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FORTE COMO NOSSOS LEITORES. EFICIENTE COMO NOSSOS ANIMAIS Ano 18 - Nº 211 - Agosto de 2021 | PUBLICAÇÃO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE GADO HOLANDÊS DE MINAS GERAIS
NOVA FASE DA FAZENDA
A Fazenda Bom Retiro, do associado Amauri Pinto Costa é um bom exemplo de crescimento constante de olho nas inovações do mercado. A conversa foi com Anna, filha do criador e Gerente de Pecuária Leiteira, ela mostra que os investimentos estão presentes em todas as etapas de produção, indo desde o sistema de gaiolas suspensas para os pequeninos, até a implantação da ordenha carrossel. Anna destaca ainda que a qualidade, a excelência operacional e o bem-estar animal estão presentes em todos os processos. E vêm mais novidades por aí!!! FOTO ARQUVO PESSOAL
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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO | TRIÊNIO 2021/2023 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Anípio Pires Batista Vicente Cleverson Ozanan Braga Djair Boscatti Eudes Anselmo de Assis Braga Leonardo Moreira Costa de Souza Makoto Edison Sekita Mauro Antônio Costa de Araújo
Publicação Oficial da Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais - ACGHMG www.gadoholandes.com/jornal REDAÇÃO EQUIPE VALOR EDITORA
GRUPO DE COMUNICAÇÃO
Projeto Gráfico e Editorial:
CONSELHO FISCAL Marcos Alves de Sousa Antônio Augusto Marins Lúcia Mara Yamaguti Kono
Equipe de Criação da Valor Editora
Suplentes: Cristovam Edson Lobato Campos e Renato José Laguardia. DIRETOR EXECUTIVO Dr. Francisco Otaviano Fonseca Oliveira francisco@gadoholandes.com REPRESENTAÇÕES REGIONAIS Nughoman - Núcleo dos Criadores de Gado Holandês da Mantiqueira Presidente - Jarbas de Oliveira Rua João Baptista Scarpa, 666 - CEP 37464-000 - Itanhandu - MG (35) 3361-2404 Nughobar - Núcleo dos Criadores de Gado Holandês de Barbacena Avenida Amílcar Savassi, s/n | Caixa Postal 126 - CEP 36200-000 Barbacena - MG | (32) 3332-8673
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Edição e Diagramação Helô Costa - Mtb 00127/MG Editor de Fotografia Wagner Correa Revisão Linguística Professora Rosana Alves Revisão Técnica Dr. Francisco Otaviano Oliveira Reportagem Esther Figueiredo Lídia Martins Wagner Correa Atualização Web Gilberto Alves Contato Imprensa: editora.holandes@gmail.com Participe do jornal, envie sugestão de pautas, reclamações, agenda de eventos e deixe seus comentários, esse é o canal
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JORNAL HOLANDÊS | ANO 18 | N. 211 | AGOSTO DE 2021 | PÁGINA 2
PALAVRA DA ASSOCIAÇÃO
DR. FRANCISCO OTAVIANO FONSECA OLIVEIRA Diretor Executivo da ACGHMG e Médico Veterinário
OSTRABALHOS CONTINUAM A pandemia da Covid continua a mudar o cenário mundial, em muitos países as coisas parecem estar voltando ao normal, mas o mundo continua em alerta, pois há o surgimento de variantes da doença. Mesmo com a vacinação não podemos facilitar e os cuidados têm que continuar. A nossa equipe administrativa, por exemplo, continua trabalhando em home office. Já a nossa equipe de campo está firme ampliando os serviços e dando as boas vindas a novos associados. E os trabalhos continuam... Estamos em constante
TEMOS SEMPRE QUE TRABALHAR FOCADOS E CADA VEZ MAIS PROFISSIONALIZAR O NEGÓCIO
contato com a Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa para ajustar as necessidades específicas dos mineiros dentro do sistema WEB+LEITE, por isso peço a compreensão e paciência de todos os associados. O processo muitas vezes é complicado, mas com a colaboração de todos estamos avançando. O importante é que temos hoje um sistema ainda mais moderno e seguro. Dias melhores virão... Temos sempre que trabalhar focados e cada vez mais profissionalizar o negócio. Fiquem todos com Deus! JORNAL HOLANDÊS | ANO 18 | N. 211 | AGOSTO DE 2021 | PÁGINA 3
EDITORIAL
HELÔ COSTA Jornalista e Editora
DESAFIOS Nesta edição conheci uma jovem determinada e focada em ampliar os negócios da família. O ASSOCIADO EM PAUTA foi com Anna Pinto, filha do associado Amauri Pinto Costa, da Fazenda Bom Retiro em Pouso Alto - MG. A propriedade chama a atenção pelas inovações que vão desde o bezerreiro até a ordenha carrossel. Anna compartilha os benefícios e desafios na hora de ampliar a estrutura. Acompanhe a entrevista pois têm novidades por aí!!! Você sabe quais são os desafios técnicos de ter vacas de alta produção? O artigo escrito por Israel Flamenbaum mostra a visão de cientistas internacionais sobre o tema. Ele aproveita para ressaltar que vacas de alta produção de leite implicam menos impacto ambiental e mais lucratividade. Vale a pena conferir. Respirar é um ato tão comum para nós seres humanos que raramente paramos para observar o ato da respiração. Na realidade só notamos quando adoecemos. Por isso trazemos uma matéria alertando para as doenças do trato respiratório que são um dos principais desafios para o êxito na criação dos bezerros. E vamos caprichar para respirar bem! A coluna SUPER RANK ainda não está sendo divulgada nesta edição. Estamos aguardando a Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa que ainda está ajustando detalhes no sistema Web+Leite. Estamos aqui de olho para o quanto antes podermos divulgar o trabalho dos nossos associados! Aproveitem a edição!
