Edicao956

Page 1

extra

UNIÃO DOS PALMARES - EX-PREFEITO É ACUSADO DE FRAUDE DOCUMENTAL P/18 www.novoextra.com.br

MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 956 - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

R 3,00

MARAGOGI

MARCOS MADEIRA TERÁ QUE DEVOLVER R$ 2 MILHÕES AOS COFRES PÚBLICOS P/7

STJ decide em fevereiro destino de Cícero Amélio AFASTADO HÁ 16 MESES, CONSELHEIRO DO TCE RESPONDE A DUAS AÇÕES P/6 PENAIS POR IMPROBIDADE

CAOS NO TRANSPORTE PÚBLICO USUÁRIO DESAPROVA NOVA TARIFA DE ÔNIBUS E QUALIDADE DOS SERVIÇOS P/11 a 17

TRANSPORTE CLANDESTINO QUEBRA EMPRESAS DE ÔNIBUS

P/2


2

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

Firulas e filigranas

1

- O Tribunal de Contas do Estado finalmente liberou - via judicial - a certidão de regularidade fiscal pedida há cinco meses pela Prefeitura de Maceió.

2

- Mais surpreendente que a morosidade na liberação do documento foi a resposta dada pela presidente da Corte de Contas ao desembargador Fernando Tourinho Filho, que pediu explicações sobre a queda-de-braço com o prefeito Rui Palmeira.

3

– Rosa Albuquerque informou que o TCE não atendeu ao pedido da prefeitura porque o requerimento foi assinado pelo secretário municipal de Economia, Felipe Mamede, e não pelo prefeito Rui Palmeira.

4

– Alegou ser o secretário incapaz para assinar tal ato, o que se constituiu em “erro crasso” e “açodamento” do servidor, além de ferir a Lei Orgânica do Município. São apenas firulas e filigranas de um órgão público que há muito perdeu a credibilidade.

5

- Por uma mera formalidade o Tribunal de Contas travou a liberação de um documento da maior importância social para milhares de famílias que serão beneficiadas pelo projeto da prefeitura.

6

– Quem conhece os descaminhos do palácio de vidro sabe que esse tribunal nunca foi tão cioso com os princípios da moralidade pública que agora defende com unhas e dentes.

6

– Uma rápida pesquisa no Google sobre a história dos últimos conselheiros do TCE é suficiente para acreditar na denúncia de Rui Palmeira de que o tribunal agiu por inte-resse político e não em defesa de princípios legais.

Geografia da fome

Dados do IBGE revelam que Alagoas detém o terceiro lugar no ranking da fome no País, com 47,4% de sua população vivendo na miséria. Só perdemos para Amazonas e o Maranhão, que lidera os índices de pobreza no Brasil. Um bom tema de debate para os candidatos a governador.

Renan: Eleição sem Lula será capenga

Em entrevista à Rádio Guaíba, Renan Calheiros voltou a defender Lula: “Eu li todas as páginas dessa e de outras investigações e não há nada do ponto de vista de prova que possa sustentar a inabilitação do presidente e a sua retirada da campanha eleitoral. Sem o Lula, esta eleição será uma eleição ‘capenga’”. Renan afirmou que votará em Lula, “independentemente da aliança que o PMDB possa estabelecer”.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Terra sem lei

1

- As empresas de ônibus em Alagoas praticamente desativaram suas linhas intermunicipais, enquanto as que operam na Capital estão descapitalizadas e muitas delas já sucateadas. E não há perspectiva de reversão desse quadro que está levando o setor ao caos. - O desmonte desse importante setor teve início no governo “socialista” de Ronaldo Lessa, que abriu o mercado para o chamado transporte complementar na ilusão de melhorar a qualidade dos serviços e gerar emprego e renda para pequenos empresários. - O governo perdeu o controle da situação e o estaO ministro da Agricultura, Blairo Maggi, do virou terra sem lei, com 1.200 vans cadastradas pretende retirar o imposto de 20% sobre na Arsal e outras tantas fazendo transporte clandesa importação de etanol dos Estados Unidos em troca da retomada da expor- tino, sem falar nos táxis-lotação e até carros particulares que atuam na ilegalidade. tação da carne bovina para o mercado - Essa concorrência predatória e ilegal já tomou americano, suspensa em 2017. mais de 30% dos passageiros de ônibus da Capital A medida, se concretizada, beneficia e praticamente acabou com as linhas intermunicipais os grandes frigoríficos do País, mas operadas por empresas de ônibus. prejudica os produtores de cana, açúcar - O resultado será o caos no transporte de pase álcool, sobretudo do Nordeste, cujo sageiros, dominado no interior por vans sucaparque industrial já está na UTI. teadas, e na Capital – com raras exceções - por E ninguém da bancada alagoana se ônibus sem as mínimas condições de segurança. pronunciou até agora sobre mais essa traição ao estado e ao Nordeste.

2

Moeda de troca

3

4

5

Falência geral

A isenção tributária do etanol americano ameaça não apenas os produtores de álcool de Alagoas, mas também os plantadores de cana que escaparam da quebradeira. A situação vai piorar ainda mais nessa safra com a queda no preço da cana, que na safra anterior chegou a R$ 100,00 e agora caiu para R$ 70,00. É o fim do ciclo da cana-de-açúcar e de uma classe que não tem como escapar da falência. As usinas também estão quebradas e poucas sobreviverão – 5 ou 6 no máximo – mas os usineiros estão muito bem, obrigado, boa parte deles morando na Europa, bem distante da terra arrasada que deixarão como herança maldita.

Pequenas empresas

O Brasil continua sendo o país do “8 ou 80”. A balança da nossa economia de mercado continua pendendo para um lado só. Agravou-se no atual governo. Senão vejamos. O presidente Temer vetou integralmente o projeto que instituía o “Refis” das micro e pequenas empresas. Ao contrário, o mesmo Temer sancionou há pouco tempo, o “Refis” que favoreceu grandes conglomerados de empresas, em condições muito mais vantajosas. O veto significará a permanência à beira do abismo da insolvência de 600 mil empresas, que representam 98,5% de todas as empresas brasileiras e são responsáveis por 40% de todos os salários pagos no país. A experiência mostra que a salvação da economia nacional será o estímulo às pequenas empresas. Elas já lideram no país a oferta de 52% dos empregos de carteira assinada e respondem por 27% do Produto

A derrota antecipada de Lula

Luciano Dias, da CAC Consultoria, previu o impeachment de Dilma Rousseff e a permanência de Michel Temer no cargo depois do grampo de Joesley Batista. Agora ele prevê a derrocada de Lula. Diz o jornal Valor Econômico: “Em seu modelo, a candidatura Lula re-presenta uma derrota antecipada. A melhor solução para o PT seria buscar uma coalizão de centro-esquerda. (Compor com) Ciro Gomes, por exemplo. Mas o PT não tem processo de decisão racional”. O analista descarta também as chances de Marina Silva, dizendo que seu “recall foi consumido pelo tempo”.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA

IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

JORGE OLIVEIRA

Os malfeitores do Brasil Barra de São Miguel, AL - Existem algumas críticas quanto à intervenção da justiça nos atos do poder Executivo. Dizem alguns legalistas que é da competência exclusiva do presidente da República a nomeação de seus ministros. Ao pé da letra, convenhamos, esses puristas estão certo. Mas o que dizer das nomeações de ministros incompetentes e desqualificados, muitos deles atolados em maracutaias? Quando essas indicações da presidência ferem a decência, a ética e a moral, a justiça tem que intervir, sim. Intervir para evitar que órgãos públicos se transformem em balcões de negócios em ano eleitoral, como é o caso do Ministério do Trabalho que teria como titular Cristiane Brasil, filha do ex-deputado Roberto Jefferson, ex-presidiário, delator do mensalão. Ora, se todo poder emana do povo, como diz a Constituição Federal de 88, no seu art. 1, parágrafo 1, então, quem decide é o povo. E me parece que o povo não compartilha desses atos desabonadores da Cristiane Brasil e do seu pai. Da forma atabalhoada que o Temer escolhe hoje os seus ministros, não seria surpresa a nomeação do Fernandinho Beira Mar para o Ministério da Justiça se o critério utilizado para escolha for os antecedentes criminais dos candidatos ou o tempo de permanência na cadeia. O ano começa bem com o impedimento de Cristiane para o Ministério do Trabalho e a confirmação de que o Maluf, antes procurado em mais de 120 países por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, permanecerá no aconchego de uma cela na Papuda. Os peritos do IML de Brasília concluíram que a doença dele pode ser tratada lá dentro, onde o deputado faz companhia ao ex-senador Luiz Estevão e ao ex-ministro Geddel Vieira Lima. Maluf, que antes da prisão desfilava pelos corredores da Câmara dos Deputados leve e fagueiro, roubou mais de 1 bilhão de dólares quando esteve à frente da Prefeitura de São Paulo. Ao ser preso encenou uma peça mambembe de terceira categoria. O deputado precisa pagar pelos crimes que cometeu contra o povo paulista. E é na cadeia que esse senhor, que vivia sob o manto da impunidade, tem que permanecer. O ministro Edson Fachin, que o mandou para cela, e a presidente do STF, Cármen Lúcia, que manteve a decisão, deram demonstração de que não estão submetidos à influência de advogados marqueteiros que usam a mídia para pressionar o tribunal, quando não conseguem fazer uma defesa convincente dos seus clientes.

Coerência

Pelo menos nesse caso do Maluf a justiça age coerentemente, pois o juiz Bruno Aielo Macacari, da Vara de Execuções Penas de Brasilia, também está convencido de que o lugar do Maluf é na cadeia. O deputado, que nega insistentemente ter dinheiro em bancos na Suíça, é o mais cínico de todos os réus presos por corrupção. Mesmo com a repatriação do dinheiro, ele continua negando as contas no exterior. Como não tem colaborado com a justiça para devolver a propina, deve cumprir a pena integralmente, pois vai deixar para seus herdeiros os milhões que amealhou indevidamente quando administrou São Paulo. Ardiloso, Maluf não quer, aos 86 anos, fazer delação premiada para não deixar seus familiares desamparados.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Acerto

A justiça acertou nesses dois casos. O caso da Cristiane Brasil é o mais recente. Indicada pelo PTB, logo os escândalos dela apareceram na imprensa. Aluguel de carro em locadoras fajutas, dívidas trabalhistas pagas pela sua chefe de gabinete na Câmara e outros malfeitos da deputada que enchem diariamente o noticiário diário das TVs e dos jornais.

Cafezinho

Inconformado com a decisão da justiça, Temer quer o enfrentamento, sem respeitar a opinião pública. Insiste em derrubar as duas decisões da justiça que impedem a posse de Cristiane Brasil, desgastando mais ainda o seu governo tão impopular e deteriorado. Não percebeu que a deputada já foi defenestrada antes de assumir o cargo. E se assumir, não terá direito nem ao cafezinho, pois o garçom não a reconhecerá como autoridade pela sua desqualificação.

Assepsia

Se o Roberto Jefferson pensava que iria limpar o nome da família pode tirar o cavalinho da chuva. O Temer esforça-se para isso, mas o povo, de onde emana o poder, jamais perdoará os crimes contra o patrimônio público praticados por ele e pela corja petista no processo do mensalão.

A defesa

Os advogados marqueteiros do Maluf, pagos a peso de ouro, continuam apresentando laudos médicos para mostrar que o seu cliente não suporta o martírio da prisão. Dizem até que o deputado não se adaptou ao cardápio do presidio e que por isso não tem se alimentado bem.

Influência

Em nenhum momento os advogados esclarecem a opinião pública que Maluf está preso por ter roubado mais de 1 bilhão de dólares (valores corrigidos) dos cofres da Prefeitura de São Paulo. Temem que ele morra no presídio, coisa comum nos presídios dos Estados Unidos onde os presos condenados são obrigados a cumprir suas penas, muitas vezes, até o final de suas vidas.

Cadê?

E o dinheiro roubado onde foi parar? Em hotéis luxuosos, restaurantes cinco estrelas e passeios milionários pelos países da Europa, onde Maluf e a família viviam desperdiçando a fortuna que ele roubou. Agora o deputado-presidiário não gosta do bandejão. Para quem estava acostumado a banquetes milionários é realmente estranho um feijãozinho carioca, com arroz e purê de batata no almoço. Pela manhã uma média com pão francês. Á tarde um lanchezinho e à noite um jantar maneiro antes de dormir.

Tratamento

Como o tempo o gosto refinado de Maluf vai se acostumando com o cardápio tipicamente brasileiro. Não se conhece na história carcerária um só preso que teria morrido de fome. Ao contrário, muitos deles saem do presídio melhor do que chegaram, pois recebem três refeições diárias grátis e mais um lanchinho da tarde sem desembolsar um tostão, tudo sob olhar atento de nutricionistas. Maluf, portanto, não pode reclamar, até porque sempre viveu às custas do dinheiro público, mesmo agora quando pega o boião do presídio.

O luxo

A defesa do deputado insiste que ele está muito doente e precisa ficar em prisão domiciliar. Aí não é prisão, pois ele voltaria para o seu palacete onde passaria o resto da vida aos cuidados dos mordomos e se alimentando e bebendo bons vinhos franceses como um sultão com o dinheiro que roubou. É assim que estão vivendo os milionários da Lava Jato, depois da delação premiada que o Maluf ainda teima em não fazer para devolver a fortuna que desviou dos cofres da Prefeitura

3


4

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

GABRIEL MOUSINHO

O vice de Rui

N

inguém ainda divulga o nome, mas o provável candidato a vice na chapa de Rui Palmeira poderá vir do interior do estado, mais especificamente do Agreste alagoano. Seria, pelas conversas de bastidores, uma mulher atuante naquela região. Essa possibilidade está sendo tratada como segredo de Estado e seu nome poderá vir a ser anunciado logo depois do Carnaval. Isso não quer dizer que outros nomes não estejam sendo consultados, inclusive de políticos de várias regiões do estado. O certo disso tudo é que Rui Palmeira está mesmo disposto a enfrentar Renan Filho nas urnas e quer formar uma chapa majoritária de peso para chegar ao Palácio dos Martírios. Para isso as movimentações já começaram e Paripueira foi o primeiro município visitado pelo grupo de oposição para tratar das eleições de outubro. A campanha começa a tomar corpo dos dois lados.

Desmentindo

O senador Benedito de Lira tem desmentido constantemente os boatos que plantam nos órgãos de comunicação de que poderia ser vice numa chapa ao governo que teria Rui Palmeira como candidato. Isso não existe, disse Biu, que hoje conta com o apoio fechado de dezenas de municípios alagoanos. Isso é obra dos adversários, disse o senador.

Mesmo ritmo

Já o deputado Arthur Lira é o parlamentar que mais tem se destacado em Brasília e eleito um dos mais influentes do Congresso Nacional. Paralelamente, tem ajudado a diversos municípios alagoanos em obras de infraestrutura, saúde e educação. É um dos nove deputados com reeleição garantida em outubro próximo.

Situação grave

O deputado João Beltrão que retornou a Maceió e que está acometido de uma doença grave, ainda mantém a esperança de se candidatar à reeleição. Para amigos do deputado que passou vários dias em São Paulo para tratamento de saúde, João Beltrão não precisa nem sair de casa para ser eleito deputado.

Que se cuidem

O governador Renan Filho apertou na fiscalização e quer punir exemplarmente os empresários sonegadores de impostos. E vai apertar o cerco para continuar com o Estado dentro do equilíbrio fiscal.

Sem pagar, é fácil

Para alguns empresários, é muito fácil equilibrar financeiramente o Estado atolado em dívidas, sem pagar nada à União. Quando o governo federal apertar, a coisa muda de figura.

gabrielmousinho@bol.com.br

Segundo voto

Além de dobradinhas para o Senado Federal, os candidatos deverão, em alguns municípios, liberar o segundo voto. É o caso, por exemplo, do senador Renan Calheiros, que trabalha o primeiro para ele próprio e libera o segundo em alguns municípios do interior.

Para decidir

O segundo candidato ao Senado na chapa de Rui Palmeira poderá sair entre Maurício Quintella e Téo Vilela. A bola sobra mais para Maurício que vem ganhando terreno de uns meses para cá e que contará também com o apoio do presidente Michel Temer. Já Téo Vilela, ao se tornar réu na Operação Lava Jato, ainda não sabe se será mesmo candidato.

Incentivado

O prefeito de Traipu, Eduardo Tavares, tem sido incentivado para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal. Tavares revolucionou a administração pública municipal no primeiro ano de governo e tornou-se um exemplo para os demais prefeitos alagoanos. A nova Traipu já está servindo de exemplo para outros municípios, principalmente no campo de infraestrutura, saúde, educação e segurança da população local. Sobre futuras candidaturas, Tavares diz que ainda tem muito que fazer por Traipu.

