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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 974 - 01 A 07 DE JUNHO DE 2018

R 3,00

ELEIÇÕES 2018

DÍVIDA COM INSS

Marx Beltrão garante não abrir mão da disputa ao Senado P/ 5

Mário Marroquim diz que processo no Pará não tem relação com empresa em Alagoas P/ 12

FAZENDA INVIABILIZA A VENDA DE PRECATÓRIOS Sefaz limita em R$ 100 mil valor anual da compra desses títulos Secretário George Santoro

Edifício Maxim’s, na Ponta Verde, cujo terreno está bloqueado pela Justiça do Pará

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Ao limitar as operações de compensação tributária em 4.000 UPFAL por ano, Sefaz praticamente acaba com a venda de créditos judiciais

CRIME BRUTAL

TJ anula júri popular e Mirella voltará ao banco dos réus

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CANAL DO SERTÃO

TCU pede suspensão de contrato com Queiroz Galvão por sobrepreço

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MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE JUNHO DE 2018

Jogo pesado

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

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- A decisão de Marx Beltrão de não recuar da disputa por uma vaga de senador deve levar Renan Filho a repensar seu apoio a Maurício Quintella como segundo candidato ao Senado, ao lado de Renan-pai. Afinal, a candidatura de Marx tem bem mais musculatura eleitoral que a de Quintella, como indicam as pesquisas de intenção de votos.

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- A menos que a estratégia dos Calheiros seja lançar ao Senado um segundo candidato de pouca densidade eleitoral para não ameaçar a reeleição do senador Renan. Essa possibilidade ficou mais clara após a anunciada candidatura de Rodrigo Cunha ao Senado.

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- Com dois candidatos à reeleição (Renan e Biu) e mais três noviços com alguma chance entrando na disputa, qualquer vacilo é fatal. E em política não existem considerações nem amizade pessoal; só pragmatismo e interesses em jogo. O resto é só nuvem passageira.

Calote

Uma ação de cobrança contra a Prefeitura de Maceió está sendo ajuizada pelo proprietário do imóvel onde funcionou a Semtabes, que desocupou o prédio com 10 meses de aluguel em atraso. Somada essa dívida com os danos causados ao imóvel, o calote chega perto de meio milhão de reais. Com a palavra o prefeito Rui Palmeira, que até agora não se mexeu para quitar o calote.

Memória curta

Após romper com o PMDB por causa do impeachment de Dilma Rousseff, o PT volta ao colo do governo de Renan Filho, como se nada houvesse ocorrido. Mais que cargos para seus apaniguados, os petistas sabem que sem o apoio do governo o partido morrerá de inanição.

Ações da Marroquim

O empresário Mário Marroquim garantiu ao EXTRA que as ações judiciais envolvendo o nome da empresa no Pará nada têm a ver com a construtora alagoana. Ao tranquilizar seus investidores, o dono da Marroquim garantiu que suas operações são sólidas e que não há nenhum processo judicial contra a construtora alagoana. Mário Marroquim explicou que o processo por dívidas com o INSS no Pará diz respeito à Marroquim Júnior, empresa de propriedade de um irmão seu, sem qualquer vínculo jurídico com a Marroquim de Alagoas. Mesmo assim, a família está unida na busca de uma solução.

(Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Direto ao ponto

Ganância

Ao rebater críticas do deputado Rodrigo Cunha de que Alagoas tem a maior carga tributária do Nordeste sobre os combustíveis, o secretário da Fazenda, George Santoro, foi claro: “A análise deve levar em conta toda a cadeia produtiva, como bases de cálculo, alíquotas, benefícios fiscais, margem de valor agregado, convênios, protocolos, ajustes sinief, pauta fiscal e outros fatores...”. Entendeu?

A Sefaz limitou em R$ 100 mil o valor anual da compra de precatório via compensação tributária na tentativa de reduzir a ganância das empresas envolvidas nessas operações.

Avareza

Paulão e a greve

Vale a pena ver de novo

Essa novela protagonizada pelos tucanos na busca de um candidato de oposição ao governo do Estado é um replay de 2014. Naquela eleição, Téo Vilela lançou alguns candidatos apenas para aliviar as pressões dos aliados. Na prática, o que funcionou mesmo foi o acórdão para eleger Renan Filho e o compromisso de não mexer nas contas do governo tucano. E ninguém duvida que a dobradinha com os tucanos se mantém nas eleições de 2018, desta vez para garantir a reeleição de Renan Filho e de Ranan-pai.

Quem é Lula?

Lula foi esquecido. Segundo O Globo, “o entorno da sede da PF em Curitiba, atual moradia do preso mais famoso do Brasil, voltou praticamente ao normal”. Só O Antagonista ainda se lembra dele.

Na falta do que fazer – já que o acampamento de Lula foi desmontado – o deputado Paulão fez pronunciamento na Câmara para culpar os tucanos pela greve dos caminhoneiros. Esqueceu que foi o governo do PT que quebrou a Petrobras e outras estatais e levou o País ao caos. Melhor serviço prestaria o deputado se viesse a Alagoas conversar com seus eleitores para tentar salvar sua reeleição.

Fim da farsa

A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas – finalmente – anulou a esdrúxula decisão do júri popular que absolveu Mirella Granconnato, acusada de encomendar o bárbaro assassinato da universitária Giovana Tenório, por ciúmes. Ponto para a Promotoria que recorreu da imoral decisão e agora a acusada sentará de novo no banco dos réus. Como lembrou o promotor de Justiça Antônio Villas Boas, os jurados não podem julgar movidos por piedade, indulgência ou clemência.

Preocupadas em ganhar cada vez mais, essas empresas dão prioridade à compra de precatórios milionários de juízes, procuradores e de outros funcionários do alto escalão, discriminando os demais servidores.

Só a elite O jornal EXTRA tem denunciado que a venda desses precatórios só tem beneficiado a elite do serviço público, enquanto a maioria dos servidores é lembrada apenas para legitimar o pagamento dos figurões.

E agora? Se a ide​ia da Sefaz é garantir a quitação dos precatórios de menor valor, que representam a maioria dos servidores, a norma acabou inviabilizando a venda desses créditos judiciais, com prejuízo para todos os lados.

“Ciro não é um líder” Lula está tentando queimar a candidatura de Ciro Gomes. Os deputados que o visitaram na cadeia, vazaram para a Folha de S. Paulo o seguinte comentário do presidiário: “Ciro é um bom quadro. Mas não é um líder”. (O Antagonista)

Quem paga a conta? As projeções preliminares de diversos segmentos da economia após 11 dias de greve dos caminhoneiros apontam para perdas de mais de R$ 75 bilhões. Como sempre, a conta vai sobrar para todos os brasileiros.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE JUNHO DE 2018

JORGE OLIVEIRA

BB, máquina enferrujada Brasília - O Banco do Brasil é a cara desse governo: ruim, impopular, chato e decadente. Em nome da modernidade esqueceu o seu bem maior, o cliente. A máquina travou, o atendimento é péssimo, os funcionários vivem mal-humorados como se tivessem sido contaminados por aquela mulher antipática que aparece na televisão gritando como se fosse uma louca desvairada. Na outra ponta, os Correios, que já foram um exemplo de eficiência, vivem a sua pior fase, desacreditados e ineficientes. Receber uma correspondência em qualquer lugar do país é um drama. Os funcionários desses dois órgãos são unânimes em afirmar que torná-los ineficientes tem o propósito de privatizá-los. Alvo de bandidos até recentemente, o BB e os Correios se transformaram em um covil de políticos inescrupulosos que encheram suas diretorias de incompetentes. Do Postalis, por exemplo, o fundo dos funcionários dos Correios, foram roubado milhões de reais. E do BB, os escândalos se sucederam na presidência de Aldemir Bendine, condenado a 11 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. O banco, no entanto, saiu dos trilhos depois que o Temer nomeou o economista Paulo Caffarelli, homem ligado a Guido Mantega, de quem foi seu secretário-executivo no Ministério da Fazenda, ex-executivo da CSN. Para tornar a máquina eficiente, ele abriu o pacote de demissão de cerca de 20 mil funcionários, dos 115 mil existentes. Essa estratégia vem desde o governo FHC, quando fez o PDV e milhares de funcionários deixaram seus empregos. Nem por isso o banco virou excelência em operação e atendimento. O que se sabe é que muitos deles suicidaram-se depois que largaram o banco. O BB – que já foi a coroa da rainha – quer se desmaterializar. Criou a Estilo que funciona como uma agência virtual, mas continua exigindo assinatura do cliente em papéis quando a transação foge dos parâmetros diários. O cuidado, no entanto, não evita que hackers invada as contas dos correntistas para limpar seus saldos, como já aconteceu com este articulista, que viu do dia para a noite a sua conta de pessoa jurídica sendo esvaziada sem que a agência tivesse um mecanismo de defesa para evitar os saques. A política de atendimento ao cliente hoje é a mais impessoal. Os gerentes são trocados das agências à revelia como se fossem movidos por um botão que aciona um robô e o leva para um lugar distante da sua família. O remanejamento não considera o local onde ele mora. São tratados como máquinas por um departamento de relações humanas invisível e insensível que visa apenas o lucro. Os empregados, mal remunerados, queixam-se de que o banco virou uma fábrica de doentes mentais tal o número de funcionários afetados pelo estresse diário. Além dos fechamentos das agências, das demissões em massa, o salário hoje é um dos piores do mercado.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Hierarquia

As decisões tomadas de cima para baixo não respeitam a opinião dos empregados concursados, pois são ditadas por diretores, indiferentes aos problemas humanos e sociais, indicados pelo governo por influência de partidos políticos. O que aconteceu com as agências do BB em Portugal é um exemplo dessa má administração. Primeiro fecharam a agência de Cascais e a reação dos brasileiros que moram na cidade foi nenhuma, mesmo sendo obrigados a frequentar a sucursal de Lisboa para resolver seus problemas financeiros.

Reação

Como não houve reação, na administração de Meirelles, ministro da Fazenda, fecharam as agências do BB em Lisboa e Porto, um escândalo acobertado pela mídia que vive fartamente às custas da publicidade do banco. E o mais grave: Caffarelli autorizou que os 8 mil clientes fossem se abrigar no CTT, banco postal, que recebeu de graça todos os correntistas. Aqueles que se negaram a ir para o CTT não receberam do Banco do Brasil nenhuma assessoria de como proceder com o depósito do seu dinheiro nas agências de Lisboa e Porto, um desrespeito que vem se generalizado entre o banco e seus clientes. Caso semelhante ocorreu na Venezuela com o fechamento da representação do BB e a demissão dos 50 empregados.

Mudanças

Desrespeito

No Brasil, outro desrespeito. De repente as contas dos clientes mudam de agência sem aviso prévio. Um transtorno para quem estava acostumado com a localização do seu banco próximo ao trabalho ou da sua casa. A alegação é de que alguns correntistas tinham sido promovidos a um atendimento personalizado. Como o cliente deixou de ter cara, a desconfiança então aumentou entre ele e o banco, que passou a exigir mais segurança para qualquer transação que a gerência considera atípica. Ou seja: no BB você é correntista suspeito até prova em contrário.

Os gerentes do BB já não se dedicam ao trabalho como antigamente. O que mais se constata nas agências é um desrespeito ao cliente, uma indiferença a quem procura o banco para uma orientação financeira. Outra coisa perversa do banco é o de credenciamento do cliente, quando este tenta fazer transferência que o banco já se antecipa para suspeitar da transação.

É o fim

O BB hoje é uma instituição financeira preocupada apenas com o lucro, como qualquer banco privado. Para isso criou um atendimento impessoal que maltrata seus clientes, Infelizmente, milhares de pessomuitos obrigados a fazer neas físicas e jurídicas não podem fechar suas contas no BB, pois gócios com o banco, principalexistem negócios que exigem mente as pessoas jurídicas. obrigatoriedade de ser transaAs pessoas já se sentem cionados no Banco do Brasil. Se humilhadas quando procuram fosse facultado ao cliente escolher as agências tal é indiferença outra agência para movimentar com que são tratadas. Os suas contas especiais, certamente funcionários alegam estresse, o BB estaria em maus lençóis, mas isso não justifica o atenpois ninguém, em sã consciência, dimento ruim. Ora, se fizeram suportaria ser maltratado por um banco que vive do dinheiro cliente, do banco a sua opção de mas é indiferente aos seus apelos vida têm que atender bem os clientes, como acontece com de civilidade e de bom atendimento. É como já dizia o Cazuza: qualquer trabalhador que se propõe a trabalhar com gente. “Brasil mostre a tua cara”.

Maltrato

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MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE JUNHO DE 2018

GABRIEL MOUSINHO

O risco e a humilhação

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azia muito tempo que o governo federal não passava situação tão humilhante como agora na greve dos caminhoneiros. Bateu cabeça com cabeça, prometeu mundos e fundos para a categoria, mas até o início da semana pouca coisa havia avançado. O que mais irritou os que participam dessa luta pela aquisição a preços justos, principalmente do óleo diesel, foi a falta de ações concretas e efetivas. Enquanto o governo prometia, os preços nas bombas aumentavam em vez de diminuir. Uma aberração, afirmavam também proprietários de postos de combustíveis até em Maceió, que se surpreendiam a cada carregamento nos postos. O governo federal enfraqueceu, capitulou ante a paralisação maciça dos caminhoneiros e praticamente não chegou a lugar nenhum. É preciso lembrar que em 1972 idêntica manifestação aconteceu no Chile, culminando com a derrubada do governo. Os manifestantes fizeram paralisações pacíficas, mas não arredaram o pé de suas reinvindicações, com uma política de preços desastrada aplicada pela Petrobras. Enquanto os cofres da estatal se abarrotam de dólares, o consumidor paga a conta. A greve foi uma demonstração do que futuramente pode acontecer. E os governantes estão pagando pra ver.

Sem surpresas

Qualquer pesquisa que seja feita para o governo do Estado com certeza dará Renan Filho na cabeça. Uma questão de lógica, quando até agora não apareceu nenhum candidato para lhe fazer frente nas urnas. Os números apresentados por institutos de pesquisas na última semana foram até generosos. Ele passou um pouco de 50% da preferência, quando deveria chegar perto dos 90%.

O limite

É importante também observar que Renan Filho dificilmente chegará além do que tem sido divulgado em algumas pesquisas. Se houver um candidato de peso do lado da oposição, a tendência é que o inquilino do Palácio dos Martírios comece a despencar, natural em qualquer campanha eleitoral.

Assombração

É por isso mesmo que o Palácio dos Martírios, através de seus interlocutores, faz pressão para que Ronaldo Lessa dispute mesmo o mandato de deputado federal. Se for para a majoritária, tanto para o governo quanto para o Senado, os dois Calheiros, pai e filho, estarão em maus lençóis.

gabrielmousinho@bol.com.br

Liderança

O presidente da Câmara, Kelmann Vieira, ao ser lembrado pela oposição para se candidatar ao governo do Estado, demonstra a liderança exercida na Casa Mário Guimarães e a força política dele e da família em Alagoas. Não foi à toa que o nome de Kelmann figurou no noticiário político como um candidato para disputar o governo.

Sinal de alerta

Para observadores políticos que viajam frequentemente ao interior do estado, a pré-campanha de Maurício Quintella ao Senado vem esfriando, enquanto Marx Beltrão avança em redutos seus considerados bastante sólidos.

Coração de mãe

Sem volta

A situação é tão preocupante do lado do governo, que o palanque presidencial de Renan pai e Renan Filho admite a participação de todos, ou seja, do próprio Ciro Gomes, do PDT de Ronaldo Lessa, do ex-presidente Lula e até mesmo do MDB, em nome do salve-se quem puder.

Maurício Quintella tem dito por aí afora que sua candidatura ao Senado não tem mais volta. E é verdade. Depois que negociou suas bases eleitorais para deputado federal, dificilmente as recuperaria. Agora é tudo ou nada.

Interrogação

Alvoroço

O vai e vem no Palácio Floriano Peixoto aumentou nos últimos dias. Cada assessor chega com uma novidade. Em alta o deputado federal Ronaldo Lessa, que pode perder o bonde da história se não assumir uma candidatura majoritária. Essa é a hora, diz um amigo de longas datas do ex-governador.

E agora, governador? Meses antes o governador Renan Filho divulgou um vídeo de que era o “pai” do combustível barato em Alagoas. Parece que foi uma piada de mau gosto e a gasolina e diesel chegaram a preços extorsivos. Por que agora sua excelência não anuncia a redução do ICMS dos combustíveis para melhorar a vida dos caminhoneiros e dos alagoanos?

Paciência

Com os dois hospitais, o Metropolitano e o da Mulher com obras embargadas por falta de projetos específicos, as obras continuam de vento em popa, embora a prefeitura tenha dado prazo para sua regularização.

