Edicao938

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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVIII - Nº 938 - 08 A 14 DE SETEMBRO DE 2017

R 3,00

IMPEACHMENT DE MUNIZ

O ANIVERSÁRIO DE 60 ANOS DO TIROTEIO NA ASSEMBLEIA QUE MATOU HUMBERTO MENDES P/15 A 18

DEPUTADO VOADOR

Nivaldo Albuquerque gasta R$ 37 mil com 68 viagens aéreas só em agosto P/5

CRIME E CASTIGO

Justiça adia julgamento e mantém preso prefeito de Maribondo por espancar ex-mulher P/11

JUSTIÇA TARDIA

TJ DE ALAGOAS É O MAIS IMPRODUTIVO DO BRASIL n RELATÓRIO DO CNJ REVELA AINDA QUE JUSTIÇA FEDERAL NO ESTADO ESTÁ ENTRE AS MELHORES DO PAÍS

P/6 e 7


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Renúncia fiscal

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

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- A bilionária dívida de estados e municípios com o INSS praticamente virou pó. Com a renegociação do calote aprovada esta semana pelo Senado, a Previdência deixará de receber mais de R$ 38 bilhões.

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- Agora, estados e municípios podem quitar o débito em 16 anos, ou 200 parcelas mensais, que começarão a ser pagas em 2018 com desconto de 40% das multas de mora e dos encargos legais e de 20% dos honorários advocatícios, além de 80% dos juros de mora.

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- Quem vai pagar a conta dessa renúncia fiscal é o próprio contribuinte, futuro aposentado de uma Previdência falida graças à impunidade de gestores públicos corruptos e incompetentes.

(Millôr Fernandes)

Um milhão de provas

Na denúncia contra Lula, Dilma e o resto da organização criminosa, a PGR analisou mais de um milhão de arquivos do sistema Drousys, usado para ocultar os pagamentos do departamento de propinas da Odebrecht.

Tesouro do Geddel

Pobre Alagoas

O deputado dos cartórios, Sérgio Toledo, novo dono do PSC, agora é quem manda na Imprensa Oficial de Alagoas. Graciliano Ramos, que dá nome ao órgão, deve estar se contorcendo no túmulo ao saber da troca de Marcos Kummer por Dagoberto Omena. Padrinho e afilhado,Toledo e Omena são oriundos da falida oligarquia do açúcar, que deixou um rastro de destruição ao longo de mais de um século de exploração da terra e do seu povo.

A PF concluiu a contagem dos maços de dinheiro encontrados em malas e caixas de papelão num apartamento em Salvador, usado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima: R$ 51.030.866,40. Foram R$ 42.643,500,00 e US$ 2.688,000,00.

Propaganda enganosa

O Tribunal de Justiça do Estado deu ampla divulgação ao fato de Alagoas ter a segunda menor despesa do País com salário de magistrados. Esqueceu de informar que o Judiciário alagoano é o mais improdutivo do Brasil.

Chave de ouro

Lula encerrou em São Luís a caravana da vergonha, pelo Nordeste, tentando enganar os pobres daquele estado. Ou seja, quase toda a população maranhense. No mesmo dia, terça-feira, 6 de setembro, o ex-presidente foi denunciado, de novo, pela PGR, como chefe da quadrilha que assaltou o Brasil, junto com Dilma e a gangue do PT.

DA REDAÇÃO

Números da bandidagem

O número de processos pendentes de execução de pena privativa de liberdade cresceu 5% em 2016 quando compara-do a 2015, de acordo com o Relatório Justiça em Números 2017, elaborado pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O aumento das penas de encarceramento segue a mesma tendência de crescimen-to da população carcerária do Brasil dos últimos 7 anos. De 2009 a 2016, ela aumentou 38%; passou de 474 mil para 654 mil presos. O ano de 2016 registrou 985 mil processos de cumprimento de pena privativa de liberdade em andamento. Em 2015, eram 939 mil casos nessa situação (46 mil a menos). Os dados enviados pelos tribunais brasileiros ao CNJ revelaram a tendência dos magistrados na aplicação de penas que impliquem encarceramento.

Foro privilegiado

A propina da Dilma

Dilma Rousseff recebeu 170,4 milhões de reais do departamento de propinas da Odebrecht, segundo a denúncia da PGR. O cálculo dos procuradores é o seguinte: “Dilma Rousseff foi favorecida, em 2010, com a quantia de 56 milhões de reais, com débitos da Planilha ‘Italiano’, e, em 2014, de 114,4 milhões de reais, com descontos da Planilha ‘Pós-Itália’”. (O Antagonista).

COLUNA SURURU

Caiu na rede

Depois do apartamento do Geddel, o Brasil entendeu porque Lula queria tanto ter um triplex.

Açougueiro trapalhão

De tão enrolado com a quadrilha que quebrou BNDES, Petrobras, Eletrobras, fundos de pensão, Caixa, e onde mais houvesse dinheiro público, o açougueiro de Goiás que virou bilionário terminou gravando a si próprio. Como a lei vale para todos, espera-se que o atrapalhado Janot anule o acordo de delação e peça a prisão de Joesley Batista e sua gangue.

Outro dado destacado pelo Justiça em Números foi o de casos que envolvem foro privilegiado no 2º grau da Justiça Comum ou em tribunais superiores. No 2º grau dos tribunais estaduais e federais, 35% dos casos novos criminais são originários. Nos casos não criminais, tal percentual é reduzido para 9,8%. Ações originárias são aquelas apresentadas diretamente na segunda instância em função de alguma particularidade da matéria ou da parte da ação penal. A lei determina que autoridades públicas com foro privilegiado, por exemplo, sejam julgadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2016, os casos originários (foro privilegiado) representaram 49% dos processos penais novos julgados no STJ.

Justiça cara O Judiciário teve despesa total de R$ 84,8 bilhões em 2016, crescimento de 0,4% em relação ao ano de 2015, mas o custo por habitante caiu de R$ 413,51 para R$ 411,73 no mesmo período. As despesas totais do Judiciário correspondem a 1,4% do PIB do País. A despesa da Justiça Estadual responde por 56,7% da despesa total do Judiciário.

Despesa com pessoal Os maiores gastos do Poder Judiciário foram com pessoal que consumiram R$ 75,9 bilhões (89,5%) do total de R$ 84,8 bilhões. O restante desse custo refere-se às despesas de capital (2,2%) e outras despesas correntes (8,3%) que somam R$ 1,9 bilhão e R$ 7 bilhões, respectivamente. Dos gastos com pessoal, 95% destinaram-se ao custeio de magistrados e servidores.

Na contramão O Detran corre o risco de mudar de direção e perder o advogado Antônio Carlos Gouveia, o mais bem avaliado assessor do gover-no estadual. Essa possibilidade faz parte dos arranjos eleitoreiros do governador Renan Filho. Até a gestão de Antônio Sapucaia, que passou o bastão para Antônio Carlos, o Detran-AL era entregue a políticos corruptos que usavam o órgão para enriquecimento ilícito e trampolim eleitoral.

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Para iludir

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m um estado pequeno, cheio de problemas e que depende diretamente de Brasília, é bobagem entrar em rota de colisão com o governo federal. Mas é isso que o governador Renan Filho fez e começa a denunciar perseguição do Palácio do Planalto que poderia trazer problemas para os alagoanos. Se isso vier mesmo a acontecer, a culpa é do próprio governador, que por sua conta e risco começou a bater no presidente Michel Temer por problemas unicamente políticos e ideológicos, seguindo o seu pai Renan Calheiros que há muito entrou em confronto declarado com o Executivo. Outra tolice que Renan Filho faz questão de divulgar é que o governo de Temer está cortando investimentos para o estado de Alagoas. Ora, e a bancada federal não tem feito o dever de casa? Quanto em investimento já foi destinado para Alagoas? É de bom alvitre reconhecer que as ações principalmente do senador Benedito de Lira, e de vários deputados federais, como Arthur Lira, dos ministros Maurício Quintella e Marx Beltrão, têm dado resultados e investimentos são anunciados a toda hora. Esta história de retaliação do governo federal para com Alagoas sinceramente não cola. O gover-nador deve arranjar outra desculpa sobre a desmontagem do seu fictício canteiro de obras.

Perguntar não ofende Se o governo federal está quebrado como diz o governador Renan Filho, para que reclamar de perseguição do presidente Michel Temer?

Visionário

Mesmo sem resolver os graves problemas do Hospital Geral do Estado e da Maternidade Santa Mônica, o governador Renan Filho demonstra que é um otimista nato. Revela que está construindo o Hospital da Mulher, o Hospital Metropolitano e o Hospital de Porto Calvo. O Estado deve estar nadando em dinheiro, já que ele quer, também, construir outros três. Um em União dos Palmares, outro em Viçosa e o terceiro em Delmiro Gouveia. Pelo visto Alagoas vai virar mesmo uma UTI.

Inauguração

Está prevista para o próximo mês de outubro, em data ainda a ser definida, a inauguração da expansão do VLT até o bairro de Jaraguá, que vai atender milhares de pessoas que se deslocam para o centro da cidade do Poço, Jaraguá, Pajuçara e adjacências. Nesse evento deverão estar presentes os ministros das Cidades e dos Transportes, Bruno Araújo e Maurício Quintella, o senador Benedito de Lira, o presidente da CBTU, José Marques, além do prefeito de Maceió Rui Palmeira e o vice Marcelo Palmeira e ainda deputados e vereadores.

De olho

Pessoas ligadas a Thereza Collor estão lhe alertando sobre a possibilidade levar uma rasteira do senador Renan Calheiros, caso ela tenha alguma perspectiva de eleição. O senador, dizem especialistas no assunto, não deseja ser atropelado nas urnas.

GABRIEL MOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Polvorosa A aproximação de deputados e senadores com o prefeito Rogério Teófilo está deixando a tropa de choque do senador Renan Calheiros com a orelha em pé. Em Arapiraca o senador vai ter que se virar com o vice-governador Luciano Barbosa.

Sem palanque

Como não existe disposição de Thereza Collor participar de comícios no mesmo palanque de Renan Calheiros, como tem revelado nos bastidores, a campanha de 2018 será mesmo complicada. A não ser que o projeto de filiação de Thereza ao PPS seja abortado até a próxima semana.

Já chegou

Acompanhando

A notícia de que a Eletrobras Alagoas deu ao Estado um prejuízo nos últimos anos de cerca de R$ 1 bilhão caiu como uma bomba nos meios políticos. Afinal de contas a última diretoria foi indicada exatamente pelo senador Renan Calheiros. As declarações do secretário da Fazenda causaram um rebuliço no Palácio dos Martírios.

O vice-prefeito Marcelo Palmeira, que substitui Rui durante um período de quatorze dias, tem acompanhado diariamente os trabalhos da Secretaria de Infraestrutura na recuperação das ruas e avenidas danificadas pelas chuvas. Palmeira tem sido visto até altas horas da noite acompanhando os trabalhos das equipes distribuídas por vários pontos da cidade.

Em cima do muro

Nem aí

Desastre financeiro

O deputado Ronaldo Lessa não é tucano, mas tem ficado em cima do muro quando o assunto é apoio nas eleições do próximo ano. Fazendo parte do governo do prefeito Rui Palmeira, Lessa tem sido assediado pelo Palácio dos Martírios. Para o seu eleitorado seria interessante o deputado decidir logo pra onde vai.

O ministro do Turismo, Marx Beltrão, prepara o bote para sair do PMDB. Ele sabe que a parada é dura se ficar na sombra do senador Renan Calheiros. Beltrão, que diz ser candidatíssimo ao Senado, tem trabalhado duramente na capital e no interior.

Sobrou

Escolhido para ser o novo presidente da Eletrobras depois de sair da Administração do Porto de Maceió, Tadeu Lira sobrou. Novo presidente da instituição já foi nomeado pelo Conselho de Administração indicado pelo ministro Marx Beltrão.

Arrastão

Depois dos temporais caídos em Maceió, os maiores dos últimos anos, a prefeitura realiza um trabalho de mutirão para reconstruir ruas e avenidas destruídas literalmente pelas chuvas. Maceió começa a ganhar novo visual desde os últimos trinta dias e a prefeitura mantém um ritmo de recuperação do asfalto durante o dia e à noite.

O PT alagoano só falta marcar a data de anunciar seu apoio ao governo de Renan Filho. Questão apenas de tempo. O momento é de definir qual a secretaria de governo que irá assumir a partir de outubro, contanto que não seja Educação, Saúde, Fazenda, Segurança Pública, Infraestrutura, Trabalho e outras afins.

Comemoração antecipada Tem gente comemorando o enterro do Distritão na Câmara dos Deputados, mas até ser decidida, muita água vai correr por baixo da ponte. As comemorações antecipadas podem entornar o caldo. O que os candidatos devem pensar, mesmo, é em ir buscar o voto.

Debandada Pelos comentários nos bastidores da Assembleia Legislativa, muita gente vai cair fora do PMDB. Acham que o partido anda muito desgastado em nível nacional e pode refletir nas eleições de Alagoas.

Confiança exagerada

Até as eleições do próximo ano muita gente vai dormir pouco acompanhando os passos da Lava Jato. Em Alagoas não vai ser diferente, embora os candidatos estejam certos de que até lá a justiça não condena ninguém.


