JORNAL
NOS
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FORTE COMO NOSSOS LEITORES. EFICIENTE COMO NOSSOS ANIMAIS Ano 18 - Nº 214 - Novembro de 2021 | PUBLICAÇÃO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE GADO HOLANDÊS DE MINAS GERAIS
PERSISTÊNCIA E FOCO SEMPRE!
Bruna ressalta que está atenta a todos os processos e mesmo com poucos anos de funcionamento a Fazenda Chapadão das Guaritas está em constante crescimento.
Família unida pelo agronegócio
ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE GADO HOLANDÊS DE MINAS GERAIS Avenida Sete de Setembro, 623 | Centro Juiz de Fora | MG | CEP 36070-000 www.gadoholandes.com
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO | TRIÊNIO 2021/2023 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Anípio Pires Batista Vicente Cleverson Ozanan Braga Djair Boscatti Eudes Anselmo de Assis Braga Leonardo Moreira Costa de Souza Makoto Edison Sekita Mauro Antônio Costa de Araújo
Publicação Oficial da Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais - ACGHMG www.gadoholandes.com/jornal REDAÇÃO EQUIPE VALOR EDITORA
GRUPO DE COMUNICAÇÃO
Projeto Gráfico e Editorial:
CONSELHO FISCAL Marcos Alves de Sousa Antônio Augusto Marins Lúcia Mara Yamaguti Kono
Equipe de Criação da Valor Editora
Suplentes: Cristovam Edson Lobato Campos e Renato José Laguardia. DIRETOR EXECUTIVO Dr. Francisco Otaviano Fonseca Oliveira francisco@gadoholandes.com REPRESENTAÇÕES REGIONAIS Nughoman - Núcleo dos Criadores de Gado Holandês da Mantiqueira Presidente - Jarbas de Oliveira Rua João Baptista Scarpa, 666 - CEP 37464-000 - Itanhandu - MG (35) 3361-2404 Nughobar - Núcleo dos Criadores de Gado Holandês de Barbacena Avenida Amílcar Savassi, s/n | Caixa Postal 126 - CEP 36200-000 Barbacena - MG | (32) 3332-8673
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JORNAL HOLANDÊS
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Edição e Diagramação Helô Costa - RP 00127/MG Editor de Fotografia Wagner Correa - RP 0022293/MG Revisão Linguística Professora Rosana Alves Revisão Técnica Dr. Francisco Otaviano Oliveira Reportagem Esther Figueiredo Lídia Martins Wagner Correa Atualização Web Gilberto Alves Contato Imprensa: editora.holandes@gmail.com Participe do jornal, envie sugestão de pautas, reclamações, agenda de eventos e deixe seus comentários, esse é o canal
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PALAVRA DA ASSOCIAÇÃO
DR. FRANCISCO OTAVIANO FONSECA OLIVEIRA Diretor Executivo da ACGHMG e Médico Veterinário
NÃO DEIXE PARA A ÚLTIMA HORA! Atenção associado às novas datas para a 2ª etapa da vacinação contra a febre aftosa. Devido a falta de vacinas em várias regiões mineiras foi definido novas datas. A nossa edição traz mais detalhes sobre a vacinação. Aproveitando é sempre tempo de atualizar o plantel. Agilize as visitas dos nossos profissionais com a inserção de todos os dados corretos no sistema. Caso tenha dúvidas com relação a acessos e navegação no sistema Web+Leite, basta entrar em contato com a nossa equipe. Estamos aproximando do fim de ano, lembro que a nossa equipe administrativa entrará em recesso, por isso antecipe tudo que precisar resolver com o setor administrativo da Associação Mineira. Não deixe para a última hora. Enfim, a vida é repleta de contratempos, por isso é importante antecipar tudo que já sabemos que terá de ser realizado e aproveitar melhor o tempo para planejar e executar novas ações. Nesta edição falamos bastante sobre qualidade...Aproveitando o tema, em breve os associados terão novidades que irão contribuir com mais ganhos. Novembro azul...Lembrete ao universo masculino...Independente do mês é sempre hora de se cuidar… Temos muito a construir com as nossas famílias. Conto com todos para finalizarmos o ano de forma tranquila e organizada! Fiquem todos com Deus!
