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JORGE OLIVEIRA ESCREVE:

“Almeida beneficiou a especulação imobiliária e incentivou a corrupção” P/3

CRIME DE CALÚNIA

TRE recorre ao Youtube em ação contra Gustavo Feijó P/ 13

extra www.novoextra.com.br

MACEIÓ - ALAGOAS ANO XVII - Nº 889 - 16 A 22 DE SETEMBRO DE 2016

R 3,00

RUI E RENAN FILHO ANTECIPAM DISPUTA AO GOVERNO DO ESTADO Quem vencer eleição municipal se credencia para disputar o cargo de governador no pleito de 2018 P/ 8 CASO MÁRCIA RODRIGUES

Pai diz que filha sofria de depressão e se matou para puni-loP/ 6 e 7

JUSTIÇA BLOQUEIA BENS DO BATISTA PARA QUITAR DÍVIDA MILIONÁRIA

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MACEIÓ, ALAGOAS - 16 A 22 DE SETEMBRO DE 2016

De volta à ribalta O

ex-secretário tucano Luiz Otávio Gomes dfa Silva, o LOG, após dois anos no ostracismo, está de volta à ribalta, agora como presidente do Movimento Alagoas Competitiva (MAC), uma franquia do empresário gaúcho Jorge Gerdau Johannpeter, fundador do Movimento Brasil Competitivo (MBC). Conhecido como “Rei do aço”, Jorge Gerdau advoga a tese de que o setor público deve copiar os métodos de gestão do setor privado. Nada de anormal não tivesse a Siderúrgica Gerdau sido flagrada pela PF na Operação Zelotes tentando pilhar a Receita Federal em R$ 4 bilhões de impostos sonegados. Dessa forma, é preciso ficar de olho na nova ONG do LOG, que promete disseminar “boas práticas de gestão do Estado”. Até porque os alagoanos já conhecem algumas dessas “boas práticas” vendidas pelo ex-secretário do Governo Téo Vilela.

(Millôr Fernandes)

COLUNA SURURU DA REDAÇÃO

Lula não vai escapar

Viva o Lula

Carlos Velloso, ex-presidente do STF, disse à Veja: “Fazendo uma avaliação preliminar, digo que será muito difícil Lula escapar dessa condenação. Tivesse ele ainda foro privilegiado haveria dificuldade para o caso andar. Mas, com um juiz como Sergio Moro, acredito numa rápida solução. Ele terá as garantias asseguradas, mas dificilmente não será condenado”.

Durante pronunciamento à imprensa para se defender das acusações feitas pelo MPF, o ex-presidente Lula foi aplaudido várias vezes. A euforia dos aliados era tanta que houve momentos em que ele teve até que parar o discurso. Parece que esse pessoal não sabe o que é a Operação Lava Jjato.

Agora só falta prender o chefe

Perigo armado

Numa decisão considerada arriscada e perigosa, o comandante da Polícia Militar de Alagoas, coronel Marcos Sampaio, autorizou a exposição e venda de armas da Taurus a preços de mercado nas dependências da própria corporação. O propósito da indústria é vender armas aos cabos e soldados, no cartão ou no cheque, durante todo o mês de setembro.

Transgressão

Essa medida transgride orientação do próprio Exército, ao qual as PMs estão subordinadas, e abre a suspeita de que alguém estaria interessado em receber comissão da Taurus pela transação. Em última análise, a medida poderá ampliar a facilitação do ingresso de armas em Alagoas.

Uso privado

As armas usadas em serviço pelos militares são de propriedade das PMs, mas essas oferecidas diretamente pela Taurus podem ser adquiridas pelos militares para uso privado. Cada um pode comprar até duas armas.

Traficantes

“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”

Como o preço mínimo de um revólver calibre 38 é de R$ 4 mil e o salário de um soldado é de R$ 3.500,00 e a maioria deles está endividada, para entrar nessa farra eles terão que obter o suporte financeiro de fora – e do lado de fora estão os traficantes de drogas do Sul que migraram para o Nordeste. Quem compra a arma também recebe a munição.

A denúncia devastadora contra o ex-presidente Lula, apresentada nesta quarta (14) pela força-tarefa da Lava Jato, provoca a pergunta que não quer calar: “Por que o ‘comandante máximo da “propinocracia’ ainda não foi preso?” O meticuloso procurador Deltan Dallagnol mostrou como Lula, seu PT e cúmplices implantaram um esquema criminoso que resultou, só na Petrobras, num roubo de R$6,2 bilhões. (Claudio Humberto)

Chefe do mensalão

Com a prisão de José Dirceu no mensalão, o esquema de “propinocracia” continuou no petrolão. Só uma pessoa podia comandar a continuação, segundo Deltan Dallagnol: Lula. “José Dirceu não era o chefe do mensalão. Lula era o chefe”, disse o procurador Dallognol.

Corrupção

Caiu na Internet uma gravação que tem tudo para provocar a cassação de mandato do deputado Marquinhos Madeira, eleito pelo PT. No áudio, o pai do deputado – Marcos Madeira – gaba-se de ter comprado a eleição do filho com dinheiro sujo de agiotas. Revela que gastou meio milhão de reais só na véspera da eleição, o que garantiu a vitória de Marquinhos Madeira com a maior votação do PT.

30 anos de cadeia para Lula Pinóquio O apartamento de Lula no Guarujá foi comprado e decorado com dinheiro roubado da Petrobras. Foi o que disse Léo Pinheiro à PGR, confessando que a OAS abateu o valor do imóvel da propina devida ao PT. E por que ele fez isso? Porque Lula era o comandante máximo do esquema criminoso - o presidente que nomeou os diretores da Petrobras responsáveis por assinarem os contratos fraudulentos com a empreiteira. Para pegar Lula, a Lava Jato tinha de revelar o esquema completo. E o esquema completo foi revelado. Léo Pinheiro vai repetir seu depoimento ao juiz Sérgio Moro. E Lula será condenado a trinta anos de cadeia. (O Antgonista).

Por não ter propostas para Maceió – até porque só sabe fazer viadutos – o candidato Cícero Almeida está mostrando projetos do governo Renan Filho como se fossem seus. Além de usar a máquina estadual, Almeida está enganando os eleitores com falsas promessas.

Entrevistas

Dando prosseguimento à série de entrevista com os candidatos a prefeito de Maceió, o EXTRA online traz neste final de semana Rui Palmeira, no sábado, e Paulo Memória, no domingo. O bate-papo está imperdível.

Lula guerreiro

“O que me faz caminhar por esse país são as ideias”. A frase proferida pelo ex-presidente Lula em pronunciamento à imprensa depois de ser denunciado pela força-tarefa da Operação Lava Jato, foi apenas uma das tantas de efeito que levou a “galera” à loucura. Em coro, gritavam “Lula guerreiro do povo brasileiro”. Os companheiros estavam eufóricos, mas esse guerreiro parece que estava mal ensaiado.

O superpop

“Em termos de popularidade só tem uma pessoa acima de mim nesse país: Jesus Cristo”. Frase de Lula em pronunciamento à imprensa.

Calote

A Unimed, mais uma vez, esqueceu de pagar aos seus fornecedores. E quando faz, é atrasado e em prestações. Quem sofre são os usuários que procuram os hospitais conveniados, mas são barrados. Com a palavra, a direção que faz vistas grossas para o caos.

EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97 Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Street Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

EDITOR: Fernando Araújo CHEFE DE REDAÇÃO: Vera Alves

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ARTE FAX - 3317.7248 Fábio Alberto - 99351.9882 IMPRESSO - Jornal do Commercio REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA E-mail: 3317.7245 - 99982.0322 contato@novoextra.com.br SERVIÇOS JURÍDICOS As colunas e artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste jornal Vieira & Gonzalez Luiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo Lisboa


MACEIÓ, ALAGOAS - 16 A 22 DE SETEMBRO DE 2016

JORGE OLIVEIRA

Porque não votar em Ciço Brasília - O Brasil mudou com a queda da Dilma e do Cunha. Amanheceu menos corrupto depois da votação do impeachment e da cassação do deputado. Mas, infelizmente, essa mudança para melhor ainda não alcançou os programas políticos. Assisti diariamente o horário eleitoral dos candidatos a prefeito de Maceió. Confesso que fiquei espantado com a cara de pau de alguns deles, com as mentiras deslavadas e a mesmice que se repete todos os anos levando o eleitor cada vez mais a optar pela abstenção e pela rejeição aos nomes manjados da política alagoana. Não consigo entender, por exemplo, como alguns maceioenses de bem desfilam com o nome do Ciço em seus carros. Como toleram seus programas mentirosos, recheados de promessas e propostas irreais para quem ficou oito anos à frente da administração da prefeitura e abandonou a saúde e a educação à própria sorte. Mudou o traçado urbanístico de Maceió para beneficiar a especulação imobiliária e deixou para trás um rastro de corrupção que contaminou toda a administração. O último programa que assisti de Ciço (08/09) foi uma verdadeira baixaria, digno de quem apela porque não tem proposta para governar ou demonstra desespero diante das últimas pesquisas que mostram sua queda e a ascensão do Rui. Depois de mostrar uma senhora pobre da periferia que denunciava a falta de assistência às mulheres grávidas pela atual administração, a matéria finalizava com a acusação de que ela teria perdido o bebê por falta de assistência.Uma aberração, comportamento típico de um desajustado que tenta enlamear um concorrente apelando para as injúrias vis e infames por falta de argumento civilizado para disputar uma eleição. Por causa dessas e outras baixarias, a justiça eleitoral o puniu com a suspensão de alguns programas. O pior de tudo não foi apenas o espetáculo deprimente e triste do vale tudo do programa. No final do depoimento da suposta vítima, que falava visivelmente constrangida, o candidato Ciço aparece assinando embaixo a farsa para dizer cinicamente que vai reabrir a maternidade Denilma Bulhões, cujo fechamento teria provocado a morte do prematuro. Um escárnio, uma denúncia vazia e irresponsável para um candidato que não fez o que promete hoje nos seus oito anos de mandato. Ciço parece desesperado e tem apelado para todo tipo de ofensa para desconstruir o Rui, difamar o candidato com leviandades, como se ele, Ciço, fosse o paladino da honestidade, um homem acima de qualquer suspeita. Ora, ora, os maceioenses sabem que o Ciço responde a processo por corrupção no escândalo denominado “Máfia do Lixo”, quando 200 milhões de reais foram surrupiados na sua administração em um processo que envolveu não apenas ele, mas dezenas de outros parceiros. Pode, inclusive, ser condenado e cassado antes mesmo das eleições. Já foi sentenciado, inclusive, na operação Taturana. Criticar de forma covarde e caluniosa o adversário mostra que o ex-prefeito não olha para o próprio umbigo ou quer, com isso, trazer para o seu mar de lama o prefeito atual que faz uma administração séria, honesta e competente, como comprovam os moradores da cidade que começam a definir sua preferência pelo Rui nas pesquisas.

arapiraca@yahoo.com Siga-me: @jorgearapiraca

Lembra-se

O modelo do programa do Ciço é antigo. E o próprio candidato não está bem. Invariavelmente aparece na tela de cara amassada, feia, rancoroso. Ataca o adversário usando métodos retrógados em vez de apresentar propostas para governar Maceió, coisa que não fez com competência quando esteve à frente da prefeitura. Quem não se lembra que Maceió, na sua gestão, chegou a ser a terceira capital do mundo em violência? Quem não se lembra que as escolas e a saúde estavam abandonadas? Quem não se lembra dos escândalos de corrupção que mantinham Maceió nas páginas policiais? Quem não se lembra da briga do prefeito com o Ministério Público tentando reverter as acusações que pesavam contra ele na Máfia do Lixo? Quem não se lembra dos auxiliares de Ciço que deixavam a prefeitura acusando-o de irregularidades na administração?

Enriquecimento

Pois é, é este senhor que pretende mais uma vez voltar para Prefeitura de Maceió. O ex-cobrador de ônibus que enriqueceu com a política. O ex-deputado estadual que enganou os pobres com as clínicas fajutas nos bairros pobres da periferia até chegar à prefeitura. É este senhor que, como deputado federal, é invisível em Brasília, um zero a esquerda. Nunca apresentou um projeto de lei e nunca fez um pronunciamento na Câmara dos Deputados. Não jogue seu voto na lata do lixo quando outubro chegar.

Atabalhoado

Não conheço a turma que está fazendo a comunicação do Temer – melhor assim. Mas é evidente que ele está num mato sem cachorro. Orientado a contrapor o “Fora, Temer” com outros bordões de duvidosa eficácia, o presidente comete os erros mais infantis para combater os militantes petistas organizados em sindicatos e movimentos sociais que vão às ruas protestar contra a sua legitimidade no poder. Primeiro desdenha dos movimentos, depois aceita os insultos dos militantes quando devolve a provocação de “golpistas são eles”, dita pelo próprio Temer. Pasmem!

Visão

Se os comunicólogos do presidente tivessem a mínima intimidade com a história política do país, não fossem apenas um monte de alienados pendurados em cargos públicos, deveriam saber que os movimentos petistas datam das décadas de 1970/80, época em que Lula fazia passeatas contra a ditadura e arrastava uma multidão pelas avenidas de São Paulo com palavras de ordem das reivindicações trabalhistas. Portanto, levar multidões às ruas para protestar contra Temer é muito natural para um partido que mantém a maioria dos sindicatos – pelo menos os mais organizados – sob o seu domínio e ainda dispõe de uma central sindical, a CUT, abarrotada de dinheiro.

Movimentos

Se a CUT se rebelou até contra a política econômica da Dilma, aliada deles, o Temer não deve estranhar que eles se movimentem novamente contra ele, de quem têm ódio por considerá-lo oportunista, golpista e ilegítimo. A tendência é de que esses movimentos cresçam ao passo que o governo anuncie as medidas, muitas das quais impopulares, para tirar o país do caos econômico, como mexer na Previdência Social, por exemplo.

Ressentidos

Temer não vai ganhar o povo trocando farpas com os ressentidos, até porque o seu governo ainda não decolou e, portanto, não atraiu a confiança de ninguém. Não existe ainda nenhuma medida impactante que leve a sociedade a acreditar em sensíveis mudanças sociais e econômicas. Ele teve tempo, como itinerante, de pensar o país. Sabia como dois e dois são quatro que a Dilma tinha perdido a guerra, era só uma questão de tempo. Mesmo assim, não se preparou para apresentar um programa para corrigir o rumo do país. O que se observa é uma paralisia mental da sua equipe e uma conversa fiada recheada de indelicadezas dos grupos políticos que dividem a nação.

Chutômetro

A mediocridade da equipe de comunicação do Temer é o reflexo de um governo que nasceu atrofiado, carente de inteligência e criatividade. Tudo é feito no chutômetro, parece que nada é discutido ou planejado. A exemplo do governo esquizofrênico que saiu, não O modelo econômico brasileiro existe também nesse uma logística de faliu. É um país provedor, que comunicação. Tudo é no tranco como sustenta uma das maiores folhas de se faz com os carros velhos enguiçados pagamento de servidores públicos no meio da rua. Os auxiliares, de uma do planeta, que não incentiva a em- maneira geral, são escolhidos por apapresa privada, que vive emperrado drinhamento, sem critério de qualidade, numa burocracia paquidermiana e caso do advogado-geral da União Fábio que passou doze anos dominado por Medina Osório, conterrâneo do Eliseu uma república sindical, responsável Padilha, que saiu atirando. pela criação da maior organização criminosa da história do país. Combater essa gente apenas com conSe esse governo não promover as tra-bordões é aceitar a provocação e reformas necessárias para destravar o bate-boca interminável entre uma a economia, não criar um sistema de galera organizada com seus milicomunicação eficaz que dialogue com tantes sindicais e partidários e um a sociedade e não fizer as reforgoverno que precisa urgentemente mas necessárias para modernizar a tirar o país do atoleiro para conquis- infraestrutura do país, os movimentos tar o apoio da população com quem organizados vão continuar nas ruas. deveria, de fato, governar para se E ninguém sabe por quanto tempo, contrapor aos movimentos das ruas. porque é do atraso e do subdesenvolvimento que eles se alimentam.

