Edicao920

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PROPINODUTO

MINISTRO HUMBERTO MARTINS, DO STJ, É ATROPELADO PELO FURACÃO DA LAVA JATO P/ 2

SEM CENSURA

MINISTRA CÁRMEN LÚCIA INSTALA COMISSÃO NO CNJ QUE VAI GARANTIR LIBERDADE DE IMPRENSA P/ 8 e 9

extra www.novoextra.com.br

MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVIII - Nº 920 - 05 A 11 DE MAIO DE 2017

R 3,00

MÁFIA DO LIXO STF ouvirá Almeida dia 10 sobre desvios na Prefeitura de Maceió

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SENADORES DO PMDB MANTÊM RENAN COMO LÍDER DO PARTIDO P/10

CALOTE DA SESAU

Atraso de pagamento põe em risco saúde pública em Alagoas P/24

MASSA FALIDA

Prefeitos pedem ajuda ao governo de Minas para reativar usinas de João Lyra P/6


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MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE MAIO DE 2017

Massa de manobra 1

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

- Os trabalhadores do setor privado que condenam a reforma da Previdência estão ajudando a aumentar a concentração de renda e aprofundar o fosso da desigualdade social no país.

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– É preciso dizer que o atual sistema previdenciário só interessa aos servidores públicos, cuja aposentadoria custa o triplo do aposentado privado.

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(Millôr Fernandes)

O ministro Humberto Martins, vice-presidente do STJ, caiu no olho do furacão da Lava Jato ao ter seu nome ligado ao pagamento de propina pela construtora OAS.

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– Preocupados em garantir suas regalias, esses grupos omitem o fato de que o setor público é o responsável pelo bilionário rombo que ameaça quebrar a Previdência. – Como revelou o jornalista Cláudio Humberto, em seu blog no portal Diário do Poder, a aposentadoria do setor público “é o maior programa de transferência de renda dos pobres para os ricos”.

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– Lembra que o deficit acumulado em 15 anos por 1 milhão de aposentadorias no setor público somou R$ 1,3 trilhão, contra R$ 450 bilhões das 29 milhões de aposentadorias do setor privado.

Sem censura

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instalou a comissão do Fórum Nacional do Poder Judiciário e Liberdade de Imprensa, que vai garantir o livre exercício do jornalismo. O fórum vai monitorar a ação de juízes que se consideram acima da lei para censurar a imprensa e condenar jornalistas.

Engana, que eu gosto

A Câmara de Maceió criou uma Comissão Especial para investigar os preços dos combustíveis praticados na Capital. Os vereadores acreditam na formação de cartel e querem ouvir os varejistas do setor. Nem precisa ser vidente para saber o destino dessa pseudo investigação.

Moacir Teófilo

Aos 89 anos, o professor José Moacir Teófilo é o mais novo membro da Academia Alagoana de Educação. O discurso pela homenagem foi feito pelo filho Rogério Teófilo, que destacou as lições de vida de um dos maiores educadores de Alagoas.

DA REDAÇÃO

Humberto Martins

- Esse desequilíbrio é atribuído a distorções dos regimes de Previdência no Brasil, que beneficiam grupos específicos, os mesmos que lutam para manter seus privilégios.

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COLUNA SURURU

Segundo a Folha de S. Paulo, o dinheiro foi repassado ao ministro por meio de seu filho, o advogado Eduardo Filipe, que também teria

Contrapartida

Ainda segundo a Folha, a propina foi paga por conta de suposta atuação do ministro e do filho em favor da OAS em ações que tramitam no STJ.

Festa no Caribe

No bojo dessa denúncia, Humberto Martins também pode ser investigado pela festa de casamento da filha, no balneário de Punta Cana, República Dominicana.

Voo da alegria

Bem distante dos nativos caetés, o rega-bofe caribenho ocorreu em julho de 2015 e teve participação maciça de autoridades alagoanas, incluindo governador, senadores, secretários de Estado, juízes e desembargadores.

Assédio

Na época, esta coluna foi informada por um dos convidados de que a opção pelo famoso balneário teve o objetivo de dificultar o assédio de conterrâneos ao ministro, então cotado para presidir o STJ.

Entourage

A decisão do STF de processar e julgar governador sem autorização da Assembleia Le-gislativa também dá ao Supremo o poder de afastar governadores mediante a concessão de mera medida cautelar.

Água Branca

Pai e filho

se beneficiado da propina.

Intervenção

Se forem investigar o evento, os procuradores da Lava Jato vão querer saber quem pagou a conta da festança caribenha e as despesas com a entourage alagoana no além mar.

O vereador Cargilson Larceda (PC do B) denunciou no Ministério Público em Água Branca a prática de nepotismo por parte do secretário municipal de Saúde, Rafael Campos, que nomeou a esposa como coordenadora de fisioterapia e o cunhado como assessor. As nomeações, segundo o vereador, caracterizam o beneficiamento de parentes em órgão públicos. Ao saber da denúncia, o prefeito de Água Branca, José Carlos, reagiu: “Oxe! E não pode não, é?”. Segundo pessoas próximas ao prefeito, se as nomeações forem contrárias à lei, ele garante que vai mandar demitir. “Demito logo, logo! Porque o certo é certo, né?”, teria dito ele.

Ciclo de palestras

O Senac promove nos dias 15, 17 e 19 de maio, às 19 horas, a 2ª edição do Ciclo de Palestras de Comunicação. Evento acontece na Unidade Farol, Av.Fernandes Lima, 926. A palestra Neurolinguística será ministrada por Fábio Gomes e Vencendo o Medo de falar em Público com Alcilene Vieira. A roda de conversa ficará por conta dos jornalistas Marcos Tchola, Naara Normande, Cristiane Calaça e Gilka Mafra. Mais informações: (82) 2122-7950

Constituinte

O advogado Mendes de Barros e o deputado Ronaldo Lessa estarão hoje às 18h30 no Crea para debater a crise nacional. Eles defendem a instalação de uma Constituinte originária como saída para o caos que se instalou no Brasil.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE MAIO DE 2017

JORGE OLIVEIRA

Vale a pena ver de novo Cascais, Portugal - A semana passada publiquei aqui nesta página artigo em que dizia que o Zé Dirceu seria solto pelo Supremo Tribunal Federal. Acertei até o placar de 3X2 favorável à sua liberdade. Gente, não é adivinhação. É que o nosso STF virou o tribunal mais previsível do mundo. Portanto, vale a pena ler de novo o “Crônica de uma liberdade anunciada”: Caro leitor, fique atento. A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, aquela que cuida dos processos da Lava Jato, começa a desmontar a operação que já botou muita gente grande na cadeia e restituiu aos cofres bilhões de reais pilhados das empresas públicas. Os primeiros sinais vieram esta semana com a liberdade de João Claudio Genu, ex-tesoureiro do PP, e do pecuarista José Carlos Bumlai, o amigo do peito de Lula, condenado a nove anos, que se envolveu no empréstimo fajuto de 12 milhões de reais com o Banco Schahin. Repito: fique de olho. O próximo a ganhar as ruas é o José Dirceu, que o próprio STF apontou como o chefe da quadrilha do mensalão, condenado, reincidente nos crimes de corrupção. Não precisa ser nenhum expert para saber que a maioria dos ministros da Segunda Turma não quer mais o Zé na cadeia. Coitado, pensam eles, com mais de 70 anos ele não tem mais a agilidade de outrora para se envolver em outros crimes, organizar quadrilhas para roubar o dinheiro do contribuinte, formar partidos políticos que se converteram em grupos de delinquentes e nem mais a habilidade para comprar apoio de políticos para que seus comparsas se perpetuem no governo. Afinal de contas, o PT já foi defenestrado do poder. Se for por piedade, Dirceu deveria ser julgado por um colegiado de freiras que decidiria sobre o seu destino, tirando-o da prisão direto para um convento. Mas se o julgamento for à luz da Justiça, dentro das regras da lei, Zé Dirceu ainda deverá ficar muito tempo na cadeia. Afinal de contas, é para julgar com isenção os malfeitos desses caras que o contribuinte paga os altos salários dos ministros do STF. A apreciação do habeas corpus do ex-ministro de Lula será feito por um colegiado de cinco ministros que compõem a Corte: Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Edson Fachin. Dois deles, Toffoli e Lewandowski são notoriamente simpatizantes petistas. O primeiro trabalhou com Zé quando ele foi chefe do Gabinete Civil, e o segundo teria sido indicado para o tribunal por dona Marisa, mulher do ex-presidente Lula. O terceiro, Gilmar Mendes, que seria em tese mais independente, já declarou que é contra “prisões prolongadas”. Portanto, diante desse quadro, é bem provável que o placar favorável de 3x2 pelo

Liberdade A liberdade de Zé Dirceu já foi negada pelo então ministro Teori Zavascki em outubro do ano passado. E em fevereiro deste ano, Fachin também disse não à tramitação do habeas corpus na Corte, decisão que caiu esta semana. Em duas sentenças, Zé Dirceu foi condenado a mais de 30 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro que acolheu denúncias dos procuradores por lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa. Constatou-se que o Zé, mesmo no presídio, voltou a delinquir quando recebeu dinheiro roubado da Petrobras e de outras empresas públicas.

Contra Fachin, o relator da Lava Jato, não quer o Zé Dirceu na rua. Ele fala da reincidência dos crimes do ex-ministro. Lembra que ele foi condenado no processo do mensalão e voltou a cometer crimes, recebendo vantagens indevidas durante a tramitação do processo. “Não se revela suficiente a substituição da prisão por medidas cautelares”, disse o magistrado. Zé foi acusado de receber mais de R$ 48 milhões por meio de serviços de consultoria, valores que seriam oriundos de propina proveniente do esquema

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Excrescência

O STF deu uma demonstração, ao libertar Zé Dirceu e os outros corruptos, do que vai acontecer com os processos que envolvem políticos na Operação Lava Jato. Pelo que está acontecendo, pode-se desde já imaginar que dificilmente o tribunal vai condenar alguém envolvido no roubo dos cofres públicos.

Próximo

O resultado

Na última terça-feira, como era esperado, o STF pôs em julgamento o habeas corpus do Zé Dirceu no mesmo dia em que os procuradores da República acusavam o ex-ministro de inúmeros outros crimes. Pois bem, Gilmar Mendes não deu bolas para as novas denúncias contra o Zé e desempatou o placar favorável a ele, libertando-o.

Surpresa

Não houve surpresa no julgamento. Ricardo Lewandowski e Dias Tofolli, os dois ministros petistas, votaram a favor da liberdade de Zé Dirceu. Celso de Mello e Edson Fachin, este relator da Lavagem Jato, queriam manter o ex-ministro na cadeia. Argumentaram que ele era criminoso reincidente e que não deveriam ser liberado porque poderia voltar a delinquir. Mas os ministros que votaram a favor não deram muita importância aos dois ministros dissidentes. Assim, Zé Dirceu, condenado a mais de 30 anos na Lava Jato, volta para casa assim que for expedido o mandado de soltura.

Infantiloides

O mais grave, portanto, não foi botar o Zé Dirceu na rua. Gilmar Mendes deixou os brasileiros perplexos quando disse que os procuradores da Lava Jato estavam brincando de fazer “justiça” como meninos travessos, uma afronta ao trabalho dos procuradores que lutam para moralizar o Brasil, botando na cadeia a organização criminosa criada por Lula e Dilma e seus parceiros petistas.

Desmonte

A série para botar os bandidos da Lava Jato nas ruas começou com Genu e Bumlai, passou por Eike Batista e agora por Zé Dirceu. Muita gente comenta que a decisão dos ministros do STF pode desestimular os trabalhos dos procuradores e do juiz Sergio Moro. E o mais sério: encorajar outros acusados, a exemplo de Palocci, a desistirem da delação premiada.

Com a libertação de Zé Dirceu, Eike Batista, Genu e Bumlai outros acusados já condenados ou que cumprem prisão preventiva podem também pedir habeas corpus utilizando-se dos mesmos argumentos jurídicos que foram utilizados para botar o Zé na rua, precedente perigoso que pode desmontar a maior operação de lavagem de dinheiro e de corrupção ao patrimônio público do país.

Entregou

Como se esperava, João Santana, o marqueteiro do PT, entregou Lula e Dilma, acusando-os de saberem do caixa 2 e ainda orientá-lo a procurar ministros e empresários que bancariam a campanha dos dois. A novidade disso tudo é que cai a máscara da Dilma que bradava aos ventos ser honesta e por isso não entendia porque o povo nas ruas pedia a sua cabeça. Quanto a Lula nenhuma novidade: os depoimentos dos delatores mostram que realmente o ex-presidente é quem comandou a

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MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE MAIO DE 2017

Golpe na Lava Jato

A

decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal de soltar o ex-ministro José Dirceu, referência em todo esse processo de corrupção, abriu uma brecha para que outros envolvidos tenham o mesmo destino nos próximos meses, além de ameaçar futuramente os resultados da Lava Jato. Mas a presidente do STF, ministra Cármem Lúcia, não pensa assim, ao contrário de boa parte da população brasileira. A decisão da Corte movimentou as redes sociais e o STF não ficou bem na foto, embora os ministros que decidiram pela concessão do habeas corpus justificassem que a prisão preventiva, já que os processos estão em grau de recurso, foi longa demais. A maior preocupação, agora, é de que muitos envolvidos se abstenham de fazer delação premiada, acreditando que o mesmo remédio jurídico seja aplicado em casos semelhantes e que os resultados passem a ser também os mesmos. Se existiram exageros nas decisões por parte do juiz Sérgio Moro, que elas fossem sanadas e reparadas sem a necessidade de comprometer todo um trabalho que descobriu e identificou o maior caso de corrupção existente no mundo. A soltura de José Dirceu abre passagem para Antonio Palocci e outros caixa-altas que mandaram durante um bom tempo neste país. O coordenador da força-tarefa da Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol disse ter “faltado coerência aos ministros” e argumentou que “a prisão é um remédio amargo”, porém “ necessário para proteger a sociedade contra o risco de recidiva, ou mesmo avanço, da perigosa doença exposta pela Lava Jato”, numa referência à corrupção

Saindo do PMDB

O deputado Cícero Almeida está de malas arrumadas para mudar de partido mais uma vez. Agora deve trocar o PMDB pelo PTN porque não quer ficar a reboque da família Calheiros, a mesma que lhe deu oportunidade de disputar mais uma vez a Prefeitura de Maceió. Esta será a nova vez que Almeida muda de partido.

Perdendo cargos

Votar contra a reforma trabalhista não agradou ao Palácio do Planalto e, por isso mesmo, alguns deputados alagoanos estão perdendo cargos no estado. Entre eles, Ronaldo Lessa, Cícero Almeida,Givaldo Carimbão, Rosinha da Adefal e Renan Calheiros. O governo, como se vê, partiu para cima dos considerados infiéis.

Pode sair

O governo de Michel Temer está preocupado com as posições assumidas pelo líder da bancada do PMDB no Senado, Renan Calheiros, que pode inviabilizar a aprovação da reforma trabalhista e futuramente da previdência social. Nos bastidores se comenta que Renan, mais cedo ou mais tarde, vai ser destituído da função.

Atirando

Raríssimas vezes se viu o senador Benedito de Lira criticar companheiros do Congresso Nacional, o que ele tem administrado com inteligência durante mais de 50 anos de vida pública. Mas esta semana Biu não resistiu e denunciou o colega Renan Calheiros de estar prejudicando a Comissão Mista do Orçamento, uma das mais importantes do Senado. Biu disse que Renan está a atrapalhar a formação da Comissão por questões meramente pessoais e pequenas.

Indigestão

Não convidem para a mesma mesa o ministro do Turismo, Marx Beltrão, e o prefeito de Teotônio Vilela, Joãozinho Pereira. A disputa pela liderança e votos na região pode fazer a comida indigesta.

Judiciário na mira

Depois da citação dos nomes dos ministros Humberto Martins e Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, na Operação Lava Jato, novos lances devem acontecer com as delações da OAS, da própria Odebrecht e outras envolvidas no processo de corrupção. O inquérito está na fase de investigação e somente depois da obtenção de provas o ministro Edson Fachin vai decidir sobre a instauração ou não da ação penal.

Pisando na bola

Ninguém sabe por que o setor jurídico da Câmara Municipal não alertou a Mesa Diretora de que a lei que libera o estacionamento após compras dos usuários era inconstitucional. Foi um vexame para os consumidores depois de decisões judiciais que restabeleceram o pagamento do estacionamento. E uma humilhação para a Câmara de Vereadores de Maceió.

GABRIEL MOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Pé na tábua

Sabendo que sua vida política não será nada fácil no próximo ano, o governador Renan Filho tem feito ouvido de mercador quando ligam seu nome à Operação Lava Jato. Ele sabe que a repercussão é ruim, principalmente com as investigações que pesam sobre seu pai. Mostrando que está alheio a tudo isso, o governador enfia o pé na tábua no interior para garantir apoio de lideranças políticas ainda em cima do muro sobre as eleições de 2018. Ele anuncia construção de estradas, bases da Polícia Militar e envereda também em ações produzidas pela Secretaria de Agricultura.

