Edicao897

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OLHAR DE NISE

TÔ FORA

TV portuguesa vai exibir o premiado documentário sobre a história da alagoana que revolucionou a psiquiatria no mundo P/24

extra

Heloísa Helena não será candidato ao Senado por Alagoas, mas Marina Silva insiste em sua candidatura majoritária por outro estado P/3

www.novoextra.com.br

R 3,00

MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVIII - Nº 897 - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE 2016

PREFEITOS RECEBERÃO MUNICÍPIOS QUEBRADOS Nove herdarão rombo de R$ 100 milhões; AMA tenta evitar que atuais gestores deixem cofres esvaziados

Marcelo Beltrão, presidente da AMA

P/6 e 7

CONCURSO

CB atropela legislação que regulamenta a promoção de militares

P/10

PEC 241/55

Advogado diz que teto de gastos é “veneno para matar resfriado”

P/8

ECONOMIA

Penedo ganha sua primeira indústria de argamassa

P/12 e 13


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MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE 2016

No colo do CNJ

C

omo esta coluna previu, o imbróglio jurídico em torno da posse de uma área de terra no pólo industrial de Marechal Deodoro caiu no colo do CNJ, que nos últimos anos tem se preocupado bastante com a atuação da Justiça alagoana em determinados processos. Esta semana, o agricultor Jorge Florentino dos Santos recorreu ao Conselho Nacional de Justiça para reclamar da demora no julgamento de seu processo, que tramita há anos na Comarca de Marechal Deodoro e em outras instâncias da Justiça estadual.

Posse legal

Jorge Florentino tem a posse da área há mais de 20 anos, sem qualquer contestação da extinta Codeal – Companhia de Desenvolvimento de Alagoas – antiga proprietária do imóvel, cujo patrimônio foi depois transferido para a CARHP, que abandonou a área e nunca questionou o domínio do posseiro.

Pressões

No governo de Téo Vilela, tucanos de alta plumagem cresceram os olhos para o valioso bem, de 170 hectares, e tentaram se apoderar da terra sem indenizar o posseiro, como manda a lei. Pressionaram de todas as formas, mas não conseguiram êxito. Na cartada final oferecerem R$ 5 milhões pelas terras, o que foi recusado por Jorge Florentino.

Fraude oficial

Diante da resistência do posseiro, os tucanos montaram um conluio envolvendo a CARHP e serventuários da Justiça para expulsar Jorge Florentino sem direito a nada. Criaram uma falsa matrícula da terra e convenceram o governador Téo Vilela a desapropriar o imóvel para distribuir lotes com novas indústrias que seriam implantadas na região. Com base nessa fraude, o Estado distribuiu parte da área entre três indústrias que ali se instalaram “legalizando” as doações com a criação de novas matrículas fraudulentas.

Grilagem

Ao entrar com ação de reintegração de posse, Jorge Florentino denunciou a invasão da área e comparou a fraude ao crime de grilagem, onde se falsifica escrituras para se apossar de terras alheias. Na ação, o posseiro pede ao TJ a cassação da medida liminar que respalda a ilegalidade praticada pelo Estado, mas o tribunal deu ouvidos de mercador e ainda nem se mexeu.

Cúmplices

Até agora, o governador Renan Filho não se pronunciou sobre o imbróglio, que pode complicar a vida de juízes, desembargadores e outras autoridades. Se não por ação, mas por omissão e cumplicidade. O caso pode terminar no STJ.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Téo, senador

Reforço

O ex-governador Téo Vilela já está se movendo com vistas às eleições de 2018, quando disputará uma das duas vagas de senador. Também estarão no páreo os atuais senadores Renan Calheiros e Biu de Lira, além de outros pretensos candidatos. Um dos três vai sobrar.

O advogado Adriano Soares foi convocado pelo prefeito eleito em Arapiraca, Rogério Teófilo, para integrar a equipe de transição. Teófilo já divulgou que em janeiro irá realizar uma auditoria na contas do município, mas nada de caça às bruxas. Ainda assim, tem gente de orelha em pé.

Pacto de 2014

Na eleição de 2014, Téo Vilela não apoiou, oficialmente, a candidatura do sucessor Renan Filho, mas até os muros do Palácio sabiam da existência de um pacto com Renan-pai para garantiu a vitória do filho. Em troca, teria o apoio dos Calheiros para voltar ao Senado em 2018.

Rio Largo

O prefeito eleito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves, é alvo de tantos processos judiciais que pode até nem tomar posse no cargo. Já prevendo o pior, colocou como vice a esposa Maria Cristina Cordeiro para comandar o município em caso de emergência. Mas a oposição quer impugnar a chapa completa.

Família furacão

O médico Fernando Sérgio Lira, novo prefeito de Maragogi, vai ter bastante trabalho para consertar os estragos deixados pela família Madeira nos 12 anos de desmando administrativo. A cidade está tão maltratada que mais parece ter sido atingida por um furacão.

Fim de linha

A tradicional empresa de ônibus Palmeirense, que tem mais de meio século de serviço prestado aos alagoanos, corre o risco de fechar as portas devido a concorrência predatória que afeta o setor. Outras empresas do ramo já sucumbiram diante da concorrência do chamado transporte alternativo e dos clandestinos.

Lobby Máfia do carimbo

As últimas duas semanas foram movimentadas em Brasília. Prefeitos eleitos de Alagoas fizeram uma verdadeira peregrinação atrás de emenda parlamentar. Deputados e senadores tiveram que ouvir muito “choro” pela chamada “parceria”.

A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) estuda a possibilidade de recorrer ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para frear a ganância dos donos de cartórios, que não respeitam sequer as decisões da Justiça. O caso já foi levado à apreciação da diretoria da Os deputados começam a se movimentar em torno da OAB-AL e do presidente do TJ. eleição para a Mesa Diretora da E pode virar caso de polícia. Assembleia Legislativa. Hoje, o Poder é comandado por Luiz Dantas, que deve pleitear a Muitos dos prefeitos alagoanos reeleição. Mas o taturana Antônio que perderam a reeleição estão encalacrados não só com os órgãos Albuquerque, que segundo a PF comandou a roubalheira na ALE, de fiscalização, mas também ensaia formar um grupo para com os agiotas. Alguns deles voltar ao comando da Casa. penhoraram todos os bens para

Eleição

Agiotagem

conseguir dinheiro no mercado negro e agora não têm como honrar as dívidas com os agiotas.

Apreensivo

O prefeito eleito de União dos Palmares, Kil Freitas, ganhou mas pode não levar. Há no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um processo de improbidade que deve ser julgado a qualquer momento contra o gestor.

Trump

Heloísa Helena, sobre a eleição do de Donald Trump: “Nos EUA a eleição do medíocre racista bilionário Trump foi todo o tempo ameaçada pelos conhecidos efeitos manada nas bolsas de valores, dos fiéis representantes do grande capital e tão bem representados por ele! Enfim, como diz a máfia e eles praticam: são apenas negócios”.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

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MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE 2016

JORGE OLIVEIRA

Dilma quer parecer honesta Cascais, Portugal - A semana passada, a Folha de S. Paulo descobriu a Dilma em Porto Alegre e fez uma matéria chorosa com ela. Mostrou-a uma coitada, isolada em um modesto apartamento de um prédio sem porteiro. Para os desavisados, a ex-presidente, depois do impeachment, recolheu-se a um quarto e sala sem móveis onde é atendida por uma diarista tão ou quanto singela como ela. Atiçado pela minha verve cristã, pensei, depois de ler o texto, em mandar um dinheirinho para a Dilma, uma coisinha que ajudasse no seu sustento diário ou – quem sabe – ajudar no próprio aluguel. Mas logo me dei conta de que ela recebe gordas aposentadorias, portanto, a história contada pelo repórter do jornal não passa de uma encenação de quem quer parecer honesta e pobre para fugir da Lava jato. Resisti à minha tentação caridosa porque logo lembrei como a Dilma foi nociva ao país. Como foi conivente com a organização criminosa petista que assaltou os cofres das empresas públicas. Como foi dissimulada com todas as falcatruas que a sua equipe promoveu durante os seus anos de governo. Quanta desordem administrativa, quanta desordem mental nas decisões, nos discursos e nas conversas com líderes estrangeiros. Quanta roubalheira. Agora, querendo esquecer o passado, ela abre o seu quarto e sala para se mostrar uma mulher sem arrogância, pobre, mortal como a sua diarista. Quer passar a impressão que deixou a presidência com uma mão na frente e outra atrás, que não compactuou com a roubalheira que começou com ela quando autorizou a compra da refinaria do Texas. É difícil para o brasileiro engolir essa farsa, quando sabe que ela passou na frente de milhares de contribuintes para conseguir a sua aposentadoria, motivo de um processo administrativo dentro do INSS. Que ao deixar a presidência, agora tem direito a uma pensão vitalícia, a segurança, carro oficial e combustível. Que se acumpliciou com o Palocci, seu ex-ministro, para captar milhões de reais de caixa dois para a sua campanha. E que, finalmente, nomeasse ou ratificasse os nomes de todos os diretores da Petrobras que roubaram bilhões da empresa. O repórter conta na matéria que encontrou a Dilma como uma simples dona de casa. Ainda com os móveis desarrumados e a casa em desalinho, em nada parecia aquela Dilma chique que vivia para cima e pra baixo no avião presidencial visitando chefes de Estado e às vezes desviando a aeronave para saborear um bacalhau em Lisboa. No meio da conversa, a Dilma ofereceu-lhe um café. Por falta de mesa, as xícaras ficaram sobre uma cadeira. Ela falou que ainda pedala e mostrou os punhos doloridos pelo exercício continuado. Disse que sai pouco de casa. E quando isso acontece visita o ex-marido e alguns amigos antigos. Não é de badalação e, neste momento, nem de conversas políticas. A conversa descontraída entre os dois em nenhum momento é quebrada por perguntas inconvenientes, tipo: a senhora não teme a Lava Jato? Acha que vai escapar de depor na Polícia Federal, depois da descoberta do caixa dois na sua campanha? Não, nada disso. A pauta do jornal era essa mesmo: uma matéria com a Dilma para mostrar como vive a ex-presidente depois do impeachment. E o repórter a cumpriu com competência.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Dobradinha

Neste momento é difícil saber se a dobradinha Renan/Téo, de tanto sucesso em outras campanhas, voltará a acontecer na eleição para o Senado, já que desta vez Biu de Lira esteve à frente da campanha de Rui Palmeira como aliado dos tucanos, desfilando em carros abertos e visitando os bairros de Maceió com o Rui e o Téo. Uma coisa é certa. Um desses três nomes: Renan, Téo e Biu não volta ao Senado Federal. Faça suas apostas.

Esquecimento

É assim que acontece no Brasil. Esquece-se os malfeitos rapidamente e procura-se recuperar a imagem, em pouco tempo, de personagens que fizeram mal ao povo, a exemplo da Dilma. Se não fosse o juiz Sérgio Moro nada disso estaria ocorrendo. Ninguém estaria na cadeia pelo assalto às empresas públicas porque, pelo último levantamento, a média de tempo no STF para se processar um político é de 18 anos. É, isso mesmo o que você leu: 18 anos é o que demora para o STF processar um político.

Procurado

Candidatos

Veja o exemplo do Maluf. Procurado em mais de 100 países por corrupção é deputado federal e até agora não foi condenado em nenhum de seus processos, mesmo com as suas contas descobertas no exterior e uma parte do dinheiro devolvido aos cofres da Prefeitura de São Paulo. Os processos da Lava Jato que apuram os crimes dos políticos estão na gaveta dos ministros. Parecem uma chaleira quente, ninguém quer botar a mão. É assim que caminha a Justiça brasileira: a passos lentos como um paquiderme a caminho do cemitério.

Uma coisa, porém, já se pode perguntar: como vão ficar as candidaturas ao Senado? Pelo menos três, neste momento, vão disputar. Renan e Biu tentam a reeleição e Téo procura voltar ao Senado depois de oito no governo do Estado. Outros nomes, porém, podem aparecer. Um deles é do ministro Maurício Quintela que, à frente do Ministério dos Transportes tende a se fortalecer numa candidatura majoritária.

Passo em falso

Ciço, e agora?

Depois da derrota do Ciço, os políticos alagoanos tendem a se reagrupar. Mas uma coisa é certa: os Calheiros vão estar bem distante dos Palmeiras. Bem distante a julgar pelas farpas distribuídas entre Renan e Rui, depois de abertas as urnas e sagrar Rui como prefeito reeleito.

Pesado

Tanto Rui como Renan jogaram pesado. Renan foi buscar histórias antigas do prefeito para confrontá-lo, procurando tirar dele a máscara de bom moço. E o Rui, no embate, tentou imprimir em Renan a marca do coronel. E para onde vai tudo isso? Em 2018, a certeza é que eles não estarão juntos em nada. Mas como em política nada se sabe, ninguém pode apostar o que vai ocorrer lá na frente.

O Ciço, sem dúvida, foi o cara que mexeu com as eleições para 2018. Ele próprio pode não voltar à Câmara dos Deputados. Até já declarou que o caminho mais cômodo é o da Assembleia Legislativa. Mas a sua candidatura a prefeito de Maceió não deixou um bom legado para os Calheiros que vão tentar fazer a reengenharia política para daqui a dois anos. O momento agora é de juntar os cacos para recomeçar a refazer o espelho político com mão de artesão. E o político – que vive de política – sabe, como ninguém, refazer isso muito bem. Sem o Ciço, claro.

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MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE 2016

GABRIEL MOUSINHO

Novo estilo

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uem conhece o senador Renan Calheiros de longos carnavais se surpreendeu com a nota agressiva que ele divulgou depois das eleições para prefeito de Maceió. Renan, ao contrário de outros momentos de tensão, se mostrou agressivo, violento nas palavras, deixando transparecer que o seu velho estilo de administrar problemas precisava ser reformulado. O senador foi duro, implacável com o prefeito Rui Palmeira. Chegou até a dizer que as provocações na campanha foram grandes, como se seu candidato Cícero Almeida tenha se comportado no Guia Eleitoral como um santinho de bons propósitos. As agressões na campanha, de ambos os lados, tiveram seu motivo de ser. Almeida, empurrado pela força dos Calheiros, como o presidente do Senado e o governador do Estado, pensava que iria ser uma batalha fácil de ganhar. Não sabia, porém, que Rui Palmeira estava bem armado, com um programa compacto, um marketing definido, enquanto ele começou a errar no início e no fim. Vai ser difícil, pelo menos por enquanto, apagar as arestas criadas entre os Renans e Palmeira, principalmente quando se vislumbrar, em dois anos, novos embates, quando novamente disputam as eleições Renan pai e Renan Filho, com amplas possibilidades de Rui também se fazer presente. Os grupos que se enfrentarão em 2018 já estão definidos e, mais uma vez, vamos ver para onde a balança vai pender. No ringue, adversários históricos e em jogo quem vai governar o Estado e quem ficará durante mais oito anos no Senado.

gabrielmousinho@bol.com.br

Para complicar

Silvânio Barbosa, que não ficou nada satisfeito com a votação que obteve nas últimas eleições, pode ser o adversário de Kelmann Vieira na disputa pela presidência da Câmara. Para a bancada do prefeito Rui Palmeira, Silvânio está perdendo tempo.