Bola da vez

O empresário Fábio Farias, um dos homens de maior confiança de Renan Calheiros, deverá ser o escolhido para ser o vice de Renan Filho. Os Calheiros já fazem prognósticos para 2022, quando o governador, reeleito, tentará ir buscar a vaga de Fernando Collor. Para isso teria que se desincompatibilizar do cargo e Farias seria a pessoa indicada para cumprir com as determinações do grupo.

Receio

O único problema para a família Calheiros abandonar de vez Marx Beltrão é o receio de que perca a região Sul nas eleições de outubro. Marx domina pelo menos cinco municípios e poderia fazer dobradinha com algum outro candidato.

Sem sintonia

O que aproxima Ronaldo Lessa de uma candidatura majoritária é o fato de o presidente do PDT, Carlos Lupi, não suportar Renan Calheiros e Ciro Gomes vir fazendo críticas contundentes ao senador frequentemente.

Já Marx Beltrão vem navegando conforme a maré e ainda mantém sua disposição de disputar o Senado. Se vai, é outra história.

Rolete chupado

Sem candidato de oposição ao governo, Renan Filho trata seus aliados com indiferença. Alguns deles notam a arrogância do governador e o desprezo por algumas lideranças. Agora, elas não fazem mais a diferença. Até o deputado Ronaldo Lessa não tem lá mais esse trânsito com o governador. Coisas da política.

Pra onde vai Collor?

Com o senador Fernando Collor tudo pode acontecer. De ser candidato a presidente da República ou não, ou até mesmo disputar o governo de Alagoas, que ele ainda jura que não é seu objetivo no momento. Dotado de um carisma especial, principalmente no interior do Edo GAbriestado e com o grande poder de surpreender, tudo pode se esperar do ex-presidente nesta fase de pré-campanha eleitoral. Até agora, sem definir de qual lado está, Fernando Collor deixa o tempo passar e avalia qual a melhor hora e a melhor opção no grupo que certamente fará parte.


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Bruno Fernandes

Marx Beltrão ruma sozinho na disputa ao Senado

ENTREVISTA “NÃO FUI TRAÍDO POR NINGUÉM”, GARANTE O PRÉ-CANDIDATO JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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deputado federal e ex-ministro do Turismo Marx Beltrão (PSD) está numa empreitada que poucos políticos se arriscariam. Deixou o MDB para disputar o Senado arriscando ferir o seu bom relacionamento com a Família Calheiros. A troca aconteceu após os emedebistas declararem apoio à candidatura do também deputado federal e ex-ministro dos Transportes Maurício Quintella (PR). A estratégia do partido do governador Renan Filho é de se reeleger junto ao seu pai, o senador Renan Calheiros,

puxando também Maurício Quintella ao Senado. Se Marx Beltrão encarou a escolha de Quintella pelos Calheiros como uma traição, só o tempo dirá. Por enquanto, o pré-candidato ao Senado prefere manter uma linha sem mágoas. “Assim que assumi o cargo de deputado federal sempre falei do meu desejo de ser senador. Isso nunca foi um segredo, muito menos para a imprensa. Claro que a disputa majoritária envolve muitas questões, como partido, chapa, coligação e principalmente apoio da população. Acredito que o trabalho que fiz na Câmara dos Deputados e no Ministério do Turismo me credencia a concorrer ao Senado. Todos os dias tenho feito várias reuniões com grupos políticos, com associações e entidades. Minha pré-candidatura está aumentando e acredito no sucesso dela”, disse ao EXTRA. Recente levantamento divulgado pela TDL Pesquisa

& Marketing, em parceria motivo de piada. A populacom o site Cada Minuto, ção enxerga a política como mostra Marx Beltrão com o problema da nação, mas 20% das intenções de voto ela tem que ser vista como dos eleitores alagoanos. solução”, declarou. O número não seria o suSobre as conversas de ficiente para garantir um bastidores sobre uma possíassento nas duas cadeiras vel rusga com os Calheiros, disponíveis Marx Beltrão ao Senado. é direto: “É foIsso porque “Quanto mais candida- foca”. “Não fui em primeiro traído por ninlugar apa- tos, melhor para popula- guém. Política rece Renan faz somanção que não deve ficar à se Calheiros, do. Isso acontecom 35%, se- mercê das arrumações ceu porque um guido de Begrupo precisapartidárias. O eleitor va crescer para nedito Lira (PP), com terá a oportunidade de ter mais espa24%. Porém, ço. Se Maurício esses núme- escolher com quem ele Quintella veio ros não demais se identifica” para compor sanimaram esse grupo, que o pré-candiseja bem-vindato. “Chedo. Ninguém gar a 20% faltando quatro pode escolher seus adversámeses para a campanha, rios na política. Seja lá quem no momento em que as pes- for estou preparado para soas ainda não estão numa disputar com maturidade. energia política positiva, Sobre a minha família deime deixa muito confiante. xar cargos no governo do EsO eleitor cansou da política tado, isso não existe. Quem que está na esquina sendo tem espaço no governo sou

eu, deputado federal, assim como outros parlamentares. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) é uma indicação minha, que está fazendo um bom trabalho. Se o secretário [Cláudio Alexandre Ayres da Costa] deixará o cargo, quem decide é o governador de Alagoas”. Quanto aos projetos caso se eleja senador, Beltrão informou que “procurará fazer projetos de lei para reduzir a carga tributária e apostar cada vez mais no turismo em Alagoas para gerar empregos e desenvolvimento”. E aproveitou para comentar a crise na Petrobras. “É necessário discutir vários pontos, da fabricação de combustíveis à aplicação de impostos. No nosso país, as rodovias são poucas e os portos são precários. O frete caro, junto ao preço do combustível, faz com que vários produtos, como os alimentos, também tenham um valor elevado. E o caso de o produtor vender diretamente aos postos, é uma questão delicada que deve ser amplamente debatida”. Sobre o deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB), que surpreendeu os eleitores ao se pré-candidatar ao Senado, o que pode prejudicar os grandes caciques, como Renan Calheiros e Benedito de Lira, Beltrão afirma que a atitude do tucano foi benéfica para as eleições em Alagoas. “Quanto mais candidatos melhor para população, que não deve ficar à mercê das arrumações partidárias. O eleitor terá a oportunidade de escolher com quem ele mais se identifica”. E segundo o pré-candidato, a Operação Lava Jato foi um divisor de águas na política brasileira. “O país está sendo passado a limpo e as eleições são um momento oportuno para a população fazer o seu papel”, finalizou.


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Os dois primeiros trechos do canal tiveram as obras executadas pela Queiroz Galvão e, de acordo com auditoria do TCU, houve superfaturamento de mais de R$ 66 milhões

TCU pede suspensão de contrato com a Queiroz Galvão

CANAL DO SERTÃO AUDITORIA CONFIRMA SOBREPREÇO DE R$ 48 MILHÕES NO TRECHO 5 E AUSÊNCIA DE GARANTIAS VERA ALVES veralvess@gmail.com

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Tribunal de Contas da União mantém o embate com o governo de Alagoas no que se refere ao Canal do Sertão e voltou a pedir a suspensão do contrato do trecho 5 e da liberação de recursos do Orçamento até que sejam sanadas o que classificou como graves irregularidades. A recomendação foi encaminhada no dia 17 deste mês à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) do Congresso Nacional. Em jogo a tentativa de evitar mais um prejuízo aos cofres públicos e desta vez no valor de R$ 48 milhões de sobrepreço no contrato firmado em 2010 relativo ao trecho 5 do canal, o último licitado e contratado da obra que é aclamada pelo Estado como a redenção para a economia da região sertaneja. A irregularidade já havia sido comunicada pelo TCU

ao Congresso em novembro do ano passado e com o mesmo pedido de suspensão do contrato firmado com a Construtora Queiroz Galvão durante o governo Téo Vilela (PSDB), mas deputados e senadores decidiram por retirá-la da lista de obras com recursos suspensos. O trecho 5 do Canal do Sertão, que compreende do km 123,40 ao km 150 é alvo do processo 011.156/2010-4 na Corte de Contas e está sob a relatoria do ministro Aroldo Cedraz. O contrato que tem como valor original R$ 447.034.870,74 voltou à mira do TCU depois que nova auditoria constatou o não cumprimento de uma determinação anterior, a de repactuação do contrato pela Secretaria de Estado da Infraestrutura, gerenciadora da obra. O problema é que a Queiroz Galvão é a mesma construtora que executou as obras dos trechos 1 e 2, já concluídos e nos quais foi confirmado superfatura-

mento de R$ 66.109.998,85. Para que o contrato do trecho 5 fosse mantido, o TCU determinou que a empresa oferecesse garantias, compromisso assumido mas não cumprido. A ausência de garantias foi alvo de novo procedimento por parte da Corte de Contas que no dia 28 de março último rejeitou recurso da Queiroz Galvão contra decisão do TCU que indeferira a oferta de bens móveis em substituição a apólice de seguro que verificou-se estar vencida. A própria Seinfra argumentou que a construtora não conseguiu renovar a apólice junto à seguradora e que nenhuma outra do mercado securitário se dispôs a contratar com a mesma. Com a suspensão do contrato 58/10, o Tribunal de Contas da União quer evitar um prejuízo de R$ 48.331.865,89 apurados como sobrepreço por técnicos da Corte. O valor se refere a preços contratados acima dos valores de mercado.

O QUE DIZ O GOVERNO

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rocurada pelo EXTRA para falar sobre a recomendação do TCU à comissão mista do Congresso, a Secretaria de Estado de Infraestrutura enviou a seguinte nota: Em resposta à auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), realizada em 12 obras públicas listadas no orçamento de 2017, a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) esclarece que as obras do Trecho 5 do Canal do Sertão, em Alagoas, sequer foram iniciadas, de modo que não há paralisações nas construções. Após irregularidades apontadas no documento de 2017, a Seinfra já prestou contas à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização - CMO, que acolheu os argumentos defendidos e não aceitou a recomendação do TCU, o que retirou o Canal do Sertão da lista de obras fede-

rais com indícios de “irregularidades graves”. O relatório atualizado de 2018 ainda será votado pela CMO, e a Seinfra já providenciou o estudo de repactuação para o trecho 5 da obra. Vale ressaltar que as obras do trecho 4 continuam em execução, à medida que o Ministério da Integração Nacional repassa os recursos. Ademais, a Seinfra ressalta seu compromisso com a correta aplicação dos recursos públicos nas obras que executa, de forma ética e transparente. De tal forma, a pasta tem atendido aos questionamentos do TCU, respondendo e cumprindo suas determinações regularmente. Por fim, a Secretaria destaca que o Canal do Sertão já beneficia milhares de alagoanos e minimiza os impactos da estiagem prolongada – a exemplo da Adutora do Alto Sertão, responsável pela distribuição de água tratada para 8 municípios sertanejos.


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Obra recebeu mais de R$ 3,2 bilhões até março de 2017 a) Trecho 1 (km 0 ao km 45): execução por meio do Contrato 1/1993-CPL/AL com a Construtora Queiroz Galvão S.A., concluído; transferência de recursos federais por meio do Convênio 964/2001 (Siafi 447151); b) Trecho 2 (km 45 ao km 64,7): execução por meio do Contrato 10/2007CPL/AL com a Construtora Queiroz Galvão S.A., concluído; transferência de recursos federais por meio do Termo de Compromisso 118/2009 (Siafi 663932); c) Trecho 3 (km 64,7 ao km 92,93): execução por meio do Contrato 18/2010CPL/AL com a Construtora OAS Ltda., concluído; transferência de recursos federais por meio do Termo de Compromisso 207/2011 (Siafi 668823), 1ª etapa, e do Termo de Compromisso

9/2013 (Siafi 674423), 2ª etapa; d) Trecho 4 (km 92,93 ao km 123,4): execução por meio do Contrato 19/2010CPL/AL com a empresa Odebrecht Serviços de Engenharia e Construção S.A., atualmente com 63,25% de execução; transferência de recursos federais por meio do Termo de Compromisso 24/2013 (Siafi 674565); e e) Trecho 5 (km 123,4 ao km 150): execução por meio do Contrato 58/2010CPL/AL com a Construtora Queiroz Galvão S.A., ainda sem ordem de serviço e sem instrumento de transferência de recursos federais. *O custo global do empreendimento, considerando os cinco contratos de obras civis acima mencionados, atualizados até março de 2017, resulta em R$ 3,28 bilhões

Construção de Angra III também está entre as obras com superfaturamento e sobrepreço

Recomendação do TCU envolve mais 13 obras

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Canal do Sertão não é a única obra apontada com graves indícios de irregularidades pelo TCU. A recomendação encaminhada ao senador Dário Berger, presidente da CMO, lista outros 11 projetos para os quais se pede que não haja liberação de recursos do Orçamento da União, dentre os quais o da constru-

ção da Usina Termonuclear de Angra III, no qual se constatou superfaturamento, sobrepreço e gestão fraudulenta do contrato. As demais são: Refinaria Abreu e Lima, em Recife (PE); Centro do Processamento Final de Imunobiológicos do Rio de Janeiro; Fábrica de Hemoderivados e Biotecnologia de Pernambuco; Ferrovia Norte-Sul (lote 5); Construção da BR-040 (Serra de Petrópolis-RJ); Restauração de Pavimentação da travessia urbana de Juazeiro

(BA); BR-235, na Bahia; Vila Olímpica de Paranaíba (PI); Canal Adutor Vertente Litorânea (PB); Trechos 1 e 2 do Corredor de ônibus da Radial Leste (SP); e, BRT de Palmas (TO). A Comissão Mista de Planos, Orçamento Púbico e Fiscalização tem até o dia 26 de junho para votar relatório a ser encaminhado para apreciação do Plenário do Congresso Nacional apontando se aceita ou não as recomendações do TCU para cada uma das obras listada como contendo irregularidades.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE JUNHO DE 2018

Rodrigo Cunha e George Santoro trocam farpas em rede social

ICMS DO COMBUSTÍVEL NÃO FALTOU SARCASMO ENTRE DEPUTADO E SECRETÁRIO DA FAZENDA lhores incentivos fiscais do país e isso é política tributária que se repercute em toda a cadeia produtiva, gerando impacto desde o produtor de leite até a gôndola do supermercado”, argumentou. E continuou: “Fica claro que a análise deve levar em conta toda a cadeia produtiva. Assim temos: bases de cálculo, alíquotas, benefícios fiscais, margem de valor agregado, convênios, protocolos, (...) e outros fatores que podem influenciar direta ou indiretamente na carga tributária do ICMS. Esta sim deve ser a medida correta e por setor econômico para avaliar a política tributária”. Cunha não ficou quieto e rebateu o secretário. “Agradeço a disponibilidade em nos fornecer todo esse esclarecimento sobre o funcionamento do ICMS em nosso Estado, até porque, como secretário da Fazenda, é fundamental entender todos os conceitos que envolvem esse tributo estadual. Contudo, acredito que tenha ocorri-

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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assunto “combustível” é encarado como tabu pelo governo de Estado. Isso porque a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o combustível em Alagoas é a segunda maior do Nordeste. O campeão é o Piauí, com imposto de R$ 1,36 por litro, seguido de Alagoas (R$1,27) e a Bahia (R$ 1,25). E não é de se estranhar o silêncio do governador Renan Filho (MDB) sobre a greve dos caminhoneiros. Em ano eleitoral, vale mais ficar quieto do que emitir opinião sobre qualquer assunto delicado. Porém, o secretário da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), George Santoro, não conseguiu ficar omisso quanto ao assunto e respondeu a uma provocação do deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB) na rede social Instagram. Crítico do governo, o tucano fez uma postagem na última sexta-feira, 25, sobre o imposto cobrado sobre a gasolina. “Quem se lembra do pacote de ajuste fiscal do Governo de Alagoas que a maioria dos deputados insistiram em aprovar em 2015? Aquela decisão, como disse na época, impactaria diretamente nas nossas vidas, pois aumentava o imposto cobrado sobre a gasolina. Em meio a toda a crise que o país passa hoje, em Alagoas a situação se complica ainda mais porque somos o estado que tem o 2º

Rodrigo Cunha criticou os altos impostos cobrados pelo Estado

ICMS mais caro do Nordeste e o 7º do país!”, publicou. Foi então que Santoro resolveu intervir comentando o post do parlamentar. “Para o senhor que postula uma vaga no Senado Federal é importante conhecer sobre ICMS. Aparentemente, vejo que desconhece profundamente o assunto”, provocou. “Alagoas não possui o 2° ICMS mais caro do Nor-

deste e nem o 7º mais caro do Brasil. Os dados desde tributo são públicos e podem ser obtidos nos sites das Sefaz dos estados e do Confaz. Como o senhor deve saber, o ICMS é um imposto sobre o valor adicionado e o seu cálculo envolve uma série de fatores complexos que mudam conforme o tipo de produto e atividade econômica. Alagoas hoje possui os me-

Postos na seca em Alagoas

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Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) decidiu orientar e alertar os proprietários dos postos de combustíveis sobre a limitação da venda e o valor abusivo cobrado pelos produtos fornecidos. Em Arapiraca foi orientado que para cada veículo quatro

do um equívoco simples que foge aos complexos conceitos tributários: interpretação de texto”, ironizou. “Os dados em que baseio minha afirmação também são oficiais, vindos da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes, em que se utilizaram como base de referência o período de 16 de maio a 31 de maio de 2018 (...). Tenho plena consciência e conhecimento da composição do preço da gasolina, por isso, mantenho meu posicionamento de que é inegável e irrefutável que o aumento da carga tributária estadual sobre o produto tem sua parcela de influência na composição do alto preço que todos os consumidores alagoanos são obrigados a suportar hoje. E, mais, como ainda somos um país dependente do sistema rodoviário e de combustíveis derivados do petróleo, o alto preço da gasolina produz efeitos em todos os setores econômicos de Alagoas”, finalizou.

rodas os postos disponibilizem 20 litros de combustível, enquanto para motocicletas sejam liberados oito. A exceção é para veículos ligados à Saúde, Educação, Segurança Pública e transporte coletivo. Um ofício foi enviado ao Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindicombustíveis/AL) e para todos os postos da segunda maior cidade do estado.


