Edicao975

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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 975 - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

HOMENAGEM PÓSTUMA

ELEIÇÕES 2018

Sem aliados e sem recursos, Rodrigo Cunha tem poucas chances de vitória

R 3,00

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Eduardo Davino é homenageado por amigos e aliados da Velha Guarda P/16 E 17

MACEIÓ E RIO LARGO BRIGAM PELA SEDE DO AEROPORTO Prefeito ameaça interditar atividades da Infraero por sonegação de impostos

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ARAPIRACA LARGADA

ELEFANTE BRANCO

Prefeito trai aliados e fecha pacto com Biu e Arthur Lira para eleger filho

Canal do Sertão não contribuiu até agora com irrigação

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Após o acordo, Biu e Arthur Lira é quem mandam em Arapiraca

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MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

As chances de Rodrigo Cunha

“Jornalismo é oposição.

O resto é armazém de secos e molhados”

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- Dos cinco candidatos ao Senado com chances de vitória (Renan, Biu, Rodrigo Cunha, Marx Beltrão e Mauricio Quintella), Rodrigo Cunha é o único que pode ostentar o título de ficha-limpa. Os demais – uns menos e outros mais - já se envolveram em processos que atentam contra a moralidade no serviço público.

(Millôr Fernandes)

- Ter o nome limpo, no entanto, não garante a vitória de nenhum candidato, até mesmo porque as lições da Lava Jato devem passar ao largo dos grotões de Alagoas, ainda dominados pelos “donos” desses curais eleitorais.

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– Em disputa majoritária não se compra voto direto da fonte, mas através do prefeito, do vereador e demais lideranças eleitorais, sempre dispostas a manipular o eleitor. E aí o que vale é o dinheiro, não o discurso do candidato.

Franco atirador

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– Por mais ficha-limpa que se seja, o candidato majoritário precisa de muito dinheiro e amplas alianças, e não pode se dar ao luxo de escolher apoio político ou discriminar aliados. Em tais circunstâncias, ou se entra no submundo da politicalha, aliando-se a todo tipo de gente, ou se vai colher a derrota anunciada. É assim que funciona a politicagem nacional.

- Na definição do jornalista Ricardo Mota, o deputado Rodrigo Cunha é um “cavaleiro solitário” dentro de seu próprio ninho tucano. A lutar sozinho contra os moinhos de vento da política alagoana, o deputado tucano tem tudo para fazer uma campanha quixotesca, sem ninguém sequer para ser o seu Sancho Pança.

Apoio bichado

O deputado Marx Beltrão decidiu não abrir mão de sua candidatura ao Senado e, pelo andar da carruagem, a disputa é para valer mesmo. Pesados os prós e os contras, Marx nada tem a perder, além de correr o risco de se eleger senador.

O projeto político da família é garantir a eleição de Maykon Beltrão (irmão de Marx) para a Câmara Federal, de Ivan Beltrão (filho de Joaquim Beltrão) para deputado estadual e, se der, eleger o próprio Marx ao Senado. Outro Beltrão, Marcelo, ex-presidente da AMA, disputará uma vaga na Assembleia Estadual correndo em raia própria.

Em caso de derrota, Marx voltará ao comando da Prefeitura de Coruripe, hoje ocupada pelo tio Joaquim, que já disputou a reeleição. Após governar o município por dois mandatos e comandar o Ministério do Turismo, Marx Beltrão tomou gosto pelo Executivo e dificilmente voltará ao Legislativo, a não ser como senador.

Tucano indeciso

Se depender do apoio do prefeito de Arapiraca para se eleger senador, o deputado Rodrigo Cunha estará frito. Pesquisa revela que Rogério Teófilo se aproxima de Michel Temer em termos de popularidade. Sua gestão é reprovada por 73% da população, com tendência a subir ainda mais, dada a inação do prefeito. Após trair os aliados, Rogério fez pacto com Biu e Arthur Lira.

DA REDAÇÃO

Sonho de verão

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COLUNA SURURU

O deputado federal Pedro Vilela avisou aos eleitores que ainda não desistiu de disputar a reeleição.

Herdeiro político dos tucanos em Alagoas, Pedro marcou seu primeiro mandato na Câmara Federal entre a omissão e a tibieza.

Antes de decidir pela reeleição o tucano deveria fazer uma sondagem para saber se o eleitor já desistiu dele.

Se depender de Renan Filho, o projeto de seu assessor Raimundo Tavares para se tornar procurador de Estado – sem concurso público – vai acabar na lata do lixo.

Em reunião com os diretores da Associação dos Procuradores do Estado de Alagoas o governador garantiu que não vai se envolver nesse imbróglio.

Para Raimundo Tavares resta recorrer ao Judiciário, que certamente não vai ratificar a imoralidade.

A viúva agradece.

Marechal Deodoro

A Prefeitura de Rio Largo já pode interditar o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, caso a Infraero continue descumprindo determinações administrativas e tributárias da prefeitura local. A decisão é da Justiça Federal.

Há anos a Infraero vem se negando a cumprir notificações emitidas pelo Município de Rio Largo – sede do aeroporto – para apresentar alvará de funcionamento e a cumprir outras ações determinadas pela prefeitura.

Para o prefeito Gilberto Gonçalves, a omissão de seus antecessores nesta questão levou à estatal federal a subestimar o poder municipal. “Agora, Rio Largo tem prefeito e estamos dispostos a fazer valer as leis do município”, disse Gonçalves ao jornal EXTRA.

VIiolência

O A Polícia Federal deflagrou na sexta-feira, 8, a Operação Capital dos Marechais e cumpriu dois mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal de Alagoas, em Maceió e Marechal Deodoro. Os alvos da operação são o ex-prefeito de Marechal Deodoro, Cristiano Matheus, e um empresário cuja empresa foi contratada naquela gestão e não teria prestado os serviços.

Fim dos pelegos

Zumbi dos Palmares

O fim do imposto sindical decretado pela reforma trabalhista acabou com a República Sindical do Brasil e a praga dos pelegos, eternos sindicalistas parasitas que viviam à custa dos trabalhadores brasileiros.

Não à toa, o País virou o paraíso dos sindicatos, sobretudo durante os governos do PT quando foram criados mais de 15 mil deles, colocando o Brasil no ranking mundial da pelegada com quase 20 mil sindicatos. Os Estados Unidos têm 191 entidades sindicais.

Esta semana foi divulgado os resultados do Atlas da Violência no Brasil com dados referentes a 2016. O país mais uma vez se superou: foram 62,5 mil mortes por assassinato em um ano. Uma taxa de 30,3 pessoas para cada 100 mil habitantes. Superior em 30 vezes às taxas da Europa.

Alagoas, como sempre, está na rabeira dos índices. Na edição anterior éramos o penúltimo colocado à frente apenas do Maranhão. Nesta edição, o Maranhão melhorou seu desempenho e avançou. Adivinhem o que aconteceu com nosso Estado: continuamos a ser o penúltimo colocado no ranking nacional. Agora “ganhamos” apenas do Rio Grande do Norte que assumiu o lugar do Maranhão como último colocado.

Nosso estado tem taxa de 54,2 homicídios para cada 100 mil habitantes. Para que se tenha uma ideia mais clara dessa tragédia, o Rio de Janeiro, com toda a violência que nos acostumamos a ver na imprensa, tem índice de 36,4 mortes para cada 100 mil habitantes. 50% inferior à do nosso estado! Se a comparação for com um período mais amplo, a violência no Rio cresceu 22% entre 2011/2016. Nas Alagoas ela reduziu-se em 24%. É pouco.

Muito pouco. São Paulo tem índices de 10,9 homicídios para cada 100 mil habitantes. Isso, sim, números de primeiro mundo.

Nesta campanha que se avizinha, nossos políticos têm que explicar os porquês dessa carnificina. Por que nossos índices são tão brutais. Eis aí um bom tema para ser discutido.

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

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Rodrigo Medeiros

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MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

JORGE OLIVEIRA

A herança maldita do PT Brasília - Tudo isso que está aí é herança do PT: Temer, Moreira, Padilha, Geddel, Henrique Alves. Falência da PetrobrAs. Vendas fraudulentas de rede de postos para os argentinos, compra superfaturada da refinaria no Texas, propinas na construção da usina de Belo Monte. Outras coisas do PT: Marcelo Odebrecht, Palocci, Vargas, Delúbio, Zé Dirceu, Vaccari, Bendine, Léo Pinheiro, Cabral, Eduardo Paes, Mantega, Dilma e tantos outros já presos ou respondendo a processos na Justiça. Esse é o legado dos quatorze anos de corrupção ininterrupta e do desmando do Partido dos Trabalhadores que transformou o país nessa gaiola das loucas.

A Dilma congelou os preços dos combustíveis e as tarifas de energia elétrica em 2014 para se reeleger. Dois anos depois foi impedida de permanecer na presidência por irresponsabilidade fiscal, mas deixou um rastro de incompetência administrativa e um desarranjo na economia e na política brasileira sem precedente. Acusada de corrupção por Palocci, vive hoje cercada de assessores às custas do nosso dinheiro, e ainda tem a petulância de se manifestar sobre a economia que ela destroçou. É muita cara de pau!

Na outra ponta, tecnocratas frios da Petrobras, insensíveis aos problemas sociais, tentam salvar a empresa falida pelos petistas corruptos sobrecarregando nas costas dos brasileiros os preços exagerados da gasolina e do diesel. Querem, de uma hora para outra, equilibrar as finanças da petrolífera com o suor dos já combalidos trabalhadores brasileiros, sufocados por impostos e reféns desse governo biruta. Dizia aqui, em outros artigos, que o Brasil precisa de mais de vinte anos para se recuperar da tragédia petista. E pelos candidatos que despontam aí, sem exagero nenhum, o conserto ainda vai se prolongar por muito mais tempo.

Temer, o presidente mais impopular do mundo, não dá uma dentro. Veja: assustado com a violência do Rio de Janeiro fez uma intervenção no estado e com isso paralisou o Congresso Nacional, antecipando as férias dos parlamentares em ano eleitoral. Dias depois, como se tivesse descoberto a pólvora, declarou-se candidato à reeleição. Quando ainda saboreava a decisão que, segundo ele, iria resgatar a segurança dos cariocas, militantes fortemente armados desafiam as forças de segurança e matam a vereadora Marielle e o seu motorista Anderson. Pronto, Temer recolheu-se, silenciou-se e, agora, apresenta Meirelles, ex-ministro da Fazenda, como candidato do MDB. Esse governo erra muito. Já começou errado quando convocou ministros envolvidos na Lava Jato para compor seu staff. Errou mais ainda quando deu cobertura a assessores desqualificados para que esses desfilassem com mala de dinheiro de propina pelas ruas de São Paulo como se fosse um assaltante que acabara de raspar o cofre de um banco.

Errou também quando recebeu Joesley, o goiano da carne, para tratar de assuntos indigestos à república como a garantia de manter a caixinha de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, mesmo com ele preso e condenado.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Supérfluo

No quarto dia de greve, foi visto distribuindo carros no interior do Rio de Janeiro, um evento chinfrim, paroquial. Não foi capaz de detectar com seus radares da segurança institucional as nuvens negras que sobrevoavam o Planalto desde o ano passado. O resultado está aí: calamidade pública. E o mais grave: mesmo sofrendo em acostamentos à beira das estradas, os caminhoneiros tiveram o apoio dos consumidores que ficaram horas a fio esperando em filas quilométricas para abastecer seus carros. A pesquisa do Datafolha sobre o acontecimento revelou que 87% da população apoiou a greve, recado claro de que o governo mais impopular do mundo também é fraco, trapalhão e não lidera o país.

Antecipação

Ao assumir a presidência, Temer já demonstrou que o seu governo seria de compadrio, quando apresentou a lista de ministros. Ali estavam, encabeçando a turma, Geddel Vieira Lima, Moreira Franco, Eliseu Padilha e Henrique Alves, a tropa de choque que iria administrar o país.

Caro

Esses desacertos do Temer custam caro ao país. Para se livrar da aprovação dos processos na Câmara distribuiu dinheiro a granel para os deputados, esvaziando os cofres públicos e levando o país à beira da bancarrota. Desde que assumiu o cargo, o presidente tem se comportado como estagiário nervoso no seu primeiro dia de emprego. Chegou ao governo anunciando cortes no orçamento, redução de ministérios e austeridade nos gastos, mas de lá para cá desdisse o que disse: criou novos ministérios, não enxugou os custos da máquina administrativa, não estancou a sangria das diárias de viagens de servidores e nem inibiu os gastos com cartões corporativos usados sem nenhum critério.

Pressão

Além disto, o governo não aguenta a mínima pressão. Foi alertado, o ano passado, pelas entidades de caminhoneiros da tragédia da paralisação e fez pouco caso sobre as ameaças, mesmo tendo em seu poder um vídeo que antevia o colapso. Depois do leite derramado, cedeu às pressões, mas deixou que a paralisação se politizasse ideologicamente. Nos bastidores foi criticado pelas Forças Armadas pela hesitação em combater rapidamente a paralisação dos caminhoneiros.

Queda

Não demorou muito para que muitos deles fossem caindo como peças de dominós enfileiradas. Como não bastasse desocupar os cargos, quase todos saíram direto para a cadeia. Ficaram ainda pendurados Moreira e Padilha, respondendo a processos na Lava Jato.

Suspeitos

O mandato de Temer, assim, começou fraco. E enfraqueceu mais ainda com as denúncias contra ele por lavagem de dinheiro e corrupção feitas pelos açougueiros goianos que gravaram uma conversa, quando ele pede nas entrelinhas para os empresários manterem o cachê do deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba pelo juiz Sérgio Moro. Depois disso, ainda apareceram outras acusações contra Temer.

Uma delas de ser parceiro comercial na corrupção do coronel Lima, em cuja conta bancária apareceram 23 milhões de reais.

Fim

O presidente mais impopular do mundo já deixou de governar o país antes mesmo de acabar o mandato, pois perdeu a autoridade. A greve dos caminhoneiros foi o estopim que faltava para a nação perceber que é chefiada por um presidente nanico, que não teve coragem de organizar, de botar as tropas nas ruas no momento certo para acabar com o movimento, já que a greve já tinha sido julgada ilegal.

Fiscal

O governo Temer chega ao fim melancolicamente. E o final realmente é triste, quando o país assiste seus ministros mais próximos procurando fiscalizar os postos para saber se os donos estão cumprindo o acordo de reduzir o preço do diesel nas bombas, como se a economia fosse regida por padrões fiscalizatórios e não por demanda.

Essa história os consumidores brasileiros já conhecem. Lembra dos fiscais do Sarney quando a economia foi à bancarrota? É o mesmo filme de um governo que à época já tinha sucumbido por falta de autoridade em um país ingovernável.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

GABRIEL MOUSINHO

Sem pressa

A

o contrário das grandes composições políticas feitas pelo MDB, a oposição acha que devagar se vai ao longe, como diz o velho ditado. Prefere trabalhar nos bastidores para apresentar um candidato ao governo que possa fazer frente a Renan Filho.

Os líderes da oposição avaliam que Renan Filho chegou onde deveria chegar nas pesquisas e a tendência, agora, depois de um candidato para lhe fazer frente, é cair paulatinamente. Acham que o desgaste do governo é inevitável e se a oposição escolher um candidato com forte apelo popular a disputa vai ser pau a pau.

Sem adversário, o governador, candidato à reeleição, atingiu, conforme pesquisas divulgadas, mais de 50% de aceitação popular. Mas sem adversário. Esses números não refletem, necessariamente, que a eleição já está ganha.

Ampla coalizão

O Palácio dos Martírios tem feito acordos com tudo quanto é partido e agora o PT também estará fazendo parte do governo. Pelas contas da oposição, tudo já foi negociado e parece não ter espaço para mais ninguém.

Quanto pior, melhor

O senador Renan Calheiros aproveitou a greve dos caminhoneiros para fazer aquilo que vem fazendo há meses: criticar ferozmente o governo federal do qual já fez parte há dezenas de anos. Sugeriu que a diretoria da Petrobras fosse demitida pelo presidente para evitar a queda do governo. Só não disse que o desmanche da maior empresa brasileira foi iniciada no governo do PT, que ele tanto defende no momento.

Esperando sentado

O consumidor de combustíveis alagoano está esperando que o governador Renan Filho dê a partida e autorize a diminuição do ICMS para que o Estado figure com um dos que têm a gasolina, o diesel e o etanol mais barato do Brasil. Afinal de contas, foi amplamente divulgado nas redes sociais, meses atrás, declaração do governador mostrando que Alagoas teria a gasolina mais barata do país.

gabrielmousinho@bol.com.br

Puxão de orelhas

Se o deputado estadual João Beltrão não estivesse tão doente e num tratamento intensivo, já teria puxado as orelhas do seu filho Marx Beltrão, que tem se submetido ao desprezo e à humilhação política por parte do Palácio dos Martírios. Nunca na história política da família um membro do clã dos Beltrão foi tão humilhado como agora. Desprezado pelos Calheiros que optaram pelo segundo voto ao Senado para Maurício Quintella, Marx patina na indecisão. Ah, se João Beltrão estivesse comandando este processo político da família, dizem aliados de Marx, isso nunca aconteceria, avaliam.

