Edicao976

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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 976 - 15 A 21 DE JUNHO DE 2018

CORRUPÇÃO

STJ diz que Celso Luiz em liberdade pode atrapalhar investigação de seus crimes

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ARAPIRACA LARGADA Polícia Federal investiga denúncia de servidores fantasmas na Saúde

MEDICINA Maceió trata câncer de cérebro pelo avançado método de radiocirurgia

R 3,00

ELEIÇÕES 2018

Renan prevê dias piores seja quem for o próximo presidente

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EX-PREFEITO DE TRAIPU PERDE AÇÃO NO STJ E DEVE CUMPRIR PENA NA PRISÃO P/ 5

Condenado a 20 anos de cadeia, Marcos Santos deve ser preso junto ao filho, também sentenciado P/ 10

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MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE JUNHO DE 2018

O poder da internet

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

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- Se dependesse do humor das redes sociais a maioria dos políticos alagoanos com mandato seria cassada pelas urnas. A indignação é tanta que quase ninguém escaparia do julgamento marcado para o dia 7 de outubro próximo.

(Millôr Fernandes)

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DA REDAÇÃO

Corporativismo

- Eles têm ciência disso e devem investir na mídia digital para tentar aplacar a ira dos internautas. O consolo deles é saber que apesar dos estragos da internet o índice de usuários da rede ainda é insuficiente para garantir a cassação de seus mandatos pelo voto.

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- A animosidade é tamanha que qualquer notícia envolvendo candidaturas é rechaçada incontinente e os candidatos execrados publicamente. Uns mais, outros menos, mas ninguém escapa do julgamento das redes sociais.

Último moicano

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- Dado que a maioria desses políticos só se elege comprando votos, tem-se como certa a renovação de seus mandatos a cada eleição. Tanto mais em Alagoas, o mais pobre dos estados brasileiros, onde o eleitor vota no último político que lhe pagar pelo voto.

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- A continuidade desse sistema criminoso de representação política simboliza não só o aval aos currais eleitorais, mas sobretudo a negação da cidadania. Que o diga o cabo Luiz Pedro, dono do maior curral eleitoral urbano de Alagoas, que lhe garante um mandato, mesmo na cadeia.

Deputado na cadeia

COLUNA SURURU

Após ser embromada por vários anos, a Justiça, finalmente, expediu mandado de execução contra um deputado federal de Alagoas, condenado a pagar pensão de alimentos aos filhos, cujos valores em atraso chega a quase R$ 300 mil. Vale lembrar que o parlamentar vinha driblando a Justiça há 7 anos com a conivência da própria Vara de Família, que engavetou a ação de cumprimento de sentença. Agora, com a decisão da juíza Nirvana Coelho de Mello, o réu não pode mais tergiversar: ou paga a dívida ou vai para cadeia.

O empresário Adoniran Guerra, responsável pelo setor de compras e licitações da prefeitura de Arapiraca, entregou o cargo na quarta-feira, 13, para cuidar de seus negócios. Último aliado político a afastar-se do prefeito, Adoniran saiu sem briga, mas reconhece que o clima – que já era ruim – piorou após Rogério Teófilo defenestrar os partidários e botar só gente dele na prefeitura. “Agora travou tudo”, disse o empresário à coluna.

Novela tucana

Marcelo Palmeira, vice-prefeito de Maceió, pode ser a próxima vítima do imbróglio tucano em busca de um candidato de oposição para disputar o governo com Renan Filho. Essa novela estreou na eleição de 2014 e ensaia um remake para o pleito deste ano, sob a direção do tucano-mor Téo Vilela, aliado informal dos Calheiros. O prefeito Rui Palmeira e o deputado Rodrigo Cunha foram os primeiros atores escalados para a versão 2018 da mesma trama. Caíram fora ao descobrir que o roteiro está mal ensaiado e o enredo já é conhecido. Se Marcelo Palmeira topar a empreitada, será apenas para fazer palanque para o enteado Biu de Lira.

O deputado Paulão (PT) voltou a criticar a privatização da Eletrobras ao afirmar que a venda da estatal só beneficiará o capital estrangeiro em prejuízo dos pobres, que passarão a pagar caro pela energia. Esqueceu de dizer que as seis distribuidoras de energia - incluindo a Ceal - custam à viúva R$ 10 bilhões por ano e desde a federalização dessas estatais a Eletrobras já perdeu R$ 23 bilhões. Paulão é servidor da Ceal e sabe que a companhia é deficitária e mal administrada. O deputado também deve saber que nos governos do PT as estatais de energia praticamente foram à bancarrota.

E agora, Ciro?

Com a denúncia da PF de que o dono do PDT, Carlos Lupi, integrava a quadrilha do ex-governador Sérgio Cabral, o presidenciável Ciro Gomes terá dificuldades em manter o discurso da “hegemonia moral” de sua candidatura. Para quem promete desmontar o MDB, considerado por ele como um partido que “só existe para roubar”, fica difícil Ciro manter a cruzada moralista com um chefe pego com a boca na botija.

O que é Marina Silva?

O deputado federal Miro Teixeira comentou da seguinte forma com o Valor Econômico o jeito ambíguo de ser de Marina Silva, pré-candidata da Rede ao Planalto: “Não se pode falsificar uma candidatura. Uma candidatura da Marina é assim. Se quiser rotulá-la de direita, você pode. Se quiser vê-la como esquerda, também pode. Não temos essa aflição de nos revelarmos com esses símbolos anacrônicos”. (O Antagonista).

E aí, Gleisi?

Se condenada na próxima terça-feira, 19, pelo STF por crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o que dirá a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT?

Bancada do trabuco

O deputado Chico Tenório não perde a chance de reafirmar seus métodos heterodoxos de fazer política. Integrante da chamada bancada da bala, ao lado de Antônio Albuquerque, João Beltrão e outros, Tenório garantiu a segurança do Padre Eraldo em um discurso nada ortodoxo. No arremate de sua fala deu o recado curto e grosso aos adversários do perfeito de Delmiro Gouveia, seu novo aliado: “Padre Eraldo agora não está mais só. Mexeu com ele, mexeu comigo”.

O tamanho da roubalheira

As recentes obras licitadas pelo governo federal estão desnudando o vasto véu de corrupção e promiscuidade que sempre encobriu as falcatruas entre as empreiteiras, políticos e autoridades corruptas: os “deságios” das novas licitações vem alcançando média de quase 50%. Os outros 50% é o que os ladrões vinham roubando dos cofres públicos. Equivalia à metade do “licitado”. Um escândalo de dimensões oceânicas. Petrobrás é pinto. No “novo padrão licitatório”, a Camargo Correa deu um desconto de “apenas” 40% para construir a estação Morumbi do Metrô de São Paulo e – pasme-se! - 80% em obra de recuperação da represa Billings em SP e a OAS, nada menos que 88% para construir a barragem de duas pontes – uma obra também do Governo de São Paulo. E isso tem se repetido com as demais empreiteiras. Os “descontos” se tornaram o padrão. Seriam os primeiros efeitos práticos da Lava Jato no viciado mercado de licitações brasileiro?

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE JUNHO DE 2018

JORGE OLIVEIRA

Bolsonaro, cabeça de bagre (I) Brasília - Chamavam-se antigamente essas pessoas que tem os miolos fora do juízo de “cabeças de bagres”. Nem sei se o termo ainda existe para definir um porra-louca, mas é certo que a expressão surgiu no Nordeste depois da descoberta de que o bagre é um peixe que tem um cérebro muito pequeno e uma cabeça muito grande, desproporcional em comparação ao seu corpo. O Brasil arrisca-se a ter na presidência da república um bagre. O capitão Bolsonaro assemelha-se em tudo a essa espécie, por sinal, muito saborosa aqui em Alagoas, no Pilar, onde é pescado na Lagoa Manguaba. As últimas declarações do capitão, contestadas por seus adversários, não deixam dúvidas quanto ao seu despreparo ao mudar de posições por conveniências políticas sempre que é questionado sobre os grandes problemas do país. Por exemplo: declarou- se contra o Bolsa Família. Agora, na posição de candidato a presidente, defende a manutenção financeira das quase 14 milhões de famílias que vivem desse dinheiro, principalmente nas regiões mais pobres do país como Norte/Nordeste. Em um de seus arroubos, disse para empresários que a solução para acabar com a violência na Rocinha, no Rio, seria metralhar a população de helicóptero. E para proteger o povo dos bandidos, promete armas para todo mundo. Em um país inseguro, governado por um presidente impopular, com políticos na cadeia, com o esfacelamento da esquerda, com o domínio do narcotráfico e a violência acelerada nas cidades, Bolsonaro, não resta dúvida, é um prato cheio: o justiceiro que os brasileiros querem para acabar com toda essa agonia da população. Chama-se a isso, o candidato do momento. E esse filme é conhecido. Veja: Jânio, em 1960, com a sua vassourinha, prometia varrer os corruptos do país. Deu no que deu, amargamos uma ditadura militar de vinte anos. Trinta anos depois, apareceu o Collor, o caçador de marajás. Aproveitou-se da impopularidade de Sarney, o sufoco da inflação, da economia em frangalhos para se projetar como candidato e ganhar a eleição. Tinha também a seu favor o apoio da população que via no Sarney um governo ilegítimo. Naquele momento, como agora, a nação também estava em destroçada moralmente.

Surfando

O capitão também surfa nesse momento em que o brasileiro está desiludido, abandonado pelos poderes públicos, refém dos bandidos e decepcionado com os políticos da esquerda que se diziam éticos e preparados mas terminaram dentro dos presídios – todos. Assim a corja petista que se beneficiou da organização criminosa, formada por militantes alienados e idiotizados, transforma-se hoje no principal cabo eleitoral do capitão Bolsonaro, pois esse grupo, que dilapidou o patrimônio dos brasileiros, é que levou desesperança à população ávida, hoje, por mais um salvador da pátria.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Menor

Bolsonaro sempre foi um personagem menor da política brasileira. Homofóbico, despreparado como parlamentar – nos seus vinte anos de mandato apresentou apenas quatro projetos na Câmara –, de direita, político de soluções radicais, tipo exterminador do futuro. Lembra muito o Hugo Chávez, o ex-presidente da Venezuela que se elegeu em 1998 e ficou no poder durante quatorze anos, depois de mudar a Constituição do país várias vezes para se manter como presidente.

Dissimulado

Chávez travestiu-se de esquerda, criou a tal da Revolução Bolivariana, culpou o imperialismo norte-americano pelo fracasso do seu governo, forma de esconder as mazelas da sua administração, e aliou-se ao bloco cubano para sobreviver como um revolucionário. Morreu e deixou um país arrasado, um povo abandonado, e amordaçado pela fome e pela miséria, que hoje procura refúgio em terras vizinhas como o Brasil.

Radical

O capitão que ora desponta nas pesquisas como favorito às eleições deste ano não tem, como já demonstrou, propostas para tirar o país do atoleiro, radicaliza nas suas ideias como apresentador de programas policiais na TV, defende a tese de que “bandido bom é bandido morto”, não se aprofunda nos problemas sociais, não tem um plano econômico sequer para manter o país longe da ameaça da inflação, mas gosta de se apresentar como um novo Messias, acenando com soluções milagrosas para iludir os incautos. Até nisso os extremos se encontram: Lula usou dos mesmos métodos. Dizia-se ético e restaurador da moralidade quando vociferava na televisão. Está preso.

Os bagres

É assim que se apresentam os cabeças de bagres em uma eleição, com soluções rápidas para problemas complexos. O mais estranho é que o discurso do capitão agrada boa parte da população como mostram as últimas pesquisas. As pessoas esquecem que desde que o país entrou na normalidade democrática, depois da ditadura militar, já foi governado por três vice-presidentes: Sarney, Itamar e Temer, sem contar o Goulart antes de 64.

O perigo

No caso do Bolsonaro se eleger, atente para algumas coisas: nesse regime presidencialista ninguém governa se não tiver uma folgada maioria no parlamento, se não fizer concessões fisiológicas no parlamento e se não encontrar soluções, meticulosamente estudadas e planejadas, para os grandes problemas sociais que afligem a nação. No caso do Bolsonaro, ainda existe outro agravante: general não bate continência para capitão.

Resistência

É na caserna, de onde ele saiu, que existem as maiores resistências à sua candidatura. É natural, portanto, que o bagre, nesse momento, procure fugir do cardume de robalo apenas abanando o rabo para se orientar em meio as águas turvas. Mas o bagre, ao contrário de outros peixes, não costuma andar em bando. Por isso se expõe ao pescador com mais facilidade.

Contraditório

As posições nazifascistas que o capitão adotou nos seus discursos na Câmara dos Deputados, agora não valem mais nada. Quando lembrado pela imprensa da sugestão de esterilizar os pobres para conter a violência, ele nega. Esquece que existe gravações das sessões do plenário onde ele fala isso.

Militantes

A exemplo dos petistas radicais, os adeptos do Bolsonaro também não gostam que critiquem seu ídolo. Não aceitam que o capitão seja contestado e preferem desconhecer as posições truculentas do seu candidato. Como estão cegos, decidem desconhecer que estão diante de um político despreparado que pode levar o país ao abismo se ganhar as eleições. Por isso é importante que você, leitor, cheque a história do seu candidato para depois não se arrepender dos seus atos no poder.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE JUNHO DE 2018

GABRIEL MOUSINHO

Senado é o foco

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o jeito que a coisa anda deve ser um passeio à reeleição de Renan Filho ao governo. Até agora e convenhamos sem muita perspectiva de a oposição apresentar um candidato que possa mesmo incomodá-lo nas urnas, o governador reina absoluto. Uma pena e um desgaste e tanto para a oposição que ensaiava uma disputa pau a pau se o candidato fosse o prefeito Rui Palmeira. Mas, como diz o velho ditado, não adianta chorar o leite derramado e voltar às atenções, agora, para as eleições majoritárias do Senado Federal, que será uma das mais bem disputadas dos últimos anos. Se fizer um retrospecto eleitoral, com certeza Biu de Lira e Renan Calheiros saem na frente, mas ninguém pode subestimar as candidaturas de Maurício Quintella, Marx Beltrão e Rodrigo Cunha. Como para o governo não deve haver mais surpresa, ela fica agora para o Senado. Com quem ficarão as duas vagas?

Nosso dinheiro

O governador Renan Filho assinou contrato para a construção de mais uma UPA e, como sempre, fez um carnaval do seu governo. Só não quis discorrer de onde vinham os recursos. Eles são do Fecoepe, o famoso Fundo de Pobreza empurrado de garganta abaixo dos contribuintes pelo então governador Ronaldo Lessa.

Arrependido

O deputado Ronaldo Lessa anda triste ao se conscientizar de que perdeu a grande oportunidade de disputar, com reais chances, uma vaga no Senado na República. Foi cooptado pelos Calheiros, que afastaram Lessa da disputa para não prejudicar o pai do governador Renan Filho.

Me engana que gosto

As bravatas do governador Renan Filho sobre a redução do preço do combustível, em Alagoas, e que virou meme nas redes sociais, foram por água abaixo. Bateu o pé e disse que jamais iria admitir a redução do ICMS, que faz o preço, especialmente do diesel, disparar. Como se vê, era conversa fiada do governador quando, à época, disse que Alagoas tinha a gasolina mais baixa do país.

Pé no freio

Embora alguns governadores já se dispusessem a diminuir o percentual do ICMS nos combustíveis, o nosso continua sem arredar o pé. Tem um discurso diferente daquele que anunciava a gasolina mais barata do Nordeste.

gabrielmousinho@bol.com.br

Sem chances

Pelo gosto de Renan Calheiros, ele já teria feito uma dobradinha com Benedito de Lira com vistas às próximas eleições. Mas Biu não esqueceu o tratamento que teve na eleição para o governo.

Campanha é assim

Ganância do governo

Sem querer diminuir o ICMS, os governadores devem engolir garganta abaixo o projeto de lei que será votado logo pelo Senado Federal. De autoria do senador Ronaldo Caiado, os Estados só poderão cobrar até 12% do ICMS. O governo é ganancioso e voraz, disse o senador.

Corporativismo

Num primeiro momento, a Polícia Militar divulgou que o PM que baleou o funcionário da OAB, José Geovânio, o fez para conter a vítima. Não disse que a reação foi desproporcional. Horas depois, a própria PM ficou em situação deliciada, quando o Conselho de Segurança apurou que Geovânio não portava uma faca como dissera o agressor para tentar justificar a agressão desmedida. Aliás, também foi descoberto que esses mesmos militares estão sendo investigados pelo desaparecimento de um menino há quatro meses. Indiferente, o governo fez de conta que não soube nem ouviu nada.

