Edicao946

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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 946 - 02 A 09 DE NOVEMBRO DE 2017

R 3,00

Juiz Ayrton Tenório, titular da Vara onde tramita o processo

GOLPE DAS USINAS Pedido de concordata foi direto para 4ª Vara, sem distribuição

P/8 e 9

PRIVILÉGIO

Alagoano paga auxílio saúde da cúpula do TCE REGALIA É EXTENSIVA AOS AUDITORES DA CORTE E MEMBROS DO MP DE CONTAS P/6 E 7

CORRUPÇÃO

EXTRA 19 ANOS

VICE DE MARIBONDO BANCADA DE ALAGOAS ACUSA PREFEITO DE CONTINUA MAL DESVIAR R$ 2 MILHÕES P/11 AVALIADA P/15 A 17

HOLLANDA

PAI VEREADOR E FILHO DEPUTADO NO ALVO DA POLÍCIA FEDERAL P/5


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MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 09 DE NOVEMBRO DE 2017

Maracutaia

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

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- O Ministério Público designou nove promotores para acompanhar a recuperação judicial da Cooperativa dos Usineiros após receber denúncias da existência de maracutaias nesse processo de concordata. Seis dos promotores são especialistas e participam do Grupo de Combate às Organizações Criminosas.

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- No início da semana surgiu a informação de que um conhecido advogado registrou em cartório no dia 18 de outubro uma declaração narrando que a Cooperativa dos Usineiros e suas usinas associadas iriam pedir recuperação judicial.

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- O mais grave é que esse advogado teria assegurado que o processo seria distribuído para a 4ª Vara Cível da Capital, cujo titular é o juiz Ayrton de Luna Tenório, o que realmente aconteceu, e que seria nomeado administrador judicial o advogado Evandro Jucá, que já representa outras empresas na mesma área.

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- Sentindo no ar o cheiro de corrupção, o Ministério Público botou as barbas de molho e os nove promotores vão investigar a fundo se as suspeitas têm fundamento.

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– Agora o MP vai atrás de quem poderia ter armado esse golpe, que trará grandes prejuízos para a economia alagoana, e quem poderia estar escondendo dinheiro em detrimento da falência dessas usinas.

Cota americana

O STF vai decidir sobre a constitucionalidade da lei que dá exclusividade às usinas do Nordeste na venda de açúcar para os Estados Unidos. Usineiros paulistas reclamam do tratamento desigual e recorreram ao Supremo para derrubar a Lei 9.362/1996 que criou a chamada cota americana como forma de reduzir desigualdades regionais. Se o Supremo entender tratar-se de concorrência desleal e derrubar o privilégio, será a pá de cal no setor açucareiro nordestino.

Leilões fracassados

Por mais que haja interesse em vender os ativos do falido Grupo João Lyra, a coisa sempre dá para trás. Enquanto isso, as usinas continuam sucateadas e milhares de trabalhadores no prejuízo, sem esperança de receber o que lhes é devido. Recentemente empresários da Usina Cambuí fizeram uma oferta, à vista, de R$ 85 milhões para comprar a Vale do Parnaíba, em Minas Gerais, mas os administradores acharam muito pouco. A continuar assim, daqui a pouco o que resta da massa falida não valerá um tostão.

(Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Guaxuma

Malabarismo

Um consórcio formado pela Cooperativa Pindorama, Cooplansul (Cooperativa de Plantadores de Cana da Região Sul) e Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana) protocolou proposta de arrendamento da Usina Guaxuma. (Edivaldo Júnior - jornalista).

Chefe é chefe

O secretário Municipal de Gestão, Tácio Melo da Silveira, deveria esclarecer a lambança em que ele envolveu Rui Palmeira no caso da concessão de diárias para o prefeito de Maceió viajar ao exterior. Mais realista que o rei, o secretário certamente foi traído por excesso de zelo e fidelidade canina ao chefe.

“A Justiça brasileira é

injusta nas duas pontas: tem a mão pesada com os pobres e a mão leve - ou mesmo protetora - com os poderosos”. Deltan Dallagnol

Traidores

No Palácio do Planalto, oito deputados foram considerados “traidores” na votação da semana passada. A lista é formada por parlamentares que apoiaram Temer na primeira denúncia, mas viraram a casaca e votaram contra na segunda denúncia contra o presidente. O deputado-forrozeiro Cícero Almeida está na lista negra.

O PT e a Rede

O PT acabou, mas não o projeto revolucionário que intentou – e fracassou. Diversas etapas, no entanto, foram cumpridas, entre as quais o aparelhamento das entidades da sociedade civil e da máquina administrativa do Estado, nos níveis regional e federal. Não será fácil desmontá-lo. É um patrimônio, cuja construção precede a chegada do partido ao poder. O que se constata, sobretudo após a derrocada de Lula, é a tentativa de mudar a fachada, migrar o projeto para outra sigla. Há as periféricas – PSTU, PCdoB, PSOL, PSB –, mas nenhuma com o potencial eleitoral da Rede de Sustentabilidade, de Marina Silva, com seus mais de 20 milhões de votos, obtidos nas duas últimas eleições. A Rede já recolhe sobreviventes do Titanic lulista. (Ruy Fabiano – jornalista).

Sonho antigo

A Assembleia Legislativa Estadual enviou ao governador Renan Filho indicação do deputado Bruno Toledo com apelo para que seja mantido o traçado da Rodovia AL-440, que ligará Cajueiro a Murici, via Santa Efigênia, povoado de 3 mil habitantes. Sonho antigo dos habitantes da região, a rodovia deverá ser pavimentada com recursos do Projeto Conecta Alagoas, ligando o Vale do Paraíba ao Vale do Mundaú.

A nota oficial do PT tentando justificar sua aliança com o governo de Alagoas é um insulto à inteligência alheia e um exemplo do malabarismo do partido para fugir da responsabilidade pelo desmonte do Brasil. Assinado por Ricardo Barbosa, presidente estadual do PT, o texto é um primor na arte da enganação e do engodo, o que aliás, é marca registrada do lulopetismo. A nota diz que o PT não está tratando de uma aliança eleitoral para 2018. “Estamos numa disputa encarniçada de projeto político” para evitar que Lula e PT sejam aniquilados. Sem uma justificativa plausível para subir no palanque dos Calheiros, o partido usa da retórica para esconder que sua sobrevivência política em Alagoas depende dos cargos e do apoio do governo. Fora do palanque do PMDB, o PT e seus representantes serão alijados na próxima eleição, como Lula sumirá do cenário político nacional.

Manicômio tributário

A loucura tributária no país chegou ao ponto de um empresário alagoano - do ramo de alimentos - desabafar: “Para manter a indústria em funcionamento, tenho 2 engenheiros de alimentos e 1 químico, e acredite, uma equipe de 15 técnicos entre tributaristas, contadores e outros especialistas em tributação, para dar conta dos impostos.

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EDITOR Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA

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MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 09 DE NOVEMBRO DE 2017

JORGE OLIVEIRA

Cabral na casa dos suicidas

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arras de São Miguel, AL - Há quem concorde, eu não. O castigo aplicado ao ex-governador Cabral pelo juiz Marcelo Bretas, do Rio, não leva em conta os efeitos colaterais dessa decisão de trancafiar Cabral em um presídio de segurança máxima, confinando-o em uma cela de seis metros quadrados, onde ele permanecerá 22 das 24 horas do dia lá dentro. Nesse cárcere de Mato Grosso, para onde ele está indo, já foram registrados três suicídios e a maioria dos presos quase sempre é afetada por profunda depressão. Não vejo em Cabral um criminoso de alta periculosidade para aplicação desse corretivo tão severo, nem uma pessoa de índole má, uma espécie de serial killer, um lambrosiano, por exemplo. Bretas peca quando extrapola na sua decisão. Deixa escapar, com essa atitude, faíscas de autoritarismo ao determinar o recolhimento do ex-governador por se julgar ofendido com a declaração dele de que sua família negocia com bijuterias no comércio do Saara do Rio. O juiz viu nisso uma ameaça velada a sua integridade, pois o réu estaria indiretamente atentando contra a sua vida e de seus familiares ao levar para o depoimento informação que normalmente não teria acesso. Ou seja: Bretas considera que Cabral quebrou a disciplina do presídio onde está preso ou teria criado um grupo de informantes para vasculhar a vida de sua família. Mesmo assim não justifica levar Cabral para um presídio de segurança máxima, onde estão os criminosos e os narcotraficantes mais perigosos do país sob a custódia de agentes federais. Um juiz, com a qualificação de Bretas, cujo trabalho vem sendo enaltecido pela sociedade, não deve ser pautado pela emoção ou sentimentos de vindita. Nesse caso, fica claro que ele não gostou de ser contrariado pelo ex-governador que o acusou de querer se projetar ao colocá-lo no calvário. Bretas mostrou-se visivelmente incomodado com a explosão verbal de Cabral, coisa que até então ele não estava acostumado a lidar com nenhum dos réus que julgou: o confronto. Cabral tem o direito de se defender, como tentou fazer, fugindo do script dos seus advogados. Assim como Lula também o fez ao depor para o juiz Sérgio Moro em momentos de tensão entre ambos, quando duvidou da imparcialidade do julgamento dele. Nem por isso, Moro sentiu-se ofendido. Ateve-se aos autos para julgar o ex-presidente, condenando-o a mais de nove anos de prisão. Bretas não gostou da forma como Cabral se referiu à sua família, mas isso não é crime, não está capitulado em nenhum Código Penal. Nem daria o direito de o juiz condenar o réu ao isolamento em uma cela a 1.500 quilômetros de distância do Rio de Janeiro, longe de seus familiares. Isso se chama ditadura do judiciário. Não existe outro significado para definir atos dessa truculência que até hoje não foram aplicados em nenhum outro réu da Lava Jato. Não se trata de livrar a cara de Cabral, que está pagando pelos seus crimes vampirescos de destruir as finanças do Rio de Janeiro e, em consequência, deixar sem salários milhares de servidores com a falência do estado. Que mofe na cadeia. O que se discute aqui é a forma de se fazer justiça com imparcialidade, desgarrado de emoção. E nesse caso específico de Cabral não se pode dizer que o réu é de “alta periculosidade” e nem que estaria atentando contra a vida dele, Bretas, e de seus familiares. Exige-se de um juiz que condena uma certa complacência com quem está sendo julgado, sob tensão. O rigor excessivo da lei nem sempre é o corretivo da sociedade.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Sério

Em artigo recente, fiz comentários neste espaço sobre a conduta de Bretas. Disse, entre outras coisas, que ele contribui para a decência da magistratura do país quando, sem medo, põe na cadeia os poderosos políticos do Rio que assaltaram os cofres públicos. Sempre tem agido de acordo com os autos para condenar com isenção aqueles que destruíram o patrimônio público. E, por isso, tem assegurado na história o seu nome entre os grandes magistrados do país.

Revanchismo

Mas, agora, nesse caso, precisa fazer uma reflexão se não exagerou na sua conduta. Ora, se o ex-governador foi movido pelo sentimento de injustiça para fazer o tal desabafo, Bretas, também, por emoção e sentimento ferido, puniu o réu numa clara manifestação de revanchismo.

Barraco

O bate boca entre Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso deixou muita gente que assistiu confusa. Os dois ministros do STF se digladiaram e se ofenderam mutuamente numa súbita explosão de raiva contida. Barroso, por exemplo, não gostou de ser acusado de soltar José Dirceu e repeliu Gilmar, chamando-o de “mentiroso”. No calor da discussão, Gilmar disse não ser “advogado de bandidos internacionais”, referindo-se a Barroso. Que contra-atacou: “Mendes tem parceria com a leniência”. O bafafá ocorreu durante análise de uma ação sobre a extinção dos tribunais municipais de Contas do Ceará. O conflito só mostra como estão sensíveis os ministros da nossa principal Corte diante da situação caótica do país. E como essa balbúrdia pode interferir e atrapalhar julgamentos futuros no STF.

Liturgia

Sou da época em que não se ouvia falar o nome de um ministro do STF. Os togados pareciam pessoas distantes dos mortais, homens probos, pensadores, estudiosos do direito. Mas de um tempo para cá tudo desandou. As sessões começaram a ser transmitidas pela TV e a vaidade transbordou em cada um deles. O que seriam sessões para troca de opiniões divergentes nos julgamentos viraram espetáculos constrangedores para quem assiste a TV Justiça. Não estaria aqui exagerando se dissesse que o tumulto no plenário às vezes beira a show circense, daqueles mambembes.

A televisão

As trocas de farpas entre os ministros começaram pra valer com o advento do mensalão, quando as sessões foram transmitidas diretas pela TV Justiça. Joaquim Barbosa, que comandou os trabalhos, encurralou várias vezes o ministro Ricardo Lewandowski, acusando-o de tendencioso no julgamento dos petistas envolvidos em corrupção. O então presidente do tribunal chamou várias vezes a atenção do colega para se ater aos autos do processo desapaixonadamente. A arenga entre os dois evidentemente aumentou a audiência das sessões plenárias e alguns desses ministros hoje vivem o apogeu da notoriedade. Barbosa, inclusive, é sempre lembrado nas pesquisas como candidato a presidente da República.

Surdo

Pois bem, quem assistiu ao barraco entre Barroso e Gilmar Mendes teve a sensação de que a harmonia entre os ministros já foi para o espaço há tempo. E de que Gilmar Mendes parece ser hoje persona non grata no tribunal, pois não é a primeira vez que ele investe de forma desdenhosa contra seus colegas. Marco Aurélio já disse certa vez que não gosta nem de ouvir falar no nome do ministro. Pelos olhares espantados que se cruzaram no plenário durante a discussão, ele, certamente, não estaria sozinho na surdez conveniente.

Roupa suja

Se por um lado a televisão desabrochou a vaidade dos ministros, por outro trouxe ao espectador muita lavagem de roupa suja que ficava entre as quatro paredes do tribunal quando as sessões não eram transmitidas ao vivo. Mas ao fugirem do script, alguns desses ministros mostramse despreparados para argumentar à luz da ciência jurídica, pois prevalecem ataques pessoais e até acusação de sentença suspeita por parte de alguns, como acusou Gilmar ao dizer que Barroso soltou José Dirceu, quando se sabe que o ex-ministro foi indultado por Dilma dos crimes do mensalão.

Conduta

A julgar pelas hostilidades sofridas por onde passa, Gilmar Mendes precisa repensar a sua conduta no STF. Seus encontros fora de Brasília normalmente têm sido acompanhados por chuvas de ovos por pessoas que contestam seu trabalho e as suas posições políticas. Polêmico, ousado, desafiador, o ministro gosta de provocar, mas às vezes se excede na defesa dos seus argumentos. Coleciona, dentro do STF, alguns adversários que querem vê-lo pelas costas. Como ministro do tribunal é o principal conselheiro de Temer, o que, inegavelmente, deixa-o desconfortável na Corte para julgar ações que envolvem o presidente da República e seus auxiliares.

Coxia

Mas para aquele que vê hoje uma confusão generalizada dentro do STF, console-se: essa discussão sempre existiu lá dentro, mas não em tão baixo nível. Mesmo assim, não chegava aos lares, pois não era transmitido ao vivo pela TV e, portanto, não trincava a vaidade de ninguém. As brigas e os cochichos ficavam mesmo na coxia.

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Mau exemplo

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presidente da Assembleia Legislativa, deputado Luiz Dantas, fez como Pôncio Pilatos ao ser indagado sobre o desvio de pelo menos R$ 15 milhões dos seus cofres: eles que se justifiquem, disse Dantas. O presidente quis tentar se safar das denúncias, mas não explicou por que os setores da Assembleia não identificaram as safadezas supostamente aplicadas por um bom número de deputados. Esta é a segunda operação feita pela Polícia Federal na Assembleia Legislativa. A primeira foi a Taturana, cujo processo ainda hoje tramita nas esferas federais e estaduais. De concreto mesmo, ninguém foi punido, o que viria a estimular outras práticas a exemplo da Sururugate. A Assembleia Legislativa perdeu de vez a credibilidade dos alagoanos, que vê a instituição como porta da corrupção e do desvio de recursos públicos. É lamentável que tudo isso esteja acontecendo numa Casa que deveria servir de exemplo de correção e honestidade para todos.

