas, não há ilegalidades na decisão do Tribunal de Justiça do Sergipe (TJSE) que afastou o parlamentar do exercício do mandato. O magistrado lembrou que nesse período, apesar da denúncia envolver vários políticos, o processo teve o devido trâmite, inclusive com a realização de audiências e interrogatórios, e não há desídia na condução do processo por parte do Poder Judiciário. Além disso, o ministro destacou que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou o mandato do deputado, que foi reeleito em 2014. A defesa alegou que, como há um recurso pendente para julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a decisão do TRE, ainda não definitiva, não poderia servir de argumento para impedir o retorno do político ao exercício do cargo. Na visão do relator, apesar de os processos terem tramitação e implicações jurídicas distintas, a decisão do TRE não pode ser ignorada, e reforça a tese de necessidade de afastamento do parlamentar.


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Renan Filho e Rui Palmeira lideram blocos Azul e Encarnado

ELEIÇÕES 2018 GOVERNADOR E PREFEITO POLARIZAM DISPUTA DO PRÓXIMO ANO; REDE E PSOL SE LANÇAM EM ALAGOAS

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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apete vermelho, estrutura gigante, 102 prefeitos convidados, 80 deles apareceram, 63 assinaram uma “lista de presença”. Dois dos 12 deputados estaduais do PMDB responderam ao chamado do senador Renan Calheiros (PMDB) e nenhum dos quatro vereadores do PMDB na capital assistiu ao lançamento do senador para a disputa pela reeleição no próximo ano, na sede da Associação dos Municípios (AMA), ao lado do governador Renan Filho (PMDB) e dos ministros da Integração Nacional, Helder Barbalho, e do Turismo, Marx Beltrão. O encontrão, que aconteceu na segunda-feira (13), teve como pano de fundo o anúncio de recursos para o combate à seca e ajuda às prefeituras. Porém, na boca de todos, circulava uma palavra: apoiar os Renans em 2018. Havia quem quisesse mostrar “independência” ou luz própria. Marx Beltrão, antes de aparecer, estava com o prefeito Rui Palmeira (PSDB), principal nome da oposição a Renan Filho e provável postulante ao Governo nas eleições do próximo ano. A tentativa é dar um tom de seriedade ao nome do próprio Marx Beltrão, que diz ser candidato ao Senado e é tratado no PMDB como “plano B” para atacar Rui no guia eleitoral e desidratar a candidatura

do ex-governador Teotonio Vilela Filho à segunda vaga, hoje também disputada por Benedito de Lira (PP, tenta reeleição) e Ronaldo Lessa (PDT). Ou, quem sabe, Marx Beltrão pensa em trair Renan na disputa ao Senado e virar oposição ao senador? O acordo foi fechado com os Beltrão? O que Renan pensa disso? Perguntas, ainda, sem resposta. Outro nome também circula nos bastidores: o do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB). Esta história é contada mais abaixo. TROCO Um dia após o lançamento dos Renans, tendo como palco a principal associação que representa os prefeitos alagoanos, os deputados estaduais deram o troco na Assembleia: nenhuma menção ao projeto político, ao encontro na AMA, à presença dos ministros. Silêncio total. Algo inimaginável num passado não tão distante pela representação de Renan Calheiros em Brasília e seus mais de 30 anos na história política alagoana. Galba Novaes (PMDB) e Jó Pereira (PMDB) reclamaram, discretamente, da política de segurança do governador. O secretário de Segurança Pública, coronel Lima Júnior, balança no cargo, mas não caiu. Ainda. Silêncio na Assembleia que é explicado pela distância entre o Executivo e o Legislativo. Afagos não correspondidos pelos deputados, assanhados por car-

Renan e Rui administram máquina pública de olho nas urnas. Disputa eleitoral já começou

gos na máquina estadual, por exemplo. Por trás da cortina, porém, os murmúrios aumentam o som. Rui Palmeira não é cotado para disputar o Governo, mas empurrado para o Senado Federal. Para bater chapa com Renan Calheiros. “Não sei como ele vai disputar uma eleição sem ser bastante conhecido pelo Estado e contando apenas com o voto da capital”, disse um deputado, sob anonimato. A depender do Paraná Pesquisas, encomendada pelo Diário do Poder, Rui vai para o confronto ao Governo com Renan Filho, mas em desvantagem. Porque o atual governadorum ano e meio antes das urnas sacramentarem o próximo chefe do Executivo- tem 31,7% dos votos e seria reeleito hoje, num segundo turno, contra 26,1% de Rui. Fora do Executivo e sem a

máquina pública operando a seu favor, o prefeito corre risco de perder as eleições, se a aventura for mesmo enfrentar os Calheiros em 2018. Ao contrário de Renan Filho, comandando o Executivo, sem necessidade de se licenciar ou renunciar ao cargo, última opção obrigatória ao prefeito da capital. SENADO CAUSA SURPRESA EM LESSA Pelo Paraná Pesquisas, o deputado federal Ronaldo Lessa- se fosse disputar o Senado - ficaria em 1º lugar. O ex-governador Teotonio Vilela Filho estaria em 2º, ficando com a outra vaga e deixando de fora Renan. Vai disputar o Senado, então?, perguntou o repórter. “É muito cedo. Claro que estou feliz e incentivado para dar o melhor de mim no mandato de

deputado federal”, respondeu Lessa ao EXTRA. Téo Vilela não quis comentar o resultado. Esta pesquisa deixou de fora Heloísa Helena, um dos principais nomes do Rede no país (o outro é Marina Silva). E Othoniel Pinheiro, aposta do PSOL ao Senado, com forte penetração nas redes sociais. O PT ainda não decidiu para qual dos lados vai o prato da sua balança. Internamente, há duas correntes: uma quer a reaproximação com o Governo Renan Filho, em nome dos cargos; a outra aposta em voo próprio, hipótese improvável porque o partido não tem nomes de peso eleitoral para enfrentar os Calheiros nem causa preocupação a Rui Palmeira. Seja como for, o quadro segue indefinido, mas a polarização do voto em Alagoas, mais uma vez, vai sendo construída como no passado. O bloco do azul. E do encarnado.


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Família luta há 33 anos para rever propriedade invadida por Álvaro Vasconcelos

TERRAS GRILADAS

HOUVE ATÉ AUDIÊNCIA COM O AUTOR DA AÇÃO JÁ MORTO; SUCESSOR PEDE JUSTIÇA E QUE SEJA HABILITADO A CONTINUAR COM O PROCESSO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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lentidão da Justiça para julgar o caso da invasão da fazenda Duas Bocas pelo atual secretário de agricultura de Alagoas, Álvaro Vasconcelos, tem causado revolta ao sucessor de Antônio Cândido José da Silva, proprietário das terras griladas pelo empresário. A propriedade fica localizada no Benedito Bentes, em Maceió, e há 33 anos os verdadeiros donos lutam para rever a área que hoje é um plantio de cana-de-açúcar. Para se ter uma ideia do absurdo, até sentença com o autor da ação morto foi proferida. Mas em julho de 2016, o juiz Ayrton de Luna Tenório, anulou tal feito, o que enche de esperança o herdeiro. Segundo o advogado da causa, João Uchôa, com a Procedência da Ação Anulatória ele irá retomar o curso da Ação Demarcatória, já que todos os atos processuais, a partir da morte de Antônio Cândido, foram considerados nulos. “Solicitarei, imediatamente, a perícia técnica para comprovar a invasão da propriedade pelo Sr. Álvaro Vasconcelos”, afirmou Uchôa. E foi na terça-feira, 14 de março, dia em que completou 17 anos do falecimento de Antônio Cândido, que seu sucessor procurou a redação do jornal EXTRA para pedir Justiça. Sem querer se identificar, ele desabafou que no dia 14 de março de 2000 o pai

Álvaro Vasconcelos invadiu terras há 33 anos. Verdadeiro dono já faleceu

morreu com “desgosto” por lutar para ter suas terras de volta e não conseguir. A propriedade com 155 hectares foi comprada em 1977 por Antônio Cândido, mas em 1984 Álvaro Vasconcelos invadiu as terras. De lá prá cá a via-crúcis parece não ter fim. No final daquele mesmo ano a vítima entrou com ação demarcatória, houve contestação por parte de Álvaro Vasconcelos e o juiz da época nomeou técnicos para a perícia, só que a determinação caiu no esquecimento. Em 1994 Nelma Padilha, que era responsável pelo processo deixou o caso, averbando-se suspeita e passou para a 5ª

Vara sob a responsabilidade do juiz Antônio Manoel Dória Ferreira. Em sua competência, o juiz suspendeu o pedido de perícia nas terras e marcou nova audiência que ocorreu em 21 de junho de 2001. O intrigante no caso é que a audiência aconteceu com apenas uma das partes (o réu Álvaro Vasconcelos). O denunciante, Antônio Cândido, não teria como comparecer. Ele morreu em março de 2000, um ano e três meses antes do magistrado julgar a ação de 1984 improcedente. Diante do absurdo, a família apelou para anulação da sentença, mas por muitos anos não tive êxito. “Ainda

João Uchôa defende interesse dos herdeiros

em 2001 entramos com ação declaratória de inexistência para anular a sentença que foi dada após a morte do autor e só ano passado, em 21 de julho de 2016, conseguimos”, relembrou o sucessor. Na atual sentença, o juiz Ayrton de Luna Tenório, deu procedente o pedido “para declarar a inexistência da sentença prolatada nos autos do processo nº 00576313.1984.8.02.0001”, que é a ação demarcatória de 2004. Diante dessa primeira vitória, a parte interessada pede que o juiz dê procedimento ao processo mandando fazer a perícia na terra e habilite os herdeiros a continuarem com

o processo. Além do que ordene que o invasor desocupe as terras. “Ele (Vasconcelos) está no conforto e não quer acordo. Pedimos Justiça e que a propriedade volte para seus verdadeiros donos”, apelou. Álvaro Vasconcelos é réu em outros processos semelhantes. Em 2009 o EXTRA havia denunciado o caso. Na ocasião, o semanário alertava que os “pequenos agricultores tiveram suas terras invadidas pelo empresário Álvaro Vasconcelos e recorreram à justiça para rever as propriedades, mas que a ação já dura 25 anos (agora 33) e ainda não foi julgada.”


