Edicao924

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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVIII - Nº 924 - 02 A 08 DE JUNHO DE 2017

DIREITO DE RESPOSTA MINISTRO NEGA IRREGULARIDADE NO PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO DOS TERRENOS DE MARINHA P/ 13

R 3,00

SENHOR DIRETAS

BIOGRAFIA LEMBRA OS 100 ANOS DE NASCIMENTO DO SENADOR TEOTÔNIO VILELA E SUA LUTA PELA DEMOCRACIA P/ 10

José Carlos Remígio foi aposentado por agressão a mulheres, desacato a policiais e direção perigosa

JUIZ BADERNEIRO QUER ANULAR PUNIÇÕES QUE RECEBEU DO TJ P/6

ALTO CUSTO AFASTA 17 MIL ALAGOANOS DOS PLANOS DE SAÚDE P/11

BRASIL GASTA R$ 57 BILHÕES POR ANO COM DOENÇAS PROVOCADAS PELO FUMO

P/24

DEPUTADA ROSINHA GASTA TODA COTA DA CÂMARA COM DIVULGAÇÃO DO MANDATO P/5


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MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE JUNHO DE 2017

Estado empobrecido 1

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

- Relatório da ANS sobre a situação dos planos de saúde no país revela que Alagoas lidera o índice de cancelamento desses planos na Região Nordeste.

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– O estudo mostra que ao menos 17 mil usuários de Alagoas abandonaram os planos de saúde alegando alto custo dos serviços para poucos benefícios prestados.

(Millôr Fernandes)

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Pesquisa do Ministério da Saúde revela que o cigarro foi responsável por 12,6% de todas as mortes de pessoas com mais de 35 anos no Brasil. Em números absolutos, foram 256.216 mortes por câncer de pulmão e outras causas relacionadas ao tabaco.

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– Um indicador dessa decadência econômica é o servidor público estadual, que desde 2001 não tem reajuste real de salário. Apenas a cobertura da inflação oficial, que nem sempre é real.

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– Prova disso é que mais de 60% dos 71 mil servidores do Estado (ativos e inativos) têm renda líquida mensal inferior a R$ 2 mil, sendo que o grosso desse universo ganha salário mínimo. Na iniciativa privada a situação não é diferente. – Na luta pela sobrevivência, esses alagoanos estão trocando os planos de saúde pelo SUS, opção menos degradante que morrer à míngua, como indigente.

Tragédia e roubalheira

As fortes chuvas que inundaram várias cidades alagoanas em 2010 também enriqueceram muitos ladrões do dinheiro público. Espera-se que desta vez a roubalheira não se repita, até porque os recursos são modestos.

Esperteza

O juiz Manoel Cavalcante de Lima Neto, da 18ª Vara da Fazenda Pública da Capital, botou ponto final em mais uma pirueta jurídica promovida pela PGE na tentativa de resolver uma disputa por terra na valorizada área B do pólo de Marechal Deodoro. O imbróglio é herança do governo Téo Vilela, em que tucanos de alta plumagem, para solucionar um litígio agrário, enveredaram pelo arriscado caminho da vigarice. Os assessores de Téo Vilela esqueceram o dito popular segundo o qual quando a esperteza é grande demais acaba engolindo o esperto.

Que país é esse?

O trabalhador assalariado tentar enganar o Leão não é legal, mas é compreensível. O que não é aceitável é um ministro da Fazenda confessar ter US$ 600 mil em conta na Suíça não declarada à Receita. Até tu, Mantega?

DA REDAÇÃO

Fumaça da morte

– Na verdade, mais que o preço e a qualidade dos planos de saúde, pesa o empobrecimento de uma classe média que perde poder aquisitivo ano após ano.

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COLUNA SURURU

O preço do vício Grupo JL

Até agora, só 70 trabalhadores da Mapel (revenda VW) foram indenizados pela massa falida do Grupo João Lyra. Os outros 12 mil desempregados e demais credores continuam chupando dedo.

Enquanto isso...

A preocupação dos trabalhadores é com o patrimônio da massa falida, que está se desvalorizando a cada ano. Nas usinas paralisadas, o maquinário está enferrujando, virando sucata. No campo, as terras estão sendo invadidas por grileiros do colarinho branco, travestidos de “credores”.

Nova avaliação

A cada troca de gestores da massa falida a Justiça manda atualizar os valores do patrimônio do Grupo JL, cujo passivo já ultrapassa R$ 2 bilhões. Determinação nesse sentido foi passada a Renato Schlobach Moysés, novo leiloeiro judicial.

Estudo sobre o impacto econômico do tabagismo no sistema brasileiro de saúde revela que em 2015, foram gastos R$ 56,9 bilhões com tratamento de mais de 50 doenças relacionadas ao tabaco. No mesmo ano o país arrecadou R$ 12,9 bilhões em impostos sobre cigarros, gerando um saldo negativo de R$ 44 bilhões por ano.

Mortes evitáveis

O câncer de pulmão é o quarto motivo de morte relacionada ao tabagismo, com 23.762 casos em 2015. Os médicos alertam que o tabagismo é a principal causa de mortes evitáveis no mundo.

Paulo Jacinto

O município de Paulo Jacinto está entre os 27 que tiveram situação de emergência reconhecida. No entanto, moradores garantem que a cidade não se enquadra neste grupo. É que choveu bastante por lá, mas não há desalojados ou desabrigados. A equipe que fará levantamento dos estragos poderá comprovar que tudo não passa de mais uma esperteza.

A zona do Rui Escalado por Rui para as tarefas do “bateu, levou”, Welisson Miranda chamou o vereador Galba Novaes de desinformado e o acusou de agir de má-fé ao denunciar irregularidade na Zona Azul de Maceió.

Prejuízo Segundo o assessor, o verea-dor usou redes sociais para acusar a Prefeitura da capital de ter dado um prejuízo de R$ 10 milhões aos cofres públicos do município, no contrato com a empresa que iria administrar a zona azul.

Desonesto “O município não desembolsou nenhum centavo, muito menos os R$ 10 milhões que o vereador aponta”, diz o assessor. “Não é por fazer oposição que o vereador precisa agir deso-nestamente contra o prefeito Rui Palmeira”, destaca, acrescentando: “Espero que tenha sido apenas ignorância, nesse caso, pura desinformação mesmo”.

Zona Azul

Depois de tanto defender a Zona Azul levando até às últimas consequências, o prefeito Rui Palmeira engoliu o orgulho e voltou atrás. Claro que precisou de muita insistência dos órgãos fiscalizadores.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE JUNHO DE 2017

JORGE OLIVEIRA

Os Batista no país do Macunaíma Cascais, Portugal - Os irmãos Batista – Joesley, José e Wesley – deitaram na sopa no governo Lula. Além dos 8,1 bilhões de reais que embolsaram do BNDES, eles também espalharam seus tentáculos para outros setores importantes do país. Depois de arrastar o Temer para o buraco negro da corrupção, os Batista meteram as patas dentro do STF. Veja que coisa desagradável: o ministro Gilmar Mendes, da principal Corte do Brasil (sempre ele, gente), fez reuniões com o Joesley. Discutiram, em encontro reservado, a contribuição do Funrural que os irmãos não queriam pagar, causa que o STF estava julgando à época. (Parêntese). Os Batista lembram o bilionário Eike, aquele que esteve preso no presídio de Bangu. Descobriu-se que ele enriqueceu usando os mesmos expedientes dos goianos. Corrompia os petistas que facilitavam empréstimos nos bancos estatais como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e o BNDES, casas da Mãe Joana no governo da dupla Lula/Dilma. Ou seja: os caras ficaram bilionários da noite para o dia às custas do suor do trabalhador brasileiro. E pensar que ainda existem lunáticos que vão às ruas pela volta dos gângsteres petistas, aí é de lascar. Depois de rico, os Batistas planejaram sonegar impostos. Queriam deixar de pagar o Funrural, mantido com a contribuição de produtores rurais à previdência. É muito cara de pau desses caras, não acha? Para por o plano em prática procuraram Gilmar Mendes, cuja família vende bois para os frigoríficos dos irmãos. Mendes nega de pés juntos qualquer insinuação na conversa para ajudá-los a burlar as leis. Disse que o encontro foi republicano. Até votou contra o interesse deles no julgamento do Funrural, disse. Mas tudo isso é muito esquisito. E a pergunta que todo brasileiro hoje faz é: por que esse encontro não foi oficializado, numa audiência pública, dentro do próprio STF? Será que o ministro não tinha receio de ser gravado, como aconteceu com o Temer? Na verdade, nunca passou pela cabeça de ninguém que um dia os Batista virassem delatores. Tanto é assim que o ministro Edson Fachin pediu ajuda do lobista da empresa dos irmãos Batista para chegar ao STF. Ricardo Saud, o homem da mala da JBS, percorreu os gabinetes do Congresso Nacional para convencer os senadores da capacidade jurídica do ministro, hoje o comandante da Lava Jato. Vangloriava-se de ter a maior bancada de deputados e senadores no Congresso, todos vivendo a soldo da JBS. Montou, inclusive, uma rede na internet para divulgar as qualidades do pretendente ao cargo. Fachin, que já havia feito discurso defendendo a Dilma, finalmente chegou à Corte pelas mãos dela. Como não existe jantar de graça, como dizem os lobistas em Brasília, eis que os irmãos Batista caem na rede do crime. Principal distribuidor de propinas para políticos, Joesley fez um acordo com o Ministério Público para se livrar da cadeia (e que acordo, hein!). Para manter a fortuna e receber salvo conduto para sair do país, ele resolve abrir o bico e detona todo mundo. Faz uma gravação – que não passou pelos peritos da Polícia Federal para atestar se foi adulterada ou não – e leva aos procuradores. Depõe sem o menor constrangimento, como se estivesse fazendo uma entrevista de emprego tal a cordialidade do interrogatório. Seleciona o que quer dizer e a quem quer acusar, e se manda para o exterior para gozar dos benefícios no império que construiu com o dinheiro de todos os brasileiros.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Azar

Canhões

O incendiário

Pretensioso

A parte curiosa de tudo isso é que enquanto Marcelo Odebrecht e outros empresários que cometeram crimes idênticos aos dos Batista mofam na cadeia, os irmãos Batista vivem no paraíso. Que azar dos Odebrecht! Eles até tentaram comprar um ministro do STJ que iria dar um habeas corpus ao Marcelo e botá-lo no olho da rua. Mas a tramoia não deu certo e ele decidiu fazer a delação para diminuir a pena. O caso dos Batista é diferente. Eles não passaram pelas mãos implacáveis dos procuradores de Curitiba e do juiz Sérgio Moro. Fizeram suas delações para outro grupo, sob o olhar vigilante do Rodrigo Janot, e tiveram suas declarações homologadas por Fachin, o protegido deles para chegar ao STF. Vale a pena repetir: no país do Macunaíma, não existe jantar de graça.

Quando se trata de vandalismo e baderna, o Lula é um cara de palavra. Ele prometeu e está cumprindo fielmente o que já declarou para alguns de seus fanáticos: tocar fogo no Brasil. Os episódios lamentáveis de Brasília são os primeiros ensaios dos petistas – muitos pagos pelas centrais sindicais com o dinheiro do contribuinte – para as próximas cenas que vão aterrorizar o país, caso o juiz Sérgio Moro condene Luiz Inácio no início do próximo mês, quando prometeu proferir a sentença. O ex-presidente pretende, com essas arruaças, intimidar os procuradores e o juiz da Lava Jato para evitar uma condenação que o tornaria inelegível, e, portanto, fora do páreo das eleições de 2018, o que ele não admite.

Os mortadelas

Os vândalos que atacaram os prédios públicos de Brasília são convocados pelas centrais sindicais e pelos dirigentes de movimentos sociais. Em troca, eles normalmente recebem uns trocados e uma marmita. São socados dentro dos ônibus a caminho dos protestos que podem ocorrer em qualquer lugar do Brasil. Os que têm mais sorte ganham uma camiseta vermelha, uma bandeira e, nos intervalos dos protestos, um sanduiche de mortadela. Antes de viajarem são doutrinados e estimulados a quebrar e incendiar o patrimônio público.

Quando perguntados o que fazem ali normalmente não sabem. E quem os levou até o local, não dizem. São buchas de canhão que os pelegos usam para levar porrada da polícia, enquanto eles, os falsos líderes, escondem-se para não mostrar a cara. Até a queda da Dilma, eram esses pelegos que davam as cartas, que pressionavam os políticos e que se sentiam protegidos pelo seu principal guru, Lula, o ex-operário, que já responde a vários processos por corrupção. Luiz Inácio transformou o país numa república sindical e estimulou que seus militantes e seus políticos saqueassem e assaltassem o patrimônio brasileiro.

Agora, com o imbróglio de Temer, ameaçado de perder o cargo, Luiz Inácio começou a incentivar seus asseclas no Congresso Nacional para exigir eleição direta. Claro, ele precisa urgentemente se submeter ao voto popular enquanto ainda não foi condenado, porque está prestes a ir para a cadeia. É tão pretensioso que acha que teria chances de ser eleito com uma rejeição que já se aproxima dos 60%.

A corja

É impossível imaginar o Brasil sendo governado novamente por essa corja que dilapidou as empresas públicas e espalhou a corrupção em todos os setores do estado. Que entregaram aos irmãos Batista a bagatela de 8,1 bilhões de reais do BNDES para que eles comprassem empresas no exterior e gerassem renda e emprego lá fora sob o pretexto de que o Brasil precisava criar multinacionais. Os “caipiras” foram embora, vivem em palacete com o dinheiro do nosso banco, deixaram um rastro de escândalo no país e ainda foram premiados pelo Ministério Público que não viu crimes nos atos deles, perdoando -os de qualquer castigo penal.

O poste

Toda essa bagunça – não se engane – é fruto do governo do PT. A Dilma também é produto deles. Uma burocrata que até hoje não sabe que foi presidente do Brasil, a sétima economia do mundo. No governo a única coisa que fazia era receber ordem do seu guru Lula. E quando ensaiou administrar foi interrompida pelo parceiro que exigiu a cabeça de ministros e outros auxiliares mais próximos dela. Uma presidente de papel, fantoche, que não teve autonomia para exercer o cargo que o povo brasileiro destinou a ela pelo voto.

A crise

Ora, a crise ainda é petista. Ou a gente esqueceu que o Temer foi o vice da Dilma em dois mandatos? Ele foi indicado por Lula depois de sucessivas reuniões com os caciques do PMDB. Era paparicado pelos petistas porque dominava o maior partido e o mais bem estruturado do país. Como vice, foi fiel à presidente até perceber que poderia ocupar o lugar dela com manobras escusas. Diante da crise que se agrava, a petezada, que ainda grita por aí afora o “golpe” e o “Fora Temer”, agora se prepara para outra façanha: derrubar o Temer para tentar eleger o Lula em eleição direta. O nome disso qual é se não golpe.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE JUNHO DE 2017

GABRIEL MOUSINHO

Renan e a tragédia anunciada

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senador Renan Calheiros deu a volta por cima e continua forte e líder do PMDB no Senado, função que estava ameaçada pelas críticas contundentes que tem feito às reformas da previdência, trabalhista e terceirização. Mas os senadores entenderam que não era de bom tamanho cutucar o cão com vara curta. De uma habilidade a toda prova, Renan, mais do que ninguém, conhece os meandros da política em Brasília e principalmente dos seus colegas senadores, numa convivência de três mandatos como presidente daquela Casa. Então, era melhor deixar como está para ver como é que fica. Renan sai fortalecido da queda de braço com parte da bancada e vai continuar dando suas opiniões, muitas vezes desagradando o governo de Michel Temer. O que se espera do restante da bancada é paciência, paciência, paciência. Enfim, o senador alagoano é cobra criada e sabe onde despejar suas insatisfações. Por outro lado, a ausência do senador na visita emergencial feita pelo presidente Temer em Maceió foi sentida e observada pela classe política, evidenciando o distanciamento de Renan com o governo federal. O dever de casa ficou para o governador Renan Filho, que embora um pouco constrangido pela oposição ao governo feita pelo pai, pediu o apoio de Temer e recursos para contenções ao longo dos rios Mundaú e Paraíba, cujas autoridades demoraram em perceber que algum dia fatalmente o desastre iria acontecer. Esta tragédia anunciada foi reconhecida pelo próprio governador que, embora a situação de risco já existisse em Maceió e municípios do interior, voltou os olhos para outras políticas, a exemplo de construir escadarias nas encostas na capital. Não que não tenha a sua importância, mas estava absolutamente claro que Maceió e outros municípios precisavam, isto sim, de outras medidas emergenciais. Agora, é contabilizar as pessoas mortas nos deslizamentos de barreiras, tentar recuperar a estima dos pobres moradores da periferia das cidades e torcer para que as promessas não fiquem apenas num momento de dificuldades e de dor. Fica a lição, mais uma vez, de que políticas públicas devem ser feitas imediatamente, para evitar o que aconteceu nos últimos dias. Campanha se deixa para o momento oportuno. O que os alagoanos e os atingidos pelas enchentes querem é política social, atenção para os problemas que vivem no cotidiano, não assistir impassíveis campanhas eleitorais que têm apenas o caráter de perpetuação no poder. Basta. Temos que salvar a nossa gente, principalmente os miseráveis que não têm o que comer nem onde morar.

