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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 973 - 25 A 31 DE MAIO DE 2018

R 3,00

ELEIÇÕES 2018

SUCESSÃO 2018

Maurício Quintella: “Descrença do povo com os políticos é justificável”

Collor pode entrar na disputa pelo governo de Alagoas P/ 2

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CALOTE

EMPRESAS DE ÔNIBUS NÃO PAGAM OUTORGA DE LICITAÇÃO BILIONÁRIA

Real, São Francisco, Veleiro e Cidade de Maceió devem R$ 21 milhões à Prefeitura de Maceió

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Edifício Maxim’s, na Ponta Verde, cujo terreno está bloqueado pela Justiça do Pará

Justiça bloqueia bens da Marroquim por dívida com INSS

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Gilberto Occhi é acusado de usar a Caixa Econômica para beneficiar a família P/9


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MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MAIO DE 2018

Sucessão indefinida

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

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- Perdeu quem apostou que a anunciada candidatura do deputado Rodrigo Cunha ao Senado definiu a disputa majoritária em Alagoas. Sua entrada na briga por uma vaga de senador deve desencadear um novo cenário, até então inimaginável.

(Millôr Fernandes)

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- Tudo vai depender das próximas pesquisas eleitorais para consumo interno, que podem mudar tudo, inclusive a disputa ao governo do Estado. Entre essas alterações não se descarta uma possível troca de Maurício Quintella por Marx Beltrão como segundo candidato a senador na chapa de Renan Filho ou até mesmo a saída dos dois da disputa ao Senado.

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- Mas a grande novidade – já admitida nos bastidores – será a possível entrada do senador Fernando Collor na briga pelo Palácio dos Martírios. Rui Palmeira seria o único adversário capaz de encarar uma disputa real com Renan Filho, mas sua decisão de continuar prefeito deixou a oposição na orfandade e a sucessão sem adversário.

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- Com mais um mandato de senador pela frente, Collor nada tem a perder e pode entrar na briga para valer. Sua participação na sucessão estadual tem o aval de vários segmentos políticos e funcio-naria como primeiro round da grande disputa a ser travada no pleito de 2022.

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- Quem sair fortalecido da eleição deste ano dará as cartas no pleito de 2022. Para o bem ou para o mal, a disputa eleitoral de daqui a 4 anos definirá o grupo político que continuará mandando em Alagoas. E na batalha final estarão Collor e Renan Filho.

Preço do etanol

Esta semana a imprensa local destacou em manchetes que o preço do álcool nas bombas registrou o maior aumento do País. Esqueceram de avisar aos leitores que em Alagoas o etanol tem o maior ICMS do Brasil (23%), empatado com Pernambuco, que tem igual alíquota. Como esta coluna informou na edição anterior, o álcool hidratado sai da usina por R$ 1,80 e chega ao consumidor por R$ R$ 3,557. No meio do caminho o preço do produto é aumentado em 41% pelas distribuidoras, mais 10% do lucro dos postos e, por fim, o ICMS de 23%. No final, entre a usina e o posto, o álcool carburante sofre aumento de 55%, o maior de todo o País. O mesmo raciocínio vale para os demais combustíveis comercializados em Alagoas.

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Vem pra Caixa... Enquanto pressionava os lotéricos impondo cotas de produtos e serviços da Caixa, o então diretor do banco, Gilberto Occhi, cuidava de beneficiar a família com a concessão de novas lotéricas em Alagoas. O hoje ministro da Saúde também usou dinheiro da Caixa em negociatas com Chico Vigário envolvendo a venda da lotérica de Atalaia, do filho de Occhi, para o filho do prefeito.

Revitalização

A Câmara de Maceió autorizou o prefeito Rui Palmeira a tomar empréstimo externo para obras de revitalização de vários bairros da Capital. Esse tema nos remete aos projetos de revitalização de centros históricos que viraram febre no Brasil, inclusive em Alagoas. Quem não lembra da revitalização de Jaraguá, nos governos de Lessa e Kátia Born, que torraram milhões de dólares em empréstimos externos e logo depois o bairro voltou à decadência. O mesmo aconteceu com a despoluição do Salgadinho, que engoliu milhões de reais e até hoje continua uma fossa a céu aberto. Além da vergonha pública, restou dessa época a triste imagem de Kátia Born mergulhando nas águas podres do riacho como marketing político da reeleição. Esses projetos só revitalizaram mesmo as contas bancárias de muitos gestores desonestos.

Insones

As denúncias de corrupção contra o ex -presidente da Caixa e atual ministro da Saúde, Gilberto Occhi, têm tirado o sono do senador Biu de Lira e do filho Arthur. É que a dupla tem usado o orçamento da Saúde como suporte para aliciar o apoio político de prefeitos e vereadores.

Novo diretor Queda e coice

Não convidem para a mesma reunião o senador Benedito de Lira e o deputado Rodrigo Cunha, que virou uma pedra no calcanhar do Biu. Tudo por conta da candidatura de Cunha, que se credencia como possível mais votado entre os pretendentes ao Senado, ameaçando a reeleição de Lira. O senador ainda nem digeriu a decisão de Rui Palmeira de não disputar o Governo, o que o deixou sem palanque majoritário. Para seus opositores, desta vez Biu vai dançar, de verdade.

Rei do gado

Um conhecido político alagoano está investindo pesado no Sertão de Alagoas, comprando tudo o que é de fazenda para criação de gado. Quer levar para a região sua experiência em Quipapá (PE), onde é conhecido como rei do gado.

Barbas de molho

A decisão da Justiça de bloquear os bens da construtora Marroquim para garantir a quitação de dívidas com a Previdência deixou muita gente com as barbas de molho. Afinal, outras empresas do setor – até então tidas como sólidas no mercado alagoano – quebraram nos últimos anos deixando dezenas de famílias em dificuldades. Tido como empresário sério, Mário Marroquim enfrenta problemas em Belém do Pará, mas em Alagoas continua honrando seus compromissos. Menos mal.

O médico alagoano Darci Tavares Pinto assumiu o comando do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), o HGE dos sergipanos. Seus conterrâneos de Pão de Açúcar desejam uma gestão de sucesso ao novo diretor do maior hospital público de Sergipe.

Acredite se quiser

Pesquisa divulgada pela TDL revela que Renan Calheiros lidera corrida ao Senado com 35% das intenções de voto, seguido de Marx Beltrão, com 24%. Em terceiro vem Biu de Lira com 20%. Rodrigo Cunha, último a confirmar candidatura, aparece em quarto lugar com 12% e Maurício Quintella é o lanterninha com 7% das intenções de voto. Detalhe: o dono da TDL é o empresário Tadeu Lira, que vem a ser sobrinho de Biu de Lira. Após brigar com o tio por ter interesses contrariados, Tadeu se aliou a Marx Beltrão, de quem ganhou o cargo de administrador do Porto de Maceió. Hoje, Tadeu é o homem de confiança da família Beltrão.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

Rodrigo Medeiros

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MACEIÓ, ALAGOAS - 25 A 31 DE MAIO DE 2018

JORGE OLIVEIRA

Gleisi à beira do buraco Brasília - O Lula já levou muitos dos seus comparsas para a cadeia. Quem se juntou a ele nos últimos vinte anos caiu em desgraça. Nem os filhos foram poupados das suas artimanhas que normalmente acabam em cadeia. Agora, ele decide acabar com o PT, o partido que ajudou a fundar, negando-se a apresentar um candidato à presidente para salvar o que resta da base. Estrategicamente até se entende que ele se mantenha candidato, pois ao anunciar que desiste da disputa, mesmo sendo inelegível, seu destino certamente será um presídio comum. O PT está se apagando ao não participar dos debates políticos. Preso, Lula mantém-se irredutível. Usa as mulheres para esconder as suas intenções, nem sempre honestas e sinceras. Foi assim com a Dilma, sua primeira marionete, e agora com a Gleisi Hoffmann, a presidente do PT, a quem ele escolheu para ser porta-voz das suas mensagens inócuas aos seus seguidores que tentam manter hasteada a bandeira do partido.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Falso

Quanto a Hoffmann, o ex-presidente vai mantê-la à frente do PT enquanto ela continuar manipulando o caixa, pois do presídio ele mesmo vai se encarregar de distribuir o dinheiro para as campanhas, mantendo-se no domínio financeiro do partido. Espertamente, incentiva Hoffmann como porta-voz, transfere para ela um poder falso, administra a sua vaidade e, nos bastidores, age como um déspota para manipular seus fanáticos e administrar, dentro da cadeia, os milionários fundos dirigidos aos candidatos de sua preferência.

O circo

Lula é um egocêntrico, age de acordo com as suas conveniências. Quando a Dilma, por exemplo, ensaiou mudanças ministeriais no segundo mandato, para tentar alçar voo próprio, foi defenestrada por ele que puxou o seu tapete. Ali, ela percebeu que não governava e, como uma marionete, obedecia ao comando do dono do circo. Recolheu-se a sua insignificância e esperou, como uma artista sem alma, que o impeachment chegasse para fechar a cortina do espetáculo mambembe. Pagou também caro o preço da ousadia ao tentar desafiar o chefe que queria apeá-la do poder para sucedê-la na presidência na eleição de 2014.

VAIDOSO PATOLÓGICO, ELE USA MULHERES. Lula vai continuar candidato porque tem motivos inconfessáveis que ele julga “saudáveis” : os R$ 35 milhões de reais do Fundo Partidário que caíram no caixa do PT este ano, e os R$ 212 milhões do Fundo Eleitoral destinados ao partido em 2018, do total de R$ 1,7 bilhão distribuídos nas eleições. Toda essa dinheirama será administrada por Hoffmann, a senadora submissa que Lula a elevou ao pedestal político para usá-la ao seu bel-prazer. Ao indicá-la presidente do PT, o chefe petista sabia da futilidade da senadora e da sua subordinação aos seus caprichos. A história mostra que o ex-presidente risca da sua agenda aqueles que vivem à sua sombra para caminhar sozinho como um soberano inatingível. Abandona os amigos no meio do caminho como fez com vários deles que estão na cadeia. E impõe alguns ao ostracismo como Aloísio Mercadante, Wagner, Dilma, Humberto, Palocci, Vargas, Vaccari, Delúbio, Paulo Ferreira, este condenado esta semana a 9 anos, e tantos outros. Lula, como se diz lá no Nordeste, é igual a Mandacaru: não dá encosto nem sombra.

Doente

É natural, portanto, que o Lula, um ser patológico, não se interesse em manter o PT vivo, estruturado e disputando eleições no país enquanto estiver preso. Se abrir espaço para os petistas mais influentes, ele tem a certeza de que perde o comando da agremiação. Assim, raciocina, prefere sucumbir junto com o partido a deixar que aliados se sobressaiam na sua reestruturação. Além disso, enquanto Gleisi estiver ao seu lado, ele mantém sob controle absoluto as finanças e toda a estrutura política do PT. Afinal de contas, o PT sabe, como nenhum outro partido, usufruir do dinheiro público. Não à toa, o ex-presidente e seu séquito estão guardados em presídios porque dilapidaram o patrimônio dos brasileiros.

Prudência

Se Hoffmann ainda não entendeu como o seu chefe opera, que se cuide, pois o Sérgio Moro é seu vizinho lá no Paraná. E é prudente que não compare o magistrado ao “fascista” do Jair Bolsonaro, como ela o qualificou em entrevista ao jornal Diário de Notícia de Lisboa ao investir contra Moro: “um juiz parcial, que tomou decisão baseada em atos políticos”. Cautela senadora, os chineses, do alto da sua sabedoria milenar, já dizia: “A língua é o veneno do corpo”.

Isolado

Lula chamou Hddad, ex-prefeito de São Paulo, para conversar lá na cadeia. Ele fareja que o Ciro pode crescer e sente o cheiro de crescimento do candidato. De todos que estão aí é o único que ele acha que pode ir para o segundo turno e desmontar o Bolsonaro. Por isso quer encostar o seu PT ao lado do cearense enquanto ele precisa de apoio.

Em casa

Lula pediu que Haddad abrisse uma conversa com Ciro para saber da disposição dele de aceitar o apoio do PT, coisa que até a prisão dele Ciro ainda descartava, quando disse que não era biombo do Lula para ir ao sindiato dos Metalúrgicos prestart solidariedade quando da sua prisão.

Em Alagoas

Se depender de Carlos Lupi, president do PDT, aquele que vivia beijando as mãos da Dilma para se manter no cargo de Ministro do Trabalho, Ciro não deve recuar do apoio do Lula, principalmente no Nordeste onde ele ainda não decolou e os eleitores do Lula estão órfãos. É por isso que o candidato está tentando organizar as bases na região. Incentivar a candidatura de Ronaldo Lessa é uma das suas estratégias, pois acha que os Calheiros não devem apoiá-lo para presidência. Acontece que a inlegibilidade do Lula deixa os Calheiros sem opção e mais próximo de Ciro, evidentemente se Lessa não disputa o governo.

O novo

A candidatura de Rodrigo Cunha para o Senado mexeu com a estrutura política de Alagoas. Candidatos bem posicionados estão dando meia volta para o ninho antigo. Alguns devem recuar para candidaturas proporcionais, pois não querem arriscar à carreira política.

Euforia

Como ninguém deve cantar de galo antes da hora, nessas eleições vão surgir fatos novos que podem mudar o rumo da política de Alagoas. Candidato novo não é sinônimo de vitoria. No final das contas prevalence o trabalho que cada um faz pelo estado. Mas uma coisa é certa: Rodrigo vai para o perde ganha visando a sucessão de Renan Filho, quando deve bater chapa chapa com Rui Palmeira, ambos, agora, em partidos diferentes.

Trator

No momento, sem adversário, Renan Filho é um trator. Os adversaries se encolheram diante das pesquisas que falam da aprovação do seu governo, motivo de uma forte aliança que pode lhe garantir a eleição já no primeiro turno. Quem botou a cabeça de fora até agora voltou para o casco como cágado.

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Pesquisas perigosas

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ltimamente se tem visto em alguns noticiários pesquisas e enquetes sobre o quadro eleitoral, naturalmente sem nenhum cunho científico como manda a lei, beneficiando esse ou aquele candidato. A Justiça Eleitoral deve ficar alerta com notícias que induzam favorecimento ou não de qualquer candidato, principalmente de pessoas que estão diretamente ligadas aos interessados. Essas ações são lesivas a candidatos e vão de encontro à lei que estabelece normas, regras e princípios para a realização de pesquisas e enquetes. Resta aos que possam se achar prejudicados procurar a Justiça Eleitoral, e esta, por sua vez, passar mais frequentemente a recomendar o que deve ser feito nesses casos dentro da lei. Beneficiar esse ou aquele candidato com chutes de pesquisas ou enquetes por ouvir dizer ou utilizando meios inapropriados para isso é crime. E todo crime merece uma punição.

GABRIEL MOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Avançando

A Prefeitura de Traipu continua sendo referência para as dezenas de municípios alagoanos. Na última semana, com a presença do ex-prefeito Eduardo Tavares, comemorou sua emancipação política com diversas obras na nova administração. O prefeito Silvino Cavalcante, do PRTB, tem executado obras, mantido os compromissos em dia e mantido um bom relacionamento com a Câmara de Vereadores.

Piada

A esta altura dos acontecimentos, o PSDB indicar um candidato ao governo do Estado, como promete Téo Vilela, parece uma piada de mau gosto, a não ser para se tornar figura decorativa nas eleições. É o que se viu nos últimos anos.

Aposta

Correndo na mesma raia dificilmente Marx Beltrão e Maurício Quintella chegarão até as eleições como candidatos ao Senado. Um dos dois deve declinar da pretensão para salvar os mandatos.

Velha dobradinha Salve-se quem puder O comportamento do ex-governador Teotonio Vilela com seus candidatos preferidos para as eleições de outubro parece que não é o mesmo do grupo chamado de oposição. Téo navega em outras águas, independentemente do compromisso de se trabalhar por uma chapa majoritária e proporcional que possa obter êxito nas urnas.

Desconfiança

Depois de trair Benedito de Lira, puxar o tapete de Eduardo Tavares como candidato ao governo nas eleições passadas, pouca gente no grupo de oposição acredita nas intenções de Teotonio Vilela. O ex-governador rasga elogios a Rodrigo Cunha como se não houvesse outro candidato a senador nem um pretenso candidato ao governo do grupo.

Especialista

A depender de Téo Vilela, a oposição deve ficar tranquila. Escolher e indicar candidato ao governo é com ele mesmo. Como não queria Benedito Lira no Palácio dos Martírios, deu corda em Eduardo Tavares e terminou com Júlio Cézar, dividindo o eleitorado e auxiliando Renan Filho a ganhar as eleições.

Não há quem convença alguns tradicionais políticos alagoanos, a exemplo de José Thomaz Nonô, candidato a deputado federal, que não exista, por baixo dos panos, uma velha dobradinha de Téo Vilela com Renan Calheiros. “São irmãos siameses”, dizem observadores. Quem entrar nesse imprensado sai perdendo.