Falência

Comunicação

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GABRIEL MOUSINHO

Reta final de campanha

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or mais que os candidatos prometam uma campanha limpa, sem ataques, não há quem resista a denúncias no Guia Eleitoral, principalmente quando as pesquisas abrem um leque de situações dos postulantes à Prefeitura de Maceió. Ela começou flor de laranja, mas já enveredou para baixarias e tende a ficar mais ainda picante. De agora em diante, mesmo com um Tribunal Regional Eleitoral vigilante, novas denúncias irão aparecer e as velhas requentadas, num tiroteio que vai da televisão ao rádio e nas redes sociais. É a briga pelo poder e o poder de jogo de cada candidato. Até as eleições muita água vai correr por baixo da ponte e as denúncias não irão parar de crescer. Faltando apenas quinze dias para o encontro com as urnas, todo dia é dia de novidades para a população. Seja de acusações sobre corrupção e outras denúncias graves, como decisões do Poder Judiciário onde candidatos estão com a corda no pescoço. A população, por sua vez, mesmo com o curto espaço de tempo da campanha eleitoral no rádio e na televisão, já deu para perceber quem é quem nesse jogo político. E que a campanha termine logo, para que as donas de casa possam assistir as suas novelas com mais tranquilidade.

Polarização

A campanha já está judicializada, o que se previa antes. A coordenação de campanha de Rui Palmeira acusa o governador Renan Filho de estar utilizando a máquina do Estado para beneficiar seu candidato Cícero Almeida. Já a assessoria de Almeida diz que é desespero do adversário e que a ação interposta na Justiça Eleitora já nasceu morta. A palavra agora está com a Justiça Eleitoral.

A coisa não anda boa

O dinheiro fácil que circulava em campanhas anteriores, parece que tomou chá de sumiço. Pelo menos deu a impressão nos protestos que trabalhadores fizeram na porta da sede do PMDB, em Mangabeiras, na última segunda-feira. Sem receberem o dinheiro prometido para balançar bandeiras e entregar santinhos e adesivos, eles fizeram barulho e foi preciso até a intervenção da polícia.

Cadê o dinheiro?

A campanha deste ano é quase a pão e água, depois que a Operação Java Jato descobriu o rombo que estava sendo feito por empreiteiras contra os cofres da Petrobras e outras instituições públicas. Com o dinheiro fácil de corrupção aparentemente sumido, vamos ver quem é bom de urna.

Olho do furacão

Demorou, mas agora o Ministério Público Federal entrou pesado contra o ex-presidente Lula. Ele foi denunciado como o ´´comandante máximo do esquema de corrupção´´. Lula pode ser preso a qualquer momento, o deve acontecer também com outros figurões da República. É apenas uma questão de tempo.

gabrielmousinho@bol.com.br

Fidelidade

Não foi nenhuma surpresa o deputado Arthur Lira contra a cassação de Eduardo Cunha. Foi um voto consciente. Lira chegou a ser presidente da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão de Orçamento da Câmara, cargo que teve a força de Eduardo Cunha. Muito próximo politicamente a ele, Arthur Lira não se escondeu e tampouco se intimidou, ao contrário de muitos outros.

Abandonado

Um dos homens mais poderosos da República até meses atrás, Eduardo Cunha foi literalmente abandonado pelos seus colegas que lhe rendiam homenagens. Os 160 ou 170 deputados que devem prestar contas à Justiça devem estar pensando o que vem por aí na cabeça do ex-deputado, que promete publicar um livro contando as histórias mais escabrosas durante o processo de impeachment e seus bastidores.

Euforia

Nos corredores do Palácio, mesmo discretamente, a euforia era grande durante a semana com a decisão do governador Renan Filho de defenestrar o PT de sua aliança política. Pelo jeito não fica ninguém, nem mesmo Joaquim Brito, que estava insistindo para não deixar o cargo. A companhia do PT com o PMDB não estava sendo bem digerida pelo governo.

Sem afinação

O líder do governo, deputado Ronaldo Medeiros, parece que não acompanha o governo em algumas ações políticas. Em Delmiro Gouveia, por exemplo, Medeiros apoia o padre Eraldo, enquanto em Pão de Açúcar faz força para a eleição do dr. Eraldinho contra o candidato Flávio Almeida, do PMDB. Em Palmeira dos Índios Ronaldo apoia a petista Sheila Duarte, que patina em 4% das intenções de voto, enquanto Verônica Medeiros é a candidata do partido.

Carga total

O candidato Júlio Cézar, de Palmeira dos Índios, tem um trio de peso em apoio à sua candidatura a prefeito. Benedito de Lira, Maurício Quintella e Marx Beltrão.

Em alta

O ministro dos Transportes, Maurício Quintella, tem se revelado uma nova ascensão na política alagoana. Trabalhador, competente e atencioso, Quintella poderá ser uma das grandes surpresas nas eleições de 2018. Desprovido de vaidades, o Ministro, embora com diversos compromissos em outros Estados, não deixa de marcar presença em Maceió e municípios no interior.

Velha prática Muitos políticos ainda não entenderam que no exercício do mandato têm a obrigação de prestar contas à população. Alguns que têm fraturas expostas na sua vida pública preferem processar jornalistas. Que a Justiça fique de olho nessa turma acostumada a tentar calar a boca dos profissionais de imprensa num flagrante desrespeito à Constituição, que garante o direito sagrado de liberdade de expressão.

Sem surpresas O anúncio do senador Fernando Collor de que não seria candidato a prefeito de Maceió já era esperado. Afinal de Contas Collor não deixaria de continuar no Senado por mais sete anos, para se aventurar numa disputa que poderia lhe render prejuízos políticos.

Parada dura

Se o deputado e ministro Maurício Quintella se dispuser a disputar um mandato de senador, a parada vai ser dura em 2018. Além dele, já estão em plena campanha Benedito de Lira, Renan Calheiros, Marx Beltrão e Téo Vilela.

No calcanhar

O Ministério Público não deixou por menos e acionou na Justiça os deputados Marcelo Victor, Jota Cavalcante, Inácio Loiola, Fernando Toledo, Maurício Tavares, Sérgio Toledo e Antônio Albuquerque por improbidade administrativa. É que eles foram responsabilizados de não terem entregues as prestações de contas entre 2010 e 2012.

Rolete chupado

Horas depois da cassação de Eduardo Cunha, o senador Renan foi inflexível: ´´quem planta vento, colhe tempestade´´. E arrematou demonstrando sua repulsa pelo ex-deputado: ´´afaste de mim este cálice´´.

Constrangimento

As autoridades que participaram da posse da ministra Carmen Lúcia como presidente do Supremo Tribunal Federal, ficaram impassíveis com os rosários de adjetivos para quem rouba dinheiro público. O clima durante os discursos da própria empossada, do ministro Celso de Mello e do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, foi de desconforto total.

Venda consumada

A Eletrobras Distribuidora de Alagoas será vendida até o final de 2017. A decisão foi do governo federal que irá também privatizar outras concessionárias no mesmo período. Antes, o governo deve discutir como será feito o pagamento dos trabalhadores que ganharam na justiça o Plano Bresser, que já atinge mais de 1 bilhão e 500 milhões de reais.


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Pai da jornalista reafirma que a filha se matou

CASO MÁRCIA RODRIGUES MILTON OMENA DIZ QUE MÁRCIA ESTAVA DEPRIMIDA E ACREDITA QUE SUICÍDIO TEVE INTENÇÃO DE PUNI-LO

VERA ALVES veralvess@gmail.com

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restes a completar 70 anos, o delegado aposentado da Polícia Federal Milton Omena Farias afirma ainda estar em busca de respostas para a morte da filha, a jornalista Márcia Rodrigues Farias, de 48 anos, que, segundo ele sustenta, se matou no Dia dos Pais, 14 de agosto, com dois tiros, num ato que ele considera ter sido planejado e que teria como objetivo puni-lo. Desde a efetiva separação dos pais, diz ele, ela nunca aceitara sua saída de casa. Na última quarta, o EXTRA esteve com Omena, como ele é chamado pelos amigos, e ouviu seu relato acerca daquele dia e de fatos que o antecederam, como a relação conturbada com a ex-esposa, Carminha Rodrigues Farias, e o acidente ocorrido 19 dias antes da morte de Márcia, quando ela estava a caminho de Recife onde iria proferir uma palestra sobre motivação pessoal e no caminho o carro que dirigia caiu em um barranco em Matriz do Camaragibe. O acidente, a 27 de julho último, aconteceu um dia depois de Márcia ter ido à casa do pai, em Paripueira, onde passou a noite. Segundo ele, a jornalista “estava magra, muito magra” e sem o sorriso que era considerado uma marca de sua personalidade, sintomas de uma depressão que

“Ainda tento entender o que aconteceu”, diz Omena sobre a morte da filha no Dia dos Pais

hoje ele atribui à crise porque ela passava, tanto de caráter financeiro, desde a falência da empresa que possuía em Recife, como existencial. Achava que o pai não a amava e se sentia fracassada por sua condição de depender financeiramente dos pais e em não poder contribuir de forma mais efetiva para concretizar o sonho dos filhos, Milton Neto, que vive na Irlanda, e Débora, uma garota de 19 anos e que até a morte da mãe estava morando em São Paulo. Milton Omena conta ter

Milton Omena conta ter ouvido da própria filha que ela se sentia rejeitada por ele. Disse-lhe que ela estava equivocada e chegou a sugerir que fizesse terapia

ouvido da própria filha que ela se sentia rejeitada por ele. Disse-lhe que ela estava equivocada e chegou a sugerir que fizesse terapia, mas confirmou que na época em que a então esposa engravidara dela ficou insatisfeito. O jovem casal possuía um filho – que faleceu anos depois em um acidente de carro, aos 18 anos, em Cuiabá (MS) – e atravessava dificuldades financeiras, tanto que haviam combinado não ter outro filho até obterem estabilidade. Márcia tinha pouco mais de 1 ano quando Milton Ome-

na ingressou na Polícia Federal através de concurso público e teve de passar meses longe da família em treinamento, período durante o qual recebeu uma bolsa com valor equivalente a R$ 600 e ao retornar para casa ela não o reconhecera. Durante os mais de 30 anos que trabalhou na PF ele viajava muito, passava meses ausente de casa. Aposentado, concretizou o sonho de viajar mundo afora em uma motocicleta, um sonho que também se tornou motivo de mais problemas em sua já conturbada relação com a ex-esposa e que, segundo ele, o acusava de abandonar a família. Em seu relato, o delegado aposentado deixa transparecer que considera ter sido vítima de alienação parental, como é chamada a síndrome em que, normalmente após a separação, um dos genitores ou a pessoa que detém a guarda da criança ou adolescente faz uma campanha para denegrir a imagem do outro. Baseia sua convicção em relatos de amigos comuns e de moradores do condomínio em Paripueira onde há 14 anos adquiriu uma unidade, o Porto di Mare, no qual contudo só passou a residir de forma efetiva há poucos anos. Deles ouviu a mesma história de que a esposa o acusava de abandonar a família e de manter relações extraconjugais com mulheres muito mais novas, o que ele refuta.


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Um acidente suspeito 19 dias antes de morrer

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ormada em Jornalismo e com vários cursos em instituições do Rio de janeiro, Brasília e na Dinamarca, Márcia Rodrigues havia se especializado em palestras de motivação pessoal embora nos últimos meses, de acordo com o pai, demonstrasse estar em desequilíbrio emocional e vez por outra sofria desmaios. Foi em uma desta fases de depressão que ela teria dito a ele de sua insegurança em viajar para Recife onde deveria ministrar uma palestra. Era 27 de julho, uma quarta-feira, e ela saíra da casa do pai logo cedo, para onde fora no dia anterior. Ao sair, dissera que ele não se preocupasse, que tudo estava bem. Cerca de uma hora após ela sair, Omena conta ter recebido uma ligação de um número desconhecido. Era a filha dizendo que desistira de viajar e que estava retornando a Paripueira. Menos de 10 minutos depois, outro telefonema falando que teria sofrido um acidente. O carro que ela dirigia caiu em um barranco. A despeito do estado em que ficou o veículo, Márcia não teve nenhum ferimento grave e depois de medicada foi levada à casa da mãe, com quem efetivamente morava e que, em um e-mail enviado a ele naquele mesmo dia, praticamente o responsabilizou pelo acidente, ao confirmar que a filha estava se consultando com um psicanalista: “Está vendo o mal que você fez a esta família?” Omena conta que duas coisas lhe chamaram a atenção: a filha saíra deixando para trás celular, agenda, necessaire e outros objetos pessoais e estava de posse de um celular desconhecido. O que mais lhe preocupou, contudo, foram as imagens do veículo enviadas por um amigo ao qual recorrera tão logo soube do acidente e de ter ido ao local para socorrer a filha e que, na sua visão, indicam que ele teria sido proposital. O péssimo relacionamento com a ex-esposa fez com que ele somente voltasse a ver a

filha no dia 13 de agosto, o sábado anterior ao Dia dos Pais, quando ela chegou muito cedo dizendo ter vindo em uma van. Passaram o dia juntos, ela muito calada. Tentou obter da filha uma explicação para o celular desconhecido, mas ela preferiu não falar do assunto. No domingo, Omena diz que acordara cedo e chamara a filha para o café da manhã. Pretendia sair cedo em direção à casa do pai dele, um senhor de 86 anos que reside no Tabuleiro do Martins, em Maceió. Fora encarregado pela família de preparar a carne do churrasco em comemoração ao Dia dos Pais. “Fechamos tudo e fomos para o carro; liguei o arcondicionado quando ela inesperadamente disse que havia esquecido algo. Eram 9h25; entreguei a chave da casa e ela saiu do carro, deixando a bolsa no assento, enquanto eu fiquei dentro do carro a ver no meu celular as mensagens e vídeos enviados por amigos, até que uma vizinha amiga veio falar comigo para convidar para um churrasco que faria. Disse que ia para a casa do meu pai junto com a Márcia. Olhei no relógio e percebi então que ela estava demorando muito e fui chamá -la”. O delegado aposentado diz que entrou na casa chamando pela filha e brincou; “Márcia, quer matar o velho de fome?”, em referência ao pai idoso que os aguardava. Sem obter resposta, foi procurá-la. O último local foi no quarto dele, no andar térreo, onde se deparou com a filha estendida sobre a cama com sangue nas mãos e a arma próxima às mesmas. “Fiquei desesperado, sem saber se a socorria para ver se estava viva, mas a experiência da profissão me levava a crer que ela estava morta. Liguei para um amigo e contei o que acontecera. Ele pediu que eu não mexesse em nada; veio com a esposa e ligou para a polícia, me levando para a casa dele. Voltei mais tarde, quando a casa estava tomada por peritos e onde minha família me aguardava”.

No jardim da casa palco da tragédia, Omena cuida do jardim “como forma de terapia”, diz

Persiste dúvida sobre procedência da arma encontrada junto ao corpo Se a arma encontrada junto a Márcia Rodrigues pertence mesmo a Milton Omena é uma resposta que ele não sabe dar. O delegado aposentado confirma que possuía uma pistola com as mesmas características – uma 765 – mas afirma que desde que se aposentou nunca mais a manuseou. Recorda-se de a ter embru-lhado ao deixar a casa da ex-esposa, mas não lembra se chegou a levá-la para a casa de Paripueira. Antes de se mudar definitivamente para o Porto di Mare, ele morou em uma casa alugada em Maceió. Milton Omena foi ouvido por dois dele-gados de polícia no último dia 26. Eles lhe mostraram um projétil de 9 mm mas não a arma. “Me perguntaram se eu reconhecia o projétil. Falei que não. Como eu iria reconhecer um projétil?” O pai de Márcia afirma que foi dele a iniciativa de pedir que fosse submetido ao exame residuográfico. Isto depois de um policial, durante a perícia, tê-lo questionado: “Já viu alguém se matar com dois tiros?” E garante: “É raro, mas acontece”. Se matar no Dia dos Pais, na casa do pai, na cama do pai, para ele, só tem uma explicação: “Ela quis me punir por alguma coisa que nem eu mesmo sei”.