O voto de todos

O senador Fernando Collor quer mesmo, como candidato a presidente, o voto de todos os caciques políticos alagoanos, mas, prioritariamente torce para que Benedito de Lira tenha a preferência da primeira opção como candidato ao Senado. Collor olha com interesse para as eleições deste ano e muito mais para 2022, quando deverá tentar a reeleição. Nesse campo surge o fantasma de Renan Filho que, se reeleito, tentará buscar a vaga do ex-presidente.

Liderança

Com uma atuação destacada na Câmara Federal, o deputado Arthur Lira tem trabalhado para viabilizar uma chapa que possa eleger o maior número de deputados nas próximas eleições. Com uma liderança incontestável em mais de 50 municípios alagoanos, Lira deverá ser um dos mais votados em outubro próximo. Articula, também, o lançamento de um candidato a governador para enfrentar Renan Filho nas urnas.

Cobrança

A situação delicada de Marx Beltrão no grupo palaciano já está sendo cobrada por seus amigos a Renan Filho. O governador, por exemplo, está evitando encontros públicos para não ser cobrado por lideranças ligadas a Marx.

PCdoB em Ipioca

Lima, de Ipioca, uma das mais tradicionais lideranças da localidade, é a mais nova aquisição do PCdoB, cuja filiação partidária se deu recentemente. Com uma grande votação para vereador em eleições passadas, Lima está escalado para disputar uma vaga de deputado federal pela legenda comunista.

Tradição

Mais uma vez o Iate Clube Pajuçara sai na frente e anuncia o Forró dos Pedros no próximo dia 29. Para animar a turma fiel aos eventos do Iate, o Comodoro Moacir Albuquerque contratou Banda e Trio Forró Pesado de Garanhus, garantindo o sucesso da festa. O Iate é o único clube de Maceió a promover festas em seus salões. Moacir é um abnegado pelo que faz, revela um frequentador do Iate.

Depois de anos sem mostrar nenhum interesse do que o povo pensa o MDB, através de Renan pai e Renan Filho, está indo às ruas para saber qual o sentimento da população e suas necessidades. É campanha política? Claro que sim, mas eles dizem que não. É a velha conversa. Nesse embalo colocaram até Maurício Quintella que vê seu mandato ameaçado, espremido entre o próprio Renan e Benedito de Lira.

Campanha antecipada

Trazer ministro, inaugurar pequenas obras e ouvir o povo num ano eleitoral, é ou não campanha política antecipada? Quem deve vir por aí é o ministro dos Transportes para fazer um oba-oba sobre a dragagem do Porto de Maceió que somente beneficiará o candidato Maurício Quintella.

Nova inauguração

A coluna profetizava há várias semanas, que até a conclusão da duplicação da BR – 101 haveria pelo menos umas trinta inaugurações. Não é que irão inaugurar nos próximos dias mais 10 quilômetros de rodovia? O Tribunal Regional Eleitoral deve aumentar a fiscalização para que candidatos não utilizem obras públicas para se promoverem em detrimento de outros.

Vem coisa por aí

As conversas sobre a candidatura de Marx Beltrão ao Senado e sua parceria com o grupo dos Calheiros são diferentes do que se prega publicamente. Marx diz que não existem diferenças entre ele, o senador Renan e o governador. Mas não é bem assim. O circo pega fogo nos bastidores e até às Convenções, alguém pula fora do barco.

Grudado

O deputado federal Ronaldo Lessa está mesmo agarrado ao grupo calheirista. Não perde uma inauguração e aguenta firme os discursos do governador de que está fazendo o melhor governo dos últimos trinta anos. Perdeu a corrida para o Senado onde estava bem avaliado e só Deus sabe se alcançará êxito na sua reeleição.


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Rogério Teófilo e a vereadora Aurélia Fernandes, fiel escudeira do prefeito; à direita, Aruska Magalhães, acusada de receber parte do dinheiro desviado da prefeitura por funcionária fantasma

Polícia Federal e MPF investigam golpe de servidores fantasmas

ARAPIRACA LARGADA PARTE DO DINHEIRO RECEBIDO POR “FUNCIONÁRIA” ERA REPASSADO PARA SUPERINTENDENTE DA REDAÇÃO

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gestão do prefeito de Arapiraca, Rogério Teófilo (PSDB), volta a ser alvo de investigações por parte da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal em Alagoas (MPF -AL). A presença de servidores fantasmas na Secretaria Municipal de Saúde foi o tema de uma denúncia protocolada no final do mês de maio nas sedes dos órgãos federais que, novamente, voltam suas atenções para a maior cidade do interior de Alagoas.

Na denúncia consta a informação que a servidora Daniele Alves Damasceno teria passado praticamente um ano na folha salarial do município sem, sequer, prestar um dia serviço. Ainda de acordo com a denúncia, Daniele teria sido colocada na folha fantasma da Saúde pela própria cunhada, a superintendente de Gestão do Trabalho e Educação Permanente da Saúde, Aruska Kelly Gondim Magalhães, uma pessoa de extrema confiança da ex-secretária Aurélia Fernandes. Quando o Executivo cre-

ditava o pagamento na conta de Daniele, cerca de 70% do total era sacado e devolvido em mãos ou através de transferência bancária para Aruska, que repartia com a secretária. Ainda de acordo com a denúncia, o exemplo de Daniele é apenas um dos inúmeros servidores fantasmas inseridos na folha da Saúde pela superintendente. REINCIDENTE Em julho de 2017, durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ex-Gecoc, do

Ministério Público do Estado (MPE-AL), Aruska Magalhães foi conduzida de forma coercitiva para Maceió, onde deu esclarecimentos sobre um esquema criminoso envolvendo compra de medicamentos por meio de notas fiscais fraudulentas. A investigação foi baseada no período em que Aruska era secretária de Saúde do município de Girau do Ponciano. Em meio a uma enxurrada de denúncias e investigações por parte do Gaeco, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL), Ministério Público e Polícia Federal, o

discurso de gestor honesto e transparente pregado insistentemente pelo prefeito Rogério Teófilo parece que vem caindo por terra. As investigações sobre a denúncia citada podem custar caro não somente para Rogério Teófilo, como também para a ex-secretária Aurélia Fernandes, que retornou à Câmara de Vereadores para atuar como escudo do prefeito, que a qualquer momento poderá ser afastado do cargo por improbidade administrativa, corrupção e lavagem de dinheiro.


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PGR recorre e quer Celso Luiz de volta à prisão

NA CADEIA EX-PREFEITO FOI SOLTO EM ABRIL, POR ORDEM DE GILMAR MENDES; PROCURADORIA RECORRE ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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ora da cadeia, o ex-prefeito de Canapi, Celso Luiz, é um homem perigoso ou não? Solto em abril por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, a resposta dele foi “não”; já para o ministro-relator do caso Celso, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Reynaldo Soares da Fonseca, o ex-prefeito é um homem posicionado na cabeça de um vasto esquema criminoso, pronto a ser reativado a qualquer instante. E mesmo afastado das funções públicas, tem de ficar preso “como única medida capaz de interromper as atividades ilícitas”. Semana passada, a Quinta Turma do STJ decidiu negar o pedido de liberdade do ex-prefeito, acusado no desvio de R$ 17 milhões, em verbas do Fundef, o antigo fundo federal da educação, substituído pelo Fundeb. Mas, Celso Luiz não pode voltar para a prisão - pelo menos não agora - porque a decisão do STJ não tem efeito prático. A prisão já foi revogada por Gilmar Mendes, do STF. O STJ, neste caso, deveria ter considerado a perda do objeto do HC.

Só que o jogo de forças ainda não acabou. Em 18 de abril, o subprocurador-Geral da República, Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, recorreu da decisão de Gilmar Mendes que beneficiou, além de Celso Luiz, Jorge Valença Neves Neto e Carlos Alberto dos Anjos Silva, acusados de integrar o esquema criminoso do ex-prefeito de Canapi. “Opina o Ministério Público Federal pelo não conhecimento do writ e, se conhecido, pela denegação da ordem, cassando-se a limi-

Ficha criminal

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ondenado na Operação Taturana, preso em maio do ano passado e solto em abril deste ano, Celso foi denunciado, junto a outras cinco pessoas, pelo Ministério Público Federal, na operação Triângulo das Bermudas, que investigou desvios de R$ 15 milhões na Prefeitura de Canapi. Todos são acusados de lavagem de dinheiro, desvio de verbas públicas federais e organização criminosa. Ao justificar o pedido para que Celso Luiz seguisse trancafiado no presídio Baldomero Cavalcanti, o procurador da República, Carlos Eduardo Raddatz, disse: “não se pode conceber que permaneçam em liberdade criminosos, sobretudo aqueles econômica e politicamente poderosos, que estão em plena prática dos delitos, vale dizer, permanecem ocultando os valores desviados e os utilizando, em detrimento de todos os

nar deferida”, diz, nas linhas finais o subprocurador, no HC154714 opinando ainda: “O caso em questão revestese de inegável gravidade, justificando a permanência do réu/paciente no cárcere. No caso, houve o desvio de mais de 15 milhões de reais e a segregação cautelar do paciente faz-se necessária para impedir ou dificultar a ocultação em definitivo dos ativos ainda não localizados, conforme bem asseverou o Juízo a quo”. Desde 8 de maio, este recurso aguarda decisão do ministro do STF.

munícipes de Canapi”. Para o MPF, o ex-prefeito Celso Luiz atuou como chefe da organização criminosa enquanto os demais denunciados foram operadores do esquema de desvio dos recursos públicos- incluindo precatórios recebidos pela Prefeitura do extinto Fundef. Em 2016, a Justiça bloqueou as contas do município porque foram constatadas transferências indevidas de R$ 8.316.763,51, em 2015, e mais RS 2.397.313,50, em 2016, para contas de terceiros. Mas, no ano de 2016, o vice-prefeito que assumiu a prefeitura com o afastamento de Celso Luiz desviou o restante das verbas do precatório, quase R$ 6.920.894,46. Gilmar Mendes é o único a acreditar- ao se analisar os recursos da defesa do ex-prefeito na Justiça, todos negados até então- que o ex-prefeito não trará riscos, se estiver solto. Em junho do ano passado, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, José Vidal Silva Neto, justifi-

cou a permanência da prisão de Celso: “A soltura do paciente possibilitaria a reorganização da organização criminosa para o retorno à plena atividade delitiva, sendo fundamental a manutenção de sua prisão preventiva para garantia da ordem pública, da ordem econômica e da instrução criminal, revelando-se ainda inadequadas as medidas cautelares diversas da prisão”. Em julho, mais uma negativa de liberdade, assinada pela 3ª Turma do TRF5: “há ainda notícias de interferências na investigação criminal”. Porque “uma testemunha deixou de comparecer à sede da Polícia Federal, demonstrando grave quadro de afronta institucional e que a soltura dificulta o esclarecimento dos fatos”. Outubro/2017: a juíza federal Camila Monteiro Pullin Milan, ao negar a soltura de Celso Luiz, lista os crimes atribuídos a ele e dos integrantes da quadrilha ligada ao ex-deputado, resume: “visan-

do a necessidade de se evitar a prática de novos crimes, ou ainda, de se protrair no tempo a ocultação dos valores desviados dos cofres públicos, resta justificada a manutenção da prisão preventiva dos réus com vistas a garantir a ordem pública e econômica”. Em novembro, novo golpe. Condenado, em 1ª instância, em mais uma ação da Taturana. Desta vez, quando era presidente da Assembleia entre 2003-2006, assinou convênio com o Banco Rural S/A, desviando R$ 15,9 milhões emitindo cheques em nomes de fantasmas para garantir empréstimos junto ao banco. Empréstimos pagos pela Assembleia. Celso Luiz desistiu de lançar o filho, Luiz Pedro, nas eleições de 2018. Mas, seu espólio eleitoral é bastante disputado o Sertão, onde domina como poucos. Ele deve anunciar, breve, para onde vão estes votos. E, no futuro, vai esperar a paga daqueles que ele ajudou. Uma mão lava a outra.


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Terras com muitos donos dificultam agronegócio

CANAL DO SERTÃO ESFORÇO CONCENTRADO PARA AQUISIÇÃO DE TERRAS POR GRANDES PRODUTORES VIRA DESAFIO, ADMITE RENAN FILHO ODILON RIOS Especial para o EXTRA

À

beira de completar 25 anos, o Canal do Sertãomaior obra hídrica de Alagoas- ainda não conseguiu atrair os grandes empresários projetados no início do Governo Renan Filho (MDB), para aproveitar as possibilidades de um grande canal rasgando a área mais árida do Estado, gerando riquezas e empregos. Dos problemas listados na geração de riqueza pelo canal, o governador admitiu um: a dificuldade do agronegócio em comprar as terras ao longo do canal. Isso porque pequenos lotes (os minifúndios) estão nas mãos de muitas pessoas. “Isso demanda esforço concentrado de aquisição de terras em propriedades de diferentes donos para que haja uma propriedade maior para o agronegócio”, explicou o governador. “Por isso a gente faz um híbrido: incentivando a produção do pequeno e também buscando atração de grandes e pequenos negócios. Está acontecendo gradativamente”, analisou. Pelas contas do governo, existem 800 hectares com algum tipo de produção, como

abacaxi, melancia, tomate, mandioca. Basicamente concentrada na agricultura familiar. Só que a Agência de Desenvolvimento e Regulação do Canal do Sertão- que vai conduzir, exclusivamente, a obra bilionária- ainda não saiu do papel. Há uma programação no orçamento para este ano. “O processo de irrigação de uma área que historicamente sempre foi árida é sempre a mudança de cultura, a busca dos empresários, estímulo. É fundamental que tenhamos as obras avançadas, segurança jurídica porque isso inevitavelmente acontecerá porque a água é o principal insumo. Não é trabalho para se fazer de hoje para amanhã”, explica Renan Filho. Outro desafio é a segurança jurídica da obra. Vira e mexe, o Tribunal de Contas da União encontra irregularidades na execução das obras, divididas em trechos. Qualquer empresário, ao botar dinheiro (e não é pouco) em um projeto tão grande quanto a extensão do canal, precisa da garantia que a água não deixará de correr por ele (para a implantação dos projetos de irrigação e início da esteira de produção) e que as obras um dia chegarão ao fim. E esse fim é longo. Tão longo ou gigante quanto os números do Canal do Sertão. Contados da assinatura da ordem de serviço para o início das obras, em 23 de julho de 1993, o canal completa 25 anos em 2018. Naquela época, custava quatrilhões de cruzeiros ou 15 números: Cr$ 1.058.325.110.753,20. Hoje, a estimativa é que ela custe R$ 5 bilhões. Somente no ano passado recebeu R$ 146,1 milhões do Go-

TCU já apontou diversas irregularidades na execução da obra, que promete irrigar o Sertão

verno Federal. São 250 quilômetros de extensão entre as cidades de Delmiro Gouveia e Arapiraca. Percorre 42 cidades. Prevê atender 1 milhão de pessoas, a maioria dependente do Bolsa Família. “A tomada d’água está localizada no reservatório de Moxotó, no povoado São José, em Delmiro Gouveia e é o único sistema de bombeamento em todo o percurso, pois a água desce por gravidade por um canal de 15 metros de largura e quase três metros de profundidade, acarretando uma economia de energia e água mais barata”, escrevem os pesquisadores Marta da Silveira Luedemann, Domingos Sávio Corrêa e Zeno Soares Crocetti, todas da Ufal, no trabalho “Análise Comparativa de Políticas Públicas em Pernambuco e Alagoas”, apresentado em 2013 no Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia.

“O Canal do Sertão é um novo equipamento importante que promoverá a condução de água desde Delmiro Gouveia até Arapiraca, cruzando municípios do Sertão e do Agreste e apesar do ainda incipiente aproveitamento para irrigação traz uma nova esperança para aqueles cidadãos”, escreve outro pesquisador, Paulo Rogério de Freitas Silva, da Ufal. O canal se divide em 5 trechos, licitados para construtoras diferentes e capturadas nas investigações da Lava Jato. E os problemas entre o projeto e o dinheiro começaram logo quando houve a conversão da moeda, na implantação do plano Real, lá nos anos 90. Os preços foram convertidos para mais, gerando indícios de sobrepreço. Um destes indícios de superfaturamento se referia à escavação para a construção do canal. Uma análise minuciosa dos técnicos descobriu que até o preço da brita ficou maior na conversão para o Real.

