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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVIII - Nº 923 - 26 DE MAIO A 01 DE JUNHO DE 2017

LAVA JATO

TRF MANTÉM BLOQUEIO DE BENS DO SENADOR BIU DE LIRA E DO FILHO ARTHUR P/ 5

R 3,00

MASSA FALIDA

GRUPO CORURIPE VOLTA ATRÁS E AGORA DIZ QUE VAI ARRENDAR USINA GUAXUMA P/ 18

MARX BELTRÃO COMANDARÁ NEGOCIATA BILIONÁRIA COM TERRENOS DE MARINHA Transação realizada por baixo dos panos só interessa ao lobby do mercado imobiliário P/10 e 11

JUIZ ANULA PROVAS DE PROCESSO POR ILEGALIDADE DA 17ª VARA PARA JULGAR ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS MP PEDE QUE CARTÓRIOS DEVOLVAM DINHEIRO COBRADO INDEVIDAMENTE

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Ministro Marx Beltrão decidirá destino das áreas litorâneas


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MACEIÓ, ALAGOAS - 26 DE MAIO A 01 DE JUNHO DE 2017

Quem pagou a baderna

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

O

s manifestantes que incendiaram Brasília e depredaram o patrimônio público foram patrocinados pelas centrais sindicais. A baderna foi custeada com dinheiro do imposto sindical, subtraído de todos nós trabalhadores, e do dinheiro fácil do frouxo poder público. Seus líderes são conhecidos pelegos sindicais que não vivem sem a mamata dos impostos pagos pelo contribuinte nem os privilégios do setor público. Querem derrubar o presidente para impedir as reformas trabalhista e da Previdência e manter seus privilégios.

(Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU

Que país é este?

Correção

Golpe do CNJ?

Os jornalistas Ricardo Noblat e Diogo Mainard, colunistas políticos com maior número de seguidores na internet, estão empatados com 1 milhão de leitores. Enquanto isso, a cantora Anita está comemorando 21 milhões de seguidores nas redes sociais. E o que dizer do jogador Neymar, com 100 milhões? É o Brasil da nova geração. Fazer o quê.

A coluna informou que a Cooperativa dos Usineiros de Alagoas fará empréstimo externo de U$ 500 milhões, para quitar dívidas com fornecedores. Na verdade, são U$ 300 milhões, mas o temor é que essa dinheirama seja desviada para outros fins.

O CNJ pode dar um golpe na Lava Jato? A Folha de S. Paulo diz que “o Conselho Nacional de Justiça colocou na pauta da sessão de terça-feira (30) dois procedimentos contra o juiz Sérgio Moro. Um deles questiona a divulgação de conversas de Lula e seus familiares”. (Diogo Mainard)

Senhor juiz

Irmãos Metralhas

Se cometidos em solo americano, os crimes de pagamento de propina a políticos e tentativas de obstrução de Justiça poderiam render aos donos da JBS até 20 anos de prisão nos EUA. “Mas, como os crimes ocorreram no Brasil, os irmãos gozam de relativa proteção em território americano”, dizem os especialistas em crimes do colarinho branco.

Um golpe de mestre

“Esses caipiras deram um banho em Marcelo Odebrecht”, disse um auditor do TCU à repórter da Piauí Consuelo Dieguez. Na reportagem Um golpe de mestre, a jornalista conta como os donos da JBS prepararam uma delação que os deixou de mãos livres e bolsos cheios.

J&F: R$ 45 bi dos cofres públicos

A resistência do MPF em fechar com a JBS uma cifra inferior aos 11 bilhões de reais, no acordo de leniência, se justifica com um cálculo dos procuradores. O Antagonista apurou que o grupo de Joesley e Wesley Batista, segundo o MPF, obteve um total de 45 bilhões de reais em recursos públicos, o que inclui aportes do BNDES e dos fundos de pensão, além de linhas de crédito da Caixa, do BB e outros bancos. Esses valores ajudaram a transformar a J&F no maior grupo privado do país. A empresa, porém, alega que o cálculo dos procuradores está errado (O Antagonista)

DA REDAÇÃO

“O juiz é um espelho social. Quando ele chega a uma comarca, as pessoas procuram se espelhar em seu comportamento”. Frase de Nancy Andrighi, ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Hoje, nem tanto, ministra.

Acredite se quiser O deputado Carimbão disse ao jornal Tribuna que o presidente Temer tentou lhe comprar para votar na reforma trabalhista. Não revelou o valor da propina oferecida, mas certamente foi aquém de sua expectativa. Quem conhece o deputado sabe que ele nunca foi de jogar dinheiro fora. Afinal, o ditado mais adaptável aos políticos reza que “onde o dinheiro não resolver, é porque foi pouco”.

Profecia de Sarney Quando Aécio governava Minas Gerais pela segunda vez, um amigo do ex-presidente José Sarney quis saber o que ele achava do neto de Tancredo Neves. Depois de elogiar Aécio que, segundo ele, herdara muitas das qualidades do avô, Sarney disse: “Só tem um problema. O mal de Aécio é que ele prorrogou muito a sua juventude”. (Ricardo Noblat)

Grupo João Lyra Já se passaram 4 anos e até agora os 12 mil trabalhadores demitidos não receberam um centavo de indenização. E não há esperança de que algum dia venham ser indenizados.

Preconceito

O PT festejou a delação de Joesley Batista sobre Michel Temer e Aécio Neves. Mas houve um efeito colateral: Antonio Palocci está correndo para tentar fechar o quanto antes seu acordo com a Lava Jato. Ele sabe que a possibilidade de acrescentar fatos novos está se esgotando rapidamente. E está quase pronto para apresentar os primeiros anexos. (O Antagonista)

Mais uma vez os nordestinos são alvo de preconceito. Nesta semana, a vereadora Eleonora Broilo (PMDB), da cidade de Farroupilha (RS), disse em plenário que nordestinos “sabem se unir para roubar”. Esqueceu que alguns políticos do Rio Grande do Sul não são exemplos de honestidade. Basta dar uma olhada nos cofres públicos do estado gaúcho, que foi saqueado e quebrado por seus governantes.

Cartórios

Inundada

Efeito colateral

Para alguns empresários do setor da construção civil, a máfia dos cartórios em Alagoas só acabará quando o caso for denunciado junto ao Conselho Nacional deJustiça (CNJ). Até lá – dizem - essas capitanias hereditárias e seus donatários continuarão deitando e rolando, inclusive patrocinando piruetas jurídicas para escapar da Justiça. É, pode ser.

Uma propaganda da Prefeitura de Maceió foi parodiada por internautes. Circulou nas redes sociais um vídeo mostrando a situação da capital alagoana devido às chuvas. Não faltaram imagens de ruas debaixo d’água. E como fundo musical, um jingle dizendo que “Maceió está cada vez melhor”.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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Rodrigo Medeiros

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MACEIÓ, ALAGOAS - 26 DE MAIO A 01 DE JUNHO DE 2017

JORGE OLIVEIRA

A boa vida dos delatores Cascais, Portugal - Ainda soam muito estranhas as vantagens oferecidas pelo Ministério Público aos irmãos Batista, da JBS. Aproveitadores confessos dos empréstimos do BNDES (embolsaram mais de 8 bilhões de reais dos brasileiros para comprar empresas no exterior), delataram presidentes envolvidos em trapaças, um monte de político, e de uma hora para outra desapareceram do Brasil a bordo de um avião particular. Os irmãos bilionários cometeram todo tipo de crime, mas, orientados por seus advogados, decidiram apresentar-se ao Ministério Público e abrir o jogo, o mais escandaloso de todos os outros da Lava Jato. Sou um daqueles brasileiros que se sentiram lesados pelos irmãos Batista e pelo Ministério Público. Vi, com surpresa, desaparecerem do Brasil dois empresários que durante mais de 10 anos espoliaram o patrimônio público com a colaboração e a cumplicidade do PT e de políticos inescrupulosos de outros partidos. Esses senhores escancararam as portas dos bancos estatais e dos fundos de pensão para alimentar a ambição dos Batista que montaram um império no exterior com o dinheiro do trabalhador brasileiro. Ao deixarem o Brasil, ficamos, todos nós, com a sensação de que fomos burlados com o nosso próprio dinheiro por dois empresários expertos que botaram no bolso literalmente toda a elite política do país com as suas maracutaias. E, ao saírem, atearam fogo no circo. Os depoimentos dos irmãos ao Ministério Público ainda podem ser revistos. Os dois devem esclarecer detalhes que estão sendo questionados hoje por peritos e agentes da Polícia Federal que não tiveram acesso às gravações, um erro grave que o MP não sabe explicar. Evidentemente que esses pormenores não devem alterar muito as investigações nem isentar de culpa os políticos envolvidos na caixinha dos bilionários. A revelação da dupla “caipira” só mostra como o processo político do país está degenerado, afetado pela corrupção. Deixa claro também a relação promíscua entre os poderes constituídos e os empresários cooptados por políticos para se tornarem sócios do dinheiro público nas campanhas eleitorais. Já se falou aqui da responsabilidade de Michel Temer, das suas péssimas companhias (oito dos seus ministros estão envolvidos na Lava Jato) e da sua cumplicidade com empresários que alimentam o seu partido, o PMDB. Desde que assumiu não consegue se livrar dos escândalos. Eles começaram dentro de casa quando seu assessor especial José Yunes denunciou o ministro chefe do Gabinete Civil, Eliseu Padilha, acusando-o de receber propinas por meio do seu escritório de advocacia em São Paulo.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Inércia

De lá para cá, oito dos seus ministros foram denunciados na Lava Jato e o governo continuou paralisado, inerte às denúncias. Agora, joga-se um petardo no colo dele. Joesley grava Temer e entrega a gravação ao Ministério Público. De nada adianta ao presidente tentar desqualificar a gravação ou denunciar a sua adulteração. Se ela está editada cabe à Justiça penalizar os irmãos e quebrar o acordo da delação premiada. O que não se admite, contudo, é a intimidade revelada entre Temer e o empresário envolvido nas maracutaias.

Negligência

Temer abriu a guarda ao receber Joesley no palácio. Mas pelas regalias dispensadas ao delator deixou claro a intimidade que tinha com ele. Pediu que a segurança negligenciasse ao não pedir a identificação do visitante. Deu-lhe passe livre para ser gravado porque Joesley tinha acesso fácil à sua casa. Tanto é assim que tratou com ele de vários assuntos. O mais sensível deles, a situação de Eduardo Cunha, réu condenado a 15 anos por corrupção. Nada justifica que o presidente mandasse abrir os portões do palácio para receber um empresário que já se sabia colaborar com o Ministério Público por crimes cometidos.

Os erros

A renúncia do Temer não iria consertar os desacertos do país tão traumatizado pelas várias organizações criminosas partidárias. O receio é que a sua saída traga de volta outros criminosos agora mais sofisticados para dilapidarem o patrimônio do Brasil. É mais prudente esperar as eleições de 2018 para que o povo escolha democraticamente o seu governante para impedir, assim, que esse Congresso carcomido o escolha por eleição indireta.

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Idas e vindas

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uando o presidente Michel Temer vaticinou que tivessem calma porque o senador Renan Calheiros era de idas e vindas, ele sabia o que estava dizendo. Crítico feroz do governo contra as reformas trabalhista e da previdência, Renan arrefeceu depois de um regabofe no Palácio do Planalto dias atrás. Como o presidente da República se complicou com o grampo do empresário Joesley Batista, Renan voltou com a carga toda e pediu sem maiores subterfúgios o adiamento das reformas e a renúncia do presidente Michel Temer. Pela história de dizer uma coisa e fazer outra, não é de se espantar que o líder do PMDB no Senado possa mais uma vez mudar de ideia sobre a situação política no Brasil. Mas o senador foi mais além, ao sugerir os nomes da presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia e, pasmem, do ministro Gilmar Mendes, assim como do presidente do Senado, Eunício Oliveira, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, estes dois investigados na Operação LavaJato, para substituir o presidente Michel Temer. A senadora Kátia Abreu também figurou na lista de Renan, que não foi levada muito a sério pela classe política brasileira. Com esses lances midiáticos, o senador quer se manter vivo e acima de qualquer suspeita, como tem dito frequentemente. Renan já é investigado em mais de 10 inquéritos pela Polícia Federal e pode aumentar o seu currículo com mais alguns depois da delação premiada do diretor da JBS, Ricardo Saud.

Pai da criança

Como tem mudado rápido de opinião, o senador Renan Calheiros agora quer que Nelson Jobim seja o substituto de Michel Temer na Presidência da República. E se movimenta com habilidade junto a outros senadores para que este projeto seja aprovado. Renan prevê que Temer deixa o governo até a próxima semana.

Previsão

Se o senador Renan Calheiros não ficou rico até agora, deve ficar nos próximos anos, com uma série de ações por danos morais que tem sofrido nos últimos meses com seu nome sendo envolvido na Lava Jato por delatores.

Estrago coletivo

Jurando inocência

A JBS, de acordo com as declarações feitas pelos partidos políticos à Justiça Eleitoral, também abasteceu campanhas para candidatos a deputados estaduais nas eleições passadas e até vereador. Nos estaduais estão na lista Carimbão Júnior, Thayse Guedes, Ronaldo Medeiros, Ricardo Nezinho, Tarciso Freire e Olavo Calheiros. Eles também participaram da “festa” da Odebrecht.

Tô fora

Também beneficiados

O senador Renan Calheiros tem demonstrado uma frieza impressionante quando o assunto é Lava Jato. Ele disse que “se o delator tivesse ofertado propina para mim ou para outros parlamentares, eu teria mandado prendê-lo”. Calheiros não entrou em detalhes sobre os quase 10 milhões de reais que abocanhou, segundo o diretor da JBS, Ricardo Saud. Renan, embora esteja sendo investigado em mais de uma dezena de inquéritos, desafia todos a provarem que ele recebeu algum recurso ilícito. Pelo que diz, a responsabilidade por essa celeuma toda é dos delatores quer não merecem credibilidade, do Ministério Público e, consequentemente da Polícia Federal.

Ele comprou?

Segundo Ricardo Saud, que detalhou como as propinas enchiam as burras dos políticos e de alguns executivos, a empresa comprou por 43 milhões de reais cinco senadores na campanha de 2014. Tudo com a participação do ex-ministro Guido Mantega. Entre os senadores, Eduardo Braga, Jáder Barbalho, Eunício Oliveira e Valdir Raupp, também está Renan Calheiros, com a bagatela de 9,3 milhões de reais, mas ele afirma serem revelações fantasiosas.

Além de Renan Filho e Benedito de Lira, candidatos em 2014, também foram beneficiados com doações Maurício Quintella, Arthur Lira e até Ronaldo Lessa. Todos os citados alegam que as doações foram registradas na Justiça Eleitoral.

