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SHOW DE CORRUPÇÃO

ELEIÇÕES 2018

Empresário Alexandre Sopa é acusado de superfaturar shows para prefeituras

Josan Leite, candidato ao governo de Alagoas, diz que Jair Bolsanaro é o melhor para o Brasil

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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 986 - 24 A 29 DE AGOSTO DE 2018

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INELEGÍVEIS FICHAS-SUJAS IMPUGNADOS; CANDIDATURAS ESTÃO SUB JUDICE

Ronaldo Lessa

Arthur Lira

Paulão

Cícero Almeida

Jairzinho Lira

Pastor João Luiz

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Deputado Antônio Albuquerque dobra seu patrimônio depois da Operação Taturana P/ 8


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MACEIÓ, ALAGOAS - 24 A 29 DE AGOSTO DE 2018

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

Eleição dividida

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- A inesperada candidatura do senador Fernando Collor ao governo de Alagoas dividiu os dois maiores colégios eleitorais do estado e, mais que isto, embaralhou uma eleição que se prenunciava como favas contadas para Renan Filho.

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- Em Maceió, onde os dois principais candidatos detêm os maiores índices de rejeição do eleitorado, Renan reina nos bairros ricos, enquanto Collor dá as cartas na periferia da Capital.

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- Em Arapiraca, Collor operou o milagre de unir em torno de sua candidatura os dois principais grupos políticos adversários, liderados por Célia Rocha e Rogério Teófilo.

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- Na maioria dos municípios, o governador leva ampla vantagem nas alianças fechadas com prefeitos e vereadores, eternos aliados do poder. Mas tem um porém: a maioria desses gestores está tão desgastada que pouco ou quase nada influenciará no voto do eleitoraldo.

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- É nesse vácuo de liderança e no fértil terreno movediço da insatisfação popular que Collor tem carisma para vender seu discurso arrebatador.

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- Agora, com uma disputa eleitoral pra valer, Renan Filho, que se considerava reeleito, vai ter que gastar muita lábia e sola de sapato para se manter no poder.

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- Como franco atirador, Collor nada tem a perder e, ainda que derrotado, usará a experiência dessa campanha para o grande embate eleitoral que se dará em 2022, quando terá que defender sua reeleição ao Senado.

Mentiras petistas

Os candidatos à Presidência precisam refrescar a memória do eleitorado iludido por mentiras repetidas pelos devotos de Lula. Os brasileiros devem ser lembrados diariamente: a crise econômica, política, moral e social que aflige o país nasceu e cresceu nos governos do PT. (Augusto Nunes – jornalista).

Herança maldita

Vale lembrar também que os 13 anos de (des)governo do PT deixaram uma herança maldita de 13 milhões de desempregados,13 mil empresas fechadas e um parque industrial sucateado. No mesmo período, a renda média do brasileiro caiu a um salário mínimo, jogando milhões de famílias na pobreza.

(Millôr Fernandes)

Beco sem saída

A última pesquisa nacional do Datafolha revela números preocupantes sobre a realidade brasileira. Em Brasília, tida como a ilha da fantasia pela alta renda de sua população, Jair Bolsonaro lidera as intenções de voto, superando inclusive o presidiário Luiz Inácio da Silva. Já em Pernambuco, que lidera o curral eleitoral do Bolsa Família e terra natal de Lula, o condenado é o dono do pedaço, com 60% das intenções de voto.

Vice de Collor

O vereador Kelmann Vieira – que poucos políticos levam a sério – certamente sairá dessa eleição bem maior do que entrou e deverá surpreender seus adversários. O vice de Collor junta humildade e competência, duas virtudes raras na maioria dos políticos de hoje.

Má fase

O deputado estadual Marcos Barbosa pode até se reeleger, mas o desempenho do CRB pode complicar a vida do parlamentar. A insatisfação com ele é geral: da diretoria, torcida organizada e dos torcedores em geral diante da má fase do clube, além do sumiço do presidente que deveria se empenhar em acalmar os ânimos.

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

O crime do advogado 1 - Após a precipitada suspensão do registro profissional sem culpa formada contra o advogado Sinval José Alves, a OAB-AL entrou em ação em favor do acusado de matar o sócio, advogado José Fernando Cabral. 2 - Enquanto os advogados do réu lutam para revogar a prisão preventiva de Sinval, a OAB recorreu ao STJ para restabelecer o direito do acusado à prisão especial por ele estar no pleno direito das prerrogativas de advogado. 3 - Em outra frente, os defensores de Sinval Alves pediram novo reconhecimento dos matadores de Fernando Cabral, alegando que eles não foram reconhecidos como os autores materiais do crime.

Folclórico político

O ex-deputado Temóteo Correia lançou terça-feira, 21, seu novo livro sobre folclore alagoano. O evento lotou o velho Teatro Deodoro com a presença maciça de políticos com mandatos, representantes do Poder Judiciário, ex-deputados e ninguém do Executivo. A noite de autógrafos rolou madrugada adentro sob o comando da primeira-dama Rita Correia, coautora do volume 2 do “Pitoresco da Política na País das Alagoas”. É leitura imperdível e já está nas bancas de revistas da Ponta Verde.

4 - O rumoroso caso tem vários pontos ainda não esclarecidos no inquérito policial. Dado que o móvel do crime seria uma dívida de R$ 600 mil, até agora não se conhece a origem desse débito.

Show à parte

5- O inquérito se baseia na declaração de Wolfran Dantas, advogado que trabalhava para o escritório de Sinval e Fernando Cabral. Mas é preciso esclarecer a origem da dívida que culminou com o assassinato do advogado e quem se beneficiou do crime, já que Sinval se diz inocente.

Biu na festa

Depois da apresentação da obra pelo autor, a plateia foi ao êxtase com a encenação de alguns causos pelo grupo teatral Joana Gajuru. Alguns dos personagens do livro, como os ve-teranos políticos Jota Duarte e Gervásio Raimundo estavam presentes.

O senador Biu de Lira foi o único candidato ao Senado presente ao lançamento do novo livro de Temóteo Correia, no Teatro Deodoro. Além de integrar a mesa de autoridades, Biu circulou serelepe por todo o ambiente cumprimemtando até adversários de seu grupo político. Dos candidatos a deputado federal estiverem presentes ao evento Severino Pessoa, Pedro Vilela, Isnaldo Bulhões Filho, Paulão e Carimbão.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 24 A 29 DE AGOSTO DE 2018

JORGE OLIVEIRA

A fadiga do Exterminador do Futuro Vitória - Pelas projeções das últimas pesquisas, Bolsonaro só não perde no segundo turno para Haddad, ex-prefeito de São Paulo, se confirmada a sua candidatura para presidente da República. Isso mostra que o capitão bateu no teto com pouco mais de 20% dos votos quando disputa hipoteticamente com Lula. No segundo turno, Alckmin, Marina e Ciro Gomes chegam a ter o dobro dos votos do Bolsonaro. Pode parecer curioso que ele ganhe do Haddad no segundo turno, mas não é. O Lula ainda tem uma montanha de votos, mas o PT está desgastado no Brasil. A pesquisa mostra, então, que a transferência de votos de Lula para Haddad não é uma coisa automática, pois a popularidade é de Lula, intransferível. O caso da Dilma foi um caso à parte, quando Lula a elegeu presidente. Dilma ocupava um dos principais cargos da república, foram atribuídos a ela os principais projetos de infraestrutura no Brasil, venderam a imagem de uma mulher austera, competente e boa administradora e a rotularam de “Mãe do PAC”. Além disso, Lula estava deixando o governo com mais de 80% de aprovação. Diante desse quadro, não foi difícil eleger um poste, uma mala sem alça que, em pouco tempo, destroçou a economia do país e terminou no olho da rua antes de terminar o mandato. Agora é diferente. Lula está preso e o resto da cúpula do PT dorme no presídio, não existe mais a máquina estatal para fabricar votos e o provável candidato do partido, o Haddad, saiu de uma derrota no primeiro turno quando disputou a reeleição e perdeu para o Dória. Mesmo que Lula se vitimize, e mesmo que algum integrante da ONU interfira indevidamente no processo eleitoral do país para defender a sua candidatura, o tempo de campanha não seria suficiente para explicar ao eleitor que o ex-prefeito de São Paulo tem o mesmo carisma e a popularidade do Lula, principalmente nas regiões Norte/Nordeste, onde o ex-presidente bate recorde de votos. Haddad, porém, tem a seu favor o fato de os candidatos a presidente ainda patinarem nas pesquisas. De todos, o que mais se destaca é o capitão com seus arroubos de Rambo, ideias despersonalizadas, descerebradas e infantiloides. Bolsonaro pode estacionar se não apresentar propostas novas, um programa factível para tirar o país do caos econômico. Não adianta apontar para o economista Paulo Guedes, seu guru, como um super-homem capaz de resolver os problemas do Brasil num passe de mágica. Afinal de contas, Guedes não está disputando as eleições e, portanto, não teria votos para se cacifar e fazer as mudanças que dependem do parlamento. O quadro que começa a ser pintado para Bolsonaro não é dos mais floridos. Sem dinheiro, sem programa na televisão e no rádio, sem coligação nos estados e municípios, a tendência é que a sua campanha sofra um revés quando os outros candidatos começarem a ocupar os horários eleitorais com propostas. O capitão promete que vai usar a rede social para mostrar sua plataforma política pela internet. Considera que pode reverter a situação a seu favor usando exaustivamente todos os mecanismos que ela dispõe para compensar a sua ausência nos programas da TV e rádio.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Fadiga

Curto

Confronto

Contramão

A campanha nem bem começou e Bolsonaro já mostra nítidos sinais de cansaço, mesmo na dianteira das pesquisas. Começou a cancelar compromissos em programas de rádio e TV alegando fadiga, exaustão, subestimando os debates (“saco cheio”, como disse o presidente do seu partido Gustavo Bebianno). Ora, para quem necessita de espaço na mídia para compensar o programa eleitoral de poucos segundos é estranho que o capitão já se sinta fraco antes de começar o primeiro tempo do jogo.

Bolsonaro estacionou nas pesquisas porque não agradou o eleitor nos últimos debates. Não agregou mais votos além dos que já conquistou, portanto, permaneceu onde estava. Ao se confrontar com a Marina, julgando-a frágil, levou um chega pra lá quando ela o acusou de ensinar crianças a atirar. E num país dividido entre católicos e evangélicos, Marina ganhou dos dois lados porque defendeu a família, o lar, protegeu as crianças da sanha diabólica do capitão.

Vazio

Essa coisa de chamar o Posto Ipiranga (Paulo Guedes) todas as vezes que se embaraça com uma pergunta, mostra um candidato fragilizado, distante dos problemas do país, que precisa de uma muleta para governar. A repetição de pedir socorro todas as vezes que a coisa aperta, leva o capitão a uma posição de dependência, de isolamento, de um candidato vazio, de um ventríloquo.

O tempo é curto para Bolsonaro, mas o suficiente para mostrar que ele não tem condição de percorrer o país se não tiver a ajudinha de algum ricaço que coloque à sua disposição um jatinho para ele percorrer os céus desse imenso Brasil. Nessa época de Lava Jato, dificilmente algum endinheirado iria fazer essa filantropia ao candidato sob ameaça de sua vida e de suas empresas serem devassadas pela Receita Federal, pelos procuradores de Justiça e pela Polícia Fede-ral. Os candidatos que voam pelo país devem estar usando dinheiro dos fundos Eleitoral e Partidário. Ou têm recursos próprios, como Meirelles. A estratégia do Bolsonaro de bater no PT, mesmo que merecidamente, para um candidato não é boa. Ele não consegue atrair os votos petistas, muitos ainda soltos, e estaciona no patamar da direita. Os votos que vão chegando a ele, o voto dos afoitos, o do tudo ou nada, ele vai terminar perdendo quando muita gente se conscientizar de que suas propostas são ocas e inconsistentes.

Guerra

Os últimos debates mostraram também outros candidatos vazios, sem propostas. Alguns até conseguem repetir propostas do outro, numa imitação rasteira, feia. O Ciro, por exemplo, quer perdoar a dívida de 60 milhões de inadimplentes do Serasa, ideia roubada também pelo PT. E o Alckmin roubou a ideia do Ciro de criar uma Força Nacional para combater a violência no país, ignorando que já existe essa polícia no país. Outros até mentem. Caso do Bolsonaro quando negou que a Wal, a vendedora de Açaí, estivesse na folha da Câmara dos Deputados como sua funcionária fantasma. Dois dias depois do debate, surpreendeu a todos quando anunciou a demissão da senhora. Ela perdeu a boquinha e Bolsonaro o voto.

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Racha político

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deputado federal Marx Beltrão, que há bem pouco tempo abdicou de disputar uma vaga no Senado, depara-se agora com outro problema para ser resolvido em família: o racha entre irmãos e sobrinhos que participam diretamente das eleições de outubro. Enquanto o prefeito de Coruripe, Joaquim Beltrão, determina aos servidores do município para votar no seu filho Yvan Beltrão para deputado estadual, o sobrinho, Marcelo Beltrão, do MDB, divide os votos da família. Sem mais o controle do patriarca João Beltrão, que enfrenta sérios e graves problemas de saúde, a família se divide politicamente, o que deve refletir em outras disputas, a exemplo de apoios para deputado federal, senador e governador do Estado. Entre fogo cruzado, Marx Beltrão tem pouco tempo para resolver esta pendenga, que vem atingindo diretamente o coração político da família Beltrão, uma das mais tradicionais da região Sul de Alagoas.

GABRIEL MOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Incomodando

As agressões arremetidas pela situação contra o senador Fernando Collor nos últimos dias demonstram claramente a preocupação do governo com o bloco de oposição. As denúncias começam a incomodar o Palácio dos Martírios.

Assalto ao FGTS

A Caixa Econômica Federal parece não dar a mínima para os clientes que tiveram os seus FGTS surrupiados por uma quadrilha que tem agido em Natal, no Rio Grande do Norte. O rombo dado foi numa agência de Maceió, demonstrando que o sistema da Caixa parece ser muito falho ou ocorreu conivência na ação dos larápios. O mais preocupante é que em vez de a CEF repor imediatamente o dinheiro das vítimas, ainda vai esperar concluir uma investigação que só Deus sabe quando vai terminar.

Extorsão

As denúncias do candidato ao governo pela oposição Fernando Collor, contra a insaciável rede do governo de cobrar impostos extorsivos, foram recebidas com uma salva de palmas por comerciantes e empresários durante inauguração do escritório político do ex-presidente, em Arapiraca. “A extorsão praticada pelo Estado será reparada no meu governo”, disparou Collor.

Reforço eleitoral

O cantor Fagner e o ator global Marcos Palmeira são alguns dos grandes cabos eleitorais de Heloísa Helena. Eles gravaram vídeos dirigidos aos alagoanos, pedindo votos para Heloísa, candidata a deputada federal pela Rede Sustentabilidade. Ambos destacam a coragem política de Heloísa e a sua doação de vida para um Brasil melhor para todos. Os vídeos estão nas redes sociais da candidata e de seus seguidores e estimulam o voto de qualidade na disputa eleitoral deste ano.

Abalo

O apoio do deputado Severino Pessoa ao grupo de oposição liderado por Fernando Collor e Biu de Lira abalou os alicerces do Palácio dos Martírios. Pessoa, que era gente ligada politicamente aos Calheiros, abandonou o barco e passou para o outro lado, num reforço considerado como um dos mais importantes naquela região.

Se a moda pega Articulador

O deputado Arthur Lira tem se revelado como um dos maiores articuladores políticos desta eleição. Ao participar da definição de um candidato de oposição forte ao governo, como Fernando Collor, Lira tem arregimentado apoios e fortalecido os candidatos majoritários e proporcionais.

Diferencial

Independentemente de opiniões divergentes no próprio partido, o prefeito Rui Palmeira demonstrou ter personalidade forte e disposição para marchar com o grupo de oposição nas eleições de outubro. Foi destaque na caminhada no Vergel do Lago ao lado de Collor, Biu, Kelmann, Marcelo Palmeira, vereadores e lideranças comunitárias.

Amnésia

Os discursos do candidato ao Senado Maurício Quintella parecem se contrapor à sua posição quando era aliado de Benedito de Lira e Fernando Collor. Quintella tem utilizado nos comícios adjetivos fortes principalmente contra o ex-presidente, esquecendo-se que o candidato a governador pela oposição joga pesado quando provocado.

A revoada parece que já começou. O prefeito Júnior Loureiro, de Jarapatinga, coincidentemente filiado ao MDB, declarou que nessas eleições vai votar em Fernando Collor para o governo do Estado. Isso demonstra que são falsas as declarações de que 100 prefeitos estariam de lado da situação. De 42 deles, 8 estariam esperando a oportunidade para declarar voto na oposição. Até o fechamento da Coluna o prefeito Sérgio Lira, de Maragogi, também teria aderido ao bloco de oposição ao governo.

Arrogância

Por onde tem andado o candidato Fernando Collor tem dito que é “preciso extirpar a arrogância e a prepotência e implantar a cultura da orientação aos mais humildes”. É o recado ao governo de Renan Filho.

Jogo duro

O presidente da Câmara, vereador Kelmann Vieira e candidato a vice-governador na chapa de Fernando Collor, não está nada satisfeito com as tentativas que a situação fez para impedir a candidatura a deputada estadual de sua mulher, Flávia Cavalcante. Uma retaliação por Kelmann se aliar a Collor, dizem seus amigos.

