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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVIII - Nº 944 - 20 A 26 DE OUTUBRO DE 2017

TJ PREPARA “TREM DA ALEGRIA” QUE CUSTARÁ MAIS R$ 25 MILHÕES POR ANO

Desembargador Otávio Leão Praxedes

P/5

BELTRÃO ABSOLVIDO Decisão do TJ beneficia demais acusados na execução do cabo Gonçalves

Antônio Albuquerque

Deputado é envolvido em outros 15 assassinatos; MP vai recorrer da sentença P/6 E 7

MORTO PELO NETO

FAMÍLIA DE MILTON OMENA ACREDITA QUE CRIME FOI PREMEDITADO P/16 E 17

JUSTIÇA ELEITORAL

TESTE DE LEITURA COMPLICA SITUAÇÃO DA PREFEITA DE NOVO LINO P/13

Zé Nilton Ferro faz festa no Sertão para comemorar liberdade P/9

Francisco Tenório


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MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE OUTUBRO DE 2017

Licença para matar

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

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- As últimas decisões judiciais têm decepcionado os alagoanos que ainda acreditam na Justiça como única esperança de uma convivência pacífica.

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- Absolver o deputado João Beltrão - envolvido em mais de uma dezena de assassinatos - é um incentivo à impunidade, que alimenta todos os tipos de crimes contra a cidadania.

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- Absolvido por unanimidade, 21 anos depois do crime, só faltou o réu receber atestado de bons antecedentes. A decisão também desmente o provérbio segundo o qual a Justiça tarda, mas não falha. Nesse caso foi tardia e omissa.

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- Cada vez mais o Judiciário dá razões ao dito popular de que “cadeia só existe para pobre, preto e puta”. E as prisões brasileiras estão aí para provar essa triste realidade.

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- Até o Tribunal do Júri – a mais democrática das instituições - tem dado sua contribuição para o descrédito da Justiça. Não se sabe se por incompetência dos jurados ou por ameaças contra eles. É preciso investigar cada caso.na compra da refinaria

Chefe do crime

Ao defender a condenação de João Beltrão, o procurador-geral de Justiça de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça, classificou o deputado como “maior líder do crime organizado em Alagoas”.

O falso delegado

A Polícia Federal deve abrir inquérito policial contra o ex-policial rodoviário José Eutímio Brandão por crime de falsa identidade. Brandão armou confusão em uma panificação de Paripueira ao se apresentar como “delegado federal” para coagir a funcionária do estabelecimento a lhe atender, mesmo com a padaria fechada para almoço. Ao se identificar como “delegado federal” para ameaçar pessoas em proveito pessoal, José Eutímio Brandão praticou crime previsto no Artigo 307 do Código Penal, cuja pena vai de 3 meses a 1 ano de cadeia. Para quem não lembra, o arrogante Brandão era patrulheiro rodoviário federal, chegando ao cargo de superintendente do órgão em Alagoas. No meio do caminho fez uma séria de lambanças e acabou aposentado compulsoriamente. A bem do serviço público.

(Millôr Fernandes)

Deu no Radar

Michel Temer homenageou um dos aliados mais próximos de Renan Calheiros. O cardiologista José Wanderley Neto recebeu a medalha de Mérito da República das mãos do presidente. A atitude de Temer é curiosa porque Neto é superamigo do senador, que vem tecendo, dia após dia, duras críticas ao mandatário da República. O médico alagoano foi vice-governador de Alagoas indicado pelo peemedebista e suplente do senador. Além disso, é pai do presidente da Associação dos Municípios Alagoanos graças ao apoio do amigo. Isso por si só já seria muito para ilustrar a amizade de ambos, mas recentemente Renan ofereceu um jantar para Lula na casa de Neto em Maceió. (Maurício Lima).

Dallagnol: “Lula deve, sim, ser preso”

Deltan Dallagnol disse ao jornalista Josias de Souza que Lula deve ser preso imediatamente depois de ser condenado pelo TRF-4. Isso só poderá ocorrer, porém, se o STF mantiver a decisão que permitiu mandar para a cadeia os condenados em segundo grau. O procurador da Lava Jato foi claro: “A valer as regras atuais, ele deve, sim, ser preso no momento seguinte”.

Deu no Financial Times

“Ninguém tem a menor ideia de quem será o próximo presidente do Brasil. O surgimento de figuras periféricas como o sr. Bolsonaro revela o tamanho do vácuo (…). Ainda mais preocupante para os mercados seria um retorno do impenitente sr. Lula da Silva. Mas ele foi condenado por corrupção e será impedido de concorrer se perder o recurso”. “Os investidores se sentiriam mais confortáveis com o prefeito de São Paulo, João Doria, que tem como modelo o bilionário de Nova York Michael Bloomberg, ou então seu ex-padrinho e atual rival, o conservador Geraldo Alckmin”. “Esses são apenas os candidatos conhecidos – há montes de outros nomes surgindo, de banqueiros a apresentadores de TV e juízes do Supremo”.

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Dória é nosso irmão

O prefeito de São Paulo, João Doria vai receber o título de cidadão maceioense, dia 27, concedido pela Câmara de Maceió. Perguntar não ofende: O que fez João Dória para merecer a honraria? Com a palavra, o vereador Chico Holanda Filho, autor da lambança.

Dobradinha

Renan Calheiros e Téo Vilela são os únicos nomes com chances reais de ocupar as duas cadeiras no Senado no pleito do próximo ano. Além de estrutura política e econômica de peso, a dupla manterá a dobradinha que elegeu Renan Filho ao governo. Só os tolos não acreditam nisso.

Favas contadas

Com o prefeito Rui Palmeira fora do páreo, a reeleição de Renan Filho é considera pule de 10. Fora de Rui, não há concorrente e os que surgirem serão apenas para marcar espaço.

Inelegibilidade

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu afastar a inelegibilidade de um prefeito porque, no momento da eleição, não havia embargo infringente pendente de julgamento. É um recurso exclusivo da defesa, que se fundamenta na falta de unanimidade em uma decisão colegiada. Esse recurso suspende os efeitos da condenação e, segundo os ministros do TSE, também a inelegibilidade. Assim a decisão do TSE fortalece uma possível candidatura de Lula em 2018, mesmo se ele for condenado no TRF-4.

Sono dos justos

Realmente não havia clima no TJ para sentenciar o deputado João Beltrão por homicídio. Durante a fala do procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, que insistiu na condenação do réu, o advogado Diógenes Tenório, assessor da Presidência do tribunal, dormia o sono dos justos, enquanto a desembargadora Elisabeth Carvalho fazia cara de paisagem.

A vida como ela é

Dos atuais 81 senadores, 54 poderão concorrer à reeleição no próximo ano. Desses 54, 29 votaram a favor de Aécio Neves e os outros 15 que o livraram têm mandato garantido até 2023. E ainda tem eleitor que acredita em Papai Noel.

Candidatura de Lula

O mesmo advogado que fez um parecer defendendo Michel Temer e Dilma Rousseff no TSE, Luiz Fernando Casagrande Pereira, foi contratado pelo PT para defender a candidatura de Lula em 2018. De acordo com a Folha de S. Paulo, ele argumenta que Lula pode concorrer mesmo que ele seja condenado pelo TRF-4 e que tenha suas liminares rejeitadas pelo STJ e pelo STF. Cármen Lúcia e seus pares realmente não contam mais nada. (Diogo Mainard).

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE OUTUBRO DE 2017

JORGE OLIVEIRA

Maluf é defensor de Michel

Barra de São Miguel, AL - Símbolo da gatunagem, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), procurado em quase todos os países do mundo, o deputado Paulo Maluf fez veemente defesa do mandato de Michel Temer na Câmara dos Deputados. O discurso de Maluf na Comissão de Constituição e Justiça, que analisa a segunda denúncia contra o presidente da república, consagra a tão conhecida frase “diz-me com quem andas que eu te direi quem és”. Maluf acusou o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de fazer “terrorismo” contra a economia brasileira, por coincidência o mesmo discurso preparado pelo Planalto para defender Temer das denúncias da Lava Jato. Maluf foi condenado pelo STF a pena de 7 anos e 9 meses de prisão em regime fechado e a perda do mandato de deputado pelo crime de lavagem de dinheiro, depois da denúncia apresentada por Janot, seu algoz, a quem ele chama de “terrorista”. Mas em vez da cadeia, onde realmente é o seu lugar, ele é um dos primeiros a chegar na Câmara dos Deputados para as sessões das terças e quartas-feiras. Continua soltinho da silva. Numa entrevista que deu ao repórter Roberto Cabrini, do SBT, no último domingo, Maluf se disse feliz com a vida que leva quando se aproxima dos seus 90 anos de idade. No final da conversa com o repórter se disse saudosista dos cargos que exerceu em São Paulo – governador indireto e prefeito da cidade. Na maior cara de pau, confessou que algum prefeito um dia vai se lembrar de dar o seu nome a uma avenida importante de São Paulo. Esse é o time do presidente, aquela seleção que vai à tribuna defender o indefensável. Dizer que não passam de lorotas as acusações contra ele. Que o presidente é um homem honrado e perseguido pelos procuradores que fizeram a denúncia contra ele e seus amigos que vivem escondidos dentro do Palácio do Planalto, como se ali cumprissem pena por antecipação, a exemplo de Moreira Franco e Eliseu Padilha. Esse mesmo Maluf, que já passou alguns meses numa cela da Polícia Federal, também recebeu nos jardins da sua mansão uma comitiva, chefiada por Lula, que pedia seu apoio para a campanha de Haddad, o ex-prefeito petista que perdeu a reeleição pela grande rejeição dos paulistas que o mandaram embora. Odiado pela maioria dos brasileiros que enxergam nele um dos maiores corruptos do Brasil, condenado em outros países, Maluf, que está sempre sentado à mesa de políticos, é bem aquinhoado com a distribuição de cargos federais, estaduais e municipais quando seus apadrinhados são eleitos. Por isso, até hoje sobrevive na política Nesse momento, Maluf defende o mandato de Temer. Conhece-o de outros carnavais em São Paulo. O presidente, enroscado até o pescoço nos crimes de corrupção, em nenhum momento desautorizou Maluf a fazer a sua defesa. Pelo contrário, até o incentiva porque sabe o peso de cada voto dentro da Câmara para não perder o mandato. Maluf sabe amealhar votos desde que se apresentou como candidato a presidente para disputar o Colégio Eleitoral na ditadura militar. Naquela época, um índio o acusou de comprar votos. Juruna, deputado pelo Rio de Janeiro, apresentou à Câmara pacotes com dinheiro que chegaram às suas mãos pelos assessores do Maluf para comprar o voto dele. Maluf negou e tudo ficou por isso mesmo. Quase trinta anos depois, o deputado paulista aparece em público fazendo a defesa de Temer a quem pesa a acusação de receber pilhas de dinheiro dos empresários Joesley e Wesley. Com toda essa experiência dos bastidores políticos, não devemos duvidar que Maluf hoje seria o principal assessor de Temer para sair dessa enrascada a julgar pelo tempo que o deputado continua solto, mesmo depois das provas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro contra ele.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Despreparado Corrupção

Os nomes

Inércia

Campanha

Um país como o Brasil, forte economicamente, já provou que não precisa de um presidente eficiente para crescer. Cresceu por exemplo nas mãos do Itamar, do Fernando Henrique, no primeiro mandato de Lula e foi destroçado por Dilma que até hoje não sabe que dirigiu o país.

No caso de Temer, a prova é mais evidente. O país está crescendo mesmo diante de um presidente que tem apenas 3% de aprovação. Isso mesmo, 3% de aprovação e ainda continua de pé. O emprego está melhorando, a Petrobras volta muito bem ao julgamento das agências internacionais, a economia cresce a passos lentos, mas cresce, e a inflação está controlada.

Na política, porém, o país atravessa um vendaval de proporções nunca visto. O presidente, o seu partido, o PMDB, e muitos de seus assessores estão na cadeia. Um deles, Geddel Vieira Lima, foi flagrado com um banco clandestino dentro de um apartamento alugado só para estocar dinheiro, método semelhante ao do narcotraficante Pablo Escobar.

Sozinho

É claro que todo aquele dinheiro não era do Geddel, que está na cadeia esperando que os amigos encontrem um jeito de tirá-lo de lá. E os amigos são o próprio Temer, o Moreira e o Eliseu Padilha. Se Geddel, que vive chorando na cela, achar que foi esquecido na Papuda, certamente será um Deus nos acuda. O ex-ministro de Temer e da Dilma abre o jogo, aliás, o cofre do banco clandestino.

Não duvide. Geddel vai fazer delação premiada e explicar de quem é cada pacote daquele dinheiro que estava na sala do apartamento que ele alugou. Ele sabe tudo: a origem, quem entregou e para quem eram destinados os mais de 50 milhões de reais que a Polícia Federal encontrou naquelas malas. Pelas notícias que chegam aqui fora, Geddel chora diariamente, é um poço de mágoa contra os amigos que simplesmente o abandonaram lá dentro.

Fontes muito próximas ao Geddel dizem que o dinheiro iria servir para a campanha do PMDB em 2018. O ex-ministro ficou encarregado da arrecadação antecipada da grana para as eleições pela cúpula do partido. Como se sabe, o caixa dois estaria mais difícil no próximo ano, por isso Geddel foi autorizado pelos companheiros de partido a encher as malas com antecedência com as doações ilegais. Agora, depois de flagrado, vai responder pelo crime sozinho. Os amigos não querem nem ouvir falar no nome dele dentro do Palácio do Planalto, pois temem ser contaminados pelas cédulas encontradas com o ex-ministro.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE OUTUBRO DE 2017

Cartada final

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e faltava a garantia de ter legenda para disputar o governo de Alagoas, esta dúvida acabou. Agora, Rui Palmeira, que patinava sobre se seria ou não candidato para enfrentar Renan Filho nas urnas, deve arregaçar as mangas da camisa e partir para o ataque eleitoral. Com a decisão do ex-governador Téo Vilela de entregar o PSDB de cabo a rabo a Rui, o prefeito de Maceió fica bem a cavalheiro para fazer as modificações que quiser e escolher um time que possa, efetivamente, ser de grande importância para o partido e para as eleições do próximo ano. O que se temia, embora fosse uma coisa considerada pelo próprio Téo Vilela como sonho, era de que, de última hora, fosse negada a legenda a Rui, numa suposta dobradinha do ex-governador com o senador Renan Calheiros. Dissipada a dúvida e com o partido que será comandado por Rui na convenção de 11 de novembro, todas as alternativas foram consideradas ultrapassadas. Resta saber se o prefeito, agora, vai topar ou não ser candidato a governador de Alagoas. Pelo menos é o que esperam todos os partidos que fizeram aliança com o PSDB nas últimas eleições. Se depender de segurança jurídica, a bola está com o prefeito de Maceió.