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Rui Palmeira e Renan Filho antecipam confronto de 2018

ELEIÇÕES 2016

PREFEITO JUDICIALIZA ELEIÇÃO E CALHEIRISTAS PREPARAM REAÇÃO ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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disputa eleitoral em Maceió em 2016 virou a antecipação do cenário de 2018, quando o prefeito Rui Palmeira (PSDB) - se ganhar a votação deste ano - será nome certo do PSDB para disputar as eleições contra o governador Renan Filho (PMDB), que tentará o bis no mandato. Vão para lados opostos: o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) - fica com Renan Filho; o ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) - candidato ao Senado e estará com Rui; o senador Benedito de Lira (PP) - estará com Rui. A dúvida fica com o senador Fernando Collor (PTC), que pode se candidatar ao governo, surpreendendo os “confrades” jornalistas. Em 2018, além de Renan Filho, disputam a reeleição Renan Calheiros e Benedito de Lira. A segunda pesquisa Ibope, divulgada na quarta-feira (15), mostra que a votação em Maceióalém de ir ao segundo turno - não está mais tecnicamente empatada. Rui abriu uma vantagem de sete pontos percentuais em relação a Cícero Almeida (PMDB). E a distância de Cícero para o terceiro colocado, João Henrique Caldas (PSB), que estava em 20 pontos percentuais, caiu para dez pontos. E isso a 16 dias da eleição. Significa que JHC é o candidato que mais cresceu na preferência do eleitorado na capital: tinha 11%. Está com 18%. Se a tendência for a atual, ou seja, 2º turno, Rui vence Cícero (46% a 33%) ou JHC (45% a 32%). Sem Rui no segundo turno, a votação empata com Cícero Almei-

da e JHC (39% a 39%). Mas, o apoio de JHC no 2º turno será ponto decisivo para definir quem vai sentar na cadeira do Executivo de Maceió pelos próximos quatro anos. Em um cenário disputado voto a voto entre Rui e Renan Filho, o prefeito, através de sua assessoria jurídica, abriu, explicitamente, a guerra contra o governador. Acusa Cícero e o governador de abuso de poder político e econômico nas eleições de Maceió. Leva, assim, as eleições das ruas para os tribunais. Argumento é que assessores do governador participam da campanha de Cícero fora do horário de expediente e a presença de Renan Filho no guia de Cícero. Acusações rejeitadas pelo comitê do pemedebista: “Rui perdeu uma grande oportunidade. E acabou fortalecendo a presença do governador na campanha de Cícero”, disse um dos assessores jurídicos de Cícero. “Usam matéria requentada. Rui tinha a certeza que ganharia as eleições no primeiro turno. E não será assim”, disse este assessor jurídico. Mas, no guia eleitoral de quarta-feira (15), pelo rádio, horas antes da divulgação da pesquisa Ibope, Cícero anunciava, entre as promessas de sua administração (se ganhar), obras na periferia e a Eco Via Norte. Estas duas obras são tocadas pelo Governo Renan Filho. O “Pequenas Obras, Grandes Mudanças” (construção de escadarias e calçadas nas 76 grotas da capital, beneficiando 250 mil moradores) e a Eco Via Norte, ligação do bairro do Benedito Bentes com a AL101 Norte (via que está atrasada há quatro anos).

Rui e Cícero protagonizam o embate que terá influência decisiva em 2018

Ações no caminho de Almeida

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as, a aposta de Rui é que o acréscimo de mais uma ação jurídica contra o ex-prefeito possa gerar desgaste público na imagem do ex-gestor, retirando votos do QG de campanha almeidista. E Almeida tem contas a acertar já este mês. No dia 22, o Tribunal de Justiça leva a plenário a ação da Operação Taturana em que Cícero Almeida é réu. Então deputado estadual, Almeida é acusado de atos de improbidade administrativa, que podem deixá-lo inelegível até 2026 mais perda do mandato e devolução de R$ 195,5 mil aos cofres públicos. Segundo a ação, Almeida e mais dez pessoas (também incluindo o deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, do PT, também candidato a prefeito de Maceió) foram acusados de tomar dinheiro emprestado via Banco Rural e o pagamento ser feito com a verba de gabinete. No dia 27, a conselheira Maria Cleide Beserra traz ao pleno do Tribunal de Contas a ação que julga as contas de Almeida, referentes a 2007, e reprovadas pelo relator, Anselmo Brito. Já no final do mês passado, o Tribunal Regional Federal da 5a Região (TRF5) publicou acórdão com a negativa da 3ª Turma, rejeitando preliminares levantadas pelo Ministério Público Federal, acusando Cícero Almeida e mais duas pessoas de ato de improbidade. O caso se referia a licitações na Secretaria Municipal de Educação. O MPF não conseguiu provar que houve irregularidades envolvendo o ex-prefeito.


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Falta dinheiro para tropas federais em Alagoas

TRE ADMITE GOVERNO DIZ TER COMO GARANTIR ELEIÇÕES; DESEMBARGADORES PEDEM “ARGUMENTOS FACTÍVEIS” A JUÍZES ODILON RIOS Especial para o EXTRA

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clima de insegurança nas cidades alagoanas a 16 dias das eleições pôs os desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em alerta. Apesar de aprovarem pedido de tropas federais para o Tribunal Superior Eleitoral- que terá a palavra final sobre o Exército nas ruas no dia 2 de outubro- os magistrados não escondem o medo do confronto entre grupos políticos. O assunto é diário entre os integrantes do TRE durante as sessões. E existe um elemento que piora a situação: os cortes federais de dinheiro. O presidente do tribunal, Sebastião Costa Filho, disse que a situação na Justiça Eleitoral alagoana é de “extrema precariedade” na questão financeira. Problema é que o deslocamento de tropas federais é pago pelo TRE. E Sebastião Costa admitiu que existe dificuldade até de se cumprir determinação do tribunal superior por faltar dinheiro em caixa. O pequeno discurso do maior representante da Justiça Eleitoral de Alagoas foi feito no dia 13 de setembro. Costa Filho lembrou que em 12 de setembro, ofício foi encaminhado ao secretário de Segurança Pública, Lima Júnior, reforçando a recomendação contra atos de prevaricação e improbidade administrativa. O desembargador Fábio Henrique Cavalcante propôs que houvesse redistribuição das forças policiais lotadas nas ci-

dades. Na mesma sessão foi citado ofício do governo dizendo ter condições de garantir a ordem pública, como chamou, na cidade de Pilar, que teve pedido de tropas federais aprovado esta semana pelo tribunal. Mas, nas discussões, reforça-se uma ideia: a posição final do pedido de tropas federais é do TSE. E tribunal em Brasília analisa, principalmente, um pedido especial: do governador. Neste caso, Renan Filho (PMDB) tem de reconhecer que as forças estaduais, sozinhas, não têm condições de dar respostas a casos de violência, confronto ou ameaças aos eleitores, candidatos e aos integrantes da magistratura envolvidos na votação. Ex-presidente do TRE e desembargador eleitoral, José Carlos Malta Marques pediu que os casos de tropas federais aprovados pelo tribunal tenham “argumentos factíveis capazes de contradizer essa segurança que o Governo do Estado afirma possuir, sob pena do não acatamento da petição por parte daquela Corte Superior”. Foi assim com o pedido de tropas para Pilar, assinado pelo juiz Sandro Augusto. Principal argumento? A cidade tem apenas três policiais. “Não possui condições de fornecer policiamento sequer para um evento político que iria ocorrer na cidade”, anota o juiz, em seu pedido, aprovado pelo TRE. Outro argumento? Um tiroteio que aconteceu em 28 de agosto durante uma caminhada. Disse José Carlos Malta Marques: os atacados durante o

Sebastião Costa Filho confirma dificuldades de caixa

“Mata Grande só tem

dois policiais e a disputa está acirrada. Tudo indicava um confronto. Temos um prefeito afastado [Celso Luiz, de Canapi].O filho disputa a Prefeitura em Mata Grande; temos um clima de pé de guerra entre os grupos políticos rivais; temos terrorismo de ambos os lados. Um grupo provoca o outro durante as caminhadas” JOÃO DIRCEU juiz

tiroteio foram para a delegacia denunciar o caso. E encontraram o prédio fechado. E a expectativa para algumas cidades é grande. Três delas preocupam mais, dentre todas: Inhapi, Canapi e Mata Grande. Principal líder político destas cidades é o prefeito Celso Luiz (Canapi), afastado do cargo por determinação judicial. Relator do pedido de tropas federais, o desembargador eleitoral Alberto Maya de Omena Calheiros encaminhou o caso para análise para a Presidência e a Corregedoria do TRE. MATA GRANDE As cobranças ou discussões

sobre os casos de violência registrados no interior de Alagoas são constantes no TRE. Em 12 de setembro, novamente, José Carlos Malta Marques usou o termo “imensa preocupação” com as eleições alagoanas, citando o atropelamento de seis pessoas no dia 7 de setembro em Mata Grande. E a decisão do juiz da cidade, João Dirceu Soares Moraes, de suspender, no dia seguinte, carreatas e passeatas de candidatos pela cidade. Para justificar o pedido de tropas federais para a cidade de Mata Grande, o juiz João Dirceu usou como justificativa - além da pouca quantidade de policiais na região - o narcotráfico e a atuação de organizações criminosas “Mata Grande só tem dois policiais e a disputa está acirrada. Tudo indicava um confronto. Temos um prefeito afastado [Celso Luiz, de Canapi].O filho disputa a Prefeitura em Mata Grande; temos um clima de pé de guerra entre os grupos políticos rivais; temos terrorismo de ambos os lados. Um grupo provoca o outro durante as caminhadas”, afirmou o magistrado no dia 8 de setembro, um dia após 0o registro do atropelamento coletivo na cidade. E, de novo, as forças estaduais de segurança pública foram citadas durante a sessão do TRE. Desta vez pelo desembargador Fábio Henrique Cavalcante Gomes: tanto o secretário de Segurança Pública, Lima Júnior, quanto o diretorgeral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, garantiram terem condições de, sozinhos (ou seja, apenas com as polícias locais) garantirem a segurança da votação no dia 2 de outubro. Os desembargadores da mais alta Corte eleitoral alagoana não têm a mesma confiança.


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Municípios terão tropas federais durante as eleições

MEDO DA VIOLÊNCIA RIO LARGO E PILAR JÁ ESTÃO CONFIRMADOS; ROTEIRO, PIAÇABUÇU E MATA GRANDE AGUARDAM DECISÃO JOÃO MOUSINHO joao_mousinho@hotmail.com

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violência, trocas de acusações, intimidações e compra de votos ainda são práticas comuns na política de Alagoas. Em vários municípios o efetivo policial é pequeno em seu cotidiano e durante o pleito eleitoral o número ínfimo de agentes coloca em cheque a manutenção da segurança de eleitores e candidatos. Na última terça-feira, 14/9, o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas deferiu por unanimidade de votos o pedido de tropas federais para o município de Rio Largo. Para o desembargador eleitoral Orlando Rocha Filho, relator do processo referente ao pedido de tropas de Rio Largo, as informações prestadas pelo governo do Estado prometendo segurança para o período eleitoral seriam genéricas, sequer revelando um necessário aumento do efetivo policial. Ainda segundo o desembargador: “Sem o envio das tropas federais, há fundados riscos de séria perturbação da ordem pública, inclusive podendo ocorrer

indesejáveis conflitos de grupos partidários no dia do pleito e mesmo em datas que a ele antecede. A situação poderia ficar fora do controle da Justiça Eleitoral, a quem compete exercer o poder de polícia no pleito, prejudicando a tranquilidade que deve reinar nas eleições”. Hoje a disputa pela prefeitura de Rio Largo segue acirrada com seis candidatos: Alex Fernandes, Gilberto Gonçalves, Marcelo Victor, Mima, Pedro Victor e Vânia Paiva. O pedido de tropas federais da 15ª Zona Eleitoral agora segue para julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que é o órgão que dará a palavra final sobre o envio ou não dos militares. Já no município do Pilar a solicitação de tropas federais foi realizada pelo juiz eleitoral da 8ª Zona – Pilar, Sandro Augusto dos Santos. O magistrado encaminhou ao Tribunal a solicitação de reforço no policiamento local em razão de violentos incidentes locais e do baixo efetivo policial na região. O pedido foi aprovado por decisão unânime dos integrantes do TRE. No Pilar a eleição majoritária é disputado por Carlos

Envio de soldados do Exército a municípios alagoanos em conflito ainda depende do TSE

Alberto Canuto, que tenta a reeleição, Douglas Barros e Renato Filho. Outros municípios tiveram o pedido de tropas negado pelo TRE: Batalha, Jacaré dos Homens e Belo Monte. Outras cidades através de candidatos e juízes também solicitaram mais policiamento: Roteiro, Piaçabuçu e Mata Grande. No caso de Roteiro, a juíza eleitoral Emanuela Bianca encaminhou ao Tribunal um requerimento formulado pela

candidata ao cargo de prefeito pela coligação “Caminhando com o Povo por um Roteiro Melhor”, Maria Helena Castro Jatobá Lins, onde a mesma destaca que na região, além da compra de votos, as eleições sempre registram crimes de mando, o que cria um clima de insegurança para toda a população. Já em Piaçabuçu, a candidata Maria Lúcia Marinho narra que o efetivo policial na cidade é insuficiente para

acompanhar todo o processo eleitoral, garantir a lisura do processo e reprimir as tentativas de desvios na compra e venda de votos. No Sertão o clima segue tenso na cidade de Mata Grande após um correligionário ter tentado realizar um atropelamento coletivo. A eleição é polarizada entre os candidatos da família Brandão, Erivaldo Mandú, e o filho do ex-deputado estadual, Celso Luiz, o jovem de 23 anos Luiz Pedro.


