Edicao939

Page 1

extra www.novoextra.com.br

MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVIII - Nº 939 - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

ALAGOAS 200 ANOS

R 3,00

DOIS SÉCULOS DE DOMÍNIO OLIGÁRQUICO TRAVARAM O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO, QUE NADA TEM A COMEMORAR.VEJA AINDA AS NEGOCIATAS QUE AFUNDARAM O PAÍS NA MAIOR CRISE MORAL DE SUA HISTÓRIA P/20 E 21

MINADOR DO NEGRÃO

PREFEITO MANTÉM TODA FAMÍLIA FERRO NA FOLHA DE PAGAMENTO

Gleysson Ferro: nepotismo e licitação suspeita

JULGADO À REVELIA

Pistoleiro que matou delegado Lessa pode ter sentença anulada P/6 MÁFIA DO CARIMBO

TJ nega recurso dos cartórios para manter taxas extorsivas Desembargador mantém tabela que reduziu os custos do registro de imóveis P/5

n COMPRA DE 54 MIL GARRAFÕES DE ÁGUA E 1 MIL BOTIJÕES DE GÁS ESTÁ SOB SUSPEITA P/9


2

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Coisas da política

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

1

– Para acomodar novos aliados em ano eleitoral o governo de Renan Filho já começou a troca de secretários. Na dança das cadeiras até o Detran pode mudar de comando, com graves riscos para o órgão.

2

– O governador pode até ganhar alguns votos com a entrega do Detran a um aliado político, mas certamente Alagoas terá muito a perder com a saída do advogado Antônio Carlos Gouveia.

(Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

3

demais acaba comendo o esperto.

4

O empresário Moacyr Breda, há anos sumido de Alagoas, voltou às manchetes policiais ao tentar aplicar um novo golpe milionário, desde vez contra a Prefeitura de Pirenópolis, em Goiás.

– Os alagoanos jamais esquecerão do balcão de negócios ilícitos em que se transformou o órgão de trânsito na época em que era dirigido por paus-mandados a serviço de políticos sem escrúpulos.

Novo golpe

– Ao assumir o Detran o advogado Antônio Carlos Gouveia não só viabilizou as finanças do órgão como implantou na autarquia a cultura da moralidade, coisa rara no serviço público de hoje.

5

Meta falida

– Como se sabe, ninguém é insubstituível, mas mudar o que está dando certo não é uma decisão inteligente. Sobretudo na atual escassez de gestores públicos competentes e honestos.

Moacyr Breda sumiu de Maceió após a falência de sua construtora, Meta Empreendimentos Imobiliários, que deixou muitas famílias no prejuízo. Até hoje não ressarciu as vítimas.

Os imexíveis

Renan Filho já deixou claro que só três de seus assessores diretos são imexíveis: os secretários George Santoro, da Fazenda; Fábio Farias, do Gabinete Civil; e, Ênio Lins, da Comunicação Social.

Moro ganhou, Lula perdeu

Os militares do Batalhão de Trânsito do DER que fazem a fiscalização nas rodovias estaduais estão prestando um desserviço à comunidade. Ao invés de exercerem uma fiscalização ostensiva, os guardas escondem as viaturas às margens das rodovias e ficam na espreita de alguma ultrapassagem irregular para multar os motoristas. O trecho Maceió-Paripueira é o ponto crítico dessa prática nefasta de multar para arrecadar. Coisa feia!

Há um vitorioso no depoimento prestado na quarta pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na ação em que é acusado de corrupção e lavagem de dinhei-ro oriundo de contratos entre Petrobras e Odebrecht: o juiz Sérgio Moro. Se o objetivo de Lula era usar a oportunidade como mais um palanque eleitoral para posar de vítima, desta vez falhou. Moro não saiu do tom, agiu como magistrado, enquanto Lula foi agressivo e se excedeu várias vezes (…). Lula, ficou claro, está nas cordas. Sua caravana pelas cidades nordestinas tem atraído um público exíguo e, em vez de ser uma apoteose, revelou o grau de rejeição a seu nome, antes ovacionado com unanimidade. Um PT renovado em torno de Haddad representaria uma aposta de risco. Não para 2018, mas talvez 2022. Também parece ser a única saída para um partido em cujas entranhas se instalou uma organização criminosa. Se insistir em Lula, o PT terá escolhido ficar no mesmo lugar que ele: destilando rancor no banco dos réus ou, provavelmente, atrás das grades. (G1).

Alô Promotoria

Esperteza

Até tú, Renan!

O depoimento do ex-ministro Antônio Palocci entregando Lula de bandeja foi o fato mais devastador dos últimos dias. Desde então, dezenas de lideranças políticas que haviam se comprometido a apoiar o ex-presidente já deram para trás. Entre os “arrependidos” estaria até mesmo o senador Renan Calheiros, que recepcionou o petista em Alagoas durante a passagem de Lula com sua caravana da vergonha pelo estado. (Imprensa Viva)

Na moita

Prefeituras e Câmaras de Vereadores de Alagoas estão burlando a lei na contratação de escritórios de contabilidade, com licitações de cartas marcadas. Publicam o resumo das licitações, mas sonegam os editais solicitados por concorrentes indesejáveis.

Alguns prefeitos estão usando a crise para não pagar fornecedores e outras obrigações. Outros, mais espertos, estão demitindo servidores contratados depois das eleições como compromisso de campanha. Como dizia Tancredo Neves, a esperteza quando é grande

Golpe frustrado

Na frustrada tentativa de golpe em Pirenópolis. Moacyr Breda usou o nome do primo Marx Beltrão, ministro do Turismo, para extorquir a prefeitura. Mas o achaque deu errado.

Projeto falido

Breda ressuscitou um falido projeto para construção de um centro de convenções em Pirenópolis para arrancar dinheiro do prefeito. Em troca, prometia usar o primo-ministro para liberar R$ 36 milhões do Ministério do Turismo.

A dúvida

O prefeito desconfiou da esmola grande demais e botou a boca no trombone. Resta saber se o ministro Marx Beltrão sabia da tramoia.

Palhaçada

O deputado Tiririca apresentou projeto de lei na Câmara Federal isentando palhaços e artistas de pagar pedágio nas rodovias federais. Único “artista” da bancada alagoana, o deputado-forrozeiro Cícero Almeida, futuro beneficiário da Lei Tiririca, ainda não se pronunciou sobre a imoralidade. O Ciço deve estar mesmo é preocupado com a ação penal por seu envolvimento na máfia do lixo, que pode enterrar sua malfadada carreira política. Sem pedigree nem grupo político, Almeida vive seu inferno

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA

IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

JORGE OLIVEIRA

Joesley, depois do porre, a ressaca Brasília - Será que eu entendi bem? O cara toma um porre, liga para o amigo, diz um monte de sandices contra todo mundo e depois pede desculpas. É isso mesmo? E quando esvaziava os cofres dos bancos oficiais também estava embriagado? Ora, Joesley, conta outra, essa não cola. Como é que o senhor, um dos empresários mais ricos do mundo, com faturamento de mais de 150 bilhões de reais, é tão leviano? Que garantia têm os seus investidores quando sabem que o seu principal acionista fala um monte de besteiras quando bebe, atropela a gramática e mostra-se um cara tão arrogante, aquele manda-chuva que diz comprar tudo e todos (“Janot, nesta sua escola eu fui professor”, diz na gravação). Joesley agora vai para a cadeia onde aprenderá a beber sem dar vexame. E lá dentro, senhor, é o salve-se quem puder. Prepare o bolso. Dizem alguns entendidos que quando o cara se embriaga fala coisas que sóbrio jamais falaria. O bêbado naquele momento, em devaneio, é autêntico. Talvez, por isso, Joesley teria soltado a língua e falado o que realmente pensa do seu país, dos brasileiros e dos seus governantes. Considera todos uns idiotas, incapacitados, dementes. Tão dementes que caíram na sua conversa de vendedor de bugigangas e o ajudaram a juntar os bilhões de reais. Se você duvida, veja trechos das gravações, onde ele diz que será o último coveiro a botar a tampa do caixão. Ou seja: com toda fortuna lá fora, ele e os comparsas estavam pouco preocupados com a situação do país que ajudou a afundar com os seus amigos petistas. Depois de enterrar o Brasil em cova rasa, Batista tinha planos para se mandar e jamais botar os pés aqui dentro. Foi assim, de gole em gole, que os irmãos Batista atravessaram a fronteira da ética e da moralidade. Acumpliciados com a petezada, com quem mantinham uma conta-corrente para sustentar seus dirigentes no poder, eles tiveram acesso aos bancos oficiais e dali saíram com bilhões de reais para erguer seu império. Na contramão da história, os petistas consolavam os lesados com umas casinhas fuleiras do “Minha Casa, Minha Vida”, a promessa de um pouco de água do São Francisco, a construção de arenas bilionárias para entreter a moçada do futebol e um aumentozinho do Bolsa Família para agregar à ceia mais um pouquinho de mandioca e feijão para os miseráveis. Enquanto mantinham esse segmento anestesiado com o clientelismo, escancaravam os cofres para os empresários espertos e gulosos se fartarem com o nosso dinheiro. O depoimento do Palocci ao Sérgio Moro não deixa dúvidas: o PT entregou o país a esses empreiteiros e empresários aventureiros e beberrões. Só quem nega essas evidências hoje são alguns articulistas da seita arrancados de suas redações por Lula para proteger o assalto que o partido fazia aos cofres públicos. E para os jornais, por comprovada cumplicidade com a sujeira, não voltaram mais. Agora, muitos deles deprimidos porque o Palocci detonou a dupla Lula/Dilma como os cabeças da organização criminosa, querem detonar o companheiro.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Verdadeiro

O Palocci não está inventando nada. Ele era da cozinha do Lula e da Dilma. Foi articulador político e arrecadador principal das campanhas dos dois à presidência. Ele apenas está confirmando o que empresários e executivos de estatais já disseram ao juiz Sérgio Moro. Existia, sim, uma conta-corrente das empreiteiras para financiar as campanhas petistas e manter o partido no poder com dinheiro de popina. Os petistas críticos ao ex-ministro, vão agora à ditadura para desqualificar o seu depoimento. Dizem que ele “virou cachorro”, termo que se usava para identificar um preso político que, sob tortura, denunciava seus companheiros.

Olha o Zé

Quem espalha isso é o Zé Dirceu na tentativa de passar à história como um cara ideológico, que vai de cadeia em cadeia sem “entregar” ninguém. Espera, com isso, reconhecimento dos companheiros com uma estátua sua erguida em frente à Papuda para que seus seguidores o reverenciem. Até pouco tempo, Palocci era o grande formulador do PT, o cara que redigiu a “Carta ao Povo Brasileiro” para abrir as portas do Centrão para Lula, que tinha acesso aos gabinetes dos mais proeminentes empresários e políticos do país. De um momento para outro, por dizer a verdade, é acusado de dedo-duro. Lula, por exemplo, o descredencia, se diz decepcionado. Mas veja o que disse sobre ele em abril deste ano: “Palocci é meu amigo, uma das maiores inteligências políticas do país. Ele tá trancafiado, mas não tenho nenhuma preocupação com a delação dele”.

Inferno

É assim mesmo, o cara vai do céu ao inferno quando deixa de comer no cocho da petezada. Quero ver quando o Lula for preso e entrar para o seleto grupo dos colaboradores. O que os seus seguidores vão dizer? O que os articulistas de plantão vão escrever para eufeminizar a sua delação premiada? Não se surpreenda, caro leitor, o Lula vai entregar a Dilma no primeiro interrogatório, como fez com a mulher dele e outros companheiros.

Cabral

Disse aqui certa vez que Al Capone seria um ingênuo estagiário nas empresas dos irmãos Batista. Pelo que sabemos do gangster de Chicago, ele saia de armas em punho para confrontar seus desafetos, matando -os como um serial killer. Quem não rezasse na sua cartilha era executado sumariamente. Sua organização atuava em todas as áreas, desde o contrabando de bebidas, sequestros, assaltos até o lenocínio. Corrompia a polícia, o judiciário e os políticos para burlar a Lei Seca, na década de 1920, nos Estados Unidos. Um dia, porém, caiu nas mãos do agente do Tesouro Americano Eliot Ness, que chefiava os intocáveis, e a casa caiu.

Colarinho

Pois bem, essa história guarda alguma semelhança com os atuais criminosos de colarinho branco do Brasil? Claro que sim. Ao apontar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como chefe da organização criminosa brasileira que saqueou os cofres públicos, o procuradorgeral da República, Rodrigo Janot, finalmente, começa a dar nomes aos bois. Ao contrário de Al Capone – que vivia basicamente do contrabando de bebida – aqui, Lula criou um partido político que se transformou numa quadrilha que dilapidou o patrimônio financeiro do país.

Desastre

As consequências foram danosas: 14 milhões de trabalhadores desempregados, a economia destroçada, crianças fora das escolas, a violência desordenada, um caos na saúde e na educação, obras de infraestrutura paralisadas, empresas e bancos estatais quebrados e fundos de pensão descapitalizados. Na cadeia, hoje, está boa parte da cúpula do PT, inclusive tesoureiros e ministro da Fazenda. Na lista de espera, Lula, Dilma, o casal Gleisi e Paulo Bernardo e Edinho denunciados pelo procurador-geral da República como integrantes da organização criminosa.

Facções

Os quatorze anos do governo do PT se parecem muito com os métodos que Al Capone adotou para corromper o estado e seus agentes públicos. Para movimentar seus negócios ilegais, o bandido transformou pessoas aparentemente honestas em delinquentes. No Brasil, a organização petista agiu politicamente. Presidentes e presidenciáveis, políticos e empresários foram atraídos para o buraco negro da corrupção. O dinheiro do contribuinte foi distribuído para as várias facções partidárias que se espalharam pelo país. Descobre-se agora R$ 51 milhões de reais dentro de um apartamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima, prática usada pelo narcotraficante Pablo Escobar para esconder a fortuna suja do tráfico de drogas.

Brasil podre

É dolorosa essa constatação, mas, infelizmente, é verdadeira: o Brasil apodreceu. Sabe-se também que alguns votos para o país sediar as Olimpíadas foram comprados por Sérgio Cabral & Companhia. As imagens da escolha do Rio como sede são patéticas, quando vistas hoje. Cabral corre para abraçar o Lula efusivamente, enquanto os convidados, entre eles o escritor Paulo Coelho, vibram como crianças felizes com a guloseima sem saber que por trás existia uma transação de milhões de dólares para encobrir a farsa.

Império

O engenhoso Cabral dividiu seu território em um principado fecundo que prosperou por décadas no Rio gerando riqueza para ele e seus vassalos. Iniciou seu reinado dando o nobre título de rei ao seu amigo Arthur Cesar Menezes Soares Filho, comerciante, responsável pelo abastecimento da corte. Assim, com um tesouro de 3 bilhões de reais, Rei Arthur foi às compras. Com milhões de dólares corrompeu os dirigentes das entidades esportivas mundiais porque Sua Majestade, o Cabral, precisava compensar seus súditos com pão e circo oferecendo-lhes o Pan, a Copa do Mundo e os jogos Olímpicos. Com o fim do reinado, o circo desmoronou-se e o pão acabou. A corte faliu. Cabral está preso e o Rei Arthur foragido. Primeiro caiu o rei, depois a rainha. E agora, os vassalos, como na música Cartomante, de Ivan Lins: Cai o rei de Espadas/Cai o rei de Ouros/Cai o rei de Paus/Cai, não fica nada.

3


4

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Poder de fogo

O

governador Renan Filho já deu sinal aos adversários de que o Estado vai entrar pra valer em 2018. Serão pelo menos R$ 1 bilhão que serão despejados em obras em Alagoas frutos de empréstimos e arrecadação, exatamente no ano em que os Renans são candidatos à reeleição. Esses recursos, de acordo com a assessoria do governo, já estão garantidos e serão beneficiadas várias obras para encher os olhos da população. A estratégia do governo é boa, e deixa bastante claro que a campanha será recheada de propaganda sobre as ações no estado e que “não adianta mexer em time que está ganhando”. Essa dinheirama que está para aportar em Alagoas, oriunda na sua maior parte do governo federal, demonstra que as denúncias de Renan pai e Renan Filho sobre retaliações do presidente Michel Temer, pelo menos neste aspecto, não procedem. Na verdade, as emendas parlamentares, até mesmo dos adversários políticos dos Renans, têm garantido muitas obras em Alagoas, independentemente da vontade ou não do governo de Alagoas. O que se vislumbra, de pronto, é que a campanha eleitoral do próximo ano já está em plena efervescência e a temperatura deve aumentar nos próximos meses. Munição para este embate é que não vai faltar.