Com força

O assédio do PMDB a lideranças políticas de outros partidos já está dando o que falar e o clima começa a ficar tenso em várias regiões do estado. A situação chegou a tal ponto que, há dias, ocorreu um desconforto entre o ministro do Turismo, Marx Beltrão, e o governador Renan Filho, que pode resvalar na campanha eleitoral do próximo ano.

A hora é essa

Com o PSDB na mão, depois de Téo Vilela jogar a toalha, o prefeito Rui Palmeira vai decidir mais rápido e será ou não candidato ao governo no próximo ano. Ele, a partir do dia 11 de novembro, vai comandar os diretórios regional e municipal, garantindo um partido na mão para viabilizar ou não candidaturas.

Limpeza

Como recebeu literalmente a chave do PSDB, o prefeito Rui Palmeira deverá fazer uma limpeza no partido e consequentemente nomear outras pessoas da sua inteira confiança. Um dos nomes a sair é Claudionor Araújo, que acompanhou Téo por muito tempo.

Ao comandar o PSDB, o prefeito Rui Palmeira se sente mais seguro para tocar o projeto para enfrentar Renan Filho nas urnas. Informações de bastidores dão conta de que Rui tomou novo fôlego e vai começar a fazer incursões e alianças no interior do estado.

Posse ou velório?

Uma foto divulgada logo depois da posse de Rafael Brito como secretário do Turismo, na segunda-feira, mostrou o clima existente entre os personagens. Rafael Brito, Ronaldo Lessa, Renan Filho e Fábio Farias, pareciam que estavam num velório.

Independência?

Andam falando por aí de independência política dos partidos. Aqui, em Alagoas, isso é conversa pra boi dormir. Independência, ora, depende dos interesses dos que comandam as siglas no estado.

É preciso muito mais

Acuado com a pressão exercida pelo presidente do Democratas, José Thomaz Nonô, de que Téo Vilela poderia negar a candidatura de Rui Palmeira por uma suposta dobradinha com Renan Calheiros, o ex-governador achou melhor sair da parada para não criar mais constrangimentos.

Por baixo dos panos

Ele é forte

Essa posição não quer dizer que Téo vá abdicar de uma aliança branca com Renan Calheiros para o Senado Federal. Afinal de contas, eles já foram companheiros em outras jornadas onde foram parar no Senado.

gabrielmousinho@bol.com.br

Incentivo

A euforia do presidente do CSA, Rafael Tenório, com o sucesso obtido pelo clube de maior torcida em Alagoas, é até compreensível. Mas até chegar a uma candidatura ao Senado, vai ter muito chão para percorrer. Para se almejar isso, Rafael precisa fazer uma super campanha na série B e rodar este Estado de norte a sul, se as lideranças políticas já não estiverem comprometidas com outros candidatos.

Pressão

GABRIEL MOUSINHO

O advogado Omar Coêlho conseguiu desbancar o “prestígio” de Cícero Almeida e vai continuar firme e forte comandando o Podemos, em Alagoas. Quanto a Almeida, ninguém sabe agora pra onde vai.

Exemplo de Traipu

A administração do prefeito Eduardo Tavares, deve servir de exemplo para os outros municípios. Enquanto se fala em crise e falta de recursos, Traipu anuncia concurso público para 221 vagas nas mais diversas especialidades. É um exemplo de que o município, conduzido com seriedade e competência, dá para fazer muito mais. Mantendo os salários rigorosamente em dia e suas obrigações sociais e sem demitir servidores como é o caso de muitos municípios, o prefeito Eduardo Tavares mostra que administrar é assim.

Chegando o PT

O PT será o próximo partido a embarcar no governo de Renan Filho, mas deve se contentar com pouco espaço no Palácio dos Martírios. Para ele, depois da aliança de Lula com Renan Calheiros, está reservada a empresa Desenvolve, que não tem lá muita repercussão no campo político. O que o PMDB quer e aos poucos está alcançando, é mais tempo no guia eleitoral para as eleições do próximo ano.

Para os ricos

O ministro Marx Beltrão, numa longa entrevista, dá uma alfinetada no governo e diz que não se pode fazer turismo sem investir em infraestrutura, no que está absolutamente certo. Só erra quando diz que o turismo distribui riquezas. Só se for para os ricos, que utilizam a mão-de-obra pobre dos coitados dos alagoanos.

Xô, satanás

O deputado Ronaldo Lessa não está gostando nem um pouco dos boatos de que seria vice na chapa com Renan Filho. “Ele vai continuar na Câmara Federal, mas terá que trabalhar muito”, diz um eleitor muito próximo a Lessa.

Divórcio

Parece que a lua de mel entre a Polícia Militar e o governo do Estado, acabou. Os militares estão Cansado de ser coadjuvante, o secretário do Ga- cansados de promessas e fizeram binete Civil, Fábio Farias, está sendo estimulado um acampamento na porta da para sair da sombra do senador Renan CalheiSecretaria da Fazenda, que insiste ros. Grande articulador e que trabalha ferozmen- em não querer dar reajuste salarial te nos bastidores, Farias está sendo incentivado para os servidores públicos. Depois para disputar uma vaga de deputado federal, se da PM outros segmentos também é que vão deixá-lo dar um voo mais alto. prometem se mobilizar.

Chegando ao fim


MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE OUTUBRO DE 2017

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TJ quer 168 novos cargos de assessor de juiz

TREM DA ALEGRIA SERÃO MAIS R$ 24,7 MILHÕES BANCADOS PELO CONTRIBUINTE PARA O TRIBUNAL MAIS IMPRODUTIVO DO PAÍS DA REDAÇÃO

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Judiciário mais improdutivo do Brasil, segundo estudo do Conselho Nacional de Justiça publicado em 4 de setembro, prepara um golpe nas contas públicas que vai ser pago pelo tão esmagado contribuinte alagoano. Projetos de lei que tramitam na Assembleia Legislativa, aos quais o EXTRA teve acesso, mostram que para aumentar a produtividade, o Tribunal de Justiça de Alagoas quer autorização dos deputados estaduais para criar mais 168 cargos (custando, por ano, R$ 24,7 milhões), além de aumento nos salários de todos os servidores (incluindo desembargadores e juizes) já neste ano, mesmo em meio a pior crise econômica em décadas no país. O TJ de Alagoas, ao ser publicado o índice de produtividade em setembro, levou um puxão de orelhas do CNJ. Daí houve internamente estudos para se avaliar onde estaria o problema da lentidão do Judiciário. Concluiu-se que era a quantidade de assessores. Era a menor do país. Nem se discutiu a produtividade de todos os juízes alagoanos. Isso não veio ao caso. Hoje, somando os cargos de assessores de juízes de 1ª, 2ª e 3ª entrâncias, existem 151. Pelos projetos de lei que tramitam

na Assembleia Legislativa, o TJ de Alagoas quer mais 168 cargos, totalizando 316. E pede também salário maior para cada um destes assessores. Um deles, que auxilia juízes da 1ª entrância, recebe R$ 2.916,00. O projeto quer que ele receba R$ 3.725,91. Assessor de juiz de 2ª entrância, que hoje ganha R$ 3.240,00, passa a receber R$ 4.300. E assessor de juiz de 3ª entrância, hoje ganhando R$ 3.600, passa a ganhar R$ 4.631,89. No Tribunal de Justiça, a proposta é se criar o cargo de chefe de gabinete do vice-presidente do tribunal. Salário de R$ 9.828,84. Mais dois cargos de assessor judiciário. Salário? R$ 6.143,03. E não termina aí. De acordo

com a diretoria financeira do TJ, “a atualização”, como é chamado o aumento salarial dos servidores, totalizando 6,29%, pago em duas parcelas, corresponderá a impacto orçamentário, em 2017, de R$ 10,5 milhões. Em 2018 e 2019? R$ 17,9 milhões. É tanto dinheiro jorrando de uma fonte que parece sem fim que, no valor da dotação orçamentária do TJ encaminhado para a Assembleia Legislativa, a folha de pagamento mais os encargos sociais custará, em 2017, R$ 41,7 milhões e R$ 42,8 milhões (2018 e 2019). O Tribunal mantém segredo quanto ao duodécimo que quer cobrar no próximo ano. Em 2017, são pouco mais de R$ 432 milhões. A discussão sobre mais car-

gos no tão sobrecarregado TJ de Alagoas acontece na semana em que o deputado estadual João Beltrão foi inocentado na morte do cabo Gonçalves, da PM, crime que aconteceu há 21 anos e se arrastou a passos de cágado tetraplégico nas gavetas do Judiciário. Também esta semana, o TJ suspendeu a análise do pedido de prisão contra os acusados na morte de Diego Florêncio, em Palmeira dos Índios, crime que completou 10 anos assombrado pela impunidade. O presidente do TJ, desembargador Otávio Leão Praxedes, discutiu esta semana ações que possibilitem a melhora dos números de produtividade da Corte alagoana. “Em concordância com os presidentes das Câmaras, convoquei para essa reunião as pessoas responsáveis pela movimentação dos processos do segundo grau. Queremos que todos vistam a camisa do Poder Judiciário”, disse. NÚMEROS Segundo revelou o Justiça

O trem em números n Justiça de Alagoas tem 151 cargos de assessoria, distribuídos para juízes n Proposta é aumentar para 316. Salários variam de R$ 3.725,91 a R$ 4.631,89 n O TJ/AL quer também criar mais 3 cargos, de livre escolha. Eles vão custar, por ano, R$ 390.756,07 n Impacto anual no orçamento, só para estes cargos: R$ 24.745.973,91 n Impacto anual do aumento salarial de 6,29%: R$ 10,5 milhões (2017), R$ 17,9 milhões (2018 e 2019) nTamanho da folha de pagamento da Justiça/ano: R$ 432.127.800,00.

em Números 2017, o relatório da situação do Poder Judiciário brasileiro em todas as suas esferas elaborado pelo CNJ, o TJ alagoano é o mais improdutivo do país De acordo com o CNJ, o índice agrega informações de litigiosidade, como, por exemplo, o número de processos que tramitaram no período, bem como de recursos humanos (magistrados, servidores efetivos, comissionados e ingressados por meio de requisição ou cessão) e de recursos financeiros (despesa total da Justiça excluídas as despesas com inativos e com projetos de construção e obras). Como produto, avalia a quantidade de processos baixados. O Tribunal de Justiça de Alagoas foi de menor desempenho ao longo de 2016, de acordo com o IPC-Jus, com apenas 58,5% de produtividade, muito abaixo da média nacional que foi de 82,1%. Os melhores desempenhos dentre os 27 tribunais estaduais foram dos TJs do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro – situados na categoria grande porte – Roraima e do Amapá – ambos de pequeno porte, mesma categoria do tribunal alagoano. Os quatro alcançaram 100% de produtividade. Se em produtividade o TJAL vai mal – o que se reflete na prestação do serviço jurisdicional ao cidadão –, há um quesito avaliado pelo CNJ no qual se sobressai. Está entre os únicos seis do País, na Justiça Estadual, a ter 100% dos processos ingressados de forma eletrônica. Mas é a Justiça do Trabalho que se destaca por apresentar 99% dos processos de 1º grau ingressados eletronicamente, com apenas cinco tribunais abaixo do índice de 100%. O TRT de Alagoas (TRT-19) figura dentre os que alcançaram a excelência neste quesito.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE OUTUBRO DE 2017

Decisão do TJ beneficia demais acusados na execução do cabo Gonçalves

BELTRÃO ABSOLVIDO PARLAMENTAR AINDA ESTARIA ENVOLVIDO EM 15 HOMICÍDIOS JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

Absolvido por unanimidade. Uma frase pequena que pôs fim a uma das ações penais mais polêmicas e demoradas de Alagoas: o assassinato do cabo da Polícia Militar José Gonçalves da Silva Filho, ocorrido no dia 9 de maio de 1996. O réu, deputado estadual João Beltrão (PRTB), era acusado de ser o autor intelectual do crime, porém desembargadores do Pleno do Tribunal de Justiça (TJ-AL) entenderam, na terça-feira, 17, que não havia provas suficientes que incriminassem o parlamentar. No entanto, a decisão dos magistrados não convenceu o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, que já avisou que irá recorrer da absolvição. Quem presenciou o julgamento assistiu a uma queda de braço acirrada entre defesa e acusação. Embora o advogado de João Beltrão, José Fragoso, tenha saído vitorioso, quem ganhou destaque foi Alfredo Gaspar. O procurador-geral de Justiça deixou bem claro a sua convicção: João Beltrão é um dos chefes do crime organizado em Alagoas, e mandou matar não só o cabo da PM, mas também diversos desafetos que de alguma maneira se mostraram ser “uma pedra no caminho” do deputado estadual. Em discurso de aproximadamente uma hora, Alfredo Gaspar fez uma breve retrospectiva de crimes que teriam a participação de João Beltrão.

Deputado estadual João Beltrão se livrou da condenação

“Alagoas já deveria ter deixado de ser há muito tempo a terra dos coronéis. Daqueles que com uma pistola na mão determinavam que deveria viver e morrer”. MORTES A primeira morte que Gaspar relacionou a Beltrão durante pronunciamento foi do irmão do ex-governador e atual deputado federal Ronaldo Lessa (PDT), o delegado Ricardo Lessa. “Ele (delegado) estava em exercício de suas atribuições apurando um crime dentro do Hospital do Pronto Socorro”, destacou. Nesse caso, Lessa investigava a morte de Josenilton Ferreira da Silva, ocorrida no interior do atual Hospital Geral do Estado (HGE). Silva havia escapado de uma emboscada armada pela gangue fardada, em Batalha, dias antes. No dia 9 de outubro de 1991, o delegado foi executado por volta das 21 horas dentro do carro, no bairro do Bebedouro. O motorista de Lessa, Antenor

Carlota, também foi alvejado e morreu. O delegado seria líder de um grupo de extermínio rival da extinta gangue fardada. “Vejo ainda com pesar, que tempos depois, morreu trucidado pelo crime organizado a vítima desses autos (José Gonçalves). E depois, não muito distante, morria um jovem chamado Dimas Holanda. Para dizer sobre os processos que ainda estão pendentes de julgamento, morria também o Pedro Arapiraca, no estado de Tocantins”, citou. Conforme a acusação, Beltrão ordenou o assassinato de Dimas Holanda em razão de ciúme de Clécia Madalena de Oliveira, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal. O crime aconteceu no dia 3 de abril de 1997. Quanto a Pedro Daniel de Oliveira Lins, o Pedro Arapiraca, o deputado estadual teria deteerminado a execução pela cobrança de uma dívida oriunda da comercialização de gado. E não deu outra: o algoz foi morto no dia 9 de julho de 2001, em Taguatinga, no Tocantins.