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Mais de 80 parlamentares, governadores e ministros aparecem

LISTA DE JANOT

UM DOS PONTOS DE PARTIDA DA MAIOR DELAÇÃO DA HISTÓRIA DO PAÍS; PLANILHAS APONTAM REPASSES PARA GRANDE PARTE DAS PRINCIPAIS LIDERANÇAS POLÍTICAS DO BRASIL. AINDA NÃO SE SABE QUANTAS DELAS ESTÃO NA LISTA DE JANOT EDSON SARDINHA CONGRESSO EM FOCO

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uardada a sete chaves pela Procuradoria-Geral da República e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a lista dos políticos que serão investigados com base nas delações da Odebrecht é o mais novo pesadelo de partidos e centenas de autoridades brasileiras. Mas um ponto em comum une os alvos das investigações já antecipados pela imprensa: quase todos eles aparecem nos papeis apreendidos pela Polícia Federal, em fevereiro do ano passado, na casa do então presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Junior, no Rio. É o caso, por exemplo, dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o “Botafogo”; e do Senado, Eunício Oliveira (PMDBCE), o “Índio”; do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o “Primo”; e do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), o “Santo”, dados como certos entre os investigados.

As planilhas apontavam mais de 300 nomes de políticos, com registros de valores e anotações à mão e até apelidos. Entre eles, grande parte das principais lideranças políticas nacionais, incluindo chefes de Executivo das unidades federativas economicamente mais fortes do país: são mais de 80 parlamentares, ministros e governadores dos governistas PMDB, PSDB e DEM aos oposicionistas PT e PCdoB. Ainda não se sabe quantos, muito menos quais desses políticos, estão na mira dos 83 pedidos de abertura de inquérito (procedimento preliminar que pode resultar em processo) enviados pelo procuradorgeral da República, Rodrigo Janot, ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, na última terça- feira (14). Também não é conhecido o número de autoridades que serão investigadas, pois um mesmo inquérito pode apurar a responsa-

bilidade de vários suspeitos. A divulgação dos nomes ainda depende de Fachin, a quem cabe autorizar as investigações e avaliar a quebra de seus respectivos sigilos, solicitada por Janot. A lista dos políticos que aparecem nos documentos da Odebrecht foi publicada em primeira mão pelo Congresso em Foco em março do ano passado. Foram feitos cruzamentos para identificar datas, nomes e locais constantes das versões originais, além da eliminação de erros de grafia e da decodificação de certos apelidos. Na relação atualizada nesta quinta-feira (16) pelo site, com a inclusão de alguns nomes que só foram identificados posteriormente, há pelo menos dez ministros do atual governo, 18 senadores e 47 deputados e nove governadores. Eles negam irregularidades. A maioria diz que as doações foram legais. A citação nas planilhas da Odebrecht – a

maior parte relativa a doações para a eleição municipal de 2012 – foi um dos pontos de partida dos procuradores para ouvir os 77 ex-executivos do grupo que fizeram acordo de delação premiada. Os representantes do Ministério Público tomaram mais de 900 depoimentos e levaram em conta

várias outras revelações para encaminhar cada caso. Nessa fase, outros nomes foram citados por delatores como beneficiários de repasses do grupo. O aprofundamento das investigações vai indicar o que foi doação legal de campanha, o que foi caixa dois e o que foi propina. Além da instauração


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m em documentos vazados da Odebrecht Zé Geraldo (PT-PA)

Veja quem são: MINISTROS Antonio Imbassahy (PSDB-BA) – Secretaria de Governo Bruno Araújo (PSDB-PE) – Ministro das Cidades Eliseu Padilha (PMDB-RS) – Ministro da Casa Civil Gilberto Kasssab (PSD-SP) – Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações Mendonça Filho (DEM-PE) – Ministro da Educação Moreira Franco (PMDB-RJ) – Ministro da Secretaria-Geral de Governo Osmar Terra (PMDB-RS) – Ministro do Desenvolvimento Social e Agrário Raul Jungmann (PPS-PE) – Ministro da Defesa Ricardo Barros (PP-PR) – Ministro da Saúde Roberto Freire (PPS-SP) – Ministro da Cultura

GOVERNADORES

Beto Richa (PSDB-PR) Fernando Pimentel (PT-MG) Geraldo Alckmin (PSDB-SP) Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) Marconi Perillo (PSDB-GO) Raimundo Colombo (PSD-SC) Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) Renan Calheiros Filho (PMDB/AL) Tião Viana (PT-AC) Wellington Dias (PT-PI)

SENADORES

de inquéritos, o procurador-geral solicitou 211 declínios de competência para outras instâncias da Justiça nos casos que envolvem suspeitos sem prerrogativa de foro no Supremo, como os ex-presidentes Lula e Dilma, além de sete arquivamentos e outras 19 providências.

Os inquéritos envolvendo governadores, por exemplo, deverão ser encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além de políticos com foro em Brasília, também aparecem nos registros ex-ministros de Dilma e Temer, ex-parlamentares, ex-governado-

res, prefeitos, deputados estaduais, vereadores e outros políticos sem mandato. A equipe do ministro Edson Fachin ainda avalia os pedidos do procurador-geral da República. A expectativa é que os nomes da “nova lista de Janot” venham a público até a próxima semana.

Aécio Neves (PSDB-MG) Ana Amélia Lemos (PP-RS) Armando Monteiro (PTB-PE) Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) Ciro Nogueira (PP-PI) Eunício Oliveira (PMDB-CE) Fernando Bezerra (PSB-PE) Gleisi Hoffmann (PT-PR) Humberto Costa (PT-PE) Jader Barbalho (PMDB-PA) José Agripino (DEM-RN) José Aníbal (PSDB-SP) – suplente José Serra (PSDB-SP) Lindbergh Farias (PT-RJ) Randolfe Rodrigues (Rede-AP) Renan Calheiros (PMDB-AL) Romero Jucá (PMDB-RR) Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)

DEPUTADOS Afonso Hamm (PP-RS) Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) – líder do governo na Câmara Arnaldo Jardim (PPS-SP) – licenciado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) Arthur Virgilio Bisneto (PSDB-AM)

Bebeto Galvão (PSB-BA) Betinho Gomes (PSDB-PE) Beto Mansur (PRB-SP) Carlos Zaratini (PT-SP) Celso Russomanno (PRB-SP) Clarissa Garotinho (PRB-RJ) Daniel Almeida (PCdoB-BA) Daniel Coelho (PSDB-PE) Fernando Marroni (PT-RS) Heráclito Fortes (PSB-PI) Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) José Carlos Aleluia (DEM-BA) José Otávio Germano (PP-RS) José Priante (PMDB-PA) Júlio Lopes (PP-RJ) Jutahy Magalhães Jr. (PSDB-BA) Luciano Ducci (PSB-PR) Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) Luiz Carlos Ramos (PTN-RJ) – licenciado Luiz Sergio (PT-RJ) Mandetta (DEM-MS) Marcio Biolchi (PMDB-RS) – licenciado Marco Maia (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) Mendes Thame (PV-SP) Nelson Pelegrino (PT-BA) Otávio Leite (PSDB-RJ) Paes Landim (PTB-PI) Patrus Ananinas (PT-MG) Paulinho da Força (SD-SP) Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) Paulo Teixeira (PT-SP) Renato Molling (PP-RS) Rodrigo Maia (DEM-RJ) Rogério Marinho (PSDB-RN) Ronaldo Lessa (PDT-AL) Ronaldo Zulke (PT-RS) Rosinha da Adefal (PTB-AL) Sérgio Zveiter (PSD-RJ) Silas Brasileiro (PMDB-MG)


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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

A IMAGEM DA SÍRIA

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tragédia da Síria já rendeu fotos que rodaram o mundo e envergonharam a raça humana pela brutalidade de uma guerra fraticida que já produziu meio milhão de mortos e 5 milhões de expatriados. Com um belo texto do jornalista Caio Blinder, publicado em seu blog @caioblinder, a foto da semana é mais uma mostra desse cenário de horror em pleno século 21.