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Sefaz inviabiliza venda de créditos judiciais

FIM DOS PRECATÓRIOS ATO DO SECRETÁRIO DA FAZENDA LIMITA EM R$ 100 MIL O VALOR ANUAL DA COMPRA DESSES TÍTULOS

FERNANDO ARAÚJO faraujofilho@yahoo.com.br

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pós elevar os custos das operações de compra dos precatórios de Alagoas, a Secretaria da Fazenda publicou novo ato que praticamente inviabiliza a venda desses créditos trabalhistas dos servidores públicos. Trata-se da Instrução Normativa nº 23, que limita em R$ 100 mil por ano o valor máximo da aquisição desses precatórios. Insatisfeitas, várias empresas que atuam na compra desses créditos através de compensação tributária ajuizaram pelo menos 18 mandados de segurança contra as novas regras impostas pela Sefaz. Elas alegam que o ato afronta a Lei 6.410/03, chamada de Lei dos Precatórios, e vai prejudicar milhares de servidores estaduais. A Instrução Normativa da Sefaz foi publicada no dia 24 de maio último para entrar em vigor no dia 1º de junho. Mas as empresas argumentam que a Secretaria da Fazenda não tem poderes para modificar uma lei, o que só pode ocorrer através de decreto do governador e com prazo de 90 dias para sua vigência. “Não é preciso ser jurista para perceber que a referida Instrução está legislando, ou seja, é um ato totalmente ilegal, sem qualquer previsão na Lei 6.410/03. Apenas irá prejudicar milhares de servidores do Estado ao acabar com a esperança de um dia terem seus direitos satisfeitos”, diz

nota emitida por escritórios de advocacia que atuam na venda desses créditos. Desde que a Lei 6.410/03 entrou em vigor, centenas de servidores já receberam seus “precatórios”, mesmo tendo que abrir mão de 80% do valor real de seus créditos. A lei prevê um deságio de 70% na venda desses créditos, mais 10% de comissão dos escritórios. Não se sabe ao certo quantos servidores integram esse processo, mas calcula-se que pode chegar a 20 mil. A lei determina que servidores aposentados e portadores de doenças graves têm prioridade no pagamento desses créditos. Mas grande número de figurões do Judiciário e do Executivo, sobretudo, praticam tráfico de influência para burlar a lei e receber na frente de todos. Nos últimos anos, servidores com pequenos valores a receber só entraram na lista de certificação desses créditos para legitimar o pagamento a integrantes da elite do funcionalismo estadual. A novela desses “precatórios” tem origem em ações judiciais em que o funcionalismo estadual reclama perdas salariais com os planos econômicos do país, na época da inflação nas alturas. O Estado perdeu a causa e, sem recursos para pagar a conta, assinou um acordo reconhecendo a dívida bilionária com os servidores, calculada à época em R$ 6 bilhões. Editada no governo de Ronaldo Lessa, a Lei 6.410/03 surgiu como solução para o

Secretário George Santoro muda regras dos precatórios

Venda desses créditos gera emprego e renda para o Estado Esses créditos foram originados de ações judiciais propostas por servidores contra o estado de Alagoas. Diante da impossibilidade de o Estado quitar essa dívida bilionária, foi criada a Lei 6.410, de 24 de outubro de 2003, possibilitando que empresas contribuintes do ICMS pudessem adquirir os créditos dos servidores e efetuar a compensação com débitos tributários. Essas operações criaram diversos benefícios para as partes envolvidas. Após 20 anos de espera, o servidor passou a receber um crédito de difícil solução, enquanto as empresas passaram a obter ganho financeiro decorrente da compra do crédito com deságio de 70% do valor nominal desses precatórios. Por sua vez, o Estado passou a quitar sua dívida judicial junto ao servidor e receber os valores correspondentes ao

impasse ao abrir às empresas oportunidade de compensar débitos fiscais através da compra desses créditos judiciais, chamados indevidamente de “precatórios”. Para se transformar em precatório propriamente dito, a dívida teria que ser inscrita no Tribunal de Justiça de Alagoas, o que nunca ocorreu. Por esta razão, alguns tributaristas garantem que esses “precatórios” estão prescritos e defendem que, se quiser, o governador pode até extinguir o processo. Na quarta, 30, diretores da Fazenda se reuniram com um grupo de empresas para discutir o impasse. Diante das contestações, os representantes da Sefaz prometeram reestudar o caso e ver a possibilidade de fazer alterações.

AL-Previdência e ao Imposto de Renda, aumentando a liquidez. Os valores pagos aos servidores normalmente são utilizados em compras, gerando novos tributos e aquecendo a economia do estado. Essas operações também atraem para o estado várias empresas importadoras, estabelecendo-se uma cadeia de negócios para geração de emprego e renda. Estas empresas empregam pessoas, contratam serviços nas áreas jurídicas e contábeis, necessitam de despachantes aduaneiros, recolhem outros impostos ao Estado e pagam taxas expressivas. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior demonstram a importância da venda desses precatórios para o incremento das operações de importação no estado. Os números revelam um aumento expressivo das importações com impacto positivo na economia. No período de 2002 a 2017, o incremento percentual de Alagoas foi de 956%, resultado superior a qualquer outra unidade da federação.


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em poder prestar esta singela homenagem para personalidades que se destacaram na promoção do desenvolvimento de nossa cidade”, disse o vereador Daniel Vasconcelos, mais conhecido como Dani da Elba. A sessão foi conduzida pelo vereador e presidente da Câmara Municipal, José Bezerra Cavalcante Sobrinho, o Zezinho do Vane (PSDB). Para o prefeito Sérgio Lira (PP), foi uma honra presentear os mais novos cidadãos de Maragogi. “Cada um tem sua representatividade e nossos vereadores estão de parabéns pelas escolhas”, ressaltou.

Benedito Lira recebe o título de Cidadão Maragogiense Além do senador, jornalista e empresário também foram agraciados

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Câmara Municipal de Maragogi entregou na sexta-feira passada, 25, o título de Cidadão Maragogiense ao senador Benedito de Lira (PP), ao jornalista Carlos Alberto Rosa e ao empresário Mauro Martins Stodolni durante sessão solene realizada na Quadra Poliesportiva Municipal. O título é concedido às pessoas que se destacaram por suas trajetórias de vida, trabalhando ou realizando ações em benefício da comunidade do município de Maragogi. A entrega do título foi resultado de requerimento apresentado pelos vereadores Daniel Vasconcelos (PSC) e Eliseo Ibañez Pipo (Pros), com a coautoria de todos componentes da Câmara. “Nós nos sentimos honrados


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CNJ escolherá presidente para comissão de concurso

CARTÓRIOS PROVAS, QUE DEVERIAM TER SIDO APLICADAS DIA 6 DE MAIO, CONTINUAM INDEFINIDAS JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está empenhado para que o primeiro concurso dos cartórios de Alagoas finalmente aconteça. O imbróglio já dura quatro anos e a cada problema resolvido para que o certame enfim vire realidade, surge um novo impasse. O último aconteceu em abril, quando os desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ-AL) se declararam impedidos ou suspeitos de assumir a presidência da comissão organizadora do concurso, cujas provas iriam ser aplicadas no dia 6 de maio. Os magistrados afirmaram ter parentes próximos ou subordinados entre os candidatos. Até o desembargador Tutmés Airan, ex-presidente da comissão do certame, por exemplo, informou que teve que deixar o cargo porque uma assessora se inscreveu para o certame. Então, para resolver tal novela, o conselheiro e relator do processo no CNJ, Valdetário Monteiro, decidiu que o Conselho deverá indicar um desembargador para presidir uma nova comissão de concurso para as serventias extrajudiciais de Alagoas, permitindo assim, a realização do certame. “Ou outra solução que pareça mais adequada à inusitada situação”, informou em despacho datado de 15 de maio. Segundo a assessoria de comunicação do TJ, a presidência do Tribunal ainda não recebeu do CNJ ofício sobre assunto. O CNJ trata a situação do concurso dos cartórios em Alagoas como um feito inédito, mas não de forma positiva. O Conselho, desde sua criação, vem reiterando a necessida-

Conselheiro Valdetário Monteiro qualificou como inusitada a situação do Tribunal de Justiça de Alagoas

de do concurso “Os cartórios não então ocupados público para sem obediência ingresso nas podem ficar vagos aos critérios serventias. Em mais de seis me- constitucionais. junho de 2009, Mesmo assim, através da Re- ses sem que seja até hoje há disolução nº 80 aberto concurso ficuldades para editou regra selecionar e na qual de- público para pre- nomear oficiais clarou “que os e tabeliães em encher a vaga cartórios não cartórios de desde 1988, de muitos estados, podem ficar vagos mais de acordo com o arti- entre eles Alaseis meses sem goas. que seja aberto go 236 da Consti“Em que concurso públipese todo o estuição Federal” forço do Conseco para preenVALDETÁRIO MONTEIRO cher a vaga lho Nacional de desde 1988, de conselheiro e relator do processo Justiça para a no CNJ acordo com o realização de artigo 236 da concurso púConstituição blico (...), inaFederal”. Naquele mesmo creditavelmente, o Estado de ano, o colegiado declarou que Alagoas ainda não realizou estavam vagos todos os car- qualquer certame para tal tórios de notas e de registros finalidade. Ora por meio de

dezenas de impugnações, inclusive da Associação de Notários e Registradores locais, ora por meio de dificuldades inúmeras, culminando, neste momento na impensável declaração de suspeição e/ou impedimento de todos os desembargadores”, declarou o conselheiro. Em 2014, o CNJ apontou várias falhas que deveriam ser sanadas para a realização do concurso público. Além de um estudo aprofundado para calcular o número de serventias extrajudiciais, o Conselho identificou faltas graves, como superfaturamento no contrato celebrado entre o Tribunal e a Fundação Universitária de Desenvolvimento e Pesquisa (Fundepes), vinculada à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), acordo firmado sem licitação.

Após as irregularidades sanadas, o CNJ enfim deu sinal verde ao certame em dezembro do ano passado, que voltou ao vermelho novamente em abril deste ano após denúncia do candidato Djalma Barros de Andrade Neto. O concurseiro acionou o CNJ porque representantes da Fundepes, empresa contratada para organizar o concurso, revelaram que as provas já estavam prontas há algum tempo e que tiveram acesso às questões, além dos professores que as elaboraram, 15 servidores que as revisaram. Indagados se tais servidores revisaram as provas de posse de aparelho de telefone celular, a resposta não foi conclusiva. Sendo assim, o CNJ considerou que a empresa não adotou as medidas de segurança necessárias para garantir o sigilo da prova. Na ocasião, tanto a Fundepes e o TJ rebateram o CNJ reforçando a lisura do concurso. CRONOGRAMA ANULADO O concurso dos cartórios visa preencher quase 200 vagas de tabeliães, notários e registradores em todo o estado. As inscrições foram realizadas até o 11 de março de 2018 com taxa de inscrição de R$ 200. A prova objetiva, primeira etapa da seleção, estava prevista para o dia 6 de maio. Em seguida, o concurso teria a prova discursiva (3 de junho), prova oral (23 a 27 de julho) e a entrega dos documentos para a prova de títulos (23 a 24 de agosto). O relatório com as médias finais seria divulgado no dia 28 de setembro de 2018 nos endereços eletrônicos Copeve e da Fundepes.


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Marroquim tranquiliza investidores

DÍVIDA COM INSS Bruno Fernandes

PROCESSOS NO PARÁ NÃO TÊM LIGAÇÃO COM CONSTRUTORA ALAGOANA MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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uando se fala no mercado imobiliário, a Marroquim Engenharia se destaca por sua qualidade de produto e diferencial no atendimento ao cliente. Prova disso é que a construtora em 18 anos de existência já foi vencedora várias vezes em premiações das melhores empresas do setor em Alagoas. Porém, matéria publicada na edição 973, do jornal EXTRA, Justiça bloqueia bens da Marroquim por dívida com INSS teria agitado o setor, mas os responsáveis pela Marroquim no estado tranquilizam investidores e garantem que não há qualquer risco, pois o processo do Pará não tem ligação com a construtora alagoana.. Empresa alagoana, a Marroquim tem em seu diferen-

Mário Marroquim diz que não há problema com sua construtora

cial a maneira de trabalhar, colocando o cliente como seu principal foco. Devido a relação de parceria e confiança, não há lugar para os conflitos de custos, prazos ou projetos. Não é à toa que a maneira transparente de trabalhar faz com que a Marroquim encaminhe as obras de modo que tenham a melhor qualidade, com custo acessível. Segundo Mário Marroquim, em um mercado tão competitivo, para ser empreendedor no setor da construção civil é preciso todos os dias ter muito jogo de cintura e construir bases sólidas. “Nossa chegada foi um grande ganho para o mercado. São

obras de qualidade, a área de lazer é um diferencial e nossos produtos são extremamente desejados. Tudo isso não pode ser maculado por uma decisão preliminar, pois sempre prezei pela minha decência”, afirmou. Marroquim esclarece que o sistema de funcionamento da construtora é bastante seguro e vai continuar, além do que não afeta financeiramente a empresa local. Prova disso é que o problema na Justiça foi com uma empresa do estado do Pará. “Nossa credibilidade não pode ser afe-tada. Já construímos mais de 30 prédios, nossos clientes conseguem fazer excelentes

negócios e vamos permanecer primando por isso”, destaca. Ele explica que no caso da empresa do Pará em questão, que é de propriedade de seu irmão, a juíza teria dado liminar sem ao menos analisar o mérito, sem ouvir a defesa. Mas que a própria já teria reconhecido parte de sua decisão, além de que o desembargador cassou todos os efeitos da liminar. Ele acrescentou que a empresa alagoana não pode ser punida por uma questão que não é sua e destacou que na Marroquim Júnior o caso está sendo sanado. SONHO A Marroquim surgiu em 2000, fruto de um sonho de seu idealizador- o Mário. De lá para cá, a empresa tem mudado a vida dos alagoanos com realizações de sonhos. A construtora conta com uma clientela fiel, fruto de credibilidade adquirida durante os 18 anos de existência. E nesta jornada de quase duas décadas, a Marroquim revitalizou bairros de Maceió que antes eram esquecidos e entregou empreendimentos imobiliários que mudaram o rumo dos projetos arquitetônicos no estado. Ao lembrar da trajetória,

Mário fala das dificuldades do mercado, das conquistas e diz com orgulho de que houve período em que a construtora tocava 12 obras e todas entregues com sucesso. E mesmo diante da crise, continua atuante e com a mesma qualidade em seu produto. Mário afirmou que honestidade e transparência, além da seriedade de toda a equipe, são pilares que norteiam e solidificam a empresa. E nestes anos de existência, a Marroquim carimbou obras importantes para o desenvolvimento das diferentes regiões de Alagoas como construção de adutoras, canais, escolas e recuperação de estradas. Mas foi a ida para o investimento no setor privado que fez o diferencial. A imponência dos pavimentos tem modificado a paisagem de lugares antes nunca cogitados pelo setor imobiliário. São torres de uma beleza arquitetônica de encher os olhos e a ousadia em cada projeto tem feito o diferencial. “Todos esses anos temos buscado a excelência e vamos continuar inovando através de nosso trabalho, construindo com qualidade e respeito ao cliente”, garante Mário Marroquim do Nascimento Neto.


