Edicao936

Page 1

extra www.novoextra.com.br

MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVIII - Nº 936 - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

VIOLÊNCIA

SUPREMO MANTÉM PRISÃO DO PREFEITO DE MARIBONDO POR AGREDIR EX-MULHER P/12

R 3,00

FIM DE UMA ERA CARLOS LYRA, MAIOR USINEIRO DE ALAGOAS, MORRE JUNTO COM O CICLO DO AÇÚCAR P/14

MORTE DO RODOVIÁRIO

PROCESSO CONTRA DEPUTADO CHICO TENÓRIO SOBE AO TRF n 20 ANOS APÓS ASSASSINATO DO PATRULHEIRO, TJ “DESCOBRE” QUE CRIME É DE COMPETÊNCIA FEDERAL

SUCESSÃO ESTADUAL

Renan Filho sai na frente; Rui ainda não decidiu entrar na disputa

P/6 a 9

P/5


2

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

Fim da malandragem

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

1

- O Tribunal de Contas da União decidiu que os recursos do antigo Fundef devem ser destinados à Educação, sendo ilegal o pagamento de honorários advocatícios com esse dinheiro.

2

(Millôr Fernandes)

– A decisão do TCU – por unanimidade – atendeu a um pedido do Ministério Público do Maranhão, mas vale para todo o país. O julgamento põe fim a uma luta travada em vários estados entre escritórios de advocacia e prefeituras pelo pagamento de honorários.

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

República bananeira

Durante a aventura do governo petista o Brasil viu de tudo: um presidente da República afastado por improbidade, um ex-presidente condenado por formação de quadrilha e peculato, outro ex-presidente virou réu por lavagem de dinheiro e o atual presidente denunciado por improbidade administrativa. Que mais falta para uma república bananeira?

3

– Em Alagoas, 41 municípios receberão mais de R$ 1 bilhão desses recursos repassados pela União. A decisão do TCU contraria entendimento do Tribunal de Contas de Alagoas quanto à destinação desse dinheiro. Para o TC, a verba não é carimbada e pode ser aplicada em vários setores.

A queda e o coice

4

– Aqui, escritórios de advocacia brigam entre si para receber 20% dessa bolada, enquanto os prefeitos querem gastar os recursos em outras áreas que não a Educação, com o aval do Tribunal de Contas.

5

– A briga ainda está longe de acabar, mas o prefeito que pagar honorários com recursos do antigo Fundef pode acabar na prisão. Afinal, a malandragem envolve interesses milionários em uma simbiose criminosa que visa roubar o dinheiro público.

O esgotamento da Lava Jato

O jornal Valor Econômico divulgou uma pesquisa da Map que detectou “sinais de esgotamento da popularidade da Lava Jato” nas redes sociais. Isso só ocorreu porque Lula escapou da cadeia. Mas a Lava Jato ainda tem bambu. (O Antagonista)

Adeus, petistas

O PT deve procurar as autoridades para fazer um acordo de leniência e evitar que os procuradores de Curitiba criem um processo para cobrar até R$ 10 bilhões do partido por causa da corrupção descoberta pela Lava Jato. A multa seria impagável e quebraria a legenda. É o que informa o portal Os Divergentes..

Fiasco petista

A chegada de Lula em Alagoas - pelo Rio São Francisco - foi um fiasco total. Ao desembarcar em Penedo, que Lula chamou de Toledo, a caravana da vergonha foi recepcionada por meia dúzia de gatos pingados, a maioria deles do MST. Nem mesmo a presença do governador Renan Filho e do senador Renan Calheiros conseguiu atrair os penedenses, que preferiram ficar em casa.

“Diproma” falso

O título de doutor honoris causa entregue a Lula na Bahia parece ter sido feito sob medida para o ex-presidente que se gaba de não ter estudado. Sem assinatura do reitor da Universidade Federal do Recôncavo - impedida pela Justiça de conceder a honraria - o “diproma” foi entregue a Lula pelo “corpo dicente”, com erros de português e tudo.

Juiz bonzinho

Esta semana, Lula recebeu idêntica honraria em Arapiraca, concedida pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal). O título foi contestado através de ação popular, mas mantido pelo juiz Giovanni Alfredo Jatubá. Ao vetar a concessão do título na Bahia, o juiz considerou que essa honraria teria uma mensagem de apoio político implícita, e constituiria desvio de finalidade e propaganda eleitoral antecipada. Já o juiz alagoano se valeu de filigranas para indeferir a ação popular contra a homenagem a Lula. Para quem esqueceu vale a pena lembrar que o juiz Giovanni Jatubá é o mesmo que em 2015 arquivou uma ação de improbidade contra Mellina Freitas por falta do endereço da ex-prefeita de Piranhas. Em tempo: na época, Mellina já era secretária de Cultura do Estado, cargo que ocupa até hoje e no mesmo endereço.

Olha o nível

O “título” concedido a Lula é obra de um dirigente de faculdade pública do interior, em Alagoas, que chama mais atenção pelo boné do MST que usa em ocasiões solenes do que por sua eventual qualificação. (Coluna do Cláudio Humberto).

No mesmo em dia em o STF negou seu pedido de habeas corpus, o prefeito de Maribondo, Leopoldo Pedrosa, foi denunciado ao MP por improbidade administrativa nos seis meses de sua administração. Mais do que o espancamento da ex-mulher, pesa contra ele seu histórico de violência e mau comportamento como cidadão. Pedrosa está preso desde junho acusado de agredir a ex-mulher várias vezes.

Pau na classe média

Agora, o mutuário que ficar inadimplente perde o imóvel e fica com a dívida e o banco com o apartamento O Congresso Nacional aprovou, a toque de Caixa, a Medida Provisória 775/2017, que introduz nova regra aos financiamentos baseados na alienação fiduciária, que é a grande maioria dos financiamentos feitos pela classe média para a compra de imóveis. Pela regra atual, quando um mutuário financia o imóvel e fica inadimplente, a instituição financeira toma o apartamento ou casa e faz o leilão, mas se arrecadar valor menor do que a dívida, o mutuário fica livre da obrigação. Com a mudança, nesse caso, quem paga é o mutuário. Pela nova regra, se o beneficiário do financiamento ficar inadimplente, o banco executa e fica com o imóvel. E se, no segundo leilão, a instituição financeira conseguir um valor menor do que a dívida, quem paga essa diferença é o próprio mutuário. A MP 775 foi aprovada dia 15 na Câmara dos Deputa-dos e um dia depois no Senado. “A regra é bastante cruel. A pessoa, que já perde a casa, ainda fica com a dívida”, diz o líder do PT no Senado, Carlos Zarattini (SP). Com a crise e o desemprego, a inadimplência é alta e o valor dos imóveis está caindo. A medida vai penalizar a classe média e o dispositivo transfere renda da população ao setor financeiro. (Rede Brasil Atual).

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA

IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

JORGE OLIVEIRA

Honoris causa ou papel higiênico? Brasília - Não pense que é fácil consertar o Brasil depois do desastre Lula/Dilma. Os quatorze anos da dupla deixaram uma herança tão maldita no país que vai demorar décadas para ser riscada do mapa. A insegurança, o desmonte da máquina administrativa, a corrupção e a falta de ética na política da era PT levaram o país a decadência e ao último nível da escala moral, quiçá do mundo. O Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul faliram, a Petrobrás quebrou, as obras viraram cemitérios de sucatas, os monumentos esportivos das Olimpíadas estão se desmoronando, a criminalidade explodiu com seis pessoas mortas por hora, empresários e executivos de estatais estão presos. E o Lula, símbolo de toda essa devassa, condenado por corrupção, vive no Nordeste fazendo discurso demagógico e populista para enganar a população novamente. A caravana dele assemelha-se à do cearense Antônio Conselheiro (1830/1897), o peregrino, líder religioso, que arrastava centenas de fanáticos pelas estradas empoeiradas do Nordeste na sua pregação contra a República. Para aumentar o número de seguidores, manipulou a miséria e os seus miseráveis até culminar com a Guerra de Canudos. Por aqueles locais da caatinga também já apareceram outros heróis: Lampião, Padre Cícero e Floro Bartolomeu, todos imbuídos dos mesmos propósitos: fazer justiça e livrar o povo da fome atávica, mas tirar dele o apoio as suas causas políticas nem sempre nobres. Não à toa, os que acolhem Lula nas suas andanças são os beneficiados do Bolsa Família, o programa do curral eleitoral. De ônibus, a pé e em comitivas pelas ruas, Lula e sua trupe vão de cidade em cidade divulgando o lema “Lula pelo Brasil”, replay de um filme preto e branco, desbotado e desfocado. E de quebra, ainda é homenageado com título de doutor honoris causas por algumas universidades federais, abastecidas com o dinheiro público, como aconteceu na cidade de Estância (SE) e Arapiraca (AL), por iniciativas de reitores retrógrados. Os jornais têm noticiado a caravana lulista com discrição. As televisões, prudentemente, evitam exibir as cenas por considerar que Lula faz campanha antecipada para presidente da República. Na verdade, Lula quer transformar os conterrâneos em habeas corpus. O raciocínio é simples: como ele não conseguiu nenhum tipo de apoio popular, nenhuma manifestação de rua a seu favor no resto do país depois da condenação, agora procura a proteção dos nordestinos que lhe dão a liderança nas pesquisas. Planeja, com isso, sensibilizá-los para o caso de ser preso. Engana-se. Se ele pensa numa rebelião por aquelas bandas, pode tirar o cavalinho da chuva. Com exceção de pequenos movimentos revolucionários locais, a história não registra nenhuma insurreição desse povo em defesa de alguma causa. O nordestino, pela sua carência, é sofrido, desinformado e alienado. Ainda troca o voto por um prato de comida e tem entre os seus heróis os políticos fisiológicos que usam o poder público para empregar e distribuir migalhas que os garantem no poder. Não foi diferente quando Lula assumiu a presidência. Em vez de criar programas que libertassem os seus conterrâneos desse atraso secular, ele fez exatamente o contrário por conhecer a gênese do seu povo: amarrou-o no Bolsa Família, mantendo-o refém do seu partido a troco de tostões. Assim, criou o curral eleitoral que garantiu a sua turma devorar os cofres públicos durante 14 anos.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Contribuição

Agora, ele volta ao Nordeste em campanha cumprindo uma agenda política. Quero, aqui, contribuir, modestamente, com a caravana em um roteiro alternativo: visita as obras inacabadas e sucateadas de transposição do São Francisco; a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, superfaturada em R$ 2,1 bilhões, núcleo da corrupção petista. Conhecer as rodovias esburacadas e destruídas, prefeituras falidas, plantações e gados devorados pela seca por falta de irrigação, crianças subnutridas e sem escolas, violência indiscriminada, desemprego pela estagnação da economia e a falta de hospitais e postos de saúde.

Entulhos

Infelizmente, companheiro Lula, este é o entulho que o PT deixou na porta de cada nordestino. Portanto, nada mudou, senão para pior. O avanço social tão propalado do seu governo não passou de propaganda enganosa. O Nordeste que você agora percorre novamente em busca de votos é o mesmo: miserável. Assim, cegos aos problemas da região, lá vai o novo profeta e seus fanáticos distribuindo milagres para salvar os conterrâneos da fome. E o nordestino, coitado, ainda acredita. Acorda, Nordeste!

Os idiotas

Lula passou pouco dias em Alagoas na companhia de seus aliados políticos. Recebeu o título de honoris causa da Uneal ao lado dos intelectuais alagoanos que contribuíram para manchar o nome do estado e deixá-lo ainda mais sujo na opinião pública. Os homens de bem da terra dos marechais um dia vão lembrar que a universidade do Estado, aparelhada pelo pecedobê, deu um título a um senhor que a justiça condenou por corrupção e foi o responsável pelo maior desmantelo do Brasil no último século.

Doentes

A caravana dos fanáticos deixou Alagoas, mas Lula percebeu que nem tudo são flores. Movimentos da cidadania postaram na internet a indignação de milhares de pessoas contrárias ao título de honoris causa. Distribuíram na rede mensagem que diziam para soltarem os cachorros, fechar as portas e instalarem arames farpados nas casas para evitar o acesso da caravana do Lula, o primeiro ex-presidente condenado por corrupção no Brasil.

Limpeza

Agora qualquer meliante pode ser condecorado pela Uneal, pois não acredito que pessoas honradas aceitem ser agraciadas por uma universidade que um dia enalteceu a propina e o suborno por meios de seu principal representante, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não devemos estranhar que os próximos a receberem esse título sejam o Marcola e Fernandinho Beira Mar. Ou que esses papéis de honoris causas sejam espalhados nos presídios alagoanos para condecorar bandidos envolvidos também com a corrupção. Porque, depois dessa honraria prestada ao Lula, esse honoris causa da Uneal não serve nem para limpar a bunda como papel higiênico de má qualidade.

3


4

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

Campanha pega fogo

M

esmo ninguém querendo assumir uma campanha antecipada e que é proibida pela Justiça Eleitoral, nos bastidores a disputa pega fogo entre os grupos de Renan Filho e Rui Palmeira. É a briga por alianças e espaços nas administrações estadual e municipal. Se por um lado o governador Renan Filho não faz segredo que trabalha intensamente pela sua reeleição, do outro o prefeito Rui Palmeira insiste em dizer que eleições do próximo ano só se discutem em 2018. Mesmo assim está sendo travada uma luta sem tréguas nas alianças políticas. O passe do deputado Ronaldo Lessa, por exemplo, está sendo disputado 24 horas por dia, assim como de JHC, que teve grande desempenho nas urnas nas eleições de 2014. Na verdade, enquanto a briga nos bastidores aumenta a cada dia, os grupos começam a armar estratégias para um futuro embate político. No palanque de Renan Filho, se a justiça deixar, a atração deverá ser o ex-presidente Lula. Do lado de Rui, se topar a parada, poderá estar presente o virtual candidato a presidente João Dória, prefeito de São Paulo.

Acelerando

O governador Renan Filho topa qualquer composição para ter ao seu lado os deputados Ronaldo Lessa e JHC, mesmo que tenha de negociar secretarias importantes do seu governo. O objetivo é ampliar o tempo no rádio e televisão durante a campanha de 2018. Resta saber se o PSB e o PDT vão topar a parada.

Alto lá

A tropa de choque de Ronaldo Lessa olha desconfiada essas incursões do governador para ter o deputado ao seu lado. Fazia tempo que Lessa não era olhado com tanto interesse pelo Palácio dos Martírios. Rodado, Ronaldo observa tudo com muita desconfiança.