...COMPARTILHA OS BENEFÍCIOS E DESAFIOS NA HORA DE AMPLIAR A ESTRUTURA.
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MINAS NA ESTRADA
Dr. Leonardo, Walmir e Inaura Guimaraes FAZENDA PALMIRA | Cruzeiro da Fortaleza - MG AFIXO | VG PALMIRA ASSOCIADA | Inaura Guimaraes VISITA REALIZADA pelo Classificador Oficial Dr. Leonardo Rabello Guarino.
Dr. Eduardo com a esposa do associado Ana Simões, o gerente geral da fazenda Fabio Machado e Leonardo FAZENDA RANCHO ALEGRE | Pouso Alegre - MG AFIXO | RS RANCHO ALEGRE ASSOCIADO | Rafael Tadeu Simões VISITA REALIZADA pelo Inspetor Técnico de Registro Dr. Eduardo Uba Moreira. JORNAL HOLANDÊS | ANO 18 | N. 211 | AGOSTO DE 2021 | PÁGINA 6
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ARTIGO
DESAFIOS TÉCNICOS DE VACAS DE ALTA PRODUÇÃO “Vacas de alta produção de leite implicam mais lucratividade” Por Israel Flamenbaum Artigo publicado recentemente no Italian Journal of Animal Science, escrito por cientistas italianos de diferentes disciplinas, tenta abordar este importante tema. Comecei a consultar as principais fazendas leiteiras italianas no tópico de resfriamento de vacas nos últimos 5 anos com resultados muito bons (um webinar com nossas realizações foi fornecido por nossa empresa há algumas semanas). Tomei a iniciativa de traduzir este artigo e colocá-lo à disposição dos produtores e profissionais brasileiros, pois os cientistas autores deste artigo estão convictos de que, para atingir esse objetivo, é necessária uma adequada mitigação do estresse calórico e que, sem ela, a manifestação do potencial de desempenho das vacas será impossível. A produção mundial de leite de vaca atingirá entre 810 milhões e quase 1 bilhão de toneladas em 2050, implicando mudanças na gestão das fazendas leiteiras e implicações no impacto ambiental, especialmente no que diz respeito às emissões de gases de efeito estufa (GEE) e excreções de nitrogênio e fósforo. As futuras fazendas leiteiras precisarão se tor-
nar mais inteligentes, lucrativas e de alto rendimento para melhorar continuamente a sustentabilidade da produção de leite. Entre os países ocidentais, a indústria de lácteos italiana apresenta bons desempenhos tanto na produção quanto na qualidade do leite. A maior parte do leite é destinada à produção de queijos de alto valor agregado. Ela pode representar um modelo para estudar o impacto da tendência fenotípica acelerada nos desafios técnicos e ambientais. Assumindo um aumento médio constante da produção de leite igual à tendência fenotípica real, (128 kg por vaca/ano), a produção das melhores vacas atuais (20.000 kg/cabeça/ano), se tornará o desempenho médio do rebanho de fazendas leiteiras intensivamente manejadas em 2030. Assim, em comparação com a atual produção média italiana de leite por vaca, o aumento da produção anual causaria uma redução do impacto ambiental de 11,4% e 60,1% para GEE, 9,1% e 36,0% para N, 15,8% e 52,6% para P, quando considerados os dois cenários de maior rebanho leiteiro presente (12.000 kg/vaca/ ano), ou a vaca de 20.000 kg, respectivamente. Para enfrentar esse desafio, são fornecidas sugestões técnicas de criação e alimentação.
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ARTIGO
COMO ADMINISTRAR O manejo reprodutivo do rebanho deve considerar a avaliação individual das vacas para sua inseminação, enquanto as vacas que apresentam baixas taxas de concepção serão tratadas com transferência de embriões. O período de espera voluntária deve ser decidido individualmente, portanto, uma previsão precoce da persistência da lactação pode ser fundamental para gerenciar o tempo ideal de inseminação para cada vaca individualmente, com benefícios econômicos para a fazenda. Recentemente, cientistas italianos desenvolveram um critério de discriminação para estimar a persistência da lacta-
ção para cada vaca aos 90 dias em leite (DEL), com um erro relativamente pequeno (12% das vacas). Boas práticas são apontadas como fundamentais para fazendas virtuosas. O trabalho da equipe e o registro das informações como suporte à tomada de decisão também são sugeridos pelos produtores como componente essencial da condução da fazenda. O estresse por calor afeta significativamente esses mecanismos, portanto, lactações persistentes, que podem permitir inseminações atrasadas, podem até depender de como os produtores de leite lidam com o estresse por calor em suas fazendas.
