ao leitor Quando a bola de futebol balança a rede, a comemoração é enorme. A mesma vibração acontece com o agricultor ao acertar o alvo em uma bela estilingada. Em Maringá, campeonatos, torneios, recordes, títulos, medalhas, torcidas e comemorações fazem parte da festa. A Revista Acréscimos nasce com este propósito: dar voz aos diferentes esportes da região, levando ao leitor as principais informações, através de um jornalismo sério e apaixonado pelo esporte. Nesta primeira edição, trataremos de assuntos mais distantes das quatro linhas do futebol, mostrando que esporte não se faz somente com uma modalidade.
ALTERNATIVOS Slackline: em busca do equilíbrio Estilingue atrai adeptos
DENÚNCIA Willie Davids demanda reforma estrutural
EM ALTA Vôlei está de volta Futsal em ano histórico Ciclismo: pedaladas com determinação Corrida: o esporte democrático
DESTAQUE Luta feminina: esporte autodefesa Futebol: na elite após cinco anos
VALOR Patrocínio: vale investir no esporte?
Supervisão de Conteúdo: Ronaldo Nezo Projeto Gráfico e Diagramação: Tiago Mathias Direção Fotográfica: Aluísio Stuani Reportagens e Fotografias: Tiago Mathias, Aluísio Stuani, João Vitor Poppi, Luis Henrique de Sá Perles, Walter Rocha, Nilson Cirino, Marcos Luvizeto, Valdemir Barbosa, Henrique Alexandre
Ciclismo em
ALTA
na Cidade Canção
Com umas das melhores atletas do país na modalidade, Maringá se destaca e ainda desenvolve atividades para a descoberta de novos talentos
ACRÉSCIMOS | Henrique Alexandre
P
ara o ciclismo engrenar de vez em Maringá, há um ano e meio é realizado na Vila Olímpica um projeto para a descoberta de novos atletas. “A escolinha funciona três vezes por semana no velódromo da Vila Olímpica às segundas, quartas e sextas das 18h às 19h. Atendemos crianças entre 10 e 14 anos. Meninos e meninas são orientados com o auxilio de um profissional de educação física”, conta o coordenador de ciclismo de Maringá, Carlos Martinelli. O trabalho tem dado certo. O ciclismo foi campeão dos Jogos da Juventude do Paraná nos anos de 2003, 2004 e 2011. Campeão dos Jogos Abertos da
Juventude em 2006, 2009 e 2010. Em 2012, o time masculino ficou com o título nos Jogos da Juventude; o feminino, em segundo lugar. Nos Jogos Abertos do Paraná, aconteceu o contrário, o feminino se sagrou campeão e o masculino, vice. “Atualmente, somos Tri-campeão do Paranaense de Ciclismo e campeão de Mountain Bike em 2012”, acrescenta Carlos Martinelli. A equipe é pequena, mas com potencial para botar medo nos grandes do país. “Temos resultados de
equipes grandes, principalmente na pista. Temos vários campeões nacionais e até internacional como Gabriela Yumi (seleção Brasileira Elite) que foi campeã Pan-Americana Junior em 2012 na Guatemala. Recentemente tivemos outra boa notícia com a convocação da Ana Paula Casetta (seleção Brasileira Junior) para representar o Brasil nos Jogos Sul-Americanos da Juventude em Lima no Peru no mês de setembro.” Gabriela Yuri é a principal revelação de Maringá. Ela está na elite dos atletas brasileiros. A jovem foi considerada a atleta revelação do Brasil no ciclismo. “Ter recebido o Prêmio Brasil Olímpico foi uma grande honra. Acredito que para qualquer atleta é muito gratificante. E ainda mais ter a oportunidade de participar de uma cerimônia como aquela, ao lado de grandes atletas do Brasil. Foi uma oportunidade única, marcante e muito motivadora.” Natural de Paranavaí, a atleta começou a praticar a modalidade com apenas 12 anos. Há sete anos vem praticando ciclismo; os títulos são muitos. Segundo Gabriela, o primeiro veio em 2008 e não parou mais. “Até hoje, sempre estive entre as três primeiras colocadas em provas, seja na pista ou na estrada. Além disso, obtive resultados expressivos nas Olimpíadas Escolares, nos Jogos da Juventude, nos Jogos Abertos e em campeonatos estaduais. E, ano passado, fui campeã e vice-campeã no Campeonato Pan-americano de Junior, na Guatemala.” A jovem atleta não vê mais o ciclismo com um simples hobby e sim como uma profissão para o futuro. “Quando comecei com o esporte não imaginava que iria conquistar tudo o que já conquistei. Não pretendo parar tão cedo.” O foco da ciclista em 2013 está em sua preparação para as Olimpíadas de 2016. “Quero ter a honra de representar o Brasil em uma Olimpíada; ainda mais por ser em casa.” Com o bom desempenho no ciclismo profissional, alugar bicicletas está virando negócio na cidade.