Falar é fácil

Ao anunciar à época a gasolina mais barata do país, o governador estava jogando para a plateia. Os consumidores querem ver agora se o ICMS vai mesmo ser reduzido em níveis satisfatórios para atender ao grande apelo do povo alagoano.

Voto dividido

Puxe a fila, governador O governador Renan Filho fez críticas pesadas à política de preços dos combustíveis e mostrou que a população não aguenta mais esse tipo de conduta do governo federal.

Sobre a redução do ICMS no diesel e na gasolina, ele disse que se os governadores do Nordeste forem favoráveis, ele acompanha.

Em vez disso, puxe a fila, governador.

Sem atrapalhar

O prefeito de Maceió, Rui Palmeira, vai trabalhar mesmo no apoio a Benedito de Lira e Rodrigo Cunha ao Senado, mas com certeza não vai atrapalhar Maurício Quintella, que passou para o lado oposto. Quintella, enquanto estava no grupo de Palmeira, ajudou muito Maceió quando era ministro dos Transportes.

Dificuldades

O ex-ministro dos Transportes vai ter mais trabalho do que pensava na sua luta para chegar ao Senado. Com o anúncio da candidatura de Rodrigo Cunha, o espaço se tornou mais estreito para o deputado. Vai disputar, na turma mais jovem, o voto com Cunha, que conta também com grande fatia eleitoral em Arapiraca.

Cobrando

A família do empresário João Lyra está cobrando um empréstimo feito meses atrás para um prefeito eleito na região periférica de Maceió. A grana foi alta e o intermediário foi alçado a um cargo de primeiro escalão na prefeitura.

Pressão

O deputado Ronaldo Lessa nunca passou tanta agonia como agora. Está sendo assediado para ser candidato ao Senado e deixar a coordenação de campanha de Renan Filho. Ele candidato, complica a situação de Renan pai.

Collor e Biu

O ex-presidente Collor começa as andanças no interior do estado e já elegeu, como seu primeiro voto para o Senado, Benedito de Lira. Pelo menos é o que seus aliados têm afirmado nos últimos dias. Collor, assim, demonstra que não nutre nenhuma simpatia por Renan Calheiros, cujo filho já olha para sua vaga em 2022.

Engana-se quem pensa que Rodrigo Cunha sairá de Maceió com uma votação massacrante para o Senado. É bom avaliar que não só tem ele como candidato. Maceió vai dividir sua votação, além dele, com Maurício Quintella, Marx Beltrão, Renan Calheiros e Benedito de Lira. O interior do estado, neste caso, pode fazer a diferença para os outros candidatos.

Alto lá

O deputado Rodrigo Cunha não deve se iludir com essa história de que já é o segundo colocado na corrida para o Senado. Pelo visto, querem enganar Cunha, que sabe ser uma eleição extremamente difícil que irá enfrentar. Uma candidatura ao Senado requer muita estrada na política.

Briga pela vice

O governador Renan Filho está com um problemão para resolver: indicar o nome do seu candidato a vice. Como está preocupado de ficar sem mandato, Maurício Quintella já admitiu, por baixo dos panos, ser seu companheiro de chapa. Mas o lugar parece mesmo ser destinado a Fábio Farias, ex-secretário do Gabinete Civil e homem de mais absoluta confiança dos Calheiros. Segundo se comenta nos bastidores, Quintella não tem tanta firmeza na sua empreitada para o Senado.

Pé no acelerador

Aproveitando o tempo estabelecido pela Justiça Eleitoral, o governador promete tudo, inclusive a absorção de mais mil policiais-militares. Renan Filho, que lidera as pesquisas para a reeleição e sem candidato da oposição, aproveita tudo que pode para faturar prestígio na sua caminhada política.

MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

população. É preciso de um grande debate para o Canal do Sertão não repetir o que aconteceu com a transposição do São Francisco, que teria um custo da operação de R$ 500 milhões por ano, sendo que o Tribunal de Contas da União (TCU) informou recentemente que o valor subiu para R$ 800 milhões”.

Quanto à questão do uso da água, o presidente do comitê acrescentou ainda que “a fiscalização se faz necessária, uma vez que carcaças de animais e até cadáveres já foram encontrados dentro do canal por onde circula água para abastecimento humano”.

O mau uso das águas do Canal do Sertão pode gerar futuros desertos, alertou o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda

Canal do Sertão ainda não contribui para irrigação

ELEFANTE BRANCO

DAS DUAS BOMBAS, SOMENTE UMA OPERA E COM APENAS 20% DA CAPACIDADE

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Canal do Sertão está sendo construído às cegas e pode virar um grande elefante branco em Alagoas. A análise é do presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda. “Ele [o canal] ainda não tem um modelo de gestão, como também não tem um modelo das terras que serão irrigadas. À medida que o canal se estendeu foram dadas outorgas

graciosas de água. Ou seja, ninguém paga por aquela água, que tem todo um valor econômico”, pontuou.

A declaração de Miranda foi durante a programação do Dia Nacional em Defesa de Velho Chico, no último domingo, 3. A solenidade aconteceu em Aracaju, no estado do Sergipe, onde o comitê reuniu a imprensa e autoridades para lançar também o II Simpósio da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, evento finalizado na quarta-feira, 6.

“As pessoas estão irrigando

por inundação um solo extremamente vulnerável É necessário fazer o uso da melhor tecnologia para não salinizar a terra e criar futuros desertos”.

E prosseguiu: “O Canal do Sertão precisa de fato ter um freio de arrumação e o governo de Alagoas tem se mostrado incapaz de compreender que não basta construir uma obra bilionária se não fizer a gestão correta e compartilhada dessas águas. Fiquei sabendo que apenas 12% daquela água está sendo utilizada pela

UM FOCO DIFERENTE De acordo com Valmir Pedrosa, engenheiro civil e consultor da Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos hídricos de Alagoas (Semarh), o Canal do Sertão foi construído com objetivo de irrigar plantações e lavouras, porém ainda não tem essa demanda. Sendo assim, a água do reservatório é utilizada no abastecimento dos municípios do Alto Sertão, como: Pariconha, Água Branca, Delmiro Gouveia, Canapi, Inhapi e Olho d’Água do Casado.

“Além disso, temos 430 pequenos usuários para irrigação”, explicou. Tudo somado, segundo Pedrosa, corresponde a cerca de 20% da capacidade máxima da bomba do Canal do Sertão.

Atualmente, a obra possui duas bombas hidráulicas, sendo que apenas uma está em funcionamento. “O canal é para utilização para projetos de irrigação, que ainda estão para ser construídos. O que trava o uso da irrigação é o orçamento da União, que não colocou em licitação as obras complementares para fazer a ligação das águas até as plantações. O Canal do Sertão sendo inutilizado para irrigação vira um elefante branco, sem dúvida”, afirmou.

O Canal do Sertão já cus-

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tou aos cofres públicos, em treze anos de construção, mais de R$ 2 bilhões. Até o momento, foram construídos 115 km dos 250 km totais da obra, que vai terminar no município de Arapiraca. É estimado que se demore mais uma década para sua conclusão para contemplar 44 cidades.

Sobre as críticas de Miranda, o consultor da Semarh esclareceu que a água usada para consumo humano é tratada e que toda utilização é cobrada. “O mesmo acontece com a irrigação. Primeiramente deve ser apresentado um projeto à secretaria para análise e aprovação”.

Velho Chico decadente

O

Rio São Francisco corre perigo e reverter esse processo de decadência causado pela exploração do homem é um trabalho árduo e oneroso. Segundo o Comitê da Bacia do são Francisco, seria necessário um investimento de R$ 30,8 bilhões para uma revitalização completa do rio, que tem sofrido com as obras de transposição. Conforme o presidente do comitê, Anivaldo Miranda, o Velho Chico já agoniza e dá sinais claros. Um deles é as águas do mar que estão invadindo o Velho Chico em sua foz.

“Muitos consideram um rio como uma canaleta que leva água até o mar. O rio representa toda uma biodiversidade, sem falar da cultura de todo um povo”, destacou. Para o coordenador geral do II Simpósio da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Inajá Francisco de Souza, o país ainda não leva tão a sério a preservação do meio ambiente. Tal situação seria influenciada por questões socioeconômicas. “O povo brasileiro, primeiramente, está focado na sobrevivência. Por isso, outras questões, como a preservação, acabam ficando em segundo plano”, disse ao EXTRA.

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Servidores do TJ não terão benefício reajustado

AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO VALORES TIVERAM AUMENTO A PARTIR DE 1º DE JUNHO ANUNCIADO PELO CNJ SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

C

ontinua a luta dos servidores do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) para o reajuste do auxílio-alimentação. Nesta semana, uma decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reajustou o benefício e a assistência pré-escolar de todos os servidores do judiciário do país, mas Alagoas ainda não fez o recálculo.

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores do Judiciário de Alagoas (Serjal), Aluciano Martins, a categoria deve tratar do assunto em reunião com a presidência do TJ-AL marcada para a próxima segunda-feira, 11.

“A gente tem essa luta de equiparação há tempos. É uma negociação em andamento, um tema sempre debatido. Teremos uma reunião com o presidente do TJ e, com certeza, esse assunto entrará em pauta. Inclusive já houve uma sinalização por parte do presidente de que essa equiparação é justa.

A partir disso vamos aguardar a negociação, pois auxílio-alimentação não pode ser diferente”.

De acordo com a Portaria Conjunta n. 1 assinada pelos presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal Superior do Trabalho (TST), do Superior Tribunal Militar (STM), e o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJ-DFT), a implantação dos novos valores em cada órgão fica condicionado à prévia demonstração da existência de disponibilidade financeira da

Segundo o sindicalista, Aluciano Martins, os servidores vão se reunir com a Presidência do TJ-AL na próxima segunda-feira

instituição.

Em Alagoas, os servidores e magistrados não recebem a assistência pré-escolar. Segundo a assessoria de comunicação do TJAL, cada tribunal decide localmente sobre o reajuste do auxílio-alimentação dos servidores.

Na publicação feita pelo CNJ, o reajuste será de 3% e começou a valer no dia 1° de junho. O auxílio-alimentação para servidores de Alagoas atualmente é de R$34,46 por dia trabalhado. Essa quantia não está vinculada ao do reajuste do CNJ, que passou a ser de R$ 910,08 mensal. A depender do mês, o benefício para os servidores do TJ-AL não chega a R$ 800.

Em comparação aos magistrados, além do auxílio moradia de R$ 4.377,73 (que é justificado pela categoria por falta de reajuste salarial), todos que estão na ativa - desembargadores e juízes – também recebem o valor de 5% da remuneração inicial de juiz para auxílio- alimentação , equivalente a R$ 1.306,20.

No mês de maio, o auxílio para os 1958 servidores representou R$ 1.550.183,10 nas despesas da instituição. Para 158 magistrados, o valor foi R$ 206.384,34. No entanto, o auxílio-alimentação da categoria, não depende da carga efetiva de trabalho e todos ativos no TJ-AL recebem igualmente este valor, segundo a assessoria.

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Prefeituras disputam Zumbi dos Palmares

AEROPORTO DA DISCÓRDIA RIO LARGO DIZ TER PODER DE POLÍCIA E AMEAÇA INTERDITAR ATIVIDADES DA INFRAERO POR SONEGAÇÃO DE IMPOSTOS JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Justiça Federal em Alagoas decidiu que o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares tem sua sede legal no município de Rio Largo, que além do poder de polícia, deverá cobrar tributos e taxas decorrentes das atividades da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Com a decisão, outras mudanças deverão ser providenciadas, como a atualização das placas de sinalização do aeroporto, trocando Maceió por Rio Largo.

Segundo o juiz federal Raimundo Alves de Campos Jr., da 13ª Vara Federal da Capital, a Infraero colecionou diversos alvarás de funcionamento concedidos pelo município de Rio Largo, “o que demonstra que o aeroporto se submete ao po-

der de polícia municipal há anos, só vindo intervir contra o referido poder fiscalizatório quando ameaçado de interdição”.

Temendo essa possibilidade, a Infraero acionou a Justiça Federal contra a Prefeitura de Rio Largo. Em outubro do ano passado, o Município cobrou do Aeroporto Zumbi dos Palmares alvará de funcionamento, concedendo prazo de 15 dias para receber a documentação. No entanto, ao renovar a Infraero informou que o aeroporto estaria localizado em Maceió. O fato fez com que a estatal solicitasse a prorrogação de prazo para alterar e oficializar sua sede legal em Rio Largo.

Conforme os autos, “apesar de o município demandado ter expedido os alvarás de funcionamento anteriores com o CNPJ da capital de Alagoas, somente para

a obtenção do alvará de funcionamento de 2017 foi imposta a atualização do CNPJ junto à Receita Federal”. Na ação, a Infraero também alegou que o Zumbi dos Palmares possui licença de operação até a data de 24 de fevereiro de 2019 e alvará sanitário com validade até 16 de outubro deste ano.

Sendo assim, a Infraero obteve liminar favorável. A 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) decidiu que “é possível vislumbrar plausibilidade no direito material alegado pela Infraero, no sentido de que o poder de polícia do município, no que tange à fiscalização de normas urbanísticas e de ocupação do solo, não se aplica aos sítios aeroportuários, dado que compete à União expedir normas de ocupação do solo em zonas aeroportuárias”.

A “mudança” da sede do

aeroporto para a cidade foi recebida com comemoração pelo Executivo rio-larguense. “Isso vai dar mais autonomia quanto à fiscalização de empresas que não estão regularizadas no município, gerando assim os impostos sobre serviços dessas empresas, as devidas taxas que são obrigatórias e auditoria quanto ao recolhimento dos tributos, visto que já foi feito levantamento anterior e constatou-se a sonegação de impostos das empresas situadas dentro do aeroporto”, informou o secretário Municipal de Finanças Rio Largo, Marcos Willams Ferreira.

Para o prefeito Gilberto Gonçalves, a omissão de seus antecessores nesta questão levou a estatal federal a subestimar o poder municipal.

“Agora Rio Largo tem prefeito e estamos dispostos a fazer valer as leis do município”, disse Gonçalves.

Mas a Prefeitura de Maceió contesta. “A administração pública não abre mão de exercer suas atribuições administrativas em quaisquer empreendimentos situados nos limites territoriais da capital. Todos os setores do aeroporto dentro do território municipal se submetem às ações administrativas da Prefeitura de Maceió, independentemente de outras parcelas de imóveis ou empreendimentos localizados parcialmente em outros territórios municipais vizinhos”, informou ao EXTRA por meio de nota.

“Respeitando-se em cada caso as ações administrativas das prefeituras nos respectivos territórios que lhes pertencem”, ponderou.

Ainda segundo nota da Secretaria de Comunicação de Maceió, um trabalho no início do ano de um grupo de servidores dos municípios de Rio Largo e Satuba discutiu possível alteração dos limites territoriais na zona de intersecção na região do Tabuleiro do Martins e Tabuleiro do Pinto. “Segundo o Instituto de Terras de Alagoas (Iteral), os limites territoriais entre esses municípios na região já se acham devidamente delineados pela legislação estadual da década de 1950, embora o fenômeno da conurbação gere certa confusão no local”.

E destacou: “Nessa delimitação reconhecida pelo Iteral, a maior parte do Aeroporto Zumbi dos Palmares se acha dentro do território de Maceió, sendo o seu acesso pela BR-104 pelo território de Rio Largo. O limite territorial no local deixa a área administrativa, o estacionamento de veículos e os setores de embarque e desembarque, assim como grande parte do pátio das aeronaves dentro do território de Maceió, ficando a antiga sede do aeroporto no território de Rio Largo”.

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Somente este ano,

132 pessoas

sumiram em Alagoas

MP BUSCA AJUDA DE ÓRGÃOS PÚBLICOS, MAS DESAFIO COMEÇA NOS CADÁVERES SEM LÁPIDE

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

N

inguém sabe ao certo quantas pessoas estão desaparecidas em Alagoas. Não existe uma rede entre as cidades ao menos para procurar quem simplesmente sumiu ou subsidiar, com informações, as famílias. Municípios de pequeno ou médio porte não têm cadastros deste tipo. A confiança, na maioria das vezes, é quando o rosto de alguém circula nas redes sociais ou nos portais locais e alguém reconhece.