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Deputados usam e abusam das passagens aéreas

COTÃO NIVALDO ALBUQUERQUE PEDE PARA SER REEMBOLSADO POR 68 BILHETES SÓ EM AGOSTO JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ó no mês de agosto, o deputado federal por Alagoas Nivaldo Albuquerque (PRP) gastou R$ 37.212,28 com a emissão de bilhetes aéreos bancados pela Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar. Segundo Portal da Transparência da Câmara dos Deputados, foram 68 emissões expedidas em um único dia, 1º de agosto. Sendo assim, Albuquerque foi o parlamentar que mais gastou com esse serviço, que representa mais de 30% dos gastos da bancada alagoana nos meses de julho e agosto.As despesas com a emissão de bilhetes aéreos chegou a R$ 125.452,32, sendo que somando todos os outros tipos de gastos, os parlamentares usaram R$ 377.550,28 do chamado cotão. Analisando o bimestre, o filho de Antônio Albuquerque gastou R$ 39.557,94 em 77 voos, ficando em primeiro lugar no ranking. Em seguida está o tucano Pedro Vilela, com 33 emissões de bilhetes resultanto R$ 15.707,71 no mês de julho, além de 13 em agosto, nos valores de R$ 6.043,74. Um valor total de R$ 21.751,45.

Nivaldo Albuquerque é o que mais gastou em bilhetes aéreos; Pedro Vilela, JHC e Ronaldo Lessa também estão na lista de gastos

Em terceiro lugar está o deputado federal João Henrique Caldas, o JHC (PSB). O filho do ex-deputado João Caldas usou 18 bilhetes em julho e sete em agosto, resultando na despesa de R$ 13.756,94. Logo atrás estão Givaldo Carimbão (PHS), com 17 bilhetes e custo de R$ 12.557,93; e Cícero Almeida, agora no Podemos, com 14 bilhetes no total de R$ 10.620,32. GASTO BIMESTRAL Apesar de ser um dos deputados que mais gastou com bilhetes aéreos, Pedro Vilela, analisando as despesas totais dos meses de julho e agosto, é osegundo entre os alagoanos que menos deu despesas à Cota da Câmara. Nesses dois meses, Vilela utilizou R$ 23.204,62. Já Arthur Lira (PP) foi o mais econômico, pelo menos conforme o Portal da Transparência: R$ 22.012,76. No outro lado da ponta está Ronaldo Lessa (PDT) com gastos de R$ 59.958,39, junto a Nivaldo Albuquer-

que com R$ 54.917,98; e Rosinha da Adefal (PT do B), com R$ 54.917,98. Paulão (PT) ficou em quarto lugar na gastança: R$ 47.190,37. E Cícero Almeida ocupa a quinta posição com despesas de R$ 43.663,18. JHC aparece com gastos de R$ 40.424,65 e Givaldo Carimbão com R$ 38.458,71. O valor total bimestral da bancada alagoana na Câmara chegou a R$ 377.550,28 que, apesar de parecer um grande montante, é inferior ao gasto do mesmo período no ano passado, que totalizou a meio milhão de reais, mais especificamente: R$ 563.268,67. SENADO Nos meses de julho e agosto, o senador Benedito Lira (PP) usou R$ 13.514,25 da cota com passagens aéreas. Renan Calheiros utilizou apenas em julho a quantia de R$ 6.328,79 no mesmo serviço. O Portal da Transparência não apontou gastos em agosto. Já o ex-presidente e senador Fernando Collor não

registrou gastos com passagens durante todo o ano. No entanto, só em julho, Collor teve despesas de R$ 38.500,96 apenas com segurança privada. Calheiros e Lira não possuem gastos referentes ao setor. Outra discrepância aparece em uso de serviços postais. Desde o começo do ano, Collor gastou R$18.062,26 com os Correios e Renan Calheiros teve despesas de R$7.239,00. Enquanto isso, Lira não passo dos R$ 777,57. ENTENDA O QUE É A COTA A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar – CEAP (antiga verba indenizatória) é uma cota única mensal destinada a custear os gastos dos deputados e senadores exclusivamente vinculados ao exercício da atividade parlamentar. Segundo a legislação da Câmara Federal, o uso da CEAP, determina que só podem ser indenizadas despesas com passagens aéreas; telefonia; serviços postais; manuten-

ção de escritórios de apoio à atividade parlamentar; assinatura de publicações; fornecimento de alimentação ao parlamentar; hospedagem; outras despesas com locomoção, contemplando locação ou fretamento de aeronaves, veículos automotores e embarcações, serviços de táxi, pedágio e estacionamento e passagens terrestres, marítimas ou fluviais; combustíveis e lubrificantes; serviços de segurança; contratação de consultorias e trabalhos técnicos; divulgação da atividade parlamentar, exceto nos 120 dias anteriores às eleições; participação do parlamentar em cursos, palestras, seminários, simpósios, congressos ou eventos congêneres; e a complementação do auxílio-moradia. O valor máximo mensal da cota depende da unidade da federação que o deputado representa. Essa variação ocorre por causa das passagens aéreas e está relacionada ao valor do trecho entre Brasília e o Estado que o deputado representa.


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TJ de Alagoas é o mais improdutivo do País

JUSTIÇA EM NÚMEROS JUSTIÇA FEDERAL SE DESTACA E ALCANÇA 100% DE PRODUTIVIDADE

VERA ALVES veralvess@gmail.com

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Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) é o mais improdutivo do País no âmbito da Justiça Estadual. A revelação é do Justiça em Números 2017, o relatório da situação do Poder Judiciário brasileiro em todas as suas esferas elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e divulgado na segunda, 4. O levantamento também aponta que no âmbito da Justiça Federal Alagoas se sobressai, com 100% de produtividade. Já na justiça trabalhista a situação do estado é mediana. O Tribunal Regional do Trabalho de Alagoas -19ª Região é o 10º em termos de menor produtividade dentre os 24 TRTs do País. Obteve 83,5% no Índice de Produtividade Comparada da Justiça, o IPC-Jus. O indicador criado pelo CNJ resume os dados enviados pelos próprios tribunais em uma única medida, de modo a refletir sua produtividade e a eficiência relativa. De acordo com o CNJ, o índice agrega informações de litigiosidade, como, por exemplo, o número de processos que tramitaram no período, bem como de recursos humanos (magistrados, servidores efetivos, comissionados e ingressados por meio de requisição ou cessão) e de recursos financeiros (despesa total da Justiça excluídas as despesas com inativos e com projetos de construção e obras). Como produto, avalia a quantidade de processos baixados. O Tribunal de Justiça de Alagoas foi de menor desem-

penho ao longo de 2016, de acordo com o IPC-Jus, com apenas 58,5% de produtividade, muito abaixo da média nacional que foi de 82,1%. Os melhores desempenhos dentre os 27 tribunais estaduais foram dos TJs do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro – situados na categoria grande porte – Roraima e do Amapá – ambos de pequeno porte, mesma categoria do tribunal alagoano. Os quatro alcançaram 100% de produtividade. Se em produtividade o TJAL vai mal – o que se reflete na prestação do serviço jurisdicional ao cidadão –, há um quesito avaliado pelo CNJ no qual se sobressai. Está entre os únicos seis do País, na Justiça Estadual, a ter 100% dos processos ingressados de forma eletrônica. Mas é a Justiça do Trabalho que se destaca por apresentar 99% dos processos de 1º grau ingressados eletronicamente, com apenas cinco tribunais abaixo do índice de 100%. O TRT de Alagoas (TRT-19) figura dentre os que alcançaram a excelência neste quesito. Em contrapartida, na Justiça Eleitoral, existem apenas cinco tribunais com processos ingressados eletronicamente no ano de 2016, sendo todos no 2º grau. O Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE -AL) vai mal nesta área, sem qualquer processo eletrônico até hoje. No que se refere à Justiça Federal, no âmbito do 1º Grau, o percentual de processos ingressados de forma eletrônica é de 90%, bem acima dos 66% dos processos em 2º Grau, no caso o Tribunal Regional Federal da 5º Região

CNJ detalha desempenho dos tribunais e o IPC-Jus; TJAL é o ‘lanterninha’ com 58,5% de produtividade

(TRF-5). A despeito disto, o TRF5 obteve o maior IPC-Jus da Justiça Federal, de 87%, sendo as seções judiciárias do Rio Grande do Norte, de Alagoas e de Sergipe as mais eficientes, em contraste com a seção de Pernambuco que apresentou o menor indicador da região, 79%. Por outro lado, o TRF da 2ª Região apresentou o menor IPC-Jus da Justiça Federal (56%), com índice de 80% no 2º grau, de 53% na seção judiciária do Rio de Janeiro e de 50% na do Espírito Santo. Confira nos gráficos o desempenho do Judiciário em Alagoas, também acessível no endereço eletrônico http://cnj.jus.br/programas-e-acoes/pj-justica-em -numeros.


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IPC-Jus da Justiça Federal: Seção de Alagoas registra 100% de produtividade

Percentual de processos ingressados eletronicamente em 2016 por cada tribunal

TRT de Alagoas tem desempenho abaixo da média nacional: 83,5%

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Usinas de Minas prestes a serem vendidas

MASSA FALIDA DA LAGINHA LEILÃO MILIONÁRIO DEVERÁ ACONTECER AINDA ESTE ANO

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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leilão para a venda das usinas Triálcool e Vale do Paranaíba, ambas pertecentes à Massa Falida da Laginha e localizadas em Minas Gerais, deve acontecer ainda em 2017. Os empreendimentos estão em processo de reavaliação de valores. A informação foi dada pelo leiloeiro Renato Schlobach Moysés. A empresa contratada para o serviço foi a Agriplanning, que vai realizar consultoria e pesquisas de mercado. No último balanço, em 2014, as usinas, localizadas nas cidades de Canápolis e Capinópolis (MG), que chegaram a gerar cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos na região, foram avaliadas em cerca de R$ 430 milhões. “A empresa está realizando um trabalho de checagem de valores das avaliações realizadas anteriormente”, explicou Moysés. De três anos para cá, diversos impasses aconteceram em torno das usinas mineiras: de empresa espanhola interessada a abertura de envelopes de propostas fracassadas. Sem contar os obstáculos que os herdeiros do ex-usineiro João Lyra impuseram no processo. O leilão das usinas ainda não tem data marcada. “Mas, estamos fazendo isso o mais rápido possível para possibilitar a venda em breve. Com certeza, o leilão será ainda neste ano”, informou o leiloeiro. De acordo com assessoria do Tribunal de Justiça de

Alagoas (TJ-AL), “a administração judicial da Laginha informa que atualmente está sendo feita a verificação da avaliação do valor desses bens. A avaliação existente foi utilizada para as outras tentativas de venda, mas está sendo verificada. Após essa verificação, será possível marcar uma nova data para o leilão”. Caso realmente aconteça, será o terceiro leilão de bens do império falido do Grupo JL. O primeiro terminou no dia 14 de agosto arrecadando R$ 814 mil com a venda de um apartamento, sala comercial e aeronave. “As disputas foram muito boas, especialmente da aeronave e um dos imóveis”, destacou o leiloeiro. Com a falta de lances na primeira praça, que começou no dia 26 de julho, os bens tiveram uma queda de preços de até 60% do valor avaliado. Dos itens ofertados, o único que não foi vendido foi a sede do grupo, localizada no bairro de Jacarecica, em Maceió, avaliado em R$ 15,7 milhões. Para tentar novamente vender a sede, um segundo leilão está sendo organizado. A hasta começará no dia 2 de outubro, a partir das 14h, sendo encerrada no dia 17, no mesmo horário. O lance inicial deverá ser de, no mínimo, 50% do valor em que o imóvel foi avaliado judicialmente. A venda está condicionada a posterior aprovação dos magistrados nomeados para atuarem na ação de falência da empresa, do Ministério Público Estadual (MPE) e do administrador-judicial. O pregão eletrônico estará disponível no portal

Triálcool, em Minas Gerais, deve ser levada a leilão ainda este ano

www.canaljudicial.com.br/ superbidjudicial. A descrição detalhada e as fotos do imóvel também estão disponíveis no portal. Segundo o edital de leilão, o imóvel será vendido em caráter “Ad Corpus” e no estado em que se encontra. Os lances poderão ser ofertados por viva voz ou pela internet, através do portal eletrônico. ESTIMATIVAS Já o quarto leilão não deve acontecer neste ano, porém, faz parte da programação da administração

judicial. “Ainda estamos levantando alguns bens para inserir num próximo leilão. A princípio envolverá os ativos rodantes, como caminhões e tratores”, salientou Moysés. Em 2016, o juiz responsável pelo processo falimentar à época, Kléber Borba, tentou levar à leilão diversos bens inservíveis, como caminhões, tratores, reboques, motocicletas, entre outros. Em quase 300 itens com total avaliado de R$ 2,8 milhões. No entanto, a hasta não chegou a acontecer por entraves judiciais.

EM TEMPO Falta transparência no trabalho da administradora judicial Lindoso e Araújo Consultoria Empresarial Ltda. Desde a mudança de gestão da Massa Falida, o jornal EXTRA DE ALAGOAS não foi atendido uma vez sequer pela empresa para colhimento de detalhes de um processo judicial do interesse de milhares de trabalhadores e credores que esperam receber dívidas milionárias. A última atualização do site www.grupojl.com.br aconteceu no dia 26 de julho.

