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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 981 - 20 A 26 DE JULHO DE 2018

LEI SECA Campanha faz 10 anos e salva 41 mil vidas em todo o país

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R 3,00

DINHEIRO NOVO População de Igaci usa moeda própria para aquecer economia local

P/12 E 13

CARTÓRIOS TERÃO QUE DEVOLVER TAXA EXTORSIVA NO REGISTRO DO 1º IMÓVEL

Decisão do CNJ obriga ressarcimento de 50% dos valores cobrados

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AÇÃO DE DESPEJO

Arthur Lira é acusado de dar calote em fazendeiro

Deputado federal não paga arrendamento e nem devolve a terra P/ 6 E 7


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MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE JULHO DE 2018

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

Reage, advogado!

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– Os advogados alagoanos estão enfurecidos com o secretário de Ressocialização e Inclusão Social, coronel Marcos de Freitas, que denunciou a ligação de advogados com facções criminosas que atuam no estado, sem identificar os acusados.

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– “Por que não prenderam os meliantes em flagrante?”, pergunta Márcio Guedes, ao falar em nome do movimento “Reage, Advogado”, que faz oposição à atual gestão da OAB-Alagoas.

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– Para Márcio Guedes, o advogado envolvido em crimes deve ser preso e ter a carteira cassada. Mas segundo ele, o grupo repudia a generalização da culpa a toda uma categoria.

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– “Toda generalização é injusta, e, nesse caso, coloca em dúvida o trabalho sério da maioria dos advogados alagoanos”, diz Guedes, ao condenar a denúncia sem o nome dos envolvidos.

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– Em reação à atitude do coronel Marcos de Freitas, o representante do movimento “Reage, Advogado” defende uma auditoria no órgão que cuida dos presídios, “principalmente nos contratos e licitações feitos pela pasta”.

Caso concreto 1

Em 2009, a advogada Mary Anne Vieira foi sentenciada a 9 anos de cadeia por se envolver com o tráfico de drogas. Mesmo condenada e presa, manteve o registro profissional e continuou advogando normalmente. Mas isto é coisa do passado; ocorreu na gestão anterior da OAB-AL.

Caso concreto 2

Na última sexta-feira 13, o tribunal de ética da entidade suspendeu o registro profissional de dois advogados denunciados por homicídio. Os acusados têm 90 dias para defesa e podem ser excluídos dos quadros da entidade, caso não provem ser inocentes.

Frase da semana “Saúde não é mercadoria e vida não é negócio”. Ministra Carmen Lúcia, do STF, ao suspender aumento nos planos de saúde autorizado pela ANS.

(Millôr Fernandes)

Frase histórica “A política do PT é pedir votos aos pobres, pedir dinheiro aos ricos e mentir para ambos”. Antônio Ermírio de Moraes

Deputado caloteiro

O deputado federal Arthur Lira – que já responde a vários processos judiciais – foi intimado em uma ação de despejo, desta vez por calote. O parlamentar, que corre o risco de ser preso por não pagar pensão de alimentos dos filhos, está sendo despejado de uma fazenda em Campo Alegre. Além de deixar de pagar os valores acordados no arrendamento, o deputado se recusa a devolver a terra e ainda faz ameaças aos donos da fazenda. Pode isto, Arnaldo?

Oposição em Murici

O ex-vereador de Murici, Caubi Freitas, estuda convites para disputar uma vaga de deputado federal representando a região. Ferrenho adversário dos Calheiros, Caubi se elegeu vereador por duas vezes e, na última eleição, disputou a prefeitura contra Olavo Calheiros Neto. Mesmo sem dinheiro e desafiando o poderoso clã de Murici, Caubi Freitas obteve 38% dos votos na eleição de 2016.

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Sangue novo

Candidata a deputada estadual pelo PSDB, a acadêmica de direito Cibele Moura quer resgatar o nome da família na história política de Alagoas. A filha de Abrahão Moura promete lutar pelo espaço ocupado por seu bisavô, Abrahão Fideles de Moura, deputado federal em duas legislaturas e deputado estadual por duas vezes. Encerrou a carreira política após ser cassado pela ditadura. “A menina tem futuro na política”, prevê o pai, orgulhoso.

Dinheiro a rolo

O senador Biu de Lira é, de longe, o candidato com maior cacife financeiro para cooptar prefeitos e vereadores. Além de emendas parlamentares destinadas aos municípios, Lira comanda o orçamento milionário da Saúde, com direito a liberar recursos federais para qualquer prefeito que se comprometa com sua reeleição.

Reeleição 1

Nas circunstâncias em que os senadores Renan Calheiros e Biu de Lira disputarão a reeleição, não será nada fácil para os demais candidatos ao Senado. Além de contar com o filho-governador, Renan dirigirá a máquina do MDB com mãos de ferro, enquanto Biu de Lira e o filho-deputado comandarão o rateio de recursos federais.

Reeleição 2

Assim como a disputa ao Senado, a reeleição de Renan Filho está decidida. A essa altura do campeonato quem se apresentar como candidato de oposição está fadado à derrota, dado que o governador já cooptou todas as lideranças do estado, o que torna quase impossível a vitória de algum adversário.

Quem para Renan?

O senador Renan Calheiros se movimenta para melar a candidatura do correligionário Henrique Meirelles, apoiar o PT, reeleger o filho governador e se reeleger em Alagoas e voltar à presidência do Senado no ano que vem. Quem para Renan? (O Antagonista).

Destempero de Ciro

O presidenciável Ciro Gomes, xingou de “filho da puta” o promotor que o processa por injúria racial, em razão de outro destempero do político reagindo a críticas do vereador paulistano Fernando Holiday (DEM), que é negro, chamando-o de “capitãozinho do mato”. “Um promotor aqui de São Paulo resolveu me processar por injúria racial e pronto! Um filho da puta desse faz uma coisa dessas e pronto!”, reagiu. (CHRS). Na verdade, é uma promotora.

O desastre da Dilma O Brasil ainda vai levar anos para se recuperar da pior recessão de sua história, que teve início por volta do final de 2014 e culminou com o impeachment de Dilma Rousseff. A petista deixou um rombo nas contas públicas de mais de R$ 170 bilhões e um rastro de destruição na economia, com cerca de 13 milhões de desempregados, inflação e juros altos e queda nos investimentos. De lá para cá, 341,6 mil empresas fecharam as portas. (Dados do IBGE).

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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SERVIÇOS JURÍDICOS

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JORGE OLIVEIRA

Um desembargador militante Brasília – Não gostaria, francamente, de usar esse espaço para dizer o que penso do nosso Brasil de hoje. Não gostaria, por exemplo, de dizer que estamos numa Casa de Noca, onde até a cafetina do bordel perdeu o comando da sua tropa. Não gostaria de dizer que estamos sem comando e que o parlamento, a justiça e o governo derretem como manteiga em um balde de imoralidade pública. Me recuso a acreditar que um agente infiltrado do PT tentou, nas madrugadas conspiratórias de Porto Alegre, soltar o ex-presidente Lula, o chefe da organização criminosa que esvaziou os cofres das empresas estatais comandando uma gang que vive amontoada, dormindo nos presídios. É difícil imaginar que um desembargador federal se acumplicie com alguns deputados aloprados para se arvorar do direito de peitar os tribunais que condenaram o ex-presidente em todas as instâncias do judiciário. Que ele se sinta à vontade para expedir dois alvarás de soltura para tirar da cadeia o seu ex-chefe de partido, cujo governo serviu até ser indicado pela Dilma para a função de desembargador do TRF-4. É incompreensível que esse senhor, na qualidade de plantonista no tribunal, tenha aparecido para a nação como um aguerrido militante petista ao decidir monocraticamente e sem nenhum respaldo jurídico pela soltura do seu ex-patrão. Aos olhos do mundo viramos uma republiqueta de bananas (nanicas, aliás). Um desembargador fere os princípios jurídicos e o PT, onde ele militou, agora quer responsabilizar o juiz Sérgio Moro por ter evitado que Lula fosse solto ao alegar que Rogério Favreto, o desembargador, era incompetente para atuar em um caso já encerrado pelo seu próprio tribunal. Arvoram-se os militantes do partido, os advogados de defesa e parte da imprensa petista em alardear que Moro desrespeitou a hierarquia, impedindo a saída de Lula da cadeia. A vontade que a gente tem é de soltar um sonoro palavrão para demonstrar nossa indignação com esses petistas golpistas da “madrugada”. Veja que indecência: deputados do PT entraram com um habeas corpus no tribunal na sexta-feira (06-07), já fora do expediente, que acabara às 17h. No sábado e domingo o desembargador Rogério Favreto faria lá seu primeiro plantão. No domingo, ele expede um alvará de soltura para o Lula, como se a decisão de libertá-lo dependesse apenas da sua canetada. Horas depois, juízes, procuradores, promotores, ministros de tribunais e até mesmo a presidente Cármen Lúcia, indignados, apressaram-se em condenar a atitude de Favreto, desqualificando-o para atuar no caso.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Punição

Dezenas de procuradores e promotores de Justiça entraram com ações contra as ordens estapafúrdias do desembargador. Consideram que ele foi, entre outras coisas, pernicioso com o seu ato de soltar Lula quando o próprio tribunal a que pertence já tinha julgado o presidente a doze anos de prisão.

Cegueira

É assim que agem os militantes cegos do PT. Para atender o partido eles não raciocinam como pessoas normais, pois estão cegamente seguindo o guru que se encontra na cadeia. Favorecido pela nomeação ao tribunal pela ex-presidente Dilma, Favreto não tinha as qualificações necessárias para o posto, pois, até então era apenas um aspone do serviço público como advogado engajado em um partido.

Aliados

Frustrados, os aliados de Lula – políticos e advogados – vão à imprensa para criticar a atitude de toda essa gente, inclusive a da Polícia Federal que recebeu a contraordem do desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do caso, para não soltar o condenado. E como se o mundo se resumisse à turma do PT, todos, na verdade, estavam errados. Certos, apenas os seus defensores que tentaram dar um golpe tão certeiro que antes da emissão do alvará de soltura estavam na porta da Polícia Federal para recepcionar o chefe que iria sair da cadeia para uma incursão rápida às bases políticas.

Banalização

O que vem ocorrendo no Brasil é fruto da banalização dos poderes. Resquício de um governo, do PT, que dominou o país durante quatorze anos e introduziu nos tribunais seus militantes que chegaram às cortes sem a qualificação necessária para atuar nos processos com competência, sobriedade e imparcialidade. Padecemos, também, das nomeações equivocadas para os nossos tribunais que viraram depósitos de apaniguados, de ministros que sequer passariam em um concurso público de juiz.

Equívoco

Volto a repetir que a forma dessas nomeações está errada, elas são perniciosas. Não se deve deixar nas mãos apenas de presidentes e governadores nomeações para tribunais de Justiça e tribunais de Contas. Os governantes passam e seus apadrinhados permanecem em seus cargos até se aposentarem prestando serviço a quem os nomeou. Favreto é um exemplo disso. Ex-militante do PT, integrante do governo Lula, nomeado pela Dilma para o tribunal do Rio Grande do Sul, esperou o momento certo para retribuir a gratidão por ter chegado a desembargador. E ainda tem gente que quer perpetuar o PT no poder. O Brasil não merece mais essa gente.

Vergonha

Por alguns dias, o desembargador deixou a justiça, já tão fragilizada, exposta às críticas. Ele mostrou, com a sua atitude, que nem sempre as decisões de um tribunal obedecem o critério imparcial de julgamento ao aceitar os habeas corpus dos deputados para soltar o Lula que, na verdade, tinha o propósito de fragilizar o juiz Sérgio Moro que se opôs a libertar Lula.

Ofensa

O desembargador não só ofendeu a justiça. Ele anarquizou todo processo da Lava Jato. Transformado em super-homem queria, sozinho, decidir sobre a soltura de um réu condenado em várias instâncias da justiça. O tiro, porém, saiu pela culatra quando o Superior Tribunal de Justiça avocou para si todos os habeas corpus que cheguem em outras instâncias, depois de julgar de uma só vez mais de cem pedidos de liberdade do ex-presidente.

A moral

A questão que fica agora é quanto a competência de Favreto para prosseguir em outros processos. A pergunta é: no caso de um processo que envolva petistas como o desembargador vai se comportar? Como militante partidário ou como um representante da justiça? A julgar pelos últimos acontecimentos, Favreto certamente vai julgar o caso dos petistas com viés ideológico o que contamina sua sentença. Felizmente, para o bem da nação, o comportamento desse desembargador parece ser uma coisa isolada, que ainda não contaminou seus pares no resto do país.

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GABRIEL MOUSINHO

Helicópteros no ar

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s eleições este ano irão ter um tempo muito curto para os candidatos, principalmente majoritários, e isso requer rápida mobilização para acertos, visitas e compromissos. Levando-se em consideração que a campanha começa mesmo em 15 de agosto, último dia para o registro dos candidatos na Justiça Eleitoral, sobram apenas 45 dias até as eleições. Quem não puder contratar helicópteros para cruzar os ares de Alagoas de ponta a ponta, com certeza levará desvantagem com relação a outros candidatos. Quanto aos recursos para serem investidos, é bom fazerem a coisa certa para não dar errado. Nesse quadro eleitoral onde os políticos darão a vida por um mandato e à própria reeleição, a Justiça Eleitoral e a Polícia Federal deverão ficar de olho em quem mostrar sinais exteriores de riqueza, cujo dinheiro certamente não sairá somente do Fundo Partidário.

Orçamentos

Tem candidato que já anda procurando em estados vizinhos quanto custa o aluguel de um helicóptero para a campanha até às eleições. Um bichinho desses, cruzando os ares, custa em torno de 1 milhão de reais.

Tempo curto

Se o candidato utilizar um veículo para rodar os 102 municípios em 45 dias, não dá para fazer nem um terço deles, levandose em consideração encontros, almoços, caminhadas, contatos e acertos de portas fechadas com lideranças no interior. Só mesmo de helicóptero para cumprir todos os compromissos.

Quem são os ricos

Depois da Operação Lava Jato, o dinheiro a priori sumiu, e a população, a Justiça Eleitoral, a Polícia Federal e as associações de combate às organizações criminosas vão querer saber quem vai utilizar o brinquedinho voando pra cima e pra baixo entre os municípios e de onde saiu a grana.

Mais cara

Depois de idas e vindas, alguns candidatos vão ter que gastar muito mais dinheiro se quiserem chegar ao Congresso Nacional. Como sempre, em Alagoas eleição se trata nos bastidores, com bastante grana, processo utilizado com uma população semianalfabeta.

Descaramento

Mesmo com a atuação do Ministério Público e da Justiça Eleitoral, os acordos são feitos à luz do dia em dezenas de municípios alagoanos pelos candidatos com as lideranças políticas. Quem der mais, leva.

gabrielmousinho@bol.com.br

Oposição na OAB 1

Este ano vai ocorrer nova eleição na OAB e, pelo visto, a atual diretoria da entidade vai ter candidatos fortes na oposição. O atual Conselho já não é unanimidade e vários integrantes já decidiram marchar conta a atual administração. Nomes estão sendo avaliados e o candidato deverá ser conhecido na primeira quinzena de agosto.

Oposição na OAB 2

Já tem gente eleita

Para assessores de alguns candidatos essa eleição é barbada. Mas esquecem de que ainda não combinaram com o povo. As informações, na sua maioria falsas, tendem a sugestionar o eleitorado que não acompanha os bastidores da política.

Avaliação

Se o povo tiver a preocupação de votar em quem realmente trabalha por Alagoas, vai saber que muitos por aí querem ganhar a eleição no grito, na propaganda exagerada, mas sem mostrar serviço. Poucos têm serviços prestados à população.

Sem pressa

O vice-prefeito Marcelo Palmeira avisa que não existe mais pressa para que seja anunciado um nome de oposição para enfrentar Renan Filho nas urnas. O nome do candidato está sendo avaliado e, segundo ele, será apresentado oficialmente na Convenção Partidária marcada para o dia 5 de agosto.

Nome da vez

Nos bastidores, além do nome do próprio vice Marcelo Palmeira para disputar o governo, ainda aparece Eduardo Canuto, que seria um Júlio Cézar de Palmeira dos Índios quando foi indicado por Téo Vilela e disputou o cargo sem chances de surpreender.

Sem unanimidade

A verdade é que não existe unanimidade na escolha do candidato a governador pela oposição. E as chances praticamente são inexistentes. A estas alturas, um nome para enfrentar Renan Filho, que fez propaganda do seu governo durante quatro anos, é muito difícil. Mas muito difícil mesmo.