VAMOS APROVEITAR MELHOR O TEMPO PARA PLANEJAR E EXECUTAR NOVAS AÇÕES
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EDITORIAL
HELÔ COSTA Jornalista e Editora
QUALIDADE SEMPRE... A cada ano a exigência com relação a qualidade dos alimentos tem aumentado em todas as suas fases, desde a produção até a comercialização. O mercado tem procurado por uma vida mais saudável, uma comida mais rica de nutrientes... Para isso o produtor tem que ficar atento às exigências e se adequar sempre! Nesta edição reunimos matérias referentes a qualidade dos nossos animais e de sua produção. Artigo mostra que a raça Holandesa tem novidades sobre a avaliação genética. “É importante estar atento ao padrão genético de touros e vacas selecionados para acasalamento, para promover a continuidade da tendência de ganhos positivos no agregado genotípico da raça Holandesa, no Brasil”, destaca o Superintendente Técnico da ABCBRH Timotheo Souza Silveira. Continuando a falar sobre tendências do mercado, vamos destrinchar detalhes sobre programas de qualidade do leite. Eles têm beneficiado vários elos da cadeia produtiva e fazê-los com excelência torna-se uma obrigação ao mesmo tempo em que traz um sentimento de satisfação pelos resultados alcançados. Mostramos detalhes que fazem a diferença na hora de participar de programas de qualidade, na hora de receber pelo leite. Fique atento! A edição traz um bate papo com uma mulher de garra e muito foco. A Engenheira Civil, Bruna Luíza de Matos Silva, responsável pela área administrativa e financeira da Fazenda Chapadão das Guaritas, conta sobre as experiências da família Silva e mesmo com poucos anos de trabalho na área do leite, eles estão cada vez mais ampliando a produção. A coluna ASSOCIADO EM PAUTA traz uma família que contagia a todos pelos vários sorrisos...Vale a pena conferir as belas fotos que ilustram a matéria...Elas revelam muito carinho e satisfação pelo trabalho! É sempre tempo de focar em qualidade! Em animais e produtos diferenciados!!!
É SEMPRE TEMPO DE FOCAR EM QUALIDADE! EM ANIMAIS E PRODUTOS DIFERENCIADOS!
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SAÚDE
FOTOS WAGNER CORREA
PRAZO
PRORROGADO A 2a etapa de imunização contra a febre aftosa tem novas datas em Minas Gerais
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A 2ª etapa anual de vacinação contra a febre aftosa em todo o território mineiro tem data prorrogada. Os criadores poderão vacinar os animais até 20 de dezembro de 2021 e terão até o dia 30 de dezembro para realizar a declaração. Mesmo com a prorrogação não deixe para a última hora. Deverão ser imunizados bovinos e bubalinos com idade de zero a 24 meses. Nesta etapa, a expectativa é que sejam imunizados cerca de 10 milhões de animais em todo o estado com o objetivo de preservar a sanidade dos rebanhos e manter o compromisso com o agronegócio de Minas. O produtor pode comprovar a vacinação dos animais usando o formato eletrônico de declaração que estará disponível em www.ima.mg.gov.br ou, caso tenha cadastro, acessando o Portal de Serviços do Produtor. Uma outra opção será o envio da declaração para o e-mail da unidade do IMA responsável pela jurisdição do município. O e-mail de cada unidade consta neste link http://ima.mg.gov.br/atendimento/nossas-unidades As declarações também podem ser realizadas pelo produtor de forma presencial nos postos de atendimento e conveniados ou presencialmente nos escritórios do IMA, observando as medidas de segurança para Covid 19. As unidades do IMA estão à disposição para quaisquer esclarecimentos. Para facilitar a localização da propriedade, o IMA recomenda o envio do Cadastramento Ambiental Rural (CAR) no momento da declaração. Nesta etapa deverá ser realizada a atualização cadastral das outras espécies de animais descritas no formulário de declaração (DCL) que estará disponível no site do IMA. A declaração realizada de forma virtual ainda não possui estes campos para descrever as outras espécies. Assim, caso o produtor opte em realizar a declaração de forma virtual, será necessário encaminhar para o e-mail da unidade a declaração de outras espécies em formulário específico disponível no site do IMA. A primeira etapa da campanha realizada deste ano foi um sucesso, com 97,6% de bovinos e bubalinos vacinados contra a febre aftosa. Cerca de 355 mil produtores rurais imunizaram apro-
ximadamente 24 milhões de animais nos rebanhos mineiros. O Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA, vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Seapa, fiscaliza a campanha junto aos produtores rurais e estabelecimentos revendedores de vacina. ESTABELECIMENTOS AUTORIZADOS Thales Fernandes reforça a importância do trabalho das revendas no sentido de garantir o armazenamento adequado das vacinas, devendo comunicar imediatamente ao IMA qualquer intercorrência que possa comprometer a qualidade dos imunizantes. “O lançamento de vendas no sistema Sidagro deve ser feito com a maior agilidade possível, no mínimo uma vez ao dia, observando o estoque, o número de doses e as partidas comercializadas”, explica. A responsabilidade da comercialização das vacinas é dos estabelecimentos autorizados da iniciativa privada. Esses estabelecimentos, que comercializam produtos de uso veterinário, devem ser registrados no IMA e estão sujeitos à fiscalização e às penalidades previstas. Os estabelecimentos que comercializam produtos biológicos, em especial vacinas, devem, obrigatoriamente, utilizar câmara fria ou refrigerador industrial no acondicionamento desses produtos. Mais informações AQUI http://ima.mg.gov.br/ defesa-animal/produtos-veterinarios SAÚDE DO REBANHO O fiscal do IMA Natanael Lamas lembra que a vacinação mantém a saúde do rebanho e o reconhecimento internacional de zona livre com vacinação, obtido pelo estado junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). “Este status favorece o agronegócio e o acesso a mercados internacionais, contribuindo de forma significativa para o Produto Interno Bruto (PIB) mineiro”, destaca Dias lembrando dos procedimentos corretos de vacinação que garantem eficácia na imunização dos animais. “A vacina de 2 ml deve ser adquirida em estabelecimento credenciado para a revenda
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vacina e deve ser conservada em temperatura entre 2 e 8 graus centígrados, do momento da compra até a vacinação dos animais. Recomenda-se também programar a aplicação para os horários mais frescos do dia”, sinaliza. A febre aftosa é causada por um vírus, altamente contagioso e que pode trazer grandes prejuízos econômicos para os produtores, pois afeta o comércio internacional. “A doença é transmitida pela saliva, aftas, leite, sêmen, urina e fezes dos animais doentes, e também pela água, ar, objetos e ambientes contaminados. Uma vez doente, o animal pode apresentar febre, aftas na boca, lesões nas tetas e entre as unhas”, alerta.
O gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, Guilherme Costa Negro Dias, esclarece as diretrizes gerais para a vigilância da febre aftosa sob a execução do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA). “É importante ressaltar que não existe mais prazo de carência para a movimentação de animais após a vacinação contra febre aftosa. O que determina a condição sanitária do estabelecimento rural é a adimplência nas etapas de vacinação e atualização de cadastro de rebanhos”. Além disso, durante a etapa de vacinação e até noventa dias após seu término, os animais destinados diretamente ao abate ficam dispensados da obrigatoriedade da vacinação contra febre aftosa.
TRÂNSITO DE ANIMAIS O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Instrução Normativa nº 48/2020, permite ao produtor rural a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) imediatamente após vacinar e declarar a imunização de bovinos e bubalinos de seu rebanho.
EVITE MULTAS O produtor que não vacinar os animais estará sujeito a multa de 25 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs) por animal, o equivalente a R$ 98,6 por cabeça. A declaração de vacinação também é obrigatória e o produtor que não o fizer até 10 de dezembro poderá receber multa de 5 Ufemgs, o equivalente a R$ 19,72 por cabeça.
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NOTIFICAÇÕES DE SUSPEITAS As notificações são acompanhadas pela Coordenação de Informação e Epidemiologia do IMA, que trabalha em conjunto com os programas sanitários orientando os fiscais do campo. Cidadãos, produtores rurais e médicos veterinários de Minas podem notificar, de forma online, casos suspeitos de doenças e alta mortalidade em bovinos, bubalinos, equinos, caprinos, ovinos, suínos e aves no Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias (Sisbravet), uma plataforma digital do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que engloba os órgãos de defesa agropecuária do país agilizando os atendimentos e reduzindo os custos com perdas e tratamentos de animais para os pecuaristas. Já na ponta da cadeia produtiva, favorece a qualidade dos produtos aos consumidores estimulando acordos comerciais para o estado. Consulte aqui a plataforma. http://www.ima. mg.gov.br/defesa-animal/notificacoes-informacoes-epidemiologicas Outra forma de informar suspeitas de doenças é pelo whatsapp do Notifica IMA: (31) 8598.9611.
PLANO ESTRATÉGICO O Plano Estratégico do PNEFA tem como objetivo principal criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa, ampliando zonas livres da doença sem vacinação e protegendo o patrimônio pecuário nacional. Está alinhado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e com as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), convergindo com os esforços para a erradicação da doença na América do Sul. Minas compõe o Bloco IV junto com Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal. Esses estados buscam a retirada da vacinação contra a febre aftosa em seus rebanhos. Minas é zona livre de febre aftosa com vacinação e possui reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OIE), o que mantém importantes acordos internacionais.