Pilantragem

Depois de se atrapalhar no caso da mala que continha propina de 500 mil reais, o deputado Rodrigo Loures, do PMDB do Paraná, deve ter se arrependido e devolveu a preciosidade à Polícia Federal. Mas eis a surpresa: quando a PF contou a grana, faltavam no bolo 35 mil reais que ninguém sabe até agora onde foram parar, a não ser o parlamentar.

GABRIEL MOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Confusão à vista A decisão do juiz Marcelo Tadeu de tornar nulos todos os atos da 17ª Vara Criminal da Capital em um processo penal, inclusive desconhecendo escutas telefônicas, vai dar muito que falar na esfera judicial. Tadeu diz, na sua decisão, que a lei estadual que deu amplos poderes à 17ª Vara é inconstitucional. Se isso prevalecer, dezenas de processos se tornarão nulos de pleno direito.

Caos no HGE

Diretores do Hospital Geral do Estado foram exonerados no início da semana, mas os problemas estão longe de serem resolvidos. Como sempre, faltam macas, colchões, cama e há pacientes internados sentados no chão. Enquanto isso, muita gente fazendo política com a miséria alheia.

Elogios ao governo

Em plena chuvarada na última quarta-feira, o coordenador da Defesa Civil do Estado, major Moisés, passou mais tempo elogiando o governador Renan Filho numa reportagem de Williams Tavares, na Rádio Correio, do que mesmo informar didaticamente sobre o que fazer em caso de catástrofe. Fica a sugestão de que, num momento de apreensão, não cabe política no meio.

Coerência

Os ministros Maurício Quintella e Marx Beltrão têm defendido com unhas e dentes a permanência de Michel Temer na Presidência da República. Nada mais correto para dois auxiliares que têm feito o dever de casa nos cargos que ocupam.

Alívio dos trabalhadores

Os presidentes das federações dos Portuários, Eduardo Guterra, e dos Estivadores, Wilton Ferreira, e da Feccovib, Mário Teixeira, conseguiram que a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) retirasse do projeto de lei a cláusula que permitiria ao operador portuário contratar mão de obra sob o regime de trabalho temporário. Esta cláusula estaria afrontando a lei portuária 12.815/2013 e prejudicando a relação de trabalho nos portos.

O negócio é sério

A cada dia que passa a situação do conselheiro afastado do Tribunal de Contas Cícero Amélio se complica. Agora, com outra denúncia, o Ministério Público pede que ele seja condenado à perda de função pública, pagamento de multa equivalente a cem vezes a sua remuneração e suspensão dos direitos políticos.

Destino incerto

Mesmo que tenha recorrido a instâncias superiores, a situação do desembargador afastado Washington Luiz não é mais confortável do que a de Cícero Amélio. Insistindo na sua inocência, Washington tem comido o pão que o diabo amassou. Suas outrora amizades sumiram como por encanto.

Acabou

Por mais que tente explicar ninguém mais vai na conversa do senador afastado Aécio Neves. Sua carreira política foi por água abaixo depois das denúncias de recebimento de propina de 2 milhões de reais. Nem o PSDB consegue explicar nem defender o homem que disputou a Presidência da República com ares de honesto e bom moço.

Pingo d’água

Em Alagoas as operações Taturana, Rodo-leiro, Sanguessugas, Gabiru e outras que até agora não deram em nenhuma cana para os envolvidos, são um pingo d´água no oceano com relação aos escândalos que pipocaram pelo país e atingiram até o presidente da República. Os envolvidos sabem que dificilmente serão punidos com a legislação complacente que está em vigor. E tome roubo!


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Tribunal Federal mantém bloqueio de bens de Biu de Lira

LAVA JATO

SENADOR É ACUSADO DE RECEBER PROPINA PARA FINANCIAR CAMPANHA JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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senador Benedito de Lira (PP) bem que tentou, mas o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negou recurso e manteve a indisponibilidade de seus bens no montante de até R$ 10,4 milhões. De acordo com desembargadores, a medida é cabívelporque“há indícios de prática de atos de improbidade administrativa e tem por objetivo assegurar a efetividade da decisão judicial em caso de condenação”. Lira é alvo da Operação Lava Jato assim como o filho, o deputado federal Arthur Lira (PP/AL), também alvo da investigação e do bloqueio de valores. As investigações dão conta de que quando deputado, Benedito de Lira teria recebido “vantagens indevidas”, ou seja, propinas, por meio do doleiro Alberto Youssef que chegariam a R$ 2,6 milhões para pagamento de despesas com a campanha eleitoral de 2010. Youssef foi preso na Lava Jato e fez delação premiada. Movida pela Advocacia-Geral da União (AGU), a ação por improbidade administrativa é um desdobramento cível dos crimes investigados na Lava Jato, em que ações penais tramitam na Justiça Federal do Paraná, sob tutela do juiz Sérgio Moro.O bloqueio dos bens foi deferido em 19 de dezembro do ano passado pela 11ª Vara Federal de Curitiba. Apesar de o senador ter direito a foro privilegiado no âmbito criminal, as ações cíveis continuam tramitando na Justiça Federal de Curitiba.A investigação aponta que o dinheiro que supostamente foi repassado ao alagoano procedia de contratos superfaturados entre a Petrobras e empreiteiras

Pai e filho, Benedito e Arthur Lira são investigados pela Operação Lava Jato e ambos tiveram bens bloqueados pela Justiça

investigadas. Conforme a defesa do senador, “não há provas da ocorrência de prejuízo ao erário que justifiquem a medida constritiva, e que a União não teria legitimidade para propor a ação de improbidade”. Ainda segundo os advogados de Benedito de Lira, “já houve arresto de bens determinado pelo Supremo Tribunal Federal”. A assessoria de imprensa de Benedito de Lira informou ao EXTRA que o senador irá recorrer da decisão.

PROCESSO LEGÍTIMO

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relatora do caso no TRF-4, desembargadora federal Vivian Josete Pantaleão Caminha, confirmou a legitimidade da União para propor a ação. “A União é parte legítima porquanto inequívoca a existência de interesse federal na lide, dada a natureza e origem dos recursos públicos envolvidos”, ressaltou. Para Vivian, “a despeito de a Petrobrás se constituir sob a forma de sociedade de economia mista, a ação de improbidade administrativa originária é peculiar, porque, afora o aporte substancial de recursos federais na estatal, diz respeito a irregularidades disseminadas em toda a sua administração, com desvio de vultosas quantias”. Quanto à medida constritiva tomada pelo STF, a desembargadora frisou que as instâncias penal e civil são independentes e autônomas. (Com agências)


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OAB deve ir ao Supremo contra lei estadual

17ª VARA CRIMINAL Caio Loureiro / Dicom-TJ

ADVOGADOS COMEMORAM SENTENÇA DO JUIZ MARCELO TADEU ANULANDO TODOS OS ATOS DO COLEGIADO QUE JULGA AS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS

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VERA ALVES veralvess@gmail.com

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Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL) discute nesta sexta (26)uma proposta de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a lei estadual que regulamenta a 17ª Vara Criminal da Capital. Responsável pelos processos envolvendo organizações criminosas (ORCRIMs), a polêmica envolvendo a vara voltou à tona depois da sentença do juiz Marcelo Tadeu Lemos de Oliveira, da 12ª Vara Criminal, anulando em um processo todos os atos praticados por juízes da 17ª Vara por considerar inconstitucional o colegiado de três magistrados que a integra. A decisão do magistrado foi dada no processo 070370861.2015.8.02.0001, um caso de roubo majorado – quando há uso de arma ou mediante grave ameaça ou violência - inicialmente levado à 17ª cujos

LEGALIDADE X ILEGALIDADE

Marcelo Tadeu ao se posicionar, em 2014, na ALE, contra o projeto da 17ª

juízes deferiram, por três vezes, o pedido de escutas telefônicas feito pela Polícia Civil ao longo do inquérito. Ocorre que, posteriormente, o juízo específico para ORCRIM declinou da competência e remeteu o processo para a 12ª Vara Criminal. Em uma decisão de 27 páginas prolatada no último dia 15, o juiz Marcelo Tadeu discorre sobre as discrepâncias da lei estadual que regulamenta a 17ª Vara Criminal e afirma que ela é inconstitucional por se sobrepor a uma lei federal. Os argumentos do magistrado são basicamente os mesmos que ele próprio apresentou em 2014 quando da discussão do projeto enviado pelo Tribunal de Justiça à Assembleia Legislativa. Na ocasião, Marcelo Tadeu foi o único juiz a se contrapor ao projeto do TJ. Não foi ouvido e a

lei acabou sendo sancionada em janeiro de 2015 pelo governador Renan Filho em meio a uma polêmica em que advogados criminalistas também questionavam a constitucionalidade do texto aprovado. Ocorre que a Lei 7.677/2015, explica o magistrado, contraria o Código do Processo Penal (CPP) e os preceitos estabelecidos pela Lei federal 12.694/2012, que dispõe sobre o processo e o julgamento colegiado em primeiro grau de jurisdição de crimes praticados por organizações criminosas. Em resumo: dois anos e meio após a vigência de lei federal disciplinando a atuação do Judiciário em primeira instância no que se refere às ORCRIMs, Alagoas sancionou uma lei contrariando os dispositivos da lei federal, em clara afronta à Constituição.

e acordo com o juiz Marcelo Tadeu, sua decisão foi motivada por um único princípio, o da legalidade. “É uma questão de lei e de coerência”, afirmou ao EXTRA. Basicamente, os pontos atacados pelo magistrado, nos quais relaciona a inconstitucionalidade da lei estadual, se referem ao desrespeito ao juiz natural, desrespeito ao CPP ao estabelecer como raio de sua atuação todo o estado de Alagoas e contrariar a lei federal relativa às ORCRIMs. No que se refere ao juiz natural, a Constituição Federal, em seu artigo 5º, incisos XXXVII e LIII, estabelece, respectivamente, que “não haverá juízo ou tribunal de exceção” e que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”. Competência, esta, definida pelo artigo 70 do CPP: “A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de exceção”. A lei de Alagoas fere também o artigo 24 da Constituição Federal, que trata da concorrência legislativa entre União, Estados e Distrito Federal, cuja alínea b afirma: “se houver legislação federal sobre matéria prevista no citado artigo, os Estados e o Distrito Federal poderão atuar apenas com competência concorrente suplementar, devendo respeitar o regramento geral do ordenamento federal”. Ocorre que enquanto a lei federal das ORCRIMs estabelece que o processo seja conduzido pelo juiz natural e prevê a formação de um colegiado composto por outros dois juízes escolhidos mediante sorteio apenas em casos excepcionais – como de ameaça à integridade do magistrado natural – a 17ª Vara invoca para si todos os processos referentes a organizações criminosas e possui um colegiado fixo, atuando em todos os processos. “Observa-se mais uma espécie de inconstitucionalidade, que, pode-se dizer, trata-se de inconstitucionalidade por tabela, já que a lei estadual, ao invadir matéria geral, de competência legislativa da União, cria sistemática ofensiva ao princípio do Juiz natural, por impor um Juízo colegiado fixo, diverso do que é previsto na lei federal, pelo que fica nítida a ocorrência de inconstitucionalidade material no corpo da famigerada lei alagoana”. “A existência e o funcionamento da 17ª Vara Criminal da Capital são uma verdadeira aberração jurídica”, sentencia Marcelo Tadeu.


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Advogados criminalistas elogiam magistrado A Associação dos Advogados Criminalistas de Alagoas (Acrimal) comemorou a decisão do juiz Marcelo Tadeu. E, mesmo reconhecendo que ela se aplica apenas a um processo específico, decidiu expressar seu reconhecimento ao magistrado com a entrega, nesta quinta (25), de uma placa que traz os seguintes dizeres: “Um sopro de esperança num estado de exceção”. Presidente da entidade, o advogado Thiago Pinheiro explica que não se trata de estar contra a 17º Vara e nem a favor da impunidade, mas sim de apoiar uma decisão eminentemente técnica do juiz Marcelo Tadeu. “Ele, como juiz independente e corajoso, foi o primeiro juiz a reconhecer que a 17ª Vara é inconstitucional por meio de uma decisão técnica que, sob o ponto de vista jurídico, é irreparável”. “Há uma lei federal e ela diz que não pode haver um colegiado permanente, como ocorre na 17ª Vara”, assinala. Mesmo em se tratando de uma decisão de uma decisão de controle de constitucionalidade difuso, ou seja, que só se aplica no caso específico em que foi prolatada, o presidente assinala ser um divisor de águas, na medida em que se trata de uma decisão técnica. “É disto que a advocacia pre-

Thiago Pinheiro, da Acrimal, e Welton Roberto defendem ação de inconstitucionalidade junto ao STF cisa, de decisões mais técnicas, menos emocionais, menos atreladas a discursos apelativos e com mais respeito à Constituição”.

A mesma opinião é compartilhada pelo também advogado criminalista e professor universitário Welton Roberto. “A 17ª Vara continua com a inconstitu-

cionalidade, pois só quem pode legislar sobre processo penal é a União. Assim, se existe lei federal que disciplina o funcionamento de uma vara que proces-

se e julgue o crime organizado, a criação da vara deveria seguir o que disciplina a lei federal, mas ela (17ª) continuou com os vícios de outrora”, frisou, em referência ao embate travado no Supremo Tribunal Federal (STF), antes da edição da lei estadual de 2015. Em maio de 2012, o STFanulou os atos da 17ª Vara Criminal da Capital inconstitucional nos moldes em que atuava: um colegiado composto de cinco juízes escolhidos pelo presidente do Tribunal de Justiça. Na época, o STF julgou uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) ajuizada pela OAB de Alagoas, quando os ministros, embora tenham mantido a existência da vara, consideraram inconstitucionais vários de seus dispositivos, dentre os quais o critério de nomeação dos cinco juízes que nela atuavam: por livre escolha do presidente do Tribunal de Justiça. O Supremo deve ser novamente acionado a decidir sobre a 17ª. Nesta sexta, os dirigentes da Acrimal vão estar na sede da OAB de Alagoas debatendo o texto da nova Ação de Inconstitucionalidade a ser apresentada à Corte através do Conselho Federal a OAB.

