edição 996

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TORRES DE PAPEL

Construtoras lesam mercado com venda de prédios que nunca são concluídos

ARAPIRACA

Comerciantes denunciam abandono do mercado público municipal

extra P/2

P/16 e 17

www.novoextra.com.br

MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIX - Nº 996 - 02 A 08 DE NOVEMBRO DE 2018

R 3,00

BRUNO FERNANDES

ADVOGADO NEGA TER MANDADO MATAR SÓCIO Sinval Alves diz que foi chantageado por falso policial durante investigação da morte de Fernando Cabral P/25

Alagoas precisa se integrar ao Brasil moderno no Governo Bolsonaro P/5 a 13

COMANDO DA ASSEMBLEIA DEVE FICAR COM MARCELO VICTOR OU OLAVO CALHEIROS Governador Renan Filho tenta fazer composição em favor do tio-deputado P/15

Estado quer Usina Laginha em troca de dívida fiscal do Grupo João Lyra P/24


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MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE NOVEMBRO DE 2018

Pobre Nordeste

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- O Nordeste perdeu a chance histórica de unir-se ao Brasil moderno na luta para enterrar a política do atraso representada pelos governos do PT ao longo dos últimos 15 anos.

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- Após impedir a eleição de Bolsonaro já no primeiro turno, os nordestinos garantiram ampla vitória ao candidato do PT com placar de 69,7% dos votos válidos para Haddad e 30,3% para o capitão, no segundo turno.

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- Haddad venceu na quase totalidade das pequenas e médias cidades do Nordeste, menos por ideologia e mais pela propaganda do medo e do voto de cabresto garantido pelo curral eleitoral do Bolsa Família.

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- Além do Nordeste profundo, Haddad venceu em 98% das cidades mais pobres do País, enquanto Bolsonaro ganhou em 97% das mais ricas do Brasil.

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- Nunca é demais lembrar que os estados dominados pelo PT têm os piores índices de pobreza extrema e os menores IDHs do país. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede a qualidade de vida, como educação, saúde e renda.

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Xerife do Brasil

O juiz federal Sérgio Moro aceitou o convite para integrar o governo de Jair Bolsonaro, no comando do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, uma fusão entre duas pastas que existem hoje. Com isso, a Polícia Federal ficará subordinada a ele. Outra condição era receber o ministério com “porteira fechada”, sem qualquer indicação política. Mas para ser ministro, Moro tem que pedir demissão do cargo ou se aposentar. “Aos juízes é vedado exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério”. É o que diz o Art. 95 da Constituição Federal em seu parágrafo único.

Torres de papel

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- Clientes e investidores devem redobrar a atenção na hora de comprar um imóvel na planta. É que algumas construtoras estão lesando o mercado com lançamentos que nunca saem do papel.

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- Muitos desses projetos receberam o Prêmio Master da Ademi, ganharam divulgação e credibilidade, com o que alavancaram suas vendas, mas nunca saíram do chão.

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Nada de kit gay

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Lembrete ao PT

Political savvy

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Neymar na Justiça

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- De onde se conclui que o crescimento econômico é o melhor antídoto contra o PT e sua política de dominação pela perpetuação da pobreza e da miséria.

“Aos vencidos, ódio ou compaixão; aos vencedores, as batatas”. Machado de Assis, para quem “a franqueza é a primeira virtude de um defunto”.

Terroristas

No Governo Bolsonaro, invasões de propriedade privada como as perpetradas pelo MST e MTST serão tipificadas como “terrorismo”. (O Antagonista)

Está no artigo 206 da Constituição Federal: “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas”.

Esse JHC é muito mais do que um animal político, que todos nós somos. Ele é o resumo ampliado de “political savvy” de tão poucos iniciados pelo mundo afora. (Eduardo Magalhães, cientista político).

Neymar será julgado pela Justiça espanhola por corrupção e dolo. Se condenado, o jogador pode pegar de 4 a 6 anos de prisão. O ex-presidente do Barcelona e o pai de Neymar também são réus no processo, acusados de lavagem de dinheiro.

Suicídio?

Todos os acusados pelo assassinato do advogado José Fernando Cabral, incluindo o mandante, se dizem inocentes. Será que a vítima se matou com dois tiros na cabeça?

Perguntar não ofende

Como será a articulação do reeleito senador Renan Calheiros com o Governo Bolsonaro? Ele e o filho, o governador reeleito, Renan Filho, apoiaram o candidato do PT, Fernando Haddad. (Jornalista Gaudêncio Torquato)

- Nos últimos 6 anos vários desses lançamentos foram premiados, mas até hoje não foram entregues aos compradores, e alguns deles jamais sairão do papel. A lista desses lançamentos está no site da própria Ademi. - Como algumas dessas construtoras estão em processo de recuperação judicial e falência, o prejuízo maior sempre fica para os investidores. - Outro ponto que também merece atenção na hora de comprar um apartamento é verificar se o empreendimento já foi registrado no cartório de imóveis.

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- Também nesse caso existem alguns edifícios premiados pela Ademi sem o devido registro em cartório. Imóvel sem o carimbo do cartório não tem habite-se nem pode ser financiado.

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- Na falta de um selo de garantia para imóveis, deveria ser criada uma espécie de Serasa para enquadrar construtoras que desrespeitam clientes e investidores.

Revitaliza O Projeto Revitaliza - que visa modernizar a periferia de Maceió - corre o risco de não sair do papel. É que o advogado Richard Manso já está preparando uma ação civil pública para impedir o empréstimo externo de 70 milhões de dólares a ser contraído pela Prefeitura. Apesar de o Senado já ter dado sinal verde para o empréstimo, Manso alega que o Tesouro Nacional emitiu parecer contrário sob o argumento de que o município não tem capacidade de endividamento.

Chororô O general Hamilton Mourão chamou o berreiro petista contra a decisão de Sérgio Moro de “choro de bandido”. Ele disse para a Crusoé: “Bandido sempre chora. O Lula tem que cumprir a pena dele lá. Quando derem um semiaberto para ele, ele vai para casa”.

Juiz pode

“Juiz deixar a toga para ser ministro pode. O que não pode é bandido virar ministro para fugir da toga de juiz”. (Diogo Mainard, editor do portal O Antagonista)

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EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

CONSELHO EDITORIAL

Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa

SERVIÇOS JURÍDICOS

Rodrigo Medeiros

ARTE Fábio Alberto - 98711-8478 REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA

IMPRESSÃO Jornal do Commercio E-mail: contato@novoextra.com.br

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MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE NOVEMBRO DE 2018

JORGE OLIVEIRA

As duas faces do Bolsonaro Brasília - Quando obedece ao script, Jair Bolsonaro, o presidente eleito, até que se comporta como uma pessoa normal, civilizada. Se diz democrático, cumpridor dos deveres cívicos e guardião da Constituição. Quando tenta raciocinar sozinho, é um desastre. Isso pode ser deduzido nas suas duas declarações depois da vitória. Na primeira – que fez para os internautas – jogou para plateia, ou para militância bolsonarista. Esbravejou um monte de bobagens, ameaçou adversários e prometeu chutar o pau da barraca. Na segunda, quando leu o texto preparado por assessores, foi mais sensato e jurou obedecer às regras democráticas como fazem todos os presidentes eleitos democraticamente em respeito à Constituição do seu país. O que podem esperar agora do seu novo presidente os mais de 50 milhões de brasileiros? Que governe intempestivamente atropelando as leis, agindo irracionalmente quando tiver que tomar decisões delicadas para o país ou usar o script programado por seus assessores? Ora, o que vimos na televisão foram dois Bolsonaros: aquele que age por impulso e o outro, mais sereno, metódico, aceitável, que segue o roteiro dos seus ideólogos. Confesso que me agradou ouvir a leitura do discurso dele, quando disse que vai defender a democracia e respeitar a Constituição, diferente do que dizia na campanha quando ameaçava desterrar seus adversários depois de eleito. Ao sentir o peso do cargo deve ter refletido sobre a nação dividida e acenar com a bandeira da pacificação em nome da união de todos os brasileiros. Acertou ao enviar recado para aqueles que não são petistas, mas que votaram no Haddad assustados com as bravatas dele que ameaçava quebrar as regras dos direitos civis, prender jornalistas e fechar jornais que discordam do que ele pensa. Bolsonaro ainda é um personagem enigmático, um político que chega ao poder ao encarnar, como ninguém, o antipetismo. Mas não basta apenas isso para governar, seus eleitores querem mais. Querem – e vão exigir – medidas imediatas contra a violência, mais emprego e crescimento econômico. O novo presidente traçou os quase vinte pontos de sua proposta de governo. A mais polêmica de todas, porém, é a que dá “proteção jurídica” aos policiais que matarem suspeitos com sua arma em serviço”. Prenuncia-se, assim, uma carnificina no país, pois o policial, incentivado por essa ideia, vai primeiro matar os “suspeitos” para depois pedir os documentos. Bolsonaro promete austeridade na escolha da sua equipe. Da turma escolhida, como prometeu, ninguém pode responder a processos. E se realmente vale o que disse, seu guru econômico, Paulo Guedes, deveria estar fora pois responde a processo no Ministério Público por crime financeiro. Os milhões de eleitores que foram às urnas e cravaram o nome de Bolsonaro vão estar atentos às indicações do governo para os ministérios e outros órgãos públicos. Eles esperam que ninguém do staff do capitão responda a processo na Justiça para que o governo não comece com a cara suja do PT, cuja cúpula hoje dorme na cadeia. Os eleitores que deram um voto de confiança a um político medíocre, do baixo clero, que sequer aprovou um projeto durante seus mandatos de deputado federal, vão estar vigilantes. Ao apostarem no escuro, eles pretendem fazer cobranças rápidas a um governo que se propõe a ser honesto e incorruptível.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Confuso

As declarações estabanadas do candidato depois das urnas apuradas mostram claramente a confusão dentro da sua equipe. A reza dos evangélicos, puxada pelo senador Magno Malta, cria de certa forma um desconforto e provoca um distanciamento com as outras religiões em um estado laico, principalmente com os católicos, majoritários no país. É claro que a Igreja de Roma não viu com bons olhos a reverência do presidente aos evangélicos, pois ali, na oração, ele já representava o povo brasileiro independente da sua opção religiosa.

Conselheiros

Para o bem da nação, vamos esperar que o novo presidente obedeça aos seus conselheiros mais sensatos, aqueles que respeitam os direitos civis e a democracia. Aqueles que estão mais preparados para conduzir o país ao caminho da estabilidade econômica com a geração de mais empregos e renda. Aqueles que objetivam diminuir as desigualdades sociais. Aqueles que devem manter o novo presidente estritamente dentro do script democrático para que ele não ameace rasgar a Constituição em momentos de fúria.

Interesses

A turma do Bolsonaro está com muita pressa para mostrar serviço. Ao anunciar a fusão dos ministérios da Agricultura com o Meio Ambiente, o presidente eleito foi muito criticado por especialistas. Eles consideram que os interesses desses dois ministérios são antagônicos, portanto, existe uma clara ameaça de que as coisas da Agricultura se sobreponham aos do Meio Ambiente.

Falsas

A Folha de S. Paulo publicou uma série de notícias falsas que Bolsonaro disse na sua última entrevista na TV Globo. O jornal pesquisou e descobriu que o presidente eleito fala pelos cotovelos. É despreparado e por isso fala sem conhecimento dos fatos.

Moro

Se aceitar o convite de Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça, o juiz Sérgio Moro está dando um tiro no pé. É um caminho sem volta. Moro pode comprometer todas as suas sentenças proferidas até hoje, principalmente as que condenaram o pessoal do PT. Os advogados do partido já vão arguir que o magistrado pode ter agido politicamente ao condenar o Lula, pois agora se junta ao principal inimigo do ex-presidente, assumindo uma posição política.

Futuro

Ao convidar Sérgio Moro para a sua equipe, Bolsonaro pensa em jogar para plateia, arrastando para a sua equipe uma personalidade de fama internacional, o principal combatente da corrupção no Brasil. Quer entregar um super Ministério da Justiça acoplando a ele o Ministério da Segurança, recém criado por Temer, que esvaziou as atribuições do antigo Ministério da Justiça.

Resistência

Sérgio Moro seria o paladino do governo contra a corrupção, mas teria dificuldade para dialogar com o Congresso Nacional, onde vários de seus algozes deputados, muitos processados por ele, poderiam dificultar o seu trabalho no Ministério da Justiça travando os seus projetos.

Dificuldade

Moro teria também outra dificuldade. Dificilmente ele teria condição de desenvolver os processos que ainda restam da Lava Jato, pois o Ministério Público não teria interesse em ajudá-lo, pois iria considerá-lo um dissidente da Justiça, uma espécie de traidor das causas da Lava Jato.

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Em cima do muro

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reforma administrativa no governo de Renan Filho está pronta e deve ser anunciada ainda neste mês de novembro. Com a vitória de Jair Bolsonaro, o Palácio dos Martírios deve promover algumas mudanças na sua estrutura. Pelos comentários de bastidores no Palácio Floriano Peixoto, partidos de esquerda podem sobrar no novo modelo desenhado pelo governador, buscando se adequar à nova realidade política brasileira. O objetivo das mudanças, embora o Palácio marche no bloco de oposição, é não desagradar à equipe do futuro governo, que poderá se mostrar indiferente com os pleitos do estado de Alagoas.

GABRIEL MOUSINHO gabrielmousinho@bol.com.br

Apagado

A pífia votação obtida pelo deputado Cícero Almeida revela que, pelo menos para cargo majoritário, ele deve abandonar a ideia. Sem respaldo político e sem votos, Almeida praticamente deve encerrar seu desejo de permanecer na vida pública.

Erro de cálculo Dificuldades à vista

A aliança do MDB com o Partido dos Trabalhadores, em Alagoas, por certo vai dificultar a vida do governo do Estado a partir do próximo ano. Na verdade, a equipe de Jair Bolsonaro, guardadas as devidas proporções, não vai oferecer combustível para quem trabalhou contra sua candidatura à Presidência da República. O PSL de Bolsonaro deverá ficar aliado a quem lhe deu suporte na reta final da eleição para presidente.

Aperto

Mesmo com esses problemas políticos para resolver, o governador Renan Filho tem um projeto de diminuir o número de secretarias e enxugar a máquina administrativa, mesmo que venha a atingir antigos aliados. É questão de sobrevivência, disse um frequentador do Palácio dos Martírios.