“Eu não vou brigar com os fatos, as fotos e as imagens. O viral global dos últimos dias foi o da adorável família do professor Robert Kelly. Os dois filhos e a mulher roubaram a cena em sua árida entrevista na BBC sobre a nada adorável Coreia do Norte. No entanto, eu vou teimar com imagens nada adoráveis nesta semana que marca o sexto aniversário da guerra civil síria, a maior catástrofe humanitária no mundo desde a Segunda Guerra Mundial. A imagem não contém crianças, embora alguns dos flagrantes mais ar-

repiantes da guerra civil síria envolvam as vítimas mais jovens. Temos um homem desgrenhado com o cachimbo na mão, escutando o disco na vitrola, os destroços no chão do apartamento, as janelas arrebentadas, tudo quebrado em termos físicos e emocionais. Parece uma montagem, uma montagem cinematográfica. A cidade é Aleppo, o cartão postal da Síria dilacerada e o homem dilacerado é Mohammed Mohiedin Anis, também conhecido como Abu Omar, colecionador de carros, antigos como ele. A foto foi tirada em

9 de março e se tornou viral, justamente por se contrapor às imagens de crianças sírias que parecem carregar o fardo da tragédia síria, entrando no sétimo ano. Abu Omar já fora tema de fotos e reportagem da agência France Presse. No começo de 2016, foi publicada a estória sobre sua vida e seus 30 carros antigos. Sua vizinhança em Aleppo foi cenário de brutais combates até ser retomada dos rebeldes pelas forças do regime de Bashar Assad com ajuda dos bombardeios aéreos russos estilo terra arrasada. A France Presse

retornou para checar a devastação e reencontrou Abu Omar. Entre tantas perdas, vale registrar que 1/3 dos carros dele foram roubados ou destruídos. Abu Omar relatou ao repórter e ao fotógrafo da agência France Presse que ele ainda escuta discos de vinil e ali, sentado na cama, no quarto arruinado, na cidade arrasada em um país dizimado, ele colocou na vitrola a música do cantor sírio Mohamed Dia al-Din. O colecionador de carros antigos vive no passado, esta é a sua identidade. Ele e seu país não têm futuro”.


MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

Para refletir:

Brasil um país de ladrões e otários. – Opinião da coluna.

Um governo trapalhão (Florida-EUA) O presidente americano Donald Trump prometeu tirar o governo dos Estados Unidos das mãos do establishment político e entregá-lo ao povo americano. Até agora, no entanto, a Casa Branca não se tornou exatamente uma instituição dirigida pela vontade popular. Enquanto o republicano colocava em prática algumas das propostas de campanha mais polêmicas, por decreto, a aprovação de seu governo experimenta os mais baixos índices para um mandatário que mal esquentou a cadeira. Em meio a protestos de rua e à pressão da bancada oposicionista, que atrasou ao máximo a aprovação de alguns dos indicados para o gabinete, Trump exercitou os músculos da presidência com uma série de ordens executivas (decretos). O novo chefe de Estado, porém, não contava com a suspensão judicial das medidas que pretendiam barrar a entrada de estrangeiros de sete países específicos, todos de maioria muçulmana Lendo a opinião de Anthony Gaughan, especialista em eleições e professor de direito da Drake University, observamos que o intenso início de governo mostrou “uma desorganização nunca vista antes”. O estudioso observa que as divisões precoces entre membros da equipe têm enfraquecido a gestão republicana. Diferente do brasileiro que respira política e futebol, o americano, apesar de ser um povo que se diz “altamente politizado”, dá mostra de pouca consciência política por aqui, mesmo sabendo que muitos discordarão de mim. Tudo bem que eles sejam os “reis da democracia” do mundo, ninguém é forçado a nada politicamente, mas esse indicativo fica obscuro ao se constatar que se gasta mais de seis bilhões em publicidade em campanha eleitoral (recorde mundial) para levar apenas um terço da população às urnas. Só pode ter algo errado, com a população ou com os políticos. Pareceme que o americano não está nem ai para quem vai dirigir o país que ele nasceu, mora e cria seus filhos. Falam mal do presidente, mas não discutem política. Você aborda pessoa de várias categorias sociais e não vê qualquer interesse por política. Talvez eles é que estejam certos. (O autor da coluna está na Flórida)

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Pesquisa que nada diz

Uma recente avaliação do quadro eleitoral alagoano feita pela empresa Paraná Pesquisa ouriçou as diversas correntes politicas e mexeu com a efervescência da luta para 2018, já anunciada e iniciada com antecedência. Na verdade não é uma amostra para ser levada a sério. Em primeiro lugar qualquer quadro divulgado hoje não demonstra o menor indicativo de credibilidade com vistas as eleições do próximo ano que ainda passarão por longas e complicadas negociações e conjecturas. Serve apenas para iludir alguns desinformados da realidade política e inflar egos de nomes propositadamente citados, mas sem nenhuma chance de prosperar no embate que promete ser “sangrento” e “mortal”. Em outro aspecto a pesquisa deixa de ser considerada séria ao excluir nomes notadamente com densidade eleitoral, a exemplo de Heloísa Helena, da disputa majoritária, demonstrando claramente o direcionamento dos dados levantados e a fragilidade de sua autenticidade.

Pesquisa II

Outros dados frágeis e duvidosos mostram números que, com certeza, não refletem a realidade de hoje nem a de amanhã. Por exemplo: Ronaldo Lessa e Teotônio Vilela superarem a intensão de votos de Renan Calheiros é coisa inconcebível na mais primária análise eleitoral. Se nada de novo acontecer (e muito provavelmente não acontecerá) o cacique do PMDB alagoano tem assegurada a continuidade de sua vaga no Senado, mesmo diante do cenário de “perdas e ganhos” que ele já começou a costurar com a sabedoria de quem mais entende do xadrez político alagoano e brasileiro. Ronaldo Lessa, um dos citados na liderança da tal pesquisa, deve ter aprendido a lição e não vai arriscar ficar sem emprego mais uma vez. Fracassou em algumas tentativas majoritárias e ficou muito aquém do que imaginou sua votação para a Câmara dos Deputados. A curto e médio prazo seu voo não passará desse cenário, ainda sujeito a muito esforço para se manter com um mandato. Teotônio Vilela, astuto e negociador de primeira linha, disputa com reais condições a segunda vaga para o Senado, mas não fará frente a Renan Calheiros, seu parceiro por muitas eleições, o que poderá se repetir uma “dobradinha” em 2018. Em política ninguém duvide do amanhã. Afinal ninguém sabe o que ficou acertado entre os dois em 2014. O que se sabe é que algo foi combinado. Só o tempo dirá o que. Os demais citados são apenas especulações em um cenário pouco provável de acontecer. Concluo dizendo que essa não é uma pesquisa para ser levada a sério e não reflete qualquer indicativo real de um possível quadro eleitoral, mas apenas para contentar os trouxas e aduladores do podre poder.

Reconhecendo o legal e moral

Parece que finalmente o Ministério Público de Contas (MPC/AL) obteve sua merecida a aguardada vitória judicial em relação à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) ministra Carmem Lúcia, indeferiu a liminar impetrada pelo governo do Estado e manteve a decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas de que a vaga deve ser preenchida por um integrante do MPC. A decisão foi em caráter liminar e ainda será submetida ao plenário do STF, mas já se sabe que a tendência do plenário será a confirmação do que decidiu o Tribunal de Justiça de Alagoas. Está prestes a se concluir um notório ato de justiça e de moralidade com a coisa pública ao dar ao Ministério Público de Contas o lugar que lhe é de pleno direito no colegiado do Tribunal de Contas.

CONTA GOTAS ESQUEÇAM o que eu disse: “Trump é o Partido Republicano de porre. É o que há de pior, de mais incontrolado, de mais exacerbado entre os integrantes do seu partido”. (Opinião do hoje Chanceler Aloysio Nunes Ferreira, quando da eleição nos EUA).

Eis o Brasil imoral

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu esta semana que o Supremo Tribunal Federal abra 83 inquéritos contra políticos delatados pelos funcionários da Odebrecht na investigação da Lava Jato. Ele também pediu a quebra de sigilo dos depoimentos, mas quem decidirá sobre isso é o ministro Edson Fachin, responsável pela Lava Jato no STF, e não se sabe quanto tempo ele demorará para julgar as petições. A lista era esperada desde o final da semana passada e criou clima de tensão em Brasília. Ao menos cinco ministros do governo de Michel Temer (PMDB) fazem parte dos suspeitos de recebimento de propina. São eles Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil, Moreira Franco (PMDB), da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Kassab (PSD), das Comunicações, Bruno Araújo (PSDB), das Cidades, e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), das Relações Exteriores. Além disso, a lista de Janot inclui os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega, mas como os petistas perderam o foro privilegiado os casos devem ser remetidos à primeira instância. Além deles, a lista inclui também o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE), os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Aécio Neves (PSDB-MG), José Serra (PSDB-SP), Romero Jucá (PMDB-RR) e Edson Lobão (PMDB-MA). O Brasil indignado não acredita que será feita justiça com uma lista de personalidades tão “notáveis”.

HELOISA HELENA poderá sim ser candidata ao Senado. Assim quer Marina da Silva e os insistentes apelos que lhes são feitos em grande quantidade. Que se cuidem os poderosos. MESMO EM ALTA avaliação o prefeito Rui Palmeira não quer nenhum auxiliar bisbilhotando sobre as eleições de 2018. Vale a máxima “em boca calada não entra mosquito”. BRONCA GERAL nos órgãos do governo estadual com relação ao ritmo de trabalho da Procuradoria Geral. Tudo devagar...quase parando.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

ELIAS FRAGOSO

Vamos deixar acontecer novamente?!

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, prof. da UFAL e da Universidade Católica de Brasília.