TJ: lei de Alagoas segue Convenção da ONU Questionado pelo EXTRA acerca da mais nova polêmioca envolvendo a 17ª Vara Criminal da Capital, o presidente do TJ, desembargador Otávio Praxedes, enviou, via Diretoria de Comunicação, os seguintes esclarecimentos: “A Lei Estadual 6.806, de 23 de março de 2007, em harmonia com a Convenção das Nações Unidas sobre Crime Organizado Transnacional, de 15 de novembro de 2000 (Convenção de Palermo), bem como com a Recomendação nº 3, de maio de 2006, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou, no âmbito do Poder Judiciário a 17ª Vara Criminal da Capital, definindo -a como um Juízo especializado, com competência exclusiva para processar e julgar delitos prati-

cados por organizações criminosas. A constitucionalidade da Lei 6.806 foi apreciada pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4414-AL, julgada pelo Plenário do STF no dia 31 de maio de 2012, que concluiu que a 17ª Vara Criminal, com a realização de alguns ajustes, não só estava em consonância com o texto constitucional, mas também que representava modelo adequado para o combate às organizações criminosas. As adequações solicitadas pelo Superior Tribunal Federal foram feitas através da Lei 7.677/15, a qual manteve a competência da 17ª Vara Criminal de Alagoas para o julgamento dos crimes praticados

por organizações criminosas. Assim, a Lei atualmente vigente é Constitucional, porquanto editada exatamente nos moldes definidos pelo STF, instância do Judiciário competente para resguardar as normas Constitucionais. Há que se destacar que a edição da Lei 12.694/12 não impediu a existência da unidade judiciária, nem afetou a Competência do Estado de Alagoas para legislar sobre o tema, já que como bem esmiuçado pelo Supremo Tribunal Federal, na referida ADI 4414/AL “A composição do órgão jurisdicional se insere na competência legislativa concorrente para versar sobre procedimentos em matéria processual, mercê da caracterização do procedimento

como a exteriorização da relação jurídica em desenvolvimento, a englobar o modo de produção dos atos decisórios do Estadojuiz, se com a chancela de um ou de vários magistrados” Seguindo os ditames do Art. 24 da Constituição Federal, a Lei 12.694/12 apresenta caráter de norma geral da União, fixando os postulados fundamentais, necessários à uniformidade do tratamento da matéria no âmbito da federação no combate pelo judiciário a crimes praticados por organizações criminosas e prevendo a possibilidade de formação de uma órgão colegiado para dirimir as demandas. Com o mesmo espírito de garantir o eficaz combate às organizações criminosas, dentro de seu âmbito de atuação suple-

mentar, a Lei 7.677/15 instituiu garantias mais robustas para garantia da segurança pública, bem como para a independência do Magistrado ao manter um órgão colegiado permanente, buscando a agilidade no julgamento dos processos e preservação da integridade do julgador. Neste contexto, verifica-se que a 17ª Vara Criminal de Maceió, regulamentada pela Lei 7.677/12, é constitucional, está em conformidade com a Convenção das Nações Unidas sobre Crime Organizado Transnacional e com a recomendação 03/2006 do CNJ e complementa os dispositivos da Lei 12.694/2012 para garantia do combate a prática de crimes cometidos por organizações criminosas”.


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MP pede que cartórios devolva dinheiro cobrado a mais

DO CARIMBO

VALORES PAGOS INDEVIDAMENTE SÃO REFERENTES AOS 50% DO PRIMEIRO IMÓVEL DULCE DE ARAÚJO MELO

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Promotoria de Defesa do Consumidor da Capital recomendou, na quarta-feira (24), aos cartórios de registro de imóveis de Maceió, o ressarcimento de valores referentes ao registro da primeira aquisição de imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) durante o período de suspensão do benefício por meio de uma resolução do Tribunal de Justiça do Estado Alagoas (TJ/AL). A Lei Federal nº 6015/73 garante ao consumidor o abatimento de 50% no custeio do primeiro registro. A intenção do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), por iniciativa do promotor de Justiça Max Martins, é “a de proteger o consumidor da onerosidade

Max Martins dá 10 dias para cartórios se manifestarem

excessiva e garantir a restituição de valores cobrados indevidamente e que sacrificam ainda mais o cidadão”. A recomendação beneficia qualquer consumidor, seja ele pessoa física ou jurídica, que comprove o pagamento integral referente a imóveis para fins residenciais no período entre 17 de fevereiro de 2016 a 22 de março de 2017. “A nossa recomendação é para que as pessoas que registraram o imóvel, na época em que a resolução estadual não aplicava a lei federal, recebam a devolução dos 50%, desde que comprovem o pagamento integral”, esclarece o promotor Max Martins. Os cartórios de registro de imóveis de Maceió têm o prazo de dez dias, a contar do recebimento da recomendação, para se manifestarem a respeito da recomendação da

Promotoria de Justiça. CELEUMA JUDICIAL A partir uma resolução do Tribunal de Justiça de Alagoas, a garantia ao consumidor havia sido ignorada, ou seja, o abatimento deixou de ser acatado pelos cartórios em Maceió. Mas, por meio de manifestações, inclusive com a participação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a resolução estadual foi derrubada e, obrigatoriamente, os cartórios deveriam manter o benefício ao consumidor. O próprio TJ, em decisão recente, aconselhou, após a desconsideração da resolução, aos cartórios a readotarem o procedimento. Porém, com a ressalva de que não fossem favorecidos os proprietários dos imóveis registrados no período da suspensão.


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Alagoas pode perder metade das zonas eleitorais

ELEIÇÕES ENCONTRO EM BRASÍLIA PÕE EM XEQUE DECISÃO DO MINISTRO GILMAR MENDES

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais e entidades estaduais se reuniram nesta quarta-feira, 24, em Brasília, para discutir a Portaria nº 372 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determina a extinção e o remanejamento de zonas eleitorais em todo o país. Em Alagoas, a estimativa é que aproximadamente 50% das zonas eleitorais sejam extintas. Representando o estado, a Associação Alagoana de Magistrados (Almagis), através do seu presidente, o juiz Ney Alcântara, se posicionou contrária às mudanças temendo o enfraquecimento da Justiça Eleitoral. No entanto, para Alcântara, as consequências ainda estão sendo avaliadas por cada Tribunal Regional

Presidente da Almagis, Ney Alcântara revela que as mudanças são por questões orçamentárias

Eleitoral (TRE).“As mudanças são por economia, questões orçamentárias”, destacou ao EXTRA ALAGOAS. “Mas, com a diminuição de zonas eleitorais, em alguns casos, o eleitor que precisar tirar o título ou qualquer outro serviço terá que se mover de sua cidade”, exemplificou. De acordo com a portaria, os TREs devem eliminar as zonas eleitorais que não estiverem de acordo com critérios e parâmetros estabelecidos na Resolução do TSE nº 23.422/2014, que dispõe sobre as normas para criação e instalação de zonas eleitorais. “No momento crítico que estamos vivendo na política do país, não podemos enfraquecer a Justiça Eleitoral, que é reconhecida por garantir a democracia, assegurando a lisura das eleições”,

pondera.Além disso, Alcântara destaca que o juiz eleitoral é um fator importante para a pacificação numa determinada região em que há grandes demandas políticas e, com essas mudanças, muitos juízes e promotores eleitorais deixarão de atuar. Segundo o presidente do TRE-AL, José Carlos Malta Marques, cabe esperar a decisão do TSE. “Só assim para o Tribunal saber quais serão os próximos passos e a real redução das zonas. Dependemos disso para operalizar o que deve ser feito”, disse. Atualmente, Alagoas conta com 55 zonas eleitorais, sendo três delas na capital. AÇÃO Com a preocupação de que o rezoneamento eleitoral irá acarretar a extinção de zonas eleitorais localiza-

das em cidades do interior, cada presidente de TRE falou sobre a situação dos seus estados e o que preveem que aconteça, dando ênfase ao impacto da redução das zonas eleitorais para a sociedade. Após coletar dados da quantidade de zonas atuais e das que seriam extintas, os presentes debateram, com a presença e apoio do advogado da AMB, as ações concretas para resolver a situação, a exemplo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). Ficou definido que, paralelamente ao estudo de medidas possíveis, será solicitada imediatamente ao presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, a suspensão da portaria por tempo indeterminado. “As medidas judiciais devem ser tomadas. Sem

prejuízo disso, o quanto antes levaremos o documento pedindo a suspensão da portaria, entregando pessoalmente não somente ao presidente do TSE, mas a todos os integrantes da Corte”, defendeu o presidente da AMB, Jayme de Oliveira. O dirigente ainda considerou que “as assembleias legislativas e os deputados lutaram muito pela instalação das zonas eleitorais e temos que trazê-los para o debate”. A Portaria nº 372, de 12 de maio de 2017, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estabelece normas para criação e instalação de zonas eleitorais e delimita que cada uma terá no mínimo 100 mil e no máximo 200 mil eleitores. O presidente da AMB reiterou seu posicionamento contrário à medida e a preocupação em garantir que ela não resulte em um enorme enfraquecimento da Justiça Eleitoral. “Há necessidade de os presidentes dos TREs se posicionarem, assumir posição nas bandeiras comuns, como estão assumindo agora. Precisamos enfrentar as situações de maneira compactada, porque fortalece o debate e a mobilização da magistratura”, ressaltou, reforçando ser importante haver uma regularidade de reunião entre a AMB e os presidentes dos tribunais. Ele frisou ainda a situação política atual: “Estamos vivendo um momento de absoluta instabilidade institucional. Ou teremos eleições ano que vem ou ainda este ano. E como vamos fazer com a extinção de zonas eleitorais? É uma situação inviável”. (Com assessorias)


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Planos

Os planos de saúde individuais poderão ter reajuste anual de até 13,55%. O percentual foi autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na sexta-feira. O índice é aplicado no mês de aniversário dos contratos. O percentual de 13,55% vale para reajustes feitos entre maio deste ano e abril de 2018. De acordo com a ANS, cerca de 8,2 milhões de usuários no país têm planos individuais ou familiares que são reajustados pelo indicador — o que corresponde a 17% do total de conveniados.

Bitcoin

Se após os ataques hackers em escala global em que computadores foram “sequestrados” e para liberação do mesmo era exigido pagamentos em bitcoin você ficou interessado em investir na tal moeda virtual, talvez agora não seja uma boa hora para comprar Bitcoin, porém, vender é outra história. O valor da moeda disparou nos últimos dias e ultrapassou os US$ 2 mil, batendo R$ 2.212 na segunda-feira, 22. Em conversão direta, estamos falando em R$ 7.282 por um bitcoin. A moeda estava valendo US$ 957, cerca de R$ 3.150. Agora, após as ações da semana passada, foi registrado um aumento de mais de 130%. Mesmo assim, a principal variação está nos últimos meses, que registrou mais de 400%.

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ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.com

Aplicativo de emprego

O Ministério do Trabalho lançou na terça-feira, 23, o aplicativo Sine Fácil, app que tem como objetivo ajudar os trabalhadores a encontrar, de forma prática e rápida, vagas adequadas ao seu perfil. Além disso, a ferramenta também permite que o usuário acompanhe a situação do benefício do seguro-desemprego e tenha acesso a informações sobre abono salarial, entre outros serviços. Para usar o app, o trabalhador precisa ter um código de acesso individual (QR Code) obtido no portal Emprega Brasil, plataforma que reúne diversos serviços do Ministério do Trabalho.

FGTS

A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira, 23, a medida provisória editada pelo governo que autoriza o saque das contas inativas até 31 de dezembro de 2015 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No caso do FGTS, a medida tem prazo até o próximo dia 1º de junho - quinta-feira da próxima semana. Se não for votada pelo Senado até essa data, perderá a validade, com risco de inviabilizar o saque pelas pessoas nascidas de setembro a dezembro. Isso porque o saque para quem nasceu nesses meses só está permitido a partir de 16 de junho. Para os nascidos em dezembro, somente em 14 de julho.


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Bagunça foi revelada pelo EXTRA

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m 2015, o EXTRA mostrou situação de 228 dos 45 mil imóveis da União, em Alagoas. Mais da metade estava subavaliado. O prejuízo, diz o Tribunal de Contas da União (TCU), em Alagoas, supera meio milhão de reais (exatos R$ 566.382,08) por ano. Dinheiro que não entra nos cofres, por causa da bagunça. No país, R$ 1 bilhão deixavam de entrar nos cofres federais, com taxas pagas a menor pelo uso deste solo. Todas estas áreas têm indícios, segundo linguagem técnica do TCU, de “subavaliação de terra nua”. “Isso demonstra, de um modo geral, a existência de uma situação precária quando se trata de atividades de avaliação de imóveis de uso es-

Antiga sede do IBGE no Beco São José: prédio abandonado com risco de queda da marquise

pecial”, explica o relatório assinado pelo ministro do TCU, Raimundo Carreiro. Desde 2003, diz o ministro, que o governo federal descumpre ordens do TCU para melhorar as condições de trabalho da Superintendência do Patrimônio da União nos estados.

MILHÕES SONEGADOS Em Alagoas, há imóveis com metragem errada. Um da Delegacia Regional da Receita Federal mede 102,0m². Porém, os técnicos perceberam que, na verdade, é 157,68m². Há terrenos ainda que a localização informa estar na zona rural,

quando, em verdade, ficam na urbana. Em Riacho Doce, litoral norte de Maceió, a taxa paga é de centavos: R$ 0,81 por metro quadrado, quando ela deveria valer R$ 23,33. A diferença a menor, na avaliação, é de exatos R$ 751.875,24. “Partindo da premissa que esse imóvel

esteja sujeito ao regime de aforamento (e não de mera ocupação), tem-se que a perda anual de receita patrimonial com a arrecadação do foro pode chegar a R$ 4.511,25 e, considerando os últimos cinco anos não prescritos, a um total de perda de receita de R$ 22.556,25”, diz o relatório do ministro. Outros terrenos estão abandonados. Os fiscais encontraram dois: um prédio de três pavimentos, no Beco São José (Centro da capital), “abandonado e em péssimas condições de uso, inclusive com risco de queda da marquise que circunda o prédio”, cuja unidade gestora é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e outro no bairro do Farol, uma casa de 237,8 metros quadrados, sem muros e com risco de ação de vândalos.


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Alagoas é referência em pesquisa de diagnóstico

CÂNCER DE PULMÃO UFAL E SANTA CASA UNEM MEDICINA E COMPUTAÇÃO NA LUTA CONTRA UMA DAS DOENÇAS QUE MAIS MATA NO MUNDO Tomógrafo computadorizado de alta resolução e baixa dosagem de radiação adquirido pela Santa Casa de Maceió

VERA ALVES veralvess@gmail.com

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diagnóstico rápido e precoce do câncer de pulmão, de tal forma que o tratamento seja menos traumático e o paciente tenha 100% de chances de cura. Este o objetivo da pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Alagoas Ufal) e a Santa Casa de Misericórdia de Maceió que alia a Computação à Medicina e vai reforçar a presença de Alagoas no cenário científico internacional. Os estudos estão avançados e têm apresentado resultados positivos, com perspectivas de em mais um ano o estado ter desenvolvido um sistema de leitura

de imagens a ser aplicado mundialmente. Considerada hoje a doença neoplásica mais comum e mais mortal no mundo, o câncer de pulmão se transformou ao longo dos anos na maior preocupação de médicos oncologistas e pesquisadores. E esta preocupação tem razão de ser: a evolução estatística dos últimos 20 anos mostra que, de 10ª causa de mortes em todo o mundo, em 1997, deve chegar à 5ª posição em 2020, ou seja, daqui a apenas três anos. Na luta contra o tempo, pesquisadores vêm realizando estudos que tornem mais eficiente o diagnóstico precoce da doença. É aí que entra a Computação, ciência que obteve um franco desenvolvimento nas últimas décadas e que cada vez mais vem sendo aplicada à Medicina. Alagoas está inserido nesta tendência

internacional e desenvolve hoje estudos com resultados promissores que estão sendo debatidos em encontros nacionais e internacionais de pesquisa e de computação. Dentre as pesquisas em andamento, a tese para dissertação de Mestrado em Modelagem Computacional do Conhecimento, pela Universidade Federal de Alagoas, da médica pneumologista da Santa Casa de Maceió Maria de Fátima Alécio Mota, sob orientação do professor Marcelo Costa Oliveira, coordenador do Programa de Mestrado em Informática (PPGI) da Ufal, e do radiologista Thiago Costa de Almeida, especializado em Medicina Interna e Oncorradiologia, e com a participação e apoio do coordenador do Serviço de Radiologia da Santa Casa, o médico radiologista Rodrigo Benning Araújo Pinheiro.