GABRIEL MOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Agressão 1

O ministro Marx Beltrão atacou ferozmente nas redes sociais contra o jornalista Davi Soares, do site Diário do Poder, do jornalista Cláudio Humberto. Se ficou incomodado com a matéria de Davi, o ministro deveria, pelo menos, manter a ética e corrigi-la se alguma coisa estivesse equivocada. Preferiu outro caminho. Nossa solidariedade ao jornalista alvo da ira do ministro.

Falha do Ciço

Quando o deputado Cícero Almeida votou contra o presidente Michel Temer na semana passada, não foi atendendo ao apelo do seu eleitorado. Falam por aí que ele teria recebido ordem do senador Renan Calheiros para se posicionar dessa maneira.

Agressão 2

Já alguns seguranças da deputada Thaise Guedes, alvo de operação da Polícia Federal sobre o suposto desvio de dinheiro público, agrediram uma equipe do jornalismo da TV Gazeta, que produzia um material jornalístico sobre o caso. A deputada parece que ainda não entendeu que os tempos são outros. Em vez de agredir jornalistas no cumprimento de sua missão, seria melhor que a deputada esclarecesse as denúncias de surrupiar o dinheiro do contribuinte.

Arrumando as gavetas

Descaramento

A deputada Thaise Guedes e mais alguns parlamentares vão ter que na explicar na polícia e na Justiça o sumiço de milhões de reais da Assembleia Legislativa. Um novo golpe foi aplicado e que está sendo apurado pelo Polícia Federal. A Casa de Tavares Bastos a cada dia perde a credibilidade, se é que ainda existia.

Delirando

O secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias, parece que pegou a mania de não dizer coisa com coisa no governo. Divulgaram por aí que ele havia dito que Renan Filho só trata de eleição no carnaval. O governador faz pelo menos um ano que não trata de outra coisa, a não ser de eleição e colocar novos aliados em cargos do governo.

Loteando

Como não existe mais cargo de secretário para negociar com futuros aliados, Renan Filho agora parte para o segundo escalão. Vários órgãos estão na mira de grupos políticos, inclusive Detran e Ideral.

Depois de votar contra o presidente Michel Temer, é bom o deputado Cícero Almeida mandar arrumar as gavetas dos seus indicados em órgãos do governo federal em Alagoas. O Planalto, segundo notícias nacionais, será implacável com o que ele chama de traidores.

Disparada

Pode até ser que as projeções mudem de rumo, mas, no momento, o nome de Heloísa Helena para deputada federal tem bombado nas pesquisas de opinião. Se fizer uma boa coligação, Heloísa pode ser uma das mais bem votadas nas eleições do próximo ano.

Mais uma

O senador Renan Calheiro trabalhou muito para que os deputados não dessem quórum na votação das denúncias contra Temer, mas foi em vão. Perdeu feio e as denúncias foram arquivadas.

Em janeiro

Deve ser mesmo em janeiro que o prefeito Rui Palmeira vai anunciar sua candidatura ao governo. Pelo menos ele tem dado pistas sobre isso, quando afirma que os Calheiros irão ter, sim, oposição forte em 2018. Com o PSDB na mão e a aliança com o PP e o PR, Rui acredita que chega lá.

Desanimado

Quem tem conversado com o deputado Ronaldo Lessa nos últimos dias acha que ele não está muito entusiasmado pela escolha que fez ao ficar de lado dos Calheiros. Anda meio desolado, como se tivesse errado na escolha.

Tudo em família

Logo que foi acolhido nos braços do PMDB, Ronaldo Lessa não se fez de rogado: nomeou seus parentes mais próximos para cargos no governo. Falam nos bastidores seus ex-aliados que ficaram decepcionados com sua escolha.

Alerta geral

Os alagoanos devem ter muito cuidado com o telefone. Os grampos andam soltos por aí, mesmo que o governo do Estado venha negando os procedimentos considerados ilegais.

Pão e água

Os deputados que votaram contra o presidente Michel Temer, a exemplo de Cícero Almeida, Pedro Vilela, Ronaldo Lessa, JHC, Paulão e Givaldo Carimbão, vão comer o pão que o diabo amassou. Se depender do governo federal não terão verbas de emendas liberadas. O governo vai jogar duro com os considerados infiéis.

Trabalho para a polícia

O ano de 2017 vai terminar com muito trabalho para a polícia, Ministério Público e consequentemente o poder Judiciário. Neste final de ano as denúncias de assaltos aos cofres públicos feitos supostamente por deputados e até prefeitos presos são coisa nunca vistas. Nunca se viu tanto gabiru saindo pelo ladrão.

Onde há fumaça...

O Grupo de Combate às Organizações Criminosas, do Ministério Público, recebeu informações privilegiadas de que a distribuição da recuperação judicial da Cooperativa dos Usineiros, envolvendo várias usinas, pode ter sido jogo de carta marcada. Alguém deve ser preso nos próximos dias, talvez até alguns profissionais liberais que estariam envolvidos na maracutaia.


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Antonio e Dudu Hollanda: pai e filho investigados pela PF

UMA FAMÍLIA UNIDA VEREADOR E DEPUTADO SÃO ACUSADOS DE CORRUPÇÃO

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ais um caso de pai e filho acusados de corrupção está sendo investigado em Alagoas. A dupla da vez é o vereador Antonio Hollanda (PMDB) e o deputado estadual Dudu Hollanda (PSD). Os nomes Vereador Antonio Hollanda, investigado por crime eleitoral, e o filho, deputado Dudu Hollanda, suspeito de desviar R$ 15 milhões da ALE de ambos estão impressos nos calhamaços de papel protorno de 30 policiais fede- nio Hollanda, e seria um dos Relação Anual de Informavenientes dos inquéritos da (ALE-AL). rais foram mobilizados para responsáveis de desviar di- ções Sociais (RAIS); acumuPolícia Federal. cumprimento das diligên- nheiro público da Assembleia lação ilegal de cargos e emPENSE MACEIÓ E os escândalos vieram à De acordo o delegado Da- cias. Foram também alvos Legislativa. Ele é um dos pregos públicos e benefícios tona apenas com uma semana de diferença. Na quarta- niel Silvestre, do Núcleo de da operação a sede da ONG parlamentares investigados sociais, previdenciários e da feira, 1º, Antonio Hollanda Combate ao Crime Organi- investigada e o gabinete do pela Operação Sururugate, reforma agrária em desacorfoi surpreendido com um zado da Polícia Federal (PF), parlamentar na Câmara Mu- deflagrada em março deste do com a lei; e pagamentos mandado de condução coerci- “as consultas na ONG Pense nicipal de Maceió. ano. a servidores após registro de Antonio Hollanda já foi tiva expedido pela Operação Maceió, localizada no VerInvestigações apontaram óbito no Sistema de Controgel do Lago, começaram três vereador por Maceió (1977- que, somente entre 2010 e le de Óbitos (SISOB). Pense Maceió. 1983), deputado estadual por 2013, a Assembleia pagou O político teve que ir até meses antes das eleições”. Além de Dudu HollanApós Antonio Hollanda dois mandatos (1983-1987 e cerca de R$ 15 milhões a da, outros deputados são a sede da PF prestar esclarecimentos sobre esquema de ser eleito, a ONG logo fe- 1987-1991) e deputado fede- indivíduos cadastrados em acusados de participar do troca de atendimento odon- chou as portas. As investiga- ral (1991-1995). programas sociais do gover- esquema de corrupção: João Segundo o superinten- no federal. Realizada em Beltrão (PRTB), Cícero Catológico e consultas médicas ções começaram em fevereipor votos nas eleições de ro de 2017. Disse ainda que dente do PF, Bernardo Tor- parceria com o Ministério valcanti (PMDB), Isnaldo o Ministério Público Eleito- res, um parente do acusado, da Transparência, Fiscali- Bulhões (PMDB), Seve2016. Uma semana antes o ral (MPE) recebeu provas também político, teria se zação e Controladoria-Geral rino Pessôa (PSC), Olavo nome de Dudu Hollanda, fi- do crime e encaminhou à PF beneficiado do esquema. No da União (CGU), a operação Calheiros (PMDB), Edval lho do vereador, apareceu para aprofundar as investi- entanto, Torres preferiu não identificou falhas de controle Gaia (PSDB), Marcos Barconfirmar nomes. na lista dos deputados esta- gações. na folha de pagamentos do bosa (PRB), Marcelo VicUm dos indícios da veraduais acusados na Operação órgão legislativo. tor (PSD), Thaise Guedes SURURUGATE Sururugate de desvio de di- cidade das acusações é que o Entre as irregularidades (PMDB), Antônio AlbuquerDudu Hollanda, como já encontradas estavam a sub- que (PTB) e Cícero Ferro nheiro dos cofres da Assem- presidente da ONG trabalha mencionado, é filho de Anto- declaração de informações da (ex-deputado do PRTB). bleia Legislativa de Alagoas no gabinete do vereador. Em


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Alagoano banca saúde de conselheiros do TCE

PRIVILÉGIOS DA CORTE A auditora Ana Raquel Ribeiro Sampaio também não havia pedido qualquer reembolso até agosto; o fez em setembro no valor de R$ 2.338,60.

EM 9 MESES, REEMBOLSO A PRIVILEGIADOS PASSA DE R$ 300 MIL

VERA ALVES veralvess@gmail.com

O

alagoano está bancando um privilégio para um grupo restrito de integrantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O órgão responsável pela fiscalização da aplicação de recursos públicos por parte de prefeituras e demais poderes reembolsa todos os meses as despesas de saúde de 21 dos seus mais de 900 integrantes. São os conselheiros, auditores e membros do Ministério Público de Contas que desde 2014, amparados por uma resolução do próprio TCE, recebem de volta qualquer valor gasto com assistência médica, compra de medicamentos, exames e cirurgias. Definido como legal pela Corte, o auxílio saúde – que nas ruas é conhecido como auxílio merthiolate – custa em média R$ 33 mil todos os meses para os cofres públicos. Os valores foram obtidos pelo EXTRA a partir de um levantamento da folha de pagamento do TC no período de janeiro a setembro deste ano. Os dados estão acessíveis a qualquer pessoa no portal da instituição: http://www. tce.al.gov.br.

Presidente do TCE, Rosa Albuquerque afirma que auxílio foi implantado antes de sua gestão

Em nove meses, foram pagos ao seleto grupo exatos R$ 303.154,87, sendo que em setembro a rubrica alcançou R$ 39.523,71. Individualmente, coube ao conselheiro Anselmo Roberto de Almeida Brito, atual ouvidor do TC, o maior valor reembolsado: R$ 7.762,70 no mês de agosto. Pode até ser legal – como sustentam os próprios beneficiados - mas não deixa de ser imoral que em pleno século 21, ao invés de se ampliarem as igualdades entre integrantes de uma mesma instituição, sejam concedidos privilégios que ampliem as diferenças reforçando o conceito de casta dos tempos medievais. Não menos injusto é o fato de que tenham direito ao reembolso – pago pelo contribuinte – justamente os detentores dos

maiores salários e outros privilégios não menos contestáveis. É que os conselheiros, auditores e membros do Ministério Público de Contas fazem jus também ao igualmente contestável auxílio moradia. São R$ 4.377,73 acrescidos mensalmente ao subsídio de R$ 30.471,11 (caso dos conselheiros), mais gratificações que podem chegar a mais de R$ 9 mil, caso da atual presidente do TCE, Rosa Maria Ribeiro de Albuquerque. Ou seja, mensalmente o alagoano também banca mais de R$ 90 mil – exatos R$ 91.923,00 – para custeio da moradia dos 12 conselheiros (seis efetivos e seis aposentados), três auditores e seis membros do MP de Contas do TCE de Alagoas. E com o detalhe de que até onde se sabe todos residem em Maceió à exceção do conselheiro Anselmo

Brito. Em janeiro a lista de privilegiados com reembolsos do auxílio saúde contava com 23 nomes, foi reduzida para 22 em março com o falecimento, aos 83 anos, do conselheiro aposentado Djalma Marinho Muniz Falcão. Ele faleceu no dia 24 daquele mês vítima de câncer de pulmão. No dia 3 de maio morre outro conselheiro aposentado: Luiz Eustáquio Toledo, então com 71 anos e que era portador de câncer de fígado. Entre os 12 conselheiros com “direito” ao auxílio saúde, apenas o aposentado Roberto Villar Torres não pediu qualquer reembolso com despesas de saúde no período de janeiro a setembro últimos, o mesmo acontecendo em relação aos procuradores de Contas Pedro Barbosa Neto e Rafael Rodrigues de Alcântara.

O QUE DIZ A PRESIDENTE DO TC Questionada pelo EXTRA, a presidente do TCE, Rosa Albuquerque, enviou o seguinte esclarecimento através de sua assessoria de imprensa: “O Auxílio Saúde que contempla os conselheiros, membros do Ministério Público de Contas e auditores substitutos de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas existe desde 2014 - não foi instituído na atual gestão. Mas foi criado com base em princípios constitucionais e regulamentado por meio da Resolução Normativa nº 003-2014. Portanto, constitui direito regulamentado, e como tal deve ser pago regularmente, Cabe à presidência do TCE fazer cumprir, pagando o que é de direito (e a quem de direito), rigorosamente dentro da lei. A mim, não cabe questionar. A regulamentação existe, é um direito dos membros do Tribunal de Contas e permanecerei cumprindo”, diz a conselheira. O ideal, reconhece ela, é que contemplasse todos os servidores, mas não há condições (legais nem materiais) para isso. O TCE, sob a presidência da conselheira Rosa Albuquerque, vem iniciando conversações com a diretoria do Ipaseal Saúde para um possível convênio, em que os servidores possam aderir ao plano de assistência à Saúde com preços diferenciados. Mas essa tratativa está apenas no início”.


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MP de Contas invoca resolução do TCU

O

Ministério Público de Contas de Alagoas, por meio da sua assessoria de imprensa, informou que o Tribunal de Contas do Estado de Alagoas age conforme a Resolução Nº 222, de 11 de março de 2009, do TCU (Tribunal de Contas da União), a qual concede aos conselheiros, conselheiros substitutos e membros do Parquet de Contas o direito a auxílio saúde a título de ressarcimento. PENSIONISTAS CIVIS FICAM DE FORA A Resolução Normativa 003/2014 que instituiu o auxílio saúde foi editada na gestão de Cícero Amélio e inclui entre os beneficiários, além das “autoridades e seus dependentes”, os pensionistas civis do TCE. Ocorre que de janeiro a setembro deste ano – período do levantamento feito pelo EXTRA – nenhum

Reembolso mês a mês em 2017

Conselheiro Anselmo Brito: mais de R$ 7 mil só no mês de agosto

aposentado civil fez jus ao reembolso. De acordo com a folha de setembro, a última disponível para acesso no portal do TCE, há 445 aposentados hoje na Corte (incluindo seis conselheiros, os únicos a receberem o auxílio), 392 efetivos, 195 comissionados, 21 militares e

8 servidores de outros órgãos (sobre 7 não há qualquer informação sobre remuneração). Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Tribunal de Contas- Sindicontas, Ana Maria Gusmão considera um disparate o fato de que nenhum servidor efetivo seja contemplado com o auxílio

saúde, justamente os detentores de salários mais reduzidos. Nunca é demais lembrar que somente na semana passada o TCE enviou à Assembleia Legislativa projeto de lei que reajusta em 7,68% os vencimentos

dos funcionários efetivos. Isto após quase dois meses de uma ampla mobilização da categoria – há três anos sem reposição salarial - que incluiu paralisações de 24 horas e a ameaça de greve por tempo indeterminado.