Fora isso, pouco ou nada pode ser feito.

Se os desaparecidos não têm documento - como a maioria dos moradores de rua - e forem assassinados pela “higienização social” e os corpos nunca encontrados, por exemplo, as chances destes crimes nem sequer virarem inquéritos policiais chega a 100%.

A promotora Marluce Falcão, do Ministério Público Estadual, é responsável, em Alagoas, por cadastrar todos

Allan Teófilo, Bárbara Regina e Carlos Roberto Rocha Santos os desaparecidos - com e sem documentos, reclamados ou não por parentes.

Números bem conservadores do MP indicam que 132 pessoas sumiram sem deixarem rastros em 2018. Ano passado, pelo levantamento do Ministério Público Estadual, foram 431.

O Programa de Identificação e Localização de Pessoas Desaparecidas de Alagoas (Plid/AL)- do MP estadual- busca ajuda dos órgãos públicos para a criação deste cadastro.

Nesta fase inicial, oficiou órgãos públicos em busca de números ou informações.

Daí começam as enormes barreiras.

Primeira dificuldade: os cadáveres sem lápide. Em 2017dados da Perícia Oficial- o Instituto Médico Legal Estácio de Lima (Maceió) sepultou 126 cadáveres de indigentes. Apenas 25 foram identificados, mas enterrados sem lápide porque nunca apareceu ninguém. O restante dos corpos? Quase nada se sabe deles.

Segunda dificuldade: “Nos municípios de pequeno e médio porte não há cadastro de pessoas desaparecidas”, disse Gizelda Lins, presidente do Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Assistência Social (Coegemas).

Terceira dificuldade: a maior cidade de Alagoas, Maceió, não sabe o destino de moradores de rua desaparecidos. De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social, existem, em média, 900 pessoas em situação de rua. Há equipes especializa-

das para a chamada abordagem social, que faz o acompanhamento ou os atendimentos deste público. Maioria deles não tem documento de identificação.

Trabalho da secretaria é encontrar a certidão de nascimento destas pessoas nos lugares de origem, para, então, iniciar o processo de retirada dos documentos, quase como buscar um grão de areia específico num imenso deserto. E, algumas vezes, o morador de rua “some” porque mudou de cidade, em busca de emprego.

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CASOS EMBLEMÁTICOS

Roberta Dias e Davi da Silva

MAPEAMENTO “Não existe cadastro de desaparecidos em Alagoas. O Ministério da Justiça tentou implantar um cadastro nacional, mas não obteve sucesso devido à falta de alimentação pelos órgãos policiais”, explica a promotora Marluce Falcão. Segundo ela, apenas recentemente a Polícia Civil tem um sistema que registra estes desaparecidos, que será lincado a uma rede nacional.

“Esse fenômeno do desaparecimento é extremamente grave e além dos aspectos criminais, pretendemos estudar o fenômeno social por pesquisadores da Ufal

e outras faculdades. Entender e mapear os desaparecimentos é a melhor forma de enfrentá-lo”, afirma a promotora.

Cada um dos casos será tratado de forma diferente. Terá etapas que incluem maciça campanha para recebimento de informações da sociedade, levantamento dos casos de desaparecidos mais os casos de indigentes do IML e o cruzamento destas informações, tanto para os desaparecimentos chamados de voluntários como os involuntários.

“As pessoas não reclamam seus desaparecidos porque não sabem como fazê-lo. No estados

do Rio de Janeiro e São Paulo, o êxito do programa se deu pela ampla campanha na sociedade”, explica a promotora.

“Alagoas mantém sua própria ideia de civilidade fundamentada nas representações das pessoas ‘de bem’, ou seja, aquelas que não estão no rol das vítimas de nenhum tipo de violência, assim sendo, ao se tornar uma vítima, mesmo de desaparecimento, automaticamente o indivíduo carrega outra pecha: a de pessoa que tinha comportamento de risco, e a sociedade não expressa comoção.

Esse silêncio, encobre impunidade, descaso e letalidade crescente”, diz a cientista social Ana Cláudia Laurindo

Alguns desaparecimentos viraram casos emblemáticos em Alagoas.

Um dos mais famosos das duas últimas décadas é Carlos Roberto Rocha Santos, o “filho do seu Sebastião”, sequestrado de casa por capangas do ex-deputado estadual Luiz Pedro, em agosto de 2004. O corpo nunca foi encontrado. Luiz Pedro foi julgado e condenado a 26 anos e 5 meses de prisão, mas responde em liberdade.

Bárbara Regina também nunca foi encontrada, desde 1 de setembro de 2012, quando saía de uma boate na Ponta Verde. Acusado pelo crime, Otávio Cardoso fugiu e foi capturado ano passado. Está preso e aguarda julgamento.

Davi da Silva desapareceu após abordagem policial em 25 de agosto de 2015. Os policiais militares Eudecir Gomes de Lima, Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, Victor Rafael Martins da Silva e Nayara Silva de Andrade foram indiciados pelo crime e seguem em liberdade.

Roberta Dias estava grávida de 3 meses quando sumiu em 11 de abril de 2012. O inquérito policial foi concluído esta semana, seis anos depois do crime. Os nomes dos indiciados não foram revelados.

“O desespero e a saudade batem na nossa porta todos os dias. Vocês não conseguem imaginar a agonia que temos quando o telefone toca, quando a noite vai chegando e sentimos que é mais um dia sem notícias”, resume o pai do estudante Allan Teófilo, Alberto Bandeira. Alan sumiu há 6 meses.

Apesar do uso de drones em matas de difícil acesso em busca de pistas, ele não foi encontrado e as circunstâncias do desaparecimento não são bastante esclarecidas. A Polícia Civil continua as buscas.

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Prefeito de Arapiraca prioriza a politicagem

PACTO DA TRAIÇÃO ALVO DE VÁRIAS DENÚNCIAS, ROGÉRIO TEÓFILO FAZ GESTÃO DESASTROSA DA REDAÇÃO

A

forma desastrosa com que o prefeito Rogério Teófilo vem conduzindo sua gestão em Arapiraca não tem agradado a população, que continua sofrendo com a ineficiência dos diversos serviços públicos essenciais oferecidos pelo município.

Em meio a uma gestão bombardeada por graves denúncias de corrupção, que estão na mira do Ministério Público, Gecoc, OAB e MCCE, Teófilo tem desprezado os mais de 40 mil arapiraquenses que o elegeram e priorizado apenas o lado político, tudo para beneficiar a candidatura do filho Moacir Neto à Assembleia Legislativa.

Sem condições para trabalhar, dois secretários entregaram os cargos no primeiro ano

Acordo com Arthur Lira já é chamado de “pacto da corrupção”

Rogério quer fazer o filho depútado estadual a qualquer preço

da gestão e outros quatro nesse ano. Foram eles: Júlio Houly (Agricultura), Henrique Vasconcelos (Procuradoria), Ricardo Barreto (Desenvolvimento Econômico e Turismo), Aurélia Magna Fernandes (Saúde), Mônica Leônia Pessoa (Educação) e Vanessa Rousse Sampaio (Serviços Públicos).

Informações repassadas à redação do jornal EXTRA dão conta de que na quinta-feira passada o prefeito convocou uma entrevist coletiva de imprensa para anunciar mudanças no secretariado. Como era esperado, as pastas foram ocupadas por pessoas focadas

vereadora Aurélia foi convidada para a pasta da Saúde.

Ela seria uma das seis parlamentares com voto favorável a abertura de uma Comissão de Especial de Inquérito (CEI) para investigar as irregularidades da atual gestão. Temendo as consequências, Teófilo agiu rápido [o que não faz seu estilo] e neutralizou a vereadora, tudo no intuito de garantir mais um voto favorável na Câmara.

Para piorar a situação, a Câmara vem sendo omissa com o desgoverno tucano em Arapiraca. A presidente do Poder, professora Graça Lisboa, tem assumindo um papel

apenas em fazer politicagem em prol do filho Moacir Teófilo Neto e da reeleição do deputado Arthur Lira.

Apesar da tentativa frustrada de melhorar a Saúde, no final do mês passado a exsecretária Aurélia Fernandes foi praticamente obrigada a entregar o cargo, tudo porque o prefeito Rogério Teófilo quis retaliar a vereadora Sinielza Pessoa que, um dia antes, havia protocolado no Ministério Público um pedido de informações sobre uma denúncia de corrupção envolvendo o prefeito.

Sinielza era suplente e assumiu o cargo assim que a

de líder do prefeito na Câmara, com discursos duros contra os colegas vereadores, contra a imprensa e contra qualquer um que ouse criticar a gestão.

Enquanto isso, Arapiraca, que há pouco tempo era reconhecida nacionalmente como uma das cidades que mais cresciam no Nordeste, hoje está estagnada. Bem ao seu estilo, o prefeito Teófilo puxou o freio de mão da gestão para fazer politicagem, prejudicando uma população que apostou na mudança, apostou no seu nome e hoje segue abandonada, traída e sem atenção. Com a palavra o Ministério Público, OAB, MCCE e o Gecoc.

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É FESTA!

Campo Alegre: 58 anos de emancipação Campo Alegre comemora 58 anos de emancipação política. Para a data não passar em branco, a Prefeitura da “Cidade Carinho” organizou uma programação extensa para presentear a população.

Nesta sexta-feira, 8, dia da emancipação, haverá shows, missa de ação de graças e solenidade para assinatura de ordens de serviços.

Já no sábado, a programação será em Luziápolis com o som de Psirico e PV Mello. E não acaba por aí.

Para o dia 15 de junho, a Prefeitura programou uma série de inaugurações, como a Academia da Saúde do Povoado Chã da Imbira, da Unidade Básica de Saúde (UBS), entre outros.

A prefeita Pauline Pereira e o vice James Matias convidam a todos para as festividades.

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Agressão a funcionário da OAB causa indignação e reacende polêmica

TRUCULÊNCIA POLICIAL ESSA NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE MEMBROS DA ORDEM SÃO AGREDIDOS POR MILITARES DA REDAÇÃO

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m tiro na perna do funcionário da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas José Geovane da Graça disparado na tarde da segunda-feira, 4, por um militar do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) durante uma discussão no estacionamento do Fórum de Maceió foi o estopim para reacender a chama de uma polêmica envolvendo militares alagoanos e a entidade. Essa não é a primeira vez que as partes entram em atrito e em alguns casos por motivo fútil.

No episódio atual, a OAB -AL emitiu nota à imprensa repudiando a ação de dois policiais com o funcionário da instituição. “OAB Alagoas e Caixa de Assistência ressaltam o total respeito aos militares que honram o dever diário de defender a população, colocando em risco suas próprias vidas. Atitudes arbitrárias não podem manchar o valor de toda a corporação, no entanto, precisam ser repudiadas e combatidas”, diz trecho do documento.

Em fevereiro de 2016 a OAB saiu em defesa do advogado Roberto Lima que foi agredido, algemado e preso durante confusão em um bloco carnavalesco na Serraria.

Na ocasião, o advogado relatou que mesmo alertando aos policiais de que não era bandido, de que não estava conseguindo respirar, ficou horas no camburão. “Eu pensei que ia morrer, achava que os caras ‘tavam’ me amassando.

Fizeram de propósito para me humilhar. Desdenharam e me humilharam porque eu disse

OAB/AL sai em defesa do funcionário José Geovane que durante discussão foi baleado por um policial

que era advogado”, comentou a vítima com um amigo em seu WhatsApp. Nesse caso, o então presidente da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL), Sílvio Arruda, considerou absurda a agressão sofrida pelo advogado e, a partir do relato da vítima e dos vídeos apresentados, encaminhou queixa para a Corregedoria da Polícia Militar. “O absurdo é a polícia não saber tratar o cidadão. Polícia tem que ser temida pelo bandido e não sair usando da força contra as pessoas. Não estamos nos referindo apenas pelo fato de o rapaz ser advogado, mas defendemos o estado de direito”, criticou naquele momento Arruda.

Na mesma semana, outro advogado foi vítima da polícia em Maceió. Os atos de desres-

peito aconteceram durante desfile do Pinto da Madrugada na orla de Maceió. O advogado Diego Cavalcante teve sua carteira da OAB e alguns documentos jogados ao chão por policiais militares, após ele se solidarizar com uma mulher e a filha que aguardavam a liberação do parente, detido por suposto desacato.

“Fui ameaçado de ser preso apenas pelo fato de eu ter me solidarizado com uma família. Estava cumprindo meu papel de advogado. Como advogado, fui humilhado e esse é um caso que não posso deixar passar”, disse na ocasião.

A advogada Letícia Tenório também faz parte da lista.

Em março de 2016 policiais chegaram “com uma abordagem violenta” em uma festa da família da advogada, chutaram o portão para entrar em sua casa. Embora tenha

pedido calma foram surpreendidos com bombas de efeito moral dentro da residência e gás de pimenta. “Me identifiquei como advogada e quis conversar. Quando conseguimos abrir a porta, eles já entraram nos empurrando, jogando gás de pimenta, o que deixou todos bastante assustados. Houve uma confusão generalizada, mas de forma alguma nos negamos a colaborar. Mesmo assim, acabamos presos, algemados e levados para a delegacia”, ressaltou Letícia na ocasião. Na Central de Flagrantes ela e seu irmão foram autuados por desacato.

Em novembro 2017 a OAB realizou desagravo público em favor de outro advogado vítima de ação violenta. Dessa vez, o ato foi em prol do advogado Everton Thayrones de Almeida Vieira, vítima de ação praticada por policiais

militares durante uma abordagem numa blitz em uma estrada do Povoado Pé Leve, em Limoeiro de Anadia, Agreste de Alagoas. Ele foi algemado e teve o braço quebrado na ação.

Nem mesmo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem escapou na fúria. Em agosto de 2017 Ricardo Moraes prestou queixa na Delegacia Geral da Polícia Civil após receber sucessivas ligações de pessoas que se identificavam como militares.

Na ocasião, ele denunciou que foi vítima de uma ameaça de morte, através de um telefonema. Isso, momento depois de ter recebido na sede da OAB a mãe de um adolescente que denunciou que o filho sofreu agressões feitas por militares.

Questionado sobre os episódios envolvendo membros da Ordem e a Polícia alagoana, Ricardo Moraes disse acreditar ser coincidência, mas que esses atos de truculências não devem acontecer.

No caso do Geovane, disse Moraes, trata-se de um funcionário exemplar, querido por todos aqueles que o conhecem e por conta disso houve toda essa comoção.

Segundo ele, a OAB está tentando as medidas legais e que sejam apuradas as informações. “O vídeo diz tudo.

Ele questionou a multa, criou a discussão, bateram e o tiro foi um excesso, onde mostra o despreparo”, criticou Moraes.

Ele esclareceu ainda que a vítima é funcionário da OAB e não flanelinha como anunciado. “Embora flanelinha seja cidadão e mereça todo respeito como qualquer cidadão”.

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Histórico violento Dessa vez as providências foram rápidas e o Comando da Polícia Militar decidiu por retirar das ruas os policiais envolvidos no caso que vitimou José Geovane, funcionário da OAB Alagoas. Logo após o episódio, o Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg) afirmou que os policiais possuíam um histórico de truculência e esse seria um dos motivos do afastamento.

Em entrevista, o vice-presidente da entidade, Antônio Gouveia, afirmou que o colegiado está acompanhando as investigações e todos os detalhes estão sendo apurados, tanto a versão dada pelo funcionário quanto a apresentada pelo policial.

Para relembrar, na segunda-feira, 4, José Geovane da Graça trabalhava na calçada

no Fórum do Barro Duro quando foi alvejado por disparo de arma de fogo após um desentendimento com um policial militar do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTRan).

Testemunhas alegaram que o rapaz fazia a guarda dos carros dos advogados que frequentam o Fórum. Quando as equipes do BPTran estiveram no local e constataram algumas irregularidades ele foi de encontro aos agentes e formou uma discussão. Há quem diga que o funcionário da OAB agrediu fisicamente o militar que reagiu disparando contra Geovane.

Em depoimento, o policial militar Cyro da Vera Cruz Neto acusou o funcionário da OAB de portar uma faca e este teria sido sua motivação para atirar em uma das pernas de Geovane.

SEM RESPOSTA

Além do Conseg pedir o afastamento dos policiais militares envolvidos na confusão com o funcionário da OAB até que o caso seja apurado, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), através da 62ª Promotoria de Justiça da capital, instaurou procedimento preparatório de inquérito para apurar a atitude dos policiais durante abordagem a José Geovane, na segunda-feira, 4, na frente do Fórum do Barro Duro, em Maceió.