“Temos vários campeões” Para estimular a prática de exercícios do maringaense, uma empresa (Rent a Bike) aluga bicicletas em torno do Parque do Ingá e no Bosque 2. No local, várias pessoas praticam atividades físicas. A idéia parece funcionar. “Antigamente eu vinha aqui apenas para caminhar. Depois comecei a alugar as bicicletas, já que o preço é acessível”, conta Maria Luiza, auxiliar administrativa. A iniciativa vem atraindo cada vez mais pessoas. “Eu não tenho bicicleta em casa. Com essa iniciativa, agora eu venho todos os fim de semana andar de bicicleta”, relata Maiara Tinido, contabilista.
Borracha,
couro e fo
rquilha
Estilingue atrai adeptos do esporte na zona rural ACRÉSCIMOS | Nilson Cirino
E
m algum dia da sua infância, você deve ter brincado com um estilingue, se não brincou, viu alguém brincar. No passado, a brincadeira era machucar os bichinhos, matar. E a explicação é que estava praticando esporte e os pobres passarinhos, que não tinham nada ver com isso, levavam as
pedradas. Mas uma turma de produtores rurais da região de Marialva resolveu o problema. Agora dá para relembrar os velhos tempos sem causar nenhum dano às aves. Está sendo realizado na região o primeiro campeonato de estilingue. Brincar de estilingue não é coisa do passado, reúne gente de todas as idades.
Domingo é dia de brincar, reviver os bons tempos e não deixar a criançada de hoje se esquecer do bodoque
REGRAS
A
competição é um sucesso. A cada encontro, mais de sessenta participantes. As regras são muito simples. É de forma eliminatória. Dois competidores, cada um tem direito de dez pelotas, feitas de argila
de tamanho padrão. Fica na competição aquele que mais acerta o alvo. O campeonato é aberto para crianças, mulheres, idosos, jovens. Todos com o mesmo objetivo: ter uma boa pontaria para conquistar com o título. O produtor rural Justino
Pérola comenta que a ideia da competição com estilingue é extraordinária. É uma oportunidade de tirar as crianças da frente da tela do computador. Ele brinca: tira a ferrugem dos velhos e mata a saudade da infância.
Como fazer um bom estilingue
S
eu Justino propôs até ensinar como se faz um bom estilingue. Tudo começa por um bom galho, em forma de y, de preferência goiabeira ou jabuticabeira. São as melhores. Tem que cortar a forquilha com cuidado. Tem que ter duas partes iguais e um bom cabo, um pedaço de couro, borracha de câmara de ar de bicicleta ou soro látex usado no hospital. E pronto é só montar o estilingue. E aí vai um conselho: “Usar só em competição, não é para matar pássaros”.
Grupo de apaixonados O
aposentado Anísio Machado não perde uma competição. Diz que até anda dando uma “treinada”. Quando perguntado se a pontaria está boa, nem dá tempo de responder, esposa é quem fala. “A pontaria do Anísio, com o passar do tempo, não é a mesma de antes“, conta Lourdes Machado. Seu Anísio dá risada, meio assim “eu te pego lá em casa”. O homem não perde a pose; manda uma resposta para esposa: “hoje você vai ver como estou em forma. Com treinos, melhorei muito. Das dez pelotas, eu garanto, vou acertar pelo menos metade”. A conversa entre o casal termina em beijos e muitas risadas.
Campeonato é diversão O
idealizador do campeonato é o produtor rural Pedro José Brollezi. Ele afirma que a ideia nasceu quando o produtor e seus amigos estavam procurando fazer algo diferente de jogar
baralho, algum esporte para queimar calorias. Até pensaram no futebol, mas, segundo Brollezi, o esporte não atraía as mulheres. Foi quando o filho perguntou o que era um estilingue. Para mostrar o que é um bodoque, resolveu
fabricar. E não é que os amigos se interessaram pelo estilingue? “Aí veio a ideia para satisfazer a todos: um campeonato, resgatar nossa infância, ensinar aos filhos uma diversão”.
Brincar de estilingue não é coisa do passado, reúne gente de todas as idades
MULHER
NA LUTA: mais do que bom condicionamento fĂsico
Artes maciais também buscam a evolução mental e melhoram a rotina das mulheres ACRÉSCIMOS |João Vitor Poppi
A
s mulheres tiveram que lutar para construir seu espaço. Na família, no trabalho e no esporte não é diferente. ‘’Elas estão praticando muito a luta. Na academia, existem várias turmas. O número de mulheres é maior que o de homens’’, conta o atleta profissional de MMA e instrutor de autodefesa para mulheres, Bruno Machado. Há cinco anos, se alguém ousasse falar que nos tatames das academias e de competições, o
número de mulheres era compatível com o masculino, não seria levado a sério. Hoje esse cenário está se transformando e possui alguns motivos para que isso ocorra. O nome academia surgiu em 1970 para quebrar o preconceito que existia com o halterofilismo e ser um chamariz para as mulheres ingressarem nessa atividade. Mas só nos anos 80, mais especificamente em 1985, com a ginástica aeróbica, elas começaram a se interessar pelas academias. Aquele era um momento da febre do bem estar físico, o que na época era o único atrativo para as mulheres, que eram minoria naqueles ambientes ditados como ‘’lugar de homem’’.