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Município em decadência por incompetência administrativa

PALMEIRA DOS ÍNDIOS “MAQUIAGEM” NÃO CONSEGUE ESCONDER O DESRESPEITO À CIDADANIA, COMO FALTA DE ÁGUA, DEFICIÊNCIA NA SAÚDE E INSEGURANÇA GEOVAN BENJOINO Jornalista

Hospital cobra R$ 90 para acesso

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esmo estrategicamente “maquiada”, Palmeira dos Índios mostra de forma evidente a incapacidade administrativa da gestão em superar os desafios vividos pelo município. É verdade que sob o ponto de vista da construção civil a cidade cresceu, mas isto se deve ao governo petista que construiu mais de 2 mil casas populares. No entanto, os problemas cresceram mais ainda. A falta de trabalho, a deficiência na saúde, a insegurança pública, o crescimento do tráfico de entorpecentes e a insensibilidade política ecoam fortemente nas ruas, nos lares e em todos os lugares públicos da cidade e zona rural. Observador atento e com o olhar preciso de um cirurgião, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Palmeira dos Índios, José Maria Melo da Costa, empresta a sua voz para clamar por políticas públicas de fato e de direito que promovam mudanças em áreas vitais de Palmeira dos Índios, como saúde, trabalho, educação, segurança, esporte e cultura. “A população palmeirense está sofrendo muito com a falta de um polo multissetorial para absorver a mão de obra ociosa”, enfatiza José Maria. “Muitas famílias saíram do município para a periferia dos centros urbanos em busca de melhores condições de vida, porque a nossa cidade não oferece meios para atender as necessidades básicas, como comer, morar e vestir”, disse. O representante do setor pro-

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José Maria acusa prefeitura de relegar direitos da população

dutivo chama a atenção para a deficiência da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “O pobre sofre até a alma, porque o rico usa o hospital particular e o plano de saúde”, ressalta indignado José Maria, que defende o retorno do atendimento público realizado tempos atrás pelo Hospital Regional Santa Rita. “Sou a favor do atendimento à população por parte do Hospital Santa Rita, que tem estrutura para atender a todos e realizava relevantíssimo trabalho em benefício de Palmeira dos Índios e de outros municípios”, disse o líder palmeirense.

té pouco tempo, o atendimento, consulta e tratamento eram realizados gratuitamente sem discriminação pelo Hospital Santa Rita. Qualquer cidadão tinha acesso aos serviços do referido Hospital Regional. Entretanto, por conta de briga política com a antiga provedoria, o prefeito transferiu os recursos da unidade hospitalar para a UPA, o que terminou provocando enorme deficiência na saúde pública municipal prestada pelo Santa Rita. Hoje para adentrar no Hospital Santa Rita é cobrada uma taxa de R$ 90. A consulta também é cobrada conforme o especialista. O hospital só interna paciente se ele for encaminhado pela UPA. A população reclama constantemente do atendimento dispensado pela UPA, cuja estrutura é deficitária. Muitas denúncias já foram veiculadas por órgãos da imprensa, mas a problemática continua violando direitos fundamentais. “A população está sofrendo as consequências dessa triste realidade, que é um pesadelo para todos nós palmeirenses”, ressalta José Maria. O representante do setor agropecuário destaca ainda a não conclusão do Instituo Médico Legal (IML) localizado à margem da BR316, cujo prédio inacabado retrata o descaso e a falta de respeito dos governos estaduais e a omissão do município, que, inerte, não fez nada para que a obra seja concluída. “O IML é outro caso vergonhoso que nos deixa indignados. Há cerca de 10, anos desde o Governo Ronaldo Lessa, que o prédio está

abandonado. É um elefante branco que denuncia a insensibilidade do governo e do município”. enfatiza José Maria. “Isso dói fundo na alma, porque é um patrimônio público que está completamente abandonado e poderia estar servindo a Palmeira dos Índios e a outros municípios”, ressalta. O Parque de Rodeio Geraldo Bulhões – literalmente destruído pela ação do tempo - é outro patrimônio público que poderia estar realizando eventos e gerando renda, segundo José Maria. “O Parque de Rodeio Geraldo Bulhões, que está localizado num lugar estratégico, às margens da BR-316, poderia também se transformar num centro comercial, estimular vendas dos mais variados produtos e gerar renda ao município e aos palmeirenses. Mas infelizmente está destruído e ninguém faz nada para recuperá-lo e devolvê-lo à coletividade”, disse o líder dos produtores rurais. José Maria ressaltou também a possibilidade de transformar o Cristo do Goiti num lugar de lazer e ponto turístico atraindo gente do País inteiro. Ele falou ainda sobre a reativação de poços artesianos construídos na gestão Cordeiro na Praça São Vicente, bairros Cafurna e São Francisco, além da zona rural. José Maria disse que Palmeira dos Índios é um município que tem potencial para se transformar em importante centro econômico e cultural. “O que falta é gestão e determinação política”, conclui o representante do setor ruralista palmeirense.


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TRE recorre ao Youtube em ação contra Gustavo Feijó

CRIME DE CALÚNIA

PREFEITO DE BOCA DA MATA SE RECUSA A COMPARECER À PF PARA FORNECER MATERIAL PARA A PERÍCIA QUE ELE MESMO PEDIRA

VERA ALVES veralvess@gmail.com

www.youtube.com/watch?v=Hux8IN1h3OA (com entrevistas de Feijó ao Boca da Mataweb em 2013), https:// www.youtube.com/watch?v=NN8vg3qmIn8 (entrevista no Conversa de Botequim em 2011), e https://www.youtube.com/watch?v=zIjzV-1v5ns (entrevista dele, então presidente da Federação Alagoana de Futebol-FAF, em 2014 ao canal TV Esporte Alagoano).

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m mais um capítulo da verdadeira novela em que se transformou a ação penal em que é réu o prefeito de Boca da Mata e candidato à reeleição Gustavo Dantas Feijó, o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas decidiu recorrer ao Youtube para uma perícia reivindicada pelo próprio cartola. O objetivo é confrontar a voz de Feijó com as gravações do áudio apresentado como prova contra ele de crime de calúnia e injúria contra seu antecessor, José Maynart Tenório. O caso remonta às eleições de 2012, quando Feijó se elegeu e, durante um comício de campanha, desferiu ataques ao então prefeito e ao sobrinho deste, Ricardo Tenório Barbosa, que também disputava o comando da prefeitura. Desde janeiro de 2014 a Ação Penal 224-84.2014.6.02.0000 tramita no TRE e tem tido seu desfecho protelado dadas as dificuldades da Polícia Federal em realizar um comparativo do padrão vocal do cartola, vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Feijó deveria ter comparecido à sede da PF em Alagoas na quarta, 14, mas em resposta à intimação do desembargador eleitoral José Carlos Malta Marques, relator da AP, afirmou que não iria com base no princípio de não pro-

“GELADEIRA”

Feijó se negou a comparecer à Polícia Federal para “não produzir provas contra si mesmo”

duzir provas contra si mesmo. Mais uma contradição de sua parte, já que inicialmente assumira ser sua a voz constante do áudio; posteriormente pediu que fosse realizada perícia na gravação, negando a autoria dos ataques. Diante da negativa do réu, o desembargador José Caros Malta determinou à PF que conclua em 15 dias a perícia – que já atestou como verdadeiro o áudio entregue como prova – usando como padrão de voz comparativo cinco vídeos postados no Youtube, to-

Diante da negativa do réu, o desembargador José Caros Malta determinou à PF que conclua a perícia – que já atestou como verdadeiro o áudio entregue como prova

dos com entrevistas do cartola alagoano. Os vídeos foram selecionados a partir de busca realizada pela Procuradoria Regional Eleitoral que já no início de agosto aventara com a possibilidade de se recorrer à rede social caso Gustavo Feijó se negasse em oferecer material para comparação do padrão vocal. Os vídeos selecionados e disponíveis na internet são https://www.youtube.com/watch?v=06ecz03Dn2g, https:// www.youtube.com/watch?v=L21A1EsSQwk e https://

Figura polêmica e com embates judiciais desde os tempos em que assumiu o comando da FAF – entregue desde o ano passado ao filho dele, Felipe Feijó – Gustavo Feijó é hoje mantido em “geladeira” pela CBF depois de ter sido denunciado pelo uso indevido e não autorizado em sua campanha pela reeleição de imagens de jogadores da Seleção Brasileira, dentre eles o craque Neymar. O caso ocorreu no final de agosto, logo após o Brasil ter conquistado o ouro inédito nas Olimpíadas do Rio e foi denunciado à Federação Internacional de Futebol (Fifa) como quebra de decoro e afronta ao Código de Ética da entidade. A despeito da grande repercussão n mídia esportiva, ainda não se tem informações de qualquer punição oficial ao cartola alagoano.


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Instituições de ensino adotam benefício como diferencial

SEGURO EDUCACIONAL EM CASO DE DESEMPREGO DOS RESPONSÁVEIS, ESTUDANTE TEM A GARANTIA DE CONCLUIR OS ESTUDOS

Sincor orienta sobre contratação

VALDETE CALHEIROS Especial para o EXTRA

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proximidade do último trimestre do ano faz com que muitos pais iniciem uma rotina típica do período: a de pesquisar em qual escola irá matricular seus filhos. Preço, localização, metodologia de ensino, instalações adequadas, qualidade de ensino e resultados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são alguns dos quesitos avaliados. No entanto, nos últimos anos – especialmente com a crise financeira – uma nova pergunta tem sido feita aos diretores das escolas ou aos responsáveis pelas matrículas. Pais e/ou responsáveis pelo custeio da educação querem saber se o estabelecimento de ensino tem seguro educacional, uma fatia do mercado de seguros cada vez mais saborosa tanto para as escolas quanto para os segurados. Em muitas residências, o seguro educacional tem feito a diferença na hora da matrícula. E a preocupação tem razão de ser. O seguro educacional garante, entre outras benefícios, que o aluno possa concluir os estudos no caso de o responsável financeiro perder o emprego, por exemplo, durante o ano letivo em curso.

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Ribeiro lembra que, em tempos de crise, o seguro é uma garantia para os filhos

presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Alagoas (Sincor-AL), Edmilson Ribeiro, explicou que diante do atual cenário econômico, o seguro educacional é, portanto, o instrumento mais adequado para garantir tranquilidade financeira às escolas e aos pais, é consequentemente, a continuidade do padrão educacional dos filhos diante de algum imprevisto financeiro sofrido pelo responsável financeiro do aluno. “Por isso mesmo, em tempos de crise financeira, cada vez mais escolas tem aderido ao seguro educacional. O seguro educacional é uma garantia para a escola e um diferencial para o aluno”, avaliou. O mercado do seguro educacional é crescente no cenário local e também nacional porque uma das maiores responsabilidades dos pais e talvez a maior preocupação é prover a melhor educação possível para os filhos. Em Alagoas, são pelo menos 10 seguradoras e boa parte delas tem apostado no seguro educacional como diferencial no setor. Isso porque se há uma certeza no mercado de seguro é a de que: quanto pior a crise econômica maior a necessidade do seguro. E, em se tratando especificamente, de seguro educacional é um dos que mais tem crescido no mercado alagoano. Uma boa fatia para os cerca de 200 corretores de seguros filiados ao Sincor-AL que conta ainda com aproximadamente 120 pessoas jurídicas. “O seguro educacional é um produto do mercado de seguros que garante a proteção educacional dos filhos no caso de eventos negativos que afetem a renda dos pais, no caso, do responsável financeiro”, acrescentou Edmilson Ribeiro.


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Roberta Nepomuceno

Marista adota seguro há 16 anos

Cobertura inclui desemprego

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depender do tipo de contrato, este seguro cobre os gastos educacionais dos filhos do maternal à conclusão do curso superior – mensalidades e material escolar – em casos de desemprego, invalidez ou morte do responsável pelo aluno. A oferta mais comum, ainda de acordo com o presidente do Sincor, é a de apólice coletiva. Nesta modalidade, a instituição de ensino contrata cobertura para todos os alunos matriculados. Por sua vez, as seguradores, geralmente, só aceitam o contrato coletivo por adesão mediante participação de, pelo menos, 50% da totalidade dos alunos matriculados. “Nessas condições, o valor do seguro costuma variar entre 1% e 3% da mensalidade escolar. O contrato coletivo é vantajoso em termos de preço, porque quanto maior o número de pessoas, da vidas asseguradas, mais a seguradora pode reduzir os custos”, detalhou Edmilson Ribeiro. São inúmeras as vantagens, os benefícios do seguro educacional. A depender do contrato, estão garantidos também o transporte do aluno para o colégio, quando este estiver com dificuldades de se locomover por problemas de saúde; assistência médica 24 horas durante o período letivo e aulas particulares em casa, se o estudante não puder ir à escola por um período mínimo de cinco dias, devido à acidente ou cirurgia. O presidente do Sincor-AL alerta apenas para o fato de verificar se o corretor de seguro é realmente capacitado e habilitado para o exercício da profissão. “Sabemos que um corretor de seguro idôneo vai orientar nos mínimo detalhes o segurado. E vai atentar para que o contratante leia, com a devida atenção, o contrato principalmente para saber quais as situações em que a indenização não será paga. Pagamento de cursos ordinários e aulas de reposição, no caso de o aluno ficar em recuperação em alguma matéria são alguns exemplos”, detalhou. A indenização do seguro também não é paga quando ocorre aposentadoria por invalidez do responsável pelo aluno concedida pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No caso de o seguro ter

sido acionado e se o aluno for reprovado, as mensalidades só voltarão a ser pagas pelo seguro quando o estudante for aprovado para o ano seguinte, mediante declaração da escola. “Por isso recomendamos que, na apresentação da proposta e na assinatura do contrato, o segurado peça ao seu corretor de seguros esclarecimentos sobre todos os detalhes de contrato. Mas, claro, todas essas preocupações se tornam nulas quanto o contrato é feito por um corretor de seguros devidamente capacitado para tal”, detalhou o presidente do Sincor no Estado. Edmilson Ribeiro orienta que, em caso de dúvidas para saber se o corretor de seguros é devidamente habilitado a escola ou mesmo o responsável pelo aluno pode ligar para o Sincor-AL e buscar informações. O telefone é 3326-1029 e o atendimento é em horário comercial. PIONEIRO Um dos pioneiros no mercado alagoano de seguro educacional, o corretor Marcus Elysio Figueiredo Campello lembra de ter assinado um dos seus primeiros contratos em 1998. De lá para cá, sabe que a quantidade de contratos tem crescido na mesma proporção que a preocupação dos pais em garantir a continuidade dos estudos dos filhos no caso de algum infortúnio. “No meu entender, o seguro educacional é hoje a única forma de dar continuidade aos estudos no caso de algum imprevisto com o responsável financeiro do estudante. Isso sem falar que livra o estabelecimento educacional de altos índices de inadimplência”, resumiu. Quando os contratos são mais abrangentes, o estudante tem também atendimento emergencial em casos de acidentes, doenças ou intervenção cirúrgica e acontecimentos súbitos e imprevistos em situações de remoção de emergência, remoção inter-hospitalar, retorno à residência após alta hospitalar, assistência paramédica domiciliar, transporte para frequência às aulas, transporte para tratamento fisioterápico, aulas em casa, locação de aparelhos ortopédicos e hospitalares.

O funcionário público e empresário Cleverton Oliveira matriculou sua filha, a pequena Maria Letícia Oliveira, de 7 anos, há quatro anos no Marista e disse que todos os atrativos da escola foram importantes para a escolha da família. No entanto, o fator determinante foi o seguro educacional ofertado pela escola, uma das mais tradicionais do estado e pioneira em disponibilizar essa garantia aos pais e alunos. “Minha filha caiu durante uma atividade física, machucou o braço que ficou dois meses imobilizado. Claro que a escola ligou para mim e para minha esposa para nos avisar do ocorrido, mas enquanto éramos informados pelo telefone, outra equipe da escola já estava providenciando, através do seguro educacional, todo o atendimento médico-hospitalar necessário a nossa pequena. Fomos muito bem assistidos. Tivemos todo o apoio da escola e não tivemos custo nenhum. O custo benefício com o seguro educacional é deveras

Cleverton e a filha Maria Letícia

compensador. Quando deixamos nossos filhos na escola, entregamos ao estabelecimento nosso maior bem e é muito tranquilizador saber que nosso maior tesouro está a salvo de qualquer situação que fuja à normalidade”, detalhou. O diretor do Marista, Irmão Humberto Gondim, disse que o Marista oferece esse diferencial há 16 anos. “Desde então, nosso maior bem, o aluno, tem toda assistência necessária para dar continuidade aos estudos com segurança. Segurança financeira e física, inclusive. Investimos no nosso maior patrimônio, a proteção da vida do aluno”, concluiu.