Na quarta-feira, 6, o delegado do caso, Robervaldo Davino ouviu cinco testemunhas. Embora não tenha dado detalhes, Davino descartou a possibilidade de ter havido tentativa de homicídio. Segundo ele, o tiro na perna dificilmente

levaria a vítima a morte. “Ficou claro que não houve a intenção de matar”. Mas ponderou que só irá se posicionar de fato no final. “Todos os envolvidos terão que ser ouvidos”.

Em relação a faca que o policial disse que o funcionário portava na hora da abordagem, o delegado afirmou que em depoimento na Central de Flagrantes José Geovane negou.

A assessoria da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e dos Bombeiros Militar (ACS-AL) divulgou nota repudiando as acusações contra o militar. O documento destacou que é preciso apuração rigorosa antes de realizar quaquer acusação contra ele.

A reportagem do jornal EXTRA manteve contato com

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a assessoria da Polícia Militar de Alagoas, mas até o fechamento dessa edição não houve resposta por parte da Corregedoria. “As solicitações foram encaminhadas à Corregedoria-Geral da Corporação para que em seguida o e-mail seja respondido”, disse assessoria.

Que acrescentou que só poderá dar uma resposta aos questionamentos após o retorno da Corregedoria. Além do que, sobre a questão do policial envolvido na ocasião da segunda-feira, 4, “só mesmo a Corregedoria poderá responder se algum procedimento foi instaurado e se houve punição ou não. Como já foi informado, o procedimento para apurar a conduta dele na ocorrência no Barro Duro será aberto por determinação do ComandoGeral.

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TEOTÔNIO VILELA FILHO Ex-governador e ex-senador

Dudu Davino, um idealista convicto

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onheci Eduardo Davino – nosso Dudu – através de meu pai, o velho Teotônio, e desde então me impressionou a bravura com que ele sempre defendeu seus ideais, seja no enfrentamento à ditadura militar, onde foi punido por sua coragem como servidor da Petrobras, seja na luta constante pela anistia política e pela democracia brasileira.

Eduardo deixa entre Era, na sua integridade de ciseus amigos um le- dadão, um herói na convicção de gado de lealdade. Ao suas causas. estado de Alagoas, Um político nato na concepção será imortal na sua de ver o estado como transformador de gerações, e pode se dizer história pela libercom clareza que Dudu direcionadade política, pela anistia, pela redemo- va suas bandeiras para um futuro de igualdade de oportunidades, cratização do país sem exceção. Era um entusiasta que contagiava a todos nós que tivemos a honra e a alegria de conviver com ele nas conversas políticas, nas gargalhadas soltas, na lealdade ao estado de Alagoas e ao Brasil.

Após a morte do meu pai, Dudu me incentivou a entrar na política. Sua presença foi motivadora na minha primeira campanha ao Senado da República, em 1986, e nas que se sucederam. Era um amigo, um conselheiro. Certa feita me tirou do Palácio, quando eu era governador, para comer uma buchada e tomar uma dose de cachaça com ele em horário de almoço. Em outro momento, me ligava dando sugestões, orientações políticas.

Eduardo deixa entre seus amigos um legado de lealdade. Ao estado de Alagoas, será imortal na sua história pela liberdade política, pela anistia, pela redemocratização do país. Aos que, assim como eu, puderam aprender com Dudu Davino, eterna gratidão a esse amigo e alagoano valoroso.

O sindicalismo amputado

C

om o falecimento de Eduardo Davino e Audálio Dantas o sindicalismo no Brasil sofreu amputação Às vésperas de uma de órgãos originais de sua eleição, nada mais sensato que os elei- criação.

Eduardo Datores observem as vino dirigiu o referências morais sindicato dos sobre os candidatos, petroleiros no inicio de sua sem o que continua- atividade com remos com a gatuna- o nascimento gem que sacrifica os da Petrobras.

Já nos pricofres e a dignidade mórdios das do país. atividades da empresa, que seria a salvação econômica do país, fez-se necessário a participação politica de seus in-

tegrantes sérios para impedir a corrupção naquela que veio a ser a mais importante fonte dos elementos indispensáveis ao desenvolvimento dos recursos financeiros com a redução progressiva e rápido corte da importação de petróleo.

Dudu Davino, como mais era conhecido, contestava sua pequena estatura física, que permitia que o chamassem de “Polegada”, com gigantesca coragem cívica que terminou por fazê-lo candidato a vereador e deputado estadual, participando de campanha politico-eleitoral, quando o autor e Aurélio Viana da Cunha Lima enfrentaram a ditadura militar que interferiu, de forma violentamente arbitrária, nos destinos do nosso país.

N que ra m sob deix gem suce a gra do B tão d raliz dest C maio sind ano se d sa q Pau do S tamb

O companheiro Dudu Davino

C

orria o ano de 1982 para o seu final. Estávamos a quatro meses das eleições para governador do Estado de Alagoas. As oposições, aninhadas no velho MDB de Ulysses Guimarães, Mário Covas, Franco MontoDudu zombava de ro, Pedro Simon, mim quando eu dizia Tancredo Neves, Brossard, Marcos que era ‘machista Freire, Jarbas Vasleninista!’. Machista concelos – quanta ou marxista? – per- saudade! – enfrentavam aqui, com guntava ele e eu destemor, a fortísrespondia: ‘Machis- sima candidatura ta, mesmo. Marxista chapa-branca de Suruaé você que não tem Divaldo gy ao Palácio dos bom gosto’.

Martírios, sustentando o nome honrado do advogado Moura Rocha .

A grande novidade naquelas eleições era a candidatura de Teotônio Vilela, o menestrel das Ala-

goas, agora no MDB, candidato à reeleição para o Senado Federal, que viera oficialmente para a nossa trincheira lutar sem trégua pelo restabelecimento pleno da democracia no País. Mas o destino tem seus caprichos. Nossa estrela na campanha de 82, Teotônio Vilela, é vitimado por insidiosa moléstia e, em função dela, retira sua candidatura à reeleição para o Senado, comovendo o País inteiro. Moura Rocha assume a candidatura ao Senado e eu, movido pelas circunstâncias, assumo a candidatura de governador para enfrentar Divaldo Suruagy.

Campanha franciscana, paupérrima, que se mantinha de pé com Zé Aprígio Vilela pagando o papel que o jornal Tribuna de Alagoas necessitava para circular e apoiar a campanha da oposição alagoana.

O comitê funcionava em um prédio que meu dileto amigo Antônio

Cotri Fazía de ar ça do na ba da c Mota e che mora parti viram O didat do a ele b ‘sloga Era e lanqu Suru sapar Mund

MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

MENDES DE BARROS Advogado

IRINEU TORRES

Diretor do Sindifisco.Conselheiro Emérito da Fenafisco.

Necessário se faz destacar que a interferência da ditadura militar referida, ainda que sob violência absoluta, não deixou exemplos de gatunagem como os governos que a sucederam e transformaram a grande maioria dos políticos do Brasil numa corja, até então desconhecida, que desmoralizou a atividade política e destruiu a economia nacional.

Com igual determinação e maior condição de trabalho, o sindicalista e jornalista alagoano Audálio Dantas deslocouse de Tanque d´Arca, na nossa querida Alagoas, para São Paulo onde, na presidência do Sindicato dos Petroleiros, também dos Jornalistas e de-

putado federal, combateu a ditadura militar, indicando que o jornalista Vladimir Herzog foi assassinado em cela de órgão de repressão aos adeptos da liberdade e da imprensa livre e não vítima de suicídio, como insinuavam os bandidos oficiais.

Com o falecimento destas figuras históricas não resta qualquer dúvida de que o sindicalismo decente, bravo e honesto, no Brasil, perdeu significativa parte em sua estrutura. Às vésperas de uma eleição, nada mais sensato que os eleitores observem as referências morais sobre os candidatos, sem o que continuaremos com a gatunagem que sacrifica os cofres e a dignidade do país.

JOSÉ COSTA

Advogado e ex-deputado federal

Cotrim nos cedeu gratuitamente.

Fazíamos os chamados comícios de arrasto. Começávamos na Praça dos Martírios, com uma pequena banda tocando frevo e músicas da campanha, feitas por Ricardo Mota (sucesso de público e renda!), e chegávamos à Praça Moleque Namorador com muitos milhares de participantes. Maceió incendiava e viramos o jogo.

O companheiro Dudu era candidato a deputado estadual. Quando a adversidade nos ameaçava ele buscava nos alentar com o seu ‘slogan’ de campanha: “Pau neles!”.

Era emocionante ver Dudu no palanque explicando à massa que Suruagy era o responsável pelo desaparecimento do sururu na Lagoa Mundaú. “Como votar num homem

desse?”, perguntava ao povão. Ou nos comícios no interior do estado: “ A safra do feijão e do milho foi boa? Colha e coma, senão o governo toma!” - era a forma de protestar contra os altos impostos arrecadados pelo governo.

Dudu zombava de mim quando eu dizia que era “machista leninista!”. Machista ou marxista? – perguntava ele e eu respondia: “Machista, mesmo. Marxista é você que não tem bom gosto”. E lá vinha um bela gargalhada. Na ação política, Dudu só temia dona Ibelza, esposa de Moura Rocha. “É muito disciplinadora!” - dizia ele. Dudu partiu dessa vida aos 82 anos, no último dia 30. Era daqueles amigos que ficava com você quando todos já haviam partido.

Eduardo Davino

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ra o final da década de 1970, a Praça do Pirulito estava repleta, a multidão perfilada para ouvir o senador Paulo Brossard. Comício do MDB. Com a palavra e destemor os candidatos empolgavam e amealhavam o respeito da multidão. Afinal, fazer oposição ao governo militar era, acima de tudo, um ato de bravura. No palanque oradores da estatura de Mendonça Neto, Djalma Falcão, José Moura Rocha, José Costa e outros. Neste dia alguém apontou, para mim e para outras pessoas, um sujeito que não media os adjetivos nada elogiosos acerca de tudo quanto o governo militar representava naqueles dias. Era o Eduardo Davino, presidente cassado do Sindicato dos Petroleiros em Alagoas. Anos depois, Jamais Eduardo pessoalmente, vim conhecê-lo. Em ouDavino arredou um tra campanha eleitoral, final da década milímetro de suas de 1980. Encontramo-nos na Barra de Santo Antônio. Comigo, João Neto, Sílconvicções, não vio Viana, Mauricio Firmino, estava o deixava minuto para Eduardo Davino. Esse grupo, minúsculo depois o NÃO a ser em número, grande em fé e esperança, ocupou uma canoa e ainda havia espaço. dito no ato. NÃO Atravessamos o Rio Santo Antônio e no franco, sincero, outro lado um grupo de pessoas, em núpróprio dos amigos, mero menor ainda do que a nossa comipleno de lealdade. tiva, nos esperava. Feitas as apresentações, Eduardo Davino ficou de pé, iniciou o discurso, tinha o mesmo entusiasmo com o qual falava no histórico comício da Praça do Pirulito com a presença do senador Paulo Brossard e uma gigantesca multidão. A multidão não havia, os ilustres oradores também. Mas o Eduardo era o mesmo. A mesma fé, a mesma esperança em um Brasil melhor, o mesmo destemor, o mesmo NÃO sincero. Passada duas décadas, em 2009, tive o privilégio de ser vizinho do Eduardo Davino. Conversávamos sempre, no mais das vezes sem polêmica, entretanto, jamais Eduardo Davino arredou um milímetro de suas convicções, não deixava minuto para depois o NÃO a ser dito no ato. NÃO franco, sincero, próprio dos amigos, pleno de lealdade. Afinal, as flores nunca são tão leais quanto os espinhos, essas balizas criadas por Deus para adornar o longo e reto caminho para o Céu.

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SAÚDE MENTAL arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Muitas e menos

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ão faz muito tempo, tínhamos poucas profissões para escolher: medicina, advocacia (Direito) ou magistério (professorado). Hoje a quantidade de ocupações extrapola qualquer expectativa. São dezenas. E os tipos sexuais? São muitos. Isso é bom ou ruim? Não sei.

E não são apenas no aspecto laboral, do trabalho; há também, talvez, dezenas de tipos de relacionamentos/comportamentos: “ficar” (namoro de um dia), ser solteiro (a), ser casado (a), ser casado(a) e não viver numa mesma casa com a(o) companheira(o), transar com uma(várias) pessoas, enfim.

São infinitas possibilidades.

E os tipos sexuais? Heterossexual, homossexual, bissexual, transexual, pansexual. Por enquanto.

Seria necessário ter, mesmo, tantas profissões ou ter tantos tipos sexuais ou comportamentos, para que o ser humano possa desempenhar bem sua labuta ou viver, plenamente, sua sexualidade e ser feliz? Não sei.

Mas, essas “infinitas possibilidades” de escolhas têm levado para a clínica, casos, no mínimo, bom para se analisar e entender, um pouco, do que está acontecendo com o mundo pós-contemporâneo: estamos sem rumo, definidos; ou temos muitos “lugares” para ir, ou seja, muitas possibilidades e menos felicidade, parece. É o que se pode analisar, precocemente. Uma boa psicoterapia pode fazer bem.

Burnoaut

Estima-se que no Brasil cerca 30% dos profissionais estão vivendo com a Síndrome de Burnoaut.

Quem hoje em dia tem apenas um emprego? Ter dois ou três empregos tem levado muita gente a entrar num processo depressivo devido ao excesso de atividade, de trabalho. Mas síndrome não surge porque a pessoa tem mais de um emprego, não. Se em apenas um – emprego - há muito trabalho a fazer, metas a cumprir, a síndrome também pode se instalar.

Qualquer pessoa pode ter tido, num momento da vida, uma experiência de exagerar nas tarefas, querer fazer muito, fazer tudo; seja em casa ou numa empresa, o que é extremamente natural.

Mas o problema começa a surgir, quando há um exagero, ou seja, trabalhar, trabalhar e apenas trabalhar, esquecendo-se de fazer outras atividades.

Quando isso acontece está instalada Síndrome de Burnout, que é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso. Seria um estado de esgotamento cuja causa está ligada à vida profissional da pessoa, ou seja, um exagero em trabalhar. Vários são as consequências comportamentais e físicas.

Psicanalisando ...

A clínica é lugar de impacto e não de pacto. (as)

Pode causar ... VI

Na parte física a pessoa pode apresentar: exaustão física e mental.

Fraqueza, dores e de cabeça, náuseas, alergias, queda de cabelo, insônia, gripes constantes, falta de memória e diminuição do desejo sexual. Na parte emocional pode apresentar, também, desesperança, solidão, raiva, irritabilidade, baixa autoestima e depressão.

Origem

Pode causar...

Quando a síndrome está instalada pode causar: cansaço intenso, isto é, uma falta absoluta de energia, esgotamento físico. Justamente àquela pessoa que tinha tanta energia, chega um momento e começa a não ter mais vontade de trabalhar.

A pessoa que era considerada competente, agora se torna negligente, incompetente. O resultado é que ela começa a apresentar irritação, falta de concentração, desânimo e sensação de fracasso.

Pode causar ... II

Estresse intenso, sudorese, taquicardia, insônia, irritabilidade, entre outros sintomas orgânicos e também sintomas comportamentais: sensação de incompetência, frustração, de culpa (por não ter feito tudo que era para fazer). Tudo isso, muitas vezes, sem a percepção do que realmente está acontecendo. Ou seja, inconscientemente.

Pode causar ... III

No mínimo, a pessoa que tem atividade exagerada no trabalho, pode apresentar: incapacidade, o que pode provocar absenteísmo (afastamento do trabalho) e também presenteísmo (esta no local mas com a mente fora, pensando noutras coisas).

Pode causar ... IV

Quem tem atividade intelectual pode reduzir, drasticamente, a quantidade de serviço que produzia; quem executa atividade braçal pode levar a acidentes, principalmente quem trabalha com máquinas. Nos dois casos a redução do trabalho é uma constante. É preciso que haja o diagnóstico correto, que nem sempre é. Muitas vezes confunde-se com depressão.

Pode causar ... V

A pessoa também pode apresentar outros sintomas que podem tira-la do trabalho, o que intensifica o problema, e também pode leva-la a ter pensamentos de incompetência e até suicida. Dai a importância de se submeter a uma psicoterapia para descobrir a origem dos sintomas.

Geralmente as pessoas que sofrem da Síndrome apresentam-se como perfeccionistas, ou querem o sucesso exageradamente, ou seja, não medem esforços para atingi-lo. São pessoas com baixa autoestima, controladoras. Esses comportamentos são influenciados pelos que estão trabalhando com elas. Ou seja, exigem postura semelhante ao seu.

Elas também têm necessidade, exagerada, de controlar as situações, além de dificuldade para tolerar frustração, delegar tarefas e trabalhar em grupo.

Atinge mais ...