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ARTIGO
GALPÕES CONFORTÁVEIS Recentemente o sistema de alojamento com cubículos (Free stalls) na zona de descanso e com áreas em concreto que permitem a locomoção está sendo totalmente reconsiderado, devido aos problemas ‘técnicos’ que este tipo de alojamento pode causar aos animais. Além disso, a sensibilidade ética do consumidor na Itália e em todos os países europeus e desenvolvidos está cada vez mais atenta para garantir que os animais de fazenda tenham a chance de viver uma “vida digna”, o mais próximo possível daquela que teriam na natureza. Um galpão adequado para acomodar vacas leiteiras de 20.000 kg/ano deve satisfazer plenamente sua etologia, removendo todos os fatores estruturais e sociais que podem inibir seu comportamento de alimentação e cio. Além disso, o galpão perfeito para essas vacas deve possibilitar o alcance do mais alto padrão de higiene e biossegurança possível, a fim de eliminar as doenças transmissíveis como importantes fatores de risco para a longevidade funcional das vacas. Em março de 2017, a revista italiana de laticínios “RUMINANTIA” apresentou um modelo de gestão pecuária denominado em italiano “StallaEtica” (Galpão Ético), uma nova forma de manejo e alojamento de vacas leiteiras em equilíbrio entre sustentabilidade social (renda do fazendeiro), sustenta-
bilidade ambiental e respeito ao direito da vaca. Isso foi feito com o objetivo de tornar a vida das vacas digna e muito semelhante àquela que teriam na natureza. É uma abordagem holística que permite manejar vacas leiteiras com altíssimo desempenho produtivo, minimizando, na medida do possível, estresses, fontes de infecção e impactos ambientais. De acordo com os pesquisadores, o StallaEtica para vacas leiteiras de 20.000 kg deve ser adequadamente equipado com sistemas de resfriamento que evitem que as vacas adoeçam e sofram grandes perdas econômicas devido ao estresse térmico. O clima pode prejudicar direta e indiretamente o desempenho da produção leiteira italiana devido ao aumento do risco de altas temperaturas e de redução das precipitações nos últimos anos, portanto, estratégias adequadas de prevenção e mitigação do estresse por calor dentro dos galpões devem ser adotadas. O objetivo é atingir uma situação em que a temperatura retal da vaca no verão nunca aumente mais que 0,5ºC acima do valor normal (38,5ºC) ao longo do dia, a frequência respiratória nunca suba acima de 80 respirações por minuto, e o consumo de ração não cair quando o ITU (Índice de Temperatura e Umidade) excede 75. Segundo a opinião de cientistas italianos, os galpões do futuro provavelmente serão representados pelos “galpões
cultivados”, onde a ampla área de descanso consiste em esterco seco (compost barn) ou de esterco com adição de matéria orgânica, como palha moída e serragem (compost-bedded pack barn). Em ambas as soluções, o material de cama deve ser arejado pelo menos duas vezes ao dia usando um cultivador e criando uma fermentação aeróbia exotérmica cuja função principal é secar a cama. A circulação de ar dentro do material da cama inibe o crescimento de todas as bactérias anaeróbias patogênicas envolvidas nas doenças do úbere. O sistema de alojamento do compost barn fornece uma área de descanso de pelo menos 17–20 m2 por vaca, enquanto o compost-bedded pack barn fornece de 10 a 12 m2. Em compost barn, a grande área de descanso está disponível para caminhadas e apenas as vielas de alimentação são feitas de concreto. Isso permite que as vacas manifestem plenamente sua etologia, ou seja, interações sociais, brincadeiras e sinais de estro manifestados. Certamente, galpões cultivados têm um impacto ambiental melhor, pois o lodo armazenado e então desviado para usinas de biogás ou campos é reduzido em comparação com aquela produzida em free-stall. A circulação de ar dentro da cama limita em muito a síntese do metano, que está principalmente envolvido na produção de GEE oriundo da pecuária.
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IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS O aumento da produtividade é a principal estratégia para melhorar a sustentabilidade da agricultura em geral e a indústria de laticínios tem demonstrado seguir esta regra. Para verificar a relação entre a gordura entregue e o leite corrigido para proteína e a pegada de carbono (CF) e pegada de nitrogênio (NF), uma pesquisa em 282 fazendas leiteiras italianas mostrou que quanto maior o nível de produção de leite do rebanho leiteiro, menor é a pegada de carbono por unidade
de leite produzida. Usando a equação para os níveis de produção mais altos e aplicando-a a todo o setor de lácteos italiano, verificou-se que em 2018 as emissões globais de CO2eq diminuíram 31%, em comparação com 1990. Com a mesma produção de 2018, em 2030, haverá uma diminuição adicional de 8% se a tendência fenotípica atual for considerada, e de 42% se a média das fazendas atingir os 20.000 kg de leite por vaca anualmente.
Vacas altamente produtivas são mais eficientes no aproveitamento de nutrientes, inclusive N e P. Em comparação com a vaca leiteira média de 1990 com 4.210 kg/ano, uma vaca de alto mérito genético com 15.307 kg/ ano permitiria em 2030 uma excreção de N de apenas 48% em comparação com 1990, e para P a excreção em 2030, assumindo a mesma melhoria na produção de leite vista acima, seria apenas 36% da excreção de P calculada para 1990.
MAIOR PRODUÇÃO DE LEITE Um dos resultados da pesquisa de 282 fazendas leiteiras italianas foi a descoberta de que o nível de produção de leite é a variável mais importante que permite que as fazendas intensivas alcancem a melhor classificação em termos de eficiência técnica e desempenho econômico, expresso em termos de receita sobre custo de ração (IOFC). Os dados da pesquisa mencionada acima foram usados para obter a partir do indicador de desempenho econômico (IOFC por vaca/ano) dois indi-
cadores de desempenho ambiental (emissões de carbono e excreção de nitrogênio) das 282 fazendas italianas pesquisadas. A partir da elaboração desses dados, observouse uma forte relação negativa entre esses indicadores. Os rebanhos que podem atingir IOFC superior a 1.500 euros/vaca/mês, foram aqueles com pegada de carbono inferior a 1,30 kg de CO2 equivalente, por kg de leite produzido e excreção de nitrogênio inferior a 20 g/kg de leite.