Fenacor destaca crescimento do setor O seguro educacional cresce em todo o Brasil. De acordo com o presidente da Fenacor – Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros – Armando Vergilio, o produto tem grande potencial e pode chegar a um mercado que atenderá mais de 7 milhões de alunos matriculados no Ensino Fundamental e no Médio, além de 4,5 milhões de universitários em todo o país. “Com a crise econômica, os responsáveis procuram meios de proteger a educação dos filhos de algum tipo de adversidade. E para os corretores, é uma nova oportunidade de negócios, tendo em vista os números do público-alvo”, analisou Armando Vergilio, destacando que o segmento atinge famílias de todos os níveis sociais. O seguro educacional está inserido na categoria de “seguros para pessoas”, nesta ocupa a sexta posição movimentando, no primeiro semestre de 2016, R$ 22 milhões em novos contratos – um crescimento de 79,5% em relação ao primeiro semestre de 2015, segundo dados oficiais da Superintendência de Seguros Privados – Susep. De uma forma ampla, o presidente da Fenacor frisou que há opções como cobertura básica, que abrange somente a série atual que o aluno está cursando,

mas que a apólice pode cobrir ainda todo o ciclo escolar ou do primeiro ao último ciclo oferecido pela instituição de ensino. Não há limite quanto ao prazo de cobertura em caso de morte ou invalidez do responsável financeiro. Na hipótese de perda de renda ou desemprego, a apólice cobre de três a seis mensalidades escolares. Ele também explicou que conforme o perfil do cliente há benefícios adicionais. O seguro educacional pode cobrir desde a assistência emergencial ao aluno em caso de acidentes e imprevistos até o transporte para tratamentos fisioterápicos e comparecimento às aulas. Pode haver também carteirinha escolar opcional, com a identificação do aluno e telefones para atendimentos 24 horas, e auxílio na recolocação profissional, em caso de perda de renda por desemprego. Também há opções de auxílio para despesas com funeral do aluno ou responsável. Isso sem falar, acrescentou Armando Vergilio, que o seguro educacional é uma ferramenta adicional para garantir o pagamento de mensalidades, em caso de desemprego, morte ou invalidez permanente do responsável financeiro do contrato. Trata-se de um fator de proteção social e uma garantia de continuidade dos estudos. Em tempos de crise e de incertezas na economia, o seguro educacional atrai um número cada vez maior de escolas, universidades e pais de alunos, como ferramenta contra a inadimplência.


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Justiça bloqueia apartamentos da Convenção Batista

BATISTA EM XEQUE

DECISÃO É PARA PAGAMENTO DE DÍVIDAS PREVIDENCIÁRIAS DEIXADAS POR GESTORES DE UM DOS MAIS TRADICIONAIS COLÉGIOS DE ALAGOAS

JOSÉ FERNANDO MARTINS josefernandomartins@gmail.com

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inco anos se passaram desde a venda do Colégio Batista para o pagamento de dívidas trabalhistas e previdenciárias. Porém, há pendências que ainda tramitam nas esferas da Justiça. Uma decisão do juiz federal titular da 5ª Vara, José Donato de Araújo Neto, determinou o bloqueio de 20 apartamentos do empreendimento Belle Vue SPE Ltda, que está em construção no terreno do antigo colégio, no Farol, em Maceió. O magistrado ratificou a decisão no dia 29 de julho, aplicando uma multa por “ato atentatório à dignidade da Justiça por fraude à execução fiscal”. A decisão é para quitar os valores recorrentes das Certidões de Dívida Ativa inscritas sob os números 35.628.285-6 e 37.021.4226, que totalizam o valor de R$ 2.804.252,77. As dívidas milionárias foram reveladas em sindicância que investigou a venda do Colégio Batista pela administração da época da Convenção Batista Alagoana. Segundo documentação recebida pelo jornal EXTRA, o imóvel do colégio, situado na rua Aristeu de Andrade, 256, no Farol, foi adquirido pela Record Planejamento e Construção Ldta, em 2011, através de ação de usucapião onerosa, que é caracterizada pela posse de maneira pacífica e sem oposição do proprietário.

No terreno onde por quase 90 anos funcionou o Colégio Batista está sendo construído um complexo de apartamentos

Hoje, no local estão sendo construídas duas torres do condomínio Mansões do Alto, que totalizam 69 unidades distribuídas em nove pavimentos. O valor pago à Convenção Batista foi de R$ 7 milhões, sendo R$ 3,5 milhões em dinheiro e mais 20 apartamentos para serem vendidos no futuro empreendimento. Com a decisão do juiz, aqueles que adquiriram os imóveis da Convenção Batista correm o risco de sofrer com as penalidades endereçadas ao antigo Colégio Batista. No entanto, conforme denúncia anônima recebida pela reportagem, tais recursos não foram utilizados

para o pagamento da dívida com o Governo Federal. Existiriam valores que foram recebidos que sequer teriam passado pelo caixa da Convenção, além daqueles que teriam sido quitados diretamente à mesa diretora, bem como acordos trabalhistas no valor de mais de R$ 3 milhões. “As indenizações trabalhistas também apresentam uma diferença em desfavor da Convenção, que as rescisões segundo relatório seriam de R$ 1.352.367, 31; e que nos acordos o montante pago foi de R$ 3.024.627,79”, detalhou a sindicância. Só de honorários de advogados, o valor do pagamento chegou a R$ 554.490,08.

As execuções fiscais que o Colégio Batista e a Convenção Alagoana possuem tramitam na 5º Vara da Justiça Federal por serem dívidas de altíssimo valor. De acordo com auditoria realizada, os motivos que levaram o fechamento do Colégio Batista foram às dificuldades financeiras. “As dívidas contraídas, principalmente com INSS, FGTS que levaram o colégio a responder várias ações judiciais e execuções fiscais, que motivaram o povo batista alagoano, através de assembleias convencionais a decidir pela venda de seu patrimônio, cujo objetivo era tão somente e exclusivamente para pagar as dívidas”, in-

formou o documento. Dívidas que até o momento não teriam sido pagas. Entre os processos está o débito de R$ 2.194.223,18 referente ao ano de 2007. “O relatório da auditoria (...) mostra que a partir do ano de 2010 deuse início a uma verdadeira construção ardilosa para se desfazer do patrimônio, que segundo despacho do procurador da República, doutor Gino Sérgio Malta Lobo, diz que: ‘Convenção Batista Alagoana e o Colégio Batista Alagoano realizaram negociatas com o objetivo de se desfazerem do patrimônio para não terem bens sujeitos à penhora nas ações fiscais propostas contra ele’”.


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Instituição tenta reverter o bloqueio

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EXTRA conversou com o atual presidente da Convenção Batista Alagoana, o pastor Givago Almeida de Souza. De acordo com ele, atualmente a dívida da instituição chega aos R$ 18.310.017,28. “Participamos de uma audiência no dia 10 de agosto para resolver a questão dos bloqueios dos apartamentos. Acordamos com a penhora, de em vez dos vinte, apenas de cinco apartamentos além do Acampamento Batista, localizado em Paripueira”, explicou. Souza tem na cabeça os números de processos que a Convenção enfrenta: 37 ações previdenciárias, nove na Justiça Estadual e 70 na Justiça do Trabalho. Ele também confirmou as irregularidades apontadas em sindicância, além de destacar a estranheza da negociação de venda. “O terreno foi avaliado em R$ 19 milhões. Na época, a Convenção recebeu a

O OUTRO LADO Conforme o ex-presidente da Convenção Batista, o pastor Alcides Martins, que dirigia a instituição na época da venda do terreno, as denúncias não têm fundamentos. Disse ao EXTRA Alagoas que toda negociação foi realizada de modo democrático e transparente. “Fizemos a rescisão dos trabalhadores e quitamos todos os direitos trabalhistas”, assegurou. Ele apontou ainda ter ao seu favor as atas das reuniões que comprovariam a idoneidade da negociação e que a sindicância foi usada apenas para difamar e tumultuar todo o processo.

HISTÓRIA

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proposta de compra por R$ 17 milhões, mas acabou vendendo por R$ 7 milhões. Sem contar que a negociação entre Convenção e Record Planejamento foi lavrada na Escrita Pública de Confissão de Dívida e escriturada no cartório de Traipu”.

Souza diz haver 116 ações judiciais

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oi em 1923 que o Colégio Batista Alagoano se instalou no bairro do Farol, inicialmente em uma única residência, no sítio da missão religiosa, que foi adaptada. A casa pertencia ao Cônsul alemão Hans Seeger, cujo nome, de difícil pronúncia, levaria a área a ser conhecida como “Zeiga” pela população. O número inicial de alunos seria de 29, mas com o aumento da demanda cogitou-se a expansão para o sítio vizinho, construindo-se novos prédios, o que foi concretizado graças ao auxílio financeiro de irmãos norte-americanos. O ano de 1925 marcou a expansão do colégio, abrigando o internato feminino, mas acredita-se que, quando da construção do alojamento masculino, já se pensava num internato misto, tanto que o primeiro prédio seria implantado no outro extremo do terreno, como forma de evitar a convivência entre estudantes de sexos opostos. Assim, foi com o término das construções do complexo que o Colégio Batista Alagoano se tornou internato e escola para ambos os sexos. Décadas mais tarde, o colégio se tornou referência de ensino. Em 2011, auge da crise, cerca de 550 alunos estudavam na instituição. (Com Portal de Arquitetura Alagoana)


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Para refletir:

Política é a única atividade na qual você pode morrer e ressuscitar várias vezes (Murilo Badaró)

Fim do comércio de partidos?

PEDRO OLIVEIRA pedrooliveiramcz@gmail.com

A palavra dos candidatos

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Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou esta semana proposta de emenda constitucional (PEC) que estabelece cláusula de barreira para os partidos, acaba com as coligações em eleições proporcionais a partir de 2020 e ainda cria a federação de partidos – uma alternativa para pequenas legendas com o fim das coligações. Pelo texto, as siglas só terão funcionamento parlamentar, com acesso ao fundo partidário e ao tempo de rádio e TV, se tiverem a partir das eleições de 2018 um mínimo de 2% dos votos válidos em todo o país, que devem estar distribuídos em pelo menos 14 unidades da Federação, com percentual mínimo também de 2% em cada uma delas. A PEC 36, de autoria do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), segue para análise do plenário do Senado. O texto garante a livre criação de partidos e resguarda a autonomia estatutária e ideológica deles, porém, induz o enxugamento do quadro partidário. O país tem hoje 35 partidos em atividade, dos quais 28 com representação no Congresso. Outros 43 estão em processo de formalização. Nenhum lugar civilizado do mundo enfrenta uma realidade caótica como essa. A proposta visa, pois, moralizar e dar racionalidade ao sistema político, que está hoje na UTI. Infelizmente, o modelo atual fez da criação de partidos um negócio lucrativo, com uso de recursos públicos e comércio de tempo na propaganda gratuita.

A cabeça de Gilmar Mendes

Um grupo de juristas protocolou no Senado esta semana um pedido de impeachment contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A representação acusa o magistrado, dentre outras infrações, de “conduta partidária no exercício do mandato”. Para os juristas, Mendes “tem-se mostrado extremamente leniente com relação a casos de interesse do PSDB e de seus filiados, tanto quando extremamente rigoroso no julgamento de casos de interesse do Partido dos Trabalhadores”. Dentre outros casos, o documento lembra de episódios como a crítica de Gilmar Mendes à Lei da Ficha Lima e acusa seus autores de bêbados. Uma coisa é certa: o pedido vai morrer no nascedouro.

Fábio Palmeira

Nestas eleições algumas candidaturas (poucas) dão a opção para que o eleitorado de Maceió faça uma boa escolha. Nomes jovens e com características empreendedoras estão na disputa e com chances reais para promover alguma mudança na Câmara Municipal, com imagem tão desgastada quanto os demais parlamentos que se transformam em sinecuras e abrigo das mais excrescentes figuras da política. Entre os jovens e promissores candidatos a vereador por Maceió tem destaque Fábio Palmeira (PSDB 45888). Mostrou-se um empreendedor competente na gestão que transformou o Parque Municipal em um dos locais mais aprazíveis da capital e tem propostas concretas para apresentar em seu muito possível mandato.

Fora Cunha

“Eu estou pagando o preço de ter meu mandato cassado por ter dado continuidade ao processo de impeachment. É o preço que estou pagando para Brasil ter ficado livre do PT”, afirmou o peemedebista. “O que quer o PT é um troféu para poder dizer que é golpe”, disse Cunha. “Alguém tem dúvida que se não fosse minha atuação, teria processo de impeachment?”, perguntou retoricamente o deputado. Durante sua fala, deputados petistas gritavam “golpista”. Faixas e cartazes com os dizeres “fora, Cunha” e um boneco que representava Cunha com roupas de presidiário podiam ser vistos no plenário. “O governo é culpado quando fez o patrocínio da candidatura de Rodrigo Maia, porque quem elegeu o presidente da Câmara foi o governo. Quem derrotou o candidato Rogério Rosso foi o governo”, declarou. Ele afirmou ainda que escreverá um livro contando os bastidores do impeachment.

Ditadura do poder

Tenho a impressão que o juiz Geneir Marques extrapolou o limite do bom senso ao suspender todas as carreatas, caminhadas e comícios promovidos pelos partidos e coligações em Palmeira dos Índios. Impôs a “lei do silêncio” apenas pelo fato do registro de um episódio de agressão entre políticos adversários. Não teve a capacidade (ou não quis) de chamar às falas os candidatos e adverti-los, como seria o mais adequado. Existem situações bem mais graves em outros municípios e os juízes souberam usar da racionalidade sem precisar chagar ao extremo de cercear o direito garantido ao cidadão pela Constituição. A atitude do magistrado não apenas tira o sentido democrático da eleição como expõe uma desnecessária “ditadura” do Judiciário, o que é inconcebível.

Até as eleições a coluna estará publicando o que pensa e o que propõe cada candidato à Prefeitura de Maceió. O espaço foi oferecido e acordado com as assessorias de imprensa dos postulantes com a condição de que os textos contenham apenas opiniões e propostas, não sendo permitidas acusações e ofensas de qualquer natureza. Por questão de espaço apenas os dois primeiros candidatos apontados nas pesquisas de opinião serão publicados.

Cicero Almeida

A importância da preservação do meio ambiente A proposta de meu governo leva como título o Desenvolvimento com Qualidade de Vida e sustentabilidade. Essa escolha não foi aleatória. A preocupação com o meio ambiente vem desde meu primeiro ano de mandato, quando sancionei o Plano Diretor e estabelecemos todas as áreas de proteção ambiental de Maceió, respeitando os diferentes biomas da cidade. Dentro dos oito anos de governo, as ações foram inúmeras. Continuei com este foco como deputado federal e apresentei o projeto de lei que inclui o complexo estuarino Mundaú – Manguaba no Programa Nacional de Recuperação de Bacias e o projeto que estabelece prioridade para conveniar – com o Ministério do Meio Ambiente – os municípios que dispõem de programas de proteção às nascentes e matas ciliares. Pretendo, como prefeito, seguir à risca meu projeto na política de proteção ambiental, ajudando a minha cidade e o meu povo a resgatar nosso meio ambiente. (Texto sob a responsabilidade da assessoria do candidato Cícero Almeida).

Rui Palmeira

Parcerias e desenvolvimento Prefeito de Maceió e candidato à reeleição, Rui Palmeira (PSDB) sempre destaca, nas entregas que faz, as parcerias que viabilizam a concretização das obras, como os projetos realizados com recursos federais ou com a iniciativa privada. Ele afirma que é justamente a transparência e o zelo na aplicação dos recursos públicos que tem credenciado a Prefeitura de Maceió, durante sua gestão, a captar recursos da União e de instituições financeiras internacionais. É a aplicação correta dos recursos públicos que viabiliza o maior projeto habitacional já executado em Maceió, que entregará mais de dez mil moradias populares. Esta semana começaram a ser entregues os contratos habitacionais do Residencial Parque dos Caetés, que beneficiará 2.976 famílias no Benedito Bentes. Rui lembra que para concretizar o sonho da casa própria para quase três mil famílias contou com financiamento do Ministério das Cidades. O prefeito afirma que para Maceió seguir avançando a parceria é fundamental e deve ser fortalecida para melhorar ainda mais a qualidade de vida do maceioense. (Texto sob a responsabilidade da assessoria do candidato Rui Palmeira).

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CLÁUDIO VIEIRA

Simbolismo e realidade

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ela vez primeira, ao que me lembro, “Sua Excelência, o Povo” recebeu de uma autoridade precedência e homenagem sinceras. Não mais precedentes salamaleques lisonjeiros a presiden-

Razões outras, não menos importantes, são aquelas que fazem o seu modo de vida despojado das honrarias e dos gozos das benesses do cargo. Vão desde a dispensa do simbólico carro oficial, até as festas e libações do poder. tes da República, do Senado Federal, da Câmara, e outros. O Povo, a verdadeira autoridade republicana, esse foi reverenciado antes de todos pela recém-empossada Presidente

Advogado e escritor, membro da Academia Maceioense de Letras

do Supremo Tribunal Federal. Há anos dedico-me, sempre que posso, a assistir às sessões do STF. Faço-o por curiosidade profissional, mas também com o fito de aprendizagem e atualização. Durante essa atividade prazerosa, normalmente proveitosa, raras vezes maçante, passei a admirar a Ministra Carmen Lúcia. Sua figura aparentemente frágil, descobri esconder uma magistrada determinada a fazer valer o seu mister de distribuir Justiça, desvestida do fogo das vaidades tão comum na Corte. Seus julgados diretos, sem circunlóquios, subterfúgios e esnobismos, têm revelado sólidas cultura jurídica e geral. Ilha de Saber simples no meio de arquipélago de retóricas bombásticas, a Ministra

Por que Rui Palmeira?