Tranquilidade

Ao fazer a maioria na Câmara de Vereadores, o prefeito Rui Palmeira vai administrar os próximos quatro anos – se não sair candidato ao governo – com muita tranquilidade. Os outros de outras coligações também podem migrar para a situação.

Ele pode voar Bateu, levou

Novo estilo de enfrentar crise, o senador Renan adotou uma velha postura do bateu, levou que já passou por Alagoas. Daqui pra frente a imagem de bonzinho de Calheiros não será a mesma. Para ele, agora, bateu, levou.

Meia volta

Depois da briga de Renan com Rui Palmeira, a situação do ex-governador Téo Vilela fica muito delicada. Como muitos dizem por aí que haveria de ser renovada a possibilidade de uma dobradinha para o Senado, parece que a coisa não será bem assim. Se Téo for pra lá pode criar uma situação constrangedora com o grupo de sustentação política de Rui Palmeira. Essas questões já começam a ser analisadas pelos caciques da situação e oposição.

Aí complicou

O deputado cassado Eduardo Cunha fez sua defesa prévia e colocou, no seu rol de testemunhas, ninguém menos do que o ex-presidente Lula e o presidente Michel Temer. Parece que está todo mundo endoidando depois da Lava Jato.

Faixa cretina

O governador Renan Filho não gostou nem um pouco de uma faixa colocada logo após as eleições para prefeito de Maceió no elevado do Cepa. A assessoria do governador está sendo apontada como culpada por ter deixado a faixa, que ninguém sabe quem colocou, durante tanto tempo exposta para o público.

Tadeu Lira, administrador do Porto de Maceió, segundo informações de bastidores, estaria sendo fritado e sua permanência lá seria por pouco tempo. De volta, da família Beltrão, está circulando novamente o nome de Djalma, filho de Rosiana Beltrão, eleita prefeita de Feliz Deserto.

Tiro no pé

O governo precisa ter mais cuidado ao divulgar dados estatísticos, principalmente quando se refere à segurança pública. O jornalista Davi Soares descobriu que os dados foram forjados, daí deixando que Alagoas figurasse como o Estado mais violento da Federação. A diferença apurada foi A crise no Porto de Maceió parece que é a mais de mais de cem assassinatos que não grave dos últimos tempos. Fornecedores, terceiri- foram computados no levantamento zados e outros segmentos estão sem ver a cor do feito pela segurança pública. O goverdinheiro desde setembro. O pior é que ninguém no reagiu e negou qualquer ação para sabe quando as pendências serão resolvidas. burlar dados.

Não paga a ninguém

Apoio a Marx

A iminente substituição de Tadeu de Lira do Porto seria porque a ex, Rosiana Beltrão, estaria novamente de boa com Marx lhe prometendo apoio irrestrito nas eleições de 2018. Em nome dos votos a Administração do Porto vai mudar de patrão.

Não adianta gritar

A população tem que ficar alerta, adotar medidas práticas e cobrar mais das autoridades na desenfreada corrupção no Brasil. Não adianta ficar esbravejando, gritando, sem pressionar de forma concreta o Judiciário a tomar providências rápidas e objetivas. O povo espera que todos os envolvidos no assalto aos cofres públicos da Petrobras e outras instituições, vão logo para a cadeia.

Ampliando

Mesmo com a maioria na Câmara de Vereadores, o objetivo do prefeito de Maceió é ampliar o apoio na Casa de Mário Guimarães. Vereadores que estavam na coligação de Almeida só esperam o retorno de Rui Palmeira, que tirou dez dias de férias, para conversar. É apenas uma questão de tempo.

Sem paciência

Por falar em processo, tem muitos que ainda esperam decisão judicial para serem resolvidos, mesmo depois de a sentença transitar em julgado. Os prejudicados já estão pensando seriamente em denunciar a morosidade ao Conselho Nacional de Justiça.

Surpresa

Na vitória de Donald Trump nos Estados Unidos ninguém acreditava. As pesquisas erraram grosseiramente ao dar praticamente a vitória a Hillary Clinton. O magnata é futuro presidente e ninguém sabe o que poderá acontecer no mundo. Se cumprir o que prometeu na campanha, o ano de 2017 será efervescente.

Perguntar não E o tempo passando ofende Somente no próximo dia 29 de novembro o processo da Taturana volta à pauta no Tribunal de Justiça. Todas às vezes que tem um julgamento marcado, aparece uma novidade. Vamos ver se dessa vez, vai.

Quando o Supremo Tribunal Federal vai decidir sobre as denúncias feitas pelo Ministério Público contra os envolvidos da Laja Jato?


MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE 2016

18 anos do EXTRA e muitas histórias para contar

SITE E VERSÃO DIGITAL EM QUASE DUAS DÉCADAS DE EXISTÊNCIA, PORTAL PASSOU POR MODIFICAÇÕES E DIVULGOU FATOS QUE MERECEM SER RELEMBRADOS MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

H

á 18 anos, o jornal EXTRA DE ALAGOAS contempla seu fiel leitor com notícias quentes e um jornalismo de credibilidade. Todas as sextas-feiras ele chega às bancas sempre com uma novidade, diferencial que atrai o leitor do estado e visitantes. Mas o público além das fronteiras não poderia ficar de fora e assim sua versão digital veio para contemplar esse nicho. Como o impresso, o online também passou por mudanças e foram agregados novos valores. No início, o site funcionava de forma tímida e sem dinamismo. Mas com o boom da nova ferramenta, o EXTRA também buscou renovar e saiu da plataforma fixa - onde funcionava apenas com material do impresso - e passou a publicar notícias diárias. Com layout mais limpo, o acesso ao conteúdo ficou mais acessível e automaticamente pode ser acessado por qualquer tipo de dispositivo móvel, ajustado de acordo com a tela. A ferramenta de busca para pesquisa do acervo do semanário também facilitou a vida de quem a recorre. O Extra online oferece

ainda o jornal impresso, que pode ser lido em formato eletrônico a partir da quarta-feira de cada semana. O leitor também pode acompanhar a coluna Sururu, que revela o que acontece nos bastidores da política. E foi pensando na necessidade de ampliar o contato com o público que o semanário tem investido cada vez mais no NOVO EXTRA. E para trazer as principais notícias de Alagoas, do Brasil e do mundo em tempo real, em outubro desse ano, o site foi repaginado, reunindo uma gama maior de matérias das mais variadas editorias.

Flagrantes em vídeos atraem internautas A versão digital do EXTRA também tem história para contar. Não é a toa que as matérias mais lidas e comentadas são as de política. E uma que recentemente fez bastante sucesso foi a publicação da gravação de um ex-prefeito contando como comprou voto para o filho virar deputado. Há alguns anos, a divulgação de um vídeo em que um padre do interior deixou os fiéis à deriva e

foi “curtir’ com um grupo de amigos no Sul do país deu o que falar. O vazamento do material rendeu muita dor de cabeça ao religioso que não chegou a ser expulso da igreja, mas foi convidado a deixar a paróquia. Outro fato que mereceu destaque no EXTRA online foi uma encrenca em família.Não há como esquecer a surra que um ancião de quase 80 anos por pouco não levou de um

sobrinho-deputado, em Limoeiro. O senhor participava de uma procissão no interior de Alagoas e como não comungava da mesma opinião do parente, foi recebido por um grupo de “capangas” do político que invadiu a cerimônia religiosa montado a cavalos querendo pisotear o idoso. O vídeo chegou até o EXTRA, rendendo muitos comentários e compartilhamentos. E para ficar mais

informado, além da versão impressa todas as sextasfeiras, nas bancas, o leitor pode recorrer aos endereços eletrônicos www. novoextra.com.br, o twitter.com/ExtraAlagoas e o facebook.com/jornalextradealagoas. Basta acessar estas redes sociais e, com certeza, muitos conteúdos de qualidades estão por lá. Outras histórias destes 18 anos do jornal EXTRA virão na próxima edição.

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Futuros prefeitos temem herança maldita

CONTAS PÚBLICAS

AMA VAI A BRASÍLIA E MP FISCALIZA ATUAIS GESTORES PARA EVITAR ‘SURPRESAS’ ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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refeitos alagoanos correm contra o relógio para fechar as contas e entregar as administrações para os sucessores com os salários em dia, 13º pago e nada de dívidas com os fornecedores. Tudo por causa das punições que preveem a Lei de Responsabilidade Fiscal a quem deixar os cofres públicos esvaziados ou cheios de dívidas para os futuros prefeitos. Os atuais gestores esperam um incremento nas contas neste final de ano com o dinheiro da repatriação de recursos no estrangeiro (a Secretaria da Fazenda prevê R$ 220 milhões para Alagoas) e uma melhoria na arrecadação. Como a maioria das cidades alagoanas tem a economia federalizada, ou seja, depende dos repasses dos cofres da União, acredita-se que a era Michel Temer vá ajudar os atuais prefeitos e os futuros a encontrarem saídas. “Muitas dificuldades na arrecadação, mas prioridade para o pagamento do servidor público, inclusive 13º. Os recursos da repatriação irão ajudar a amenizar essa dificuldade”, disse o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Marcelo Beltrão, ao EXTRA. Ele viajou na quinta-feira (10), a Brasília, para encontro dos prefeitos na Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Marcelo também teve conversa com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), sobre as contas em vermelho das cidades brasileiras. Enquanto os prefeitos ala-

goanos estão em Brasília, um deles ficou: foi Rogério Teófilo (PSDB), que assume a Prefeitura de Arapiraca após uma derrota acachapante do deputado Ricardo Nezinho (PMDB). Rogério acompanha de perto os últimos momentos da administração de Célia Rocha (PTC), que encerra sua carreira política sem deixar saudades. Célia tem esperança no dinheiro da repatriação (R$ 6 milhões para pagar aos servidores), mas levou adiante duas propostas nebulosas- e barradas pelo Ministério Público. A primeira: a venda de áreas públicas. Dezessete terrenos foram postos a leilão, mas três deles não foram vendidos porque eram parte de ruas. O projeto tramitou na Câmara de Vereadores de forma relâmpago: aprovado em 25 de julho. Objetivo era arrecadar R$ 20 milhões para cobrir contrapartidas de obras federais. O segundo lance nebuloso veio esta semana: renúncia fiscal a devedores que aceitassem pagar à vista, até dezembro, débitos com a Prefeitura de Arapiraca. A Câmara de Vereadores aprovaria na quarta (9) o projeto, mas acabou seguindo recomendação do promotor Napoleão Amaral de suspender a tramitação até que a comissão de transição, nomeada por Rogério Teófilo, avaliasse o caso. “Não queremos brigar com ninguém, não é este meu objetivo. Mas, estamos adotando a transparência na nossa gestão, agindo de maneira clara. Neste momento pelo qual passa o Brasil e as prefeituras, renúncia fiscal é a melhor

Marcelo Beltrão discute a crise dos municípios em Brasília

saída?”, questionou o prefeito eleito, ao ser ouvido pelo EXTRA. Há cidades que enfrentam situação mais grave e menos conhecida. É o caso de Matriz de Camaragibe. Salários dos servidores públicos estão atrasados. O atual prefeito, Marcos Paulo (PSD), ajudou a eleger seu sucessor, Anderson (PSD), mas o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal) ainda espera uma posição mais firme do Ministério Público Estadual na cidade em busca de alternativas. “A situação dos trabalha-

dores preocupa bastante. Alguns estão dependendo das famílias para não passarem necessidades”, disse a vice -presidente do Sinteal em Matriz, Ana Gomes. HERANÇA MALDITA Mês passado, o Ministério Público Estadual lançou a campanha “Transição Legal”. Proposta é que a população ajudasse nas denúncias de irregularidades envolvendo os prefeitos ou suas equipes. Em Olho d’Agua do Casado, um concurso público feito às pressas prevê uma herança

maldita ao futuro gestor, Zé dos Santos (PT). Inscrições até 15 de novembro, prova no dia 4 de dezembro. “Esperamos que ocorra uma transição pacífica e sem traumas nas Prefeituras, permitindo aos novos gestores o recebimento de todas as informações necessárias para evitar problemas na manutenção dos serviços públicos e, consequentemente, prejuízos para a população”, disse o procurador-geral de Justiça em exercício, Walber Valente de Lima. Pelo país, a preocupação é a mesma. O Rio de Janeiro, por exemplo, quebrou após a crise dos royalties do petróleo que derrubou a arrecadação e o governador Pezão (PMDB) tenta empurrar para o bolso dos servidores corte de 30% nos salários. A Assembleia Legislativa do Rio foi ocupada por policiais, contrários ao projeto. Para o consultor Wagner Torres, a situação dos estados e municípios é esta por causa do Governo Dilma Rousseff. “O Governo Dilma destruiu um PIB de US$ 844 bilhões resultando no colapso da base tributária” disse o consultor, defensor da PEC 241 (renomeada para PEC 55 no Senado), como alternativa para equilíbrio financeiro dos estados e municípios. “Houve uma dinâmica explosiva do crescimento do gasto público, a qual resultou em um confisco da riqueza gerada pelo setor privado em 42,25% do PIB em 2015 pelo setor público consolidado com geração de deficit primário de R$ 117 bilhões e com estimativa de R$ 170 bilhões em 2016”, disse.


