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ELEIÇÕES 2018

ABUSO DE PODER

Candidato ao Senado, Maurício Quintella promete articulação e força política em Brasília para ajudar Alagoas

Deputado Antônio Albuquerque muda projeto de duplicação da Rodovia AL-220 para preservar sua fazenda

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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 989 - 14 A 20 DE SETEMBRO DE 2018

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VITÓRIA DOS TATURANAS TRE LIBERA CANDIDATURA DE FICHAS-SUJAS Depois de Cícero Almeida será a vez de Paulão, Arthur Lira e outros condenados P/ 11

TJ julga dia 19 apelação de Luiz Pedro; MP quer prisão imediata do ex-deputado P/ 27

COLLOR APOSTA EM ‘VIRADA’ NO 1º TURNO Renan Filho quer decidir eleição logo no dia 7 de outubro

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MACEIÓ, ALAGOAS - 14 A 20 DE SETEMBRO DE 2018

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

No lixo da história

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- Ao liberar a candidatura do deputado Cícero Almeida, o TRE-AL matou a esperança dos alagoanos que apostaram no fim da impunidade e mandou para as calendas o rumoroso processo dos Taturanas, que tanto envergonha Alagoas.

(Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU

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- Todos os esforços da PF, do Ministério Público e de entidades da sociedade civil para punir os envolvidos no maior assalto a Assembleia de Alagoas foram em vão. Após 10 anos de árduo trabalho jogado no lixo da história, restam frustrações e decepções para um povo achincalhado por essa elite do atraso que reina impunemente sob a proteção vitalícia da toga e da indecente imunidade parlamentar.

Compra de votos A crise é grave

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- Mais do que isso, a vergonhosa decisão da Justiça Eleitoral em Alagoas é um incentivo às atividades ilegais de bandidos travestidos de parlamentares e um aval aos eleitores que usam o voto como moeda de troca. Com decisões dessa natureza, que autoridade moral tem essa Com o apoio do pai – Moacir Andrade – e Corte para fiscalizar o criminoso comércio de votos e a do irmão Cidoca, o empresário Moacir Andralisura das eleições? de Filho, o Bola, entrou pesado na campanha eleitoral em busca de uma vaga na Assem- Ao fim e ao cabo, culpa-se o povo - “que não sabe bleia Legislativa Estadual. votar” - pela reeleição continuada desses grupos que se perpetuam no poder e transformam o estado em feudo Além de Penedo, reduto eleitoral da família familiar. Não à toa, Alagoas padece dos piores indicadores Andrade, Moacir Filho trabalha duro em toda região do Baixo São Francisco, de Piaçabuçu sociais do país, com mais da metade da sua população a Delmiro Gouveia em busca de votos. vivendo abaixo da linha de pobreza. Por seu potencial eleitoral, a região pode até - Vale registrar aqui o esforço da procuradora Regional fazer dois deputados estaduais com chances de vitória para Moacir Filho e Bruno Toledo, Eleitoral em Alagoas, Raquel Teixeira, em defender a inelegibilidade dos deputados-taturanas já condenados em cuja família também tem serviços prestados segunda instância. Mas foi vencida por uma liminar mono- àquelas bandas. crática concedida por um magistrado de plantão, atropelando decisão colegiada e colocando em risco a segurança jurídica do processo eleitoral. Engana-se quem apostar que Maurício - Como adverte o ex-deputado Temóteo Correia em Quintella entrou na disputa majoritária para suas crônicas políticas, em Alagoas tudo pode acontecumprir meta dos Calheiros. O desempenho cer; até boi voar. do ex-ministro dos Transportes junto ao eleitorado supera as expectativas dos adversários e ameaça até mesmo seus apadrinhados. Pode ser a grande zebra na briga por uma das vagas de senador.

A força de Penedo

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Quintella neles

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Segundo turno

A próxima pesquisa do Ibope em Alagoas, encomendada pele Rede Globo, será divulgada pela TV Gazeta no próximo dia 20, mas consultas eleitorais feitas até agora para consumo interno indicam forte tendência para uma decisão em segundo turno. Quem acompanha essas pesquisas informais garante que a disputa majoritária está embolada, tanto para o governo quanto para o Senado. É esperar para conferir.

DA REDAÇÃO

Chances reais

Mais surpreendente ainda é a receptividade dos alagoanos à candidatura de Rodrigo Cunha ao Senado. Sem dinheiro nem estrutura partidária, Cunha virou uma séria ameaça ao poderio de Renan Calheiros e de Biu de Lira, que estão incomodados com as chances reais de vitória do noviço.

O deputado Cícero Almeida usa a propaganda gratuita para denunciar a compra de votos nas grotas de Maceió, seu reduto eleitoral. Pede ajuda à PF para investigar o comércio de votos, mas não dá nome aos bois. Assim fica difícil!

Caça corrupto

Gestores públicos e políticos corruptos que se cuidem. Já está à disposição dos brasileiros uma plataforma de busca que reúne documentos de mais de 30 mil processos judiciais de quem tem contas a acertar com a Justiça. A ferramenta foi lançada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e já conta com uma lista de mais de 9 mil políticos brasileiros enrolados com a ética e a moral. A plataforma é gratuita e pode ser acessada no endereço publiquese.org.br.

O pedido de falência da Marroquim acendeu a luz vermelha na construção civil em Alagoas, um dos setores que mais emprega trabalhadores no estado. Nos últimos anos várias empresas fecharam as portas, enquanto outras dão sinais de que a crise que atinge o País é mais grave do que se esperava.

Olho nos candidatos

Não é verdade que o brasileiro está nem aí para as eleições. Pesquisa do Ibope revela que a audiência média da propaganda eleitoral neste ano subiu 14% em relação à campanha das eleições de 2014. O eleitor não é bobo e está de olho nas promessas e mentiras dos candidatos para dar o troco nas urnas.

Lula ressuscitado

O jornal O Estado de S. Paulo, em editorial, diz que o poste de Lula é apenas um figurante: “Na carta em que anunciou a candidatura de Fernando Haddad à Presidência, escrita em seu escritório eleitoral em Curitiba e lida por seus fiéis como se fosse a palavra divina revelada, Lula, depois de reafirmar pela enésima vez que se considera vítima de um julgamento político, declarou que ‘um dia a verdadeira justiça será feita e será reconhecida minha inocência’ – e então, como se fosse um Relatório do Conselho Nacional versículo sobre a ‘Paixão’ de Lula ressusde Justiça revela que Alagoas citado, emendou: ‘E nesse dia eu estarei e Roraima são os estados com junto com o Haddad para fazer o governo maior número de ameaças contra do povo e da esperança. Nós estaremos lá, magistrados. Pelos dados do juntos, para fazer o Brasil feliz de novo’. CNJ, para cada mil magistrados O tom manifestamente religioso da menque atuam em Alagoas, 47 já es- sagem mal disfarça o verdadeiro sentido tiveram sob situação de ameaça, dessa pregação lulopetista: anunciar que, índice bem acima da estimativa se Haddad for eleito, Lula espera ser benacional, que identificou 6 maneficiado com a liberdade e, ato contínuo, gistrados ameaçados para cada tornar-se o presidente de fato, enquanto o mil. Atualmente, Alagoas tem 12 ex-prefeito de São Paulo estará lá apenas juízes sob ameaça, diz o CNJ. para fazer figuração”. (O Antagonista).

Juízes ameaçados

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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Rodrigo Medeiros

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As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal


MACEIÓ, ALAGOAS - 14 A 20 DE SETEMBRO DE 2018

JORGE OLIVEIRA

O Exterminador atraiu a vilência

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Vitória - Não me surpreende que um candidato que prega a violência seja vítima dela. Bolsonaro, nas suas andanças pelo Brasil, tem ensinado crianças a usar armas com seus gestos descabidos, inapropriados e rudimentares. Acha, o candidato, que pode acabar com a violência no país utilizando-se dos mesmos métodos dos bandidos, na base do olho por olho, dente por dente. Mostrou-se, enquanto esteve nas ruas, adepto dos policiais que formaram o Esquadrão da Morte, uma das organizações mais sanguinárias e bestiais, criada para fazer justiça com as próprias mãos no Rio de Janeiro. O Esquadrão da Morte, que “trabalhava” sob o patrocínio da Scuderie Le Cocq, nome de um policial morto por bandidos no Rio, disseminou a violência pela Baixada Fluminense. E em nome da defesa dos oprimidos, que apoiavam esses marginais travestidos de policiais, matou inocentes e espalhou o terror pelas madrugadas do Rio. De um desses policiais é que surgiu a frase “bandido bom, é bandido morto” que Bolsonaro e seus seguidores pregam pelo Brasil. Bolsonaro é adepto dessa filosofia rasteira. Por onde passou fazendo campanha incitou a violência, fez gestos truculentos até mesmo para o PT, quando, com uma arma de brinquedo, ameaçou matar os “petra-lhas”. Disse certa vez que iria metralhar de helicóptero a Favela da Rocinha se os traficantes que lá estão não se rendessem às suas ordens de deixar a comunidade. Disseminou, como ninguém, a brutalidade, a força, o confronto. Disse para uma deputada que ela não “merecia ser estuprada” e que um negro quilombola não serviria nem para procriar. Sabia que vivia no fio da navalha. Tanto é verdade que ao acordar no leito do hospital disse que já previa uma agressão. Bolsonaro, a exemplo de alguns de seus asseclas, defende o confronto. Aliás, isso não é uma coisa isolada do candidato. O Lula, que está em cana, também apregoa a violência quando se encontra em desvantagem. Quem não lembra quando ele disse que iria botar o Exército Vermelho do Stédeli nas ruas para evitar o impeachment da Dilma? Os extremistas tanto de direita como de esquerda são assim mesmo. Quando ficam em desvantagem recorrem à brutalidade e à truculência para fazerem valer seus argumentos. A América Latina está cheia desses tipos grotescos, déspotas. A violência atrai violência. Devemos aqui condenar essa selvageria contra o candidato, mas não esquecer também seus atos de truculência nos gestos de campanha e nas suas palavras nas ruas. Mas é bom lembrar que o mundo está cheio desses malucos. John Lennon, Martin Luther King, Kennedy, Gandhi e tantos outros líderes, pacifistas ou não, foram vítimas desses tresloucados.

Frustração

Para quem esperava que o capitão esfaqueado desse um salto nas pesquisas se frustrou. Ele cresceu alguns pontinhos que ainda levam a eleição para o segundo turno. E no segundo turno, como mostra novamente pesquisa do Ibope, Bolsonaro perde para todos os outros candidatos, inclusive para o PT de quem ganhava até a pesquisa anterior.

No teto

Trauma

A verdade é que o Brasil vive um trauma político desde que a petezada chegou ao poder. A ascensão da direita é fruto desse atual acirramento político. Ela ressurge das cinzas e cresce no momento em que o PT dissolveu as bases econômica e sociais do país. Avançou, como ave de rapina, nos cofres públicos, desmontou a Petrobras, uma das empresas mais sólidas do mundo. Atacou as empreiteiras e delas tirou até o último tostão para financiar seus militantes no poder.

Vandalismo

Diante desse quadro de vandalismo nas estatais, do caos na economia e da prisão da cúpula do Partido dos Trabalhadores nada mais natural o surgimento dos salvadores da pátria com propostas mirabolantes para endireitar o país. É nessa esteira da anarquia que aparece o capitão Bolsonaro com as suas propostas estúpidas e desordenadas, mas que logo atraiu uma parte dos brasileiros ávidos por justiça, fenômeno que se assemelha ao apoio que o Esquadrão da Morte teve no Rio na década de 1970.

Convulsão

O que se pode esperar desse país daqui para frente? É difícil prever, mas não é difícil imaginar que estamos diante de uma convulsão social com o acirramento e os confrontos que advirão com o resultado dessas eleições. Os radicais da direita não se darão por vencidos e os radicais de esquerda vão tentar de todas formas ocupar as ruas e praças para ilegitimar o vencedor das eleições. Vai ser um salve-se quem puder.

O capitão bateu no teto, como provam as pesquisas. A direita, que o acompanha, tem dificuldade para alcançar os trinta por cento e levar o capitão para uma vitória no primeiro turno, diante do ma-rasmo dos outros candidatos que teimam em não sair do lugar.

Injustiça

Na verdade, a eleição no Brasil é injusta com alguns candidatos. Muitos sequer têm tempo para dizer “Meu nome é Enéas”. No momento, Geraldo Alckmin tem o maior tempo na TV depois da aliança com o Centrão. Mesmo assim, não consegue sair do lugar, pois está fazendo campanha como se tivesse nos programas da Igreja Universal do Reino de Deus, contando historinhas de pessoas sofridas para depois arrematar dizendo que vai ajudálas.

Marina

A Marina, coitada, vai para a televisão para dizer que é negra e foi empregada doméstica, em vez de falar dos cargos públicos que já exerceu no país como senadora e ministra do Meio Ambiente. A candidata esquece que pobre não vota em pobre, portanto, se ela espera atrair os votos dos mais humildes para sua campanha pode tirar o cavalinho da chuva. A prova disso é que caiu cinco pontos, depois do chororô no programa eleitoral.

Pinga-pinga

Depois do Alckmin, os outros candidatos apresentam-se com segundos nos programas eleitorais. O Meirelles, ex-banqueiro, tenta chegar ao poder dizendo-se banqueiro, consertador do mundo. Ora, toda vez que alguém entra em um banco, recebe a fatura do cartão de crédito ou um boleto de cobrança do Serasa vai amaldiçoar o candidato banqueiro. Mesmo assim, Meirelles cresceu 200% nos primeiros dias de campanha. Saiu do 1% para os 3%. Pode parar por aí.

Dinheiro

Meirelles se gaba de gastar o dinheiro dele na campanha presidencial, não recorrendo ao Fundo Eleitoral. Cascata, banqueiro não gasta do próprio bolso. Ele teve dificuldade de convencer a cúpula do MDB sobre as reais chances de uma disputa e, por isso, o partido fechou a torneira, deixando-o à mingua na campanha. Aí só restou a alternativa de usar umas gordurinhas do seu saldo bancário para brincar de candidato.

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Previsão de 2º turno

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s últimas pesquisas que estão sendo repercutidas nas redes sociais, embora não estejam registradas no Tribunal Regional Eleitoral, apontam que o candidato Fernando Collor avança e que está praticamente definido o segundo turno para o governo nas eleições de7 de outubro. A avaliação é de que Renan Filho atingiu o percentual máximo na sua candidatura à reeleição e a tendência, bastante natural em um processo dessa ordem, é cair, enquanto a oposição ganha terreno faltando menos de um mês para as eleições. Outro fator fundamental era de que até bem poucos dias Renan Filho reinava absoluto porque não tinha adversário, quadro que mudou radicalmente com a entrada de Fernando Collor no processo eleitoral. Quem acreditava que Renan Filho ganharia a eleição no primeiro turno, agora já muda de opinião. Acostumado a campanhas de tiro curto, rápida, Collor chega próximo de Renan e já disputa de igual para igual o governo de Alagoas.

Alvo preferido

Uma nova pesquisa do Ibope deve sair nos próximo dias e será divulgada pela TV Gazeta. Até lá muitas especulações e fakes divulgadas nas redes sociais. Muitas não são verdadeiras, mas azucrinam a cabeça dos candidatos.

Revelação

O eleitorado de Maceió e de Arapiraca influenciam muito as eleições, mas isso não representa que a eleição está ganha para candidatos que acham que a parada está decidida. Afinal de contas, mesmo em menores proporções, os outros 100 municípios darão a decisão final. Tem candidato que faz as contas, mas nunca foi a alguns municípios no interior.

Febre em duas rodas Depois que anunciou que proprietários de cinquentinhas terão um tratamento diferenciado no seu governo, sem medo e perseguições, milhares de motoqueiros têm acompanhado a caravana de Fernando Collor no interior do estado, o que tem demonstrado apoio irrestrito ao ex-presidente.