Após 2 décadas do estica-e-puxa entre o TCU e os 6 governadores alagoanos e testemunhas das tantas histórias, decidiu-se fazer um pacto com o tribunal: acatar as reinvindicações da Corte e reduzir preços. Foi assim nos trechos 4 e 5. A decisão mais atual foi de Renan Filho. “Retiramos o canal pela primeira vez do anexo 6 do Congresso Nacional [lista das obras sob recomendação para que o Governo Federal não depositasse um único real por causa de sobrepreços, erros no projeto, problemas nas licitações]. A primeira vez foi agora. O governador deixou de brigar com o TCU e ao lado do tribunal exigir que as empresas baixem o preço”, explica Renan Filho. Mas, quando as obras serão encerradas? Quando o sertanejo mais pobre vai transformar a água em mudança de vida?Por enquanto, estas perguntas seguem sem respostas.


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Renan Calheiros e sua luta pela reeleição

ENTREVISTA “A LAVA JATO DEIXARÁ AVANÇOS PARA O BRASIL”, DIZ SENADOR INVESTIGADO

Se o Congresso Nacional, depois da eleição, não trabalhar pela funcionalização do Brasil, colocando sua Constituição acima de todos os Poderes, fazendo a separação, a independência com harmonia, vamos ter dias piores e ninguém, seja quem for o próximo presidente, se sustentará”

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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itado várias vezes em delações na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, o senador Renan Calheiros tentará se reeleger em outubro, ao lado do primogênito, o governador Renan Filho, ambos do MDB. Diferentemente das outras eleições, um dos desafios de campanha do précandidato ao Senado será enfrentar o descrédito da população com a política, que segundo o próprio parlamentar, “tem sido contestada, exposta e mal falada”. Em entrevista ao EXTRA, Calheiros declarou que, apesar de também ser alvo de investigação, sempre defendeu a Lava Jato e qualquer outra forma de acabar com a roubalheira política no país. “Quando estive à frente do Congresso Nacional, demos ao Brasil algumas das leis mais efetivas no combate à corrupção. Isso vai da delação premiada à autonomia da Polícia Federal e do Ministério Público. Sempre fui um defensor de qualquer investigação. Ninguém pode se colocar acima da lei. E em alguns casos, em que há uma evidente perseguição, a investigação acaba sendo uma oportunidade para você demonstrar o contrário. É exatamente isso que tenho feito.

A Lava Jato deixará avanços para o Brasil. Mas, não pode atuar acima dos direitos coletivos e individuais. Ela deixará ensinamentos. Só não pode colocar, no mesmo barco, os bandidos e os inocentes”, disse. Sobre o trabalho dele, em Brasília, Calheiros fez um balanço das vitórias e derrotas. “Como presidente do Senado, pude aprovar projetos, como: a obrigatoriedade do detalhamento dos impostos que pagamos nas notas fiscais; a Lei Maria da Penha; a PEC das Domésticas; a PEC do Trabalho Escravo; a implantação do Supersimples, que vem ajudando pequenos e médios empresários; a criação do MEI (Microempreendedor Individual); ampliação da licença maternidade; a atualização do salário mínimo pela inflação e

pelo crescimento da economia”. Quanto às derrotas, o senador cita mudanças estabelecidas após Michel Temer assumir a Presidência da República. “Vou dizer uma que me entristeceu muito: a aprovação da Reforma Trabalhista, que roubou direitos dos mais pobres. Para defender o que sempre defendi, rompi com o governo. Lutei muito para que o Senado não cometesse esse erro. Abri mão até da liderança do partido para ficar livre para combatê-la. Fizemos várias reuniões com confederações, sindicatos, centrais e entidades variadas. Chegamos a derrotar o projeto na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Mas, no plenário, a maioria conservadora e governista votou a favor, acreditando na palavra do presidente de que corrigiria as injustiças

por meio de uma medida provisória. O que não aconteceu”. DECADÊNCIA No dia 3 de junho, quase a metade dos eleitores do Tocantins não quis participar da eleição suplementar para escolher um novo governador. Após cassação dos mandatos do ex-governador Marcelo Miranda (MDB) e da vice, Cláudia Lelis (PV) por arrecadação ilícita de recursos em 2014, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recomendou um novo pleito. Mas o resultado foi que cerca de 50% dos tocantinenses aptos a votar optaram por ignorar os candidatos. Para Renan Calheiros, esse fato pode ser um prenúncio da decadência da democracia brasileira. “Se o Congresso Nacional, depois da eleição, não trabalhar pela funcionalização do Brasil, colo-

cando sua Constituição acima de todos os Poderes, fazendo a separação, a independência com harmonia, vamos ter dias piores e ninguém, seja quem for o próximo presidente, se sustentará”. Porém, o senador analisa o eleitorado de Alagoas com otimismo. “Tenho certeza de que os alagoanos, é isso que tenho ouvido nas ruas, reconhecem os serviços prestados. Alagoas sempre reconheceu minha dedicação ao longo dos mandados, entre eles, quatro vezes na presidência do Senado”. E como resgatar a esperança do eleitor na política? De acordo com Calheiros, é um trabalho em conjunto. “Não cabe a uma pessoa, nem a um grupo específico, esse papel. É obvio que tivemos o final de um ciclo. E por isso a necessidade de reinvenção da própria política. Mas isso precisa brotar de um sentimento coletivo. O que acontece hoje é resposta à situação econômica, ao desemprego, aos cortes nos programas sociais, especialmente no Bolsa-Família, ao corte de investimentos públicos, investimentos privados e a consequente paralisia na atividade econômica. A esperança só se restabelece diante da possibilidade de uma vida melhor”. Sobre a disputa ao Senado em Alagoas estar mais concorrida que a de governador, o parlamentar aposta nos debates. “Acho um bom sinal. Uma boa disputa. A concorrência qualifica e legitima o processo eleitoral. Os alagoanos só ganham com isso, com mais opções de candidatos. Acho o debate insubstituível. É pressuposto para uma disputa séria, de programas, de postura. Quanto mais concorrida, mais condições teremos para colaborar com a reinvenção da política”, concluiu.


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Ex-prefeito de Traipu deve começar a cumprir pena

JUSTIÇA FEITA MARCOS ANTÔNIO DOS SANTOS FOI CONDENADO A 20 ANOS DE PRISÃO

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ex-prefeito de Traipu, Marcos Antônio dos Santos, está com os dias contados para cumprir sua sentença no Judiciário. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, por unanimidade, agravo regimental sobre recurso especial impetrado pela defesa do político já condenado por crimes de corrupção. Os ministros Jorge Mussi, Reynaldo Soares da Fonseca e Joel Ilan Paciornik votaram seguindo o voto do relator, o ministro Félix Fischer. Sendo assim, mantiveram a pena definitiva privativa de liberdade de 19 anos e 10 meses e 15 dias de reclusão, a ser cumprida, inicialmente, no regime fechado, sendo que, desse tempo, quatro anos, quatro meses e 15 dias é de pena de detenção. Além de multa no valor de R$ 361.747,70. No entanto, vale salientar que a sentença de reclusão pode ser cerca de dois anos menor, uma vez que o crime de formação de quadrilha foi excluído por motivos de prescrição. A decisão, publicada no dia 17 de maio, também vale para os outros envolvidos no esquema. São eles: Marcos Douglas

Medeiros dos Santos, filho do ex-prefeito; Francisco Carlos Albuquerque dos Santos; Eurípedes Marinho dos Santos; e Álbson Pimentel Cavalcante. No entanto, não satisfeitos, os réus interpuseram um agravo regimental contra o Tribunal Regional da 5° Região (TRF5) alegando haver divergência no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto à possibilidade de execução provisória do julgado. Isso porque o Ministério Público Federal (MPF) requereu a execução imediata das penas impostas. O processo desceu ao primeiro grau de jurisdição e, mais uma vez, os condenados manifestaram o entendimento de que a competência para a execução do Acórdão Condenatório era do Tribunal e não do juízo de primeiro grau. O TRF5 deu por sanada eventual falha processual e rejeitou o pedido de anulação do acordão proferido em 22 de março. Ou seja, as sentenças condenatórias devem ser executadas.

Ex-gestor fraudou licitações para desviar dinheiro público; rombo chegou aos R$ 5 milhões

OPERAÇÃO CARRANCA Os crimes do ex-prefeito e sua trupe foram constatados em procedimento de fiscalização realizada pela Controladoria Geral da União (CGU) e durante a operação Carranca, investigação realizada pelo MPF/Arapiraca e pela Polícia Federal (PF), especialmente com a quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico dos denunciados, que culminou com o cumprimento de mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e prisão, autorizados judicialmente. As fraudes foram realizadas por meio das empresas de construção civil Alvorada Construções Ltda., Construtora Alagoense Ltda., Metropolitana Const. e Comércio Ltda.,

Construtora Cavalcante Ltda., J.J. Santos e Cia. Ltda. e Amazonas Construções Ltda. Segundo a denúncia do MPF, Marcos Santos associouse a seu filho, Marcos Douglas Medeiros dos Santos, a Francisco Carlos Albuquerque dos Santos, Eurípedes Marinho dos Santos, Álbson Pimentel Cavalcante e Júlio de Freitas Machado para a prática dos crimes, centralizando os procedimentos para determinar o rumo dos negócios das empresas envolvidas nas licitações fraudadas. Marcos Douglas foi condenado a 16 anos e 9 meses de prisão, a ser cumprido em regime fechado. Francisco Carlos e Júlio de Freitas Machado, funcionários públicos de Traipu, foram orientados por Marcos Douglas

quanto ao emprego de material barato nas obras públicas no município, bem como quanto à alteração de projetos e de planilhas orçamentárias, visando maximizar os lucros em tais obras. Francisco Carlos foi condenado a 8 anos de prisão a ser cumprida, inicialmente, no regime fechado. O MPF suspendeu condicionalmente o processo em relação a Júlio Machado, em virtude de acordo firmado pelo acusado para o cumprimento de algumas determinações legais. Álbson Pimentel, funcionário da empresa Meca Construções, de propriedade de Marcos Douglas, foi contratado como responsável técnico pela fiscalização e responsável pela elaboração do projeto e execução dos serviços de construção de um portal na cidade de Traipu, sen-

do também contratado como responsável técnico pela elaboração do projeto de implantação da rede de abastecimento de água na referida cidade. Álbson foi condenado a 5 anos de prisão. Eurípedes Marinho, na condição de assessor parlamentar da Câmara dos Deputados, exerceu o papel de “lobista” da quadrilha em Brasília, tendo por função facilitar a liberação de recursos federais para os municípios da área de atuação da quadrilha, mediante o pagamento de propina. Além disso, coordenou a entrega de projetos de convênios elaborados pelo denunciado Marcos Douglas. Eurípedes foi condenado a 4 anos e 6 meses de reclusão. O esquema desviou mais de R$ 5 milhões. (Com MPF)


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Justiça manda realizar laudo pericial para analisar suposto tremor

PEDREIRA EM MURICI Foto: Bruno Fernandes

DENÚNCIA PODE TER SIDO POR MOTIVOS POLÍTICOS E MONOPÓLIO ECONÔMICO BRUNO FERNANDES E SOFIA SEPRENY

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justiça de Alagoas irá realizar um laudo pericial para analisar se o suposto tremor sentido por alguns moradores da cidade de Murici são consequências das atividades da Pedreira Brita Forte, instalada no município há cerca de dois anos. Um perito foi designado para a realização dos estudos, mesmo depois de um relatório apresentado pela empresa em junho de 2017 e encaminhado ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que afirmou que as atividades da pedreira não ofereciam perigo aos moradores da cidade. O problema foi denunciado pelo vereador Mácio Tenório, que alegou que as explosões provocadas pela pedreira estariam danificando algumas casas da região. Após a denúncia, a juíza Emanuela Bianca de Oliveira Porangaba, da Comarca de Murici, determinou que a empresa Torres e Camilo Serviços de Construção Ltda., razão social da Pedreira Brita Forte, prestasse informações acerca da detonação de explosivos. Dada a determinação, a magistrada se reuniu com representantes da Brita Forte que apresentaram um laudo pericial realizado pelo engenheiro de minas responsável pela pedreira e o Laudo Sismográfico elaborado pelo Prof. Carlos Magno Muniz da Silva, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Os laudos foram encaminhado para o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) constatando que “as velocidades de vibração das partículas

Pedreira Brita Forte, instalada no município há cerca de dois anos

Ruas de casas atingidas pelos supostos tremores estão abandonadas e respectivas frequências apresentam níveis abaixo (insignificantes) daqueles referentes riscos postulados pela norma técnica brasileira NBR 9653:2005”. De acordo com os autos, os moradores da cidade estariam sendo surpreendidos com fortes abalos e tremores, assustando boa parte da população. Visto isso, durante reunião ficou determinado pela justiça que a empresa informasse aos moradores previamente quando seriam utilizados os explosivos, o que já foi adotado pela Brita Forte através de carros de som, mesmo com o relatório informando que as residências ficam entre 1246 e 2004 metros do campo de detonação. Com essa análise, a juíza alegou que um perito será convocado para fazer a análise e a depender do resultado do laudo serão tomadas as medidas cabíveis.

Em Murici, muitos acreditam que a motivação da denúncia pode ter sido de cunho político, pois as casas que realmente estavam apresentando rachaduras são edificações mal estruturadas e condenadas pela Defesa Civil do município depois da enchente do Rio Mundaú, em 2010, que assolou a cidade. A informação não foi confirmada pelo EXTRA. Ainda segundo os habitantes, muitos dos donos dos imóveis na época ganharam casas na parte alta da cidade para desocupar as que foram condenadas devido a enchente, porém, alguns venderam os imóveis e voltaram para as antigas propriedades. A funcionária da prefeitura de Murici, Maria Aparecida, 58, denunciou que as explosões da pedreira estariam causando rachaduras em sua casa. Ela foi uma das contempladas para receber um imóvel

na parte alta da cidade, depois da água tomar sua residência. Ao ser questionada porque voltou a morar na beira do rio, ela afirmou que sempre morou por lá e não queria mudar. “Quem mora na casa que a prefeitura deu é a minha filha”, declarou. Porém, vizinhos afirmam que ela teria vendido a propriedade. A mesma moradora relatou que o vereador citado apareceu em sua residência de surpresa com uma equipe de reportagem para que ela fizesse a denúncia de que a pedreira poderia ser a causadora dos danos. “Eu não entendo muito disso, mas o que mais assusta é o barulho alto e que vem de surpresa”, disse. A rua, à beira do rio e que hoje está quase abandonada, ainda possui moradores. Pessoas próximas a casa de Maria Aparecida garantem que mesmo após a enchente e os supostos tremores, suas casas não apresentaram nenhum tipo de dano ou rachadura. “Eu moro aqui há mais de 30 anos e essa casa já passou por muita coisa, inclusive aquelas águas de 2010. Mas aqui nunca apresentaram rachaduras nas paredes, mesmo depois que a pedreira chegou na cidade. Acho que depende da casa”, declarou um morador que não quis se identificar. Em contato com a assessoria do vereador Mácio Tenório, que no início de maio entrou com um processo na Justiça contra a pedreira, foi alegado que a Defesa Civil do Município garante que as rachaduras não estão acontecendo somente nas casas que beiram o rio na parte baixa da cidade, e sim em diversas outras regiões do município. “Na parte central e na parte alta também estão surgindo rachaduras”, declarou. Segundo Geraldo Amorim, coordenador da Defesa Civil de Murici, a cidade fica em cima de um lajedo e quando a pedreira faz as explosões causa tremor em diversas casas por toda a região. Também por meio da assessoria, a prefeitura alegou que é complicado controlar a situação das casas à beira do rio condenadas pela defesa civil após a enchente de 2010. “Logo após a enchente muita gente veio de fora para morar . Muitos parentes dos moradores e as próprias pessoas ocuparam as ca-

sas, apesar de ter havido uma recomendação da Defesa Civil na época para não voltarem para elas. Não temos o poder de desocupação”, declarou a assessoria da prefeitura de Murici. PROCEDIMENTOS Além de determinar que a empresa publicasse o cronograma das explosões através de carros de som e página eletrônica, a justiça estabeleceu que após a realização da perícia, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e o Departamento Nacional de Produção Mineral fossem oficiados e realizassem de forma autônoma, estudos na área afetada. O prazo é de 15 dias e deve relacionar a quantidade de casas avariadas e as possíveis causas dos danos. Com o estudo, será possível realizar comparações entre a perícia realizada pela Justiça e pela pedreira. Tanto o IMA quanto o DNPM, foram procurados pela reportagem do EXTRA para saber como seriam realizadas fiscalizações na localidade e se a Pedreira Brita Forte estaria funcionando em totalidade com as normas estabelecidas pelo departamento. Também foi questionado como seriam realizados esses estudos, e se teria previsão para o início dos mesmos. O DNPM declarou que só iria poder dar mais explicações após determinação da Justiça para início dos estudos. O IMA não respondeu aos questionamentos. Já o Ministério Público Estadual declarou por meio de sua assessoria que até o momento não recebeu denúncias de ambas as partes e que por este motivo não poderá atuar no caso.