“João Beltrão deu seu veículo para quatro criminosos se deslocarem até aquele estado para matá-lo”, disse o procuradorgeral. Também relembrou o assassinato do tributarista Silvio Carlos Luna Vianna, no dia 28 de outubro de 1996. Silvio teve o carro metralhado e foi atingido com quatro tiros no crânio e outros seis no tórax. Alfredo Gaspar ainda fez questão de citar que Beltrão ainda foi investigado pela CPI do Narcotráfico, em 2000, acusado de ser o braço político da gangue frdada. Em 2011, o Ministério Público de Alagoas (MP-AL) pediu a prisão preventiva contra João Beltrão, por homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha armada. À época, foi apontado, junto com os deputados estaduais Francisco Tenório (PMN) e Antônio Albuquerque (PRTB), como autor intelectual do assassinado do cabo Gonçalves. Um recurso fez com que o acusado se livrasse de ficar atrás das grades. Gonçalves, antes de morrer, teria sofrido sete tentativas de homicídio. A razão seria porque não queria cumprir a uma ordem de João Beltrão: matar o prefeito de Coruripe à época, José Enéas da Costa Gama. O plano bolado por Beltrão para a execução do gestor era bem elaborado para parecer um acidente de trânsito. Gonçalves iria começar a trabalhar em uma usina de açúcar. Pegaria um caminhão e bateria no carro do prefeito quando este estivesse na estrada. Gonçalves, então, teria a missão de jogar álcool nas vítimas dentro do veículo e queimá-las vivas. “João Beltrão matou o irmão do motorista do então prefeito José Enéas pensando que era o próprio motorista porque se recusou a confirmar um falso atentado contra o parlamentar”, disse Alfredo Gaspar lendo um dos depoimentos de cabo Gonçalves.

A vítima teve os dedos arrancados, olhos furados, foi castrado e também atropelado. De acordo com o procurador-geral, João Beltrão também teria participado de onze homicídios, cujas vítimas eram de trabalhadores a autoridades da Justiça. DELAÇÃO Acusado de chefiar a gangue fardada, quadrilha de militares ligadas a assassinatos sob encomenda de políticos, o ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante foi condenado pelas mortes de Sílvio Viana, Ricardo Lessa e o motorista Antenor Carlota, além de formação de quadrilha e porte ilegal de arma. Atualmente, cumpre pena em liberdade. Durante delação à Justiça, citou nomes de João Beltrão, Antônio Albuquerque e Francisco Tenório como mandantes do crime contra o cabo Gonçalves. De acordo com Cavalcante, o crime foi tramado na fazenda do deputado Antônio Albuquerque, em Limoeiro de Anadia, a 108 quilômetros de Maceió. Depois se retatrou negando o envolvimento dos políticos. Conforme o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar, o ex-tenente coronel alegou “não ter condições morais de sustentar a acusação à Corte alagoana”. Também fariam parte da gangue fardada os sargentos José Luiz da Silva Filho e José Carlos de Oliveira, os soldados Edgar Romero de Morais Barros, Aderildo Mariz Ferreira e Valdomiro dos Santos Barros, Valmir dos Santos (irmão de Valdomiro) e os então cabos Cícero Felizardo da Silva e Everaldo Pereira dos Santos. Edgar morreu em acidente de carro, Valmir e Oliveira foram assassinados.


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Um inquérito feito para complicar Bruno Fernandes

julgamento do processo da morte de Dimas Holanda.

Elisabeth Carvalho e demais desembargadores acompanharam voto do relator do processo, João Luiz Azevedo Lessa

Família no Pleno: Joaquim Beltrão (irmão) e Maycon Beltrão (filho) acompanharam o julgamento realizado na última terça-feira

P

ara os desembargadores que participaram do julgamento da ação penal por homicídio, as acusações do Ministério Público não foram suficientes para conseguir provar que João Beltrão seria o mandante intelectual do homicídio que vitimou o cabo Gonçalves. O relator do processo, desembargador João Luiz Azevedo Lessa, concluiu que “as testemunhas ouvidas em juízo, e que poderiam ser testemunhas oculares, desconhecem toda a engenharia do crime, não indicam sequer o autor, não elucidam ao menos circunstâncias, não se recordam de ninguém suspeito, ao tempo em que desqualificam por completo a versão do ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante”. Os magistrados concordaram que o único indício contra o deputado, o depoimento de Manoel Cavalcante, foi desfeito quando o ex-coronel mudou sua versão, alegando que estava passando por problemas psicológicos, de

modo que sua fala inicial não condizia com a realidade. “O inquérito policial foi feito pra complicar e não pra esclarecer. Em dados momentos você tem a plena certeza de que o mandante da morte foi João Beltrão. Em outros momentos, você passa a ter a certeza de que foram os irmãos Cavalcante”, destacou a desembargadora Elisabeth Carvalho durante o voto. E detonou: “Porque se faz uma investigação tão confusa, e nessa confusão não se colhe fatos que sejam contundentes, provas. Esse é o tipo de processo que você sai na rua e todo mundo tem certeza de quem mandou, quem executou e quem está envolvido. Mas quando chega aqui, não tem nada. E depois querem que a gente vá tirar água de uma pedra no deserto, porque a sociedade não aguenta mais, a sociedade tem sede de justiça, não aguenta mais tanta violência. O inquérito é feito para não

se chegar as provas. Ou a gente não conhece os esquemas que existe com policiais e delegados nesse estado? Só tenho a lamentar que a história de Alagoas seja sempre assim, enlameada por essas coisas”. Também votaram no julgamento, os desembargadores Paulo Lima, José Carlos Malta, Pedro Augusto Mendonça, Klever Loureiro, Fábio Bittencourt e Domingos Neto e o juiz convocado Maurílio Ferraz. De acordo com o advogado de defesa de João Beltrão, José Fragoso, o ex-coronel Manoel Cavalcante atribuiu o crime ao deputado estadual com a intenção de ser beneficiado judicialmente pela delação. “As provas do processo são nulas porque foram colhidas por juízes incompetentes”, disse. O julgamento contou com a presença do prefeito de Coruripe e irmão do réu, Joaquim Beltrão (PMDB) e do filho de João Beltrão, Maykon Beltrão (PMDB). O ministro do Turismo, Marx

Beltrão (PMDB), também filho do acusado, não compareceu. NÃO PARTICIPARAM O desembargador Tutmés Airan se retirou do Pleno dizendo que não poderia participar do julgamento uma vez que já atuou como advogado no processo. Os desembargadores Otávio Leão Praxedes (presidente do TJ), Alcides Gusmão da Silva e Sebastião Costa Filho também se declararam impedidos de participar do julgamento de Beltrão no caso do cabo Gonçalves. O motivo de Gusmão seria porque possui um grau de parentesco com o réu. Já Costa Filho se declarou suspeito para atuar nos autos dessa ação penal há quase dois anos e que se reserva no direito de não expor as razões como reserva a lei. Questionado pelo EXTRA, Praxedes preferiu não se pronunciar sobre o caso. Vale lembrar que Gusmão e Praxedes tiveram a mesma posição em relação ao

O CRIME O cabo da Polícia Militar José Gonçalves foi morto no dia 9 de maio de 1996, por volta das 11h, no posto de gasolina Veloz, situado na avenida Menino Marcelo, em Maceió. Segundo os autos do processo, o ex-coronel Manuel Francisco Cavalcante e seu irmão Marcos Cavalcante noticiaram a participação de João Beltrão na empreitada criminosa, fato que ocasionou o aditamento da denúncia para incluí-lo na acusação. Segundo a denúncia, o deputado estadual teria determinado a execução da vítima, em razão de esta, temendo por ser morta, ter procurado proteção junto a Francisco Tenório. Conforme a acusação, a vítima prestava serviços a João Beltrão, e, após o rompimento entre eles, teria sofrido variados atentados contra a sua vida. João Beltrão, o qual, temendo represália, teria procurado Antônio Albuquerque para intermediar um encontro com Francisco Tenório, que teria acontecido na propriedade de Albuquerque, localizada na cidade de Limoeiro de Anadia. Após conversarem, Francisco Tenório teria ficado encarregado de atrair o seu protegido para uma emboscada homicida. Após o acordo, João Beltrão, por telefone, determinou o assassinato, realizado sob a supervisão do ex-tenente coronel Manuel Francisco Cavalcante, e executado por Paulo Ney, Valdomiro dos Santos, Jaires da Silva, Talvanes Luiz, Eufrásio Tenório, Daniel Luiz, Marcos Cavalcante e José Luiz, os quais emboscaram e assassinaram a vítima com diversos disparos de arma de fogo, sem lhe oferecer qualquer chance de defesa.


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COQUEIRO SECO

Decele Damaso recebe apoio do deputado federal Nivaldo Albuquerque Em viagem à Brasília na quarta-feira, 18, a prefeita Decele Damaso foi recebida pelo de -putado federal Nivaldo Albuquerque. Em seu gabinete, ele garantiu emendas nas áreas de Saúde e Esporte para Coqueiro Seco em 2018. Na ocasião, o secretário municipal de Finan-

ças, Bruno Almeida, explanou as dificuldades que o município vem enfrentando desde o começo da gestão. Também afirmou que a incansável prefeita Decele Damaso, que trabalha junto a sua equipe, vem transformando Coqueiro Seco em uma cidade melhor e muito mais produtiva.


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Zé Nilton Ferro volta a Alagoas após 12 anos foragido

SOB AS BÊNÇAOS DA LEI FAZENDEIRO CONDENADO A 20 ANOS POR DOIS CRIMES VAI AGUARDAR JULGAMENTO DE RECURSOS EM LIBERDADE

VERA ALVES

veralvess@gmail.com

D

epois de quase 12 anos foragido e condenado a 10 anos de prisão por tentativa de homicídio contra o ex-deputado Cícero Ferro em Alagoas, e a mais 10 anos pelo assassinato de um policial civil no Maranhão, o fazendeiro José Ilton Cardoso Ferro reuniu amigos e parentes em sua casa em Minador do Negrão, no final de semana passado, para comemorar a liberdade. Zé Nilton Ferro, como é conhecido, é mais um a aproveitar as brechas da legislação penal brasileira e vai aguardar longe das grades o julgamento dos recursos que impetrou contra suas condenações. As imagens da festança promovida na casa de Zé Nilton em Minador mostram um fazendeiro bem humorado, que não aparenta estar com qualquer problema de saúde, contraditoriamente ao que alegou há um mês perante a Comarca de João Lisboa, no Maranhão,

meira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão a almejada liberdade. Prevaleceu a tese de que enquanto não esgotados os recursos, o réu pode apelar em liberdade, sobretudo em se tratando de quem estava solto até o julgamento. A CONDENAÇÃO EM ALAGOAS

Vice-prefeito de Minador, Emílio Barros foi presença na festa de Zé Nilton e do filho Wagner (D)

onde foi condenado no dia 13 de setembro a 10 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de José Helenos Santos Urbano, um ex-policial civil que estava prestes a ser reincorporado. Urbano foi executado no dia 6 de setembro de 2007 com 19 tiros por oito homens na Fazenda São Francisco, na Vila Tibúrcio, em João Lisboa e de propriedade de Zé Nilton. Uma emboscada que teria tido a participação de Wagner Macedo Cardoso Ferro, filho do alagoano, que também foi levado a julgamento em setembro mas terminou sendo absolvido pelo Tribunal do Júri. Dois dias após ter sido preso – a prisão se deu um dia após o júri – Zé Nilton alegou estar muito doente, com diabetes e hipertensão, necessitando de cuidados especiais. Queria a prisão domiciliar, o que foi negado pelo juiz Glender Malheiros Guimarães. Alguns dias

Cícero Ferro, alvo do atentado que levou à condenação do primo

depois, em novo pedido, alegou estar com um forte quadro de depressão, atestado por uma psiquiatra particular. Novamente o magistrado negou, mas determinou que ele fosse

submetido a exames que comprovassem o quadro de depressão por especialista do Estado. Não houve tempo para a comprovação. No dia 5 deste mês, o fazendeiro obteve na Pri-

Zé Nilton Ferro e filhos passaram 12 anos como fugitivos e chegaram a ser considerados foragidos da Justiça alagoana por três meses. Em janeiro deste ano foi expedido mandado de prisão contra ele, os filhos Wagner e Wanderley Macedo Cardoso e o sobrinho Jackson Cardoso Ferro, filho da ex-prefeita de Minador Socorro Cardoso Ferro. Em abril, contudo, os quatro obtiveram no Superior Tribunal de Justiça (STJ) relaxamento da prisão até que sejam julgados, pelo Tribunal de Justiça de Alagoas, os embargos declaratórios contra decisão da Câmara Criminal, de dezembro do ano passado, que manteve a condenação do bando em julgamento realizado em 2014. Pai, filhos e sobrinho foram condenados a penas que variam de 10 a 11 anos pelo atentado contra o ex-deputado Cícero Ferro – primo em primeiro grau de Zé Nilton – e o motorista do então parlamentar, José Maria. O crime, praticado durante uma emboscada, ocorreu em janeiro de 2004, em mais um capítulo da sangrenta história que envolve a família Ferro, tida como a dona do pequeno município de Minador do Negrão, localizado no Agreste e que somente aparece no noticiário em episódios de nepotismo e crimes de mando.


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PMs acampam em frente ao Palácio na próxima terça-feira

CRISE NA CASERNA GOVERNO PEDE PRAZO PARA APRESENTAR CONTRAPROPOSTA AO PEDIDO DE MELHORIA SALARIAL MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

O

governo de Alagoas já acenou com a possibilidade de atender algumas reivindicações dos policiais militares de Alagoas, mas a categoria vai continuar com a mobilização. Na terça-feira, 24, a tropa irá se reunir em frente ao Palácio do Governo, a partir das 14 horas. O ato público é para cobrar posicionamento sobre uma demanda antiga dos PMs. Segundo a tenente-coronel Camila Paiva, representante da ABMAL, durante manifestação na terça-feira, 18, os líderes das associações militares de Alagoas se reuniram com o secretário de Planejamento para discutir

os pontos em questão. Eles reivindicam o pagamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o reajuste das verbas indenizatórias, utilizadas no custeio de despesas com alimentação e uniforme, além de melhorias na execução da força-tarefa criada pela Secretaria de Segurança Pública para enfrentar a criminalidade no estado. A tenente coronel disse ainda que durante a manifestação o secretário pediu um prazo para poder discutir com a Secretaria da Fazenda e assim marcar reunião para apresentar uma contraproposta para a categoria. No entanto, afirmou, nada foi decidido. “Esperamos que o governo encontre caminho para as demandas”, é o que espera a categoria. Paiva argumenta que as reivindicações veem de longas datas. Inclusive, mesmo depois de várias tentativas de negociação, cobranças, solicitação verbal, por escrito, ao governo, pedido de intermediação junto ao Tribunal de Justiça, ao Conselho Estadual de Segurança (Conseg), aos secretários de Estado, não houve qualquer avanço nas negociações. Ela critica que ultimamente até

Militares alagoanos reivindicam seus direitos; governo afirma que tem procurado resolver impasse

os canais de comunicação se fecharam. “A gente fez a proposta, mas o governo não deu contrapartida, simplesmente ignorou. Esperamos que agora a negociação flua e que nossas reivindicações sejam atendidas”, argumentou. Sobre a mobilização dos militares, a Seplag se manifestou através da seguinte nota oficial:

“O Governo de Alagoas tem procurado resolver todos os pleitos do militares alagoanos, respeitando as possibilidades financeiras do Estado. Desde o início da atual gestão, as tratativas acerca de questões que envolvem as atividades funcionais destes servidores vêm sendo discutidas, de forma transparente, com a categoria.