A gestão pública e a política brasileira são irmãs siamesas na mais infame exploração desta Nação. Desde nossos primórdios. Suas estruturas foram construidas de forma refinada, “tijolo a tijolo”, para serem exatamente a antítese do que a população precisa. A área da saúde devia ser denominada de Ministério ou secretarias da morte tal o “exemplar” deserviço desumano hor-

Uma coisa precisa ser dita. Esse esbulho criminoso não tem apenas as digitais dos petralhas. Em absoluto. Todos os partidos da base aliada desse governo estão envolvidos em maracutaias. rivelmente mal prestado àqueles de quase nada tem. Um verdadeiro holocausto silencioso. A área da educação devia ser denominada de Ministério ou secretarias da mau ensino (mais poderia ter até um slogan: reduto de esquerdistozóides criminosamente incompetentes e má intencionados (quanto tempo levará para limpar essa sujeirada toda? Lembrando que estamos a décadas na rabeira do PISA, o exame que mede o desempenho dos países na educação.); A área da Justica e segurança merece um capítulo à parte mas, como o

espaço é curto, vamos dizer que se chamaria de Ministério/secretarias da Injustiça e da Insegurança. Incapazes de fazer sua parte, levando de um lado, a população a viver cercada e com um medo surdo e avassalador que toma conta de todos, especialmente das pessoas que moram nas periferias e de outro, assaltada pelo desconforto das antimedidas protelatórias da nossa justiça nos caos escabrosos de corrupção comprovadas. Já as áreas do bem estar social e da cultura. Deveriam ser alcunhadas, respectivamente de Ministérios/secretarias de mal estar social (nossos indices sociais são dos piores do mundo) e da Bossalidade cultural (um monte de pseudos intelectuais falando coisas boçais e teorias importadas, deixando de lado, de caso pensado, gigantes como Gilberto Freire, dentre outros). E o Bolsa família? Que nome mais adequado que bolsa miséria? Afinal faz jus aos seus criadores, miseráveis que roubaram o povo e querem que os outros, estes sim, miseráveis de verdade, pela sua última condição social, permanecem onde estão. Afinal, a “boiada” do Norte e Nordeste tem que assegurar os votos dessa canalha política que se diz defensora dos pobres. Nessa injusta construção inversa “tijolo a tijolo”, não poderia faltar o Ministério e

Ética e moral na política

N

ão raro qualquer estudo ou discussão sobre política envolve duas naturezas, ambas no campo da filosofia: ética e moral. Não raro, também, o reconhecimento de uma dualidade no conceito de política: a ciência e a prática. Desde já é de esclarecer

Os noticiários não nos deixam opção: corrupção, malversação da riqueza pública, confusão entre o público e o privado etc. Alguns dirão que tais comportamentos, usuais entre nossos representantes políticos, são antiéticos ou imorais. ao leitor que o espaço não é apropriado a discussões filosóficas. Ademais, o cronista não retém cabedal bastante para isso. O ci-

dadão, entretanto, que existe em todos nós, não se aquieta diante de temas políticos. Afinal, como registrou Aristóteles, somos “animais políticos”. Pensando assim, o cronista deu-se a estabelecer comparações entre a política ideal (ciência) e a prática (praxis) que conhecemos, e que nos aflige e ao País, graças à tomada do Poder por pessoas que não cultivam a moral e a ética. O que vemos nos municípios, nos estados e na União quando procuramos estabelecer adequações da atuação política dos nossos representantes (ao menos da grande maioria) à moral e à ética, princípios que deveriam estar presentes na natureza política da representação popular, assim como na administração pública? Os noticiários não nos deixam opção: corrupção, malversação da riqueza

as secretarias da rapinagem oficial, encarregadas de extorquir empresários, multar a seu bel prazer, impunemente, empresas e pessoas físicas, perdoar dívidas dos poderosos e “botar pra quebrar” na cobrança rigorosa e injusta de impostos à classe média (que de média nada tem, são pobres se disfarçando de “menos pobres”). Lutadores desesperados para dar conta de pagar 5 meses de impostos para esses governos incompetentes e corruptos dilapidarem da pior forma esses suados recursos extorquidos do povo: pagando a um bando de “servidores públicos” que na verdade em sua imensa maioria só tem esse nome. E roubando/dilapidando o resto. Para aqueles que não sabem, de modo geral as comissões cobradas pelas “autoridades” governamentais macomunadas com políticos ladravazes giram em torno de 30% a 50% das “verbas” destinadas a realização das obras. Não à toa estradas recentemente inauguradas em menos de um ano estão intransitáveis; Estádios nababescamente construidos estão às moscas por que não há público para os eventos; Hospitais, escolas e creches estão contruídos às pencas país a fora. Todos pela metade (por que será? Lembram dos 50% de

propina...). Uma coisa precisa ser dita. Esse esbulho criminoso não tem apenas as digitais dos petralhas. Em absoluto. Todos os partidos da base aliada desse governo estão envolvidos em maracutaias. Todos. Nós, o povo, somos roubados por essa conjunção maléfica de plutocratas, burocratas, políticos e fornecedores do Estado há séculos. E somente com a despudorada e famélica roubalheira da seita lulopetista, a “suruba” tão bem escondida nos porões da safadeza há tanto tempo foi escancarada. Agora, “eles” estão se macomunando de novo. Desta vez para “se perdoarem” do pecado do roubo e da corrupção que comprometeu o seu futuro, ou dos seus filhos ou dos seus netos. Desta vez a “poção magica” para eles ( fel para nós, o resto) está sendo adredemente urdida na calada das noites brazilientes entre o executivo, o legislativo e o judiciário, com o alegre apoio de grandes empreiteiros, dos grandes capitalistas do país, dos bancos e etc. É bom lembrar, esse covardes não resistem ao povo nas ruas. Esse é o antidoto às suas artimanhas. Ou nós vamos deixar isso acontecer novamente?!!!

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

pública, confusão entre o público e o privado etc. Alguns dirão que tais comportamentos, usuais entre nossos representantes políticos, são antiéticos ou imorais. Considero haver erro conceitual nesse entendimento sobremaneira benevolente. A prática política contrária à lei é, entendo, amoral e aética, isto porque aquele que pratica a corrupção, que malversa os bens públicos, que confunde o público e o privado comumente considera o seu comportamento normal e deve ser aceito pela sociedade. Quem não recorda o “roubo mas faço” proclamado por políticos de antanho e d•agora? Quem convencerá presidente, governador, prefeito, senador, deputado ou vereador de que o fatiamento indiscriminado do poder, com a consequente dis-

tribuição de cargos comissionados em troca de apoio político-eleitoral e sem qualquer nuança de interesse social é malversação da coisa pública, um tipo de corrupção e de confusão entre o público e o privado? A desfaçatez do Lula em sentir-se injustiçado pelos inquéritos e processos a que responde, ele que “tanto fez pelo País”, é a mesma que substancia a distinção de FHC entre o “erro” de usar o caixa 2 para fins eleitoreiros, e o “crime” de o mesmo caixa ser utilizado para enriquecimento pessoal; a movimentação dos políticos, no Senado e na Câmara Federal, para anistiar os crimes eleitorais, são declarações e ações produzidas pela “aneticidade” e pela amoralidade.


MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

Tocou fogo no binga

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ocê conhece essa expressão? Os mais antigos com certeza conhecem. Mas os jovens de hoje só se interessam mesmo pelos jogos na Internet; comentários pelo Facebook; o que rola no Instagram; nas conversas do WhatsApp; e essas coisas americanizadas que viajam pelo Mundo, por meio das grandes redes sociais. Binga, duvido que essa garotada tenha, pelo menos,

O que adianta ser rico por algum tempo, fruto da roubalheira do dinheiro público; mudar o padrão de vida de uma hora para outra; e, depois, ser desmoralizado e continuar pobre? ouvido falar, imagine que saiba alguma coisa, como funcionava ou para que servia. Pois bem. Binga “é um isqueiro antigo, feito de latão (metal amarelo), com formato de um projétil, abastecido com gasolina para embeber o algodão cru e pavio”. A quem defina também como: “Isqueiro feito com a ponta de um chifre e uma lasca de pedra, que se atrita com uma lâmina de ferro ou de aço (um peda-

ço de lima), provocando uma faísca que inflama a bucha de algodão; artifício, fuzil, papa-fogo”. Se você for mais longe, ainda encontra outras definições, mas todas com a mesma finalidade. Como o binga servia para fazer faísca e proporcionava o surgimento do fogo, o que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, está fazendo, hoje, é nada mais, nada menos, tocando fogo no binga, quando encaminhou ao Supremo Tribunal Federal uma relação com 83 nomes envolvendo senadores, deputados federais, ministros, governadores e Ex dessas funções todas, para uma profunda análise dos ministros da Alta Corte do País, quanto a aceitação ou não dos denunciados nas operações comandadas pelo juiz Sérgio Moro e fielmente cumpridas pela Polícia Federal, além de mais de duas centenas de nomes que correm por fora. Tem gente que daria a própria vida ou negociaria com o Diabo para saber se seu nome está na relação do Janot. A quem diga que não sobra um só estado dessas denúncias decorrentes das delações dos dirigentes e ex-dirigentes da Construtora Odebrecht, além dos nomes já anteriormente envolvidos ou condenados, todos ligados ao Partido dos Trabalhadores ou amigos do “Rei”, que

As esquinas da vida

E

ncontrei-me recentemente com uma amiga da época do Instituto de Educação, preocupada com a luta que assumi contra os desmandos das várias Mesas Diretoras da ALE/AL durante décadas. E ela me dizia: “Alari, será que vale a pena você se expor tanto? E os companheiros reconhecem?” Parei um pouco e fiquei pensando: hoje, até para receber os salários é uma incessante busca dos inativos até o dia em