Melhor prevenir

Quando os senadores do PMDB decidiram manter Renan Calheiros na liderança, sabiam o que estavam fazendo. Afinal de contas, o senador conhece como ninguém a vida de cada um deles no Senado Federal.

Por cima

Mantido na liderança do PMDB, Renan se fortalece no Senado e ainda continuará um político crítico do governo. “É melhor um aliado que sugira e seja crítico, do que o contrário”, vaticinou Renan logo após ser mantido na função. O senador deu uma demonstração de que continua forte em Brasília e que continua cantando de galo na rinha dos outros.

Louvável

No trabalho de apoio às vítimas das chuvas, o governador Renan Filho visitou as áreas atingidas, mobilizou secretários e disponibilizou recursos para os desabrigados. O prefeito de Maceió, Rui Palmeira, também acompanhou pessoalmente as ações da prefeitura nos bairros mais afetados e decretou estado de emergência no município. A população, por sua vez, também vem fazendo a sua parte.

Chover no molhado

A CPI mista que está sendo criada no Congresso Nacional para investigar a I&F e JBS só deverá servir mesmo para palanque e holofotes dos seus integrantes. A Polícia Federal e o Ministério Público já estão fazendo o serviço com muita competência.

Momento impróprio

Enquanto os alagoanos choram as mortes por soterramento das vítimas das últimas fortes chuvas no estado e se mobilizam para arrecadar roupas e alimentos para os desabrigados, o ministro do Turismo, Marx Beltrão, abre sua agenda para discutir sobre o réveillon 2018 com a presença em Maceió do cantor Wesley Safadão. Pense num momento inoportuno.

Incomodado

Parece que a visita do presidente Michel Temer em Maceió não foi bem digerida pelo governador Renan Filho. Nas imagens de sua excelência no encontro no Quartel do Exército, Renan apareceu com cara de poucos amigos.

gabrielmousinho@bol.com.br

Museu em Traipu Quem quiser matar a saudade do Museu Ambiental Casa do Velho Chico, pode visitar a partir de hoje a cidade turística de Traipu. A exposição se estende até o dia 13 de junho e o evento será aberto pelo prefeito Eduardo Tavares. Traipu hoje, de acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Antônio Jackson, é uma das cidades mais limpas do país e serve de exemplo para as demais que banham o Rio São Francisco. O Museu Itinerante é um instrumento de luta e defesa do Rio São Francisco, diz o secretário.

Apreensão Na Assembleia Legislativa o governador Renan Filho vê dificuldades de manter a base e ninguém quer ir mais para o desgaste político para não comprometer as eleições no próximo ano. As dificuldades estão se afunilando, confidenciou um deputado da base que diz uma coisa para a plateia e joga contra o governo nos bastidores.

A situação é grave

A ampliação de novos inquéritos contra Renan pai e Renan Filho, autorizados pelo relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin, deixou bastante vulnerável o PMDB em Alagoas, que corre para se salvar em 2018.

Novas denúncias

O diretor Ricardo Saud, da JBS, continua infernizando a vida do senador Renan Calheiros, que tem negado tudo até agora. No momento Saud disse que notas fictícias eram feitas em nome do Ibope para beneficiá-lo, cuja empresa repudia suas declarações.

Perguntar não ofende

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Se o governador Renan Filho não conseguiu viabilizar um pequeno polo de confecções em Murici, município onde foi prefeito, como quer fazê-lo agora em Delmiro Gouveia, Palmeira dos Índios, Arapiraca e Maceió?

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Se o governo pretende isentar de impostos as prováveis futuras fabriquetas de roupas e outros segmentos, como não tem dinheiro para bancar o reajuste dos servidores públicos?

Sinal de alerta

A agressão covarde sofrida pela juíza Nirvana Coelho no Forum da Capital indica que os magistrados devem ser protegidos permanentemente pela força pública. Não se pode admitir que um magistrado vá exercer suas funções temendo represálias de quem quer que seja.

Ameaça

O Ipaseal, sem pagar a quem deve, no caso a hospitais, médicos e clínicas, vai terminar suspendendo o atendimento dos seus usuários, que estão batendo em revoada. A cada governo que passa a instituição piora no atendimento.

Cabeça raspada

Depois que o ex-prefeito Celso Luiz apareceu na mídia com a cabeça raspada, a Defensoria Pública se apressou a dizer que o preso não é obrigado a passar por esse constrangimento. Depois de muitos anos só agora é que foi percebido isso.

Pilantragem

Foi uma surpresa o ex-ministro, logo o ex-ministro Guido Mantega, da Fazenda, revelar que tem 600 mil dólares numa conta na Suíça, não declarada. Como disse o jornalista Ancelmo Gois, em sua coluna, “esse é o Brasil de Tim Maia, onde prostituta se apaixona, cafetão tem ciúmes, traficante se vicia e ministro da Fazenda...sonega”.


MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE JUNHO DE 2017

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Gastos de bancada em Brasília passam de R$ 1 milhão

COTA PARLAMENTAR NIVALDO ALBUQUERQUE É O CAMPEÃO EM GASTOS NO ANO; ROSINHA DA ADEFAL LIDEROU “GASTANÇA” EM MAIO

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

A

deputada federal Rosinha da Adefal (PT do B) tem investido, e muito, em sua imagem e publicidade. Conforme o site da Câmara Federal, a alagoana gastou no mês de maio R$ 53.600 apenas em divulgação da atividade parlamentar. O valor representa 94,14% do total de seus gastos do quinto mês do ano. Ou seja, dos R$ 56.935,29 utilizados da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, apenas R$ 3.335,29 foram destinados para alimentação, serviços de transportes e telefonia. A maior parte desse dinheiro foi destinado para a impressão de 200 mil exemplares de informativos sobre seu trabalho na política. Se somado os meses de abril e maio, Rosinha fica em primeiro lugar no ranking dos gastos dos deputados federais de Alagoas. Foram R$ 76.965,81, sendo que em abril, as despesas totalizaram em R$ 20.030,52. Rosinha chegou à Brasília para desbancar o colega Nivaldo Albuquerque (PRP), que até então,

SOBRE A COTA

A

Nivaldo Albuquerque acumula R$ 194 mil em gastos; Rosinha foi a maior ‘gastadora’ de maio

era o mais torrador de dinheiro entre os políticos alagoanos. O filho do polêmico deputado estadual Antonio Albuquerque gastou, nos meses de abril e maio, a quantia de R$ 65.830,38, ocupando o segundo lugar do ranking. Contudo, ele quase “venceu” Rosinha no quesito “divulgação parlamentar”. Só nesses dois meses foram R$ 52 mil do erário “investidos” em Facebook. Conforme a nota fiscal da empresa prestadora de serviços, o trabalho ainda engloba “divulgação via redes sociais, portais de relevância nacional e em Alagoas, consultoria para mudança de layout das publicações nas redes sociais, como pesquisas de artes e novas capas”. Em terceiro lugar está o exgovernador de Alagoas, hoje deputado federal, Ronaldo Lessa (PDT), com gasto bimestral de R$ 50.049,50. Entre as despesas estão R$ 7 mil para o aluguel de uma Hilux no período

de 1 a 30 de abril de empresa sediada em Maceió, apesar do parlamentar trabalhar na capital federal. Também houve a locação de um veículo Fusion no mesmo mês e período. Na quarta posição vem João Henrique Caldas (PSB). A maior parte dos gastos é referente ao mês de abril. Foram R$ 33.619,75 contra apenas R$ 69,10 em maio. Mais conhecido pela sigla JHC, o deputado pagou R$ 10 mil para uma empresa de prestação de serviços técnicos e especializados de “acompanhamento ao parlamentar na Secretaria de Governo, nos Ministérios e Caixa Econômica”. Isso, segundo documento, é para a definição dos destinatários dos recursos provenientes do Orçamento Geral da União (OGU). Paulão (PT) dá continuidade à lista com despesas de R$ 31.959,42. Assim como outros parlamentares já citados, o petista também gastou dinheiro com papel: R$ 10 mil para fazer

jornalzinhos expondo suas ações em Brasília. O pula-pula de partidos Cícero Almeida (PMDB) assume o sexto lugar com R$ 21.480,64, sendo que R$ 20.758,12 foram gastos só em abril. Givaldo Carimbão é o próximo com R$ 20.886,50; seguido por Arthur Lira (PP), R$ 12.188,32; e Pedro Vilela (PSDB), R$ 9.187,27. Até o momento, os deputados federais de Alagoas já utilizaram R$ 1.234.748,88 da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar. No mesmo período do ano passado, ou seja, de janeiro a maio, as despesas chegaram a R$ 1.409.232,54. Nesses cinco meses, e mesmo janeiro sendo um mês de recesso, Nivaldo Albuquerque é o que mais gastou: R$ 194.366,24. Depois vem JHC, R$ 182.238,05; Paulão, R$ 179.243,93; e Rosinha da Adefal, R$ 170.219,90. No total, os meses de abril e maio somam R$ 322.236,69 em gastos dos deputados federais.

Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar – CEAP (antiga verba indenizatória) é uma cota única mensal destinada a custear os gastos dos deputados exclusivamente vinculados ao exercício da atividade parlamentar. Segundo a legislação da Câmara Federal, o uso da CEAP, determina que só podem ser indenizadas despesas com passagens aéreas; telefonia; serviços postais; manutenção de escritórios de apoio à atividade parlamentar; assinatura de publicações; fornecimento de alimentação ao parlamentar; hospedagem; outras despesas com locomoção, contemplando locação ou fretamento de aeronaves, veículos automotores e embarcações, serviços de táxi, pedágio e estacionamento e passagens terrestres, marítimas ou fluviais; combustíveis e lubrificantes; serviços de segurança; contratação de consultorias e trabalhos técnicos; divulgação da atividade parlamentar, exceto nos 120 dias anteriores às eleições; participação do parlamentar em cursos, palestras, seminários, simpósios, congressos ou eventos congêneres; e a complementação do auxílio-moradia. O valor máximo mensal da cota depende da unidade da federação que o deputado representa. Essa variação ocorre por causa das passagens aéreas e está relacionada ao valor do trecho entre Brasília e o Estado que o deputado representa. De acordo com legislação de 2015, o valor referente a Alagoas é de R$ 40.572,24 por deputado federal.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE JUNHO DE 2017

Juiz aposentado pelo TJ tenta anular punições

RECURSO NO CNJ FICHA DE JOSÉ CARLOS REMÍGIO INCLUI AGRESSÕES A MULHERES, DESACATO A POLICIAIS E DIREÇÃO PERIGOSA VERA ALVES veralvess@gmail.com

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esmo aposentado compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça de Alagoas há seis anos, o juiz José Carlos Remígio ainda tenta anular de sua ficha funcional as anotações de censura e advertência motivadas por seu nada exemplar comportamento. Na próxima semana, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) analisa o pedido de revisão disciplinar feito por ele em 2015, no qual alega cerceamento de defesa e se diz injustiçado pelo TJ que em 2010 o colocou em disponibilidade pelo período de dois anos, como resultado de um procedimento administrativo aberto pela Corregedoria da Corte. O caso se refere a um acidente envolvendo o juiz e um motoqueiro, em julho de 2009. De acordo com policiais militares que atenderam a ocorrência, o magistrado tentou se evadir do local e teria desacatado um PM. Remígio, que aparentava sinais de embriaguez durante a ocorrência, foi inicialmente punido com censura, mas o registro de uma nova ocorrência,

frações a vários dispositivos da Lei Orgânica da Magistratura (Loman). Remígio responde a duas ações penais, uma pela agressão a Cláudia Granjeiro e outra pela ameaça a Maria Luiza, mas nenhuma delas tem seu trâmite disponibilizado pelo portal do Tribunal de Justiça, de tal forma que não se sabe se houve ou não a conclusão dos respectivos processos. Mesmo diante das evidências e provas testemunhais, em 2012 o juiz entrou com mandado de segurança no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para anular a aposentadoria compulRemígio quando da prisão em 2009; juiz recebe R$ 19 mil de aposentadoria sória. A decisão saiu em março do ano passado e foi prolatada pelo ministro Sérgio Kukina, relator do MS, que negou o pedido do magistrado de anulação da decisão da Corte alagoana e sua substituição por penalidade mais branda. No último dia 9 Remígio sofreu outro revés do STJ. É que a Primeira Turma aprovou o parecer do ministro Napoleão Nunes Maia Filho, relator de um segundo mandado de segurança impetrado pelo magistrado, indeferindo o pedido de nulidade do procedimento administrativo instaurado pelo Tribunal de Justiça através do qual inicialasdasas mente recebeu a pena de censuem dezembro daquele mesmo ministrativo instaurado pelo TJ. ra. ano e desta vez de agressão à Passou 15 dias detido. PEDIDOS NO CNJ então namorada, fez com que Em fevereiro de 2010, o TJ José Carlos Remígio já teve sua situação se tornasse mais acabou decidindo pelo afastanegado pelo Conselho Nacional complicada. mento temporário do juiz depois O magistrado foi preso em 25 que o Ministério Público Estadu- de Justiça o pedido de revisão de dezembro de 2009 flagrado al (MPE) o denunciou por ame- da penalidade de aposentadoria pela polícia agredindo a então aças à ex-mulher, Maria Luiza compulsória. O caso foi levado companheira Cláudia Granjei- os Santos Messias, feitas três ao pleno do CNJ em 2012, tendo ro de Souza. Interpelado pelos anos antes na sede do Juizado como relator o então conselheiro PMs que atenderam a ocorrên- Especial Cível e Criminal da Marcelo Nobre que à época encia, disparou impropérios e ain- Capital – Violência Doméstica e fatizou a necessidade de equida disse que continuaria a bater Familiar contra a Mulher, onde líbrio emocional por parte de na vítima para que ela tivesse ela trabalhava. Em 2011, o Ple- quem é julgador. “Busca-se no magistrado motivos concretos para chorar, no do Tribunal acabou decidindo de acordo com os testemunhos pela aposentadoria compulsória equilíbrio emocional, serenidaconstantes do procedimento ad- do magistrado por sucessivas in- de. Não esperamos que ele não

cometa erros, como ocorre com todos os seres humanos, mas espera-se um esforço superior para manter-se acima dos padrões de conduta que é levado a julgar. Não pode haver atos incompatíveis com a nobre missão de julgar”, disse. O atual pedido de revisão está sob a relatoria do conselheiro Norberto Campelo que, a julgar pelo despacho inicial de abril do ano passado, deve negar o pedido de anulação das penalidades impostas pelo TJ a José Carlos Remígio. É que o conselheiro faz referência às acusações mais graves existentes contra o magistrado e que terminaram por resultar na aposentadoria compulsória.

MAIS CONFUSÃO

N

em mesmo a aposentadoria compulsória (pela qual hoje recebe um salário de pouco mais de R$ 19 mil e que para muitos não é vista como penalidade) afastou o juiz José Carlos Remígio das páginas policiais de Alagoas. Em 2013 ele voltou ao noticiário local após colidir seu carro contra uma viatura da Força Nacional. E mais uma vez estava embriagado, de acordo com testemunhas. Em 2015 ele teve negado pela seccional alagoana da Ordem dos Advogados do Brasil o pedido de registro para exercer a Advocacia. O entendimento foi de que ele não possui “idoneidade moral” para exercer a profissão de advogado. O EXTRA pediu à Diretoria de Comunicação do TJ um contato de José Carlos Remígio para que este esclarecesse o que pretende com a revisão disciplinar, mas foi informado de que a assessoria não tem autorização para fornecer contato de magistrados aposentados.


MACEIÓ, ALAGOAS - 26 DE MAIO A 01 DE JUNHO DE 2017

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Advogados criminalistas elogiam magistrado A Associação dos Advogados Criminalistas de Alagoas (Acrimal) comemorou a decisão do juiz Marcelo Tadeu. E, mesmo reconhecendo que ela se aplica apenas a um processo específico, decidiu expressar seu reconhecimento ao magistrado com a entrega, nesta quinta (25), de uma placa que traz os seguintes dizeres: “Um sopro de esperança num estado de exceção”. Presidente da entidade, o advogado Thiago Pinheiro explica que não se trata de estar contra a 17º Vara e nem a favor da impunidade, mas sim de apoiar uma decisão eminentemente técnica do juiz Marcelo Tadeu. “Ele, como juiz independente e corajoso, foi o primeiro juiz a reconhecer que a 17ª Vara é inconstitucional por meio de uma decisão técnica que, sob o ponto de vista jurídico, é irreparável”. “Há uma lei federal e ela diz que não pode haver um colegiado permanente, como ocorre na 17ª Vara”, assinala. Mesmo em se tratando de uma decisão de uma decisão de controle de constitucionalidade difuso, ou seja, que só se aplica no caso específico em que foi prolatada, o presidente assinala ser um divisor de águas, na medida em que se trata de uma decisão técnica. “É disto que a advocacia pre-

Thiago Pinheiro, da Acrimal, e Welton Roberto defendem ação de inconstitucionalidade junto ao STF cisa, de decisões mais técnicas, menos emocionais, menos atreladas a discursos apelativos e com mais respeito à Constituição”.