Também atuam no projeto dois alunos do Programa de Mestrado em Informática do Instituto de Computação da Ufal, Ailton Félix e Lucas Lins, ambos bolsistas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de AlagoasFapeal, vinculada à Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti), e orientados por Costa. A Fapeal também financiou, entre 2013 e 2015, o estudo Auxílio Computadorizado no Diagnóstico do Câncer

de Pulmão Otimizado por GPU, do bolsista José Raniery Ferreira Jr. sob a rientaão de Marcelo Costa. Classificado como o melhor aluno do doutorado do curso de Bioengenharia da Escola de Engenharia da Universidade de São Paulo (USP), Raniery acaba de ser selecionado pela Universidade de Harvard (EUA), uma das mais importantes instituições de ensino no mundo. e vai levar para lá os resultados obtidos em solo tupiniquim.


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Descoberta precoce elimina a letalidade da doença O Brasil não é um país ainda confiável em termos de estatísticas, mas os números levantados em 2016 pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), a instituição brasileira mais respeitada na área da oncologia, apontam para o registro, este ano, de 17.330 novos casos de câncer de pulmão em homens e 10.890 em mulheres – total de 28.220. Doença intimamente ligada ao tabagismo, o câncer de pulmão pode ter origem hereditária, como assinala a médica Fátima Alécio, ao assinalar ser comum que filhos de fumantes contraiam a doença. “Saber com antecedência se um nódulo é maligno ou benigno e, mais importante, detectá -lo em sua fase inicial, é de vital importância para a recuperação do paciente e é isto que estamos em vias de obter”, afirma a médica, ao destacar que tem sido fundamental a utilização de um dos mais modernos equipamentos de tomografia computadorizada do mercado para o diagnóstico da doença. O tomógrafo computadorizado de alta resolução com baixa dosagem de radiação adquirido pela Santa Casa há pouco mais de dois anos reduz em até 20%

a dosagem de radiação sobre os pacientes durante a realização dos exames e possui um alto grau de definição da imagem. “Este equipamento moderno, junto com um sistema computacional (algoritmos) que estamos desenvolvendo é que vai possibilitar ao médico, auxiliado pelo radiologista, diagnosticar precocemente o nódulo e estabelecer com maior firmeza, e mais rapidamente, se ele é benigno ou maligno”, explica o professor Marcelo Costa. Atualmente, o médico é obrigado a esperar de 20 a 400 dias para saber se o nódulo é maligno ou benigno. Via de regra, este é o espaço de tempo que o nódulo leva para dobrar de tamanho e ter sua imagem melhor analisada a olho nu. Outro componente importante da pesquisa é acabar com o falso positivo, aquela situação em que um exame indica a presença da doença que depois se descobre ser inexistente. “Com um sistema de leitura mais ágil e eficiente da imagem, vamos acabar com a possibilidade de provocar uma situação de profundo estresse num paciente que não é portador da doença”, explica Oliveira.

SOBRE A FAPEAL A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) foi criada pela Lei Complementar nº 05, de 27 de setembro de 1990, como entidade jurídica de direito privado e teve a sua estrutura jurídica alterada para fundação de direito público pela Lei Complementar nº 20, de 4 de abril de 2002. Nos seus 25 anos de atividade, vem desempenhando um importante papel no desenvolvimento científico e tecnológico do estado, inves-

tindo expressivos recursos na formação de recursos humanos de alto nível através de bolsas de estudo, assim como no fomento a importantes projetos de pesquisa. A Fapeal é também a gestora do Ponto de Presença (PoP) da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), que liga pioneiramente o Estado de Alagoas à internet, oferecendo serviços de conectividade à comunidade científica, instituições governamentais e ONGs.

QUEM SÃO OS PESQUISADORES Marcelo Oliveira Costa: professor associado do Instituto de Computação da Ufal. Possui doutorado e mestrado pela Universidade de São Paulo (USP) na área de Informática Médica. É revisor de diversos periódicos internacionais que atuam na área de computação aplicada à saúde, como o Computer Methods and Programs in Biomedicine, Journal of Digital Imaging, Medical &Biological Engineering&Computing. É membro do Comitê de Assessoramento do Ministério da Saúde e da Rede Universidade de Telemedicina (REDE RUTE- RNP) e é consultor ad-hoc de projetos do Ministério da Saúde. O pesquisador tem experiência na coordenação de projetos, tendo coordenado cinco projetos financiados por agências de fomento (Fapeal, Ministério da Saúde e CNPQ) na área deste projeto de pesquisa. Atualmente é coordenador do Programa de Mestrado em Informática (PPGI). Professor permanente do PPGI desde 2013, atua na linha de Computação Visual e Inteligente. Somente no ano de 2016 o professor publicou seis artigos em periódicos internacionais de alto impacto no tema auxílio computadorizado aplicado ao diagnóstico do câncer de pulmão. É membro do grupo de Pesquisa Diagnóstico Auxiliado por Computador e Radiômica (CadOmics) da Universidade de São Paulo e atua como pesquisador no projeto interinstitucional Modelo Radiômico de Predição Diagnóstica e Prognóstica do Câncer de Pulmão que envolve a USP e a Universidade de Harvard (EUA). Maria de Fátima Alécio Mota: médica pneumologista da Santa Casa de Maceió e supervisora da Residência de Clínica Medica da Santa Casa de Maceió. Professora de Pneumologia do curso de Medicina do Cesmac e mestranda da Universidade Federal de Alagoas em Modelagem Computacional do Conhecimento Thiago Costa de Almeida- Formado em Medicina pela Universidade Federal de Alagoas. Residência em Radiologia e Diagnóstico por Imagem no AC Camargo Cancer Center e estágio em Ressonância Magnética no HCor (Hospital do Coração) de São Paulo. Atualmente é radiologista dedicado à Medicina Interna e Oncorradiologia, especialista na realização de biópsias e drenagens guiadas por exames de imagem. Rodrigo Benning Araújo Pinheiro - coordenador do Serviço de Radiologia Santa Casa e médico radiologista, supervisor do Programa de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Lucas Lins de Lima - graduado em Ciência da Computação pela Universidade de Alagoas. Bolsista da Fapeal, atualmente é membro do Laboratório de Telemedicina e Informática Médica (LaTIM), situado no Centro de Pesquisa do Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes (HUPAA/Ufal), realizando atividades de pesquisa e desenvolvimento com foco em Informática Médica sob a orientação do professor doutor Marcelo Costa Oliveira. Ailton Félix de Lima Filho - bolsista da Fapeal no mestrado do Programa de Pós-graduação em Informática pela Ufal sob orientação do professor Marcelo Costa Oliveira, possui graduação em Bacharelado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Alagoas.


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Operação Fora Temer expõe dados de ministro alagoano

ANONYMOUS AÇÃO FOI EM REPRESÁLIA A COLABORADORES DE TEMER QUE É CITAD0 43 VEZES EM INQUÉRITOS DA LAVA JATO Manifesto

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BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

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rupo de hackers invade site do governo americano”, “Anonymous expõe dados do governo do Senegal”, “Anonymous invade vários sites do governo da Islândia”. Essas são algumas manchetes que nos últimos anos se tornaram bastante comuns de ler nos principais veículos de comunicação do mundo inteiro, porém, o que antes parecia distante da realidade brasileira, tem se tornado cada vez mais constante no País. Após diversos ataques a governos e empresas de outros países, o grupo que começou a ganhar notoriedade em 2003 voltou suas atenções para terras tupiniquins. Ao contrário de organizações ou grupos convencionais, o Anonymous não é um grupo. Não tem lideranças, nem porta-vozes oficiais. Qualquer ativista, de

Hackers perseguem políticos brasileiros: Quintella e Temer têm dados sigilosos divulgados publicamente

qualquer causa, pode fazer uso da imagem e do nome Anonymous para criar uma “operação”, que é um conjunto de ações em favor de uma causa. O ministro dos Transportes, o alagoano Maurício Quintella, também foi alvo do grupo durante uma operação que aconteceu na segundafeira, 22, denominada #OpForaTemer. Um relatório com dados que inclui nome completo, CPF, CNS, datas, emails, números telefônicos, endereços residenciais e de trabalho, carro utilizado com placa e negócios (bens, ações e empresas), divulgado pelos ativistas, enfatiza que Quintella foi condenado, em agosto de 2014, por partici-

pação em um esquema que desviou dinheiro destinado ao pagamento de merenda escolar em Alagoas, entre 2003 e 2005, quando era secretário de Educação do Estado. Ainda segundo os dados, o ministro tem sete endereços na capital, sendo nos bairros Jacintinho, Pajuçara e Mangabeiras. Os hackers divulgaram também os telefones pessoais do ministro e de parentes. Nem mesmo o presidente Michel Temer e a esposa dele, Marcela, escaparam do grupo que também divulgou informações pessoais de ambos. Desde 2013 o grupo passou a realizar ações em protesto à atual situação política do Brasil. Notícias que antes eram

internacionais passaram a ser “Anonymous Brasil invade sistema do STJ”, “Hackers do Anonymous invadem site do PSDB”, “Anonymous invade sistemas e divulga banco de dados da JBS”. Além do presidente, o documento denominado “exposed” inclui nomes fortes da política nacional como Romero Jucá (PMDB), Gilberto Kassab (ministro de Ciência e Tecnologia, PSD), Raul Jungmann (ministro da Defesa, PPS), Henrique Meirelles (ministro da Fazenda, PSD), José Sarney Filho (ministro do Meio Ambiente, PV), José Serra (ministro das Relações Exteriores, PSDB), Alexandre de Moraes (ministro do Supremo Tribunal Federal,

m um manifesto enviado ao portal especializado em tecnologia TecMundo, e disponibilizado logo depois pelo mesmo, o grupo enfatiza que essa ação foi apenas o começo de uma série de ações que tem como foco atingir o atual presidente e seus aliados. “Nós não esquecemos, senhor presidente. Seu nome foi citado quarenta e três vezes na Operação Lava Jato. Nós não esquecemos toda sua articulação política para chegar a presidência... as reformas propostas pelo seu governo são uma afronta aos direitos humanos, aos direitos trabalhistas do pobre, beneficiando somente o empregador e não o empregado”. Diz um dos trechos do documento. O EXTRA entrou em contato com a assessoria do ministro dos Transportes, Maurício Quintella, e foi informado que até o momento não foi definida uma ação sobre as providências que serão tomadas contra o grupo pelo ministro.


HUMOR EM TEMPOS DE CRISE

SOFIA SEPRENY Estagiária sob supervisão da Redação

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m meio à crise política e econômica, o brasileiro mostrou mais uma vez que não perde o bom humor, uma de suas maiores virtudes. Mesmo em um cenário conflituoso, os posts nas redes sociais conseguem trazer muitas mensagens críticas em tons “hilários”. Há tempos o comportamento dos brasileiros nas redes sociais vem sendo prova de que não importa a situação em que se está, o bom humor prevalece. Aconteceu na crise política de 2013, no impeachment da presidente Dilma, no início da Lava Jato, na operação Carne Fraca e agora, mais forte do que nunca, após a divulgação da delação da JBS comprometendo vários políticos, inclusive o presidente Michel Temer. De acordo com o professor de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luiz Dantas, a formação da cultura e a natureza social do brasileiro são objeto de estudos de diversos assuntos antropológicos. O lado africano dos ancestrais brasileiros teria trazido a descontração da nossa sociedade. “Com rituais alegres, por exemplo, os afri-

canos levaram o brasileiro pro lado da felicidade, pela maneira descontraída de interagir, de conversar, fazendo que com essa mistura, resultasse em um povo alegre”. “Já tive a oportunidade de viajar a trabalho para muitos lugares no mundo e eu nunca vi um povo tão alegre e bem humorado como o povo brasileiro”, completa o professor. Ele ainda diz que “os memes não são sempre resultado de combustão espontânea, muitas vezes são criados por terem

outro interesse por trás, porém conseguem trazer à tona a verdade que o povo não diz de maneira direta, utilizando o bom humor”. Muitos memes que surgiram desde que o impeachment da Dilma foi anunciado duram até hoje. Um bom exemplo disso é o meme da jornalista e apresentadora Ana Furtado, acostumada a substituir apresentadores de TV da emissora Globo. Quando Dilma sofreu impeachment, uma foto da Ana Furtado no aeroporto di-

zia “Ana Furtado é vista chegando em Brasília”. Agora após as delações da JBS a imagem continua a rodar pelas redes sociais subentendendo-se que ela substituirá Michel Temer na presidência. Com as gravações comprometedoras da delação da JBS divulgadas ao público, diversos posts na internet trouxeram a criatividade do brasileiro à tona. Um dos memes mais vistos pelos internautas traz a bandeira do Brasil com a frase emblemática do centro, Ordem

e Progresso, substituída por Pega fogo cabaré . Outro exemplo foi o cantor sertanejo Michel Teló que aproveitou para brincar com um deles. Ao ver que um brasileiro confundiu seu sobrenome com o do presidente Michel Temer, o cantor disse que não iria renunciar ao seu cargo. Já o primeiro nome do dono da JBS, Joesley Batista, é – segundo os internautas – uma junção de dois ícones da música brasileira: Joelma (cantora de Calypso) e Wesley Safadão.


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Moradores reclamam da falta de estrutura no conjunto

JOSÉ APRÍGIO VILELA OBRAS DE CRECHE-ESCOLA E UNIDADE DE SAÚDE ESTÃO INACABADAS; FALTA DE ÁGUA É OUTRO PROBLEMA NO RESIDENCIAL

Creche abandonada e jogada “às traças”; c

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

C

hegar ou sair do conjunto José Aprígio Vilela, localizado no complexo Benedito Bentes, na parte alta de Maceió, não é nada fácil. A Eco-Via Norte, única via de acesso, não oferece qualquer condição para as quase duas mil famílias que residem no local e não há previsão de quando a obra será concluída. Lixo, urubu, mato e muita lama completam o cenário degradante. Como se não bastasse, a escola, creche, quadra de esporte e até a unidade de saúde continuam com as obras paralisadas. A falta de água é outra reclamação da população.