Sinal amarelo

A súbita subida de Rodrigo Cunha nas pesquisas acendeu o sinal amarelo no Palácio dos Martírios, que já não vê com tanta tranquilidade uma vitória consumada de Renan Calheiros à reeleição. Na frente de Maurício Quintella, Rodrigo traz uma certa ameaça ao candidato palaciano.

Ingratidão

Ricardinho Santa Rita, jovem articulado, bem preparado e filiado ao MDB, recebeu um toco do governador Renan Filho para não se candidatar nessas eleições. O mais grave é que o pai de Ricardinho, o velho Santa Rita, que tem muitos serviços prestados ao partido, recebeu o aval do senador Renan Calheiros para o filho sair candidato a federal, mas o governador não deixou. Tentou sair candidato a estadual, mas Renan Filho vetou de novo.

Constrangimento

O controle com mão de ferro que o governador vem exercendo sobre o partido tem causado constrangimentos ao próprio pai, além de afastar os velhos aliados que sempre foram fiéis à família Calheiros.


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ENTREVISTA Josan Leite propõe uma administração com mais envolvimento do cidadão ENGENHEIRO CIVIL E EX-LÍDER ESTUDANTIL VÊ EM BOLSONARO MELHOR OPÇÃO PARA O VALDETE CALHEIROS Especial para o EXTRA

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EXTRA sequencia a série de entrevistas com os candidatos ao governo do Estado. Josan Leite (PSL) é nosso personagem desta edição na corrida ao cargo de governador do Estado. Ele quer conquistar os eleitores e apresentou como vice o promotor de Justiça aposentado Sérgio Simões (PSL). Nas declarações de renda apresentadas à Justiça Eleitoral, Josan Leite disse dispor de R$ 2.444.300,00 em bens e Sérgio Simões de R$ 2.756.709,25. Em uma das mais recentes pesquisas realizadas pelo Ibope, entre os dias 13 e 15 deste mês, o candidato Josan Leite apareceu com 2% das intenções de votos dos eleitores e uma rejeição de 25%. A pesquisa foi registrada sob os números 00461/2018 (Tribunal Regional Eleitoral – TRE/AL) e 01162/2018 (Tribunal Superior Eleitoral – TSE). EXTRA – Candidato Josan Leite, por que o senhor resolveu colocar seu nome à disposição para o governo do Estado? Josan Leite – Nossa candidatura é a melhor opção de mudanças reais em Alagoas. Estamos planejando Alagoas pensando em longo prazo. Não se pode deixar um povo sem rumo, recebendo sempre mais impostos e menos oportunidades de trabalho. Os índices mostram que Alagoas declina, enquanto o Brasil já começa a se levantar. EXTRA – A candidatura do senhor tem como objetivo armar palanque, em Alagoas, para o presidenciável Jair Bolsonaro? Josan Leite – Nosso palanque é de todas as pessoas que lutam por mudanças em nosso país. Nosso palanque é das pessoas que lutam contra a corrupção e por ética na política. Nosso palanque é de todos que lutam

por renovação em nossa política. Bolsonaro representa essa luta, o palanque é dele e de todos os brasileiros que querem um rumo melhor para Alagoas e para o Brasil. EXTRA – Como o senhor pretende reverter a rejeição em torno da candidatura do senhor? Acredita que tem a ver com o candidato Bolsonaro? Josan Leite – Não vejo assim. O que percebo é que ainda existe desconhecimento de nossa candidatura. O sistema político no Brasil dificulta o surgimento de pessoas novas. Este sistema foi montado pelos atuais políticos para favorecer eles mesmos. EXTRA – Como líder estudantil e de movimentos de combate à corrupção, como analisa a possibilidade de o Brasil ser governado por militares do Exército?

Quem é Josan Leite

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osan Leite Pereira Barros é engenheiro civil, com mais de 20 anos de experiência. Foi engenheiro responsável da primeira ampliação do antigo Shopping Iguatemi, atual Maceió Shopping e engenheiro da construção da atual sede da Polícia Federal, em Jaraguá. Construtor de prédios, loteamentos, casas de luxo, responsável pela recuperação estrutural de mais de 20 pontes em Alagoas, dentre elas a Divaldo Suruagy. É MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Especialista em Administração de Empresas, com ênfase em Finanças, pela Universidade de Évora, Portugal. Consultor na área de Coaching e palestrante na área motivacional.

Nos acostumamos a ter um transporte público ruim. Nos acostumamos a não ter trens ou metrôs. Nos acostumamos a ‘deixar pra lá’. Chega! Está na hora de exigirmos o melhor.


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Josan Leite – Valdete, muito me orgulho de minha trajetória, onde conheci pessoas maravilhosas da esquerda e da direita. O fato de não concordar com alguns pontos nunca me afastou da discussão respeitosa. Participei, desde o movimento estudantil, de movimentos pela ética na política e contra a corrupção, como você lembrou. Continuei essa mesma luta, até os dias de hoje. Os militares têm grande credibilidade da sociedade brasileira. Vivi 28 anos na casa de meus pais. Meu pai serviu ao Exército Brasileiro e levou a disciplina para dentro de casa. Aprendi desde cedo o que era toque de alvorada e toque de recolher. Aprendi desde cedo a ter responsabilidade de proteção da família. Vou contar uma história. Em 1978, meu pai precisou passar um ano fora do país, fazendo um pós-doutorado na Itália, lembro-me como hoje, o dia em que ele ensinou minha mãe e eu, que ainda tinha 8 anos, a atirar, para que em momentos de emergência pudéssemos nos defender. Morávamos em Cruz das Almas e naquela época tinham poucas casas na região, assim, sabia o quanto era importante estar pronto, logicamente que eu seria a última opção da família, mas esta opção existia. A disciplina e a responsabilização por seus atos é um dos grandes legados que carrego de meu pai.

EXTRA – Qual foi o critério para a escolha do vice, Sérgio Simões? Josan Leite – Foi uma escolha do partido. Um promotor de Justiça aposentado, da região Norte de nosso Estado. EXTRA – O senhor tem embasamento para se candidatar, numa primeira disputa eletiva, ao cargo de chefe do Executivo? Josan Leite – Excelente pergunta. Sou engenheiro civil, formado há duas décadas. Tenho duas especializações em administração. Já gerenciei obras de grandes portes. Tenho uma equipe técnica e profissional da mais alta competência entre os alagoanos. Tenho relacionamento com o setor produtivo em Alagoas e em outros estados da federação. Estes já são grandes diferenciais. A maioria dos políticos que conhecemos usam a política como carreira. Vejo a política como prestação de serviços sociais. O governador tem que assumir o seu papel de servidor do povo, e não o contrário. A quantidade de impostos que pagamos nos torna escravos do Estado. Isso precisa mudar. EXTRA – Caso seja eleito, como o senhor irá trabalhar pelo estado? Josan Leite – O primeiro passo é a análise fina de nossa economia e de todas

as atividades do governo. Vamos levantar tudo que fazemos e o quanto gastamos para cada coisa, depois otimizaremos cada serviço, focado na redução de custos e facilitação da vida do alagoano. Em administração nós vamos utilizar os índices de produtividade para análise do que precisa melhorar, assim acompanharemos nossas atividades e daremos transparência e publicidade dos dados, para que a população possa também acompanhar e fiscalizar. Utilizaremos a tecnologia a serviço do cidadão, colocando os serviços do Estado nas mãos do cidadão. Montaremos um planejamento de longo prazo pensando o Estado para ao menos 30 anos. Aprovaremos esse planejamento estratégico em nosso Legislativo, abrindo para a participação do nosso povo. Assim teremos um plano do povo e não de um governo. EXTRA – O senhor é engenheiro. Alagoas é um estado com infraestrutura avançada ou ainda deixa a desejar? Josan Leite – Nos acostumamos com a qualidade mais ou menos. Nos acostumamos com os buracos de nossas estradas. Nos acostumamos com as tampas nos poços de visita, nas ruas, ou pra cima ou pra baixo, nunca nivelado com as vias, como deveria ser. Nos acostumamos em ver vias sendo

quebradas logo após serem asfaltadas, mostrando total falta de planejamento. Nos acostumamos a não ter saneamento. Nos acostumamos a ter um transporte público ruim. Nos acostumamos a não ter trens ou metrôs. Nos acostumamos a “deixar pra lá”. Chega! Está na hora de exigirmos o melhor. Está na hora de realmente fazermos o que precisa ser feito: planejar a longo prazo e cumprir este planejamento. Precisamos dizer para a população, quanto tempo levaremos para ter saneamento em todas as cidades, ou quanto tempo levaremos para duplicar toda a AL-101, por exemplo. O planejamento estratégico fará isso. EXTRA – O que mais preocupa o senhor em Alagoas? Saúde, Educação ou Segurança? E como pretende mudar o quadro que o senhor considera mais negativo? Josan Leite – Todas as áreas que você citou preocupam. Vou responder de forma rápida. Em todos os setores precisamos valorizar os profissionais que ali atuam. Precisamos acabar com os apadrinhamentos e colocar o mérito profissional acima da influência política. Precisamos trazer a tecnologia para dentro de todas as atividades sob o Estado, assim daremos mais agilidade nos serviços, aumentaremos a eficácia e reduziremos custos. Todos os

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setores serão acompanhados de seus índices de eficácia. Sou filho de professores. Durante toda minha vida vi a importância da educação na vida das pessoas. Meu pai foi uma pessoa muito pobre em sua infância e foi a educação que mudou sua vida. Lutaremos por uma educação de excelência, que coloque nossos jovens com competência no mercado de trabalho. EXTRA – Recentemente, a União decretou estado de emergência em 38 municípios alagoanos. O sertanejo ainda sofre bastante com a estiagem. O Canal do Sertão será a redenção para essa região? Como fazer para que não só os grandes latifundiários explorem o Canal? Josan Leite – Na região de Arapiraca, temos muitos pequenos produtores que tiram seus sustentos da terra. Não só a região de influência do Canal do Sertão precisa de atenção, mas todo setor produtivo agropecuário de nosso estado. Às vezes vejo pessoas batendo em empresários que fazem tudo que é pra fazer, pagam os extorsivos impostos de nosso estado, empregam muita gente e ainda assim são desrespeitados. Criamos uma casta de políticos que, em sua maioria, nunca deu um dia de trabalho fora da política, por isso eles desconhecem a dor de quem produz. Vamos mudar isso.


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ELEIÇÕES 2018 Líder da Taturana está muito mais rico e com ficha limpa AA VIU PATRIMÔNIO CRESCER 125,4% DESDE O ESTOURO DA OPERAÇÃO

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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uem está na lista dos indiciados ou condenados - na Operação Taturana e, mais recentemente, na Sururugate - que investigaram desvios milionários na Assembleia Legislativa de Alagoas - pode disputar a eleição quase sem chances de ser barrados pela Justiça Eleitoral tanto para a Assembleia quanto para a Câmara dos Deputados. E o melhor: alguns deles estão mais ricos do que nunca. Por que? A maioria não foi condenada em segunda instância. E os que foram conseguiram recursos no Tribunal de Justiça de Alagoas - via desembargador Celyrio Adamastor - para concorrerem ao pleito sem terem a preocupação de que seus votos não valham nada. É o caso do líder da organização criminosa, acusado de desviar R$ 567,6 milhões (valores de hoje), segundo apontaram as investigações na Operação Taturana. Da última eleição à Assembleia Legislativa em 2014 à atual, Antônio Albuquerque (PTB) enriqueceu 56,1%. Comparada à sua declaração patrimonial em 2006 (ano em que o Tribunal Superior Eleitoral passou a publicar estes números), AA não conheceu a penúria nos negócios: aumento de 125,4% em sua fortuna, dividida entre bois, terras, fazendas. Hoje, seu patrimônio ultrapassa os R$ 2 milhões (exatos R$ 2.065.593,00); em 2014? R$ 1,3 milhão (exatos R$ 1.322.782,94). Em 2010? R$ 1,4 milhão (R$ 1.495.982); em 2006, R$ 916.355,97. Ele nunca foi condenado por liderar a

ORCRIM. Nem o ex-prefeito de Canapi, Celso Luiz, fora da disputa eleitoral mas permanecendo como uma das maiores lideranças do Sertão alagoano. Sem condenação na ficha limpa, suas certidões emitidas pela Justiça indicam que ele é um “político nota 10”. Outro “nota 10” é Arthur Lira (PP), que disputa a reeleição à Câmara Federal. Ele também está com mais dinheiro desde que foi indiciado pela Taturana. De 2014 a 2018, seu patrimônio engordou 47,1%. Porém Lira está um tanto mais pobre que num passado não tão distante. Em 2010 ele acumulava pouco mais de R$ 2 milhões (exatos R$ 2.086.66,56) em patrimônio. Viu seus bens caírem e hoje terem uma leve recuperação. Comparada a 2006, a fortuna do deputado federal é uma gangorra financeira. Entre 2006 e 2010, ela cresceu quase 200%; em 2014, despencou 44%. Também vai para a disputa a federal o deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT). Desde que foi indiciado na Taturana em 2007, seu patrimônio despencou: R$ 120 mil (2006); R$ 150.352,00 (2010); zero (2014); R$ 92.033,23 (2016) e; R$ 40.333,52 (2018). Também é de altos e baixos o patrimônio, declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por Chico Tenório (PMN), o delegado aposentado por invalidez também indiciado na Taturana e que chegou a ser preso acusado de pistolagem. Parece que a crise invadiu os bens do deputado. Entre a última eleição e a atual, queda de 39,6%. Em 2014, declarou R$ 4,8 milhões; hoje, R$ 2,9 milhões. Em 2006, ele tinha R$ 872,5 mil em bens. Passou a R$ 1,4 milhão em 2010

(cresceu 68,7%); R$ 4,8 milhões em 2014 (227%) e hoje caiu para R$ 2,9 milhões. Também a filha do deputado, Olívia Tenório - candidata a federal - está mais pobre. Em 2016, ela declarou ao TSE fortuna de R$ 159,4 mil. Hoje? Zero. Olívia não tem passado registrado em crimes. Será que a política conduz o político para os descaminhos da miséria? Não em todos os casos. Edval Gaia (PSDB) - outro deputado indiciado na Taturana e livre para o voo da reeleição - ao disputar as eleições em 2004 não tinha nada; em 2006, acumulava R$ 285,5 mil; dois anos depois (2010), perdeu tudo; chegou o ano de 2014 e um salto: R$ 605,5 mil. E, em 2018, pouco mais de R$ 1 milhão. Mais 69,3%. Gaia tem o mérito de um sobrenome famoso e uma descendência invejável: é filho do ex-conselheiro do Tribunal de Contas Edval Gaia, com uma longa carreira política quando o Brasil estava sob o manto da ditadura militar. POBRE DE MARRÉ, MARRÉ Por outro lado, Isnaldo Bulhões (MDB) - que vai para a disputa a federal - passa um momento econômico delicado. De 2006 a 2018, sua fortuna caiu de R$ 547,8 mil para zero. Filho do prefeito de Santana do Ipanema, Isnaldo Bulhões, que é ex-presidente do Tribunal de Contas e sobrinho do ex-governador Geraldo Bulhões, Isnaldo é deputado desde 1998 e é incrível que em tantos anos na estrada político-eleitoral não tenha nem uma casinha para morar em nome dele mesmo. Ele está na lista dos indiciados na Taturana.

SOMBRAS DO PASSADO O estouro da Operação Taturana - em 6 de dezembro de 2007- pela Polícia Federal permitiu mostrar uma das faces mais bem escondidas na Assembleia Legislativa: a folha de pagamento da Casa de Tavares Bastos. Segundo a PF, foram necessários apenas cinco meses para se descobrir, pelas interceptações telefônicas - feitas com autorização judicial - que os deputados tratavam de todos os assuntos- referentes a Assembleia- nas ligações. Menos da função de legisladores - tarefa para a qual foram eleitos. O delegado Jandelyer Gomes - responsável pelas investigações- na representação criminal que serviu de base para a prisão de deputados - diz que os parlamentares, ao telefone, “tratam exclusivamente de como podem sugar mais lucros em favor deles próprios”. E nada aconteceu, desde então, 11 anos após a descoberta do esquema.