Na fila

Quem também espera ser aproveitado, além de Maurício Quintella, Givaldo Carimbão, Cícero Almeida e Ronaldo Lessa, é o deputado Ronaldo Medeiros, líder do governo que perdeu as eleições no último dia 7. Como foi fiel ao governo, Medeiros deve ser puxado para uma secretaria ou esperar a convocação de um deputado para poder assumir o mandato, já que ficou na primeira suplência.

Apertando o cinto

Com incertezas à vista no próximo governo de Jair Bolsonaro, o Estado já estuda medidas que possam enxugar a máquina administrativa. Secretarias estariam na mira do governador Renan Filho, que poderiam ser extintas e consequentemente acabar com cargos comissionados e outras despesas dispensáveis.

Rachada

A bancada de Alagoas está visivelmente rachada e o governo do Estado terá que fazer exercício para angariar o apoio de deputados e senadores. As dificuldades irão aparecer e somente com uma bancada forte os problemas serão superados.

Ranço

O futuro presidente da República anunciou que defenderá a liberdade de imprensa, mas fez questão de dizer que a Folha de S. Paulo divulgou matérias mentirosas ao longo da campanha e que perdeu a credibilidade perante a opinião pública brasileira. Bolsonaro, depois da eleição, tem sido prudente nas suas declarações, menos com a Folha.

Comportamento

Quem perdeu a eleição, no caso o Partido dos Trabalhadores, deve ficar mesmo na oposição. Mas que faça uma oposição responsável, comprometida com a governabilidade e com os projetos em defesa do povo brasileiro. Saúde, Educação e Segurança Pública são os pilares do novo governo.

O deputado e ex-prefeito de Maceió Cícero Almeida deve ter errado nos cálculos que fez nessas eleições. Na anterior quase que perde a vaga para o filho de Cícero Amélio e, agora, achou que o povo que lhe elegeu voltaria a garantir um mandato de deputado.

Derrota

Escolha de candidato

Maceió e municípios circunvizinhos deram uma grande votação a Jair Bolsonaro, que perdeu no cômputo geral para Fernando Haddad na defesa do Bolsa Família e outras ajudas fisiológicas do governo federal. Em Maceió Bolsonaro ficou na frente de Haddad com 61% da votação, demonstrando que o governador Renan Filho praticamente não influenciou em nada na campanha do candidato do PT.

O prefeito Rui Palmeira só vai se preocupar em trabalhar um nome para substituí-lo a partir de janeiro do próximo ano. Ele sabe que o Palácio dos Martírios vai querer tomar a Prefeitura de Maceió e já que tem nomes para disputar as eleições de 2020.

Eleição em 2020

Fortalecido

As eleições para prefeitos e vereadores em 2020 já entram na ordem do dia. O vice-governador Luciano Barbosa, que deu uma demonstração de força na eleição de 7 de outubro, é o candidato preferido do bloco de oposição para sair candidato a prefeito de Arapiraca. Luciano abriria espaço para o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, caso Renan Filho saia candidato ao Senado.

Projeto definido

O Palácio dos Martírios trabalha com a possibilidade de demover o deputado Marcelo Victor de sair candidato a presidente da Assembleia Legislativa. No caso entraria o deputado Olavo Calheiros, que garantiria, futuramente, a transição do governo com uma possível candidatura ao Senado de Renan Filho.

Pelas contas feitas por simpatizantes da candidatura de Marcelo Victor a presidente da Assembleia, ele já teria garantido o voto de 18 deputados. O governo, que acompanha atentamente o desenrolar dos acontecimentos, teme sofrer o primeiro desgaste no segundo mandato com a candidatura de Olavo Calheiros.

Mais presente

Para ser candidato a presidente da Assembleia, o deputado Olavo Calheiros deve se mostrar mais presente às atividades parlamentares. Servidores da Assembleia alegam que Olavo não dá muita bola para as sessões e sua ausência é sentida e pode causar prejuízos numa eventual candidatura a presidente.


MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE NOVEMBRO DE 2018

AMPLA INFLEXÃO

O

mapa político do Brasil acaba de passar por um forte ajuste e Jair Bolsonaro é o grande responsável por isso. Consolidado líder das pesquisas ainda no primeiro turno, ele soube captar e representar a legião de contrários, inconformados, insatisfeitos e arrependidos com o “que aí está” representado pelo PT e seu aliado MDB. Sua eleição caracteriza o exato momento de inflexão política do País após os 13 anos que quase aniquilaram com a Nação. A politicagem tradicional resistiu o quanto pôde a ponto de arriscarem – e perder as eleições - com as escrotas promessas e os mesmos acordos espúrios de bastidores para engabelar o eleitor, manter-se no poder e roubar-lhe novamente esperanças e o seu dinheiro. O PT, vejam só o cinismo, teve como slogan “Vamos ser felizes de novos” (sic). Logo ele que nos legou a tragédia que aí está provocada pela rapina continuada da Nação em conluio

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com a malta de marajás do funcionalismo, empresários corruptos que só sobrevivem à custa de dinheiro público e à escória política desse país. O novo governo recém-eleito não significa apenas a ruptura com um status quo do qual o País quer se livrar. Ele é a efetiva esperança da elevação dos padrões éticos, políticos, morais, sociais e econômicos dessa Nação, a sétima economia do mundo, para nos retirar do lamacento domínio petista que infelicitadamente nos dominou por mais de 13 anos. E começa bem. Justamente por onde o PT jamais quis: enxugando de verdade o governo e a máquina burocrática paquidérmica e inoperante, cortando benefícios fiscais de empresários e artistas apaniguados, combatendo a roubalheira desenfreada embutida nos contratos e nas verbas do Orçamento da União (fala-se em desvios médios da ordem de super fantásticos 30%!), promovendo as reformas da previdência, e certamente, embora ainda não anunciadas, as reformas fiscal, o restante da trabalhista e a política (que precisam de consenso), além mudar a divisão do bolo fiscal redirecionando recursos diretamente para Estados e municípios, onde tudo de fato acontece (com várias salvaguardas senão será tudo roubado de novo). E, sugere-se: que sejam retomadas rapidamente as mais de 7 mil obras paradas do governo federal. Além dos empregos gerados seriam 144 bilhões de reais que passariam a circular na economia, dando um refresco no quadro negro atual. O novo modelo pode ser sintetizado em uma frase lapidar do presidente eleito: mais Brasil, menos Brasília. Os brasileiros esperam que ele seja implacável no cumprimento dessa promessa. Não se espera, no entanto, que a oposição doentia do PT vá facilitar a vida dos brasileiros. Afinal eles sempre estiveram contra a Nação. Desde a não assinatura da atual Constituição, passando pela oposição ao Plano Real e desaguando na roubalheira desenfreada dos últimos anos. Será preciso isolá-los. Mais de uma década sob o governo vermelho que dividiu o País em “nós” e “eles” e cujos líderes nunca desceram do palanque foi o bastante para sabermos o mal que isso faz. Por fim, a chegada de Bolsonaro ao poder altera o eixo político do continente. Rota que precisa alcançar também as infelicitadas Venezuela, Bolívia e Nicarágua para livrar a América do Sul e Central da praga do bolivarianismo que nos infelicita há duas décadas. O novo governo brasileiro é depositário da enorme expectativa da Nação por melhores dias.


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Bolsonaro diz que governará ao lado da Constituição AGÊNCIA BRASIL

O

presidente eleito do País, Jair Bolsonaro (PSL), usou sua conta oficial no Facebook, que tem mais de 8 milhões de seguidores, para transmitir seu primeiro discurso após a vitória. Com mais de 97% das urnas apuradas, o pesselista obteve pouco mais de 55% dos votos válidos, contra 44% de Fernando Haddad (PT). Foram quase 8 minutos de pronunciamento na rede social, ao lado de sua esposa, Michele, e de uma tradutora de Libras (Língua Brasileira de Sinais). As imagens foram gravadas na casa do próprio candidato eleito. Sobre a mesa, havia exemplares da Bíblia, da Constituição e de um livro sobre o ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill, que liderou o Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, Bolsonaro fez uma referência religiosa e agradeceu aos médicos que cuidaram de sua saúde, após o atentando à faca que sofreu no dia 6 de setembro. “Fizemos uma campanha diferente das outras. Nossa bandeira e nosso slogan, fui buscar naquilo que muitos chamam de caixa de ferramentas para consertar o homem e a mulher: a Bíblia sagrada.” Ele lembrou que tomou a decisão de disputar a Presidência da República há quatro anos. “A verdade tem que começar a valer dentro dos lares, até o ponto mais alto, que é a Presidência da República. O povo, mais que o dever, tem o direito de saber o que acontece em seu País. Graças a Deus, essa verdade o povo entendeu perfeitamente. Alguém sem um grande partido, sem um fundo partidário, com grande parte da grande mídia o tempo todo criticando, colocando-me numa situação, muitas vezes, próximo a uma situação vexatória.” Sem fazer referência a Fernando Haddad, o presidente eleito falou que o País clamava por mudança e fez críticas à esquerda, prometendo governar sem indicações políticas. “Não podíamos mais continuar flertando com o socialismo, o comunismo e o extremismo da esquerda. (...) O que eu mais quero, seguindo o ensinamento de Deus, ao lado da Constituição brasileira, inspirando-se em grandes líderes mundiais e com uma boa assessoria técnica e profissional, isenta de indicações políticas de praxe, é começar a fazer um governo, a partir do ano que vem, que possa colocar o Brasil em um lugar de destaque”, afirmou. Bolsonaro disse ainda que terá governabilidade, “dado os contatos que fizemos ao longo dos últimos anos” e disse que “todos os compromissos assumidos com essas bandeiras serão cumpridos, com o povo em cada local do Brasil em que estive presente”.

ECONOMIA

O presidente eleito prometeu reduzir o tamanho do Estado. “O governo dará um passo atrás, reduzindo sua estrutura e cortando privilégios, para que a sociedade dê muitos passos à frente”. Ele afirmou que terá compromisso com o emprego, a renda e o equilíbrio fiscal. O pesselista defendeu o direito de propriedade e falou em “quebrar o ciclo vicioso do crescimento da dívida [pública]”. Ele disse que é preciso eliminar o deficit primário “o mais rápido possível e converter em superavit”.

POLÍTICA PRONUNCIAMENTO

Minutos depois, Bolsonaro falou em rede nacional, para emissoras de rádio e televisão do País. Antes de ler o discurso escrito, houve um rápido momento de oração, puxado pelo senador Magno Malta (PR-ES), integrante da bancada evangélica e aliado do presidente eleito. Nesse segundo pronunciamento, Bolsonaro voltou a agradecer a Deus e ao povo brasileiro e falou dos diversos compromissos assumidos. “O que ocorreu nas urnas não foi a vitória de um partido, mas a celebração de um País pela liberdade. O compromisso que assumimos foi fazer um governo decente. Nosso governo será formado por pessoas com o mesmo propósito de transformar nosso país em uma grande, livre e próspera nação. Trabalharemos dia e noite para isso”, afirmou. Em seguida, defendeu as liberdades de empreender, política, religiosa e de informar e ser informado. Bolsonaro disse que “não existem brasileiros do Sul e do Norte. Somos todos um só País, somos todos uma só nação”. Ao se dirigir aos jovens, ele disse que vai governar “com os olhos nas futuras gerações e não na próxima eleição”.

FEDERAÇÃO

Bolsonaro falou também em “desamarrar” o Brasil e disse que vai descentralizar a liberação de recursos para os municípios. “Os recursos federais irão diretamente do governo central para os estados e municípios. Precisamos de mais Brasil e menos Brasília.”

EXTERNA

Bolsonaro fez referência à política externa do País e disse que vai libertar o Itamaraty do que chamou de “viés de esquerda”: “O Brasil deixará de estar apartado das nações desenvolvidas”, afirmou. Ao ser questionado por um repórter que mensagem ele teria para o conjunto de eleitores, inclusive os que não o elegeram, Bolsonaro prometeu trabalhar pela pacificação do País. “Vamos pacificar o Brasil e, sob a Constituição e as leis, vamos construir uma grande nação”, afirmou.


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Jair Bolsonaro será o 38º presidente do Brasil

O

Brasil já teve 37 presidentes desde a proclamação da República, em novembro de 1889. Ao longo desse período, o País viveu uma breve experiência parlamentarista, na década de 1960, e dois governos de juntas provisórias, durante a Revolução de 1930 e na ditadura militar. “A história da nossa Presidência da República é de que temos pequenas ilhas de democracia em meio a uma grande quantidade de governos autoritários e não democráticos”, disse o professor de História da Universidade de Brasília (UnB) Mateus Torres. “Em um primeiro momento, foi uma república de elites, oligarcas e liberais, e as eleições eram fraudadas durante toda a República Velha (1889 a 1930). Depois, nós tivemos a Era Vargas, que foi uma ditadura, até 1945. Tivemos um breve período de democracia até o golpe de 1964, que foi até 1985, quando começamos a ter eleições novamente”, afirmou. A redemocratização do Brasil em 1985 ocorreu por meio de eleição indireta. Coube a um colégio eleitoral, formado por parlamentares, escolher o peemedebista Tancredo Neves, que, no entanto, morreu antes da posse. Em seu lugar, o vice José Sarney, também do PMDB, assumiu o posto de primeiro presidente da República após os 21 anos de ditadura militar. CONSTITUIÇÃO DE 1988 No governo Sarney, foi promulgada a nova Constituição Federal, em outubro de 1988, reconhecendo vários direitos sociais e proclamando princípios de equilíbrio

entre os poderes da República. Em 1989, Fernando Collor de Mello, do PRN, foi eleito presidente por voto direto. Seu governo, no entanto, não chegou ao fim: Collor renunciou ao cargo em 1992, em meio a um processo de impeachment. O vice Itamar Franco, do PMDB, completou o mandato até o início de 1995. Para o historiador Mateus Torres, o maior mérito do governo Itamar foi na economia. “O Itamar Franco resolveu no seu governo um problema estrutural da sociedade brasileira, que era a inflação. Com o Plano Real e sua equipe econômica, ele enfrenta esse problema e consegue resolver. Claro que tivemos um custo social bem grande, vários problemas de recessão e várias crises. Mas o fantasma da inflação alta não voltou ao Brasil como tínhamos antes”, declarou. O sucesso do Plano Real projetou o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, do PSDB: ele cumpriu dois mandatos sucessivos como presidente da República, até o início de 2003. Foi sucedido por Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que também teve dois mandatos, ocupando a Presidência da República até o início de 2011. “O período do governo Fernando Henrique – apesar de estarmos muitas vezes em crise, recessões e problemas econômicos – foi de estabilidade democrática. No governo Lula, tivemos o problema da crise aguda do mensalão. Como não chegou a atingir o presidente Lula, mas os assessores, foi um período de crise muito forte

que o presidente conseguiu negociar com o Congresso”, disse Mateus Torres. Ele lembra que as políticas sociais do governo Lula ajudaram a eleger a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. A primeira mulher na Presidência da República teve direito a dois mandatos, mas o último acabou interrompido após impeachment, em 2016. O vice

Michel Temer, do PMDB, cumpre o mandato até 1° de janeiro de 2019. PERSPECTIVA Para o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), que teve 11 mandatos na Câmara, passada a eleição, é hora de o País retomar o cotidiano, tendo a Constituição como base. “Há toda esta discussão

que antecede os momentos diretamente eleitorais, mas, depois, o País volta à sua rotina. No dia seguinte à eleição, o trabalhador continua pegando o seu trem, o desempregado continua procurando emprego, a dona de casa continua com os seus afazeres. Enfim, a vida continua. O que mudará é o titular da Presidência da República, que estará submetido à Constituição, assim como está qualquer membro da Câmara dos Deputados. Então, eu não percebo qualquer possibilidade de anomalia ou de ultrapassagem dos limites impostos pela Constituição”, afirmou. “Falando mais objetivamente, não há possibilidade de o Brasil viver outra ditadura. Não é exclusivamente pela existência de uma forte construção [democrática]. É porque existe uma população que já aprendeu a ir para a rua, é porque existem as redes sociais de mobilização, é porque existem relações internacionais. Os países importantes do mundo não se relacionam economicamente com ditaduras, e as sanções que seriam impostas ao Brasil seriam enormes. Então, acho que esse é o momento de não tirar a paz das pessoas e de não gerar aflição”, disse Miro Teixeira. Apesar de reconhecer a força do Poder Executivo, o historiador Mateus Torres afirma que, até pelo perfil mais conservador do novo Congresso Nacional, a tendência será de manutenção do poder de influência do Legislativo nas ações governistas, dentro do chamado “presidencialismo de coalizão”.