Rejeição

Mesmo assim, em pesquisas para consumo próprio na capital, por exemplo, a rejeição da situação chega aos 35%, o que quer dizer que se a oposição tivesse um candidato forte complicaria a vida de Renan Filho nas urnas.

Contra a maré

O Sinteal aprovou um reajuste de 2,95% para os servidores do Estado, mas manobrou e vetou um aumento de 3% para os servidores municipais. Ligado à CUT e ao PT, o sindicato naturalmente está ligado ao MDB da família Calheiros. Parece briga do MDB com o PSDB, comentam assessores da Prefeitura de Maceió. Esta decisão tem prejudicado crianças que precisam estudar e o funcionalismo público municipal que não tem nada a ver com esse problema.

Para lideranças do movimento para renovar a OAB, o objetivo maior é ter uma OAB forte e pujante e um advogado valorizado e respeitado. O Movimento Sou Advogado, lançado recentemente, pretende fiscalizar o exercício profissional, não permitindo, entre outras ações, que advogados de outros estados da federação atuem em Alagoas além do número de cinco processos, o que tem encolhido ainda mais o mercado de trabalho de centenas de profissionais no estado. O Movimento Sou Advogado tem crescido muito nos últimos dias e o objetivo principal é ter uma OAB pujante, aguerrida e que defenda intransigentemente todos os advogados.

Denúncias graves

Esta semana o Conselho de Segurança, através do seu vice-presidente Antônio Carlos Gouveia, o Cacá Gouveia, cobrou explicações sobre as denúncias de advogados suspeitos de ligações com facções criminosas. Cacá considerou a situação como absurda e exigiu explicações do secretário de Ressocialização e Inclusão social, coronel Marcos Sérgio, e da própria OAB, lembrando que “quem cala, consente”. A OAB, comentou o vice-presidente do Conseg, “deve se posicionar quanto a essa situação que coloca em xeque a credibilidade de todos os advogados”.


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Ex-prefeito ajuíza ação de despejo contra Arthur Lira

DEPUTADO CALOTEIRO PARLAMENTAR NÃO PAGA ARRENDAMENTO DE FAZENDA E SE RECUSA A DEVOLVER A TERRA; CALOTE CHEGA A R$ 140 MIL, ALÉM DE MULTAS

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

O

deputado federal Arthur Lira (PP) coleciona mais um processo judicial em seu currículo nada exemplar para um parlamentar. Dessa vez, trata-se de ação de despejo movida pelo ex-prefeito de Campo Alegre, José Mauricio Tenório, proprietário da fazenda Barra, localizada naquele município da Zona da Mata alagoana. O calote é de R$ 144 mil, além de multa e indenização por depredação da propriedade rural. Além de não pagar o que deve, Lira ainda se recusa a devolver as terras. Consta do processo nº 0700492-03.2017.8.02.0008, que o arrendatário teria de fornecer área de pastagem para 400 cabeças de gado, obrigação essa que foi cumprida conforme contrato. “O mesmo vem cumprindo com o contrato firmado, em todos os seus termos, uma vez que

Abandono e depredação são visíveis na propriedade arrendada por Arthur Lira; poço aberto apresenta risco a animais e quem frequenta o lugar

o réu se mantém na posse da propriedade, fazendo uso do pasto e da estrutura física existente, mesmo sem pagar os valores correspondentes ao arrendamento”. Além do que “não consta nos autos nenhum documento que comprove o pagamento do período de 07/2017 a 12/2017, nem tampouco o período de 01/2018 a 03/2018”. Na reclamação, o proprietário afirma que Arthur Lira descumpriu o contrato de arrendamento de 437 hectares da propriedade, que possui 756,25 hectares, pois mesmo sendo notificado, conforme AR de fls.2223/31, ignorou a determinação e continua na fazenda utilizando o pasto. Como se não bastasse o calote, a propriedade encontra-se com instalação

depredada. Cercas quebradas, pasto e estruturas físicas danificadas, destruição do curral para o manejo dos animais; pias e vasos sanitários quebrados; retirado o encanamento que estava embutido nas paredes; destruição total e parcial das telhas/telhado das construções; destruição do comedouro dos animais; parte dos pilares de concreto das casas e curral também danificados; retirada da estrutura de madeira que servia para o embarque e desembarque dos animais; destruição das portas, porteiras e janelas, além da destruição de grande parte do pasto da fazenda. Os danos vão além com retirada da bomba de água da cacimba que fornecia o líquido para as instalações da propriedade, deixando a

mesma totalmente aberta; retirada a caixa de água e a destruição da estrutura que a sustentava; retirada da tampa da fossa séptica e de todos os canos, acarretando um risco iminente de acidente; descarte irregular de seringas e medicamentos de uso veterinário, acarretando perigo àsaúde. “As fotos anexadas ao processo deixam claro a máfé do réu em destruir e transformar a propriedade em um cenário de terra arrasada. O medidor de energia continua ligado e fornecendo energia, estando o boleto emitido pela Eletrobras dentro da caixa de energia”, diz trecho do documento. O proprietário reclama ainda que Arthur Lira tenta se locupletar de um bem que não é seu, pois não paga

o valor devido pelo arrendamento. Sem contar que a propriedade foi entregue em perfeito estado de uso. ENERGIA O descumprimento com suas obrigações vai além da porteira da fazenda. Conforme consulta realizada no sistema da Eletrobras, existem na unidade consumidora UC 7960700 (da propriedade rural) quatro contas de energia atrasadas referentes aos meses de fevereiro a maio de 2018. “Configurando assim, mais uma quebra no contrato firmado entre as partes, pois o réu fica responsável pelo pagamento de todas as despesas da propriedade arrendada, conforme consta no tópico 2.2.3 do contrato de arrendamento. (fls.26)”.


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CONCILIAÇÃO

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Fatura das contas de energia atrasadas também fazem parte das irregularidades da ação de despejo contra o deputado Arthur Lira

Fazenda que antes era de “encher os olhos”, agora encontra-se abandonada; telhados destruídos e retirada de encanamento completam a cena

Cenário de degradação com parte dos pilares de concreto das casas e curral danificados; contador de energia continua ligado sem proteção

esde janeiro de 2017 Arthur Lira não paga as parcelas do contrato. Em fevereiro deste ano ocorreu audiência de conciliação, mas não houve acordo. O proprietário pede que a Justiça obrigue o deputado a devolver a propriedade, pague a dívida e multas e promova os reparos necessários devido aos danos causados na área. “Seja deferida a medida liminar, com base nos artigos 294 e 300 do CPC, para concessão de ordem de despejo no sentido do réu se retirar voluntariamente da fazenda descrita nesta exordial, sob pena de, não fazendo, ser posto a ordem coercitiva, inclusive com auxílio policial”. Vale ressaltar que em março desse ano Arthur Lira contestou a ação ao afirmar que o proprietário tem que fornecer área de pastagem para criação de 400 cabeças de gado, mas a área fornecida não possui capacidade para receber nem 15% do acordo. “A área hoje só comporta pouco mais de 50 animais. Como cobrar um valor que utiliza como base de cálculo o número 400 cabeças de gado, quando o autor não cumpre sua parte no acordo e reduz praticamente 90% a área de pastagem fornecida?”, indagou. Citou ainda que em meados de 2017 houve uma forte estiagem na região, o que deteriorou praticamente a pastagem da fazenda impedindo que fossem mantidas as 400 cabeças de gado na área. Porém, em réplica à contestação do parlamentar, Maurício Tenório argumenta que Arthur Lira fez uma interpretação equivocada do contrato, pois sua obrigação é a de fornecer a área do pasto e não manter.


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MARAGOGI

Prefeito Sérgio Lira tem 59% de aprovação Levantamento apontou os melhores gestores de Alagoas Uma pesquisa feita recentemente para saber o índice de aprovação e desaprovação das gestões municipais de Alagoas apontou que a administração do município de Maragogi, sob o governo do prefeito Sérgio Lira, é uma das melhores do estado. O levantamento foi realizado durante o mês de junho pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa (Ibrape) nos 102 municípios alagoanos e ouviu 75.600 pessoas. Foi constatado que o prefeito de Maragogi tem 59% de aprovação, contra 35% de desaprovação. Apenas 6% não souberam ou não quiseram opinar. Questionados sobre a administração, os entrevistados responderam: ótimo (9%), bom (40%) e regular (21%), o que equivale a um nível ainda superior de satisfação: 70%. O índice de desaprovação chega a ser inferior à porcentagem de eleitores do candidato derrotado na última eleição, que foi de 42,04%. Os números foram recebidos por Sérgio Lira com satisfação. O prefeito tem recuperado escolas, postos de saúde e mantém o pagamento dos funcionários em dia.


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Cartórios terão que ressarcir consumidores

MÁFIA DO CARIMBO DECISÃO É DO CNJ; RESTITUIÇÃO É DE 50% DO VALOR PAGO NO REGISTRO DO 1º IMÓVEL REDAÇÃO Com assessoria

O

s alagoanos que adquiriram seu primeiro imóvel durante a vigência do Provimento da Corregedoria-Geral de Justiça de Alagoas nº 13/17 vão ter direito a restituição de 50% do valor pago por emolumentos aos cartórios. Em pedido de providências protocolado junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE-AL) requereu que aquela norma não somente passasse a aplicar o desconto a partir de 21 de março de 2017, mas que o benefício fosse aplicado, de forma retroativa, desde o provimento anterior, de nº 4/16, de 17 de fevereiro de 2016, que estabeleceu as regras para pagamentos de taxa cartoriais. No documento enviado ao CNJ, o procurador-geral de justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, e o promotor de justiça Max Martins, da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, argumentaram que parte do Provimento nº 13/17 fere direitos coletivos quando utiliza o termo “ex nunc”, ou seja, quando fala que a norma passa a valer a partir daquele momento para o desconto de 50% no pagamento das taxas de cartórios para os consumidores que forem comprar seu primeiro imóvel. Segundo o Ministério Público, tal abatimento é um direito previsto no artigo 290 da Lei de Registros Públicos e deveria ser aplicado desde

o Provimento nº 4/16, que também já havia sido contestado pelo MPE-AL. O EXTRA já publicou várias reportagens denunciando oas taxas abusivas cobrads pela Máfia do Carimbo, que faze Alagoas a unidade federativa mais cara para se registrar imóveis. “No caso em comento, exsurge e prevalece o interesse social e a necessidade de proteção dos bens jurídicos constitucionalmente tutelados (direito à moradia, defesa dos compradores/ consumidores) sobre o interesse dos cartórios de registro de imóveis e hipotecas, como forma de restabelecer a confiança e a segurança jurídica em nosso ordenamento. Desta forma, tutela-se o direito social (fundamental) à moradia, e de forma reflexa o direito de incontáveis adquirentes/consumidores, cuja proteção é um direito fundamental consagrado no artigo 5º, inciso XXXII, da Constituição Federal”, argumentam os membros do Ministério Público. E a peça elaborada pelo MPE-AL ainda foi mais além: “os danos que foram produzidos tiveram reflexo em desfavor da população, posto que Alagoas foi o único estado federativo que suspendeu o benefício previsto em lei federal, fato que feriu de morte o princípio da legalidade, explicitado no artigo 37 da Constituição Federal. Logo, a justiça social só poderá ser alcançada com a atribuição de eficácia - ex tunc- a revogação deste provimento”, reforçaram Al-

Segundo procurador-geral, Alfredo Gaspar, lei garante ressarcimento

fredo Gaspar de Mendonça Neto e Max Martins. CNJ Como o MPE-AL contestou os dois provimentos da Corregedoria, mas sem decisão favorável, resolveu recorrer ao Conselho Nacional de Justiça. E foi lá que a instituição obteve êxito. A conselheira Daldice Santana determinou, no dia 5 de julho, que fosse dado efeito retroativo ao Provimento nº 13/17. Para ela, os fundamentos apresentados pelos cartórios à Corregedoria do

TJ-AL para que a regra não fosse aplicada de forma a retroagir, baseados na teoria do “fato consumado, boa fé objetiva e nos princípios da segurança jurídica e da proporcionalidade”, não se sustentam. “Vigora, no sistema jurídico pátrio, como regra, a teoria da nulidade, segundo a qual o ato nulo tem sua validade abalada ‘ab initio’, ou seja, considera-se que o ato já nasceu viciado e, portanto, impassível de gerar efeitos válidos”, afirmou. A conselheira também destacou que sobrepor os interesses financeiros das

serventias extrajudiciais à proteção do direito fundamental à moradia, garantido na Constituição Federal de 1988, também “vai de encontro ao microssistema jurídico próprio do Sistema Financeiro de Habitação (SFH)”. “Se, de um lado, é certo que a legítima confiança depositada nos atos administrativos pelos delegatários de serviços notariais e de registro é merecedora de tutela, de outro, soa de todo desarrazoado que a população tenha de arcar com o ônus do ato administrativo ilegal”, destacou a conselheira do CNJ. Em março de 2017, a Corregedoria Geral da Justiça de Alagoas (CGJ/AL) reconheceu a ilegalidade e a nulidade absoluta, mas sem efeitos retroativos, do provimento que havia suspendido, em 2016, a concessão de descontos de 50% nos emolumentos devidos pelos atos relacionados à primeira aquisição imobiliária para fins residenciais financiada pelo SFH. Em 2016, o EXTRA denunciou que os cartórios de Maceió estavam cobrando preços extorsivos pelo registro de empreendimentos imobiliários (prédios comerciais, residenciais, e conjuntos habitacionais). Como exemplo, citou Shopping Pátio Maceió, que pagou R$ 514 mil só pelo registro do Memorial de Incorporação. Para averbar a construção do empreendimento, o cartório de registro cobrou mais R$ 540 mil, o que gerou uma revolta dos empresários da construção civil.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE JULHO DE 2018

Dossiê revela planos do PCC para Alagoas

MUNDO DO CRIME MP DE SÃO PAULO DENUNCIA 75 INTEGRANTES DA FACÇÃO JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ma denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), que fez um raio-x da atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC), cita o estado de Alagoas mais de 30 vezes. O EXTRA teve acesso a esse documento que foi encaminhado à Justiça paulista no dia 5 de julho. A investigação, encabeçada pelo promotor do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Lincoln Gakiya, aponta 75 nomes que atuariam na facção. Dentre eles estão dois alagoanos: Ewerton Barbosa Canuto, vulgo Mente Criminosa, natural de Palmeira dos Índios; e Ednaldo dos Santos, vulgo Igualdade, de Cajueiro. Ewerton participaria do “batismo” de novos integrantes da organização criminosa e Ednaldo, como consta nos autos, exerceria a função de “geral de rua”. A primeira citação que faz referência a Alagoas trata-se de uma ação em que criminosos atiraram contra uma delegacia e queimaram viatura no intuito de chamar a atenção e conseguir que comparsas presos fossem transferidos para unidades que entendessem serem mais interessantes. Em bilhete disponível no dossiê, um integrante da facção diz que apesar de terem enfiado bala no Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) não conseguiram obter êxito. “Vamos bus-

Bilhetes entre membros da facção relatam ações criminosas em Alagoas

car uma outra maneira (...) estamos na luta para tirar os nossos do Agreste onde também na unidade tá os inimigos do CV (Comando Vermelho)”, detalhou. O CV é citado 58 vezes na denúncia feita pelo MP-SP. Embora o documento não especifique a cidade, fato semelhante aconteceu em janeiro do ano passado no município de Joaquim Gomes. Criminosos atearam fogo em uma viatura e atiraram contra o Grupamento de Polícia Militar (GPM) do município. O inquérito revelou ainda que comparsas radicados em Alagoas alegaram dificuldade na aquisição de armas. Presos também do estado informaram em bilhetes da dificuldade que estão tendo de serem transferidos de uma unidade no interior do estado, uma referência do Presídio do Agreste, localizado em Girau de Ponciano. E disseram que já fizeram de tudo para serem

transferidos, mas que está difícil: “pelo jeito é necessário fazer a parte disciplinar na rua”. Segundo o promotor Lincoln Gakiya, entende-se por “fazer a parte disciplinar na rua” promover ataques em série nas cidades do estado, chamando a atenção da mídia e das autoridades, conseguindo a transferência de Unidade Prisional. Ainda sobre o Presídio do Agreste, integrantes do PCC relataram que receberam informações que o Governo de Alagoas teria removido todos os integrantes da facção Comando Vermelho e alocou todos na unidade prisional. Relataram que a unidade é “tranca”, com procedimentos mais rígidos. Também foi orientado para que os criminosos se infiltrassem de maneira dissimulada nas favelas e comunidades alagoanas onde o Comando Vermelho tem o domínio do tráfico de drogas para começar a desenvolver o trabalho de “batismo” e posteriormente

o tráfico de drogas. “A maneira que o ‘Comando Vermelho’ arrecada dinheiro é cobrando porcentagem (30%) das vendas das drogas. Para o PCC não perder ‘campo’ suspendeu a cobrança das mensalidades dos integrantes de Alagoas com objetivo de focar todos os esforços para tomada das localidades que existem a facção opositora”, detalhou o promotor. Conforme o secretário de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), coronel Marcos Sérgio de Freitas, existem tentativas de driblar o sistema prisional para a entrada de telefones celulares, drogas e a saída de cartas e manuscritos. “Mas o sistema prisional alagoano vem instalando bloqueadores de celular e body scans, que em breve vão ser utilizados em todas unidades, além de aparelhos de raio-x para a detecção de ilícitos e ação proativa dos agentes penitenciários”, argumentou.