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ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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ambém é “nota 10” o deputado federal Cícero Almeida (PHS). Ele é um sobrevivente. Foi indiciado em dezembro de 2007 nas investigações da Taturana; em novembro de 2010 foi acusado pelo Ministério Público Estadual de encabeçar a Máfia do Lixo, uma investigação de 6.800 páginas, 180 delas que solicitaram - sem sucesso - ao Judiciário local o afastamento de Cícero do então cargo de prefeito de Maceió; R$ 200 milhões em prejuízo aos cofres públicos e desvios envolvendo a pesagem do lixo nas balanças (o material era pago por quilo, mensalmente). Segundo o MP, o técnico atestava que a balança estava quebrada e o lixo era pesado nas empresas. Mais: os valores eram superfaturados, segundo o MP. Em 2005, a prefeitura pagava R$ 464 mil à empresa Marquise. Um ano depois, a companhia foi substituída pela Viva Ambiental, com um contrato quase oito vezes superior: R$ 3,3 milhões mensais. Todo este roteiro não impedirá Cícero Almeida de disputar as eleições este ano. Nem se pode dizer que ele é um homem rico. Mas, gerou uma pequena fortuna em pouquíssimo tempo. Em 2004 não tinha nada antes de disputar a Prefeitura de Maceió pela primeira vez; acumulou R$ 382 mil em 2008; R$ 601.587,34 (2014); R$ 555.072,76 (2016) e R$ 253.000 (2018). Busca o mandato estadual para manter o patrimônio e a blindagem do foro por prerrogativa de função. SEVERINO E THAISE O deputado Severino Pessoa somente conseguiu ter algum patri-

Thaise Guedes entrou muda e continua calada; Severino Pessoa, candidato do Agreste tem chances de chegar a Brasília; Almeida: enrolado na Máfia do Lixo

Cícero Almeida também é “nota 10”

mônio declarado nas eleições deste ano: R$ 281,3 mil. Ele disputa uma vaga na Câmara Federal e é a primeira vez que declara bens patrimoniais. Nas eleições de 2008, 2010 e 2014 nada foi declarado. Severino Pessoa representa a região de Arapiraca e é o único entre os candidatos a deputado federal (com chances reais de chegar a Brasília) que se orgulha de representar o Agreste. Também não tem nada a declarar Thaise Guedes (PTB), a deputada que entrou muda e continua muda na Casa de Tavares Bastos, usa as redes sociais para registrar sua bondade assistencialista ou a ensinar um make e novos looks, sempre com milhares de curtidas. Thaise Guedes e Edval Gaia, aquele também capturado na Taturana - têm algo em comum: foram indiciados pela Polícia Federal, acusados de integrar esquema criminoso que desviou ao menos R$ 15 milhões dos cofres públicos: servidores lotados no gabinete deles recebiam dinheiro que não era pago integralmente a estes comissionados.

Suspeita é que os deputados ficavam com parte deste dinheiro. Ano passado, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa pôs uma pedra no assunto: aprovou as contas de 2013 da Casa, as mesmas que foram alvo da Sururugate. Pelas investigações da PF, entre 2010 e 2013, a Mesa Diretora da Assembleia declarou o triplo dos servidores existentes na Casa - para manter esquema de fantasmas desviando recursos públicos - além de 220 beneficiários do Bolsa Família. Além de fantasmas receberem salários via Assembleia mais beneficiados do programa federal, houve 100 mil depósitos suspeitos feitos nas contas dos servidores da Casa, todos sob investigação do Ministério Público. Naquele ano, foram detectados desvios de recursos acima de R$ 70 milhões. A fortuna dos deputados promete ser maior porque, se compararmos o ano do estouro da operação - 2007- até hoje, os deputados estaduais deram, a si mesmos, reajustes de 163,7% em seus salários. De R$ 9,6 mil o salário passou para R$ 25.322,25. Um presente para poucos.


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Milionários querem representar o povo de Alagoas

DE PENTE DE OURO A MANSÕES RAFAEL TENÓRIO É O POLÍTICO COM MAIOR PATRIMÔNIO DECLARADO: MAIS DE R$ 71 MILHÕES JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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m Alagoas, diversos milionários estão atrás de um cargo público conquistado pelo voto da população. Em vez de gastarem dinheiro com viagens, empreendimentos ou compras, esses ricos querem mesmo é ajudar o povo alagoano no Executivo ou no Legislativo. Sarcasmo à parte, a declaração de bens dos candidatos às eleições traz grandes surpresas. Neste ano, cinco disputam o governo do Estado. Dentre eles, o mais “afortunado” é de longe o ex-presidente e senador, Fernando Collor de Mello (PTC). Dono de um patrimônio declarado de R$ 20,6 milhões, a lista de bens é extensa: quotas da Gazeta Eventos, da editora e da TV Gazeta, joias, títulos, prédios, carros importados, pentes de ouro, e uma relação da herança vinda da mãe, dona Leda Maria de Mello. Entre tantos luxos, está uma poupança com R$ 1,41 bloqueada por ordem judicial. Além de terrenos, que embora estejam localizados em áreas de luxo para construção de mansões, os preços oscilam entre R$ 70 mil a R$ 100 mil. Há quatro anos, quando foi eleito senador, Collor declarou ter R$20,3 milhões. E não! O segundo mais rico entre os candidatos ao governo não é Renan Filho (MDB), que anseia a reeleição. Após Collor está o engenheiro e candidato pelo PSL Josan Leite. Sua lista de bens declarados é sucinta: caderneta, terrenos, residência e quinhões de capital. Tudo avaliado em R$ 2,4 milhões, sendo que só mansão de Leite vale R$ 1,5 milhão. Em 2016, ele se elegeu suplente de vereador e, na ocasião, declarou R$ 2,1 milhão em bens. Renan Filho aparece na terceira posição com cerca de R$ 1,2 milhão. Tem cota em emissora de rádio, apartamento,

veículo, ações e contas correntes. Os quase quatro anos como governador de Alagoas fizeram bem às finanças de Renanzinho. Em 2014, por exemplo, ele tinha R$ 784.424,56. Já em 2010, quando se elegeu deputado federal, o valor de bens somava R$ 633.192,40. O advogado Basile Christopoulos (PSOL), em sua primeira eleição, tem um patrimônio avaliado em R$166.181,33. E Melquezedeque Farias (PCO) informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não possuir nenhum bem a ser declarado. Quando o assunto é vicegovernador, o PSL tem o mais rico. Trata-se do advogado Sérgio Simões, que informou ter bens no total de R$ 2,7 milhões. Luciano Barbosa (MDB), aliado

de Renan Filho, declarou R$ 954.705,03. Enquanto o braço direito de Collor, o presidente da Câmara dos Vereadores, Kelmann Vieira (PSDB), tem R$ 306.000. De 2016 pra cá, o patrimônio de Vieira quase que dobrou. Quando eleito vereador, há dois anos, alegou possuir R$156.000 em bens. A professora Danúbia Barbosa (PSOL) e Élcio Lins (PCO) não declararam nenhum patrimônio. SENADO A disputa ao Senado Federal por Alagoas está acirrada: nove querem uma cadeira em Brasília. Se alguns enriqueceram, outros “empobreceram”. É o caso do senador Benedito de Lira (PP), que declarou R$ 76.654,53. O estranho é que há dois anos, quando quis ser go-

vernador e perdeu, o valor era maior. Ou melhor, bem maior: R$ 723.220,66. Investigado na Operação Lava Jato, em 2016 Lira teve seus bens bloqueados. Conforme noticiado na época, o senador teve até R$ 1,6 milhão de suas contas congelados. Em 2006, quando concorreu a deputado federal, registrou possuir patrimônio de R$ 578.882,93. Mesmo com décadas na política, Renan Calheiros (MDB) declarou R$1.865.778,62. Ele também é investigado pela Polícia Federal no esquema que quase quebrou a Petrobras. Em 2010, quando se elegeu senador, Calheiros informou ser dono de R$2,1 milhões em bens. O deputado federal, que agora tenta o Senado, e ex-ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR), de 2006 até 2018 registrou um aumento de patrimônio de R$ 461.251,26. De R$ 501.357,06, seus bens hoje valem R$962.608,32. O deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB) possui uma lista de bens de apenas três itens: sala comercial, apartamento e veículo. Tudo equivale a R$ 501.623,97. De 2014 para cá, o patrimônio teria aumentado R$ 54 mil. O policial federal Flávio Moreno (PSL) declarou um veículo no valor de R$78.000; o professor Cícero Albuquerque, R$315.000; professor universitário Osvaldo Maciel (PCB), R$266.755,41; e Sérgio Cabral (Patri) alega não ter patrimônio. A única mulher na disputa, Flávia Melo (PCO), declarou um total de bens no valor de R$ 895.000. Entre os suplentes ao Senado quem se destaca é o presidente do CSA, Rafael Tenório, sendo o mais rico das eleições em Alagoas. O empresário tem “apenas” R$71,2 milhões em bens, que vão de apartamentos a casas, fundos de investimento e terrenos a outros imóveis.

Câmara Federal

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ito dos nove deputados federais que estão exercendo o mandato vão tentar continuar no cargo. Maurício Quintella tenta a eleição para o Senado. Cícero Almeida (PHS) quer um lugar na Assembleia Legislativa. Uns estão menos ricos do que em 2014. Um registro interessante é Nivaldo Albuquerque, que está no lugar de Quintella, cujo patrimônio saltou de R$ 205.000 a R$1.773.406.

Confira a tabela Arthur Lira (PP) 2018 - R$1.718.924,20 2014 - R$1.168.156,00 Givaldo Carimbão (PHS) 2018 - R$1.399.978,10 2014 - R$1.082.883,91 JHC (PSB) 2018: R$2.399.418,33 2014: R$3.129.526,00 Marx Beltrão (PSD) 2018: R$1.876.000 2014: R$1.114.543 Nivaldo Albuquerque (PR) 2018: R$1.773.406 2014: R$205.000 Paulão (PT) 2018: R$40.333 2014: Não cadastrou bens Pedro Vilela (PSDB) 2018: R$2.070.105 2014: R$3.835.617 Ronaldo Lessa (PDT) 2018: R$814.900 2014: R$650.000


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SUCESSÃO ESTADUAL Collor usa ranking nacional para atacar; Renan aposta em “língua enrolada” sobre cinquentinhas SENADOR ENDURECE DISCURSO E GOVERNADOR MANTEM TÁTICA: NÃO DARÁ CORDA AOS ATAQUES ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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ranking dos estados mais eficientes e ineficientes do país pavimentou o discurso do senador Fernando Collor (PTC) na busca pelo Governo a partir desta semana. Objetivo é o ataque ao vice-governador e secretário Estadual de Educação, Luciano Barbosa (MDB) - uma das lideranças políticas do Agreste alagoano - e resvalando em Renan Filho (MDB). Por outro lado, Renan Filho aposta na mesma tática: evitar citar o nome de Collor nos discursos e não responder à estratégia de guerra e levantar cuidadosamente a herança “daquele que envergonhou Alagoas para o Brasil”: “Collor tem a tática da guerra. O governador é da paz”, disse um dos mais próximos sobre o chefe do Executivo Estadual. Collor levantou dois assuntos esta semana: o ranking de ineficiência dos estados, publicado pela Folha de São Paulo (onde Alagoas aparece em uma das piores colocações do Brasil) e as cinquentinhas, prometendo IPVA zero aos donos das motocicletas. O que pensa o lado de

Collor traça estratégia de guerra para atrair votos; Renan Filho prefere fazer campanha ‘de paz’

Collor? O senador quer atrair a atenção de um público estimado em 20 mil pessoas, maioria de analfabetos, donos destas cinquentinhas. Para regularizarem este veículo eles têm de pagar R$ 300. Cálculos do Detran alagoano indicam que 412 cinquentinhas são registradas em Alagoas. As demais são irregulares. O que pensa o lado de Renan Filho? Collor enrola a língua no próprio pescoço. Isso porque as apreensões destes veículos estão suspensas até dezembro, via Governo. Mas as prefeituras alagoanas seguem levando estas motos para o pátio do Detran por entenderem que estes veículos são irregulares (precisam de documento, como o IPVA, e o motorista tem de estar habilitado). Qual a Prefeitura que mais apreende cinquentinhas? A de Maceió, via Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT). Ao menos 50 estão em um dos galpões do Departamento Estadual de Trânsito, na capital.

“Quanto mais o Collor insiste nas apreensões das cinquentinhas, mais ele se enrola. É a prefeitura de Rui Palmeira que apreende estes veículos”, disse uma fonte do QG de Renan Filho. “Será uma delícia apresentar isso no guia eleitoral”. Para evitar que as apreensões de cinquentinhas prejudiquem a campanha do senador - Rui Palmeira apoia Collor ao Governo - a SMTT não suspendeu as operações com estes veículos até o final da campanha. Ou então evitará o vazamento das operações para a imprensa. O que Collor quer? A regularização das cinquentinhas passa por uma questão simples, de acordo com o senador. Zerar o pagamento das taxas no Detran. O que Renan Filho quer? A isenção é uma ideia antiga, mas ela não é suficiente porque motoristas analfabetos ou menores - público que pilota estes veículos - não podem tirar a carteira de motorista. Proposta é um curso de 6 meses em Educação de Jovens e Adultos

(EJA), para que os donos de cinquentinhas, antes de tirarem a habilitação, aprendam a ler e escrever. INEFICIÊNCIA Quanto ao ranking publicado pela Folha de São Paulo, Alagoas está em 20º lugar entre os mais ineficientes, uma bomba jogada no Governo Renan Filho. O pior resultado está na educação - comandada por Luciano Barbosa e principal foco de ataque do senador. Por que? Porque Luciano Barbosa tem forte influência em Arapiraca, onde Collor tem o apoio de Rogério Teófilo (prefeito do PSDB), Célia Rocha (antecessora de Rogério, do PTC) e o deputado Severino Pessoa (rival político de Rogério Teófilo, do PRB). O que pensa Collor? O Governo gasta mais e faz menos. E Alagoas permanece nas piores colocações em analfabetismo. “Por isso dois hospitais estão embargados e o Governo insiste com as obras. Não pensa

nas pessoas, pensam no tijolo e no cimento”, disse um aliado do senador. O que pensa Renan Filho? O Governo atual é uma herança do passado - passado que Collor ajudou a escrever, quando houve o acordo dos usineiros e a isenção do pagamento do ICMS. “O Collor que sempre disse ter apoiado as escolas em tempo integral, nunca implantou nenhuma em Alagoas. O Governo do Renan implantou 50. Vamos dizer isso no guia eleitoral”, explicou uma fonte do QG de Renan. “E ele vai ser contra a construção de hospitais em Alagoas? Como pode?”, resumiu a fonte. CAMINHO DAS PEDRAS Os dois lados seguem o mesmo mapa. A pesquisa Ibope, publicada na semana passada, mostrando que para 42% dos alagoanos entrevistados a saúde é o principal problema do estado; seguida pelo tráfico de drogas (13%), segurança pública (11%) e, mais abaixo, geração de empregos (8%). Collor quer ligar o problema da saúde ao ranking de ineficiência e aos hospitais sob embargo. Renan Filho quer levar o problema para o país: mostrar que a Era Michel Temer cortou R$ 134 milhões do SUS para cobrir as promessas aos caminhoneiros, somente em uma canetada, fora os cortes ano passado. “Lembrando que quando tínhamos a chance de um hospital geral no bairro da Serraria, o prédio foi entregue para a Justiça Federal. Collor não disse nada sobre isso”, avalia outra fonte, do lado de Renan Filho.


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MP Eleitoral quer “taturanas” fora das eleições

IMPUGNADOS CANDIDATURA DE NOVE FICHAS-SUJAS ESTÁ NAS MÃOS DO TRE JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

Veja abaixo a lista das candidaturas impugnadas pelo MP Eleitoral

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ichas-sujas de Alagoas não vão “dar as caras” nas urnas eletrônicas nas eleições deste ano. Pelo menos é essa a intenção da procuradora Regional Eleitoral, Raquel Teixeira, que impugnou nove pedidos de registros de candidatura de políticos ou ex-políticos. Desses, oito são considerados inelegíveis nestas eleições em razão da Lei da Ficha Limpa tanto por condenações em segunda instância quanto por contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A tão temida lista “sujou” os planos daqueles que pretendem disputar vagas na Assembleia Legislativa (ALE-AL) e na Câmara dos Deputados. A relação, embora aguardada, não apresentou novidades. Lá constam os famosos deputados federais que ajudaram a corroer quase R$ 300 milhões quando passaram pela Casa de Tavares Bastos. Os taturanas Arthur Lira (PP) e Paulão (PT) pleiteiam novamente o cargo de deputado federal. Já Cícero Almeida (PHS) quer sair de Brasília e voltar à Assembleia. Todos foram condenados em segunda instância por ato de improbidade administrativa, que trata-se de lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito. No entanto, o trio está pendurado em uma liminar concedida em abril pelo desembargador de plantão Celyrio Adamastor, que suspende efeito de decisão. Almeida, para agravar a situação, ainda carrega o peso da Máfia do Lixo, esquema que desviou R$ 200 milhões quando era prefeito de Maceió. O deputado federal Ronaldo Lessa também aparece no levantamento por condenação criminal

1 - João Luiz Rocha – Pastor João Luiz (Coligação Círculo Democrático - PRTB/PPS/ DC) - candidato a deputado estadual - condenação por abuso de poder político e econômico, em ação do TRE 2 - Eduardo Antonio Macedo Holanda – Dudu Holanda (PSD) - candidato a deputado estadual – condenação criminal transitada em julgado (suspensão dos direitos políticos) 3 - Ronaldo Augusto Lessa Santos – Ronaldo Lessa (PDT) - candidato a deputado federal- condenação criminal pela prática de calúnia eleitoral 4 - Antônio Jorge Gomes – Jorge da Sorte (PRTB) - candidato a deputado estadual - condenação criminal pela prática de uso de documento falso para fins eleitorais

Arthur, Almeida, Lessa e Paulão: todos inelegíveis aos olhos do MP Eleitoral

pela prática de calúnia eleitoral. Mas, um caso da lista do Ministério Público Eleitoral (MPE) diverge dos demais. É a suspensão dos direitos políticos por condenação criminal transitada em julgado, caso do deputado estadual Dudu Holanda (PSD), que está atrás da reeleição. No Natal de 2009, quando presidente da Câmara de Vereadores, o parlamentar se envolveu em uma briga com o também vereador na época Paulo Corintho Martins da Paz (PDT). Os dois foram às vias de fato e Dudu terminou por morder e arrancar parte da orelha direita de Corintho. Foi condenado pelo crime de lesão corporal gravíssima pelo Tribu-

nal de Justiça (TJ-AL). Em função do foro privilegiado, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STF) contra a sentença, mas teve o recurso indeferido. O futuro deles agora depende do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AL), que tem até o dia 17 de setembro para julgar todos os processos de registro e impugnação. A Lei Complementar 64/1990 dispõe que a partir da data em que termina o prazo para impugnação, passa a correr, após devida notificação, o prazo de sete dias para que o candidato, partido político ou coligação possa contestá-la, juntar documentos, indicar rol de testemunhas e requerer a produção de outras provas.