Apesar do cenário econômico pelo qual o País se encontra atualmente, é importante ressaltar que Alagoas tem se destacado no cumprimento de suas responsabilidades junto ao funcionalismo público. A Mesa Permanente de Negociação continua aberta para que o Estado busque melhorias junto aos servidores públicos alagoanos”.


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Prefeitos demitem servidores e cortam salários

CRISE NAS PREFEITURAS QUASE MIL PESSOAS SÃO AFETADAS EM ATALAIA PELAS MEDIDAS PARA REDUÇÃO DE GASTOS

BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

A

Prefeitura de Atalaia, interior de Alagoas, decidiu reduzir em 30% o salário de gestores e servidores, além de exonerar todos os comissionados, exceto os cargos de primeiro escalão. Quase mil pessoas foram afetadas. Os decretos, segundo o Município, são resultado da crise financeira. As decisões foram divididas em dois decretos assinados pelo prefeito Chico Vigário (PSDB) nos dias 12 e 13 des-

Chico Vigário dispensou cerca de mil servidores comissionados

te mês. O objetivo, segundo o gestor é cortar gastos e sanar as contas do município. Os cortes foram realizados nos cargos de secretário Municipal, secretários adjuntos, procurador Geral do Município, controlador Geral do Município e cargos equivalentes, utilizando-se

como base de cálculo os respectivos valores praticados em agosto deste ano. Além da redução, estão suspensas as contratações de servidores, a menos que sejam para funções especialmente essenciais para a gerenciamento do município, mediante autorização expressa

do próprio prefeito. Não bastassem os cortes, foram suspensos de forma temporária os contratos da prefeitura com empresas prestadoras de serviços ao município por um prazo de 90 dias. No período de suspensão, será feita a análise financeira e contábil para dimensionar a real necessidade da cidade perante as empresas. Atalaia não é a única prefeitura a demitir servidores. A crise também atingiu outras cidades, a exemplo de Piranhas, no Sertão de Alagoas. Nesta quinta-feira, 19, a prefeita Maristela Sena Dias (PP) também emitiu um decreto suspendendo contratos e demitindo funcionários contratados e comissionados. Em vídeo divulgado nas redes sociais, a gestora explica que um dos motivos para as prefeituras, não só de Alagoas, mas também de outros estados, estarem tomando tais providências, são os cortes feitos pelo governo federal: “A queda tem sido violenta nos repasses dos recursos, e a crise também nos atingiu”, diz a prefeita.

Recentemente, gestores de vários municípios alagoanos, após começarem a se deparar com despesas maiores que as receitas, adotaram como saída a demissão de funcionários comissionados. Da dança das dispensas já participaram Delmiro Gouveia, Novo Lino, São Luiz do Quitunde e União dos Palmares. Essa última até contou com desabafo do prefeito Areski Junior, mais conhecido como Kil (PMDB), nas redes sociais. No início do ano, o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e prefeito de Cacimbinhas, Hugo Wanderley (PMDB), orientou os gestores a terem cautela e que também evitassem contratações. Em recente entrevista ao EXTRA, Wanderley explicou que muitos pegaram as prefeituras bagunçadas, outros tinham usinas que hoje estão falidas. Alguns têm quadro efetivo muito grande, como Maribondo com seus números de concursados de altos salários, e há ainda as despesas fixas que não têm como cortar.

BOMPREÇO SUPERMERCADOS DO NORDESTE LTDA convoca FABIANA MARINHO DE MELO para comparecer a empresa (Walmart Farol - 0270) para tratar de assuntos do seu contrato de trabalho. Aguardamos o comparecimento em 48h da publicação.


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Teste de leitura complica situação de prefeita

NOVO LINO LUCIA DE VASCO ESTÁ AMEAÇADA DE TER DIPLOMA CASSADO PELA JUSTIÇA ELEITORAL VERA ALVES veralvess@gmail.com

É

cada vez mais complicada a situação da prefeita de Novo Lino, Luciene Maria Ferreira (PSDB) depois dos testes a que foi submetida pela Justiça Eleitoral para comprovar sua condição de analfabeta, acusação feita pela adversária na campanha de 2016, Marcela Gomes de Barros (PSC). Pela legislação em vigor no País, analfabetos não podem se candidatar a cargos públicos – menos ainda assumir o comando do Executivo. Na segunda-feira,16, Lúcia de Vasco, como é conhecida a prefeita, se submeteu a um teste de leitura. As informações obtidas pelo EXTRA são de que apenas conseguiu soletrar algumas sílabas; não teria conseguido sequer ler uma frase inteira. No teste aplicado pelo desembargador eleitoral Gustavo de Mendonça e acompanhado pelos advogados da prefeita e pelo Ministério Público Eleitoral, lhe foi dado para ler trecho de uma reportagem da revista Veja e o artigo 100 da Constituição Federal. Para os advogados de Marcela Barros, autora do recurso que pede a cassação da diplomação de Lucia de Vasco, ficou ainda mais evidenciado que ela é analfabeta realmente. A prefeita já havia sido

Lucia com o filho Vasquinho e o marido, Vasco Rufino. Ao lado o texto que “escreveu” e que foi ditado pelo relator do processo: o artigo 50 da Constituição Federal

submetida a teste em maio deste ano, só que de escrita. Se saiu muito mal, o que levou o Ministério Público Eleitoral a dar parecer em que opina pela cassação do diploma de Lucia de Vasco. Para se ter uma ideia, não há uma só palavra realmente legível no texto de próprio punho escrito por ela e ao qual o EXTRA teve acesso. O teste de escrita consistiu em um ditado do artigo 50 da Constituição Federal. Fica evidenciada a dificuldade da prefeita até mesmo em apor sua assinatura e que, de acordo com o MP Eleitoral, diverge da de documentos anexados por ela ao processo. Há divergências também no que diz respeito ao diploma de conclusão do ensino médio apresentado por ela para o registro da candidatura. Enquanto o documento assinala que ela cursou o Supletivo no horário vespertino, a prefeita, ao ser questionada pela justiça,

havia dito ter estudado pela manhã. Soma-se a isto que o nome do pai constante no certificado é diferente do que consta em seus documentos pessoais, como RG e CPF. SUCESSORA ATRAPALHADA Estreante na política, Luciene Maria Ferreira foi escolhida pelo marido – o ex -prefeito Vasco Rufino da Silva – para ser sua sucessora face aos impedimentos legais impostos pelas dezenas de ações de improbidade a que ele, os filhos e outros parentes respondem. Ele próprio é um dos fichas-sujas da lista oficial do Tribunal de Contas da União encaminhado à Justiça Eleitoral, condenado por desvios de dinheiro público da merenda escolar e por uso de recursos do município para pagamento de show erótico, além de outras acusações de improbidade administrativa. Somente na Justiça Estadual, é réu em 13 processos.

Não menos tumultuada é a carreira política do filho Severino Rufino da Silva, exvereador de Novo Lino, contra o qual há seis ações em que figura como réu, uma delas por violência doméstica, enquadrado na Lei Maria da Penha. Sobrinho de Vasco Rufino e também ex-prefeito do município, Aldemir Rufino da Silva é outro a figurar como réu em ações por improbidade administrativa. Este ano foi denunciado pelo Ministério Público por deixar um rombo de R$ 2 milhões nos cofres públicos. Os maus exemplos da família Rufino não param por aí. Irmão de Vasco, o ex-prefeito de Campestre, Luciano Rufino da Silva, tem contra si quatro processos por improbidade. Sem opções de colocar no comando da Prefeitura de Novo Lino uma pessoa de sua confiança, Vasco Rufino da Silva teria então apostado as fichas na esposa, uma dona de casa com quem se

casou depois da morte da primeira mulher e de quem, aliás, Lucia de Vasco foi cuidadora. O problema é que para poder registrar a candidatura dela teriam sido usados documentos falsos. O próprio resultado da eleição é questionado na Justiça Eleitoral por conta de denúncias, ainda sob investigação, de que vários eleitores tiveram seus títulos anulados de forma ilegal durante a votação de 2 de outubro do ano passado por mesários simpatizantes da família Rufino. Além de estar envolta com o processo para provar que não é analfabeta, a prefeita Lucia de Vasco também enfrenta problemas no município com o funcionalismo público que se queixa de atrasos salariais e do fato de todas as decisões do município estarem concentradas nas mãos de Vasco Rufino da Silva Filho, o Vasquinho. Secretário de Finanças, ele é fruto da união dela com o ex-prefeito.


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Investindo em capaciatações

GESTÃO PÚBLICA ESCOLA DE CONTAS PÚBLICAS DO TCE E INSTITUTO CIDADÃO FIRMAM TERMO DE COOPERAÇÃO

ASCOM/IC

E

m solenidade realizada na sede do Tribunal de Contas do Estado a Escola de Contas Públicas, José Alfredo de Mendonça e o Instituto Brasileiro de Municipalismo, Cidadania e Gestão – Instituto Cidadão assinaram um Termo de Cooperação Técnica cujo objeto será o estabelecimento de ações de cooperação entre as duas instituições para intercâmbio de experiências, informações e tecnologias visando a capacitação, o aperfeiçoamento e a especialização técnica de recursos humanos, ao desenvolvimento institucional e da gestão pública, mediante implementação de ações conjuntas ou de

Termo de cooperação foi assinado entre conselheiro Otávio Lessa e o jornalista Pedro Oliveira

apoio mútuo e de atividades complementares de interesse comum. A cooperação e o intercâmbio mútuos consistirão na transferência de conhecimento, informações e experiências, ou quaisquer outras atividades de interesse comum dos partícipes, exceto informações protegidas por legislação específica e as consideradas de caráter confidencial pelas duas instituições. O termo de cooperação téc-

nica foi assinado pelo diretor da Escola de Contas Públicas do TCE, conselheiro Otávio Lessa, e pelo jornalista Pedro Oliveira, presidente do Instituto Cidadão. FÓRUM Já como primeira ação conjunta a Escola de Contas Públicas e o Instituto Cidadão realizam nos dias 6,7 e 8 de novembro o Fórum Estadual de Gestão Pública, Moral, Legal e Empreendedora, evento técni-

co dirigido a gestores públicos, assessores, secretários, procuradores, controladores, além de dirigentes de Câmaras Municipais e pessoas interessadas. Na oportunidade serão abordados temas atuais e atrativos como: O papel do Ministério Público no Controle da Moralidade na Administração Pública e O Controle Externo e sua Eficácia nas Gestões Públicas , sendo a programação encerrada com a realização de um Ppinel com a participação de vários prefeitos que debaterão o tema Vencendo Dificuldades e Administrando em Tempos de Crise. Já estão confirmados os prefeitos Eduardo Tavares (Traipu), Emanuella Moura (Barra de Santo Antônio), Júlio Cezar (Palmeira dos Índios) e Cláudio Filho (Marechal Deodoro) O diretor da Escola Pública de Contas, conselheiro Otávio Lessa e o presidente do Instituto Cidadão, jornalista Pedro Oliveira, asseguraram na oportunidade que para o futuro uma programação intensa de capacitações deverá ser discutida pelas equipes técnicas das duas instituições, na procura de oferecer oportunidades de mais aperfeiçoamento a todas as categorias de servidores públicos, buscando sempre a melhoria dos serviços prestados à comunidade.


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COQUEIRO SECO

Marx Beltrão libera verba para segunda fase da orla lagunar

Mais uma vez, o Ministério do Turismo abre as portas para o desenvolvimento de Coqueiro Seco. A prefeita Decele Damaso, em visita nesta quarta-feira, 18, ao Ministério do Turismo, em Brasília, participou de uma audiência com o ministro Marx Beltrão sobre os pleitos do município. Lá foi informada que a verba no valor de R$ 1.2 milhão para a urbanização da segunda etapa da orla lagunar de Coqueiro Seco foi liberada. A primeira fase já está em andamento e o ministro garantiu a liberação para finalização desta etapa. O calçamento que liga a comunidade Cadoz à Coqueiro Seco também já está em andamento. Decele resumiu a viagem: “Fui a Brasília buscando emendas para o município. Estou nessa luta há anos para o bem de Coqueiro Seco”.

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Família de Milton Omena pede justiça

TRAGÉDIA DE PARIPUEIRA IRMÃOS DE DELEGADO DA PF MORTO PELO NETO ACREDITAM QUE CRIME FOI PREMEDITADO

VERA ALVES veralvess@gmail.com

À

s vésperas de completar nove meses, o assassinato do delegado aposentado da Polícia Federal Milton Omena Farias ainda gera controvérsias. Para os irmãos dele, o crime foi premeditado pelo neto em vingança pela morte da mãe, a jornalista Márcia Omena Rodrigues, que, segundo a polícia, se matou no dia 14 de agosto do ano passado na casa do pai. O assassinato a facadas do delegado da PF é mais um capítulo na sucessão de tragédias da família Omena. Ele foi morto no dia 27 de janeiro deste ano, no mesmo dia em que a Secretaria de Segurança Pública havia convocado uma coletiva para divulgar o resultado da perícia realizada cinco meses antes na casa do Condomínio Porto di Mare, em Paripueira, onde pai e filha morreram. Milton Omena passara aqueles cinco meses como suspeito da morte de Márcia, mas os irmãos dele são

enfáticos em dizer que a jornalista era uma pessoa problemática, que já havia tentado se matar anteriormente e que vivia à base de remédios controlados. No último final de semana, o delegado aposentado da PF foi homenageado durante o Maceió Moto Fest, evento que reúne os amantes do motociclismo, uma das paixões dele. A família aproveitou para pedir justiça. Quer que Milton Omena Farias Neto responda pelo crime. Preso em flagrante, o jovem terminou sendo liberado menos de 15 dias depois de matar o avô mediante habeas corpus deferido pela juíza Adriana Carla Feitoza Martins, sob o argumento de que, a despeito de comprovada a autoria e materialidade do crime, “o denunciado é primário, possui bons antecedentes e residência fixa, além do que, não imprimiu fuga após o fato, chegando, inclusive, a solicitar ajuda para a vítima”. Este socorro à vítima, contudo, é questionado pela família Omena. Para os irmãos e o pai do delegado da PF, teria havido um conluio entre a mãe de Márcia e ex -exposa de Milton, Maria do Carmo Rodrigues de Souza (Carminha), o neto e a neta, Débora Rodrigues de Omena França. “Esse crime tem três pessoas envolvidas. O intelectual que é a ex-mulher. Tem o material que foi o neto e a coadjuvante que foi a neta”, afirma Marivaldo Omena, um dos 10 irmãos do delegado morto. Chamada pelo avô de Débora Coruja, a filha de Márcia pode ser intimada pela justiça a explicar sua