A coisa tá séria

Alguns candidatos a deputado federal estão preocupados com a campanha deste ano. Sem discurso e sem dinheiro está difícil chegar lá. Um deles, que tinha como princípio defender a moralidade pública e não se aliar a velhos adversários investigados na Lava Jato, mudou de opinião e amarga o desprezo até de antigos companheiros de partido.

gabrielmousinho@bol.com.br

Sem funcionar

A ala nova construída na Maternidade Santa Mônica está há muito tempo sem funcionar e seus equipamentos transferidos para outra unidade de atendimento às mulheres grávidas. O problema é que expandiram suas instalações, equiparam a unidade, mas esqueceram de contratar pessoal especializado.

Eleição difícil

Desencontradas

Como não esperava uma reação forte da oposição, a base governista agora tenta atingir de todas as formas o candidato ao governo Fernando Collor, que ameaça a reeleição de Renan Filho. Os ataques são constantes e demonstram a preocupação da base governista com o avanço nas pesquisas do ex-presidente.

O vereador Kelmann Vieira tem se revelado uma grande liderança política e um reforço considerável à campanha de Fernando Collor. Na região Norte do estado, Kelmann tem mostrado liderança, feito alianças políticas e conquistado apoios para a chapa em que é candidato a vice-governador.

GABRIEL MOUSINHO

Alguns candidatos a deputados federais considerados como favoritos nessa eleição podem ficar pelo meio do caminho. Sem dinheiro e o apoio que esperavam, vêm à chance de chegar ou permanecer no Congresso muito distante.

Por pouco

Aviso aos navegantes

Conversa fiada

A disparada em pesquisas de alguns candidatos parece mais conversa fiada. É o que muita gente está fazendo para confundir o eleitor, viralizando nas redes sociais, que toma uma dimensão além do que é verdadeiro.

Alerta geral

Candidatos majoritários acompanham pesquisas próprias e sabem quais os redutos onde precisam investir mais. Sem pesquisas encontram dificuldades para avançar em localidades na capital e no interior.

Apelação

Muitos candidatos estão apelando pra valer nessa campanha política. Alguns mentem exageradamente, outros tentam manter um discurso de moralidade, mas fazem alianças que até o diabo desconfia.

Do contra

O ex-governador Téo Vilela, que tem recebido pancada de todo o lado do governador Renan Filho, que atribui muitas mazelas ao seu governo, está mesmo do outro lado. Seu objetivo é eleger seu sobrinho, Pedro Vilela, o que é muito difícil, diga-se de passagem, e Rodrigo Cunha para o Senado.

Apelo complicado

Numa grande ascensão política, o deputado Rodrigo Cunha poderia estar bem melhor posicionado na corrida na disputa para o Senado, mas a exploração constante do assassinato de sua mãe torna o episódio meio estranho. Cunha não precisaria disso para fazer uma bela campanha.

Serviços prestados

A disputa agora para os candidatos majoritários ao Senado é mostrar para a população quem mais fez por Alagoas. Nesse item o senador Biu de Lira ganha de lavada, se levar em consideração os recursos que trouxe para Alagoas e a construção de mais de 40 mil casas no estado, 17 mil só em Maceió.

O deputado Cícero Almeida escapou por pouco no Tribunal Regional Eleitoral, mas o Ministério Público já disse que vai recorrer da decisão que permitiu ao ex-prefeito disputar o mandato de deputado estadual. Almeida foi acusado pelo MP Eleitoral de ficha suja por haver sido condenado em segunda instância por enriquecimento ilícito e dano ao erário por ocasião da Operação Taturana.


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campanha dos candidatos ao Senado por Alagoas tem ganho um atrativo à parte. A disputa, além do voto, é saber quem mais trouxe recursos para Alagoas. Até candidatos que tinham uma linha ideológica têm migrado para esse “novo modelo” de fazer política. Postulante ao cargo, Mauricio Quintella Lessa aposta em “mais articulação e força política em Brasília”. EXTRA – De que forma Alagoas será beneficiada elegendo o senhor para o Senado Federal? Maurício Quintella - Alagoas sabe que vai ganhar um senador com capacidade de articulação e força política em Brasília, realizador, experiente e competente, com uma trajetória construída pela concretização de obras de grande porte em Alagoas e no Brasil. Conquistei toda minha vivência de homem público, desde os 20 anos de idade, com sabedoria e prática que acumulei ao longo de minha vida política, desde o começo, como vereador em Maceió, secretário de Educação do Estado e do Município de Maceió. Estive dois anos como ministro dos Transportes, Portos e Aviação e sou deputado federal por quatro mandatos. E tem a parceria com o governador Renan Filho, que está fazendo um trabalho de mudança fundamental em nosso estado. EXTRA – Tem alguma ação eleita como prioridade? Como será seu trabalho no Senado? Maurício Quintella - No Senado meu compromisso é trabalhar redobrado, e vou começar com uma base sólida, já construída, quando trouxe para os alagoanos obras de infraestrutura de qualidade como a duplicação da BR-101 e a construção e recuperação de todas as rodovias federais; a dragagem do Porto de Maceió e do Rio São Francisco; o viaduto da PRF, além do encaminhamento, com projetos prontos e verbas incluídas no Orçamento, dos aeroportos regionais de Arapiraca, Maragogi e Penedo. E olhe que consegui tudo isso no contexto da crise econômica e política no Brasil. Quando assumi o ministério todas as obras de Alagoas estavam paralisadas, e consegui reverter e retomar as principais obras realizadas no Estado. EXTRA – E quanto às obras sociais, em áreas como Educação, Saúde e Segurança? Maurício Quintella - Na Educação, como secretário de Estado, ampliei

ENTREVISTA

MAURÍCIO QUINTELLA LESSA CANDIDATO AO SENADO PROMETE MAIS ARTICULAÇÃO E FORÇA POLÍTICA EM BRASÍLIA

QUEM É MAURÍCIO QUINTELLA

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aurício Quintella é deputado federal e candidato ao Senado Federal pelo PR-AL na coligação Avança Mais Alagoas. Advogado e servidor concursado da Justiça do Trabalho, nasceu em Maceió no dia 28 de março de 1971. Começou sua carreira política em 1996, como vereador de Maceió. Foi reeleito e tornou-se presidente do Legislativo Municipal. Hoje, está em seu quarto mandato consecutivo de deputado federal. Também foi secretário de Educação de Maceió e secretário Regional Metropolitano de Alagoas. De 2004 a 2005 foi secretário de Estado de Educação. Em 2006 foi reeleito deputado federal por Alagoas e licenciou-se do mandato na Legislatura 20152018, para exercer o cargo de ministro de Estado de Transportes, Portos e Aviação Civil. Em abril de 2018, reassumiu seu mandato, e hoje é candidato ao Senado por Alagoas.

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e construí escolas e creches, equipamentos com internet banda larga e laboratórios. A descentralização da merenda, com dinheiro direto na escola, foi um modelo criado por mim e que se tornou referência no país. Institui o plano de cargo e carreira do Magistério; criei os até hoje famosos “aulões” de reforço para o vestibular, exclusivo para alunos da rede pública. Na saúde, reformei e equipei hospitais como o Sanatório, a Santa Casa de Maceió e o Clodolfo Rodrigues, no Sertão. E como proposta na área de Saúde vou fazer ainda mais. Como senador, vou assegurar os recursos necessários para o funcionamento de novos hospitais que chegam a Alagoas, como o Hospital do Norte e o Metropolitano. EXTRA – Nosso estado é um dos mais pobres do país. Que ações de impacto estão no seu programa de propostas? Maurício Quintella – Vou trazer recursos para a construção de mais postos de saúde e creches em todo o estado. No ensino médio vou lutar para garantir a implantação de mais escolas técnicas, de ensino profissionalizante e oportunidades de emprego para juventude. Já garanti a construção de dezenas de academias de saúde, como lazer e esporte para os alagoanos, mas vou trazer muito mais. Vou usar minha força de articulação para pavimentar e sanear mais ruas em cada município de Alagoas. Como propostas pontuais, vou garantir verbas para junto duplicar a AL-220, de Arapiraca a Maceió; pavimentar a BR-423, de Ibateguara a Colônia Leopoldina. E vou conquistar verbas para continuar investindo em água para todos os alagoanos, com cisternas e poços artesianos, além de finalizar a grande obra de Alagoas, o Canal do Sertão. EXTRA – Na política e na economia, como o senhor vai trabalhar a pauta nacional, as reformas para o país dentro de um novo governo? Maurício Quintella – Vou defender nosso estado também nas causas nacionais, como a revisão do Pacto Federativo, o atual modelo é perverso. A União concentra a maior parte dos recursos, deixando os municípios à míngua. Na questão municipalista, vou trabalhar para mudar o modelo atual e distribuir esses recursos entre os municípios. Isso vai favorecer, e muito, toda a população alagoana.


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ENTREVISTA Fernando Collor quer voltar a governar Alagoas EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA PROMETE TRATAR A SEGURANÇA PÚBLICA COMO “POLÍTICA DE ESTADO” VALDETE CALHEIROS Especial para o EXTRA

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EXTRA encerra esta semana a série de entrevistas com todos os candidatos ao governo do Estado de Alagos. Nesta edição, o candidato é Fernando Affonso Collor de Mello (PTC) que aparece na pesquisa de intenção de voto com a preferência de 22% do eleitorado e a rejeição de 50% dos alagoanos. A pesquisa foi realizada pelo Ibope, entre os dias 13 e 15 de agosto e está registrada sob os números 00461/2018 no Tribunal Regional Eleitoral – TRE/AL e 01162/2018 no Tribunal Superior Eleitoral – TSE. Fernando Collor de Mello apresentou como vice o presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Kelmann Vieira (PSDB), cuja esposa, a ex-deputada Flávia Cavalcante (MDB) e o sogro Cícero Cavalcante (MDB), deputado estadual são históricos aliados dos Calheiros. Collor declarou à Justiça Eleitoral ser economista e ter R$ 20.683.101,57. Kelmann Vieira afirmou ter R$ 306.000,00. EXTRA – Fernando Collor por que o senhor resolveu colocar seu nome à disposição para o governo do Estado? Fernando Collor – O programa de governo que queremos para nossa terra é aquele que tenha os alagoanos como princípio e fim de suas ações. Em que a competência técnica na gestão do Estado tenha igual correspondência na sensibilidade em relação às pessoas, principalmente aquelas socialmente mais vulneráveis. Queremos razão, mas também queremos sensibilidade para aqueles que, não tendo voz, esperam que usemos os variados mecanismos da administração para fazê-los cidadãos e não excluídos. Nada, nenhuma intenção, nenhum projeto político, pode desconhecer o povo como princípio e fim de tudo. O equilíbrio entre os poderes, as conquistas democráticas e os avanços da vida política só são validados com justiça social. Estes conceitos são basilares deste programa de governo da

nossa Coligação Alagoas com o Povo. Pretendemos resgatar os princípios da equidade, da eficiência técnico-administrativa, do desenvolvimento econômico sustentável, tendo o alagoano, sempre, como elemento central de todas as ações de governo. EXTRA – O pagamento de tributos em Alagoas, penaliza as famílias mais necessitadas? Fernando Collor – Estamos submetidos a um arrocho fiscal que penaliza, indiscriminadamente, todos os atores sociais, tratando desiguais como iguais. Essa população, majoritariamente pobre, destina a totalidade de sua renda ao consumo de subsistência. Na contramão dessa realidade assistimos nos últimos 13 anos ao crescimento de 25% das alíquotas tributárias estaduais sobre o consumo de alguns bens e serviços para as famílias

alagoanas. O arrocho fiscal de 2015 elevou a tributação sobre o consumo de itens essenciais à sobrevivência das famílias, como energia elétrica, gasolina, gás de cozinha, internet e outros. Alagoas, terra de gente guerreira, tem mais da metade de sua população na faixa de pobreza, enquanto que a renda média da população não passa de R$ 658,00, conforme o IBGE.

EXTRA Quem é – Candidato Melquezedeque Farias, por que o senhor resolveu colocar seu Fernando Collor

nome à disposição para o governo do Estado? x-presidente da RepúbliMelquezedeque Farias – A ca ecandidatura atual senador minha foipor uma indiAlagoas. Já foi prefeito cação do comitê central do pardetido, Maceió, deputado federal embora, não seja a minha e governador de Alagoas. Retarefa preferida (sair candidato), nunciou à Presidência Reprocurarei cumpri-lada seguindo as pública em 29 de dezembro orientações debatidas emdenossa convenção. 1992, horas antes de ser condenado pelo Senado por crime EXTRA – O senhor já exerde responsabilidade, perdendo algum cargopor eletivo? osceu direitos políticos oito anos. Melquezedeque Posteriormente,Farias voltou– Nunca exerci cargo eletivo, e, pessoalàs disputas eleitorais e, desde mente, meu parlamento é a sala 2007, é senador por Alagoasde aula. Minha candidatura é sss. Seu governo marcado cumprimento defoi tarefa dentro do pela implementação do Plano partido. Collor e a abertura do mercado nacional às importações EXTRA – Qual foi eo pelo critério para do nacional vice, Élcio início de aumescolha programa de Oliveira? deLins desestatização. Seu plano, Melquezedeque que no início teve umaFarias boa – Escolhemos o Élcio devido aceitação, acabou por apro-ao nosso comprometimento com os intefundar a recessão econômica, resses e as necessidades dos tracolaborada pela extinção, em balhadores e ao acordo que temos 1990, de mais de 920 mil poscom a política do partido. Além da tosexperiência de trabalhoeevivência uma inflação no campo nada casa dos 1200% ao ano; esquerda. junto a isso, denúncias de corrupção política envolvendo o tesoureiro da campanha eleitoral de Collor, Paulo César Farias, feitas por Pedro Collor de Mello, irmão de Fernando Collor, culminaram com um processo de impugnação de mandato (impeachment).