Eleição garantida

Esqueceram de mim

Nas eleições de 2014 o então deputado João Lyra era um dos mais assediados. Afinal de contas, ele dominava o PSD em Alagoas e consequentemente era uma vitrine desejada, tudo por que numa aliança política aumentaria o tempo no rádio e televisão do candidato ao governo. E ele apostou tudo na eleição do governador Renan Filho, na esperança de que o pai resolvesse os problemas de falência de suas indústrias. Passados os anos, o governador Renan Filho apareceu, mas para anunciar que fará a maior reforma agrária em terras da Usina Guaxuma, exatamente as que pertenceram a João Lyra.

Linhas de risco

Uma composição para as duas vagas no Senado no próximo ano pode trazer resultados desagradáveis para algumas lideranças políticas em Alagoas, a exemplo do senador Renan Calheiros. Bombardeado por denúncias na Lava Jato, Renan vê que alguns antigos aliados preferem ficar longe dele. Um mau sinal para quem deseja, ardentemente, ser reconduzido ao Senado Federal.

Realizando um trabalho reconhecido por todos, o ministro Maurício Quintella garante, desde já, uma reeleição tranquila para deputado federal. Quintella tem aparecido como um grande tocador de obras federais em Alagoas e a cada dia ganha mais apoio político. Seu grupo deverá fazer um diferencial nas eleições de 2018.

Resgatando Traipu

O prefeito Eduardo Tavares em poucos meses de trabalho tem resgatado a imagem ruim de Traipu ao longo dos anos, que foi devastada por administrações corruptas e irresponsáveis. Com vasta experiência no serviço público e sendo um fiel seguidor da legalidade, ele tem transformado o município em um canteiro de obras, promovendo o desenvolvimento de um dos mais atrativos recantos turísticos do estado. Mesmo sendo filiado ao PSDB, Tavares tem atraído a atenção da classe política para trabalhar por Traipu, a exemplo do governador Renan Filho, que lhe tem dado o apoio necessário para desenvolver obras sociais na região.

.Serviço ineficiente

Quem for comprar um equipamento da Mondial, a exemplo de um liquidificador e se ele der um defeito, é recomendável tomar lexotan em dose dupla. Alguns representantes técnicos ficam mais de 30 dias com o aparelho sob a alegação de que as peças demoram a chegar e mesmo assim só dão alguma explicação se o cliente insistir.

Abuso de táxis

A SMTT deve fiscalizar com mais rigor alguns proprietários de táxis na capital que, mesmo se utilizando da faixa azul exclusiva para ônibus, ainda migram para outra faixa, contribuindo para os intermináveis congestionamentos na Avenida Fernandes Lima. Isso tem prejudicado sensivelmente os pobres motoristas que sofrem diariamente os transtornos do trânsito naquela região.


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Eduardo Tavares acusa Seagri de uso político

SEMENTE DA DISCÓRDIA PREFEITO DE TRAIPU AFIRMA QUE PROGRAMA DO ESTADO BENEFICIA EX-GESTOR ACUSADO DE CORRUPÇÃO

VERA ALVES veralvess@gmail.com

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programa de distribuição de sementes em Alagoas, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura, está sendo usado em benefício de políticos e em detrimento de pequenos agricultores. A denúncia é do prefeito de Traipu, Eduardo Tavares, que colocou em xeque a atitude do secretário Álvaro Vasconcelos que, segundo ele, na última terça-feira (2) fez a entrega simbólica de sementes a uma entidade comandada pelo ex-prefeito Marcos Santos. De acordo com Tavares, cerca de 1.6 00 pequenos agricultores de Traipu deixaram de ser contemplados pelo programa a despeito de haverem feito a solicitação à Seagri. Embora representados por 18 entidades na solenidade de entrega, realizada em Arapiraca, saíram de “mãos vazias”, porque a entidade

Secretário Álvaro Vasconcelos nega acusação de Eduardo Tavares (C) de favorecimento ao ex-prefeito Marcos Santos

recebedora, uma federação denominada Factal, dirigida por Maria Cardeal mas comandada pelo ex-prefeito Marcos Santos, é que foi contemplada. Secretária de Agricultura de Traipu, Priscila Palmeira, revela que a Factal não representa a maioria dos pequenos agricultores do município. A entidade, aliás, funciona na residência da própria Maria Cardeal, que a preside desde sua existência. O EXTRA, aliás, não conseguiu nenhum registro da entidade para que pudesse ouvir seus dirigentes sobre

Vasconcelos descarta uso político da Seagri

O

uvido pelo EXTRA, o secretário Álvaro Vasconcelos afirmou que o programa de distribuição de sementes do Estado está sendo modernizado e que todas as ações estão sendo implementadas no sentido de que não ocorram irregularidades, como a duplicidade de entrega, ou seja, pequenos agricultores receberem mais de uma vez. O secretário descartou o uso político do programa ao assinalar que seu objetivo é de ter os prefeitos como fiscais do programa. No caso específico de Traipu, revelou já ter mantido contato com a secretária Priscila Palmeira para discutir e

corrigir eventuais falhas, asseverando que a distribuição de sementes para pequenos agricultores do município ainda não foi concluída. Este ano, o governo do Estado está distribuindo 1 milhão e 250 mil quilos de sementes adquiridos com recursos próprios para uma demanda de 4 milhões e 800 mil quilos. Para ampliar a distribuição, a Seagri vem mantendo contatos com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Gabinete Civil da Presidência da República no sentido de que sejam alocados recursos para aquisição de um número maior de sementes. “Nosso foco é incentivar a agricultura familiar e o pequeno produtor”, assinalou Vasconcelos, ao revelar que o Estado, recentemente, iniciou o plantio de soja com novas tecnologias que incluem o uso de GPS.

O pivô da denúncia O ex-prefeito Marcos Antônio dos Santos é um contumaz personagem nas páginas de polícia da imprensa local. Em 2013, chegou a ser preso acusado de ser o mandante do assassinato do ex-secretário de Turismo de Traipu, José Valter Matos Palmeira, morto a tiros em 2011. O processo do caso ainda tramita na Justiça estadual. Mas as mais frequentes acusações contra o ex-gestor são de improbidade administrativa, desde fraude em licitações a desvio de recursos públicos. Marcos Santos chegou a ser condenado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região a mais de 15 anos de prisão por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude em licitações. Santos recorreu da sentença, por isto permanece em liberdade.


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Prefeitos pedem ajuda do governador de Minas para reativar usinas

MASSA FALIDA ENCERRAMENTO DE ATIVIDADES DA TRIÁLCOOL E VALE DO PARANAÍBA PREJUDICOU A ECONOMIA LOCAL

Prefeito da cidade mineira de Ipiaçu, Leandro Luis de Oliveira afirma que situação dos municípios é preocupante

bre o Grupo João Lyra, afetando diretamente o pagamento salarial dos colaboradores que prestavam serviços à unidade sucroalcooleira. Em 2013, a crise se aprofundou e as atividades foram encerradas definitivamente. Nossa gente perdeu o emprego, nossos amigos tiveram de ir embora em busca de sobrevivência. Nosso comércio viu a locomotiva da prosperidade econômica se estagnar”.

JOSÉ FERNANDO MARTINS

josefernandomartins@gmail.com

O

governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), recebeu das mãos do prefeito de Ipiaçu (MG), Leandro Luís de Oliveira, um documento que pede ajuda quanto às usinas Vale do Paranaíba e Triálcool, pertencentes à Massa Falida da Laginha e localizadas nas cidades de Capinópolis e Canápolis, respectivamente. Com o fechamento dos empreendimentos, municípios da região amargam com a queda da economia e o desemprego. “Pimentel se comprometeu em ser mais um parceiro nessa luta, que também é de suma importância para o estado de Minas Gerais”, disse Oliveira. O petista demonstrou interesse em resolver a questão. “Este é um setor importantíssimo para Minas Gerais e para o Brasil, responsável pela produção de álcool e açúcar e, agora, também de energia”, afirmou Pimentel. O encontro ocorreu no dia 28 de abril, mesma data em que deveria ter acontecido a abertura das propostas de compra das duas unidades mineiras na cidade de Coruripe (AL). Enquanto em Minas Gerais o “sonho” era para que as usi-

nas voltassem à ativa, em Alagoas a realidade foi diferente. A reunião em Coruripe foi encerrada sem propostas durante audiência marcada para que se manifestassem os interessados em adquirir tanto a Triálcool quanto a Vale do Paranaíba. A audiência ocorreu no Fórum de Coruripe com a presença dos juízes responsáveis pelo processo falimentar: Phillipe Alcântara, Leandro Folly e José Eduardo Nobre. Também participaram credores, membros do Ministério Público de Alagoas que atuam no processo de falência da Laginha e representantes da administração judicial da empresa, além de representantes da atual administradora judicial, a Lindoso e Araújo Consultoria Empresarial Ltda. Os magistrados responsáveis pelo processo de falência da Laginha explicaram que para a próxima tentativa de

venda, o procedimento adotado será o leilão. Nos próximos dias, os juízes indicarão o leiloeiro responsável. Os irmãos Lourdinha e Guilherme Lyra, pelo menos desta vez, falharam ao tentar suspender a audiência. A dupla tinha entrado com um agravo na Justiça alagoana para adiar mais uma vez a possível venda das usinas. Eles argumentam que é necessário uma reavaliação dos bens, já que o valor de venda anunciado – R$ 227,7 milhões para a Triálcool e R$ 211,3 milhões para a Paranaíba – data de outubro de 2014. Conforme as prestações de contas disponíveis no site www. grupojl.com.br, em fevereiro, último mês atualizado, as despesas com a usina Triálcool chegou a R$ 46.502,87. Já a Vale do Paranaíba, o valor foi de R$ 23.966,10. Os valores englobam custos com vigilância, combustí-

veis, taxas, serviços de conservação, entre outros.

INDEFINIÇÃO EM ALAGOAS

LAMENTOS O setor sucroenergético em Minas Gerais conta com 34 usinas produtoras de açúcar, etanol e bioeletricidade, localizadas em 26 municípios e que geram 184 mil empregos diretos e indiretos. A área plantada, de cerca de 970 mil hectares, está distribuída em 130 municípios, com mais de mil produtores rurais fornecedores de cana. Durante reunião no início do mês de abril, prefeitos das cidades mineiras debateram os efeitos do encerramento das atividades das usinas Vale do Paranaíba e Triálcool. Segundo o presidente da Câmara Municipal de Capinópolis, Ivo Américo, “em 2012, o horizonte que anunciava o futuro, perdeu sua cor e uma grande crise financeira se abateu so-

Como já publicado pelo EXTRA, o governo do Estado e o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) divergem quando o assunto é reforma agrária nas terras da Usina Laginha. O TJ-AL irá acionar a atual administradora da massa falida do Grupo João Lyra, a empresa Lindoso e Araújo Consultoria Empresarial Ltda, para analisar a destinação das terras da usina para a reforma agrária. Em contraponto, Renan Filho promete que a aquisição das áreas de usinas do Grupo João Lyra será “a maior reforma agrária da história de Alagoas. É uma coisa muito simbólica e eu, como governador, já tenho trabalhado para que a gente caminhe nessa direção e faça uma reforma que permita àqueles que não têm acesso à terra que sejam assentados, que tenham condição de produzir”.


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Cícero Almeida será interrogado no dia 10

MÁFIA DO LIXO

INTERROGATÓRIO E DEPOIMENTO DE TESTEMUNHAS DE DEFESA ACONTECEM NO STF VERA ALVES veralvess@gmail.com

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deputado federal Cícero Almeida (PMDB) será interrogado no próximo dia 10 na ação penal em que é acusado de favorecimento a empresas responsáveis pela coleta de lixo durante o tempo em que ele foi prefeito de Maceió (2005-2012). As irregularidades teriam se dado ainda na primeira gestão e ficaram conhecidas como o escândalo da Máfia do Lixo. Denunciado pelo Ministério Público Estadual, que calcula em quase R$ 200 milhões os prejuízos ao erário, o ex-prefeito chegou a ser denunciado junto ao Tribunal de Justiça, mas o caso foi para o Supremo Tribunal Federal (STF) depois que ele foi eleito deputado federal. A audiência de interrogatório da próxima quarta, aliás, acontece na sede do STF, em Brasília. Antes de Almeida serão ouvidas duas testemunhas arroladas pela defesa do parlamentar, o advogado Marcelo Henrique Brabo Magalhães e Carlos Roberto Ferreira Costa, ex-procurador-geral do Município. Marcados para terem início às 14h30, os depoimentos serão tomados pelo juiz Richard Pae Kim, magistrado instrutor do gabinete do ministro Dias Toffoli, que é o relator da Ação Penal 956 que tem Almeida como réu. Brabo, cujo escritório de advocacia prestava serviços à Prefeitura até 2006, deveria ter sido ouvido no dia 9 de março, mas estava em viagem no exterior, o que acabou levando ao cancelamento da audiência que seria realizada na 13ª Vara da Justiça Federal, em Maceió. Nela também seriam ouvidos Costa e o ex-prefeito. A ACUSAÇÃO Investigações realizadas

Almeida teria dado prejuízo de R$ 200 mi aos cofres públicos

pelo Ministério Público Estadual nos anos de 2005 e 2006 confirmaram que, ao invés de realizar licitação para contratação de empresa encarregada da coleta de lixo na cidade, a prefeitura forjou a renúncia da Construtora Marquise S/A do contrato vigente e fabricou uma emergência para justificar a celebração de contrato com a Viva Ambiental e Serviços Ltda. A Marquise havia sido contratada em 2000 mediante licitação, mas em março de 2005 alegou dificuldades no recebimento dos pagamentos quinzenais pelos serviços prestados, reclamou dos valores e manifestou seu desejo de não mais continuar prestando serviços. Faltando três meses para o término do contrato – que expiraria em julho – o então prefeito Cícero Almeida não só autorizou o pagamento do que era devido à empresa, mas também reajustou os valores e o fez retroativamente a janeiro daquele ano e aceitou a “renúncia”. Ocorre que, pela legislação

vigente, não poderia a empresa ter renunciado. Trata-se de prerrogativa da administração pública, o que foi ignorado pelo gestor. Almeida ignorou igualmente parecer da Procuradoria-Geral do Município que orientava a administração a escolher entre o reajuste de valores pretendido pela Marquise ou a rescisão do contrato “por mútuo consenso”. Adotou os dois, ao mesmo tempo em que determinou a contratação, em caráter emergencial – sem licitação – de outra empresa. Tal contratação chamou a atenção dada a celeridade com que foi feita. No dia 15 de abril de 2005 – uma sexta-feira – foi aberto processo para contratação da nova empresa. Na segunda, 18 de abril, Almeida recebeu da Slum (Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió) a relação de quatro empresas para substituir a Marquise e no dia seguinte todas apresentaram planilhas de custo detalhadas. No dia 20 de abril, a Viva Ambiental foi comunicada que

a sua proposta fora a vencedora por ter sido a de menor preço. Nove dias depois o contrato era assinado. Contratada emergencialmente para um período de seis meses pelo valor global de R$ 8.740.213,92 a Viva Ambiental já havia recebido em quatro meses de atuação, entre maio e agosto, R$ 7.306.171,02. Em setembro, Almeida autorizou um acréscimo de mais R$ 2.183.297,45 e o valor global do contrato se elevou para R$ 10.923.511,37. Em novembro de 2005, um novo contrato – também em caráter emergencial, portanto com dispensa de licitação – foi firmado pela prefeitura com a Viva Ambiental. Mesma prestação de serviços, mesma duração, mas com valor global de R$ 15.055.178, quase o dobro do valor do primeiro contrato. Ou seja, ao invés de haver providenciado a licitação para contratação de empresa para coleta do lixo, Almeida optou por celebrar novo contrato com a Viva. Pela legislação vigente não cabe prorrogação em se tratando de contratação emergencial; deve o gestor durante os 6 meses da situação de excepcionalidade providenciar a realização de concorrência pública, o que não foi feito. O Ministério Público também incluiu no rol de denunciados pelo esquema a Marquise, suspeita de ter sido beneficiada com o reajuste retroativo de valores a despeito de, segundo a prefeitura, ter rompido o contrato, bem como a Viva Ambiental. Sobre esta, pesa também a acusação de se utilizar de uma empresa com a qual mantinha laços estreitos na época – mesmo endereço e mesmo gerente – para elaboração da cotação de preços apresentada ao município. A empresa, no caso, é a Trópicos Engenharia e Comércio Ltda.