5 - Arthur Cesar Pereira de Lira – Arthur Lira (PP) - candidato a deputado federal – condenação por ato de improbidade administrativa (lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito) 6 - Paulo Fernando dos Santos – Paulão (PT) - candidato a deputado federal - condenação por ato de improbidade administrativa (lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito) 7 - José Cícero Soares de Almeida - Cícero Almeida (PHS) - candidato a deputado estadual - condenação por ato de improbidade administrativa (lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito) 8 - João Caldas da Silva – João Caldas (PSC) - candidato a deputado estadual - condenação por ato de improbidade administrativa (lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito) 9 - Jair Lira Soares – Jairzinho Lira (PRTB) - candidato a deputado estadual - contas desaprovadas pelo TCU


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Super-herói, palhaços e pastores disputam a Assembleia

FIGURAS INUSITADAS CANDIDATOS TAMBÉM CONCORREM COM ‘ANIMAIS’ E MILITARES

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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eleitor de Alagoas, entre os 297 candidatos a deputado estadual, poderá usar a urna eletrônica para votar no Abacate, nome de guerra do servidor público Jefferson Simões Marcelino (MDB). O Magayver também está disputando uma cadeira na Casa de Tavares Bastos. Atrás do apelido, que faz homenagem ao personagem principal da série Profissão: Perigo, está José do Nascimento Santos Filho (PMN). Além deles, o eleitor poderá dar seu voto na Jana Cigana (Pode), na Jéssica do Gado (Avante), ou quem sabe no Zé do Queijo (Patri). E os candidatos inusitados não param por aí. As eleições de Alagoas ainda vão contar com o Super Homem (Pros), com o Papai Noel (DC) e os palhaços Pirulito (Pros), que já disputou vários pleitos, e Pimpolho (PPL). Para os adeptos da

tecnologia, tem o candidato Tetelpontocom (Avante). Já quem gosta de primeira-dama tem como opção Rosane Collor, ex-esposa do ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor (PTC), que tenta se eleger como governador do estado. Tem Zebrão (PSL), Vespa de Maceió (DEM) e Papa Capim (PSD), esse último que viralizou na internet com vídeo que o mostra admirando o canto do pássaro. E os policiais também vão marcar presença: só cabo são três: Lopes (PRTB), Firmo (PPS) e Bebeto (PSL). Representando as mulheres militares está a Capitã Firmo (PPS). Sem esquecer o Regis da PRF (Avante) e o bombeiro militar Sargento Ramalho. E os religiosos “trazem mais fé na política”: Pastor Jean Cavalcanti (Avante), Pastor João Carlos (PRTB), Pastor Valdyer (PT) e Pastor João Luiz, que chegou a ser afastado da Assembleia Legislativa acusado de fazer propaganda eleitoral na igreja. O parlamentar, que tenta a reeleição, teve o mandato cassado em 2016 e foi afastado do cargo. No entanto, em julho último, decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o trouxe de volta ao cenário político. Finalizando, ainda tem a Mãe Vera (PT) representando as religiões afrodescendentes. CÂMARA Neste ano, 66 candidatos querem uma das noves cadeiras disponíveis na Câmara Federal, em Brasília, para representar Alagoas. Contando com os que querem ser

O comerciante Tetelpontocom disputa uma vaga na ALE

Pirulito promete animar guia eleitoral; Rosane Malta ressurge na política

deputado federal, o “time da segurança pública” aumenta com: Coronel do Valle (PSC), Sargento Tulio Diniz (PSL), o policial civil Abelardo Silva (PSL) e o Bombeiro Luciano Fontes (PSL). Representando a medicina, o Estado tem candidatos, como: Emannuel

Fortes (PRTB) e Hemerson Casado (PP). Entre os nomes mais irreverentes estão os de Chamariz (PSL) e Kiko (PPL). Dos nove deputados federais, oito tentam a reeleição: Arthur Lira (PP), Givaldo Carimbão (Avante),

JHC (PSB), Marx Beltrão (PSD), Nivaldo Albuquerque (PTB), Paulão (PT), Pedro Vilela (PSDB) e Ronaldo Lessa (PDT). Cícero Almeida (PHS) tenta uma vaga na Assembleia. Já Maurício Quintella (PR) é candidato a Senado. Vale lembrar que Nivaldo Albuquerque é suplente de Quintella. Rosinha da Adefal (PTB), que chegou a legislar no lugar de Beltrão, quando este era ministro do Turismo, também tenta voltar a Brasília. O mesmo ocorre com Val Amélio (PRTB), suplente de Cícero Almeida, que assumiu a cadeira quando Almeida concorreu para prefeito em 2016. O filho de Collor, Fernando James é uma das apostas do PTC. E também há pastor rumo à Câmara: tratase de PR. Gilvan Menezes (PSL). IMPUGNAÇÃO A Justiça Eleitoral espera ter uma decisão sobre todos os processos de candidatura até o dia 17 de setembro, prazo para as coligações substituírem seus candidatos a tempo de seu nome e foto aparecer na urna eletrônica no dia 7 de outubro — data do primeiro turno. A resolução da corte que disciplina esta análise prevê, na pior das hipóteses, um total de 29 dias para que sejam cumpridos todas as etapas garantidas em lei para que o registro de candidaturas seja julgado a tempo das eleições. Todos os prazos são contados em dias corridos, incluindo finais de semana e feriados.


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Estado pode quebrar em 2030

PREVIDÊNCIA FALIDA PREVISÃO É DO ECONOMISTA DIOGO VASCONCELOS JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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alar de previdência social é pensar no futuro. É a partir dela que o trabalhador assegura a sua aposentadoria ou sua subsistência em caso de incapacidade. Se a previdência é vista como um “pé de meia” para o funcionário, para os empresários a situação é diferente. Apesar de parte da previdência sair do bolso do próprio trabalhador, empresas e até o próprio poder público se mostram, muitas vezes, incapazes de cumprir com suas obrigações trabalhistas. Antenado sobre o que acontece com as finanças do setor público de Alagoas, o economista Diogo Vasconcelos alerta: o déficit previdenciário do Estado irá quadriplicar tornando impossível a realização de políticas públicas até 2030. “A previdência em Alagoas tem um forte mecanismo de distribuição de renda em favor dos menos favorecidos. Cumpre um papel interessante na redução da desigualdade social. Em muitos municípios, que não têm muitas alternativas de emprego, a renda da previdência significa um importante lastro para o consumo e desenvolvimento dessas regiões. É preciso buscar alternativas para garantir recursos nos fundos de previdência, que em alguns municípios já apresentam consideráveis deficits financeiros. Com o envelhecimento da população e aumento da expectativa de vida, esses fundos tiveram que arcar mais com assegurados”, disse. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em julho

deste ano, mostram que a expectativa de vida tende a aumentar com o passar dos anos em Alagoas. Por exemplo: a projeção é que chegue a 72,98 em 2020. “Certas questões, baseadas no senso comum à época, não se constituiu poupança e nem se garantiu recursos e ativos dentro desses fundos para que tivessem uma receita própria, acaba que para cobrir a folha de benefícios dos assegurados é necessário recorrer ao tesouro e à Fazenda Pública do Estado e dos municípios. Cada vez mais parte da receita dos entes públicos estão sendo destinadas às obrigações e benefícios dos aposentados e segurados de Alagoas”, analisou. Essa situação gera consequências para os entes públicos, como: aumento de despesas, dívidas com a Previdência que oneram o caixa público, limitando recursos para obras de infraestrutura e investimentos na educação e tecnologia. “A diferença que existe entre o que se arrecada da Previdência e o tamanho da folha dos benefícios, financiado pela Fazenda Pública, são consideradas despesas com pessoal. Muitos gestores, em geral, para conter as demandas dos reajustes salariais dos servidores utilizando o índice da Lei de Responsabilidade Fiscal para justificar que não é possível o aumento salarial”. Para melhorar a situação, o economista sugere que o Poder Público busque alternativas para que os fundos de previdência tenham receita própria e penalizem menos o caixa do erário. Ele dá exemplos do que poderia ser feito pela Prefeitura de Maceió. “Basicamente a ideia é que todos os ativos com

Vasconcelos cita alternativas para evitar colapso financeiro

A capital, anualmente, precisa de cerca R$ 100 milhões no fundo de previdência para cobrir a folha. Já em relação ao Estado este valor chega a R$ 1,2 bilhão DIOGO VASCONCELOS Economista

capacidade de geração de renda mensal da Prefeitura sejam dados em pagamento aos Fundos de Previdência para cobrir os rombos previdenciários. A medida, além de garantir ativos que gerem renda para pagamento dos benefícios dos assegurados, ajuda a melhorar a relação Despesa com Pessoal & Receita para fins de atendimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), abrindo espaço junto à LRF para novas contratações e/ou reajustes salariais”. Para o Fundo Financeiro dos Servidores de Maceió (Fufin), o economista sugere o aporte da totalidade da Dívida Ativa (DA) em um Fundo Especial. Já para o Fundo Previdenciário dos Servidores de Maceió (Fupre), o mais indicado, conforme o entrevistado, é o aporte de imóveis comerciais que foram alvos

de tentativa de privatização em 2016 e 2017, como os destinados aos estacionamentos públicos e aos mercados públicos. Os imóveis passariam a compor o patrimônio do Fupre e a locação dos imóveis passaria a ser receita previdenciária. Essas seriam duas das alternativas para manter a previdência do município estabilizada. “Solução simples, viável, de fácil implementação, que gera muito valor hoje e no futuro, além de permitir que a poupança dos servidores passasse a ser investida localmente estimulando o desenvolvimento econômico de Maceió. A capital, anualmente, precisa de cerca R$ 100 milhões no fundo de previdência para cobrir a folha. Já em relação ao Estado este valor chega a R$ 1,2 bilhão”, concluiu.


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Empresário é suspeito de superfaturar eventos

SHOW DE CORRUPÇÃO MP INVESTIGA ATUAÇÃO DE EMPRESAS JUNTO A PREFEITURAS DO LITORAL NORTE BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

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Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE -AL) ajuizou mais uma ação contra um empresário do ramo do entretenimento musical por suspeita de participação em esquemas de danos ao erário. De acordo com o processo de número 070067863.2017.8.02.0028, que tramita na Comarca de Paripueira desde dezembro de 2017, o empresário Alexandre Sopa atuava em 2010 como proprietário das empresas Alexandre Soppa Produções ME e A.S.S. Companhia de Eventos LTDA, ambas do mesmo segmento. As empresas foram citadas como rés por suspeita de su- Alexandre Sopa é proprietário das empresas suspeitas de superfaturamento de R$ 630 mil perfaturamento em cerca de R$ 630 mil na contratação pela com atuação da mesma em- MC Produções e Eventos LTDA 1.174.500. Em nota encaminhada Prefeitura da Barra de Santo presa também foi encontrada teria faturado R$ 35 mil, enquanto a ASS Companhia de ao EXTRA, o promotor Jorge em 2013 em outro município Antônio de shows de artistas nacionais para a realização dos e também foi denunciada pelo Eventos LTDA, R$ 15 mil. Luiz Bezerra esclareceu que MPE. Em uma Ação Civil de Hoje, o empresário atua com a ASS Companhia de Eventos festejos juninos de 2010. Administrati- uma nova empresa que leva é ré em uma ação de improbiSegundo o processo, as Improbidade va, o órgão decidiu investigar seu nome, a ASP – Alexandre dade administrativa, ajuizada contratações teriam ocorrido em 2013 pela Promotoria de sem licitação entre empresas a Prefeitura de São Luiz do Sopa Produções. De acordo com o Ministé- Justiça e o Núcleo de Improbiconcorrentes por parte da pre- Quitunde por ter contratado feitura durante a gestão da empresas para a produção de rio Público, a prefeitura con- dade Administrativa do MPE. então prefeita Maria Cícera shows para o São João, assim tratou, através das empresas Nesse processo há vários réus, Mendonça Casado (PTB) em como aconteceu na Barra de citadas, bandas sem renome sendo alguns servidores públi2010. Ela foi afastada do car- Santo Antônio. Os documentos para apresentação em eventos cos e várias empresas do ramo go pela Câmara de Vereadores analisados pelo promotor Jor- locais e que teriam recebido artístico, com acusação de irem outubro de 2013. Em en- ge Luiz Bezerra apontam que apenas R$ 2 mil. O prefeito à regularidades em processo de trevista à imprensa à época, em 2013 a Prefeitura de São época, Eraldo Pedro da Silva licitação e superfaturamento. o então vereador Marcos Rios Luiz do Quitunde gastou R$ (PMDB), também foi afastado Ainda segundo o promotor, revelou que foram encontradas 1.331.500,00 com a contrata- do cargo. No dia 30 de janeiro há uma demora na conclusão provas de superfaturamento ção das empresas MC Produ- de 2013, a MC foi contratada do processo pois houve demona contratação de shows jun- ções e Eventos LTDA e da ASS por R$ 48 mil. Já em 7 de feve- ra no envio de várias cartas to à empresa ASS Companhia Companhia de Eventos LTDA, reiro a empresa Erica Barbosa precatórias para citar alguns de Eventos Ltda. “No período de propriedade do empresário de Melo Vilalobos Produções réus residentes fora de São referente ao carnaval e ao São Alexandre Sopa e que também –ME foi contratada por R$ 59 Luiz do Quitunde. “Ainda tem João de 2010, foram gastos é réu no processo que investiga mil. Outro contrato firmado audiência para ser realizada, cerca de R$ 630 mil em shows um esquema de danos ao erá- aconteceu em 1º de fevereiro e depois as alegações finais e contratados sem processo lici- rio no município de Barra de com a empresa L. Carvalho da sentença”, esclareceu. Silva Produções ME. O contraEm relação ao processo Santo Antônio. tatório”, disse. De acordo com o órgão, a to firmado foi no valor de R$ mais recente, o da cidade de Irregularidade parecida e

Barra de Santo Antônio, em nota encaminhada através da Assessoria de Comunicação do MPE, a promotora Lídia Malta Prata Lima esclareceu que o procedimento ainda é de investigação e, portanto, não pode falar sobre o assunto. OUTRO LADO O EXTRA entrou em contato com o empresário Alexandre Sopa, que afirmou ser inocente. “Hoje, nós que trabalhamos produzindo eventos artísticos com órgão público acabamos sendo visados e consequentemente virando réu em ações. Eu não fui julgado e nem fiz nada de errado”. O empresário relatou que entrará com uma ação contra as acusações para provar sua inocência e que falará mais apenas por meio de seus advogados.


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Doença do século atingiu 5 PMs alagoanos entre 2017 e 2018 e cresce a cada dia entre a população

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SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

aysa Alvelino dos Santos, de 29 anos, suicidou-se no Dia dos Pais deste ano, em Arapiraca, Agreste de Alagoas, com um tiro na cabeça. Segundo colegas da corporação e familiares, ela estava com problemas de depressão e tinha histórico da doença desde os 17 anos. Fábia Regina Ribeiro Menezes, 28 anos, ingressou na corporação em 2013. Ela fazia parte da equipe do 3° Batalhão de Polícia Militar, o mesmo de Laysa. Fábia vinha recebendo tratamento e acompanhamento pelo psicólogo da corporação e por um psiquiatra particular. Após autorização médica, retornou ao serviço no fórum da cidade de Girau do Ponciano. Ela foi encontrada morta por familiares no dia 1º de junho último com um disparo de arma de fogo dentro de casa. Michelli Vieira, 35 anos, desde 2006 na PM, tirou a própria vida em sua casa, no bairro da Serraria em Maceió em janeiro deste ano. Duas eram do 3º Batalhão de Polícia Militar de Arapiraca, outra do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), três casos distintos, com um mesmo fim. Policiais militares de Ala-

Cabo Michelli cometeu suicídio em casa no bairro da Serraria

goas que tiraram a própria vida. Segundo a assessoria da Polícia Militar de Alagoas, entre 2017 e 2018 foram registrados cinco casos de suicídio de militares, três este ano de policiais ativos e dois no ano passado de militares da reserva. O subtenente José Cícero Barbosa Guimarães Silva, de 50 anos, e o sargento Cícero Cavalcante, de 56 anos, policiais reformados foram as vítimas da depressão no último ano. O primeiro, que também era lotado no 3º BPM de Arapiraca, em janeiro e o segundo em julho de 2017. Responsáveis pela ordem, funcio-

Laysa Alvelino suicidou-se no Dia dos Pais, em Arapiraca

namentos e segurança da sociedade, a tamanha responsabilidade e rigidez que o militar é obrigado a viver diariamente pode agravar possíveis sinais de sofrimento psíquico. De acordo com a diretora Social e de Eventos da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar de Alagoas, cabo Sandra Márcia, o dia a dia não só da polícia, mas da sociedade em geral é cheio de pressão, o que culmina para o agravamento da doença do século, como vem sendo classificada a depressão. “A gente lida muito com essa situação de pessoas depressivas, e é muito complicado, silenciosa,

Tenente Guimara

e necessita muita atenção. A v policial exige muita estrutura, são, em questão de serviço, vida Nem todo mundo consegue co se adequar”. A corporação de Alagoas con o Centro de Assistência Social que tem mobilizado esforços n trução de estratégias e program minimizar o sofrimento e a vitim de seus policiais. O Programa venção ao suicídio, por exemp como objetivo evitar o comporta suicida na polícia do estado, atr ações de prevenção e assistência Entre palestras, campanha


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AJUDA

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ilitares que desejarem um acompanhamento para tratamento com uma equipe multidisciplinar podem procurar a sede do CAS, que fica localizada na Rua Sebastião da Hora, 80, no bairro Gruta de Lourdes, em Maceió. O local funciona de 07h às 18h. Para cidadãos comuns o Centro de Amor à Vida é uma Organização Não Governamental que conta com 14 psicólogos voluntários e ampara pessoas com fragilidade emocional, depressão e tendências suicidas. O telefone para contato é (82) 98879-2710.