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MACEIÓ, ALAGOAS - 02 A 08 DE NOVEMBRO DE 2018

Presidente eleito diz ter sido “escolhido por Deus” SOFIA SEPRENY s.sepreny@gmail.com

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scolhido por Deus”, é desta maneira que o futuro presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL) nascido em ano de eleição, cristão e militar acredita que foi eleito. Ex-deputado federal, ele nasceu em uma cidade no interior de São Paulo,

chamada Glicério em 1955. No mesmo ano, o Movimento Militar Constitucionalista tentava criar condições para garantir a realização das eleições presidenciais articulada por oficiais do Exército, e depois da Marinha e da Aeronáutica. Aos 22 anos se formou como oficial na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), do Exército Brasileiro, em Resende, no Rio de Janeiro, e no curso de paraquedismo militar na Brigada Paraquedista do RJ. Aos 24 se casou com sua primeira esposa com quem teve os filhos Flávio, Carlos e Eduardo. Flávio Bolsonaro, 37, é senador pelo Rio de Janeiro. Carlos, 35, é vereador no Rio de Janeiro há 18 anos e Eduardo, 34, deputado federal por São Paulo com a maior votação da história. A família engajada politicamente tem seus diferentes estilos, e apesar da similaridade com pai tem distintas maneiras de atuação. Jair Bolsonaro também se formou em educação física na Escola de Educação Física do Exército em 1983. Começou suas polêmicas cedo, antes mesmo da vida política, ao publicar um artigo na revista Veja revelando que o desligamento de cadetes das Agulhas Negras era por baixo salário e não por indisciplina. Após isso, ele foi punido e preso por 15 dias por “transgressão grave”. Depois da primeira polêmica, o parlamentar foi acusado de elaborar plano que previa a explosão de bombas em unidades militares do Rio para pressionar superiores. No entanto, depois de protocolar sua defesa no STM (Superior Tribunal Militar), ele foi considerado inocente das acusações. Depois das “confusões” na carreira militar, em 1988 Jair Bolsonaro mergulha na vida política e se elege vereador pelo Rio de Janeiro com o Partido Democrata Cristão. Ele foi eleito com 11.062 votos. Dois anos depois concorreu ao Legislativo como deputado federal também pelo PDC e foi eleito com 7.674 votos Suas contradições na política foram notórias após votar a favor da abertura de processo de impeachment do presidente da República, Fernando Collor de Melo, pois poucos anos antes, enquanto vereador, defendeu o então presidente. Em 1993 Jair funda o Partido

Progressista Reformador (PPR), fusão entre o Partido Democrático Social (PDS) e PDC para unir a relevância dos dois partidos. O PDS no Centro-Sul do país e o PDC na Amazônia e no Nordeste. Como carro chefe da campanha para reeleição em 1994, o deputado federal tinha a luta pela melhoria salarial para os militares, fim da estabilidade dos servidores, defesa do controle de natalidade e a revisão da área dos índios ianomâmis. Ele foi reeleito com 135 mil votos. Em 1998 nasceu seu 4º filho homem, fruto de uma união estável com Ana Cristina Siqueira Valle. No mesmo ano protagonizou a polêmica candidatura para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. À época, a sociedade o acusava de envolvimento com responsáveis por violação dos direitos humanos. Nas eleições seguintes de 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014 Jair Bolsonaro recebeu mais uma vez a confiança dos seus eleitores com 102.893 votos, 88.945 votos, 99.700 votos, 120.646 votos e 464 mil votos, respectivamente. Sendo em 2014 o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro. Em 2006, em seu quinto mandato, chegou a assumir a titularidade das comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania, de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Entre mudanças de partidos como do PPB (Partido Progressista Brasileiro) para PDB (Partido da Democracia Brasileira), PDB para PFL (Partido da Frente Liberal), PFL para Partido Progressista (PP), do PP migrou para o PSC (Partido Social Cristão) e, finalmente ao PSL (Partido Social Liberal), Bolsonaro continuou chamando atenção por suas declarações polêmicas. Em 2003 durante discussão sobre a maioridade penal, foi chamado de estuprador pela deputada Maria do Rosário (PT-RS), e respondeu que jamais a estupraria “porque ela não merece”. Em 2014, quase 11 anos depois, ele repetiu a mesma frase para a deputada. Casado novamente em 2013, desta vez com Michelle de Paula Firmo Reinaldo. Com ela, ele tem sua filha mais nova, única mulher herdeira de Jair. Ela foi o motivo de muitas críticas pela declaração do presidente ao dizer que “ter tido uma filha mulher, depois de ter quatro homens, foi fruto de uma fraquejada”. Agora eleito e divisor de opiniões, não se pode negar: Diferente de outros protagonistas do executivo do país, o capitão reformado do Exército é singular. Além de primeiro militar eleito depois da ditadura, ele é o único presidente na história do país escolhido democraticamente sem antes nunca ter ocupado nenhum cargo no executivo.


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Saiba quem integra a equipe de transição da área econômica PAULO GUEDES – PHD pela Universidade de Chicago, um dos fundadores do banco Pactual. Futuro ministro da Economia. ADOLFO SACHSIDA – Doutor em economia pela Universidade de Brasília e pósdoutor pela Universidade do a Alabama. É pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Tem vários artigos publicados na área econômica. CARLOS DA COSTA – Foi diretor de planejamento, crédito e tecnologia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Antes disso, presidiu o Instituto de Performance e Liderança, foi executivo residente no JP Morgan e sócio-diretor do Ibmec Educacional. Atuou como consultor em empresas e programas de governo, em especial nas áreas relacionadas a desenvolvimento, produtividade e mercado de capitais. Mestre e PHD pela UCLA, economista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). MARCOS CINTRA – Possui graduação em economia pela Harvard College, mestrado e metrado em planejamento regional na mesma universidade. Atualmente é professor titular e vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas. Já foi Secretário de Planejamento do Município de São Paulo, vereador e deputado federal, com experiência na área econômica, com ênfase em política tributária. ABRAHAM WEINTRAUB – Trabalhou na iniciativa privada, no Banco Votorantim por 18 anos onde foi economistachefe e diretor. ARTHUR WEINTRAUB – É formado em direito pela USP.

Superministério vai abarcar área de infraestrutura Paulo Guedes vai assumir comando da área econômica do novo governo

Especializado em previdência com 14 livros publicados. HUSSEIN KALOUT – Secretário especial de assuntos estratégicos do atual governo, cientista político, professor de relações internacionais e pesquisador licenciado de Harvard. Na administração pública foi secretário de relações internacionais do Superior Tribunal de Justiça (STJ), consultor das Nações Unidas, secretário-geral da Comissão conjunta de Poderes Judiciários de America Latina, Caribe e União Europeia. ROBERTO CASTELLO BRANCO – Doutor em econo-

mia pela FGV e pós-outorado na mesma área pela Universidade de Chicago. Foi professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Presidente Executivo do IBMEC, diretor do Banco Central, Economista chefe da Vale do Rio Doce. WALDERY RODRIGUES JUNIOR – Doutor em economia, tem graduação em engenharia pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Fez mestrado em economia na Universidade de Michigan e doutorado pela Universidade de Brasília. É coordenador-geral na Secretaria de Política Econômica (SPE).

CONGRESSO EM FOCO Por Sylvio Costa e Edson Sardinha

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) vai unificar toda a área de infraestrutura em um superministério vinculado à Presidência da República. O guardachuva, batizado até o momento de Órgão Central de Infraestrutura Nacional (Ocin), abrigará todo o setor, incluindo mineração, energia, petróleo e gás, saneamento, telecomunicações, transportes (rodoviário, ferroviário, aéreo, portuário e hidroviário) e mobilidade urbana. Esses setores estão hoje sob a alçada dos ministérios de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia e Cidades. Haverá ainda na Ocin um braço de articulação para a área ambiental e regulatória. A ideia é ter, junto ao Palácio do Planalto, uma autoridade forte para lidar com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria Geral da União (CGU) e outros órgãos de controle para acelerar o licenciamento ambiental de projetos e encurtar prazos para implementação de ações.

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“Estado não será prejudicado por oposição durante campanha” Bruno Fernandes

RENAN FILHO APOIOU CANDIDATO DERROTADO DO PT E SENADOR CALHEIROS MONTA OPOSIÇÃO A BOLSONARO EM BRASÍLIA BRUNO FERNANDES Estagiário sob supervisão da Redação

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assado o calor das eleições, chegou a hora de questionar como ficará o estado de Alagoas visto pelos “olhos” do governo que passará a ter como presidente Jair Bolsonaro (PSL). O governador reeleito por Alagoas, Renan Filho (MDB), e seu pai o senador também reeleito Renan Calheiros (MDB), declararam ao longo de suas campanhas total oposição ao presidente que irá assumir o cargo no primeiro dia de 2019. De acordo com a revista IstoÉ, o ex-presidente Lula, preso em Curitiba há sete meses, teria pedido a Renan Calheiros para negociar com Fernando Collor (PTC) e fazê-lo desistir da disputa ao governo de Alagoas contra Renan Filho evitando assim um possível 2º turno. A estratégia seria para que após o 1º turno, Renanzinho pudesse se dedicar exclusivamente à campanha de Fernando Haddad no 2º turno, fato que aconteceu, mas não surtiu efeito mesmo o PT saindo vitorioso em Alagoas. Segundo informações dos bastidores da política, Renan Calheiros pretende se eleger presidente do Senado para se posicionar como oposição a Jair Bolsonaro. Para isso, contará com todos os votos de senadores do PT e do PSDB.

Durante entrevista coletiva realizada na última segunda-feira, 29, após eleição ocorrida no domingo, 28, a cúpula do PSL em Alagoas formada pelo deputado estadual eleito e policial militar Cabo Bebeto, o policial federal e presidente do partido no estado Flávio Moreno e pelo candidato derrotado ao governo do Estado, Josan Leite - destacou que o presidente Jair Bolsonaro irá governar para todos os brasileiros. “independente de governo, prefeitura ou político, já estamos articulando e discutindo nacionalmente o que Alagoas precisa, e sabemos que existem projetos para o estado, independentemente de partido ou oposição” explicou Flávio Moreno. Questionado acerca da relação entre o governo federal e o governador Renan Filho, que apoiou o candidato Fernando Haddad (PT), Cabo Bebeto respondeu:

Segundo informações dos bastidores da política, Renan Calheiros pretende se eleger presidente do Senado para se posicionar como oposição a Jair Bolsonaro. Para isso, contará com todos os votos de senadores do PT e do PSDB

Calheiros fará oposição a Jair Bolsonaro no Senado; Renan Filho fez campanha pró-Haddad

“Bolsonaro é patriota, não vai culpar um estado pelo gestor que ele tem. Já conversei com o governador e disse que o momento agora é de zerar tudo, por maior que tenha sido o desgaste. Não queremos alimentar diferenças entre os governos federal e estadual”. Sobre o Congresso Nacional, o deputado estadual eleito lembrou que os políticos viram, nessa eleição, o que o povo quer e não cabe mais a política que vinha sendo adotada até o momento: “O Congresso vai ter que trabalhar diferente”.

Flávio Moreno completou que o presidente eleito já conta com uma bancada de cerca de 200 parlamentares, afirmou que Bolsonaro tem a maioria do Congresso Nacional e analisou que esse apoio, tanto no Senado quanto na Câmara, deve crescer. Perguntado sobre a oposição que o senador reeleito Renan Calheiros anunciou que faria, o presidente do PSL classificou a possibilidade de “natural”: “Será tratado como oposicionista dentro de uma democracia. Se Renan Calheiros for para oposição será enfrentado da

forma como são enfrentadas as oposições, no plenário, nas votações”. Josan Leite completou dizendo que “quem conhece bem a fama de Renan Calheiros na política, sabe que ele não ficará na oposição ao governo por muito tempo”, destacando o fim da era “do toma lá, dá cá” e enfatizou que, em Maceió e no estado, Bolsonaro obteve os maiores percentuais de votos do Nordeste, única região do país onde o deputado federal não saiu vitorioso no primeiro e no segundo turnos da eleição.