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orque ele detém há 10 anos mandatos políticos como deputado estadual e federal, e prefeito de Maceió, e que eu saiba, nunca foi publicada uma matéria negativa sobre sua pessoa ou sobre o mandato que exerceu ou exerce. Isso na política que se pratica hoje é deveras salutar, o que por sinal, digase de passagem, herdou dos seus antecedentes, políticos ou não. Rui Palmeira, descente de uma tradicional família de honestidade e bons antecedentes. Rui Palmeira é neto, filho e sobri-

exsuda firmeza e profundidade nos conceitos que emite, umas vezes de alguma brusquidão, outras teimosamente suave. São razões porque se deve esperar da nova Presidente (não presidenta) uma gestão voltada para o jurisdicionado, ou seja, aquele Povo que ela teimou em homenagear na abertura do seu discurso de posse. Razões outras, não menos importantes, são aquelas que fazem o seu modo de vida despojado das honrarias e dos gozos das benesses do cargo. Vão desde a dispensa do simbólico carro oficial, enquanto ministra, até as festas e libações do poder, vaidades tão comuns aos nossos representantes, estejam

GERALDINHO

nho de políticos que respeitaram e honraram os mandatos que exerceram. Neto de Rui Palmeira, senador várias vezes por Alagoas; filho de Guilherme Palmeira (meu amigo desde a juventude), deputado estadual, senador, prefeito de Maceió e governador de Alagoas; sobrinho de Wladimir Palmeira, deputado federal pelo Rio de Janeiro e líder da famosa Passeata dos 100 Mil, quando presidente da UNE, na Marcha contra o Golpe Militar de 1964, a passeata foi em 1968. E eu escrevo e subscrevo isso com muito orgulho, pois sou seu compadre e amigo; ele

eles na Ilha da Fantasia brasiliana, ou nos Estados e Municípios brasileiros. Alguns, aqueles que têm em si arraigados esses desfrutes, podem até dizer que essas coisas são bobagens, nada representam, pois o status de autoridade exige mordomias, e a plebe ignara respeita submissa as revelações de poder. Enganam-se, pois representam, tais gestos da Ministra, atitudes virtuosas, o étimo virtude aqui usado no sentido de força moral. Observando o comportamento despretensioso da Ministra Carmem Lúcia, fica conosco a certeza de que se, para ela o Povo é símbolo de poder, o cidadão é a autoridade real a ser ouvida e respeitada.

GONÇALVES

Bacharel em História e Geografia

é padrinho do meu filho com o mesmo nome. Esses políticos acima citados fazem parte de um pequeno grupo de políticos brasileiros que ao exercerem seus mandatos o fizeram com honradez e honestidade. Como o neto poderia ser diferente? A engabelação dos adversários não faz sentido, são meras metáforas sem sobrevida e eu tenho certeza que o povo, independentemente do seu grau

cultural, entende perfeitamente essa manobra proposital para denegrir um homem (para mim um garoto) do bem. Maceioenses! Não vou pedir voto porque não há necessidade; o povo é sábio, mas mesmo assim aconselho-os a prestar atenção ao votar, para não cair ou pisar numa pedra (ou figurinha falsa). Que Deus ilumine nossas decisões e ilumine também o nosso mais uma vez prefeito de Maceió, Rui Palmeira.


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ARTIGOS

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JORGE MORAES Jornalista

A campanha da mídia

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minha impressão inicial quanto ao processo eleitoral era a de que o clima seria transferido para as ruas e que as cidades ficariam só respirando política. Com praças e avenidas sujas, poluição visual e sonora, e gente trabalhando feito um louco, dia e noite, tremulando bandeirinhas para eleger seus candidatos, com a esperança de ga-

Não existe mais ninguém bobo nesse processo novo e o caminho é rápido, de baixo custo e de grande acesso e aceitação. Quem começou há mais tempo, vai levar vantagem. nhar um emprego no futuro. Mas, analisando as mudanças impostas na lei eleitoral, a conclusão que se chega é outra. Com a proibição de muita coisa, tudo isso foi reduzido para

bem menos da metade do que se viu no último pleito. Com a definição de quanto cada candidato pode gastar para prefeito e vereador, ficou impossível colocar o bloco na rua. Como justificar depois uma campanha rica, por exemplo? Faltando 17 dias para a eleição (2 de outubro), a cidade está deserta nesse aspecto. Três ou quatro “gatos pingados” que se arriscam a colocar a cara de fora pela cidade. A “cara” da eleição está passando longe. Voltamos a fazer campanha como antigamente: gastando sola de sapato. É no corpo-a-corpo que os candidatos estão pedindo voto. Conversam com o povo e desaparecem na mesma velocidade que o diabo foge da cruz. Então, como saber se a campanha existe e se o candidato está indo bem? Além da sola de sapato, a mídia está sendo um lado positivo dessa campanha, seja pelo Guia Eleitoral, curto nesse processo atual, ou pelas redes sociais, mesmo que muita coisa não esteja regu-

Os invisíveis

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esolvi interessar-me pelo problema do idoso e vou juntando histórias interessantíssimas a respeito do assunto. Quando era pequena não havia o tal do Alzheimer. Só se falava em arterioesclerose ou mesmo demência. Se alguém começasse a repetir fatos ou a esquecer do tempo ou do que estava falando, logo dizíamos: “Fulano está caduco!” Não havia tratamento e a criatura esperava para morrer, esquecida do mundo. Meus avós e meus tios morreram depois dos 80. Alguns caducando, outros bem lúcidos; foram vítimas de vá-

A medicina evoluiu muito e os idosos são tratados com remédios e com exercícios. Daí a expectativa de vida aumentar bastante. Mas, será que vale a pena viver sem saber de nada? rias doenças, inclusive câncer. Saber envelhecer é uma arte. Saber parar de trabalhar é bem mais difícil. Cito sempre o exemplo do Pelé que deixou de jogar futebol e virou empresário. Soube sair de cena. Agora,

com 75 anos, doente, está concedendo entrevistas, onde já notamos sinais de envelhecimento. A última vez em que vi o Ariano Suassuna fiquei impressionada: parava no meio da conferência, esquecia o assunto e alguém servia de ponto para que recomeçasse a falar. Tive pena! A família deveria ter evitado que chegasse a tal ponto. Outro exemplo gritante é a Bibi Ferreira. Com mais de 90 anos, lenta, esquecida, mal podendo andar, continua se apresentando. Já deveria ter parado ou fazer pequenas apresentações. Qualquer dia terá um problema numa cena em pleno palco. Hoje, com 75 anos, vivenciamos a velhice e sabemos das limitações que temos, mesmo que estejamos lúcidos. As forças diminuem, o esquecimento acontece de vez em quando, não conseguimos subir em ônibus sem ajuda e as dores são muitas. O fôlego é curto: se saímos pela manhã, temos que almoçar em casa. Caso estiquemos o horário, no fim do dia parece que corremos cem quilômetros. Tenho várias amigas com Alzheimer ou como dizíamos antigamente, estão caducando. Visito-as constante-

lamentada, mas como ainda não ouve recriminação por parte da justiça eleitoral, está correndo frouxo. Se depender do Guia Eleitoral no rádio e na televisão, os principais candidatos à Prefeitura de Maceió – Rui Palmeira e Cícero Almeida – com um tempinho a mais, estão na mesma balada, e não poderia ser diferente, dizendo o que fizeram, apresentando propostas e falando um do outro o que as produções dos programas pedem para que eles digam. Isso dá voto ou tira voto? Quanto aos demais candidatos, se viram nos 30. A sorte deles é que aquele tempo perdido no horário do Guia Eleitoral foi dado nas inserções diárias, o que é bem melhor para transmitir seus recados. Vocês já pararam para pensar que o dia todo entrando na casa do eleitor, a gente não tem tempo de desligar a TV? Eu mesmo gosto de ouvir as propostas e conhecer um pouco mais de cada um. Agora, tem gente que não gosta.

Por outro lado, as redes sociais estão “bombando”. Centenas de vídeos estão sendo mostrados. Viralizou, de verdade. Virou uma febre na capital e no interior. Não existe mais ninguém bobo nesse processo novo e o caminho é rápido, de baixo custo e de grande acesso e aceitação. Quem começou há mais tempo, vai levar vantagem. Quem buscou os recursos agora, está tentando tirar o prejuízo. Consegui enxergar muita coisa boa e ruim também. Deixando tudo isso de lado, qual é a preocupação? Ainda a compra do voto. Se a eleição não pode ser além dos recursos estabelecidos em lei, mesmo faltando dinheiro e as empresas querendo distância, quem tem está com ele guardado para o cadastro e o dia da eleição, para a compra do voto. É como, dentro da ilegalidade, pode ser feito, e todos sabem disso, porque não precisa declarar. Lamentavelmente, bondade, serviço prestado e amizade não resolvem.

ALARI ROMA- TORRES Aposentada da Assembleia Legislativa

mente e saio de suas casas bem triste. Às vezes, uma mulher corajosa que criou os filhos sozinha vive trancada num apartamento totalmente fora do mundo. A medicina evoluiu muito e os idosos são tratados com remédios e com exercícios. Daí a expectativa de vida aumentar bastante. Mas, será que vale a pena viver sem saber de nada? O velho vira criança e passa a ser pesado para os filhos. Quem não os tem, pesa para parentes ou amigos. Lembro-me de três velhinhas que criaram meu pai e meus tios. Foram corajosas demais: uma ficou viúva e se juntou às outras duas para criar dois órfãos de pai e outro filho mais novo. No fim da vida ficaram em casa, sustentadas pelos filhos e morreram com toda assistência. No Farol de minha infância, passava na rua um velhinho, Sr. Izaías, que trabalhou durante muitos anos e ficou sem o amparo estatal, não sei por que. Meu pai aproveitou a lei do ancião e conseguiu que o pobre homem rece-

besse a aposentadoria no fim da vida. Morreu feliz! Marco Maciel, ex-governador de Pernambuco, trabalhava das 4 da manhã até a meia noite; sumiu. Procurei saber dele: está esclerosado, não sai de casa, não conhece ninguém. Se formos visitar casas de idosos, veremos pessoas desconhecidas que por lá foram jogadas; muitos não recebem nem visitas. A família os esquece. Um amigo, voluntário de um asilo, conta-me histórias estarrecedoras. Um fato me incomoda: até que ponto as pessoas esquecidas compreendem aquilo que falamos? Muitas vezes conversamos perto delas como se não existissem e noto um olhar vago, mas de repente, nos acompanham no assunto. Se fazem alguma pergunta, alguns não se dão ao trabalho de responder. Triste, muito triste! Os idosos que se perdem no tempo e no espaço, atacados por diversas doenças, tornam-se invisíveis e nós, lúcidos, não procuramos saber da dura realidade dos pobres sofredores.


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Educação de qualidade como solução sustentável

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educação é um instrumento poderoso quando seus efeitos transformadores alcançam toda população e tem qualidade de excelência nos diversos níveis considerados,e/ou oferecidos. Mas quando não apresenta essas qualidades, se sobressai a ignorância assistida que gera gastos elevadas e inúteis, resultando em desenvolvimento medíocre do Município, do Estado e ou do País, bem como no atraso e pobreza de sua população, não permitindo a mobilidade social capaz de produzir uma sociedade civilizada, com instituições saudáveis. O estado, onde sua grande maioria não tem essa qualidade de ensino, é um estado classificado como estruturalmente analfabeto ou de alfabetização precária. Assim os resultados daí derivados não atendem as demandas do mercado de trabalho, individuais ou coletivas por mais simples que seja o posto de trabalho oferecido, pois, ao terminar o segundo grau, o formado não sabe ler ou interpretar dois dos parágrafos aqui escritos. Essa situação alcança, em maior ou menor grau, todo o Nordeste brasileiro. A nossa elite sempre desejou formar seus filhos doutores e deixar as famílias

pobres no analfabetismo. Isso se sustentou por muito tempo, porque a forma de contratação de mão de obra seguia de perto a cultura do trabalho escravocrata. Esse é o caso de Alagoas que, mesmo depois da libertação formal dos escravos, o trabalho tinha característica escravocrata, que se prolonga até o início do século XX. Desse modo, Alagoas começa a diferenciar-se do Nordeste brasileiro, com práticas de produção que, como escravo, qualquer pobre braço e livre não necessita de caneta e ou lápis para executar seu trabalho, mas basicamente do machado para cortar a árvore, da foice para colher a cana e da enxada para fazer outras tarefas. Era um trabalho de produtividade zero e produção extensiva, portanto, de profundo atraso econômico, social, educacional, elevada concentração de renda, onde os ricos eram donos da terra, meios de produção e de toda colheita; já as famílias pobres e analfabetas não ganhavam o suficiente para se manterem vivas por muito tempo, pois o trabalho duro, a fome e a ignorância ceifavam muitas vidas infantis e jovens. Nessas condições, poucos eram os que alcançavam os 45 anos

de vida, situação que perdurou até primeira metade do século XX. Mas é na segunda metade do século XX que o Nordeste começa a perceber uma das várias faces do poder da educação de qualidade, chegando ao ponto da oferecer bolsa de estudos, pois para sair da produtividade zero e do flagelo da fome necessitava que os trabalhadores fossem alfabetizados e os produtores abandonassem superstições e adotassem métodos e práticas novas apreendidos com a educação. Em Alagoas, essa nova visão não sensibilizou as elites e tão pouco os governantes que temiam perder o controle político daqueles que fossem alfabetizados. Mesmo no funcionalismo público, o analfabetismo estrutural era predominante a ponto dos trabalhadores do Estado serem empregados e galgarem postos sem avaliação do seu saber educacional. Sem concurso formal, adotou-se, então, o critério político com indicador seletivo, mas mesmo assim o funcionário também tinha produtividade zero e até negativa, quando se tratava de empregado que não tinha posto de trabalho definido e, na sua

FERNANDO LIRA Economista e professor

grande maioria, não eram obrigados a comparecer ao trabalho. A partir da iniciativa e esforço da Sudene em alfabetizar o Nordeste, toda região passou a receber vultuosos recursos para aplicar em educação. Alagoas, por seu apoio incondicional à ditadura militar, recebia relativamente mais do que outros estados, mas ignorou a educação, aplicando os recursos em outras áreas e deixando o povo literalmente sem alfabetização. Daí em diante não faltou recursos; no entanto, o que foi utilizado não passou de 5% do montante anualmente recebido, sendo que, sistematicamente, eram devolvidos recursos para Brasília por absoluta incapacidade e interesses na aplicação desses recursos, já que a educação em nenhum momento da história do desenvolvimento de Alagoas foi tida como prioridade universal, mas apenas prioridade para os ricos, que eram poucos, demandando 95% de todos os recursos aplicados e o restante era utilizado para pagamentos de funcionários, sobrando montante significativos que eram devolvidos a Brasília que recebia com elogios.