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Nove prefeituras de Alagoas devem mais de R$ 100 milhões

NO VERMELHO

LEVANTAMENTO SOBRE ROMBO É DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNCÍPIOS

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ovos prefeitos eleitos e reeleitos em Alagoas terão de fazer malabarismos com as contas públicas em 2017. Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontou que as dívidas destas prefeituras chegam aos R$ 108.789.906 milhões. Maceió é a cidade que tem o maior rombo registrando um saldo negativo de R$ 82.082.218. Em segundo lugar no ranking de dívidas aparece o município de Batalha com R$ 18.329.916 no vermelho. Em seguida vem Taquarana com saldo negativo de R$ 2.723.045 nos cofres públicos. Para o presidente da Associação dos Municípios de Alagoanos (AMA), o prefeito de Jequiá da Praia, Marcelo Beltrão, a situação das prefeituras do estado não difere do restante do país. Segundo a pesquisa da CNM, que foi realizada após o primeiro turno das eleições com 3.155 prefeituras, 77% delas estão no vermelho. O rombo chega a R$ 69 bilhões, o equivalente a mais de duas vezes o orçamento da Prefeitura do Rio de Janeiro. “A crise econômica brasileira afeta primeiramente os municípios, a parte mais frágil da federação. Nós temos vários problemas históricos, como atrasos de repasses de programas federais, dificuldades na arrecadação e a queda do valor do Fundo de Participação dos Municípios (FPM)”, detalhou Beltrão. Entretanto, o dinheiro de recursos repatriados fará que alguns prefeitos sejam “salvos pelo gongo” para fechar as contas do final do mandato. “O dinheiro vai ajudar os prefeitos a cumprirem a Lei da Res-

Estados do Nordeste “abocanham” repatriação

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Bahia foi o estado que mais recebeu recursos da regularização de bens e ativos no exterior, conhecida como repatriação. O Distrito Federal e São Paulo foram as unidades da federação menos contempladas. Dos R$ 46,8 bilhões arrecadados com a repatriação, R$ 4,02 bilhões foram repassados aos estados, o equivalente a 21,5% da arrecadação do Imposto de Renda, segundo os critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Em troca da anistia do crime de evasão de divisas,

quem regularizou a situação pagou 15% de Imposto de Renda, partilhado entre União, estados e municípios, e 15% de multa, que ficaram exclusivamente com o governo federal. A última parcela do repasse da repatriação foi paga na quinta-feira (10). A distribuição entre as unidades da Federação segue critérios definidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que privilegiam estados com menor desenvolvimento e renda per capita e grande população. Pelas regras, a Bahia fica

com a maior fatia dos recursos, com R$ 359,6 milhões. Em seguida vêm Maranhão (R$ 286,8 milhões), Ceará (R$ 283,5 milhões), Pernambuco (R$ 256,6 milhões), Pará (R$ 249,5 milhões) e Minas Gerais (R$ 181 milhões). Estados que enfrentam graves crises financeiras foram contemplados com montantes menores. O Rio de Janeiro recebeu R$ 88,9 milhões. O Rio Grande do Sul, que também enfrenta crise em suas contas, teve que se contentar com R$ 79,7 milhões.

ponsabilidade Fiscal (LRF). As principais dívidas, além da folha de pagamento, são os fornecedores que também pesam no comprometimento financeiro do município”, disse. O detalhamento da distribuição dos recursos foi divulgado na terça-feira, 8, pela Secretaria do Tesouro Nacional. O valor destinado a Alagoas foi de R$ 175.685.882,11. De acordo com o secretário de Estado da Fazenda (Sefaz-AL), George Santoro, o dinheiro “será utilizado para estabilizar as quedas do Fundo de Participação do Estados (FPE) para garantir o pagamento do décimo terceiro salário dos servidores, pagamento a fornecedores e para garantir investimentos prioritários como o programa de construção de escolas em tempo integral, a regionalização dos hospitais e na Rede 24 horas na capital, e na implementação da Força Tarefa de Segurança Pública”. Sobre a pesquisa da CNM, a Secretaria Municipal de Finanças, por meio da assessoria de comunicação da Prefeitura de Maceió, informou que o endividamento da capital tem caído e está em R$ 51.415.768,13. “A Prefeitura está no aguardo do recurso de repatriação, que será utilizado para reequilibrar as contas municipais, afetadas pela queda da arrecadação fiscal deste ano. O valor do recurso é em torno de R$ 28 milhões, que serão usados nas despesas correntes do município”. As demais prefeituras alagoanas no vermelho são Marechal Deodoro (R$ 1.534.483), Branquinha (R$ 626.795), Olho d’Água das Flores (R$ 37.891), Ouro Branco (R$ 1.464.414), Coqueiro Seco (R$ 1.714.651) e Craíbas (R$276.493).


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“Veneno para matar um resfriado”, diz doutor em Direito

PEC DO TETO DE GASTOS OTHONIEL PINHEIRO DIZ QUE PROPOSTA VAI TRANSFORMAR BRASIL EM CELEIRO DE MISERÁVEIS ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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scolas em Alagoas seguem ocupadas por estudantes, que também montaram um bunker na Câmara de Vereadores de Arapiraca contra a aprovação, em Brasília, da PEC 241/55. Sete escolas foram ocupadas na cidade por quem estuda ou até pelos pais de alunos diante de uma proposta de emenda à constituição que congela, por 20 anos, os gastos públicos- mirando saúde e educação. Também os prédios da Ufal em Maceió e interior, mais o Instituto Federal de Alagoas seguem ocupados em protestos. A PEC tramitou de forma relâmpago na Câmara e Senado. Discussões com importantes setores da sociedade foram descartadas. E a aprovação desta emenda à Constituição Federal tem um preço, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Se estivesse valendo desde 2003, até 2015 por exemplo, saúde e educação teriam deixado de receber R$ 672,9 bilhões, dinheiro contingenciado para o capital financeiro internacional que sobrevive em meio aos juros mais altos do mundo (os brasileiros) e uma dívida pública nunca auditada e que corroí 70% do Produto Interno Bruto (PIB)- alcançou R$ 3 trilhões na semana passada. “É importante perceber

que, mesmo garantindo a manutenção dos aumentos reais que foram implementados entre 2003 e 2015 nas despesas com educação e saúde, as pressões por mais e melhores serviços públicos tendem a se intensificar. Essa pressão deve aumentar, seja por questões demográficas, como o crescimento e o envelhecimento da população, ou pelo constante aumento das demandas sociais. Além disso, considerando a grande carência da sociedade brasileira por serviços públicos, o congelamento real das despesas primárias por um período de 20 anos, tal qual definido pela nova regra, poderá comprometer ou até mesmo não assegurar a todos o atendimento mínimo desses serviços”, concluiu o Dieese em nota que acompanha o estudo. “A PEC é um dos maiores retrocessos. Não haverá concurso público, não haverá aumento nos salários dos servidores. Será uma tragédia”, diz o professor e doutor em Direito Constitucional, Othoniel Pinheiro. “O objetivo desta PEC é diminuir o Estado. Se o orçamento do Estado aumentar, o justo é que estes gastos aumentem, mas não é isso o que acontece. O orçamento do Estado aumenta mais que a inflação, mas não aumenta os custos das despesas. É como se fosse o orçamento familiar: aumenta a quantidade de filhos ou de gastos sobre eles, mas o orçamento permanece o

Facebook/Ocupa Alagoas

Contrários à PEC, universitários e secundaristas ocupam várias unidades de ensino em Alagoas

mesmo”, explica o professor. Números levantados por ele mostram: o gasto público no Brasil representa 20% do PIB; em outros países, como nos Estados Unidos ou no continente europeu, variam entre 40% e 55%. “E no Brasil querem diminuir este gasto para 16% no primeiro decênio. Pela primeira vez na nossa história, vamos chegar ao patamar de países africanos miseráveis, como Congo e Nigéria”, explica Pinheiro, que faz palestras gratuitas em escolas e nas ocupações estudantis esclarecendo os problemas da PEC 241/55. “A PEC é um veneno para matar um resfriado”, afirma. Nesta semana, o Núcleo de Estudos e Pesquisas da Consultoria Legislativa do Senado divulgou que a PEC é inconstitucional. “A PEC transforma o Poder Executivo em um super poder, porque ele passará a

controlar os outros mediante a execução orçamentária. A PEC transforma o Executivo num controlador geral do orçamento, os outros poderes ficariam dependentes”, afirmou o jurista e presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil – Ajufe, Roberto Veloso, ao Jornal do Brasil. SENADO A PEC, segundo texto discutido no Senado, altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e exclui do limite algumas categorias de despesas. É o caso das transferências feitas a estados e municípios como repartição de receitas, que vai garantir aos estados e municípios em todo o país uma bônus em dinheiro para as contas no vermelho. A PEC- diz o Senadotambém exclui créditos extraordinários para lidar com situações atípicas, como ca-

lamidades públicas; capitalização de empresas estatais não dependentes; e financiamento de processos eleitorais. Também ficam fora do teto as verbas para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Profissionais da Educação Básica (Fundeb). Sobre as demais verbas para educação, para 2017, diz o texto: o piso de gastos corresponderá ao atualmente praticado, ou seja, 18% da receita de impostos, líquida de transferências. A partir de 2018, o piso passará a ser corrigido pela inflação, como as demais despesas. As atuais regras asseguram a elevação dos gastos mínimos com saúde de 13,7% da Receita Corrente Líquida para 15% em 2017. Já de 2018 em diante o piso de gastos com saúde corresponderá ao piso do ano anterior, corrigido pelo IPCA, da mesma forma como será corrigido o total de gastos primários.


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Vereador condenado “perde” cadeira na Câmara Municipal

CRIME E CASTIGO

José Fernando Martins

LUCIANO LUCENA, DE PALESTINA, ESTÁ PRESO NO PRESÍDIO BALDOMERO CAVALCANTE EM CELA ESPECIAL

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

O

vereador reeleito por Palestina, Luciano Lucena (PMDB), não perdeu só a liberdade após ser condenado a 15 anos e sete meses de reclusão pelo assassinato de Manoel Messias Simões, crime cometido no dia 21 de junho de 2009, em Pão de Açúcar. Além da condenação que ocorreu no Fórum do Barro Duro na terça, 8, a vaga na cadeira no Legislativo palestinense está prestes a pertencer a outra pessoa. Segundo o presidente da Câmara Municipal de Palestina, Cláudio Cabudo, a situação de Lucena está complicada. “Não falo nem pela condenação da Justiça, mas sim, pelas ausências durante as sessões. A cassação seria só se transitar em julgado. Mas a Câmara poderá avaliar a perda de mandato do vereador por frequência devido à quinta falta consecutiva. A gente vai ter que tomar uma postura mais enérgica”, informou à reportagem do EXTRA ALAGOAS. Quem assume a vaga é a suplente Petronila da Vila, que, inclusive, foi eleita vereadora nas eleições. Enquanto isso, Lucena está em cela especial no Presídio Baldomero Cavalcante, localizado no Tabuleiro do Martins, na capital. Embora tenha apenas En-

sino Médio, o fato de ser político eleito lhe oferece condições especiais durante sua passagem pela penitenciária. No entanto, o advogado de Lucena, Pedro Accioly, irá recorrer da decisão do juiz John Silas da Silva. Um dos passos a ser tomado pela defesa do vereador é conseguir que o réu cumpra em liberdade a fim de também assumir o cargo de vereador a partir de 2017. Lucena de Farias ainda foi condenado a pagar indenização de R$ 10 mil à família da vítima. Como o vereador já tinha prisão preventiva decretada, saiu do Fórum preso. O juiz ainda determinou o pagamento de indenização pelos júris adiados. Era para o réu ter sido julgado no dia 8 de junho deste ano, mas ele não compareceu à sessão. O júri foi remarcado para 22 de agosto e, mais uma vez, Luciano Lucena não esteve presente. A alegação foi de que teria sofrido um acidente de carro a caminho do Fórum. À época, o magistrado John Silas explicou que “recebemos a informação de que o vereador e seu advogado sofreram acidente automobilístico na estrada de Palmeira dos Índios para Maceió. O médico me confirmou que estão na emergência de lá, portanto, não posso realizar o júri. Vou aguardar o relatório médico para saber das condições e poder redesignar esse julgamento”. Porém, dois

Luciano Lucena foi condenado a 15 anos e 7 meses de reclusão por assassinato

meses depois, o magistrado entendeu que o acidente não ocorreu, tendo sido mais uma tentativa do acusado e da defesa de atrasarem o julgamento. Os jurados rejeitaram a tese de legítima defesa e condenaram Luciano Lucena por homicídio qualificado. RÉU CONFESSO Durante julgamento, na manhã da terça, o réu confessou o crime, mas disse ter agido em legítima defesa. “Perguntei se era verdade que iria me matar e ele respondeu que sim, já retirando a mão do bolso. Quando dei conta já estava atirando nele. Agi para evitar minha morte”, argumentou. A defesa do acusado também alegou que durante todo o processo, o Ministério Público fez com que Lucena parecesse “um

político influente e perigoso”. “Ele nem tinha cometido o crime quando era vereador, que em uma cidade pequena, ganha por volta de R$ 2 mil”, destacou Accioly. Nas eleições de outubro, Luciano Lucena foi um dos vereadores mais votados da cidade, perdendo apenas para Nah Ferrari (PSB), que conseguiu 258 votos. Já Lucena empatou com Tico da Vila (PRB), com 231 votos. MOTIVAÇÃO O crime ocorreu em 21 de junho de 2009, por volta das 20h, em um bar localizado no Povoado de Lagoa da Pedra, no município de Pão de Açúcar. Conforme a denúncia do Ministério Público, o vereador efetuou disparos contra Manoel Messias Simões. O assassinato teria ocorrido

porque a vítima chamara o réu de ladrão, alguns meses antes, durante um jogo de cartas. Em depoimento, o acusado disse que Manoel Messias deu sinais de que iria atacá-lo e que, por esse motivo, efetuou os disparos. Em março de 2012, Lucena foi pronunciado por homicídio qualificado. O julgamento ocorreu em junho daquele ano, na Comarca de Pão de Açúcar, sendo o réu, na ocasião, absolvido. Porém, o MP ingressou com apelação no Tribunal de Justiça pedindo a anulação da sentença por entender que ela foi contrária às provas dos autos. O órgão ministerial também requereu que o julgamento fosse desaforado para Maceió, sustentando a necessidade de um corpo de jurados isento e imparcial.


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Bombeiros “atropela” Justiça e a própria legislação

PROBLEMAS NA CASERNA

APROVADOS EM CURSO DE 2002 SÃO PRETERIDOS NA ORDEM DE PROMOÇÃO E ACUMULAM PREJUÍZO DE MAIS DE R$ 100 MIL VERA ALVES veralvess@gmail.com

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á três anos um grupo de integrantes do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas aguarda pelo cumprimento de uma determinação judicial da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas que, por unanimidade, determinou que a corporação retificasse as listas de classificação de três cursos para sargentos, dois deles de 2003 e um de 2002. O processo judicial remonta a 2008, quando parte dos prejudicados entrou com a primeira ação mas, oito anos depois, o CB se mantém irredutível e ignora por completo o Judiciário e sua própria legislação. Resultado: os bombeiros acumulam mais de R$ 100 mil em prejuízos por conta do que deixaram de receber com as promoções a que tinham direito. A ação que tramita na 18ª Vara Cível da Capital (0094251-98.2008.8.02.0001) é encabeçada por Leovânia Rufino Alves e que, como os demais reclamantes, foi aprovada no Curso de Formação de Sargentos 2002 (CFS-2002), cujo edital de abertura foi publicado no Boletim Geral Ostensivo (BGO) de 6 de dezembro de 2002. O curso, contudo, somente veio a ser realizado em 2003, concomitantemente a outros dois, o CFS-2003 e o Curso de Habilitação de Sargentos 2003 (CFH-2003). Pela nota obtida no curso para o qual fez seleção e no qual foi aprovada, Leovânia

Rufino deveria ser a 28ª colocada da turma, mas acabou caindo para a 70ª posição porque o Comando do CB decidiu classificar os participantes dos três cursos em uma única lista e isto a despeito de serem totalmente divergentes os critérios de seleção do CFS e CHS. E, mesmo em se tratando do Curso de Formação de Sargento, as turmas são de anos distintos, de tal forma que não poderiam os aprovados da turma de 2003 integrarem a mesma lista de aprovados do curso de 2002. Não poderiam, mas é o que foi feito. E pior, a lista final publicada no BGO nº 216 de 27 de novembro de 2003 inclui também os aprovados no CHS 2003, para o qual, diferentemente do Curso de Formação de Sargentos, não há processo seletivo intelectual e a escolha dos matriculados se dá pelo critério de antiguidade. No CFS, o critério de aprovação é o de merecimento intelectual e aprovação no curso, sendo que para participar do mesmo é preciso se submeter a processo seletivo. Em 2013, a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça determinou que o Corpo de Bombeiros procedesse à separação das turmas e à retificação das classificações a serem feitas por curso. O acórdão transitou em julgado em 2014 e o processo voltou à primeira instância para cumprimento da sentença, o que até hoje não ocorreu. O CB mudou a lista, mas manteve a unificação. Neste ínterim, a corporação tem efetivado promoções mas preterindo os aprovados no CFS de 2002.

