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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 948 - 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 2017

R 3,00

Dívida bilionária dificulta

venda da Ceal

COM DÉBITO TRABALHISTA DE R$ 1,8 BILHÃO, ESTATAL FOI SUCATEADA DURANTE DÉCADAS POR INGERÊNCIA POLÍTICA E MÁ GESTÃO P/2, 10 E 11

CRIME NO SERTÃO

Família diz que Boiadeiro investigava desvios da prefeita Marina Dantas P/8

Mércia, viúva de Neguinho Boiadeiro, e a filha Bahia continuam culpando os Dantas pelo crime

CRISE À VISTA Governador prevê dias difíceis em 2018; folha de aposentados vai a R$ 2 bilhões

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VIOLÊNCIA Cresce número de assassinatos de negros em Alagoas

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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 2017

A falência da Ceal

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

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- A venda da Companhia Energética de Alagoas (Ceal) pelo preço simbólico de R$ 50 mil é consequência de décadas de ingerência política, desmandos e incompetência administrativa que levaram a companhia à insolvência e ao sucateamento

(Millôr Fernandes)

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- Com mais de 1 milhão de consumidores em seu cadastro e dona de um débito bilionário com traba-lhadores e fornecedores, a empresa está sucateada, sem recursos para investimento nem condições de pagar suas dívidas.

O presidente Temer está decidido a levar adiante a Reforma da Previdência para implantar um sistema de aposentadorias igual para trabalhadores públicos e privados. Ele sabe a magnitude da briga que vai comprar com a elite do serviço público beneficiária do sistema atual. No Brasil, 1 milhão aposentados do setor público custam mais (R$ 164 bilhões) que 30 milhões de aposentados do setor privado (R$ 150 bi). (Coluna do Cláudio Humberto).

- Além da maléfica ingerência política, a Ceal também foi vítima do setor açucareiro, que ao longo dos anos vem acumulando dívidas e lesando a companhia com calotes milionários. Com a conivência da Justiça, várias usinas há décadas não pagam a energia que consomem e operam ad aeternum com liminares graciosas que ajudaram a quebrar a estatal elétrica.

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- Com um passivo trabalhista de R$ 2 bilhões e no rol das piores estatais do setor elétrico, a Ceal será vendida em leilão no início de 2018 com preço mínimo de R$ 50 mil, junto com outras cinco empresas controladas pela Eletrobras, também endividadas e sucateadas. E todas elas vítimas do mesmo mal: ingerência política e incompetência administrativa.

Protegido

Tragédia Aldo para presidente!

Alguns parlamentares alagoanos envolvidos no assalto aos cofres da Petrobras lavaram dinheiro com um empresário de Recife conhecido pela alcunha de Ventana. A lavanderia operou com empréstimos forjados, compra e venda de fazendas de gado em Pernambuco, além de empresas fantasmas em Alagoas e outras falcatruas com dinheiro público. Só no nome de um desses acusados a PF localizou um patrimônio imobiliário avaliado em mais de R$ 12 milhões, não declarados à Receita Federal. Essas informações – às quais a coluna teve acesso constam de depoimentos prestados à Polícia Federal em Maceió, e ao QG da Lava Jato em Curitiba.

Condenado em segundo grau por não pagar pensão alimentícia, um deputado federal de Alagoas pode ser preso a qualquer momento. Pedido de prisão com base no Art. 528 do novo CPC foi ajuizado no início de maio junto à 24ª Vara de Família, mas até agora não foi julgado. Detalhe: a imunidade parlamentar não acoberta esse tipo de delinquência. Com a palavra, a Corregedoria-Geral de Justiça do TJ-AL.

DA REDAÇÃO

Fim dos privilégios

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Lava Jato

COLUNA SURURU

O PSB pode se dividir caso Joaquim Barbosa entre no partido para disputar a Presidência. O ex-ministro Aldo Rebelo, recémfiliado à legenda, admite internamente disputar prévias contra o ex-ministro do STF. (Folha de S. Paulo)

Os dois grandes desafios nacionais

Os principais gargalos para o Brasil se tornar um país mais rico, próspero, inclusivo e justo podem ser resumidos em dois pontos: crise fiscal e crise de representatividade. Significa dizer que precisamos equacionar o financiamento do Estado e ver os interesses coletivos defendidos com ênfase e legitimidade. Sem isso, o país provavelmente repetirá a trajetória vista no passado recente: ondas de algum crescimento seguidas de recessão e avanços sociais pouco consistentes. (Blog do Noblat).

Mais de 230 mil pessoas morrem por ano no Brasil vítimas de infecção hospitalar, segundo pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo. A falta de medidas preventivas nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) de hospitais particulares e públicos é apontada como causa dessa tragédia humana.

Boca da Mata

A festa de emancipação de Boca da Mata, no sábado, 11, deu o que falar nas redes sociais. Não faltaram áudios, prints de conversas, fotos e vídeos. Também, é claro, não faltaram informações desencontradas. O fato é que a festa, já na madrugada de domingo, se transformou em um ringue. Uma briga envolvendo o prefeito da cidade, Gustavo Feijó (PDT), e os ex-prefeitos Cristiano Matheus (PMDB) e Toninho Lins (PSB) teria só acabado com a presença da Polícia Militar. Dizem que o embate começou quando Matheus e Lins provocaram Feijó chamando-o disfarçadamente de caloteiro. “Festa bonita, mas não paga ninguém” teriam dito. O prefeito não aceitou a provocação em seu camarote e revidou.

Prêmio Sincor

O EXTRA ALAGOAS venceu uma das categorias do VIII Prêmio Sincor de Jornalismo Alberto Marinho, evento realizado na noite de quinta-feira, 9, na casa de eventos Unique, em Maceió. Com o foco no mercado de seguros, o Sindicato dos Corretores de Seguro do Estado de Alagoas (Sincor/AL) premiou a jornalista Valdete Calheiros, do semanário, na categoria Melhor Reportagem Impressa com a matéria “Seguro de vida, um novo aliado no combate ao câncer de mama”.

Selo Unicef

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) inicia na próxima semana o 1º Encontro de Capacitação do Selo UNICEF – Edição 2017-2020 para os municípios de Alagoas. Equipes do Unicef e parceiros estarão reunidos em dois municípios-polo com gestores públicos dos 63 municípios participantes desta edição. O Selo UNICEF visa estimular os municípios a implementar políticas públicas para redução das desigualdades e garantir os direitos de crianças e adolescentes previstos na Convenção sobre os Direitos da Criança.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

Rodrigo Medeiros

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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 2017

JORGE OLIVEIRA arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

O caos na Barra! Barra de São Miguel, AL – Primeiro uma historinha, versão posto de saúde: na última quarta-feira, pela manhã, um rapaz foi ao posto de saúde da Barra de São Miguel queixando-se de uma dor de dente. Encontrou – como sempre - o prédio fechado. Movido pelo sofrimento intenso apelou: arrancou o portão imenso do prédio e o jogou na rua (foto). Foi ouvido pela polícia e liberado. Segunda historinha, versão moradores: o rapaz estaria levando a mulher para ser atendida e encontrou o posto de saúde fechado. Ao removê-la para a UPA do Francês, ela teria morrido. E a população? Bateu palmas para o rebelde porque viu nele o seu defensor já que ninguém aguenta mais o descalabro da administração que entregou a cidade à especulação imobiliária e a cada dia assiste o desmonte de suas belezas naturais. A Barra, como já disse aqui, virou um caos sob o olhar complacente das autoridades. O IMA – Instituto do Meio Ambiente – que, em tese, deveria preservar o meio ambiente, virou cúmplice da ganância do prefeito e seus comparsas. Onde existe uma destruição e um crime ao meio ambiente lá está a placa do IMA autorizando o desastre. Os dois - a prefeitura e o instituto – trabalham como irmãos siameses para devastar as encostas, acabar com os rios e poluir as praias da cidade, ainda uma das mais belas do litoral alagoano.

Os servidores recebem salários atrasados, as escolas fecharam por dois dias esta semana em protesto à inépcia do prefeito, os fornecedores estão sem receber e o município parou. Com isso, o movimento no comércio caiu. As lojas, pequenas e grandes, estão às moscas porque o dinheiro deixou de circular. Mas se a administração está um caos, existe um outro lado que está nadando de braçada nas belas águas da Barra de São Miguel: o prefeito e seus amigos especuladores que transformam o lugar em um monte de concreto e ferro sem dotar a cidade de uma infraestrutura adequada para receber esses novos empreendimentos. O prefeito não aparece na cidade, como denunciam os moradores. Um tal de Mourinha é o responsável pela administração, aliás, pela esculhambação, pela anarquia generalizada. A cadeia pública está fechada a cadeado. Isso mesmo: a cadeia pública está com cadeado no portão de entrada! As encostas com áreas verdes estão sendo devastadas para atender os negócios escusos dos empreendedores de fora da cidade. O prefeito – veja que coisa! – constrói a maior marina particular da cidade (foto), obra milionária para a qual não faltam recursos nem operários. Ele quer ligar o litoral ao condomínio Alta Vista, onde tem casa. Para isso, do dia para a noite, devastou uma imensa área de mata nativa transformando o local em

dois platôs para criar estacionamentos e viabilizar o seu projeto. Para “limpar” a área, o prefeito ameaça retirar do local dezenas de famílias que vivem da cata do maçunim, desalojando a população carente que vive da pesca. Os moradores estão revoltados, mas o movimento de protesto é abafado pelas benesses oferecidas pelo prefeito aos mais exaltados. A criminalidade aumentou terrivelmente. Nesta semana, várias lojas e pequenos comerciantes foram assaltados. Nos condomínios já ninguém dorme com tranquilidade porque os ladrões fazem visitas nas madrugadas aproveitando-se da ausência de policiamento na cidade. O pânico tomou conta dos moradores que não se arriscam sair à noite com medo dos bandidos. Diante desse caos é de estranhar que o Ministério Público, tão zeloso das suas funções em Alagoas, ainda não tenha atentado para essa desordem administrativa e a bagunça em que se transformou a cidade da Barra, cartão postal do estado. Um dos mais belos, diga-se de passagem.

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GABRIEL MOUSINHO

Violência não

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mbora seu grupo político esteja no olho do furacão, o presidente da Assembleia Legislativa, Luiz Dantas, tem demonstrado que a violência não é o melhor remédio para se resolver problemas eleitorais no seu principal reduto, o município de Batalha. Dantas, que sempre foi avesso à violência, mas impotente para conter os ânimos mais exaltados, não tem compactuado com o que vem acontecendo em um dos principais municípios do sertão de Alagoas, tão massacrado pela mídia há anos e também agora, exposto no cenário nacional. Eterna briga de famílias na região, o fato tem trazido preocupações para o próprio governo, que não tinha assistido nos últimos anos o recrudescimento da violência no interior do estado. O problema é plenamente localizado e medidas repressivas e preventivas devem ser tomadas pelas autoridades policiais, para que não se estimule nem se alastre para outras localidades. A disposição do presidente da Assembleia Legislativa, para manter a paz e a segurança das famílias e da população de Batalha, é um exemplo que deve ser seguido por todos que têm diferenças aos longos dos anos em diversas regiões de Alagoas. O objetivo maior é construir a paz entre as pessoas e que os mais afoitos entendam que a violência é um caminho sem volta para aqueles que querem o poder a qualquer custo.

O pau cantou

Num espetáculo pra lá de deprimente, o pau cantou na festa de emancipação política do município de Boca da Mata. Quem estava lá presenciou uma cena de pugilato, com o prefeito Gustavo Feijó entrando numa luta corporal numa briga que envolveu também os ex-prefeitos Toninho Lins, de Rio Largo, e Cristiano Matheus, de Marechal Deodoro. A confusão, de acordo com pessoas que participavam da festa, começou com uma pequena discussão e que depois enveredou para a briga. Uma vergonha, disseram moradores de Boca da Mata.

Com força

A matança no interior de Alagoas mais precisamente no município de Batalha voltou com força. O crime de mando que aparentemente havia desaparecido em Alagoas, parece que está de volta, embora a polícia já saiba de onde partiu tudo.

Oposição despertou

O governador Renan Filho parece que não terá vida tão fácil politicamente no próximo ano como se previa. A oposição disputará o governo do Estado com força. Pelo menos dois grupos já mostraram que estão dispostos a ir à luta. O do prefeito Rui Palmeira, que assumiu a direção do PSDB em Alagoas, e o do deputado federal JHC.

Sonegação fiscal

Prisões, afastamento de funções e outros delitos, foram os resultados da Operação Polhastro desencadeados pelas Polícias Civil, Militar e naturalmente o Ministério Público, com sua equipe de combate ao crime organizado. Além de fiscais de tributos, até o ex-vereador José Márcio também estaria envolvido em sonegação fiscal. Uma vergonha para o fisco alagoano.

Força de Lira

O deputado federal Artur Lira foi ouvido pelo Palácio do Planalto. A pressão sobre espaço da base aliada do presidente Temer no Congresso Nacional funcionou. Até o ministro das Cidades, Bruno Araújo, entregou o cargo. Lira mostrou força política ao liderar o PP e mais alguns partidos ao reclamar do tratamento recebido do Planalto pelos aliados. Alagoas sai na frente e poderá ter mais gente prestigiada na próxima reforma ministerial que já foi iniciada.

Fragilizado

Quem mais deve perder com a reforma ministerial é o PSDB. Na votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, o partido foi fraco no número de votantes. A barra para defender o governo ficou por conta do Partido Progressista e de outros aliados, enquanto o PSDB navegava no comando de pelo menos quatro ministérios.

Ou vai ou racha

O deputado Arthur Lira jogou todo o seu prestígio nessa fase de transição. E está saindo vitorioso. O governo entendeu que, sem esse apoio, poderia ter sérias consequências daqui pra frente, como por exemplo as reformas que pretende enviar para a Câmara dos Deputados, especialmente a da Previdência.

gabrielmousinho@bol.com.br

Ameaça

O senador Renan Calheiros, naturalmente, também estaria ameaçado caso fosse julgado e condenado na Operação Lava Jato. Mas isso é uma alternativa na qual ninguém quer acreditar, nem mesmo Renan, que sabe da morosidade da justiça nesses casos.

Inflexível

Enquanto a oposição se articula em Alagoas, o presidente do Democratas, José Thomáz Nonô, não deixa por menos a desconfiança de que o ex-presidente do PSDB, Téo Vilela, pode fazer uma dobradinha com o senador Renan Calheiros para as eleições do próximo ano.

Tudo pode acontecer

Candidatíssimo ao senado, Vilela tentou demonstrar que nada tem com Renan Calheiros, mas a história faz os aliados ficarem com as barbas de molho. Ele passou a direção do PSDB ao prefeito Rui Palmeira, mas não convenceu totalmente aos seus aliados. Thomáz Nonô e o deputado federal Arthur Lira não estão totalmente convencidos da fidelidade de Téo. Aliança branca O que a oposição teme, a exemplo da eleição passada, é que Téo Vilela manobre para fazer uma aliança por baixo dos panos com Renan Calheiros, especialista em acordos políticos. Isso poderia trazer sérios prejuízos para os demais candidatos, a exemplo do próprio Rui Palmeira e do senador Benedito de Lira, candidato à reeleição.