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MACEIÓ, ALAGOAS - 14 A 20 DE SETEMBRO DE 2018

Os dados atestam que 38% do nosso povo ainda é sustentado pelo Programa Bolsa Família. A aparente qualidade das contas públicas contrasta com a indigência econômica dos alagoanos. A ferocidade tributária cria novos encargos sob a forma de taxas que atingem de forma indiscriminada micro e pequenos empreendedores da mesma maneira que os grandes investidores, inibindo as iniciativas daqueles que buscam de forma digna e honrada suprir as necessidades de sobrevivência de suas famílias, forçando-os a escorregar para os labirintos da informalidade e do subemprego. A justa preocupação com a preservação do meio ambiente converteu-se em excessiva burocracia e taxações, que sufocam grandes e pequenos empreendedores, desestimulando, no geral, novos investimentos. Em detrimento da cultura da orientação, prevalece a cultura da punição contra quem clama pela mão solidária do Estado. EXTRA – Qual a opinião do senhor sobre a Educação no Estado? Fernando Collor – Alagoas continua a patinar negativamente em indicadores decisivos para a superação do seu subdesenvolvimento. Os baixos níveis de escolaridade e a qualidade do ensino público fazem com que dois terços de nossa população continuem na condição de analfabetos funcionais e digitais. Excluídos, portanto, dos benefícios que lhes deveriam conferir a plena cidadania. Some-se a isso a dramaticidade dos índices de criminalidade, que aterrorizam o cotidiano das pessoas. Nosso objetivo é disponibilizar educação integral de qualidade desde a primeira infância: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Profissionalizante e Ensino Superior, criando a base pela qual nossas crianças e jovens se tornem prósperos. Vamos elevar o nível de escolaridade e os índices de aprendizagem educacional dos estudantes alagoanos, nos propondo a reduzir o analfabetismo, chaga que envergonha Alagoas. O capital humano empregado na missão de educar é a pedra fundamental do sucesso pleno das políticas públicas voltadas à educação. Os profissionais da educação serão valorizados e ouvidos por ser o fator fundamental para o sucesso de um programa de Estado que se proponha a ofertar um ensino integral de qualidade. EXTRA – Recentemente, a União decretou estado de emer-

Nosso objetivo é acabar com o ambiente de insegurança, desconfiança e de impunidade que assombra o povo alagoano. Só alcançaremos esse objetivo se contarmos com capital humano qualificado, treinado e motivado para exercício de suas aptidões profissionais na segurança pública. gência em 38 municípios alagoanos. O sertanejo ainda sofre bastante com a estiagem. O Canal do Sertão será a redenção para essa região? Como fazer para que não só os grandes latifundiários explorem o Canal? Fernando Collor – O Canal do Sertão cumprirá sua grande função econômica e social para a gente do Semiárido alagoano. Através de um amplo projeto de aproveitamento de suas potencialidades, realizaremos o cultivo irrigado através de módulos de agricultura familiar, com potencial de até 10 mil hectares, aumentando a renda e a empregabilidade para milhares de nossos irmãos sertanejos. Essa produção em larga escala de produtos alimentares substituirá similares hoje importados de estados vizinhos. O governo irá disponibilizar assistência técnica e apoio creditício aos produtores através de instituições de fomento agrícola (Banco do Brasil e Banco do Nordeste), além de logística de comercialização. Construiremos um eixo viário para o escoamento da produção e uma Central de Abastecimento naquela região do Semiárido. Outra importante ação será a realização de obras de pequeno porte, criando sistema de abastecimento de água para as comunidades difusas ao longo do Canal do Sertão. Com

essas medidas evitaremos doenças transmitidas pela água com o atual abastecimento através de carros -pipa. Assim, proveremos a sustentabilidade hídrica para os agricultores familiares e seus pequenos rebanhos durante os períodos de estiagem. Vamos tornar a região do Baixo São Francisco um polo de Piscicultura e Carcinicultura, pois há grande potencial para produção de pescado em cativeiro para atender ao mercado alagoano e também para a exportação. Apoiaremos outras iniciativas empreendedoras na região. Dedicaremos atenção especial ao desassoreamento do Baixo São Francisco e à reposição de suas matas ciliares a fim de recompor sua navegabilidade e evitar a continuidade do avanço do mar sobre sua foz, fenômeno preocupante e de efeitos nocivos a sua preservação. EXTRA – O tema Segurança Pública preocupa o senhor? Fernando Collor – Nosso objetivo é acabar com o ambiente de insegurança, desconfiança e de impunidade que assombra o povo alagoano. Só alcançaremos esse objetivo se contarmos com capital humano qualificado, treinado e motivado para exercício de suas aptidões profissionais na segurança pública. Daremos a devida importância a esses profissionais, bem como total apoio ao seu aperfeiçoamento técnico e humano. Promoveremos a ampliação e a renovação nos efetivos das polícias, agentes penitenciários, peritos e Corpo de Bombeiros. A segurança pública será tratada como política de Estado, envolvendo toda a estrutura de governo no conceito de rede, na qual todos os órgãos desenvolvam ações de prevenção, repressão qualificada e ressocialização que impactem na redução dos índices de violência em todo território alagoano. Realizaremos monitoramento técnico e avaliações de desempenho dos órgãos de segurança, que atuarão de forma integrada em centros que abriguem todos os serviços dessa área de governo disponibilizados ao cidadão. Teremos a integração plena dos órgãos que compõem o sistema de segurança pública como instrumento prioritário no processo de prevenção à criminalidade, compartilhando dados criminais e ocorrências policiais nos âmbitos federal, estadual e municipal. EXTRA – Como trabalhar o Desenvolvimento Sustentável em Alagoas? Fernando Collor – Vamos tra-

balhar, sem medir esforços, para aumentar a taxa de crescimento econômico de Alagoas de maneira equilibrada entre as diversas regiões do estado. Para isso, diversificaremos a matriz econômica estadual, desenvolvendo novas cadeias produtivas, criando oportunidades e ampliando o ambiente de negócios em Alagoas. Ampliaremos os esforços para atrair empreendimentos estruturantes privados nas Regiões Metropolitanas de Maceió e de Arapiraca, bem como nas demais regiões, apoiando a qualificação da mão de obra necessária a esses empreendimentos. Vamos aumentar a competitividade do que é produzido em Alagoas por meio da educação, da qualificação da mão de obra, da inovação, do empreendedorismo e da infraestrutura, desburocratizando os processos ligados a essas atividades. EXTRA – O turismo pode ser a grande salvação para a economia do estado? Fernando Collor – Investiremos na qualificação profissional dos integrantes das atividades econômicas e sociais ligadas ao turismo. Promoveremos cursos de capacitação contínua de operadores turísticos, agentes de viagens e de outros profissionais do setor. Realizaremos obras de infraestrutura para qualificação dos destinos turísticos; buscaremos implantar novos centros de convenções para fortalecer o turismo cultural e de negócios em todo estado e promoveremos a sinalização turística em português, espanhol e inglês, padronizadas, para os destinos turísticos de Alagoas. Elevaremos a visibilidade dos destinos turísticos de Alagoas no mercado nacional e internacional, com o objetivo de aumentar o fluxo de turistas brasileiros e estrangeiros, desenvolvendo, também, novas rotas turísticas. EXTRA – Como diminuir o desemprego em Alagoas? Fernando Collor – A melhor política contra a pobreza e a desigual distribuição de renda que assombra nosso estado é a preservação do poder de compra das famílias. Sabemos que mais de 50% da população de Alagoas é considerada pobre e que grande parte se beneficia dos programas de distribuição de renda como o Programa Bolsa Família. Nossa distribuição de renda é extremamente desigual. Segundo o IBGE, em 2017, a renda domiciliar média dos alagoanos foi estimada em R$ 658,00 enquanto que

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o salário mínimo é de R$ 937,00 e a renda média do trabalhador brasileiro de R$ 1.268,00. A política fiscal do Estado tem grande influência na atividade econômica. O gestor público deve ter sensibilidade para não penalizar o poder de compra dos trabalhadores e de suas famílias, assim como a competitividade do setor produtivo. A benevolência da União em reduzir em 20% os juros da bilionária dívida do Estado de Alagoas, em 2017, implicou em uma menor despesa corrente com juros. O Governo do Povo vai aproveitar a redução das despesas com os juros para revisar esse penoso arrocho fiscal em prática desde 2015. O objetivo é aquecer a economia de forma sustentável, elevando o consumo das famílias e a competitividade de nossos produtos e serviços. EXTRA – O que o alagoano pode esperar do governo do senhor? Fernando Collor – Nosso governo será transparente, responsável e com participação popular. Uma gestão compromissada com a real e efetiva representação do poder popular. Colocaremos nossa experiência gerencial e capacidade técnica a serviço da sociedade, com total transparência em nossos atos e permanente prestação dos resultados do nosso trabalho. Nossa política fiscal levará em conta o poder de compra da renda familiar dos alagoanos e a competitividade de nossas empresas. Procuraremos aumentar a arrecadação própria, sem aumentar a carga tributária, combatendo a evasão fiscal. Entendemos que o fomento da atividade econômica é a melhor forma de arrecadar mais. Com objetivo de fomentar essa atividade, vamos combater a burocracia no relacionamento do Estado com o cidadão. Simplificaremos a burocracia pública visando tornar o Estado um aliado dos grandes, médios, pequenos e micros empreendedores, e não um ente burocrático limitador do desenvolvimento e da inovação. Faremos um esforço de modernização dos processos de trabalho em todos os níveis da máquina pública, visando torná-la mais eficiente, evitando desperdícios e retrabalho. Com o uso de tecnologias e inovações associadas à qualificação técnica dos servidores, economizaremos recursos e ampliaremos a captação de recursos de convênios federais, ampliando os investimentos. Os servidores públicos serão valorizados.


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Collor aposta em “virada” no 1º turno e vitória no 2º

SUCESSÃO ESTADUAL

VEREADORES MOSTRAM ONDE EXISTE A “POEIRA DE OURO” ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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senador Fernando Collor (PTC) está com disposição de esticar a corda: levar a campanha eleitoral para o segundo turno, apesar dos apoiadores de Renan Filho (MDB) darem como certa a vitória acachapante do governador já no dia 7. Os colloridos apostam em uma virada, vinda de Maceió. A estratégia número 1 é o vice, Kelmann Vieira (PSDB), atual presidente da Câmara. O QG do senador acredita na ajuda dos vereadores, aliados de Kelmann, com capilaridade em rincões eleitorais da capital. O presidente da Câmara deixa o espaço aberto para os edis levarem Collor à “poeira de ouro”, expressão do então governador Silvestre Péricles, ao se referir ao povo. O objetivo é quebrar a tradicional resistência do eleitor de Maceió com Collor. A outra linha da campanha está em cidades ao redor de Maceió e caminhadas constantes pelo Sertão. A compreensão: o senador tem grande popularidade nestes lugares. E isso deve gerar uma onda de entusiasmo. Daí a esperada “virada”. “Não se tem tradição em Alagoas de um só candidato disputar o governo”, diz Collor. “E entendi que este momento era democrático”. O senador era aliado de Renan Filho. Tinha indicações na Secretaria de Agricultura. Rompeu, segundo explicação do governo, por querer indicar o vice de Renan Filho. Recebeu um “não” como resposta. Lançou-se ao governo. Gerou traumas. O PSDB indicou o vice

Ao lado do senador Biu de Lira, que tenta reeleição, Fernando Collor viaja por todo o estado

de Collor, mas uma banda do partido virou as costas para o senador. Nem o candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin, quis Collor junto de si. Transformado em inimigo cordial, o PSDB cedeu tempo de TV e rádio à coligação do sena-

“É normal a divergência [no PSDB], é natural. Aqui em Alagoas sempre tivemos posições distanciadas. Como a candidatura foi decidida em cima, era natural as divergências, compreendidas por mim”, FERNANDO COLLOR

candidato ao governo de Alagoas

dor. “É normal a divergência [no PSDB], é natural. Aqui em Alagoas sempre tivemos posições distanciadas. Como a candidatura foi decidida em cima, era natural as divergências, compreendidas por mim”, explicou o candidato ao governo. Fogo amigo (que queima) explicado, é no guia eleitoral que a “mão pesada” do senador atua. O “pandeiro” da vez é o secretário da Fazenda, George Santoro, um “membro da equipe de Sérgio Cabral, que quebrou o Rio de Janeiro”. Sérgio era governador, hoje está preso; Santoro era subsecretário de Receita da Fazenda do Rio até o final de 2014. Assumiu a Secretaria da Fazenda alagoana em 2015. Na teoria de Collor, o governo, via Santoro, apenas adiou o problema da dívida pública alagoana para o futuro. E a bomba vai estourar nos colos

dos próximos governadores. “Aproveitadores que nunca pensaram na nossa gente”, diz Collor, na TV. O dinheiro conseguido com o atual acordo que diminuiu o estoque da dívida- R$ 400 milhões/ano- poderia, segundo Collor, ser usado para gerar empregos entre os microempreendedores. Além disso, a taxação na gasolina, via Sefaz, aumenta o custo do combustível no estado. Por isso o senador se mostra como um gestor experiente: prefeito de Maceió, governador, presidente da República. E quer criar uma câmara setorial com o empresariado para geração de empregos e diálogo com o setor produtivo, expandir o polo digital, terminar os 5 hospitais do Governo Renan mas ainda não construídos ou incompletos e dar condições às ambulâncias do Samu rodarem atendendo os casos de urgência e emergência sem

precisar de ajuda da população para funcionarem. Fala ainda em transformar o Hospital Geral do Estado “em hospital de verdade”. “ O governo fantasia o que não existe”, diz o candidato. E quer encerrar a renúncia fiscal ao setor atacadista - segundo ele de R$ 180 milhões - e investir o dinheiro em saúde e educação. Fala em descobrir gargalos na administração e aplicar este dinheiro em áreas sociais. “Do que foi orçado em 2014 para investimento em saneamento básico, que tem tudo a ver com saúde, o governo deixou de liberar 80% do estimado”, explica, continuando: “Em 2015, 50% não foram aplicados. Em 2016, cerca de 30%. Isso com base no que estava previsto no orçamento do Estado. Só esse montante significa R$ 539 milhões. Remanejando esses recursos, podemos dar uma aplicação correta, mudando todo este cenário como se encontra. Ou seja, é mais eficiência nas contas públicas. Ao lado do povo, vamos mudar esta terrível realidade na qual nos encontramos. Estes números nos deixam envergonhados. Faremos um governo para mudar toda esta realidade”, afirma Collor. “Infelizmente, Alagoas ainda detém índices negativos nas áreas da educação, segurança pública, social, entre outros. Os números estão aí e atestam isso. Precisamos dar um basta e virar essa triste página em nosso estado. Nós propomos essa mudança ao lado do povo alagoano. Precisamos de um governo que se preocupe com a população e não com os poderosos”.


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Renan Filho quer resolver eleição no dia 7

JOGO DO PODER ESTRATÉGIA DE CAMPANHA SE BASEIA EM PESQUISAS INTERNAS ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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QG da campanha do governador Renan Filho (MDB) aposta em uma vitória acachapante logo no primeiro turno das eleições, dia 7 de outubro. Por que? Na visão dos calheiristas, mesmo tendo na oposição o senador Fernando Collor (PTC) - e o prestígio de ser ex-presidente da República - as pesquisas de consumo interno mostram que a confiança não é exagerada e o volume da campanha de Renan Filho é muito maior, comparado ao de Collor. Outra situação considerada favorável: desde que a reeleição passou a valer no Brasil, há 20 anos, nenhum governador em Alagoas concorreu e perdeu. Por isso, a estratégia - tanto no guia eleitoral quanto no palanque - é a mesma: não citar o nome de Collor, evitar responder diretamente aos ataques na TV e investir pesado nas ações judiciais, que tramitam no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), para “abocanhar” o tempo da oposição na TV e no rádio. Mais: Renan Filho aposta no desgaste da exposição dos tempos do PSDB em seu guia. Os tucanos são aliados de Collor, o governador anterior era Teotonio Vilela Filho, chefe da legenda em Alagoas. Comparar o que se chama de “passado” com o “presente”

Renan Filho e Luciano Barbosa apostam em vitória já no primeiro turno

faz sucesso aos olhos do eleitor, é a avaliação dos governistas. SEM CITAR COLLOR Para responder aos ataques sem falar o nome de Collor, foi escalado o vice-governador Luciano Barbosa (MDB), que foi secretário Estadual de Educação; Renan Filho fala dos assuntos com chances de serem limados ou já expostos, aos olhos do “outro lado”, como vidraça na vitrine da administração estadual. Dois deles: segurança e saúde. São as pesquisas internas que mostram estas necessidades/reclamações do eleitorado. Na segurança, o QG procura mostrar volume: muita gente contratada via concurso; muita gente nas ruas fazendo segurança; muitas delegacias, ar-

‘‘ Tiramos Maceió do ranking das cidades mais violentas do país; reduzimos a violência em todas as áreas. Enquanto o Brasil enfrenta sua maior crise na segurança pública, o lucro do Detran é investido na segurança. São R$ 72 milhões por ano” RENAN FILHO

Governador

mamento, viaturas circulando, diminuindo a violência, segundo os números apresentados pela Secretaria de Segurança Pública. “Tiramos Maceió do ranking das cidades mais violentas do país; reduzimos a violência em todas as áreas”, repete Renan Filho, tanto nas caminhadas quanto no guia eleitoral, além das sabatinas. “Enquanto o Brasil enfrenta sua maior crise na segurança pública, o lucro do Detran é investido na segurança. São R$ 72 milhões por ano”, intensifica a narrativa no guia na campanha. Fala ainda da construção de hospitais, abertura das duas unidades de pronto atendimento fechadas ao assumir o governo. E promete colocar Alagoas “na ponta da educação no país”. “Não falta professor no Estado”, defende Renan Filho, ao dizer que fez concurso público na área e transformou 50 escolas da rede estadual em tempo integral, procurando neutralizar discurso de Collor, em sabatina na Federação das Indústrias (Fiea), há duas semanas, quando ele disse que estas escolas “eram uma mentira” e a merenda oferecida era “bolacha e suco ralo”. Nos depoimentos- que se espalham no guia eleitoral e viralizam no WhatsApp - são os estudantes que respondem, tudo aproveitado - é óbvio - pelos calheiristas: refeições diárias, de boa qualidade e alunos dizendo “que saem preparados para o mundo dos negócios”. Luciano Barbosa aparece, na TV e no rádio, como gestor moderno, comprometido com o servidor público, que conseguiu avanços nunca antes tentados na educação, além de mais valorização das escolas. “E no momento em que se vive a maior crise econômica no Brasil”, destaca Renan Filho.