Milton Neto e o avô: relação conturbada desde que a filha do delegado se matou na casa dele no Dia dos Pais

presença no Condomínio Porto di Mare no dia em que o delegado foi assassinado. Segundo relato de uma testemunha, ela e o irmão foram à casa dele naquele dia no carro de Carminha, de onde saíram cerca de 10 minutos depois. O irmão, que dirigia, a deixou em frente ao condomínio e retornou para a casa do avô, tendo deixado o carro ligado. Teria então ocorrido a forte discussão entre ambos, seguida de uma luta corporal em que o delegado de 70 anos foi violentamente agredido pelo neto de 23 anos. ”Se ele (neto) não enfia a faca, ele (avô) ia morrer do

mesmo jeito, com pulmão, baço, tudo furado. Ficou massa encefálica na parede”, conta Marivaldo, que esteve no local do crime assim que soube do fato e acompanhou o trabalho da perícia e a retirada do corpo de Milton Omena pelo Instituto Médico Legal. A MOTIVAÇÃO A avaliação da família Omena é de que Carminha foi avisada naquele 27 de janeiro pela Polícia Civil da conclusão da perícia sobre a morte da filha: suicídio. Revoltada e interessada no patrimônio do delegado aposentado, cuja casa em Pari-

pueira é avaliada em mais de R$ 400 mil, e que tinha recebido há pouco tempo precatórios de significativo valor da Polícia Federal, ela teria incitado os netos contra o avô. Para os Omena, reforça esta tese o fato de pouco mais de um mês após Milton Omena Neto deixar a cadeia a irmã ter entrado na justiça com pedido de inventário dos bens do avô. O processo foi protocolado na 21ª Vara Cível da Capital / Sucessões no dia 21 de março. Irmãos e pai do delegado, contudo, já decidiram: enquanto não houver um desfecho para o assassinato dele,


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LAUDO RESIDUOGRÁFICO LEVA UM ANO E DOIS MESES PARA SER DIVULGADO

Durante o Maceió Moto Fest, irmãos e sobrinhos de Omena protestaram contra morosidade da Justiça

vão barrar qualquer tentativa de partilha dos bens entre a ex-esposa e os netos. E enquanto nada isto se resolve, a motocicleta de Milton Omena, com a qual rodou as três Américas, permanece sob a custódia de Marivaldo. A família também está processando Carminha por declarações dadas à imprensa afirmando que Milton Omena era um homem agressivo e que teria tentado matá-la. “Ele não está aqui para se defender”, afirma Marivaldo, que se contrapõe às declarações da ex-cunhada ao revelar, e mostrar, as marcas, em um dos braços, da cicatriz de um sinal raspado a faca pela então cunhada quando ele tinha 9 anos. Na época ele morava com o casal recémcasado. Carminha, que é alvo de duas queixas-crimes em tramitação na Justiça, uma em Maceió e outra na Comarca de Paripueira, também seria acostumada a pequenos furtos. “Foram inúmeras as vezes que meu irmão evitou de ela ser presa”, desabafa, e reforça a acusação com base em um vídeo que circulou nas redes sociais, menos de 15 dias após o assassinato do ex -marido, em que ela aparece furtando objetos no GBarbosa do Stella Maris, em Maceió.

Foto da perícia confirma violência dos golpes desferidos pelo neto

VIOLÊNCIA DAS AGRESSÕES X LEGÍTIMA DEFESA A quantidade de golpes desferidos por Milton Neto contra o avô e a violência das agressões, a ponto de deixar o rosto dele quase desfigurado, prejudicam sua tese de que esfaqueou o delegado aposentado em legítima defesa. A denúncia do Ministério Público Estadual ofertada contra o jovem em julho último assinala que, “além do golpe fatal, a quantidade de lesões sofridas pela vítima, por si só, já poderiam caracterizar crime autôno-

mo, assim, nesta hipótese, figuram como qualificadora do meio cruel, mormente levando-se em conta a idade da vítima em relação ao agressor e a intensidade do sofrimento àquela imposto”. A denúncia, ofertada pela promotora de Justiça Lídia Malta Prata Lima, destaca ainda o fato de Milton Omena Farias ter sido agredido em sua própria casa. A perícia feita no local do crime assinala como ferimentos hematomas nas regiões orbitária, auricular, direita e nasal-, ou seja, nos olhos, ouvido direito e nariz-, além de escoriações nas regiões frontal, orbitária, temporal e zigomática região direitas (região do crânio mais próxima aos olhos).

O laudo do exame residuográfico feito há um ano e dois meses nas mãos de Márcia Rodrigues e do pai foi divulgado ontem (19) pela Secretaria de Segurança Pública, via Perícia Oficial do Estado. O material analisado pelo Instituto Nacional de Criminalística, ligado à Polícia Federal, em Brasília, reafirmou a conclusão de suicídio para a morte da jornalista, o mesmo resultado da perícia de Alagoas. Em release da Perícia Oficial do Estado, a informação é de que o laudo foi recebido na manhã de ontem de Brasília, tendo sido “identificada uma elevada quantidade de resíduos característicos e indicativos de disparo de arma de fogo na vítima fatal. O laudo aponta centenas de resíduos, tanto na mão esquerda quanto na mão direita da jornalista Márcia Rodrigues, confirmando a tese de suicídio”, diz o texto. Este laudo vinha sendo cobrado pelo EXTRA desde o ano passado. O semanário chegou a entrar em contato com o INC, em Brasília, e foi informado de que a demora se devia ao fato de o equipamento estar quebrado. Isto em dezembro de 2016, quatro meses após a morte de Márcia. A jornalista se matou no Dia dos Pais do ano passado usando uma arma do pai, no quarto e na cama do pai. Com a revelação de que ela havia sido alvejada por mais de um projétil de arma de fogo, Milton Omena Farias foi elevado à condição de suspeito de ter matado a filha. E morreu sem saber que os resultados periciais comprovavam sua inocência. Coincidência ou não, o

Márcia: suicídio reafirmado

fato é que a divulgação do resultado do exame residuográfico se deu no mesmo dia em que os irmãos de Milton Omena Farias concederam entrevista coletiva para cobrar o andamento do processo contra o neto do delegado. Representados pelo advogado Thiago Pinheiro, os irmãos e o pai de Omena, hoje com 96 anos, estão revoltados com a morosidade da justiça em relação ao assassinato dele. A família suspeita que possa estar havendo algum tipo de ingerência por parte de uma ex-cunhada do delegado que transita no meio jurídico afirmando ser magistrada, embora seja apenas aposentada do Ministério da Justiça, onde ingressou inicialmente com ajuda de Milton Omena e depois se manteve por concurso público. A família garante, contudo, que seu único objetivo é o de fazer justiça ao delegado aposentado da PF e limpar seu nome, ao destacar que ele sempre foi um dos maiores incentivadores da vida profissional do neto e era quem bancava seus estudos. Milton Neto estava morando na Irlanda e estava de férias em Maceió quando a mãe se matou. Desde então não retornou ao exterior.


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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Um senado com a bunda de fora BRASÍLIA - Em uma sessão patética e constrangedora, o Senado Federal livrou Aécio Neves de ser processado e condenado por vários crimes que vão desde corrupção, extorsão, lavagem de dinheiro e outros tantos. Mesmo diante de todas as manobras sujas, negociatas entre partidos e estratégias tramadas na busca da salvação do mineiro sujo, o placar foi pífio a favor do acusado, que por pouco não sofreu uma derrota entre seus iguais. O país não foi surpreendido, pois todos sabemos quantos bandidos ali estão, grande parte deles na mesma situação do político mineiro. Dois discursos me chamaram a atenção na sessão que livrou o senador Aécio Neves das graves acusações que lhe pesam. As defesas veementes, às vezes até beirando a histeria feitas por Renan Calheiros e Romero Jucá. Os dois senadores com maior número de acusações de todos os tipos de crime cometidos contra o dinheiro público. Não Entre os 44 senadores que votaram favoravelmente estavam a defender Aécio, mas cada um fazendo a sua própria defesa ao retorno de Aécio Neves (PSDB-MG) ao Senado, visando o amanhã. São os mais podres e os menos indicados para fa28 são alvos de inquérito ou ação penal em curso no zer qualquer defesa de independência de poderes, democracia e muito Supremo Tribunal Federal (STF). O tucano estava menos de ética. Os dois têm uma história de confronto permanente com afastado de seu mandato desde 26 de setembro por a ética e de respeito ao interesse público. São chamados de marginais, imposição da Primeira Turma do STF, formada por não podem sair às ruas com medo da reação do povo. Renan Calheiros, cinco ministros. Desde então, além da suspensão, que envergonha os alagoanos e que certamente não deverá ser reeleito Aécio estava sob efeito de medidas cautelares como por conta de sua história política suja, e Romero Jucá perderam uma recolhimento domiciliar noturno e proibição de viajar boa oportunidade ao defenderem o direito de ser bandido do senador ao exterior. Denunciado ao STF por corrupção passiAécio Neves. va e obstrução de Justiça, o senador foi acusado de

Os ridículos Renan e Jucá

Os votos dos iguais

pedir e receber propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, delator da JBS preso por violar os termos de sua delação premiada Entre os apoiadores de Aécio na mira do Supremo, 11 são do PMDB, partido que foi providencial na devolução do senador mineiro à atividade parlamentar. O apoio não foi à toa: também denunciado ao STF – por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça –, o presidente Michel Temer, que encara a votação de sua segunda denúncia na Câmara, empenhou-se pessoalmente na obtenção de apoio ao senador tucano, considerado essencial na manutenção do PSDB na base aliada. Nos últimos dias, Temer tem procurado tucanos como o senador Antônio Anastasia (MG), um dos principais aliados de Aécio, no sentido de impedir um eventual rompimento. Ao todo, são pelo menos 48 os senadores com procedimentos abertos no STF, dos quais 34 estão sob investigação na Operação Lava Jato. Trata-se de um recorde, de acordo com o acompanhamento que este site faz desde março de 2004. Nunca foi tão grande o número de senadores formalmente colocados sob suspeita de terem praticado crimes. No último levantamento realizado, em abril deste ano, eram 42 os senadores investigados, o que já era um recorde na ocasião.

A bronca de Maia

Ninguém imagine que o clima entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, esfriou. O “Botafogo” continua com muita raiva e na intimidade promete dar o troco a alguns personagens do entorno do presidente Temer. Esta semana Maia reagiu ao que considerou um ataque por parte da defesa do presidente. O parlamentar partiu para cima do advogado Eduardo Carnelós, que disse que a divulgação dos vídeos da delação do doleiro do PMDB, Lúcio Funaro, era um “vazamento criminoso”. Ocorre que tais vídeos estavam disponíveis no site da Câmara dos Deputados. “Não teve vazamento. Em entrevistas e notas, Rodrigo Maia se disse perplexo com a atitude do advogado e fez questão de lembrar sua atuação durante a tramitação da primeira denúncia contra o presidente Michel Temer. Maia disse que servidores da Câmara poderão tomar atitudes contra o advogado do presidente por causa da sua reação aos vídeos. Neles, Funaro relata o esquema criminoso do PMDB. Após ser divulgado que os vídeos constavam dos arquivos públicos da Câmara dos Deputados, o advogado de Temer baixou o tom das críticas e disse que não sabia que o material estava na web. Não foi suficiente para acalmar os ânimos de Rodrigo Maia, que disse que não houve vazamento e o chamou de incompetente. “O advogado faz uma meia justificativa, o que não esclarece os fatos e o que vai obrigar - infelizmente - a que os funcionários da Câmara tomem atitudes, inclusive na justiça, porque são servidores, tem fé pública e, com a nota dele, continuam sendo desrespeitados”, disse Maia em nota.

Um Rui que assusta

Nos últimos dias os ocupantes temporários do Palácio do Governo têm demonstrado um estado de nervosismo bem acentuado. Fala-se que o governador Renan Filho nunca esteve com um humor tão azedo. Dizia-me um importante assessor: “Está dando coice pra todo lado. Se já era grosso com seus auxiliares está muito pior”. Motivo: a comprovação cada vez mais evidente de que o prefeito Rui Palmeira está a caminho de anunciar sua candidatura ao governo do Estado. Segundo a mesma fonte, um dos aspectos que mais incomoda e assusta Renan Filho é a comparação das histórias de vida dos dois (e este será um tema fortíssimo durante a campanha) e aí alguém completa: “Um tem história de dignidade, ética e respeito desde o avô, o pai e a sua própria história...o outro tem ‘folha corrida’ também de pai para filho. Vai ser uma comparação para o alagoano fazer e optar”.

O efeito Orloff

Com quase três dezenas de senadores no alvo de acusações diversas, deu efeito Orloff na cabeça. Cada um dos 44 colegas que encararam os holofotes para votar pela restituição do mandato ao senador Aécio Neves pensou muito mais na possibilidade de estar amanhã em seu lugar do que na pressão da opinião pública e no desgaste inevitável que a decisão vai acarretar. Isso quer dizer, acima de tudo, que o Parlamento brasileiro, que tantas vezes recuou em tentativas de reagir à Lava Jato ao ter suas manobras expostas pela mídia, perdeu a vergonha. A esta altura, no limite que só a necessidade de sobrevivência impõe, passou a operar claramente para salvar os seus – e dificilmente essa reação vai ficar só nisso. A aliança que salvou Aécio no plenário azul e deverá salvar Temer no plenário verde, tendo como protagonistas o PMDB e o PSDB, deverá produzir também normas legais destinadas a aliviar as punições aos acusados da Lava Jato. Estão em xeque dispositivos do Código Penal que tratam da prisão preventiva e da delação premiada, sem contar a articulação dos que ainda trabalham para separar mais claramente os crimes de propina e de caixa 2. Agora, é só questão de tempo, pois eles criaram coragem. (texto da jornalista Helena Chagas, de Os Divergentes).


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ELIAS FRAGOSO

Olho nos vices...