As perdas financeiras Mantidos hoje na patente de 2º sargento, para a qual foram promovidos em maio de 2009, quando o correto era que o tivessem sido em novembro de 2007, de acordo com a legislação pertinente e segundo a qual o interstício para promoção dos militares é de 4 anos, os aprovados no CFS de 2002 acumulam prejuízo financeiro de R$ 113,8 mil cada um. O valor é referente ao incremento nos subsídios que deveriam ter

tido com as promoções às quais têm direito. As promoções efetivadas pelo Comando do CB de militares mais novos (recrutas) em detrimento dos aprovados no CFS 2002 caracterizam o que se chama de preterição, que enseja a promoção por ressarcimento de acordo com o artigo 16 da Lei Estadual nº 6.514/2004 (Lei de Promoção Militar). Pela lei, os prejudicados devem ocupar hoje a patente de 1º

tenente com efeitos retroativos a 29 de novembro de 2015, isto porque têm direito à promoção à graduação de 2º sargento com efeitos retroativos a 29 de novembro de 2007; à promoção à graduação de 1º sargento com efeitos retroativos a 29 de novembro de 2010; promoção à graduação de subtenente com efeito retroativo a 29 de novembro de 2012; e, promoção ao posto de 2º tenente a partir de 27 de novembro de 2013.

CB afirma ter cumprido determinação judicial

Questionado pelo EXTRA sobre o não cumprimento do acórdão da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, o Corpo de Bombeiros enviou a nota abaixo O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas, na pessoa do Comandante Geral, recebeu intimação para cumprimento de decisão judicial, com seguinte teor: “Diante do requerido nas fls. 431/433, intime-se o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas para cumprimento do acórdão, determinando que se retifique o resultado publicado através do BGO n. 216/2003 de modo que a classificação do curso de Formação e Habilitação de Sargento BM 2002/2003 se dê separadamente em relação a cada turma obedecendo a ordem de classificação de cada candidato em definitivo. Após a expedição do mandado, arquive-se” (Grifo nosso) Tomando ciência da determinação, a CPOP, em reunião de ATA N° 012/2014, publicada no BGO Nº 188 de 14 de outubro de 2014, decidiu pelo cumprimento imediato da decisão judicial, determinando que a Diretoria de Recursos Humanos realizasse a retificação da classificação do Curso de Formação e Habilitação de Sargentos BM 2002/2003. Buscando o cumprimento da decisão, a Diretoria de Recursos

Humanos, apontou dúvidas e detalhes relevantes à efetivação da retificação, gerando um imbróglio administrativo quanto as informações da época, e após os esclarecimentos fora publicado a RETIFICAÇÃO DA ATA DE CONCLUSÃO DO CURSO DE FORMAÇÃO E HABILITAÇÃO DE SARGENTOS BM 2002/2003, no BGO N° 146 de 07 de agosto de 2015, efetivando a separação das turmas e o cumprimento da decisão. Após publicação da retificação, a CPOP realizou estudo do impacto e possíveis alterações quanto a promoções e antiguidades funcionais referente aos militares da turma, sendo decidido, em reunião de ATA N° 022/2015, publicada no BGO Nº 007 de 12 de janeiro de 2016, pela realização de tais correções. Em razão de reivindicações e processos administrativos com alegações recursivas sobre a decisão quanto as retificações de promoções e antiguidades, foi marcada nova reunião para análise do caso, publicada no BGO Nº 033 de 22 de fevereiro de 2016, em que a CPOP decidiu por encaminhar o processo para consulta desta PGE.

Por fim, no BGO Nº 106 de 08 de junho de 2016, foi publicada a ATA de reunião da CPOP em que fora apresentado o parecer da PGE, que fazia ressalva de que qualquer alteração na situação funcional de membros da Corporação, atingidos pelos os efeitos da classificação determinada pelo Poder Judiciário, deve ser oportunizada individualmente a cada um dos interessados a oportunidade de se manifestar e produzir razões e provas que justifiquem a atual situação funcional, em homenagem aos princípios do devido processo legal, contraditório e da ampla defesa, conforme DESPACHO PGE/PJ Nº 1.373/2016. Em que, confrontado com o texto da decisão judicial originária, a CPOP entendeu que com a RETIFICAÇÃO DA ATA DE CONCLUSÃO DO CURSO DE FORMAÇÃO E HABILITAÇÃO DE SARGENTOS BM 2002/2003, publicada no BGO N° 146 de 07 de agosto de 2015, foi cumprida a decisão judicial e que a oportunidade individual de manifestação quanto ao caso deve também ser viabilizada judicialmente, resolvendo pelo arquivamento do processo.


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Maceió e Arapiraca têm desafios diferentes com legislativos

LUTA POR APOIO

RUI REAFIRMA MAIORIA DA BANCADA EM 2017; TEÓFILO ELEGEU SÓ UM ALIADO JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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resultado das eleições ainda está sendo digerido por vitoriosos e derrotados. No jogo do poder as conversações entre prefeitos e vereadores eleitos se iniciaram. A pauta em geral é o apoio dos futuros legisladores à gestão que se iniciará em 2017. Em Maceió e Arapiraca os prefeitos tucanos, Rui Palmeira e Rogério Teófilo, vivenciam situações completamente opostas. Rui foi eleito com grande folga sobre o segundo colocado, Cícero Almeida (PMDB), além do êxito de 11 vereadores da sua coligação, “Maceió cada vez melhor”: Lobão (PR), Tereza Nelma (PSDB), Davi Davino (PP), Kelmann Vieira (PSDB), Chico Filho (PP), Dudu Ronalsa (PSDB), Aparecida Augusta (DEM), Fátima Santiago (PP), José Márcio (PSDB), Ib Brêda (PR) e Eduardo Canuto (PSDB). Outros vereadores eleitos que não estiveram na coligação do prefeito reeleito já declinaram apoio ao tucano e marcharam com ele durante o segundo turno, como é o caso de Silvania Barbosa (PRB), Samyr Malta (PSDC), Siderlane Mendonça (PEN) e Francisco Sales (PPL). Dos 21 parlamentares eleitos, 15 publicamente fazem parte da bancada de sustentação de Rui, outros seis estiveram ao lado de Almeida e de chapas alternativas. Nomes reeleitos como Antônio Hollanda (PMDB), Ronaldo Luz (PMDB) e Silvio Came-

Rui Palmeira já conta com maioria folgada na Câmara enquanto Rogério Teófilo aposta em diálogo para atrair vereadores

lo (PV) foram aliados de Rui nos últimos anos, algo que “facilmente pode ser ajustado”, segundo pessoas ligadas a prefeitura. Quem pode fazer uma oposição, mesmo que isolada, é o vereador Silvânio Barbosa (PMDB), desafeto de Rui e que se aliou ao deputado federal Cícero Almeida, para tentar derrotar o prefeito. Outro parlamentar com forte ligação à chapa de Almeida é Galba Neto (PMDB), que teve o pai, o deputado estadual Galba Novaes, como candidato a vice-prefeito.

Outro vereador que teoricamente engrossaria o coro da oposição seria Luciano Marinho (PTN), que foi eleito com a menor quantidade de votos, 3.663. QUEM PODE SER PUXADO Outros dois vereadores de mandato, que não foram reeleitos, Simone Andrade e Dr. Cléber Costa aguardam as movimentações e o possível convite de vereadores eleitos para compor o primeiro escalão de Rui Palmeira. A possibilidade vem sendo ven-

tilada há pelos menos duas semanas. A medida seria uma forma de contemplar a fidelidade dos parlamentares ao projeto de reeleição e fortalecer a base de sustentação do prefeito eleito. EM ARAPIRACA As adversidades de Rogério Teófilo não foram apenas durante o pleito: dos vereadores eleitos em Arapiraca apenas Aurélia Fernandes (PSB), que foi a 11ª colocada dos 17 eleitos, votou no vencedor do pleito.

A bancada do Agreste de 2017 será composta por quatro peemedebistas, partido do deputado estadual Ricardo Nezinho, derrotado: Rogério Nezinho, Léo Saturnino, Fabiano Leão e Gilvânia Barros. Teófilo deixou claro após a vitória que não terá dificuldade de dialogar com nenhum vereador, até porque disse conhecer a todos. “Temos o único objetivo de trabalhar pelo bem de Arapiraca e tenho a certeza que isso irá ocorrer com a harmonia dos poderes”.


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Penedo ganha primeira fábrica de argmassa

NOVA INDÚSTRIA

CARLOS PEIXOTO APOSTOU NO MUNICÍPIO POR SEU POTENCIAL E POSIÇÃO GEOGRÁFICA José Ronaldo

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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om a benção do padre Manoel Sabino, e “a licença de Bom Jesus dos Navegantes” a argamassa Zenith foi inaugurada no sábado, 5, em Penedo, Alagoas. Primeira fábrica de argamassa da região, o produto é recomendado para impermeabilizar superfícies, regularizar paredes, pisos e tetos, além de acabamentos. Baseada na força do concreto, a empresa oferece ao cliente um produto confiável, de qualidade, além da durabilidade e estabilidade. Em meio à crise e com investimento de R$ 2 milhões, a argamassa Zenith foi instalada em uma área de 3.000 m² e vai gerar 30 empregos diretos e indiretos, podendo em pouco tempo ampliar este número. Com capacidade produtiva de 13 mil toneladas por ano, no próximo dia 16 começa a funcionar de forma integral com o diferencial do rígido controle de qualidade das matérias-primas e do processo produtivo, com acompanhamento de químico, engenheiro de produção e engenheiro civil, além da tecnologia aplicada no processo produtivo semi-automatizado, com soluções tecnológicas para redução do consumo de energia e desperdício de materiais. Outro ponto positivo é a fração do produto (15 quilos) que irá facilitar pequenos reparos. Segundo o empresário Carlos Romeiro Peixoto, a escolha de Penedo para implantar a fábrica se deu por seu povo “elegante, educado e acolhedor”, além das belezas naturais, a excelente qualidade do mineral

utilizado como matéria-prima para fabricação da argamassa. A posição geográfica do município em relação ao mercado que se pretende atuar (Alagoas e Sergipe) também contribuiu para a escolha. Vale ressaltar que a fábrica tem capacidade de produzir até 20 mil toneladas/ano de argamassas básicas do tipo multi-uso em embalagens de 15Kg. DESAFIO Mas Peixoto afirma que não foi fácil se instalar no município, pois o projeto além de ser um desafio é fruto de 45 anos de economia própria, já que não recebeu incentivo e nem apoio de nenhum órgão oficial. “A história da Argamassa Zenith começou há dois anos quando cheguei aqui e armei barraca com os trabalhadores, um radinho de pilha, carro de mão e muita vontade de realizar um sonho na terra de meu bisavô. Mas, devido a muitos aborrecimentos, às vezes lastimei e nas noites estreladas de Penedo pedi força a Deus para não desistir”, desabafou Peixoto. Ele reforçou a aposta no município e em seu discurso agradeceu aos amigos, familiares e funcionários e garantiu que embora não tenha apoio de órgãos competentes, conseguiu com recursos próprios erguer o empreendimento. “Aqui não tem nada grande. São pedras, concreto, máquina e um pouco mais de 20 pessoas para nos ajudar. Não sei onde vai chegar, mas o nome de Penedo vai junto. Vim para aprender, produzir e contribuir”, garantiu o empresário.

Com a participação de amigos, padre abençoou e pediu a proteção de Deus para a empresa

Com capacidade de produzir até 20 mil toneladas por ano, fábrica se situa em ponto estratégico


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Empresário destaca o apoio da família Carlos Peixoto fez uma retrospectiva de sua trajetória de vida e garantiu que o empreendimento é um projeto de vida que será tocado por seu filho Arthur. Ele relembrou que Arthur Beltrão Peixoto, engenheiro civil, administrador de empresa e proprietário, sempre lhe deu suporte e desde os 9 anos trabalham juntos. “Quero que meu filho toque a vida como homem independente. Ele é o cabeça e vai tocar o projeto e se eu tiver força vou tocar outro”, adiantou o inquieto Carlos que contou ainda com a colaboração das filhas Ana Carolina Beltrão Peixoto e Paula Camila Beltrão Peixoto Pereira. O empresário disse ainda de sua satisfação em depois de mais de 30 anos de uma empresa particular ter hasteado a bandeira de Penedo, ele agora poder repetir o feito. “Foi muita emoção”, confessou. Paula Camila Beltrão Peixoto Pereira, uma das filhas do casal, e idealizadora da frase estampada na empresa “Sonho sem realização não passa de imaginário. É preciso coragem para sonhar e determinação para fazer do sonho realidade. Eis um sonho tornado real”, falou em nome da prole. Em seu pronunciamento, disse da satisfação da realização daquele sonho para a família que transformou “um buraco” neste empreendimento. “Empreender é inovar. É querer algo e trabalhar para dar certo. Contrariando situação de recesso do Brasil e com recursos próprios, erguer esse bibelô que é a argamassa Zenith, só nos dá motivo de orgulho”, disse a tia do Arthur e mãe das Marias Alice e Esther. O responsável em manter o empreendimento, Arthur Beltrão Peixoto, disse que a Zenith é uma empresa que

José Ronaldo

Quem é Zenith

Em momento de descontração, Paula Camila fala da admiração que tem pelos pais Carlos e Zenith

“acredita na força do trabalho honesto, no zelo pela qualidade, na criatividade e na fé em Deus e que tem como objetivo oferecer ao consumidor a melhor solução em argamassas e rejuntes para todo tipo de aplicação, como assentamento, revestimento, rejuntamento, decoração, sobreposição e ancoragem” garantiu ao acrescentar que “acredita na força do trabalho honesto, no zelo pela qualidade, na criatividade e na fé em Deus”. Ele contará ainda com a colaboração do engenheiro de produção e elétrico Willman Mainart e a engenheira química Cássia Roberta, além de outros colaboradores. O evento contou com a presença de amigos e fami-

liares. Um deles foi o ex-deputado João Neto que falou de sua amizade com Carlos Peixoto, que data de 1978 e que até hoje “perdura”. “Admiro o amor à família, com filhos responsáveis, homem determinado e como empreendedor sempre esteve ligado aos produtos da construção civil. Esse homem continua acreditando em Alagoas, trouxe para Penedo esse empreendimento com recursos próprios. O Carlos é homem determinado, destemido e começo a acreditar que com a realização deste sonho você está apenas começando. Que você continue sendo o cidadão alagoano que é”, elogiou João Neto. O empresário Alexandre Toledo também fez uso da palavra e falou da impor-

tância do empreendimento para o município e da capacidade de empreendedorismo de Carlos Peixoto. “Penedo é acolhedora e próspera. Vocês não vão se arrepender de estar aqui. Num momento em que o país passa por crise, você acreditou. Tenho certeza que vamos crescer sendo ajudados com homens como você”, disse Toledo que também parabenizou a homenageada (Zenith) que dar nome ao empreendimento. O ex-deputado Carlos Cavalcante afirmou que nunca é tarde para começar. E falou da ousadia de Carlos Peixoto em um momento de crise. “O Carlos é uma pessoa sincera, amigo de verdade. Desejo muito sucesso em seu mais novo empreendimento”, disse Cavalcante.

