Edição 983

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JUSTIÇA NA BERLINDA

TRUCULÊNCIA

Advogada se diz ameaçada de morte e STJ suspende audiência para ouvir desembargador

extra P/5

Promotoria investiga violência de policiais militares contra mulheres

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www.novoextra.com.br

MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 983 - 03 A 09 DE AGOSTO DE 2018

JUSTIÇA FECHA CERCO CONTRA FICHAS-SUJAS TSE, PGR e MP se unem para barrar candidatos punidos por corrupção Taturanas Arthur Lira, Paulão e Almeida apostam em liminar para escapar da inelegibilidade

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R 3,00

Oposição procura candidato para enfrentar Renan Filho De Fernando Collor a Eduardo Canuto, PP, PSDB e DEM buscam quem tope o desafio P/ 10

Partidos fecham baú das alianças já de olho nas eleições municipais P/ 11


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MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE AGOSTO DE 2018

Advocacia administrativa

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- A denúncia do Ministério Público Estadual contra o ex-governador Téo Vilela e o usineiro Nivaldo Jatobá - por atos contra o erário - traz a público fatos que comprometem a atuação de membros da Procuradoria-Geral do Estado.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

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COLUNA SURURU

- Há muito se sabe que a PGE se transformou em escritório de advocacia contra os interesses do Estado, ao qual deveria defender. Os detalhes do acordo de cavalheiro agora revelados não deixam dúvida dessa realidade.

Ralos bilionários

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- Anos atrás este jornal denunciou a PGE por certificar falsos precatórios milionários em benefício de políticos inescrupulosos. O pagamento do suposto crédito foi abortado, mas os responsáveis pelos atos ilegais nunca foram punidos.

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- Outro processo polêmico diz respeito à usurpação de atribuições fiscais promovida pela mesma PGE em favor da Braskem através da concessão ilegal de créditos no valor de R$ 61 milhões. Vale lembrar que a empresa é beneficiária do Prodesin e, nessa condição, não tem crédito fiscal a reclamar.

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- No caso recente, a coisa é bem mais grave por envolver o perdão de uma dívida fiscal de R$ 70 milhões através de um “acordo judicial” fechado no apagar das luzes do governo tucano.

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- Ao pedir a anulação do acordo administrativo, o promotor Coaracy Fonseca disse que o processo “correu com a velocidade de um atleta de competição de tiro curto”. Para o promotor, as ilegalidades são gravíssimas, configurando crime de advocacia administrativa.

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- Com a palavra o procurador-geral do Estado, chefe da PGE.

Pressa para condenar

A decisão do Juízo da 8ª Vara Criminal da Capital de transferir o advogado Sinval José Alves para o presídio Baldomero Cavalcante sinaliza a existência de pressão externa na condução desse rumoroso processo. Mesmo com o registro profissional suspenso temporaria-mente, o réu mantém todas as prerrogativas de advogado, inclusive o direito de permanecer em prisão especial. A própria OAB-AL se antecipou aos fatos ao punir o advogado com a suspensão de suas atividades profissionais antes do seu julgamento. E pior: tornou público um processo que tramitava em segredo de justiça. Até ser julgado pelo crime de que é acusado, o réu é consi-derado inocente e a pressa em condená-lo pode atropelar o rito processual e favorecer a impunidade. Está no artigo 5º da Constituição do Brasil: “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

DA REDAÇÃO

No tempo do cangaço

A morte de Virgulino Ferreira, Lampião, “rei do cangaço”, fez 80 anos dia 28 de julho. Herói e justiceiro social para uns, bandido e facínora para outros, Lampião foi um fenômeno social que assombrou o Nordeste na virada do século 19. Quase um século depois, sua história permanece viva na cultura e no imaginário popular da região.

Puxadinho do PT

O dinheiro fácil do fundão eleitoral bancou o “teatrinho” do PCdoB e do Psol só para fingir que seus candidatos a presidente são para valer. Mas não são. Linhas auxiliares, ou “puxadinhos” do PT, os candidatos apenas vão “esquentar lugar” até que os petistas definam quem eles vão apoiar. Enquanto isso, ambos os partidos terão R$ 52 milhões do fundo eleitoral para torrar. (Diário do Poder).

Frase da semana “Não pode concorrer um candidato que não pode ser eleito”. Ministro Luiz Fux, presidente do TSE, sobre os fichas-sujas.

O governo já admite acabar com o Ministério do Trabalho em razão de sua inutilidade. O órgão virou um balcão de negócios onde se vende registros sindicais a preços milionários. Devia aproveitar e botar no mesmo pacote a Justiça do Trabalho, outro ralo de dinheiro do contribuinte que custa aos cofres públicos mais de R$ 20 bilhões por ano.

Ciro, o insensato

Temperamento explosivo e declarações fora do tom são alguns dos ‘defeitos’ do polêmico presidenciável Ciro Gomes. “Continua com a completa insensatez de agredir, de não pensar no que está dizendo. Os erros que ele cometeu na campanha de 2002 são muito parecidos com os de agora. A dife-rença é que, naquela, ele começou a dizer bobagem no final, e agora, no começo. Depois se desdiz, se arrepende, mas não muda”, diz Roberto Freire, presidente do PPS.

Cabeça de bagre

“Convidado a discorrer sobre suas ideias econômicas no programa Roda Vida, ficou claro que Jair Bolsonaro (PSL) nada tem a dizer. Mais: afirmou não ter Plano B para Paulo Guedes, que será seu minis-tro da Fazenda caso venha a se eleger. Na sua, digamos, metáfora, Guedes é o seu “Posto Ipiranga” para a área da economia. Ele tem uma bomba para cada assunto. O despreparo do candidato é assombroso. Em 28 anos como político, não aprendeu nada”. (Reinaldo Azevedo – jornalista)

Arapiraca A anunciada candidatura de Moacir Teófilo a deputado esta-dual micou. Depois de provocar um racha na política local, o filho do prefeito oficializou sua desistência. Ao tornar público o seu apoio à decisão do filho, o prefeito Rogério Teófilo disse que “tudo foi pensado em respeito a um projeto que não tem objetivo eleitoral, mas de compromisso com a gestão pública e com a população de Arapiraca”. A decisão deverá gerar uma trégua na guerra pólítica desen-cadeada com o anúncio da candidatura de Moacir Teófilo à Assembleia Legislaltiva.

Sem quórum

O julgamento do recurso eleitoral contra a cassação do mandato do prefeito de Santana do Ipanema, Isnaldo Bulhões, e da vice-prefeita Christiane Bulhões, foi adiado por falta de quórum. E o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AL) ainda não estipulou uma nova data. Os Bulhões respiram aliviados!

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE AGOSTO DE 2018

JORGE OLIVEIRA

Os nove inquisidores Brasília - Os candidatos botam as unhas de fora e mostram suas credenciais para disputar o cargo de presidente da República nas eleições deste ano em entrevistas na TV. A primeira rodada de conversa acontece na GloboNews e no Roda Viva da TV Cultura de São Paulo. Até quarta-feira vi passar pela telinha Álvaro Dias, Marina e Ciro Gomes na emissora da Rede Globo. No programa Roda Viva, o Bolsonaro. Confesso que, com exceção do capitão que se mostrou vazio e perdido nos debates, os outros apresentaram propostas reais para o país. Na segunda-feira, assisti simultaneamente ao Bolsonaro, na TV Cultura, e Álvaro Dias na GloboNews. O modelo adotado na tevê a cabo espantou os telespectadores pela forma inquisidora a que o candidato foi submetido. Em alguns momentos, Dias teve que dar um chega pra lá em alguns de seus entrevistadores ao se sentir incomodado pela grosseria com que era tratado durante a entrevista que reuniu em torno dele os jornalistas mais notáveis da emissora. Mais da metade da conversa foi dedicada a denúncias contra o candidato. Algumas, inclusive, nitidamente provocativas como as imagens da greve dos professores da década de 1980, quando policiais trataram os grevistas com truculência, apresentadas para condenar o governo de Álvaro Dias como se fosse um caso isolado no cenário político brasileiro. Além disso, os debatedores atropelavam-se entre si para disputar o lugar do mais provocador em um ambiente de vaidade onde prevaleceu o narcisismo entre eles. O candidato por vezes mostrou-se irritado não por ser questionado por alguns dos fatos da sua história política lembrados em imagens em intervalos da entrevista, mas sim pelo tumulto criado pelos entrevistadores que, no afã de se mostrarem aos telespectadores como um mais preparado do que o outro, não o deixavam concluir seu pensamento. De qualquer forma, Dias mostrou-se à altura do cargo que pretende disputar como um político sóbrio e, sobretudo, experiente, ao falar de sua história como governador e senador do Paraná.

Prejudicado

Não avançou muito em suas propostas pois a todo momento era interrompido e tinha que se defender das acusações dos seus inquisidores. Uma delas a de não ter declarado ao Tribunal Eleitoral patrimônio de 6 milhões de reais que ele insistia em dizer que a lei não o obrigava a dar essa informação. No mais, Dias passou com nota 7 pela sua primeira entrevista das vários que vão ocorrer ao longo da campanha caso mantenha o fôlego e não desista até lá como já ocorreu com alguns dos candidatos.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Marina

A conversa com a Marina ocorreu na terça-feira. Já recompostos, os nove entrevistadores se comportaram com mais civilidade.Via-se claramente que fizeram uma autocrítica da atuação da noite anterior e se comportaram com mais elegância, deixando a candidata mais à vontade para responder sobre suas propostas ao governo.

Afiada

Marina mostrou-se uma candidata afiada, preparada e experiente. Tinha resposta na ponta da língua para todas as perguntas e saiu-se bem de todas as ciladas e cascas de bananas dos analistas político. Falou sobre tudo e não se esquivou de nenhum questionamento. Bem vestida, elegante, posicionou-se como uma candidata que tem propostas e está determinada a botar o país nos trilhos.

Imagem

Pesa contra ela a imagem frágil de uma candidata que, na primeira pressão, pode ceder. E para afugentar esse comportamento débil, de uma candidata sem força, sem ação, em alguns momentos ela engrossou a voz para fazer valer suas posições de mulher preparada para o cargo, quando teve que explicar as suas coligações nos estados com partidos de passados nebulosos. Disse, enfaticamente, que não era a dona do Rede e, portanto, não poderia ser responsabilizada por algumas alianças espúrias. Nota 8 para Marina.

Preparo

Para quem esperava um Ciro Gomes esporrento, despirocado, ele surpreendeu. Viu-se ali um candidato contido, firme nas suas posições e preparado. Sem papas na língua, discorreu sobre a economia e suas propostas para tirar o país do caos com muita lucidez. Em alguns momentos, porém, resvalou para o autismo político quando disse, sem muita convicção, que ao assumir iria tirar da lista do SPC os mais de 60 milhões de brasileiros endividados, como se isso fosse feito em um passo de mágica ou dependesse apenas da palavra de um presidente.

Chateado

Mostrou-se profundamente chateado ao saber, naquela noite, que o PSB havia feito um uma aliança informal com o PT para apoiar o partido do Lula em mais de dez estados, mas mantendo a neutralidade. Na verdade, um apoio envergonhado. É como casar com uma prostituta e mantê-la presa em casa com medo de ser criticado pelos vizinhos. Nota 8,5 para Ciro.

Bolsonaro

Na segunda-feira, Bolsonaro estava no Roda Viva. Debochado, irônico, o capitão em nada parecia um político que disputa a presidência de um país. Vazio nas respostas, o candidato se esquivou da maioria das perguntas. E quando tinha que apresentar propostas na maioria das vezes mostrava-se despreparado.

Ciro

Ciro Gomes apareceu na entrevista com cara de menino bobo, mas amuado. Queria passar a imagem de que não é um porralouca nem um sujeito temperamental. Quase perde a linha quando foi questionado sobre o presidente do PDT, partido que o aloja como candidato. Ao responder sobre a conduta de Carlos Lupi, o presidente, acusado de receber 4 milhões de reais da Odebrecht para apoiar a candidatura da Dilma, exaltou-se.

Parceiro

Ciro disse que Lupi não responde a nenhum processo, tem ficha limpa e que o aproveitaria no seu governo, caso seja eleito. O candidato não quis polemizar com os debatedores sobre a conduta de Lupi que deixou o Ministério do Trabalho, na administração dilmista, sob severas acusações de corrupção.

O livro

Quando perguntado qual o livro de cabeceira que mais o influencia, que marcava a sua leitura, falou de um escrito pelo torturador Brilhante Ustra, coronel do Exército que admira e não cansa de homenagear em suas entrevistas pelo país afora.

Leviano

Bolsonaro responde a tudo sem a menor responsabilidade sobre o que diz. Continua fazendo apologia da violência, acha que só com o enfrentamento, com a população armada, se combate o crime no país. Defende a população armada, mas se irritou quando foi lembrado de que perdeu a arma em um assalto no Rio de Janeiro, quando preferiu não resistir aos bandidos. Nota 2 para Bolsonaro pela sandice generalizada.

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GABRIEL MOUSINHO

Poucas vagas pra muita gente

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disputa para deputado federal tornou-se uma batalha sem precedentes nesses últimos anos. Fazendo as contas por cima, tem muitos candidatos para poucas vagas, ou seja, nove, como determina a legislação. Para se ter uma ideia, a coligação PT/PTB/PRTB/PPS e Podemos, que tem como candidatos Paulão, Nivaldo Albuquerque, Régis Cavalcante, Rosinha da Adefal, Silvânia Barbosa, Emmanuel Fortes, Eduardo Tavares e Álvaro Vasconcelos, deve fazer um federal, podendo chegar a dois. Já a coligação MDB/PR/PDT/PCdoB e Avante, que tem como candidatos Sérgio Toledo, Marx Beltrão, Isnaldinho, Carimbão, Gilvan Barros, Ronaldo Lessa e Marcelo Tadeu, entre outros, tem a perspectiva de fazer quatro deputados federais. Na coligação da oposição Arthur Lira sai na frente e pode unir Severino Pessoa, devendo, no mínimo, eleger dois deputados. Isso sem falar em JHC, Heloísa Helena e Fernando James, filho do senador Fernando Collor, e até mesmo Pedro Vilela, se for mesmo candidato. Pelas contas, tem muito mais candidatos fortes do que vagas e gente importante na política alagoana parece que não vai chegar lá.

Sem volta

Ameaçado

Fazendo falta

Não será tão fácil o deputado Ronaldo Lessa se reeleger, principalmente depois da desistência de Marx Beltrão para o Senado e que agora invade redutos tidos como garantidos pelo líder do PDT. Na sua coligação vai disputar com feras de votos e a perspectiva não é das melhores.

Rolo compressor

Depois de desistir do tão sonhado mandato de senador da República, Marx Beltrão vai com tudo nos redutos de adversários, até mesmo de sua coligação. Sua candidatura é vista como uma das mais fortes para federal, depois de Arthur Lira.

Sobra para os mais fracos

Quem não tiver redutos consolidados e dinheiro, é bom ir tirando o cavalinho da chuva para disputar um mandato de deputado federal. O jogo é pesado e a grana corre solta na capital e no interior. Não tem fiscalização que dê jeito nessa onda.

Em todas

O deputado Maurício Quintella navega em todas as correntes em Alagoas. Se tiver alguma ação da prefeitura, ele está lá. Se for do governo, aí é que não perde mesmo a oportunidade de aparecer.

Afrouxou a corda

Finalmente o governo entendeu que, com a cobrança alta de impostos e o setor sucroalcooleiro em queda livre, faltava pouco para implodir a indústria do açúcar em Alagoas. Como estamos em tempo de eleição, o governador Renan Filho resolveu diminuir a tributação do ICMS.

Perguntar não ofende

Por que com cerca de 140 milhões de reais em caixa a administração da Massa Falida do Grupo João Lyra não paga aos trabalhadores? Esta é a indagação de milhares de sofredores que penam para receber o que lhes é devido.

Fogo na área

O clima no chapão do governo, principalmente com as candidaturas a deputado federal, não é dos melhores. Muitos fortes candidatos reclamam da estratégia montada e tentam pular do barco antes que afunde.

Cacá sai

O presidente do Detran, Cacá Gouveia, deve deixar o cargo por esses dias. Ficará stand by para novas missões, inclusive políticas. Cacá demonstrou competência e seriedade na condução dos destinos do órgão.

gabrielmousinho@bol.com.br

A venda das distribuidoras de energia no Nordeste é apenas uma questão de tempo. Depois da Cepisa, do Piauí, será a vez da Eletrobras de Alagoas. As empresas que serão negociadas têm uma dívida de 11 bilhões e 200 milhões de reais que serão assumidas pelo governo.

Já foi o tempo em que a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Alagoas, se fazia presente na sociedade alagoana. A OAB já foi exemplo de combate, ação e fiscalização dos órgãos públicos, inclusive sobre a segurança no estado. Sua posição em fatos ocorridos recentemente, inclusive com a suposta participação de advogados, tem sido bastante discreta.