Bala na agulha

As eleições para o Senado vão mostrar mesmo quem tem bala na agulha. Maurício Quintella, Marx Beltrão e Rodrigo Cunha irão ralar até o dia das eleições. O ex-ministro dos Transportes, que conseguiu transitar entre a Prefeitura de Maceió e o governo do Estado, ainda precisa trabalhar muito para ganhar a simpatia do eleitorado. Além do mais, precisa resolver algumas pendências jurídicas que podem lhe trazer problemas na sua candidatura.

Era a vez de Lessa

Os amigos de Ronaldo Lessa não se conformam que ele tenha deixado de concorrer ao Senado para se submeter à família Calheiros. Era a vez dele de acordo com muitas pesquisas realizadas para consumo próprio. Mas preferiu disputar a reeleição, o que ainda pode lhe trazer muitas complicações eleitorais.

Desembarque

Collor vem aí

O senador Fernando Collor aguarda o momento oportuno para disparar a sua candidatura a presidente. Como sempre, vai começar por Alagoas e já montou estrutura em Arapiraca, reduto político em que conta com o apoio da ex-prefeita Célia Rocha. Collor também pensa em eleger seu filho Fernando James para deputado federal.

Chegando

Depois de receber autorização da Câmara de Vereadores para contratar empréstimo com o Banco do Brasil e esperar a liberação de financiamento do Banco Interamericano de desenvolvimento, o BID, o prefeito Rui Palmeira acha que vai até o final do ano deslanchar na sua administração. A obra mais esperada é a do Dique Estrada, que levará inúmeros benefícios à população que reside nas vizinhanças.

Engasgando

Enquanto o governo do Estado anuncia a construção de dois novos hospitais, o Metropolitano e o da Mulher, que estão com as obras embargadas, se atrapalha com a falta de macas no Hospital Geral do Estado. É um elefante se engasgando com um mosquito.

Se resolver mesmo disputar o mandato de senador, Marx Beltrão deve desembarcar do governo de Renan Filho nos próximos dias. Não dá para conciliar, quando o segundo voto para o Senado já foi definido pela família Calheiros como sendo de Maurício Quintella.

Mudança de rumo

A expectativa política é grande com a aproximação do deputado Ronaldo Lessa com o pré-candidato a presidente do PDT, Ciro Gomes. As conversas dos dois deixam lideranças com a orelha em pé. Se oferecerem condições a Lessa, ele pode se unir à oposição e deixar o barco dos Calheiros, enfrentando Renan Filho nas urnas.

Bem avaliado

Ronaldo Lessa está sendo bem avaliado tanto para o governo quanto para o Senado e deixa o Palácio dos Martírios em alerta. Como coordenador da campanha de Renan, o ex-governador mergulha politicamente e perde o bonde da história.

Silêncio

Pela oposição um dos principais líderes do movimento, o deputado Arthur Lira, desconversa sobre Ronaldo Lessa e aguarda definições para lançamento de uma candidatura de peso ao governo do Estado. Sobre a aproximação de Lessa com a oposição, Arthur Lira é curto e grosso: “Não sei”.


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Maurício Quintella na briga pelo Senado

ENTREVISTA “É JUSTIFICÁVEL A DESCRENÇA DO POVO PELA CLASSE POLÍTICA”, DIZ DEPUTADO possam votar naqueles que julgam melhor representar suas ideias e convicções e, de certa forma, convalidar ou não o trabalho que temos deputado federal Maurício Quintella desempenhado. Esse retorno também é impor(PR) foi apadrinhado pelo MDB de Alatante para os políticos. Mas acredito que ainda goas para ser pré-candidato ao Senado temos um tempo longo até as eleições e muita ao lado do já senador Renan Calheiros, que buscoisa pode ser modificada até lá”. ca a reeleição. Figura carimbada em eventos e E complementa: “Nossa política regional seinaugurações que contam com a presença do gogue e reflete o que acontece com o quadro navernador Renan Filho (MDB), Quintella foi micional, uma vez que temos uma disputa totalnistro dos Transportes por quase dois anos, só mente indefinida ainda para a presidência da deixando o cargo para se candidatar às eleições República. Questão perfeitamente aceitável, se de outubro. considerarmos que vivemos um Em entrevista ao EXTRA, o de impeachment. En“Tirei do papel obras processo parlamentar declarou que os defrentamos uma crise sem presafios de uma campanha ao Se- importantíssimas para cedentes. Penso que o tempo se nado são os mesmos de qualquer encarregará de colocar as coisas nosso estado, como a no lugar, privilegiando sempre outro cargo eletivo. “Vou mostrar minhas ideias, meu trabalho, de- dragagem do Porto de o poder de escolha da maioria, fender o debate de programas e como deve ser sempre em uma Maceió, do Rio São projetos. Em tempo das chamademocracia”. das fakenews, irei demonstrar Francisco, a ampliação Quanto à sua passagem pelo a verdade e assegurar um debaMinistério dos Transportes, e melhorias no te ético, em que são discutidas Quintella enfatizou que foi um ideias, ações, atuações e deixar período de grande aprendizado. aeroporto da nossa a responsabilidade de decisão li“Uma aula sobre gestão; polítivre ao eleitor. Em resumo, elevar ca e também sobre o nosso país. capital” sempre o nível das campanhas”, Foram milhares de quilômetros disse. percorridos, centenas de cidades Alagoas tem sido constantemente citada e obras visitadas, em áreas das mais diversas pela mídia nacional quando se trata de escânque se possa imaginar. A vivência visceral de dalos de corrupção tornando o eleitor cada vez um setor imprescindível a qualquer país e somais descrente no trabalho dos políticos. Para ciedade que é a infraestrutura de transportes”. Quintella, o repúdio do povo contra a classe é O parlamentar aproveitou a conversa com justificável. “Essa descrença é generalizada e o EXTRA para citar os benefícios que trouxe a é uma desconfiança que se justifica com tantas Alagoas durante sua gestão ministerial. “Tirei denúncias de corrupção que vemos todos os dias do papel obras importantíssimas para nosso esnos meios de comunicação. Mas, sempre trabatado, como a dragagem do Porto de Maceió, do lhei com muita honestidade e seriedade. Acho Rio São Francisco, a ampliação e melhorias no que isso me credencia para disputar a preferênaeroporto da nossa capital, a garantia de recurcia desse eleitorado que busca uma nova polítisos para os aeroportos regionais de Arapiraca, ca. Estou aqui para mostrar que é possível fazer Maragogi e Penedo, a construção do Viaduto da diferente e representar bem o povo alagoano”. PRF, a pavimentação da BR-316 entre Carié e Sobre a disputa ao Senado em Alagoas ser Inajá, a duplicação da BR-101, além da recupemais concorrida que a de governador, o depuração de toda malha rodoviária federal em Alatado considera positiva: “Acho natural que as goas. Em termos de infraestrutura de transporpessoas tenham várias opções de escolha. Que tes avançamos 20 anos em dois”, finalizou. JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Real tem o maior contrato e deve para a prefeitura R$ 6,5 milhões referentes a 80% do valor de outorga; Veleiro se notabiliza por possuir o maior número de veículos irregulares

Empresas devem R$ 21 milhões à Prefeitura

TRANSPORTE URBANO PAGAMENTO DE OUTORGAS DE LICITAÇÃO BILIONÁRIA ESTÁ ATRASADO VERA ALVES veralvess@gmail.com

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s quatro empresas de ônibus que exploram o transporte urbano da capital alagoana estão em débito com a Prefeitura de Maceió. Devem quase R$ 21 milhões referentes aos 80% do valor de outorga que deveriam ter começado a pagar em janeiro, dois anos após a assinatura dos contratos que somam a invejável cifra de R$ 3,4 bilhões. A inadimplência, que deveria ter ensejado algum tipo de penalidade pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), não é a única irregularidade por parte das vencedoras da licitação de 2015. Uma licitação de caráter nacional e da qual estranhamente participaram apenas as empresas que já exploravam o serviço há décadas. Recomendação conjunta do Ministério Público de Contas (MPC) e do Ministério Público Estadual (MPE) encaminhada no dia 15 deste mês à

SMTT, e que tem como foco o reajuste da tarifa de transporte urbano, aponta algumas das irregularidades cometidas pelas empresas. E uma delas diz respeito diretamente à segurança dos usuários: a idade média da frota. De acordo com o Anexo 3 do Edital de Concorrência Nacional CEL-SMG Nº 01/2015, que versa sobre Qualidade, a idade média da frota não pode ser superior a 5 anos. Ocorre que tanto a SMTT quanto a Agência Reguladora de Serviços Delegados de Maceió (Arser), confirmaram que nenhuma das empresas cumpre com o estabelecido nos contratos que firmaram em 22 de dezembro de 2015. A idade média da frota do transporte urbano de Maceió hoje e de 7,2775 anos e em uma das empresas - a Auto Viação Veleiro Ltda. - ela chega a ser mais do que o dobro do exigido: 10,54 anos. INADIMPLÊNCIA Veleiro, Viação Cidade de Maceió Ltda, Empresa São Francisco Ltda e Real Trans-

portes Urbanos Ltda pagaram quando da assinatura dos respectivos contratos os 20% de outorga. O restante deveria começar a ser pago dois anos depois, em parcelas iguais e sucessivas, ou seja, a partir de dezembro do ano passado, mas nenhuma delas o fez. O contrato mais alto é o da Real: R$ 1 bilhão e 460 mil. São valores estimados de faturamento ao longo dos 15 anos de concessão das linhas do Lote 400 que arrematou. A outorga foi estabelecida em R$ 8,1 milhões, sendo que hoje a empresa deve R$ 6,5 milhões à prefeitura. A São Francisco, cujo contrato é no valor de R$ 714 milhões, teve a outorga para exploração das linhas que compõem o Lote 200 estabelecida em R$ 8 milhões e está devendo R$ 6,4 milhões. Na sequência está a Cidade de Maceió, cujo contrato é de R$ 783 milhões e deve R$ 4,6 milhões do total de R$ 5,6 milhões de outorga pela exploração das linhas do Lote 100. Com o menor contrato – R$

452,5 milhões – a Veleiro deve hoje para a Prefeitura de Maceió R$ 3,5 milhões referentes a 80% dos R$ 4,4 milhões de outorga pela exploração das linhas que compõem o Lote 300 oferecido na licitação. A despeito de estar previsto nos contratos penalidades por inadimplência, nenhuma das quatro empresas sofreu qualquer tipo de sanção, conforme admitiu a própria SMTT em ofício dirigido inicialmente à Arser e depois ao MPC e MPE que já haviam questionado o órgão sobre o assunto. A Superintendência limitou-se a afirmar que estaria providenciando a contratação de uma empresa de consultoria para quantificar os prejuízos decorrentes pelo não pagamento dos restante das outorgas e demais irregularidades constatadas em inspeções. FROTA O estado da frota do transporte urbano da capital é outro item a chamar a atenção, com destaque para a empresa Veleiro, responsável pelas linhas

que atendem os bairros mais próximos ao Centro, como Vergel e Trapiche. Possui mais de 30 carros com idade superior a 5 anos, veículos em que o elevador destinado a portadores de necessidades especiais não funciona e outros com os pneus em mau estado de conservação. Na São Francisco são 28 veículos com idade acima da permitida e o número de veículos em más condições na empresa que atende usuários de bairros populosos como o Clima Bom chama a atenção, sendo que 8 deles apresentam problemas até no para-brisas. E mais uma vez, embora conste dos contratos a estrita observância ao que determina o edital em relação à qualidade dos serviços, nenhuma penalidade foi imposta às empresas. Tanta leniência do Poder Público levou a procuradora de Contas Stella de Barros Lima Méro Cavalcante e a promotora de Justiça Fernanda Maria Moreira de Almeida Lôbo a cobrarem explicações da SMTT.


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TARIFA ARREDONDADA Ministério Público de Contas e Ministério Público Estadual cobram, principalmente, explicações quanto ao reajuste da tarifa para os usuários em vigor desde fevereiro deste ano. Além de questionarem o arredondamento para mais - de R$ 3,62 para R$ 3,65 – assinalam que os R$ 0,03 deverão ser levados em consideração quando do aumento das passagens em 2019 mediante o desconto para cálculo do novo valor. Mas o maior questionamento é pelo fato de o reajuste ter sido autorizado sem que as empresas tenham cumprido com uma das exigências dos contratos, a criação do Consórcio Operacional, reunindo as quatro transportadoras. O consórcio deveria ter sido implantado 15 dias após a assinatura dos contratos. Dois anos e 5 meses depois, apenas São Francisco e Real informaram à SMTT a intenção de implantá-lo. O problema é que caberia a este consórcio toda gestão do sistema de bilhetagem eletrônica, que compreende o conhecido cartão Bem Legal, incluindo vale-transporte, abatimento para estudantes, gratuidade a idosos e venda de créditos aos usuários em geral. São dados que permitiriam conhecer a real arrecadação das empresas e o quantitativo de usuários, elementos imprescindíveis para definição do reajuste da tarifa.

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OUTRO LADO Procurados pelo EXTRA para se posicionarem acerca da recomendação do MPC e MPE, a SMTT e o sindicato que representa as empresas do transporte urbano enviaram as seguintes notas: SMTT A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) informa que trabalha para prestar as informações complementares solicitadas pelo Ministério Público de Contas (MPC) e Ministério Público Estadual (MPE/AL) no tempo determinado, de forma a manter o diálogo cooperativo e transparente com os órgãos fiscalizadores. O órgão reforça que tem feito o trabalho de fiscalização dos serviços prestados, tendo notificado as concessionárias sobre o descumprimento de cláusulas contratuais. SINTURB O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros -Sinturb, afirma que não tem conhecimento do poder de pagamento de cada empresa participante separadamente. Cada empresa tem seu cronograma para mudança da frota. E também não pode responder pelo contrato de concessão de cada consorciada.


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Chico Vigário denuncia ameaça de morte

ATALAIA CORRETOR DE IMÓVEIS DISSE QUE PREFEITO “ENTRARIA NA PISTOLA” JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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prefeito de Atalaia, Francisco Luiz de Albuquerque, o Chico Vigário (MDB), alega que foi vítima de injúria racial e também ameaçado de morte por um corretor de imóveis. O caso tramita na Justiça de Alagoas desde o último dia 17. Segundo os autos do processo, Fábio Ataíde de Lima Costa teria enviado mensagens de áudio em grupo de WhatsApp, chamado de Amigos do F.C., de cunho racista e difamatório contra o emedebista. “Manda esse cachorro pagar o povo. O cachorro que estou falando é Chico Vigário, safado, que não paga ninguém”, teria dito o corretor de imóveis. Em outro áudio, que o EXTRA ALAGOAS teve acesso, Fábio Ataíde falou ainda que o gestor “seria um maloqueiro nego filha da p.”. E finalizou dizendo que o prefeito iria “entrar na pistola” uma suposta dívida. Os áudios foram enviados no dia 14 de maio e se propagaram nas redes sociais. Chico Vigário é conhecido no círculo de amizade do acusado, mas, ainda de acordo com o processo, não teria contato com o corretor há algum tempo. Segundo a petição do advogado e procurador do município, Carlos Eduardo Ribeiro Calheiros, “o prefeito nunca teve nenhum problema com Fábio Ataíde, no entanto, mesmo assim, os áudios foram disseminados

Além da ameaça, acusado (foto menor) divulgou áudios com ofensas racistas contra o gestor de Atalaia; caso foi parar na Justiça

pela internet. Uma montagem de fotos e as gravações se tornaram viral no WhatsApp, causando constrangimento ao gestor. Muitas pessoas afirmaram que a voz contida nas mensagens pertence ao acusado sem necessidade de perícia”. Quanto à frase “entrar na pistola”, o advogado informou à Justiça que Chico Vigário, agora, vive com o receio de ser assassinado. “Após tomar conhecimento das ameaças, o prefeito foi procurar o promotor de Justiça de Atalaia, Sóstenes de Araújo Gaia, que orientou a

ingressar com uma queixacrime tendo em vista o crime de injúria racial maculando a honra e imagem da vítima”. O advogado anexou ao processo um vídeo, áudios e prints da tela do telefone celular para comprovação do crime. Ainda neste mês, outro caso de racismo foi destaque em Alagoas. O delegado Leonardo Assumpção, coordenador da Central de Flagrantes, em Maceió, também foi vítima de comentários propagados por áudios em WhatsApp. O tenente-coronel da Polícia

Militar (PM), Rocha Lima, comandante do Batalhão de Policiamento do Eventos (BPE), teria gravado comentários depreciativos contra o delegado, que soltou suspeitos de participarem de uma facção por falta de provas. Lima nega a autoria dos áudios e o aparelho celular à disposição da Justiça para a apuração dos fatos. A filha de Chico Vigário, Francine Vieira de Albuquerque, declarou que seu pai não teria com o corretor de imóveis. “Não sabemos do que ele está falando

e meu pai não deve nada a ele. Estamos tranquilos porque confiamos na Justiça. Além dos áudios, ele fez montagens com fotos do meu pai escrevendo palavras de baixo calão”, contou. O EXTRA ALAGOAS conversou com o acusado, Fábio Ataíde, que disse que não falaria sobre o assunto por telefone: “Fiquei sabendo do processo por outras pessoas, mas ainda não vi”. Sendo assim, a reportagem marcou uma entrevista presencial com o corretor, que acabou não comparecendo.