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ARTIGO
CONCLUSÕES A vaca de 20.000 kg do futuro já está entre as atuais fazendas leiteiras italianas. Como na maioria dos países com uma indústria de laticínios desenvolvida, as vacas com a maior produção italiana de hoje se tornarão as vacas com produção média no final desta década. A seleção genômica para vacas de pico alto persistentes, juntamente com um retardo voluntário para a primeira inseminação de pelo menos 150 DEL, contribuirá para atingir este objetivo que exigirá novas técnicas de alimentação e reprodução, bem como a implementação de sistemas de mitigação de calor, para atender a estes desafios biológicos e gerenciais. Alta ingestão de matéria seca, digestibilidade e palatabilidade da ração serão necessárias, e será essencial projetar novos galpões para garantir o número certo de acesso aos alimentos e um tempo ideal de ruminação. Fazendas leiteiras de alto rendimento representam não apenas uma solução viável para aumentar a sustentabilidade ambiental da indústria de laticínios, mas também diminui seu impacto no meio ambiente, deixando para a restauração natural a terra necessária para produzir os alimentos e forragens necessários, e ao mesmo tempo, constitui a principal forma de atender à crescente demanda por leite e derivados prevista para as próximas décadas. Fonte: Milkpoint
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ASSOCIADO EM PAUTA AMAURI PINTO COSTA | AFIXO BR AGRO | POUSO ALTO - MG
AMPLIANDO OS HORIZONTES
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FOTOS ARQUIVO PESSOAL
As obras estão a todo vapor na Fazenda Bom Retiro, do associado Amauri Pinto Costa com a ampliação da recria e a construção de um laticínio
ASSOCIADO EM PAUTA A coluna ASSOCIADO EM PAUTA conversou com uma jovem, mas já determinada e focada em ampliar os negócios. O nosso bate-papo foi com Anna Pinto, filha do associado Amauri Pinto Costa, da Fazenda Bom Retiro em Pouso Alto – MG. Formada em Gestão do Agronegócio – UFV, atualmente ela é a Gerente de Pecuária Leiteira dividindo as responsabilidades com o pai que ocupa o cargo de Diretor. “Sempre fomos muito abertos um com o outro e conseguimos nos entender bem, com bastante diálogo e paciência”, comenta. A propriedade possui muitas inovações que vão desde o bezerreiro utilizando um sistema de gaiolas suspensas até a ordenha carrossel. Anna compartilha os benefícios e desafios na hora de ampliar a estrutura. E as obras estão a todo vapor com a ampliação da recria, além da construção de um laticínio. “O projeto da marca vai muito de encontro com a nossa forma de trabalho e o que acreditamos da qualidade e excelência operacional ao bem-estar animal.”
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ASSOCIADO EM PAUTA HISTÓRIA As atividades na fazenda tiveram início em 1982 com o arrendamento da Fazenda Bom Retiro pelo meu pai. De 1982 até 1997, o sistema da fazenda consistia na produção de leite com vacas mestiças a pasto e pouca suplementação. Em 1997 foi iniciado o projeto de pastejo rotacionado com alta densidade de animais, forçando uma suple-
mentação para melhor aproveitamento do potencial genético do rebanho. Em 2011, o sistema passou para confinamento, com a construção de um free-stall com 504 camas. De lá pra cá o aumento das instalações e animais foi contribuindo para uma melhoria não só no manejo, como no acompanhamento de números, permitindo uma grande evolução na produtividade.
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ASSOCIADO EM PAUTA CONVIVÊNCIA Comecei a trabalhar como estagiária na fazenda logo depois de formada, em 2013, com a parte de lançamento de dados. Me interessei e passei a acompanhar de perto as atividades dos funcionários e todos os manejos com os animais, revendo depois a forma como faziam e buscando novas ideias e soluções. O que considero de maior valia no meu processo de aprendizado foi justamente ter ficado direto “no campo”, para entender realmente as particularidades. E tudo vem com o tempo, e a persistência e vontade de querer aprender e crescer. Hoje, como gerente da fazenda divido muito mais as responsabilidades do negócio com meu pai, que atua como diretor. Tivemos sim as diferenças no início, para adaptar a essa nova
relação dentro do trabalho, e principalmente como separar isso dentro de casa. Mas sempre fomos muito abertos um com o outro e conseguimos nos entender bem, com bastante diálogo e paciência.
ganhando confiança para que eu pudesse realmente gerenciar. Tive mais dificuldade com as pessoas de fora que vinham à fazenda, ou em congressos, simpósios etc. Você consegue sentir que algumas pessoas simplesmente não vão te ouvir ou PRESENÇA mesmo olhar da mesma forma, FEMININA NO CAMPO por você ser mulher. Eles podem Não dá pra negar que ainda é perceber depois que você é sim muito masculino, embora já capaz, ou não. Mas isso indetenha hoje muitas fazendas pende de como você vai trabaadministradas por mulheres, a lhar e buscar crescer. conquista pelo nosso espaço é um desafio. Dentro da fazenda, PAIXÃO PELO LEITE eu acredito que o que me ajudou Nasceu talvez da minha mania foi o fato de eu ter iniciado como de querer organizar e ser efiestagiária mesmo. Ficando ao ciente, e quando percebi quanta lado dos funcionários nos mane- coisa tem que estar encaixada jos, e querendo aprender com para a vaca dar leite, fiquei fascieles. Afinal de contas, eu não nada pela atividade, e com muita sabia nada de vaca! Então, era só vontade de buscar o melhor para ouvir, e aprender. E depois a Fazenda.
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ASSOCIADO EM PAUTA
ESTRUTURA A Fazenda atualmente está com 970 animais em lactação, produzindo em torno de 34 mil litros diariamente. Os animais são alojados em dois free-stalls e um compost barn, onde ficam hoje animais de baixa produção, vacas secas, pré e pós parto imediato até 7 dias. Na parte de recria, temos hoje uma estrutura adaptada de tie stall que funciona como um compost, e
depois um free-stall para bezerras de 5 a 9 meses. Até 21 dias antes do parto elas ficam em piquetes. Como surgiu o desejo de investir em uma ordenha no formato carrossel? Na verdade, tivemos que aumentar nossa ordenha, pelo projeto de aumento de rebanho. E a escolha pelo carrossel se deu justamente pela forma de traba-
lho dela, beneficiando animais e pessoas. Como ela funciona? A ordenha carrossel é considerada uma ordenha gentil, não só com os animais, mas principalmente com as pessoas que trabalham nela, pela ergonomia do trabalho. Elas ficam paradas, e as vacas vão entrando à medida que a plataforma vai girando. É bem silenciosa e tranquila.