Deputado pode trocar de partido pela 10ª vez

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ícero Almeida vai trocar novamente de legenda. Candidato derrotado nas eleições do ano passado para a Prefeitura de Maceió pelo PMDB, ele agora mira o PTN, nanico que poderá vir a comandar em Alagoas com a expectativa de se eleger deputado estadual em 2018. Se concretizada a mudança, será a décima vez que o ex-prefeito troca de legenda nos 17 anos de mandatos eletivos. A provável mudança de legenda se dá em um momento em que Almeida ainda é alvo de representação por parte do PRTB, partido pelo qual se elegeu deputado federal em 2014 e cuja Executiva Nacional ingressou com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo o mandato para o suplente. O argumento é de que o mandato pertence ao partido. Indiferente às queixas do PRTB, contudo, ele formalizou a saída, foi para o PSD e depois para o PMDB para ser o candidato nas eleições de 2016 do senador Renan Calheiros e agora se prepara para outra ingressar nas fileira do PTN nacionalmente comandado por Renata Breu, filha de José de Abreu, presidente licenciado. Em Alagoas, s sigla é formalmente comandada por Raquel de Souza Diniz. Confira abaixo as legendas pelas quais Ciço passou em 17 anos: PSL: 2000 - 2001 PDT: 2002 - 2005 PTB: 2005 PP: 2006 - 2012 PEN: 2012 PSD: 2012 PRTB: 2012 - 2015 PSD: 2015 - 2016 PMDB: 2016 - atualmente PTN: provável novo partido


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MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE MAIO DE 2017

CNJ quer garantir liberdade de imprensa

SEM CENSURA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA CRIA COMISSÃO PARA EXAMINAR PROCESSOS CONTRA JORNALISTAS

POR MANUEL CARLOS MONTENEGRO Agência CNJ de Notícias

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presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ministra Cármen Lúcia, anunciou na quarta-feira (3) a criação da Comissão Executiva do Fórum Nacional do Poder Judiciário e Liberdade de Imprensa. A comissão é responsável pelas atividades do fórum, que examinará casos de censura, processos contra jornalistas, restrições diversas à atividade jornalística em que o Judiciário pode atuar para garantir a liberdade de imprensa e o direito à informação. “Me dizem que o Brasil hoje não é um país que garanta livremente o exercício do jornalismo. Quero apurar isso melhor para saber quais são os problemas gerados apesar de uma constituição que garante tão amplamen-

te liberdades, inclusive a de imprensa, apesar de o texto constitucional não necessitar de grande intervenção para ser interpretado: ‘é proibido qualquer tipo de censura’. E, no entanto, continua a haver censura e jornalistas que não podem exercer seus direitos. É preciso resolver isso”, disse a ministra, durante a abertura do Fórum Liberdade de Imprensa e Democracia, realizado pela Revista Imprensa em Brasília, na seccional local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF). A liberdade de imprensa está garantida pela Constituição Federal de 1988, mas precisa ser implantada com “ampla eficácia”, pois o Brasil “é craque em fazer leis”, mas, segundo a ministra, cumprir leis “não é a norma”. A convivência democrática depende do direito de o jornalista informar e de o cidadão ser informado pois, de

acordo com Cármen Lúcia, só uma cidadania “bem informada, livre e, portanto, crítica e responsável pelas suas escolhas ” poderá fazer valer seus direitos e participar decisivamente da construção da democracia no país. Informação e liberdade A falta de “informações precisas”, segundo a ministra, aumenta a quantidade de analfabetos políticos na sociedade. “O cidadão é livre quando tem a capacidade crítica de fazer escolhas. O cidadão sem informação é o analfabeto político. Ele tem até o direito formal de participação, mas tem como exercê-lo livremente e responsavelmente esse direito. Sei como isso causa medo e vergonha no cidadão e eu sempre digo que o medo e a vergonha são os dois maiores dados de fragilização do ser humano”, disse Cármen Lúcia. RETROSPECTO

A ministra lembrou que, embora a liberdade de imprensa esteja prevista na constituição brasileira desde 1824, nem sempre foi respeitada. Durante as ditaduras, como o Estado Novo, a vigência do texto constitucional foi interrompida. Em outros períodos, no entanto, houve restrições ao trabalho jornalístico e até prisões de repórteres em função de sua atividade profissional. A prisão do jornalista Orestes Barbosa, que se transformou no livro de crônicas “Na Prisão” (1922), é um exemplo a não ser repetido jamais, assim como os trechos de receitas culinárias que o Jornal Movimento publicava no lugar de informações censuradas, na época em que a ministra cursava faculdade. “Temos tudo para superar aquela fase de 100 anos atrás, em que jornalista era proibido de entrar em um órgão

público e que poderia até ser preso, como foi várias vezes, em todos os períodos ditatoriais. Eu espero que isso seja apenas uma triste lembrança, tristes passagens na história do Brasil que nunca voltem a se repetir”, disse. COMPOSIÇÃO Nas últimas semanas, as entidades que compõem o órgão – Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), entre outras – fizeram indicações de representantes para a comissão. A portaria que formalizará a nova composição, com os nomes dos seus novos integrantes, só não foi publicada ainda, de acordo com a ministra, para que ela pudesse fazer o anúncio publicamente no Fórum Liberdade de Imprensa e Democracia.


MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE MAIO DE 2017

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ONG divulga violações contra imprensa no país

CRIMES CONTRA IMPRENSA ARTIGO 19 APONTA O NORDESTE COMO A REGIÃO COM O MAIOR NÚMERO DE CASOS

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vítima atuava revela que em mais da metade dos casos (52%) o comunicador estava ligado a veículos considerados alternativos – como blogs e pequenos jornais impressos –, enquanto o número de graves violações registradas em veículos comerciais foi de 42%. Na divisão por região do país, o relatório identificou que a maior parte dos casos foi registrado em estados do Nordeste: 45%. Na sequência, vêm a região Sudeste (22%), Norte (16%), Sul (10%) e Centro-Oeste (7%). Porém, o Estado em que a Artigo 19 registrou o maior número de graves violações foi São Paulo, que, sozinho, concentrou 16% dos casos. Na sequência, estão Ceará e Maranhão (13% cada) e Bahia (10%). No recorte por tamanho das cidades, o padrão se manteve em relação ao que apontaram os relatórios passados, com a maior parte dos casos sendo registrados em cidades pequenas (menos de 100 mil habitantes): 64%. Já 26% dos registros ocorreram em cidades de médio porte (entre 100 mil e 500 mil habitantes), enquanto que 10% aconteceram em cidades grandes (mais de 500 mil habitantes). Para a Artigo 19, uma das razões para estes números é a de que, em cidades pequenas, os comunicadores estão mais em evidência, pois há um número menor de veículos e de profissionais de comunicação, tornando a atividade de denunciar irregularidades ou emissão de críticas mais arriscada.

Organização Não-Governamental de direitos humanos Artigo 19 lançou no último dia 3 o relatório “Violações à Liberdade de Expressão - Relatório Anual 2016”, que compila e analisa as graves violações contra comunicadores (jornalistas, blogueiros, radialistas e donos de veículos) registradas e apuradas pela organização em 2016 no Brasil. O lançamento do estudo, que já está em sua quinta edição, coincidiu com o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado neste 3 de maio. No monitoramento, foram registradas 31 graves violações contra comunicadores ao longo de 2016 em todas as regiões do país, sendo quatro assassinatos, cinco tentativas de assassinatos e 22 ameaças de morte. Nenhum sequestro foi registrado. De todas as vítimas, 11 eram jornalistas ou repórteres e outras 11 eram blogueiras. Em seis dos casos a vítima era radialista e em três deles, proprietária de um veículo de comunicação. Outro dado importante é que 84% desses comunicadores já haviam sido alvo de violações em anos anteriores, o que demonstra a incapacidade do Estado brasileiAGENTES DO ESTADO ro em garantir a proteção dessas SEGUEM SENDO pessoas. PRINCIPAIS SUSPEITOS A análise sobre o tipo do veNo que diz respeito aos susículo de comunicação na qual a peitos de serem os autores das

violações, a tendência das análises dos anos anteriores também se manteve, com a ampla maioria se concentrando em agentes do Estado, como políticos e policiais – em 77% dos casos esse foi o perfil identificado. Outra perspectiva adotada pela análise foi o das motivações: em 65% das ocorrências, a realização de denúncias de irregularidades cometidas por autoridades na gestão pública foi apontada como a causa da violação, ao passo que em 35% as motivações teriam sido a emissão de uma crítica. Por fim, outro dado preocupante é que em 39% dos casos de graves violações contra comunicadores não houve a abertura de investigação por parte da polícia. O número pode ser visto como um dos sintomas da falta de capacidade e iniciativa do Estado brasileiro em lidar com a questão. CENÁRIO SE MANTÉM, MAS ESTADO SEGUE OMISSO Júlia Lima, coordenadora da área de Proteção e Segurança da ARTIGO 19, lembra que o cenário de violações à

liberdade de expressão de comunicadores permanece basicamente o mesmo nos últimos cinco anos e que, mesmo assim, o Estado brasileiro não avançou praticamente em nada para lidar com a questão. “Já está mais do que evidente, e nossos números só comprovam isso, que as violações contra a liberdade de expressão de comunicadores no Brasil são sistemáticas e ocorrem por todo o território, conformando um quadro que demandaria uma ação enérgica e coordenada do Estado brasileiro. No entanto, nesses cinco anos em que realizamos nosso monitoramento, a questão foi praticamente ignorada pelas autoridades brasileiras, sobretudo pelo Executivo Federal, que é quem tem mais condições de formulação e ação nesta seara. Como resultado, nós temos um cenário de violência que tem se intensificado cada vez mais”, critica. Ela também ressalta a importância de que o Estado brasileiro desenvolva medidas de proteção imediatas aos comunicadores e lembra

que o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) poderia servir como espaço de articulação entre sociedade civil e Estado para atuar sobre o cenário de violações a comunicadores. “Apesar de ter sido pensado para defensores de direitos humanos, o PPDDH, criado em 2005, poderia também abarcar os comunicadores, com as devidas adaptações. No entanto, o programa nunca contou com os aportes de recursos que merecia, nem foi tratado com a prioridade necessária pelo Executivo Federal e, mais recentemente, tem enfrentado uma crise estrutural que o enfraqueceu muito. Ou seja, não só não há avanços, como a perspectiva é a de retrocessos”, lembra. “Nesse momento em que a sociedade civil tem lutado pela continuidade e melhoria do PPDDH, é importante aprofundar a discussão sobre como ampliar esse mecanismo com o fim de proporcionar proteção efetiva aos comunicadores”, conclui.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE MAIO DE 2017

Senadores mantêm Renan na liderança do PMDB

ENQUADRAMENTO AGORA RENAN FALA PELA BANCADA COMO LÍDER E FARÁ OPOSIÇÃO AO GOVERNO COMO SENADOR

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movimento foi intenso na sala da liderança do PMDB no Senado durante toda quarta-feira (3). O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), líder do partido na Casa, chegou ao local por volta das 10h, com o posto ameaçado por uma articulação de peemedebistas insatisfeitos com a sua oposição pública ao governo do presidente Michel Temer (PMDB). Doze horas e duas reuniões depois, ele continuava lá, tão opositor quanto antes, mas acabara de ser enquadrado por correligionários, que garantiram a sua permanência na liderança da maior bancada do Senado. Às 14h30, Renan se reuniu por quase uma hora com representantes de centrais sindicais e senadores que fazem oposição ao governo Temer. Foi chamado de “o cara” pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e ouviu agradecimentos de Gleisi Hoffmann, líder do PT na Casa. Diante de jornalistas, o peemedebista voltou a fazer críticas enfáticas às reformas

Renan Calheiros é mantido na liderança do PMDB no Senado, mesmo fazendo oposição ao Governo Temer

trabalhista e da Previdência, ambas propostas pelo Planalto, às quais, “na medida do possível, é preciso resistir”. Ele também pediu dos sindicalistas que façam “mobilização social”. A primeira, aprovada na semana passada pela Câmara e enviada ao Senado, “revoga a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas)”. A segunda, cujo texto foi aprovado em comissão especial da Câmara nesta quarta, é “contra os trabalhadores e contra as regiões mais pobres do país”. A mais recente de uma série de manifestações públicas de oposição ao governo federal --que incluiu ainda uma comparação da gestão Temer com a do presidente Artur Bernardes, “considerado o governo da vingança”-- fez barulho. A insatisfação de peemedebistas com o comportamento do líder da sigla alcançou níveis sem precedentes na atual crise interna do PMDB, levando um grupo de senadores da legenda a se reunir no fim da

tarde em uma sala reservada no cafezinho do plenário para discutir a questão. Nos corredores do Senado, passou a circular a informação de que havia uma lista com assinaturas suficientes para destituir Renan do posto. Como a bancada tem 22 senadores, seriam necessários 12 votos. Aliado de Calheiros, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) passou então a coletar manifestações de apoio ao ex-presidente do Senado e alcançou a maioria. “O Renan é o líder do PMDB no Senado”, afirmou Braga ao ser questionado pela reportagem do UOL sobre o assunto. Líder do governo na Casa, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) declarou horas mais tarde que “não houve nenhum tipo de lista contra o Renan”. “A bancada do PMDB não precisa de lista nem para nomear nem para destituir líder. No dia que nós tivermos que destituir líder, nós vamos fazê-lo numa reunião no plenário”, completou a senadora Simone

Tebet (PMDB-MS). Sem tratar abertamente da suposta articulação para tirá-lo do posto, Renan disse após a reunião que “o PMDB vai discutir democraticamente o que vai fazer pela sua maioria”. “Se for incompatível com a liderança do PMDB defender os trabalhadores, vocês não duvidem o que pode acontecer”, afirmou. Às 17h30, teve início uma reunião na liderança do PMDB que se estendeu por quatro horas e teve a participação de quase todos os integrantes da bancada. Do lado de fora da sala, foi possível ouvir falas exaltadas de um senador. “Se nós do PMDB não chegarmos em 2018 com o país arrumado, nós vamos para o chão. Podem colocar isso na cabeça”, alertou. Depois da “lavagem de roupa suja”, Jucá falou sobre o encontro. “Ninguém estava discutindo não ser [mais o líder] o Renan. Nós estávamos discutindo o funcionamento do processo de encaminha-

mento das coisas, questões internas”, disse. Ficou acertado, segundo o senador, que Calheiros “verbalizará a posição da maioria da bancada nas questões programáticas”. A reportagem apurou que esta também foi a posição apresentada por Renan. “Foi uma reunião bastante positiva. Acalma, apara essa onda de que vai tirar o Renan. É um excelente quadro, preparado, experiente. O momento é de extrema delicadeza política. Isso quer dizer que você tem que pegar os melhores e escalar nas melhores posições”, avaliou Jucá. “Ele será um aliado importante nesse processo de aprovação das reformas, então nós temos que trabalhar juntos.” Nas palavras de Simone Tebet, “houve uma insatisfação preliminar que nós queríamos levar na bancada, para conversar com ele”. Segundo a senadora, não se pode pautar Renan enquanto parlamentar, “senão se coloca o líder como um fantoche”. “Ele pode falar aquilo que ele pensa enquanto senador. Nós nem entramos no mérito do que ele pensa. Agora que ele, quando se pronunciar a respeito de alguma coisa em plenário mais polêmica, que ele ouça a bancada. E foi acordado”, declarou. “Nós somos uma bancada de 22, nós podemos fazer chover aqui no Senado. A nossa união é que faz a nossa força”, complementou. Os senadores do PMDB já têm outra reunião marcada, para a noite da próxima terçafeira (9): um jantar na casa da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP). Dessa vez, esperam, o clima será “de congratulação”. “Vamos brindar”, disse Jucá, sem responder a o quê. (REPRODUZIDO DO UOL BRASÍLIA)


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MP Eleitoral pede cassação de prefeito e vice

JUNQUEIRO

CARLOS AUGUSTO E ZÉ TAVARES SÃO ACUSADOS DE ABUSO DE PODER ECONÔMICO

VERA ALVES veralvess@gmail.com

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prefeito de Junqueiro, Carlos Augusto Lima (PMDB), e o vice, José de Medeiros Tavares Neto, estão na iminência de serem cassados por abuso de poder econômico nas eleições de 2016. O pedido de cassação e perda dos direitos políticos por oito anos foi feito pelo Ministério Público Eleitoral em despacho do último dia 28 pelo procurador-regional eleitoral Marcial Duarte Coêlho numa ação de investigação eleitoral proposta pelo segundo colocado na disputa pela prefeitura, Cícero Leandro Pereira da Silva (PPS). Além do prefeito e do vice, o MPE Eleitoral também pede a suspensão dos direitos políticos por 8 anos do antecessor de Carlos Augusto, Fernando Soares Pereira, de quem o atual prefeito era vice até o ano passado. De acordo com as investigações do MP, o então prefeito e seu vice patrocinaram a entrega de materiais de construção durante o período eleitoral com o fito de beneficiarem a candidatura de Carlos Augusto. Depoimentos colhidos ao longo do processo revelaram que servidores municipais que dirigiam caçambas e retroescavadeiras eram desviados de suas funções habituais de coleta e lixo e remoção de entulhos para a entrega dos materiais. Chamados a se explicarem, os acusados alegaram que a distribuição dos mate-

Carlos Augusto e Zé Tavares quando da diplomação como prefeito e vice, respectivamente; Fernando Pereira também é alvo da ação

riais fariam parte e um programa social amparado por lei municipal, o que foi rechaçado pelo MP, diante da constatação de que não houve critérios para distribuição das benesses. “Ficou demonstrado nos autos que a Administração de Junqueiro, chefiada por Fernando Soares Pereira e Carlos Augusto Lima de Almeida, dispunha do patrimônio público em favor de cidadãos sem qualquer critério, procedimento ou controle, com o evidente fim de beneficiar eleitores em potencial. A conduta, praticada em ano eleitoral, importa vantagem indevida para o gestor e os candidatos por ele apoiados. Isso porque incute na popu-

lação a ideia de que a prática se perpetuará caso saiam vencedores aqueles que fazem parte o mesmo grupo político do benfeitor”, assinala o procurador em sua decisão. VOTAÇÃO Na avaliação do Ministério Público Eleitoral, o abuso econômico ficou ainda mais evidenciado pelo resultado das eleições: Carlos Augusto venceu a disputa eleitoral de 2016 com uma diferença de apenas 3 votos em relação ao segundo colocado, Leandro Silva; foram 6964 votos para o eleito contra 6961. Um terceiro postulante ao cargo de prefeito, Onaldo Tavares (PMN), obteve 140 votos.