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Rui aposta em crescimento econômico no novo governo JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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ara o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, a retomada do crescimento econômico é uma das maiores expectativas para com o novo presidente da República. Palmeira destaca que Maceió, assim como vários municípios brasileiros, tem sofrido com a redução de investimentos federais em áreas essenciais, como educação, saúde e infraestrutura, o que gera menos qualidade dos serviços e também desemprego. “A União vem reduzindo o financiamento federal, obrigando os municípios a gastarem mais de suas receitas próprias para manter os serviços essenciais e estrangulando as contas públicas, que ficam cada vez mais aper-

tadas para fazer melhorias e investimentos nas cidades”, analisa Palmeira, que é também vice-presidente de Reforma Tributária da Frente Nacional dos Prefeitos (FPN). Palmeira destaca ainda que na agenda da FNP, a recomposição de perdas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a revisão das regras de financiamento e também de refinanciamento de dívidas tributárias, estão entre as principais demandas das cidades junto ao governo federal. “Maceió, por exemplo, tem buscado recursos fora do Brasil para conseguir tocar obras de infraestrutura necessárias para cidade e tem esbarrado em muitas dificuldades. Facilitar esse acesso a novos financiamentos é também uma forma do novo governo federal ajudar no crescimento dos municí-

pios”, considerou. Para Rui Palmeira, como os municípios são os maiores executores das obras federais, investimentos em áreas estruturantes, como habitação popular, saneamento e mobilidade urbana são de grande relevância, não apenas para melhorar as condições de vida da população, como também a geração de empregos. Outro aspecto destacado pelo prefeito de Maceió são os investimentos na Saúde e Educação públicas, que precisam ser priorizados. “Precisamos manter o funcionamento de unidades de saúde e as crianças em sala de aula. Estamos fazendo tudo o que é possível, mas nossos recursos são limitados. Por isso, a liberação de verbas federais para estas áreas é fundamental”, finali-

Rui Palmeira defende que Bolsonaro recomponha perdas do FPM

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Alagoas precisa se integrar ao Brasil moderno ECONOMISTA DIZ QUE ALAGOANO DEVE ABANDONAR DISCURSO DE ESTADO PEQUENO E POBRE PARA CONSEGUIR RECURSOS MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que obteve 55% dos votos válidos no segundo turno, contou com o apoio explícito de 15 dos 27 governadores vitoriosos nas eleições deste ano. Porém, no Nordeste, nenhum governador apoiou o capitão reformado do Exército. E neste cenário de oposição, o EXTRA consultou o professor e economista Edimilson Veras para saber como ficará a situação de Alagoas com o futuro governo federal. Segundo Veras, Alagoas precisa se integrar ao Brasil moderno e abandonar o argumento de estado pequeno e “pobrezinho” para conseguir recursos. O especialista argumenta que a situação do Nordeste, inclusive de Alagoas, não é confortável, mas também não é desesperadora. Para ele, é politicamente inimaginável um presidente da República discriminar uma região que abriga 27% da população e 13,6 % do PIB do Brasil. Além do que, o Congresso Nacional é formado por 178 (30%) parlamentares da região. Veras ensina que no caso específico de Alagoas cabe ao atual governo estadual e prefeitos municipais, bem como ao setor privado, apresentarem projetos economicamente e socialmente viáveis aos agentes financiadores públicos e privados.

Abandonar, de fato, o argumento de estado pequeno e “pobrezinho” com o objetivo de angariar recursos. Ao traçar uma radiografia de Alagoas antes e de como irá se portar como oposição, Veras disse que historicamente qualquer indicador do qual se lance mão o estado se coloca em último ou penúltimo lugar. Tomando por base o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano que varia de 0 a 1) Alagoas ocupa o último lugar, 0,631, bem abaixo do Distrito Federal que alcançou 0,824. Em relação à educação, o Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico) o ensino fundamental está abaixo de 5 e o ensino médio situase em 3,3. “Isto evidencia o quanto estamos atrasados mesmo em relação a região mais pobre do país que é o Nordeste”, comparou. Edimilson Veras afirmou, ainda, que não existe mágica para ultrapassarmos o estágio de renda baixa e concentrada. E que é preciso “revolucionar” o setor público e privado na direção do capitalismo do século XXI, onde o persistente aumento de produtividade total dos fatores é fundamental, isto é, produzir mais com os mesmos recursos. De acordo com o especialista, há dezenas de anos estudos sérios e recorrentes têm demonstrado que a produtividade é o fator determinante para o sucesso eco-

Edimilson Veras diz que Alagoas precisa pensar grande e se integrar ao Brasil

nômico de países e regiões. Ao decompor o PIB entre contribuições dos insumos – capital humano e físico – e acerca da eficiência com que estes são combinados – a produtividade total dos fatores (PTF) mostra que o processo de desenvolvimento humano está fortemente relacionado com a forma como esses insumos são combinados, sem se esquecer das tecnologias adota-

das, do ambiente institucional e das falhas de mercado. Veras ameniza ao afirmar que não sabe se existe uma política deliberada de manutenção da miséria, mas acredita que existem políticos populistas, tanto à esquerda como à direita, que quando governantes se utilizam de recursos públicos no atendimento das necessidades imediatas da população com o objetivo de angariar apoio po-

pular. Além disso, outra característica do líder populista é a capacidade de incutir na mente dos seus liderados que é capaz de resolver todos os problemas que afetam um estado, região ou país e que resvalam na população mais pobre. “O melhor remédio para isso é transformar a maior parte das políticas socioeconômicas em política de Estado e não de governo”, ensinou o professor. ACIMA DA POLÍTICA A vitória de Jair Bolsonaro traz para os seus eleitores a esperança de um país mais estável e seguro, principalmente em relação à economia e à segurança. Diante do novo e da incerteza, Veras diz que as divergências devem ficar de lado e que o cidadão deve estar acima da política. Porém, o PT venceu praticamente em todas as pequenas e mais pobres cidades do Brasil e o capitão ganhou em 97% das mais ricas. Segundo Edimilson Veras, para entender essa situação é preciso decompor os votos recebidos pelo candidato Fernando Haddad. É que, disse, uma parte dos votos no PT foi efetivamente de eleitores petistas e a outra parte constituída de votos anti-Bolsonaro. Apesar disso, não se pode esquecer que parte importante dos programas sociais - como o Bolsa Família e aposentadoria rural, tidos como criados pelo PT - têm suas clientelas no Nordeste e sobretudo nas cidades mais pobres. Por outro lado, argumentou, Veras, o Sul, Sudeste e Centro-Oeste têm parte da sua economia de uma forma ou de outra ligada ao agronegócio. Além do mais, o maior colégio eleitoral do País, São Paulo, sempre foi reduto de não petistas.


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ECONOMIA pronta para crescer

ELIAS FRAGOSO

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Brasil acaba de dar uma guinada política de 360 graus em relação ao modelo petista que conduziu o país à falência nesses últimos 13 anos. Agora que a mudança política se deu é questão de tempo romper com as amarras impostas pelo Petismo ao nosso desenvolvimento. É fato que estamos no epicentro de uma enorme crise econômica mas, uma frase clássica bem pode caracterizar o momento: de toda crise, surgem inúmeras oportunidades. E é justamente essa virada de orientação política que nos permite avaliar estar o país pronto para voltar brevemente a crescer na faixa de 3% ao ano. E não

mais será porque, dentre outras variáveis, nossa mão de obra é despreparada e nosso parque industrial atrasado tecnologicamente. O trabalho na área econômica deve se pautar em três pilares: as reformas macroeconômicas (previdência, política, fiscal e o restante da trabalhista) para que ao cabo do primeiro ano de governo esse passivo esteja resolvido; as reformas microeconômicas para recriar o ambiente de negócios adequado para as empresas operar e; a reforma do Estado, talvez a que menos se dá visibilidade, mas certamen-

te vital para os resultados esperados desse governo. É ela que pode assegurar resultados palpáveis quase de curto prazo. É preciso cuidar da “cozinha”, pois é lá que a corrupção e o corporativismo estatal se entrelaçam para se apropriarem do Estado em benefício próprio e em detrimento dos mais de 204 milhões de brasileiros. A reforma do Estado deve preconizar drásticas mudanças e forte redução da máquina estatal, máxima transferência de responsabilidades para a iniciativa privada (no que couber), corte geral de benefícios e rígido controle do corporativismo estatal e de suas tentati-

vas “legais” de apropriação do que é de todos, mudança radical no modelo de Orçamento e de execução orçamentária, sem o que nada do que está sendo proposto será concretizado (descupinizando-o e libertando-o das amarras atuais), uma nova agenda de Estado capaz de privilegiar resultados, rígido controle da máquina perdulária e corrupta para assegurar a chegada de 75% do dinheiro na ponta (ou seja, em serviços de qualidade ao cidadão), eliminação sumária de benefícios fiscais comprovadamente inócuos, fruto de corrupção ou desnecessários (estima-se que cerca de 30% estão nessas categorias), são dentre outras medidas, ações que devem ser contempladas

pelo novo governo. O mercado aguarda por sinalizações mais claras (que agora devem começar a surgir) para se posicionar. Mas está otimista. O dólar inclusive já baixou aos patamares normais. O novo governo precisa nos próximos 15 dias sinalizar o que fará nos 100 primeiros dias e apresentar uma primeira aproximação da agenda de reformas e ações para os próximos 4 anos. Não pode demorar muito. Nem precisa. Sabemos o que precisa ser rapidamente desfeito e o que precisa ser reconstruído. Trabalho hercúleo. A “economia criativa” do PT acabou com o país e as instituições. Que precisam ser reconstruídas. É preciso dar respostas ao povo que ainda não entende claramente que quando o governo cede a pressões corruptas ou benesses setoriais é ele que está perdendo. Em serviços, em segurança para suas vidas, pela falta de saúde, educação ou estradas de qualidade. O modelo ora praticado retira a possibilidade de construirmos um país melhor e mais igualitário para todos. Hora de mudar.


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FÁTIMA CANUTO É ELEITA PARA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

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Advogada conquistou a confiança de mais de 37 mil eleitores

empre engajada em questões políticas e sociais, a advogada Fátima Canuto garantiu uma vaga de deputada estadual na Assembleia Legislativa de Alagoas. Eleita com 37.151 votos, ela garante que fará o possível para melhorar a saúde no estado e a vida da população em geral. “É muito gratificante poder representar o povo de Alagoas. Pretendo criar e expandir projetos de sucesso já realizados em prol da sociedade, a exemplo do ‘Saúde Vai Até Você’, de Pilar, onde um ônibus itinerante disponibiliza exames de mamografia para ajudar ainda mais a prevenção ao câncer de mama, e outros atendimentos gratuitamente em todo o estado”, destacou Fátima Canuto que tem como objetivo disponibilizar o acesso à saúde para todos. Há mais de 20 anos como voluntária da Rede Feminina de Combate ao Câncer, a deputada eleita tem voz ativa e é referência no tema. Fátima foi quatro vezes presidente estadual da instituição e tem ampla experiência na área de saúde. Fátima Canuto planeja ainda o fortalecimento da agricultura familiar, qualificação da mão de obra e melhoria da educação. A futura parlamentar vê na política um instrumento de mudança e melhorias na vida da sociedade. “É um senso de responsabilidade muito grande. É preciso muito

comprometimento, principalmente para mostrar que a política do bem pode ser um instrumento de transformação na vida das pessoas”, frisou. Depois de ter percorrido mais de 18 mil km pelos quatro cantos de Alagoas, a deputada eleita afirma estar preparada para assumir com responsabilidade e dignidade um mandato limpo, com propostas e projetos de contribuição para a população alagoana como um todo. “Faremos o melhor que pudermos; o povo alagoano pode ter certeza que darei o meu melhor, e que pretendo corresponder a todas as expectativas depositadas em mim para mudanças positivas”, finalizou.


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Marcelo Victor tem 15 votos para comandar Assembleia

LIDERANÇA NO LEGISLATIVO OLAVO É CONVENCIDO A ENTRAR NA DISPUTA MAS RESISTE; RENAN FILHO TENTA COMPOSIÇÃO ODILON RIOS Especial para o EXTRA

Marcelo Victor é forte candidato a assumir presidência da Assembleia

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os mais próximos, o deputado estadual Marcelo Victor (SD) repete: não é candidato a presidente da Assembleia Legislativa. A estratégia, porém, é conhecida. Marcelo pretende ser conduzido à direção do legislativo estadual mais pelo consenso e sem abrir feridas nas relações com o governador Renan Filho (MDB). Diz que não é candidato mas nunca falou que jamais seria. Eis a diferença nos discursos e no tom das conversas. Porém, até agora, Victor é o candidato mais forte a ocupar o posto de comandante da Casa de Tavares Bastos em 2019. Faz questão de dizer que tem 15 votos. Precisa, no mínimo, de 14. Vai conquistando os deputados aos poucos. A jovem Cibele Moura (PSDB), filha do colecionador de prefeituras na região norte alagoana Abrahão Moura, foi vista nos corredores da Casa, conhecendo as instalações ao lado de Marcelo Victor. Fez questão de ajudá -la a escolher o melhor gabinete- claro, que não seja o do presidente, aquele que Marcelo pretende ocupar a partir de fevereiro de 2019. Paulo Dantas (MDB), filho do atual presidente, Luiz Dantas (MDB), também disse seu voto: vai de Marcelo Victor, uma atitude surpreendente: há dois anos, as câmeras da TV Assembleia mostravam cenas de tensão entre o pai de Dantas e Marcelo, em torno das discussões pela principal cadeira da Casa. Dantas-pai sugeriu adiar a eleição para os demais cargos na Mesa Diretora- menos a do presidente. Victor brandiu ódio. Foi aos microfones e usou uma linguagem vista por todos como uma ameaça. O deputado falou que “daria a própria vida” contra o adiamento. E sentenciou: “Não faça isso não senhor presidente, não assassine politicamente a nossa convivência. Eu lhe confesso que não é e nunca será do meu interesse

trazer para essa Casa momentos de dificuldades, reeditar momentos completamente difíceis, mas essa derrota, essa imposição senhor presidente, eu darei a minha vida, a minha vida, para evitar que ela aconteça”.