Escola-creche alagada; salas vazias servem como ponto de uso de drogas

Segundo a moradora do local, Cilene Rodrigues, as pessoas que residem no Aprigio Vilela foram esquecidas pelo poder público. Ela reclama que as crianças precisam procurar escolas longe de casa e outras sequer estudam por falta de matrícula. O mesmo acontece quando alguém adoece por lá. Outro problema crônico, disse, é a falta de abastecimento de água. “As bombas são fracas e quando chega água é em torneira de jardim e em alguns lugares nem chega.” O jornal Extra esteve no local e comprovou a situação de descaso com os moradores daquela localidade. Nenhuma viatura foi encontrada e a informação dos moradores é de que só aparece se for

para alguma ocorrência. Se a criança que reside no conjunto conseguir vaga para estudar no Caic do Benedito Bentes terá que percorrer quatro quilômetros. O percurso é ainda maior se alguém adoecer e precisar de atendimento médico na UPA do Complexo. São quatro quilômetros e meio de distância, com uma parte de estrada de barro. Além de contar apenas com transporte coletivo integração ou mototaxista. A presidente da associação comunitária e social, Ana Maria Porfiro, enumera os problemas, mas disse que a necessidade maior é de um posto de saúde no conjunto. Indignada, mostra a obra inacabada da unidade de saúde. Uma placa deteriora-

da pela ação do tempo aponta que o valor da construção era de R$ 709.051,29, com prazo de entrega de 180 dias. “Quando a obra estava nesse ponto a empresa foi embora alegando que não tinha mais dinheiro no cofre. Não sei onde foi parar todo o recurso”, reclamou. Ao tentar entrar na obra e ser barrada pelo segurança que se encontrava no local, dona Ana Maria reclamou e disse que a vigilância chegou há cerca de um ano e meio a pedido da associação. “Quem foi buscar ajuda pra fazer isso aqui fui eu. Agora, nem posso entrar. Eu entrando aí não vou mexer em nada, apenas mostrar o abandono. Mas entendo o senhor”, justificou. A situação não foi diferen-

te na creche escola. Tomada pelo mato e servindo de estribaria, as portas e janelas já não existem mais. Durante a visita, apenas um cavalo tomava conta do espaço. Junto ao animal um cachimbo deixado por usuário de drogas. Até parte do telhado não existe mais. O problema não é maior porque o aposentado Antonio Lira, um dos primeiros moradores do conjunto, cuida do espaço para que não se degrade cada vez mais. “Olha a situação da creche. Vivemos desse jeito e o governo não olha pra gente. Quando vejo os meninos aqui boto pra correr; se vejo uma coisa estranha deixo não e fico sempre de olho. O Aprígio está desprezado”, comparou ao afirmar que no projeto seriam 2 mil casas, mas a construtora construiu apenas 1927. As crianças fora da sala de aula é um dos problemas apontados pela líder comunitária. Ela argumenta que muitas vão para outras localidades em transportes de má qualidade e as pequenas não encontrar creche. “Muitas crianças não estão estudando

porqu benfe nosso mato ralo, gadin ria. A tuaçã Vilel rador 1927 assim ment que p água apon se ab manu nos o “A eaq tar. A tecen saber e rec rieda conju E baixa 2014 Fede te do Minh gover com


as”; conclusão da obra é esperada pela população

orque não tem lugar. Não há enfeitoria, apenas pegaram osso dinheiro e jogaram no mato. Os impostos vão para o alo, desceu pelo Riacho Saladinho”, ironizou Ana Maia. A falta de água é outra siuação corriqueira no Aprígio Vilela. De acordo com os moadores, são cinco poços para 927 residências e mesmo ssim falta água constantemente. É o caso de Ana Maria ue passou nove meses sem a gua subir para sua casa. Ela ponta que um poço encontrae abandonado e não é feito manutenção e nem limpeza os outros. “A falta de água é grande a que tomamos é sem traar. Alguma coisa está aconecendo e a Casal precisa aber se há desvio”, orientou reclamou ainda da precaiedade do saneamento no onjunto. Entregue às famílias de aixa renda em janeiro de 014 pela Caixa Econômica Federal, as casas fazem pare do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, do overno federal, em parceria om o governo do Estado.

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Moradores também reclamam do descaso do poder público devido à falta de infraestrutura

Casal e MP se posicionam

A

respeito do abastecimento do Conjunto Aprígio Vilela, no Benedito Bentes, “a Casal informa que: a água de poço não passa por tratamento porque não precisa, tendo em vista que a água que vem do lençol freático já está em condições de potabilidade. Mesmo assim, a Casal faz coletas periódicas para analisar a qualidade dessa água em laboratório. Sobre a falta de pressão na rede, isso ocorre devido a um problema na bomba de um dos cinco poços que a Casal explora para abastecer o referido conjunto. Técnicos da empresa já trabalham no conserto da bomba e, tão logo o serviço seja concluído, o abastecimento voltará ao normal” No Ministério Público a orientação foi de que as lideranças comunitárias provocassem o MP, fazendo a denúncia. A partir daí, o órgão abre procedimento para saber do Estado sobre os equipamentos sociais. Inclusive, o promotor Flávio Gomes se disponibilizou a receber representantes dos moradores. No que diz respeito à responsabilidade da Prefeitura de Maceió, a reportagem manteve contato com a assessoria de comunicação, mas não obteve retorno.


Usina Guaxuma pode voltar a operar nos próximos meses

MASSA FALIDA

USINA CORURIPE ASSUMIRÁ SOZINHA O EMPREENDIMENTO APÓS BIOVERTIS DESISTIR DO NEGÓCIO

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

D

ois meses após ter desistido do negócio, a Usina Coruripe voltou atrás e informou à Justiça que vai manter o arrendamento da Usina Guaxuma, integrante da massa falida do antigo império de João Lyra, mas sem associação com a Biovertis Produção Agrícola. Como consta nos autos do processo, a empresa terá o prazo de um mês para a renovação dos termos contratuais. Em março deste ano, a Usina Coruripe e a Biovertis declararam a impossibilidade de arcar com o contrato de arrendamento. Isso porque passados mais de seis meses desde a assinatura dos contratos, as empresas alegaram que a relação contratual não se aperfeiçoou. O argumento foi que as obrigações contratuais se apresentam impraticáveis. Os contratos previam o início dos trabalhos ainda em 2016 para o plantio e a preparação do solo, o que não aconteceu. Outro ponto levado em consideração foiquanto à deterioração das instalações da Guaxuma, que ao permanecerem sem qualquer manutenção, exigiriam do consórcio maiores investimentos para a retomada da operação do que era previsto em 2016. “Em razão do nítido descompasso entre o momento de assinatura dos contratos e da incerta execução de obrigações realizadas, o consórcio não suportará esse grave desequilíbrio contratual”, concluíram as empresas

à época. Sem contar que em janeiro, as empresas relataram à Justiça que estavam impedidas de operar por causa de invasões nas terras arrendadas por movimentos sociais. Localizada na cidade de Coruripe, as divergências por terras da Guaxuma ocorrem até entre os movimentos. Uma reportagem publicada pelo EXTRA ALAGOAS mostrou que bandeiras da Via do Trabalho e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que estão na área há mais de três anos em acampamentos e abrigam cerca de 500 famílias, aguardam a reforma agrária na antiga posse do ex-usineiro João Lyra. Integrantes do Movimento de Luta pela Transformação Social (MLTS) e do Movimento Social de Luta (MSL), com aproximadamente 350 famílias, mas que estão nas terras desde novembro de 2016, também pleiteam pelos mesmos direitos. A situação incerta se estende também ao governo do Estado e à Justiça alagoana. Se por sua vez o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ -AL) informa que irá acionar a atual administradora da massa falida do Grupo João Lyra, a empresa Lindoso e Araújo Consultoria Empresarial Ltda, para analisar a destinação das terras da Usina Laginha para a reforma agrária, Renan Filho vai além e já promete que a aquisição das áreas de usinas do Grupo João Lyra será “a maior reforma agrária da história de Alagoas”.

Usina de Guaxuma: arrendamento foi prejudicado pelos movimentos sociais, dizem empresários

MASSA CARA

A

Lindoso e Araújo pediu à Justiça autorização para pagamentos das despesas da Massa Falida referentes ao período do mês de maio no valor de R$ 438.975,87. E através de petição ainda informou que, após a homologação da aquisição do fundo de comércio da Mapel pela JRCA, desempenhou atividades operacionais, procedeu com os atos necessários para atualizar a contabilidade da Mapel e analisou o instrumento de distrato de concessão comercial da bandeira Volkswagen. Sendo assim, discriminou mais despesas que totalizam o valor de R$ 35.671,39. Além disso, declarou que há duas contas-correntes de titularidade da Mapel, com saldo que soma R$ 145.701,58 requerendo autorização para o pagamento das referidas despesas com os recursos deste saldoao qual não tem acesso. A autorização para pagamento de despesas operacionais com os recursos em conta-corrente da Mapel foi deferida pelo juiz que preside o processo de falência, devendo a Administradora Judicial adotar as providências para o pagamento das despesas, sendo que os respectivos comprovantes de pagamentos constar da próxima prestação de contas. LEILÃO Já foi nomeado o leiloeiro que irá executar a venda das usinas Vale do Paranaíba e Triálcool, ambas situadas em Minas Gerais e que também integravam o patrimônio de João Lyra. Trata-se de de Renato Schlobach Moysés, leiloeiro oficial registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp). Ele deverá providenciar nova avaliação dos imóveis e dos parques fabris, expedindo, em seguida, o edital de leilão.


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ELIAS FRAGOSO

Surrealismo político

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roubalheira secular promovida pelos políticos, a corrupção desenfreada patrocinada por governantes nos mais diversos escalões, a insensível e insaciável “fome” de recursos públicos do grande empresariado nacional, a leniência incompeten-

Não se pode permitir que a canalhada ameaçada pela Lava Jato eleja um presidente tampão com os mesmo compromissos do que aí está te dos burocratas enquistados na máquina governamental e sua burocracia infernal, uma justiça injusta e sorvedura de recursos públicos para os inflados e injustos super holerites em um país de miseráveis, partidos políticos que são em verdade grandes sinecuras montadas para achacar em benefício da casta política, a presença cada vez mais vistosa do

crime organizado dentre os manda chuvas do país, a recorrente onipresença da corrupção até nos mais simples atos do dia a dia, do levar vantagem, o sumiço do patriotismo e dos valores permanentes de uma nação crescentemente enxovalhada e vilipendiada justamente por aqueles que deveriam servir de exemplo e norte para o resto da população, completam o fermento nefasto que tem nos negado o direito inalienável de sermos um grande país, uma grande nação. O que está a acontecer de novo na seara política estava escrito nas estrelas. Apeou-se uma quadrilha do poder para que outra assumisse seu lugar. Um ano depois aí está o resultado. Pior, até que o dos petistas levando-se em consideração que justiça, imprensa e até o povo estão muito mais atentos, vigilantes. E o que vemos? O chefe da nação na calada da noite em conchavos com o maior corruptor em atividade no país. Pior, segundo gravação, atuando em prol

E o amanhã?

C

omo será? A indagação do cancioneiro popular é bem apropriada ao momento brasileiro atual. Há mais ou menos um ano afastamos uma presidente da República, considerando que a mesma descumprira mandamentos legais e praticando o que foi

A crise política agora é definitivamente dominante, próceres de quase todos os partidos políticos atingindos por acusações de corrupção. folcloricamente denominado “pedaladas fiscais”, deveria sofrer o processo de impeachment. Deveria mesmo e sofreu, também porque a irresponsabilidade dos governos petistas veio à tona com a crise financeira. À época, embora concordasse com a legitimidade do impedimento, neste mesmo espaço

observei que a saída de Dilma Roussef e a assunção de Michel Temer em nada mudariam o caos político-econômico brasileiro. Seria, afirmei, trocar seis por meia dúzia. Os fatos posteriores deram-me em parte razão, em parte fizeram-me queimar a língua. O MEU EQUÍVOCO Ante a profunda crise econômica – alguns afirmavam que teríamos atingido o fundo do poço – difícil acreditar que os nossos representantes, a ampla maioria acometida de tibieza ética, cuidasse de soluções republicanas. Malgrado timidamente, a crise vem paulatinamente perdendo a força. Não louvemos nisso os políticos, mas a equipe econômica do governo Temer, séria e respeitada pelos motores econômicos. MEU ACERTO Nada mudaria no comportamento dos políticos que assumiriam o comando temporário do País; e nada mudou mesmo. Mal assumido o novo gover-

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, prof. da UFAL e da Universidade Católica de Brasília.

dos interesses escusos daquele (o que ele não desmente). Depois ainda tem o até agora mal explicado negócio da mala de 500 mil reais que se transformaria na bagatela de 500 milhões em 20 anos (é a nova modalidade: o achaque de longo prazo, pense). Que pelo volume negociado jamais poderia ser de autoria de um deputado de segunda linha, conhecido apenas como um dos homens do presidente. Defendendo o indefensável, o presidente e os acólitos do palácio e do Congresso argumentam que a sua saída agora iria atrapalhar as reformas. Coisa nenhuma. Elas já foram mutiladas o suficiente para proteger marajás, a burocracia estatal e sindicalistas de resultados. O que fatalmente exigirá do próximo presidente retomar o assunto com muito mais vigor e amparado no voto popular. O que eles não dizem é que não querem perder a boquinha, a

certeza de que a manutenção do presidente lhes asseguraria escapar da lava jato e das penas criminais, a garantia da lista fechada que lhes daria de presente à reeleição e a certeza da impunidade. Crise econômica? Se o presidente permanecer, aí é que aumentará, pois ele já não reúne condições para liderar nada. O que não se pode permitir é que a canalha ameaçada pela Lava Jato eleja um presidente tampão com os mesmo compromissos do que aí está. Essa pessoa deve ter como compromisso preparar as eleições de 2018, viabilizar uma constituinte independente, não permitir que esses inimigos da nação perpetrem outros malefícios como a lista fechada e iniciativas similares, que atue em consonância com o que o povo deseja e quer. É ele e não os iluminados de Brasilia que sabe o que é melhor para o Brasil.

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

no, as denúncias de corrupção – e de outros delitos – afloraram aqui e ali, o ministério Temer sendo atingido de morte, e vários ministros substituídos. O novel presidente, no afã de sustentar-se, fatiou o governo. Cargos públicos, relevantes ou não, foram distribuídos a partidos políticos sem qualquer critério republicano, uma prática dominante na administração pública brasileira. Em tal contexto, os escândalos vêm pipocando em impressionante sucessão, até atingir o mais estreito núcleo do governo e o próprio governante. A crise política agora é definitivamente dominante, próceres de quase todos os partidos políticos atingindos por acusações de corrupão. Vozes surgem por novo impeachment, havendo aqueles que disfarçadamente, assim como quem não quer querendo,

creditam-se ao cargo em eleições indiretas que deverão seguir ao impedimento, declarando com autoridade (?) que demitiriam ministro que afirmara a mantença do projeto de recuperação econômica, com Temer ou sem ele. Outros já apregoam que qualquer solução para a crise política sairá da atuação dos representantes do povo. Indagações perplexas se impõem: que representantes? Esses que estão aí? Mais uma vez seria trocar seis por meia dúzia, novamente entregar a chave do cofre a bandoleiros. Conscientizemo-nos e preparemonos para as próximas eleições. O voto popular é a nossa única esperança de sepultarmos a crise política. Mas não só isso: lutemos por uma Constituinte exclusiva, repudiando qualquer tentativa de fazê-la mista.