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Juiz leu 6 mil páginas em um só dia para acatar pedido das usinas

MILAGRE NA JUSTIÇA AYRTON TENÓRIO NOMEOU EX-ASSESSOR COMO ADMINISTRADOR JUDICIAL PARA EVITAR FALÊNCIA DE USINEIROS DA REDAÇÃO

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ma série de coincidências e atos estranhos marcaram o pedido de recuperação judicial das usinas que integram a Cooperativa dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas, mais conhecida como “Cooperativas dos Usineiros”- decisão que representa um novo golpe contra milhares de fornecedores de cana e outros credores e contra o próprio Estado de Alagoas. A proteção contra credores envolve a Copertrading- Comércio, Exportação e Importação S.A. - braço comercial da Cooperativa - a Mecânica Pesada Continental e as usinas Sinimbú, Sumaúma, Penedo Agro Industrial, Capricho, Seresta, Porto Rico e Porto Alegre. O processo da concordata coletivo foi dirigido à 4ª Vara Cível de Maceió com o argumento de que ali já tramita um pedido de falência movido pela empresa “O Borrrachão” contra a Companhia Açucareira Central Sumaúma, ação distribuída

Juiz Ayrton Tenório levou apenas 24 horas para se inteirar de um processo com seis mil páginas e acatar pedido de usineiros

por sorteio para o juiz Ayrton Tenório em 18 de janeiro. Há fortes suspeitas de que essa ação foi apenas para atrair a competência judicial da 4ª Vara, visto que não houve sorteio normal deste processo para qualquer uma das 13 Varas Cíveis existentes. Ao contrário, ela foi direcionada para o juiz da 4ª Vara, Ayrton de Luna Tenório, porque já existe nesta Vara o processo do “O Borrachão” contra a Sumaúma. O pedido da Cooperativa dos Usineiros chegou à 4ª Vara no dia 24 de outubro, às 15h12. No dia 25, às

15h37 - 24 horas depois - o magistrado decidiu favoravelmente aos usineiros. Algo surpreendente porque em poucas horas o magistrado leu as 5.756 páginas do processo. Mais: o magistrado nomeou para exercer a função de administrador judicial o advogado Evandro Jucá Filho, que foi assessor do mesmo juiz, em 2010, e também assessor do Tribunal de Justiça até novembro de 2013, quando foi exonerado do cargo. Evandro tem expertise na área. Já foi nomeado administrador judicial de outros pedidos de recuperação judicial, como a Men-

do Sampaio (nomeado em 17/10/2013, segundo consta no Diário de Justiça) e a Parapuã Agroindustrial S.A (nomeado em 21/11/2013). Cada uma das usinas desta ação de recuperação judicial deve apresentar uma lista de credores e muitos destes débitos são trabalhistas, porém, o grosso da dívida é com os bancos. Na relação de credores apresentada por Evandro Jucá Filho estão o Banco do Nordeste (cobra R$ 143 milhões em dívidas); o China Construction Bank, o segundo maior banco da China (R$ 120,5 milhões); o Banco Daycoval S.A (R$ 24,9 mi-

lhões). Também estão na lista de credores o escritório da advogada da Cooperativa dos Usineiros, Maria Fernanda Vilela, ex-secretária da Fazenda do Governo Téo Vilela e irmã do governador, com um crédito de R$ 375.869,60. O marido dela, o usineiro João Tenório e ex-comandante da Cooperativa, cobra dívida de R$ 207.895,00; Elias Brandão Vilela, também irmão do ex-governador, tem crédito de R$ 6.559,00; José Ribeiro Toledo Filho, irmão do conselheiro do Tribunal de Contas - Fernando Toledo - tem crédito de R$ 2.811,00.


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A família Vilela é dona da usina Seresta e o Grupo Toledo é dono das usinas Penedo Agroindustria (Paisa), Capricho e Sumauma. “Casos assim devem ser bastante investigados pelo Ministério Público porque é comum existir simulação de credores em processos nestas circunstâncias. Ou seja, criam-se débitos fictícios para falsos credores apenas com intenção de dar direito a voto na assembleia e conseguir aprovar o plano de recuperação, sempre desvantajoso para os credores verdadeiros. Escritórios jurídicos ou fornecedores são os mais utilizados para tanto”, disse ao jornal EXTRA um advogado especialista na área de falências de empresas. As usinas justificam o pedido de recuperação judicial alegando estiagem, endividamento, despesas com abastecimento de água. Além de perda da rentabilidade do açúcar e do etanol, excesso de endividamento, redução da área de plantio da cana em Alagoas, queda na produtividade das lavouras. Mais: Elevação das taxas de juros dos bancos “aumentado vertiginosamente as despesas financeiras das usinas canavieiras”. Afirmam que a política de represamento do preço da gasolina gerou perdas de R$ 40 bilhões para os produtores de etanol de 2011 a 2014. E as condições climáticas na região canavieira também contribuíram para a crise. O principal argumento do juiz Ayrton Tenório para aceitar o pedido de recuperação judicial é a importância destas empresas no desenvolvimento sócio-econômico das regiões onde se concentram. Segundo ele, é obrigação das empresas apresentar planos de recuperação judicial, laudos de viabilidade econômico-financeira e laudos de avaliação de ativos separados. O usineiro Jorge Toledo, ex-dirigente da Cooperativa dos Usineiros e um dos diretores do Grupo Toledo – dono de três usinas que entraram na recuperação judicial – informou ao jornal Valor Econômico, que os principais credores são o Banco do Nordeste, com R$ 90 milhões a receber em moeda nacional e US$ 53 milhões em dólar. Também estão entre os credores os bancos Safra, CCB, Daycoval e BNP Paribas. Cada uma das 9 empresas que ganharam da Justiça proteção contra credores, terá 60 dias para apresentar seus planos de recuperação, a lista dos credores e plano de pagamento próprio. Segundo Jorge Toledo, “todas as alternativas para viabilizar o pagamento aos credores serão cogitadas e negociadas entre as usinas, desde a venda de ativos até “associações”.

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Fernanda Vilela e o marido, o usineiro João Tenório, figuram na lista de credores e teriam mais de meio milhão de reais a receber

Lista de credores anexada pela Copertrading ao pedido de recuperação judicial entregue à Justiça


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Espaço de unidade de saúde vira depósito de sucata

PELO FIM DO MURO CONSELHO GESTOR PEDE PROVIDÊNCIAS AO MP; USUÁRIOS DO ROLAND SIMON RECLAMAM DO DESCASO COM A POPULAÇÃO

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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oradores do bairro do Vergel, em Maceió, denunciam que um galpão que antes servia para obrigar usuários e realização de atividades de educação em saúde da Unidade Básica de Saúde Roland Simon, no bairro do Vergel, em Maceió, se transformou em depósito de sucatas. A queixa é que o local é foco de mosquito e outros insetos. No último mês de setembro, o Ministério Público Comunitário (MPC), do Vergel, esteve no local e constatou o problema. Na visita, os membros do MP registraram imagens onde mostram que o pátio que antes pertencia ao Posto de Saúde, foi transformado em depósito de “equipamentos” de outras unidades. Com a redução da área, o Roland Simon amontoa os usuários em um espaço reduzido e sem conforto, não dispõe de saídas de emergência e nem extintores de incêndio. Para chamar a atenção e pedir providências, membros do conselho gestor da USB Roland Simon compareceram no último dia 10 a Promotoria de Justiça Especializada de Saúde do Ministério Público. Na oca-

sião, eles relataram que a construção do muro e o acúmulo de sucatas tem prejudicado o atendimento e causado transtornos, colocando em risco a saúde dos usuários daquela unidade. O MP Comunitário tem usado suas redes sociais para mostrar o tamanho do problema. Em postagem do facebook do MPC, o administrador relata que durante visita a USB, “funcionários que estavam no local informaram que estão ‘organizando’ o depósito e que vários caminhões já removeram parte do material que não teria mais condição de ser reaproveitado. O que ainda permanece será leiloado ou recondicionado para ser devolvido às unidades de saúde. Informaram ainda que não existe possibilidade de reintegração do pátio ao posto de saúde, pois a Prefeitura não dispõe de outro espaço para servir de depósito e que mais ‘equipamentos’ deverão chegar em breve.” Na mesma postagem é mostrada a insatisfação. “Aparentemente não há interesse em solucionar os vários entraves que algo assim pode causar: falta de espaço, insegurança e a proliferação de insetos e animais nocivos à saúde”, diz relato de 6 de setembro deste ano. Vários usuários da mesma rede social publicaram comentários sobre o assunto. Um diz que “sem noção esses que se dizem responsável, pois é um ato negativo deles, esse espaço pertence a UBS onde sempre foi o apoio e o local de espera e atendimento da marcação das consultas, onde nós usuários podia se abriga de chuva e sol, isso é uma área ventilada onde nos deixava confortável. É uma falta de respeito com nós usuários dessa unidade, eu só queria uma explicação a respeito de uma “reforma” que tira o espaço do povo que depende dessa unidade, levantam um muro e reduz o espaço e ficamos todos no calor sem direito ao nosso espaço de sempre, para se dizer que foi feita uma reforma onde esse espaço virou lixão, local de

Antônio Vasconcelos mostra espaço com entulhos e insetos

sucatas onde só tem a nos oferecer como usuários da unidade insetos. Que falta de respeito desses que se dizem entendidos, nunca precisou da unidade e nem nunca vai precisar”. Outro, “realmente é muito triste constatar que o espaço que antes era destinado a abrigar os usuários e atividades educativas virou um depósito irregular de lixo”, disse o internauta ao lembrar que no espaço eram realizadas várias atividades formativas do conselho gestor e agora pode contribuir para proliferação de doenças dentro de uma unidade de saúde. A indignação vai além: “Olha as casas de insetos. Nessas áreas não só existem ratos, mas sim gabirus, eles fazem a festa. Pilhas de fichas médicas que não podem ser jogadas fora se amontoam pelos cantos. Isso é um verdadeiro descaso com os usuários em transformar um posto de saúde em depósito de lixo.” Antônio Vasconcelos, usuário e membro do conselho gestor da unidade de saúde, reclama que enquanto o secretário de saúde vai para televisão falar que tem mais remédio, mais saúde e mais tudo, só acontece para ele. “O mais dele só chega menos para nós. No Roland Si-

mon falta tudo, até bebedouro para a gente tomar água. Sucateiam o posto, tiram peças para levar pra outros e a gente quem sofre”, criticou ao acrescentar que há poucos dias foi encontrado foco de mosquito da dengue, sem contar nos ratos, baratas e escorpião. INSEGURANÇA Na segunda-feira, 30, o EXTRA esteve na unidade e constatou a insatisfação dos usuários. Eles reclamam da falta de remédio, iluminação e segurança. Durante o dia, dois guardas municipal se revezam, mas à noite não fica ninguém. Funcionários e pacientes dizem que sentem medo ao sair da unidade, pois se trata de um local de risco. Inclusive, semana passada arrombaram uma sala e levaram balança e outros objetos. “Se acontecer uma tragédia aqui não temos a quem recorrer. As câmaras de segurança não funcionam, pois aconteceu o roubo e nada foi registrado”, reclamou um membro do conselho. A insatisfação vem de longa data. Em 2014 o Ministério Público Comunitário e o Conselho Gestor entraram com ação

para denunciar a precariedade no funcionamento da unidade. Agora, em 10 de outubro, o conselho gestor se reuniu com a promotoria de Justiça Especializada de Saúde do Ministério Público relatando sobre a construção de um muro na unidade que armazena sucata de outras unidades básicas, juntando água, mosquitos, rato e outros problemas. No termo de declarações eles alegam ainda que não há bebedouro para usuários, falta de medicamento e médicos suficientes para atender a demanda. O diretor administrativo da Unidade de Saúde, Cristiano Lopes, disse que quanto direção não tem muito o que fazer, pois o espaço em questão pertence a secretaria de saúde. Mas, segundo ele, foi solicitado aos responsáveis pelo programa da dengue que seja tomada providência no sentido de acabar com qualquer foco do mosquito. NOTA À IMPRENSA A Secretaria Municipal de Saúde, através da assessoria de comunicação, respondeu em nota à imprensa que diz: A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que o espaço reclamado pela comunidade do Vergel do Lago, como parte da estrutura da Unidade de Saúde Roland Simon, nunca pertenceu à unidade. Diz ainda a nota da SMS: A área em questão foi durante um bom tempo cedida informalmente à unidade, mas após a reforma na estrutura da mesma, em 2015, o espaço – que passou a ser demarcado por um muro – voltou a fazer parte da Diretoria de Gestão Administrativa (DGA) da SMS, abrigando desde então equipamentos e móveis encaminhados para a Coordenação de Patrimônio, destinados à recuperação, leilão ou outra destinação mais adequada. A SMS reforça, no entanto, que a decisão não causou qualquer transtorno ao atendimento na unidade.


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Vice de Maribondo faz dossiê contra Leopoldo Pedrosa

IMPROBIDADE SERGINHO MARQUES DENUNCIA DESVIO DE R$ 2 MILHÕES DOS COFRES PÚBLICOS

PRISÃO

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JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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prefeito de Maribondo, Leopoldo Pedrosa (PSB), mal voltou ao cargo como chefe do Executivo e recebeu da Justiça de Alagoas um mandado de notificação sobre uma ação de improbidade administrativa. O autor da denúncia é a própria prefeitura, que foi comandada de julho até o início de outubro pelo vice Sérgio Marques (PRTB). Pedrosa foi preso no dia 28 de junho acusado de agredir a ex-esposa e ex-sogra sendo libertado no dia 3 do mês passado. Em um dossiê de mais de 700 páginas, Sérginho Marques, como é conhecido o vice, apontou diversas irregularidades supostamente deixadas por Pedrosa nos primeiros seis meses de governo. Entre elas estaria a reforma do Posto de Saúde Josefa Titara, unidade hospitalar que apresenta falhas estruturais. Segundo a documentação encaminhada à Justiça, a empresa contratada recebeu R$ 125.738,05 do município, mas sequer efetuou o serviço.