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Ministro “compra” negócio do filho com verba da Caixa

EM FAMÍLIA

CHICO VIGÁRIO E TONINHO LINS USARAM MESMA EMPRESA PARA ESQUEMA CRIMINOSO JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

PASSADO SUJO

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lagoas foi parar na mídia nacional mais uma vez como alvo de suspeita de corrupção. Os olhos da imprensa se voltaram a três cidades do interior do estado: Atalaia, Capela e Coqueiro Seco. A denúncia é que o atual ministro da Saúde, Gilberto Occhi, quando superintendente nacional de Gestão da Caixa Econômica Federal (CEF) no Nordeste teria liberado recursos para a compra de casas lotéricas vendidas pelo filho Gustavo Occhi e pelo enteado Diogo Andrade dos Santos, ambos residentes em Maceió. O valor repassado por Occhi foi de R$ 800 mil, que saiu da CEF e caiu na conta da Prefeitura de Atalaia. O pretexto utilizado seria era a venda da folha de pagamento do município ao banco em dezembro de 2012. O prefeito da cidade à época era Francisco Luiz de Albuquerque, o Chico Vigário (MDB), que voltou ao Executivo do município em janeiro de 2017. Vigário emitiu o cheque para uma empresa, a Conserg, que atua na prestação de serviços de limpeza a obras de engenharia, que depositou R$ 200 mil para as lotéricas da Família Occhi. Uma tática conhecida como triangulação. Atualmente, as três casas lotéricas pertencem aos filhos de Vigário. Gustavo Occhi e Diogo Andrade dos Santos conseguiram as concessões para explorar três casas no estado em 2011. Para abrir uma unidade lotérica, comercializar todas as modalidades de loteria e atuar na prestação de serviços, é necessário obter autorização formal. Segundo a CEF,

Ministro Gilberto Occhi beneficiou o filho Gustavo Occhi e o enteado Diogo Andrade, diz investigação

esta autorização é concedida por meio de licitação, baseada em critérios preestabelecidos em edital e regulamentada pelo Regime de Permissão. As três lotéricas obtidas em 2011 em Atalaia, Coqueiro Seco e Satuba foram vendidas pelos parentes de Occhi em janeiro de 2013. Na mesma época, conforme reportagem da Folha de S.Paulo, as contas das empresas receberam R$ 513 mil, referentes às transações. O comando para que o dinheiro fosse enviado à prefeitura foi dado por Occhi em 21 de dezembro de 2012. Ele mandou uma mensagem para o superintendente nacional de Produtos de Pessoa Jurídica Pública e Judiciário, Luiz Robério de Souza Tavares, requerendo aval para o repasse. A gerente, Heloísa

Pereira de Faria, contestou a liberação, pois a Caixa ainda não havia incorporado a totalidade da folha de pagamento. Faltavam mais de 300 servidores. Porém, Robério mandou destravar o dinheiro, reportando a ela que Occhi havia lhe explicado que o restante seria internalizado até o fim do mês. Com a operação, os parentes de Occhi tiveram um ganho de pelo menos 100% em relação ao que pagaram inicialmente pelas lotéricas um ano e meio antes. A Conserg descontou o cheque e depositou os R$ 200 mil na conta de uma das lotéricas. A loteria de Atalaia passou em 23 de janeiro para as mãos dos filhos do prefeito Chico Vigário: Francine Vieira de Albuquerque Gonçalves e o ex-secretá-

rio de Finanças, que assinou o cheque, Francisco Luiz de Albuquerque Júnior. Informações sobre o caso constam de investigações da própria Caixa, entre elas a apuração independente contratada pelo Conselho de Administração ao escritório Pinheiro Neto Advogados. O relatório foi concluído em fevereiro e enviado a órgãos de controle do banco. Após ocupar o cargo de superintendente nacional de Gestão da Caixa no Nordeste, Gilberto Occhi exerceu as funções de vice-presidente e presidente do banco, cargo que deixou em abril deste ano. Ao EXTRA ALAGOAS, a assessoria da CEF informou que “os processos de apuração estão em andamento e são mantidos sob sigilo”.

De acordo com o Ministério da Fazenda, a Conserg está localizada no bairro do Farol, em Maceió, atua desde julho de 2005 e tem um passado duvidoso. Em 2015, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE-AL) ajuizou ação penal contra o ex-prefeito de Rio Largo, Antônio Lins de Souza Filho, o Toninho Lins, acusado de causar um dano ao erário no valor de quase R$ 3 milhões, em função de ter contratado, ilicitamente, duas empresas para prestar serviços de coleta de lixo. Na denúncia, que foi ajuizada pelo então procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, e o subprocurador-geral Judicial, Antiógenes Marques de Lira, o MP comprovou que a prática das ilicitudes foi instrumentalizada por meio de contratações emergenciais das empresas Conserg e Eco Serviços Ambientais LTDA – EPP. Com base no resultado das investigações, o órgão resolveu denunciar, além do prefeito, outras cinco pessoas: Ricardo Henrique Torres Silva, empresário responsável pelas empresas Eco Serviços Ambientais LTDA – EPP e Conserg Serviços e Engenharia LTDA; Bárbara Daniella de Barros Monteiro e Clebson Marcelo Quaresma da Silva, também sócios da Conserg; e Gláucia Maria Torres e Jedson José Vieira Luna, sócios da Eco Ambiental.


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STF: Ação que breca venda da estatal será julgada em Alagoas

CEAL EM FOCO uma omissão grande das autoridades”, disse Manso. Assinou-se um contrato de confissão e renegociação de dívida, integrou-se quase um bilhão de reais nesta negociação. E Alagoas passou ao Governo Federal e ao banco BNDES 100% de todas as ações da Ceal. “Não faz sentido passar as ações para o Governo Federal e ficar com os passivos trabalhistas da Ceal”.

EMPRESA NÃO PODE SER VENDIDA ANTES DO FINAL DO PROCESSO, DIZ ADVOGADO

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), devolveu a Alagoas a ação popular que tenta impedir a venda da antiga companhia energética de Alagoas (Ceal), hoje federalizada e integrando a Eletrobras. A ação popular foi proposta pelo advogado Richard Manso. A venda da companhia é discutida pelo governo Michel Temer, em leilão conjunto com sistema Eletrobras ainda sem data para acontecer. Proposta é que ela vá a leilão pelo valor de um carro popular: R$ 50 mil. Diz Manso que o leilão da ex-Ceal poderia lesar o “patrimônio público e a moralidade administrativa” porque o preço apresentado seria muito abaixo do valor real da estatal. Defende ainda que a transferência das ações da ex Ceal para a Eletrobras em 1997 teria sido ilegal, por isso a operação deve ser anulada. “Houve uma simulação de venda. Um empréstimo de Alagoas para União com juros extorsivos”, afirma advogado na ação popular. Segundo o ministro Luís Ro-

Ministro Barroso coloca venda de estatal nas mãos da Justiça Federal de Alagoas

berto Barroso, o STF não deve decidir os rumos da venda da Ceal. “No caso, possível venda da Ceal em leilão público não caracteriza, por si só, nenhuma dimensão político federativa capaz de abalar o equilíbrio federativo. Isso demonstra que não há excepcionalidade a justificar a competência originária desta corte, ainda que presentes interesses do Estado de Alagoas e da União. Do contrário, estaria inviabilizado o papel reservado pela constituição ao Supremo Tribunal Federal, na qualidade de tribunal da federação”, diz o ministro em sua decisão. Ele determinou a devolução do processo para a 2ª Vara Federal em Alagoas que vai marcar uma data para a decisão. Independente do resultado na 2ª Vara Federal, as partes ainda podem recorrer a outras instâncias, como o próprio STF.

“Isso pode demorar anos e até lá o leilão da Ceal não poderá acontecer”, disse Manso ao EXTRA. HISTÓRIA A questão da privatização da Ceal iniciou em 1997. A ação popular foi ingressada em 1998. Entre 1997 e 1998, enquanto havia a discussão sobre a vinda de dinheiro federal em socorro a Alagoas, a Ceal foi colocada pelo Governo Estadual como garantia de empréstimos vindo dos cofres federais, através dos bancos. “Dizem que o dinheiro era para quitar as folhas de pagamento, mas o Estado naquela época, mesmo em situação de crise, constatou-se que poderia pagar aos funcionários públicos e não pagaram e só o foram por causa daquela revolução na porta da Assembleia. Ou seja,

DISCUSSÕES Ano passado, as discussões sobre a venda de 6 distribuidoras de eletricidade, controladas pela Eletrobras no Norte e no Nordeste, incluindo na lista a Ceal, falavam em demissão de 6 mil trabalhadores e outros 5 mil em planos de demissão voluntária ou aposentadoria incentivada. A economia com as demissões e as vendas- estimada pela União- era de R$ 2,5 bilhões. A Ceal também foi motivo do rompimento entre o senador Renan Calheiros (MDB) e o presidente Michel Temer. Pelos cálculos do Governo Renan Filho (MDB), a dívida da União com Alagoas, por causa da Ceal, beira os R$ 6 bilhões. O Estado não quer a Ceal de volta, mas o cumprimento de um acordo do passado. Assim: pelo contrato assinado na época, o governo federal anteciparia um recurso para pagar folhas de pagamento em atraso aos servidores públicos. Divaldo Suruagy era o governador. A folha, argumenta o governo local, foi paga. E assumiu-se o compromisso da União em vender a Ceal um ano depois. E repassar o recurso para os cofres alagoanos. Quase vinte anos se passaram. E isso não aconteceu. Em novembro do ano passa-

do, ranking de qualidade elaborado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontou que companhia era a 29ª pior do país em fornecimento de energia. O ranking tem 32 distribuidoras de energia com mercado superior a 400 mil unidades consumidoras. Ainda pelo ranking, a Ceal acumula R$ 1,1 bilhão em dívidas de consumidores. Acumulou, em 2016, prejuízo de R$ 321 milhões; em 2015, prejuízo de R$ 252 milhões.

PASSADO SUJO

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ntre trancos e barrancos, a antiga companhia alagoana de luz é o resumo da tragédia da politicagem no setor elétrico brasileiro. Em auditoria assinada pela CGU alagoana e datada de 17 de setembro de 2012, constataram-se desde contratos sem registros no sistema interno da companhia até funcionários que acumulavam dois, três, quatro empregos públicos. Na prática, teriam de ficar sem dormir- um sonho para qualquer empresário em ter um quase escravo na função. Em verdade, algo impossível na prática, mais próximo de uma fraude. Por causa disso, o índice de absenteísmo- ausências dos trabalhadores- foi de 2,05%. Parece pouco. Mas, os auditores compararam estes dados aos da Agência Nacional de Energia Elétrica. E este índice foi de 3,59% a 4,10%- contando as faltas, atrasos e atestados médicos.


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Revitalização emperra e usineiros lucram R$ 1 milhão

JARAGUÁ TRANSFERÊNCIA DE SEDE DA PREFEITURA PARA RECUPERAR BAIRRO FICOU SÓ NA VANTAGEM PARA AS MAIORES FORTUNAS DE ALAGOAS ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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tão esperada revitalização do bairro de Jaraguá- promessa que se arrasta há 20 anos e torrou milhões de reais dos cofres públicos - emperrou na gestão Rui Palmeira (PSDB), apesar de uma nova data de entrega do Centro Pesqueiro (ocupando o espaço da antiga favela de Jaraguá) e estudos para a implantação de um megaterminal de ônibus destinados a todas as partes da capital alagoana, segundo diz a Prefeitura nesta matéria. Mas, isso é pouco diante das necessidades do bairro. Por enquanto, 9 meses após a mudança da sede administrativa da Prefeitura para o bairro histórico - e junto a ela toda uma ideia de repovoar o Jaraguá - apenas os usineiros lucram. Segundo o portal da Transparência mantido pela Prefeitura, a Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool - que alugou o espaço onde hoje está a sede da Prefeitura de Maceió- embolsou R$ 936.480,00 dos R$ 4,6 milhões contratados por 5 anos. E a cooperativa é formada por diretores filiados ao PSDB alagoano, mesmo partido de Rui Palmeira.

Esta semana, a Prefeitura anunciou serviços de recuperação em duas ruas no bairro: a Celso Piatti e Melo Povoas. Porém, nada da requalificação. O Jaraguá tem importância porque é considerado o primeiro centro urbano de Maceió. Por seus prédios- a maioria abandonados- circularam membros da aristocracia alagoana, trabalhadores do Porto de Maceió, comerciantes, pescadores e, na década de 90, prostitutas. Jaraguá ia sendo abandonado e outras partes da cidade povoadas, como a Avenida Fernandes Lima (apesar de algumas partes dela terem virado um cemitério a céu aberto, com dezenas de lojas comerciais fechadas). Segundo a mestre em Direito Público pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Fátima Maria Lyra Cavalcante, a ideia de resgatar Jaraguá começou a circular ainda na década de 80, quando foi apresentada proposta de tombamento do bairro. Na década de 90, o projeto de revitalização, diz a pesquisadora, procurou atrair investimentos da iniciativa privada (para a recuperação do patrimônio histórico) e a instalação do Centro de Convenções mais o estacionamento de Jaraguá (equipamentos públicos). Também se atrairia uma série de estabelecimentos que levassem turistas a curtir o bairro. Só que a tal requalificação atolou na remoção das 350 famílias que moravam na favela de Jaraguá há, pelo menos, 70 anos. O prometido projeto de revitalização do bairro de Jaraguá resumiu-se, ao menos ainda, à retirada dos moradores da antiga favela com o nome do local “A justificativa para remoção era de que Jaraguá havia se tornado um bairro violento, com assaltos e roubos, práticas atribuídas aos ‘favelados’ que

Maquete do Centro Pesqueiro, projeto que integra a revitalização do mais a ntigo bairo da capital alagoana

habitavam o lugar, impedindo que se implantasse o projeto de desenvolvimento da área”, anota a pesquisadora, no artigo “A vila dos pescadores de Jaraguá e sua interação com a política de revitalização do centro histórico: a reurbanização do espaço público e a exclusão social”. Em novembro do ano passado, a Prefeitura apresentou à Câmara de Vereadores projeto que oferecia incentivos fiscais a quem quisesse morar ou instalar comércio no bairro. O Ministério Público Estadual recomendou que a Câmara engavetasse a ideia. “Houve a recomendação para o Legislativo parar o processo do projeto de lei que incentiva a ocupação do bairro de Jaraguá. Segundo o promotor é preciso um debate do projeto, por meio de audiência pública, para as modificações pretendidas pela Prefeitura. Ou seja, o projeto precisa ser discutido junto à população e ao Conselho

Consultivo, que é previsto em legislação municipal para estas situações”, explica o MP, via assessoria, em nota encaminhada ao EXTRA. E segue: “De acordo com a recomendação enviada ao Poder Legislativo da capital, o bairro de Jaraguá foi definido pelo Código de Urbanismo e Edificações do Município de Maceió (Lei Municipal nº 5.593/07), como Zona Especial de Preservação Cultural e, por isso, há critérios específicos para qualquer tipo de intervenção na região. Entretanto, o PL visa, dentre outras coisas, alterar os parâmetros urbanísticos de certas áreas do complexo indo em desencontro com a legislação do próprio município, como por exemplo a permissão da construção de prédios mais altos do que a legislação permite, o que exigiria a realização de uma audiência pública”. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial

(Sedet) informou, via Secretaria de Comunicação da capital, que as obras do Centro Pesqueiro estão em fase de conclusão e a data da inauguração será divulgada em breve. “Teve alguns entraves com a construtora responsável pela obra, o que gerou três advertências à prestadora de serviço. A contratada informou que houve atraso devido à compra de equipamentos essenciais ao funcionamento do Centro, adquiridos fora de Alagoas. Esse maquinário já chegou e está sendo instalado. A Prefeitura tem fiscalizado e acompanhado o progresso da obra”. O terminal de ônibus- que seria instalado no estacionamento de Jaraguá e, depois, houve recuo da Prefeitura está com o projeto concluído “e será encaminhado à Caixa Econômica Federal para análise de financiamento”. Sobre a requalificação? Silêncio absoluto.