A mesma opinião é compartilhada pelo também advogado criminalista e professor universitário Welton Roberto. “A 17ª Vara continua com a inconstitu-

cionalidade, pois só quem pode legislar sobre processo penal é a União. Assim, se existe lei federal que disciplina o funcionamento de uma vara que proces-

se e julgue o crime organizado, a criação da vara deveria seguir o que disciplina a lei federal, mas ela (17ª) continuou com os vícios de outrora”, frisou, em referência ao embate travado no Supremo Tribunal Federal (STF), antes da edição da lei estadual de 2015. Em maio de 2012, o STFanulou os atos da 17ª Vara Criminal da Capital inconstitucional nos moldes em que atuava: um colegiado composto de cinco juízes escolhidos pelo presidente do Tribunal de Justiça. Na época, o STF julgou uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) ajuizada pela OAB de Alagoas, quando os ministros, embora tenham mantido a existência da vara, consideraram inconstitucionais vários de seus dispositivos, dentre os quais o critério de nomeação dos cinco juízes que nela atuavam: por livre escolha do presidente do Tribunal de Justiça. O Supremo deve ser novamente acionado a decidir sobre a 17ª. Nesta sexta, os dirigentes da Acrimal vão estar na sede da OAB de Alagoas debatendo o texto da nova Ação de Inconstitucionalidade a ser apresentada à Corte através do Conselho Federal a OAB.

TJ: lei de Alagoas segue Convenção da ONU Questionado pelo EXTRA acerca da mais nova polêmioca envolvendo a 17ª Vara Criminal da Capital, o presidente do TJ, desembargador Otávio Praxedes, enviou, via Diretoria de Comunicação, os seguintes esclarecimentos: “A Lei Estadual 6.806, de 23 de março de 2007, em harmonia com a Convenção das Nações Unidas sobre Crime Organizado Transnacional, de 15 de novembro de 2000 (Convenção de Palermo), bem como com a Recomendação nº 3, de maio de 2006, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou, no âmbito do Poder Judiciário a 17ª Vara Criminal da Capital, definindo -a como um Juízo especializado, com competência exclusiva para processar e julgar delitos prati-

cados por organizações criminosas. A constitucionalidade da Lei 6.806 foi apreciada pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4414-AL, julgada pelo Plenário do STF no dia 31 de maio de 2012, que concluiu que a 17ª Vara Criminal, com a realização de alguns ajustes, não só estava em consonância com o texto constitucional, mas também que representava modelo adequado para o combate às organizações criminosas. As adequações solicitadas pelo Superior Tribunal Federal foram feitas através da Lei 7.677/15, a qual manteve a competência da 17ª Vara Criminal de Alagoas para o julgamento dos crimes praticados

por organizações criminosas. Assim, a Lei atualmente vigente é Constitucional, porquanto editada exatamente nos moldes definidos pelo STF, instância do Judiciário competente para resguardar as normas Constitucionais. Há que se destacar que a edição da Lei 12.694/12 não impediu a existência da unidade judiciária, nem afetou a Competência do Estado de Alagoas para legislar sobre o tema, já que como bem esmiuçado pelo Supremo Tribunal Federal, na referida ADI 4414/AL “A composição do órgão jurisdicional se insere na competência legislativa concorrente para versar sobre procedimentos em matéria processual, mercê da caracterização do procedimento

como a exteriorização da relação jurídica em desenvolvimento, a englobar o modo de produção dos atos decisórios do Estadojuiz, se com a chancela de um ou de vários magistrados” Seguindo os ditames do Art. 24 da Constituição Federal, a Lei 12.694/12 apresenta caráter de norma geral da União, fixando os postulados fundamentais, necessários à uniformidade do tratamento da matéria no âmbito da federação no combate pelo judiciário a crimes praticados por organizações criminosas e prevendo a possibilidade de formação de uma órgão colegiado para dirimir as demandas. Com o mesmo espírito de garantir o eficaz combate às organizações criminosas, dentro de seu âmbito de atuação suple-

mentar, a Lei 7.677/15 instituiu garantias mais robustas para garantia da segurança pública, bem como para a independência do Magistrado ao manter um órgão colegiado permanente, buscando a agilidade no julgamento dos processos e preservação da integridade do julgador. Neste contexto, verifica-se que a 17ª Vara Criminal de Maceió, regulamentada pela Lei 7.677/12, é constitucional, está em conformidade com a Convenção das Nações Unidas sobre Crime Organizado Transnacional e com a recomendação 03/2006 do CNJ e complementa os dispositivos da Lei 12.694/2012 para garantia do combate a prática de crimes cometidos por organizações criminosas”.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE JUNHO DE 2017

PM líder de quadrilha era secretário de Joaquim Gomes

FRAUDE EM CONCURSOS

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA PLANEJAVA FRAUDAR O CONCURSO DA SEMED QUE TEVE PROVAS APLICADAS NO COMEÇO DE MAIO

Flávio (D) é acusado de chefiar a quadrilha junto com o irmão Vicente. Ambos estão presos na Paraíba

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

A

lém de auxiliar administrativo em Campina Grande, na Paraíba, e policial militar em Alagoas, Flávio Luciano Nascimento Borges, um dos acusados de chefiar, com o irmão Vicente Borges, organização criminosa que burlava concursos públicos, ocupava também o cargo de secretário adjunto de Cultura e Turismo da Prefeitura de Joaquim Gomes, na atual administração encabeçada por Adriano Ferreira Barros. A informação é do delegado que apura o caso, Lucas Sá. A terceira fase da Operação Gabarito, que ocorreu na terça-feira, 30, ainda descobriu que o grupo atuava com fraude de licitações públicas no município do interior alagoano. De acordo com o delegado, o pai de Kamila Marcelino, presa na primeira fase da operação, conhecido como Nego Sarrapião, já foi

prefeito do cidade. Licitações, em nome de Kamila, foram fraudadas para favorecer financeiramente a quadrilha. Documentos enviados ao EXTRA mostram que as transações ocorriam desde 2010. Em apenas uma das compras de alimentos feitas pela prefeitura a Kamila, o valor foi de R$ 68 mil. A Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) de João Pessoa vai enviar os documentos apreendidos para o Ministério

Público de Alagoas para que prossiga com a investigação sobre a fraude nas licitações, fato que não pode ser apurado pela polícia paraibana. O EXTRA tentou contato com o atual prefeito de Joaquim Gomes, mas não obteve sucesso. Ao todo, 20 policiais participaram da nova fase da operação que aconteceu em João Pessoa e na cidade de Cabedelo, ambas na Paraíba. Além de prisões, foram encontrados documentos im-

portantes, como planilhas de valores de cargos públicos, o planejamento de concursos neste ano de 2017 que seriam fraudados e planilhas com o nome de diversos candidatos. Entre os concursos que estavam nos planos da quadrilha está o da Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Maceió, cujas provas foram aplicadas no dia 7 de maio. As investigações apontam que as fraudes em concursos públicos teriam beneficiado cerca de 700 pessoas desde 2005. Em Alagoas, a organização teria fraudado certames do Instituto Federal de Alagoas (IFAL); da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), ambos em 2012; e do Tribunal Regional do Trabalho 19ª Região, para técnico judiciário, em 2013. Estão sendo investigados os concursos: Guarda Municipal (João Pessoa, Bayeux, Cabedelo), Prefeituras Municipais (João pessoa, Bayeux, Santa Rita, Cabedelo, Conde, Alhandra e outras cidades do interior da Paraíba), Câmara Municipal de João Pessoa, Corpo de Bombeiros da Paraíba, Polícia Militar da Paraíba e diversos outros concursos, a nível municipal, estadual e federal. “A identificação dos candidatos a gente acredita que será a partir da quarta fase, pois são muitas provas, é tudo muito complexo, então se a terceira fase for concluída até semana que vem, nós vamos instaurar inquéritos específicos sobre cada concurso da nossa atribuição, que são os da Paraíba, para encontrar os beneficiados” pontuou o delegado à imprensa paraibana.

ENEM FRAUDADO

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quadrilha atuava há pelo menos dez anos e conseguiu “aprovar” servidores em instituições municipais, estaduais e federais, obtendo mais de R$ 18 milhões. O esquema abrangia desde a confecção de documentos falsificados, se fosse necessário, até a assessoria no momento do certame. Conforme as investigações, a filha de um policial rodoviário federal foi aprovada em primeiro lugar para o curso de medicina no Centro Universitário de João Pessoa. Em seu interrogatório, M.R.N. confirmou que usou ponto eletrônico no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016. De acordo com o delegado Lucas Sá, a quadrilha exigia que pelo menos dez pessoas comprassem a aprovação em um mesmo concurso para que pudesse ser fraudado. O delegado destacou que não existe nenhum vazamento por parte das organizadoras dos concursos. A atuação dos criminosos seria independente. Sobre os beneficiados pela fraude, a orientação do delegado é para que se entreguem. “Temos muitas pessoas identificadas. Aguardamos que eles se entreguem, pois se eles dificultarem as investigações certamente serão presos também”, disse. “Não têm mais escapatória. Certamente eles responderão pelos crimes, mas se ajudarem nas investigações, poderão ser beneficiados com a colaboração premiada e ter a pena atenuada”, finalizou.


MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE JUNHO DE 2017

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“Preconceito de Diogo Mainardi rompeu fronteiras”, diz ministro

CONTRA O NORDESTE

AVERSÃO DE JORNALISTA A NORDESTINOS VAI PARAR NA JUSTIÇA FEDERAL Jornalista já se envolveu em outras polêmicas

DA REDAÇÃO

O

s ensinamentos da física de Isaac Newton nunca couberam tão bem na justiça brasileira. Isso porque o jornalista Diogo Mainardi poderá sentir no bolso e na pele a lei de que “toda ação tem uma reação”. Ficou acordado na última semana que o processo a respeito das declarações preconceituosas do ex-colunista da revista Veja sobre a Região Nordeste por ele dadas no programa Manhattan Connection, da GloboNews, logo após as eleições de 2014, vai prosseguir na 13ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco, por prevenção. O entendimento foi firmado pela 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ao decidir um Conflito de Competência entre a Justiça Federal no Rio de Janeiro e a Justiça estadual de Pernambuco, os ministros decidiram que o suposto crime, que englobaria o racismo e a discriminação, deve ser processado e julgado por um terceiro juízo, que foi o primeiro a tomar conhecimento dos fatos. Segundo o ministro Reynaldo Soares da Fonseca, autor do voto vencedor, o caso atrai a competência da Justiça Federal, pois a acusação de racismo é uma violação a tratado internacional do qual o Brasil é signatário. Outro fator citado para justificar a competência da Justiça Federal é o alcance transnacional das declarações. Para Fonseca, ficou “nítido que as palavras do investigado atingiram uma coletividade e que o progra-

Em 2005, Mainardi despejou toda sua ira em Cuiabá, capital de Mato Grosso, o que provocou a ira da sociedade cuiabana e do advogado Paulo Zamar Taques. Ele chegou a entrar com interpelação judicial contra o jornalista. Taques, como boa parte dos moradores da capital de Mato Grosso, ficou indignado com o artigo assinado por Mainardi, na revista Veja, no qual afirmara pagar “R$ 15 mil para não ter de ir a Cuiabá”. No texto, o colunista afirmou: “Se alguém me oferece R$ 10 mil para dar uma palestra em Cuiabá, penso imediatamente que eu aceitaria pagar R$ 15 mil para não ter de ir a Cuiabá”. Mainardi afirmou, ainda: “Minha maior ambição, hoje em dia, é jamais, em hipótese alguma, colocar os pés em Cuiabá”. À época, Taques disse à revista Consultor Jurídico que iria oferecer R$ 10 mil ao colunista para que ele fizesse uma palestra em Cuiabá. Caso Mainardi recusasse o convite, o advogado pretendia cobrar os R$ 15 mil que o colunista prometeu pagar para não ir à cidade e distribuir o dinheiro entre três entidades filantrópicas.

Em 2014, Mainardi comparou o povo nordestino a gado

ma foi assistido por telespectadores dentro e fora do país, produzindo resultados transnacionais, revelando-se indiscutível a competência da Justiça Federal para conduzir a investigação”. Além disso, conforme o ministro, devido à incerteza sobre o local de residência do investigado à época dos fatos e o local de produção do programa, o juízo competente para investigar e julgar o caso é o primeiro a ter conhecimento sobre os fatos, no caso a 13ª Vara Federal em Pernambuco, nos termos do parágrafo 2º do artigo 72 do Código de Processo Penal. Durante o programa, exibido em outubro de 2014, Mainardi afirmou que o Nordeste “sempre foi retrógrado, sempre foi governista, sempre foi bovino”, entre outras afirmações consideradas racistas e discriminatórias por um ci-

dadão que representou contra o jornalista. HABEAS CORPUS O relator do caso, ministro Felix Fischer, seguindo o parecer do Ministério Público Federal, votou pela concessão de Habeas Corpus de ofício para o trancamento da ação penal, sob o fundamento de que não houve crime nas opiniões emitidas pelo jornalista. A maioria, no entanto, seguiu a posição do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, que entendeu que não seria adequado reconhecer de ofício a atipicidade da conduta. Para ele, a dúvida existente sobre a tipificação das declarações feitas durante o programa é motivo suficiente para a atuação do juízo competente na investigação do fato. (Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ).

MAGAZINE LUIZA Após receber pedagógico esclarecimento sobre o crescimento do varejo no Brasil, durante o programa Manhattan Connection, em 2014, Diogo Mainardi, auto-exilado, virou hit na internet por intermédio das lúcidas pontuações de Luiza Helena Trajano, presidente da rede Magazine Luiza. Dona Luiza não só desmontou um fictício cenário apocalíptico imaginado por Mainardi, como prometeu ao jornalista repassar mensalmente, por e-mail, os dados do IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo). Além do mais, segundo a produção do programa, Luiza, para amotinação geral, disparou em off que Mainardi fugira do Brasil, dentre outros motivos, correndo de uma dívida acumulada junto à Magazine Luiza num valor total de R$ 23.000 e não teria quitado uma parcela sequer. “Comprou de TV à torradeira e nada pagou até hoje”. Os documentos que comprovam o acúmulo da dívida também serão repassados por e-mail. Mainardi negou veementemente a acusação e rebateu afirmando que todas as suas compras são, sem exceção, realizadas via Amazon.

MAIS PRECONCEITO

Em maio, uma vereadora do município de Farroupilha, do Rio Grande do Sul, causou polêmica nas redes sociais após afirmar em sessão pública na Câmara Municipal de Vereadores que “os nordestinos sabem muito bem se unir para roubar”. Durante o discurso, Eleonora Broilo (PMDB) ressaltou que eles (os nordestinos) “sabem ganhar propina. Eu acho que eles sabem se unir para aumentar a corrupção. Isso eu acho que eles são donos. Isso eu concordo plenamente. Talvez até eles não saibam nem falar muito bem, mas sabem roubar que é uma maravilha”, concluiu. Após o discurso considerado infame, o presidente da Câmara de Vereadores, Fabiano Piccoli (PT) concedeu a palavra ao vereador Tiago Ilha (PRB) que rebateu as palavras da parlamentar. “Imagino que a vereadora Eleonora deva ter se enganado nas palavras. Não admito que a senhora use um comentário tão infeliz e preconceituoso como a senhora usou, dizendo que nordestino só sabe é roubar. O povo nordestino merece ser respeitado, assim como o povo gaúcho, o povo brasileiro”, disse.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE JUNHO DE 2017