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FILHO IGNORA SIAMÊS

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xistem muitas pontes ligando as campanhas de Renan Filho e do senador Renan Calheiros (MDB). Elas vão muito além da relação pai-filho. Governistas investem na massificação do nome de Renan Calheiros na boca de Renan Filho como uma peça importante na atual administração estadual. Isso se repete nos discursos, na TV, no rádio, na internet. Volume muito maior de citações, se comparado ao segundo voto ao Senado - também apoiado pelo Palácio República dos Palmares: o deputado federal Maurício Quitella (PR). Citar Quintella é comum nos palanques, onde o raio de alcance não é tão grande. Diferente é na TV. Sabatinado esta semana pela jornalista Thaise Cavalcante, no AL-TV 1ª Edição (TV Gazeta), Renan Filho citou Renan Calheiros duas vezes. Nada de Maurícío Quintella. Duas citações cirúrgicas: a da renegociação da dívida do Estado junto à União. “Graças a Renan Calheiros”, Alagoas alongou o pagamento desta dívida e tem economia de R$ 400 milhões/ano mais redução do estoque do débito. O governo ficou ainda 10 meses sem pagar a dívida, resultado de um acordo com o Tesouro Nacional, “via senador Renan Calheiros”. “Alagoas era um dos estados mais superendividados do país. Reduzimos a dívida, como nunca na história. É a maior redução do endividamento do país. A gestão fiscal de Alagoas é a mais elogiada. Temos ainda a segunda melhor avaliação do país, ou seja, temos condições de pagarmos a dívida”, repete o governador. O antes siamês Maurício Quintella vai sendo abandonado no meio do caminho. E os Renans fazem a dobradinha, fórmula que vai dando certo.


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Sete vereadores de Maceió têm chances nas eleições

AVALIAÇÃO DOS QGs TUCANOS PODEM ELEGER TEREZA NELMA E CANUTO COMO FEDERAIS; SILVIO CAMELO VIRA APOSTA NA ASSEMBLEIA ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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disputa entre colloridos e calheiristas altera a geografia dos votos na Câmara de Vereadores de Maceió. Dos 21 integrantes da Casa de Mário Guimarães, sete devem mudar os caminhos: cinco deles para a Assembleia Legislativa e dois a deputado federal, ou seja, rumo a Brasília. As contas não incluem o presidente da Câmara, Kelmann Vieira (PSDB), vice do senador Fernando Collor (PTC), concorrendo ao governo. O levantamento inclui o salto do legislativo mirim para o estadual ou federal. Para a Assembleia Legislativa, os QGs das campanhas de Renan Filho (MDB) e Collor dão como certa a vitória dos vereadores Chico Filho (PP), Dudu Ronalsa (PSDB), Lobão (PR), Francisco Sales (PPL) e Sílvio Camelo (PV). Estes são cotados para a Assembleia. A federal: Eduardo Canuto (PSDB) e Tereza Nelma (PSDB). Uma das explicações dos dois grupos para Nelma e Canuto: ambos surfam no crescimento eleitoral de Rodrigo Cunha (PSDB), deputado estadual mais votado nas eleições

Tereza Nelma e Eduardo Canuto são apontados como prováveis eleitos para a Câmara Federal

de 2014, prioridade do PSDB (considerando que Pedro Vilela virou carta fora do baralho nas bancas de apostas de Renan e Collor) e com uma campanha construindo horizontes eleitorais para além de Maceió e Arapiraca, onde Rodrigo agrega mais valor político. EXPLICAÇÕES No caso dos vereadores que rumam da Câmara para a Assembleia, o porquê da provável vitória deles é diversificado. Silvio Camelo agrega um eleitorado mais católico e conservador, com ações bem alinhadas às do arcebispo de Maceió, D. Antônio Muniz. Lobão é o inverso. O eleitor pode ser chamado de fã. Vibra, pelas redes sociais, quando o vereador pinta uma faixa de pedestre apagada pelo tempo ou leva uma caçamba para recolher o lixo acumulado nas ruas da orla lagunar, em Maceió. Ou ainda apoia obras paliativas, como o recapeamento de parte da Avenida Senador Rui Palmeira, no Dique Estrada; algumas casas levantadas

para não serem inundadas pela maré da lagoa Mundaú, nesta mesma região. O eleitor-fã também é cativado pelas brincadeiras de Lobão. É o perfil que busca agregar um eleitor mais jovem e menos politizado, em todas as classes sociais, usando humor bastante próximo aos de youtubers famosos e com milhares de acessos, sucesso na internet. Na prática, Lobão foi um investimento considerado “rentável” pelo deputado federal (disputando o Senado) Maurício Quintella (PR) e o prefeito Rui Palmeira (PSDB), maiores fiadores de Lobão para a Câmara, há dois anos. O fácil acesso ao gabinete do prefeito e ao secretariado rendeu cenas de ciúmes públicos, na tribuna da Câmara, mas a tendência geral, avaliam os dois lados, é que isso não atrapalha o papel de “vereador-prefeito” levado adiante por Lobão. E, de quebra, ele pode puxar mais nomes para a Assembleia, com a sobra espetacular

de votos que calheiristas e colloridos preveem. Lembrando: Lobão foi o mais votado para a Câmara de Maceió, em uma campanha considerada “barata”, nos valores, sempre milionários, especulados numa votação. RICO E COM DISPOSIÇÃO DE GASTAR Francisco Sales é o que se chama de “museu de novidades”. Um candidato rico, com dinheiro do próprio bolso, para gastar numa campanha cheia de complexidades e muitos interesses em jogo para a Assembleia. Filiado ao Partido Pátria Livre, legenda de cunho nacionalista, Francisco Sales declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) patrimônio de R$ 835,2 mil. Seus bens mais que dobraram antes de entrar na Câmara, há dois anos (declarou R$ 315 mil). Gastou R$ 100 mil na campanha até esta semana, dinheiro da própria carteira. Sua estratégia, nas redes sociais, é mostrar obras tam-

bém paliativas em comunidades pobres, forma do eleitor considerá-lo “poderoso” ou pelo menos com estofo suficiente para conversar com o prefeito da capital alagoana, em busca de fardos de dinheiro para a periferia. Dudu Ronalsa e Chico Filho são dois casos de famílias antigas lançando jovens com bastante experiência política herdada dos pais e avós e o discurso “do novo”, só que para a Assembleia. Deve ser acrescentado a Chico Filho: a família Holanda busca uma segunda vaga no legislativo estadual. Existe também a capacidade deste vereador nas articulações de bastidores (foi eleito presidente da Câmara logo no primeiro mandato, em 2013) além dos votos do pai, o suplente de deputado estadual Chico Holanda (PP), que chegou a assumir breve período na Assembleia, no lugar do pastor João Luiz, cassado por abuso de poder religioso, mas com mandato reintegrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Chico é um dos opositores que mais roem os pés do Governo Renan Filho. A questão é lógica: o PP busca um espaço maior nesta eleição e na de 2020 (vitória de Benedito de Lira ao Senado em outubro e lançar Marcelo Palmeira, atual vice de Rui Palmeira, à Prefeitura de Maceió daqui a dois anos). Decisão de uma parte da família Holanda (ela ocupa trincheiras diferentes na política) foi trocar Francisco Holanda por Chico Filho na disputa a estadual, fazendo frente ao “outro lado” da família, comandado pelo vereador Antônio Holanda (MDB), apoiando a reeleição do filho, Dudu (PSD), a estadual.


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TRE se “suja” ao limpar a barra de taturanas

RETROCESSO PLENO LIBERA CANDIDATURA DE ALMEIDA; PAULÃO E ARTHUR LIRA DEVEM SER BENEFICIADOS JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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nos de investigação da Polícia Federal. Uma variedade de documentos apreendidos. Horas de interrogatórios e depoimentos. O trabalho e o tempo de juízes e promotores. Tudo foi jogado fora nesta semana pela Justiça Eleitoral de Alagoas. Mas para que isso fosse possível, primeiramente, houve a contribuição do desembargador e vice-presidente do Tribunal de Justiça (TJ-AL) Celyrio Adamastor que liberou, em abril e em decisão monocrática, os condenados em segunda instância pela Operação Taturana a disputarem as eleições de outubro. Tratam-se dos deputados federais Cícero Almeida (PHS), Paulo Fernando dos Santos – o Paulão (PT) - e Arthur Lira (PP). Após conseguirem escapar das garras do TJ-AL, eles ainda precisavam passar pelo crivo do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AL). Até o fechamento desta edição, apenas a candidatura de Almeida tinha sido analisada e liberada pelo Pleno do TRE. Na segunda-feira, 10, cinco desembargadores entenderam que a ficha de Ciço está limpa. Ou seja, o parlamentar está livre para tentar sua eleição para Assembleia Legislativa. Ironica-

mente, foi em sua passagem por lá que ele foi acusado e condenado por participar de desvios de dinheiro, um esquema que teria gerado um rombo de cerca de R$ 300 milhões aos cofres públicos. A estratégia: pedir empréstimos a bancos e pagar com o dinheiro do povo. Na abertura da audiência, a procuradora Regional Eleitoral Raquel Teixeira, que requereu a impugnação dos três taturanas, além de outros seis candidatos, fez questão de rememorar a sentença já proferida pela Justiça a Almeida no caso dos desvios do Legislativo. “Ressarcimento ao erário no porte de R$ 195.575,54 com juros e correção monetária, suspensão temporária dos direitos políticos pelo prazo de dez anos, perda do cargo, impossibilidade de contratar com o poder público ou dele receber benefício fiscal, e o pagamento de multa civil, além de custos processuais”. O relator do processo, o juiz federal José Donato de Araújo Neto, durante pronunciamento, citou que “o Tribunal Regional Eleitoral não pode apreciar ou discutir acerca do mérito da decisão emanada na Justiça comum em julgamentos criminais e de improbidade administrativa conforme uma súmula do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”. E prosseguiu: “A decisão do vice-presidente do TJ foi mantida e confirmada pelo ministro e relator do Superior Tribunal de Justiça, Og Fernandes. Mesmo se as instâncias da Justiça comum, de primeiro e segundo grau, reconhecerem de prova robusta a prática de atos de improbidade e enriquecimento ilícito, o impugnado pode vir a concorrer mandato eletivo no pleito”. Divergiram do voto do relator os desembargadores Pau-

Almeida. A procuradora regional eleitoral Raquel Teixeira informou “que irá recorrer da decisão, que abre brecha para outros fichas-sujas conseguirem continuar nas eleições”. A Justiça Eleitoral tem até o dia 17 de setembro para publicar as análises das candidaturas.

A DECISÃO POLÊMICA

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Condenado por improbidade, Cícero Almeida quer retornar à Assembleia

Mesmo se as instâncias da Justiça comum, de primeiro e segundo grau, reconhecerem de prova robusta a prática de atos de improbidade e enriquecimento ilícito, o impugnado pode vir a concorrer a mandato eletivo”. JOSÉ DONATO DE ARAÚJO NETO Juiz federal, relator do processo

lo Zacarias e Pedro Augusto Mendonça. E acompanharam o relator, mas com ressalvas, os desembargadores Luiz Vasconcelos Netto e Silvana Omena. Já acompanharam o voto do relator na íntegra o desembargador Alberto Maya de Omena e o presidente do TRE, José Carlos Malta Marques. “Estamos votando por conta de uma decisão monocrática. Mas, que por força da inércia processual, coloca em risco todo processo eleitoral”, disse Marques falando que as candidaturas dos demais taturanas podem também ser deferidas. Porém, preferiu votar a favor de legibilidade de Cícero

o dia 25 de abril, o desembargador Celyrio Adamastor suspendeu monocraticamente os efeitos das condenações acatando recursos especiais e extraordinários impetrados pelos 10 condenados e aos quais juntaram o pedido de efeito suspensivo da decisão da 3ª Câmara Cível do TJ. Os argumentos acatados por Adamastor, que assumiu a relatoria desta apelação porque o presidente do TJ, Otávio Leão Praxedes, alegou suspeição por motivo de foro íntimo, são em síntese os mesmos que foram rechaçados em novembro de 2016 e em fevereiro do ano passado. Julgamento antecipado da lide, cerceamento da defesa, ausência de citação pessoal, desrespeito ao juiz natural, prescrição e incompetência da justiça estadual para julgar o feito são as alegações dos condenados. Todas já analisadas e rebatidas pelo colegiado da 3ª Câmara que manteve em novembro de 2016 as condenações de primeira instância prolatadas em 2012 e refirmou este entendimento no ano passado.


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Trabalho filantrópico leva Fátima Canuto a disputar mandato

COMBATE AO CÂNCER CANDIDATURA UNE FAMÍLIA DE TRADIÇÃO NA POLÍTICA ALAGOANA quatro mandatos presidente estadual. Tal experiência a credencia a ser voz ativa e referência no tema. “A Rede Feminina foi uma das melhores formas que encontrei para doar parte de meu tempo, do que tenho de melhor dentro de mim”, disse. Natural de Maceió, a filha do sertanejo de Mata Grande Rubens Canuto e da capelense Dilma Moreira é casada com o médico-cirurgião Renato Rezende e mãe de Rafaela e Renato Filho. É nesta combinação de gerações e ideias que ela construiu um

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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om novas ideias e experiência de mais de 20 anos como voluntária da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Fátima Canuto lança seu nome para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de Alagoas pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). A vida da economista, empreendedora e advogada Fátima Canuto sempre esteve atrelada à política. Filha do ex-deputado Rubens Canuto e irmã do ex-deputado Carlos Alberto Canuto também viu seu filho Renato se enveredar para este caminho. Renatinho (como é conhecido) é prefeito do Pilar e tem aprovação de 91% em sua gestão. Pautada na ética e com novo jeito de fazer política, Fátima Canuto disse que encontrou sua vocação que é doar sua energia, força e confiança na entrega pelo bem-estar das pessoas. Prova disso é que foi presidente nacional da Rede Feminina de Combate ao Câncer e por

Fátima Canuto quer ser a voz feminina na Assembleia Legislativa

É o compromisso de quem vai atuar em busca do bem-estar de quem mais precisa que credencia Fátima Canuto a espalhar novas ideias e construir uma nova Alagoas

sólido núcleo familiar e nele encontra o “seu porto mais seguro e território de cura”. Além da dedicação à Rede Feminina, Fátima Canuto tem passagens de destaques pela Secretaria de Assistência Social de Alagoas e Secretaria de Saúde do Pilar. E foram suas últimas experiências como principal impulsionadora dos programas sociais mais ousados no Pilar, terra em que ela fincou suas raízes, que a impulsionaram a tomar a decisão de abraçar a vida pública e colocar seu nome e sua história para concorrer a uma vaga na Casa de Tavares Bastos. É o compromisso de quem vai atuar em busca do bem -estar de quem mais precisa que credencia Fátima Canuto a espalhar novas ideias e construir uma nova Alagoas. Não é à toa que ela é prova. Por onde passa, a voz da renovação recebe apoio dos amigos que acreditam em seu potencial. E assim, a candidata a deputada estadual por Alagoas percorre o estado na tentativa de mudanças e melhorias. Competência e trabalhos realizados Fátima Canuto tem.