Medo antecipado

O prefeito Rui Palmeira tem se esquivado de tratar sobre as eleições de 2018, assegurando que tudo tem seu tempo. Mas os adversários não pensam assim. Estão incomodados com o prefeito de Maceió que aplicou tremenda surra nas urnas no grupo liderado pelos Calheiros nas últimas eleições.

Esfriando

As tentativas de trazer o deputado Ronaldo Lessa para o governo parecem que esfriaram. Toda semana pipoca uma denúncia envolvendo os Calheiros, o que tem deixado o deputado assustado e com medo de tomar uma decisão errada. Se depender dos amigos, ele não vai, mas se depender do seu irmão, Otávio Lessa, ele já está com o pé dentro do governo.

Esperando

Em face da indecisão de Lessa, a ex-vereadora e senadora Heloísa Helena aguarda pacientemente para saber com quem vai compor nas eleições de 2018. Boa de voto, Heloísa vai ficar longe de qualquer grupo que não tenha compromisso com a decência e honradez.

gabrielmousinho@bol.com.br

Alagoas em manchete

Cadê o celular?

Autoestima?

Esquecimento

Uma coisa o secretário Fábio Farias tem toda a razão: nunca se discutiu tanto Alagoas como em 2017. O estado permaneceu na mídia com a Operação Lava Jato, onde foram incluídos e citados, entre outros, o senador Renan Calheiros com cerca de 18 inquéritos no Supremo Tribunal Federal e o próprio governador Renan Filho, que está sendo investigado no Superior Tribunal de Justiça.

Esta história de autoestima do alagoano em comemoração aos 200 anos de emancipação política é conversa pra boi dormir. Qual a autoestima, se o alagoano carece de segurança, saúde, educação e infraestrutura de uma forma geral? Comemorar o quê?

Zona financeira

Fica onde?

O deputado Ronaldo Lessa ainda não definiu de que lado ficará nas eleições do próximo ano. Se do lado de Rui palmeira, onde está, ou se migrará para Renan Filho, que já tem pronta secretaria de Estado para seu grupo assumir.

GABRIEL MOUSINHO

Outra dúvida

Disposto a disputar o Senado, o ex-governador Téo Vilela, como bom tucano, nunca diz pra onde vai ou se disputará as eleições de 2018. Uma coisa é certa: a antiga dobradinha com o senador Renan Calheiros dificilmente deverá ser concretizada, a não ser que Téo rompa com todos os seus aliados.

Rabo de fora

O empresário Milton Lyra, conhecido lobista em Alagoas e no Brasil, está com tanto medo de ser envolvido nas delações da Operação Lava Jato que já se mudou de Brasília para São Paulo. Como se a Polícia Federal não soubesse do seu paradeiro.

Palavras do chefe

O secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, aprendeu cedo as passadas do chefe. Ele fala dos 200 anos de Emancipação Política, inclui as ações do governo e bota no meio a construção de escadarias nas grotas de Maceió, como se isso não fosse uma ação eminentemente política com vistas às eleições do próximo ano.

Se um simples cidadão se dirige a uma agência bancária para sacar R$ 10 mil, além de ter obrigatoriamente de fazer uma reserva, ainda é submetido a uma série de perguntas. Ultimamente se tem visto desvios milionários, malas de dinheiro apreendidas e a área financeira do governo federal parece que não está nem aí.

Descendo o rio

O governador Renan Filho programou para esta semana uma viagem pelo Rio São Francisco a partir de Piranhas até a foz, em Piaçabuçu. Ele deveria ter ido de carro para Piranhas, pra ver a situação da estrada próxima à entrada da cidade de Rui Palmeira. Uma verdadeira tábua de pirulitos.

Bombardeio a Beltrão

Coincidentemente, depois de um afastamento entre Marx Beltrão e Renan Calheiros, o ministro do Turismo começou a sofrer alguns bombardeios por parte de pessoas ligadas ao senador. Uma forma sutil de atingi-lo. Um caso de suposta traquinagem na construção de uma obra em Pirenópolis, em Goiás, envolvendo um primo de Marx, já está sendo alvo de pessoas ligadas aos Calheiros. É o começo do fim de uma pretensa aliança política para as próximas eleições.

O roubo de celulares no estado aumentou consideravelmente nos últimos meses. Pelo levantamento da segurança pública, em 2016 foram roubados 10 mil 136 celulares. Este ano, apenas entre janeiro e julho foram roubados 11 mil 986 aparelhos. Desse volume, a polícia conseguiu recuperar apenas 30.

A Justiça parece que esqueceu a história de um atuante advogado alagoano que foi preso por suposta venda de sentença. Ninguém sabe onde anda o processo, o que foi feito e no que vai dar. Era a hora do Conselho Nacional de Justiça intervir, para saber como anda esse e outros procedimentos que mexem com a Justiça.

Perguntar não ofende

Por que depois de dezenas de anos no Senado só agora Renan Calheiros quer criar CPI para investigar supersalários nos três poderes?


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

5

Desembargador nega liminar ao Sindicato dos Cartórios

MÁFIA DO CARIMBO SETOR SE INSURGE CONTRA TABELA QUE ENTROU EM VIGOR EM AGOSTO JOSÉ FERNANDO MARTINJS josefernandomartins@gmail.com

Conhecidos nacionalmente como os mais caros do país, os cartórios de Alagoas se insurgiram contra a nova tabela de valores de seus serviços em vigor desde o dia 15 de agosto e entraram com ação pedindo o reajuste da mesma com base na inflação acumulada do período de 2006 a 2017. No âmago da questão, estão as taxas dos registros de imóveis, responsáveis pelo faturamento milionário do setor. A nova tabela reduziu o valor máximo cobrado pelos cartórios de registro de R$ 4.212,70 para R$ 3.098,56 e foi definida após uma intensa polêmica envolvendo os cartórios e o setor da construção civil, o mais prejudicado com os valores estratosféricos cobrados até então. Nenhum pouco feliz com a redução das taxas, o Sindicato dos Servidores Notarias e de Registro do Estado de Alagoas (Sinoreg) entrou com liminar para que essas mudanças deixassem de ser aplicadas. Com a medida requerida, os cartórios ainda se isentariam de ressarcir os consumidores que tiveram que quitar os valores

considerados abusivos até pela própria Justiça alagoana. A Sinoreg alegou em liminar que o ato normativo do Tribunal de Justiça (TJ-AL) deixou de aplicar corretamente os índices de correção da moeda no período compreendido entre o ano de 2006 e o de 2017. Porém, o desembargador e relator do processo Alcides Gusmão da Silva indefiriu a liminar pleiteada. Isso porque, segundo o desembargador, o sindicato apresentou argumentação genérica e inconsistente não se vislumbrando, portanto, relevante fundamentação a ensejar o deferimento da liminar pleiteada. “Uma vez que os valores atualmente utilizados são fruto de estudo elaborado pela Assessoria de Planejamento e Modernização do Poder Judiciário (APMP), setor técnico do Tribunal de Justiça”, destacou. E prosseguiu: “no que tange ao pedido de que a resolução somente passe a viger a partir de 01 de janeiro de 2018, à luz do princípio da anuidade da Lei Tributária, ressalte-se que este tampouco me parece prosperar. (...)A correção monetária não se confunde com acréscimo patrimonial, mas apenas a recomposição da corrosão inflacionária da moeda”. ABUSOS A nova tabela foi colocada em vigor desde o último dia 21, quando foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico do TJ-AL, após aprovação do Pleno no dia 15 de agosto. A resolução é resultado de um embate que vinha sendo travado entre os cartórios de imóveis e representantes da construção civil que denunciaram o aumento exagerado das taxas em níveis superiores ao estabelecido na Lei nº 3.185, de 1971, que permite a correção dos valores observando os índices de desvalorização

Alcides Gusmão considerou argumentação do Sinoreg pífia e de pouco embasamento

da moeda. A Justiça de Alagoas chegou a autorizar o aumento nas taxas de 50%, já a tabela foi corrigida em 101,46%. No dia 6 de abril deste ano, acórdão do Pleno do TJ reconheceu e declarou ter sido inconstitucional esse acréscimo abusivo. Parte do imbróglio se deveu ao fato de que, embora os aumentos fossem determinados pelo TJ, as tabelas eram elaboradas pelos próprios cartórios, sem uma efetiva fiscalização e foi sob esta circunstância que se deu o aumento ilegal, passando despercebido pelos desembargadores. O Pleno também determinou que os cartórios registrem hipotecas ou alienações fiduciárias quando houver, mas não poderão cobrar até que seja aprovada na Assembleia Legislativa (ALE -AL) o novo Código de Custas do Estado, que irá regulamentar a cobrança de hipotecas. Juristas consultados pelo EXTRA afirmam que do período compreendido entre o dia da publicação do acórdão (06/04/2017), até o dia da publicação das novas tabelas (21/08/2017), todos que pagaram valor superior a R$ 3.098,57 para registrar uma

escritura têm direito à devolução da diferença, podendo requerer diretamente no cartório de registro geral de imóveis. Caso o cartório de imóveis se negue a reembolsar os valores pagos a mais, basta apresentar queixa na Ouvidoria da Corregedoria Geral de Justiça no endereço eletrônico http://www.tjal. jus.br/corregedoria. É necessário anexar o recibo para comprovar o pagamento indevido. CONCURSO DOS CARTÓRIOS A novela de três anos sobre o concurso dos cartórios pode chegar ao fim na próxima semana. O processo será levado à pauta de discussão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na terça-feira, 19. O CNJ, em decisão datada no dia 27 de junho, sob a relatoria do conselheiro Norberto Campelo, determinou que o Tribunal de Justiça (TJ-AL) desse prosseguimento ao concurso em questão em 30 dias, prazo que já foi esgotado. Ocorre que o TJ-AL, por meio da decisão monocrática proferida pela conselheira do Tribunal de Contas (TCE-AL) Maria Cleide Costa Beserra, do

dia 20 de março de 2015, determinou a suspensão provisória da execução do contrato celebrado entre o TJ e a Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes) para a realização do concurso. Em face da decisão do TCE -AL, a Procuradoria Geral de Alagoas (PGE), órgão responsável pela representação judicial e extrajudicial do Estado, ajuizou ação ordinária, com pedido de antecipação de tutela, autuada sob nº 071973114.2017.8.02.0001, tendo sido distribuída à 16ª Vara Cível da Capital – Fazenda Pública Estadual. No dia 24 de agosto, a juíza Maria Ester Fontan Cavalcanti Manso analisou o pedido, mas não o acatou sob o argumento que “não foram preenchidos todos os requisitos necessários para a concessão da tutela antecipada,(...)e verifica-se que a matéria necessita de uma análise mais acurada”. “Enquanto perdurarem os efeitos da decisão do TCE-AL, que determinou a suspensão do certamente, não será possível sua retomada”, informou a assessoria do TJ


6

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Julgamento do pai de Eloá pode ser anulado

CASO RICARDO LESSA CÂMARA CRIMINAL DO TJ JULGA NO DIA 20 APELAÇÃO DE EVERALDO PEREIRA DOS SANTOS VERA ALVES veralvess@gmail.com A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas decide na próxima quarta-feira, 20, se anula ou não o julgamento de um dos condenados pelos assassinatos do delegado de Polícia Ricardo Lessa e de seu motorista, Antenor Carlota, ocorridos em outubro de 1991. Trata-se de Everaldo Pereira dos Santos, ex-cabo da Polícia Militar e condenado 18 anos depois a mais de 33 nos de prisão. Everaldo se tornou conhecido como o pai de Eloá Cristina Pimentel, a adolescente de 14 anos morta em outubro de 2008 pelo namorado, Lindemberg Alves, 22 anos, após mais de 100 horas de cativeiro em uma casa em Santo André, na região do ABC paulista. O caso foi acompanhado e transmitido ao vivo pelas TVs em todo o País. Apontado como um dos integrantes da gangue fardada, como se tornou conhecida na década de 1990 o grupo de extermínio formado por policiais militares e liderado pelo ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante, Everaldo foi julgado à revelia. Estava foragido desde 1993 e trabalhava como vigia usando o nome falso de Aldo José da Silva. Advogado de defesa do excabo, o criminalista Thiago Pinheiro afirma serem grandes as chances de o júri de 2009 ser anulado. No recurso de apelação nº 0002582-57.1991.8.02.0001, ele cita ilegalidades ao longo

ção em vigor, o crime de homicídio prescreve após 20 anos.

Everaldo pode ter condenação anulada de acordo com Thiago Pinheiro (D)

do processo, dentre as quais o fato de que Everaldo não poderia ter sido julgado à revelia em virtude da legislação penal vigente na época do duplo homicídio. Por ela, ele teria de ter sido notificado pessoalmente da denúncia e posterior pronúncia. Hoje a lei permite que isto seja feito mediante edital ou notificação ao advogado do acusado. AS NULIDADES O recurso de apelação, que somente foi aceito pelo TJ após Pinheiro haver recorrido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi ingressado em novembro do ano passado. Nele, além da ausência de citação pessoal – exigível até a edição da Lei 9.271/1996 – o advogado destaca a atuação de advogado sem procuração do réu e a falta de nomeação de um defensor durante a sessão do Tribunal do Júri realizada em 7 de novembro de 2009. No julgamento de oito anos atrás, também figurava como réu o ex-cabo da PM Cícero Felizardo dos Santos. Ele e o pai de Eloá foram condenados a 33 anos, 3 meses e 23 dias de reclusão, em regime inicialmente fechado, além de indenização civil fixada em R$ 653 mil em relação a Ricardo Lessa, e R$ 146 mil em relação ao motorista do então delegado. Ocorre que no início da ins-

Ricardo Lessa era diretor geral da Polícia Civil quando foi executado

trução processual Everaldo e Felizardo tinham como patrono de defesa o advogado Danilo de Freitas Cavalcanti. Em 2008, alegando problemas de saúde, este renunciou à defesa do pai de Eloá e subscreveu procuração repassando os direitos de defesa de Felizardo para o advogado Gilvan Lisboa. Lisboa atuou como defensor de Cícero Felizardo e assumiu por conta própria a defesa de Everaldo, sem, contudo, dispor de procuração para isto. Nenhum dos réus compareceu ao julgamento; estavam foragidos à época. “Vê-se, pois, que deveria ser nomeado um defensor público ou dativo para o patrocínio da causa, nunca aleatoriamente um que se apresente sem procuração mostrando apenas interesse seu, unilateral, portanto. Acresça o fato de que o Advogado foi defensor constituído do có-réu, possivelmente haven-

do COLIDÊNCIA DE TESES, CONFLITO DE DEFESAS. , Aqui, demonstra-se o prejuízo no caso dos autos, COM A EFETIVA CONDENAÇÃO DO RECORRENTE”, sustenta Thiago Pinheiro na apelação. Pinheiro questiona, ainda, a dosimetria das penas, primeiro por ultrapassar o mínimo legal – no Brasil a pena máxima é de 30 anos – e, em segundo lugar, pelo que classificou como dupla punição, já que foram valoradas (aumentadas) sob o argumento de que uma das vítimas detinha cargo relevante na estrutura da Segurança Pública. Ricardo Lessa era diretor-geral da Polícia Civil quando foi assassinado. A avaliação de Pinheiro é de que a Câmara Criminal acate o recurso e determine novo júri, mas ele também vislumbra a possibilidade de o crime ser considerado prescrito, já que são decorridos quase 26 anos desde seu cometimento. Pela legisla-

O CRIME De acordo com os autos do processo, no dia 9 de outubro de 1991 Ricardo José Lessa Santos – irmão do deputado federal Ronaldo Lessa – foi executado por volta das 21 horas dentro do carro em que estava, defronte à casa da sogra na Rua Mem de Sá, no bairro do Bebedouro. Carlota, que estava na direção do veículo, também foi executado. À época foram denunciados pelo crime o então major Manoel Francisco Cavalcante, os sargentos José Luiz da Silva Filho e José Carlos de Oliveira, os soldados Edgar Romero de Morais Barros, Aderildo Mariz Ferreira e Valdomiro dos Santos Barros, Valmir dos Santos (irmão de Valdomiro) e os então cabos Cícero Felizardo da Silva e Everaldo Pereira dos Santos. Todos fariam parte da gangue fardada liderada por Cavalcante. Edgar morreu em acidente de carro, Valmir e Oliveira foram assassinados. A tese que prevaleceu nas investigações policiais e perante a Justiça foi de que Ricardo Lessa investigava a morte de Josenilton Ferreira da Silva, ocorrida no interior do Hospital de Pronto Socorro de Maceió (atual Hospital Geral do Estado), e o sequestro do paraplégico Jailton. Os dois estariam envolvidos na morte de um sargento da PM. De temperamento explosivo, Ricardo Lessa chegou a ser apontado como integrante de um grupo de extermínio no estado do qual fariam parte outros policiais civis e que tinha como rival a gangue liderada por Cavalcante. O delegado também foi acusado de ser um dos assassinos do pecuarista José Cardoso de Albuquerque, pai do cantor de forró Geraldo Cardoso. O crime aconteceu em 1989, no interior da loja Bilá Auto Peças no centro de Palmeira dos Índios.