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COMUNICADO
ATENÇÃO
EVITE A FRAUDE
Associado, fique atento aos e-mails referentes as cobranças oriundas da ACGHMG. Verifique sempre o BENEFICIÁRIO: Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais - CNPJ 21.601.232/0001-75 e principalmente se a conta é do BANCO: SICOOB (756) | AGENCIA: 3123 | C/C: 1873-2. Esta é a única conta oficial. Não confie em códigos de barras e desconfie de qualquer texto, data ou imagem diferente do habitual. Lembre-se que todos fazem parte do processo de segurança e sem você a fraude não acontece. Em caso de dúvida entre em contato com o Departamento Financeiro: 32 9 9940-2003
ASSOCIADO EM PAUTA ANDERSON EDUARDO DE MATOS SILVA E OUTROS| AFIXO CHAPADÃO DAS GUARITAS | SÃO GOTARDO - MG
PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS Para Bruna Silva, da Fazenda Chapadão das Guaritas, é fundamental acompanhar a mão de obra dia a dia. “O dono deve estar inteiramente a par do seu negócio para alcançar o sucesso”
FOTOS ARQUIVO PESSOAL JORNAL HOLANDÊS | ANO 18 | N. 214 | NOVEMBRO DE 2021 | PÁGINA 10
Washington entre os filhos Anderson e Bruna
ASSOCIADO EM PAUTA Em meio a muitos sorrisos e paixão, a coluna ASSOCIADO EM PAUTA mostra que a família está focada para conseguir prosperar o negócio. Nesta edição trazemos um projeto que tem cerca de três anos e meio, mesmo com pouco tempo de funcionamento, a Fazenda Chapadão das Guaritas, localizada em São Gotardo – MG já possui várias ações de sustentabilidade e projetos para aumentar cada vez mais a sua produção. Além do entusiasmo pela raça Holandesa toda a família se dedica ao agronegócio. A nossa conversa foi com a Engenheira Civil, Bruna Luíza de Matos Silva responsável pela área administrativa e financeira da fazenda, o seu pai Washington fica por conta do gerenciamento de todo o negócio e o seu irmão Anderson trabalha na área da agricultura, mas ela também mostra que os pequeninos já
adoram os animais. “Gostaríamos que nossa empresa continuasse sendo uma sucessão familiar com o meu filho Fernando e a minha sobrinha Ana Cecília...Claro, se essa for a vontade deles”, comenta Bruna. Ela ressalta que a propriedade, desde que bem gerenciada e os custos bem avaliados, pode sim obter uma boa renda com o leite. Bruna destaca a importância da Associação Mineira desde a criação da fazenda: “Por meio dos serviços prestados pela entidade conseguimos ter um controle melhor dos animais e isso é fundamental para o negócio!” Com um toque feminino no campo ela comenta: “É gratificante trabalhar com leite, pois desempenhamos um papel não só econômico, mas também social e nutricional”. Vamos conhecer melhor esses jovens empreendedores do leite!!!
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ASSOCIADO EM PAUTA
JORNAL HOLANDÊS: Como surgiu a vontade de trabalhar com leite? BRUNA SILVA: Começamos com o projeto há aproximadamente três anos e meio. Meu pai sempre trabalhou na área agrícola e já tinha vontade de trabalhar com a pecuária leiteira há algum tempo. Já era um sonho dele que colocou em prática após uma divisão de propriedade entre os irmãos. Com a área que tínhamos o projeto mais viável seria o leite. JH: Como é a sua estrutura? BS: A área total da fazenda é de 56 hectares e meio, sendo 40 hectares agrícola e o restante é reserva. A estrutura do leite é baseada em um barracão de 92m x 50m, uma ordenha com 12 conjuntos, outro barracão 60x20m, um bezerreiro 20m x 50m e 13 piquetes de recrias com área média de 600m2 cada. JORNAL HOLANDÊS | ANO 18 | N. 214 | NOVEMBRO DE 2021 | PÁGINA 12
ASSOCIADO EM PAUTA JH: O que a família fazia antes de começar a investir no leite? BS: Eu me formei há pouco tempo e trabalhava na área de engenharia civil em Patos de Minas. Com o início do projeto, vim trabalhar com meu pai em São Gotardo. Ele sempre trabalhou na área agrícola e tem uma loja de defensivos, a Cerragri, onde trabalhava com o meu irmão, e onde ele, Anderson, trabalha até hoje. JH: Você acredita ser complicado trabalhar em família? BS: Acho que às vezes a cobrança pode ser maior por existir muita liberdade, mas existem maiores vantagens como o interesse em comum em fazer o negócio progredir e ter sucesso. Lembrando sempre que é fundamental a transparência e a confiança para que a empresa prospere, gere estabilidade e uma perspectiva a longo prazo. Gostaríamos que nossa empresa continuasse sendo uma sucessão familiar com o meu filho e a minha sobrinha, claro, se essa for a vontade deles.
Os pequenos já estão aproveitando o clima da fazenda. Na foto acima Fernando, filho de Bruna e abaixo Ana Cecília, filha do seu irmão Anderson
JH: Como organizar as ideias para investir corretamente no leite? BS: É fundamental investir em animais, instalação, consultoria e mão de obra eficiente. JH: A fazenda é o principal negócio da família? BS: Além da fazenda temos também uma loja de defensivos agrícola, de qualquer forma a propriedade desde que bem JORNAL HOLANDÊS | ANO 18 | N. 214 | NOVEMBRO DE 2021 | PÁGINA 13