Outro lado

Segundo Marcelo Torres, um dos sócios da Pedreira Murici, as casas ficam há mais de 1,5 km de distância de onde as explosões são realizadas. E as residências que estão com rachaduras são de má estruturação, já abaladas pela enchente de 2010. Marcelo afirmou ainda que através de estudo realizado e encaminhado ao CNPM foi constatado que não há abalo estrutural que esteja atingindo residências na cidade.


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EMANCIPAÇÃO

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Porto de Pedras completa 97 anos

Prefeito Henrique Vilela faz balanço da gestão

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oda a cidade de Porto de Pedras comemorou na terça-feira, 5, seus 97 anos de emancipação política. Com muita animação, o tradicional desfile cívico e diversas bandas movimentaram a data marcada por muitas conquistas, lutas e mudanças em benefício de toda população porto-pedrense. Em comemoração, uma multidão, que chegou a quase 6 mil pessoas, apreciou a programação especial da cidade durante dois dias. O prefeito Hen-

rique Vilela conseguiu desenvolver ações importantes que foram entregues à população. Entre elas, estão a iluminação de LED no Centro da cidade, entrega de novos veículos, inauguração de ruas, revitalização da quadra de esportes, reforma de escolas e abertura da feira livre. Uma antiga reivindicação das pessoas da cidade era a reforma da Praça do General, que foi entregue no dia da emancipação, toda renovada. “A população de Porto de Pedras

está de parabéns. Apesar de muitos desafios e dificuldades, juntos conseguimos fazer diferenças e melhorar a nossa tão amada cidade. Já conseguimos diversos avanços graças a muito trabalho e empenho da equipe. Hoje contamos com avanço na área de saúde e conseguimos outros sete veículos para atender melhor a todos”, declarou o prefeito. No evento, o deputado federal Marx Beltrão falou das conquistas para a cidade: “Já garantimos recursos

para a construção da ponte Tatuamunha, além de uma ambulância para a saúde local. Em parceria com o governo do estado, empenhamos R$ 40 milhões para a rota ecológica, que liga os municípios de Porto de Pedras, São Miguel dos Milagres e Passo de Camaragibe”. Também estiveram presentes o governador Renan Filho, o deputado estadual Davi Davino e o senador Benedito de Lira, e outras lideranças políticas.


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Alagoas tem maior gasto com segurança no Nordeste

LEVANTAMENTO

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CRIMINALIDADE CUSTOU R$ 2 BILHÕES AO ESTADO EM 2015 BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

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levantamento “Custos Econômicos da Criminalidade no Brasil”, divulgado na terça-feira, 12, revela que Alagoas é o estado do Nordeste com maior custo econômico da criminalidade e o terceiro no Brasil. Ainda no Nordeste, Ceará e Sergipe aparecem logo em seguida, na segunda e terceira posição no ranking, respectivamente. No Brasil, o estado que teve maior custo com a criminalidade foi o Amapá. Em Alagoas, os custos com o setor aumentaram cerca de 50% entre os anos de 1996 e 2015. Apenas em 2015 foram usados 5,2% do orçamento para o combate à criminalidade. Esses gastos somam aproximadamente R$ 2 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) de Alagoas, que naquele ano, chegou a R$ 46,364 bilhões. A informação é do secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Hussein Kalout. Os dados colhidos pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos Anuários Estatísticos da Previdência Social, Departa-

mento Penitenciário Nacional, Superintendência de Seguros Privados, (Susep/MF), CPI sobre o Sistema Penitenciário Nacional, Conselho Nacional de Justiça, Conselho Nacional do Ministério Público e Ministério da Justiça, trazem uma perspectiva regional dos custos econômicos da criminalidade e limitações orçamentárias. O texto mostra ainda os custos econômicos no ano de 2015, último da análise de 20 anos, em que são quantificadas cada uma das seis áreas: segurança pública, perda da capacidade produtiva, encarceramento, médico-hospitalar, custos judiciais, seguros e perdas materiais assim como segurança privada. São recursos que poderiam ser destinados para outras áreas como investimento. As unidades federativas consideradas como as de “baixa economia” são as que mais perdem. Ainda conforme levantamento, o estado que menos gasta com a criminalidade no país é o Piauí. Estados como Maranhão, Rio Grande do Norte e Sergipe não informaram se colocam no orçamento custos com “inteligência”, uma das mais importantes “armas” contra a criminalidade, segundo especialistas. Neste quesito, Alagoas é o segundo colocado,

investindo 0,39% de seu PIB em Inteligência, sendo superado apenas pela Bahia, com investimento de 0,40%. O estudo destacou também que os estados que mais colocam recursos em “inteligência” são os que obtêm melhores índices na redução da criminalidade. Ainda de acordo com os dados divulgados, Alagoas foi um dos estados do Nordeste que mais teve custos com processos judiciais relativos à criminalidade. Os custos incluem gastos com o Poder Judiciário, promotoria e defesa, que estão diretamente relacionados à justiça penal – isto é, recursos que, na ausência de criminalidade, seriam liberados para outros usos considerados socialmente úteis. Vale lembrar que o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) foi tido como o mais improdutivo do País no âmbito da Justiça Estadual. A constatação foi do Justiça em Números 2017, relatório sobre a situação do Poder Judiciário em todas as suas esferas elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O TJ-AL foi de menor desempenho ao longo de 2016, com apenas 58,5% de produtividade, muito abaixo da média nacional que foi de 82,1%. Os melhores desempenhos dentre os 27 tribunais estaduais foram dos TJ’s

do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, situados na categoria grande porte. E Roraima e do Amapá, ambos de pequeno porte, mesma categoria do Tribunal alagoano. Os quatro alcançaram 100% de produtividade. “Existe uma variação na eficiência das políticas de segurança de distintos entes da

federação. Comparações de orçamentos estaduais são problemáticas, porque a metodologia de alocação das dotações orçamentárias em cada subfunção muitas vezes em cada Unidade Federativa e nem todas as subfunções são reportadas ao Governo Federal”, enfatizou o documento.

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DE ALAGOAS AVISO DE LICITAÇÃO O CREA-AL torna público que realizará licitação para a contratação de empresa especializada para a realização da 75ª SOEA, sob demanda, abrangendo planejamento operacional, organização, execução, acompanhamento, fornecimento de alimentação, infraestrutura, transporte, apoio logístico, ornamentação, confecção e fornecimento de material de papelaria e impressos em geral sob a regência da Lei Federal n.º 10.520/02 e respectivos decretos regulamentadores, bem como subsidiariamente a Lei nº 8.666/93 e alterações posteriores. EDITAL DE LICITAÇÃO: Nº 003/2018 MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL N.º 003/2018 TIPO DE LICITAÇÃO: MENOR PREÇO POR ITEM DATA E HORA DE RECEBIMENTO E ABERTURA DAS PROPOSTAS: 28 de Junho de 2018 às 14:00hs. LOCAL: Auditório do CREA-AL, situado à Rua Dr. Osvaldo Sarmento, 22- Farol-Maceió Informações sobre o Edital: pregoeira ou CPL Site: http://www.crea-al.org.br/tipo-de-arquivo/editais/ Fernanda Fernandes da Costa Cavalcante PREGOEIRA DO CREA/AL E PRESIDENTE DA CPL


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DESENVOLVIMENTO

Famosa por suas águas claras, São Miguel dos Milagres faz 58 anos Com quilômetros de praias paradisíacas, São Miguel dos Milagres teve muito o que comemorar no último dia 7, quinta-feira, em seus 58 anos de emancipação política. Bureco Ataíde, prefeito da cidade, disse que continuará com sua luta pelo desenvolvimento do município. Declarou ainda que os poderes se unem em benefício do povo da cidade. “Se a gente se unir fica muito mais fácil conduzir São Miguel dos Milagres e fazer o melhor para nossa cidade”, destacou. O discurso foi logo depois do hasteamento de bandeira, parte da programação, que contava ainda com um culto evangélico, apresentação da Banda Filarmônica, missa e a entrega de obras realizadas pela atual administração que tem como viceprefeita, Cristiane Lessa. Para finalizar, houve uma animada festa com as bandas Samyra Show e Edson Razek. Autoridades, como o deputado federal Marx Beltrão, secretários Paulo Dantas, Maycon Beltrão, e membros da Câmara de Vereadores estiveram presente para prestigiar e parabenizar São Miguel dos Milagres.

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Alagoas na vanguarda do tratamento de câncer de cérebro

RADIOCIRURGIA TECNOLOGIA NÃO É INVASIVA E AGE DIRETAMENTE SOBRE O TUMOR MARIA SALÉSIA COM ASSESSORIA sallesia@hotmail.com

Mortes por câncer

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lagoas é um dos quatro estados brasileiros que conta com um dos mais modernos equipamentos no tratamento do câncer de cérebro. Trata-se da radiocirurgia, em aplicação pela clínica Medradius, em Maceió. O mérito deste tratamento é que não é invasivo e age diretamente sobre o tumor, sem necessidade de abrir a cabeça do paciente. Pioneiros no Estado, trata-se de tecnologias mais modernas que existem no mundo, elevando o nome de Alagoas na escala de tratamento contra o câncer. Além da precisão, o procedimento é mais curto durando em média de um a seis dias. E assim, a toxidade tende a ser mais baixa. Segundo o médico radioterapeuta do Centro de Tratamento de Câncer da MedRadius, Caio Arraes, Maceió se destaca com equipamento moderno de radiocirurgia e SBRT (técnica que possibilita o tratamento de radiocirurgia em outras partes do corpo) para tratar lesões benignas ou malignas (câncer) cranianas e extracranianas, sem corte. Ele esclarece que a radiocirurgia, ou radioterapia estereotática craniana, é um tratamento que apesar do nome não se trata de cirurgia. Na verdade, é uma modalidade de radioterapia que permite tratar lesões cerebrais com altas doses de radiação, em uma ou poucas aplicações, com elevada precisão, com a vantagem que não há necessidade de cortes ou anestesia. “É uma técnica precisa, utilizada para tratar tumores cerebrais benignos ou não, tumores recidivados, TOC, tumores oculares, entre outras lesões cranianas”, esclareceu Arraes. O radioterapeuta informou, ain-

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Médico radioterapeuta Caio Arraes afirma que técnicas garantem alto grau de precisão

da, que tanto a radiocirurgia quanto a SBRT são realizadas na máquina de radioterapia, que possui braços chamados de Cone Beam. “Este equipamento oferece precisão, pois faz uma tomografia do paciente no aparelho de radioterapia imediatamente antes da aplicação, o que mostra o local exato onde está a lesão (tumor) a ser tratada”. E mais: “os efeitos colaterais tendem ser menores, pois o tratamento é muito localizado e não há contraindicação”. Para Arraes, por aumentar a precisão, esta técnica possibilita que os resultados aconteçam de forma mais rápida e os efeitos colaterais sejam minimizados. “Aqui tentamos oferecer o que há de me-

lhor. A vantagem é que o paciente pode fazer o tratamento aqui mesmo, junto de sua família, sem necessidade de se deslocar para outros centros como São Paulo”, comparou. Outra vantagem é que a aplicação dura cerca de 20 minutos, além do que o procedimento é feito através investigação de imagem, melhorando assim o acerto e evitando radiações a órgãos vizinhos. O atendimento começou este ano, mas o corpo técnico e tecnológico está bem estruturado, pois a equipe vem se preparando há dois anos através de testes, cursos e outros meios. É o que garante o doutor Arraes ao afirmar que “o paciente pode fazer o procedimento aqui com toda confiança.”

esquisa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), do Ministério da Saúde, de fevereiro deste ano, estima que 5.050 pessoas em Alagoas podem ser diagnosticadas com câncer ainda em 2018. Segundo o documento, a estimativa é que, do total, 630 sejam de próstata; 560 de mama; e 320 de colo de útero. Somente em Maceió, a previsão é que 1.840 novos casos sejam descobertos. No entanto, a maioria dos casos poderia ser evitada se as pessoas tivessem hábitos saudáveis. É que, para especialistas, o impacto do dia a dia é maior do que a genética. Vale ressaltar que o câncer é o nome genérico para um grupo de mais de 200 doenças. Embora existam muitos tipos de câncer, todos começam devido ao crescimento e multiplicação anormal e descontrolado das células. A enfermidade também é conhecida como neoplasia. A ciência médica que estuda o câncer se denomina Oncologia e é o oncologista o profissional que trata a doença. O alerta de especialistas é que os cânceres que não forem tratados causam doenças graves e levam a morte.


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SAÚDE MENTAL arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

O que não tem

Acontece ...

Nos relacionamentos entre casados/namorados. Tipo: - Você está dando muito do seu tempo para esse trabalho! Na verdade, a pessoa queria está no lugar dela. No ambiente laboral, no trabalho. A pessoa torce para que o trabalho do outro dê errado. Fica satisfeita quando isso acontece. No ambiente familiar: uma pessoa tem um pouco mais de conhecimento. E um determinado membro da família procura, sempre, os defeitos dessa pessoa. Num grupo de amigos. Alguém do grupo compra um novo carro e um membro do grupo acha um monte de defeitos no carro. Nos três primeiros casos, a pessoa queria estar no lugar da outra; no outro a pessoa queria ter aquele bem e como não tem coloca defeito.

Destruir o outro

A inveja é um impulso que causa destruição do outro. A pessoa se entristece com a felicidade do outro; ela se alegra com o mal do outro. Ela torce para que o trabalho do outro dê errado. O que ela sente é que destruindo o outro ela tem a ilusão de se acalmar. É uma infelicidade interna, intensa. Por isso pode destruir o outro.

O Ser do homem não pode ser compreendido sem sua loucura, assim como não seria o ser do homem se não trouxesse em si a loucura como limite de sua liberdade. (Jacques Lacan)

Transtorno

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sentimento existe em todas as camadas sociais. É destrutivo, mas pode ser controlado, tratável. Ele pode ser até positivo, quando visualizado em alguém bem sucedido ou como referência para se atingir o que a outra pessoa conseguiu, rumo ao sucesso. É instigado em “romances” nas telenovelas e é um dos pecados capitais. Pois é, estamos nos referindo à inveja. Quem já não teve uma pontinha de inveja que atire a primeira pedra. Esse sentimento pode ser destrutivo, mas a pessoa pode atribuir um novo significado, através de seu comportamento, de sua visão de mundo. Pode ser um sentimento que leva a pessoa a ser melhor, se o sentimento for ressignificado, realaborado e for analisado numa psicoterapia. É destrutivo se a pessoa não tiver podendo controlá-lo. Às vezes, nem ela percebe que está tendo o sentimento. Daí a importância de se buscar ajuda de um profissional, caso o sentimento, já consciente, esteja incomodando. Sua origem está na infância, ainda quando bebê. As pesquisas indicam que quanto mais precários forem os cuidados com o bebê, mais ele pode desenvolver, futuramente, o sentimento de inveja. Lembrando que psicologia não é matemática. Resumindo, a inveja é um sentimento de ódio que a pessoa apresenta por não ter o que a outra pessoa tem.

Liberdade ...

A inveja é considerada um transtorno afetivo (da afetividade) que está presente em alguns processos psicóticos, como: do Borderline (dependência); antissocial (frio, calculista); histeria (sedução) e também nos transtornos narcisistas (a pessoa é o centro do Universo). A inveja pode levar à psicopatia e, quando tratada e identificada, em suas origens, pode ser tratável. É um complexo de sentimentos que está presente em alguns transtornos neuróticos e em alguns processos psicóticos.