A reboque

Dificilmente o deputado JHC vai aceitar entrar na onda do PMDB. Fazendo carreira solo e com perspectivas de ter uma reeleição relativamente fácil, JHC não gostaria de ficar comprometido nem com Renan pai, nem com Renan Filho.

Agora, sim

Passando o Distritão na reforma política, vamos ver agora quem tem voto mesmo para ser eleito deputado. Na Câmara Federal a expectativa é de quem vai disparar nas eleições de 2018. Arthur Lira, Maurício Quintella e Ronaldo Lessa parecem ter vaga garantida, assim como Marx Beltrão se fosse para a reeleição.

Sem opção

A história de que o PT de Alagoas vai compor com o PMDB dos Renans, é jogo de carta marcada. Afinal de contas para onde iria o PT se não fosse para o PMDB? Aliás, é o mesmo PMDB que ajudou a apear Dilma Rousseff da presidência.

GABRIEL MOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

No final

Quem chegou ao final da cerimônia de lançamento do livro quando praticamente não tinha mais público para cumprimentar, foi o senador Renan Calheiros. Ele falou com Ronaldo e ficou num canto esperando o fim dos autógrafos. Parecia que os amigos de Lessa não aprovam a proximidade do deputado com o Palácio dos Martírios.

Evitando

Falha no recall

O prefeito Rui Palmeira demonstrou que está evitando se encontrar com o senador Renan e governador Renan Filho. Ao prestigiar o lançamento do livro de Lessa, Rui não esteve nem com o pai, nem com o filho.

A Toyota anunciou um recall dos airbag de sua linha, incluindo camionetes, mas até hoje as peças não chegaram a Maceió. Como existem riscos do equipamento ser acionado podendo causar acidentes, espera-se que a montadora acelere essas providências.

Aproximação

Medalha pra ele

Depois de afastar qualquer possibilidade de estar no palanque dos Calheiros em 2018, Thereza Collor tem se aproximado muito do deputado Ronaldo Lessa. Ela espera a melhor oportunidade para se filiar a algum partido, contanto que não seja o PMDB.

O prefeito Eduardo Tavares, de Traipu, ao fim do seu mandato deve receber uma medalha de honra ao mérito pelas dificuldades que está passando na sua gestão por problemas criados por seus antecessores. Tavares colocou o município nos trilhos, mas sofre com o legado miserável deixado por alguns dos que assumiram os destinos de Traipu nos últimos anos.

Renan x Marx

O desconforto entre os dois parlamentares passou a ser muito visível nos últimos dias. Na Fetag, onde estiveram juntos na segundafeira, os dois tomaram posições diferentes. De um lado Renan condenando a política do presidente Michel Temer. Do outro, Marx Beltrão anunciando liberação de recursos para o setor.

De partida

Pelo ambiente criado depois da decisão de Marx Beltrão de disputar o Senado, o ministro cai já fora do PMDB. Sabe que ali não tem futuro e que em nenhum momento Renan trabalhará para o segundo voto para ele.

Renans e Lula

O senador e o governador jogam todas as fichas numa aproximação com o ex-presidente Lula, já condenado pela Lava Jato. É a única bala que possuem para ter um bom desempenho nas eleições do próximo ano. Renan nunca tinha sido Lula, mas agora passou a ser lulista de primeira linha.

É candidata Puxa-saco

Segunda-feira, no lançamento do livro de Ronaldo Lessa, um conhecido economista da família Calheiros estava conversando com um amigo de Mar Vermelho, quando chegou o governador. O cara deu uma carreira, deixou o amigo falando sozinho e correu para o abraço.

Rejeição

Era visível a rejeição do governador Renan Filho durante o lançamento do livro de Ronaldo Lessa junto ao pessoal ligado ao deputado. Eles nunca esqueceram a forma deselegante quando foram defenestrados do governo na Secretaria do Trabalho.

Lula e 2018

Que o ex-presidente Lula tem todo o direito de percorrer todo o Brasil, isso ninguém tem dúvida. Mas negar que a caravana que lhe trouxe para Alagoas tem caráter eleitoreiro é querer fazer o povo de besta

Pela sua movimentação, reuniões e conselhos de velhos experientes da política alagoana, Thereza Collor é mesma candidata em 2018. A única exigência que faz para se filiar a um partido é que seus dirigentes não estejam envolvidos em corrupção.


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

Ação contra Chico Tenório sobe para o TRF-5

MORTE DE PATRULHEIRO DEPUTADO ESTADUAL É ACUSADO DE SER O MANDANTE DE CRIME OCORRIDO HÁ 20 ANOS

VERA ALVES veralvess@gmail.com

T

ranscorridos quase 20 anos do assassinato do patrulheiro rodoviário federal Marcos Antônio Leite Magalhães, o Tribunal de Justiça “descobriu” que não é de sua competência investigar o crime ocorrido no dia 5 de outubro de 1997, ou seja, há quase 20 anos. Em despacho do último dia 16, o desembargador José Carlos Malta Marques remeteu ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), com sede em Recife (PE), a ação penal que tem como réu o deputado estadual José Francisco Cerqueira Tenório (PMN), o Chico Tenório, acusado de ser o mandante. Malta Marques é o terceiro relator da ação que tramita desde 1998 na Justiça Estadual. Outros dois se declararam suspeitos (o desembargador João Luiz Azevedo Lessa e o juiz convocado Maurílio Silva Ferraz), sem explicitar os motivos de foro íntimo que os levaram a não decidir nada em relação ao caso que tem como protagonista uma das mais temidas figuras políticas da atualidade no estado. Chico Tenório era delegado da Polícia Civil de Alagoas na época do crime e está aposentado por invalidez desde agosto de 2014, recebendo hoje R$ 22.014,53 de aposentadoria. Seu envolvimento no caso se deu através de um fiel escudeiro,

Natalício Junior Mendes dos Santos, o Junior Tenório, apontado como o executor. O policial rodoviário teria sido morto em um ato de vingança e por desdenhar do poderio político do parlamentar. Oito meses antes de ser assassinado, Magalhães prendera Junior Tenório momentos após este atropelar três crianças em Satuba e fugir sem prestar socorro. Alcoolizado e agressivo, o então assessor parlamentar de Chico Tenório – que era deputado estadual – teve de ser algemado. Não passou nem uma hora preso. Foi solto por interferência direta do patrão. Quatro dias depois, o Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Atalaia recebia uma ligação anônima afirmando que o patrulheiro (como eram chamados os policiais rodoviários na época) que havia algemado o assessor do deputado seria morto quando não estivesse fardado. A ameaça se concretizaria na madrugada do dia 5 de outubro de 1997, quando Magalhães saia de um show no Parque da Vaquejada na Via Expressa, em Maceió, com duas amigas, uma das quais, Fabiana Silva Costa, levemente ferida pelos disparos dados à queima roupa contra o policial que morreu na hora. Junior Tenório chegou a ser preso e denunciado pelo crime. Acabou impronunciado numa decisão do juiz Daniel Accioly (morto em 2006). Em 2007, o caso voltou à tona depois que o ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante, acusado de ser o líder da gangue fardada – milícia formada por policiais militares a serviço de políticos do estado – depôs perante um colegiado de juízes e acusou o deputado Francisco Tenório de ter encomendando a morte do patrulheiro Marcos Magalhães, confirmando ter sido Junior o executor. O processo 000645351.1998.8.02.0001 em trâmite na 7ª Vara Criminal da Capital foi

então retomado, mas nunca finalizado. Acabou sendo remetido ao Tribunal de Justiça por conta do foro privilegiado de Chico Tenório. Em 2010 foi remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), dada a condição de deputado federal do parlamentar. Ouvido pela Polícia Federal a mando do Supremo, Cavalcante reafirmou todas as acusações, mas eis que Tenório deixou a Câmara Federal em 2011 e o processo desceu para a Justiça Estadual novamente. A decisão do desembargador José Carlos Malta Marques em enviar a ação penal para o TRF-5 atende a uma solicitação da Procuradoria Geral de Justiça. O entendimento do MP Estadual, baseado na jurisprudência do STF e do Superior Tribunal de Justiça (STF), é de que Magalhães foi morto em função do cumprimento do dever. Como era integrante da Polícia Rodoviária Federal, os crimes com estas características passam a ser da alçada da Justiça Federal e, como o acusado de ser o mandante é um parlamentar, a competência é do Tribunal Regional Federal. Resta saber se agora ele vai mesmo ser investigado.

Chico Tenório é acusado de ter mandado matar o policial rodoviário

5


6

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

Disputa em Alagoas volta ao clima do azul e encarnado

ELEIÇÕES 2018

RENAN FILHO SAI NA FRENTE, MAS RUI PALMEIRA REEDITARÁ ‘PULO DO GATO’, DE OLHO NO GOVERNO ODILON RIOS Especial para o EXTRA

A

s eleições para 2018 escondem um fato que obscurece o debate atual. Parece que somente um candidato, o governador Renan Filho (PMDB), disputa os votos na direção de um segundo mandato. Mas, quando nos aproximamos dos atores políticos mais importantes, como os deputados estaduais, na Assembleia Legislativa, ou prefeitos do interior, na Associação dos Municípios de Alagoas, verificamos que a disputa real é outra e já está andando. É quase consenso que a eleição de 2018 será marcada pelo enfrentamento dos dois grandes grupos políticos do Estado. Renan Filho não esconde sua campanha, realizando viagens e inaugurações. O prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), o mais provável nome da oposição para ocupar a cadeira no Palácio dos Martírios, aparentemente desligado, acompanha as articulações de bastidores em torno ao seu nome, participa de reuniões no interior e sempre responde que sua definição somente acontecerá no começo do próximo ano. Aparentemente fora da disputa, o cenário promete ser diferente. E basta olhar o passado mais recente. Perguntado a um experiente dirigen-

te do bloco oposicionista sobre se essa estratégia de Rui Palmeira seria perigosa para seus interesses, diante das vantagens apresentadas por Renan Filho, ele respondeu lembrando as campanhas de Ronaldo Lessa em 2006, quando no auge do prestígio de um segundo mandato de governador foi derrotado para uma vaga no Senado Federal por Fernando Collor, numa campanha relâmpago de um mês; e de Téo Vilela que, ao deixar o Palácio dos Martírios, em 2014, lançou um candidato a governador que teve tão somente 8% dos votos e descobriu não reunir condições sequer para sair candidato ao Senado, ao contrário do que todos imaginavam quando ele era o governador, por oito anos, com altos índices de aprovação. Lembrou ainda: o ex-prefeito Cícero Almeida, que dizia ter 75% dos votos na periferia de Maceió, segundo pesquisas eleitorais, e foi derrotado, com certa facilidade, por Rui Palmeira. Justificou que a antecipação de um lançamento só traria desgastes para quem quer fazer uma boa gestão para se cacifar mais na frente. Ele lembrou, também, que pesquisas fora do período eleitoral são boas para negociação entre candidatos, mas nunca espelham a realidade dos meses finais de uma campanha.


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

A conjuntura nacional decide

Bruno Fernandes

A

lagoas terá dois fortes blocos eleitorais em disputa. Primeiro porque o grupo atual no Palácio dos Martírios não atende os interesses representados pelo PSDB, DEM, PP, PR e outros pequenos partidos; segundo porque as eleições de 2018 terão como pano de fundo uma disputa nacional entre as forças que apoiam o governo Michel Temer e a oposição liderada pela esquerda. Nenhuma eleição no Brasil dependerá tanto da conjuntura nacional quanto a de Alagoas. No Governo Temer estão dois ministros alagoanos, Marx Beltrão (Turismo) e Maurício Quintella (Transportes); e, do outro lado, a presença de Renan Calheiros, ex-presidente do Senado que articula, nos bastidores, a frente anti-Temer. Presentes em Alagoas também estão personagens nacionais, como o ex-presidente Fernando Collor e a ex-senadora Heloísa Helena, cujos posicionamentos influenciarão os resultados locais. A pequena, mas influente bancada federal, estará toda ela renovando seus mandatos. No próximo ano, os dois milhões de eleitores alagoanos serão chamados, mais uma vez, a votarem numa eleição polarizada. Por isso, a agenda nacional terá tanto peso como as questões locais. RENAN FILHO NA FRENTE ANTI-TEMER Provavelmente a eleição de 2018 para presidente da República ficará polarizada entre um candidato das forças coligadas no governo Temer – PSDB, PMDB e DEM – e a oposição liderada pelo PT. Esta divisão será respeitada pelos candidatos a governador e senador em alguns estados, mas não

7

Maurício Quintella e Marx Beltrão, integrantes do governo Temer, também renovam seus mandatos em 2018, embora possam alçar novos voos

em Alagoas. Aqui, o PMDB de Renan deverá marchar com o PDT, PT e PCdoB que apoiarão, no plano nacional, candidatos de oposição. Por sua vez, Rui Palmeira terá o apoio nacional do PSDB e DEM e, deverá apoiar um candidato desta coligação a presidente da República. A polarização nacional será transposta para Alagoas, retirando espaços para terceira via ou candidaturas alternativas. Renan Filho parece mais forte nas pesquisas porque é, atualmente, o único a fazer campanha e porque sua administração tem sido bem avaliada, principalmente na gestão financeira, com melhorias na educação e segurança. No entanto, os experien-

tes líderes da oposição, como o senador Benedito de Lira (PP), acreditam que, numa campanha, vão poder explorar o fato de pai, o senador, e filho, o governador, serem candidatos numa mesma eleição e, ainda, carregarem um tio, Olavo Calheiros para deputado federal. A oposição aproveitará para mostrar muitas deficiências do governo Renan. Outro “calo” dos Calheiros é Murici, uma cidade administrada pela família Calheiros há décadas, com problemas municipais divulgados com muito mais intensidade que na última campanha. Na eleição passada, Rui teve apoio declarado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e tem

programado receber o prefeito da capital paulista, João Dória (PSDB), em seu giro nacional em busca de apoio a uma possível candidatura presidencial tucana. Os bons resultados de Rui nas duas últimas eleições municipais e a avaliação positiva de sua gestão na capital alagoana estimulam o lançamento, no momento devido, como insistem as lideranças da oposição, do nome do prefeito de Maceió ao Palácio dos Martírios. Uma chapa com Rui Palmeira uniria o PSDB de Téo Vilela, o DEM, do secretário municipal de Saúde, José Thomaz Nonô, o PR de Maurício Quintella e o PP de Biu de Lira. É uma candidatura que já

parte com a maioria da bancada federal, com a minoria de deputados estaduais e apoio forte dos vereadores e prefeitos desses partidos no interior. E muita gente está interessada nesta campanha. Téo Vilela diante da possibilidade de voltar a ser senador, Maurício Quintella que não esconde o desejo de ser prefeito de Maceió e Biu de Lira porque faria o atual vice-prefeito, Marcelo Palmeira, seu enteado, prefeito da capital. E, muito importante, será uma campanha estadual apoiada financeiramente pela coligação nacional, seja Alckmin, João Dória ou outro nome.