“...o Jiu
Jitsu ensinou a me defender sem agredir; mais autocontrole e disciplina”
Foi nas duas últimas décadas, com a oportunidade cada vez maior de praticar um esporte de luta, que ganharam novos motivos para frequentar as academias. Mais do que bom condicionamento físico, as mulheres, que buscam um esporte de luta encontram também outro tipo de evolução. ‘’O Muay Thai me ensinou a ter mais confiança e não me intimidar. O Jiu Jitsu ensinou a me defender sem agredir, mais autocontrole e disciplina. O esporte ajuda a aprimorar o que você tem de melhor e a disciplinar o que está sem controle’’, explica a praticante de Jiu Jitsu e Mauy Thai, Geisa Telles.
Para tornar a praticante mentalmente forte, o esporte de luta interfere em aspectos fora do tatame, auxiliando a ter uma rotina melhor. O que muitas vezes é procurado em tratamentos e remédios, como o controle do stress, pode ser conquistado com a prática de uma luta. ‘’ Só conseguimos aprender as técnicas de luta se tivermos muita disciplina, e isso é levado também para a rotina fora da academia. Aprendemos a nos concentrar melhor, controlar a ansiedade e o stress. Quando estamos no treino, precisamos estar focados com total atenção ao nosso professor, e
isso se torna natural. Repetimos o mesmo comportamento no trabalho, família e estudo’’, conta a atleta profissional e campeã mundial de Jiu Jitsu, Ana Clara Paizan. Outra forte circunstância que fez o número de mulheres crescer dentro dos esportes de luta é a falta de segurança geral que existe na atual sociedade. Elas também fazem para se defenderem em qualquer situação do dia a dia’’, diz Bruno Machado. A autodefesa hoje está se tornando essencial para as mulheres e, junto com o desenvolvimento físico e mental, a luta atrai as mulheres para sua prática.
O VOLÊI DE MARINGÁ ESTÁ DE VOLTA Nilson Cirino
RA: Ricardinho, quais os seus planos para o Moda Maringá? Você pretende continuar nas quadras ou ficar à frente da parte técnica?
Com a proposta de se tornar uma das principais equipes na liga nacional, o Moda Maringá inicia sua campanha, tendo em quadra Ricardinho, que comenta sobre suas expectativas
ACRÉSCIMOS | Valdemir Barbosa
Ricardinho: Não, não! Vou continuar, sem sombra de dúvida, com o Moda Maringá, dentro de quadra. Obviamente estou trabalhando nos bastidores também, mas meu amor, minha paixão é dentro de quadra. É aqui que eu me entendo, bem mais que a parte burocrática do negócio, então o Ricardinho segue jogando dentro de quadra e contando com a torcida, contando com Maringá presente em nossos jogos. RA: Você acredita que o vôlei volta a ser forte como foi na década de 90? Ricardinho: O objetivo, nessa temporada, do Moda Maringá, com um elenco fortíssimo, de talento, é realmente enfrentar as grandes equipes de igual para igual. Esse é nosso objetivo, a nossa vontade. E o que posso prometer é que vontade, determinação e luta dentro de quadra não vai faltar. Quanto à vitória ou a derrota isso faz parte do jogo.
RA: E tem contratação de jogadores estrangeiros? Ricardinho: Tem! Tem três estrangeiros: um argentino, um americano e um japonês. Os três vão somar bastante para a equipe, para jogar em nível nacional, a equipe precisa ser reforçada e foi reforçada. Se tudo correr bem, essa temporada para o Moda Maringá será muito boa. RA: O Ginásio Chico Neto volta a lotar? Ricardinho: Espero! Conto com isso. Eu venho falando nas minhas entrevistas que conto muito com a presença de todos vocês, conto com o barulho da torcida porque isso vai ajudar bastante o Moda Maringá e trazer muita alegria para todos os maringaenses.
Estreia em Casa ModaMaringá vence Canoas por 3 sets a 0 no jogo de estreia em casa. A equipe paranaense recebeu o time adversáio no dia 21 de setembro e contou com o apoio da torcida, que lotou o Ginásio Chico Netto. Com mais de 4 mil torcedores, Ricardinho espera que a torcida continue prestigiando a equipe de vôlei da cidade.
“Conto com o barulho da torcida porque isso vai ajudar bastante o ModaMaringá e trazer muita alegria para todos os maringaenses”
RA: Você acha que já dá para pensar em título? Ricardinho: Difícil, difícil. É um campeonato longo, um campeonato disputado, o sonho é sempre bem vindo. Quem não sonha em começar no primeiro ano e ser campeão de um campeonato brasileiro, na superliga? Mas eu sei das dificuldades, o quanto é forte este campeonato. Mas vamos lutar, vamos lutar e tomara que este sonho se torne realidade. RA: A estrutura do vôlei veio para ficar? Ricardinho: Sem dúvida alguma! A vontade é que nestas três temporadas, que temos de contrato, que outros colaboradores possam vir para somar com o Moda Maringá. Espero que a equipe possa permanecer por muito tempo e não apenas por uma temporada.