Serginho Marques e Leopoldo Pedrosa: amigos nas eleições, inimigos após a chegada ao poder

Caso semelhante teria acontecido com a reforma da Escola Municipal Antônio Bonfim. O vice-prefeito destacou em documentação que “não há como afirmar se houve ou não reforma (...) já que a mesma apresenta defeitos”. A suspeita é que mais R$ 139.382,52, valor da obra, tenham sido desviados dos cofres públicos. Outra possível irregularidade identificada foi quanto à aquisação de merenda escolar. “O que causa estranheza é o fato de que o contrato fora assinado no dia 19 de janeiro, período de recesso escolar, havendo tempo hábil para realização do procedimento licitatório regular, no entanto, a administração à época fundamentou a referida aquisição por atendimento emergencial, contra-

riando a legislação vigente e incorrendo na chamado ‘emergência fabricada’”, frisou em relatório. Mesmo a empresa tendo sido contratada irregularmente, foram feitos diversos pagamentos, no valor total de R$ 278.173,21. “O prefeito do Município de Maribondo, ao tempo de sua gestão, causou grande prejuízo aos cofres públicos, uma vez que permitiu a contratação e o pagamento de contratos irregulares. Uma vez que os processos licitatórios encontram-se permeados de vícios de ordem legal”, acrescentou no processo. Em conversa com o EXTRA, Serginho Marques informou que o rombo da prefeitura pode chegar aos R$ 2 milhões. O vice pediu à Justiça o afastamento, em caráter liminar, do prefeito

Leopoldo Pedrosa, “com o objetivo de que as investigações ora postas possam ser conduzidas sem a sua direta interferência”. E mais: requereu a expedição de mandados aos cartórios de imóveis do município de Maribondo ordenando o sequestro e o bloqueio dos bens imóveis que estejam em nome de Pedrosa; a expedição de mandado ao Departamento de Trânsito de Alagoas para que se efetive o bloqueio de qualquer veículo em nome do prefeito; além das contas bancárias do acusado, “até o ressarcimento total dos prejuízos causados ao erário do município”, justificou. Leopoldo Pedrosa recebeu a notificação da Ação Civil de Improbidade Administrativa (0700276-03.2017.8.02.0021) no dia 19 de outubro.

edrosa foi preso em flagrante pela Lei Maria da Penha em junho, pela segunda vez, depois de agredir de forma violenta a ex-exposa, Meiry Emanuella de Oliveira, e a mãe dela, Rosineide de Oliveira Vasconcelos. Dois anos antes, em 20 de julho de 2015, ambas já haviam sido vítimas de agressão física por parte do prefeito, o que ensejou a abertura de uma ação penal e dentro da qual foram definidas medidas protetivas que incluíam ele não se aproximar de nenhuma delas. Ocorre que as medidas protetivas tiveram vigência de apenas seis meses e Pedrosa voltou a atacar. De acordo com o boletim de ocorrência anexado aos autos, a violência da agressão de junho contra Meiry fez com que ela desmaiasse. Mas não é apenas em violência doméstica e contra a mulher que o prefeito é reincidente. Em 2008 ele foi condenado por porte ilegal de arma de fogo (processo nº 121-56.2008.8.02.002), o que não o inibiu de manter, em sua casa, um pequeno arsenal composto por uma espingarda calibre 12, um carregador de pistola, sete cartuchos calibre 12 e 20 projéteis calibre 380. O material foi apreendido quando de sua prisão em flagrante em junho deste ano. Pedrosa também responde a ação penal pelos crimes de embriaguez ao volante e uso de documento falso (processo nº 070564917.2013.8.02.001). (Com TJ-AL)


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Entidades de defesa dos direitos da mulher criticam mudança da lei

MARIA DA PENHA SENADO APROVA PROJETO QUE DÁ A DELEGADO DE POLÍCIA PODERES PARA CONCEDER MEDIDAS PROTETIVAS A VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA MARIA SALÉSIA com assessoria sallesia@hotmail.com

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o dia 10 de outubro, data em que é comemorado o Dia Nacional de Luta Contra Violência à Mulher, o Senado aprovou projeto que altera a Lei Maria da Penha. Agora, delegado de polícia pode conceder medidas protetivas de urgência às mulheres que sofreram violência e a seus dependentes. Até então, tal prerrogativa era exclusiva dos juízes. Em Alagoas, como no resto do País, a proposta foi criticada e o pedido é de que o presidente Michel Temer vete. A presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Alagoas (Cedim), Ana Pereira, disse que algumas instituições no estado estão mobilizadas no sentido de pressionar para que tais mudanças não aconteçam. Ela argumenta que em uma estrutura machista como em delegacias comuns tal

poder ao delegado seria um retrocesso. “É inconcebível que em uma lei que é referência mundial aconteça tal retrocesso”. Ela critica ainda o fato de que em Alagoas a Delegacia da Mulher dê plantão na Central de Flagrantes e enquanto isso o espaço dedicado à mulher fica sem funcionar em sua integridade. Ana Pereira relatou que a instituição não ficou parada diante de tal polêmica. Segundo ela, são feitas reuniões constantes com órgão ligados à causa para discutir o assunto, inclusive, com a Secretaria de Segurança Pública para avaliar a situação da Delegacia da Mulher para que cumpra o papel para o qual foi criada. A aprovação do Projeto de Lei Complementar 07/2016, segundo ativistas e especialistas da área do Direito, traz em seu texto traços de inconstitucionalidades. E alertam que caso seja sancionado pelo presi-

dente Michel Temer como disposto, poderá ser alvo de uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF). Embora a polêmica esteja longe de acabar, o projeto determina que a concessão de medidas pelo delegado só será admitida em caso de risco real ou iminente à vida ou à integridade física e psicológica da mulher e de seus dependentes. Segundo a proposta, a autoridade policial deverá comunicar a decisão ao juiz e também consultar o Ministério Público em até 24 horas para definir pela manutenção da decisão. Entre as medidas que podem ser aplicadas em caso de violência, estão a proibição de o agressor manter contato ou se aproximar da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, vetando-o de frequentar determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da agredida, e o encaminhamento da mulher

à rede de apoio às vítimas de violência. A proposta de autoria do deputado Sergio Vidigal (PDT-ES), segundo ele, visa acelerar a apreciação dos pedidos, a fim de garantir segurança, promovendo melhorias no sistema de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. Determina, ainda, que deve ser priorizada a criação de delegacias especializadas de atendimento à mulher (Deam), núcleos investigativos de feminicídio e equipes especializadas para o atendimento e investigação de atos graves de violência contra a mulher; estabelece que a vítima de violência deve ser atendida, preferencialmente, por outras mulheres; e fixa diretrizes para a escuta de vítimas e testemunhas, como a garantia de que sejam ouvidas em local isolado e específico e de que não haverá contato com investigados ou suspeitos.

EM DEFESA DA LEI

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uem também saiu em defesa da Lei Maria da Penha foi a ativista que empresta seu nome a ela. Em nota, a farmacêutica Maria da Penha criticou o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 07/2016 e defendeu o veto presidencial da medida que foi aprovada pelo Senado. Segundo ela, as alterações podem ter sua constitucionalidade questionada e provocar um retrocesso no combate à violência contra a mulher. “Mudanças casuísticas na Lei Maria da Penha colocam em risco uma proposta que foi construída com o acúmulo das lutas dos movimentos de mulheres há mais de 40 anos e com minha própria história de vida. Por isso, eu peço, senhor Presidente Michel Temer, não sancione o PLC 07/2016”, apelou.


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Secretário diz que meta é avançar por uma Alagoas melhor

FIM DOS LIXÕES

Fotos: Ascom/Semarh

DESDE 2015, SÃO 39 LIXÕES ENCERRADOS NO ESTADO, MAS NÚMERO MUDA A CADA SEMANA Municípios têm que acabar com lixões até fevereiro de 2018

Alexandre Ayres diz que há avanço no tratamento do lixo em AL

secretário, o Governo de Alagoas passou a atender à Política Nacional de Resíduos Sólidos, de nº 12.305/10, e conseguiu nortear as gestões municipais e tratar do tema por meio de consórcios públicos, numa parceria com o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL).

MARIA SALÉSIA com Assessoria sallesia@hotmail.com

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prazo para que os lixões fossem encerrados acabou em 2014, mas somente em 2015 foi que Alagoas criou a política de resíduo sólido. De lá prá cá houve avanço e embora de forma tímida é motivo de comemoração. Em janeiro de 2015 apenas Maceió contava com uma unidade. Em outubro desse ano, 34 meses depois, o número de municípios que encerrou seus lixões destinando o material para centrais de tratamento e aterros sanitários pulou para 39 e a cada semana surgem novas unidades. Segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Alexandre Ayres, o maior entrave acontece com os municípios pequenos que não possuem condições financeiras para sozinhos arcarem com despesas de transporte de resíduos para outras localidades . Mas, garantiu que

Na semana passada, lixão da Barra de São Miguel foi encerrado

o governo do Estado tem estudado meios para Co financiar essa atividade. Para o secretário, a meta é que haja avanço e Alagoas acabe definitivamente com os lixões. Ayres relembra que Alagoas era um dos poucos estados que não possuía seu plano. Agora, tem avançado consideravelmente na coleta seletiva. Não é à toa que a Semarh já capacitou 55 municípios na gestão da coleta seletiva. No entanto, após a capacitação, cada município tem a responsabilidade de implantar a coleta seletiva e disseminar em escolas e órgãos públicos o conhecimento sobre a destinação correta dos

resíduos sólidos. A Semarh, por sua vez, tem o papel de monitorar esse trabalho, comparecendo ao município para vistoriar e averiguar se estão realizando a coleta seletiva de acordo com as orientações repassadas durante a capacitação. E foi na tentativa de zerar o problema que a Secretaria em 2015 conseguiu, junto à Assembleia Legislativa do Estado, a aprovação do projeto de lei 7749/2015 que versa sobre o Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS). Com a sanção governamental da lei, a Semarh passou a executar uma série de ações para que os lixões fossem encerrados. E assim, disse o

MP DÁ 4 MESES PARA DEMAIS MUNICÍPIOS SE AJUSTAREM A reunião da segunda-feira, 30, na sede da AMA com a participação do procurador-geral de Justiça foi bastante positiva, conforme afirmou o secretário. Segundo ele, na ocasião ficou demonstrado ao MP a boa vontade dos gestores municipais nao que diz respeito ao encerramento dos lixões em Alagoas. “De forma unânime se mostraram dispostos a cumprir a legislação. Alguns apresentaram dificuldades em razão da logística para destinação do transporte dos resíduos para os aterros sanitários existentes no estado, mas o governo de Alagoas se colocou à disposição dos municípios”, garantiu o secretário. Para consolidar a parceria,

na próxima semana acontece reunião com o governador Renan Filho, o presidente da AMA e os presidentes dos sete consórcios existentes no estado para que seja encontrada solução definitiva e atenda o que a lei determina. “A meta é que avancemos para uma Alagoas sem lixão”, frisou. Apesar dos prefeitos mostrarem dispostos a cumprir o que determina a lei, na reunião da AMA ficou acordado com o Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) de que de princípio não haveria punição, mas os gestores teriam prazo de quatro meses para o encerramento dos lixões em seus municípios. Até fevereiro de 2018 o MPE/AL não ajuizaria nenhuma denúncia contra os prefeitos por descumprimento das leis federais, mas teria que cumprir o acordo até esta data. Outro acerto foi de que o chefe do Poder Executivo teria que assinar um termo de ajustamento de conduta com o promotor de justiça da cidade para que a área degradada seja recuperada em até cinco anos. Se vão cumprir é outra história com outros capítulos.


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19 ANOS Mulheres são sorteadas em Alagoas desde 1998

EXTRA ALAGOAS

BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

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ma hora no quarto com ar-condicionado, cama, banheiro e mulher pelada. Tudo isso por apenas R$ 3. É quanto custava a cartela do “Bingo do Painho”, local que ficava próximo ao Mercado Público de Maceió, no ano de 1998. Talvez, se você leitor, não chegasse ao final do primeiro parágrafo dessa matéria, pudesse pensar que estamos publicando algo atual, e realmente estamos. Mesmo estando no passado, a ideia de sortear garotas através de bingos continua a se repetir 19 anos depois, quando a primeira matéria referente ao assunto foi publicada, na edição de número 1, do Jornal EXTRA DE ALAGOAS. A prática, embora seja a mesma, se adaptou aos avanços das redes sociais. Agora não é mais necessário dirigir-se a um bar e participar diretamente do sorteio. Foi o que fizeram alguns estudantes pelo menos duas vezes neste ano de 2017. Em abril deste ano a venda de uma rifa organizada por universitários que tinha como prêmio uma noite de sexo com uma acompa-

nhante de luxo também virou tema de debate nas redes sociais e alvo de um pedido de investigação do Ministério Público Estadual (MPE). O dinheiro da rifa seria para custear a formatura da turma de uma faculdade particular. Na descrição do evento no Facebook, uma noite de momentos de prazer com acompanhante de luxo a ser escolhida pelo preço de R$ 10. É quanto custava a cartela

do bingo organizado por formandos do curso de engenharia mecânica da Faculdade Pitágoras, em Maceió. Quem ganhasse o bingo, escolheria uma garota em um site de prostituição que atua na capital alagoana. Os organizadores da rifa chegaram a criar um perfil no Instagram para divulgar o sorteio. Após denúncias do crime feitas em redes sociais, o perfil foi apagado.

O bingo promovido pelos supostos estudantes universitários não foi o único este ano. Em um fato mais recente, usuários das redes sociais receberam e compartilharam o anúncio de uma rifa. O cartaz anunciava que, no bairro do Jacintinho, aconteceria o “Top Baile Privê”, cujo ponto ápice seria uma noite de prazer - com duas garotas de programa - como premiação ao vencedor. “Só não vai quem não gosta de mulher”, sentenciava o anúncio disseminado. Para os ex-frequentadores do antigo Bingo do Painho, o local era um divertimento, uma forma de passar uma noite diferente, apostando em sexo barato, que os pontos de prostituição da cidade ofereciam em quase todos os bairros de Maceió. Embora João Gomes da Silva Filho, antigo dono da Boate Myamy’s Bar, onde funcionava o primeiro sorteio de bingos de Maceió, tenha praticado a atividade de sorteador de garotas de programa de forma “legal” durante alguns anos, hoje a realidade é outra. No Brasil, prostituição não é crime. Porém, a Lei 11.106/2005 trata sobre delitos relacionados à prostituição, como a exploração sexual e favorecimento à prostituição, esses sim são considerados crimes. Em caso de condenação, as penas variam entre dois e cinco anos de prisão, além de pagamento de multa. Diante da repercussão que os anúncios deste ano provocaram nas redes sociais, a Polícia Civil de Alagoas alertou que as circunstâncias deste tipo de negócio podem ser enquadradas como crime de exploração sexual, conforme o artigo 230 do Código Penal, podendo resultar na reclusão de um a quatro anos.


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Bancada federal continua mal avaliada

POLÍTICA ALAGOANA RANKING MOSTRA QUE DEPUTADOS ALAGOANOS AINDA DEIXAM A DESEJAR

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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maioria dos deputados federais de Alagoas votou contra os trabalhadores nas reformas constitucionais aprovadas pelo Congresso. Foi com essa frase que o jornalista e editor-chefe do EXTRA ALAGOAS, Fernando Araújo, começou uma matéria publicada no dia 21 de setembro de 1.998. A pauta era a avaliação da bancada alagoana, em Brasília, a partir de análise do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Após 19 anos, um detalhe diferente: a maioria dos parlamentares por Alagoas foi contra à Reforma Trabalhista de Michel Temer. Apesar de alguns deputados terem ficado “ao lado” do trabalhador, nem todos são bem avaliados. É o que revelou o Ranking dos Políticos, da página virtual www.politicos.org.br. No estudo, cada parlamentar recebe nota pela presença nas sessões, sua atuação e posição frente aos projetos avaliados pela Câmara Federal. Quando se trata de Alagoas, o primeiro da lista aparece na 20ª posição entre todos deputados federais do país. Pedro Vilela (PSDB)

conseguiu 151 pontos a partir da avaliação do site. Das 91 sessões já realizadas, Vilela participou de 89. Outro quesito avaliado como positivo foi o fato de o deputado ter permanecido sempre no mesmo partido. No entanto, o parlamentar tem um processo que o derrubou

algumas posições do ranking: uma prestação de contas reprovada referente as eleições de 2014. O segundo deputado de Alagoas com mais pontos, ou seja, melhor avaliado pelo site, é Cícero Almeida (Podemos). Contudo há uma discrepância. Almeida ocupa a 138ª

posição no ranking dos deputados federais com 61 pontos. Faltou 15 vezes a sessões, carrega processos como a Máfia do Lixo nas costas e perdeu 20 pontos por trocar de partidos à exaustão. Ciço também foi a favor de rejeitar denúncia contra o presidente Michel Temer que poderia ser investigado por corrupção passiva. A sessão foi realizada no dia 2 de agosto. A decisão de Almeida fez com que ele ficasse sem alguns pontos a mais. Da 138ª posição despencamos para a 193ª onde está a deputada Rosinha da Adefal (Avante), a terceira mais bem colocada na bancada alagoana. Com 33 pontos, a deputada já faltou em 18 sessões, ganhou pontos por ser a favor das alterações na estrutura do ensino médio, mas perdeu ao ser investigada em inquérito movido pelo Ministério Público Federal (MPF) que apura concussão e peculato. Trata-se do caso em que parlamentares do PT do B são acusados de cobrar ‘caixinha’ de servidores comissionados em troca da manutenção dos cargos ocupados. Givaldo Carimbão (PHS) está na 249ª posição dos deputados federais brasileiros. E é o quarto alagoano melhor avaliado pelo Politicos.org. Só conseguiu 4 pontos no ranking. Tem 14 faltas nas sessões e perdeu na avaliação de fidelidade partidária já que, no ano passado, o parlamentar deixou o Pros para assumir a presidência do diretório estadual do PHS. E JHC (PSB) é o quinto colocado na bancada de Alagoas com apenas 1 ponto e o 258º no ranking geral dos parlamentares federais. Teve duas faltas nas sessões, faz parte da Mesa Diretora e da Comissão Externa destinada a acompanhar in loco a situação das comunidades afetadas pelas chuvas e temporais em Alagoas e Pernambuco.


MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 09 DE NOVEMBRO DE 2017

Paulão (PT)

Ronaldo Lessa (PDT) Fernando Collor (PTC)

OS MAIS PROCESSADOS JHC também separa os deputados bem avaliados dos mal avaliados. Em primeiro lugar, com mais pontos negativos, está Ronaldo Lessa (PDT). O ex-governador amarga a 503ª posição entre os 513 deputados federais existentes na Câmara. Com 323 pontos negativos, o que pesou para Lessa não foramas 17 faltas nas sessões. E, sim, a lista de processos contra o parlamentar. Entre eles estão: calúnia eleitoral; improbidade administrativa em função de má administração e desvio de finalidade de R$ 50 milhões do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza; e captação irregular de recursos na campanha de 2015, em representação movida pelo Ministério Público Eleitoral. Vale ressaltar que Lessa foi absolvido neste mês pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da acusação que envolve superfaturamento de obras e desvio de recursos públicos que deveriam ser destinados a obras para saneamento e contenção de enchentes. Com 163 pontos negativos está Paulão (PT) em segundo lugar no ranking dos piores de Alagoas e 482º da Câmara Federal. O deputado tem apenas cinco faltas nas sessões,

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mas foi alvo de inquérito que apura crime de estelionato. Também teve reprovadas suas contas referentes ao exercício financeiro de 2003, durante a gestão do parlamentar na presidência regional da sigla. Na terceira posição está um deputado do PP na qual a reportagem não pode citar o nome por questões judiciais. Ele tem 48 pontos negativos, está na 355ª dos deputados da Câmara, tem três faltas e um grande caso com a Operação Lava Jato. É alvo de inquéritos que investigam esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras. E fechando o ranking, na quarta posição dos mal avaliados está Nivaldo Albuquerque (PRP). Tem 20 pontos negativos configurando a 299ª posição dos parlamentares federais. Com 22 faltas em sessões, Nivaldo não possui processos, mas como já apurou o EXTRA ALAGOAS, é um dos mais gastadores da Cota Parlamentar, o conhecido Cotão. Só no mês de agosto, o deputado federal gastou R$ 37.212,28 com a emissão de bilhetes aéreos. Segundo Portal da Transparência da Câmara dos Deputados, foram 68 emissões expedidas em um único dia, 1º de agosto.

Renan Calheiros (PMDB)

SENADO O único senador por Alagoas bem avaliado aparece com 39 pontos. É do PP, mas o EXTRA também não pode mencionar o seu nome e está na 32ª posição do ranking dos senadores. Apesar do saldo positivo é alvo de inquéritos como a Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras: STF - Inquérito nº 3989/2015, STF - Inquérito nº 3994/2015 e STF Inquérito nº 3996/2015. Fernando Affonso Collor de Mello (PTC) aparece em segundo lugar, mas na 59ª posição geral do Senado. Tem 31 pontos negativos e ao seu desfavor possui acusações de improvidade relacionadas à Operação Lava Jato. Segundo relatório da Polícia Federal, o parlamentar alagoano teria recebido cerca de R$ 26 milhões do esquema da Petrobras entre 2010 e 2014. O título de pior senador de Alagoas ficou para Renan Calheiros (PMDB). Dos 81 senadores, o

ranking o colocou no 78º lugar. O ex-presidente do Senado tem 171 pontos negativos devido aos seus inquéritos. O Ministério Público Federal acusa o senador de apresentar ao Conselho de Ética do Senado, em 2007, documentos falsos para comprovar rendimentos que justificassem o pagamento de pensão a uma filha que teve em relacionamento extraconjugal com a jornalista Mônica Velloso. Também é réu em ação civil de improbidade administrativa com dano ao erário, juntamente com Claudio Gontijo e a empresa Mendes Júnior. O senador ainda é acusado pelo Ministério Público Federal de receber propinas da empresa em troca de emendas parlamentares. E foi condenado a apresentar plano de compensação ambiental para a Estação Ecológica Murici para reparar dano ambiental que teria sido causado por ele, ao pavimentar com paralelepípedos uma estrada da estação. Claro que ainda há os inquéritos envolvendo o nome de Calheiros na Operação Lava Jato.


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CAPOEIRA Arte africana chega às escolas católicas de Maceió

SOFIA SEPRENY Estagiária sob supervisão da Redação

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preconceito ainda muito presente na sociedade atual ficou de lado quando se trata da cultura da capoeira, pelo menos em algumas escolas de Maceió. Um grupo de professores de capoeira está divulgando e valorizando a cultura na capital alagoana, independente de religião. Rogério Hora, conhecido como Rogério “Caracol”, professor de capoeira e criador de projetos de incentivo ao aprendizado do esporte para crianças, está ajudando outros capoeiristas a disseminarem a cultura, a arte e todos os benefícios que este esporte pode proporcionar. “A modalidade deste esporte traz um benefício muito grande para o desenvolvimento de uma criança. Seu contexto trabalha elementos corporais, rítmicos, musicais, históricos e culturais, fora a formação moral, física e cognitiva do indivíduo”, relata

Rogério. Um dos projetos para as crianças é a aula de capoeira dentro de escolas católicas, é deste modo que o preconceito ficou de lado e a valorização da cultura em modo geral prevaleceu. Outro projeto são aulas particulares para crianças da classe média alta, um público que a capoeira não conseguia alcançar tão facilmente. Rogério comenta ainda haver dificuldades a serem enfrentadas, visto que o esporte é associado a determinado tipo de religião, criando assim um obstáculo e discriminação. “A associação da capoeira com o candomblé prejudica a disseminação da cultura e a valorização da arte em todas as classes sociais. É isso que eu estou tentando mudar; as pessoas precisam valorizar o esporte em si, independente de religião”, diz. O estilo esportivo da capoeira acaba sendo prejudicado ao ser erroneamente associado à religião do candomblé. A ca-

Rogério “Caracol” incentiva a prática da capoeira junto a crianças de todas as idades

poeira deveria ser considerada além de esporte, uma manifestação de cultura popular brasileira, afinal também foi arma de resistência de um povo, e com isso envolve um resgate histórico. Além de ser considerada uma manifestação cultural, o esporte atua com a totalidade do corpo, como os grandes grupos musculares, aumentando a elasticidade, capacidade cardíaca, respiratória a mobilidade de articulação.

“Caracol” é nascido e criado na Bahia, hoje com 34 anos, tem um currículo de mais de 20 anos de prática. Durante essa trajetória, adquiriu graduações e experiências que resultaram na sua dedicação a ensinar. Hoje ele se encontra no nível superior, como professor da área. CAPOEIRA NO CAMPO PSICOLÓGICO Além dos benefícios físicos, a capoeira é utilizada para trabalhos e tratamentos psicológicos. Diversos terapeutas ocupacionais indicam a prática da capoeira para crianças com Trans-

torno do Espectro Autista, déficit de atenção e timidez por exemplo. A capoeira desperta e estimula algumas qualidades das crianças como a atenção e percepção, criatividade, autocontrole e astúcia, cooperação e o sentido de sociedade, disciplina e o respeito. “Outra vantagem da Capoeira para a criança é que não gera nenhuma frustração com relação à competição, pois o objetivo a ser alcançado é sempre o da autossuperação e não da superação sobre os demais companheiros”, complementa Rogério.


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Para refletir: “Corrupção há em todo lado, na Europa, EUA, Ásia, etc. Mas no Brasil corrupção virou cultura política. ”

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Fórum de Gestão Moral e Legal Começa na próxima segunda feira, dia 6 e vai até a quarta-feira o Fórum Estadual Gestão Pública Moral, Legal e Empreendedora. O evento é uma realização da Escola de Contas Públicas do Tribunal de Contas e do Instituto Cidadão e voltado para agentes públicos, servidores da administração direta e indireta, advogados, controladores municipais, prefeitos e vereadores. O temário da realização reunirá confe-rencistas do mais alto nível, debatendo propostas para novos caminhos na administração pública, principalmente focando aspectos dos princípios da legalidade, da moralidade e da eficiência no exercício das atribuições desses agentes.

Conferencistas e prefeitos

A conferência de abertura do fórum será feita pelo promotor de Justiça, doutor Marcos Rômulo Maia de Mello, uma das maiores competências locais em Direito Público. No dia 7 (terça-feira) a pauta versará sobre o importante papel do Controle Externo exercido nas administrações, tendo como conferencistas o conselheiro Otávio Lessa e o procurador de Contas Ricardo Schneider, ambos com vasta experiência e domínio do tema. Na quarta feira será realizado um painel com o tema : “Vencendo Dificuldades e Administrando em Tempos de Crise”, com a participação dos prefeitos Claudio Filho (Marechal Deodoro), Júlio Cezar (Palmeira dos Índios) e Eduardo Tavares (Traipu). O Fórum será aberto às 8h30 da próxima segunda-feira e as inscrições ainda estão abertas no Instituto Cidadão – institutocidadao@bol.com.br – (82) 3338.1756.

Feia é a mãe

Para o site UCityGuides, o Brasil tem uma das cidades mais feias do mundo, mas também uma das mais bonitas. A página na internet citou São Paulo e o Rio de Janeiro em seus rankings de feiura e de beleza internacionais, respectivamente. O site de turismo UCityGuides é voltado para viajantes que buscam informações para conhecer áreas urbanas do mundo. A capital paulista aparece em 9º lugar entre as cidades mais feias. Discordo totalmente dessa pesquisa que ofende a beleza, a cultura e a grandiosidade de São Paulo. Só pode ser caso de “ciúme”. Sou particularmente apaixonado por São Paulo, que me encanta e conta parte da história de minha vida. É um despropósito alguém dizer que São Paulo é feia.

PF quer deputados presos

O superintendente da Polícia Federal (PF) em Alagoas, delegado Bernardo Gonçalves, declarou que os deputados estaduais citados na investigação da operação “Sururugate”, que apura desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE-AL), que não atenderem a intimação para prestar depoimento certamente serão conduzidos coercitivamente. “Os deputados estão sendo novamente intimados e caso ocorra uma nova negativa eles serão trazidos para prestarem depoimento coercitivamente”, disse o chefe da PF. Apenas um dos deputados foi indiciado 45 vezes por desvio de salários fazendo uso de funcionários fantasma. Na ocasião revelava uma fonte da própria Polícia Federal: esses deputados de Alagoas desde a Operação Taturana apostam na impunidade, mas no que depender do trabalho incansável do nosso pessoal não terão um “final feliz”.

Falando de violência

A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), senadora Regina Sousa (PT-PI), reconheceu que aumentam as vozes no Congresso e na sociedade a favor do porte de armas. Para ela, porém, essa não é a solução para a criminalidade. — A sociedade cobra da gente, o parlamentar acha que a solução mais fácil é liberar o armamento, mas não vai dar certo — disse. A senadora acredita que liberar o porte de armas não amedronta os bandidos e que eles não vão deixar de abordar as pessoas. Ela defende melhorias da segurança pública, por exemplo, combate efetivo ao tráfico de drogas, pois, segundo ela, os mercados de droga e de armas têm “os mesmos personagens”. Regina Sousa é contra a liberação do porte e também da posse de armas, mesmo em áreas rurais, o que poderá ser permitido caso os parlamentares aprovem a proposta em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Na visão da senadora, a proposta abre um precedente perigoso. — A arma estimula a pessoa a ficar valente, a se sentir segura, e pode fazer besteira — avaliou. Ela também ponderou que crianças podem ter acesso em casa, como no caso do atentado num colégio em Goiânia, em que um adolescente de 14 anos matou dois colegas e feriu quatro, usando a arma de um dos pais, ambos policiais. Regina afirmou que, no Congresso, a pressão pelo armamento vem da indústria de armas e os parlamentares já têm sua opinião formada. Na sociedade, porém, ainda é possível debater e convencer a população de que “a solução não é ter arma”. A presidente da CDH informou que vai pedir que os projetos sobre armamento passem pela análise da comissão, mas caso não seja possível, que o tema pelo menos seja debatido no colegiado.

Um senhor ministro

Nunca um ministro alagoano fez tanto pelo estado como o deputado Mauricio Quintella tem realizado em sua gestão à frente do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Já tivemos vários alagoanos ocupando cargos importantes em Brasília, até presidente da República, porém pouco ou nada fizeram que efetivamente contribuísse para o desenvolvimento de Alagoas. Maurício Quintella inaugurou, na última terça-feira, em Palmeira dos Índios, um trecho de 112 quilômetros, totalmente revitalizado, entre este município e Carié. Na oportunidade, ele anunciou dois aportes de recursos. São R$ 18 milhões para melhorias na travessia urbana de Palmeira dos Índios e R$ 25 milhões para a pavimentação entre Carié e Canapi, com previsão de conclusão em março de 2018, finalizando o último trecho da rodovia sem asfalto no estado.

Revitalização da BR-316

As obras entre Palmeira dos Índios e Carié concluem a primeira etapa do projeto de revitalização da BR-316. Previstas num contrato de cinco anos para sua manutenção – no programa Crema do Departamento de Infraestrutura de Transportes (Dnit), vão be-neficiar mais de 1 milhão de pessoas, além de aumentar a trafegabilidade, o conforto e a segurança viária.

Requalificação da travessia urbana Depois de identificar pontos críticos na travessia urbana de Palmeira dos Índios, com base nos dados sobre acidentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Dnit elaborou um projeto para solucionar os acidentes na região, principalmente os considerados graves, e melhorar a fluidez do tráfego na região. O trecho registrou mais de cem acidentes com mortos e feridos entre 2011 e 2016. O projeto inclui a construção de um túnel, 3 quilômetros de vias marginais, 2,8 quilômetros de pista duplicada, canteiro central, ciclovia, passeio, e novos acessos ao distrito industrial e ao município de Quebrangulo. “Isso, sem dúvida ne-nhuma, vai trazer mais segurança para as pessoas que trafegam e para os ciclistas e vai melhorar o transporte de carga nessa região”, avaliou o ministro.