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Justiça do Pará bloqueia bens da Marroquim

DÍVIDA TRABALHISTA LISTA INCLUI TERRENOS E APARTAMENTOS EM MACEIÓ VERA ALVES veralvess@gmail.com

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mpresa genuinamente alagoana e fundada em 2001, a Marroquim Engenharia Ltda está no meio de um imbróglio judicial no estado do Pará que está deixando em polvorosa dezenas de seus investidores em Alagoas. No início deste mês, a 5ª Vara do Trabalho de Belém bloqueou os bens da construtora e de seus sócios, acatando pedido do Ministério Público do Trabalho que cobra verbas previdenciárias e trabalhistas de funcionários da filial paraense. O bloqueio, que inclui apartamentos e terrenos da construtora em Alagoas, compreendia também a indisponibilidade de R$ 5 milhões das contas da empresa e sócios, medida que acabou sendo reformada no dia 17 diante dos argumentos da Marroquim que sem os recursos ela não

Edifício Máxim’s, na Ponta Verde, cujo terreno foi bloqueado pela Justiça do Pará

teria como dar continuidade aos oito empreendimentos atualmente em execução no estado e menos ainda ao pagamento de trabalhadores. A Ação Civil Pública 0000359-58.2018.5.08.005 que

tramita na Justiça do Trabalho do Pará tem como principal ré a Marroquim Junior Construções e Projetos Ltda. Fundada em 2007 pelo irmão do dono da matriz, ela deixou de funcionar em 2015 sob o

argumento de que a distância entre Maceió e Belém tornava muito onerosa as atividades da construtora. Ocorre que o MPT do Pará questiona o fato de os trabalhadores dos empreendimentos naquele estado terem sido registrados como funcionários das associações de compradores, mesmo sistema adotado pela construtora em Alagoas. Para o Ministério Público, trata-se de tentativa de burla à legislação, “já que, quem contrata, dirige, paga e gerencia, sendo o real empregador, é a Marroquim Junior Construções e Projetos Ltda”. O MPT se baseou nos depoimentos de ex-funcionários da construtora que não receberam os direitos trabalhistas e também denunciou o não recolhimento das verbas previdenciárias, ou seja, a empresa descontou a contribuição dos trabalhadores mas não a repassou para a Previdência. A estimativa inicial é de que os débitos trabalhistas estejam hoje em R$ 6 milhões. Uma audiência de conciliação está marcada para o dia 20 de junho. No Pará, o bloqueio de bens inclui um apartamento no bairro Batista Campos, em Belém, registrado em nome da Marroquim Consultoria Empresarial Ltda, outra empresa

pertencente ao grupo alagoano. Estão igualmente indisponíveis – portanto sem possibilidade de qualquer tipo de negociação – quatro imóveis registrados em nome da Marroquim Engenharia e localizados em Maceió: um terreno na Ponta Verde onde foi construído o Edifício Maxim’s, composto de 30 apartamentos avaliados em R$ 3,5 milhões cada; um terreno na Jatiúca, vizinho ao antigo Hotel Meliá; o apartamento 1702 do Edifício Residencial Salute, localizado no bairro do Farol; e, o apartamento 204 do Edifício Aquarius, na Jatiúca. A notícia do bloqueio de bens da Marroquim em Alagoas trouxe preocupação aos integrantes das associações de compradores criadas através do SIM - Sistema de Investimento Marroquim. Isto porque tanto quanto no Pará, os trabalhadores das respectivas obras são registrados em nome destas associações e uma delas pelo menos trava batalha com a construtora na Justiça estadual por conta de um débito previdenciário de R$ 850 mil. O EXTRA entou em contato com a Marroquim, mas não obteve sucesso nas tentativas de contato com a pessoa indicada para falar em nome da construtora, Felipe Baracho.


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Defesa do consumidor ganha mais celeridade

NOVO PROCON GALBA NETTO DESTACA AVANÇOS COM TRANSFORMAÇÃO DO ÓRGÃO EM AUTARQUIA Sofia Sepreny

SOFIA SEPRENY Estagiária sob supervisão da Redação

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om dois mandatos na Câmara Municipal de Maceió, Galba Novaes Netto teve uma atuação discreta no Legislativo, mas está caminhando a passos largos ao implantar ações como diretor-presidente do Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor de Alagoas (Procon -AL), que agora é uma autarquia. Galba Netto se afastou da Câmara para assumir a presidência do Procon a convite do governador do Renan Filho (MDB). Ele assume que o desafio foi tentador e pensado com bastante segurança. “Foi mais uma renovação de esperança. Você passa a entender que agora vai depender única e exclusivamente de você”, afirma ele ao relatar as frustrações que circundam o Poder Legislativo, onde as ideias existem, mas a atuação em si é realizada através do Executivo. “No Legislativo você tem o poder de fiscalização, mas o poder de execução não está nas suas mãos; é muito limitado”. As ações do órgão que há 60 dias está sob sua presidência estão cada vez mais visíveis e efetivas. Galba Netto diz que a idéia central é a implementação de uma política inovadora, educativa, efetiva e eficaz diante da transformação do Procon em autarquia. “Iniciamos há pouco e parece que os resultados são de muito tempo. Apesar de todas as mudanças administrativas - questões burocráticas que às vezes não repercutem muito estamos conseguindo rapidez

timidade para elaborar contratos, ordenar despesas. As situações administrativas e orçamentarias dependiam da secretaria,o que dificultava a velocidade e efetividade das ações. Agora como autarquia e independente, as ações prometem mais velocidade.

DENÚNCIA EQUIVOCADA

Galba Netto anuncia novas ações para agilizar os serviços do Procon em Alagoas

e efetividade nas ações”, garante. Apesar de jovem, sua atuação é elogiada por muitos adversários políticos e apoiada de forma irrestrita pelo pai, o deputado estadual Galba Novaes (MDB). Com contratos renovados, parcerias já firmadas, o órgão está ganhando o destaque que havia perdido nos últimos anos. A inovação começou com um aplicativo voltado para facilitar o acompanhamento de processos e denúncias feitas junto ao Procon. A ideia é fazer com que o consumidor acompanhe de casa o andamento de seu processo. Outro convênio firmado visando a efetividades das ações foi com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para dar agilidade e economia processual

em situações cujos processos demoravam muito pela morosidade do órgão. Esses são apenas alguns dos serviços que beneficiarão diretamente o cidadão. Além disso, o instituto está alcançando objetivos sociais dentro da nova política. Já foram realizadas palestras para educandos com a orientação para exercer direitos como consumidores, palestras motivacionais e de educação financeira. Uma outra parceria foi firmada com a Secretaria de Esporte e Lazer da Juventude (Selaj) para garantir os direitos de participantes do ID Jovem. A ação visa aumentar a fiscalização em estabelecimentos que devem conceder benefícios a que os jovens têm direito. Com todas essas ações

em andamento, Galba Netto acredita que as ideias de inovação, modernização e independência do instituto estão dentro das expectativas da nova estrutura. “É uma nova luta do governo do Estado para inovar, trazer uma administração com mais eficiência, efetividade nas ações, modernizando e sendo muito prático em todas elas. A autonomia que obtivemos com as mudanças organizou a nossa estrutura para que a gente pudesse alcançar nossos objetivos mais rápido”. O Procon antes era uma superintendência onde as propostas eram apresentadas mas as ações dependiam da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), que era no final das contas quem tinha legi-

Quanto a denúncia divulgada pela mídia sobre demissão de 60 pessoas no Procon para dar lugar a novos funcionários contratados, Galba Netto diz que não existiam contratados e que uma nova situação administrativa foi instaurada. O que existia antes era feito pela Secretaria da Mulher, que tinha legitimidade para elaborar e efetivar contratos por exemplo. “Quando assumimos tivemos o cuidado de pegar todas essas informações e enviar à procuradoria, que aconselhou a fazer tudo novo, diante da nova administração, da autonomia do instituto e da nova personalidade jurídica”, explica. Galba Netto explica que as mudanças são necessárias pelo fato de o órgão ter se tornado uma autarquia, com independência financeira. Um exemplo disso é que o instituto agora pode configurar como contratante seja no aluguel do edifício ou na gestão de funcionários, que antes eram realizados pela Semudh.


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Criação de novos municípios vai aumentar farra com recursos públicos

POLÊMICA PROJETO DE LEI PROPÕE CRIAÇÃO DE MAIS DE 200 CIDADES NO MARIA SALÉSIA COM ASSESSORIA sallesia@hotmail.com

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Câmara dos Deputados deve votar nos próximos dias projeto de lei que autoriza a criação de novos municípios. A estimativa é de que, se aprovado o texto que já passou pelo Senado, sejam criadas mais de 200 novas cidades no país. Na Região Nordeste, estas localidades precisam ter mais de 12 mil habitantes. É o caso do complexo Benedito Bentes, em Maceió, que há muito quer a emancipação. A proposta é polêmica e há quem diga que aprovação vai contribuir para aumento da farra com recursos públicos. O projeto de lei complementar PLC 137/15 originário do Senado foi aprovado na semana passada por uma comissão especial da Câmara e teve aprovado o regime de urgência. Porém, opositores apontam que o atual cenário de crise no Brasil não comporta novas despesas. Seriam mais prefeitos, vereadores, secretarias e funcionários públicos para uma receita nada motivadora. Sem contar que saúde, segurança, educação e outras prioridades já vivem um caos. As manifestações são as mais variadas. Nas redes sócias as opiniões são quase que unânimes em afirmar que seria mais um fiasco, cabide de emprego. José Antônio argumenta que “tem que diminuir os municípios. Só pode ser criado aquele que tem renda para se sustentar, aquelas cidades as que não tem renda pra se man-

ter deve ficar como estão. Não podemos criar municípios para nós contribuintes pagar a conta através do governo federal. Tenham consciência disso deputados”, aconselhou. Outro diz que será uma “vergonha nacional e ridicularização internacional caso esse projeto seja aprovado. Políticos legislando em causa própria, formando verdadeiros cartéis, cabides de empregos. Serão mais 200 prefeitos, 200 vice-prefeitos, sem contar o número de deputados, vereadores, cargos comissionados”, criticou ao dizer que tudo isso sem consultar a opinião do povo brasileiro. O Robson vai além e afirma que embora respeite a opinião de todos, “acredito ser um escárnio estas “novas regras” para emancipação e consequente criação de novos cabides de emprego para políticos de competência duvidosa. Acredito que com uma melhor distribuição e vigilância dos gastos, o progresso de diversas regiões será mais facilmente realizado. Temos um Estado inchado que deve ser enxugado, e estas novas regras aumenta este Estado.” Em seu blog “A voz d povo”, Carlos diz ser radicalmente contra. “Haverão mais gastos, cabides de empregos, o modelo atual de gestão é genocida. Menos, políticos, partidos, mais cidadãos, mais serviços públicos”. Para o deputado federal Daniel Coelho (PPS), “é injustificável um debate sobre a criação dos novos municípios em regime de urgência, pois isso não permite a discussão do assunto nas comissões da Câmara nem a modificação do texto”. EMANCIPALISTAS Na terça-feira, 15, representantes de movimentos que defendem a emancipação de distritos estiveram na Câmara para pedir a votação pelo Plenário do Projeto de Lei Complementar (PLP) 137/15 que

Silvânio Barbosa e Brivaldo Marques são contra emancipação do BB

estabelece novas regras para a criação de municípios. Aprovada por uma comissão especial em março, a proposta prevê plebiscito e estudos de viabilidade municipal para criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios. Entre os novos critérios exigidos, está a necessidade de a população do novo município e do que foi desmembrado ser de pelo menos 6 mil habitantes, nas regiões Norte e Centro-Oeste. O número de habi-

Emancipação do Benedito Bentes volta à cena

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onstruído em 1986, o Conjunto Residencial Benedito Bentes era desacreditado e até rotulado como lugar de quem não tinha condições de ter casa em Maceió. Aos poucos foi ganhando autonomia e hoje virou complexo, tem comércio local, conta com 29 conjuntos residenciais, 25 grotas, cinco assentamentos e com mais de três mil casas em construção. São mais de 187 mil habitantes com estimativa de em dois anos e meio atingir os 200 mil. A possível aprovação do projeto de lei que possibilita a criação de novos municípios brasileiros traz de volta o debate sobre a possível emancipação do Benedito Bentes, cogitada há alguns anos.

tantes será de 12 mil na região Nordeste. Já no Sul e Sudeste a população deverá ser de 20 mil habitantes. Na ocasião, o presidente da União Brasileira para criação de novos municípios, conhecido como Movimento Emancipa Brasil, Augusto César, afirmou que o objetivo da criação de novos municípios é melhorar a qualidade de vida da população, e não apenas uma vontade de políticos. “Criar município é uma necessidade do povo que Procurado para falar sobre o assunto, o prefeito Rui Palmeira afirmou que a proposta de criação de um novo município exige um conhecimento aprofundado sobre sua viabilidade econômica para não penalizar sua população com a carência de serviços públicos essenciais. A pers-pectiva de divisão do bolo tributário e a criação de nova estrutura administrativa estão entre os principais atrativos dos proponentes de emancipação. “No entanto, é necessário observar que nos últimos anos, tem havido alto contingenciamento de recursos federais, penalizando os municípios já existentes. A política tributária pode inviabilizar a sustentabilidade de novas cidades”, destacou, por meio de sua assessoria. O vereador Silvânio Barbosa (MDB), que foi prefeito comunitário por quatro mandatos, diz que no passado achava o máximo o BB se tornar município. Atualmente prefere que continue como bairro de Maceió. O

vive em distritos que cresceram, que se desenvolveram, que precisam andar com suas próprias pernas”, afirmou. O deputado Julião Amin (PDT-MA) lembra que em seu estado muitos povoados e distritos ficam até 200 ou 300 quilômetros distantes da sede dos municípios, o que dificulta a administração dessas localidades. Já o deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA) defendeu a votação do projeto o mais rapidamente possível. “O poder Legislativo está em dívida com a sociedade brasileira no que diz respeito a estabelecer as regras para criar, fundir ou incorporar novos municípios. É mais do que necessário que nós aprovemos finalmente essa lei para dar justiça, reconhecendo que muitos desses povoados já são inclusive maiores que muitos municípios existentes”, relatou. Quanto ao aumento de gastos, os defensores da proposta rebatem os argumentos de que novos municípios vão gerar mais despesas. Segundo eles, os critérios para emancipação são mais exigentes e vão garantir a sobrevivência dos novos municípios. parlamentar justificou seu posicionamento ao afirmar que o local tem sido contemplado pelos governos estadual e municipal, a exemplo de novas pistas, conjuntos pavimentados e planejados, entre outros benefícios. Barbosa argumenta que com a independência o bairro teria que caminhar sozinho e os exemplos são nítidos de cidades falidas. “Por mais que queira trazer ações, não há como ter vida administrativa para manter. O Benedito Bentes seria bem melhor se as autoridades se unissem e investissem em políticas públicas. Porém, a população está dividida”, disse, ao acrescentar que a emancipação poderia se tornar mais um curral eleitoral para atender interesses políticos. Fisioterapeuta e atual prefeito comunitário, Brivaldo Marques, 25, concorda. “Além de não ser proveitoso para a população, pois como município teria que gerar receita para bancar as próprias contas, Maceió não vai querer perder encargos”, diz.