Entre tantas definições, Zênite é o ponto exatamente acima de um lugar específico. Deriva ainda de uma expressão em árabe que significa “direção da cabeça” ou “caminho acima da cabeça”, ou o ponto mais alto no céu por onde um objeto celeste passa em sua trajetória aparente. Mas a argamassa Zenith ganhou este nome como forma de Carlos Peixoto homenagear a esposa Zenith, companheira de 41 anos que tem sido sua conselheira, braço direito. “A única maneira que encontrei de retribuir um pouco do que ela me fez e faz foi colocar o seu nome”. E assim, a estrela Zenith do Carlos é só orgulho pelo investimento e pela homenagem. A educadora Zenith Beltrão Peixoto, que leva o nome da empresa, afirmou que esta é a realização de um sonho de mais de 30 anos de quem aportou pela primeira vez em Penedo no ano de 1973 e guardou o desejo de levar um empreendimento para o município. “Este jovem atrevido, inteligente e trabalhador recebeu muitas portas na cara, mas chegou nesta cidade destemido e a escolha de Penedo para empreender não foi à toa. Diante dos obstáculos, somos vencedores e Penedo conte conosco”, disse emocionada a homenageada.


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Mais de 30 municípios da região serão atendidos pela CTR que já tem 90% de suas obras concluídas e recebeu esta semana a visita de integrantes do Cepram

Agreste de Alagoas fica livre dos lixões

MEIO AMBIENTE

CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS (CTR) RECEBEU VISITA DOS CONSELHEIROS DO CEPRAM Assessoria

A

Central de Tratamento de Resíduos do Agreste já está com 90% de suas obras concluídas e tem previsão para entrar em operação até o final do ano, atendendo a mais de 30 municípios da região. A obra realizada numa área de 81 hectares, entre Arapiraca e Craíbas, teve investimento inicial de R$ 14 milhões e tem capacidade para receber mais de 1.000 toneladas por dia. Prestes a passar pela vistoria para obter a licença de operação, a CTR Agreste vai receber, na primeira fase, resíduos domiciliares e comerciais (Classe II A); entulhos de construção civil (Classe II B); material resultante da podação de ár-

vores, dentre outros, além da lagoa de chorume. Os resíduos produzidos pelos estabelecimentos que atuam na área de saúde, como postos e hospitais (Classe I) vão continuar por enquanto sendo encaminhados para a CTR Metropolitana, no município de Pilar. “A parte administrativa também estará pronta neste primeiro momento, incluindo refeitório e um auditório, que será usado para treinamentos das equipes que vão atuar no local e para as palestras de educação ambiental, destinadas aos alunos da região”, informou Keylle Lima, diretor executivo da Alagoas Ambiental, empresa que estabeleceu com o Conagreste, a Parceria Público Privada (PPP), responsável

pelo empreendimento. CEPRAM Os integrantes do Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram) visitaram na manhã de terçafeira (8), as instalações da CTR do Agreste. Durante sessão itinerante do Conselho, realizada no Centro Administrativo de Arapiraca, o secretario de Meio Ambiente e Saneamento do município, Ivens Leão, apresentou um balanço das ações da pasta e também detalhou a construção e o funcionamento da Central. “Trata-se de uma obra que vai mudar completamente o cenário ambiental do agreste alagoano, já que sua inauguração vai marcar o fim do lixão de Arapiraca, que tanto prejudica

a natureza e a população”, destacou. Além da contaminação do solo, com o chorume, o lixão é fonte potencial de vetores de várias doenças, provoca vulnerabilidade social e causa impacto visual negativo na região. A reunião do Cepram foi presidida pelo secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Alexandre Ayres e, além dos conselheiros, contou com a presença dos prefeitos eleitos de Girau do Ponciano, Davi Barros, de Craíbas, Ediel Leite e de Igaci, Oliveiro Torres. Durante a visita às obras da CTR, Dr. Márcio, vice-prefeito eleito de Palmeira dos Índios também esteve presente. A presença dos conselheiros e dirigentes municipais reforça e consolida

o Consórcio Público Regional de Resíduos Sólidos do Agreste Alagoano (Conagreste). Para o secretário Alexandre Ayres, apesar de ser uma prerrogativa dos municípios, a partir de uma premissa do Governo Federal, por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o Governo do Estado é apoiador e disseminador de boas práticas no que diz respeito ao meio ambiente. “A legislação é clara e a data limite para adequação da destinação de resíduos é clara, ou seja, em 2018 todos os municípios brasileiros terão que fechar seus lixões e encaminhar corretamente seus resíduos para centrais de tratamento e aterros sanitários”, salientou Alexandre Ayres.


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Lula teria mansão de US$ 2 milhões no Uruguai

PATRIMÔNIO OCULTO LAVA JATO INVESTIGA IMÓVEL DE LUXO EM PUNTA DEL

O

s rumores sobre uma possível fuga do ex-¬presidente Lula para o Uruguai ganharam novos contornos nos últimos dias. Além da ida de seu filho caçula para o país vizinho, através de uma controversa contratação de um time local, surgiram novas suspeitas de que um imóvel de luxo na badalada Punta Del Este pertença ao ex -¬presidente. Vale lembrar que Lulinha fugiu para o Uruguai justamente após ter sido implicado por delatores da Odebrecht. O imóvel alvo da investigação da Lava Jato esta cravado em um terreno de 7,5 mil metros quadrados localizado na Calle Timbó, conhecida por Villa Regina, com valor estimado em US$ 2 milhões, segundo corretores lo-

cais. Segundo a revista ISTOÉ, a conexão Uruguai da família Lula está sendo investigada pela Lava Jato e incluiu a mansão em Punta Del Este. Os procuradores suspeitam que o imóvel seja também do petista e envolva um esquema de ocultação de patrimônio similar aos casos do tríplex no Guarujá e ao do sítio em Atibaia. Sobre o chalé de luxo em Punta Del Este, a revista destaca que “no modus operandi tradicional, os imóveis ficam registrados em nome de empresários amigos. Em troca de benesses e tráfico de influência no governo ou fora do País, Lula se transforma no dono real desses imóveis, com poder para deles usufruir quando bem entender, determinar quem entra e

sai e até mesmo promover caríssimas reformas, mesmo que oficialmente as propriedades não figurem em seu nome”. O que IstoÉ revela agora é que essa prática se repetiria no Uruguai. “Neste caso, a mansão – segundo colaboradores do Ministério Público Federal que estiveram em Punta Del Este – pertenceria a uma offshore ligada ao empresário Alexandre Grendene Bertelle, um dos donos da indústria de calçados Grendene e que, no Uruguai, é proprietário de um sem ¬número de casarões – entre os quais uma suntuosa casa na rua paralela à do imóvel suspeito de ter ligações com Lula – e sócio de empreendimentos bem ¬sucedidos como o Hotel e Cassino

Conrad”. A revista informa que o procurador destacado para investigar o caso disse que se encontra na fase de coleta de provas. Ele não descarta a possibilidade de pedir a colaboração do governo uruguaio. Na Procuradoria da República, a investigação está sendo tratada com total discrição. O empresário obteve financiamentos suspeitos através do BNDES. A Lava Jato que saber se o imóvel, assim como os demais atribuídos ao ex-presidente, seria uma contrapartida a favores do petista na liberação dos recursos do banco público. Durante o governo Lula, Grendene obteve empréstimos subsidiados do BNDES de R$ 3 bilhões. (Imprensa Viva)


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Para refletir: Quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; quando são corruptos, as leis são inúteis” (Benjamim Disraeli)

Donald Trump. Uma ameaça Brasília - A maneira como o magnata Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos, encara questões como economia, relações comerciais e diplomáticas com o resto do mundo dá pistas do que o país pode aguardar do próximo presidente americano. Com exceção das inflamadas promessas para imigração, a América Latina foi tema periférico na corrida à Casa Branca para o candidato. Pouco se falou de concreto sobre a região - e o Brasil sequer foi mencionado pelo agora presidente dos Estados Unidos. Mas a forma como Trump trata questões como economia, relações comerciais e diplomáticas com o resto do mundo pode dar pistas sobre o que o Brasil pode esperar de seu período na Casa Branca. Além da questão migratória, as fortes críticas à China e a política protecionista apregoada por Trump são vistas como um sinal, segundo analistas, de que o Brasil pode ter muito a perder com ele como o próximo presidente. Segundo Timothy Power, diretor do programa de estudos brasileiros da Universidade de Oxford, um governo Trump - que em 2014 sequer sabia quem era Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à revista Veja - será “péssimo não apenas para os EUA e o Brasil, mas para a ordem internacional”. A vitória de Donald Trump também é vista com preocupação pelo cientista político David Fleischer (meu professor na Universidade de Brasília e para mim o americano que mais entende de Brasil). Ele acredita que a política externa restritiva e conservadora do republicano poderá ser bastante prejudicial ao Brasil.

Ameaças na economia Além de limitar o comércio exterior para obter saldo positivo na balança comercial - o que afetaria as exportações brasileiras para os EUA, segundo maior parceiro do Brasil -, na Casa Branca o magnata poderá ainda atrapalhar o plano do governo Michel Temer de atrair investidores estrangeiros, entre eles americanos. O professor Fleischer ainda destaca a questão da imigração. “Está cheio de brasileiro sem documentação nos EUA. Se Trump decidir expulsar todos os estrangeiros em situação irregular, muito brasileiro vai ser deportado também”. Já a política econômica defendida por Trump traz ingredientes que podem levar a uma recessão global ou até a um “colapso do comércio mundial”, segundo Cláudio Frischtak, presidente da Inter. B Consultoria Internacional de Negócios. O especialista afirma que, na prática, o magnata republicano dá sinais de que não seguirá as regras da OMC. “Não há um único economista de peso que o apoie”, argumenta. A expectativa é que após sua eleição Donald Trump mude. Ao descer do palanque sua agenda econômica e suas posições políticas que beiraram a irresponsabilidade tomem outro rumo. Será possível isto? Poderia ele ter uma agenda responsável? Fica no ar a preocupação de que os americanos tenham colocado no posto de homem mais poderoso do mundo um político menor, um milionário desequilibrado que causará danos imprevisíveis também ao Brasil. (Com informações de Agência Reuters)

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

O destino de Heloisa Helena A imprensa da fofoca, muitas vezes da irresponsabilidade e da especulação maldosa, vive a criar “factoides” apenas para ocupar espaço ou provocar discussões inócuas no processo eleitoral que nem terminou direito e já buscam iniciar o outro (2018). Esta semana li algo escrito por um desses irresponsáveis de plantão sobre uma improvável candidatura de Heloisa Helena ao Senado já com apoio de dois prefeitos eleitos em importantes cidades. Não existe nada disso nem agora nem depois. Heloisa não será candidata a nenhum cargo majoritário em Alagoas. Sabe que o “sistema mafioso” não lhe daria chance de uma eleição, que aqui é comprada, negociada e conspirada com muita antecedência. Tenho dito, e já disse a ela, que seu caminho seria a busca de um mandato proporcional (federal ou estadual) ou buscar, como quer e insiste Marina Silva, a disputa majoritária em outro estado, o que ela não consegue admitir, pelo menos por enquanto. Na verdade Alagoas e sua política são pequenos demais para a dimensão que alcançou a guerreira solitária da moralidade. Não é hora de parar, mas também não é hora de aventuras e desta matéria ela conhece mais do que eu. O resto é conversa fiada de quem não tem o que fazer.

Mostrando serviço

O presidente do Senado, Renan Calheiros, fez esta semana um balanço das medidas administrativas adotadas pela Mesa da Casa nos últimos quatros anos e anunciou decisões que serão tomadas até o encerramento dos trabalhos legislativos deste ano, no próximo dia 15 de dezembro. Segundo Renan, até o mês de outubro o Senado conseguiu economizar R$ 637 milhões, valor alcançado com a racionalização da estrutura administrativa; redução dos contratos; reformulação do modelo de assistência à saúde; novas diretrizes para compras e contratações; corte de pessoal; eficiência no uso dos recursos públicos; e enxugamento das funções comissionadas. Entre mais de 200 medidas adotadas internamente foram destacadas as economias mais expressivas, entre elas o corte de 25% das funções comissionadas, a extinção de oito secretarias da Diretoria-Geral, o fim de 24 funções de chefia na gráfica, e a fusão entre o Instituo Legislativo Brasileiro (ILB), Interlegis e Universidade do Legislativo.

Maurício Quintella

O ministro Maurício Quintella tem se revelado capaz de enfrentar crises e tocar pra frente suas inúmeras atribuições cuidando das rodovias, ferrovias, portos e aeroportos do país, setores diretamente ligados à pasta que ocupa. Em um momento está reunido com deputados e senadores ouvindo reivindicações e pondo em prática projetos importantes reivindicados pelas bancadas federais, obras paralisadas há anos. Na agenda atribulada entram na semana inauguração de importantes obras em Porto Velho, dragagem do Rio Madeira viabilizando hidrovias, iniciando pavimentação e recuperação de rodovias cujas obras estavam paradas e abrindo novas frentes de trabalho nos transportes. Cumpre uma agenda em Brasília que algumas vezes se estende pela madrugada. E ainda lhe sobra folego para nos fins de semana transitar pelo interior de Alagoas “asfaltando” seu caminho político que por enquanto só ele sabe para onde vai. O ministro “conhece o caminho das pedras”.