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Sindicato dos Empregadores de Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana no Estado de Alagoas – SINDLIMP/AL. Reconhecido Pela carta Ministerial de 31 de janeiro de 1983 CÓDIGO SINDICAL: 020.083.01634-6 – CNPJ: 08501710/0001-07

NOTA DE SOLIDARIEDADE A diretoria dos Sindicatos abaixo assinados, vem a público manifestar a sua mais ampla e irrestrita solidariedade a toda diretoria do Sindlimp/AL com vista ao Pleito Eleitoral de 2017. Esta diretoria, pautada de credibilidade por seus serviços prestados a seus associados e familiares, transparência, aos interesses dos trabalhadores.


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Eleições 2018 e Constituinte em debate

PAPO NO MIRANTE

MENDES DE BARROS E RONALDO LESSA SÃO OS CONVIDADOS DO EVENTO PROMOVIDO PELO CREA BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

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esta sexta-feira, 5, o Crea-AL (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas) estará realizando a segunda edição do Papo no Mirante. O debate que terá início às 18h30 contará com as participações do deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) e do jurista Mendes de Barros que discutirão seus pon-

tos de vistas a respeito do tema: “Eleições de 2018 com Poder de Assembleia Constituinte”, O debate tem como proposta levar ao público a parte jurídica constitucional representada pelo ex-procurador da Assembleia Legislativa Mendes de Barros junto com a ideologia parlamentar do ex-governador de Alagoas pelo PDT, Ronaldo Lessa. O debate abordará tam-

bém o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 312, de autoria do ex-procurador e apresentado em Brasília pelo deputado que trata de uma convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, que tem como objetivo dar aos deputados federais e senadores eleitos a partir de 2018 poderes constituintes absolutos, com a possibilidade de modificar qualquer artigo da constituição.

Para Mendes de Barros, é preciso que a constituinte aconteça para que alguns privilégios como o foro privilegiado, possam ser modificados, pois só deveria existir no sentido de que uma autoridade como presidente da República, senador ou desembargador não pode estar sendo processado e continuar exercendo o cargo. “Tem que parar tudo e julga-lo”, diz o ex-procurador, que complementa citando o caso de Fernando Collor de Mello que

passou 22 anos com um processo que agora está prescrito. Enquanto estava sendo processado, o atual senador e líder do Partido Trabalhista Cristão (PTC) continuou exercendo o cargo. O Papo no Mirante começa às 18h30, no auditório do Crea Alagoas. As inscrições podem ser feitas pelo número 2126-0889, pelo e-mail comunicacao@crea-al.org.br ou através do site do Crea http://www.crea-al.org.br.


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SINDLIMP / ALAGOAS ELEIÇÕES 2017

Companheiros,O Sindlimp-AL é uma entidade que realmente defende os interesses dos trabalhadores, tais como aumento de salários e conquistas como o auxílioalimentação e auxílio-saúde. Dispõe também para todos os associados e seus dependentes os serviços: * Assistência médica e ambulatóriais * Assistência odontológica * Assistência Jurídica * Funeral sem ônus para funcionário.

TRABALHADOR: SAIBA SEUS DIREITOS Benefício Social Obreiro – é uma conquista do Sindlimp para a categoria, sem custo para os trabalhadores. A maioria dos trabalhadores da nossa categoria sustenta toda a sua família com sua renda. E quando ocorre alguma fatalidade, o Benefício Social Obreiro socorre esses familiares. Esta é uma conquista do Sindlimp para os trabalhadores. É um dever de o empregador fazer o recolhimento em dia no valor de R$ 8 por cada funcionário.

Trabalhador, faça valer seus direitos!


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Assembleia abre espaço para profissionais da engenharia

FRENTE PARLAMENTAR DEPUTADO INÁCIO LOIOLA REPRESENTARÁ INTERESSES DA CATEGORIA NO LEGISLATIVO

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esta sexta-feira, dia 5 de maio, no plenário da Assembleia Legislativa de Alagoas, o deputado estadual Inácio Loiola estará realizando a sessão especial de instalação da Frente Parlamentar da Engenharia Alagoana. A criação da Frente Parlamentar de Engenharia, antiga reivindicação dos profissionais do Sistema Confea/Crea, de autoria do parlamentar, contou com o apoio e a aprovação de todos que constituem o Poder Legislativo. “A instalação da Frente Parlamentar da Engenharia alagoana vai possibilitar uma maior aproximação do Crea com o Poder Legislativo do Estado. No parlamento seremos liderados pelo deputado e engenheiro agrônomo Inácio Loiola, que vai ajudar nos debates e projetos de interesses comuns do engenheiro, agrônomo, geólogo, geógrafo e o meteorologista. Nossa missão também soma com o movimento nacional “Engenharia Unida”, encabeçado pela Federação Nacional dos Engenheiros, e a Frente Parlamentar Mista da Engenharia Nacional, que defende a retomada do desenvolvimento do País”, destacou o presidente do Crea Alagoas, Fernando Dacal. Inácio diz que a Frente Parlamentar da Engenharia vai possibilitar a abertura de um maior diálogo com a sociedade no tocante ao debate sobre projetos estruturantes de interesse dos alagoanos, uma vez que certamen-

Deputado Inácio Loiola

te vai haver a participação de profissionais- engenheiros, agrônomos, geólogos e outros – subsidiando e participando com melhores ferramentas os responsáveis executores de obras relevantes para o crescimento do Estado. Também pode ajudar a abrir novos espaços no mercado de trabalho. Esse momento por que passa o País onde os recursos estão cada vez mais escassos e a população exige do gestor maior competência seja no espaço privado ou público, afirma Inácio, é preciso consultar e ouvir pessoas renomadas e preparadas em determinada área que possa contribuir para a elaboração e a execução de projetos que proporcionem benefícios e segurança à sociedade, garantam a sustentabilidade e ao mesmo tempo preservem o patrimônio público.

EDITAL DE CITAÇÃO – USUCAPIÃO PRAZO DE 30 DIAS O Dr. Erick Costa de Oliveira Filho, Juiz de Direito Substituto da 11ª Vara Cível da Capital, Comarca de Maceió, na forma da Lei, etc. Por intermédio do presente, réus incertos e desconhecidos, terceiros incertos, interessados e desconhecidos, e demais confinantes, atualmente em local incerto ou não sabido, fica(m) ciente(s) de que, neste Juízo de Direito, tramitam os autos do processo epigrafado, bem como CITADA(S) para responder(em) à ação, querendo, no prazo de 15 dias, contado do transcurso do prazo deste edital. ADVERTÊNCIA: Não sendo contestada a ação no prazo marcado, presumirse-ão aceitos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na petição inicial (art. 344 do CPC). DESCRIÇÃO DO BEM: 1 (um) terreno urbano, localizado na Rua Quintino Bocaiuva, sob n. 434, Ponta da Terra, Maceió/AL, medindo 28 palmos de frente por 72 palmos de comprimento, limitando-se de um lado com a casa de n. 440, de propriedade do Laguna Praia Hotel e do outro lado, com a casa de n. 430, de Propriedade do Laguna Praia Hotel e de fundos com o terreno de propriedade do Laguna Praia Hotel. E, para que chegue ao conhecimento de todos, partes e terceiros, foi expedido o presente edital, o qual será afixado no local de costume e publicado na forma da lei. Dado e passado nesta cidade de Maceió, capital do Estado de Alagoas, aos 12 de dezembro de 2016. Eu, Manassés Paranhos Prado Júnior, Analista Judiciário, o digitei, e Amanda Medeiros Cavalcante Chefe da Secretaria Substituta o conferi. Erick Costa de Oliveira Filho Juiz de Direito Substituto


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COQUEIRO SECO

Uma cidade em desenvolvimento Prefeita faz balanço dos 100 dias de governo

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ecele Damaso (PMDB) é prefeita de Coqueiro Seco, cidade com cerca de 7 mil habitantes. Um município pequeno, mas de grandes desafios. E, em menos de cinco meses, a prefeita começa a cumprir as promessas de campanha colhendo resultados. Confira! Como tomou conhecimento das necessidades do município após a posse? Decele Damaso: Na verdade, começamos a trabalhar muito antes de tomar posse. Como já conhecia o município, eu já sabia das demandas. Só não conhecia como era a prefeitura. A minha trajetória é de políticas públicas. Estou fazendo a partidária porque é o meio de acesso para mudar a nossa realidade. Nós temos condições naturais belíssimas. Estamos em um lugar privilegiado. A minha intenção é habilitar o município para o progresso. Qual a principal reclamação do munícipe? DA – Quando fui candidata sempre fazia pesquisas para saber qual era a principal necessidade da população. A maioria das pessoas dizia que era a precariedade da saúde pública. Hoje, estamos com os nossos três PSFs funcionando. Sem falar da manutenção dos gabinetes odontológicos. Dedicar-me à saúde pública foi só uma das minhas promessas de campanha. E quanto à educação em Coqueiro Seco? DA - A cidade, atualmente, possui uma creche, cinco escolas municipais e uma estadual. Investir nos alunos é garantia de um futuro melhor. Temos que trazer o Senac para cá e estimular os jovens a terem uma profissão. A gente vai colocar todo mundo na sala de aula. Houve melhorias na segurança pública no município? DA - Atualmente contamos com o apoio do 8º Batalhão de Polícia Militar, sem contar que vamos abrir o GPM, que estava fechado há mais de oito anos. E para afastar a nossa juventude da violência, estamos investindo no esporte para as atividades físicas. Quais os planos para estimular a economia? DA – Nosso povo é extremamente talentoso. Devemos focar no empreendedorismo e cooperativismo. Na Semana Santa, por exemplo, nossa produção de peixes e sururu foi excelente e conseguimos vender com bons preços. Tenho que elevar a autoestima desse povo para mostrar que são capazes de empreender.


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Secretaria da Mulher consolida avanços e tem como meta a humanização

VISIBILIDADE HÁ 10 MESES NO CARGO, CLÁUDIA SIMÕES DIZ QUE SEMUDH EXISTE E PROMOVE AÇÕES RELEVANTES

MARIA DA PENHA

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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rgão essencial para a eliminação das desigualdades de gênero, a Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas (Semudh) conseguiu ampliar o escopo de atuação na defesa das mulheres e tem como meta a humanização em suas áreas de atuação. Há 10 meses à frente da pasta, Cláudia Simões comemora os avanços e afirma que a secretaria existe e promove ações relevantes. Mas, apesar dos esforços, os números da violência contra a mulher aumentaram. Segundos dados da Polícia Civil, em 2016 foram registrados 7.870 ocorrências, 49% a mais se comparado ao ano de 2015, que foi de 5.273. O argumento é de que hoje as mulheres se sentem mais seguras para procurar ajuda. A secretaria tem passado por modificações e na atual gestão trabalha com quatro linhas de ação: Mulher, Direitos Humanos, Pessoas com Deficiência e Procon. Mas não impede de promover outras ações de interesse de seu público alvo. E é o que faz a secretária Cláudia Simões e sua equipe. A parceria com o Procon é comemorada pela secretária. Ela afirma que a superinten-

Cláudia Simões comemora ampliação das atividades desenvolvidas pela Secretaria da Mulher

dência do órgão foi entregue a um técnico competente que interiorizou os serviços e na sede, em Maceió, existem salas específicas para cada área de atuação. “Em nossa gestão temos pessoas capacitadas para tratar as outras pessoas com respeito e dignidade”, afirmou Simões. Em relação aos direitos humanos, a secretária disse que possui uma equipe multiprofissional e que trabalha em articulação com outras secretarias para que seja garantido o direito das pessoas, sejam quilombolas, indígenas, LGBT, religiões de matrizes africanas, entre outros. Nesta área, um dos avanços foi a inclusão de nomes sociais de transexuais e travestis que podem circular nas Secretarias da Mulher e na de Saúde do Estado com a nova “identidade”. Claudia Simões argumenta que os conselhos marcam as ações da pasta. Neles, a sociedade trabalha em con-

junto. Vale ressaltar que a Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos conta com a Superintendência de Políticas para a Mulher, voltada para a proteção e defesa dos direitos das mulheres, e com a Central da Mulher e dos Direitos Humanos, espaço onde a mulher recebe o atendimento, inclusive encaminhamento jurídico, prótese, cadeira de rodas, entre outros. O espaço fica na Rua Augusta Cardoso, S/N, bairro da Jatiúca, Maceió, e conta com equipe multiprofissional. “A mulher entra lá e sai assistida. Uma das nossas conquistas é ter articulado a rede de combate à violência contra a mulher”, comemorou. E o que dizer do Centro de Interprete de Libras (CIL) que dos anos de 2015 para 2016 teve um aumento no atendimento de 587%. Através do 3315-1740, as pessoas ligam e o Centro disponibiliza um profissional onde for solicitado. Assim, se o defi-

ciente auditivo decidir casar e precisar de alguém para intermediar o diálogo durante a cerimônia, ou em caso de parto e até mesmo acompanhamento em delegacias, um profissional será disponibilizado de imediato. Outro avanço acontece com as pessoas com deficiência que podem contar com uma superintendência. Nesta área uma das conquistas foi a Rede Alagoas Inclusiva - Reali-, coordenada pela Semudh, que garante o acesso das pessoas com deficiência aos direitos humanos e à cidadania, assegura um sistema educacional inclusivo, aumenta a participação das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, amplia e qualifica a rede de atenção à saúde desse público, além de combater qualquer abuso ou violência. “Acessibilidade e inclusão é primordial para que as pessoas não deixem de ir aos lugares por falta de acesso. É o direito de ir e vir”, afirmou.

O Programa Maria da Penha vai à Escola, desenvolvido pela Semudh, é outra ação que enche de orgulho a secretária. Ele busca prevenir e reduzir os números de casos de violência contra a mulher. Através de ações desenvolvidas nas escolas são trabalhados temas que envolvem gênero e violência, a fim de que haja mudança comportamental. O (Re)pense, parceria com a Secretaria de Prevenção à Violência (Seprev), e Defensoria Pública do Estado (DPE), trabalha a ressocialização do agressor. Nele, é oferecido atendimento preventivo psicossocial para evitar a reincidência. “É preciso também trabalhar o agressor para que ele não faça novas vítimas e se torne um ciclo vicioso”, alertou a secretária. O trabalho também se estende para o interior do estado e áreas rurais. Há ainda a divulgação do 180, instrumento importante no combate à violência. Através dele, a mulher pode fazer denúncias de qualquer lugar do país. A parceria é vasta e por conta disso os serviços são descentralizados. Mas a secretária afirmou que sempre está junto acompanhando as ações. E são atividades de capacitações de funcionários para atender esse público, são ações de humanização realizadas nas grotas ou até mesmo trabalhos com as bases comunitárias e outras ações que façam valer a Lei Maria da Penha. ENCONTROS De 26 a 28 de maio a Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas promove o encontro de travestis e transexuais no estado. O local ainda será definido, mas os interessados devem procurar a sede da secretaria para mais detalhes. Já a Conferência Estadual de promoção da Igualdade racial acontece no mês de agosto deste ano, em Maceió.