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Antônio Albuquerque é acusado de alterar projeto para preservar fazenda

DUPLICAÇÃO DA AL-220 MUDANÇA AMEAÇA SANTUÁRIO SÍMBOLO DE LIMOEIRO DE ANADIA

Bruno Fernandes

BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

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deputado estadual Antônio Albuquerque (PTB) está sendo acusado de alterar por conta própria um trecho de retorno na AL-220, que dá acesso ao município de Limoeiro de Anadia, no Agreste de Alagoas. O trajeto original passaria por dentro da fazenda Espírito Santo. De acordo com projeto do programa Pró-Estrada, o trecho de 32 quilômetros ligando Campo Alegre a Arapiraca através de duplicação, com um custo estimado em R$ 67 milhões, apresentado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER/AL) em 2017, e a ser executado pela empresa S.A. Paulista, deveria passar por dentro de propriedades particulares. Uma das propriedades pertence ao deputado e ao procurador de Justiça Lean Araújo, porém, apenas o procurador concedeu parte de suas terras para passagem da via que é de interesse do estado. Denúncia realizada pelo empresário Robson Calixto relata que o parlamentar alterou por conta própria o projeto e moveu as demarcações para o outro lado da rodovia, invadindo aproximadamente 17 metros da propriedade que tem seis hectares de terra, local onde o empresário proprietário da Calixto e Falcão Empreendimentos Investimentos Imobiliários e Participações LTDA está construindo um loteamento registrado em cartório como Alto da Serra e que já possui compras efetuadas. “Isso não passa de perseguição política por parte do de-

Mudança do traçado original da rodovia pelo deputado Antônio Albuquerque coloca em risco o santuário da padroeira da cidade

putado. Ele já tentou comprar minhas terras há algum tempo, mas eu neguei a venda e apresentei o projeto que tenho em mente para o futuro das minhas terras. Agora ele viu a oportunidade de me prejudicar e está fazendo isso, demarcando por conta própria minhas terras e alterando um projeto de duplicação”, relatou o empresário,

que afirmou estar acionando a justiça para resolver o problema. Não bastasse a invasão arbitrária realizada por funcionários do deputado estadual, a ação além de prejudicar o empreendimento, também ameaça prejudicar o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, um dos maiores do interior de

Alagoas situado em um pequeno terreno dentro do loteamento Vista da Serra, mas que foi doado pelo empresário a prefeitura do município. No local que dá acesso ao município de Limoeiro de Anadia encontra-se a imagem da padroeira da cidade, além de praça com mirante, capela e quiosques para receber turistas, nativos e viajantes. A nova demarcação passa a poucos metros da base da imagem que se tornou símbolo da cidade. O Executivo e o Legislativo do município estão insatisfeitos com a alteração do projeto original. De acordo com o prefeito de Limoeiro de Anadia, Marcelo Rodrigues (PP), a decisão de modificar o santuário dedicado a padroeira do município vai contra os interesses da popula-

ção e da igreja e que se preciso serão acionados meios judiciais para alterar a obra. “Estamos analisando o projeto apresentado e iremos tentar conversar com eles, mas faremos o que for preciso para que essa alteração não seja feita”, esclareceu o prefeito. A mesma opinião tem o presidente da Câmara Municipal, o vereador Valmirzinho (DEM). Segundo o engenheiro técnico do DER, Raynilson Moreno, responsável pela obra do trecho de duplicação, a decisão de alterar o trajeto original do projeto foi tomada após uma série de análises técnicas e econômicas que impossibilitariam colocar em prática o percurso inicial e que isso é normal em uma obra deste porte. “Não é a primeira vez que precisamos fazer isso; tem vários trechos em que foram tomadas decisões de adaptação para não prejudicar algumas propriedades”, explicou. A opinião é contestada pelo empresário Robson Calixto que garante que a decisão foi tomada por influência de Antônio Albuquerque, visto que no local de sua propriedade onde passaria o trajeto não é uma área urbana, além de que o retorno poderia ser posicionado um pouco antes ou um pouco depois de sua área, sem prejudicar seu empreendimento. Filho do deputado Antônio Albuquerque, o deputado Federal Nivaldo Albuquerque negou as acusações feitas pelo empresário. “As novas marcações foram feitas pelo departamento responsável pelas obras ali na região. Temos algumas propriedades lá, mas essa informação de que estamos alterando projetos em nosso benefício é uma inverdade”, afirmou.


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RENOVAÇÃO DA FÉ

Prefeitura de Marechal Deodoro apoia romeiros e disponibiliza transporte para Juazeiro do Norte

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é e devoção levaram 700 romeiros para Juazeiro do Norte, no Ceará, com o apoio da Prefeitura de Marechal Deodoro. A programação começou no último domingo ,9, com uma missa campal. Todos deodorenses, reunidos com camisas doadas pela prefeitura, receberam as bênçãos do padre Edvan Bernardinho antes de realizarem a viagem rumo às terras do Padre Cícero. A solicitação das camisas foi feita pela Associação dos Romeiros de Marechal Deodoro ao prefeito Cláudio Filho, para identificar o grupo na viagem. O prefeito, conhecido como Cacau, disponibilizou este ano 14 ônibus e um micro-ônibus para fazer o transporte dos romeiros. “A cada ano esse número cresce. Ano que vem vamos disponibilizar dezesseis veículos para levar nossos romeiros para Juazeiro, como forma de garantir uma viagem mais confortável e manter a tradição. Que vocês tenham uma viagem tranquila e abençoada”, disse o prefeito, que acompanhou os romeiros até Messias, onde houve a primeira parada, antes de seguirem viagem. Cacau valoriza a tradição existente e não mediu esforços para realizar a peregrinação dos romeiros, mantendo o costume dos seus munícipes. Ele garante ainda ampliar o apoio aos romeiros. O prefeito também participou da tradicional caminhada até a estátua do Padre Cícero, na Colina do Horto. O grupo fica até este sábado, 15, no município de Juazeiro do Norte.

FOTOS: WELLINGTON ALVES


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Silvânio Barbosa é assassinado 25 anos depois de Renildo José

VIOLÊNCIA DESMEDIDA VEREADORES FORAM EXECUTADOS FRIAMENTE PELAS MÃOS DE HOMOFÓBICOS

Bruno Fernandes

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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m três dias, três homossexuais foram vítimas de latrocínio em Alagoas. O modo da execução foi o mesmo: facadas. Mas a morte só viria após tortura. O fato mais recente aconteceu com o vereador por Maceió Silvânio Barbosa, 45, executado na quinta-feira da semana passada, 6, por um jovem de 18 anos de idade. O parlamentar levou Henrique Matheus da Silva Sousa para seu apartamento. O que era um encontro para Silvânio, para Henrique era a oportunidade de roubar um carro. Munido de uma arma branca escondida no casaco, o assassino confesso do vereador o golpeou com 26 facadas. Segundo a Polícia Civil, a vítima agonizou por três horas até morrer. O rapaz pegou o carro, joias e dinheiro e foi para a sua cidade natal, Pombal, interior da Paraíba. Acabou preso no sábado e deu detalhes do crime. Apaixonado por carros, queria um automóvel potente para “pegar” e se exibir para mulheres. Apesar da idade, segundo postagem em seu perfil no Facebook, ele tem uma filha ainda bebê. Um dia antes de cometer o assassinato postou um meme dizendo que saberia esconder um cadáver. Já detido no sistema penitenciário de Alagoas, Henrique Matheus vai responder por latrocínio e pode pegar até 30 anos de prisão. A morte de Silvânio aconteceu após 25 anos da execução de Renildo José dos Santos, 29, vereador de Coqueiro Seco. Em março de 1993, Renildo José foi sequestrado de dentro de casa. Foi espancado, teve suas

Silvânio Barbosa era homossexual assumido e morreu após levar 26 facadas

Henrique Matheus matou para ficar com o carro do vereador de Maceió

Político combatente, Renildo teve o corpo mutilado pelos assassinos

orelhas, nariz, língua e dedos arrancados. As pernas foram quebradas. Foi castrado, além do ânus empalado. Foi alvejado nos olhos e nos ouvidos. Atearam fogo em seu corpo. Ainda foi decapitado tendo a cabeça joga-

da em um rio. Assim como Silvânio, era homossexual e político combatente. A morte de Renildo repercutiu no mundo todo. Foram considerados culpados pelo assassinato o fazendeiro José Renato Oliveira e Silva

e os militares Luiz Marcelo Falcão e o ex-militar Paulo Jorge de Lima. Só no primeiro trimestre de 2018, Alagoas registrou nove mortes de LGBT, tornando o estado um dos mais violentos para essa população no Nordeste. Os dados são do Grupo Gay da Bahia (GGB) e foram divulgados em abril. Três dias antes da morte de Silvânio foram assassinados o médico Antônio Francisco Ribeiro, 56, e o companheiro dele, o empresário Lourinaldo Alves Ribeiro, 52. O crime aconteceu em Penedo. Pelo duplo homicídio estão presos: Danilo da Silva de Jesus, Ednilson Pedro Gessé, Paulo

Sérgio Zumba Junior e Gustavo Augusto da Silva Farias. Eles amarraram as vítimas, pediram dinheiro e depois as mataram a facadas. Dentro de tanta selvageria, estaria escondida a homofobia? Para o presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), o papel do movimento é incluir todo assassinato da comunidade independentemente da motivação. “A homofobia não é diretamente a afirmação do algoz ou de alguma característica. Mas a fragilidade dessas vítimas é utilizada por serem mais vulneráveis, morarem sozinhas muitas vezes. Isso acaba sendo uma homofobia indireta”, destacou Nildo Correia.


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Vereador defendia bairro mais populoso de Maceió SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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maior e mais populoso bairro de Maceió, Benedito Bentes, perdeu sua maior voz. A violência que assola o estado fez mais uma vítima e agora a consequência disso atinge mais de 80 mil pessoas diretamente. A tragédia da vez foi o cruel assassinato do vereador por Maceió, Silvânio Barbosa dos Santos. Nascido em dezembro de 1972, no município de Anadia, o vereador começou sua vida política cedo, aos 14 anos. Em 1981 mudou-se com a família toda para São Paulo, que buscava por melhor qualidade de vida e trabalho. Silvânio Barbosa em evento no Benedito Bentes, onde apresentava mais uma vez seus projetos para o bairro Com seus seis irmãos, a família passou dois anos na capital paulista. Em 1983 voltaram para Alagoas, para o bairro de Chã da Jaqueira, em Maceió. Em 1985 se mudaram para o bairro do Santo Amaro. Foi nesta época que Silvânio vendia balas e confeitos em um carrinho. Depois passou a vender picolé. Amigos de infância contam que na época ele era bem magrinho, e os meninos maiores roubavam o picolé dele. Em 1987 toda a família se mudou para o Pai de Silvânio, Manoel Barbosa dos Santos, e os irmãos do vereador, Marcela Pinto dos Santos e Célio Barbosa Benedito Bentes, onde Silvânio pal de Maceió e diretor de Asmorou e se firmou até ter a vida sistência Técnica e Irrigação do interrompida pela violência, no Estado. Silvânio ainda foi eleito último dia 6. duas vezes conselheiro Tutelar Mãe do vereador, Ivonete Pinde Maceió. to dos Santos, antes de Silvânio, Sua atuação na Câmara Mujá havia perdido dois de seus sete nicipal de Maceió começou em filhos de forma trágica, Cícero 2012. Foi como líder comunitáe Sérgio. Um deles reagiu a um rio, que ganhou projeção política assalto e foi morto. Já Cícero se e em sua primeira candidatura envolveu em um acidente no mese elegeu com mais de 10 mil trô e teve traumatismo craniano. votos como o segundo vereador Silvânio superou a dor da mais votado de Maceió. Suas perda dos irmãos. Professor de ações eram voltadas para as árehistória do ensino fundamenas da saúde pública, educação, tal e médio em muitos colégios moradia e transportes. no bairro do Benedito Bentes, a Anna Paula de Silva, 24, vida política do vereador comenascida e criada no Benedito çou com sua atuação como líder Bentes, conta que toda a família estudantil. Ele foi vice-presidennão acreditou quando souberam te da União dos Estudantes Seda notícia. “Ele fez de tudo por cundaristas de Alagoas (Uesa) esse bairro, sempre ajudou toe prefeito comunitário do bairro dos. Minha família, amigos. Não desde 1997. Também foi diretor Silvânio sempre foi muito querido por todos no bairro do Benedito Bentes sei nem o que dizer, como vai de projetos da Guarda Munici-

ser”, relatou Anna Paula. Ela não é a única. Dentre um mar de gente que acompanhou o sepultamento do vereador o sentimento era de muita tristeza, indignação e dúvidas. Célia Ferreira, 40, contou que o gabinete do vereador sempre esteve de portas abertas e que ele sempre estava disponível para todos. “Sempre pacato, dedicado. Nunca deixou o povo do Biu na mão. Podia até tirar do dele para nos dar. Eu realmente não sei como vai ser esse bairro sem ele”, questionou Célia muito emocionada. Sua trajetória na Câmara foi marcada por projetos de lei como o da legalização das cinquentinhas, regulamentação das avícolas, além de participação da reunião da expansão mobiliária na região do antigo lixão no Litoral Norte. Seu projeto de lei mais recente solicitava a remoção das catracas altas de ônibus da capital, conhecidas como gaiolões. Vale lembrar que Silvânio também foi contra a implantação da zona azul, um projeto que dava à Prefeitura de Maceió o poder de explorar ruas da cidade como estacionamento rotativo, privatizando o espaço público. Hoje o cargo de prefeito comunitário do bairro do Benedito Bentes é ocupado pelo filho adotivo de Silvânio, Brivaldo Marques. Moradores do “Biu” veem agora eclodir problemas decorrentes da morte de um dos maiores representantes do bairro e se preocupam com a próxima liderança. Ele foi o vereador com o maior número de propostas orçamentárias para 2018. Além da atuação direta na Câmara, Silvânio Barbosa era presença constante nos gabinetes das autoridades de segurança. A violência cotidiana no Biu era uma de suas principais preocupações e ele não se cansava em pedir reforço no policiamento para o bairro e outras ações


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Assembleia e TCE terão que ressarcir Erário em R$ 128 milhões

FARRA DO DUODÉCIMO AÇÃO POPULAR FOI IMPETRADA EM 2008 JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ramita no Judiciário alagoano um processo que tenta acabar com a farra do duodécimo na Assembleia Legislativa (ALE) e no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A ação, de autoria do advogado Richard Manso, já completou dez anos de burocracia com direito a um calhamaço de mais de 560 páginas. E a última movimentação do processo de número 005645136.2008.8.02.0001 ocorreu no dia 30 de agosto. “O processo teve início quando soube que a Assembleia estava reivindicando do governo estadual um valor de duodécimo que atingiria um limite que prejudicaria as áreas da saúde, educação e segurança. E o que a Assembleia queria com esse valor do duodécimo exacerbado? Cobrir despesas de reajustes do gabinete dos deputados e não dos funcionários do Legislativo. Quando um servidor tinha 1% de reajuste, os parlamentares tinham até 30% para equipar com o Congresso Federal”, contou Manso. A partir dessas informações foi ingressada uma ação popular para reduzir esse duodécimo, que é uma quantia que o Executivo repassa para instituições públicas que não possuem rendimento próprios. “Conseguimos uma sentença no valor de redução de R$ 26 milhões para a Assembleia e mais R$ 12 milhões para o Tribunal de Contas. No processo provamos tecnicamente que

eles estavam errados e que o Poder Executivo não poderia passar esses valores abusivos como duodécimo”. Ainda segundo o advogado, a ALE e TCE deverão ressarcir os cofres públicos uma dívida que pode chegar aos R$ 128 milhões, caso os valores sejam corrigidos devidamente. Durante tramitação do processo, o próprio Estado se aliou ao advogado auxiliando com informações para robustecer a ação. “A Procuradoria-Geral do Estado fez questão de frisar todos os desvios de conduta que existiam na Assembleia Legislativa para provar a necessidade da redução do duodécimo e da devolução do dinheiro”, explicou ao EXTRA. “O processo já foi para o Tribunal de Justiça uma vez com a sentença favorável à minha tese. A relatora foi a magistrada Nelma Padilha, já falecida. A Assembleia e o Tribunal de Contas anularam a sentença porque

“Eles não vão querer perder dinheiro e muito menos devolvê-lo. Isso poderia ser resolvido de outra forma. Ou seja, fazer um acordo no sentido de utilizar o que a Justiça determinou: dividir em doze vezes” RICHARD MANSO advogado

terminou: dividir em doze vezes a redução reduzindo o valor atual, sem a necessidade de bloqueios”.