Simpósio de RH

Começa na segunda feira (14) no auditório do Tribunal de Contas do Estado o Simpósio Estadual de Recursos Humanos. O evento vai reunir servidores públicos de diversos órgãos, profissionais e estudantes durante os dias 14,16 e 17 abordando temas importantes como: “Gestão de Pessoas” tendo como conferencista a professora Danielle Brandão (presidente da ABRH/ AL); ”Coaching – uma Ferramenta de Desenvolvimento Profissional”“, abordado pelo especialista Cesar Araújo e “Informática como Instrumento de Apoio ao RH”, por Ruslan Queiroz, destacado profissional da área. As inscrições para o Simpósio ainda podem ser feitas pelos telefones 3338-1756, 3341-5055 e no sábado e domingo 98800-8225. Sócios da ABRH terão desconto de 50% na inscrição.

Marcelo Palmeira

No exercício do cargo de prefeito de Maceió Marcelo Palmeira tem tido uma agenda movimentada enquanto o titular aproveita um merecido descanso depois da guerra eleitoral vitoriosa. Disciplinado, responsável e empreendedor, o vice não deixa a coisa parar e faz com que a administração prossiga em ritmo normal tanto no campo da gestão quanto na seara política que ele domina com muita competência.


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ELIAS FRAGOSO

Reconstruir, demora

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Brasil tem tudo para vir a ser uma das três maiores economias do mundo, mas sua elite dirigente desqualificada e predadora sempre lutou “bravamente” para que isso não aconteça. A crônica da gestão pública em nosso país é uma longa história de privilégios, “coronelismos” apaniguamentos, de leis que não “pegam”, de impunidade, de assalto ao dinheiro do povo, de obras fictícias, de roubo da merenda das crianças,

Nas últimas três décadas mais de duas dezenas de países adotaram regras de controle de gastos. Deu certo (mas seis outros tentaram e deram com os burros n’água). O modelo brasileiro é o mais ortodoxo. de cadeia apenas para os três P “pretos, putas e pobres”. O lulopetismo agregou uma nova modalidade: máxima incompetência associada ao assalto recorrente de todas as fontes de recursos públicos do país. O resultado deu no que deu. E quando a coisa desanda total,

Empresário, economista, ex-secretário de Planejamento do Ministério da Agricultura, prof. da UFAL e da Universidade Católica de Brasília.

como agora, “inventa-se” um plano econômico (nas últimas décadas foram 5). A bola da vez é a PEC 241 (renomeada para 55 no Senado) que pretende fixar limites aos gastos públicos. Meritória em sua concepção eliminaria a interdição– desde sempre - do debate em torno das restrições orçamentárias priorizando a alocação dos recursos públicos aos melhores projetos e às áreas mais sensíveis do ponto de vista social. Mas, como tantas outras boas iniciativas anteriores como, por exemplo, a Lei de Responsabilidade Fiscal atropelada e desvirtuada com “enxertos” meramente corruptores da sua concepção original, a PEC 241 já “ganhou”seus primeiros e fortes opositores. Procuradores e juízes já se manifestaram em defesa da manutenção dos seus privilégios. Não são os únicos. Entidades do funcionalismo público civil e militar estão contra, como já estão sindicalistas e os partidos que recentemente foram apeados do poder justamente eles que quebraram o país. Esses entes organizados certamente no transcorrer do tempo irão encontrar “jeitinhos” de manter suas vantagens em detrimento do resto da Nação, do povo.

Todas as razões para você aceitar um convite meu

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teak au Poivre. Filé flambado com conhaque. Vinho tinto. Pimenta do reino em grãos e molho escuro para regar tudo isso. E batatas gratinadas ao forno. Pronto, você já pode se servir! Na cozinha internacional a carne é um item consagrado. Sem dúvida o seu sabor agrada a todos. Menos aos vegetarianos, é claro. E sua escolha permite

O mais curioso é que o Steak au Poivre é um prato de preparação francesa, porém não apreciado pelos franceses. acertar quando combinada com os mais variados ingredientes e com as diferentes formas de preparar filé-mignon e entrecôte, por exemplo. As opções estão a gosto do cliente: preparada na panela, na brasa, na chapa, ou frita. Entre as muitas possibilidades, existe uma que considero extraordi-

nária: o Filé ao molho de pimenta. Um prato que nos permite desfrutar a carne com um delicioso molho, cujo sabor é único. E seu aroma não deixa dúvida. Falo de carne nobre, filé-mignon e entrecôte, como citei há pouco. Esse molho não precisa ser necessariamente picante, como o leitor talvez imagine agora. Na verdade, um bom molho de pimenta não se percebe o ardor. O molho usado na preparação do Steak au Poivre chega a ser refrescante. Para mim, o Steak au Poivre é uma das poucas receitas que casa perfeitamente com o insípido filé-mignon bovino. Um entrecôte ou um filé-mignon, banhado com esse molho e harmonizado com vinho tinto, sem dúvidas será uma experiência única. Me atrevo a perguntar quem nunca pediu um filé ao molho de pimenta verde ou negra num restaurante? Talvez sejam coisas minhas, mas quando ingressei no universo gastronômico, há muitos anos, em Recife, não havia cardápio de

Daqueles mais necessitados, mas desorganizados enquanto entes da sociedade. Para que se tenha ideia do problema gerado pelo petismo, se o governo superar esses óbices, a inflação anual girar em torno de 5% e a economia voltar a crescer num ritmo forte (em torno de 3%), a proposta de controle de gastos poderá dar certo. Neste caso (e vejam o tamanho problema que temos hoje) o governo em 2024, portanto somente daqui a 6 anos voltará a ter um superavit primário, neste caso de 0,4% e a dívida pública (que era de 15% do PIB antes do governo Dilma) começa a se estabilizar em 2024 (daqui a 8 anos) no elevadíssimo patamar de 96% do PIB e as despesas do governo federal (não inclui os governos dos estados e as prefeituras) que hoje são de 20% do PIB poderão ser reduzidas para 16% do PIB em 10 anos (2026). Nas últimas três décadas mais de duas dezenas de países adotaram regras de controle de gastos. Deu certo (mas seis outros tentaram e deram com os burros n’água). O modelo brasileiro é o mais or-

todoxo. O prazo mínimo de 10 anos para revisão das metas é longo, a média gira em torno de 3 a 4 anos; a nossa versão abrange 83% das despesas primárias do governo (a Finlândia, o país com o mais “duro” modelo abrange 75%); nós incluímos no teto os investimentos (um erro), seguro-desemprego e desembolsos com segurança (outro erro num país com um dos maiores índices de violência do mundo). Nenhum dos países que adotaram medida semelhante incluiu esses itens; nossa proposta é a única do mundo a não permitir crescimento dos gastos acima da inflação (a Bélgica o fez, mas já retirou essa exigência). A PEC 241 – agora 55 – sozinha não irá resolver os problemas que temos de enfrentar. A reforma da previdência (deve sair um arremedo em 2017), a reforma trabalhista, a reforma fiscal, a reforma política e a reforma do governo em si são medidas urgentes, mas que, dada a fragilidade política do atual governo federal certamente serão postergadas para um novo governo. Temos muito a caminhar ainda.

JÂNIO FERNANDES Restaurateur

restaurante de prestígio que não tivesse um prato de filé ao molho de pimenta. Ou seja o Steak au Poivre. Hoje, isso parece meio esquecido. Suponho que seja por essa inundação das novidades culinárias mundial que vêm tirando o espaço de pratos clássicos. No entanto, para falar do Steak au Poivre, vale a pena dar uma pincelada na história do prato. Imagino que você saiba que a origem não foi corretamente documentada, e por essa razão tem mais de uma pessoa que reclama para si a sua autoria. Tudo indica que esse prato nasceu no início do século 19. Porém, até agora não se sabe, com certeza, onde ou quem foi o cozinheiro que criou essa receita. Há quatro cozinheiros que aparecem na pesquisa dos historiadores da gastronomia, Emile Lerch, Pierre Tassard, Devaux e Becker. Isso mesmo, o prato divide a opinião dos entendidos em gastronomia. O fato é que o Steak au Poivre se caracteriza pelo uso de um mo-

lho de pimenta que é um dos mais clássicos usados para acompanhar carnes, sobretudo as vermelhas. O mais curioso é que o Steak au Poivre é um prato de preparação francesa, porém não apreciado pelos franceses. E nenhum grande chefe inclui essa receita no seu repertório de receitas. A razão é simples: trata-se de um prato inventado por cozinheiros franceses para os turistas que não sabiam comer. Os chefes estavam de olho na demanda de turistas que visitavam o país trazendo dólares ou libras. Ou seja, americanos e ingleses. E hoje, por incrível que pareça, o Steak au Poivre, deixou de pertencer à cozinha francesa para se converter num prato da cozinha internacional. Lá no início deste texto eu contei para você como ele é preparado aqui no Bistrô Fernandes, e sim, você pode considerar isto como um convite para desfrutar deste delicioso prato. Um abraço.


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Limite com gastos públicos

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JORGE MORAES Jornalista

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ssa é a grande discussão nacional do momento. Como todo assunto, principalmente os mais polêmicos, existem as pessoas que são contra, mas, também aquelas que são favoráveis. Em todos os casos, existem os que têm interesses pessoais, profissionais e acham que sempre têm razão. Por outro lado, aparece quem tem mais desejo político do que qualquer outra coisa, mes-

Exigir e ser contra o limite dos gastos públicos é a mesma coisa de colaborar com o desvio de verbas, já que, até hoje, não recebemos nada em troca como benefício. mo que não tenha nenhum entendimento sobre o que está se discutindo. Explicação: a PEC proposta pelo governo, já aprovada nos dois turnos pela Câmara dos Deputados, tem como objetivo frear a trajetória de crescimento dos gastos e tentar equilibrar as contas públicas. A ideia é fixar por até 20 anos, podendo ser revisado depois dos

primeiros dez anos, um limite para as despesas: será o gasto realizado no ano anterior corrigido pela inflação (na prática, em termos reais - na comparação do que o dinheiro é capaz de comprar em dado momento - fica praticamente congelado). Se entrar em vigor em 2017, portanto, o Orçamento disponível para gastos será o mesmo de 2016, acrescido da inflação daquele ano. A medida irá valer para os três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. Pela proposta atual, os limites em saúde e educação só começarão a valer em 2018. Copiada essa explicação, o que nos resta ser, contra ou a favor? Na verdade, o movimento que é contra a PEC 241 traz como discurso a redução dos gastos públicos, especialmente, na educação e saúde. Investimentos que deixarão de existir no tempo estabelecido na PEC, ou seja, 20 anos. É baseado nisso, por exemplo, que os estudantes invadiram as escolas públicas, mesmo que eles não tenham alcance de nada, para protestar, atrapalhar e se posicionar de uma maneira não muito correta em relação ao assunto. Sobre a aprovação, pelo menos na Câmara dos Deputados, não haverá

Quando sair, apague a luz

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ão consigo imaginar o futuro do Brasil! Nós, os brasileiros, vivemos sobre um tripé: os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. No momento, todos estão fragilizados. A presidente Dilma foi afastada,envolvida em vários escândalos criados pelo PT e seus filiados. Assumiu o Temer, do PMDB, grande aliado do Partido dos Trabalhadores e a chapa eleita em 2014 pode ser cassada em breve. Quero até entender que o Michel

Senadores e deputados federais também, em sua grande maioria, morrem de medo do Moro e da Lava Jato. Quem participou das eleições nos últimos vinte anos usou verba pública. Temer está cheio de bons propósitos, tenta consertar o país, chamou alguns técnicos para equilibrar as finanças, mas seu passado político não é dos melhores e pode ser indiciado na Lava Jato a qualquer momento.

O Executivo não vai bem: há ministros indiciados, investigados, outros foram afastados. Rezo para o Temer acertar, mas acho difícil. O Judiciário, cheio de erros pelo Brasil todo. Se começarmos pelo nosso estado, o presidente do Tribunal de Justiça foi afastado pelo CNJ e não deixou boas lembranças. O Supremo Tribunal Federal é chefiado por uma mulher de fibra, mas ela só não resolve muita coisa. De vez em quando passamos um susto com algumas decisões da Corte; precisamos entender que os ministros de lá são nomeados pelo presidente da República, um político. A maioria foi indicada por Lula e Dilma. E não precisa dizer mais nada! Para salvar o Judiciário apareceu o juiz Sérgio Moro, no Paraná. Tem feito um bom trabalho, colocando na cadeia políticos, empresários e assessores. Mais um pedaço do tripé andando torto, cambaleante. Porém, o Poder mais abalado da nossa terra é o Legislativo. Esse tem milhares de histórias para contar!

retrocesso na votação. Está aprovada, e pronto. Agora, será a vez do Senado da República, onde a votação será mais rápida e o governo terá o mesmo resultado de vitória. Existe um comprometimento dos parlamentares que apóiam o governo Michel Temer para a aprovação da PEC e sua instalação a partir de 2017. Com essas medidas, já praticamente aprovadas, o que adiantam os movimentos de rua, ocupação de escolas e os discursos contrários de alguns parlamentares? Nada, absolutamente nada. Entro, agora, numa discussão mais direta sobre a PEC 241. Sem ela, com o governo gastando a perder de vista, com dinheiro fácil, o que mudou até hoje? A mesma resposta, nada. Por exemplo: temos saúde ao alcance de todos? Sobram leitos e remédios nos hospitais? Temos aparelhos para exames sobrando e médicos a todo instante? Na educação, não existe reclamação? Todo mundo tem uma escola pública de boa qualidade? A universidade, realmente, está à disposição mesmo dos pobres? Todos estão estudando ou só os ricos tem esse direito? Acho, então, que não é limitando ou aumentando os gastos públicos que

vamos conquistar as coisas. Até hoje o dinheiro não chegou para os pobres e muita gente ficou rica usando esses recursos em benefício próprio. Com essa época de recursos fáceis, o que melhorou para todo mundo? Mais uma vez, nada. Na verdade, esses recursos foram desviados das obras públicas para as contas de empreiteiros, dirigentes públicos e políticos corruptos. Que o digam as dezenas e dezenas de operações comandadas pela Polícia Federal com autorização da justiça. Dinheiro que deveria construir muitos hospitais, postos de saúde, mais escolas, aumento de vagas nas universidades, no aparelhamento das forças de segurança, para a realização de concursos, etc. etc. e etc. Exigir e ser contra o limite dos gastos públicos é a mesma coisa de colaborar com o desvio de verbas, já que, até hoje, não recebemos nada em troca como benefício. O que a gente precisa mesmo é fiscalizar o nosso dinheiro, os nossos governantes e os nossos políticos, isso sim. Do jeito que respeito o ponto de vista dos outros, espero ter o meu respeitado: sim para a PEC 241.