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O que mudou nos últimos anos?

E

ssa é a pergunta mais equilibrada que deve ser feita por todos. Depois da Operação Mensalão, quando algumas autoridades foram presas, a maior delas José Dirceu, hoje, em casa, desfrutando do dinheiro roubado nos governos do presidente Lula, sendo descoberto, depois, continuar agindo da mesma forma, imaginávamos já ter visto de tudo nesse

Mais uma vez, aparecem os nomes de Lula, Dilma Rousseff, Guido Mantega e Antônio Palocci, só para citar alguns mais conhecidos dessas quadrilhas. Finalmente, como vai ficar mesmo esse país? país. Coisa nenhuma, um ledo engano. Depois, veio a Operação Lava Jato e praticamente o mesmo modo de agir: recursos que seriam destinados para educação, saúde, segurança e, resumindo, no crescimento da nação, foram desviados para políticos e partidos por empresas e pessoas intermediárias dessas negociatas.

E olhe que não podemos esquecer a quadrilha chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro. Pois bem, quando eu imaginava que essa crise ia parar depois da Operação Lava Jato, eis que explode essa nova bomba, nitroglicerina pura, até pelos nomes dos envolvidos. Nada que a gente possa imaginar que são pessoas novas nesse negócio sujo. Diferente, apenas, os denunciantes, mesmo que a JBS já tenha sido lembrada há algum tempo, como administradora do Frigorífico Friboi e que havia uma desconfiança na sociedade desse empreendimento de um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na verdade, a ligação era outra: dinheiro ilegal; dinheiro de caixa 2; e de notas frias. Agora, com mais clareza e até que provem o contrário, surgem os nomes de Michel Temer, Aécio Neves, outros parlamentares, ministros e ex-ministros, com o comprometimento de 28 partidos políticos denunciados pelos empresários da JBS, sujeitos estrategicamente preparados para “ajudar” os amigos e, claramente, serem “ajudados” com o dinheiro fácil que circulava entre eles. Como era de se esperar,

É

Fomos vítimas de tramas perigosas e complicadas, onde políticos e empresários se uniram e usaram o dinheiro público como se deles fosse. sindicalismo e depois de muitas lutas, torna-se presidente do Brasil. Fez um bom primeiro governo, foi reeleito com facilidade e mordido pela mosca azul do poder. Uniu-se a pessoas sabidas demais e foi se perdendo pelo caminho. Com excesso de verbas de campanha elegeu sua sucessora. Aí começou sua derrocada. O que vemos hoje? Um Lula desgasta-

JORGE MORAES Jornalista

todos os acusados se defendem dizendo que nunca fizeram nada “sujo” em suas vidas pessoais e políticas. Desmentem tudo afirmando que nunca fizeram tráfico de influência; que os recursos de campanhas foram declarados e aprovados; e que estão à disposição da justiça. Se verdadeiras ou não, o problema é que, dessa vez, mais claro que nas operações anteriores, existem gravações de áudio dos acusadores e de vídeo da Polícia Federal como provas contra essa gente toda, especialmente Michel Temer, para calar Eduardo Cunha, e o Aécio Neves. No caso do senador, nas pessoas de uma irmã e de um primo, já presos, com a cobrança de 2 milhões de reais, só esse ano. Mais uma vez, aparecem os nomes de Lula, Dilma Rousseff, Guido Mantega e Antônio Palocci, só para citar alguns mais conhecidos dessas quadrilhas. Finalmente, como vai ficar mesmo esse país? Qual a resposta para a pergunta do título desse artigo: o que mudou nos últimos anos? Nada, absolutamente nada. Os caras continuam tramando, roubando e não será nenhuma surpre-

sa aparecer logo outra empresa, outro grupo, outros ou os mesmos políticos envolvidos em mais esquemas financeiros. Chego à lamentável conclusão que tudo isso não vai parar nunca. O que nos separa dessa operação de hoje da JBS para as próximas, são poucos dias mais. Uma delação puxa outra e deveremos caminhar no mesmo caminho de políticos e pessoas desonestas que pareciam honestas acostumadas com isso, e só Deus sabe desde quando. Contando com o mesmo enredo e os mesmos personagens, resta-nos aguardar os próximos capítulos, para saber quem mais vai ser denunciado, condenado e preso. Pergunto: até quando o presidente Michel Temer vai dizer que tudo é mentira e que as provas não provam nada? Até quando o Instituto Lula vai continuar fazendo a gente de besta na defesa do ex-presidente, atolado até o pescoço em todos os escândalos? E, finalmente, até quando teremos que esperar pelas próximas operações da Polícia Federal? Como diz Alari Romariz: “Só Deus na causa”.

ALARI ROMA- TORRES

Começar de novo impressionante ver como as coisas acontecem neste mundo de meu Deus! Pessoas acostumadas com poder e dinheiro, de repente veem sua vida virar de cabeça para baixo. Um bom exemplo de tudo isto é o famoso ex-presidente Lula. Menino pobre do interior de Pernambuco, vai para São Paulo e se torna operário. Envolve-se com

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do pela bebida, cheio de processos, lutando para não ser preso e condenado. Dilma, mulher chata e vaidosa, não soube lidar com os parceiros políticos, foi afastada e levou Lula e parte da turma com ela. Quem viu a Dilma guerrilheira numa fotografia na internet, não diz que é a ex -presidente da República! O Nakamura, cabelereiro de São Paulo, vinha de avião a Brasília cuidar da aparência dela. Li uma entrevista do moço: “A fisionomia é muito dura; vou clarear os cabelos para suavizar o efeito final”. E conseguiu! Para tanto, a loira pagava três mil reais por cada visita. E nós pagávamos! Afastada do poder, a ex-presidente voltou para Porto Alegre, num bom apartamento. Será que vai mandar buscar o Nakamura? Acho que a fisionomia vai voltar aos tempos em que combatia a ditadura. O governo do PT trouxe ao poder vários guerrilheiros que contavam o sofrimento por que passaram. Parece que o desejo de vingança foi tão forte que os levou a cometer erros gravíssimos. O Zé Dirceu viveu escondido durante muito tempo. No interior do Paraná

Aposentada da Assembleia Legislativa

casou-se com uma mulher que não sabia quem ele era. Chegou a ser o homem mais importante ligado ao Lula. Contrariou os poderosos e foi cassado, preso. Hoje, sofre amarguras piores do que as da época do exílio. É um homem marcado, afastado da família, réu em vários processos. Não pode sair para passear com a filha! Em Alagoas, houve uma certa reviravolta. Homens de esquerda são de direita e vice-versa. Lembro-me de Renan Calheiros, presidente da UNE, lutando pelos direitos dos estudantes e trabalhadores. Foi subindo, aliou-se a Collor, a Sarney, FHC e a Lula, chegando à presidência do Senado por duas vezes. Invejado por muitos, ensaia uma nova ida para a oposição. Critica o governo, mas não se afasta de vez. O PMDB tenta alijá-lo. Não pode ser mais presidente da UNE. Será que caminha para o PSOL ou PSTU a fim de combater o Temer e Cia? Gente, o Sérgio Cabral é outro político que jogou tudo fora. Quando quer reaparecer para respirar, vem outro processo e o coitado submerge. Lembro-me que a mulher dele fez voltar um helicóptero ao

Rio, cujo destino era Mangaratiba, porque esqueceu um pacote de fraldas do filho. Hoje, o cara está em Bangu e o povo pagando sua permanência! Mas ainda existem políticos que se acham inatingíveis e continuam praticando atrocidades. Não acreditam no sofrimento de Lula e seus companheiros de luta. São indiciados, processados, recebem a visita da Polícia Federal, mas insistem no erro. O Brasil chegou a um ponto tão absurdo, que se faz a seguinte pergunta: se o Temer for cassado, quem poderá substituí-lo? Até o nome de Luciano Hulk foi citado! É o fim do precipício! Homens e mulheres que lutaram por dias melhores viraram governo e cometeram erros gravíssimos, levando o país à crise mais tremenda dos últimos tempos. Estão voltando às suas origens ou indo para a cadeia. Fomos vítimas de tramas perigosas e complicadas, onde políticos e empresários se uniram e usaram o dinheiro público como se deles fosse. E vão ter que começar tudo de novo!


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LIMOEIRO DE ANADIA COMEMORA 135 ANOS DE EMANCIPAÇÃO Prefeito Marcelo Rodrigues organiza programação especial para a data

A cidade de Limoeiro de Anadia está prestes a comemorar 135 anos de emancipação. E o dia 31 de maio, quarta-feira, será de comemoração no município. “Vamos começar de manhã com o hasteamento da bandeiras, missa solena e entrega de título de cidadão honorário a empresários que têm gerado emprego a nosso povo”, disse o prefeito Marcelo Rodrigues. Após cinco meses à frente do Executivo municipal, Rodrigues conta que a cidade está sendo gerida com “muito pé no chão e responsabilidade”. “O país passa por um momento difícil, mas estamos lutando para uma Limoeiro melhor. Temos projetos que estão para sair do papel, como o calçadão do centro da cidade, sem contar a pavimentação de ruas”, destacou. HISTÓRIA O município originou-se de uma fazenda de gado, de

PROGRAMAÇÃO

propriedade de Antônio Rodrigues da Silva. Contam que no início de seu povoamento, os exploradores se embrenhavam nas suas matas em busca de caças e sempre costumavam descansar à sombra de limoeiro, cuja árvore havia em abundância em sua paragens: daí, a explicação para o nome da cidade. No entanto, falam também que apesar do topônimo estar ligado à existência da árvore no local, assim denominaram o lugarejo em consequência de nele terem encontrado um limoeiro próximo à capela construída em 1789, erguida pelo próprio Antônio Rodrigues da Silva, cujo templo foi consagrado à Santa Cruz e à Nossa Senhora da Conceição do Limoeiro. O tempo passou e logo o povoado cresceria em torno da capela, tendo posteriormente o lugarejo acrescentando à sua denominação o termo “de Anadia”.

7h30 – Hasteamento das bandeiras 8h30 – Missa Solene 10h – Entrega de Título de Cidadão Honorário na Câmara Municipal 12h – Inauguração da pavimentação da rua Laura Maria da Silva no Povoado Cacimbas 13h – Inaguração da Escola Municipal de Educação Básica Rodrigo da Rocha Cavalcante Camelo – Povoado Inxúndia 22h – Show Artístico


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Portaria entrega a Marx Beltrão destino de terrenos da Marinha

TRANSAÇÕES TENEBROSAS ÁREAS VALEM UMA FORTUNA E NEGOCIAÇÃO É FEITA ÀS PRESSAS, ANTES DA QUEDA DE TEMER

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

E

nquanto Brasília arde em chamas e há indefinição sobre o futuro político de Michel Temer, uma tenebrosa transação entre os ministros do Planejamento e do Turismo na capital federal, feita por debaixo dos panos e longe dos holofotes, anima o mercado imobiliário, promete movimentar bilhões de reais (só que o destino é incerto) e põe em xeque áreas de domínio da União ou ainda aquelas não incorporadas ao seu patrimônio, em especial os valiosos terrenos da Marinha. É que o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Henrique de Oliveira, retirou da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) a avaliação sobre áreas com potencial para

Transação entre ministros feita “às escuras” negocia terrenos de Marinha como as áreas situadas no Litoral Norte de Alagoas

o desenvolvimento do turismo, e as colocou sob responsabilidade do Ministério do Turismo. Ou: Marx Beltrão. Poderia ser uma ótima negociação, se EM tudo houvesse a publicidade dos feitos. HISTÓRIA Portaria publicada em 8 de maio (assinada no dia 4), no Diário Oficial da União, entrega ao Ministério do Turismo as áreas de domínio da União ou que ainda não foram incorporadas ao patrimônio federal. As superintendências estaduais pegarão as áreas que cumprem o requisito turístico e as colocarão sob responsabilidade do Mtur, que vai delimitar o potencial desta área. Entre elas estão os terre-

nos da Marinha, com valores de mercado tão altos que os empreendimentos construídos neles podem ser vendidos exclusivamente a estrangeiros. O Mtur vai proceder o “georeferenciamento das áreas com potencial para o desenvolvimento do turismo”. Fica ainda “autorizado a promover a cessão gratuita ou onerosa destas áreas”. Para onde vai o dinheiro do capital privado em cima dos terrenos da União? Para o Ministério do Turismo. Quem fiscalizará isso? Como será feito? Tudo ficará a cargo do ministério hoje ocupado por Marx Beltrão. Por que uma portaria do Ministério do Planejamento entrega ao Turismo áreas da União com potencial turístico?

Resposta da assessoria do ministro Marx Beltrão à reportagem: “Melhor aproveitar áreas turísticas. Sem a portaria não era possível definir uma área como de interesse turístico e conceder para estados, municípios ou mesmo iniciativa privada”. SPU A autorização para uso de áreas da União era exclusiva da Secretaria do Patrimônio da União, formada por técnicos especializados e longe dos apelos (e do dinheiro) do bilionário mercado dos empreendimentos imobiliários. Mas, por vezes, a SPU acaba “atrapalhando” a pressa das negociações da iniciativa privada. Daí a portaria do Ministério do Planejamento acelera os ânimos (e os bolsos) de quem lida com

o dia a dia do mercado, mais interessado em vender e lucrar. E menos interessado nos benefícios sociais de terrenos que são públicos. Em Maceió, por exemplo, terrenos de Marinha e à beira mar chegam a custar, em média, R$ 1.200 o metro quadrado. Também em média esta área mede 4 mil metros quadrados. Ou R$ 4,8 milhões. No litoral de Japaratinga, média do metro quadrado de um terreno da Marinha é R$ 400. Terreno da Marinha bastante disputado foi o do Residencial Vila dos Pescadores, em Jaraguá. Mas a SPU assinou, em 2015, a concessão da área, espantando a especulação imobiliária, que investe pesado na região da praia do Sobral.