Juiz Manoel Cavalcante voltou a determinar ressarcimento

disseram que nunca tinham sido citados para a oportunidade de defesa. Mas, à época, provei o contrário. Foi necessário fazer tudo novamente e, agora, eu ganhei de novo com as mesmas fundamentações de antes”. O advogado terá 15 dias

para contra-arrazoar o recurso já impetrado pelas outras partes. “Eles não vão querer perder dinheiro e muito menos devolvê-lo. Isso poderia ser resolvido de outra forma. Ou seja, fazer um acordo no sentido de utilizar o que a Justiça de-

HISTÓRICO A redução do duodécimo da ALE acabou se transformando em uma “guerra” de sentenças dentro do Judiciário: determinada a 17 de junho de 2008, seria sustada no dia 3 de julho pelo desembargador José Fernandes de Holanda, revalidada 10 dias depois pela juíza convocada do TJ Maria Catarina Ramalho – ao negar o Agravo de Instrumento impetrado pela Assembleia –, e novamente suspensa quatro dias depois, a 17 de julho, por Holanda. Na condição de presidente do Tribunal de Justiça, ele também determinou que os valores do duodécimo que já houvessem sido retidos fossem desbloqueados e repassados à Assembleia, decisão que terminou sendo referendada pelo Pleno do TJ no julgamento realizado no dia 30 de setembro de 2008. Entre recursos, agravos e embargos em primeira e segunda instâncias, dois anos se passaram até que, em maio de 2010, o juiz Manoel Cavalcante de Lima Neto determinou a devolução de recursos ao Estado pela ALE e pelo TC, no total de R$ 33.212.878,35, mas que jamais foi cumprida e terminou sendo anulada com a decisão da 3ª Câmara Cível do TJ em outubro de 2012. Em agosto de 2018, nova sentença pede que o Legislativo ressarça os cofres públicos.


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Para refletir: O Brasil já tem problemas demais. Não dá para eleger alguém que represente novos problemas.

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PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Maurício Quintella

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articipando na semana passada de um encontro com técnicos do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, em Brasília, ouvia de um expositor: “Um dos mais eficientes ministros que já vi passar por aqui, em 20 anos de minhas atividades como assessor, foi o deputado Mauricio Quintella”, E completou : “Dinâmico, articulado e com uma visão de administração que ultrapassa as esferas do serviço público”. Até então os presentes desconheciam a minha condição de conterrâneo de Maurício. Intervi para agradecer a referência e disse o quanto me sentia honrado ouvir esse depoimento em um ambiente predominantemente técnico sobre a figura de um político alagoano que difere da maioria local. Conheço Maurício Quintella desde quando era vereador por Maceió e ao longo do tempo nossa amizade cresceu e junto com ela minha admiração pelo seu desempenho no exercício de várias funções públicas que exerceu. Ainda muito jovem tem sua marca de competência gravada na história da administração pública estadual e nacional. Seu curto período à frente do Ministério dos Transportes deu a nítida visão do potencial de sua capacidade administrativa e política, com realizações de impacto a nível nacional e sendo decisivo numa concentração de recursos para obras em Alagoas como nunca se viu anteriormente. Não apenas o setor de rodovias, mas o Porto de Maceió e o Aeroporto Zumbi dos Palmares receberam benefícios significativos de suas ações. Político com alto teor de capacidade de negociação e aglutinação se colocou ao lado das mais expressivas lideranças nacionais na Câmara dos Deputados, com destaque em plenário e nas comissões permanentes da casa. Convocado pelas circunstâncias políticas locais e com a destemida coragem de servir Alagoas, tem seu nome lançado para o Senado Federal com amplas e reais chances de vitória nessas eleições. É entre todos o que mais pode mostrar uma ampla lista de serviços prestados em sua trajetória e com certeza terá no voto do alagoano o reconhecimento ao seu meritório desempenho.

Cala a boca general Não é recomendável que o comandante do Exército externe suas interpretações acerca da possibilidade de as eleições serem questionadas após o atentado que vitimou Jair Bolsonaro (PSL). O general Eduardo Villas Boas, contudo, fez mais que isso em entrevista esta semana. Também criticou uma suposta ingerência do Comitê de Direitos Humanos da ONU e tachou de “pior cenário” aquele de “termos alguém sub judice, afrontando tanto a Constituição como a Lei da Ficha Limpa”, em alusão ao caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Cabe apenas ao Judiciário, respeitando o devido processo legal, arbitrar sobre os argumentos da apelação do líder petista. Por seu turno, o resultado de eleições transcorridas dentro das regras, como acontece rigorosamente desde 1989, legitima-se automaticamente. Às Forças Armadas, bem como às demais organizações do Estado, cumpre acatar as decisões soberanas das cortes e das urnas. Esse fato da ordem democrática recomendaria às autoridades que lideram segmentos da administração um silêncio reverencial sobre o que é competência de outras instâncias. Numa disputa já bastante tensa, em que houve tentativa de assassinar um candidato, esse debate não conduz a lugar nenhum.

Contabilidade suspeita A essa altura da campanha para governador, com pouco mais de 30 dias de disputa oficial, há algo muito suspeito na contabilidade eleitoral. Enquanto o candidato Fernando Collor presta contas de pouco mais de R$ 700 mil de despesas, Renan Filho diz à Justiça que só gastou R$ 49 mil. É querer fazer pouco da inteligência dos alagoanos e imaginar que todo mundo no Tribunal Regional Eleitoral é burro ou seus “aliados políticos”. Essa turma não aprende mesmo a lidar com o moral e o legal.

Terror palaciano

A ascensão da candidatura de Rodrigo Cunha no Sertão de Alagoas está apavorando o senador Renan Calheiros e sua “entourage palaciana”. Pesquisas de consumo interno têm mostrado que na região uma grande quantidade de apoios e votos espontâneos está migrando para Cunha numa velocidade que impressiona. Ouvia de uma dessas lideranças que mudaram o voto: “O governador nunca nos deu importância nos quatro anos de mandato e até perseguiu alguns setores, o pai (senador) quer ganhar no grito. Há sim, certa e natural rebelião de prefeitos e lideranças do Sertão para votar em Collor e nesse rapaz, o Rodrigo Cunha”. A voz das urnas dirá a verdade.

Mais mudanças

Há uma visível inquietação em grande parte de lideranças do setor produtivo alagoano (comércio e indústria) com relação à eleição de governador. Tudo estava até muito bem resolvido até o senador Fernando Collor lançar sua candidatura e começar a dialogar com esses segmentos da sociedade civil. Envolvente e articulado, o candidato oposicionista tem participado de encontros frequentes com essas lideranças e muitas delas já embarcaram de “mala e cuia” em sua campanha e outras “estão na moita”, segundo revelava um importante nome do setor empresarial.

Notícias da Flipalmeira

A cidade de Palmeira dos Índios realizou no ano passado a sua primeira Feira Literária com uma vasta programação, reunindo durante três dias escritores, artistas, farto material e equipamentos culturais, contando com a participação da sociedade local e turistas que elogiaram o evento, que teve a curadoria de quem mais entende de feiras culturais em Alagoas, o escritor Carlito Lima. Espero que o prefeito do município, do alto de sua vaidade, não imagine que pode fazer a realização “sozinho” (cultura - aliás é um assunto que ele pouco domina) e passar pelo vexame do seu colega de Marechal Deodoro, que pagou um alto preço pela sandice cometida. Fica o conselho.

Cibele Moura

Lamentavelmente existem, como em toda profissão, jornalistas venais, com suas atividades postas à venda por migalhas, principalmente nesses períodos de ebulição eleitoral, quando também candidatos imorais se propõem a comprar. A jovem Cibele Moura, candidata a deputada estadual, tem sido vítima desse tipo desprezível de jornalista, por não se submeter à chantagem. Alguns “jornalecos” a serviço de adversários bandidos insistem em caluniar e criar factoides via escroques nas redações. Tem que processar e a justiça punir esses agentes da marginalidade.

De frente para o crime O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio do Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), desencadeou esta semana a Operação Perfídia com intuito de desarticular uma organização criminosa especializada em crimes de falsidade ideológica, simulação de operações tributárias e lavagem de bens. As equipes das polícias Civil e Militar cumpriram dois mandados de prisão preventiva e 22 de apreensão nos municípios de Arapiraca, Coqueiro Seco, Maceió e Satuba expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital. O esquema criminoso causou um prejuízo de cerca de R$ 12 milhões aos cofres públicos. “Esses R$ 12 milhões roubados dariam para garantir vários direitos à crianças, adolescentes e à população em geral”, afirmou o promotor Cyro Blater, coordenador da operação.


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ELIAS FRAGOSO

Pesquisas Fake

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Paraná Pesquisas divulgou no dia 12 de setembro quadro bem diferente para a eleição presidencial no tocante a rejeição dos candidatos (que, como se sabe, indica que quem tiver a menor taxa é o que tem maior possibilidade de ganhar no segundo turno), portanto, vital para clarificar o que está havendo em termos de manipulação nos bastidores desta eleição. A pesquisa, patrocinada pela empresa Empirícus e a revista Crusoé mostra quadro completamente diverso do IBOPE e

Eu prefiro crer – no momento nos números do Paraná Pesquisa. Estão muito próximos do que a meu ver, irá acontecer na eleição. Mais de 50% de votos brancos, nulos e abstenção.

Economista

Datafolha. Que desde sempre, divulgam que a rejeição do candidato Bolsonaro está a anos-luz dos demais (podendo induzir o eleitor que ele não seria eleito no segundo turno). Isso, juntamente com a falácia do Lula 39%, (que ele nunca teve e a prova disso está nas últimas pesquisas com o candidato do PT com 8%, como sempre disse). Certamente trouxe instabilidade à corrida eleitoral e, claramente, prejudicou o crescimento efetivo do candidato com maior intenção de votos. Mas vamos aos números.

Diferença abissal entre os dois e o instituto paranaense. Se os seus números estiverem corretos, Bolsonaro será o eleito. Há algo podre nos céus do Brasil e não são os aviões de carreira. Vamos atentar para os próximos dias quando esses “institutos” começarem a “ajustar” os números à realidade da intenção de voto do eleitor. Vão ter que explicar muito se a mudança da re-

jeição se alterar tão grandemente como a queda do PT de 39% para 8% hoje. E não adianta a conversa fake de diferença de metodologias ou que, de um dia para o outro houve uma enorme mudança na intenção de votos. Mentira. Eu prefiro crer – no momento - nos números do Paraná Pesquisa. Estão muito próximos do que a meu ver, irá acontecer na eleição. Mais de 50% de votos brancos, nulos e abstenção. E voto massivo contra candidatos que representam “isso que aí está” para o bem ou para o mal deste país. Ao menos na eleição presidencial. Igual a 1989. Olho vivo nos institutos de pesquisas. Já aprontaram muito.


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Ainda é tempo

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uando, certa feita, adquiri um vinho com o rótulo intitulado Pedro & Inês fui pesquisar para saber o motivo de a Isso que nos vem vinícola nominar acontecendo é fruto seu néctar com esses dois nomes, de um desmanteo que me levou a escrever um texto lamento da nossa um fato cultura e de todas as contando mesclado de leninstituições sérias, da, da história de processado sorratei- Portugal. Conta-se que, no século XIV, ramente pela esquer- sob o reinado de D. da. Ainda é tempo de Afonso IV, Pedro, dizermos um basta. seu herdeiro do trono e que viria a ser o oitavo rei de Portugal, tornando-se d. Pedro I (não confundir com Pedro I do

JOSÉ MAURÍCIO BRÊDA Economista

Brasil), apaixonou-se pela dama de companhia de sua esposa D. Constança. O nome dessa paixão, da qual nasceram quatro filhos, era Inês de Castro. Com a morte de D. Constança, Pedro uniuse definitivamente ao seu amor. Preocupado com os comentários que corriam no reino, D. Afonso, aproveitando-se da ausência de seu filho para uma caçada, ordena que matem a jovem Inês. Revoltou-se com o pai, mas teve sua mãe como apaziguadora. Assumindo o reino após a morte de seu genitor, Pedro manda caçar os assassinos de Inês e mata-os da forma como lhe foi impingido o sofrimento, pelas costas e arrancando-lhes os corações. Não sem antes ter a informação de onde se encontrava o corpo de seu amor. Aí é onde aca-

Centenário de Olímpia Neuza

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e Palmeira dos Índios, berço natal de grandes intelectuais da vida pública, da música, das letras e doutros Irrepreensível no em dom do amor de es- saberes, 16/09/1918 veio posa e mãe, sempre à luz a airosa se dedicou ao marido criança Olímpia e filhos. Neuza. De lonObediente serva de gevos anos, no presente mês e Deus, agindo com 16/09/2018 exemplar discrição, dia a jovial idosijamais deixou de as- nha festeja o sistir os socialmente centésimo aniversário neste vulneráveis. memorável do-

mingo. Especial mulher do terceiro milênio, vive a cronologia do século XXI. Dádiva do Criador! Na sua adolescência, com senso de responsabilidade, ajudou os pais a criar os irmãos. Cuidava em prepará-los para as atividades diárias e ensiná-los nas tarefas escolares. Desde a juventude, vocacionada para árduas e sublimes missões, exerceu o magistério por várias décadas a múltiplas gerações. Irrepreensível no dom do amor de esposa e mãe, sempre se dedicou ao marido e filhos. Obediente serva de Deus, agin-

ba a história e começa a lenda. Pedro dizia que tinha se casado com Inês e, portanto, ela era rainha. Providenciou exumação de seu corpo que, remontado, foi exposto sentado em um trono com todos os apetrechos de majestade. Quando ordenou que fosse feito o clássico beija-mão, o povo começou a dizer: “Agora é tarde, Inês é morta”, dito herdado por nós e muito usado até os dias de hoje. Agora, em visita a meu filho que hoje reside naquele lindo país, fomos conhecer o palacete da Quinta das Lágrimas onde Pedro viveu com Inês e que, conservado, abriga agora um hotel cinco estre-

las. Qual não foi minha surpresa quando minha neta, com seu jeitinho meigo de falar, começou a narrar a história de Pedro e Inês. Aos nove anos de idade, ela recebe ensinamentos, na sala de aula, sobre a história daquele país, que nenhum jovem brasileiro imagina receber. Isso que nos vem acontecendo é fruto de um desmantelamento da nossa cultura e de todas as instituições sérias, processado sorrateiramente pela esquerda. Ainda é tempo de dizermos um basta, para que depois não venhamos lamentar com um “agora é tarde, Inês é morta”.

JUAREZ MIGUEL

Advogado

do com exemplar discrição, jamais deixou de assistir os socialmente vulneráveis. Nessa reflexão, recepcionando a chama acesa do amor, valoriza a dignidade da pessoa humana. Que o diga a Confraria do Convento dos Capuchinhos. Por isso, tê-la no seleto ciclo familiar e de amizade é um privilégio! Continuando na trajetória do bem, ela idealizou e fundou a primeira Academia de Yoga no Convento dos Capuchinhos. Ali, ministrou aulas durante quarenta anos.

Os resultados benéficos à saúde podem ser testemunhados por ex-alunas. Avessa à glória do ego -, nunca aderindo à vaidade e às coisas vãs -, em sua gênese Olímpia Neuza é um dos melhores gêneros humanos. Do alto de sua idade, exercitando a mente, cultiva o saudável hábito do jogo das palavras cruzadas. As vezes em que a alma lhe dói, a cura é Jesus Cristo ministrando o eficaz remédio de sua infinita misericórdia.