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ASSOCIADO EM PAUTA Porque vocês reestruturaram o sistema de criação das bezerras e como ele é atualmente? Tivemos que reestruturar nosso sistema de criação de bezerras também pelo aumento do rebanho que teríamos. O nosso formato antigo era um argentino, que rodava muito bem, porém ficava bastante limitado com um número alto de bezerras. E principalmente pelos desafios na época de chuva. Então fomos para o sistema de gaiolas suspensas. Visitamos alguns projetos para definir o que melhor se encaixaria aqui, pegamos várias opiniões, e optamos por esse sistema. Construímos dois barracões, com capacidade para 400 bezerras total. Fizemos a gaiola aqui, e colocamos piso de gaiola de suíno. A lavagem é feita fora do barracão, a fim de evitar o uso de água dentro. Usamos cortinas para proteger as bezerras em dias mais frios, e também ventiladores, acionados quando a temperatura atinge 22°. E quais os benefícios desse sistema? O principal benefício é o melhor controle do ambiente ao qual a bezerra está. Mas o que também pode se tornar um inimigo se não for bem controlado e limpo. Pois a chance de alguma doença se espalhar é maior, pela concentração dos animais. No geral vai muito bem, e trouxe um maior ganho de peso dos animais.
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ASSOCIADO EM PAUTA SUSTENTABILIDADE Sabemos do impacto que uma fazenda desse porte pode ter no meio ambiente, e nos preocupamos para que seja o menor possível. A principal ação que temos nesse sentido é com relação aos dejetos. Todo o dejeto dos três barracões que abrigam as vacas hoje é direcionado para uma separação. O sólido é utilizado para adubação nas áreas de plantio. O líquido vai para 3 células de biodigestor. O gás gerado ali é encaminhado para a rede de energia, e abate da nossa conta mensal de consumo. O lado positivo é que, na falta de energia, temos um gerador que consegue tocar toda a ordenha e tanques. E, além disso, após o processo do biodigestor, o dejeto líquido sai das células e fica numa piscina, e
daí é direcionado para as áreas de produção de capim, com auxílio de um carretel, que faz esse bombeamento e distribuição pelas áreas de corte. Além disso, temos dentro da fazenda uma estação de tratamento de água, e uma piscina para captação de água de chuva, que é coletada em todos os barracões. ECONOMIA Quais as maiores dificuldades na hora de gerenciar uma grande produtividade? O maior desafio, e não dificuldade, é na formação da equipe. Que compre a sua ideia, que faça do trabalho uma oportunidade de desenvolvimento, e que seja comprometido com os resultados. O modelo ideal é que a fazenda caminhe sem a presença
constante do dono. A alimentação pesa bastante nas contas... Como driblar as constantes altas? Sim, é o que pode definir as vezes a continuação no negócio, ainda mais numa escala menor. Acredito que sendo eficiente na produção de um bom volumoso, e fazendo caixa para conseguir aproveitar as oportunidades de compra que podem surgir. ASSOCIAÇÃO Acreditamos que o caminho natural do negócio seja atingir nossa expectativa de evolução de rebanho, e daí poder vender animais com alta qualidade genética, tendo o registro como a garantia dessa preocupação nossa.
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ASSOCIADO EM PAUTA O AMANHÃ Estamos hoje estabilizados por conta da lotação nas instalações. Porém nossa meta é aumentar o número de animais em lactação para 1.100, por isso já estamos focando no aumento da recria, construindo dois compost barn para alojar animais pós desmama até a prenha. Estamos também finalizando a construção de um laticínio, em sociedade, e ainda esse ano teremos nosso leite tipo A à venda. O projeto da marca vai muito de encontro com a nossa forma de trabalho e o que acreditamos, da qualidade e excelência operacional ao bem-estar animal.”