IBRACON INCORPORAÇÕES E CONSTRUÇÕES LTDA., com sede no endereço Rodovia BR-101 Norte Km-12 Quadra-B S/N, localizada no Distrito Industrial – Tabuleiro dos Martins da cidade de Maceió-AL, inscrita sob o CNPJ 10.831.030/0001-01 e atuando no ramo de construção civil, torna público que requereu ao Instituto do Meio Ambiente-IMA, a Licença de Operação referente a um Condominio de apartamentos localizado no Loteamento Barra Mar no Municipio de Barra de São Miguel - Al


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Prefeito de Viçosa trabalha para superar dificuldades O Vale do Paraíba recebeu a sétima edição do governo presente na última semana, as atividades tiveram início na cidade de Viçosa, onde várias ações foram realizadas. Na oportunidade, o prefeito Davi Brandão falou que encontrou a cidade como uma terra arrasada e, após ser eleito, empreendeu seus esforços para fazer ajustes administrativos e financeiros. Novos projetos estão sendo executados em todas as áreas, mas deixou claro que a saúde e a educação são prioridades. Governo presente. Com a presença do governador Renan filho durante as ações, o destaque foi para a segurança pública com a entrega do CISP, centro integrado de segurança pública, com três novas viaturas: duas da Polícia Militar e uma da Civil para resolver a situação da segurança da cidade. Recursos hídricos como o abastecimento de água e um sistema integrado através de um poço artesiano ampliaram a oferta de água para o município, e na área da saúde foi entregue uma nova ambulância para o SAMU.

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TJ adia julgamento da prisão do prefeito de Maribondo

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA MP DESTACA HISTÓRICO DE AGRESSÕES DE LEOPOLDO PEDROSA

Que justiça é essa, meu irmão? Justiça mantém preso prefeito suspeito de agressão e deixa no mandato gestores condenados por corrupção WADSON REGIS Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e editor-geral do AL1

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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cabou suspenso o julgamento sobre a manutenção da prisão e recebimento da denúncia contra o prefeito de Maribondo, Leopoldo Pedrosa, acusado de espancar a ex-esposa no mês de junho. Ele também teria agredido a ex-sogra. A suspensão foi por causa do pedido de vista do juiz convocado Maurílio da Silva Ferraz para participar da discussão no pleno na terça-feira, 5. O processo voltará à pauta no dia 12. O relator, desembargador João Luiz Azevedo Lessa, se revelou a favor de manter a prisão e receber a denúncia contra o gestor pelos crimes de lesão corporal contra Meiry Emanuella Oliveira Vasconcelos, por duas vezes, além de lesão corporal e ameaça contra a ex-sogra, Rosineide de Oliveira Vasconcelos. Lessa teve o apoio dos desembargadores Elisabeth Carvalho, Fábio Bittencourt, Paulo Lima e Pedro Augusto Mendonça, que anteciparam os seus votos. Conforme o relator, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) já se pronunciaram no sentido de ser mantida a prisão do prefeito, devido à periculosidade do acusado e risco de reiteração delitiva. A custódia

O polêmico ex-casal Meiry Emanuella e Leopoldo Pedrosa

preventiva nesses casos é prevista pela Lei Maria da Penha. “O histórico de agressões do representado indica que as vítimas, em tese, sofreram inúmeras violências psicológicas, traduzidas muitas vezes em ameaças, de maneira que existem dados concretos para justificar o temor de terem suas vidas ceifadas pelo acusado”, acrescentou. VIOLÊNCIA Meiry Emanuella afirmou que chegou a ser chutada na cabeça quando já estava desmaiada em virtude das agressões. O fato ocorreu em fazenda de propriedade do acusado em Maribondo. O desembargador João Luiz também ressaltou que Leopoldo Pedrosa já possui uma condenação criminal. “O acusado já possui contra si sentença penal condenatória pela prática do crime de posse ilegal de arma de fogo, denota-se, por um lado, o aparente desrespeito do representado às normas do direito, e, por outro, em tese, a efetiva disponibilida-

de de meio bélico para causar um mal a alguém, principalmente, às vítimas, as quais, repita-se, relatam receber, do ora representado, ameaças de morte”, disse. Na sessão de julgamento, fizeram sustentações orais o procurador Sérgio Jucá, pelo Ministério Público de Alagoas, e o advogado Raimundo Palmeira, da defesa do prefeito. A defesa afirma que o caso não se trata de violência doméstica e não se enquadra na Lei Maria da Penha. Segundo Palmeira, o desentendimento foi gerado por uma discussão acerca de “relação negocial sobre uma compra de um apartamento”. O prefeito alega que as agressões foram iniciadas pela esposa, e ele apenas se defendeu. A defesa pediu a soltura do acusado e a rejeição da denúncia. Caso haja o recebimento da denúncia, o prefeito se torna réu e o processo prossegue, para apurar o cometimento dos crimes. (Com assessoria)

O que acontece em Alagoas se repete de Norte a Sul do país e chama a atenção para algo de estranho nos olhos encobertos da Justiça brasileira. Em alguns casos está claro que não são apenas os pesos e medidas diferentes para casos semelhantes. Há algo de muito estranho nas particularidades. Citando o caso mais emblemático do momento, por aqui, o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), mesmo após três tentativas de soltura, ainda não consegue ser unânime sobre a matéria. Nesta terça-feira o juiz Maurílio da Silva Ferraz, convocado pelo TJ, pediu vistas para julgar mais um recurso impetrado pela defesa do prefeito de Maribondo, Leopoldo Pedrosa, preso desde 28 de julho, acusado de agressão pela ex-companheira e a ex-sogra. A defesa alega falta de provas e que os exames de corpo de delito descartaram qualquer tipo de agressão. A acusação faz o contraditório com a tese de tentativa de agressão repetida e risco de algo mais grave. São pontos de vistas obviamente diferentes de escritórios pagos para acusar e defender. Faz parte do

jogo. O que não entendo (como leigo) é porque mais de 10% dos políticos de Alagoas têm condenação, indiciamento e citações por algum tipo de corrupção contra o erário e continuam exercendo o mandato. É certo que em briga de marido e mulher só a Justiça mete a colher, mas como punir alguém na cadeia sem julgamento de mérito? Consultei um advogado especialista no assunto, que assim como eu não tem partido no caso em tela, e ele foi enfático: “Quando os olhos da justiça se fecham para um lado acontece o que estamos vendo. Há uma denúncia com base na Lei Maria da Penha e o processo tem que seguir tramitando, mas não vejo motivo pela manutenção da prisão do prefeito. Está muito latente que há um jogo de forças e o lado do prefeito está em desvantagem”. Foi o que me disse o advogado, que pediu sigilo sobre seu nome pelo simples fato de não fazer parte do processo. Como leigo no assunto sigo o entendimento do TJ: peço vistas. Com o prefeito preso, Maribondo está sendo administrado pelo vice-prefeito Carlos Sérgio Marques, que estava rompido politicamente com o companheiro de chapa antes do episódio.


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DESENVOLVE GARANTE CRÉDITO PARA JOVENS EMPREENDEDORES

A agência de fomento de Alagoas, a Desenvolve, também esteve presente nas ações do governo de Alagoas no Vale do Paraíba. Em Capela, a ação foi com os pequenos empresários, para apresentar as linhas de crédito diferenciadas para o comércio local; já em Atalaia, o destaque foi para a realização do sonho de vários artesãos que receberam novas barracas padronizadas. Em Quebrangulo, a Secretaria de Trabalho e Emprego lançou recentemente o programa Juventude Empreendedora, que tem como objetivo apoiar os jovens e transformá-los em

empreendedores, oportunizando a implantação de seu primeiro negócio. O governador Renan Filho parabenizou a Desenvolve pela realização do programa que atendeu mais de cinco mil jovens de todo o estado de Alagoas. O presidente da Desenvolve, Rafael Brito, ressaltou que os créditos da agência não são como empréstimos pessoais e sim créditos de investimento com juros reduzidos que ajudam o pequeno empresário a ter condições de investir em seus negócios e assim, ampliar sua renda.


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Capela inagura obras e recebe fomento para economia O governador de Alagoas Renan Filho e o prefeito de Capela Adelminho Calheiros inauguraram a obra de recuperação e ampliação do sistema de abastecimento do município. A solenidade, que aconteceu na sexta-feira, dia 1º de setembro, ainda reuniu o vice-governador Luciano Barbosa, o presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) Clécio Falcão, e a vice-prefeita Eliane Lucena. Renan Filho aproveitou o momento para anunciar reforma do ateliê do mestre João das Alagoas, fomentando o artesanato capelense, além de divulgar que a Escola Edite Machado será uma unidade de tempo integral. Para reforçar os trabalhos da agricultura familiar, o município ainda foi contemplado com um trator através da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri). Outro evento que ocorreu na sextafeira, em Capela, foi a reinauguração da Escola Municipal Ricardo Gondim,

localizada na Fazenda Bandeira. As obras foram executadas com recursos próprios do município.De acordo com o prefeito Adelminho Calheiros,contar com o apoio do Governo do Estado é preponderante para garantir um novo tempo ao povo. “O governador Renan Filho tem sido uma coluna de sustentação dentro da nossa administração. Todas as solicitações feitas em prol do povo sempre são atendidas. Isso mostra o quanto ele tem compromisso para com as famílias da nossa terra”, elogiou o gestor. Já na quinta-feira, 31 de agosto, a maternidade do Hospital José Vânio de Barros Morais foi agraciada com kits fornecidos pela Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris). A participação do governador Renan Filho no programa Governo Presente, em Capela, foi encerrada com um grande casamento coletivo, promovido na Praça Central.

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Manoel Messias se livrou do álcool e se dedica ao trabalho

Murilo, o filho, revela estar orgulhoso do pai

Motorista larga o álcool e se dedica ao transporte escolar

HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO

MANOEL MESSIAS TEM 45 ANOS E PRECISOU SER ACOLHIDO PARA CURAR A DEPENDÊNCIA QUÍMICA VICTOR BRASIL

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motorista escolar do município de Mata Grande, Manoel Messias de Lima, de 45 anos, viu toda a sua vida ser devastada pelo consumo excessivo de álcool. Deu o primeiro gole aos 16 anos, quando acreditava que a bebida alcoólica era a única forma para a diversão. E assim, começou uma saga até perder todos os bens para pagar suas contas nos bares da cidade. “Eu acreditava que para me divertir tinha que beber. No início, eu tinha controle e bebia apenas em festas e nos finais de semana. Engana-se quem pensa que você terá esse controle para sempre”, enfatizou o motorista. Manoel Messias acredita que o descontrole emocional foi um ponto forte para fazer com que o álcool dominasse toda a sua vida.

“Eu casei, formei uma família e era muito feliz. Até que um dia me separei e decidi ir curtir a vida. Cheguei ao ponto em que o meu salário era pouco para pagar as contas do bar”, lembrou. Ao ver o salário do mês ser insuficiente para manter a sua dependência química pelo álcool, Manoel Messias começou a vender os seus bens. “Primeiro foi a moto, depois o carro. E assim fui negociando com os donos dos bares e bebendo cada vez mais”, disse Manoel, ao se mostrar arrependido pelos seus atos. APOIO DA FAMÍLIA Ao se ver ficando sem nenhum bem, Manoel Messias resolveu escutar a sua mãe e uma vizinha, que ele considera como um anjo em sua vida. Elas foram as responsáveis por apresenta-lo ao projeto Anjos da Paz da Secre-

taria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev). “Elas me levaram para Delmiro Gouveia, onde conheci o pessoal que iria me acolher. Eram os Anjos da Paz. Quando vi o carro azul pela primeira vez até gelei, porque sabia que era a primeira oportunidade que eu iria ter depois de perder quase toda a vida para o álcool”, disse Manoel. Após ser atendido pelos psicólogos e assistentes sociais dos Anjos da Paz, ele foi encaminhado para a comunidade acolhedora Sant’Onésimo, em Água Branca, onde passou por um tratamento voluntário totalmente gratuito por seis meses. Para o filho de apenas 13 anos, Murilo Messias, o tratamento do pai foi um marco para a família. “Antes a gente não tinha quase nada em casa. Hoje,

não falta nada. Tenho muito orgulho da pessoa que meu pai se transformou”, declarou. CARINHO DOS ALUNOS Atualmente, Manoel Messias é motorista do transporte escolar do município de Mata Grande. Acorda cedo, toma seu café da manhã e sai de casa em casa buscando os estudantes do ensino fundamental. “Quando estas crianças entram no ônibus é só alegria. Elas me chamam de tio e tem um carinho muito grande por mim. Esta é a minha alegria diária”, enfatizou Manoel Messias. E completou: “Este meu trabalho é uma benção. Agradeço todos os dias a Deus por ter me proporcionado este convívio com as crianças e por me possibilitar continuar longe da bebida, pois quem não trabalha, fica parado

sem ter o que fazer, só vai procurar coisa que não deve”. De acordo com a secretária de Estado de Prevenção à Violência, Esvalda Bittencourt, a história do Manoel Messias se confunde com a dos outros mais de 25 mil dependentes químicos que já foram acolhidos pela Rede Acolhe. “São histórias de superação de homens e mulheres que tiveram suas vidas devastadas pelas drogas e que hoje estão limpas e levando a vida normalmente. Cada dia é uma vitória diferente e deve ser comemorada”, destacou. Os interessados, assim como Manoel Messias, em realizar um tratamento voluntário em uma das 37 comunidades acolhedoras credenciadas ao Governo do Estado, por meio da Seprev, podem entrar em contato através do 0800.280.9390 e solicitar uma visita dos Anjos da Paz.