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Ministério lança guias para gestores

TRANSPARÊNCIA COLEÇÃO É COMPOSTA POR TRÊS GUIAS DIGITAIS E ESTÁ SENDO ENTREGUE A TODOS OS PREFEITOS

ASSESSORIA

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uma ação preventiva de apoio às prefeituras de todo o país, o Ministério da Transparência, Fiscalização e ControladoriaGeral da União (CGU) lançou três publicações direcionadas ao aprimoramento da gestão de recursos federais. A iniciativa destina-se a ampliar a transparência e a prevenção à corrupção nos municípios brasileiros. Intitulada Coleção Município Transparente a série é composta por três guias, em formato digital, nas áreas de Corregedoria, Ouvidoria, e Lei Anticorrupção e Integridade. Os guias fazem parte de um projeto mais amplo, já em execução pelo Ministério, chamado Município Transparente. Em fevereiro, a pasta reuniu cerca de 5,5 mil pessoas - entre prefeitos e gestores municipais - em evento de capacitação promovido nos 26 estados. “Temos compartilhado informações e conhecimentos com as prefeituras de forma preventiva. Assumimos o compromisso de ajudar no aperfeiçoamento legal das gestões municipais e na

otimização da aplicação de recursos públicos federais”, destaca ministro da Transparência, Torquato Jardim. A agenda contempla acordos assumidos pelo Brasil com entidades internacionais, como ONU e OCDE, para prevenção e combate à corrupção e ampliação da transparência na gestão de recursos públicos. O lançamento aconteceu durante participação do ministro na XX Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, na quinta-feira da semana passada (18). Jardim falou durante o painel “Integração dos sistemas de controle e governança”. De acordo comA coleção foi enviada a prefeitos e prefeituras de todo o país. COLEÇÃO 7 Passos para criar uma ouvidoria no meu município O guia reforça o papel das ouvidorias públicas na melhoria de políticas e prestação de serviços ofertados pelo governo. As solicitações, elogios, sugestões, reclamações e denúncias são importantes ferramentas de controle social. O conteúdo inclui orientações sobre a necessidade de uma norma (lei, decreto ou portaria) que regulamente a ouvidoria no município; e traz esclarecimentos sobre a escolha do ouvidor; equipe e infraestrutura; canais de atendimento; e gestão das manifestações (tipos, prazos e respostas). A publicação também vai ao encontro da Portaria nº 424/2016, que determina, desde o mês de janeiro de 2014, a criação de uma ouvidoria em órgãos e entidades públicas que celebrarem convênio ou contratos de repasse com o Governo Federal. O normativo foi assinado pela CGU, o Ministério da Fazenda (MF) e Ministério do Planejamento (MP).

José William Gomes, superintendente da CGU em Alagoas

Como fortalecer sua gestão - Lei Anticorrupção e Programa de Integridade Orienta o gestor público sobre a Lei Anticorrupção, a importância de aplicá-la no município e promovê-la em sua comunidade, como forma de fomentar a ética, a integridade e prevenir a ocorrência de ilícitos. O guia esclarece as principais inovações trazidas pela Lei, tais como responsabilidade objetiva da pessoa jurídica; medidas de compliance; sanções; e acordos de leniência. O manual reforça a necessidade de implementação e regulamentação da Lei Anticorrupção em todos os entes federativos. Atualmente, isso ainda está restrito a poucos estados e municípios. O Ministério da Transparência considera que com a regulamentação própria, o estado ou município emite um claro sinal de que atos lesivos contra

a administração pública serão devidamente punidos. Como Implementar uma Corregedoria em Municípios - Versões: Completa,Intermediária e Simplificada Destinado a municípios de pequeno, médio e grandes portes, o guia tem como objetivo orientar na implementação das atividades correicionais, ou seja, aquelas destinadas a corrigir desvios, seja por parte de servidores e empregados públicos, seja por parte de empresas fornecedoras de produtos e serviços. O guia traz orientação quanto à competência; estrutura e organização; equipe; fluxo de trabalho e controles. O material apresenta como utilizar o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) e o Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP), mantidos no Portal da Transparência.

Levantamento realizado pelo Ministério da Transparência (CGU) apurou que, no âmbito da infraestrutura das unidades de correição do país, apenas 38,9% dos municípios e 53,3% dos estados dispõem de sistema eletrônico de gerenciamento de processos, essencial para a gestão da atividade correcional. A amostra reuniu os 26 estados e 45 municípios (26 capitais e 19 com população acima de 500 mil habitantes). Também foi constatada uma baixa especialização nos quadros das corregedorias e que grande parte do contingente não tem nessa sua função exclusiva. O material traz também destaques para as apurações relativas à Lei Anticorrupção, a partir dos processos administrativos de responsabilização de entes privados (PARs). Esses procedimentos são conduzidos pelas corregedorias. Inclusive, o guia traz uma minuta de Decreto que serve de subsídio para municípios que ainda não possuam regulamento próprio. Para cada um dos assuntos tratados, o Ministério da Transparência oferece, além do material técnico e orientativo, ações de capacitação (presencial e à distância) específicas. Também cede aos interessados os códigos-fonte de sistemas informatizados, a fim de que as prefeituras realizem suas atividades nos moldes do Poder Executivo Federal. AVALIAÇÃO Na próxima segunda (29), a CGU apresentará aos prefeitos e Controladores o resultado da 3ª Avaliação da Escala Brasil Transparente no evento de comemoração aos cinco anos da Lei de Acesso à Informação ( Lei Federal nº 12.527/2011), que ocorrerá na Associação do Municípios Alagoanos (AMA).


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Interiorização do desenvolvimento econômico garante emprego e renda

PRODESIN

MULTINACIONAL PEPSICO, INSTALADA NA ZONA DA MATA ALAGOANA, EMPREGA 160 PESSOAS E CONTA COM INCENTIVOS DO GOVERNO DO ESTADO Texto de Andressa Alves Fotos de Kaio Fragoso

I

nteriorizar e crescer. Com estas premissas, o Governo do Estado tem estimulado, cada vez mais, a presença de indústrias e empresas no interior de Alagoas. Um bom exemplo é a multinacional Pepsico, fábrica de laticínio que tem uma filial instalada em União dos Palmares, na Zona da Mata alagoana, e emprega 160 pessoas. No mês de abril, durante a 6ª edição do Governo Presente, a fábrica recebeu a renovação do incentivo previsto no Programa de Desenvolvimento Integrado do Governo de Alagoas (Prodesin). Com a desoneração mais competitiva do Nordeste, o Prodesin tem garantido a manutenção de indústrias em todo o Estado ao reduzir em 92% o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na saída dos produtos industrializados, além de conceder o diferimento do ICMS sobre os bens destinados ao ativo fixo, sobre a matéria-prima utilizada na fabricação de produtos e na aquisição interna de energia elétrica e gás natural. Nessa perspectiva, a permanência das indústrias em Alagoas impacta diretamente a vida da população, garantindo, no período de crise, emprego e renda para centenas de alagoanos. É o caso de Hélio da Silva, atual técnico em Segurança do Trabalho na indústria Pepsico que iniciou suas atividades na empresa ainda como servente de pedreiro. Filho de agricultores e residente em União do Pal-

Pepsico em União dos Palmares teve incentivos renovados

mares, Hélio viu suas expectativas profissionais evoluírem como consequência do avanço da empresa no mercado. “À medida que a empresa cresce, as pessoas que a constroem também ganham novas oportunidades, além de aumentar o quadro de funcionários e gerar emprego e renda. Esse foi meu primeiro trabalho e eu comecei como servente de pedreiro. Hoje, sou contratado como técnico em Segurança do Trabalho e daqui tiro o meu sustento, dou uma educação de qualidade para minha filha e continuo estudando, para que meu futuro seja ainda melhor”, conta Hélio

Silva. Além das empresas que já atuam no mercado alagoano, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) realiza um trabalho de prospecção de novas indústrias e empreendimentos, garantindo segurança jurídica e celeridade aos processos, o que vem tornando o Estado o melhor lugar para se investir no Nordeste. Em 2017, 10 indústrias incentivadas pelo Prodesin deverão ser inauguradas ou ampliadas. “O trabalho do Governo do Estado tem um caráter tanto econômico quanto social, modificando a vida de centenas de alagoanos atra-

vés da oportunidade de emprego pela atração de novas indústrias e, mais que isso, fortalecendo aquelas que já estão instaladas no Estado”, ressaltou o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Helder Lima. PEPSICO Além da unidade fabril na Zona da Mata, a Pepsico possui duas filiais atacadis-

tas dentro de Alagoas, que também abastecem clientes nos mais diversos Estados brasileiros. O Centro de Distribuição de Alagoas é, por exemplo, responsável por boa parte da estratégia de atendimento da empresa à Região Nordeste e serve como um “hub” para a distribuição dos produtos das linhas Toddy, Toddynho, Quaker, Kero Coco e outros produtos do portfólio da multinacional.


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A arte de Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo em Maceió

GRANDE ENCONTRO AOS 70 ANOS, O PERNAMBUCANO ALCEU VALENÇA BRILHA NOS PALCOS LEVANDO O MELHOR DA - ETERNIZADA MÚSICA NORDESTINA ANA CLARA MENDES Especial para o EXTRA

E

le nasceu nos limites do agreste com o sertão: São Bento do Una, interior de Pernambuco. Aos 70 anos de idade, Alceu Valença ainda percorre o Brasil com o também pernambucano Geraldo Azevedo e com a paraibana Elba Ramalho, os três amigos nordestinos tomam conta dos palcos em um Grande Encontro. Alceu Paiva Valença possui uma longa discografia preenchidas com diversos sucessos. Para o espetáculo,

Alceu Valença vai estar dia 16 de junho em Maceió ao lado de Elba Ramalho e Geraldo Azevedo

“La Belle de Jour”, “Morena Tropicana” e “Anunciação” são uma das músicas mais esperadas pelo público, além de “Coração Bobo”, música que fez sucesso nas rádios de todo o país no ano em que o LP com o mesmo nome foi lançado. O hit foi o responsável por revelar o nome de Alceu Valença para o grande público, e o levando a se apresentar em vários estados brasileiros.

Em 2014, seu álbum “Amigo da Arte” foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Regional ou de Raizes Brasileiras, e em 2015, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Cantor Regional. Assim como ele, seu sucesso é incansável. Com uma média de 9 shows por mês, há quase 50 anos Alceu transfor-

ma a cultura do agreste e do sertão no melhor que a música nordestina tem a oferecer. Ao lado de Elba e Geraldo, Alceu desembarca em Maceió dia 16 de junho para uma apresentação que promete ser especial. O evento será realizado no Ginásio do Sesi e tem início previsto para às 20 horas. O show celebra os 20 anos do projeto O Grande Encontro e foi lançado em dezembro

de 2016 nos formatos de CD simples, de DVD e de combo triplo que junta DVD e CD duplo. A junção da cantora Elba, e os cantores e compositores Geraldo e Alceu marcam essa verdadeira reunião de amigos como uma maneira de manter a tradição de suas raízes culturais. Com o sotaque e as canções que fazem parte da história musical do brasil, transformaram sua arte em uma maneira de combater o preconceito contra o povo nordestino. Mesclando um repertório de clássicos da MPB, música nordestina e sucessos dos três artistas, será a junção de tudo que houve de melhor das três edições anteriores, em uma noite de encontro entre amigos estendida ao público. Os ingressos podem ser adquiridos no Acesso Vip (Unicompra e Parque Shopping Maceió), Viva Alagoas (Maceió Shopping) ou através do aplicativo Farra Chique, disponível para iOS e Android. Os valores variam, sendo individual inteira R$ 84, mesa prata R$ 608 e mesa ouro R$ 808 para quatro pessoas.


Alternativas de mobilidade

A

tendência dos motoristas brasileiros de utilizarem novas tecnologias que facilitem sua vida no trânsito pesado do dia a dia fica amplamente demonstrada pela rápida aceitação dos sistemas de navegação por GPS. Era um acessório relativamente caro no começo, mas a introdução nos telefones inteligentes impulsionou sua utilização. Hoje, os chamados navegadores portáteis caíram em desuso. Centrais multimídias nos veículos passaram a incluir o GPS, porém esbarraram no preço elevado e na necessidade de atualizar mapas. Mais uma vez os celulares deram sua contribuição, pois mapas digitais recebiam atualizações frequentes e sem custos. Google Maps, Navtec (hoje, Here) e TeleAtlas (agora, TomTom) abriram novas fronteiras para traçar rotas. Permitiram ao motorista chegar a qualquer lugares onde nunca passaram antes e dispensavam obter informações com terceiros ou em mapas de papel. Isso, no entanto, era insuficiente. Uma

startup (empresa iniciante) israelense, batizada de Waze, deu o terceiro e decisivo passo para revolucionar o modo mais rápido e prático de chegar de um ponto a outro. Tudo graças às redes de dados móveis das operadoras telefônicas e à colaboração dos usuários do serviço. Estes passaram a relatar problemas no trânsito, acidentes, alagamentos e agregando informações de forma automática sobre o percurso ao simples ato de abrir o aplicativo no celular. A empresa logo foi adquirida pelo Google, mas as duas redes continuam independentes. Pelo que se sabe, compartilham apenas dados de acidentes. Os concorrentes TomTom e Here reagiram por meio de convênios com redes controladoras de tráfego e outras informações. Porém, só em São Paulo, Waze tem 3,5 milhões de usuários, o que a torna a cidade mais conectada ao aplicativo no mundo. Se o motorista informa o final da placa, recebe caminho alternativo (quando possível) para evitar a zona de rodízio.

ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br O engajamento dos motoristas chega a apontar mais de dois mil buracos por dia, bom roteiro para a prefeitura que desejar amenizar esse martírio. De outro lado, há queixas sobre roteiros passando por locais perigosos. André Loureiro, diretor da empresa no Brasil, informou à Coluna uma providência: “Em agosto de 2016, iniciamos um programa piloto no Rio de Janeiro, onde usuários podem apontar zonas de risco de criminalidade. Nossa equipe checa as informações e alimenta os algoritmos de atualização. Aos poucos teremos roteiros alternativos e esse serviço se estenderá a outras cidades”. Outra facilidade em falta é a integra-

ção do Waze ao Android Auto. Centrais multimídia têm telas maiores e de melhor resolução. Feita a conexão, acaba o problema de fixar o smartphone no para-brisa ou no painel e aumenta a segurança na exibição da rota, além de facilitar acionar um comando. Loureiro não pôde informar quando isso será possível. Ele confirmou, porém, que até o final do ano o programa Waze Carpool estará disponível na capital paulista. O aplicativo poderá ser usado por quem está a pé à procura de carona solidária. O custo, calculado automaticamente, cobrirá apenas despesas de combustível. Promete tornarse alternativa de mobilidade, diferente de serviços do tipo Uber e outros.