OUTROS ESTADOS Os documentos revelaram a prática violenta do PCC na ocupação dos demais estados, como sequestros de pessoas de facções locais, que são “interrogadas” e mortas. Nas conversas, foi possível ao MP-SP identificar que o PCC estuda ainda expandir sua atuação para municípios do Mato Grosso do Sul que, segundo os próprios criminosos, são dominados em maioria pelo CV. Para o Rio Grande do Norte, a facção mandou R$ 3 mil destinados a pagar um criminoso que iria arremessar munições para dentro do presídio de Alcaçuz, alvo de várias rebeliões no início de 2017. Os investigadores registram que, de fato, um homem foi preso ao tentar arremessar munição para dentro da unidade. Na Bahia, homens do PCC informam estar coletando informações sobre uma facção criminosa autodenominada “Bonde do Maluco”, assediada para integrar a quadrilha. No bilhete, falam em “trazer a massa para o nosso lado”.


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OAB suspende registro de Janadaris Sfredo

PUNIÇÃO ANTECIPADA ADVOGADO ACUSADO DE MANDAR MATAR SÓCIO TAMBÉM É INTIMADO A ENTREGAR CARTEIRA DA ORDEM

Sete meses em cela de isolamento

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/ AL) julgou, na última sexta-feira, 13, processos de suspensão cautelar do registro profissional de dois advogados. Durante o julgamento, a medida proposta foi aprovada. Com isso, os advogados terão o registro suspenso pelo prazo de 90 dias. Um dos casos foi referente à advogada gaúcha Janadaris Sfredo, que está no Presídio Feminino Santa Luzia, em Maceió, acusada de crime de mando pela morte do também advogado Marcos André de Deus Félix. Ele morreu no dia 27 de março de 2014, 13 dias após ser alvejado por tiros deflagrados por Álvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva, na Praia do Francês, em Marechal Deodoro. De lá para cá, Janadaris, que também é registrada na OAB de Alagoas, trava uma corrida sem trégua a fim de provar sua inocência. Segundo o advogado da acusada, Anderson Taveiros, Janadaris elaborou a própria defesa contra a suspensão de seu registro profissional, mas não conseguiu expor seus argumentos à OAB. Um outro julgamento vai ser marcado e, dessa vez, pode-

Janadaris Sfredo e Sinval José tiveram carteiras da OAB suspensas

rá limar de vez a advogada da Ordem tirando seu direito de exercer a profissão. Inclusive, Janadaris já foi intimada para devolver a Carteira Profissional do Advogado, Cartão Criptográfico OAB ou Token. “Mas ela ainda não o fez porque esses documentos estão no Rio Grande do Sul. A OAB suspendeu alguém que não tem como exercer a profissão, uma vez que se encontra até na cela de isolamento do presídio”, disse. O que difere do caso do outro advogado que teve registro suspenso temporariamente. Detido no Presídio Militar, o profissional teria como continuar com seus trabalhos advocatícios. “Ela solicitou à OAB, através de requerimento, para que a Ordem solicitasse ao juiz Braga Neto, da Vara de Execuções Penais, para que no dia da audiência, o Sistema Penitenciário a levasse até o julgamento para sustentar sua defesa contra a suspensão. Mas, segundo a OAB, a entidade não teria competência para pedir essa permissão. No entanto, a OAB poderia ter feito, sim, esse pedido”, informou ao EXTRA. E acrescentou: “Janadaris tem uma defesa pronta. Ela foi

notificada no dia 1º de junho sobre o processo e foi intimada no dia 12 deste mês para comparecer ao julgamento do dia 13 e no dia 16 foi comunicada sobre a decisão provisória. Em momento algum, ela teve a oportunidade de apresentar um argumento sequer, mas com certeza ela vai recorrer”. O presidente do TED, Telmo Calheiros, ressaltou que o julgamento ocorreu de forma sigilosa e que ainda haverá desdobramentos em ambos os casos. “A suspensão cautelar ocorre dentro do prazo de 90 dias, não podendo ultrapassar este período. Dentro deste prazo o processo vai seguir em tramitação e será julgado em definitivo com a aplicação de penalidades que podem chegar a exclusão”. O outro advogado a ter o registro suspenso é Sinval José Alves, que teve a prisão preventiva decretada e está desde abril recolhido no Presídio Militar. Ele é acusado de haver mandado matar o sócio e também advogado José Fernando Cabral de Lima. Diferentemente de Janadaris, Sinval esteve presente à sessão do Tribunal de Ética da OAB na sexta-feira passada.

No dia 22 de julho completa sete meses que Janadaris Sfredo se encontra na cela de isolamento do Santa Luzia. “Até hoje, OAB nunca se moveu para tratar dessa situação. A inspeção feita pela Ordem na cela foi mal feita. No entanto, não posso generalizar os trabalhos da entidade. Minha crítica é contra a atual gestão”, declarou Anderson Taveiros. A cela, concebida para servir de isolamento a detentas que tenham infringido regras do sistema penitenciário, possui espaço apenas para um beliche onde dormem as outras duas presas. Desde que chegou ao Santa Luzia, a advogada dorme em um colchão no chão e em posição fetal porque o espaço disponível não é suficiente para esticar as pernas. Não há uma única tomada elétrica, o que não possibilita sequer o uso de ventilador para amenizar o calor e espantar os muitos mosquitos e outros insetos atraídos sobretudo pelo acúmulo de lixo do lado de fora da cela. Fotografias anexadas ao relatório da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e os relatórios de inspeção de duas comissões da OAB em Alagoas - Direitos Humanos e Diretoria de Prerrogativas e Valorização do Advogado - , confirmaram a precariedade das instalações (um escorpião foi capturado ao lado do colchão em que a advogada dorme) e afirmaram textualmente que ela não atende ao que preconiza a legislação. De acordo com a Comissão de Direitos Humanos da OAB, estão sendo transgredidos ao menos cinco artigos da Lei Nº

7.210, de 11 de julho de 1984, conhecida como Lei de Execução Penal (LEP), um deles - o artigo 41 - no tocante ao direito de qualquer preso de ter alimentação suficiente, e o artigo 45, que trata da necessidade de procedimento administrativo para que uma presa seja colocada em cela de isolamento. A questão da alimentação se refere diretamente a Janadaris, já que ela é portadora de intolerância alimentar confirmada pela própria nutricionista do presídio que chegou a especificar os alimentos a serem evitados. Como a recomendação não tem sido respeitada, a advogada gaúcha deixou de se alimentar várias vezes e teve uma drástica redução de glicose precisando ser medicada com soro. Os artigos 45, 53, 59 e 60 também estão sendo desrespeitados dada a precariedade do local e porque não houve qualquer procedimento que determinasse o motivo da ida das duas outras detentas para a cela de isolamento. E elas, assim como Janadaris, estão sendo privadas do banho de sol, a despeito de não estarem no local como castigo por mau comportamento. Em abril, os desembargadores integrantes da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) negaram, à unanimidade, pedido de prisão domiciliar em favor da advogada. O relator do processo, desembargador Sebastião Costa Filho, explicou que a Câmara Criminal já havia negado pedido de habeas corpus da acusada por entender que havia indícios da autoria do crime, e que a prisão era necessária para garantia da ordem pública.


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Real disputa lugar com moeda social

TERRA NA CARTEIRA INICIATIVA COMPLETA DOIS ANOS E AQUECE ECONOMIA DE IGACI JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ada de garça-branca, tartaruga-de-pente e arara-vermelha. As notas de dinheiro que circulam em Igaci, município alagoano localizado a 152 Km de Maceió, estampam a realidade de um povo que tira seu sustento do campo. Lá, o Real disputa lugar na carteira com a moeda social Terra, que pode ser encontrada desde feiras até caixas de mercados e drogarias em cinco cédulas diferentes. A que equivale 0,50 centavos de Terra traz o rosto do padre Luís Farias. Já de 1 Terra dá espaço a uma homenagem ao artesanato. E na de 2 Terras, sementes crioulas. Quanto às de 5 e 10 Terras, o associativismo e a agricultura familiar são as referências, respectivamente. E engana-se quem pensa que essa moeda é novidade no município. No dia 22 de julho, no domingo, a Terra completa dois anos de circulação em território igaciense. Tudo começou com a iniciativa do professor do curso de Administração Pública da Universidade Federal de Alagoas (Ufal - Arapiraca), Leonardo Leal, ao se deparar com o trabalho da Associação dos Agricultores Alternativos (Aagra), que já tem três décadas de atuação na cidade. “O professor nos trouxe essa proposta de implantação de um banco comunitário para atender os nossos associados. Foi então que, depois de muito estudo e pesquisa, surgiu o Banco Comunitário Olhos d’Água”, explicou Gleice Mary Gomes da Silva, gerente da instituição.

Cédulas de Terra estão em mercados, postos de combustíveis, drogarias e no bolso da população

À época, a Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (Fapex), que está ligada à Universidade Federal da Bahia (Ufba), tinha aberto uma chamada pública para a contratação de instituições para a implantação em estados carentes de bancos comunitários. “E Alagoas não tinha nenhum, até então. Nos trouxeram essa proposta e aceitamos porque entendemos que o banco seria mais uma tecnologia social para agregar o desenvolvimento dos produtores de Igaci. Elaboramos o projeto e fomos credenciados. Recebemos um recurso de R$ 30 mil para fomentar a moeda e a operacionalização do crédito”, detalhou. Entre Terra e Real não existe câmbio. Para cada 0,50 centavos de Terra que circula na cidade é necessário que o banco comunitário tenha R$ 0,50 no caixa para que haja a conversão da moeda. “Quando

fizemos o cadastramento das empresas para a circulação do dinheiro, alguns comerciantes começaram a dar desconto de 3% a 10% em seus produtos adquiridos com a Terra. O intuito era estimular o uso do dinheiro”, contou. Atualmente, 33 estabelecimentos de Igaci aceitam a moeda comunitária, como postos de combustíveis, serviços de internet e quitandas, entre outros comércios. Cerca de 4 mil terras já circulam por Igaci. DESAFIOS A adesão ao Terra é voluntária, mas estimula a competitividade entre os comerciantes. Aceitar a moeda é uma forma de pagamento a mais para fechar o negócio. Com foco nos agricultores e produtores de pequeno porte, o Banco Comunitário Olhos d’Água realiza empréstimos para diversas finalidades, tanto para a ajuda em alguma emergência no orçamento doméstico quanto

para investimentos em insumos. O nome Terra já existia antes da fundação do banco, mas em outro formato e vinculado a um evento que reuniu representantes de várias entidades que aconteceu em Palmeira dos Índios. Em 2015, a Aagra completou 25 anos de existência e trouxemos de volta a Terra mais uma vez para circular apenas na feira da agricultura familiar durante seis meses. “Um ano depois, para a criação do banco, resolvemos manter o nome da moeda devido seu forte significado, escolhendo desenhos que retratam a cultura da cidade. No verso do dinheiro, a imagem do Rio Coruripe, que quando entra em Igaci ganha o nome de Jacuípe, formando uma queda d’água. São imagens definidas para nos representar nas moedas”. Para garantir a segurança do dinheiro contra falsificadores, as notas são fabricadas com um papel especial que con-

ta com traços em alto relevo. O dinheiro é impresso por uma empresa localizada em Minas Gerais que já fabrica moedas para bancos comunitários de outros estados. Outra tática é as notas serem de baixos valores inviabilizando a falsificação. Convencer os comerciantes a aderirem ao Terra como pagamento não foi uma tarefa fácil. “Até hoje, a moeda social gera desconfiança nas pessoas, mas fazemos um trabalho de sensibilização informando que vale igual ao Real e que ajuda no desenvolvimento do município, uma vez que quem tem Terra no bolso só poderá gastar o dinheiro em Igaci”. Ainda segundo Gleice Mary, até o poder público de Igaci não entendeu a importância da moeda. “Realizamos um evento em janeiro deste ano e nosso público convidado foram empresários e as autoridades do município. Só vieram os empresários”, lamentou.


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Moeda própria pode integrar salário

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esmo desconfiado, o comerciante Jack Jones de Lucena, 49, resolveu arriscar e aceitar a moeda Terra em seu estabelecimento, o Mercado Lucena. Diz que não se arrependeu e hoje vê que seu negócio conta com um diferencial para atrair a clientela. “É uma pena que mais comércios ainda não aderiram à moeda, porque assim circularia mais”, disse ao EXTRA. De acordo com a gerente do Banco Comunitário Olhos d’Água, Gleice Mary, já foi ventilado pelo Poder Legislativo e Executivo do município que servidores municipais recebessem parte do salário em Terra. Isso já acontece em alguns estabelecimentos. Conforme a gerente de farmácia Vitória Santos, 28, não é raro o funcionário pegar um adiantamento ou parte do salário na moeda local. E mais, segundo ela, a Terra virou uma espécie de souvenir para quem passa na cidade. “Tem gente que chega aqui e acha diferente o dinheiro e chega a compra-lo só para levar de lembrança”, contou. E a feirante Maria dos Anjos Oliveira, 38, faz um ativismo para mostrar a importância de que outros estabelecimentos comecem a aceitar a moeda. “Quando vou comprar em algum lugar e eles não aceitam a Terra, eu compro em outro local. Depois volto para a loja que me negaram e mostro o que comprei”, relatou aos risos. Já existem em muitos países diversas moedas sociais e complementares que funcionam como mecanismo para ampliar a circulação de riqueza nas comunidades, cujo propósito é dinamizar a economia. São os casos da moeda social Patacón, na Argentina; do Chiemgauer, na Alemanha; dos LETS (Local Exchange Trading Systems), nos EUA; e dos SELs (Systèmes d’Échange Local) na França. Segundo o professor universitário Leonardo Leal, a moeda social é uma prática de finanças solidária de apoio a economias de territórios com baixo índice de desenvolvimento humano. “A moeda social é uma forma de moeda criada e administrada por seus próprios usuários, geralmente em comunidades baseadas em valores de cooperação e solidariedade. A vocação principal da moeda social é servir as comunidades que as criam

Professor da Ufal, Leonardo Leal apresentou proposta do Terra para associação; Gleice Mary coordena o Banco Olhos d’Água

“Levam ‘Terra’ como lembrança da cidade”, diz a gerente de farmácia, Vitória Santos; feirante Maria dos Anjos negocia com moeda social

e implementam, no intuito de apoiarem a resolução de problemas sociais e econômicos através de ações que podem ampliar a circulação de riqueza no território”. Segundo Leal, a experiência da moeda social Terra, que completou dois anos de funcionamento, é um dos métodos para ofertar microcrédito na cidade de Igaci, onde 50% das liberações de microcrédito são feitas com a Terra. “Consideramos que os resultados são positivos e atestam o êxito da experiência, no entanto também consideramos que existe uma grande margem para ampliar o nível de aceitação da moeda entre

os comerciantes e a população em geral, bem como para a utilização da Terra em políticas públicas relacionadas a limpeza urbana, segurança alimentar, entre outras, porém isso exige novos investimentos que o apoio de parceiros pode trazer”. E a Terra faz escola. “Desde o ano de lançamento do banco comunitário Olhos d’Água, a Ufal é constantemente procurada por prefeitos e líderes comunitários para orientar políticas públicas ou replicar a experiência em outras localidades, como no caso de Limoeiro de Anadia onde o processo de incubação do banco comunitário já foi iniciado”, finalizou.

