Edição 991

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ELEIÇÕES 2018

ELEIÇÃO NA OAB

Prefeito Rui Palmeira estreia na campanha eleitoral com ataques ao senador Renan Calheiros

Advogados lançam criminalista Fernando Falcão candidato de oposição à presidência

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MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 991 - 28 DE SETEMBRO A 04 DE OUTUBRO DE 2018

ALAGOAS TEM JEITO

Economistas indicam saídas para desenvolver o estado e soluções para desatar o nó da educação

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CANDIDATOS AO SENADO DISPUTAM INDECISOS Briga é pelos eleitores que ainda não decidiram em quem votar; índice pode chegar a 80%

Candidato ao Governo, Pinto de Luna prega fim das oligarquias como bandeira de luta

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Ataques de partidários de Jair Bolsonaro preocupam Comissão da Mulher Advogada


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MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE SETEMBRO A 04 DE OUTUBRO DE 2018

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

Corrupção X desilusão

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- O eleitor alagoano está tão desiludido com seus políticos que já não acredita mais em ninguém. Nem mesmo a velha e surrada promessa de trazer verbas para o estado merece crédito.

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- Boa parte dessa indignação cresceu e floresceu no vácuo da Operação Lava Jato, que revelou o submundo da corrupção em que atuam os chamados representantes do povo. Aqui e alhures.

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- Essa revolta talvez justifique a onda de adesão a Rodrigo Cunha, deputado estadual em primeiro mandato, cujo único capital político é ser candidato ficha limpa. Coisa rara nessas eleições.

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- Mesmo não tendo se destacado como parlamentar, Cunha caiu nas graças do eleitorado de todas as classes sociais, gênero e idade. Sem maiores explicações, virou o “Bolsonaro das Alagoas”, apoiado também pelos eleitores do capitão.

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- A “febre” Bolsonaro que grassa no país tem raízes na indignação do povo brasileiro contra todos os que assaltaram a nação, simbolizados na emblemática figura de Lula e de sua quadrilha.

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- É esse sentimento de cólera que está turbinando a caminhada do deputado Rodrigo Cunha rumo ao Senado. E, a julgar pelas pesquisas, dificilmente será atropelado pelos adversários.

(Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Compra-se voto

Favas contadas

A se acreditar nas pesquisas de intenção de voto, o clã de Murici já pode preparar o terno da posse. Se as eleições fossem hoje, Renan-pai e Renan Filho estariam com a reeleição garantida. A eleição para a segunda vaga de senador, no entanto, continua indefinida em acirrada disputa entre Rodrigo Cunha, Biu de Lira e Maurício Quintella.

Mulheres em alta

Todos os candidatos com chances de chegar ao Senado por Alagoas recrutaram mulheres para suplentes. Silvânia Barbosa é segunda suplente de Renan; Eudócia Caldas é primeira suplente de Rodrigo Cunha. Lúcia Teófilo virou primeira suplente de Biu de Lira, enquanto Maurício Quintella tem Gilvânia Barros como segunda suplente. Collor, cujo mandato vai até 2022, tem como primeira suplente a ex-prefeita de Santana do Ipanema Renilde Bulhões.

Olho na grana

A dança do Biu

O senador Biu de Lira, que se destacou como dançarino de palanque na primeira campanha ao Senado, terá que arrumar outra atração para conquistar o eleitorado alagoano. Senão vai dançar, literalmente, nessa eleição, e nem mesmo o famígero VLT o salvará do descarrilamento eleitoral.

Dados do TSE revelam que o número de mulheres na suplência de senador e de candidatas a vice-governadora disparou em todo o país. A explicação é simples: garantir mais verba do fundo eleitoral, que reservou 30% de um total de R$ 1,7 bilhão para candidaturas femininas, e agradar uma importante parcela do eleitorado.

Reta final

Sem dinheiro

Mesmo sem estar entre os primeiros colocados nas pesquisas eleitorais, o deputado Maurício Quintella acredita que vai chegar lá. Para ele, a disputa só será definida na reta final da campanha.

Eleitor consciente

Rodrigo Cunha, candidato ao Senado, e Heloisa Helena, candidata à Câmara Federal, correm o risco de se elegerem sem gastar dinheiro para “convencer” os eleitores. É o chamado voto consciente, que todos pregam, mas poucos praticam.

Está faltando dinheiro para compra de votos através de cadastro, cabos eleitorais e outros crimes tipificados na legislação eleitoral. O fato está tirando o sono de muitos figurões tidos como eleitos, mas que, sem grana para honrar os compromissos de campanha, dificilmente se elegerão. O que é bom para todos. Melhor ainda para os candidatos fichas-limpas que não têm dinheiro para comprar votos e podem ganhar o apoio desses eleitores, que estão sendo enganados.

Os candidatos que têm nas favelas de Maceió seus principais redutos eleitorais estão desesperados ante a ação predatória dos compradores de votos. Alguns deles tinham vitória garantida nesses grotões, mas foram trocados pelos cadastros eleitorais, com o voto sendo negociado a R$ 100.

Baixou o nível

O ex-prefeito de São Luiz do Quitunde, Cícero Cavalcante, falou cobras e lagartos do ex-prefeito Abrahão Moura, cuja filha Cibele Moura disputa votos na região com a ex-deputada Flávia Cavalcante. Valente ao microfone, Cavalcante acusou Abrahão de ilícitos praticados na Prefeitura de Paripueira, mas esqueceu seu próprio histórico de corrupção à frente das prefeituras de Matriz de Camaragibe e São Luiz do Quitunde.

Desceu do muro

Até que enfim Téo Vilela desceu do muro para tomar parte no pleito eleitoral. Mesmo que tardiamente, a decisão do ex-governador é bemvinda e pode acrescentar algum conteúdo ao marasmo do horário eleitoral. No vácuo do voo de Vilela, outro bafejado tucano decidiu sair da toca, ou melhor do muro. Rui Palmeira estreou esta semana na campanha eleitoral atirando pedras no seu ex-aliado Renan Calheiros. Mesmo voando baixo - pelo bico longo e o rabo curto - os tucanos ameaçam fazer estrago na reta final da disputa eleitoral em Alagoas.

Datafolha e Ibope

Nas últimas eleições os dois institutos erraram em 50% os prognósticos realizados. Este ano, ambos lutam por se superarem em pesquisas falsas. Nem a velhinha de Taubaté, a eterna crédula, acredita mais nos prognósticos daqueles institutos. Faltam menos de 10 dias para as eleições. As ruas mostram uma realidade, mas os “pesquisados” por eles (que certamente devem morar em Marte ou em algum bolsão petista), outra. O festival de desinformação é absoluto. Digno da KGB. O Paraná pesquisa, menos conhecido que seus congêneres, aponta para números totalmente diversos. Nele, Bolsonaro disparou. Tem mais de 31% das intenções de votos e mais grave: tem a menor rejeição dentre todos os demais candidatos. Como o Datafolha e Ibope irão justificar tamanha disparidade dos dados da empresa paranaense? Os dois manjados institutos que vêm fazendo de tudo para “segurar” o capitão e forçar na marra um segundo turno podem se dar mal com isso. Desta feita extrapolaram – e muito – qualquer limite. O staff do candidato já está de olho nessas “sabedorias”. Certamente na reta final, sem muito a fazer para barrar o crescimento do candidato do PSL, irão aproximar seus números dos resultados do primeiro turno. Afinal, com que “credibilidade” eles se apresentariam para dizer - de novo - que Bolsonaro vai perder no segundo turno?

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MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE SETEMBRO A 04 DE OUTUBRO DE 2018

JORGE OLIVEIRA

Haddad já aprendeu a ser cínico

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Vitória - Nunca o país viveu um impasse político tão grave como o que estamos vivendo. A presença de Haddad, como ventríloquo do Lula, e a de Bolsonaro, como representante dos militares, não deixa muita escolha ao eleitor. O último debate entre os candidatos exibido pelo SBT mostrou claramente como Haddad é um candidato dissimulado, mentiroso e cego para os problemas do Brasil. Mente, por exemplo, quando diz que Temer foi herança dos outros políticos e não do PT, a quem serviu como vice-presidente durante os dois mandatos da Dilma.

Marina

Com a certeza de que está fora do páreo, agora a Marina apareceu no debate com mais vigor, sem o compromisso de ser politicamente correta. Atacou os concorrentes e até ousou sacanear o slogan “Chame o Meirelles” quando disse que o candidato nunca foi chamado para um trabalho social, mas para assessorar poderosos banqueiros e corruptos.

O candidato a presidente não fica nem um pouco roborizado quando defende o partido pelo qual é candidato e acusa os adversários pelo caos econômico e pela instabilidade do país, ao dizer, na maior cara de pau, que o governo Temer é responsabilidade de seus opositores. Hadadd deveria se preocupar com a sua condição de professor universitário ao mentir, inventar e falsear a verdade para que seus ex-alunos ainda o respeitem, pois todos os brasileiros sabem que Temer é herança maldita do seu partido. Temer, como se sabe, foi convidado para vice por Lula quando arrastou o então PMDB para sua chapa. Até chegar à Prefeitura de São Paulo, Haddad escondia esse comportamento cínico, pois até então vivia mais nos bastidores políticos do PT na função de ministro da Educação. Não aparentava ter força no comando do partido e nem intimidade com a cúpula do PT. Preferia a coxia às luzes da ribalta. Por isso, seu nome jamais havia sido cogitado para qualquer cargo político até Lula ficar sem opção para a Prefeitura de São Paulo e arrancá-lo da burocracia para a vida política. Para trazê-lo à disputa política, Lula deixou de lado nomes mais tradicionais do PT como Aloysio Mercadante e até mesmo o Suplicy, que se contentou com uma candidatura a vereador de São Paulo. Outros nomes mais notórios como Palocci já estavam na mira da Lava Jato. Assim, por critério de folha corrida, Lula indicou Haddad como candidato a prefeito de São Paulo. Quatro anos depois, os paulistas o mandaram de volta para casa quando perdeu a reeleição. Agora, como principal súdito do Lula, o ex-prefeito de São Paulo aparece disputando as eleições presidenciais. Salta aos olhos vê-lo transformado em político profissional em pouco tempo, já carregado de vícios antigos. Mente com a mesma desfaçatez do seu patrão Lula. Usa truque de linguagens para reverter as acusações que pesam sobre o seu partido responsável pela criação da organização criminosa. Repete com insistência que seu partido tirou o país da miséria, ajudou os pobres e não saqueou os cofres públicos. No debate do SBT mostrou-se um ventríloquo quando provocado a responder sobre as mazelas dos seus militantes petistas em governos passados do partido. É frio também quando isenta o PT dos saques aos cofres públicos e apresenta o Lula como vítima dos processos de corrupção. Ao responder a uma pergunta de que frequenta o presídio para se aconselhar com Lula, disse que vai até lá como advogado dele. Ora, todo mundo sabe que Haddad nunca teve Lula como seu cliente. E mais: nunca exerceu a função de advogado.

Manso

O Ciro apareceu mais manso na reta final da campanha. Quer ultrapassar a barreira para chegar ao segundo turno, quando pode ganhar do Bolsonaro, como mostra a última pesquisa do Ibope. Ciro está procurando o “voto útil” para o dia da eleição. Ainda considera, com razão, que nada está definido. Mas, na verdade, a curva crescente das pesquisas nas últimas semanas não deixa dúvidas quanto à melhor performance de Haddad nas pesquisas.

Parou As mentiras

Essas mentiras que o candidato solta na maior cara de pau são um prenuncio perigoso do que o país pode esperar de um presidente que não tem compromisso com a verdade. Um presidente mentiroso, dissimulado e sem caráter não merece a confiança do povo brasileiro, pois é capaz de qualquer coisa para se manter no poder. E o Brasil, com a Dilma, já teve uma experiência amarga.

O debate

O debate da quarta-feira ainda não foi elucidativo para o eleitor decidir sobre o seu voto. Portanto, a indecisão entre o eleitorado brasileiro ainda é muito grande. Quando você ouve o Meirelles, o banqueiro que trabalhou para o PT e Temer, fica imaginando como um cara do setor financeiro, que nunca fez um trabalho social, arvora-se como candidato, mesmo se dizendo banqueiro por quem todo mundo tem ódio.

Bombeiro

Entre os candidatos, de repente surge um cabo do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Com uma bíblia nas mãos evoca Jesus como o salvador. Todas as vezes que abre a boca é para falar besteira, tolice. É a imagem perfeita do representando de um país que ninguém leva mais a sério, que não produz líderes desde o fim da ditadura. E os que apareceram hoje estão na cadeia.

Alckmin, o candidato tucano, está resistindo. Já disse que quando disputou a eleição com Lula chegou ao segundo turno faltando poucos dias para as eleições. Esquece que nenhuma eleição é igual a outra. Naquela época não existia essa disputa odienta entre duas facções ideológicas de extrema esquerda e extrema direita. Alckmin representava o centro (uma espécie de direita moderada) e Lula a esquerda (também moderada, mas efetiva).

Luta

Agora, a coisa é diferente. Os dois candidatos – Haddad e Bolsonaro – querem fazer prevalecer suas ideias mais truculentas. Um, que representa os militares, apresenta-se como o candidato capaz de moralizar o país, acabar com a violência e botar os corruptos na cadeia. O outro, Haddad, fala em trazer de volta os projetos sociais criados pelo governo Lula. Mas em nenhum momento se diz representante da Dilma que faliu o país.

O debate

Se o eleitor pensava que decidiria seu voto pelo debate do SBT frustrou-se. O que houve, na verdade, foi um interminável bate-boca e acusações recíprocas. Propostas de governo não existiram. E assim será até o final desse turno das eleições. Por isso a previsão é de que essa eleição terá a maior quantidade de votos brancos e nulos da história de todos os pleitos do país.

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Artilharia do PSDB

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uando ninguém mais esperava, surge agora com força total o prefeito de Maceió, Rui Palmeira. Em um vídeo divulgado no Guia Eleitoral e nas redes sociais, Rui demonstra como será a campanha política até o dia 4 de outubro. O prefeito, além de citar que o senador Renan Calheiros é um campeão de inquéritos na Lava Jato, recomenda que a população não vote na sua reeleição. Ele diz, entre outras coisas, que “Alagoas tem a chance de dar um exemplo ao Brasil. Renan senador, não”. A iniciativa do prefeito de gravar o vídeo e jogá-lo nas redes sociais tem dois objetivos: demonstrar que ele é adversário político em quaisquer circunstâncias e abrir caminho para a reeleição do senador Biu de Lira. O vídeo, como não poderia deixar de ser, foi e continua sendo motivo de especulações no mundo político alagoano, uma prévia do que poderá vir até terminar o prazo estabelecido pela lei eleitoral de campanha com vistas às eleições de 7 de outubro.

Reta final

Depois do vídeo divulgado pelo prefeito Rui Palmeira, a oposição espera que o candidato Pinto de Luna suba o tom contra o seu principal adversário, Renan Filho. O candidato de oposição limitou-se, até agora, a criticar a construção dos cinco hospitais e a situação difícil da segurança pública.

Mais denúncias

Nas entrevistas o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, além das críticas a Renan Calheiros, que revidou chamando o prefeito de ingrato, diz que tem gente lá em Brasília prejudicando o município, trabalhando contra a liberação de recursos para a realização de importantes obras na capital.

Maior votação

O objetivo agora do grupo palaciano é fazer com que Renan Filho tenha a maior votação proporcional do Brasil. Com esse trunfo na mão, o governador poderia vislumbrar novos e altos voos na política brasileira, a exemplo de uma candidatura a presidente da República.

Dificuldade

Por falta de policiais, alguns batalhões da PM no interior do estado estão com falhas no esquema de segurança, mas todo o esquema para as eleições está pronto, garante o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador José Carlos Malta. Na segurança estão envolvidos policiais federais, militares, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil.

GABRIEL MOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Esquentando no interior

Afora a capital, alvo principal de críticas das lideranças políticas, no interior a coisa não fica por menos. Em São Luiz do Quitunde, Cícero Cavalcante vem dando o que falar nos comícios realizados no município. Seu alvo principal são políticos que têm grande influência política na região.

Arrastando a massa

Mesmo desistindo da disputa ao governo do Estado, o senador Fernando Collor voltou a mergulhar nas eleições e comanda pessoalmente a campanha de seu filho Fernando James à Câmara Federal. Collor tem arrastado multidões por onde tem passado.

Novos episódios

Como dá para observar, ainda faltam alguns dias para o tiroteio de denúncias continuarem, principalmente nas redes sociais. É denúncia pra lá, denúncia pra cá. As pesquisas demonstram ainda o que virá pela frente.

Não vem

O presidenciável Ciro Gomes desaprovou completamente a aliança feita pelo PDT comandado em Alagoas por Ronaldo Lessa e o MDB da família Calheiros. É por isso que ele não pretende vir a Alagoas. Segundo vídeo divulgado pelo O Antagonista, Ciro diz claramente que Alagoas foi o único estado aonde não veio para não ser fotografado junto com Renan Calheiros.

Embolado

Enquanto o governador Renan Filho tem assegurada praticamente a sua reeleição, os candidatos ao Senado disputam cada voto na capital e no interior. Os municípios com o maior eleitorado estão sendo escolhidos pelos candidatos nesta reta final de campanha.

Comida indigesta

Não convidem para a mesma mesa o senador Fernando Collor e o deputado federal Maurício Quintella. O clima não anda bem entre os dois nesses últimos dias.