Dois anos depois, Marcelo e Paulo Dantas estão juntos

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ão é amizade, mas pragmatismo. Paulo também teme que as investigações em torno dos assassinatos dos vereadores de Batalha, Neguinho Boiadeiro (em 9/11/2017) e Tony Pretinho (15/12/2017) envolvam, direta ou indiretamente, os Dantas e Marcelo Victor é visto na Assembleia como alguém que ótimas relações nos três poderes mais Ministério Público e Tribunal de Contas. O governador busca uma composição para evitar problemas na estrada eleitoral de Renan Filho

em 2022, quando o chefe do Executivo estadual deixa a administração para disputar, com Fernando Collor (PTC), a vaga do Senado Federal em Brasília, hoje com o ex-presidente da República. É um jogo duro- e mais duro ainda se Marcelo for um inimigo declarado do Palácio República dos Palmares ou alguém poderoso demais, a ponto de melar as articulações. Nem tudo, porém, está definido nos caminhos do parlamentar e sua busca por mais poder. Olavo Calheiros (MDB) ainda pode virar candidato a presidente da Assembleia, ainda mais agora que Paulo Dantas declarou seu voto a Marcelo Victor. Olavo irritou-se por causa de sua longeva ligação com Luiz Dantas, desde os tempos em que ambos eram deputados federais. “São amigos de tudo, da mesa de bar ao jogo de cartas”, explica um assembleiano que conhece bastante os dois. Irritado, Olavo deve ser convencido por palacianos a evitar discursos duros na Assembleia. Ao

mesmo tempo, está próximo de desistir da disputa pela cadeira marrom da Assembleia. Olavo tem pouco trânsito entre os deputados, que reclamam em privado do Governo por não saciar a fome e sede por cargos no Executivo e é um dos parlamentares mais faltosos. Tudo isso contribui para afastá-lo das composições da futura Mesa Diretora. Existem votos pouco certos. O do ex-presidente da Assembleia, Antônio Albuquerque (PTB), é um deles. “Albuquerque sabe que nunca mais vai disputar e ganhar a presidência da Assembleia e claro que ele não gosta quando um deputado como Marcelo Victor mostra unidade e articulação para alcançar isso”, explica um assembleiano. A lembrança é dura para AA. Nas investigações da Operação Taturana, da Polícia Federal, ele é citado (junto ao ex-deputado Celso Luiz) como líder da organização criminosa que desviou R$ 300 milhões (valores até 2007) da Assembleia. Mesmo sucessivamente reeleito com votações expressivas a depu-


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Comerciantes querem saber onde Prefeitura investiu R$ 300 mil

MERCADO DE ARAPIRACA ORDEM DE SERVIÇO DA OBRA QUE JÁ DEVERIA TER SIDO CONCLUÍDA FOI ASSINADA EM MAIO Mercado funciona há 17 anos e nos últimos tempos vem perdendo clientes por falta de condições de funcionamento

MARIA SALÉSIA sallesia@hotmail.com

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reforma no Mercado Público de Arapiraca é alvo de polêmica e tem dado o que falar. A demora na conclusão da obra levou Wilison Timóteo dos Santos, em nome dos permissionários, a protocolar na semana passada denúncia junto ao Ministério Público Estadual, onde relata más condições físicas do Mercado, que se encontra em situação de abandono, e o descaso por parte do Município. No documento, foram anexadas imagens mostrando a precariedade do local. Permissionários e clientes reclamam da falta de estrutura e de higiene e querem saber, ainda, onde foram parar os R$ 300 mil

direcionados à melhoria do lugar. Em maio deste ano o prefeito Rogério Teófilo (PSDB) assinou uma ordem de serviço para o início das obras de melhorias do local, orçada em R$ 300 mil. O recurso contemplaria a parte hidráulica, elétrica, pintura, recuperação do piso, revestimento das bancas e reforma dos banheiros. Porém, seis meses depois, praticamente nada foi feito. O prazo para a conclusão dos trabalhos foi estipulado em 120 dias, ou seja, a obra já deveria estar concluída em meados de setembro. Segundo trabalhadores do local, apenas algumas estruturas metálicas foram pintadas e atualmente não há registro de homens trabalhando por lá.

De acordo com o comerciante de carne suína Luiz Paulo, conhecido como Duda do Porco, a Prefeitura precisa justificar onde investiu os R$ 300 mil direcionados à melhoria do Mercado Público de Arapiraca. “Precisamos saber o que o prefeito Rogério Teófilo fez com os R$ 300 mil, pois continuamos sem as mínimas condições de trabalho”, criticou o permissionário. Outra reclamação de usuários e comerciantes é que o mercado, que funciona há 17 anos no centro de Arapiraca, a cada dia vem perdendo clientes por conta da sujeira e das más condições físicas. Uma das áreas mais problemáticas é o setor de carne e pescados, onde o mau cheiro predomina devido ao acúmulo de água suja

que não tem o escoamento adequado. Os banheiros também são uma ameaça à saúde pública para usuários do local, além do que, toda vez que chove, o Mercado fica inundado e o lixo produzido diariamente é depositado em contêineres expostos a céu aberto, contribuindo para a proliferação de moscas, ratos, além do forte odor. “Muitos arapiraquenses estão deixando de frequentar o Mercado Público por conta da sujeira e da desorganização. Aqui trabalham pais e mães de família que sobrevivem do que comercializam. Ultimamente as vendas estão caindo pelo fato de as pessoas deixarem de frequentar o local”, reclamou o comerciante Lindomar Jovêncio da Silva.

Muitos arapiraquenses estão deixando de frequentar o Mercado Público por conta da sujeira e da desorganização. Aqui trabalham pais e mães de família que sobrevivem do que comercializam. LINDOIMAR JOVÊNCIO Comerciante


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Lixo é depositado em contêineres expostos a céu aberto; situação dos banheiros ameaçam saúde pública

Sujeira, insetos e lixo dividem espaço com comerciantes e pessoas que frequentam o Mercado Público de Arapiraca

O QUE DIZ A PREFEITURA Procurada pelo EXTRA para se posicionar quanto à denúncia, a Prefeitura Municipal de Arapiraca enviou a seguinte nota: Sobre a obra de manutenção do Mercado Público, a Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria Municipal de Infraestrutura, esclarece que o local encontrava-se em estado de precaridade e, após vistorias técnicas realizadas, foi detectado que a estrutura metálica da coberta estava deteriorada, apresentando áreas de corrosão. Além disso, também foram verificados problemas na rede elétrica, na rede de esgoto, pisos, banheiro, câmara frigorífica e outros. A obra tem sido executada dentro de um contexto atípico, uma vez que o Mercado Público permanece em funcionamento durante todo o dia. Para não prejudicar os comerciantes e clientes que visitam diariamente o local, foram

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adotadas escalas noturnas, o que reduz a produtividade da empresa contratada. Com o objetivo de atender as solicitações dos comerciantes do mercado, foi realizada uma revisão dos projetos e do orçamento inicial, onde foi constatada a necessidade de inserção de outros serviços também indispensáveis para o bom funcionamento do Mercado Público, como reparos no reboco, substituição de telhas translúcidas e peças de PVC da fachada, além de melhorias no acondicionamento e reparo da rede externa coletora de esgoto e na rede de drenagem, execução do sistema de aterramento, melhorias no revestimento do piso dos banheiros e substituição de portas danificadas. Tal aditivo é necessário para dar continuidade à obra. Vale ressaltar, porém, que a Prefeitura de Arapiraca está empenhada para que todos os serviços sejam concluídos o mais breve possível, sem causar transtornos para comerciantes e clientes.


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Será?

SAÚDE MENTAL

Na dor aprende-se mais do que com o amor?

arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Resiliência e a nova pessoa

Depois das eleições presidenciais, duas palavras estão presentes nas redes sociais: resistência e retrocesso. Por que será? Há um sentimento de perda? Há um sentimento de aversão ao que está por vir? Será que na dor se aprende mais do que com o amor? Pois bem, resiliência apresenta-se como um sinal de saúde mental, apesar das adversidades que a pessoa está enfrentando ou poderá enfrentar. É fácil? Não. Pelo contrário, mas é a opção para sobrevivência. Assim é o ser humano.

Resiliência e a nova pessoa II

Assim como na dor se aprende, assim também é no amor. Por isso a importância da resiliência e também da resistência para sobreviver diante das “mudanças” que podem ser maléficas e também benéficas, depende de como cada indivíduo se vê diante das oportunidades que serão oferecidas. Resiliência é, portanto, a adaptação, bem-sucedida, a uma situação adversa, seja ela qual for. Cada pessoa reage à sua maneira. Não existe uma fórmula pronta. Alguns conseguem em pouco tempo e outros não. A Física indica como a resiliência funciona: “capacidade elástica que certos corpos têm de voltarem ao estado anterior após sofrerem uma deformação”. Não concordo, mesmo sendo na física. O corpo modifica. Jamais um corpo ou uma pessoa será a mesma. Será sempre um novo corpo-físico; uma nova pessoa.

Adversidades

Quem não tem adversidades para enfrentar no dia a dia que jogue a primeira pedra. Bom, não conheço ninguém que tenha jogado. Todos, mas todos têm alguma adversidade para enfrentar, seja rico ou pobre, ou de qualquer raça. A adversidade é multifatorial e é, muitas vezes, subjetiva. As adversidades e os fatores de risco em que a pessoa está inserida podem contribuir para o surgimento de psicopatologias, causando prejuízos ao desenvolvimento dela. Daí a importância de se buscar ajuda quando as adversidades se tornam intransponíveis.

(Arnaldo Santtos)

Resiliência III

Resiliência

A resiliência está relacionada a vários aspectos individuais, associados à genética, idade, fase do desenvolvimento, sexo, experiência ou histórico de vida. Esses fatores vão indicar se a pessoa vai ou não tomar um rumo mais adequado. Ela pode ser definida como a adaptação pessoal, bem-sucedida, a uma situação adversa, ou, várias situações ao mesmo tempo. Nesse processo podem estar presentes, com mais intensidade ou não, os aspectos intrapsíquicos (experiência de vida) ou os aspectos externos como o meio social e também o afetivo.

Resiliência II

Alguns amigos e familiares já estão postando nas redes sociais que ‘Vamos deixar de falar em política, vamos colocar coisas que possamos crescer ou discursos científicos’. Por que será que isso já está sendo postado nas redes sociais? Já é sinal de dor ou resiliência? O que se está vislumbrando? Já está havendo uma percepção de que haverá bastante resiliência para se adaptar a situações nefastas? As respostas ainda são precoces, mas já podemos assegurar que as mudanças precisarão de muita resiliência, pelo menos é o que se apresenta.

Assim, a resiliência não é algo conceitual pronto e sim um processo no qual toda a pessoa reage a seu próprio modo, dependendo de suas relações, seja social (escola, trabalho, entre outras) como também afetiva, principalmente onde ela foi “formada”, ou seja, no ambiente familiar. A resiliência, assim, é a capacidade de uma pessoa em recuperar, facilmente, ou se adaptar às mudanças. Muitas conseguem rápido, outras não. As que não conseguem, nada mais prudente do que procurar a ajuda de profissional psicólogo.

AP

Alienação Parental (AP) é o ato de induzir a criança ou o adolescente a rejeitar o pai ou a mãe com esquivas, mensagens difamatórias, até o ódio ou acusações de abuso sexual. De acordo com a Lei 12.318 - 26 de agosto de 2010, no seu artigo segundo: “Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com

este” (sublinhamento meu) Em outras palavras, é tornar o outro ou a outra pessoa fora de si, sem consciência. “Os alienados” são caracterizados como aqueles a quem falta o pleno domínio das faculdades mentais.

SAP

De acordo com o IBGE, 80% dos filhos de pais separados sofrem com chantagens emocionais dos genitores, isto é, são submetidOs à alienação parental. No Brasil são 20 milhões de vítimas. E o que isso representa para a criança ou o adolescente? Síndrome da Alienação Parental (SAP) é um conjunto de sinais/ sintomas que a criança ou adolescente pode vir a apresentar, em quantidades variáveis, decorrente dos atos de Alienação Parental, segundo Richard Gardner, psiquiatra norte-americano.

SAP II

Segundo ele, a mãe ou o pai “treina” uma criança ou adolescente para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando sentimentos de rejeição e temor em relação ao ex-cônjuge. SAP está associada à situação de ruptura da vida conjugal, quando ocorre principalmente vingança de um deles de um dos cônjuges, que geralmente é a mãe que pratica. Enquanto não se instalou a síndrome, é possível reverter a situação, através de psicoterapia e o restabelecimento das relações com o(a) genitor(a) prejudicado(a). Na próxima edição as consequências para os filhos quando são submetidos à alienação parental.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico CRP-15/4.132. Atendimento virtual pelo site: www.vittude.com. Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também na CLÍNICA HUMANUS: Rua Íris Alagoense 603, Farol, Maceió-AL. (82) 3025 4445 / (82) 3025 0788 / 9.9351-5851 Email: arnaldosanttos@uol.com.br arnaldosanttos.psicologo@gmail.com.


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Para refletir: Parece ser claro que houve perda total de imparcialidade com a cogitação pública de exercer um dos principais cargos de confiança de quem chegou a pregar a eliminação dos petralhas”

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PEDRO OLIVEIRA pedrojornalista@uol.com.br

A fraqueza de Moro BRASÍLIA - Ao analisar o anúncio do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de que convidaria Sergio Moro para ocupar o Ministério da Justiça ou uma vaga futura no Supremo Tribunal Federal imaginei logo: - o juiz da Lava Jato, pela postura que tem mostrado ao país nesses anos de intenso combate à corrupção, certamente declinará da primeira oferta, fará seus agradecimentos “pela lembrança” e deixará em aberto o caminho que o levaria ao STF em 2020, na vaga do ministro Celso de Mello. No entanto a sofreguidão com que o juiz federal Sergio Moro atendeu ao chamado do presidente eleito, poucas horas após o fechamento das urnas, espantou até mesmo os observadores mais atentos da trajetória do magistrado. Logo após o anúncio pela imprensa o juiz disse que se considerava honrado pela lembrança e imediatamente passou a dar sinais de entusiasmo pela ideia. Os movimentos surpreendem porque contrariam a reputação que o magistrado construiu com zelo nos quatro anos em que conduziu os processos da Lava Jato. “Sai de cena o profissional sóbrio que aplicou a lei com rigor e mandou para a prisão os figurões que se associaram para saquear os cofres públicos. Sobe ao palco o juiz inebriado pela adoração popular e pela chance de entrar na política”. (Editorial da Folha de São Paulo de ontem). Qualquer que seja o desfecho da conversa com Bolsonaro, Moro comprometeu sua independência como magistrado de maneira irremediável ao dar passos tão resolutos na direção do novo governo.

Lava Jato ferida de morte

Se sua escolha for confirmada pelo presidente eleito, ele perderá, claro, o distanciamento necessário para seguir na Lava Jato. Basta imaginar o que poderá acontecer no próximo dia 14, data marcada pelo próprio juiz para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja ouvido em uma das ações em que é réu no Paraná. Preso em Curitiba, o líder petista tornou-se inelegível depois que sua condenação por Moro, em outro caso, foi confirmada pelo tribunal de segunda instância. O PT ganharia argumentos, nesse cenário, para alimentar a versão fantasiosa, levada à opinião pública e a instituições internacionais, de que Lula se viu condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro sem provas, devido a mera perseguição política. Mesmo que o magistrado não se mude para Brasília, o flerte com Bolsonaro põe em dúvida sua isenção e estimulará pedidos para que tribunais superiores revisem suas sentenças com olhar crítico. Decerto que constitui prerrogativa do presidente formar sua equipe como achar melhor, e Moro pode estar imbuído das mais nobres intenções ao atender a seu convite. O dano para a credibilidade da Lava Jato, porém, pode ser irreversível.