DOENÇA DO SÉCULO

Soldado Fábia tinha 28 anos e estava na PM desde 2013

maraes foi encontrado sem vida no banheiro da casa

A vida de ra, é presvida social. e conciliar,

conta com cial (CAS), s na consamas para vitimização ma de Premplo, tem portamento através de ncia. nhas e ca-

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Sargento Cícero Cavalcante também cometeu suicídio

pacitações nas unidades, o objetivo do programa é diminuir o tabu sobre o tema, favorecer a detecção precoce e o tratamento apropriado das condições associadas ao suicídio, como os transtornos mentais e o alcoolismo. Ainda segundo a assessoria da polícia, outras ações do programa envolvem o atendimento de policiais após uma tentativa de suicídio, o monitoramento dos casos e a assistência aos familiares e às unidades após um suicídio consumado. O número de pessoas que vivem com depressão, segundo a Organização Mundial de Saúde, cresceu 18% entre 2005 e 2015. A estimativa é de

que, atualmente, mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença no mundo. “No pior dos casos, a depressão pode levar ao suicídio, segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos”, destaca a OMS. Ainda segundo a organização, a depressão será em uma década a doença que mais vai afastar as pessoas do seu dia a dia. A PM de Alagoas afirmou que busca agora intensificar ações que previnam este tipo de morte. Os casos, contudo, não se restringem ao estado. Na última segunda-feira, 20, outro PM cometeu

Segundo a OMS, o suicídio é a quarta maior causa de mortes no Brasil. Cerca de 5,8% da população tem depressão, o que faz do país o campeão de casos na América Latina. A cada 40 minutos, uma pessoa tenta tirar a vida. De acordo com o psicólogo clínico Carlos Gonçalves, 90% dos indivíduos que cometem suicídio tem algum tipo de transtorno mental, e cerca de 30% destes transtornos são liderados pela depressão. O psicólogo acredita que são diversos os motivos que levam a este transtorno, e que a mídia influencia para evolução deste tipo de problema, principalmente na adolescência, quando o jovem sente a necessidade de se firmar em um grupo. “As pessoas não se aceitam e estão sempre em busca de mudanças. A vida midiática cria um vazio, uma pressão, que pode resultar neste transtorno”. Quanto à carreira militar, o psicólogo acredita que a maioria dos casos decorre do transtorno de estresse pós-traumático, diante do dia a dia lidando com a violência e com a apreensão. Desorientação, confusão mental, pressão diária, tristeza permanente. As causas que resultam no suicídio são incontáveis. Depois da perda do pai, Ana Luísa Costa*, 26 anos, sentiu na pele os agravos que a depressão pode causar. Apesar do histórico familiar da doença, ela afirma nunca ter se sentido daquela maneira antes, impotente. “Depois da perda de meu pai eu sentia que as coisas não iam mudar, os dias eram todos muito iguais, não tinha vontade de fazer nada acontecer, pois nada era como antes. Para mim o mais difícil da depressão é não ter com quem conversar, pois as pessoas muitas vezes tratam como frescura”. Ana Luísa disse ainda não achar que a doença é silenciosa, e que é possível perceber através do dia a dia, pelo comportamento e pela tristeza das pessoas. Segundo ela, o grupo do convívio social são os mais propensos para observar e notar que algo errado está acontecendo. “É difícil mensurar a dor que cada um sente, as perdas e as coisas que acontecem na nossa vida, tanto para felicidade ou para tristeza. Então nem sempre é necessário um fator desencadeante muito forte, se você já tem uma predisposição”. Ela conta que nas duas vezes que tentou tirar a própria vida não pretendia isso, ela só queria acabar com o sofrimento que sentia, mas não sabia de que maneira, e por isso acabou agindo por impulso. “Acho que isso que é o pior na doença, você age sem pensar, não pensa nas consequências. Você não pensa no que aquilo pode causar para as pessoas. Hoje vejo novas oportunidades, novas chances, novos desafios, novos dias, mas naquele momento eu não conseguia pensar em nada disso, era muito difícil. Principalmente na questão de se sentir impotente, não se sentir compreendido”, finalizou Ana. O psicólogo Carlos enfatizou que além do tratamento médico, o apoio social é muito importante. “O suicida não é um covarde. Ele apenas não encontrou uma saída para acabar com a dor sentida diariamente. Muitos acreditam que acabar com esse sofrimento pode ser a solução”. *O nome da personagem foi modificado para preservar a identidade da fonte


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Haja ...

SAÚDE MENTAL

“Todo o trabalho é vazio a não ser que haja amor”

arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

A rejeição, a dor e o amor

Sintomas

A pessoa que foi ou é rejeitada pode apresentar alguns sintomas. Os mais comuns são: baixa autoestima, agressividade e depressão. Ela perde também a capacidade de se sentir capaz para realizar algo. Além de um sentimento de vazio. A pessoa não precisa se sentir rejeitada, por exemplo, se não for convidada para uma festa específica. Às vezes os parentes ou mesmo numa empresa, a festa ou outra atividade é para pessoas de um determinado grupo, mais fechado. Então é preciso diferenciar rejeição de, simplesmente, não participar de um evento.

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omos seres sociais. E como tal precisamos estar em grupo, seja na família, no ambiente laboral, seja na escola, enfim. Nesses ambientes, podemos, em algum momento, sermos rejeitados. E aí? Quem nunca se sentiu rejeitado (a) que atire a primeira pedra! Pois é, quando a pessoa se sente rejeitada, abandonada, excluída, ‘deixada de lado’, enfim, além de sentir uma dor – emocional - profunda, isso pode levá-la a uma situação mais complexa até os sintomas de um processo depressivo. E o que fazer?

Rejeição em casa

E quando a rejeição acontece dentro da própria família? Nem sempre todos os filhos, sobrinhos, tios ou irmãos, são bem acolhidos ou recebem carinho ou atenção. Às vezes ocorre o contrário. Neste caso o processo de rejeição é ainda mais doloroso e termina, geralmente, com um membro da família procurando ajuda de um profissional psicólogo ou psiquiatras, o que é prudente. Às vezes a pessoa pode procurar outros caminhos, como as drogas para se livrar/esquecer do sofrimento. Além de submeter/instigar a pessoa a um processo psicoterápico, é necessário que a família observe o que está acontecendo com o familiar. Uma palavra de acolhimento (escuta), compreensão, amor, afeto, carinho, ajudam a minimizar o sofrimento.

Na infância

É na fase da infância que o processo de rejeição pode começar. Isso ocorre quando um cuidador, professor(a) não incentiva ou instiga a criança a fazer as tarefas, colocando-a “de lado” das atividades. Por exemplo: se a criança não souber jogar futebol direito; se não estiver num peso “ideal”, e assim por diante. Não convidá-la para a participação de uma tarefa com os outros colegas. O mesmo pode ocorrer em casa, ou seja, “esquecer” de convidar para fazer alguma atividade, se divertir, enfim. São vários os casos que podem ocorrer. É preciso ver, com cuidado, as origens do sofrimento que a pessoa apresenta ao afirmar que é rejeitada. Daí a importância da psicoterapia para que se analise, de fato, a origem do sofrimento. Uma vez consciente do fato, que a pessoa possa ressignificá-lo.

Só? Não!

O ser humano não vive bem sozinho; pode até viver, mas pode lhe faltar algo: o aconchego de uma palavra; de um abraço, ou a troca de experiências com alguém de acontecimentos que ocorrem no dia a dia. Portanto, ninguém nasce para viver sozinho. O ser humano é social.

(Khalil Gibran)

Suicídios no Japão

Ser amado (a)

O sentimento ou necessidade da pessoa ser amada, reconhecida, aceita, paparicada, enfim, é inerente ao ser humano. Quem disser que não gosta de apreciar esses sentimentos está “faltando com a verdade”. Quando isso não acontece a pessoa pode se sentir inadequada e surge um sentimento profundo de exclusão e rejeição. Pois bem, muitas vezes a criança aprende a seguir as regras e a leis, muitas vezes, injustas, para não serem “rejeitadas”. Os pais ou cuidadores podem “incutir” esse sentimento, inconscientemente. E neste caso pode estar surgindo o processo de rejeição que mais tarde pode levar a pessoa a um sofrimento mais agudo.

“Merece”

A pessoa que se sente rejeitada, na maioria das vezes, prefere viver isolada. Com o tempo o sentimento se torna mais lesivo e mais complicado para se desfazer, podendo, ter, inclusive, sentimento de ódio para com um determinado grupo, seja ele familiar ou social. Muitas vezes, mesmo que a pessoa seja lembrada para uma festa, por exemplo, ou tenha feito algo que lhe causou reconhecimento espontâneo no trabalho, ela pode, até, duvidar, se realmente “merece” ser reconhecida.

Uma matéria divulgada esta semana indicou que no Japão estão ocorrendo cerca de 30 mil suicídios por ano. Um dos entrevistados, o bispo japonês dom Isao Kikuchi, em artigo divulgado pela agência AsiaNews, observa que o drama se tornou mais visível a partir de 1998, “quando diversos bancos japoneses se declararam falidos, a economia do país entrou em recessão e o tradicional ‘sistema de emprego definitivo’ começou a colapsar”. Não é bom lembrar. Em Alagoas na década de noventa um fato semelhante – suicídios ocorreu, quando o Banco do Estado de Alagoas (Produban) foi fechado pelo Banco Central.

Suicídios no Japão II O sofrimento psíquico pode ter várias vertentes e uma delas é a situação financeira precária. Todo problema pode ter uma alternativa, uma solução. A pessoa que comete o suicídio não quer acabar com a própria vida e sim acabar com o sofrimento, que pode ser circunstancial. O processo depressivo (ou sintomas) não ocorre de um dia para outro, surge ou vai surgindo depois de uma série de episódios de adversidades a que a pessoa está submetida. O processo tem diversas variáveis,

inclusive a vivência e história da subjetividade de cada sujeito.

Suicídio no Japão III De acordo com o relato, o bispo indica que “a abundância de riquezas materiais e o acesso aos frutos de um desenvolvimento tecnológico extraordinário são insuficientes para levar ao enriquecimento da alma”. Ele afirma também que “a sociedade japonesa focou no desenvolvimento material e relegou a espiritualidade e a religiosidade a um plano periférico da vida cotidiana, levando as pessoas a se isolarem e se sentirem vazias, sem significado existencial”.

Suicídio no Japão IV A experiência nos atendimentos clínicos demonstra um sintoma muito peculiar e frequente nos pacientes: a sensação de vazio, apesar de muitos pacientes terem de “tudo”, capitalisticamente falando. Por que será que isso está ocorrendo? A Clínica do Vazio é considerada, conceitualmente, como uma das neuroses que está presente, tanto em crianças (especialmente aquelas que apresentam comportamento autístico), como também em adultos. (Esse assunto – clínica do vazio – foi exposto na Edição 964 – www.novoextra.com.br)

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP-15/4.132. Atendimento virtual pelo site: vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. E-mail: arnaldosanttos@uol.com.br//arnaldosanttos.psicologo@gmail.com Telefone: 9.9351-5851.


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Para refletir: Alô Polícia Federal e Ministério Público, o dinheiro está correndo solto na compra de votos. Vão agir?

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

E o que virá depois? Faltam poucos dias para a eleição que certamente mudará o país, para melhor ou para pior, se é que ainda cabe mais “tragédia” na vida de cada brasileiro. Nos preparamos para escolher, quem sabe, o menos ruim entre a lista de presidenciáveis que nos estão sendo oferecidos. Tem candidato para todo gosto: o encarcerado por corrupção, o militar tosco, de direita radical, o descompensado emocionalmente, o milionário “novo”, um policial ensandecido, um invasor de propriedades, além de outros com perfis indefinidos, mas nenhum que você posa chamar de “meu presidente”. Todo esse imbróglio eleitoral criado pela crise institucional que se abate sobre o Brasil. No entanto o prognóstico de uma eleição especialmente marcada pelo descrédito com a política e as instituições ainda não se concretizou, pelo menos nas pesquisas de intenção de votos. De acordo com um levantamento feito com dados do Datafolha, o volume de pessoas que declaram votar em branco, nulo ou que ainda não decidiram seus votos está dentro da média histórica do período da redemocratização. Isso indica que o nível de abstenções também não deve ficar fora da média dos últimos sete pleitos, segundo o cientista político do Insper Fernando Schüller. A proporção significativa de eleitores que declaram voto nulo ou branco não é anormal para o período, porque, para os brasileiros, ainda não chegou a hora de conhecer os candidatos a fundo. Existe hoje uma overdose de informação, uma certa instabilidade política. Então, o eleitor, até para se proteger, acaba adiando o momento de decisão para quando a campanha começa na televisão, explica. A decisão é tomada nas duas semanas finais. E, no momento da campanha, tudo pode mudar. Se por enquanto o que vale são as redes sociais e a sensação difusa de revolta, depois que a campanha começar, outros fatores começam a ganhar peso, como as alianças partidárias, o tempo de propaganda eleitoral e o dinheiro que o candidato tem à disposição. E esse é exatamente o cenário que se delineia nesta eleição, segundo o cientista político. Há mais opções de candidatos no cardápio, além de todo um nicho que não tinha representação desde 1989, que são os eleitores conservadores que passaram a se sentir contemplados pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC). Ainda para o cientista Fernando Schüller “o fim da era da polarização entre PT e PSDB e a ruptura para um modelo de pulverização, no qual há vários candidatos com propostas diversas, completa os argumentos que mostram que a eleição é menos atípica do que parece”. Portanto, não é que o número de abstenções vá diminuir nesse ano. O que acontece é que, havendo o potencial de que essa taxa crescesse devido ao sentimento de descrença com as instituições, a proporção deve se manter dentro da média. Resta-nos saber agora é o que virá depois.

Superior ao superior

Fernando Collor

Ganha corpo a cada dia a candidatura do senador Fernando Collor ao governo do Estado. Desde que surpreendeu a todos com o lançamento de seu nome as adesões crescem e esses resultados se farão sentir nas próximas pesquisas eleitorais. Tem favorável a ele seu carisma incontestável, sua capacidade de mobilizar multidões e a identificação com o eleitor das camadas mais pobres. Expert em mídia e comunicação, com toda certeza, terá em sua aparição nos programas de televisão uma imensa vantagem em relação ao seu adversário, que se comunica bem, mas não é nada convincente em seus discursos. Me dizia uma pessoa com estreita ligação com o senador: “Collor entrou para ganhar e vai ganhar essa eleição”. Eu acredito.

Renan Filho

Estava “surfando na maionese”, com uma eleição ganha em “WO” e até fazia pouco caso das alianças politicas que lhes eram ofertadas. Desdenhou de aliados, pois não precisava de votos. Fez uma gestão razoável, mas mentiu muito e essa marca ficou em sua personalidade. Autoritário, deixou nos últimos anos lideranças políticas descontentes pelo tratamento arrogante e desrespeitoso, muito de sua característica. Muitos o seguiram por falta de opção ou por temor de perseguição, principalmente os prefeitos que vivem dependendo das migalhas do governo. Sabe-se que muitos dessas lideranças começaram a migrar para o lado adversário e já se especula na possibilidade de uma debandada dependendo do desempenho de Fernando Collor. Agora tem adversário. Pode ganhar ou perder, claro.

O ministro da Secretaria do Governo, Carlos Marun, fez algumas sugestões ao candidato Henrique Meirelles, e a deputados do MDB. Na mensagem, revelada pelo jornal Folha de S. Paulo o articulador político do presidente Michel Temer fala em manter o programa Bolsa Família, mas sugere uma série de outras mudanças, como um “valor mínimo para o atendimento pela saúde pública”. O Sistema Único de Saúde (SUS) permaneceria gratuito “somente para aqueles que são realmente carentes”. O ministro afirmou que as propostas são suas “posições pessoais”, a serem discutidas com Meirelles com o partido. Meirelles confirmou que recebeu o texto de Marun, que propõe ainda uma “leniência” ao caixa dois de eleições passadas - uma tentativa de aprovar uma medida semelhante se deu em 2016 na Câmara - e uma nova instância da Justiça, uma Corte acima do Supremo Tribunal Federal (STF).

Débil mental

Ao comentar a interferência do Palácio do Planalto para pôr fim ao flerte (que foi abortado) entre o grupo de partidos chamado de “Centrão” com o presidenciável Ciro Gomes (PDT), o ministro o chamou de “débil mental”. Marun afirma na mensagem que o veto ao apoio de PR, DEM, PP e PRB à candidatura do pedetista ajudou o tucano Geraldo Alckmin (PSDB), mas que isso não era “de todo ruim”. Marun afirmou que não teria se referido ao ex-governador do Ceará dessa forma se soubesse que a mensagem se tornaria pública e emendou que um candidato à Presidência “deve ser publicamente tratado com maior respeito”, independente de posições pessoais. No privado então pode descer a lenha e pedir não vazar.