Volume de campanha

O senador Benedito de Lira deu novo ritmo de campanha e aumentou o volume de visitas, comícios e carreatas. Lira tem fortalecido suas bases e tem repetido que uma das duas vagas no Senado é sua.

Falcão candidato

O advogado Fernando Falcão, um dos mais conceituados profissionais de Alagoas, é o candidato da oposição nas eleições da OAB marcada para a segunda quinzena de novembro. Falcão terá como o vice Thiago Pinheiro, conhecida liderança nos meios jurídicos locais. A situação estuda ainda se lançará, como estava previsto, a candidatura de Nivaldo, presidente da Caixa de Assistência como candidato.

Muy amigo

O governador Renan Filho tem feito fortes críticas aos seus antecessores e credita as dificuldades que o Estado enfrentou à falta de uma administração comprometida com o desenvolvimento. Essas observações atingem diretamente seu aliado, o deputado Ronaldo Lessa, que governou Alagoas por dois mandatos.

Estilo próprio

Quem acompanha o governador Renan Filho sabe que ele trata bem as pessoas, indistintamente, de forma diferente do que dizem seus opositores, e estando sempre alinhado com as propostas do senador Renan Calheiros e seus aliados. (Direito de resposta determinado pela Justiça Eleitoral-Representação Nº 0600660-52.2018.6.02.0000/TRE-AL)


MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE SETEMBRO A 04 DE OUTUBRO DE 2018

Usineiros querem Biu e Rodrigo no Senado

BATALHA PELO VOTO IMPOSTOS, USO DE AGROTÓXICOS NOS CANAVIAIS E MAIS DINHEIRO: PRODUTORES QUEREM AUMENTAR LUCROS TAMBÉM NA POLÍTICA ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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pós uma ampla campanha de pressão em busca de apoio do governo para diminuir o pagamento de impostos (aumentando os lucros), o Sindicato dos Usineiros de Alagoas prevê uma safra 16,7% maior que a do ano passado. No dia 13 de agosto, a Usina Santo Antônio foi a primeira no estado a ligar sua unidade. Espera moer 2,85 milhões de toneladas de cana, 25% a mais que na safra passada. Tudo isso só é possível a partir de uma relação história entre o partido da cana e os partidos políticos. E o Sindicato dos Usineiros é que manda no PSDB e no PP em Alagoas. Em plena atividade, o sindicato garante pressão política para pagar menos impostos, obter empréstimos a juros menores ou facilidades de pagamento. Daí o sonho dos usineiros pode ser realizado no dia 7: eleger Rodrigo Cunha (PSDB) ao Senado, renovar o mandato de Benedito de Lira (PP) e emplacar a reeleição de Pedro Vilela (PSDB) a deputado federal. Por que este interesse? Um dos diretores do Sindicato dos Usineiros se chama Elias Vilela, irmão do ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Elias é

o mesmo personagem que aparece em documentos da Prefeitura de Maceió autorizando o aluguel de galpões do sindicato por um punhado de milhões de reais pelos próximos anos. Elias, representando os interesses do setor sucroalcooleiro, tem o filho, Pedro, hoje deputado federal. Pedro era carta fora do baralho. Mas, Téo Vilela foi instado pelo irmão Elias a grudar no sobrinho e pedir votos nos quatro cantos de Alagoas. Há mais interesses em jogo. O suplente de Benedito de Lira é uma apagada liderança política chamada Givago Tenório, que tem relações estreitas com os canaviais alagoanos. Givago hoje exerce a titularidade do Senado enquanto Biu goza de uma ótima licença de meses, pulando e dançando com o povo na batalha pelo voto. Givago é sobrinho de João Tenório, que também era suplente de Teotonio Vilela Filho quando ele era senador e também era dono de usina, a Triunfo. E Téo Vilela (um dos donos da Usina Seresta) é cunhado de João. Tenório virou titular após Vilela ganhar as eleições ao governo, em 2006. Deixou o Senado em 2010 quando o sobrinho, Givago, foi alçado à capital federal, também como suplente, de Biu de Lira.

Biu de Lira e Rodrigo Cunha são considerados ‘votos úteis’ para os senhores da cana-de-açúcar de Alagoas

Em defesa dos agrotóxicos

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uase sem repercussão na mídia local, Givago Tenório defendeu, em discurso no dia 6 de setembro, na capital federal, maior agilidade nos registros de agrotóxicos no Brasil. A pauta de Givago é vinculada ao uso de um herbicida bastante usado em Alagoas também nos canaviais: o glifosato, um dos mais usados no mundo há, pelo menos, 40 anos. O desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, derrubou, no início de setembro, uma liminar que suspendia o registro de produtos à base das substâncias glifosato. Existe uma discussão científica internacional. O herbicida provoca ou não câncer? Em 2015, a Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que “provavelmente”

era cancerígeno. Um ano depois voltou atrás. A Califórnia lista o glifosato como um produto químico causador de câncer desde julho do ano passado. O herbicida é comercializado em Alagoas. Está no cadastro de agrotóxicos e afins da Adeal, registrado pelo Ministério da Agricultura. Givago Tenório defendeu, em seu discurso, que a aprovação de registro de agrotóxicos no Brasil seja mais rápida. E o Brasil, mesmo sob a reclamação do senador numa suposta lentidão para a aprovação destes registros, é um dos campeões mundiais no uso de agrotóxicos. Diz o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan): Alagoas é o sexto no país com mais intoxicados por agrotóxicos. De 2007 a 2017 foram 877 casos de intoxicados registrados, fora os subnotificados. Ocupando o Senado, a voz de Givago Tenório tem bastante força política. Por-

que esta discussão deve ser mais acelerada - os processos de registro de agrotóxicos no país, interessando também aos usineiros alagoanos. Contraste que está no discurso do senador, em 6 de setembro, de acordo com o que está registrado nas notas taquigráficas do Senado Federal: “Vejam, Srªs e Srs. Senadores, o que aconteceu com o glifosato. Na sequência da decisão judicial americana que condenou a Monsanto, fabricante de glifosato, a pagar indenização de quase U$300 milhões de dólares a um agricultor que alegou ter desenvolvido câncer em razão do uso do produto, uma juíza de Brasília, no início de agosto de 2018, às vésperas de iniciarmos os grandes plantios no Brasil, determinou a proibição do uso do glifosato nas produções agrícolas em nosso País – tanto o glifosato como a abamectina e o tiram, os mesmos princípios ativos”. A vida parece valer menos? Não quando os negócios é que dominam o cenário.

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Jogos do poder ao Senado escondem suplentes e outras histórias

BASTIDORES ra, que lavou as mãos na hora de construir seu sucessor - e alçar JHC ao Senado em 2024, na vaga hoje de Fernando Collor. Hoje Collor e JHC são parceiros e pode ser que esta possibilidade não seja tão real assim, e Jota transitaria entre um futuro como governador ou prefeito de Maceió.

ARAPIRACA E MACEIÓ, FUTURO ELEITORAL E O FANTASMA DE PC FARIAS ESTÃO NA CAMPANHA ODILON RIOS Especial para o EXTRA

O

s jogos do poder na eleição ao Senado movimentam nomes e grupos gigantes, para além dos canaviais alagoanos. O senador Benedito de Lira (PP), por exemplo, tem o apoio não somente do Sindicato dos Usineiros e do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), mas também do prefeito de Arapiraca, Rogério Teófilo (PSDB). Rogério pressiona o corpo a corpo nas ruas porque o seu futuro político - apesar do presente estar bastante desgastado - está na suplente de Biu, Lúcia Teófilo, por acaso esposa do tucano arapiraquense. A pressão do PSDB - principalmente de alguns integrantes do Governo Teotonio Vilela Filho- impõe uma agenda de quebra de braço com o servidor público, humilhação aos terceirizados e censura aos meios de comunicação da região que aborreçam os tucanos mais conservadores por mostrarem os problemas na gestão. O ritmo é quebrado a partir de declarações do governador Renan Filho (MDB). “Arapiraca está

Rogério Teófilo ‘trabalha’ por Biu, cuja suplente é esposa do prefeito; mãe de JHC é suplente de Rodrigo Cunha

parada”, disse o chefe do Executivo, também de olho na cadeira de Rogério Teófilo, rival do Palácio República dos Palmares, e querendo Ricardo Nezinho, o deputado estadual do Escola Livre, no comando do município. O Escola Livre promete censura e até prisão a professores que abordem sexualidade ou religião em sala de aula. A possibilidade concreta de derrota de Biu De Lira retirou até o foco de Teófilo na campanha do deputado estadual Rodrigo Cunha, do mesmo partido dele, em busca do Senado. Com Lúcia Teófilo na suplência ano que vem, diminuem as chances de Ricardo Nezinho em Arapiraca e, por sua vez, o poder de Renan Filho e do vice, Luciano Barbosa, o verdadeiro comandante dos votos da oposição no Agreste, ao lado de Célia Rocha, ex-prefeita cuja herança maldita ajuda a explicar o início desastrado da era Teófilo - pelo menos na versão oficial da Prefeitura.

Por sua vez, Rodrigo Cunha, com bastante capilaridade político-eleitoral em Arapiraca, terra de sua mãe assassinada Ceci, é reforço certo para 2020, quando Rogério vai às urnas enfrentando o anti-Rogério, função hoje assumida por Nezinho. FUTEBOL Renan Calheiros também é o centro dos interesses do empresário Rafael Tenório, o mais rico candidato nestas eleições e “dono” do CSA. A segunda suplente é Silvânia Barbosa, vereadora de Maceió, esposa de Marcos Barbosa, deputado estadual e “dono” do CRB. A bancada da bola é relevante em Brasília. Está ligada aos dirigentes da CBF, entre eles o alagoano Gustavo Feijó, aliado de Renan, prefeito de Boca da Mata. A CBF é muito conhecida na televisão, bastante falada na Copa do Mundo, mas sua movimentação financeira é um mistério e ela quase se viu

às voltas de ser convocada pelo Congresso Nacional e é alvo de investigações na Europa. OS CALDAS Cotado para ser um dos mais votados nas eleições a deputado federal, João Henrique Caldas tem interesse direto na votação de Maceió para 2020 e em 2024 está na lista de aposta dos partidos para a sucessão ao Executivo estadual. Tanto que seu mentor político é o pai, João Caldas. Ele disputa quase sem chances uma vaga a deputado estadual. O objetivo mesmo está em Rodrigo Cunha. A suplente dele é Eudócia Caldas, esposa de João e mãe de JHC. Ela deixaria de ser uma eterna “ex-prefeita” de Ibateguara, reduto eleitoral dos Caldas. O prestígio como suplente de senadora lhe cai bem. JHC e Cunha uniram esforços para uma campanha que pode definir o futuro eleitoral em Maceió - levando em conta o fim melancólico da era Rui Palmei-

OS FARIAS Maurício Quintella, ex-ministro dos Transportes do PR, partido que continua na base do Governo Michel Temer. Existem também interesses pouco visíveis na eleição de Quintella. O suplente dele é Luiz Romero Farias, empresário do setor de automóveis, um dos ex-sócios da revendedora de carros Blumare. O outro ex-sócio é Marcelo José Martins Santos Filho, empresário de sólidas ligações com a Assembleia Legislativa e fiel aliado do senador Fernando Collor de Mello (PTC). Maurício Quintella no Senado também é o retorno dos Farias ao cenário político local e nacional. O irmão mais famoso era Paulo César, ex-tesoureiro da campanha presidencial de Collor. Entrou para a história, mesmo assassinado; o outro, Augusto, foi deputado federal alvo de acusações que a poeira do tempo levou para longe. No cenário local, os Farias tinham Rogério nas prefeituras de Porto de Pedras e Barra de Santo Antônio. Sobrou a luxuosa pousada Jirituba, investigada pelo Ministério Público Estadual com a suspeita de ter sido erguida com dinheiro público. Luiz Romero, mais discreto e sisudo, busca o caminho da ribalta. Não é bem a praia dele. Mas não precisa pisar na lama ou abraçar o povo em busca de votos. Suplente de senador ganha o cargo sem um único voto.


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Rodrigo Cunha e Renan Filho são os mais procurados na web

GOOGLE TRENDS FERRAMENTA MOSTRA O INTERESSE DOS INTERNAUTAS PELOS CANDIDATOS JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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uando se trata da disputa ao Senado, o nome do candidato Rodrigo Cunha (PSDB) foi o mais procurado pelos eleitores de Alagoas no buscador Google entre os dias 19 a 26 de setembro. Em segundo lugar aparece o senador Renan Calheiros (MDB), que está na luta pela reeleição. O levantamento foi feito a partir do Google Trends, ferramenta que permite acompanhar a evolução do número de buscas por uma determinada palavra-chave ao longo do tempo. Em terceiro lugar está o senador Benedito de Lira (PP), cuja situação é igual a de Calheiros: quer a reeleição. Logo em seguida está Maurício Quintella (PR). No entanto, o pai do governador Renan Filho registrou o alcance máximo de pesquisa no dia 21 de setembro, data em que o jornal O Globo divulgou pesquisa Ibope das eleições estaduais encomendada pela TV Gazeta de Alagoas. Rodrigo Cunha teve um pico, não total como informa a ferramenta, no dia 24 de setembro, quando teve seu direito de resposta publicado em site local e quando foi tema de blogueiro de um portal de grande alcance no Nordeste. Benedito de Lira e Maurício Quintella não apresentaram picos consideráveis de procura. O Google Trends também identificou os mais “buscados” nas cidades de Maceió e Arapiraca.

Renan Calheiros em azul e Rodrigo Cunha em vermelho; tucano é mais procurado na internet do que o ex-presidente do Senado

Na capital, no período, Cunha lidera com 58% das buscas. Renan Calheiros aparece com 29%. Biu de Lira representa 9% e Maurício Quintella 4%. Em Arapiraca, só aparecem dois nomes: Cunha (78%) e Renan Calheiros (22%). Quando o filtro é alterado de apenas em Alagoas para Brasil, Calheiros assume a liderança e tem seu nome buscado por internautas de todo Brasil. Rodrigo Cunha aparece em buscas vinda dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal. Vale salientar que algumas procuras podem ser provenientes de homônimos. Biu de Lira também aparece em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. Tanto Renan Calheiros quanto Maurício Quintella tiveram e têm destaques nacionais. Calheiros, além de ser alvo de vários inquéritos da Lava

Jato, já presidiu o Senado Federal por duas vezes. Quintella viajou pelo país como ministro dos Transportes do governo do presidente Michel Temer, só saindo do cargo para disputar as eleições. Na briga pelo governo do Estado, as buscas estão acirradas diferentemente da realidade retratada em pesquisas eleitorais que colocam Renan Filho (MDB) reeleito em primeiro turno acima de 60% das intenções de voto. Filho é o mais procurado, seguido por Pinto de Luna (Pros), ex-superintendente da Polícia Federal que entrou no lugar de Fernando Collor (PTC). Depois aparecem Josan Leite (PSL) e Basile Christopoulos (Psol). No dia 24 de setembro, Renan Filho e Basile Christopoulos foram os mais procurados. Nessa data, Christopoulos seguia sua campanha, enquanto Renan Filho era notícia por ter o maior percentual de votos entre todos

os candidatos a governador do país. Josan Leite teve um pico no dia 26 e Pinto de Luna tem crescimento e oscilações em todo o período. De acordo com a ferramenta, Renan Filho é o mais procurado em Santana do Ipanema, Arapiraca, Palmeira dos Índios e Teotônio Vilela. Em Maceió, o bolo é repartido. Renan Filho representa 47% das buscas, Pinto de Luna 31%, Josan Leite 18% e Basile Christopoulos 4%. BRASIL Quanto aos presidenciáveis, Jair Bolsonaro (PSL) tem grande vantagem se comparado com Ciro Gomes, que aparece em segundo lugar. Fernando Haddad e Marina Silva, quando se trata de buscas pela internet em Alagoas, estariam empatados. Bolsonaro é o mais buscado em Maceió, com 86%. Ciro tem 10% e Haddad e Marina Silva empatam com 2%. FATO INÉDITO

De acordo com noticiado pela Folha de S.Paulo, nunca, em período de eleição, o brasileiro procurou tanto por política na web como agora. Segundo o Google Trends, o interesse por temas relacionados a política cresceu 140% na comparação com o mesmo período de 2014. O atentado sofrido por Bolsonaro, vítima de uma facada no dia 6 de setembro, puxou a alta. Porém, mesmo passadas duas semanas do caso, o interesse em candidatos segue alto, acima da média registrada em anos anteriores. Pese-se que desde 2014 houve um aumento da população que acessa a internet, de 59% para 65%, segundo pesquisa Datafolha do último mês de agosto. Líder nas pesquisas de intenção de voto, no Brasil, Jair Bolsonaro, domina 64% das buscas relacionadas à eleição presidencial no Google, no período de 16 a 22 de setembro.