A história de um político chamado de honesto

TEOTÔNIO VILELA

BIOGRAFIA DE EX-SENADOR REVELA UMA LIDERANÇA QUE CIRCULAVA ENTRE A ESQUERDA E A DIREITA, MAS LONGE DOS CONCHAVOS

Teotônio com Fafá de Belém, a voz que imortalizou o Menestrel das Alagoas

POR JEFERSON RIBEIRO

RIO - Um político raro, que não participava de conchavos e era honesto. Assim, o livro “Senhor República”, do jornalista Carlos Marchi, descreve o ex-senador alagoano Teotônio Vilela, que se autodeclarava liberal, mas no final da carreira foi visto como liderança das esquerdas durante o período em que lutou pela anistia aos políticos perseguidos pela ditadura, no final da década de 70. Para Marchi, contar a história de Teotônio é fundamental nesse momento de desalento político para os mais jovens. — Eu quero chamar a atenção dos jovens. Os jovens vão conhecer o que é o termo de comparação para os políticos de hoje — afirmou o jornalista que era próximo de Teotônio. Por isso, segundo ele, insistiu com a editora para incluir no subtítulo do livro o aposto “um político honesto”. Outro ponto que deveria chamar a atenção dos mais jovens, na avaliação do biógrafo, é como Teotônio se tornou referência entre a direita e a esquerda, sem trair suas posições liberais em relação à economia e à sociedade e mantendo também o foco nas questões sociais. Teotônio deu início à carreira pela União Democrática Nacional (UDN), a oposição ao gover-

no Getúlio Vargas, apoiou o golpe militar e ingressou na Arena (partido que apoiava a ditadura no Congresso), mas ganhou projeção nacional no MDB (partido de oposição ao regime que deu origem ao PMDB) ao se tornar o ícone na luta pela anistia “ampla, geral e irrestrita” aos políticos perseguidos pelos militares. Para Marchi, os mais jovens ainda estão contaminados por visões estanques, que rotulam os políticos como de esquerda, direita ou centro. Uma visão ultrapassada depois do fim da ditadura militar. — Eu entrevistei várias pessoas (para esclarecer se ele tinha se tornado um político de esquerda). Eles acham que o Teotônio nunca conseguiu se desgrudar do DNA do liberalismo, mas ele revolucionou o DNA do liberalismo, ele levou aos extremos. Perpassando todos esses momentos da vida dele não podemos negar coerência e a gente não pode negar uma certa evolução de ideias, mas o que a gente pode dizer é que tinha um padrão ético imutável — explica Marchi. A virada à esquerda também atingiu o coração de Teotônio. Marchi revela no livro o

romance tardio do alagoano com uma jovem militante comunista Maria Luíza Fontenele e que influenciou seus posicionamentos mais esquerdistas. O alagoano destoava ainda de grandes políticos da sua época, como Ulysses Guimarães e Tancredo Neves, mestres em negociações de bastidores. Teotônio gostava das coisas mais “preto no branco”. — O livro tem uma frase em que ele diz: “Não falem baixo comigo, eu só falo alto”. Ele quer dizer eu não faço conchavo, eu não cochicho, eu não tramo nos bastidores — disse o biógrafo. A biografia de 433 páginas, publicada pela editora Record, já chegou às livrarias e conta ainda como Milton Nascimento compôs a canção “Menestrel das Alagoas”, uma homenagem ao ex-senador, incentivada por dirigentes do PCdoB e que ficou conhecida na voz de Fafá de Belém. (Transcrito de O Globo) HISTÓRICO POLÍTICO Em 1948, filiou-se à União Democrática Nacional (UDN), exercendo o mandato entre fevereiro do ano seguinte e janeiro de 1959. Em 1960, foi eleito vice-governador de Alagoas, na chapa

do general udenista Luís Cavalcante, para o período compreendido de 1961-1966. Em 1966, candidatou-se a senador pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido da base situacionista, assumindo a cadeira em fevereiro do ano seguinte. Foi reeleito no pleito de novembro de 1974, um dos poucos arenistas que conseguiram ser eleitos para o Senado quando o até então Movimento Democrático Brasileiro (MDB) conseguiu eleger dezesseis senadores e a Arena apenas seis, uma vitória esmagadora da oposição levando naquela época o governo militar a criar a figura do senador biônico. No dia 25 de abril de 1979, deixou a Arena e ingressou no partido oposicionista MDB e, posteriormente, se filiou ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Ao receber, em setembro de 1979, o título de Cidadão Paulistano concedido pela Câmara Municipal de São Paulo, explica a sua devoção pela liberdade: “Cidadão de Viçosa de Alagoas, dos arredores da Serra dos Dois Irmãos, um dos últimos redutos da Guerra dos Palmares, vivo contemplando a imagem do Zumbi, sinto-lhe os rumos

dos sonhos e o calor do sangue libertário”. Em 1980, com o fim do bipartidarismo e o surgimento de diversos partidos de oposição no Brasil, Teotônio preferiu filiarse ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o PMDB, considerado o continuador do extinto MDB, tornando-se um dos mais importantes nomes da legenda. Encerrou sua carreira parlamentar em novembro de 1982, em decorrência de um câncer. No seu discurso de despedida (30.11.1982) fez questão de deixar clara a sua disposição em continuar atuando politicamente: “Estou saindo desta Casa esta semana, isto não é despedida, mesmo porque não é do meu hábito despedir de nada. A vida política continua comigo, continuarei lutando lá fora, só não terei o privilégio de usar esta ou aquela tribuna. Quanto ao mais, prosseguirei na minha vida de velho menestrel, cantando aqui, cantando ali, cantando acolá, as minhas pequeninas toadas políticas”. (Diário do Congresso Nacional, Brasília, DF, 2.12.1982). Poucos meses antes de morrer, Teotônio declarou em entrevista à imprensa que mantinha com a morte um relacionamento sem asperezas. Morreu em 27 de novembro de 1983, de câncer generalizado, deixando-nos até hoje o legado da sua própria vida como exemplo de civismo e cordialidade, um exemplo para todos os políticos atuais, inclusive o seu filho e herdeiro político Teotonio Brandão Vilela Filho. (Republicado de O GLOBO)


MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE JUNHO DE 2017

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Em um ano, 17 mil deixam os planos de saúde em Alagoas

DEBANDADA REAJUSTE SUPERIOR À INFLAÇÃO TORNA CADA VEZ MAIS DIFÍCIL PARA AS FAMÍLIAS MANTEREM OS CONTRATOS

BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

P

elo menos 17 mil pessoas em Alagoas abandonaram seus planos de saúde entre abril de 2016 e abril de 2017, o que representa um decréscimo de 4,1% de usuários no estado. É o que informa relatório divulgado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). E a tendência é que essa evasão aumente já que na última semana foi aprovado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) um reajuste de 13,55% nos planos de saúde médico-hospitalares nas categorias individual e familiar. O aumento passou a valer a partir do dia 24 de maio e vai até abril de 2018. O percentual é válido para os planos de saúde contratados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98 e atinge cerca de 8,2 milhões de beneficiários, o que representa 17,2% do total de 47,5 milhões de consumidores de planos de assistência médica no Brasil, de acordo com dados referentes a abril de 2017. Só em 2016, cerca de 1,5 milhão de pessoas abandonaram

os planos de saúde no Brasil. Na Região Nordeste, esse número chega a 103,9 mil. Atualmente, Alagoas conta com 394 mil usuários de planos de saúde. RECLAMAÇÕES Em sites de reclamações como o Reclame Aqui, é normal ver queixas contra os mais populares planos em Alagoas como Unimed, Hapvida, Medvida, Smile Saúde e Amil que vão desde o não atendimento a telefonemas na hora de resolver

algum problema até situações pós-cirúrgicas que não foram bem auxiliadas. Embora os relatórios divulgados pela ANS indiquem números positivos em todos os aspectos avaliados anualmente o que, segundo a agência reguladora, justifica o reajuste, a realidade é bem diferente de acordo com os clientes. Para Stephanie Ferreira, 19, usuária do plano de saúde oferecido pela Unimed desde que nasceu, o possível futuro reajuste não justifica os serviços

oferecidos pela operadora que embora supra as necessidades em casos de exames ou cirurgias, deixa muito a desejar na hora de um atendimento mais emergencial. “Sempre que vou à Unimed no Farol sou mal atendida por causa da superlotação; em uma situação de emergência que deveria ter um atendimento mais rápido já cheguei a esperar três horas”. O valor pago pela família de Stephanie para obter os benefícios do plano é de aproximadamente R$ 900, quase o valor de um salário mínimo. Stephanie conta também um episódio que aconteceu com sua irmã, que durante uma convulsão precisou do atendimento de urgência do plano, porém, os funcionários do local deram prioridade a outras pessoas por terem chegado antes no local. “Minha mãe precisou fazer um escândalo para que minha irmã de 11 anos, na época com 10, pudesse ser atendida, isso depois de quase quatro horas esperando na fila [...] quando finalmente fomos atendidas o médico mandou tomar Benzetacil e pronto. A consulta

não durou nem 2 minutos”. Infelizmente casos assim não são isolados. Estudante de Ciências Biológicas, Noemi Castro, 21, relata que já teve contrato com cerca de três planos de saúde, em Maceió, MedVida, Geap e Saúde Excelsior do grupo Amil, e em nenhum deles ficou satisfeita com os serviços oferecidos pelas operadoras, tanto que hoje prefere não possuir vinculo com nenhum. “Todos que precisei de atendimento durante uma emergência fui mal atendida, prefiro pagar consultas e exames particulares a contratar outro plano”. Ainda de acordo com o relatório do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, Alagoas foi o estado no Nordeste que mais perdeu usuários de planos de saúde no período de um ano. A queda foi de 4,1% (16.965 usuários cancelaram seus planos), seguido do Maranhão com -2,3% (10,888) e do Rio Grande do Norte com -2,1% (10,799). O estado da Paraíba foi o que perdeu menos usuários, apenas -0,2% (707). Confira a tabela completa abaixo.

AUMENTO

É importante destacar que somente as operadoras autorizadas pela ANS podem aplicar reajustes e seus nomes podem ser conferidos no próprio site da agência. Os beneficiários de planos individuais devem ficar atentos aos boletos de pagamento e observar se o percentual de reajuste aplicado é igual ou inferior ao definido pela ANS e se a cobrança com o índice de reajuste está sendo feita a partir do mês de aniversário do contrato, que é o mês em que o contrato foi firmado. Em caso de dúvidas, os consumidores podem entrar em contato com a ANS por meio do Disque ANS (0800 701 9656). As operadoras citadas na reportagem foram procuradas pra falar sobre a perda de usuários, porém, até o fechamento desta edição, apenas a Amil respondeu aos e-mails e as ligações. Através da assessoria, a empresa disse preferir não se posicionar a respeito dos dados apresentados nos relatórios de pesquisa do instituto, alegando se tratar de um problema setorial.


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TRADIÇÃO

Festas de São João começam em Maragogi

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Prefeitura de Maragogi confirmou que a festa junina será dividida em quatro etapas e quatro polos. Começa em 2 de junho e seguirá até o dia 29 do mesmo mês. A divisão de polos aconteceu para quebrar o monopólio dos eventos na cidade e dar igual chance de diversão aos moradores dos povoados do município. A programação festiva das fogueiras e das quadrilhas do segundo polo turístico de Alagoas conta com atrações de peso regional e nacional. A abertura será realizada no povoado de Peroba, no dia 2, com shows de Forró da Sedução e Rogério Som. Dias 12 e 13 será a vez de Maragogi. No Dia dos Namorados, Maciel Valente e Dorgival Dantas se apresentam para os casais apaixonados. E no dia do padroeiro Santo Antônio, Geraldo Cardoso e Brucelose vão fazer a alegria da galera. No povoado de São Bento, na véspera de São João, dia 23, a festa fica por conta de Allejandro e La Trupe Calient. Dia 24, Forró Loirão e Noda de Caju. O palco escolhido para o encerramento foi o berço de Mestre Eurico, o criador do lendário Bumba Meu Boi. A charmosa vila de Barra Grande receberá, na véspera do padroeiro dos pescadores, dia 28, Forró do Muído e Ana Lobo (Forró das Antigas). São Pedro ainda terá, no seu dia, 29, Môfio e Forró Topado. Todos os shows começarão às 22h.


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DIREITO DE RESPOSTA TURISMO AFIRMA QUE MEDIDAS LANÇADAS POR MARX BELTRÃO DEVEM GERAR MILHÕES DE EMPREGOS E INJETAR BILHÕES DE DÓLARES NA ECONOMIA ASSESSORIA

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arx Beltrão assumiu o Ministério do Turismo há menos de oito meses e, em tempo recorde, tem conseguido atacar gargalos históricos do setor. O Brasil + Turismo, pacote de medidas lançado recentemente pelo ministro em evento prestigiado, em Brasília, tem a meta de injetar US$ 19 bilhões na economia brasileira até 2022 por meio do turismo internacional, além de inserir 40 milhões de brasileiros no mercado de viagens. Uma das medidas incluídas no pacote e festejada pelo setor, com amplo destaque na mídia nacional, foi a parceria com o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Ela prevê o melhor aproveitamento de áreas da União e a possibilidade de regularização para diversos empreendimentos que hoje funcionam precariamente, com risco de serem fechados e, consequentemente, aumentar o desemprego como já ocorreu em estados como a Paraíba. Ao contrário do divulgado na última edição deste jornal a parceria formalizada entre o MTur e o Ministério do Planejamento seguiu todos os princípios da transparência, ética e moral. O anúncio foi feito em cerimônia pública com ampla participação de secretários de turismo, gestores públicos federais e representantes das entidades de classe do setor. No dia 8 de maio, o Diário Oficial da União, meio institucional do governo federal para divulgar todas as iniciativas de interesse da sociedade, deu publicidade à portaria e formalizou o processo. Atualmente, um grupo de

trabalho com técnicos do Ministério do Turismo estuda quais os critérios a serem usados na definição das áreas de interesse turístico. “Temos um país reconhecido como o número um em atrativos naturais do mundo. Precisamos ter competência para saber transformar esse nosso diferencial em emprego e renda”, comentou o ministro do Turismo, Marx Beltrão. Diferente do publicado na última edição deste jornal, por um equívoco do repórter, a medida não gera ou facilita a especulação imobiliária, uma vez que apenas empreendimentos turísticos poderão ser instalados no local. Portanto, não há que se fazer comparação com imóveis residenciais. O noticiário nacional sobre

o pacote de medidas anunciado pelo ministro Marx Beltrão foi amplamente positivo. Matérias jornalísticas nas principais TVs, rádios, portais e mídia impressa do país ressaltaram que as iniciativas recebiam o apoio das lideranças do setor. Entre os presentes na cerimônia de lançamento do pacote, estava o secretário geral da agência especializada da ONU para o setor, a Organização Mundial de Turismo (OMT), Taleb Rifai. HISTÓRIA Matérias veiculadas no portal institucional do Ministério do Turismo revelam que, ao contrário do divulgado pelo Extra, a discussão sobre uma possível parceria entre a pasta e a Secretaria de Patrimônio

da União é antiga e, até então, sem solução. Seis meses depois de chegar ao comando da pasta ministerial, Marx conseguiu destravar o processo. O próximo passo é convocar estados e municípios a indicarem áreas da União passíveis de serem caracterizadas como turísticas. Caberá a uma comissão técnica avaliar se os terrenos indicados realmente atendem aos critérios que estão sendo definidos pelo grupo de trabalho. Após a análise técnica, as áreas poderão ser repassadas para estados, municípios e iniciativa privada. No último caso, a concessão será feita mediante concorrência pública seguindo os trâmites previstos na Lei de Licitações (8.666/90). Ainda não há uma estimativa de arrecadação para os cofres públicos com a concessão dessas áreas. Parte representativa delas deve ser cedida sem ônus para estados e municípios promoverem benfeitorias que atendam os moradores locais e visitantes. CONECTIVIDADE Além do melhor aproveitamento das áreas da União, o Brasil + Turismo prevê a abertura completa das empresas aéreas ao capital estrangeiro. Significa dizer que, em breve, as maiores empresas do mundo poderão voar pelo Brasil, inclusive nos trechos domésticos. A ação ainda depende da aprovação no Congresso Nacional. Se for sancionada, vai melhorar um problema antigo do Brasil: a conectividade aérea. “Em um país com dimensões continentais como o nosso, precisamos ter uma malha aérea ampla, que permita aos brasileiros e estrangeiros viajarem pelos nossos atrativos. Não podemos admitir que destinos

do Nordeste, por exemplo, tenham opções insuficientes de voos”, explicou o ministro Marx. MENOS BUROCRACIA Para atrair mais turistas estrangeiros, o governo decidiu facilitar o trâmite para turistas de países estratégicos conseguirem o visto de entrada no Brasil. Até o fim deste ano, os visitantes de Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália poderão solicitar, pagar as taxas e conseguir a autorização de entrada eletronicamente em 48 horas. De acordo com o estudo de competitividade de turismo do Fórum Econômico Mundial, o Brasil ainda é um dos países mais fechados do mundo. A medida, articulada pelo ministro Marx Beltrão com o Ministério de Relações Exteriores, pode mudar este quadro. Apenas esta ação, com base em projeções da Organização Mundial do Turismo, tem o potencial de injetar R$ 1,4 bilhão, em dois anos, na economia nacional. FORTALECIMENTO DA GESTÃO Para melhorar a experiência do turista nos destinos nacionais, o Brasil + Turismo ainda prevê ações de qualificação profissional, inclusive com envio de alunos brasileiros para estudarem no Reino Unido. Por último, mas não menos importante, o pacote estrutura cinco medidas de gestão: a modernização da Lei Geral do Turismo; a atualização do Mapa do Turismo Brasileiro; a fiscalização do transporte turístico; a simplificação dos impostos para os Parques Temáticos; e o direcionamento de recursos para os órgãos estaduais de turismo.