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PROGRAMA FOTO WAGNER CORREA
AMPLIANDO AS
OPORTUNIDADES A Emater-MG irá selecionar centenas de propriedades de pecuária bovina para participação no programa Minas Pecuária
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PROGRAMA A Emater-MG deu início a um programa que vai adotar um modelo diferenciado de assistência técnica a propriedades rurais que desenvolvem a bovinocultura em Minas Gerais. Em julho deste ano foi lançado o Minas Pecuária com a participação de diretores, gerentes regionais e coordenadores técnicos da empresa. O programa vai selecionar centenas de propriedades em todas as regiões do estado que servirão de unidades de referência. A ideia é permitir que produtores rurais tenham acesso a tecnologias e estratégias de administração da atividade, com foco num sistema sustentável e competitivo, que promovam melhoria de renda. As propriedades selecionadas irão receber assistência técnica sistematizada e contínua, com foco na adoção de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) de produção. “Numa visita inicial será feito um diagnóstico, com levantamento da realidade da propriedade. Depois, juntamente com o produtor, será estabelecido um plano anual de ação, estipulando metas de rentabilidade e eficiência a serem atingidas. Nestas propriedades será dado um atendimento mensal, sistemático e continuado, para se obter os resultados planejados” explica o coordenador técnico estadual em Bovinocultura da Emater-MG, Nauto Martins. O primeiro passo do Minas Pecuária é a capacitação dos técnicos da Emater-MG sobre a metodologia, execução e monitoramento dos trabalhos desenvolvidos nas propriedades que serão selecionadas. Também faz parte do treinamento, como utilizar e abastecer, com os dados de cada unidade de produção, o Módulo Minas Pecuária do Deméter. Ele é um software de interface amigável, lançado pela empresa, que permite maior agilidade, registros e melhoria das análises sobre as atividades desenvolvidas, possibilitando a melhoria na
gestão das propriedades acompanhadas. “Depois que os dados são lançados no Módulo Minas Pecuária do Deméter, o sistema faz, de maneira automática, com que estes dados gerem diversos relatórios de desempenho produtivo e reprodutivo do rebanho, sobre a qualidade do leite, além de aspectos econômicos e financeiros da propriedade. Estes relatórios irão ajudar os técnicos e produtores durante a execução das ações e serão fundamentais para a melhor tomada de decisão. Além disso, nos permitirá criar um amplo banco de dados diferenciado da pecuária bovina de Minas Gerais”, explica o coordenador da Emater-MG. A participação dos produtores no Minas Pecuária é voluntária e gratuita. A contrapartida exigida é o comprometimento em seguir o plano de ação estabelecido pelo programa. Além disso, o produtor deve concordar que a propriedade selecionada esteja e sirva de modelo e referência para outros criadores. “Serão selecionados produtores que tenham disposição em adotar as orientações e em abrir sua unidade de produção para visitas e realização de eventos técnicos. Ele precisa ter a motivação em se fazer um agente multiplicador das tecnologias adotadas e bem-sucedidas, beneficiando outros produtores”, afirma Nauto Martins. A proposta da Emater-MG é promover encontros conhecidos como ‘dias de campo’ nas propriedades selecionadas pelo Minas Pecuária. Além disso, será realizado o Circuito Mineiro da Bovinocultura em polos regionais, quando especialistas irão abordar temas relacionados às boas práticas agropecuárias, tecnologias adotadas e resultados obtidos nas unidades de referência do Minas Pecuária. Mais informações: www.emater.mg.gov.br
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SAÚDE
ATENÇÃO ESPECIAL À
RESPIRAÇÃO
As doenças respiratórias afetam bovinos no mundo inteiro, independente do modelo de produção (confinado ou a pasto), e possuem um impacto negativo principalmente na fase de cria de bezerros
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SAÚDE O maior rebanho bovino do mundo em 2020 foi o brasileiro, representando 14,3% do rebanho mundial, com 217 milhões de cabeças, seguido pela Índia com 190 milhões de cabeças, e, o rebanho brasileiro também foi considerado o maior exportador mundial (GUARALDO, 2021), sendo assim, a pecuária tem um papel fundamental para a economia nacional. É importante manter a sanidade do rebanho para que os animais inseridos nessa cadeia produtiva se mantenham saudáveis a fim de evitar prejuízos para o produtor com tratamentos, queda na produção e descarte dos animais. As doenças respiratórias afetam bovinos no mundo inteiro, independente do modelo de produção (confinado ou a pasto), e possuem um impacto negativo principalmente na fase de cria de bezerros, acarretando em prejuízos extensos, direta e indiretamente quando levam um animal a óbito ou retardam seu desenvolvimento. Portanto, o manejo preventivo é a forma mais eficiente de diminuir a incidência e a gravidade de problemas respiratórios em um rebanho. A origem dos problemas respiratórios está associada a um desequilíbrio na tríade dos três princípios básicos da infecção: Microrganismo; Animal; Ambiente. Havendo a presença de um ou mais microrganismos patogênicos, associados a uma deficiência da imunidade do animal e a fatores ambientais predisponentes, a contaminação irá evoluir para uma infecção. Por conta disso é necessário que o produtor tenha atenção principalmente a cura do umbigo imediata após o nascimento com iodo a 10%; a oferta de colostro em quantidade ideal (10% a 12% do peso corporal), de boa qualidade (acima ou igual a 25% no refratômetro brix) e no tempo certo (5% em até duas horas após o nascimento); bem como manejo do umbigo, observação de parâmetros do bezerro ao nascimento (atenção, vitalidade, peso, temperatura e etc.), higiene no bezerreiro com limpeza periódica e por fim, o alojamento dos
animais deve ser bem ventilado de temperatura amena e que ofereça proteção contra intempéries. Alguns fatores de risco aumentam a incidência de doenças respiratórias na fase de cria, sendo o principal a falta de ventilação nos alojamentos pela alta taxa de lotação, além do excesso de umidade, poeira em grande quantidade ou agentes infecciosos presentes nas acomodações, alterações bruscas de temperatura que causam estresse térmico nos bezerros, e demais fatores que debilitam o sistema respiratório ou agravam quadros de doenças respiratórias. A pneumonia possui etiologia multifatorial podendo ter diferentes tipos de origem. É comum ser desencadeada por agentes físicos e químicos que vão predispor o bezerro aos agentes infecciosos oportunistas presentes no ambiente ou próprios de suas vias aéreas. É preciso levar em consideração além do agente causador da pneumonia, o sistema imunológico do bezerro, o tipo de manejo ao qual o animal está sendo submetido e suas condições corporais, que vão influenciar na gravidade da doença em cada animal (ROCHA, 2011). Em termos clínicos, as pneumonias geralmente são classificadas em três categorias: Broncopneumonias, Pneumonias intersticiais; Pneumonias metastáticas. Os sinais clínicos e tratamento vão variar em cada caso, de acordo com a causa da pneumonia, mas os sinais mais comuns são quadros de taquipneia (respiração acelerada) e dificuldade respiratória. O tratamento também vai depender do quadro clínico, sendo necessário a adoção de tratamento de suporte, afim de reduzir os sintomas e fornecer conforto ao animal. Nesse sentido, quanto mais cedo for feito o diagnóstico melhor será o prognóstico para o animal, além de evitar a disseminação da doença pela propriedade quando se tratar de causas infecciosas e resultar em menor prejuízo para o produtor (ROCHA, 2011; SILVA; FECKINGHAUS, 2019).