Apesar de a Operação Lava-Jato ter mostrado um grande número de políticos, empresários, doleiros e laranjas envolvidos com propinas, ainda falta muito e o meu medo de ficar calada é que não chegue a Alagoas a ação da Justiça Federal. que o dinheiro cai na conta. Para terem seus direitos respeitados, os velhinhos vivem entrando com ações na Justiça. Se pararmos, ficarmos calados, o que acontecerá conosco? E fui me recordando de “causos” ocorridos nesse mundo de meu Deus. De repente, o Brasil se modificou: alguns juízes

entraram na luta contra a corrupção; figuras famosas, que nunca pensaram em cadeia, são presas, raspam a cabeça e suas vidas viram pelo avesso. Quem diria que Lula, Fernando Henrique e o próprio Temer seriam citados em delações e correm o risco de serem presos? Nos últimos vinte anos, o Brasil virou o País das Maravilhas: políticos enriqueciam rapidamente, eleições eram festas mágicas financiadas com dinheiro público, os aviões da Força Aérea Brasileira carregavam amantes de autoridades, escondidas; senadores vinham a Recife fazer implante de cabelo. Lembro-me então que, grávida de oito meses do meu terceiro filho, precisei vir a Alagoas. Um amigo conseguiu que eu, Rubião, e os dois filhos mais velhos viéssemos num avião da FAB, de Brasília a Recife, sentados em bancos laterais de lona. Resultado: dois dias depois nasceu o meu João. Que diferença: não havia bebida, comida e nada era escondido. Um político alagoano, influente na República, se dá ao luxo de ter um apartamento na Ponta Verde, à beira mar, uma casa na Barra de São Miguel, também em frente ao mar, viaja pelo mundo todo e ainda recebe ajudas de custo.

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JORGE MORAES Jornalista

sabiam e faziam de tudo e o “Rei” nunca viu nada, nunca ouviu nada e nunca participou de nada, mesmo que tudo se passasse nas salas coladas ao seu gabinete. Acho até que esse documento é mais do que faísca do binga. Certamente, está cheio de provas documentais e de depoimentos em relação ao que se comenta nesses últimos três anos no Brasil, onde já tem gente na cadeia, como o quadrilheiro José Dirceu e o empreiteiro Marcelo Odebrecht, ambos já condenados, além de alguns outros que estão no xadrez, em prisão domiciliar ou andando com tornozeleiras eletrônicas. Tem gente que roubou tanto, como o Nestor Cerveró, e, hoje, não tem “um pau para dar no gato”. Cerveró que o ex-presidente Lula disse não conhecer. Pergunta-se, então: O que adianta ser rico por algum tempo, fruto da roubalheira do dinheiro público; mudar o padrão de vida de uma hora para outra; e, depois, ser desmoralizado e continuar pobre? Esse é o caso do ex-presidente Lula e sua família, com apartamento de luxo, sítio, carros importados, os filhos milionários, a bem pouco tempo rapazes pobres, sem uma explicação lógica para essa transformação, como num passe de

mágica. Essa semana, um Instituto de Pesquisa que só aparece na época de eleição, divulgou o resultado de uma pesquisa nacional, onde o ex-presidente Lula aparece na dianteira para a Presidência da República se as eleições fossem hoje. Nessa mesma pesquisa, o senador Aécio Neves e o deputado Jair Bolsonaro, militar da reserva e no sexto mandato, aparecem tecnicamente empatados no segundo lugar. Se verdadeira, veja a que ponto nós chegamos: Lula, Aécio ou Bolsonaro. Se verdadeira, não foram fantasmas que fizeram essa escolha. É por essa e outras coisas que acho que o Brasil está perdido e mal pago. Como é possível que o Lula, depois de tantos escândalos e envolvimento até o pescoço com a Operação Lava a Jato, possa liderar uma pesquisa? Como é possível que o Aécio seja novamente lembrado? Finalmente, como é possível que um homem sem um mínimo de equilíbrio seja um escolhido para governador um País? Talvez, da mesma maneira como Donald Trump foi eleito para presidir o País mais poderoso na economia mundial, os Estados Unidos. Que Deus nos abençoe, Amém.

ALARI ROMA- TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

Enquanto isso, os servidores públicos do Estado do Rio de Janeiro não receberam, em parcelas, dezembro e o décimo terceiro salário. Outro fato interessante: o Brasil tem mais de 12 milhões de desempregados. Os políticos que moram em Brasília, possuem assessores em seus estados de origem, parentes ou não, recebendo altos salários. Os deputados alagoanos possuem 900 assessores com salários dobrados. Apesar de a Operação Lava Jato ter mostrado um grande número de políticos, empresários, doleiros e laranjas envolvidos com propinas, ainda falta muito e o meu medo de ficar calada é que não chegue a Alagoas a ação da Justiça Federal. Precisamos muito de punição para pessoas do mal que usam o dinheiro público em benefício próprio. Temos convivido com inativos do Legislativo alagoano e vivenciamos dramas enormes. Há companheiros cardíacos, com câncer, com pernas e braços amputados, esperando meses que um parlamentar, moço, filhinho de papai, assine um pro-

cesso de aposentadoria ou de isenção de imposto de renda. Deus poderia inspirar esse “dono do dinheiro público” a ir ao hospital visitar o companheiro nosso que se encontra desde agosto, mutilado, hospitalizado. Ele veria, então, o sofrimento humano. É por tantos contrastes existentes no nosso estado, no nosso país, que vivemos turbulências com policiais em greve, saques, assassinatos em massa. Será que sentados na varanda de seus apartamentos na Ponta Verde, nas suas casas de praia, nas suas fazendas, os políticos vão pensar no perigo que corremos com tanta injustiça? Ou não imaginam o mal que causam aos brasileiros? Ou será que, dentro de sua própria família, há problemas sem solução, para os quais precisarão de ajuda do próximo? E aí, eu respondo à minha amiga de adolescência: Não nasci para ficar calada vendo os absurdos acontecendo. São as esquinas da vida, amigos leitores. Só Deus na causa!!!


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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE MARÇO DE 2017

Capa de Playboy e amante de doleiro é indiciada

LAVA-JATO

PARA DELEGADO, TAIANA CAMARGO SABIA DAS ATIVIDADES ILÍCITAS DE ALBERTO YOUSSEF POR CLEIDE CARVALHO

D

ois anos depois da revista Playboy, a Polícia Federal concluiu que a ex-amante do Alberto Youssef sabia das atividades ilícitas do doleiro. Com o título “Ela sabia”, Taiana de Souza Camargo foi capa da revista em janeiro de 2015 e contou como conheceu o doleiro. No último dia 13, Taiana foi indiciada na Lava-Jato por suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. “Evidentemente Taiana tinha conhecimento das atividades ilícitas de Alberto Youssef, ou, ao menos, era presumível que soubesse delas”, justificou o delegado Ivan Ziolkowski, no documento de indiciamento. A Polícia Federal quer esclarecer a origem dos recursos dos presentes que ela ganhou do doleiro — um apartamento no Morumbi, em São Paulo, um BMW e a sociedade em um restaurante. Além de pagar despesas do dia a dia, Youssef também pagava o condomínio e a escola do filho da jovem, que agora terá de se explicar. A Polícia Federal afirma que Taiana declarou patrimônio de R$ 98,9 mil em 2011 e, na declaração de 2012, mudou o valor referente ao ano anterior, elevando para R$ 1,098 milhão, na tentativa de justificar o apartamento que ganhou do doleiro naquele ano. Com quatro dormitórios, três vagas na garagem e 161 metros quadrados, o imóvel tem valor estimado em R$ 871 mil.

Youssef: presentes milionários e despesas pagas para a amante

Ao depor à PF, Youssef disse que colocou a sociedade no restaurante Aracari em nome da jovem porque ele tinha restrições na Receita Federal. Para o delegado, Taiana foi “laranja” na sociedade. Na entrevista à Playboy, a jovem afirmou que soube depois de ter conhecido o doleiro que ele tinha alguns problemas com a Justiça, mas que ele lhe disse que as acusações eram coisas do passado e que ela estava sendo “preconceituosa”. “Acabou me dobrando”, disse Taiana à revista. O indiciamento de Taiana foi indireto, porque ela

não foi à Polícia Federal prestar depoimentos. Ela foi intimada em março do ano passado e não compareceu para depor. Em nova tentativa, em outubro, ela estava no exterior - viajou em julho e só retornou no dia 23 de dezembro. O delegado voltou a tentar contato com o advogado de Taiana, mas não obteve resposta. “Denota-se indubitavelmente a recalcitrância de Taina Camargo em comparecer em sede policial para esclarecer os fatos investigados neste inquérito”, observou o delegado. (Texto transcrito de o Globo )


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ECONOMIA EM PAUTA Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Diminuição da Cesta Básica

A desoneração da cadeia da carne no estado de Alagoas é um dos fatores que contribuíram para a queda do valor da cesta básica na capital. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), afirma que a carne teve queda de 9,29% em seu valor, quando comparado com o do mês passado. De acordo com o órgão, entre os produtos da cesta é a maior queda nominal. No setor alimentício, gados bufalinos, caprinos, ovinos e suínos abatidos no Estado estão isentos de imposto desde outubro. Os frangos abatidos em Alagoas estão isentos de ICMS há quase dois anos. O decreto 43.712, instituído em setembro de 2015, é responsável pela atração de estabelecimentos de corte para o Estado, a exemplo do matadouro Frango Favorito, em Santa Luzia do Norte.