Queda de braço

A Prefeitura de Maceió venceu o embate com o Tribunal de Contas do Estado e recebeu a certidão que vai possibilitar a contratação de empréstimo para ser aplicado na orla lagunar. Mas precisou buscar o documento na justiça. Pode?

Acordão

Com Lula

Consciente de que o PMDB dificilmente lançará candidato à Presidência da República, o senador Renan Calheiros já disse que vota com Lula, mesmo sem saber o que vai acontecer com ele a partir do dia 24 de janeiro, quando será julgado pelo Tribunal Regional Federal de Porto Alegre.

Difícil

Com tantos candidatos ao Senado, é prematuro dizer quem será eleito nas eleições de outubro. Biu de Lira, Renan Calheiros, Maurício Quintella, Marx Beltrão, Téo Vilela, Alfredo Gaspar de Mendonça e Rafael Tenório são os prováveis candidatos. Alguns deles enroscados até o gogó com a Lava Jato, como é o caso de Renan, Beltrão e Téo Vilela.

De mal a pior 1

Pelo andar da carruagem muitas composições serão feitas para as eleições para o Senado. Em vários municípios o prefeito vota em Biu e vota em Renan. O perigo é quando entrar no jogo o deputado Maurício Quintella, que deve disputar uma das duas vagas.

A dúvida

A candidatura de Marx Beltrão ao Senado Federal ainda é duvidosa. Ele tem traba-lhado muito, mas o número de candidatos assusta. Além do mais, acaba de ser indiciado em vários inquéritos pela Polícia Federal, o que tira a tranquilidade do ministro do Turismo para enfrentar uma eleição majoritária.

Nova via

O Porto de Maceió parece ter um destino triste. Depois da desastrada administração do professor Tadeu Lira, que terminou acionando a própria instituição na Justiça do Trabalho, chegou a vez de um paraquedista. Hoje, o Porto vive um isolamento total com as agências de navegação, operadores portuários e até mesmo o Órgão Gestor de Mão-de-Obra.

Quem avança nas composições políticas é João Caldas pai e João Caldas filho. Os dois estão tentando criar uma terceira via para disputar inclusive o Senado Federal. Não decidiram, ainda, quem irão apoiar para o governo do Estado. Se ficam com Renan Filho ou se migram para o prefeito Rui Palmeira.

De mal a pior 2

O medo de Rui

Vinculado ao Rio Grande do Norte, o Porto de Maceió ainda tem um administrador que veio do Maranhão e está pouco ligando para o que acontece no setor. Sem nenhum relacionamento com as comunidades marítima e portuária, o que pode se esperar de avanço na contratação de novas cargas?

Um conhecido espertalhão que espera as eleições para ganhar dinheiro, tem divulgado “pesquisas” por aí de que Renan Filho ganharia disparado de Rui Palmeira para o governo. O engraçado é que Rui Palmeira ainda sequer disse que seria candidato.


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

5

Pagamento de trabalhadores está mais perto da realidade

MASSA FALIDA DA LAGINHA USINA DA LAGINHA É UMA DAS MAIORES DEVEDORAS DA PREVIDÊNCIA

Leilões

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

A

vança o trâmite para pagamento dos credores trabalhistas da Massa Falida da Laginha, composta pelas empresas que uma vez formaram o império do ex-usineiro e ex-deputado federal João Lyra. A informação é do administrador judicial da massa, José Luiz Lindoso, durante palestra sobre recuperação judicial, que ocorreu na terça-feira, 16, na sede da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal). O evento contou com a participação do juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP). “Existem hoje na conta da administração o valor de R$ 84 milhões”, disse Lindoso, salientando que a quantia é referente aos sinais de pagamento da venda por leilão das usinas Triálcool e Vale do Paranaíba, ambas localizadas no estado de Minas Gerais. Informou ainda que a administração está trabalhando na consolidação da lista de credores para que “no menor período possível começar os pagamentos”. “Foram analisadas, até o momento, 14.974 habilitações trabalhistas restando pen-

O administrador judicial José Luiz Lindoso fez um balanço sobre os avanços do processo falimentar em 2017

dente aproximadamente 760. Como essa lista estava parada há muito tempo, nos trouxe um trabalho muito grande. Com a venda das usinas de Minas, por exemplo, nossa despesa mensal diminuiu cerca de R$ 100 mil. No ano passado, na condução do processo, houve 4.078 decisões para maximização dos ativos”, pontuou. Na oportunidade, o magistrado Paulo Furtado de Oliveira Filho ainda explicou que “apesar da falência, o processo da Laginha permitiu a alienação de algumas usinas. Ou seja, mesmo com a falência de algumas empresas, é possível que a atividade econômica e os empregos sejam mantidos”. Conforme o juiz Phillippe Alcântara, esse é um dos maiores casos em quantidade de laudas do país. “Só o processo principal já tem mais de 70 mil laudas. Isso demanda um trabalho muito

grande de paciência e um esforço em conjunto para analisar todos os detalhes, a fim de que todas as decisões sejam tomadas de forma segura”, disse. Ainda de acordo com o magistrado, a Usina Laginha é uma das maiores devedoras da Previdência Social do Brasil. “A empresa que foi contratada para realizar os leilões das usinas nunca tinha alienado ativos de um valor tão alto. Foram vendidas duas usinas em Minas Gerais por valores muito razoáveis, e esperamos vender outros bens ao longo do ano para iniciar o pagamento dos credores”, finalizou. “Essa falência da Laginha é decorrente de uma crise que vem do setor de produção de álcool e açúcar e que está afetando empresas em todo o Brasil. Existem hoje mais de 50 usinas de açúcar em recuperação judicial no país e muitas não

conseguem ter sucesso. É uma questão de mercado que está assolando esse setor e infelizmente está resultando em várias falências”, avaliou José Luiz Lindoso. (com assessoria)

Credora de Lyra de uma dívida de mais de

R$ 40 milhões,

a JRCA recebeu o prédio da Mapel como pagamento, além de assumir a intenção de pagar

R$ 6 milhões

à massa falida pela bandeira da Volkswagen

Na primeira semana de dezembro do ano passado, as usinas Vale do Paranaíba foram vendidas por R$ 206 milhões e R$ 134 milhões, respectivamente. Mas o “adeus” aos bens de João Lyra começou pela concessionária Mapel, cuja compra pela JRCA foi repleta de polêmicas. Realizada em dezembro de 2016, a venda só conseguiu ser efetivada em março de 2017 após impasses judiciais. Credora de Lyra de uma dívida de mais de R$ 40 milhões, a JRCA recebeu o prédio da Mapel como pagamento, além de assumir a intenção de pagar R$ 6 milhões à massa falida pela bandeira da Volkswagen. Já em agosto de 2017, outros bens foram leiloados. Em segunda praça, a aeronave EMB-820C foi arrematada por R$ 324 mil; uma sala comercial situada no Edifício Avenue Center por R$ 95 mil; e um apartamento do Edifício Status, de 231 m², situado na Ponta Verde, por 395 mil. O único empreendimento que não despertou interesse foi a sede do grupo, localizada no bairro Jacarecica, cujo preço atinge os R$ 9,4 milhões. Segundo um dos juízes responsáveis pela massa falimentar, o magistrado Phillipe Melo Alcântara Falcão, a Justiça vai esperar o momento mais adequado para lançar outro edital de leilão. A única usina de João Lyra que está operando, por meio de arrendamento pela Copervales Agroindustrial, é a Uruba, situada em Atalaia. Propostas rondam a Usina Guaxuma, em Coruripe, mas, até o momento, nada se concretizou. Enquanto isso, a Usina Laginha, em União dos Palmares, está ocupada por famílias de sem-terra.


6

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

STJ julga em fevereiro processo do conselheiro do TCE

AMÉLIO NA BERLINDA CORTE AFIRMA NÃO TER SIDO COMUNICADA SOBRE A SUSPENSÃO DE NOMEAÇÃO DETERMINADA PELO TRF-5 VERA ALVES veralvess@gmail.com

O

Superior Tribunal de Justiça (STJ) julga no dia 21 de fevereiro o processo em que o conselheiro do Tribunal de Contas (TCE) de Alagoas Cícero Amélio da Silva é acusado de falsificação de documentos públicos, entre outras irregularidades, com o objetivo de beneficiar o ex-prefeito de Joaquim Gomes Benedito de Pontes Santos. O caso é investigado pela Corte desde 2016 e resultou no afastamento do conselheiro há um ano e meio. Trata-se da Ação Penal nº 830 que tem como relator o ministro Herman Benjamin. As acusações se referem ao ano de 2014, quando Amélio ocupava a presidência do TCE e emitiu uma declaração falsa afirmando que o então prefeito não poderia ter suas contas julgadas pela Câmara de Vereadores do município. Benedito Santos também é réu na ação. A alegação era de que Benedito Santos teria proto-

colado no TCE um recurso de revisão ao julgamento de suas contas pela Corte com efeito suspensivo e como tal não poderia ser processado pela Câmara até o trânsito em julgado do recurso. Em abril daquele ano o documento foi usado pelo então prefeito junto ao Legislativo da cidade. Como resultado, os vereadores não analisaram as contas de sua gestão. Para agravar ainda mais a situação do conselheiro, o Ministério Público de Contas denunciou a insistência de Cícero Amélio em tomar parte no julgamento do recurso de revisão interposto pelo prefeito. E mais: ele demorou 120 dias para encaminhar o recurso ao relator do processo de análise das contas do prefeito no TCE. Em setembro de 2016, o ministro Herman Benjamin determinou o afastamento de Amélio das funções de conselheiro do TCE por um ano. No ano passado, prorrogou o afastamento por mais um ano ou até o julgamento do mérito, agora marcado para às 14 horas do dia 21 de fevereiro. Este não é, contudo, o único entrave na possível volta de Cícero Amélio para o TCE. Também no STJ ele responde a outra ação penal, a de número 877 que tem como relatora a ministra Nancy Andrighi. Trata-se de investigação referente ao período em que ele era deputado estadual e foi acusado de participação no esquema que lesou os cofres da Assembleia Legislativa em quase R$ 300 milhões desmantelado pela Operação

Taturana. A investigação subiu para o STJ em função do foro privilegiado a que ele tem direito como conselheiro do Tribunal de Contas. Na mesma ação penal constava como investigada a atual vice-presidente do TCE, Maria Cleide Costa Beserra. Esposa do ex-deputado Celso Luiz – outro taturana e hoje preso por acusações de improbidade quando prefeito de Mata Grande – ela também é suspeita de participação no esquema que lesou o Legislativo alagoano. Mas, por não haverem ainda provas de sua participação, a ministra Nancy Andrighi optou por acatar o pedido do Ministério Público Federal e desmembrar o processo dela do de Amélio a fim de que fosse aberto inquérito para aprofundar as investigações. Cícero Amélio está afastado desde setembro de 2016

Nomeação suspensa pelo TRF não foi comunicada ao TCE

E

m novembro do ano passado o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) anulou a nomeação de Cícero Amélio como conselheiro do Tribunal de Contas, pondo fim a uma batalha jurídica que vinha sendo travada desde 2009 pela Ordem dos Advogados do Brasil de Alagoas (OAB-AL). O fato é que Amélio foi indicado e nomeado para o TC como representante do Legislativo alagoano, mas não o poderia, já que a Assembleia já

havia preenchido sua cota de quatro conselheiros. A despeito da decisão do TRF-5, Cícero Amélio continua como conselheiro do TCE, ainda que afastado por conta da decisão do STJ. De acordo com a procuradoria do tribunal, a Corte não foi oficializada da anulação da nomeação do conselheiro e por este motivo ele continua a figurar como conselheiro na ativa recebendo normalmente o subsídio e demais vantagens inerentes ao

cargo. No verdadeiro imbróglio em que se transformou a presença de Cícero Amélio na Corte, a presidente do TCE, Rosa Albuquerque, chegou a assinar em setembro do ano passado portaria suspendendo seu primeiro afastamento pelo STJ. Amélio retornou apenas para pedir licença de 60 dias, mas, pouco dias depois, chegou a decisão do ministro Herman Benjamin prorrogando o afastamento por mais um ano.

Contracheque do conselheiro afastado relativo a outubro do ano passado, útimo mês a ter a folha de pagamento disponíbilizada no Portal da Transparência do TCE


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

7

Marcos Madeira terá que ressarcir Prefeitura de Maragogi

IMPROBIDADE MPF TAMBÉM PEDIU A QUEBRA DO SIGILO FISCAL E A CONDENAÇÃO DO EX-PREFEITO

concluídas em quase todos os projetos. Corroborando com as fiscalizações do Incra, perícias realizadas pela Polícia Federal observaram serviços, previstos no Plano de Trabalho, que não foram executados ou foram realizados em desacordo com as especificações técnicas. Apesar da inexecução parcial dos convênios, o ex -prefeito assinou o termo de aceitação definitiva das obras e liberou a quantia de R$ 1.829.370 para a empresa Premium. Foi quanto o MPF resolveu ingressar com ação de improbidade na Justiça Federal, objetivando a reparação dos danos causados. Na ação, o Núcleo de Combate à Corrupção do MPF pede, em caráter liminar, a indisponiblidade dos bens dos acusados, a quebra do sigilo fiscal e a condenação dos réus às sanções previstas no artigo 12, inciso II, da Lei de Improbidade Administrativa, que inclui ressarcimento integral do dano mais multa – no valor de R$ 1.846.974,72, devendo cada um restituir a quantia de R$ 615.658,24.

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

O ex-prefeito de Maragogi, Marcos José Dias Viana, o Marcos Madeira, e o empresário Roberto Antônio da Graça Lopes, sócio da empresa Premium Construções Ltda, foram acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas de praticarem um rombo de quase R$ 2 milhões nos cofres públicos nos anos de 2005 e 2006, período em que Marcos governou a cidade (20052012). Segundo ação de improbidade ajuízada pelo órgão, no exercício de 2006 o exgestor celebrou dois convênios distintos com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para implantação de infraestrutura básica e recuperação de estradas em projetos de assentamentos. O segundo convênio ainda consistia na perfuração de poços, com a instalação de sistemas de abastecimento de água. No período após a liberação das verbas para a execução dos convênios, o Instituto realizou análises técnicas quando constatou obras não

MPF pediu bloqueio de bens do ex-prefeito Marcos Madeira

SEM REPASSES Mesmo possuindo objetos distintos, os recursos dos convênios foram empregados numa mesma contratação, decorrente de um único procedimento licitatório, tendo seus objetos inseridos na Concorrência pública n° 01/2006. Para a execução dos convênios, a Prefeitura de Maragogi recebeu do Incra o valor global de R$ 1.718.385,62, faltando o valor de R$ 202.000,00 refe-

rente à última parcela do convênio nº 310/2006, que o instituto não repassou em razão da ausência de prestação de contas das parcelas anteriores. No entanto, foi pago sem a necessária contrapartida da referida empresa o valor de R$ 615.658,24, por serviços não executados. Para fins de ressarcimento dos danos, o MPF considerou os valores apontados pelos fiscais do Incra (R$ 615.658,24), já que as fiscalizações foram realizadas logo após a entrega das obras, diferente da perícia realizada pela Polícia Federal que aconteceu seis anos depois. IRREGULARIDADES A fiscalização flagrou diversas irregularidades nos serviços contratados, como nas obras das estradas vicinais que ligam os assentamentos Bom Jesus e Mangebura, que vão de ausência de piçarra, que era o revestimento a ser usado na recuperação das estradas, a compactações de aterro mal executadas, já apresentando sinais de ruínas. Houve também a perfuração dos poços sem a documentação técnica necessária. As irregularidades também foram apontadas nas obras de recuperação das estradas de acesso aos assentamentos Bom Jesus, Melos e Costa Dourada. Os aterros foram executados fora da conformidade com as normas técnicas, sem compactação de camadas e não houve execução do revestimento primário da estrada. (Com MPF)


8

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

Ministério Público quer aumentar pena de Lula

JULGAMENTO DO DIA 24 PROCURADOR PRETENDE ASSOCIAR O EX-PRESIDENTE A 3 CONTRATOS COM A OAS CONGRESSO EMFOCO

O

procurador regional da República Maurício Gotardo Gerum vai defender, no próximo dia 24, durante o julgamento do recurso do ex-presidente Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que os desembargadores federais aumentem a pena de prisão do petista. O argumento a ser utilizado é de que o ex-presidente cometeu três crimes, em vez de um. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com a reportagem, Gerum vai também atacar a tese da defesa de Lula de que Sérgio Moro não é o juiz natural do caso,

MPF vai argumentar que ex-presidente Lula cometeu três crimes e não apenas um

umas das principais críticas e contestações dos advogados do petista. Lula recorre da pena de 9 anos e 6 seis meses de prisão imposta a ele por Moro por corrupção e lavagem de dinheiro. Voz do Ministério Público no julgamento, Gerum vai sustentar que há provas de que Lula praticou corrupção passiva. Ele pretende associar o ex-presidente a três contratos com a OAS, responsável por oferecer o apartamento e bancar reformas no imóvel como pagamento de propina ao petista, adianta o Estadão. O procurador quer mostrar que há “nexo casual” entre a assinatura dos contratos e o recebimento de vantagem indevida. “A cada contrato fechado entre as empreiteiras consorciadas e a Petrobras, que no caso da OAS foram três, o oferecimento e a promessa de vantagem se renovam, constituindo crime autônomo”, afirmou o procurador em seu parecer. Com isso, ressalta o Estadão, o procurador vai pedir o aumento da pena de prisão.