ASSOCIADO EM PAUTA gerenciada e bem avaliados os custos, pode sim obter uma boa renda. JH: Quais os critérios utilizados para definir a melhor estrutura? BS: Conforto e bem-estar dos animais, eficiência e logística dos colaboradores. JH: Como as outras áreas da fazenda se interligam? BS: A área da agricultura é muito importante pois fornece o volumoso para alimentação dos animais. JH: Quais as dicas para investir de forma correta? BS: É essencial investir em boa genética e conhecer outros projetos. JH: Mão de obra é um grande desafio? BS: Para ter uma mão de obra de qualidade é necessário qualificá-la, estabelecer padrão de rotina e também sempre acompanhar o dia a dia. Estar junto é fundamental para o desenvolvimento do trabalho de todos. JH: Qual o foco da fazenda? BS: Produção de leite de qualidade e bem-estar animal. JH: Por que escolheu ser responsável pela área do leite? BS: Porque pra mim é muito importante e gratificante estar em um projeto como esse. Conseguimos gerar emprego para várias famílias, desempenhamos JORNAL HOLANDÊS | ANO 18 | N. 214 | NOVEMBRO DE 2021 | PÁGINA 14
ASSOCIADO EM PAUTA
um papel não só econômico, mas também social e nutricional. JH: E como mulher...Quais são os desafios? BS: Na verdade, o desafio maior pra mim é a falta de conhecimento na área por não ter como formação cursos como veterinária, zootecnia ou até mesmo administração. Como engenheira, e como mulher, sempre passamos dificuldades por muitas vezes sermos subestimadas. Mas acredito que com o tempo, e com a crescente participação da mulher nessas áreas que antes não eram tão comuns, esse “obstáculo cultural’’ será superado e as mulheres serão igualmente valorizadas e respeitadas. JH: O que o produtor deve ficar sempre atento? BS: É importante ficar atento principalmente aos custos e índices zootécnicos. JORNAL HOLANDÊS | ANO 18 | N. 214 | NOVEMBRO DE 2021 | PÁGINA 15
ASSOCIADO EM PAUTA
JH: Como é o trabalho da Associação Mineira na propriedade? BS: Realizamos os serviços de Controle Leiteiro Oficial e Registro Genealógico. Assim que montamos a propriedade já resolvemos associar, pois por meio dos trabalhos realizados pelos profissionais da entidade conseguimos ter um controle melhor dos animais. JH: Como ser uma propriedade modelo? BS: Investindo em bem-estar animal, sustentabilidade e gestão de pessoas. JH: Quais ações de sustentabilidade que vocês pos-
suem? BS: Temos energia fotovoltaica. Além da grande economia e no seu custo benefício produzimos uma energia limpa, pois não gera resíduos poluentes e gases causadores do efeito estufa. A sustentabilidade da produção de energia fotovoltaica fica por conta do seu processo natural de geração, o qual necessita apenas da radiação solar para existir. Fazemos também o aproveitamento de dejetos para diminuição de custo de volumoso. JH: Qual a sua mensagem para aqueles que pretendem investir no leite? BS: Para aqueles que preten-
dem construir um negócio nessa área é fundamental investir em alta genética, na gestão de pessoas e na eficiência em toda sua cadeia produtiva. Um bom consultor também faz toda diferença. Persistir na padronização de processos, e acompanhamento da mão de obra dia após dia. O dono deve estar inteiramente a par do seu negócio e devidamente comprometido a fazer dar certo. Persistência e foco sempre. JH: Quais as suas próximas conquistas? BS: Estamos focados em aumentar ainda mais a produtividade e os índices zootécnicos. Sempre com muita qualidade!
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FOTOS WAGNER CORREA
ARTIGO
NOVIDADES NA
AVALIAÇÃO GENÉTICA
NACIONAL DA RAÇA HOLANDESA
TIMOTHEO SOUZA SILVEIRA | Superintendente Técnico da ABCBRH CLAUDIO NAPOLIS COSTA | MS Zootecnia, Ph. D. Melhoramento Animal e Pesquisador Embrapa Gado de Leite
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ARTIGO “A incorporação de outras características de importância econômica nos objetivos de seleção é uma realidade no cenário internacional em expressar o agregado genotípico das características produtivas, reprodutivas, resistência a enfermidades e funcionais, em índices de seleção.” OBJETIVOS E ÍNDICES DE SELEÇÃO A produtividade do rebanho é um componente importante da eficiência técnico-econômica dos sistemas de produção de leite. O desempenho do rebanho, além das práticas de manejo, depende do seu padrão genético, cuja melhoria pode ser realizada pela seleção e acasalamento dos animais de melhor potencial genético para as características de importância econômica. Nesse particular, os animais devem apresentar um padrão genético equilibrado para permitir um bom desempenho durante a vida produtiva, ou seja, a redução de descartes por baixa produção, problemas reprodutivos, complicações no sistema mamário ou em outras funcionalidades. A importância do desempenho do rebanho para a rentabilidade dos sistemas de produção de leite promoveu o interesse por outras características auxiliares, que passaram a ser consideradas nos programas nacionais de seleção, no sentido de melhorar a eficiência da produção animal. A incorporação de outras características de importância econômica nos objetivos de seleção é uma realidade no cenário internacional em expressar o agregado genotípico das características produtivas, reprodutivas, resistência a enfermidades e funcionais, em índices de seleção. ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DE ÍNDICES DE SELEÇÃO Atualmente, quase todos os países utilizam um índice de seleção para o mérito total, objetivando a obtenção de animais equilibrados quanto ao desempenho para as características produtivas, reprodutivas, resistência a enfermidades e funcionais. Uma avaliação dos objetivos e dos índices de seleção aplicados nas populações de bovinos leiteiros mostrou o interesse de vários países em