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ELIAS FRAGOSO

Urnas violadas

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s eleições no Brasil foram recorrentemente fraudadas. Lá atrás (para não irmos tão longe) na chamada república velha, o voto de “cabresto”, de eleitores mortos, a troca pura e simples das urnas, eleitores que votavam em mais de uma seção, falcatruas na contagem dos votos, mesários que completavam a lista de votação em prol dos seus candidatos, eleitoAs “urnas eletrônicas” res que votavam por nada mais são que um outros e a compra de conjunto de softwares votos eram algumas e como tal, passível das inumeráveis fraudes eleitorais de manipulação, que elegiam e reeviolação ou fraude. legiam os “coronéis” No nosso caso, essas da política de então fragilidades ficaram ou seus prepostos. Com o surgievidenciadas nas mento das urnas auditorias públicas eletrônicas (1996) realizadas pelo TSE iniciamos no país em 2009, 2012 e 2016. uma nova etapa de enganação do eleitor através do discurso furado da sua decantada inviolabilidade. Mentira deslavada. Elas são comprovadamen-

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura e professor da Ufal e da Universidade Católica de Brasília

te violáveis, as inúmeras auditorias independentes realizadas comprovam isso. Mas a nossa justiça eleitoral continua a defender “cegamente” as urnas eletrônicas tal qual elas se apresentam. “Não há evidências de fraude”, afirmou recentemente à rádio Jovem Pan o secretário de TI do TSE, Giuseppe Janino. Deve viver no mundo da lua. Ou não... Recentemente, o maior evento hacker do planeta, a Defcon, analisou todos os modelos de urnas utilizados no mundo. Resultado: todos eles foram invadidos em menos de 2 horas. Sem deixar rastros. As “urnas eletrônicas” nada mais são que um conjunto de softwares e como tal, passível de manipulação, violação ou fraude. No nosso caso, essas fragilidades ficaram evidenciadas nas auditorias públicas realizadas pelo TSE em 2009, 2012 e 2016. O professor Diego Aranha, um dos poucos que tiveram acesso ao programa das urnas eletrônicas brasileiras afirma que “os mecanismos que protegem o software (das urnas) contra manipulação sofrem

Apenas um passo

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uem assiste às corridas de Fórmula 1 está familiarizado com a expressão “virou passageiro”. Bastante usada por narradores e comentaristas das disputas, significa que o piloto perdeu o comando do carro enquanto este derrapa e gira sem controle na pista. É Com o quadro de um belo e emociobestas políticas nante espetáculo, de fauces abertas, embora assaz periesfaimadas de poder goso, o mais das vee corrupção, o que zes resultando na destruição da mádevemos esperar quina e em danos das eleições do físicos ao piloto. próximo ano? Michel Temer virou passageiro! Atormentado por sucessivas delações premiadas que contam as suas falcatruas na política, alÉm de outras que, segundo as especulações, são esperadas; ate-

morizado por denúncias criminais aviadas pela Procuradoria Geral da República; acossado por aliados e demais aproveitadores, todos ávidos por cargos e verbas, o presidente é apenas um “zumbi político” (como o qualificou o professor e escritor Elias Fragoso em seu último artigo neste hebdomadário) que pensa e finge governar o País. Em tais circunstâncias, quem governa esse imenso gigante adormecido que às vezes acorda, mas ainda resiste em despertar de todo? O cáustico Epaminondas (lembram dele?) responde de supetão: o pior da política! Para nosso desencanto e preocupação, é verdade o que diz o Êpa, pois são os deputados e senadores, lamentavelmente aqueles envolvidos em inquéritos e processos que apuram as suas próprias corrupções, ou que negociam o voto em troca de cargos e verbas públicas, são esses de ca-

de falhas de projeto fundamentais”. Além dessa preocupante constatação, alguns episódios no mínimo dúbios ocorreram nos últimos tempos. Na eleição presidencial de 2014, a contagem dos votos foi realizada sem que a Nação pudesse acompanhar ao vivo com a esfarrapadíssima desculpa que, face à eleição no Acre não ter terminado (3 horas de atraso em relação ao horário de Brasília), os dados não poderiam ser fornecidos (e porque a pressa? Era só esperar acabar a eleição por lá e iniciar a contagem dos votos). Resultado: o candidato do PSDB “perdeu” a eleição em seu estado natal para a candidata do PT por uma diferença gigante que, “coincidentemente”, foi praticamente a diferença que deu a eleição à candidata (é bom que se frise que nenhuma pesquisa, mesmo as de boca de urna, identificaram essa fenomenal votação da candidata do PT em Minas Gerais). Solicitada a auditagem e a recontagem dos votos pelo PSDB, o

TSE ainda mais estranhamente, não aceitou na equipe dois profissionais reconhecidos mundialmente por seus trabalhos nessa área: o professor Alex Haderman, da Universidade do Michigan, e o pesquisador brasileiro Rubira Branco que trabalha na Intel e com larga expertise em segurança de software e segurança de aplicações. O argumento? Como um é cidadão estrangeiro e o outro vive em cidade fora do Brasil, isso violaria a soberania nacional (sic!). Deu no que deu. Estamos nos aproximando de mais uma eleição presidencial que mais uma vez pode ser tisnada por coisas “estranhas” desse tipo. Apesar de aprovado pelo Congresso Nacional, o voto impresso, uma forma de se controlar o voto eletrônico, foi descartado para 2018 pelo presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, com enganosa versão de “problemas” para a sua implantação. O sistema – mais uma vez - continuará inauditável. Com que finalidade?

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

ráter duvidoso que agora impõem o ritmo ao governo do País. Até o lado sadio do (des)governo Temer, aquele representado pela equipe econômica capitaneada pelo sisudo ministro Meirelles, até esses passam a ser submetidos àquela banda podre, pois sem ela nada será aprovado nas Casas do Congresso. A cada votação, prevê-se, o erário encolherá, empobrecerá a Nação. Essa, infelizmente, é a realidade presente que nós eleitores permitimos se concretizasse, a nossa inação servindo de estímulo aos predadores da política nacional. Pior: aflige-nos as perspectivas futuras. Com o quadro de bestas políticas de fauces abertas, esfaimadas de poder e corrupção,

o que devemos esperar das eleições do próximo ano? As pesquisas de opinião, lamentavelmente, indicam mais do pior, deixando-nos a incômoda impressão de que Pelé sempre teve razão: o eleitor brasileiro não sabe votar. Aliás, essa antiga frase-desabafo do Rei do Futebol traz implícita declaração de que somos os verdadeiros culpados pela vergonha nacional de termos um governo e um Congresso dominado por corruptos e traidores da Pátria, tornando certo velho aforismo: cada povo tem o governo que merece. Por não sabermos votar, merecemos o que está aí. Haverá alguma luz ao final do escuro túnel?


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ALARI ROMARIZ TORRES

JORGE MORAES

Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

A força do desconhecido

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oi preciso que o prefeito de São Paulo viesse a Maceió para receber o título de Cidadão Honorário da nossa capital, além de aproveitar para cumprir agenda como presidenciável, na semana passada, para que o prefeito Rui Palmeira se motivasse e, praticamente, deixou claro que é candidato ao governo do Estado, quando disse que Renan Filho terá adversário em 2018. Aproveitou, inclusive, para mandar um recado para o senador Renan Calheiros, principal articulador do PMDB e partidos aliados em Alagoas. Abro um espaço no assunto principal deste artigo para antes fazer uma pergunta: O que traz como merecimento o título concedido pela Câmara de VeQual foi o serviço pres- readores a qualquer pessoa, seja tado por João Doria, político ou não? pessoal ou profissio- Resposta: servinal, em defesa do povo ços prestados à cidade, no caso, de Maceió? Que eu saiba, nenhum. Acho Maceió. Consultando o nosso até que Doria nunca auxiliar Google veio à cidade nem a fui buscar a respasseio, e não sabe o posta ao pé da leque perdeu, com nos- tra: “Cidadania sas belezas naturais, honorária é um nossa rica culinária e o título de honraria que uma nosso artesanato. pessoa de importância recebe da Câmara Municipal de uma cidade, da Assembleia Legislativa de um Estado (ou DF no caso do Brasil), da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal”. Até ai tudo bem, quando se refere a “pessoa de importância”. E prossegue: “O Título de Cidadão equipara a pessoa homenageada a uma adoção oficial. A pessoa agraciada passa a ser um irmão, um conterrâneo, uma pessoa da terra natal. Mesmo que um homenageado não tenha nascido ou não resida no Município, para que se lhe conceda tal homenagem, faz-se necessário que

se diga o que ele (homenageado) fez, sem visar lucros, interesses pessoais ou profissionais, em defesa do povo do Município que lhe concedeu tal cidadania”. Então, pergunto: qual foi o serviço prestado por João Doria, pessoal ou profissional, em defesa do povo de Maceió? Que eu saiba, nenhum. Acho até que Doria nunca veio à cidade nem a passeio, e não sabe o que perdeu, com nossas belezas naturais, nossa rica culinária e o nosso artesanato. No dia da homenagem recebida, não sei se deu tempo para conhecer, até, porque, deve ter sido levado para jantar em um restaurante de categoria internacional e não deve ter feito passeio algum. O espaço está aberto para o vereador Chico Filho, autor da proposta, esclarecer a importância para o título. Mas, voltemos ao assunto principal do artigo, o ânimo recebido pelo prefeito Rui Palmeira, quando da visita do presidenciável João Doria. Até então, o prefeito dizia que qualquer decisão só seria dada no início do próximo ano, mesmo que esta coluna tenha anunciado lá atrás, no dia da abertura da Bienal do Livro deste ano, que Rui deixou escapar para um grupo de pessoas, e eu estava entre elas, que pensava seriamente e positivamente sobre o assunto. Agora, mais claro do que isso, impossível. O prefeito, na sua fala de recepção ao colega prefeito de São Paulo, mandou um recado mais direto para Renan pai e Renan Filho, que o seu partido - o PSDB - vai forte para as eleições de 2018. Como o nome principal da legenda é Rui Palmeira, ficou claro que ele não vai fugir a essa luta, tendo como aliados o DEM (Democratas), o PP (Partido Popular) e o PR (Partido Republicano), do ministro Maurício Quintela, entre outros menores. Acho que a partir de agora serão dois blocos nas ruas, nas cidades e em todo o estado, mesmo que ainda falte alguns meses para o Carnaval.

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Ser sindicalista

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empre admirei a luta de companheiros pelas categorias no Brasil inteiro. As dificuldades são muitas porque os patrões se acham superiores e o Legislativo cria leis que prejudicam os empregados. O funcionário civil só teve direito a ter seu sindicato após a Constituição de 1988 e os militares ainda hoje não podem ser sindicalizados. Nos Estados, só a partir de 1989 (Constituição Estadual) tivemos direito a ter nossos representantes. Uma grande luta que no início nos rendeu até ameaças de morte. Entretanto, é a disputa de Davi contra vários Golias. Os pequenos correm atrás de seus direitos e os gigantes derrubam tudo que eles conseguem. Nossa esperança é o desfecho da história. Quando os governos se apertam, os discursos de economia são Os sindicalistas dirigidos aos serpouco aparecem; vidores: reforma as categorias lutam trabalhista, reda previindividualmente, forma dência. Enquanto recorrendo à Justi- isso, o Presidente, ça, esperando anos investigado em vários processos, e anos por uma negocia com o solução de suas Congresso Nacional a liberação de reivindicações. recursos para parlamentares que o livram de ações na Justiça. Na última negociação foram comprometidos valores constantes do orçamento de 2018. E o ministro da Fazenda insiste em votar logo as reformas, demitir funcionários, não realizar concursos públicos, acabar com a estabilidade, cancelar reajustes já concedidos para o próximo ano, tudo isso para “economizar”. Nos estados a situação não é melhor. As Assembleias Legislativas estão acabando com os servidores estáveis, mas enchem os quadros de pessoal com comissionados, plenos de salários altos e dobrados. Os deputados recebem valores elevados e as “maracutaias” por verbas adicionais são muitas: verba de paletó, verba de correio, auxílio moradia, auxílio saúde e outros absurdos. Economia mesmo só em cima de servidores ativos e inativos. Com tanta ganância, como os repre-

sentantes de classe vão trabalhar em prol da categoria? Os dirigentes não respeitam a Justiça, criam leis ilegais os protegendo e contam com o apoio dos outros Poderes que deles precisam. Os orçamentos e outros projetos do Judiciário e do Executivo são aprovados pelo Congresso Nacional e nos estados pelas Assembleias Legislativas. Por este motivo não seria cômodo enfrentar os parlamentares. Os sindicalistas ficam perdidos no emaranhado de interesses. Estou impressionada com o silêncio do povo brasileiro! Os políticos massacram os servidores públicos; os escândalos são inúmeros, poucos senadores, deputados, governadores não estão envolvidos com a utilização indevida do dinheiro público, recebimento de propinas e outros crimes. O povo permanece calado, adormecido. Os sindicalistas pouco aparecem; as categorias lutam individualmente, recorrendo à Justiça, esperando anos e anos por uma solução de suas reivindicações. Em Alagoas há processos que tramitam na Justiça há mais de vinte anos. Aliás, nosso estado é diferenciado. Os políticos nada temem. O governador gasta o dinheiro da Previdência para pagar o décimo terceiro salário do funcionalismo e reclama da falta de recursos para aposentados e pensionistas. O Legislativo paga altos salários a deputados e dobra valores de comissionados; para ativos e inativos só se fala em economia. A Justiça é lenta e depende de aprovação de seus projetos pelo Legislativo. O Ministério Público investiga e denuncia à Justiça que, como disse, é demorada. A Polícia Federal tem atuado com firmeza, mas, no final das contas, tudo depende dos homens togados. O sindicalista quando reclama, tem que provar o público e notório. Quando procura os dirigentes, recebe a curta resposta: judicialize! A categoria não ajuda muito o seu representante; é mais fácil criticar do que se engajar na luta. Reuniões com dirigentes são inócuas; eles prometem e não cumprem. Apresento aos colegas sindicalistas meu integral apoio, que também não adianta. Sou apenas uma pobre aposentada, lutando por Justiça há muitos e muitos anos. Só Deus na causa!


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Uma empresa pouco recomendável

ZAIDA LINS DE LIMA Advogada e escritora

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exta-feira, dia 27/10, regressávamos dos EUA, na classe executiva da companhia aérea Avianca precisando fazer uma conexão no aeroporto de Bogotá, na Colômbia. O tempo decorreu sem Subimos no avião e maiores comvimos que trocaram plicações até nossas vagas por al- o alto-falante guém mais ‘graduado anunciar uma ou e$$$$$perto’. Lá proposta aos estava a classe exe- p a s s a g e i r o s que se apinhacutiva completa, sem vam na sala nossas vagas nume- de embarque. radas e devidamente Ofereciam 500 dólares aos adquiridas. que quisessem desistir,

com acréscimo de hospedagem e alimentação. Cinco minutos após, a oferta subiu para 710 dólares. Não soubemos se houve desistente, mas, de certeza, apuramos o overbooking. Venderam mais passagens do que poderiam. Chamaram a mim, meu filho e nora para negociar. Nada feito! Queríamos chegar. Como primeira mentira, alegaram não haver classe executiva pelo pequeno porte do avião. Que os comandantes de aeronaves maiores entraram em greve. Outra mentira, segundo apuramos! Sem nos arredarmos da impossibilidade de ficar, prometeram-nos um ressarcimento de 500 dólares na forma de crédito na empresa. Esses colombianos devem achar que os brasileiros são, em geral,

mais otários e babacas do que eles, francamente! Subimos no avião e vimos que trocaram nossas vagas por alguém mais “graduado ou e$$$$$perto”. Lá estava a classe executiva completa, sem nossas vagas numeradas e devidamente adquiridas. Fomos acomodados no “puleiro”, com o resto da tripulação, “degustando” um repasto horroroso, logo deixado de lado. De repente precisei ir ao toilette. Dirigi-me ao WC da classe executiva, porém fui barrada. Levantei a voz, e disse que, se não me abrissem a porta, faria um escândalo e um discurso para os brasileiros presentes e os ainda decentes.

Sempre sobra algum... Abriram! Na hora! Por quatro vezes fui lá porque fiquei nervosa. Acabo de vencer um câncer de mama e, portanto, nada, nada mais neste mundo me intimida. Vamos entrar na Justiça, mas, como fui advogada por muitos anos e até defensora pública, não acho que o caso chegue a bom termo, sabendo como sei, filha e mulher de advogado e neta de desembargador, que esse país só muda quando houver um pulso firme e honesto no topo da administração brasileira. E isso está difícil enquanto os ladrões dos bens públicos permanecerem ricos na cadeia, e livres do confisco...


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Mudanças no Francês

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Prefeitura de Marechal Deodoro vai precisar pensar em outras estratégias de lucro para o período lucrativo de dezembro e janeiro. Isto porque as barracas da Praia do Francês foram demolidas na quarta-feira, 1º. A proposta é abrir uma licitação para novas barracas, devidamente regularizadas após reurbanização da orla.

Energia mais cara

Em período de seca nos reservatórios hidrelétricos, os sinais são de que o consumidor vai pagar ainda mais pela eletricidade. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já recorre às térmicas, mais caras e poluentes, para garantir o abastecimento.

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ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.com

Facilidades do INSS

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começou a testar neste mês um novo modelo de concessão de benefício. As pessoas selecionadas receberão uma carta do INSS comunicando que já podem se aposentar. Se o beneficiário tiver interesse, basta ligar para o telefone 135 e confirmar a aposentadoria.