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

9

“Cunha nomeou todo o governo Temer”, acusa Renan

QUEM DÁ AS CARTAS

SENADOR DIZ QUE DEPUTADO CASSADO É QUEM MANDA NO GOVERNO DE MICHEL TEMER

Renan vai votar em Lula ‘independente da aliança’

POR ISABELLA MACEDO Congresso em Foco

O

senador Renan Calheiros (MDB-AL) voltou a criticar o correligionário Michel Temer e afirmar que o governo é comandado pelo deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso na Operação Lava Jato desde 2016. Na noite desta quarta-feira (17), em sua conta no Twitter, o senador afirmou que “Eduardo Cunha não nomeou apenas os vices da Caixa, mas todo governo Temer”. Pressionado, Temer afastou os quatro vice-presidentes da Caixa a pedido do Banco Central. Antes, o Ministério Público Federal (MPF) já tinha pedido que os vices fossem afastados, mas Temer e sua equipe econômica decidiram não acatar a recomendação. Após o BC também pedir o afastamento, Temer decidiu afastá-los. Pelo menos quatro vice-presidentes, além do próprio chefe do banco,

Renan Calheiros afirma que objetivo de Eduardo Cunha, preso desde 2016, sempre foi o de governar

Gilberto Occhi, são investigados nas operações Sépsis, Cui Bono e Patmos. Renan disse ainda que Cunha “sempre teve três metas: influir nas delações transferindo suas responsabilidades; aprovar o impeachment e governar”. Essa não é a primeira vez que Renan afirma que Cunha é quem dá as cartas no governo de Temer. Em 22 de novembro, quando Marun foi cotado pela primeira vez para assumir a

Secretaria de Governo, o alagoano afirmou que Temer deveria indicar Cunha para o ministério que cuida da articulação política do governo. Após passar duas semanas sem publicar na rede, na primeira postagem de 2018, Renan publicou no domingo (14) que começava “a contagem regressiva para o fim desse governo Temeroso”. Desde o início do ano passado, Renan se descolou do governo Temer. O senador criticou o correligionário e aca-

bou gerando um “mal-estar”, desde então, parte da bancada do partido passou a pedir que ele deixasse a liderança da sigla no Senado. No fim de junho, ao anunciar sua saída da liderança, Renan afirmou que estava se ”libertando de uma âncora pesada e injusta”. Em aceno ainda mais claro à oposição do governo Temer, Renan acompanhou Lula em sua passagem por Alagoas, durante a caravana do petista pelo Nordeste.

O senador Renan Calheiros entrou no ano novo em clima de campanha. A quem perguntava se ele marcharia junto com Lula em 2018, ele não respondia. Se antes tergiversava, as coisas agora parecem ter mudado. Declarando posições, o senador afirmou que dividirá palanque com o ex-presidente. Não é só isso: seu voto será do petista. “Eu entendo que este julgamento, que foi político na primeira instância, e por isso não convenceu os brasileiros, não pode ser político também na segunda instância. O tribunal, através desta turma, terá uma oportunidade para demonstrar exatamente o contrário porque condenar sem prova não tem justificativa”, disse. “Se o Lula for candidato, eu votarei nele independentemente das alianças que o PMDB firmar”, destacou Renan. (Radar - Maurício LIma)


10

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

População quer saber onde funciona a antiga DRT

PRÉDIO INTERDITADO Bruno Fernandes

ATENDIMENTO ACONTECE NO EDIFÍCIO WALMAP, NO CENTRO, E NO JÁ DO SHOPPING MACEIÓ MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

O

prédio-sede da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE/AL), a antiga DRT (Delegacia Regional do Trabalho), localizado na Rua do Livramento, no Centro de Maceió, foi interditado em julho de 2017 e desde aquela data as pessoas que precisam do serviço do órgão ficam sem saber onde encontrar. Um comunicado exposto no local informa que “os serviços de Carteira do Trabalho e Seguro desemprego e atividades correlatas funcionam na Central JÁ, localizado no Maceió Shopping, em Mangabeiras”. Mas as letras pequenas e as grades dificultam a leitura. Enquanto o EXTRA registrava o abandono em que se encontra a antiga sede, o segurança Claudionor Pereira da Silva se dirigiu ao local em busca do CNPJ da empresa em que trabalhou para dar entrada no benefício do Fundo de Garantia, mas encontrou apenas a porta fechada com cadeado já tomado pela ferrugem. Com um papel escrito “CAGED-Ministério do Trabalho (assinado)”, ele reclamou que foi a “atendente” da Caixa Econômica quem o mandou procurar o Ministério. Atordoado e sem saber a quem recorrer, reclamou da falta de informação e da via-crúcis que teria que iniciar. Por sorte, acompanhou a equipe até a nova sede e resol-

Prédio-sede da Superintendência continua abandonado; Antônio Carlos Barbosa diz que atendimento está sendo feito no JÁ e no Walmap

veu o problema. Ao sair, agradeceu com um largo sorriso e um “Obrigado, consegui”. Mesma sorte não teve outro trabalhador que não quis se identificar. Ele reclamava na recepção do 7º andar do Edifício Walmap de que estava sendo manipulado, mandado de um lado para outro, apenas para resolver a pendência de seguro desemprego com ordem judicial. “Já fui à Caixa (Econômica) cinco vezes para dar entrada, mas quando vou sacar o dinheiro volta para o sistema. Vai terminar o prazo e não consigo resolver”, reclamou. Ao ser orientado para procurar outro local, o trabalhador retrucou com “Aí já é outra briga”. Ele disse que resta apenas R$ 79,00 em sua conta e mesmo assim acontece o impasse. “O resto é prejuízo, tempo perdido.” Os trabalhos da Superintendência foram divididos em dois endereços. O do JÁ Mangabeira, fruto de convênio com a Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), e os demais serviços como protocolo, o setor que agiliza a entrada nas categorias profissionais que precisam de registro, setor de fiscalização, de homologação e rescisão de contrato de tra-

balho, plantão fiscal e departamento pessoal estão funcionando no 6º e 7º andar do Edifício Walmap, em frente a antiga sede, onde ocupa 22 salas. Como o prédio faz parte do patrimônio da União, foi firmada parceria e o órgão custeia apenas R$ 6.400 por mês pelo condomínio. Segundo o superintendente da SRTE em Alagoas, Antônio Carlos de Almeida Barbosa, o atendimento continua o mesmo, apenas dividido em dois endereços por falta de recursos para recuperar a antiga sede ou alugar um espaço para acomodar todos os serviços. “Recorremos a convênios e parcerias porque não tivemos outra alternativa,

mas a prestação dos serviços para melhor servir a população não mudou”, garantiu Barbosa. INTERDIÇÃO Em 11 de julho de 2017 o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Engenharia do Estado de Alagoas (Serveal) interditaram o prédio-sede da SRTE por apresentar falhas graves na estrutura física. Entre os problemas estão mofo, possibilidade de incêndios, ausência de hidrante e reserva água para contar fogo. Embora a interdição só tenha acontecido no ano passado, há cerca de oito anos o então superintendente teria solicitado um novo prédio ao Ministério do Trabalho, em

Brasília. O pedido continua engavetado e sem previsão de ser atendido. Enquanto isso, o prédio sede continua fechado e sem previsão para reforma. Apenas o vigia permanece na área para evitar depredação e outros atos de vandalismo. Vale ressaltar que o advogado Antônio Carlos de Almeida Barbosa, primo do deputado estadual Antônio Albuquerque, foi nomeado para o cargo dois dias depois da interdição da sede. Apesar de achar que o ideal seria de que não houvesse essa divisão nos locais de atendimento, o superintendente disse que não há previsão para uma nova sede para o órgão.


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

11

Bruno Fernandes

RAIO-X DO TRANSPORTE URBANO pelos olhos do maceioense

POPULAÇÃO É CONTRA REAJUSTE DA TARIFA PARA R$ 4,02 VERA ALVES veralvess@gmail.com

D

esde a divulgação de que as empresas do transporte urbano de Maceió querem um aumento de 15% na tarifa cobrada aos usuários, se avolumaram nas redes sociais as queixas sobre o serviço prestado na capital alagoana. O EXTRA ouviu o maceioense ao longo da última semana para entender por que pagar R$ 4,02 pela passagem – como pedem as empresas – lhe parece tão desproporcional perante o que recebe em termos de comodidade. As queixas ouvidas e os registros feitos pela equipe de reportagem do semanário mostram que os problemas

enfrentados pelo usuário do transporte coletivo de Maceió não se restringem ao valor da tarifa ou à superlotação dos coletivos. Vão desde carros em péssimas condições ao mau comportamento de motoristas em situações que levaram várias pessoas a se acidentarem no interior dos ônibus. Idosos e portadores de deficiência são os mais queixosos. Os primeiros afetados pela retirada dos assentos especiais antes instalados na dianteira dos ônibus e os cadeirantes pela forma grosseira com que ainda são tratados por alguns profissionais. De uma forma geral, há um sentimento de frustração em relação à licitação do transporte urbano, cujo

resultado foi divulgado em novembro de 2015 e que teve os contratos assinados com as empresas no final de dezembro do mesmo ano. Para a licitação, a Prefeitura levou em conta a pesquisa Origem-Destino realizada em 2014 e cujos dados foram anexados ao edital da concorrência. Pelo levantamento, o “sistema de transporte coletivo municipal transportou uma média de 325 mil passageiros no dia útil em outubro de 2014 e 93 milhões de passageiros no ano de 2014 sendo os usuários caracterizados por 83,7% de pagantes, 10,4% de estudantes e 5,9% de gratuidades”. Isto significa que naquele ano 7,750 milhões de

pessoas eram transportadas mensalmente pelo sistema na capital, sendo 6.486.750 pagantes. Em novembro do ano passado, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbanos de Passageiros de Maceió (Sinturb) fez chegar à imprensa a informação de que houvera em 2016 uma perda de mais de meio milhão de passageiros para o transporte clandestino, lotações e táxi. De acordo com o sindicato das empresas, que contabilizou apenas os passageiros pagantes, 2016 fechou com a média mensal de 6.439.737 passageiros transportados – 77,2 milhões no ano – contra os 6.986.300 de 2014: redução de 546.563 passageiros por mês.

Na semana passada, em coletiva na qual confirmou estar pedindo um reajuste de quase 15% na passagem, o Sinturb afirmou que 12% são atrelados à perda de passageiros para integração temporal e a concorrência do transporte clandestino, mototáxis, táxis e complementar. Os outros 3% se referem ao reajuste tarifário previsto na licitação. As empresas também destacaram o reajuste do diesel De acordo com a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito SMTT, hoje são realizadas diariamente 4.275 viagens pela frota de 683 ônibus da capital, estando disponíveis para os usuários 1.515 pontos de parada dos coletivos.


12

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

Osman Loureiro perde linha própria

O

caso do Conjunto Osman Loureiro, situado na parte alta da cidade, ilustra bem o descontentamento da população. Há seis meses a SMTT desativou as duas linhas do residencial – Osman via Farol e Osman via Bebedouro. Ambas passaram a circular apenas nos horários de pico, das 6 às 8 horas da manhã e entre 16 e 18 horas. O fato gerou até uma piada entre os moradores do conjunto, a de que para a prefeitura eles só mereciam ser tratados como sardinha em lata. Isto porque, com a desativação das linhas do conjunto, passaram a ter que disputar um lugar nos ônibus que atendem aos moradores do Clima Bom, dos conjuntos Rosane Collor e Colina e do Santos Dumont. Com um terminal que deixou de ser terminal para ser apenas ponto de passagem

Vera Alves

No período de 8 às 16 horas em que as linhas do Osman Loureiro estão desativadas, os coletivos ficam parados no terminal

dos coletivos, quem mora no Osman hoje dificilmente consegue um assento. A situação para os moradores do conjunto e principalmente do Clima Bom – destino final da maio-

ria das linhas que cortam o residencial – é tão complicada que a maior parte dos trabalhadores é obrigada a passar mais de 50 minutos e até mais de 1 hora em pé na volta

para casa. Com 1.064 casas do projeto original e mais de 5 mil que surgiram no seu entorno, o Osman Loureiro foi inaugurado há 27 anos. São quase 10

mil moradores em uma área de grande expansão residencial que, contudo, não tem sido acompanhada no mesmo ritmo pelos serviços de infraestrutura urbana.

Do ônibus que geme à porta quebrada

A

ndar de ônibus em Maceió enseja situações cômicas, como a do coletivo que literalmente geme por todo o percurso. Trata-se de um carro pertencente à empresa São Francisco e que faz a linha 716 Clima Bom/Ponta Verde via Farol. Ao parar no ponto ou arrancar, o gemido é ouvido por todos os passageiros. E ele não é o único. Há carros da Veleiro que fazem o mesmo. Mas se o “gemer” não implica, pelo menos aparentemente, em qualquer risco para o passageiro, o mesmo não se pode dizer dos coletivos que estão com alguma parte de sua estrutura danificada, a exemplo de um coletivo da São Francisco que faz a linha 709-Chã da Jaqueira-Ponta Verde via Farol e cuja porta traseira está

Vera Alves

Flagrante de rachadura na porta de desembarque de um coletivo da São Francisco

rachada na parte de cima. No mesmo carro, claramente com mais de 10 anos de uso, há avarias no teto também.

É também da São Francisco um coletivo da linha 715 Clima Bom-Ponta Verde via Sanatório flagrado pelo EXTRA com parafusos

salientes nos bancos traseiros, tão salientes a ponto de impedir que o passageiro possa viajar tranquilamente sentado.

CLIMATIZAÇÃO O maceioense também se queixa do calor no interior dos coletivos. A despeito de possuírem sistema interno de ar-condicionado, nenhum ônibus do transporte urbano de Maceió trafega climatizado hoje. Em março do ano passado a Câmara de Vereadores aprovou projeto de autoria do presidente da Casa, Kelmann Vieira, obrigando as empresas a fazerem uso do sistema, mas ele foi vetado pela prefeitura sob o argumento de que implicaria no encarecimento da tarifa. Há pouco mais de 10 anos, a Real Alagoas chegou a travar uma batalha jurídica para poder fazer circular seus coletivos climatizados que ficaram conhecidos entre a população como “geladinhos”. O sistema hoje não mais funciona.


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

13

Concessão por 15 anos supera a casa dos R$ 3 bilhões JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

A

s quatro empresas que operam hoje o sistema de transporte público de Maceió foram contratadas pelo Poder Público após licitação realizada em 2015. O processo envolveu a concessão do serviço por 15 anos, no valor contratual total de R$ 3.409.846.522,51 e outorga global de R$ 26.246.912,77. Com base na Lei de Acesso à Informação (Lei

nº 12.527/2011), o EXTRA pediu à SMTT cópia dos contratos assinados com as empresas de transporte público, no entanto, não obteve o documento até o fechamento da edição. De acordo com o edital e anexos da licitação realizada em 2015, entre as obrigações das empresas está a oferta de condição para utilização do serviço por qualquer pessoa (seja ela portadora ou não de deficiência ou com mobilidade reduzida), com segurança e autonomia, to-

tal ou assistida. A idade média máxima da frota disponibilizada por cada uma das empresas, também segundo determinado no edital, não pode ser superior a cinco anos. Ainda é de responsabilidade das contratadas os serviços correspondentes às funções de conservação e manutenção de terminais de ônibus. Sem contar que “é direito dos usuários a conservação permanente da limpeza e do asseio de pessoas e bens vinculados à concessão, em especial da-

queles com os quais os usuários têm contato direto”. De acordo com a súmula dos contratos que foram assinados no dia 22 de dezembro de 2015, publicada na página 6 do Diário Oficial do Município edição do dia 23 de dezembro de 2015, o contrato com a Viação Cidade de Maceió teve o valor R$ 783,4 milhões, que correspondeu ao somatório do valor total da projeção da tarifa de remuneração referente ao período integral da concessão, na data-base de janeiro de 2015.