também se dar ênfase às características não produtivas (Miglior et al., 2005)2. As características incluídas nos índices de seleção podem ser classificadas em três grupos: produção e componentes do leite, que contribuem para maior renda; durabilidade ou características relacionadas ao aumento da renda, devido à maior vida produtiva ou permanência da vaca no rebanho; e as características relacionadas a saúde e fertilidade, que contribuem para reduzir o custo de produção, ou seja, os custos com perdas por descartes e tratamentos com enfermidades e complicações reprodutivas. A análise dos diferentes índices mostra que a ênfase colocada em cada grupo de características pode variar, ou seja, não há um objetivo de seleção único que seja o melhor para uma população. As diferenças entre os países são devidas a diferenças nos mercados, sistemas de produção, custos e tipos de alimentos, disponibilidade de registros zootécnicos e sistemas de pagamento da indústria de laticínios. Assim, em vários países procura-se definir um indicador de mérito genético para a rentabilidade da vida produtiva do animal, ao integrar as características produtivas, reprodutivas e funcionais, relacionadas a saúde, longevidade e fertilidade animal aos objetivos de seus programas de seleção. No Brasil o critério de seleção nos programas de seleção das raças leiteiras geralmente inclui apenas as características registradas no controle zootécnico. Até recentemente o volume ou quantidade de leite era o principal componente da rentabilidade dos sistemas de produção, mas este processo têm evoluído com a valorização dos componentes e da qualidade do leite pela indústria de laticínios. Neste sentido, em 2021, a Associação Brasileira de Criadores da Raça Holandesa incluiu as características porcentagem de gordura e de proteína no portfólio de seu Sistema de Avaliação Genética. Da mesma forma, no Sistema também foram incluídas as características reprodutivas – Taxa de gestação e Idade ao primeiro parto. Em síntese, o Índice de seleção representa o objetivo de seleção para a produção de um animal eficiente, equilibrado, de qualificada estrutura de conformação corporal para com a aptidão leiteira e
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ARTIGO elevados desempenhos produtivo e reprodutivo. Assim, o Índice de seleção é uma forma de combinar informações sobre várias características e explorar o potencial benefício das correlações entre elas. O Índice é um indicador de mérito genético que pode ser usado para classificar os animais, para a sua seleção. ÍNDICE DE SELEÇÃO GENÉTICO - ISG Neste ano de 2021, o CDT da ABCBRH promoveu uma avaliação do ISG, decidindo pela inclusão de novas características. Duas delas representando a composição qualitativa do leite, mensuradas na análise labora-
torial de amostras de leite coletadas no controle leiteiro – as porcentagens de gordura e de proteína e mais duas representando a eficiência reprodutiva, mensuradas pela Idade ao primeiro parto e pela Taxa de gestação no pós-parto. Decidiu-se para a sua aplicação a partir das AG oficiais divulgadas em Agosto de 2021, realizadas com os registros zootécnicos de todos os rebanhos participantes dos serviços de controle leiteiro, genealogia e da classificação da conformação para tipo da raça Holandesa, no Brasil. Assim definido, o Índice de Seleção Genético - ISG passou a incluir mais dois grupos, totali-
zando cinco conjuntos de características: Produção, Composição de sólidos do leite, Saúde do úbere (ECS), Reprodução e Conformação, com o objetivo de promover, respectivamente, o aumento das produtividades de leite, gordura e proteína; a redução das perdas por mastite, a melhoria da eficiência reprodutiva e da estrutura e capacidade funcional dos animais. No seu cálculo, a PTA de cada característica, dividida pelo respectivo desvio-padrão, é ponderada pelo valor atribuído à sua importância relativa para com o ISG, que é assim o indicador do mérito genético agregado do animal.
3ECS: Escore de células somáticas, obtido da Contagem de células somáticas (CCS, 1000 células/ml) pela transformação: ECS = log2 (CCS/100) + 3.
Os valores de ISG foram calculados para os animais avaliados para todas as características de produção, composição, reprodução, ECS e de conformação. Portanto, não é possível calculá-lo e assim não está disponível para os animais sem avaliação genética para qualquer uma delas.
Os valores de ISG de touros e vacas são apresentados, juntamente com as demais características avaliadas, no Sistema WebLeite da ABCBRH e nas Tabelas e Relatórios disponíveis no Site das Avaliações Genéticas da raça Holandesa. Neste ano, o ISG é apresen-
tado para 830 touros, nascidos após 1999, com progênie em, no mínimo, cinco rebanhos (Tabela 1). É também disponibilizado para 34.654 vacas, fillhas de 1.154 touros, nascidas a partir de 2010, em 387 rebanhos nos Estados do ES, GO, MG, PE, PR, RJ, RS, SC, SE e SP (Tabela 2).
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ARTIGO
TENDÊNCIAS E GANHOS GENÉTICOS Nas Figuras abaixo são apresentados as tendências e os ganhos genéticos para o ISG de touros e de vacas, resultantes da Avaliação genética nacional da raça Holandesa, em 2021.