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a ressaca do fim do regime militar que durou 21 anos e, por absoluta falta de renovação dos nossos quadros políticos, a democracia brasileira recém-nascida passou por duros testes nos seus primeiros anos. A morte de Tancredo Neves terminou por “entregar de bandeja” o governo eleito de forma indireta, frise-se, ao vice, o Sr. Sarney, aliado Esse grupo de mede primeira hora do liantes que tomou regime militar, arauconta do país realizou to do atraso e das a maior pilhagem de práticas espúrias todos os tempos (nem que primeiro tora monarquia absolu- naram o Maranhão capitania heretista conseguiu tal fei- sua ditária (ainda hoje to). Quebraram tudo. o é, mesmo estando Roubaram tudo. As sua família “fora” do empresas, os bancos governo local) e posfederais, os fundos de teriormente, a Nação como laboratório pensão, o País. de abjetos e escusos toma-lá-dá-cá, tão comuns na república velha. Nossa jovem democracia já nascia velha, em todas as suas acepções. Uma enorme decepção para o povo que ainda por cima teve que suportar nada menos

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, professor da Ufal e da Universidade Católica de Brasília

que anos de hiperinflação. Uma desgraça! Nova eleição, agora direta, e todos os velhos caciques políticos foram derrotados não pelo “caçador de marajás”, mas pelo novo. Pela esperança de melhores dias. Pelo desejo de um futuro melhor. Quem colasse aquela imagem a si levaria a eleição. Mesmo que em seu bojo estivesse embutida “a tradicional farsa brasileira do finório discurso moralista sem escrúpulos” no dizer do jornalista Claudio Bojunga. Deu no que deu. A passagem de bastão após o impeachment coloca – de novo – um vice no poder (para quem o conhecia, sabia-se que seria um Deus nos acuda. Por seu temperamento mercurial e intempestivo e visão rasa do tamanho do problema em suas mãos). Mas, por uma conjunção de fatores importantes, mas não relevantes para a análise, foi seu governo o “pai” do plano Real que viria a eleger seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique, presidente do Brasil (que para não perder a tradição dos políticos brasileiros de prometerem e não cumprirem, logo em seus primeiros dias de governo recomendou que as

Estímulo à impunidade

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uando se fala em independência dos Poderes em uma República, inevitavelmente remetemo-nos a Montesquieu e a sua mais conhecida obra Do Espírito das Leis. Mas o filósofo francês, malgrado propusesse a existência, em um República, dos Poderes Legislativo, ExeA decisão do STF, na cutivo e Judiciário, quarta-feira (11) da sema- não tinha em boa na passada, julgando a conta o esse último, possibilidade de os órgãos sendo seu o conceito jurisdicionais exercerem a de que os juízes não mais que a boca jurisdição sobre senadores são que pronuncia a lei e deputados corruptos, foi (bouche de la loi), um balde de água fria no ou seja, todo o espírito das leis está no entusiasmo cidadão. próprio enunciado das mesmas, não sendo admitidas interpretações. Na teoria montesquiana o judiciário era um poder fraco, chegando a ser considerado nulo

diante dos dois outros, o Executivo e o Legislativo, principalmente diante desse último. Modernamente aprendemos que os Poderes do Estado são independentes, harmônicos e de valor igual: o Legislativo cria o arcabouço jurídico que ordena o Estado; o Executivo administra o mesmo Estado; o Judiciário sindica ambos, isto é, exerce o controle dos demais poderes perante a Constituição, as leis e demais ordenamentos jurídicos, cabendo-lhe interpretá-los e aplicá-los. O arranjo parece perfeito e assim é como sobrevive nos Estados democráticos. Os teóricos, no entanto, não previram uma sociedade democrática em que a corrupção seja endêmica na política. Por essa singular razão o Brasil foi apanhado totalmente despreparado para enfrentar um Legislativo e um Executivo dominado, segundo o Ministério Público Federal, por quadri-

pessoas desconsiderassem toda sua copiosa obra sociológica-política) que se houve bem em um primeiro mandato, mas teve um tumultuado segundo mandato onde perdeu todas as condições de governabilidade (e quase põe tudo a perder em termos do plano Real) fruto das malsãs negociatas que lhe asseguraram a permanência (mambembe) no poder. Espaço aberto para Lula. Para o PT e seu bando tentar tornar o Brasil um laboratório da política bolivarionista-populista defendida pelo Pacto de São Paulo e cujo líder maior foi o famigerado Chavez, ex-presidente da Venezuela, a segunda maior produtora de petróleo do mundo que seu bando incapaz e criminoso conseguiu não apenas quebrar, mas levá-la à miséria. Esse grupo de meliantes que tomou conta do país realizou a maior pilhagem de todos os tempos (nem a monarquia absolutista conseguiu tal feito). Quebraram tudo. Roubaram tudo. As empresas, os bancos federais, os fundos de pensão, o País. Outro impeachment. Desta vez do “poste” nomeado pelo hepta indi-

ciado para atazanar a vida do brasileiro com suas basófias ininteligíveis, mentiras e acobertamento das falcatruas perpetradas por seus cúmplices do PT, do PMDB, do PP, principalmente, e das principais empreiteiras brasileiras. Mais um vice (já sopesaram o custo disso para a Nação?) Desta vez o Sr. Temer. Que lá está no poder com seus estrondosos 3% de aprovação, dois pedidos de licença para ser processado, com a figura inesquecível do ladrão saltitante com valise de 500 mil reais pesando soturnamente sobre si e, uma acusação de ser o chefe da mais perigosa quadrilha do país a ele imposta pelo maior empresário brasileiro da atualidade (diga-se de passagem preso por suas falcatruas com dinheiro público). Em outubro de 2018, mantidas as condições de temperatura e pressão, os agora pretensos candidatos a presidente da República, são, todos, marcados por seus passados ou ligações espúrias e mesmo os “novos”, fontes mais que certeiras de crise futura. É bom que você antes de votar olhe com cuidado quem serão os vices...

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

lhas de políticos delinquentes. Em tal situação, os cidadãos brasileiros têm apoiado suas esperanças no Judiciário, o último bastião da ética pública. A decisão do STF, na quarta-feira (11) da semana passada, julgando a possibilidade de os órgãos jurisdicionais exercerem a jurisdição sobre senadores e deputados corruptos, foi um balde de água fria no entusiasmo cidadão. O que se tem, a partir daí, é um Judiciário apequenado, atemorizado ante a possibilidade de uma suposta crise institucional, sem atentar que a verdadeira crise das instituições é a mantença impune de políticos corruptos que se valem de um eleitorado constantemente ludibriado para delinquirem impunes e ar-

rotarem sua arrogância sobre a toga subalterna. Para nosso desencanto, os esforços de senadores e deputados envolvidos em atos de corrução para estancar a sangria da Lava Jato recebeu ajuda inesperada e significativa dos magistrados do STF. Assistindo ao vexame daquela sessão do nosso (ex) Supremo, só nos resta deixar falar Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. O último bastião agora somos nós, os eleitores! Ou sempre o fomos?


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ALARI ROMARIZ TORRES

JORGE MORAES

Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

Clima ruim não muda o resultado Encurtando a liberdade

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possível que não aconteça nada em relação ao resultado da votação no plenário da Câmara dos Deputados quanto a um possível afastamento do presidente Michel Temer da Presidência da República. Na primeira votação, quando foi arquivada a denúncia contra Michel, a vantagem obtida foi tão considerável que os números podem ser diferentes, mas ainda serão favoráveis ao presidente. A crise entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), não deverá interferir nesse novo pedido de afastamento, que é fruto de uma nova denúncia da Procuradoria Geral da República ao apagar das luzes da gestão Rodrigo Janot. A crise se agravou por conta da gravação de delação premiada do principal doleiro No plenário, o do PMDB, Lúcio resultado também Funaro, que fez diretas não será diferente, acusações ao presidente Mipois Temer com seu chel Temer, e do vídeo que vazou jeito mineiro de ser, mesmo sendo nas redes sociais. o novo adpaulista por adoção, Para vogado de Temer, vai apagar o incên- Eduardo Carnelós, essa delação corria dio criado com o Rodrigo Maia por em segredo de justiça e foi postada seu advogado. no site da Câmara dos Deputados irresponsavelmente. O advogado fez acusações contra o deputado Rodrigo Maia, tratando o assunto como um “criminoso vazamento”. Maia respondeu dizendo que, quando Temer precisou da Câmara para ter sua primeira denúncia arquivada, foi ele quem trabalhou nesse sentido e obteve o resultado favorável ao presidente. O que respondeu Rodrigo Maia: “Da minha parte, uma perplexidade muito grande ver o advogado do presidente da República, depois de tudo que fiz pelo presidente, da agenda que construí com ele, de toda defesa que fiz na primeira denúncia, ser tratado de forma absurda e, vamos chamar assim, sem nenhum tipo de prova, de

criminoso”. Ao tempo em que se defende, Maia diz que recebeu o vídeo da presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, que, praticamente, lhe deu sinal verde para que fizesse a postagem, o que torna muito mais grave o acontecido. Por sua vez, o ministro-relator que analisa e determina as ações e encaminhamento sobre as denúncias contra Michel Temer, rebateu a autonomia da utilização pública da delação de Lúcio Funaro, alegando que não havia autorização para isso e que o processo ainda corre em segredo de justiça, mesmo que não tenha sido isso o que disse Rodrigo Maia, informando que o ministro Edson Fachin em nenhum momento se posicionou contrário a publicação. Isso serve para mostrar o que é essa “bagunça” entre os Poderes brasileiros. Mas, onde é que tudo isso vai interferir no novo julgamento contra Michel Temer? O novo processo terá seu prosseguimento autorizado ou arquivado como da primeira vez? Dizem que, dessa vez, o presidente já terá a primeira vitória na comissão que analisará o relatório do deputado Bonifácio de Andrada, que pede o arquivamento. No plenário, o resultado também não será diferente, pois Temer com seu jeito mineiro de ser, mesmo sendo paulista por adoção, vai apagar o incêndio criado com o Rodrigo Maia por seu advogado, que já se apressou em pedir desculpas, e continuará distribuindo milhões e milhões de reais para obras de emendas constitucionais. Como opinião pessoal, acho que o Michel Temer, mesmo com sua popularidade baixíssima - ótimo na faixa de 3 por cento - vai conseguir escapar dessa também. Só não tenho certeza mesmo é o que vai acontecer depois. As denúncias do doleiro Lúcio Funaro são gravíssimas, mesmo que até agora seja somente no discurso e que todos os acusados se defendem dizendo que é tudo mentira. Na verdade, essa situação deverá ser empurrada com a barriga, depois vem o recesso parlamentar e da justiça e, depois, chega o Natal. Como nas festas e no carnaval ninguém trabalha, viva 2018.

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ivemos num país aparentemente livre. Podemos escrever e falar quase tudo, respeitando as leis, evidentemente. Na infância, temos pais, ou alguém, que nos orientam e nossos limites são impostos pelos mais velhos. “Não faça isto! Não pise ali” e quem tem a sorte de ser criado por pessoas normais, aprende onde deve chegar devidamente orientado. Vem a adolescência, período em que homens e mulheres se acham “donos do mundo”. Conhecido general dizia sempre: “Quero ser a metade do que um cadete pensa que é“. Na realidade, há jovens mais conscientes do certo e do errado. Mas é justamente na adolescência que acontecem os grandes desastres. A droga, por exemplo, atinge os jovens quando mal deixam a infância, aos 14, 15 anos. Moramos, determinada época, na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, e víamos e rapazes Nos colégios há casos moças dormindo ao rede agressão aos lento, embriagaprofessores. Vez em dos e drogados. Meus filhos estaquando vemos na mí- vam com 13 e 16 dia jovens agredindo anos e me assustava com o que os mestres no ampresenciava. biente escolar. Talvez Para mim o melhor remédio os pais tenham era ocupá-los em delegado à escola o muitas atividapapel que deveria ser des e exercícios físicos. Não imadeles: o de educar. ginava que o álcool era pior do que as outras drogas; era lícito. E vamos procurando a liberdade com o passar dos tempos! A mulher, no Brasil, sempre foi mais vigiada, mas havia as rebeldes. Ir às festas num município vizinho, na minha juventude, era mais fácil para os rapazes. As moças, normalmente, iam aos bailes acompanhadas pelos pais ou pelos irmãos. As mais ousadas desobedeciam às regras e “pulavam a cerca”. Fui considerada por alguns como avançada demais, por que ia de avião para o Rio de Janeiro encontrar o namorado. Meu pai dizia: “Vá e se respeite. Ou então, ele mesmo não a respeitará”. Cheia de orgulho, fiz algumas peripécias, devidamente autorizada. Para uma moça de família casar, uma das exigências era ser virgem. Não que todas seguissem a regra, mas a fiscalização era grande. De vez em quando uma

jovem ficava grávida e casava “às carreiras” ou então, virava mãe solteira. Esse fato, naquela época, anos 50, 60, era gravíssimo! Os homens tinham mais liberdade: saíam, bebiam e frequentavam o baixo meretrício. Nada atingia o rapaz que assim procedia. Conheci casos interessantes de mães solteiras que se casaram depois, tiveram filhos e foram felizes para sempre. Outras se prostituíram e algumas criaram a criança e nunca tiveram marido. Na realidade, tudo era muito escondido. Hoje o mundo é outro! A liberdade para homens e mulheres é bem maior! “O namoro começa pelo fim”, como diz uma velha amiga minha. Espanto-me vendo quase crianças de 13, 14 anos frequentando bares, completamente desacompanhadas. A gravidez precoce existe e o lugar não precisa ser grande ou pequeno; meninas carregam outras, seus filhos, nos braços. Atualmente, continua crescendo o problema das drogas. Acompanho, pela imprensa, a luta de pais com filhos e filhas viciados. Outro fato que me assusta é a falta de respeito. É terrível ver as crianças tratando os pais grosseiramente em ambiente público. Inexiste o respeito pelos mais velhos. É com temor que um idoso se dirige a certos jovens, pois não se sabe o que acontecerá. Nos colégios há casos de agressão aos professores. Vez em quando vemos na mídia jovens agredindo os mestres no ambiente escolar. Talvez os pais tenham delegado à escola o papel que deveria ser deles: o de educar. Adultos, percebemos nossos limites com mais clareza. Como devemos tratar o irmão, o filho, os pais velhos. Encolhe, nesse caso, a liberdade de agir e nosso limite é controlado por nós mesmos. A tecnologia, através do computador, celular e outros aparelhos, facilita o acesso das crianças a mundo diferentes, tornando a fiscalização dos pais bem mais difícil. Agora, com meus bem vividos 76 anos não sei se melhoramos ou pioramos! Precisamos ser mais vigilantes com o mundo atual. Entretanto, continuam existindo mães solteiras, filhos drogados, crianças atrevidas! Talvez nossa liberdade tenha encurtado com o amadurecimento e tenhamos consciência de nossos limites. Deus sempre no comando!


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CELEBRAÇÃO

Capela completa 127 anos de emancipação

O

povo de Capela comemorou com grande festa os 127 anos de emancipação política do município. O evento, que recebeu apoio do governo do Estado, contou com inaugurações, desfiles cívicos, shows musicais, além de apresentações gospel. Segundo o prefeito Adelminho Calheiros (PMDB), Capela está caminhando a cada dia para uma nova história. “Nós reinauguramos o prédio da prefeitura e o Estádio Manoel Moreira; entregamos poços artesianos à população; inauguramos o Centro de Reabilitação em Saúde; e criamos novas parcerias para

fortalecer a agricultura familiar”, disse. A alegria e hospitalidade da população de Capela são os principais destaques do município que não dispõe de maiores atrativos naturais, mas recebe grande número de visitantes em suas festividades. “Capela completou 127 anos nesta segunda-feira, 16, e sem dúvida, temos trabalhado sem cessar. Tenho muito orgulho de ser prefeito de Capela, de conviver diariamente ao lado do meu povo ordeiro e trabalhador. A cada dia, nosso empenho crescerá de maneira forte, pois o principal objetivo é defender os sonhos da população capelense”, finalizou Adelminho.