A síndrome pode atingir qualquer atividade laboral, inclusive àquelas que se determinam metas para cumprir; mas ocorre mais entre os enfermeiros (e também técnicos de enfermagem), psicólogos, professores, policiais, bombeiros, carcereiros, oficiais de Justiça, assistentes sociais, atendentes de telemarketing, bancários, advogados, executivos, arquitetos e jornalistas.

Tratamento

A síndrome é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e já é caracterizada como doença ocupacional. A doença é confundida, muitas vezes, com depressão o que dificulta o diagnóstico e o próprio tratamento.

O ideal é desacelerar, o que é difícil para a pessoa que sempre teve um comportamento ativo e acelerado.

Dependendo da intensidade, a prescrição de medicamento é necessária. Mas a psicoterapia é fundamental.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP 15/4.132. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. E-mail: arnaldosanttos@uol.com.br ou arnaldosanttos.psicologo@ gmail.com. Telefone: 9.9351-5851.

MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

MAIS INVESTIMENTO

Paripueira é beneficiada com programa Pró Estrada

P

aripueira foi o beneficiado da vez pelo Programa Pró Estrada do governo do Estado. O governador Renan Filho e o secretário de Estado de Transporte de Desenvolvimento Urbano (Setrand), Mosart Amaral, assinaram na segunda-feira (4), a ordem de serviço para a pavimentação de 2,6 quilômetros de vias urbanas no município do Litoral Norte de Alagoas.

Também foram entregues uma ambulância de grande porte e um trator para melhoria da agricultura familiar da região. A cerimônia e entrega dos equipamentos foram realizadas durante ações do Dia D no município vizinho, Barra de Santo Antônio.

O Dia D é uma iniciativa do governo do Estado que leva serviços gratuitos à população nas áreas da saúde, educação e bem-estar social.

De acordo com o prefeito Haroldo Nascimento, os equipamentos vão ajudar principalmente na agricultura familiar da região rural, no assentamento Florestantes por exemplo. “É um apoio às pessoas que não têm condição de fazer sua plantação, e agora poderão ter sua própria agricultura”, destacou.

Estiveram presentes na cerimônia o deputado federal Maurício Quintella, que anunciou o investimento de mais uma ambulância para o município através do governo federal; o deputado estadual Sérgio Toledo; o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Alexandre Ayres; e, o diretorpresidente da Emater, Elizeu Rêgo.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

Caminhamos para o impasse

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redemocratização no Brasil nos levou em 30 anos ao mais agudo período de decadência moral e política. Desconstruída “tijolo a tijolo” desde o caviloso desgoverno Sarney, o pai de toda essa lambança criminosa que aí está, passando Não é o que se depelo breve Gosenha para os pró- verno Collor e se ximos 4 anos. Não consolidando nos com esses candida- projetos das essocialistos que aí estão. São querdas tas, a fabianista mais do mesmo e do PSDB de Fernando Henrique farinha do mesmo (1994-2002) e a saco. Desse novelo gramcista, do penão sai lã de primei- tismo do corrupto Lula (2003-2016). ra linha.

Que se utilizaram – todos - da mesma arma: o Estado patrimonialista como ferramenta de manutenção do poder. Esse conluio fisiológico-ideológico levou o país a essa aguda desesperança e total falta de perspectivas.

Ao ponto do crescente apelo por intervenção militar como forma de mitigar o problema.

Na verdade, tudo que o cidadão almeja é um governo competente e

honesto. De autoridade moral reconhecida. Competente. Que reorganize e leve a Nação ao patamar dos países desenvolvidos. Que traga de volta o desenvolvimento, a segurança e o bem -estar. Que radicalize na educação para livrar o país das gangues petistas-comunistas que se assenhoraram da mais importante área de governo, para manter o país no atraso e fazer dos nossos filhos alvos inocentes das suas propostas criminosas de ideologização esquerdista. Que, com suas atitudes, sirvam de exemplo para o judiciário e o legislativo.

Não é o que se desenha para os próximos 4 anos. Não com esses candidatos que aí estão. São mais do mesmo e farinha do mesmo saco. Desse novelo não sai lã de primeira linha. Não haverá mudanças se os rumos da Nação e dos Estados continuarem a ser traçados por políticos patrimonialistas e fisiológicos. Mas estes que aí estão não permitem a renovação.

A sociedade brasileira não teve como amadurecer nestas três décadas.

Foi, sim, deseducada e despreparada para servir de massa de manobra para os dois grupelhos que se assenhoraram do país neste período: os políticos corruptos (e suas falsas promessas,

Governo de medalhistas

A

lvíssaras! O governo de Michel Temer conseguiu desmontar a greve dos caminhoneiros. O desabastecimento continua; os preços subiram e, parece, demorarão a baixar, mas o governo afirma, com toda a gravidade, ser impossível O Temer vai mais controlar os preços.

Afinal, vivemos além: proclamou-se uma economia de ILUMINADO POR mercado. Assim, os DEUS. Deve receber, preços estarão na por isso, as medalhas medida da consdo mercado de ouro do besteirol e ciência que, por sinal, é da blasfêmia. Usar o absolutamente honome de Deus em vão nesto e preocupado a paz social, é pecado capital, ofen- com igualzinho às autosa ao segundo manridades governantes. damento das tábuas Alvíssaras! O sagradas. governo do Temer conseguiu dobrar o Pedro Parente, e a Petrobras reduziu 46 centavos o preço do óleo diesel nas refi-

narias. Tal desconto deverá ser aplicado nas bombas dos postos de combustíveis.

Bem, a nossa empresa-orgulho-do-Brasil não sofrerá qualquer prejuízo, porquanto o governo subsidiará o desconto, ressarcindo a petroleira no que reduziu do preço do diesel; e o restante, até completar os centavos da festejada redução, será conseguido graças ao zeramento da CID, e a redução das alíquotas do PISCONFINS sobre o óleo diesel. O governo, ufanam-se as autoridades, reporá o prejuízo retirando verbas da saúde, da educação e da segurança. Não importa que esses setores já estejam sacrificados, todos eles sendo prestados em má qualidade. Ops! Os programas sociais também darão sua contribuição em reduções. Assim, Temer e sua camarilha socializaram os custos da redução do preço do diesel. É o que puderam fazer, sem diminuir o tamanho do inflado Estado brasileiro, sem cortar alguns milhares de cargos comissionados, úteis apenas às negociações político-partidárias-eleitoreiras. Os milhares de car-

Economista

ELIAS FRAGOSO

da compra de votos, da roubalheira desenfreada das empresas estatais, do apadrinhamento de apaniguados incompetentes e mais recentemente, da sua associação com o crime organizado que a todos inferniza); e a esquerda e seu viés socialista, que continua sonhando em nos tornar uma Cuba (sic!) ou uma Venezuela (sic!) se utilizando de formadores de opinião que continuam ocupando posições estratégicas no aparato estatal e, desde sempre, na mídia, para impor à maioria sua visão maniqueísta de mundo.

O “politicamente correto” não passa disso. Padronizar opiniões e comportamentos que acorrentem o cidadão ao ponto de vista dessas minorias.

Condenando a priori todos que, em nome da liberdade e da dignidade, se insurjam contra suas diatribes. É preciso de uma vez por todas dar um basta nessa sem-vergonhice.

O estado tem que diminuir de tamanho. As reformas política, tributária e previdenciária precisam acontecer rápido e a trabalhista aprofundada para acabar com os “juízes sindicalistas”. É preciso livrar o

país de uma vez por todas do atraso esquerdista. Precisamos de um choque de desenvolvimento, de ética e moral, de políticas sociais que não escravizem o ser humano, mas o liberte para crescer e ser dono do seu destino. É fundamental acabar com esse arremedo de democracia que só beneficia uns poucos, com a enfermidade moral que nos assola, com esse modelo de só se fazer política patrimonialista. Sem isso não tem como acontecer o progresso.

Há cerca de um ano escrevi neste jornal que se nada mudasse a taxa de votos nulos, abstenção e em branco na próxima eleição seria próxima de 50%. Há alguns meses no Amazonas e semana passada no Tocantins foram realizadas eleições para governador tampão. Os candidatos? Os mesmos de sempre. Resultado: quase 50% de abstenção, votos brancos e nulos. É a resposta do povo que não vê atendida sua necessidade de mudanças. Quem ganhar vai perder. Não terá condições para governar. Vai lhe faltar legitimidade. Caminhamos para o impasse.

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

ros de autoridades, com os respectivos gastos com combustível, manutenção, motoristas, passagens aéreas à vontade, verbas de gabinetes de deputados e senadores, ressarcimento de despesas pessoais e cartões corporativos, o brasileiríssimo auxílio-moradia, isso nem pensar em reduzir, pois suas excelências merecem o conforto, o que o povo deve pagar. Sem dúvidas, o povo tem o governo que merece.

Alvíssaras! Podemos ficar absolutamente tranquilos com os ganhos da Petrobras, o nosso orgulho, pois além dos aportes do governo – leiam-se nossos – a empresa está livre para aumentar, sempre que considerar necessário, o preço dos demais combustíveis, a gasolina e o etanol. Afinal, para que o povo quer carro? Passemos, nós aqui da planície, a usarmos os excelentes

transportes públicos e coletivos, baratos e confortáveis que são. Mesmo após a demissão do Pedro Parente, não há com que se preocupar, pois a petroleira manterá a mesma política de preços do presidente demitido.

Todas as ideias geniais do governo para resolver o problema dos caminhoneiros, e de resto do desabastecimento, merecem, sem quaisquer questionamentos, medalhas de ouro da jumentice. O Temer vai mais além: proclamou-se ILUMINADO POR DEUS. Deve receber, por isso, as medalhas de ouro do besteirol e da blasfêmia. Usar o nome de Deus em vão é pecado capital, ofensa ao segundo mandamento das tábuas sagradas.

Bem, como Deus é grande e Pai, perdoá-lo-á por não saber o que faz ou diz.

MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

JORGE MORAES

ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

Começou o jogo do empurra-empurra

A

inda por algum tempo, o movimento de paralisação dos caminhoneiros vai ser o assunto do dia na mídia nacional. O estrago feito no país com a greve de motoristas autônomos e de empresas, mesmo que se diga que tudo voltou à normalidade, a discussão, agora, é a de quem vai pagar a conta.

O governo federal aceitou algumas imposições, baixou o preço do diesel na bomba, baixou alguns decretos, prometeu outras medidas e disse que vai punir com multa os sindicatos e entidades ligados ao setor de combustível.

Além das interdições de rodovias em quase todo o Brasil, da falta de abastecimento nos postos, fruto dos piTem posto em quetes, da falAlagoas que tem o ta de alguns e diesel, mas espe- alimentos hortifrutigranra um pouco para jeiros nos supermercados se pronunciar quanto a negociar e feiras livres, o movimento o produto. É cotambém dermum encontrar rubou o presipostos com letrei- dente da Petrobras, Pedro ros sem o preço Parente. Condo diesel. siderado linha dura em suas decisões e conhecido pelos conflitos criados em todos os governos em que atuou, Parente não gostou da ingerência da equipe de Michel Temer na estatal do petróleo. Tentaram convencer o homem a não deixar, mas ele pegou o boné e foi embora.

Depois disso, em alguns estados brasileiros, ainda não foi notado na ponta final, ou seja, nos postos de combustível, a redução de 46 centavos concedida pelo governo, pelo menos esta semana. Agora, quem reclama, são os proprietários dos postos, da decisão de redução do preço sem levar em conta os custos desses es-

tabelecimentos, principalmente os das rodovias, onde o diesel é mais consumido pelos caminhoneiros. Segundo eles, o governo que causou o problema com tantos aumentos que descasque para lá o abacaxi.

Começou, então, uma nova quebra de braços, mesmo que em uma proporção bem menor do que a greve dos caminhoneiros. De um lado, o governo que promete fazer média com o consumidor em ano de eleição.

Do outro lado, os proprietários dos postos de combustível, que, por meio de seus sindicatos locais, questionam as medidas do governo e fazem cara feia para as medidas. Tem posto em Alagoas que tem o diesel, mas espera um pouco para se pronunciar quanto a negociar o produto. É comum encontrar postos com letreiros sem o preço do diesel.

O interessante de tudo isso é que você conversa com os caminhoneiros e eles não estão muito satisfeitos.

Parece até que o conflito chegou ao final para que não se chegasse ao enfrentamento com policiais militares e federais. É como se o acordo feito entre as entidades e o governo tenha sido para evitar o derramamento de sangue, muito sangue, de ambos os lados. Foi a última tentativa das autoridades públicas que, quase pedindo pelo amor de Deus, tentavam convencer os líderes das entidades nacionais dos grevistas que pedissem alguma coisa e que eles estavam prontos a atender.

Para os próprios caminhoneiros foi dada uma trégua. Esta semana que está chegando ao final foi de muitas notícias ruins nas redes sociais. Matérias e gravações requentadas movimentaram o cenário nacional, a ponto de o governo federal divulgar um vídeo pedindo calma e desmentindo tudo que era publicado. Ministros se utilizaram da mídia nacional para pedir ao povo calma, muita calma, diante das mentiras espalhadas. Com certeza, esse não é o Brasil que eu quero.

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Procura-se um homem bom

A

s eleições de 2018 estão chegando e vemos, com preocupação, a escolha de um homem ou de uma mulher que possa ser Presidente do Brasil.

O primeiro grande óbice é receber um país acabado, um Congresso cheio de políticos indiciados, governadores respondendo processos no STJ, prefeitos complicados por causa de atos ilegais.

O que fazer com tantos problemas?

Como organizar a estrutura funcional da nação e de todos os estados sem utilizar a célebre tática do “é dando que se recebe”?

Já se apresentam candidatos que nos assustam! Lula tenta ser concorrente ao cargo máximo do país. Tem chance de ser eleito, mas dividiu o Brasil em partes distintas: os que O Temer nem vai são a favor dele ter coragem de e aqueles que o concorrer ao maior odeiam. Quero que o Tricargo por conta de crer bunal Superior sua rejeição pelos Eleitoral não o eleitores. Só vai lhe deixará ser candidato à Presirestar a opção de dência.

Bolsonaro, o concorrer à Câmaoposto de Lula, ra Federal por São cresce nas pesPaulo, para não ser quisas. Mas, já é deputado fedepreso. ral e tem um filho deputado estadual. Acostumado com o sistema de eleições sujas, radicaliza para a direita e ainda não merece a minha confiança.

Marina se apresenta novamente e não convence o eleitorado. Lança algumas ideias boas, mas não atinge o povão. Falta algo na Marina!

Ciro Gomes, um cearense meio maluco, cheio de peripécias, tenta mostrar ao povo brasileiro que é um bom candidato. Já foi ministro, trabalhou com Lula e está meio desacreditado com a plebe. Não votaria nele pelas bobagens que comete. De vez em quando se envolve com escândalos.

Outros estão aparecendo. Um deles, o Álvaro Dias, político antigo, matreiro. Não o vejo na Presidência da República!

Vez em quando aparece um pastor protestante querendo consertar as mazelas do Brasil. Já lidei com alguns e não me inspiram confiança para exercer papel tão relevante. Pensam muito em dinheiro e têm um discurso fraco, pouco convincente.

Precisamos de um homem de centro, que não seja radical, não esteja comprometido com a classe política e tenha feito um bom curso de finanças, pois o Brasil está falido.

Fala-se muito em intervenção federal, mas não vejo coragem dos militares para dar um golpe no Brasil.

Sim, porque o que lemos e ouvimos na mídia é que a intervenção seria um golpe militar.

Vejo, portanto, as Forças Armadas assumindo postos em diversas áreas.

Ouço também falar que centenas de militares serão candidatos nas próximas eleições. Talvez, até, um Mourão da vida se apresente como candidato à Presidência da República. O cerco está se fechando no país todo e deve ser uma estratégia para tomar o poder.

Assustei-me esta semana, quando soube que a Gleisi Hoffmann seria a substituta de Lula. Depois do escândalo em que ela se envolveu tirando dinheiro de milhares de aposentados, seria muito audaciosa se pedisse nosso voto.

E ficamos “no mato sem cachorro”: os políticos que se apresentam ao povo brasileiro estão envolvidos em escândalos alarmantes ou representam a esquerda ou mesmo a direita radical.

O Temer nem vai ter coragem de concorrer ao maior cargo por conta de sua rejeição pelos eleitores. Só vai lhe restar a opção de concorrer à Câmara Federal por São Paulo, para não ser preso.

Estamos em junho! Ainda há tempo de procurar uma pessoa de centro não envolvida em maracutaias, hábil para negociar com o Congresso corrompido, valente para negar propinas às empresas e aos políticos e corajosa para administrar as verbas públicas.

Minha exigência é tão grande que convidei o Papai Noel e o Homem Aranha. Que peçam votos aos eleitores brasileiros e chegue, um dos dois, à Presidência da República NÃO É PROIBIDO SONHAR!