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

STJ DISCUTE POSSIBILIDADE DE ANULAR JÚRIS

CLEMÊNCIA ALAGOAS REGISTROU SEIS VEREDITOS DE PERDÃO AOS ACUSADOS SÓ ESTE ANO Acusados de matar PC Farias assim como Cavalcante foram absolvidos por clemência

SOFIA SEPRENY Estagiária sob supervisão da Redação

A

clemência, definida no dicionário como expressão de sentimento ou disposição para perdoar ofensas e/ou minorar castigos virou pauta no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O alto número de absolvições por clemência dos últimos anos iniciou uma discussão que está sendo travada no STJ sobre a possível anulação do júri quando essa é a sentença. A questão que está em debate na 3ª Seção do STJ também é comum no estado de Alagoas. No dia 28 de agosto último, o Tribunal do Júri da 5ª Vara Criminal de Arapiraca absolveu por clemência o réu Caio César. Acusado de tentativa de homicídio, Caio estava sob o efeito de drogas quando esfaqueou Igor Antônio, filho de seu padrasto. O advogado criminalista Thiago Pinheiro, ex-presidente e fundador da Associação dos Advogados Criminalistas de Alagoas, explicou o termo “absolvição por clemência” e comentou sobre situações adversas acerca do assunto. “Neste caso de Arapiraca acredito que o termo clemência não foi o correto. A defesa deve ter alegado inimputabilidade, que é elemento legal para se aferir a capacidade psíquica do acusado, onde alega que o réu não estava em sã consciência quando cometeu o ato”, afirma Pinheiro. “ Um bom exemplo de absolvição por clemência é o caso do coronel Cavalcante, preso por diversos ho-

micídios em Alagoas, após mais de 10 anos de prisão, ajudou a justiça com nomes de mandantes de crimes. Como em uma situação dessa não existe a delação premiada, o tribunal do júri o absolveu por clemência pelo fato de ele já ter cumprido pena e ajudar nas investigações”, exemplificou O termo absolvição por clemência de fato não existe no Código Penal, mas há uma abertura no tribunal do júri na chamada quesitação dos jurados, que são as perguntas que os júri deve responder ao analisar o processo. São basicamente três as perguntas. A primeira refere-se à materialidade do fato (se o crime realmente aconteceu). A segunda relaciona-se à autoria, quando os jurados devem responder diante dos fatos e provas apresentadas, se o acusado foi o autor do delito. A última, se constatada a existência do crime e a autoria pelo réu o júri deve responder à pergunta “O jurado absolve o acusado”? Segundo Thiago Pinheiro, a expressão ‘O júri absolve” é vaga e comporta várias definições, sendo uma delas o perdão, a clemência. Para quem defende a possibilidade de haver absolvição por clemência, e como não há a necessidade de os jurados exprimirem os motivos que os levaram a decidir pela absolvição ou condenação, eles podem perfeitamente deixar de condenar o réu porque o perdoam. Assim, pode prevalecer o desejo e sentimento particular de cada um dos jurados, independente de quais sejam. “Na minha visão essa abertura permite um julgamento mais legíti-

mo do sentimento social na medida em que a justiça pode ser feita fora da frieza da lei e mais no sentimento comunitário expressado no corpo de jurados”, assinala Thiago Pinheiro sobre casos de clemência. Essa “brecha” se deu a partir de 2008, quando as perguntas aos jurados foram reduzidas. Hoje, basta que eles respondam se existe materialidade e autoria do crime e se o acusado deve ser absolvido, ou não – sem precisar justificar o porquê de estar absolvendo ou condenando. Antes da redação dada pela Lei 11.689/2008, que reformou o Código de Processo Penal, eram exigidas respostas mais dirigidas dos jurados. A situação de absolvição por clemência só é possível através do tribunal do júri. Os casos que vão direto aos jurados são os casos de homicídio doloso ou outros crimes dolosos, quando se tem a intenção de matar. A professora de criminologia Elaine Pimentel, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), relata que existem entendimentos do tribunal do júri que não estão ligados às técnicas do direito “ O fato é que há entendimentos de que o tribunal do júri não está adstrito a tecnicidades e pode adotar a decisão que mais se adeque aos conceitos populares de justiça” declara a professora, também doutora em Sociologia. Em Alagoas no ano de 2017, foram seis casos de absolvição por clemência. De 2011 até o momento, o estado já registra 10 casos.

CASOS DE GRANDE REPERCUSSÃO PC Farias

Os acusados pelas mortes do empresário Paulo César Farias e sua namorada, Suzana Marcolino, em junho de 1996, foram um exemplo de absolvição por clemência. Em 2013 foi admitida a tese de acusação do MPE (Ministério Público Estadual) de duplo homicídio. Porém, segundo o juiz Maurício Brêda, os jurados decidiram absolvê-los por “clemência”. Na época o magistrado ainda falou que não era uma decisão tomada com muita frequência, mas que já havia ocorrido outros casos naquele tribunal do júri. Brêda afirmou ainda que os jurados são soberanos e não podem ter a decisão questionada pelo juiz, explicando que a decisão de clemência é um “perdão” que pode ser concedido pelo corpo de jurados.

Coronel Cavalcante

Em outubro de 2011, o ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante foi absolvido por clemência pelo assassinato do cabo da Polícia Militar José Gonçalves, morto em um posto de gasolina em maio de 1996. O veredito do júri foi de quatro votos a três. A clemência foi levantada pela defesa do réu. As alegações foram de que o ex-militar sempre colaborou nas investigações e permaneceu 14 anos preso. Mesmo integrante de uma quadrilha de assassinos que ficou conhecida como gangue fardada, os jurados entenderam que Cavalcante devia ser absolvido porque a família da vítima o perdoou e ele colaborou para elucidar outros crimes.

7


8

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Em meio à crise, prefeitos demitem servidores em massa

EFEITO TEMER SEGUNDO PRESIDENTE DA AMA, NÃO HÁ PREVISÃO DE MELHORAS

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

P

refeitos de Alagoas se viram face a face de uma crise econômica, que apesar de ter nascida no Governo Dilma Rousseff, chegou rapidamente à fase adulta com o presidente golpista Michel Temer. Os gestores se depararam com despesas maiores que as receitas tendo como saída a demissão de funcionários comissionados. Na dança das dispensas já participaram Delmiro Gouveia, Novo Lino, São Luiz do Quitunde e União dos Palmares. Essa última até contou com desabafo do prefeito Areski Junior, mais conhecido como Kil (PMDB), nas redes sociais. O gestor, em vídeo, foi direto ao ponto e explicou à população: a cidade tem quitado as contas municipais “no braço” e que era inconcebível a Prefeitura ter funcionários trabalhando sem receber. Além disso, deu o prognóstico: a previsão financeira para o mês de outubro é a pior possível”. Nesta avalanche de demissões, as cidades de Santa Luzia do Norte, Japaratinga, Batalha e Olho D’água do Casado também estão focadas na contenção. “É momento de segurar

Para o presidente da AMA, Hugo Wanderley, intensidade da crise pegou os gestores de surpresa

as rédeas no meio dessa situação difícil. Não temos uma perspectiva de melhoras. Antes, sabíamos quais os meses mais críticos, mas também que sempre havia uma melhoria após disso. Hoje, não temos mais essa certeza por causa da instabilidade política do país. No começo do ano, tínhamos uma boa espectativa para o segundo semestre, até aquela bomba entre a JBS e o presidente Temer. Depois disso, tudo afundou novamente”, frisou Hugo Wanderley, prefeito de Cacimbinhas (PMDB) e presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). Uma das principais dificuldades dos prefeitos é dar continuidade aos programas do Governo Federal, que tem atrasado verbas e repasses. Conversa nos bastidores da política evidencia um futuro “calote” de Temer em ativi-

dades voltadas à assistência social. “Fora os programas que estão atrasados. A Saúde está deficitária e a Educação, que era a única área que se pagava, já está em colapso. Ainda tivemos o desastre da repatriação. No ano passado, Cacimbinhas arrecadou R$ 1 milhão. Neste ano, o valor foi de R$ 40 mil. Nem os piores prognóstico chegaram o que estamos enfrentando agora”. No início do ano, a AMA orientou os gestores a terem cautela e que também evitassem contratações. “No decorrer dos anos, estamos perdendo receita, com uma fatia do bolo cada vez menor, mas com obrigações cada vez maiores. Um exemplo é o programa Criança Feliz, que foi anunciado com muita popa, que quem banca somos nós. Enviam R$ 5 mil reais por mês, temos que rezar para não atrasar. Isso não dá

para nada porque temos que ter um coordenador, cinco visitadores, carro, materiais, sede. Uma despesa a mais para o município”. Questionado se os prefeitos estariam gerindo mal o Executivo, Wanderley considera que depende do caso. “Muitos já pegaram a prefeitura bagunçada, outros que tinham usinas, mas que hoje estão falidas. Alguns têm quadro efetivo muito grande, como Maribondo com seus números de concursados de altos salários, uma despesa fixa que não tem como cortar”. PROGRAMA DO LEITE AMEAÇADO Hugo Wanderley, nesta quarta-feira, 13, assegurou à diretoria da Cooperativa de produtores de leite de Alagoas que a AMA vai entrar na luta para manter o

programa que beneficia 80 mil famílias no Estado, com um litro do produto, 4 vezes por semana. Essas famílias correm o risco de deixar de receber o leite que reforça a alimentação de crianças, nutrizes e gestantes em situação de risco alimentar porque o atraso nos repasses feitos através do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que custeia parte do programa, já supera R$ 30 milhões. Na outra ponta, mais de 3 mil agricultores familiares que fornecem leite para o programa correm o risco de perder uma importante renda, de R$ 1,26 por cada litro fornecido, o que pode elevar a maioria deles a abandonar a atividade. Mesmo com o Governo do Estado tendo antecipado os valores da contrapartida, o atraso no pagamento aos agricultores familiares chega agora a dois meses e meio. “Hoje a situação é de crise. Com o atraso no pagamento, muitos agricultores familiares já avisaram que vão deixar o programa se os recursos não forem liberados nos próximos dias”, alerta Aldemar Monteiro, presidente da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA). O governo federal não cumpriu o que o presidente Michel Temer e o ministro Osmar Terra, do Desenvolvimento Social, prometeram em dezembro passado, em ampliar e regularizar os pagamentos, obrigando o Programa improvisar os pagamentos somente com a contrapartida do Estado durante todo o ano. De janeiro até agora o programa operou com R$ 7 milhões de contrapartida do Estado. (Com assessoria).


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

9

Gleysson Cardoso emprega 18 parentes na Prefeitura

NEPOTISMO PREFEITO MANTÉM A TRADIÇÃO DOS FERRO; LICITAÇÃO DE ÁGUA E GÁS TAMBÉM SOB SUSPEITA

VERA ALVES veralvess@gmail.com

S

eguindo a tradição da família Ferro em Minador do Negrão, o prefeito Gleysson Correia Cardoso Ferro mantém ao menos 18 parentes em cargos públicos e estratégicos da administração municipal, incluindo sua antecessora e tia, Maria Socorro Cardoso Ferro. São irmãos, tios, primos, o sogro e até uma sobrinha que, segundo opositores, seria menor de idade mas ocupando o cargo de supervisora educacional. O nepotismo é uma prática rotineira nas gestões de Minador. Gleysson, contudo, conseguiu superar a tia que mantinha como seus auxiliares nove parentes. O fato foi denunciado em 2015 pelo jornal EXTRA DE ALAGOAS, cuja reportagem pode ser conferida no endereço eletrônico http:// novoextra.com.br/outras-edicoes/2015/853/20552/minador-do -negrao-sob-comando-de-parentes-e-aderentes-de-prefeita.

Tão logo assumiu o comando da prefeitura, Gleysson Ferro nomeou a esposa tesoureira do Fundo Municipal de Saúde. Keila Cristiane Duarte Cardoso Ferro é agente administrativa do município desde 3 de janeiro de 2005. O prefeito também tratou de incluir seus aliados na folha de pagamento da prefeitura, a começar pelo presidente da Câmara de Vereadores, Elton Henrique Tenório Bulhões, o Careca, contratado em fevereiro de 2017 como assistente de secretaria nível CC6 e que emplacou o filho, Pedro Henrique, no cargo de engenheiro civil. Conhecido na cidade como Bento Monteiro, o vereador Ailson Monteiro Silvestre emplacou a esposa e dois filhos na folha da prefeitura, sendo que um deles é menor de idade.

Licitação: muita água e muito gás

Gleysson Ferro sucedeu a tia e manteve as mesmas práticas

Confira a lista de parentes e aliados do prefeito, respectivos cargos e salários 1- PAULO JORGE CARDOSO FERRO - Tio do prefeito - Assessor Executivo de Assunto Estratégico R$ 1.725,00 2- NADJA CARDOSO FERRO LEMOS - prima de 1º grau do prefeito - Chefe do Departamento de Administração – R$ 2.300,00 3- RICARDO JOSÉ CARDOSO F ALMEIDA - primo de 1º grau do prefeito – secretário de Transporte e Urbanismo – R$ 2.300,00 4 - NIELLY CARDOSO FERRO - prima de 1º grau do prefeito - enfermeira - R$ 4.923,39 5- GIRLENA CARDOSO FERRO - prima de 1º grau do prefeito - enfermeira R$ 4.281,50 6- KLEBER CARDOSO FERRO - primo de 1º grau do prefeito – enfermeiro – R$ 2.767,54 7- LARISSA NOBRE LINS – médica - Programa PSF R$ 8.650,00 8- WALQUIRIA MACEDO CARDOSO FERRO - prima de 1º grau do prefeito – dentista – R$ 4.053,60 9- MARILIA CARDOSO FERRO - prima do prefeito – secretária de Educação – R$ 2.000,00 10- MARIA DE LOURDES CARDOSO FERRO - mãe do prefeito - Chefe do Departamento de Educação R$ 2.000,00 11- FÁBIO CORREIA CARDOSO FERRO - irmão do prefeito – Chefe de Gabinete – R$ 2.000,00 12- PAULO ITALO ARAÚJO CARDOSO - primo de 1º grau do prefeito – assessor executivo de Administração – R$ 2.000,00 13- MICHAEL CARDOSO BARROS - primo de 1º grau do prefeito – procurador Municipal – R$ 4.500,00 14- ADEMAR DUARTE COSTA JUNIOR - sogro do prefeito – Assessoria da Administração Pública – R$ 2.000,00 15- FELIPE GOMES CARDOSO FERRO - sobrinho do prefeito – secretário de Administração e Finanças – R$ 3.000,00 16- MARIA DO SOCORRO CARDOSO FERRO - tia do prefeito e ex-prefeita – chefe do Departamento de Proteção – R$ 2.400,00 17- LYZANDRA CARDOSO CALIXTO*- prima do prefeito – supervisora educacional – R$ 1.500,00 18 - KEILA CRISTIANE DUARTE C FERRO – esposa do prefeito – nomeada em janeiro tesoureira do Fundo Municipal de Saúde - agente administrativo R$ 1.148,92 ALIADOS 1-ELTON HERINQUE TENÓRIO BULHÕES - Presidente da Câmara de Vereadores - Assistente de Secretaria CC-6 - R$ 937,00 2-PEDRO HENRIQUE ARAÚJO BULHÕES - filho de Elton Bulhões – engenheiro civil – R$ 2.000,00 3-LAUCIA CARDOSO FERRO SILVESTRE - esposa do vereador Bento Monteiro- assistente de secretaria CC6 – R$ 937,00 4-JOSÉ MATHEUS CARDOSO SILVESTRE* - filho do vereador Bento Monteiro- assistente de secretaria CC¨- R$ 937,00 5-LETÍCIA CARDOSO SILVESTRE - filha do vereador Bento Monteiro – atendente – R$ 937,00 *Ambos seriam menores de idade, mas o EXTRA não conseguiu confirmar esta informação

Não menos intrigante que o nepotismo em Minador é a licitação para aquisição de água e gás destinada a atender as secretarias e órgãos públicos da rede municipal. Um processo feito em menos de um mês e que chama a atenção não tanto pela celeridade, mas pela quantidade. No município de 5.413 habitantes, de acordo com a estimativa do IBGE divulgada em julho último, a Prefeitura de Minador do Negrão contratou a empresa Igaci Gás Ltda para o fornecimento de 54 mil garrafões de água e 1 mil botijões de gás. O contrato com validade de 12 meses firmado no dia 24 de março assinala que cada garrafão foi adquirido ao custo de R$ 5,40 e cada botijão de gás por R$ 64,50. Valor global: R$ 356.100,00. Atualmente, o gás e água no varejo na região de Igaci e Minador estão sendo comercializados, respectivamente, a R$ 60,00 e R$ 5,00 a unidade, conforme pesquisa feita pelo EXTRA na quinta, 14. Difícil é acreditar que o gabinete do prefeito, as sete secretarias, as 20 escolas municipais (sendo uma creche) e as cinco unidades de saúde, que totalizam 33 prédios públicos, consumam 4,5 garrafões de água por dia, isto num cálculo que envolve cada um dos 365 dias do ano. Já em relação ao gás, os 1 mil botijões distribuídos pelos 33 prédios representariam 30 botijões para cada e 2,5 botijões por mês em cada órgão. Mas há um detalhe: o gabinete do prefeito e as secretarias funcionam apenas de 8 às 13h. OUTRO LADO O EXTRA tentou ouvir o prefeito Gleysson Ferro sobre a prática de nepotismo e as suspeitas sobre a licitação de água e gás mas não obteve sucesso em nenhum dos números de celular que foram repassados ao jornal.