Esse quadro de analfabetismo, ou seja, ausência de educação qualificada para todos em todos os níveis, coloca Alagoas como importadora de mão de obra qualificada e é assim que os melhores e médios postos de trabalho ficam com pessoas do Sudeste particularmente de São Paulo, mas bem qualificadas. A partir dos anos 90 e, principalmente, dos anos 2000 o processo de globalização pressionam todos a ter Educação de qualidade como prioridade, pois na ausência dela mergulhariam em estado de pauperização regressiva, voltando ao que era início no século XX . Percebendo e recebendo essa pressão, Alagoas começa tratar a educação como projeto de curto prazo e de segunda linha abrindo escolas em todos os espaços, mas como não pode ser tratada por acaso, os indicadores federais, estaduais e municipais revelam que nosso sistema não é competitivo, nem a nível local, muito menos regional e, sobretudo nacional. Formamos mentes vazias para enfrentar um mundo excessivamente complexo, competitivo e de excelência.


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REPÓRTER ECONÔMICO

Pensando na aposentadoria

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reforma da Previdência Social, que vem sendo elaborada pelo novo govrno, vai mudar tudo para quem ainda não chegou à idade da aposentadoria. A idade mínima será de 65 anos para homens e mulheres, podendo logo atingir aos 70, já que a média de vida do brasileiro vem aumentando a cada ano. Será portanto um sistema único para aposentadoria e a própria legislação, sem mais separar o público do privado. Ou seja: acaba a estabilidade no emprego para funcionários públicos, que ficam regidos pelo mesmo sistema do empregado de empresa privada. Pode também acabar com alguns direitos conquistados desde a época de Getúlio Vargas, com a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT O que os patrões sempre sonharam pode acontecer a curto prazo: aumento da jornada de trabalho, fim do FGTS e até mesmo do décimo terceiro salário. O serviço público vai sendo reduzido com a ascensão dos serviços prestados, já existentes em vários órgãos, mas pode virar lei e não mais existir nem mesmo concurso público, já que tudo será entregue a empresas prestadoras de serviços. Todos seguirão as regras da nova Previdência Social. Nada de aposentadoria com salário integral. As regras serão para todos os trabalhadores, e tudo que o governo quer o Congresso aprova, já que conta com a maioria dos deputados e senadores.

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JAIR PIMENTEL jornalista.jairpimentel@gmail.com

Uma opção

Para quem se encontra no mercado de trabalho, na faixa etária dos 20 e 30 anos, e é um profissional especializado, com bom nível salarial, a dica é fazer um plano de previdência privada, que funcionava como uma caderneta de poupança, vai pagando uma prestação mensal e indicando a idade que quer se aposentar, o que garante para o futuro o mesmo padrão de vida ou até maior, já que contará com a aposentadoria oficial e a privada.

Disciplina orçamentária

É a palavra de ordem para esse tempo de profunda recessão econômica, que tão cedo não vai acabar. Organizar um orçamento mensal, anotando tudo que entra e sai e procurando economizar ao máximo, para deixar algum percentual da renda numa caderneta de poupança. Deve pagar suas contas em dia, evitando juros e multas, mudar até mesmo os hábitos alimentares, trocar de marcas de produtos, priorizar os mais baratos, principalmente em se tratando de material de limpeza e higiene.

Juros, nem pensar

O governo jamais vai reduzir a taxa de juros. Ao contrário, tende a aumentar mais ainda, já que é sua arma de controle da inflação. Assim, faça o possível para sempre comprar à vista, utilizando o dinheiro em espécie ou cartão de débito. Se usar o de crédito, pague o valor total da fatura, nunca amortizando, pois os juros vão aumentando a cada mês e chega ao ponto de não conseguir mais pagar.


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S.O.S. ALAGOAS

Uma dúvida

M

aceioense não entrou no clima de préeleições dia 2 de outubro e nas ruas não aparecem cabos eleitorais distribuindo “santinhos” e nem há carreata em fins de semana. Como votar é obrigação cívica, quem sabe o cidadão na boca da urna mude a decisão?

CUNHA PINTO

Papel da escola

Para anotar

Publicação do Ipea, lançada no dia 7 esclarece o papel da escola para afastar os jovens do crime. O trabalho analisa a desigualdade do modelo educacional no Brasil e aponta seis canais para afastá-los do crime.

Quando as autoridades perdem controle da violência o cidadão é forçado a uma decisão: ficar aprisionado em casa ou o ciclo do se eles fazem também posso infringir leis. Mas não é quadro que se amoldura no “cada povo tem o governo que merece”?

Desmatamento

Valeu o diálogo

Técnicos da Prefeitura de Maceió já analisam o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentária aprovados na Câmara de Maceió e conforme parecer Rui Palmeira decidirá se sanciona ou não. Propostas são para inclusão no orçamento de 2017.

Ponto de vista

A Mesa Diretora da Câmara de Maceió esclareceu que esta análise do Plano Plurianual é prevista em lei para os objetivos propostos estarem dentro da realidade financeira para Maceió. Não há previsão imediata para conclusão da análise que vem sendo feita.

Governo cobrado

Deputado Rodrigo Cunha (PSDB), após audiência pública ocorrida na Assembleia Legislativa, prepara documentos para entregar ao governador Renan Filho (PMDB). São informações de regiões que estão desassistidas na saúde e as sugestões capazes de minimizar quadro exposto no encontro.

Da proposta

Rodrigo Cunha: “De posse das informações e como parlamentar, irei apresentar indicações ao governo e, possivelmente, entregar carta com apoio de vários segmentos que permita solução para o problema caótico do fornecimento de medicamentos em Alagoas”.

Tempos são outros

No estado, candidatos a vereador devem entender que os tempos são outros e a ver uma insatisfação nas ruas capaz de transferir votos na urnas. E pelas conversas estimula o fim provável do “voto de cabresto” , com a ausência de comício, carreata e a distribuição de Santinhos” acontecendo sem a insistência de épocas passadas.

Associação legal

Um encontro organizado pela Federação das Associações de Moradores e Entidades Comunitárias de Alagoas (Famecal) com lideranças comunitários teve presença também de representantes do Ministério Público Estadual. Foi na sede da entidade o debate em mesa redonda acompanhada por moradores com direito a perguntas.

Mais conhecimento

“Temos mais de 300 entidades filiadas à Famecal e são muitos os dirigentes capacitados para trabalhar com o seu público-alvo. O gestor comunitário é empreendedor social e deve ter formação consistente para executar o trabalho”. Declaração de Antônio Sabino, dirigente da entidade.

Previdência

A reforma da Previdência Social é questão fechada e proposta que foi divulgada é para ser tocada. Se não ainda neste fim de mês, mas já em novembro. No quadro proposto expectativa é a idade ser 70 anos. Expectativa é vigorar o mais cedo possível.

Bem-vindos

Setembro, mês de sol se firmando e expectativa entre agentes de turismo é de otimismo para a hora do rush, largada no início de dezembro. E do movimento, segundo agentes de viagem , não há motivo para queixa. Preveem o mesmo do ano passado. Ao menos na áreas de praias.

O governador Renan Filho é insistente na preocupação com o desmatamento descontrolado no estado e a fiscalização ausente e leis que só vigoram ano papel. Maioria é de ato predador, daí segundo defensores do meio ambiente ser merecida punição exemplar a infratores. Mas quem denuncia, prende e sentencia?

Compromisso

Renan Filho se empenha tentando obter recursos do governo federal para iniciar, este ano ainda, a construção da ponte sobre o Rio São Francisco ligando Penedo a Neópolis, em Sergipe. Moradores da região estão confiantes na proposta.


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MEIO AMBIENTE

Contaminação das águas

D

e acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), mais de 320 milhões de pessoas estão sob risco de contrair doenças potencialmente fatais, como o cólera e a febre tifoide, devido ao aumento da contaminação das águas de superfície na África, América Latina e Ásia. As principais causas para o aumento da contaminação das águas superficiais nesses três continentes são o crescimento demográfico, o aumento da atividade econômica, a expansão e intensificação da agricultura, e a maior quantidade de efluente não tratado que é despejado nos rios e lagos dessas regiões. Existem ferramentas e métodos disponíveis para reduzir a contaminação na fonte; tratar as águas contaminadas antes que elas cheguem aos corpos d’água, reciclar os efluentes e proteger

os ecossistemas.

Substância fatal

O Brasil é campeão mundial no uso de agrotóxicos. A cada brasileiro cabe uma média de 5,2 litros de venenos por ano, o equivalente a duas garrafas e meia de refrigerante, ou a 14 latas de cerveja. De acordo com pesquisa realizada pela professora de Geografia Agrária da USP Larissa Andrade, entre 2007 e 2014 aconteceram 1.186 mortes diretamente relacionadas aos venenos. Uma morte a cada dois dias e meio. Soja, milho e cana, nesta ordem, comandam as aplicações.

Fruta permitida

A concentração de fibras e vitaminas B, C e E faz desta fruta uma importante aliada na prevenção de doenças como diabetes, colesterol, AVC, problemas respiratórios, doenças estomacais e câncer. As maçãs também são recomendadas aos que querem começar uma dieta. Isso porque a fruta possui fibras que ajudam a dar a sensação de saciedade. Não é possível falar de todos os benefícios da maçã, que são inúmeros. Mas, em resumo, por ela ter vitaminas B1, B2, B3, a fruta auxilia no controle do crescimento, ajuda a evitar problemas de

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ANNA ELÍS LAURINDO meioambiente@novoextra.com.br

Perigo iminente

O gorila oriental (Gorilla beringei), o maior primata do mundo, foi listado como “criticamente ameaçado” devido à caça ilegal, de acordo com a última atualização da Lista Vermelha lançada pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Atualmente, restam menos de 5.000 representantes, que abarcam duas subespécies encontradas nas florestas do Congo, o gorila-de-grauer e o gorila da montanha. Apesar de ser ilegal, as atividades de abate e captura ainda são a maior ameaça para esses animais.

Floresta fóssil

Pesquisadores da UFPI (Universidade Federal do Piauí) e da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) descobriram uma floresta fóssil com cerca de 70 troncos de árvores fossilizadas há 270 milhões de anos, no município de Altos (PI), região metropolitana de Teresina. Esta é a segunda floresta fóssil encontrada no Piauí. A descoberta reforça a tese de que parte da Região Nordeste era coberta por uma densa floresta de árvores de grande porte, parentes de pinheiros e araucárias.

pele, evita a queda de cabelo e ainda regula o organismo.

Energia renovável

A Coppe/UFRJ junto com o Greenpeace lançaram, na terça-feira, 13, o relatório (R) evolução Energética 2016. O documento faz uma estimativa para até 2050 de um Brasil com 100% de participação de fontes renováveis em sua matriz, além de mostrar como funcionará a operação do sistema elétrico baseado apenas nessas fontes renováveis, como eólica, biomassa, solar e energia oceânica. O documento está dividido em cinco partes: Mudanças Climáticas e Energia; A Geração de Energia; O Setor Elétrico no (R)

evolução Energética; Eficiência Energética; e Transportes e Mobilidade.

Casa de legumes

Dois arquitetos do Atelier Gras! tiveram uma ideia inovadora para o projeto de uma casa holandesa. A construção, que conta com ecoparedes com legumes, frutas, ervas e flores, dura somente uma temporada, e todos os materiais utilizados podem ser reaproveitados para estruturas futuras. Construída em um sistema modular de caixas plásticas reaproveitadas do transporte dos alimentos e flores, elas formam pequenas camas para o crescimento das plantas, que são cultivadas tradicionalmente, através do plantio em terra. Através da EatHouse (casa de comer), os arquitetos buscam mostrar que qualquer um pode ter sua própria horta em casa, cultivando seus alimentos e contribuindo assim para diminuir o impacto gerado no meio ambiente.

Peixe-gota

O peixe-gota (Psychrolutes marcidus), uma espécie que lembra um rosto humano de bochecha flácida e amargurado, foi eleito o animal mais feio do mundo. Este peixe, que vive no Oceano Pacífico, entre 600 e 1200 metros de profundidade, corre


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Torcida preocupada

C

RB não é nem sombra do primeiro turno da Série B, mas a sorte ainda o mantém no G-4 mesmo com série de derrotas difíceis de explicar. Torcedores estão satisfeitos com o plantel e ainda estão confiantes no Galo seguir na linha de frente.

PORDENTRODO ESPORTE JOÃO DE DEUS jdcpsobrinho@hotmail.com

Franqueza

Karatê olímpico

Ainda sobre o Galo: torcedores, após mais uma derrota em casa, agora para o Londrina (2x1) na terça-feira, começam a temer pelo futuro do time na Série B. E tensão cresce pelo time pegar sábado o Sampaio Correia no Maranhão.

PSG ofereceu salário de 40 milhões de euros livres

Bom momento

Welington Júnior (CRB) confia no time seguir no G4 e revela o propósito de ajudar estando ou não titular. Acrescenta: “Quero é conquistar o objetivo, no caso o acesso. E aqui na Pajuçara todos nós temos isso em mente”.

O Paris Saint-Germain estava disposto a tudo para ter o craque Neymar no seu elenco nesta temporada. Tanto que ofereceu nada menos que 40 milhões de euros (cerca de R$ 145 milhões) por ano e livres de impostos, conforme revelou o empresário do jogador, Wagner Ribeiro, ao programa “Bate-Bola”, do canal ESPN Brasil. Na semana passada, o clube havia desmentido tal informação, mas o agente deu detalhes de como o acordo era tramado. Além da pagar a multa rescisória de 190 milhões de euros e o salário que tornaria o brasileiro o mais bem pago do mundo, o PSG ainda ofereceu um jatinho particular e um percentual em uma rede de hotéis com o nome do atacante. Sobre o salário, Neymar passaria a ganhar o dobro que Cristiano Ronaldo (20 milhões de euros livres) e um pouco mais que o dobro de Messi (ganha 18 milhões de euros livres).

Azulão brilha

CSA, domingo, volta a enfrentar o São Bento, às 16 horas e jogo agora no Estádio Walter Ribeiro, em Sorocaba (SP). Mas legal é o técnico Oliveira Canindé estar tranquilo, pois não tem problemas para escalar o Azulão. Torcedores são confiantes de o time pontuar.

Torcida presente

“CRB e CSA no Trapichão merece presença de torcedores que apreciam o futebol como espetáculo, mesmo que torçam por times adversários”. Frase de André Marques tem motivação pelo Galo na Série B, ASA na C e o CSA na D no sentido de se torcer pelo futebol alagoano.

Bola pra frente

CSA voltou a vencer o Ituano-SP e se garantiu para o Campeonato Brasileiro da série C de 2017. O Azulão derrotou a Paulista (1x 0) domingo passado no Rei Pelé e torcedores no estádio festejaram o acesso. Os mais entusiasmados até mandam recado: “É uma nova fase que prenuncia o Azulão mais forte em 2017 e os adversários que se cuidem”.

Outras campanhas

Cleyton, atacante do CSA foi o autor do gol no 1º tempo recebendo assistência do atacante Jonatas Obina. O time, além da série C, vai estar no Campeonato Alagoano e Copa do Nordeste. Entre azulinos tem muitos otimistas de ser também o campeão alagoano.

Mais Azulão

Ainda Centro Sportivo Alagoano: após oito anos ausente, a última passagem foi em 2008, volta à Série C e proposta é subir para a B. No jogo da classificação o gol foi de Cleyton que soma oito e briga na linha de frente pela artilharia. Fica atrás de Manoel Cristiano, do Altos-PI (10 ) time já eliminado da competição.

Figa positiva

ASA, domingo, joga na Paraíba contra o Botafogo. É clássico do tudo ou nada para os dois times e o da casa, inclusive, deverá escalar o zagueiro Anderson, ex-jogador do Vila Nova de Goiás. Quem vencer carimba passaporte para as Série B de 2017.

Sobre o ASA

Este jogo do domingo será para o alvinegro arapiraquense última partida desta fase de classificação e para prosseguir não lhe é dada outra chance senão a de vencer ou vencer. Razão: o confronto em Arapiraca foi empate sem gols.

Seleção feminina

Dailton Freitas, técnico da seleção feminina de futebol do Brasil acha difícil o jogo contra o Japão . E da análise, a defesa ser bem montada e o ataque joga na espera do erro do adversário. “Placar, de 1x0, foi decidido nos detalhes”.