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Campanha em defesa do rio terá atividades em 4 estados

VELHO CHICO COMITÊ COLHE ASSINATURAS PARA PROPOSTA QUE INSTITUI CERRADO E CAATINGA COMO PATRIMÔNIOS NACIONAIS

Traipu integra programação com museu itinerante

ASSESSORIA

O

dia 3 de junho foi instituído pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) como o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico. Para divulgar essa data o CBHSF lançou, em 2014, a campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico”, que marca o Dia Nacional de Mobilização em Defesa do Rio São Francisco. O objetivo é conscientizar a população sobre a preservação do rio e mobilizar todos pelo uso responsável

dos seus recursos hídricos. Em 2017, o tema da campanha é a preservação do Cerrado e da Caatinga. O CBHSF defende a declaração desses dois biomas pelo Congresso Nacional como patrimônios nacionais. Por isso, o Comitê concentrará esforços na coleta de assinaturas para viabilizar uma proposta que institua a Caatinga e o Cerrado como patrimônios nacionais, como já ocorre com a Mata Atlântica e Floresta Amazônica. As assinaturas serão recolhidas em eventos da campanha “Eu viro carranca para defender o Velho Chico” que acontecerão, neste sábado, nos seguintes municí-

pios: Pirapora (MG), Ibotirama (BA), Paulo Afonso (BA), Traipú (AL) e Propriá (SE). Participe dessa luta pelo rio São Francisco e vire carranca para defender o Velho Chico! Acesse as programações completas em: CAATINGA E CERRADO Um terço do território brasileiro é ocupado pela Caatinga e Cerrado. Esses dois biomas estão presentes em 14 estados, um total de 1.927 municípios (34% do total no Brasil) e o Distrito Federal. A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, tendo um terço de suas

plantas e 15% de seus animais como espécies exclusivas. É também o bioma mais degradado, depois da Mata Atlântica e do Cerrado, tendo hoje 45% de sua área desmatada. Já o Cerrado é considerado o segundo maior bioma brasileiro, área prioritária para a conservação do planeta e, por outro lado, um dos mais ameaçados do globo terrestre. Possui as maiores reservas subterrâneas de água doce do mundo, que abastecem as principais bacias hidrográficas do Brasil. Por isso, é considerado a “caixa d’água” do país. O Cerrado cobre praticamente metade da bacia do Rio São Francis-


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Peças do artesanato ribeirinho vão estar em exposição até o dia 13 no Ginásio Helenildo Ribeiro

Traipu terá exposição de museu ambiental itinerante

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traipuense terá a oportunidade de matar a saudade do Museu Ambiental Casa do Velho Chico. Depois de sete anos, ele voltará ao município ribeirinho para uma temporada de duas semanas. A exposição itinerante que conta a história do Rio São Francisco ficará à disposição do público desta sexta-feira, 2, até o próximo dia 13, das 9h às 21h, no Ginásio Helenildo Ribeiro, em Traipu. O museu itinerante volta ao município para comemorar a Semana do Meio Ambiente e o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, celebrado em 3 de junho, em vários estados do País. A abertura do evento acontecerá hoje com a limpeza

simbólica de toda a orla fluvial. “Ressaltamos que a limpeza é simbólica porque Traipu, hoje, é uma das cidades mais limpas do País”, frisa o secretário municipal de Meio Ambiente, Antônio Jackson. O prefeito de Traipu, Eduardo Tavares, fará a abertura solene da Semana do Meio Ambiente e do Dia Nacional em Defesa do Velho Chico às 18h dessa sexta-feira. Para isso, será montada uma infraestrutura na orla do Velho Chico para receber o público. A programação terá início com uma missa. Em seguida haverá o lançamento do curta-metragem “Pedro e o Velho Chico” e do livro “História de Traipu”, do taipuense Jenner Glauber

Torres. Até 13 de junho, os traipuenses poderão participar dos painéis oferecidos pelo Museu Ambiental Itinerante Casa do Velho Chico. Haverá vários deles, sempre com temáticas ambientais que abordam, dentre outros assuntos, desmatamento, esgoto, salinização, transposição, barragens. Também será contado um pouco da história do maior rio do Nordeste - e do povo ribeirinho -, através de suas lendas, cultura, artesanato, música. “O Museu Ambiental Itinerante Casa do Velho Chico é um instrumento de luta e defesa do Rio São Francisco”, ressalta o secretário Antônio Jackson.

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Do conhecimento na universidade ao desenvolvimento profissional

EMPRESA JÚNIOR

EM ALAGOAS JÁ EXISTEM MAIS DE 100 PROJETOS EXECUTADOS SÓ NO ANO DE 2016 GEYSA MIRANDA

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erviços de qualidade e a baixo custo ao mercado? Contrate uma empresa júnior! Eles são jovens, curiosos, inquietos, hiperconectados, com vontade de aprender e empreender e apaixonados pelo que fazem. O movimento empresa júnior (MEJ) reúne estudantes universitários de quaisquer cursos com um único propósito: transformar o conhecimento adquirido no processo de aprendizagem em algo prático demandado pelo mercado. Assim surgem as empresas juniores, sem fins lucrativos e com fins educacionais, regulamentadas por meio da Lei 13.267/16. É um movimento que acontece em todo Brasil e atualmente conta com mais de 390 empresas juniores no País e 11 mil universitários que compõem o MEJ nacional. Em Alagoas, já são oito empresas júnior em funcionamento, com mais de 200 empresários juniores e 100 projetos executados só no ano de 2016. Como forma de contribuir com o fomento dessa educação empreendedora no Estado, a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) recebeu um grupo de representantes da Federação das Empresas Juniores do Estado de Alagoas (Fejea) no Polo de Tecnologia da Informação, Comunicação e Serviços (Tics), projeto da secretaria que está em construção no bairro do Jaraguá, e que tem como um dos objetivos criar espaços que estimulem essa geração empreendedora que tem feito a diferença. Para o universitário e coordenador de Relações Institucionais da Fejea, Alesson

Polo de Tecnologia recebe membros da federação de empresas juniores

Gomes, o trabalho com empreendedorismo e inovação é muito importante e saber que este trabalho terá maior suporte e mais aplicação à sociedade, por meio do Governo de Alagoas, traz boas perspectivas. “Vejo o polo como uma ótima oportunidade para fomento do empreendedorismo no Estado, tendo em vista o objetivo com que foi criado”, disse Alesson. O secretário da Secti, Pablo Viana, destaca que a interação entre essas empresas que funcionam dentro das universidades com as que já estão atuando, de fato, no mercado é enriquecedora para ambos os lados. “O funcionamento das empresas juniores dentro das universidades faz parte de um conjunto de ações que contribuem para educação empreendedora. O estudante quando tem a oportunidade de trabalhar em uma empresa júnior conhece

projetos reais, constrói um relacionamento mais profissional com o professor na faculdade e interage com clientes. É importante destacar que a empresa júnior funciona dentro da universidade e pode contar com a contribuição de diversos especialistas, professores atualizados com ideias inovadoras e que podem ajudar a passar essas experiências para as empresas que já estão atuando fora da universidade. Essa interação é enriquecedora tanto para o mercado, como para os estudantes e para os professores.”, expressou o secretário. Em Alagoas, os principais segmentos de empresas júnior são da área de engenharia civil, química, ambiental e agrimensura, além de arquitetura e administração. Para saber quais são essas empresas e como contratá-las, basta acessar o site http://www.fejea. com.br.

MOVIMENTO EMPRESA JÚNIOR

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MEJ surgiu na França, em 1967, na Escola Superior de Ciências Econômicas e Comerciais, a partir da necessidade dos alunos de, além da teoria, conhecer as ferramentas utilizadas no mercado de trabalho. O movimento chegou ao Brasil em 1988, na cidade de São Paulo. Ele é composto por universitários integrantes das empresas juniores (EJs), organizações cuja a gestão é exercida pelos alunos. O MEJ também impacta positivamente a sociedade. Como não tem fins lucrativos, a empresa júnior cobra valores inferiores aos do mercado pelo serviço. Todo dinheiro arrecadado é reinvestido na manutenção da sede da empresa e a capacitação dos membros.

FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS JUNIORES DO ESTADO DE ALAGOAS (FEJEA)

A Fejea existe desde 2009 e é a instituição que representa e potencializa o movimento no estado de Alagoas. Tendo tal objetivo, a federação tem a responsabilidade de auxiliar as empresas juniores, oferecendo eventos de capacitação e interação. Ela surgiu em um evento que reuniu juniores de todo o Brasil em Belo Horizonte (MG), quando um grupo de estudantes alagoanos percebeu que, em outros estados, essa prática de auxiliar empresas juniores e fazer com que o movimento se espalhasse e expandisse já era comum. Então, o grupo voltou a Maceió e decidiu criar a federação e cumprir esse papel.


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Cuidado com o peçonhento

PERIGO À VISTA

ACIDENTES COM ESCORPIÕES TENDEM A AUMENTAR NO PERÍODO CHUVOSO

SOFIA SEPRENY Estagiária sob supervisão da Redação

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iante das fortes chuvas que atingiram Alagoas nos últimos dias é necessário uma maior preocupação quanto à aparição de escorpiões. Enchentes, alagamentos e enxurradas acabam forçando o animal a deixar seus esconderijos e ir em busca de locais secos. Os cuidados envolvendo acidentes com picadas do peçonhento devem ser redobrados, pois em alguns casos pode levar à morte. Segundo dados da pesquisa realizada pelo Sistema de Informação de Agravos e Notificações (Sisan Net), do Ministério da Saúde, divulgada em 2016, entre os anos de 2010 a 2015,Alagoas registrou 35.093 casos de picadas de escorpião, ocupando o quarto lugar no ranking de maior índice de picadas, atrás apenas de Pernambuco, Bahia e Minas Gerais. Nos municípios mais afetados pelas chuvas como Marechal Deodoro, Atalaia, Barra de Santo Antônio, Cajueiro, Capela, Chã Preta, Colônia Leopoldina, Coruripe, Coqueiro Seco, Igreja Nova, Japaratinga, Joaquim Gomes, Murici, Paulo Jacinto, Paripueira, Pilar, Quebrangulo, Rio Largo, Satuba, São Luiz do Quitunde, São Miguel dos Campos, Santa Lu-

zia do Norte, Jacuípe, Jundiá, Viçosa e União dos Palmares o estado de alerta para a presença de escorpiões deve ser instalado. O infectologista Celso Tavares destaca que o encontro de escorpiões com pessoas vai aumentar agora com esse período de chuva, “Habitualmente nessas situações de inundação nós vamos desalojar não só escorpiões de suas tocas, mas também cobras. A probabilidade de um encontro desses peçonhentos com nós é enorme. Já temos bons números de animais, em comparação com outros estados, somos campeões nacionais. Fatalmente diante dessas chuvas haverá encontros, o que temos que fazer é tentar evitar”. Celso Tavares também alerta para o cuidado com as crianças, pois a chance de fatalidade por uma picada para com uma criança é muito maior, devido ao fator peso x peçonhento”. COMO PREVENIR PICADAS DO ANIMAL Examinar as roupas antes de vesti-las, calçados, toalhas de banho, tapetes, panos de chão, utilizar luvas de couro e sapatos fechados durante o manuseio de materiais de construção, transporte de lenha e pedras no geral e manter camas e berços no mínimo 10cm afastados da parede. Os escorpiões são animais com hábitos noturnos e por isso passam a maior parte do tempo escondidos da luz, principalmente em lugares onde há grilos, baratas, cupins e invertebrados de forma geral, que são suas presas. É preciso tomar cuidado ao encostarse em locais escuros e úmidos com a presença de baratas. Lugares úmidos e entulhos também são propícios à permanência e proliferação de escorpiões. Eles podem entrar em casas e apartamentos através da rede de água e esgoto.

O que fazer caso leve uma picada SINTOMAS A picada do escorpião atinge terminações nervosas sensitivas, motoras e do sistema nervoso autônomo, podendo provocar efeitos que surgem na região da picada e/ou a distância. São de várias intensidades, e apresentará sinais inflamatórios pouco evidentes, sendo incomum a visualização da marca do ferrão. De evolução benigna na maioria dos casos, tem duração de algumas horas e não requer soroterapia. Representa a grande parte dos acidentes escorpiônicos, principalmente em adultos. Por outro lado, nas manifestações mais graves (mais comuns em crianças) os sintomas são febre, suor constante e abundante, náuseas, vômitos, dor abdominal, salivação em excesso, diarreia, arritmia cardíaca, agitação, sonolência, confusão mental e alterações respiratórias. A principal causa da morte é em decorrência do acúmulo de fluídos no pulmão, que acontece após o veneno injetado pela picada provocar alterações respiratórias. O veneno pode entrar pela corrente sanguínea, indo parar no coração.

É indicado limpar o local com água e sabão e encaminhar a vítima imediatamente a uma unidade de saúde, para que o médico avalie a necessidade de se tomar ou não o soro. Apenas um médico pode atestar a gravidade do caso, que depende do veneno injetado e também da espécie do escorpião. Também podem ser feitas compressas mornas no local e pode-se fazer uso de analgésicos para aliviar a dor. Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde, pois a identificação do escorpião causador do acidente pode auxiliar o diagnóstico. O QUE NÃO FAZER Não amarrar ou fazer torniquete, não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina) nem fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência de infecções, Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada, não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos como álcool, gasolina, querosene, etc, pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro. Em adultos, a dor é o sintoma mais comum e seu alívio pode ser conseguido por meio de compressas mornas quando o quadro não é muito intenso. A dor no local da picada, por si só, não é indicação de uso de antiveneno. Em caso de crianças, principalmente se a picada for por T. serrulatus, a presença de náuseas e vômitos requer o encaminhamento imediato a um serviço de saúde, para que a soroterapia seja instituída o mais rapidamente possível, dada a rápida progressão do envenenamento. Não deve ser descartada a possibilidade de casos graves envolvendo acidentes com outras espécies, como já descrito com T. paraensis. A aplicação de soro, caso necessária, é feita preferencialmente em ambiente hospitalar, podendo ser realizada com o soro antiescorpiônico ou antiaracnídico, em quantidade proporcional à gravidade do envenenamento. (Fonte: Manual de Controle de Escorpiões/Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde)


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O “impasse mexicano” brasileiro

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expressão é usual em filmes americanos de ação. Não sei se é ela criação hollywoodiana, mas é ocorrente no cinema, e significa o impasse entre dois ou três inimigos, todos armados e mutuamente ameaçadores, apontando-se as armas sem que algum tenha qualquer vantagem

De um lado, a grande maioria dos políticos com mandato estão acusados de corrupção e delitos correlatos; de outro, um presidente também envolvido. sobre os outros. Por que mexicano tal impasse, não me perguntem, pois não sei a resposta. Também perguntei sobre isso ao meu amigo Epaminondas, mas o Êpa limitouse àquele muxoxo de fastio, modo de demonstrar que o assunto não lhe

interessa ou que, mais singelamente, não sabe o que responder. O Brasil vive momento político que se pode imaginar sendo esse tal impasse mexicano. De um lado, a grande maioria dos políticos com mandato estão acusados de corrupção e delitos correlatos; de outro, um presidente também envolvido em práticas nada republicanas, ele mesmo investigado em inquéritos criminais; e como terceiro protagonista o povo brasileiro que, também em grande maioria (independentemente de movimentos sindicais), repudia os corruptos e deseja mudanças profundas na política, inclusive com o afastamento do presidente da República. Como na situação do “impasse”, ninguém tem, no momento, a mais mínima vantagem sobre os demais. Os próceres políticos, aqueles de efetivo poder de liderança, quase todos sofrendo processos criminais, dividem-se entre abandonar o barco

Elogio a um gentleman

“E

u posso criar um lorde, mas somente Deus pode fazer um cavalheiro, ou melhor, um gentleman”. A frase é do escocês James I, que reinou Inglaterra e Irlanda até 1625. Já no século passado, o escritor e dramaturgo Oscar Wilde definiu um gentleman a partir da moral pessoal de um cavalheiro: “É aquele que não faz o mal a ninguém intencionalmente”. Para saber mais sobre a figura de um gentleman, precisamos voltar no tempo, para a Inglaterra do sécu-

Um ponto fundamental na figura de um verdadeiro cavalheiro é a pontualidade. Isso é uma das qualidades, britanicamente falando, do Dr. Roberto Jackson. lo XIX. Naquela época, da burguesia europeia, o cavalheiro que melhor encarnava o conceito de um gentleman teria que ter tempo livre para participar de algumas atividades como: caça, passeio a cavalo, almoço com pessoas importantes, visitar repartições públicas, coisas assim. Ser um cavalheiro não era tão sim-

ples. Enganam-se aqueles que pensam que ser um gentleman é apenas vestirse com roupas de alfaiataria. O que de fato distingue um cavalheiro, é a sua elegância em qualquer situação e em qualquer ambiente, seu gosto pelas coisas boas, e o saber estar em uma mesa de um restaurante. Se prestarmos atenção ao que dizia Oscar Wilde, e no que se referia o rei James I, sobre a conduta de um verdadeiro cavalheiro, encontraremos representada, na minha opinião, na figura do Dr. Roberto Jackson. Isso mesmo! Dr. Roberto Jackson de Albuquerque Cavalcante, um verdadeiro gentleman. Lembre-se: um gentleman se diferencia dos outros homens por seus adjetivos. E o Dr. Roberto se adjetiva como educado, culto, carinhoso, inteligente, nordestino. Eu diria que há outras palavras que podem defini-lo ainda melhor: homem íntegro, justo, humano, homem que escuta, discreto. As fontes que atestam a favor do que digo são diversas, mas destaco as pessoas que trabalharam e convivem com ele, cada uma confirma essas qualidades. Para mim, ele por si só já esgotaria todas. Contudo, um homem se torna grande pelo testemunho verdadeiro de quem conhece o seu caráter. O ca-

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

do governo e destituir o presidente Temer, ou mantê-lo na presidência apesar da falta de apoio popular para tanto; o presidente, por sua vez, agarra-se ao poder, seja porque pretende implantar reformas que considera importantes para o País, credenciando-se como “o salvador da pátria”, o que talvez lhe renda algum reconhecimento pela história e, por outro lado, livre-o de penalidades pelos delitos praticados; o povo, desesperançoso dos representantes políticos, anseia por assepsia política em todos os níveis, com reforma ou sem ela, mas cauteloso por não agravar mais ainda a crise econômica. Nesse quadro, seja qual for o desfecho, nenhum dos protagonistas tem certeza de vantagem que lhe assegure a vitória final. Não no momento, pois não canso de re-

petir que o povo poderá, ao final da contenda, sair vencedor se através do voto, a arma mais efetiva que a Democracia lhe põe ao dispor. Será isso possível? Os políticos parecem apostar que não. Pela renitência no comportamento delinquente fica evidente que acreditam mais uma vez engambelar o eleitor, a quem no fundo menosprezam, apesar de comumente apregoarem que o povo é o seu verdadeiro julgador. Quem sabe não fazem uma leitura a “contrario sensu” daquilo que o ex-presidente americano Theodore Roosevelt apregoou: “O voto é como um rifle, sua utilidade dependendo do caráter de quem o usa”. Nesse contexto, os políticos, via de regra, não fazem muita fé no caráter dos eleitores brasileiros. É mais que hora de ensinarmos a esses indivíduos que a taça da nossa paciência transbordou.