Sinal do além

O deputado Cícero Almeida deve possuir uma bola de cristal ao resolver não se coligar com ninguém nas eleições de outubro com o seu PHS. Vai precisar, por baixo, de 50 mil votos para chegar à Assembleia Legislativa.

Tudo ou nada

O deputado Maurício Quintella acelera sua campanha ao Senado, mas já confidenciou aos amigos que ou é senador ou encerra sua carreira política. É lamentável, porque Quintella é um dos bons valores da política alagoana, mas sabe que a empreitada para o Senado é dura.

Errou

A OAB errou quando disse, através de nota pública, que não precisava de intermediários para tratar de assuntos que lhe dizem respeito. Os advogados, é bom esclarecer, não são intermediários. São mesmo parte do processo e desejam uma OAB forte, pujante, presente e na defesa intransigente dos direitos e prerrogativas do advogado.

É R$ 50,00

O advogado, como nos anos anteriores, vai ter sua festa agora em agosto. Mas para garantir presença em uma das famosas casas de festas de Maceió, vai ter que desembolsar a bagatela de R$ 50, o que não acontecia em gestões anteriores. Como a maré não está pra peixe, a presença deverá ser abaixo da média este ano.

Reviravolta

A notícia de que Fernando Collor poderá sair candidato a governador foi um balde de água fria para a família Calheiros, que via a reeleição de Renan Filho como definida. Collor, como todos sabem, é um trator e preserva sua vida política pensando em 2022. Nesse ano, Renan Filho, reeleito, iria buscar seu mandato de senador.

Fim de linha

Vários partidos fazem suas convenções nesse domingo, quando serão oficialmente apresentados os candidatos que disputarão as eleições de outubro. Mas, espera aí. Os mesmo partidos têm até o dia 15 de agosto para registrar os seus candidatos no Tribunal Regional Eleitoral. Até lá, bem...


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Ministro do STJ adia depoimento de Tutmés Airan

JUSTIÇA NA BERLINDA DESEMBARGADOR É ACUSADO POR ADVOGADA DE COBRAR PROPINA

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell, adiou para o dia 4 de setembro a audiência para colher depoimentos da advogada Adriana Mangabeira Wanderley e do desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), Tutmés Airan. Mas, segundo a advogada, Campbell atendeu seu pedido e será ouvida, em Brasília, para evitar qualquer contato com Airan. Há um ano, Adriana ganhou as manchetes dos jornais após denunciar o desembargador no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Às autoridades, ela disse ter provas de que Airan teria cobrado, por meio de intermediários, R$ 30 mil para acatar um recurso de apelação de cobrança de honorários contra a Braskem. Adriana relatou que no final de 2016 foi procurada por um parente do desembargador para tomar um café em um supermercado de Maceió e que na conversa foi informada de que o enteado de Tutmés Airan, Lucas Almeida, queria 50% dos honorários para julgar o processo em seu favor. Ela ainda acrescentou que no final de janeiro de 2017 foi procurada por um ami-

Tutmés Airan teria pedido R$ 30 mil para acatar um recurso de apelação de cobrança de honorários contra a Braskem

go de faculdade, que a informou de que o desembargador teve prejuízos em um restaurante de sua propriedade, em São Miguel dos Milagres, e que os R$ 30 mil seriam para indenizar um exsócio de Tutmés no restaurante. De lá para cá, o desembargador emitiu notas em sua defesa. “Não me surpreende que a denúncia ao CNJ em meu desfa-

vor só tenha sido apresentada depois do julgamento desfavorável à senhora Adriana Mangabeira. Um ato claro e nítido de inconformismo com o resultado do processo. (...) Um ato claro e nítido de inconformismo com o resultado do processo. Aliás, não é inédita a conduta da senhora Adriana Mangabeira de representar juiz que de-

cide determinado caso de forma contrária a seu interesse, não sendo difícil localizar matérias jornalísticas que apontem esse fato e que, inclusive, imputam à advogada atitudes supostamente criminosas”, declarou à época. Para agravar ainda mais a situação, um áudio de uma conversa entre o desembargador e

um possível jornalista vazou na internet. Na gravação é possível ouvir Airan chamando Adriana de “desonesta, sacana e vagabunda”. “Esse fato rendeu outro processo no STJ por ele ter foro privilegiado. Um tipo de atitude lamentável vindo de um desembargador. Estou advogando por causa própria e confio na Justiça. Tenho todas as provas e estou ciente das minhas ações. Não estou morando temporariamente em Maceió por causa de ameaças de morte que sofri. Preciso preservar meu bem maior que é minha vida. Inclusive pedi garantia de vida. Vários motoqueiros, sem tirar o capacete, chegam à minha porta e tentam derrubar o portão como forma de intimidação”, contou ao EXTRA. “Sei onde estou pisando, trabalho na profissão há 23 anos. Aqui tem a questão do corporativismo. Advogados não iriam querer ficar contra um desembargador por medo”. Além de Tutmés Airan, a denúncia envolve um parente de outro desembargador da Justiça alagoana, que teria feito parte do esquema de cobrança de propina. “Mudei toda minha rotina, mas não me arrependi de denunciar. Faria tudo de novo. Mas, confesso que estou pagando um preço alto por tudo isso”.


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TSE, PGR e MP se unem para vetar candidatos condenados por corrupção

FICHAS-SUJAS EM ALAGOAS, OS DEPUTADOS ARTHUR LIRA, PAULÃO DO PT E CÍCERO ALMEIDA JÁ FORAM CONDENADOS EM 2ª INSTÂNCIA

Taturanas usarão liminar para escapar da inelegibilidade

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FERNANDO ARAÚJO – faraujofilho@yahoo.com.br

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esde que a Lei da Ficha Limpa foi aprovada em 2010, os órgãos de fiscalização do país nunca estiveram tão unidos – quanto agora - na tarefa de evitar que políticos corruptos continuem disputando eleições. Menos por vontade própria e mais pela pressão das ruas, cuja temperatura começou a subir a partir da Lava Jato. A 65 dias das eleições de 7 outubro, a Justiça Eleitoral decidiu unir forças à Procuradoria-Geral da República, Tribunal de Contas da União e Ministério Público dos Estados para impedir a candidatura de políticos condenados por corrupção. É o caso de Luiz Inácio da Silva e outros políticos de menor calibre já condenados em 2ª instância. É o que garantiu o ministro Luiz Fux em todos os seus pronunciamentos à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Ficha suja está fora do jogo democrático”, afirmou o ministro em várias ocasiões, em duro recado aos políticos corruptos. E disse mais: “A Justiça Eleitoral será irredutível na aplicação da Ficha Limpa, conquista

Inelegíveis, Cícero Almeida e Paulão do PT tentam driblar a Lei da Ficha Limpa

popular que introduziu, na ordem jurídica, um instrumento conducente para levar o Brasil a um patamar civilizatório ótimo. Os órgãos eleitorais, na qualidade de fiscais da moral procedimental do pleito, devem rejeitar toda e qualquer postulação em desconformidade com o espírito de civismo trazido pela Lei da Ficha Limpa. Vale dizer: ficha suja está fora do jogo democrático”. Luiz Fux será substituído na presidência do TSE no dia 14 de agosto pela ministra Rosa Weber, que já demonstrou ser ainda mais rígida que o ministro no trato com os corruptos de todos os naipes, inclusive o presidiário Lula, que deverá ter sua candidatura impugnada. Na retaguarda dessa guerra aos corruptos estará Raquel Dodge, procuradora-geral da República, que mantém constantes reuniões com todos os procuradores regionais eleitorais. A ordem da chefe do MPF é

ajuizar ações judiciais para impugnar todos os políticos com candidatura barrada pela Ficha Limpa, inclusive os condenados por órgão colegiado. Além de proibir o registro de candidaturas, Raquel Dodge também quer que os recursos do fundo partidário sejam devolvidos à União. “Os recursos públicos só podem ser usados por candidatos elegíveis. Os inelegíveis que usarem esse dinheiro nas campanhas terão que devolver”, afirmou a perocruadoera da República. Fechando o cerco aos corruptos, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou semana passada a relação dos administradores que meteram a mão no Erário. Em todo o país são 7.400 ex-prefeitos, ex-secretários e outros gestores públicos com contas irregulares. Em Alagoas, 131 pessoas tiveram os direitos políticos cassados pela Corte e estão proibidos de disputar as eleições de 7 de outubro.

endurados em uma liminar concedida em abril pelo desembargador de plantão Celyrio Adamastor, os deputados federais Arthur Lira, Cícero Almeida e Paulo Fernando dos Santos, o Paulão do PT, estão condenados em 2ª instância e com os direitos políticos cassados pelo Tribunal de Justiça de Alagoas. O trio integra a primeira leva de deputados alagoanos punidos no chamado processo dos “taturanas”, envolvidos no desvio de R$ 300 milhões da Assembleia Legislativa. Um segundo grupo vem promovendo ações protelatórias na tentativa de escapar de condenações, mas deverão ter o mesmo destino do trio e outros seis deputados e ex-deputados já sentenciados. Dos três condenados, a situação mais complicada é a do deputado Arthur Lira, que aparece nas pesquisas eleitorais com chances de ser o candidato mais votado em Alagoas. Seu poder de barganha é tanto que pode até eleger mais um candidato com as sobras de votos. Além de integrar a lista de fichas-sujas, o deputado está enrolado em processos criminais e até em ação de despejo por calote. Pessoas próximas ao parlamentar acreditam que Arthur Lira sequer vai registrar sua candidatura à reeleição, dado o imbróglio jurídico em que se meteu. Cícero Almeida desistiu da reeleição à Câmara Federal e pretende voltar à Assembleia Legislativa, onde se lambuzou de dinheiro público junto aos demais “taturanas”. Além desse processo, Almeida é réu em uma ação criminal em que é acusado de desviar R$ 200 milhões quando era prefeito de Maceió, na chamada Máfia do Lixo. O deputado também responde a processo por danos morais contra jornalistas. Paulão é o caso mais leve, porém não menos grave que os demais. Até se envolver com o canto da sereia dos “taturanas”, era tido como deputado íntegro, mas assim como os demais, sucumbiu ao brilho do dinheiro fácil da “viúva”. É o único processo a que responde, mas mesmo que consiga registrar sua candidatura, dificilmente será reeleito. O naufrágio do Partido dos Trabalhadores, a prisão do chefe Lula e a fuga de eleitores praticamente selaram o destino do petista, mesmo refugiado sob as asas dos Calheiros. Em comum, os três têm a preocupação de se manter em cargos eletivos para garantir o foro privilegiado e escapar da prisão. Acreditam no poder da liminar monocrática do desembargador Celyrio Adamastor para disputar as eleições e permanecerem na impunidade.


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Fichas-sujas apostam na morosidade do STJ VERA ALVES veralvess@gmail.com

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assados quatro meses desde a surpreendente decisão do desembargador Celyrio Adamastor que suspendeu os efeitos das condenações de nove taturanas, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda não deu a palavra final ao pedido de manutenção da sentença colegiada feito pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE-AL). Em um primeiro momento, o ministro Og Fernandes rejeitou os termos da Reclamação nº 35.837-AL apresentada pelo MP no sentido de desconstituir o efeito suspensivo das condenações por usurpação de competência. O entendimento foi de que o Ministério Público deveria apresentar o pedido perante o próprio Tribunal de Justiça. O MP aguarda, agora, que o STJ julgue os embargos de declaração que impetrou contra a decisão do ministro Og Fernandes do dia 3 de maio. O efeito suspensivo das condenações foi concedido pelo desembargador Celyrio Adamastor no dia 25 de abril no julgamento dos recursos especiais dos deputados Cícero Almeida e Arthur Lira e do conselheiro afastado do Tribunal de Contas Cícero Amélio. Por extensão, beneficia igualmente os demais seis taturanas, dentre eles o deputado federal Paulo Fernandes, o Paulão, que no último domingo oficializou sua candidatura à reeleição na convenção do PT em Alagoas. Amélio, Arthur Lira, Cícero Almeida, Paulão, o deputado estadual licenciado João Beltrão e os ex-deputados Celso Luiz, Manoel Gomes de Barros Filho (Nelito),

Arthur Lira tem duas condenações por usar dinheiro público para pagar empréstimos pessoais

Maria José Viana e José Adalberto Cavalcante Silva estão inelegíveis até 28 de novembro de 2026 por força das condenações em segunda instância. Em novembro de 2016 eles tiveram mantidas pela 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça as sentenças de quatro anos antes prolatadas por uma comissão de juízes da 18ª Vara Cível da Capital / Fazenda Estadual no bojo da Ação Civil de Improbidade Administrativa nº 0042688-60.2011.802.001. Trata-se da primeira condenação em segunda instância dos envolvidos no maior desvio de recursos da Assembleia Legislativa de Alagoas – cerca de R$ 300 milhões – e relativa apenas aos empréstimos pessoais contraídos pelos então deputados junto ao Banco Rural entre os anos de 2003 e 2006 e pagos com dinheiro público, a chamada verba de gabinete cuja finalidade legal é para custeio de ati-

vidades vinculadas ao mandato. Todos foram também condenados ao ressarcimento aos cofres públicos de acordo com o valor do empréstimo efetuado. No caso de Paulão, este valor é de R$ 286.765,29. O ex -prefeito Cícero Almeida, que já confirmou seus planos de tentar a reeleição na Câmara ou voltar à Assembleia, tem de devolver R$ 195.572,54, enquanto Arthur Lira, que quer a reeleição como deputado federal, foi condenado a devolver R$ 182.830,22. Arthur Lira, aliás, tem também uma condenação em primeira instância por empréstimos pessoais contraídos em 2006 junto ao Banco Bradesco no mesmo esquema desmantelado em dezembro de 2007 pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público durante a Operação Taturana. A ação nº 050065816.2012.8.02.0001, também

Arthur Lira mandou assessor orientar ex-esposa sobre depoimento JOSE FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com O deputado federal Arthur Lira (PP -AL) não para de colecionar escândalos. Nesta semana, um áudio que vazou nas redes sociais revelou o assessor do parlamentar dando instruções de como a ex-esposa de Lira, Jullyene Lins (PRTB-AL), deveria agir durante depoimento à Justiça sobre a Operação Taturana. A audiência judicial aconteceu no dia 30 de novembro de 2016 no Tribunal de Justiça. A conversa foi gravada quatro dias antes dentro da residência de Jullyene no condomínio Aldebaran, em Maceió. CONFIRA TRECHO Jullyene Lins – O advogado recebeu a intimação. Testemunha de acusação para dia 30 no Tribunal. Assessor – O que ele disse a mim da outra vez é que vão perguntar o que estão perguntando a todos os outros. Se você tinha conhecimento de

de improbidade administrativa, que tramita na 16ª Vara Cível da Capital / Fazenda Estadual, tem mais nove réus. Há ainda outras ações cíveis em curso contra os taturanas envolvendo a compra de imóveis de luxo e carros particulares pagos com dinheiro público e pela inserção de servidores fantasmas na folha de pagamento, além de ações penais que no caso dos três deputados federais – Lira, Almeida e Paulão – tramitavam no STJ e agora terão continuidade na Justiça Federal em primeira instância porque os crimes a eles atribuídos não têm relação com o mandato na Câmara.

alguma coisa ilícita, deve ser por aí. Se era funcionária de lá, se recebia, mais ou menos isso. Estão tentando ligar as coisas ilícitas da Assembleia a eles, né. Jullyene Lins – Entendi. E o que ele quer? Assessor – Bom, ele apenas pediu para que conversasse com você para ter cuidado com o que responder. Não botar mais lenha na fogueira. Jullyene Lins – É que tenho reunião ao meio-dia com o advogado. Por isso que pedi para vir 10 horas. (...) Assessor – É basicamente isso. O processo dele foi desmembrado. Está em Brasília. (...) Você que não é nenhuma criança sabe o que deve dizer e o que não deve dizer. As questões de vocês dois é de vocês dois. Se resolvem entre vocês dois. O depoimento é referente ao processo de improbidade administrativa em relação ao empréstimo com o Banco Bradesco. Vale lembrar que o ex-casal tem uma relação conturbada: Jullyene já acusou o filho de Biu de Lira de tê-la agredido fisicamente em 2006. O Supremo Tribunal Federal (STF) acabou inocentando o réu depois que ela mudou a versão dos fatos. Atualmente, ela disputa uma cadeira na Câmara Federal.