Desemprego em queda

O desemprego ficou em 12,4% no trimestre encerrado em setembro - a menor taxa do ano, segundo dados da Pnad Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao trimestre anterior, de abril a junho, o índice teve queda de 0,6 ponto percentual.


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Geo D’Almeida retorna aos palcos

20 ANOS DEPOIS COM O SHOW “SINAL VERMELHO”, QUE SERÁ TRANSFORMADO EM

ASSESSORIA

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pós 20 anos sem se apresentar ao grande público, Geo D’Almeida retorna aos palcos trazendo as suas experiências e carisma resgatando mais uma vez sua raiz. Com o show “Sinal Vermelho”, que será transformado em DVD, marcado para o dia 4 de novembro no Teatro Deodoro, ele retoma sua musicalidade com repertorio inovador, retratando a sua trajetória musical. Nascido em Maceió, Gerônimo Cícero de Almeida, artisticamente conhecido como Geo D’Almeida, cantor e compositor, iniciou a carreira musical muito cedo. Foi aos 15 anos de idade que o mesmo despertou o desejo de representar a cultura alagoana, assim trazendo a vivência do povo nordestino em suas composições com sua voz inconfundível. Seu estilo particular traz consigo os ritmos do Baião, Xote, Reggae, Blues, Rock e Forró. Com isso foi conquistando a todos por onde

passou assinando sua própria identidade. Buscando fortalecer o regional alagoano, viajou para São Paulo em 1979 já sendo vocalista da banda “Asas da Imaginação”. Desse dia em diante, a carreira do cantor ganhou espaço no mundo artístico. Mas foi em 1986 que o cantor preferiu seguir carreira solo com o disco autoral “Magia dos Tambores”, participou do projeto “Pixinguinha”, patrocinado pela Petrobras, que tinha o intuito de buscar e descobrir vários talentos. E com isso dividiu o palco com a cantora Zezé Mota, com Eudes Fraga e Itamar Assunção. Além de intérprete, Geo também é compositor. Ao longo da carreira assinou sucessos como: SOS Planeta Terra, Baião Aceso, Pra lá de Depois, Convite do ILÊ AIYÊ e Rastro da Lua, resultado de sua parceria com grandes nomes da música brasileira como Leci Brandão, Geraldo Cardoso e Roberto Barbosa entre outros.

SERVIÇO Quem: Geo D’Almeida O Que: Show Sinal Vermelho Quando: 04/11/2017 Onde: Teatro Deodoro Hora: 20h Ingressos: R$ 20,00 - inteira R$ 10,00 - meia Pontos de Vendas: Teatro Deodoro - 3003 9176 Salão Fátima Sena - 3371 8093 Site: compreingressos.com


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Prêmio Odete Pacheco homenageará Arivaldo Maia

NA ERA DO RÁDIO LOCUTOR ESPORTIVO É O DESTAQUE DA 15ª EDIÇÃO DA PREMIAÇÃO

BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

O Prêmio Odete Pacheco em sua décima quinta edição homenageará 16 profissionais de diversos estados, entre eles o destaque do rádio alagoano, o radialista esportivo Arivaldo Maia que dedicou 50 anos de sua vida à arte do rádio. Considerado o melhor locutor esportivo de Alagoas, Arivaldo é veterano em coberturas de Copas do Mundo e Copas América, tendo também transmitido os Jogos Olímpicos dos Estados Unidos. Além de radialista profissional, é bacharel em Direito, formado pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió e narrador titular da Gazeta. Tem percorrido o mundo inteiro pela emissora da Organização Arnon de Mello. Esteve nas Copas do Mundo do México, Espanha, França e Alemanha. Transmitiu Copas América na Argentina, Uruguai, Bolívia, Paraguai e outros países da América do Sul. Sua única Olimpíada foi transmitida dos Estados Unidos. Já transmitiu nos principais estádios do Brasil, desde 1967, data em que foi contratado pela Rádio Gazeta de Alagoas. Dessa vez, o prémio terá algumas categorias específicas com troféus especiais para melhor reportagem sobre a Lei Maria da Penha, 200 anos de Alagoas, Educação no Trânsito e Sustentabilidade. As categorias tradicionais como, rádio esportivo, técnico e repórter externo,

Arivaldo Maia transmite jogos nos principais estádios do Brasil desde 1967

Odete Pacheco, a pioneira do rádio alagoano, durante apresentação quando criança

entre outras permanecem. O diretor da Eventur’s, empresa responsável pelo prêmio, Marcos Assunção, explica o objetivo da premiação e a importância da mesma para a categoria. “O prêmio é dedicado a profissionais talentosos do rádio alagoano nos mais diversos segmentos. São operadores de áudio, operadores de gravação, repórter de

externo, locutor e apresentador, locutor esportivo que fazem o radialismo em Alagoas ser cada dia melhor e merecem essa homenagem”, diz Marcos. A estimativa para a cerimônia que acontece no dia 22 de novembro às 20h30, no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Alagoas (Fiea), na Av. Fernandes Lima, 385, no Farol,

é de cerca de 100 profissionais de Alagoas e outros estados. A PREMIAÇÃO O prémio leva o nome de uma grande locutora alagoana, natural de Passo de Camaragibe e uma das fundadoras da Rádio Difusora de Alagoas, a emissora oficial do Estado. Odete Pacheco trabalhou em uma época em que

não se tinha muito a presença feminina no meio radiofônico. Não demorou e o seu trabalho passou a ser reconhecido pelo grande público e a atingir outros estados. O site História de Alagoas, do jornalista Edberto Ticianeli, recentemente contou toda a trajetória da radialista de sucesso que comandou vários programas de auditório, entre os quais se destacam: Cantinho da Saudade, Rádio Variedades e Onde Canta o Sabiá. Além da locução nos estúdios e os programas de auditório, Odete Pacheco também participou de radionovelas. Segundo o portal, no dia 31 de janeiro de 1951 Odete precisou deixar o estado, pois Arnon de Mello, integrante da União Democrática Nacional (UDN) tomou posse do governo de Alagoas sucedendo Silvestre Péricles após uma eleição muito disputada em que houve a utilização da Rádio Difusora para a campanha de Campos Teixeira, candidato derrotado de Silvestre. Odete Pacheco, que era tida como comunista sem nunca ter nenhum vínculo com o Partido Comunista do Brasil (PCB), sofreu perseguição e transferiu-se para Recife. Nos primeiros anos da década de 1950 trabalhou na Rádio Clube de Pernambuco, onde comandou o programa “Só para mulheres”. Lá, mostrou a grande radialista que era “animando auditório e revolucionando a velha casa de Oscar Moreira Pinto”, como descreve Edécio Lopes, em seu livro Vaias e Aplausos. Em junho de 1972, após um mal-estar, Odete é internada na Santa Casa de Maceió onde falece uma semana depois. Em Maceió, uma via foi denominada Rua Odete Pacheco. Está localizada por trás do Cesmac da Rua Cônego Machado. É a antiga Rua da Harmonia. Em 2003, a Eventur’s, empresa dirigida por Marcos Assunção, criou o Prêmio Odete Pacheco para homenagear radialistas que se destacaram em Alagoas.


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Escolas estaduais usam ludicidade e tecnologia para estimular a aprendizagem

CIÊNCIAS EXATAS JOGOS E ROBÓTICA SÃO FERRAMENTAS USADAS PARA DINAMIZAR ENSINO; PROJETOS FORAM DESTAQUE DE FEIRA DA UFAL

TEXTO DE ANA PAULA LINS Fotos de Valdir Rocha

A

matemática é apontada por muitos estudantes como a disciplina que consideram mais difícil de aprender. Para romper com a fama de “bicho papão” e mostrar que é possível ensinar matemática de forma interativa e divertida, escolas públicas da rede estadual fazem de uso de jogos e da robótica para estimular o interesse pela disciplina. Alguns destes projetos foram apresentados durante a edição 2017 da Matexpo/Matfest, evento promovido pelo Instituto de Matemática da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) no período de 23 a 25 de outubro. Ao todo, 14 trabalhos desenvolvidos pelas escolas estaduais Fernandes Lima, Benedita de Castro, José da Silveira Camerino, Miguel Guedes Nogueira, Rodriguez de Melo, Moreira e Silva e Centro Cyro Accioly foram apresentados durante os três dias do evento. Além disso, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), também levou para a mostra as ferramentas e jogos desenvolvidos pelo Laboratório de Educação Matemática (LEM) do Centro de Ciência e

Estudantes de escolas de diferentes regiões do estado tiveram a oportundade de expor projetos desenvolvidos de forma lúdica

Tecnologia da Educação (Cecite) e projetos de robótica das escolas estaduais Francisco Leão (Rio Largo), José Aprígio Brandão Vilela (Teotônio Vilela), Luiz Augusto (Delmiro Gouveia), Watson Clementino de Gusmão (Delmiro Gouveia), Senador Rui Palmeira (Arapiraca), Professor Loureiro (Murici), Geraldo Melo, Irene Garrido, Afrânio Lages e Theonilo Gama (todas de Maceió). Ricardo Lisboa, superintendente de Políticas Educacionais da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), diz que, em meio a tantos atrativos tecnológicos, a exemplo dos smartphones, o desafio do ensino contemporâneo é encontrar formas de tornar as aulas atrativas para as crianças e adolescentes. “Muitos estudantes ainda consideram a matemática uma disciplina difícil e, como vivemos uma época em que a atenção do aluno é facilmente dispersada pelos atrativos tecnológicos, faz-se necessário encontrar meios de tornar a matemática encantadora. Para isso, a Seduc tem investido em ferramentas e formações que dão um suporte para os professores buscarem essas inovações: hoje, temos 95 escolas com robótica; a plataforma Escola Web, que conta com diversos objetos de aprendizagem à disposição dos educadores e o

nosso Laboratório de Educação Matemática do Cecite. Além disso, o Simpósio Alagoano de Ciências da Natureza e Matemática (Salcinn), promovido pela Seduc, oportuniza a discussão de novas tecnologias e metodologias”, destaca Ricardo. EXPOSIÇÃO O coordenador da Matexpo, Isnaldo Isaac, conta que o evento, que contou com 55 trabalhos inscritos, promove uma maior aproximação entre a universidade e as escolas de ensino fundamental e médio, mas também possibilita mostrar como se pode inovar no ensino aprendizagem de matemática. “A Matexpo é espaço para mostrar trabalhos que vem potencializando o ensino de matemática nas escolas públicas e particulares. Vimos projetos muito interessantes e interdisciplinares que unem matemática e história, matemática e engenharia. O distanciamento do aluno da matemática ocorre a partir do momento que ele não tem estímulo para estudar.Por isso, a Matexpo também se propõe a ser um canal de motivação para que os alunos gostem da matemática”, declara. Propostas - Professora da Escola Estadual Guedes Nogueira, em Bebedouro, Natalia Santos

apostou no jogo africano mancala como a ferramenta para estimular a aprendizagem da matemática. “Em uma disciplina que muitos alunos consideram difícil, é fundamental e no lúdico. Por meio da mancala, jogo cujo objetivo é recuperar o maior número possível de sementes, trabalhamos as quatro operações e o raciocínio lógico, pois, para ganhar o jogo, é preciso ter estratégia”, explica. Com cinco projetos inscritos na Matexpo, a Escola Estadual Benedita de Castro Lima, no Clima Bom II, também aposta em ferramentas lúdicas para fomentar o ensino da disciplina. Dentre elas, o uso do spinner na resolução de problemas, do jogo tangram para a confirmação do Teorema de Pitágoras e o uso de bolas e pipas para o ensino da geometria. Estes projetos tiveram também o apoio de acadêmicos de Matemática da Ufal por meio do Programa Institucional de Iniciação à Docência (Pibid). “São ferramentas que apresentam a matemática de forma divertida e tornam o aluno protagonista do seu aprendizado. Por meio de bolas e pipas, por exemplo, falamos de geometria plana e espacial. Percebemos que os alunos ficam fascinados quando fazemos uso destas ferramentas”, fala o professor Wellington Santos.

ESTÍMULO Os estudantes confirmam que as ferramentas lúdicas tornam o aprendizado da disciplina mais atrativo. É o caso de Victor Manuel Souza, aluno da 1ª série do ensino médio da Escola Estadual Luiz Augusto, em Delmiro Gouveia. Na Matexpo, o jovem apresentou projeto em robótica de guindaste magnético que diminui o risco de acidentes. Ele diz que a vinda da robótica à escola realizou um sonho antigo. “Desde criança, sempre sonhei em montar carrinhos, máquinas e termos a robótica em nossa escola é algo incrível, trouxe muita inovação para nossa aprendizagem”, afirma o jovem. Na última edição do Encontro Estudantil da Rede Estadual, ele e seus colegas ficaram em quinto lugar na Mostra de Robótica com o projeto do guindaste magnético. No caso de Tâmara Virgínia e Vitória Abyas, alunas do 9º ano da Escola Estadual Benedita de Castro Lima, a simpatia pela matemática também se fortaleceu graças às ferramentas pedagógicas. “Já gostávamos de matemática e projetos como estes que temos na escola deixam o aprendizado ainda mais interessante. Participar da Matexpo também é uma experiência muito enriquecedora”, contam.


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Criatividade ao ousar

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berto ao público no sábado passado, o Salão do Automóvel de Tóquio, organizado a cada dois anos, é uma exposição curta (termina no próximo dia 5) e predominantemente voltada ao próprio mercado. No entanto, tecnologias do momento que incluem carros autônomos, híbridos e elétricos são motivos de desafios que a engenharia local adora enfrentar. Considerando a chamada inteligência artificial (IA) fundamental daqui para frente, as marcas japonesas – aliás, em pleno processo de consolidação, pois não há futuro para nove fabricantes – têm muito a contribuir. Como maior fabricante do país, a Toyota tinha muitas atrações, a principal o carro-conceito Fine-Comfort Ride. Segue a diretriz do governo nipônico que prefere veículos elétricos movidos por pilha a gás hidrogênio, no lugar de baterias. Sua autonomia chega a 1.000 km, maior portanto que a do Mirai hoje à venda. Há alguns exageros como o

estranho Tj Cruiser, um crossover conceitual misto de van e SUV. A Toyota surpreendeu ao anunciar no salão que não pretende importar ou fabricar aqui o crossover médio C-HR (porte do RAV4). Talvez tenha considerado as linhas ousadas demais para sua imagem mais contida no Brasil. Porém, acenou com um modelo de sua subsidiária Daihatsu, o DN Trec, de fato bem interessante e de tamanho menor. “Está em estudos”, admitiu Steve St. Angelo, presidente para América Latina. Quatro modelos conceituais, todos elétricos, foram apresentados pela Honda. O mais interessante, Neu-V, aprende as preferências e humor do motorista graças à IA. Aproveitou para lançar o novo CR-V híbrido e confirmar que importará do Canadá, em meados de 2018, o excitante cupê Civic Si com motor 1,5-L, turbo de 208 cv e câmbio manual. A marca anunciou que dois terços de suas vendas em 2030 serão de elétricos ou híbridos, sem informar como

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br se dividirá a preferência dos consumidores entre as duas ofertas. Há razões para híbridos predominarem, sem descartar um gerador a combustão no lugar de baterias em tração puramente elétrica. Nissan, por sua vez, acertou ao redesenhar o Leaf, primeiro elétrico a tentar um espaço no mercado mundial. Confirmou que vai importá-lo para o Brasil em 2019. Agora tem estilo palatável e capacidade de ser controlado com apenas um pedal para acelerar e frear (pedal de freio continua para casos extremos). A fábrica acredita que por volta de 2025 será possível um automóvel elétrico ter o mesmo preço de um convencional, mas não disse se com ou sem subsídio governamental. Um dos protótipos

mais interessantes em exibição é justamente o IM-x, que integra seu conceito de mobilidade inteligente. Entre os convencionais confirmou a volta X-Trail ao País, um SUV médio que faz falta à marca. Como todas as edições do salão japonês, há projetos sobre o inusitado. Destaque desta edição é o Flesby 2, monoposto diferente com grandes almofadas externas que o protegem em pequenas colisões e minimiza ferimentos em caso de atropelamento. Carros convencionais também atraem visitantes. O Mazda Vision Coupe Concept antecipa como poderia ser um topo de linha de um fabricante pequeno, em busca de sobreviver. Para muitos, o modelo mais bonito em exibição.