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Bruno Fernandes

lho de Sentença, totalmente contrária a tudo aquilo que estava nos autos”, declarou o procurador de justiça. INCOERÊNCIA

Mirella Granconnato vai voltar ao banco dos réus

JUSTIÇA DEFESA DE ACUSADA DE MATAR GIOVANA TENÓRIO IRÁ RECORRER AO STJ JOSÉ FERNANDO MARTINS Com assessorias

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cusada da autoria intelectual da morte da universitária Giovana Tenório, em 2011, Mirella Granconnato Ricciardi vai voltar ao banco dos réus. Foi o que decidiu a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), nesta terça-feira, 30, quando anulou a sentença do júri quanto à absolvição da ré pelo crime de homicídio e manter a condenação por ocultação de cadáver. O caso chegou às mãos dos desembargadores

após apelação interposta pelo Ministério Público do Estado (MPE-AL). Votaram a favor da anulação: o juiz convocado Maurílio Ferraz (relator do processo) e os desembargadores João Luiz de Azevedo Lessa e Sebastião Costa Filho. O desembargador José Carlos Malta Marques não votou, porque o irmão dele atuou como promotor do processo. “A justiça já foi feita nesse primeiro momento pela Câmara Criminal e estamos satisfeitos com o resultado. Mas, a sociedade agora é que vai decidir o destino de Mirella, e a nossa expectativa

é de que o novo Conselho de Sentença realmente reconheça a culpa da ré e a condene como criminosa”, disse o promotor, Antônio Vilas Boas. “Acreditávamos, desde quando ingressamos com o recurso, que o Tribunal de Justiça não comungaria de decisão tão repudiante e sem sentido que foi aquela do Conselho de Sentença. Interpusemos o recurso, voltando a bater na mesma tecla. Ora, como poderia ser mantido o entendimento de que uma pessoa é culpada pela ocultação de cadáver e inocentada pela autoria

do crime?”, questionou Vilas Boas. Durante a sessão da Câmara Criminal, foi o procurador de Justiça Antônio Arecippo de Barros Teixeira Neto quem esteve presente para defender a anulação do júri ocorrido em 2017. “A decisão foi muito boa para nós. Fiz a defesa da apelação do promotor Vilas Boas, que estava bem consubstanciada e com elementos de provas e, exatamente por isso, foi confirmada, à unanimidade da Corte, a anulação daquele julgamento. Por fim, alcançamos o nosso objetivo que foi anular a decisão do Conse-

No dia 11 de outubro de 2017, durante o julgamento de Mirella Granconato, o promotor Antônio Villas Boas sustentou a tese de homicídio duplamente qualificado, praticado com requintes de crueldade. Entretanto, a ré foi condenada pelo Tribunal do Júri a 1 ano e seis meses de reclusão, apenas pelo crime de ocultação de cadáver, sendo absolvida do ilícito penal de assassinato. Foi essa decisão dos jurados que indignou o Ministério Público, fazendo Vilas Boas interpor recurso dentro do prazo legal. A jovem Giovanna Tenório foi sequestrada, em junho de 2011, quando saía de uma faculdade particular, onde era estudante de Fisioterapia. Após dias de buscas, seu corpo foi encontrado num canavial localizado no município de Rio Largo, região metropolitana de Maceió, envolvido em um lençol. Para o MPE-AL, não resta dúvidas de que Mirella mandou matar Giovanna. A ré foi apontada como autora intelectual do assassinato porque estaria com ciúmes da vítima, que teria se envolvido com o marido da acusada. “Já era esperado pela defesa. Nós estamos preparando os recursos. Vamos até a última instância, no Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça, para manter o resultado porque não existe elemento de provas. Tudo o que existe contra Mirella é uma briga entre as partes um ano antes do crime”, destacou o advogado da ré, Raimundo Palmeira. Com a sentença anulada, um novo júri será realizado. Segundo a assessoria de imprensa do TJ-AL, o processo voltará para o primeiro grau e ainda não há previsão de data do novo julgamento.


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A verdadeira emancipação política de Arapiraca

Cavalcante, Francisco Magalhães, Aprigio Jacintho, Antonio Appollinario, Antonio Ribeiro, Pedro Lima, José Pereira Sobrinho, Tiburcio Valeriano e Cicero Gonzaga, membros da Junta Governativa do Municipio de Arapiraca, creado pela Lei n. 1009, de 30 de maio do corrente anno”.

HISTÓRIA MANOEL FERREIRA LIRA Especial para o EXTRA

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emancipação política de Arapiraca está completando 94 anos e deu-se no penúltimo dia de maio de 1924, nunca em 30 de outubro, data em que os arapiraquenses comemoram sua liberdade política de Limoeiro de Anadia. Por conveniência do governador Costa Rego, sucessor de Fernandes Lima, com a nomeação da primeira Junta Governativa em 18 de outubro daquele ano, as comemorações foram e são no dia 30 do penúltimo mês de cada ano. É necessário frisar que, antes de se tornar município, Arapiraca tornou-se distrito em 1892, com cartório de registro civil (para registros de nascimento, casamentos civis, certidões de óbitos) e uma subdelegacia de polícia. Tudo isto ocorreu logo após a Proclamação da República, com a nova Constituição do Brasil, de 1891. O distrito de Arapiraca teve como seu primeiro Juiz de Paz José Francisco da Silva Goes, que também ocupou o cargo de subdelegado de polícia, e teve como escrivão do Registro Civil Manoel Apolinário da Silva (neto de Manoel André Correia dos Santos, o fundador). A Emancipação Política de Arapiraca, entretanto, ocorreu em 30 de maio de 1924, com o governador Fernandes Lima sancionando a Lei no. 1009/1924 (a publicação da lei deu-se no Diário Oficial de 31/5/1924, primeira página). Como a lei que criou o muni-

cípio de Arapiraca não era auto regulamentável, necessário houve que o governo de Alagoas (já com Costa Rego como governador), o fizesse, considerando que a Lei nº 1009/1924 “não determina quais os poderes competentes para apurarem as eleições, expedirem diplomas, reconhecerem e empossarem os membros da administração municipal; considerando mais que o município, uma vez criado, não poderá ficar privado de sua administração própria; e, considerando, finalmente, que a Constituição e as leis estaduais não regulam a espécie e, de acordo com o número 2 do art. 50 da mesma Constituição, compete ao Governador expedir decretos, regulamentos e instruções para filei execução das leis”. (Decreto no. 1078, de 17 de outubro de 1924, DO 18/10/24, p. 2). Foi, então, regulamentada a lei criadora do município de Arapiraca, que, entre outros assuntos, diz: “Art. 1o. - Sempre que for creado um município, o Governador do Estado, immediatamente, nomeará uma Junta Governativa composta de dez membros, afim de exercer as funções da administração municipal. Art. 2o. - Nomeada a Junta Governativa, esta elegerá o seu presidente que ficará, desde logo, exercendo as funcções de Agente Executivo com as mesmas atribuições e obrigações por lei conferidas aos Prefeitos municipaes. Art. 8o. - Nenhum ordenado, subsidio ou gratificação perceberão o presidente e de-

O TELEGRAMA Assim que sancionou a lei, o governador Fernandes Lima encaminhou telegrama a Esperidião Rodrigues, o maior líder local pela emancipação, nos seguintes termos: Cel. Esperidião Rodrigues da Silva Arapiraca Limoeiro

Domingos Motta Accioly teve gestão elogiada por O Cruzeiro

mais membros da Junta Governativa, devendo seus actos e contas serem submetidos posteriormente á approvação do Congresso Legislativo do Estado.” (O decreto nº 1.078 tem dez artigos e está aqui citado com escrita original). No mesmo Diário Oficial, o

A lei Lei no. 1.009 de 30 de maio de 1924 Eleva à categoria de Villa e Municipio a povoação de Arapiraca e contem outras disposições. Faço saber que o Congresso Legislativo decreta e eu sanciono a lei seguinte: Artigo 1o. - Fica elevado à categoria de Villa e Municipio a povoação de Arapiraca; Artigo 2o. - É creado o fôro civil e judiciario no mesmo Municipio, cujos limites ficam sendo os seguintes: Ao norte, o Municipio de Palmeira dos Indios, pelo riacho Tingú, de sua confluencia com o rio “Traipú” até suas nascentes; dessas, por uma linha recta até encontrar com a nascente do riacho denominado “Riachão das Victorias” e por este abaixo até onde conflue com o rio Coruripe, a leste. com o Municipio de Limoeiro a partir da confluencia do riacho denominado

governador nomeia a primeira Junta Governativa de Arapiraca. Eis o ato governamental: “O Exmo. Snr. Governador do Estado, por actos de hontem, e de acordo com o art. 1o. do Decreto n. 1078, de hontem mesmo datado, nomeou os cidadãos Domingos Rodrigues, Olegário “Riachão dos Victorinos” com o rio “Coruripe”, por este rio, a encontrar o lugar denominado “Poço da Julia”, d’ahi, pela estrada real que segue para a “Lagoa do Pé Leve” e desta pelo riacho do “Pé Leve Velho” abaixo até o açude Piauhy; ao sul, com os Municípios de Porto Real do Collegio ne S. Braz, partindo do açude Piauhy, pela estrada real até encontrar a Fazenda “Lagoa Sêca”, desta passando pela Fazenda “Gruta d’Agua, antiga Perucaba pela Fazenda Poços e d’ahi pela estrada real passando nos sítios “Baixa da Onça” e “Mulungue”, até o sitio “Riacho Fundo”; ao oeste, com o Municipio de Traipu pela estrada real que vai de “Riacho Fundo” e passa no sitio Matta Limpa e nas Fazendas “Camude”n e “Folha Miuda” naté encontrar o povoado Riachão, na margem do rio Traipu, e por este acima até encontrar a confluencia do Riacho Tingú. * Unico - Ficam desannexadas faixas de terras dos Municipios de Palmeirados Indios, Collegio, S.

Acabo sancionar Projeto Lei criando município de Arapiraca, com cuja população laboriosa, adiantada e progressista me congratulo por intermédio amigo, grande incansável paladino dessa conquista que representa ato de justiça aos poderes públicos e a um povo que se levanta por si próprio, que tem iniciativa e que progride. Cordiais Saudações Ass. Fernandes Lima- Governador do Estado. O telegrama é datado de 30 de maio de 1924. Braz e Traipu e o Distrito de Arapiraca de Limoeiro de Anadia. Artigo 3o. - É igualmente creado um Tabellionato de Notas e Escrivanias do Civel, Crime, Commercial, Orphãos e Auzentes, Jury e mais annexos. Artigo 4o. - A installação do novo Municipio será feito de accordo com as disposições legaes e applicações à especie. Artigo 5o. - Revogam-se as leis e disposições em contrario. O Secretario de Estado dos Negocios do Interior assim a faça executar. Palacio do Governo, em 30 de maio de 1924, 06 da Republica. JOSE FERNANDES DE BARROS LIMA Jose Moreira da Silva Lima Publicada na Secretaria de Estado de Negocios do Interior, em 30 de maio de 1924. Aureliano Tolentino da Costa, Director. (Transcrita conforme original)


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Cronologia depois da emancipação 17/10/1924 – O jornalista Pedro da Costa Rego nomeia a primeira Junta Governativa de Arapiraca; 07/01/1925 – Leitura do termo de posse pelo juiz Dr. Medeiros, da cidade de Palmeira dos Índios (para onde passou o Distrito de Arapiraca); 07/01/1925 – Esperidião Rodrigues é eleito prefeito da Vila Arapiraca, tendo como vice José Zeferino de Magalhães e governaram até 08/01/1928; Em 1930 – Esperidião Rodrigues é reeleito prefeito de Arapiraca tendo como vice Antônio Romualdo e governaram até 1932. Prefeitos eleitos de Arapiraca 1- em 07/01/1925 - Esperidião Rodrigues (vice José Zeferino de Magalhães); 2- em 08/01/1928 - José Gomes Correia (vice João Ferreira de Albuquerque); 3- em 08/06/1928 - João Ribeiro Lima (vice - João Ferreira de Albuquerque); 4- em 07/09/1930 - Esperidião Rodrigues (vice - Antônio Romualdo da Silva). A partir de 1930, com a Revolução de 30, os intendentes nomeados tiveram mandatos temporários, conforme interesses dos interventores estaduais.

Assim, Arapiraca teve os seguintes intendentes nomeados: - Manoel Firmino Leite, de 26/7/1932 a 08/02/1933; - Pedro Barbosa da Silva, de 08/02/1933 a 13/03//1933; - Manoel Lúcio Correia, de 13/03/1933 a 18/8/1934; - Pedro Barbosa da Silva, de 18/8/1934 a 04/10/1934; - Guilherme Moreira, de 04/10/1934 a 08/01/1936; - Aprígio Jacinto da Silva, de 08/01/1936 a 10/01/1937; - Genésio Rodrigues da Silva, de 11/01/1937 a 16/12/1937 (o último intendente). Com decreto do governo Vargas (Estado Novo), as vilas administrativas seriam sedes dos municípios, passando a serem governados por prefeitos. Domingos Motta Accioli, em 17/12/1937, foi o primeiro prefeito nomeado pelo interventor Osman Loureiro. Governou até 1940. A revista O Cruzeiro, em edição de 30 de maio de 1940, publicou pequena matéria sobre Arapiraca. Dizia: “É na zona central do Estado de Alagoas que se acha situado um dos seus municípios progressistas. Pode-se affirmar sem receio de contestação que Arapiraca, na orientação sadia do prefeito Domingos Motta Accioly, attingiu a um

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gráo sensível de desenvolvimento que abrangiu todos os sectores de sua vida politico-administrativa. Na sua superfície de 414 kilometros quadrados realizou o prefeito Domingos Motta Accioly um verdadeiro milagre de trabalho, construindo numerosas rodovias, fomentando a agricultura local e beneficiando, emfim, as classes trabalhadoras com a sua visão de edil zeloso e dynamico. Graça aos seus esforços, hoje Arapiraca se acha ligada por meio de confortáveis estradas de rodagem às localidades de Sertãozinho, Traipú, Limoeiro, Palmeira dos Indios, Porto Real do Collegio e ao povoado de Poção, no proprio município de Arapiraca. Essas estradas, além de communicarem o municipio com os demais circumvizinhos, tem trazido a Arapiraca o beneficio inestimável do escoamento de sua produção. Cuidando, por outro lado, da educação, graças, ainda, ao prefeito Domingos Motta Accioly, Arapiraca possue cerca de oito escolas municipais. Sua população escolar attinge a uns oitocentos alunos matriculados. Cidade de encantador aspecto, habitada por uma população sociável e altamente hospitaleira. Arapiraca possue esplendida illuminação publica, ruas amplas e consideráveis tem sido o seu crescimento nos últimos annos”.


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TJ quer gratificação para juízes que acumulam varas

JUDICIÁRIO PROJETO QUE CRIA NOVO BENEFÍCIO TRAMITA NA ASSEMBLEIA; VALOR DARIA PARA SUSTENTAR 16 MIL FAMÍLIAS POR UM ANO

O

Tribunal de Justiça de Alagoas apresentou projeto de lei à Assembleia Legislativa para a criação de mais uma gratificação aos membros da magistratura: a de acúmulo de acervo ou de unidade Judiciária, que prevê gastar R$ 2,9 milhões por ano (exatos R$ 2.926.017,92), do orçamento do tribunal. O valor daria para sustentar 16.049 famílias alagoanas que recebem o Bolsa Família, por 1 ano. Se for aprovada, será embolsada a juizes que acumulam “varas, juizados, turmas recursais ou comarcas distintas”, descreve o projeto. O pagamento só é válido- diz o projeto- se o ma-

gistrado ficar mais de 3 dias ocupando a função. Não vale para a atuação em regime de plantão nem substituição em feitos determinados. A gratificação também é paga a quem senta na cadeira de desembargador temporariamente, como juiz convocado. E o valor pode ser pago por antecipação ao magistrado “de acordo com os critérios de conveniência e oportunidade administrativa”. Ela só pode ser paga uma vez “ainda que o magistrado acumule, a um só tempo, mais de um juízo ou acervo processual”. O projeto tramita na 2ª Comissão de Constituição, Justiça e Redação. Foi protocolado esta semana, na

Assembleia. Se um juiz acumular, por 1 ano, uma vara, por exemplo, pode embolsar mais de R$ 60 mil. Por dia, a gratificação promete pagar R$ 261,25. É válido apenas para dias úteis. Um magistrado de 1ª entrância - início de carreira- tem salário bruto de R$ 26.125,16 mais: indenizações, vantagens pessoais e eventuais. O salário bruto pode ultrapassar R$ 40 mil com os penduricalhos. O TJ paga ainda gratificação a militares cedidos aos gabinetes dos desembargadores, entre R$ 377

e R$ 3.500. Um militar em início de carreira ganha R$ 3.673,00. Em outubro do ano passado, a Assembleia aprovou a criação de mais 168 cargos de assessoria, distribuídos para os juízes, custando, por ano, R$ 24,7 milhões. Antes, somando os cargos de assessores de juízes de 1ª, 2ª e 3ª entrâncias, existiam 151. Hoje são 316. Os salários dos assessores também foram reajustados: passaram a ganhar entre R$ 3.725,91 e R$ 4.631,89. RADIOGRAFIA DO TJ Segundo revelou o Justiça em Números 2017, o relatório da situação do Poder Judiciário brasileiro em todas as suas esferas elaborado pelo CNJ, o TJ alagoano é o mais improdutivo do país De acordo com o CNJ, o índice agrega informações

TJ de


J de Alagoas foi o de menor desempenho em 2016, segundo o CNJ

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de litigiosidade, como, por exemplo, “o número de processos que tramitaram no período, bem como de recursos humanos (magistrados, servidores efetivos, comissionados e ingressados por meio de requisição ou cessão) e de recursos financeiros (despesa total da Justiça excluídas as despesas com inativos e com projetos de construção e obras)”. Como produto, avalia a quantidade de processos baixados. O Tribunal de Justiça de Alagoas foi de menor desempenho ao longo de 2016, de acordo com o IPC-Jus, com apenas 58,5% de produtividade, muito abaixo da média nacional que foi de 82,1%. Os melhores desempenhos dentre os 27 tribunais estaduais foram dos TJs do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro – situados na categoria grande porte – Roraima e do Amapá – ambos de pequeno porte, mesma categoria do tribunal alagoano. Os quatro alcançaram 100% de produtividade.