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Lista do TCU tem 131 alagoanos

FICHAS-SUJAS TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO TAMBÉM ENTREGA SUA RELAÇÃO DE INELEGÍVEIS; SÃO 27 NOMES

Rosiana Beltrão é inelegivel até 2025; também são fichas-sujas Adeilson Bezerra e o suplente de deputado Cícero Cavalcanti

VERA ALVES veralvess@gmail.com

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lagoas tem 131 pessoas classificadas como inelegíveis para as eleições deste ano pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Elas integram a lista de 7.431 nomes entregue há uma semana à Justiça Eleitoral. São prefeitos, ex -prefeitos, gestores de órgãos públicos e/ou servidores públicos que tiveram as contas rejeitadas pela Corte e cujas condenações já transitaram em julgado. No caso de Alagoas, são 207 processos referentes às 131 pessoas, já que há casos de uma mesma pessoa ter sido condenada em mais de um processo. As condenações com trânsito em julgado mais recentes envolvem figuras tarimbadas da política local, a exemplo dos ex-prefeitos Paulo Roberto Pereira de Araújo, o Neno (São José da Laje), Jacob Brandão e Fernando

Lou (ambos de Mata Grande), José Gualberto Pereira (Olho d´Água do Casado) e Marcos Antônio dos Santos (Traipu). O suplente de deputado estadual Cícero Cavalcanti de Araújo está inelegível até 2024 e coleciona três condenações no TCU por atos de improbidade durante sua gestão como prefeito de Matriz do Camaragibe Fábio Jatobá, ex-prefeito de Roteiro e também um dos taturanas da Assembleia (na época do desvio de quase R$ 300 milhões era diretorfinanceiro do Legislativo) integra a lista de fichas-sujas da Corte de Contas, assim como o presidente estadual do PRTB, Adeilson Bezerra, que comandou a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no estado e é um dos envolvidos com a Operação Navalha quando secretário estadual de Infraestrutura. Secretária estadual de Cultura, Mellina Torres

tem duas condenações, enquanto o tio, Wellington Damasceno Freitas, o Xepa, ex-prefeito de Olho d´Água do Casado, soma cinco. Filha e irmão do desembargador do Tribunal de Justiça Washington Luiz já figuravam na relação do TCU desde 2016. Benedito de Pontes Santos, ex-prefeito de Joaquim Gomes e pivô das denúncias de falsidade documental que pesam contra o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Cícero Amélio, entrou também na lista dos fichas-sujas do TCU e não pode disputar cargos eletivos até 2025. A prefeita de Feliz Deserto, Rosiana Beltrão, é outra ficha-suja do TCU. Ela foi condenada por irregularidades durante sua gestão como administradora do Porto de Maceió e está inelegível até 7 de setembro de 2025. Confira a lista dos inelegíveis do TCU na página 9.

Relação do TCE tem 27 nomes - Antônio Palmery Melo Neto (Cajueiro) - Marcos José Dias Viana (Maragogi) - Marcelo Ricardo Vasconcelos Lima (Quebrangulo) - Péricles Vasconcelos Brandão de Almeida (Viçosa) - Amaro Jorge Marques da Silva (Jacuípe) - Antônio Avânio Feitosa (Belo Monte) - Elso Pereira de Oliveira (Câmara de Belo Monte) - João de Paula Gomes Neto (Capela) - Cássio Alexandre Reis de Amorim Urtiga (Colônia Leopoldina) - Arlene Cavalcante da Costa (Flexeiras) - José Alcântara Júnior (Palestina) - Deraldo Romão de Lima (Santa Luzia do Norte) - José Antônio Cavalcante (São José da Tapera) - Manuilson Andrade Santos (Colônia Leopoldina) - Eudócia Maria Holanda de Araújo Caldas (Ibateguara) - José Petrúcio de Oliveira Barbosa (Igaci) - Edson Cícero Albino (Câmara de Santa Luzia do Norte) - José Maynart Tenório (Boca da Mata) - Ângela Maria Lira de Jeus Garrote (Estrela de Alagoas) - Beroaldo Rufino da Silva (Jundiá) - Ítalo Suruagy do Amaral (Major Izidoro) - Antônio Jorge Rodrigues (Maravilha) - Petrúcio Benedito Bugari (Matriz do Camaragibe) - Mailson de Mendonça Lima (Monteirópolis) - Carlos Eurico Leão de Lima (Porto Calvo) - Paulo Ferreira de Andrade (Santana do Ipanema) - Siloé de Oliveira Moura (Senador Rui Palmeira)


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Procura-se candidato da oposição para enfrentar Renan Filho

SUCESSÃO ESTADUAL

DE COLLOR A CANUTO, PP, PSDB E DEM BUSCAM QUEM TOPE O DESAFIO

ODILON RIOS Especial para o Extra

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té o próximo domingo ficará definido quem será o candidato da oposição a enfrentar o governador Renan Filho (MDB) nas urnas de outubro. Na bolsa de aposta dos partidos tem de tudo: desde o senador Fernando Collor (PTC) e seu vice sendo o presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Kelmann Vieira (PSDB), passando pelo vice-prefeito Marcelo Palmeira (PP) como candidato do chapão articulado pelo senador Benedito de Lira (PP) e chegando ao vereador Eduardo Canuto (PSDB), líder do prefeito no Legislativo municipal e, ao menos por enquanto, nome isolado na preferência do PSDB, do PP e do DEM. O mercadão do voto não define as tendências somente desta eleição, mas também a de 2020, quando o candidato da oposição se credencia automaticamente na disputa à Prefeitura da capital. E, claro, ajuda a ditar os caminhos dos maiores colégios eleitorais, como Arapiraca, Palmeira dos Índios e São Miguel dos Campos. Só que na especulação de nomes cotados até agora existem vantagens ou desvantagens a depender da posição do candidato. Por exemplo: Collor não tem interesse em ser prefeito de Maceió. Porém, será candidato em 2022 na única vaga ao Senado. Vaga que terá o atual governador como principal interessado. E não apenas Renan Filho: Rui Palmeira tem interesse em inscrever seu nome em Brasília, na mesma posição por onde passaram seu avô,

Rui, e o pai, Guilherme. Collor quer agregar a oposição em torno do seu nome, mas terá de dividir o palanque com o PSDB do ex-governador Teotonio Vilela Filho, do qual o senador é um antigo desafeto; terá de dividir espaço com o exdeputado federal José Thomaz Nonô (DEM), outro rival histórico. Porém tem a vantagem de tomar a benção do seu padrinho político, o ministro aposentado do Tribunal de Contas da União (TCU), Guilherme Palmeira, pai do prefeito de Maceió. Aliás Rui Palmeira esteve com Collor esta semana ao menos duas vezes para discutir o mesmo assunto: o apoio do prefeito ao nome “delle” na disputa ao governo. Mas Collor condiciona este apoio à união da oposição, na prática formando uma chapa com tempo de TV suficiente para abalar as estruturas do Palácio República dos Palmares- do qual Collor ainda é aliado. Mas a resposta veio do PP, através do deputado federal Arthur Lira: nem toda a oposição estará dividindo o mesmo palanque para enfrentar os Calheiros. Por isso, na lista da oposi-

“Se Eduardo Canuto for o candidato do PSDB ao Governo, eu já avisei ao prefeito: votarei em Renan Filho” KELMANN VIEIRA AO EXTRA.

Eduardo Canuto enfrenta resistências dentro da própria Câmara de Vereadores

Tucano Kelmann Vieira é a pedra no sapato do senador Benedito de Lira

ção, Collor é nome riscado entre os prováveis candidatos ao Governo. Daí, surgem outros.

nha ao Governo tem força suficiente para potencializar um candidato, mesmo ele perdendo. Exemplos mais recentes mostram isso. Eduardo Tavares, prefeito de Traipu, foi candidato ao Governo durante 1 mês. Desistiu mas venceu a Prefeitura de Traipu. Quando desistiu do Governo, foi substituído por Júlio Cézar, derrotado por Renan Filho mas, 2 anos depois, eleito prefeito de Palmeira dos Índios. Canuto recebe grande incentivo de Biu de Lira, que quer Kelmann Vieira longe de ameaçar o projeto de poder do PP. Por outro lado, Canuto se aproxima do vice-prefeito da capital (e afilhado político do senador), Marcelo Palmeira, presidente do PP municipal.

BIU X KELMANN O mais cotado, até o momento, é o vereador Eduardo Canuto, também tucano, mas que, se for autorizado pelo PSDB a disputar o Governo, de cara não terá o apoio de 11 dos 21 vereadores da capital. Eles fazem parte do grupo do presidente da Câmara, Kelmann Vieira, que não esconde de ninguém a disposição de mergulhar na busca por votos pela Prefeitura de Maceió daqui a 2 anos. E daí? Eduardo Canuto pode atrapalhar estes planos, considerando que uma campa-

Rui Palmeira chegou a cotar o chefe do Legislativo municipal para a disputa ao Governo. Mas, Kelmann teve o nome vetado por Biu de Lira, levando em conta que o presidente da Câmara atrapalharia as pretensões do senador em Maceió. “Se Eduardo Canuto for o candidato do PSDB ao Governo, eu já avisei ao prefeito: votarei em Renan Filho”, resumiu Vieira ao EXTRA. O presidente da Câmara, aliás, também enxerga dentro de casa. Um dos principais aliados do prefeito de Maceió é o ex-prefeito de Paripueira, Abrahão Moura, irmão de Antônio Moura, superintendente Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT). O avanço de Abrahão Moura, principalmente na região norte de Alagoas, fez com que Kelmann montasse um QG acompanhando de perto as articulações dele. Kelmann é marido de Flávia Cavalcante, candidata a deputada estadual. Flávia é irmã de Fernanda, prefeita de São Luiz do Quitunde. As duas são filhas de Cícero Cavalcante, que já governou a cidade vizinha, Matriz de Camaragibe, e São Luiz. Abrahão Moura quer a filha, Cibele, na Assembleia Legislativa; aliou-se a Sérgio Toledo, que disputa a Câmara Federal. Kelmann votaria em Nonô para deputado federal. Ele desistiu. Daí Marx Beltrão (PSDB), ex-ministro do Turismo, desistiu de disputar o Senado e briga por uma vaga de federal. O presidente da Câmara de Maceió mais os Cavalcante fecharam com Marx. É briga de gigantes contra titãs.


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Entre mistérios e certezas, MDB, PSDB e PP realizam convenção no domingo

HORA DAS ALIANÇAS MAIORIA DOS ACORDOS ELEITORAIS SERÁ FECHADA NA MADRUGADA DE SÁBADO ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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ermina neste domingo, 5 de agosto, o prazo para que os partidos apresentem os seus candidatos na disputa eleitoral de 2018. Nos bastidores, o momento é de afrouxar programas partidários e dar espaço ao pragmatismo: ganhar ou ganhar nas urnas passa a ser prioridade. Três grandes partidos realizam suas convenções na data-limite do calendário eleitoral: MDB, PSDB e PP. O MDB apresenta o governador Renan Filho para a reeleição; o senador Renan Calheiros também disputando a vaga que ocupa hoje em Brasília e o deputado Isnaldo Bulhões para federal. E fecha o baú de alianças que vai carregar nas proporcionais também para ajudar a reeleger, na Assembleia, Ricardo Nezinho, pai do Escola Livre, que criminaliza professor falando sobre política, religião ou sexualidade em sala de aula. Objetivo é tornar Nezinho viável eleitoralmente em 2020, na disputa pela Prefeitura de Arapiraca contra Rogério Teófilo. O PSDB apresenta Rodrigo Cunha na disputa ao Senado; ao Governo, é provável que seja o vereador de Maceió, Eduardo Canuto; a federal, não é certeza se Pedro Vilela, sobrinho do ex-governador Teotonio Vilela Filho, vai em busca de mais 4 anos em Brasília. No PP, tudo é óbvio. Será a família De Lira: Benedito ao Senado; Arthur a deputado federal.

O Rede lançou a ex-vereadora Heloísa Helena para deputada federal. O PSOL terá Basile Christopoulos ao Governo; ao Senado, Cícero Albuquerque; a estadual, o ex-candidato do partido em 2016 à Prefeitura de Maceió, Gustavo Pessoa. O PCB tem Osvaldo Maciel. O deputado federal Maurício Quintella (PR) - que disputa o Senado - ganhou importante aliado: os Beltrão, capitaneados pelo deputado federal Marx Beltrão. Somando as 5 prefeituras alagoanas gerenciadas por um sobrenome Beltrão em Alagoas, Quintella terá, ao menos, 102.981 votos. E o segundo voto; o primeiro? Para Renan Calheiros (MDB). O PR de Quintella também quer eleger o deputado estadual Sérgio Toledo a federal. O PV, na coligação que fechou nas proporcionais (com PT e PC do B), deve eleger o vereador de Maceió Sílvio Camelo para a Assembleia Legislativa e puxar mais dois: Othoniel Pinheiro (PT) e Jairo Campos (PC do B), as maiores apostas neste cenário. O PT lançou candidato único a federal: Paulão. O PRTB, que tem entre seus candidatos a federal o ex-prefeito de Traipu, Eduardo Tavares, resiste em fechar aliança com o PTB, chefiado pelo deputado estadual Antônio Albuquerque. Tavares decide até domingo se deixa mesmo a disputa, isto se AA for agregado na coligação. O deputado foi considerado, pela Polícia Federal, um dos líderes da organização criminosa que desviou R$ 300 milhões da Assembleia Legislativa. O PTB quer AA na Assembleia e o filho dele, Nivaldo Albuquerque, em Brasília, na Câmara; o PMN, a reeleição de Francisco Tenório na Assembleia e a filha dele, Olívia, como deputada federal; o PDT mira a reeleição de Ronaldo Lessa a federal e Inácio Loiola na Assembleia; o PSB quer reeleger João Henrique Caldas em Brasília; o PSD busca reeleger Dudu Holanda e Gilvan Barros Filho a deputado estadual; Marcelo Victor também busca a reeleição na Casa, pelo Solidariedade.

Renan pai e Renan Filho oficializam candidaturas pela reeleição ao Senado e governo no domingo

Perfil do eleitorado

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briga pelo eleitor leva em conta também o perfil de quem vai às urnas este ano. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a maioria dos eleitores alagoanos (66,17% ou 1.447.703 pessoas) tem entre 25 e 59 anos. Menos de 2% dos votantes tem menos de 18 anos- o voto opcional. São 43.298. Quando se olha os maiores de 60 anos- a chamada terceira idade- existe um peso significativo. São 14,31% dos eleitores. Ou 313.234 votos. Como é de se esperar- porque se repete em todo o país- a maioria é do sexo feminino: 53,2% 46,7% são declarados homens. Quanto ao grau de escolaridade, o alagoano que vai às urnas em outu-

bro tem, majoritariamente, o ensino fundamental incompleto. Ou: menos de 9 anos de estudo. São 27,2 % dos eleitores. Ou 595.608. É seguido por uma massa de analfabetos ou apenas aqueles que leem e escrevem: 25,6% (560.874); 17,8% declararam possuir o ensino médio completo; 14,9% tem o ensino médio incompleto; e, apenas 5,7% possuem o ensino superior. Entre os analfabetos e aqueles que apenas leem e escrevem o próprio nome, existem diferenças, mostra o TSE. A maioria dos analfabetos é mulher (51,4%). Já entre os que leem e escrevem, maioria (50,2%) é homem. Nos últimos 10 anos (junho de 2008 a junho de 2018), o eleitorado de Alagoas cresceu 10,6%. Em 2008, o estado tinha 1.976.838 votantes.


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Ministério Público investiga truculência policial

PM VIOLENTA

MULHERES DENUNCIAM QUE FORAM HUMILHADAS E AGREDIDAS POR MILITARES O terceiro caso envolve Arlinda da Silva, Andreina Soares da Silva e Edjane Batista dos Santos, que denunciaram que foram agredidas por policiais durante uma abordagem na região do Sítio São Jorge, no dia 6 de março. Segundo BO, elas foram abordadas com um sonoro: “Parem, três vagabundas” e foram agredidas com tapas. Segundo declarado pela vítima Adreina, além da agressão, um dos policiais trocou a senha do seu aparelho celular deixando -o inutilizado. Ao informar que estaria grávida, ouviu: “Você e seu filho vão se ferrar”. Arlinda contou que levou tapas no rosto. Já Edjane disse que ficou o tempo todo calada sendo ameaçada de morte.