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Transporte gratuito para cortejo fúnebre pode virar lei

POLÊMICA APROVAÇÃO DE PROJETO DE AUTORIA DA VEREADORA FÁTIMA SANTIAGO DIVIDE OPINIÕES

MARIA SALÉSIA COM ASSESSORIA sallesia@hotmail.com

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aprovação do projeto de Lei da vereadora Fátima Santiago (PP) que obriga a gratuidade de transportes coletivos para atender a cortejos fúnebres tem dividido opiniões. Santiago defende que despesa com transporte é sempre um problema para as famílias de baixa renda quando se encontram em situação de luto. Há quem diga que os parlamentares deveriam se preocupar em defender transporte coletivo de qualidade e preço acessível aos usuários. Em sessão realizada no último dia 18 o projeto foi aprovado em 2ª discussão. Se sancionada pelo Executivo, a lei obrigará que toda empresa licenciada para o transporte coletivo urbano de linha convencional (executivos e alternativos) passe a ceder uma cota diária de 1% (um por cento) das viagens de seus veículos para acompanharem cortejos fúnebres

SEM DEBATE

Fátima Santigo propõe transporte gratuito para cortejo fúnebre

de caráter comunitário. A vereadora reconhece que algumas empresas do sistema de transporte urbano já mantêm a prática de ceder eventualmente veículos de suas respectivas frotas para atender um ou outro pedido para deslocamentos em cortejos fúnebres, mas ainda não é o suficiente. “Hoje, esse é um ato exclusivamente voluntário por parte das direções dessas empresas, que normalmente dependem do pedido de alguém que tenha

algum tipo de influência, amizade ou relacionamento de negócios com esses empresários”, afirmou Santiago. O assunto foi divulgado também nas redes sociais da vereadora. Com o tema “Fátima Santiago quer ônibus gratuitos para cortejos fúnebres”, ela divulgou seu projeto de lei em sua página do faceboock e convidou aos seguidores a saber mais acessando o site: http://fatimasantiago.com/imprensa/ fatima-santiago.

A reportagem do jornal EXTRA manteve contato com representantes de empresas de transporte público de Maceió, mas ninguém quis se pronunciar oficialmente. A unanimidade foi de que quando os serviços são solicitados elas nunca se negam a atender. “Já fazemos isso. Não sei por que houve essa tramitação, pois todas as empresas prestam esse serviço nas comunidades”, disse um representante que não quis se identificar e nem autorizou divulgar o nome da empresa. Ele acrescentou que como o assunto é recente, ainda não pararam para debater sobre este projeto de lei da vereadora. Outro assunto em questão foi o de qual seria o valor do translado de corpos para os vários cemitérios da capital. No entanto, a resposta da empresa que foi questionada é de que não presta este tipo de serviço. Para a moradora da parte alta da cidade, Cícera Oliveira, o projeto não tem sentido. Segundo ela, a vereadora deveria se preocupar em defender os interesses da população e não buscar criar lei sem sentido. “Nós vivos precisamos de transporte de qualidade, escola, saúde e de pessoas que de fato nos representem. Esse projeto só pode ser piada”, criticou. Nas redes sociais o assunto tomou maior dimensão. Um internauta brincou e disse que vai faltar ônibus para a população porque todos os dias morrem várias pessoas. “Precisamos de projetos que agreguem valores”, defendeu. Outro, apenas comenta que “isso é uma piada”. Há quem diga que a iniciativa é válida e elogia o Projeto. “No momento em que perdemos uma pessoa da família qualquer ajuda é sempre bem vinda”. Assim, diante de tantas manifestações se a Lei vai ser sancionada é outra história. Até então, algumas pessoas entrevistadas não veem muito sentido na proposta e outros defendem.


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Para refletir: Os políticos são a mentira, legitimada pela vontade do povo” (José Saramago)

O Supremo contra o Brasil

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rasília - Chocou, mas não surpreendeu a sociedade brasileira, a decisão na última terça-feira tomada pelo Supremo Tribunal Federal, colocando em liberdade um dos mais emblemáticos personagens da história suja e imoral da política brasileira: o réu José Dirceu de Oliveira e Silva. Por três votos a dois, a Segunda Turma do STF mandou soltar o ex-ministro-chefe da Casa Civil. Duas vezes preso na Operação Lava Jato, o petista estava preso em Curitiba desde agosto de 2015. Votaram a favor da soltura de Dirceu os ministros: Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Votaram contra: Edson Fachin (relator da Lava Jato) e Celso de Mello. Ao final do julgamento, a maioria dos ministros recomendou que o juiz Sérgio Moro adote medidas alternativas à prisão -- como monitoramento por tornozeleira eletrônica -- que evitem risco de cometimento de novos crimes. Caberá a Moro definir tais medidas, que também podem incluir proibição de contato com outros investigados e se apresentar periodicamente à Justiça, por exemplo. Em duas sentenças de Moro Dirceu foi condenado a mais de 31 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O entendimento do STF, no entanto, é que a prisão definitiva só é possível após a condenação em segunda instância. Dirceu estava cumprindo prisão preventiva (sem prazo determinado) desde agosto de 2015 sob a alegação de que havia risco de fuga, de prejuízo às investigações e de cometimento de novos crimes.

O que diz a acusação O Ministério Público alega na acusação que José Dirceu tinha ascendência política sobre o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, citando diversos pagamentos de empreiteiras supostamente beneficiadas em contratos com a diretoria. “São 15 eventos desse tipo de 2009 a 2014, mostrando a continuidade da corrupção”, afirmou. Ele argumentou que, mesmo com o entendimento de que a prisão só seja possível após uma condenação em segunda instância, Dirceu deve continuar na cadeia pela sua “periculosidade”. “A presunção de inocência fica fragilizada pela sentença condenatória e a prisão preventiva necessária pela periculosidade do paciente, que continua durante e mesmo após a condenação no mensalão pelo STF. Ele continua praticando [crimes] pela certeza de impunidade”, completou o subprocurador. Ele disse haver jurisprudência consolidada na Corte de que não é razoável supor que baste uma condenação em primeira instância para fazer cessar a prisão preventiva. “Tudo conduz à necessidade de manutenção dessa prisão”, repetindo os riscos de uma eventual soltura.

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Voto do relator Edson Fachin

O ministro Edson Fachin se manifestou favorável à permanência de José Dirceu preso e disse que estava levando em conta a “gravidade concreta” dos crimes imputados a Dirceu e também sua “reiteração delituosa”. Ele entendeu haver risco de cometimento de novos crimes. Fachin lembrou da ordem de prisão proferida por Sérgio Moro, que enxergava “indícios de profissionalismo e habitualidade” na prática de crimes pelo ex-ministro. Assim, a prisão seria necessária para “manutenção da ordem pública”, de modo a evitar novos delitos. Depois, o ministro citou atos criminosos já imputados ao ex-ministro. “A sentença condenatória reconhece que o paciente teria cometido 5 atos de corrupção passiva, 8 vezes lavagem de dinheiro, bem como a realização de pertinência a organização criminosa. Esse edito sugere a significativa pluralidade de eventos criminosos, indicando que sua atuação não pode constituir fato isolado”, registrou Fachin. Ele também chamou a atenção para o suposto pertencimento de Dirceu a organização criminosa, o que segundo ele, é caracterizada por “estabilidade e permanência”. “A envergadura lesiva dos delitos contra a administração pública também admite a medida extrema”, afirmou o ministro, falando da “gravidade do crime” de que é acusado Dirceu. Ele lembrou que o ex-ministro é suspeito de receber R$ 10 milhões da construtora Engevix em razão de contrato com a Petrobras. “O montante não apenas impressiona. São cifras que sinalizam a gravidade concreta das imputações. A imensa lucratividade fortalece em tese a necessidade de medida cautelar”, disse o ministro. Por fim, o ministro rebateu o argumento da defesa de “excesso de prazo” na prisão preventiva. Ele disse que a complexidade do caso justifica a medida. “Estamos aqui nesse caso a tratar da singularidade do colarinho branco”, afirmou.

Nova denúncia

Os procuradores da República que atuam na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba afirmaram no mesmo dia da decisão do Supremo, em entrevista coletiva na capital paranaense, que decidiram antecipar a apresentação da nova denúncia contra Dirceu devido ao julgamento do habeas corpus do petista. Coordenador da força-tarefa, o procurador Deltan Dallagnol disse aos jornalistas que a eventual liberdade do ex-ministro representaria um “grande risco à sociedade”. De acordo com o Ministério Público Federal, Dirceu recebeu R$ 2,4 milhões em propina antes, durante e depois do julgamento do mensalão do PT. Em entrevista coletiva concedida na capital paranaense para apresentar a nova denúncia contra Dirceu, os procuradores da República mostraram que os últimos depósitos de propina ocorreram depois da prisão de Dirceu, ordenada pelo Supremo por conta da condenação no julgamento do mensalão do PT, em 2013. De acordo com o MPF, os pagamentos ao ex-ministro só cessaram com a prisão do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, em 2014. Um dos delatores da Lava Jato, o empresário contou que Dirceu ofereceu ajuda para inserir a empreiteira em países da América Latina e na Espanha porque tinha acesso político à cúpula dos governos. Ao colocar José Dirceu em liberdade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal potencializou a avaliação do juiz da Lava Jato. Destrancou-se a cela sob o argumento de que a prisão de Dirceu representa um constrangimento ilegal. Absurdo!

Democracia ferida

Um Brasil constrangido e indignado vê mais uma vez a Suprema Corte do país pactuar com criminosos condenados pela própria Justiça e comprovadamente envolvidos em atos de corrupção nunca vistos em nossa história. Não é sem razão que as redes sociais foram invadidas durante esta semana, após a decisão esdrúxula dos ministros do STF, escancarando um país decepcionado com suas instituições e desacreditado no seu principal guardião da democracia: a Justiça! A quem recorrer agora? Só o povo poderia dizer e fazer, mas dificilmente dirá ou fará. Nossa democracia está literalmente na UTI e caminha para o precipício da morte. As pessoas estão desencantadas e sem esperança de um amanhã. Haverá um amanhã?

CONTA GOTAS “NO BRASIL o Estado já é mínimo para as pessoas que vão aos postos de saúde e não encontram sequer um esparadrapo” (Ministra Carmen Lúcia, do STF). A JUSTIÇA brasileira é muito eficiente em dois momentos: na hora de condenar os pobres e quando absolve os ricos. (Internauta). BRASÍLIA guarda cadáveres podres e insepultos: Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal, Tribunal de Contas da União. Imaginem o Brasil! O SUPREMO Tribunal Federal decepciona o povo brasileiro. Não pratica a Justiça, apenas “faz negócios”. *Esta coluna foi escrita em Brasília no foco da podridão institucional brasileira


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Unanimidade esperta

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elson Rodrigues emitiu interessante conceito sobre a unanimidade, considerando-a burra, sem exceções à regra. O que parecia conceito definitivo, acaba de ser contrariado pelo Senado Federal que em memorável decisão acaba de aprovar, em primeira votação, o fim do foro privilegiado, que distinguia os políticos com mandato do cidadão

Pode-se, pois, dar propina a um garçom, e isso será legítimo e legal. Já o suborno é pura corrupção. comum. Demonstrando candura – ou fingindo-a, pois ali no Senado, como de resto em toda a política, pode haver de tudo, menos candura – o relator da Emenda Constitucional (EC) maravilhou-se com o inusitado acontecimento. Vejamos algumas das consequências que, sendo a EC

CLÁUDIO VIEIRA aprovada em segunda votação, serão irradiadas pela sua promulgação: 1. Senadores, deputados, ministros – incluam-se os parlamentares estaduais - serão processados em primeira instância, não mais pelo STF, ou pelos tribunais estaduais. Consequentemente, aqueles envolvidos na Lava Jato e em outras falcatruas passariam a ser julgados por juízes de primeiro grau, inclusive pelo temido Sérgio Moro. 2. A vantagem – e essa classe de políticos pretende vantagem em tudo – está no decorrer do tempo. Malgrado a rapidez com que Moro e outros magistrados tenham julgado celeremente os casos sob sua regência, suas decisões não são definitivas, podendo ser alteradas ou modificadas pelos tribunais. A interrupção da prescrição, atentemos, dá-se apenas com a sentença de primeiro grau, não sendo nisso influentes as reformas ou

A etiqueta e a ética de um profissional de restaurante

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uando entramos em um estabelecimento, a primeira sensação pode condicionar o resto da nossa estada. Esse primeiro contato, junto com a recepção e a saudação, nos dão as primeiras impressões do lugar. É nesse primeiro momento que aqui entra a figura do maitre. Porque esta é uma das principais fun-

O maitre é, por excelência, o intermediário entre o salão, a cozinha e o proprietário. Ele tem visão suficiente para satisfazer os gostos e necessidades dos clientes, as expectativas do empresário e de seus subordinados. ções de um maitre, ou de um gerente de salão de um restaurante. É ele quem geralmente recebe os clientes e transmite as primeiras impressões do local. No entanto, esta é apenas uma das muitas tarefas importantes que ele terá como anfitrião. O maitre é o responsável por

toda operação e funcionamento do salão, como se orquestrasse a equipe do restaurante para que a experiência do cliente seja perfeita. É o profissional que possui várias habilidades e trabalha focado em fazer com que o cliente tenha satisfação ao final de tudo, pois quem frequenta um restaurante sempre terá uma expectativa de satisfação. O bom maitre é observador e analista. Conhece seus clientes. Cuida do restaurante e sabe se comportar em momentos de pouca ou muita tensão. É estável e, por natureza simpático e atencioso, porque encontra no serviço um tipo de realização pessoal. Quase como se isso lhe fosse uma vocação. Por ser o responsável pela equipe, tem espírito de líder, associado à capacidade inata para a liderança. Porém, sabe como ser diplomático para garantir a união da equipe. Mas também tem uma grande capacidade de improvisação, um ótimo repertório e

Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

confirmações das decisões dos juízes singulares em segunda instância. Assim, os vários recursos protelarão o trânsito em julgado de eventuais sentenças condenatórias e, aliados a circunstancial morosidade dos tribunais, darão chance à prescrição. 3. Malgrado a aparente desvantagem de poderem ser presos por rigorosos juízes de primeira instância, certamente apostam no posicionamento do STF sobre a possibilidade de prisões apenas após a confirmação da sentença condenatória pelos tribunais, ou seja, em segunda instância. E o tempo fluirá ininterrupto. O saudoso filósofo do quotidiano estava errado afinal: existe a unanimidade esperta. Propina e Suborno - Leio artigo

de Ruy Castro, na Folha de S.Paulo, fazendo interessante paralelo entre propina e suborno. Esclarece o prestigiado articulista que o termo propina existe na Língua Portuguesa no sentido de gratificação a prestadores de serviços legítimos; o suborno é o correspondente à premiação por serviços ilegítimos. Podemos acrescentar que a palavra, no sentido legítimo, existe em outras línguas, como o espanhol e o italiano. Pode-se, pois, dar propina a um garçom, e isso será legítimo e legal. Já o suborno é pura corrupção. “Infelizmente no léxico dos nossos políticos até a propina foi corrompida, passando ela a ser apenas sinônimo de suborno”, diz-me o Epaminondas, com a propriedade de sempre.

JÂNIO FERNANDES Restaurateur

excelente memória, o que ajuda muito em sua habilidade de reconhecer clientes e oferecer o tratamento adequado a cada um deles. O maitre é, por excelência, o intermediário entre o salão, a cozinha e o proprietário. Ele tem visão suficiente para satisfazer os gostos e necessidades dos clientes, as expectativas do empresário e de seus subordinados. Deve ter uma imagem impecável, porém não necessariamente me refiro àquela imagem estereotipada do início do século passado. Aquele maitre imortal, sério e impecável, vestido com fraque e gravata borboleta. Isso está em desuso e os novos tempos já abriram espaço para um outro perfil de profissional mais moderno e atual. Mas, sem perder a elegância, a educação, a discrição e o dom da conquista que são características desse profissional. Todas essas qualidades que cito acima se traduzem em clientes satis-

feitos. E clientes satisfeitos são clientes fiéis. Estes clientes habituais se convertem em embaixadores do estabelecimento e são eles que dão vida e continuidade ao negócio que é o objetivo de todo empreendedor. Apesar da importância que percebo de um estabelecimento ter um maitre, os tempos mudaram. E a visão, tanto dos empresários como dos profissionais e também dos clientes, altera as exigências e fazem com que nem todos os restaurantes precisem desse profissional. Isto leva, ou força um restaurante a prestar outro tipo de serviço. Tudo que falo desde o início desse texto é para que nos perguntemos: de onde vem essa figura, onde está agora e se podemos prever seu futuro? Esse é meu sentimento. Essa pergunta nos convida a refletir sobre a situação atual da profissão de uma figura indispensável, quando nos referimos à etiqueta e à ética do “bem receber” em um restaurante.


MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE MAIO DE 2017

Protesto sim, baderna não

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que se viu nas ruas das capitais e de algumas grandes cidades do interior não foi um protesto, mas uma baderna generalizada provocada por meia dúzia de pessoas em relação ao número de trabalhadores no país. Em todo lugar, pequenos grupos de 10, 30 ou 50 pessoas fecharam entradas e saídas de cidades, terminais rodoviários, portões das garagens de ônibus, alguns aeroportos, escolas não

É por isso e outras coisas mais que, como ex-sindicalista lá do passado, não tenho coragem de sair de casa e me juntar a essa gente. funcionaram e o comércio central dessas cidades não funcionou. Como se não bastasse tudo isso, hospitais e postos de saúde foram prejudicados no atendimento por falta de médicos, enfermeiros e atendentes, prejudicando toda uma população e não só os trabalhadores. Lamentável, sob todos os aspectos, a baderna institucional constituída por sindicatos e algumas entidades. Fico triste

quando vejo a igreja católica, que liberou seus fiéis e padres, divulgando nota de apoio ao movimento que, de certo modo com um cunho de justiça, mas desvirtuado na sua finalidade, o que já era esperado. Quando pequenos grupos fecham ruas, tocam fogo em pneus, provocam quebraquebra, danificam o patrimônio público, destroem fachadas de lojas, queimam veículos de passeios e ônibus, entram em confronto com a polícia, que é obrigada a reagir com balas de borracha e bombas de efeito moral para garantir o direito constitucional de ir e vir das pessoas, isso não pode ser considerado um protesto, mas uma onda da baderna de poucos contra o equilíbrio de quem não sai de casa, mesmo contra as reformas trabalhistas e previdenciárias, como eu. Vejo isso como um prejuízo muito grande para a nação. Um país parado não arrecada e, com isso, não investe, mesmo que tenha sido por um dia. Além dos prejuízos causados nas áreas de manifestações, a outra parte normal das cidades não funciona porque o trabalhador não chega ao seu destino e ninguém aparece para comprar. Consegui observar nos movimentos, pessoas querendo chegar ao seu

Pelas estradas da vida

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s anos vão passando e vamos aprendendo lições e lições de vida. Nada que venha da escola ou dos livros, mas fundamentos da própria existência. Nasci num lar pobre, família de oito filhos, onde tudo era dividido. Meu pai não se acomodou com o salário de um emprego público. Tinha outras atividades e era alfaiate nas horas vagas.

A vaidade, a ostentação, o excesso de dinheiro prejudicam demais. A vontade de vencer, estudar, trabalhar, produzir, impulsiona as criaturas. Quando nos acostumamos a dividir comida, roupa e dinheiro, entendemos que nada é só nosso; tudo é de todos. Acostumei-me a viver na capital de Alagoas, mas passava as férias em Penedo, cidade onde nasceram meus pais. E o cheirinho de mato de cidade pequena sempre me atraiu. Moravam por lá família ricas, cujos filhos iam estudar em Salvador ou em Maceió. Na minha inocência infantil, eram pessoas privilegiadas, tinham

muito dinheiro e viviam muito bem. Fui crescendo e verificando que todos passam por bons e maus momentos e o dinheiro não resolve todos os problemas. Há casos de doença que são solucionados com médicos ou com a ajuda de Deus. Conheci um rapaz de família pobre que morava no quarto de empregada na casa de uma irmã, com a mãe e outra irmã. Sempre foi muito vaidoso, tinha vergonha da pobre família e casou-se com uma moça rica. Anos depois eu o encontrei num ginásio, todo torto por causa de um derrame. Fiquei olhando para ele, não o cumprimentei. Ele me chamou e ficamos conversando, relembrando os velhos tempos Sofrido, magro, doente e mais humilde. Pouco tempo depois morreu. Levou a vaidade e deixou o dinheiro. Quando morávamos no Farol, fomos vizinhos de um rico e famoso advogado. Casado pela segunda vez com uma mulher pobre. Vez em quando ela nos chamava em sua casa para provar um bolo feito pela doméstica que trabalhava para eles. A família era rejeitada pelos parentes porque, naquela época, não havia divórcio e a segunda mulher era considerada amante. Ele, o advogado, puxava conversa comigo e me achava sabida. Morreu o casal e alguns anos depois encontrei a empre-

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JORGE MORAES Jornalista

destino e sendo impedidas por um grupo inexpressivo de baderneiros. Por que eles não fazem uma manifestação mais inteligente, com show, discursos, atrativos para crianças em locais previamente e estrategicamente escolhidos? Com certeza, daria uma resposta muito maior, levaria milhões de pessoas a participar, a imagem seria mais bonita e direta, mas eles não querem porque faltaria o que mais gostam de fazer: queimar pneus e promover a baderna. É por isso e outras coisas mais que, como ex-sindicalista lá do passado, não tenho coragem de sair de casa e me juntar a essa gente. Enquanto isso, a nossa luta tem que ser outra, que é continuar cobrando e pedindo aos nossos representantes nas casas congressuais que votem contra as propostas, não deixem se levar pelas propostas palacianas, mesmo que na Câmara dos Deputados a proposta da reforma trabalhista já tenha sido votada e aprovada. Precisamos continuar pedindo que no Senado da República a situação se inverta e isso não seja aprovado, como garante que não vai passar o senador Renan Calheiros.

Acho que a gente não precisa da guerra urbana para conquistar o respeito e o apoio nessa hora. Diferente do que penso, sindicalistas dizem que é preciso fechar tudo, interromper a circulação em ruas e avenidas, queimar pneus e outros absurdos mais para chamar a atenção. Acho que, agindo assim, o movimento é pequeno, sem força, prejudicial aos interesses de todos, com o governo não se sentindo incomodado, devido ao inexpressivo comparecimento de pessoas. O que houve no país na sexta-feira, 28, não muda nada. Perguntem aos outros 99,9% dos brasileiros se eles aprovaram o movimento como foi feito. Finalizo o artigo desta semana fazendo um apelo aos nossos senadores e deputados federais. Mesmo que entenda a situação individual de cada um, os compromissos e comprometimento partidário e pessoal, como dos nossos ministros e até dispenso as desculpas e explicações, mas apelo para que os demais, sem cargos diretos, reflitam, pesem muito bem as reações populares e pensem no futuro dessa nossa gente trabalhadora.

ALARI ROMA- TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

gada na missa. “Alari”, disse-me ela, “tenho casa própria, vivo bem; minha filha e meu genro são da Caixa Econômica”. Coisas da vida! Outro dia, tive um susto com uma possível doença de um ente querido. E pensei com meus botões: “Que vou fazer agora? Só Deus me ajudando”. E graças a Deus não deu em nada. Tudo ficou bem. Moro em Paripueira, num bom condomínio e tenho vizinhos maravilhosos. Certo dia, um morador de uma casa próxima, me perguntou: “Sabe quem eu sou?” Não, respondi. Ele prosseguiu: “Sou filho do padeiro que entregava pão em sua casa, no Farol. Conheço toda sua família”. “Que bom”, disse eu. Em compensação, quando eu estudava no Grupo Escolar Fernandes Lima, menina pobre, filha de funcionário público, havia umas meninas filhas de uma professora que estudavam no Colégio Sacramento e zombavam das coitadinhas de escola pública. Recentemente encontrei-me com uma delas e perguntei pelas outras: umas doentes, outras coma vida atrapalhada. O

pai tinha muito dinheiro, mas não se preocupava com os filhos. Mais uma vez, o dinheiro não trouxe felicidade. Tive uma colega de classe no Instituto de Educação, moradora da Ponta Grossa. Fazia o maior sacrifício para estudar e sumiu. Certa feita, entrei num salão de beleza e percebi que uma moça olhava para mim como se me conhecesse. Fui para perto dela e engatei uma conversa. Era a fulana que estudou comigo. Quando cheguei em casa, meu irmão Sabino já me esperava bravo: “Estava num salão de beleza conversando com uma prostituta?” Disse: “Era uma ex-colega”. Depois, ela casou, teve filhos e netos A vaidade, a ostentação, o excesso de dinheiro prejudicam demais. A vontade de vencer, estudar, trabalhar, produzir, impulsiona as criaturas. No entanto não queremos afirmar que só os pobres na infância serão felizes na velhice.Tudo depende do que aprendemos com nossos pais e para onde caminhamos neste mundo de meu Deus. Sejam todos felizes!!!


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Pesquisas (sempre) manipuladas

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nstitutos de pesquisas de opinião e seus números fantásticos (sic) continuam a fazer das suas para influenciar eleições. Na semana passada um desses institutos famosos colocou o chefe do bando petista como líder na corrida presidencial de 2018. A técni-

Não é pouco. Aliás, é muitissimo. Portanto, é preciso muito cuidado com o que vai acontecer daqui para frente nessa área. São muitos os caminhos ‘técnicos’ para explicar o inexplicável. ca é stalinista: criar um factoide, ajudar a disseminar uma mentira tantas vezes que ela venha a se tornar ”verdade” de tão repetida. Mas antes, vamos nos entender. Como economista fui durante certo tempo professor de pesquisa de mercado (depois enveredei por outras áreas acadêmicas), como empresário lidei sempre com pesquisas bem mais sofisticadas que as eleitorais, voltadas para o mercado de produtos de alta tecnologia onde estive envolvido por décadas. Não me considero um neófito no assunto. Até porque, especificamente no mercado político, participei/coordenei/assessorei tecnicamente campanhas de presidente da república, governador

de estado, prefeitos de capitais, prefeitos de cidades interioranas, deputado federal, deputado estadual e até de vereadores. Quando a “maçã” apodreceu, tirei meu time de campo. Voltando ao assunto, a pesquisa diz textualmente que o líder do bando petista tem 30% de intenções de votos, mesmo depois de tudo que a Lava Jato revelou. Alimenta-se o mito de que nada pega no cara e todas as mazelas que ele cometeu contra o povo brasileiro se reverte em votos para si (contrariamente a todos os outros políticos que poderiam lhe fazer frente, que cairam miseravelmente na referida pesquisa, exceto duas improbabilidades: a nulidade política chamada Marina e o juiz Moro que não será candidato – será que foi por isso que o fizeram crescer?). Mas o mais impressionante é que sabemos pela mesma pesquisa que a sua rejeição (quando o eleitor diz que não vota no candidado de jeito algum) é de 45%. Ou seja, o sujeito é rejeitado por metade do país e ainda assim, cresce na opinião dos demais... Deve ser a primeira pesquisa no mundo onde essa situação esquisita acontece. Ainda mais quando se sabe que a seita não tem hoje mais que entre 10% e 15% dos votos da nação. Não é de estranhar. Estranho

ELIAS FRAGOSO

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, prof. da UFAL e da Universidade Católica de Brasília.

seria se a pesquisa (encomendada?) mostrasse a realidade. Que o povo brasileiro quase acabou de varrer do mapa o PT nas últimas eleições (de lá para cá a chapa só esquentou para o lado deles). Como acreditar nas asnices dessa pesquisa? Até por que, e para não ir muito longe, sabemos que “erros” flagrantes são a regra e não a exceção nesse mercado (só se tornam exceção após as eleições, quando as tradicionais desculpas tipo: “o povo mudou de posição nos últimos dois dias”, “a pesquisa não captou o sentimento (oculto) do eleitor” e por aí vai, mostra nuamente os problemas por trás dos números. Não é a primeira vez que esse instituto erra. A ombusdsman do próprio jornal que empresta seu nome ao instituto, em artigo publicado sob o título “Eu não vim para explicar” mostra em outro caso ocorrido no governo Dilma, de forma explícita, um erro grosseiro daquele instituto ao tentar captar a opinião do povo em relação à corrupção na Petrobras. Disse ela: “Se 68% responsabilizam de alguma forma a presidente Dilma pelas irregularidades na empresa, como é possível que 42% tenham concedido a seu governo a avalia-

ção de ótimo/bom, mesmo índice de outubro, no auge da campanha eleitoral?” Digo eu: aqueles 68% + 42% são = 110% e os atuais 45% + 30% não rimam. Não é pesquisa. Para relembrar: no primeiro turno das eleições municipais de 2012, em 23 das 26 capitais de estados onde teve disputa eleitoral para a prefeitura houve algum erro e/ou falha nas pesquisas eleitorais divulgadas durante o período de campanha eleitoral e às vésperas da votação (boca de urna). Não é pouco. Aliás, é muitissimo. Portanto, é preciso muito cuidado com o que vai acontecer daqui para a frente nessa área. São muitos os caminhos “técnicos” para explicar o inexplicável. Querem um exemplo? Uma das principais causas de maior dificuldade para identificar a ocorrência de erro ou fraude é quando o instituto realiza mais entrevistas do que foi informado no registro de protocolo da pesquisa perante a Justiça Eleitoral, fazendo-se uma seleção para alcançar o resultado pretendido. As demais pesquisas (excessos das entrevistas) são eliminadas. Essa técnica de descarte é a pior de todas. Fabrica um resultado, sem deixar vestígios.


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INSS paga benefícios atrasados

Na última terça-feira, 2, começou a ser pago o quinto lote dos benefícios atrasados do INSS àqueles que recebem o benefício por incapacidade ou pensão por morte entre 2002 e 2009 e tiveram os valores calculados incorretamente. Com isso serão pagos cerca de R$750 milhões a 81,6 mil beneficiários. Os pagamentos serão realizados até o dia 8 de maio de acordo com o cronograma previsto pelo INSS. O benefício pode ser calculado na internet ou por meio da central de atendimento 135. A revisão de valores é automática. Este lote corresponde ao pagamento daqueles com até 45 anos e benefício ativo em 2012. Estão no grupo aqueles que receberão entre R$ 6.000,01 e R$ 15 mil.

Imposto de Renda

Quem perdeu o prazo para declaração do Imposto de Renda deve acessar o site da Receita Federal e baixar o programa do IRPF 2017. Depois é só preencher o documento fornecido e enviar à Receita. A multa pelo atraso será calculada e emitida pelo próprio Programa Gerador da Declaração – PGD. O valor da multa pode variar de 1% a 20% sobre o imposto devido. Não existindo imposto devido, a multa será R$ 165,74.

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ECONOMIA EM PAUTA Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Nova indústria em Alagoas

Queda na produção de petróleo

A produção de petróleo no Brasil caiu em março pela terceira vez consecutiva segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A média de produção normal era de 2,55 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) em março, a queda foi de 4,7% no mês de abril. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve uma alta de 12,6% da produção, principalmente impulsionada pelo desenvolvimento das áreas no pré-sal ao longo de 2016. Somando a produção de petróleo e gás natural, o país extraiu 3,187 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed).

Mais uma indústria será instalada em Alagoas, desta vez a vinda da gigante Duratex trará investimentos de R$1,1 bilhão e geração de 460 empregos diretos. A instalação se dará através da concessão de incentivos fiscais previstos no Programa de Desenvolvimento Integrado (Prodesign). A Duratex, que se uniu em Alagoas à Usina Caeté em 2014, já tem 6 mil hectares de eucalipto plantados no Estado e deverá instalar sua unidade fabril para produção de painéis em 2019. Em seu pleno funcionamento, a unidade terá capacidade de produção de até 400 mil m³. Além da concessão do benefício para a Duratex, foi aprovada a migração da empresa Ultraplast Indústria e Comércio para a nova sistemática do Prodesin. Com a modernização, a nova sistemática do programa oferece vantagens às empresas instaladas em Alagoas, como a redução de 92% no pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na saída dos produtos industrializados.


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Atraso do repasse de pagamento coloca saúde de Alagoas em risco

IMPASSE SINDICATO DOS HOSPITAIS ALERTA QUE SITUAÇÃO FINANCEIRA ESTÁ INSUSTENTÁVEL E POPULAÇÃO CARENTE PODE FICAR SEM ATENDIMENTO

MARIA SALÉSIA COM ASSESSORIA sallesia@hotmail.com

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impasse entre a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) e hospitais que atendem a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) continua e sem data para chegar a um desfecho. Há mais de 80 dias o repasse dos recursos está atrasado, o que pode inviabilizar o atendimento à população carente e colocar em risco a saúde do alagoano que necessita dos serviços. Segundo o presidente do Sindicato dos Estabe-

lecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Alagoas (Sindhospital), Glauco Manso, toda a documentação necessária para que o pagamento seja regularizado já foi entregue dentro do prazo estipulado. Ele se refere às produções relativas aos atendimentos dos usuários do SUS nos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano. Manso esclarece que com a exceção de alguns hospitais de grande porte, a Sesau ainda não efetuou o pagamento dos incentivos a boa parte dos hospitais que atendem ao SUS desde janeiro de 2017. Ele acres-

centou que o Sindhospital tem recebido reclamações dos hospitais prejudicados pelos constantes atrasos por parte da Sesau e tem alertado aos dirigentes o iminente colapso no atendimento. A expectativa do Sindhospital é de que a situação seja resolvida o mais breve possível devido à condição insustentável dos hospitais filantrópicos e não filantrópicos em arcar com as despesas. “Caso ocorra uma paralisação no atendimento quem mais sofre com isso é a população carente”, alertou Glauco Manso.