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ARTIGO
As tendências genéticas observadas resultaram em estimativas de taxas de ganho de 5,7 e 8,8 unidades/ano no ISG de touros e vacas, respectivamente. Tais valores indicam que o padrão do agregado genotípico (compreendido pelas características que compõem o ISG) apresentou uma evolução conjunta favorável e consistente, mas com ligeiro viés de estabilização nos últimos anos que definem os respectivos períodos de nascimento. Neste sentido, é importante estar atento ao padrão genético de touros e vacas selecionados para acasalamento, para promover a continuidade da tendência de ganhos positivos no agregado genotípico da raça Holandesa, no Brasil. Fonte: Milkpoint
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MINAS NA ESTRADA
Dr. Leonardo com o Médico Veterinário Dr. Rafael
FAZENDA CAPIVARI | Pará de Minas AFIXO | AGAG ASSOCIADO | André Almeida Costa VISITA REALIZADA pelo Classificador Oficial Dr. Leonardo Rabello Guarino. FOTOS DIVULGACÃO LEONARDO RABELLO GUARINO
Ao centro, o associado e Médico Veterinário Dr. Jhonata recebe o estagiário da Associação Mineira Lucas e o Classificador Dr. Leonardo
SÍTIO TABOOES | Queluzito - MG AFIXO | VIP ASSOCIADO | Jhonata Vieira Tavares do Nascimento Pereira VISITA REALIZADA pelo Classificador Oficial Dr. Leonardo Rabello Guarino.
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MINAS NA ESTRADA
Dr. Leonardo é recebido pelo Médico Veterinário Dr. Anípio e pelo casal Silvana e Vanderson
FAZENDA KIRI | Rochedo de Minas AFIXO | BELLIZZI SA ASSOCIADOS | Silvana e Vanderson Rosa Bellizzi VISITA REALIZADA pelo Classificador Oficial Dr. Leonardo Rabello Guarino.
Dr. Luiz Fernando, Dr. Leonardo, o associado Mauro com Dr. Silvano, Lucas e Fábio FAZENDA NUTRILEITE | Brejo Bonito - MG AFIXO | NUTRILEITE ASSOCIADO | Mauro Eli de Melo Jr VISITA REALIZADA pelo Classificador Oficial Dr. Leonardo Rabello Guarino. JORNAL HOLANDÊS | ANO 18 | N. 214 | NOVEMBRO DE 2021 | PÁGINA 23
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ECONOMIA
COMO OBTER ÊXITO NOS PROJETOS DE
QUALIDADE DO LEITE? A cada dia as exigências do mercado vêm mudando e aumentando, por isso é importante observar todos os processos realizados na fazenda O produtor de leite tem que a cada dia se profissionalizar mais ainda e todos os processos desenvolvidos na fazenda são importantíssimos no negócio. Os serviços prestados pela Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais geraram dados fidedignos aos compradores seja de leite ou genética. Por meio do Controle Leiteiro, Classificação Linear para Tipo, Registro Genealógico o associado tem informações importantes para saber como está o desenvolvimento do rebanho, a saúde e a qualidade do leite e dos seus animais. O criador, por exemplo, pode até realizar o controle leiteiro por conta própria, mas somente um profissional passa segurança nas informações, pois trabalha segundo exigências estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Abaixo pontuamos pontos a serem observados no dia a dia da fazenda. E lembre-se que a Associação Mineira pode ajudar muito no seu negócio!!!
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ECONOMIA
PROJETOS Os projetos de qualidade desenvolvidos pelos laticínios mais conhecidos e direcionados a qualidade do leite são aqueles inseridos no Programa Mais Leite Saudável - PMLS e no Plano de Qualificação dos Fornecedores de Leite - PQFL. O PMLS visa beneficiar os produtores de leite por meio de trabalhos desenvolvidos pelas agroindústrias, laticínios e cooperativas que recebem benefício fiscal, sendo o retorno de 50% dos créditos presumidos de PIS/ PASEP e COFINS. Os projetos são aprovados e fiscalizados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento - Mapa para assim garantir que os produtores de leite
estão sendo beneficiados e os projetos executados conforme prévia aprovação, seguindo os requisitos do programa. Já o PQFL tem o intuito de descrever o trabalho que a empresa já exerce ou tem definido para aplicar a curto, médio ou a longo prazo em seus fornecedores de leite, trabalho este que deve abranger a qualidade e segurança do leite e as Boas Práticas Agropecuárias - BPA. O PQFL é um documento avaliado pelo Mapa, na sua descrição e execução, sendo item constante em auditorias. O PMLS e o PQFL possuem modelos definidos e específicos, sendo a descrição do projeto do PMLS para habilitação de maneira online por meio do Por-
tal de Serviços do Governo Federal. Já o modelo do PQFL é encontrado no site do Mapa. Diante disso, não vamos abordar os modelos de descrição dos projetos, mas sim pontos para obter êxito no desenvolvimento e execução, considerando quatro principais: Planejamento, Pessoas, Organização e Transparência. PLANEJAMENTO No planejamento ocorre inicialmente a coleta dos dados ou “Diagnóstico”, como denominado muitas vezes. Ele é utilizado para conhecer a realidade dos fornecedores de leite, seja quanto à qualidade do leite, nível tecnológico e processos/manejo. Para isso, são levantados princi-