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MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

Aquele que procura um senhor, terá um dono

É

tienne de La Boétie viveu no séc.

XVI, teve uma vida breve e um gênio brilhante. Por volta dos dezoito anos escreveu sua obra prima, Discurso da Servidão Voluntária. Era amigo dileto do ensaísta Montaigne, a quem devemos a publicação e divulgação da valiosa obra.

Seu Discurso conNessa inércia de carátinua sendo obra das ter, vai o homem sendo mais atuais. Mesmo tiranizado voluntaria- varando mais de quatro séculos, apresenmente, uma vez que ta-se como uma obra abriu mão do exercício que acabou de ser escrita, tamanha sua de suas vontades e lucidez e atualidade. liberdades em troca de A razão para migalhas de comodida- obras do tipo gozarem do frescor do orvalho, des momentâneas. talvez deva-se ao fato de que foram escritas para descrever e tentar compreender o homem em sua essência mais universal. E o núcleo universal da alma humana será sempre o mesmo. Seja na Grécia antiga, no Império Romano, na Idade Média, no Renascimento, no Iluminismo, na sociedade pós-moderna ou na socie-

dade líquida dos dias de hoje. Talvez a essência humana tenha sido apenas levemente polida pelo brilho de um fino verniz, o qual, vez por outra, tem sido facilmente removido com um simples raspar de unha.

O Discurso aborda com lucidez impressionante um tema que nunca falta na prateleira da humanidade, a relação de poder entre os governantes e os governados, mormente no servilismo que muitas vezes tal relação se converte.

Um dos pilares do ideário de La Boétie nos informa: “A primeira razão da servidão voluntária é o hábito”.

Submeter milhões à vontade de um só, segundo Étienne, não pode ser apenas covardia, pois a covardia, assim como a coragem, tem limites. Então faz a pergunta necessária: que tipo de vício monstruoso é esse que sequer merece o vil nome de covardia? Para em seguida responder: essa inominável fraqueza humana é a servidão voluntária, aquela que faz com que o homem abra mão do seu bem mais valioso. A liberdade.

Defende que é a pusilanimidade humana faz com que tantos se submetam ao jugo de apenas um tirano.

A reforma de nosso sistema de governo

S

e os leitores já se convenceram da importância capital da separação de poderes para se estruturar um bom sistema de governo, não será difícil mostrar que a partir daí será possível começar uma reforma O passo inicial dessa político-institucional na liberdaverdadeira revolução baseada de. O fundamental dessa reforma será consiste em efetio rumo certo vamente separar as escolher e estabelecer um batarefas autenticamen- lizamento político-ficorreto e coete legislativas das de losófico rente, de modo que o governo propriamen- governo (Executivo, e Judite ditas e confiá-las a Legislativo ciário) seja represendois setores democrá- tativo do povo, escolhido pelo método ticos bem distintos. democrático, porém limitado a governar subordinado a leis de verdade, isto é, a leis gerais, prospectivas e iguais para todos.

O passo inicial dessa verdadeira revo-

lução consiste em efetivamente separar as tarefas autenticamente legislativas das de governo propriamente ditas e confiá-las a dois setores democráticos bem distintos, um com funções estritamente legislativas e outro com funções puramente administrativas.

Mas, para que o novo sistema seja realmente diverso dos atuais regimes, não basta simplesmente haver esses dois setores funcionando separadamente, pois essa separação formal já existe hoje. O que é preciso é que não só suas tarefas, mas a forma de composição, as características das tarefas e a operação dos dois setores sejam bem distintas entre si para que não mais ocorra a mesclagem de atividades que se observa entre os executivos e os órgãos chamados legislativos de hoje.

No Brasil não seria difícil realizar modificações que permitiriam adentrar o caminho dessa reforma: poder-se-ia, por exemplo, dar ao Senado atribuições exclusivamente legislativas, tirando-lhe as vinculações partidárias; à Câmara dos Deputados e ao Executivo, que continua-

ISAAC SANDES DIAS

Promotor de Justiça

Segundo Étienne, é da natureza humana privilegiar os deveres da amizade e ser agradecida aos que fazem o bem. Tal comportamento leva o homem a abrir mão, em favor do próximo, de certos direitos e certas comodidades disponíveis, numa espécie de toma lá dá cá sociológico.

Do mesmo modo, um povo que encontra um governo previdente e bom condutor tende a conceder-lhe certas prerrogativas e a obedecer-lhe em tudo.

Tal prática tende a tornar-se perigosa e reprovável, pois acaba por afastar esse governante do bem, empurrando-o para práticas danosas e abusivas. Ou seja, passa-se por via de um servilismo comodista a depositar muito poder na mão de apenas um indivíduo e este, fatalmente, tenderá a abusar desse poder.

Assim, as grandes maiorias já não mais obedecem, mas servem, já não são mais governadas mas tiranizadas.

Nessa inércia de caráter, vai o homem sendo tiranizado voluntariamente, uma vez que abriu mão do exercício de suas vontades e liberdades em troca

de migalhas de comodidades momentâneas. É dessa forma que ainda hoje vemos milhões submetidos a um único tirano, desde a Venezuela às ditaduras cubana e chinesa entre tantas outras.

Assim, em razão dessa falta de vontade libertária desses povos, desse vício monstruoso, dessa irracionalidade aparvalhada, no dizer de Étienne de La Boétie, onde uma maioria que tem preguiça de pensar entrega seu destino nas mãos de um dirigente que mesmo no início parecendo cheio de boas intenções, fatalmente se tornará seu senhor e tirano.

Nos dias atuais, não é necessário que dita tirania seja nos moldes tradicionais e históricos tão conhecidos. A tirania exercida modernamente está travestida de democracia e se materializa na indolente irresponsabilidade com que os atuais cidadãos exercem o seu valioso direito de voto. Elegendo os mesmos corruptos e reincidentes dirigentes que tornam-se os seus modernos tiranos, pois que cientes se encontram da falta de discernimento de seu cativo eleitorado.

GERALDO CAVALCANTE Aposentado

riam funcionando em bases partidárias, seriam conferidas atribuições exclusivas de administração, fiscalização e controle dos negócios públicos – seria a ‘corporação governamental’ do novo sistema.

O setor que trataria das leis civis e criminais necessárias à vida nacional seria, então, o atual Senado transformado em ‘Assembleia Legislativa’, que teria seu quadro ampliado por meio de um procedimento democrático específico; à medida que os mandatos dos atuais senadores fossem vencendo, seriam também preenchidas essas vagas por meio do mesmo processo eleitoral. O novo Senado seria composto de modo a torná-lo imune às pressões de grupos e dos partidos e, ao mesmo tempo, autenticamente representativo da opinião geral da maioria dos cidadãos. Os membros do novo legislativo seriam escolhidos em processo democrático entre coetâneos. O eleitor votaria ao completar uma certa idade madura, esco-

lhendo candidato com a mesma idade. Os mandatos seriam por longo período (por exemplo, quinze anos), ao fim do qual os legisladores seriam irreelegíveis, embora pudessem ser aproveitados em funções especiais, tais como a de juízes de certas cortes. Não poderiam exercer quaisquer atividades na ‘corporação governamental’.

Teriam, entretanto, asseguradas condições dignas de aposentadoria a partir do fim do mandato legislativo. As qualificações destes homens e mulheres seriam avaliadas pelos próprios eleitores, que, ao escolherem seus candidatos, levariam em conta as responsabilidades e as características das tarefas exclusivamente legislativas que seriam a eles atribuídas. Para a ‘Assembleia Legislativa’ realimentada de ‘sangue novo’, as eleições democráticas poderiam ser anuais. Os atributos que as leis teriam que possuir para serem válidas, seriam explicitamente estabelecidos na Constituição de novo sistema.

MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

Cartão de crédito

As novas regras para a cobrança de juros no rotativo do cartão de crédito já estão valendo. A partir de agora, as operadoras não poderão mais cobrar juros especiais de clientes que estiverem no rotativo e ficarem inadimplentes. A medida determina ainda que o valor mínimo para pagamento do cartão de crédito seja definido por cada instituição financeira. Antes das novas regras, o usuário tinha que pagar pelo menos 15% do total da fatura.

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ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.com

eSocial

Empresas têm até julho para aderir ao eSocial. Todas do setor privado terão que adotar o sistema que unifica a prestação de 15 relatórios a órgãos do governo, com informações fiscais, trabalhistas e previdenciárias. A exigência vale desde janeiro para 13,7 mil negócios com faturamento acima de R$ 78 milhões ao ano. A obrigatoriedade se estenderá a mais de 18 milhões de empreendimentos, o que inclui micro e pequenas empresas, além dos microempreendedores individuais. Os autônomos sem empregados continuarão a usar o Simei.

DOC ou TED?

Precisa fazer transferência entre contas e fica na dúvida entre usar o DOC ou o TED? O Documento de Crédito (DOC) é uma transferência bancária que se limita a R$ 4.999,99 e leva um dia útil para concluir a operação. A Transferência Eletrônica Disponível (TED) foi criada em 2012 com o objetivo de dar mais agilidade às transferências entre bancos. A operação é concluída no mesmo dia se for realizada até às 17h. Mas quando usar um ou o outro? Tudo depende do valor a ser transferido, da urgência e das taxas bancárias.

Receita Federal

O novo espaço do contribuinte está previsto para entrar no ar no primeiro semestre deste ano. O centro de atendimento virtual ao contribuinte da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), atualmente conhecido como e-CAC PGFN, será substituído pelo REGULARIZE. O novo sistema terá formato responsivo — compatível com todos os tamanhos de tela e que reposiciona as informações de acordo com o dispositivo do usuário, como por exemplo o celular, para uma melhor experiência de

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MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

PARCERIA DE RESULTADOS Barra de Santo Antônio recebe ambulância e trator

A

população do município da Barra de Santo Antônio tem mais uma conquista a ser comemorada.

Através da parceria com o governo do Estado de Alagoas, o município foi beneficiado com um trator e uma ambulância de grande porte para atender as demandas e necessidades da população. Os equipamentos irão elevar o atendimento nas áreas de saúde e a qualidade de vida dos pequenos agricultores da localidade.

A prefeita Emanuella Moura recebeu as chaves da ambulância em mãos

pelo governador Renan Filho durante a programação do Dia D do Governo Presente. “Quando assumi a prefeitura só tínhamos uma ambulância e mesmo assim em péssimas condições. Através de muito esforço recebemos em agosto do ano passado uma ambulância de pequeno porte, para atender toda a demanda da população. Receber essa de grande porte hoje é um momento muito importante para reconstrução da saúde na Barra, e com o apoio do governo do Estado tudo fica mais fácil”, declarou Emanuella.

Além disso a prefeita enfatizou também a importância da entrega do trator para o município, que faz parte do Programa de Mecanização Agrícola. “A maioria das nossas ruas não são calçadas e nesse momento de chuvas um equipamento como esse vai ajudar muito a agricultura familiar e a Secretaria de Infraestrutura”.

Durante a cerimônia o governador Renan Filho anunciou que vai executar obras de mobilidade urbana, tendo como modelo o Programa Vida Nova nas Grotas, no Alto de Santa Luzia, um povoado do município.

MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

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Quando a mentira vira informação

FAKE NEWS

EM ANO DE ELEIÇÃO PROLIFERAM AS NOTÍCIAS FALSAS EM REDES SOCIAIS

BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

A

s notícias falsas são apontadas como um dos principais desafios das eleições de 2018. A preocupação em torno das fake news se tornou mais evidente após ganharem destaque com o crescimento das redes sociais, tornando necessária a fiscalização de órgãos ligados à segurança pública. O termo passou a ser usado com frequência não apenas no Brasil, mas também no resto do mundo. Notícias falsas estão se espalhando como erva daninha na internet e, em sua maioria, os textos têm como intenção confundir os leitores e eleitores.

Há grandes chances de você se deparar com um conteúdo falso na internet enquanto navega pelas redes sociais ou quem sabe por meio daquele grupo da sua família no WhatsApp. Ainda mais agora, devido à recente paralisação da categoria dos caminhoneiros no Brasil. Segundo estimativa da PSafe, empresa especializada em segurança digital, 8,8 milhões de pessoas no Brasil teriam sido impactadas por este tipo de conteúdo nos três primeiros meses de 2018. O crescimento na disseminação foi de quase 12%, sendo o WhatsApp o meio favorito para a proliferação.

Recentemente, durante a greve dos caminhoneiros, foi possível notar a velocidade e o poder que uma notícia falsa tem sobre a população mais leiga.

Assim que a notícia da greve se espalhou pelas redes sociais, também começou a circular a “lista de reivindicações” da categoria. Entre as exigências, estava a renúncia de Michel Temer,

dos presidentes da Câmara e Senado e eleições antecipadas.

Apesar da quantidade de gente que saiu espalhando isso, a história não procedia, principalmente porque a categoria estava pedindo, basicamente, redução de impostos e tributos relacionadas ao óleo diesel.

Nem a própria internet se viu livre dos boatos. Ainda durante a paralisação, foi espalhado que o governo pretendia cortar todos os sinais de internet do Brasil para que os manifestantes não pudessem se comunicar. E mais: não satisfeito com a internet, o governo também bloquearia o WhatsApp. Bom, além da fonte da informação não ser das mais confiáveis, a história de bloquear o aplicativo de mensagens e a internet já é velha.

A mais recente, foi sobre uma nova paralisação geral, dos mesmos caminhoneiros, marcada para acontecer no último domingo, 3. Nas mensagens compartilhadas, o aviso era para que a população estocasse alimento, pois seria realizada uma nova greve geral, pois, segundo boatos, o presidente da República, Michel Temer, não teria aceitado as reivindicações feitas anteriormente. Como era de se esperar, nada aconteceu.

Os boatos se tornaram tão influentes que chamaram atenção de instituições ligadas à política e dos próprios veículos. Plataformas como Facebook e Google anunciaram mudanças na forma como disponibilizam conteúdo. Até grupos acadêmicos criaram projetos de checagem de fatos.

Na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 7.604 de 2017, do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) prevê a responsabi-

Manual para não cair nas mentiras

H O aplicativo WhatsApp tem sido usado para propagar mentiras

lização de provedores de conteúdo nas redes sociais em casos de divulgação de informações falsas, ilegais ou prejudicialmente incompletas. A multa nesses casos seria de R$ 50 milhões no caso de a plataforma não retirar o conteúdo em até 24 horas.

Outro projeto do deputado, o de número 6.812, também de 2017, transforma em crime “divulgar ou compartilhar, por qualquer meio, na rede mundial de computadores, informação falsa ou prejudicialmente incompleta em detrimento de pessoa física ou jurídica”. A pessoa que cometer o ilícito pode ser condenada a pena de dois a oito anos e pagar multa de R$ 1,5 mil a R$ 4 mil.

O PL 8.592 de 2017 do deputado Jorge Corte Real (PTB-PE) vai na mesma linha ao incluir no Código Penal a prática de “divulgar ou compartilhar, por qualquer meio de comunicação social capaz de atingir um número indeterminado de pessoas, informação falsa ou prejudicialmente incompleta, sabendo ou devendo saber que o são”. O texto prevê penas menores, de um a dois anos.

Segundo o especialista em fake news Beto Macário, as falsas matérias chegam de forma

massiva para os leitores principalmente através das redes sociais. “Notícias que chegam de maneira isolada e que não são de origem conhecida ou de portais já reconhecidos no mercado são de origem duvidosa e compartilhar isso pode causar um dano muito grande para a sociedade”, explica. Outra característica são os títulos. Para capturar pela emoção do leitor, sites de fake news utilizam muitas palavras escritas em letra maiúscula ou pontos de exclamação.

Em ano de eleição presidencial, existe a preocupação para que não aconteça no Brasil, o que aconteceu nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, onde agências de notícias falsas foram usadas para disseminar boatos contra ambos os lados.

As forças policiais do estado junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) anunciaram que já está sendo criado um grupo de repressão a crimes cibernéticos.

“O grupo estará focado em atuar no período eleitoral na fiscalização e combate às fake news e propaganda eleitoral nas redes sociais”, declarou a responsável pela Delegacia Institucional da Polícia Federal em Alagoas, Fabíola Prado.

á aproximadamente um mês, o Facebook liberou um manual ensinando a perceber este tipo de perigo. Se a notícia tiver duas dessas características, desconfie: URL Muitos sites de notícias manipuladas imitam veículos da imprensa autênticos, seja no nome, no visual ou fazendo pequenas mudanças no endereço on-line.

Formatação Muitos sites de notícias contêm layouts estranhos, com aspecto amador e erros ortográficos.

Data É comum colocarem datas sem sentido ou a relação correta com a realidade. O objetivo é aumentar o tempo útil de circulação do post.