Demonstração

O que os aliados de Rui Palmeira exigem, é uma demonstração mais precisa da fidelidade de Téo com o grupo. Por exemplo: viajar ao interior e fazer acordos, alianças e declarações de que está mesmo com o grupo de oposição, não deixando brechas para as reeleições de Renan Filho e do pai Renan Calheiros.

Em jogo

Nesta embolada toda, também está em jogo uma candidatura de oposição à presidência da República. Já é público e notório que se por ventura até lá Lula não for preso nem inelegível, Renan Calheiros irá apoiá-lo juntamente com o filho governador. Isso afetaria qualquer aliança mesmo que fosse branca na campanha do próximo ano.

Musculatura política

O deputado JHC monta uma estratégia para apresentar uma opção ao governo do Estado, que poderia ser ele mesmo. Ele esbarra, entretanto, numa ampla força política em toda Alagoas. Para uma candidatura majoritária é necessário que o postulante ao cargo tenha serviços prestados em todos os municípios alagoanos, o que parece não é o caso do deputado. Mesmo assim, demonstrou que é bom de urna.

Adesão

Nesse pouco tempo que resta para alianças políticas visando às eleições de 2018, JHC está investindo em trazer para si a adesão de novos partidos políticos e lideranças que sejam impactantes junto a eleitorado. Se vai conseguir, ninguém sabe, mas o seu nome é o mais forte no momento.

Ainda não

O Partido dos Trabalhadores, que decidiu marchar com os Renans para o governo, ainda espera de boca aberta o espaço que vai ocupar no governo do Estado. O PT queria a Secretaria de Educação, mas já sabia, de antemão, que seria praticamente impossível esse acordo. Tirar o vice-governador do cargo era o mesmo que mexer numa casa de marimbondo, principalmente pelo trabalho eficiente que vem sendo realizado por Luciano Barbosa, implantando, sobretudo, o tempo integral nas escolas para os alunos da rede estadual.

Segundo escalão

O PT deve se contentar com cargos no segundo escalão, assim mesmo sem nenhuma visibilidade no governo. Chegou tarde para compor e principalmente porque a aliança foi decidida em nível do ex-presidente Lula com o senador Renan


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Renan Filho tenta minimizar impacto da crise com desoneração e renegociação de empréstimos

Governo prevê 2018 ‘duríssimo’ e renegocia empréstimos da era Vilela

MAUS VENTOS FOLHA DE APOSENTADOS DEVE ENCOSTAR EM R$ 2 BI; ORÇAMENTO DOS PODERES INCHA GASTOS ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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imprevisível situação da economia para 2018 na era Michel Temer faz os técnicos do Governo de Alagoas acreditarem em tempos duros no serviço público. Duríssimos, é a ênfase geral. Tanto que Renan Filho (PMDB) autorizou que a Assembleia Legislativa votasse, mês passado, a renegociação das operações de crédito da era Teotonio Vilela Filho e envolvendo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-

mico e Social, o BNDES. Os empréstimos da era Vilela somaram pouco mais de R$ 1 bilhão. Misturou real e dólar e envolveram, além do BNDES, a Caixa Econômica Federal, o Banco Mundial (BIRD) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). E a moeda americana registrou tanta variação que o Governo de Alagoas previa que, por mês, pagaria 1,3 milhão de dólares para quitar o débito; saltou para 2,3 milhão de dólares mensais em 2017. O dólar na época

de Vilela estava a R$ 1,90; esta semana, passou a R$ 3,30. A era Temer também passa o garimpo pelos cofres alagoanos. Cobra a devolução de convênios antigos - alguns à beira de 20 anos - nunca executados. Herança que caiu no colo do secretário da Fazenda, George Santoro. Estes convênios passaram do prazo para execução; as prestações de contas foram recusadas ou glosadas. E como a União corre para tapar o buraco das próprias contas, aperta

todos os estados, incluindo os mais pobres, como Alagoas. O dinheiro virá de cortes na máquina estadual: menos luz, menos água, menos diárias, menos papel nos órgãos públicos. Existem, ainda, previsões mais difíceis. Em maio, o governo estimava que a Previdência alagoana fecharia 2017 com “rombo” de R$ 1,5 bilhão. Na linguagem dos técnicos, esse é o tamanho do deficit previdenciário. Mas, novos cálculos mostram que a realidade pode ser ainda mais dura: “rombo” de R$ 1,957 bilhão. O aporte do Tesouro para financiar o deficit da Previdência - de 2008 a 2016- saltou de R$ 569,4 milhões para R$ 1,379 bilhão ano passado. Aumento de 142,23%. E a União deve ao menos R$ 150 milhões aos cofres estaduais. Deve e não paga. O servidor se aposenta contribuindo para o INSS. Daí, o instituto tem de restituir todo o dinheiro para que o Estado promova os pagamentos. É este dinheiro que não é encaminhado para os cofres locais. Some-se a isso a recuperação judicial das usinas ligadas à Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas, prometendo movimentar ainda menos a economia alagoana. Para diminuir o impacto da recuperação judicial - que traz o fantasma do calote - o governador Renan Filho assinou esta semana decreto que desonera o melaço. Justificativa é aumentar a competividade no setor sucroalcooleiro. “Desonerar essa produção significa, sobretudo, garantir mais competitividade a uma indústria que renasce. Competir nesse mercado mundial é difícil. No ano passado, nós tivemos preços muito bons, acima da média. Estávamos com o dólar alto e preço alto. Foi um ano excepcional. Este ano, o dólar e o preço estão mais baixos. Isso é um desafio, mas, com a redução do

ICMS, a gente visa equilibrar um pouco essa variação no melaço, que é um produto importante”, disse o governador. HERANÇA MALDITA “Tivemos um aumento muito reduzido da participação relativa da economia alagoana, de apenas 0,01% de 2014 ante 2010, e que se comparado ao exercício de 2002 se reflete em uma perda de 0,06%”, explica Wagner Torres, mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), ao analisar o papel dos empréstimos tomados na era Vilela, no artigo “O Processo de Involução Econômica do Estado de Alagoas, de 2002 a 2014”, publicado na revista Economia Política do Desenvolvimento. “Os governos posteriores receberão uma herança maldita no que se refere ao elevado serviço da dívida em um contexto de reduzida geração de emprego e renda e principalmente de uma melhora da infraestrutura”, explica, no artigo. Para diminuir o impacto, ao menos nas usinas (ainda as maiores empregadoras de Alagoas), o governo estima que, em ICMS, elas deixarão de pagar R$ 292,8 milhões em 2017. Em 2018, deixam de pagar R$ 322,1 milhões. Mesmo assim, o orçamento dos poderes aumenta em meio à quase estagnação da economia alagoana. O orçamento do Tribunal de Justiça cresceu, de 2011 a 2016, 76,29%. Em média, a despesa liquidada dos poderes alagoanos, neste mesmo período, cresceu 65,09%. Apesar das dificuldades, o governo programa pagar o 13º no início de dezembro; garantir os salários em dia e sentar com os sindicatos no próximo ano para mostrar o dia a dia das contas. Desafio maior é convencer os poderes a diminuírem os apetites por duodécimos maiores. Jogo para os estrategistas do governo.


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Neguinho Boiadeiro investigava desvios de dinheiro público

CRIME NO SERTÃO PREFEITURA DE BATALHA NEGOU ACESSO A DOCUMENTOS PEDIDOS PELO VEREADOR

O CASO

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JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ma semana após a execução do vereador Adelmo Rodrigues de Melo, 61, o Neguinho Boiadeiro (PSD), a cidade de Batalha tenta se reestruturar. O município, de pouco mais de 17 mil habitantes, saltou do Sertão de Alagoas e virou manchete nacional com o crime de mando que reacendeu a rivalidade sangrenta de duas famílias. De um lado está a influente família Dantas, que precisou “sumir” dae Batalha temendo pela vida. Do outro está o clã dos Boiadeiro, que grita suas desconfianças sem pestanejar exigindo justiça pela morte do patriarca. Inconformada com o assassinato do pai, Bahia Boiadeiro não tem papas na língua. Para ela, o crime foi arquitetado pela família Dantas e ponto final. Também sequer acredita que um terceiro grupo teria encomendado a execução para inflamar a relação entre as famílias que tinham decretado um “acordo de paz”. No entanto, nesta semana, outras informações sobre a influência política de Neguinho Boiadeiro têm vindo à tona. Em declaração à imprensa, Bahia informou que o vereador investigava supostos desvios de dinheiro público por parte da prefeita Marina Dantas (PMDB), esposa do ex-gestor Paulo Dantas e nora do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa Luiz Dantas (PMDB). Inclusive, ele, em sua função de legislar e fiscalizar, tinha solicitado à Prefeitura documentos, extratos e comprovantes de pagamentos. O pedido foi

Neguinho Boiadeiro foi executado a tiros na porta da Câmara de Vereadores de Batalha

negado pelo Executivo. Bahia também acredita que o fato de questionar o trabalho da prefeita teria acirrado ainda mais a briga pessoal que já existia. “Viram que meu pai estava crescendo politicamente”, afirmou, ao lado da mãe, Mércia Boiadeiro. E as revelações não pararam por aí. Na terça-feira, 14, o suplente Érico Rodrigues de Almeida (DEM), o Quinca Douca, 64, foi diplomado vereador assumindo a cadeira vaga de Neguinho Boiadeiro. O agora vereador chegou a declarar que Neguinho enfrentava dificuldades por ser da oposição e que o “Poder Executivo não tinha interesse em sua evolução política”. Um argumento bastante parecido com o proferido por Bahia Boiadeiro. Enquanto isso, a família Dantas opta pelo silêncio. Em nota sucinta à imprensa, o deputado Luiz Dantas apenas destacou que confia nas investigações da polícia, na Justiça e no governo. Já a assessoria de imprensa da Prefeitura de Batalha informou ao jornal EXTRA que

a prefeita não irá se pronunciar sobre as acusações de desvio de dinheiro. INVESTIGAÇÃO O delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, formou uma comissão com três delegados para apurar a morte de Neguinho Boiadeiro, são eles: Cícero Lima, que preside o inquérito, Rosivaldo Vilar e Gustavo Xavier. A Polícia Civil também se concentra para prender José Márcio Cavalcante, o Baixinho, filho do vereador assassinado. Ao saber da execução do pai, Baixinho teria ido à residência do pecuarista José Emílio Dantas, que acabou ferido. José Emílio Dantas foi encaminhado ao Hospital Geral do Estado (HGE) de helicóptero onde foi atendido. Ainda hospitalizado gravou um vídeo dizendo que estava “vivo graças a Deus”. Emílio é filho de Zé Miguel, como era conhecido José Rodrigues Dantas, ex -prefeito de Batalha que foi assassinado em março de 1999.

vereador Neguinho Boiadeiro foi assassinado a tiros no começo da tarde de quintafeira da semana passada, 9. Ele tinha acabado de sair da Câmara Municipal quando foi alvejado por dois criminosos. O segurança do vereador, Joaquim Pirauá, 54, também foi ferido e encaminhado para uma unidade hospitalar em Arapiraca. Um carro já estaria à espera do vereador em frente a Casa Legislativa. Populares informaram às autoridades que dois homens, que vestiam apenas bermudas, teriam cometido o crime. O rosário de crimes da família Boiadeiro é grande, mas o que mais repercutiu foi o assassinato do ex-prefeito de Batalha, Zé Miguel, em 1999. Pelo crime, o agropecuarista José Laelson Rodrigues de Melo, conhecido como Laércio Boiadeiro, foi condenado a 35 anos de prisão pelo assassinato do ex-prefeito, que na época tinha 57 anos, e da mulher dele, Matilde Tereza Toscano de Souza, 30. Boiadeiro foi libertado em abril de 2010 pelo desembargador Orlando Manso, que entendeu haver falhas no processo. Quatro anos antes, em junho de 2006, uma operação conjunta das polícias Militar e Civil e o Núcleo de Combate ao Crime Organizado (NCCO) resultou na prisão de pessoas da família Boiadeiro. Na ocasião, foi realizado um cerco à casa de Neguinho Boiadeiro. Também em 2006, Samuel Theomar Bezerra Cavalcante e o sargento Edvaldo Joaquim de Matos foram mortos no município. Eles eram cunhado e segurança de Paulo Dantas, então prefeito da cidade. O autor dos disparos foi José Emanoel Boiadeiro, que alegou ter agido em legítima defesa. Emanoel chegou a ser condenado e estava em liberdade condicional quando morreu durante uma operação policial em outubro de 2016, na cidade de Belo Monte.


MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 2017

NOVOS TEMPOS

São Miguel dos Milagres terá segurança redobrada Prefeitura doa terreno para a construção de Central de Polícia e do Cisp O prefeito de São Miguel dos Milagres, Rubens Ataide (PSD), mais conhecido como “Bureco Ataide”, doou esta semana um terreno ao Governo de Alagoas para a construção de uma Central de Polícia e a construção do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp). A solenidade contou com a presença do governador Renan Filho (PMDB), que recebeu oficialmente a escritura do terreno e também assinou a ordem de serviço para a construção do programa PróEstradas, que vai realizar a pavimentação dos 11 Km da Rota Ecológica de Milagres garantindo mais segurança e qualidade na trafegabilidade. “Quero agradecer ao senhor governador por lembrar da nossa cidade que antes era esquecida pelos governantes que já passaram pelo estado”, destacou o prefeito, em seu discurso. Ele lembrou ainda a importância das duas centrais para o trade turístico da região, que reivindicou durante muito tempo ações na área de segurança pública.