10

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Premiação exclui parlamentares de Alagoas acusados de corrupção

CONGRESSO EM FOCO

CINCO DEPUTADOS FEDERAIS PODERÃO CONCORRER AO TÍTULO DE MELHORES DO ANO JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

D

os nove deputados federais por Alagoas, apenas cinco estão aptos a participar da décima edição do Prêmio Congresso em Foco. A organização do evento excluiu da lista de participantes os parlamentares acusados, durante seu histórico político, de práticas ilícitas em inquéritos ou ações penais em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Podem ser agraciados quaisquer deputados que, até o início da seleção dos premiados, exerçam ou tenham exercido o cargo federal no corrente ano legislativo de 2017, pelo período mínimo de 60 (sessenta) dias. Os únicos concorrentes pelo estão são: Givaldo Carimbão (PHS), JHC (PSB), Nivaldo Albuquerque (PRP), Pedro Vilela (PSDB) e Rosinha da Adefal (PTdoB). Arthur Lira (PP), Cícero Almeida (Podemos), Paulão (PT) e Ronaldo Lessa (PDT) não irão participar. O site Congresso em Foco destacou quais crimes os parlamentares citados são ou foram investigados pela Justiça, fatos que os limaram da competição. Lira, por exemplo, é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha ou bando, lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores, lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores e peculato. Ele e seu pai, o senador Benedito Lira, são citados na Lava Jato. Já Almeida responde por

Carimbão, JHC, Albuquerque, Vilela e Rosinha: os únicos de Alagoas que disputam a categoria Melhores Deputados

corrupção passiva, crimes da Lei de licitações (Máfia do Lixo), crimes de responsabilidade, quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro. Paulão tem dois inquéritos no STF. Entre eles está a apuração do crime de peculato ou estelionato, praticado mediante a contratação de Alberto Carlos Queiroz de Lima como servidor da Assembleia Legislativa de Alagoas, em período no qual estava incapacitado para o trabalho. No entanto, o inquérito foi arquivado pelo ministro Gilmar Mendes. Lessa tem três ações penais por crimes eleitorais, calúnia, crimes da lei de licitação, quadrilha ou bando, injúria, ameaça e peculato. E na atual conjuntura do Senado brasileiro, está mais do que claro que Renan Calheiros (PMDB), Benedito de Lira (PP) e Fernando Collor (PTC) não vão “chegar nem

perto” do evento. Todos são acusados de envolvimento na Máfia da Lava Jato, entre outros crime do colarinho branco. RESULTADOS PARCIAIS O Congresso em Foco divulgou os deputados federais com mais votos até o dia 12 de setembro. Em primeiro lugar da categoria “Melhores Deputados” está Eduardo Bolsonaro (PSC), com 15.822 votos. Jean Wyllys (Psol), com 4.997; e Chico Alencar (Psol), 4943, aparecem na sequência, respectivamente. Entre os alagoanos, JHC é o mais votado com 87 votos, no 109 º lugar no ranking geral. Pedro Vilela, com 14 votos, aparece na 266ª posição. Rosinha da Adefal assume a 268ª posição, também com 14 votos. Carimbão, com seis votos, está em 319º, e Nivaldo

Albuquerque, até o momento, só foi votado por quatro pessoas, ficando em 330º lugar . Como melhores senadores aparecem Magno Malta (PR-ES), com 15.173; Ana Amélia (PP-RS), com 7.298; e Randolfe Rodrigues (Rede -AP), 5.979. EVENTO O Prêmio Congresso em Foco, realizado em 2017 pela décima vez, tem como objetivos valorizar os melhores parlamentares, estimular a população a acompanhar o desempenho dos eleitos e enfrentar as tentativas de desqualificação da política e da democracia. A solenidade é apoiada por diversos parceiros, que tem como finalidade distinguir os melhores parlamentares do Congresso Nacional e estimular a sociedade a

acompanhar seus representantes de modo ativo, assim como a participar plenamente da vida política. A votação ocorre desde o dia 1ª e vai até 30 de setembro. O internauta pode votar através da utilização do domínio www.premiocongressoemfoco.com.br. O sistema recebe monitoramento e auditoria externa, a cargo da Associação Nacional dos Peritos Crminais Federais (APCF). Excluídos os políticos que respondem a inquéritos e ações criminais, 377 parlamentares estão em condições de receber o prêmio. Aplicados os critérios, restaram 37 senadores e e 340 deputados aptos a receberem os votos do público. Os números correspondem, respectivamente, a 46% dos integrantes do Senado e 66% dos representantes eleitos para a Câmara.


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

11


12

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Estiagem atinge a bacia hidrográfica do Velho Chico

CRISE HÍDRICA SITUAÇÃO É CRÍTICA PARA AS POPULAÇÕES DAS CIDADES DO BAIXO SÃO FRANCISCO POR DELANE BARROS

a companhia de abastecimento de Sergipe, a Deso, já indicou que não deverá ter condições de captar água para fornecer à população caso a defluência seja reduzida ainda mais. Pelo menos 70% dos sergipanos bebem da água retirada do chamado rio da integração nacional.

A

forte estiagem que atinge a bacia hidrográfica do Rio São Francisco, isto é, a calha principal do manancial e seus afluentes, provoca sérios impactos para os diversos biomas e, principalmente, para a população ribeirinha. O efeito mais visível é a restrição da vazão a partir dos reservatórios instalados na bacia. Com isso, a defluência do rio, que era de 1.300 metros cúbicos por segundo (m³/s), ou seja, um milhão e trezentos mil metros de água por segundo, vem sofrendo restrições desde 2013 e em agosto último atingiu o pior nível da história: 580m³/s. Para reverter a situação, somente duas alternativas. A primeira, sem a intervenção humana, seria se houvesse o registro de fortes chuvas por dias seguidos na região onde fica a cabeceira do São Francisco, em Minas Gerais. A segunda, menos viável devido a sua complexidade, seria a transposição de rios da região Norte do País, uma intervenção dispendiosa e complicada. Enquanto a chuva não vem, todos sentem os efeitos. Na região do Baixo São Francisco, entre os estados de Alagoas e Sergipe, a navegação praticamente não existe mais e quem depende da água captada do Velho Chico apresenta problemas de saúde devido a alta salinidade, como acontece em Piaçabuçu. As espécies típicas da região são encontradas com dificuldade, pois com a entrada do mar na calha do rio, até mesmo tubarões de pequeno porte já foram pescados na região. Também devido à vazão reduzida,

Registro por drone mostra efeitos da estiagem; falta água para beber em algumas cidades

Anivaldo Miranda: Lula não cumpriu compromisso

TRANSPOSIÇÃO O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, analisa a realidade com bastante preocupação. Ele lembra que o Comitê sempre se colocou de forma crítica às obras da transposição do rio, pela forma como o processo foi conduzido pelo governo federal desde 2002. “Sempre defendemos que antes de qualquer intervenção fosse feita a revitalização, o que nunca aconteceu, apesar do compromisso firmado na época pelo governo”, afirma. Miranda explica que o governo do ex-presidente Lula havia se comprometido em investir um real em revitalização a cada dois reais aplicados na transposição. “E esse compromisso não foi honrado pelo governo”, reclama. O Comitê tem aplicado parte de seus recursos em obras na bacia hidrográfica para minimizar os efeitos da estiagem, como realização de obras de recuperação hidroambiental e a construção de um reservatório pulmão, em Piaçabuçu, para promover o tratamento de água para a população. “O Comitê está pronto a investir na solução de algumas demandas, mas é necessário que os governos estaduais e o federal também façam a sua parte”, conclui Anivaldo Miranda.


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

13


14

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Polícia investiga participação de servidores do Detran

CNH FALSAS EM MENOS DE UM MÊS, PRF FLAGRA DOIS MOTORISTAS COM CARTEIRAS FALSIFICADAS

BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

E

m menos de um mês, duas pessoas foram presas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em abordagens por apresentarem Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) falsas. Esse tipo de ocorrência vem crescendo no estado, conforme demonstram as abordagens feitas pela PRF e por fiscais do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) nas rodovias que cortam Alagoas. Ambos os detidos, confessaram que compraram o documento sem nenhum tipo de dificuldade. O índice chamou a atenção da Chefia de Controle de Condutores do Detran. Segundo o departamento, entre 1º de janeiro e 4 de setembro, foram abertos 8 processos administrativos para investigação de suspeita de CNH falsificada. Todos os processos foram encaminhados para Delegacia dos Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Decotap) para apuração. “Apenas quando há indícios de participação de servidores do Detran ou de formação de quadrilha é que os casos são encaminhados para o Decotap”, diz Geovania Falcão, delegada responsável pela investigação. Hoje, cerca de oito pessoas estão sendo investigadas por falsificação. As falsas CNHs foram encaminhadas para a perícia, e caso se comprove a existência de semelhança nas oito falsifica-

Falsa CNH apreendida em blitz da PRF; Antônio Carlos Gouveia, diz que faltam evidências contra funcionários do órgão

ções, será aberto processo para uma investigação mais aprofundada que comprove como e por quem os crimes estão sendo cometidos. Ainda segundo Geovania Falcão, o modo como são feitas as falsificações se modernizaram. “Antes as falsificações eram feitas por funcionários do próprio Detran. Os futuros condutores não precisavam realizar nenhum teste, mas hoje graças ao histórico de logs feitos no sistema, isso não deveria existir mais”, explica a delegada. A delegada explica que atualmente a falsificação é feita muitas vezes através de um Boletim de Ocorrência (BO). Esse documento é “lavado”, ou seja, os dados do real condutor são apagados e são colocados os de uma terceira pessoa que não fez prova e não passou pelos tramites legais para possui-lo. “Só um perito consegue constatar se um documento é falso ou não, ou através da consulta ao banco de dados, onde o documento irá existir, só que no nome de outra pessoa”, conclui a delegada. Quando comprovado que uma pessoa usou de um BO falso para colaborar com a fraude, ela passa a responder pelo crime de falsidade ideológica. A maioria dos suspeitos são presos nas rodovias. “O perfil de

quem compra a documentação é de pessoas analfabetas ou que estão com pressa em adquirir o documento para trabalhar como motoristas, o que é um risco à sociedade, já que eles não possuem o treinamento mínimo necessário para estar no trânsito”, explica o comandante do Batalhão de Policiamento de Trânsito (Bptran), major Felipe Lins. Ainda segundo o major, embora o valor de uma CNH falsa seja um pouco superior ao de uma original, as pessoas optam por este tipo de documento por medo de serem reprovada sna prova e perder o dinheiro investido. “As pessoas preferem pagar e ter a certeza de que irá possuir uma CNH a ter que fazer todo o processo obrigatório e correr o risco de não passar nas provas”. DUAS APREENSÕES EM UM MÊS No dia 11 de agosto, o condutor de um veículo foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-101, em São Miguel dos Campos, com uma carteira de motorista falsa. De acordo com a PRF, o condutor de 54 anos confessou que comprou o documento falso por R$ 1.400, em Maceió, por intermédio de um conhecido. Ele foi preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia de São Miguel dos

Campos. No segundo caso em menos de um mês, uma mulher identificada como Maria José de 41 anos também foi presa após apresentar o documento falso durante uma fiscalização da PRF. O fato ocorreu no dia 3 de setembro, na BR-101, em Porto Real do Colégio, interior do estado. De acordo com a assessoria de Comunicação da PRF, a mulher foi parada pelos agentes e após realizar consulta no sistema foi descoberto que a CNH era falsa pois os dados não apareciam no sistema. Ainda segundo a PRF, ela disse aos policiais que comprou o documento por R$3.000,00 em São Paulo sem precisar fazer aulas teóricas e práticas e nem passar por prova alguma. A mulher foi presa em flagrante e encaminhada à Delegacia de Polícia Civil de Penedo. De acordo com o Código Penal Brasileiro, fazer uso de documento falso é uma infração (artigo 297) que pode render pena de reclusão de dois a seis anos, além de multa. Ferreira diz que comprou a habilitação na mão de um conhecido e que fez isso por que queria trabalhar como motorista.

OUTRO LADO Segundo Antônio Carlos Gouveia, diretor-presidente do Detran em Alagoas, desde o início de sua gestão houve apenas um caso de suspeita de falsificação envolvendo funcionário do órgão. “Existe a suspeita, mas ainda não existe evidência para comprovar que ele tenha participado do esquema”, diz o presidente. Antônio Carlos Gouveia explica que desde maio é impossível que funcionários dentro do órgão falsifiquem o documento devido ao novo sistema que emite o histórico de logs dos servidores e graças a um código de barras inserido nas cédulas, dificultando que reproduzam o tipo de papel, além da necessidade de identificação através de biometria durante todo processo de emissão. “Garantimos que esses documentos falsos apreendidos pela polícia foram confeccionados antes do mês de maio”, frisa. “A nova CNH digital também tem como objetivo dificultar essas fraudes”, conclui.


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

15

SEGURO DE VIDA

Um novo aliado no combate ao câncer de mama VALDETE CALHEIROS Especial para o EXTRA

A

cada ano em Alagoas cerca de 520 mulheres são diagnosticadas com câncer de mama, tipo de câncer de maior incidência entre o público feminino e também o que mais mata no Brasil. A estimativa é da Sociedade Brasileira de Mastologia, representada no estado pelo médico mastologista e cirurgião oncológico João Aderbal Raposo de Moraes. Os mesmos levantamentos apontam também que o câncer de mama responde por 22% dos novos casos de cânceres registrados no país. Em todo o Brasil, são atendidas 58 mil novas pacientes de câncer de mama, em média, por ano. “Atualmente, o câncer de mama é considerado um problema de saúde pública. É o tipo de câncer que mais mata no país. A doença vitima, sobretudo, mulheres entre 50 e 69 anos de idade. A prevenção continua sendo, sem dúvida alguma, o melhor combate à doença”, explicou João Aderbal. Há, no entanto, uma grande esperança às mulheres: se descoberto logo no início, as chances de cura do câncer de mama giram em torno de 95%, afirma o

médico mastologista e cirurgião oncológico. Felizmente, outra boa notícia é que, além da prevenção, o câncer de mama tem perdido a luta para um outro forte aliado das mulheres, o mercado de seguros em Alagoas. Seguindo uma tendência do mercado nacional, as seguradoras alagoanas têm feito cada vez mais seguros específicos para as mulheres, especialmente com foco na prevenção da saúde feminina e com vistas a situações comumente registradas no cotidiano do “sexo frágil”. Cada vez mais envolvidas com o mercado de trabalho e ainda acumulando os cuidados com a casa, o marido e os filhos, as mulheres deixaram de ser

Em Alagoas foram registrados no ano passado cerca de

120 óbitos de mulheres causados pelo câncer de mama

Thays Almeida colocou sua saúde no seguro

o “sexo frágil” há muito tempo. Nessa mudança de comportamento, deixaram também um pouco de lado a preocupação com a saúde. Até que o relógio biológico deu o alerta. É o caso da acadêmica de Direito Thays Almeida, 39 anos, que, como muitas mulheres, apesar de acumular dezenas de funções, está sempre de olho no seu bem estar e, por isso mesmo, resolveu entregar sua saúde às seguradoras. “Claro que nunca pensamos que possa acontecer conosco. Mas como o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e o seguro antecipa o valor em caso de diagnóstico positivo, pensei em garantir, pois nesse caso posso ter uma segunda opinião médica ou fazer um tratamento que, por ventura, o plano de saúde não cubra. Em se tratando de saúde, não custa nada prevenir!”, detalhou. Precavida, a futura advogada segu-

João Aderbal destaca importância dos exames preventivos

rou bens como carro e imóvel, e, principalmente, previdência privada, vida e saúde. A preocupação é de família. Os seguros foram pensados de forma conjunta por ela e pelo esposo. A decisão de colocar a própria saúde no seguro, explica, é um novo hábito das mulheres que são, segundo ela, mais prevenidas do que os homens. E Thays Almeida tem feito mais mulheres procurarem as seguradoras para fazerem o mesmo. “No meu ciclo de amizades algumas acham graça, brincam com o fato de eu ter seguro para praticamente tudo, mas depois que falo sobre os benefícios do produto elas procuram entender melhor e, às vezes, terminam fechando um seguro para elas também!”, contou. E elas estão certas, em Alagoas foram registrados no ano passado cerca de 120 óbitos de mulheres causados pelo câncer de mama, conforme estatísticas dos órgãos ligados à saúde da mulher.