Nilson Cirino
Para guardar na memória...
OPPNUS MARINGÁ VIVE ANO HISTÓRICO Equipe de futsal faz bela temporada, levando o nome do município para todo o país ACRÉSCIMOS | Luis de Sá Perles
M
aringá, sempre foi reconhecida no âmbito esportivo. E depois do futebol e do vôlei, passou a ser representada nacionalmente pelo futsal. Através da boa campanha realizada na Liga Nacional 2013, a equipe do Oppnus Maringá levou novamente o nome da cidade para todo Brasil. Atualmente o Metropolitano com acesso a primeira divisão estadual. E o vôlei, com o surgimento do Moda Maringá, tentam voltar a brilhar em competições estaduais e nacionais. Porém, a modalidade que mais tem representado o município é o futsal. Com apoio de par-
ceiros, a equipe faz uma excelente campanha na temporada. Jogando de igual para igual com times como Corinthians, Carlos Barbosa e Umuarama, de muito mais tradição e investimento. Resultado de um trabalho desenvolvido há mais de 20 anos pela diretoria do Oppnus, antes Cyagim e Amafusa. Que mesmo sem o investimento atual, desenvolveu o esporte e conseguiu manter Maringá na elite estadual. Após a chegada da empresa Oppnus ligada ao vestuário, a vaga na Liga Nacional foi conquistada através da compra de uma franquia. E desde 2012, a equipe representa a cidade na maior competição de futsal do país. “Nosso trabalho é fruto de muito
esforço e apoio de nossos patrocinadores e apoiadores. Apesar das dificuldades estamos crescendo a cada dia, visando manter o futsal maringaense na elite nacional”, destaca o treinador Adolpho Amorim. Lutando por vaga nas fases finais do estadual e com o décimo lugar na Liga Nacional 2013, melhor colocação da história da equipe. O Oppnus ostentou o nome da cidade por todo Brasil, em transmissões televisivas pela Sportv e ESPN, onde Maringá, foi sempre elogiada seja por sua torcida ou pela estrutura de seu ginásio. “Para nós é motivo de orgulho e satisfação representar uma cidade com tanta história. Levar Maringá para todo país é uma grande res-
ponsabilidade. Esperamos continuar nosso projeto de sucesso e seguir honrando o município”,expõe o gerente da equipe, Salésio Conte. Para a continuidade do projeto, é necessário a manutenção do time na Liga Nacional, algo que requer investimento. Afinal a Liga vende 16 vagas e há necessidade de acerto com alguma parceira para seguir na competição. Segundo a diretoria do clube, algo que vem sendo negociado com a atual franquia alugada e também com outras, visando manter Maringá na Liga para os próximos anos. Rumores de que a Oppnus poderia deixar o projeto são comentados na cidade. Algo que a diretoria não confirma e garante que está em processo de renovação com a
empresa. Ressaltando a importância de mais apoio de empresários da região, para o fortalecimento do time para as próximas temporadas. Além do investimento e apoio, a equipe também precisa cuidar da revelação de talentos. Garotos como Bolinha, Bruno e Leyton, que fazem parte do elenco atual, foram descobertos pelo treinador Amorim. A diretoria, por sua vez, ressalta que o trabalho de base no futsal é dificultado pela Federação Paranaense. “Não existe planejamento para a categoria de base no Paraná. A federação não mantém campeonatos regulares o torno inviável a criação de uma escolinha, por exemplo. Enquanto isso, temos de
batalhar para irmos descobrindo talentos juvenis” conta Salésio Conti. Independentemente das dificuldades, a torcida maringaense, espera que o projeto continue e que o sucesso do Oppnus represente cada vez melhor a cidade. Levando para todo Brasil, de maneira honrosa o nome de Maringá, que volta a ser reconhecida, agora pelo seu novo esporte de sucesso, o futsal. “Estamos muito felizes com o momento do futsal. Ver Maringá representada esportivamente para todo Brasil é motivo de orgulho para nós torcedores e moradores do município. Que continue assim, pois tenho certeza que a cidade irá abraçar o projeto”, diz Giovani Lippi, torcedor da equipe.