JÂNIO FERNANDES Restaurateur

valheiro que cito não foge em nada aos costumes de um gentleman do XIX. O Dr. Roberto Jackson de Albuquerque Cavalcante segue uma rotina diária capaz de inspirar a muitos mortais. As tardes de segunda-feira costumam ser desfrutadas em companhia dos amigos, harmonizadas com uma taça de vinho no Palato Farol. Às quartas-feiras, almoço no Bistrô Fernandes com ou sem a companhia do amigo Geraldo Pimentel. Às sextas-feiras, de 11 às 12h, um aperitivo antes do almoço com amigos e irmãos na praça de alimentação do Shopping Maceió. Aos sábados, das 11 às 12h, o tradicional aperitivo antes do almoço em um dos três bares que ele define antes de sair de casa (Bar da Pata, Caldinho do Vieira e Grutinha). Já aos domingos a sua agenda se torna ainda mais completa e invejável. Café da manhã no Palato na companhia do amigo Mário Lages. De 11 às 12h, no Bar Pedra Virada, segue o aperitivo com amigos e depois o almoço de domingo, religiosamente com a sua inseparável companheira Nely.

Um ponto fundamental na figura de um verdadeiro cavalheiro é a pontualidade. Isso é uma das qualidades, britanicamente falando, do Dr. Roberto Jackson. Mas se alguém lhe perguntar quais são seus lugares preferidos, bairro, bares e, sobretudo, restaurantes? Certamente o Dr. Roberto responderia: “Depois de tantos anos e agora aposentado, me tornei muito exigente, mas com toda certeza não deixaria por nada o bairro da minha vida que é o Farol, embora a minha mulher insista de morar na Ponta Verde. Tomar o café da manhã no Palato Farol também é um dos meus lugares preferidos. Bares, logicamente, teria dificuldades em eleger apenas um, mas quando se trata de restaurantes é diferente. Restaurantes, há vários na cidade de Maceió, mas só existe um lugar em que eu me sinto um verdadeiro cavalheiro é no Bistrô Fernandes”. Por acaso, você que está lendo esse texto, discordaria da minha opinião sobre o Dr. Roberto?


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ALARI ROMA- TORRES

JORGE MORAES

Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

Todos nós somos culpados

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e impressiona como as pessoas se utilizam dos meios de comunicação - rádio e TV - para reclamar das autoridades - governos - nesses momentos de desastres climáticos, como esses que estamos convivendo há mais de uma semana, ininterruptamente, em parte do estado de Alagoas. Choveu quase sem parar em Maceió e mais 26 municípios alagoanos. Chuvas fortes e torrenciais que alagaram ruas, destruíram estradas, ruas e casas, desabrigaram famílias, que perderam tudo, carregaram doenças, pessoas perderam suas vidas, como as sete em nossa capital, e milhares de outras que estão abrigadas em prédios públicos e ginásios esportivos, desesperadas, sem saberem o que lhes reserva o dia de amanhã.

Chuva é benção, é vida. A chuva não joga lixo nas ruas, logradouros públicos e canais. A chuva não tem culpa da falta de políticas públicas durante anos, anos, anos e muitos anos. Fico, sinceramente, impressionado quando ouço que a tragédia, quase que anunciada, é fruto somente da irresponsabilidade de nossos governantes. E olhe que eu acho que eles também são culpados, mas não são os únicos culpados. E nem estou me referindo aos governantes de agora - governador e prefeito -, mas a todos os outros também. Isso é histórico, e se insere em dezenas e dezenas de anos. Tudo isso já faz parte da nossa falta de educação doméstica, quando temos o hábito de jogar lixo nas ruas, convivendo em ambientes ricos ou pobres, que contribuem, significativamente, para essas catástrofes ambientais. Durante toda essa minha vida de convivência política e pública, consegui enxergar muita coisa. Por exemplo: famílias que deixaram áreas de riscos e ganharam casas novas em locais bem melhores; famílias que receberam essas casas e depois venderam ou trocaram por um burro e uma carroça; famílias que fizeram negócio com

o imóvel na troca por um terreno em área invadida; famílias que venderam tudo e retornaram para suas moradias anteriores, convivendo com os antigos e novos problemas. Claro que, também, não é só isso, porque tem muita gente grande e pequena que lucra com a miséria desse povo. Tenho certeza absoluta que todo esse transtorno não é só culpa da chuva. Chuva é benção, é vida. A chuva não joga lixo nas ruas, logradouros públicos e canais. Não agride os rios e as lagoas com detritos que contaminam o meio ambiente e lixo de toda espécie. A chuva não tem culpa da falta de políticas públicas durante anos, anos, anos e muitos anos. A chuva não tem culpa do paliativo empregado em obras emergenciais, sempre feitas pela metade ou quase feitas. Como, também, não tem culpa da falta de projetos e obras estruturantes definitivas. Nunca digam transtornos causados pela chuva. Digam, transtornos causados por todos nós. Mas essa é a hora de solidariedade, como em todas as vezes que o fato se registrou. É a hora de pedir agasalhos, lençóis, alimentos, água de beber e remédios. É a hora de um mutirão de médicos e gente de toda espécie, sejam eles ricos ou pobres. Nesse momento, não podemos separar o joio do trigo, está tudo molhado. Agora, é a hora de ajudar, mas até quando? Nas cidades banhadas por lagoas e rios o volume de água que desce é tão grande que não se tem como controlar, como é o caso das cidades alagoanas atingidas. Mas, e depois? Quando é que vamos ter educação para saber que praias, rios, lagoas, córregos, matas, ruas e avenidas precisam ser preservados? Lamento, mas lamento profundamente, que ainda não temos como avaliar o futuro. Na verdade, o pau que nasceu torto, a essa altura dos problemas, deverá morrer torto. Será que podemos melhorar? Sim, podemos. Mas, quando e com que sacrifício? Com a iniciativa de projetos pelos governos e o empenho das classes produtivas, porque pobre que nasceu pobre, não tem como enxergar esse caminho, mesmo que ser pobre não signifique viver em sujeira, sem preservar o que é seu e nosso e sem pensar em um futuro melhor. Por isso acho que todos nós somos culpados.

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CONTOS FICTÍCIOS I

Um bom menino

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anoel era um menino do interior de Alagoas. Filho de um político pouco famoso, tornou-se um jovem sabido e logo tomou o lugar do pai nos caminhos que levam ao poder e à fama. Apareceu na capital como deputado, simples, baixinho, pouco conhecido. Nas eleições para cargos de direção, surgiu com muita perspicácia. Em dois episódios virou caso de polícia, não tentou se justificar e os lances foram caindo no esquecimento. Ele fazendo seu caminho, querendo ser o mais sabido dos sabidos. Conseguiu se eleger dirigente do Poder onde habitava e saiu mostrando aos companheiros sua capacidade de persua-

Alagoas e o Brasil vivem momentos negros. O dinheiro público é usado como verba de campanha, propina e ai daquele que não ingressar no sistema eleitoral de nossa terra! Poucos conseguem se tornar vereador, deputado ou outro qualquer cargo político. são. Os mais próximos diziam: “Manoel é amigo dos amigos, mas não mexam com ele; é um inimigo implacável”. Alagoas e o Brasil vivem momentos negros. O dinheiro público é usado como verba de campanha, propina e ai daquele que não ingressar no sistema eleitoral de nossa terra! Poucos conseguem se tornar vereador, deputado ou outro qualquer cargo político. E o Manoel soube entrar, usar e abusar dos métodos existentes na terra de Cabral. Elegeu-se pela primeira vez deputado estadual e foi logo participante da Mesa Diretora. Apesar de seu cargo não ter tanta importância, o moço tornou-se primeiro-ministro da Casa. Inteligente, hábil, procurou agradar os companheiros, atrair “laranjas” para junto de si e perseguir, incansavelmente, os servidores a ele subordinados. Encantou-se com o poder, atraiu a atenção da mídia, das autoridades e foi afastado, temporariamente, do cargo. Não se assustou, levou consigo os documentos, calou-se por algum tempo,

voltou e continuou a agir como dono da Casa. O menino do interior não se intimida com nada: imprensa, Ministério Público, Justiça. Como diria um amigo meu: “Ele é ele e cace outro”. Acontece que o Manoel virou notícia negativa de jornal. Só se falava na coragem do moço: enfrentava inimigos poderosos, perseguia os pequeninos, encantava os mais próximos e uma velha senhora do sertão alagoano ficou impressionada com as notícias que lia sobre o jovem político. A sertaneja, então, pensou: “Não é possível; eu o conheço desde pequeno; é um bom filho, excelente amigo, pai ótimo; por que o povo fala tão mal do Manoel? Preciso saber da verdade”. A primeira pessoa a ser chamada por ela, disse: “Ele me enganou; trabalhei com ele; é grosseiro e metido a sabido; decepcionei-me com o jovem político”. Em seguida, foi a vez de um colega parlamentar. Enraivecido, afirmou: “Para ser eleito promete tudo; depois fica vaidoso e não ouve ninguém; todos precisam dizer o que ele pretende ouvir” Tentou a sertaneja conversar com uma antiga amiga da capital e não conseguiu. Insistiu, telefonou e depois recebeu um longo bilhete: “Ele persegue os velhinhos, corta salários, abandona os aliados. Agrada os companheiros concedendo determinadas benesses, mas não cumpre as leis. Só faz o que quer e não respeita a opinião dos outros. Há pessoas sofrendo e morrendo com suas torturas”. “Impossível!”, gritou a mulher do interior: “É tudo mentira! Não acredito que meu menino seja capaz de tanta maldade! A imprensa exagera, a Justiça o persegue, os colegas de profissão querem demais e os servidores mentem. Não acredito e não quero mais ouvir ninguém”. Como sou mãe e acho que meus quatro filhos são maravilhosos, dou inteira razão à sertaneja. Ela conhece o menino desde pequeno, sempre foi bem tratada por ele, acha-o um vencedor. Jamais imagina o outro lado da criatura! Como diria uma antiga conhecida minha: “Para nós, os meninos e meninas são sempre do bem; não me falem mal deles!!!” Só Deus na causa!


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República de bananas

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continua o festival de, chamemos assim, “excentricidades de nossas excelências”. No início desta semana, agastado com o deslavado uso da TSE pelos áulicos do presidente da República como mero joguete do poder, o presidente do tribunal proclamou: “O julgamento (da chapa Dilma/Temer) será jurídico” e disse mais: ‘’Não cabe ao TSE resolver crise política. Resolvam suas cri-

De outro front, o presidente trocou o ministro da Justiça que teria sido indicação do ex-deputado Cunha (pense!) por alguém com forte trânsito no TSE e no Supremo, de olho nos processos vindouros ses”. Óbvio. Mas, um claro atestado da precariedade do funcionamento de nossas instituições. Em regra geral meros apêndices para uso dos poderosos de plantão. Talvez acostumados com a devassidão lamacenta com que os pústulas encastelados em Brasília nos tratam – e nada acontece com eles os brasileiros ainda não perceberam com nitidez suficiente o perigo que nossa democracia está a correr. Estamos num momento limiar. Nossas

instituições estão sendo agora mais ameaçadas que durante o apeamento do poder daquela que disse que “numa eleição, a gente faz o diabo para vencer”. Diferentemente dos petistas, ladrões, mas pouco hábeis na arte da manipulação institucional, desta feita temos os profissionais do PMDB. E todo o séquito de “ameaçados pela Lava Jato”. As manobras de bastidores ou melhor, as tramoias que estão sendo engendradas são, todas, no sentido de garantir aos canalhas a “absolvição” dos pecados da ladroagem dos últimos anos. E para isso, nada melhor que um presidente fragilizado que busca desesperadamente uma saída “honrosa” para si, como também livrar-se dos processos que fatalmente irá responder. Mas os fatos, ah, os fatos teimam em emparedá-lo. O ministro Fachin acaba de o transformar no primeiro presidente da República a ser inquirido pela Polícia Federal em pleno mandato. Isso após rejeitar pedido dos seus advogados para que: a) ele (Fachin) abdicasse da relatoria; b) desmembrasse o processo desvinculando o presidente do “homem da mala” de R$ 500 mil indicado por ele para tratar de assuntos da JBS; e, c) que o depoimento do presidente fosse suspenso até a conclusão da perícia da fatídica gravação da conversa dele (repleta de indícios de ilicitudes) com

ELIAS FRAGOSO

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, prof. da UFAL e da Universidade Católica de Brasília.

o presidente da JBS. Um prelúdio do que espera Temer após apeado do poder. E ele sabe bem disso. Mas não se dá por vencido. Bate o pé e diz: não renuncio! O país? Que se lasque. A crise? Que se agrave. A prioridade no momento é manobrar para livrar a cara. Mesmo que isso faça o país se apequenar ainda mais aos olhos do mundo. E o sofrimento dos brasileiros se exponencie com a extensão da crise. Estão intensas as manobras nos bastidores (com o auxílio direto dos tucanos). Segundo Josias de Souza, comentarista político do UOL, “para demonstrar normalidade e que ainda dispõe de apoio congressual, Temer levou os presidentes da Câmara e do Senado: Rodrigo Maia, o ‘Botafogo’ das planilhas da Odebrecht; e Eunício Oliveira, o ‘Índio’ da escrituração do departamento de propinas da mesma construtora” para seminário internacional realizado esta semana em São Paulo, onde “a dupla soltou a língua em discursos sobre reformas modernizadoras. Também derramaram saliva pelas reformas e por Temer os investigados tucanos Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes”. De outro front, o presidente trocou o ministro da Justiça que teria

sido indicação do ex-deputado Cunha (pense!) por alguém com forte trânsito no TSE e no Supremo, de olho nos processos vindouros. E ainda busca uma “solução” para proteger o homem da mala e agora ex-deputado Rocha Loures, com o manto do famigerado foro privilegiado (antes que ele resolva delatar e acabar com o farsesca e surreal situação de negar a visual e documentada entrega da mala da JBS). Sem falar nas manobras legislativas para aprovar medidas em benefício dos políticos e empresários encalacrados na Lava Jato. Temer – como sempre disse aqui – é mais do mesmo. O que ele fez (exceto a inconclusa iniciativa das reformas) e vem fazendo, é consolidar o projeto petista de nos transformar numa republiqueta de bananas. O pouco que resta de dignidade entre os atuais detentores de mandato terá que ser muito pressionado pelo povo para apear do poder mais um que acha que pode enganar uma nação. Não pode. O gigante despertou. E a maior resposta a “eles” será daqui a um ano. Serão varridos como foi o PT (poucos acreditavam) nas últimas eleições. Essas pessoas – definitivamente - não nos representam.


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ECONOMIA EM PAUTA

Dívidas condominiais

Para os nascidos em junho, julho e agosto, está chegando a hora de sacar o dinheiro das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Para aqueles que ainda não sabem que destino dar ao “dinheiro extra”, sem dúvidas a melhor destinação para esses recursos é o pagamento de dívidas, pois em alguns casos o devedor corre o risco de perder o bem objeto da dívida, como explica Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) em Alagoas. Dívidas sem a chamada garantia real, ou do próprio bem, não acarretam a perda do imóvel residencial próprio. No entanto, a regra não vale caso haja a inadimplência de condomínio ou IPTU. Por isso, é necessário ficar atento para não ter o bem penhorado ou levado a leilão.