RODA VIVA n QUANDO chegar ao Bra-

n HATCH de teto alto,

n PROGRAMA Brasileiro

n PERÍODO mínimo de

sil, em meados de 2019, primeira picape Mercedes-Benz Classe X vai impressionar pelo requinte de acabamento e alto nível de isolamento acústico. Será produzida na Argentina (compartilha chassi e carroceria com Nissan Frontier e Renault Alaskan) com o mesmo motor diesel. Mas a topo de gama terá um V-6, 258 cv, 56 kgfm, da própria Mercedes.] de Etiquetagem Veicular trará novidades a partir de janeiro de 2018. Considerado como certo mais um aperto para reduzir consumo de combustível (etanol e gasolina), política que deu ótimos resultados até agora com prazos factíveis. Também haverá nova metodologia de cálculo de consumo e duas novas categorias se somarão às 14 atuais.

JAC T40 é crossover com surpreendente evolução em estilo por preço muito bom. A marca chinesa explorou materiais mais nobres e melhorou acabamento. Espaço interno e visibilidade (inclusive espelhos) destacam-se. Motor 1,5 L, flex, 125 cv, poderia ter mais potência. A melhorar: sensibilidade da direção e suspensão menos ruidosa em desníveis. suspensão da carteira de habilitação sobe de um para seis meses a partir do dia 1º deste mês. Penalidade se aplica para quem acumula 20 ou mais pontos por infrações cometidas em 12 meses. Por outro lado, códigos e nomes de agentes de trânsito responsáveis por autuações estarão disponíveis na internet. Decisão (correta) é do Contran.

n BASF desenvolveu tintas

automobilísticas de cores escuras que mantêm a temperatura como se fossem claras. Para o Brasil faz todo o sentido. A empresa oferece no mundo paleta de 2.300 tonalidades. Dois terços da produção usam variações de apenas três cores básicas: preto, cinza e branco. No terço restante, destacam-se azul e vermelho.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Iguais perante a lei, uma grande mentira

A

lguns gaiatos por aí dizem muitas besteiras quando fazendo discursos ou fazendo pronunciamentos políticos. Isso acontece muito, tanto na Câmara Federal como no Senado e, também, nos palanques em vésperas de eleições. Alguns elogiam a deO ‘foro privilegiado’ é mocracia, mesmo sem saber o que ela exatamente para que faz em comparação ninguém saia condecom outros sistenado. Esse artigo 5º da mas políticos. Muitos gostam da denossa Constituição é mocracia, porque uma grande mentira e ela é um campo um motivo para gosto- aberto para a corrupção, para a rousas gargalhadas! balheira ou para um escancarado “propinoduto”. Se a democracia fosse como muitos querem que ela seja, nós já estaríamos

num carro atolado, sem cordas para puxá-lo. Muitos não sabem nem o que quer dizer democracia e aqui-acolá, dizem que estamos num país democrático, confundindo liberdade com anarquia, bagunça ou degeneração. Antes de 1988, centenas de deputados, senadores e juristas reuniramse em clima festivo para estudarem, discutirem e aprovarem uma nova Constituição Brasileira. Queriam uma Constituição longa e cheia de palavras bonitas que impressionasse as demais nações. Depois de muita conversa bonita e de um patriotismo mentiroso, chegaram a mais de 250 artigos, muito diferente da Constituição americana, composta de apenas 7 artigos. Pois é, a nossa Constituição Brasileira é rica de artigos e foi promulgada em 1988 com muitas festas, foguetes, bandas, whiskies, cachaças, batidas e caldinhos de feijão. Depois

de muitas declarações de que ela era uma “Constituição Cidadã”, a coitada ficou cheia de emendas, pois, sempre são acrescidos novos artigos. Dentre tantos, existe um deles que diz, no Art.5º. : “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Ah meu Deus, que coisa linda é a nossa Constituição. Que coisa poética!!! Ela diz que “todos são iguais perante a lei”. Vamos ver se é verdade!!! Eu como engenheiro civil que sou, caso venha a cometer um crime e ser preso, tenho o direito de ficar em sala especial, por mais hediondo que tenha sido o meu crime. Posso matar 5, 7 ou 10 pessoas, mas minha “prisão especial” ficará reservada! Mesmo que eu não seja nenhuma autoridade, posso ficar numa boa. Agora, vocês imaginem um cara com “foro privilegiado”, se não é uma barbada! Imaginem as

regalias para deputados, senadores e ministros. Primeiro, porque é muito difícil serem presos. Segundo, porque se forem presos, serão julgados pelos ministros do Supremo Federal, que são nomeados pelo presidente da República, amigo dos deputados e senadores e que dele dependem para aprovar o que o presidente quer. Como vocês sabem, é um ciclo vicioso, com compra de votos e pagamentos de nomeações. Iguais perante a lei, uma ova! O “foro privilegiado” é exatamente para que ninguém saia condenado. Esse artigo 5º da nossa Constituição é uma grande mentira e um motivo para gostosas gargalhadas! Vão enganar a mãe!!! Em tempo – Meu ilustre amigo, Dr. Francis Leahy, é um dos meus leitores assíduos. Para ele, meus agradecimentos.


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ABCDO INTERIOR

robertobaiabarros@hotmail.com

De volta 2

Geo vai fazer uma apresentação eclética, misturando antigos sucessos com novas composições, como Sinal Vermelho, que dá título ao show. Neste retorno, ele vai estar bem acompanhado com músicos de primeira linha do cenário musical alagoano como Dinho Zampier (teclado), Félix Baigon (baixo), Tony Augusto (guitarra) e Jarla Araújo (bateria).

PF de olho

O

s deputados Severino Pessôa e Edval Gaia poderão ser conduzidos coercitivamente para a sede da Polícia Federal para prestarem depoimento na Operação Sururugate, segundo adiantou o superintendente da PF em Alagoas, Bernardo Gonçalves, que irá intimá-los novamente. Na última segunda-feira, 30, os dois parlamentares não comparecerem espontaneamente para darem informações sobre as investigações em que são acusados de integrar esquema milionário na folha de pagamento.

Mais de R$ 15 milhões

Segundo a CGU informou à PF, os beneficiários do Bolsa Família recebiam os valores simultaneamente aos salários da Assembleia Legislativa do Estado. Levantamentos apontam que os pagamentos realizados pela Assembleia a indivíduos cadastrados em programas sociais do governo federal, somente entre 2010 e 2013, ultrapassaram o montante de R$ 15 milhões.

Compromisso

Mais de 500 famílias de pequenos produtores rurais serão beneficiadas pelo termo de compromisso assinado na segundafeira, 30, em Arapiraca, pelo governador em exercício Luciano Barbosa. O acordo firmado entre o Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas e a Secretaria de Estado da Educação prevê a destinação de R$ 6 milhões para compra, junto a agricultores familiares, de 30% da merenda escolar servida nas escolas da rede pública estadual.

Escoamento da produção

A assinatura integrou a programação dos 93 anos de emancipação política de Arapiraca, festejada neste dia 30. Na avaliação de Luciano Barbosa, a garantia de aquisição de produtos da agricultura familiar para a merenda consolida o compromisso do Governo de Alagoas com os pequenos produtores, favorecendo o escoamento da produção e destinando alimentos de qualidade para os alunos da rede estadual.

De volta 1

Após 20 anos sem se apresentar ao publico, Geo D’Almeida retorna aos palcos trazendo as suas experiências e carisma resgatando mais uma vez sua raiz. Com o show “Sinal Vermelho”, que será transformado em DVD, marcado para o dia 4 de novembro no Teatro Deodoro, ele retoma sua musicalidade com repertorio inovador, retratando a sua trajetória musical.

Arapiraca 1

Redução de acidentes

Desenvolvimento

O prefeito Júlio Cezar agradeceu ao ministro pelos benefícios destinados à região e destacou O prefeito Júlio Cezar recebeu que Palmeira, aos poucos, volta a fazer parte do na terça-feira (31) a visita do cenário político e do desenvolvimento alagoano. governador de Alagoas em “Até pouco tempo, Arapiraca e Maceió domiexercício, Luciano Barbosa navam a política alagoana. Em janeiro deste e do ministro dos Transporano começamos a trabalhar e fomos buscando tes, Portos e Aviação Civil, as parcerias que a política, às vezes, insiste Maurício Quintella, além de em afastar. Mas precisávamos unir forças para diversas autoridades polítitrabalhar por Palmeira e conseguimos. E foi cas do estado. Na ocasião, o assim que 100% da bancada alagoana destinou ministro lançou, oficialmente, o um pouco de recursos para o nosso município”, Programa BR Mais e inauguavaliou o prefeito. rou a revitalização da BR-316, do trecho Carié/Palmeira. Tudo começou na última sexta-feira, Palmeira dos Índios foi o E continuou. “Todos os municípios sofrem com dia 27 de outubro, quando Rafael primeiro município brasileiro a esta grande crise econômica e política que o da Silva Albuquerque, de 36 anos, ser beneficiado pelo prograBrasil enfrenta. Mas não ficamos lamentando teria arrombado uma residência no ma, em uma ação pioneira do e fomos buscar as parcerias. Há três anos, Bairro São Luiz I e, na sequência, governo federal, com o projeto éramos o município que menos tinha contratos fugido com a motocicleta da vítima, piloto da travessia urbana na com a Caixa e hoje somos o primeiro município carregando na garupa o cofre da re- BR-316, que vai reduzir as em contratos e emendas. Por isso estamos sidência, onde estavam várias joias estatísticas de acidentes na indo frequentemente a Brasília, em busca de e uma pistola. região. investimentos. Uma onda de arrombamentos de residências da área urbana tem tirado o sossego de famílias que têm apelado para a polícia prender os marginais, que sempre agem em grupo. Essa semana, policiais civis da 4ª Delegacia Regional de Arapiraca, com o apoio do 52º, 55º e 59º Distritos Policiais, prenderam seis pessoas acusadas dos crimes de furto, arrombamento e receptação na cidade de Arapiraca.

Arapiraca 2

Crise econômica

PELO INTERIOR ... Durante solenidade, o governador em exercício Luciano Barbosa lembrou que, apesar de ter sido criado na cidade de Arapiraca, nasceu em Palmeira e tem muito apreço pela cidade. ... “Palmeira é uma cidade rica culturalmente e quero parabenizar o prefeito Júlio pela Semana Graciliano Ramos e pela FliPalmeira, dois eventos que engrandeceram a cidade onde eu nasci, apesar de ter sido criado em Arapiraca. Tenho muito apreço pelas duas terras. E é com muita alegria que estamos aqui, para ouvir o anúncio desta obra importantíssima não só para Palmeira mas para todo o estado, e também, participar da inauguração da revitalização da BR”, disse o governador em exercício. ... O chefe do Ministério Público Estadual, Alfredo Gaspar de Mendonça, anunciou, na segunda-feira, 30, o novo prazo e propôs parceria entre o MP e as prefeituras com o apoio do governo do Estado para cumprimento da lei que extingue os lixões a céu aberto.

... Em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, os municípios formaram consórcios, assinaram os planos intermunicipais de Resíduos Sólidos e buscaram aterros privados compartilhados. ... Alfredo Gaspar afirmou que entende as dificuldades financeiras das gestões municipais e por esse motivo, com autorização do Conselho Nacional do MP, deu novo prazo de quatro meses para que prefeitos encerrem os lixões com a garantia de suspensão das ações penais para os gestores que manifestarem o interesse em cumprir o acordo. ... Com a previsão de crescimento no número de prefeitos que está aderindo ao programa Moradia Legal, o número de famílias beneficiadas pode chegar a 20 mil até o primeiro semestre de 2018. ... Nas duas últimas edições, 17.200 famílias foram atendidas com a regularização dos imóveis.

... Para estimular as adesões em um programa considerado importante para os municípios, foi definida a data de 13 de novembro para a assinatura coletiva dos termos de convênio com o Tribunal de Justiça. ... Depois de Mata Grande, agora foi a vez da agência do Bradesco de Dois Riachos ser assaltada. Na madrugada da segundafeira, 30, a agência, localizada na Praça da Independência, no centro, foi alvo de dez bandidos, que chegaram fortemente armados. Os criminosos estavam em dois veículos: uma Hilux de cor prata e outro cujo modelo ainda não foi identificado. ... Pouco antes das 4h da madrugada, alguns deles dispararam vários tiros em pontos estratégicos da cidade, enquanto outros explodiam a agência bancária, ainda fazendo algumas pessoas de reféns. Os bandidos fugiram em direção à cidade de Águas Belas. Ninguém foi preso. ... A todos, um excelente final de semana, com saúde e paz. Até a próxima edição!


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MEIO AMBIENTE Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Monitor da seca

F

Piscinas naturais

oi disponibilizado pela Agência Nacional das Águas, no início do mês de outubro, um aplicativo gratuito que permite monitorar a intensidade da seca no Nordeste. O aplicativo, disponível para download gratuito, tanto em dispositivos Android quanto iOS é chamado Monitor de Secas. Ele permite o acompanhamento da intensidade da seca em todo o Nordeste entre julho de 2014 e agosto de 2017.

Multa ambiental

Por não ter caráter tributário, multa ambiental prescreve em cinco anos. Além disso, o termo inicial prescricional é o vencimento do crédito não pago após o fim do processo administrativo.

Cisternas

Avanço do mar

O desmoronamento causado pela força das ondas no Rio de Janeiro já é um problema antigo no litoral do Norte e Nordeste. Segundo o professor da Universidade Federal do Espírito Santo Dieter Muehe, organizador de livro sobre o tema, estima-se que mais da metade do litoral das duas regiões sofre erosão, chegando a um avanço do mar de cinco metros por ano em determinadas praias, número que seria de 20% na região Sudeste. A situação preocupa no Rio Grande do Norte, onde o avanço do mar tem ameaçado vilas de pescadores em 60% das praias, segundo a Universidade Federal potiguar. Recife e Olinda, em Pernambuco, tentam barrar o avanço do mar com uma linha de pedras. A realidade é que agora a erosão marinha se transferiu para praias mais ao norte do estado.

O Gerenciamento Costeiro do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/ AL) realizou a manutenção da sinalização na Piscina Natural de Pajuçara. A ação contou com a participação da Colônia Z1 de pescadores e da Capitania dos Portos de Alagoas. A equipe colocou novos cabos para o fundeio das embarcações na Piscina Natural de Pajuçara. A sinalização nessa região é muito importante para que a haja uma proteção dos corais da piscina. A falta dessa sinalização pode ser usada como justificativa para que as pedras sejam usadas para prender as embarcações.

Chapada dos Veadeiros

Com o controle do incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, os bombeiros deixaram a reserva, após quase 15 dias de intensos combates. O incêndio, já considerado o maior da história da reserva ambiental, destruiu 26% do parque. A expectativa é de que em um ano se consiga a recuperação da área atingida pelo fogo.

Um dos principais e mais reconhecidos programas federais contra seca no semiárido sofre com cortes de verbas e tem uma previsão de redução de 95% no orçamento do próximo ano, o que ameaça inviabilizar a construção de cisternas nas zonas rurais do Nordeste e norte de Minas Gerais. A fila de espera por uma cisterna de primeira água --destinada para consumo doméstico--, segundo a ASA (Articulação do Semiárido, entidade que reúne 3.000 organizações sociais dos nove estados da região semiárida), chega a 350 mil famílias. Nos últimos 15 anos foram construídos mais de 1,2 milhão desses equipamentos.


MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 09 DE NOVEMBRO DE 2017

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