As chances de Marina

Na recente pesquisa do Datafolha a apontar preferências nas eleições presidenciais mostra que, em cenário sem o ex-presidente Lula candidato, Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSL) chegam ao segundo turno. Ainda de acordo com o instituto, num confronto direto, Marina teria 44% e o deputado federal teria 33%. Nos cenários com o ex-presidente Lula, porém, os candidatos de Rede e PSL, assim como Geraldo Alckmin (PSDB), seriam derrotados. O Datafolha fez 4.194 entrevistas, entre os dias 11 e 13 deste mês, em 227 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Bolsonaro fugindo

Depois de dois confrontos que o deixaram desnorteados e revelaram deslizes na sua trajetória política (com Marina Silva – Rede – e Guilherme Boulos – Psol) o controvertido Jair Bolsonaro anunciou que não participará mais de debates. O presidente do partido e braço direito do candidato, Gustavo Bebianno, disse que a campanha reavalia a participação do presidenciável nos próximos debates na TV. “Ele está de saco cheio e são inócuos, que não levam a nada. Não sabemos se ele vai aos outros. Nos debates tem fórmula milagrosa para tudo. Ganha quem mente mais”. Tudo isso é medo de ser confrontado e desmoralizado a cada debate. Vai começar a cair.


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A onda vermelha já era

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esde sempre acompanhei e participei diretamente de campanhas políticas, sem descurar das minhas atividades privadas, claro. Estive presente em campanha presidencial, para governador, prefeito de capital, de interior, deputado federal, deputado E o que dizer estadual e até de vedos números do reador ao longo 40 presidiário que anos. E, em termos quer porque quer – de pesquisas de opimesmo na marra – nião, vi de tudo. Mas, confesso, ser candidato? Os nesta campanha próprios números eleitoral acho que a coisa chegou ao ápidos institutos ce. Quem não se remetem a uma lembra de camrejeição de 60% do panhas majoeleitorado à Lula. ritárias passadas quando institutos renomados erraram feio em suas previsões? Até de boca de urna, pasmem! E o que dizer das desculpas esfarrapadas que eles sempre deram para seus erros crassos?

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ELIAS FRAGOSO

Seria muito simples aceitá-las, não fosse o tremendo impacto que suas previsões exercem sobre o eleitor – de todos os níveis e especialmente sobre o dia a dia do país. Pois bem, chegamos às eleições de 2018. Todos que acompanham mais de perto os movimentos do cidadão sabem que, recentemente, em duas eleições majoritárias extras realizadas no Amazonas e no Tocantins, os resultados mostraram que bem mais de 50% dos eleitores votou nulo, em branco ou simplesmente não foram às urnas. Um claro sintoma da insatisfação e da desesperança que toma conta do país. E que muito provavelmente se repetirá agora em outubro. Mas o que vemos em termos de previsões feitas pelos mais importantes institutos de pesquisa do país no tocante a esse quesito? Que “apenas” algo em torno de 30% dos eleitores votarão em branco, nulo ou irão se abster. Uma abissal diferença de “apenas” 20% com relação

Não é apenas um jogo ssisti recentemente – confesso que com inexplicável atraso – ao filme Invictus, sob a magistral direção de Clint Eastwood. A película narra alguns momentos significativos da vida de Nelson Mandela, enquanto presidente da África do Sul, em seu esforço pelo fim do O futebol, também, apartheid. Em determinado instante não é originalmente fica evidente que brasileiro. Também sequer sua equipe está presente em mais próxima não praticamente todo o o súbito mundo, muito mais do entendia interesse de Manque o carnaval, e com diba pela seleção duração que se estende, sul-africana de rutodos os anos, por todo gby, quando tantas o ano. Até aí, nada de coisas importantes – alertavam – eserrado. peravam a atenção do líder. Intrigavam-se pelo súbito interesse do seu presidente quando jamais manifestara ele, até então, qualquer simpatia pela

Economista

Springbocks, a seleção. Muito pelo contrário, opusera-se sempre a esse símbolo da segregação racial, inclusive estimulando a repulsa e oposição do seu povo nos anos em que esteve na cadeia. Ao final, fica clara a intenção do maior líder negro do continente africano: o objetivo era a unificação do povo, selando a paz definitiva, utilizando-se daquele esporte. Não fora apenas um jogo o aparente alheamento de Mandela às coisas de governo e seu estranho interesse pelo rugby. O excelente filme despertou-me a atenção para a futilidade com que certos políticos tratam as eleições a que periodicamente concorrem. O Brasil, ninguém nega, é país do futebol, embora Jorge Amado tenha-o apelidado como o pais do carnaval. Claro que a festa momesca, embora não exclusiva do Brasil, aqui recebeu a feição de tradição popular brasileira, sendo-lhe dedicados grandes valores extraídos do combalido erário, sob a justificativa

aos números que aquelas duas eleições no Norte do país nos ensinou. 20% do eleitorado brasileiro! Número que sozinho levaria um candidato ao segundo turno. Difícil... E o que dizer dos números do presidiário que quer porque quer – mesmo na marra – ser candidato? Os próprios números dos institutos remetem a uma rejeição de 60% do eleitorado à Lula. Mas, ainda assim, mesmo depois do cataclismo econômico-social que ele e seus asseclas provocaram no país, os institutos dão a ele 39% de intenções de votos... Há coisa de um ano escrevi aqui que o PT não teria mais que 10% (ou algo em torno disso) dos votos nas eleições de 2018. Mantenho essa posição. Com Lula ou seu poste. Exceto Norte e Nordeste com suas enormidades de analfabetos e semianalfabetos, o PT não tem onde, nem como buscar votos fora dos seus enclaves e bolsões. A onda vermelha passou. Ainda bem. As urnas irão mostrar isso.

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

de retorno certo com o turismo, o que é bem provável, ao menos no eixo RioSão Paulo. O futebol, também, não é originalmente brasileiro. Também está presente em praticamente todo o mundo, muito mais do que o carnaval, e com duração que se estende, todos os anos, por todo o ano. Até aí, nada de errado. Todos nós brasileiros, mesmo aqueles que negam, temos sempre algum interesse por esse esporte democrático. Mas, como a prática política brasileira esmera-se em aproveitar-se de tudo o que move o povo, usam o esporte como engodo para enganar os eleitores. É mais comum do que deveria políticos comparando os pleitos eleitorais a disputas futebolísticas, as eleições transformadas em virtual campo de futebol.

Não que o futebol possa ser considerado algo fútil, sendo esporte de grande aceitação nacional. Mas desgosta ver políticos, que deveriam trazer em suas campanhas ideias e proposições sérias, desgastarem os seus poucos neurônios em estultas frases de (mau) efeito, usando expressões que copiam princípios do futebol ao embate eleitoral, como se estivéssemos em algum estádio para assistir times jogarem. Mandela usou o rugby como meio para algo muito maior, mas os nossos pretendentes ao governo usam o futebol como um divertido brinquedo de crianças, o que demonstra falta de seriedade. Como não considerar, então, que o nível dos nossos candidatos esteja tão aquém de verdadeiros líderes, como o ex-presidente sul-africano?


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JORGE MORAES

ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

A conversa agora é para estadual

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o artigo escrito na última edição voltei as atenções para as candidaturas ao Governo de Alagoas, ao Senado da República e para a Câmara dos Deputados. Esta semana, o assunto não poderia ser outro: a Assembleia Legislativa Estadual. Com números mais complicados para fechar as contas, cheguei à seguinte conclusão: como especulei para deputado federal, a coligação do governador Renan Filho também deverá fazer o maior número de deputados estaduais. Com pouca linha de raciocínio quero dizer, sem muito esforço - cheguei à conclusão que o “chapão” da situação vai garantir a eleição de 5 deputados federais, devendo ser Marx Beltrão, Sérgio Toledo, Cabe aos Isnaldo Bulhões, partidos Givaldo Carimcoligados na bão e Ronaldo oposição correr Lessa. Não que necessariamente muito, gastar venha a ser essa gasolina e pares a ordem dos eleide sapato para tos. Nesse grupo conseguir uma aí tem candidato com mais de 100 vaga na Casa de mil votos, como Tavares Bastos. tem, também, com menos de 100 mil. Só com a contagem dos votos conheceremos os campeões das urnas eletrônicas. Claro que pode haver surpresas, pois a coligação ainda tem nomes importantes como Val Amélio, Nivaldo Albuquerque, Paulão, Rosinha da Adefal, Regis Cavalcante e mais alguns. Daí pode sair a sexta vaga. Eu escrevi pode. Por outro lado, o “chapão” menor que apoia o candidato de oposição, Fernando Collor de Mello, trabalha para eleger logo de cara três deputados - Arthur Lira, João Henrique Caldas e Severino Pessoa são as apostas principais -, enquanto tenta beliscar, escrevi tenta, a quarta

vaga, tirando a sexta do outro lado, com Coronel Du Valle, Tereza Nelma, Eduardo Canuto, Pedro Vilela e Fernando James. Uma das duas hipóteses só se consolida se a candidata solitária, Heloisa Helena (Rede), não conquistar o coeficiente para se eleger, hoje em torno de 140 mil votos. Apenas recapitulei o assunto, como dizia a minha professora de ginásio, para chegar ao assunto que nos interessa: deputado estadual. Como os cálculos são mais complicados passarei algumas informações que considero importantes. A primeira, logo de cara, sete deputados estaduais não concorrerão à reeleição. Três serão substituídos na campanha pelos filhos ou parentes diretos; outros três serão candidatos a deputado federal; e o último é candidato ao Senado da República. Com isso, teremos caras novas, mas familiares. A segunda, é que o governador Renan Filho também deverá eleger o maior número de deputados estaduais, entre aqueles que já lhe dão apoio e os chamados novatos, dividindo os partidos coligados em quatro chapinhas, reduzindo, assim, a densidade de votos das coligações contrárias à sua reeleição. Apesar de tudo isso, acredito que um pouco mais de dois terços garantem suas cadeiras, contando com os parlamentares que passarão seus respectivos lugares para seus filhos e parentes. Cabe aos partidos coligados na oposição correr muito, gastar gasolina e pares de sapato para conseguir uma vaga na Casa de Tavares Bastos. Com tudo isso, ainda acho que essa eleição vai ser uma salada na hora do voto. Esta semana passou por mim uma dessas caminhonetes que os deputados gostam muito de usar. No vidro traseiro tinha adesivos do 15, 11, 45 e do 13. Vá entender uma coisa dessas. Como o carro passou em velocidade, não deu para enxergar os nomes. Outras saladas virão por aí.

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Não desistam

A

s pesquisas eleitorais começam a aparecer e o número de possíveis votos nulos ou em branco é maior do que a provável votação de muitos candidatos. O povo brasileiro não pode deixar de votar, nem deixar de lutar! Se não insistirmos em escolher homens e mulheres de bem, desejosos por um Brasil melhor, cairemos nas mãos dos mesmos que saquearam a Petrobras, o BNDES, fundos de pensões e tantas outras instituições sólidas deste nosso país. Iniciemos por Alagoas: temos dois candidatos a governador apontados nas pesquisas como favoritos. Collor quase acabou com Alagoas e com o Brasil; perseguiu o funcionalismo, foi pivô de vários escândalos, deixou nosso estado na miséria com o célebre Acordo dos Usineiros. Renan Filho, fruto de uma família Um eleitor já tentou política, envolvifalar com seu candidato da em vários proapós a eleição e foi bem cessos; não podemos negar que fez recebido? Presidentes um bom governo no que diz respeide sindicatos da to ao pagamento Assembleia lutam, do funcionalismo. padecem, para É “menos pior” do que Collor, sem conversarem com os sombra de dúvidirigentes da Mesa da. Diretora. Uma novela Para o Senado voltam os bem longa! mesmos: Renan pai, Biu de Lira, Maurício Quintella e o novo Rodrigo Cunha. Rodrigo, deputado de primeiro mandato, na minha opinião não se opôs com tenacidade aos velhos costumes que desmoralizam a Casa de Tavares Bastos, com escândalos e até com afastamento temporário da Mesa Diretora. Os candidatos a deputados federais nos levam a poucas chances de renovação. Poderemos escolher Heloísa Helena, pela luta que empreende contra a corrupção e homens e mulheres do mal. Alguns nomes novos precisam ser analisados e escolhidos. Quando chegamos à Assembleia Legislativa vemos um quadro negro. Os detentores de mandato receberam dinheiro público durante quatro anos.

Pagaram salários dobrados a novecentos assessores, verdadeiros cabos eleitorais, alimentados regiamente com o duodécimo do Poder. Terão muito mais chance de se reelegerem com tantas facilidades. Os novos candidatos vão atrás dos votos em redutos eleitorais fechados, e só por algum trabalho realizado, um bom discurso ou fortes apoios, conquistarão um mandato. Diante deste cenário tão ruim, nós, povo brasileiro, não devemos desistir. É continuar falando, denunciando, mostrando às comunidades “quem é quem” e indo até o dia 7 de outubro insistindo no convencimento. Há fatos que me entristecem: vi na internet uma pessoa doente, que passou pelo Legislativo, foi maltratada e humilhada, fazendo campanha para seu opressor. Não entendi. Quero crer que a doença a deixou fragilizada. No interior de Alagoas houve um caso assim na eleição passada: o candidato chegou numa casa que tinha sete votos e perguntou: “Vai votar em mim?” E ouviu a resposta: “Não doutor, estamos comprometidos com outro candidato”. Pois bem, no dia da eleição, ninguém saiu de casa com medo do “doutor valente”. Moral da história: ele não ganhou sete ou oito votos, mas os tirou de seu opositor. Então nós que não somos eleitores de cabresto, precisamos fazer a diferença. Gosto de me dirigir aos “sofredores” públicos estaduais e federais: analisem bem os candidatos, vejam o que já fizeram conosco e ainda poderão fazer. Será que Collor vai ser bonzinho com o funcionalismo depois de tudo que fez no passado? Chegando aos setenta anos ele ficará bonzinho? Um eleitor já tentou falar com seu candidato após a eleição e foi bem recebido? Presidentes de sindicatos da Assembleia lutam, padecem, para conversarem com os dirigentes da Mesa Diretora. Uma novela bem longa! Tudo isso passa como um filme na cabeça do eleitor e a revolta se instala, levando-o a pensar no voto nulo ou em branco. Não é o caminho certo. Escolha outros, renove o seu voto. Tenho 77 anos, não sou obrigada a votar, mas no dia 7 de outubro vou tentar renovar, acreditando num pais limpo, sem corrupção, sem políticos sujos! Que Deus nos ajude!


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PALMEIRA DOS ÍNDIOS comemora

129 anos

de emancipação com muitos avanços Com muito trabalho e respeito pela sua população, Palmeira dos Índios tem muito a comemorar nos seus 129 anos de emancipação política. Em meio às dificuldades, o período de um ano e meio de gestão do prefeito Júlio Cezar é marcado por avanços, conquistas e realizações nas áreas de saúde, educação e esportes. A cidade comemorou durante três dias o aniversário de sua independência política, com desfile cívico, festa, inaugurações, entrega de veículos e muita alegria. À frente do Executivo, o prefeito Júlio Cezar afirmou estar satisfeito com os resultados e disse buscar sempre melhorias para o município. “Considero que as ações realizadas até o momento foram muitas, tivemos que arrumar a casa. Ajuste fiscal, manutenção do calendário de pagamento do servidor em dia, credores, fornecedores, obras com apoio estadual, obras com recursos próprios, recuperação da rede escolar, entre muitos outras”. Abrindo a agenda de comemorações, no dia 19 o prefeito assinou a ordem de serviço de pavimentação de ruas do bairro Juca Sampaio, um desejo antigo dos moradores. Prezando por uma realidade cada vez mais distante do preconceito e da exclusão, no dia 20, pela primeira vez na história da cidade, povos indígenas desfilaram na festa da emancipação, o que reforça a igualdade entre todos os povos que habitam o município. As escolas públicas e privadas deram um verdadeiro show de cores, dança e música. O evento foi prestigiado pelo governador de Alagoas, Renan Filho, senadores Fernando

Collor e Benedito de Lira, deputado federal Marx Beltrão, deputados estaduais Val Gaia e Severino Pessoa. A programação foi encerrada com show de Devinho Novaes, Art Nossa e da dupla Garota Sertaneja. Com aproximadamente 30 mil pessoas, a Praça Pedro Suruagy, em Palmeira de Fora, ficou lotada com uma energia única. O cantor Devinho chegou a dizer que sempre ouviu falar muito bem da gestão do prefeito de Palmeira. Já o dia 21 foi marcado pela inauguração das melhorias das Unidades Básicas de Saúde do município. As beneficiadas foram as UBS Oásis I, Oásis II, Xucurus e São Francisco. Além da melhoria na saúde, foi inaugurado também um poço artesiano fruto e parceria com o Exército no Povoado Lagoa do Canto, para melhor qualidade da água para os munícipes. “Nunca se fez tanto por Palmeira. Somos um município grande e temos tido atenção da bancada federal, especialmente através dos senadores Benedito de Lira e Renan Calheiros. Tudo aqui é feito com muita responsabilidade, com o trabalho de uma equipe engajada, vamos continuar buscando por melhorias”, comemorou o prefeito.