O TÍTULO E O ACESSO MARINGAENSE NA
ELITE
ACRÉSCIMOS | Marcos Luvizeto
Após cinco anos, Maringá volta à elite do Campeonato Paranaense com o Metropolitano Maringá
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o início, era só um projeto social. O novo representante de Maringá na elite do futebol paranaense começou amador e se chamava Sociedade Esportiva Alvorada Clube. Em 2010, iniciava a era profissional da equipe, que atendia por outro nome, Grêmio Metropolitano. De lá até a conquista do título da Divisão de Acesso, a equipe mudou de nome três vezes. Graças ao Metropolitano Maringá, cinco anos após estar pela última vez na divisão principal do campeonato estadual, a cidade volta a figurar entre os grandes do mundo da bola. O primeiro título conquistado pelo Metropolitano aconteceu no mesmo ano de fundação do time: a Terceirona do Paranaense. Também em 2010, Léo Maringá, que na época era zagueiro do
DO FUTEBOL
América Mineiro, chegou ao time. Ele voltava de uma lesão e recebeu a oportunidade para treinar e se recuperar. Atualmente, Léo joga no meio-campo e é o capitão da equipe. No jogo decisivo contra o Prudentópolis, que rendeu o acesso a série A do Campeonato Paranaense, ele abriu o placar cobrando falta aos 30 minutos da primeira etapa e, no final, levantou a taça de campeão. “Isso prova que não existem jogadores de Primeira, Segunda ou Terceira Divisão. Sempre joguei na Primeira, mas agora estou aqui para ajudar minha cidade e defender o clube que abriu as portas para mim, em 2010, quando estava lesionado.” O experiente jogador de 34 anos ainda não teve o contrato renovado para o ano que vem. “O desejo é ficar no elenco. Quero fazer história como meu pai fez aqui em Maringá.” Em 1977, quem defendia as traves do time da cidade canção, quando o Grêmio Esportes
Maringá (GEM) foi campeão Paranaense em cima do Coritiba era Vagner, pai de Léo Maringá. “A história do meu pai foi vitoriosa e única, mas é muito legal saber que estou seguindo os passos dele e fazendo a minha história no futebol da cidade.”
TRAJETÓRIA
E
m 2011, o Metropolitano se classificou na última rodada para a semifinal do Paranaense. Na disputa contra o Toledo, uma vitória para cada lado, mas a classificação ficou para o time do Oeste, que havia feito melhor campanha na primeira fase. Londrina e Toledo subiram para a elite. O ano de 2012 foi ainda mais turbulento. A equipe lutou contra o rebaixamento para a Terceirona. O tricolor escapou nas últimas rodadas. Esse ano a situação foi totalmente diferente. Sem o nome Grêmio, que gerava muitas polêmicas ao time, a diretoria montou um bom elenco e subiu o time para a primeira divisão do estadual. “O mais importante era subir, mas ter um título é mais gostoso”, diz o presidente de honra, Aparecido Domingos Regini, o Zebrão. Em 21 jogos disputados pela Série Prata, o time venceu 16 e perdeu apenas uma partida para o próprio Prudentópolis, no início da segunda fase - um aproveitamento de 76%. O Metro, comandado pelo técnico Claudemir Sturion, teve a melhor defesa, o melhor ataque e ainda o artilheiro da competição, o atacante Cristiano, que marcou 12 vezes. Maringá também teve a melhor média de público registrada na temporada, com o recorde no jogo da final de 5.050 torcedores. O título ainda coroou o treinador Claudemir Sturion, que faturou o quinto acesso dele à Primeira Divisão do Paranaense. “Eu só tenho a agradecer a essa torcida linda de Maringá.”
MUDANÇA DE NOME
D
epois de conquistar o título, o diretor de futebol Paulo César Regini confirmou que o clube deve trocar de nome ainda esse ano com o objetivo de criar um vínculo maior com a torcida maringaense. Ele falou que ainda é preciso avaliar questões jurídicas sobre os nomes que podem ser adotados, mas adianta a vontade da diretoria por três deles: Maringá Futebol Clube (MFC), Maringá Esporte Clube (MEC) e Maringá Atlético Clube (MAC). “A escolha será democrática, vamos usar as redes sociais para ver qual a
opinião dos torcedores.” Regini explica que a mudança é uma vontade comum de potenciais patrocinadores e torcedores. “Ter ‘Maringá’ no primeiro nome ajudaria a divulgar a cidade e o relacionamento com os apoiadores e investidores.” O nome do time pode passar por mudança, mas o mascote, que atualmente é uma zebra, e as cores da equipe pelo verde, branco e preto vão permanecer. “Isso é importante para o torcedor manter a identificação com a equipe.”
OBJETIVOS PARA 2014
P
ara aumentar o poder financeiro do time e, consequentemente, trazer mais jogadores qualificados, a diretoria do Metrô terá apoio da Prefeitura de Maringá. O prefeito Carlos Roberto Pupin (PP) comprometeu-se a ajudar na busca de
patrocinadores. Em 2014, o Metropolitano Maringá quer alcançar vagas na Série D do Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil. Para isso, a diretoria deve planejar novas estratégias em busca de mais investimentos.
do estadual à Copa
do Mundo?