ALARI ROMA- TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

Gosto de começar por Alagoas: já foi afastada uma Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Vários deputados são “taturanas”. Se houver uma auditoria séria, a Casa será fechada e poucos escaparão da cadeia. Um conselheiro do Tribunal de Contas, ex-deputado estadual, foi afastado do cargo após ser denunciado por vários crimes. O presidente do Senado Federal, alagoano de Murici, pode ser afastado a qualquer momento; tramitam no STF vários processos contra ele. Senadores e deputados federais também, em sua grande maioria, morrem de medo do Moro e da Lava Jato. Quem participou das eleições nos últimos vinte anos usou verba pública. Se foi propina ou verba de campanha, só a Justiça pode confirmar. Creio que o Legislativo foi o Poder mais atingido pela corrupção implantada no Brasil por alguns partidos políticos.

Como vimos, os Poderes estão claudicantes e atingidos por denúncias, escândalos e expostos à opinião pública através da mídia. De vez em quando, a Polícia Federal amanhece prendendo políticos e empresários. E já se ouve falar que existem muito mais prisões a serem realizadas. A cada começo de semana, surgem novidades. E o povo quer saber quando o Lula vai ser preso. E o Renan vai ficar impune? O Temer sairá por ter sido vice na chapa da Dilma? Quantos políticos estão implicados? Quem vai escapar? Lembro-me de uma reunião de que participei com vários políticos. Um seria escolhido para determinado cargo. Aí, alguns começaram a sair por não preencherem os requisitos exigidos, outros se escondiam perto da saída. Quando vi que ninguém ficaria, pedi: Por favor, o último que sair, feche a porta e apague a luz. Assim está nosso querido Brasil!!!


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MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE 2016


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REPÓRTER ECONÔMICO

Como será o amanhã?

O

que vem ocorrendo na Argentina: inflação galopante, queda do PIB, fim dos programas sociais e empobrecimento da população, vai se reptir no Brasil. Os ricos ficarão mais ricos e os pobres mais pobres. É o neoliberalismo de Macri e Temer, que enganam a população com medidas de cortes de gastos públicos, exatamente tendo como principal meta priorizar os banqueiros, grandes industriais e os latifundiários. Tanto lá como cá, o que o presidente quer, o Congresso aprova, exatamente porque serão beneficiados. A economia é de mercado, onde o lucro é o principal objetivo, com o governo se afastando cada vez mais da área social e entregando tudo à iniciativa privada. Empresas estatais serão privatizadas, vendidas à iniciativa privada. Já começou com a abertura do pré-sal, riqueza que o Brasil tem e os americanos, asiáticos e europeus tanto sonham em possuir. Depois será a própria Petrobras, seguida do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Correios. E vem mais por aí: reformas previdenciária e trabalhista.

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JAIR PIMENTEL jornalista.jairpimentel@gmail.com

Nossa parte

É procurar viver de acordo com o que ganha, mudando os hábitos de consumo, pesquisando preços e só comprando o que é estritamente necessário. Jamais utilizando o cartão de crédito para pagamento parcelado, assim como o cheque especial. Economizar nas contas de luz, água, combustível, que são de responsabilidade do governo, que obviamente vai reajustar os preços.

Procon dos ricos

Órgão de defesa do consumidor, sempre foi o local certo para o consumidor reclamar de seus direitos. Funcionou por muitos anos, no Centro, atrás do Palácio do Governo, depois se transferindo para um casarão da Ladeira do Brito, também Centro. Agora, resolveu se instalar na Rua Goiás, no Farol. Um pobre que mora na parte baixa da cidade, entre a lagoa e o mar, terá que se utilizar de dois ônibus para ser atendido pelo Procon.

O lugar certo

É exatamente o Centro da cidade, assim como é na maioria das capitais brasileiras. O governo do Estado possui vários imóveis no Centro, sem utilização, como o edifício de 10 andares do antigo Produban. Não precisa comprar o Edifício Palmares, com 13 andares, já que o primeiro é disponível para vários órgãos públicos.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 11 A 17 DE NOVEMBRO DE 2016

TV portuguesa vai exibir documentário na Europa

OLHAR DE NISE FILME TAMBÉM FOI ADQUIRIDO PELO CANAL BRASIL, DO SISTEMA GLOBO, PARA SER MOSTRADO NA PROGRAMAÇÃO DE 2017 ASSESSORIA

U

m dos documentários mais premiados no exterior este ano, Olhar de Nise, o filme de Jorge Oliveira e Pedro Zoca, será exibido em Portugal e nos países da língua portuguesa pelo canal RTP-2 de Portugal e, no Brasil, também a partir de janeiro, pelo Canal Brasil, do sistema Globo de TV a cabo. O acordo para exibição do documentário foi assinado em Lisboa pelos diretores da JCV e executores do filme Jorge Oliveira e Ana Maria Rocha com a diretora de programação da TV lusitana Teresa Paixão. Olhar de Nise, o documentário que conta a história da psiquiatra alagoana Nise da Silveira, ganhou recentemente os prêmios de melhor filme de público e o especial do júri oficial no festival de cinema de Trieste, na Itália. Em maio deste ano foi distinguido com mais dois prêmios em Lisboa: o de melhor filme de público e Menção Honrosa. Também este ano, recebeu o prêmio de melhor filme de público no FAM, Festival de Audiovisual do Mercosul de Santa Catarina. Foi selecionado, este mês, para uma mostra de cinema no México. Na Europa e no Brasil, Olhar de Nise entrará na grade desses canais durante todo o ano de 2017 em programações alternadas. Além disso, o filme, aclamado pelo público europeu e norte americano, onde foi selecionado para vários festivais,

tem sido exibido em sessões especiais para psiquiatras de todo o mundo. Eles demonstram interesse em conhecer o trabalho que Nise desenvolveu com seus pacientes no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, revelando muitos deles como grandes pintores e escultores. A psiquiatra alagoana é muito admirada por seus colegas no mundo. Em Matogrotto, cidade italiana, o documentário foi exibido para uma plateia de acadêmicos que conheciam o trabalho do italiano Franco Basaglia, mas não tinham ideia de que o seu trabalho com os doentes mentais em hospitais locais, que passou a se chamar “Psiquiatria Democrática”, teve como precursora Nise da Silveira no hospital do Rio de Janeiro. CIRCUITO COMERCIAL O documentário começa este mês a entrar no circuito comercial. A primeira sessão ocorrerá nesta sexta-feira (11) em Vitória (ES), no Cine Glória, e será precedida de um ato solene presidido pelo governador Paulo Hartung, cuja mulher Cristina é psicanalista. Depois, o filme permanecerá em cartaz a preços populares. “Para nós o que importa é divulgar o trabalho da Nise da Silveira, esta alagoana ilustre que esteve à frente do seu tempo e que revolucionou a psiquiatria no mundo com o seu trabalho humanitário desen-

Ana Maria Rocha e Jorge Oliveira acompanham Teresa Paixão, da RTP-2, assinar o acordo

volvido no hospital do Engenho de Dentro”, explica Jorge Oliveira. “Os preços populares”, esclarece, “vão proporcionar a que cada pessoa assista ao filme sem onerar demais o bolso e assim conheça não só o trabalho acadêmico da Nise como também veja, pela primeira vez, os quadros dos seus pacientes que foram expostos em museus de Paris, Nova Iorque e Brasil”. Olhar de Nise também estará nas telas de cinema de Maceió, Brasília e Rio de Janeiro, depois da temporada em Florianópolis (SC) e Vitória. Em Maceió, o filme começou a ser exibido no dia 10 (quintafeira) no Cine Arte Pajuçara e ficará em cartaz até o dia 16. No Rio, o filme voltará para o Cine Odeon, na Cinelândia, onde foi apresentado em novembro de 2015 numa sessão para mais de 600 pessoas, cuja renda da bilheteria foi revertida para a Casa das Palmeiras, clínica aberta por Nise em 1957 que enfrenta dificuldades financeiras até hoje.


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MEIO AMBIENTE

ANNA ELÍS LAURINDO meioambiente@novoextra.com.br

Sabão ecológico

Flores sem cheiro

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m estudo produzido por pesquisadores do Centro de Pesquisa em Ecologia e Silvicultura de Barcelona, na Espanha, revelou que aumento dos níveis de ozônio no solo tem modificado o perfume das flores e o cheiro de outras plantas. Esta modificação afeta diretamente os polinizadores. Os cientistas fizeram testes com abelhas, que tiveram dificuldades em encontrar as flores, já que elas são atraídas pelo aroma e, estando fraco, elas não conseguem se guiar.

Perigo à vista

A vitória de Donald Trump nos EUA tem preocupados ecologistas. O republicano tem questionado a existência das mudanças climáticas e o papel do homem neste fenômeno, se referindo a estas situações como “besteiras” ou uma “farsa”. Em maio do corrente ano, Trump anunciou sua intenção de “anular” o tratado mundial alcançado em Paris no fim de 2015. O acordo de Paris, que busca limitar o aumento da temperatura do planeta abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais, foi assinado por 192 Estados.

Bike SP

São Paulo sancionou lei que paga para quem vai de bicicleta ao trabalho. O programa Bike SP nasceu da PL 147/2016, do vereador Police Neto (PSD), e foi aprovada recentemente pelo prefeito Fernando Haddad. Cada viagem de bicicleta valerá R$ 1,91(valor que a prefeitura deixará de pagar às empresas de São Paulo por usuário) e o crédito poderá ser usado no Bilhete Único mensal, em serviços, para o pagamento de serviços públicos ou até para a compra de uma bicicleta nova.

Comerciantes da Massagueira e da Praia do Saco aprenderam a reutilizar óleo de cozinha para produção de sabão. Na segunda-feira (7), técnicos do Instituto do Meio Ambiente (IMA) realizaram uma oficina de sabão ecológico na região. O produto é produzido com o óleo de cozinha utilizado nos restaurante e barracas daquela localidade. Com o óleo usado, também é possível produzir biodiesel, tinta óleo e ração para animais. A população pode doar o óleo usado para instituições que reutilizam na produção de artigos não poluentes. O IMA recebe doações de óleo usado. Para saber mais, ligue para (82) 3315.1732 ou pode entregar no endereço Av. Major Cícero de Góes Monteiro, 2197 – Mutange.

Queimadas em Alagoas

Um relatório divulgado na terça-feira (8), pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA), revelou que em Alagoas foram registrados 516 pontos de queimadas no período de 23 de outubro a 5 de novembro. Os municípios que mais registraram focos foram Coruripe e Junqueiro, devido as atividades de queima de cana-de-açúcar. De acordo com o documento, a Área de Preservação Ambiental (APA) de Murici é a mais afetada, sendo registrados 26 pontos de queimadas durante o período em sete municípios, são eles: Murici, Colônia Leopoldina, Joaquim Gomes, Messias, São José da Laje, Novo Lino e União dos Palmares. Maceió registrou 20 focos de queimadas. Já Batalha foi o município que apresentou o menor número de queimadas: apenas dois focos.

Inimigo do clima

O churrasco é vilão do aquecimento global. A carne, desde a criação do gado até a mesa do brasileiro, é responsável pela liberação de grande quantidade de gases que causam o aquecimento global, segundo o Observatório do Clima (OC). Os impactos causados pela agropecuária são responsáveis por 69% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil. Estão incluídos na conta poluentes decorrentes do processo digestivo e dejetos de rebanhos, o uso de fertilizantes e o desmatamento (43% das emissões nacionais). A recomendação é que o consumo de carne de boi seja menor e a produção mais eficiente.

Reserva marinha

Foi estabelecida no dia 28 de outubro a criação da maior reserva marinha do mundo, de território equivalente ao do Alasca, no Mar de Ross – localizada na Antártida e um dos últimos ecossistemas marinhos intactos do planeta. O acordo foi alcançado em reunião na Austrália entre 24 países e a União Europeia. O Mar de Ross, considerado um dos ambientes mais intactos no planeta, abriga um terço da população mundial de pinguins de Adélia e 26% dos pinguins imperadores de todo o mundo.

Raios no Brasil

Primavera e verão são períodos com maior incidência de raios no Brasil. A informação é do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais. De acordo com o estudo, cerca de 1.790 pessoas morreram em consequência de descargas elétricas entre 2000 e 2014 no Brasil. Desse total, 76% ocorreram nas estações da primavera e do verão. De acordo com o levantamento, 8% das mortes por raio ocorreram em campos de futebol e 5% em praias.


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Apoio estadual em 2016 garante manutenção para o próximo ano

PROGRAMA DO LEITE

DEPOIS DE ALAGOAS ASSUMIR POR QUASE UM ANO OS RECURSOS DA INICIATIVA, GOVERNO FEDERAL VOLTA A LIBERAR INVESTIMENTOS PARA MANUTENÇÃO DO PROGRAMA

RAFAELA PIMENTEL Fotos: Thiago Sampaio

S

ão mais de quatro mil produtores, 80 mil famílias contempladas nos 102 municípios alagoanos e 11 tipos diferentes de produtos lácteos fornecidos. Graças a iniciativa do Governo do Estado em assumir os recursos do Programa do Leite, em virtude da suspensão dos investimentos federais ao final de 2015 e início de 2016, a estrutura que compõe o time do Programa do Leite em Alagoas está mais uma vez mantida para o próximo ano. Em abril de 2016, o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) destinou R$ 12 milhões para manutenção do projeto. Ao assumir este compromisso, a gestão estadual permitiu que, mesmo depois de cessar o auxílio financeiro durante esta temporada, o Governo Federal volte agora a aportar recursos sem o prejuízo de haver descontinuidade do Programa. Ainda para a conclusão das atividades neste ano, foi estabelecido um investimento na ordem de R$ 15,8 milhões oriundos da esfera federal. Deste total, R$ 4,7 milhões já foram liberados. Em 2017, o esforço e comprometimento não serão diferentes. Para o próximo ano foram assegurados, também junto ao governo

Continuidade do programa que beneficia a Bacia Leiteira e centenas de famílias tem recursos assegurados pelo governo federal

federal, R$ 30 milhões para a execução do Programa, mais um recurso de R$7 milhões já pactuado. Liderando a participação de fornecedores no Estado, a Cooperativa de Produção Leiteira (CPLA) ressalta o empenho da atual gestão, na figura do governador Renan Filho, em assumir a responsabilidade financeira para manutenção do Programa. Além

disso, o comprometimento em buscar apoio federal tem trazido resultados que refletem não apenas para as cooperativas e associações de pequenos produtores, mas possibilita também desenvolvimento às cidades das regiões interioranas de Alagoas. “Ficamos muito satisfeitos com a posição do governo em não medir esforços para dar continuidade a este

projeto. Sou um grande defensor do Programa do Leite, que teve e tem um papel fundamental de resgate de oportunidades a pessoas que não tinham mais perspectiva de produção. Hoje a realidade é outra, elas fazem parte de uma ação que tem dado certo e vivido em uma condição muito melhor do que a dez, oito anos atrás”, avalia o presidente da CPLA, Aldemar Monteiro.