Características Fantasia patológica

A pessoa sente culpa por ser inferior e, por isso, fantasia com aquilo que pensa fazer-lhe falta. Ela acredita ser merecedora daquilo que fantasia e quando a realidade aparece ela sente ódio, além de humilhação.

Não tem prazer

A inveja é uma pulsão (processo que faz o organismo suprimir o estado de tensão) de morte, de destruição. É o inverso do que deve ser, ou seja, ela deveria ter pulsão de vida, de prazer, mas não consegue.

Vingativa

Ela se sente roubada de sua segurança existencial e de sua satisfação de viver, de viver plenamente; ela não consegue. Isso ocorre num processo inconsciente. Daí, mais uma vez, a importância de se submeter a um processo psicoterápico para se descobrir as origens. A pessoa invejosa é vingativa.

Inferioridade

A inveja é um sentimento de cobiça, de vingança, causada pelo sentimento de inferioridade em relação aos outros ou a uma determina pessoa (geralmente é a uma pessoa específica) que tanto a atormenta, sem uma razão específica, difusa. É uma pessoa fragilizada; de sentimento negativo. Ela se sente desqualificada para gerir sua própria vida.

“Poderosa”

Um exemplo claro é quando uma pessoa vê os bens (ou o bem) de outra pessoa e não consegue possuir, obter; seja um bem (material) ou um bem imaterial (exemplo: ter um bom humor). Aí surge o sentimento de impotência e de baixa autoestima, podendo projetar ódio para essa pessoa (vítima) ou pelo objeto que a outra pessoa tem. Daí querer destruir ou a pessoa ou o objeto para “se sentir bem; poderosa”.

Paradoxal

Devido ao complexo de inferioridade que a pessoa apresenta, o sentimento de inveja se intensifica. Um exemplo é denegrir uma pessoa, seja inferiorizando-a, ou inferiorizando o que a outra tem. A inveja é paradoxal.

Várias são as características, entre elas, insatisfação profunda (vazio); sentimento de tristeza perante o que a outra pessoa tem e ela não têm; nunca elogia; tem boa lábia (discurso bonito); tem ego inflado (acha-se a pessoa mais importante do mundo); apresenta mitomania (a mentira é uma constante na vida dela); tem sede de adrenalina (se arrisca em rachas, drogas e até em crimes); não tolera regras; tem impulsividade (mesmo racional, não perde tempo pesando nos prós e contras antes de agir); é incapaz de sentir culpa.

Como age

A pessoa deseja destruir a outra, nocauteá-la e até ri da condição de miséria e insucesso da outra. A pessoa invejosa é capaz de boicotar, de fofocar, de fazer armadilhas, a fim de destruir a outra. Ela quer provar, ao menos para si mesma, que é melhor. Na verdade, a inveja surge por uma insatisfação profunda (vazio) e acontece porque ela deseja as virtudes da outra pessoa e é incapaz de alcançá-las, seja por incompetência, por limitação física ou por limitação intelectual.

Tratamento

A inveja é uma psicopatia que pode ter controle com muita psicoterapia. A ansiedade em ter o que não pode ter ou o que deseja ter, dependendo da intensidade, pode ser ministrado medicamento, por psiquiatra, para amenizar esse sintoma.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP 15/4.132. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. E-mail: arnaldosanttos@uol.com.br ou arnaldosanttos.psicologo@ gmail.com. Telefone: 9.9351-5851.


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Passo de Camaragibe celebra 138 anos com inaugurações

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uidar das pessoas que mais precisam, proporcionando trabalho e dignidade”, foi assim que a prefeita Vânia Câmara começou a cerimônia de emancipação de 138 anos de Passo do Camaragibe, município emblemático que nasceu Aurélio Buarque de Holanda, maior dicionarista do Brasil. As festividades de comemoração, que ocorreram nesta quinta-feira, 14, contaram com a entrega de equipamentos, inauguração de rua, reforma da Praça Francisco dos Santos, desfile cívico durante o dia e show das bandas Avinne Vinny, Forrozão das Antigas e É Nós na Farra. No evento, o senador Renan Calheiros inaugurou com outras autoridades a pavimentação asfáltica da rua Padre Luiz de Oliveira Santo. “O desenvolvimento dessa terra, as melhorias de infraestrutura e a readequação de rodovias, são trabalhos em parceria visíveis, que estimulam a economia e aprimoram a qualidade de vida da população”, disse. Além disso, houve a entrega de materiais para estruturar a Central do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que vai fortalecer a comercialização da produção da agricultura familiar do município. Também estiveram na solenidade, o vice-governador, Luciano Barbosa; o presidente da Câmara de Vereadores, Eraldo Torres; e o diretor-presidente da Emater, Elizeu Rego. O município ainda recebeu dois tratores, dois caminhões de lixo e uma caçamba, adquiridos por meio de parceria com o Governo de Alagoas e de emendas parlamentares de autoria do senador Benedito de Lira e do deputado federal Arthur Lira. “ O poder do trabalho vai conseguir trazer ainda mais conquistas para o povo de passo de Camaragibe”, complementou Vânia do Passo.


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Saída para o desemprego

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indicalistas de resultados, esquerdistas do quanto pior melhor e políticos aproveitadores sempre manipularam o trabalhador em seus próprios benefícios e dominam a cena político-trabalhista desde Getúlio Vargas. Esse traSe aquelas pessoas que balhismo retrótrabalham de maneira gado terminou informal e as que estão por esconder da desempregadas estivessem Nação a verdana ativa, a previdência social deira tragédia que ele vêm caunão estaria nas péssimas sando ao Brasil condições que está, os e ao trabalhador brasileiros não estariam brasileiro ao lonbancando o custo do déficit go destes quase 70 anos. previdenciário, haveria O modelo recursos suficientes para atual praticaprogramas habitacionais e mente inviabilizou a criação de para a saúde emprego formal no país. Os números comprovam e são escandalosos. Nossa PEA – a população economicamente ativa (aquela em idade e condições de trabalhar) é de 132 milhões de pessoas (63% da população segundo o IBGE). Pois bem, os trabalhadores com carteira assinada

são tão somente 33 milhões de pessoas. Isso mesmo, 25% dos que estão em condições de trabalhar! Outros 60 milhões atuam no mercado informal (eles são 45% da PEA) e outros 40 milhões de pessoas aptas ao trabalho estão desempregadas, desocupadas ou desalentadas, para usarmos a terminologia oficial. Se aquelas pessoas que trabalham de maneira informal e as que estão desempregadas estivessem na ativa, a previdência social não estaria nas péssimas condições que está, os brasileiros não estariam bancando o custo do déficit previdenciário, haveria recursos suficientes para programas habitacionais e para a saúde, fontes que dependem diretamente da arrecadação dos tributos inerentes ao trabalho. E vale-se frisar, certamente as demandas sociais seriam menores como menor seria essa enorme insegurança que a todos atormenta. E sabem qual é uma das principais razões para isso não estar acontecendo? A brutal, gigantesca muralha fiscal erigida entre os 18 milhões de empregadores do país e os 63% da população que poderia estar empregada. Aos fatos: ao contratar um funcionário com carteira assinada

As lições da crise II

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filosofia antiga – a chinesa, a grega, por exemplo – dava relevância à aprendizagem. Aprender é o caminho da sabedoria. Não se necessita ser filósofo para entendermos não ser razoável que Mesmo que tanto se louve não aprendamos com as nossas vias concessões e permissões cissitudes. Aliás, para exploração do petróleo o sábio aprende não apenas com por empresas outras, os seus percalços, não é o bastante, como mas com os dos ficou bastante claro. É a outros também. petrolífera brasileira que Há dois ou três estabelece as condições anos a crise habita entre nós na forde mercado: refino, ma aguda. Dia não distribuição e política de passa sem que um preços. Nesse meio, a ANP é novo aspecto do uma nulidade dispendiosa descalabro da política brasileira venha à tona. Devemos tirar vantagens disso, aprendendo que a incerteza e

a dificuldade antecedem às mudanças e as impõem. Não é conhecido o aforismo da tempestade precedendo à bonança? Todavia, para que os bons ventos cheguem a nós, devemos saber fazer a nossa hora, a hora de todos nós, como no cancioneiro popular. Não temamos os que dizem termos chegado ao fundo do poço. Se realmente o chegamos, sempre haverá um sopro de sobrevivência a nos impelir à claridade. O náufrago, enquanto tiver vontade de lutar, jamais sucumbirá. Deixemos por enquanto a crise política de lado, e tenhamos presentes duas lições que podemos tirar da manifestação dos caminhoneiros. Ao meu ver, na origem do movimento estão duas mazelas sobremaneira graves, e o remédio aplicado ainda não as curou, A primeira que se pode contar é a proliferação de sindicatos, o que resulta em falta de representa-

Economista

ELIAS FRAGOSO

o empresário está assumindo uma responsabilidade de nada menos que 3 vezes o valor pago ao trabalhador. Criminosa barreira erigida tijolo a tijolo ao longo desses quase 70 anos por aqueles que se dizem “defensores” do trabalhador (sic!). Um trabalhador de salário mínimo, custa ao empregador 115% do PIB per capita do país (em países desenvolvidos não passa de 50%). Os encargos trabalhistas e os penduricalhos sindicais representam 1,3 do salário do trabalhador. O turnover em nosso país representa outro salário (somos “campeões do mundo” na categoria). Isso, fora a longa lista de “auxílios” que o empregador é obrigado a pagar. Ter os 63% de pessoas da PEA ocupadas não é uma quimera. Em absoluto. É preciso tão somente que aqueles “defensores dos trabalhadores e os arautos do Estado provedor” permitam (o que é difícil. Eles querem mesmo é o trabalhador pobre e desempregado, senão deixam de ser massa de manobra). A proposta a seguir não é nova. É dos anos 80. Mas atualíssima.

O muro fiscal pode ser derrubado. Especificamente na área do trabalho, modelo deveria prever: recolhimento de 11% sobre o salário da PEA ocupada que pode gerar poupança previdenciária de 9% do PIB. Esses recursos proporcionariam ao trabalhador em 30 anos, seguro que garantiria até sua morte renda mensal um pouco maior que seu último salário; Um salário de 8 reais a hora para o trabalhador de salário mínimo (outras categorias teriam valores proporcionais) garantiria um rendimento 50% maior que a remuneração atual; Os impostos não seriam mais sobre o trabalho e; a administração dos recursos seria privada tendo o Estado como segurador de última instância (o modelo já existe). O espaço aqui é curto, mas num modelo como esse, o desembolso do empregador cairia pela metade, e como o recolhimento previdenciário não é imposto, a poupança fiscal privada e a carga fiscal brasileira cairiam para níveis asiáticos. Mas, como estamos no Brasil, creio que continuaremos no batidão de sempre que a todos empobrece e desalenta. Pena.

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

tividade dessas instituições. Eis porque os acordos com o governo tanto demoraram a desmobilizar os grevistas, que em certa altura pareciam não se entender, dando azo à infiltração de forças externas altamente prejudiciais à seriedade ao movimento paredista. A outra causa, não temo referir, é o monopólio da Petrobrás. Não falo de privatização, o que causa tanta ojeriza aos nacionalistas. Digo da falta de concorrência da estatal o exercício do seu mister. Mesmo que tanto se louve as concessões e permissões para exploração do petróleo por empresas outras, não é o bastante, como ficou bastante claro. É a petrolífera brasileira que estabelece as condições de mercado: refino, distribuição e política de preços.

Nesse meio, a ANP é uma nulidade dispendiosa. Entendo serem essas duas lições que deveríamos tirar do incidente. E, evidentemente, diante da experiência recente, abrirmos a mente para soluções duradouras, pois, em caso contrário, continuaremos sujeitos a ocorrências futuras de igual quilate. Claro que entendo que a simples referência a essas duas questões, já por si só causa intolerância. Malgrado reações adversas, devemos refletir sobre essas questões, buscando fazermos a nossa hora através do nosso poder de cidadãos e eleitores. A inação, a apatia, o conformismo oportunista, e coisas que tais, em nada contribuirão soluções necessárias.


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JORGE MORAES

ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

Exatos 30 dias sem crise

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brasileiro é o povo mais pacato, interessante e fácil de ser enganado. Nos próximos trinta dias não vai falar mais na greve de caminhoneiros, se o combustível é caro ou não, se faltam mercadorias nos supermercados, se a inflação aumentou, se os políticos estão roubando, se muitos deles já estão em campanha desenfreada, mesmo que a legislação eleitoral não permita. Se fizer uma pesquisa, então, sobre quem vai ser o próximo presidente, ele vai responder que será o Neymar Júnior, o Jesus, mesmo que esteja se referindo ao Gabriel, ou o Tite. Não terão tempo para mais nada. Vão esquecer até o Michel Temer. Com a abertura da Copa do MunO padrão Fifa não veio, do da Rússia, a a não ser os estádios partir de agora, é só festa. de futebol e obras Mesmo sem urbanas, quase todos muitas pers(as) superfaturados; o pectivas de maior legado da Copa mudar de vida, foi a roubalheira sem já comprou tamanho, conduzida pelas uma televisão nova – e de grandes empreiteiras muitas polegae pelos políticos que se aproveitaram dos projetos das – sofá novo e, com certeza, megalomaníacos” a geladeira e o freezer estarão abastecidos de muita cerveja e a carne do churrasco. Vai terminar a Copa todo endividado, mas feliz por quê fez o que queria, mesmo que há alguns dias falava de todo mundo, do governo, da classe política e do salário que já não dava para mais nada. Esse é o meu povo brasileiro que, há quatro anos, foi às ruas antes da Copa do Mundo no Brasil, exigindo padrão Fifa para tudo. O padrão Fifa não veio, a não ser os estádios de futebol e obras urbanas, quase todos (as) superfaturados; o maior legado da Copa foi a roubalheira sem tamanho, condu-

zida pelas grandes empreiteiras e pelos políticos que se aproveitaram dos projetos megalomaníacos para aumentarem suas contas bancárias e de seus partidos. Hoje, quatro anos depois não mudou nada. A justiça e a Polícia Federal continuam trabalhando muito parta colocar na cadeia esses “cidadãos”, inclusive um ex-presidente da República. Por mais que a gente queira que as coisas continuem andando, que a justiça não pare com suas investigações, que a Polícia Federal tenha muito trabalho, a certeza, agora, é que para o povo brasileiro o mais interessa são as vitórias da nossa Seleção Brasileira, paralelamente, com as comemorações dos festejos juninos. Até nos noticiários da grande mídia, o tempo maior está dedicado a Rússia. Os principais apresentadores dos programas jornalísticos se mudaram para o país da copa, onde mostram as belezas, a cultura e como vive seu povo. Como nem tudo que nos resta nos próximos trinta dias será de miséria, não custa nada escrever um pouco sobre a minha expectativa quanto a nossa seleção. Acho, é apenas um palpite, que chegaremos a grande final. Contra quem? Não tenho essa imaginação, mas vamos para a decisão. E essa convicção é por um motivo, apenas: o treinador Tite, que já deveria ter sido o técnico em 2014, e foi aquela praga do Dunga. Praticamente, os jogadores são os mesmos, mudando pouca coisa no time principal. O que faltou mesmo foi conhecimento. O Dunga nunca demonstrou habilidade com a mídia e competência com o grupo, bem diferente da época de jogador. Com pouquíssimas exceções, a Seleção do Brasil joga um futebol alegre, ofensivo e busca sempre o gol. Se corre riscos? Corre, mas os jogadores de frente resolvem o problema. E se é gol que a gente quer, dá-lhe Brasil...