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Venda da Ceal depende de precatório bilionário

PRIVATIZAÇÃO EMPRESA TERÁ DE PAGAR O PLANO BRESSER A SEUS SERVIDORES; DÍVIDA TEM 30 ANOS

VERA ALVES veralvess@gmail.com

Governo federal quer privatizar a Ceal oferecendo a companhia por R$ 50 mil, mas para isto estatal tem de pagar o Bresser aos trabalhadores

enina dos olhos do governo de Michel Temer, a privatização do setor elétrico anda a passados céleres neste segundo semestre mas, no que diz respeito à Eletrobras Alagoas, a unidade distribuidora de energia que substituiu a Companhia Energética de Alagoas – Ceal, há um entrave: o bilionário débito do Plano Bresser devido há exatos 30 anos aos funcionários da companhia. A questão é simples. Para ser vendida à iniciativa privada como quer o governo, a Ceal terá de ter quitado a dívida. Nem tão simples assim, a bem da verdade. O problema é que a companhia – via União – não aceita pagar mais do que 10% do valor judicialmente reconhecido como devido a funcionários e aposentados da empresa. Do total de R$ 1,78 bilhão que a Advocacia Geral da União (AGU) já reconheceu em juízo que a Ceal deve aos funcionários, o governo só quer pagar R$ 178 milhões e ainda assim deixando para os próprios servidores os encargos de Imposto de Renda, honorários advocatícios

e INSS. Os trabalhadores, claro, não aceitam. Esta semana os trabalhadores ansiavam pela contraproposta da Ceal ao que haviam apresentado como um gesto de boa vontade: aceitaram receber apenas 30% do que lhes é devido mas em valores líquidos, ou seja, já descontados os encargos de IR, INSS e honorários. Em números, a categoria abriria mão dos R$ 1,768 bilhão e receberia R$ 534 milhões. Os 30% foram aprovados em assembleia dos servidores realizada no final de outubro. A aprovação, contudo, não se deu de forma tranquila. Houve quem não arredasse “pé” dos 35% que haviam sido deliberados anteriormente e que em cifras representam R$ 630 milhões. A maioria, contudo, se rendeu aos apelos dos que defendiam a busca de um acordo para por fim a uma novela cujos capítulos já não são mais acompanhados por todos os que têm direito ao Bresser. É que ao longo destes 30 anos muitos trabalhadores morreram e hoje são seus herdeiros que buscam reaver o “tesouro perdido”.

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Resolução é clara: edital de privatização só após acordo

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atada do dia 8 deste mês, a Resolução nº 20 do Conselho do Programa de Parceria de Investimentos da Presidência da República – a comissão das privatizações instituída por Michel Temer – estabelece em, seu artigo 20, que a publicação do edital de “desestatização” da Ceal “será condicionada à celebração e homologação judicial de acordo relativo ao pagamento de diferenças salariais decorrentes do Plano Bresser, sem prejuízo de eventual atualização dos estudos técnicos de avaliação das distribuidoras”. Os 22 artigos da resolução tratam da privatização das empresas do sistema Eletrobras- Centrais Brasileiras S.A. e englobam, além da Ceal, a Cepisa-Companhia Energética do Piauí, a Ceron-Centrais Elétricas de Rondônia S.A., a Amazonas Energia- Amazonas Distribuidora de Energia S.A., Boa Vista-Boa Vista Energia S.A. e a Eletroacre-Companhia de Eletricidade do Acre S.A. Todas terão suas ações ofer-

Protesto de servidores e aposentados denuncia calote de 30 anos

tadas em leilão por R$ 50 mil, um valor irrisório e duramente criticado pelo presidente do Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, Nestor Silva Powell. A entidade, aliás, desenvolve uma ampla campanha de mobilização contra a privatização da Ceal e também da Casal- Companhia de Saneamento de Alagoas. O entendimento da categoria é de que, tal qual aconteceu com a telefonia após a privatização, o setor elétrico nas mãos da iniciativa privada estará com seus serviços precarizados daqui a alguns anos. “Hoje em dia o cidadão coloca R$ 10 em créditos no celular e em minu-

tos vão embora”, compara o sindicalista. “O setor elétrico é estratégico para o País, tem caráter social e é inconcebível que fique nas mãos da iniciativa privada”, reforça o sindicalista, ao assinalar que a campanha contra a privatização do sistema Eletrobras passa pela mobilização das Câmaras municipais, da Assembleia Legislativa e da bancada federal no Congresso Nacional. O Sindicato dos Urbanitários estima que 1.600 pessoas tenham direito às perdas do Plano Bresser, a maioria trabalhadores aposentados e herdeiros de servidores já falecidos.


MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 2017

Entenda o Plano Bresser

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nstituído em 1987, o Plano Bresser foi mais um dos planos econômicos implantados pelos governos que antecederam a era petista para fazer face à inflação galopante. Recebeu este nome em função de seu patrono, o então ministro da Fazenda do governo José Sarney, Luiz Carlos Bresser Pereira. Em seu plano, Bresser aliava componentes heterodoxos e ortodoxos. Entre os primeiros destacavam-se o congelamento de preços e salários por 90 dias e o estabelecimento de um fator de conversão de créditos aplicável a obrigações e títulos emitidos antes do lançamento do plano com valores nominais prefixados. Além dessas medidas, substituiu-se a Escala Móvel de Salários, denominada à época de gatilho salarial, por um mecanismo baseado na Unidade de Referência de Preços (URP) que definia a taxa de reajuste mensal dos salários, a vigorar após decorrido o prazo de congelamento, como sendo a média geométrica da inflação observada nos três meses anteriores ao mês de reajuste. Do lado ortodoxo, no momento do lançamento do plano desvalorizou-se a taxa de câmbio em 10,6% e reajustaram-se as tarifas públicas (eletricidade: 45%, telefone: 34%, aço: 32%, combustíveis: 13%). Estes reajustes elevaram a inflação de junho à inédita taxa de 26,1%, que foi expurgada do cômputo da URP daquele mês. Além disso, manteve-se uma política monetária apertada no intuito de conter a formação de estoques especulativos. Após a elevada inflação corretiva de junho, o mês de julho foi promissor: a taxa de inflação caiu para 3,1% e o balanço comercial alcançou superávit de 1,4 bilhão de dólares. Anunciou-se nesse mês o Plano de Controle Ma-

croeconômico, cuja meta era elevar a poupança pública de modo a criar condições para a retomada do crescimento econômico sem pressões inflacionárias. Mas em agosto, quando as primeiras revisões de preços foram autorizadas, a inflação voltou a subir para 6,4%. O descompasso entre a inflação em ascensão e os reajustes salariais definidos pela URV com base na inflação passada inferior à corrente passou a gerar forte queda dos salários reais, levando o governo a ceder a pressões por antecipações de futuros reajustes salariais. A inflação de dezembro atingiu 14%. Bresser, incapaz de implantar suas propostas na área fiscal, pediu demissão em 18 de dezembro. As perdas salariais dos trabalhadores da Ceal oriundas do plano foram reconhecidas pela Justiça após uma batalha judicial que teve início em 1989. A CEAL EM NÚMEROS O balanço patrimonial de 2016 da Companhia Energética de Alagoas revela que a empresa possui um patrimônio líquido negativo de R$ 573 milhões 771 mil com prejuízos acumulados no valor de R$ 1 bilhão 252 milhões 834 mil. No primeiro trimestre deste ano, o prejuízo da Ceal foi de R$ 69 milhões 123 mil. Com 1133 empregados, a empresa possui 1 milhão 127 mil e 661 consumidores, sendo a maioria – 1 milhão 36 mil 744 – residenciais, 2.576 industriais, 65.335 na categoria comercial, 12.686 na zona rural, 8.651 do poder público (prefeituras, câmaras e demais órgãos públicos), 209 em iluminação pública, 1.356 no serviço público (água, esgoto, saneamento) e 104 em prédios próprios.

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Eletrobras loca prédio em São Paulo por R$ 1,440 milhão

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a contramão das medidas abrindo mão do controle acionário de seis distribuidoras de energia, a Eletrobras amplia seu número de escritórios. O mais recente é o de São Paulo, onde a empresa alugou por R$ 1 milhão 440 mil uma sala no Edifício São Paulo Trade Building, dotado de heliporto e localizado numa das regiões mais prósperas da capital paulista e cujo condomínio há dois anos era no valor de R$ 8.830. O contrato, com vigência de cinco anos, foi feito com a Trend Empreendimentos Investimentos e Participações Ltda., empresa que há dois anos ocupou o noticiário nacional através de um de seus sócios, João Augusto Resende Henriques, preso acusado de ser um dos operadores do PMDB no esquema de propinas envolvendo a Petrobras e investigado pela Operação Lava Jato. De acordo com o Ministério Público Federal, a Trend recebeu R$ 20,2 milhões de construtoras envolvidas no esquema. Em junho deste ano, a Justiça Federal em Curitiba (PR) revelou ter rastreado US$ 4,26 milhões em uma conta no Banco Sberbanc Moscow, na Rússia, pertencente a José Cláudio Marques Barbosa Júnior, advogado de Henriques O dinheiro foi repassado pela conta da offshore Acona International do lobista do PMDB, a mesma que repassou propina no valor de 1,3 milhão de francos suíços para o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) referente à compra do campo de Benin pela Petrobras. Em março deste ano o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, oficializou a locação do prédio

Trend recebeu R$ 20 mi de acusados de pagar propina

Trade Building, em SP, e o prédio do Rio locado por R$ 89 mi

que vai abrigar a nova sede da empresa no Rio, o Edifício Mario Bhering, localizado no centro. Pertencente à EletrosFundação Eletrobras de Seguridade Social, o prédio

passa por obras de reforma iniciadas em setembro e bancadas pela Eletrobras com o objetivo de se adequar às suas necessidades. Valor do contrato de 10 anos: R$ 89 milhões 3 mil e 208.


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Governo do Estado autoriza obra de abastecimento em Passo de Camaragibe

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Município receberá também o programa Pró-Estradas

prefeita de Passo de Camaragibe, Vânia Câmara (PSD), recebeu nesta semana o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), que esteve no município para atender às demandas feitas pela gestora. Durante encontro, o governador assinou com o presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Clécio Falcão, a ordem de serviço que autoriza a obra de recuperação do reservatório de abastecimento de água do município. Com a obra, a companhia de

abastecimento garantirá uma melhoria na qualidade de água que chega nas residências da população camaragibense. O governador também atendeu outro pedido da prefeita e anunciou as obras do Pró-Estradas, que vão ser realizadas em Passo de Camaragibe e se estenderão até a cidade de São Miguel dos Milagres. A prefeita agradeceu Renan Filho por atender as suas demandas e “por levar aos municípios do Litoral Norte diversos avanços e investimentos através do governo do Estado”.


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Inquérito policial foi enviado à Justiça, mas sem laudo

ESTUPRO NO MANICÔMIO

PREFEITO E LEGISLATIVO ENTRAM EM GUERRA EM SANTA LUZIA DO NORTE JOYCE SOARES TERIA SIDO ABUSADA POR AGENTE PENITENCIÁRIO DENTRO DA CELA; ACUSADO NEGA

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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lentidão no desfecho do caso de estupro dentro de uma cela no Centro Psiquiátrico Pedro Marinho Suruagy, em Maceió, tem dado o que falar. O crime teria acontecido em julho deste ano quando o agente Hélio Henderson Silva teria abusado da detenta Joyce Soares, acusada de participação na morte do filho Dyllan Taylor. Segundo informações da 2ª Delegacia de Defesa dos Direitos da Mulher, o inquérito foi enviado à Justiça, mas sem laudo do IML (Instituto Médico Legal) que confirmaria ou não o estupro. A chefe de serviço da Delegacia da Mulher, Zeina Oliveira, afirmou que a delegada Cássia Mabel reenviou ofício ao IML pedindo o documento, pois o laudo “é que vai fazer a diferença”. De acordo com ela, durante in-

terrogatório, o agente negou a acusação. A assessoria de comunicação do IML afirmou que o laudo está pronto, mas a pedido da médica responsável o documento retornou para correção de digitação. No entanto, garantiu, que ficaria pronto nesta quintafeira, 16. Embora o agente negue qualquer tentativa de abuso sexual, as informações da época apontavam que câmeras de vigilância do manicômio teriam confirmado que o agente esteve na cela de Joyce na noite do dia 14 de julho de 2017. Vale ressaltar que as gravações teriam sido solicitadas pela Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris), à qual o centro psiquiátrico é vinculado. Na ocasião, ao ser questionado sobre o episódio, Hélio Henderson se limitou a responder que fazia ronda.

Joyce é acusada de participação na morte do filho Dyllan

O caso ganhou repercussão a ponto da Comissão de Justiça e Inclusão Social do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (Cedim) fazer uma visita ao manicômio para ouvir a jovem. Já a assessoria da Seris afirmou que o agente foi afastado das funções até que saia o resultado das investigações para a partir daí tomar as medidas cabíveis.

CASO JOYCE O filho de Joyce Soares, Dyllan Taylor, 3 anos, foi encontrado morto no dia 21 de janeiro de 2016, dentro de casa e com diversos hematomas pelo corpo, em Arapiraca. No mesmo dia, o padrasto dele, Meydson Alysson Alves da Silva Leão, foi preso em flagrante sob suspeita de homicídio qualificado. Segundo dados da polícia, Dyllan teria morrido em con-

sequência da série de agressões. No entanto, durante depoimento, Joyce Soares afirmou que havia saído para trabalhar e deixado o filho em casa com o padrasto. Meydson Silva admitiu à polícia que costumava agredir a criança, mas que o fazia na presença da mãe. Em 16 de fevereiro do ano passado, a mãe de Dyllan Taylor também foi presa, mas em outubro deste ano, Joyce e o padrasto da criança receberam liberdade provisória por meio de habeas corpus. Em sua decisão, o juiz Alfredo dos Santos Mesquita justificou que audiências de instrução e julgamento deixaram de ocorrer, caracterizando constrangimento ilegal na manutenção da prisão dos denunciados. O magistrado responsabilizou o Estado pela não ocorrência das audiências já que cabia ao sistema prisional o recambiamento dos réus até o Forum de Arapiraca, o que não ocorreu.


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Assassinato de negros no estado cresce assustadoramente

DOR E PRECONCEITO SER PRETO EM ALAGOAS É LUTAR POR ESPAÇO NA SOCIEDADE BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

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lagoas, terra símbolo da resistência negra no Brasil, famosa por possuir o maior quilombo do País, não tem o que comemorar nesse dia 20 de novembro. O estado tem caminhado na direção contrária ao combate do preconceito e às mortes de negros. Os dados são estarrecedores. A taxa de homicídios contra negros no estado, entre os anos de 2005 e 2015, cresceu 68%. É o que aponta o Atlas da Violência publicado em junho pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística. O Rio Grande do Norte ocupa a primeira posição, com aumento de 331,8%. No mesmo período em que houve um crescimento na taxa de homicídio de negros, a mortalidade de indivíduos não negros diminuiu 23,8%. Ou seja, não apenas temos um triste legado histórico de discriminação pela cor da pele do indivíduo, mas, do ponto de vista da violência letal, temos uma ferida aberta que vem se agravando nos últimos anos. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP AL), 74,3% dos Crimes Violentos Letais e Intencionais que aconteceram no estado foram contra pessoas consideradas negras e/ou pardas apenas entre janeiro e outubro deste ano.