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ALAGOAS HÁ 60 ANOS O IMPEACHMENT DE MUNIZ FALCÃO MANOEL FERREIRA LIRA Especial para o EXTRA

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udo começou em 7 de fevereiro de 1957, sete meses e seis dias antes da tragédia. Às 21h30, em frente a igrejinha de São Sebastião, já na praça Gabino Besouro, em Arapiraca, foi assassinado o deputado estadual Marques da Silva, cuja autoria intelectual foi imposta ao também deputado Claudenor de Albuquerque Lima. José Marques da Silva, médico, tinha sido o deputado mais votado do estado, com 3.760 dos 7.400 eleitores do município de Arapiraca. Escolhido em 1955 primeiro vice-presidente da Mesa Diretora da Assembleia, fazia parte da oposição ao governador Muniz Falcão, juntamente com outros 21 colegas parlamentares. A situação era constituída de 12 deputados. Acerca do assassinato do deputado arapiraquense, disse O Globo, diário do Rio de Janeiro, em 18 de fevereiro de 1957, em matéria com o título O CRIME DE ALAGOAS: “O ato de banditismo, que na cidade de Arapiraca, em Alagoas, roubou a vida ao deputado oposicionista Marques da Silva, não é o único nem o primeiro, praticado neste País, por vindita partidária. Mas é de tal modo impressionante em seus antecedentes, em sua forma de execução, em suas múltiplas circunstâncias, que está destinado a acarretar as mais sérias conseqüências sobre a cabeça de seus autores ou corresponsáveis morais e políticos. “Muitos dos nossos homens públicos do interior, não se querem convencer de que estamos na segunda metade do século XX, em plena era de transformações radicais, e continuam a orientar suas atividades partidárias pelos processos de violência contra as pessoas, de ameaça de supressão de liberdades para os oposicionistas. Esse regime não resiste nem pode resistir à reação que lhe opõe, sem distinções, a opinião pública, inteiramente hostil à sobrevivência das antigas senzalas para os brancos depois que ficaram despovoadas dos escravos negros”. Após o assassinato, o governador Muniz Falcãodisseao coronel Murilo Luz, comandante da Polícia Militar de Alagoas: “Veja, coronel, que espécie de amigos eu tenho. Traem-me a confiança e expõem o nome do governo num crime monstruoso”. CONTINUA

Ilustração do jornal italiano Corriere della Sera


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PISTOLAGEM E MORTE NA ASSEMBLEIA meses após

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ra o dia 13 de setembro. Uma tarde ensolarada. A partir das 15h30, muitos parlamentares chegavam ao prédio da Asssembleia para mais um dia de trabalho legislativo. Na pauta: leitura da ordem do dia, que constituía decreto de impeachment do governador Muniz Falcão, de autoria do deputado Oséas Cardoso. Pela Praça D. Pedro II caminhavam lentamente em direção ao plenário da Assembleia os deputados Claudenor Albuquerque Lima, Aderval Tenório e Luiz Gaia, os três pertencentes à situação, isto é, defensores intransigentes do governador Muniz Falcão. Chegavam de terno, com grandes capas de chuva sobre os ombros, que encobriam revólveres e metralhadoras conhecidas como “lourdinhas”. Segundo o irmão, Djalma Falcão, em seu livro Episódios, o governador “teria pedido que sua bancada não comparecesse à sessão, entretanto, o deputado Humberto Mendes (PTN), seu sogro e líder do governo, discordava dessa posição”. Disse mais Djalma Falcão: “Mendes e os deputados Claudenor Lima e Abraão Moura decidiram ir à Assembleia dispostos a ‘matar ou morrer’ e não atenderem nem mesmo aos apelos do arcebispo de Maceió, D. Adelmo Machado, para que fossem desarmados. Portando metralhadoras, os três rumaram para a Praça D. Pedro II e, agitados, condenavam os golpistas, sob aplausos da multidão que se aglomerava no local em

Deputado Claudenor Albuquerque Lima, portando sob a capa uma metralhadora

apoio ao governador”. Lá dentro, entrincheirados, deputados oposicionistas, como a antever a tragédia, estavam à espera. Édson Lins, com duas armas de fogo, Oséas Cardoso, Carlos Gomes de Barros, Antônio Gomes de Barros, José Onias, José Affonso de Melo, o senador pela Bahia, Juracy Magalhães (presidente da UDN Nacional e também com arma em punho), todos esperavam o embate. Os deputados oposicionistas eram: Antônio Gomes de Barros, Carlos Gomes de Barros, Teotônio Vilela, Júlio França, Mário Guimarães, Geraldo Sampaio, Siloé Tavares, Oséas Cardoso, Otacílio Cavalcante, Virgílio Barbosa, José Onias, Lamenha Filho, Machado Lobo, Edson Lins, Herman Almeida, Arnaldo Paiva, João Toledo, Manoel Borges, José Affonso, Ante-

nor Claudino, Antônio Malta e Antenor Serpa. Os que acompanhavam o governo de Muniz Falcão: Jorge Assunção, João Bezerra, Antônio Moreira, Abrahão Moura, Claudenor de Albuquerque Lima, Luiz Gaia, Ramiro Pereira, Humberto Mendes, Ulisses Botelho, Luiz Coutinho, Augusto Machado, Aderval Tenório e Luiz Rezende. SEM PALAVRAS Assim que chegaram ao recinto do plenário, por volta das 15h30, silenciosamente, sem ao menos pronunciarem palavras, ou mesmos ruídos, os deputados da situação foram logo atirando a esmo. O jornalista Moreira Alves, ferido por bala de fuzil no fêmur, assim escreveu nas páginas do Correio da Manhã, do Rio de Janeiro: “Cheguei às 6 da manhã de hoje, acompanhando o

Oposicionistas Edson Lins (com duas armas) e Machado Lobo

presidente da UDN. Imediatamente saímos a tomar contato com o ambiente político de Maceió, onde se vivia momentos de expectativa. Reuniões se sucederam entre os líderes udenistas na casa do deputado Mário Guimarães, presidente da UDN local. O Palácio do Governo estava vazio de povo e cheio de homens armados. O governador movimentou a cidade durante toda a manhã. A partir do meio dia passou a receber em Palácio. Às 15 horas a Polícia Estadual formou em frente ao edifício da Assembleia. Os deputados da oposição se encontravam no recinto. Às 15h10, deputados situacionistas liderados pelo deputado Claudeonor Lima, subiram a escadaria vestidos de capas, sob as quais portavam metralhadoras. Penetraram imediatamente no recinto.

Nenhuma palavra chegou a ser trocada. Os deputados da situação abriram fogo imediatamente a esmo. Vários feridos. Impossível dizer número, pois figuro entre eles. De relance vi um deputado de terno escuro, de óculos, empunhando metralhadora sob a capa, que me afirmaram ser Claudenor Lima. Vi o fogo da metralhadora, senti dor na perna e caí. Durante uma hora, juntamente com outros 4 feridos, abriguei-me atrás de 3 sacos de areia destinados a proteger a taquigrafia. Esperei socorro. As ambulâncias tiveram dificuldades em atravessar o cerca de cangaceiros, que ameaçavam o corpo médico com metralhadoras. Removido para o Pronto Socorro, foi diagnosticada fratura do fêmur. Meu estado geral bom. Reportagem encerrada. Marcio Alves”.


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Deputados Mário Guimarães, Aroldo Loureiro, TeotônioVilela (e Luiz Coutinho antes do tiroteio

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tiro

erido pelas costas, um tiro matou o deputado Humberto Mendes, sogro do governador e um dos mais corajosos. Para o jornalista Rubens Jambo, foi da arma do deputado Virgílio Barbosa, que era de Limoeiro de Anadia, que saiu a bala que assassinou o oposicionista. Outros deputados, José Onias, Júlio França, José Affonso, Carlos Gomes de Barros (todos oposicionistas) também saíram feridos, além do jornalista Moreira Alves, do servidor da Assembleia Jorge Pinto Dâmaso (ferido na perna) e do sargento Jorge José de Araújo, da PM, ferido na rua por uma rajada de metralhadora. Aqueles trágicos momentos foram assim retratados pelo O Cruzeiro, edição de 28 de setembro de 1957, de autoria do jornalista João Martins: “Gritos de dor e pânico ouviam-se nos quatro cantos da Câmara; tive a impressão de que muita gente estava morrendo à mingua de socorro. O fogo, aqui e ali, era interrompido, como se as munições tivessem se esgotado. Logo, porém, ouvia-se o barulho mecânico de reabastecimento

das armas. Da rua, soldados atiravam indiscriminadamente, talvez para afastar o aglomerado de gente na praça, talvez para agravar, anda mais, o clima de tragédia e intranquilidade em Maceió. Ao cabo de 40 minutos de batalha, nos limites precários de uma sala cheia de poltronas e mesas, distribuídas em planos diferentes, as metralhadoras e os revólveres silenciaram. Restavam os gemidos dos feridos e alguns gritos indefiníveis dentro e fora do prédio. Aos poucos, o ambiente foi se clareando. Das saletas, surgiam pessoas, ainda de armas na mão, buscando a consciência exata das proporções da tragédia; das barricadas, especialmente na sala da Presidência, os deputados oposicionistas saíam, já em socorro dos feridos, todos estirados pelo chão, perdendo sangue. Encontrei nesse momento o Senador Juracy Magalhães que, aparentemente calmo e de revólver na mão, manifestou surpresa de ver aií, na encruzilhada de uma chacina, este repórter, seu velho conhecido de outras sessões parlamentares menos sanguinolentas na história política deste país. Iniciou-se, então, uma operação de busca e reconhecimento de feridos, sala por sala, esconderijo por esconderijo. Dessa empresa, participaram os deputados oposicionistas

Autopsia de Marques da Silva, assassinado em 7 de fevereiro de 1957

Corpo de Humberto Mendes sendo retirado do prédio

Teotônio Vilela, Lamenha Filho, que é o presidente da Assembléia e Arnaldo Paiva. Foram, então, recolhidos o jornalista Moreira Alves, com um tiro na coxa direita (fratura do fêmur), os deputados José Onias, José Afonso, Virgílio Barbosa, Antonino Malta e Carlos Gomes de Barros e o funcionário José Pinto Dâmaso; com um tiro na perna, foi socorrido, ainda, o sargento Jorge José de Araújo, da Polícia Militar, atingido, na rua, na entrada da Câmara, por uma rajada de metralhadora”. CONTINUA

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José Afonso de Melo sendo socorrido

Deputados entrincheirados: à esquerda, Edson Lins. Em pé, à direta e com arma em punho, o presidente da UDN nacional, senador Juracy Magalhães


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DEPUTADO É MORTO E JORNALISTA FERIDO O AFASTAMENTO Com o Exército nas ruas, a noite de 13 de setembro foi tranqüila emMaceió, apesar de famílias, correligionários e o próprio governo do Estado lamentarem a morte do político e sogro do governador Muniz Falcão, deputado por Palmeira dos Índios, Humberto Mendes. No dia seguinte, porém, o governo federal, através de decreto presidencial, decreta intervenção no estado de Alagoas, atendendo solicitação do próprio poder Legislativo alagoano. Diz o decreto: “Decreto n. 42266 de 14/9/1957Poder Executivo Federal (DOU de 15/9/1957) Decreta a intervenção federal no Estado de Alagoas para assegurar o livre exercício dos poderes da Assembléia Legislativa. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das atribuições que lhe conferem os arts. 7, nº IV, 9, § 1º, n II, 10 ,11 e 12 da Constituição, CONSIDERANDO que a Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas solicitou a intervenção federal no Estado, por se julgar impedida de exercer livremente os seus poderes; CONSIDERANDO que, a par desta solicitação, é notória a ocorrência de graves acontecimentos no próprio recinto da Assembléia Legislativa seguidos de atentados à vida e à pessoa de Deputados; CONSIDERANDO que, por esse motivo, a situação no Estado é de intranquilidade, capaz de gerar a subversão da ordem pública; CONSIDERANDO que, ao Governo Federal cabe garantir, mediante a intervenção, o livre exercício de qualquer dos poderes do Estado que estiver impedido de funcionar regularmente, CONSIDERANDO que a intervenção poderá ser parcial e com objetivo restrito: DECRETA: Art.1º Fica decretada, pelo prazo de sessenta dias, a intervenção federal no Estado de Alagoas, para o fim de assegurar o livre exercício dos po-

POEMAS COMPOSTOS NO DIA 24 DE MARÇO DE 2017, DATA DA MORTE DE DJALMA FALCÃO, POR SEU IRMÃO, EX-SENADOR ALCIDES MUNIZ FALCÃO VERDADES

Jornalista Márcio Moreira Alves é ferido no fêmur da perna direita

deres da Assembléia Legislativa. Parágrafo único. A intervenção não atingirá o livre exercício dos poderes dos órgãos judiciários, nem do Governador do Estado, o qual deverá, entretanto, prestar ao interventor toda a colaboração de que necessitar para o desempenho da sua missão. Art. 2º O Presidente da República tornará efetiva a intervenção e nomeará o Interventor. Art. 3º O Interventor tomará imediatas providências, a fim de garantir o livre exercício dos poderes da Assembléia Legislativa, e manter a ordem e a tranqüilidade publicas. Art. 4º O Ministro da Justiça e Negócios Interiores baixará as instruções que se tornarem necessárias à fiel execução deste decreto. Art. 5º Este Decreto entra em vigor na sua data, revogadas as disposições em contrário. Rio de Janeiro, em 14 de setembro de 1957; 136º da Independência e 69º da República. JUSCELINO KUBITSCHEK NEREU RAMOS “

O afastamento do governador Muniz Falcão, logo após o ato que decretou a intervenção em Alagoas, foi pacífico, tendo este passando o governo para o vice, Sizenando Nabuco, que, em seguida, transferiu o poder para o interventor, general Armando de Morais Âncora. Este ato, para os governistas, foi considerado como uma tática da oposição. De qualquer maneira, a presença de tropas federais em Alagoas representou a volta à tranqüilidade na cidade de Maceió, principalmente do ponto de vista das garantias individuais, gerando uma pausa em mortes e assassinatos políticos. Outras mortes e assassinatos ocorreram em Alagoas, por motivo de rixa, de vingança, familiar ou não, mas nenhuma envolveu tanta gente como a que ocorreu há 60 anos, dentro da Assembleia Legislativa.