16

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Mercado inova para se adaptar à nova mulher

A

corretora de seguros Nely Moura de Mendonça atua no setor desde 1985 e pode falar com propriedade sobre como o mercado segurador vem se transformando ao longo do tempo, inclusive para atender às preocupações das mulheres quanto à saúde, tanto a sua quanto a da família. “A mulher tem ocupado papéis de destaque tanto como clientes das seguradoras quanto como corretoras de seguros. Quando iniciei minha atividade profissional fiz parte de um quadro de vendas dento de um universo exclusivamente masculino. Eu era a única mulher. Foi importante para a minha carreira profissional, enfrentei os mais diversos obstáculos para me colocar de igual com os colegas como também com os clientes que não estavam acostumados a ver uma mulher nesse ramo de negócios. Atualmente a realidade é bem diferente. Tanto que é cada vez maior o número de mulheres corretoras quanto seguradas”, comparou Nely Moura de Men-

donça. A experiente corretora cita dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para mostrar que os homens não são mais unicamente os provedores das famílias e que as mulheres estão ocupando esse papel com uma jornada muito mais estressante que os homens, pois acumulam os afazeres de dona de casa, mãe e profissional. “Portanto, deixou de ser apenas uma preocupação do homem proteger seu patrimônio e sua família. Pensando nesse novo perfil, são oferecidas apólices com opções e coberturas específicas, como indenização especial no caso de diagnóstico de câncer, renda vitalícia por invalidez permanente ou afastamento por doenças graves de suas atividades profissionais, garantindo diárias que possibilitem o pagamento de suas dívidas mensais”, detalhou. Como em qualquer outro tipo de cobertura, no seguro de vida também são analisados os perfis das futuras clien-

Nely Moura diz que há apólices com preços para qualquer orçamento

tes. “No caso do seguro de vida, saúde e previdência, as informações serão dadas através da DPS – Declaração Pessoal de Saúde anexada à proposta ora contratada, podendo a seguradora limitar o tempo de cobertura, alterar a carência ou majorar o valor a ser pago pelo cliente (prêmio de seguro)”, salientou. Assim como em quaisquer outros tipos de seguros, os beneficiários podem ser alterados durante a vigência da apólice. Tanto homens como as mulheres pensam em primeiro lugar nos filhos e depois no cônjuge. “É óbvio que não desejamos passar por fatalidades, imprevistos ou situações difíceis ao longo das nossas vidas. No entanto, é cada vez maior o número de homens e mulheres que buscam segurar o que lhes é importante”, disse. E a corretora Nely Moura de Mendonça garante: mesmo para as classes menos favorecidas há apólices que atendem às necessidades com preços que cabem em


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

17

E

mbora muito mais raro, o câncer de mama também acomete os homens, numa proporção de menos de 1% dos casos. O principal sintoma é um nódulo endurecido atrás do “bico” do peito, principalmente em pacientes acima de 50 anos de idade. Entidades de saúde ligadas à prevenção e ao diagnóstico do câncer de mama estão ultimando os preparativos para mais uma edição do “Outubro Rosa”, que se aproxima. Lançada em todo o território nacional, a campanha objetiva conscientizar e orientar as mulheres sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama. Segundo Nely Moura de Mendonça, seguro é coisa séria! Não existe espaço para fraudes. Ainda mais em se tratando de questões ligadas à saúde Quando feito com um corretor de seguros, o seguro garante tranquilidade, segurança, bem -estar e confiança necessária de que o segurado está fazendo o melhor para si e sua família. “O seguro é, literalmente, a solução para enfrentar os imprevistos que possam surgir na vida de qualquer pessoa. Ao comprar uma apólice de seguro, tanto o homem quanto a mulher devem procurar sempre um profissional devidamente registrado na Susep (Superintendência de Seguros Privados). Assim como devem desconfiar de propostas que oferecem coberturas com preços muito aquém da realidade de mercado, obter informações sobre esse profissional, através de clientes que ele indique e buscar o Sindicato dos Corretores de Seguros de Alagoas, que possui a lista de todo os profissionais que operam em nosso estado. De resto, é confiar na intuição feminina que, vamos combinar, é tão segura quanto uma apólice!”, explicou.

Números do câncer de mama

1

– Cerca de 25% dos casos de câncer em mulheres no mundo são de mama. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada quatro tipos de câncer que as mulheres, um é de mama.

2 3

– O câncer de mama é o tipo de câncer que mais leva as mulheres a óbito.

– Este ano, a estimativa é que sejam registrados 58 mil novos casos de câncer de mama em todo o Brasil.

4 5

– No Sudeste do país, estão registrados 51,3% dos casos de câncer de mama.

– Quanto mais cedo o câncer de mama é descoberto, mais altas são as taxas de sucesso do tratamento. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, quando detectado no início o câncer de mama registra 95% de chances de cura.

6

– Trinta por cento dos casos de câncer de mama podem ser evitados com hábitos saudáveis. Entre as recomendações dos especialistas estão a prática regular de atividade física, a alimentação saudável, a manutenção do peso adequado, o hábito de amamentar, além de evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

7

– Em torno de 66% dos casos são descobertos pelas próprias pacientes, através do autoexame. O dado reforça a importância do autoexame e da observação das mudanças no corpo para a prevenção da doença, mas, principalmente, de procurar tratamento e orientação médica.

8 9

– Excesso de gordura abdominal aumenta em 74% o risco de câncer de mama.

– Mamografia: o Ministério da Saúde recomenda exame preventivo para mulheres entre 50 e 69 anos.

10

– Lei determina início do tratamento em até 60 dias. A Lei 12.732 de 2012 prevê que o tratamento contra o câncer no Sistema Único de Saúde (SUS) deve começar em até 60 dias após o diagnóstico. Essa determinação vale para todos os tipos de câncer, incluindo o câncer de mama. No entanto, segundo o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, o tempo médio de espera para uma radioterapia no Brasil, por exemplo, é de 120 dias, realidade bem distante da previstas em lei.


18

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Justiça convoca entidade a prestar contas dos anos de 2013 a 2016

ADEFAL SOB SUSPEITA DIRETORIA GARANTE QUE TODAS AS CONTAS FORAM APROVADAS EM ASSEMBLEIA, CONFORME DETERMINA O ESTATUTO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

A

Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal), através de seu presidente João Ferreira Lima, foi convocada pela Justiça a prestar contas dos anos de 2013 a 2016. O processo 071593782.2017.8.02.0001, movido por Pedro José de Lima Neto, foi acatado em 4 de julho de 2017pelo juiz Pedro Ivens Simões de França que em seu despacho dar prazo de cinco dias para que apresente

documentação ou conteste. Representante da entidade garante que não há qualquer irregularidade e que todas as contas foram aprovadas em assembleia de sócios, conforme determina o estatuto. O argumento é de que não existe nenhuma conta desaprovada, inclusive as de 2016 foram aprovadas por 97 votos favoráveis com apenas um voto contra. “Não existe nenhum questionamento ou solicitação do Conselho Fiscal nesse atual mandato”, garantiu o advogado da Adefal. A assessoria jurídica esclarece que o único requerimento foi o efetuado pelo conselheiro José Augusto na véspera da assembleia solicitando cópia de toda documentação do período de 2013 a 2016. Na ocasião, disse, o mesmo foi informado que seria impossível fornecer as cópias, mas toda a documentação estava disponível na tesouraria da instituição. ELEIÇÃO SEM DATA PARA ACONTECER A polêmica envolvendo a eleição para a nova diretoria

Disputa pela presidência da Adefal vai parar na Justiça e eleição continua uma incógnita da Adefal está longe de chegar ao fim. A pendenga se arrasta desde 7 de abril deste ano, data em que deveria acontecer o pleito. Sem novidade, o recurso de Agravo de Instrumento que suspendeu a eleição encontra -se pendente de julgamento. Na verdade, o processo ainda será pautado para julgamento da Câmara Civil. A última tentativa de ocorrer a eleição aconteceu

em 14 de junho, mas foi cancelada devido a uma decisão do desembargador Kléver Loureiro sob o argumento de que não tivera tempo de analisar o processo. Na ocasião, integrantes da Adefal realizaram um protesto na Avenida Fernandes Lima e uma comissão foi até o Tribunal de Justiça (TJ) pedir explicação. Vale ressaltar que uma semana antes, a 5ª Vara havia decidido que não há irre-

gularidades na votação, mas uma das chapas impetrou um recurso pedindo o cancelamento. Duas chapas concorrem à presidência. A primeira é encabeçada pelo atual presidente, João Ferreira, já a segunda, que alega irregularidades na comissão eleitoral, tem Pedro José como principal nome. Cerca de dois mil associados estão aptos a votar.


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

JORGE MORAES Jornalista

Um scroker de marca maior

E

sta semana ouvi a palavra scroker, depois de longos anos, sendo pronunciada pelo radialista França Moura em seu programa Cidadania, na Rádio Correio, para definir melhor o que representa para a sociedade o empresário Joesley Batista. Quando se usa esse termo, boa coisa não está se dizendo. Por trás disso existe um personagem da pior espécie, repugnante, etc. etc. e etc. Mesmo sabendo disso, fui ao meu auxiliar direto, o google, para saber a melhor resposta sobre a palavra scroker (escroque). Diz lá: “substantivo masculino de aquele que se apodera de bens alheios por meios ardilosos e fraudulentos”. A fonte foi o Dicionário Houaiss. Nada foi mais repugou saPensavam eles que nante cana do que a ficariam livres e forma como o megaempresásoltos para o resto da vida, gozando das rio da JBS se utilizou para benesses recebidas tramar ou monao longo desse jogo tar todo o seu todo e dos negócios esquema criminoso aos cofres nos esquemas mon- públicos e aos tados com políticos agentes bancários, corrombrasileiros. pendo políticos e empresários desse país. Dizer que Joesley Batista, e sua turma de assessores não menos perigosos do que ele, fizeram, não deixa nenhuma dúvida quanto à sua astúcia pelos meios ardilosos e fraudulentos com que agiram. Ardiloso: que se utiliza de ardis, de esperteza, de manha para conseguir o que pretende; que é sagaz, astucioso, manhoso, enganador, velhaco, espertalhão. Por outro lado, fraudulento (esquema ilícito ou de má fé criado para obter ganhos pessoais, apesar de ter, juridicamente, outros significados legais mais específicos, onde os detalhes exatos divergem entre

as jurisprudências). Pois bem: analisem o que representa ser ardiloso e fraudulento e vejam se não é cara do Joesley Batista, um cidadão, acima de tudo, asqueroso diante das gravações feitas, depoimentos prestados à Procuradoria Geral da República, à Polícia Federal e à imprensa nacional. Asqueroso (que causa asco, nojento, imundo, sujo, baixo, indecente). Senhores e senhoras, esse é, sem pestanejar, o bandido do Joesley Batista. Existem alguns ditados que representam muito bem o que ocorreu com o milionário da JBS: “aqui se faz, aqui se paga” e “o feitiço virou contra o feiticeiro”. Estava na cara de todo mundo, menos dos procuradores da PGR, que tudo aquilo não passava de uma armação dos Batista para levarem vantagem em alguma coisa no final. Pensavam eles que ficariam livres e soltos para o resto da vida, gozando das benesses recebidas ao longo desse jogo todo e dos negócios nos esquemas montados com políticos brasileiros, com o beneplácito (anuência, aprazimento, aprovação, aquiescência) da própria justiça. Mas, a casa caiu de vez. O outro irmão pilantra e metralha, Wesley Batista, também foi parar na cadeia, mas ainda falta muita gente percorrer o mesmo caminho. Quando o Joesley Batista disse que na sua última gravação com o Ricardo Saud não passava de uma conversa de bêbados, acusando de fazer parte do esquema o procurador Rodrigo Janot, o ex-procurador Marcelo Miller e ministros do Supremo Tribunal Federal fico com a primeira ou a segunda versão dele? O problema maior agora é que qualquer coisa que venham dizer Joesley e Saud para a Polícia Federal sempre vai ficar uma ponta de suspeita, uma dúvida cruel quanto às suas palavras, pois não saberemos nunca quando eles estarão apresentando uma versão verdadeira quanto aos fatos narrados ou estarão cheios de “cachaça”, mesmo que no xadrez da PF ainda não esteja sendo oferecido nenhuma bebida alcoólica. Que pena!

19

ALARI ROMA- TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

Sobrevivendo à crise Prisões, delações, medo, ironias! Tudo isso tem acontecido com políticos e empresários nesse nosso país sofrido. O dinheiro público é roubado, mal administrado e as vítimas são o pobre, a classe média e até os ricos. Acabaram, literalmente, com o Rio de Janeiro! Foi tanto desvio de verbas para políticos e empresários que o Estado faliu e procura ajuda da Federação. Vivemos em Alagoas, uma parte do país tida como pobre, mas que já serviu para enriquecer muita gente. Lembrome de um deputado Eetadual, matuto, com defeito na fala, que emprestou valores altíssimos aos companheiros do Legislativo. Havia “laranjas” que negociavam com o dinheiro dele e também ficaram ricos. O filho do parlamentar já se elegeu veNo âmbito federal várias zes, gastando cortam reajustes de v e r d a d e i r a s servidores, redufortunas no zem as verbas das decorrer da campanha. Forças Armadas, de Interessante alguns ministérios, é o pagamento depois das mas o Congresso eleições: vai Nacional gasta mi- para a Mesa lhões de reais para Diretora e recompensa os manutenção das companheiros duas Casas. que o escolheram com salários gordos e ilegais. E lá se vai o dinheiro público! Os empresários pagam elevadas propinas aos políticos. Eleitos, os moços precisam retribuir o que receberam. Ganham cargos públicos para distribuir com seus assessores e estes facilitam os negócios de seus financiadores, abrindo as portas de órgãos estaduais e federais para negociatas e obras superfaturadas. Esquecem-se os eleitos que, por trás de tais mecanismos, existe um povo sofrido que vai ficar sem saúde, sem educação, sem justiça, sem salários. Depois que secam os cofres estatais, surgem as medidas de economia para diminuir o deficit público, isto é, o buraco que cavaram, agora com o nome de ajuste fiscal. Vem um maluco na TV e

diz: precisamos diminuir as despesas, reformar a previdência, fazer modificações na lei eleitoral, cortar gastos com os servidores. Nós, então, vamos “pagar o pato”. Em Alagoas, os Poderes se enchem de comissionados. O pior de todos é o Legislativo: são 900 assessores, com salários dobrados. E ninguém desconfia como cada deputado fatura 300.000 reais por mês. A economia cai sobre os funcionários ativos e inativos. De vez em quando, a imprensa noticia que o Executivo vai demitir centenas de comissionados para economizar. O Judiciário é mais comedido; faz concursos periodicamente. Entretanto, todo fim de ano valores bem altos são pagos a juízes, desembargadores e servidores do TJ. Dizem que tais prêmios são provenientes de determinado fundo. No âmbito federal cortam reajustes de servidores, reduzem as verbas das Forças Armadas, de alguns ministérios, mas o Congresso Nacional gasta milhões de reais para manutenção das duas Casas. Um motorista do Senado recebe um salário maior que um coronel do Exército. Há deputados que gastam 68 bilhetes aéreos por mês. A economia só se faz com as classes menos privilegiadas e sofredoras A classe média está mais pobre. Poucos casais se dão ao luxo de ter empregada doméstica. A realidade de hoje é ter diarista uma ou duas vezes por semana. Nas cidades grandes o carro virou luxo. As pessoas vão trabalhar de uber ou de metrô. As famílias fazem um grande sacrifício para pagar o colégio dos filhos. Os planos de saúde viraram SUS e a indigência voltou a existir, paga pelo Estado. Os pobres vivem na miséria. As favelas se multiplicam nas periferias urbanas. A violência se estendeu para as pequenas cidades. E os políticos continuam recebendo propinas, se preparando para as eleições vindouras. O Brasil virou o país dos contrastes: de um lado, políticos se locupletando com o dinheiro público; do outro, o povo sofredor ganhando menos, mudando hábitos antigos, cortando restaurantes, encolhendo as festas, educando os filhos com muita dificuldade. Aquele que não aprender a sobreviver nesse furacão chamado crise, com certeza, morrerá ...DE RAIVA!!!