Sesau emite nota de esclarecimento Procurada pelo EXTRA para falar sobre o impasse, a Sesau enviou a seguinte nota de esclarecimento: “A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) esclarece que o pagamento dos Termos de Compromisso e Contratualizações é realizado depois que os hospitais conveniados e filantrópicos prestam contas de sua produção e os dados são auditados, visando comprovar o cumprimento das metas pactuadas, respeitando os princípios da transparência e lisura com os recursos públicos. É importante salientar que o pagamento é liberado depois que a produção referente ao mês anterior, apresentada pelas unidades hospitalares no mês subsequente, é aprovada pela Superintendência de Auditoria, Controle e Regulação (Suraud); Superintendência de Atenção à Saúde (Suas); Controladoria Interna (Contin) e Assessoria Técnica, ratificando o cumprimento das metas pactuadas nos contratos firmados com o Estado. No caso de processos onde se detectam inconformidades na prestação de contas apresentada ou os Termos de Compromisso firmados com as unidades estejam com a validade vencida, os órgãos citados acima estão procedendo com a atualização, para que estejam em conformidade com a legislação do Sistema Único de Saúde (SUS).”


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Falta de medicamentos penaliza população

SAÚDE EM CRISE ESTADO DEVE MAIS DE R$ 150 MI A FORNECEDORES DE REMÉDIOS DESTINADOS À ATENÇÃO BÁSICA DA SAÚDE SOFIA SEPRENY Estagiária sob supervisão da Redação

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fornecimento de medicamentos na rede pública do estado de Alagoas está decadente há mais de três meses. Medicamentos como insulina, fitas de medição, remédios para Alzheimer e para pacientes crônicos renais estão cada vez mais escassos, prejudicando seriamente a saúde dos alagoanos que dependem do sistema público de saúde para permanecerem saudáveis. O Estado vem cumprindo uma demanda muito alta de compras emergenciais de medicamentos enquanto faltam suprimentos hospitalares por “falta de verba”, isso significa que não há um planejamento para suprir a demanda já contabilizada. O assunto foi debatido na última quarta-feira, 3, em reunião do Conselho Estadual de Saúde de Alagoas (CES-AL) para tratar de pautas substanciais a respeito da falta de distribuição de medicamentos no estado. Na ocasião, o conselho exigiu que a Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) apresentasse o processo de distribuição e aquisição

dos medicamentos sob responsabilidade da Central de Assistência Farmacêutica/CEA. A reunião contou também com a Defensoria Pública. O presidente do CES, Jesonias da Silva, afirma que não há planejamento: “O que vem sendo publicado no Diário Oficial mostra que o Estado anda fazendo muita compra emergencial e que não um planejamento de compras anual; uma coisa é o Estado fazer compra emergencial para um surto de febre amarela por exemplo, mas para as doenças comuns, que já existe uma demanda mensal é falta de planejamento” afirma. Existe uma questão que desde o ano de 2014 a Sesau tem uma dívida de cerca de R$ 150 milhões com fornecedores. Esta dívida era pra ter sido quitada durante o ano de 2015, algo que não aconteceu. A Sesau então passou a dívida para a Secretaria da Fazenda negociar com os fornecedores e até o momento as dívidas continuam sem ser quitadas. Diante disso, o fornecimento de vacinas, medicamentos e suprimentos vêm sendo prejudicados corriqueiramente e um dos motivos pode ser a dívida para com os fornecedores. José Wilton da Silva, presidente da Associação dos Renais Crônicos de Alagoas, há 15 anos transplantado de rim, afirma que hoje o maior desafio para pacientes que necessitam do tratamento da hemodiálise é a falta de medicamentos para manutenção da vida deles. “Sem esse tipo de medicação o paciente não está clinicamente estabilizado e ele fica fora da lista de espera para transplante, pois não é apto a submeterse a um transplante renal”. Dentre as muitas questões abordadas pelo Conselho na reunião, a falta de remédios, desde os mais simples, chamados de baixa complexidade como dipirona que está sempre

Conselho de Secretários Municipais de Saúde discute as dificuldades da assistência básica

em falta nos postos, segundo denúncias, até os de alta complexidade, como insulina. Por conta desta situação, a população recorre cada vez mais à Defensoria Pública em busca da liberação de medicamentos. Otoniel Pinheiro Neto, representante da Defensoria Pública na reunião, afirma que o núcleo de saúde do órgão recebe diversas queixas da população no que diz respeito à falta de medicamentos e até mesmo à falta de exames que não são prestados pelo poder público. “A forma que as pessoas têm de lutar pelos seus direitos em situações como essa é recorrendo à Defensoria Pública. Aí entramos com ação na justiça para que o judiciário ordene que o município realize a demanda, aloque recursos, bloqueie verbas dentro do orçamento do Estado para custear aquele medicamento” afirma. DEPOIMENTOS Durante a reunião do CES, um dos conselheiro presentes, cuja mãe tem Alzheimer, falou das dificuldades de comprar remédios que podem chegar a custar R$750,00. É um dos re-

médios que falta frequentemente, segundo ele, e como forma de amenizar o problema o Estado o substitui por outro paliativo, mas que não tem tanta eficácia quanto o que está frequentemente em falta. O Estado afirma que licitações serão feitas para suprir a demanda, mas a espera por soluções podem chegam a seis meses. “Quando falta ultimamente, eu tenho comprado e tenho entrado com recurso contra o Estado solicitando o ressarcimento das compras realizadas”. De acordo com Jerônimo Ferreira da Silva, representante da Associação de Diabético e Hipertensos do Estado de Alagoas, “a situação da distribuição de remédios é precária, não se pode deixar que o Estado deixe faltar tiras, insulina lantus e insulina regular, pois é algo que pode custar a vida do paciente diabético. Se é autorizado judicialmente que o paciente necessita de insulina, essa demanda tem que ser cumprida. A diabetes não tem cura, mas tem controle e o Estado está sendo responsável pela falta de controle de muitos diabéticos em Alagoas”, enfatizou.

Sefaz não fala sobre dívida da Sesau O EXTRA entrou em contato com a Secretaria da Fazenda, via Assessoria de Imprensa, para que a pasta se posicionasse acerca do débito da Secretaria de Estado da Saúde com fornecedores.Confira, na íntegra, a resposta dada pela pasta: “É de competência da Secretaria da Fazenda fazer o repasse mensal aos órgãos, atividade esta que tem sido desempenhada com sucesso nesta gestão. Tais órgãos são os responsáveis pela administração dos pagamentos aos fornecedores de acordo com seu planejamento orçamentário e financeiro. Deste modo sugiro que busquem o auxilio da assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde, a qual já foi informada sobre a demanda deste jornal quanto ao tema. Att. Isabelle Monteiro”


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Empresa se defende de queixas de usuários

VAI DE UBER?

EMPRESA DO APLICATIVO DE TRANSPORTE FORNECE DICAS DE SEGURANÇA E SOBRE COMO AGIR EM CASO DE OBJETOS ESQUECIDOS

SOFIA SEPRENY Estagiária sob supervisão da Redação

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lvo de frequentes polêmicas com operadoras de táxis, a empresa Uber, serviço de transporte de passageiros acessado por meio de aplicativo, enfrenta problemas também de relacionamento com seus usuários. É que muitos se queixam de não ter a quem recorrer em caso de reclamação contra algum prestador de serviço A Uber, que desembarcou no Brasil em 2014, durante a Copa do Mundo, e chegou a Maceió dois anos depois, explica que o atendimento ao usuário é um serviço prestado dentro do próprio aplicativo. Nele podem ser feitas reclamações que vão desde a postura do motorista às condições do veículo. Muitos clientes se utilizam desta plataforma diariamente na capital alagoana e com o crescente uso, as queixas aumentam. José Fernando, frequente usuário do meio de transporte reclama que por diversas vezes sua corrida não mostrava a previsão certa do motorista, fazendo com que se atrasasse em diversos compromissos. Ele revela também que já avaliou negativamente esse tipo de situação através do aplicativo,

Dicas para os usuários

C mas até agora o problema se repete. Outros tipos de queixas feitas de usuários fornecidas ao EXTRA foram de situações de esquecimento de pertences nos carros e a falta de honestidade dos motoristas para realizar a devolução. Thiago Tarelli, jornalista, utiliza o Uber diariamente e há um mês perdeu sua carteira com valor em espécie, documentos, cartão de crédito e celular em uma das corridas. Tentou diversas vezes entrar em contato com o motorista, mas todas as ligações foram rejeitadas, Thiago também solicitou informações à central, mas mesmo hoje, um mês depois do ocorrido, não conseguiu seus pertences de volta. O EXTRA entrou em contato com a assessoria da empresa do Uber e eles informaram que este caso é uma situação atípica e que procurariam solucionar o problema, algo que não aconteceu até o fechamento desta edição. COMO O UBER FUNCIONA A plataforma tecnológica funciona quando motoristas “parceiros” se conectam à empresa e facilitam a locomoção de diversos clientes. Tudo é feito de forma virtual e tecnológica, com isso a Uber só pode garantir a segurança dos seus usuários dentro do possível. Uma queixa frequente de diversos usuários do sexo feminino é referente ao assédio, por exemplo. Em situações como essa a empresa não tem controle sobre a ética e a conduta de todos os seus motoristas e a única forma de tornar mais viável o controle deles para com o motorista é avaliando o mo-

torista no final de cada corrida A empresa tem uma maneira de “avaliação mútua” após cada viagem, segundo explica sua assessoria. “Além de ser anônima, é ela que garante que a plataforma mantenha-se saudável tanto para motoristas parceiros quanto para usuários. Os motoristas precisam ter média de 4,6 (em uma escala de 1 a 5 estrelas) para continuar na plataforma. Motoristas que ficam abaixo da média de 4.6 são desligados da plataforma, não podendo mais fornecer serviços para a empresa” A Uber afirma que é importante que os usuários avaliem sinceramente a viagem para garantir a segurança, melhorias e o bom serviço. RASTREAMENTO A forma que a empresa garante a segurança dos usuários é através de rastreamento; todas as viagens são rastreadas, da hora que começam até a hora que terminam. Inclusive se o sinal de internet do local estiver ruim a corrida é registrada e qualquer problema que o usuário tenha ele pode recorrer à plataforma solicitando informações e/ou reembolsos. As precauções por segurança da plataforma se dão ao registrar os clientes e motoristas, solicitando documentos, fotos e nos casos de motoristas, antecedentes criminais. Declarações de defesa da Uber nas situações de atraso são que a plataforma se baseia em internet e rastreamento, podendo contar com mudanças do tráfego, imprevistos durante o caminho, ou com o motorista.

ancelamentos: A viagem pode ser cancelada sem custo algum nos primeiros 5 minutos após chamar seu Uber ou caso o carro demore 5 minutos ou mais em relação ao tempo estimado de chegada (ETA)*. Este é um prazo justo para que você possa desistir da solicitação, caso ela não atenda a sua expectativa. Se o cancelamento não respeitar a regra dos 5 minutos, será cobrada uma taxa. Esse valor serve para compensar o motorista parceiro pelo tempo e distância que ele já percorreu. No caso de um cancelamento feito nos 5 minutos iniciais após a chamada, o sistema não cobrará a taxa de cancelamento. Entretanto, caso o cancelamento seja feito porque o tempo de chegada estimado (ETA) ultrapassou 5 minutos, é necessário enviar uma solicitação pelo próprio aplicativo, para que nossa equipe faça o reembolso do valor. Objeto esquecido: Se você deixou algo em seu último uber, basta abrir o app, ir ao menu e clicar em ajuda. Selecione “relatar um problema com esta viagem” e depois “Itens perdidos”. A forma mais fácil de recuperar o seu item perdido é entrando em contato direto com o motorista parceiro. Para isso é só selecionar a primeira opção e informar o seu número de celular. Em poucos minutos você será conectado com o motorista parceiro e poderá combinar a melhor forma para reaver o seu bem. Além disso, reportar diretamente pelo nosso aplicativo à equipe de suporte que está pronta para atendê-los 24 horas por dia 7 dias por semana. Segurança e assédio: A Uber acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência contra mulher. Isso viola os termos de uso da plataforma. Os parceiros novos recebem vídeos em que podem

aprender como os usuários gostam de ser tratados - sempre com respeito e profissionalismo. Cabe lembrar que a plataforma da Uber tem camadas de tecnologia que agregam segurança antes, durante e depois de cada viagem, tanto para usuários quanto motoristas parceiros. Trajeto: Ao chamar um Uber, é possível acompanhar o trajeto dele até a chegada no ponto inicial, permitindo que o usuário aguarde a chegada do carro em segurança. Além disso, o usuário tem acesso a foto, nome do motorista, modelo e placa do carro. Vale lembrar que, para se cadastrar como motorista parceiro, é preciso ter carteira de motorista com licença para exercer atividade remunerada - EAR, e passar por checagem de antecedentes criminais. Os carros precisam ser cadastrados com a apresentação de Certidão de Registro e Licenciamento do Veículo, Bilhete de DPVAT do ano corrente. Existe um seguro APP que cobre motoristas e usuários em cada viagem, em caso de acidentes. Quando o usuário precisa contatar o motorista ou vice e versa, o número de telefone é anonimizado. Compartilhamento: Ao longo do trajeto é possível compartilhar a sua localização e o tempo de chegada em tempo real com quem o usuário desejar, além do caminho sendo feito pelo motorista parceiro com qualquer pessoa por redes sociais ou mensagem. Caso o usuário tenha um Perfil Familiar, cada vez que uma pessoa cadastrada em seu perfil começa uma viagem, ele pode automaticamente acompanhar o percurso diretamente de seu celular. Recibo: Após cada viagem, os usuários recebem um recibo com os detalhes do preço e o mapa do trajeto realizado. Caso o passageiro precise reportar algum incidente, a Uber conta com uma equipe de suporte ao usuário que analisa caso a caso.


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Balanço otimista

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e existe segmento do setor de veículos que sentiu menos o enorme tranco da recessão brasileira foi o de reparação e de peças de reposição. Sem recursos, financiamentos e medo de perder emprego, os motoristas cuidaram melhor de seus carros. Fabricantes que tradicionalmente têm forte atuação nesse mercado não estão reclamando da vida graças a um salto no faturamento. Os reparadores espalhados por todo o País tiveram procura maior por seus serviços. Estima-se em mais de 120.000 as oficinas de mecânica, funilaria, pintura e elétrica. Mão de obra bem treinada que perdeu emprego na indústria pôde reforçar os quadros técnicos dessas oficinas, o que está sendo bom para os clientes. Nesse ambiente positivo a 13ª Automec – Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços – organizada de terça a sábado da semana passada pela Reed Alcântara, no São Paulo Expo, superou expectativas. O número de cerca de 1.000

expositores cresceu quase 40% em relação à edição de 2015. O público passou de 74.000 visitantes do Brasil e de mais 60 países, ótimo para uma feira técnica com acesso apenas por convite. Estiveram em exposição aproximadamente 1.500 marcas. Um dos temas recorrentes durante aquela feira bienal foi a inspeção técnica veicular. Prevista no Código de Trânsito Brasileiro de 1997, espera-se há 20 anos sua regulamentação. A previsão era de que fosse estadualizada, mas agora se comenta que talvez ocorra a federalização. Em outros termos, as discussões ainda não terminaram, embora o consenso aponte para o modelo descentralizado por estado como o melhor pela experiência de outros países. Algumas novidades bem interessantes se destacaram. A Bosch apresentou o E-call Retrofit, dispositivo para serviço de chamada de emergência. Trata-se de concorrente para o OnStar, da GM. Semelhante a um plugue de recarga para celulares, mas com chip próprio, é conec-

ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

tado na tomada do carro. Um sensor de aceleração detecta a colisão e ativa a chamada de emergência. Por meio de aplicativo de smartphone, posição do carro e gravidade do impacto chegam à central de monitoramento. A Delphi exibiu dispositivos para carros autônomos. Câmeras, sensores, radares e programas compatíveis com o conceito V2E (veículo se conecta com tudo em volta). A empresa banca sozinha as pesquisas e tem interessados que ainda não pode revelar. Também decidiu entrar no segmento de velas de ignição com um, dois e três eletrodos, mercado altamente competitivo. Primeira pastilha de freio com

tecnologia cerâmica produzida no Brasil foi apresentada pela Federal Mogul. Batizada de Ferodo Top Premium, suporta temperaturas mais altas e tem vida útil até 30% maior que as convencionais. A catarinense Zen, que atua com grande desenvoltura no mercado externo, disse estar pronta para acompanhar a evolução dos componentes de motores a combustão. Fornece polias, tensores e impulsores de partidas entre outros. A Philips apresentou lâmpadas de LED para os faróis principais. Apesar do preço bastante elevado, o aumento da potência iluminante, sem risco de ofuscamento, significa grande avanço na segurança das viagens noturnas.