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Mulheres denunciam agressões de eleitores de Bolsonaro

INTOLERÂNCIA POLÍTICA PARA OAB, VIOLÊNCIA SALTOU DAS REDES SOCIAIS PARA A VIDA REAL JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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proprietária de uma gráfica, localizada na parte alta de Maceió, ficou chocada após receber, na semana passada, ameaças devido ao material que estava imprimindo. Não era nada imoral ou ilegal. Mas de certa forma incomodou quem o viu. Acuada, ela fez com que o fato chegasse à Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Alagoas (OAB-AL). No último domingo, 23, foi a vez da psicóloga e professora universitária Viviane Duarte, 53, ser ameaçada, fato que aconteceu em uma rodovia da cidade de Maragogi. Em ambos os casos elas foram vítimas de intolerância política, um fenômeno que saiu da virtualidade das redes sociais e começou a afetar a integridade moral e física das pessoas na vida real. No caso da dona da gráfica, o material que estava sendo impresso seria utilizado em protesto contra a candidatura do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Ainda com medo, preferiu não se identificar e nem conceder entrevista. Já a psicóloga, apesar de não ter denunciado as agressões às autoridades, contou à imprensa os momentos de tensão que passou ao ver seu carro quase depredado. Ela precisou parar na BR101, em Maragogi, enquanto voltava de Recife em direção a Maceió. O trânsito estava interrompido por causa de uma carreata a favor de Bolsonaro. Mas foi o adesivo de outro candidato em seu automóvel

Segundo a advogada Anne Caroline, grupos políticos têm agido como facções

Mulheres são ofendidas por serem contra Jair Bolsonaro

que enfureceu os eleitores do deputado federal que busca a Presidência. “Ficaram batendo no meu carro falando que eu deveria votar no candidato deles. Foi uma atitude muito covarde. Alguns estavam embriagados enquanto outros rezavam perto do meu veículo. Quando cheguei em casa vi que tinham colocado um adesivo do Bolsonaro em cima do meu candidato”. Eleitora de Fernando Haddad (PT), Viviane se viu desrespeitada como eleito-

ra e também como mulher. “Duvido que iriam fazer isso se eu fosse um homem ou se eu estivesse acompanhada de um. Foi tudo muito rápido, meu carro balançava. Desci do veículo e pedi para me respeitarem. Então vieram cinco à minha direção. Comecei a buzinar porque fiquei apavorada”, relatou. O problema “carro e adesivo” também aconteceu em Maceió. “Estaciono meu carro e arrancam o adesivo. Vou lá e colo de novo. Já me deparei com eleitores

do Bolsonaro dentro de um elevador. Sempre ando com botom do meu candidato. Eles me olharam e disse: me respeitem que eu respeito vocês”. De acordo com a advogada e professora mestra em sociologia e vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-AL, Anne Caroline Fidelis de Lima, o Brasil tem vivido uma onda crescente de ódio e intolerância, de modo que grupos políticos têm agido como verdadeiras facções, alimentando um caos que sabota a própria democracia. “Setores do Estado e representantes políticos têm agido não como apaziguadores, mas como alimentadores do clima de ódio, onde pensar diferente deixou de ser uma chancela da democracia e passou a ser uma justificativa para violência”. E exemplificou: “Os episódios do ataque a tiros à caravana do ex-presidente Lula, o ataque ao candidato Jair Bolsonaro, o assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, são grandes exemplos do quanto a política pode ser utilizada como motivação de crimes que ultrapassam a barreira das palavras”. E conforme a advogada, qualquer tipo de agressão deve ser denunciado. “É importante que todas as pessoas que se sintam ofendidas, ameaçadas ou tenham seu direito de ir e vir tolhidos por terceiros, especialmente quando a motivação for supostamente política, procedam à denúncia nos órgãos responsáveis que podem ser uma delegacia, o próprio Tribunal Eleitoral, o Ministério Público e a Polícia Federal”.

#ELENÃO Neste sábado, 29, Maceió será palco de protestos contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL). O evento acontece no Alagoinha, às 14h, no bairro da Ponta Verde. A manifestação é organizada por mulheres que integram o grupo do Facebook ‘’Mulheres Unidas contra Bolsonaro’’. O movimento irá acontecer em pelo menos 78 cidades pelo Brasil e em outros 10 países. O medo de confronto fez com que mulheres elaborassem dicas para um protesto seguro. Entre elas estão: ir à manifestação acompanhadas, não contar com a empatia de desconhecidos, evitar confrontos diretos com o ‘lado oposto’, não levar crianças, e usar camisa de apoio ao ato somente no local. Também pede que o evento seja pacífico, sem bombas, máscaras e fogos de artifício.

ANTI-FASCISMO A célula AnonOpsBR, da Anonymous, hackeou o Ministério da Defesa na noite de segunda-feira, 24. Segundo a célula, o ataque foi realizado contra o fascismo e em protesto “a postura antidemocrática dos generais Villas Boas e Mourão”. Hamilton Mourão é general da reserva do Exército Brasileiro; recentemente, ganhou as manchetes por declarações polêmicas enquanto candidato à vice -presidência na chapa de Jair Bolsonaro (PSL). Enquanto isso, o general Villas Bôas é o comandante do Exército. O Anonymous também anunciou que fará novas ações contra o fascismo no Brasil durante as eleições do dia 7 de outubro.


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Pinto de Luna quer fim das oligarquias

ENTREVISTA

EX-SUPERINTENDENTE DA PF TEM APENAS UMA SEMANA PARA CONQUISTAR VOTO DO ELEITOR

VALDETE CALHEIROS Especial para o EXTRA

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EXTRA já apresentou aos eleitores todos os candidatos ao governo de Alagoas, mas como toda eleição tem uma grande surpresa, a edição dessa semana traz mais uma entrevista com um candidato ao governo, o delegado federal aposentado e ex-superintendente da Polícia Federal em Alagoas, José Pinto de Luna. Ele é o novo nome na disputa eleitoral para o governo do Estado pelo Pros. Sua candidatura foi lançada no último dia 17 pela Coligação Alagoas com o Povo em substituição ao nome do ex-presidente da República

e atual senador Fernando Collor (PTC) que renunciou sua candidatura no último dia 14. Seu candidato a vice, o presidente da Câmara Municipal de Maceió, Kelmann Vieira (PSDB), também saiu da disputa. Collor anunciou sua saída da disputa em um vídeo publicado nas redes sociais, alegando falta de “reciprocidade” do grupo que lhe havia dado a missão de se eleger governador. Pinto de Luna protocolou sua candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AL) no último dia do prazo para a substituição. E apresentou como vice Jorge VI (PSDB). As respectivas declarações de bens de ambos ainda não constam no site da Justiça Eleitoral alagoana. Fazem parte da coligação Alagoas com o Povo os partidos PTC, PSDB, DEM, Pros PP, PRB, PSB e PSC.

Quem é Pinto de Luna?

J

osé Pinto de Luna é ex-superintendente e ex-delegado da Polícia Federal. Atualmente, atua na advocacia privada e já disputou os cargos de deputado federal e estadual pelo PT. Chegou a assumir o mandato de parlamentar na Câmara de Deputados. O delegado se destacou à frente da PF durante a Operação Taturana que investigou desvio de recursos públicos, na ordem de R$ 300 milhões, na Assembleia Legislativa de Alagoas. Ele foi também superintendente de Transportes e Trânsito de Maceió na gestão do então prefeito Cícero Almeida. Agora, tem como missão conquistar o eleitorado alagoano a uma semana do pleito.

EXTRA – Por que o senhor resolveu colocar seu nome à disposição do governo de Alagoas? Pinto de Luna – Nas prévias, o meu nome foi colocado pelo PROS como um possível candidato ao governo do Estado de Alagoas ou ao Senado Federal, pois tínhamos quadro. Como houve as composições políticas, o PROS coligou com um grupo formado pelo PSDB, PP, Democratas e outros partidos. Diante da desistência do senador Fernando Collor, como já havia posto o

meu nome antes, fui chamado. Coloquei minhas condições para aceitar o convite: a união do grupo e a liberdade para colocar as propostas que previamente discutíamos no Pros de Alagoas. Isto foi prontamente aceito. Então, como já estava preparado para a missão, retomei esse trabalho por acreditar que Alagoas precisa realmente mudar e se libertar dessas estruturas oligárquicas. Sinto-me preparado e acredito que posso contribuir com o Estado, para que aqui se tenha mais segurança, maior liberdade econômica, mais empreendedorismo e mais Educação, dentre outros índices negativos que podem ser melhorados. EXTRA – Quais as propostas do senhor? Pinto de Luna – Acredito em uma Alagoas mais livre. Este é um ponto que é discutido pelo Pros e que se faz presente nas bandeiras levantadas por nosso presidente estadual, Bruno Toledo, na Assembleia Legislativa. Estudamos o orçamento e temos a convicção de que é possível fazer mais com a aplicação correta dos recursos, estabelecendo maiores parcerias com os municípios, que é onde as pessoas vivem. Assim, descentralizar a rede da Saúde, investindo mais na estruturação da atenção básica, focar na Educação profissionalizante e no Ensino Médio, sem esquecer da articulação com as cidades para fomentar melhor a Educação básica. Na Segurança, queremos valorizar os profissionais, investir em inteligência e tornar as polícias mais ostensivas nas áreas mais violentas. Estes são alguns dos pontos.


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Sem contar, que Alagoas precisa fortalecer o diálogo com o setor produtivo para atrair mais indústrias, investir no cooperativismo e no associativismo para fortalecer o pequeno, aumentando a base de arrecadação para garantir mais investimentos sem sufocar toda a população com mais impostos. Isso é possível e são apenas algumas das nossas ideias. EXTRA – Quais as estratégias que o senhor irá adotar para fazer a campanha nesse curto espaço de tempo? Pinto de Luna – A principal estratégia é lidar com a verdade. Tenho a consciência de que é uma luta de Davi contra Golias, onde eu sou o Davi e tenho poucos recursos. Mas temos investido nas redes sociais e levado nossas ideias para o guia eleitoral nesse período final. Estamos correndo contra o tempo, visitando alguns municípios, como Arapiraca e São José da Tapera. Enfim, acreditamos que conseguiremos passar a nossa mensagem. Como o tempo é curto, pedimos ao eleitor que confie em quem tem uma história limpa e já trabalhou muito por esse estado, para que nos leve para o segundo turno e lá tenhamos mais tempo para detalhar muitas propostas que já estamos apresentando. A receptividade da campanha tem sido boa. Por onde eu passo, pessoas têm demonstrado apoio. O tempo é um desafio, mas nenhuma mudança é impossível. Nós podemos fazer mais. A população sabe que a Alagoas real é totalmente distante da Alagoas da propaganda do atual governo, que manipula dados, persegue qualquer sinal de oposição e tenta fazer do poder público um curral aos moldes do mais antigo coronelismo. EXTRA – Na última eleição estadual, o senhor foi candidato a deputado estadual pela coligação do então candidato a reeleição Renan Filho. Hoje Pinto de Luna se arrependeu de ter pedido voto para Renan Filho? Pinto de Luna – As circunstâncias eleitorais daquela elei-

Alagoas precisa fortalecer o diálogo com o setor produtivo para atrair mais indústrias, investir no cooperativismo e no associativismo para fortalecer o pequeno, aumentando a base de arrecadação para garantir mais investimentos sem sufocar toda a população com mais impostos. ção eram outras. Fui candidato por um partido que me golpeou, impedindo que eu disputasse o Senado Federal. Mas, naquele momento, dei um voto de confiança ao Renanzinho por conta de propostas. Essas propostas não se cumpriram. Alagoas continua amargando índices terríveis em todas as áreas. Meu compromisso é com boas ideias e com o estado e não com grupos políticos. Por isso migrei para o Pros de Alagoas. Vi ali pessoas que comungam de um sentimento: a necessidade de mudança. Agora, temos o momento propício, a oportunidade e as pessoas que querem fazer, como o senador Rodrigo Cunha, que está ao nosso lado, que fez um bom mandato de deputado estadual e será um importante nome no Senado. Além disso, temos o apoio do senador Benedito de Lira, que sempre se empenhou em trazer recursos para o estado e mesmo na oposição ajudou muito Alagoas, por ter feito uma oposição séria e não apenas a oposição pela oposição. Neste atual cenário, acredito estar no melhor projeto. EXTRA – O senhor já foi considerado por muitos como “xerife” em Alagoas ao ocupar a Superintendência da Polícia Federal e deflagrar a Operação Taturana? Não o constrange ser candidato ao governo tendo em

sua coligação alguns integrantes daquela operação? Pinto de Luna – Não me sinto constrangido. Na Polícia Federal fiz o meu papel, que era a investigação e a reunião do conjunto de elementos probatórios e a denúncia ofertada. Agora, é com a Justiça que garante a todos, como tem que ser, o direito à ampla defesa. Cada um que pague por suas escolhas. A minha vida, e isto me orgulho de dizer, é limpa. Não tenho envolvimento com nada de errado. Não tenho compromisso com erros. Não respondo a absolutamente nada e minhas convicções quanto ao combate à corrupção seguem as mesmas. Nas alianças políticas, que envolvem partidos, há pessoas. Que o eleitor analise a biografia de todas elas, o que fez pelo estado e o que deixou de fazer. No nosso grupo, temos excelentes nomes com serviços prestados ao estado e isso me deixa confortável. No mais, quem fez algo de errado, tem que pagar por isso. Tem que ser assim com todo mundo. EXTRA – O senhor já foi considerado um radical de carteirinha ao engrossar as fileiras do Partido dos Trabalhadores. O senhor mudou suas convicções? Pinto de Luna – Nunca fui um radical. Em todo partido, pode haver pessoas ruins. Gente boa e gente ruim existe em todo local. O PT errou muito e isto é um fato. Os escândalos de corrupção envolvendo líderes do partido, alguns até condenados, são fatos que não se pode negar. Sempre fiz essas críticas ao PT mesmo quando filiado. Nunca me furtei a elas. Minhas convicções não mudaram: defendo um país mais justo, uma melhor distribuição de renda, o fomento da igualdade de oportunidades, o fomento ao empreendedorismo, a melhoria na Educação e a preocupação com a situação da segurança pública, além do combate efetivo à corrupção, pouco importando se o corrupto veste uma camisa azul ou vermelha. Na minha trajetória, independente de partido, estas convicções sempre se fizeram

Eles precisam pagar pelo que fizeram dentro do ordenamento jurídico do estado democrático de direito, sendo garantido o direito à defesa de forma justa. Negar que o PT errou e que seus líderes se envolveram em corrupção é algo absurdo. Espero que os culpados sejam devidamente punidos. presentes. Agora, a gente evolui dentro dessas convicções e hoje tenho uma postura mais de centro. Ouço muito as pessoas e não é por elas divergirem de mim em algum ponto que acho que elas são más. Há um radicalismo muito grande em setores da esquerda que é maléfico para a democracia. Como há na direita também. O que precisamos é de pessoas sérias e compromissadas com o bem público. Minha história me autoriza a dizer que sou uma delas. EXTRA – Como o senhor avalia o envolvimento da sua ex-legenda em vários escândalos a exemplo da Lava Jato? Pinto de Luna – Olho esses fatos com muita tristeza. Essas pessoas tiveram a confiança da população e traíram o povo. Elas precisam pagar pelo que fizeram dentro do ordenamento jurídico do estado democrático de direito, sendo garantido o direito à defesa para que cada uma pague, de forma justa, pelo que fez. Negar que o PT errou e que seus líderes se envolveram em corrupção é algo absurdo. Espero que os culpados sejam devidamente punidos. EXTRA – A candidatura do senhor vem depois da desistência do senador Fernando Collor, até então o nome

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tido como mais forte, e escolhido pela oposição para tentar bater a reeleição do governador mais bem avaliado do Brasil. Suas propostas são melhores e mais agregadoras em relação ao ex-candidato Fernando Collor? Pinto de Luna – Se não achasse as minhas propostas melhor que a de todos os outros candidatos não faria sentido eu me candidatar. Então, claro que acredito que tenho as melhores propostas. O atual governo tem o apelo midiático por conta de suas propagandas caras, mas o povo sabe que não mora nessas peças publicitárias. Alagoas ainda é um dos estados onde mais se mata, com índices de Educação terríveis, com uma Saúde que sofre com desabastecimento. Falta todo tipo de insumo nos hospitais. É necessário que haja oposição para enfrentar isto. Mas, enfrentar com a verdade. O Pros tem feito – em Alagoas – essa oposição desde sempre. Basta olhar o trabalho nosso na Assembleia Legislativa. Então, não são ideias de agora, muito menos circunstanciais de um processo político. Ao contrário. Apenas surgiu a oportunidade para apresentá-las numa disputa do Executivo e não fugimos à luta. EXTRA – Nos bastidores da política comenta-se que a desistência da candidatura de Fernando Collor ao governo fragilizou a reeleição de Benedito de Lira ao Senado. A sua candidatura veio para tentar ajudar os candidatos ao Senado da sua coligação? Pinto de Luna – A minha candidatura aglutina o bloco e reúne os nomes da oposição que fazem parte desta coligação. Esta foi até uma exigência minha para ser candidato. Não vejo o senador Benedito de Lira como fragilizado no processo. O senador tem feito sua campanha, apresentado suas propostas e dialogado com a população. Nada disso mudou diante da desistência do Collor. Basta olhar as ruas e as atividades de campanha. Tenho a crença de que seremos um grupo vitorioso.