20

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

A crise do Estado e as negociatas que levaram o Brasil ao buraco

ALAGOAS 200 ANOS DA REDAÇÃO

O

s grandes escândalos patrocinados por parlamentares em favor dos interesses das empreiteiras não são sequer analisados pela Comissão de Ética da Câmara Federal. O alerta é do advogado alagoano Luiz de Gonzaga Mendes de Barros e não se refere aos negócios ilícitos da era petista, que levaram o Brasil ao caos. A advertência consta de um artigo publicado por Mendes de Barros há um quarto de século no qual já chamava a atenção do país para as grandes negociatas com aval do Parlamento. Intitulado “A crise entre os poderes”, o artigo trata da revisão constitucional de 1993 e foi lido no plenário da Câmara pelo então deputado Mendonça Neto. “O doutor Mendes de Barros é respeitado e considerado em Alagoas por seu

vasto saber jurídico. Um estudioso contumaz; não se furta em estar sempre à frente dos livros, pesquisando, cotidianamente, procurando desvendar os nem sempre suaves caminhos da ciência jurídica deste país”, escreveu Mendonça Neto ao pedir a transcrição do artigo nos Anais da Câmara. Hoje, ao reler o texto, Mendes de Barros diz que a situação do país em termos de moralidade pública só tem se agravado. E emenda: “Da mesma forma, Alagoas é o retrato do Brasil, de modo que não temos quase nada a comemorar nesses 200 anos da independência do Estado. Segundo Mendes, a bandidagem engravatada que levou o Brasil ao fundo do poço também atingiu Alagoas e engessou o desenvolvimento do estado. “Na véspera da comemoração dos 200 anos da emancipação política da nossa querida Alagoas,

Mendes de Barros: Não há o que comemorar nesses 200 anos

tenho a certeza de que a evolução moral e política do estado, comandada pelo desenvolvimento nacional, não atendeu aos princípios necessários à formação moral e política necessárias e indispensáveis

à constituição de um Estado Democrático, única instituição capaz de abrigar, com decência e dignidade, um povo socialmente organizado e que se preze”, disse Mendes de Barros ao jornal EXTRA.

Destacou que “lamentavelmente não é o que se constata em nosso país e no nosso estado, com políticos, desde sempre, produzindo ao contrário e que, para constatar, apresento um artigo publicado faz 24 anos, absolutamente atual que, para tristeza profunda, representa o comportamento político que degenera, cada vez mais, o futuro de nosso país e que, representando o que vemos no dia a dia dos poderes nacionais, estaduais e municipais basta acrescentar a palavra ‘Ainda’ ao título do artigo ‘A crise entre os poderes’, de 1993”. Por fim, Mendes de Barros faz um chamamento ao povo brasileiro, em especial aos alagoanos, para meditar sobre o dever cívico do voto. “Vamos votar, pelo menos, em quem não esteja processado por corrupção”. Leia o artigo na íntegra:

A crise entre os poderes

U

ma liminar do ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal, foi objeto, por parte do Poder Legislativo, de indignação, revolta e pruridos de retaliação por parte da maioria do Congresso Nacional. Chegou-se até a sugerir que a concessão da medida liminar, suspendendo a instalação do Congresso revisor da Constituição, dava-se em razão É inadmissível e ina- de parentesco entre o ministro relator da ceitável que se estamatéria e o ex-preFernando beleça o início de uma sidente Collor de Mello. revisão constitucional Dos Poderes da sem o número de par- República, o Legislativo é aquele que poslamentares disposto no Regimento como o sui maior força, tendo em vista que ali se mínimo para a realiza- elabora a constituição ção de uma sessão do e as leis e que, para elaborá-las, não há liCongresso. mites, a não ser o bom senso, a seriedade e a dignidade que devem possuir os parlamentares na construção da estrutura jurídica do País. Em não havendo limite para a concepção dos dispositivos constitucionais e legais, há, sem dúvida e acima de

tudo, a necessidade de cumprimento da Constituição e das leis elaboradas pelo Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. Resumindo:sss tudo é possível ser feito na elaboração legislativa, mas todo resultado dessa elaboração há de ser cumprido na forma do estabelecido, inclusive, é claro, pelo Poder Legislativo. O Regimento Interno do Congresso Nacional, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, das Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, uma vez publicado, deve ser cumprido sem a menor violação, porque no cumprimento dos Regimentos Internos das corporações legislativas é que se resguarda o direito das minorias, sem o que não se pode falar em democracia. Regimento Interno de Casa Legislativa existe, exatamente, para que todos saibam a forma e métodos segundo os quais se elaboram a Constituição e as leis. E, para que haja credibilidade no resultado da elaboração legislativa, é indispensável o cumprimento dos dispositivos regimentais, onde se estabelecem prazos, número de votação, modos de discussão e, essencialmente, o quórum necessário à aprovação das matérias em trâmite. É inadmissível e inaceitável que

se estabeleça o início de uma revisão constitucional sem o número de parlamentares disposto no Regimento como o mínimo para a realização de uma sessão do Congresso Nacional. Esses erros decorrem da irresponsabilidade dos parlamentares brasileiros que, pagos pelo erário para representar o povo desta nação no Congresso Nacional, cuja sede é em Brasília, permaneçam na capital do País apenas três dias por semana, em que pese serem remunerados por todos os dias de cada mês. Demais disso, à guisa de recuperar uma imagem carcomida pela corrupção, pela inconsequência e comportamento pouco digno ou indigno de alguns de seus integrantes, fazem de uma reação inconsequente uma crise institucional, na busca de um prestígio que eles próprios, integrantes do Congresso, atiraram no lixo. Os grandes escândalos patrocinados por parlamentares neste país, entre eles a negociação dos interesses financeiros das grandes empreiteiras e dos empresários de peso da nação, não coibidos nem analisados pela Comissão de Ética, que se limita a cassar mandato de parlamentar que forneceu uma carteira de assessor a um parente

traficante e a ameaçar o mandato de outros que teriam recebido propina para trocar de partido. Aliás, estes crimes, não previstos nem no Código Penal, nem no Regimento Interno, é ato violador, tão somente, das normas éticas, cousa, que neste País, já não se conhece há muito tempo. A revisão constitucional, que se questiona, inicia-se a destempo, o que impunha o revisionamento da Carta Magna seria a aprovação do parlamentarismo no plebiscito já realizado. Contudo, é curioso que o Congresso se apresse, violando, inclusive, o Regimento Interno, para proceder a revisão da Constituição Federal que, contendo dispositivos para cuja aplicação é indispensável legislação complementar, para qual até hoje não deu a menor atenção, pretenda rever esses dispositivos constitucionais inaplicados por pura irresponsabilidade parlamentar de não os complementar. A sociedade brasileira deve se acautelar, em especial a grande imprensa nacional, para não permitir que se transforme a revisão constitucional numa grande negociata, mais perniciosa à nação do que a patrocinada por Fernando Collor e seus asseclas.


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Alagoas 200 anos: comemorar o que?!

200

anos de domínio oligárquico retrógado, incompetente e mais das vezes corrupto e violento? 200 anos de freios e grilhões que frustaram o desenvolvimento das Alagoas? 200 anos de exploração máxima do estado em benefício de poucos e em detrimento de todos? 200 anos de pobreza extrema e subdesenvolvimento “muito bem desconstruído”? 200 anos de discursos dissonantes, desapetrechados e descompromissados com a realidade? 200 anos de exploração bruta, brutal e míope às mínimas, basilares pretensões da população? 200 anos de mandonismo de uma casta cleptocrata insensível, renitente e resistente? 200 anos de desconstrução “profissional” que nos levarão a outros 200 anos para consertar? 200 anos que nos deixaram sem perspectivas de soluções no curto e até no médio prazo? Não. Não há o que comemoSomos pequenos em rar. É preciso, isso sim, indigtermos de população nar-se, parar com o recorrente oba-oba de que somos isso, soe geografia. Mas aquilo a mais que os oupodemos nos espe- mos tros. Não somos e os números cializar em algumas provam.

áreas, começar a nossa ‘ida para cima’ por um projeto de educação de médio prazo

EDUCAÇÃO • Último lugar no PISA – programa que avalia o nível de qualificação dos alunos da educação básica no Brasil e no mundo. • O 2º pior IDEB do país – Índice que mede o grau de desempenho dos alunos da Educação Básica no País (notas oscilantes em torno de 3.5). • Analfabetos (IBGE) – 21% dos alagoanos. A mais alta taxa do Brasil. • Analfabetos funcionais (IBGE) – O pior índice do Brasil. 50% das pessoas do estado. • Evasão escolar (UNICEF) – A mais alta taxa do país. Mais de 25% dos alunos educação básica desistem dos estudos. SAÚDE, SANEAMENTO E ABASTECIMENTO DE ÁGUA • Mortalidade infantil (IBGE) – 21% de mortes de recém-nascidos até 1 ano de idade. A terceira pior taxa do país. • Expectativa de vida (IBGE) – A 5º pior do estado brasileiro – Expectativa de 71,2 anos. • Maceió (Instituto Trata Brasil) – pior índice de saneamento dentre as 100 maiores cidades do país – 63% da população não tem sa-

21

ELIAS FRAGOSO

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, prof. da UFAL e da Universidade Católica de Brasília.

neamento. • Água (ANA) – 50% da água tratada é desperdiçada. Não chega à casa do consumidor. DESEMPREGO, RENDA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL • Desemprego (PNAD) – A maior taxa do Brasil (51%) – 1.300.000 pessoas desempregadas. • Renda (IBGE) – A segunda menor renda pessoal do país: 1.350 reais/mês em média. • Desenvolvimento humano (IBGE) – O pior índice do país. INSEGURANÇA/VIOLÊNCIA URBANA • 2º estado com maior número de assassinatos no Brasil (Forum Brasileiro de Segurança Pública) – 1.875 mortos em 2016. Maior que o total de 2015. AGRONEGÓCIO, AGRICULTURA E POLO CLOROQUÍMICO • Setor agroaçucareiro – Domina politicamente o estado, econômica e tecnicamente inviável, não competitivo e sempre dependente de favores fiscais (de novo pressionam o governo – mesmo na quadra difícil que vivemos – a conceder mais facilidades ao setor, conhecido vampiro de recursos da economia alagoana, que não proporciona nenhum retorno ao Estado, exceto hoje minguados subempregos para analfabetos e aos barões do açúcar. • Desertificação – 62% dos municípios do estado já apresentam áreas em processo de desertificação e a tendência é de aumento dessa calamidade. • Produção agrícola – Incipiente, predominantemente de sequeiro, de baixíssima produtividade, pouca tecnologia, pequeno valor agregado e insuficiente para “ajudar” a economia do estado. • Polo cloroquímico – A maior oportunidade econômica perdida por Alagoas em todos os tempos, por falta dos incentivos adequados e de uma política (rigorosamente inexistente desde sempre) para atração de empresas de segunda e terceira geração capazes de gerar os empregos e o desenvolvimento que faltam no estado. • Política industrial – O alarmante deficit qualitativo da mão de obra local, o pequeno tamanho do nosso mercado e o micro potencial de consumo do estado (quase um traço nas estatísticas nacionais) e arremedos de políticas industriais ao longo do tempo, “premiaram” Alagoas como uma das unidades menos industrializadas do país.

ECONOMIA • Situação fiscal – Temos a 2ª mais dramática situação fiscal dentre os estados brasileiros (no ranking do Tesouro Nacional, a nota do estado é D numa escala que vai de A+ a D). Posição só melhor que a do já quebrado Rio de Janeiro. • Modelo de geração de renda sem produção – a expansão da renda no estado se dá via (pasmem) bolsa família e consumo das famílias. Nosso grau de investimentos em produção é o mais baixo do Nordeste (que já é o menor dentre as regiões do país). Esse modelo, associado à baixa qualidade da mão de obra e a questões estruturais, basicamente inviabiliza investimentos corporativos capazes de reverter essa situação. • Crescimento do PIB (IBGE) – inferior à média do Nordeste e insuficiente para a criação sustentável de empregos • Competitividade (www.rankingdecompetitividade.org.br/) – Último lugar dentre os estados brasileiros no ranking elaborado pela revista britânica The Economist e a Tendências Consultoria • Potencial de mercado (IPC Marketing) – tamanho ínfimo, menor renda do país, último lugar (com traço) dentre os estados • Insolvência da previdência do Estado – rombo de mais de 1 bilhão de reais. Impagável nas cincunstâncias atuais da situação fiscal do Estado. E vai por aí. De pior a muito pior. Alagoas precisa urgentemente se reinventar. A maioria das pessoas tem um projeto de vida. Pode dar certo ou errado, mas têm um projeto. O Estado não têm. Sem avançar nas questões básicas da educação, sem inovação nos setores mais dinâmicos, sem a indução a investimentos seletivos e de qualidade na produção, não há como se aumentar a renda e, portanto, o grau de bem estar e desenvolvimento. Modelos de crescimento baseados em consumo das famílias não são sustentáveis. A médio e prazo viram “voo de galinha”. Não sustentam o desenvolvimento econômico. Somos pequenos em termos de população e geografia. Mas podemos nos especializar em algumas áreas, começar a nossa “ida para cima” por um projeto de educação de médio prazo (exemplos existem). Podemos “encurtar caminhos” com forte programa de atração de cérebros para a inovação; Investir em turismo, nossa vocação natural (não esse “turismo” de segunda linha que temos). Ou quem sabe, em um polo gastronômico, de design ou de TI... E não podemos “esquecer” as possibilidades de médio e longo prazo do polocloroquímico. Precisamos nos “especializar” e sinalizar os estímulos a serem dados aos setores selecionados. Isso é o básico que se espera. E não temos. Já perdemos tempo demais: 200 anos. Alagoas merece destino melhor!


22

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Moeda da corrupção

M

eu Amigo Paulo Lacerda envia-me, de Recife, mensagem de que não poderia comparecer a festa de casamento na família. Disse-me ele não ter “gedéis”. Entendi o chiste. Poderia ter dito “renans”, Até o próprio “jucás”, “cunhas”, “lulas”, órgão jurisdicio- e outros tantos epítetos. nal embarcou na Inclusive, se quisesse “hocanoa furada do menagear” o Temer, poGedel, mandando deria ter dito não ter “luaproveitando o outro -o cumprir a sua lias”, bizarro sobrenome do prisão no conforto presidente. Esses, porém, do seu domicílio. não tem, até o momento, comprovação tão óbvia e material do recebimento de propinas. Só o Gedel Vieira Lima foi pego com a mão na botija, ou seja, 52 milhões de gedéis.

CLÁUDIO VIEIRA Há pouco, antes da descoberta dos gedéis, o preso Gedel, durante interrogatório, debulhou-se em lágrimas contritas e palavras de apelo à sua honorabilidade que pretendia passar para seu filho. Tudo muito tocante, a falsa contrição do ladravaz confrangendo o coração dos mais sensíveis, que não são poucos por esse Brasil afora. Até o próprio órgão jurisdicional embarcou na canoa furada do Gedel, mandando -o cumprir a sua prisão no conforto do seu domicílio. Agora percebe-se, pretendia ele ficar perto da família, não menor foi o seu desejo de aconchegarse aos milhões de gedéis bem guardados em apartamento de terceiro, para seu desgosto descoberto. Mesmo assim, tendo sido revogado o seu benefício domiciliar, e novamente conduzido à prisão, exibiu para o País o terço de

Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

orações nas gordas mãos. As falsas contrições, a de antes e essa de agora, não deveriam enganar ninguém, já acostumados que estamos a ouvir, de outros acusados da Lava Jato, as despudoradas declarações de inocência absoluta, mesmo diante das mais contundentes provas, consideradas indícios apenas por uma ficção jurídica. Diante desses fatos, vem-me a certeza de que o Gedel Vieira Lima, embora baiano, jamais leu qualquer lição de outro Vieira, o Antônio, famoso jesuíta criado na Bahia dos seiscentos, o maior orador sacro do Brasil, quiçá do mundo. Assim, perdeu de conhecer o Sermão do Bom Ladrão, mas deve fazê-lo de imediato para tomar ciência de que sua falsa piedade não é

bastante ao perdão: “Se o alheio que se tomou ou retém, se pode restituir e não se restituiu, a penitência deste e de outros pecados não é verdadeira penitência, senão simulada e fingida, porque se não perdoa o pecado sem se restituir o roubado, quando quem o roubou tem possibilidade de o restituir”. Meu Amigo Paulo Lacerda, oficial da Aeronáutica, não tem mesmo gedéis da corrupção, e não poderia tê-los, cidadão honesto que é, homem de vida e reputação ilibadas. Afinal, como milhões de brasileiros decentes, vive ele dos seus proventos, licitamente recebidos em sua conta bancária após anos de trabalhos em benefício da Pátria brasileira. Que Deus o abençoe!