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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Ministério Público do Estado (MPE-AL) resolveu instaurar esta semana procedimento preparatório de inquérito civil contra três supostos casos de truculência e abuso de autoridade que envolvem integrantes da Polícia Militar de Alagoas. O autor da decisão é o promotor de Justiça Magno Alexandre Ferreira Moura, da 66ª Promotoria de Justiça da Capital. Em duas situações, algo em comum: a agressão policial durante abordagem a transeuntes. O primeiro caso aconteceu no dia 25 de fevereiro deste ano, em um posto de gasolina, na Avenida Leste Oeste, nas proximidades do Terminal Rodoviário de Maceió. “Encosta, encosta, bando de vagabundos”. Foi com essa frase que o casal Arthur Lucas Lima e Karolynne Santos teria sido abordado por uma guarnição da Radiopatrulha. Conforme consta no termo de declarações da Corregedoria da Polícia Militar, a dupla desceu da moto com as mãos na cabeça. Karolynne Santos Oleszko afirmou em depoimento que, ao mesmo tempo em que seu namorado era revistado, ela recebeu chutes entre as pernas. Ao questionar o fato de estar sendo revistada por policial masculino, um dos PMs, identificado como Florêncio, a teria segurado pelo pescoço questionando: “Você é quem sua, puta?”. “Meu pai é policial, sou filha do cabo Oleszko”, teria respondido a vítima. As agressões não para-

O promotor de Justiça Magno Alexandre cobrou uma posição da Corregedoria da Polícia Militar

riam por aí. “Ao tentar se livrar da agressão, no momento em que seu namorado também questionou a atitude do policial dizendo que não podia fazer isso com ela, ele passou a ser agredido também. Um outro policial torceu o braço para trás, de forma bruta, vindo a machucar o declarante”, detalha o termo de declarações. Um outro militar deu voz de prisão e determinou que Karolynne Santos fosse jogada na mala da viatura, que caiu em cima de um step vindo a se machucar ainda mais junto ao namorado. Ambos foram encaminhados ao Complexo de Delegacias Especializadas (Code), loca-

lizado na Mangabeiras. Já no boletim de ocorrência lavrado pelos militares, o casal é acusado de desacato. O PM Antônio Wilson Soares afirmou que estava fazendo a ronda de rotina quando avistou os dois indivíduos em atitude suspeita. Ainda segundo o BO, Karolynne estaria alterada e começou a xingar os policiais envolvidos na ocorrência de “nojentos e filhos da puta”. Ao chegar na delegacia, ela ainda teria chutado os militares machucando o dedo indicador da mão direita do policial militar Sidinaldo Florêncio. Outro caso é referente à suposta prática de violência

cometida por policiais militares na prisão de Yris Priscilla de Lima Leite, apontada como gerente financeira de uma quadrilha de tráfico de drogas que agia em bairros nobres da capital alagoana. A ação policial, deflagrada no dia 27 de fevereiro deste ano, resultou na apreensão de 9 kg de cocaína e na morte de Flávio Santos da Silva, traficante e marido de Yris. Ele teria reagido ao cumprimento do mandado de prisão que as equipes executaram na residência dele, localizada no Benedito Bentes, na parte alta de Maceió. Yris acusou integrantes da PM de tortura e maus tratos por ocasião da prisão em flagrante.

NOTA DA PM A Polícia Militar (PM) reitera que cumpre a missão constitucional de garantia da ordem e não compactua com o desvio de conduta de seus integrantes, tanto no exercício da função ou fora da atividade policial. A Polícia Militar reforça a orientação de que os cidadãos que se sentirem vítimas de supostos comportamentos inadequados cometidos por policiais militares denunciem a situação à CorregedoriaGeral da Corporação.


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Uso de celular ao volante provoca 54 mil mortes por ano no Brasil

PERIGO NO TRÂNSITO

CERCA DE 150 PESSOAS MORREM POR DIA EM ACIDENTES CAUSADOS PELA DISTRAÇÃO

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com O uso de celular ao volante é proibido pelo Código de Trânsito Brasileiro e a infração é considerada gravíssima, sendo passível de multa de R$ 293,47, além de render 7 pontos na carteira de habilitação. Parece que isto não é o bastante para coibir a prática de uso do celular por quem dirige. Dados da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego apontam que o uso de aparelhos é a terceira maior causa de acidentes no trânsito, atrás somente de embriaguez ao volante e excesso de velocidade. Ao todo, são cerca de 150 mortes por dia e quase 54 mil por ano no País. Embora a lei tenha ficado mais rígida, o uso de celular é a terceira maior causa de acidentes no trânsito. Segundo a porta voz do Grupo Tecnowise, Roberta Torres, especialista em Segurança e Saúde no Trânsito e mestre em Segurança no Trânsito, para reverter a situação é preciso investir em dois pilares: educação e fiscalização. Neste caso, um não anda sem o outro. “Os órgãos gestores de trânsito devem informar, comunicar, explicar por meio das metodologias da educação como campanhas, propagandas e afins, e fiscalizar o cumprimento da norma. Para mudar, as pessoas precisam saber os porquês do respeito às normas, mas também precisam ser responsabilizadas pelos seus atos, quando ocorrerem”, afirmou. Outro dado alarmante é que o uso de celular no volante pode aumentar em até 400% o risco de acidente de trânsito. Para a especialista, embora exista muita informação, a verdade é que as pessoas não sabem o real risco da utilização do celular enquanto dirigem, seja fazendo uma ligação ou mandando uma mensagem de texto ou áudio. Dados do Datasus apontam que até o ano de 2015 as taxas de mortes por acidentes de trânsito mostram que nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste houve redução. Nas regiões Norte e Nordeste

Ao usar o celular no trânsito, o condutor coloca em risco não só a própria vida, mas também a dos outros passageiros e motoristas e dos pedestres aumentou. No Sul, em 2008 foram 25,73 mortes por 100 mil habitantes. Em 2015 baixou para 20,75 mortes por 100 mil habitantes. No Sudeste, em 2008 era de 18,93 mortes por 100 mil habitantes e 2015 reduziu para 15,05 mortes por 100 mil habitantes. No Centro-Oeste em 2008 era de 29,14 mortes por 100 mil habitantes, em 2015 chegou 26,35 mortes por 100 mil habitantes. O Norte passou em 2008 de 18,02 mortes por 100 mil habitantes para 19,53 mortes por 100 mil habitantes em 2015. A Região Nordeste em 2008 contabilizou 18,03 mortes por 100 mil habitantes. Em 2015 chegou a 21,55 mortes por 100 mil habitantes. Apesar dos números, existem novas tecnologias para formação e qualificação de condutores. Inclusive essas ferramentas pedagógicas auxiliam os professores na formação dos condutores novatos e daqueles que precisam de atualização. “Além do simulador de direção, existem softwares de apoio pedagógico na sala de aula, ferramentas de realidade virtual que podem levar o aluno para dentro do motor de um carro para que ele

compreenda a importância da manutenção preventiva e as próprias redes sociais e os aplicativos, por onde você consegue interagir com os alunos e desenvolver um processo educativo”, relatou a especialista. Para ela, o objetivo principal do simulador de direção é possibilitar a condução reproduzindo a sensação de conduzir um veículo. Porém com a vantagem de se ter o controle das variáveis do estudo sem colocar os usuários em risco. O instrutor poderá, por exemplo, reproduzir um período chuvoso, com neblina, com excesso de veículos ou pedestres, dentre outros. Na prática funciona sim. Inclusive vários estudos estão sendo desenvolvidos no Brasil demonstrando uma melhoria no índice de aprovação e na taxa de sucesso nos primeiros exames. Roberta Torres alerta que a mudança da cultura de segurança viária virá a longo prazo. Em primeiro lugar, educando as crianças não para se tornarem motoristas no futuro, mas para que aprendam a se locomover com independentemente do modal escolhido.

Porém, perpassa pela formação dos condutores que têm melhorado, mas ainda há muito o que avançar. E chega nas ações educativas frequentes. A universitária Bruna Costa, 25, confessa que dirige falando ao celular. Embora tenha consciência de que a prática é perigosa e tenha passado por alguns sustos devido a essa combinação, disse que a correria do dia a dia e a necessidade de resolver algumas situações de imediato fazem com que seja imprudente. “Tenho consciência da punição e principalmente do perigo, mas é hábito mesmo”, disse. Porém, ponderou que se sair para balada ou o trânsito não estiver “legal”, não usa o celular dirigindo. O engenheiro Diego Lima, 23, garantiu que não fala ao telefone enquanto está no volante porque desconcentra e se for algo urgente não vai poder ajudar naquele momento. “Quem precisar falar espera e depois coloco telefone no modo carro. Se chegar alguma mensagem, o telefone lê o texto no som do carro e assim não corro risco e nem coloco a vida dos outros em perigo”, afirmou.

ALAGOAS Embora os números não sejam relacionados necessariamente à distração no trânsito, dados do Hospital Geral do Estado (HGE) mostram que de janeiro a abril de 2018 foram 2.640 registros de acidentados na unidade. Desses, 1.162 envolvidos com motos; 921 colisões; 251 atropelamentos; 202 acidentes de bicicleta e 104 capotamentos. Números dos Detrans com comparações de infrações com o uso de celulares entre 2017 e 2018 mostram que no Rio de Janeiro houve aumento de 40 mil para 49 mil. No Recife o aumento foi de 21,2 mil para 22,9 mil. O Distrito Federal aumentou de 32,8 mil para 34,4 mil.


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MP cobra mapeamento de fissuras

TREMOR EM MACEIÓ Bruno Fernandes

CAUSAS DO FENÔMENO REGISTRADO NO BAIRRO DO PINHEIRO AINDA SÃO DESCONHECIDAS

Moradores dos conjuntos mais afetados estão tentando vender os imóveis devido a incerteza da conclusão das investigações BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

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Ministério Público Estadual de Alagoas por meio da 66ª Promotoria de Justiça da Capital resolveu instaurar procedimento administrativo para que seja cumprida a recomendação PJC nº 03/2018 feita pelo órgão. A portaria assinada pelo promotor de Justiça Antônio Jorge Sodré leva em consideração a não conclusão das investigações sobre a real causa dos tremores ocorridos nos dias 15 de fevereiro e 3 de março de 2018 no bairro do Pinheiro, em Maceió. A portaria nº 08/2018, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE -AL) na última segunda-feira, 30, relata que um dos motivos para que seja cumprida a recomendação é a não conclusão da investigação após a realização dos estudos de subsuperfície realizados pelo Serviço Geológico do Brasil. Porém, foi possível verificar uma trinca linear de 240 metros de comprimento passando por vários prédios danificando ruas, galerias pluviais e tubulações da rede d’água, conforme consta no relatório encaminhado à prefeitura. Na recomendação, publicada no DOE em 14 de junho deste ano, foram levadas em considerações as orientações do próprio Serviço Geo-

gráfico do Brasil para que seja utilizado o método Ground Penetration Radar (GPR ou, em tradução livre do inglês, Radar de Penetração de Solo), que permite realizar sondagens com um método não destrutivo, através de ondas eletromagnéticas de alta frequência. Caso não seja possível identificar o causador dessas anomalias pelo método GPR, possa ser utilizado meios de maior alcance de profundidade de análise, como a aplicação de métodos sísmicos juntamente como método eletrorresistividade. Em alguns locais, o asfalto cedeu e formou enormes buracos. Em outros, rachaduras surgiram nas paredes de casas e apartamentos. Apesar disso, não houve registro de feridos. A Prefeitura de Maceió e a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) realizaram reparos em tubulações e ruas danificadas, mais especificamente no Conjunto Divaldo Suruagy, um dos mais afetados pelas chuvas e posteriormente pelos tremores, porém essas obras só poderiam ser realizadas após as análises recomendadas pelo órgão. Segundo o MP, tais obras dependiam da base de conhecimento geotécnico adequado, evitando assim o aparecimento de novas rupturas. Além desde estudo utilizando o método GPR, o MP cobra também o

mapeamento com delimitação integral da área atingida pelas fissuras, instalação de uma rede de monitoramento geodésico, montada a partir do mapeamento de toda área atingida pelas fissuras, incluindo os poços da Braskem, a instalação de uma rede de monitoramento sismográfico, o monitoramento da geometria das cavidades geradas pela exploração de sal, desde os poços mais antigos até os recentemente perfurados, através de perfis sônicos ou método semelhante, e o monitoramento da abertura de fraturas, no maior número possível e de forma mais ampla, contemplando toda área atingida. Mesmo com a visita de técnicos da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), ligada ao Serviço Geológico do Brasil, e uma equipe de quatro pesquisadores da Universidade do Rio Grande do Norte (UFRN), a causa do tremor ainda não foi estabelecida. Alguns apartamentos foram interditados pela Defesa Civil do Município. Assustados, e sem previsão de quando poderão voltar para suas residências, diversos moradores colocaram placas de venda na frente dos prédios, mesmo que os mesmos ainda apresentem diversas rachaduras em suas fachadas. Os valores estão abaixo do preço de mercado.

Rachaduras no asfalto ainda são visiveis no local

TREMOR

S

egundo o geólogo André Galindo, o fenômeno registrado em 3 de março pode ter sido uma acomodação do solo, a cerca de 300 metros de profundidade. ‘É preciso pesquisar, fazer análise geofísica e perfurações profundas para ter uma certeza absoluta do que aconteceu”, disse o especialista em entrevista ao EXTRA, alguns dias após o ocorrido. O tremor de terra que assustou moradores da capital alagoana, de acordo com técnicos do Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), atingiu uma magnitude de 2,5 graus na Escala Richter, que vai de 0 a 10, sendo considerado pequeno.


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Falta de merenda aumenta evasão escolar

EDUCAÇÃO

Sofia Sepreny

APOSENTADORIA E LICENÇAS MÉDICAS DE MERENDEIRAS DEIXAM ALUNOS SEM LANCHE NA REDE ESTADUAL

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SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

E

scolas da rede estadual de ensino em Alagoas estão sofrendo as consequências da falta de merendeiras. Aposentadorias, afastamento por licença médica, ou qualquer outro tipo de necessidade de substituição, estão deixando diversas escolas com o número menor de funcionários designados para este tipo de função. São dezenas de escolas em todo estado que se encontram na mesma situação. Algumas delas ainda chegaram a ser selecionadas para se tornarem instituições de ensino integral, mas por falta de funcionários que forneçam comida aos alunos foram excluídas desse direito. A Escola Estadual Professor Eduardo Almeida, por exemplo, só tem merendeira no turno matutino e os alunos dos períodos vespertino e noturno estão sem o serviço há mais de três anos por falta de merendeira. Mariana Franciele, 18, estudante da escola do período noturno diz que esse problema sempre foi recorrente para as turmas da noite. “Hoje estou no 2º ano, estudo aqui desde a 7ª série e não

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de de pa qu rio as na Cícera trabalha no turno da manhã e diz que uma profissional apenas é insuficiente para preparar a merenda de todos os alunos do turno

me recordo de quando teve merenda pela noite. Tem colegas meus que moram na grota, vêm de longe e não têm condições de comprar comida, ai eles deixam de vir para a escola para não passar fome”. A diretora da escola afirmou que há pouco tempo até mesmo o período da manhã estava sem merendeira, e que nem sempre dá para dar uma ajustada e servir lanches mais práticos quando há uma lacuna no quadro efetivo. A merendeira Cícera dos Santos trabalha com isso há 16 anos e diz que muitas colegas

de profissão já se aposentaram e que a tarefa exige cuidado. “Não pode ser qualquer pessoa, é necessário cuidado, trabalhamos com crianças e uma alimentação saudável para elas é muito importante. Muitas vezes elas só têm aqui para comer”. Cícera foi remanejada de outra escola e afirmou ainda que o trabalho para uma única profissional no turno da manhã é complicado. O problema crônico se repete também no Sítio São Jorge, onde a Escola Estadual Fernandes Lima só tem uma me-

rendeira por turno para atender uma demanda grande de alunos. Segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), quando um profissional se aposenta ou entra em licença, um outro servidor é remanejado para atender esta demanda. O problema é que de acordo com funcionários destas escolas, esse remanejamento não acontece e quem acaba sendo prejudicado são os alunos sem comida e até mesmo as escolas, que deixam de ter o ensino de maneira integral. Quando questionada sobre

o deficit no número de funcionárias no setor para atender a demanda do Estado, a Seduc afirmou que: “Para suprir eventuais carências que existam na rede estadual, a Secretaria de Estado da Educação vai realizar um processo seletivo para contratação de profissionais. A lei que permite a contratação foi sancionada no primeiro semestre de 2018 e o edital está em análise pela Procuradoria Geral do Estado (PGE)”. Existem escolas na parte alta da cidade que na teoria necessitam de pelo menos quatro merendeiras, mas o Estado só

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Importância da merenda escolar

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egundo informações do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, o Brasil alcançou, nas últimas décadas, importantes mudanças no padrão de consumo alimentar devido à ampliação de políticas sociais nas áreas de saúde, educação, trabalho, emprego e assistência social. Por isso alimentar-se de forma saudável é fundamental para o desenvolvimento integral de todos indivíduos. Oferecer para os alunos na escola uma alimentação equilibrada que contenha todos os nutrientes e vitaminas, é necessário para o seu desenvolvimento como um todo e também prevenção de doenças que os poderiam afastar do convívio escolar. As escolas públicas têm o papel de fornecer a refeição baseada nas recomendações nutricionais das crianças, considerando o tempo em que elas estão naquele espaço. Especialistas defendem o momento da alimentação como uma extensão da proposta pedagógica. E por isso a importância dos profissionais na educação alimentar e nutricional dos estudantes.