Catalogado pela FIFA como Centro de Treinamentos para a Copa do Mundo de 2014, atuais condições demandam
R$ 5,3 milhões
em reformas
WILLIE DAVIDS EM DECLÍNIO
DENÚNCIA
ACRÉSCIMOS
“
Se encostar um cabo de vassoura, o revestimento também desaba”. A revelação é de um servidor público sobre o vestiário do Estádio Regional Willie Davids. Os problemas internos, frequentemente vistos por zeladores e equipes de futebol, também se estendem para a arquibancada coberta. Além do teto pouco seguro, há infiltração, fiação exposta e acumulo de lixo. A pichação também mostra o descaso à estrutura, principalmente no quadrante oeste do estádio. Com a entrada do Willie Davids para a lista de possíveis Centros de Treinamento para a Copa do Mundo, os servidores estão desanimados. As condições de estrutura, para eles, são precárias e não comportam tamanho evento. “Não temos estrutura para receber nem times da série B do campeonato estadual, imagine só alguma seleção internacional”, argumenta o auxiliar de serviços gerais, referindo-se aos adversários do Metropolitano Maringá durante a competição realizada este ano. O cenário encontrado é exatamente o mesmo descrito por quem vive diariamente a situação do estádio. A Prefeitura de Maringá anunciou, um dia após a ascensão do Metropolitano para a série A, cerca de R$ 5,3 milhões para a reforma da área oeste do Willie Davids. Os recursos, vindos em maior parte do Governo Federal, devem contemplar o sistema de iluminação. No lado sul do estádio, no entanto, uma pilha de refletores se acumula no antigo túnel. De acordo com o servidor, o funcionamento só depende da colocação de lâmpadas. Dinheiro desperdiçado que compromete a qualidade do local para receber eventos esportivos. A iluminação é uma das reclamações das equipes e dos torcedores após partidas noturnas e confirmam o estado crítico da es-
trutura do estádio. O vestiário destinado às equipes visitantes também tem inúmeros problemas. O espaço fica sob a arquibancada da área norte, que serve como teto. Frestas na estrutura externa permitem caia sujeira no interior do vestiário, além de, por ali, escorrer água de chuvas. De acordo com os zeladores, a infiltração é recorrente e responsável pela queda do revestimento. Na antiga arquibancada coberta, lembrada no anúncio de investimentos públicos, torcedores e profissionais da imprensa dividem situações de risco. Um corredor escuro, com fiações expostas, penduradas em alguns trechos, com parte das luminárias sem funcionamento, é que dá acesso aos sanitários usados pelo público. Os banheiros, aliás, têm as portas dos boxes em madeira. Porém, na maior parte deles, os trincos desapareceram. O ambiente tem revestimento escuro, vasos sanitários sem tampa, mictórios encrostados e paredes vandalizadas. As cabines de imprensa têm portas arrombadas, fios elétricos emaranhados onde estariam as tomadas e paredes pichadas. Na parte superior, destinada aos cinegrafistas, um revestimento com madeiras de tapume abre espaços perigosos no assoalho. “Se a gente receber uma seleção, os assessores, os jornalistas terão que trabalhar lá fora”, avalia um dos servidores. A partir do local, é possível observar a estrutura metálica da cobertura. Existe infiltração nas junções da ferragem e camadas de lodo se formam. O presidente de honra do Metropolitano, Aparecido Domingos Regini (Zebrão), aguarda uma reforma completa no local. “Com a equipe em importante nível de competição, não apenas a torcida, mas os clubes visitantes merecem um espaço confortável, com condições razoáveis de receber famílias e jogadores”. O término das obras anunciadas pela prefeitura, no entanto, deve ultrapassar o início do Campeonato Paranaense de 2014, marcado para 25 de janeiro.
“Não temos estrutura para receber nem times da série B do campeonato estadual, imagine só alguma seleção internacional”
“Não apenas a torcida, mas os clubes visitantes merecem um espaço confortável, com condições razoáveis de receber famílias e jogadores”
Em busca do equilíbrio perdido
Disciplina mental, resistência física, relação com a natureza, caminho zen, estados meditativos, inclusão social, suspensão de valores, sintonia e equilíbrio
ACRÉSCIMOS | Aluísio Stuani
Estar com a mente limpa de pensamentos é primordial para conseguir atravessar a line; o corpo em equilíbrio é a expressão material de um psicológico centrado
D
isciplina mental, resistência física, relação com a natureza, caminho zen, estados meditativos, inclusão social, suspensão de valores, sintonia e equilíbrio. Esses são alguns conceitos que ouvi de praticantes de slackline em Maringá. Mais especificamente, jovens do grupo Sanatoriun, que me ensinaram que o esporte é muito mais do que atravessar uma corda bamba e ter uma vida saudável. Manter-se em cima da fita exige um esforço existencial. O Slackline surgiu na
década de 80 e, apesar de ser recente, angariou milhares de adeptos, que estão se organizando em coletivos pelo mundo todo para difundir o esporte. Em Maringá, fiquei abismado com a facilidade que os integrantes do Sanatoriun andam sobre a fita suspensa. Tentei imaginar como deve ter sido o começo, a primeira impressão, como acontece o primeiro passo para quem nunca se arriscou no slack. Quem me ajudou a responder tal pergunta foi o Régis Coty, 38. Iniciado há 4 meses na prática, para
ele o principal benefício é a superação. “Todos temos medos e traumas. Quando vejo alguém subir na fita pela primeira vez, percebo que a pessoa não tem medo da fita, mas de si mesmo. A partir do momento que esse processo de descoberta começa, abre-se um leque enorme de autodomínio. Não é a fita que vibra, é o atleta que está tremendo. Quando ele estabiliza e vence seus medos, a caminhada continua”, afirma. Mais novo, Rafael Jun, 20, completa que a descoberta pessoal é o primeiro passo do esporte. “Cada um tem seu ponto de equilíbrio, por isso, é uma descoberta individual”.