Energia elétrica

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá revisar no ano que vem a metodologia que define o acionamento das bandeiras tarifárias, para evitar mudanças bruscas de um mês para o outro. Desde que o sistema de bandeiras foi implantado, consumidores têm se queixado das mudanças bruscas nos valores cobrados entre um mês e outro. Na semana passada, a Aneel definiu que a bandeira tarifária para o mês de junho será verde, sem cobrança extra para os consumidores.

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Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.com

Tabaco

Na última quarta-feira, 31, foi comemorado o Dia Mundial sem Tabaco, porém, um estudo lançado pelo Ministério da Saúde e Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva revelou que embora seja uma questão de saúde, a economia não tem nada o que comemorar. Nos dados divulgados chama a atenção o custo do tabaco para o Brasil. O consumo de cigarros e outros derivados causa um prejuízo de R$ 56,9 bilhões ao país a cada ano. Deste total, R$ 39,4 bilhões são com custos médicos diretos e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos, decorrentes da perda de produtividade, provocadas por morte prematura ou por incapacitação de trabalhadores.

Desemprego

Quem achou que a mudança presidencial seria a resposta para vida o universo e tudo mais, errou um pouco na previsão, De acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE na quarta-feira, 31, após um ano de Michel Temer à frente da presidência da República, aproximadamente 14 milhões de pessoas encontram-se desempregadas, isso representa uma alta de 23,1% em relação ao número de desempregados observado no trimestre anterior à sua posse como presidente interino. No mesmo período do ano anterior, eram 11,411 milhões.

Retrocesso

De acordo com a pesquisa feita pelo IBGE para medir a quantidade de desempregados no Brasil, essa foi a pior taxa para um trimestre encerrado em abril desde o início do monitoramento, em 2012. Ao assumir o governo de forma interina em 12 de maio de 2016, Temer colocou a geração de empregos como um dos focos de sua gestão.


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7% da população alagoana com mais de 18 anos é fumante

TABAGISMO TABACO MATA MAIS DE 7 MILHÕES DE PESSOAS EM TODO O MUNDO TODOS OS ANOS

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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fumo é responsável por diversas doenças e mata mais de 7 milhões de pessoas no mundo a cada ano. Os dados alarmantes são da Organização Mundial da Saúde (OMS) e merecem atenção por parte das autoridades e consumidores. Embora Alagoas tenha uma das menores taxas de fumantes do Brasil, 7% de sua população acima de 18 anos consome tabaco. No estado, são R$ 39 milhões anuais que o SUS gasta com doenças relacionadas ao tabaco. Os prejuízos que o tabaco causa são enormes e várias campanhas têm alertado para o problema. De acordo dados da Secretaria Estadual de Saúde, de 1989 até os dias atuais, o Brasil diminuiu o consumo em mais de 40% e Alagoas tem

acompanhado este ritmo de controle ao tabagismo. A queda no consumo é visível, mas os números ainda são preocupantes. Segundo a coordenadora do programa estadual de combate ao tabagismo da Sesau, Vetrúcia Teixeira, dados de 2013 apontam que no Brasil as internações por conta do tabaco também têm diminuído, mas em Alagoas os gastos do SUS com doenças relacionadas têm aumentado. São R$ 39 milhões por ano utilizados com pessoas entre 30 a 69 anos vítimas do câncer e doenças respiratórias, entre outras, associadas ao vício de fumar. A técnica da Sesau alerta que além dos danos ao meio ambiente e os prejuízos do tabaco para os fumantes e as pessoas que compartilham desse mesmo local, o tabagismo é causador de cerca de 50 doenças e tem matado cerca de 600

mil pessoas não fumantes por ano, vítimas do fumo passivo. É PROIBIDO FUMAR A Lei 12.546, que proíbe o ato de fumar em locais públicos e privados, é um dos fatores que têm estimulado muita gente a lutar e vencer o vício do tabagismo. Os dados oficiais apontam que em Alagoas o número de fumantes entre pessoas com idade igual ou acima de 18 anos caiu de 7,2% em 2015 para 7,0% nos primeiros meses de 2016. As campanhas de prevenção e alerta para os fumantes são permanentes. Porém, duas datas são pontuais. O dia 31 de maio, considerado Dia Mundial de Combate ao Tabaco, e 29 de agosto que é o Dia Nacional. Nessas ocasiões as atividades voltadas para o combate ao tabagismo são desenvolvidas em várias instituições.

No Dia Mundial Sem Tabaco, quarta, 31, a OMS publicou relatório que avalia os custos do cigarro para a economia, para a saúde e o impacto ambiental. O documento aponta que no início do século XXI o tabaco matava quatro milhões, agora são sete milhões. E “custa às residências e governo mais de 1,4 trilhão de dólares em gastos com saúde e perda de produtividade”, aponta a OMS. Além do que, o tabaco mata metade das pessoas que consomem o produto. Outro dado importante do relatório é que o tabagismo também “constitui uma causa importante de disparidade de saúde entre ricos e pobres”. Quanto ao meio ambiente, os resíduos do tabaco contêm mais de 7 mil substâncias químicas tóxicas que envenenam o meio ambiente, algumas cancerígenas para o ser humano.

O Brasil gasta, anualmente, R$ 56,9 bilhões com o tabagismo, sendo a maior parte - R$ 39,4 bilhões - com despesas médicas. Outros R$ 17,5 bilhões são custos indiretos ligados à perda de produtividade, causada por incapacitação de trabalhadores ou morte prematura.

AJUDA

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uem precisa de ajuda para deixar o vício basta procurar os Núcleos de Atendimento ao Fumante. Em Maceió, funcionam no II Centro de Saúde (na Praça da Maravilha), no Hospital Universitário (Cidade Universitária), no CAPS AD da Rua Virgínio de Campos, Farol, entre outros. Há núcleos também em várias cidades do interior do estado. Mais informações pelo telefone 3315-1907.


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Maciel Valente lança novo trabalho

VAQUEIRO GALÃ

SÃO 16 MÚSICAS, SENDO CINCO INÉDITAS; CD CONTA COM A PARTICIPAÇÃO DO CANTOR FRANCISCO CALDAS realizado, mas quando isso acontece em Quebrangulo a sensação é ainda maior”, comemorou Maciel ao dizer de sua felicidade em ver a casa cheia e a empolgação dos conterrâneos e visitantes que assistiram a um show de qualidade.

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

O

cantor Maciel Valente lança seu mais novo CD e a aceitação tem sido animadora. Intitulado “Vaqueiro Galã”, o álbum conta com 16 músicas, sendo algumas regravações e cinco canções inéditas. A novidade é que o trabalho vem reforçado com a participação especial do cantor Francisco Caldas. A música de trabalho “Caramba Coração” é inédita e tem agradado ao público. Tocando nas rádios com grande aceitação dos ouvintes, a proposta do artista é que ganhe outras proporções. Em suas redes sociais os elogios dos seguidores são os mais variados e têm contribuído para o crescimento artístico de Maciel Valente. Mas a prova do sucesso e de que sua carreira está consolidada aconteceu no último dia 20, em Quebrangulo, cidade natal do artista. A casa de shows Brilho da Cidade lotou para aplaudir, cantar e elogiar o cantor.

Durante o lançamento do álbum, as canções já estavam na boca do povo. Sem contar que todo seu repertório sempre foi bem aceito por seu público fiel e com

os quebrangulenses não foi diferente. “Apresentar meu trabalho na terra em que nasci é sempre uma grande emoção. Todas as vezes que subo no palco me sinto

POR ACASO A carreira artística de Maciel Valente começou quase que por acaso em 2008, quando foi convidado por um grupo de amigos para participar de uma banda que iria tocar na Festa da Cultura, em Quebrangulo, a terra natal. No entanto, Maciel garante que cantar está na veia, algo que faz parte da tradição familiar, “um dom dado por Deus que precisa externalizar”. Atualmente, sua equipe é formada por 25 componentes, mas o aprendizado e a influência da primeira formação o acompanham até hoje. Casado com a psicóloga Ana Clara, pai da Laura e do Bernardo, o administrador de empresas de 32 anos disse que o que gosta mes-

mo de fazer é cantar, soltar a voz e proporcionar alegria para o público. “Cantar é o que sei fazer. Cada dia busco me aperfeiçoar para levar o melhor ao meu público”, afirmou. Para adquirir o CD é só baixar no site suamusica. com. Já para ficar por dentro das novidades basta acompanhar na página no Facebook Maciel Valente Cantor e no Instagran. Vale ressaltar que o artista faz parte do grupo Tininho Top Brasil, que está responsável por agendar shows. Contatos pelo (82) 99992-5511. AGENDA Para os amantes da música de Maciel Valente e do estilo vaquejada, o artista está com agenda recheada, mas ainda há espaço para contratação. Na sexta-feira, 9 de junho, Maciel se apresenta no Coqueirinho, no bairro de Fernão Velho, Maceió. Já no Dia dos Namorados - 12 de junho - ele irá participar do São João de Maragogi, a partir das 22 horas.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 26 DE MAIO A 01 DE JUNHO DE 2017

A arte de Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo em Maceió

GRANDE ENCONTRO AOS 70 ANOS, O PERNAMBUCANO ALCEU VALENÇA BRILHA NOS PALCOS LEVANDO O MELHOR DA - ETERNIZADA MÚSICA NORDESTINA ANA CLARA MENDES Especial para o EXTRA

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le nasceu nos limites do agreste com o sertão: São Bento do Una, interior de Pernambuco. Aos 70 anos de idade, Alceu Valença ainda percorre o Brasil com o também pernambucano Geraldo Azevedo e com a paraibana Elba Ramalho, os três amigos nordestinos tomam conta dos palcos em um Grande Encontro. Alceu Paiva Valença possui uma longa discografia preenchidas com diversos sucessos. Para o espetáculo,

Alceu Valença vai estar dia 16 de junho em Maceió ao lado de Elba Ramalho e Geraldo Azevedo

“La Belle de Jour”, “Morena Tropicana” e “Anunciação” são uma das músicas mais esperadas pelo público, além de “Coração Bobo”, música que fez sucesso nas rádios de todo o país no ano em que o LP com o mesmo nome foi lançado. O hit foi o responsável por revelar o nome de Alceu Valença para o grande público, e o levando a se apresentar em vários estados brasileiros.

Em 2014, seu álbum “Amigo da Arte” foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Regional ou de Raizes Brasileiras, e em 2015, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Cantor Regional. Assim como ele, seu sucesso é incansável. Com uma média de 9 shows por mês, há quase 50 anos Alceu transfor-

ma a cultura do agreste e do sertão no melhor que a música nordestina tem a oferecer. Ao lado de Elba e Geraldo, Alceu desembarca em Maceió dia 16 de junho para uma apresentação que promete ser especial. O evento será realizado no Ginásio do Sesi e tem início previsto para às 20 horas. O show celebra os 20 anos do projeto O Grande Encontro e foi lançado em dezembro

de 2016 nos formatos de CD simples, de DVD e de combo triplo que junta DVD e CD duplo. A junção da cantora Elba, e os cantores e compositores Geraldo e Alceu marcam essa verdadeira reunião de amigos como uma maneira de manter a tradição de suas raízes culturais. Com o sotaque e as canções que fazem parte da história musical do brasil, transformaram sua arte em uma maneira de combater o preconceito contra o povo nordestino. Mesclando um repertório de clássicos da MPB, música nordestina e sucessos dos três artistas, será a junção de tudo que houve de melhor das três edições anteriores, em uma noite de encontro entre amigos estendida ao público. Os ingressos podem ser adquiridos no Acesso Vip (Unicompra e Parque Shopping Maceió), Viva Alagoas (Maceió Shopping) ou através do aplicativo Farra Chique, disponível para iOS e Android. Os valores variam, sendo individual inteira R$ 84, mesa prata R$ 608 e mesa ouro R$ 808 para quatro pessoas.


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ALTA RODA

Alternativas de mobilidade

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ue a indústria automobilística mundial terá de se reinventar nas próximas duas décadas ninguém mais duvida. Alguns especialistas acreditam em prazo ainda mais curto – talvez 10 anos – para mudanças profundas em direção à mobilidade diversificada e onipresente. A consolidação, porém, seria gradual e irreversível porque certamente a produção tende a se acomodar não muito acima de 120 milhões de veículos/ ano (hoje em torno de 85 milhões). Uma das pesquisas interessantes sobre esse futuro foi publicada recentemente pela consultoria inglesa Ernst & Young (EY). Traça um quadro sobre barreiras a superar em mercados cada vez mais integrados e compartilhados. EY identificou cinco desafios que os fabricantes devem superar. Em resumo, os seguintes: . Inovação: Apesar de a indústria acumular histórico de aperfeiçoamentos e de os veículos de hoje serem muito avançados, poucas companhias demonstram

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abordagem sólida para desenvolver e avaliar novas ideias. Portanto, há necessidade de maneiras verdadeiramente disruptivas para revolucionar o próprio negócio. . Conectividade: Necessário ver os consumidores como indivíduos para quem experiências, produtos e serviços devem ser personalizados. Este tema é crítico, principalmente para as novas gerações que se acostumaram com serviços móveis e sob demanda. Fundamental aprofundar o relacionamento contínuo com os consumidores. Após a venda, interações com clientes são infrequentes e impessoais e, em muitos casos, gerenciadas apenas pelas concessionárias. Em contrapartida, potenciais operadores no mercado e os principais fornecedores de transporte compartilhado se beneficiam de uma ligação muito mais estreita com clientes, por meio de avaliações diretas e respostas pessoais nos aplicativos e nas redes sociais. Como a escolha dos consumidores está cada vez mais baseada nas suas experiências, a

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FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br conectividade entre empresas e consumidores será a chave para o sucesso. Por isso, é prudente a indústria melhorar drasticamente a capacidade de interação e de oferecer novos serviços. . Colaboração externa: Por décadas houve relação muito rígida entre mercado e parceiros. A nova indústria de mobilidade, porém, requer trabalho de colaboração mais amplo, envolvendo todo o ecossistema. Apesar de motivações e objetivos diferentes, todas as engrenagens desse universo devem compartilhar experiências e informações, a fim de oferecer serviços focados e personalizados aos clientes.

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. Novos talentos: A indústria automobilística sempre buscou os melhores engenheiros do mercado, porém a aposta agora é em inteligência artificial e cientistas de dados. Organogramas tradicionais e modelos de compensação e incentivos impedem as empresas de atrair e reter o talento necessário para inovar e sustentar um negócio disruptivo. Pesquisa com jovens profissionais de tecnologia e startups apontou que eles não enxergam o mercado de veículos como inovador. . Modelos operacionais desatualizados: As grandes companhias preferem alavancar seus antigos processos operacionais e sistemas em vez de investir em novas formas de executar essas ações.

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RODA VIVA n LANÇAMENTO do Citroën Cactus, importado da França, semana passada na Argentina. Estratégia estranha, pois o carro será produzido no Brasil (início de 2018) e sairá mais barato, sem imposto de importação, para os argentinos. Já a VW prepara prévia de imprensa do novo Polo, na Alemanha, em meados de junho próximo. Para o público alemão em agosto e no Brasil, setembro.

relação ao primeiro modelo inglês de 1959. Três versões chegam ao mercado: Cooper, Cooper S e ALL4 (tração integral). Motores turbo de 1,5 L (3 cilindros), 136 cv e de 2,0 L (4 cilindros), 192 cv. De R$ 144.950 a R$189.950.

n CITROËN C3 e C3 Aircross finalmente estreiam o câmbio automático de seis marchas, da japonesa Aisin, como a Coluna antecipou. Seu funcionamento é suave e tem três modos, além de seleção n SINDIPEÇAS confirma que sequencial. Motor de 1,5 L saiu de frota brasileira de veículos leves linha. Como a potência do motor de e comerciais estagnou em 42,8 milhões de veículos em 2016, apenas 0,7% acima de 2015. Há ainda 14 milhões de motocicletas. Este ano, muito provavelmente, frota total começará a encolher, como ocorreu nos EUA, após a crise financeira de 2008/2009. Outro aspecto ruim: envelhecimento da idade média dos veículos. n CARROS da MINI continuam a ser anabolizados pela BMW. Novo crossover Countryman tem 45% a mais de comprimento (hoje, 4,3 m) em

1,6 L caiu 4 cv as respostas ao acelerador ficaram algo mais lentas. Preços entre R$ 58.540 e R$ 76.400. n MINICIDADE da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), de São Paulo, foi moderni-

zada em colaboração com o Instituto Renault. Faz parte da ação “O Trânsito e Eu”, incluindo sala digital e realidade virtual. CET estima que 14.000 crianças anualmente visitem as novas instalações. Em 24 anos, mais de 200.000 jovens passaram por essa experiência meritória.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Deveria ser proibido prometer

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uando a nossa Constituição foi promulgada, as festas se prolongaram por meses e os discursos políticos eram os mais vibrantes. Não faltaram foguetes, “shows” e carros desfilando pelas

Todas as vezes que acontecem eleições, falam logo no aeroporto para Maragogí, pois Alagoas seria beneficiada em muito, já que teríamos linhas aéreas que em muito ajudariam ao progresso do nosso estado. avenidas de Brasília. Diziam que a nossa Constituição era a mais moderna do mundo e a batizaram-na de “constituição cidadã”. Primeiro, disseram que “todos seriam iguais

perante as leis” e que muitas das autoridades teriam foro privilegiado, com direito a serem julgadas por tribunais superiores. Só por isso, eu ví logo que a nossa constituição não seria séria. Passaram a mentir para o povo, até que deu no que deu, hoje com o tal de foro privilegiado para esconderem as grandes e imorais roubalheiras que foram descobertas. Também, uma das coisas que faltou na nossa tal de Carta Magna, foi dizer que seria proibido aos políticos fazerem promessas e não as cumprirem, como já aconteceu várias vezes aqui em Alagoas. Como exemplos, temos o estaleiro, o VLT do centro de Maceió até o aeroporto Zumbí dos Palmares e o aeroporto de Maragogí. Quanto ao estaleiro de Coruripe, diziam que nós teríamos um dos

maiores estaleiros do mundo e que não mais faltariam empregos em Alagoas. Falavam em milhares de empregos diretos e que Alagoas iria nadar em dinheiro. Era tudo mentira, principalmente, porque nós sempre passávamos por períodos eleitorais e seria fácil mentir ao povo. Agora, estamos vendo que nadamos muito em dinheiro da corrupção e das propinas. Quando eu ainda estava como assessor Especial da SMTT, chegaram a me mostrar, em reunião com autoridades, o projeto para ligar Maceió ao aeroporto. Diziam que o canteiro central da Avenida Fernandes Lima seria sacrificado, para dar lugar ao VLT. Eu cheguei a ver o projeto, mas terminaram resolvendo ligar o centro de Maceió a alguns bairros, trabalhos

que ainda estão sendo realizados. Todas as vezes que acontecem eleições, falam logo no aeroporto para Maragogí, pois Alagoas seria beneficiada em muito, já que teríamos linhas aéreas que em muito ajudariam ao progresso do nosso estado. Até aqui, o que vemos, são promessas e mais promessas. Nós não podemos negar que Alagoas tem sido beneficiada com obras federais, mas não gostamos é de mentiras que são ditas em todos os períodos eleitorais. As culpas não são destes ou daqueles políticos ou governantes e sim de todos que se aproveitaram ou se aproveitam do povo, quando fazendo suas promessas. Gostamos de ver o progresso do nosso estado. O que não concordamos é com promessas não cumpridas.