Algumas escolas substituem a merenda com maior valor nutricional por biscoitos e lanches rápidos

dispõe de duas. Uma fica no turno da manhã, e outra no turno da noite, deixando os estudantes do período vespertino sem refeições. A Seduc afirmou ao EXTRA desconhecer a falta de merendeiras nas escolas que eram para ser em tempo integral e que, por falta desses funcionários, não o são. Contabilizando assim, mais uma precariedade na área de educação do Estado. De acordo com Consuelo Correia, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), o número de escolas com essa situação crítica não é preciso, mas são muitas. E os motivos são o mesmo: há anos não se faz concurso para merendeiras, então as pessoas vão se aposentando, entrando em licença médica, deixando uma grande necessidade de reposição na área. “Já cobramos reiteradas vezes ao governo do Estado o concurso público para estes profissionais, mas eles continuam desrespeitando. O que eles querem fazer agora é uma contratação precarizada destes profissionais, mas nós do Sinteal não concordamos”.

Consuelo afirmou ainda que é necessári a contratação de profissionais capacitados, com feição pedagógica para cuidar dos alunos com segurança. Ela reiterou que o problema não é pela falta do gênero alimentício, mas por falta do profissional. “Nem sempre a escola consegue fazer um arrumadinho e colocar alguém para servir o suco ou biscoito, por exemplo”. Quando possível, as escolas servem apenas a merenda seca, que consiste em bolachas com suco ou achocolatado. Segundo a sindicalista, nas escolas que não existem o profissional, a direção da escola faz um arrumadinho, remaneja alguém de outro setor para distribuir um suco, biscoito ou coisas práticas e não alimentos que necessitem ser cozidos. A presidente do Sinteal ainda afirma que a novidade da escola integral não deveria existir por não existirem funcionários qualificados, estrutura física e pela educação no Estado apresentar tantas fragilidades como a sobrecarga dos profissionais. “A escola integral é um faz de conta”, finalizou Consuelo.

Governo termina mandato e licitação para transporte escolar continua no mundo da utopia A regra é clara, mas não é cumprida. Há cinco meses, o EXTRA denunciou as medidas paliativas que o Governo de Alagoas, através da Secretaria de Educação, vinha tomando a respeito do transporte escolar para alunos da rede estadual. A questão é que a situação continua a mesma. Na época, contratos emergenciais com transportadoras responsáveis pelo deslocamento de alunos vinham sendo firmados e prorogados desde 2015, como medida preventiva até que fosse sancionada a Lei do Passe Livre para estes estudantes, ou que o processo licitatório estivesse finalizado. De acordo com a Seduc, essa era uma medida temporária enquanto o processo de licitação ainda estava em tramitação. A questão é que o processo licitatório foi aberto em 2015, mas a Agência de Modernização da Gestão de Processos (Amgesp), responsável pelo processo precisou corrigir pendências apontadas

pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e durante essas diligências as empresas participantes entraram com pedidos de impugnações específicas da área de educação e o processo teve que voltar para a Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Desde então a Amgesp aguarda o retorno do processo para finalizar a licitação. Em constatação realizada nesta terça-feira, 31, a situação continua congelada e o processo de licitação não saiu do lugar. Para suprir a demanda, um segundo contrato emergencial com durabilidade de seis meses foi firmado em maio com a empresa prestadora de serviços, Bioética de Gestão Pública. No artigo 24, inciso IV, da Constituição Federal brasileira, a lei dispensa licitação “nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,

serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos”. De acordo com Márcio Fernando Lessa, presidente da Bioética, o contrato tem vigência até outubro de 2018 e a empresa está contratada desde agosto de 2017. Antes disso, a prestação de serviços era gerenciada pela Cooperativa dos Proprietários Autônomos de Ônibus Rodoviários de Turismo e Urbano do Estado de Alagoas (Coopeal Bus). Em resumo, uma medida emergencial na época acabou se tornando fixa e perdura por mais de três anos.


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Palavras boas

SAÚDE MENTAL

“A ciência moderna ainda não produziu um medicamento tranquilizador tão eficaz como o são umas poucas palavras boas”. (Sigmund Freud)

arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Medicamentos e outros sintomas

Um artigo do psicanalista Christian Dunker, que é professor titular do Instituto de Psicologia da USP, indica que “o consumo de medicações psicoativas tornou-se parte de nossa infelicidade ordinária”. Ele destaca que “nos anos 1990, uma nova geração de medicações antidepressivas tornou-se rapidamente popular”. E também que “as pílulas da felicidade anunciavam a morte de Freud e a aposentadoria compulsória da psicanálise”. Destaca que “cada consumidor aprendeu a manejar sua própria alquimia observando sintomas, aumentando ou diminuindo dosagens ao sabor dos dissabores da vida”.

“Cronologia” dos medicamentos

Para ele, “aos sete anos, o metilfenidato compensava aquele atraso de aprendizagem. Aos 15, os moduladores de humor reduziam a irritação e os acessos de raiva”. E a “depressão que acompanhou a entrada da faculdade somou três medicações nas costas, fora o benzodiazepínico no bolso para esquecer ataques de pânico”. Com o trabalho e suas preocupações, veio o indutor de sono. Enquanto investigamos bipolaridade ou personalidade borderline, tentamos o lítio. A mesma trajetória tem outra versão. Logo no início, um empurrão “químico” para ser aceito na escola mais concorrida. A adolescência ótima, depois do acolchoamento de conflitos e da vantagem competitiva com foco no desempenho. Depois, segundo Dunker, vem a “vida sexual acima da média contando com a “azulzinha” preventiva”. E “no trabalho e na universidade, muita extroversão, proatividade e voracidade. Tudo isso graças à combinação de estimulantes, para aumentar a ‘pegada’, e acolchoamento antidepressivo, contra quedas narcísicas”. Logo em seguida vem “até que, inesperadamente, entrou em um túnel de sofrimento, falta de sentido e ideação suicida”.

Banalização de tudo

É bom questionar

Ele expressa que “seja como caso incurável de ‘diabetes’ psíquica ou como caso crônico de sucesso ‘aditivado’, é preciso considerar seriamente se estamos em um uso compensatório ou dopante de medicação psicoativa”. (...) Também expressa que “evitar conflitos crônicos, reduzir machucados da alma, mitigar a dor criada pelas quinas da vida ou diminuir o peso do mundo são benefícios preciosos das medicações psicoativas, mas cedo ou tarde o real retorna ao lugar de onde ele foi suprimido, e é melhor estar preparado para isso com o tamanho justo do ego, com o volume preciso do seu mundo, senão é só doping e autoengano. Os subtítulos do texto acima, foram destaques meus. (Fonte: site Gauchazh.com.br.)

Comentando o texto...

Os medicamentos, realmente, precisam ser ministrados? São necessários mesmo? Será que não se está camuflando os sintomas do sofrimento para, simplesmente, “esquecer os problemas” (às vezes tomando aquela cachaça, aquele vinho, aquele uísque, ou aquele medicamento) que a cada Destaca também no texto que “adicionalmente, dia estão crescendo e sem nenhum cresce o uso ‘automedicativo’ de drogas ilícitas”. controle, seja em qualquer área Como também de “pessoas tratando depressões imaginária: moral, financeira, social, com cocaína, ansiedade com maconha, inibição com amorosa; no ambiente laboral? Enfim. anfetaminas, situações sociais de vulnerabilidade Na clínica o que mais surge são pescom regimes químicos de modulação da paisagem soas com muitos medicamentos (no subjetiva, ademais sendo criminalizadas por isso”. bucho) e poucos sentidos que dão a “Há uma diferença crucial, apesar de difícil discerni- suas vidas. Dizem: “os medicamentos mento prático, entre usar medicação para suprir o não estão funcionando mais”; “não que não se consegue fazer e usar a mesma mediconsigo dormir”; “não consigo tracação como doping para acrescentar poderes que balhar”; “não consigo namorar”, enfim. você não possui”.

Outras drogas

Sobre os adolescentes...

Constrangedor é quando chega um, dois, três, quatro, cinco, seis ... clientes no consultório com prescrições de até sete medicamentos para “psicoses carimbadas”. Pior ainda é quando os clientes são de 12 (doze mesmo), 13, 14, 15, 16, 17 anos. O que os profissionais estão fazendo para ministrar SEIS medicamentos para um jovem que apenas está começando a vida? Como o psicanalista colocou muito bem, tem-se medicamento para “acelerar”(?) a “aprendizagem” (?), “modular do humor” (?), para a “depressão” (?), para “ataque do pânico(?), para “induzir o sono”(?); para relaxar (?), ou seja, não ficar triste (?), enfim. Adolescentes precisam de tudo isso? Ou de apenas afeto, amor, carinho, cuidado e acima de tudo compreensão de que faz parte da vida: a tristeza, a alegria, a raiva, o ódio, mas tudo dentro do ponderado, como é a sensatez?

Sobre os adultos...

Depois vem “os estimulantes”(?) para aumentar (?) a “extroversão” (?), os antidepressivos para “quedas”(?) do narcisismo. Depois, para incrementar a vida sexual na terceira idade, compra-se a “azulzinha” preventiva”(?). E, logo em seguida, vem o “sofrimento, falta de sentido e ideação suicida”... Pois é, os sintomas do sofrimento são muitos e não podemos camufla-los; têm que ser enfrentados, discutidos e superados. Assim como é feito numa psicoterapia.

Estamos vivendo, acredito, a pior crise que a humanidade está passando. Ninguém tem certeza de nada. Parece que o certo é o errado; o errado é certo. Será? Reposta. Não. Ainda existem princípios de sensatez, racionalidade, enfim, que possam amenizar essa loucura do sentido que é o viver. A tecnologia, em vez de melhorar os aspectos sociais e humanos, está fazendo exatamente o contrário: estão sendo construídos algoritmos que levam as pessoas a enxergarem, por exemplo, ódio onde tem amor; amor onde tem ódio; o comprar sem nenhuma necessidade; enxergar mentira na verdade; verdade na mentira, enfim. Os algoritmos estão sendo um instrumento de controle – total – do ser humano a tal ponto de influenciar a sua própria subjetividade; a sua existência; seu papel no mundo. Banalizar o sofrimento, a intolerância, o medo, também está sendo “costurado” por uma parte da mídia que precisa fazer uma autoanálise. E nada melhor do que uma psicoterapia global. Há algoritmos/mensagens que instigam o humor como outro destino que não seja o rir – saudavelmente - e sim para discriminar, apedrejar, humilhar: pessoas, instituições, ideias, sentimentos, enfim.

Nenhum medicamento

Especificamente sobre as medicações psicoativas e outras, é necessário destacar uma situação: se uma pessoa, por exemplo, está com dor de dente e recebe a prescrição de apenas um analgésico, desconfie do profissional, porque a dor pode ser por causa de uma cárie; um abcesso; uma inflamação circunstancial (algum objeto foi a causa); pode ser uma inflação na polpa do dente, enfim é preciso saber a causa da dor, do sofrimento. Da mesma forma é o sofrimento psíquico. É preciso saber a origem, o porquê, o que causou. É necessário saber a origem da dor, que muitas vezes não precisa, sequer, de medicamento, muito menos psicoativos. Portanto, Freud, com certeza, está mais vivo do que nunca e a Psicanálise mais forte do que se imagina porque a subjetividade humana não pode ser moldada por nenhum medicamento, acredito.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP-15/4.132 Atendimento virtual pelo site: www.vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas E-mail: arnaldosanttos@uol.com.br arnaldosanttos.psicologo@gmail.com Telefone: 9.9351-5851.


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Para refletir: A maior doação para minha campanha é a sua coragem, não o dinheiro”. (Heloisa Helena para seus eleitores)

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Investindo no servidor público

Quem sabe faz a hora

Enquanto em se tratando de governo estadual a cada censo, pesquisa ou avaliação os índices negativos nos expõem ao ridículo nacional, a administração do prefeito Rui Palmeira vai colecionando pontos positivos. O município de Maceió foi reconhecido pelo Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua como a cidade brasileira que mais incluiu famílias com esta condição no Programa Minha Casa Minha Vida. Os dados foram apresentado em Brasília, no Encontro Nacional sobre os Direitos Socioassistenciais da População em Situação de Rua. Segundo o comitê, Maceió alcançou destaque por manter uma política de habitação que tem como prioridade garantir moradia digna e permanente para quem vive na rua, em condição de vulnerabilidade. “Temos, desde 2013, quando entramos no Programa Minha Casa Minha Vida, trabalhado para diminuir mais do que o deficit habitacional da cidade, nós estamos melhorando a vida de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. Entendemos que ter uma moradia traz, além de conforto, dignidade. Seguimos com essa missão”, declara orgulhoso o prefeito da capital.

E

m contraponto ao governo do Estado, que em quatro anos nada investiu em capacitação, mesmo dispondo de um fundo milionário com destinação exclusiva para esse fim (o governador ainda proibiu, por decreto, que servidores participassem de cursos, seminários e congressos), a Prefeitura de Maceió vai ultrapassar só este ano o treinamento de mais de mil de seus funcionários em todas as categorias. A Escola Municipal de Formação e Desenvolvimento de Pessoas tem tido um papel preponderante na política de valorização dos servidores, coisa rara hoje em dia no segmento da atividade pública. Com uma grade de cursos abrangente e voltada para as atividades fins da administração, além de conteúdos com enfoque em motivação funcional, com temas que têm sido muito procurados pelos servidores da administração direta e indireta do município. Nos últimos tempos a escola tem oferecido treinamentos sempre com a capacidade lotada de cada turma, diante da excelência ressaltada em cada unidade pedagógica oferecida. Com um trabalho profissional eficiente e com vista também voltada para o aperfeiçoamento dos serviços prestados à comunidade a escola tem contribuído de maneira muito positiva e esse trabalho tem sido reconhecido em toda a administração. O secretário adjunto Israel Guerreiro e a diretora de Formação de Pessoal, Maria Pedro Azevedo, formam uma dupla que tem sido responsável pela qualidade dos programas ofertados aos servidores da Prefeitura de Maceió. Um exemplo que pode ser copiado.

Senhora coragem

Candidata a deputada federal, com amplas chances de eleição, Heloisa Helena faz uma peregrinação por todo o estado pregando o voto qualificado da cidadania, da anticorrupção e do respeito ao interesse público. Sua palavra tem sido ouvida com atenção em cada município, em cada povoado, em cada recanto onde haja eleitores, muitos inconformados com a situação de degradação da política e dos políticos. Mais uma vez está enfrentando o poder do dinheiro, da barganha, do jogo sujo e da “máquina”. Sem “currais” (mas votada em todo canto) e sem dinheiro, bem que poderia ao menos aceitar, por ser legal, a doação individual de pessoas para sua campanha. Mas prefere dizer: “Estou recebendo muitas mensagens perguntando como podem me ajudar na nova batalha que enfrentaremos se faremos ‘vaquinha’, etc... A melhor forma que você tem de me ajudar não é financeiramente, é me doando a sua coragem! É a sua coragem que firma meus passos na longa jornada! Sempre!! É uma guerreira.

Vices só crescem à beira dos túmulos

Essa eu ouvi do maior cronista político do Brasil, o incomparável Sebastião Nery: “Os vices só crescem à beira dos túmulos”, o que é uma grande verdade. Fico a me perguntar qual o vice que pelo menos em algum momento não deseja a morte ou perda de mandato do titular para assumir o cargo? Quem negar é mentiroso. Outros até dão uma forcinha para que isto aconteça, a exemplo de Michel Temer, com a morte política do “poste”. No entanto a coisa parece estar mudando, pois ninguém deseja o papel de “cipreste” nestas eleições. Praticamente todos os candidatos a presidente ou governador estão sem companheiro (a) de chapa até o fechamento da coluna. Parece que a politica está mesmo em baixa. Ou os candidatos são ruins demais.

De olho na grana

Sabe-se que a “prefeitada” anda meio desiludida com os milhões dos precatórios do Fundef que estão chegando tão logo seja decidido o imbróglio do percentual para os professores. Em função do volume de dinheiro e da real possibilidade de desvios pelos caminhos tortuosos da corrupção, o Tribunal de Contas da União está pedindo o apoio dos Tribunais estaduais, do Ministério Público e da CGU para uma “força tarefa” para acompanhar e fiscalizar com rigor a aplicação de cada centavo da grana. Decisão muito oportuna.

A polícia que rouba

Esta semana durante uma operação policial em casas de jogos de máquinas caça-níqueis considerados clandestinos, alguns estabelecimentos foram fechados e os equipamentos apreendidos. Os pontos de jogos funcionavam na parte baixa da cidade em região considerada nobre pelo alto padrão de residências. Seria uma operação normal se os agentes da lei, com identidade protegida por máscaras, não tivessem espancado funcionários e ainda roubado certa quantia em dinheiro. Péssimo exemplo para nossa polícia.