BUSCA
A
cada dia, o praticante descobre mais sobre seu corpo e, durante os exercícios, velhos desafios são superados para que novos apareçam. É o início da busca por uma perfeição inalcançável. Chamou-me a atenção o jovem Marcelo Yudi. Ele desliza sobre o slack com leveza e segurança. Sempre com um sorriso no rosto, o China, como é conhecido, me contou dos reflexos do esporte em sua vida. “Se você não conseguir, calma. Amanhã tem de novo, como deve ser na vida: saber a hora de descer, de controlar a ansiedade e o ego porque a questão não é vencer, mas saber se levantar”, analisa.
“...não é a fita que vibra, é o atleta que está tremendo; quando ele estabiliza e vence seus medos a caminhada continua” Estar com a mente limpa de pensamentos é primordial para conseguir atravessar a line. Afinal, o corpo em equilíbrio é a expressão material de um psicológico centrado. Jun comentou que começou a praticar porque a prática o ajudava a esvaziar a cabeça depois de horas de estudo para o cursinho. Quando está em cima da cordinha, sente-se em harmonia com o ambiente e em profunda meditação. O China, para complementar, me deu um toque. “É um processo meditativo. Se uma bola passa por baixo da fita ou alguém te chama e rouba a atenção, em menos de um segundo você está no chão”, ressaltou.
O CAMINHO
P
ercebi que essas pessoas têm um compromisso social. Bem como um dia elas aprenderam, agora querem transmitir o conhecimento. O Sanatoriun organiza oficinas gratuitas nos finais de semana e, sempre que estão reunidos, chamam
os transeuntes para tentar o equilíbrio sobre a fita. “O slackline tem sua influência política. Na fita, não importa se o praticante é branco, negro, judeu ou árabe. Vemos apenas uma relação entre seres humanos, onde não importam credo ou ideologia.
O menino de rua, o jovem e a senhora: quem quiser este contato será bem-vindo. Um espaço para o livre pensamento”, convida Marcelo. Conhecer essas pessoas me fez repensar sobre a relação entre o corpo e a mente. Seus relatos me
mostraram que não existe uma separação. Somos, aliás, uma totalidade, enquanto indivíduos e também enquanto espécie. Passei uma tarde fotografando belas performances que, as vezes, me remetiam à uma dança, outras para uma luta. Depois de feitas as imagens, fomos conversar. As entrevistas foram realizadas em uma roda com todos os praticantes sentados na grama. Fiz algumas perguntas para iniciar, tentei manter o controle, mas eles tomaram as rédeas. Como defendeu o China, aquele espaço serve ao livre pensamento. Então, tive que recolher meus preconceitos, escutar e sentir. Esse texto expressa apenas alguns pontos de vista dentro de um infinito de possibilidades. Reconheço o limite da linguagem e a soberania da experiência. Assim sendo, conhecer a cultura em torno do slackline somente é possível a vivenciando.
“...como deve ser na vida: saber a hora de descer, controlar a ansiedade e o ego, porque a questão não é vencer, mas saber se levantar”
QUE TAL CORRER? ACRÉSCIMOS | Walter Rocha
M
Correr faz bem para o corpo e a mente; ajuda emagrecer, auxilia o sistema imunológico, revigora a mente e combate o estresse
uito além da saúde e boa forma, a corrida de rua transforma a vida das pessoas. Considerada como o esporte mais democrático do mundo, a corrida é profissão para uns, lazer para outros bem estar físico e mental para a maioria. Emagrece, auxilia o sistema imunológico, revigora a mente, combate o estresse, condiciona o corpo. Quando se corre, o corpo libera endorfina - o hormônio do prazer -, que ajuda a combater vários problemas de saúde. De acordo com especialistas, os benefícios são inúmeros, desde que seja feita uma avaliação adequada e, claro, utilizados calçados e roupas propícias. Não por acaso, as corridas viraram moda no Brasil. Dentre as corridas de rua, as mais populares são as provas rústicas, com percursos de 5 e 10 km, a meia maratona (21 km) e a maratona (42 km). O calendário de eventos deste tipo, aliás, toma todas as semanas. São crianças,
jovens, adultos e idosos praticando esporte. Em Maringá, atletas amadores e profissionais treinam na Corremar, uma associação de corredores de ruas da cidade. Entre os talentos, por lá também treina Vanderlei Cordeiro de Lima, medalhista olímpico. A geografia do município é favorável à prática. Muito verde, pista de caminhada em volta dos parques, avenidas planas com gramados centrais, região rural para treinos de corridas country e de longas distâncias, além de duas pistas profissionais de atletismo. Quem começa não quer mais parar. O importante é começar devagar, com caminhadas, e aumentar o ritmo de acordo com a sua condição física. Antes, porém, uma avaliação médica é fundamental. Cuidados básicos, como alongamentos, afinal de contas, evitam sérias lesões. O primeiro passo é ter iniciativa e disciplina. Estabeleça horários e percurso com dias determinados. Não deixe o sedentarismo tomar conta de você. Que tal correr? Faz bem para o corpo e para a mente. E o melhor de tudo: é de graça.