Palmeira sem festa

Toga fraudada

Em entrevista ao Jornal da CBN o ex-ministro e terceiro colocado na disputa presidencial deste ano, Ciro Gomes, comentou sobre a entrada do juiz federal Sérgio Moro no primeiro escalão do governo Jair Bolsonaro. Ele foi irônico ao ser questionado sobre a vaga no Ministério da Justiça: “Sérgio Moro devia aceitar logo porque ele não é um juiz, ele é um político que tem fraudado sua toga com intrusões na política”.

Vitória de Rui Palmeira

Há um diferencial imenso entre o prefeito da capital, Rui Palmeira e o governador Renan Filho e isso não é novidade para ninguém de bom senso. Nada combinam em perfis políticos, em maneira de administrar, no compromisso com a verdade e até no caráter. Ambos seguem a “escola de vida” que tiveram, o sentido de ética pública que cada um adotou e muito os exemplos dos pais. O governador saiu-se vitorioso numa eleição em que não teve concorrente para medir o seu prestigio e sua força. Foi na verdade uma “vitória de pirro” e parte para a decantada maldição do segundo governo, o que certamente acontecerá a seguir. Rui Palmeira responsavelmente optou por seguir em frente governando Maceió , abdicando de uma candidatura sólida , despojou-se de vaidades e terá um mandato aprovado e aplaudido pelo povo ao final de sua gestão. Esta semana tem mais uma vitória para computar em sua pauta vitoriosa com a aprovação da autorização para a prefeitura contrair empréstimo no valor de 70 milhões de dólares para investimentos em obras de infraestrutura e saneamento. A vitória se torna muito mais emblemática quando vence setores da maldade que tentaram atrapalhar e tudo fizeram para prejudicar o processo, causando enorme prejuízo ao povo maceioense, Os que tentaram atrapalhar: Governo do Estado, Tribunal de Contas, senador Renan Calheiros e Assembleia Legislativa.

Não foi fácil sair a I Festa Literária de Palmeira dos Índios. Por não nutrir nenhuma convivência com o assunto o prefeito Júlio Cezar resistia à ideia talvez por não considerar importante para sua gestão repleta de “alegorias” multimídias. Foi pressionado por um grupo de intelectuais da terra entre os quais a secretária de Cultura, Isvânia Marques e o jornalista Vladimir Barros, indiquei o maior especialista em programas culturais de Alagoas, escritor Carlito Lima, para ser seu curador e a festa acabou saindo. A partir do anúncio da Festa Literária o prefeito, como sempre aproveitador, faturou a oportunidade e lançou a cidade como “Capital Alagoana da Cultura” e prometia uma efervescência no setor, buscando criar um polo de referência para impulsionar o turismo local. Mais uma vez por não conviver com a “ciência cultural” preferiu gastar muito dinheiro com cachês milionários e eventos bregas ou contratações de “padres cantores”, colidindo frontalmente com princípios plantados pelo prefeito famoso, Graciliano Ramos, que ele tentou pateticamente imitar sem sucesso. Este ano não haverá a Festa Cultural e a cidade de Arapiraca aproveita o vácuo e faz a sua primeira, subindo ao pódio de Capital Alagoana da Cultura. Pobre Palmeira dos Índios das escolhas equivocadas.


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A essência dos discursos

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uscar a essência das coisas é impositivo ao esforço para entendê-las. Saint-Exupèry, professando a sua filosofia do existencialismo romântico, afirmou que “O essencial é invisível aos olhos, só é visível ao coração” (O Pequeno Príncipe). Entenque a esO discurso do Sr. Fer- damos sência das coisas, nando Haddad foi, ao na verdade, só é meu ver, uma imensa visualizada pela estupidez. Não apren- inteligência, pela mente, o coração deu ele com nada encarregandodo que passou, nem se de atribuir à mesmo com as apa- racionalidade os sentimentos de rentes boas intenções empatia, simpados seus argumentos tia, apatia ou ande campanha, o que tipatia, e suas variações. demonstra o quão Escolhido o falsos eram. presidente da República, aguardei ansioso o seu primeiro discurso à Nação. Não foi tudo o que eu esperava, mas na essência Jair Bolso-

naro pregou a unificação nacional. Inspirando-se no patrono do Exército Brasileiro, o Duque de Caxias, o Pacificador, falou na pacificação no País, comprometendo-se ainda com o respeito à Constituição Federal, notadamente com os direitos garantidos. Bolsonaro não é um estadista, e não imagino se um dia o será, mas ao menos esforçou-se por um discurso que tranquiliza, ao menos nesse início, a cidadania, e estimula o concerto nacional. Acompanhemos o desenvolver desse novo governo, agora que os cidadãos tivemos despertado o nosso interesse pelas coisas públicas. Sejamos nós os vigilantes, pois, afinal como afirmou Thomas Jefferson, “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. E liberdade impõe democracia, o que todos pretendemos torne-se cada vez mais sólida. Já o discurso do Sr. Fernando Haddad foi, ao meu ver, uma imensa estupidez. Não aprendeu ele com nada do que passou, nem mesmo com as aparentes boas intenções dos seus argumentos de campanha, o

CLÁUDIO VIEIRA Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

que demonstra o quão falsos eram. Continua com a tacanha e perniciosa proposição do seu mentor, o ex-presidente Lula, do “nós e eles”, o que revela, sem o menor esforço intelectivo, uma chamada para a divisão nacional. Foi mais além; posicionou-se ele, o seu partido, os seus aliados e seguidores, como o único vigilante salvador da Pátria, aqueles que estão absolutamente certos em suas propostas, em seu entendimento da democracia. Aliás, nesse tema Haddad não economizou a velha arrogância lulo-petista, afirmando que defenderá a democracia segundo a entende, isto é, que a inteligência que tem do Estado Democrático de Direito é a mais, e só ela, correta. Que formem atuante

oposição, é o que se espera do PT e seus seguidores. Sempre acreditei, todavia, que uma boa oposição não é opor-se apenas pelo opor-se. Não existe bom governo, é certo, sem bons opositores, mas o que se espera deles é a responsabilidade, é que estejam vigilantes contra aquilo que realmente não ausculte o interesse nacional. Isso é absolutamente inviável a uma oposição visceral, que se considere absoluta dona da verdade, sem levar em conta que o “nós e eles” é tola ficção, pois o que funciona mesmo é, sem abandonar a crítica construtiva, a união nacional, e o esforço de todos para recuperar o País dilapidado pelos políticos de muitas crenças, notadamente aqueles que formam o PT.


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JORGE MORAES Jornalista

Uma resposta ao PT

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os últimos 16 anos -, isso mesmo, 16 anos, pois não podemos desassociar o governo do presidente Michel Temer dos quatro mandatos do Partido dos Trabalhadores, uma cria que é do presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, com escolha pessoal para ser o vice-presidente de Dilma Rousseff e que sempre esteve ao lado do Lula em seus dois mandatos à frente do País- o PT achou que nunca perderia uma eleição e já se considerava o dono do Brasil. A partir de um líder fajuta - Lula - eles pensavam que a mamata ia continuar com a eleição do Fernando Haddad, o pau mandado do ex-presidente. Não serei leviano em achar que todos os petistas são bandidos ou O PT achou que não prestam. nunca perderia Já votei alguuma eleição e já se mas vezes no considerava o dono PT, não pelo do Brasil. A partir partido, mas pelas pessoas, de um líder fajuta que entendia - Lula - eles pensa- m e r e c e r e m vam que a mamata o meu voto. ia continuar com a Exemplo disso o próprio eleição do Fernan- foi Lula, que me do Haddad, o pau enganou bomandado do ex-pre- nitinho com aquela conversidente. sa de liderança, honestidade, seriedade com a coisa pública e transmitia respeito, chegando a ser reconhecido como o “cara” pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Só se ele queria dizer: “o cara de pau”. Votei algumas vezes em Heloisa Helena e Judson Cabral, quando eram filiados ao PT. Acho que, no Brasil, ainda sobra gente boa no Partido dos Trabalhadores, inclusive aqui, em Alagoas, como o deputado federal Paulão e outros, como Eduardo Suplicy, vereador em São Paulo.

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ALARI ROMARIZ TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

E agora, Jair? No entanto, o Brasil deu um basta e uma boa resposta nos trombadinhas e larápios que surrupiaram o País. Nunca se roubou tanto como nos últimos 16 anos, e não é à toa que tenha tanta gente presa, inclusive um ex-presidente da República, ou andando com tornozeleiras eletrônicas, e muitos ainda estão respondendo aos seus processos, podendo, a qualquer momento, ir morar em um xadrez da Polícia Federal. A vitória do Jair Messias Bolsonaro não foi uma vitória qualquer. Foi uma resposta da população brasileira que não suportava mais tanto esquema, daqueles que se achavam os donos do Brasil. Se o candidato fosse o líder preso, perderia também. O melhor é que já conseguimos nos livrar de algumas dessa “lideranças”, por meio das urnas, nessas eleições de agora. Lindbergh Farias, no Rio de Janeiro; Dilma Rousseff, em Minas Gerais; e muito mais gente arrogante que se achava acima da lei, de tudo e de todos. A insuportável Gleisi Hoffmann saiu candidata à Câmara dos Deputados - foi eleita para não ser derrotada para o Senado da República e perder o foro privilegiado. Com certeza, seria presa, como vai ser o Lindbergh. Não vejo a hora disso ocorrer com ele e com os outros também. O pior é que essa gente não sabe perder. Você já ouviu o pronunciamento do Haddad, depois da derrota? Você já ouviu o que anda dizendo o irresponsável do Boulos (PSOL), também derrotado. Eles estão ameaçando a governabilidade de Jair Bolsonaro, prometendo quebrar tudo, arrebentar com a democracia brasileira e não deixar que o presidente eleito possa governar o País. Só tem um detalhe: democrata que sou, e lutei muito para isso, eles esquecem que o Brasil vai ser governado, se não acontecer nada parecido como o ocorrido lá em Juiz de Fora/MG, com o apoio da sociedade civil organizada e dos militares.

V

ivemos momentos difíceis neste ano de 2018! Agressões de vários candidatos, mentiras de todos os lados e até uma facada levou o moço da direita. Não dava para acreditar nas pesquisas, as redes sociais foram muito usadas nas campanhas e, finalmente, chegou o 28 de outubro. Fatos inéditos ocorreram tornando o pleito completamente atípico: o político que levou a facada e teve os intestinos dilacerados no dia 6 de setembro fez a campanha do hospital, de casa, pelas redes sociais. O candidato do Partido dos Trabalhadores, no segundo turno, abandonou o Lula e partiu para visitar o país inteiro de avião. Ainda na esperança de uma virada, Haddad apostou na antiga maneira de pedir votos. No primeiro turno, o povo respondeu negativamente à classe política. Elegeu nomes novos e desprezou as raposas velhas. No segundo turno, os ataques a BolsonaAinda esperando ro foram mais fortes e notícias ganhar, o PT mudou as cores tradicionais antigas viraram fatos novos para e adotou as cores da derrubar o candidato do PSL. bandeira nacional, usadas pelo rapaz da Ainda esperando ganhar, o PT direita. As estratégias mudou as cores do partido que governa tradicionais e o Brasil há 16 anos não adotou as cores da bandeira nasurtiram o efeito dese- cional, usadas jado. A direita venceu pelo rapaz da direita. As estraas eleições. tégias do partido que governa o Brasil há 16 anos não surtiram o efeito desejado. A direita venceu as eleições. Passada a euforia, precisamos pensar no nosso futuro. Já sabemos que o Brasil está acabado. Há problemas em todas as áreas, a corrupção virou fato comum, políticos espalham seus afilhados em ministérios para cumprir ordens erradas, escândalos se sucedem. Fica difícil saber por onde começar. O Congresso Nacional foi renovado: velhas figuras de direita e de esquerda não voltaram. Novos personagens, até desconhecidos, estão chegando e não sabemos o que querem. O presidente Temer, claudicante, cheio

de problemas, sumiu durante as eleições, reapareceu, apoiou o Haddad e virou estadista. Acha que fez um bom governo e vai passar milhares de problemas para o sucessor. Como deve agir o novo presidente? O que os eleitores esperam dele? Em primeiro lugar, que analise tudo que for recebido, faça um relatório dizendo como encontrou todos os ministérios. Se não fizer isto, assumirá a culpa do Temer e fracassará no intento de mudar o Brasil. Esse foi o grande erro de Divaldo Suruagy em Alagoas! Quase sofreu o impeachement. Depois, demitir os cargos comissionados do Executivo, no Brasil inteiro e solicitar aos outros Poderes que façam o mesmo. Em cada estado deverá ter pessoas de sua confiança para fiscalizar tudo isso. Evitar nomeações políticas e aproveitar servidores efetivos para exercerem chefias em suas repartições. São pessoas que conhecem a Casa e saberão se adaptar ao novo momento. Importante: cortar gastos públicos em todas as áreas, principalmente os cartões corporativos, geradores de enormes despesas em gestões anteriores. Enxugar a máquina da nação e promover concursos públicos para cobrir as deficiências. Um bom exemplo é a Polícia Federal, muito utilizada nos últimos anos, com um quadro reduzido. Não cortar, na área social, alguns programas que beneficiam a classe pobre, mas fiscalizá-los para corrigir as ilegalidades existentes. Isso tudo é desejo de uma eleitora, aposentada do serviço público que grita ao mundo inteiro, pedindo socorro aos governos para corrigir tanta injustiça. Não adianta corrigir só o Executivo. Os três Poderes cometem erros graves e o mais desobediente às leis é o Legislativo. Cito sempre um exemplo que é do meu conhecimento: um motorista do Senado ganha mais do que um coronel do Exército. O primeiro só deve ter o nível médio para dirigir um carro. O outro faz vários cursos de nível superior e mestrado. Sem falar no deficit que existe nas contas do Brasil, nos absurdos cometidos na educação, na saúde, na segurança. A sorte está lançada! Não esperamos nenhum “salvador da Pátria”, mas uma equipe disposta a melhorar a situação do país. Deus acima de todos!