Traição, inveja, maldade, Ambição, contrariedade. Ingratidão, rancor e despeito Levaram ao túmulo os Irmãos eleitos Muniz Falcão, Governador, Camucé Falcão, Vereador, e Djalma Falcão, Prefeito ETERNA GRATIDÃO Nunca perseguimos, Nunca humilhamos, Não espancamos Não ferimos E nem enganamos O bravo povo alagoano Levantamos os braços E as mãos em muitas Ocasiões para abraçar, Proteger, aplaudir, Acolher, empregar e unir Lealdade, amizade e Gratidão são as marcas E os atos registrados da Família Muniz Falcão


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Para refletir: Todo homem que se vende recebe mais do que vale”. (Barão de Itararé)

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

O caminho da Uncisal Brasília - Na próxima quarta feira, dia 13, a Uncisal - Universidade de Ciências da Saúde, estará realizando em segundo turno a eleição para escolha de seu novo reitor que vai substituir a atual reitora, professora Rosângela Wyszomirska, na alta cúpula da importante e tradicional instituição de ensino superior na área médica alagoana. A reitora atual vive um péssimo momento de sua trajetória na administração pública. Recentemente foi conduzida coercitivamente pela Polícia Federal, sob suspeita de desvios de milhões dos cofres da Secretaria Estadual da Saúde, da qual era titular. O governador do Estado e o governo como um todo nada disseram em sua defesa, pelo contrário, indiretamente jogaram a culpa na execrada auxiliar, que tem se mantido leal e nada revelou sobre os atos criminosos cometidos contra o dinheiro da saúde, dos remédios dos hospitais e da vida de milhares de pessoas que precisam de atendimento e não encontram, diante do estado deplorável em que este governo transformou o setor. A reitora apresentou uma candidata à sua sucessão e essa naturalmente se “contaminou” com as graves acusações e por pouco não é derrotada no primeiro turno. Vai para a segunda disputa ainda mais fragilizada, diante de um candidato que representa o antagonismo da atual gestão da Universidade. A chapa favorita e que deve vencer a disputa, com uma grande vantagem, é liderada pelo professor Henrique Costa, tendo como vice a professora Ilka Soares. Uma dupla de docentes respeitados pela ética e pela capacidade de realizar as transformações que há muito tempo clamam alunos, professores e pessoal administrativo, numa crescente insatisfação com os rumos que tomou a administração. O professor Henrique Costa é conhecido por suas ideias transformadoras e voltadas para a valorização dos servidores, que precisam ser incentivados e reconhecidos, a qualidade do ensino para dar uma formação digna e abrangente e a qualificação dos professores. Pesa a seu favor, também, sua posição contrária a qualquer política de privatização de hospitais e terceirização dos serviços fins da área de saúde. Conheci a instituição em 1981, ainda Escola de Ciências Médicas, quando ocupei uma vaga no seu Conselho de Administração, na companhia de renomados mestres como Delza Gitai (reitora da Ufal), Alberto Cardoso, Pedro Teixeira. Sempre foi uma entidade respeitada e “construtora” da memória cientifica de Alagoas. Com o tempo cresceu e se transformou em Universidade, mas o próprio tempo tratou de destruir muito desse conceito. Surge agora a esperança de que esse tempo seja retomado, para uma efetiva reconstrução de um dos maiores patrimônios da educação superior de Alagoas.

Maceió iluminada

Próximas etapas

O líder do PP, deputado Arthur Lira (AL), explicou que a ideia é votar a PEC 77 (sistema eleitoral) em primeiro e segundo turnos na semana que vem e, depois, os destaques à PEC 282 (coligações e cláusula de desempenho). Já o líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), ressaltou que o acordo entre os partidos trata apenas do rito de votação. “O acordo foi feito preservando as posições políticas de cada partido. Não se fez acordo sobre o mérito, por exemplo, do sistema eleitoral: são posições bastante antagônicas que vão se apresentar na próxima terça-feira”, disse.

A iluminação da capital deu um salto de qualidade nos últimos tempos. A administração tem cuidado não apenas dos corredores turísticos, dos principais logradouros, mas também e com todo cuidado de bairros periféricos regiões mais afastadas e até nas grotas da cidade. Essas ações são boas não apenas para embelezar e iluminar mais as ruas, praças e avenidas, mas também no sentido de oferecer melhores condições de segurança à população. No comando dessa nova frente de iluminação o talento e liderança do jovem empresário Frederico Lins, presidente da Sima (Superintendência municipal de Energia e Iluminação Pública). Vêm mais ações por aí.

Em defesa do Judiciário

Aqui em Brasília assisti ao contundente discurso, na abertura da Reunião Preparatória para o XI Encontro Nacional do Poder Judiciário, do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), esta semana,no qual disse que há movimentos que procuram enfraquecer a figura do juiz e que só o Poder Judiciário pode levar o Brasil a um porto seguro. “Que nós estejamos atentos para atos de grandeza. Mas também muito atentos para movimentos recentes que procuram minimizar, enfraquecer a figura do juiz, a instituição do Poder Judiciário. Há várias estratégias para se chegar a esse ponto”, discursou Fux, sendo interrompido por aplausos do público, que lotou o auditório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), palco do evento organizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “De sorte, que a primeira reação é através de atos de grandeza, sem dúvida alguma. E a segunda é termos a consciência de que a situação que está aí leva o Brasil ao naufrágio e só o Poder Judiciário pode levar a nossa nação a um porto seguro”, completou o ministro. Pelo menos a plateia presente ao evento não só aplaudiu muito o ministro mas literalmente o cercou para cumprimentar após sua fala. Presentes, magistrados, empresários, professores da área de direito e poucos jornalistas.

Legendas de aluguel O terror dos pequenos partidos

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou depois de muita discussão o texto principal da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 282/16, do Senado, que veda coligações para eleições proporcionais e cria uma cláusula de desempenho para o acesso de partidos ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda em rádio e TV. A proposta, relatada pela deputada Shéridan (PSDB-RR), teve 384 votos favoráveis e 16 votos contrários, em votação em primeiro turno. O presidente interino da Câmara, deputado André Fufuca, comemorou o avanço de parte da reforma política, depois de semanas de impasse. “Independentemente do resultado que nós iremos ver ao abrir as urnas, esta Casa é vencedora. Esta Casa não se furtou a ser pai da sua própria decisão, a ser pai do seu próprio destino”, disse. A votação foi realizada depois de um acordo de procedimento feito entre os líderes dos principais partidos. Pelo acordo, a análise da proposta só será retomada depois que os deputados decidirem sobre outra PEC da reforma política: a PEC 77/03, relatada pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP), que altera o sistema para eleição de deputados e vereadores e cria um fundo público para o financiamento das eleições.

A discussão sobre a proposta de vedação às coligações nas eleições proporcionais e regras de desempenho para acesso ao tempo de rádio de televisão, no entanto, evidenciou as discordâncias sobre o texto. Embora os deputados que discursaram em Plenário tenham ressaltado a necessidade de diminuir a fragmentação partidária e enxugar a quantidade de partidos, não houve acordo sobre a fórmula ideal. Para o líder do Psol, deputado Glauber Braga (RJ), é possível acabar com as chamadas “legendas de aluguel” sem prejudicar pequenos partidos ideológicos com a cláusula de desempenho proposta. “Se tem partido pequeno não ideológico que se vende é porque tem partido grande que compra. Nós defendemos partidos programáticos e ideológicos, que sejam escolhidos por aquilo que eles representam”, disse.(Com informações da Agência Câmara)

CONTA GOTAS

BOMBA de efeito retardado plantada na Previdência Estadual. Ao explodir o efeito será devastador. O PREFEITO RUI PALMEIRA começa a dar sinais de que se “o cavalo passar selado ele monta” - De uma velha raposa política que completa: Ai é só caminhar para o abraço e comemorar a vitória.


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Independência ou dependência?

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oje vou pedir vênia ao nosso historiador mor, professor Douglas Apratto, reconhecida reserva moral a quem este estado muito deve e nosso mais brilhante cientista social, para me imiscuir só um pouquinho na sua seara: a história. Nossa “independência” não passou de uma troca de donos. Saíram os portugueses, entraram os ingleses Somos (e aí o PT tem (para pagarmos por nossa “independência”assumimos dívida papel decisivo) uma de Portugal junto aos ingleses) das nações mais que ganharam três vezes: com corruptas do mundo; os juros escorchantes cobrados quase nos quebraram; ao um país pobre, mas, que se “apoderar” do ouro e outros dos países mais ca- metais valiosos (que nos haviam ros do planeta para sido roubados por Portugal) para proteção ao reino portuse viver; nosso povo garantir guês contra os franceses e, pela analfabeto ou quase dominação econômica que a Inisso (quase 70% de glaterra passou a exercer sobre o (em algum momento, queanalfabetos funcio- Brasil riam até nos impingir comprar nais). exclusivamente produtos ingleses ou de outros países, desde que “geridos” por eles). No século que passou, mormente a partir do final da segunda guerra, trocamos a dominação inglesa pela americana (no auge da dominação americana, um ministro do exterior do Brasil chegou a

afirmar que “o que era bom para os Estados Unidos era bom para o Brasil”) que permanece, mas que começa a abrir espaço para os“nossos” mais novos futuros dominadores: os chineses. Somos a terra da vassalagem onde qualquer sotaque diferente, especialmente se oriundo de países desenvolvidos, coloca nossos dirigentes e empresários de quatro, num grau de subserviência similar aos eunucos. Continuamos até hoje nessa marcha servil. É preciso dizer que nossos esquerdistas sempre lutaram “denodadamente” para que esta dominação fosse de origem russa – à época do comunismo - e mais recentemente terceiro mundista. Bolivariana (as pessoas deveriam conhecer melhor a história desse cara. Covarde e fujão...). Acham que devemos trocar a dominação do mercado pela pobreza da ditadura da foice e do martelo). Mas o que pouco se cita é que nossos maiores espoliadores estão bem aqui. Secularmente sem dúvida alguma a classe política corrupta, “empresários” que não sustentariam seus negócios não fossem as tetas benevolentes do Estado e a casta do serviço público nos três níveis fizeram e continuam fazendo muito pior que nossos exploradores externos. Somos (e aí o PT tem papel decisivo) uma das nações mais corruptas do mundo; um país pobre, mas, dos países mais caros do planeta para se viver; nosso povo analfabeto ou quase isso (quase 70% de analfabetos funcionais) qua-

Coisa de política II

A

s coisas de política (a conotação é pejorativa, lembram-se?) acontecem amiudadamente nesta Pátria amada. É só ter olhos para ver, e lá estarão as tais coisas. A recente caravana de Lula (simulacro de Bastou outro goverColuna Prestes) tem produzido, como de no, de outro partido, meter-se a reformar a esperar, suas coisas. Vejamos ao menos previdência, para os esta: disse e repetiu petistas mudarem de o ex-presidente que opinião. Agora não há os governos do PT criaram 20 milhões mais rombo, apenas de vagas de empreincapacidade de gogo. Na verdade fovernar. ram l6 milhões, e o equívoco a maior não desdoura a afirmativa. Mas, o petista “esqueceu” de acrescentar que ao final dos governos petistas, Dilma Rousseff legou ao País um déficit de 14 milhões

ELIAS FRAGOSO

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, prof. da UFAL e da Universidade Católica de Brasília.

de empregos. Então nesse particular o legado petista, e naturalmente do ex -presidente, foi, na verdade, o desemprego em massa. Outra recente coisa de política, bem típica da práxis brasileira, são as discussões sobre a reforma da previdência. Não há muito o PT, nos seus governos Lula e Dilma, defendia a tal reforma, considerando inevitáveis complicações de caixa em anos futuros, uma vez que o rombo do setor, já existente, não parava de crescer. A necessidade de solução era urgente, urgentíssima. Bastou outro governo, de outro partido, meter-se a reformar a previdência, para os petistas mudarem de opinião. Agora não há mais rombo, apenas incapacidade de governar. Voltando ao poder, bradam novamente, o PT solucionará o problema previdenciário. Como? Se acontecer a pretensão petista, a reforma tornar-

se todo ele desempregado ou subempregado vive à base da chibata da polícia ou do domínio das drogas; nossa insegurança é a maior do mundo para um país que não está em guerra (matamos 60 mil pessoas por ano, muito mais que todas os conflitos existentes no planeta neste momento somados); as pessoas morrem à míngua porque “os de cima” cortam brutalmente as verbas da saúde que salvariam vida para manter as mordomias de juízes, promotores, congressistas e seus apadrinhados, dentre muitos outros; a Lava Jato, apesar dos resultados, é uma gota d’água neste oceano de corrupção que continua a nos assombrar e em plena atividade. Não. Não somos independentes. Nunca fomos. Nossa elite intelectual, empresarial, política e governamental com raríssimas exceções, pedante por aqui, mas subserviente ao “colonizador” cultural, corporativo ou institucional estrangeiro, jamais deixou que este país alcasse o seu lugar no cenário mundial. No máximo nos permitiu assistir do proscênioa evolução das Nações ao longo de todos esses anos. Não há o que se comemorar. Há, sim, tudo por fazer. Esta Nação precisa se reinventar. Deixar de ser a esperança da vez que nunca se concretiza. Para isso temos uma oportunidade histórica. As próximas eleições podem ser o marco divisor do país que somos para o país que desejamos. O que você prefere?