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Presidente do TJ explica proposta A proposta de criação de gratificação por acumulação de serviço foi solicitada pela ALMAGIS e aprovada pelo Pleno do Tribunal de Justiça por unanimidade dos Desembargadores presentes. Na Justiça Estadual, essa gratificação já foi aprovada em diversos Estados da Federação, bem como para os magistrados do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (Lei Federal nº 13.094/2015), inclusive com percentual maior do que o sugerido no Anteprojeto de Lei do Tribunal de Justiça. No âmbito federal, uma lei da União aprovou a medida para todos os magistrados da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, em todo o Brasil, desde 2015 (Lei Federal nº 13.093/2015). No âmbito local, a gratificação por acumulação de serviço também foi concedida para os Defensores Públicos de Alagoas e, no âmbito do Ministério Público, quando um Promotor de Justiça acumula sua Unidade jurisdicional com outra, também recebe merecidamente uma contraprestação por isso. Por outro lado, há uma elevada carga de trabalho dos juízes alagoanos, conforme se evidencia pelo relatório “Justiça em Números” 2017 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Apesar disso, o Poder Judiciário de Alagoas, segundo aquele mesmo relatório, tem a segunda menor despesa média mensal com magistrados entre todos os 27 tribunais estaduais do Brasil. Por sermos um dos Tribunais com menor remuneração para magistrados no Brasil – e já estando há mais de 4 anos sem qualquer reajuste no subsídio –, perdemos frequentemente diversos juízes, que preferem ir trabalhar nos Estados onde pagam a gratificação por acumulação. Por isso, várias Comarcas continuam sem juízes titulares. Por outro lado, a gratificação, se aprovada, só beneficia os específicos magistrados que tiverem uma carga de trabalho excedente e apenas nos períodos em que se verifique a efetiva acumulação. Além disso, só a receberá o magistrado que comprovar um alto nível de produtividade. Por fim, a gratificação, se aprovada, só será integralmente implementada em outubro de 2022. Desembargador Otávio Leão Praxedes, presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas


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SAÚDE MENTAL arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Realmente deseja Tenha coragem de seguir o que seu coração e sua intuição dizem. Eles já sabem o que você realmente deseja. Todo resto é secundário. (Steve Jobs)

Não devemos ser

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sentimento geralmente fica em baixa quando estamos enfrentando algum problema pessoal, mas também pode ocorrer numa crise financeira, social ou moral, quando afeta as pessoas de modo geral. Isso naturalmente para àqueles que têm um sentimento de coletividade. Estamos falando da autoestima. Mas é preciso conhecer a origem desse sentimento que nos perturba, seja circunstancialmente, seja com frequência. Nos dois casos é necessário investigar. Para isso nada melhor do que se submeter a uma psicoterapia. Muitas vezes nós mesmos “colaboramos” para desenvolver a baixa autoestima. Muitas vezes somos carrascos de nós mesmos, mas não devemos ser.

Origem da baixa e alta A autoestima é um sentimento que tem um aprendizado, principalmente, familiar, nos primeiros anos de vida, mas também pode desenvolver no ambiente social como escola e trabalho. Autoestima são crenças que foram adquiridas ao longo da história de vida de cada pessoa. Se aceitas ficam com autoestima elevada, se não, perde ou diminui, o que pode levar a pessoa a desenvolver ansiedade, depressão e um sentimento de incapacidade para enfrentar as adversidades.

Origem Não existe uma fórmula pronta, acabada para se livrar da baixa autoestima. Mas é preciso, antes de qualquer julgamento, descobrir a origem. Se desenvolve, principalmente, no ambiente familiar nos primeiros anos de vida. Se houve um cuidado especial em dar afeto, carinho ao bebê, a criança, o sentimento baixa autoestima pode ser amenizado, enfrentado com menos traumas. Mas a baixa autoestima pode ter origem no ambiente do trabalho, da escola/faculdade.

E o que fazer? Se no ambiente familiar, os pais ou responsáveis podem amenizar ou até evitar que esse sentimento seja um problema no futuro. Veja as dicas... Antes de qualquer julgamento os pais devem aceitar, dar carinho aos filhos, independentes se eles estão certos ou errados. O que é certo e o que é errado é muito relativo, é subjetivo. Essa é a primeira dica.

E o que fazer? II

Autoestima alta, como? II

Se existe uma forma de fazer com que uma pessoa aprenda algo; faça elogios. Mas elogios verdadeiros. Essa é a segunda dica. Elogie quando o filho ou qualquer pessoa faça algo assertivo. A autoestima da pessoa fica elevada. Fazer uma boa crítica, com argumentos, e em particular, não em publico, também é aconselhável. Mesmo num erro a pessoa pode se sentir mais forte para acertar noutra oportunidade e nesse caso, neutraliza ou pode neutralizar a baixa autoestima. Lembrando que Psicologia não é matemática. Há pessoas que pode apresentar baixa autoestima, mesmo sendo elogiadas. Assim, mais uma vez, é preciso pontuar sobre a importância de se submeter a uma psicoterapia para saber a origem do problema, da baixa autoetima.

A confiança e segurança passam pelo entendimento e disponibilidade em lidar com as frustrações. Não é fácil admitir uma frustração. Mas é preciso, antes de tudo, admitir que algo incomoda. Seja um pensamento, um comportamento um fato e enfrenta-los.

E o que fazer? III

Autoestima alta, como? IV

Embora o elogiar – verdadeiro - faça bem, naturalmente, o contrário faz mal. Mas dependendo da autoestima da pessoa, isso também é relativo. Como vivemos numa ambiente em que tudo é instigado a ganhar, ser melhor, ou seja, competir, competir. Muita vezes esse clima se torna mais agudo à medida que a pessoa faz exatamente criticas contundentes em público, o que só piora se a pessoa já tem pré-disposição a ter autoestima baixa, que foi aprendido. Autoestima alta, como? Não existe forma ou fórmulas prontas, mas pode começar com: diminuindo as expectativas de perfeição. Todos erram. O erro pode ser um excelente catalizador do acerto, futuro.

Autoestima alta, como? I

Ter conhecimento, certeza ou reconhecer os limites é fundamental. Ninguém pode mudar ninguém. Se não pode mudar algo é preciso que aceite. Autoestima alta, como? III Adquirir pensamentos positivos. Em vez de focar nos pensamentos negativos, o melhor foco é como encontrar uma solução e não o que vai acontecer com o que está errado. Focar nos acertos que podem ocorrer.

Autoestima alta, como? III Somos bombardeados de informação negativa, em que se instiga que “o bom” é ficar calado. Não. Não é. Diga, com sinceridade, o que pensa, expresse suas ideias sem medo.

Na convivência no dia a dia, escolha pessoas sinceras, agradáveis. Ninguém é obrigado a conviver com pessoas que não respeitam as outras. Seja dono de suas próprias atitudes e escolhas. Se errou numa escolha, numa próxima oportunidade acerte.

... ti mesmo

“Olhar” para dentro é difícil e muitas vezes doloroso, mas é extremamente necessário e se fizer é libertador. Afinal de contas como disse Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo.“ É uma das “receitas” para se viver em paz com os outros, e principalmente, consigo mesmo.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP 15/4.132. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. E-mail: arnaldosanttos@uol.com.br ou arnaldosanttos.psicologo@ gmail.com. Telefone: 9.9351-5851.


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Para refletir: Tem prefeito no interior confundindo negligência com emergência, na contratação de obras e serviços.

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Previsões perigosas

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s paralisações dos caminhoneiros podem ser o embrião de uma rebelião tributária, que ocorre quando a população deixa de aceitar a legitimidade do governo para cobrar impostos. O diagnóstico é do economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca, para quem a má condução da crise pelo governo de Michel Temer levou outros setores organizados da sociedade a perceberem sua vulnerabilidade. Para ele, um dos riscos criados por essa situação é que a disseminação do movimento dos caminhoneiros force a saída do presidente antes da eleição marcada para outubro. Outro temor do economista é que uma radicalização dos ânimos impeça a realização do pleito presidencial em “um clima minimamente civilizado”.

Rebelião tributária: um risco

O risco é que outros setores, percebendo a fragilidade do governo, fiquem animados a tentar chantageá-lo também. Os setores organizados da sociedade sentiram o gosto de sangue porque perceberam a vulnerabilidade deste final de governo Temer. Existem dois riscos neste momento. Um deles é que o desencantamento com a política leve a uma posição de indiferença e de abandono de qualquer pretensão de mudança por meio da democracia, do voto. O outro é a violência. A ideia de que precisa haver uma ruptura, um tipo de ação violenta, de ação transgressiva. O que também terminaria mal. A democracia existe para permitir correções de voto e mudanças, alternância de poder. Estamos a quatro meses da eleição. É perigoso que o quadro se complique a tal ponto que coloque em risco até mesmo a realização de eleições em um clima minimamente civilizado, que permita o debate e o uso dessa oportunidade para tentar melhorar o país. Há o real temor de uma rebelião tributária no país, uma insubordinação que começa quando a população não aceita mais a legitimidade do governo para tributá-la. A revolução americana começou com o lema “no taxation without representantion” [não há tributação sem representação].

O caminho de Rogério

O prefeito Rogério Teófilo é um político vitorioso e não tem mácula em sua trajetória na atividade pública. Sabe construir alianças e sempre foi sua característica a conciliação até mesmo com os adversários. Foi deputado estadual, federal e na administração estadual ocupou destacados cargos, entre estes o de secretário da Educação, a sua área. Nasceu praticamente dentro do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, em Arapiraca, fundado e conduzido pelas mãos do seu pai, professor Moacir Teófilo, um benemérito da educação alagoana. Foi dirigente estadual e nacional da Campanha de Escolas da Comunidade (CNEC) onde teve papel de destaque em todo o país. É um mestre na condução de políticas educacionais e no ensino de qualidade para todos, Ao assumir o cargo para o qual muito lutou e teve uma vitória emblemática, trouxe para os arapiraquenses a esperança de uma administração de resultados principalmente no setor pelo qual é apaixonado: a Educação. Logo de inicio teve problemas ao se deparar com uma prefeitura cheia de dívidas e de “vícios”. Confiou em quem não deveria confiar e delegou poderes a pessoas cujo interesse público passa distante. A máquina administrativa emperrou e os resultados positivos têm sido pífios. O ritmo lento dos serviços públicos tem desagrado a população que lhe deu o mandato, mas que agora cobra o prometido e não cumprido. Recentemente rompeu relações com um dos grupos políticos que vinham atrapalhando sua administração, formado por fisiologistas e sem compromisso com a governabilidade. Precisa aproveitar agora e “acertar os passos”, revigorar a equipe, mudar se for preciso e mostrar que sabe fazer a hora. Vem uma eleição ai e sua força será testada na contagem dos votos dos seus candidatos. Se fizer o que sabe e tiver coragem e vontade de trabalhar ainda há tempo para restaurar sua força e comemorar vitórias, do contrário é esperar decorrer o tempo e melancolicamente “pendurar as chuteiras”.

Mirou Gilmar

O ministro Luis Roberto Barroso aproveitou sua passagem por Maceió, participando como conferencista do Congresso Brasileiro de Magistrados, para dar uma estocada no colega Gilmar Mendes, com o qual tem tido acaloradas discussões no plenário do Supremo Tribunal Federal. Barroso destacou em sua palestra: “Os corruptos tornaram-se uma minoria muito bem protegida no Brasil. Pessoas que desviaram milhões e mantêm suas contas no exterior e são libertadas a granel”, Evidente que a fala indignada do ministro decorreu da grande quantidade de presos da Lava Jato colocados em liberdade por Gilmar Mendes.

O temor do pior

O Brasil pode caminhar para uma situação de desorganização aguda do sistema produtivo e da própria organização social. Estamos começando a assistir o desabastecimento de hospitais, de alimentos e a população reage querendo se proteger. A situação é crítica e a sociedade está começando a perceber essa gravidade institucional. Esse desgaste da paralização dos transportes foi muito grande. Há no ar a previsão de que algo de muito sério pode acontecer. Seria desastroso o presidente Michel Temer ter que deixar a presidência antes do término do mandato. O fato poderia ter consequências imprevisíveis e o país não estaria maduro o suficiente para uma ruptura desse tamanho. Se a situação continuar se agravando, o povo ganhar as ruas, os protestos eclodirem pelas rodovias, os insumos básicos começarem a faltar e, principalmente, se o governo se mostrar impotente para cumprir os acordos firmados nessa crise, a situação poderá caminhar para a insustentabilidade. Ai ninguém segura mais.

O caminho de Marx Beltrão

Marx Beltrão é um politico jovem que começou por cima. Saiu da política de Coruripe e região para Brasília, após ser eleito deputado federal com significativa votação. Teve um desempenho razoável na Câmara até que foi premiado com o Ministério do Turismo, onde ganhou projeção e teve a oportunidade de trazer recursos para muitas prefeituras alagoanas. Bem articulado, entendeu que era o momento de construir uma candidatura para o Senado mesmo sendo um neófito nas entranhas políticas de grande peso. Não imaginou que mais a frente encontrasse um quadro eleitoral complicado com a ameaça real de ficar sem mandato. Tem conversado muito, contado os apoios e medido a possibilidade real de sair vitorioso. É difícil sua situação e ele, mais do que ninguém, sabe o caminho a tomar. É bom que o faça logo, pois é “jogo bruto” e ele pode sobrar.

Compra-se votos

Mesmo ainda faltando quatro meses para a eleição, os balcões imundos da compra de votos estão em plena atividade em Maceió e no interior. Candidatos com dinheiro estão “invadindo” redutos eleitorais de seus adversários negociando diretamente ou por intermediários os votos em busca de eleição. O negócio está tão evidente que, em breve, caso não haja uma ação de repressão pelos órgãos competentes, estarão anunciando a compra pelas redes sociais. É o jogo da política suja para eleger bandidos e agentes da corrupção. Esse povo não tem jeito mesmo. (Alguns trechos da coluna refletem a análise e pensamento do economista Eduardo Giannetti da Fonseca, Doutor em Economia pela Universidade de Cambridge, Inglaterra, professor da USP e assessor econômico da ex-senadora Marina Silva nas campanhas presidenciais de 2010 e 2014, com os quais concordo inteiramente).