Foto Na dúvida, faça uma “busca por imagem” com a foto usada na página.

Se ela pertencer a outra notícia, em outro contexto, desconfie.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

MEIO AMBIENTE

Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Feira orgânica

P

ara encerrar a semana mundial do meio ambiente, continua neste sábado (9) e domingo (10), das 9 às 22 horas, a feira orgânica com a venda de produtos da Ecofazenda Caúna, comercializando frutas, verduras, hortaliças, raízes e legumes frescos e sem agrotóxicos. A feira começou no domingo, na abertura oficial do projeto Maceió Mais Sustentável, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, no Maceió Shopping.

Agricultura brasileira

Uma das metas do Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) para o Acordo de Paris indica que o Brasil deveria atingir 9 milhões de hectares cobertos com o sistema agrícola Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) até 2030. Hoje, de acordo com os dados mais recentes da Embrapa e da Associação Rede ILPF, em pesquisa realizada pelo Kleffmann Group, quase 11,5 milhões/há no País já contam com esta tecnologia de produção rural. O objetivo agora é superar a marca de, pelo menos, 14 milhões de hectares em ILPF.

Plástico X café

O Brasil perde anualmente cerca de R$ 5,7 bilhões por não reciclar todo lixo plástico produzido. São mais de 78,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos, dos quais 13,5% (o equivalente a 10,5 milhões de toneladas) são de plástico. A quantidade é três vezes maior do que a produção de grãos de café, um dos principais artigos agrícolas do país, esperada para este ano – 3,4 milhões de toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento é do Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb) que estima que, caso todo esse montante de plástico fosse reciclado, seria possível retornar bilhões para a economia.

Comunicação e meio ambiente

A World Wide Fund for Nature (WWF) - Brasil lançou no início dessa semana, nas rádios comunitárias da Amazônia, cinco programas de rádio que abordam e destacam a importância da conservação do maior bioma brasileiro. Os temas envolvem pesca sustentável, unidades de conservação, por meio do Programa Áreas Protegidas da Amazônia, turismo sustentável, cadeias produtivas e práticas agroflorestais e de restauração florestal. A ideia é poder propagar a informação de forma mais rápida e interativa.

Empresa consciente

A rede hoteleira Hilton irá investir em ações para reduzir as emissões de carbono e eliminar resíduos de sabão em aterros. As principais mudanças serão a remoção de canudos plásticos, expandir o programa existente de reciclagem de sabão para todos os hotéis e reduzir o consumo de água e resíduos produzidos em 50%

Ecoinovação Poluição plástica

A semana mundial do meio ambiente foi marcada por lutas contra a poluição plástica. No mesmo dia de início das comemorações, domingo (3), uma baleia foi encontrada morta no mar da Tailândia, após ter ingerido mais de 80 sacolas plásticas. Uma realidade que mostra o quanto é necessário a luta diária contra a poluição de plástico em todas as formas. Mais de oito quilos de plástico foram encontrados no estômago do animal. Por ano, são utilizadas entre 500 bilhões e 1 trilhão de sacolas plásticas em todo o planeta e, a cada minuto, são compradas 1 milhão de garrafas plásticas.

A ONU Meio Ambiente e o Sebrae lançaram o Portal de Ecoinovação — www.ecoinovacao.com.br. A plataforma reúne conteúdos interativos, como infográficos, publicações e vídeos, que auxiliam o empreendedor brasileiro a embarcar no movimento global da sustentabilidade corporativa. O portal também traz uma série de vídeos que contam a história do Alberto, um empresário do ramo de confecção de camisetas, e de como a ecoinovação impulsionou o seu negócio.

Mostra como compreender o ciclo de vida, revisar a estratégia ecológica da empresa, repensar o modelo de negócio, estabelecer um plano de ação e avaliar os resultados.

Combustíveis fósseis

Mesmo na semana do meio ambiente, e com todos os acontecimentos decorrentes da greve dos caminhoneiros, o governo brasileiro mostrou mais uma vez que apoia o uso dos combustíveis fósseis (diesel e gasolina) para a sua matriz viária, com a redução do preço do diesel em 0,46 real. Uma situação que mostra que nada temos a comemorar nas conquistas ambientais no Brasil.

MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

ALTA RODA

Fiat prepara reviravolta

A

história mostrou muitas surpresas ao longo de mais de 130 anos desde a patente do primeiro automóvel em 1886 por Karl Benz. Muitas marcas apareceram e sucumbiram, mas pelo menos 20 mantêm-se no mercado há mais de 100 anos. Uma delas é a Fiat que enfrentou dificuldades financeiras e acabou se fundindo com a Chrysler.

O artífice desse plano foi Sergio Marchionne, então presidente do grupo italiano. Ele recebeu do governo dos EUA a marca americana, que havia falido em 2009, para depois formar a FCA (Fiat Chrysler Automobiles) em 2014. O executivo ítalo-canadense vai se despedir da companhia em março do próximo ano, depois de cumprir uma jornada de consolidação do grupo.

Marchionne conseguirá zerar a dívida operacional da FCA ao final deste semestre, considerado um grande feito administrativo e estratégico para o futuro. No dia 1º de junho último apresentou, em Balocco, Itália, um novo plano de

negócios para o período 2018-2022, a ser tocado por seu sucessor, que só será conhecido no início de 2019.

A plateia era de analistas financeiros, representantes do mercado de capitais e jornalistas de economia e de produto.

O atual presidente da FCA é uma pessoa determinada e audaciosa, além de ter contado com um pouco de sorte.

Foi cobrado por ter ficado muito longe da meta de 400.000 modelos Alfa Romeo vendidos por ano (apenas 110.000 em 2017). Foi prudente em relação à automação. Hoje muitos já oferecem o nível 2, mas o nível 3 (motorista não precisa colocar as mãos no volante, mas deve supervisionar) tem custo estimado em US$ 30.000/R$ 114.000, algo inviável.

Seu conceito de eletrificação é bastante pragmático. Vai desde motor elétrico para ajudar um turbocompressor, arquitetura de 48 volts e alternoarranque em motores a combustão, passando pelo híbrido básico, híbrido plugável e carro a bateria. Todas essas soluções

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FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

serão empregadas pelas várias marcas do grupo.

Marchionne transformará a Fiat em marca de nicho de pequenos modelos urbanos, na Europa, com o 500 e o Panda. Mas para a América Latina os planos são bem mais amplos. Garantiu que terá três novos SUVs, sem adiantar pormenores. O que se espera: um com base na plataforma Argo/ Cronos (2020), o outro uma vertente aventureira/crossover a partir do Mobi renovado (2021), ambos previstos para Betim (MG), onde também se produzirá a nova geração da picape Strada (2020).

O terceiro SUV será uma versão Fiat do Jeep Compass de sete lugares, ambos reservados para Goiana (PE), em 2020. Trata-se de um

produto novo, de dimensões internas e externas maiores, provavelmente a partir da base do novo Cherokee.

A FCA também terá uma picape para uma tonelada, maior que a Toro, com esquema tradicional de carroceria sobre chassi. Utilizará a marca RAM, mas será importada do México (2021).

Antonio Filosa, que comanda o Grupo FCA América Latina a partir de Betim, acrescentou que ainda haverá quatro renovações profundas das linhas atuais das duas marcas nos próximos três anos. Ele descartou, porém, produção no País de um modelo menor que o Renegade. Apelidado de Baby Jeep, está nos planos da companhia anunciados em Balocco, para 2021 ou 2022. É certo que será, então, importado para o Brasil.

RODA VIVA n IMPRESSÃO 3D mudará o conceito de fabricação de veículos. Aponta para reduções importantes de custos de produção em combinação com Indústria 4.0 e Internet das Coisas. Permitirá também redução de estoques e maior personalização de acessórios para o consumidor. Semana que vem ocorrerá conferência e exposição em São Paulo sobre o tema. n EMBORA a BMW fizesse algum mistério, haverá sucessor do Z4, descontinuado em 2016. O novo roadster (conversível de dois lugares) foi mostrado agora, ainda disfarçado, em campo de testes na França. Além da silhueta clássica de motor dianteiro, capô longo e tração traseira, a fábrica adianta que haverá novo propulsor de seis cilindros e alta potência. Nada de híbrido... n CRONOS tem como destaques estilo atual e interior

bem projetado com materiais de bom aspecto para seu nível de preço. Espaço atrás para pernas é algo limitado: sedãs concorrentes dispõem de distância entre eixos bem maior.

Relação conforto-estabilidade das suspensões é ponto alto.

Motor de 1,8 L mostra certa aspereza, enquanto o de 1,3 L é suave, mas falta fôlego. n BLITZ de trânsito é comum nas cidades brasileiras e vem aumentando por conta da fiscalização do índice de alcoo-

tentar fugir da blitz.

lemia dos motoristas. Site Doutor Multas sugere quatro ações, às vezes esquecidas: obedecer logo às ordens dos agentes de trânsito

e policiais; não dar motivos para que suspeitem de sua conduta; descartar postura defensiva ou agressiva; não

n CÂMERAS de ré começaram a ser obrigatórias este mês em todos os veículos vendidos nos EUA. Em geral são modelos de porte maior que os europeus e menor visibilidade traseira. Estudos foram profundos e sem antecipar prazos, como Latin NCAP costuma preconizar.

Lei foi aprovada pelo congresso americano em 2008, regulamentada só em 2014 e em vigor agora.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

As equipes que nunca chegam

A

s nossas emissoras de televisão deveriam ter mais respeito com o povo, quando se aproveitando do período eleitoral para mostrar as deficiências de adversários políticos. Diariamente são noticiados os problemas da nossa Vocês são testemunhas capital no que diz respeito ao lixo do que dizem as nossas acumulado nas apresentadoras e os ruas, da falta de nossos apresentadores, água, de energia sobre as providências que elétrica, de lâmpadas nos postes, dizem já ter tomado. de linhas do transporte coletivo, de escolas e de professores, de médicos e de medicamentos, da existência de buracos nos pavimentos, dos assaltos a coletivos, das enchentes e queda de barreiras, etc. etc.etc. Diariamente são dadas muitas notícias, inclusive, com fotografias, filmagens e entrevistas com os moradores. Quando o povo faz suas reclamações, os repórteres e as apresen-

P

tadoras inventam que já falaram com os órgãos reclamados e que eles deram suas justificativas, com promessas de resolverem, imediatamente, os problemas denunciados. É aí que notamos algumas “mentirinhas” para tapear o povo besta, dizendo que já pediram providências aos órgãos das denúncias. Vocês são testemunhas do que dizem as nossas apresentadoras e os nossos apresentadores, sobre as providências que dizem já ter tomado.

Como sempre eu gostei da verdade, vou repetir o que dizem os nossos profissionais da televisão, nos seus noticiários, sobre as constantes reclamações, contra os órgãos públicos: – Quando o povo reclama do lixo acumulado nas ruas e nos monturos, os apresentadores e as apresentadoras dizem que a Prefeitura já mandou “uma equipe” para fazer a retirada do lixo; – Quando o povo reclama da falta de água, “eles e elas” dizem que foi por causa de um cano furado, porém, dizem que a Casal já mandou “uma equipe” ao local.

Será verdade?

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– Quando o povo reclama da falta de energia elétrica, “eles e elas” dizem que já falaram com a Eletrobras e que foi um transformador defeituoso, mas “uma equipe” já está a caminho, para consertar; – Quando há um trecho no escuro, necessitando de lâmpada, “eles e elas” dizem que “uma equipe” já foi lá pra colocar uma nova lâmpada. Veja bem, “uma equipe”; – Quando o povo reclama do transporte coletivo demorado e da falta de linhas para atender ao povo, “eles e elas” dizem que os empresários irão colocar no sistema ônibus novos; – Quando crianças ficam sem aulas por falta de professores, esse pessoal das emissoras, diz que foi por causa da greve e que vão ser feitos concursos, para suprir as faltas; coisa linda!

– Quando o povo reclama da falta de médicos e de medicamentos, “eles e elas”, dizem que já falaram com os diretores dos hospitais e que eles irão tomar as providências cabíveis;

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Parlamentares e órgãos fiscalizadores visitarão unidades do Sesi e Senai

arlamentares e representantes de órgãos de fiscalização visitarão, nesta sexta-feira, 8, unidades do Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em todas as capitais do País. O objetivo da visita é mostrar aos representantes da sociedade, de forma transparente, o papel relevante que as entidades do Sistema Indústria exercem na oferta de educação de qualidade e desenvolvimento tecnológico da indústria.

Em Alagoas, o presidente da Federação das Indústrias (Fiea), José Carlos Lyra de Andrade, receberá integrantes das bancada federal (deputados e senadores) e estadual, além de secretários de Estado, representantes dos poderes públicos e da sociedade civil, e demais convidados.

Acompanhado de diretores e gestores

da Federação das Indústrias, do Sesi e do Senai, Lyra fará uma exposição de todas as atividades desenvolvidas pelo sistema em favor do desenvolvimento econômico e social de Alagoas.

O evento mostrará unidades de educação e tecnologia em funcionamento. As autoridades poderão conversar com alunos, familiares e empresários, sobre a importância dessas instituições para suas vidas e para o Brasil. “Não há dúvidas na sociedade brasileira e alagoana, nem nos milhares de profissionais beneficiados, sobre a importância do Sesi e do Senai”, afirmou José Carlos Lyra, lembrando que há mais de 70 anos essas duas instituições contribuem efetivamente com o desenvolvimento socioeconômico do País.

As entidades do Sistema Indústria, acrescentou o presidente da Fiea,

atuam com eficiência e transparência, ofertando educação de qualidade e atuando de forma incontestável no desenvolvimento tecnológico da indústria nacional.

Essas entidades, que estão presentes em 2,7 mil municípios brasileiros, têm avaliação positiva da população. De acordo com pesquisa Ibope de setembro do ano passado, 92% dos brasileiros aprovam a atuação do Senai. Esse índice é de 89% para o Sesi. “Atualmente, o Sesi e o Senai são imprescindíveis para o enfrentamento dos desafios da quarta revolução industrial, que já está em curso e exige a constante adequação de empresas e trabalhadores às novas tecnologias e a mercados cada vez mais competitivos”, disse Rafael Lucchesi, diretorsuperintendente do Sesi e diretor-geral do Senai.

– Quando o povo reclama dos buracos e da lama nos pavimentos, “eles e elas” dizem que a culpa é da chuva, mas vai “uma equipe” ao local, para as providências; - quando o povo reclama dos assaltos a coletivos, “eles e elas”, dizem que já falaram com o Comandante da Polícia e que vão colocar um policial em cada ônibus; – Quando acontece muita chuva e o povo reclama da caída de barreiras, “eles e elas” dizem que vão dizer para Deus para diminuir as chuvas.

Vocês podem prestar bem atenção! Na verdade, parece que nunca telefonam para os órgãos, pois, aqui-acolá, ouvimos quando pessoas dizem que já reclamaram várias vezes e nunca tomaram providências.

Perguntem ao povo se não é assim mesmo!

Em tempo – Alguns dos meus amigos dizem que leem todas as semanas meus artigos no EXTRA. São eles o engenheiro Ricardo Vieira e o engenheiro Ives Prudente. Fico grato aos dois.

NÚMEROS DE ALAGOAS SENAI 31.690 matrículas em Educação Profissional em 2017 3.202 atendimentos em Serviço de Tecnologia e Inovação em 2017 363 recursos humanos – 335 colaboradores e 28 estagiários 5 unidades operacionais em Alagoas 1 unidade móvel

SESI

1.924 matrículas em educação básica e educação de jovens e adultos em 2017 30.306 matrículas em cursos e palestras em 2017 121.201 exames e procedimentos odontológicos em 2017 36.128 consultas em 2017 15.672 trabalhadores beneficiados em Saúde e Segurança no Trabalho em 2017 64.582 trabalhadores beneficiados em soluções de promoção da saúde em 2017

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ABCDO INTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Exercício ilegal

Com apoio do Conselho Regional de Enfermagem de Alagoas (Coren/AL), fiscais da Força Nacional do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) estão visitando, esta semana, quatro estabelecimentos públicos e privados de saúde na cidade de Arapiraca.

A megaoperação começou na segunda-feira (4) e será encerrada nesta sexta-feira (8), com a inspeção em 12 hospitais na capital e no interior do estado.

Força Nacional

Entrou de cabeça

C

om o rompimento político entre o prefeito Rogério Teófilo e o deputado estadual Severino Pessoa, as portas se abriram de uma vez por todas para o senador Biu de Lira e o filho-deputado federal Arthur Lira. E como de bobo não tem nada, Biu entrou de cabeça na gestão tucana, indicando nomes para compor o primeiro escalão. Dentre eles, um vereador de Feira Grande para ocupar uma importante secretaria.