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Crédito de R$ 700 milhões pode “salvar” credores do Grupo JL

MASSA FALIDA DINHEIRO É PROVENIENTE DE AÇÃO IMPETRADA NA DÉCADA DE 90 JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

E

stá adiantado o processo para que a Massa Falida da Laginha receba cerca de R$ 700 milhões provenientes de “direitos creditórios” de uma ação impetrada na década de 90 contra a União. Trata-se de um ressarcimento com base na Lei 4870 por danos patrimoniais causados, à época, em virtude dos preços de comercialização do açúcar e do álcool que estavam em desacordo com os parâmetros determinados por lei a partir da safra de 1983/1984. O valor total da ação é de R$ 1,7 bilhão, mas até o momento apenas uma parte da quantia teria sido liberada. A informação é de Rodrigo da Costa, advogado do ex-usineiro João Lyra. O processo de número 0001521-43.2013.4.01.3400 tramita no Tribunal Regional Federal da Primeira Região, em Brasília. Segundo o advogado, a ação ganhou celeridade do final do ano passado para cá. Na última terça, dia 22, o processo chegou no gabinete do desembargador Batista Moreira. “É importante que o pedido de execução seja enviado à União até junho deste ano para virar precatório e ser provisionado para 2019”, explicou o advogado. “O valor cairia direto na conta da falência para a quitação dos credores. A vinda do dinheiro também reacendeu o interesse de João Lyra voltar a gerenciar usinas em Alagoas”, disse. Apesar de a Justiça de Alagoas ter anunciado à imprensa que o pagamento dos credores trabalhistas da Massa Falida

da Laginha já está garantido, quando se fala da dívida deixada pelo Grupo JL à União o valor relativo aos ex-funcionários é apenas a “ponta do iceberg”. Isso porque levantamento da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) aponta que a Laginha é uma das maiores devedoras do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do País. O rombo chega aos R$ 103 milhões aos cofres públicos e coloca o império falido do ex -usineiro João Lyra em sétimo lugar no ranking das maiores caloteiras* (confira tabela abaixo). O valor total do débito com a União, somando as dívidas previdenciárias, não previdenciárias e FGTS, é de R$ 1,2 bilhão. Esses dados são públicos e podem ser acessados através do site da PGFN. Além da dívida com o governo federal, a Laginha ainda deve os estados de Alagoas e Minas Gerais. São R$ 134 milhões para o governo alagoano mais R$ 14 mil para a Secretaria da Fazenda de Minas Gerais. Também tem a dívida de R$ 11,5 milhão referentes a tributos municipais, totalizando um débito de R$ 146,2 milhões. Esses números foram fornecidos à reportagem do EXTRA pelo administrador judicial da massa falida, José Lindoso Silva. “A prioridade da massa agora, inclusive obedecendo a ordem legal, é atender aos créditos trabalhistas, que considerando as vendas das duas usinas e a lista consolidada até o momento, serão pagos em sua totalidade. Todos os créditos serão verificados no âmbito da consolidação do quadro geral de credores, o que compreende a

Ex-funcionários de João Lyra realizam protesto no TRT; usineiro falido aguarda precatório para voltar aos negócios

checagem de novos valores apresentados para ver se estão corretos. Os valores oficiais que temos da dívida fiscal no momento são aqueles publicados em edital em 2014, mas que poderão sofrer alteração com base em novos documentos recebidos pela massa falida”, informou Lindoso. Quanto à possibilidade de pagar a totalidade dos créditos previdenciários, o administrador judicial destacou: “Não podemos fazer essa afirmação no momento, até porque não temos os valores da referida dívida verificados de forma definitiva. Finalizo dizendo que a massa falida da Laginha é possuidora de ativos muito valiosos e que estamos otimistas quanto à capacidade de pagamento da falência”. Atualmente, cerca de 18 mil ex-funcionários aguardam na Justiça o recebimento de seus direitos, que pode chegar aos R$ 200 milhões. DÍVIDA ANTIGA, SALÁRIO TAMBÉM Na manhã de quarta-feira, 23, o ouvidor do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Re-

gião (TRT/AL), desembargador Marcelo Vieira, conversou com uma comissão de trabalhadores credores da massa falida da Laginha. O desembargador esclareceu como vem se dando os procedimentos para a liberação de cerca de R$ 18,4 milhões encaminhados à Justiça do Trabalho pela Vara Cível de Coruripe, para efetuar o pagamento a 5.534 beneficiários de ações trabalhistas. Os credores estão espalhados em 21 Varas do Trabalho de Alagoas e desde a última segunda-feira, 21, o depósito judicial, com o valor total dos créditos, e a relação de credores já estão disponíveis às Varas do interior,

para promoverem os pagamentos, limitado ao teto de cinco salários mínimos por trabalhador (correspondente ao valor do salário de R$ 724 vigente à época do pedido de falência, o que equivale à quantia de R$ 3.620). Nas Varas da capital, os alvarás de transferência já foram encaminhados para o Banco do Brasil, aguardando apenas a devolução dos comprovantes de depósito, que serão também enviados às Varas para realizarem os pagamentos. Os pagamentos serão liberados na medida em que as Varas Trabalhistas do interior conseguirem realizar os procedimentos de identificação e conferência dos créditos.

* RANKING DO CALOTE 1-S.A. Viação Aérea Rio-Grandense (massa falida) – R$ 820 milhões 2-Viação Aérea São Paulo S.A - Vasp (massa falida) – R$ 160 milhões 3-Associação Sociedade Brasileira de Instrução (Universidade Cândido Mendes) – R$ 132 milhões 4-Sociedade Universitária Gama Filho – R$ 130 milhões 5-TV Manchete LTDA – R$ 107 milhões 6-Vale S.A – R$ 105 milhões 7-Laginha Agro Industrial S.A – R$ 103 milhões


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SAÚDE MENTAL arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

... terror psicológico

No seriado tem terror psicológico e sempre com uma pitada de vingança e ódio de personagens contra personagens, o que precisa ser discutido com os pais. Esses “sentimentos” são praxe nos seriados e filmes hollywoodianos.

... comportamento inadequado

Surgem revelações de testemunhas no final da trama instigando que todas as pessoas têm algo ruim nos comportamentos e que precisam ser revelados. É uma espécie de instigar que se faça isso, ou seja, se revele o que há de ruim numa pessoa, do que propriamente o que tem de bom ou de melhor. Um erro da série.

... cenas chocantes

Apesar de a serie ter personagens adolescentes e toda a trama discutir mais aspectos da fase da adolescência, há muitas cenas de nudez e até de violência sexual - estupro - com detalhes, daí a importância de os pais, só permitirem assistir a temporada com a presença de alguém adulto e maduro o suficiente para que se possa fazer algumas observações sobre os temas, que são instigados, como violência à prostituta e a patrimônio particular (carro). Esses fatos/enfoques são extremamente desnecessários porque o tema principal – suicídio – é bastante delicado e precisa ser discutido com seriedade, principalmente para resguardar a integridade mental dos familiares e principalmente de quem conviveu com a Hanna, a personagem principal que cometeu o ato.

...sofrimento

Portanto, mais uma vez, sugiro que os pais assistam com seus filhos e discutam, quando necessário, que o seriado, é, também, uma produção hollywoodiana, e que é preciso, no mínimo, respeitar o sofrimento psíquico - de todos aqueles que conviveram com a Hanna e, acima de tudo, respeitar a outra pessoa, independente do sofrimento que ela esteja submetida.

É preferível cultivar o respeito do bem que o respeito pela lei. (Henry David Thoreau, poeta)

O que fazer?

Alô pais! Na 2ª temporada de “Os 13 porquês” tem ...

Baseado no livro “Os treze porquês”, a segunda temporada do seriado, mais uma vez joga para o público pânico e procura-se culpados pela morte de Hanna, a jovem personagem principal que cometeu suicídio, devido ter sofrido bullyng e estupro. A trama ocorre cinco meses após a morte de Hannah. A família de Hanna processa judicialmente o colégio por não combater o bullying na escola e também não saber ligar com as reações dela antes do suicídio.

Respeito

Uma das primeiras coisas a fazer é tentar não reagir às agressões verbais ou físicas. É preciso fazer de conta que não está escutando e não se deixar envolver com a situação. Não é fácil. Mas é possível.

Fale

Ajudar

O tema – suicídio – ainda é tabu, seja nas escolas, faculdades, no ambiente do trabalho e também familiar. Ele pode ser discutido exatamente em casa. Portanto o seriado, apesar de ter alguns equívocos de foco, pode ser, sim, uma excelente oportunidade para se discutir o assunto. Portanto, ao perceber que um amigo, colega ou familiar esteja com alguns sinais de sofrimento psíquico: depressão (está sem vontade de viver), ansiedade (não dorme e não consegue fazer as tarefas do dia a dia, pensando no futuro, irritabilidade difusa (não sabe qual a causa), é bom instigar a procurar ajuda profissional de um psicólogo. Quanto mais rápido menos probabilidade da pessoa cometer o suicídio porque os problemas poderão ser diluídos e ou totalmente aniquilados, depende de cada pessoa, de cada história de vida.

Bullying: o que fazer?

Quem nunca sofreu algum tipo de bullying que atire a primeira pedra. Pois é. Toda pessoa, em algum momento da vida, deve ter sofrido ou poderá sofrer com essa “brincadeira de mau gosto”. E o que fazer? Pois bem, bullyng é um termo utilizado para descrever atos de violência, seja física, verbal ou psicológica, com intenção de prejudicar alguém repetidamente, praticados por uma pessoa ou grupo, causando dor, angústia, sentimento de inferioridade e angústia.

Na escola

É na escola onde a ação - bullying - mais ocorre e sempre entre os adolescentes. Ou seja, o adolescer é um momento de descobertas, experimentos, desafios de limites, enfim. Nessa época o adolescente quer ser o melhor, o mais inteligente, o bam bam bam da turma, do colégio. Isso é extremamente saudável. Mas, tem limites.

Adolescentes e adultos

Quando extrapola a forma como quer se chegar a ser “o melhor”, o mais popular, o mais inteligente começa o viés dos problemas. Muitas vezes, para se sentir o mais inteligente pode iniciar uma “brincadeira” que denigre o colega ou amigo e isso é extremamente doloroso para a vítima, principalmente se a pessoa é recatada, tranquila, isolada.

Mau gosto

Nas “brincadeiras”, pode-se, por exemplo, chamar um colega de “burro”, “tapado”, “quadrúpede”, magrelo, gordinho/gordo, baixinho, enfim, entre outras palavras que podem diminuir a autoestima de quem sofre, caso ela não tenha alta autoestima que possa superar as “brincadeiras de mau gosto”. Esse comportamento não está restrito aos adolescentes. Ele pode ocorrer também no ambiente de trabalho, nos grupos familiares e também, agora, nos grupos de whatsApp. E como ocorre!

Falar sobre a situação a uma pessoal de confiança é aconselhável, seja alguém da direção da escola (psicopedagogo), ou se for num ambiente de trabalho um profissional de psicologia do Setor de Recursos Humanos. Se for num ambiente familiar, alguém que seja líder. Sempre tem alguém na família que se destaca e todo mundo respeita e pode influenciar os demais.

Quem está errado?

Num comportamento de sofrimento de bullyng quem está errado? Naturalmente a(s) pessoa(s) agressor(as) e não a(s) que está(ão) sofrendo. Portanto, não pratique o mesmo comportamento, não vinge. É improdutivo.

Autoestima alta

Procurar, também, não se sentir inferior. As pessoas erradas são elas e não você. Não se sentir inferior é o desafio e isso é possível. As pessoas que praticam o bullyng conhecem muito bem a fragilidade comportamental da outra. Caso não consiga enfrenta-la ou isso esteja incomodando demais, procure ajuda de um psicólogo.

Identificar

Identificar a(s) pessoa(s) se for uma situação anônima. Ou enfrentar a pessoa, sem agredir, dizendo a ela, a sós, que não gostou do que disse e caso a situação continue vai tomar outras medidas.

Mais pessoas

Geralmente mais de uma pessoa sofre com o bullyng, seja na escola, no ambiente de trabalho ou familiar. Então se junte a outras pessoas na mesma situação e façam uma ação conjunta, seja comunicando a direção da escola, ou se for numa empresa que se procure o Setor de Recursos Humanos ou o líder de uma família. Próxima edição Na próxima edição da coluna SAÚDE MENTAL destacarei como reconhecer e enfrentar a baixa autoestima, que é uma das principais causas de quem sofre de bullying.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP 15/4.132. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. E-mail: arnaldosanttos@uol.com.br ou arnaldosanttos.psicologo@ gmail.com. Telefone: 9.9351-5851.


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Para refletir:

A sociedade que aceita qualquer jornalismo não merece um jornalismo melhor” ( Alberto Dines – falecido esta semana).

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Um Brasil sem esperança BRASÍLIA - Em recente entrevista a imprensa, Marcia Cavallari, diretora executiva do Ibope Inteligência, disse que ficou sensibilizada ao acompanhar os depoimentos de entrevistados em uma pesquisa qualitativa promovida por seu instituto. Reunidos em volta de uma mesa e convidados a falar sobre suas expectativas em relação ao futuro, grupos de eleitores de perfis diversos só manifestaram desesperança e angústia. De acordo com Marcia, os levantamentos do Ibope mostram um eleitorado “sem perspectiva de melhora”. Existe uma abertura para candidatos que representem o “novo”, mas, ao mesmo tempo, um temor de uma pessoa sem muita bagagem política possa piorar a situação do País. Uma questão que a gente vê nas pesquisas é que os eleitores estão sem perspectiva de melhora. Não conseguem ver como sair desse lugar em que estamos, não conseguem enxergar uma luz no fim do túnel. Os eleitores não conseguem identificar, nesses candidatos todos, qual conseguiria tirar o País da situação em que está. Pode ser que, quando começar a campanha, as coisas fiquem mais claras e possam identificar uma perspectiva. Há uma desconfiança também porque os eleitores estão mais atentos para não se deixar levar por promessas mirabolantes, por ideias que são inexequíveis. Essa questão da desesperança, de não conseguir enxergar uma solução, é um sentimento muito sofrido, muito mesmo. Nós percebemos isso em pesquisas qualitativas. São pessoas de classes mais altas, de classes mais baixas, todo mundo batalhando e as coisas não andam, está tudo amarrado.

A esquerda vai se juntar?

Essa poderá ser a primeira eleição desde 1989 sem (o ex-presidente) Lula, que tem um peso específico, que vai além de seu partido. Um ponto importante é que, apesar da baixa preferência partidária dos brasileiros, há cerca de 30% com simpatia pelos partidos de esquerda. Sem o Lula, o que pode acontecer é uma reorganização dos partidos de esquerda, para que não percam essa fatia do eleitorado. Hoje o cenário é de muitos possíveis candidatos, com baixa intenção de voto. Os únicos com taxas significativas são Lula, Bolsonaro e Marina. O voto está muito pulverizado. Diante deste cenário poderá acabar ocorrendo uma recomposição dos partidos, de maneira que não tenhamos tantos candidatos concorrendo. Será uma campanha curta, que terá emoção até o último momento.

O intruso

Aqui também

Em Alagoas o sentimento não é diferente quanto ao descrédito dos políticos tradicionais. Com boa parte dos nomes envolvidos em denúncias de corrupção, processos de improbidade se arrastando no moroso e complacente Judiciário, há no ar a desesperança da maioria do eleitorado, fato que poderá trazer algumas surpresas. No entanto há ainda a carência do “novo” de verdade, presente nos candidatos que pudessem oferecer alguma confiança no sombrio futuro que nos aguarda. Um fato chama a atenção nas eleições alagoanas: o candidato à reeleição, governador Renan Filho, se mantem como franco favorito em uma posição isolada, diante de uma oposição em frangalhos, sem entendimentos e nomes com densidade para a disputa. A entrada do deputado Rodrigo Cunha como candidato ao Senado, não trouxe a esperada significativa alteração nas intenções de voto. O jogo continua “embolado” com cinco pretendentes (Mauricio Quintella, Renan Calheiros, Benedito de Lira, Marx Beltrão e Rodrigo Cunha), pois o resto é só figuração. São duas vagas e qualquer previsão agora será precipitada, pois muita coisa ainda vai acontecer.

Os descontentes

Se na oposição há fragilidade de candidaturas e muito desentendimento entre os postulantes das eleições proporcionais, na banda governista a coisa não tem sido fácil e pode descambar e rupturas consideráveis nos próximos dias. Apesar dos esforços empreendidos nos gabinetes do “Palácio Zumbi dos Palmares e adjacências”, com a coordenação do próprio governador Renan Filho, há um pesado clima de insatisfação entre os candidatos dos diversos partidos da base, principalmente nas legendas que controlam órgãos e cargos na administração estadual, que se sentem pressionados a formar uma coligação que não lhe traz benefícios. Nos próximos dias poderão surgir defecções inesperadas entre os descontentes.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), não vai apoiar a candidatura de Henrique Meirelles, de seu partido, à Presidência da República. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Eunício diz que Meirelles nunca foi nem é do MDB e que vai apoiar algum candidato do campo de alianças que costura em seu estado, que inclui o PT, do governador Camilo Santana, e o PDT, de Ciro Gomes. Eunício reagiu ao recado do presidente Michel Temer que convidou a se retirar do partido quem se recusar a apoiar Meirelles. Respondeu em tom de desafio: “Eu vou ficar no MDB e vou tomar a minha própria decisão em relação a coligações estaduais e à Presidência da República. Não vou sair e ninguém me tira. Tenho 45 anos de partido e uma única filiação. Nasci no MDB, numa família de emedebistas.” Eunício considera inviável a candidatura de Meirelles e critica a forma com que ele entrou para o partido, apenas para concorrer ao Planalto.

O intruso II

Já o senador Renan Calheiros, outra grande liderança do MDB, foi enfático em suas declarações sobre a candidatura de Meirelles: “Essa candidatura não vai passar de pré, por conta das maldades que este governo está fazendo com os mais pobres”.

Novos benefícios

Estados e municípios que abrigam unidades de conservação da natureza ou terras indígenas demarcadas receberão uma fatia maior de recursos do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). É o que prevê o projeto de lei aprovado esta semana na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O texto segue para análise do Plenário, com pedido de votação em regime de urgência. O texto original, do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), cria a compensação apenas para estados da Amazônia Legal. A abrangência do projeto foi ampliada pelo relator na CAE, senador Telmário Mota (PTB-RR). Ele observou que áreas reservadas não constituem especificidade da Amazônia, estando presentes nas diversas regiões do país.


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Temos futuro?