PROPOSTA As moedas sociais servem a dois propósitos básicos: como instrumentos de incentivo ao consumo e a dinamização da economia local, os quais se tornam legítimos no território e entre os atores locais (consumidores, produtores e comerciantes); e, como estimulantes de um novo tipo de relação com o dinheiro, pois o intuito é restaurar vínculos sociais e propor um novo tipo de organização da economia local.


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Porto de Pedras lidera ranking de gestão com

69% de aprovação

A administração do prefeito Henrique Vilela, em Porto de Pedras, só tem a comemorar. Um estudo feito durante o mês de junho pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa (Ibrape) para saber o índice de aprovação e desaprovação das prefeituras em todo o estado de Alagoas aponta a gestão de Porto de Pedras como líder em aprovação na Região Norte. Com 69% de aprovação, o prefeito afirma que esses números são o reflexo do compromisso de toda equipe da prefeitura com a população do município. A pesquisa, que ouviu 75.600 pessoas em todo o estado, comprovou que a atual administração da cidade é marcada por muitas conquistas e avanços. Prova disso é que foram instaladas lâmpadas de LED no centro da cidade, entregues novos veículos, inauguração de ruas, revitalização da quadra de esportes, reforma de escolas e abertura da feira livre. E Vilela reitera: “Apesar de muitos desafios e dificuldades, juntos conseguimos fazer diferenças e melhorar a nossa tão amada cidade. Estamos no caminho certo e esse é o compromisso da nossa gestão com toda população. O trabalho continua”.


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Em 10 anos, Lei Seca evita mais de 41 mil mortes

SE BEBER, NÃO DIRIJA MAIS DE 7 MIL CNHS FORAM RECOLHIDAS EM ALAGOAS MARIA SALÉSIA COM ASSESSORIA sallesia@hotmail.com

Mais de 8 mil mortes nas BRs só em 2014

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Lei Federal nº11.705, conhecida popularmente como Lei Seca, completou 10 anos e entre 2008 e 2016 evitou a morte no trânsito de mais de 41 mil pessoas. Porém, informações do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) apontam que no Brasil 32.615 pessoas morreram devido a acidentes de trânsito em 2017. O número representa queda de mais de 13% em relação à 2016, quando foram registrados 37.345 óbitos. Os dados não são nada animadores e está longe de ser motivo para comemoração. Em 2008, a taxa em Alagoas era de 19,22 mortes por 100 mil habitantes. Em 2015 foram 22,63 mortes por 100 mil habitantes, com aumento na taxa de mortes por 100 mil habitantes de 15,07%. Outro dado relevante em relação ao estado é que mais de sete mil CNHs foram recolhidas. Apenas em 2017 foram confiscadas 1.340 carteiras em Alagoas. Levantamento do Ministério da Saúde aponta que o número de adultos que dirige após ingestão de bebida alcoólica aumentou 16% em todo o país entre 2011 e 2017. No geral, 6,7% da população adulta no Brasil admite a prática, sendo que homens também se arriscam mais que mulheres (11,7% admitem a infração, contra 2,5%). A pesquisa mostra ainda que pelo menos 7,2% dos homens de Maceió admitem que dirigem após consumir bebida alcoólica. As mulheres alagoanas são mais contidas, apenas 0,4% costumam beber e dirigir. Quem ficou mesmo no topo do ranking de notificações foi o estado de Minas Gerais, que teve 255 mil infrações. Já o Distrito Federal registrou o maior índice de autuações na comparação com o número de motoristas registrados: 8%. Foram 121 mil autuações para 1,5 milhão de CNHs no estado. Em relação às capitais, Recife foi a que apresentou menor frequência desse comportamento (2,9%), e a maior foi

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Palmas (16,1%). Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste houve redução de mortes no trânsito. Os dados do DATASUS mostram as taxas até 2015. No Sul em 2008 foram 25,73 mortes por 100 mil habitantes e, em 2015, 20,75 mortes por 100 mil habitantes. No Sudeste em 2008 - 18,93 mortes por 100 mil habitantes e 2015 - 15,05 mortes por 100 mil habitantes. No Centro-Oeste em 2008 - 29,14 mortes por 100 mil habitantes e 2015 26,35 mortes por 100 mil habitantes. Já as regiões Norte e Nordeste não têm o que comemorar, pois houve aumento. No Norte, em 2008 - 18,02 mortes por 100 mil habitantes e 2015 - 19,53 mortes por 100 mil habitantes. O Nordeste 2008 - 18,03 mortes por 100 mil habitantes e 2015 - 21,55 mortes por 100 mil habitantes. De acordo com a porta-voz do Grupo Tecnowise, Roberta Torres , especialista em Segurança e Saúde no Trânsito e mestre em Segurança no Trânsito, existem várias causas importantes em relação a violência no trânsito. Segundo ela, na maioria das vezes, quando analisa um evento no trânsito encontram-se várias causas, a exemplo do excesso de velocidade combinado com o álcool ou a desatenção, além do uso do celular combinado com a falta de sinaliza-

ção.

O perfil do motorista muda bastante em relação a cada estado brasileiro. Para a especialista, trânsito é cultural. Cada estado tem o seu “jeito de dirigir”, embora as leis sejam nacionais. “Se formos olhar pelas taxas de mortes, veremos que a região Sudeste é a que tem menor taxa. Poderíamos dizer que são os melhores motoristas? Ou que são mais bem preparados? No Nordeste temos muitas mortes de motociclistas. Isso significa que os estados precisam dar mais atenção a esses condutores se querem reduzir seus dados de mortes e acidentes”, afirmou a especialista. Roberta Torres aponta que políticas públicas são extremamente importantes se tiradas do papel. “Não adianta ter um plano maravilhoso de mobilidade urbana, de segurança no trânsito se aquilo ali está apenas escrito e não é colocado em prática. O trânsito seguro é um direito de todos nós, cidadãos brasileiros, e não é um favor do Estado e sim uma obrigação. As vias precisam ser seguras, os veículos também e é imprescindível ter uma formação melhor dos condutores e campanhas educativas para aqueles que não são motoristas, mas que estão no dia a dia transitando pelas ruas das cidades”, frisa.

Relatório de Pesquisa Sobre Acidentes de Trânsito nas Rodovias Federais Brasileiras (2015) aponta que no ano de 2014, ocorreram 169.163 acidentes nas rodovias federais brasileiras, onde morreram 8.227 pessoas. Nesses acidentes, cerca de 100 mil ficaram feridos. Ainda em 2014, cerca de 596 mil vítimas receberam indenização do DPVAT por Invalidez Permanente, causada por acidentes de trânsito - um aumento de 34% em relação ao ano anterior. Segundo a especialista houve redução na taxa, ainda que de forma tímida. “Acredito que uma vida salva é motivos de comemorarmos. Mas ainda falta muito a fazer, a se pensar no compromisso que o Brasil assumiu com a Década de Ações para a Redução da mortalidade e acidentes de trânsito em reduzir 50% até 2020. Esse prazo inclusive já foi prorrogado, mas ainda estamos longe de conseguir alcançar a meta.” Dados do Grupo Tecnowise, o maior do Brasil voltado para educação, formação e capacitação de condutores, apontam que desde a criação da lei o número de mortes no trânsito foi reduzido em 14% e a fiscalização aumentou em 512%. Ainda assim, o álcool é a segunda maior causa de acidentes de trânsito do Brasil. Em 10 anos, a Lei Seca multou 1,7 milhão de motorista, sendo que, aproximadamente 41 mil mortes foram evitadas. “Órgãos como o Denatran, por exemplo, acreditam que investir na educação de trânsito é primordial por considerar que esta conscientização é o procedimento mais importante para reduzir ainda mais os índices de acidentes por mortalidade”. Mesmo com a redução da mortalidade em trânsito no país, a Região Nordeste registrou aumento de 6,3%.

TECNOLOGIA A SERVIÇO DO TRÂNSITO

Há quem defenda que as diversas tecnologias auxiliam na educação do trânsito e que bem aplicada só tem a contribuir. É o caso dos simuladores na autoescola que começaram em 2013 e que deixaram de ser obrigatórios diversas vezes. Mas, a partir de janeiro de 2017, as autoescolas se tornaram obrigadas a incluir no curso cinco aulas no simulador, consideradas essenciais para que o aluno tenha noção de como se safar de situações adversas ao volante. Porém, há quem critique que aula teórica nenhuma tem como explicar ao aluno seu comportamento no asfalto molhado, por exemplo. Porém, vários estudos estão sendo desenvolvidos no Brasil, inclusive, demonstrando uma melhoria no índice de aprovação e na taxa de sucesso nos primeiros exames. Existem ainda os softwares de apoio pedagógico na sala de aula, ferramentas de realidade virtual que podem levar o aluno para dentro do motor de um carro para que ele compreenda a importância da manutenção preventiva. As próprias redes sociais e os aplicativos conseguem interagir com os alunos e desenvolver um processo educativo.


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Ruas têm mais de uma denominação

PROBLEMAS DE MACEIÓ FALTA DE PAVIMENTAÇÃO TAMBÉM PREJUDICA MORADORES

Sofia Sepreny

SOFIA SEPRENY E MARIA SALÉSIA

A

venida Alípio Barbosa, avenida Ernandes Bastos, avenida Arnon de Melo, as ruas são a mesma, mas com três nomes oficiais diferentes. Essa situação é muito comum em vários dos 50 bairros da capital alagoana, Maceió. São inúmeras as confusões quanto a números de Código de Endereçamento Postal (CEP), nomes de ruas e mudanças de endereço. E o que era para ser algo simples e concreto, acaba prejudicando moradores que necessitam de serviços de localização exata e até trabalhadores como carteiros e motoristas. Bruno da Silva não teve problema com o nome da sua rua, mas com o CEP ele está enfrentando dificuldades. “Estou tentando há mais de 10 dias abrir uma conta no banco e não consigo. Isso está acontecendo desde que recebi uma correspondência com um novo CEP. Eu tento cadastrar o novo número mas não é reconhecido pelo banco, que utiliza a base de dados dos Correios”, declara ele. A situação é tão frequente que Guilherme Omena, motorista de aplicativo, diz que sempre tenta entrar em contato com o cliente. “Já peguei várias vezes ruas em que o nome na localização é um e o nome na placa da rua é outro. Ali na Jatiúca, por exemplo, a Travessa Isabelle Gondim Lima é a mesma localidade da Travessa Santo Amaro no mapa de loca-

Pavime

Rua do Tabuleiro Novo tem quatro diferentes nomes e perdeu 2 metros quando da pavimentação asfáltica realizada ao final da gestão de Cícero Almeida

lização, por isso sempre entro em contato com o cliente para saber”. No bairro do Osman Loureiro, é possível identificar correspondências para uma mesma localidade mas com três endereços diferentes. Ela varia de bairro, rua e de CEP. Isto porque se trata de um mesmo conjunto. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa e Correios e Telégrafos em Alagoas (Sintect-AL), Altanes Holanda, um trabalho de regularização das ruas foi iniciado depois de uma reunião do sindicato com a prefeitura, mas não foi dado continuidade no processo. “A regularização nos nomes e endereços dessas ruas já foi solicitada. Uma reunião foi convocada para que o trabalho fosse continuado, mas até agora nada foi concluído. É uma situação que ajudaria bastante a prestação de serviço dos trabalhadores”, comenta o sindicalista.

Rua P

Além da diminuição, estacionamento irregular prejudica a circulação de veículos e acesso à garagem pelos moradores

Rua no


avimentação da rua já foi solicitada três vezes à prefeitura

ua P no bairro Vergel do Lago

ua no Vergel do Lado consta como asfaltada na prefeitura

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Bruno Fernandes

Rua do Tabuleiro perde 2 metros

A

lém do problema da falta de endereçamentos específicos e exatos, irregularidades na pavimentação e drenagem de ruas em Maceió também causam reclamações constantes. Há casos em que na busca de melhor qualidade de vida, a população, cansada da poeira, lama e buraco, retira dinheiro do próprio bolso e tenta sanar a questão. Outros, embora o poder público tenha resolvido a questão, reclamam que o estreitamento da via trouxe transtornos a ponto de dificultar a entrada e saída de veículos das garagens das residências. Há quem diga que as obras para redução seriam para “economizar” recursos. É o caso de uma rua próximo à Delegacia de Roubos e Furtos, no bairro do Tabuleiro Novo. Foram diminuídos 1,10 cm de um lado da via, aumentando a calçada, e outros 0,90 cm do outro lado, diminuindo assim a via em 2 metros. Na época, as obras de pavimentações nas vias do Tabuleiro, realizadas no fim do mandado do prefeito Cícero Almeida, custaram cerca de R$ 8 milhões. Wilma Alves, moradora da rua, afirma que piorou a situação e quando feita a obra em 2014, a prefeitura alegou que era para se tornar padrão. “A gente questionou na época, mas eles disseram que era um estreitamento para as ruas ficarem com uma largura padrão. O problema é que não existe padrão, a rua de cima é mais larga, por exemplo”. Como se não bastasse o problema de estreitamento, a mesma rua chega a ter quatro nomes; Rua B; Rua Luiz Carlos Bastos; Eunice Lavenere e por último Rua Jones de Castro Lisboa. A Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), afirmou que executa os projetos de pavimentação de acordo com o que está definido no plano diretor da rua, sempre aproveitando, ao máximo possível, o espaço da via. No bairro do Vergel do Lago, a situação de diferentes nomes se repete. Isso se agrega ao problema de pavimentação, uma mesma rua aparece como pavimentada, embora esteja no barro. Moradores da Rua P, por exemplo, solicitaram junto à Seminfra asfaltamento da via, mas segundo a secretaria a mesma consta como asfaltada. A população da região afirma também

que além de Rua P, a via é conhecida como quadra 22. Valdomiro Augusto da Silva, antigo líder comunitário do Conjunto Virgem dos Pobres I relata que a solicitação de pavimentação já foi realizada três vezes, e em todas elas, a prefeitura alega que as vias já constam como pavimentadas. “Já pedimos três vezes, para pavimentar e solucionar essa buraqueira, pois quando chove é uma lama só. Não sabemos mais como fazer, mas provavelmente entraremos com denúncia junto ao Ministério Público”, relata Valdomiro. Na teoria, a pavimentação das vias públicas é responsabilidade dos municípios. É dever das prefeituras colocar asfaltamento, instalar drenagem da água da chuva, endereçar e sinalizar as ruas. Os investimentos podem vir do próprio município ou de convênios com o governo estadual e federal. Porém, na prática não é bem assim. A Seminfra não possui dados sobre o número de ruas que são ou não asfaltadas na capital alagoana, mas informou que durante a atual gestão, aproximadamente 800 ruas passaram por obras de pavimentação. Em relação a mudança de nome das ruas, afirmou que esta situação não é de responsabilidade do órgão. “A oficialização dos nomes de qualquer logradouro público é de competência da Câmara Municipal de Vereadores. Cabe à Seminfra analisar a viabilidade financeira e técnica dos pedidos de pavimentação que são oficializados no órgão e executá -los de acordo com estas possibilidades avaliadas”, esclareceu. A assessoria informou, ainda, que qualquer cidadão pode oficializar uma solicitação de pavimentação. Basta abrir um processo no protocolo da Seminfra, para que o órgão faça o levantamento técnico e orçamentário. Além do que, disse, as obras de pavimentação em Maceió têm sido executadas com recursos do próprio Município, oriundos do pagamento de impostos, mas também podem ser realizadas por meio de convênios com o Estado e União. Vale ressaltar que embora exista um setor de protocolo no órgão onde a população pode solicitar a pavimentação, não é garantia que a rua seja contemplada. Segundo a pasta, é que o volume de pedidos é bastante alto.


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Amor é liberdade

SAÚDE MENTAL

O oposto do amor é o poder. Quanto mais poder alguém tem por uma pessoa, menos amor ela tem por essa pessoa.

arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

(Carl Jung)

Só faz bem ...

Poucos ficam atentos sobre o que expressam as leis. Elas servem para normatizar ou impedir que um determinado comportamento ocorra em prol das relações humanas, na sua maioria. Apesar disso os crimes continuam. Mas alguns comportamentos ou transtornos mentais podem ser minimizados, se elas forem cumpridas. Pois é, o legislador percebeu a necessidade de introduzir o inciso IX no artigo 1.634 do novo Código Civil que normatiza as relações de parentescos, ou seja, determina que os pais podem exigir dos filhos “que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição”. É o que está expresso na Lei nº 13.058 de 2014.