Já o valor de outorga, uma espécie de aluguel pago ao Poder Público, foi de R$ 5,6 milhões. Quanto à empresa São Francisco, o contrato foi de R$ 714 milhões com outorga de R$ 8 milhões. Já Auto Viação Veleiro tem contrato de R$ 452 milhões, com valor de outorga de R$ 4,4 milhões. E a Real Transportes Urbano assinou contrato de R$ 1,4 bilhão, com outorga de R$ 8,1 milhões. A concessão para todas as empresas é de quinze anos.

Padronização da frota não é respeitada VERA ALVES veralvess@gmail.com

P

revista na licitação do transporte coletivo dentro da fase I de implantação do Sistema Integrado de Mobilidade de Maceió – SIMM, a padronização da frota de coletivos da capital ainda não foi cumprida pelas empresas, isto a despeito de um cronograma que definia que até abril de 2016 – portanto há quase dois anos – toda a frota deveria estar padronizada. A padronização envolve a identificação dos coletivos por cores de acordo com o lote de cada empresa, sendo amarela para o Lote 100, que atende o bairro da Serraria e adjacências pela Viação Cidade de

Maceió; azul para o Lote 200, das linhas que atendem o bairro de Fernão Velho e adjacências pela Viação São Francisco; verde para o Lote 300, cujas linhas atendem o bairro do Trapiche da Barra e adjacências e são exploradas pela Veleiro: e, vermelho para o Lote 400, cujas linhas atendem o bairro do Benedito Bentes e adjacências através da Real Alagoas. A despeito da aquisição esporádica de novos ônibus seguindo a padronização, o que se vê hoje nos corredores de transporte da capital é um verdadeiro festival de cores no que se refere aos coletivos. São ônibus velhos e não padronizados misturados aos padronizados – alguns apenas pintados.

Bruno Fernandes

Dos três coletivos, apenas um da São Francisco está com a padronização do SIMM


14

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

Empresas de ônibus colecionam reclamações

RAIO-X DO TRANSPORTE COLETIVO Bruno Fernandes

CATRACAS ESTREITAS, QUEIMA DE PONTO E SUPERLOTAÇÃO FAZEM PARTE DA LISTA

BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

U

suários de transporte público do terminal rodoviário do Benedito Bentes, na parte alta de Maceió, reclamam da situação em que os ônibus saem do local. O terminal é um dos principais da capital e está instalado em uma das áreas mais populosas de Maceió. Segundo os usuários, os veículos já saem completamente lotados, e a situação tende a piorar devido à proximidade do fim das férias escolares. A demora chega a ser de até uma hora, segundo eles. Terrível é o adjetivo mais utilizado por passageiros para descrever o serviço oferecido à população pelas empresas que atuam na capital. Estar no começo da fila não significa que a pessoa será o primeiro a subir no ônibus, relatam alguns passageiros. “Nem sempre a fila é respeitada, o povo corre e entra na tua frente”. A diarista Vanessa Oliveira dos

Com as férias escolares, Terminal do Benedito Bentes tem movimentação tranquila; Vera Portugal (acima) se queixa do tratamento a idosos

Santos, 36, sabe bem o que é isso, atualmente, ela gasta em torno de R$ 21 por semana. “Preciso usar ônibus três vezes na semana, e sempre é assim, lotado e cheio de fila”, diz ela. Perguntada sobre o possível aumento no valor das passagens, Vanessa diz que é injusto, e que não sabe para onde vai tanto dinheiro que não é revertido em melhoria na frota. “Se realmente tiver esse aumento de R$ 4, não sei como vai ficar minha situação, já é difícil pagar R$ 3,50, principalmente para mim que não recebo passagens ou descontos”.

Filas grandes e ônibus lotados, destacam os passageiros, fazem parte da rotina dos terminais. Porém, não são só esses os problemas que eles enfrentam; os idosos, também sofrem. Vera Sonia de Farias Portugal, 66, é pensionista e reclama da falta de educação não só dos próprios usuários em não ceder os lugares preferenciais, mas também de funcionários das empresas. “São poucos os que nos tratam bem, não sei se sabem o que é educação”, diz dona Vera. Freadas bruscas, falta de local para sentar, também entram na lista. “Ficou muito ruim depois

que retiraram alguns bancos preferenciais da parte da frente. Quem não tem o cartão não pode passar pelas catracas, os motoristas também não deixam entrarmos pela traseira, temos que ir espremidos na parte da frente que tem só dois lugares”, relata a pensionista. Desde agosto de 2014 as empresas que realizam transporte urbano em Maceió vêm reduzindo o número de assentos preferenciais nos ônibus. E as cadeiras, que antes ficavam ao lado do cobrador, passaram a dar lugar a cercados. Além de reduzir o número de lugares, o espaço também diminuiu e a

medida não agrada aos usuários. A Lei Federal 10.048 criada há 18 anos obriga todas as empresas de ônibus a reservarem 10% dos assentos para idosos, gestantes, lactantes, pessoas portadoras de deficiência física e pessoas acompanhadas por crianças de colo. Na maioria dos ônibus em que a reportagem esteve, esse índice não foi respeitado. No último levantamento realizado pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), foi constatado que 17 mil idosos utilizam o transporte público todos os dias em Maceió.


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

15

Catracas provocam constrangimento a obesos

N

ão bastasse a lista de reclamações, recentemente, um projeto que era para ser apenas experimental ganhou força e acabou sendo adotado por todas as empresas que circulam em Maceió. As famosas catracas altas e estreitas, chegam a ter mais de 2 metros de altura e apenas 48 cm de espaço para passar, - nos ônibus novos da São Francisco a largura é ainda menor, de 42cm -, impossibilitando pessoas com mochilas ou acima do peso de passar. A situação tem gerado constantes queixas em rodas de conversa, redes sociais, e até mesmo no site Reclame Aqui, o maior nesse segmento no Brasil. Em uma das publicações, um usuário diz. “Quero deixar minha reclamação pelas novas catracas utilizadas pelas empresas de ônibus em Maceió. Elas não facilitam o uso, são altas demais para uma pessoa que vai trabalhar com bolsas, mochilas ou precisa levar os filhos pequenos”. A indignação também se dá em conta das pessoas acima do peso, o usuário que não se identificou no post, diz. “É pior para as pessoas que são um pouco mais gordinhas [...] elas não têm espaço para passar”. O Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria de Direitos Humanos, solicitou à SMTT um esclarecimento sobre a situação. Segundo o promotor de Justiça Jomar Amorim de Moraes, a SMTT encaminhou um oficio dizendo que as cratracas estão de acordo com a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), mais especificamente da 15570/2009. “Eles disseram que não irão retirar as catracas estreitas”, diz o promotor. Ainda segundo Jomar Amorim, em breve será encaminhado um pedido à superintedência para que pelo menos ampliem a largura das catraca. “Eu sou gordo e eu sei que se eu for tentar passar por elas, não irei conseguir. O mesmo acontece com gestantes, estudantes com mochilas e mães com crianças de colo”, explica. Caso o pedido não seja atendido, o promotor garante que entrará com uma ação para que sejam retiradas todas as catracas que causam constrangimento.

Além da falta de educação, de lugares e de bom senso por parte das empresas, o site Reclame Aqui também registra relatos frequentes sobre motoristas que “queimam” o ponto – quando o motorista não para no local solicitado – a prática que já era proibida por lei, ganhou mais evidência após a criação da Parada Segura. Há pouco mais de um mês em vigor, a Lei Parada Segura nº 6.695 que busca proporcionar maior segurança às mulheres que utilizam transporte público coletivo em Maceió, com ampliação das paradas a partir das 20 horas não está sendo cumprida por alguns condutores. “Já passava das 22h, eu queria descer próximo ao colégio Objetivo, no Farol, pois fica mais próximo à minha casa e mais seguro, até porque é lei, mas o motorista da Veleiro não parou para mim”, diz um dos relatos publicados no site no dia 8 de janeiro. A mulher que não tem sua identidade revelada, se diz indignada com o desrespeito. “Pago o transporte, ele não é de graça, e eu sei que é lei e estou no meu direito de mulher”, diz ela. O QUE DIZ A LEI A Parada Segura estabelce que o coletivo deve parar em local, sem desvio de rota, escolhido pela mulher como o mais seguro para ela desembarcar. Além de o motorista ser obrigado a parar o ônibus no lugar pedido, as empresas de transporte coletivo são obrigadas a divulgar a lei entre outros condutores e colocar adesivos visíveis e legíveis na parte interna dos ônibus. Segundo informações da SMTT, se a norma for descumprida, a pessoa lesada deve apresentar denúncia ao órgão, através do número 118. INQUÉRITO O MP, por meio da Promotoria de Direitos do Consumidor, instaurou inquérito para apurar a má prestação de serviços a turistas por funcionários da Auto Viação Veleiro LTDA, nas linhas que fazem o transporte na região do Aeroporto Zumbi dos Palmres. Segundo o texto assinado pelo promotor de justiça Marx Martins, e publicado no Diário Oficial desta quinta-feira, 18,

Vera Alves

Catraca de ônibus da São Francisco, linha Clima Bom-Ponta Verde, tem 42cm de largura

entre as premissas está a qualidade, a permanência, a generalidade, a eficiência, a modicidade e a cortesia. O inquérito visa “apurar a denúncia de irregularidades apresentadas pela empresa Auto Viação Veleiro LTDA. e tomar as providências

necessárias em defesa do interesse difuso e coletivo”. O promotor solicitou a coleta de documentos, certidões e realização de perícias, inspeções e diligências na sede da empresa para investigar a denúncia.

INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÃO E PERÍCIAS DE ENGENHARIA DE ALAGOAS – IBAPE/AL

CONVOCAÇÃO De acordo com o Art. 35 do Estatuto Social do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Alagoas – IBAPE/AL, convoco todos os associados para a Assembleia Geral Extraordinária, que será realizada no dia 01 de fevereiro de 2018 às 14:00 h em 1ª Convocação, em razão do encerramento do mandato da diretoria em 31 de dezembro de 2015, nas dependências do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA/AL, à Rua Dr. Oswaldo Sarmento, 22, bairro do Farol, para deliberar de acordo com a pauta abaixo:

01 – Alteração dos Estatutos; 02 – Eleição e Posse da Diretoria e Conselho Fiscal.

Maceió, 18 de janeiro de 2018 Comissão conforme Art. 35 § 1º do Estatuto: _______________________________________ Marcelo Daniel de Barros Melo _______________________________________ Cicero Nascimento Borges _______________________________________ Inácia Maria Lopes Atanasoy


16

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

RAIO-X DO TRANSPORTE COLETIVO Quanto pode custar a imprudência de um motorista de ônibus para seus passageiros SOFIA SEPRENY Estagiária sob supervisão da Redação

Q

uem anda de ônibus sabe: é melhor se segurar. Queixas de motoristas imprudentes que acabam causando acidentes por passarem em curva com alta velocidade, por uma freada brusca ou por uma passada veloz no quebra-molas são recorrentes. Esse foi o caso do repórter cinematográfico José Pires, conhecido como “Pirinho”. Ele estava no ônibus de prefixo 1424 da empresa Real Alagoas, quando o motorista avançou o sinal vermelho em alta velocidade e se chocou com outro veículo. No momento, José foi arremessado para debaixo da catraca e fraturou a clavícula. Essa situação aconteceu em agosto de 2016 e até hoje José

não conseguiu um advogado para representa-lo na justiça contra a empresa. Este é somente um dos diversos casos de passageiros que caem ou se acidentam nos coletivos por imprudência do motorista. A estudante Mara Freitas, da Universidade Federal de Alagoas já presenciou diversas vezes este tipo de caso. “É necessário que se entenda que em ônibus básicos são em média 45 pessoas sentadas e 15 pessoas em pé, e que nos horários de pico esse número aumenta, mesmo que se tenha um limite. Parece que esses motoristas estão carregando gado na mala”, brincou a estudante. “A vez mais chocante para mim ocorreu há 5 meses, em um ônibus da linha Pontal-Ufal da empresa Veleiro, que na minha opinião são os motoristas que mais

Estudantes vão às ruas contra aumento da passagem SOFIA SEPRENY

Estudantes universitários marcaram um ato contra o aumento abusivo do preço da passagem, no dia 26 de janeiro. Eles alegam que qualquer reajuste na tarifa, neste momento, é abusivo. Visto que os ônibus não têm boa qualidade, são poucos os veículos rodando e a insegurança que é evasiva. A manifes-

tação será pacífica e se inicia na Praça Deodoro, às 15 horas. Além dos estudantes, diversas entidades estão tentando se reunir contra este aumento. A Associações de moradores de 50 bairros de Maceió e usuários de transporte coletivo ingressam esta semana com ação popular na Justiça para derrubar o aumento.

correm. O ônibus estava subindo a ladeira da Geraldo Melo e durante a curva em alta velocidade uma senhora caiu e moça que estava do lado dela caiu por cima, foi por sorte que ela não teve nenhum ferimento grave”, contou a estudante. Vera Lúcia, de 44 anos, foi outra vítima do freio brusco dos motoristas. Ela conta que subiu no coletivo e no momento que ela estava passando pela catraca o motorista freou bruscamente, ela caiu para trás em cima do motor do veículo batendo as pernas na barra de contenção. “Na hora eu senti muita dor, mas mesmo assim atravessei a catraca, quando eu cheguei em casa minhas pernas todas estavam roxas. Na época não tomei medida nenhuma, não sei se fiz o certo”, conta. A autônoma Quitéria

Flores também vivenciou um problema com a empresa Veleiro, na linha Circular 1. Ela estava indo trabalhar por volta das 6:20 da manhã, há um ano atrás. Ela conta que ao mudar de poltrona algum movimento brusco do motorista a fez cair e bater a cabeça. “Eu me levantei e fui sentar naquelas cadeiras altas do fundo, só lembro de ter levantado e quando abri meus olhos já estava caída perto da catraca. Bati a cabeça forte e fiquei atordoada, mas também não tomei nenhuma atitude e segui para o trabalho”, falou Quitéria que além da cabeça bateu a região do cóccix. A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) junto com o Sest Senat (Serviço Social do Transporte / Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) fornece cursos

anuais junto aos motoristas das empresas para prevenção deste tipo de acidente. Cerca de 750 motoristas participam deste curso de 50 horas, com instruções de direção defensiva, educação no trânsito, comportamento, legislação de trânsito e conscientização. Além disso a Diretoria de Educação e Trânsito da SMTT têm ações volantes de conscientização nos terminais dos ônibus. Outra ferramenta disponibilizada pelo órgão é o Disque Denúncia 118, onde as pessoas podem ligar e fazer queixas com o número do ônibus e linha. Com a denúncia é aberto um protocolo para chegar ate o setor competente da SMTT. A partir disso a empresa é acionada e primeiramente o motorista é advertido, caso ele seja reincidente, uma multa é gerada.

Gratuidade em Cuiabá é de 100% JOSÉ FERNANDO MARTINS

Em Cuiabá, capital de Mato Grosso, por exemplo, têm direito ao passe livre em 100% todos os estudantes matriculados na rede pública e privada. No entanto, os beneficiados precisam comprovar residência fixa no município e estar matriculado em estabelecimento de ensino localizado há mais de 2.000 (dois mil) metros da residência. Devido ao calor da cidade, parte dos veículos são

equipados com ar condicionado. O Poder Executivo municipal inaugurou neste mês, ponto de ônibus com ar-condicionado e wi-fi. Vale ressaltar que desde 2016, o transporte coletivo daquela capital começou a disponibilizar serviços de internet. O valor do serviço pago que até o ano passado era de R$ 3,60 passou para R$ 3,85 neste mês de janeiro. Apesar de parecer um serviço de qualidade, usuários de Cuiabá também reclamam do transporte

público. Estudo realizado pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec), publicado em fevereiro de 2017, apontou que mais da metade dos ônibus coletivos que circulam na capital estão com idade de uso acima da média. Ao todo, quase 400 ônibus circulam em Cuiabá. A idade média dos veículos é de 4,5 anos. Desse total, 20 veículos têm mais de 10 anos de uso.