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Famílias endividadas

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aceió é a capital com maior quantidade de famílias endividadas do Nordeste segundo a 8ª Radiografia do Endividamento realizada pela Comercio – SP. De acordo com os dados, 34% das famílias maceioenses estão endividadas, seguidas por Salvador/BA, com 22%; Fortaleza/CE e Aracaju/SE, ambas com 25%; Recife/PE, com 29%; São Luís/MA, com 30%; Natal/RN, com 31%.

Gasolina

A Petrobras anunciou o uso de um novo mecanismo financeiro para manter a estabilidade do preço da gasolina por períodos curtos. Segundo a companhia, os valores poderão ser mantidos por até 15 dias. O instrumento será usado apenas nos momentos em que a Petrobras decidir, não será implementado no dia a dia. Quando não for acionado, o combustível continuará sujeito às mudanças diárias.

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ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.maceio.br

Novo investimento

O investidor conservador tem uma nova opção para aplicar em renda fixa. Foi lançado o primeiro fundo do tipo ETF, ou seja, baseado em um índice, que segue o desempenho dos contratos de juros futuros (DIs) com prazo médio de três anos. Uma das vantagens do novo fundo será a alíquota do Imposto de Renda, inferior à de investimentos tradicionais, como os fundos, Tesouro Direto e CDBs. Por outro lado, o ETF poderá ter maior instabilidade do que os fundos de renda fixa, ou seja, o rendimento poderá oscilar para cima e para baixo.

Financiamento

Se você não consegue mais pagar a parcela do financiamento do carro ou do imóvel, é melhor renegociar antes que seu bem vá à leilão. De acordo com especialistas em finanças pessoais, os bancos passaram a preferir essa opção, em especial do crédito imobiliário devido ao atual cenário econômico do país. No entanto, é necessário prestar atenção e não deixar para fazer o acordo quando já estiver inadimplente, isso pode dificultar na hora de barganhar com a instituição.


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56 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

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Messias comemora com inaugurações

m meio a muitas obras e inaugurações, o aniversário de 56 anos da emancipação política da cidade de Messias teve que ser comemorado durante quase uma semana. Desde o último dia 3 a prefeitura inaugura obras e espaços para a população. O dia 4 foi marcado pela abertura do ginásio poliesportivo na Escola Municipal Maria da Glória, iniciativa que pretende estimular a prática de esporte e melhorar a qualidade dos estudantes da cidade. Já na quinta-feira, 6, data oficial da emancipação política, as ações foram marcadas por inaugurações para os munícipes. O prefeito Luiz Emílio Duarte de Omena estava satisfeito e orgulhoso por proporcionar tantos benefícios para seu povo. “Estamos muito felizes com tantas realizações. É uma continuidade dos feitos do ex-prefeito Jarbinhas, com um só objetivo: o melhor para nossa cidade e para nossa população”, afirmou. Uma farmácia popular foi entregue junto à Secretaria Municipal de Saúde com um novo veículo para atender as demandas da cidade. Ainda na área de saúde, dois novos con-

sultórios odontológicos foram entregues pela atual administração. Com uma gestão sempre voltada à execução de projetos e obras que priorizam o desenvolvimento da região e a qualidade de vida de seus moradores, Luiz Emílio e sua equipe também entregaram asfaltamento de vias, calçamento do conjunto residencial Teotônio Vilela e o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) em um dos bairros mais afastados de Messias. “Tudo isso é para o povo. O que é público é para eles, por eles, para que eles cuidem, preservem. Nossa administração é marcada pela responsabilidade, com muito compromisso e seriedade”, afirmou o prefeito. Jarbas Omena, ex-prefeito da cidade conhecido como Jarbinhas, esteve presente nas inaugurações comemorando as conquistas e feitos da atual gestão. “A gente assumiu o compromisso de resgatar o brilho das pessoas , a autoestima, trazer para elas uma cidade que pudesse oferecer serviços e qualidade de vida em todos os aspectos. Na educação, saúde., economia. E isso é um trabalho de persistência, em equipe”, destacou Jarbinhas.


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Marroquim pede recuperação judicial

O PEDIDO

CONSTRUÇÃO CIVIL DONO GARANTE QUE CONSTRUTORA CONTINUA SÓLIDA NO MERCADO Bruno Fernandes

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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Construtora Marroquim Engenharia LTDA entrou com pedido de recuperação judicial na Vara Civil da Capital com pedido de tutela de urgência. A medida foi tomada tempo depois do escândalo envolvendo a Marroquim Júnior, empresa do Pará. Embora argumente que a Marroquim Júnior Ltda pertença a seu irmão, a empresa de Mário Marroquim Neto, situada em Maceió, foi afetada. Alguns juízes de primeiro grau do Pará deferiram decisões liminares sugerindo a existência de grupo econômico. Diante do equívoco, disse Marroquim Neto, a Marroquim Engenharia Ltda passou a ser alvo de ações em consequência dos problemas da empresa Marroquim Júnior tendo suas contas bancárias e as contas de seu sócio bloqueadas, imóveis impossibilitados de comercialização, divulgações em mídias locais, entre outros. Assim, criouse “um caos para esta empresa que teve, inclusive, obras paralisadas pela impossibilidade de honrar com sua folha de pagamento devido aos bloqueios indevidos em suas contas bancárias”, diz trecho do pedido de recuperação. O documento esclarece, ainda que, a queda da demanda, inclusive em função do efeito que “as ações judiciais propostas em desfavor da Empresa Marroquim Junior Ltda trouxeram, à saúde financeira da construtora, bloqueios judiciais indevidos, a inadimplência dos clientes, e a retração do mercado em seu desfavor, fatores que impactaram de forma significativa nos negócios e nas receitas, a qual prevê uma retração estimada em menos 64,0% entre os anos de 2015 a 2018.” No entanto, a estimativa para o ano de 2018 é de obter uma receita de aproximadamente R$ 4 milhões, enquanto que em 2015, um ano já de crise setorial, ela atingiu uma receita na ordem de R$ 11.766.290,71, ou seja, três vezes mais do que previsto para o ano de 2018.

Marroquim Neto tranquiliza investidores e garante que não há risco

Diante disso, diz o pedido, a empresa se depara com situação de ameaça à continuidade de suas atividades empresariais, “sendo isso facilmente demonstrável a partir da compilação da evolução do seu Patrimônio Líquido, ao longo dos últimos três exercícios sociais”. Portanto, “faz necessária a tutela jurisdicional sob o amparo da Lei nº 11.101/05 no sentido de salvaguardar a continuidade da atividade econômica da Requerente, sua geração de empregos, impostos e renda, objetivo maior da Lei de Recuperação Judicial, não havendo olvidar-se que, atualmente, a Requerente está executando, em sistema de administração para condomínios, a construção de mais 777 unidades residenciais distribuídas em 10 empreendimentos, que beneficiarão aproximadamente quatro mil pessoas”. Em relação a viabilidade econômico-financeira do pedido de recuperação judicial da Marroquim, afirma que a construtora não possui obras inacabadas ou paralisadas e que foram entregues todos os imóveis residenciais e comerciais que construiu e possui um ignificativo ativo financeiro capaz de cobrir seu passivo. “Necessitando, entretanto, dos benefícios da recuperação judicial para que possa continuar os seus contratos, concluir as suas obras, realizar os seus ativos na forma mais justa a

preços compatíveis com seus custos, e ainda, para que possa manter suas atividades normais sem ser prejudicada por bloqueios judiciais, penhoras de ativos e demais medidas que podem, efetivamente, inviabilizar suas atividades e promover o seu fechamento com a consequente desmobilização de milhares de postos de trabalho.” Outro argumento é de que embora esteja vivenciando uma crise econômico-financeira derivada das motivações que lhe afligiram, a mesma detém plena e inequívoca capacidade de, com os benefícios que lhe são conferidos pela Lei 11.101, de 09 de fevereiro de 2005, promover a sua recuperação para liquidar suas obrigações sem comprometer o seu funcionamento, e assim continuar a gerar empregos e divisas. Apesar do momento de crise, a empresa “possui plenas condições de superar a crise, honrar com as suas obrigações e manter a continuidade do seu negócio”. 18 ANOS Fundada em 18 de janeiro de 2000, a Marroquim atua no mercado da construção civil nos estados de Alagoas e Pará e, atualmente, é responsável pela geração de mais de 2.500 empregos diretos e indiretos. Nos seus primeiros anos de atividade, realizou serviços de engenharia de obras públicas. Ousa-

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da, em meados de 2005, ingressou na construção civil de obras privadas. O seu primeiro projeto foi Edifício Palazzo Maggiore, no bairro do Farol, adquiriu confiabilidade no mercado imobiliário alagoano. Mas foi pela excelência dos trabalhos e serviços executados que a construtora ganhou prêmios e certificados. Além do que, em agosto de 2018, foi reconhecida pela Algás (distribuidora de gás natural do estado de Alagoas) como a empresa com o maior número de empreendimentos imobiliários entregues com aquecimento de água a gás natural em Alagoas (24 empreendimentos). Ao longo de quase duas décadas, construiu mais de 166.000m² (cento e sessenta e seis mil metros quadrados), destinados a moradias entregues a mais de 1.214 famílias, beneficiando um universo de aproximadamente 6.070 pessoas. Atualmente, a Marroquim está executando, em sistema de administração para condomínios, a construção de mais 777 unidades residenciais distribuídas em 10 empreendimentos, que beneficiarão aproximadamente 4 mil pessoas.

No pedido de recuperação, a construtora afirmou que exerce regularmente suas atividades há mais de dois anos, que não é falida e jamais teve a sua falência decretada; que jamais obteve concessão de recuperação judicial; que não foi, assim como nenhum de seus sócios e administradores, condenada por qualquer dos crimes previstos na Lei no 11.101/05. E argumentou que “poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de dois anos e que atenda aos seguintes requisitos: não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; não ter, há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial. Além do que não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei”. A recuperação judicial é prevista em lei e serve para que a empresa possa buscar um novo equilíbrio de suas contas. Normalmente, a empresa passa por um processo de recuperação quando está endividada e não consegue lucro suficiente para cumprir suas obrigações.

Empresa manterá obras Em nome da diretoria da empresa, o advogado Germano Regueira enviou a seguinte nota: “A propósito do Pedido de Recuperação Judicial da Marroquim Engenharia Ltda, a empresa utiliza-se de instrumento legal próprio para promover seu reequilíbrio econômico-financeiro em momento notoriamente delicado para o universo da construção civil em Alagoas e no país. O Pedido de Recuperação Judicial por ela formulado não afeta em absolutamente nada as obras dos 10 empreendimentos atualmente em plena execução sob sistema de administração de obras para condomínios de investidores. Aliás, o sistema de obras por administração para condomínios de investidores é o modo pelo qual

a Marroquim Engenharia Ltda destaca-se no mercado e tornou-se notável pela excelência de suas obras, pela segurança dos investidores e pela extraordinária rentabilidade financeira a eles proporcionada, rentabilidade esta incomparável a de todos os outros produtos dispostos ao mercado. Apenas dois empreendimentos próprios poderão ter seus projetos e prazos de início de obras revistos juntamente com seus clientes, mas também serão executados. A partir da próxima semana, a Marroquim Engenharia Ltda promoverá encontros e reuniões com seus clientes e investidores, estes que não foram e não serão em nada afetados pela medida excepcional adotada”.


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TEOTÔNIO VILELA SUPERA META DO IDEB

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eferência no ensino público, o município de Teotônio Vilela garantiu o 3º lugar nos anos iniciais e o 2º lugar nos anos finais do Ensino Fundamental na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O prefeito da cidade, Joãozinho Pereira, garante que os resultados são fruto de muito trabalho em conjunto e investimentos da gestão municipal que, segundo ele, conta com uma equipe de profissionais comprometidos. “É uma satisfação grande ser prefeito deste município e ter uma equipe de profissionais comprometidos, em especial todos os professores que com maestria conduzem os estudantes para uma aprendizagem significativa”. Os resultados do Ideb são importantes para que as escolas possam analisar e qualificar os dados coletados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e corrigir e aplicar novas estratégias e políticas. O município também superou a média nacional e, com apenas uma exceção, todas as unidades de ensino tiveram notas superiores a 5.0 (meta nacional) nos anos finais e superiores a 5.5 (meta nacional) nos anos iniciais. “Todas essas ações e essas pessoas estão envolvidas e emanadas em um só propósito, o de melhorar nossa cidade; não existe maneira melhor se não for a educação. Costumo dizer que nada na educação é gasto, e sim investimento”, afirma Joãozinho. A secretária de Educação, Noêmia Barroso Pereira, também destacou o compromisso da equipe de profissionais e agradeceu os investimentos do prefeito. “Nós conseguimos ultrapassar a meta prevista para 2021 do Ideb. Alagoas avançou, mas Teotônio Vilela avançou muito mais, fruto de um trabalho em equipe, forte e capaz de alcançar as metas mais difíceis! O incentivo e o apoio do prefeito Joãozinho Pereira são imprescindíveis para que alcancemos cada vez melhores resultados. Nosso gestor é um grande homem e líder que nos incentiva e impulsiona diariamente”, afirmou.

Educação no município é referência e garantiu o 3º lugar entre as cidades de Alagoas


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TJ julga apelação de Luiz Pedro dia 19

CASTIGO DEMORADO MP QUER PRISÃO IMEDIATA DO EX-CABO E EX-DEPUTADO POR CRIMES OCORRIDOS HÁ 14 ANOS VERA ALVES veralvess@gmail.com

U

m ano e 20 dias depois de um pedido de vistas, finalmente a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas volta a analisar o recurso de apelação do ex-cabo Luiz Pedro da Silva contra sua Luiz Pedro pegou 25 anos de prisão mas permanece solto graças ao TJ condenação a 26 anos e 5 meses de prisão por crimes que tiveram como vítima Carlos Rober- meses pela prática dos crimes gabinetes de autoridades que a to Rocha Santos. O servente de de homicídio qualificado pelo família promete estar presente pedreiro então com 31 anos foi motivo torpe e uso de emprego à sessão da Câmara Criminal levado à força de sua casa por que dificultou a defesa da ví- marcada para às 9 horas da homens que integravam a milí- tima, sequestro e formação de próxima quarta-feira no auditócia do ex-deputado no dia 12 de quadrilha. rio do TJ. agosto de 2004. Seu corpo nunca Em nome do Ministério Seu Sebastião denunciou foi encontrado. Público, o procurador Antônio não apenas o ex-deputado; foi Levado a júri popular e con- Arecippo pediu a prisão ime- voz ativa contra irregularidadenado em setembro de 2015, diata de Luiz Pedro, uma das des na própria investigação dos Luiz Pedro entrou com o pedido figuras mais emblemáticas do crimes de sequestro e assasside apelação em abril de 2016 estado e que mantém sob se- nato do filho. Chegou a ver o para anular a sentença e que co- veras regras os moradores dos corpo de Carlos Roberto no IML meçou a ser julgada no dia 30 de seis conjuntos habitacionais de Maceió – que chegou a elaboagosto do ano passado pela Câ- que construiu na periferia da rar laudo cadavérico – mas esmara Criminal. O julgamento, capital. tranhamente este desapareceu contudo, foi suspenso por um pee nunca mais foi encontrado. dido de vistas do desembargador EM NOME DO PAI Denunciou a morosidade e revisor, José Carlos Malta MarA luta por justiça para o parcialidade da justiça que leques, que passou mais de um servente de pedreiro Carlos vou quase 11 anos depois da deano para pedir que ele voltasse Roberto Rocha Santos tem um núncia ofertada pelo Ministério a ser incluído na pauta. rosto que se tornou conhecido Público – em dezembro de 2004 Em agosto do ano passado, em todo o País: Sebastião Cos- - para colocar o ex-cabo Luiz o relator da apelação, desem- ta Filho, o pai que morreu em Pedro no banco dos réus. Desde bargador Sebastião Costa Fi- junho do ano passado, por pro- a condenação do ex-deputado – lho, apresentou seu voto pela blemas de saúde, sem realizar também taturana – já se foram negativa do recurso, mantendo o sonho de recuperar o corpo mais três anos, num processo a sentença da 8ª Vara Criminal do filho e de ver o algoz na ca- de passos lentos que bem deda Capital que condenou o ex- deia. É em nome dele e dos 11 nota a impunidade que ainda deputado à pena de 26 anos e 5 anos que passou percorrendo reina em Alagoas.