V

erdade e política definitivamente não rimam. Essa coisa de papo reto passa longe de suas excelências. Só trouxas acreditam nas patacoadas verborrágicas que eles têm sempre na ponta da língua sobre qualquer coisa ou E não se pense que a assunto. A licença coisa parou por conta poética é usada por eles não para das descobertas da construir narratiLava Jato. Que nada, vas ou propostas, continua tudo de vento mas para escaem popa, como se nada motear a verdade ao vulgo, para estivesse ocorrendo. mentir descaraBasta abrir os jornais damente acerca de suas estripude cada dia. Os deslias, privadas ou carados continuam públicas. Rarísfazendo tudo do mes- simamente ouvese de um político mo jeito. a verdade crua sobre a zona cinzenta em que eles trafegam. No limiar entre o crime e a cidadania. Recentemente, o ex deputado Pedro Correia, ex-presidente do PP (vocês ainda vão ouvir falar muito desse partido...) e um dos maiores corruptos deste país (pego no mensalão e na

Economista

Lava Jato) teve um desses momentos de “sincericídio”: “Não sou nenhum santo, sou um político da minha geração, que fazia eleição com dinheiro, acertando compra de votos de prefeitos e vereadores”. E de onde sai essa grana? Do tesouro nacional, via as famosas emendas parlamentares, das empresas e dos fundos de pensão estatais loteados entre suas excelências com o fito único de roubarem. Muito. Em escala pantagruélica. Butim de tal enormidade, que não há no mundo similar para avaliá-lo. Estão enfiados até mais que o pescoço nessa lama malcheirosa PT, MDB, PSDB, PP, PR, PTB principalmente, mas não escapam também as siglas nanicas, partidos de aluguel que somente tem serventia para servir de escada aos maiores (e disso se aproveitam para participarem da farra interminável do roubo de dinheiro público). Quanto mais eles roubam, mais o país padece. E não se pense que a coisa parou por conta das descobertas da Lava Jato. Que nada, continua tudo de vento em popa, como se nada estivesse ocorrendo. Basta abrir os jornais de cada dia. Os descarados continuam fazendo tudo do mesmo jeito. É o PTB brigando para não privatizar a

O perigo da hegemonia política

O

noticiário político alagoano tem uma particularidade preocupante: a indecisão da oposição. Busca-se um candidato a governador com possibilidade de fazer frente ao governo atual, Por melhor que ve- e as indicações ora na nha sendo o governo esbarram falta de vontade atual, não é perfeito, de eventuais conao ponto de se tornar correntes, ora no insubstituível. Mas, desentendimento entre as agremiaa verdade exposções oposicionista pelo secretário tas e ora no receio Tomaz Nonô revela de enfrentar um governador cono quão sem opção estará o eleitor ala- siderado forte. Quem definiu à goano. perfeição o drama oposicionista foi o presidente estadual do DEM, ex-deputado José Tomaz Nonô, segundo noti-

cia jornal local. Dissera o atual secretário municipal da Saúde, com a sua proverbial sinceridade, que a escolha não seria fácil, “porque não existem muitos bons nomes de candidatos ao governo”. Tem razão o secretário. Indiscutivelmente o melhor nome ao posto é o seu próprio. Os serviços que tem prestado ao estado e ao País credenciam-no a opor-se com firmeza à pretenciosa hegemonia dos Renans, no geral, e no particular, homem acostumado ao debate, à dialética retiliniamente socrática, talvez seja o único capaz de enfrentar os sofismas do atual mandatário. Não posso dizer, a bem da consciência, que o governador venha fazendo um mau governo. Não é esse o ponto. Ao meu ver o que não se pode é permitir que a soberba aflore demasiada, ao ponto de embotar o senso de autocrítica que

ELIAS FRAGOSO

Casa da Moeda (por que será hem?) e aprontando no Ministério do Trabalho, é o PP indicando o ministro da Saúde, uma das pastas com mais recursos dentre as demais, mas que não chegam ao cidadão comum que depende e morre na fila do SUS, é o PR aboletado no Ministério dos Transportes (aliás o presidente do partido é réu condenado e cumprindo pena, pense!). Outra pasta com muita grana, é o MDB que é “especial”: tem o da Câmara e o do Senado. Não partilham juntos (sic!). E, até o PT que mesmo destronado continua com milhares de filiados aboletados em cargos públicos. Uma total falta de vergonha! As eleições presidenciais estão bem aí à frente. A economia empacada (venho dizendo aqui há tempo que não vamos sair desta tão cedo – na melhor das hipóteses a partir de 2022) só andará se as reformas tão cantadas em prosa e verso por este governo vierem a ser paridas no próximo; nenhuma clareza no cenário político; o aumento exponencial da insegurança, filha direta do desemprego e da ausência de Estado têm

levado o brasileiro a essa estranha sensação de déjà vu. É mais do mesmo. Mas sempre pior. Em nosso país, o relógio da política sempre foi mais lento que o da economia. Não é à toa que perdemos o bonde da história. Enquanto nossos políticos discursavam, os Estados Unidos, que tinha economia quase do tamanho da nossa no início do século XX, acelerava o passo para se tornar a maior economia do mundo. Há 60 anos, o Japão semidestruído e a Coreia com renda per capita quase 10 vezes inferior à nossa, iniciaram e concluíram sua caminhada rumo ao desenvolvimento. São hoje duas potencias econômicas mundiais. Enquanto nós temos que aturar essas figuras corruptas e ladravazes contumazes que infernizam a vida de todos e impedem o crescimento da Nação. Mas estamos tendo a chance na eleição que se avizinha de retirar da vida pública meliantes que se dizem políticos, e alçar novas pessoas que se comprometam com o que eles jamais fariam: defender os interesses da população e da Nação. A próxima geração agradece. Porque desta eles já roubaram a esperança.

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

deve conter os esbordos de toda a autoridade pública. Afinal, por melhor que venha sendo o governo atual, não é perfeito, ao ponto de se tornar insubstituível. Mas, a verdade exposta pelo secretário Tomaz Nonô revela o quão sem opção estará o eleitor alagoano. Aliás, esse fenômeno circunstancial não é exclusivo nosso. O País vive também momento semelhante. Não só aqui o rol de candidatos mais parece álbum de retratos de delegacia de polícia. No caso de Alagoas, também listando candidatos aos diversos cargos em disputa envolvidos com inquéritos e ações penais por peculato, corrupção, lavagem de dinheiro, e outros comportamentos

penalmente relevantes e puníveis, o caso se agrava porque formadores de opinião sentem-se à vontade para servir a determinadas autoridades, bombardeando a população com notícias de sua inevitável eleição. E isso sem quaisquer bases empíricas, pois se pesquisas há, estão tão cuidadosamente guardadas que nos fazem acreditar em embustes. Esses fatos têm, certamente, o condão de criar uma “verdade” perigosa, pois acabará por deixar-nos nas mãos do “velho”, por mais que revestido do “novo” que queremos. Uma oposição forte, todos dizemos, é necessária – mesmo imprescindível – à realização da democracia.


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ALARI ROMARIZ TORRES

JORGE MORAES

Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

Mentira tem pernas curtas

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sperei uma semana para responder uma nota da Associação dos Cronistas Desportivos de Alagoas (ACDA), intitulada ACDA COM A VERDADE, porque, diferente de quem fez a referida nota, que não foi o presidente Jorge Lins, pois não sabe escrever, mas um bajulador de plantão da entidade, para assumir o que está sendo escrito neste artigo, em nome pessoal e da Associação dos Cronistas Esportivos de Alagoas (ACEA), uma entidade legalmente constituída e com filiação à ACEB, a nossa entidade nacional. Da nota da ACDA faço duas ressalvas: a primeira, quando se refere aos colegas jornalistas e radialistas profissionais como “de conduta inurbana de integrantes da Associação dos Cronistas Esportivos de AlaAtualmente, preci- goas (ACEA), samos saber de três que retiraram da porta de encoisas da ACDA: o trada da Tribuque foi feito com o na de Imprensa Jornalista Márdinheiro da venda cio Canuto, lodo terreno?; a pres- calizada no Estádio Rei Pelé, tação de contas do o adesivo com o dinheiro recebido do nome da ACDA ... aproveitangoverno do Estado do, também, e outras entidades para esclarecer para o congresso alguns pontos que estão sendo nacional. divulgados – de forma leviana e desprovida de verdade – em rede social, em veículos impressos e on-line”. Afirma, ainda, “que se evidencia a conduta arbitrária, irresponsável, caracterizada pela truculência dos integrantes da aludida ‘associação’, ao demonstrarem que o seu fazer, agir e pensar são próprios daqueles que são incapazes de se conduzirem com inteligência, urbanidade e respeito, pois que incapazes de se portarem, partindo do embate das ideias, em detrimento de agirem pela violência e virulência panfletária. O açodamento dos seus atos, no entanto, diz bem sobre as pessoas que são e que não seremos nós que iremos fa-

zê-los civilizados”. Em resposta a essa parte da nota, quero esclarecer que violentos e arbitrários são alguns poucos dirigentes da ACDA, que agiram sorrateiramente, na calada da noite, para retirar um adesivo da ACEA na porta de entrada da Tribuna de Imprensa, como se fossem donos do local, um patrimônio do povo alagoano que está sendo destruído pela SELAJ, na gestão Cláudia Petuba, que não cuida do gramado, do vestiário dos árbitros, que é inundado pela água da chuva, dos refletores queimados, da limpeza dos banheiros e áreas comuns a todos, mas toma partido da ACDA, pelo título de associada recebido por ela.. O segundo assunto está relacionado a uma acusação leviana, irresponsável, desequilibrada do senhor Jorge Lins e de quem fez a nota, sobre um débito deixado na minha administração à frente da ACDA. Nesse caso, quero dizer aos ex-presidentes da entidade e que apoiam a atual diretoria que eles são coniventes com todo esse débito. O passivo de R$ 38.837, 91, como eles dizem na nota, pertence a todos os outros presidentes que passaram por lá. Veja a diferença entre eu e o Jorge Lins. Não sai acusando ninguém. O débito, realmente, existia, inclusive da gestão do meu tesoureiro, presidente de um mandato anterior ao meu, Severino Rosa, que hoje faz parte da diretoria do Jorge Lins, entre outros que lá estão. Hoje, é fácil falar do débito deixado por muitos, e, pela necessidade de fazer dinheiro, o terreno foi vendido, e, para concretizar o negócio, a entidade tinha que estar limpa com impostos e condomínios para, então, negociar a área. Como o débito que existia da sala do edifício Breda, sede original da entidade. Atualmente, precisamos saber de três coisas da ACDA: o que foi feito com o dinheiro da venda do terreno?; a prestação de contas do dinheiro recebido do governo do Estado e outras entidades para o congresso nacional, como foi feita?; e, como estão sendo contabilizados os recursos recebidos por fora pela ACDA? Com as respostas Jorge Lins. Voltaremos ao assunto em breve, me aguardem.

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Ainda existe corrupção!

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ico impressionada com a ousadia de políticos, empresários e “laranjas” em nosso país! Estamos há quatro anos ou mais com escândalos estourando, famosos sendo presos e não sentimos nenhum progresso no comportamento das pessoas que estão no Poder. Tomando por base nosso estado: prefeitos estão sendo condenados por corrupção, deputados continuam pagando salários dobrados a mais de novecentos apadrinhados, usando indevidamente o dinheiro público. Recentemente o STF cortou gratificações de militares colocados à disposição do Tribunal de Contas do Estado. Nos três Poderes existe tal situação e não vejo nenhum pecado nisso. Diria eu: há um certo privilégio beneficiando parte da categoria e deve causar algum rancor dos que ficam Os poucos idealistas nos quartéis; traque se candidatarão balham mais e ganham menos. em 2018 vão sofrer Vícios que vêm muito para visitar e de longe. Estouram conquistar o eleitoescândalos serado. Lembro-me da manalmente em campanha de Heloisa todo o país! O Congresso aproHelena ao Senado va projeto de lei contra Collor. Ela de em benefício próbicicleta, ele de heli- prio! A Lava Jato pune algumas cóptero. pessoas e o Supremo Tribunal Federal, de vez em quando, solta os “protegidos”. Citarei um exemplo vivo de um ex-prefeito de uma pequena cidade de Alagoas. Moço, filho de família de classe média, sempre acompanhou políticos famosos e, de repente, resolveu entrar na dança. Dirigiu a cidade por dois mandatos, elegendo o seu substituto e o de outra cidade vizinha. Na primeira eleição visitou os amigos e era simpático. Seus bens se multiplicaram quase que de repente. Ficou arrogante e vaidoso, como se vivesse num plano superior aos simples mortais, pois tem brigado até com a Igreja Católica. Eu diria que cresceu muito em pouco tempo. Outros políticos dominam o jogo das figuras poderosas das Alagoas. Um filho de um deputado estadual cresceu politi-

camente, ficou no lugar do pai, domina outros companheiros, controla os salários dobrados de novecentos assessores, age, através de “laranjas”, com muita sutileza. Mal visto por funcionários ativos e inativos, reina no Legislativo com poder e dinheiro. Fora do estado, pouca coisa mudou: senadores, deputados federais, empresários, investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Federal continuam vivendo com muito dinheiro, reinando no Congresso ou na vida privada, como se nada estivesse acontecendo! A situação é tão crítica que detentores de mandato são vaiados nas ruas, nos aeroportos, nos aviões. O presidente da República foi xingado, vaiado, quase apedrejado em São Paulo, no dia 1º de maio, ao tentar se solidarizar com as vítimas de um grande incêndio na cidade. Mas tais criaturas dão entrevistas como se seus atos lesivos ao patrimônio público não estivessem sofrendo o repúdio da população. Este ano teremos eleições. O Congresso ampliou o Fundo Partidário. E agora os donos dos partidos vão distribuir a verba proveniente dos nossos impostos. Vamos ter o prazer de acompanhar, pela mídia, a partilha do butim. Por exemplo: no MDB de Renan Filho e Renan pai, ambos candidatos à reeleição, para quem irá tanto dinheiro? Claro que irá para os amigos do rei. A distribuição será feita pelos dois políticos famosos e a tendência será eleger os mesmos de sempre. Quero crer que as empresas vão ter medo de dar dinheiro aos candidatos. Não sei se acabará o “caixa dois” e os detentores de mandato de governador e prefeito usarão as verbas públicas como a lei determina. Os poucos idealistas que se candidatarão em 2018 vão sofrer muito para visitar e conquistar o eleitorado. Lembrome da campanha de Heloisa Helena ao Senado contra Collor. Ela de bicicleta, ele de helicóptero. Moral da história: mesmo com as operações quase diárias desencadeadas pela Polícia Federal contra os fora da lei, apesar de Mensalão, Lava Jato e outros processos em andamento na Justiça, ainda não foram quebrados os elos do sistema eleitoral sujo que se implantou no Brasil. A corrupção continua viva!


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Dos réis aos reais

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credito não ter sido passada de mão em mão até chegar às minhas. Mas, enfim, como eu mesmo recebi-a, qualquer um outro poderia ter tido essa ventura. Trade uma moeAquela moedinha de ta-se da de dois cruzeidois cruzeiros serviu ros, cunhada em para mostrar-me o fil- 1947, parecida, no tamanho e na me da escalada infla- cor, com a atual cionária a que fomos de vinte e cinco centavos. Só em submetidos em 33 casa, ao perceber, anos. A moeda, com a vi-me diante de convivência diária, é um caleidoscópio a trazer-me como um termômetro imagens da minha infância até a medir a inflação. a idade adulta. Nascido em 1944, convivi com o sistema monetário Cruzeiro, durante 23 anos. Insti-

JOSÉ MAURÍCIO BRÊDA tuído em 1942, dada a crescente desvalorização do Real – herdado de Portugal, e que, nesta acepção, tinha como plural Réis – só veio perder sua validade em 1967. De todas as nossas moedas foi a que maior tempo de vida teve: 25 anos, perdendo apenas para o Real português, introduzido desde a chegada daqueles, atravessando o Brasil Colônia, Império e a República até meados de 1942. Ou seja, 442 anos. Após o Cruzeiro, tivemos nada menos que sete diferentes moedas, e suas atualizações financeiras. Cruzeiro Novo-NCr$(1967-1970), outra vez Cruzeiro-Cr$(1970-1986), Cruzado-Cz$(1986-1989), Cruzado Novo-NCz$(1989-1990), repetiu-se Cruzeiro-Cr$1990-1993), Cruzeiro Real-CR$(1993-1994) e finalmente o nosso atual Real, desde 1994, completando neste ano, 24 prima-

Economista

veras. Vejam que, enquanto o Real de origem lusitana viveu quase cinco séculos, e o primeiro Cruzeiro, um quarto de século, em apenas 33 anos convivemos com seis outras representações monetárias. Aquela moedinha de dois cruzeiros serviu para mostrar-me o filme da escalada inflacionária a que fomos submetidos em 33 anos. A moeda, com a convivência diária, é como um termômetro a medir a inflação. Em época passada houve música que registrou este sentimento: “... depois que inventaram o tal cruzeiro, eu trago um embrulhinho na mão e deixo um saco de dinheiro...”. É sintomático. Se se prestar a atenção, não só nos aumentos de preços,

mas na circulação pura e simples de algumas cédulas, veremos que elas nos dão essa medida. Desde que foi instituído o Real, dificilmente via-se uma nota de 100 reais. Mas, para nossa preocupação, hoje, como a nos alertar para a desvalorização pela qual vem passando, essa nota mostra-se faceira de mão em mão, constatando a diminuição de seu valor aquisitivo, tão eficiente em passado recente. Não foi à toa que me veio às mãos moeda que, sem nenhum valor de compra, trouxe em si uma oportunidade enorme de recordações e de sinal para que estejamos vigilantes ao que possa vir a acontecer com nossas políticas, econômica e financeira, nestes tempos estranhos.