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

17

Cadeirantes protestam contra pouca acessibilidade Bruno Fernandes

Pedindo mais atenção das empresas e do Poder Público, cadeirantes fizeram protesto na quarta-feira; eles criticam a pouca acessibilidade no que se refere ao transporte público

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomrtins@gmail.com

A

postura de alguns motoristas de ônibus perante deficientes físicos é motivo de revolta da Associação dos Cadeirantes de Alagoas. Na quarta-feira, 17, integrantes da entidade realizaram um protesto na Praça dos Martírios, no Centro, contra a Prefeitura de Maceió. O objetivo era de relembrar à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável da promessa feita em julho do ano passado: promover mais acessibilidade nos pontos de ônibus da capital. Todavia, essa não é a única reclamação quando se trata do transporte público. A tão odiada “queimada de

parada de ônibus”, segundo a categoria, seria bem mais comum quando se trata dos deficientes físicos. “Tem motorista que se faz se cego quando estou no ponto sozinho. Outros fingem que o ônibus está lotado. Isso é falta das empresas realizarem capacitações com os profissionais”, disse o presidente da associação, Luiz André Dionísio, 41. Ele também reclama que, em muitos casos, os elevadores dos ônibus adaptados não funcionam adequadamente causando transtornos. Foi o que aconteceu com o cadeirante Gerson Santos, 39. “Tive que descer em um ponto na Via Expressa. Ao sair do ônibus, o elevador parou. Foi então que o motorista começou a dar chutes

na plataforma, que desceu de uma vez só. Acabei caindo com tudo no chão”, contou à reportagem. A pressa também faz com que motoristas coloquem em risco a vida dos passageiros, sendo deficientes ou não. A descida do veículo é a parte mais arriscada para um cadeirante. “No ano passado, estava descendo do ônibus e o condutor achou que eu já tinha saído do veículo e acelerou. Caí e me machuquei. Entrei com processo por danos morais e venci. Estou para receber da empresa o valor de R$ 800 devido à impaciência do motorista”, relatou Moisés Medeiros, 46. A parada de ônibus onde tem mais “queima”, de acordo com os manifestantes, é o que fica nas proxi-

midades da Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal), localizada no bairro do Farol. Conforme o presidente reeleito da associação, João Ferreira Lima, 53, “a Adefal já se dispôs a participar de reuniões com empresas de ônibus para orientar melhor os cobradores e motoristas sobre como tratar deficientes”. No ponto de ônibus em questão, Lima diz que é um problema recorrente. “Mas isso ocorre em toda a capital. Já enviamos reclamações à Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito e temos demandas na Defensoria Pública e até no Ministério Público Estadual. Mas temos que ser justos. Existem motoristas que exercem um bom traba-

lho e até descem do ônibus para ajudar quem precisa”. Deficientes têm passagem gratuita no transporte coletivo e, dependendo do caso, possuem o direito de ter um acompanhante junto às viagens. Dados divulgados pela SMTT mostraram que o serviço de call center do órgão, em 2016, realizou 3.707 atendimentos. Do total de chamadas recebidas, 687 foram demandas da área de transportes. Segundo as estatísticas no setor de transporte público, 24% das queixas foram relacionadas por atraso de viagem, 20% por ‘queima’ de parada de ônibus, 15% sobre a conduta inadequada de motoristas de ônibus e 6% por desvio de itinerário.


18

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

UNIÃO DOS PALMARES

DESCOBERTA FALSIDADE IDEOLÓGICA EM AÇÃO ELEITORAL

Processo movido por ex-prefeito seria apenas para tumultar atual gestão

O prefeito de União dos Palmares, Areski Damara de Omena Freitas Junior (MDB), mais conhecido como Kil, e o vice José Alfredo, estão sendo acusados de praticarem “ilícitos eleitorais” na época de campanha em 2016. O processo, movido pelo antigo gestor da cidade, Eduardo Carrilho Pedroza, e seu filho Gustavo Pedroza, já está nas mãos do magistrado Yulli Roter Maia, da 21º Zona Eleitoral de União. Segundo Kil, as acusações são apenas para atrapalhar o andamento da nova gestão. Edu -ardo Pedroza tentou a reeleição, mas acabou perdendo a disputa eleitoral. A ação está sendo questionada já que das duas procurações que deram início ao processo, uma não tem validade e a outra, assinada pelo ex-prefeito Eduardo Pedrosa, é falsificada. Tanto é que a referida procuração foi periciada por peritos contratados que constataram que não foi o ex-prefeito Eduardo Pedroza quem assinou, comprovando de fato de que houve falsidade ideológica na ação movida e, portanto, a

mesma não tem condão jurídico de prosseguir, devendo ser arquivada sem resolução de mérito. A descoberta se deu durante investigação administrativa na Prefeitura Municipal de União dos Palmares, quando foi descoberto que quem assinava os empenhos do ex-prefeito era o seu filho Gustavo Pedroza. Diante do fato, suspeitou-se que a procuração da ação eleitoral não fora assinada pelo então gestor Eduardo Pedroza e sim por seu filho que na gestão do pai assu-

mia a pasta administrativa de Finanças. Mas o problema é que o Ministério Público Eleitoral e o juiz, mesmo sendo provocados judicialmente do incidente processual, não se manifestaram até a presente data. O magistrado, inclusive, já foi denunciado pelo EXTRA na edição de nº 888 de 2016, pelo vínculo com o antigo procurador-geral do Município, Denarcy Souza e Silva Júnior, sendo sócios do ATC Cursos, de propriedade da irmã do juiz, Janaína Heckert Roter.


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

Para refletir: Brasil não tem partido de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se reúnem pra roubar juntos” ( Diogo Mainardi)

O preço da “traquinagem”

Para aumentar a “tortura” de políticos envolvidos com a corrupção e candidatos a reeleição, estes contarão com a revolta e indignação da população , que certamente vai dar o troco através dos votos de protesto que os amargarão, levando muitos à derrota. Políticos como Renan Calheiros (PMDB/AL), Romero Jucá (PMDB/RR), Aécio Neves (PSDB/MG) e uma infinidade de outras figuras marcadas pelo carimbo de “CORRUPTO”, se hoje estão impedidos de viajar em voos regulares e transitar por aeroportos, sob a ameaça de que sejam agredidos, imaginem com a proximidade da eleição.

A marca de ser petista

Não está fácil ser petista nos dias de hoje. Especialmente depois que estourou o escândalo da Petrobras, integrantes conhecidos da legenda têm sido hostilizados em locais públicos simplesmente por serem do PT. O último episódio foi com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, ofendido em um restaurante da Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A ação foi filmada e divulgada por clientes que engrossaram o coro. Antes disso, porém, outros ministros, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), passaram por saias justas durante compromissos pessoais.

PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Reféns da “fama” (BRASÍLIA) - Movimentos sociais que atuaram fortemente no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff estão em conjunto elaborando e será lançado no próximo mês um projeto que é uma espécie de Serasa dos políticos brasileiros. Em parceria com o site políticos.org.br, que organiza o Ranking dos Políticos, o Vem Pra Rua lançará na internet uma lista negativa dos deputados federais e senadores em quem não votar nas eleições de 2018. A relação já tem até nome escolhido: “Tchau, queridos”. “A ideia é não permitir que o eleitor tenha memória curta em 2018”, diz o empresário Rogerio Chequer, líder do Vem Pra Rua. A lista negativa vai incluir apenas parlamentares federais com ficha suja na Justiça e que apresentem desempenho ruim no Congresso. Segundo Chequer, os critérios para classificar os maus políticos serão objetivos. Vão ser levados em conta, por exemplo, o posicionamento de deputados e senadores em projetos de interesse da sociedade – tais como as Dez Medidas de Combate à Corrupção (propostas pela força-tarefa da Lava Jato e que foram desfiguradas em votação na Câmara), a criação do fundão eleitoral com R$ 1,7 bilhão de recursos públicos e as discussões sobre o fim do foro privilegiado. O histórico de processos judiciais de deputados e senadores será o segundo critério fundamental para um político fazer parte da lista. Haverá ainda outros pontos a serem considerados, com menos peso, tal como as faltas em sessões legislativas e mudanças de partidos.

19

Agredidos em nome da moral O senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi um que sentiu o gosto das ações das ruas e que certamente se repetirão com muitos até a hora do voto. Uma mulher percebendo que ele estava num voo comercial, ligou o celular e começou a desafiá-lo. Jucá tentou impedi-la dando um tapa na sua mão, mas não obteve sucesso. As pessoas que estavam no voo apoiaram a atitude da passageira e ele teve que ouvir tudo o que muitos brasileiros gostariam de dizer a ele. Cássio Cunha Lima (PSDB): o senador foi hostilizado em um voo entre Brasília e João Pessoa (PB). “Golpista, ficha suja, cassado e traidor da democracia”, diziam pessoas que estavam no mesmo voo. Eduardo Suplicy (PT): foi hostilizado por manifestantes anti-PT em um shopping em São Paulo, ao sair de uma livraria. O ex-senador ouviu gritos de “Suplicy, vergonha nacional” de um grupo que tinha nas mãos bonecos infláveis que satirizam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff. Fernando Mineiro (PT): o deputado foi hostilizado ao ser reconhecido em um shopping em Brasília, em novembro do ano passado. Frequentadores do shopping cantaram e bateram palmas, com palavras de ordem contra o partido. Gleisi Hoffmann (PT): a senadora Gleisi Hoffmann (PT) foi recebida por manifestantes no Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba. Ao chegar ao setor de desembarque, a senadora foi cercada pelo grupo, que gritava palavras de ordem como “corrupta” e “sem vergonha”. Jaques Wagner (PT): o ex-ministro de Dilma foi hostilizado ao deixar um restaurante japonês em Brasília. Quando Wagner se dirigia para a saída do restaurante, uma cliente gritou: “Fora PT”. O protesto acabou sendo acompanhado por outros clientes que, em coro, começaram a gritar “Fora!”, “Ladrões!”. O ex-ministro reagiu. “Vocês não estudaram? Vagabundos, mal-educados, fascista”. José Guimarães (PT): o deputado federal foi cercado e hostilizado com empurrões por um grupo no desembarque do Aeroporto Interna-cional Pinto Martins, em Fortaleza. Um grupo de cerca de dez pessoas o cercou e jogou notas falsas de dinheiro nele, enquanto uma mulher tentava segurá-lo. Aécio Neves (PSDB): o senador tucano foi hostilizado enquanto passava um feriado com a família na praia, no Leblon (RJ). Ele foi chamado de golpista por uma mulher, que filmou a ação e divulgou nas redes sociais.

O corredor da morte

A passagem pelo saguão do aeroporto de Brasília é inevitável para deputados e senadores. Por isso é chamada pelos políticos de “Corredor da Morte”. À exceção dos presidentes das Casas, que têm a exclusividade de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) à disposição, todos os demais parlamentares que quiserem viajar custeados pelo poder Legislativo têm de circular entre os demais passageiros. Quem não quiser se arriscar tem de seguir os passos da senadora Gleisi Hoffman (PT. - PR). Ré por corrupção, ela decidiu mudar de vez para Brasília. Hostilizado em Curitiba, ela trouxe os filhos para a capital e pretende dar um tempo de aeroporto.

Renan Calheiros e José Sarney

Dá para imaginar o senador alagoano Renan Calheiros circulando em qualquer aeroporto do país? Se comparar com os outros e medir a rejeição que o país inteiro lhe confere seria agredido fisicamente, sem dúvida. Depois que deixou a presidência do Senado, quando tinha sua disposição jarrinhos da FAB, Calheiros só viaja em aviões fretados ou em “carona” com empresários “amigos”. Mesmo em Maceió ele evita aparecer em lugares públicos com medo da reação do povo. No máximo vai para sua mansão na Barra de São Miguel, ou em peregrinações pelo interior, onde o nível do eleitorado não percebe a indignação do resto do país contra ele. José Sarney segue o mesmo ritual de Renan e evita aparecer em público no Maranhão, do qual foi “rei”. Fica na tua Gaspar O jovem procurador Geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, é uma das personalidades com maior evidencia positiva em Alagoas. Preparado, exerce sua missão no Ministério Público Estadual com total dedicação e responsabilidade. Muito jovem ainda, mas com uma história de vida exemplar. Foi aplaudido e premiado, merecidamente, como secretário de Segurança Pública e hoje, como chefe do MP, é uma unanimidade dentro e fora da instituição. A política suja de Alagoas, pela extrema falta de nomes moralmente confiáveis e aceitos pelo eleitorado em seus quadros, tem anunciado o desejo de vários partidos em tê-lo como filiado e candidato nas próximas eleições. Não é o seu mundo nem de sua digna família, repleta de figuras de alto saber jurídico e exemplares integrantes da administração pública. Gosto muito e admiro o jovem líder do Ministério Público. Por isso dou um conselho de amigo: Fica na tua Gaspar!


20

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

Brasil se liberta do PT

Q

uando está para se completar 38 anos da maior empulhação política “nunca jamais vista neste país”, a criação do PT por um grupo de “pensadores” da esquerda brasileira, finalmente, mesmo Um bando de arantes das urnas de 2018 que irá levar ruaceiros que se para os quintos pretendem inainfernos o restingíveis. Mesmo dos to da camarilha depois da maior que azucrinou este roubalheira que país nas últimas 4 décadas, a justiça um país jamais brasileira tem a sofreu em todo o de mundo. Verdadeira oportunidade liquidar a fatura e pilhagem que nos condenar o já conremete à época dos denado pela opinião pública, Lula. piratas. Foi um longo período de enganação. E os primeiros enganados foram os “pensadores” esquerdistas que escolheram um peão analfabeto para chamar de seu grilo falante rumo ao poder maior da república quando – pensaram ele – iriam co-

mandar a festa... Pois não é que “o peão ignorante e sua trupe stalinista” lhes passaram a perna deixando-os falando com as paredes... Desiludidos, todos já abandonaram as hostes petistas e sua “nova versão” do peão que em carta aos brasileiros jurou que não era comunista ou socialista, mas um defensor da livre iniciativa e do mercado (sic!). Tudo em nome do poder que a Nação enganada iria lhe entregar. Deu no que deu. Mas a turma não se deu por vencida. Qual o que?! Discípulos de Gramsci, estão hoje aboletados nas universidades fomentando seu discurso raivoso de mal amados contra tudo e todos, principalmente a democracia; estão nas escolas do ensino básico incutindo sorrateira e criminosamente nas mentes das nossas crianças crenças da sua seita – que não é religiosa – comunista; estão nas artes vulgarizando o belo e defendendo aberrações que atentam contra a família brasileira; estão na cultura e nas comuni-

ELIAS FRAGOSO

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, prof. da UFAL e da Universidade Católica de Brasília.

cações tentando impingir à sociedade que o anormal é o normal e coagir aqueles que ousam discordar de suas insanas teorias. Estão também nos sindicatos e associações, responsáveis pela dilapidação de bilhões e bilhões de reais roubados dos fundos de pensão - dinheiro dos seus próprios colegas de trabalho; estão no funcionalismo público boicotando iniciativas sob falsos argumentos técnicos que atanazam a vida do empresário e impedem o crescimento do país. Que é um dos objetivos da “seita”. O Brasil não pode crescer. Temos que impedir isso de qualquer maneira articulam. Sabem que o crescimento da Nação e a melhora de vida das pessoas “queima” seu principal combustível: a insatisfação popular. Essas figuras pretendem em alguns dias fazer o que bem sabem: anarquia e desordem. Agora

em Porto Alegre, onde o peão responsável pela situação que o país se encontra hoje (inclusive pela indicação do Temerário que está na presidência) finalmente responderá por seus atos de lesa pátria. A Nação certamente terá oportunidade de observar do que está se livrando. Espargidos do poder, açoitados por acusações de todos os lados, com grande parte da cúpula já presa e o restante em vias disso, eles, finalmente, estão sendo obrigados a mostrar de fato quem são. Um bando de arruaceiros que se pretendem inatingíveis. Mesmo depois da maior roubalheira que um país jamais sofreu em todo o mundo. Verdadeira pilhagem que nos remete à época dos piratas. Estamos em vias de nos livrar do que temos de pior em nossas terras. Torço que definitivamente. Outubro de 2018 é a oportunidade de acelerar essas mudanças. Vote certo.