Só faz bem ... II

É a Ciência Jurídica ratificando a importância da Psicologia ou os cuidados e responsabilidades que devem ter os pais, ao criarem seus filhos. Prestar obediência e respeito aos pais é essencial para que os filhos possam, no futuro, ter maturidade psíquica para superarem as adversidades, que, com certeza, surgirão ao longo da vida. O que se vê hoje é a criança dominar ou mandar nos pais. Isso é extremamente nefasto para a psique dela, num futuro próximo. Constata-se nas famílias a fragilidade do poder dos pais, o poder se deteriorando em nome de “não quero faze-la infeliz, contraria-la”. Pelo contrário, é preciso que o filho ou filha saiba que existe uma autoridade em casa.

Só faz bem ... III

Algumas atitudes que não devem ocorrer: o pai ou mãe perguntar ao filho ou filha, de dois ou três anos, o que quer no almoço, no café da manhã ou no jantar; para onde quer ir; se gosta disso ou daquilo. Quem tem que decidir? São os pais. Eles devem saber qual o alimento ou o que é melhor para os filhos. Não querer “desagrada-los” porque pode “perder o amor ou afeto deles”. Isso não vai ocorrer por impor limites e obediência. Às vezes a birra acontece e é alimentada. Basta a criança pedir alguma coisa num supermercado, por exemplo. Se ela chora a mãe ou pai sa-tisfaz a vontade imediatamente. Nesse momento ela já entendeu que se chorar vai ganhar alguma coisa e aí pode levar isso para o resto da vida. Ela apresenta um choro com o intuíto de chamar a atenção ou ganhar alguma coisa. Se não tiver o dinheiro diga não e o porquê. Basta isso.

conscientizar-se de que os conflitos podem ser amenizados entre pais e filhos.

Só faz bem ... VI

Depois ela vai entender.

Só faz bem ... IV

O ter autoridade e dar limites são comportamentos que estruturam o psiquismo das crianças. Sem limites a criança pode apresentar, no futuro, vários transtornos mentais, alguns relacionados à personalidade, principalmente narcisista e antissocial. Lembrando que Psicologia não é matemática: nem todas que foram submetidas a esse processo comportamental terão transtorno. Cada sujeito tem uma vivência própria, subjetiva. Se não teve limite e se não respeitou nem aos pais, incutem, inconscientemente, que podem tudo, que podem fazer o que quer. Que todos estão a seu dispor e não é bem assim que ocorre no dia a dia.

Só faz bem ... V

Na fase da adolescência isso vai ser agravado e o resultado pode ser de um adulto prepotente, arrogante e que não respeita as leis, os colegas de trabalho, os amigos, a esposa ou o esposo, enfim. Quando os conflitos começarem a surgir nos relacionamentos com colegas de trabalho, amigos e cônjuge, nesse momento pode-se estar desencadeando um processo de ansiedade (simples ou agudo), depressivo e até ideação suicida. Por quê? O ter limites, o cair e levantar (ao aprender a andar) faz parte da natureza humana. Mas, se ela não aprendeu a ter limites, a respeitar a obedecer, em ajudar nas tarefas de casa (lavar pratos por exemplo), quando os conflitos surgirem e ela não aprendeu a se conter ou resolver uma questão semelhante que ocorreu na infância, pode desencadear um processo patológico.

Só faz bem ... IX

A criança precisa aprender a cair e se levantar, sozinha. Muitas vezes os pais ficam desesperados ao ver que ao tentar dar um primeiro passo para andar a criança cai. O cair é extremamente natural. Cair, não ter sucesso num determinado empreendimento, num relacionamento, é extremamente saudável. Nesse momento é importante o acolhimento dos pais encorajando a criança a reagir, a se levantar, a refazer, a tentar novamente.

Portanto, o inciso IX do artigo 1.634 não precisava ser colocado na lei, mas, se está tem uma razão baseada no que a Psicologia já descobriu: fazer a criança obedecer e respeitar os pais e ter limites, só faz bem.

Rivotril, precisa?

Só faz bem ... VII

A criança não vai ser prejudicada se, por exemplo, ela for instigada a levar seu próprio prato até a cozinha, depois de almoçar ou jantar; ou se lavar a louça. Pelo contrário, vai ser introduzido o senso de responsabilidade e respeito, o que é extremamente saudável do ponto de vista da Psicologia.

Só faz bem ... VIII

Na clínica, depois de alguns meses do processo psicoterápico, alguns clientes chegam até a ficar satisfeitos com os procedimentos e atitudes que os pais tiveram, ou seja, em determinar limites. Porém, antes, principalmente na fase da adolescência, são bastante conflitantes as relações entre pais e filhos, mas é preciso que os pais tenham determinação e ter a certeza de que está fazendo a coisa certa. Depois da análise, com vários conflitos entre a pessoa e os pais, o cliente reconhece o quanto foi importante o limite, a imposição dos pais em impor respeito e obediência. “Hoje sei do valor que aquela atitude representou para mim”. Daí a importância do processo psicoterápico para conhecer, reconhecer, aceitar e agora

A ansiedade é um sentimento extremamente natural da pessoa. Quem não teve um frio na barriga ao encontrar pela primeira com a(o) namorada(o); fazer uma prova para concurso ou até mesmo fazer uma entrevista para emprego? Pois é, mas essa ansiedade está sendo mascarada por medicamentos porque a pessoa “não se sente bem” quando se submete a essas tarefas. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2007 foram vendidos 29 mil caixas do ansiolítico Rivotril, que tem como princípio ativo o clonazepam. Em 2015 passou para 23 milhões. Isso mesmo, 23 milhões de caixas, de acordo com dados da IMS Health. O medicamento está sendo usado para qualquer tipo de mal estar, por mais simples que seja. Basta alguém dizer que está ansioso por causa da pressão imposta pelo trabalho; porque perdeu um emprego ou teve um conflito com o cônjuge e aí, é ministrado o medicamento. Apesar dele aliviar, quase que instantaneamente, a ansiedade, é um perigo.

Rivotril, precisa? II

Os especialistas afirmam que, a longo prazo, o medicamento pode causar dependência física e psíquica. Ele é um anestésico/sedativo e geralmente é indicado para combater a insônia, estresse, controle de distúrbios epilépticos, ansiedade, além da Síndrome do Pânico. Alguns efeitos colaterais: perda de memória, da concentração, dificuldade motora, indiferença afetiva, quedas da própria altura, fraturas, tontura, zumbidos, sensação de ressaca, além de demência. É fundamental que a pessoa que apresente algum tipo de ansiedade, seja por qualquer motivo, procure um profissional - psicólogo - para investigar a origem e a partir daí, se for necessário, fazer psicoterapia. Caso seja imprescindível, o psicólogo pode orientar o uso

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP-15/4.132. Atendimento virtual pelo site: vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. E-mail: arnaldosanttos@uol.com.br//arnaldosanttos.psicologo@gmail.com Telefone: 9.9351-5851.


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Para refletir: “Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”. (Nelson Rodrigues).

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Difícil é agradar A cidade de Palmeira dos Índios (minha terra mãe) passou por volta de trinta anos mergulhada em sucessivas administrações irresponsáveis que lhe causaram danos provavelmente irreversíveis. De sua pujança como município modelo para o país, viu seu comércio, sua robusta agricultura, seu turismo e sua dignidade depredados a cada quadriênio pelo equivoco do voto. O único administrador que a população sente saudades é Jota Duarte, certamente o maior prefeito de sua história, por mais de um mandato. Hoje a cidade convive com novos tempos pela administração do prefeito Júlio Cezar, um cidadão jovem, comunicador nato, de família humilde com alguns predicados: ama sua terra, passou pelas agruras dos palmeirenses nesses anos de decadência administrativa, é criativo, empreendedor e ágil em ações de resultados. Conquistou Brasília literalmente. Não há um deputado ou senador alagoano que não goste dele. Com seu jeito próprio já é figura conhecida e querida nos ministérios. Dias atrás ouvia de um colega jornalista brasiliense: “Esse seu prefeito vai longe, é articulado e muito sabido”. Fiz esse preâmbulo para citar um fato que não me surpreendeu por conhecer o bastante meus conterrâneos, mas me deixou pasmo. Uma minoria inconformada e a serviço daqueles que nada fizeram pela cidade, postou nas redes sociais críticas ao prefeito que ao realizar obras no principal espaço público (Praça da Independência) estaria “causando transtornos e ainda desalojou um comerciante que tinha seu negócio há mais de dez anos no local”. Vou ser breve: como pode se fazer uma obra de grande volume sem que hajam transtornos temporários à população? Os serviços são reais e não virtuais, pelo menos ainda; quanto ao cidadão “desalojado” esse com certeza não é legítimo dono do espaço e mesmo que o seja não pode ser causador do impedimento de uma obra de interesse público. O administrador tem que ter a coragem cívica de fazer valer esse interesse, que predomina sobre o particular. Não tenho laços de amizade próxima com o prefeito, mas uma respeitosa relação sem compromisso de cada lado. Já fiz críticas pontuais a sua administração e por certo continuarei fazendo quando necessárias e isso me dá o direito de defender quando injustamente caluniado.

TCU moderniza fiscalização

O Tribunal de Contas da União (TCU) vai ser pioneiro entre as entidades fiscalizadoras superiores (EFS) em todo o mundo no uso de imagens de satélites para atuar no controle dos gastos públicos. O chamado “geocontrole” vem sendo estudado pelo TCU em dois pilares: um voltado para a tomada de decisão, que é a Análise Multicritério Espacial, e outro voltado para o acompanhamento de execução de políticas públicas, de obras, colhendo dados para verificar a necessidade ou não de realização de uma auditoria. Apesar de a geotecnologia já ter diversos usos no mercado, quando o assunto é exclusivamente controle externo ainda não havia nada, e não apenas no Brasil: “Não tem nada nessa linha, do controle, no mundo”. No Brasil, em um trabalho de benchmark, foi encontrado o uso de geotecnologia em áreas específicas. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), por exemplo, faz uso em projetos de rodovia, “mas não usam as informações que têm no processamento de obras”. Já a Valec, empresa voltada para a construção e a exploração de infraestrutura ferroviária, tem um sistema de gestão de faixas de domínio, “que é muito bom”, baseado em imagens de satélite e de drones. É essa base de dados que está sendo usada para fazer a auditoria nos 1,5 mil quilômetros da [Ferrovia] NorteSul. Outro órgão que tem forte uso de geotecnologia é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no monitoramento de incêndios e desmatamentos.

Disciplina digital

Uma notícia que passou despercebida pretende disciplinar as atividades da comunicação digital e combater a grande quantidade de notícias falsas nas redes de internet. A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados aprovou proposta que obriga jornais ou publicações periódicas digitais a se inscreverem no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. O projeto original obriga todos os veículos de comunicações digitais a se registrarem. “A obrigação do registro cartorial desses veículos de comunicação constitui importante requisito para coibir a divulgação de notícias falsas, fabricadas, de fontes não confiáveis, em favor da segurança jurídica e autenticidade dos conteúdos jornalísticos”, opinou o deputado Afonso Motta(PDT/RS), relator da matéria. Pelo texto aprovado, os jornais ou publicações – impressos ou digitais – que não fizerem o registro serão considerados irregulares. Hoje, os jornais impressos não registrados são considerados clandestinos. O texto modifica a Lei dos Registros Públicos (6.015/73).

Fazendo cidadania

Sair do seu gabinete e ir até as escolas para explicar qual é o papel do Ministério Público na vida da população. Este é o objetivo do promotor de Justiça do município de Matriz de Camaragibe, Leonardo Novaes Bastos, que já iniciou esse trabalho em quatro unidades de ensino, conversando com os alunos, pais e professores sobre os direitos da infância e da juventude, chamando a atenção para a importância da educação na vida familiar. “Viemos aqui para dizer que o Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), dentre outras atribuições, também tem a missão de proteger os direitos que estão assegurados no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que é um importante instrumento legal. Por isso, quero colocar a nossa Promotoria de Justiça à disposição de cada um de vocês para ajudá-los no que for preciso. Peço que fiquem atentos a qualquer sinal de abuso sexual e de negligência familiar. E se isso ocorrer, não tenham medo. Procurem o MP e o Conselho Tutelar, que estaremos prontos para agir”, explicou Leonardo Novaes. Que o trabalho do jovem promotor sirva de exemplo e frutifique, em apoio a preservação dos direitos das crianças e adolescentes.

Puxão de orelhas O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, foi aconselhado a ser mais ponderado a partir de agora ao fazer críticas públicas. Em evento esta semana ele criticou e chamou de “filho da puta” integrante do Ministério Público que solicitou a abertura de um inquérito contra ele por injúria racial. O presidenciável não sabia, mas o pedido foi feito por uma mulher, o que gerou repercussão negativa nas redes sociais contra ele. Desde o início do processo eleitoral, Ciro tem sido aconselhado pela equipe de campanha a diminuir o tom agressivo, mas ele não tem seguido a recomendação. No momento em que ele tenta atrair o apoio de partidos do centrão, o xingamento causou preocupação entre aliados do presidenciável. Em jantar com dirigentes do DEM, PP e Solidariedade, no mês de junho, Ciro já havia sido cobrado pelo gênio forte. Na ocasião, ele disse que podia conter o pavio curto. Na quarta-feira (18), os dirigentes das siglas do centrão discutiram em Brasília um possível apoio à candidatura do pedetista. A aposta do PDT é de que um anúncio deve ficar apenas para a semana que vem, depois da convenção nacional do partido, marcada para esta sexta-feira (20). O Ministério Público de São Paulo pediu o inquérito depois que, em entrevista à Jovem Pan, Ciro chamou o vereador Fernando Holiday (DEM-SP), ligado ao MBL, de “capitãozinho do mato”.


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O não voto

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esta próxima eleição a Nação vivenciará ao que tudo indica, a maior expressão da rejeição popular ao quadro político-econômico que aí está, e que se reflete na desastrosa situação econômico-social atual do país e na visceral rejeição aos políticos profissionais e à política com Não que o povo não saiba votar. Sabe sim, p minúsculo que eles representam. e muito bem. Os mais Já não há dúvidas de 55% de não votos que caminhamos esperados para outu- para um recorde “não voto” rebro de 2018 mostram de presentado pelas de forma translúcida abstenções, votos em branco e nulos. isso. As urnas rejeiEles devem supetarão os corruptos e rar a barreira dos a corrupção que eles 55% do total de produziram de forma votos do país. As oceânica, mas o mode- recentes eleições para governador lo democrático vigen- do Amazonas e do te irá elegê-los. Tocantins foram sintomaticamente nesta direção com seus respectivos, 52% e 61%. E a maior explicação para isso está na política. Ou melhor na não

Economista

política. Dominada de alto a baixo por uma cleptocracia profissional que armou direitinho o circo da reeleição para interditar o novo e as mudanças tão desejadas pelo brasileiro. Veremos novamente as castas de sempre enquistadas nos poderes legislativos estaduais e federal eleger os bandidos de sempre (salvo as raríssimas exceções) travestidos de políticos “defensores do povo”. Não se deve guardar ilusão com a próxima eleição. Infelizmente. Não que o povo não saiba votar. Sabe sim, e muito bem. Os mais de 55% de não votos esperados para outubro de 2018 mostram de forma translúcida isso. As urnas rejeitarão os corruptos e a corrupção que eles produziram de forma oceânica, mas o modelo democrático vigente irá elegê-los. No caso de governadores e presidente até menos de 30% dos votos totais. O plano básico dessa cleptocracia é muito claro: prometer mundos e fundos, comprar descaradamente votos, ameaçar o eleitor forçando- o a votar em bandidos, traficantes ou em políticos apoiados por eles que, para garantir os minguados votos que assegurem suas reeleições para – aí sim

Nascer de uma nova estrela

T

enho uma relação avoenga gratificantemente rejuvenescedora com minha neta de quase seis anos. Brincamos, quando se nos dá; conversamos e até arengamos, sem Os céus ganharam qualquer laivo de ou resquício uma nova estrela, raiva de rancor. Outro induvidosamente dia, anoitecia e de primeira gran- eu me preparava deza, desde o final para sair, ir para da semana paso meu cafôfo, tosada. Partiu o Dr. mou-me pela mão e olhando para o Ismar Gatto, ser humano de encan- firmamento disseme com singeletadora sensibiliza: “Vovô, quando dade. você virar estrelinha, vai ficar bem ali no céu”. Respondi-lhe pensativo: “É verdade! Vou ficar lá

longe de você”. Incontinenti, ela falou carinhosa: “Não fique triste, pois toda noite, antes de dormir, venho conversar com você”. Essa conversa carinhosa lembrou-me Bilac, no seu belíssimo Ouvir estrelas: “Pois só quem ama pode ter ouvidos capaz de ouvir e de entender estrelas”. Os céus ganharam uma nova estrela, induvidosamente de primeira grandeza, desde o final da semana passada. Partiu o Dr. Ismar Gatto, ser humano de encantadora sensibilidade. Conheci-o pessoalmente há poucos anos. Havia eu sido amigo do seu irmão Isnar, o Tita, na adolescência, de quem fui também colega de magistério. Mas foi o exercício profissional