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Pente-fino do INSS

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om o fim do prazo para beneficiários do auxílio-doença agendarem a perícia no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), muitos ficaram em dúvida sobre quais seriam as consequências caso não realizem o procedimento. Pois bem, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, pelas regras do pente-fino, os convocados que perderem o prazo terão o pagamento do auxílio-doença suspenso. Após o bloqueio, a pessoa terá até 60 dias para agendar a perícia. Se não marcar, o benefício será cancelado.

Educação financeira

Uma série especial de revistas em quadrinhos da Turma da Mônica intitulda Educação Financeira para Crianças pretende conquistar a atenção dos pequenos para a importância de ser consciente na hora de gastar. A distribuição das revistas para o público começa em junho.

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ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.com

Conta-salário

O Banco Central revelou que a partir de julho, a transferência do saldo da conta-salário de um banco para outro poderá ser realizada pela instituição que vai receber o recurso, como no modelo de portabilidade telefônica. Hoje, quem recebe o salário nesse tipo de conta só pode solicitar a transferência ao banco contratado pelo empregador para depósito do salário.

Copa do Mundo

O Mundial de Futebol está se aproximando e os brasileiros já estão se movimentando para trocar seus televisores. Um levantamento da OLX constatou que houve um crescimento de 11% em TVs vendidas por meio da plataforma nos três primeiros meses de 2018 em relação ao mesmo período do ano anterior. Só em março o volume de anúncios foi 7% maior do que no ano passado.


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As Astúcias do Deputado será lançado dia 30 em Maceió

CULTURA OITAVA OBRA DO JORNALISTA GEOVAN BENJOINO TERÁ VERSÃO ELETRÔNICA

gem, poder político e econômico, cristianismo, comunismo, políticas públicas ineficientes, entre outros.

ASSESSORIA

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o dia 30 deste mês, às 20h na Seune, em Maceió o jornalista e bacharel em Direito Geovan Benjoino lançará o livro As Astúcias do Deputado, cujo enredo narra com pormenores lances de uma organização criminosa liderada pelo deputado estadual Ramiro Pacheco que enriqueceu através da política e usa o poder para corromper, matar seus desafetos, atender aos seus interesses e conveniências, manipular as massas e cooptar lideranças e autoridades venais. Pacheco cria em torno de si um grupo de “amigos”, como juiz de direito, promotor de justiça, delegado, pistoleiros, padre e pastor que respaldam e ampliam suas ações públicas e privadas. O grupo participa de orgias em sua chácara com mulheres que adoram os prazeres carnais. Publicamente democrata, popular e simples, porém, personalista, astuto e violento nos bastidores, Pacheco alimenta um grupo de jagunços que aos poucos são eliminados por guardar segredos tenebrosos. O mais antigo de seus capangas Pezão, um arquivo vivo que guardava a sete chaves crimes de homicídios é eliminado por saber demais,

Jornalista e esdcritor Geovan Benjoino

mesmo mantendo ao longo de anos fidelidade canina a Pacheco. Marido de uma prefeita, pai de dois prefeitos de importantes municípios, deputado no quinto mandato, Pacheco monta um projeto político-eleitoral para conquistar o governo do Estado. O protagonista do enredo articula estratégias de campanha formando um “exército” de cabos eleitorais, simpatizantes e fanáticos que o defendem com veemência e convicção. Pacheco é um intérprete nato. “O político que não tem várias faces e não sabe interpretar é um natimorto”, ressalta o personagem prin-

cipal do livro “As Astúcias do Deputado”. O livro, que contém 239 páginas, retrata com objetividade e coerência textual as artimanhas de Pacheco, um político que consegue tudo o que deseja graças ao seu poder de manipulação estimulado por dinheiro e oferta de cargos no serviço público. O livro questiona de forma didática e romanesca a omissão da sociedade, que geralmente responsabiliza a classe política pelas mazelas que ocorrem no país, mas alimenta o sistema de corrupção. “A sociedade condena o ladrão de galinha, mas elege bandidos de gravata

para nos representar nos poderes constituídos. Esse comportamento dois pesos e duas medidas provoca danos coletivos irreparáveis”, ressalta Geovan Benjoino. “Nós somos mesmo incoerentes. Condenamos o ladrão, mas compramos a preço vil o produto furtado ou roubado; defendemos a democracia, mas somos ditadores quando os nossos direitos são ameaçados”. Benjoino continua em sua autocrítica. “Queremos um país saneado moralmente, mas somos imorais; defendemos transparência no serviço público, mas quando temos oportunidade nos enriquecemos ilicitamente”, enfatiza. O jornalista quer discutir com a comunidade acadêmica brasileira temas polêmicos e intrigantes de forma crítica, franca, isenta e sem preconceito. “A comunidade acadêmica é formadora de opinião e tem uma influência extraordinária sobre a sociedade em geral, mas frequentemente comporta-se de forma omissa perante os problemas que castigam o Brasil”, enfatiza. “É por isso que eu quero provocar a reflexão, o debate e uma tomada de posição. Um segmento tão relevante como a comunidade acadêmica não deve ficar indiferente aos desafios do país”, disse. O livro instiga o debate de temas universais, como despolitização popular, cidadania, corrupção, pistola-

DIVULGAÇÃO O oitavo livro do jornalista Geovan Benjoino vai ser também comercializado eletronicamente para todo o Brasil. “É nosso projeto alcançar o máximo possível de leitores formando uma grande corrente de conscientização política e capacidade crítica”, enfatiza Benjoino. O escritor pretende realizar uma cruzada crítica e questionadora a respeito do papel do cidadão no processo de construção de conceitos, valores e visão política. “É impossível construir um país desenvolvido com um povo alienado, indiferente a tudo e a todos”, ressalta Benjoino. “As contradições estão postas e cabe ao cidadão expurgá-las de qualquer processo de construção de políticas públicas eficientes”, sustenta. Geovan Benjoino garante que, quem ler na íntegra As Astúcias do Deputado não será o mesmo. “Não tenho a menor dúvida que o leitor absorverá uma nova visão de mundo”, afirma. O jornalista ressalta que o conteúdo expresso no livro é uma eficiente ferramenta de politização. “O leitor despertará da letargia que foi submetido há séculos pelo poder econômico e político deste país “, diz. A versão física do livro será vendida a R$ 30 e a eletrônica a R$ 15. O jornalista vai disponibilizar a obra na internet e redes sociais. O livro será também lançado em Palmeira dos Índios, cuja data será definida logo após o lançamento em Maceió.


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ANIVERSÁRIO

Cajueiro completa 60 anos com inaugurações Cidade também recebeu a ação do Governo Presente

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semana foi de comemoração em Cajueiro, cidade localizada a 72 Km de Maceió. O município completou na terça-feira, 22, 60 anos de emancipação política. Porém, os festejos começaram no domingo com a celebração da Santa Missa, celebrada pelo padre João Carnaúba da Mota, seguida por apresentações musicais. Na segunda-feira, 21, a Prefeitura de Cajueiro organizou uma noite evangélica com a participação do pastor Fábio Alexandre. E no dia da festa, terça-feira, a população contou com salva de tiros, hasteamento dos pavilhões, desfile cívico, banda de fanfarra e as ações do Governo do Estado.

Foram entregues dois veículos Amaroks, um trator com grade e uma ambulância de grande porte no centro da cidade. Também foram realizados mais de 2.500 atendimentos em serviços de

saúde, emissão de documentos, lazer e diversão nas ações do Governo Presente. E as inaugurações não ficaram de fora da programação, como: a reforma dos postos de saúde Lígia Toledo e Mário Ferro e da Estação de Tratamento de Água no Conjunto Palmery I. “Para nós é motivo de muita alegria entregar à população todo esse aparato para a saúde, os bons frutos na agricultura, nas ações coordenadas do esporte, nas melhorias da infraestrutura, limpeza urbana, graças ao empenho dos nossos secretários e parceiros”, disse o prefeito Palmery Neto.

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Ibama

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gora o transporte de animais vivos ou abatidos só poderá ser feito mediante autorização de transporte e pagamento de boleto por meio do SISFauna, sistema de controle da fauna silvestre brasileira. A mudança feita pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis) é para evitar fraudes. Se o sistema não funcionar, o Ibama orienta para que a autorização seja emitida em qualquer unidade do instituto. A nova portaria foi publicada no Diário Oficial da União e substitui regra de 1997. A norma anterior exigia apenas a apresentação de Nota Fiscal emitida pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Segundo o instituto, no entanto, notas falsas eram utilizadas para regularizar animais retirados da natureza.

Hortas urbanas

Comunidades de Maceió estão cultivando plantas medicinais e nutricionais. A iniciativa faz parte do projeto Varre Grota executado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri) em parceria com Emater, Universidade Tiradentes (Unit), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), associações dos moradores da Grota do Rafael e secretarias municipais da Saúde e do Meio Ambiente. Além de benefícios nutricionais, o projeto tem o propósito de incentivar a comunidade a cultivar alimentos saudáveis, além de fazer o uso das plantas medicinais, condimentares, aromáticas e não convencionais em sua dieta.

MEIO AMBIENTE

Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Corais da Amazônia

Localizado primeiramente na costa norte do Brasil, os corais da Amazônia cobrem uma área muito maior do que se imaginava. Fragmentos do recém-descoberto recife de corais no Atlântico próximo à região da foz do rio Amazonas foram encontrados não apenas no Brasil, mas também em águas da Guiana Francesa. O problema é que essa região poderá receber plataformas de exploração de petróleo e depois dessa descoberta ficou ainda mais importante protege-las da indústria do petróleo. Com as fortes correntes que existem no mar da região, um derramamento de óleo nas plataformas situadas no Brasil poderia também atingir e danificar o recife na porção da Guiana Francesa

De Alagoas para o mundo

Um estudo feito por equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) que monitora o vírus Chikungunya no estado foi publicado numa revista científica de circulação internacional. O trabalho de acompanhamento epidemiológico permite uma constante vigilância sobre os surtos de arboviroses recentes, deixando o estado em alerta para epidemias emergentes.


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ALTA RODA

Redondamente enganado

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futuro da indústria automobilística aponta, ninguém sabe com certeza em que ritmo, para a tração elétrica e avanço das tecnologias de condução autônoma. É uma aposta industrial e de infraestrutura caríssima, sujeita a altos riscos econômicos e de difícil implantação fora de países ricos ou superpopulosos como a China e, eventualmente, a Índia. Pular a etapa racional dos híbridos pode se tornar um erro grave, talvez tarde demais para reverter. No entanto, automóveis continuarão a existir e para rodar vão continuar precisando de pneus. Esses são o único e estreito vínculo entre o veículo e o solo. Os fabricantes desses produtos de borracha estão de longe de atuar com indiferença sobre os cenários que se apresentam nas próximas décadas. Uma das apostas mais ousadas é o pneu esférico da americana Goodyear, Eagle 360 Urban, que dispensa rodas. Um exercício de ficção científica com uma espécie de pele biônica na super-

fície de rodagem, nunca fura, utiliza inteligência artificial e pode levitar magneticamente em uma estrada especialmente construída para ele. Nem a empresa consegue fazer previsão de quando se tornará realidade. Os desafios para carros elétricos também não são poucos. Os pneus precisam de um rodar silencioso. Mesmo com dimensões mais estreitas devem compensar o desgaste extra pelo peso das baterias e torque instantâneo do motor que proporciona acelerações fortes. De qualquer forma a evolução terá que vir também para os carros atuais. Foi motivo de análise aprofundada pelo site inglês www.just-auto.com do qual este colunista é correspondente. Primeira preocupação é diminuir peso. A japonesa Yokohama trabalha para reduzir massa em 25%. Cada pneu de automóvel exige 40 litros de petróleo para ser produzido. É possível economizar ao usar de óleo de soja na composição da borracha. A

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FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

francesa Michelin desenvolve uma roda flexível capaz de se deformar e evitar que o pneu esvazie ao passar por buracos de DNA brasileiro, sonho de consumo por aqui. Muito interessante é a proposta da alemã Continental. Câmeras rastreiam o spray de água em pista molhada e, com ajuda de outros parâmetros, antecipa o risco de aquaplanagem. Interage, então, com controles eletrônicos para diminuir a velocidade, resolvendo um dos maiores problemas de um veículo com direção autônoma e mesmo de motoristas comuns. Italiana Pirelli promete, no final deste ano, introduzir a troca de informações em tempo real entre pneus e a eletrônica de bordo, em particular com Sistemas de Assistência Avança-

da ao Motorista (ADAS, na sigla em inglês). E que tal um pneu que “respira” e limpa o ar em torno dele? Pois a Goodyear propõe exatamente isso. Desenvolveu um protótipo de um não pneumático com estrutura aberta que aumenta a aderência ao absorver água da pavimentação molhada. Na lateral existem musgos capazes de utilizar umidade e iniciar um processo de fotossíntese absorvendo CO2 e devolvendo oxigênio para a atmosfera. Portanto, de onde menos se espera, brota alta tecnologia. Mesmo de uma estrutura circular, de cor negra e que aparentemente nada agrega. Quem pensava assim estava redondamente enganado, nos dois sentidos do termo.

RODA VIVA n HONDA abriu a “porteira” para crossovers derivados de hatches com o WR-V, em março de 2017. Fórmula simples: maior altura de rodagem, mudanças estéticas na frente e traseira, penduricalhos de sempre. Primeiro seguidor, Ka Freestyle, chega em julho. Volkswagen não confirma, mas deve lançar no próximo ano o T-Track (nome provisório) com base no Polo.

bilizar importações desde 1º de janeiro. McLaren aproveitou. Seu representante Eurobike acumula grande experiência em automóveis caros. Já em 2019 espera vender 24 unidades. A marca inglesa, claro, enfrenta Ferrari e Lamborghini. Cupê 570S começa em R$ 1,9 milhão e o 720S vai a R$ 3,1 milhões.

n OUTRO sinal positivo de recuperação sustentável do mercado interno de veículos veio da ampliação em 27,6% do crédito liberado para financiamentos (incluído leasing), em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O dado ruim: apesar de nível da inadimplência perto da mínima histórica os bancos ainda estão bem seletivos. Mais de 40% das propostas são recusadas.

n NOVAS placas de veículos do Mercosul adiadas, de

n FIM do Inovar-Auto e do superIPI voltou a via-

novo, para dezembro próximo. Planejamento agora está correto: carros novos e os que trocam de proprietário ou cidade. Identificação mais segura; conjunto de quatro letras e três números permite mais de 200 milhões de

combinações. Fabricantes de veículos se queixam de dimensões impróprias: não foram consultados. n TESLA continua a enfrentar grandes dificuldades

industriais para deslanchar seu modelo elétrico de porte médio, em Fremont, Califórnia. O dono e bilionário, Elon Musk, pensava que fábrica de automóveis era mina de ouro e descobriu mina de problemas. Mais fácil produzir foguetes. Parafraseando o ditado, está comendo o pão que o diabo, ou melhor, o carro amassou...