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

se-á imperiosa, claro. Assim, o atendimento ao interesse da população, esses são relativizado por quem está fora e pretende o poder. Alagoas também não fica fora das coisas de política (expressão sempre pejorativa, lembremo-nos). Com razão o governo estadual reclama da falta de assistência do Palácio do Planalto. Diz-se retaliado porque o governador e seu pai bandearam-se para o lado lulista, negando ao partido que pertencem a fidelidade, mesmo crítica, que deveriam prestar. Mas, Alagoas tem dois ministros de estado e uma maioria da bancada que apoia o governo federal. Ora, se Alagoas está à penúria, a lealdade dos seus representantes deveria ser ao povo alagoano, esque-

cendo as querelas locais, os seus próprios interesses, que são insaciáveis, e lutando pelos préstimos federais em favor dos alagoanos. Vejam, pois, que a causticidade crítica do cronistas está sempre bem alimentada por coisas de política como essas. CORRIGENDA – A crônica da semana passada, de titulo homônimo, registrou: “se não retirarmo-los à força de onde estão”. Ao ouvido do cultor da “última flor do Lácio”, a frase soou como agressão. É que a negativa (não) inadmite ênclise ou mesóclise. Então, no caso, o correto será a próclise. Assim, “se não os retirarmos à força” é o correto. Desculpem o desatento cronista.


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ALARI ROMARIZ TORRES

JORGE MORAES

Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

Ainda temos políticos como antigamente? Não é proibido sonhar...

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o final da semana que passou tive o prazer de presenciar o lançamento do livro do professor Marcelo de Melo Bastos (conhecido Marcelo Cursos), que recebeu o título Eleições em Alagoas 1978-2016, retratando as 20 últimas eleições no estado. O bom disso tudo é que o livro, muito bem elaborado, trazendo riquezas de detalhes, que poucos se lembram depois de tanto tempo, proporcionou a oportunidade de rever pessoas, políticos em especial, alguns que até fizeram parte dos relatos do professor e outros que foram testemunhas desse longo período documentado. Rapidamente, já devorei um bom número de páginas. Alguns fatos registrados pelo professor Marcelo, posso até testemunhar, Depois de Eleições já que sou peça em Alagoas 1978-2016 integrante deles, pois, como a ninguém é mais profissional da dado o direito de comunicação, desconhecer o que se trabalhei ou fui passou durante os úl- envolvido de alguma forma em timos 30 anos, quan- campanhas por do grandes nomes ele lembradas fizeram parte dessa no período. Em outros momenhistória. to, os bastidores levantados e pesquisados trazem acontecimentos que passaram despercebidos por mim ou não foram do conhecimento público, na época. Casos interessantes foram pesquisados, o que deve ter tirado muitas horas de sono do autor. Baseado em tudo isso, apesar de ser apenas um curioso no assunto, acho que o livro será por muito tempo uma grande fonte de pesquisa e orientação, especialmente para os mais jovens que se envolvem com política sem conhecer a história, o seu passado. Agora não existe mais desculpa. Depois de Eleições em Alagoas 19782016 a ninguém é mais dado o direito de desconhecer o que se passou durante os últimos 30 anos, quando grandes nomes fizeram parte dessa

história, alguns mais e outros menos, mas todos tiveram uma participação muito importante em tudo isso. Remontando ao ano de 1978, o livro traz à nossa memória dois nomes que deixaram saudades no estilo de governar: Geraldo Melo (governador do Estado de Alagoas) e Dilton Simões (prefeito de Maceió), políticos comprometidos com a seriedade e a transparência na gestão pública e na utilização dos recursos. Antes deles, o estado e a capital tiveram a satisfação e a sorte de terem sido comandados por Afrânio Lages e João Sampaio, respectivamente. O primeiro, tomava conta da chave do cofre da Secretaria da Fazenda como se o dinheiro fosse dele. Não saia nada de lá se ele não soubesse seu destino. Por outro lado, João Sampaio, indicado pelo governador Afrânio Lages para a Prefeitura de Maceió, terminou seu mandato conhecido como João Sem Medo, um tocador de obras e não menos cuidadoso com os recursos públicos. Acredito que tenha sido a partir dessas administrações que o estado de Alagoas deu um salto muito grande em governabilidade e crescimento, passando pelos dois primeiros mandatos de Divaldo Suruagy e outros tantos de Guilherme Palmeira. Não quero dizer com isso que os demais governadores não tenham tido participações importantes nessa trajetória, mesmo que muitos possam imaginar que, no passado, era mais fácil governar com verba a perder de vista, sem crise, e sem os muitos problemas de hoje. Nada de pessoal contra ninguém, e longe de mim querer criar inimigos gratuitamente, mas dos vários capítulos lidos do livro do professor Marcelo Bastos, fico a me perguntar: onde foi que erramos? Ao título/pergunta desse artigo, se ainda temos políticos como antigamente, encontramos a resposta nas páginas do livro, com nomes extraordinariamente respeitados, e longe de quaisquer suspeitas, na nossa Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados, em Brasília. Pesquise os nomes de 1978 e veja se tenho razão ou não, mesmo que, hoje, ainda se salvem algumas luzes no fim do túnel.

E

ra uma vez um país tropical, cheio de belezas naturais, que tinha tudo para ter um povo feliz e com amplas possibilidades de ser próspero e rico. Durante anos foi governado por políticos de partidos variados. Passou pela direita, pela esquerda e caiu nas mãos de um torneiro mecânico, inteligente e sabido. Não fez curso superior porque não quis, usando tal fato para explorar a ingenuidade da população. Após várias tentativas, conseguiu chegar à Presidência da República e eu, apesar de não ter votado nele, pensei: um homem do povo vai realizar todos os seus sonhos; fará uma boa administração e levará o país à glória. Seu primeiro governo foi bom, apesar de ter explorado demais a área social: aproveitou alguns programas do governo anteA Lava Jato rearior, criou ouparece agora com tros e o povo maior força! Inves- foi gostando tiga mais políticos das ajudas: bolsa-famíe os escândalos lia, bolsa-gás vão acontecendo. e haja bolsas. Esquerda, direita, Claro que os mais carencentro, todos entes ficaram tram na dança da contentes e o moço foi reecorrupção! É um leito com relaatrás do outro! tiva folga. Não conseguiu controlar a família e deixou-a enveredar por caminhos perigosos. A mulher se envolveu com falsos amigos, excedeu-se em cirurgias plásticas e foi perdendo a identidade. Tornou-se outra pessoa. Outro grave erro do presidente dos trabalhadores foi insistir em eleger sua substituta: uma mulher guerrilheira, antipática e completamente alérgica à ciência política. Pelas informações da imprensa e dos amigos, era de difícil convivência. Tratava mal os humildes e não agradava aos políticos e aos mais chegados ao poder. Tantos problemas levaram a engenheira ao fim antecipado do governo. Foi “impichada” na linguagem popular e deixou uma herança maldita para o vice, que não é tão melhor que ela.

Chega o doutor fino ao Poder, cheio de palavras difíceis, “caras e bocas”, trazendo consigo velhas raposas da República. E os incrédulos ficaram mais assustados ainda! A Lava Jato reaparece agora com maior força! Investiga mais políticos e os escândalos vão acontecendo. Esquerda, direita, centro, todos entram na dança da corrupção! É um atrás do outro! Os partidos políticos se enrolam governantes, ex-governantes, ministros, parlamentares, empresários são indiciados. Para surpresa nossa, até o doutor fino, atual presidente, é denunciado! O país vira de “ponta cabeça”! Daí, então, o povo fica pensativo: o que irá acontecer? Como o cacique-mor do PMDB, mas ligado ao PT, vai administrar o caos, se ele próprio é citado nas delações premiadas como corrupto, recebendo propina? As manifestações públicas de “Fora Temer” acontecem; o presidente e seus ministros não podem sair às ruas livremente; são vaiados pelo povo em diversas ocasiões. Vem à TV o dirigente máximo, para cantar, em verso e prosa, as coisas boas do seu governo. Quer tapar o sol com uma peneira. Para surpresa nossa, a economia está melhorando, segundo afirmam os amigos do Poder, mas o defict de 2017 chegará a 159 bilhões de reais. Alguns estados estão em pior situação, como é o caso do Rio de Janeiro, vítima de um governo extremamente corrupto. O presidente chama as Forças Armadas (humilhadas, sem dinheiro, com baixos salários) para socorrer a antiga Capital da República. Pouco vai adiantar e ainda vão ser criticadas. Coisa do Brasil! A violência por todos os estados e municípios cresce assustadoramente. O cidadão sai de casa e não sabe se volta. Até nas pequenas cidades do interior os bandidos já chegaram. O povo pobre, a classe média, os privilegiados, todos estão assustados com a balbúrdia implantada por políticos desonestos, que se instalaram em todos os recantos de nossa terra tropical. Só nos resta sonhar com mudanças nas atitudes dos políticos, celeridade na Justiça e, principalmente, proteção de Deus para que nosso Brasil volte aos caminhos normais, legais e sadios!. Seremos independentes?


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ATALAIA GANHA AMBULÂNCIA DO SAMU E REFORÇO NA SEGURANÇA

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s ações da sétima edição do governo presente também chegaram a cidade de Atalaia na última semana. O prefeito Chico Vigário agradeceu ao governador Renan filho pelas ações realizadas na cidade. Além disso, a Desenvolve entregou dez barracas aos artesãos da cidade, as obras do pro estradas começaram a ser entregues e as ruas do centro da cidade já estão de cara nova com o asfalto que está sendo implantado pela SETRAND, que ajuda a prefeitura a manter a cidade mais bonita e limpa, gerando inclusive economia as cofres do município. MAIS AÇÕES DO GOVERNO PRESENTE Atalaia também foi contemplada com a força tarefa de segurança pública, e também recebeu uma nova ambulância do samu. O governador Renan Filho anunciou ainda que já solicitou ao secretário de educação, Luciano Barbosa, para que tome todas as providências para garantir que a escola SESI não feche as portas e busque meios para torná-la, se possível, em uma escola de tempo integral.


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ECONOMIA EM PAUTA

Conta Poupança

Os depósitos em poupança feitos a partir de maio de 2012 podem passar a ter rendimento menor a partir de 7 de setembro caso o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, reduza os juros abaixo de 8,5% em sua próxima reunião, na semana que vem. Uma regra em vigor desde maio de 2012 prevê um corte nos rendimentos da poupança quando os juros básicos da economia, a chamada taxa Selic, caem abaixo de 8,5%.

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.com

Energia elétrica

A bandeira tarifária para o mês de setembro será amarela, com acréscimo de R$ 2,00 a cada 100 quilowats-hora (kwh) consumidos na conta de luz. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o que determinou a mudança da bandeira de vermelha para amarela foi a melhora das condições hidrológicas nas regiões Sul e Sudeste do país.

PIB parado

Depois de uma alta de 1% no primeiro trimestre, o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do 2º trimestre apontará para um valor próximo a 0% segundo as projeções de analistas de mercado. Levantamento feito com 12 bancos, consultorias e grupo de economistas mostra que 5 estimam retração entre 0,1% e 0,5%, 4 esperam crescimento zero, e 3 preveem alta, entre 0,1% e 0,2%.

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No vermelho

As contas do governo apresentaram um déficit de R$ 20,15 bilhões em julho, informou a Secretaria do Tesouro Nacional na terça-feira, 29. Isso significa que as despesas do governo federal superaram as receitas com impostos e contribuições em R$ 20,15 bilhões e, por isso, o resultado negativo. O conceito primário não inclui na conta os gastos com pagamento de juros da dívida.


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A história pouco conhecida

HINO NACIONAL BRASILEIRO POR LEI, ELE DEVE SER EXECUTADO NOS COLÉGIOS DO PAÍS AO MENOS UMA VEZ POR SEMANA RICARDO WESTIN Agência Senado O Hino Nacional tem uma melodia inconfundível. Bastam dois acordes para que se reconheça de imediato. A música comove. Nos torneios internacionais, quando um brasileiro sobe ao pódio, a cadência heroica da melodia deixa a plateia ainda mais emocionada. A letra é um capítulo à parte. Nem todos dão conta de cantar os versos sem tropeçar. Por lei, o Hino Nacional deve ser executado nos colégios do país ao menos uma vez por semana. Na sala de aula, os professores ensinam as crianças a decifrar o significado de “lábaro”, “florão”, “garrida” e outros termos rebuscados. Documentos antigos guardados no Arquivo do Senado e no Arquivo da Câmara dos Deputados mostram que, por trás do Hino Nacional que o Brasil ouve e canta hoje, existe uma história fascinante e pouco conhecida. A melodia vem do Império. A épica marcha do Hino Nacional que o Brasil ouve hoje é a mesma que dom Pedro II ouvia nas cerimônias oficiais. Ela foi concebida por volta de 1830, pelo maestro Francisco Manoel da Silva. — É um hino imponente e cheio de heroísmo, mas é difícil de ser executado. Exige uma destreza muito grande dos instrumentistas — afirma o maestro Claudio Cohen, regente da Orquestra Sinfônica de Brasília. Os versos atuais, por sua vez, são a terceira versão a acompanhar os acordes de Manoel da Silva. A primeira letra do Hino Nacional tratava da abdicação de dom Pedro I, em 1831. O episódio foi decisivo por ter afastado de vez os portugueses do Brasil e consolidado a Independência. A segunda letra veio em 1841, por ocasião da coroação de dom Pedro II. Os versos exaltavam as qualidades do soberano.