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Ibope: 80% votam em “ninguém” ao Senado

SALTO NO ESCURO INDECISOS, BRANCOS E NULOS AGITAM OS PARTIDOS, QUE VEEM CAMPO FÉRTIL PARA EMPLACAR CANDIDATOS

ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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ui ataca Renan que apoia Maurício que expõe a fragilidade de Rodrigo que lidera a segunda pesquisa espontânea Ibope ao Senado, mas ainda faltam 9 dias para as eleições. No meio do caminho está o Biu que mira em Renan que revida Rui que apoia Rodrigo que terá de eleger o Pedro que é o sobrinho-do-tio que é amigo de Renan, mas declarando o voto a Biu e Rodrigo. São tantos os interesses na indefinida eleição ao Senado que quem vai votar no próximo dia 7 pode fazer alguma confusão na salada de nomes, obras, dinheiro, promessas e palanques desfilando no guia eleitoral. Só não estão confusos os concorrentes: Renan Calheiros (MDB), Benedito de Lira (PP), Rodrigo Cunha (PSDB) e Maurício Quintella (PR) são os quatro candidatos com chances na disputa pelo Senado Federal. Porém, existem apenas duas

vagas. A mais recente pesquisa Ibope, divulgada na semana passada, mostra a liderança para Renan e Rodrigo. Fora do páreo - se o quadro político não mudar - estão Biu de Lira e Quintella. 53% dos eleitores não sabem ou não responderam em quem vão votar ao Senado. Outros 27% não vão votar em ninguém. Na prática, 80% dos votos, segundo o Ibope, são para ninguém. E OS DEFINIDOS? Entre os que escolheram em quem vão votar, a depender dos critérios, Renan ou Rodrigo revelam suas vantagens. Renan, por exemplo, lidera entre os que têm 16 e 24 anos. O eleitor de 25 a 54 anos prefere Cunha. Entre os que têm mais de 55 anos, ambos têm o mesmo percentual de votos: 17%. Quem tem até a 4ª série do ensino fundamental e da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental, prefere Renan Calheiros. Nos ensinos médio e superior, a vantagem é bem maior para Rodrigo Cunha. Quanto à renda familiar, em todas as faixas da pesquisa (até 1 salário mínimo, mais de 1 a 2 salários, mais de 2 salários, Cunha é quem lidera sobre Renan, indicando que o atual senador deve ser o segundo voto na disputa. Os católicos e os evangélicos preferem mais o deputado estadual. Outras religiões empatam nos gostos aos dois candidatos. Brancos, pretos e pardos citam mais Rodrigo. Outras raças ou cores preferem Renan. Cunha tem mais votos na capital: são 31% contra 9% para Renan; no interior, a vantagem inverte para o senador: 17% a 15% para o deputado estadual. Só que este quadro não está completamente fechado por causa dos indecisos ou os que vão

“branquear” ou ainda anular o voto. Eles lideram em todos os quesitos do Ibope (sexo, idade, escolaridade, renda familiar, religião, raça/cor). E existem faixas onde este percentual é muito maior. Exemplos destas curiosidades: 60% das mulheres não sabem em quem vão votar; 28% dos homens declararam: vão anular o voto; 57% dos eleitores com mais de 45 anos anulará o voto; 69% daqueles com até a 4ª série do ensino fundamental não sabem em quem vai votar; quem ganha até 1 salário mínimo (62%) também está sem candidato ao Senado. E é este o terreno bastante fértil para movimentar nomes ou até retirar votos. Como fez o prefeito Rui Palmeira (PSDB). Surpreendendo até os mais próximos, gravou um vídeo atacando Renan Calheiros. “Renan Calheiros é um dos campeões nacionais da Lava

Jato, investigado em 14 inquéritos. Renan é o campeão da Lava Jato em Alagoas. A verdade é que no Brasil ninguém gosta do Renan. Como não gosta do Temer, do Sarney, todos do mesmo partido. Por baixo dessa camisa branca que ele usa, tem 14 inquéritos por corrupção da Lava Jato. Alagoas tem uma chance de dar um exemplo ao Brasil. Renan senador, não!”, disse o prefeito tucano. Houve revide: “Rui Palmeira, você não muda! Continua ingrato, odiento, desequilibrado e covarde. O STF acabou de me absolver por unanimidade e já arquivou oito investigações. Ninguém está acima da lei. Torço para que você faça o mesmo com suas próprias denúncias e esclareça a todas. Inclusive, a que trata de desvios de multas dos pardais (com decisão judicial tomada), a do desvio do custeio da saúde (investigado pelo TCU), além, é claro, das

delações da Odebrecht na Lava –Jato. No mais, @ruipalmeira, compreendo seu desespero e sua inveja”, disse Renan. Por que tudo isso? Rui quer tirar Renan do páreo para ajudar Benedito de Lira. Na sede da Prefeitura de Maceió, as reações foram variadas. Desde um “estamos em uma guerra civil?” até “problema é que Rui age sem ter uma estratégia para uma guerra. Estamos entrando em uma guerra e sabendo disso agora”. Por que o prefeito escolhe este momento para declarar guerra a Renan? “Porque o Ibope mostra uma quantidade enorme de eleitores indecisos. Simples assim”. Enquanto isso, Maurício Quintella mostra o seu mapa do dinheiro em Brasília e questiona se Rodrigo Cunha terá as mesmas condições de buscar os milhões de reais a um dos estados mais pobres do país.


MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE SETEMBRO A 04 DE OUTUBRO DE 2018

ANA HORA assume vaga de Silvânio Barbosa

VEREADORA GARANTE CONTINUIDADE DAS AÇÕES DE APOIO QUE PARLAMENTAR PRESTAVA À POPULAÇÃO

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om experiência de 28 anos no mercado alagoano a gestora e primeira suplente de vereadora Ana Maria Pereira Hora, eleita em 2016 pela coligação MDB, PC do B, PSC, PRB e PSD, passou a ocupar na Câmara Municipal de Maceió a vaga deixada pelo vereador Silvânio Barbosa, encontrado morto há três semanas em seu apartamento. A parlamentar tomou posse na última quarta-feira, 19, e garante que está empenhada pelo melhor da cidade. “Estamos diuturnamente empenhados, por exemplo, no projeto de revitalização da Avenida Cachoeira do Mirim, que era um sonho do Silvânio. Além disso, assim como apresentaremos o projeto para que o Murilópoles se torne um espaço de lazer aos domingos, estudaremos o complexo Benedito Bentes rua a rua, para também criarmos uma área de lazer em homenagem ao Silvânio Barbosa”, declarou. A vereadora já estava na atividade parlamentar em substituição ao vereador Galba Netto (MDB), que se licenciou para dirigir o Procon de Alagoas. “O sentimento é o mesmo desde quando assumi no lugar do vereador Galba Netto. O que muda é a certeza que agora teremos dois anos para executar todo nosso planejamento, acrescido da missão de continuar o que Silvânio Barbosa prestava a população”. Ana Hora foi empossada pela vice-presidente da Casa de Mário Guimarães, vereadora Silvânia Barbosa (PRTB), que desejou sorte à nova vereadora “Cumprimos nosso papel legal de preencher a vacância deixada pelo Silvânio Barbosa e damos posse a Ana Hora como vereadora desta Casa. Parabenizamos e desejamos boa sorte agora como efetiva parlamentar na Câmara”, disse. Ana Hora afirmou que é preciso lembrar do amigo e vereador Silvânio por muito tempo, mas com a mesma alegria que ele carregava.

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União dos Palmares investe na saúde e melhora qualidade de vida de seus cidadãos O prefeito Areski Freitas não poupa esforços quando se trata em melhoria na qualidade de vida de seus munícipes. União dos Palmares vai ganhar mais um posto de saúde para proporcionar uma melhor assistência médica e qualidade no atendimento no Conjunto Nossa Senhora das Dores (Vaquejada). A Unidade Básica de Saúde é uma obra federal que está orçada em mais de R$ 500 mil em investimento. A previsão para conclusão da estrutura e entrega para população é de seis meses. “Já conseguimos regularizar a entrega de remédios da farmácia básica e não para por aí. Criamos um programa para estender os atendimentos na zona rural, o Saúde no Campo. Compramos veículos novos para atender melhor a demanda da população e claro que ainda tem muito a se fazer”, declarou Areski. A secretária de Saúde, Geany Vergeth, diz que a construção do novo posto de saúde vai aumentar o número de serviços e atendimentos. “Já temos as novas UBS do bairro Alto do Cruzeiro, do Conjunto Padre Donald e agora mais essa para fortalecer ainda mais nossa saúde pública”. A infraestrutura também está a todo vapor. O prefeito anunciou que além da construção da UBS, o conjunto vai ser todo calçado. “Estamos só aguardando finalizar a pavimentação do Povoado Santa Fé para dar início”, explicou.


MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE SETEMBRO A 04 DE OUTUBRO DE 2018

Alagoas tem jeito

É urgente e impostergável refundar os pilares do Estado para a construção de novos caminhos que nos retire do subdesenvolvimento

VALDETE CALHEIROS Especial para o EXTRA

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inda no calor das comemorações cívicas pelos 201 anos da emancipação política, empresários, políticos e representantes de diversos segmentos do estado avaliam, juntos, como podem se unir para melhorar os índices negativos de Alagoas. Apesar dos esforços para mudar as estatísticas que assombram Alagoas, pertence a este Estado o mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o alagoano alcança 0,631 numa escala que vai até um ponto. É fato que o Produto Interno Bruto (PIB) esteja crescendo nos últimos anos, mas é pouco, muito pouco para o muito que falta para melhorar a qualidade de vida dos alagoanos.

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Na avaliação do governador e candidato à reeleição Renan Filho (MDB), seu governo sempre valorizou a parceria com a iniciativa privada, em todos os setores. Para exemplificar, ele citou a modernização do Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado (Prodesin), em 2016. “Desde então, passamos a oferecer até 92% de desoneração na saída de produtos industrializados, aumentando a competitividade do estado e impulsionando a atração de novos empreendimentos”, frisou. Renan Filho lembrou ainda que entre 2015 e 2018, a abertura e ampliação de indústrias em Alagoas gerou 41.484 empregos diretos e indiretos, a partir de investimentos consolidados que totaliza-

ram R$ 601.460.569,26. “No turismo conseguimos atrair 28 novos hotéis, que representam mais 3.448 leitos para turistas, com a previsão de mais 1.780 para os próximos dois anos. As micro e pequenas empresas também receberam o apoio do governo para sua consolidação. Por meio da Agência de Fomento – Desenvolve, o Estado liberou, desde 2015, R$ 24.280.431,60 em crédito para microempreendedores individuais, projetos de inovação, micro, pequenas e médias empresas, em 1.728 contratos assinados. Em 2017, na busca por estreitar ainda mais as relações com as empresas, criamos a Alagoas Ativos S/A, vinculada à Secretaria de Estado da Fazenda e direcionada à implementação de um programa de parcerias público-privadas (PPPs) que deverá acelerar a execução de projetos nas áreas de infraestrutura viária, saneamento e abastecimento de água em todas as regiões do estado”, detalhou.


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PACTO POR ALAGOAS Lideranças de diversos setores apresentam sugestões RAFAEL TENÓRIO DEFENDE AGRICULTURA DIVERSIFICADA

GEORGE SANTORO CITA EXEMPLO DA NOTA FISCAL CIDADÃ As afirmações de Renan Filho são corroboradas pelo secretário de Estado da Fazenda, George Santoro. Ele citou o projeto Nota Fiscal Cidadã, como grande incentivo à sociedade civil. “É uma iniciativa da própria Secretaria da Fazenda com efetiva participação da sociedade civil. A Fazenda propicia recursos para entidades civis; já temos mais de 70 instituições sociais que recebem apoio financeiro da Sefaz, do governo do Estado. Esses recursos são destinados para suas ações sociais, que são feitas com muita eficiência e uma grande capilaridade, atendendo centenas de pessoas. São pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social. Então, esse projeto também é um exemplo de parceria. E há diversos outros exemplos de parceria que podem ser desenvolvidas. Ou seja, com o investimento privado gerando melhores serviços para a população e, ao mesmo tempo, um aumento do controle social das atividades do governo, o que melhora o controle, a transparência, qualidade e produtividade dos recursos públicos”, frisou George Santoro. O secretário da Fazenda destaca que seria bom que o empresariado ir a uma grota, por exemplo, compreender como vive aquela parcela da população, entender as repercussões que as parcerias poderiam gerar na vida das pessoas. “Nesse sentido, o projeto Vida Nova nas Grotas foi bastante meritório, por propiciar, através de um órgão internacional, que é o ONU Habitat, parcerias e possibilidades diversas. Tivemos um caso recente, que foi um projeto que utilizou o jogo de computador, o Minecraft. Nessa iniciativa, reunimos jovens alagoanos para que projetassem espaços públicos em uma área pré-definida. É um exemplo de interação”, enumerou o titular da Fazenda. São iniciativas meritórias, sem dúvida, especialmente em comparação a gestões anteriores, mas ainda longe do suficiente para retirar o estado do atraso secular a que sempre esteve submetido.

Para o presidente do CSA, Rafael Tenório, todos os setores produtivos e empresarial, juntamente com o governo do Estado, devem identificar o perfil de cada região para explorar o seu potencial, seja no turismo, no comércio ou na indústria. Rafael Tenório é empresário, agropecuarista e produtor rural. Ele acredita que a agricultura alagoana deveria ser diversificada e tecnificada a fim de priorizar as necessidades de consumo interno. “Não produzimos nem 10% do milho, soja ou mandioca que consumimos. Isso sem falar nas frutas e verduras de modo em geral”. De acordo com ele, deve-se incentivar a vinda de pequenas e médias indústrias, principalmente de alimentos e limpeza. Isso sem esquecer, destaca, de investir em cursos profissionalizantes, capacitando e qualificando profissionais. “É preciso também pensar em alternativas para o agronegócio do açúcar e para a ocupação das áreas hoje ociosas da cana-de-açúcar. E incentivar adequadamente o nosso potencial na área do leite. Temos umas das melhores bacias leiteiras do Brasil. Além disso, o nosso estado, logisticamente é um polo, pois estamos no centro do Nordeste. São apenas 500 quilômetros de distância de Salvador, 250 de Recife, mil de Fortaleza. Nosso potencial é muito grande. Enfim, precisamos juntar, fortalecer e pensar em um Estado desenvolvido e promissor”, avaliou Rafael Tenório. RUI PALMEIRA DESTACA IMPORTÂNCIA DAS PARCERIAS Segundo o prefeito Rui Palmeira (PSDB), a parceria entre o poder público e a iniciativa privada é de fundamental importância para o desenvolvimento dos municípios. Neste sentido, disse ele, a Prefeitura de Maceió trabalha para manter parcerias com empresas que têm o interesse de contribuir com a cidade. “O programa de adoção de áreas públicas (Lei nº 6.286 de 2013) criado em Maceió é umas das iniciativas exitosas de nossa gestão. Instituímos uma importante modalidade de investimento em benefício da cidade. É uma forma de a iniciativa privada colaborar diretamente com o desenvolvimento da capital por meio de melhorias em áreas públicas, seja na construção ou revitalização de espaços. O programa foi reforçado em 2017, alcançando uma média de 20 áreas adotadas. Esta modalidade também beneficia a gestão municipal em relação à economia de recursos, que passam a ser aplicados em outras áreas de maior necessidade” defendeu o gestor de Maceió.

RENAN CALHEIROS LEMBR MELHORIA NA INFRAESTRU

Para o senador e candidato à re (MDB), as parcerias do Estado de Alag industrial, comercial, agropecuário e ram um inédito salto de quantidade e q tro anos. E todos os indicativos aponta tes no futuro próximo. “Tenho satisfação e orgulho em ser so. O trabalho desenvolvido em Bras do Senado ou na liderança da banca ca para trazer investimentos federais infraestrutura, particularmente, teve u curto espaço de tempo”, ratificou. Ainda conforme Renan Calheiros, q ção de uma indústria, em qualquer pa plo, terá boas estradas para escoar su a segunda melhor malha rodoviária d deração Nacional dos Transportes. Co tradas estaduais e federais mais impor Maceió-Arapiraca. A logística se comp Porto de Maceió, que permite a atrac de porte, e o Aeroporto Zumbi dos Pa voos”, mencionou. O senador citou também as obras que colocam Alagoas em posição úni do Sertão, que será concluído no segu lho, vai abrir novas oportunidades de in área do nosso território. Da mesma fo Luz para Todos, a energia elétrica ch isoladas”, lembrou. “E temos duas outras vantagens c O Estado conquistou o equilíbrio fiscal ra para investir recursos próprios. Isso de negócios em Alagoas. Qualquer e ser fornecedor de um governo que te assegurou o senador Renan Calheiros


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RODRIGO CUNHA VÊ POLÍTICO COMO INTERMEDIÁRIO O deputado estadual e candidato ao Senado, Rodrigo Cunha (PSDB), disse acreditar que o político pode ser o intermediário entre o empresariado e a sociedade. Articulando, buscando recursos, apresentando projetos e pontos que podem ser trabalhados e que tragam benefícios para as duas partes. “Dessa maneira, as parcerias público-privada são uma importante ferramenta para o desenvolvimento social, à medida que trazem a possibilidade de crescimento e melhorias através da geração de emprego, fomentando a responsabilidade social do empresariado alagoano”, defendeu.

BNB É RESPONSÁVEL POR 70% DOS FINANCIAMENTOS DE LONGO PRAZO

obras hídricas em andamento o única no Nordeste. “O Canal segundo governo de Renan Fide investimento em uma vasta ma forma, graças ao programa ca chegou a localidades antes

O superintendente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em Alagoas, Pedro Ermírio de Almeida Freitas Filho, disse que o banco atua em todos os municípios alagoanos. “Isso possibilita que, mesmo detendo 8,8 % da rede bancária do estado (17 agências), sejamos responsáveis por 70% do total de financiamentos de longo prazo praticados em território alagoano e por 56,4% do crédito rural”. Segundo o superintendente, as ações também levam em conta diversos instrumentos que possibilitam ir além da intermediação financeira, buscando contribuir para garantir a sustentabilidade dos empreendimentos financiados, associada à melhoria das condições de vida da população nordestina. Como exemplo, ele destaca os Agentes de Desenvolvimento, as Agências Itinerantes, as Políticas de Desenvolvimento Territorial, o Crediamigo e o Agroamigo (Programas de Microcrédito Produtivo Orientado), bem como o Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste. Pedro Ermírio revela que, quanto à alocação de recursos, nos últimos quatro anos (2014-2017), o BNB respondeu por cerca de R$ 4 bilhões investidos nos mais diversos setores da economia alagoana, contemplando todos os portes de empreendimentos, além de microempreendedores individuas, produtores rurais e agricultores familiares. “O valor representa cerca de 4,5% da soma de recursos aplicados em toda a área de atuação do BNB e guarda proximidade com o percentual de participação do PIB do estado em relação ao PIB da região. Além disso, vale ressaltar que, em 2017, os valores dos financiamentos realizados pelo banco, em Alagoas, por meio do FNE, cresceram 16,68%, enquanto que a estimativa de crescimento do PIB alagoano, no mesmo período, ficou em 3%”, particularizou.

ens comparativas inestimáveis. fiscal e até uma margem seguIsso melhora muito o ambiente uer empresa sabe que é bom ue tem as contas arrumadas”, heiros.

PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO O superintendente do BNB em Alagoas disse ainda que o banco trabalha também com um orçamento global para apoiar os projetos produtivos da região, distribuídos por estado, na forma de planejamento participativo, com a ausculta da sociedade, representantes de entidade de classe e órgãos governamentais, e que levam em conta a dinâmica da economia de

MBRA STRUTURA

à reeleição Renan Calheiros e Alagoas com o empresariado io e de serviços experimentade e qualidade nos últimos quapontam para avanços importan-

m ser parte ativa nesse procesBrasília, seja como presidente bancada, nos deu força polítierais pesados para o estado. A eve uma expansão notável em . iros, quem investir na implantaer parte de Alagoas, por exemoar sua produção. “Temos hoje ária do país, segundo a Confes. Conseguimos duplicar as esmportantes, inclusive a ligação completa com a dragagem do atracação de navios de granos Palmares recebendo novos

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cada localidade, entre outros fatores. “Os valores estabelecidos são tratados como piso e não como teto de financiamento. No último dia 13, realizamos nossa Programação Estadual para o orçamento 2019 do FNE e foram disponibilizados, na ocasião, cerca de R$ 700 milhões, dessa fonte de recursos, para Alagoas, no próximo ano. Normalmente, os estados, e Alagoas não é exceção, operam dentro do orçamento definido”, avaliou. “Por fim, entendemos estar contemplada em nossas missão e visão a ideia do pacto pelo desenvolvimento de toda a região. Pela natureza de nossa instituição e forma de atuação, que engloba parcerias, busca por ampliação ao acesso ao crédito, interiorização dos recursos, fortalecimento das micro e pequenas empresas, apoio ao microcrédito, ao desenvolvimento científico e tecnológico, ao financiamento da infraestrutura, à formação de parcerias público-privadas, entre outras ações, nosso trabalho só é possível se realizado em conjunto com todos os que visam ao desenvolvimento da região”, explicou. O Banco do Nordeste do Brasil S. A. é o maior banco de desenvolvimento regional da América Latina. É uma sociedade de economia mista, pertencente à administração indireta da União, que tem a missão de “atuar como Banco de Desenvolvimento da Região Nordeste” e a visão de “ser o Banco preferido do Nordeste, reconhecido pela sua capacidade de promover o bem-estar das famílias e a competitividade das empresas da Região”. A área de atuação abrange todos os estados do Nordeste, além do norte do Espírito Santo e de Minas Gerais. A principal fonte de recursos do BNB é o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNE, criado em 1989 com o objetivo de contribuir para redução da pobreza e das desigualdades inter e intrarregionais, por meio do financiamento de setores produtivos. São visões distintas sobre os inúmeros problemas que afetam Alagoas. Problemas graves. Estruturais e sociais. Que somente serão resolvidos no longo prazo - desde que se comece já - para superar o estágio de subdesenvolvimento crônico que nos acomete desde nossos primórdios. Oportunidade ímpar para que as forças vivas do estado juntem forças em torno de uma nova e moderna visão para Alagoas. É possível. É factível. Países e estados em estágio de subdesenvolvimento semelhante ao nosso conseguiram. Por que nós não podemos?


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Economista ensina como desatar o nó da educação

ALAGOAS TEM JEITO EDIMILSON VERAS AFIRMA QUE SAÍDA É INVESTIR NA PRIMEIRA INFÂNCIA E NA QUALIFICAÇÃO DO PROFESSOR

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmial.com

A

lagoas é o estado com maior taxa de analfabetismo do Brasil. São 474 mil alagoanos que não sabem ler e escrever, num percentual de 18,2% da população. Os dados do IBGE são de 2017 e o retrocesso é visível quando se fala em educação no estado. Para o professor universitário e especialista em economia brasileira e alagoana Edimilson Correia Veras, PHD em economia pela USP, é na educação que está a raiz e solução de tudo. Veras argumenta que não há como atrair investimentos de alta tecnologia para um estado em que a educação anda na rabeira de todos os rankings. E indaga: “Você contrataria para sua empresa um aluno com 3.5 de aproveitamento de uma média que vai de 0 a 10?. Em Alagoas não há um projeto de educação. O quantitativo diz para colocar todos na escola, mas

que qualidade é oferecida?” E para desatar o nó nesta área, o especialista ensina que a educação tem aspectos que precisam ser trabalhados, mas falta decisão política para fazer acontecer. Para ele, é preciso priorizar a educação infantil, desde a pré-escola, e aí vai desenhando o caminho até chegar à universidade, passando pelo Ensino Médio. Com amplo conhecimento do ensino em Alagoas, Veras mostra que existem três pontos centrais para a educação do estado dar certo. Primeiro, 60% da solução está na gestão da escola, depois, envolvimento e comprometimento da família do aluno, professores qualificados e bem remunerados, além de infraestrutura adequada. A receita parece simples, mas em se tratando de educação a questão é complicada e o resultado é de longo prazo. Além de não ter como resolver de imediato, o especialista afirma que a quantidade de professores qualificados ainda é pequena para um estado que ostenta números tão baixos. “É preciso começar agora para colher frutos daqui a 20 ou 30 anos”, diz. Para mostrar o quanto a educação em Alagoas precisa de mudanças, o economista aponta o resultado do Ideb (Índice de desenvolvimento da Educação Básica), no qual o estado não atingiu a meta do MEC para o Ensino Médio, ficando apenas com 3.5, enquanto nos níveis do Ensino Fundamental foi de 5.2, levando em conta que vai de 0 a 10. “O Ensino Médio é um drama em Alagoas. É preciso começar a reestru-

Bruno Fernandes

outras exigências para formar um bom profissional. “O estudante cursa uma faculdade, mas falta emprego”. Uma saída é investir no curso técnico de qualidade, hoje sem o devido valor. Para ele, é mais barato o modelo atual, voltado para o mercado de trabalho, mas diz que não adianta ter “alunos cochilando e você diplomando”. Ainda na linha de educação de qualidade o especialista mostra que existem outras saídas como o turismo competitivo com pessoal qualificado, indústria voltada para a agricultura e pecuária dentro e fora da “porteira”, e outros meios. No entanto, só se faz acontecer de fato com alta tecnologia e somente é possível a partir da escola. “Precisamos nos especializar”, resume.

SER PROFESSOR Edimilson Correia Veras: a solução está na educação de qualidade

turar desde o ensino fundamental. É complicado resolver o problema do aluno do 3º Ano, prestes a entrar na universidade, se não investiu nos nove anos do ensino fundamental”, comparou. Para exemplificar a defasagem do Brasil e especificamente de Alagoas, Veras toma como base a pesquisa Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) onde a Indonésia obteve maior nota, enquanto o Brasil fica sempre entre as 10 piores colocações. E faz comparação de que enquanto aquele país em 40 anos teve apenas quatro ministros da Educação, aqui fo-

ram 13 e com agravante de que cada um que substitui anula o que o outro fez, não há sequência, o que demonstra pouca ou quase nenhuma prioridade ao setor. Além do que, nesta pesquisa, Alagoas alcançou apenas 3% de proficiência nas áreas de Matemática, Ciência e Leitura. Por ser a educação um dos principais pilares da economia, Veras afirma que é preciso priorizar algumas áreas com inovação tecnológica. Ele critica a criação de várias faculdades, a exemplo de Medicina, questionando se são ofertados professores qualificados, hospitais para o estágio obrigatório, entre

A falta de investimento na área de educação, condições de trabalho, o não reconhecimento da sociedade e baixo salário são alguns pontos apontados por estudantes universitários como fator de rejeição em ingressar no magistério. Apenas 3% deles desejam ser professores, com o agravante de que alguns saem de Alagoas para fazer mestrado ou doutorado e não voltam para atuar em sala de aula no estado. “Existe carência de professores qualificados. O fato de ser mestre ou doutor não significa ser professor”, afirmou o especialista. Otimista, Edimilson Veras afirma que Alagoas tem jeito. Ele aponta que a saída para este quadro caótico é investir na educação. “Sem isso não há como Alagoas evoluir”, sentencia.


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Elias Fragoso aponta saídas para o crescimento do estado

ALAGOAS TEM JEITO “NÃO PODEMOS PERDER A CHANCE DE DAR A VOLTA POR CIMA. A HORA É AGORA” MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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olhar é de médio e longo prazos, mas o economista Elias Fragosos aposta que Alagoas tem jeito. Consultor empresarial, palestrante, com passagens de relevo pelos governos federal, estadual e municipal e vasta experiência na iniciativa privada, sindical, política e na área esportiva, Fragoso aponta o caminho: um projeto de desenvolvimento pautado em 5 pilares: educação “onde é preciso fazer uma revolução”, agronegócio “tecnificado e distante da agricultura rudimentar aqui praticada”, turismo “precisa de uma revolução para adentrar no segmento de alto valor agregado”, indústria, “precisamos sair urgente desse modelo arcaico de transformação primária. “O modelo de negócio do setor cloroquímico tem que ser redesenhado, aprimorado, não podemos perder de explorar essa vocação natural do Estado”. E, o que ele cita como polêmico (mas no seu entendimento absolutamente factível), tornar o Estado numa das forças no país na área da inteligência artificial “via modelo de negócio próprio, privado e agressivamente engajado pelas forças politico-empresariais locais. Sonho? Garante que não. “Para o Estado sair do antepenúltimo lugar em termos de competitividade dentre os estados brasileiros para as primeiras colocações só mesmo com uma agressiva ação de mudança do atual perfil socioeconômico de Alagoas. Alagoas tem jeito” Para ele, embora não exista receita pronta, os exemplos de estados e países em situação semelhante e até pior que a de Alagoas que, em poucas décadas se tornaram desenvolvidos, mostram o caminho e como fazer acontecer. Experiências como a de Melbourne (capital da Austrália) que nos anos 1980 era considerada inabitável e hoje é a melhor cidade do mundo

para se viver; da Coreia do Sul que de terra arrasada na década de 1950 passou a ser um dos países de maior desenvolvimento econômico do mundo a partir anos 1990; além de países da Europa e o Japão que, praticamente aniquilados durante a Segunda Guerra Mundial em menos de três décadas estão em um patamar ainda melhor que a anterior. Se seguir o livrinho da economia real, ele projeta que em 30 anos Alagoas esteja longe do atoleiro atual. Porém, para isso, alerta o especialista, “é preciso começar a agir agora”. É questão de “querer e saber fazer”, garante Fragoso. Os projetos devem ser implementados prioritariamente pela iniciativa privada. O Estado e os bancos de fomento atuariam, respectivamente, como indutores do processo de desenvolvimento via PPPs e outros instrumentos tão ou mais eficazes. Especificamente aos setores priorizados, Fragoso receita que Alagoas precisa de uma revolução na educação. “Não há saída para qualquer modelo indutor de crescimento, sem mão de obra qualificada”. Em última instância, sem uma educação de qualidade para a população. Do mesmo modo, reitera que Alagoas precisa rapidamente implementar um novo modelo de negócio para a agricultura. Que a retire do século XIX e dê um salto quântico para o século XXI. “Quem não é o maior, pode muito bem, estar situado entre os melhores”. Com intervenções focadas na criação de polo (de alta produtividade e, portanto, de alta tecnologia) hortifrutigranjeiro, nos moldes de experiência altamente exitosa da qual foi partícipe direto no Distrito Federal (que saiu de uma dependência de 95% de hortigranjeiros para a autossuficiência em menos de 10 anos), localizados, respectivamente, no Agreste (hortigranjeiros) e nas áreas de-

Bruno Fernandes

Economista Elias Fragoso socupadas pela cana-d- açúcar e nos perímetros do aqueduto do Rio São Francisco (fruticultura para exportação e o mercado interno). Operadas exclusivamente pela iniciativa privada, nos moldes da economia da soja no Centro-Oeste brasileiro (o economista participou diretamente das negociações do governo brasileiro com o governo do Japão para a captação dos recursos que levaram à abertura do Cerrado). Na área da pecuária, a saída, segundo ele, está em apoiar de forma mais enfática grupos locais que vêm desenvolvendo excelente trabalho na área de melhoramento genético (portanto, alta tecnologia e maior valor agregado) de modo a, no médio prazo liderar qualitativamente fatias desse setor no mercado regional e nacional. “Temos um longo caminho já percorrido, com mais expertise técnica e visão de longo prazo é possível uma pecuária de alta performance”. Como ele já havia argumentado não se faz revolução com analfabetos. E aponta o censo de 2016 em que 25% dos agricultores alagoanos são identificados como analfabetos. E quase 80% analfabetos funcionais. “O modelo de desenvolvimento agrícola se dará pela

alocação de recursos a empresas e/ou profissionais da área (agrônomos, veterinários, técnicos agrícolas) que irão liderar a implantação. A mão de obra atual, reciclada, será aproveitada nos milhares de empregos que o setor do setor”. O modelo de financiamento é similar ao do agronegócio da soja. Tendo o Estado como indutor, nunca como produtor. “Quem quer crescer tem que ter um setor industrial importante. Essa é a regra. Todos os países que passaram por um processo de desenvolvimento se sustentaram em sua fase intermediária na indústria de substituição de importações e num momento mais avançado em produtos manufaturados de alto valor agregado. Em Alagoas, tivemos – continuamos a ter – uma oportunidade ímpar: o polo cloroquímico que seria a redenção econômica do estado. Mas não foi. Ainda.” Assim entende o professor Fragoso. “Nesta área é preciso dar um salto quântico. Retomar o projeto de consolidação do polo cloroquímico de uma vez por todas”. E para isso, segue ele, “é preciso alta capacidade de articulação política e expertise negocial, quase sempre inexistente neste caso”. O modelo de negócio que os economistas Elias Fragoso e Edimilson Veras e outos especialistas desenham para o turismo alagoano passa necessariamente por uma guinada na orientação do vetor de baixo valor agregado atual, para a composição de um mix de médio e alto valor agregado,“única forma de se sair do turismo quantitativo de baixo rendimento para o turismo qualitativo, com produtos e serviços de médio e alto valor agregado. Sempre perseguido, mas nunca implementado”. E segue o professor Fragoso. “É preciso maximizar o potencial turístico de Alagoas. Um excelente produto capaz de concorrer – e vencer – mercados similares de todo o mundo. Mas, ainda muito mal explorado”. Completa o naipe de prioridades a proposta de fazer de Alagoas, mais especificamente de Maceió, um competitivo polo tecnológico referenciado do mundo 4G e 5G e sucessoras. Segundo Elias Fragoso “estamos a anos-luz do mundo digital, o Brasil e Alagoas. Mas, absolu-

tamente nada nos impede de dar, e nesse caso a palavra é muito bem aplicada, o salto quântico que nos leve à modernidade do mundo tecnológico”. E esse roteiro precisa ser seguido pois “é preciso fugir da armadilha da renda média (ou inovação média)” acontecida em países ou estados que, após superarem a renda baixa apresentaram crescimento insuficiente para dar o próximo salto. “Apenas Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Ilhas Maurício, Cingapura, Israel e Japão, lograram sucesso nessa empreitada”, disse ele. Entre os dilemas para evitar cair nessa armadilha estariam questões relacionadas à elevação do nível de educação e o seu consequente aumento de produtividade. E ele explica: “Até mesmo os países e estados que contornaram a armadilha da renda e da inovação média correm o risco de sofrer limitações no crescimento se não desenvolverem capacidade de inovação que vá além do seu atual bom desempenho operacional.”. E é nesse espírito que se insere a proposta do polo de tecnologia de alto desempenho de Alagoas. Para dar a sustentação e o suporte para o salto competitivo que o Estado dará. Afinal, como disse ele, “quem não é o maior, pode muito bem estar entre os melhores”. O projeto Alagoas 2050, segundo o professor Fragoso, é uma proposta de desenvolvimento para o estado a ser discutida com a sociedade e disponibilizada a todos que se interessem pelo tema, ou com ele queiram se envolver. Seu escopo é ajudar as forças vivas da sociedade alagoana na tomada de decisões vitais para as próximas gerações e para Alagoas. Será executado pelo Instituto Alagoas 2050, em constituição. “Nós estamos dando esse pontapé inicial por acreditarmos na capacidade da nossa gente. Mas, sobretudo em agradecimento ao que essa terra maravilhosa – mas tão sofrida – nos proporcionou em novas vidas pessoais e profissionais. Gratidão é o nosso sentimento. Responsabilidade a nossa visão. Compromisso com a mudança, nosso desejo”, destacam os professores Elias Fragoso e Edimilson Veras.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 28 DE SETEMBRO A 04 DE OUTUBRO DE 2018

Para refletir: Denunciar o golpe abraçado com Renan Calheiros não dá. Não quero aparecer na foto com aquele peste” (Ciro Gomes sobre a aliança PT/PDT/Renan).

PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

Renan não!

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prefeito Rui Palmeira não é de muita conversa, principalmente “conversa fiada”. Objetivo em suas falas nunca tergiversa quando o assunto é coisa séria e política para ele é coisa séria. Diferente de seus opositores pode encarar grandes e pequenos de frente, pois tem uma vida pública honrada, um olhar permanente voltado para o interesse público, avesso a futricas e negociatas políticas, muito próprias dessa turma viciada que ele faz oposição. Esta semana perdeu a paciência com a “figurinha carimbada” do campeão alagoano de denúncias de corrupção, o senador Renan Calheiros e foi direto ao assunto: “Na verdade no Brasil ninguém gosta de Renan Calheiros, como não gosta do presidente Michel Temer e do ex-presidente José Sarney. Por baixo da camisa branca que ele usa, tem 14 inquéritos por corrupção. É um dos campeões em processo de corrupção da Operação Lava Jato”. E continuou o prefeito: “Alagoas terá uma grande chance de se mostrar ao Brasil, dizendo não à reeleição de Renan Calheiros”. Bastaram essas poucas e duras palavras para bater recorde de congestionamento nas redes sociais de Rui Palmeira, com mensagens de solidariedade de milhares de alagoanos do bem, incomodados e envergonhados com a representação “capenga” no Senado, cuja derrota o Brasil nos cobra. Em resposta pífia e cheia de rancor, respondeu Renan Calheiros: “Rui Palmeira você não muda! Continua ingrato, ingrato, odiento, desequilibrado e covarde”. Quem o conhece sabe que nenhum dos adjetivos saídos da boca e do desespero do senador se adequa ao prefeito Rui Palmeira. Na verdade não teremos talvez tão cedo outra oportunidade de exercermos nosso dever de alagoanos, em defesa da dignidade do voto dizendo: RENAN NÃO!

Os maus alagoanos Rui Palmeira ainda aproveitou o momento para criticar políticos alagoanos que “atrapalham” para a chegada de recursos à capital e citou como exemplo um empréstimo que a prefeitura busca para obras da mais alta importância para o povo e está “travado” em Brasília. “Sabemos que isso acontece e que há pessoas influentes atrapalhando. Esse empréstimo está rolando há quatro anos. O Tribunal de Contas do Estado nos enrolou por oito meses e precisávamos de uma certidão, mas sabemos que tem dedo político de figuras notórias em Alagoas”. Sabemos que o Tribunal de Contas hoje não passa de um apêndice da Assembleia Legislativa, sob a tutela de maus políticos.

Novos na bronca

O candidato do Novo ao Palácio do Planalto, João Amoêdo, afirmou ter dificuldades em apoiar Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT) caso os dois cheguem ao segundo turno das eleições. Em relação a Bolsonaro, Amoêdo disse não ter visto grandes realizações em seus mandatos como deputado federal e que, além de tudo, elogiou torturador. Candidatos do Novo a cargos de deputados reprovaram a conduta de Amoêdo por acharem que, ao criticar Bolsonaro, poderá ser associado a alguém favorável ao PT. Aliados de Amoêdo dizem que ele precisa defender seus ideais e sua candidatura. Se não fizer isso, os eleitores irão preteri-lo e poderão optar por candidatos a deputados de outras legendas.

Decisões equivocadas Não dá mesmo para entender as cabeças dos senhores juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas e chega mesmo a nos chocar. Não é justo para a sociedade alagoana assistir a liberação das candidaturas de vários deputados condenados por roubo explícito dos cofres públicos, desviando milhões da Assembleia Legislativa. E aí estão todos sob o manto protetor de uma justiça caolha em plena campanha, na busca de renovar seus mandatos, gastando o dinheiro que seria do povo. Também não é justo o mesmo Tribunal impedir a candidatura do deputado Ronaldo Lessa, (PDT) por um tolo e inconsequente deslize de campanha, relevado até pelo atingido (Teotonio Vilela), fazendo parecer mais uma “vingança” dos que se acham senhores da razão. Lessa é ficha limpa, um excelente deputado e não se mete em falcatruas. Talvez esse seja seu defeito. Para reparar o grave atentado à justiça o ministro Luiz Fux, do Tribunal Superior Eleitoral, anulou a decisão do TRE alagoano restabelecendo a candidatura do deputado Ronaldo Lessa. Estive com o deputado esta semana em um voo de Brasília para Maceió e ele me dizia indignado: “Tenho confiança que minha candidatura será restabelecida”. O tribunal alagoano perdeu uma boa oportunidade de mostrar grandeza e se apequenou.

Fala ministro

O ministro Roberto Barroso fez declaração contundente esta semana sobre o momento político brasileiro: “A corrupção foi produto de um pacto oligárquico celebrado entre parte da classe política, parte da classe empresarial e parte da burocracia estatal. Precisamos substituí-lo por um pacto de integridade. Nós derrotamos a ditadura, a hiperinflação, obtivemos vitórias expressivas contra a pobreza extrema. A nossa última missão é empurrar a corrupção para a margem da história. E depois nós podemos sair do caminho. O Brasil é o 96º colocado no índice de percepção de corrupção da Transparência Internacional. Eu acordo todos os dias envergonhado com esse número”. E concluiu com uma bomba: “No Supremo, você tem gabinete distribuindo senha para soltar corrupto. Sem qualquer forma de direito e numa espécie de ação entre amigos”.

Maurício e Rodrigo Após a contagem dos votos na próxima eleição deverá acontecer um percentual muito grande de votos para o Senado na dupla Maurício Quintella e Rodrigo Cunha. Pelo menos é o que se tem mostrado nas pesquisas e nas declarações espontâneas de eleitores dispostos a mudar a representação alagoana no Congresso Nacional. Com isto poderão ficar de fora os atuais senadores Renan Calheiros e Benedito de Lira, ambos com larga rejeição.

Candidata incomodando

A candidata a deputada estadual Cibele Moura tem causado muito mau humor aos velhos oposito-res políticos da região Norte. Com uma mensagem positiva e calcada na sua natural liderança e boas administrações de seu grupo político nas cidades de Paripueira e Barra de Santo Antônio, é cortejada pelos eleitores e lideranças de municípios vizinhos cansados da política arcaica e viciada de velhos e ultrapassados políticos, acostumados a práticas eleitorais nada republicanas. Pelo cenário que se apresenta vai receber uma avalanche de votos nesses municípios. É a mudança para melhor acontecendo.

Governo imparcial A notícia de que o governador em pessoa foi responsável pela remoção de uma delegada de polícia para ocupar um outro posto é inverídica. O ato da remoção, em que pese o poder ser conferido à Administração Pública, observando os critérios estabelecidos por lei e sua discricionariedade, foi emitido pelo Delegado-Geral da Polícia Civil, através das Portarias nº 4050/2016 e nº 4052/2016, não tendo no processo administrativo nº 004290/2016 – Processo da Remoção da Delegada, de domínio público – qualquer participação do governador. O governador do Estado não persegue servidores, nem tal conduta compõe o seu perfil. O Estado de Alagoas não tem dono, mas um gestor comprometido com a coisa pública, a eficiência administrativa, o bem-estar da população e a valorização dos servidores. (Direito de resposta determinado pela Justiça Eleitoral-Representação Nº 0600660-52.2018.6.02.0000/ TRE-AL)


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ALARI ROMARIZ TORRES

JORGE MORAES

Aposentada da Assembleia Legislativa

Jornalista

Uma campanha sem muito brilho

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estando uma semana para o encerramento da campanha eleitoral, e mais dois dias depois desse prazo para o dia da votação, a política no estado de Alagoas está se caracterizando como uma das mais mornas do país. É possível até que, de morna, esfrie totalmente até o dia 7 de outubro. Se com a candidatura do senador Fernando Collor como representante da oposição dava ao governador Renan Filho uma boa vantagem até para ser reeleito já no 1º Turno, imagine agora, enfrentando o xerife federal Pinto de Luna, que guardou o pijama e foi para a disputa, quase que a força. Como o palanque do prefeito Rui Palmeira e do senador Benedito de Lira não podia ser desarmado na metade do segundo tempo Nessa briga pelo do jogo polítivoto estão valendo co, a oposição os acordos polítiresolveu enfrentar o govercos, a prestação de nador, mesmo serviço que todos sabendo que a mostraram nos úl- vantagem iria timos quatros anos, aumentar em favor de Renan as conversas com Filho, como prefeitos, vereado- aumentou nas res e lideranças, e, pesquisas divulgadas dunesse bolo todo, o rante a semapovo. na. A eleição para o governo do Estado, na minha na opinião e na de muita gente, está definida. Renan Filho vai governar mais 3 anos e meio, e, depois disso, vai costurar a única vaga do Senado daqui a quatro anos, exatamente a vaga de Fernando Collor, seu quase adversário de agora. A eleição para o governo não se discute mais. Renan Filho já encomendou um terno novo e vai vesti-lo na sua posse para o segundo mandato, no dia 1º de janeiro do ano que vem. Diferente disso é conversa mole para boi dormir. No momento, o que está pegando mesmo é a eleição para o Senado da República, onde quatro

nomes fortes disputam as duas vagas do processo. As pesquisas apontam um equilíbrio muito grande. Se verdadeiras, hoje, nenhum candidato ainda disparou. Dependendo da região, estão eleitos Renan Calheiros e Benedito de Lira. Em outra, aparece muito bem o Rodrigo Cunha, especialmente em Maceió e região do Agreste de Arapiraca. Nessa hora, é melhor não perder de vista o deputado Maurício Quintella, que andou fechando um acordo com a família Beltrão, inclusive o Marx, na região Sul do estado de Alagoas. A consciência que tenho em apontar o governador de Alagoas reeleito para mais um mandato é a mesma que tenho para dizer que não vai existir nenhum fato novo que possa acrescentar nenhuma grande vantagem para qualquer um dos candidatos ao Senado da República. Nessa briga pelo voto estão valendo os acordos políticos, a prestação de serviço que todos mostraram nos últimos quatros anos, as conversas com prefeitos, vereadores e lideranças, e, nesse bolo todo, o povo. Dizem, não tenho como provar, que o dinheiro está correndo solto no interior do estado. A compra de votos, via cabo eleitoral, está desenfreada. Tem cidade fechada com Renan Calheiros e Benedito de Lira. Em outras, Renan e Maurício. Mais na frente, Rodrigo Cunha e Biu de Lira, mais parecendo o samba do crioulo doido. Em muitos casos, entre o voto e a urna, estão os candidatos a deputado federal e estadual, fechando acordos com Deus e o Diabo. Só sei de uma coisa, quando chegar o dia 7 de outubro, o alagoano vai escolher de uma só vez o seu governador, seus dois senadores, nove deputados federais e vinte e sete deputados estaduais. Se a gente tiver que voltar às urnas no final de outubro, é para escolher somente o presidente da República, esfriando por completo o fogo dos alagoanos que, hoje, se dividem entre Haddad - o candidato do presidiário Lula - ou vai ficar com o candidato dos militares e da extrema direita do país. O resto é conversa fiada.

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O retrato vivo do Brasil

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stamos pertinho das eleições. Ânimos exaltados, brigas nas ruas, discussões na internet, notícias falsas, verdadeiro caos. Resolvemos fazer uma análise real da situação de nosso país. Passamos doze anos sob o regime do Partido dos Trabalhadores. No começo tudo caminhou bem: Lula, um torneiro mecânico, chegou encantado à Presidência da República. Seu primeiro governo foi razoável. Depois o entusiasmo começou a contagiar os petistas e tudo foi piorando. Reeleito, Lula não foi o mesmo. Forçou o povo a aceitar Dilma Rousseff. Piorou a situação. Inábil, a presidente foi destituída pelo Congresso. Dezesseis anos se passaram e o Brasil caminha para o precipício. A corrupção cresceu assustadoramente, chegando a um ponto em que verba de campanha e propina se confundem. Desencontro total, até Lula ser preso e a confusão se instalar no país inteiro. Hoje não se O Brasil está um anda pelas ruas, caos! Precisamos nem durante o dia. pensar em dias me- Pela noite é impossível sair de casa lhores, em gestão em qualquer que pública, em recuseja a cidade. Perperar saúde, educa- demos o direito de ção, segurança. Os ir e vir. Estudo no Braprincípios básicos sil virou piada. As da família estão des- escolas públicas, troçados e precisam em sua maioria, funcionam. voltar a existir, se- não Alunos ameaçam e rem valorizados. até batem nos professores. Pela internet são exibidos vídeos com fatos comprovando isto. Inexiste o respeito dos rapazes e das moças pelos responsáveis pela educação. Nas faculdades há gangues que proíbem os professores de entrarem nas salas. Para recuperar nosso sistema educacional é preciso gestores organizados e de pulso forte. Tudo isto sem considerar as greves. Vamos falar de saúde. O que vemos são pessoas espalhadas pelos corredores dos hospitais aguardando atendimento. E outras morrendo à procura de médicos que aliviem sua dor. Faltam verbas para as maternidades, hospitais e alguns vão até fechando. Enfim, não se pode contar com o atendimento médico-hospitalar em quase todos os estados.

Se alguém precisar resolver qualquer problema burocrático é necessário conhecer uma pessoa influente naquele setor. Pelos trâmites normais torna-se impossível chegar ao fim da questão. O funcionalismo público está desestimulado, perdeu a vontade de exercer suas funções. Concurso para ingresso nas repartições municipais, estaduais e federais virou vestibular. A Justiça está dividida. Graças à Lava Jato muitos empresários, políticos e ”laranjas” foram presos. Mas existe o lado da Justiça que é contra tal operação. E o povo fica sem saber em quem acreditar. Estamos em clima de eleição. Direita e esquerda se enfrentam. Ninguém presta, todos são atacados. Não se sabe quem tem razão. Como corrigir o que está errado? Como fazer as crianças acreditarem nos dirigentes? No centro existem vários partidos com crenças diversas; quase todos foram ministros de Lula e Dilma e prometem mudanças no guia eleitoral. O povo não acredita mais em nada! O Brasil está um caos! Precisamos pensar em dias melhores, em gestão pública, em recuperar saúde, educação, segurança. Os princípios básicos da família estão destroçados e precisam voltar a existir, serem valorizados. Eleito, o novo presidente do Brasil deve ter como premissas: acabar com a divisão dos ministérios pelos partidos. Colocar técnicos da área em locais importantes e não “laranjas” de políticos, que obedecem às determinações dos chefes. Obrigar o Congresso Nacional a legislar regularizando a vida nacional e não em causa própria! Deputados e senadores precisam esquecer a política do “é dando que se recebe”. Os estados devem aprender que o interesse próprio não funciona mais! O Poder Legislativo precisa ser acreditado e começar a gerir o dinheiro público com honestidade. Estamos cansados deste modelo republicano canhestro. Dirão os eleitores: quem será o salvador da pátria? Cada um deve analisar os candidatos e votar naquele que terá condições de melhorar o país com honestidade, pulso firme e determinação. Uma coisa é certa: o Partido dos Trabalhadores já errou demais! Não podemos deixar o Brasil caminhar para o precipício. Só Deus na causa e Ele acima de todos!