8

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

Crítico do governo federal, Benedito de Lira percorre todo o estado e deixa claro que pretende a reeleição, enquanto Heloísa Helena permanece indefinida quanto a disputar o pleito de 2018

Duas vagas de senador em 2018

C

om a definição cada vez mais caminhando para uma disputa entre Renan e Rui, crescem as articulações para as vagas no Senado. São dois os candidatos “naturais” porque disputam a reeleição, Renan Calheiros, do PMDB, e Biu de Lira, do PP. Os dois se enfrentaram em 2010 e Biu, no auge do prestígio junto ao governo Lula, apareceu como o candidato que mais obras realizou e que mais recursos transferia para os municípios. Foi a época do Ministério das Cidades e do programa de aceleração do crescimento, o PAC, que construiu centenas de obras, incluindo mais de cem mil casas no programa Minha Casa, Minha Vida; a maior parte delas inauguradas e entregues com a presença do senador do PP. E isso garantiu a Biu mais votos que a Renan. Eleito senador, Renan Calheiros não perdeu Alagoas de vista mesmo nos momentos mais tensos do Senado, quando sua presença era

imprescindível. Continuou a receber prefeitos e vereadores em Brasília, e visitar os municípios, quase sempre sem a companhia de Renan Filho. Mas, sua grande jogada foi a de se afastar do governo Temer. Renan que acredita em pesquisas e sabe que Temer tem rejeição recorde em Alagoas, de mais de 80%, calculou o desgaste que representa para uma eleição em 2018 ter que defender a reforma trabalhista e da previdência num estado de assalariados pobres e meio milhão de previdenciários. Daí, essa posição tem dois benefícios diretos: 1) por não estar participando do governo federal, Renan saiu de cena das denúncias contra Temer e seus ministros, reaproximando-se de setores críticos no Congresso e, 2) fortaleceu o discurso e a imagem de um político preocupado com os interesses mais amplos. Nos dois casos, ganha mais votos ou pelo menos, deixa de perder.

Com o surgimento de outras candidaturas e a divisão na disputa para o Senado, o nome mais forte é o de Biu de Lira. É o crítico mais duro do governo Renan Filho no Senado e permanece ativo junto aos seus cabos eleitorais do interior e capital. Como ele e seu filho, o deputado federal Arthur Lira (PP), têm prestado total apoio ao governo Temer, receberão de Brasília o que for preciso para derrotar Renan Calheiros. Hoje ele tem acesso a todos os ministérios e continua trazendo recursos para seus aliados. Semana passada, Biu esteve com Geraldo Alckmin que lhe garantiu suporte para a campanha no próximo ano. A coligação de oposição terá 40% do tempo de rádio e televisão- portanto, excelente palanque eletrônico, onde Biu de Lira sabe manejar o horário eleitoral. Mas, outros nomes querem disputar a vaga do Senado. O mais ostensivo é Marx Beltrão, que vai asfaltando seus caminhos com o roteiro conhecido, que é o de apro-

ximação dos políticos órfãos da presença de Téo Vilela ou que não votam mais em Biu de Lira, ao tempo que vai buscando uma sigla para se abrigar, provavelmente o PSD. Se Marx Beltrão crescer nas pesquisas e nos votos do interior é possível que Renan faça uma dobradinha exclusiva com o ministro do turismo, mas se isso não acontecer, Renan Calheiros pedirá votos para ele próprio liberando o segundo voto de vereadores e prefeitos seus cabos eleitorais, que poderiam ir para Biu de Lira, Téo Vilela ou mesmo Heloísa Helena. Neste caso, Beltrão voltaria a ser candidato a reeleição como deputado federal. A ex-senadora Heloísa Helena (Rede) oscila entre ser a candidata majoritária em Alagoas para ajudar a ex-senadora Marina Silva (Rede), que já anunciou a candidatura a presidente, e ora parece não querer mais disputas eleitorais. Téo Vilela continua de bico tucano calado e retraído

desde que a denúncia contra ele foi reaberta na Operação Lava Jato no caso das propinas da Odebrecht. Para os mais próximos, Téo garante que será candidato, mas que somente anunciará em 2018. Mesmo sem declarar candidatura, Heloisa Helena e Téo Vilela têm mostrado força nas recentes pesquisas eleitorais. O ex-deputado federal João Caldas também lançou seu nome ao Senado. Para quase todos os analistas, é mais uma jogada de marketing do pai do deputado federal JHC (PSB), uma forma de se manter em evidência, como fez na semana passada, ao anunciar a vinda a Maceió do candidato Jair Bolsonaro, para quem faz campanha. Outro nome ventilado para candidaturas majoritárias é o de Tereza Collor, a filha de João Lyra e ex-mulher de Pedro Collor, que poderia se filiar a um partido de oposição para concorrer contra a frente liderada por Renan.


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

9

O peso de duas cidades

P

elo peso econômico, político e eleitoral, as duas maiores cidades alagoanas – Maceió e Arapiraca – serão palcos de disputa política mais forte. Com mais de 570 mil eleitores, a capital alagoana abriga um quarto do eleitorado em disputa nas eleições de 2018. Não é gratuita a atuação do governador Renan Filho em projetos de caráter local, na cidade de Maceió, como a construção de conjuntos habitacionais, hospitais, estradas ligando os bairros e, principalmente uma ação social nas grotas da cidade, através do programa “Pequenas Obras, Grandes Mudanças”, que obrigou o pre-

feito Rui Palmeira a criar seu antídoto, o programa “Nosso Bairro”. Foi na capital, na disputa para governador, que Renan Filho venceu com facilidade, ainda no primeiro turno, o atual senador Biu de Lira nas eleições de 2014. E foi também em Maceió que Rui Palmeira venceu dois fortes adversários, Ronaldo Lessa, em 2012, e Cícero Almeida em 2016, este com quase o dobro dos votos. No próximo ano, Rui Palmeira poderá contar com um nome de maior densidade eleitoral na vice, o deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB). Para alguns líderes da oposição, essa chapa venceria com folga em Maceió e

Arapiraca, terra de Rodrigo Cunha, apoiada, principalmente, na classe média, segmento que tem demonstrado pouca simpatia com os Calheiros. A segunda batalha será na capital do fumo. Com 135 mil eleitores, Arapiraca tem uma particularidade, a capital do Agreste influencia o voto de, pelo menos, dez outras localidades vizinhas, que juntas têm mais de 200 mil votos. Neste município, estão dois fortes adversários do atual governo, o prefeito Teófilo Rogério (PSDB) e Rodrigo Cunha. Mais de um terço dos votos dos alagoanos será decidido nestes dois centros eleitorais.

Rodrigo Cunha cotado para ser vice de Rui Palmeira

O voto da esquerda

N

esta polarização, a esquerda partidária caminha, na sua maioria, para votar em Renan Filho. O PCdoB apoiou e está no governo desde o início. Sem força para apresentar majoritários, os comunistas devem lançar uma chapa de deputados com muitos nomes novos para promovê-los para a campanha municipal. O PDT rompeu com o prefeito Rui Palmeira e voltou ao governo e, portanto, em aliança com o PMDB. O deputado federal Ronaldo Lessa é, agora, uma das vozes mais ouvidas no Palácio dos Martírios, reatando com Renan Filho a relação que teve no passado com o senador Renan Calheiros. O PSB perdeu de vez a liderança da Kátia Born, afastada da presidência para dar lugar ao deputado federal JHC, que prometeu ampliar o PSB com novas filiações. O grupo de Kátia está indo para o PDT, onde se reencon-

Lessa, a bola da vez na disputa por apoios, enquanto JHC deve mesmo disputar a reeleição na Câmara

trará com muito de seus antigos companheiros de partido, que foram do PSB e saíram para acompanhar Ronaldo Lessa em 2005. Com um partido mais forte, o PDT fará campanha para Ciro Gomes a presidente da República. O PSB está negociando o apoio a Renan Filho, assim como o Podemos, o décimo partido político ao qual o deputado federal Cícero Almeida se filiou. Os dois,

Cícero e JHC, são candidatos à reeleição. O PT rompeu, saiu do governo estadual, logo após a votação do impeachment de Dilma Rousseff, mas nunca ficou na oposição a Renan Filho. Para o deputado federal Paulão (PT) é hora de somar na frente anti-Temer, liderada, em Alagoas, por Renan. O PT, apesar de ser o partido de Lula, luta apenas para eleger um deputado estadual e dará

toda sua carga na reeleição de Paulão e na campanha presidencial. A surpresa nas novas adesões ao governo estadual é o PPS. A nomeação de Régis Cavalcante para a Secretaria de Ciência e Tecnologia foi compreendida como um passo do governador na formação de uma frente mais ampla, na medida em que o PPS apoiou Téo Vilela, sempre criticou Renan Calheiros e ainda está

no governo Temer, apesar de formalmente afastado. No dia da posse de Régis, o PPS oficializou o apoio à reeleição de Renan Filho. Com a aproximação destes partidos na frente liderada por Renan, sobram espaços políticos e eleitorais para candidaturas como a do PSOL, nomes alternativos e da própria Rede, com o prestígio que ainda persiste da ex-senadora Heloísa Helena.


10

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

Aeroporto e Ceal estão no pacote de Temer

PRIVATIZAÇÕES

BANCADA FEDERAL DE ALAGOAS VAI DISCUTIR O ASSUNTO EM REUNIÃO CONVOCADA POR LESSA JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

O

governo de Michel Temer (PMDB) lançou, nesta semana, um pacote de privatizações para nenhum peessedebista botar defeito. A Eletrobras (antiga Ceal), Casa da Moeda, Lotex (da Caixa Econômica Federal) e 14 aeroportos, incluindo o de Maceió, farão parte do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), segundo documento distribuído pelo governo à imprensa na quarta-feira, 23. Estas estatais gerariam um caixa de R$ 44 bilhões ao longo do prazo dos contratos. Todo o processo será finalizado antes de Temer deixar o poder, em 2018. Mal anunciada oficialmente a intenção do governo federal, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) não perdeu tempo e enviou às redações uma avaliação de como as privatizações serão benéficas à economia brasileira. “O caminho para a reversão do déficit da infraestrutura passa pelo aumento da participação da iniciativa privada nos investimentos e na gestão de empreendimentos nos setores de transporte, energia e saneamento básico”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Em Brasília, o assunto nutriu divergências. O anúncio de privatização da Eletrobras, por exemplo, dividiu aliados do governo e membros da oposição na Câmara dos Deputados. Elogiada pelo presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM), a notícia de

desestatização da empresa do setor elétrico foi criticada pelo líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP). Se para Maia, o anúncio da privatização é “notícia histórica”. Zarattini pensa diferente: “A medida reflete a dificuldade do governo federal em fechar as contas”. Na área de óleo e gás, a reunião do PPI aprovou a terceira rodada de blocos no pré-sal, a ser realizada no quarto trimestre deste ano e a 15ª rodada de blocos para exploração e produção. O líder da bancada federal de Alagoas, o deputado federal Ronaldo Lessa (PDT), cogita em promover uma reunião com os demais representantes do estado no Congresso para discutirem como as privatizações irão afetar Alagoas. “Não sou favorável a esta febre de privatização. Acho que é um equívoco. Hoje, até alguns países da Europa têm feito ao contrário. É uma maneira muito simplista para o governo federal fazer dinheiro. Não é só porque a crise existe que devemos vender nosso patrimônio. Temer não tem um projeto de nação e defende o capital em qualquer aspecto”, disse ao EXTRA. AEROPORTO E TURISMO No pacotão, o bloco que envolve o Nordeste, além da Eletrobras, prevê a privatização dos aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Aracaju (SE), Juazeiro do Norte (CE) e Campina Grande (PB). “Estou para fazer uma reunião os parlamentares de Ala-

adwqewqeq

goas para outros assuntos e aproveitarei para tocar neste assunto. Para que privatizar o aeroporto? Ainda não vi dados para justificar essa estratégia. Ainda mais por estarmos em um estado onde o turismo tem se desenvolvendo cada vez mais”, destacou Lessa. Uma avaliação que não bate com a do ministro do Turismo, Marx Beltrão. “Em todo histórico brasileiro e mundial, onde houve concessão de aeroportos, resultou

em altíssimos investimentos e um aumento de número de voos significativos. As concessões mais recentes, dos aeroportos de Fortaleza (CE), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS), vão render investimentos de R$ 2 bilhões em cada um com aumento do número de passageiros, que deve quintuplicar nos próximos 30 anos. Mas, deixo claro: sou contra a privatização, mas concordo com a concessão”, disse o ministro.