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A lei do retorno

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esde que nasci, vi coisas acontecerem e não entendia porque tudo ocorria tão facilmente. Fui crescendo, encontrando algumas respostas e compreendendo que “quem faz aqui, paga aqui mesmo”. Um amigo meu era do Exército e foi designado para fazer um curso difícil na Amazônia. Deixou mulher e filhos, por um período de três meses, e foi... Lá chegando, encontrou um antigo colega, mais moderno, que não gostava dele e chefiava o curso. Pois bem, o moço implicou com ele desde o primeiro dia e terminou desligando o colega, futilmente, do tão sonhado curso. Anos depois, chegando ao Rio de Janeiro, soube que o antigo chefe havia perdido um filho em trágicas circunstâncias e estava hospitalizado com câncer. Foi visitar o colega, perdoou Uma pessoa que me o algoz e a mágoa foi esquecimarcou muito pelo da. excesso de vaidade Um cofoi o senador Antônio nhecido meu Carlos Magalhães. Era estava nomeado para comandar o todo poderoso de seu o quartel de sua Estado, chegando a ser cidade natal. para “quase dono”da Bahia. Apenas contrariar seu Envolveu-se num desejo e as normas em vigor, escândalo, quando amigo do mipresidente do Senado um nistro resolveu Federal querer o mesmo cargo. Desfizeram a designação do meu conhecido e nomearam o amigo do rei. Dois anos depois, o indicado, já no desempenho da nova função, foi assassinado dentro do local de trabalho. E os companheiros de farda ligaram e afirmavam: ¨Viu, poderia ter sido você... Lembro-me de um comandante do 20º BC que perseguiu grande parte de seus oficiais. Saiu daqui e deixou várias vítimas. Tempos depois, encontrei -o na fila do Hospital Militar do Recife, fragilizado, modestamente, esperando para ser atendido. Fiz questão de vê-lo de perto. Nem parecia o arrogante que por aqui passou. Tive um chefe na Assembleia Legislativa que era uma “pessoa do mal”, como dizem meus netos. Perseguia os

colegas de repartição, inventava histórias para prejudicar os outros. Foi traído pelo genro e morreu de vergonha. Um servidor estadual, vivia quase no anonimato, perambulando pela Rua do Comércio, com uma bolsinha tipo “capanga” embaixo do braço, como todos nós, simples mortais. Virou político, num lance de sorte foi eleito deputado estadual, chegou à Presidência da Assembléia Legislativa, e aí, meus caros, ficou vaidoso, poderoso, mentiroso e chato. Não mais foi reeleito. Agora, bem humilde, deve andar pelo centro da cidade. Atualmente, vejo jovens deputados, cheios de poder e dinheiro, perseguindo e humilhando idosos que prestaram serviço ao Legislativo durante anos. Imagino então, o futuro dos pobres coitados vaidosos. Posso não estar viva, mas meus leitores vão se lembrar de mim e afirmar: “ Bem que a Alari dizia...” Uma pessoa que me marcou muito pelo excesso de vaidade foi o senador Antônio Carlos Magalhães. Era o todo poderoso de seu Estado, chegando a ser “quase dono ”da Bahia. Envolveuse num escândalo, quando presidente do Senado Federal determinou, em proveito próprio, a quebra do sigilo do painel de votação do plenário da Casa. Teve seu julgamento televisado para todo o país, afastado da função, cassado e carregou para o túmulo uma grande mancha. Nas áreas política e militar é onde vemos casos assustadores. O poder mexe com os brios das pessoas e elas ficam irreconhecíveis. Passaria horas descrevendo tudo que vi acontecer nos meus 77 anos de vida. Se você fizer mal a uma pessoa ou a um grupo, pode esperar: será castigado um dia e responderá por seus atos. Ainda não vi acontecer de maneira diferente. Daí, meus amigos, pensem bem antes de fazer o mal a qualquer ser humano. Os dias passam e, quando menos vocês esperarem a rebordosa virá e quem fez o mal não vai se lembrar, mas o humilhado, com certeza sentirá que Deus estava na espreita. É bom ter cuidado! A LEI DO RETORNO NÃO PERDOA!


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O que será, que será

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epois de Timbuktu, trinta dias e trinta noites de viagem pra lá de Macondo, fica o Povoado de Try-All (pronuncia-se Trai All). O anglicismo no nome explica-se pela origem da comunidade. Dizem que sua fundação deve-se a um nobre escocês habitante das Highlanders, pertencente ao clã dos McTry. Reza a lenda que no calor de um combate com as forças de Sua Majestao valente guerreiro Como dizem que não de, das terras altas, sem há mal que não traga saber que possuía podruidas, envereum bem, a desdita do deres dou por uma dobra do nobre McTry foi quem tempo arrastando com lhe salvou o couro e lhe ele todos seus guerreiros. De repente, deu-se garantiu a subsistência conta que viajara no tempo indo, com todos, até se aculturar nas dar com os costados novas terras naquelas encantadas terras. Contando ninguém acredita, mas na comunidade de Try-All nunca ninguém morreu. Todos ainda são homens e mulheres originários do clã McTry original, alcançados por assombroso evento no calor de uma longínqua batalha. Ali, todos sofrem do terrível tédio que acomete os vampiros, provocado pela maldição da imortalidade. Surpreendidos pela inesperada viagem no tempo, os habitantes de Try-All chegaram àquelas terras nus como nasceram, pois tal transporte só era possível à matéria orgânica. De tal forma, todas as armas, roupas e utensílios que

possuíam ficaram para trás. A imortalidade tem explicação no fato de que, sendo Highlanders só seriam mortos se tivessem separada a cabeça do corpo por um golpe de espada do mais puro aço e, não havendo tal metal naqueles confins, vivem numa reedição da idade da pedra, arrastando sua imortalidade como correntes de desditosa maldição. Agastado e já beirando a loucura devido aquele eterno ócio, o nobre McTry ajustou as antenas de seus poderes druidas e num esforço que mataria qualquer ser normal, conseguiu captar ondas de rádio que eram um verdadeiro burburinho do que acontecia em todo mundo. Aguçando mais ainda seus poderes telepáticos, conseguiu captar uma clara mensagem de que, em breve, estariam sendo realizadas eleições numa terra chamada Brasilis. Decidido, resolveu deixar Try-All e tentar a sorte naquela prometida terra. Contratou vinte mulas, arrumou todos os seus teréns nos seus lombos e partiu. Após trinta dias e trinta noites de viagem chegou a Macondo. Providenciou um breve descanso, trocou as vinte mulas em quinze camelos, transferiu a carga e partiu até a próxima parada: Timbuktu. Em Timbuktu começou a sentir um vago bafo de civilização, contratou então um velho caminhão sucata de uma guerra e o carregou com o que conseguiu salvar na épica viagem: um pilão de granito e suas duas mãos, duas compridas me-

ISAAC SANDES DIAS

Promotor de Justiça

sas de uma hoje milenar extinta madeira, algumas cadeiras de bambu do Éden amarradas com imbira, um grande totem de mulungu, um quadro em três dimensões modelado em lava vulcânica, dois baús de couro de minotauro, uma rabeca com cordas de tripa de Pterotáctilo, um petisqueiro feito de madeira da rampa de subida da Arca de Noé, dez tamboretes de três pernas feitas de pau de caatingueira, uma enorme lamparina alimentada com óleo da baleia de Jonas, uma dúzia de ovos de dinossauros e um imenso cofre feito com sobras da arca da aliança, pois soube que na terra Brasilis se ganhava muito dinheiro. Ao adentrar em terras brasileiras, aqueles teréns mal arrumados na carroceria do velho caminhão eram motivo de admiração e especulações. Uns acreditavam tratar-se de um circo poeirinha que chegava, outros apostavam que era uma trupe mambembe saída dos socavões do tempo; havia ainda aqueles que acreditavam que estavam diante de uma invasão de ciganos falastrões e ladrões. Velhas supersticiosas rezavam, meninos escondiam-se debaixo de mesas, saias ou do que encontrassem. Os mais atrevidos seguiam o velho caminhão em grande algazarra. Assustado com tanta novidade e modernidade, o nobre McTry procurou urgentemente alugar um imóvel para descarregar sua fantástica tralha, pois

a curiosidade que despertava já estava ameaçando descambar pra um desfecho trágico, uma vez que havia pessoas supersticiosas que acreditavam ser toda aquela barafunda um laboratório de um mago alquimista, ou pior, os instrumentos de trabalho de uma bruxa medieval. Finalmente, encontrado para aluguel um quartinho com medidas acanhadas, o nobre McTry passou a descarregar sua curiosa carga que, para sua surpresa, não coube sequer a metade no acanhado imóvel. Como dizem que não há mal que não traga um bem, a desdita do nobre McTry foi quem lhe salvou o couro e lhe garantiu a subsistência até se aculturar nas novas terras. Toda sobra de sua mudança, de tão bizarra e extravagante que era, tornouse uma atração local, obrigando as autoridades municipais a pagarem uma alta soma por sua desapropriação para compor a base do primeiro museu pré-histórico da terra Brasilis. Quanto ao destino do nobre McTry, sabe-se que após tornar-se milionário com a fortuna adquirida com a desapropriação da sobra de sua mobília, não resistiu aos encantos e beleza das mulheres brasiliensis e malbaratou toda sua fortuna com elas. Finalmente, decapitado por um marido traído, realizou seu milenar desejo de morte, após aqueles impacientes milhares de anos de vigília.

dos, o Canadá, o México, o Chile e a Colômbia. Da América Latina apenas três países, o México, o Chile e a Colômbia. Já da América do Sul, apenas dois países, o Chile e a Colômbia, que foi aceita oficialmente em 25 de maio de 2018. No dia 30 de maio de 2018, o presidente colombiano Juan Manuel Santos[3] assinou em Paris o acordo de adesão à organização, conhecida mundialmente como o “Clube dos Ricos”. Dos 37 países membros, 27 são da Europa (incluindo a Turquia), dois da Oceania, Austrália e Nova Zelândia, três da Ásia, Japão, Coreia do Sul e Israel, além dos cinco das Américas. O processo de análise para ingresso do Brasil na OCDE, fundada em 30 de setembro de 1961, demora, em média, de três a quatro anos. Portanto, considerando que a formalização do pedido do Brasil ocorreu em 2017, é razoável supor que, em sendo aceita,

a efetiva entrada do Brasil na OCDE deverá ocorrer por volta de 2020 ou 2021. As projeções da OCDE para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro são de 2,2% ao ano em 2018 e de 2,4% ao ano em 2019. O presente artigo apresenta diversos aspectos relativos a um eventual ingresso formal do Brasil na OCDE, entidade que tem como missão promover políticas de aprimoramento ao bem-estar social e econômico das pessoas. A OCDE não fornece recursos financeiros a seus membros, mas auxilia os países membros a melhorar a qualidade de vida da sua população, por exemplo, através de políticas públicas eficazes e eficientes. Atualmente, o Brasil tem cooperação com a OCDE como um dos cinco países emergentes chamados de Key Partners, África do Sul, Brasil, China, Índia e Indonésia, desde 2007.

O Brasil rumo à OCDE em 2021 LUIZ ALBERTO MACHADO E PAULO GALVÃO JÚNIOR

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m 30 de maio de 2017, o Brasil formalizou a solicitação de entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), O Brasil encontra-se com sede em Paris e composta por 37 entre as dez maiores membros economias do mundo países na atualidade: 1. e faz parte da lista das Áustria; 2. Bélgica; 3. Dinamarca; 4. dez economias que mais França; 5. Islânatraem Investimentos dia; 6. Grécia; 7. Irlanda; 8. Itália; Estrangeiros Diretos 9. Luxemburgo; 10. Noruega; 11. (IED) no planeta Holanda; 12. Portugal; 13. Reino Unido; 14. Suécia; 15. Suíça; 16. Turquia; 17. Alemanha; 18. Espanha; 19.

Canadá; 20. Estados Unidos; 21. Japão; 22. Finlândia; 23. Austrália; 24. Nova Zelândia; 25. México; 26. República Tcheca; 27. Hungria; 28. Polônia; 29. Coreia do Sul; 30. Eslováquia; 31. Chile; 32. Eslovênia; 33. Israel; 34. Estônia; 35. Letônia; 36. Lituânia; e 37. Colômbia. A Suécia e o Reino Unido apoiama entrada do Brasil na OCDE (cuja sigla em inglês é OECD - Organisation for Economic Co-operation and Development), enquanto os Estados Unidos são contrários. O Brasil é um país de renda média alta, de acordo com a OCDE, ao lado de México e Turquia. O Brasil encontra-se entre as dez maiores economias do mundo e faz parte da lista das dez economias que mais atraem Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no planeta. Das Américas temos cinco países membros da OCDE, os Estados Uni-


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Cartão Black

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Itaú lançou o Credicard Mastercard Black, cartão de crédito 100% digital e que pode gerar até cinco pontos por dólar gasto. Diferentemente dos demais cartões Black oferecidos pelo Itaú e outros bancos, esse não exige uma remuneração mínima para que seja solicitado. Normalmente, a categoria é mais exclusiva e voltada para clientes de alta renda: por exemplo, ambos os cartões da categoria Black oferecidos pelo Bradesco e Santander exigem que o cliente tenha uma renda mensal superior a R$ 20 mil para solicitar o cartão.

ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@brunofernandes.maceio.br

Contrato Nubank

Dívidas empresariais

As micro e pequenas empresas que estão com dívidas podem aderir ao Refis (Programa Especial de Regularização Tributária das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) até às 21h do dia 9 de julho. O programa oferece parcelamento da dívida e descontos de até 90% sobre os atrasos. Os interessados precisam se inscrever até a data limite pelo Portal e-CAC PGFN.

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Salário menor

O trabalhador brasileiro, que exerce uma atividade informal, hoje ganha em valores reais, já considerada a inflação, até 10% menos do que ganhava há quatro anos, antes do início da crise. É o que constatou a consultoria LCA com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

O Banco Central criou uma regra para aumentar a transparência sobre os tipos de juros cobrados por empresas de cartão de crédito. Entre eles, o Nubank, que anunciou outras alterações em seu contrato com os clientes. São elas: atualização das medidas de segurança e antifraude; esclarecimento das etapas do processo de contestação de compras; limitação de alteração da data de vencimento da fatura para até três vezes no período de 12 meses; esclarecimento de juros; fatura e pagamento do cartão de crédito; e a opção de entrar no Cadastro Positivo. As alterações começam a valer a partir do dia 16 de julho.


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AVANÇOS

Pavimentação asfáltica traz desenvolvimento e melhorias para Coqueiro Seco Obra vai possibilitar investimento no turismo

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A prefeita de Coqueiro Seco, Decele Damaso, inaugurou na última terça feira, 12, junto ao governador Renan Filho, a pavimentação asfáltica das principais ruas da cidade. Foram mais de cinco quilômetros de vias urbanas. Decele disse que a obra traz um grande desenvolvimento para a cidade e que pretende incentivar o turismo ecológico e religioso da região. “Coqueiro Seco era muito ilhada, dificultava a educação e a saúde. Com estrada isso muda, e tudo tende a melhorar de maneira econômica e social”, destacou. Além das obras de pavimentação, o município também recebeu uma ambulância para ajudar na saúde da população e um trator equipado com grade aradora, que será de grande importância para a agricultura familiar, para pequenos agricultores e para ajudar também a prefeitura em diversos serviços. O deputado estadual Francisco Tenório esteve na solenidade e enfatizou a importância das obras, que trazem uma grande repercussão para população, melhorando acessibilidade e qualidade de vida. Já o deputado federal Ronaldo Lessa enfatizou a importância da humanização e valorização de obras como o Pró-Estrada. “Valoriza a cidade, resgata a autoestima da população, de um modo geral, e melhora significativamente a inclusão, a saúde. É visível a satisfação da população”, disse. Também estiveram na inauguração o deputado estadual Ricardo Nezinho, deputado federal Maurício Quintella, dentre outras autoridades. Na oportunidade, o governador Renan Filho anunciou que “vai asfaltar a estrada que liga Coqueiro Seco a Santa Luzia do Norte, melhorando o acesso e a economia do município”.


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Brasil e Espanha

COPA 2018

VEJA QUANTO CADA UM GANHARÁ EM CASO DE TÍTULO Messi, Cristiano e Neymar estão na lista dos jogadores mais bem pagos da Forbes

Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo ou Salah: quem vai levar o prêmio de melhor jogador do mundo?