Chama atenção

Flamengo, opinam torcedores, na linha de frente da Série A faz um bom proveito do mando de campo a ponto de ser um dos favoritos ao título. Mas paulistanos, e Palmeiras no momento líder, acham que o otimismo rubro-negro vai acabar em pesadelo.

Fidelidade

O Flamengo, nos jogos que tem mando de campo, atrai as atenções não somente pelo bom momento que atravessa na temporada. É outro fator positivo a fidelidade da torcida no estádio. Exemplo foi na vitória sobre a Ponta Preta com 16 mil torcedores no campo.

Seleção brasileira

Tite, no comando da Canarinha, não motiva torcedor ter do que se queixar. Pelo contrário, a galera extrapola satisfação nas arquibancadas com o canto que de tão repetitivo virou hino: “Sou brasileiro, com muito orgulho”. Brasil é o segundo do seu grupo nas eliminatórias.

Douglas Brose, estrela nacional do tatame, avalia o treinamento com a Seleção Brasileira com nível elevado após ser incluso nas Olimpíadas. Ele é referência mundial no Karatê e costuma viajar pelo Brasil e mundo afora fazendo palestras.

Próximas lutas

Comentário dele: “Eu e companheiros da Seleção Brasileira temos na agenda duas competições que vão servir como preparação e ajustes para em outubro disputarmos a primeira etapa do mundial em Fortaleza”.

Talisca desmentido

O Benfica não possui nenhuma pendência com o meia Anderson Talisca. Ao menos é o que garante o jornal português “A Bola”. A publicação desmente reclamações do jogador brasileiro, atualmente emprestado ao Besiktas-TUR, que afirmou, após o empate em 1 a 1 contra sua ex-equipe, pela primeira rodada da fase de grupos da Uefa Champions League, que ele ainda tinha vencimentos a receber.

Zé Roberto na Ponte Preta

O volante Renê Júnior está de saída para o Bahia, em uma troca envolvendo a ida do atacante Zé Roberto pela Ponte Preta. Os dois jogadores foram emprestados e têm opção de compra ao final do vínculo com os clubes.


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Cliente ficou digital

O

Brasil se desindustrializou antes de enriquecer e passar a ser uma sociedade em que os setores de serviço e consumo respondem pela maior parte do PIB, como acontece nos países chamados centrais. Essa dura realidade foi apontada por alguns palestrantes do seminário sobre tendências da indústria automobilística, organizado pela revista Quatro Rodas, em São Paulo. Uma crise de vendas como a que assola o setor atualmente torna o cenário ainda mais difícil por enfraquecer a cadeia de fornecedores. Basta ver o caso da Volkswagen, atingida por disputa litigiosa com um grupo de fornecedores sediado na Alemanha, cujas filiais aqui instaladas passaram a atrasar e depois suspender a entrega de bancos. A empresa deixou de produzir mais de 150.000 veículos desde o início de 2015 e os seus estoques estão tão baixos que fizeram diminuir sua participação de mercado. Só no fim deste mês a produção retomará e as fábricas trabalharão no

máximo da capacidade até novembro, de acordo com David Powels, presidente da VW. Parte dos problemas se deve à baixa produtividade do trabalho no País, explicada pelo baixo nível educacional, burocracia e leis superadas, entre outros motivos. Mas é improvável alguma marca arredar o pé do Brasil, que até recentemente era o quarto mercado mundial de veículos e deve voltar a essa posição em algum momento depois de 2020. Até fabricantes de modelos mais caros com produção local (Audi, BMW, Land Rover e Mercedes-Benz, presentes ao seminário) acreditam no potencial de 5% das vendas totais para este segmento, hoje 2,5%. Deram exemplos do Chile, onde a participação é de 6% e da China, 10%. Stefan Ketter, presidente da FCA, criticou o grau de fechamento da economia brasileira. Para ele, as fronteiras devem ser abertas para o mundo a fim de que o País possa exportar mais. Porém, isso não pare-

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ALTA RODA

FERNANDO CALMON fernando@calmon.jor.br

ce fácil, porque cada fabricante de veículos tem uma estratégia, sem contar os outros setores industriais e a taxa de câmbio. Dez anos atrás o Brasil chegou a exportar cerca de 30% de sua produção de veículos e em 2016 mal vai passar de 20%, apesar de câmbio favorável e de excedente deixado pelo mercado interno. Ketter também chamou atenção para o engajamento do comprador na era digital. Da população de 202 milhões de pessoas, 110 milhões se conectam à internet e somos o terceiro país que mais usa redes sociais no mundo. Citou que 96% dos clientes pesquisam na internet antes de comprar um carro. Segundo o Google, até 10 fontes diferen-

tes são usadas na fase de pesquisa, a maioria online, mas quatro são “off-line”: concessionárias, conversas com família e amigos, anúncios (televisão, jornal e revista) e testes com carros oferecidos pelas lojas. Se a falta de confiança na economia está entre os maiores fatores que inibem a compra de um automóvel novo, há os fenômenos de infidelidade à marca e dúvida a que todos os fabricantes estão submetidos, em maior ou menor grau. De acordo com o executivo, 81% dos clientes ainda não haviam decidido o que comprar no momento de iniciar a pesquisa. Sim, o cliente ficou digital, mas prever qual será sua escolha é um desafio.

RODA VIVA n FONTES da Coluna sinalizam um atraso no lançamento do Renault Kwid, provavelmente pelas modificações no projeto original. Ficou para até meados de 2017, mas estará no Salão de São Paulo, em novembro próximo, juntamente com o SUV Captur. Este, em patamar de preço superior ao Duster, está no cronograma e com vendas previstas para início de março de 2017. n FIAT deve ceder à pressão da sua rede de concessionárias para lançar uma versão do Jeep Renegade mais barata com o logotipo da marca italiana e novo nome. Esta não era a intenção, mas com a virada dos consumidores na direção dos

SUVs e crossovers compactos, além da baixa profunda nas vendas gerais do mercado brasileiro, o caminho está aberto.

vagas”. Ideia já em testes é monitorar espaços para estacionar e, caso o motorista não precise daquela vaga, disponibilizar a informação via aplicativo para outros motoristas. Essa experiência colaborativa assemelha-se à do Waze, que se consolidou.

n CONVIVÊNCIA de duas versões do Onix, LT/LTZ/ Activ (reestilizadas) e Joy (anterior, com atualização do motor e câmbio manual 6-marchas), está dando certo para manter a liderança. Diminuição de consumo de combustível, facilmente notada no uso diário, vem acompanhada da suavidade do

n ADOÇÃO das novas placas de veículos do Mercosul no Brasil foi adiada, como se esperava. Tratava-se, claramente, de jogada política do governo federal anterior. Argentina e Uruguai com frotas menores e mesmo idioma até já se integraram. Colocar mais 55 milhões de veículos brasileiros (incluindo motocicletas) nessa malha tem alto custo e baixa prioridade.

motor 1-litro de 4 cilindros. Regulagem dos retrovisores externos na coluna dianteira continua a dever em ergonomia. n PROJETO-PILOTO da MercedesBenz e da Bosch, em Stuttgart, Alemanha, transforma qualquer carro em “caçador de


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ARTIGO

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS jalm22@ig.com.br

Os aposentados do DER viraram lixo!

E

u iniciei a minha vida profissional como estagiário de engenharia na Ceal quando essa empresa ainda deixava o povo alagoano orgulhoso. Nessa época ela ainda não sofria a influência de governantes e de

Nós, os aposentados de todo o mundo, merecemos o respeito, não só do governador de Alagoas, pois nós somos humanos e não somos lixo. políticos, pois era bem dirigida por técnicos alagoanos. Hoje, a nossa saudosa Ceal está desmantelada, falida e jogada no

lixo da história. Certa vez, eu já estava com o anel de safira no dedo quando o gvernador Luiz Cavalcante mandou que eu fosse contratado pelo DER-AL. Dias depois, eu fui nomeado para ser o diretor da Divisão de Construção e Pavimentação e, meses depois, designado para diretor da Divisão de Trânsito, onde fiquei durante 22 anos. Foi nesse órgão que encontrei os mais abnegados servidores de Alagoas, todos orgulhosos pelos serviços prestados em prol do progresso de Alagoas. Foi no DER onde encontrei homens trabalhadores, humildes e honestos, com mãos calejadas e que nunca fizeram greves por melhores salários, embora já estejamos com 14 anos sem

nenhum aumento. Muitos estão passando fome e sem condições para sustentar seus filhos e netos. Foi esse mesmo pessoal que, com ele, conseguimos asfaltar todo o estado de Alagoas, sem máquinas modernas e potentes, como as de hoje em dia. Foi com esse mesmo trabalhador que, enfrentamos o sol, as secas, as chuvas e, às vezes, a fome. Foi com muitos deles que compactamos as nossas rodovias, umedecidas com o sangue e o suor de muitos que já estão aposentados. Na semana que se findou, eu ouvi quando o governador Renan Filho disse para toda Alagoas ouvir que “os aposentados do DER são verdadeiros problemas para ele”, pois, segundo

ele, são mais de mil. Quando eu ouvi o governador dizer que nós somos seus problemas, eu não acreditei no que estava ouvindo. Não acreditei, porque todo o mundo, composto pela Ásia, pela Europa, pela Africa e pela América, é formado de aposentados, os mesmos que asfaltaram as rodovias para transportar pessoas, mercadorias e o progresso das nações. Nós, os aposentados de todo o mundo, merecemos o respeito, não só do governador de Alagoas, pois nós somos humanos e não somos lixo. Pela primeira vez na minha vida eu ouvi um governador dizer que os aposentados do DER são seus verdadeiros problemas, o que é de se lamentar.


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ABCDO INTERIOR

Ânimos acirrados

C

om a aproximação das eleições municipais, os ânimos estão cada vez mais acirrados em cidades interioranas como Arapiraca, Traipu, Girau do Ponciano, Feira Grande e Lagoa da Canoa. Em Palmeira dos Índios, o prefeito James Ribeiro e o vereador Agenor Leôncio, que chegaram a trocar tapas em plena via pública, numa cena ridícula presenciadas por dezenas de pessoas. Não deu outra: o juiz eleitoral foi obrigado a intervir e colocou a casa em ordem para evitar o pior.

Vai recuperar

O ASA conseguiu essa semana mais uma importante vitória. Desta vez, no campo jurídico. Finalmente, após sete anos, uma luz foi acesa para recuperação do seu mais valioso patrimônio: a sede social, que foi leiloada na gestão de Jairo Barros para pagar débitos junto aos credores. O STF julgou favorável ao clube e o processo vai para outra instância superior.

Contestou valor

É importante lembrar que após o leilão, o Departamento Jurídico do clube contestou o valor, pelo qual o imóvel foi vendido, bem abaixo da expectativa de mercado. O processo vem sendo acompanhado de perto, pelo advogado José Ventura Filho. A luta jurídica teve inicio no Tribunal Regional Federal, em Recife, depois seguiu para Brasília onde, após dois anos, o julgamento foi realizado na tarde da última terça-feira (13).

Improbidade

Um relatório da antiga Controladoria-Geral da União (CGU), atual Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, encontrou irregularidades e desvio de recursos nas Secretarias da Educação e da Saúde do Estado de Alagoas, durante a gestão do governo Teotônio Vilela Filho (PSDB).

Denúncia grave

As denúncias foram apresentadas aos integrantes do Fórum de Combate à Corrupção em Alagoas (Focco/AL), no último dia 6 de setembro, durante reunião ordinária do colegiado. A apresentação das denúncias foi feita por técnicos da antiga CGU, com base no relatório que está para ser publicado.

Irregularidades

As irregularidades foram encontradas nos últimos quatro anos do segundo mandato do ex-governador Téo Vilela, ou seja, vão de 2010 a 2014. Com isso, estão sob suspeição às gestões de pelo menos dois ex-secretário da pasta: Rogério Teófilo e Adriano Soares. No entanto, as denúncia mais sérias recaem na gestão de Soares.

Superfaturamento

De acordo com informações colhidas junto a integrantes do Focco, as maiores irregularidades foram praticadas pelos gestores da Educação, em contratos com dispensa de licitação, superfaturados ou lesivos ao erário.

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robertobaiabarros@hotmail.com

Desvios de recursos

As irregularidades na pasta da Saúde não chamam muita atenção, mas na Secretaria de Educação do Estado envolvem desvio de recursos em contratos milionários. Além disso, provocaram prejuízos seríssimos à qualidade do ensino em Alagoas, comprometendo diretamente os nossos indicadores educacionais.

Relatório

Durante a apresentação do relatório, na reunião do Focco/AL, a representante do Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Alagoas (Sinteal), disse que muitas irregularidades constatadas pela antiga CGU já havia sido denunciadas pela entidade sindical, mas as autoridades competentes não tomaram as providências cabíveis.

Governo anterior

O relatório foi apresentado na presença de técnicos da Secretaria de Estado da Educação de Alagoas (Seduc), entre eles Sérgio Newton, secretário executivo de gestão interna da pasta. No final da apresentação do relatório, ele fez uso da palavra e deu as explicações sobre os convênios do governo anterior que estão em vigor.

Pegou fogo

E o caldo engrossou em Traipu, cidade que é banhada pelo Velho Chico. A prefeita Conceição Tavares desceu a lenha em seu perfil no face book no ex-aliado Marcos Santos. Marquinhos, como é mais conhecido em sua terra natal, foi chamado de marginal, isso sem falar na grave acusação que a prefeita fez, o acusando pelo assassinato do ex-secretário de turismo, Valter Palmeira. Marcos Santos, que apoia a candidatura de Erasminho, que é o atual vice-prefeito de Conceição, também tem usado o face book para fazer denúncias e acusações de toda ordem contra a prefeita Traipuense.

PELO INTERIOR ... E em Anadia, o vereador Dimas Almeida (PPS) soltou a voz para denunciar o prefeito Paulo Dâmaso (PMDB) que, segundo ele, o tentou calar com um processo na Justiça. “Não vou me calar jamais para o filho da corrupção. ... “E eu explico: O pai dele, que foi prefeito de Anadia, morreu rodeado de processos por prática de improbidade administrativa e esse rapaz, que entregou a administração a sua “mainha”, não fica atrás, já que vem praticando inúmeras irregularidades. O impressionante é que em apenas dois anos de gestão, esse moço praticamente destruiu a cidade, prejudicando a população“, disse o vereador. ... Na reta final de seu segundo mandato, o prefeito de Marechal Deodoro, Cristiano Mateus, não tem sossego. Desta vez o Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL) ajuizou três ações de improbidade contra o gestor. A ação diz que Cristiano Mateus, juntamente com outras 38 pessoas e 15 empresas, está diretamente envolvido em contratações e desvio de recursos federais. ... O dinheiro desviado, segundo o MPF/AL, por Cristiano Mateus e seus correligionários seria destinado ao transporte escolar, merenda e obras públicas no município de Marechal Deodoro.

... As irregularidades levaram ao enriquecimento ilícito de alguns envolvidos e ocasionou dano ao erário no valor de, pelo menos, R$ 6 milhões. Os trabalhos de fiscalização do MPF e da Controladoria Geral da União alcançaram a aplicação de recursos do FUNDEB, Transporte Escolar (PNATE), e Programa Nacional de Educação (PNAE). ... Foram inúmeros os ilícitos encontrados, alguns dos quais de intensa gravidade. Diante da grande quantidade de constatações, o MPF separou por temas e ajuizou três ações civis públicas: Transporte Escolar, Merenda Escolar e Obras Públicas. ... As investigações concluíram que houve direcionamentos, superfaturamentos, subutilização deliberada de ônibus do Programa Caminho da Escola, utilização de veículos com mais de 20 anos de uso, fraudes inequívocas, cooptação de vereadores, entre outras irregularidades. ... Por isso, a Procuradoria da República em Alagoas pediu o afastamento do prefeito do cargo, a indisponibilidade dos bens dos acusados, até o limite da responsabilidade apontada pelo MPF a cada um deles, e a quebra de sigilo fiscal dos envolvidos. ... Um excelente final de semana para todos. Até a próxima edição.


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