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Tal e qual

C

om certeza, o slogan “Rodrigo Cunha, o deputado que fiscaliza”, não passa de “conversa mole pra boi dormir”. Cunha, que faz questão de dizer que é um “político diferente dos outros”, não só indicou secretário municipal, como empregou parentes na administração tucana de Rogério Teófilo. E, um deles, a oposição assegura que não aparece no “serviço”, não contribui e, tampouco, serve para pentear o “bigode do patrão”. Pelo jeito, pelo menos em se tratando de Arapiraca, Rodrigo Cunha só é diferente mesmo por manter o seu impecável cavanhaque e andar todo engomadinho. Nada mais que isso. Eu hein??!!

Governabilidade

Diante dos problemas que afligem os servidores da Educação e Saúde, Cunha não dá “pitaco” nem a favor e muito menos contra, com a finalidade de encontrar soluções e ajudar o aliado político que nesses primeiros cinco meses de gestão tem comido o “pão que o diabo amassou” para encontrar o caminho da governabilidade. O apoio dos deputados Rodrigo e Severino Pessoa ao que parece não trouxe bons ventos para o gestor que já os mimou com secretarias e empregos mil. Mas começo é começo. Oxalá o prefeito tucano encontre soluções para colocar um ponto final em greves como a dos servidores da Educação e agentes da SMTT.

Lambe-botas

Diante de qualquer problema que ocorra em Arapiraca, lambe-botas de plantão correm para culpar a ex-prefeita Célia Rocha. Imagine, caro leitor, se as chuvas que estão caindo em Alagoas fizessem estragos em Arapiraca... Com certeza, os “baba” iriam espalhar boatos de que Célia fez conchavo com São Pedro para “lascar” com o prefeito.

Limpeza simbólica

O museu itinerante volta ao município para comemorar a Semana do Meio Ambiente e o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, celebrado em 3 de junho, em vários estados do País. A abertura do evento acontece hoje, com a limpeza simbólica de toda a orla fluvial. “Ressaltamos que a limpeza é simbólica porque Traipu, hoje, é Finalmente, o prefeito de Arapiraca parece ter calçado as sandálias da humildade. Além uma das cidades mais limpas do de abrir as portas para papear com radialis- País”, frisa o secretário municitas, bateu um “lero-lero” com os vereadores. pal de Meio Ambiente, Antônio Jackson. Os vereadores agradeceram a “cortesia”, mas a maioria permanece na oposição. Dos 17 com assento na Câmara Municipal, apeO prefeito de Traipu, Eduardo nas cinco estão no bloco da situação. Tavares, fará a abertura solene da Semana do Meio Ambiente e do Dia Nacional em Defesa do Velho Chico às 18h dessa sexta-feira. Para isso, será O traipuense terá a oportunidade de matar a montada uma infraestrutura na saudade do Museu Ambiental Casa do Veorla do Velho Chico para recelho Chico. Depois de sete anos, ele voltará ber o público. A programação ao município ribeirinho para uma temporada terá início com uma missa. Em de duas semanas. A exposição itinerante seguida haverá o lançamento que conta a história do rio São Francisco do curta-metragem “Pedro e o ficará à disposição do público desta sextaVelho Chico” e do livro “História feira, 2, até o dia 13, das 9h às 21h, no de Traipu”, do traipuense Jenner Ginásio Helenildo Ribeiro, em Traipu. Glauber Torres.

Sandálias da humildade

Abertura oficial

Em defesa do Velho Chico

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ABCDO INTERIOR

robertobaiabarros@hotmail.com

Encerramento

Até 13 de junho, os traipuenses poderão participar dos painéis oferecidos pelo Museu Ambiental Itinerante Casa do Velho Chico. Haverá vários deles, sempre com temáticas ambientais que abordam, dentre outros assuntos, desmatamento, esgoto, salinização, transposição, barragens.

Enfim, o diálogo

Acabou o clima de animosidade entre o prefeito Rogério Teófilo e os vereadores arapiraquenses que, finalmente, abriram um diálogo importantíssimo que será de fundamental importância para os poderes Executivo e Legislativo. Segundo a presidente da Câmara Municipal, Professora Graça Lisboa, a reunião aconteceu na terça-feira e marcou um novo momento na política arapiraquense que trará enormes benefícios para a comunidade.

Conversa proveitosa

“Sentamos na mesma mesa, tiramos nossas dúvidas e o prefeito se colocou à disposição dos vereadores, pedindo para que acompanhassem o seu governo. Foi uma conversa proveitosa em prol da cidade de Arapiraca”, disse Graça Lisboa.

PELO INTERIOR ... O prefeito de Traipu, Eduardo Tavares, por meio do Decreto nº 20, de 29 de maio de 2017, regulamentou, na segunda-feira, 29, a Lei de Acesso à Informação Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011 –, e deliberou pela criação de um Conselho Gestor. Com estes atos, Eduardo Tavares reafirma seu compromisso com a transparência no âmbito da administração do município. ... “A regulamentação da lei de acesso à transparência, através de decreto, e a criação do Conselho Gestor serão ferramentas importantíssimas que a sociedade passará a dispor para acompanhar o desenvolvimento do serviço público com mais facilidade”, explica Tavares. Qualquer pessoa poderá ter acesso ao Decreto nº 20. Para isso, basta acessar o site da Prefeitura de Traipu (www.traipu.al.gov.br) em um link referente à Legislação. ... Os interessados também poderão solicitar uma cópia do decreto. É só ir ao site e pedir junto ao Sistema Eletrônico de Informação ao Cidadão uma cópia que será encaminhada para o e-mail em que foi realizado o pedido. ... O objetivo é fazer com que nenhuma informação seja negada a qualquer cidadão. “Transparência, eficiência e responsabilidade são algum dos pilares da administração na atual quadra da gestão pública em Traipu”, frisa Eduardo Tavares. ...A partir de agora, a Prefeitura de Traipu tem outro objetivo: irá trabalhar para que todas as contas bancárias pertencentes ao município possam ser acessadas por qualquer pessoa, em tempo real. ... Com Ascom - A Prefeitura de Palmeira dos Índios continua em alerta máximo e pede a solidariedade de todos para ajudar as famílias desabrigadas. As áreas críticas estão sendo acompanhadas e monitoradas,

e as equipes da prefeitura trabalham intensamente na limpeza e desobstrução de rodovias vicinais nas zonas urbana e rural do município. ... O trecho da ladeira da Ribeira, que dá acesso aos povoados Cedro, Mata Verde e Tabacaria também foi desobstruído. Ele estava inacessível, e com muita dificuldade, mas o trânsito no local foi restabelecido. Outro acesso que impõe muito cuidado, e tem tornado o trabalho das equipes difícil, é o da Serra do Muro. A pista está sendo monitorada 24 h por dia, com limpeza e manutenção, por causa dos deslizamentos de terra, queda de árvores e de pedras. ... O prefeito Júlio Cezar pede atenção e cuidado a quem for trafegar por esses locais. “Ontem, também vistoriamos a Serra do Chorador, que só tem acesso agora pela Serra da Mandioca porque as estradas, para quem vem por Paulo Jacinto e Mar Vermelho, estão isoladas desde as suas divisas. A sangria dos açudes também está causando o rompimento dessas estradas”. ... “Pedimos a compreensão de todos, mas estamos trabalhando intensamente para contornar esses transtornos. Pedimos, também, que quem puder ajude às famílias que ficaram desabrigadas, com a doação de mantimentos e agasalhos. A prefeitura também está engajada nesta ação”, disse o prefeito. ... O prazo para gestores municipais preencherem o Plano de Ação do Sistema Único de Assistência Social de 2017 se encerra nesta sexta-feira (2). Até o momento dos 102 municípios alagoanos, apenas 45 finalizaram o envio das informações eletronicamente. Após o prazo final, o Conselho de Assistência Social do Estado e dos Municípios tem um mês para avaliar as propostas e enviar o parecer. ... A todos, um excelente final de semana com saúde e segurança. Até a próxima edição. Fui!!!


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MEIO AMBIENTE Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Acordo de Paris

Corais de Alagoas

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problema de embranquecimento dos corais de Alagoas que foi detectado no dia 10 de abril deste ano está piorando, segundo pesquisadores da Ufal. A área de maior branqueamento foi identificada na Piscina do Amor, que está interditada para visitação para preservação dos corais desde o ano passado. Segundo o IMA, além dos corais da Piscina do Amor, foram percebidos branqueamento de outros recifes de corais adjacentes na enseada da Pajuçara. De acordo com a professora Beatrice Padovani, do departamento de Oceanografia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), a situação dos corais em Alagoas é de alerta porque os recifes com branqueamento correm o risco de morrer, como ocorreu recentemente na Grande Barreira de Coral

SOS Mata Atlântica

O presidente americano Donald Trump está decidido a retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, segundo a imprensa americana. Durante sua campanha eleitoral, Trump criticou duramente o Acordo de Paris e questionou a mudança climática, um fenômeno que chegou a qualificar de “invenção” dos chineses. Desde que foi eleito, decidiu iniciar um processo para revisar se os Estados Unidos continuariam fazendo parte do pacto. O acordo busca uma mudança de modelo de desenvolvimento, livre de combustíveis fósseis, e foi assinado por seu predecessor Barack Obama. O pacto determina que seus 195 países signatários ajam para que temperatura média do planeta sofra uma elevação “muito abaixo de 2°C”, mas “reunindo esforços para limitar o aumento de temperatura a 1,5°C”.

A ONG Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgaram nesta semana que a Bahia foi o estado com mais desmatamento: 122,8 km² (alta de 207% em relação ao ano anterior, quando foram destruídos 39,9 km²). Dois municípios baianos, Santa Cruz Cabrália e Belmonte, na costa do descobrimento, foram apontados como os maiores desmatadores, com derrubadas de 30,5 km² e 21,1 km², respectivamente. Em âmbito nacional, o desmatamento na Mata Atlântica cresceu 57,7% em um ano, entre 2015 e 2016, quando o bioma perdeu 29.075 hectares. Isso equivale a mais de 29 mil campos de futebol. No período entre 2014-2015, o desmate no bioma havia sido de 18.433 hectares. Alagoas ocupa o 15º lugar na lista dos 17 estados que mais desmatam.

O Ministério do Meio Ambiente e organizações socioambientais tentam convencer o governo a mudar de ideia e vetar duas medidas provisórias que acabaram com proteção de várias florestas protegidas da Amazônia, abrindo espaço para a exploração de unidades de conservação. As duas MPs já foram aprovadas na Câmara e no Senado e agora só dependem da caneta do Temer para se tornarem lei. Organizações como Greenpeace, Instituto Socioambiental (ISA) e WWF também se mobilizam para tentar sensibilizar o governo sobre o rebaixamento ambiental que atingiu 597 mil hectares de terras na região, o equivalente a 5.970 quilômetros quadrados, quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

II Semana do Meio Ambiente em Penedo

na Austrália.

Maior recife de coral do mundo O maior recife de corais do mundo, que fica na Austrália, perdeu quase um terço de sua área no último ano, divulgou o governo australiano em um comunicado feito na segunda-feira, 29. Análises aéreas e submarinas rastrearam a formação de norte a sul e mostraram que 29% dos corais da superfície morreram em 2016, uma perda maior do que a projetada anteriormente, de 22%. A principal razão para a acelerada destruição do ecossistema é o progressivo branqueamento dos corais, mesmo problema que está acontecendo nas águas alagoanas, causado pelas mudanças climáticas. O processo ocorre quando algas que vivem ali são expulsas devido a alterações extremas e prolongadas na temperatura das águas. Isso torna o coral branco, o que, mais tarde, pode levá-lo à morte se a mudança não for revertida.

Amazônia em risco

Entenda as chuvas no Nordeste

No Nordeste, as chuvas ocorrem por causa de um fluxo de vento que vem do oceano carregado de ar úmido, formando nuvens carregadas na costa e na Zona da Mata. Trata-se -se de um sistema chamado onda de leste, comum nesta região no outono e inverno. Diante das fortes chuvas que castigaram Alagoas na última semana, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos faz um alerta à população, que tenha atenção para os municípios já afetados, e informa também que, embora as próximas chuvas sejam intercaladas com sol, podem agravar a situação de regiões já afetadas.

A segunda edição da Semana de Meio Ambiente do Ifal Penedo teve início na quarta-feira, 31, e se estenderá até o dia 8 de junho. Organizadas pela Coordenação do Curso Técnico em Meio Ambiente e professores do campus, as atividades incluem visitas técnicas a usinas e áreas de proteção ambiental, oficinas no Ifal e em escolas públicas, palestras e exibição de filme com debate. O evento conta também com a parceria de outras instituições para a realização de atividades conjuntas, entre elas, uma passeata em defesa do rio São Francisco, trilhas ecológicas e a Eco Gincana.


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CAMPO ALEGRE REALIZA FESTA EM COMEMORAÇÃO AOS 57 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

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Prefeitura de Campo Alegre preparou uma grande festa para comemorar os 57 anos de emancipação política do município. A prefeita Pauline Pereira, juntamente com sua equipe, programou uma grande festa que contará com shows, lançamento de obras, inaugurações, desfile cívico e a tradicional corrida da Chama da Integração. As comemorações terão início na segunda-feira, 5, com atividades voltadas para o Dia do Meio Ambiente, quando serão realizadas recuperação de nascentes e plantio de mudas entre outras ações ecológicas. No dia 7 será realizada a primeira parte do desfile estudantil, que além de homenagear o município pelos 57 anos de emancipação política, também estará celebrando o bicentenário de Alagoas. Já na parte da manhã do dia 8 acontecerá a tradicional Corrida da Chama da Integração, na qual todas as comunidades se juntam para o revezamento do fogo simbólico que passa por todas as comunidades do município, encerrando com o hasteamento dos pavilhões em frente a sede da Prefeitura Municipal. Ainda no dia 8 acontecerá a Missa em Ação de Graças, às 16h, na Igreja Matriz do Bom Jesus dos Aflitos. E às 22h todos poderão participar, no Pátio da folia, de shows com as bandas Parangolé, Gabriel Diniz e Pablo. A expectativa da organização é de que nesta edição da festa compareça um público de aproximadamente 20 mil pessoas. No dia 10 as atenções se voltam para o Distrito Luziapólis, onde durante a tarde será realizada a segunda parte do desfile estudantil, e à noite, a partir das 22 horas, acontecerão os shows com Luan Estilizado, Léo Santana e DJ Raffa. Segundo a prefeita Pauline Pereira, a população será presenteada com obras que vão melhorar a qualidade de vida de todos. Vão ser inauguradas a Unidade de Acolhimento Infanto-juvenil, a primeira de Alagoas, e também o 1° Conselho Tutelar Referencial do Nordeste. “Campo Alegre é uma cidade pequena que tem muito que expandir. O povo pode contar com meu trabalho para o município prosperar sempre”, finalizou.


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