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Renegociação das dívidas

A Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira (12) o texto principal da Medida Provisória 780, que prevê a renegociação de débitos não-tributários de pessoas físicas e de empresas. O governo prevê que vai arrecadar R$ 3,4 bilhões em 2017 com essa renegociação. É mais uma ação do governo para tentar aumentar a arrecadação.

ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.com

Casa própria

Aderir a um consórcio para compra da casa própria só vale a pena se o comprador não possuir o hábito de guardar dinheiro, pois o consórcio funcionará como uma poupança forçada, é o que explica o especialista em crédito Marcos Prata. Porém, para quem já possui o costume de poupar, não faz sentido e nem é vantajoso pagar a uma gerenciadora de consórcio uma taxa de administração para ajudar a guardar dinheiro se já o faz .

Leilão da Ceal

O secretário de coordenação de projetos do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou na terça-feira, 12, que a Companhia Energética de Alagoas deve ir a leilão em fevereiro ou março de 2018, antes do leilão da Eletrobras. A afirmação foi dada durante palestra no 15º Fórum Latino-Americano Brasileiro de Liderança Estratégica em Infraestrutura, que acontece em São Paulo.

23

Negócios e corrupção

Para 58% dos brasileiros, todas as empresas do país estão envolvidas em práticas de corrupção. É o que mostra a pesquisa Pulso Brasil realizada pelo Instituto Ipsos entre os dias 1º e 14 de agosto. Mais da metade dos entrevistados (53%) acredita que é impossível fazer negócios no Brasil sem se envolver com essa prática. O resultado pode ser reflexo do envolvimento das maiores empreiteiras do país nas investigações da Operação Lava Jato.


24

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Estado investe em políticas de prevenção à violência contra o idoso

CUIDANDO DE VOCÊ Dicom/TJ-AL

PROGRAMA DA SSP RECEBEU MAIS DE 3.800 DENÚNCIAS DE VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS NA CAPITAL

Ascom/SSP-AL

Lançamento do ‘Cuidando de Você no Pleno do TJ

TEXTO DE VANESSA SIQUEIRA

N

em sempre uma mancha roxa, uma queda ou uma retração no comportamento significam apenas sinais da velhice em pessoas com mais de 60 anos. Muitas vezes, estas marcas escondem a violência sofrida no ambiente familiar. Atento à necessidade de promover a proteção e atenção a esta faixa populacional, o Governo do Estado vem, há um ano, promovendo em Maceió por meio da Secretaria de Segurança Pública, o programa Cuidando de Você. O Programa foi lançado no dia 15 de julho de 2016, durante solenidade realizada no Pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), e desde então promove o atendimento e acolhimento à pessoa idosa vítima de violência, além de realizar um trabalho para mantê-los seguros no ambiente familiar. Um dos diferenciais do Programa é que mesmo havendo a responsabilização aos agressores, os que são usuários ou

possuam dependência química sofrerão intervenção da equipe dos Anjos da Paz, da Seprev. Segundo a coordenadora do Programa, Núbia Matta, de forma pioneira o setor tomou a iniciativa de promover a ação após constatar a fragilidade das estatísticas que tipifiquem os crimes contra idosos e a falta de políticas públicas. O programa possui um fluxograma padrão que organiza as ocorrências que houve crime das que não tiveram. Feito isto, as informações são encaminhadas aos parceiros: Polícia Civil, Ministério Público do Estado, Defensoria Pública e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) obedecendo a este fluxograma. “Recebíamos muitas denúncias de violência intrafamiliar através do Disque-Denúncia 181 e pelo Disque 100. Este tipo de notícia de fato requer um tratamento especial, pois o idoso faz um pacto de silêncio com seu agressor por diversos motivos. Ele não quer perder o vínculo com a família e tem medo de denunciar e sofrer represália e geralmente quem cuida e agride é quem tem poder de gerir pensão e outros bens da vítima. Esse programa

se baseia exatamente em cuidar dessas pessoas e responsabilizar e tratar os agressores”, explicou. Um dos parceiros do Programa é a Defensoria Pública do Estado. Para a defensora Luciana Faro, o Programa possui extrema importância para atender a população idosa de Alagoas e defendeu sua expansão a outros municípios do estado. “O programa é importante pra centralizar esses dados para criar novas políticas públicas para os idosos, além de produzir a notícia do fato. Se houve o crime, precisa ser apurado e o agressor punido”, disse. A defensora destacou o alto número de denúncia em que os agressores são os próprios filhos. Em muitos casos, as vítimas estão em situação fragilizada, com problemas de saúde, mas se tornam alvo por sustentarem a família com sua renda. “É uma agressão subnotificada e muitos idosos vivem esta realidade. É importante destacar que à medida que punimos e responsabilizamos os agressores, outras pessoas verão a atuação e se conscientizarão”, completou.

Núbia Matta, coordenadora do Programa

Programa conta com quatro delegacias especializadas A Delegacia Geral da Polícia Civil determinou que as delegacias do 4º, 5º, 6º e 8º Distrito de Polícia atendam às demandas referentes à violência contra pessoas idosas. Dados do Sispol apontam que em 2016 estes Distritos Policiais (DP) receberam 2374 ocorrências relativas a crimes contra o idoso. De janeiro a julho deste ano já são 1494 ocorrências. O DP que mais atende este tipo de situação é o 6º Distrito, localizado no bairro de Cruz das Almas e que atende as ocorrências relacionadas aos bairros da Orla Lagunar, Litoral Norte, Centro e Orla de Maceió. O delegado titular do 6º Distrito, Robervaldo Davino, disse que a demanda de ocorrências é alta pela quantidade de distritos que acabam ficando sob sua responsabi-

lidade, mas que os casos são resolvidos. “Algumas ocorrências fizemos Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), outras abrimos inquéritos e outras estamos tirando o idoso da situação degradante que ele se encontra. Nestes casos envolvemos os Creas [Centros de Referência Especializado de Assistência Social] para dar o apoio e assistência necessária, além de instalar em um abrigo a pessoa que está em situação vulnerável”, disse. Em uma das visitas realizadas recentemente, a equipe do 6º Distrito encontrou a idosa com problemas de saúde, incapacitada de andar ou comer e foi necessário um atendimento médico. “Iremos realizar outras visitas para ver como esta idosa está e seguir monitorando o caso”, completou.


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

25

Onde buscar ajuda?

A

população pode denunciar ou buscar ajuda para casos de violência contra o idoso pelo Disque-Denúncia 181 e pelo Disque 100. Em ambos, a identidade do denunciante é mantida sob sigilo. Muitos casos de maus tratos e violência que são subnotificados e sub diagnosticados chegam ao Programa através destes canais, que registram a notícia de fato e encaminham para os órgãos parceiros de acordo com a necessidade. A população também pode procurar as Delegacias de Polícia Civil na capital que atualmente atendem estes casos:

- 4º DP: a delegacia fica localizada na Rua José Carlos Ferraz de Camargo, 20, no bairro do Pinheiro, e atende os bairros do Antares, Bebedouro, Bom Parto, Canaã, Chã de Bebedouro, Chã da Jaqueira, Farol, Gruta de Lourdes, Jardim Petrópolis, Mutange, Ouro Preto, Pinheiro, Pitanguinha, Sanatório, Santa Amélia e Serraria. - 5º DP: a delegacia fica localizada na Avenida Carlos Gomes de Barros, Qd. 23, no Salvador Lyra, e atende os bairros da Cidade Universitária, Clima Bom, Santa Lúcia, Santos Dumont e Tabuleiro dos Martins. - 6º DP: fica situado na Ave-

nida Pilar, s/n, no bairro de Cruz das Almas, e atende os bairros do Barro Duro, Cambona, Centro, Cruz das Almas, Garça Torta, Jacintinho, Jaraguá, Jatiúca, Levada, Mangabeiras, Pajuçra, Ponta Grossa, Ponta Verde, Pescaria, Pontal da Barra, Prado, Poço, São Jorge, Serraria e Vergel do lago. - 8º DP: fica na Avenida Norma Pimentel, s/n, e atende ao Benedito Bentes. EXPANSÃO Segundo Núbia, a ideia é que em 2018 o programa seja expandido para outros cinco municípios, que serão escolhidos obedecendo ao maior ín-

dice de violência contra idosos em situação de vulnerabilidade. As ações pretendem ainda envolver outras secretarias e órgãos no Programa, a exemplo da Secretaria de Prevenção Social à Violência (Seprev) e das equipes Anjos da Paz e da Secretaria de Estado da Mulher (Semudh). Além disso, está em discussão a aquisição de um sistema para monitorar todas os casos e denúncias encaminhadas a todos os parceiros do programa e também a inclusão de um botão para realizar denúncias por meio do aplicativo do DisqueDenúncia. Outra novidade é que o de-

nunciante também poderá anexar vídeo e fotos nas denúncias feitas pelo site. “Iremos incluir no sistema da Polícia Civil a tipificação dos crimes contra a pessoa idosa e também ampliaremos os campos do BO com as informações que o Programa preconiza”, destaca Núbia. “O Programa vai capacitar as pessoas que irão trabalhar nos municípios que serão contemplados com a ampliação. Queremos sensibilizar a população para que entendam a importância de denunciar e o DisqueDenúncia é a voz da comunidade que não gosta de violência”, disse a coordenadora do programa.


26

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Jovem ministra palestra motivacional por todo o País

“VOE SEM ASAS” ALAGOAS RECEBE AUGUSTO AIELO, FUNDADOR DE TRÊS STARTUPS

CHAVE PARA O SUCESSO

Q

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

O

jovem Augusto Aielo de 26 anos percorre o Brasil com sua palestra motivadora e dando dicas de como empreender. Esta semana, foi a vez de Alagoas receber o profissional que já alcançou mais de 15 mil pessoas. De Águas da Prata (SP), com formação em administração, engenharia civil, pós graduação em gestão de negócio aplicando estratégia militar, Augusto faz um convite ao público, especialmente o jovem, que se sente incomodado com a situação atual para fazer a diferença, sair do modo automático de viver. No encontro, ele oferece a oportunidade de os participantes não serem apenas coadjuvantes, mas sim protagonistas de suas vidas. Durante a palestra, conta sobre sua trajetória empreendedora, de como saiu do patamar de jovem aprendiz e se tornou empreendedor com apenas 24 anos de idade. Ele aproveita ainda para aprofundar as principais características do empreendedor e compartilhar como foi a experiência de “quebrar” uma empresa e de hoje ter três empresas bem encaminhadas. Augusto gosta de brincar que, em sua carreira, já fundou três empresas e afundou uma. Também fala sobre os três passos

Augusto Aielo percorre o País dando dicas a jovens que querem montar o próprio negócio

para a grandeza: Coragem, Atitude e Persistência. O encontro é dinâmico e deixa no participante a vontade do quero mais. Seu grande diferencial é de ser um bate-papo de jovem para jovem, de igual para igual. “Quero que os jovens que assistem minhas palestras acreditem mais neles. Hoje a competição é gigante e a cobrança em cima deles é maior ainda, o que acaba gerando desmotivação e desânimo. Quero que isso mude, que eles corram atrás do que desejam e que lutem de verdade para serem felizes”, ensina o palestrante. Na verdade, o objetivo é motivar a ação empreendedora que pode ser empresarial,

social ou intraempreendedora. Ele faz um comparativo e mostra que a empresarial é quando uma pessoa tem um sonho de abrir uma empresa, um negócio, ou até mesmo lançar um produto. Criando este com inovação e diferenciais competitivos. A social, por sua vez, se dedica a uma causa maior que ganhos financeiros, participando de uma ONG (organização não governamental), instituto ou até mesmo uma empresa do setor 2.5. Já a intraempreendedora é quando uma pessoa constrói uma carreira sólida e de crescimento dentro de uma empresa. Ela se dedica como se a empresa fosse dela, trazendo benefícios como novos negócios

ou economia de custos. Empreender não é tarefa fácil. Segundo ele, o primeiro passo é a coragem para se arriscar. E aponta que não existe cenário 100% seguro no empreendedorismo, e isso traz muita insegurança para as pessoas. Mas nada que é fácil traz grandes resultados. “ A pessoa deve se dedicar ‘o extremo, apreender sobre a área da qual quer trabalhar e ‘suar a camisa” mais do que qualquer outra pessoa. Por isso, é importante gostar do trabalho no qual quer empreender, pois assim as horas de dedicação não serão cansativas, mas sim desafiadoras e gratificantes”, ensinou.

uando questionado sobre como ser um empreendedor de sucesso avisou: “Não sou muito fã da palavra sucesso, pois sempre que as pessoas pensam a respeito fazem a ligação com dinheiro, com o fato de ser rico. Eu acredito que ser um empreendedor de sucesso é fazer projetos que impactam a sociedade, que geram orgulho pelo trabalho que você faz, que consigam dar atenção à família e gastar dinheiro com as ações que ama, como viajar e comer bem. Eu acho que para chegar nesse resultado é preciso abrir mão de muitos costumes atuais, se arriscar sempre (mas com planejamento) e principalmente muito suor” Augusto é fundador de três startups. Soul Urbanismo: sua principal empresa – realizadora de parklets, que são uma nova tendência para a melhoria dos espaços públicos nas cidades. A Eu Grande, empresa que busca disseminar a cultura empreendedora por todo o Brasil (e quem sabe um dia pelo mundo) e Bunkka, uma empresa em desenvolvimento que leva eventos a espaços públicos, convidando as pessoas a utilizá-los e se apropriarem. “Já fui recebido por grandes instituições como USP, Fundação Estudar, Google e Votorantim (dentre outros disponíveis em seu site ww.augustoaielo. com.br)”, além de palestrar de Norte a Sul do país. Na quarta, 13, a palestra aconteceu na Faculdade Pitágoras, em Maceió, ontem na Ufal Arapiraca e na Inova Contec. Nesta sexta-feira, 15, às 8h30, a palestra acontece dentro da Semana do Administrador do Ifal, em Santana do Ipanema.


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

Convergência necessária

S

e alguém ainda duvidava, os resultados da indústria nos três principais indicadores – vendas internas, produção e exportação – ao final de agosto apontaram recuperação sem qualquer viés de baixa ou reversão das expectativas. Em comparação aos sete primeiros meses do ano passado, os percentuais são positivos: 5,3%, 25,5% e 56,1%, respectivamente. Os números se referem a automóveis e comerciais leves e pesados. Desempenho do mercado interno ainda tem muito a melhorar, pois a média diária de vendas em agosto foi de 9.415 unidades. Quando o ritmo sustentável subir para mais de 10.000 veículos/dia, pode-se concluir que o crescimento é autossustentável. Como as exportações estão subindo bem mais que o esperado, deve ajudar na recriação de empregos e realimentar a demanda interna. A Anfavea revisou para cima as projeções deste ano. Em relação aos três

indicadores citados, a entidade espera que 2017 supere 2016 em 7,4%, 25,2% e 43,3%, respectivamente. No início de 2017, quando o pessimismo era grande, esta coluna previu 9% de crescimento nas vendas internas no fechamento do ano ao analisar os números ruins de 2016. Depois de queda acumulada de quase 50% em três anos a reação deveria acontecer mesmo. Se as sucessivas crises políticas não tivessem atrapalhado as reformas econômicas – até agora concluídas parcialmente – o resultado poderia ser melhor. Basta olhar a Argentina, onde o mercado interno cresceu 30% de janeiro a agosto sobre igual período de 2016 na esteira de mudanças de rumo na economia. O que pode ajudar muito é a convergência de boas decisões entre os dois países. Basta um simples exemplo: Argentina decidiu harmonizar as exigências de segurança veicular e considerar o mesmo prazo de 2020 para adoção simultânea com o Brasil do ESC (sigla em

27

ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

inglês para Controle Eletrônico de Estabilidade) nos carros de projetos novos e 2022 para todos os demais à venda. Seria muito bom que, em contrapartida, o Brasil passasse a exigir engates Isofix para bancos infantis já obrigatórios no outro lado da fronteira. Fato de grande relevância seria ambos terem regras em comum tanto em itens de segurança quanto em consumo de combustíveis e emissões, guardadas as diferenças pontuais. O programa brasileiro Rota 2030, a ser anunciado até novembro, poderia se tornar o ponto de partida para esse ajuste de médio e longo prazo. Com uma produção conjunta de cinco a seis milhões de unidades anuais dentro de

cinco a seis anos, Brasil e Argentina alcançariam escala de peso. Poderiam exportar para mercados sul-americanos e de outros continentes de forma competitiva. De acordo com a Anfavea, bastaria o Brasil manter a cotação do dólar, nos próximos anos, entre R$ 3,20 e R$ 3,40 para que continuasse competitivo fora das fronteiras e pudesse importar componentes de tecnologia de ponta a preço compatível para os veículos aqui produzidos. Forçar uma modernização sem critérios técnicos foi um dos erros do programa Inovar-Auto que termina em 31 de dezembro próximo, conforme previsto, porém sob contestação da Organização Mundial do Comércio.