RODA VIVA n QUEDA das vendas de veículos novos tende a diminuir a frota brasileira. Segundo estudo do Sindipeças, em 2016 havia 42,9 milhões unidades entre automóveis e comerciais leves e pesados, apenas 0,7% a mais que em 2015. Comerciais leves (-1,1%) e ônibus (-0,9%) recuaram pela primeira vez desde 1990. Motos também diminuíram 1,2% para 13,5 milhões. n AUDI decidiu abrir o leque de seu portfólio. Aposta firme nas versões esportivas de alta gama: R8 (motor V-10 Plus, 610 cv), R$ 1.170.990; RS6 e RS7 (V-8 turbo, 605 cv), R$ 669.990 e R$ 728.990, respectivamente. Nos próximos meses e adentrando em 2018 terá mais oito novidades, entre elas o novo Q5 importado do México e, portanto, a preço mais competitivo. n ENTRE os sedãs compactos o HB20, na versão de topo Premium, se destaca pela oferta de bom equipamento multimídia e volante multifunção. Motor de 1.600 cm³ e câmbio automático convencional de seis marchas

formam um conjunto equilibrado. No entanto, com carga total falta um pouco de fôlego e perde em estabilidade direcional frente a alguns concorrentes. n ABORDAGEM mais técnica e menos política. Assim a cidade de São Paulo enfrentará os atropelamentos que cresceram este ano. Tempo de semáforos aumentará 20% para travessias de pedestres. Companhia de Engenharia de Tráfego detectou que a maioria dos acidentados tinha mais de 50 anos. Com o envelhecimento

da população torna-se importante essa providência. n CÂMARA dos Deputados analisa proposta que torna crime adulterar tecnologia ou substância para reduzir poluição ambiental. Hoje é fraude comum, praticada por motoristas, transportadoras e oficinas mecânicas, anular a ação do Arla 32 em motores diesel de caminhões e ônibus. Volume desse reagente é 50% menor que o previsto na frota circulante.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Muito cuidado com os gravadores!

E

u e vocês somos de uma época na qual já aconteceram e estão acontecendo grandes avanços tecnológicos. Dentre todas as ciências, foram a Física, a Química e a Biologia que mais se desenvolveram,

Um dos exemplos são as gravações que foram feitas tendo o presidente da República, Michel Temer, como alvo das acusações do uso da propina. principalmente a Física. Em tudo que existe de modernismo, foi a Física que mais se fez presente e se faz presente, com sua substancial ajuda. É através dela que nós estudamos a matéria física dos corpos, tanto os sólidos como os líquidos e os gasosos. Como

suas filhas queridas, temos a Mecânica, a Termologia, a Eletricidade, a Acústica e a Ótica. Junto aos grandes cientístas, elas cresceram e se desenvolveram, juntamente com a Química e a Biologia, suas amigas do modernismo. Eu sempre tive uma grande afinidade com tudo que diz respeito à Física, principalmente quando ensinando essa linda matéria, durante 18 anos, em cinco colégios de Maceió. Sem a ajuda dela, a humanidade ainda estaria patinando nas leis e nos princípios de Isaac Newton, de Arquimedes e de outros estudiosos. Hoje, estamos muito avançados em tecnologia, pois contamos com ela até para o cometimento de crimes, roubalheiras e de delações premiadas, como vem acontecendo, atualmente, no escândalo da

Lava Jato. As gravações de som e de imagem têm nos deixado cientes de toda a roubalheira que vem acontecendo neste Brasil propineiro. Um dos exemplos são as gravações que foram feitas tendo o presidente da República, Michel Temer, como alvo das acusações do uso da propina. Como vocês viram e estão vendo, os escândalos tomaram proporções tais que estão abalando os alicerces da República brasileira. Um simples e insignificante gravador, certamente, vai provocar a perda do mandato presidencial. Agora, com o uso da tecnologia, através da Física, podemos dar um telefonema para Tóquio, para sabermos se em Maceió está chovendo. Com um simples celular, podemos transmitir a nossa imágem e a nossa fala para qualquer lugar do mundo, mas todo o

cuidado está sendo pouco, principalmente dos políticos desonestos que poderão ver e ouvir suas safadezas expostas nos jornais, nas televisões e nas rádios. Agora já podemos saber quais são os políticos desonestos que temos, quando não sabendo se comportar com o dinheiro público. Um grande exemplo tivemos nesse escândalo que está havendo no Lava Jato. A Física tem nos ajudado, através da mecânica dos gravadores, da acústica, da ótica das imagens e da eletricidade. Sem ela não teria sido possível saber que temos muitos ladrões espalhados neste Brasil propineiro. Agora, os desonestos irão ficar com muito cuidado nos mini gravadores que poderão ficar escondidos nos bolsos de alguém. Tenham muito cuidado, senhores propineiros!


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O clima é tenso

Não é nada saudável o clima entre poderes Executivo e Legislativo de Arapiraca. Em meio à falta de diálogo e troca de farpas entre assessores diretos do prefeito e vereadores, alguns blogueiros têm colocado ainda mais lenha na fogueira. Um deles, que está sendo acusado de ter sido contratado a peso de ouro pela Prefeitura, fez uma postagem onde afirma que “vereadores imploram para que Teófilo não divulgue os nomes dos servidores fantasmas”. Ou seja: vereadores estariam pedindo pelo amor de Deus para Teófilo não divulgar os nomes dos servidores que não trabalham e que foram indicados por eles.

Mais polêmica

De imediato, houve repúdio dos vereadores que durante a sessão especial realizada no auditório da CDL, na noite de quarta-feira, 24, usaram a tribuna da Casa para criticar a notícia, que alegam ser inverídica e que teria sido postada com a finalidade de denegrir a imagem da Câmara de Vereadores.

Voto de repúdio

Na parte das explicações pessoais dos vereadores, o primeiro a falar foi o Pastor Marcos Caetano, que iniciou dando um voto de repúdio às críticas que estão sendo feitas aos vereadores por parte da imprensa, principalmente por pessoas que ele classificou de “incapacitadas intelectualmente”, que usam a mídia para tentar denegrir a imagem de homens e mulheres de bem.

Filho de advogado

Campanha difamatória

O vereador Moisés Machado também foi outro a lamentar o problema. Ele lembrou que em toda a história do Poder Legislativo de Arapiraca, ninguém nunca viu uma campanha difamatória como está ocorrendo. Machado lamentou que neste contexto haja servidores da Prefeitura, usando as redes sociais para denegrir a imagem de uma instituição como a Câmara Municipal.

“Fantasminhas”

Ainda em seu pronunciamento, Moisés Machado indagou por que um vereador não pode ter um cargo comissionado, se em todas as esferas isso acontece. Segundo ele, um vereador parceiro da administração não pode, mas um vereador de Pão de Açúcar pode. “Não posso entender certas coisas. Por exemplo: um vereador de Arapiraca não pode ter um cargo comissionado e um vice-prefeito de outra cidade pode. É importante registrar que a Prefeitura está mapeada com cargos de ‘fantasminhas’ e é bom o próprio prefeito Rogério Teófilo, dizer quem são os ‘fantasmas’”, alfinetou o vereador.

O vereador Fabiano Leão disse, na sessão da Câmara, que durante toda esta semana foi de críticas e mais críticas contra os vereadores, principalmente nas redes sociais e feitas por pessoas que não têm a menor responsabilidade com a verdade. Fabiano Leão denunciou que existe um “fantasminha” na administração municipal, filho de um advogado, que mora em Maceió e recebe um salário de R$ 11.800, 00 sem pisar um só dia em Arapiraca, além do próprio filho do prefeito Rogério Teófilo, que também é “fantasminha”.

Indignada

Professora Graça, presidente do Poder Legislativo, se mostrou indignada com as críticas. “Não se atira pedra em árvores que não dão frutos. Os 17 vereadores estão incomodando alguém. O Legislativo vem realizando um trabalho sério em benefício da sociedade, que precisa vir às sessões para acompanhar de perto o trabalho de cada parlamentar e fazer sua avaliação”, concluiu.

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ABCDO INTERIOR

robertobaiabarros@hotmail.com

Campo Grande

O prefeito de Campo Grande, Arnaldo Higino, perdeu o equilíbrio e partiu para cima de um grupo de manifestantes ligados à educação municipal que protestavam contra a falta de pagamento do salário de dezembro, o 13º salário, um terço de férias e a comprovação do extrato das contas do município, que foi prometido pelo gestor como justificativa do atraso nos pagamentos.

Sem aumento

Segundo o professor do ensino fundamental e presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Ivan Ponciano, o prefeito alegou que os manifestantes estavam mentindo e o que o município não deve nada. “Miguel Higino sumiu com R$ 480 mil da repatriação, segundo informou próprio prefeito para assegurar que não pode pagar o aumento de 7,64% nem essa ano e muito menos no próximo”, afirmou o presidente do Sindicamp. “É uma situação complicada, mas os professores e funcionários de outros setores estão unidos nessa luta”, afirmou.

Espólio de Adelmo

O falecimento de Adelmo Pereira deixou uma acirrada disputa pelo espólio. De acordo com uma fonte, há herdeiros novos aparecendo e cobiçando uma das maiores fortunas de Arapiraca. Consta que os filhos do casamento criaram, antes da morte do milionário, uma empresa para proteger o patrimônio dos outros herdeiros. Pelo jeito, a disputa parece que vai ser boa.

Nealdo está certo

Do jornalista Carlos Nealdo, na sua página do Facebook: “Rico viaja para a Europa como se estivesse viajando para Arapiraca. Pobre viaja para Arapiraca como se estivesse viajando para a Europa”.

PELO INTERIOR ... Com a promotora de Justiça Martha Bueno na acusação, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) conseguiu, na terça-feira (23), a condenação do réu Marcelo Augusto dos Santos pelo assassinato do comerciante Welmenson Alves Rodrigues, no município de Palestina, em 2014. ... Em virtude de cometer homicídio qualificado por não dar chance de defesa à vítima, Marcelo Augusto foi condenado à pena de 19 anos e 10 meses de reclusão a ser cumprido em regime fechado. ... Martha Bueno também lembrou na sua exposição que o réu Marcelo Augusto era reincidente no tipo penal. “Pesa contra ele uma condenação transitada em julgado por homicídio cometido no município de Arapiraca”, expôs a promotora de Justiça ... O segundo autor material do crime, Tiago Henrique Pinheiro da Silva, chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Estadual, mas encontra-se foragido. ... No dia em que foi morto, Welmenson saiu da sua residência no início da tarde para vender queijo no povoado Vila Santo Antônio, em Palestina. Sem enxergar muito bem, ele bateu sua motocicleta na dos seus algozes, que, embriagados, haviam se acidentado na entrada do povoado pouco antes. ... Após vistoriar a estação de tratamento de água da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), responsável pelo abastecimento nas cidades de Junqueiro e São Sebastião, na terça-feira (23), a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do São Francisco constatou que os munícipes não recebem o produto devidamente tratado.

... A preocupação é com a saúde da população, que acaba consumindo água contaminada e fica exposta aos vários tipos de doenças. ... As irregularidades encontradas vão do total sucateamento do prédio da estação até um grande desperdício da água que deveria chegar às torneiras da comunidade. ... Durante os trabalhos, os técnicos que integram a equipe água e saneamento da FPI concluíram que o processo de tratamento realizado no local está em desconformidade com os protocolos estabelecidos para essa situação. ... Durante os trabalhos realizados na sessão de quintafeira na Câmara de Arapiraca, vários requerimentos foram discutidos e votados pelos vereadores. ... Dentre eles, a resposta do prefeito Rogério Teófilo (PSDB), ao enviar para Casa a lista com todos os nomes dos aprovados no Procedimento Seletivo Emergencial Temporário da Secretaria de Educação, da Prefeitura Municipal de Arapiraca, solicitado pelos vereadores. ... Em sua explicação, a Professora Graça disse que os 17 vereadores vão analisar todo o conteúdo e que, posteriormente, estará publicando o resultado desta avaliação. ... Também chegou a lista com todos os nomes dos secretários com suas respectivas portarias, solicitação feita anteriormente pelo vereador Edvanio do Zé Baixinho. ... A todos, um excelente final de semana!


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MEIO AMBIENTE Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Descarte irregular

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gentes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet) apreenderam e autuaram um caminhão realizando descarte irregular de resíduos na área verde do bairro de São Jorge. O flagrante ocorreu na terça-feira, 23. A empresa responsável pelo veículo foi autuada e terá que pagar multa, além de retirar todo o material destinado irregularmente do local. Funcionários que estavam no local apresentaram a autorização para funcionamento, mas não para o local de descarte, confirmando a irregularidade.

Quebrangulo

Amazônia

Os assentamentos da reforma agrária na Amazônia ocupam cerca de 8% de todo o território, o equivalente a mais de 41 milhões de hectares e representam 81% de toda a área destinada à reforma agrária do país. Essas regiões têm servido como forma de aliviar a pressão social sobre a terra, mas também favorecem o desmatamento. É necessário informar-se sobre, pois quase 30% de toda a área destinada aos assentamentos foram desmatadas. Existem projetos nessa área que diminuem o desmatamento através de sistemas agroflorestais. O Instituto de Pesquisas na Amazônia (Ipam) promoveu durante cinco anos o projeto Assentamentos Sustentáveis na Amazônia (PAS) que mostrar como projetos ambientais podem dar sustentabilidade econômica e ambiental para estas regiões.

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) entrega à população um poço artesiano e duas nascentes recuperadas. A proposta da secretaria é levar água de qualidade a quem mais precisa de forma contínua e diária. Um poço artesiano com sistema de abastecimento será entregue na comunidade Sítio Lagoa Queimada, beneficiando 65 famílias. Em relação às nascentes, a comunidade Riachão será contemplada e os benefícios são estendidos a 80 alunos da Escola Municipal Rodrigo Jacinto Tenório, um posto de saúde e mais de 25 famílias da região. Fora os recursos hídricos, um bosque com a plantação de mil mudas de ipê substituirá um lixão que fica no centro da cidade e será desativado.

Animais resgatados

A equipe veterinária do Instituto do Meio Ambiente (IMA) está cuidando dos bichos que não se encontram em condição de soltura, depois do resgate de cerca de 1500 animais durante Fiscalização Preventiva Integrada do São Francisco (FPI). Até agora 1000 já foram soltos e 94 encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ibama).

Chuva

Trekking com consciência

As provas de trekking em Alagoas são conhecidas pela grande adesão de atletas e aventuras em diversos locais do estado. Mas a 5ª Etapa da Liga Alagoana de Trekking, organizada pelo grupo “Maderada”, irá promover uma ação especial de proteção ao meio ambiente no dia 10 de junho. A organização da prova está coletando junto ao Instituto do Meio Ambiente (IMA) mudas que serão plantadas por atletas logo após o evento como uma forma de preservar os espaços que recebem os eventos de corrida, promo-vendo esse replantio.

Cerrado

O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, assinou um acordo que destinará US$ 32,48 milhões para o Cerrado. Os recursos são provenientes do Programa de Investimentos em Florestas (FIP), e a medida apoiará o registro das propriedades rurais familiares em municípios selecionados e recuperação de Reservas Legais, reduzindo assim, o desmatamento.

Em transição para o inverno, a capital alagoana recebeu fortes chuvas na última semana, com isso a qualidade das águas das praias para banho não está apropriada. O Laboratório de Estudos Ambientais do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) divulgou nota informando que a população deve ficar atenta às condições do mar e evitar o banho nos próximos dias. Durante esse período a probabilidade de contaminação pelas águas que lavam as ruas é maior, e coloca em risco a saúde dos banhistas.


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