Os dados mais recentes da violência letal apontam para um quadro que não é novidade, mas que merece ser enfatizado. Os números só enaltecem a cultura de um estado extremamente desigual, que não consegue garantir a vida para parcelas significativas da população, em especial à população negra, que representa 68% do estado de Alagoas. A publicação do Ipea reúne dados de 2010 a 2015 sobre as mortes violentas no país. Segundo a estatística, de cada 100 pessoas que sofrem homicídio no Brasil, 71 são negras. Jovens e negros do sexo masculino continuam sendo assassinados todos os anos como se vivessem em situação de guerra, além disso, em Alagoas, jovens negros têm 23,5% maiores

chances de serem vítimas de assassinato em relação a cidadãos de outras raças. Segundo a coordenadora do Instituto Raízes da África, Arísia Barros, a população negra em Alagoas, embora possua todo seu histórico de lutas desde o período escravocrata, ainda não tem motivos para comemorar. Para ela, o alto número de casos relacionados à violência contra negros em Alagoas se deve à falta de políticas públicas por parte do estado e de próprios movimentos negros. “A maioria dos pretos e pretas do estado vive nas favelas, consideradas senzalas modernas”, explica a coordenadora, que complementa: “O racismo é um ciclo vicioso e empurra a população para o ‘cantinho’ da invisibilidade social; aqui e em

todo o resto do Brasil, os números de mortes de negros são considerados apenas estatísticas no relatório anual das secretarias”. Os números em relação a mulheres também impressionam. Enquanto a mortalidade por homicídio de não negras (brancas, indígenas e amarelas) caiu 7,4% no período analisado, a mortalidade de mulheres negras teve um aumento de 22%, chegando à taxa de 5,2 mortes para cada 100 mil habitantes. Os dados divulgados pela imprensa e pelos institutos apontam a violência contra mulher apenas tendo relação direta com o machismo, porém, de acordo com o contexto histórico, a cor da pele negra em uma mulher está diretamente relacionada à violência sexual sofrida por elas ainda no período escravocrata. “Quando uma mulher branca é morta pelo marido, há uma comoção social, isso não acontece com pessoas de cor; o que parece, é que corpo negro não tem o mesmo valor”, critica Arísia SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA A Serra da Barriga, localizada no município de União dos Palmares, Zona da Mata de Alagoas, recebeu na última semana a certificação que torna oficial o título de Patrimônio Cultural do Mercosul. O local abrigou o Quilombo dos Palmares, um marco da luta dos negros escravizados no Brasil. Ela possui uma área de aproximadamente 27,92 km² e pertence ao governo federal desde 1988.


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Casal investe cerca de R$ 20 milhões no abastecimento de municípios do Sertão OBRAS CONTEMPLAM TODOS OS MUNICÍPIOS DA REGIÃO COM DIVERSAS MELHORIAS ASSESSORIA

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s melhorias nos sistemas de abastecimento de água dos municípios do Alto Sertão alagoano – algumas delas cujas obras já estão em andamento – somam cerca de R$ 20 milhões. Os recursos são investidos pela Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), com apoio do Governo do Estado, e constam do Plano de Investimentos da empresa para 2017. Nos dias 23, 24 e 25 deste mês, durante o Governo Presente, o governador Renan Filho e o presidente da Casal, Clécio Falcão, assinam ordens de serviços para o início de várias dessas obras, cujo principal objetivo é melhorar as estruturas de abastecimento de água em toda a

região. O maior investimento no mesmo município será em Inhapi, onde o novo sistema de abastecimento de água, com captação direta no Canal do Sertão e implantação de uma Estação de Tratamento de Água, deverá receber cerca de R$ 7 milhões. “Dessa forma, o sistema de abastecimento de Inhapi será individualizado e, ao mesmo tempo, a companhia vai consumir menos energia elétrica para fazer com que o líquido chegue até os moradores da cidade, pois o Canal do Sertão passa no território do município”, explicou o presidente da Casal, Clécio Falcão. Por outro lado, a revitalização das Estações Elevatórias do Alto Sertão, que beneficiam vários municípios, terão recursos

da ordem de R$ 8 milhões. “Com essas obras, vamos melhorar a chegada da água, captada no rio São Francisco e no Canal do Sertão, para os municípios mais distantes desses mananciais, como Mata Grande e Canapi, por exemplo”, pontuou o presidente da companhia. Outras obras que serão anunciadas durante o Governo Presente no Sertão são as seguintes: extensão de rede de distribuição de água de Pariconha, com investimento de R$ 31.922,92; recuperação estrutural do reservatório de água de Mata Grande, com investimento de R$ 154.423,97; ampliação da rede de distribuição de água em diversos municípios do Sertão, com recursos investidos da ordem de R$ 3,9 milhões; melhorias na Estação Elevató-

Captação de água para Inhapi será feita diretamente no Canal do Sertão

ria de Água de Xingó, em Piranhas, com investimentos de R$ 53.780,08; substituição de rede de distribuição de água de Delmiro Gouveia, com investimentos de R$ 580.935,12; implantação do muro da ETA do Alto Sertão, situada em Pariconha,

É com muito orgulho que parabenizamos o jornal EXTRA ​DE ​ALAGOAS ​ pelos 19 anos de jornalismo combativo e esclarecedor sobre o que acontece nos bastidores da política estadual. Parabéns a todos os envolvidos!

com investimento de aproximadamente R$ 160 mil. Também em Delmiro Gouveia, a Casal está finalizando as obras dos sistemas de abastecimento de água dos Povoados São José e São Sebastião, com investimento de R$ 126.747,27.


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19 ANOS DO EXTRA Luta de Sandro Duarte contra o Estado já dura quase duas décadas

SOFIA SEPRENY Estagiária sob supervisão da Redação

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rumoroso caso do assassinato do tributarista Silvio Vianna ainda causa dores de cabeça ao sargento da Polícia Militar de Alagoas Sandro Guimarães Duarte que espera há quase 20 anos por justiça. Na época cabo da PM, o policial Sandro Duarte foi vítima de um complô de grandes autoridades do estado de Alagoas, dentre elas juízes, delegados e empresários, que o incriminaram injustamente pelo assassinato de Silvio Vianna. O cabo foi preso na porta de casa e torturado para colaborar com a farsa do assassinato. Preso por 15 meses, durante este tempo não recebeu seus salários como policial do período compreendido entre fevereiro de 1997 e outubro de 1998. Ao sair da prisão, Sandro entrou com um processo na justiça contra o Estado de Alagoas, solicitando o valor de seus salários não pagos mais os honorários advocatícios gastos por conta da ação. Hoje, 19 anos depois, o caso ainda está em grau de recurso e nada foi resolvido. Em agosto de 2008, o Estado foi condenado pelo juiz Manoel Cavalcante de Lima Neto

a pagar os valores solicitados, bem como salários atrasados e honorários advocatícios. Porém nada aconteceu e a vítima da armação ainda luta na justiça para impedir que o Estado entre com recursos criando obstáculos para o andamento do processo. No dia 1º deste mês, houve uma atualização no processo onde o juiz solicita a reunião das partes para atualização da correção dos valores e índices monetários. Confira o trecho do processo: “Por força dos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, e de acordo com o disposto no art. 10 do novo Código de Processo Civil brasileiro, intimem-se as

partes a fim de que se manifestem a respeito dos índices de correção monetária e dos juros de mora, bem como do termo inicial das suas incidências, no prazo de 5 (cinco) dias. Publique-se, intime-se e cumpra-se”. O CASO SILVIO VIANNA Quando foi morto, o tributarista Silvio Vianna era chefe da Arrecadação da Secretaria da Fazenda de Alagoas (Sefaz). Na época conhecido como “xerife do fisco”, ele investigava o não pagamento de impostos (ICMS) cobrados depois do famoso acordo do usineiros (Acordo de 88 e 89). O não cumprimento deste acordo gerou o calote de im-

postos do setor sucroalcooleiro, procedimento que prejudicava as finanças públicas do Estado que encontrava-se em sérias dificuldades para pagar servidores e fornecedores. Vianna fiscalizava este tipo de finança. Ele foi assassinado no dia 28 de outubro de 1996 na AL101 Norte, quando voltava de Ipioca para sua residência em Maceió. Na época, o tenentecoronel PM Manoel Francisco Cavalcante foi designado para investigar a morte do tributarista e incriminou o cabo da PM Sandro Duarte como autor do crime. Depois, apurou-se que o PM havia sito torturado e ameaçado para confessar um crime que não cometera. Ele acabou sendo inocentado e, anos depois, Cavalcante foi

condenado pelo crime. Cavalcante fazia parte da gangue fardada, grupo de militares a serviço de políticos responsável por crimes de pistolagem, roubos de carros e assaltos no estado. Os mandantes do assassinato de Silvio nunca foram identificados, mas nomes como os do deputado licenciado João Beltrão e do falido usineiro João Lyra sempre estiveram na boca do povo. Além de Cavalcante, o ex-tenente da PM José Luiz da Silva Filho foi condenado pelo assassinato em 2016. Ele pegou a sentença de a 19 anos, 9 meses e 28 dias de prisão. Silva Filho também integrava o grupo de extermínio conhecido como gangue fardada.


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FHC é passado e Lula ainda resiste na política Senado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto voltou ao cargo por força política. O nome tucano da vez é de João Dória, o empresário que conseguiu a façanha de vencer em primeiro turno as eleições contra Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo (SP) em 2016. Porém, Dória, que inclusive ganhou título de cidadão honorário de Maceió, surge timidamente com apenas 8% das intenções de voto. Ciro Gomes (PDT) já se considera pré-candidato à Presidência em 2018 mas, se em 1998 ficou em terceiro lugar na disputa eleitoral, nas pesquisas atuais, seu nome mal aparece. O Datafolha ouviu 2.772 pessoas em 194 cidades entre os dias 27 e 28 de setembro. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e índice de confiança de 95%.

MUDAM OS PERSONAGENS MAS NÃO MUDA O DISCURSO

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

EM TEMPO

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ma semana antes das eleições presidenciais de 1998 o EXTRA ALAGOAS traçou um perfil dos candidatos mais populares. À época, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) estava no topo das pesquisas que já confirmavam sua reeleição. Em segundo lugar vinha o petista Luiz Inácio Lula da Silva com a promessa de que um dia a classe trabalhadora assumiria o poder. Logo atrás estava Ciro Gomes (PPS, hoje PDT) e Enéas Carneiro (Prona) junto à sua infalível bomba atômica. Embora FHC tenha sido reeleito em primeiro turno, as eleições daquele ano mostravam ideias e ideais diferentes e bem traçados. O empresário contra o trabalhador, o comunista contra o radicalismo. Dezenove anos depois, muita coisa (ou nada) mudou no cenário político brasileiro. O PT conseguiu assumir o poder por quatro eleições. Lula concluiu dois mandatos e sua pupila Dilma sofreu uma rasteira do próprio vice, Michel Temer

(PMDB) enquanto vivenciava a sua reeleição. O PT também provou que o poder é capaz de corromper até mesmo a mais forte ideologia partidária. Na avalanche de denúncias de corrupção que assolaram o País, grandes nomes do PMDB, PSDB e demais partidos foram jogados na lama. Dezenove anos se passaram e o Brasil se encontra em plena carência de representatividade. FHC está longe das pesquisas, uma vez que nem cogita encarar novamente uma campanha presidencial, ao contrário de Lula, que recentemente tem feito propaganda política disfarçada de caravana petista.

Condenado em julho deste ano a 9 anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo juiz federal Sérgio Moro, Lula ainda é um nome forte na boca do povo. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada no dia 30 de setembro, pelo jornal Folha de S.Paulo, o ex-presidente petista tem 36% das intenções de voto. Em segundo lugar está o Enéas da vez. Se o falecido era conhecido por seu nacionalismo e seu conservadorismo, Jair Bolsonaro (PSC) é o polêmico da rodada. Com falas ácidas sobre minorias e com ideias de combater a

violência com mais violência, Bolsonaro tem 16% dos votos. E diferentemente de 1998, na qual a candidata à Presidência Thereza Ruiz (PTN) só conseguiu 0,25% de votos, o poder feminino está mais forte, só que nas mãos da acreana Marina Silva (Rede), com 14%. E como a política pode revelar surpresas, o PSDB ainda patina para conseguir um candidato competitivo para as eleições de 2018. Aécio Neves, que levou Dilma Rousseff para o segundo turno, acabou sendo desmoralizado devido às denúncias de corrupção na Operação Lava Jato. Ele chegou até a ser afastado do

A eleição presidencial brasileira de 1998 foi a terceira realizada após a promulgação da Constituição de 1988. O então presidente Fernando Henrique Cardoso foi reeleito em primeiro turno com cerca de 53% dos votos válidos. Em segundo lugar ficou Luiz Inácio Lula da Silva com quase 32% dos votos. Ciro Gomes, então membro do Partido Popular Socialista (PPS), veio em terceiro lugar, com mais de 7 milhões de votos (quase 11% do total). Esta eleição trouxe o uso das urnas eletrônicas, que seriam utilizadas em todos os municípios no pleito seguinte. A disputa pela presidência em 1998 contou com doze candidatos. O número de concorrentes poderia subir para quinze, caso a candidatura do ex-presidente cassado, hoje senador por Alagoas, Fernando Collor de Mello (PTC), não tivesse sido revogada pela Justiça Eleitoral e se Oswaldo Souza Oliveira (PRP) e João Olivar Farias (PAN) não tivessem desistido.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 2017

Lei que visa dar segurança a mulheres é descumprida em Maceió

protocolo. “Achei muito vago. Não tenho qualquer documento que comprove minha reclamação. A lei existe, mas nos deixa na incerteza”. O OUTRO LADO

PARADA SEGURA ESTUDANTE DENUNCIA QUE MOTORISTA IGNOROU PEDIDO E PAROU APENAS NO PONTO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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á pouco mais de um mês em vigor, a Lei Parada Segura nº 6.695 que busca proporcionar maior segurança às mulheres que utilizam transporte público coletivo em Maceió, com ampliação das paradas a partir das 20 horas não está sendo cumprida por alguns condutores. Pelo menos para a universitária Rayssa da Silva Oliveira, 23, que precisou do serviço e lhe foi negado. A estudante de Direito da Uneal (Universidade Estadual de Alagoas) disse que na segunda-feira, 13, quando voltava da universidade, por volta das 21h30, pediu para o motorista da empresa São Francisco que fazia a linha nº 2619- Clima Bom-Centro, parar próximo a sua residência por se tratar de uma área de risco. Segundo ela, o mesmo se recusou. Ela insistiu, citou a Lei da Parada Segura, falou que o local era perigoso e sem ninguém na rua e que seria perigoso descer ali sozinha. O mesmo disse que

não tinha nada a ver com a lei, que se quisesse descer, seria no ponto convencional. “Esta foi a primeira vez que um motorista recusou parar para mim. Tive que andar sozinha em um lugar sem iluminação por cerca de 300 metros com medo de ser assaltada ou algo mais grave”, reclamou. Rayssa Oliveira informou ainda que o lhe impressionou foi a forma como o motorista falou com ela. “Não dá pra imaginar que esse senhor, já de cabelos brancos, tem mãe, esposa ou até mesmo filhas que inclusive podem ter a minha idade”, comparou a estudante. No entanto, ponderou que muitos motoristas cumprem a lei, antes mesmo de ser lei. “Eles já paravam no lugar menos perigoso, certamente conscientes que a atitude deles poderia estar livrando nós, mulheres, de um possível assalto, pois sabemos que à noite os riscos são maiores e que infelizmente mulheres são consideradas alvos fáceis”, completou. A universitário disse esperar que outras mulheres não

precisem passar por tal constrangimento. “É terrível a impotência, principalmente quando estamos voltando de nossos trabalhos, nossas faculdades, nosso ganha pão e meios para melhorar de vida, e aqueles que deviam nos ajudar acabam contribuindo com mais violência e desrespeito. Antes era gentileza, agora é lei”, advertiu. Indignada, ligou para a empresa e relatou o fato. Segundo

ela, o responsável pelo trafego da empresa São Francisco teria pedido desculpas e orientado que formulasse denúncia junto à SMTT (Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito). Rayssa disse que também relatou a ocorrência à Superintendência de Trânsito onde foi informada de que iriam tomar providências. No entanto, não recebeu qualquer número de

Você sabia? Nos ônibus, após as 20h, mulheres podem pedir para descer onde se sentirem mais seguras.