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Dessa vez galinha vai criar dente! Já estamos no período que antecede as eleições, ocasião na qual iremos começar a ouvir as propagandas eleitorais, com promessas graciosas e mentiras que fazem povo de besta, de bobocas, Eu soube que vai aconte- de trouxas, de cer uma grande festa aqui imbecis e de palhaços. Claro em Alagoas, nas inauque só podemos gurações do estaleiro de saber quem Coruripe, na inauguração são os candidado aeroporto de Maragogi tos e quais são as suas virtue na inauguração do VLT des ou defeientre a Fernandes Lima tos através dos e o Aeroporto Zumbi dos anúncios e das propagandas. O Palmares. que eu não gosto, e penso que o povo não gosta, são as propagandas enganosas e mentirosas, com as promessas ridículas. Eu sempre gostei das pessoas sin-

ceras e de vergonha, que não fazem promessas vãs para tapear o povo, todavia é muito difícil encontrar esse tipo de candidato hoje em dia. Nunca me acostumei com as mentiras que são ditas, principalmente, por certos candidatos quando nos palanques, nas rádios, jornais e televisões. Todos os candidatos, sejam eles dos partidos A, B, C ou de qualquer agremiação política, treinam ou são treinados para fazerem promessas difíceis ou impossíveis de serem cumpridas. Toda Alagoas está muito bem lembrada quando alguns políticos andaram dizendo que nós teríamos um dos melhores estaleiros do Brasil, em Coruripe. Disseram que já haviam escolhido e avaliado o terreno e que já tinham acontecido inúmeras reuniões. Trouxeram empresários para serem entrevistados, fizeram almoços e jantares, beberam bons whiskies e deram gargalhadas

de tanta felicidade. Era tudo mentira! Várias eleições aconteceram e as promessas continuaram. A imprensa alagoana, que diariamente falava no grande estaleiro de Coruripe, passou a ficar calada com o trote que foi dado nos alagoanos. Nessa eleição que vem chegando eu não sei qual será a principal promessa. O pior é que acontecem promessas que são feitas por todos os políticos, não só de Alagoas, mas também, de todo o Brasil, pois as sacanagens das promessas sempre acontecem. Em outras eleições, inventaram que seria construído um moderno aeroporto em Maragogi, pois o turismo alagoano já estava reclamando. Todos os dias as notícias eram repetidas nos órgãos de imprensa da nossa Alagoas. Inclusive, certa vez eu ouvi quando um político disse que “a sua querida Maragogi”, terra dos lindos coqueirais, há muito já estava mere-

cendo um grande e moderno aeroporto. Disse até que já estava pensando em comprar um avião com o dinheiro que já ganhou de propina. “Eu era pequeno” quando os nossos políticos inventaram de fazer um VLT, começando no inicio da Av. Fernandes Lima e indo ate o Aeroporto Zumbi dos Palmares, em Rio Largo. No início, como alagoano, eu fiquei feliz com as notícias, mesmo sabendo que as promessas de políticos sempre são com o intuito de enganar o povo ou de nos fazer de patetas. Agora, novas eleições estão chegando e com elas as mentiras e as promessas. Eu soube que vai acontecer uma grande festa aqui em Alagoas, nas inaugurações do estaleiro de Coruripe, na inauguração do aeroporto de Maragogi e na inauguração do VLT entre a Fernandes Lima e o Aeroporto Zumbi dos Palmares. Dessa vez, as galinhas vão criar dentes!


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ABCDO INTERIOR

Continua foragido

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uciano Aurélio, tio do ex-prefeito de Girau do Ponciano, Fabinho Aurélio, que está encarcerado no presídio Baldomero Cavalcante por crime de improbidade administrativa, se entregou a polícia ontem. Ele e outro irmão, Valdemir Aurélio – que se encontra foragido –, são acusados de desviar recursos que seriam utilizados para compra e distribuição de água, através de carros-pipas naquele município.

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robertobaiabarros@hotmail.com

Na oposição

Não está fácil para Rogério Teófilo (PSDB) sustentar a administração da cidade mais importante do Agreste de Alagoas. O gestor tem enfrentado uma enxurrada de denúncias, a debandada de aliados, o descontentamento da população e agora lida com uma oposição no Legislativo municipal formada por ex-integrantes de sua base aliada.

Esteve no MP

Na manhã de quarta-feira (23), a vereadora Maria Sinielza Lira Pessoa, irmã do deputado estadual Severino Pessoa, deu entrada no Ministério Público Estadual com requerimento em que solicita acesso ao conteúdo da denúncia do empresário Luiz Augusto Lôbo, no caso que é conhecido na cidade como Lava Jato do Agreste. O advogado denunciou Teófilo de um calote de 90% do valor de um contrato totalizado em R$ 600 mil.

Quer o dossiê

Após a entrega de um dossiê com mais de 278 páginas, o MP verificou que os 10% pagos ao empresário para auditoria nas contas de gestões passadas tem origem de uma empreiteira, a Construir Construções, que tem como sócio Lenine Pereira, secretário municipal da gestão Teófilo. (Com 7Segundos).

O “cabeça”

Com a prisão de Luciano, a polícia acredita que o “cabeça” pensante de uma organização criminosa que agia na gestão anterior na Prefeitura de Girau do Ponciano também se entregue. Valdemir, inclusive, puxou para si, durante depoimento prestado à polícia, a responsabilidade pelos desvios de recursos milionários, mas conseguiu fugir durante uma operação desencadeada pelo Gecoc, que culminou com a primeira prisão de Fabinho Aurélio.

Foi preso

O ex-gestor girauense foi alvo de três operações do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas, acusado de desvios de verbas. Ele também é apontado por supostos desvios de recursos públicos destinados à compra de medicamentos. Na representação encaminhada à 17ª Vara Criminal da Capital, o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, e o Gecoc ainda solicitaram a indisponibilidade dos bens de todos os envolvidos.

O esquema

Nas irregularidades apuradas pelo Gecoc, ficou comprovado que José Jacob Gomes Brandão, Fábio Rangel Nunes de Oliveira e Márcia Coutinho Nogueira assinaram procedimentos licitatórios que beneficiaram a RR Distribuidora, autorizando pagamentos de verbas públicas em favor da referida empresa sem que qualquer mercadoria tivesse sido fornecida ou serviço prestado.

Abriu as portas

Arapiraca ganhou na última quarta-feira, 23, o Unicoworking, um espaço compartilhado de trabalho, ideal para reuniões, videoconferências, palestras e cursos. O projeto foi idealizado pelo advogado Cláudio Canuto e está localizado na Avenida Ceci Cunha, com uma grande estrutura: auditório para 30 pessoas, com tela retrátil; sala de treinamento e salas de atendimento para duas, quatro e cinco pessoas, além de 13 estações individuais de trabalho. O funcionamento será de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 18h. (Com Live Comunicação).

Capacitação

Durante a programação da 8ª edição da Semana 100% Mamãe Bebê, dentistas do município receberam, na tarde de terça-feira (22), uma capacitação sobre os cuidados com a saúde bucal dos bebês. O encontro aconteceu no auditório do Centro de Referência Integrada de Arapiraca (CRIA).

Dentistas

Cerca de 45 dentistas participaram da palestra, ministrada pela Dra. Betatuska Frazão, que teve como tema Odontologia para Bebês. Na oportunidade, foram debatidos vários temas envolvendo as anomalias frequentes na Odontologia Neonatal.

Saúde bucal

A coordenadora da Saúde Bucal, Érica Paula Barbosa, destaca a importância da qualificação para os profissionais. “A palestra ministrada pela Dra. Betatuska é muito importante e faz parte da educação continuada para os dentistas”, declara Érica Paula. (Com Ascom). Ainda na programação, auxiliares da saúde bucal receberam, 3° Centro De Saúde de Arapiraca, uma oficina com atividades educativas e preventivas. Elas trocaram informações sobre a saúde bucal vista no dia-a-dia.

PELO INTERIOR ... O prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar, solicitou que a escala de plantão dos médicos que atuam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Palmeira dos Índios seja ampliada de dois para três profissionais, inclusive com a permanência de um pediatra, das 7h às 19h.

... Esse foi o pontapé inicial de uma operação que encontrou relação íntima entre prostituição e tráfico de drogas, no crime investigado. A partir disso, foi concedido pelo juiz da comarca de Traipu, Elielson dos Santos Pereira, sete mandados de busca e apreensão e, também, de prisão.

... Terça-feira (22), durante visita à Unidade, o prefeito deixou claro que o município cumpre rigorosamente o pagamento dos funcionários da instituição, mas exige que os médicos também cumpram o juramento que fizeram para exercer a profissão de não omitir socorro a quem necessita dos serviços de saúde.

... No último domingo (20), os atletas Ariglefferson Ruan Silva Juca, Lázaro Santos e Rayane da Silva representaram o município arapiraquense no Campeonato Brasileiro de Wrestling, realizado no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

... O prefeito discorda totalmente da operação padrão na Unidade, que restringe o número de atendimento para 140 pacientes. ... O Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (IPAS) enviou uma nota técnica à prefeitura, onde afirma que não compactua com a medida adotada pelos médicos. O IPAS garantiu que a empresa apoia as decisões tomadas pelo município e que não vai cruzar os braços diante da situação. O contrato do município com o Instituto será encerrado dia 28 de junho e outra empresa assumirá a administração da Unidade. ... Há um mês, as delegacias de Arapiraca e de Traipu iniciaram um trabalho conjunto de investigação, acerca de um homicídio que ocorreu naquela cidade ribeirinha, envolvendo uma prostituta que fazia programa na Rua 16 de Setembro, em Arapiraca.

... No feminino, a atleta Rayane da Silva subiu ao tatame e levou a prata na categoria até 59 kg da categoria livre, numa eletrizante disputa contra a carioca Maria Elizabeth. ... A todos um excelente final de semana, com paz e saúde. Até a próxima edição. Reunião Técnica Informativa Em atendimento ao disposto no Art. 9º da Portaria MMA 421/2011, o IBAMA convoca os interessados a comparecer à Reunião Técnica Informativa sobre o Relatório Ambiental Simplificado do empreendimento Linha de Transmissão LT, 230 kV Nossa Senhora do Socorro – Penedo – C2 da ETENE Empresa Transmissora de Energia do Nordeste (CNPJ: 28.127.806/0001-64). O referido empreendimento atravessa os municípios Nossa Senhora do Socorro, Laranjeiras, Riachuelo, Maruim, Divina Pastora, Rosário do Catete, Capela, Japaratuba, Japoatã, Neópolis e Santana do São Francisco em Sergipe e Penedo em Alagoas. A Reunião Técnica Informativa será realizada: • 29/05/2018, Escola Municipal Professor Emiliano Nunes, localizada na Praça Moacir Sobral Barreto, s/n, município de Japaratuba/SE, as 18:30h;


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Casal instala tecnologia pioneira no NE em nova Estação de Tratamento de Esgoto

INOVAÇÃO MODELO CRIADO NA NORUEGA SERÁ IMPLANTADO NA ETE DO BENEDITO BENTES E VAI TRATAR 350 LITROS DE ÁGUA POR SEGUNDO TEXTO DE JOÃO ARTHUR SAMPAIO

A obra da ETE do Benedito Bentes deverá ser concluída em um ano

convite da empresa Biowater, que aconteceu por meio da Parceria Público-Privada (PPP) com a Sanama, dois engenheiros da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) visitaram seis Estações de Tratamento de Esgoto em duas cidades da Noruega. A viagem aconteceu para que os gestores pudessem conhecer novas tecnologias da empresa pioneira em inovações nesse processo e trazê-las para o estado. O Moving Bed Bio Reactor (MBBR) com Continuous Flow Intermittent Cleaning (CFIC) – que em uma tradução livre significa Bio Reator de Leito Móvel com Limpeza Intermitente por Fluxo Contínuo – foi a grande novidade apresentada aos engenheiros da Casal Luiz Neto, gerente técnico de Novos Negócios, e Júlio César, gerente de Projetos e Custos. Com a instalação dessa tecnologia na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Benedito Bentes, Alagoas se tornará o primeiro estado da região a utilizar a CFIC e o terceiro a usar o MBBR, que já existe em ETEs no Ceará e em Pernambuco. O MBBR compacta sistemas de tratamento maiores em menores áreas com a utilização de biomídias – peças de polietileno de alta densidade (PEAD) que aumentam a área de digestão biológica do esgoto – para catalizar o processo, e o CFIC permite o uso de 90 a 99% da capaciadade do tanque. Na prática, isso significa mais eficiência e agilidade no processo de tratamento do esgoto.

“A Companhia tem condições de implantar um sistema revolucionário de tratamento de esgoto, que ainda é considerado novo no Brasil, e é pioneiro no Nordeste. Ele vai substituir as lagoas que atendem a região do Benedito Bentes, pois elas serão desativadas, para oferecer um serviço de melhor qualidade, e que agride menos o meio ambiente”, explicou Luiz Neto. Luiz ainda disse que esse novo modelo pode ser aplicado em diferentes tipos de efluentes, como o doméstico e o industrial, e é favorável à expansão em módulos. “Eles, na Noruega, respiram sustentabilidade, dão muita ênfase ao tratamento de esgoto e focam na reutilização da água, e a Casal quer utilizar esse modelo e aplicar essa filosofia em Alagoas”, destacou. “Esse é um ganho enorme para nós, tanto na implantação, já que reduz o tamanho da área necessária para construção das ETE, quanto no operacional, que requer uma complexidade menor no processo. Essa novidade fez com que a Casal saísse na frente nesse quesito, uma vez que é uma tecnologia que poucas empresas têm no Brasil”, pontuou Júlio César. As cidades vistidas na Noruega, na viagem ocorrida em abril deste ano, foram Tonsberg, Lillehammer e a capital, Oslo. Em cada uma foram visitadas duas estações, totalizando seis. Dessas, uma estava em construção, uma usava o projeto piloto – que vai ser instalado no

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Benedito Bentes – e outra era a primeira do mundo com MBBR, que está em operação desde 1990. Quando estiver concluída, a ETE,

que está sendo instalada pela Sanama, terá uma capacidade de tratamento de aproximadamente 350 litros de esgoto por segundo, e irá atender os conjuntos Palmares, Santa Luzia, Santa Maria, Santa Lúcia, Salvador Lyra, Zé Maria de Melo, Dubeaux Leão, Henrique Equelman, Antares, Inocoop, Eustáquio Gomes e João Sampaio II. Também serão atendidos o Benedito Bentes I e II, Santos Dumont, Tabuleiro do Martins, Cidade Universitária, Jardim Saúde e Cambuci. “A PPP para esgotamento sanitário da parte alta de Maceió é mais uma iniciativa do Governo do Estado para universalizar o acesso à rede coletora e ao tratamento do esgoto. Isso vai significar mais qualidade de vida para a população e melhorias para o meio ambiente. A PPP prevê um investimento de R$ 200 milhões para a capital, beneficiando aproximadamente 160 mil pessoas”, acrescentou o presidente da Casal, Clécio Falcão.


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30 ANOS DE ELEIÇÃO EM ALAGOAS O EXTRA publica a partir desta semana os principais fatos dos últimos 30 anos da vida política de Alagoas compilados pelo professor e analista político Marcelo de Melo Bastos e que deram origem a seu livro Eleições em Alagoas 1978-2016.

1978 FATOS IMPORTANTES

1) Guilherme Palmeira (ARENA) foi escolhido em primeiro de setembro de 1978 para governador do Estado e Teobaldo Barbosa vice-governador através de um colégio eleitoral no Estado com uma votação de 162 votos. 2) Arnon de Mello (ARENA/ Senador Biônico) foi escolhido em primeiro de setembro de 1978 pelo colégio eleitoral com Carlos Lyra (ARENA) como primeiro suplente com uma votação de 159 votos. 3) Luiz Cavalcante (ARENA) foi eleito em sublegenda com uma votação de 117.302 votos. 4) José de Moura Rocha

CONTEXTO HISTÓRICO Na Eleição Estadual de 1978 em Alagoas tínhamos à frente do Governo do Estado Geraldo Melo (ARENA) e no Município de Maceió, Dilton Simões.

(MDB) apesar da excelente votação para o Senado obtendo 157.703 votos (45,30%), perde a eleição em virtude de que a sublegenda somava os votos dos candidatos do mesmo partido. Luiz Cavalcante (ARENA) com uma votação de 117.302 votos (33,76%) foi beneficiado pela sublegenda já que os votos de Rubens Vilar (ARENA) obteve 51.402 votos (14,80%) e José Sampaio (ARENA) obteve 21.024 votos (6,05%) somava a votação dele. E o mais votado da sublegenda era o vitorioso do pleito.

Fazenda do seu Governo no período de 1961 a 1966, resolve não disputar o pleito para o Senado, pois iria se confrontar com Luiz Cavalcante. Sai candidato a Deputado Federal e obtém 102.108 votos, sendo a maior votação proporcional do Brasil.

5) Divaldo Suruagy (ARENA) poderia ter sido candidato ao Senado em 1978, porém em virtude da gratidão a Luiz Cavalcante em tê-lo nomeado Secretário da

7) João Rodrigues Sampaio Filho (ARENA) foi eleito Deputado Estadual mais votado com uma votação de 15.663 votos. A sua grande votação na época se

6) Nas eleições de 1978 a bancada de Alagoas na Câmara Federal tinha 7 representantes. ARENA (partido da situação) elegeu 5 representantes e o MDB (partido da oposição) elegeu 2 representantes.

Marcelo Bastos

deve a excelente administração do Município de Maceió no período de 1971 a 1975. 8) Nas eleições de 1978 a Assembleia Legislativa era composta por 21 representantes. A ARENA (partido da situação) elegeu 14 representantes e o MDB (partido da oposição) elegeu 7 representantes. 9) Renan Calheiros (MDB) obteve seu primeiro cargo eletivo se elegendo Deputado Estadual, com uma votação de 9.503 votos, sendo o 13° colocado. A base da votação de Renan Calheiros vem do Movimento Estudantil e dos Movimentos Sociais. 10) Fernando Collor de Mello surge na política alagoana quando foi nomeado prefeito de Maceió para o período de 1979 a 1982.


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