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

ALARI ROMARIZ TORRES

JORGE MORAES

Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

O novo presidente do Brasil

U

m bom papo, às vezes, é melhor do que dinheiro. E imagine um papo sobre política. Foi exatamente o que aconteceu comigo no final da semana passado, quando ao lado de dois amigos conversamos sobre vários assuntos, especialmente política, entre um gole e outro de uma cervejinha bem gelada, porque ninguém é de ferro, em uma piscina de água morna e um visual de paraíso. Entre uma passada e outra na política da terra dos Marechais, nos concentramos mesmo na eleição para a Presidência da República. De cara, uma unanimidade: nenhum dos três votava em Lula ou Bolsonaro. Mesmo que em política, futebol e religião nunca se chegue a um bom entendimento, começamos muito bem a nossa Chegamos à con- conversa. Chegaclusão que o Brasil mos à conclusão que o Brasil não não precisa de precisa de um um Lula, que fez Lula, que fez um um bom primeiro bom primeiro gogoverno; passou os verno; passou os pelas mãos pés pelas mãos no pés no segundo mansegundo mandato; dato; se alinhou se alinhou ao que ao que mais de mais de ruim exis- ruim existia no País; participou tia no País. de muitos esquemas, mesmo que tenha dito sempre que nunca ouviu, nem viu, nem falou nada com ninguém sobre arrumações e acordos mirabolantes e de desvios de recursos, com obras superfaturadas e de caixa 2 de campanhas ou não. E, por fim, escolheu uma sucessora - Dilma Rousseff - o pior que poderia acontecer, um fantoche nas mãos da base aliada e das empreiteiras. Por outro lado, Jair Bolsonaro, legítimo representante da direita e desequilibrado no que diz e no que faz. No mundo político já basta o Donald Trump (Estados Unidos) e pensar na possibilidade de Bolsonaro dirigindo

o Brasil desse tamanho, com tantos problemas e tantas situações complicadas para se resolver, não é com ele, com certeza, que teremos as soluções. Para trabalhar o crescimento do País, com saúde, educação, segurança, emprego para todas as classes sociais, sem retaliações, perseguições e discriminações. Claro que não é com o Bolsanaro que vamos ter tudo isso. Então, o que sobra nessa campanha? Ciro Gomes, Marina Silva, Geraldo Alckmin e um monte de gente sem nenhuma expressão política ou condições de conquistar a confiança do eleitor e ganhar alguma eleição. Serão os mesmos de todas as eleições, com propostas sem sentido, ocupando o espaço no rádio e na televisão apenas para compor em um provável segundo turno das eleições. Nesse entendimento, estão de fora os chamados partidos literalmente de esquerda, como o PSTU, por exemplo. Só grito e nada mais. Outro comum acordo na conversa: Ciro, jamais. Centralizador, arrogante e sem as mínimas condições de colocar em prática as suas ideias, mesmo que tenhamos chegado à conclusão de que o Ciro é uma pessoa inteligente, mas que não soube se posicionar bem ao longo de sua história política. Já Marina se mostra frágil, sem grupo político forte para ganhar uma eleição; lhe falta fôlego no final da caminhada e não suporta pressão, como ocorreu na eleição passada, ao substituir o candidato Eduardo Campos, que faleceu em um acidente aéreo. Finalmente, Geraldo Alckmin. Discordamos pouco, com mais pontos positivos do que negativos. Acreditamos ser um bom gestor; com projetos que deram certo em São Paulo e que podem ampliar para o Brasil; equilibrado em suas ações; com jeito de estadista. Pode carregar para seu lado o PMDB, inclusive Michel Temer, que, hoje, nem fede, nem cheira, mas pode ser importante no processo final. Conclusão da conversa: Alckmin pode ser o melhor.

21

Histórias verdadeiras II

E

stávamos em 1989, ano em que a Constituição do Estado de Alagoas foi aprovada e os servidores tiveram direito de fundar o tão sonhado sindicato. Um verdadeiro reboliço. Os deputados não aceitavam as reivindicações dos sindicalizados. Nosso presidente criticou a Mesa Diretora e o primeiro-secretário daquela época quis matar o dirigente sindical. Tivemos que escondê-lo na Procuradoria e apelar para um valente parlamentar do Sertão, mais brabo do que o componente da Mesa. O mais truculento chamou o menos “machão” e disse: “Não mexa com ele; o menino é meu”. E trouxemos nosso amigo para o plenário, são e salvo. Parece filme de aventura! Vivíamos numa ciranda financeira no fim do governo Sarney. Os salários dos servidores federais cresciam com a inflação. Os estados não conseguiam acompanhar a loucura da variação monetária, diariamente. Nosso de saúde Já tentamos mostrar plano era a Golden que os salários dos Cross e, a cada servidores comissio- mês, vinte ou trinta associados nados, hoje 900, são não conseguiam divididos com os pa- pagá-lo. Um grupo de trões. Tudo foi em vão; destemidos comas vítimas, chamapanheiros se juntou ao deputado das pelo Ministério José Bernardes, Público, comparecem primeiro-secretário de então e acompanhadas de nossa coadvogados da Mesa e fundou operativa médinegam tudo. ca, a Copamedh. Durante anos permaneceu forte, com credibilidade na área da saúde. O sonho dos deputados era usar a Copamedh politicamente, mas os diretores não deixavam. A primeira tentativa foi de um presidente da Casa de Tavares Bastos que precisou hospitalizar uma parenta na Santa Casa. Mandou uma “laranja” falar com o diretor da nossa cooperativa para interná -la, como se associada fosse; quando viesse o total das despesas ele pagaria. Mandou a “laranja” dar um cheque como garantia. Na hora “h” o deputado não honrou o combinado e a corajosa “assessora” cancelou o cheque. A Copamedh ficou no prejuízo. A segunda tentativa foi parecida: um parlamentar internou a avó pela nossa co-

operativa de saúde. No pagamento, cumpriu o compromisso, em dinheiro. O moço, hoje, é desembargador. As pressões foram muitas. Por várias vezes, a Mesa Diretora retirava os valores do plano de saúde, descontado dos salários dos servidores, e não os repassava à entidade. Recorríamos à Justiça e a solução era demorada. Nossa Copamedh morreu! A “pobre” da Caixa Econômica está cansada de conceder empréstimos aos funcionários do Legislativo e, durante meses, não receber o devido pagamento, apesar de religiosamente a cada 30 dias as parcelas de quitação serem descontadas nos contracheques dos devedores. Agora mesmo, está repassando sete milhões de reais para o Poder Legislativo de Alagoas e o grande impasse é o seguinte: a Caixa quer abater a dívida da Assembleia na negociação, entretanto a Mesa Diretora não concorda. “E agora José?” Temos também um Clube Legislativo fundado por nosso sindicato, na Ilha de Santa Rita, construído com o dinheiro dos associados. Alguns deputados tentaram frequentar nossa área de lazer, acompanhados de meninas de programa. Reagimos e mostramos a eles que ali era um clube familiar. Ficaram zangadíssimos!!! Já tentamos mostrar que os salários dos servidores comissionados, hoje 900, são divididos com os patrões. Tudo foi em vão; as vítimas, chamadas pelo Ministério Público, comparecem acompanhadas de advogados da Mesa e negam tudo. Para nossa surpresa, esta semana a denúncia foi feita e comprovada pela TV. Só que na Assembleia do Estado do Tocantins! Um servidor do Legislativo do Tocantins morava nos Estados Unidos há quatro anos, diz a imprensa. Aqui, já houve casos de comissionados que estudavam na Austrália. Inúmeros residiam no Sudeste do país. Na época do recadastramento, recebíamos na Associação dos Aposentados pessoas que não sabiam onde era o prédio da Assembleia, mas eram parentes de parlamentares e diziam trabalhar para eles no interior do estado. Estas criaturas recebem um salário superior aos dos pobres coitados que comparecem ao local de trabalho todos os dias. Só voltarei a contar novos “causos” depois de passados os sustos dos leitores dessas duas últimas semanas. Deus existe. Não duvidem!


22

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

JOSÉ MAURÍCIO BRÊDA

Que Deus o ouça

E

nfim chegou o tão esperado ano eleitoral de 2018. Até dezembro passado, parecia distante. Quaisquer conjecturas feitas pareciam ter o tempo do mundo todo para Cabe a cada um colocá-las em práde nós, eleitores, tica. Agora chegou não reeleger aque- a hora de vermos no que vai dar les que não nos todo esse trabalho merecem confian- da Operação Lava ça. Pelo andar da Jato que vem colocando de cabeça carruagem, sou pra baixo toda a pessimista. Não política brasileira. vislumbro grandes Não nutro grandes esperanças quanmudanças. do vejo que quase nenhum partido, que é a base, o nascedouro de tudo, o grande responsável pela política administrativa do País, penalizou

Economista

seus membros envolvidos em corrupção. Ao contrário, na sua maioria tenta justificar, como se dele o partido fosse, a determinação de praticar os atos que seus pupilos fizeram. A quantidade de partidos é muito grande, mas, se prestarmos atenção, os principais, os maiores, aqueles que detêm mais cargos públicos em todas as esferas do poder, principalmente no Legislativo, são presididos por pessoas envolvidas em algum escândalo. Senão vejamos: o presidente de um desses, egresso há pouco das grades penitenciárias, tendo uma bancada federal numerosa, vai ao presidente da República e força a nomeação de sua filha para ministra. Descobertas as arbitrariedades cometidas em sua vida pregressa e tendo sido impedida judicialmente de assumir o cargo, nem o mandatário maior da nação nomeia ou-

Complexidade e desafio

E

sse 2018 será complexo e cheio de incertezas para os negócios no setor elétrico brasileiro. Temos um cenário com os reservatórios em níveis baixos, forte expansão das fontes intermitentes, o nosso Nordeste com as dificuldades de sempre e uma previsão de predomínio da bandeira vermelha. Tucuruí poderá Portanto, a opetransferir mais ração do sistema hidroeletricidade será um desafio para o Nordeste, pela complexidade que esses fatonão só evitando o juntos, repremaior uso de térmi- res, sentam. cas como também Na Região podendo poupar Norte, 2018 será água nos reserva- melhor que no passado, pois tórios do São Fran- ano são boas as precisco. visões de geração nas usinas do Rio Madeira no período úmido. O reservatório da UHE Serra da Mesa, importante elo da interligação Norte-Sul, deverá ter uma boa recuperação. No Nordeste, as hidrelétricas da bacia do São Francisco vêm registrando queda

nos níveis de armazenamento há 20 anos, fato que se agravou em 2013. Não se espera chuvas em abundância nesse ano e deve-se levar em conta que no Velho Chico a água também vai para seus usos múltiplos, como o abastecimento humano, animal e agricultura. Portanto, teremos uma operação mais voltada para a segurança hídrica do que para o suprimento energético. Atualmente, das seis turbinas de Sobradinho, duas estão operando e das seis de Xingó, apenas uma, pois a vazão que era de 1.300 m3/s passou a ser de 550 m3/s. Existem 405 parques eólicos no Nordeste e a expectativa é que os ventos continuem com bom desempenho, que resultará num alto fator de capacidade. Com essa forte dependência dos ventos, os modelos de previsão devem ser aprimorados, ainda porque começam a operar usinas solares, mesmo que essas apresentem uma incerteza menor. No Sudeste registrou-se em 2017 a segunda pior marca de sua série histórica e o despacho térmico será necessário, mesmo com mais turbinas de Belo Monte entrando em operação. Para a recuperação dos reservatórios, seria

tra pessoa, nem o partido indica substituto. Tem que ser a filha do presidente. Cobriria toda essa página, quiçá todo o jornal, relatando mancadas perpetradas por esses senhores, mas, como disse acima, chegou a grande hora. A hora de sabermos que a Lava Jato e os órgãos que a compõem fizeram e continuam fazendo o seu papel de mostrar-nos os desmandos, porém, cabe a cada um de nós, eleitores, não reeleger aqueles que não nos merecem confiança. Pelo andar da carruagem, sou pessimista. Não vislumbro grandes mudanças. Mas há quem tenha pensamento adverso. Um amigo, com o qual mantenho bons papos, acha que os acontecimentos políticos, a rapidez com que tem passado o tempo e o fenômeno da internet, trazendo

mais informações aos seus usuários, estão lhe fazendo perceber algo alvissareiro. “O sentimento de que os figurões da política, especialmente os envolvidos nos conhecidos escândalos, vêm sendo renegados a um segundo plano, no que tange à aceitação das pessoas mais serenas, pertencentes aos diversos setores e camadas sociais”. Vê que o próprio Lula já não arrebanha tantos defensores como dantes. Sua imagem já não tem aquela impressão de intocável e de que nada a atinge. Só os fanáticos continuam tendo-o como seu grande líder. “O sentimento é de que os ‘líderes’ atuais vão se transformando em políticos do passado e não representam mais os interesses das pessoas”. Que Deus o ouça, meu amigo.

GEOBERTO ESPÍRITO SANTO Personal Energy da GES Consultoria, Engenharia e Serviços

importante que no período de chuvas as térmicas permanecessem ligadas, mas dificilmente isso ocorrerá. Com a liberação para operação do linhão Belo Monte-Sudeste, a hidrelétrica de Tucuruí poderá transferir mais hidroeletricidade para o Nordeste, não só evitando o maior uso de térmicas como também podendo poupar água nos reservatórios do São Francisco. A ANEEL modificou os critérios de acionamento das térmicas, que agora vão considerar também as perspectivas de armazenamento dos reservatórios, o que pode trazer preocupações operacionais ao fim do período úmido. Para quem comprou mais ou menos energia e precisa recorrer ao mercado spot, o PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) para esse ano deve ficar entre R$ 40/MWh e R$ 550/MWh. Nos temas diretamente ligados à comercialização de energia, estão o GSF (Garantia Física) e a descotização.

Esperava-se que a Medida Provisória nº 814, de 28 de dezembro de 2017, apresentasse uma proposta para resolução de uma judicialização que já chega aos R$ 6 bilhões e a situação tende a se agravar a depender dos volumes de chuva. A questão da descotização das usinas hidrelétricas e em quem será alocado o risco hidrológico, terá reflexo nas tarifas, na abertura do capital da Eletrobras e na ampliação do mercado livre, cuja normatização também aguarda um Projeto de Lei ou até mesmo uma Medida Provisória, um embate com o Congresso em qualquer uma das escolhas. Tudo isso com um pano de fundo de julgamentos na Lava Jato, Carnaval, Reforma da Previdência, desincompatibilização de ministros, Copa do Mundo e eleições gerais. Ôba! Que bom que temos mais problemas, pois nos ajudam a buscar soluções e evoluir.


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

23

ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.com

Passagem aérea

A

s tarifas de embarque e de conexão de passageiros em aeroportos administrados pela Infraero, como o Aeroporto Zumbi dos Palmares, em Alagoas, serão reajustadas tanto para voos nacionais quanto para internacionais. Os valores subirão 4,58% e farão com que o teto para embarques domésticos passe de R$ 29,90 para R$ 31,27.

Gasolina barata

Em ritmo de Carnaval e de aumento no valor da gasolina, muitos motoristas estão mudando seus planos de viajar durante o feriadão devido ao preço do combustível, porém um aplicativo pode ajudar os motoristas a economizar na hora de abastecer o veículo. O Waze, disponível para iPhone (iOS) e smartphones Android, possui uma função que usa a localização do telefone para encontrar postos próximos. Além disso, o recurso permite filtrar os resultados por preço, mostrando na tela quais postos vendem gasolina mais em conta em Maceió.

Financiamento

Na hora de financiar um veículo, muitas pessoas se perguntam se o modelo do carro irá influenciar na taxa de juros, mas não é bem assim. De acordo com o especialista em crédito Marcelo Prata, o que influencia é o ano de fabricação do veículo. Quanto mais novo for o automóvel, menor será a taxa de juros sobre ele. É preciso ficar atento às taxas especiais oferecidas pelos bancos financiadores. Elas podem gerar economia no futuro.

Problemas com o banco

Quem nunca teve problemas com o banco? Cobranças indevidas e falta de informações importantes sobre produtos são alguns dos exemplos mais comuns. Na hora de reclamar, o primeiro cuidado é não procurar o gerente do próprio banco. Segundo o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor, a ouvidoria é a instância do banco que tem mais poder para resolver os problemas dos clientes. A ouvidoria, aliás, faz a gestão do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor)


24

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

“Tudo que é importante na vida você não faz certo da primeira vez. Temos que estar preparados para aprender com as falhas” (Dr. Lair Ribeiro)

SAÚDE MENTAL arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Janeiro Branco e a vida cotidiana

D

e acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é a principal causa de problemas de saúde e invalidez no mundo. A doença afeta mais de 300 milhões de pessoas. Os índices de depressão aumentaram mais de 18% desde 2005. De 10% a 15% das pessoas que sofrem com a depressão cometem suicídio, daí a importância de procurar ajuda de um psicólogo para amenizar ou aniquilar o sofrimento, logo nos primeiros sinais (leia esses sinais na edição anterior da Coluna SUA SAÚDE) da doença. O Janeiro Branco é exatamente para se refletir sobre a saúde mental. Algumas perguntas: o que eu estou fazendo da minha vida emocional? Estou bem comigo mesmo? Estou bem naquilo que estou fazendo no meu trabalho? Responder com sinceridade. É preciso está saudável; não só o corpo, mas a vida quotidiana no seu aspecto psíquico, emocional, sentimental.