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Problemas à frente

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odas as semanas me prometo voltar mais aos temas econômicos, mas como fazer quando o país continua a sofrer nas mãos de quadrilhas organizadas que se assenhoraram dos poderes da República para delinquir, achacar, O que não pode é roubar e dilapiacontecer o que dar o patrimônio ocorreu. Governantes do país da forma mais vil, crimipreocupados em sal- nosa e abertavar a pele deixaram mente descarada todos os temde lado as reinvindi- de pos e em todos os quadrantes da cações – neste caso legítimas da classe – Nação? Este episódio e, mesmo com o início dos caminhodo locaute, fingiram neiros é a face mais viva disque estava tudo bem. so. Um país nas mãos de pessoas E resolvido. completamente desmoralizadas e desacreditadas, preocupadas unicamente em arranjar um jeito de, ao sair do poder, não ir parar na cadeia, tem tudo para dar errado. E está dando. Mas vamos por partes porque a estória desse malfadado fracasso começa no dia da posse

Economista

desse presidente (sic!). Quando o país em crise, mas esperançoso viu o que lhe esperava: o novo, incompetente e completamente inapropriado chefe da Nação autorizar – com a Nação em sua maior crise - aumentos extraordinários de salários (em alguns casos de mais de 200%!) para a elite do funcionalismo público desse país, uma cambada de desocupados incompetentes que vivem parasitariamente apenas para colher as migalhas que sobram do butim que a elite dirigente desse país rapina sistematicamente. A partir daí tem sido um festival de impropriedades e atitudes mais que suspeitas. Autorização para empresário-ladrão continuar a pagar propina para ex-presidente da Câmara Federal, um perigoso bandido; a mala de 500 mil reais flagrada nas mãos de seu assessor direto; a compra descarada de votos (duas vezes!) de deputados para não sofrer impeachment; o episódio soturno das medidas provisórias que beneficiavam empresas de amigos seus no porto de Santos; a suspeita reforma da casa da filha e por aí vai. A greve dos caminhoneiros era uma tragédia anunciada. Onde se viu dar liberdade a uma empre-

As lições da crise

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crise de abastecimento que atordoa o País ainda não foi devidamente equacionada, mas cumpre tirarmos algumas lições que talvez possam ajudar no futuro, a depender do grau de conscientização da Nação. As crises não Apagam os focos do surgem simplesincêndio, mas ainda mente do nada. Refecham os olhos ao sultam de antecerestante do fogo de dentes, o mais das monturo nas grandes vezes parecidos com cidades, que já come- fogo de monturo, aquele que solapa ça a aflorar, haja visto o interior de qualos panelaços e os pis- quer amontoado de car de luzes em protes- trastes, queimando tos a toda essa classe de baixo para cima. atual crise, ainda política que vergonha Acorrendo o asfalto tem nos dado. das estradas, veio assim. Não surgiu abruptamente. Prendendo-nos apenas no exame

dos seus lados atuais, teremos de uma banda um tecnocrata, politicamente insensível como qualquer capitalista, dirigindo uma empresa de comportamento monopolista. Há pouco, durante os inquéritos da Lava Jato, ouvimos muito sobre a empresa orgulho nacional, uma gigante mundial. Descobriuse que as benesses distribuídas pela Petrobras nos preços dos combustíveis eram cobertas por um Estado que teima em manter os seus inchaços. Aparelhada pelos sucessivos governos, notadamente o PT, cresceu também como cabide de empregos, e a despeito das mudanças no alto escalão, nada mudou nesse particular, e mantém altos custos no campo do empreguismo. Se o tecnocrata Pedro Parente apregoa a sua insensibilidade, insistindo que a política de preços não mudará, a menos que ele seja catapultado do cargo, o governo do Brasil é exercido por uma caterva de inúteis que, há meses avisados

ELIAS FRAGOSO

sa estatal para achacar a Nação como fez este governo? Os ladrões petistas e os que ainda estão por aí no governo roubaram a empresa da forma mais escrachada que jamais se viu durante longos anos (a roubalheira de antes não atingia os píncaros da atual, mas deveria ser investigada) e esses figurantes de filme de terror de segunda categoria, insensíveis e incompetentemente, liberaram geral para que os burocratas (a maior parte deles envolvida na roubalheira havida na empresa) do petróleo aumentassem o preços dos combustíveis (o gás subiu nas refinarias em 2017 cerca de 67% contra uma inflação de 2,5%; a gasolina beira os 50% de aumento e o preço do diesel, o estopim da greve atual, simplesmente inviabilizou a continuidade da operação dos caminhoneiros (que alguns idiotas andaram chamando de agitadores). Pura questão de sobrevivência. O que não pode é acontecer o que ocorreu. Governantes preocupados em salvar a pele deixaram de lado as reinvindicações – neste caso legítimas da classe – e, mesmo com

o início do locaute, fingiram que estava tudo bem. E resolvido. O presidente (sic!) em plena greve e quando começava a faltar combustível para a população foi - de avião, vejam só – participar de evento de lançamento de, pasmem, um modelo de carro. É de chorar. Depois do leite derramado e do caos instalado, ele, candidamente vem à TV para dizer que agora, sim, estava resolvido o problema. Sabe como? Espetando uma conta de nada menos de 13,5 bilhões de reais para o brasileiro pagar. É a porta aberta para que – agora sim – achacadores conhecidos ligados a partidos de esquerda voltem às ruas com greves políticas cujo fito é um só: fragilizar ainda mais o insustentável governo que aí está para criar condições para, no limite, impor a bagunça que tanto sonham para retornarem ao poder. Este governo, sabemos, acabou na gravação do Joesley Batista. A Nação espera que, ao menos, dê conta de entregar ao próximo um país sem convulsões sociais como se anuncia. Infelizmente.

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

da paralisação dos caminhoneiros, fez ouvidos de mercador e cara de relógio de parede. Com a efetivação do pré-avisado, mais pareceu atarantado, mesmo abestado, jejuno de qualquer ideia ou atitude para resolver o problema de forma global. Idiotamente, o presidente da República apenas usou a mídia para jogar conversa fora, rolando o lero para a Nação, seguido por alguns dos seus ministros que ainda não encontraram rumo. Já o Congresso Nacional, esse não ficou atrás, apenas os presidentes das Casas legislativas atrevendo-se a produzir besteiras. Os demais membros do Legislativo, esses encolheramse nas suas covas, no que fizeram muito bem, pois ao menos poupou-nos a todos de ouvir suas sandices eleitorais. Outro lado do problema, a catego-

ria que deflagrou toda essa crise, os caminhoneiros, descobriram afinal o seu poder, e exercendo-o, paralisaram o País. Ainda assim, os governantes limitam-se a resolver pontualmente os problemas vivenciados pela classe, e já pretendem cobrir os prejuízos com mais impostos, aumentando uma carga tributária escorchante. Apagam os focos do incêndio, mas ainda fecham os olhos ao restante do fogo de monturo nas grandes cidades, que já começa a aflorar, haja visto os panelaços e os piscar de luzes em protestos a toda essa classe política que vergonha tem nos dado. As eleições que se avizinham serão luzes no fim do túnel? E os nossos votos seguirão a trilha em direção ao luzeiro? Outubro nos dirá.


MACEIÓ, ALAGOAS - 01 A 07 DE JUNHO DE 2018

JORGE MORAES

ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

Espontâneo, legítimo e verdadeiro

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movimento dos caminhoneiros em todo o Brasil me sugere, inicialmente, que o título deste artigo é o mais correto. Durante nove dias acreditei e apostei que eles estavam fazendo o mais correto, inclusive com o apoio da maior parte da população, que também está sendo penalizada com os constantes aumentos de todos os combustíveis, numa medida perversa aplicada pelas distribuidoras, entre elas a estatal Petrobras. Não tinha a menor dúvida que tudo estava acontecendo pelo desejo de empresas e condutores autônomos, que não suportavam mais tantos aumentos e tanta crueldade contra aqueles Acho até que que são enpessoas de dencarregados de tro do movimento t r a n s p o r t a r tiveram outros o progresso, interesses, inclu- a sobrevivência e a ordem sive do quanto nacional. Em pior melhor, por 2014, o apresentador da se tratar de um Rede Record, ano político e pela Marcelo Reproximidade do sende, já alerpleito, em oututava o país para esse mobro. vimento dos caminhoneiros. Dizia Resende: “Brevemente, o Brasil vai parar, literalmente. Isso ocorrerá por meio dos motoristas de caminhões e carretas que ligam o Brasil de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Quero estar vivo para ver isso acontecer”. Não viu. Morreu antes desse momento em que o país parou pela força dos caminhoneiros, como profetizou Marcelo Resende. Como ele, achei que o movimento seria espontâneo, legítimo e verdadeiro, sem a ingerência da classe política ou dos partidos, em especial. Estava enganado. Se não for desculpa esfar-

rapada do governo, as autoridades garantem que pessoas a serviço dos partidos estavam infiltradas no meio deles, sem usar bandeiras ou palavras de ordem, mas coordenando e determinando o que deveria ser feito dali em diante. A população apoiou no início do protesto, mas se revoltou quando começou a faltar combustível e comida. Mais do que isso, quando começou a desconfiar do movimento, que mesmo tendo sido atendido pelo governo em suas reivindicações, continuou parado e causou um caos nacional. Dizem, não posso garantir, que o movimento ganhou esse volume de resistência, alimentado por políticos, inclusive do ex-presidente Lula, que deu as ordens de dentro da cadeia por meio de seus aliados diretos. Não acredito nisso. Acho até que pessoas de dentro do movimento tiveram outros interesses, inclusive do quanto pior melhor, por se tratar de um ano político e pela proximidade do pleito, em outubro. Mas, no máximo isso, mesmo reconhecendo a perda dos caminhoneiros com os sucessivos aumentos do óleo diesel, de impostos, dos pedágios, da manutenção dos veículos de cargas, fruto de estradas ruins e, às vezes, sem a menor condição de viagem, atrasando as entregas e a diminuição do número de viagens. Tudo isso significa um prejuízo enorme para a categoria. O governo, empresas e caminhoneiros autônomos chegaram a um acordo, pelo menos, por mais dois meses. Todos vão respirar mais aliviados nesse meio tempo. Mas a pergunta que precisa ser feita: e depois desse prazo acordado, como vai ficar a situação? O governo vai fazer e prometer o quê até lá? Nesses dois meses não teremos aumento do combustível? O óleo diesel foi reduzido em 46 centavos, e quanto a gasolina e o etanol? Só sei é que eles estão se entendendo por lá, enquanto nós outros vamos pagando a conta.

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Samba do criolo doido

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ivemos, no momento, uma crise sem precedentes: um governo fraco, políticos gananciosos, povo sofrido e oprimido. Não sei aonde vamos parar! Tenho andado por alguns estados nos últimos meses, falando com pessoas de varias categorias e o assunto é um só: o Brasil está sem comando! Em Brasília, conversei com professores universitários, empresários, funcionários do Itamarati e todos estão assustados. Nunca se viu tanta corrupção! Alguns são presos, outros continuam tramando maneiras de se proteger e enganar o povo. Estão no poder antigas raposas que vão driblando a Justiça, tentando não cair. Em Porto Alegre também tive a oportunidade de ouvir a opinião de velhos amigos e todos estão muito preocupados com o futuro do país. Em Alagoas, nem se fala! Nossos políticos não acreditam em crise! Vivem O que mais me impressionou foi a nababescamente! Dividem o dinheireação do governo. ro público como Temer ficou ‘como se deles fosse! Perseguem velhicego em tiroteio’, nhos, corrompem gerentes de banco, completamente e vão perdido. Começou a assessores vivendo como se negociar sem sano céu estivessem. Estou falando do ber com quem. Os Legislativo alalíderes não aparegoano, o pior dos ciam. Os políticos se Poderes. O Judiciário escondiam. tenta punir alguns culpados, mas é lento e os mais sabidos vão postergando os processos como podem. Resultado: os “taturanas”, escândalo antigo das Alagoas, caminham para dez anos e ninguém foi punido. O Executivo, chefiado pelo filho do Renan, parece que vai bem, obrigado. Sonha com a reeleição folgadamente, pois a oposição não sabe o que quer. O governador paga o funcionalismo em dia, faz algumas obras, briga com os militares, os policiais civis, concede pequenos reajustes, e para surpresa nossa, parece que o povo gosta, porque Renan Filho está bem nas pesquisas. Estourou recentemente a greve dos caminhoneiros no Brasil todo. Um caos! De repente, começou a faltar gasolina nos postos, os hospitais não recebiam oxigênio e os doentes ficavam sem assistência. As escolas pararam de funcionar, o povo su-

miu das ruas, filas intermináveis de carros procurando abastecimento, os aeroportos com partidas canceladas, supermercados vazios. Pensei que estava na Venezuela! O que mais me impressionou foi a reação do governo. Temer ficou “como cego em tiroteio”, completamente perdido. Começou a negociar sem saber com quem. Os líderes não apareciam. Os políticos se escondiam. O presidente falava e ninguém ouvia, nem obedecia. O Pedro Parente da Petrobras, homem que me parecia correto, ficou engasgado; a imprensa descobriu que liberou dois bilhões de reais para um banco dirigido por um familiar dele. O Congresso ficou atônito. O presidente do Senado largou tudo e viajou para o Ceará; voltou no dia seguinte. O presidente da Câmara Federal examinou uma matéria com um erro de bilhões de reais; perdeu o controle da Casa. Outra grande descoberta no meio do caos foi que a greve dos caminhoneiros era controlada por fortes empresários. Figuras estranhas se infiltraram no movimento e o povo nada entendia. Lembrei-me da casa de um senhor residente no Farol. Lá moravam mulher e nove filhos e ele só comprava seis pães; na hora da refeição colocava tudo na mesa e quem pegasse um, tinha sorte. Era uma gritaria geral! Assim está o nosso Brasil! Tenta o Temer ajeitar o cobertor: cobre de um lado, descobre do outro. Ele mesmo está envolvido em vários escândalos. Quero crer que ao deixar o cargo será processado. Para complicar a situação, os preços estão sem controle. Nos supermercados faltam mercadorias e outras ficam bem mais caras. Quase fui assaltada dentro de uma loja no Recife, de tão deserta que estava. Chegamos ao Rio! O caos não é menor: as ruas vazias, as filas intermináveis, o povo assustado, os aeroportos com pouquíssima gente. Por incrível que pareça, os partidos políticos estão quietos. Ninguém se solidariza com os caminhoneiros. O presidente perdeu as forças, está desacreditado. As Forças Armadas são chamadas pela população e não se manifestam. Colégios e universidades fecharam as portas. Os hospitais só atendem emergência. Enfim, um verdadeiro clima de guerra! Os políticos corruptos que estão destruindo o Brasil ficam escondidos, calados. O dinheiro público que deveria ser usado para segurança, educação, saúde, está em malas de parlamentares. Verdadeiro samba do crioulo doido!


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O lobo e o cordeiro

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m mede 1,84 de altura, 32 anos, participou de duas copas do mundo por seu país que ocupa lugar de destaque no futebol mundial e foi várias vezes campeão pelo seu clube. Detém a fama de ser um dos jogadores mais violentos e desleais da atualidade; só numa O primeiro, o rico e do campeoventuroso Sérgio Ra- temporada nato espanhol foi exmos, titular da podero- pulso dezenove vezes e sa seleção espanhola é portador de um semblante arrogante. que, com um golpe de O outro mede 1,75 de altura, 25 anos, orijudô e uma conduta ginário de um país poreprovável causou uma bre, nunca participou lesão no segundo, o hu- de uma copa do munRevelado como milde Mohamed Salah, do. fenômeno, tem como única esperança e pro- maior sonho participar tagonista da pequena de sua primeira copa como esperança, aleseleção do Egito. gria e protagonista de sua pequena seleção e sua postura transpira humildade. As desigualdades e os fatos nos levam inevitavelmente a uma comparação bíblica. Não pense que é a de Davi com Golias.

Certo dia, ao caminhar no final de tarde pela sacada de seu palácio em Jerusalém, o rei Davi avistou em um terraço uma bela mulher que, despreocupadamente, tomava banho. Extasiado com a cena e a beleza daquela mulher, o rei procurou informar-se de quem se tratava, pois sua cobiça o corroía. Naquele momento, esqueceu que era o dono de um imenso harém com as mais belas mulheres que estavam a seu alcance naquele tempo. Após mover as engrenagens do poder, Davi finalmente soube que aquela mulher que lhe tirara o sossego era casada e, mais, com um dos seus generais. Urias era o nome da pedra no seu caminho. Convocados seus assessores para assuntos aleatórios, a solução foi encontrada para a consecução dos desígnios libidinosos do rei. Davi assediou então a mulher que chamava-se Betsabá e a engravidou. Sendo a pedra do seu caminho um general de seus exércitos, a solução encontrada por Davi foi a de o enviar com uma carta a ser entregue ao comandante da mais sangrenta e mortífera frente de guerra que Israel enfrentava naquele tempo.

Para onde caminha o Brasil?

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de agosto será o último dia para a realização das convenções dos partidos e a escolha dos candidatos. A partir daí, o jogo eleitoral realmente começará. Pela primeira vez na história brasileira, faltando tão O risco iminente é que as tempo incertezas facilitem ‘chanta- pouco para o prazo gens’ e obriguem os candida- fatal, não são os tos a cargos executivos firma- conhecidos candidatos rem ‘alianças’ com partidos definitivos à presidência, oportunistas, ‘suspeitos’ de governadores práticas ilícitas, que termina- e senadores riam indicando nomes para a nosIestados. nfelizos composição das chapas, sem mente, prognósticos experiência, truculentos e até são de que nada (ou ficha suja, ou pré-suja. quase nada) mudará nos quadros políticos nacionais. Estado de S. Paulo divulga que especialistas já preveem o menor

índice de renovação política da história nas próximas eleições. Se os deputados e senadores, ao tratarem dos problemas econômicos e sociais do país, fossem tão capazes, quanto foram para redigir “em causa própria” e aprovar a mudança eleitoral que “lhes favoreceu e beneficiou”, com certeza a crise brasileira seria resolvida em curtíssimo prazo. Nos últimos dias, as cidades e municípios brasileiros são “visitados” por governadores, parlamentares federais e estaduais, distribuindo dinheiro em verbas públicas (“cheques”), viaturas e outras dádivas. Isso ocorre à luz do meio dia, sem nenhuma limitação, ou repressão. É bom recordar que, com base na mesma legislação em vigor, foram cassados pelo TSE os então governadores José Melo (Amazonas), Jackson Lago (Maranhão), Cássio Cunha Lima (Paraíba), Francisco de Assis de Moraes Souza (PI), conhecido como Mão Santa, e Flamarion Portela (Roraima). O atual governador do Tocantins, Marcelo Miranda, en-

ISAAC SANDES DIAS

Promotor de Justiça

Na selada missiva, estavam as instruções para que Urias, o portador, fosse colocado à frente da mais arriscada ou quase suicida batalha. O resultado? Não foi outro, a pedra do caminho de Davi virou pó, ou melhor, voltou ao pó. Triste com o trágico destino de Urias e sabedor da maldade do rei, o profeta Natã foi até ele e lhe contou uma estória que falava de dois pastores. Um rico que possuía centenas de ovelhas e um pobre que possuía apenas uma. Abordado um dia por um viajante faminto, o rico pastor pegou a única ovelha do pobre e a deu ao homem para aplacar sua fome. Ao ouvir o relato de tão injusta conduta, o rei, colérico, afirmou que tal homem merecia a morte. Vendo então, o profeta, que havia confrontado o rei, imediatamente lhe disse que esse homem era ele mesmo, o rei. Em razão de tal conduta uma maldição

NEY

acompanhou Davi por toda sua vida. Bem assim é a história desses dois atletas que abrem esse texto e que participaram da última decisão da Champions League. O primeiro, o rico e venturoso Sérgio Ramos, titular da poderosa seleção espanhola que, com um golpe de judô e uma conduta reprovável causou uma lesão no segundo, o humilde Mohamed Salah, única esperança e protagonista da pequena seleção do Egito. Tal conduta passou a ameaçar o sonho acalentado há muito por aquele que pode muito bem ser comparado ao pobre pastor. Participar com sua pequena e simplória seleção nacional da sua primeira copa do mundo que terá lugar na Rússia. Da mesma forma, a desleal conduta daquele que pode ser comparado ao rico e sovina pastor, ameaça frustrar uma carreira e roubar o único sonho de um humilde atleta e a alegria de uma pequena nação.