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CLASSIFICAÇÃO DAS PNEUMONIAS SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA (SAR) A SAR é uma doença causada por uma insuficiência respiratória progressiva que ocorre devido à ausência de surfactante pulmonar em neonatos, sendo um problema mais comum em animais prematuros (BALEST, 2018). Animais advindos de técnicas como fertilização in vitro e clonagem são acometidos pela SAR com maior frequência, assim como neonatos prematuros. A relação da SAR com a prematuridade dos animais é devido a maturação do pulmão coincidir com a maturidade fetal, apresentando uma relação direta com a produção do surfactante (DANTAS, 2015), ou seja, o surfactante não é produzido em quantidade adequada até o final da gestação. O surfactante pulmonar é um líquido que reduz de forma significativa a tensão superficial dentro do alvéolo pulmonar, diminuindo a tendência dos alvéolos se colabarem e auxiliando no trabalho de insufla-los. O surfactante previne o colapso durante a expiração sendo essencial para que o animal respire de forma adequada, quando ausente é necessária uma maior pressão do ar para encher os alvéolos. No colapso pulmonar há extravasamento de proteínas do sangue para dentro dos alvéolos, inibindo ainda mais a produção de surfactante, lesionando do tecido alveolar e consequentemente impedindo as trocas gasosas (DANTAS, 2015). BRONCOPNEUMONIA INFECCIOSA Agentes infecciosos são a causa principal da broncopneumonia que se caracteriza por alteração inflamatória de brônquios, bronquíolos e parênquima pulmonar, sendo o problema respiratório mais frequente em bezerros. Em geral, os animais acometidos por esse padrão de pneumonia tem o início do quadro com infecções virais (Herpesvirus bovino-1, vírus da parainfluenza-3, vírus sincicial respiratório bovino) que promovem lesões nos tecidos do sistema respiratório, aumentado a suscetibilidade à
agentes, principalmente as bactérias, que residem no trato respiratório. Vírus também são responsáveis por modificação dos sistemas imune inato e adaptativo por meio da alteração de macrófagos alveolares, supressão da proliferação de linfócitos e morte celular, além da liberação de citocinas modificadas (PANCIERA et al., 2010). Após as lesões no epitélio e comprometimento das defesas imunológicas das vias respiratórias causadas pelos vírus, as bactérias que são comensais do trato respiratório podem proliferar e ocasionar a pneumonia. Segundo Panciera et. al., (2010) os principais agentes da infecção bacteriana que ocorre secundariamente são Mannheimia haemolytica, Pasteurella multocida, Histophilus somni (anteriormente Haemophilus somnus ), Arcanobacterium pyogenes , Mycoplasma bovis e, mais recentemente, Bibersteinia trehalosi (anteriormente Pasteurella trehalosi). Esses agentes bacterianos causam infecções com padrões de lesão graves, sendo a boncopneumonia supurativa, pneumonia fibrinosa ou pleuropneumonia fibrinosa e a broncopneumonia necrótica os mais comuns. PNEUMONIA INTERSTICIAL Se caracteriza pela inflamação do parênquima pulmonar de natureza não infecciosa. Esse termo é mais utilizado para designar uma lesão e não uma doença, já que esse tipo de pneumonia se refere a uma intensa inflamação pulmonar difusa, geralmente decorrente da inalação de toxinas ou infecções virais isoladas, além de exposição à compostos químicos, vírus, larvas de alguns parasitas migratórios, gases tóxicos e algumas condições ambientais que desorganizam a resposta imunológica no sistema respiratório com consequente lesão dos alvéolos. Após exposição ao agente, o processo se inicia com morte de pneumócitos e das células epiteliais bronquiolares, além de acúmulo de células infla-
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matórias, predominantemente macrófagos, e proliferação de fibroblastos no espaço intersticial. Ocorre dano das paredes dos capilares alveolares (pequenos vasos sanguíneos) por substâncias liberadas pelos leucócitos; a lesão endotelial causa um aumento na permeabilidade vascular, levando a um edema intersticial e, posteriormente, alveolar. Em meio ao líquido que extravasa dos vasos para o interior dos alvéolos, escapam também outras proteínas, incluindo fibrina, que se deposita na parede alveolar, formando redes de fibrina que inutilizam o alvéolo. Com o tempo a lesão evolui conferindo uma aparência glandular aos alvéolos pulmonares. Em geral, ela pode ocorrer em vários padrões de envolvimento pulmonar e a mais bem caracterizada é a pneumonia intersticial difusa (PANCIERA et al., 2010) PNEUMONIA VERMINÓTICA A pneumonia verminótica tem como principal agente etiológico em bovinos o Dictyocaulus viviparus, as lesões podem ser encontradas em gado confinado ou a pasto. Os bovinos se infectam através da ingestão de larvas em ambientes úmidos e os sinais clínicos variam de acordo com a fase de infecção (pré-patente, patente, pós- patente e reinfecção) As lesões acontecem à medida que as larvas migram para o pulmão, formando pequenos focos de pneumonia intersticial e bronquiolite eosinofílica, também é visto atelectasia e enfisema. Na macroscopia o padrão é marcado por lesões bilaterais nos lobos caudais (PANCIERA et. al., 2010).
regionais, em especial o retrofaríngeo e brônquicos são alvos específicos da infecção do agente bacteriano. A tuberculose é uma zoonose, facilmente transmissível dos animais para os humanos, entre animais do rebanho e de animais silvestres para o bovino. Não há tratamento nem vacina para a doença em bovinos, portanto a prevenção é a chave do controle. Uma vez que é detectado um animal com tuberculose, a solução é o abate sanitário ou sacrifício. Para erradicar, ou controlar a doença na propriedade deve-se testar todos os animais, além de ter o cuidado de adquirir apenas animais negativos ao teste intradérmico para tuberculose. No Brasil há o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal – PNCEBT que deve ser seguido pelos pecuarista garantindo a sanidade do rebanho.