Mito

Muitas pessoas, inclusive da área de saúde, ainda têm preconceito com pessoas que apresentam algum transtorno mental, principalmente se for esquizofrenia. É mito que as pessoas que sofrem de esquizofrenia sejam violentas. Essa imagem é fabricada por Hollywood.

Um ...

Todo mundo já viu ou conhece alguém que acumula objeto, de valor ou não. Desde um simples chaveiro até carros importados. Mas esse comportamento é considerado um Transtorno de Acumulação (TA), de acordo com o DMS-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).

Dois ...

Ele se manifesta entre 11 e 15 anos e seu auge entre 30 e 40 anos, mas pode aparecer também aos 50 anos, que é mais intenso e difícil de perceber pela própria pessoa.

Três ...

A pessoa apresenta um sentimento de ansiedade, tristeza e sofrimento ao se desfazer de algum objeto.

Quatro ...

Uma das causas mais prováveis é que a pessoa sofreu na infância algum tipo de trauma relacionado a privação material e também emocional. Que pode ser: pobreza extrema, perda de uma pessoa, perda de um animal, ou outro objeto qualquer.

Cinco ...

O TA atinge mais as mulheres de meia idade e solteiras, que podem apresentar, também, outro transtorno de personalidade, como a necessidade de cuidar e controlar algo ou alguém, exageradamente.

Seis

A pessoa pode entrar num processo depressivo e de intensa ansiedade quando não consegue acumular algo que pretendia. Portanto, acumular qualquer tipo de objetivo, um, dois, três, quatro, cinco, seis, pode ser o início de um processo depressivo por acumulação e precisa de psicoterapia.

Conhece-te ...

Segundo Freud, o pai da Psicanálise, nem tudo que nos ocorre é agradável ao nosso consciente e o nosso ego pode considerar uma série de ocorrências como ameaçadoras à sua integridade, ao seu bem-estar. E aí surgem os mecanismos de defesa que são ações psicológicas que têm o objetivo de proteger a integridade do ego, mas eles são inconscientes.

.. a ti mesmo

Um dos exemplos mais comum é o mecanismo de defesa da projeção. O ego coloca atributos e funções maus no outro, para, na verdade, livrar-se desses sentimentos indesejáveis de si mesmo e, por isso, projeta inconscientemente no outro, inclusive tentando controlá-lo ou agredi-lo, a fim de ter a carga emocional retirada de si. (Na próxima edição outro mecanismo de defesa)

Alimentos ruins

Para reduzir os sintomas da depressão, além da psicoterapia, é preciso evitar doces e frituras, que deixam as pessoas intelectualmente preguiçosas. Já os ácidos graxos trans, abundantes nas batatinhas fritas e nas frituras, causam tristeza.

Alimentos bons

Alimentos ricos em ácidos graxos ômega 3, como peixes (sardinha), abóbora, semente de linhaça, soja, castanhas (caju, do Pará), espinafre, couve e pepino favorecem sensações de bem -estar e deixam as pessoas mais aptas a aprender.

Anedonia?

É a perda da capacidade da pessoa em sentir prazer (baixa autoestima e um possível processo depressivo) no dia a dia. Ela ocorre porque ocorreu baixo nível de serotonina, dopamina e noradrenalina no sistema nervoso central, por vários fatores: emocionais, vivenciais (histórico de vida) e também genéticos. Um dos tratamentos é a terapia analitico-comportamental, além de medicamento. Uma pessoa com anedonia, em geral, tem dificiculdade em aderir a um processo psicoterapêutico, por isso é importante a participação da família como apoio para que a convença a dar início aos dois tratamentos.

Psicanalisando ... Na análise, a palavra mais importante não é o que ela diz, mas o que ela representa. (A.S.)

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP 15/4.132. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. E-mail: arnaldosanttos@uol.com.br ou arnaldosanttos.psicologo@gmail.com. Telefone: 9.9351-5851.

ESTE ESPAÇO ESTÁ RESERVADO PARA PUBLICIDADE. CASO QUEIRA ANUNCIAR SUA EMPRESA OU O SEU SERVIÇO - 9.9351-5851.


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

25

Índios de Porto Real do Colégio bebem lama

KARIRI-XOCÓ Delane Barros

LOCAL DE CAPTAÇÃO DA ÁGUA É DISPUTADO COM ANIMAIS, AMEAÇANDO SAÚDE DA TRIBO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

C

erca de quatro mil indígenas que vivem na comunidade Kariri -Xocó, no município de Porto Real do Colégio, Alagoas, estão “bebendo lama” da parte do rio que mais parece um poço acumulado na beira da estrada. A reclamação é do cacique Carlos Suíra que diz que a cena é degradante, pois as pessoas disputam a água com animais, correndo risco de comprometimento de saúde. O problema poderia ter sido resolvido se a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Parnaíba e do São Francisco (Codevasf), em Penedo, tivesse cumprido acordo firmado no final do ano passado de que iria ceder uma máquina retroescavadeira para melhoria emergencial das condições de potabilidade da água captada em desvio marginal do Rio São Francisco. Segundo Suíra, em dezembro de 2017 a questão foi denunciada ao Ministério Público Federal que comunicou o fato à Funai e pediu providência. No entanto, o

Local de captação da água usada pelos Kaririri-Xocó, onde a presença de animais coloca em risco a saúde da comunidade

representante indígena reclamou da morosidade dos órgãos competentes ao dizer que a Sesai (Secretaria de Saúde Indígena- órgão ligado ao Ministério da Saúde) e Codevasf não atenderam as reivindicações. Inclusive, era para ter sido feito a limpeza do canal e “até agora nada”, protestou ao afirmar que “por enquanto os órgãos que se dizem de assistência não fizeram nada”. RETIRO RELIGIOSO Índios de várias tribos estão reunidos na aldeia Kariri-Xocó para encontro religioso. A preocupação é que de 3 a 17 de fevereiro o retiro será permanente e caso o problema da água não seja resolvido poderá comprometer o evento. A previsão é de que mais de

7 mil pessoas participem do encontro. Para cobrar mais agilidade, na segunda-feira, 15, representantes da comunidade indígena estiveram no escritório do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), em Maceió, acompanhando, a convite do Comitê, a videoconferência semanal que a Agência Nacional de Águas (ANA) promove para gerenciar a crise hídrica na bacia. Na ocasião, Suíra agradeceu o apoio da CBHSF, através do presidente do Comitê, Anivaldo Miranda, que reafirmou o compromisso de fornecer o combustível necessário para funcionamento da retroescavadeira, como foi acertado no final do ano passado. Miranda entendeu que o caso deixou de ser um problema de escassez hídri-

ca para se transformar em caso de saúde pública. Durante o encontro ficou acertado que o representante da Codevasf em Brasília, Carlos Pinheira, iria investigar o fato e buscar solucionar o impasse. No entanto, o cacique Carlos Suíra disse que caso a representação da companhia em Penedo aponte dificuldades, recorram a representação de Propriá, em Sergipe. É que segundo o cacique, os profissionais do estado vizinho se colocaram à disposição para socorrer os Kariri-Xocó. PROBLEMA CRÔNICO Em dezembro de 2017 o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) já havia alertado de que a comunidade indígena Kariri-Xocó estava cor-

rendo riscos de saúde devido à má qualidade da água que abastece a tribo. É que como a estação de tratamento de Água não estava isolada, a presença de animais e fezes são encontradas no local, contaminando a água. Inclusive, podendo acarretar doenças como a esquistossomose. Em postagem do dia 21 de dezembro do ano passado, a fanpage “Rede de Apoio ao Povo Kariri Xocó” escreveu: “Um rio, um ser que nos dá alimento, saúde, amor e vida. Hoje, por conta de quem não pensa na vida, nem no próximo, este mesmo rio está nos dando doenças e muita tristeza. Mas logo mais, ainda receberão o retorno de tudo isso que estão fazendo com o rio e com nosso povo Kariri Xocó”.


26

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

Central facilita acesso à comunicação entre parturiente e médicos

INTERPRETAÇÃO DE LIBRAS SERVIÇO DE GUIA -INTÉRPRETE ESTREITA RELAÇÃO ENTRE MÃES SURDAS E O CONVÍVIO SOCIAL

Deborah e seu bebê no momento em que estava fazendo a triagem auditiva

TEXTOS E FOTOS: MARÍLIA FERREIRA

“Q

uando vi o meu neném pela primeira vez, o amor foi muito grande. Tive uma imensa felicidade, assim como toda minha família. Acredito que a maternidade é um momento único. É quando paramos de olhar mais para nós e passamos a querer dar tudo de si para aquele ser tão frágil e inocente. Não consigo descrever esse amor.” Assim revela a parturiente Deborah Barbosa, de 31 anos, surda e mãe do pequeno Dalisson, um bebê recém-nascido há pouco mais de quinze dias. A maternidade pode até não ser um período fácil, mas traz felicidade a milhares de mulheres no mundo a fora. É neste momento que nasce não somente uma criança, mas também uma mãe. Durante esse perío-

do, as dificuldades podem aumentar quando a mãe é surda e não consegue ter acesso aos médicos por falta de comunicação e guia-intérprete. Acompanhada pela Central de Interpretação de Libras (CIL) há dois anos, Deborah relata a dificuldade que tinha no acesso à comunicação com ouvintes, antes de saber da existência da CIL. “Eu sentia muita necessidade aqui onde moro, em São Miguel dos Campos, principalmente quando precisava ir ao médico, pois não tínhamos intérpretes de Libras. Mas quando me informaram da existência da CIL, minha vida mudou para melhor. Eu vi, realmente, a importância desse atendimento para poder facilitar o acesso à comunicação com os ouvintes”, relatou Deborah. O guia-intérprete, Ismael Alves, acompanhou-a diversas vezes durante esse tempo e esteve presente no dia do exame da triagem auditi-

va de Dalisson, facilitando a comunicação entre a fonoaudióloga e Deborah. “É muito bom saber que posso contribuir para a comunicação do surdo com ouvintes. Vejo que a importância de um intérprete é muito grande nos acompanhamentos dessas pessoas. E nós acabamos criando uma relação de afeto e carinho com esse surdo, não é apenas uma relação profissional. Sinto-me realizado com essa contribuição”, comentou o guia-intérprete. Durante a gravidez e, logo após a chegada de Dalisson, os acompanhamentos da CIL tornaram-se mais intensos por causa da realização de exames. A Triagem Auditiva Neonatal ou, simplesmente, “teste da orelhinha”, é um exame imprescindível para todos os bebês recém-nascidos que serve para avaliar a audição e detectar, precocemente, algum grau de surdez. Como Deborah e o pai da criança são surdos, a chance de Dalisson nascer com defi-

​Intérprete da CIL, Ismael Alves acompanha atendimento a uma mãe

ciência auditiva era grande. No entanto, o diagnóstico constatou que ele escuta normalmente, mas precisará ser acompanhado por fonoaudiólogos durante os primeiros meses de vida. A CENTRAL A Central de Interpretação de Libras (CIL) é um equipamento da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh) que promove acessibilidade e atendimento especializado para pessoas com deficiência auditiva, surdas e com surdocegueira, por meio da tradução e interpretação da Língua Brasileira de Sinais (Libras). De acordo com a secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Claudia Simões, a CIL traz consigo uma grande importância na vida de pessoas com surdez. “Ter acesso à comunicação é muito importante para todas as pessoas. E para a Pessoa com Deficiência isso não é diferente. A CIL trou-

xe a garantia desse acesso e o acolhimento humanizado para pessoas surdas ou com surdocegueira”, afirmou a secretária. Proporcionar um atendimento de qualidade, por meio dos serviços de tradução e interpretação; facilitar o acesso dessas pessoas a órgãos públicos para usufruírem seus serviços, tais como: saúde, educação, segurança, além de interpretação de documentos e textos jurídicos; e ampliar a comunicação entre ouvintes e surdos são objetivos da Central de Interpretação de Libras. Atualmente, a equipe da CIL é composta por seis intérpretes e um professor surdo. Para acessar os serviços, o usuário deve fazer um agendamento pelo número 3315-2132 ou de forma presencial. A CIL está instalada na Central da Mulher e dos Direitos Humanos, na Rua Augusto Cardoso, S/N, na Jatiúca.


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

A recuperação avança

E

m meio à recuperação do combalido mercado, que cresceu pouco mais de 9% em 2017, nosso ranking tradicional dos modelos mais vendidos sofreu alterações técnicas. Com pesar, caiu o segmento de peruas em razão de pouca oferta e vendas baixíssimas. O avanço dos SUVs levou ao quase desaparecimento dessa opção familiar em todos os grandes mercados mundiais (à exceção da Alemanha). De roldão, monovolumes e hatches médios também foram atingidos, porém ainda resistem. Crossovers verdadeiros serão as próximas vítimas. Subcompactos assumiram o espaço criado dentro do quadro geral. O Mobi estreou bem nessas comparações e o Kwid pode ser ameaça ao líder em 2018. Não na forma de represamento das vendas iniciais que levaram a análises apressadas em setembro do ano passado, mas de uma disputa acirrada que merece ser observada. Também se deve ressalvar que modelos novos, como Argo, Polo e o próprio Kwid, tiveram menos meses de vendas em 2017 e só neste semestre poderão revelar sua força efetiva junto aos com-

pradores. No ano passado, poucos modelos conseguiram assumir ou recuperar a liderança: Mercedes-Benz Classe C, BMW Série 5 e o surpreendente Subaru WRX. Um destaque foi o híbrido Prius aparecer em décimo lugar, no segundo mais numeroso segmento do País. Classificação da Coluna soma hatches e sedãs da mesma família, independentemente do nome do modelo. Sedãs com entre-eixos de significativa diferença classificam-se à parte (Versa, Logan, Etios e outros). Base é o Registro Nacional de Veículos Automotores. Citados apenas os modelos mais representativos e pela importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK. Subcompacto: Mobi, 47%; up!, 30%; Kwid, 20%. Mobi, por enquanto, fácil. Compacto: Onix/Prisma, 24%; HB20 hatch/sedã, 13%; Ka hatch/sedã, 11,3%; Gol/Voyage, 11%; Sandero, 6%; Fox, 3,9%; Etios hatch, 3,8%; Uno, 3%; Etios sedã, 2,9%; Argo, 2,6%; Logan, 2,4%; Grand Siena, 2,3%; Versa, 2,2%; Cobalt, 2,1%; Palio, 1,9%; Fiesta hatch/sedã, 1,8%; City, 1,5%; March, 1,3%; 208, 1,1%.

27

ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

Líder ainda avança. Médio-compacto: Corolla, 40%; Cruze hatch/sedã, 16%; Civic, 15,7%; Focus hatch/sedã, 7%; Jetta, 5%; Golf, 2,4%; Sentra, 2,3%; A3, 1,9%; Prius, 1,5%. Corolla, sem ameaças. Médio-grande: Mercedes Classe C, 31%; Fusion, 27%; BMW Séries 3/4, 23%. Classe C volta a liderar. Grande: BMW Série 5/6, 38%; Mercedes Classe E/CLS, 33%; Jaguar XF, 9%. Novo Série 5 reagiu. Topo: Mercedes Classe S, 40%; BMW Série 7, 30%; A8, 13%. Posições consolidadas. Esportivo: Subaru WRX, 29%; Mercedes SLC, 25%; Audi TT, 23%. Subaru virou o jogo. Esporte: 911, 42%; 718 Boxster/ Cayman, 34%; F-Type, 6%. Porsche brilha. SUV compacto: HR-V, 18%; Creta,

16%; Renegade, 15%. Honda sob ameaça. SUV médio-compacto: Compass, 55%; ix35/Tucson, 17%; Audi Q3, 5%. Líder inconteste. SUV médio-grande: SW4, 53%; Discovery Sport, 12%; XC60, 10%. Toyota com bastante folga. SUV grande: Trailblazer, 34%; Mercedes GLC, 9%; Jaguar F-Pace, 8%. Preço ajuda a vencer. Monovolume pequeno: Fit/WR-V, 54%; Spin, 33%; Aircross, 11%. Diferença aumentou. Crossover: ASX, 66%; Range Rover Evoque, 26%; Freemont/Journey, 6%. Liderança tradicional. Picape pequena: Strada, 44%; Saveiro, 34%; Montana, 12%. Strada recuou um pouco. Picape média: Toro, 34%; Hilux, 22%; S10, 20%. Ganhador acelera.