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Varejo

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multinacional Amazon está vendendo, desde a quarta-feira, 18, eletrônicos em seu site no Brasil. De acordo com a empresa, já há um catálogo de mais de 110.000 produtos disponíveis. Itens como smartphones, videogames, TVs, notebooks e acessórios de marcas como Samsung, LG, Motorola, Sony fazem parte do cardápio. Clientes que comprarem eletrônicos até 25 de outubro recebem um e-book de brinde.

Multas

O Ministério das Cidades anunciou que desde a quarta-feira, 18, as multas de trânsito podem ser pagas com cartão de débito e parceladas no crédito. Anteriormente, somente as multas aplicadas em veículos registrados no exterior podiam utilizar deste benefício.

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ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.com

Empreendedorismo

Maceió sedia até este sábado, 21, mais uma edição da Feira do Empreendedor. A 8ª edição acontece no Centro de Convenções Ruth Cardoso, no bairro de Jaraguá. O evento referência no Nordeste começou na quarta, 18, para pequenos e grandes empresários conta com mais de 100 palestras, onze oficinas, seis encontros para empresários, três grandes seminários e rodada de negócios.

Sindicatos em baixa

Os sindicatos espalhados pelo país perderam cerca de 1 milhão de associados no período de 2012 a 2016, é o que mostra o primeiro módulo temático da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


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Seminário internacional vai debater riscos para o País

DÍVIDA PÚBLICA EVENTO ACONTECE EM BRASÍLIA DE 7 A 9 DE NOVEMBRO MARIA SALÉSIA COM ASSESSORIA sallesia@hotmail.com

D

os dias 7 a 9 de novembro Brasília será palco do Seminário Internacional 2017 sobre o tema Esquema Financeiro Fraudulento e Sistema da Dívida – criação de Estatais não Dependentes para securitizar Dívida Ativa e lesar a sociedade. O evento é organizado pela Auditoria Cidadã da Dívida e contará com o apoio de diversas entidades nacionais e internacionais, com participação de personalidades da Grécia, Portugal, Bélgica e diversos países da América Latina. As inscrições podem ser feitas pelo link: https://goo.gl/a3aW5m. A proposta do seminário é divulgar o esquema que tem se espalhado no Brasil, atingindo diversos estados e municípios. “O dano é semelhante ao que quebrou a Grécia e afetou drasticamente a economia da Europa”, é o que relata o folheto disponível em: https://goo.gl/ NScngN e vídeo disponível em: https://goo.gl/vo9Bys. O evento priorizará, ainda, a análise do esquema financeiro que está sendo implementado em diversos estados e municípios no Brasil, sob a propaganda de “securitização de créditos” recebíveis, tributários e não tributários, com graves danos ao Estado e à sociedade. Segundo José Menezes, coordenador do núcleo de Alagoas da Auditoria Cidadã, o seminário internacional além de trazer especialistas para debater o problema, pretende ainda colocar o Ministério Público e outras instâncias em alerta. “Queremos alertar sobre a situação

José Menezes diz que evento será impostante para o País

e que a população saiba sobre o risco e ataque aos direitos sociais”, afirmou. A programação é vasta e recheada de profissionais capacitados. No dia 7 as atividades terão início às 9h e se estendem até às 13h com audiência pública no Senado Federal, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa. Quem quiser participar, não precisa fazer inscrição prévia. Basta chegar uma hora antes para credenciamento na portaria do Senado Federal, Anexo II. Dia 8 será a vez do Seminário Internacional: Esquema Financeiro Fraudulento e Sistema da Dívida - Criação de Estatais não Dependentes para securitizar Dívida Ativa e lesar a sociedade. As atividades acontecem no auditório do Conselho Federal de Contabilidade – CFC.

Nesse caso, será necessária inscrição prévia, que será gratuita. O credenciamento será de 8 às 9 horas e pede-se 1kg de alimento não perecível, que será doado a famílias carentes do lixão da Estrutural no Distrito Federal. De 9h ao meio dia será a vez do painel I- O Sistema da Dívida na Europa e na América Latina e o aprofundamento do processo de Financeirização Mundial. Os palestrantes serão: Raquel Varela (UNL - Portugal), Ladislau Dowbor (PUC/ SP - Brasil), Maria de Lourdes Mollo (UNB - Brasil), Patrícia Miranda (Latindadd - Bolívia), Camila Galindo Martinez (CADTM - Colômbia), Sergio Arelovich (UNR - Argentina). A coordenação da mesa ficará por conta de Felipe Coelho (Canal VivaRoda). De 14 às 17 horas acontece o Painel II- Esquema

Financeiro Fraudulento e a criação de “Estatais não Dependentes” para securitizar créditos. Estudo de Caso: PBH Ativos S/A, alvo de importante CPI da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Dessa vez, os palestrantes são: Zoe Konstantopoulou (ex-presidente do Parlamento Grego - Grécia), Hugo Arias (Latindadd - Equador), Maria Lucia Fattorelli (ACD - Brasil), Roberto Piscitelli (Cofecon - Brasil), Joaquim de Alencar Bezerra Filho (CFC- Brasil), Michael Roberts (economista financeiro - Reino Unido). Felipe Pena (Jornadas Literárias de Passo Fundo) é quem vai coordenar a mesa. O painel III acontece de 19 às 22 horas - Abordagem jurídica com foco na análise dos novos mecanismos financeiros geradores de dívida pública, Impactos socioambientais do Sistema da Dívida. Os palestrantes serão: Carlos Bedoya (Latindadd Peru), Ramiro Chimuris (CADTM - Uruguai), Antônio Gomes de Vasconcelos (UFMG e juiz do Trabalho - Brasil), Samuel Pinheiro Guimarães (diplomata Brasil), Franklin Rodrigues da Costa (Procuradoria Geral da República - Brasil), Thaís Riedel (Comissão de Seguridade Social OAB/DF - Brasil). A coordenação da mesa ficará por conta de Luiza Sarmento (Canal MaisOrgânica). Vale ressaltar que durante o seminário haverá lançamento de livros. Também será fornecido certificado de participação de 10 horas. Todas as atividades que irão acontecer em Brasília serão transmitidas ao vivo. Mais informações ww.auditoriacidada. org.br.

DÍVIDA DE ALAGOAS Economista e professor universitário, José Menezes faz uma retrospectiva da dívida da União e em especial a de Alagoas. O especialista relembra que a dívida do estado, que foi federalizada, é derivada do antigo Produban. Ele aponta que em 1999, era de R$ 2,3 bilhões e embora entre 1999 e 2014 tenham sido pagos R$ 7 bilhões, a dívida hoje é R$ 10,5 bilhões. Já a dívida pública Federal é de R$ 3,5 trilhões. Menezes disse que parte da dívida de Alagoas é ilegal e que a renegociação por mais 20 anos irá acarretar em congelamento de reajuste de servidores, suspensão de concurso público, privatização, entre outros problemas sociais. Outra questão criticada por Menezes é o projeto de lei que tramita no Congresso que pode complicar ainda mais a situação da União, Estados e Municípios. “O PLS 204/2016, em tramitação no Senado, visa ‘legalizar’ esquema semelhante ao que quebrou a Grécia , e a PEC 55 (antiga 241, já derrotada) privilegia a destinação de recursos para esse esquema financeiro ilegal enquanto sacrifica a saúde, a educação, a assistência, a segurança e todos os demais gastos e investimentos sociais”.


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BARRA DE SÃO MIGUEL

ANTES

DEPOIS

Zezeco dribla crise para investir no município

Orçamento reduzido fez com que prefeito enxugasse a máquina pública

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idade de veraneio, com belas praias e grandes residências à beira mar. Essa é a imagem que muitos turistas e, até alagoanos, têm da Barra de São Miguel, cidade localizada a 31 Km da capital. Contudo, quem vive a rotina do município percebe uma realidade diferente, consequência de décadas de má gestão municipal. Porém, desde 2013, ano em que assumiu a prefeitura, José Medeiros, mais co-nhecido como Zezeco (PMDB), luta para “colocar a casa em ordem”. E tem conseguido. Uma das provas dessa conquista foi a sua reeleição em 2016. Toda a administração é feita a partir de cálculos precisos. A maior parte do que vem do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), para se ter uma ideia, é destinada para a Previdência dos servidores. “De maneira geral, tenho que me virar com a arrecadação própria formada por im-

postos, como: IPTU, ICMS e ISS. O ICMS, por exemplo, não posso contar, porque constitucionalmente tenho que enviar R$ 113 mil à Câmara de Vereadores”, explicou ao EXTRA. “E qual meu grande desafio? Governar com uma receita vari-ável e baixa. Se somarmos todos os recursos tributários próprios da Barra de São Miguel teremos cerca de R$ 18 milhões por ano. Se dividirmos por doze meses, terei em torno de R$ 1,5 milhão ao mês. Assumi uma cidade que não tinha um trator, nenhum caminhão, uma enorme evasão escolar, e famílias ainda morando em casas de taipa”. Uma das características de Barra de São Miguel é seu contraste social entre moradores e turistas. “Realizo um trabalho de base, que muitas vezes pessoas que têm casa de praia não entendem. Não acredito em um município turístico sem uma base sólida

do básico. Conhecendo bastante a necessidade da população; eu não poderia fazer o contrário. Não posso governar apenas para quem passa férias na cidade”. REVIRAVOLTA Barra de São Miguel, que já sofreu com a falta de professores e péssima instalações escolares, começou a bater as metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “Consegui viabilizar as mudanças me mantendo adimplente com o go-verno federal. Reparcelei as dívidas do município para conseguir e angariar recursos para o investimento na cidade”, explicou. Uma vez com verbas entrando nos cofres públicos, a cidade começou a respirar novamente. Atualmente, estão em obras: o Centro de Convenções, empreendimento que deverá reduzir a sazonalidade no período de baixa temporada e impulsionar o turismo de negó-

cios e eventos na região; a reforma da orla; uma nova escola; uma creche; 50 casas populares; e, a pavimentação de vias. Entre os feitos de Zezeco estão a entrega de 350 residências no Alto da Barra e o oferecimento de uma educação de mais qualidade, além de um ginásio de esporte, um posto de saúde e clínica dentária. E tem mais: a revitalização do bairro José Nunes e do loteamento Peroba. No entanto, para equilibrar o orçamento, o prefeito, assim como outros gestores de Alagoas, também teve que enxugar a máquina pública. Para isso, reduziu o próprio salário e de secretários municipais e dispensou servidores comissionados. “Ainda irei abrir um edital para doação de terreno para construção de escola particular pensando nas pessoas que têm interesse em morar na Barra de São Miguel”, finalizou.


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Afastamento de jovens das drogas

REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA DE JANEIRO DE 2015 A SETEMBRO DE 2017, MAIS DE 5,2 MIL JOVENS ENTRE 15 E 29 ANOS FORAM ATENDIDOS EM COMUNIDADES PARA DEPENDENTES QUÍMICOS

Anjos da Paz trabalham para acolher jovens em comunidades credenciadas pelo governo do Estado

DANIEL DABASI

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afastamento de jovens do tráfico de entorpecentes e o fortalecimento das políticas sobre drogas contribuíram diretamente para a redução do índice de homicídios entre jovens em Alagoas. Segundo dados do Atlas da Violência publicado este ano pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), houve uma queda de 15,4% na taxa de mortes por 100 mil jovens entre 15 a 29 anos em Alagoas entre 2014 e 2015, a terceira maior redução do Brasil. A taxa corrobora com os resultados positivos alcançados pela Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), que desde então vem ampliando os trabalhos voltados para a recuperação de jovens dependentes químicos e o consequente enfraquecimento do tráfico

Secretária Esvalda Bittencourt destaca que a Rede Acolhe tem trabalho focado na juventude

de drogas. Os dados do programa Rede Acolhe, da Seprev, mostram que de janeiro de 2015 a setembro de 2017, 5.253 jovens com idade entre 15 e 29 anos foram encaminhados para uma das 37 comunidades acolhedoras para dependentes químicos credenciadas pelo Governo de Alagoas. Um desses jovens é Josuel

Josuel Correia chegou a traficar drogas mas conseguiu refazer a vida com a ajuda

Correia da Silva, de 21 anos. Ele começou a usar cigarro aos 14 anos e rapidamente passou para a maconha e cocaína. O jovem chegou a gerenciar uma boca de fumo na cidade natal, Rio Largo, e foi preso por cometer assaltos para manter a dependência química. Ao ser encaminhado para uma comunidade acolhedora, Josuel conseguiu largar as drogas e se

afastar da violência. “Hoje eu procuro ajudar minha família trabalhando numa vidraçaria. Com o acolhimento, aos poucos mudei meus pensamentos, tive a convicção de que aquela não era a vida que eu queria. Amigos meus morreram por continuarem nas drogas e acredito que este seria o meu caminho se não fosse o tratamento”, disse o ex-acolhido, que

pensa em ajudar a retirar outros jovens das drogas por meio de palestras. Para a titular da Seprev, Esvalda Bittencourt, o caso de Josuel é apenas um dos milhares de exemplos de jovens que a Rede Acolhe ajudou a recuperar. “A redução do número de dependentes químicos está diretamente relacionada à prevenção da violência em geral. Ao afastar o jovem da dependência e de ambientes vulneráveis, como ocorreu com o Josuel, a Seprev contribui de forma preventiva e restaurativa, enfraquecendo os caminhos da violência decorrentes das drogas”, explicou a secretária. A coordenadora do Centro de Acolhimento para Pessoas com Dependência Química de Maceió, Julyanna Lima, lembra que o tratamento é voluntário e totalmente gratuito. “O acolhimento é feito por uma equipe multidisciplinar que acompanha o jovem durante um período de seis meses nas comunidades, mas é preciso que o dependente aceite o tratamento. Hoje, estamos trabalhando para o fortalecimento do vínculo familiar e para a reinserção no mercado de trabalho para que este jovem não retorne aos cenários de consumo e violência”, explicou a psicóloga. A Seprev mantém dois Centros de Acolhimento, um em Maceió e outro em Arapiraca, responsáveis por encaminhar os dependentes químicos para as 37 comunidades acolhedoras credenciadas pelo Governo do Estado. Há também o call center 08002809390 pelo qual os psicólogos e assistentes sociais dos Anjos da Paz podem ser acionados para tentar convencer o dependente ao acolhimento.