A estimativa é que o aeroporto de Maceió receba investimentos de R$ 500 milhões. Durante reunião com a imprensa sobre o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, disse que ao final do trabalho de concessões dos novos aeroportos listados para a privatização é que o governo vai apontar o caminho para a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). “Queremos um sistema aeroportuário que seja sustentável, e que o operador tanto público quanto privado possam ocupar esse espaço de forma harmônica, com concorrência saudável”, disse Quintella. Conforme o ministro, a Infraero já chegou a um balanço negativo de R$ 3 bilhões. Com medidas de redução de gastos, isso deve ser reduzido a aproximadamente R$ 700 milhões, mas ainda requer iniciativas para sanar a empresa. (Com assessorias)


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

11

Ufal não corre risco de corte oficial de bolsas

PESQUISA CIENTÍFICA MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA EXPLICA A SITUAÇÃO DE ORÇAMENTOS SOFIA SEPRENY Estagiária sob supervisão da Redação

N

o início deste mês, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges, anunciou o risco de a agência ficar sem recursos para honrar os compromissos de manutenção das bolsas e projetos do mês de setembro. A ameaça se deu porque o governo federal contigenciou mais de 40% do orçamento de 2017 do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), ao qual a agência está vinculada. A notícia gerou turbulência entre as universidades do país, e colocou em risco umas das principais agências de fomento, o que levou o Jornal EXTRA a entrar em contato com a Universidade Federal de Alagoas

André Lage, coordenador de pesquisa da Ufal, diz que todo conhecimento é a serviço da sociedade

(Ufal) para esclarecer alguns pontos. “Quando você faz um projeto de pesquisa, você inicia a realização de uma pesquisa cientifica. A pesquisa científica tem o intuito de gerar conhecimento científico, e não só no campo da ciência, em prol do desenvolvimento da sociedade e de novas descobertas”, afirmou o coordenador de pesquisa da Pro-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – Propep, André Lage. A Ufal não foi informada de nenhum corte oficial, havendo apenas rumores após a decla-

ração do presidente do CNPq. O coordenador de pesquisa afirmou que não está previsto haver cortes e explicou a importância dos projetos pra uma sociedade futura. “A pequisa funciona em médio e longo prazo. Se você gera conhecimento você pode fazer com que o conhecimento se torne conteúdo e produto pra sociedade. Você cria projetos e planeja uma sociedade futura”, enfatiza Lage. Após algumas universidades do país tomarem algumas atitudes em relação a esta declaração, como a UERJ que

anunciou que alunos ficariam sem bolsa de iniciação, o secretário de políticas e programas de desenvolvimento da pasta, Jailson Andrade, se manifestou e afirmou que não haveria chance de atraso das bolsas de estudo, mesmo que para evitar isso, fosse necessário realocar recursos dentro do ministério. Jailson Andrade alegou em entrevista à Folha de S. Paulo que ações estão sendo feitas para que nenhum atraso ocorra em relação aos pagamentos de estudantes e cientistas. “O CNPq já está com os recur-

sos. A questão toda é o limite de empenho. E é com isso que o ministro está trabalhando, para que esse limite de empenho seja garantido e, inclusive, qualquer recurso que o ministério tenha disponível será totalmente alocado nessa direção”, afirmou em entrevista. O orçamento do CNPq aprovado para este ano é de R$ 1,3 bilhão, mas, por causa do contingenciamento, o órgão foi autorizado a gastar apenas 56% disso (cerca de R$ 730 milhões). Até agora, já gastou R$ 672 milhões. Porém, uma nova meta fiscal para 2017 e 2018 de R$ 159 bilhões foi anunciada no dia 15 deste mês e possibilita um descontigenciamento com impacto nas nas bolsas de pesquisa do CNPq e em outros projetos do ministério. Andrade enfatizou, ainda, que manejamentos estão sendo feitos, pois quando se trata de bolsas, e de atraso delas, isso seria um desastre para estudantes e cientistas. Assinalou que bolsas são compromissos assumidos pelo ministério e pelo país, acrescentando que projetos de pesquisa não podem ser interrompidos, pois as consequências de uma interrupção deste tipo dificilmente se recupera.


12

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

STF mantém prisão do prefeito de Maribondo

LEI MARIA DA PENHA

LEOPOLDO PEDROSA RESPONDE TAMBÉM A AÇÃO PENAL POR PORTE ILEGAL DE ARMA reincidente. Em 2008 ele foi condenado por porte ilegal de arma de fogo (processo nº 121-56.2008.8.02.002), o que não o inibiu de manter, em sua casa, um pequeno arsenal composto por uma espingarda calibre 12, um carregador de pistola, sete cartuchos calibre 12 e 20 projéteis calibre 380. O material foi apreendido quando de sua prisão em flagrante em junho deste ano. Pedrosa também responde a ação penal pelos crimes de embriaguez ao volante e uso de documento falso (processo nº 070564917.2013.8.02.001).

VERA ALVES veralvess@gmail.com

O

prefeito de Maribondo, Leopoldo Cesar Amorim Pedrosa, vai continuar preso. A decisão é do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e foi tomada na terça, 22, no julgamento de mais um habeas corpus impetrado pela defesa do gestor. Anteriormente, Tribunal de Justiça e Superior Tribunal de Justiça (STJ) já haviam negado o pedido de liberdade ao acusado de violência doméstica e também reincidente no porte ilegal de arma. Pedrosa foi preso em flagrante pela Lei Maria da Penha no dia 21 de junho deste ano após, pela segunda vez, agredir de forma violenta a ex-exposa, Meiry Emanuella de Oliveira, e a mãe dela, Rosineide de Oliveira Vasconcelos. Dois anos antes, em 20 de julho de 2015, ambas já haviam sido vítimas de agressão física por parte do prefeito, o que ensejou a abertura de uma ação penal e dentro da qual foram

Meiry Emanuella foi novamente agredida fisicamente por Leopoldo Pedrosa em junho deste ano

definidas medidas protetivas que incluíam ele não se aproximar de nenhuma delas. Ocorre que as medidas protetivas tiveram vigência de apenas seis meses e Pedrosa voltou a atacar.

De acordo com o boletim de ocorrência anexado aos autos, a violência da agressão de junho contra Meiry fez com que ela desmaiasse. O prefeito teve a prisão preventiva decretada pela Justiça uma semana após o fla-

grante e desde então recorre a todas as instâncias na tentativa de obter a liberdade. ARMAS Mas não é apenas em violência doméstica e contra a mulher que o prefeito é

VICE ESTÁ NO PODER Com a prisão preventiva de Pedrosa, a Prefeitura de Maribondo está desde o dia 19 de julho sob a condução do vice, Carlos Sérgio Marques, o Serginho (PRTB). Ainda assim, esporadicamente acontecem manifestações na cidade pedindo a volta do prefeito e que estariam sendo organizadas pela mãe dele, inclusive com o pagamento de diárias aos manifestantes.


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

13


14

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

Carlos Lyra liderou setor açucareiro em Alagoas

FIM DE UM CICLO

DAS 25 USINAS, METADE JÁ FECHOU E AS DEMAIS ESTÃO INSOLVENTES HISTÓRICO

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

Carlos Lyra, um pernambucano que investiu tudo em Alagoas

O

industrial Carlos Lyra, ícone do setor sucroalcooleiro nordestino, viveu o suficiente para testemunhar o maior sinal, até o momento, da decadência da lavoura canavieira e o início do fim do ciclo do açúcar em Alagoas. Das 25 usinas do estado, metade já quebrou junto com milhares de fornecedores. Este ano, a produção de cana pode chegar, com muito custo, a 13 milhões de toneladas. É um número bem preocupante para um estado que chegou a moer mais de 30 milhões toneladas em tempos áureos. O cenário atual é bem diferente e distante de uma Alagoas com usinas operando a todo vapor. Hoje, as indústrias que sobrevivem acumulam dívidas impagáveis junto a trabalhadores e plantadores de cana. Nem o Grupo Carlos Lyra, dono de três usinas em Alagoas e uma em São Paulo, escapou da crise, com uma dívida de R$ 1 bilhão. “Todos os usineiros estão em crise, que vem se arrastando nos últimos quatro anos. É o resultado de uma política errada do Governo do PT (Lula e Dilma), que segurou o preço da gasolina e forçou o mercado a só produzir açúcar”, explica o presidente da Associação dos Plantadores de Cana (Asplana), Edgar Filho. Com a desvalorização do açúcar, mais de 80 usinas do país fecharam as portas. Em Alagoas, de 25 unidades, 16 ainda insistem na cultura. “No ano passado, o mercado teve uma boa reação e deu uma retomada. Isso possibilitou que os usineiros pagassem cerca de 60% da dívida de aproximadamente R$ 250 milhões com os fornecedores. O nosso maior problema é com a Cooperativa de Usineiros, que não demonstra nenhuma programação para quitar o que deve”. Segundo Filho, além de todos os percalços econômicos, a safra ainda

D Carlos Lyra, irmão de João Lyra, era um dos empresários de maior referência em Alagoas

O presidente da Asplana, Edgar Filho, se mantém otimista para os próximos anos

está atrasada em decorrência da seca de 2016. “A colheita da cana que era para começar em agosto foi adiada para a segunda quinzena de setembro. Já alguns vão colher apenas em outubro”. Segundo o economista e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cícero Péricles, o ciclo da cana está se retraindo e diminuindo o peso que tinha na economia estadual. “Em 2011, o setor tinha uma plantação de 450 mil hectares. Esse número caiu para 300 mil hectares. Isso significa que a cultura no esta-

do precisa de muito capital para se recuperar e não tem esse dinheiro”. Questionado se seria o fim da indústria da cana em Alagoas, o presidente da Asplana mantém a esperança. “Não acredito no fim do ciclo da cana, mas acredito em um novo modelo de gestão, em que haverá uma seleção natural das usinas e só aquelas que fizerem boa administração e bons investimentos se manterão na atividade. E essa seleção natural é atuante. Vemos isso nas usinas que já fecharam e nas próximas que estão prestes a sucumbir”, finalizou.

e família centenária na indústria açucareira (1892), Carlos Benigno Pereira de Lyra Neto, irmão do também usineiro João Lyra, nasceu em Pernambuco. Era formado em Engenharia Química, nos Estados Unidos, e em Contabilidade pela Faculdade de Comércio de Pernambuco. Foi fundador e presidente do Grupo Carlos Lyra. A história do grupo teve início no ano de 1951, quando o empresário assumiu a Algodoeira Lagense S/A. A empresa, com sede no município alagoano de São José da Laje, atuava no ramo de compra, processamento e comercialização de algodão, milho, mamona e café. Em 1965, Carlos Lyra adquiriu sua primeira unidade industrial no município alagoano de São Miguel dos Campos. A Usina Caeté S/A, Matriz, produz açúcar, etanol e bioeletricidade. Em Alagoas, o conglomerado possui ainda mais duas usinas: a Unidade Marituba, situada no município de Igreja Nova, e a Unidade Cachoeira, localizada em Maceió. O industrial expandiu o Grupo Carlos Lyra para a região do Triângulo Mineiro, onde projetou e implantou a Unidade Volta Grande, em Conceição das Alagoas, e adquiriu a Unidade Delta, no município de Delta. Além do Sudeste, o empresário implantou sua sexta unidade industrial no Oeste paulista. A Unidade Pauliceia, em Pauliceia, uma das mais modernas plantas industriais do país, retrata a concretização de um sonho de expansão para o Centro-Sul do Brasil. Além do setor sucroenergético, o industrial investiu nos segmentos têxtil, táxi aéreo, radiodifusão e pecuária, gerando mais de 14 mil empregos diretos. Carlos Lyra faleceu no domingo, 20 de agosto, aos 92 anos, em sua residência em Maceió.


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

SÃO MIGUEL DOS CAMPOS

É A TERCEIRA CIDADE MAIS SEGURA DO PAÍS

A

cidade de São Miguel dos Campos foi classificada pela revista Exame como a terceira cidade mais segura do país. Essa semana, o município recebeu mais um reforço na segurança pública: O governador Renan filho reinaugurou o prédio da 6ª Delegacia Regional de polícia que estava fechado há cerca de seis anos e lançou a Força tarefa de segurança pública que vai dobrar o efetivo da polícia militar no município. O governador destacou que graças ao trabalho do município e do governo do estado foi notada uma grande redução no número de homicídios, que era de dezoito por mês em alguns meses em anos anteriores, e foram registrados em 2015 apenas dezesseis durante todo o ano. O prefeito de São Miguel dos Campos, Pedro Jatobá, agradeceu as ações do governo de Alagoas e destacou a integração entre as forças policiais do Estado e a Guarda Civil Municipal para a obtenção dos baixos índices de violência registrados na cidade. Além das ações de segurança, o município recebeu outros investimentos: uma escola de nível médio que já está construída, uma melhora na infraestrutura do conjunto Hélio Jatobá, e a UPA, unidade de pronto atendimento, que já realizou mais de trinta mil atendimentos desde sua inauguração. Para o diretor presidente da Desenvolve, Rafael Brito, a ideia agora é aproximar a agência de fomento de Alagoas com o município, e para isso vai lançar nos próximos dias um feirão de crédito, para que as pessoas que ainda não conhecem a Desenvolve e que estão procurando crédito no mercado tenham oportunidade de adquirir empréstimos com condições especiais. A agência concede linhas de crédito produtivo para agricultores, investidores, empresários e empreendedores que querem melhorar ou montar seu negócio.

15


16

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

IML tem corpos de 2015 ainda não identificados

DOR DA ESPERA ALAGOANOS DEMORAM ATÉ QUATRO MESES PARA SEPULTAR FAMILIARES

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

S

egunda-feira, 17 de abril de 2017, uma data que marcou para sempre a vida de Sueli Vieira da Silva. Desaparecido por dez dias, Emerson André da Silva, 19, foi encontrado morto no antigo lixão da capital, no bairro São Jorge, sendo vítima de um ato de barbárie: esquartejamento. Silva seria participante de uma torcida organizada, em Maceió, além de usuário de drogas. Mas, além de superar a morte do filho, Sueli não saberia que tinha outro confronto: lutar para conseguir enterrar o corpo. O caso foi parar nos tribunais. Sueli lançou mão da Defensoria Pública de Alagoas para ir atrás de seus direitos. Conforme os autos do processo publicado no Diário de Justiça do Estado (DJE), no dia 22 de junho, o corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para identificação, mas até a data, não tinha sido possível realizar o exame de DNA devido o estado de composição. No entanto, a mãe acredita que o corpo é de seu filho devido as vestimentas: blusa azul

marinho e a cueca verde. O maior medo de Sueli é que Emerson seja sepultado como indigente. E não será! Isso por causa da ação da defensora pública Taiana

Carvalho, que em sua argumentação, expôs um balanço de uma triste realidade após conversa com o diretor do IML, Fernando Marcelo de Paula. Estariam penden-

tes 45 exames de DNA para confronto direto, corpos estes que estão sendo questionados pelas famílias. Desse total, 29 deram entrada em 2015 e outros 16 em 2016. Sueli acabou sendo vitoriosa. A Justiça ordenou que o IML encaminhasse os restos mortais para o Laboratório de DNA Forense da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Agora, ela espera o resultado para sepultar o filho quatro meses após do corpo ser encontrado. “Eu faço as ações individuais no setor de triagem. Como tem ocorrido certo fluxo de pessoas procurando esse serviço, informei ao setor da Defensoria, de causas coletivas, para fazer uma ação específica ou até firmar um acordo com Instituto Mé-

dico Legal (IML) e o laboratório, que faz a identificação, para resolver a questão”, informou Taiana Carvalho. Segundo o diretor do laboratório da Ufal, Luiz Antônio, os pedidos judiciais para identificação de corpos aparecem eventualmente. “Nós fazíamos esse tipo de trabalho para o Estado, mas depois que montaram um laboratório próprio, deixamos de atender casos criminais. No entanto, o fazemos quando há determinação judicial”, explicou. É também o caso da liberação do corpo de José Francisco Santos Silva, protocolado pela defensora Ana Maria Barroso no mês de julho. Na ação, a família pede a liberação do corpo mediante a coleta de material genético para a identificação do cadáver.