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Revelações

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s recentes eleições, principalmente no tocante à Presidência de República, serviram para demonstrar fatos e fenômenos verdadeiramente surpreendentes. A princiO fato mais marcante pal surpresa das presentes observa- quem teve foi PT e sua ções revelou-se quando ovelha cúpula, o presidente eleito de- e n c a b e ç a d a monstrou interesse em pelo seu preso-mor, Luiz doar metade dos R$ 4 milhões que seu parti- Inácio Lula da Silva. A do arrecadou durante a d i f i c u l d a d e campanha para a Santa principal dos Casa de Misericórdia petistas em fazer a leitura de Juiz de Fora, em gratidão pelo pronto e dos novos tempos residiu em competente atendimen- não enxergar to que teve lá. que os índices de rejeição popular andavam nas alturas. De tão arrogante e soberba, a irmandade da estrela cara de pau passou a acreditar que o povo brasileiro não reagiria a tantos escândalos, tan-

tos roubos e tanta incompetência gerencial dos últimos governantes petistas. Outra revelação surpreendente que restou comprovada nas presentes eleições, foi a de que mídias como WhatsApp e Youtube e demais redes sociais, desbancaram os velhos esquemas dos velhos caciques que se julgavam donos de partidos, davam as cartas e faziam negócios nas convenções partidárias enquanto funcionava o esquema em que os partidos negociavam verbas e tempo de propaganda para eleger aqueles que melhor pagavam. Ao usar com competência as mídias em toda sua plenitude, o presidente eleito demonstrou que com criatividade, gravações amadoras, lives e pouco dinheiro é possível ser eleito presidente da segunda maior democracia do planeta. O ingrediente que não pode faltar é a verdade, é a mensagem transmitida com sinceridade e credibilidade.

O galo de Barcelos

Q

uem sabe não são meus laços lusitanos, como neto de português, que me levam, quando em vez, a trazer histórias e lendas da terra de Camões. Barcelos é uma cidade situada na Séculos depois, por região norte de Pormais que um presi- tugal, entre os rios diário de Curitiba Douro e Minho, tamconhecida como diga que foi injus- bém Região dos Vinhos tiçado e é inocente, Verdes ou Minho. o galo recusa-se a Fica entre a atlântica Viana do Castelo cantar. e Braga, gastronomicamente citada pelo seu “arroz de Braga”. Sua situação ensejava a passagem quase obrigatória de mercadores e principalmente de peregrinos com destino A Santia-

go de Compostela, na Espanha. Conta a lenda que os habitantes de Barcelos andavam preocupados com um crime, que fora cometido por pessoa até então não identificada. Certo dia apareceu um desses andantes que logo se tornou suspeito de tal, pois não se acreditava que o pobre coitado ia para Compostela, como devoto fervoroso de São Tiago, de São Paulo e de Nossa Senhora. Após prendê-lo, julgaram-no e condenaram-no à forca. Por mais súplicas que fizesse, ninguém o ouvia. Resolveu então pedir, antes de ser enforcado, que fosse levado à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, foi o mesmo encaminhado à residência do magistrado, que naquele momento se

ISAAC SANDES DIAS

Promotor de Justiça

Muitos se lembram ainda ser voz corrente nos meios políticos que aquele grupo, partido ou candidato que tivesse a máquina governamental a seu lado estava eleito. Mais uma vez, as atuais eleições demonstraram que isso se tornou passado. O distanciamento do atual presidente da República da arena eleitoral, por parecer aos olhos de todos os concorrentes um leproso político, tudo em razão dos escândalos em que se envolveu ultimamente, não afetou positiva ou negativamente quem quer que fosse. O fato mais marcante das presentes observações revelouse quando o presidente eleito demonstrou interesse em doar metade dos R$ 4 milhões que seu partido arrecadou durante a campanha para a Santa Casa de

Misericórdia de Juiz de Fora, em gratidão pelo pronto e competente atendimento que teve lá. Como sabemos, sempre foi corrente no meio político que qualquer eleição de um vereador de uma capital, por mais mequetrefe que fosse ele, custava sempre alguns milhões de reais. Assim, tais fenômenos fizeram com que o atual presidente e sua máquina de governo parecesse que era o protagonista do filme Esqueceram de Mim. Fizeram com que os velhos caciques e máfias de partidos gastassem suas reservas de butins e ficassem sem dinheiro e sem mandato. E, finalmente, fizeram com que as grandes agências de publicidade e seus marqueteiros de plantão chorassem pitangas quando viram viralizar na internet uma imagem em que o presidente eleito comanda sua campanha gravando um vídeo onde se vê como o amadorismo e o cenário franciscano predominam.

JOSÉ MAURÍCIO BRÊDA Economista

banqueteava com familiares e amigos. Após reafirmar sua inocência, sem que lhe fosse dado crédito, apontou para um galo assado sobre a farta mesa, dizendo; “É tão certo eu ser inocente, como é certo este galo cantar quando me enforcarem”. Todos riram e comentaram a ameaça, mas não se atreveram a tocar no galináceo. Pois não é que, na hora em que estava sendo executado, o galo levantou-se e, para espanto de todos, cantou. Assustado o juiz correu para o local da forca e para seu espanto o homem estava dependurado, mas com vida, já que um nó na corda impediu seu estrangulamento.

No mesmo instante, deram liberdade ao caminhante que após sua peregrinação voltou a Barcelos para erguer o monumento em louvor à Virgem e a Santiago. Esta lenda fez com que o galo de Barcelos se transformasse em símbolo de Portugal, preto, com a crista vermelha e corações desenhados nas asas e no rabo, também em vermelho, sempre presente nas festas tradicionais, nas casas portuguesas em cerâmica ou renda e pelo mundo afora como souvenir. Séculos depois, por mais que um presidiário de Curitiba diga que foi injustiçado e é inocente, o galo recusa-se a cantar.


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Taxas e mais taxas

Se você busca importar aparelhos eletrônicos da China para fugir dos altos preços no Brasil, essa prática pode começar a ficar um pouco mais cara a partir dos próximos dias. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), os Correios estariam desviando alguns aparelhos vindos do exterior para que a agência possa fazer a homologação desses produtos. Ou seja, quem importou e teve seu produto “sorteado” só receberia sua encomenda após pagar uma taxa de R$ 200 pela homologação. Fora esse valor, o importador terá ainda que pagar a taxa de importação que chega a 60% do valor declarado em nota, além da taxa de processamento dos Correios, o conhecido “Despacho Postal”, que atualmente custa R$ 15.

Função débito

O novo cartão anunciado pela fintech NuBank, além de ser equipado com a tecnologia contactless para uma nova forma de pagamentos, via aproximação, pode começar a funcionar na função débito. De acordo com a empresa, o novo cartão será compatível com a função débito quando inserido ou aproximado das maquinetas de pagamento. Atualmente a opção já aparece listada nos dispositivos de pagamento, porém ainda não está ativa para os usuários. Com a chegada iminente da função débito, pode ser que o serviço de saques em terminais esteja mais próximo de se tornar realidade.

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ECONOMIA EM PAUTA

Bruno Fernandes – bruno-fs@outlook.com

Cálculo do 13º

Está chegando a hora de receber o 13º salário, porém muita gente não sabe como calcular o valor que receberá nas parcelas. Na primeira parcela, até 30 de novembro, o trabalhador recebe um valor equivalente à metade do salário atual, sem descontos de impostos e benefícios. Na segunda parcela, que será paga até 20 de dezembro, você recebe um valor equivalente ao salário de novembro, descontando Imposto de Renda e INSS sobre esse salário inteiro, e também o valor da primeira parcela que você já recebeu. Ou seja, o valor da segunda parcela será menor que o da primeira.

Financiamento de imóveis

A elevação dos limites de financiamento de imóveis pelo Sistema Financeiro da Habitação começou a valer a partir desta semana. A medida estava prevista para entrar em vigor em janeiro, mas a antecipação foi definida durante reunião do Conselho Monetário Nacional. Com a medida, os interessados poderão financiar imóveis em todo o País no valor de até R$ 1,5 milhão com juros menores que as taxas de mercado.


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Usina Laginha será destinada à reforma agrária

MASSA FALIDA MOVIMENTOS SOCIAIS DEVERÃO OPERAR DESTILARIA JOSÉ FERNANDO MARTINS EXTRA ALAGOAS

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oi finalizada sem lances a segunda praça do leilão dos 65 imóveis rurais e dos equipamentos industriais da Usina Guaxuma, pertencentes à Massa Falida da Laginha. Avaliados em R$ 819 milhões, nem o desconto de 50% desse valor atraiu investidores. Segundo site da leiloeira Superbid, 795 pessoas acessaram o leilão virtual, mas ninguém sequer deu um lance até o dia 30 de outubro, quando finalizou a hasta. Apesar do insucesso, outro empreendimento de João Lyra também deve ser leiloado: a destilaria de álcool combustível Laginha, situada em União dos Palmares. Segundo o administrador judicial da massa falida, José Luiz Lindoso, o leilão já foi permitido pelos juízes do processo falimentar, mas ainda não há uma data específica para que aconteça. Com uma área escriturada que chega aos 16.051,26 hectares, a unidade Laginha foi avaliada, em 2014 pela empresa Valor Engenharia. O valor: R$ 297,5 milhões. Mas, a usina da Laginha, menina dos olhos do ex-deputado federal João Lyra, deve ter destino diferenciado. As propriedades rurais que compõem a destilaria estão destinadas à reforma agrária. Ainda conforme Lindoso, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ainda está realizando um levantamento dos assentamentos e dos movimentos sociais que serão beneficiados. “Até agora fizeram um

laudo parcial, mas ainda não foi entregue”. Segundo o Instituto de Terras de Alagoas (Iteral), uma audiência será convocada para intermediar a negociação junto aos administradores da massa falida. A previsão é que o TJ-AL convoque essa reunião ainda para esse mês de novembro. “Será o maior projeto de reforma agrária do Estado de Alagoas”, é como denomina o relator do processo, o desembargador do Tribunal de Justiça (TJ-AL), Tutmés Airan. “Será uma compensação de contas com o Estado. Será apurado quanto a massa falida deve ao governo estadual, em questão de impostos, e vamos fazer um encontro de contas. Se isso acontecer, a terra da Laginha vai ser usada para reforma agrária”, explicou. E continuou: “ninguém irá comprar uma destilaria sem terra para produzir cana. A tendência é que o projeto de reforma agrária envolva o compromisso de botar o parque industrial para funcionar. Há a possibilidade dos próprios beneficiários com as terras toquem a destilaria. Mas, tem movimentos sociais que não admitem produzir cana-de-açúcar”. Em outubro do ano passado, o prefeito de União dos Palmares Areski Junior, o Kil (MDB), ventilou a ideia de se criar uma cooperativa com o auxílio da Pindorama, de Coruripe, para reabrir a usina da Laginha. O assunto chegou aos ouvidos do governador do Estado, Renan Filho (MDB). Mas a ideia não foi concretizada. FAMÍLIA LYRA

Terras da Laginha estão ocupadas por movimentos sociais

Segundo administradora judicial, Usina Laginha também será leiloada

Segundo os juízes da massa falimentar, José Eduardo Nobre, Leandro Folly, Marcella Pontes e Phillippe Alcântara, o pagamento dos credores trabalhistas não dá o aval para que a Família Lyra tente levantar o grupo reabrindo uma das usinas. Isso porque além da quitação dos débitos com os trabalhadores, o Grupo JL tem dívidas que envolvem fornecedores, empresas e bancos. A administração judicial calculou um passivo que atinge os R$ 2 bilhões.

A informação foi repassada à imprensa na sexta-feira, 26 de outubro, quando assinaram o alvará de transferência de R$ 110 milhões para pagamento pelo Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT19), de até 150 salários mínimos a credores trabalhistas da massa falida da Laginha Agroindustrial. De acordo com os magistrados, independentemente de haver ou não outra alienação de bens, até julho de 2019 deverão ser pagos todos os credores trabalhistas, mês em que

a massa falida recebe o pagamento da última parcela da venda da Usina Triálcool. Em dezembro de 2017, a usina Vale do Paranaíba foi arrematada por R$ 206.358 milhões enquanto a Usina Triálcool foi vendida por R$ 133.826 milhões com o pagamento dividido uma vez e mais três parcelas semestrais. Atualmente, quem representa João Lyra na massa falimentar é a filha e ex-prefeita de Maceió Lourdinha Lyra, que entrou com pedido judicial para cancelar o leilão da Usina Guaxuma. A decisão, no entanto, não foi acatada pelo relator Tutmés Airan. “O motivo dado para o pedido foi de que o momento não seria propício para a venda diante da realidade econômica do país”, explicou ao EXTRA.