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ALTA RODA

De olho no consumo A utilização de recursos eletrônicos nos automóveis modernos levou à crescente disponibilidade de medidores de consumo de combustível. No começo a precisão não era grande, mas agora os resultados permitem ao motorista avaliar consumo médio e instantâneo em várias condições de utilização. Tornou-se dispositivo relativamente barato, presente em computadores de bordo até de modelos compactos. Em tempos de preços altos e preocupações com emissões de CO2, é um dispositivo bastante útil. Afinal, única forma de combater o efeito estufa provocado por esse gás é economizar combustível. Filtros ou catalisadores não servem, no caso. Ao final, um monitoramento que traz vantagens pecuniárias. Hoje os controles de consumo e emissões para homologação são feitos em testes padronizados em laboratórios, a fim de garantir repetibilidade. Este cenário começa a mudar na Europa com obrigação, em breve, de certificação nas ruas e estradas em condições reais de uso, o que trará mais credibilidade aos números. O Grupo PSA (Peugeot, Citroën, DS e agora Opel) se adiantou. No final de 2015 começou a desenvolver um protocolo de aferição em colaboração com duas ONGs e o Bureau Veritas. Frota de 60 veículos rodou mais de 40.000 quilômetros, numa

iniciativa inédita no setor automobilístico, e tornou possível agora estimativas com respeitabilidade para mais de mil versões de modelos das três marcas. Trabalho semelhante foi anunciado semana passada no Brasil pelo Instituto Mauá de Tecnologia, de São Caetano do Sul (SP), porém com intuito específico de comparar consumo de gasolina e etanol em motores flex. Foram escolhidos quatro modelos: Fiat Uno 1,0 manual, Hyundai HB20 1,6 automático, Renault Duster 2,0 automático e Toyota Corolla 1,8 automático. Depois de instalados medidores de combustível, percorreram 15 vezes o mesmo percurso, em cidade e igual número, em estrada. O resultado demonstrou que, na média, consumo de etanol ficou entre 70,7% e 75,4% do observado com gasolina. As

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FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

referências do Programa Brasileiro de Etiquetagem estão entre 66,7% e 72,1%, porém com gasolina padrão que contém 22% de etanol anidro. Nos postos de serviço está autorizado até 27% de etanol anidro, o que aumenta um pouco

o consumo de gasolina. Daí a utilidade da medição do computador de bordo para aferir o gasto em cada modelo e não deixar de economizar ao abastecer. Outra forma seria fazer cálculos entre abastecimentos ou usar aplicativos com essa função. No entanto, deve-se observar que adição de etanol à gasolina não aumenta o consumo de forma absolutamente direta à diferença de poder calorífico (energético) entre os dois combustíveis. Etanol proporciona melhores rendimentos térmico e volumétrico ao motor. Este pode aproveitar melhor as diferenças, se bem projetado. Testes recentes feitos na Alemanha pela Clariant em três modelos Mercedes -Benz, por 12 meses, indicaram que se o volume adicionado de 10% de etanol de cana ou celulose à gasolina alemã subisse para 20%, o consumo seria exatamente o mesmo. E ainda ajudaria na redução de CO2 no ciclo de vida do combustível. Nesse aspecto específico (CO2) rivalizaria com um motor Diesel.

RODA VIVA n COMO se esperava, novo programa de diretrizes de longo prazo à indústria automobilística vai atrasar. Batizado de Rota 2030, esperado para 1º de janeiro próximo, cria estímulos para melhorar segurança e economia dos produtos. Renúncia fiscal seria de apenas 0,5% do que recebe o conjunto do setor industrial. Ainda assim, ministérios envolvidos não se entendem. n DOS recentes boatos nos bastidores do setor um é particularmente curioso. O Grupo CAOA, que tem instalações industriais completas e corpo próprio de engenharia, aproveitaria incentivos do Rota 2030 para produzir em Anápolis (GO), além dos atuais produtos Hyundai, um automóvel elétrico de projeto próprio. A

empresa nega, mas sem tanta ênfase. n AUDI Q7 tem dimensões generosas (cinco e sete lugares), mas se comporta com agilidade de um SUV menor. A começar pelo diâmetro ideal do volante, posição de guiar e respostas vigorosas do silencioso motor diesel com

torque de nada menos que 61,2 kgfm. Há modo de condução semiautônoma, nível 2, sujeito a limitações de nossas ruas: faixas estreitas e mal sinalizadas. n AINDA falta aprovação em plenário da Câmara dos Deputados, mas o projeto de efeito suspensivo de multas de trânsito até última instância,

ou seja, depois de julgada pela Junta Administrativa de Recursos de Infração, merece total apoio. Hoje o Código de Trânsito Brasileiro estimula o motorista a não recorrer, ao firmar prazos inviáveis, burocracia e até oferecer descontos. n ENTRE aplicações mais ousadas de inteligência artificial,

uma vem sendo desenvolvida pela japonesa Sumitomo, dona das marcas Dunlop e Falken. Trata-se do sensoriamento das atividades dos pneus em movimento para um futuro não tão distante. É um algoritmo planejado para medir o desempenho em tempo real, a partir de vibração e rotação geradas.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Os santinhos inocentes da Lava Jato

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m amigo meu, conhecido como cientista político, num bate-papo que tivemos com num dos shoppings de Maceió, disse para gente ouvir que, em cada grupo de 100 políticos, apenas 7 deles são honestos. Aí, um dos presentes pediu que ele dissesse, pelo menos, 3 nomes Até aqui, ninguém desses tais políticos confessou seus honestos. Foi quando crimes. Todos fazem o nosso amigo gagueparte de um céu de jou, ficou frio e disse que alguns já morreinocentes e ninguém ram, como o senador sabe quem foram os Ulysses Guimarães que, foi vítima de um autores do grande acidente aéreo, tenrombo nas contas do a aeronave caído públicas. no mar e seu corpo não foi encontrado, o que é uma coisa muito estranha. Ele falou em Tancredo Neves e Jânio Quadros e parou por aí,

já que não queria citar nomes dos políticos vivos. Na verdade, muitos desses tidos como honestos, já transitam perto do purgatório e aqui-acolá, Lúcifer chama um para prestar contas ou para ficar como secretário geral do inferno. O amigo cientista político disse ainda que existem no inferno 33 partidos políticos e que um deles foi, recentemente, criado e que recebeu o nome de “podemos”, como dizendo que, nós também “podemos” receber propinas, como as demais agremiações. Ainda durante o papo animado, falamos na situação do Brasil, como um país falido, sem saúde, sem educação, sem segurança e sem vergonha. Relembramos que um político que é presidente de um partido e líder do governo já guardou dinheiro na cueca, fruto de uma das suas roubalheiras. Outro, com o nome de Geddel, surrupiou R$ 51 milhões da Caixa Econômica e de

outros órgãos e guardou toda a grana num apartamento em Salvador, onde foram encontradas várias caixas repletas de dinheiro vivo. Ora, nenhum dos mais de 1.000 políticos implicados na Lava Jato confessou seus crimes. Todos eles dizem que são inocentes e que os milhões recebidos foram como doações para campanhas eleitorais. Os que receberam doações, através de caixa 2, dizem que já fizeram suas prestações de contas ao Tribunal Superior Eleitoral. Todos eles se declaram inocentes, com a maior cara-de-pau e ainda ficam zombando do povo. Os milhões que foram roubados da Petrobras, da Caixa Econômica, da JBS, do Banco do Brasil e de várias empreiteiras, deixaram muita gente com milhões nos bancos estrangeiros. Até aqui, ninguém confessou seus crimes. Todos fazem parte de um céu de inocentes e ninguém sabe quem foram

os autores do grande rombo nas contas públicas. O cinismo tomou conta do Brasil, enquanto o povo diz por aí que “é tudo ladrão”, quando se referindo aos nossos políticos. Pelo que dizem os culpados nos meios de comunicação e nos inquéritos, nenhum ganhou propina e ninguém faz parte da quadrilha que assaltou o Brasil. Até parece que foi um sonho e que inventaram tudo como mentiras dos adversários políticos. Os que já estão presos, logo, logo vão para as prisões domiciliares. Falar nisso, inventaram que está faltando tornozeleiras eletrônicas só para que os inocentinhos da Lava Jato fiquem em casa e não sejam incomodados nas suas mansões. O Brasil é uma gracinha!!! Estão brincando de justiça, de habeas corpus, de apelações e de recursos. Este é um país no qual um médico condenado a 158 anos de prisão está na sua mansão, gozando de uma “liberdade feliz”.


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ABCDO INTERIOR

robertobaiabarros@hotmail.com

Bairro histórico

Eleições 2018

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om a aproximação do pleito eleitoral que será realizado em outubro de 2018, cresce o número de candidatos a deputado estadual. O que surpreende são as caras novas que surgem como pré-candidatos à Casa de Tavares Bastos, dentre eles Moacir Teófilo, filho do atual prefeito Rogério Teófilo, e Bruno Albuquerque, filho do ex-deputado estadual Dudu Albuquerque. A ex-prefeita Célia Rocha e a vereadora e secretária municipal de Saúde, Aurélia Fernandes, também aparecem como fortes concorrentes na disputa para deputado estadual.

Bastidores

Os deputados estaduais Ricardo Nezinho, Tarcizo Freire e Rodrigo Cunha já anunciaram que estão em plena atividade para garantir a reeleição. A dúvida é quanto ao deputado Severino Pessoa. De acordo com assessores, ele ainda não confirmou, mas deverá mesmo disputar uma cadeira na Câmara Federal. A sua esposa e atual vice-prefeita de Arapiraca, Fabiana Pessoa, poderá erguer a bandeira da família Pessoa rumo à Assembleia Legislativa.

Olho em Brasília

Outro nome que surge com força no cenário da disputa para deputado federal é do empresário Adoniran Guerra, sócio fundador de um dos maiores empreendimentos construídos no interior alagoano, o Garden Shopping Arapiraca. Apesar dos fortes rumores em relação a sua pré-candidatura, Adoniran Guerra ainda não confirmou a sua pretensão. É importante lembrar que Guerra ajudou a eleger o prefeito Rogério Teófilo e se realmente for candidato contará, sem dúvida alguma, com o seu apoio.

Pavimentação

Com Ascom - Parte dos moradores do bairro Canafístula saiu de suas casas para ficar nas calçadas e acompanhar a segunda visita do prefeito Rogério Teófilo e de vereadores, durante a execução da 2ª etapa da pavimentação no bairro Canafístula, que aconteceu na Rua Domingos Lopes, na terça-feira (17), em Arapiraca.

Comitiva

A comitiva do prefeito, composta pelo titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Obras (Seduo), Daniel Oliveira, e pelos vereadores Fabiano Leão, Melquisedec, Fábio Rogério, Thiago ML e Willomarks Saúde e engenheiros da prefeitura, acompanhou a pavimentação da Rua Domingos Lopes, principal acesso de um dos bairros mais tradicionais e históricos de Arapiraca.

“Com planejamento a gente faz. Fico muito feliz de acompanhar esta obra de pavimentação em um bairro histórico como esse e ver que as vias asfaltadas poderão transformar a vida de muitas pessoas trazendo desenvolvimento econômico e social, além de proporcionar qualidade de vida aos moradores”, ressaltou o prefeito Rogério Teófilo. Durante a visita e cumprimentando sempre os moradores, Rogério Teófilo reforçou que sua administração está focada no trabalho para garantir o desenvolvimento de Arapiraca.

Um dia especial

Palmeira de Fora

Será no sábado

Falta de água

Depois de realizar uma semana de intensas atividades educativas para crianças assistidas pelo Complexo Multidisciplinar de Equoterapia Tarcizo Freire, profissionais e colaboradores da instituição resolveram cumprir mais uma missão: promover um dia especial para crianças carentes dos bairros Frei Damião e Nova Esperança, em Arapiraca. O evento acontece neste sábado (21), na sede do Complexo de Equoterapia, e vai reunir cerca de 700 crianças e adolescentes. E para o dia surgiram várias ideias, além de brincadeiras, gincanas, guloseimas, músicas infantis, entrega de brinquedos e apresentações. O deputado estadual Tarcizo Freire confirmou presença no evento.

A Prefeitura de Palmeira dos Índios, por meio do Programa de Perfuração de Poços do governo do Estado, realizou no último dia 17 a perfuração de mais um poço artesiano na cidade. Desta vez, a comunidade beneficiada foi a do conjunto Santa Helena, no bairro de Palmeira de Fora, que há anos sofria com a falta de água. O poço artesiano foi instalado no acampamento Moriá, que pertence à I igreja Batista do município, mas estará aberto para abastecer aos moradores do local. Para a aposentada Dione Oliveira, o poço era uma antiga reivindicação dos moradores e veio na hora em que a população já estava desacreditada. “A falta de água aqui é grande, mas há um ano e meio, aproximadamente, tentávamos reforçar os nossos pedidos para que este poço fosse perfurado e agora vemos o nosso sonho realizado. Agradecemos muito ao governador Renan Filho e ao prefeito Júlio Cezar por trazer água para a nossa comunidade”, disse dona Dione.

Parceria

De acordo com o prefeito Júlio Cezar, a ação de perfuração de poços vai prevenir e preparar a população para a estação mais quente do ano, o verão, para evitar a falta de água nos locais menos abastecidos. “Temos muito que agradecer ao governo do Estado por esta parceria e por atender ao pedido das comunidades que mais sofrem com a falta de água. Temos que nos preparar porque o verão se aproxima e, com ele, vem a seca. Estamos muito felizes em ver a água jorrando, para a felicidade das pessoas que mais precisam”, disse o prefeito.

PELO INTERIOR ... A queda dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) está causando constrangimentos em prefeitos que cumprem compromissos e gostam de pagar os servidores religiosamente em dia. ... Por conta da situação, alguns gestores foram obrigados a atrasar o repasse dos salários, o dinheiro só deverá estar na conta nesta sexta-feira 20. ... Em decorrência dessa situação, uma caravana de prefeitos, liderados pela AMA, esteve em Brasília. De onde saíram nada satisfeitos. ... A palavra de ordem na capital federal é de aperto. Nesse sentido, os servidores que trabalham em cidades importantes de Alagoas devem ir logo se acostumado com o atraso dos seus vencimentos. ... O prefeito de Traipu, Eduardo Tavares, tem sido uma grata surpresa entre os gestores alagoanos. Firme e decidido, Tavares leva com seriedade a administração municipal, mostrando que é possível sim lutar contra a corrupção desenfreada na gestão pública.

... Por outro lado, tem realizado ações em diversos setores em favor da população, sem falar nas obras estruturantes que tem tocado nas áreas urbana e rural. ... A secretária municipal de Cultura de Palmeira dos Índios, professora e escritora Isvânia Marques, participou na quarta-feira, 18, em Maceió, do projeto Lê Pra Mim? O evento, promovido pelo Ministério da Cultura e BNDES, contou com a participação de professores, escritores e atores, a exemplo das atrizes Dhu Moraes e Suzy Rêgo. ... Durante o evento, Isvânia Marques leu para crianças do 1º ano de escolas municipais o livro “Férias no Interior”, escrito por ela. “Contar para estes pequenos um livro escrito por mim e perceber na carinha de cada um o interesse pela história é algo indescritível. Este projeto é fantástico, pois os alunos têm a possibilidade de ouvir as histórias contadas por diversos autores e personalidades ligadas à educação e cultura do nosso estado e do nosso país”, disse a professora e escritora. ... Aos leitores da coluna, desejam os um final de semana repleto de paz e saúde. Até a próxima edição!


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