Aumento das taxas de cartões de crédito

Quatro dos cinco principais bancos brasileiros – Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander – já anunciaram as novas regras para uso do rotativo do cartão de crédito. As agências correm para comunicar as mudanças e tirar dúvidas dos clientes antes das novas regras entrarem em vigor, no dia 5. O pagamento mínimo da fatura a depender do banco, ficará mais alto. Segundo as instituições financeiras, as novas regras visam a redução de juros pagos pelos clientes, apostando no maior controle de gastos e diminuição da inadimplência. Porém, os órgãos de defesa do consumidor cobram mais clareza sobre os novos padrões de cobrança e apontam os pontos falhos da nova mudança junto ao Banco Central.

Voltando dinheiro das contas de energia

O reajuste tarifário indevido nas contas de energia do ano de 2016, será devolvido aos clientes. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai devolver valores cobrados a mais dos consumidores, em um processo que será julgado no dia 28 de março. O reajuste foi feito de forma indevida, para o pagamento da usina de Angra 3 - ao todo, foi recolhido de maneira indevida R$ 1,8 bilhão a mais de todos os clientes pelo País, através de uma previsão errada. Por meio de recursos do Encargo de Energia e Reserva, cobrados na conta de luz, a Angra 3 seria remunerada ao entrar em operação, o que aconteceria por contrato em 2016. Porém a ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) órgão responsável pela coordenação e controle da operação da geração e transmissão de energia elétrica, não conta com a usina até 2021. A devolução vai contribuir com um impacto médio de queda de 1,2 ponto porcentual nas tarifas.


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Deputado quer ter acesso à auditoria na Assembleia

TRANSPARÊNCIA RODRIGO CUNHA DIZ SER INCONCEBÍVEL QUE TRABALHO PAGO COM DINHEIRO PÚBLICO SEJA GUARDADO A SETE CHAVES POR LUANA LAMENHA

O

deputado Rodrigo Cunha entrou com um requerimento da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) para ter acesso ao resultado da auditoria feita pela Fundação Getúlio Vagas (FGV), que detectou irregularidades na folha de pessoal da Casa. Apesar de o resultado ter saído apenas este ano, o prazo para entrega do documento foi 2016, e até o momento nada foi divulgado. Em entrevista aos veículos de comunicação do estado, o presidente da Casa, Luiz Dantas, declarou que, se fosse seguir o que determina o estudo da FGV, a Assembleia não contaria com mais nenhum funcionário. Para Rodrigo Cunha, é preciso que todos tenham acesso ao resultado da consultoria e, caso existam irregularidades

de fato, que elas sejam sanadas. “Minha luta aqui na Assembleia é pela transparência e pelo acesso à informação. É inconcebível que, um trabalho pago com dinheiro público, seja guardado a sete chaves. Se tem algo de errado as pessoas precisam saber, e a Casa precisa consertar, por isso pedi acesso ao resultado da consultoria”, destacou. Segundo o parlamentar, assim como é preciso cobrar de todos os poderes, a ALE também precisa prestar informações e ser transparente com a população. “Tive conhecimento de que o Ministério Público também solicitou o resultado da auditoria. É preciso ser claro com todos, principalmente com os cidadãos. Não estamos aqui para expor ninguém, e não é esse o objetivo do estudo, mas sim, resolver os problemas da folha e dar maior respeito ao dinheiro público”, disse.

Rodrigo Cunha cobra transparência na Assembleia, em especial, depois de auditoria


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Detran tem gestão moderna e transpararente

ALAGOAS TEM JEITO COMPROMISSO DE TORNAR O ÓRGÃO UM AMBIENTE PROATIVO E COMPROMETIDO COM O SERVIÇO PÚBLICO É UMA DAS PRINCIPAIS CONQUISTAS DO GOVERNADOR RENAN FILHO

LAYS PEIXOTO E MARIA ALLINY TORRES

N

os últimos anos o Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL) promoveu mudanças significativas em sua gestão e na relação com o público usuário dos serviços do órgão. Mais moderna, eficiente e presente na vida dos cidadãos, a autarquia abraçou a tecnologia e aprimorou os processos que a colocaram em destaque no cenário nacional. O compromisso de tornar o órgão um ambiente proativo e comprometido com o serviço público é uma das principais conquistas da atual gestão do Governo Renan Filho. O diretor-presidente do Detran/AL, Antônio Carlos Gouveia, empossado em 2015, realizou diversas mudanças que resultaram em um órgão transparente e eficaz. A presidência do órgão recorda que em outras épocas o Detran/AL era lembrado pela corrupção, perseguição a servidores e condutas suspeitas de gestores, o que desde o início da sua gestão, não existe mais. Convênios com diversos órgãos e entidades como, Prefeituras, Controladoria Geral do Estado e da União, Tribunal de Contas, Receita Federal, Tribunal de Justiça, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foram firmados ao longo desses dois anos. Inclusive, junto

ao Ministério Público Federal e Estadual, o Detran/AL aderiu à campanha “10 medidas contra a corrupção” coletando mais de 800 assinaturas de servidores do órgão para tornar o crime de corrupção como sendo crime hediondo. MODERNIZAÇÃO Com uma frota atual de 786.911 veículos e 492.256 portadores de CNH, Alagoas hoje é destaque no país com o processo de banca examinadora que é realizada na capital e no interior do estado. Todos os carros utilizados na prova prática foram modernizados com equipamentos de segurança que garantem o monitoramento do exame. Outra mudança significativa foi a instalação de cinco manequins montados em bicicletas estáticas para chamar a atenção dos candidatos para o que prevê no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que diz que é obrigatório o motorista ter a distância de 1,5 m ao passar ou ultrapassar um ciclista. Levar o padrão de qualidade e modernização do prédio-sede do Detran/AL para as 14 Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans), também faz parte do planejamento da atual gestão. Entre os anos de 2015 e 2016 diversas circunscrições foram reformadas e outras receberam uma nova sede, como foi o caso da 5ª Ciretran localizada no município de Arapiraca, que passou a funcionar dentro

Detran mais eficiente nas ruas sob o comando do diretor-presidente Antônio Carlos Gouveia

do Arapiraca Garden Shopping oferecendo mais conforto para população arapiraquense. O diretor-presidente também inaugurou mais um ponto de atendimento no Maceió Shopping, sendo mais um ambiente para realização de provas teóricas, tendo um espaço para atender o serviço de vistoria veicular. Os números de atendimento ao público em todos os postos de atendimento atingiram em dois anos de gestão mais de 3.909.791 em vários serviços, seja presencial ou pelo site (www.detran. al.gov.br), que atualmente disponibiliza mais de 50 serviços online. SEGURANÇA E EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO Intensificar a fiscalização não só na capital como também no interior fez com que a Operação Lei Seca se descentralizasse e chegasse até os municípios levando segurança e tirando de circulação condutores imprudentes que insistem em misturar bebida alcoólica e direção.

A equipe de fiscalização recebeu uma nova frota de veículos para que o trabalho seja cumprindo com mais eficácia. Considerado um dos grandes marcos de 2016, o Detran/AL realizou a implantação do “aulão preparatório” ministrado por servidores do órgão, com palestra e momento de relaxamento para candidatos que deram entrada ao processo para obter a 1ª habilitação. O Plano de Segurança Viária para Motociclistas (PSVM), também teve início com o intuito de diminuir o número de acidentes fatais com motocicletas, por meio de ações de educação, segurança e engenharia de tráfego. Promover a mudança de comportamento da população alagoana por meio de atividades educativas, como a ação “Amigo da vez”, campanhas publicitárias premiadas a nível nacional, e intensificando a fiscalização nos Centros de Formação de Condutores (CFC’s), também fizeram a diferença ao conquistar em 2015 a meta que não houve nenhum registro de vítimas fatais durante o carnaval, fortalecendo tam-

bém a integração com todos os órgãos autuadores de trânsito. VALORIZAÇÃO DOS SERVIDORES A atual gestão visando à valorização dos servidores e do serviço público garantiu, junto ao Governo do Estado, a reestruturação do Plano de Cargos e Carreiras (PCC) e priorizou o investimento em capacitações realizando uma parceria com a Escola de Governo, que de forma inédita saiu de suas dependências e passou a realizar vários cursos na sede do Detran/AL, com a finalidade de atender os servidores que moram ou trabalham da parte alta da capital. Com o objetivo de acompanhar o andamento das atividades que estão sendo desempenhadas por cada área operacional do órgão, Antônio Gouveia, também incentivou a realização do Escritório de Projetos, que visa trazer resultados positivos tanto para os usuários do Detran/AL como para os servidores que buscam cada vez mais inovar as ações.