Faltam peritos para identificação dos corpos

“S

obre os números repassados pela defensora pública, não posso confirmar a quantidade porque já houve uma modificação. Não se fazia DNA pelo Estado. Mas, com a inauguração do laboratório pelo Governo de Alagoas, as identificações estão se encaminhando”, informou o diretor do IML, Fernando Marcelo de Paula. Uma reunião foi realizada entre Defensoria, IML e Perícia. De acordo com Paula, o motivo do encontro foi exatamente sobre a fila de cadáveres que ainda estão sem identificação. “Numa fila de 30 corpos, por exemplo, em alguns casos a família tem pressa para liberação do corpo. Em contraponto, tem outros que nem querem saber. Então, estamos tentando dar celeridade naqueles que teve procura. Estamos realizando os exames, mas confesso que não está na velocidade adequada”.

A perita criminal Rosana Coutinho explicou ao EXTRA que, diferentemente de um exame de paternidade, em que se trabalha com material vivo, a identificação é um pouco mais demorada. O motivo seria o estado dos corpos, que pode dificultar o processo. O governo do Estado inaugurou o Laboratório de Genética Forense, uma antiga reivindicação dos peritos criminais, em março. “O laboratório ainda é muito recente e estamos tentando suprir a demanda. Os exames de identificação seguem todo um cronograma”, disse. Uma das razões apontadas por Rosana, além do exame ser minucioso, é a falta de peritos para realizar o trabalho. “Ainda será inaugurado uma unidade da Perícia, em Arapiraca. Então, alguns profissionais serão encaminhados para lá”. A transferência representaria um desfalque na mão de obra na capital. O

aumento do efetivo é uma das reivindicações do Sindicato dos Peritos Oficiais de Alagoas (Sinpoal). O presidente sindical Paulo Rogério Ferreira afirma que o efetivo de peritos criminais, médicos legistas e odontolegistas em Alagoas está defasado. “Deveríamos funcionar com pelo menos três vezes o número que temos hoje, que é de 95 profissionais juntando as três categorias. Existe um reserva técnica do último concurso realizado em 2013. O Sinpoal vem lutando para incrementar o quadro de peritos, que está aquém das nossas necessidades”, enfatiza. NOTA DA POAL Em relação à falta de efetivo de peritos na Perícia Oficial do Estado de Alagoas (Poal) e seus Institutos, o perito-geral Manoel Melo informa que o problema é sério e histórico, que limita

determinantemente a ampliação dos serviços ofertados pela Perícia Oficial de Alagoas. Atualmente, a Poal, não possui uma medicina legal dividida em suas subespecialidades nas unidades dos IMLs tanto da capital e do agreste. No que diz respeito ao Instituto de Criminalística, áreas importantíssimas como a contabilidade forense, fonética forense e perícia ambiental não dispõe de profissionais. Além disso, a interiorização das atividades do IC com o atual efetivo é de sobremaneira dificultada. Em relação ao chamamento da reserva técnica, o peritogeral esclarece que existe um processo para o aumento de número de vagas que está em tramitação e que contemplará a efetivação dos aprovados que se encontraram na reserva técnica do concurso realizado pela Poal.


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

17

VIOLÊNCIA URBANA

Alagoas registra mais de mil homicídios em 7 meses Ações em Alagoas

BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

D

urante entrevista concedida à imprensa no começo do mês de agosto, o secretário de Estado da Segurança Pública, o coronel PM Paulo Domingos Lima Júnior, comemorou a redução no número de homicídios em Alagoas. O acontecimento foi em decorrência dos “apenas” 107 Crimes Violentos Letais e Intencionais registrados em julho, a menor taxa dos últimos nove anos. Embora a SSP afirme que tem motivos para comemorar, os dados divulgados pelos Núcleo de Estatística e Análise Criminal (NEAC) da pasta mostram que a realidade é bem diferente se compararmos os primeiros sete meses dos anos de 2015 e 2016 com o de 2017. Em 2015, apenas nos sete primeiros meses, foram registrados 1082 homicídios, em 2016, o número subiu para 1090. Ainda de acordo com os dados, no mesmo período em 2017 não foi diferente, o número de crimes violentos aumentou e chegou a 1137. Desses crimes, 94,2% foram contra homens e 5,8% foram vítimas do sexo feminino. A grande maioria dos homicídios aconteceram em locais públicos. Cerca de 74,9% dos homicídios foram contra jovens de cor parda e pobres, 52% tinham entre 18 e 29 anos. Em 75% dos casos, as vítimas foram mortas com a utilização de arma de fogo. Segundo o relatório, os finais de semana no estado são os dias mais violentos. Desde o começo do ano, sábado e domingo somados registraram 467 crimes deste tipo. Como em todos os anos, a cidade de Maceió continua liderando o ranking; dos 1137 crimes violentos, 412 aconteceram na capital alagoana, seguida por Arapiraca, no agreste do

E

estado, que registrou apenas 80. Nas duas maiores cidades, as vítimas têm características semelhantes, em sua maioria são homens jovens, pardos ou negros que foram mortos com a utilização de armas de fogo dos mais variados calibres. “Parece que ele virou apenas mais um nas estatísticas para passar na TV”, diz a estudante de enfermagem Carol Silva, 21, que

teve um amigo vítima de homicídio em março deste ano no bairro do Vergel do Lago. Ninguém foi preso. Como confirmado pelos dados, as taxas de violência relacionadas a homicídios cresceram nos últimos dois anos, e embora o secretário de Segurança Pública, Lima Júnior, tenha assumido o cargo em março de 2016, após o antigo secretário, Alfredo Gaspar de Mendonça. ter que deixá-lo após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu membros do Ministério Público de exercerem cargos fora da instituição, a alta taxa desse tipo de crime parece perseguir ambos os gestores. CENÁRIO NACIONAL Em âmbito nacional, o Brasil já ultrapassou a marca dos 28 mil assassinatos cometidos neste ano. De acordo com dados fornecidos ao Jornal Estadão pelas secretarias estaduais de Segurança Pública, no primeiro semestre o País chegou a 28,2

mil homicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios (roubos seguidos de morte). São 155 assassinatos por dia, cerca de seis por hora nos estados brasileiros. O aumento é puxado pelas elevações em estados nordestinos, devido às constantes disputas relacionadas ao tráfico de drogas que explicam grande parte do constante aumento, principalmente na região Nordeste que abriga quatro dos 11 Estados mais violentos do Brasil Durante a entrevista no começo do mês em comemoração aos baixos índices, o secretário explicou que a alta taxa de homicídios registrada no primeiro trimestre do ano teve relação direta com a guerra de facções, confirmando a semelhança nas altas taxas registradas em todo o país, mas assinalou que as ações da Segurança Pública conseguiram evitar a continuidade delas e, dessa forma, reduzir a incidência de homicídios no estado.

m nota, a Secretária de Segurança informou que desde abril as ações de segurança têm surtido efeito e refletido na redução do número de crimes e que o estado vem investindo em ações de segurança e também em equipamentos para as polícias Civil e Militar para atuarem no combate ao crime. A SSP lembra também que Alagoas deixou de ser o estado mais violento do Brasil em 2015, como apontou o Atlas da Violência, confeccionado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea). A Polícia Militar conta hoje com 7021 policiais na ativa. Foram investidos R$ 20 milhões na construção do novo Instituto Médico Legal (IML) de Maceió, além de investimentos do governo do Estado de R$ 8.540.000,00 para a construção de sete Centros Integrados de Segurança Pública nos municípios de Boca da Mata, Cajueiro, Girau do Ponciano, Murici, Ouro Branco, São José da Laje e São José da Tapera. Mais R$ 7.125.00,00 serão investidos para a construção de outros cinco CISPs, além de R$ 2.800.000,00 para a reforma do Instituto de Criminalística (IC). Até o fechamento desta edição, o órgão, junto com a Polícia Civil de Alagoas, não conseguiu coletar dados referentes a taxa de solução desses 4828 crimes de homicídios registrados de janeiro de 2015 a julho de 2017.


18

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

AGRICULTURA FAMILIAR

PORTO DE PEDRAS “São diversos benefícios para o município, para a população da zona rural, que enfrenta uma grande dificuldade na hora de arar a terra e produzir”, afirmou o prefeito de Porto de Pedras, Henrique Vilela, ao receber um trator e implementos do governo do Estado e da Secretaria de Agricultura. O gestor ainda afirmou que com esses tratores será possível cobrir toda a área de Porto de Pedras e os quatro assentamentos rurais do município. Hoje, quase 300 famílias trabalham diretamente com agricultura no município.

PALMEIRA DOS ÍNDIOS O município de Palmeira dos Índios foi beneficiado esta semana com mais um trator proveniente do Governo do Estado. “Temos 130 comunidades, povoados rurais, assistidos pela prefeitura. A vocação de Palmeira é muito agrícola, esses tratores chegaram na hora certa, para atender a diversos serviços da cidade e das comunidades”, disse o prefeito da cidade Júlio Cezar. Segundo o gestor, a economia agrícola do município terá um grande incremento com esses equipamentos doados pelo governo do Estado, além de serem um estímulo para todas as famílias que vivem da agricultura na região.


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

Para refletir: Ao conceder uma honraria a um condenado por roubar os cofres públicos, alagoas se expõe ao ridículo nacional”.

19

PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Um político ético

Tal pai, tal filho Praticamente vi o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, nascer. Estava com seu pai no interior (1976) quando tivemos que voltar às pressas, pois Suzana tinha entrado em trabalho de parto. Minha ligação com a família sempre foi muito próxima, independente de qualquer vinculo institucional que sempre mantivemos. Acompanhei de perto seu caminhar vitorioso pelas avenidas da vida. A infância e adolescência entre Maceió e Brasília, a vida acadêmica com louvor e especialização em Direito Tributário e Finanças Públicas e a sua vontade insistente em servir a Alagoas. Recebeu de berço os ensinamentos que moldaram o seu caráter, de pais que lhe transmitiram o vigor de um lar com dignidade, respeito ao outro e a honestidade como lema. Em 2006 foi eleito deputado estadual obtendo 21.752 votos, sendo o primeiro colocado em sua coligação. Lembro que durante o seu mandato eclodiu o escândalo da “Operação Taturana” que teria desviado R$ 302 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa. Rui Palmeira foi um dos poucos parlamentares não envolvidos no escândalo, que resultou inclusive na prisão e no afastamento do mandato de deputados estaduais. E foi veemente defensor da apuração rigorosa dos fatos, mesmo diante da pressão dos envolvidos nos crimes apontados pelo Ministério Público. Teve um mandato atuante mesmo em um parlamento esfacelado. Em 2010 optou por concorrer às eleições ao cargo de deputado federal tendo sido um dos mais votados, sendo o parlamentar alagoano mais jovem na história da Câmara dos Deputados. Teve um mandato brilhante e sempre voltado para o interesse público. Defendeu as Reformas Tributária e Política, em prol da desoneração do setor produtivo e do aperfeiçoamento do sistema político brasileiro, assim como também cobrou mais investimentos em Alagoas por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Sempre atuante e atento aos desvios de conduta de agentes públicos, votou contra a flexibilização e contra o segredo nas licitações das obras do governo preparatórias para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, não compactuando com a alteração feita na Lei 8.666, contrariando o governo petista que muito queria essas flexibilizações, com o intuito de desviar verbas, como em outras obras. Ao concluir seu mandato foi considerado entre os vinte parlamentares com melhor avaliação no país.

Eleito e reeleito prefeito de Maceió (2012 e 2016) tem uma administração muito bem avaliada e mesmo com parcos recursos tem transformado a paisagem urbana e realizado obras significantes para a acessibilidade da população. Quer fazer muito mais e está bem perto disso com o incremento de recursos prestes a entrar nos cofres municipais. Diferente da maioria dos administradores públicos brasileiros Rui Palmeira pode ser apontado como um político que preserva a ética e tem sempre suas ações voltadas para o interesse público. Não há quem aponte um ato seu que o desabone ou fira os princípios da moralidade no trato com a coisa pública. Cobra dos auxiliares idêntico cumprimento do respeito à legalidade e a moralidade dos seus atos. Em seu primeiro período de administração e no decorrer do segundo mandato não pode ser apontada a comprovação de nenhum escândalo. Coisa rara nos tempos de hoje.

Rui para o governo?

Ai está uma pergunta que por enquanto fica sem resposta. Sabe-se apenas uma coisa: é o nome mais temido pelo governador Renan Filho para o confronto nas próximas eleições. Ele confessa o seu desejo de continuar administrando Maceió e fazendo as transformações e avanços que prometeu e está cumprindo. Mas há um fato a ser considerado, que são as pesquisas o apontando em confortável posição em cidades do interior e a grande dianteira em Maceió, mesmo sem ter sua candidatura lançada ou admitida. As principais cabeças da oposição continuam insistindo na candidatura de Rui Palmeira. Mas por enquanto ele prefere não se adiantar. Certamente, como é uma de suas características, vai decidir na hora e lugar que ele mesmo escolher. Mas não pode demorar muito.

Histórias para mostrar

Supondo-se que Rui Palmeira decida ser candidato a governador a oposição avançará acelerado para conquistar a cadeira e a caneta hoje em mãos dos Calheiros. Sabe-se que o pleito de 2018 terá no embate o foco trazido pela Operação Lava Jato – o combate à corrupção -como o principal ingrediente da efervescência, com força maior até mesmo que as tradicionais promessas e propostas de governo. No seu palanque e nas suas aparições no Horário Eleitoral vão aparecer juntos Rui e o seu pai Guilherme Palmeira. Imaginemoso que dirá o apresentador: “Aqui está o candidato Rui Palmeira, um exemplo de político e administrador, ficha limpa, um grande prefeito da capital, com uma folha de serviços prestados, tem história digna de vida e origem exemplar. Ao seu lado está o pai Guilherme Palmeira,o político mais ético de Alagoas, deputado estadual, secretário de estado, governador, senador, prefeito de Maceió, ministro do TCU, uma personalidade inatacável, sua biografia o mostra como um dos mais influentes políticos do país, sua conduta o coloca na condição do político mais honrado da história de Alagoas”. E os outros dirão o que?