O gerente da Empresa São Francisco, Jeferson Assunção, garantiu que desde a implantação da Lei (28 de setembro 2017) nunca recebeu qualquer reclamação por parte de mulheres de algum condutor do quadro da empresa. Segundo ele, antes mesmo de entrar em vigor, os motoristas já tinham a prática de parar em local que fosse mais adequado para a passageira descer. Neste caso, ele foi enfático em afirmar que não foi informado da ocorrência. “Nossos funcionários receberam informações sobre a lei, fixamos cartazes e fizemos um trabalho de conscientização para atender e satisfazer ao usuário”, garantiu. Assunção esclareceu ainda que às vezes os motoristas reclamam que a passageira pede para parar em local que coloca em risco a vida dela, do condutor e outros passageiros. E esclarece que em ladeira, em cima da sinaleira e qualquer outro local que possa causar acidente não é possível parar. “Tem que ser seguro para os dois lados“. O QUE DIZ A LEI A Parada Segura é o local, sem desvio de rota, escolhido pela mulher como o mais seguro para ela desembarcar. Além de o motorista ser obrigado a parar o transporte no lugar pedido, as empresas de transporte coletivo também terão que divulgar a lei entre outros condutores e colocar adesivos visíveis e legíveis na parte interna dos ônibus. Segundo informações da SMTT, se a norma for descumprida, a pessoa lesada deve apresentar denúncia ao órgão, através do número 118, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, exceto feriados. Na ocorrência deverão informar o horário da ocorrência, a linha, a empresa e o local, se possível.


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Para refletir: Senador Benedito de Lira defende a legalização dos jogos de azar. Azar o dele.

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Defendendo a jogatina (BRASÍLIA) - O senador Benedito de Lira (PP-AL) apresentou esta semana relatório pela aprovação do projeto que autoriza a exploração dos jogos de azar no país. Após a leitura resumida das 50 páginas do voto, o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador Edison Lobão (PMDB-MA), concedeu vista coletiva à matéria. O projeto estará novamente em pauta na próxima reunião e logo chegará ao plenário. O relatório determina a criação de uma contribuição com alíquotas de 10% ou 20% a serem cobradas de quem obtiver o credenciamento para explorar a atividade. A União deve repassar 30% do dinheiro aos municípios e outros 30% aos estados e Distrito Fe-deral, para serem aplicados obrigatoriamente em saúde, previdência e segurança. Com apoio velado de setores da área econômica do governo, sob forte pressão do lobby de grupos empresariais e com a oposição ferrenha de Ministério Público, Polícia Federal e religiosos, o Congresso poderá decidir ainda este ano se, 70 anos após a proibição, libera ou veta de vez o jogo no país. À margem da lei, o submundo dos jogos ilegais está mergulhado hoje em contravenções e crimes. Apenas no Superior Tribunal de Justiça (STJ) há nada menos que 1.081 decisões que envolvem jogatina. Essas ações estão recheadas de histórias trágicas como homicídios, tráfico e corrupção. O jornal O Globo fez uma análise temática dos pedidos de habeas corpus que envolvem o jogo no tribunal superior e verificou que, na maior parte das vezes, a contravenção não é o centro da investigação. Crimes mais graves são apurados. Das mais de mil ações, 187 citam organizações criminosas e 109 falam em lavagem de dinheiro. Segundo o levantamento, o crime mais comum em ações que tratam sobre jogos de azar é o contrabando. São 336 ações que ressaltam esse tipo de crime. São citados descaminho, falsificação de dinheiro, corrupção de agentes públicos e políticos, tráfico de drogas e de influência, sonegação fiscal, além de organização criminosa, roubo de joias, prevaricação, receptação, porte ilegal de arma de fogo.

Recursos do crime

Quem defende o jogo apela para uma suposta montanha de recursos que entraria na economia formal, via pagamento de impostos. E as cifras para convencer são bilionárias. Em campanha contra a regulamentação, o Ministério Público Federal lembra, no entanto, que é justamente a crise das contas públicas que impede que o governo garanta a fiscalização necessária para liberar o jogo no Brasil. — Vão sonegar e vão corromper fiscais — prevê o procurador da República Peterson de Paula, responsável pela negociação com o Congresso. — Se legalizar o tráfico, vai gerar renda, não vai? Para arrecadar mais, vamos admitir grandes empresas explorando a prostituição? Há limite ético. Não é religioso, é ético. Já no campo prático e no “modus operandi” dos nossos deputados e senadores sabese que com as dificuldades de financiamento de suas campanhas por grandes empresas em tempos de Lava Jato, muitos estão animados com a aprovação dos jogos de azar, pois é ai que surge um novo “tesouro” com imagináveis bilhões em movimento, para criminosamente financiar suas campanhas sujas. Nos últimos dias nos corredores e gabinetes de parlamentares, no Congresso Nacional, se encontra mais bicheiros, contraventores e engravatados envolvidos com atividades ilegais do que deputados e senadores. É o lobby do crime negociando com todos. Uma coisa é certa: com a aprovação dos jogos de azar o nível de corrupção em eleições vai subir muito além do tema da Operação Lava Jato.

A condenação da Igreja

A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) através de nota se pronunciou a respeito da matéria em tramitação no Senado e o relatório do senador Benedito de Lira, com o duro recado que certamente deverá interferir no eleitorado. Diz a nota: “Cabe-nos, por razões éticas e evangélicas, alertar que o jogo de azar traz consigo irreparáveis prejuízos morais, sociais e, particularmente, familiares. Além disso, o jogo compulsivo é considerado uma patologia no Código Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde. O sistema altamente lucrativo dos jogos de azar tem sua face mais perversa na pessoa que sofre dessa compulsão. Por motivos patológicos, ela acaba por desprezar a própria vida, desperdiçar seus bens e de seus familiares, destruindo assim sua família. Enquanto isso, as organizações que têm o jogo como negócio prosperam e seus proprietários, os “senhores do jogo”, se tornam cada vez mais ricos. Nosso país não precisa disso! A autorização do jogo não o tornará bom e honesto. Conclamamos aos representantes do povo brasileiro no Congresso Nacional a votarem contra estes projetos e qualquer outro que pretenda regularizar os jogos de azar no Brasil. Tenham certeza de que o voto favorável será, na prática, um voto de desprezo por nossas famílias e seus valores fundamentais. O senador Benedito de Lira que já enfrenta dificuldades na busca de uma complicada reeleição poderá ainda carregar o fardo da rejeição provocado pela pressão da Igreja Católica e as Evangélicas, que também têm se pronunciado contra a aprovação.

Extrapolando limites

A ocorrência de alguns fatos nos municípios do interior tem chamado a atenção pelo inusitado. São promotores de Justiça que se arvoram de “senhores da lei” e extrapolam os limites de suas competências com decisões que chegam à beira a aberração. Muitos prefeitos têm se sentido incomodados com a equivocada interferência em seus atos de gestão, exclusivos de sua competência, quando são confrontados com “recomendações” que mais se parecem com uma sentença judicial. A incidência de abusos por parte dos agentes do Ministério Público são tantas que um desses administradores vai propor a Associação dos Municípios Alagoanos ( AMA) um encontro com o procurador geral de justiça, o corregedor do MP e também o Judiciário com o objetivo de fazer parar esse avanço dos limites de competência desses promotores que imaginam que tudo podem.

Prefeito trabalhando

Diferente de muitos que só reclamam o prefeito Júlio Cézar, de Palmeira dos Índios, tem levado uma boa dianteira em relação aos seus colegas gestores municipais. Enfrentando dificuldade financeira , recebendo uma administração caótica , montou uma boa equipe, arregaçou as mangas e partiu para o trabalho e o enfrentamento da crise. Tem cumprido seus compromissos de campanha, fez da cidade um “canteiro de obras”, buscou apoio com a bancada federal e tem sido prestigiado pelo governador. É notória a alta estima que domina os palmeirenses e a esperança de que depois de muitos anos aconteça uma administração séria, transparente e empreendedora.

CONTA-GOTAS AS BOLSAS de apostas já dão sinais de que abertas as urnas nas próximas eleições os dois senadores eleitos serão Renan Calheiros e Teotonio Vilela. O DETRAN tem sido o órgão público estadual melhor avaliado pelos alagoanos. A marca do seu diretor Antônio Carlos Gouveia. PREFEITURA de Barra de Santo Antônio tem feito bonito dando exemplo de como administrar com falta de recursos.


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ELIAS FRAGOSO

Desalento

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hegamos ao final do ano (mais 3 semanas e este país – aloprada e desvairadamente – para até o carnaval, como se estivéssemos no melhor dos mundos). No início deste fatídico 2017, modestamente dissemos que o crescimento econômico, - contrariamente à opinião Nosso Supremo Tribude economistas nal virou uma casa de ilustres e com amNoca. Bate-bocas dignos plo espaço na mídia nacional que de botequim, nenhum preconizaram taindiciado na Lava Jato xas positivas enjulgado até o momento, tre 2% a até 3,5% o ‘lava mãos’ à lá Pôncio - não ultrapasPilatos, denegando ao saria o patamar de 0,5%. Melhor Legislativo o que era que os trágicos sua atribuição (julgar da presideno senador Aécio), e que anos ta incompetente, já produz ‘frutos’ com a mas longe, muito libertação da cadeia de longe da sonhapolíticos corruptos país da “recuperação”. Não deu outra. afora, após ‘decisões’ Alertamos das suas assembleias também que, legislativas. dada a situação econômico-financeira da Nação e o comportamento da taxa de inflação em queda, a taxa Selic (que àquela altura andava na casa dos

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, prof. da UFAL e da Universidade Católica de Brasília.

11%) já poderia ter avançado para 7%, coisa que só acontecerá na próxima reunião do COPOM agora em dezembro. Nada, nada, o tesouro nacional desembolsou para os bancos nestes 10 meses da nossa projeção, cerca de 70 bilhões de reais a mais, por conta dessa “pequena” diferença de 4 pontos percentuais que veio sendo reduzida a passo de cágado ao longo de 2017. Grana que sozinha cobriria cerca de 50% do déficit da previdência... Dissemos também – e reiteradas vezes neste jornal – que as reformas previstas pelo governo: previdenciária, trabalhista, política, monetária e fiscal não aconteceriam. E se viessem a acontecer seriam retalhos do que deveriam ser. E deu no que deu. Apenas a reforma trabalhista avançou, ainda assim capenga, já que assegurou a sobrevida de um dos mais renhidos redutos reacionários do país, a justiça do trabalho. Que bem poderia ser denominada de injustiça do trabalhado tais as excrescentes jurisprudências produzidas, que levaram até ao próprio presidente do Superior Tribunal do Trabalho a propor a sua extinção. No âmbito mais restrito das elites dirigentes, nosso país continua seu

passo célere rumo a disputar os últimos lugares dos rankings mundiais de corrupção, malversação dos recursos públicos e de benesses mil para as “castas” das áreas judiciária, política e do executivo em todos os seus níveis, desde o presidente, pego com em conversas não republicanas com um grande empresário, até aqueles prefeitos que roubam a merenda das crianças. Como exemplo dessa falta de caráter macunaímica lembremos do mais recente episódio daquela ministra que teve o desplante de exigir receber mais de 60 mil reais por mês, já que precisa comprar brincos, perfumes e sapatos. Isso num país em crise e com 13 milhões de desempregados. Alguém aí acha que ela foi demitida sumariamente? Não foi sequer admoestada... Mas não é só ela. Nosso Supremo Tribunal virou uma casa de Noca. Bate-bocas dignos de botequim, nenhum indiciado na Lava Jato julgado até o momento, o “lava mãos” à lá Pôncio Pilatos, denegando ao Legislativo o que era sua atribuição (julgar o senador Aécio), e que já produz “frutos” com a libertação da cadeia de políticos

corruptos país afora, após “decisões” das suas assembleias legislativas. E como se fosse pouco, sua omissão no sentido de dar fim ao absurdo e famigerado teto constitucional, acabando de vez com essa esculhambação e a roubalheira do nosso dinheiro pelas castas dirigentes, práticas que burlam grotescamente a Constituição. De quem o Supremo é o guardião. Não custa lembrar. E o que dizer do Tribunal Superior Eleitoral que absolveu a chapa da fatídica dupla Dilma/Temer por “excesso de provas”. Agora tão ou mais grave que tudo isso (se é que é possível) é a marcha batida imprimida pelas nossas “autoridades” rumo à impunidade de todos. Lembram do senador Jucá e sua frase de que era preciso “estancar a sangria”? Pois bem, as recentes mudanças ocorridas no âmbito da Polícia Federal, o corte de recursos para a Lava Jato, a “parada” singular do Ministério Público Federal em relação aos processos em andamento naquele órgão relativos aos corruptos e corruptores da Lava Jato são sinais de alerta. Sobram fatos para o brasileiro aumentar o grau de alerta contra essa bandalha toda.

MUNICIPIO DE CAMPESTRE (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPESTRE) firma estabelecida na RUA DO COMÉRCIO, S/N, CENTRO, CAMPESTRE/AL, CEP: 57.968-000, inscrita no CNPJ: 01.631.604/0001-07, com ramo de atividade Administração Pública em Geral, torna público que requereu do Instituto do Meio Ambiente IMA/AL a LICENÇA PRÉVIA DE UM TERMINAL RODOVIÁRIO, de acordo com as Leis Ambientais Vigentes. Campestre-AL, 07 de Novembro de 2017 – Nielson Mendes da Silva – Prefeito. MUNICIPIO DE CAMPESTRE (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPESTRE) firma estabelecida na RUA DO COMÉRCIO, S/N, CENTRO, CAMPESTRE/AL, CEP: 57.968-000, inscrita no CNPJ: 01.631.604/0001-07, com ramo de atividade Administração Pública em Geral, torna público que requereu do Instituto do Meio Ambiente IMA/AL a REGULARIZAÇÃO DE LICENÇA DE INSTALAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE PRAÇA COM CALÇADÃO, de acordo com as Leis Ambientais Vigentes. Campestre-AL, 07 de Novembro de 2017 – Nielson Mendes da Silva – Prefeito. MUNICIPIO DE CAMPESTRE (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPESTRE) firma estabelecida na RUA DO COMÉRCIO, S/N, CENTRO, CAMPESTRE/AL, CEP: 57.968-000, inscrita no CNPJ: 01.631.604/0001-07, com ramo de atividade Administração Pública em Geral, torna público que requereu do Instituto do Meio Ambiente IMA/AL a REGULARIZAÇÃO DE LICENÇA DE INSTALAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE PRAÇA COM CALÇADÃO E EXECUÇÃO DE DRENAGEM, de acordo com as Leis Ambientais Vigentes. Campestre-AL, 07 de Novembro de 2017 – Nielson Mendes da Silva – Prefeito.


MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 2017

ALARI ROMARIZ TORRES

JORGE MORAES

Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

Sem chance de convencer

A

pesar do seu forte poder de convencimento, isso demonstrado em duas oportunidades, quando conseguiu convencer a maioria dos deputados federais arquivar dois pedidos de afastamento feitos pela Procuradoria Geral da República, o presidente Michel Temer está com um grande “abacaxi político” para descascar nos próximos dias. Trata-se da decisão do Centrão em pleitear os ministérios que estão na cota do PSDB. Na verdade, são quatro para um partido dividido entre votar a favor e votar contra o presidente. Entre as suas mais diversas formas de explicação, no âmbito da política, Entre as suas mais “o Centrão é diversas formas de a reunião de explicação, no âmdeputados bito da política, ‘o que, numa Centrão é a reunião assembleia, ocupam os de deputados que, lugares asnuma assembleia, sociados à ocupam os lugares orientação associados à orienta- política sição política situada tuada entre a direita e a entre a direita e a esquerda”. esquerda’. O caso em discussão relaciona-se ao tratamento pela metade que o presidente Michel Temer e seus partidos aliados receberam dos deputados federais do PSDB, com apoio externo de alguns senadores, nas duas votações da Câmara dos Deputados que beneficiaram o presidente da República. E, nos dois momentos, mais de 100 deputados que formam a denominação fecharam questão favoravelmente a Temer. Por isso, o Centrão quer ocupar os ministérios. E agora presidente, o que fazer? Como na votação do

segundo arquivamento pela Câmara dos Deputados, o presidente Temer viu a diferença diminuir em relação ao primeiro processo, ele entende que não pode abrir, agora, mão do PSDB, para tentar aprovar algumas reformas, entre elas, a da Previdência Social, que trata da aposentadoria do trabalhador brasileiro. Ao mesmo tempo, não pode desagradar aos mais de 100 deputados que formam na sua base política. Mais uma vez o Michel Temer vai precisa de muita conversa e de muitas promessas para não perder o seu rebanho. Paralelamente a tudo isso, a própria direção nacional do PSDB já deixou claro que vai abandonar o barco. Só falta saber quando. Agora, em dezembro, ou no período de entrega natural de cargos do calendário eleitoral? Se isso só ocorrer em abril do próximo ano, o PSDB estará se aproveitando de uma situação em benefício de seus ministroscandidatos. Na verdade, Fernando Henrique Cardoso, Tasso Jereissati, Aécio Neves e muitos outros “caciques” do partido querem que o partido saia do governo ainda este ano. Os ministros do PSDB no governo do presidente Michel Temer vão sair logo, se possível, ontem. Por tudo isso acho que o presidente não tem chance de convencimento dessa vez. Por mais que prometa, por mais que tente segurar o PSDB na estrutura do seu governo, Temer não vai conseguir e, ainda, tem o Centrão ameaçando, mesmo que eu ache que é só ameaça. Não vai passar disso, pois todos os seus parlamentares já “mamam” nas tetas do governo, individualmente ou por meio de seus partidos. Na verdade, o que eles querem é a presença direta do Centrão no governo, independente do que já conquistaram. Sem nenhuma dúvida, essas duas situações, do Centrão e do PSDB, ainda vão tirar muitas noites de sono do presidente.

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Suave rotina

V

ez em quando, o dia amanhece e ficamos matutando sobre a rotina daquele período. O que faremos? Para onde iremos? Ou então, um neto nos pergunta: Vó, que dia chato; vamos fazer o que? De repente, acontece algo inesperado: Fulano morreu! Terremoto no Irã! Prenderam o Zé Dirceu! Houve um grande assalto no Rio de Janeiro! É bem melhor vivenciar o dia a dia sem grandes novidades e criar nosso itinerário sem esperar notícias alarmantes. Quem vive nas grandes cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, está sempre preocupado. Ir à praia no Rio é, no mínimo, esperar por arrastões. Na minha Paripueira, olhava da varanda para o céu azul, um silêncio infinito. Dificilmente acontecia algo que abalasse nossa Sair à noite, em tranquilidade. Lembro-me Maceió, é temeroque numa maso! Onde deixar o nhã bem calma carro? É melhor ir liga o filho da de táxi? Em caso de Mara, minha seapavodúvida, ficamos em cretária, rado: “Fechem as casa, vendo TV ou portas. Um malendo. Sair da rotina luco no Sahuaçuy cometeu dois assusta o velho crimes e correu casal. para o lado norte de Paripueira”. E no fim da tarde, a Polícia matou o assassino. Recentemente em Batalha, cidade tranquila do Sertão alagoano, mataram um Vereador. E a rotina foi quebrada: chegaram policiais, famílias se acusando. Virou uma loucura! Acabou-se a paz! No clima de insegurança e violência por que passa o Brasil, acabou-se a tranquilidade nas pequenas cidades. Os bandidos descobriram que podem ir para o interior e explodir bancos, praticar assaltos. Os habitantes são tomados de surpresa e o número de policiais é bem menor. Eles então, fazem a festa! Quando era adolescente, passava as férias em Penedo. Um sossego: íamos ao cinema a pé, voltávamos no começo da noite, calmamente, sem temer assaltos. Viajávamos para a Praia do Peba, dormíamos com as portas abertas! Doce vida!

Hoje, no Recife, as crianças não podem ir à escola andando pelas ruas. Meu neto já perdeu uns três celulares, tomados por bandidos. E ainda há o risco de desagradar o ladrão e levar uma facada, um tiro ou uma boa pancada. Estávamos, eu e minha filha, saindo de uma cafeteria em Petrolina e ela gritou: “Corre, mãe, entra no carro, vem um homem de bicicleta”. Um sufoco! Ficamos as duas amedrontadas, às 7 horas da noite, no centro de uma cidade do interior de Pernambuco. Sair à noite, em Maceió, é temeroso! Onde deixar o carro? É melhor ir de táxi? Em caso de dúvida, ficamos em casa, vendo TV ou lendo. Sair da rotina assusta o velho casal. As famílias das pequenas cidades sempre gostaram de colocar cadeiras na calçada no início da noite, para conversar ou tomar uma cervejinha. Outro dia, numa cidade litorânea, três famílias ficaram na porta, sentadas em suas cadeiras. De repente, pararam dois motoqueiros e levaram tudo que foi possível arrancar dos presentes. Agora, você passa e não vê uma pessoa na frente de casa. Tudo trancado a sete chaves! Acabou-se o tempo de nossa infância, quando as famílias ficavam nas portas e as crianças brincavam de bola, de bicicleta ou qualquer outro tipo de jogo. Hoje, se vemos um motoqueiro perto do carro, ficamos assustados, pensando ser um bandido que vai nos atacar. Quem mora em casa, não pode abrir a porta para qualquer um. Ficar só numa residência é arriscar demais. Quem mora em apartamento não tem tanta segurança: os bandidos se fantasiam de carteiros, de policiais e invadem os lares brasileiros. Tenho pena das crianças de hoje; perderam a liberdade de ir e vir. Outro dia, o filho de uma amiga ia para aula de inglês; dois garotos pararam o pobre coitado e o deixaram só de cueca; levaram boné, celular, camisa, tênis e bermuda. Não temos opção; perdemos a segurança! Só nos resta sonhar com os velhos tempos nos bairros de Maceió, nos quais curtíamos andar pelas ruas, ir à praia, ou mesmo, colocar cadeiras na porta. Adeus suave rotina!


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E agora, José?

P

essoas de meu círculo de amizade, quando eram sondadas em anos passados sobre suas preferências no voto para Presidência da ReBasta dizer que em seu p ú b l i c a , mesmo passivo, hoje, fora ousem ter tras dívidas, inclusive nenhuma com o próprio Estado de ideologia Alagoas que, em valores p o l í t i c a , corrigidos, podem che- justificavam votar gar a 1 bilhão de reais, em partido de consta uma dívida traesquerda balhista de mais de dois pela pobilhões de reais relativos sição que tinham ao Plano Bresser. na estatal distribuidora de energia elétrica em nosso estado. Eram cooptadas, pelo seu sindicato, a votarem

JOSÉ MAURÍCIO BRÊDA Economista

no PT. Em outras palavras: incutiram-lhes terrível medo de que sua empresa fosse privatizada. Tinha que ser sugada até sua última gota de sangue. Basta dizer que em seu passivo, hoje, fora outras dívidas, inclusive com o próprio Estado de Alagoas que, em valores corrigidos, podem chegar a 1 bilhão de reais, consta uma dívida trabalhista de mais de dois bilhões de reais relativos ao Plano Bresser. São mais de 1.600 trabalhadores com direito a essa indenização onde 80% já se encontram aposentados. Se já era moribunda, passando de mão em mão de incompetentes, inclusive ligados ao próprio sindicato e ao Partido dos Trabalhadores(?), de tempos para cá vem sendo dirigida por “alienígenas” que vêm fazer turismo durante a semana hospedados nos melhores ho-

Intentona Lavadraz

F

undar um partido estado. Partido sem ser parte. Partido único. Mudar a forma de estado, a forma de governo, o A Nação condenada regime poa uma morte lenlítico. Para ta e dolorida pela atingir tais objetivos, Intentona Ladraem tese se vaz iniciada com a primeira eleição faz necessário instituir direta para presia anarquia dente do Brasil e generalizaque ainda está em da. Destruir curso. a Nação. Por sobre os escombros do estado democrático de di-

reito haveria de brotar um governo totalitário. Esse plano infame e miserável foi posto em andamento no Brasil pelo PT. Fracassou. Restou uma Nação gravemente ferida em sua unidade. Reformadores revelados como ladrões. O Brasil não foi expropriado por bolcheviques, mas sim, foi expropriado por ladrões sem qualquer ideal político, uma revolução sem caráter e sem vergonha de roubar por roubar ao ponto de não poder levar o produto do roubo. Restou uma classe política desmoralizada que se

téis de nossa capital e retornar aos seus lares nos fins desta. Resultado de toda essa farra é o ridículo valor venal que será proposto em leilão para sua privatização, juntamente com outras cinco distribuidoras de energia nos estados de Roraima, Rondônia, Acre, Amazonas e Piauí. A bagatela de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por cada uma. Não leram errado: são, cinquenta mil reais, mesmo. Quem levar, terá que fazer aportes imediatos de R$ 2,4 bilhões nas seis empresas e investir R$ 5,4 bilhões em cinco anos para recuperar suas finanças. Aprovada pelo Conselho de Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) da Presidência da República, a proposta foi publicada no Diário Oficial da União

no último dia 9. A dívida total das seis empresas soma hoje R$ 20,8 bilhões, tendo a Eletrobras que arcar com R$ 11 bilhões deste débito. Isso nos faz pensar em uma empresa tupiniquim, que nem nos tem abastecido devidamente de água e muito menos tornado satisfazível seu serviço de esgoto. Seus esforços mal têm dado para recuperar vazamentos na parte baixa da cidade. Moro na Gruta de Lourdes há quase quarenta anos e há muito mais tempo o sistema de esgoto dorme nas imediações do quartel. E ainda tem sindicato que cola em vidros de carro: Estatal Privatizada, População Prejudicada. E aos meus amigos da Ceal que teimaram em votar na esquerda, pergunto: e agora, José?

IRINEU TORRES

Diretor do Sindifisco.Conselheiro Emérito da Fenafisco.

arrasta. Eleições limpas estão fora de alcance. A Nação condenada a uma morte lenta e dolorida pela Intentona Ladravaz iniciada com a primeira eleição direta para presidente do Brasil e que ainda está em curso. Uma coalizão de ladrões insaciáveis que aparelhou em larga escala as instituições nacionais. Os poderes da República nas três esferas federativas, o serviço público, o sistema financeiro, o mercado de

capitais, a atividade midiática, os sindicatos e o próprio povo que sofre menos pela miséria do que pela frustração de não compartilhar do roubo. Por mais que se autue, julgue e condene um sem número de ladrões, a Intentona Ladravaz vai além dos esforços patrióticos da Lava Jato. A intervenção cívico-militar pode vir a ser a derradeira alternativa em defesa do estado democrático de direito.


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ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.com

Destaque nacional

A

s vendas do comércio de Alagoas voltaram a ter destaque no cenário nacional. Apesar da lentidão da retomada do crescimento na economia nacional, o volume de vendas do setor comercial do estado apresentou alta de 3% em setembro sobre o mês anterior, a terceira maior taxa entre 27 unidades de federação e Distrito Federal, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).

Só leilão salva

A Eletrobras registrou queda de 37% no lucro do terceiro trimestre deste ano em relação ao valor registrado no mesmo período do ano passado. A companhia, que irá leiloar seis distribuidoras, uma delas em Alagoas, fechou o trimestre com dívida bruta de R$ 44,7 bilhões, R$ 0,9 bilhão a menos que em igual período de 2016. Segundo especialistas, apenas o leilão livrará a empresa de uma crise ainda maior.

Turismo em alta

O número de desembarques no Aeroporto Zumbi dos Palmares na próxima temporada deve ser alto. Somente a operadora Gol Linhas Aéreas Inteligentes terá 408 voos extras para Alagoas, representando um acréscimo de 70 mil assentos disponíveis. A expectativa do setor turístico o aumento significante impulsione ainda mais a economia do estado.

Black Friday

A Black Friday acontece só no dia 24, mas já existem varejistas antecipando as promoções. É o caso das Casas Bahia e da Americanas. Na Casas Bahia, as promoções começam a partir desta sexta-feira e prosseguem até o dia 24. A Americanas informa que devolverá a diferença caso o preço do produto comprado agora baixar de preço no dia 24. A estimativa do varejo é de faturar 2,2 bilhões de reais, um aumento de 19% em relação a 2016.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 2017

SUA SAÚDE MENTAL arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Afinal ...

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é o completo estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças. Mas, afinal o que é saúde mental? OMS: um estado de bem-estar em que o indivíduo percebe suas próprias habilidades, consegue enfrentar as situações estressantes que são comuns no quotidiano e é capaz de ter uma vida ocupacional produtiva.

Portanto ...