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Salão dos sonhos

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ma das melhores edições nos últimos anos do Salão do Automóvel de Genebra cerra suas portas no próximo domingo com um legado de tirar o fôlego. Foram tantas novidades, carros-conceito e de sonhos, revelação de tendências e veículos especiais, que visitantes terão dificuldades de relatar tudo o que viram. Na véspera da abertura, a GM anunciou a venda de sua subsidiária alemã Opel ao Grupo PSA (Peugeot, Citroën e DS), que passa a ser o segundo em vendas no mercado europeu. E no período da mostra o Grupo Volkswagen e a Tata assinaram, na Índia, um memorando de colaboração, em geral primeiro passo para voos mais altos no futuro. Por falar em voar, é exatamente isso que a Italdesign e a fabricante de aviões Airbus pensaram como alternativa ao trânsito congestionado. Nesse caso a solução se parece com um drone: quatro rotores elevam o carro e o deslocam em curta distância. O autônomo Sedric, primeiro veículo-conceito com sinergia de todas as marcas do Grupo VW, dispensa volante, pedais e quadro de instrumentos. Trata-se de um monovolume ideal para uso como táxi ou transporte porta a porta. Do oriente vieram soluções audacio-

sas. A chinesa Techrules apresentou o Ren com dois, quatro ou seis motores elétricos e até 1.305 cv e 238 kgfm. Tem três lugares em uma fileira (motorista na posição central, mais elevada) e Giorgetto Giugiaro assina seu desenho audaciosamente futurístico. De Cingapura veio outro elétrico, o Vanda Dendrobium, cujas duas portas e teto rígido abertos lembram uma orquídea selvagem. Em polo oposto, no aspecto retrô, a estreante britânica Eadon Green, apresentou o Black Cuillin cupê inspirado no Morgan Aero dos anos 1930. Entre os supercarros, houve duas estreias. Ferrari 812 Superfast (sucessor do F12 Berlinetta), que o mítico fabricante italiano anuncia como o mais rápido de seus modelos até hoje (0 a 100 km/h em 2,9 s), e o McLaren 720S, que acelera exatamente igual. A marca sueca de produção artesanal Koenigsegg estima que seu híbrido Agera RS Gryphon, de 1.500 cv, vá de 0 a 400 km/h em 20 s! Emerson Fittipaldi mostrou maquete em tamanho real de seu carro esporte EF7 desenvolvido para as pistas, mas que poderá ter versão de rua. O ex-piloto, de 70 anos, se associou à Pininfarina e à HWA. Serão apenas 39 unidades, motor V-8 de 600 cv e apenas 1.000

RODA VIVA n VOLVO XC90 T8, de 4 ou 5 lugares, agora também disponível em versão híbrida plugável em tomada. Motor elétrico de 8b cv e 24 kgfm aciona apenas as rodas traseiras, o que permite tração 4x4 sem necessidade de cardã. Tanque de gasolina diminuiu para dar lugar à bateria e tem 50 litros. Autonomia puramente elétrica alcança até 35 km. Preços: R$ 456.950 a 519.950. n FIAT e o portal Amazon implantaram, no mercado italiano, processo de compra pela Internet. Depois de configurado, encomendado e receber um pequeno desconto, o cliente retira o carro na concessionária. Os três modelos oferecidos (Panda, 500 e 500 L) cobrem dois terços da oferta atual da marca. Ainda não há decisão de levar a experiência para outros países. n PROJETO na Câmara dos Deputados cria a obrigatorie-

dade de justificativa por escrito nas decisões dos julgamentos das autuações e penalidades de trânsito. Deve ficar esquecido nas comissões. Iniciativa do deputado Alberto Fraga (DEMDF) esbarra na falta de estrutura das juntas de apelação. Motoristas ficam sem saber por que seu recurso foi indeferido. Lamentável.

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br kg de peso. Primeira unidade dentro de um ano custaria cerca de 50% do McLaren 720S. A Volkswagen confirmou – sem mostrá-lo em Genebra – a produção do novo Polo aqui, no segundo semestre, simultaneamente à Alemanha com a arquitetura MQB de Golf e Passat. Para o Brasil foi ainda reservado o Virtus, primeira aplicação dessa arquitetura em um sedan compacto, mas de dimensões generosas (sem previsão para a Europa). Estreou também o Arteon, sedan-cupê de quatro portas médio-grande antes conhecido como CC, que inicia diversificação estilística dos modelos da marca. Entre os carros que chegarão importados este ano destaques para Volvo XC60 e Range Rover Velar. O primeiro avançou na condução semiautônoma nas estradas de pista simples, ampla maioria no mundo. Se o motoris-

ta se distrair e invadir a faixa contrária em que exista um veículo, é reconduzido automaticamente à sua própria. Atua entre 60 km/h e 140 km/h. Velar, quarta derivação de SUVs médios Land Rover, tem intenção de se opor ao Porsche Macan, o mais vendido da marca alemã. Reestilizações também interessantes dos Audi RS5, SQ5 e do RS3, tendo este o último motor de cinco cilindros a gasolina em produção no mundo, de 400 cv! Em Genebra, cantão francês da Suíça, impressionou a calorosa recepção para a releitura moderna e impactante do Alpine A110, pequeno cupê de mecânica Renault dos anos 1960. É provável a marca francesa importá-lo para o Brasil, onde a geração anterior A108 foi produzida entre 1961 e 1966 como Willys Interlagos. Apenas 882 unidades deixaram a linha de montagem.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Ao Exmo. Senhor Prefeito de Maceió

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u tenho em mãos, duas gravações de ameaças que recebi, porque tenho comentado e criticado algumas modificações que foram feitas no trânsito de Maceió. Uma delas, teve como autora, uma voz feminina que, deixou um recado, para que eu deixasse de criticar o Prefeito Rui

Dessa maneira, Dr. Rui Palmeira, é muito dificil fazer trânsito, com uma multa dessa e com uma infração inexistente. Palmeira. É que eu escrevi um artigo, dizendo ter aumentado o engarrafamento na Av. Fernandes Lima, com a faixa azul para ônibus, pois, quando estão poucos ônibus trafegando, a faixa azul fica ociosa, prejudicando os demais usuários. Eu falei, também, nos pardais eletrônicos, que obrigaram as velocidades para 50 e 60 quilômetros

por hora, o que ocasionou, também, o aumento dos congestionamentos. Ora, Exelentíssimo Prefeito, eu comentei em artigos essas verdades, com o intuito de sugerir estudos mais realistas da nossa Avenida. Eu disse que já fiz mais de 50 artigos sobre trânsito, em todos os jornais, nos quais eu já escrevi, quais sejam: Gazeta de Alagoas, Jornal de Alagoas, O Repórter, Correio de Maceió, Tribuna de Alagoas, Jornal Extra, etc. Por causa disso, no mês passado, resolveram me multar e inventaram que eu não havia respeitado a faixa de pedestre, numa das faixas da Av. Antonio Gouveia, às 14h30, numa quinta-feira, hora em que eu estava no meu escritório no Farol. Ora, eu nunca passo por essa Avenida e sim, e só, pela Leste-Oeste e rodoviária, pois, resido na Rua Dep. José Lages, uns 3 quilômetros distante do lugar onde disseram que “o pedestre aguardava na faixa e que foi impossível a aborda-

gem”. Ora, Excelentíssimo Prefeito, se o pedestre aguardava na faixa, como diz a multa, por que eu fui multado, já que não passei pela faixa? Outra coisa, por que “foi impossível a abordagem ? “Se é verdade, onde estava o policial que não apitou para me deter? E ali, tem radar para bater a foto, com provas da infração? Coisa muito estranha essa multa, Senhor Prefeito!!!!... Às 16h30 de uma quinta-feira, eu nunca passo por essa Avenida. Dessa maneira, Dr. Rui Palmeira, é muito dificil fazer trânsito, com uma multa deste tipo, por causa de uma infração inexistente. Eu peço respeito a um cidadão que, em mais de 50 anos, só teve uma multa que lhe deram, como essa que aconteceu, agora, novamente. Eu sei que o Senhor é de uma linhagem nobre, como é a sua mãe, a arquiteta Dra. Suzana Palmeira, por sinal, minha ex-aluna de Física no Colégio Moreira e Silva. Também, o seu

pai, Dr. Guilherme Palmeira, ex-Governador de Alagoas, também, é de uma linhagem nobre e, não seria capaz de me ameaçar, por causa de artigos escritos, com as melhores intenções. Conheço o seu pai, não somente como ex-Governador e, também, como seu subordinado, eu como Diretor da Divisão de Tânsito do DER/AL, por sua indicação, para continuar na mesma função que estava. Eu ainda não tinha conhecido o Senhor, Dr. Rui, até o dia em que Vossa Exelência me cumprimentou algremente, num dos restaurantes da cidade, exatamente, no Bar do Lula, por trás do Cepa. Por tudo isso, Prefeito, solicito de Vossa Excelência um julgamento justo da multa, para que não aconteçam, novamente, fatos como esses que, tentam enlamear um homem de bem. Em tempo – Fiquei vaidoso em saber que o Cel. Ivan Marinho e o Cel. Ângelo Balbino leem meus artigos. Isso, me deixa alegre !


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ABCDO INTERIOR

Até que enfim

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prefeito de Arapiraca, Rogério Teófilo, esteve na quarta-feira, 14, no programa do radialista Alves Correia onde abordou diversos assuntos, dentre eles o “inferno” que se transformou Arapiraca com a “quebradeira” das ruas para implantação do saneamento básico, obras iniciadas na administração da prefeita Célia Rocha e que continuam em pleno vapor. Teófilo deixou claro que só vai autorizar os repasses para a complementação dos serviços quando a construtora promover os reparos e asfaltar as ruas, que cheias de buracos provocam caos no trânsito, além de jogar poeira para dentro das casas. Pelo jeito, a construtora deve tomar as devidas providências para continuar recebendo os recursos públicos e tocar a obra.

Bolsa Família

O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) inicia na próxima segunda-feira, 20, os repasses do Programa Bolsa Família referentes ao mês de março de 2017. Neste mês, o Estado receberá R$ 73.297.880,00, beneficiando 396.615 famílias alagoanas em situação de vulnerabilidade social.

Bolsa Família 2

Com o repasse de março definido, o valor enviado pelo governo federal para Alagoas no primeiro trimestre, por meio do Bolsa Família, soma R$ 220.012.576,00. Em todo o ano de 2016, o programa destinou para o Estado R$ 853.968.339,00. Caso a média atual de repasses seja mantida, Alagoas deve receber em torno de R$ 880 milhões em 2017.