RODA VIVA n CERTAS iniciativas na área de trânsito, como as da Prefeitura de São Paulo, pouco acrescentam. Fiscalizar velocidade média em avenidas dentro da cidade, mesmo com fins educativos (sem multar, apenas advertir por escrito). tem eficácia limitada. No exterior, a velocidade média é controlada em poucas autoestradas na Itália e Inglaterra, nos trechos em que há abusos.

ção ao aço, pode absorver até duas vezes mais energia numa colisão.

n CHEVROLET Bolt é um elétrico puro que impressiona ao acelerar, mas também pelo modo como pode ser dirigido no trânsito: praticamente sem usar o pedal de freio. Basta escolher regeneração máxima ao retirar o pé do acelerador. Quadro de instrumentos indica autonomia otimista (até 380 km) e n ESTUDO nos EUA indica pessimista (diminui ansiedaque as metas de redução de ao informar ao motorista de consumo de combustível a distância restante na pior no país ajudaram a reduzir situação). mortes em acidentes. Isso ocorre porque mais mon ALÉM de espaçoso e delos utilizam estruturas e piso todo plano na frente e componentes em alumínio atrás, o monovolume produpara redução de peso e, por zido pela GM nos EUA tem consequência, de consumo. ótima posição ao volante e Esse material, em compara- comportamento em curvas

superior à média por seu baixo centro de gravidade. Câmera traseira, quando acionada, reproduz imagens em grande angulação na superfície total do espelho interno. Como o Bolt é muito caro, a empresa pretende formar pequena frota de demonstração e teste no Brasil.


28

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Parece ter vergonha de ser padre

E

stou escrevendo este artigo, com algumas informações iniciais, para que vocês fiquem sabendo que eu sou da religião católica apostólica romana e não daqueles credos comerciais que falam mal do catolicismo Existem padres que ninromano, comanguém sabe mesmo se é um dado pelo nosso padre, porque parecem ter papa Francisco. Respeito todas vergonha de ser identifias crenças, pocado como padre. Quando rém também em casa, tudo bem, porém saberei criticar durante uma palestra, uma a minha própria apresentação em televisão, religião quando ela está errada, numa ocasião pública, eles como aconteceu deveriam se vestir como a nos sermões pronunciados pelo ocasião requer. papa, ao falar dos escândalos envolvendo padres e bispos pedófilos.

Para início de conversa, eu informo que sou batizado, crismado, já comunguei centenas de vezes e assisto missas dominicais na Igreja Nossa Senhora Rosa Mística, no bairro de Mangabeiras. Toda minha família é católica e constituída de 9 irmãos, pois papai gostava de ouvir a casa barulhenta e cheia de filhos. Para ele, sua felicidade se resumia nos filhos. Papai casou-se muito jovem, porém ficou viúvo depois de nascerem dois filhos, um homem e uma mulher. Depois de poucos anos de viuvez, gostou de Lysette e casou-se com ela, formando uma família unida e feliz. Os anos foram se passando e a família ficou constituída de 9 filhos, 2 do primeiro casamento e 7 do segundo. Todas as mulheres estudaram em colégios católicos, orientados por freiras, como o Colégio Cristo Redentor, em Palmeira dos Índios, e o Colégio

Santíssimo Sacramento em Maceió. Os homens, em número de dois, sempre estudaram em colégios católicos, sendo que um deles ordenou-se padre e foi durante mais de 50 anos pároco de Mata Grande, onde era conhecido em toda região sertaneja como monsenhor Aloysio. Eu, como único filho homem, de mamãe, entre as 6 mulheres, tornei-me um “bendito seja entre as mulheres”. Meu irmão, monsenhor Aloysio, já falecido, sempre soube se comportar como um autêntico padre. Era um grande evangelizador, muito ligado a Jesus Cristo, o seu mestre. Para ele, a sua “canção nova” era diferente da de outros padres que só gostam da “canção nova” porque vendem discos, porque viajam para todo o Brasil, porque se vestem de “cowboy”, com chapéus de “cowboy”, com botas do faroeste, com cinturões de fivelas douradas e

diferentes de outros padres. Existem padres que ninguém sabe mesmo se é um padre, porque parecem ter vergonha de ser identificado como padre. Ora, um médico se identifica com a sua bata branca. Um motorista de ônibus pela farda da empresa. Um carteiro, pelo fardamento dos Correios. Um militar pela farda do Exército ou da corporação ou um jogador de futebol pela camisa do time. Quando em casa, tudo bem, porém durante uma palestra, uma apresentação em televisão, numa ocasião pública ou num show, eles deveriam se vestir como a ocasião requer. O padre Márcio Roberto, da Igreja Nossa Senhora Rosa Mística, em Maceió, dá um bom exemplo de como deve se comportar um padre em público. As vestes são muito importantes para as ocasiões, principalmente para um padre ou um bispo.


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

ABCDO INTERIOR

De volta à prisão

P

or determinação do desembargador João Luiz Azevedo Lessa, o prefeito de Campo Grande, Arnaldo Higino, retornou à prisão. Higino tinha sido preso em flagrante no dia 24 de novembro de 2017, por suposta prática de corrupção e teve a prisão substituída, em dezembro de 2017, durante plantão judiciário, por medidas cautelares alternativas. Em sua decisão, o desembargador destacou que, além deste processo, Arnaldo Higino também responde a outras ações penais, que apuram eventual prática de crime de peculato, furto qualificado, ação de improbidade administrativa e é investigado em um inquérito policial.

Propina

Vale lembrar que Arnaldo Higino Lessa foi preso em flagrante, em novembro de 2017, no momento em que recebia parte de valores desviados dos cofres públicos por meio de esquema criminoso. De acordo com o depoimento de um empresário, que colaborou com o MP, não foi a primeira vez que ele precisou dar propinas a Arnaldo Higino, que, segundo a testemunha, solicitava-as com frequência, nas transações referentes à emissão de notas fraudulentas para saques de quantias destinadas ao Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).

Suspendeu o décimo

Ao solicitar a reconsideração da decisão que libertou Arnaldo Higino, o Ministério Público Estadual (MP/AL) alegou que as medidas alternativas impostas não seriam eficazes. O órgão ministerial informou que, logo após ter a liberdade concedida, o prefeito, mesmo afastado, suspendeu o pagamento do 13º salário dos servidores, ocasionando a paralisação das atividades do município.

Estava no comando

Em sua decisão, o desembargador João Luiz Lessa disse que “como se não fosse suficiente, há um fato novo, noticiado pela Procuradoria Geral de Justiça, informando que, tão logo beneficiado pela substituição da prisão preventiva por medidas cautelares alternativas, em razão de decisão monocrática prolatada em plantão judiciário, Arnaldo Higino permaneceu no comando – pelo menos de fato – da Prefeitura de Campo Grande”.

Também foi preso

A polícia prendeu na noite de quarta-feira (17), o ex-prefeito de Campo Grande, Miguel Higino, sobrinho do atual prefeito Arnaldo Higino. No momento da prisão ele estava em uma loja de conveniência de um posto de combustíveis que fica no bairro Brasília, em Arapiraca, Agreste de Alagoas. Após pedido do Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria de Justiça de Girau do Ponciano e apoio investigativo do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) e do Gaesf, militares do 3º Batalhão de Arapiraca cumpriram o mandado de prisão.

29

robertobaiabarros@hotmail.com

Chefe da quadrilha

Em Craíbas, cidade localizada no Agreste alagoano, uma megaoperação deflagrada pela Policia Civil nas primeiras horas de quarta-feira (17) resultou no cumprimento de vários mandados de busca, apreensão e prisão. Pelo menos 12 pessoas foram presas, dentre elas Ialy Rocha, vulgo Ialy da Borracharia, considerado o chefe de uma quadrilha responsável pelo tráfico de drogas e homicídios na região, teria recebido os policiais a tiros e acabou ferido. Ele foi socorrido para o Hospital de Emergência do Agreste, mas não resistiu e veio a óbito.

Os presos

Foram presos: Jaelison Melo Lima (Alemão), Alexsandro Santos Ferreira Gallotti, Lucas da Quitéria, Itamires, João Vitor (Alan), Jailson (Nan), Mailson Araújo da Silva, os irmãos Ivan e Rato, Júlio Francisco de Paula (Cuquinha), Claudivan da Silva e José do Nascimento (Zé Pão).

Em maus lençóis

Ao que parece, o ex-prefeito de Maragogi, Marcos Madeira, está em maus lençóis. O fato é que o Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas ingressou com ação de improbidade administrativa contra ele, por danos aos cofres públicos que chegam a um montante de R$ 1.829.370,00. De quebra, a ação também “contempla” o empresário Roberto da Graça Lopes, sócio da empresa Premium Construções LTDA. A acusação Entre os anos de 2005 e 2006, o ex-gestor celebrou dois convênios distintos com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para a implantação de infraestrutura básica e recuperação de estradas em projetos de assentamentos. O segundo convênio ainda consistia na perfuração de poços, com a instalação de sistemas de abastecimento de água.

Obras não concluídas

Após a liberação da quantia de R$ 1.829.370,00 para o custeio das obras, o Incra realizou análises técnicas quando constatou obras não concluídas em quase todos os projetos. Perícias realizadas pela Polícia Federal observaram serviços previstos no Plano de Trabalho que não foram executados ou foram realizados em desacordo com as especificações técnicas.

Está viva

Quem acredita que Célia Rocha, após perder o comando da Prefeitura de Arapiraca, estava politicamente acabada, parece que se enganou. Pré-candidata a deputada estadual nas eleições deste ano, Célia, ao lado do senador Fernando Collor de Melo, inaugura, às 10h desta sexta-feira, o diretório do Partido Trabalhista Cristão (PTC), do qual ela é a presidente. A sede, localizada na Rua São Francisco, nº 764, no Centro, de Arapiraca, conta com salas para diretoria e assessorias, além de espaços para os movimentos do partido, que devem ser lançados em breve, como PTC Jovem e PTC Mulher.

PELO INTERIOR ... Neto do ex-governador José Tavares, Mauricinho Tavares está filiado ao Partido da República (PR). Com atuação em diversos municípios da região, Mauricinho é cidadão de São Sebastião, onde já foi candidato a prefeito e a vice, com isso, sempre obteve votações expressivas. Já presidiu partido político em Alagoas, o PSC. ... Quanto ao seu futuro político, Mauricinho está ouvindo a família, que tem como expressões políticas, além do ex-governador alagoano José Tavares e sua avó Liege Tavares, ex-primeira dama de Alagoas, seu pai Maurício Tavares e o seu tio e padrinho Raimundo Tavares, ambos ex-deputados. ... Mauricinho está aguardando as definições do seu partido para eleições estaduais deste ano e já colocou o seu nome a disposição como pré-candidato a deputado estadual. Vale lembrar que a família Tavares detém mais de 10 mandatos

na Assembleia Legislativa, representando o povo alagoano. ... “Estou sempre ouvindo meu partido na pessoa do ministro Mauricio Quintela, assim como a minha família e os meus amigos. Apesar de ser jovem, hoje com 30 anos, aprendi muito com a nossa história, sempre procurando as melhores amizades e sempre procurando estar presente e atento às dificuldades do povo da nossa Alagoas”, disse Mauricinho. ... Flávio Almeida, prefeito do município de Pão de Açúcar, participou de um encontro na manhã de terçafeira, 16, na sede da Controladoria Geral da União (CGU) em Maceió.

a controladoria oferecerá para os servidores envolvidos as devidas capacitações para utilização da ferramenta online. ... “Estamos em fase de implantação da nossa ouvidoria, e a partir da demanda do cidadão, a ouvidoria buscará melhorar a qualidade de atendimento dos serviços públicos, de forma que a população possa se sentir satisfeita em ter suas necessidades atendidas”, contou Flávio.

... Na ocasião, o gestor do executivo assinou o termo de adesão ao Programa Federal de Fortalecimento das Ouvidorias (PROFORT).

... O auditor e o superintendente da Controladoria Geral da União, Sérgio Estudart e Moacir Rodrigues, respectivamente, apresentaram ao prefeito, ao secretário de Finanças, Alcir dos Anjos, e Dayse Cahet, Controladora Interna de Pão de Açúcar, outras duas ferramentas: o Brasil Transparente e Olho Vivo, ambos programas desenvolvidos pelo governo federal e executados pela CGU.

... Com a parceria firmada, além do suporte na implantação do sistema de ouvidoria, o e-Ouv Municípios,

... Aos nossos leitores, desejamos um excelente final de semana, com paz e muita saúde. Até a próxima edição.


30

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

MEIO AMBIENTE Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Salsa Viva

U

m novo projeto destinado à recuperação das praias do estado de Alagoas está sendo desenvolvido. Denominado Salsa Viva, o objetivo é promover condições de regeneração da cobertura vegetal em áreas de praia, povoando com a Salsa de Praia e outras espécies da flora nativa. A ideia nasceu de uma demanda para recuperação de áreas de vegetação nativa do ecossistema costeiro. Além de regenerar a flora local, o Salsa Viva pretende, também, conter processos erosivos e colaborar com o disciplinamento do tráfego de veículos motorizados, impedindo o acesso desses veículos faixa de areia.

Febre amarela

Em alerta internacional sobre a febre amarela, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) destaca que o número de casos em humanos e em animais registrados na região das Américas no último ano é o maior em décadas de vigilância sobre a doença. Apesar de citar que sete países registraram casos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Peru e Suriname), o boletim divulgado destaca a situação brasileira -- “o único país a reportar novos casos em janeiro desse ano”. Segundo a entidade, só o Brasil teve 777 casos confirmados, 261 mortes e 1659 casos em animais entre o segundo semestre de 2016 e junho de 2017. Ainda, segundo a OPAS, houve um breve período de transmissão entre humanos no país, sem dar mais detalhes.

Aumento da temperatura x tartarugas Ao contrário dos humanos e da maioria dos

Tartarugas

As equipes do Instituto Biota registraram a desova de uma tartaruga marinha na Praia do Francês, em Marechal Deodoro, no Litoral Sul de Alagoas. Animais da espécie estão buscando a praia para fazer a desova. A tartaruga, da espécie tartaruga-de-pente, mede em torno 91 centímetros. O biólogo explicou ainda que o animal recebeu uma anilha de metal para identificar de onde ela veio e monitorar para onde ele for.

Calor em Maceió

O aumento da temperatura em Maceió tem explicação. Segundo Vinícius Pinho, meteorologista da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), o fenômeno chamado ‘Cavado’ puxa o ar seco e o leva para a atmosfera, provocando chuva e, indiretamente, o aumento de temperatura. “Ele provoca o aumento da nebulosidade, e isso faz com que o calor armazenado no solo durante o dia não se dissipe na atmosfera, pois ele bate nas nuvens e fica ‘preso’ aqui; isso se mistura com a temperatura do dia seguinte e gera esse aumento”, explicou. E há ainda outro fator que contribui para o calorão, que é a falta de ventos no Nordeste.

Costa dos Corais

Nove infrações ambientais foram flagradas durante ação na Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais no Litoral Norte do estado. As infrações resultaram em mais de R$ 90 mil em multas. As irregularidades constatadas foram desmatamentos de mata nativa, carros circulando na areia das praias, construção irregular em vegetação de restinga, desmatamento, e comercialização de espécimes ornamentais oriundas da pesca sem autorização

mamíferos, o sexo da tartaruga-verde é definido pela temperatura do ambiente durante a incubação dos ovos. Um estudo feito pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica da Universidade Estadual da Califórnia, em parceria com o Fundo Mundial para a Natureza da Austrália, revela que o aquecimento dos oceanos levou 99% dos novos filhotes da espécie a serem fêmeas. A temperatura do mar aumenta o calor da areia da praia, onde estão os ninhos da espécie. A pesquisa, feita com um grupo de 200 mil tartarugas no norte da Grande Barreira de Corais, na Austrália, concluiu que isso representa uma ameaça para a população do réptil, já em extinção. Isso porque a tendência de que a maioria dos filhotes sejam do sexo feminino deve se manter nas próximas gerações da espécie. Com poucos filhotes machos, a reprodução


MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018

31


32

MACEIÓ, ALAGOAS - 19 A 25 DE JANEIRO DE 2018


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.