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uito além da taça. De acordo com o jornal Marca, caso a Espanha conquiste esta edição da Copa do Mundo 2018, casa um dos personagens do elenco vão receber uma premiação de 800 mil euros, o que dá aproximadamente R$ 3,2 milhões. A publicação destaca ainda que o acordo não é de hoje, o valor foi estabelecido depois da goleada da seleção espanhola em cima da Argentina por 6 a 1 em março deste ano. Lembrando que, naquele jogo em Madrid, Lionel Messi não estava presente. O pagamento, no entanto, ainda vai ser reduzido por conta dos impostos. Dos mais de RS 3 milhões brutos, o que restará a cada jogador espanhol depois dos descontos é cerca R$ 1,6 milhão. Na conquista do título mundial em 2010, na África, cada atleta recebeu 600 mil euros brutos: R$ 2,4 milhões. SELEÇÃO BRASILEIRA Caso o Brasil seja campeão receberá mais do que isso. De acordo com a Folha de S. Paulo, os jogadores vão receber cerca de 1 milhão de dólares (R$ 3,7 milhões) da CBF caso

conquistem o título. Valor é cinco vezes o pago aos jogadores que conquistaram o penta em 2002. A quantia, no entanto, é semelhante ao valor proposto em 2014, quando José Maria Marin anunciou que repassaria integralmente o valor oferecido pela Fifa ao ganhador. Ainda assim, ao contrário de outros mundiais, os valores não serão pagos a cada classificação. E sim em caso de bater três metas estabelecidas pela comissão: convocação, chegada na final e conquista do hexacampeonato. “Antigamente, havia premiação por classificação na fase de grupos, por chegar às quartas, à semifinal, por passagem de fase de forma geral. Acredito que essa não é a melhor forma. O time chegar até a semifinal, ser eliminado e receber premiações até ali”, resumiu Edu Gaspar, coordenador de seleções da CBF. “Por outro lado, acho justo ser premiado pela convocação. E a partir do momento em que se chega à final ou é campeão, aí sim acho interessante serem premiados (novamente)”, completou.

Melhor jogador Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar e Salah são os nomes mais cotados para o prêmio O nome do melhor jogador do mundo da temporada 2017/2018 será divulgado em 24 de setembro. Porém, em 23 julho, a Fifa vai anunciar quem são os candidatos que vão concorrer ao prêmio. Em ano de Copa do Mundo, a competição pode definir quem vai levar o título. “Os prêmios ganharão um novo significado, com os maiores jogadores e treinadores de futebol dos seis continentes se esforçando para serem coroados como os melhores”, disse a Fifa em comunicado. Entre os principais nomes estão Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, Messi, do Barcelona, Neymar, do PSG, e Salah, do Liverpool. Até o momento, o favoritismo está com Cristiano Ronaldo. O craque é o atual melhor jogador do mundo e faturou o título da Liga dos Campeões mais uma vez. Se vencer o Mundial, não deve ter concorrentes. A pergunta é: quem será eleito? (Com site Fera)

Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar são três das estrelas do futebol que chegaram ao top 10 do ranking da Forbes dos atletas mais bem pagos do mundo. Enquanto o jogador do Barcelona está em segundo lugar na lista, Cristiano Ronaldo aparece uma posição atrás, e Neymar vem em quinto após protagonizar a maior transferência da história do futebol ao deixar o Barcelona para assinar com o PSG por 222 milhões de euros. Ainda de acordo com a revista, o brasileiro faturou US$ 73 milhões em salários (cerca de R$ 275 milhões) e US$ 17 milhões (cerca de R$ 64 milhões) de patrocínio, totalizando os US$ 90 milhões de faturamento. Os esportes americanos dominam a lista, com os altos salários da NBA, o que significa que o basquete responde por 40 das 100 personalidades da lista. Em seguida vem o futebol americano com 18, com o beisebol em seguida com 18. Confira o top 10 dos atletas mais bem pagos do mundo 1 - Floyd Mayweather (Boxe) - US$ 285 milhões 2- Lionel Messi (Futebol) - US$ 111 milhões 3 - Cristiano Ronaldo (Futebol) - US$ 108 milhões 4 - Conor McGregor (MMA) - US$ 99 milhões 5 - Neymar (Futebol) - US$ 90 milhões 6 - LeBron James (Basquete) US$ 85,5 milhões 7 - Roger Federer (Tênis) - US$ 77,2 milhões 8 - Stephen Curry (Basquete) - US$ 76,9 milhões 9 - Matt Ryan (Futebol americano) - US$ 67,3 milhões 10 - Matthew Stafford (Futebol americano) US$ 59,5 milhões


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Estado entrega mais de 150 melhorias habitacionais

URBANIZAÇÃO PROGRAMA VIDA NOVA NAS GROTAS E URBANIZAÇÃO DO VALE DO REGINALDO TÊM OFERECIDO QUALIDADE DE VIDA PARA A POPULAÇÃO TEXTO DE ANTONIO OITICICA Fotos: Julianne Leão

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ma das prioridades do Governo do Estado é o investimento em humanização das grotas da capital. Buscar dar mais dignidade e conforto à população guiam esse compromisso e diversos programas realizam feitos de grande valia para a população alagoana. Dentre os ganhos, os programas de melhorias habitacionais do Vida Nova nas Grotas e a Urbanização Vale do Reginaldo se destacam por trazer para Alagoas desenvolvimento tanto urbano quanto social. Os programas de melhorias habitacionais fazem parte dos projetos de urbanização que pretendem melhorar áreas precárias e insalubres com investimento em infraestrutura urbana. As ações se concentram em melhorias na capital, Maceió, e trabalham principalmente as moradias de áreas periféricas e em situação de risco

da cidade, proporcionando à população não só melhores instalações como calçamento de ruas, praças e conjuntos residenciais, mas também melhorias nas próprias casas dos moradores dessas regiões a partir de pequenas reformas em suas residências. VIDA NOVA NAS GROTAS O Vida Nova nas Grotas, por exemplo, é um programa que através da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) realiza melhorias habitacionais em residências de alta vulnerabilidade, localizadas nas grotas da capital, com pequenos reparos de até R$ 5 mil nas casas avaliadas. Essa atuação da secretaria foi iniciada em 2017 e entregará no próximo dia 27 de junho, 24 casas reformadas na Grota da Macaxeira, além de anunciar ordem de serviço para melhorias em mais 78 casas. Além da Grota da Macaxeira, o programa atua hoje na Grota das Piabas e na Grota do Aterro, onde visa atender cerca de 105 casas com o serviço de pequenos reparos. Esse avanço anima a equipe responsável pelo programa, como indica a superintendente de Habitações da Secretaria do Estado de Infraestrutura (Seinfra), Lorena Coimbra, que acredita que esse serviço cria melhores condições de vida. “Acreditamos que ao proporcionarmos um ambiente confortável, seguro e agradável aos moradores dessas regiões, estamos não só otimizando e embelezando os espaços da casa, mas realmente entregando melhor qualidade de vida para a população”, afirma. Para a moradora Sandra Ma-

Dona Sandra é uma das contempladas com as ações de melhorias habitacionais na Grota da Macaxeira e comemora a mudança de vida

ria, receber essas melhorias trazem bastante felicidade. “Sei que todas as pessoas gostam de ter sua casa arrumada, limpa, de ter um lugar confortável e que faça gosto de se morar. E esse é um direito nosso e eu fico muito feliz de ver que o Governo esteja atento para essa nossa necessidade”, comenta. O programa Vida Nova nas Grotas começou em 2016 com o nome “Pequenas Obras, Grandes Mudanças” com intuito de transformar a vida de cerca de 300 mil pessoas residentes em grotas de Maceió. Hoje, com novo nome e maior notoriedade, firmou parceria com o ONU Habitat, programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos e pretende atender todas as grotas de Maceió, totalizando, quando concluído, 2.000 casas contempladas com melhorias habitacionais.

VALE DO REGINALDO A Seinfra também é responsável pelo programa de Urbanização no Vale do Reginaldo, atuando em questões como desapropriação, aluguel social, construção de habitações, realização de melhorias habitacionais, regularização fundiária, contenção de encostas e construção de equipamentos comunitários. O programa é direcionado à população que vive em áreas de risco ou em locais que possuem intervenções da Prefeitura ou do Estado para realização das obras. No que concerne às melhorias habitacionais, os trabalhos são destinados às áreas do Vale que não sediarão a construção de novos conjuntos habitacionais, mas que recebem pequenos reparos em residências. O programa já entregou 100 residências com melho-

rias e está em processo de entrega de 28 outras. O Programa de Urbanização do Vale do Reginaldo funciona desde 2007 e teve a partir de 2009 a entrada dos projetos de melhorias habitacionais, que servem como complemento ao processo de urbanização, pretendendo incluir áreas e moradias que não serão contempladas com a construção de conjuntos habitacionais. Para a gerente de Planejamento e Política Habitacional da Seinfra, Monnyck Barbosa, incluir essas moradias no projeto é de grande relevância. “O programa fica bem mais completo e pode atender de fato toda a população com a questão das melhorias habitacionais. Dessa forma, a urbanização do Vale do Reginaldo se dá de maneira muito mais ampla e inclusiva”, reforça. POPULAÇÃO BENEFICIADA Juntos, os programas já entregaram 152 casas e já encaminham mais 339 entregas para suas próximas etapas. O Vida Nova nas Grotas se concentra em três grotas: a do Aterro, da Macaxeira e das Piabas, e tem entre ordens de serviços e processos de licitação, 183 residências. Já o Programa de Urbanização do Vale do Reginaldo está em processo de licitação de 156 residências em todo Vale. Para o Secretário de Estado da Infraestrutura, Fernando Melro, os avanços em melhorias habitacionais demonstram o compromisso do Governo do Estado com a pauta da infraestrutura e da urbanização. “Podemos ver resultados aparecendo e o trabalho sendo feito de forma intensa e compromissada. E sabemos que todas as melhorias são de suma importância para a população, que sente dentro de suas casas a boa atuação do Governo”, afirma.


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Yaris reforça linha Toyota

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pesar de grande avanço dos SUVs, crossovers e versões aventureiras no Brasil – fenômeno mundial –, os hatches e sedãs dos segmentos A e B ainda representam 60% das vendas totais de veículos de passageiros, excluídas as picapes de cabine simples e dupla. Nesse contexto é preciso muita atenção das fabricantes para melhorar participação de mercado e atender a maior massa de compradores. Toyota completou a sua grade de produtos ao lançar o Yaris e posicioná-lo em termos de preço entre Etios e Corolla. As versões hatches vão de R$ 59.590 a 77.590 e os sedãs de R$ 63.990 a 79.990,00. São preços alinhados aos lançamentos mais recentes, mas se comparados os respectivos equipamentos perde competitividade. A previsão é de 55% das vendas para o hatch e 45% para o sedã com volume de até 6.000 unidades por mês no mercado interno. Câmbio manual (seis marchas)

terá apenas 5% do mix. O hatch chega às concessionários no fim do mês e o sedã, em julho. Em relação ao Polo, por exemplo, o Yaris hatch empata em termos de espaço interno, enquanto a versão sedã perde para o Virtus, cuja distância entre eixos é 10 cm maior. Vantagem para o modelo japonês é o assoalho plano atrás, mas não há saída do ar-condicionado para o compartimento traseiro existente no rival. Yaris nacional é maior que o homônimo europeu e se baseia no modelo tailandês. Embora a fábrica informe que a arquitetura não se deriva do Etios sedã, a distância entre eixos é igual e as bitolas praticamente as mesmas, bem como tanque de combustível de 45 litros (deveria ter no mínimo 50 litros). Os porta-malas variam entre 310 e 473 litros (hatch e sedã), volumes um pouco menores que a média dos concorrentes (Honda City, 536 litros). O estilo de ambos é moderno, sem exageros. Internamente também evoluiu

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br com um quadro de instrumentos fácil de ler e tela multimídia de 7 pol. Porém, a coluna direção continua com incômoda regulagem em altura do tipo queda-livre e sem ajuste de distância. Materiais de acabamento do interior são razoáveis, embora os plásticos não tão agradáveis ao toque. A tampa de material aglomerado sobre o estepe é um ponto falho. Macaco continua fixado sob o assento do motorista, como nos Etios. A Toyota fez pequenos ajustes nos motores do Etios, utilizados também no Yaris. Ganharam 3 cv, passando o de 1,3 L para 101 cv (etanol) e o de 1,5 L para 110 cv (etanol). Desempenho é menor pois o novo modelo pesa em torno de 150 kg a mais. A diferença, no entanto, não chega a incomo-

dar porque o novo modelo utiliza o mesmo câmbio automático, tipo CVT, de sete marchas virtuais (igual ao do Corolla). O Yaris se destaca, em particular, pelo acerto das suspensões e o silêncio a bordo. Absorve muito bem as irregularidades da pavimentação, embora só estejam disponíveis rodas com aro de 15 pol. que garantem menos aspereza ao rodar em relação aos aros de 16 e de 17 pol. Entre vários equipamentos de segurança inclui-se controle eletrônico de estabilidade de série. Há apenas dois airbags, salvo na versão de topo XLS que oferece sete. Algo incongruente: faróis de neblina de série, porém luzes diurnas (DRL) ser acessório, mesmo na versão mais cara.

RODA VIVA n PRODUÇÃO de veículos no mês passado foi entre 70.000 e 80.000 unidades menor que o programado, estima a Anfavea em razão da greve de caminhoneiros. Podem ser recuperadas nos próximos meses. Vendas também afetadas (menos 25.000), mas estoque total diminuiu apenas um dia, de 32 para 31 dias (maio contra abril). No acumulado, vendas 17% maiores em 2018. n ANUNCIADA suspensão pela FCA de toda a produção de motores Diesel para veículos leves na Europa até 2021, das marcas Fiat, Jeep, Alfa Romeo e Maserati, não deve incluir o Brasil. Renegade e Compass continuariam com esta opção aqui. Por outro lado, versões com turbocompressor estarão nos motores flex de 3 e 4 cilindros, de 1 L e 1,33 L, da atual família GSE. n CITROËN C4 Lounge impressiona pelo espaço interno, em especial no banco traseiro para pernas e cabeças. Há saídas de ar-condicionado atrás. Novo quadro de instrumentos, mais moderno, sofre com reflexos. Volante poderia

ter diâmetro um pouco menor e porta-malas, um pouco maior. Ponto alto: motor turboflex de 173 cv (etanol) e câmbio automático 6-marchas. PORSCHE comemorou 70 anos do licenciamento do primeiro modelo, um 356, em 8 de junho de 1948, na Áustria, onde foi desenvolvido pelo filho de Ferdinand Porsche, criador do Fusca. Como o pai, ele também se chamava Ferdinand e logo recebeu o apelido Ferry. Hoje produz 250.000 carros por ano. Sua família con-

trola o Grupo VW com a holding Porsche SE. n LEI seca no Brasil, que proíbe motoristas de beber qualquer quantidade de álcool antes de dirigir, completa 10 anos em 2018. Segundo pesquisa da Escola Nacional de Seguros, desde a implantação, poupou 40 mil vidas e 235.000 pessoas de invalidez permanente em acidentes de trânsito. Mudou a mentalidade dos motoristas, inclusive dos mais jovens, sobre segurança.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

As equipes que nunca chegam

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u já fiz uma pesquisa de opinião, cujos resultados disseram que milhares de leitores de jornais, consideraram o EXTRA, o melhor jornal de Alagoas. Como vocês já devem saber, eu escrevo em jornais, há mais de 50 anos e comecei no velho Jornal de AlagoO EXTRA é um jornal sério que já as, na “página dos como completou 19 anos municípios”, correspondente e que diz verdades, de Mata Grande. faz denúncias e Meu primeiro ardivulga as notícias tigo teve o título de “A velhice de um ônibus”. Daí em diante, já escrevi , durante 22 anos na Gazeta de Alagoas. Deixei de escrever nesse conceituado jornal, quando um dos “puxa-sacos” do senador Fernando Collor, começou a censurar

meus artigos, dizendo que eles estavam muito apimentados e, por isso, o Dr. Fernando deveria me chamar a atenção, devido matérias pesadas! Já escrevi no Correio de Maceió; no semanário Desafio; no semanário O Repórter; e na Tribuna de Alagoas. Há 19 anos eu venho escrevendo no jornal EXTRA, portanto, desde que o jornal foi inaugurado. O bom do EXTRA é que eu nunca fui censurado pelo jornal e nunca “cortaram”, sequer, uma vírgula, dos meus textos. Já fui multado sem que tivesse passado pela rua da multa, perto da Av. Fernandes Lima e já fui “advertido” por um secretário de Segurança por fuxico de um “puxa-saco” que hoje está aleijado. Como eu gosto de fazer meus abafos jornalísticos, muitos amigos e leitores gostam do que eu escre-

vo, a ponto de eu ficar obrigado a agradecê-los, ao encontrá-los nas ruas. Vejam que, em muitos artigos, eu faço agradecimentos aos amigos e leitores, nos fins dos textos. Para mim, isso é muito gratificante, embora, alguns metidos a “autoridades” façam de conta que não me conhecem. Dou banana para todos eles. Eu já fiz críticas a certos órgãos, inclusive, dizendo que eles estão roubando e que logo-logo vão perder a “boquinha”. O EXTRA é um jornal sério que já completou 19 anos e que diz verdades, faz denúncias e divulga as notícias. Possui um Conselho Editorial, que tem como presidente o Dr. Luiz Carnaúba, o Dr. Mendes de Barros, o empresário Maurício Moreira e esse cara da Mata Grande, que sou eu. Ele é composto das figuras do editor geral, o grande Fer-

nando Araújo, a chefe de redação, a Sra. Vera Alves e o “dono das artes”, Fábio Alberto. O EXTRA possui os melhores colunistas de Alagoas, como são: Gabriel Mousinho, Jorge Oliveira, Pedro Oliveira e o Roberto Baia, além dos melhores artigos ou crônicas, do Elias Fragoso, Cláudio Vieira, Jorge Morais, Alari Romariz, Maurício Breda e a minha pessoa. Na sexta-feira, logo cedinho, sai o EXTRA e nele são encontradas ótimas reportagens de Vera Alves, José Fernando Martins, Maria Salésia, Sofia Sepreny e do estagiário Bruno Fernandes. É ou não é o melhor jornal de Alagoas..? Em tempo – O grande jornalista João de Deus Cunha e o Dr. Deraldo Palmeira, dizem que gostam dos meus textos. Que bom!!! A eles, meus agradecimentos.