O CRIME Carlos Roberto Rocha Santos foi levado de dentro de casa por homens pertencentes à milícia de Luiz Pedro na noite do dia 12 de agosto de 2014. O servente de pedreiro era apontado como uma pessoa que se negava a cumprir com as ordens do ex-deputado, um conjunto de regras para os moradores de todos os seus conjuntos e que incluía a proibição do uso de drogas. De acordo com o Ministério Público, “o assassinado da vítima Carlos Roberto Rocha Santos se deu por motivo abjeto, torpe, sendo a resolução homicida motivada pelo fato do ofendido não se dobrar ‘às arbitrariedades e caprichos do esquadrão macabro’. Registrou ainda que a organização criminosa tinha como escopo a eliminação de pessoas usuárias de drogas, buscando assim, através do extermínio delas, promover a ‘limpeza’ da área dominada pelo líder do bando. Todavia, é de se relatar que a vítima, embora usuária de substância entorpecente, nunca foi relacionada à prática de crimes ou de violência. O Laudo Pericial realizado em local de morte violenta demonstra que a vítima foi assassinada em plena via pública, mediante uso de armas de fogo, sem a menor chance de defesa, tendo os criminosos agido conscientes do uso do recurso que impossibilitou por completo a defesa da vítima. Afirmou, ademais, que o denunciado Luiz Pedro da Silva, mesmo não executando diretamente

as condutas típicas, como chefe e mentor da organização criminosa armada, possuía o domínio delas, já que planificou e organizou a sua realização, detendo o domínio final da ação dos autores executores”. Em 10 de dezembro de 2008, quatro integrantes da milícia do ex-deputado, Laércio Pereira de Barros, Naelson Osmar Vasconcelos de Melo, Leone Lima e Adézio Rodrigues Nogueira foram condenados em julgamento popular. Adézio, Leone e Naelson foram condenados a 16 anos de reclusão. Já Laércio, – réu confesso do crime – foi condenado a 25 anos de prisão. Um quarto acusado, Valter Paulo dos Santos, foi absolvido. Em abril de 2016 Adézio, que estava em regime semiaberto desde 2009, morreu de infarto. Um ano antes, em abril de 2015, Naelson de Melo, que era ex-policial militar, foi executado no bairro do Vergel do Lago com pelo menos 19 tiros, dos quais 12 foram deflagrados contra sua cabeça. Ele tinha 51 anos e também estava no regime semiaberto. Leone Lima obteve a progressão para o semiaberto em 2012, enquanto Laércio, de acordo com as últimas informações disponibilizadas no portal do TJ e que datam de 2013, permanece preso no Baldomero Cavalcanti. Também em 2012 ele teve autorização do juiz da Vara de Execuções Penais, José Braga Neto, para participar de um curso de porteiro e vigia no Senac do Poço.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

Viva a impunidade! Vivaaaaaa!!!

P

arece que os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não estão girando bem quando impondo regras ou leis que, em muito, prejudicam os candidatos, principalmente, os que são de partidos pequenos e sem Pelo jeito, não iremos dinheiro. Esses mais precisar de ambu- poderosos selância, de medicamen- nhores do TSE não deixam que tos, de hospitais e de médicos. Nossos candi- os candidatos tenham tempo datos irão deixar todo suficiente para o Brasil com água em transmitirem abundância e ninguém as suas menmais irá reclamar da sagens pela tefalta de esgotos. levisão e rádio. Eles chegam a limitar em apenas 5 segundos o tempo para que os eleitores saibam

algo sobre os candidatos. Seria melhor que não houvesse o tal do Guia Eleitoral, porém isso que eu estou dizendo não é por gostar do tal guia, pois não gosto das mentiras e das promessas que são ditas e feitas por eles. Pelos candidatos que já se apresentaram, a gente vê que muitos demonstram ser pessoas semianalfabetas e sem instrução. Muitos demonstram não ser representantes das classes que representam a sociedade. São verdadeiros aventureiros. O que vemos e ouvimos, são pessoas sem nenhuma liderança. Muitos demonstram despreparo para tudo. Antigamente os nossos representantes eram pessoas com um pouco de cultura, mesmo que fossem inexperientes para a política. Pelo que já vimos, estamos dian-

te de candidatos capazes de transformar o Brasil, e principalmente Alagoas, em verdadeiros “salvadores da pátria”. Muitos estão dizendo que irão acabar com a fome. Outros irão acabar com o desemprego e muitos estão dizendo que a saúde do brasileiro está em primeiro lugar. Pelo jeito, não iremos mais precisar de ambulância, de medicamentos, de hospitais e de médicos. Nossos candidatos irão deixar todo o Brasil com água em abundância e ninguém mais irá reclamar da falta de esgotos. O paraíso agora está no Brasil e Alagoas terá sua vez de brilhar com o que os nossos maravilhosos candidatos irão fazer. Agora, nenhuma criança ficará sem escola e em cada esquina haverá uma creche. Em cada rua ou aveni-

da, teremos uma viatura da Polícia para nossa segurança e os crimes serão coisas de antigamente. Até que enfim, chegamos ao paraíso. Nosso homem do campo agora terá sua terrinha para plantar e colher. Nossos políticos agora serão os mais honestos do mundo. As nossas estradas haverão de transportar o progresso e os nossos transportes coletivos serão os mais rápidos. Já não vamos precisar do “bolsa família”, já que todo mundo terá alimentação em fartura. Nossos candidatos irão prometer resolver todos os problemas do povo, pois eles são os melhores seres que já apareceram na terra. Viva a democracia! Vivaaaaa!!!! Viva a nossa justiça boazinha! Viva o dinheiro das propinas. Viva os nossos ricos julgadores! Vivaaaa!


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ABCDO INTERIOR

Foi humilhado

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prefeito Rogério Teófilo tomou uma atitude que causou enorme surpresa no meio político arapiraquense. Teófilo exonerou a secretária Amilka Melo, da pasta de Assistência Social e Políticas Públicas para a Mulher. Seria uma atitude até certo ponto normal se Amilka não fosse esposa do ex-deputado estadual Dudu Albuquerque, um importante aliado na campanha vitoriosa do prefeito.

Atitude desrespeitosa

Em nota oficial, Rogério disse que “trata-se de uma mudança natural, que faz parte da conjuntura política e democrática pela qual passamos”. Dudu, no entanto, rebateu de prontidão, afirmando que “a demissão foi política e considerou desrespeitosa a forma como Amilka foi tirada da secretaria”.

robertobaiabarros@hotmail.com

Foram esquecidos

“Como a gente foi praticamente esquecido pelo prefeito, nossa família resolveu assumir outros compromissos políticos. Eu fui ao gabinete dele com a carta de exoneração da minha esposa. A gente queria sair pela porta da frente, assim como entramos. Entendo que não é prudente continuar neste projeto, porque não vamos apoiar os mesmos candidatos, e ele pediu que eu tivesse paciência e analisasse melhor. Não tenho nada contra o senador Benedito de Lira, isso é questão de opção. Fui duas vezes com a intenção de entregar a carta de exoneração. E esta semana, fomos pegos de surpresa”, disse Dudu em entrevista exclusiva ao site 7segundos.

Porta dos fundos

Pelo andar da carruagem, Rogério Teófilo não só perdeu um aliado político, como também ganhou um rival poderoso que, certamente, não deixará barato a humilhação de ver a própria esposa sendo jogada pela porta dos fundos. Além de Dudu, Rogério já tinha perdido o apoio da família Pessoa que, de acordo com uma fonte, saiu pela porta da frente, temendo passar um futuro vexame, do mesmo jeito que ao foi submetida à família Albuquerque.

Não se despediu

Na verdade, a demissão de Amilka, que já foi vereadora de Maceió, foi humilhante. Ela sequer pôde se despedir dos funcionários da secretaria e tampouco teve o direito de retirar objetos pessoais que estavam em seu local de trabalho.

Origem do conflito

Mas a origem do conflito entre Dudu e Teófilo passa mesmo pela atual campanha eleitoral. O prefeito, logo no início, chegou a apoiar o filho Moacir Neto para deputado estadual, batendo de frente com a pretensão de Dudu que está engajado na campanha do filho Breno Albuquerque. Rogério, no entanto, desistiu de sua pretensão e queria o apoio do ex-aliado para a campanha de Biu de Lira e da sua esposa Lúcia Cajueiro rumo ao Senado. Dudu alegou que já tinha firmado compromisso com Renan Calheiros e chegou a entregar uma carta de exoneração da esposa.

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80% de rejeição

O ex-deputado avaliou negativamente a gestão do atual prefeito: “Do fundo do meu coração, eu torço para que a gestão comece a trabalhar. Espero que encontre o caminho. O prefeito tem 80% de rejeição. Não tem nenhuma obra inaugurada, dificuldades em todos os setores. Por causa do excesso de burocracia, as coisas aqui não andam. São dois anos de gestão, e são dois anos de inércia”.

Aeroporto de Arapiraca

O deputado federal e candidato ao Senado Maurício Quintella (PR-AL) assegurou na quarta-feira (12), em entrevista ao vivo, na rádio Novo Nordeste, que a construção do aeroporto de Arapiraca será sua prioridade caso seja eleito. Ele disse ainda que, como ministro dos Transportes, Portos e Aviação, destravou todo processo, e hoje já existe uma nova área definida - em processo de desapropriação -, e recursos garantidos no Orçamento federal. A obra vai criar empregos, fortalecer o comércio e a indústria e incrementar a produção agrícola da região.

Liquidação de dívidas

Em regime de urgência especial, a presidente do legislativo arapiraquense, Professora Graça Lisboa, colocou em votação o termo de liquidação de dívidas do pequeno agricultor com o Banco do Nordeste, relativas a empréstimos para Agricultores Familiares.

PELO INTERIOR ... Ao completar 22 anos de fundação, a Associação Pestalozzi tem motivos extras para comemorar. A festa de aniversário, realizada na terça-feira, 11, em consonância com a segunda edição da campanha “Somos Todos Pestalozzi”, superou as expetativas. ... O evento, realizado na sede da entidade, contou com a participação de diretores, funcionários, voluntários, imprensa e de empresas doadoras. ... A iniciativa, voltada a arrecadar fundos para ajudar na manutenção e aumentar o número de doadores, conseguiu ultrapassar a marca de R$ 20 mil. ... Um emprego estável é o sonho da maioria dos brasileiros e com os palmeirenses não é diferente. ... E justamente por pensar na oferta de trabalho que proporcione estabilidade é que o prefeito Júlio Cezar, que continua a fazer gestão na contramão

da crise, se reuniu, na terça-feira (11), com representantes da Copeve e das secretarias municipais de Educação, de Planejamento e de Administração para discutir os ajustes do concurso público. ... De acordo com infomações, o concurso já está definido e será realizado em 2019, na cidade de Palmeira dos Índios, com cargos para as áreas da Educação, Saúde e Assistência Social. ... A equipe ainda não tem uma data concreta para a realização do certame, que deverá acontecer nos 120 primeiros dias do próximo ano, e nem o número exato de vagas, que serão levantadas de acordo com as necessidades das demandas das secretarias. ... O presidente do PRTB, Adeilson Bezerra, fez uma projeção. O seu grupo político, o Círculo Democrático (PRTB, PPS, DC), segundo ele deve eleger, pelo menos, seis deputados estaduais nas

próximas eleições. ... Adeilson, que é palmeirense, projeta chegar aos 300 mil votos e com isso conquistar seis das 27 vagas disponíveis na Assembleia Legislativa de Alagoas. Pois é. Quem viver, verá. ... Foi dado o pontapé inicial para a maior competição estudantil do Agreste do estado de Alagoas, a 20ª edição dos Jogos Escolares de Arapiraca, o Jear. ... Com a casa cheia, a abertura dos jogos foi realizada, na manhã de quarta-feira (12), no Ginásio Municipal João Paulo II com a presença musical da Banda Marcial da Escola de Ensino Fundamental 31 de Março. ... Que esse final de semana seja repleto de paz e saúde para os nossos leitores. Até a próxima edição. Fui!!!


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MACEIÓ, ALAGOAS - 14 A 20 DE SETEMBRO DE 2018

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30 ANOS DE ELEIÇÕES EM ALAGOAS

2010 Fatos importantes no primeiro turno em Alagoas

1)

O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) foi o primeiro colocado com uma votação de 534.962 votos (39,58%) e seu vice foi José Thomaz Nonô (DEM). Apesar de um governo com pouca popularidade, a máquina do Estado a seu favor e uma estrutura rica de campanha determinaram sua ida para o segundo turno. O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) foi o segundo colocado com uma votação de 394.155 votos (29,16%) e seu vice foi Joaquim Brito (PT). Alguns fatores prejudicaram a sua campanha. Durante todo o primeiro turno, ele passou o pleito sub judice e só conseguiu registrar sua candidatura 72 horas antes da

2)

CONTEXTO HISTÓRICO

eleição, através de uma decisão do TSE que deferiu o registro de sua candidatura. A falta de recursos na campanha, a ausência da candidata a presidente Dilma Rousseff (PT), que não apareceu em Alagoas durante a campanha e nem no Guia Eleitoral em apoio a Lessa, e do presidente Lula, que só apareceu no Guia Eleitoral já no final do primeiro turno. Apesar de todas essas situações vivenciadas pelo candidato no primeiro turno, isso não foi suficiente para tirá-lo do segundo turno. O engajamento dos sindicatos, movimentos sociais e o prestígio que ele ainda tinha junto ao eleitorado e principalmente com os servidores públicos foram determinantes para conduzirem Ronaldo ao segundo turno. O senador Fernando Collor de Mello (PTB) foi o

3)

MARCELO BASTOS

Na Eleição Estadual de 2010, em Alagoas, tínhamos à frente do governo do Estado Teotonio Vilela Filho (PSDB) e, do Município de Maceió, Cícero Almeida (PP). terceiro colocado com uma votação de 389.337 votos (28,81%) e seu vice foi o vereador Galba Novaes (PRB). Ele foi o último a se lançar candidato entre os três principais postulantes ao Governo. Sua decisão só aconteceu em maio, enquanto Teotonio e Ronaldo já tinham definido as suas candidaturas muito antes. Collor fez uma coligação com pequenos partidos e seus dois candidatos ao Senado eram inexpressivos eleitoralmente. Sua excelente votação foi atribuída a sua força eleitoral. Por 0,35% perdeu o segundo lugar para Ronaldo e ficou fora do segundo turno. Para o Senado, Benedito de Lira foi eleito com 904.345 votos (35,94%), sendo a surpresa das urnas em Alagoas. Ele trouxe uma forte campanha de mídia com ataques diretos à ex-senadora e vereadora

4)

Heloísa Helena. Renan Calheiros foi reeleito para o terceiro mandato. Com 840.909 votos (33,42%), bem menos do que a proporcionalidade de 2002, que na época o fez o mais bem votado do Brasil. A campanha que foi mais focada no interior do estado ganhou o apoio do presidente Lula que gravou um vídeo defendendo o seu principal aliado no Congresso.

Fatos importantes no segundo turno em Alagoas

1)

O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) foi reeleito para o governo do Estado com uma votação de 712.789 votos (52,74%). Apesar de ter a máquina do Estado a seu favor e o apoio do prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), que tinha

Analista político

índices de aprovação de 80% em sua gestão, ganhou a eleição com uma pequena diferença de 5,48%. O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) foi o segundo colocado com uma votação de 638.762 votos (47,26%). A falta de recursos continuou no segundo turno e o não envolvimento da presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) e do presidente Lula (PT) em apoio ao candidato Ronaldo Lessa foram determinantes para a sua derrota.

2)


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MACEIÓ, ALAGOAS - 14 A 20 DE SETEMBRO DE 2018


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