LOPES

Jornalista, advogado, ex-deputado federal, ex-presidente do Parlamento Latino-Americano

frenta outro processo de cassação, que está em tramitação. Compreende-se que o político votado num município destine ajudas para a comunidade. Todavia, fazê-lo demagogicamente, em véspera de eleição, como forma de notório aliciamento e cooptação, torna-se vergonhoso e vicia o processo eleitoral. O risco iminente é que as incertezas facilitem “chantagens” e obriguem os candidatos a cargos executivos firmarem “alianças” com partidos oportunistas, “suspeitos” de práticas ilícitas, que terminariam indicando nomes para a composição das chapas, sem experiência, truculentos e até ficha suja, ou pré-suja. Se isto ocorrer em níveis federal e estadual, a governabilidade estará seriamente comprometida, sem perspectivas de solução estável para a grave crise atual. O PSBD está em “mato sem cachorro”, com Geraldo Alckmin embolado, sem chances e perspectivas.

Analisada a corrida presidencial, Lula insiste em ser candidato, reforçado pela declaração da senadora Glesi Hoffmann, de que “Ele é nosso Pelé”. Falta o PT esclarecer como superar o impedimento legal, que torna inelegível quem tenha condenação em colegiado de segunda instancia. Por outro lado, observa-se o propósito do Palácio do Planalto de encontrar um candidato de “centro”, capaz de fugir aos extremos da esquerda e da direita. Com tanta nebulosidade no ar, a previsão sobre o que poderá acontecer até 7 de outubro será dificílima, até para bruxos, videntes, astrólogos, gurus e outros futurólogos profissionais. Nem Nate Silver, o estatístico americano que se tornou uma celebridade ao prever com quase 100% de acerto os resultados as últimas eleições presidenciais americanas, responderia com segurança “para onde caminha o Brasil”.


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Seguro-desemprego

O trabalhador que possui empresa aberta, com CNPJ vinculado ao CPF, pode encontrar problemas ao pedir o seguro-desemprego caso seja demitido do emprego principal. Isso se aplica para as pessoas que não utilizam a empresa aberta e tinham outro emprego como fonte de renda. De acordo com especialistas, o Ministério do Trabalho, que faz a concessão, entende de forma equivocada que o fato de você ter um CNPJ é suficiente para provar que você tem recursos financeiros e indefere o pedido.

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ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.com

Caderneta de poupança

Já está no ar a plataforma eletrônica para adesão ao acordo da caderneta de poupança referente às perdas econômicas sofridas pelos poupadores durante os planos Bresser, Verão e Collor II. Para aquelas pessoas que têm até 5.000 reais para receber, o pagamento será à vista e ocorrerá em até 15 dias após a validação da adesão ao sistema. Todo o processo será digital e deve ser feito pelo site www.pagamentodapoupanca.com.br. Lá, os poupadores e advogados encontrarão todas as informações e detalhes sobre o processo.

Preços abusivos

Com a greve dos caminhoneiros, o estoque de combustíveis diminuiu e até mesmo acabou em diversas cidades do País. A escassez tem levado diversos postos a elevarem seus preços. Mesmo que o abastecimento na capital alagoana esteja voltando à normalidade, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor pede que os consumidores documentem e denunciem os postos que estiverem cobrando preços abusivos no site www.procon.al.gov.br.

Simples Nacional

A nova regulamentação do Simples Nacional para cobrança e fiscalização de tributos que são aplicadas para micro e pequenas empresas passa a valer a partir do dia 1º de agosto. As medidas que foram alteradas pelo Congresso Nacional desde 2012 entrarão em vigor definitivo. A partir desta data, fica autorizado o parcelamento de débitos em até 175 parcelas e com redução de juros e multas.


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Novas regras podem gerar “bola de neve” em dívidas

CARTÃO DE CRÉDITO NOVA MEDIDA ACABA COM PAGAMENTO MÍNIMO DE 15% DO VALOR DA FATURA

BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da redação

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partir deste mês de junho, os bancos poderão alterar o valor mínimo do pagamento da fatura do cartão de crédito. As operadoras poderão decidir qual percentual será aplicado no pagamento mínimo da fatura, de acordo com o perfil do cliente. A nova medida definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) acaba com a obrigatoriedade do pagamento de 15% da fatura do cartão. Com a mudança, as instituições financeiras ficam livres para determinar outro valor com o objetivo de diminuir a inadimplência ou mesmo acabar com a exigência dessa taxa. Outra norma aprovada é que os clientes que não pagarem o valor mínimo não deverão mais pagar a taxa de juros especial, mais elevada que o crédito rotativo, que é um tipo de crédito que funciona de forma semelhante a um “empréstimo de emergência”, sendo concedido tanto a pessoas físicas quanto jurídicas, que hoje está em torno de 397% ao ano. As novas regras do rotativo estabelecidas em 2017 limitam a cobrança desse

alguns bancos. A chamada anuidade, que normalmente é dividida em quatro parcelas cobradas ao longo do ano, podendo chegar a mais de R$ 200 em alguns casos. Segundo o especialista, uma forma de diminuir os gastos é optar por cartões de crédito que não possuam taxa de manutenção, como Nubank, Inter e Digio. Eles se destacam por possuírem um serviço de atendimento ao cliente 100% digital e não possuir agências físicas tipo de juros a 30 dias. Diferentemente do que ocorria antes, quem optar por pagar o valor mínimo da fatura não poderá fazer essa opção por vários meses consecutivos. Depois deste prazo, o consumidor pode pagar a dívida integral ou os bancos são obrigados a parcelarem o valor com uma taxa de juros mais baixa que o crédito rotativo. A medida, embora seja vista como uma solução para diminuir a inadimplência dos usuários de cartão de crédito, exigirá mais planejamento financeiro. As novas regras são criticadas por alguns especialistas em finanças pessoais e apoiadas por outros, pois pode aumentar o risco de endividamento das famílias, criando o chamado efeito “bola de neve”. Segundo o especialista em finanças e investimentos, Daniel Calonge, quem não conseguir pagar o novo valor mínimo estabelecido pela operadora irá entrar no rotativo no primeiro mês, e no segundo irá entrar no parcelado com juros de 8%. “A vantagem é que o usuário de cartão irá pagar menos juros”, afirmou. Para evitar a famosa bola de neve, “sempre pague o cartão de crédito. Se estiver com dificuldades financei-

ras, deixe de pagar algumas contas mais baratas. Devido aos juros exorbitantes que as operadoras estabelecem dê preferência sempre a ele”, recomenda o especialista. A dica, além dos juros, é pelo tamanho da fatura, que muitas vezes representa a maior parte do custo mensal de um trabalhador. Ainda de acordo com as novas regras, caso não haja o pagamento mínimo estabelecido pela operadora, o cartão será imediatamente bloqueado enquanto o prazo ou o valor parcelado para pagamento da dívida estiver acontecendo. Em outras palavras, o usuário não poderá usar o cartão de crédito enquanto a dívida estiver ativa. “Para os bons pagadores não haverá grandes mudanças, porém os devedores terão vantagens para quitar suas dividas devido aos juros baixos e ao parcelamento das dívidas, além disso, as operadoras poderão diminuir o número de inadimplentes”, explica o especialista. CARTÕES SEM ANUIDADE Um fator que pode influenciar mesmo que de forma pequena o valor da fatura do final no mês é a taxa de manutenção cobrada por

ou emitir faturas através de papel, sendo dispensável a cobrança de anuidade. “Embora as taxas de juros cobradas por esses bancos digitais sejam bem semelhantes às cobradas pelos tradicionais e a anuidade possua um impacto pequeno sobre o valor total das contas, pode sim gerar um efeito de economia ao final do ano”, garante Calonge, que é CEO da Monetus e especialista em finanças e investimentos.


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MEIO AMBIENTE

Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Desmatamento em Alagoas

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desmatamento da Mata Atlântica aumentou em 2.243% em Alagoas. De acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, levantamento realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), entre os anos de 2015 e 2016 foram desflorestados 11 hectares da mata em todo o estado. Já entre 2016 e 2017 houve desmatamento de 259 hectares. Segundo o estudo, no período de 2016 a 2017 houve uma redução de 56,8% em relação ao ano anterior na taxa de desmatamento da floresta nativa, presente em 17 estados brasileiros. Alagoas está entre os seis estados com resultados negativos, porém, com menor percentual, ficando em 8º lugar no ranking dos estados desmatadores.

Beleza x meio ambiente

Diversos produtos de higiene e beleza utilizados diariamente atingem o meio ambiente de uma forma que nem imaginamos. Cremes esfoliantes, gel para banho, e diversos outros produtos com microesferas de plástico ao serem removidos com água vão pelos ralos até chegarem nos oceanos. Lá, prejudicam a cadeia alimentar porque são ingeridas pelos peixes e frutos do mar. Para evitar isso, algumas empresas de cosméticos começaram a substituir as microesferas de plástico por produtos naturais como areia, casca de nozes trituradas, farelo de arroz, argila, pérolas de cera e até cristais de quartzo. No Brasil ainda não há nenhuma restrição quanto ao uso de microesferas de plástico nos produtos

Projeto Leiturinha

Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no dia 5 de junho, o clube de assinatura de livros infantis Leiturinha lança a terceira edição da campanha Pequeno Consciente, que tem como objetivo incentivar o conhecimento sobre a flora brasileira. A iniciativa pretende estimular 100 mil crianças e suas famílias a plantarem árvores por todo o País. Para isso, serão distribuídos ao longo de todo o mês de junho sementes de árvores da flora brasileira. O kit de livros do mês de maio contém um envelope com sementes de Cedro Rosa, Canafístula, Jacaranda-Branco, Manduirana, Ipê-Branco e IpêRoxo-Sete-Folhas, além de um guia sobre como fazer o plantio. Os assinantes também encontrarão adesivos personalizados que servirão para decorar o local onde as futuras árvores serão plantadas.

Lembrete

O Dia Mundial do Meio Ambiente é o dia em que se comemora também o dia nacional da reciclagem. A comemoração foi instituída com o objetivo de levar à população uma reflexão sobre as questões ambientais. A reciclagem do lixo, compostagem e coleta seletiva são ações que podem ajudar a diminuir o impacto da produção de resíduos sólidos, já que o lixo é um dos principais problemas atuais da nossa sociedade e está relacionado com os padrões de consumo atuais. Em média os brasileiros jogam fora 76 milhões de toneladas de lixo, desse total cerca de 35% poderia ser reciclado ou reutilizado e outros 35% poderiam virar adubo. Ou seja, 70% da poluição do meio ambiente iria se transformar em algo útil e limpo para todo mundo, mas só 3% vão para a reciclagem. Em dez anos, o número de municípios que implantaram programas de reciclagem aumentou de 81 para mais de 900.

Tragédia ecológica

A greve dos caminhoneiros não afetou somente o setor de combustíveis. O fluxo de entrega de ração foi praticamente interrompido e mais de um bilhão de aves e 20 milhões de suínos estão recebendo alimentação insuficiente. Por causa disso, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), já foram sacrificados 64 milhões de aves, entre frangos e pintos recém-nascidos. Produtores de aves, suínos e ovos pediram uma “ação imediata” do governo federal para desbloquear o tráfego de caminhões que transportam ração para os animais.

Compensação ambiental

A lei que autoriza o Instituto Chico Mendes (ICMBio) a selecionar um banco público para criar e gerir um fundo formado pelos recursos arrecadados com a compensação ambiental foi sancionada e publicada no Diário Oficial da última terça-feira, 29. O fundo financiará unidades federais de conservação, como parques nacionais, reservas biológicas e áreas de proteção ambiental (APAs). A compensação ambiental é prevista na lei que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e é paga pelos responsáveis por empreendimentos com significativo impacto ambiental, como a construção de grandes fábricas ou hidrelétricas. Equivalente a um percentual do valor do empreendimento, essa quantia é usada para criar ou administrar unidades de conservação de proteção integral — compostas por áreas com restrição ou proibição de visitação pública.


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ALTA RODA

Cautela sob subsídios

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verdadeiro pesadelo nacional em que se transformou a greve dos caminhoneiros termina com balanço nitidamente de perde-perde. Perderam a sociedade com prejuízos aos deslocamentos e desabastecimentos; as atividades econômicas em quase sua totalidade; o governo federal por ser obrigado a subsidiar o preço do diesel; e os próprios manifestantes porque nos últimos dias houve desgaste na imagem positiva dos que labutam ao volante de forma solidária e profissional. Uma das coisas estranhas no acordo entre governo e motoristas é a generalização de isenção de pedágio por eixo suspenso dos caminhões. Isso não é adotado em outros países simplesmente pela dificuldade de fiscalizar se semirreboque ou baú estão mesmo vazios. Há racionalidade em levantar um eixo para poupar pneus e combustível, mas está longe de ser uma solução correta e justa para todos que pagam

pedágio, além dos caminhoneiros. Esta é a quinta paralisação nas estradas desde 2000. Em todas as vezes se questiona a vulnerabilidade do Brasil quanto à concentração de rodovias nos modais de transporte. Essa “fraqueza” existe, mas não é exclusividade nossa. Na Europa Ocidental, por exemplo, o percentual de 60% é bem próximo ao existente aqui. Mesmo nos EUA, onde a rede ferroviária é sete vezes maior que a brasileira (210.000 km contra 30.000 km, aproximadamente), as mercadorias transportadas por estradas, em valor, representam algo perto de 60%. Independentemente da participação inadequada dos modais há grandes gargalos logísticos no Brasil. Como um país com 8.000 km de litoral e tantos portos continua quase a desprezá-los? Mas algo precisa ser dito sobre a participação de estradas pavimentadas na malha total. Apenas 12% não são de terra. À exceção da África, nosso país é caso único no mundo. Se essa

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FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

proporção dobrasse, por exemplo, rodovias seriam competitivas mesmo em relação às ferrovias em grandes distâncias. Basta ver os treminhões em algumas estradas brasileiras. Subsídio ao óleo diesel precisa ser visto com cautela. Em termos de preços internacionais o país está agora, como sempre esteve, no meio termo entre o que se cobra nos EUA e na União Europeia. Mesmo em relação aos nossos vizinhos o preço não é muito diferente, sem contar a Venezuela onde fica quase de graça. Se o preço internacional e a cotação do dólar sobem, o repasse tornase inevitável. O ritmo dele pode se atenuar, mas alguém vai pagar de qualquer jeito na forma de impostos ou de diminuição de incentivos em

outros ramos da economia. Bom lembrar também que picapes médias e SUVs de tração 4x4 podem abastecer livremente com esse diesel subsidiado. Na maioria dos casos, trata-se de modelos caros e de uso não comercial. Preço diferenciado na bomba é inexequível. Aumento do IPVA, específico para esse tipo de veículo-utilização, pode ser alternativa. Outra solução: voltar ao que sempre foi. SUVs só com motor de ciclo Otto (gasolina ou flex). Legislação de emissões para motores diesel em picapes e SUVs é muito frouxa no Brasil: pega carona no uso em caminhões leves. Sem inspeção veicular pode se tornar um problema nas grandes cidades, cedo ou tarde.