Maurício Quintella reforçado

A candidatura do deputado Mauricio Quintella se robustece e muito com o engajamento das forças políticas do litoral Sul comandadas pelo também deputado Marx Beltrão e sua influente família. O apoio coloca Quintella como a opção primeira e preferencial para o Senado, o que significa um pacote e tanto de votos na disputa. Maurício e Marx foram ministros juntos e têm uma grande afinidade política e pessoal. A arrumação o coloca na beira do gol na busca pela conquista de uma das cadeiras.

Collor assusta

Há sim um fantasma assombrando os inquilinos do Palácio Zumbi dos Palmares e seu entorno. Um desses palacianos me confidenciava que alguns estão na base do Lexotan (medicamento da classe benzodiazepínica, com propriedades específicas que o indicam como medicamento ansiolítico, hipnótico e sedativo) diante da notícia circulante colocando o senador Fernando Collor como provável candidato ao governo pelo grupo de oposição. Carismático, exímio comunicador, super articulado, já venceu uma eleição em 15 dias de campanha contra o favoritíssimo Ronaldo Lessa. Com esses predicados, tempo de televisão e mais de dois meses de campanha, pode fazer um belo estrago. E ganhar a eleição. Até o fechamento da coluna não havia definição. Liguei para ele, mas não me retornou.


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Bolsonaro. Quem é o vice?

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ernando Henrique eleito presidente, pediu para que “esquecessem” os inúmeros livros que havia escrito até então. Eles eram perorações “esquerdistas”. Lula para se eleger divulgou a “carta aos brasileiros” para “acalSe jornalistas e adver- mar” o mercado financeiro. Eram sários acham que, mesmo sem tempo de perorações de direita. Entre os TV, conseguirão des- nossos represencontruir Bolsonaro na tantes no Concampanha, a lição de gresso existem segunda-feira mos- “pelo menos 300 picaretas” seguntrou que será difícil. do Lula, entidade A postura mais mo- analfabeta e corderada é sua ‘vacina’ rupta, que está férias contra investidas dos passando no xadrez da pooponentes. lícia federal. Resumo da história: não existe esquerda, direita ou centro. Nunca houve. É coisa de intelectual boçal e político salafrário no jogo de engana bobo da política.

Segunda-feira o Sr. Bolsonaro, candidato a presidente foi entrevistado no programa Roda Vida da TV cultura de SP. E claramente orientado, alterou sua postura agressiva de até então por uma posição mais “low profile”. E prá que?! O mundo midiático caiu de pau em cima dele. “Como o troglodita ousa copiar o Lulinha paz e amor?!” Só ele (Lula) pode ser essa metamorfose ambulante que nos atormenta há 50 anos? Bolsonaro aproveitou de forma singular a entrevista – a de maior audiência do programa para inaugurar nova fase mais moderada. No que foi ajudado por uma bancada de jornalistas raivosos de esquerda que gastaram precioso tempo com temas como ditadura militar (velho, mas tão caro ao discurso da esquerda que não toca na raiz da questão: a tentativa dos “guerrilheiros” de fazer deste país um nova Cuba como declararam seus principais artífices), cotas,

A importância do debate político

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vizinhadas as eleições, mais premente se torna a necessidade do debate político. Não falo daquele debate de candidatos na televisão e no rádio, uma boa intenção idiotizada pelos debatedores que, ao invés de trazerem Vivemos uma oportu- ao eleitor suas innidade talvez única na tenções, seu prohistória política brasi- grama, suas ideias, que seja crileira. Graças à Lava Jato mesmo ticando o oponente, e à boa mídia, temos gastam o nosso temdescoberto as mazelas po e abusam da nossa paciência em ardos governantes, em qualquer das esferas. rotos de autoelogios, ataques ao adversáVia de consequência, rio, maquinações e nota-se um maior inte- outras baboseiras. resse do cidadão pelas O debate sobre o qual digo aqui é o coisas da política. que deve mover-nos como consequência do despertar em nós, os eleitores, do

interesse pela política, considerando que essa atividade diz respeito à nossa vida, seja sob o ângulo pessoal ou sob o aspecto social. Já se disse que “política não se discute, lamenta-se”. É isso um erro tão grande que, talvez, esteja na origem mais remota das agruras políticas que estamos vivendo. Não se interessar por política é atitude a todos prejudicial. É esse desinteresse que nos leva a votar no amigo, apenas por ser amigo; no conhecido do amigo; no candidato mais famoso, mesmo que não seja boa a fama; no mais bonitinho, embora a alma feia; no que fala mais bonito; no que me trará vantagens pessoais; enfim, no que mente melhor. Isso nos torna analfabetos políticos, dentro daquele conceito pregado por Bertolt Brecht, ainda hoje válido, ou quem sabe, mais do que nunca vívido entre nós, principalmente agora que se nos dá mais uma oportunidade de, como cidadãos e

Economista

ELIAS FRAGOSO

homofobia, racismo. Deu ruim. Para eles. As incompreensíveis ausências de questionamentos sérios sobre suas propostas de governo e a nova postura do candidato, lhes asseguraram o que era a sua intenção: manter seus apoiadores e conquistar novos. Se jornalistas e adversários acham que, mesmo sem tempo de TV, conseguirão descontruir Bolsonaro na campanha, a lição de segunda-feira mostrou que será difícil. A postura mais moderada é sua “vacina” contra investidas dos oponentes. Sua confissão de não entender temas chaves e transferir aconselhamento a profissionais para assessorá-lo em suas decisões, longe de afugentar as pessoas, mostra sabedoria e inteligência. E o apoio do povo que tem sofrido na pele as decisões tomadas pelos sabichões que elegeram nas últimas décadas...

Sua eleição pode ser um problema? Sim. Como a de qualquer outro candidato. Alckmin viria acompanhado dos 40 ladrões? O Petismo e sua proposta – agora oficial – de radicalizar para levar o Brasil a ser uma nova Cuba é o que o pais deseja?, Marina continuaria com sua verborragia anódina e sem concretude? O que seria do país com a insana presença de Ciro? Isso, apenas para citarmos os melhor posicionados na corrida eleitoral neste momento. O fato é que caminhamos para uma experiência próxima à da candidatura Collor. A política tradicional o rejeitava. A mídia (quase toda) o execrava. O mercado apenas o engolia. Mas a maioria do eleitorado queria o “novo”. Como agora... A questão que fica é: sem se submeter ao finório apoio “parlamentar” como ele governaria? É bom ver quem será o seu vice...

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

eleitores, acertamos (ou consertarmos) a vida política no Brasil. Para mudarmos essa realidade, imperioso que dediquemos um pouco do nosso tempo ao debate político, à crítica isenta dos políticos, à valorização do nosso voto. Não fazermos isso, conscientes que a política brasileira não deve e nem pode continuar sendo a balbúrdia dos últimos tempos, seremos os analfabetos políticos o que, segundo Brecht, faz de nós os responsáveis pela prostituição, pelo menor abandonado sob todos os aspectos, pela existência dos piores bandidos, os políticos vigaristas, pilantras, corruptos e lacaios das empresas nacionais e das multinacionais. Complemento: pelos péssimos sistemas de saúde, de educação, de segurança, de transpor-

tes e outros serviços. Vivemos uma oportunidade talvez única na história política brasileira. Graças à Lava Jato e à boa mídia, temos descoberto as mazelas dos governantes, em qualquer das esferas. Via de consequência, nota-se um maior interesse do cidadão pelas coisas da política. Parece, no entanto, faltar algo, qual seja a consciência de que só nós, os eleitores, podemos realizar a mudança, não apenas de nossa visão do problema, mas do exercício do poder no Brasil. Candidatos bons há dentre os que se nos apresentam nesse pleito eleitoral. Há boas pessoas entre eles, capazes de fazerem ressurgir a nossa crença naqueles que nos governam. Precisamos examiná -los sob lupa crítica.


MACEIÓ, ALAGOAS - 03 A 09 DE AGOSTO DE 2018

JORGE MORAES

ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

Todos juntos e separados

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stamos a três dias do prazo final das convenções partidárias que vão indicar os candidatos para as eleições deste ano, no dia 7 de outubro. Em Alagoas estão sendo escolhidos os candidatos ao governo do Estado, ao Senado da República, à Câmara dos Deputados e para a Assembleia Legislativa. A nível nacional serão oficializados os nomes para a Presidência da República. No domingo, dia 5, será o prazo final e muitos partidos deixaram para decidir seus nomes nesta data. Motivo: conversas e mais conversas para o fechamento das coligações. Não é muito comum acontecer, mas ainda é possível algumas conversas de última hora, até o envio do registro das atas partidárias para o Tribunal Regional EleitoDa oposição, o que (TRE). Para sabemos mesmo é que ral a eleição deste ela conta com dois ano, as regras foram definidas nomes fortes para o flexibilizar Senado da República para os acordos. É - Benedito de Lira e Ro- possível que um drigo Cunha - mas sem grande número de partidos esum cabeça à altura tejam juntos em que possa puxar o voto apoio ao candidato majoritário, ou lá de cima. É como se fosse uma eleição seja, ao governo do Estado. No solteira. caso de Alagoas, o governador Renan Filho conseguiu juntar muitos partidos em torno da sua candidatura - com certeza mais de dez -, o que lhe dará o maior tempo de televisão. Como sugere parte do título, todos estarão juntos com Renan Filho, Renan pai e Maurício Quintella para o governo e o Senado. Por outro lado, o próprio governador Renan Filho trabalha na formação de um Chapão para a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa, o que deverá favorecer a quem já tem mais votos naturalmente no processo e vai sacrificar alguns candidatos com um potencial bom, mas que dificilmente chegarão lá. Apesar disso, alguns partidos ficaram livres para essa

disputa, especialmente os que vão lançar candidatos à Assembleia Legislativa Estadual, juntando-se três ou quatro de um lado, mais três ou quatro do outro, mais dois ou três na formação de um outro grupo e por aí vai. A isso chamamos de separados. Conclusão: todos estarão juntos e separados. Da oposição, o que sabemos mesmo é que ela conta com dois nomes fortes para o Senado da República Benedito de Lira e Rodrigo Cunha - mas sem um cabeça à altura que possa puxar o voto lá de cima. É como se fosse uma eleição solteira. O Biu vai para um lado, o Cunha para o outro e salve-se quem puder nessa busca pelo voto. Mesmo que ainda tenha tempo para divulgar o nome de peso para o Governo do Estado, especulava-se durante as últimas 48 horas que esse nome é o do senador Fernando Collor (PTC), que teria fechado acordo com a oposição comandada por Rui Palmeira (PSDB), Benedito de Lira (PP), José Thomaz Nonô (DEM), JHC, o filho (PSB), e João Caldas, o pai (PSC), e outros partidos menores. Agora é só esperar. Em tempo: no último domingo, o Partido Verde (PV), o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) fizeram as suas convenções e resolveram se coligar para a disputa das vagas para deputado estadual. Pelos cálculos dos partidos, a coligação pretende emplacar duas cadeiras. Partindo desse princípio, uma vaga já está certa e a outra será trabalhada voto a voto, inclusive pela aposta nos nomes que serão apresentados e no histórico do PT, que sempre teve no voto de legenda um diferencial nos processos eleitorais. Particularmente entendo que a coligação tem no vereador por Maceió, Silvio Camelo (PV), em Genivaldo Oliveira (PT), presidente licenciado da Federação dos Trabalhadores na Agricultura, e no professor Jairo Campos (PCdoB), ex-reitor da Uneal, os puxadores de votos. Sabe o que penso? Camelo será o mais votado, consequentemente, será deputado estadual.

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Pobres crianças

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aceió sempre foi uma cidade bonita. Na parte alta, fresca e arborizada, morei por muitos anos. A parte baixa, cercada pelo mar e a lagoa, é cheia de belezas naturais. Temos alguns bairros feios e malcuidados para os quais os dirigentes deram pouca atenção. Na minha infância não se falava em assaltos nas ruas da cidade. Andávamos livremente pelo Farol e pela Pajuçara, de bicicleta, de bonde ou a pé, sem correr o risco de encontrar um assaltante. Havia, no Farol, pequenos furtos pelos quintais das casas, mas a polícia localizava os malfeitores e fazia com que devolvessem o produto do roubo. Os crimes acontecidos no estado eram resultantes de brigas entre famílias ou políticos. Quando comecei a trabalhar na Assembleia Legislativa, aos 18 As crianças que moram anos, havia alguns deputados nas ruas precisam ser famosos incluíretiradas e levadas para dos no Sindicado Crime. Os um local em que estu- to mais velhos dedem e se preparem para vem se lembrar a vida adulta. Caso não do afastamento do governador seja tomada nenhuma Muniz Falcão atitude, vão ser bêbados ou da morte do deputado Moae drogados. Provavelcir Peixoto. Mais mente farão pequenos adiante, foi asfurtos, irão presos e não sassinado no oitão do Produban serão nada na vida. o ex-deputado Antenor Claudino. Escândalos famosos envolvendo famílias do interior do estado. As ruas eram tranquilas. Vínhamos das festas pela madrugada, em grupos de jovens, e não havia o risco de sermos assaltados. Os tempos mudaram e até de carro fica difícil andar por elas. O centro de Maceió está sujo, malcuidado e entregue aos ladrões, bêbados e drogados. Uma de nossas praças principais, na frente da Assembleia Legislativa e da Catedral, está abandonada. Durante a noite, lojas e escritórios são assaltados. Durante o dia, meninos, meninas, rapazes e até famílias inteiras moram em plena praça. Um mau cheiro horrível, fezes nas calçadas, droga correndo solta. Dá até medo passar por lá. Os deputados trabalham na Casa de Tavares Bastos e não se incomodam com

a situação da velha praça. Não sei se a responsabilidade é deles, mas bastaria um contato com o prefeito e voltaríamos a ter um local limpo, bonito e cheio de pessoas andando tranquilamente. Ainda temos a Praça Sinimbu e a Praça Deodoro. As duas merecem o olhar da nossa prefeitura e de nossas autoridades. Poderiam por lá acontecerem festas, retretas, encontros de famílias. A orla da Ponta Verde desde os anos 70 tornou-se o cartão postal de Maceió. A maioria dos administradores se interessa por ela, pois é uma área que aparece. Mas existe algo nas praias que vem acontecendo e não foi percebido pelas autoridades: crianças, jovens e adultos pedindo esmolas. Muitos deles dormem ao relento, nem vão para casa, acredito. Esta semana vi um menino de uns doze anos e uma menina, que nem busto tinha, andando pelas barracas das praias, pedindo restos de comida das mesas dos clientes, irritando e constrangendo também transeuntes e garçons. Não sei de quem é a responsabilidade, mas o problema está crescendo. Outro fato que me assustou: uma senhora de idade, com um neto excepcional, pedindo esmola numa banca de revista da Praça D. Pedro II. E ela é pensionista do INSS! O problema social está criado; os governantes não se preocupam com isso. Convido o prefeito da capital para visitar as praças da cidade, mandar limpá-las, retirar os novos habitantes e oferecer ao nosso povo um local de entretenimento. As crianças que moram nas ruas precisam ser retiradas e levadas para um local em que estudem e se preparem para a vida adulta. Caso não seja tomada nenhuma atitude, vão ser bêbados e drogados. Provavelmente farão pequenos furtos, irão presos e não serão nada na vida. Tive uma experiência com garotos da periferia, em Garanhuns, Pernambuco. A Febem proporcionava cursos no horário contrário ao da escola, os pais recebiam alimentação. Conseguimos orientar muitas crianças. Em Alagoas espero que as autoridades olhem para os meninos e meninas de rua e encontrem uma saída amena e correta que os tire do caminho do mal. Dá pena ver a situação dessas pobres crianças desprotegidas pelo governo. Só Deus na causa!


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Tempos de Geni

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rustradas as esperanças da Copa do Mundo, a vida volta aos duros trilhos dos tempos de recessão que, de tão demorada, já ameaça descarrilhar a As convenções partidárias já resfolegante deram a partida para as pró- l o c o m o t i v a ximas eleições de outubro, b r a s i l e i r a onde aqueles que passaram na sua dura o ano dizendo o que querem missão de rebocar os para o seu país, que inundaram as redes sociais com pesados vamensagens de ética, jogaram gões de suas e sete pedra e cuspiram na volúvel vinte unidades fedama, terão nas urnas opor- derativas. tunidade de materializar seus Em temdiscursos e anseios. pos tão bicudos vivemos de soluços de esperanças, animações dos folguedos ou eventos políticos, a exemplo das eleições que se avizinham.