Conhecendo eleições

Na próxima sexta feira, na Escola Superior da Magistratura, o professor e pesquisador político, Marcelo Bastos, estará nos brindando com o lançamento do seu livro “Eleições em Alagoas - 1978 a 2016. Trata-se de uma obra super recomendada não apenas para políticos, mas para profissionais , estudantes e quantos se interessem em conhecer os fatos e números da política alagoana nas últimas quatro décadas . O livro é uma narrativa real, isenta e feita por quem entende e se dedica ao estudo da ciência política em seus diversos contextos. O autor é um especialista na matéria e sabe , como poucos, mostrar os fatos e fazer uma análise dos acontecimentos. Marcelo Bastos, que foi meu aluno de Direito Administrativo, é um empreendedor de sucesso. Recomendo a leitura do seu livro.

Dose dupla

Ouvia de um especialista em política local a seguinte colocação: - A situação do governador Renan Filho só não é mais crítica nas pesquisas porque ainda não apareceu efetivamente uma candidatura de oposição. O previsíveldesastre da figura comprometida do pai (Renan Calheiros) somado à marca negativa do anunciado aliado Partido dos Trabalhadores vai pesar muito e com certeza o combate a corrupção vai ser a tônica principal da campanha de 2018. É muito provável que o eleitor alagoano derrame sua ira indignada condenando os dois partidos, PMDB e PT a uma derrota fragorosa. Embora se saiba que em política nenhuma verdade seja verdadeira.

CONTA GOTAS O FARSANTE Lula em sua verborragia trocou o nome da cidade de Penedo por “Toledo”. Falhou com a história e com o povo penedense. Efeito 51? O DEMOCRATAS, partido que vem definhando a cada dia, mostrou esta semana uma propaganda no rádio e TV pífia, hipócrita e mentirosa. AGUARDEM para breve um “furacão” na política alagoana. Pode mudar a cara e o corpo das eleições em 2018. ALGUÉM tem noticia do inquérito que apura a fraude no Mestrado da UFAL, patrocinada por importantes agentes do governo estadual? UNCISAL SUSPEITA. Assembleia quer acompanhar eleição para reitor, temendo fraudes.


20

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

É isso que você quer?

J

untos, um presidente impopular chamado de chefe de quadrilha por outro quadrilheiro que mamou nas tetas do governo até a undécima hora e um ministro do Supremo que – sem que nenhum dos demais membros daquela casa o admoeste/conteste – aliam-se para livrar o primeiEsses senhores agora ro das “provas urdem na calada da oceânicas” do minoite uma reforma nistro Benjamin política que pretende contra a chapa tão somente atender D i l m a - T e m e r eque, depoisde às suas pretensões muitos conciliáreeleitorais. Nos bulos parte agora roubar mais alguns para o desmonbilhões para eles se te da Lava Jato elegerem e continua- anunciando que vai mudar seu rem roubando. próprio voto, no sentido de proibir a prisão em segunda instância. O que todos os corruptos e um mar de ex-excelências, inclusive o ex- presidente Lula agradecem. Nada pode causar mais instabilidade que a perda da confian-

ça na justiça. Mas a estabilidade que eles procuram é contra a Lava Jato. Qualquer um com um mínimo de visão enxerga a instablidade futura que essas ações nos reservam... A atuação dessa cleptocracia que nos dominaem todos os escalões do governo é espantosa.Vejam o caso do Sr. Bendini. Sabemos agora que mesmo no auge da Lava Jato, a corrupção corria solta na Petrobrás (afirmei isso aqui há cerca de dois meses, quando disse que a roubalheira continuava em todas as empresas estatais). O seu então Presidente que havia sido colocado ali para coibir a roubalheira (sic) estava achacando uma empreiteira; E o que dizer das gravações do Sr. Sérgio Machado incriminando a cúpula do PMDB do senado e o ex presidente Sarney?; E do Presidente do PSDB – a casta dos políticos muristas – pego em negociatas com o onipresente Joesley Batista?; E do homem da mala (que a grande imprensa “sumiu” com ele) e seus saltitantes pulinhos corruptos depois da conversa havida (e gravada) entre o presidente da

Outro memorável político

A

lagoas tem produzido políticos de projeção nacional, motivo porque usemos sentirmo-nos orgulhosos dessa representação. Infelizmente, nem sempre, ou quase nunca, temos efetiva razão Não estão os nos- para louvarmos nossos representantes sos representantes, desencanto que vem centrados no essendo aguçado pelas forço de mudar as revelações da Lava leis em seu favor, Jato, operação caprotegendo-se dos pitaneada pela Polícia Federal e pelo tentáculos da Lava Ministério Público Jato? Federal, órgãos de Estado que chamaram a si a tarefa de, expondo as mazelas da política nacional, talvez purificá-la para as próxi-

mas gerações. Nos últimos anos venho me dedicando à produção de trabalho sobre a Política, o Estado e a Democracia, atrasando-me no tempo a insaciável pesquisa sobre os temas. Nesse pesquisar encontrei interessante texto de Bonavides, prestigiado constitucionalista brasileiro, sobre a legalidade e a legitimidade do poder político. Resumindo a legalidade, diz o autor ser ela “a acomodação do poder (político) que se exerce ao direito que regula”. A assertiva do constitucionalista levou-me a refletir que em nosso meio dá-se, via de regra, exatamente o contrário, ou seja, os nossos próceres esforçam-se em sujeitar o direito ao poder político que dominam. Não é isso o que temos visto atualmente no cenário nacional? Não estão os nossos representantes

ELIAS FRAGOSO

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, prof. da Ufal e da Universidade Católica de Brasília

república e o presidente da maior empresa do mundo na área de carnes? Tudo apodrecido. Mesmo a despeito da prisão detodos os ex-tesoureiros do PT, da cúpula do partido (presa ou em vias disso, inclusive o ex-presidente da república), de mais de 2 centenas de parlamentares implicados nas investigações da Lava Jato; De todos os dirigentes das maiores empreiteiras do país atrás das grades ou colaborando ativamente com denúncias para se livrarem da prisão; De mais de duas centenas de figuras menores que infestavam o Congresso e os orgãos públicos corrompendo e degradando, respondendo a processos ou atrás das grades. Mesmo a despeito de tudo isso, a roubalheira continua. O que mostra com crueza a falência desse nosso modelo político de governar. Num momento grave como este, nossos representantes (quero dizer, aqueles que o povo elege para defendê-los, mas que ao “chegaram lá” automaticamente passam a urdir o pior para a população alian-

do-se ao empresariado de resultados) se macomunam mais uma vez para nos impor os seus interesses em detrimento dos da Nação. Esses senhores agora urdem na calada da noite uma reforma política que pretende tão somente atender às suas pretensões reeleitorais. Nos roubar mais alguns bilhões para eles se elegerem e continuarem roubando. E para isso não há medidas. Tudo que está sendo tratado por eles não interessa ao país. Além da repulsa e do repúdio democrático que a sociedade vem manifestando nesses dias, o eleitor tem em suas mãos uma arma infálivel contra esses caras: não votem em ninguém que esteja a favor dessas excrescências que eles se preparam para nos impor novamente. Depende de você o futuro do país (e das urnas eletrônicas que irão comandar as eleições. Disso vamos tratar futuramente). Escolher os que aí estão é manter o status quo atual. É isso que você quer?!

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

centrados no esforço de mudar as leis em seu favor, protegendo-se dos tentáculos da Lava Jato? Diante desses fatos preocupantes, temos visto a Democracia brasileira transmudar-se, sem a menor cerimônia, em oligocracia, ressuscitando antigos privilégios da aristocracia medieval. A observação de Bonavides remeteu-me, também, a olhar os políticos, notadamente os alagoanos, e, igualmente a Diógenes (o grego de Sinope), encontrar algum que se enquadre no conceito de legalidade do exercício do poder político, chegando à conclusão de que temos, sim, políticos dos quais devamos orgulharmo-nos. Poucos, lamentavelmente. Recentemente perdemos um, o amigo Murilo Mendes.

Mas ainda tenho outro amigo que nos eleva a autoestima. Infelizmente, José Costa (Zé Costa para os eleitores) abandonou o batente da atuação política para dedicar-se ao mister de advogado. Perdeu a Política; ganhou a Advocacia. Mas conservo cativo o meu voto. Certamente há alguns outros minguados, exercendo ou não o poder político. De Guilherme Palmeira, João Sampaio, também afastados, já falei em outras ocasiões. Tomaz Nonô é bom exemplo dentre aqueles que ainda estão na lide. Quem mais? Não cansarei de procurar, ação que deveriam ter todos os eleitores antes de compromissos que enrubesçam a consciência.


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

JORGE MORAES Jornalista

Mudar de nome resolve?

N

o momento, o Brasil está sendo surpreendido com um troca-troca de nomes dos partidos políticos, como se isso fosse a coisa mais importante que eles encontraram para discutir ou que signifique a salvação para muitos deles. Parando para analisar essa iniciativa de alguns partidos e o que eles dizem para essa tomada de atitudes, confesso que ainda não consegui descobrir quais os verdadeiros motivos e aonde eles pretendem chegar com essa mudança de nomes. O que vai trazer de melhorias mudar de “alhos” para “bugalhos”? O que mais se vê no Brasil são partidos políticos nanicos, quase que inexpressivos, mudando de nomes, fundindo-se a outros ou, simplesmente, aparecem como O que mais se novos. O que acho vê no Brasil são sobre tudo isso é partidos políticos que não passa de uma jogada de nanicos, quase marketing bem que inexpressi- elaborada para vos, mudando de confundir o eleiou até enganomes, fundindo- tor, nar aos menos se a outros ou, avisados, ou, ainda, pessoas mesimplesmente, aparecem como nos interessadas em política. São novos. partidos que nascem ou são criados tendo como objetivos ajudar o país ou sua democracia, e que nem sempre é assim. Nem sempre os resultados são os melhores. O que estranho em tudo isso é que, exatamente no momento onde uma boa parte dos políticos está sendo “caçado” pelas diversas operações deflagradas pela Polícia Federal, por participação nos esquemas fraudulentos, desvios de verbas públicas, em uma corrupção desenfreada, eles decidem, na sua maioria, abandonar as tradicionais siglas partidárias. Dizem os cientistas políticos: não basta mudar a cara se os métodos continuarem os mesmos. Nessa mudança toda, para os mais aten-

tos, quem mais apareceram até agora ou chamaram mais atenção foram o Podemos (ex-PTN), dos senadores Álvaro Dias, provavelmente candidato à presidência da República, e Romário; o Avante (ex-PTdoB); e o Livres (ex-PSL). Nessa abdicação do nome começando com partido, já se consolidaram a Rede Sustentabilidade, que, nacionalmente, tem em Marina da Silva sua liderança principal, e, em Alagoas, a ex-senadora Heloisa Helena; o Solidariedade; e o Democratas, antes PFL. Se você acha que parou por aí, não sabe que podem aparecer a qualquer momento nomes como: Igualdade; Manancial; União da Democracia Cristã do Brasil; Patriotas; Força Brasil, etc. etc. e tal. Praticamente, o programa partidário é o mesmo entre todos eles, que, se seguido à risca, seria fundamental para a governabilidade deles próprios e da Nação. O problema, e isso está muito bem claro que, mudar de nome não resolve nada, se você não mudar as pessoas e sua forma de dirigir. É como tomar banho, trocar de roupa e usar a mesma cueca suja de várias dias. Se você não muda mentalidades, não tem como garantir ou apostar que tudo vai ser diferente só mudando os nomes dos partidos. Verdade, verdade mesmo, eu acho isso tudo complicado e uma bagunça só. Sem generalizar, acredito que o país tem partidos demais e um número de políticos muito acima das nossas necessidades. Para finalizar, o que acrescenta na vida política de um partido deixar de se chamar PMDB e voltar ao velho nome MDB? Essa mudança é analisada pelo momento histórico vivido lá atrás, quando da constituição do partido do velho Ulisses Guimarães ou para fugir de uma realidade dura e cruel do presente? Até porque, sobre a Visão, Missão, Objetivos, Finalidades, Comprometimento e Regras, provavelmente, muito pouco ou nada deverá mudar. Por isso pergunto: mudar de nome o que resolve? Acho que nada, que não seja pelo desgaste da palavra Partido.

21

MENDES DE BARROS Advogado

Revolta canina

P

or mais incrível que possa parecer o Senhor Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, a mais alta instituição judicial da república, respondendo a uma entrevista televisiva em tom próprio de caçoada, declarou que “não é o rabo que balança o cachorro, o cachorro é Inaceitando a que balança interferência, o rabo”. o juiz expediu Referíanovo mandado se, o minisde prisão que, tro, ao fato decorrenoutra vez, foi te de uma anulado por decisão de novo habeas sua compecorpus do deste- tência conmido Gilmar. cedendo um habeas corpus anulando uma prisão decretada, por um juiz de instância inferior, contra acusado de corrupção. Inaceitando a interferência, o juiz expediu novo mandado de prisão que, outra vez, foi anulado por novo habeas corpus do destemido Gilmar. A manifestação do ministro comparando o rabo do cachorro com o animal pro-

priamente dito leva ao entendimento de que o juiz, por ser de instância inferior, teria menor volume que o seu (dele ministro), o que leva ao entendimento de que o ministro assumiu o lugar do cachorro, em consequência do que sobrou o rabo (do cachorro) para o juiz. Com a mais absoluta certeza os caninos não aceitarão a imagem estupidamente grosseira e protestarão com um monumental latido, esperando-se seja ouvido pelos que realmente sejam ministros do Egrégio Supremo Tribunal Federal com as devidas responsabilidades intelectual, profissional e, sobretudo, moral indispensáveis ao exercício das funções definitivas do maior baluarte dos princípios constitucionais democráticos, da estrutura jurídica e, acima de tudo, da dignidade nacional, ultimamente agredida por grande número de integrantes do poder Judiciário em todos os níveis de seu procedimento funcional. Juiz não tem rabo. Quem o tiver que o balance nas esquinas de zona, jamais em audiências judiciais.


22

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

PARABÉNS BARRA DE SANTO ANTÔNIO PELOS SEUS 57 ANOS

O município da Barra de Santo Antônio comemorou seus 57 anos de Emancipação Política e a prefeita Emanuella Moura assinou no último sábado, 19, a ordem de serviço para o calçamento do acesso ao Alto de Santa Luzia. Também foram entregues dois poços artesianos e reinauguradas as sedes do SCFV e do CRAS. No encerramento da programação, houve um almoço na casa do exprefeito Abrahão Moura, com as presenças do governador Renan Filho, do senador Renan Calheiros, de vereadores e correligionários da Barra e de Paripueira.