Nova nacionalidade

A alagoana Marta anunciou quarta-feira que conseguiu a nacionalidade sueca. Há 10 anos residente naquele País, onde defende o Rosengård, a jogadora eleita cinco vezes a melhor do mundo pela Fifa, não abdica de sua condição de brasileira. Também não pretende defender os escandinavos. Até porque segundo as regras que regem o futebol internacional, é proibido trocar de País depois de ter participado de torneios oficiais por algum outro. A jogadora deixou o Brasil em 2004, aos 18 anos.

Respeitada

A competente jornalista Cinara Correa está de volta a Palmeira dos Índios. Com vasta experiência no jornalismo, Cinara só tem a contribuir com os comunicadores locais. Ela já atuou na assessoria de políticos renomados em Alagoas. Em Brasília, foi assessora de imprensa do então Ministro do Esporte Aldo Rebelo.

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robertobaiabarros@hotmail.com

Um bom marqueteiro

Formado em jornalismo, o prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar, já provou que é um ótimo marqueteiro. Entre beijos, abraços e largos sorrisos ele conquistou o voto de milhares de eleitores. Ao que parece, após sentar na cadeira de gestor, as coisas mudaram um pouco. Ele permanece horas a fio trancado com assessores e dificilmente é visto visitando às comunidades.

Meio “paradão”

Até os assessores mais próximos tem reclamado que ele anda meio “paradão”. O prefeito, no entanto, fez um “belíssimo” carnaval, se destacando até de cidade como Arapiraca que não promoveu o festejo de Momo. Fora isso, as vezes que sai do luxuoso gabinete é para acompanhar a colocação de algumas lâmpadas em algumas ruas.

Júlio trabalha

Falam as más-línguas que ele até absorveu o slogan de um saudoso político alagoano, um verdadeiro expert em Marketing: “Júlio trabalha!!!!”. Se não fosse pelo pouco tempo que ocupa a Prefeitura, viria àquela inevitável pergunta: “onde”?

Vale Verde ocupada

O gerente de Projetos da Vale Verde, engenheiro Tony Lima concedeu entrevista ao radialista Nasário Silva, da Pajuçara FM de Arapiraca, onde assegurou que a empresa já concluiu 80% das etapas para iniciar a extração de minérios.

Arrendamento

Ele evitou, no entanto, falar da ocupação por parte de mil trabalhadores rurais de uma parte das mais de 10 mil tarefas que hoje pertencem à minerada. Apenas se limitou a confirmar a “invasão”. O engenheiro Tony Lima não falou, também, das denúncias sobre o arrendamento de terras para grandes fazendeiros que estariam plantando milho para o gado.

“Deveres sociais”

Outro ponto que chamou atenção da entrevista do engenheiro foi quando foi indagado sobre o início das atividades para extração de minérios. “No momento, não posso dizer quando será iniciado esse trabalho, mas a empresa já adquiriu muitos equipamentos e está providenciando a documentação necessária para o novo projeto”, declarou Tony Lima, acrescentando que a Vale Verde continua cumprindo todos os deveres sociais e, em breve, a diretoria vai anunciar o início de suas atividades produtivas no município de Craíbas. Tony não falou, entretanto, como a empresa está beneficiando os trabalhadores.

PELO INTERIOR ... E a polícia entrou firme em Arapiraca para promover uma verdadeira limpeza e afugentar a bandidagem que há muito tempo vem provocando um verdadeiro terror nas áreas urbana e rural. ... Cinco suspeitos, que foram acusados de reagir à ação da polícia, tombaram e ganharam paletó de madeira e passagens para os quintos dos infernos. ... A verdade é que a polícia deveria fazer mais operações dessa natureza em Arapiraca, onde o crime organizado está cada vez mais organizado e a população temerosa já não sabe mais o que fazer. ... O tráfico de drogas, contrabando, assaltos à mão armada em plena luz do dia passaram a fazer parte do cotidiano do povo arapiraquense que temeroso com a ações dos marginais se via obrigado a permanecer em suas casas para evitar o pior. ... Agora, com certeza, haverá paz, mas por algum tempo já que os bandidos são ousados e não temem a ação da polícia que infelizmente também sofre com a falta de estrutura e armamentos para combater o crime. ... A verdade é que Arapiraca é uma cidade polo que recebe

mais de um milhão de visitantes todos os meses. É preciso uma maior atenção das autoridades. ... O governador Renan Filho sabe perfeitamente o que fazer para tranquilizar as famílias arapiraquenses que dependem dele para viver em paz. ... Olhe com carinho e atenção para a população arapiraquense, governador. Afinal, Arapiraca é a segunda cidade mais importante do Estado e tem feito a sua parte para assegurar o desenvolvimento econômico e social de Alagoas. ... A presidente do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, conselheira Rosa Albuquerque, através de Comunicação publicada no Diário Oficial do TCE/AL, edição do dia 07 de março, marcou para o próximo dia 22, às 10 horas, a Sessão Especial destinada à apreciação da Prestação de Contas Geral do Governo do Estado, referente ao exercício de 2011 – gestão do ex-governador Teotonio Vilela Filho. ... O relator da matéria no TCE é o conselheiro Anselmo Roberto de Almeida Brito. ... Aos nossos leitores, desejamos um final de semana com paz, saúde e harmonia. Até a próxima edição. Fui!!!!!


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MEIO AMBIENTE

Semana da Água

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a quarta-feira, 22, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) irá realizar atividades educativas para celebrar o Dia Mundial da Água. O tema será “Compartilhar Água é Multiplicar Vidas” e faz alusão à reciprocidade entre as pessoas ao dialogar sobre a preservação de nossos mananciais de forma responsável. A programação será com palestras no Centro Universitário Cesmac, Centro Universitário Tiradentes (Unit), Faculdade da Cidade de Maceió (Facima) e Faculdade de Tecnologia de Alagoas (FAT). Técnicos da Semarh, IMA, Casal e convidados serão os responsáveis em mediar os encontros com os alunos.

Bruno Fernandes meioambiente@novoextra.com.br

Amazônia

Tartarugas Marinhas Nossa Praia

O próximo domingo, 19, marca o fim de mais um ciclo do Nossa Praia, projeto do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL), que acontece durante a temporada do verão para sensibilizar banhistas e comerciantes sobre boas práticas ambientais. Diversas atividades serão realizadas no evento de encerramento que reúne seis tendas na Rua Fechada da Ponta Verde, das 8h às 14h. O evento contará com confecção de brinquedos com materiais reutilizados, pintura de rosto, sorteio de brindes e muitas outras coisas.

Três tartarugas e um tubarão foram encontrados mortos no último domingo nas praias de Piaçabuçu, litoral Sul de Alagoas. De acordo com o Instituto Biota, uma das tartarugas estava decapitada, além de ter uma corda amarrada nas nadadeiras. Duas delas são da espécie Verde e a outra da espécie Oliva e foram achadas no Pontal do Peba. Um tubarão cabeça chata também foi encontrado na região.

Maconha e o meio ambiente

Sertão

O Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL) realizou uma ação em Poço das Trincheiras, Sertão alagoano, no último dia 9. Ao todo, os fiscais resgataram 15 pássaros silvestres que estavam mantidos em cativeiro sem autorização. Foram resgatadas espécies como sabiá, azulão, cravina e tico-tico.

Energias renováveis

Os ministros do Meio Ambiente, Sarney Filho, e de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciaram na última terça-feira, 14, às 18h, as condições de financiamento para energias alternativas renováveis no âmbito do Leilão de Sistemas Isolados na Amazônia. O apoio financeiro será destinado a empreendimentos de energia solar e eólica e demais fontes renováveis. Estão excluídos projetos associados à geração a diesel. O objetivo é expandir e modernizar a infraestrutura de geração de energia do país.

De acordo com um estudo publicado na revista científica “Nature”, na última segunda-feira, 13, a Floresta Amazônica corre grande risco de cair em um círculo vicioso de seca e desmatamento provocado pela ação humana e pela redução das precipitações na região. Usando como base a análise dos fluxos de água, a pesquisa aprofunda a estreita relação existente entre o desmatamento e a seca.

Efeito estufa

A larva de um tipo de mosca que vive em lagos é responsável pela emissão de quantidades significativas de metano na atmosfera e pelo aumento dos gases do efeito estufa, segundo revelou um estudo publicado nesta terça-feira, 14, pela “Scientific Reports”. A pesquisa, liderada pela Universidade de Genebra, na Suíça, determinou que a atividade da larva de Chaoborus sp tem um impacto negativo sobre a atmosfera e é, em parte, responsável pela mudança climática provocada por esses tipos de gases. O inseto vive em lagos de todo o mundo, exceto na Antártica, e entre um ou dois anos de seu ciclo vital são sob a água em estado larval, em profundezas de até 70 metros, explicam os autores.

A legalização da maconha é um tema extremamente polêmico: as opiniões divergem sobre o impacto que a medida teria sobre a saúde pública, a economia e o tráfico de drogas. Mas um grupo de cientistas está questionando um lado não muito discutido sobre a cannabis: como a produção industrial da erva pode impactar o meio ambiente. O artigo, assinado por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, e da Universidade de Lancaster, na Inglaterra, já entrega seu objetivo no título: “É tempo de avaliar o impacto ambiental do cultivo da maconha”. A publicação aponta que existem riscos ao meio ambiente que ninguém pensa antes de começar a produzir a planta.


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