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Bonecos de ventríloquo

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enominada de gastromancia pelos antigos gregos, a ventriloquia, naqueles tempos, era associada à necromancia e feitiçaria. Só a partir do século XVI toma o sentido lúdico e circense de hoje. O principal artifício Nossos bonecos de do ventríloquo é o pequena grandeza, de falar com a boca cerrada ao tempo os feitos de madeira que manipula um boneco, induzindo ruim e cordões popladres, num estilo ense- ateiaextasiada a crer num bado, deitam falação verdadeiro diálogo sobre filosofia, con- entre os dois. Em moderna fundem prerrogativas versão, temos nas da democracia com a letras o ventríloprópria democracia quo redator e o boneco subscritor; um redige e o outro publica o texto como seu. Agora, em vez do espetáculo infantil, num poeirento tablado mambembe, eles se apresentam em diários ou semanários ou até mesmo em livros, iludindo incautos e cândidos

adultos, impossibilitados de julgar a capacidade intelectual do boneco subscritor. Ao contrário da maioria, não ouso taxar os modernos bonecos de ventríloquo com o pejorativo título de estelionatários intelectuais. Não vejo na conduta destes o elemento nuclear do tipo penal: obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita. Aliás, não posso nem falar em conduta pois, uma vez bonecos, não possuem qualquer tipo de personalidade. Nosso novo boneco apenas se presta a uma ação que poderá até lhe trazer prejuízos se desmascarado. Sua alegria é um mimo ao manipulador, ao dono do espetáculo a que serve. No máximo o brincante boneco acrescenta à sua vaidade apenas uma falsa camada de verniz de saber. No entanto, como diria o grande Nelson Rodrigues, tremerá nos sapatos ao se imaginar, um dia, sabatinado sobre sua publicação, sem ter por perto o socorro da voz do dono. Entre os tais encontram-se,

Putrefato

L

i, certa feita, no informativo “Migalhas”, que há quase cinquenta anos o mestre do Direito Goffredo da Silva Teles disse que os partidos políticos seNão se fazem triagens riam nada mais que “siglas, rópara acolher quem tulos e vazias quer que seja. Acreembalagens”. Destacando que ditando que os fins deveriam nasjustificam os meios, cer das aspiraabrigam em suas hos- ções populares, tes todo tipo de políti- “eram incapazes de orientar a co, esquecendo a lisura opinião de quem e a ética. O importante quer que seja sobre os probleé que leiam na sua mas nacionais”. bíblia. Ultimamente, na maioria, têm sido usados para as mesmas finalidades, ou seja, proveito próprio de seus dirigentes e asseclas. Não se

fazem triagens para acolher quem quer que seja. Acreditando que os fins justificam os meios, abrigam em suas hostes todo tipo de político, esquecendo a lisura e a ética. O importante é que leiam na sua bíblia. Quando estouram os escândalos ficam procurando desacreditar quem denuncia e continuam dando guarida a verdadeiros marginais. Partido que já não deveria existir, continuar abrigando quem já não deveria fazer parte da política partidária, pois quase todos seus ex-presidentes e dirigentes estão presos, seu maior guru recolhido a uma cela condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, onde, incrivelmente, faz funcionar seu comitê eleitoral, lembra a estória do homenzinho da roça que, estando com um problema no seu membro viril, foi consultar um doutor da vila mais próxima. Após acurado exame, o médico foi taxa-

ISAAC SANDES DIAS

Promotor de Justiça

com certeza, autores de todos os tempos. De um momento para outro, surgem eles de um abissal anonimato para a posição de assíduos frequentadores das listas dos dez mais lidos. De repente, numa inexplicável explosão de cultura e criatividade, publicam seguidos best sellers. Como em tudo, também na ventriloquia intelectual existem os grandes e os pequenos. Nossos bonecos de pequena grandeza, os feitos de madeira ruim e cordões podres, num estilo ensebado, deitam falação sobre filosofia, confundem prerrogativas da democracia com a própria democracia. Enfim, são sofistas desconjuntados e enroscados nos próprios cordames. Citam Sócrates, Platão e Aristóteles como se fossem colegas da caixa de brinquedos em que repousam. Mas, questionados sobre os mesmos, saem-se com disparates como:

afirmar ter sido o alcoolismo a causa do fim da carreira do grande Sócrates, citar Platão como o grande prato do Cebolinha e Aristóteles como se fosse o grego que um dia foi casado com Jacqueline Kennedy. Por isso, nunca acredite cegamente no que foi publicado. Ali poderá estar um desses novos bonecos de ventríloquo, usando a criatividade alheia como sua. Aquela vasta cabeleira intelectual com que se apresenta poderá não ser autêntica, mas sim uma falsa e sebosa peruca de saber alheio. Ou seja, frente a tudo que lhe apresentam, exercite sempre o questionamento crítico; nunca embarque na crença cega, sem antes bem examinar. A sadia análise crítica lhe poupará da estéril repetição de falas e ideias alheias e evitará sua transformação em replicante boneco de ventríloquo.

JOSÉ MAURÍCIO BRÊDA Economista

tivo: “Seu Manoel, desculpe a franqueza, mas acho difícil qualquer tratamento para recuperar seu órgão. O único remédio que indico é extirpá-lo”. Apesar do constrangimento, o doutor teve que explicar o significado do verbo. Indignado, o cliente abandonou o consultório blasfemando contra tudo e todos. Não iria de forma alguma deixar que lhe fizessem tal desonra. Voltando para casa encontrou um amigo que lhe aconselhou ouvir outros médicos, pois, às vezes, alguns exageravam na medida. Foi então que Manoel resolveu ir à sede do município, o que não lhe trouxe muito alento. Todos a quem visitou deram-lhe o mesmo diagnóstico. Seu “bilau” era irrecuperável. Mesmo assim não desistiu.

Tinha umas economias no colchão e partiu para a capital com a certeza de que escaparia da guilhotina. Ao melhor especialista abriu suas lamúrias e contou o diagnóstico de seus colegas. Logo o médico pediu para examiná-lo. Peremptório, criticou a decisão de seus pares e disse não haver necessidade de amputação. Diante da alegria de seu Manoel afirmou-lhe que tudo o que precisava fazer era subir em um banquinho e pular. Com o salto, automaticamente, o membro, em adiantado estado de decomposição, caiu no chão. “Não disse ao senhor que não precisava cortar?” Resta a esse partido ter a coragem de pular do banquinho. Certamente, não só seus membros putrefatos não resistirão, mas, ele próprio.


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ECONOMIA EM PAUTA

Simples Nacional

Após a Receita Federal notificar e excluir mais de 700.000 empresas irregulares que optaram pelo Simples Nacional de seus débitos previdenciários, foi divulgado também que a pessoa jurídica que regularizar a totalidade dos débitos em 30 dias terá a sua exclusão do Simples Nacional automaticamente tornada sem efeito. Segundo o órgão, o contribuinte continuará no Simples Nacional não havendo necessidade de comparecer às unidades da Receita para adotar qualquer procedimento adicional. Aqueles que não regularizarem a totalidade de seus débitos no prazo de 30 dias contados da ciência serão excluídos definitivamente a partir do dia 1º de janeiro de 2019.

Portabilidade salarial

Mais de 350 mil pessoas fizeram pedido de portabilidade da conta salário desde o dia 1º de julho, quando entraram em vigor as novas regras do Banco Central para a transferência do pagamento. De acordo com o BC, a prática que tem gerado comodidade para os trabalhadores tende a crescer ainda mais. Para quem ainda não realizou o procedimento é necessário escolher a instituição financeira na qual deseja passar a receber o salário e já ter uma conta ativa na mesma. O processo pode ser feito através de aplicativos ou internet banking. Para ambos os meios é necessário informar o nome da empresa para qual trabalha, o CNPJ e o banco em que recebe o salário. A operação precisa ser concluída em 10

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Bruno Fernandes – contato@obrunofernandes.maceio.br

usuário conseguir crédito.

Investimentos sem taxas dias úteis.

Cartão Neon

Mais um cartão de crédito criado por uma fintech e sem anuidade pode estar chegando ao mercado nacional. Com atividades retomadas após a suspensão do Banco Neon pelo BC em maio, a Neon Pagamentos prepara um lançamento inédito: seu cartão de crédito próprio. A instituição enviou aos clientes um e-mail bastante direto, informando que “o cartão de crédito Neon está saindo do forno” e estimulando o uso intenso das demais ferramentas do banco para aumentar as chances de cada

E seguindo a moda lançada por cartões de créditos de não cobrarem taxas de clientes, grandes bancos começaram a isentar de taxas quem faz investimentos em títulos do Tesouro Direto e outras opções de renda fixa, como já acontece com corretoras há alguns anos. Bradesco Corretora, Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil passaram a não cobrar taxas de custódia ou negociação para quem quiser investir em títulos públicos ou títulos de renda fixa públicos e privados. Entre os grandes bancos, a Caixa Econômica Federal é a única que ainda não aderiu à


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Coité do Nóia comemora 55 anos de emancipação política com marcos na saúde Considerada um berço rico de histórias, a cidade de Coité do Nóia comemorou no último dia 21 seus 55 anos de emancipação política. A data foi celebrada em clima de muita alegria e avanços na saúde para a população. Após a missa solene na Paróquia São Benedito, a população recebeu duas novas ambulâncias e a inauguração do Centro de Saúde Prefeito João Bastos da Silva, para melhorar e reforçar a assistência no município. O prefeito Seninha, em seu segundo mandato, administra e desenvolve de forma grandiosa toda a cidade de Coité do Nóia. A população em geral, funcionários públicos e vereadores participaram do corte de um grande bolo em comemoração ao aniversário da cidade. Além dos avanços na área de saúde, o prefeito Seninha também entregou à população um caminhão de lixo compactador para auxiliar na coleta de resíduos do município. As festividades foram encerradas à noite com shows das bandas Pascoal, Wallas Arrais e Garota Sertaneja que animaram e levaram ainda mais alegria para os moradores de Coité do Nóia.


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Psicanalisando

SAÚDE MENTAL

O ato falho é um sucesso: ele diz o que não se quis dizer.

arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

(Arnaldo Santtos)

Um dos índices maiores de suicídio surge no transtorno esquizofrênico. Cerca de 10% cometem o suicídio ou uma primeira tentativa nos primeiros dez anos do surgimento da doença. A tentativa de suicídio também é bastante relevante. Chega a ser cerca de 40% dos portadores.

A dor e o humor

A

s redes sociais estão impregnadas de frases e charges que demonstram como o sujeito é capaz de viver com a dor, utilizando o humor. É a vida e a morte juntas e não poderia ser diferente, ambas fazem parte do sujeito. Até que ponto o humor ou o mal humor servem para melhorar o sofrimento? Não se sabe. Mas é possível saber quanto de “personalidade” se coloca num texto ou na linguagem aquilo que se quer dizer, disfarçadamente. Freud indica que numa linguagem humorística o sujeito pode utilizar o chiste, que está estruturado numa formação do inconsciente. O sujeito quer dizer, mas não diz, sendo a melhor maneira de dizer utilizando o humor, que serve como escamoteador da verdade de cada um. Dizia Freud que “numa brincadeira pode-se até dizer a verdade”. Baseado no livro “Os Chistes” de Sigmund Freud e no que diz Jacques Lacan nos seus “Escritos” sobre a função e campo da fala e da linguagem, escrevi um poema que faz uma reflexão como o humor, muitas vezes, serve para demonstrar aquilo que se quer ser ou o que realmente é, mas tem-se receio de assumir os verdadeiros desejos, muitas vezes para agredir o outro, e nada melhor do que utilizar os chistes. O poema é uma reflexão e é inspirado nesse contexto.

Humor doentio

O humor... ahhh ... o humor... Deveria servir para rir, literalmente, mas, às vezes, faz diminuir. Ele serve, às vezes, para machucar, denegrir; Denegrir imagem, personagem, dignidade, personalidade. Pois é, logo o humor... Mas o humor é sadio; às vezes é doentio, por quem? Por pessoas mal-humoradas, disfarçadas, camufladas, e; Recalcadas pela introjeção, às vezes, da mídia e outras vezes, destroçada que não serve para nada. Tem gente que o usa para denegrir imagem, personagem, dignidade, personalidade. Se abusa, não é humor, é terror; terror camuflado, doentio, disfarçado. Humor que faz rir é salutar; O “humor”, as vezes está disfarçado para: roubar, furtar o seu verdadeiro objetivo: rir; sadio. A pessoa que usa o humor (mal); não é humorista; é mal; mal-humorada; desastrada, recalcada. Viva o humor; O bom humor; O humor humorado. Vamos fazer humor sadio e não o doentio; muito menos o recalcado. (Arnaldo Santtos)

Serotonina

Mais sobre esquizofrenia Será que o sujeito contemporâneo da geração Y e da revolução industrial 4.0 está perdendo a capacidade de ver o real e se concentra nos delírios e alucinações? Será menos doloroso? Pois bem, os delírios são alguns sintomas da esquizofrenia, um transtorno que acomete cerca de um por cento da população mundial. Isto significa dizer, que em Alagoas, por exemplo, são 10.291 pessoas (IBGE 2017).

Perda da realidade

O que se observa é a perda do sentido da realidade. Os comportamentos podem ser bizarros como falar com borboletas, com um poste e assim por diante. A pessoa acredita que realmente está sendo “compreendida” e que está “interagindo” com elas – borboletas e postes. Também faz parte dos sintomas as alucinações, que são percepções irreais dos órgãos dos sentidos, principalmente auditivas e visuais.

Lógico

Com o tempo a pessoa também apresenta alteração do pensamento, ou seja, perde a capacidade de raciocínio lógico. Também é outro sintoma a criação de neologismos, como se fosse uma forma de “superar” os delírios e alucinações.

Afeto

O embotamento afetivo é outra alteração presente na esquizofrenia. A pessoa perde a capacidade de expressar suas emoções, tornando-se indiferentes às situações de tristeza ou de alegria. E nesse aspecto surte a apatia e o isolamento social.

Suicídio

Uma boa alimentação, exercício físico regular e uma ocupação diária, como fazer algum tipo de pintura, escultura, enfim qualquer atividade intelectual que a pessoa possa desenvolver, vai aumentar, significativamente, a qualidade de vida. A serotonina serve como uma estimuladora da sensação de prazer, bastante reduzida para os portadores da esquizofrenia. Por isso a importância de se realizar uma atividade física, que produz a serotonina e estimula o cérebro a produzir bem-estar.

Não é a doença

É comum a pessoa chegar na clínica e dizer que foi diagnosticado, por psiquiatra, que é esquizofrênico, bipolar, entre outros transtornos. Não importa o diagnóstico, o mais importante é que por trás do diagnóstico tem-se uma história de vida de cada paciente e que, se bem explorada, ou seja, se houver uma investigação minuciosa das razões pelas quais a pessoa está com o transtorno, isto é, como, quando e porque começaram a surgir os sintomas, é possível proporcionar uma melhor qualidade de vida, mesmo com o diagnóstico prescrito, seja ele qual for. A pessoa pode estar sofrendo ou sentindo, naquele momento, os sintomas caracterizados por um “transtorno mental” mas ela não é a doença e sendo assim, a pessoa pode viver bem, apesar dele.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP-15/4.132 Atendimento virtual pelo site: www.vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também na CLÍNICA HUMANUS: Rua Íris Alagoense 603, Farol, Maceió-AL. (82) 3025 4445 / (82) 3025 0788 / 9.9351-5851 Email: arnaldosanttos@uol.com.br arnaldosanttos.psicologo@gmail.com


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Jetta ganha empuxo

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ercado de sedãs médio-compactos sofre forte concorrência dos SUVs, perde fôlego, mas ainda atrai um público fiel e menos afetado por modismos. Pelo menos 17 marcas já ofereceram esses modelos; restaram 14, mas só oito têm algum peso nas vendas. Corolla é o dono do segmento, seguido por Civic, Cruze, Focus e Jetta. O sedã da Volkswagen chega agora à sétima geração e é todo novo. Registrou antes um ciclo de vida da sexta geração (a primeira descolada do Golf) demasiadamente estendido: oito anos. Seu perfil se amolda à tendência atual de estilo com balanço dianteiro mais curto e o traseiro mais longo. A solução para a coluna traseira é elegante. O ganho na distância entre eixos de 3,7 cm garante espaço adicional para pernas no banco de trás. Carroceria 2,1 cm mais larga ampliou folga para os ombros. Porta-malas manteve bons 510 litros. O interior inclui atmosfera aconche-

gante e iluminação ambiente em 10 cores elegíveis. Tela multimídia de 8 pol. forma conjunto de visual contínuo com o quadro de instrumentos virtual na versão de topo. Jetta não dispõe de certos itens existentes em modelos recentes da marca (Polo e Virtus) como saída de ar-condicionado para o banco traseiro e borboletas no volante para troca de marchas do câmbio automático (presentes até no Gol e Voyage). Mas o freio de estacionamento é eletromecânico. Em compensação oferece conjunto de itens de segurança dos mais respeitáveis: frenagem automática pós-colisão, controle de cruzeiro adaptativo, freio automático para evitar colisões em baixa velocidade (até ao dar ré), alerta de distância do veículo à frente, seis airbags, luzes de rodagem diurna e faróis de LED, entre outros. Há duas entradas USB (sem iluminação) e opção de carregador de celular por indução. Manual do proprietário é integrado ao aplicativo de celular que responde

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FERNANDO CALMON

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

até 11.000 perguntas sobre características do carro. Central multimídia aceita espelhamento do Android Auto e Apple Car Play. Teto solar panorâmico (R$ 4.990) é opcional. Rodando com o Jetta o destaque é o silêncio a bordo. Rivaliza até com Passat e outros modelos de segmento superior. Único motor disponível, de 1,4-L, turboflex de 150 cv e 25,5 kgfm, assegura agilidade tanto em cidade como nas ultrapassagens de estrada, embora nada arrebatador. Freios e direção eletroassistida seguem o bom padrão da marca. São apenas duas versões, dentro da estratégia da marca de simplificar o portfólio: Comfortline (R$ 109.990) e R-Line

(119.990). Na realidade o preço real é até um pouco mais considerando as três primeiras revisões gratuitas (preço estimado em torno de R$ 1.400). VW não confirma, mas certamente haverá mais adiante uma versão de entrada e um motor mais potente. O posicionamento de preço é bem competitivo, em especial frente ao Corolla, ao se considerar a diferença de equipamentos de série em favor do sedã importado do México. Jetta chega às lojas em outubro. Por suas qualidades intrínsecas e se tratar de um modelo inteiramente novo, aspira chegar ao pódio mesmo que em posição inferior aos dois japoneses. Estes, somados, dominam hoje dois terços do segmento.

ALTA RODA n RENAULT nem se esforçou em negar o lançamento no Brasil do seu primeiro SUV com traços de cupê, onda iniciada pelo BMW X6, em 2014, e seus seguidores. Arkana estará à venda, primeiro na Rússia, já em 2019. Terá versão evoluída e maior da arquitetura Duster/Captur. A Coluna adianta início de produção nacional: previsto para setembro de 2020 com motor turbo. n OUTRA informação antecipada pela coluna foi confirmada por mais uma fonte. Fabricação em São José dos Pinhais (PR) do VW T-Cross começará em abril de 2019, embora haja esforços para iniciar em março. Chega ao mercado no final de maio. Primeiro SUV da marca produzido no Brasil estará no Salão do Automóvel em novembro a fim de criar expectativas aos interessados. n TOYOTA YARIS, nas versões hatch e sedã, sobressai pelo silêncio de rodagem e suspensões muito bem calibradas. Sistema de direção é preciso, mas tem retorno à posição central algo lento. Desenho do painel e

assoalho traseiro plano destacamse. Algumas falhas de acabamento interno, revestimento do porta-malas e tanque de apenas 45 litros são pontos fracos. n PORSCHE confirmou retirada de produção de motores a diesel no Macan e Panamera (no novo Cayenne já estavam descartados). Décima fabricante a desistir desse tipo de motor, substituindo-o por híbridos plugáveis a gasolina. Marcas europeias cometeram esse erro estratégico por tempo demais, sem

avaliar bem os altos custos das “muletas” exigidas pelo diesel. n SALÃO do Automóvel de São Paulo exibirá o sensacional McLaren Senna, supercarro de R$ 8 milhões. Apenas três unidades serão vendidas no Brasil de uma série limitada de 500. Pesa apenas 1.198 kg para 800 cv. Entre outras curiosidades do salão, o Oxygen, da Goodyear: usa fotossíntese para captar CO2 e devolver oxigênio por meio de musgos vivos nas laterais do pneu.