Desde 2002 em aplicação, o Programa é responsável pela distribuição de leite às famílias alagoanas que se encontram em estado de insegurança alimentar e nutricional, além incentivar a agricultura familiar no Estado. Elaborada pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a ação entrega 1 litro de leite por dia aos mais de 80 mil beneficiados em Alagoas.


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ALTA RODA

Corrida contra o tempo

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ada como uma “ameaça” de médio ou longo prazo a qualquer negócio para chacoalhar a criatividade humana. No caso de propulsão veicular o esforço técnico aumenta muito e, acima de tudo, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Acontece agora com os motores a combustão interna. Precisam diminuir o consumo de combustíveis fósseis de todas as formas para lidar com o avanço inevitável da tração elétrica. Os resultados medem-se pelas emissões de gramas de CO2 por quilômetro rodado. Esse parâmetro aplica-se também aos carros a bateria porque a fonte de energia elétrica para recarregá-la emite CO2 em diferentes níveis. Uma das polêmicas atuais envolve a “régua” para medir o consumo na vida real, ou seja, fora dos rolos dinamométricos que garantem repetibilidade e previsão essenciais nas medições. Nos EUA e no Brasil isso se dá por meio de um fator de correção fixo, solução do tipo pecar por excesso. Mas da Europa vêm

agora boas notícias. Se o consumo em condições reais de uso é o que importa, as entidades vigilantes do meio ambiente Transport & Environment e France Nature Environnement juntaram-se ao Bureau Veritas e publicaram novo protocolo de testes confiável, fruto de rigoroso processo científico. O existente Novo Ciclo Europeu de Condução (não tão novo, criado há quase 20 anos) sempre foi criticado por ser brando demais e longe da realidade. Não é válido compará-lo com os resultados do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular. O primeiro grupo automobilístico a aderir foi a PSA (Peugeot, Citroën e DS). As medições são efetuadas em eixos urbanos e rodoviários públicos, abertos ao trânsito em condições reais de condução (utilização da climatização, pesos de bagagem e passageiros, além de declives e aclives) e com condutores não profissionais. A repetibilidade e precisão são praticamente equivalentes às de laboratórios. Passo seguinte vem de novas tecno-

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FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br logias que em um primeiro momento podem até ser caras, mas fundamentais para que os motores a combustão sobrevivam por mais algumas décadas. Há várias sendo desenvolvidas ao mesmo tempo, das quais destacam-se: •Sistema elétrico de 48 volts •Compressor elétrico para turbos •Ciclo Atkinson/Miller (modificação do tradicional Otto) •Desligamento de cilindros •Transmissão com roda-livre •Taxa de compressão variável O Brasil também precisa entrar nesse esforço mundial. Em 2030 terá que importar algo como 400.000 barris/ dia de gasolina, três vezes mais do que hoje, mesmo sendo exportador líquido de petróleo. Ideal seria cobrir este

déficit com uso de etanol, combustível praticamente neutro em emissões de CO2. No recente II Seminário Internacional sobre Uso Eficiente de Etanol, realizado no Rio de Janeiro, foram discutidas soluções viáveis e a custos palatáveis. Entre as boas alternativas propostas, Ricardo Abreu, diretor do Sindipeças, sugeriu aumentar a atratividade desse combustível renovável de baixíssima pegada de carbono por meio do etanol hidratado com baixo teor de água (apenas 1% contra os atuais 5% em massa). O Brasil hoje representa apenas um quarto da produção mundial de etanol e isso talvez viabilizasse a adoção de motores flex em mais países.

RODA VIVA n COMO outubro mostrou estabilização (por dias úteis de vendas), Anfavea supõe uma reação de mercado em novembro e dezembro. Mesmo porque os dois últimos meses do ano passado foram bastante fracos, o que favorece a base comparativa. A entidade ainda espera que as vendas totais (incluindo comerciais leves e pesados) se aproximem de 2,1 milhões de unidades. n ESTOQUES em fábricas e concessionárias estabilizados em 40 dias (setembro versus outubro) sinalizam que a produção, influenciada pelas exportações em alta e a aceleração na Volkswagen depois de mais de 30 dias parada por desentendimento com fornecedores, “salve” o faturamento

da indústria nestes dois últimos meses do ano. A conferir. n FIAT completou a linha Toro com motor flex de 2,4 litros, 174/186 cv e 23,6/24,9 kgfm (gasolina/etanol). A estratégia é oferecer a picape, na versão única Freedom por R$ 98.730 e câmbio automático de 9 marchas ao mesmo preço da diesel 4x2 com câmbio manual. Desempenho melhorou bastante em relação ao de 1,8 litro, apesar de previsível consumo

Waze. Orientações e escolhas de rotas são por meio de aplicativo próprio (para Android e IOS) e razoavelmente eficientes em São Paulo. Dureza é enfrentar a massa de informações em tempo real do Waze.

elevado. n MARCA de peso no mercado de mapas digitais, a HERE (propriedade de Audi, BMW e Daimler) busca ampliar espaço entre concorrentes como Google, TomTom e

n Correção: em coluna anterior ocorreu um lapso ao citar os quatro produtos inteiramente novos que a VW prepara para o Brasil na sua arquitetura mais moderna (MQB A0), a partir de 2017. Haverá a nova picape Saveiro e não a volta da Parati, pois, infelizmente, station wagons ou peruas tornaramse desinteressantes para os compradores, voltados agora a SUVs e crossovers.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS

ARTIGO

jalm22@ig.com.br

Vá encher o saco da sua mãe!

N

os últimos anos, as comunicações tiveram maravilhosos avanços, com a tecnologia nos brindando com descobertas e invenções espetaculares. Nós que somos testemunhas vivas desses avanços,

As empresas deveriam anotar os telefonemas já dados, para que nós não fossemos obrigados a termos nossas refeições interrompidas. estamos sendo contemporâneos de uma série de coisas maravilhosas, tendo a Física e a Química como principais auxiliares do nosso desenvolvimento. Em em cada dia que se passa, vemos novos horizontes serem desbravados. Afinal de contas, alguns de nós somos da época do rádio, do telefone com fio, da televisão

colorida, dos aviões supersônicos, dos computadores, e, por último, de toda tecnologia dos telefones celulares e companhia. Nossa época foi e está sendo muito privilegiada, com a humanidade se beneficiando com esse modernismo. Às vezes, temos medo e receio, porque certos homens não sabem que temos limites diante de Deus. Já fizeram transplantes do coração, do fígado, das mãos, dos braços e estão querendo fazer transplantes dos cérebros, para que eles sejam alugados ou vendidos aos menos inteligentes, mas, Deus está vendo tudo isso, calado. Para que tudo não fique às mil maravilhas, estamos sendo vítimas de pessoas que vivem estudando maneiras para nos prejudicar, como fazem certos estudiosos, quando jogando “vírus” nos computadores. Acontece que estão exagerando na

dose da nossa paciência e os nossos limites estão sendo atingidos. Estão aproveitando-se da paciência para acabarem com as nossas horas de refeições, nossas horas de descansos, nossas horas para o trabalho e nossas horas para o lazer. Por outro lado, certos vivaldinos estão esperando que cheguemos em casa, para as refeições ou para o descanso, a fim de que sejamos bombardeados com telefonemas, nos oferecendo cartões de créditos, aberturas de contas bancárias, áreas de cemitérios, planos de saúde, planos odontológicos, consórcios de automóveis e seguro de vida. Estão enchendo nosso saco, com insistentes telefonemas na hora do nosso almoço e nosso descanso. Eu sei que o modernismo é que faz isso, mas essas empresas deveriam anotar os telefonemas já dados, para que nós não fossemos obrigados a termos nos-

sas refeições interrompidas. Através do telefone convencional, com fio, eu já fui obrigado a dizer que fosse oferecer “à sua mãe”, já que a nossa privacidade estava sendo atingida. Ora, chegamos em casa, depois de um trânsito tumultuado e infernal e temos que tolerar mocinhas e rapazes nos oferecendo tudo para que sejamos seus clientes. Acham pouco os celulares com gravações irritantes, num país sem “ordem e sem progresso”, onde as empresas ditam suas normas, levando o nosso dinheiro para ser dividido com os propineiros de plantão. Em tempo - Eu tenho dois excelentes leitores dos meus artigos que são: os irmãos Dr. Roberto Cavalcante e o Dr. Radjalma Cavalcante, amigos do bom bate-papo na Barraca Pedra Virada, aos domingos.


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ABCDO INTERIOR

Se cochilar...

R

enan Filho, governador das Alagoas, deve ter acordado com a derrota do seu candidato a prefeito de Arapiraca, deputado Ricardo Nezinho. Se continuar cochilando vai ter com certeza outra surpresa nada agradável em 2018, quando vai buscar a sua reeleição.

robertobaiabarros@hotmail.com

O cachimbo cai

Renanzinho sabe melhor do que ninguém que, agora, o buraco é mais embaixo e que não contará com apoio da máquina administrativa que estará trabalhando a todo vapor para eleger os candidatos tucanos. Pois é. Já diz o ditado popular: Se cochilar, o cachimbo cai.

Pediu socorro 1

Com informações do Blog do Bernardino: Antes de dar início à sessão ordinária da Câmara Municipal de Vereadores de Palmeira dos Índios, foi cedido um espaço para que o comandante do 10º BPM, coronel da PM do Valle, sediado no município, relatasse os problemas existentes naquele Batalhão policial, e poder garantir a segurança na cidade.

“Campo minado”

Entusiasmados com a vitória de Rogério Teófilo para a Prefeitura de Arapiraca, alguns “assessores” estão se deixando levar pela euforia e estão cantando de galo em terreiro instalado em “campo minado”. O nariz empinado deve estar encobrindo os olhos, já que não enxergam o mar de problema que vão enfrentar, principalmente em áreas complicadas como saúde e educação.

A realidade é outra

Quem sabe, talvez com a rotina, essas figuras acordem para a realidade, antes que seja tarde. Já diz o ditado que “quem entra na chuva é pra se molhar”. Com toda convicção, vão tomar ciência da realidade existente no poder público municipal e vão se deparar com “coisas” esquisitas envolvendo aplicação de recursos públicos, principalmente na área de saúde. É só uma questão. É aguardar.

Tentativa inútil 1

A trupe do deputado estadual Jairzinho Lira ainda tenta resistir com a finalidade de mudar os rumos das eleições realizadas em Lagoa da Canoa, onde a sua esposa Fabiana Lira, perdeu o pleito para a candidata, Tainá do Dr. Lauro, filha do ex-prefeito daquela cidade Lauro Fonseca.

Tentativa inútil 2

De acordo com seus correligionários, Jairzinho, que também perdeu as eleições em Feira Grande, onde seu irmão Veridiano Almir foi derrotado por Flavio do Chico da Granja, entrou com ação na Justiça Eleitoral para reverter o quadro. É esperar para ver o que acontece, mas muitos apostam que é uma tentativa inútil, já que não existem provas de crime eleitoral.

“Corações” abertos

Pelo andar da carruagem os “corações” de alguns vereadores eleitos de Arapiraca, que ainda estão ligados à prefeita Célia, estarão, a partir do dia primeiro de janeiro de “braços” abertos para o futuro prefeito Rogério Teófilo que de bobo não tem nada e está aberto ao diálogo com a finalidade de realizar uma administração participativa com a união de gregos e troianos. Política é assim: vivendo e aprendendo; quem for podre que se quebre e, com certeza, quem perde tem que sacudir a poeira e dar a volta por cima.

Pediu socorro 2 Quem será?

Já começou a movimentação para eleger o futuro presidente da Câmara Municipal de Arapiraca. Mas os diálogos estão sendo mantidos com o aval do futuro prefeito Rogério Teófilo, que deverá contar com apoio da maioria dos vereadores arapiraquenses. Há quem assegure que até o vereador Rogério Nezinho (PMDB), fará uma oposição mais branda, sem revanchismo. Em tempo: Rogério Nezinho é irmão do candidato derrotado por Teófilo, nas últimas eleições, Ricardo Nezinho.

O coronel da PM surpreendeu a todos, solicitando ajuda financeira para melhorar as condições de uso em diversas viaturas policias que precisam de manutenção e recuperação. Ele revelou ter contraído uma dívida no valor de R$ 1.500,00 para pagar a manutenção das referidas viaturas, que estão numa oficina da cidade para manutenção e recuperação das mesmas. O coronel está certo, tem que pedir ajuda mesmo. Se for esperar pelo Estado, as viaturas devem permanecer nas oficinas durante anos a fio. Pode uma coisa dessas????

PELO INTERIOR ... A diretoria executiva da Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA) segue traçando novas estratégias para angariar fundos para o clube alvinegro para o início da temporada de 2017.

... Desde março deste ano, capacitações vêm sendo realizadas com alguma equipes, como a exemplo da SMS e da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas).

... Pensando numa forma que unisse e trouxesse ainda mais para perto o torcedor do Gigante, a diretoria, através do Departamento de Marketing irá sortear no dia 7 de janeiro de 2017, sábado, uma motocicleta Honda NXR Bros 160cc em um dos amistosos da pré-temporada do Fantasma de Alagoas.

... Até quinta-feira (10), técnicos do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) estiveram visitando Arapiraca para ver diversas ações empreendedoras pela cidade.

... Os bilhetes estarão sendo comercializados a partir do próximo sábado (12) pelo valor de R$100,00, a unidade, e o torcedor poderá comprá-lo no Escritório do Gigante, no Estádio Municipal Coaracy da Mata Fonseca, ou com os diretores e conselheiros do clube. ... A equipe multidisciplinar e demais profissionais da Secretaria Municipal de Educação (SME) de Arapiraca participou na quarta-feira (8) da formação “Conversando sobre o uso e abuso do álcool e outras drogas: um olhar pedagógico sobre o tema”. O evento aconteceu na Escola do Governo. ... A formação está sendo promovida pelo Projeto Redes/Senad/MJ/Fiocruz, que realiza em Arapiraca uma articulação intersetorial de políticas sobre o tema, por meio do Comitê Gestor de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas implantado no município, como também pela SME e pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

... Em ida ao Conjunto Habitacional Brisa do Lago, no bairro Olho d’Água dos Cazuzinhas, eles viram a força de vontade se transformar em realidade. ... Por meio de cursos, após participar do projeto de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Território (Dist) – uma parceria entre Caixa Econômica Federal e Prefeitura de Arapiraca para fomentar as políticas públicas para aquela comunidade e região vizinha –, muita gente tem crescido pessoal e profissionalmente. ... É o caso da empresária Rosângela Oliveira, de 39 anos. Ela fez um curso de culinária no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) , com o auxílio do Dist, e montou a lanchonete Delícias do Brisa, que fica na quadra principal do conjunto. ... Desejamos aos nossos leitores um excelente final de semana, repleto de paz e saúde. Até a próxima edição.


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