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Plano de saúde

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posentados e demitidos sem justa causa têm o direito de continuar como beneficiários do plano de saúde empresarial desde que assumam o pagamento do valor integral do plano. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, a regra se aplica apenas para os funcionários que contribuíram com o plano. O trabalhador deve informar o interesse de permanência ao RH da empresa da qual está se desligando ou se aposentando e entrar em contato com a operadora do plano.

Imóvel x economia

Se você está pensando em comprar um imóvel agora, tenha muita cautela. Segundo analistas, o sonho da casa própria ou a velha máxima de comprar barato para vender mais caro pode sair pela culatra. O motivo é a economia ainda debilitada devido à baixa taxa de investimento e o endividamento das famílias, além da falta de uma direção clara da política econômica do próximo governo.

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ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.maceio.br

Indenização de poupanças

Nova CLT

A demissão negociada aumentou no Brasil de acordo com os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho. Segundo os números, de novembro do ano passado — quando passaram a valer as novas regras — até o mês de junho deste ano, foram registrados 80.710 desligamentos consensuais. O número ainda é considerado baixo se levar em consideração o número de desempregados totais que pode chegar a 27 milhões. A demissão negociada ou consensual não existia na antiga CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e abre uma terceira via de dispensa de um funcionário.

Começou mais uma fase do acordo de perdas provocadas nas cadernetas de poupança pelos planos econômicos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor 2 (1991). Para receber a indenização prevista no acordo negociado no fim do ano passado pela Advocacia Geral da União (AGU) com bancos, os poupadores devem aderir à plataforma eletrônica pagamento da poupança. Nesta nova fase, podem aderir os poupadores nascidos entre 1939 e 1943 que entraram com ação na Justiça pedindo a correção de aplicações na poupança. Quem não recorreu à Justiça, não tem mais direito à indenização.


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PROGRESSO

Barra de Santo Antônio comemora 58 anos de emancipação Em seus 58 anos de emancipação, o município de Barra de Santo Antônio tem muito a comemorar. Entre obras inauguradas, entrega de veículos, avanço na saúde, infraestrutura e agricultura, a prefeita Emanuella Moura recebeu toda a população em um dia de muita alegria e conquistas na última segunda-feira, 20. “Em um ano e oito meses conseguimos fazer mudanças para que a população ganhasse com isso. Então quando se quer fazer é possível mudar, reconstruir”. Entre as obras inauguradas, a Praça do Ó foi entregue toda reformada para atender as demandas de lazer da população. O Centro de Referência de Assistência Social (Creas) foi reinaugurado em outro endereço para melhor atender os munícipes. Foram inaugurados dois poços artesianos na região da Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, para levar água de mais qualidades aos cidadãos, além de 400

metros de calçamento para melhorar a locomoção na região. E para compor o quadro de turismo na cidade, foi inaugurada a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico. O presidente da Câmara de Vereadores, Flávio Mosquito, afirmou que o maior objetivo da gestão é a transparência para a sociedade. “Nosso desenvolvimento vem se acelerando gradativamente e investir no turismo é a peça chave para o crescimento e evolução da região”. A prefeitura anunciou ainda a instalação de um grande empreendimento na região que vai gerar mais empregos diretos e indiretos e desenvolvimento para a cidade, além de obras de reconstrução das quadras poliesportivas da Barra de Santo Antônio. “Quando se trabalha com responsabilidade, com dedicação e quando se tem uma equipe focada no bem do povo, é possível fazer”, finalizou Emanuella.


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Artista alagoano vai representar o Brasil em festival nos EUA

CONTRACULTURA LUCAS LAMENHA PARTICIPARÁ DO BURNING MAN, QUE ACONTECE DE 26 DE AGOSTO A 4 DE SETEMBRO, NO DESERTO DE NEVADA MARIA SALÉSIA Com assessoria sallesia@hotmail.com

O

artista plástico alagoano Lucas Lamenha é daquelas pessoas que nasceram predestinadas ao sucesso. Com pouco tempo de carreira, aponta no cenário nacional e internacional como um promissor e original artista contemporâneo. Não é à toa que já realizou exposições e projetos em grandes centros, como Londres, NY, Milão, Miami e São Paulo. Sem esquecer sua terra natal, já expôs duas vezes em Maceió, a última delas na Galeria Gamma. E para coroar este sucesso, vai participar de um dos maiores festivais de contracultura do mundo, o Burning Man, que acontece de 26 de agosto a 4 de setembro no deserto de Nevada, Estados Unidos. E assim, a arte contemporânea, cheia de traços únicos e marcantes do artista plástico, vai invadir outros mercados. Vale ressaltar que a cada edição do festival mais de 80 mil pessoas se reúnem durante 10 dias para vivenciar a experiência de conhecer diversas culturas, tipos de artes diferentes, inovação, música e contracultura. Uma verdadeira cidade é montada no meio do deserto e artistas de várias partes do mundo levam seus trabalhos para expor. A responsabilidade do alagoano é bastante significativa. Nesta edição de 2018, Lucas Lamenha será o nome do Brasil dentro do Camp Favela, o espaço criado por brasileiros que vivem na Califórnia e que representa o Brasil dentro do evento. Além da exposição solo do artista alagoano, o Camp Favela vai contar com uma ação inédita do Google, com a apresentação de um produto inovador para experiências de realidade virtual. Segundo o artista plástico, “esta é uma grande oportunidade de levar a arte brasileira para fora em um lu-

Lucas Lamenha e sua arte nos EUA

gar que se transforma para receber arte. É um dos eventos mais revolucionários e autênticos do mundo, e é um grande privilégio expor no Burning Man e colocar o nome de Alagoas no meio de grandes artistas e influenciadores”, comemorou Lamenha. Para a exposição foram criadas 13 novas peças exclusivas e novos caminhos foram testados dentro do estilo do artista, tornando a exposição ainda mais experimental e inovadora. Também é possível observar em todas as obras o conceito e os valores do festival, como respeito ao próximo, paz, sustentabilidade. Além disso, Lucas manteve a técnica do storytelling, contando por meio da pintura a história do festival, através de referências que vão desde o seu fundador até o mundo cada vez mais mecânico no qual estamos vivemos, fazendo um link com o tema do Burning Man deste ano, que é “I, Robot”. O Burning Man é realizado desde 1986 no deserto de Black Rock, estado de Nevada, nos Estados Unidos, e tem como objetivo amplificar

as relações entre os seres humanos das formas mais variadas, dando ênfase à arte e aos talentos que cada indivíduo tem e pode compartilhar para que as vidas das outras pessoas sejam melhores. O ARTISTA Lucas Lamenha nasceu em Alagoas e morou por 12 anos em Recife. É músico, publicitário, empresário, e vem se destacando no mundo das artes plásticas. Começou a pintar após uma viagem pela Europa, inspirado pela chegada da sua filha, Clara, hoje com quase 3 anos. Ao postar suas obras na rede social Instagram, começou a ter retorno de pessoas de todo o mundo. O resultado são mais de 200 obras feitas, mais da metade delas vendidas. Artistas brasileiros e internacionais já possuem suas obras nas paredes de casa, e a estilista Martha Medeiros tem um de seus quadros, com 2 metros de altura, exposto em sua loja de Los Angeles. Seu trabalho tem referências do cubismo e da street art, com simbologias que trazem musicais e personalidades, por meio de traços quase que imperfeitos. O storytelling representado em suas telas dizem muito mais do que os olhos veem de primeira. São traços que transmitem paz, bons sentimentos, que buscam captar a história de quem está do outro lado. Mas Lucas começou seus primeiros traços ainda criança. A arte, de muitas outras formas, sempre esteve presente em sua vida. Dono de traços únicos e cheios de atitude, as telas do artista plástico já foram adquiridas e elogiadas por artistas de televisão, estilistas, personalidades e atores internacionais. “Eu desenho desde os 5 anos e sempre gostei muito de todo tipo de arte. Nunca havia me imaginado como um artista, até porque não tenho tanta técnica de desenho, pelo contrário, meu estilo é bem imperfeito e eu acho que essa imperfeição é o que difere meu trabalho de um ilustrador profissional, por exemplo”, destacou.

Alinne Gama: obra traz mensagens de amor

Alagoana volta à terrinha para lançar livro ARTHUR FONTES Estagiário sob supervisão da Redação

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ascida em Maceió, a psicóloga Alinne Gama volta a sua cidade natal com uma novidade. Depois de um longo período distante de casa ela escolheu a capital alagoana para fazer o lançamento do seu primeiro livro, uma ficção sem faixa etária para leitura. Através do livro a autora traz mensagens de amor, respeito e perseverança, descrevendo de forma leve e divertida como superar os medos e vencer os desafios do cotidiano. Guilherme, o guardião do mundo dos sonhos conta a história de um menino de dez anos que pertencia a uma família de ‘’heróis’’, mas não tinha conhecimento e tem a missão secreta de proteger o mundo dos sonhos contra as terríveis forças do malvado Mestre do Pesadelo, Pordeiron, vilão da narrativa. Usando seu livro mágico e o amuleto dos sonhos, ele e seus amigos vivem grandes aventuras em busca de proteger esse mundo. O lançamento do livro acontece no domingo, 26, às 8h30 dentro do Projeto Pra Ver a Banda Tocar, da Polícia Militar de Alagoas. O local será na Avenida Silvio Viana na praia de Pajuçara e o evento é aberto ao público. Conta com apoio cultural da Eventurs/ Ltda e dos produtores culturais Marcus Assunção e Fafá Rocha e também da Polícia Militar de Alagoas, Bodega do Sertão e Tapioca Maria Bonita.


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Público prestigia lançamento do livro de Temóteo Correia

NO PAÍS DAS ALAGOAS EX- DEPUTADO COMEMORA SUCESSO DO VOLUME 2 SOBRE HISTÓRIAS PITORESCAS MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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salão do Teatro Deodoro ficou lotado com familiares, amigos e até personagens do livro O Pitoresco da Política no País das Alagoas, volume 2, do engenheiro civil e ex-deputado Temóteo Correia, lançado na terça-feira, 21, em Maceió. A festa foi regada a bom humor, gargalhadas e muita descontração. Para início de conversa, ou melhor, descontrair o público presente ao evento, o autor falou de sua satisfação pelo acolhimento. E para celebrar o sucesso tanto da primeira edição, lançada há 15 anos, quanto a obra atual, tratou de contar duas histórias contidas no volume I. O riso caiu solto durante a narrativa de “A comadre Fiel”, que fez questão de manter fidelidade a seu candidato e compadre Antero Almeida, de Anadia, colocando a cédula de votação debaixo de uma peça íntima que “fica embaixo do umbigo”. E o que dizer do então vereador de Penedo, Pedro Mangabeira, que mesmo em segundo mandato nunca tinha se pronunciado. Para evitar continuar sendo motivo de chacota, resolveu discursar. Por falta de sorte, a esposa Consuelo tirou a cópia do discurso do bolso e na hora do pronunciamento teve que improvisar. Aí sabe o que deu, né. “Tenho dito e aqui acabo o discurso”. Diferente daquela autoridade, antes de sair de casa Temóteo tratou logo de checar se seu discurso estava no bolso do paletó. E lá estava. Descontraído, disse para aquele público “belo e digno” que a tônica de sua fala é agradecimento. A sua esposa Rita, “coadjuvante de peso”, filhos, ilustrador e ao elenco de intelectuais que deu brilho à obra como Alberto Rostand,

Geraldo Marques, Fernando Araújo, Ricardo Motta, Joaldo Cavalcante, Carlos Méro, Marcelo Bastos, Leda Almeida, Pedro Vieira, Diogénes Tenório Júnior, Pedro Vieira, Rosmar Rodrigues, Jerônimo Roberto, Cristiano de Jesus, Carlito Lima, Lana Palmeira e tantos outros que contribuíram com o livro. Para Temóteo, garimpar contos pitorescos sempre foi tarefa simples e prazerosa e se gaba de que para presentear seu público com mais uma obra bastou dar alguns telefonemas ou até mesmo promover um encontro de amigos - do presente ou do passado - onde a acolhida era de que “se for para não falar da vida alheia, nem sente”. E como essa “fofoca” seria mesmo do bem, ninguém se furtou a deixar o lugar. E entre risos, aperitivos, lembranças e muitas conversas jogadas fora, ou não, o escritor colheu o que havia de melhor daquela prosa e agora presenteia seu público com mais essa obra. O grupo Joana Gajuru também deu o ar de sua graça e encenou oito historietas do livro. Arrancou risos e gargalhadas da plateia. O diálogo entre Jota Duarte e Gervásio Raimundo, narrado pelo autor da obra, foi outro momento de descontração em um teatro lotado e todos atentos a cada detalhe. E naquela noite festiva, vários amigos falaram do autor e da obra. Outros, preferiram apenas assistir a tudo e aplaudir a iniciativa, como foi o caso de Antônio Sapucaia. O escritor Diogénes Tenório Júnior foi outro entusiasta que também participou da obra. “O momento em si mostra o quanto ele (Temóteo) é bem relacionado e afável. O livro tem uma singularidade porque traz para a história a força não só da oralidade. A obra servirá de

Temóteo Correia descontrai público durante apresentação de seu livro

referência para pesquisadores e para quem se interessa por episódios hilários da vida política de Alagoas”. O cientista político Marcelo Bastos disse que pelo brilhantíssimo da noite percebe-se o quanto Temóteo é querido. Para ele, ter uma parcela de contribuição na obra foi gratificante. “Estamos em um momento de descontração. O livro é bastante interessante com suas histórias pitorescas e engraçadas, mas sem agressão”. Para o presidente da Academia Alagoana de Letras e responsável pelo prefácio, Alberto Rostand Lanverly, o momento retrata a força do escritor. “Fiquei surpreso pelo convite, mas extremamente feliz. Ao ler o livro, convenci-me que se na política ele apaga fogo com gasolina, como escritor conseguiu muito mais”, comparou o amigo também engenheiro da época dos bancos da universidade. O cardiologista José Wanderley disse que o livro é especial para compreender um pouco da história da política alagoana mesclada com muito

humor. “Temóteo mostrou coisas leves que encantam. Umas que testemunhou, outras que ouviu dizer e sem desmerecer ninguém nos presenteou com essa maravilha. Recomendo para todos os públicos e idades”. E o que dizer de Jota Duarte, que com toda vitalidade afirmou que tudo o que foi falado dele durante o evento e até no livro é pouco. “Se fosse contar tudo, daria outro livro”, disse com largo sorriso. Álvaro Machado falou que Alagoas é rica em fatos políticos pitorescos e que os hilários relatos da obra mostram a suavidade dos fatos. “Temóteo, com sabedoria, tão bem retratou e dramatizou em palavras. Não tenho dúvida que será um sucesso no meio intelectual e um marco para nossa história”. O procurador de Justiça Eduardo Tavares falou que a obra retrata nossa cultura alegre e cheia de graça. “É uma obra notável. Temóteo é um grande contador de história e como também sou ligado às letras vejo esta opor-

tunidade como um marco para a história de nosso estado”. O deputado Gilvan Barros disse que se trata de uma obra que além de cultura também é história. “Vejo como iniciativa positiva, pois retrata os fatos que marcaram a política de Alagoas de maneira leve e com bom humor. É um aprendizado para a atual e futuras gerações”. Temóteo Correia concluiu que estava feliz com a presença dos amigos e aquele momento era de descontração. “A sensação é de dever cumprido. Só tenho que agradecer”, afirmou ao apontar para os admiradores que formaram fila para cumprimentar o escritor, e receber sua assinatura no exemplar da obra. Como escreveu José Geraldo Marques, O Pitoresco da Política no País das Alagoas, volume 2, “é um livro não apenas para se ler como deleite, mas também para se ter como tempo de ‘ninho de cobras’ (segundo Lêdo Ivo), habilitado pelos caetés (segundo Graciliano)”. E assim, divirtam-se com o livro que é puro humor.


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Idas e vindas, sem razões

U

ma das trapalhadas que o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) protagonizaram nos últimos anos vem da exigência de nova placa de identificação de veículos, a fim de seguir um novo padrão chamado Mercosul. A iniciativa apresenta razões técnicas, pois o atual sistema de três letras e quatro dígitos tem limitação de combinações. O utilizado há décadas no Brasil já nasceu errado. Deveria, como proposto atualmente, estabelecer quatro letras (26, no alfabeto de português) e três dígitos. O número de combinações possíveis é muito maior do que o atual de três letras e quatro dígitos. Em 2014 se propôs o novo padrão, já implantado na Argentina e Uruguai no ano passado. Aqui sofreu sucessivos adiamentos entre outras razões porque o custo iria subir e o cronograma original obrigava todos os 43 milhões de automóveis e veículos comerciais (picapes, caminhões e ônibus)

e 13 milhões de motos em circulação a uma substituição acelerada. Agora, apenas veículos zero-km receberão obrigatoriamente o novo padrão e, para os demais, a iniciativa é voluntária. A última data anunciada é 1º de setembro próximo. Mas deverá sofrer novo adiamento porque se questiona no Tribunal de Contas da União (TCU) a necessidade de um penduricalho ausente na proposta original. Trata-se de acrescentar um brasão do município (nada menos de 5.570 deles, hoje) onde o veículo foi registrado. Assim haveria necessidade de comprar uma nova placa completa (agora, só uma plaqueta) em caso de transferência de cidade apenas por esse pormenor totalmente irrelevante. Além disso, fugiria do padrão Mercosul, sem motivo. O Detran estima que o custo do brasão não é alto, mas ele existe. Tudo indica que ocorrerá novo adiamento, inclusive por outros questionamentos. O Observatório Nacional de Segurança Viária oficiou ao TCU com três suges-

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FERNANDO CALMON

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br tões sobre especificações técnicas: 1. Garantia mínima de “brilho” (retrorrefletividade), igual ao atual, para melhor visibilidade noturna, possível diminuição de colisões traseiras e ainda dificultar clonagens. 2. Garantia mínima de “legibilidade” (luminância) para efeitos de fiscalização. 3. Garantia de 100% das placas com chip. Prepararia o país para uma malha viária bem monitorada em termos de segurança viária e/ou pública. Outra ideia do Denatran, que parece pura demagogia, é a proposta recente de uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação) emitida uma única vez. Exames médicos seriam feitos nos prazos regulamentares e

registrados eletronicamente. Exatamente o oposto do anunciado antes, que previa uma série de exigências descabidas. As renovações, caso bem estudadas, poderiam se transformar em algo educativo. Testes rápidos de múltipla escolha, sem efeitos de suspender a habilitação, poderiam ajudar as pessoas a reter melhor as regras de trânsito e induzir conceitos de direção defensiva. Problema maior foi ter deixado de lado um processo de primeira habilitação, antes longamente estudado e bem mais exigente do que o atual, diminuindo o abismo de deficiências hoje observado. Sem motoristas bem preparados o trânsito é sempre menos seguro.