RODA VIVA n AINDA sem cronograma exato de lançamentos – começa este ano e termina em 2019 – a renovação de modelos da VW começa em setembro próximo com o Polo. Pode ocorrer de o Virtua (Polo sedã maior e estilo próprio) ser apresentado ainda este ano, porém vendas só em 2018. Depois virão SUV T-Cross (segundo semestre) e picape (primeiro semestre de 2019). n CAPTUR tem desempenho bom na versão de 1,6 litro. Além de suavidade no funcionamento (mais que no motor de 2 litros), não deixa impressão de falta de potência para o seu porte. Câmbio manual, agora, é de fácil manuseio (automático CVT chegará em pouco mais de um mês). Já o motor mais potente casa bem com o câmbio automático, mesmo de quatro marchas. n MOVIMENTO Maio Amarelo, ação coordenada entre Poder Público e sociedade civil em prol da segurança de trânsito, este ano tem como tema “Minha escolha faz a diferença”. Alerta para todos estarem muito

atentos a atitudes corretas (inclusive pedestres e ciclistas). Em cerca de 90% dos acidentes no país há falhas humanas (imperícia, imprudência, entre outros). n FEBRE de aplicativos para serviços em tempo real, como Uber e outros, ganhou nova opção. Ituran, fabricantes de rastreadores, criou o Guincho 55 para localização de reboques, troca de pneus, carga de bateria e chaveiro. Implantado na Grande São Paulo e planejado para se expandir no estado e no País em etapas. Disponível na loja para aplica-

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tivos Android. n ALGO realmente irritante é serviço de recapeamento que deixa tampas de bueiros desniveladas. Além de ser comum uso de asfalto de menor qualidade, cria-se uma armadilha. Satisfeito em rodar por pavimentação sem buracos ou piso irregular, o motorista se surpreende com depressões inesperadas. Muitas vezes sem tempo de desviar. Pneus, rodas e suspensão sofrem.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Funcionário público não trabalha nada!

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erta vez eu estava em Brasília, num congresso sobre trânsito, quando um colega congressista me foi apresentado, dizendo ser funcionário do Ministério dos Transportes. Disse que

Ora, um ano possui 365 dias e é constituído de 52 semanas. Assim sendo, existem 52 sábados e 52 domingos, nos quais ele não trabalha, num total de 104 dias. trabalhava muito, na qualidade de funcionário público, às vezes fazendo horas extras, para ter melhores gratificações. Ao voltar pra Maceió, eu imaginei que trabalho poderia ser o desse meu novo ami-

go, pois funcionário público trabalha muito pouco, tira férias demoradas, vive sempre com licenças para tratamento de saúde, possui muitos feriados, dias santificados, faz greves e possui outras regalias. Fui ver, então, se é mesmo verdade que um funcionário público trabalha muito, como disse meu novo amigo. Ora, um ano possui 365 dias e é constituído de 52 semanas. Assim sendo, existem 52 sábados e 52 domingos, nos quais ele não trabalha, num total de 104 dias. Ficam, portanto, outros dias que seria para o trabalho, mas, vem logo o Dia de Ano, os 4 dias de Carnaval, a Quarta-feira de Cinzas, o Dia de Tiradentes e, chega logo a Semana Santa. Nela, muitos aproveitam para “tomar umas”,

“51” ou “Pitu’, como faz o ex-presidente Lula. Já no dia que era para trabalhar, ninguém trabalha, pois é o Dia do Trabalho. Chegam o Dia de São João, o Dia de São Pedro, o Dia da Padroeira e o Dia da Padroeira do Brasil e, acaba-se o segundo semestre. Até aqui, já são 17 dias sem trabalhar. Mesmo sem ser patriota, ele não trabalha no Dia da Independência do Brasil, no Dia da Emancipação Política de Alagoas e no Dia do Funcionário Público, quando é presenteado pelos chefes e governantes. Chega o Dia de Corpus Christie, o Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados, porém, muitos não sabem nem quem proclamou a República, se foi o Lula ou a Dilma. No Dia da Imaculada Conceição e

no Dia da Consciência Negra, aí é que ele não trabalha, por ser a festa dedicada a Iemanjá. Juntando tudo, já são 26 dias sem trabalhar, além do direito de 30 dias de férias e o 13º mês de salário, também, tudo sem trabalhar. Vale salientar que um dia possui 24 horas e que o funcionário público, mesmo que não acontecessem os feriados, os dias santificados, as doenças, os sábados, os domingos e outras regalias, ele só trabalharia 6 horas por dia, ficando as outras 18 horas sem trabalhar, para dormir, comer e se divertir, ou seja, só trabalharia um quarto do que deveria trabalhar. Como se vê, o funcionário público não trabalha nada e ainda recebe propina!!!


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ABCDO INTERIOR

Não vai bem

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om uma passagem relâmpago pela Secretaria de Comunicação de Alagoas, o atual coordenador de Comunicação da Prefeitura de Arapiraca, jornalista Guilherme Lamenha, parece que está patinando sem rodas em terreno desconhecido. Não é pelo fato de não conhecer a segunda cidade mais importante de Alagoas, mas sim por não abrir um diálogo permanente com a imprensa local, com a finalidade de divulgar as ações do atual gestor.

robertobaiabarros@hotmail.com

Nova sede do MPE

Falta diálogo

E as reclamações sobre o comportamento de Lamenha não param, o que tem dificultado a divulgação dos serviços realizados no município que está há quatro meses sob o comando do prefeito Rogério Teófilo. É certo que é preciso dar um desconto na falta de providências para sanar problemas em alguns setores como educação, saúde e obras estruturantes. Rogério ainda está tomando pé da situação, que não é nada boa. Agora, precisa sim de profissional competente e que abra um diálogo permanente com os meios de comunicação para que, assim, a sociedade saiba o que está sendo feito pelo atual gestor em prol do município.

Investigações federais

Homenagem

O vereador Pedrinho Gaia (PMDB) usou a Tribuna da Câmara Municipal Recentemente, uma equipe técnica da Conpara homenagear seu pai, médico troladoria Geral da União (CGU) esteve em Pedro Gaia. “Dr Pedro é um exemPalmeira dos Índios para avaliar de que forma plo que deve ser seguido por todos. foram utilizados recursos públicos repassados Presta seus serviços salvando vidas ao município durante a gestão de James Ribeiro na área da saúde, contribuiu com (anos de 2014, 2015 e 2016), em programas do sua passagem por este parlamenMEC e MS. to, e hoje está como provedor do Hospital Santa Rita, fazendo com que aquela unidade hospitalar tenha sempre dias melhores”, disse em A informação é do blogueiro Berg Moraes: Acabou tom emocionado o parlamentar. o estoque de diazepam e lexotan nas farmácias de Palmeira. É que alguns ex-secretários da gestão passado estão há dias sem dormir com medo de serem presos a qualquer momento. A cada Essa está no Portal da Transpadia uma nova denúncia e mais investigações. rência da Prefeitura de Arapiraca. Não menos preocupado, o ex-prefeito deve estar Contrato Nº 0083/ - Francisco Carpensando como será sua campanha, caso decida los da Silva Funerária – ME – Valor: disputar uma cadeira de deputado estadual, com 91.500,00. todas essas denúncias contra sua administração. Objeto: A contratação emergencial de empresa especializada em serviços funerários com fornecimento de ataúdes e translado quando O trabalho da procuradora da Câmara Municipal necessário, para distribuição gratuita de Palmeira dos índios, Dra Aline Canuto, tem pelo plantão social. servido de exemplo para outros municípios. QuaA data da assinatura foi 07/04/2017 se em todas as sessões daquela Casa legislativa com vigência para 07/10/2017. Canuto é elogiada pelo desempenho de suas Não resta dúvida que é legal, mas funções. A advogada é filha do radialista Anselmo como fiscalizar essas doações? Robério, que atua no rádio há mais de três Com a palavra os senhores vereadécadas e é chamado de professor por muitos dores. profissionais de comunicação.

Sem dormir

Haja defuntos

Exemplo

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Na Sessão Ordinária da última quarta-feira (03), os vereadores palmeirenses receberam o Prefeito Júlio Cezar e o representante do Ministério Público, Dr Márcio Roberto Tenório, para discutir sobre o terreno que será doado pelo município para a construção e instalação da sede própria do Ministério Público Estadual em Palmeira dos Índios. Os recursos já estão garantidos e o empreendimento irá gerar cerca de 25 empregos diretos.

Nova sede do MPE 2

O presidente da Mesa Diretora, vereador Júnior Miranda (PSL), se disponibilizou, em nome de seus pares, a dar agilidade ao processo de doação. “Será uma importante obra para o nosso município. Esta Casa sempre será parceira e dará total apoio a projetos como esse, que só beneficiam Palmeira dos Índios”, enfatizou.

Queda de braço

Vereadores mudaram o Regimento Interno da Câmara de Vereadores, ou seja: mexeram na Lei, com a finalidade antecipar as eleições para a nova Mesa Diretora para o biênio 2019/2020. Trocando em miúdos: Foi uma manobra do grupo de oposição e teve como objetivo mostrar força e poder junto ao prefeito Rogério Teófilo, que não tem dado moleza para os vereadores, que perderam as benesses do governo anterior, que incluía direito a nomear servidores, além de secretários.

Na bronca

Mas o prefeito, que de tolo não tem nada, está atento e conversando com alguns vereadores, a exemplo da presidente Graça Lisboa, a Professora Graça. Está nas mãos da vereadora um abacaxi difícil de descascar: o FGTS dos servidores da Casa. A dívida junto à Caixa Econômica Federal (CEF) chega a aproximadamente R$ 1,5 milhão. A Câmara descontava dos funcionários, mas não fazia o devido repasse para a CEF e por conta dessa situação foi obrigada a pagar vultosas multas.

PELO INTERIOR ... De acordo com o líder comunitário Pastor Marcelo, a Frigovale já recebeu diversas multas por conta do mau cheiro provocado por sangue e restos de animais que são jogados nas lagoas de decantação do próprio frigorífico, o que tem provocado doenças alérgicas nos moradores do conjunto habitacional Brisa do Lago. ... “Eles resolveram o problemas, mas de vez enquanto o mau cheiro volta a atormentar as comunidades existentes no entorno do frigorifico e por conta disse pagam multa diária de R$ 5 mil. Recentemente recebeu uma multa superior a R$ 50 mil”, revelou o Pastor Marcelo. ... E os agentes de trânsito saíram às ruas portando faixas e cartazes cobrando da Prefeitura de Arapiraca o pagamento do salário de dezembro, além de gratificações. A paralisação é por tempo indeterminado, mas que gerou grande polêmica. ... A SMTT arapiraquense é, sem dúvida, um dos maiores geradores de receitas do município, com a sua indústria de multas. Segundo denúncia dos próprios agentes, o órgão incentiva a aplicação das “penas”, mas cortou sem explicações as bonificações a que tinham direito. ... A Prefeitura de Palmeira, por meio da Secretaria Municipal de Saúde anunciou na terça-feira (02) o lançamento do Processo Seletivo Simplificado (PSS) para a área da Saúde do município. ... Serão 141 vagas para diversos cargos, do ensino

fundamental ao superior. As inscrições serão de 03 a 05 de Maio, no prédio da antiga Dipal, localizado na Av. Governador Muniz Falcão, 1276, no bairro São Francisco. ... Os critérios de avaliação serão em duas etapas, primeiramente a avaliação curricular de títulos e experiência profissional dos candidatos e posteriormente, entrevista individual com os selecionados. O resultado final está previsto para o dia 31 de Maio. ... Está aberto o prazo para que as instituições de ensino superior que tenham curso de Direito realizem convênio com a Procuradoria da República no Estado de Alagoas (PR/AL), órgão do Ministério Público Federal (MPF), a fim de que seus alunos possam participar da seleção para estagiários da área de Direito da Procuradoria da República no Município de Arapiraca (PRM-Arapiraca). ... Para que seja formalizado o convênio, é necessário que a instituição de ensino superior seja credenciada pelo Ministério da Educação. Os interessados deverão, até o dia 16 de maio, enviar e-mail para pral-nugep@mpf.mp.br ou na sede da PR/AL, situada na avenida Juca Sampaio, n. 1800, no bairro do Barro Duro, em Maceió (AL), informando o nome completo e sigla da instituição, endereço, razão social, CNPJ, nome completo e cargo do representante legal e telefone para contato. ... Aos nossos leitores desejamos um excelente final de semana, repleto de paz, saúde e tranquilidade. Até a próxima edição. Fui!!!!


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MACEIÓ, ALAGOAS - 05 A 11 DE MAIO DE 2017

MEIO AMBIENTE

Bruno Fernandes meioambiente@novoextra.com.br

Praia Acessível

A

primeira edição do Praia Acessível de 2017 vai acontecer neste sábado, 6, de 7h30 até 11h, no início da orla de Pajuçara. O projeto é realizado pela Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (Semelj). O projeto destinado a pessoas com necessidades especiais tem por objetivo proporcionar atividades diversificadas e, a cada edição, acrescentar ações que não estejam no cotidiano dos participantes. No total, serão sete sábados de lazer durante este ano, sempre uma vez por mês.

Golfinho

Balneabilidade

De acordo com o Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA), no momento há 12 trechos de praias alagoanas consideradas impróprias para banhos, enquanto 51 são consideradas próprias para banho. Em Maceió, entre os bairros do Pontal e Ipioca, são acompanhados outros 20 trechos, seis deles estão considerados impróprios e estão localizados na Praia da Avenida, Jatiúca, Cruz das Almas e na foz do Rio Pratagy. As praias de Guaxuma, Garça Torta e Ipioca estão entre as mais indicadas para banho. Já no Litoral Norte, dos 22 pontos onde são feitas as coletas, entre os municípios de Paripueira e Maragogi, apenas três trechos estão classificados como impróprios: Rio Tatumunha e fozes dos rios Salgado e Persinunga, em Maragogi.

Corrida de trilha

As inscrições para o ‘BPA Eco Running’, corrida em trilha ou trail run, já estão disponíveis. A competição será no dia 11 de junho e está com 600 vagas ofertadas para os públicos civil e militar. O percurso de 5 km mistura trilhas, estradas de terra com vários obstáculos naturais e contato direto com a natureza local. A BPA Eco Running será realizada no Balneário Catolé, Rodovia BR-316, KM 14, no bairro do Clima Bom, em Maceió. Cada atleta inscrito terá direito a um kit de participação (camisa, bandana, mochila, número de identificação e chip eletrônico descartável).

Campeões da Terra

No Dia Internacional da Mãe Terra, 22 de abril, a ONU Meio Ambiente lançou o prêmio “Jovens Campeões da Terra”, iniciativa que visa apoiar projetos de defesa do meio ambiente desenvolvidos por jovens entre 18 e 30 anos. As inscrições podem ser feitas até 18 de junho. A plataforma permite que jovens divulguem invenções tecnológicas e modelos de negócio inovadores para melhorar a saúde do planeta. A iniciativa pretende conter o discurso negativo sobre o meio ambiente e inspirar a próxima geração de líderes ambientais. Os interessados podem acessar o site do prêmio: unep.org/youngchampions.

Apreensão de pássaros

O Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) apreendeu mais de 100 pássaros em uma operação desencadeada na segunda-feira, 1º, nos municípios de Satuba e Coruripe. A ação teve como objetivo combater o cativeiro ilegal de animais silvestres. Entre as espécies apreendidas estão papagaio, sibite, guriatã, azulão, patativa, curió, jandaia, cravina, sabiá, galo da campina, sanhaço, papa capim e canário da terra. Os animais foram encaminhados para a sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para, após os procedimentos, serem devolvidos à natureza. Ninguém foi preso.

Um golfinho de quase 3 metros de comprimento foi encontrado morto na segunda-feira, 1º, em Riacho Doce, Litoral Norte de Alagoas. De acordo com o Instituto Biota, o animal, um macho adulto, encalhou na praia. A carcaça é de um golfinho-nariz-de-garrafa, ou “flipper” como é normalmente conhecido, o animal de 2,8 metros de comprimento, é a espécie mais conhecida de golfinhos no mundo.

Amazônia terceirizada

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) prevê contratar por R$ 78,5 milhões por ano o monitoramento dos desmatamentos da Amazônia que é realizado desde 1989 pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O prazo de 14 dias dado a empresas interessadas em apresentarem seus projetos é considerado curto para a elaboração de uma proposta técnica complexa, que envolve uso de imagens de satélites e formação de equipes de especialistas reforçando suspeitas de favorecimento de alguma empresa que já tenha sido previamente avisada sobre as condições para disputar a contratação. O MMA é comandado pelo ministro Sarney Filho (PV).


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