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JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS Engenheiro Civil e diretor da empresa de pesquisas Dica’s lisboamartins@gmail.com

É uma burrice eleitoral!

N

a sexta-feira passada, 21, o meu artigo no Jornal EXTRA foi com o seguinte título: “Pesquisas Eleitorais mentirosas e safadas”. Quem leu este artigo, deve estar lembrado que ele se referiu aos imorais números sobre as O pior de tudo é que eleições que acontecerão em 7 de o TSE não está nem outubro próximo. preocupado. Alguns As tais pesquisas institutos estranhos estão sendo muito imorais diante dos estão fazendo pesórgãos fiscalizadoquisas, divulgando res, mas não está havendo punições resultados muito para os donos dos diferentes um dos institutos safados. outros. O pior de tudo é que o TSE não está nem preocupado. Alguns institutos estranhos estão fazendo pesquisas, divulgando resultados

muito diferentes um dos outros. Está acontecendo o seguinte: um instituto disse que o candidato A obteve 33 % e que o candidato B recebeu a preferência de 22%. Vejam bem que um outro instituto X, no mesmo dia, disse que o candidato A foi preferido por 25% e o candidato B recebeu a preferência de 19%. Ora, como se observa, a diferença entre o candidato A e o candidato B foi, então, de 8 %, o que corresponde a alguns milhões de votos. Um absurdo! Essas diferenças deveriam ser consideradas como crimes eleitorais. Vocês haverão de ver resultados totalmente diferentes quando as urnas forem abertas e apuradas, porém a culpa será do Tribunal Superior Eleitoral, que exige uns malucos registros das pesquisas, sabendo que, havendo mentira ou safadeza nas pesquisas, ninguém é capaz de detectar onde está o resultado cometido pelo instituto picareta. Eu

disse que desafiava o TSE a provar que houve ou não houve um erro. Pois bem, acontecem erros gritantes, mas eles dizem que há 95 % de segurança e que os erros podem ser de 2% para mais ou para menos, portanto, num intervalo de 4%. Ora, um erro de 4 % corresponde a milhões num eleitorado de 150 milhões de eleitores, como é o nosso. Vejam que eles repetem essa enrolada e o povo que se dane! Vocês verão as diferenças de resultados quando as urnas forem abertas. No artigo passado, eu dei um exemplo que serve para as pesquisas e para a apuração dos resultados. Vamos imaginar que o “PNC-Partido Nacional da Corrupção” resolva contratar o “Instituto Tirineteiro de Pesquisas” para uma pesquisa no estado de Alagoas, tendo sido escolhidas 5 cidades do Sertão, para serem ouvidos 1.000 eleitores, entre pessoas da cidade e de povoados.

Assim sendo, o tal instituto disse que iria ouvir 2.000 pessoas. No fim do dia, os pesquisadores só entrevistaram 820 pessoas, mas a firma deu como concluído o trabalho, deixando de entrevistar 180 pessoas. Fez a contagem e o relatório e foi registrar o resultado no TRE. O candidato e o partido não gostaram dos resultados. Acharam que estavam errados, pois esperavam ganhar nos 5 municípios. Nisso, o candidato e o partido foram ao TRE para ver se, realmente, a pesquisa estava registrada. Estava registrada. E agora? Agora, era só ir a cada um dos municípios para perguntar a cada um dos eleitores em quem eles votaram. E o voto não é secreto? O bolo já foi feito e vão brigar na Justiça Eleitoral. Eu já disse no meu artigo que exigir só o registro da pesquisa é uma burrice eleitoral. Registrando, eu posso fazer o que quiser nos resultados. Burrice! Burrice!


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ABCDO INTERIOR

Biu pediu socorro

O

ex-governador tucano Teotonio Vilela Filho entrou de vez na campanha e pede para seus aliados votarem no senador Benedito de Lira para o Senado. Em 2010, quando se reelegeu governador de Alagoas, Biu foi o maior parceiro de sua gestão. Isso foi reconhecido por ele em diversas ocasiões. “Biu é o senador que trabalha muito pelo estado. Alagoas só ganha com ele”, disse o ex-governador Téo Vilela.

Triste fim

Mas a situação do “dançarino” não é nada boa. Amar-ga, de acordo com pesquisas eleitorais, um terceiro lugar, perdendo para o “fenômeno” Rodrigo Cunha e Renan Calheiros. As apostas são de que a situação deve piorar ainda mais, já que Cunha deve ultrapassar Renan Calheiros que, por sua vez, já intensificou a campanha, principalmente em cidades do Agreste, para evitar surpresas desagradáveis.

Pediu socorro

Agora, é só esperar, já que o “dançarino”, temendo o pior, resolveu jogar duro e para isso está atraindo atenção de velhos parceiros como Téo Vilela e o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, conhecido nos bastidores como “boneco de feira”. Rui, por sua vez, está fazendo a sua parte, atacando com todas as forças o senador Renan Calheiros, que de prontidão respondeu a altura. Pelo jeito, a reta final da campanha eleitoral deve esquentar de vez.

Faz pena

Terceiro maior campeão alagoano, com títulos em 1953, 2000, 2001, 2003, 2005, 2009 e 2011, Campeão da Copa Alagipe em 2005, vice-campeão Brasileiro da Série C em 2009, vice-campeão do Nordeste em 2013. O ASA de Arapiraca completou 66 anos de história no dia 25 de setembro, mas, mergulhado numa infinita crise, o clube não tem o que comemorar. Um time como o ASA merece mais respeito e consideração. É preciso repensar tudo.

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robertobaiabarros@hotmail.com

Sessão polêmica

A Câmara Municipal de Arapiraca realizou na noite de terça-feira (25) sua primeira sessão ordinária, com a presença de 11 dos 17 vereadores, sendo justificada a ausência dos 6 faltosos. Na oportunidade, foi aprovado requerimento do vereador Fabiano Leão requerendo que a SMTT remeta demonstrativo da receita obtida no período de janeiro a dezembro de 2017 e de janeiro a julho de 2018.

Comparativo

A vereadora e presidente da Casa, Professora Graça, pediu ao autor do requerimento, o vereador Fabiano Leão, que retirasse a matéria para que fosse feito um comparativo com os balancetes da SMTT, já enviados ao Poder Legislativo. De acordo com a Professora Graça, os balancetes referentes a 2017 e 2018 já se encontram na Casa, por isso não via a necessidade de manter o requerimento.

Pediu ajuda

Um homem, que deu entrada no Hospital de Emergência Daniel Houly, em Arapiraca, está internado sem identificação na unidade de saúde. De acordo com informações, o paciente foi hospitalizado após sofrer uma queda no centro de Arapiraca, no dia 14 deste mês e não consegue falar. Até então, nenhum familiar foi encontrado. Quem tiver qualquer informação pode entrar em contato pelo número (82) 3539-8670.

Delmiro 1

Na manhã de quarta-feira (26) seis pessoas foram presas em Delmiro Gouveia após uma operação integrada da polícia. O coordenador dos trabalhos, delegado Rodrigo Rocha Cavalcanti, disse que a ação foi executada em cumprimento de mandados de busca e apreensão que já tinham sido expedidos pela Comarca da cidade sertaneja. Ainda segundo Rodrigo, os acusados faziam parte de uma quadrilha responsável por assaltos, tráfico de drogas e participação em homicídios.

Delmiro 2

De acordo com a polícia estavam envolvidos em práticas criminosas: Rafaela Maria da Silva, Fabrício Oliveira Pessoa, Maxwel Vieira do Nascimento, Genilson Lourenço dos Santos, Joelma Maria da Conceição e Maycon Santos. Eles foram encaminhados para a Delegacia Regional de Polícia (1ª DRP) junto com material entorpecente encontrado no local. (Com Ascom).

PELO INTERIOR ... Na manhã de quarta (26), a Polícia Civil de Alagoas, através dos agentes da 4ª DRP de Arapiraca, realizou diversos mandados de prisão e de busca na cidade. A maior parte das buscas se dá por crimes de roubo na região. ... Até o momento, seis pessoas foram presas e encaminhadas à Central de Polícia. Os suspeitos são acusados de roubos, principalmente de veículos, e na zona rural do município. ... Foram apreendidos dois carros e três motocicletas. Há também a acusação de que um deles estaria furtando energia elétrica, através do método conhecido como “gato”. ... As prisões foram realizadas nos sítios Umbuzeiro e Capim. A Polícia Civil informou que a operação ainda está em curso e que dará outros detalhes assim que possível. ... Na manhã de quarta-feira (26), aconteceu

uma megaoperação em todo estado de Alagoas, realizando mandados em outras cidades como Maceió e Barra de Santo Antônio. ... Ao completar cinco anos de atividades, o Arapiraca Garden Shopping se consolida como um dos mais importantes centros de compras do Nordeste e referência no estado de Alagoas. ... Para comemorar a data, teve bolo de aniversário e parabéns ao som da banda Art Choro, que animou a festa no centro da Praça de Alimentação.

abraçou nosso shopping como um patrimônio da cidade, assim como o ASA, time da cidade que, por feliz coincidência, também comemora aniversário ”, comentou o superintendente Fábio Sirkis. ... Na programação do aniversário foi lançada uma campanha intitulada #FazParteDaMinhaHistoria, que tem o objetivo de fazer com que os clientes se sintam parte da mesma história.

... Houve ainda a apresentação do saxofonista Marcos Senna e a distribuição de brindes com a promoção “estoura balão” para os clientes que comprassem no empreendimento.

... Depois de conscientizar sobre a prevenção de acidentes e o uso de equipamentos de segurança como capacete e cinto de segurança nas escolas da rede municipal, a Prefeitura de Arapiraca intensificou, na quarta-feira (26), as palestras educativas de trânsito em escolas particulares do município.

... “Agradecemos mais uma vez a confiança dos lojistas, a parceria com todos os segmentos públicos, a imprensa e, sobretudo, a população que

... Aos nossos leitores, desejamos um final de semana repleto de paz e saúde. Até a próxima edição. Fui!!!


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MEIO AMBIENTE

Sofia Sepreny da Costa s.sepreny@gmail.com

Projeto pró-reservas

O

Ministério Público de Alagoas lançou o projeto Pró-Reserva, de incentivo à criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), cujas áreas são disponibilizadas para pesquisas científicas, turismo ecológico e educação ambiental. Para início do projeto foram assinados termos de adesão que asseguraram 2.541 hectares para a conservação da natureza. Entre os incentivos para a criação de uma reserva particular está a isenção do Imposto Territorial Rural (ITR), financiamento de projetos por meio do Fundo Nacional do Meio Ambiente, prioridade na concessão de créditos agrícolas e, como a área já cumprirá seu papel com a proteção ambiental, jamais poderá ser desapropriada para fins sociais.

Energia eólica

O Operador Nacional do Sistema (ONS) informou que a geração de energia eólica e solar na Região Nordeste bateu novo recorde no dia 29 de agosto. A energia solar registrou recorde de geração instantânea ao atingir um pico de 675 megawatts (MWp). O fator de capacidade chegou a 86%, informou o ONS. Já a energia eólica bateu recorde de geração média diária ao produzir 7.137 MW médios, com um fator de capacidade de 71% contra a média mundial de 25%. O volume de energia foi responsável por atender 71% da carga do subsistema Nordeste no dia. O recorde anterior de geração média havia ocorrido em 23 de julho de 2018, quando foi registrada uma geração de 7.062 MW médios.

Trem de hidrogênio Desertificação

Cerca de 60% dos municípios de Alagoas são suscetíveis à desertificação. Monteirópolis, Palestina, São José da Tapera, Jacaré dos Homens, Pão de Açúcar, Batalha, Belo Monte e Jaramataia são os mais propícios a sofrer com esse problema. A desertificação é um desequilíbrio ambiental grave que pode até deixar o solo infértil. Como estratégia para parar esse processo é necessário combater o desmatamento, para evitar que as áreas desenvolvam problemas de desertificação.

No início da última semana, na Alemanha, os primeiros trens movidos a hidrogênio começaram a circular. As duas composições farão um trajeto de 100 quilômetros. A nova tecnologia é como uma alternativa mais ecológica e silenciosa para o transporte ferroviário, e tem planos de entregar outros 14 trens de emissão zero até 2021 à operadora ferroviária local. Os trens de hidrogênio são equipados com células de combustível que produzem eletricidade por meio de uma combinação de hidrogênio e oxigênio, um processo que tem como únicas emissões vapor e água. Com metas climáticas ambiciosas, a Alemanha pretende reduzir suas emissões de CO2 em 40% até 2020 em comparação com os níveis de 1990, e se comprometeu a usar 80% de energia renovável em seu abastecimento elétrico até 2050.

Aquecimento global

Pesquisadores da Universidade do Estado de Washington concluíram que a produção agrícola mundial terá seu rendimento reduzido por causa de uma característica fisiológica universal dos insetos, a de que quanto mais calor faz, mais comem. Além disso, nas regiões temperadas o aumento das temperaturas também fará com que os insetos se reproduzam mais rápido, com a soma de ambos os efeitos. Europa, Estados Unidos e China, grandes produtores de cereais, serão mais afetados que os países em regiões tropicais como Brasil ou Vietnã, onde os insetos já estão aproveitando ao máximo as condições climáticas.

Reserva de Jequiá

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) tem prazo de um ano para elaborar o plano de manejo da Reserva Extrativista (Resex) Marinha da Lagoa do Jequiá em Alagoas. A decisão é da Justiça Federal. A reserva foi criada em 2001 a partir do qual o ICMBio teria prazo de cinco anos para confeccionar o plano de manejo, o que não foi feito, passados aproximadamente 17 anos. A justificativa foi a ausência de dotação orçamentária. O plano de manejo estabelece, dentre outras coisas, as normas, restrições para o uso, os

corredores ecológicos, o manejo dos recursos naturais da unidade e os meios de integração dela com as comunidades vizinhas. A ausência desse instrumento implica na carência de parâmetros para as intervenções humanas na unidade, o que interfere na conservação dos recursos naturais e na proteção dos meios de vida e cultura da população extrativista local. Com a decisão judicial, o ICMBio está obrigado, no prazo de um ano, a reservar em sua proposta orçamentária os recursos necessários para a elaboração e implementação do plano de manejo. Caso o novo prazo seja desrespeitado, a instituição deverá pagar multa diária não inferior a R$ 5 mil.


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30 ANOS DE ELEIÇÕES EM ALAGOAS

2014 Fatos importantes das eleições de 2014 em Alagoas

1)

O deputado federal Renan Filho (PMDB) foi eleito no primeiro turno com uma votação de 670.310 votos (52,16%) e seu vice foi o ex-prefeito de Arapiraca Luciano Barbosa (PMDB). O fato de ter utilizado bem as redes sociais e o guia eleitoral, vendendo um discurso do novo contra o velho, apoiado pela maioria dos prefeitos alagoanos, tendo uma excelente performance nos debates, e a ausência do governador em apoio ao candidato Benedito de Lira (PP) foram fatores determinantes para a sua vitória.

2)

O senador Benedito de Lira (PP) foi o segundo colocado com uma votação de 435.837 votos (33,92%) e seu vice foi o deputado federal Alexandre Toledo (PSB). Uma campanha sem recursos, utilizando mal as redes sociais e o guia eleitoral, com uma performance sofrível nos debates e sem repetir a dobradinha com o governador Teotonio Vilela (PSDB) das eleições de 2010, foram determinantes para sua derrota já no primeiro turno.

3)

O senador Fernando Collor de Mello (PTB) foi reeleito senador com uma

CONTEXTO HISTÓRICO Na Eleição Estadual de 2014, em Alagoas, tínhamos à frente do governo do Estado Teotonio Vilela Filho (PSDB) e, do Município de Maceió, Rui Palmeira (PSDB).

votação de 689.266 votos (55,69%). O apoio de quase todas as forças políticas do estado, com um tempo considerável no guia eleitoral e com sua força eleitoral, determinaram a sua reeleição.

uma imagem de homem público ético e honesto, excelente trabalho executado no Procon e a tragédia que vitimou a sua mãe Ceci Cunha, determinaram sua excepcional votação.

votos. Usando como bandeira política o escândalo de desvios de dinheiro público envolvendo a mesa diretora da Assembleia Legislativa, foi seu principal trunfo para sua expressiva votação.

4)

5)

6)

Rodrigo Cunha (PSDB) foi o deputado estadual mais votado, com uma votação de 60.759 votos. Com

O deputado estadual JHC (SD) foi o deputado federal mais votado. Obteve uma votação de 135.929

Depois de três derrotas consecutivas, o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) foi eleito deputado

MARCELO BASTOS

Analista político

federal, com uma votação de 88.125 votos. Foi o quinto colocado entre os nove eleitos.


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