RODA VIVA n HATCHES médios-compactos como Cruze, Focus e Golf estão cada vez mais sob pressão de SUVs. Assim, a VW não será a única a produzir um utilitário esporte desse porte na Argentina. Há fortes rumores de que a GM também aproveitará sua fábrica no país vizinho para entrar na disputa, dentro de três anos, pressionando ainda mais a segmento de hatches e até de sedãs. n VOLKSWAGEN oficializou (como antecipado aqui) que o Gol volta a ser produto de entrada a preço pouco inferior ao do up!. O modelo veterano torna-se alternativa aos subcompactos Mobi e Kwid por oferecer mais espaço interno e diferença de custo relativamente pequena. Fox teve enxuga-

mento de versões. Tal realinhamento prepara chegada do Polo às concessionárias no fim de outubro. n COMO alternativa aos SUVs espaçosos de sete lugares, Citroën Grand C4 Picasso oferece dirigibilidade refinada e resposta em curvas segura por ter centro de gravidade mais baixo. Luminosidade interna e visibilidade à frente e lateral destacam-se. Bancos são bem confortáveis, mas motorista demora até não esbarrar no comando do limpador ao acionar minialavanca do câmbio. n FINALMENTE, autoridades regulatórias europeias adotam métodos atualizados de medição e homologação de consumo e emissões para todos os

veículos fabricados no continente. Referência anterior fugia muito do mundo real, se comparada aos números nos EUA e no Brasil. Também exige teste de emissões fora de laboratórios, um avanço significativo de credibilidade. n MAIS um fabricante, dessa vez Jaguar Land Rover, aposta na eletrificação em lançamentos a partir de 2020. Isso não significa que todos os novos modelos serão elétricos, mas que poderão ter um motor elétrico associada ao a combustão, ou seja, híbridos recarregáveis em tomadas ou não. Essa flexibilidade permitirá custos mais acessíveis ao consumidor e uma transição menos arriscada.


28

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Parece um sonho ou uma mentira!

E

u já vivi bastante e nunca tinha visto ou ouvido falar em prisões de pessoas importantes, famosas, ricas ou que fossem autoridades. Na minha infância e já adulto, eu já vi e já soube de prisões de pessoas da sociedade, de pessoas conceituadas e mais ou meimportantes, porém, Agora, vamos para as nos pela primeira vez, na miruas, para gritarmos nha vida, eu testemunhei pela continuação da prisões de autoridades ou Lava Jato, mesmo que de pessoas famosas, como as nossas prisões te- ex-governadores, depunham se transformado tados federais, senadores e milionários. Parece até em prisões domicilia- mentira ou sonho, porém, res com tornozeleira é verdade que pessoas faeletrônicas. mosas estão presas, como sempre aconteceu com pessoas comuns. Diante de uma nova realidade, é até para se perguntar e para se crer que o Brasil esteja criando vergonha, ao sabermos que alguns dos nossos juízes resolveram dar

um basta nas safadezas, nas propinas e nos assaltos ao dinheiro público. Inclusive, muita gente não acreditava que poderia haver uma reviravolta, como a que está havendo. Já que sempre estivemos mergulhados na impunidade, muitos dos meus amigos dizem que não vão dar em nada os julgamentos, os inquéritos e as investigações. É tudo porque nós já estamos acostumados com os inquéritos, propositalmente mal feitos, com a demora dos julgamentos e com as imorais sentenças dadas por julgadores inescrupulosos. A essas nossas descrenças somam-se os imorais “habeas corpus”, os recursos infinitos e, principalmente, a impunidade. Por tudo isso, estamos apelando para que o nosso Brasil crie vergonha, pois já achamos um julgador sério, como está sendo esse juiz Dr. Sérgio Moro, da Justiça Federal. Esse cidadão, já demonstrou e continua demonstrando que é um homem sério, justo e que vem fazendo o Direito, como as suas armas

no combate contra os desonestos. Como vem agindo o Dr. Sérgio Moro, esperamos que presidentes, governadores, senadores, deputados federais, ministros e outras autoridades, brevemente, estarão trancafiados. Parece até mentira que, já estamos sem vagas para outras autoridades que chegarão brevemente para as nossas prisões imundas, fedorentas, pequenas e cheias de piolhos. Para nós brasileiros, é muito importante sabermos que ainda existem juízes sérios, como esse Dr. Sérgio Moro. Agora, só nos resta ver esses presos importantes, nas suas diminutas celas, construídas em alvenaria, sem os sanitários perfumados das suítes das suas mansões luxuosas. Parece mentira, mas, é verdade! Já estamos com ex-governadores, senadores, deputados federais e executivos presos, esperando as suas marmitas chegarem em lugar dos filés dos restaurantes sofisticados e dos hotéis cinco estrelas espalhados pelo mundo inteiro.

Deveríamos dar os parabéns à Justiça Brasileira, diante de tantas prisões de autoridades importantes, entretanto, no momento, só temos parabéns para o Dr. Sérgio Moro e para alguns dos seus auxiliares mais próximos. Com o Dr. Moro, o Brasil acordou do seu berço esplêndido. Agora, vamos para as ruas, para gritarmos pela continuação da Lava Jato, mesmo que as nossas prisões tenham se transformado em prisões domiciliares com tornozeleira eletrônicas. Agora, vamos gritar nas ruas para que os senhores ministros de Tribunais Superiores façam o que o povo quer. Será verdade ou estamos sonhando ? Em tempo – Eu tive o prazer de conhecer um dos meus melhores leitores do EXTRA, o grande palmeirense Sr. Raimundo Lessa. Ele me fez tantos elogios que eu, quase, fiquei vaidoso!


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

ABCDO INTERIOR

Briga boa

O

vereador Sérgio do Sindicato bateu o pé e não entregou os tratores, mesmo com o pedido de devolução feito Prefeitura de Arapiraca, alegando que a gestão anterior oficializou a cessão dos equipamentos. Ocorre que o prefeito Rogério Teófilo revogou a cessão que havia. Contudo, a revogação é um instrumento legal do Executivo, por envolver bens da municipalidade. Precisando dos tratores para o atendimento aos produtores de outras regiões, a Prefeitura manifestou o pedido de devolução, o qual foi ignorado pelo vereador.

Mandado de Segurança

É que o trator de propriedade da Prefeitura estava atendendo aos interesses particulares do vereador. Ele escolhia quem teria o direito de se beneficiar com o equipamento público. Para surpresa do vereador, na sexta feira (08), recebeu o pedido de devolução em forma de Mandado de Segurança, com intervenção da Polícia Militar, retornando a posse dos tratores à Prefeitura. Os equipamentos não foram apreendidos, foram sim, objeto de reintegração de Posse, por parte do Poder Executivo Municipal.

Quer de volta

Porém, Sérgio do Sindicato insiste na devolução dos tratores à Associação de Moradores da Vila Fernandes, que tem como presidente, seu irmão, alegando que um trator foi conseguido por uma Emenda Parlamentar do deputado Paulão, e o outro cedido, em 2014, pela administração Célia Rocha. Contudo, a Prefeitura como proprietária dos bens, pediu a Justiça o direito de reaver os equipamentos, de forma judicial, já que seu pedido de devolução feito ao vereador, não fora atendido. Pelo andar da carruagem, a briga é boa e está apenas começando.

Nova Cidadã

A presidente da Câmara Municipal de Arapiraca, Professora Graça, a Mesa Diretora e os demais vereadores, participaram na quarta-feira, 13, da solenidade para entrega do Título de Cidadã Honorária de Arapiraca à professora Eliene Aparecida Holanda Cavalcanti, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) - Campus de Arapiraca. Autora da homenagem, a Professora Graça que destacou o papel de Eliane Aparecida, que é Bacharel em Ciências Biológicas, Mestre em Biologia Animal e Doutora Pela Escola de Engenharia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

29

robertobaiabarros@hotmail.com

Novo desafio

Após nove anos de uma carreira bem-sucedida na advocacia e no ensino universitário, o advogado Dagoberto Omena decidiu encarar um novo desafio e assumiu o cargo de diretor-presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos. O objetivo dele é ampliar o papel cultural e social da instituição centenária, atual carro-chefe do mercado editorial alagoano. Omena já foi procurador-geral de São José da Laje e de Paulo Jacinto e professor do curso de Direito da Universidade Maurício de Nassau, durante quatro anos. Passa a comandar uma equipe formada por 80 colaboradores em um parque gráfico dos mais requisitados.

Palmeira dos Índios

Prefeitos do Agreste, Sertão e Vale do Paraíbas estiveram reunidos, na quarta-feira, 13, em Palmeira dos Índios, onde discutiram o encerramento dos lixões, que, segundo previsão, deverá ocorrer até dezembro. Também discutiram a construção do aterro sanitário do Agreste e das áreas de transbordo, que inclui a implantação de uma sede em Palmeira. O tratamento adequado do lixo urbano é uma das soluções desafiadoras para os municípios alagoanos, que precisam acabar de vez com os lixões, segundo determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pelo decreto federal 12.305/10.

Estacionamento

O superintendente da SMTT de Arapiraca, Jodelmir Pereira de Souza, orientou as empresas, nesta quarta-feira, sobre a regularização do estacionamento para idosos e deficientes com prazo até o mês de outubro. Os representantes das empresas que oferecem estacionamento de uso coletivo conheceram normas e parâmetros exigidos pelo Conselho Nacional de Trânsito a respeito das resoluções 304/2008. Elas dispõem sobre as vagas de estacionamento destinadas a veículos que transportam pessoas portadoras de deficiência e com dificuldade de locomoção. Também foi tratada a lei 303/2008, que trata sobre vagas de estacionamento de veículos destinadas às pessoas idosas.

Incentivo ao esporte

A superintendente Municipal de Lazer e Juventude, Valsandy Veras, recebeu um grupo de skatistas no Centro Administrativo. Foi apresentado um projeto de reforma da Praça Afrânio Salgado Lages, no bairro Jardim Tropical, em frente ao Terminal Rodoviário de Arapiraca, que valorizará a prática do esporte. Valsandy Veras explicou que o objetivo da reunião foi apresentar o projeto aos usuários de espaços públicos para a prática esportiva.

PELO INTERIOR ... Em virtude do feriado deste sábado (16), que marca os 200 anos da emancipação política do Estado de Alagoas, a Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, informa que alguns mercados e feiras não funcionarão naquela data, exceto a feira do bairro Itapoã, que vai atuar normalmente. ... Além do Mercado Público e seu anexo, também não haverá atividades no Shopping Popular, no Mercado do Artesanato e na feira fixa (boxes) da Praça da Fumageira. ... O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), o prefeito de Cacimbinhas Hugo Wanderley, garantiu à diretoria da Cooperativa de produtores de leite de Alagoas que irá entrar na luta para manter o programa que beneficia 80 mil famílias no Estado, com um litro do produto, quatro vezes por semana.

o trabalhador rural ser atropelado por um carro de passeio que não foi identificado por populares que presenciaram o ocorrido. ... Segundo o pai da vítima, o trabalhador rural Donizete Constantino Lúcio, 50 anos, o filho passou a noite fora de casa e como tinha o costume de beber muito, ele poderia estar alcoolizado no momento do acidente. ... A Câmara dos Deputados aprovou o projeto do senador Benedito de Lira que amplia área de atuação da Codevasf em Alagoas. Desde o ano passado, o projeto já havia sido votado no Senado e foi enviado para a Comissão da Constituição da Justiça da Câmara. Devido ao caráter terminativo, a aprovação do parecer do relator na CCJ foi suficiente para o projeto estar pronto para ser sancionado pelo presidente da República.

... Mais de três mil agricultores familiares que fornecem leite para o programa correm o risco de perder uma importante renda, de R$ 1,26 por cada litro fornecido, o que pode elevar a maioria deles a abandonar a atividade.

... Foi decisiva a atuação do deputado Arthur Lira na Comissão de Constituição e Justiça. Com a experiência de quem já presidiu a CCJ, Arthur Lira conseguiu acelerar a tramitação, facilitando o trabalho do relator, o deputado Fausto Pinato (PP-SP).

... Com 7segundos: Um ciclista de aproximadamente 23 anos, identificado como José Cícero Constantino Lúcio, mais conhecido como “Tita”, faleceu na quarta-feira (13) no acostamento da rodovia AL-220.

... O senador Benedito de Lira disse estar muito feliz com a aprovação do seu projeto, afirmando que é o coroamento de uma luta de dois anos. A iniciativa permite que 80% dos municípios alagoanos sejam atendidos.

... A fatalidade aconteceu nas proximidades do sítio Grota, município de Girau do Ponciano, no Agreste de Alagoas, após

... Aos leitores da coluna desejamos um excelente final de semana, repleto de saúde, paz e harmonia. Até a próxima edição.


30

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

MEIO AMBIENTE Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Crustáceo “captura” boneca

U

m crustáceo que “capturou” a cabeça de uma boneca de plástico para usá-la como sua casa foi fotografado e ilustrou um grande problema nos oceanos. Identificado como um caranguejo-dos-coqueiros, o crustáceo e a boneca mostram um grave problema para as populações marinhas: a poluição dos oceanos e de áreas litorâneas. Com o aumento de dejetos em tais regiões, a fauna começa a buscar alternativas para a falta de recursos naturais e que, além do caso do crustáceo, podem vitimar, por exemplo, tartarugas que ingerem sacolas plásticas como se fossem águas-vivas.

Reserva Amazônica Natureza x encalhe de baleias

Novo estudo culpa tempestades solares por encalhe em massa de baleias. Tempestades solares, responsáveis pelo fenômeno conhecido como aurora boreal, podem ter sido responsáveis pelo encalhe de 29 cachalotes (um tipo de baleia) em praias do Atlântico Norte no ano passado. É o que diz um estudo de cientistas da Universidade de Kiel, na Alemanha. Eles dizem que perturbações magnéticas podem ter interferido no senso de direção das baleias e desviado o grupo para águas rasas. Todas as cachalotes morreram. Na autópsia, cientistas ficaram intrigados com o fato de que, em sua maioria, o organismo dos animais não exibia sinais de desnutrição ou doenças. E que os cetáceos eram jovens.

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma, localizada às margens da BR319, no Amazonas, zerou o desmatamento. O projeto desenvolvido na área tem promovido a geração de renda e a defesa da floresta pela comunidade local. Nos últimos anos a redução das taxas de devastação foi significante. Os dados mais atualizados do governo federal são de 2015 e mostram que não foi registrado nenhum novo desmatamento.

Crise hídrica

Segundo especialistas, apesar da grave crise hídrica na região do Vale do São Francisco e no reservatório da barragem do Sobradinho, não haverá um comprometimento na distribuição de energia para o Nordeste. O setor elétrico tem fontes alternativas que garantem uma segurança energética para o Nordeste, entre elas as eólicas e térmicas. A vazão mínima em Sobradinho baixou de 1.300 m³ por segundo em 2013 para 550 metros³ em setembro de 2017. Segundo o diretor de Operação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique de Araújo Franklin Neto, a preocupação da Chesf é com a garantia do abastecimento humano e projetos irrigação e não com questão energética.

Coral-sol

O pólipos do coral-sol é uma espécie bioinvasora que tem ocorrência registrada na região oceânica brasileira. Por ser um espécime bastante encontrada em casco de navios e em plataformas marinhas de extração de petróleo, a equipe do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas decidiu realizar uma ação de prevenção para observar a existência do invasor na região portuária da capital alagoana. A atuação corresponde a uma das medidas preventivas adotadas para evitar a infestação desse tipo de organismo. Embora os corais-sol tenham uma bela aparência, com cores vibrantes, eles podem causar grandes prejuízos para o meio ambiente.

Cidades sustentáveis

Donos de imóveis em Belo Horizonte (MG) podem ter um desconto no valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) se o projeto de um vereador virar lei. Para isso o contribuinte terá que cumprir certas exigências, que incluem medidas de redução do impacto ambiental e eficiência energética. Assim, terá direito a descontos progressivos no imposto, que podem chegar a 10%. Farão jus ao benefício aqueles imóveis que receberem o certificado emitido pela prefeitura em decorrência da aplicação de ações de sustentabilidade, como uso de equipamentos economizadores de água, sistemas de aquecimento solar, elevadores com regeneração de energia elétrica, implantação de bicicletários e de estrutura para coleta seletiva, dentre outros. Bem que isso poderia ser realidade em Maceió também, não é?

Rio Tocantins

O Senado vai discutir a possibilidade de transposição do Rio Tocantins para o Nordeste. O pedido para audiência pública foi aprovado pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR). A vazão do reservatório de Sobradinho, por exemplo, que ajuda a regular o Rio São Francisco, caiu mais pela metade entre 2013 e 2017. Hoje o lago tem pouco mais de 8% da capacidade de armazenamento.


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017

31


32

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE SETEMBRO DE 2017


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.