Maestro Francisco Manoel da Silva

Com o golpe que derrubou o Império, em 1889, o novo governo logo se empenhou em sepultar os legados monárquicos e substituí-los por símbolos nacionais republicanos. Por isso, organizou um concurso público para escolher um novo Hino Nacional. No meio da competição, porém, houve uma reviravolta. Influenciado por militares e jornalistas, o presidente Deodoro da Fonseca decidiu que o velho Hino Nacional seria mantido — mas só a melodia, sem a letra. Durante as três primeiras décadas da República, o Hino Nacional foi destinado a ser apenas ouvido, e não cantado. Na última quarta-feira fez 95 anos que isso mudou. Em 6 de setembro de 1922, o presidente Epitácio Pessoa assinou a lei que oficializou os versos pomposos do poeta Joaquim Osório Duque-Estrada — que começam com “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas” — como aqueles que devem acompanhar a melodia composta quase um século antes por Manoel da Silva. Duque-Estrada compusera a letra havia muito tempo, em 1909. A partir de então, o Senado e a Câmara dos Deputados estudaram diversos projetos de lei que buscavam oficializá-la, mas a divergência entre os parlamentares impediu que as propostas vingassem. Foi a pressão da chegada das comemorações do centenário da Independência que fez o Congresso aprovar o projeto de lei que Epitácio Pessoa sancionaria na véspera do Sete de Setembro de 95 anos atrás.

Coroação de dom Pedro II

No Império, só cantores líricos conseguiam entoar música Ao longo do Brasil monárquico, o Hino Nacional teve duas letras diferentes (uma de 1831 e outra de 1841), ambas acompanhando a mesma melodia triunfal que é tocada hoje em dia. As versões do Império, no entanto, não eram feitas para a voz dos súditos comuns. Apenas os cantores profissionais dominavam a técnica para entoá-las. A razão é que os versos antigos eram bem mais curtos do que os atuais. Experimente, no canto, substituir “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas” por “Os bronzes da tirania” (1831) ou “Quando vens, faustoso dia” (1841). Não dá certo. É preciso fazer um contorcionismo vocal e esticar quase todas as sílabas. O Hino Nacional

que o Brasil canta atualmente não exige grande talento vocal porque cada sílaba se encaixa perfeitamente em sua respectiva nota musical. O canto é quase intuitivo. No Império, o Hino Nacional só podia ser cantado nos teatros, por artistas que dominassem a técnica de alongar os sons vocálicos e acomodar uma sílaba em mais de uma nota. Assistir à apresentação do Hino Nacional era praticamente o mesmo que assistir a uma ópera. — A prática operística era cultivada nas cortes de João VI, Pedro I e Pedro II. Os versos do Hino Nacional, portanto, se adaptavam perfeitamente à estética da época — afirma o professor de história da música Avelino Romero Pereira, da UniRio.


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“Rio de Abril” A primeira letra foi redigida pelo poeta e juiz Ovídio Saraiva de Carvalho, em comemoração à abdicação de dom Pedro I, em 1831. Com a renúncia do imperador nascido em solo português em favor de seu filho brasileiro, rompiam-se os últimos e incômodos vínculos que ainda prendiam o Brasil a Portugal. Os versos do primeiro Hino Nacional eram raivosos no ataque aos portugueses. Na música, eles apareciam como “monstros” que agiam com “tirania” e se alimentavam de “nossas virtudes, nosso ouro”. A letra chegava a propor que o Rio de Janeiro, a capital do Império, passasse a se chamar “Rio de Abril” — referência a 7 de abril, a

data da abdicação. Essa versão foi abandonada em 1841, quando um autor desconhecido compôs a segunda, para celebrar a chegada de dom Pedro II ao trono, após uma década de Regência. Da primeira versão, ele manteve o refrão. A nova letra exagerava na bajulação. O poeta chamava o novo imperador de “ventura do Brasil” e dizia que era impossível “negar de Pedro as virtudes”. A melodia, que o Brasil jamais abandonou, foi criada pelo maestro Francisco Manoel da Silva. A data da composição instrumental é incerta. Os historiadores dizem que pode ter sido em qualquer momento entre a Independência, em 1822, e a

Dom Pedro I entrega carta de abdicação

abdicação, em 1831. Durante boa parte do século 19, Manoel da Silva foi a grande estrela da música brasileira. E ­ clético, ele pro-

duziu de canções sacras a modinhas e lundus (músicas cômicas com letras de duplo sentido). Foi o compositor do Hino Nacional quem musicou

o lundu A Marrequinha: “Se dançando à brasileira, / Quebra o corpo a iaiázinha, / Com ela brinca pulando / Sua bela marrequinha”.

Marechal Deodoro fez concurso para trocar hino Era o finzinho de novembro de 1889 e os brasileiros, que ainda digeriam a expulsão de dom Pedro II e a implantação da República, ocorridas no dia 15, passaram a acompanhar pelos jornais uma emocionante competição nacional organizada pelo Governo Provisório. Músicos do Brasil inteiro foram chamados para propor um novo Hino Nacional. Os republicanos buscaram eliminar todos os símbolos que remetessem ao antigo regime. A bandeira foi trocada. Ruas, escolas e até mesmo navios de guerra da Marinha ganharam novos nomes. A Estrada de Ferro de Dom Pedro II, por exemplo, virou Estrada de Ferro Central do Brasil. O concurso era apenas para a melodia. A letra já estava escolhida. Os competidores precisariam criar um acompanhamento para os versos do poeta Medeiros e Albuquerque que diziam “Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós!”. O autor da letra era secretário do Ministério do Interior. Encerradas as inscrições,

registram-se 29 composições. A grande decisão se daria em 20 de janeiro de 1890, no Teatro Lírico, no Rio. O sepultamento do velho Hino Nacional, porém, encontrava resistências. Intelectuais adeptos do positivismo (filosofia que fazia uso da ciência para explicar o mundo), que tinham forte influência sobre o Exército e o governo, argumentavam que a tradição era importante para definir o presente e o futuro e não poderia ser apagada na marra. Os críticos musicais, por sua vez, temiam que aparecessem no concurso apenas melodias medíocres, não condizentes com a grandeza da pátria. A maior reação veio do crítico Oscar Guanabarino. Segundo ele, muitas das composições inscritas eram “música de dança”, e o concurso deveria ser cancelado. “Aqueles hinos atestam a ignorância completa de seus autores em matéria de arte musical, procurando apenas renome adquirido pela adoção de sua frívolas e irrisórias melodias como hino”, escreveu.

Guanabarino defendeu a manutenção do velho Hino Nacional, pois, segundo ele, sua melodia representava o Brasil, e não dom Pedro II ou o Império. “Apelamos para o chefe do Governo Provisório: — Marechal Deodoro da Fonseca, nos campos do Paraguai, quando, à frente das colunas inimigas, a vossa espada conquistava os louros da vitória e as bandas militares tangiam o Hino Nacional, qual era a ideia, o nome que acudia à vossa mente no instante indescritível do entusiasmo: a pátria ou o imperador?”. Em 15 de janeiro, nos festejos do segundo mês da Proclamação da República, no Palácio do Itamaraty, sede da Presidência, o ministro da Guerra, Benjamin Constant, atuou como porta-voz dos positivistas e apresentou a Deodoro os argumentos pela conservação do Hino Nacional. Sem resistência, o presidente deixou-se convencer. Após a decisão, a banda militar que se apresentava no

Itamaraty pôs-se a tocar o antigo Hino Nacional com vigor. Aos primeiros acordes, as pessoas que acompanhavam os festejos entraram em pânico e saíram correndo. Achavam que a música era a senha para a deflagração de um contragolpe para derrubar Deodoro e restabelecer a Monarquia. Era, porém, tarde demais para cancelar o concurso que mobilizava o país. A final ocorreria dentro de cinco dias. A solução foi manter a competição, porém transformando a letra de Medeiros e Albuquerque e a melodia vencedora no Hino da Proclamação da República. No grande dia, com Deodoro no camarote de honra do Teatro Lírico, o público e o júri escolheram a composição do maestro Leopoldo Miguez. Logo em seguida, o presidente assinou o decreto conservando

Marechal Deodoro

a velha melodia como o Hino Nacional — mas sem letra. — Quase foi-se o Hino Nacional. Por um triz que não o perdemos — afirmou o senador Moraes Barros (SP) num discurso no Plenário poucos anos mais tarde, em 1895.


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Maestro pressionou adoção do “Ouviram do Ipiranga”

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m novembro de 1906, o maestro Alberto Nepomuceno, diretor do Instituto Nacional de Música, assistiu à cerimônia de posse do presidente Afonso Pena e notou que cada uma das três bandas militares que se apresentaram no Palácio do Catete tocou o Hino Nacional de uma forma diferente. As variações o incomodaram profundamente. Foi então que Nepomuceno decidiu embrenhar-se pelos arquivos públicos do Rio em busca da partitura original composta no início do Império pelo maestro Francisco Manoel da Silva. Após encontrá-la, ele, como chefe do Instituto Nacional de Música, proporia a norma que deveria guiar a execução instrumental. Nepomuceno, porém, se deu conta de que poderia ir além. Ele entendeu que era o momento de o Hino Nacional finalmente voltar a ter letra. Desde a Proclamação da República, em 1889, era apenas uma melodia instrumental. Alguns estados tinham letras próprias, improvisadas pela própria população. Segundo o maestro, era importante para a formação cívica dos estudantes que eles cantassem o Hino Nacional, e não apenas o escutassem sem letra. Ele convenceu Afonso Pena a pedir ao Congresso Nacional que elaborasse e aprovasse um projeto de lei abrindo um concurso público para a escolha dos novos versos, com um prêmio de 2 contos de réis para o vencedor. A sugestão que o governo enviou ao Congresso continha um modelo de letra, para que os poetas inscritos no concurso conhecessem a extensão esperada de cada verso e soubessem quais deveriam ser as sílabas tônicas, garantindo o casamento perfeito da nova letra com a velha melodia.

Trecho do texto original da lei aprovada em 1922

Osório Duque-Estrada

“PEQUENO GOLPE” Para que a ideia vingasse, Nepomuceno acionou dois amigos em 1909: o deputado e escritor Coelho Neto (MA) e o poeta Osório Duque-Estrada. O primeiro apresentou na Câmara uma emenda a um projeto de lei prevendo o concurso. O segundo começou a criar o seu poema, fiel ao modelo métrico elaborado por Nepomuceno e remetido ao Congresso pelo governo. — Esse hino tem sido companheiro das nossas glórias e vicissitudes e precisa ser cantado por todos os filhos deste grande país. É um hino que canta, mas não fala. É preciso que fale, que saiba traduzir a beleza das nossas mulheres, a pureza do nosso céu, o ruído

das nossas cascatas e a impetuosidade do nosso amor — argumentou Coelho Neto. O relator do projeto, deputado Germano Hasslocher (RS), defendeu a rejeição da emenda. Para ele, a canção nacional não pode ser escolhida por concurso, pois seria artificial: — Os hinos são músicas acompanhadas de letras interpretativas do sentimento popular. É preciso que em uma e outra haja espontaneidade, o acordo perfeito e completo com o sentimento geral do país. Esse acordo e essa espontaneidade não se encontram com facilidade em uma obra de encomenda. A França abriu sempre concursos para conseguir um hino, mas A Marselhesa, que não foi feita por encomenda, suplantou todos. A emenda foi rejeitada. Alberto Nepomuceno, no entanto, não se deu por vencido. O diretor do Instituto Nacional de Música ficou tão satisfeito com o poema escrito por Osório Duque-Estrada (“Ouviram do Ipi-

ranga as margens plácidas...”) que imprimiu várias cópias dele e as enviou para escolas e quartéis de todo o país, para que, mesmo sem ser oficial, começasse a ser aprendida por todos. — Pode-se dizer que Nepomuceno deu um pequeno golpe, forçando a barra para que a obra de Duque-Estrada caísse no gosto dos brasileiros — explica o historiador Avelino Romero Pereira, professor da UniRio e autor do livro Música, Sociedade e Política: Alberto Nepomuceno e a República musical (ed. UFRJ). Em 1910, o deputado Coelho Neto apresentou uma nova emenda, dessa vez determinando que os versos de Duque-Estrada fossem os oficiais, uma vez que já vinham sendo cantados pelo Brasil afora, e que, por isso, o poeta seria recompensado com 5 contos de réis. Houve mais discussão na Câmara. Os deputados rejeitaram a oficialização da letra, mas aprovaram o prêmio. Vários projetos semelhantes

passaram pela Câmara e pelo Senado, sempre sendo engavetados. A situação mudou em 1922. “Poucos meses faltam para as festas do centenário da Independência [em 7 de setembro de 1922], faltando assim, materialmente, tempo para abrir-se um concurso com resultado satisfatório”, informa um documento que está guardado no Arquivo do Senado e foi escrito pelos senadores naquele ano. O presidente Epitácio Pessoa tinha urgência porque ele havia escolhido a festa da Independência para inaugurar o rádio no Brasil e desejava que o Hino Nacional fosse cantado na primeira transmissão. Por isso, a Câmara e o Senado correram para aprovar tanto a compra da letra — com o governo pagando mais 5 contos de réis a Duque-Estrada — quanto a sua oficialização. Epitácio Pessoa sancionou a lei em 6 de setembro, véspera do centenário.


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Ponto de partida

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o próximo dia 14, quando se abrirem as portas do maior salão de automóveis do mundo em área de exposição, na cidade alemã de Frankfurt, o público verá o primeiro carro autônomo homologado para circular em vias públicas. Trata-se da nova geração do Audi A8, um dos sedãs grandes mais caros da indústria, que poderá se valer das novas regras de trânsito implantadas pela Alemanha em maio último, porém passível de revisão dentro de dois anos. É um avanço histórico, sem dúvida. Classificado no nível três, entre cinco possíveis, marca o início de uma era sobre a qual ainda pairam incertezas. Embora algumas demonstrações na vida cotidiana já tenham sido feitas para convidados em Munique, somente em outubro os jornalistas poderão assumir o volante em um teste real. Os equipamentos específicos serão acrescentados paulatinamente à produção seriada, em 2018. Só estarão disponíveis de acordo com legislação e infraestrutura

viária de cada país. Quem estiver no comando, com todos os recursos incluídos, poderá circular pela primeira vez sem a obrigatoriedade de colocar pelo menos uma das mãos no volante a intervalos regulares, como ocorre nos sistemas semiautônomos atuais. Manuseio de qualquer dispositivo de comunicação está autorizado, inclusive assistir a um filme na central multimídia. Mesmo assim haverá limitações: deve existir uma barreira física para separar o tráfego contrário, a velocidade se limita a 60 km/h e o veículo poderá exigir do motorista reassumir o volante de acordo com parâmetros computacionais de segurança. Estreia do A8 não encerra as discussões sobre alcance, viabilidade ou se os compradores vão de fato mostrar entusiasmo por um assistente virtual em congestionamentos (ou mesmo sem estes) assim que a produção aumentar e o preço começar a cair. A fabricante ainda está por anunciar o valor dessa opção.