ELIAS FRAGOSO

– eleitos, mostrarem a que vieram. 1) investirem pesado para “melar” a lava jato que os ameaça com prisões pelos roubos, desvios e falcatruas mil que praticaram e continuam desavergonhadamente a praticar e; 2) Trabalhar para assegurar o perdão para os ladrões do dinheiro público já presos ( e até para os que estão a caminho disso). Basta que se acompanhe os “discursos” dos candidatos a qualquer cargo. Ou melhor o não discurso. Fogem como o diabo da cruz dos temas que o país que ver resolvidos. Tergiversam sobre a punição aos corruptos, são tíbios em suas proposições sobre mudanças políticas, tributárias, previdenciárias, sobre a reforma do Estado. Até sobre – é de chorar mesmo – sobre a saúde, a educação, o transporte e a segurança, temas mais diretamente ligados ao povo. E por que isso? São todos farinha do mesmo saco. Comprometidos até à medula com o status quo, alguns até envolvidos em crimes mais graves. O que se esperar de uma fauna dessas? Enxergam, mas não admitem pu-

blicamente que “jogar o jogo” com os mesmo jogadores e com técnicas ultrapassadas e, principalmente, rejeitadas pela torcida, é uma jogada de alto risco. Se der certo para eles, continua tudo como está ou piora: a roubalheira, o crime organizado, as drogas, o jogo ilícito, a insegurança, pessoas morrendo como vermes a porta de hospitais públicos, educação de quinto mundo e por aí vai. Se der errado. Bem se der errado, resta o caminho do aeroporto para irem gozar as delicias que o dinheiro roubado do povo pode lhes proporcionar em países sem crise (nem os esquerdistas desejariam ir para Cuba curtir um exílio involuntário. Iriam mesmo era para Miami para continuarem a gritar Cuba Livre com uma boa dose do legítimo rum caribenho nas mãos) Só não enxerga isso quem não quer ver. Ou enxerga e é conivente ou, está tão envolvido que não se apresenta para estes outra saída que não “incendiar Roma” prá ver se se salvam. Não se apaga o fogo da crise com a gasolina de mais corrupção.

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

que me aproximou do Dr. Ismar. Sua personalidade cativou-me já na primeira reunião. Instituidor e mantenedor do Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis-Neafa, confidenciou-me certa feita, em uma das nossas tertúlias, que Deus o havia agraciado com uma vida bonançosa e de bens materiais suficientes à tranquilidade; por essa razão ele se sentia no dever de, à semelhança do santo de Assis, distribuir um pouco dessa felicidade com os animais inferiores. Criara então o Neafa, com o fito único de cuidar

de cães e gatos, principalmente aqueles abandonados e maltratados pelos humanos. Fazia-o, todos sabemos, com desvelo e desinteresse por encômios e honrarias. Mesmo assim, por sua dedicação e vida, a Câmara Municipal de Maceió prestoulhe significativa homenagem criando a Comenda Ismar Malta Gatto, agraciando pessoas que se destacam no cuidar dos animais. Hoje, esposa, filhos, netos, parentes e amigos do homem Ismar Gatto temos uma nova estrela no firmamento.


MACEIÓ, ALAGOAS - 20 A 26 DE JULHO DE 2018

JORGE MORAES

ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

Cadê o candidato de peso?

D

esde o dia em que o prefeito Rui Palmeira anunciou que não seria candidato ao Governo de Alagoas, e isso já faz um século, que a oposição vem dizendo que vai ter um candidato de peso nas próximas eleições. É bem verdade que eles precisaram de alguns dias para digerir a decisão do prefeito de Maceió. Foi como ficar órfão de pai. Em um processo grande como esse, que vai de presidente a deputado estadual, faz parte do projeto de muitos a presença de um candidato que possa puxar votos para as coligações e, neste caso, seria o nome para governador. Passado o susto, a oposição ficou até agora só no discurso: vai apresentar um candidato de peso, O certo mesmo é até agora não que, mesmo anun- que saiu. Como o temciando um nome po está passando forte para enfrentar e, em poucos dias, o governador Renan termina o prazo das convenções Filho, candidato à partidárias, reeleição, a oposição brincadeira nasa procura um nome ruas é que esse -bomba, mas até candidato de peso agora não tem nem pode ser o peso da gordura, ou seja, um traque. o excesso de peso. Nesse tempo todo, alguns oposicionistas já falaram nos nomes dos vereadores Kelmann Vieira e Eduardo Canuto e no do vice-prefeito Marcelo Palmeira. Os dois primeiros pertencem ao PSDB, o partido do prefeito Rui Palmeira, e o último ao PP, do senador Benedito de Lira. Kelmann, Canuto e Palmeira não confirmam e nem desmentem, categoricamente, essa possibilidade. Por sinal, esses nomes esfriaram nos últimos dias. Esta semana, ouvi de alguns dirigentes partidários, que o senador Fernando Collor de Mello está sendo lembrado pelo grupo de oposição (PSDB, PP, DEM, incluin-

do aí o PTC do senador e outros partidos menores) para sair candidato ao Governo de Alagoas. Dizem que só falta o aval do senador Benedito de Lira (PP), pois os demais já concordaram, inclusive o presidente do DEM, José Thomaz Nonô. Se é verdade ou não, esse silêncio da oposição em anunciar esse nome de peso está bem ao estilo do senador Collor, que sempre espera até perto do apito final do árbitro para decidir a sua vida política. Foi assim na época em que ganhou a vaga para o Senado da República, 27 dias antes da data da eleição. Em se tratando do senador é quase que um suspense e é muito difícil alguém conseguir arrancar alguma coisa dele antes dos prazos legais. É bom lembrar que, mesmo algumas pessoas garantindo que Collor está no governo Renan Filho, ele não entregou a secretaria que o PTC tem na Prefeitura de Maceió. Esta semana, um amigo me confidenciou outra possibilidade da oposição. Se não for indicado nenhum nome já citado neste artigo, pode, eu escrevi pode, surgir o nome do ex-deputado João Caldas, presidente do PSC em Alagoas e pai do deputado federal João Henrique Caldas, como o candidato. Neste caso, duas situações: primeiro, não seria um candidato de peso; segundo, vai ter que esperar a palavra final, mais uma vez, do senador Benedito de Lira, que não está gostando muito dessa ideia. O certo mesmo é que, mesmo anunciando um nome forte para enfrentar o governador Renan Filho, candidato à reeleição, a oposição procura um nome-bomba, mas até agora não tem nem um traque. Enquanto isso, Renan Filho vai ter que esperar mesmo até o prazo final das convenções, esperando o nome da oposição para decidir se aperta de vez o pé no acelerador da sua campanha ou se não precisa ultrapassar o limite de velocidade permitido.

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Estamos acomodados

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prendi com um jornalista amigo meu, que não devo responder críticas. O ideal é ficar calado e deixá -las cair no esquecimento. Essa tática está sendo utilizada pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas. Nós e a imprensa, a alagoana e a nacional, denunciamos à sociedade o excesso de crimes praticados pelos deputados. Ninguém responde e eles pensam que vamos esquecer. Ledo engano! Enquanto tudo não for consertado, não deixaremos de gritar! O primeiro grande absurdo é a Casa possuir 900 comissionados com salários dobrados. Em consequência disso, parte do duodécimo vai para os assessores. E pior, muito pior: mais da metade, muito mais, volta para os deputados. Tudo isso é público e notório: vários parlamentares já foram denunSe continuarmos omis- ciados e até crisos, baixando a cabeça me de morte já foi cometido por para pessoas do mal, causa de tal tipo o Legislativo alagoano de procedimenchegará a um ponto crí- to. E ninguém diz nada! E nada tico. Todos os servidores acontece! ativos virarão inativos Nos dois últimos anos, e só sobreviverão os quando um sercomissionados, porque vidor procura o devolvem grande parte primeiro-secretário para resolver de seus salários aos algo administradeputados. tivamente, de pronto, ele responde: “Judicialize!!!” Daí o excesso de ações judiciais que chegam à Casa de Tavares Bastos. Tudo ocorre lentamente e o salário do servidor fica corroído até a decisão final. O dinheiro descontado nunca é devolvido. Na minha modesta opinião, é uma falta de respeito ao Poder Judiciário, acioná-lo para resolver pequenos problemas, facilmente solucionado por vias internas. Vivemos num Poder controlado por ditadores, que usam o dinheiro público em seu próprio benefício. Por exemplo: estamos num ano de eleição e os cabos eleitorais dos candidatos possuidores de mandato são os 900 assessores nomeados pela Mesa Diretora, isto é, eles devolvem parte do que recebem aos patrões e ainda vão pedir votos na capital e no interior

para seus protetores, ou parentes próximo deles. Aliado a isto, os mínimos direitos dos servidores não são respeitados: terços de férias não são pagos há muito tempo, ou recebem aleatoriamente alguns apadrinhados que nem solicitaram férias. Um caso gravíssimo! Tempo de serviço está sendo desconhecido! A criatura desempenhou uma função ou atividade durante trinta anos na Assembleia e não recebe na aposentadoria o percentual correspondente ao tempo em que trabalhou. Moral da história: aposenta-se como se tivesse entrado no serviço público ontem. Os leitores devem estar curiosos e perguntando: “Quantas entidades representativas vocês têm?” Eu respondo: “Três”. E o que fazem? Uma consegue ajudar os inativos judicializando alguns casos ou mesmo tentando negociar algumas pendências com a Mesa Diretora. A outra é responsável pelo plano de saúde. A terceira também negocia alguns acordos com os gestores e recorre à Justiça, mas poucas são as respostas. Todas três discordam de mim; sou a favor de denúncias graves, fortes, que apesar de não obterem respostas, deixam-nos ver aqui e acolá algumas soluções. No meio de tudo isto, surgem os bajuladores de plantão. A pior de todas as categorias. Têm salários dobrados, obtêm benesses dos padrinhos, denunciam os colegas, se aposentam e retornam ao serviço ativo. São nomeados para cargos de confiança, recebendo outros salários. Sinto pena dessa classe! Não entendo como homens e mulheres se submetem a um procedimento tão indigno. Eles não entendem que os parlamentares passam e a Casa de Tavares Bastos permanece por muitos anos, Se continuarmos omissos, baixando a cabeça para pessoas do mal, o Legislativo alagoano chegará a um ponto crítico. Todos os servidores ativos virarão inativos e só sobreviverão os comissionados, porque devolvem grande parte de seus salários aos deputados. Minha luta no sentido de recuperar a Assembleia Legislativa de Alagoas não é movida por ódio. Sinto a necessidade de recuperar o respeito por um dos três Poderes de nosso estado, tão corrompido por homens que se habituaram a usar o dinheiro público em seu benefício. Deus existe. Não duvidem!


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O problema do Brasil é Neymar

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problema do Brasil não é a violência, urbana e rural. O problema do Brasil não é o desemprego, sobretudo aquele que assola e assombra os mais jovens. O problema do Brasil O problema não é a gravidado Brasil não é de da pandemia ofertar educa- do consumo de O proção de qualida- droga. blema do Brasil de para todos e não é o sistema começar daí um de saúde pública sem condições de sistema social atender a uma demanda cresefetivamencente e com orçate igualitário. mentos arrochaNada disso. dos. O problema do Brasil não é ofertar educação de qualidade para todos e começar daí um sis-

tema social efetivamente igualitário. Nada disso. O problema do Brasil não é a impunidade. O problema do Brasil não é a septicemia dos desvios éticos dominarem o organismo estatal. O problema do Brasil não é o excesso de burocracia e regulações que criam justamente as condições ideias para que achaques e chantagens aconteçam. O problema do Brasil não é o peso dos tributos e a falta de contrapartida em termos de serviços públicos de qualidade. O problema do Brasil não é o apadrinhamento, o inchaço da máquina estatal, o fisiologismo, o loteamento de cargos. Nada disso. O problema do Brasil não são os excessos legais cometidos contra empresas e pessoas em nome de princípios supostamente vir-

Mergulho na verdade

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olto a este espaço para novamente falar de amigos e da amizade. Não que esteja fazendo daqui o púlpito para pregar o bem da amizade ou o altar para celebrar os amigos. Quanto ao mistério O faço porque da vida e da morte, a marcha da vida sempre comungamos o o pede e as cirpensamento de que so- cunstâncias eximos nada mais do que gem. Semana passaum arranjo molecular da a amizade e a da matéria comum ao lucidez eram aqui universo, matéria essa mencionadas para formada e contida nas celebrar e homenagear a vitalidaestrelas. Em resumo, de intelectual e o somos pó de estrelas. prazer de viver de uma amiga e leitora. Hoje, o tema é o mesmo, mas ressaltando as qualidades humanas e o legado positivo de um amigo que recentemente nos deixou. Ismar Malta Gatto. Médico conceituado, professor renomado, pai extremado, pianista

amador, amante da boa música e do bom vinho, empresário bem-sucedido e, acima de tudo, livre pensador no campo da ética, da moral e da metafísica. Na indigência cultural que grassa nos nossos tempos, travar com Ismar um diálogo nesses campos, era a mesma sensação do náufrago que aporta numa rica ilha de conhecimento. Para além dos temas que envolvia a música clássica, o ballet clássico, as virtudes e vicissitudes humanas, nossas tertúlias com Ismar sempre enveredavam por temas que nos afligem durante o viver e que cobram respostas milenarmente perseguidas pela humanidade. Tais temas são a matéria nuclear da filosofia. Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Qual o sentido da vida? Qual nossa posição no planeta perante os demais seres vivos? etc. Lembro bem que, em relação ao nosso comportamento como seres vivos que povoam o planeta, ele sempre esteve convicto de que os animais di-

MARIO ROSA

Especialista em gestão de crise

tuosos, mas desrespeitando as garantias fundamentais do cidadão. O problema do Brasil não é a bipolaridade constitucional em que vivemos, na qual a mesma Constituição pode ser alternadamente interpretada em questões cruciais pelos magistrados da mais alta corte, deixando um rastro de incertezas e inseguranças jurídicas. O problema do Brasil não é o ímpeto eventualmente personalista de detentores de poderes que, se extrapolados, podem causar danos irreparáveis para indivíduos e para a Nação. Nada disso.

O problema do Brasil é Neymar. O problema do Brasil é Neymar Jr. O problema do Brasil é o pai do Neymar. O problema do Brasil é o cai cai do Neymar. O problema do Brasil são os amigos do Neymar. O problema do Brasil é a forma como a namorada do Neymar aparece nas redes sociais. O problema do Brasil é o cabelo do Neymar. Ah… bons tempos quando Neymar ainda não havia nascido… era uma época em que o Brasil não tinha problemas… não tinha tudo isso, esse grande problema: Neymar. (Artigo publicado no blog Diário do Poder).

ISAAC SANDES DIAS

Promotor de Justiça

tos irracionais estavam, em termos de evolução no universo, muito à frente de nós, pobres e mesquinhos humanos. Era pacífico para ele que só nós usamos a mente para o bem e para o mal. Eles sempre a usam para o bem. Que do nosso pobre ponto de vista, aquilo que julgamos de fera nos demais animais, era, senão, seus mecanismos de defesa e sobrevivência. Que uma vez seguros e satisfeitos eles são incapazes de qualquer ato de violência ou maldade. Ao contrário dos humanos que, em sua saga por acumular espaço territorial ou preservar o espaço já ocupado, são capazes de construir muros armados, de separar filhos de suas mães e de enjaular seus semelhantes apenas pelo simples fato de sentirem-se ameaçados na divisão do banquete de suas ditas riquezas. Quanto ao mistério da vida e da morte, sempre comungamos o pensamento de que somos nada mais do

que um arranjo molecular da matéria comum ao universo, matéria essa formada e contida nas estrelas. Em resumo, somos pó de estrelas. Tanto assim que em sua sábia e cifrada mensagem a Bíblia já nos anuncia: “Do pó viemos e ao pó retornaremos”. E o sopro daquilo que chamamos espírito, o que pode ser? Ah!! Esse mistério ainda não nos foi dado conhecer, posto que seres universalmente ainda muito involuídos. Por enquanto vamos aqui criando teorias, defendendo teses e tateando e o chamando de Deus. Assim, só aqueles que, como Ismar, mergulham agora nos segredos e mistérios da morte, finalmente irão, de alguma forma, ter revelada a verdade final. Enquanto nós, pobres mortais, ficamos aqui, vivendo o sofrimento da ignorância dos não iniciados nos segredos definitivos do universo e da natureza.