Assim, a largada eleitoral passa a revelar horrores e iniquidades e o povo, como no coro da música de Chico, fazendo da democracia sua Geni, nela joga pedra, nela cospe, bate e até joga bosta, sem notar que tal liberdade de ofender lhe é concedida pela própria vítima de seus vitupérios. Esse é o paradoxo positivo da democracia. Hoje, mais do que nunca, encontra-se à disposição dos detratores dessa Geni o coro das redes sociais bem como um grande canal de televisão que dá voz, nos três horários, a errantes, cegos e retirantes. Nessas vias dizem o que querem, jogam e cospem na pobre Geni sem dó e sem compaixão. No entanto, numa enorme bolha brilhante, surge um severo comandante que ameaça tudo

Conscientização

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ntrigou-me, após sofrer um acidente de percurso, quando levei um tombo em plena calçada, resultando em dezesseis pontos na testa, a sugestão de minha sobrinha Djana para que providenNão envelhecemos do ciasse colocar, dia para a noite. Sabe- no boxe de meu se que esse processo banheiro, barras de sustentem início por volta tação. Logo eu dos trinta anos de vida que, mesmo aos setenta e quatro e ele é inexorável, frequenacometendo algumas anos, to academia de pessoas mais, outras musculação três vezes por semamenos. na e faço caminhadas de seis quilômetros em uma hora, nos outros dias. Foi exatamente na ida para essa caminhada que houve a topada. Sexalescente, como já me defini em outro ar-

tigo – sexagenário que não pode ser jovem mas não quer ser velho – não tenho nenhuma dúvida de que a minha queda foi provocada por um toco de cano embutido na calçada de uma oficina de bicicleta. Faço esse percurso até o estacionamento do Walmart Gruta, onde executo minha caminhada, há mais de vinte anos, mas não estava consciente de que meus reflexos já não são os mesmos. Infelizmente, nossas calçadas tornam-se a cada dia verdadeiras pistas de obstáculos. Uma pessoa mais jovem teria tido outro resultado nesse caso. Mesmo assim, tenho plena convicção de que poderia ter sido muito pior, não fora a prática constante de exercícios físicos que tenho como hábito. No mínimo uma fratura óssea resultando em internamento hospitalar onde

ISAAC SANDES DIAS

Promotor de Justiça

ruir. E mais uma vez, como na música do magistral poeta, todos apostam na pobre Geni para aplacar e sublimar a ira que ameaça se abater sobre os seus pecados e vicissitudes. As convenções partidárias já deram a partida para as próximas eleições de outubro, onde aqueles que passaram o ano dizendo o que querem para o seu país, que inundaram as redes sociais com mensagens de ética, jogaram pedra e cuspiram na volúvel dama, terão nas urnas oportunidade de materializar seus discursos e anseios. Cabe esperar e ver, se no livre exercício do voto, os que tanto apontaram, que tanto criticaram e tanto cuspiram na Geni

saberão fazer boas escolhas ou, se ao contrário, suplicarão para que a pobre e espezinhada democracia, em nome de uma suposta ordem ou tábua de salvação, engula seus caprichos e deite com o severo comandante do Zepelim gigante que, desde agora, assesta seus dois mil canhões para a frágil ordem. Findas as eleições, ultrapassadas as ameaças, eleitos os mais vis parceiros para dormir com a leviana dama, todos voltarão a maldizer, cuspir e jogar pedra na pobre Geni por mais quatro anos, esquecidos de que aquilo que julgam volúpia ou leviandade é, na verdade, o mais amplo, democrático e acolhedor regime entre os regimes.

JOSÉ MAURÍCIO BRÊDA Economista

não se sabem os resultados advindos para um idoso. Não envelhecemos do dia para a noite. Sabe-se que esse processo tem início por volta dos trinta anos de vida e ele é inexorável, acometendo algumas pessoas mais, outras menos. A ciência nos diz que somente 25% das doenças são hereditárias e que os restantes 75% são resultado de nosso estilo de vida. Ou seja, se mantivermos em nosso dia a dia hábitos saudáveis, conseguiremos atingir idades cada vez mais avançadas. Mas, de que adianta tanta luta para ter-se um envelhecimento saudável se relaxamos com nossa própria segurança? E assim me

peguei pensando no que disse minha sobrinha. Vou colocar, sim, barras de sustentação no boxe, pois um escorrego pode acarretar sérios problemas. E não fica por aí. Continuamos fazendo trabalhos domésticos como subir em escada para trocar uma simples lâmpada, esquecendo que uma simples tontura pode causar-nos contusões irreversíveis. Quando sentir necessidade de usar um apoio, não se envergonhe de portar uma bengala. Não deixei de fazer minha caminhada, mas conscientizeime de que preciso me precaver do inesperado, tendo mais cautela nos meus afazeres diários.


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Anuidade do cartão

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m projeto de lei do senador Paulo Bauer (PSDB-SC) deve reforçar a obrigatoriedade dos bancos brasileiros de informar aos seus clientes qual o valor da anuidade do cartão de crédito e os reajustes. Embora a regra já esteja presente no Código de Defesa do Consumidor, o PL 127/2018 pretende estabelecer que o valor da anuidade passe a ser informado nas faturas dos cartões, bem como o vencimento da taxa. O texto também determina que os bancos comuniquem reajustes da anuidade com, pelo menos, 45 dias de antecedência.

Recorde de queixas

Ainda falando de cartão, o número de reclamações sobre irregularidades nos cartões de débito cresceu 116% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2017. As queixas são relacionadas, principalmente, a compras não reconhecidas feitas com cartões roubados ou clonados e cobranças duplicadas, segundo levantamento do Banco Central. Desde janeiro, a instituição financeira recebeu 388 reclamações sobre complicações com a modalidade de pagamento. Nos seis meses do ano passado, foram 179.

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ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.maceio.br

Crimes virtuais

Com o advento da variedade de serviços que podem ser realizados online e produtos adquiridos de forma totalmente digital, cresceu também o número de criminosos especializados em aplicar crimes virtuais. Segundo dados do laboratório de segurança especializado no combate ao cibercime da especialista em segurança virtual da PSafe, ocorreram mais de 56 milhões de tentativas de golpes e cyber-ataques por meio de links maliciosos que têm como objetivo roubar informações, em sua maioria de cartões de crédito, apenas no primeiro trimestre de 2018 só no Brasil. Isso equivale a mais de 26 mil tentativas de fraude por dia, ou 620 por hora.

PIS/Pasep

Muitas pessoas ainda têm dúvida sobre se é preciso ter o Cartão do Cidadão para sacar o dinheiro do PIS/ Pasep. Segundo o Ministério do Trabalho, sim, é possível ter acesso aos recursos mesmo sem possuí-lo. O importante mesmo é prestar atenção aos prazos de saque para não ficar sem o benefício. Se você não tiver o Cartão do Cidadão e for funcionário de uma empresa privada (PIS), poderá receber o abono em qualquer agência da Caixa Econômica Federal mediante apresentação de documento de identificação.


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CULTURA

Ivan Barros lança “Raízes dos municípios brasileiros’’ EM SUA 32ª OBRA, JORNALISTA, ADVOGADO E PROMOTOR DE JUSTIÇA FAZ UM APANHADO DO QUE HÁ DE MELHOR NOS MUNICÍPIOS ALAGOAARTHUR FONTES Estagiário sob supervisão da Redação

O Flávio Doria apresenta sua mais nova produção literária com lançamento de dois livros

Poesias de Flávio Dória são lançadas com sucesso “POESIAS SOLTAS” E “INFINITAS PASSAGENS” REÚNEM TEXTOS ESCRITOS PELO EMPRESÁRIO EM VÁRIOS MOMENTOS DA SUA VIDA MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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escritor e empresário Flávio Doria é amante da leitura e confessa que gosta mesmo de poesias curtas. Além de leitor, outra paixão é escrever. E neste mundo das letras reuniu o que há de melhor e apostou em mais duas produções. Sem maior pretensão, o resultado foi positivo e animador. Prova disso é que o lançamento dos livros “Infinitas Passagens” e “Poesia Soltas” na quinta-feira, 2, foi um sucesso de público e crítica. A escolha do material foi feita ale-

atoriamente. E ainda sobrou conteúdo para outra obra que poderá sair da gaveta a qualquer tempo. Nos livros de Doria o leitor encontra temas como protesto, romance, histórias, homenagens, material direcionado ou existencialismo. Na verdade, ele reuniu temas e situações que levam “as pessoas a ter vontade de ler”. Desde menino que Flávio Doria gosta de ler poesia. Ele passeia por Fernando Pessoa, Ledo Ivo, Graciliano Ramos entre tantos outros. Com essa bagagem, não há como duvidar da qualidade de suas obras. Claro que da produção até o produto final não foi muito rápido. Na verdade, “Não teve nem predição/ Não houve aviso, nem sinal/ O repente foi tão de repente/ Que não se viu nem o final”. Trecho da poesia “Muito Rápido”, contida no livro “Poesias Soltas”. Também “é difícil entender/ A força do dinheiro e do egoísmo/ A tristeza do desamor e do podre poder/ E a aura do desrespeito e do fanatismo...”. Quer saber o desfecho? Basta adquirir “Infinitas Passagens” que lá se encontra a poesia completa. De leitura fácil e cativante, são obras de qualidade e que reservam emoção a cada poesia. Vale a pena ler, emprestar, compartilhar e até reler.

escritor palmeirense Ivan Barros percorreu diversos municípios alagoanos buscando conhecer os costumes, tradições e folclores de cada região especifica. Visitou monumentos históricos e observou que a luta dos municípios por uma autonomia política e financeira ainda está presente. O resultado pode ser conferido em seu mais recente trabalho, “Raízes dos municípios brasileiros”, onde ele também aborda a culinária, a cultura e a história de cada local que visitou. Com pesquisas aprofundadas, Ivan revela traços históricos que formam o estado de Alagoas e seus municípios. Editado pela editora Unigraf, o 32º livro do jornalista, advogado, promotor de Justiça e membro da Academia Alagoana de Letras serve de referência para os estudiosos de direito administrativo e direito municipal. A obra proporciona ainda material de pesquisa para educadores interessados na história de Alagoas. O escritor percorreu municípios de varias regiões do estado como Major Isidoro. Naquela cidade do Sertão, o alagoano destaca a gastronomia como a carne de sol, feijão de corda e churrasco. Falou ainda dos festejos mais populares como vaquejada, pastoril e banda de pífano. Sobre Penedo, Ivan Barros afirma que é excitante e prazeroso andar pelas ruas da cidade. Em terras banhadas pelo Velho Chico, o escritor fala que suas principais riquezas são o artesanato e a culinária. Também relembra que seus patrimônios históricos são únicos e de extrema riqueza cultural e arquitetônica. Na região da Zona da Mata, Viçosa foi escolhida pelo autor por seu

rico folclore e berço de grandes intelectuais como Dom Avelar Brandão e Teotônio Brandão Vilela. A Princesa das Matas também apresenta uma riqueza histórica, como a colonização pelos índios Cambembes-Caetés que viviam em luta contra os Cariris. No Agreste Ivan Barros passeou por Quebrangulo, terra do escritor Graciliano Ramos, e Palmeira dos Índios, sua terra natal. Lá, sentiuse em casa. Caminhou pela linha férrea e o prédio da velha estação, visitou o Museu Xucurus, a catedral, se deliciou no rico folclore e reviveu o presente e passado de sua terra natal. Em relação às riquezas do município, o escritor afirma que o território palmeirense apresenta inúmeras jazidas de cal, mármore, mica, manganês e salgema, que continuam inexploradas. A expedição de Ivan Barros percorre outros municípios como União dos Palmares, Mar Vermelho, Coruripe e Arapiraca. A capital Maceió também foi prestigiada pelo autor.


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CIDADANIA COITÉ DO NÓIA

destaca benefícios do Projeto Rondon

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município de Coité do Nóia foi contemplado com a Operação Palmares do Projeto Rondon graças ao esforço empreendido pela administração municipal. Durante 13 dias na cidade com diversas ações que beneficiaram as comunidades, melhoraram o bemestar social e capacitaram a gestão pública, o período de 15 a 27 de julho será lembrado como de grande aprendizado e avanços pela população. O programa desenvolveu atividades coletivas em prol da cidadania e responsabilidade social, com o objetivo de incrementar a qualidade de vida da população atendida, bem como ofertar melhores condições de conhecimento, através de palestras e oficinas. Foram realizadas orientações sobre a importância da educação, o perigo das drogas, fórum de discussão sobre violência familiar para conselheiros tutelares e capacitação de agentes multiplicadores da cultura e das tradições locais. Para o secretário de Cultura do município, Leandro Soares, foram dias de muito aprendizado e ensinamentos compartilhados. “Houve palestras, oficinas de vários temas, minicursos, passeios ecológicos, gincanas, momentos de aprendizado enriquecedor para a vida pessoal e profissional, trazendo benefícios a toda população. Só temos que agradecer; a cidade é pequena mas o povo tem um coração grande”, destacou. O Projeto Rondon é uma ação governamental coordenada pelo Ministério da Defesa que, em parceria com as instituições de ensino superior, visa somar esforços com as autoridades municipais e as lideranças comunitárias a fim de contribuir com o desenvolvimento local sustentável e na construção e promoção da cidadania. O projeto é prioritariamente voltado para funcionários das prefeituras, professores, agentes de saúde e lideranças locais, permitindo a disseminação dos conhecimentos adquiridos por eles para a população.


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Os desafios da FCA

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inesperada morte de Sergio Marchionne, o ítalo-canadense responsável pela recuperação financeira de dois grandes grupos automobilísticos que acabou por fundir sob o nome Fiat Chrysler Automobiles (FCA), trouxe, além de enorme consternação, uma série de novos desafios. Todos propostos por ele mesmo, um executivo altamente dinâmico, cerebral e impulsivo. Marchionne tinha um jeito próprio de trabalhar, desde que entrou na empresa em 2004. Primeiro passo foi obrigar a GM a assumir a Fiat ou pagar US$ 2 bilhões de indenização como rezava um contrato malfeito. Ele venceu a disputa e com esse dinheiro apostou tudo na releitura moderna do subcompacto 500, em 2007, transformando-o em grande sucesso. Em 2009, foi sozinho aos EUA convencido de que poderia salvar a concordatária Chrysler. A empresa pertencia ao governo americano, que a entregou de graça para se livrar do problema.

Cinco anos depois, em 2014, promoveu a fusão e prometeu zerar toda a dívida da FCA em 2018. Promessa cumprida. Marchionne não tolerava erros e nem contestações. Assim dois Luca, de Meo (Fiat) e di Montezemolo (Ferrari), bateram de frente e saíram. Mas ele continuou. Também não desanimou ao errar seguidas previsões de vendas para as marcas Alfa Romeo e Lancia. Em 1º de junho último, em Balocco (Itália) apresentou a investidores o segundo plano quinquenal (2018-2022) a ser tocado por seu sucessor, a partir de abril de 2019. Em lance audacioso, diminuiu bastante o volume de investimentos nas marcas Fiat e Chrysler, em favor das mais rentáveis Jeep, Ram, Alfa Romeo e Maserati. Já tinha a resposta pronta, quando questionado se não havia contradição com o próprio nome da empresa: “Acho que não. Há uma marca premium que também não está na razão social”, disparou. Todos entenderam se tratar da Daimler, dona da Mercedes-Benz.

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FERNANDO CALMON

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br Apesar da profunda admiração do seu nome nos meios automobilístico e financeiro, alguns analistas consideram como bem mais desafiadores os próximos cinco anos da companhia. Marchionne já tinha escolhido seu sucessor, mas só pretendia anunciá-lo adiante. Ele não se aposentaria de vez, pois continuaria na presidência da Ferrari e, claro, de olho no seu ungido para ajudar no que fosse possível. O inglês Mike Manley, líder da Jeep e Ram, comandará agora a empresa por escolha de John Elkann, neto do falecido Gianni Agnelli, da família fundadora da Fiat. Manley é um executivo muito competente, mas a sua ascensão levou ao pedido de demissão de Alfredo Altavilla, um dos

cotados para a sucessão. Deixou sinal de divisão interna, embora se especule que havia um terceiro nome de preferência do desaparecido executivo. Marchionne sempre defendeu a consolidação de grandes grupos automobilísticos. Ideia era enfrentar a imensa necessidade de capitais e reinventar essa indústria no disruptivo campo da mobilidade do futuro. Tentou, de público, acordo com a GM por considerar existir fortes sinergias entre os dois grupos, mas foi rechaçado provavelmente por mágoas do passado. Antes havia conversado com a PSA e, há pouco, com a chinesa Geely. Talvez, agora, com um anglo-saxão à frente da FCA o diálogo seja reaberto. Marchionne aplaudiria de pé.