Não existe felicidade constante/linear, os nossos comportamentos/pensamentos podem ser considerados como um exame – eletrocardiograma (do coração) que tem traços altos (que podem ser considerados como felicidade) e baixos (que podem ser considerados como angústia/tristeza). O traço horizontal constante/linear no eletrocardiograma indica que a vida acabou, portanto...

Dicas

Num relacionamento amoroso sadio é preciso ter flexibilidade (não ser o dono da verdade). Caso contrário ... Ter resiliência, ou seja, ter um comportamento que faça a pessoa enxergar (conhece a ti mesmo) e, principalmente enfrentar os problemas, que pode ser um pensamento/ comportamento que incomode ou faça sofrer, por algum motivo. É preciso preservar/ter: noite de sono bem dormida/tranquila, comer adequadamente, ou seja, frutas, verduras e nada de frituras e nem industrializados. Uma atividade que a pessoa possa se divertir e que tenha prazer, todos os dias (escutar música, ir a praia, conversar com amigos/familiar, entre outros comportamentos); Procurar ter concentração numa atividade qualquer, seja esportiva ou intelectual. Praticar uma alguma atividade física. Dentre outras.

Fique atento

Um dos primeiros sinais que a pessoa está tendo algum tipo de transtorno mental é a falta de concentração numa atividade, seja ela qual for. Caso isso esteja acontecendo com frequência e sem controle, procure um psicólogo o quanto antes.

Mais sobre SAP Síndrome da Alienação Parenta (SAP) está associada à situação de ruptura da vida conjugal, quando ocorre principalmente vingança de um deles de uma dos cônjuges, que geralmente é

a mãe que pratica. Enquanto não se instalou a síndrome, é possível reverter a situação, através de psicoterapia e o restabelecimento das relações com o(a) genitor(a) prejudicado(a). Alienação é tornar o outro fora de si, ou seja, sem consciência. Síndrome é um conjunto de sinais e comportamentos adquiridos, neste caso específico com a alienação. Semana que vem, mais sobre SAP: o que diz a lei sobre o comportamento de quem pratica.

Vamos falar sobre depressão?

Segundo a OMS a depressão atinge 5% da população mundial. Se Alagoas tem cerca de 3 milhões de habitantes, significa que temos 150 mil pessoas deprimidas. Um dos erros mais comuns e isso prejudica bastante as pessoas que sofrem de depressão, é alguém falar que o problema dela é “besteira” ou “frescura”. Dica: Apenas escute a pessoa e não faça nenhum julgamento. E aos primeiros sinais da depressão (insônia, irritabilidade sem uma causa específica, negligência com a própria higiene, falta de concentração nas atividades diárias, entre ourras), aconselhe a pessoa a procurar um psicólogo. Estima-se que entre 10% a 15% das pessoas com o diagnóstico comprovado, comete o suicídio. Na próxima semana farei um comentário sobre o comportamento suicida.

“A voz do inconsciente é sutil, mas ela não descansa até ser ouvida” (Sigmund Freud)

Plasticidade neural

A plasticidade neuronal é a capacidade do sistema nervoso central em mudar-se, adaptar-se e remodelar-se no desenvolvimento neuronal. Ocorre também quando a pessoal está submetida a novas experiências. Em outras palavras, mesmo numa lesão, é possível que a pessoa possa recuperar a capacidade de um determinado movimento (dos braços), por exemplo. Mas, o mais incrível na plasticidade neural é que é possível a pessoa mudar um comportamento através da psicoterapia.

Livro: Ansiedade

Como enfrentar o mal do século, de Augusto Cury. Vale a pena ler.

Vigorexia/Complexo de Adônis

Estima-se que 3% da população, na maioria homens, sofra com o esse transtorno, que é considerado o transtorno da modernidade, ou seja, culto pela imagem (corpo). As principais características é a insatisfação constante do próprio corpo. Na clínica é comum a pessoa informar que vai para academia, de ginástica, até seis vezes por semana e pratica até duas horas por dia. O transtorno surge quando há o descontrole do indivíduo em relação à percepção da autoimagem. Ou seja, não é suficiente forte, grande ou musculoso. Começa aos poucos e depois fica sem controle (podendo utilizar até anabolizantes, asteroide para que se atinja o objetivo). Seria a necessidade compulsiva de manter um plano rigoroso de exercício físico e uma dieta alimentar rígida para atingir a “forma física perfeita”. Complexo de Adônis: o termo tem origem na mitologia grega. Adônis era considerado um ícone da beleza masculina, um jovem de grande beleza que nasceu das relações incestuosas do rei Cíniras com a sua filha Mirra. “Pensar é bom, pensar com consciência crítica é melhor ainda, mas pensar excessivamente é uma bomba contra a qualidade de vida (...)” (Augusto Cury)

Arnaldo Santtos é psicólogo clínico CRP 15/4.132. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. E-mail: arnaldosanttos@uol.com.br ou arnaldosanttos. psicologo@gmail.com. Telefone: 9.9351-5851.

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ESPORTE NO PARAÍSO

Maragogi sedia I Copa Costa dos Corais de Futevôlei A

parasidíaca Maragogi sediou mais um evento esportivo de âmbito nacional. No sábado, 11, foi realizada a I Copa Costa dos Corais de Futevôlei. O torneio aconteceu numa arena instalada na orla marítima da cidade pela Confederação Alagoana de Futevôlei e teve patrocínio da Prefeitura de Maragogi, a partir das secretarias de Turismo e de Cultura, Esporte e Lazer. Dezesseis duplas participaram da competição. Três delas foram formadas por atletas nativos e 13 vieram de estados como o Rio de Janeiro, Sergipe, Paraná e Distrito Federal. “Um evento desse porte é muito salutar pra sociedade de Maragogi”, disse o jogador nativo Cleiton Bolada, que integrou uma das duplas participantes. O público lotou a arena e torceu por suas duplas prediletas. A narração de Gilberto Mendonça foi um show à parte, incrementou mais emoção ao torneio. O prefeito de Maragogi, Sérgio Lira, participou da abertura e posou ao lado de alguns atletas. O evento ainda contou, na sexta-feira, 10, com uma “Clínica de Futevôlei”, com a dupla campeã mundial Tatá e Anderson Águia. A “clínica” objetiva ensinar às crianças a prática do esporte. “Minha ideia é implantar um projeto social aqui em Maragogi”, confessou Cícero Eduardo, o Tatá. “Vir aqui dois dias por semana passar minha experiência pra criançada. Maragogi é show

de bola, e precisamos divulgar mais o futevôlei à galera local.” A premiação, no valor total de seis mil reais, foi dividida para as três primeiras duplas vencedoras. Franklin e Dico, um de Recife e outro de Maceió, foram os campeões. O segundo lugar ficou com a dupla Águia do Rio e Tatá, de Maceió, e a terceira colocação foi obtida pelos jogadores Tiago e Romarinho, também de Maceió. Participação especial A presença ilustre da jogadora de futebol

Geyse Ferreira, a Pretinha, chamou a atenção e abrilhantou o evento. Geyse, que atualmente joga no Madri-CFF, da Espanha, está de volta ao país porque foi convocada para a Seleção Brasileira de Futebol Feminino. “Precisamos incentivar mais a população de nosso município para a prática de esporte, promovendo mais eventos como esse”, disse Pretinha. “Como atleta, fico feliz em ver a realização dessa Copa na minha cidade, e parabenizo a Diretoria de Eventos da prefeitura.” (Assessoria)


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Alagoanos e turistas com mais infraestrutura e segurança

ROTA ECOLÓGICA TRECHO DE 11 KM, QUE VAI DE PASSO DE CAMARAGIBE ATÉ SÃO MIGUEL DOS MILAGRES, SERÁ TOTALMENTE RECUPERADO E SINALIZADO TEXTO DE RAFAELA PIMENTEL

A

receptividade dos moradores, as praias paradisíacas e o cenário convidativo são apenas o começo. Quem reside ou chega à Rota Ecológica, no Litoral Norte alagoano, agora vai contar com outros atrativos: infraestrutura, mobilidade urbana e segurança viária. A transformação já começa a partir desta terçafeira (14), com a pavimentação dos 11 quilômetros do trecho que vai do município de Passo de Camaragibe até São Miguel dos Milagres. Natural do povoado do Toque, em Milagres, José Crispim comemora as melhorias na região com saudosismo. Depois de 40 anos morando no Estado vizinho, na cidade de Recife, o aposentado retornou com o a família para o município alagoano em busca de tranquilidade e conforto. É daqui, a poucos metros da praia, que seu José aguarda com expectativa os serviços de recuperação asfáltica da Rota Ecológica. “Sempre gostei de Milagres, aqui é meu lugar. Nasci aqui e hoje volto para o Toque para viver com minha mulher e meu filho com mais calmaria.

Secretário Mosart Amaral assina ordem de serviço. Serão 11 km recuperados

Mas hoje a situação da pista tá muito ruim, quando chove piora e muito. Todo mundo tá esperando ansioso pelas melhorias e fora isso vai ajudar a atrair ainda mais pessoas para a região, né?”, celebra José Crispim. Aliado aos trabalhos de mobilidade urbana, a pavimentação da Rota Ecológica vem acompanhada de benefícios em diversos setores junto com a entrega também de sinalização horizontal e vertical ao longo de todo trecho. Turismo, economia, segurança viária, infraestrutura e lazer são algumas das áreas que ganham com a chegada na região do Pró-Estrada, do Governo de Alagoas, coordenado pela Secretaria de Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand). PRÓ-ESTRADA

José Crispim, morador do Toque

Com atuação de um pouco mais de um ano, o programa acumula resultados positivos em todas as regiões do Estado. Até o momento são cerca de 60 municípios e 6 povoados beneficiados com mais de 700 quilômetros de serviços de recuperação de vias urbanas e acessos, construção de novas estradas e pavimentação de rodovias. “O Pró-Estrada é um programa criado pelo governador Renan Filho e que já vem ganhando proporções enormes. Nós já estivemos implantando ou recuperando rodovias e vias em mais de um terço da malha viária estadual e o melhor é saber que o quadro ainda vai melhorar e se expandir muito por toda Alagoas”, destaca o secretário de Transporte e Desenvolvimento Urbano, Mosart Amaral.


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Transição para o fututo

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onectividade, automação, compartilhamento e eletrificação são assuntos do momento e, como esperado, dominaram os trabalhos técnicos, conferências e debates no 26º Congresso SAE Brasil, em São Paulo, na semana passada. Essas quatro vertentes, na verdade, estão em verdadeira ebulição no mundo, provocam discussões algumas vezes acaloradas e inúmeras soluções alternativas. Tudo distribuído em 17 painéis e 151 relatórios, sendo 116 inéditos. O tema central do congresso este ano foi “A mobilidade inteligente e a transição para o futuro”. A transição, realmente, é o que gera muitas dúvidas ou mesmo especulações. Uma das preocupações, externada por palestrantes, aponta para segurança dos dados em um mundo conectado. Ainda pairam desconfianças sobre a tal “blindagem” contra hackers do mal ou, simplesmente, falhas tecnológicas. A solução de veículos autônomos, por exemplo, pode passar por

regiões segregadas de tráfego urbano ou rodoviário onde todos os veículos – não apenas alguns – teriam condições de trocar informações em tempo real e evitar muito provavelmente 100% dos acidentes. No último dia do Congresso ocorreu a primeira colisão leve, em Las Vegas, estado de Nevada (EUA), entre um estreante micro-ônibus autônomo em viagem oficial (semicomercial) e um caminhão. Nada além de arranhões nos dois veículos, porém sem tempo de fazer parte dos debates aqui. Mais alguns avanços são necessários entre eles mapas digitais extremamente precisos e roteadores de tráfego de confiabilidade superior. Neste campo, aproxima-se uma batalha entre Google Maps e a Here (pertencente ao trio de ferro alemão Audi, BMW e Daimler). Até o momento Google e seu braço Waze conseguiram posição de destaque indiscutível no mundo e no Brasil. Mas já se notam falhas de rotas em ambas as plataformas,

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br algumas mesmo inaceitáveis, que irritam e provocam atrasos desnecessários, quando se buscava exatamente o oposto. Nada como a boa e esperada concorrência para que todos ganhem. Doug Patton, presidente da SAE International, admitiu a falta de um modelo pronto de compartilhamento de automóveis aplicável em todo o mundo. Na opinião da Coluna trata-se de um ponto bastante relevante. Realidades e contrastes são tão diferentes até mesmo dentro de um país, como o Brasil, que é preciso relativizar a apontada “falta de interesse dos jovens pelos automóveis”. Em grandes cidades pode ocorrer graças às opções existentes, entretanto nas médias e pequenas o cenário indica ser outro.

Na exposição agregada ao Congresso, empresas tinham o que mostrar ou mesmo indicar tendências. A brasileira Moura, fabricante de baterias convencionais, tem projetos para as de íons de lítio, mas por enquanto visa apenas nichos de mercado em parceria com chineses. Por outro lado, a Eaton exibiu um sistema de redução de emissões evaporativas durante o abastecimento em postos de serviço. Essa é uma fonte primária de formação de ozônio, porém implica modificações de projeto nos veículos que demandam tempo e aumento de custos. É um problema a equacionar no futuro breve, além de modificações tanto nos postos, como nas refinarias e nos caminhões-tanque.