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Leilão da Eletrobras

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governo confirmou para o próximo dia 26 o leilão da Cepisa, a distribuidora de energia do Piauí e integrante do sistema Eletrobras. De acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que conduz a licitação, as distribuidoras do Acre, Amazonas, Roraima e Rondônia serão leiloadas no dia 30 de agosto. Por conta de uma decisão judicial do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo TribunaL Federal (STF), a Ceal está fora das licitações, ao menos por enquanto.

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ECONOMIA EM PAUTA

Vera Alves – veralvess@gmail.com

Bolsa Família

Os inscritos no Bolsa Família começaram a receber na quarta (18) o benefício com reajuste de 5,67%. O pagamento será escalonado até o Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Complementar dia 31 deste mês. 509/18, do deputado Junji Abe (MDB-SP), que permite o parcelamenSegundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), para to dos tributos devidos pelas empresas de micro e pequeno porte. saber o dia em que o dinheiro pode ser retirado, basta que o beneSegundo a proposta, deverá ser feito o pagamento de, no mínimo, ficiário confira o Número de Identificação Social (NIS) impresso no 50% do tributo, seguida a ordem cronológica de débitos. Haverá juros e multa de mora apenas sobre o valor não recolhido no venci- cartão. Quem tem o cartão com final 1 pode sacar no primeiro dia do pagamento. Os com final 2, no dia seguinte e assim por diante. mento. Os recursos ficam disponíveis para saque por um período de três O texto altera o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa meses. O benefício é destinado às famílias inscritas no Cadastro de Pequeno Porte (Lei Complementar 123/06, que criou o Simples Nacional ou Supersimples) e será analisado, em caráter conclusivo, Único e com renda mensal per capita de até R$ 89, além daquelas pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comér- com renda mensal por pessoa de até R$ 178 que tenham entre cio e Serviços; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça seus integrantes gestantes, crianças ou adolescentes. e de Cidadania.

Tributos parcelados

13º dos aposentados

Aposentados e pensionistas começarão a receber, a partir de agosto, a antecipação da primeira parcela do 13º salário. De acordo com o Ministério da Previdência, o depósito será realizado junto com a folha mensal de pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entre os dias 27 de agosto e 10 de setembro, conforme a Tabela de Pagamentos de Benefícios 2018.


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103 ANOS Rio Largo festeja aniversário com avanços na educação Depois de 40 anos de desmando administrativo e abandono em outras gestões, Rio Largo caminha a passos largos para o desenvolvimento e prosperidade de toda a região. Em comemoração aos 103 anos de emancipação política, na última sexta-feira, 13, a cidade recebeu a visita do diretor de Gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Leandro Damy, que esteve presente para prestigiar a entrega de escolas para a população. Aproveitando a ocasião, o diretor do FNDE anunciou a liberação de mais R$ 1 milhão para serem investidos na área, equipando as creches com melhores estruturas e qualificação profissional. “Estou aqui constatando um excelente trabalho e zelo à coisa pública. O prefeito disse que ia resolver e assim o fez. Quem ganha com isso é a comunidade”, pontuou o diretor do FNDE. O prefeito Gilberto Gonçalves não conseguia esconder a felicidade e satisfação de ver a cidade ganhando tanto prestígio. “Rio Largo hoje tem uma nova história, com mais estrutura, estamos inaugurando quatro creches e nossa pretensão é reformar todas as já existentes na cidade. Precisamos garantir o futuro e a educação deste povo, começar a formar verdadeiros cidadãos pois eles serão o futuro da nossa Rio Largo”. Além da inauguração das creches dos residenciais Cidade Jardim, Tavares Granja e Teotônio Vilela, o prefeito assinou a ordem de serviço para ampliação do cemitério da cidade e prometeu ainda a construção de escolas em todos os conjuntos entregues, além da perfuração de cinco poços artesianos nas casas novas e iluminação da estrada da Cone e da ponte do Riachão. “Nosso governo é de maioria, de construção. Precisamos combater a imponência, a sonegação de impostos de grandes empresários que usufruíam da contribuição do povo menos favorecido”. Gilberto Gonçalves pontuou ainda que Rio Largo é a única cidade em Alagoas que tem 40% de sua iluminação pública em LED, garantindo mais segurança e recuperando a autoestima do cidadão. “São muitos investimentos e esperamos muitos mais. Este é o segundo ano da minha gestão e são muitas conquistas e avanços por aqui”, finalizou o prefeito. Também estiveram presentes vereadores e secretários do município. No sábado, 14, houve a missa em Ação de Graças pelo aniversário da cidade na igreja Matriz.


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Conselho Estadual deve ficar fora de decreto que limita gastos

POLÊMICA NA SAÚDE

SEM VISITA A MUNICÍPIOS, FISCALIZAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS É INVIABILIZADA SOFIA SEPRENY s.spreny@gmail.com

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Conselho Estadual de Saúde (CES) recorreu ao Conselho Nacional de Saúde (CNS) para pedir a exclusão do decreto estabelecido pelo Governo de Alagoas que limita os gastos com capacitação e viagens de servidores. Com isso, foi aprovado na última sexta-feira, 13, uma recomendação direcionada ao Estado, solicitando que o poder público revogue os dispositivos do Decreto nº 57.404, de 31 de janeiro de 2018. Essa solicitação também foi feita ao Ministério Público Estadual em maio deste ano, quando foi recomendado pelo MPE que o governador do Estado e o secretário de Saúde adotassem as providências necessárias ao adequado funcionamento do conselho. Apesar de não ser direcionada exclusivamente ao conselho, a decisão do governo limita os gastos quanto a contratações de cursos, congressos, simpósios, capacitação e treinamento de servidores públicos, além de suspender também a compra de passagens aéreas, pagamento de diárias e verba de deslocamento. O presidente do CES, Jesonias da Silva, afirmou que esse decreto inviabilizou o funcionamento do conselho na sua plenitude, a autonomia e a independência para seu papel constitucional. “O dia a dia do controle social é pautado em visitas às unidades de saúde, coordenação e orientação aos municípios alagoanos (que demanda constantes viagens), participação por todo o Brasil de capacitações e eventos sobre a saúde pública, com demandas a serem aplicadas nacionalmente”. Ele reforça ainda que “o Controle Social tem autonomia em suas ações por ser um órgão fiscalizador. Tem orçamento pró-

Jesonias da Silva, presidente do Conselho Estadual de Saúde - Alagoas

prio e do qual não gastamos em 2017 nem 50% do valor total na fiscalização das ações do poder público, fundamental e incontestável em uma democracia”. Diante dos notórios escândalos de corrupção noticiados pela imprensa em todo o país, o papel dos órgãos de controle das ações do poder público é

incontestável. Na área de saúde a importância dos conselhos se faz ainda mais imprescindível, pois é o controle para onde os investimentos para saúde do povo estão sendo aplicados – e quem faz essa análise são os conselhos. Ele afirma ainda que essa recomendação do conselho foi

conquistada por uma provocação do conselho estadual para que o governo faça algo a respeito do decreto, pois ele é uma interferência na autonomia do mesmo, ferindo frontalmente a legislação estadual e federal. Ele diz ainda que o conselho tem como princípio ser um órgão de controle interno, sendo

Relatórios de Gestão não são aprovados há três anos

de gestão é feito pela Sesau e enviado ao conselho, para avaliação daquilo que foi planejado e aquilo que foi executado. De acordo com o presidente do CES, os relatórios de 2014, 2015 e 2016 foram rejeitados pelo conselho por irregularidades na prestação de contas e má utilização dos recursos públicos. Ele enfatizou ainda que depois de três relatórios recusados em uma mesma gestão, o Ministério da Saúde passa a avaliar melhor a distribuição de recursos da

saúde para o Estado. “Esses relatórios, os planejamentos, são a prestação de contas dos recursos disponibilizados para a saúde pública. É o nosso papel cobrar e fiscalizar”, finaliza Jesonias. A Sesau afirmou que está à disposição do Conselho Estadual de Saúde e que respondeu a todos os pontos questionados pelo mesmo. Afirmou ainda que questões como “falta de prestação de contas” não têm fundamento, uma vez que quadrimestralmente

O principal papel do Conselho Estadual de Saúde é controlar, avaliar e fiscalizar a execução da política estadual de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. Ao fim de cada ano, um relatório

necessária a atuação com independência. “O papel principal é analisar todas as ações do gestor. Analisar a programação de saúde estadual, para que o governo possa executar, e o conselho analisar novamente sobre a execução”. A Secretaria Estadual de Saúde por meio de sua assessoria alegou que o objetivo do decreto é estabelecer medidas de controle de despesas primárias correntes e que ele aplicase aos dirigentes dos órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta do Poder Executivo, de forma geral. E que o Art. 43, orienta que “Casos excepcionais deverão ser encaminhados com a devida justificativa para apreciação e deliberação do CPOF”. Nesse sentido, segundo a Sesau, o governo do Estado não está limitando a atuação do CES, nem tão pouco na atuação do Controle Social, uma vez que as demandas oriundas do mesmo que se enquadrarem no referido artigo, deverão ser devidamente justificadas e encaminhadas ao Comitê de Programação Orçamentária e Financeira - CPOF, para análise e deliberações, de acordo com a natureza e urgência de cada caso.

o gestor da pasta encaminha o Relatório Detalhado Quadrimestral para o próprio CES, para o Ministério Público Federal, para o Ministério Público Estadual e para a Assembleia Legislativa, onde apresenta os resultados do quadrimestre em Audiência Pública. Por fim, a pasta afirmou “continuar à disposição dos conselheiros, assim como de toda a sociedade alagoana para esclarecer quaisquer pontos que sejam necessários”.


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Vencedores e vencidos

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balanço de vendas por modelos do primeiro semestre traz novidades. O mercado brasileiro demonstra rápida mutação e assim a coluna reviu alguns critérios, embora mantendo 16 segmentos. Pela baixa procura as stations foram desconsideradas nessa classificação. Hatches médio-compactos também: os três principais modelos juntos só encontraram menos de 10.000 compradores nos primeiros seis meses de 2018. Já os sedãs vêm se diversificando no segmento de compactos, ainda de longe o mais importante com 52% das vendas totais. Distância entre-eixos, principal critério em nosso ranking técnico, tem levado vários sedãs compactos a se afastarem dos hatches de mesma arquitetura. Então, criou-se segmentação especial para aqueles, tanto para compactos quanto médiocompactos. SUVs compactos continuam a avançar. Representam agora 13% do mercado brasileiro, sem incluir hatches convencionais “aventureiros” travestidos de utilitários esporte. Todos os segmentos de SUVs já respondem por 20% das vendas totais

e, tudo indica, continuarão a avançar nos próximos anos graças aos lançamentos. Seguem tendência do que acontece até mesmo na Europa. No período considerado, há novos vencedores. Conforme previsão da coluna em janeiro último, Kwid assumiu a liderança entre subcompactos. Mustang arrebatou facilmente a posição entre esportivos (usam componentes de modelos de alta produção), enquanto os Porsche 718 Boxster/ Cayman voltaram a liderar entre os carros esporte verdadeiros. Mercedes Classe E superou BMW Série 5 por apenas 3 unidades (1 p.p. à frente). Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais representativos e pela importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK. Subcompacto: Kwid, 45%; Mobi, 38%; up!, 15%. Como previsto, Kwid. Compacto hatch: Onix, 24%; HB20, 14%; Ka, 13%; Polo, 9,3%; Gol, 8,9%; Argo, 8%; Sandero, 7%; Fox, 5%; Etios, 3%; Fiesta, 2,4%; March, 2%; Uno, 1,3%; 208,

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FERNANDO CALMON

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br 1%. Líder inconteste. Compacto sedã: Prisma, 19%; Ka, 11%; Virtus, 10%; HB20, 9,2%; Voyage, 9,1%; Versa, 7,7%; Etios, 7,1%; Cronos, 6,6%; Logan, 6%; Grand Siena, 5%; Cobalt, 4,9%; City, 4%. Prisma com folga. Médio-compacto sedã: Corolla, 43%; Civic, 20%; Cruze 15%; Focus, 3,6%; Jetta, 3,5%; C4 Lounge, 3%; Sentra, 2,7%; Cerato, 2,4%. Sem ameaças. Médio-grande: Mercedes Classe C, 29%; Fusion, 26%; BMW Séries 3/4, 21%. Classe C confirma. Grande: Mercedes Classe E/CLS, 37%; BMW Série 5/6, 36%; Panamera, 16%. Reação do Classe E. Topo: Mercedes Classe S, 69%; BMW Série 7, 15%; A8, Jaguar XJ e Lexus LS500h, 4%. Empate triplo: 3º lugar. Esportivo: Mustang, 79%; Audi TT, 12%; Mercedes SLC, 6%. Mustang vira rei.

Esporte: 718 Boxster/Cayman, 46%; 911, 35%; Mercedes-AMG GT, 5%. Domínio Porsche. SUV compacto: HR-V, 16%; Kicks, 15%; Renegade, 14,8%. HR-V balança. SUV médio-compacto: Compass, 52%; ix35/Tucson, 13%; Sportage, 5%. Liderança consolidada. SUV médio-grande: SW4, 42%; Equinox, 16%; Discovery Sport, 12%. SW4 tranquilo. SUV grande: Trailblazer, 28%; Mercedes GLC, 12%; XC90, 8%. Folga do líder diminuiu. Monovolume pequeno: Fit/WR-V, 62%; Spin, 28%; C3 Aircross, 8%. Fit ainda avançou. Picape pequena: Strada, 49%; Saveiro, 33%; Oroch, 10%. Strada, dona do pedaço. Picape média: Toro, 31%; Hilux, 21%; S10, 18%. Toro viu e venceu.

ALTA RODA n VALORIZAÇÃO do dólar

traz impactos agora e nos próximos meses. Custos internos de produção subiram (há componentes importados em todos os modelos nacionais), diminuirão os descontos e, em seguida, aumentos superiores à inflação nos preços sugeridos. Por outro lado, fornecedores aqui instalados serão beneficiados na procura por maior índice de localização de peças. n GREVE de caminhoneiros

de maio último expôs a concentração do modal rodoviário no Brasil. Mas é bom lembrar que 11 dias de bloqueio de estradas e saídas de refinarias trariam o caos em qualquer país, mesmo onde ferrovias e hidrovias tenham papel relevante. Nenhuma multa aplicada, por ordem judicial, será cobrada. Isso é bem mais grave que o rodoviarismo em si. n HONDA CR-V, importado

dos EUA, perdeu competitividade em preço, mas apresenta conjunto bem superior à geração anterior. Destaques: motor turbo de 190 cv, espaço interno (inclusive atrás, pelo assoalho plano), suspensão robusta, direção precisa e o essencial freio de imobilização elétrico (evita avanço lento em Drive). Câmbio automático CVT não empolga mesmo.

n DICA para dias de inverno.