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Em pesquisa recente internacional com 2.000 motoristas, a pedido da Continental Pneus, apareceram respostas desconcertantes em proporção surpreendentemente alta: “as pessoas ficarão preguiçosas e confiantes demais na tecnologia”; “haverá riscos de interferências, inclusive de hackers (piratas eletrônicos)”. Mas outros participantes reconheceram que aumentará a segurança do trânsito. O risco regulatório também não se pode desprezar. Países com frotas imensas de veículos, como os EUA, impõem cautela e tendem a estudar de forma ainda mais profunda as implicações. Uma das discussões na Alemanha levou a decidir que os softwares devem ser

programados para diminuir ao máximo ferimentos ou mortes de humanos, mesmo à custa da vida de um animal ou de maiores danos a veículos e propriedades. Uma longa discussão entre especialistas de ética, lei e tecnologia. No entanto, existem outros aspectos ligados à direção autônoma muito agradáveis oferecidos no A8. O principal é ordenar por meio de aplicativo de telefone inteligente que o carro procure um local para estacionar, coloque-o na vaga e, na ordem inversa, dirija-se de volta até onde está o seu dono. Todas as manobras podem ser transmitidas pelas câmeras de visão externa em 360° do veículo e exibidas em tempo real na tela do celular.

RODA VIVA n IMPRENSA argentina confirma produção do VW Tharu na fábrica de General Pacheco (Grande Buenos Aires), a partir de 2020. Para alcançar preço competitivo, sem abrir mão da filosofia de segurança estrutural da marca alemã, a subsidiária checa Skoda será responsável pelo modelo. Visa especificamente a concorrer com Jeep Compass que dá as cartas entre SUVs médios-compactos. n MAIS um modelo tem redução nominal de preço em razão da forte retração de mercado. Agora as versões superiores do Ka sofreram realinhamento para baixo entre R$ 600,00 e R$ 1.000,00. Há tempos preços reais mostram quedas de forma disfarçada por meio de bônus, promoções, valorização na troca e, em especial, equipamentos agregados sem repasse na etiqueta. n USO cotidiano mostra que o Fiat Argo Precision, com motor de 1,8 litro e câmbio automático, forma um conjunto bem equilibrado. Respostas ao acelerador (de curso exagerado) são bem progressivas, assim como a direção (faz falta regulagem de distância do volante).

Atmosfera interna é um dos pontos altos. Incomoda, porém, o puxador da porta muito próximo ao joelho do motorista. n SEGUNDO a Confederação Nacional do Transporte, as agruras fiscais levaram o Governo Federal a alocar mais verbas em manutenção do que em adequação e construção de novas rodovias, processo agravado no ano passado. Trata-se de uma herança pesada em um país onde apenas 12% de toda a

malha rodoviária é pavimentada. n ANUNCIADA em fevereiro deste ano para valer em 2018, inspeção ambiental de toda a frota a diesel do Estado de São Paulo continua a patinar. Não se falou mais no assunto. Enquanto isso é cada vez mais comum ver caminhões e vans (de carga e de passageiros) com liberação de fumaça preta. Mesmo sem emissão visível há necessidade de controlar esse tipo de motor.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Independência

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u escrevo em jornais há mais de 60 anos e o meu primeiro artigo foi escrito quando eu tinha 18 anos. Nessa época, eu comecei a escrever no Jornal de Alagoas, no espaço destinado à página dos municípios. Eu já fiz críticas a órgãos, Depois escrevi duinclusive, com muita horante 22 anos na nestidade, principalmente Gazeta de Alagoas, até quando o jornal quando diziam que eles estavam roubando. Esses começou a me cencaras, hoje em dia já deixa surar, por causa -ram de ter uma ‘boquinha’ dos meus artigos e vivem por aí bajulando as com certas verdades que o povo outras ‘artoridades’. gosta, porém, os jornais censuram. Escrevi no Correio de Maceió; no semanário Desafio, em o O Repórter e na Tribuna de Alagoas. Há 18 anos eu escrevo no EXTRA, portanto,

desde que o jornal foi inaugurado. O bom do EXTRA é que eu nunca fui censurado pelo jornal e nunca “cortaram”, sequer, uma vírgula dos meus textos. Só ultimamente é que eu recebi ameaças de morte, cujas gravações eu as tenho, para possíveis comprovações. Pelo que senti e descobrimos, foram dois dos personagens que se dizem “artoridades” que me ameaçaram, por causa dos meus artigos. Como eu gosto de fazer meus desabafos jornalísticos, muitos amigos e leitores gostam do que eu escrevo, a ponto de ser conveniente que eu agradeça a alguns deles, quando nos encontros e dizem ter gostado do que eu escrevi. Vejam que em muitos artigos eu faço os agradecimentos, citando os nomes deles. Para mim, são muito gratificantes

os elogios e as leituras deles, porém existem pessoas com cara de “artoridade” que já viraram as suas caras quando me viam e me veem. Eu já fiz críticas a órgãos, inclusive, com muita honestidade, principalmente quando diziam que eles estavam roubando. Esses caras, hoje em dia já deixaram de ter uma “boquinha” e vivem por aí bajulando as outras “artoridades”. Os “filhos de uma pu....” são tão descarados que, já passaram a me cumprimentar agora, quando eu os vejo, hoje, nas praias, nos restaurantes ou dirigindo nos seus carro sem placa oficial. O cara é cínico! O jornal EXTRA é um jornal sério, sem “donão” e que já completou 18 anos, diferente, de outros jornais que apareceram, foram importantes, mas desapareceram das bancas

e dos vendedores de jornais. O jornal EXTRA diz o que acontece no dia a dia; divulga o que é notícia e não tem medo de cara feia. Possui um Conselho Editorial presidido pelo Dr. Luiz Carnaúba e integrado pelo Dr. Mendes de Barros, o empresário Maurício Moreira e esse seu conterrâneo de Mata Grande, o qual meus pais, Manoelzinho Martins e Lysette Lisboa resolveram chamar de José Arnaldo. O EXTRA, na sua parte executiva, é composto das figuras do editor-geral Fernando Araújo (figura central do jornal), a chefe de Redação, Sra. Vera Alves e o “dono das artes”, Fábio Alberto, além dos repórteres. Atenção, vou falar no Gabriel, no Jorge, no Paulo Holanda, José Fernando, Cláudio Vieria, no Jorge Moraes, na Alari, etc.


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ABCDO INTERIOR

A campanha do ministro candidato

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andidatíssimo a uma das duas vagas destinadas a Alagoas, na disputa ao Senado Federal em 2018, o deputado federal e, hoje, ministro do turismo, Marx Beltrão, comunica que, juntamente com o Instituto Thaise Guedes, está disponibilizando bolsas de estudo para o concurso público da Polícia Militar de Alagoas. O ministro avisa que todas as informações de como participar do concurso podem ser acessadas através do edital www.institutothaiseguedes.com.br

Os votos de Arapiraca

Ainda segundo o ministro-candidato, o turismo de negócios e eventos continua se destacando no cenário nacional de viagens e avisa que Arapiraca é um dos municípios com porte para atividades ligadas ao setor. “Estamos investido em equipamento de infraestrutura para alavancar aquela região”, informa. Esta semana, Beltrão anunciou investimentos de R$ 55 milhões para obras em Arapiraca.

Beltrão x Calheiros

Também falando em disputa ao Senado, Beltrão - que integra, por enquanto, o PMDB de Alagoas do também candidato à reeleição, Renan Calheiros - já exonerou dois indicados pelo ex-presidente do Congresso e que estavam nos quadros da Eletrobras. A briga pela vaga agora ficou explítica.

Renascimento do Brasil?

Já o deputado federal JHC, virtual candidato à reeleição no próximo ano, se posisionou sobre as graves denúncias desta semana envolvendo o STF e a PGR, em relação às delações da JBS. “Temos acompanhado o notável poder de ação e reação dessas instituições, ainda que em alguns pontos deixem a desejar. Neste momento, é importante se pautar pelos fatos, sem paixões ou ódios pessoais. Mais do que nunca, é preciso acreditar no Império da Lei. Outros países passaram por momentos semelhantes e se fortaleceram. Esse talvez seja o momento que o Brasil esperava para renascer”, apregoou.

Furacão paga o pato

Já está valendo o novo reajuste de 12,2% do gás de cozinha - puxado pelo novo aumento dos combustíveis no País. Segundo a Petrobras, o aumento se deve ao ‘cenário externo de estoques baixos’, além dos reflexos de eventos climáticos, como o furacão Harvey, na maior região exportadora do produto, a cidade de Houston, nos Estados Unidos. Com a menor disponibilidade de gás, os mercados consumidores de todo o mundo sofreram aumento de preço. Em Alagoas, o preço do botijão doméstico já está na casa dos R$ 70,00. E toda a culpa é do furacão, segundo a Petrobras.

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robertobaiabarros@hotmail.com

Trem Cultural

A partir de uma ideia lançada pelo ex-prefeito e ex-deputado federal Albérico Cordeiro e retomada agora pelo prefeito Júlio Cezar, Palmeira dos Índios, a cidade onde viveu Graciliano Ramos poderá ser visitada por turistas do mundo inteiro a partir do trem cultural “Caminhos de Graciliano”. Através dele, será possível fazer o percurso entre as linhas férreas de Palmeira dos Índios e Quebrangulo, conhecendo as cidades que abrigam a história do escritor, os museus e casarios.

Palmeira e Quebrangulo

Os prefeitos de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar, e de Quebrangulo, Marcelo Lima, ao lado do senador Benedito de Lira e de representantes da CBTU e do Ministério dos Transportes já estão trabalhando em obnras e etapas para fazer com que o projeto esteja condluído, no mais tardar, em 2019.

Moradia Legal

A Prefeitura de Palmeira já deu início à triagem para o Programa Moradia Legal. Nesta primeira etapa, será realiaado um cadastramento das pessoas de baixa renda, que não possuem o registro de imóveis até 200 metros quadrados. Os primeiros beneficiados serão as famílias do conjunto João Paulo II, em Palmeira de Fora, e do bairro Xucurus.

Demorou

Marcelo Vilar foi demitido do comando técnico do ASA. A equipe - lanterna do Grupo A da Série C - foi rebaixada para a Série D, após o empate do último sábado, diante do Botafogo-PB. O auxiliar técnico Alexandre Queiroga também deixa o clube.

Wrike: acesso maior

A Secretaria da Fazenda de Alagoas anuncia o lançamento do ‘Wrike’, um software internacional de gerenciamento de projetos já testado e cujo primeiro passo aconteceu com a Receita estadual. Em breve, Tesouro e Gestão Interna estarão aptos para utilizar a ferramenta. O Wrike vinha sendo testado nos últimos quatro meses e deverá ser utilizado, a partir de agora, no Tesouro e Gestão Interna. Com essa ferramenta, a intenção é ter acesso maior a dados e informações.

PELO INTERIOR O prefeito de São José da Laje, Rodrigo Valença, foi empossado no cargo de diretor Honorífico do Tiro de Guerra no Exército Brasileiro. “Uma horna a nossa cidade ser a segunda do comando da região nordeste em parceria e apoio aos nossos guerreiros patriotas”, destacou. A Polícia Rodoviária Federal prossegue até 03 de novembro, a ‘Operação Romarias 2017’, que tem como foco o transporte de romeiros que saem de todos os estados do Nordeste com destino às cidades de Canindé e Juazeiro do Norte, no Ceará. Equipes da PRF vão trabalhar nos trechos que ligam todos os estados do Nordeste. Segundo estatísticas, mais de 20% dos romeiros que vão para o Ceará nesta época do ano têm como origem cidades de Alagoas. Os tradicionais Jogos da Primavera 2017 de Penedo serão realizados de 10 a 24 de outubro, estando as inscrições abertas até o dia 15 deste mês. Os jogos serão realizados no Ginásio de Esportes do Complexo Educacional Dr. Moacir Andrade (antigo SESI). Mais uma batalha municipalista foi vencida: o Senado

Federal aprovou Medida Provisória que dispõe sobre o parcelamento das dívidas previdenciárias de Estados e Municípios com a União. A medida foi aprovada com o Encontro de Contas. Dignidade, fortalecimento do vínculo do agricultor com a terra e acesso ao mercado do crédito. Essas foram as principais garantias citadas pelo governador Renan Filho, possibilitadas pelo Programa Rural Legal. A regularização vai beneficiar a população garantindo a cidadania. A Prefeitura de Anadia retomou os serviços de manutenção e recuperação das estradas rurais, trabalho intensificado pela Secretaria de Agricultura, no Sítio Maia, que teve parte dos seu trechos de acesso comprometidos em virtude das chuvas. A Prefeitura Municipal da Barra de São Miguel vai iniciar a operação “Nome Limpo IPTU”. A ação acontece nos dias 30 de setembro e 1° de outubro, na Praça de Eventos. Será uma oportunidade para regularizar pendências relacionadas ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).


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