RODA VIVA n CITROËN C4 Cactus estreia em setembro próximo, mas a marca já revelou visual externo igual ao francês, salvo rack de teto, rodas e vidros das portas traseiras (descem e não basculam, como no original). Na avaliação dos protótipos, por 250 km, o desempenho agradou. Mesmo motor 1,6-litro turboflex do Peugeot 2008, mas com câmbio automático 6-marchas. Interior foi simplificado. n OUTRA pré-antecipação: aventureiro Ka FreeStyle chega ao mercado em julho. Bem formulado, sem exageros. Trata-se de versão completa: seis airbags, ESC e câmera de ré associada a sensores de obstáculos. Preços partem de R$ R$ 63.490, mais R$ 4.500 pelo câmbio automático convencional 6-marchas. Estreia também motor tricilindro de 1,5 litro e 136 cv. n CÂMERA de ré de série (quando equipado com mul-

timídia), cinto de segurança de três pontos e encosto de cabeça para a posição central traseira são principais novidades do Chevrolet Onix 2019, a partir de R$ 54.390 (automático, mais R$ 5.300). Carlos Zarlenga, presidente da GM Mercosul, afirmou que escalada do dólar impacta de forma brusca as contas da empresa. n MINI 2019 mudou faróis e

estreou novo logotipo inspirado nos modelos dos anos 1990. Lanternas traseiras homenageiam bandeira britânica. Eletrônica geral e infotenimento com boa evolução. Sistema desliga/liga o motor funciona agora orientado

pelo GPS. Há novo câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas nos Cooper. R$ 119.990 a R$ 179.990. n APLICATIVOS para tele-

fone celular continuam a facilitar a vida de quem depende de prestação de serviços ligados ao uso do automóvel. A Sompo Seguros acaba de lançar um novo e específico processo de indenização de segurados, após ocorrência de sinistro. Constatação dos danos (com câmera do celular), análise e liquidação da ocorrência ficaram mais rápidos.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

O Michel Temer me deixou “temeroso”!

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ão milhares de pessoas incompetentes que são eleitas para exercerem mandatos políticos. Também são milhares de incompetentes que ocupam cargos importantes, tanto Sem nenhuma competên- no Poder Execia para resolver a crise cutivo como nos poderes Judicique se formou, com as exigências dos caminho- ário e Legislativo. Por sua vez, neiros, o senhor Temer, muitas pessoas antes de discutir sobre o são convidadas escolhidas que eles queriam e o que e por presidentes o governo poderia ceder, República, resolveu mostrar a sua in- da governadores e competência para dirigir prefeitos para uma nação. exercerem cargos e funções sem nenhum critério, seleção ou triagem. A política sempre é a responsável pelas

escolhas erradas. A pobreza de qualidade e de competência sempre são as principais responsáveis pelas decepções do povo para com os que são escolhidos. Um engenheiro pode ter sido o melhor aluno da sua turma, mas, para ele ser um secretário da Saúde, muito melhor teria sido se ele tivesse sido escolhido dentre os “médicos”. Já um médico pode ser o melhor cirurgião do estado, mas, para ser um presidente da Ceal ou da Eletrobras, mesmo ele sendo inteligente, não deveria nunca ser escolhido para presidente de um órgão técnico. A mesma coisa acontece quando um bom carpinteiro é escolhido ou contratado para fazer as instalações elétricas de um prédio. São inúmeras as situações, nas quais a gente acha que “cada macaco no seu galho”! Exemplos e mais exemplos de es-

colhas erradas nós temos, principalmente, no mundo político. É muito comum, um presidente da República, um governador ou um prefeito trocar apoios ou votos, como pagamento de cargos ou funções para os seus protegidos, parentes ou correligionários, sem conhecer as pessoas e as suas qualidades. Essas coisas acontecem aos montes e sempre nós observamos e testemunhamos as “barbeiragens” em administração, devido a incompetência. Nos últimos dias, nós assistimos exemplos de incompetência dos nossos governantes, quando querendo acabar com uma crise que aconteceu entre o governo e os caminhoneiros, quando esses profissionais pediram redução dos preços, principalmente do óleo diesel. Sem nenhuma competência para resolver a crise que se formou, com as exigências dos caminhonei-

ros, o senhor Temer, antes de discutir sobre o que eles queriam e o que o governo poderia ceder, resolveu mostrar a sua incompetência para dirigir uma nação. Para demonstrar poder, imediatamente disse que iria “colocar em campo as forças armadas”, como se o Exército brasileiro fosse criado para bloquear estradas e combater grevistas. Como se vê, o povo ainda não está sabendo escolher os seus políticos e, em consequência, os seus governantes. O senhor Michel Temer me deixou “temeroso” diante da sua incompetência, já que ele não sabe para que serve um exército! Em tempo – Fiquei satisfeito ao saber que os meus amigos, o palmeirense Raimundo Lessa e o Dr. Metódio C. Leite, da Polícia Federal, são meus leitores do EXTRA. Que bom!


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Eleições em Arapiraca

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reflexo do rompimento político do deputado estadual Severino Pessoa com a gestão de Rogério Teófilo só deve aparecer mesmo após o pleito estadual deste ano. Severino Pessoa, se sentindo traído, pulou fora do barco, deixando um rastro de crise que abalou o governo municipal, que concentra apoio às pré-candidaturas para estadual de Moacir Teófilo, filho do prefeito, e de Breno Albuquerque. Na corrida para a Câmara Federal, Rogério Teófilo continua apoiando Arthur Lira e Ricardo Barreto, este último com poucas chances de se eleger.

Mão poderosa

Severino Pessoa foi uma mão poderosa na vitória de Rogério Teófilo, que encarou uma campanha difícil já que seu adversário, o deputado Ricardo Nezinho, contou com apoio dos governos federal, estadual e municipal, além do engajamento da grande maioria dos vereadores arapiraquenses. Severino, com seu grupo político, foi essencial na caminhada vitoriosa de Teófilo que ganhou com um pouco mais de 200 votos.

A traição

Pré-candidato a deputado federal, Pessoa também lançou a pré-candidatura da sua esposa e vice-prefeita de Arapiraca, Fabiana Pessoa, para a Assembleia Legislativa. Acreditava no apoio incondicional de Teófilo que, para a sua decepção, abraçou a reeleição de Arthur Lira.

Deixaram o governo

Nos bastidores, no entanto, já era de domínio público o descontentamento do grupo político de Severino Pessoa com a administração municipal. As secretárias de Educação e de serviços públicos de Arapiraca, respectivamente Mônica Pessoa e Vanessa Sampaio, entregaram seus cargos e em carta aberta à população fizeram duras críticas ao gestor municipal, alegando, em termos gerais, falta de compromisso com os projetos das suas pastas.

Fortaleceu oposição

Pelo andar da carruagem, o caldo deve engrossar nos próximos meses já que Pessoa se aliou a Célia Rocha, pré-candidata a deputada estadual, e ao deputado Ricardo Nezinho, fortalecendo

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ABCDO INTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

significativamente a oposição.

Campo Alegre

A Paróquia do Bom Jesus dos Aflitos de Campo Alegre, juntamente com toda comunidade católica do município, realizou na quinta-feira, 31 de maio, a 35ª edição da tradicional solenidade e procissão ao dia de Corpus Christi.

Procissão

Na manhã do dia de Corpus Christi, às 8h30 da manhã, aconteceu a celebração da Santa Missa na Igreja de São Francisco, ponto inicial do tapete. Após a celebração da santa missa, iniciou-se a grande procissão seguindo pelo percurso das ruas enfeitas pelo tradicional tapete. último sábado (26), pela primeira vez no município.

Evento religioso

Artesanato indígena

Parceria com Fiea

Rodovias bloqueadas

O evento religioso é um dos principais acontecimentos do calendário religioso e cultural do município e todos os anos atrai milhares de pessoas de várias cidades de Alagoas e até de outros estados.

O prefeito Júlio Cezar se reuniu na segunda (28), em Maceió, com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), José Carlos Lyra. O prefeito aproveitou a ocasião para agradecer a parceria entre a Prefeitura de Palmeira, Rede Globo e o Serviço Social da Indústria (Sesi), durante a 25ª edição do Ação Global, realizado no

Júlio Cezar também presenteou o presidente da Fiea com um cocar produzido pelo artesanato indígena dos povos Xucuru-Kariri, como forma de agradecimento da população palmeirense pelo mutirão de serviços da iniciativa na cidade.

Desde a quinta-feira da semana passada (24), caminhoneiros e outras classes que participam da greve nacional estão bloqueando vias ao redor de Arapiraca. A rodovia AL-220, no trecho próximo ao Sítio Bom Jardim, está fechada desde quinta (24), e a AL-110, nos trechos próximos ao Sítio Poção e a São Sebastião, segue com protestos desde sexta (25). No trecho, carros e motos passam; dos veículos maiores, os caminhoneiros liberam a passagem apenas de viaturas, ambulâncias e fornecedores

PELO INTERIOR ... O Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) está comemorando o sucesso do acordo de não persecução penal proposto pela instituição em dezembro do ano passado e que foi aceito pelos prefeitos das cidades alagoanas. ... Numa iniciativa pioneira, a ProcuradoriaGeral de Justiça firmou acordos com 44 gestores e, mesmo aqueles que não formalizaram o documento oficialmente, assumiram o compromisso de encerrar os seus lixões. ... O município de São José da Laje, situado na Microrregião Quilombo dos Palmares, com limites entre Santana do Mundaú, União dos Palmares, Ibateguara e Canhotinho (PE), será o primeiro do interior do estado a ter um Arquivo Público Municipal, com apoio do governo de Alagoas, por meio do Arquivo Público de Alagoas (APA). ... O anúncio foi feito durante o 10º Chá de Memória essa semana, no evento cultural que já faz parte do calendário da população

local. ... O projeto é uma iniciativa do Arquivo Público de Alagoas (APA), coordenado pelo Gabinete Civil do Estado, e que tem dado suporte para estimular os municípios alagoanos a resgatarem suas histórias e origens. ... O município de pouco mais de 24 mil habitantes tem como principal vetor econômico a cultura da cana-de-açúcar através da Usina Serra Grande, além da pecuária e culturas diversificadas em pequeno porte. ... Um garoto de 12 anos, que mora na periferia de Arapiraca, está sendo sondado por olheiros do futebol de clubes brasileiros. Seu nome é Ytallo Lima Ferreira e ele sonha em se tornar um grande jogador de futebol. ... Mas as dificuldades financeiras têm adiado o sonho do jovem atleta. Segundo o vigilante Aparecido Ferreira da Silva, pai do menino, que já foi presidente do time amador Corinthians, de Coité do Nóia, é frustrante

saber que o filho tem talento e não poder fazer nada por ele. ... “Gostaria de poder ajudar, mas não tenho condições pra isso. As oportunidades estão passando, e não posso fazer nada para agarrá-las”, disse o vigilante, mais conhecido como Cido. ... Cido resolveu fazer um apelo aos empresários arapiraquenses, ou de cidades vizinhas, que possam ajudar seu filho a conquistar esse sonho. Talento parece não faltar ao pequeno jogador e, certamente, uma mãozinha pode ajudá-lo a ser um futuro nome do futebol brasileiro. ... Se você se interessou pela história de Ytallo, pode entrar em contato para propostas de patrocínios pelo número (82) 981336285 – Cido. (Com 7segundos). ... Aos nossos leitores, desejamos um feriadão repleto de saúde e paz. Até a próxima edição!


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Governo triplica número de ginásios e recupera equipamentos esportivos da rede estadual

Complexo Poliesportivo Manoel Gomes de Barros, em União, ficou 16 anos sem benfeitorias

DESDE 2015 ESPAÇOS GANHARAM NOVA VIDA APÓS REFORMAS, BENEFICIANDO ALUNOS EM TODO ESTADO TEXTO: TAIS ALBINO Fotos: Valdir Rocha e José Demétrio

O

Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), tem trabalhado para o avanço dos estudantes da rede estadual de ensino, promovendo melhorias na estrutura física e educacional das escolas. Na área esportiva, por exemplo, 70 ginásios foram construídos, sendo 44 deles já entregues. Em 2015, 34 escolas da rede estadual declaravam ter equipamentos esportivos cobertos, mas, em três anos, o número de ginásios em escolas estaduais triplicou. Entre os equipamentos esportivos já existentes, 18 foram recuperados. Ao todo 27 ginásios foram, estão ou passarão por reformas. Confira as fotos do antes e depois de alguns deles: Ginásio Deputado José Lúcio de Melo (Arapiraca) Também conhecido como Ginásio da Escola Quintella Cavalcanti, o Ginásio Deputado José Lúcio de Melo é um dos mais tradicionais espaços esportivos de Arapiraca, tendo sediado competições históricas como os Jogos da Primavera. Construído em 1981, o equipamento poliesportivo ganhou estrutura moderna e similar ao Ginásio do Geraldão, no

Ginásio Cônego Luiz Cirilo, em Santana, foi completamente reformado

Recife. Complexo Poliesportivo Manoel Gomes de Barros (União dos Palmares) Em 2017, o Governo de Alagoas reformou o Complexo Poliesportivo Manoel Gomes de Barros, em União dos Palmares. O equipamento, que beneficia mais de dois mil estudantes, possui ginásio de esportes e piscina semiolímpica e passou 15 anos sem receber reparos e benfeitorias. Ginásio da Escola Maria Antônia de Oliveira (Matriz de Camaragibe) A reforma do ginásio da Escola Estadual Professora Maria Antônia Oliveira era esperada por toda a comuni-

Ginásio da Escola Maria Antônia, em Matriz, estava em condições precárias

Ginásio Deputado José Lúcio de Melo, um dos mais tradicionais de Arapiraca, agora com estrutura similar do Geraldão

dade escolar. Foram quatro anos fechado até 2016, quando o Governo de Alagoas recuperou toda estrutura física da unidade e o ginásio esportivo. A Escola Maria Antônia foi a primeira a receber o ensino integral na região Norte de Alagoas. Ginásio de Esportes Cônego Luiz Cirilo Silva (Santana do Ipanema) Administrado pela Escola Estadual de Ensino Integral Laura Chagas, o Ginásio de Esportes Cônego Luiz Cirilo Silva, em Santana do Ipanema, foi totalmente reformado em 2016. O espaço recebeu nova pintura, retelhamento e restauração da parte elétrica e hidráulica.


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30 ANOS DE ELEIÇÃO EM ALAGOAS O EXTRA publica os principais fatos dos últimos 30 anos da vida política de Alagoas compilados pelo professor e analista político Marcelo de Melo Bastos e que deram origem a seu livro Eleições em Alagoas 1978-2016.

1982

MARCELO BASTOS

CONTEXTO HISTÓRICO Na Eleição Estadual de 1982, em Alagoas, tínhamos à frente do Governo do Estado Theobaldo Barbosa (PDS) e do Município de Maceió, Corintho Campelo.

Luiz Cavalcante (UDN) foi o último governador eleito em Alagoas depois do Golpe Militar. Eleito em 1960 e seu mandato foi de 1961 até 1966. A eleição de 1982 foi a primeira eleição direta em Alagoas depois de 1960, então por 22 anos todos os governadores que sucederam Luiz Cavalcante foram nomeados. FATOS IMPORTANTES

1) Divaldo Suruagy (PDS) torna-se pela segunda vez governador de Alagoas, desta vez, pelo voto direto. Foi o candidato da situação e obteve 257.898 votos (55,49%). Seu vice foi José Tavares. José Costa (PMDB) foi o candidato da oposição e obteve 206.856 votos (44,51%). Seu vice foi Zeca Torres. Apesar da máquina do governo federal, do Estado e da ampla maioria das Prefeituras estando a serviço da situação e protegidos por uma miríade de casuísmos, como por exemplo o voto vinculado, que obrigava o eleitor a escolher candidatos de um mesmo partido

para todos os cargos em disputa, sob pena de anular seu voto, engessou a eleição e prejudicou por demais a oposição. A oposição lançou uma campanha em que orientava o eleitor em votar até nos candidatos proporcionais da situação, desde que deixassem em branco para o Governo (cabeça da chapa), o que foi batizado esse voto de “voto camarão”. Além de todas essas adversidades que a oposição enfrentava, ainda faltavam uma estrutura política e uma estrutura de campanha mais organizada. Em muitos interiores de Alagoas não tinha diretório do PMDB e isso foi um fator que prejudicou muito a votação no interior do Estado. A oposição teve uma vitória consagradora na capital, porém, perdeu

de forma fragorosa no interior do Estado. Apesar de todas estas situações desfavoráveis das eleições, a diferença a favor do Governo foi de apenas 11%. 2) Guilherme Palmeira (PDS) foi eleito Senador pela situação, com uma votação de 259.581 votos (56,17%). Pela oposição o candidato foi José Moura Rocha (PMDB) com uma votação de 202.573 votos (43,83%). Guilherme Palmeira fazendo uma dobradinha com Divaldo Suruagy e sendo beneficiado com a mesma estrutura de poder e usando o casuísmo do voto vinculado do seu aliado, deixou a oposição em situação difícil para conseguir uma vitória.


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