Para alcançar rapidamente temperaturas confortáveis no interior do veículo deve-se deixar o ar-condicionado desligado e acionar apenas o aquecedor. Em três ou quatro minutos o motor atinge os 90 graus e melhora o ambiente no habitáculo. Se houver embaçamento dos vidros, aí sim se aciona o ar-condicionado: menos de um minuto basta.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Só brigas, beijos e muitas sacanagens

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á alguns anos passados, poucas pessoas possuíam televisão e muita gente utilizava o rádio para ouvir novelas. Com o advento da televisão, aos poucos o povo foi comprando suas televisões em preto e branco, mas, poucos anos depois, ela passou a ser colorida. O moderHoje em dia tem muita gente viciada em nove- nismo chegou ao e as novidalas, perdendo trabalhos, Brasil des passaram a ser missas, ônibus, compras, televisão com as divertimentos, compro- suas novelas. Eu missos e até se separan- mesmo nunca asdo da mulher por causa sisti ou acompanovelas, mas das novelas que ensinam nhei sabia do sucesso como colocar ‘chifres’. delas, principalmente junto às mulheres. Eu tenho lembranças da novela que fez muito sucesso, denominada de “O Direito de Nascer”. As

novelas eram as coqueluches do momento e todas elas serviam como divertimentos, como foram as novelas “Roque Santeiro” e o “Bem Amado”. Por curiosidade, eu à vezes via pedaços de capítulos. Pelo que eu sei, seus enredos eram bem estruturados, com atores e atrizes importantes e sempre mostravam estórias interessantes, sem as safadezas de hoje. Hoje em dia tem muita gente viciada em novelas, perdendo trabalhos, missas, ônibus, compras, divertimentos, compromissos e até se separando da mulher por causa das novelas que ensinam como colocar “chifres” nos maridos ou se tornar “mulher sapatão”. Muitas dessas pessoas deixam de se alimentar, enquanto as novelas estão sendo exibidas, e algumas já estão birutas, sem tomar banho, sem ligar para as roupas que antes vestiam e sem pentear o cabelo.

Já existem pessoas que antes eram de cabeças boas e que ficaram malucas, de tanto ver novelas. Pessoas que antes eram equilibradas e ficaram com os parafusos frouxos. Por sua vez, existem mulheres que antes eram sérias e fiéis aos seus maridos e passaram a fazer tudo que as novelas ensinam. Existem pessoas do sexo masculino que passaram a ser “bichas assumidas”, já que as novelas fizeram com que elas tivessem coragem de assumir a viadagem. As novelas estão deixando as pessoas muito liberais. Me disseram como são as novelas mexicanas, sérias e com enredos equilibrados. Disseram que os mexicanos só se preocupam em fazer novelas sem safadezas, sem brigas, sem putaria e com poucos beijos, pois beijos de atrizes e atores tarados, só nas nossas novelas, e assim mesmo, em casos ne-

cessários. Já numa novela brasileira, são dados mais de 20 beijos desnecessários e mais de 30 brigas em cada capítulo. É uma sacanagem atrás de outra! Também é patente o homossexualismo, as traições, as enganações, as separações, os pecados combatidos pela igreja católica, o incentivo para crimes, a prostituição e tudo que existe de sacanagem. Nas novelas mexicanas e de outros países, existe o romantismo e o sexo sem ser animalesco, com enredos bem bolados, com estórias bem desenvolvidas e com mensagens inteligentes. Os nossos novelistas parecem pessoas especialistas em tudo que não presta. Em tempo – O dr. Regis Jackson Cavalcante e o dr. juiz Oduvaldo Persiano são meus leitores das sextas, no EXTRA. Que bommmmmm tê-los como meus leitores!


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ABCDO INTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Violência

Retomou atividades

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m registro da semana passada, do momento em que o prefeito de Traipu, Silvino Bezerra Cavalcante, teve a alta médica autorizada pelo cirurgião José Wanderley Neto, menos de uma semana após ter se submetido a um procedimento cardíaco. De coração novo e fôlego renovado, o prefeito voltou na quarta-feira (18) às suas atividades no Executivo municipal.

Agradeceu

Aos parentes e amigos, em especial a família traipuense, o prefeito Cavalcante agradece a solidariedade, o apoio e as orações. “Que Nossa Senhora do Ó continue nos abençoando”, disse o prefeito, que assumiu o comando da Prefeitura de Traipu em abril, com a renúncia de Eduardo Tavares, que concorre a uma cadeira na Câmara Federal.

Alves desistiu

O radialista Alves Correia, que apresenta diariamente um programa matinal na Rádio Gazeta FM Arapiraca, não será mais candidato a deputado estadual. O fato foi constatado após o comunicador seguir apresentando seu programa, na rádio Gazeta FM, ultrapassando assim o prazo máximo permitido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Especulações

Nos bastidores da política arapiraquense, as informações são de que Alves estava na disputa por uma das 27 vagas da Assembleia Legislativa, onde esteve entre os anos de 2003 e 2006. A possiblidade de Alves participar do pleito era grande, principalmente por ele ter participado de reuniões do PRTB, partido liderado em Alagoas por Adeildo Bezerra. A desistência pegou muita gente de surpresa.

Líder de audiência

Alves já foi vereador de Arapiraca e deputado estadual. Nas últimas quatro eleições, ele tentou duas vezes ser prefeito (em Arapiraca e São Sebastião) e duas vezes deputado estadual. Seu programa Derrubado é líder de audiência no interior alagoano. Alves também é artista e faz shows dentro e fora de Alagoas. Em oito anos, essa é a primeira vez que não concorre a um cargo eletivo. Seu irmão Neno Correia, com quem divide a apresentação do programa matinal, também já foi candidato a vereador de Arapiraca.

Um sequestro-relâmpago aconteceu na tarde de quarta-feira (18), na cidade de Boca da Mata. Segundo informações, a casa do vereador Walter Acioli (PDT) foi invadida por criminosos que exigiam dinheiro e objetos de valor. Na residência também estavam sua esposa e uma funcionária que trabalha para o casal.

Para o vereador Rogério Nezinho, o trabalho que Luciano Barbosa desenvolveu na Secretaria Estadual de Educação é um exemplo e trouxe melhorias significativa para o setor. “A sua competência é inquestionável. Defendemos a sua continuidade como vice-governador de Alagoas”, afirmou Nezinho.

Atrás das grades

Foram libertadas

Os três foram levados pelos bandidos em um veículo Ford EcoSport. Mas, no final da tarde, a Polícia Militar informou que as vítimas tinham sido libertadas nas imediações do município de Joaquim Gomes - a 63 km de Maceió. Com base no depoimento das vítimas, a polícia vai realizar investigações para identificar os bandidos.

Eleições 2018

Um exemplo

Políticos de Arapiraca defendem a continuidade do nome de Luciano Barbosa na chapa puro sangue do MDB para o Governo de Alagoas. De acordo com o vereador Moisés Machado, não só Arapiraca como todo interior alagoano está bem representado por Barbosa, cuja sintonia com o governador Renan Filho proporcionou excelentes resultados em benefício da comunidade interiorana.

Foragido da justiça alagoana, um homem suspeito de assaltos a bancos e assassinatos em Arapiraca foi preso em João Pessoa, na Paraíba. Considerado um criminoso de alta periculosidade, Gustavo Raimundo de Souza, de 30 anos, mais conhecido como “Monstrinho”, foi flagrado com documentos falsos após uma abordagem realizada pela Polícia Rodoviária Federal. Com ele foram encontrados RG, carteira de habilitação e até Certidão de Nascimento todos falsificados.

A prisão

Durante uma abordagem a um ônibus de viagem que fazia destino Natal/Aracaju, os agentes encontraram “Monstrinho” e desconfiaram dos documentos apresentados por ele. A equipe encaminhou o suspeito até a Central de Polícia Civil de João Pessoa. Gustavo Raimundo de Souza foi autuado por uso de documento falso. Os mandados de prisão pelos outros crimes deverão ser cumpridos.

PELO INTERIOR ... O site arapiraquense 7segundos abordou uma matéria polêmica, que merece atenção das autoridades. Vejamos: ... Os recursos federais de três programas de Assistência Social foram bloqueados por falta de utilização, em Limoeiro de Anadia. Segundo demonstrativo do Ministério do Desenvolvimento Social, foram R$ 107.398,00 suspensos para os limoeirenses por falta de utilização. ... Os programas de assistência afetados foram o SUAS (Sistema Único de Assistência Social), o PAEFI (Piso Fixo de Média Complexidade), e o Programa de Proteção Social Básica, todos financiados pelo Governo Federal através do Ministério do Desenvolvimento Social. Foram ao todo dezesseis parcelas bloqueadas. ... Limoeiro recebia, ao longo dos

meses, as parcelas correspondentes a cada projeto; no entanto, a maioria dos envios de 2018 foram suspensos tendo como base a portaria nº 113, de 2015, do MDS, que bloqueia o envio de recursos quando estes não estão sendo bem utilizados. Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Limoeiro de Anadia não se pronunciou sobre o assunto ... Uma adolescente de 17 anos foi agredida pelo próprio irmão, na tarde de quarta-feira (18), na Rua Lúcio Vital, no bairro Canafístula, em Arapiraca. ... Segundo informações, durante uma discussão, o irmão da vítima, cuja identidade não foi revelada, agrediu a jovem com vários socos, até que ela caiu sobre uma pedra e cortou o rosto, o que provocou sangramento. ... Uma equipe do Serviço de Atendi-

mento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada, fez o atendimento de primeiros socorros na vítima e a encaminhou para o Hospital de Emergência do Agreste (HEA). ... A polícia esteve no local, porém, o agressor, que é usuário de drogas, fugiu antes da chegada dos policiais. (Com Já é notícia). ... E o senador Renan Calheiros teria convidado o empresário Betinho Alexandre, filho do ex-prefeito José Alexandre, para ser seu suplente na disputa de outubro. ... Betinho é conhecido por sempre percorrer o meio político, inclusive sendo articulador e coordenador de campanhas majoritárias em Arapiraca. ... Um excelente final de semana para os nossos leitores, com paz e saúde. Até a próxima edição!


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MEIO AMBIENTE

Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Coleta seletiva

A

coleta seletiva porta a porta implantada há um ano em Maceió aumenta 50% a renda de cooperativas na cidade. São quatro cooperativas de catadores de materiais recicláveis para fazer a coleta na casa do cidadão. Hoje são atendidos nove bairros, alcançando 18 mil residências. Há também os Pontos de Entrega Voluntária, os PEVs, onde a população pode descartar os materiais recicláveis que são posteriormente recolhidos pelas cooperativas. Além disso foi necessário a intensificação de ações de educação ambiental nos bairros atendidos. As coletas seletivas e o aumento de cooperados influenciam significativamente no meio ambiente e na geração de emprego.

Aquecimento global

De acordo com a agência de saúde da ONU, mais de 38 mil pessoas devem morrer em todo o mundo entre 2030 e 2050 por causa do calor. No mês de maio mais de 60 habitantes da cidade de Karachi, no Paquistão, não resistiram ao calor provocado por temperaturas superiores aos 40 graus Celsius. O grande responsável por este cenário preocupante é o aumento da demanda por eletricidade justamente para alimentar geladeiras e ventiladores. O problema se dá pela escassez de combustíveis fósseis, que aliada ao aumento dos termômetros, comprometem o funcionamento das usinas. A solução mais eficaz para isso é a busca por métodos sustentáveis de produção energética, como a eólica. O Nordeste é a região com maior potencial para este tipo de produção no Brasil.

Aplicativo de fumantes

Um aplicativo criado por um desenvolvedor francês e um designer gaúcho mapeia indicadores da qualidade do ar, em tempo real, de várias cidades do mundo - e os converte em cigarros. Assim, cada pessoa pode saber, de modo mais claro, qual o impacto da poluição no seu organismo. O aplicativo é o “Shit, I smoke”. O número de cigarros depende do horário em que é feita a medição e da distância em relação à estação medidora de poluição mais próxima do local. No Brasil, apenas o estado de São Paulo possui estações que medem os níveis de poluição existentes nas cidades, portanto os dados em todas as outras cidades do país, por enquanto, serão baseados na estação paulista

Helicóptero híbrido

A fabricante de motores britânica Rolls-Royce revelou nesta semana seu projeto de desenvolver um veículo elétrico híbrido que decole e aterrize. O anúncio aconteceu no Salão Aeronáutico de Farnborough, perto de Londres. O grupo automobilístico e aeronáutico espera fabricar, nos próximos 18 meses, um protótipo de seu “táxi voador” que poderia estar ativo no começo da década de 2020. O EVTOL - Veículo Elétrico de Decolagem e Aterrizagem Vertical - da Rolls Royce teria capacidade para quatro ou cinco passageiros e poderia alcançar uma velocidade máxima de 322 km/h, com uma autonomia de voo de 805 km.

Energia renovável

A Apple revelou um novo fundo de investimentos voltado para produção de energia limpa na China. Chamada de The China Clean Energy Fund, esta iniciativa é uma parceria com outras companhias para produção de pelo menos 1 gigawatt por meios renováveis. Ao todo, são dez empresas parceiras: Catcher Technology, Compal Electronics, Corning Incorporated, Golden Arrow, Jabil, Luxshare-ICT, Pegatron, Solvay, Sunway Communication e Wistron. O grupo pretende levantar cerca de US$ 300 milhões para investimentos no país nos quatro próximos anos, com os quais a Apple acredita que pode providenciar energia para perto de 1 milhão de residências locais.


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30 ANOS DE ELEIÇÕES EM ALAGOAS

1994 FATOS IMPORTANTES NAS ELEIÇÕES DE 1994 EM ALAGOAS

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A eleição foi definida no primeiro turno, em que pela terceira vez Divaldo Suruagy assume o governo do Estado. Divaldo Suruagy (PMDB) foi eleito no primeiro turno para o Governo com uma votação de 495.646 votos (79,39%) e seu vice foi o ex-deputado estadual Manoel Gomes de Barros (PTB). Diante de um governo extremamente desgastado, a consagradora votação de Suruagy criou uma grande esperança no eleitorado, em que via na figura dele o único que poderia salvar o Estado daquele caos em que se encontrava. Porém, Divaldo não conseguiu equacionar os graves problemas do Estado. Em primeiro de novembro de 1997, em meio a uma grave crise política, administrativa e financeira, ele resolve renunciar e Manoel Gomes de Barros assume como Governador. Pedro Vieira (PSC) ex-prefeito de Maceió, foi o segundo colocado com uma votação de 62.248 votos (9,97%) e seu vice foi o deputado estadual Nascimento Leão (PFL). O profundo desgaste do governo de Geraldo Bulhões foi o principal fator que determinou a inexpressiva votação de Pedro Vieira. O candidato da esquerda ao governo do Estado, Marcos Vieira (PSB), diante de uma eleição que virou uma aclamação a Divaldo Suruagy, não conseguiu decolar, teve apenas 50.159 votos (8,04%) e seu vice foi o Professor da Ufal Tutmés Airan (PT). Teotônio Vilela Filho (PSDB), com uma votação de 331.452 votos (33,74%) e Renan Calheiros (PMDB), com uma votação de 235.332 votos (23,96%) foram

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CONTEXTO HISTÓRICO

MARCELO BASTOS

Na eleição estadual de 1994, em Alagoas, tínhamos à frente do Governo do Estado Geraldo Bulhões (PSC) e, do Município de Maceió, Ronaldo Lessa (PSB).

os dois senadores eleitos. O apoio incondicional de Divaldo Suruagy à candidatura dos dois, foi o fator decisivo para a vitória de ambos. O deputado federal Antônio Holanda (PSC) com uma reeleição garantida, deixa de ser candidato a deputado federal e seguindo a orientação do governador Geraldo Bulhões (PSC) lança-se ao Senado e amarga uma derrota. Foi o terceiro colocado com uma votação de 140.018 votos (14%).

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Analista político

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Talvane Albuquerque (PP) foi o deputado federal mais votado. Teve 61.706 votos. Sua base eleitoral foi a cidade de Arapiraca, em que o mesmo era proprietário de dois hospitais. Washington Luiz (PP) foi o deputado estadual mais votado. Teve 18.661 votos. Sua base eleitoral era a região de Piranhas. José Moura Rocha (PP) que foi o senador mais votado em 1978 e que só não ganhou pelo

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casuísmo da sublegenda, foi o candidato ao Senado pela coligação do governador Geraldo Bulhões e obteve uma votação inexpressiva de 61.905 votos (6,3%). A falta de coerência ao longo da sua história política foi determinante para essa votação. A vice-prefeita de Maceió, Heloísa Helena (PT), foi eleita deputada estadual com uma votação de 13.131 votos. Das 27 vagas disponíveis na Assembleia Legislativa, ela conquistou a nona posição. O deputado federal Mendonça Neto (PDT), que ao longo da história foi um dos principais nomes da oposição, amargou uma humilhante derrota para deputado estadual e a partir dessa eleição não conseguiu mais êxito em nenhuma disputa eleitoral. O senador Guilherme Palmeira (PFL) foi o escolhido para ser vice-presidente na chapa de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). No dia 02 de agosto de 1994 surgiram denúncias de esquema de corrupção com empreiteiras contra Guilherme Palmeira, porém nunca provadas. Guilherme resolve renunciar à sua candidatura de vice-presidente para não prejudicar o candidato Fernando Henrique Cardoso. Marco Marciel (PFL) passou a ser o vice.

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