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Advogado diz que foi extorquido por falso policial civil

MORTE NA CASA DE CÂMBIO SINVAL ALVES É ACUSADO DE SER MANDANTE DO ASSASSINATO DO SÓCIO Bruno Fernandes

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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advogado Sinval José Alves, acusado de mandar matar o sócio, o também advogado José Fernando Cabral, teria tentado contratar membros de facção criminosa para a execução do crime. Inicialmente, Cabral seria morto em uma fazenda, mas o fato de os assassinos terem que ir ao local de carro contribuiu para a criação de uma nova estratégia: a execução, disfarçada de assalto, seria em uma casa de câmbio no bairro da Ponta Verde, em Maceió. As informações são de Irlan Almeida, um dos acusados de cumprir os planos de Sinval: executar o amigo advogado. O motivo seria que o mandante teria desaparecido com R$ 600 mil referentes aos honorários de uma ação da Usina Coruripe, uma dívida que se negava a pagar. A declaração de Irlan Almeida ocorreu na terça-feira, 30 de outubro, durante audiência de instrução presidida pelo juiz John Silas, no Fórum do Barro Duro, em Maceió. Almeida negou ser um dos executores do advogado, mas confirmou saber de todo o plano operacional. “O advogado tentou contratar dois faccionados que se recusaram a cometer o crime porque era contra as regras da facção”, contou. Sendo assim, outros dois homens teriam sido contratados para o serviço. Durante depoimento, Ir-

lan Almeida afirmou que ocultou essas informações da Polícia Civil por medo de citar nomes de faccionados e acabar morrendo no presídio. Porém, a história de Almeida não convenceu o juiz John Silas, que disse ser muito fantasiosa e pobremente embasada. Denisvaldo Bezerra da Silva, outro acusado pela execução de José Fernando Cabral, também negou ter participado do crime. Alegou que Irlan Almeida teria usado seu telefone e clonado seu WhatsApp. A conversa pelo aplicativo de celular foi uma das provas apontadas pela Polícia Civil que acabou incriminando Denisvaldo. A família do acusado compareceu em peso na audiência de instrução. À reportagem do EXTRA, a mãe de Denisvaldo, Célia Bezerra, disse que o filho só teria emprestado o

aparelho celular para Irlan Almeida. “Ele está preso injustamente e quero que a justiça seja feita”. O depoimento mais esperado era do advogado Sinval José Alves, que optou por ser econômico nas palavras. Negou ter mandado executar o sócio e afirmou ainda que durante investigação chegou a sofrer tentativa de extorsão de Raimundo Pereira Souza, que teria se passado por agente da Polícia Civil, que o ameaçava dizendo “que o cerco estava se fechando contra ele”. No entanto, informou ao magistrado que não chegou a negociar valores. Natural de São Paulo (SP), o advogado afirmou ser inocente, que não planejou a morte do amigo e que está sofrendo de depressão dentro do Presídio Baldomero Cavalcante. NOVOS ACUSADOS

Caso a Justiça leve em consideração o depoimento de Irlan Almeida, a dupla que teria executado o advogado ainda está em liberdade. Porém, uma terceira pessoa também foi citada, desta vez no depoimento de Raimundo Pereira, que também avisou José Fernando Cabral, por meio de bilhetes, que sua morte estava encomendada. Raimundo está preso por tentativa de extorsão. Segundo ele, um conhecido teria sido contratado pela quantia de R$ 50 mil para matar o advogado e o convidou a participar do crime pela metade do dinheiro. Afirmou que rejeitou a proposta e que descobriu o endereço da futura vítima ao mexer dentro da mochila do conhecido. Lá constavam fotos e o endereço do advogado. “Ele disse que se eu contasse algo à Polícia mataria a minha

Sinval José Alves nega crime e diz estar sofrendo de depressão

família, que hoje vive com medo”. Usando o apelido de Carrasco Gesseiro, Raimundo enviou bilhetes ao advogado e cobrou dinheiro em troca de mais informações. Também foi ouvido o casal Anderson Marques e Marcelle Santos, acusados de ajudar na contratação dos executores. Marcelle contou que apenas indicou os serviços de segurança de Irlan Almeida, um conhecido de seu pai, que à época estava desempregado, ao advogado Sinval José Alves. Na audiência, Anderson Marques confirmou o depoimento da companheira, que trabalhava para o advogado acusado de crime de mando. O ASSASSINATO O advogado José Fernando Cabral foi executado a tiros no dia 3 de abril dentro de uma casa de câmbio situada a Galeria Ivone Mendes, na Avenida Sandoval Arroxelas, na Ponta Verde, em Maceió. Dois homens invadiram o estabelecimento exigindo dinheiro antes de efetuar os disparos. Após o crime, a dupla fugiu em uma motocicleta. No dia 12 do mesmo mês, o advogado Sinval José Alves foi apontado como autor intelectual do crime. Irlan Almeida e Denisvaldo Bezerra teriam sido contratados para cometer o homicídio.


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Água na fervura

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e o segmento de SUV compacto já estava aquecido, a chegada do primeiro modelo desse tipo fabricado no Brasil pela Volkswagen vai jogar água na fervura. O T-Cross teve pré-apresentação mundial à imprensa simultaneamente em São Paulo, Amsterdã (Holanda) e Xangai (China), semana passada, e será uma das grandes atrações do Salão do Automóvel paulistano de 8 a 18 de novembro. Honda HR-V, Jeep Renegade, Hyundai Creta, Nissan Kicks, Ford EcoSport e Renault Captur são alguns do concorrentes diretos, sem contar o modelo que a Fiat também vai lançar. Este trará arquitetura do Argo e está previsto, segundo fonte da Coluna, para dentro de um ano e meio. E ainda vem o novo Chevrolet Tracker, em 2020. O modelo da VW será lançado em abril de 2019, mas só em maio toda a rede de concessionárias estará bem abastecida. O fenômeno SUV é global e um produto mais rentável para a indústria por ter maior porte. Jürgen Stackmann, vice-pre-

sidente mundial de vendas e marketing, veio ao Brasil e destacou esperar que, pela primeira vez, o Golf seja ultrapassado pelo Tiguan, como modelo de maior sucesso da marca no mundo, embora sem estimar um prazo. O presidente da VW do Brasil, Pablo Di Si, afirmou que a participação somada dos SUVs subiu de 9% para 23% em apenas sete anos. “Aqui a tendência é chegar a 30% em pouco tempo, como já acontece na Europa”, acrescentou. O modelo brasileiro recebeu aperfeiçoamentos, executados em São Bernardo do Campo (SP), e adotados na versão chinesa. Espaço interno é maior por adotar o mesmo entre-eixos do sedã Virtus (2,65 m contra 2,56 m do T-Cross europeu, baseado no Polo). Também é 0,9 cm mais alto e largo, 8,5 cm mais comprido, além de mudanças estilísticas na frente e na traseira. O interior apresenta modificações entre elas saídas de ar-condicionado para o banco traseiro que, por sua vez, não

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FERNANDO CALMON

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br tem trilho corrediço como o europeu. A versão brasileira inclui estepe de uso temporário (T-Cross europeu não usa estepe). Aqui, o encosto do banco traseiro pode ser regulado para compensar, em parte, a perda de espaço no porta-malas (volume de 373 a 420 litros). Outros destaques: iluminação em LED na região dos pés, centro do console, painel e maçanetas. Há opção de sistema de som “Beats” e sete alto-falantes. Oferecerá itens exclusivos no segmento, como quadro de instrumentos digital, seletor de perfil de condução, bloqueio eletrônico do diferencial, assistente de estacionamento 3.0, quatro entradas USB (duas para o banco traseiro). Pode vir com faróis de LED e teto solar pano-

râmico. Controle de estabilidade será de série. T-Cross terá exclusivamente motores turboflex, de 1 litro (128 cv) e 1,4 litro (150 cv), de consumo contido e alto desempenho, além de câmbio automático de seis marchas. Motor aspirado de 1,6 litro, apenas para exportação. Preço de referência deverá ser menor que o Honda HR-V, líder do segmento entre SUVs compactos. O motor 1-litro tem menor incidência de IPI e deve partir de R$ 85.000, chegando a R$ 105.000 (completo). Além desse modelo, a VW terá o SUV médio Tarek argentino (2020), um “aventureiro” derivado do Polo (2019) e o SUV grande americano Atlas (2020).

ALTA RODA n AINDA como conceito, VW apresentará no Salão do Automóvel de São Paulo (SASP) nova picape de porte maior que a Saveiro para enfrentar a Fiat Toro. Terá, como esta, construção monobloco (arquitetura MQB) e opção de tração 4x4. Novidade mundial no segmento será painel traseiro rebatível da cabine dupla para ampliar volume da caçamba. Estreia: 2019. n MAIOR destaque no recente AMG Performance Tour, no autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu (SP), o Mercedes-Benz CLS 53 4MATIC+ combina linhas atraentes de um sedã-cupê à inigualável suavidade e sonoridade de um motor 6-cilindros em linha (3-L) que a marca traz de volta. São 435 cv e 53 kgfm. Tem tração integral e suspensão pneumática. Preço: R$ 599.900. n JAGUAR E-Pace passa sensação de robustez a toda prova ao partilhar arquitetura do Land Rover Evoque. Motor é igual, porém bem mais potente (300 cv x 240 cv). Mais pesado que o “brother”, porém

com vão livre menor, demonstra agilidade surpreendente, sem perder muito no uso fora-de-estrada. Interior, bem acabado, destaca materiais de alta qualidade. n SEGUNDA geração do BMW X4 estreia no SASP com interessante atualização de linhas, motor de 2-L, 252 cv (7 cv a mais) e pacote tecnológico de peso para conectividade e assistência à condução. R$ 334.950 a R$ 421.950. Audi, por sua vez, faz contraponto com a

espetacular station RS4 Avant, de 450 cv, aceleração 0 a 100 km/em 4,1 s. Para uma “tocada”, de fato, prazerosa. n NOVO diferencial autobloqueante da ZF lança mão de recursos digitais e atualizações de software (programa de controle) por meio de nuvem (internet). Sistema agora interliga-se aos freios do veículo para afinar a dinâmica de direção, tanto no uso fora de estrada quanto no asfalto. Escopo é estabelecer a melhor relação estabilidade-conforto possível.


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ABCDO INTERIOR robertobaiabarros@hotmail.com

Arapiraca

O Complexo Multidisciplinar de Equoterapia Tarcizo Freire participou, na tarde da última terça-feira (30), do tradicional Desfile Cívico, que na oportunidade trouxe muita alegria e emoção a todos os arapiraquenses e visitantes que prestigiaram o evento em comemoração aos 94 anos de emancipação política de Arapiraca.

Condenação de Joãozinho

Considerado como o político de maior influência no interior alagoano, Joãozinho Pereira e sua irmã Pauline Pereira (atual prefeita de Campo Alegre) foram condenados, a pedido do Ministério Público Federal (MPF) por fraude em licitações de gêneros alimentícios, cometida no exercício do mandato de prefeito do município alagoano de Teotônio Vilela no ano de 2005.

Atos de improbidade

Pauline Pereira, então secretária de Finanças, também foi condenada pela Justiça Federal por atos de improbidade administrativa relacionados a recursos federais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), relacionados ao Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos (PEJA) do município.

Devolução e multa

Na sentença, de 16 de outubro, o juiz da 13ª Vara Federal Raimundo Alves de Campos Júnior condenou João José Pereira Filho e Pauline Pereira ao ressarcimento integral da quantia de R$ 205.084,88, atualizada. Ambos ainda devem pagar multa civil no valor de R$ 20 mil, cada um, uma vez que se trata de medida de caráter retributivo motivada pelos atos praticados pelos agentes públicos.

Direitos suspensos

O magistrado determinou também a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de oito anos, “uma vez que os atos de improbidade (...) foram praticados quando os réus atuavam como agentes políticos, sendo medida de bom alvitre, em defesa da probidade e da moralidade administrativas, puni-los com a perda da função pública, acaso exercida, e a restrição temporária ao exercício de suas capacidades eleitorais passivas”.

Mais problema

Os réus foram, ainda, proibidos de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos.

Participação

A entidade levou para as ruas do município cerca de 800 pessoas, entre profissionais, pacientes e acompanhantes, que deram um show de apresentação com belas coreografias e adereços e abordaram temas de grande relevância como arte, esporte e saúde, cultura nordestina, virtudes e valores, entre outros. Pelotões de cada especialidade comprovava o trabalho sério e eficiente realizado pela instituição.

Estava presente

O idealizador e fundador do complexo, o deputado estadual Tarcizo Freire (PP), chegou a desfilar em cima do boi Gaúcho enquanto acenava para o público que acompanhava o evento. “Com alegria e satisfação estamos aqui para comemorar os 94 anos de Arapiraca nesse maravilhoso desfile cívico”, disse o parlamentar. Levando mensagens de paz, respeito e otimismo, índios da aldeia Karapotó também participaram do evento.

Na avenida

O Anexo l do bairro Brasília, mais uma ação social voltada à população do Agreste e Sertão alagoanos, também foi para avenida trazendo a “Valorização à Vida”. O último pelotão foi composto pelos colaboradores da autoescola Aurora, a qual firmou termo de cooperação com o complexo, possibilitando que sejam ofertadas CNHs a custo zero aos usuários da instituição.

A mãe foi presa

No relato, a garota informou que seus outros irmãos também haviam sido estuprados pela mesma pessoa, sendo duas meninas e um menino. Os exames de corpo de delito foram realizados no Instituto Médico Legal de Arapiraca, confirmando-se os abusos. Jorgival Gregório Pereira foi detido preventivaUm homem foi preso, na terça-feira mente até que o caso (30), acusado de estuprar os próprios seja julgado. filhos. De acordo com o relato das A mãe das crianças, Ivovítimas, quatro menores foram abuneide de Oliveira Pereisados, tendo eles idades entre 8 e 15 ra, também foi presa anos. (Com 7segundos). por omissão à violência O caso aconteceu na zona rural da sofrida pelas crianças. cidade, no povoado Sapé. De acordo Os menores estão com informações da Delegacia Resendo acompa-nhados gional de Penedo (7ª DRP), a denún- pelo Conselho Tutelar cia foi feita pela filha mais velha do de Igreja Nova. homem, que tem 15 anos.

Estuprou os filhos

PELO INTERIOR ... “Estamos honrados com tamanha deferência. Este selo simboliza a perpetuação de uma história de 40 anos de lutas, dedicação, compromisso e responsabilidade com o desenvolvimento sócio econômico de Arapiraca”. Foi com estas palavras que a presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Vera Lúcia, agradeceu a concessão do Selo Comemorativo dos Correios à entidade. ... A solenidade promovida pela Prefeitura Municipal na Casa da Cultura também homenageou o servidor público falecido este ano Severino Pereira, conhecido como Pereirinha. ... A comitiva da CDL contou ainda com a presença da vice-presidente, Tania Núbia, e dos diretores Samyra Felisberto, Antônio Bento e Adriano Arestides. “Feliz em saber que nossa

marca irá percorrer todo o nosso país”, falou Tania. ... O evento contou com a presença do prefeito Rogério Teófilo, vereadores, autoridades, imprensa e lideranças da cidade. Após a obliteração dos selos, todos cantaram os parabéns da cidade, que comemorou 94 anos de Emancipação Política. ... A presidente da Câmara Municipal de Arapiraca, Professora Graça, participou na manhã de terça-feira (30), no auditório da Casa da Cultura, da solenidade de lançamento de dois selos que fazem homenagem póstuma ao servidor da Prefeitura de Arapiraca Severiano Pereira (Pereirinha), que trabalhou durante muitos anos como cerimonialista. ... Participaram também da soleni-

dade, os vereadores Edvanio do Zé Baixinho, Gilvania Barros e Pablo Fênix. ... Ao discursar, Professora Graça, parabenizou o prefeito Rogério Teófilo, pela sensibilidade em prestar uma homenagem justa a um servidor que dedicou toda a sua vida ao trabalho. ... De acordo com a presidente do Legislativo de Arapiraca, ao prestar estas duas justas homenagens, Rogério Teófilo demonstra a capacidade de reconhecer os valores, tanto das pessoas, como das instituições que contribuem de forma direta com o desenvolvimento da cidade. ... Aos nossos leitores desejamos um excelente final de semana, repleto de paz e saúde. Até a próxima edição!


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