Isso sim que é parceria. Não é não???!!!

Palestra no Regional

O Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho realizou na noite da última terça-feira, 5, uma palestra sobre liderança e motivação para coordenadores, diretores e profissionais da instituição.

O evento foi ministrado pelo médico cirurgião-geral Jean Rafael, que é professor da Ufal Arapiraca e pós-graduado em ensino na Saúde, Auditoria de Sistemas de Saúde e Psicoterapia Transpessoal.

A intenção da palestra, segundo o provedor do HR, Geraldo Magela Pirauá, foi estimular a equipe técnica e diretiva a realizar o trabalho da melhor forma possível, sabendo dos desafios como líderes.

O objetivo

“É uma ação que tem o objetivo de contribuir para um melhor desenvolvimento dos nossos coordenadores. Importante estimular esse conhecimento para que possamos passar para os colaboradores e consequentemente melhorar ainda mais o atendimento aos nossos pacientes”, colocou.

Capacitações

Ao longo dos próximos meses, o Hospital Regional, através do Núcleo de Educação Permanente (NEP), realizará outras capacitações estimulando a qualidade de trabalho e da vida dos funcionários

Na cidade de Arapiraca, a Força Nacional visita os hospitais Chama, Afra Barbosa, Daniel Houly e Nossa Senhora de Fátima.

O propósito da fiscalização é verificar as condições de assistência de enfermagem que colocam a população em risco, especialmente na assistência materno-infantil.

Fiscalização

De acordo com o presidente do Cofen, Manoel Neri, o objetivo da Força Nacional de Fiscalização é assegurar que todos os regionais tenham condições necessárias para cumprir sua missão de fiscalizar o exercício profissional de Enfermagem.

Foi comprovado

Na fiscalização, as equipes constataram profissionais de nível médio exercendo funções especiais e até auxiliando médicos em cirurgias, utilização incorreta de UTIs na pediatria, medicamentos vencidos, leitos sem espaços, entre outras irregularidades.

Campeão de improbidade

E o ex-prefeito de Girau do Ponciano Fábio Rangel, hein? O Ministério Público ajuizou uma ação contra ele e mais sete pessoas e duas empresas por desvios de recursos públicos. Fabinho Aurélio, como é mais conhecido o ex-gestor no município, é acusado pelo MP de praticar improbidade administrativa 25 vezes. Isso mesmo: 25 vezes.

Dano moral

Na petição, o promotor de justiça Ro-drigo Soares Silva requer a devolução de R$ 1 milhão, que corresponde à quantia acrescida ilicitamente, além da aplicação de uma multa no valor de R$ 3 milhões e, ainda, mais R$ 1 milhão em razão do dano moral coletivo.

Organização criminosa

O ex-prefeito Fábio Rangel é acusado de comandar o esquema, entre os anos de 2011 e 2013, conforme investigação criminal que culminou na Operação Sepse, executada em conjunto com o antigo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do MP, atualmente Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Os envolvidos

Além dele, o ex-assessor administrativo da prefeitura, Valdemir Aurélio de Oliveira, o sócio das empresas Campos Distribuidora de Medicamentos Ltda, Josimar Campos de Araújo, o administrador das empresas, Clebito do Nascimento, o funcionário e vendedor Domício Pereira Campos, o ex-coordenador da assistência farmacêutica da prefeitura de Girau do Ponciano, Dartaghan Lucas dos Santos Rocha, o ex-presidente da comissão de licitação e ex-secretário de Administração, Edebiel Victor Correa de Oliveira, e a exsecretária Saúde, Aruska Kelly Gondim Magalhães Araújo, foram denunciados.

PELO INTERIOR ... Ainda sobre a ação do MP em desfavor do ex-prefeito de Girau do Ponciano, Fabinho Aurélio: as empresas Campos Distribuidora de Medicamentos Ltda e Km Distribuidora de Medicamentos Ltda eram utilizadas para emissão de notas frias fraudadas que comprovavam o fornecimento de medicamentos nunca adquiridos. ... Em contrapartida, os proprietários eram contemplados com pagamentos de propinas. ... “Trata-se de uma organização criminosa formada por agentes públicos e empresários, onde todas as ilicitudes têm provas contundentes. Os donos das empresas fechavam acordo com o prefeito, e recebiam um percentual de 10 e 20% sobre os valores dos pagamentos equivalentes às mercadorias jamais fornecidas, o que servia de cortina para o desvio dos recursos públicos”, afirma o promotor Rodrigo Soares.

(Com Ascom do MP). ... Em decisão publicada em 30 de maio, a Justiça Federal atendeu pedido do Ministério Público Federal (MPF) para aplicação de nova multa com valor majorado, bem como imposição de multa ao prefeito do município da Barra de Santo Antônio (AL), por ato atentatório à dignidade da justiça. ... A nova decisão do juiz federal André Luís Maia Tobias Granja, titular da 1ª Vara Federal de Alagoas, condena o município da Barra de Santo Antônio ao pagamento da multa no valor de R$ 60.000,00 pelo atraso no cumprimento da sentença anterior ... O desembargador Sebastião Costa Filho, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), negou, liminarmente, pedido de liberdade a André Souza Santos, acusado de envolvimento na morte do vereador por Batalha Tony Carlos Medeiros, o Tony Pretinho.

... Segundo a decisão publicada no Diário da Justiça Eletrônico na terça-feira (5), a defesa de André Santos impetrou habeas corpus, com pedido liminar, objetivando a soltura do réu. Sustentou não haver provas suficientes da participação dele no homicídio e alegou ainda que o acusado foi forçado pela polícia a confessar o crime. A liminar, no entanto, foi indeferida. ... De acordo com a decisão, há relatos de que o réu esteve nas redondezas da casa da vítima no dia do assassinato.

“Registre-se ainda que a juíza de primeiro grau, ao decretar a prisão preventiva, fez referência a conversas no aplicativo Whatsapp, nas quais os denunciados planejaram a execução da vítima”, afirmou o desembargador. ... Um excelente final de semana, repleto de paz e energias positivas para os nossos leitores. Até a próxima edição!

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MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

Participação em eventos nacionais impulsiona comercialização do artesanato alagoano

Sedetur publicou recentemente edital que contempla participação de artesãos em feiras no segundo semestre de 2018

ALAGOAS FEITA À MÃO NOS ÚLTIMOS QUATRO ANOS, ARTESÃOS LOCAIS MARCARAM PRESENÇA EM 50 EVENTOS E COMERCIALIZARAM MAIS DE R$ 2 MILHÕES

TEXTO DE DEBORA VIEIRA Fotos: Kaio Fragoso

A

madeira, a fibra vegetal, as linhas, o couro, entre outras matérias -primas ganham forma e valor nas mãos de artesãos locais.

Em Alagoas, é inegável que as peças feitas à mão têm chamado a atenção de amantes da arte popular e principalmente lojistas das mais diferentes partes do país.

Isso só seria possível com ações para divulgar e promover à comercialização, por meio da participação dos artesãos locais nas principais feiras e exposições do Brasil. No Estado, esse trabalho é realizado com o projeto Alagoas Feito à Mão, coordenado pela Gerência de Design e Artesanato da Secretaria de Estado Do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) ao lado da primeira-dama, Renata Calheiros.

De acordo com a gerente de design e artesanato da pasta, Daniela Vasconcelos, o projeto busca estimular a profissionalização dos artesãos, por meio da comercialização de peças em eventos locais e nacionais.

“Os profissionais são sele-

cionados via editais. O Alagoas Feita à Mão busca também a divulgação da arte popular alagoana no mercado de arte, com a produção, por exemplo, do catálogo do artesanato alagoano, além da instalação de placas de sinalização nos pontos de produção”, explica Daniela.

Só nos últimos quatro anos, os artesãos locais já participaram de 50 eventos nacionais e locais, vendendo exatamente 22.480 peças, resultando em mais de R$ 2 milhões comercializados.

Um dos artesãos que costuma se inscrever nos editais abertos pela Sedetur e participar de diversas exposições é o Mestre Arlindo Monteiro, conhecido por esculpir miniaturas em palito de fósforo. Ele já participou de feiras em Pernambuco, São Paulo, Paraná, Rio grande do Sul, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Ceará, Sergipe e Salvador, além de exposição em países como Chile e Argentina.

Para o Mestre Arlindo, as feiras são essenciais na divulgação do seu trabalho, tendo em vista que é nesses locais que existe uma maior concentração de lojistas interessados na aquisição de peças artesa-

Alagoas Feita à Mão participa de eventos como Fenearte, Salão de Artesanato de Brasília, o Salão do Artesanato de São Paulo, a 29ª Feira Nacional do Artesanato, em Belo Horizonte Secretário Rafael Brito e a primeira-dama Renata Calheiros, durante mais uma exposição do Alagoas Feita à Mão

nais.

“Isso é muito importante para que a gente possa conhecer grandes lojistas interessados em comprar nosso trabalho, colocando a gente em contato com essas pessoas e aí você começa a expandir sua área de comercialização. É até

uma forma de fazer contato para que no ano todo você tenha encomendas e assim possa sobreviver do artesanato”, acredita o Mestre, que atualmente vive exclusivamente do ofício.

Os editais publicados levam os artesãos para eventos

como a Fenearte, em Recife, o Salão de Artesanato de Brasília, o Salão do Artesanato, que acontece em São Paulo, a 29ª Feira Nacional do Artesanato, realizada em Belo Horizonte, entre outros.

Nova oportunidade O último edital lançado encontra-se com as inscrições abertas até o próximo dia 08 de junho e contempla três eventos nacionais a serem realizados no segundo semestre de 2018.

Os artesãos serão avaliados de acordo com a criatividade, características regionais, autenticidade, inovação, contemporaneidade e consciência ambiental de suas peças. Podem participar do edital, profissionais maiores de idade e que possuem carteira do artesão dentro do prazo de validade. É possível acessar o edital na íntegra no site da Secretaria.

Segundo o secretário do Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), Rafael Brito, a publicação dos editais é uma forma de tornar o processo de seleção mais democrático e gerar oportunidade para esses profissionais.

“Queremos que a diversidade do artesanato e arte popular de Alagoas seja representada nessas feiras e exposições nacionais, com isso fortalecemos ainda mais o ofício como uma importante atividade econômica, que em Alagoas movimenta a economia e gera renda para mais de 14 mil profissionais”, finaliza Rafael.

MACEIÓ, ALAGOAS - 08 A 14 DE JUNHO DE 2018

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30 ANOS DE ELEIÇÃO EM ALAGOAS

1985

CONTEXTO HISTÓRICO Na Eleição Municipal de 1985 em Maceió tínhamos à frente do governo do Estado Divaldo Suruagy (PFL) e do Município de Maceió, José Bandeira (PFL).

Divaldo Suruagy (PSD) foi o último prefeito eleito em Maceió, com uma votação de 12.354 votos depois do Golpe Militar. Foi eleito em 1965 e seu mandato iria de 1966 até 1970, porém renunciou para ser candidato a Deputado Estadual.

MARCELO BASTOS

analista político

Depois da redemocratização do país, a eleição de 1985 foi a primeira eleição direta em Maceió, depois de 1965; então por 20 anos todos os prefeitos que sucederam Divaldo Suruagy foram nomeados.

O PMDB era o principal partido de oposição, porém estava dividido. Renan Calheiros que na época era Deputado Federal, tinha pretensões de ser candidato no pleito e tinha uma grande influência sobre o diretório regional do partido. Outro pretendente do partido a ser candidato era Ronaldo Lessa, que na época tinha sido Deputado Estadual e havia uma influência sobre o diretório municipal. O presidente do Diretório Municipal do PMDB era Eduardo Davino, um aliado de Ronaldo Lessa. O diretório municipal do partido convocou a convenção para escolher o candidato e o vice candidato do partido para o dia 16-6-1985. O grupo liderado por Renan Calheiros considerava que a convenção era ilegal e nula de pleno direito, pois, a emenda constitucional que restabelecia a autonomia das capitais assegurava que a regulamentação das eleições era feita por lei complementar e que no projeto de lei que havia sido aprovado na Câmara dos Deputados, o período da realização de convenções seria de 15 de julho até 15 de agosto.

Como o diretório municipal marcou 30 dias antes do prazo legal, Renan Calheiros não só deixou de registrar sua candidatura alegando a ilegalidade de tal ato praticado pelo diretório, como também requereu ao presidente do diretório municipal do PMDB que a convenção fosse realizada no período estabelecido por lei. O presidente do diretório municipal, além de não acatar o requerimento, manteve a data do dia 16-06-1985.

Ronaldo Lessa registrou a sua candidatura para prefeito com Bráulio Cavalcante como vice, sendo a única chapa inscrita para a convenção.

Como candidato único, a convenção começou às 8 horas do domingo, num clima de bastante expectativa, os convencionais iam chegando à proporção que o tempo passava, a ponto de que a candidatura de Ronaldo Lessa só teve o quórum necessário à sua aprovação depois das 16 horas, quando atingiu os 37 votos. Às 17 horas conquistou 46 votos.

Com o partido rachado, seria muito difícil a vitória do PMDB nas eleições de 1985, vários membros do partido, entre eles José Costa, Moacir Andrade e Djalma Falcão, buscaram uma chapa de consenso e depois de muitas reuniões o partido chegou ao entendimento na escolha de Djalma Falcão como candidato a Prefeito e vice José Costa.

Além da candidatura de Djalma Falcão, a oposição apresentou outros candidatos nas eleições de 1985: Sabino Romariz, Sandoval Caju, Nilson Miranda, Reinaldo Cabral e o Professor José Buarque. O Professor Buarque no decorrer da campanha, retira sua candidatura para apoiar Djalma Falcão.

O grupo da situação, que estava no poder desde a década 60 não tinha grandes divergências e marchou unido com a candidatura de João Sampaio para Prefeito e Galba Novaes de Castro para vice.

FATOS IMPORTANTES 1) A eleição de 1985 foi uma eleição apenas de um turno.

2) Djalma Falcão (PMDB) vence as eleições com uma votação de 56.174 votos (41,40%). Sua candidatura começa sem empolgação e nas primeiras pesquisas, aparece sempre em terceiro lugar. A sociedade civil organizada, os movimentos sociais e o movimento estudantil foram preponderantes para alavancar a sua candidatura. O suporte financeiro do industrial João Lyra, o espaço que o Deputado Federal Fernando Collor concedeu nos seus veículos de comunicação e a boca de urna que na época era permitido, foram fundamentais para consolidar a sua vitória.

3) João Sampaio (PFL-PDS) candidato da situação, foi o segundo colocado nas eleições com uma votação de 51.481 votos (37,94%). Nas primeiras pesquisas aparece em segundo lugar. A sua imagem de grande administrador da Prefeitura de Maceió no período de 1971 até 1975, a máquina estadual e municipal a seu favor, fez João Sampaio assumir a liderança das pesquisas durante quase toda a eleição.

Na verdade, João Sampaio perde a eleição no dia da eleição, pela força da boca de urna do candidato Djalma Falcão. Representando um grupo que estava há 20 anos no poder e o espírito de mudanças que nutria o eleitorado, sedento de votar há muitos anos, foram fatores que pesaram na sua derrota.

4) Sabino Romariz (PDT) foi o terceiro colocado, com uma votação de 23.928 votos (17,63%). Com o programa “A vez do Povo na TV” que o mesmo tinha com grande apelo popular, fez nas primeiras pesquisas aparecer em primeiro lugar, porém, o seu afastamento do programa para ser candidato, já que a lei eleitoral não per-

mite, prejudicou a sua candidatura perante o seu eleitorado. Além disso, a falta de estrutura e organização de sua campanha foram fatores preponderantes para sua derrota.

5) Sandoval Caju (PTB) foi o quarto colocado, com uma votação de 2.009 votos (1,48%). Ex-prefeito de Maceió na década de 60, e com uma campanha que não condizia com a realidade dos novos tempos, sua candidatura foi insignificante.

6) Nilson Miranda (PCB) foi o quinto colocado, com uma votação de 1.091 votos (0,80%). Foi a primeira eleição que o Partido Comunista Brasileiro participou depois da legalidade. Irmão de Jaime Mi-

randa, que era grande referência do partido, Nilson Miranda fez uma campanha ética e propositiva. Aproveitou o pouco espaço que teve para propagar as ideias do seu partido.

7) Reinaldo Cabral (PT) foi o sexto colocado, com uma votação de 1.010 votos (0,74%). O jornalista Reinaldo Cabral foi um dos fundadores do PT em Alagoas. O PT nessa época estava em construção e ainda não tinha de uma forma mais próxima os movimentos sociais, a sociedade civil organizada e o movimento estudantil na sua órbita. Sua campanha foi tímida e sem empolgação. Sua insignificante votação representava o que o PT era na época.

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