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ABCDO INTERIOR

Caos em Arapiraca

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advogado e professor Rogério Teófilo travou uma verdadeira batalha, durante longos 20 anos, para enfim comandar os destinos da segunda maior cidade de Alagoas. O seu sonho, no entanto, está se transformando em um verdadeiro pesadelo. Além da revoada de aliados como o deputado estadual Severino Pessoa, Teófilo está de mãos atadas e segue de forma atabalhoada a sua administração pífia, onde a máquina simplesmente emperrou, com obras paralisadas e áreas prioritárias como educação e saúde vivendo um verdadeiro caos.

robertobaiabarros@hotmail.com

Mais um

O empresário Adoniran Guerra não é mais coordenador geral de Aquisição de Bens e Serviços de Arapiraca. Ele entregou o cargo na última quarta-feira alegando que vai cuidar de sua agenda privada, com negócios no exterior e de sua família. É mais um que pula do barco na atual gestão, marcada por conflitos e falta de iniciativa para realizar um trabalho mais efetivo em favor da população. O exemplo é o volume de obras paralisadas e a falta de sintonia entre o gestor e sua equipe.

Caos total

Em entrevista ao radialista José Rocha, na Rádio Novo Nordeste, Adoniran fez algumas observações sobre a administração do prefeito Rogério Teófilo. Ele revelou que a prefeitura estava prestes a ser penalizada por não ter investido cerca de R$ 20 milhões em Educação, que estavam ‘sobrando’ no caixa por falha administrativa.

Sucessão de erros

De mal a pior

Teófilo parece perdido. Com a saída de importantes secretários e assessores diretos, a maioria ligado a Severino Pessoa, o prefeito arapiraquense nomeou sete novos secretários. A mudança parece que foi de mal a pior já que, de acordo com bastidores da política local, os sete convocados não valem por um, se levar em conta experiência e competência para tocar os cargos que ocupam.

Equipe fraca

Para formar a nova equipe, Teófilo escancarou as portas para novos aliados como Biu de Lira e o filho Arthur Lira que empurraram goela abaixo até um vereador de Feira Grande para comandar a pasta de Agricultura.

Bola murcha

E ao que deixa transparecer, o prefeito está mais perdido do que cego em tiroteio e mais enrolado do que cordão em bolso de bêbado. Precisa acordar, para o bem dos arapiraquenses, que assistem a tudo, sem entender nada. Afinal, a pergunta que não quer calar, nos quatro cantos da cidade, parece bem simples: Finalmente, quando é que o prefeito vai começar administrar? Em tempos de Copa do Mundo, se pode afirmar que a bola de Rogério está murcha.

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Adoniram lembrou que o município tem a obrigação de aplicar 25% de seu orçamento em Educação durante o ano vigente, mas que ao chegar ao final de 2017, o prefeito notou que faltavam aplicar cerca de R$ 20 milhões para atender o mínimo exigido pelo Ministério da Educação. Por conta deste erro, teve que ser feito um procedimento emergencial para que o município não ficasse sem os recursos, além de sofrer as penalidades previstas em Lei.

Correu atrás

“Era necessário que os secretários, junto ao seu corpo técnico, corressem contra o tempo para usar os meios legais para que fosse investido esse valor e os gestores não fossem penalizados. A única forma legal era fazer adesão a uma ata para aquisição de materiais para a Secretaria de Educação. E isso foi feito dentro da legalidade”, explicou Adoniran.

Estava “sobrando”

O ex-coordenador contou que para chegar ao valor que estava ‘sobrando’ no caixa da prefeitura, foram feitas obras de recuperação de creches e outras compras, também aderindo a atas dentro do que estabelece a legislação, para que atendesse ao montante de R$ 20 milhões já que a aquisição das carteiras escolares, que gerou tantas dúvidas e comentários, chegava apenas à faixa de R$ 600 mil.

Explicação

“Nós tínhamos que fazer o processo de trás pra frente, porque não havia tempo para abrir licitação. Mas isso se deu de forma legal e as carteiras escolares foi apenas uma das aquisições do município e a opção foi comprar com adesão a ata de outra cidade, inclusive com o menor preço e melhor qualidade”, destacou Adoniram lembrando que a então secretária não quis receber as carteiras por discordar da adesão feita pela administração. (Com Paulo Marcelo – 7Segundos).

PELO INTERIOR ... Atores, dançarinos, artistas de circo, criadores de performance e intervenção de Alagoas, com trabalhos individuais ou em grupo, poderão participar da programação da Aldeia Arapiraca – Mostra de Arte e Cultura do Sesc. As inscrições são gratuitas, e podem ser realizadas até o dia 29 de junho, às 18h. ... Os artistas e grupos que têm interesse em participar, devem preencher o formulário de inscrição disponível no link https:// goo.gl/forms/GcmLJ7g7M3ftdMLu2. ... A Aldeia acontece entre os dias 31 de agosto e 7 de setembro de 2018, em Arapiraca. O cadastro será realizado, apenas, via preenchimento do formulário. Serão selecionados espetáculos para apresentações no período vespertino e noturno. ... As propostas serão submetidas à curadoria interna da instituição.

... Após a realização de convite oficial via e-mail, da Coordenação de Cultura, os grupos e artistas devem ter disponibilidade para atender as datas de apresentações propostas e apresentar documentação de empresa jurídica para contratação, certidões válidas, dados de conta corrente da pessoa jurídica e declaração de responsabilidade referente aos direitos autorais, caso necessário. ... Com o pátio lotado de pais, alunos, professores e servidores de apoio, o prefeito Marcius Beltrão (PDT), esteve nesta quarta-feira, 13, na Escola Municipal de Educação Básica Santa Cândida, para anunciar a restauração da unidade de ensino. ... Localizada no povoado Palmeira Alta, a unidade de ensino teve no ano passado a segunda melhor nota no Índice de Desenvolvimento da Educa-

ção Básica, entre as escolas da zona rural e urbana do município. O Ideb é o principal indicador da educação básica nacional. ... A unidade de ensino receberá nova cobertura, piso, revestimento, mobília, pintura, novas esquadrias e portas. Além de refrigeração em todas as salas de aula. ... O projeto de recuperação da Emeb Santa Cândida inicia na próxima sextafeira, 15. Serão investidos R$ 367 mil. ... Durante a assinatura, o chefe do Executivo também anunciou a reforma da Emeb Hanna Bertholet, com recursos próprios, a Prefeitura de Penedo vai empregar R$ 500 mil no projeto. ... Aos nossos leitores, desejamos um excelente final de semana, repleto de paz e saúde. Até a próxima edição.


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Jornalista Olívia de Cássia precisa de recursos para lançar livro

FINANCIAMENTO COLETIVO CAMPANHA BUSCA SENSIBILIZAR AS PESSOAS PARA QUE “MOSAICOS DO TEMPO” SEJA PUBLICADO MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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m 2004, a jornalista Olívia de Cássia de Cerqueira escreveu o livro biográfico “Mosaicos do Tempo”, mas por falta de recursos engavetou a obra. Porém, o sonho de ver suas memórias publicadas continua vivo e a cada dia ganha força e adeptos para que se torne realidade. O primeiro passo foi dado através da campanha “Financiamento Coletivo”, desencadeada pela cientista social, Ana Claudia Laurindo, que, durante visita a Olívia, teve acesso a obra e sentiu a necessidade de colaborar para que o público também conheça as histórias distribuídas em quase 200 páginas. Olívia conta que o livro resgata lembranças de fatos e coisas que lembram e ainda têm cheiro de infância e adolescên-

cia. Em suas memórias, a jornalista viaja por lugares e acontecimentos que ainda povoam sua vida. E relembra que a ideia de Mosaicos do Tempo surgiu quando passava por depressão e, em uma sessão de terapia, decidiu parar os encontros e que a partir dali seu tratamento seria escrever um livro. “Em dois dias escrevi 10 páginas. Escrevia e chorava. Foi minha terapia”, relembrou Olívia. A obra foi idealizada e concluída no ano de 2004 e tem como pano de fundo a cidade de União dos Palmares. Inclusive, exalta a importância do município alagoano na luta contra a escravidão. São fatos vividos por Olívia que permearam sua infância, adolescência e juventude. As peraltices de meninas do interior, paqueras, descobertas, visitas a casa de parentes fazem parte da obra que traz em seu desfecho a separação da jornalista, fato acontecido em 2003. Olívia relembra que também tentou fazer sua árvore genealógica, mas teve que parar por falta de dados, já que teria que viajar para várias cidades onde vivem alguns parentes. Outro entrave foi que com a enchente de 2010, onde cidades ribeirinhas dos Rios Mundaú e Paraíba foram atingidas, muitos documentos de cartórios foram danificados. Portadora da doença degenerativa Machado-Joseph, Olívia se mostra bastante confiante e se emociona ao falar de

Jornalista Olívia de Cássia diz confiante em campanha pela publicação de seu livro

seus amigos para todas as horas. Trata-se de três cachorros e cinco gatos, além de mais cinco agregados, o que contabilizam 10 gatos por enquanto. Inquieta, certa vez Olívia escreveu em seu blog que independente de publicar ou não seu primeiro livro, já deveria ter organizado outro com os textos publicados no jornal Tribuna Independente, aos domingos, ou em seu blog. “Não posso me deixar levar por essa onda de me acomodar e deixar de fazer uma das coisas que mais gosto, seguida da fotografia”, disse certa vez ao afirmar que as inquietações sempre fizeram parte do seu cotidiano e vem tentando publicar suas memórias desde 2004, mas não é barato e nem muito fácil.

Olívia disse que muitas coisas de Mosaicos do Tempo foram modificadas, outras corrigidas e “entre uma oportunidade e outra mando por e-mail para algum amigo ou amiga, para que eu tenha um parecer e não passe vergonha. A esperança de vê-lo publicado se acende, mesmo que por pouco tempo. Quero deixar registradas todas as minhas memórias e como eu disse no prefácio de Mosaicos do Tempo, antes que a Ataxia me leve o que me resta de raciocínio e de lembranças do meu passado”, confidenciou a jornalista e escritora. CAMPANHA Ana Claudia Laurindo disse que sempre acompanhou Olívia e que faz visita periódica a jornalista. Ao descobrir aque-

la história com riqueza de detalhes ficou encantada e, a partir daí, sentiu a necessidade de ver aquele material que ela levava como sonho se tornar realidade. “Tivemos a ideia do financiamento coletivo para que possa custear esse sonho da Olívia. Creio que além desse trabalho elevar a cultura é também um trabalho de elevação humanitário”, elogiou a amiga. Ana Claudia esclareceu que a primeira etapa foi sensibilizar as pessoas através de vídeo nas redes sociais. Depois, outro vídeo propondo a adesão das pessoas. Mas a mobilização não parou por aí. E assim existe ainda a modalidade onde as pessoas ajudam e divulgam em seu círculo de amizade. E para quem quiser colaborar com o sonho da Olívia e ter seu nome escrito, existe um livro circulando entre os amigos onde a pessoa faz a doação de no mínino R$ 20,00 e deixa seu “autógrafo”. Mas quem quiser colaborar e permanecer no anonimato também pode ficar à vontade. E para mais detalhes sobre a adesão basta ligar para a Ana Claudia no telefone (82) 9 8808-4903. Tem ainda a conta poupança para quem quiser depositar sua colaboração e ver o sonho da jornalista, blogueira e escritora se realizar. Olivia Cassia C. Cerqueira Caixa Econômica Federal Agência: 1557 Conta:00082294-2 Operação: 013


MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE JUNHO DE 2018

30 ANOS DE ELEIÇÃO EM ALAGOAS

1986 FATOS IMPORTANTES NAS ELEIÇÕES DE ALAGOAS EM 1986

1) Fernando Collor (PMDB) foi eleito governador com uma votação de 400.246 votos (52,83%) e seu vice foi Moacir Andrade. A juventude, o carisma, a habilidade e ser dono do maior complexo de comunicação do Estado foram fatores que ajudaram a eleição de Collor. Além desses fatores, Fernando Collor trouxe um número de prefeitos e vereadores bastante significativo do ex-partido (PDS) para marchar com ele nas eleições e isso aniquilaria a hegemonia do seu exgrupo. A posição do governador José Tavares de se manter magistrado no processo eleitoral ajudou a eleição de Collor, pois a máquina estadual ficou de fora do processo eleitoral. 2) Guilherme Palmeira (PFL) foi o segundo colocado com uma votação de 327.232 votos (43,20%). Sem a hegemonia que o levou a vitória, em 1982, e a falta de consenso em tê-lo como candidato, foram dois fatores importantes para a derrota de Guilherme Palmeira. A falta de consenso é tão determinante que o governador José Tavares, seu correligionário, não apoiou a sua candidatura, ficando de magistrado no processo. O PDS, partido aliado, ficou na incumbência de indicar o seu vice, onde na convenção foi escolhido o deputado federal Nelson Costa, porém, Guilherme e seu grupo não aceitaram a indicação, pois além de Nelson Costa ser tachado de Malufista, era um aliado de Fernando Collor e isso poderia ser um fator que viesse a prejudicar a sua eleição. Queria que o PDS escolhesse como vice Dalmácio Lúcio. Esse impasse na esco-

CONTEXTO HISTÓRICO Na Eleição Estadual de 1986, em Alagoas, tínhamos à frente do Governo do Estado, José Tavares (PFL) e do Município de Maceió, Djalma Falcão (PMDB).

lha do vice perdurou durante toda a campanha e tiveram muitas ações judiciais de ambos os lados e que, no final, o TSE manteve Nelson Costa como vice. Esse episódio é outro fator que prejudicou a eleição de Guilherme Palmeira. 3) Ronaldo Lessa (PSB) foi o terceiro colocado com uma votação de 30.073 votos (3,97%) e seu vice foi Paulo Onofre (PDT). Ronaldo foi o candidato da Frente Popular que representava os dissidentes do PMDB, na qual a maioria se filiou ao PSB, PDT, PCB e ao PT. Apesar de uma votação insignificante que obteve, criou a partir daquela eleição, uma nova alternativa de poder. A coerência de Ronaldo Lessa de não se aliar a Fer-

nando Collor (collorir) fez nas eleições seguintes seu crescimento político. 4) Os dois senadores eleitos foram Divaldo Suruagy (PFL) com uma votação 334.137 votos (27,63%) e Teotônio Vilela Filho (PMDB) com uma votação de 298.185 votos (27,53%). Essa foi a primeira eleição disputada por Teotônio Vilela Filho. 5) Sabino Romariz (PDT) foi o deputado estadual mais votado, com uma votação de 34.785 votos. Seu programa na TV com forte apelo popular foi o fator que determinou a sua excelente votação. A votação de Sabino ajudou a coligação da Frente Popular eleger os deputados João Neto (PSB), Manoel Lins Pinheiro (PDT) e José Augusto (PDT).

MARCELO BASTOS

analista político

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