RODA VIVA n EMBORA sem revisar todas suas projeções para este ano, Anfavea admite que maioria dos indicadores – vendas, produção e exportação – podem ser superados. Mercado externo baterá recorde histórico graças à Argentina. Isso levou a aumento expressivo de 28,5% de produção, nos 10 primeiros meses de 2017. Em breve deixarão de existir trabalhadores afastados nas fábricas. n RENAULT anunciou meta estratégica de participação de mercado no Brasil. Dos atuais 8%, a marca francesa espera subir para 10% em 2022. Parece pouco, mas é ambicioso. Projeções da empresa apontam que os SUV responderão por até 22% das vendas totais de automóveis no País. Detectou, ainda, certo limite para crescimento contínuo deste segmento por razões de preço.

n JAGUAR F-Pace combina interior bem projetado a comportamento dinâmico que, sem ser o mais refinado, atende à maioria das situações. O SUV tem acerto de suspensão de certa forma exagerado em “esportividade”. Silêncio interno surpreende por se tratar de motor Diesel (agora de fabricação própria) de 180 cv. Boa visibilidade. Banco merece maior apoio lombar. n DURANTE evento no Haras Tuiuti, interior de São Paulo, a Mercedes-Benz demonstrou um recurso muito interessante para redução dos efeitos do estresse causado pelo ruído de colisão. Ao detectar situações perigosas, o sistema emite preventivamente o chamado “ruído rosa” com 80 dB a 86 dB entre 0,4 s e 3 s. Disponível, de início, só no novo Classe E.

n APLIQUES, cor azul exclusiva e detalhes de bom gosto na edição especial da S10 comemorativa do primeiro século de produção mundial de picapes Chevrolet. Destaque para logotipo estilizado na grade. As 450 unidades numeradas (preço único de R$ 187.590 é elevado) podem se valorizar em médio prazo. Já foram fabricadas 85 milhões de picapes


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Lula pede que lhe peçam desculpas

A

os domingos, eu vou para a barraca Pedra Virada, na praia da Ponta Verde, bater papo com alguns companheiros, dentre eles o médico Dr. Abinabá Lyro, o Eng. Carlito Lima, Prof. Radjalma Cavalcante, o médico Dr. Everaldo Lemos, o Eng. Pedro Anilson e outros Aqueles bilhões de reais tira- que aparecem para o papo. O assunto é dos da Petrobras, da Odebre- genérico, mas hoje cht, da JBS, do BNDES, ‘é uma em dia é a política mentira’. O Lula e a Dilma que domina todas ‘não são capazes’ de tamanha as fofocas. Normalloucura!!! Vocês irão ver que o mente os processos da Lava Jato se Supremo Tribunal Federal vai destacam, porém pedir desculpa aos envolvidos, parece que eu sou o “único da turma diante de tamanha injustiça. a defender os políticos envolvidos”. Às vezes, me dá vontade de sair do papo, já que eu não gosto quando alguns com-

panheiros acusam o presidente Temer, o Lula, o Sérgio Cabral, o Romero Jucá, o Geddel Viana, o Eduardo Cunha, o Moreira Franco, o Elizeu Padilha e outros acusados como ladrões, salafrários e bandidos. Afinal de contas, todas essas “ilustres autoridades” não merecem ser tratadas como estão sendo tratadas, com adjetivos impublicáveis e imorais. É que eu não concordo quando chamam os nossos personagens de safados, de ladrões e de canalhas. Vejam que alguns dos companheiros de bate-papo devem estar lembrados que os nossos políticos, são importantes pessoas da sociedade, tidos como “os melhores para representar o povo”. Alguns tratamentos não deveriam ser usados, pois eu acho que eles “são todos inocentes”. Acusam os “coitadinhos” sem provas, como sendo por vingança política, segundo diz o “inocente Lula”. Pois é, eu não concordo com alguns

dos meus amigos da barraca. Além de tudo, às vezes o povo faz “acusações injustas”, quando dizendo que eles roubaram 10 ou 15 milhões de reais, quando na realidade os coitados só roubaram 40 ou 50 milhões de reais. Ora, a Petrobras e a Odebrecht são empresas bilionárias e esses senadores, deputados federais, ministros e executivos não seriam capazes de retirar um centavo, sequer, dessas empresas. Dizer que o presidente Michel Temer é o chefe da quadrilha é uma grande calúnia, principalmente porque ele sempre diz que é um homem sério e que a mala encontrada com os R$ 500.000,00 com seu querido amigo não era dele. Ele a achou numa das avenidas de Brasília. Com aquele seu jeitão de dizer as coisas, nosso presidente não tem jeito de ser o chefe da quadrilha, como disseram por aí. Vejam que ele foi inocentado diante das acusações que lhe fizeram. Quanto a dizerem que ele

“comprou” o apoio dos senadores, deputados, deve ser por inveja. Aqueles bilhões de reais tirados da Petrobras, da Odebrecht, da JBS, do BNDES, “é uma mentira”. O Lula e a Dilma “não são capazes” de tamanha loucura!!! Vocês irão ver que o Supremo Tribunal Federal vai pedir desculpa aos envolvidos, diante de tamanha injustiça. As prisões domiciliares com tornozeleiras eletrônicas são violências contra os “coitadinhos”. Perguntem ao ministro Gilmar Mendes se eles serão condenados.. Vejam que o Geddel não teve dinheiro nem para comprar uma mala ou uma sacola, pois colocou os 51 milhões de reais no chão de uma sala. “Coitadinho!!!” Em tempo – O ilustre advogado Dr. Raimundo Palmeira me deixou muito satisfeito, ao dizer que gosta muito dos meus artigos. Que bom, doutor!


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ABCDO INTERIOR

Mão no bolso

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pesar da revisão do valor do estacionamento do Arapiraca Garden Shopping, que tanta revolta causou na população, o superintendente do empreendimento, Rafael Sena Ferreira, disse, na Tribuna Livre da Câmara Municipal, realizada na noite de terça-feira, 14, que as quatro horas de permanência no estacionamento continuam a custar R$ 6,00 e, após esse período, será cobrado uma diária (12 horas) de apenas R$ 10,00. Ou seja: dois reais a menos pela diária. O problema ainda continua e o usuário pagará pelo que não vai usar. Com a palavra o Procon.

robertobaiabarros@hotmail.com

Está satisfeito

Em Arapiraca, em pleno feriado de 15 de novembro, o prefeito de Penedo, Március Beltrão, disse que está satisfeito com o desempenho da bancada federal de Alagoas, em Brasília, que está ajudando incondicionalmente o município da região do Baixo São Francisco. “Mais de três mil ruas foram asfaltadas e outros projetos estão em andamento, graças ao apoio dos nossos parlamentares”, assegurou, destacando o momento difícil por que passam todos os municípios brasileiros, em função da grave crise que afeta o País, e lembrando que o repasse do FPM caiu em mais de 30 por cento.

Metas fiscais

Segundo o blog do Bernardino, no encerramento da festa de emancipação de Boca da Mata, ocorreram cenas de agressões, envolvendo o prefeito Gustavo Feijó (PDT) e os ex-prefeitos Cristiano Matheus (PMDB- Marechal Deodoro) e Toninho Lins (PSB - Rio Largo).

A Prefeitura de Palmeira dos Índios realizou uma audiência pública para avaliação e apresentação do cumprimento das metas fiscais, previstas pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A audiência acontece a cada quadrimestre e é apresentada aos vereadores e também à população. A reunião cumpre o que é determinado pelo prefeito Júlio Cezar, dando transparência, licitude e publicidade aos atos administrativos da gestão e também às contas públicas do município.

Troca de socos

Audiência pública

UFC em Boca da Mata

Ainda segundo o blog, os dois ex-prefeitos tiraram “onda”, ao criticar Feijó, “esculhambando” a festa. Feijó teria partido para a bofetada e brigou com os dois ex-prefeitos, que levaram muita pancada dos seguranças do prefeito de Boca da Mata. A briga acabou com a chegada da Policia Militar e todos foram levados para a delegacia.

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Para o vereador Dindor, a audiência pública é um momento em que a população deve comparecer para ouvir o esclarecimento e a prestação de contas do Poder Executivo Municipal. “Este foi um momento de esclarecimento para a Câmara e a população com relação aos dois primeiros quadrimestres de 2017 e todas as contas, despesas e receitas do governo municipal”.

Transparência

O vice-prefeito Márcio Henrique disse que uma das coisas mais importantes na gestão pública é a transparência. “Os políticos e as pessoas que assumem o poder neste país precisam entender que estão tomando conta do que é alheio e não do que é pessoal. Portanto elas têm de fazer com que as pessoas tomem conhecimento do que estão fazendo com o que é delas”.

Videoconferência

Técnicos da Prefeitura de Palmeira dos Índios se reuniram na superintendência do Banco do Brasil, em Maceió, com os representantes da Construtora Somart, a Gerência de Mercado do BB e o Ministério Público Estadual. O objetivo da reunião foi discutir, através de uma videoconferência com técnicos e diretores de engenharia e operações do BB, em São Paulo, os detalhes para a assinatura do contrato de formalização da retomada e conclusão das obras dos conjuntos Brivaldo Medeiros e Antônio Ribeiro.

Também apanhou

Sobre essa briga, uma testemunha disse que ouviu quando Cristiano fez uma gozação com o prefeito de Boca da Mata, afirmando que ele “não paga a ninguém, mas faz uma festa dessas”!!! Enfurecido, Feijó perdeu a cabeça e deu um tapa no ex-prefeito de Marechal. Toninho Lins, ex-prefeito de Rio Largo, tentou apaziguar a briga e acabou apanhando também.

E é um trator?

Nos bastidores da política arapiraquense, não se fala em outra coisa senão na pré-candidatura para deputada estadual da ex-prefeita Célia Rocha. Insatisfeitos, alguns políticos afirmam que ela se transformou em um verdadeiro trator, passando por cima de tudo e de todos para chegar à Casa de Tavares Bastos.

Não abre mão

Célia assegura que não quer prejudicar ninguém, mas que “não abre mão” da sua pretensão de ser deputada estadual. Como perguntar não ofende, será que sendo eleita ela vai repetir a besteira que faz ao abdicar do mandato de deputada federal para disputar a Prefeitura de Arapiraca? Bom, 2020 não está tão distante assim. É aguardar para ver no que dá.

PELO INTERIOR ... O Complexo Multidisciplinar de Equoterapia Tarcizo Freire começou a realizar a entrega de sopa a pessoas carentes do município em maio deste ano. O projeto de grande alcance social completa seis meses graças à iniciativa do fundador da instituição, o deputado estadual Tarcizo Freire (PP).

... “Ninguém sobrevive sem alimentação e sem água. A sociedade tem o direito de uma alimentação de qualidade. E o Complexo Tarcizo Freire trabalha para amenizar a situação de vulnerabilidade dessas famílias. São mais de 500 pessoas beneficiadas com o Sopão”, disse Michel Pereira, gerente da entidade.

... O Sopão Social cadastrou centenas de famílias carentes em situação de vulnerabilidade social do bairro Nova Esperança, em Arapiraca. Uma equipe de profissionais composta por assistente social, psicólogo e enfermeiras fazem acompanhamento mensal a essas pessoas.

... Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estiveram na Prefeitura de Penedo.

... Panelas de 50 litros são devidamente preparadas sob supervisão de uma nutricionista e um técnico em alimentação escolar, que é responsável pela preparação do alimento distribuído com as famílias cadastradas.

... Os trabalhadores rurais buscavam uma audiência com o prefeito Marcius Beltrão (PDT) para discutir algumas reivindicações. Cumprindo agenda externa, o gestor os recebeu no Gabinete do Povo no período da tarde. ... Uma comissão formada por líderes do Acampamento do MST Nova Esperança, localizado na zona rural do município, sentou à mesa com o

gestor, procurando solucionar algumas demandas. ... “Existe uma ordem de reintegração de posse para a área em questão. A terra pertence ao Grupo Toledo, Usina Paisa. Conversei por telefone com o diretor-presidente do Iteral, Jaime Silva, e ele garantiu que já existe uma área definitiva para assentamento. Sendo assim, logo que ocorra, atenderemos alguns pleitos. Da forma atual, não posso atender a grande maioria das demandas devido à ordem judicial”, explicou o gestor. ... Algumas das pautas serão resolvidas de imediato, a exemplo da coleta de lixo, agente de saúde e transporte escolar. ... Aos leitores da coluna, um excelente final de semana, com paz, saúde e harmonia. Até a próxima edição!


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MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 2017

MEIO AMBIENTE Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Descarte correto

Desmatamento

A

s unidades de conservação federais apresentaram redução no desmatamento neste ano. Durante conferência na Alemanha, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, divulgou que o desmatamento nas UCs caiu 28% entre agosto de 2016 e julho deste ano. Os números do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) mostram que o desmatamento nas UCs federais foi de 159 km², o que representa a redução de 28% em relação aos 221 km² registrados entre agosto de 2015 e julho de 2016.

Ameaças ao planeta

Vinte e cinco anos depois que cientistas do mundo todo lançaram um “alerta para a humanidade” sobre os perigos para o ambiente, uma nova atualização foi divulgada alertando que hoje as ameaças são muito piores. Quase todas as principais ameaças ao meio ambiente se tornaram mais graves, em particular a crescente população mundial, que adicionou dois bilhões de pessoas ao planeta desde 1992, um aumento de 35%, de acordo com a atualização. Outras grandes ameaças são o aquecimento global e as constantes emissões de carbono geradas pelo uso de combustíveis fósseis, bem como as práticas agrícolas não sustentáveis, o desmatamento, a falta de água doce, a perda de vida marinha e as crescentes zonas mortas dos oceanos.

Lixo no mar

Plásticos, medicamentos, drogas e esgoto doméstico: desses objetos é composta a maior parte da poluição dos mares brasileiros, segundo levantamento realizado pelo Instituto Oceanográfico (IO) da USP e a Plastivida (Instituto Socioambiental dos Plásticos). As praias de Alagoas fazem parte da pesquisa junto com praias de São Paulo e Bahia. O monitoramento faz parte de uma série de ações realizadas desde 2012, a partir de um convênio entre as instituições, para o correto tratamento do meio ambiente aquático.

Poluição dos oceanos

Um fotógrafo brasileiro flagrou uma espécie de peixe vivendo dentro de uma garrafa de plástico quando mergulhava com sua câmera em uma praia da ilha espanhola Grã Canária, na costa da África. Era uma maria-da-toca (Parablennius pilicornis), espécie da região, que fez sua casa em um recipiente jogado no mar. A cena pode ser considerada “triste”, já que ilustra o acúmulo de lixo nos mares.

Maceió conta com 100% de cobertura da coleta domiciliar de lixo, mas existem alguns materiais que não devem ser misturados ao lixo comum. Esses resíduos são definidos como especiais pelo Código Municipal de Limpeza Urbana de Maceió, por conta do grau de agressão ao meio ambiente e dos riscos à saúde. Além de resíduos hospitalares, resíduos industriais, materiais químicos, explosivos e corrosivos, nos deparamos com alguns desses resíduos no dia a dia, em casa ou no trabalho. Assim, o cidadão deve ficar atento ao descarte de materiais como pilhas, baterias e lâmpadas florescentes. A Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum) divulgou através de sua assessoria locais onde este tipo de material em desuso deve ser entregue. Para ter acesso à lista, entre em contato com (82) 3315-2600.

Cachoeira no México

O paraíso chegou ao fim repentinamente - e ninguém entendeu o que motivou. As pessoas que vivem perto das quedas de Água Azul, um dos balneários mais visitados do sudeste do México, ficaram chocadas quando a água praticamente parou de jorrar. Conhecida como La Golondrina, a principal cachoeira de Água Azul foi admirada por décadas devido à cor azul turquesa de suas águas. Cerca de 200 mil pessoas visitam o lugar por ano. O nível da água caiu em 85% no rio que alimenta a cachoeira. Especialistas da Comissão Nacional da Água, da Comissão Nacional de Áreas Naturais Protegidas e da Proteção Civil estatal começaram a fazer investigações para descobrir o motivo da seca.

Terremotos

China e Taiwan desenvolvem satélites para prever terremotos. É um satélite de detecção de ondas eletromagnéticas que possa prever terremotos. A previsão é que o satélite seja lançado no próximo ano. Alguns terremotos geram anomalias eletromagnéticas antes de ocorrer e este projeto tentará detectar esses fenômenos para tentar prevê-los. Os tremores afetam com regularidade e gravidade tanto a China quanto Taiwan.


MACEIÓ, ALAGOAS - 17 A 23 DE NOVEMBRO DE 2017

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