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

ECONOMIA EM PAUTA

Ações da Eletrobras

S

egundo especialistas, vale a pena comprar os ativos da Eletrobras tendo em vista que as ações saltaram 32% no pregão de terça-feira, 22, com a notícia de que o governo irá desestatizar a companhia, levando o ativo a acumular ganhos de 41,3% no mês de agosto. Dessa forma, o preço-alvo foi elevado de R$ 24 para R$ 27,50, valor 30% acima do fechamento da quarta-feira (23), quanto o ativo devolveu parte dos ganhos e recuou 10%.

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.com

Décimo terceiro

A antecipação da primeira parcela do abono salarial, mais conhecida como 13° salário, começou a ser paga a partir desta sexta-feira, 25, para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de todo o País. Mais de 29 milhões de beneficiários receberão a parcela, equivalente a 50% do valor do 13°. Isso significa uma injeção de, pelo menos, R$ 19,8 bilhões nos meses de agosto a setembro.

Tarifa de energia

Se por um lado, a privatização da Eletrobras pode reduzir os custos e aumentar as receitas, por outro pode elevar o preço da energia para o consumidor final. Isso pode acontecer porque o valor da energia vendida pelas geradoras passaria por um ajuste. As geradoras, a exemplo da Chesf, poderão voltar a cobrar R$ 150 por Megawatts/hora (MWh) e não mais R$ 35, como exigido pela MP 579, do Governo Dilma Rousseff. Projeta-se que a reforma no mercado energético aumente a conta de luz em até 7%,

23

PIS/Pasep

O governo federal anunciou que irá liberar resgates de recursos do PIS/Pasep. A medida vai beneficiar oito milhões de homens com 65 anos ou mais e mulheres com 62 anos ou mais que teriam de esperar mais tempo para ter acesso ao dinheiro. Hoje, o critério por idade para o saque do PIS/ Pasep exige o mínimo de 70 anos.


24

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

Hospital da Mulher será especializado na assistência materna e infantil

SAÚDE EM AÇÃO UNIDADE ESTÁ ORÇADA EM R$ 24,7 MILHÕES E IRÁ CONTAR COM 127 LEITOS

MARCEL VITAL fotos: Carla Cleto

C

om uma estrutura que irá disponibilizar 127 leitos maternos e infantis, o Hospital da Mulher, em construção no bairro Poço, em Maceió, irá assegurar a realização de 1.520 procedimentos ginecológicos e obstétricos, além de 225 partos por mês. A unidade hospitalar, cujas obras estão em estado avançado, está orçada em R$ 24,7 milhões. O novo complexo, que usará recursos tecnológicos e modernos de última geração, já está na etapa de revestimento cerâmico do piso. Atualmente estão sendo montadas a estrutura metálica do telhado, as instalações contra incêndios e gases especiais dos leitos, além dos dutos dos condicionadores de ar e as tubulações de água fria. O hospital será composto por oito pavimentos, sendo um destinado a assistência materna e infantil, divididos em Enfermaria, Centro de Parto Normal, Unidade de Cuidados Intermediários (UCI). Também será asse-

Obras do Hospital da Mulher continuam a todo vapor; unidade terá capacidade para realização de 225 partos por mês

gurado atendimento nas especialidades médicas de obstetrícia, ginecologia (geral, climatério, infanto-puberal e colpospia), neonatologia, mastologia, uroginecologia, reumatologia. A unidade também disporá de farmácia, ouvidoria, salas de vacina, de coleta de exames laboratoriais e de curativos, banco de leite humano, serviço de pré-natal de alto risco, planejamento familiar e uma agência transfusional. O pavimento térreo será destinado aos ambulatórios, exames la-

boratoriais, mamografia e raios-X, enquanto o primeiro e segundo andares serão destinados para o estacionamento, com capacidade para até 70 veículos. TESTES O Hospital da Mulher também irá garantir a realização de testes do olhinho, pezinho e orelhinha para todos os bebês que nascerem na unidade. Isso porque, caso tenham alguma doença, os pequenos já sairão com o diagnóstico, aumentando as chances de cura, em razão

da detecção precoce. Entre os profissionais que vão atuar no hospital estão pediatras, clínicos, obstetras, enfermeiros e técnicos de enfermagem. “Estamos fazendo todos os acertos necessários e colocando as obras em ritmo normal. Trata-se de um investimento de grande impacto na saúde estadual. É a maior obra pública em andamento e colocamos todos os esforços para garantir o andamento dos trabalhos”, reforçou Guilherme Soares, assessor de engenharia da Secretaria

de Estado da Saúde (Sesau). COMEMORAÇÃO A doméstica Jadilene Prudente, de 46 anos, comemora a construção do espaço. “Quando meus amigos e familiares precisam de atendimento, vou com eles para um postinho do bairro, mas já tive que vir para a Maternidade Santa Mônica, onde fui muito bem atendida. Esse hospital facilitará muito a vida das mulheres alagoanas e, com certeza, se tornará referência para quem vai buscar atendimento”, disse.


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

AGRICULTURA FAMILIAR

CAJUEIRO A parceria com o governo Estado e a Prefeitura de Cajueiro fortalece a agricultura e os dois assentamentos existentes no município serão muito beneficiados com a chegada deste novo trator. “A população precisa da patrulha mecanizada, do trator, para que a atividade seja mais produtiva e consequentemente mais rentável. Para que a atividade de plantio e replantio seja mais eficaz e o agricultor tenha uma facilidade maior de colher os frutos do seu trabalho”, afirma Antônio Palmery, prefeito de Cajueiro. Ele também relata que o fechamento da Usina Capricho, que sustentava a região economicamente, prejudicou diversos pequenos fornecedores de cana, que agora também necessitam dessa ajuda do governo do Estado e da prefeitura do município.

ATALAIA Município contemplado com a entrega de tratores pelo governo do Estado, Atalaia também comemorou a conquista. “É muito importante para a agricultura familiar da região, até porque Atalaia tem uma área muito grande, então é necessário que se tenha uma estrutura maior para atender toda a demanda. São cerca de 500 famílias, com o trator e os implementos, isso vai contribuir muito para os pequenos produtores que necessitam da ajuda do governo e da prefeitura”, destacou o prefeito Francisco Luiz de Albuquerque, o Chico Vigário.

25


26

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

Prêmio Selma Brito será entregue dia 29

CULTURA VINTE ARTISTAS E INCENTIVADORES DAS ARTES VÃO SER AGRACIADOS COM PREMIAÇÃO QUE HOMENAGEIA PIANISTA ALAGOANA SOFIA SEPRENY Estagiária sob supervisão da Redação

A

contece no próximo dia 29 a entrega dos vencedores do Prêmio Selma Brito de Cultura, criado com o objetivo de homenagear artistas e incentivadores culturais de Alagoas. A premiação está marcada para às 8 horas da manhã, no restaurante Bodega do Sertão. O projeto se iniciou com o objetivo de reconhecer alentos em diversos segmentos da cultura brasileira que às vezes passam despercebidos pelo público e pela mídia, incentivar estes artistas a produzirem mais, para que os mesmos transformem a cultura em instru-

mento de desenvolvimento sustentável e projetem seus trabalhos para outros estados, outros países, a fim de que a cultura alagoana seja reconhecida nos quatro cantos do Brasil e suas obras se tonem mais vendáveis A escolha do local do evento se deu por ser um restaurante regional, pedaço da cultura popular alagoana, hoje referência nacional no segmento da gastronomia, e também uma empresa que investe e apoia a cultura de um modo geral com a promoção, anualmente, de eventos culturais. A homenagem será feita a 20 artistas e incentivadores culturais em diversos e importantes segmentos, entre eles: Pedro Cabral (artista plástico), Marlon Rossy (humorista e imitador) , Banda Musical da Policia Militar (Projeto Pra ver a Banda tocar aos Domingos na Praia de Ponta Verde), Zé do Boi (presidente da Associação dos Bois de Alagoas),Mosart Amaral e Nery Almeida (coordenadores e incentivadores do Movimentos Culturais nas Grotas), Fábio Farias (secretário do Gabinete Civil do Estado, como fomentador da programação dos 200 anos de Alagoas), Suely Galvão (secretária de Cultura e Turismo

no desde os 7. “Muita gente acha que a música clássica é elitista e inacessível para muitos, por isso não gosta, porém, quando ela chegar até essas pessoas, elas vão se interessar. E quem sabe até não começam a tocar um instrumento. Por isso que acho importante iniciativas que promovam o acesso à cultura. Só não gosta, quando não conhece bem“, enfatizou a artista em entrevista à revista Maré.

Programação

Selma Brito, pianista de 76 anos que há 65 se dedica à música clássica

de Traipu), Mellina Freitas (secretária de Estado da Cultura), Carlos Mendonça (presidente do Instituto Arnon de Mello), Solange Chalita (escritora), Caca Diégues (cineasta), Mano Walter (cantor), Wilma Araújo (cantora) e Rejenea Rodrigues (artista da Ilha do Ferro, em Pão de Açúcar).

QUEM É SELMA BRITO Selma Brito é uma importante pianista alagoana. Há mais de 65 anos ela estuda música clássica e faz disso sua rotina. Selma, iniciou sua vida na música através de influências familiares. Ela tem 76 anos e toca pia-

8h: Execução á capela do Hino Nacional e de Alagoas na voz do cantor Igbonan Rocha; 8h20: Início do cerimonial com as oratórias de 9h: Início da entrega do Prêmio aos 20 (vinte) homenageados; 9h40: Café regional matinal para os homenageados, imprensa e patrocinadores presentes APOIO AO EVENTO Revista Folha da Barra, Secom-AL, Sesi, Secretaria de Estado da Cultura, Bodega do Sertão, IZP, Jornal Tribuna Independente, Fapeal, Radio Quântica OnLine, portal Maceió 40 graus.


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

Meio século na estrada

U

ma piada conhecida precisa ser levada com bom humor. Velhice é a fase da vida em que as pessoas descobrem já ter aprendido tudo, mas aí começam a esquecer. Aprender tudo não passa de força de expressão, mas memória falhar é inexorável. Por isso, depois de 50 anos escrevendo sobre automóveis colocaram uma proposta ao colunista: lembrar-se de dez fatos vivenciados mais importantes. Até que ainda dá, difícil é elegê-los. A seguir, uma tentativa, sem colocar hierarquia factual. 1) Três lançamentos em sequência nos tempos difíceis de uma indústria jovem no País que começara em 1956. No último trimestre de 1968, surgiram Chevrolet Opala, Ford Corcel (chegou aqui antes de ser apresentado na Europa como Renault 12) e Volkswagen 1600 4-portas. 2) Emerson Fittipaldi campeão mundial em 10 de setembro de 1972, em Monza e a “chuva” de pequenos panfletos com a inscrição “World Champion”. Ao volante do

Lotus 72D, um dos mais belos monopostos de F-1 já desenhados e sua inesquecível pintura preta e dourada. Graças a esse título construíram-se vários autódromos e o automobilismo cresceu no País. 3) Ford T eleito Carro do Século, em 1999. Um dos ícones da chamada Indústria 2.0 (iniciada com eletricidade e linha de montagem) colocou o mundo sobre rodas e motor. Antes a Indústria 1.0 dependia de máquinas a vapor e produção desordenada. 4) Depois da Indústria 3.0 que teve ajuda da computação e robotização, começa agora a era da Indústria 4.0. A Internet das Coisas (IoT, em inglês) está mudando os conceitos de produção seriada, em especial ritmo e customização de produtos. Sem esquecer a impressão 3D. 5) Morte de Ayrton Senna, em Imola, em 1º de maio de 1994, ao volante do Williams FW16. Além de consternação mundial e ainda maior no Brasil, o brasileiro foi o piloto mais rápido de todos os tempos. Automobilismo aqui declinou bastante depois disso.

27

ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

6) Início da era do carro do carro autônomo (nível 3). Pedidos do Audi A8 serão aceitos a partir de 1º de setembro próximo na Alemanha. Funções de condução autônoma serão gradualmente incorporadas à produção em 2018. 7) Os 50 anos de fabricação contínua do Porsche 911 comemorados em 2013. Um carro esporte único por manter silhueta e arquitetura básica (motor atrás do eixo traseiro) intocadas. A potência subiu de 130 cv para 700 cv: ícone da tecnologia automobilística. 8) Fusca, outro ícone por ter sido o automóvel mais produzido da história da indústria mundial com o mesmo conceito básico de estilo e mecânica, protagonizou um fato mais do que curioso. Parou aqui

em 1986 e voltou por três anos entre 1994 e 1996 em razão de circunstâncias políticas. 9) Grandes fusões na indústria automobilística mundial. Uma não deu certo e foi desfeita (DaimlerChrysler). Mas a consolidação continua e será o meio de sobrevivência nos novos tempos de mobilidade, direção autônoma e propulsão alternativa. 10) Criamos o maior programa de combustível renovável (etanol) do mundo, em 1975, em resposta à insuficiência de produção de petróleo e ao alto preço de importação. Hoje deveria se colocar como compensação aos combustíveis de origem fóssil, mas o Brasil parece perder oportunidades.

RODA VIVA n HYUNDAI acaba de confirmar que lançará nos EUA sua primeira picape, batizada de Santa Cruz. Foi exibida como veículo conceitual no Salão de Detroit de 2015. Se houve sinal verde para a marca coreana entrar no segmento, tudo indica que a picape Creta STC, também um “conceito” no Salão do Automóvel de São Paulo (novembro 2016), será bem real em pouco tempo.