ALTA RODA n NOVO padrão de emissões e consumo de combustível WLTP (Procedimento Mundial Harmonizado de Teste de Veículos Leves, em inglês) provoca atrasos de lançamentos na Europa. Talvez atinja o T-Cross espanhol previsto para começar produção em dezembro. Versão brasileira começaria em 1º de janeiro (como a Coluna antecipou), mas em consequência pode atrasar. n TERCEIRA geração do Porsche Cayenne deu um salto em dirigibilidade, que já era muito boa. Pode-se guiá-lo quase como um automóvel apesar de seus 2.020 kg de massa (155 kg menos). Diferenças no desenho concentram-se no teto e na traseira. Ficou 1 cm mais baixo, 6 cm mais longo e ganhou 100 litros para bagagem. Bateria convencional substituída por uma de íons de lítio. n OUTRO refino técnico do novo Cayenne: inédito defletor de teto ativo (função também de freio aerodinâmico), pela primeira vez em um SUV. Motores com oferta de potência racional: V-6/monoturbo/340 cv; V-6/biturbo/440 cv

e V-8/biturbo/550 cv. Muito interessante: 4D Chassis (ativo) e novo tipo de disco de freio. Acabamento primoroso, como sempre. Preços: R$ 423.000 a R$ 733.000. n POR FALAR em SUV, Peugeot 5008 (versão de sete lugares do 3008) consegue um raro equilíbrio em termos de estilo, apesar de dimensões avantajadas. Bom de guiar, surpreende pelo pequeno diâmetro e forma do volante que dispensa qualquer período de adaptação. Motor 1,6 turbo dá

conta do recado muito bem, salvo se estiver com lotação e bagagem completas. n TOYOTA Hilux 2019 segue regra de mudar a cada três anos. Exibe nova frente, mais perceptível em versões intermediária e de topo. Luz de Rodagem Diurna (DRL, em inglês) em todas. Mais equipada, há novos materiais de acabamento interno. A SRX, de topo, tem edição comemorativa dos 50 anos de Hilux, hoje na oitava geração. Preços: R$ 111.990 a 196.990.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

O Trapichão não ficará lotado com preços altos

N

ós já tivemos dois homens públicos, ambos com qualidades empreendedoras e que, por isso, já fizeram muito por Alagoas. Foram eles, o ex-governador Luiz Cavalcante e o empresário Sr. Napoleão Barbosa. A eles devemos avanços importanOs dias de partidas mais tes para o nosso importantes são os dias desenvolvimento social de melhores públicos e econômico, e desportivo. Sem não de deixar os pobres eles nós não terísem o futebol e sem ver amos um bonito os seus ídolos. O Trapi- estádio de futebol, chão é um bem público e como é o Trapidenominado não uma propriedade dos chão, oficialmente como senhores cartolas. Estádio Rei Pelé em homenagem ao fenomenal Pelé. Foram esses dinâmicos senhores que “inventaram” de construir um estádio de futebol, ten-

do como suporte financeiro os tradicionais bingos. Foi através de tais jogos que foi construído o estádio, para que Maceió tivesse um campo de futebol à altura dos grandes estádios brasileiros. Nós alagoanos, principalmente de Maceió, já sabíamos que em quase todos os domingos haveria um bingo esportivo, com muita gente vinda do interior de Alagoas e de estados vizinhos. Era uma grande festa, tanto por causa do número de pessoas que chegavam a Maceió, como pelo congraçamento entre visitantes, parentes, amigos e turistas. Num certo dia, os maceioenses vestiram suas melhores roupas, joias, perfumes e sapatos e foram para a festa de inauguração do bonito e moderno estádio. Anos depois, o governador Geraldo Bulhões mandou fazer uma reforma no estádio,

deixando-o com menos lugares. Eu ia muito ao Trapichão com meus filhos, mas ultimamente tenho evitado ir ver nossos times por causa da violência entre as torcidas. Tenho notado que a crise, a violência e a falta de dinheiro dos torcedores tem deixado muitos lugares desocupados, devido as “brigas” entre torcedores e preços dos ingressos, quando são majorados. Eu tenho notado que todas as vezes que os cartolas aumentam os preços dos ingressos, para aumento das arrecadações, muitos lugares que antes eram ocupados pelos torcedores mais fanáticos ficam vazios. Devido a isso, os mais pobres e mais fanáticos pelos seus times perdem a vontade de ir ao Trapichão, por falta de dinheiro. Ora, um determinado jogo sendo importante, claro que vai acontecer um maior público, sem a necessida-

de da majoração dos ingressos, mas os ambiciosos pensam diferente. Mesmo que um jogo não seja importante, se querem um bom público nas partidas, diminuam os preços dos ingressos e terão melhores arrecadações. Os dias de partidas mais importantes são os dias de melhores públicos e não de deixar os pobres sem o futebol e sem ver os seus ídolos. O Trapichão é um bem público e não uma propriedade dos senhores cartolas. Os torcedores pobres também são gente e são eles que lotam os estádios. Num estádio lotado, até os vendedores de picolé, amendoim e balas ganham dinheiro. Em tempo – O meu primo Jairo Lisboa Souto e o meu conterrâneo Benedito Ribeiro Torres dizem que gostam dos meus textos no EXTRA. Isso é muito bom! Obrigado a eles!


MACEIÓ, ALAGOAS - 24 A 29 DE AGOSTO DE 2018

ABCDO INTERIOR

Juiz será homenageado

O

juiz arapiraquense Giovanni Jatubá será homenageado nesta sexta-feira, 24, com a Medalha do Mérito Zumbi dos Palmares, cuja solenidade será promovida pela PM de Alagoas. O evento faz parte das comemorações do Dia do Soldado.

Solenidade

De acordo com informações do cerimonial, a solenidade começa às10h, no auditório do Tribunal de Justiça de Alagoas, em Maceió. A Medalha Zumbi dos Palmares foi criada para homenagear pessoas físicas ou jurídicas, nacionais e estrangeiras, que tenham se destacado e contribuído para o engrandecimento do nome da Polícia Militar de Alagoas.

Quem é?

Giovanni Alfredo de Oliveira Jatubá é juiz de Direito e res-ponde pela 4ª Vara Cível de Arapiraca / Fazenda Pública. É um magistrado respeitado e bastante querido por seus colegas e serventuários da Justiça arapiraquense.

Barraco em Palmeira

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Mais uma vez o cantor Devinho Novaes se envolve em confusão. Ele se apresentou na segunda-feira (20) na festa de emancipação política de Palmeira dos Índios. Em seu Instagram, após agradecer ao público pelo show, Devinho contou sobre uma confusão ocorrida no camarim após o espetáculo.

2

Segundo o cantor, um homem ficou enciumado enquanto ele e sua namorada tiravam fotos com ele. “Fui tirar uma foto no meio de um casal. O cara me empurrou, puxou meu braço, dizendo que eu ia pegar a mulher dele! Eu não tenho precisão de estar pegando a mulher dos outros, se eu tenho a minha namorada”, disse. Pode uma coisa dessas?!

Morte em Pilar

Na quarta-feira, 22, um colisão frontal envolvendo um caminhão e uma Saveiro Cross, de cor vermelha e placa NUQ 3830, de Aracati, Ceará, provocou a morte de três pessoas, na BR-101, em Pilar. Duas viaturas e seis bombeiros militares foram acionados para a ocorrência, conforme o relatório de ocorrências da corporação.

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robertobaiabarros@hotmail.com

Candidatura ameaçada

Foi preso

Em Arapiraca, o advogado e candidato a deputado estadual pelo PROS, Adler Ricardo Marques, foi preso após ameaçar a ex-mulher, Claudjane Barbosa Silva, durante uma audiência no Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. O caso ocorreu na tarde de quarta-feira (22). De acordo com informações da polícia arapiraquense, Adler Ricardo foi solto após pagar fiança.

Ameaçou esposa

O advogado, no entanto, responderá o processo em liberdade. A sua prisão foi decretada pelo juiz que conduzia a audiência, Alexandre Machado de Oliveira, após Ricardo Marques se exaltar, ameaçar e proferir palavras de baixo calão contra a ex-esposa. O magistrado, que conduzia a audiência, entendeu a atitude do advogado como flagrante de ameaça e difamação e decretou a prisão com base na Lei Maria da Penha.

O deputado estadual Jairzinho Lira (PRTB) sofreu um pedido de impugnação de candidatura para a reeleição em 2018. A ação foi protocolada pelo Ministério Público Eleitoral no último dia 18. O argumento da procuradora Raquel Teixeira Maciel Rodrigues, da Procuradoria Regional Eleitoral de Alagoas, traz uma rejeição às contas de Jairzinho em sua gestão na Prefeitura de Lagoa da Canoa, feita pelo Tribunal de Contas da União, em 2015.

Foi prefeito

Jair Lira Soares foi prefeito de Lagoa da Canoa entre os anos de 2005 e 2012. O objeto do pedido de impugnação é um convênio firmado entre a Prefeitura de Lagoa da Canoa/AL e a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), ligada ao Ministério da Saúde federal. O convênio visava à execução do sistema de abastecimento de água dos povoados Riacho Grande, Barro Preto, Antonica e Genipapo, naquele município. (Com 7segundos).

Contas rejeitadas

De acordo com o documento apresentado pelo MPE, as contas relativas à gestão deste convênio foram rejeitadas por irregularidade insanável, de forma definitiva pelo TCU, o que configura ato doloso de improbidade administrativa.

PELO INTERIOR ... Um professor de matemática, da cidade de Junqueiro, no Agreste alagoano, está desaparecido e a família procura informações sobre o seu paradeiro. ... Antônio Roberto da Silva, conhecido como “Betinho”, está desaparecido há pelo menos seis dias. Ele foi visto pela última vez, no último sábado (18), quando saiu com o namorado para um barzinho, naquela cidade. ... Segundo um parente, identificado como José Antônio, o casal saiu de casa aproximadamente às 19h. Depois, não foram mais vistos. O professor chegou a visualizar uma mensagem pelo WhatsApp, às 23h05 de sábado, ainda segundo o familiar. O celular do professor está desligado e todos aflitos por notícias suas. ... Os parentes já procuraram o 80º Distrito Policial do município e registraram um Boletim

RAZÃO SOCIAL: E V B DA SILVA FABRICACAO DE PRODUTOS PARA CONSTRUCAO EIRELI INSCRITA NO CNPJ: 29.969.644/0001-74 LOCALIZADA NA FAZ ZONA RURAL, Nº S/N, GONGO, CEP:57.275000, SÃO SEBASTIÃO(AL) FABRICAÇÃO DE TINTAS, VERNIZES, ESMALTES E LACAS, TORNA PÚBLICO QUE REQUEREU DO INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE, A REGULARIZAÇÃO DA LICENÇA DE OPERAÇÃO.

de Ocorrência. ... As polícias Civil e Militar já estiveram na residência do namorado do professor, mas o rapaz também sumiu. Há informações que, na segunda-feira (20), o companheiro de “Betinho” foi trabalhar, mas depois desapareceu. (Com 7segundos). ... Com o objetivo de fomentar a produção agrícola e beneficiar os produtores, a Prefeitura de Santana do Mundaú, por meio da Secretaria de Agricultura, está realizando o trabalho de aração de terras, que visa contribuir para que eles tenham condições de produzir e comercializar melhor os seus produtos. ... ‘‘Por determinação do prefeito Arthur Freitas, tratores e outros equipamentos agrícolas estão sempre à disposição do homem do campo, proporcionando mais melhorias no plantio e manejo com a terra. Nosso maior

objetivo, é construir uma política sólida de desenvolvimento agrário, garantindo que os agricultores tenham bons resultados nas suas safras”, destacou o secretário Cícero Francisco. ... As inscrições para credenciamento e futura contratação de músicos instrumentistas de bandas de fanfarra se encerraram na quartafeira (22). ... Os profissionais irão trabalhar na preparação das bandas das escolas de eEnsino fundamental da rede municipal de ensino, que devem integrar os desfiles cívicos do Dia da Independência (7 de setembro) e da Emancipação Política de Arapiraca (30 de outubro) de 2018. ... Aos leitores da coluna, desejamos um excelente final de semana, repleto de paz e saúde. Até a próxima edição!


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30 ANOS DE ELEIÇÕES EM ALAGOAS

2004 Fatos importantes do primeiro turno das eleições em Maceió

O deputado estadual Cícero Al1) meida (PDT) foi o mais votado com uma votação de 140.874 votos (42,55%)

e sua vice foi Lourdinha Lyra (PTB). Em todas as pesquisas do primeiro turno, Cícero liderou a corrida eleitoral em todos os institutos de pesquisas. Ainda não eram proibidos pela Justiça Eleitoral outdoor, camisas e showmícios. Patrocinado pelo industrial e deputado federal João Lyra, sua campanha foi uma das mais caras ao longo da história em Alagoas. Maceió foi poluída de outdoors e camisas do candidato e as principais estrelas do axé da Bahia estiveram nos seus showmícios. Além dessa megaestrutura de campanha, o desgaste da prefeita Kátia Born e o grande apelo popular do candidato foram determinantes para uma fácil vitória de Cícero. O vice-prefeito Alberto Sextafeira (PSB) foi o segundo colocado com uma votação de 90.123 votos (26,65%) e seu vice foi José Roberto (PT). Apesar do

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CONTEXTO HISTÓRICO

profundo desgaste da gestão da prefeita Kátia Born, a estrutura da máquina do Município e do Estado a seu favor, colocaram SextaFeira no segundo turno. O médico José Wanderley (PMDB) foi o terceiro colocado com uma votação de 67.543 votos (19,97%) e seu vice foi o vereador Jorge VI (PSDB). O apoio dos senadores Renan Calheiros (PMDB) e Teotonio Vilela Filho (PSDB) e sua credibilidade como um dos mais conceituados médicos do estado não foram suficientes para alavancar a sua campanha. A polarização entre Cícero Almeida (PDT) e Alberto SextaFeira (PSB) deixou José Wanderley (PMDB) sem chance de chegar ao segundo turno. O ex-deputado federal Regis Cavalcante (PPS) foi o quarto colocado com uma votação de 31.874 votos (9,43%) e seu vice foi Juca Carvalho (PPS). Sem atrair outros partidos de esquerda e com um tempo limitado no Guia Eleitoral, ainda foi razoável o seu desempenho no pleito. Galba Novaes de Castro Júnior (PL) foi o vereador mais votado com uma votação de 11.375 vo-

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MARCELO BASTOS

Na Eleição Municipal de 2004, em Maceió tínhamos à frente do Governo do Estado Ronaldo Lessa (PSB) e, do Município de Maceió, Kátia Born (PSB).

Analista político

tos. Herdeiro político do vereador Galba Novaes de Castro e com uma larga folha de serviços prestados à comunidade do Grande Tabuleiro e adjacências resultaram na expressiva votação.

Fatos importantes no segundo turno das eleições em Maceió

O médico José Wanderley 1) (PMDB), que foi o terceiro colocado no primeiro turno, não apoiou nenhum

dos candidatos no segundo turno das eleições. Seguiu a orientação dos senadores Renan (PMDB) e Teotonio (PSDB) de não apoiar nenhum dos candidatos. O ex-deputado federal Regis Cavalcante (PPS), que foi o quarto colocado no primeiro turno, apoiou no segundo turno o candidato Cícero Almeida (PDT). O deputado estadual Cícero Almeida (PDT) foi eleito com uma votação de 189.697 votos (56,54%) e continuou liderando todas as pesquisas no segundo turno. O aumento do patrocínio

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do industrial e deputado federal João Lyra (PTB) e o desgaste da gestão da prefeita Kátia Born (PSB) contribuíram para a consolidação da vitória de Cícero. O vice-prefeito Alberto Sextafeira (PSB) foi o segundo colocado com uma votação de 145.842 votos (43,46%). A estrutura da máquina do Município e do Estado a seu favor e o aumento da participação do governador Ronaldo Lessa (PSB) na sua campanha não foram suficientes para alavancar a sua candidatura.

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