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ECONOMIA palmente os pontos de melhoria, mas também são pontuados os positivos. Diante dos desafios levantados no diagnóstico é definido o objetivo do projeto, ou seja, qual ponto será abordado para melhoria de um grupo de produtores que possuem desafios em comum. Com o objetivo definido, se estipula a meta, os prazos e a metodologia do trabalho. Quanto mais planejado e estruturado os métodos de trabalho, mais próximo chegará à execução do que foi descrito e aprovado pelo MAPA. Quanto à definição da meta abro um parêntese para elas serem coerentes, não sendo “tímidas” no sentido de não confiar no trabalho que será executado ou “ambiciosas” que considerando o prazo proposto não possam ser alcançadas. PESSOAS São os profissionais (pessoas) que vão planejar, executar e organizar os projetos que serão implantados junto aos produtores (pessoas). Com toda certeza as pessoas são fundamentais do início ao fim, sendo uma engrenagem com peças perfeitamente unidas para alcançar o mesmo objetivo proposto. Deve-se conhecer os profissionais que irão atuar frente ao público-alvo, como a formação, experiências profissionais e perfil, para que o mesmo atue satisfatoriamente de forma técnica e pessoal com o fornecedor de leite. Além dos profissionais de campo, profissionais competen-
tes que auxiliarão na gestão dos programas, conforme o item abaixo Organização, são indispensáveis. Também é necessário que os produtores sejam selecionados conforme sua necessidade de melhoria, mas com comprometimento quanto aos objetivos traçados. É importante frisar que os produtores também possuem responsabilidades para atendimento das metas, por isso é fundamental que eles conhecem os programas nos quais estão inseridos. ORGANIZAÇÃO Na organização vamos citar a gestão e o arquivamento de documentos, mas esse tópico será abordado mais amplamente no próximo artigo, com foco nos indicadores de gerenciamento e ferramentas gerenciais. Não há como comprovar que o programa está sendo executado conforme o projeto e atendendo os objetivos e metas sem o gerenciamento dos dados e organização documental. Para isso é necessário ferramentas simples e objetivas, mas eficientes. Planilhas e gráficos são amplamente usados como ferramentas de gestão, pois organizam os dados e facilitam a interpretação, possibilitando o acompanhamento da evolução dos indicadores gerenciais. Os indicadores gerenciais são definidos para mensurar numericamente a evolução do programa e será baseado no objetivo e metodologia. Um dos indicadores de gerenciamento é
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ECONOMIA a própria meta, exemplo simples é a diminuição de Contagem de Células Somáticas aos padrões legais — 500 mil cs/mL (meta) para melhorar a sanidade do rebanho (objetivo), sendo o indicador gerencial a média mensal de CCS do grupo trabalhado. Outros indicadores que devem ser monitorados dentro dos programas são: quantidades de visitas de assistência técnica, quantidade de materiais e produtos fornecidos, cursos realizados etc. Direcionado ao PMLS, é obrigatória a gestão financeira para comprovação do atendimento de investimento mínimo de 5% do valor restituído dos créditos pres u m i d o s d e P I S / PA S E P e COFINS. Na execução dos programas há produção de muitos documentos de comprovação, como relatórios de visitas; registros de fornecimentos de materiais e produtos; notas fiscais e laudos
de análises, que devem ser arquivados de forma organizada e auditáveis, comprovando o que está sendo gerenciado de forma digital.
planejar e organizar as alterações dos programas. Sendo essencial o registro das não conformidades ocorridas e o motivo, bem como as ações tomadas para adequação e a comprovação das ações. TRANSPARÊNCIA Dentro do PMLS é possível Esse tópico tem o intuito de realizar alterações do projeto demonstrar que a melhor forma c o m p r é v i a a p r o v a ç ã o d o de trabalho é com transparência MAPA, por meio de requeridos dados, das não conformida- mento enviado ao fiscal respondes, sempre agindo de boa-fé na sável. Já no PQFL pode ser realiapresentação dos resultados dos zada a revisão do plano e assim programas. manter o que está descrito no Como ocorreu durante a pan- documento com as alterações demia, há situações que não que precisam ser executadas. podemos controlar e dificultam (mesmo com planejamento, com CONSIDERAÇÃO FINAL profissionais e produtores trabaOs programas de qualidade do lhando com o mesmo propósito e leite têm beneficiado vários elos com organização) a execução da cadeia produtiva e fazê-los física e financeira dos projetos, com excelência torna-se uma refletindo no não atendimento obrigação ao mesmo tempo que das metas e objetivos. traz um sentimento de satisfação Nesses casos, a melhor forma pelos resultados alcançados. de agir é apresentando de forma Fonte: MilkPoint/Marilde documental os fatos ocorridos e Canton Brandielli
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Super Rank CADERNO
A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa está passando por um processo de evolução e toda mudança requer ajustes, por isso excepcionalmente, nesta edição, o Caderno Super Rank não está sendo divulgado e posteriormente iremos publicar todos os resultados. Contamos com a compreensão de todos.