é patente. Comando de câmbio também melhorou, mas há parafusos aparentes em demasia frente aos concorrentes.

n VOLVO XC60 chegará ao Brasil no próximo mês com preços entre R$ 235.950 e R$ 266.950. Espaço interno é um ponto alto, mas o refinamento na direção ainda fica aquém dos rivais. Muito interessante o sistema capaz de desviar de outro veículo que n SEGUNDA geração do Audi Q5 saia da faixa oposta, evitando colisões frontais. Afinal, maioria agora vem do México e perdeu 50 kg de massa. Capô estenden- das rodovias no mundo tem pista do-se sobre os para-lamas cria estilo próprio e atraente. Nova tração integral de série permite ter até 100% de torque nas rodas traseiras de forma automática, o que assegura grande prazer ao dirigir. Mesmo sem imposto de importação, preço é salgado: R$ 244.990 a R$ 292.900. n SANDERO tem subido entre os mais vendidos em razão do motor de 1 litro e três cilindros. Nível de vibração não está entre os melhores, porém suas respostas em baixas rotações são superiores ao antigo quatro-cilindros e a economia de combustível

simples. n ENTRE especificações de ponta dos novos pneus Michelin, da série de alta performance Pilot Sport4 S, um pormenor de projeto traz solução simples e eficiente. Trata-se de um anel protetor no costado do pneu para evitar arranhões nos aros. Afinal, ninguém gosta de ter uma roda danificada pelo meio-fio (guia) no simples ato de estacionar. Mais ainda em carros caros.


28

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Novo tipo de corrupção

O

povo boboca do Brasil não sabe nem a terça parte do que acontece, em termos de corrupção, em Brasília, a começar pelos gabinetes dos senhores senadores, deputados federais, ministros e governantes. Eu vou dar alguns exemplos, para que vocês vejam o quanto nós somos ludibriaEra um nome dos, enrolados, iludidos e tapeados tradicional e todo por esses senhores. mundo sabia para Só quem vive num o que servia o ambiente carregaórgão, se para cons- do de hipocrisia e de malandragenstruir estradas sabe como as coisas federais ou acontecem, porque estaduais. acontecem e quais são seus autores. Eu fui professor de Mecânica Técnica de um meu ex

-aluno da Escola Técnica Federal de Alagoas – Etfal, hoje, denominada de Instituto Federal de Alagoas – Ifal. Até aqui eu não sei o porquê da mudança do nome, mesmo sabendo que sempre é por causa do dinheiro dos contratos ou convênios. Anos depois, esse ex-aluno saiu de Maceió e foi para Brasília, trabalhar para um dos nossos políticos alagoanos. Num dos domingos, eu encontrei-me com ele numa das barracas da Ponta Verde e batemos um papo, ele ainda me chamando de professor. Já com muita experiência com políticos, ele me falou como é Brasília, com suas malandragens, enroladas e ganância por dinheiro. Na ocasião, nós falamos sobre a mudança do nome de Etfal para Ifal, quando ele disse que essas coisas acontecem porque existe muito dinheiro envolvido, o que, certamente,

aconteceu talvez por ideia de algum “técnico em educação”, “especialista em organograma”. O papo continuou e aproveitamos o assunto da mudança de nome de órgãos, como por exemplo, o nome de Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, o conhecidíssimo DNER, que passou para Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - Dnit. Era um nome tradicional e todo mundo sabia para o que servia o órgão, se para construir estradas federais ou estaduais. Aconteceu que mudaram o nome para Dnit, parecendo nome de um remédio para curar doenças venéreas, chamado de “adenite”. Outras mudanças estranhas foram quando um dos governadores de Alagoasaceitou a ideia de mudar o organograma do Estado de Alagoas. Vocês sabem que há anos, talvez

séculos, todos mundo conhecia os nomes de alguns órgãos estaduais, como Secretaria da Educação, Secretaria da Segurança Pública, Secretaria da Agricultura, Secretaria da Saúde, Secretaria da Administração e outros órgãos. Pois bem, um vivaldino deu uma cantada num dos governadorespara que ele mudasse os nomes de alguns órgãos e com isso, ganhasse milhões e milhões de reais. Para justificar as mudanças totalmente desnecessárias, o cara usou a palavra “GESTÃO”, dizendo ser um nome forte e bonito. Fazendo assim, o vivaldino, num papel qualquer, mudou o organograma de Estado de Alagoas, porém, o povo sempre continuou a chamar pelos nomes antigos, como é o caso do Cepa que o povo continuou sem chamar pelo novo nome. O que o dinheiro não faz! Alguém faturou...


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

ABCDO INTERIOR

O áudio não mente

A

Audiência Pública realizada na semana passada na Câmara Municipal de Arapiraca acabou se transformando em um espetáculo, no mínimo, sinistro. Vejamos: o tema foi a Saúde Pública Municipal de Arapiraca e teve como protagonista a secretária Aurélia Fernandes. Após falar por mais de duas horas para os vereadores e um público em sua maioria formado por assessores, sem a participação da sociedade civil organizada, ela falou (sim!!!) da Makri Construções, que teria recebido 80% e executado, apenas, 50% das obras, fato que estranhamente negou, através de postagens em grupos de wathSapp de seus assessores.

Muito estranho

E o mais estranho ainda foi o fato de ter negado que encontrou R$ 8 milhões de débitos com prestadores de serviços, dentre eles hospitais conveniados, que teria sido “herança” do ex-gestor da pasta, Ubiratan Pedrosa. Este colunista solicitou e foi prontamente atendido pela Mesa Diretora da Câmara, que liberou o áudio completo do pronunciamento da Secretária Aurélia Fernandes. Agora, é preciso saber qual foi a intenção da secretária em negar o que falou. Que tem algo que não cheira bem nessa história, não há o que negar. E, como perguntar não ofende, quem realmente está à frente da Makri Construções? Será que esse é o motivo da preocupação da secretária?

Lula em Arapiraca

O ex-presidente Lula segue em sua caravana pelo Nordeste do Brasil. Na quarta-feira (23), ele chegou em Arapiraca e se dirigiu ao Ginásio João Paulo II, onde recebeu o título de Doutor Honoris Causa concedido pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal). Em seu discurso, ele afirmou que o seu verdadeiro título Doutor Honoris Causa será recebido “quando o filho de um pobre virar doutor em cada canto do Brasil”.

Perseguição

Luiz Inácio da Silva também criticou a Justiça do país por interferir na autonomia universitária. Ele relatou a perseguição sofrida pelo reitor da Uneal, Jairo Campos, e destacou que a universidade foi a primeira a formar índios no Brasil. Um de seus orgulhos, de acordo com o ex-presidente, é ter interiorizado as universidades federais. Lula disse que o povo nordestino não era inferior, apenas faltava oportunidade.

Investimento

“Em 12 anos foram feitas mais de 400 escolas técnicas, só em Alagoas foram quatro”, ressaltou o petista. Para Lula, tudo isso foi possível porque ele entende que investimento em educação não é gasto, e sim a criação de oportunidades de Justiça social com desenvolvimento. Acompanham a comitiva do ex-presidente o governador de Alagoas, Renan Filho; o senador Renan Calheiros; o deputado federal Paulão; o vice-governador e secretário de Educação do Estado, Luciano Barbosa; a reitora da Universidade Federal de Alagoas, Valéria Correia; entre outros.

29

robertobaiabarros@hotmail.com

Lula em Penedo

A cidade de Penedo recebeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou de barco pelas águas do rio São Francisco, após a passagem de três dias em Sergipe. Ao desembarcar na cidade, Lula fez duras críticas ao atual governo e afirmou que Temer “parece marido que não trabalha e sai vendendo as coisas da casa”, ao comentar a intenção do governo federal de privatizar a Eletrobras.

Incentivo ao esporte

Na próxima quarta-feira (30), a partir das 15 horas, a educadora e empreendedora da Educação, Lucineide Afonso de Almeida, fará o lançamento do seu mais novo espaço do Colégio Santa Esmeralda, localizado no bairro Brasília, em Arapiraca. Após 26 anos de atuação no município e pouco mais de mil alunos matriculados, a instituição terá o seu próprio ginásio esportivo próprio, cuja inauguração deverá ocorrer ainda ano.

Estrutura moderna

O ginásio de esportes do Santa Esmeralda trata-se de mais uma etapa realizada no que antes era um sonho de Lucineide de Almeida. A unidade esportiva, cujas obras já iniciaram, será dotada com uma estrutura ampla e moderna. Na mesma tarde, terão início os Jogos Internos do colégio que acontecerão na quadra do Centro de Ensino Superior Arcanjo Mikael de Arapiraca (Cesama), também no bairro Brasília.

Corrida presidencial

Mesmo antes da visita de Lula, que reuniu centenas de arapiraquenses no Ginásio João Paulo II, o ex-presidente já disparava como preferido do eleitorado, na corrida presidencial de 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Pesquisas de Opinião Pública. No levantamento, Lula aparece com 45% das intenções de votos; Jair Bolsonaro tem 11%, Marina Silva 9%, Geraldo Alkmin 3%, Ciro Gomes 2% e João Dória 1%. Os votos brancos e nulos somam 17% e os indecisos, 10%.

Elogiou Renan

Mesmo sendo vaiado em alguns momentos, o que o povo alagoano não pode - nem deve – esquecer é que o senador Renan Calheiros (PMDB) é o principal responsável pela vinda do ex-presidente Lula não só ao estado, mas a outras regiões do Nordeste. O ex-presidente elogiou a integridade do senador alagoano na presidência do Senado e seu decidido apoio aos projetos de interesse do povo brasileiro. Lula levantou a multidão ao dizer que poderá voltar a disputar a presidência da República.

PELO INTERIOR ... A cerimônia de premiação da décima terceira edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), na quarta-feira (23), no Palácio República dos Palmares, em Maceió, mostrou que Arapiraca foi o município que mais cresceu na obtenção de medalhas em todo o Estado de Alagoas. ... Os alunos de Arapiraca conquistaram seis medalhas de prata, várias medalhas de bronze, nas mais recentes edições da Olimpíada, incluindo também as menções honrosas que saltaram de dez para 80 distinções por mérito dos estudantes da Escola Estadual Professor José Quintela Cavalcanti. ... Este ano, a avaliação foi aplicada no dia seis de junho, por meio do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), com apoio do Governo Federal. ... A Obmep visa descobrir talentos da Matemática, bem como estimular o interesse pela disciplina. Em Alagoas, a Olimpíada é coordenada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

ção e a vontade constante de estudar. “O apoio do professor de matemática é muito importante também. Agora, meu sonho é concluir o ensino médio e entrar na universidade”, declarou José Dener, que recebeu a sua terceira medalha de bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática. ... A aluna Danielle Vicente de Farias, da Escola Quintela Cavalcanti, também recebeu a medalha. ... Outros jovens estudantes de escolas ligadas à 5ª Gerência Regional de Ensino (Gere), sediada em Arapiraca, também foram premiados. ... O coordenador da Obmep em Alagoas, Adelailson Peixoto, fez questão de destacar o empoderamento dos alunos da rede estadual, com destaque, este ano, para a Escola Estadual Professor José Quintela Cavalcanti, de Arapiraca.

... Um exemplo do crescimento exponencial dos estudantes da rede estadual de Arapiraca na competição é o aluno José Dener Lira, da Escola Quintela Cavalcanti.

... “É notório o engajamento de estudantes e professores, que receberam formações para trabalhar a metodologia das resoluções de problemas. Essa metodologia foi para a sala de aula e impactou positivamente no resultado que vamos agora”, acrescentou.

... O jovem estudante do 3º ano do Ensino Médio é trimedalhista de bronze. Na entrega da medalha, em Maceió, o aluno disse que o segredo para as conquistas é a dedica-

... Desejamos aos nossos leitores um final de semana repleto de paz, saúde e prosperidade. Até a próxima edição. Fui!!!


30

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

MEIO AMBIENTE

Multa menor para crime ambiental

O

ministro do Meio Ambiente,Sarney Filho, informou que o governo Temer editará nos próximos dias um decreto que permitirá a redução de até 60% no valor das multas por crimes ambientais. Os valores restantes devidos poderão ser pagos na forma de serviços como reflorestamento, recuperação de áreas degradadas e regularização fundiária de unidades de conservação. Segundo o ministro, os recursos arrecadados não estarão sujeitos a contingenciamento orçamentário, já que os devedores vão aplicar o valor das multas diretamente nos projetos.

Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Parque sustentável Unidade de Conservação na Caatinga

Com foco na preservação das riquezas naturais do Sertão alagoano, o Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMAAL) estuda a criação de uma nova Unidade de Conservação (UC) na microrregião de Santana do Ipanema. A criação da unidade na região se faz necessária para proteger os sítios arqueológicos e paleontológicos.

Bicicletas da OMS

A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) disponibiliza 12 bicicletas aos funcionários de sua representação em Brasília (DF). Mais do que uma forma de lazer, a oferta de bikes no ambiente de trabalho pode ser uma estratégia para mobilizar funcionários a adotar hábitos benéficos ao meio ambiente e à própria saúde. Medidas como essa beneficiam não apenas o ambiente, mas também o trânsito das cidades.

O plano para zerar as emissões de carbono no arquipélago de Fernando de Noronha (PE), tornando-o uma espécie de laboratório a céu aberto para produtos e projetos de baixo impacto ambiental, avançou mais uma etapa. O Parque de Soluções Sustentáveis, como está sendo chamado o conjunto de iniciativas a serem desenvolvidas na ilha, ganhou regras para implantação. Os esforços aplicados em Noronha estão em sintonia com uma meta mundial de redução das emissões de carbono e de controle do aquecimento global. O compromisso brasileiro é reduzir em até 43% as emissões até 2030.

Finanças verdes

Até 25 de agosto, a Iniciativa Financeira da ONU Meio Ambiente recebe inscrições para seus encontros regionais sobre negócios sustentáveis. Na América Latina e Caribe, evento acontece em Buenos Aires, dos dias 5 a 7 de setembro. Discussões terão a presença de executivos e especialistas das Nações Unidas para debater as chamadas “finanças verdes”. Participação é gratuita, mas os inscritos devem arcar com os custos da viagem. Mais informações podem ser conferidas no site http://www.unepfi.org/events/regions-events/ latin-america-caribbean-events/la-agenda/

Novas espécies de sapos

Baleia encalhada

Uma baleia da espécie minke encalhou morta na praia de Tatuamunha, em Porto de Pedras, na última quarta-feira (22). O mamífero, que mede aproximadamente 7,90 metros de comprimento, era uma baleia filhote fêmea.

Duas novas espécies de sapinhos, que cabem na ponta de um dedo, foram descobertas no topo de montanhas das cidades paranaenses de Piraquara e São José dos Pinhais, na Serra do Mar (SP). Além do tamanho reduzido, eles chamam a atenção por outras adaptações para a vida nas alturas: resistência ao frio e não sabem nadar, apesar de serem anfíbios. Ao longo de cinco anos, quatorze espécies de anfíbios foram descobertas na Mata Atlântica entre os estados do Paraná e Santa Catarina.


MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017

31


32

MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE AGOSTO DE 2017


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.