ALTA RODA n PELA primeira vez, Gol e Voyage passam a oferecer câmbio automático. É um Aisin (japonês) de seis marchas que forma conjunto com o motor EA 211 de 1,6 L/120 cv (etanol). VW afirma que a opção, em torno de R$ 3.000, é mais acessível que os R$ 4.000 da média de mercado. O preço do Gol parte de R$ 54.580 e do Voyage, R$ 59.990. n MARCA alemã também lançou Polo e Virtus com o mesmo motor e câmbio (antes só manual) por R$ 62.690 e R$ 66.525, na ordem. Estima-se que, em apenas dois anos, 60% de todo o mercado brasileiro será de automáticos – hoje, 40%. Programa para pessoas com deficiência (PCD) tem estimulado a demanda. Como há limite de preço de R$ 70.000, carros compactos, aos poucos, tomarão o lugar dos médios. n ARGENTINA tornou-se celeiro das picapes médias. Nissan acaba de inaugurar nova fábrica em Córdoba para 70.000 unidades/ ano de Frontier e, no final do ano, Renault Alaskan e Mercedes-Benz Classe X. Em dois meses, o mo-

delo argentino substituirá o mexicano no Mercosul. Haverá duas novas versões e alguns reforços estruturais em relação à atual picape. n CARRO autônomo de Nível 3 (motorista pode largar o volante, mas deve monitorar o tráfego) tem preço estimado em US$ 30.000/R$ 115.000, apenas pelo equipamento. Equivale quase aos US$ 35.000/R$ 133.000 de um modelo elétrico básico nos EUA. Por isso, Audi ainda não revelou o preço do A8 autônomo.

Estima-se que em cinco anos opção custaria U$$ 10.000/R$ 38.000. n APENAS três dos cinco fabricantes com efemérides em 2018 se movimentaram no exterior para comemorar. Renault (120 anos), Porsche e Land Rover (ambas fundadas há 70 anos). Honda (70 anos) e Subaru (60 anos) até agora deixaram passar em branco. Ford, a marca mais antiga instalada no Brasil, vai comemorar 100 anos de atuação aqui em 2019.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

As raposas cuidam e protegem as galinhas

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u fico “p da vida” quando alguns gaiatos chamam a Constituição brasileira de “constituição cidadã”. Eu nem sei porque inventaram esse tratamento, pois o dicionário diz que uma constituição cidadã é uma “constituição da cidade”. Mas, que cidade? Ora, esses gaiatos inventam Antes de resolverem essas coisas para fazer uma nova Constiimpressionar o tuição, muita gente da povo com palavras política e do Judiciário bonitas, mesmo aproveitou para viajar e que não saibam os conhecer o mundo, dizen- seus significados. Dizendo que a nosdo que iriam ver como Constituição é eram as outras constitui- sa “cidadã”, eles quições. seram nos tapear. Esses caras nunca irão deixar de nos enrolar? E a democracia é isso ? É a arte de mentir? Acham pouco o que fazem com o povo?

Antes da atual Constituição havia uma antiga que não atendia aos nossos desejos e às nossas necessidades. As deficiências eram enormes, já que o progresso exigia que as coisas fossem mais organizadas e mais claras. É bem provável que muitas pessoas não saibam por que já deveria ter sido necessária uma nova Constituição. É com essa tal de “carta magna” que podemos saber como as coisas devem ser feitas. Antes de resolverem fazer uma nova Constituição, muita gente da política e do Judiciário aproveitou para viajar e conhecer o mundo, dizendo que iriam ver como eram as outras constituições. Andaram o mundo inteiro e, certamente, fizeram suas farrinhas, com os melhores whiskies e melhores vinhos. Depois de viajarem bastante, criaram uma Assembleia Nacional Constituinte exatamente para copiarem outras constituições e

discutirem e aprovarem as novas diretrizes. Vejam em que deu tudo isso! Depois de muitas discussões, de muitas viagens, de muito whisky e de muito vinho importado, todos com muito dinheiro sobrando para presentes às esposas, às amantes, aos amigos e aos filhos, resolveram em 5 de outubro de 1988 promulgar a nova Constituição brasileira com o pomposo nome de República Federativa, dizendo que nela estavam os principais fundamentos de uma democracia. Que coisa linda! Depois de tantos foguetes, de tantos shows e de tantas bebidas, fomos ver como ficou a nossa “constituição cidadã”. Fomos ver os fundamentos da nossa democracia. Além de muitas palavras bonitas, vimos que as “raposas é que iriam ficar tomando conta das galinhas”, ou seja, os presidentes da República é que iriam es-

colher e nomear todos os ministros do Supremo Tribunal Federal e todos os ministros dos demais Tribunais Superiores. Traduzindo tudo, os senhores ministros julgadores é que irão julgar os possíveis crimes dos presidentes da República. Que “constituição cidadã”, hein? É o que está acontecendo agora. Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que foram escolhidos e nomeados pelo Sr. Lula e pela Sra. Dilma, é que estão sendo os julgadores dos dois. Isso é que é uma “constituição cidadã”!. São as raposas cuidando das galinhas. Em tempo – O professor Manoel Oliveira Leal e o engenheiro Antônio Everaldo Vitoriano Araújo são leitores dos meus artigos no EXTRA. Agradeço aos amigos pelos incentivos que me dão.


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Falta pulso

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urante entrevista a uma rádio de Arapiraca, na manhã de terça-feira, a ex-prefeita Célia Rocha se pronunciou sobre a gestão do prefeito Rogério Teófilo. Como já era esperado, Célia Rocha falou sobre os problemas constantes e a baixa popularidade do prefeito, mas fez questão de afirmar que possuía uma grande amizade com a família Teófilo e que conhecia bem o caráter do prefeito arapiraquense.

O sonho da vida

“O Rogério caminhou muito tempo ao nosso lado. Sei que é um homem sério, correto. Agora, infelizmente, ele tem essa questão de faltar pulso, decidir logo. Tudo isso é importante para fazer uma boa administração”, disse. “Era o sonho da vida dele e por isso tenho certeza que ele está tentando acertar, mas tem que arriscar, tomar decisões, acertando ou errando”, completou. Célia será candidata a deputada estadual na eleição de outubro e descartou a possibilidade de voltar a disputar a Prefeitura da segunda cidade mais importante de Alagoas.

Por falar no gestor arapiraquense, moradores de Arapiraca continuam aguardando com muita expectativa um pronunciamento oficial por parte Ministério Público Estadual (MPE), que investiga uma série de denúncias de irregularidades na gestão do prefeito Rogério Teófilo (PSDB). Desde que assumiu a função, em maio deste ano, o promotor de Justiça Rogério Paranhos recebeu robusta documentação e trabalha dia e noite para concluir as investigações. Sem dúvida, agosto será um mês decisivo.

Crianças e adolescentes que residem no bairro Primavera e localidades adjacentes estão impedidos de acessar a Biblioteca Digital Arapiraquinha. Inaugurada no ano de 2012 como importante espaço público municipal de pesquisa e incentivo à prática da leitura e escrita, a Biblioteca Digital Professor Erasmo Soares está de portas fechadas há vários meses.

Ação de vândalos

O prédio está deteriorado e é alvo da ação de vândalos. Há cerca de duas semanas, para piorar ainda mais a situação, o teto da biblioteca desabou e toda a estrutura interna está comprometida. Por conta disso, o espaço mantido pela prefeitura continua fechado e à espera do socorro do poder público municipal.

ABCDO INTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Início das obras

A visita do engenheiro aconteceu um dia após a reunião entre o prefeito Júlio Cezar e o diretor-presidente do DER Alagoas, Helder Gazzaneo, quando discutiram melhorias para a malha viária do município. “Vamos começar as obras imediatamente. Vamos, apenas, organizar uma equipe para vir para Palmeira, quando começaremos com a operação tapa-buracos. Colocaremos alguns quebra-molas solicitados pelo prefeito e um recapeamento na Avenida Alagoas, com acesso a Palmeira de Fora. E, logo depois, seguiremos com as outras ações”, garantiu o engenheiro Raimilson Nascimento.

Diálogo com índios

No último final de semana o deputado estadual Tarcizo Freire esteve visitando as comunidades indígenas Karopotó Terra Nova, de São Sebastião, e Cariri Xocó, em Porto Real do Colégio, para uma avaliação das condições de vida dos índios das regiões.

Apresentações culturais Durante a visita do parlamentar, os índios realizaram várias apresentações culturais, uma delas contou com a participação de Tarcizo Freire. “Atendendo ao pedido do cacique Juarez de Souza e de sua esposa Dinalva Souza, fui visitar a aldeia Karopotó e participar deste momento ímpar. Aproveitamos para levantar as dificuldades enfrentadas pela comunidade, e em breve, com o retorno parlamentar, iremos trabalhar na busca de melhorias”, falou Tarcizo.

Porto Real

Em Porto Real do Colégio, ao lado de amigos, o deputado visitou a aldeia Cariri Xocó, onde conversou com lideranças indígenas. Freire ainda esteve na residência da índia Ianí. A indígena falou um pouco dos problemas daquela comunidade.

PELO INTERIOR

À espera do MP

De portas fechadas

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DER em Palmeira O gerente Regional do Departamento de Estradas de Rodagens (DER/AL) em Arapiraca, engenheiro Raimilson Manoel Nascimento, esteve na terça (31) em Palmeira dos Índios, a convite do prefeito Júlio Cezar. Ele foi analisar quais os pontos críticos dos acessos ao município, a exemplo das duas alças viárias próximas ao viaduto e que precisam de melhorias. Além disso, o DER disponibilizará a sinalização vertical e horizontal da cidade e realizará a operação tapa-buracos, entre outros serviços.

... Na manhã de quarta-feira (1º), em Teotônio Vilela, o segundo suspeito no sequestro de Ailton Alysson da Silva, de 35 anos, se entregou à polícia.

Arthur César pede que se alguma testemunha souber de informações que ajudem na localização de Alysson ligue para o disque-denúncia (181).

deixar de noticiar fatos que ocorrem na mais importante cidade do interior alagoano.

... Arthur César, delegado responsável pelo caso, disse que o homem resolveu se entregar após uma conversa, por telefone, entre a polícia e seu advogado. O delegado acrescentou que há parentesco entre os dois suspeitos presos, que são primos.

... A polícia não revelou o nome dos suspeitos. Os dois foram encaminhados para o Sistema Prisional de Alagoas, em Maceió.

... E o Ministério Público Eleitoral está de olho em alguns pré-candidatos que estão promovendo uma verdadeira “gastança” nas cidades do Agreste para comprar o voto dos incautos eleitores.

... Ainda segundo o delegado, a motivação para o sequestro pode ter sido causado por Alysson ter feito disparos de arma de fogo na porta da casa de uma senhora, em março desse ano. ... Um dos tiros atingiu a motocicleta do primeiro suspeito preso. Com relação ao paradeiro da vítima, ainda não há pistas conclusivas.

... Ao que parece, o prefeito de Arapiraca, Rogério Auto Teófilo, foi orientado a colocar uma mordaça na imprensa alagoana e com isso parar as críticas ao seu governo. ... Com uma agência de publicidade a tiracolo, Teófilo já iniciou o “diálogo”, mas ao que parece não vai alcançar o seu objetivo. ... Com exceção de alguns veículos que se vendem até por um picolé, a maioria trabalha com isenção e não vai

... Pode ter a mais absoluta certeza disso.

... E tem político pressionando até parentes para venderem o próprio patrimônio e com isso levantar recursos para a campanha eleitoral. ... A Justiça Eleitoral está atenta e deve agir com pulso firme para coibir crimes eleitorais e punir os políticos infratores. É aguardar. .... A todos, um excelente final de semana com saúde e paz. Até a próxima edição. Fui!!!


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MEIO AMBIENTE

Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Maquiagem natural

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primeira marca de maquiagem 100% natural e orgânica do Nordeste será lançada ainda este mês em Maceió e é de uma alagoana. A Let NaturMakeUp é uma empresa com produtos orgânicos, naturais, veganos e sem crueldade animal. Além de contar com ingredientes naturais, possui performance e fixação similares à maquiagem convencional, com a vantagem de não conter derivados de petróleo (óleo mineral e parafina), conservantes nocivos (parabenos e formol), metais pesados (chumbo e mercúrio), triclosan e silicone. Para contemplar ainda o combo da sustentabilidade, os produtos da marca não são testados em animais. Maquiagem orgânica é saudável, ecológica e nova tendência no mundo da beleza.

Áreas marinhas

Uma portaria divulgada no início desta semana instituiu a Iniciativa Azul do Brasil. Um conjunto de ações para promover a conservação e o uso sustentável da biodiversidade costeira e marinha do país. Estabelecida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a medida incentivará e coordenará projetos para áreas marinhas do país por meio de uma plataforma gerencial. Os objetivos da Inciativa Azul do Brasil incluem a construção de ações estratégicas e de longo prazo, além da aproximação da sociedade e da interação com setores governamentais e não-governamentais. A medida também foca na proteção de ecossistemas e espécies ameaçadas e na garantia dos direitos das populações tradicionais extrativistas marinhas e costeiras.

Agrotóxicos Recursos renováveis

A humanidade consumiu no dia 1º de agosto o conjunto dos recursos que a natureza pode renovar em um ano. Isso cria uma “dívida” durante cinco meses, segundo a ONG Global Footprint Networ. Eles afirmam que utilizamos todas as árvores, toda a água, o solo fértil e os peixes que a Terra pode nos fornecer em um ano, além da emissão de mais dióxido de carbono do que as florestas podem absorver. O dia 1º de agosto foi o momento mais cedo registrado desde que teve início a contagem do Dia da Sobrecarga da Terra, no início dos anos 1970. Na ocasião, os recursos foram esgotados em 29 de dezembro, enquanto que, no ano passado, essa data já havia se antecipado para 3 de agosto.

Sustentabilidade

Áreas preservadas por agricultores são mais de 25% do território brasileiro. Em média, é como se cada produtor Uma operação desencadeada na última semana em rural utilizasse apenas metade de suas terras. A outra Curitiba (PR) reúne auditores fiscais federais agrometade é ocupada com áreas de preservação permanente pecuários no combate ao comércio ilegal de agrotóxicos (às margens de corpos d’água e topos de morros), reserva pela internet. A operação é nacional e teve início após legal e vegetação excedente. Segundo a Embrapa, o valor denúncia sobre a oferta desses produtos em sites do patrimônio fundiário imobilizado em preservação ambide grandes redes de varejo e outras plataformas de ental chega à cifra de R$ 3,1 trilhões. Mapeada detalhadvendas online. O objetivo é encerrar o comércio e a amente pela Embrapa Territorial, a área total destinada à divulgação das substâncias controladas. A lei restringe preservação, manutenção e proteção da vegetação nativa a propaganda de agrotóxicos aos agricultores ou profis- no Brasil ocupa 66,3% do território. Nesse número, estão sionais, proíbe a venda sem recomendação prévia de os espaços preservados pelo segmento rural, as unidades engenheiro agrônomo em receituário, proíbe a venda de conservação integral, as terras indígenas, as terras desses produtos por estabelecimento ou pessoa física devolutas e as ainda não cadastradas no Sistema Naque não esteja registrada nas agências estaduais de cional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR). Elas somam defesa agropecuária e proíbe o seu transporte pelos 631 milhões de hectares, área equivalente a 48 países da Correios, entre outras restrições. Europa juntos.


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30 ANOS DE ELEIÇÕES EM ALAGOAS

1998 Fatos importantes nas eleições de 1998 em Alagoas 1) Ronaldo Lessa (PSB) foi eleito no primeiro turno com uma votação de 387.021 votos (58,09%) e seu vice foi Geraldo Sampaio (PDT). A chapa foi construída ao longo de dois anos. Ronaldo Lessa conseguiu reunir toda a oposição e além disso tinha uma imagem muito positiva da sua gestão à frente da Prefeitura de Maceió. A situação financeira difícil do Estado e a fragilidade do candidato da situação, Manoel Gomes de Barros (PTB), facilitaram a sua vitória.

CONTEXTO HISTÓRICO Manoel Gomes de Barros (PTB) estava à frente do governo do Estado e quem estava no comando da Prefeitura de Maceió era a prefeita Kátia Born (PSB).

2) Manoel Gomes de Barros (PTB) foi o segundo colocado, com uma votação de 259.463 votos (38,95%) e seu vice foi o deputado federal Benedito de Lira (PFL). Apesar de ter na sua coligação os grandes partidos: PMDB, PFL, PSDB e PTB, o candidato Manoel Gomes de Barros não contou com um maior envolvimento das principais lideranças desses partidos. O senador Renan Calheiros (PMDB), que na época era ministro da Justiça de FHC (PSDB), ficou equidistante da campanha. O senador Teotonio Vilela Filho (PSDB), depois da desistência da sua candidatura ao Governo, passou a ser um dos coordenadores da campanha da reeleição de FHC (PSDB) e não se

envolveu na campanha. Sem conseguir os recursos necessários junto ao governo federal para atualizar os salários dos servidores, a herança recebida do governo de Divaldo Suruagy e a inconstância do seu vice foram fatores que também ajudaram a sua derrota. 3) A deputada estadual Heloísa Helena (PT) foi eleita senadora com uma votação de 374.931 votos (22,54%). A união das oposições, a excelente votação para a Prefeitura de Maceió nas eleições de 1996, o fato de ter sido uma deputada combativa na Assembleia, a dobradinha com Ronaldo Lessa e o declínio político de Guilherme Palmeira (PFL) foram fatores determinantes para a sua vitória.

MARCELO BASTOS

Analista político

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