OUTROS TIPOS DE PNEUMONIA As pneumonias aspirativas são causadas pela inalação de grandes quantidades de material estranho, muitas vezes de líquidos. Pode ocorrer em bezerros alimentados artificialmente ou na administração de medicamentos orais, em que o líquido é aspirado, problema conhecido como “falsa via”, comum acontecer quando o líquido é forçado ou quando o bezerro está com atenção deprimida devido a algum outro problema. Em partos prolongados, difíceis, a aspiração de mecônio secundária à angustia fetal é um fator de risco de mortalidade neonatal de bezerros. O prognóstico é reservado em todos os casos de pneumoPNEUMONIA TUBERCULOSA nia aspirativa. A tuberculose é doença infecciosa de notificaAs pneumonias metastáticas são caracterização obrigatória e de controle nacional. Seu agente das por embolização séptica dos pulmões, a partir etiológico é o Mycobacterium bovis que causa de outros focos no organismo, e o problema é granulomas caseosos nos pulmões e ocasional- pouco frequente em bovinos com menos de um mente em outros órgãos. Além disso os linfonodos ano de idade.
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CONCLUSÕES A fase de cria é o período de desenvolvimento crítico e repleto de desafios tanto para o bezerro quanto para o produtor rural e, em muitas propriedades, as doenças do trato respiratório são o principal entrave para o êxito na criação dos bezerros (ROCHA, 2011). Na bovinocultura a maior incidência de óbito acontece nos primeiros dias de vida dos bezerros, diminuindo ao longo dos dias, conforme o animal se desenvolve. Por isso, é de extrema importância os cuidados primários com neonatos: - Oferta de colostro em quantidade ideal e de boa qualidade em até duas horas, - Cura do umbigo imediata após o nascimento, - Redução de estresse através de práticas de manejo que visem o bem-estar dos animais, evitando que os fiquem expostos a condições climáticas adversas, dentre outros fatores. Outras medidas como vacinação da vaca gestante e dos animais após o nascimento também se mostram efetivas para alguns agentes, mas é essencial que todo o manejo higiênico e sanitário do local seja adequado, reduzindo assim a incidência das doenças respiratórias em bezerros e concluindo com êxito a criação.
Fonte: Milkpoint escrito por Ana Paula Lopes Marques e Clayton Bernardinelli Gitti, orientadores na UFRRJ e Anna Carla Silva Cunha e Keity Kelly Vianna Benetti, discentes
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SUSTENTABILIDADE
“NET ZERO” NO BRASIL
Projeto prevê redução de 20% até 2025 e 50% em 2030 da emissão de carbono Buscando integrar produtividade e sustentabilidade, a Embrapa Gado de Leite e a Nestlé iniciam uma parceria pioneira para o desenvolvimento de uma pecuária de leite “Net Zero” no Brasil. O projeto integra o compromisso global da empresa de neutralizar as emissões de carbono de suas operações até 2050, já prevendo uma redução de 20% até 2025 e 50% em 2030. O projeto terá a duração de três anos e será composto quatro eixos principais: plano de adequação para conversão de 20 propriedades leiteiras em produção “Net Zero” em diversos biomas e sistemas de produção; cursos de capacitação presenciais e à distância (EAD, vídeos e podcasts) sobre práticas para mitigação da emissão de carbono e adoção de agricultura regenerativa na produção de leite; transformação de dois sis-
temas de produção da Embrapa (confinamento e a pasto) em carbono neutro e estimulo à criação de soluções inovadoras por greentechs e cleantechs, focadas nos desafios da conversão. Ao todo, 20 propriedades leiteiras fornecedoras da Nestlé no Paraná, São Paulo, Goiás e Minas Gerais vão receber recomendações técnicas e o acompanhamento da evolução do processo de adequação “Net Zero”. Estarão envolvidos pequenos, médios e grandes produtores, além de diferentes sistemas de produção: compost barn, free stall, sistema intensivo em pasto e semiconfinado. Nas fazendas serão avaliadas as emissões de gases de efeito estufa e desenvolvidos planos de adequação para cada uma delas pela melhor combinação de tecnologias e com o objetivo de reduzir as suas emissões de carbono. Esse plano de adequa-
ção terá por finalidade converter essas propriedades, a partir da situação atual, para uma situação com emissões neutras ou de baixo carbono. “É um processo complexo que vamos acompanhar com balanços periódicos para avaliarmos se estão em direção à neutralização”, explica Inácio. A Embrapa Gado de Leite terá duas vitrines, que vão mostrar as tecnologias disponíveis para a redução das emissões de carbono: Compost barn (confinado) e Leite Verde (produção a pasto). Será feita a avaliação da pegada de carbono. Serão implantadas as melhores tecnologias para converter esses sistemas em carbono neutro e realizadas ações para divulgar as tecnologias para técnicos e produtores, além de produção de vídeos e podcasts. Fonte: Embrapa Gado de Leite e Feed&Food.
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Super Rank CADERNO
A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa está passando por um processo de evolução e toda mudança requer ajustes, por isso excepcionalmente, nesta edição, o Caderno Super Rank não está sendo divulgado e posteriormente iremos publicar todos os resultados. Contamos com a compreensão de todos.