INVESTIMENTO
de R$ 75 mil a R$
6 milhões
Patrocínios diferenciados impedem ascensão de modalidades em Maringá Investimentos empresariais milionários e programas governamentais dividem o esporte de rendimento no município; diferença de patrocínio supera os R$ 5 milhões
ACRÉSCIMOS | Tiago Mathias
E
m jogo, a visibilidade do time e o retorno publicitário. Dos holofotes midiáticos à ascendência de público, o marketing esportivo gera disparidades calculadas em mais de R$ 5 milhões entre as modalidades oficialmente representadas em Maringá. Destaque pela constante presença de equipes em campeonatos estaduais e nacionais, o esporte do município demanda investimentos para se manter na elite. Sob a fraca iluminação do Estádio Regional Willie Davids, o orçamento do Metropolitano Maringá, por exemplo, requer pelo menos R$ 100 mil a mais para o próximo ano. Hoje, de acordo com a presidente de honra, Aparecido Domingos Regini, o Zebrão, este mesmo valor equivale à folha de pagamento dos jogadores. A conquista da primeira divisão do Campeonato Paranaense desafia o clube a buscar, nos bastidores, patrocínio antes do final de 2013. “Nossas reservas de caixa estão enxutas. Estou confiante de que duas ou mais empresas locais consigam fechar o montante que precisamos”. No hall das modalidades preferidas pelos brasileiros, o recente ModaMaringá Vôlei lidera o gosto dos empresários locais e supera o futebol. Apresentada em julho, a equipe está uniformizada com R$ 6 milhões para as três temporadas que deve disputar. São R$ 2 milhões por ano. O investimento milionário é bancado pelos shoppings atacadistas do municí-
pio, setor que espera movimentar R$ 300 milhões até dezembro. Em dois meses, renomados atletas chegaram ao elenco, puxando outros novos quatro patrocinadores para as estampas da camiseta. Caixa apertado O fôlego de investimentos para o vôlei, porém, não chega às modalidades de rendimento que defendem o nome da cidade há mais tempo. Em boa parte dos casos, mesmo com a injeção do capital privado, os orçamentos não ultrapassam os oito dígitos. As despesas com o corpo técnico, uniformização, transporte e manutenção de equipamentos dependem, na maioria, de recursos provenientes do Programa de Incentivo ao Esporte Amador de Maringá, mantido pela prefeitura do município . Segundo a relação de convênios firmados em 2013, disponibilizada pela Secretaria de Esportes e Lazer, modalidades presentes no cenário esportivo nacional, como atletismo, futsal, ciclismo, handebol, vôlei de praia e tênis de mesa, utilizam verbas anuais de incentivo para o desenvolvimento dos atletas ou equipes. Os valores, no entanto, são muito menores que os proporcionados pelo marketing empresarial. Participante da Liga Nacional até o início de setembro, o futsal maringaense encabeça o recebimento de programas públicos. Posição somente viabilizada porque o time está ligado ao Centro Integrado de Assistência Gerador de Movimento para a Cidadania (Ciagym), que também desenvolve outras modalidades esportivas. Parcela considerável das
despesas da equipe é bancada pelo patrocínio privado do grupo Oppnus, de Pérola (PR), procurado após o desinteresse dos empresários locais. Com uma folha salarial calculada entre R$ 60 mil e R$ 80 mil, porém, a direção do Oppnus Maringá diz sentir-se desafiada em fechar as contas em dia. “Investir no esporte não é fazer favor. Esta é uma ideia equivocada. O retorno em publicidade e propaganda para os patrocinadores é muito grande”, afirma Edvaldo Zotto. Longe da visibilidade, o handebol e o atletismo de Maringá também buscam convênios governamentais para a manutenção das atividades. O repasse de R$ 243 mil e R$ 166 mil, respectivamente, eleva a necessidade de completar parcerias com planos de saúde e instituições bancárias, desafogando os caixas. O equipe masculina de handebol estreia em breve na Liga Nacional da modalidade. Pelo atletismo, um total de pelo
Quanto vale o meu time?
menos nove campeonatos serão disputados em outras cidades e estados, o que gera custos de transporte e hospedagem. Considerando o número de títulos e participações em competições estaduais e nacionais, ciclismo, vôlei de praia e tênis de mesa são os esportes maringaenses de rendimento que menos recebem dos convênios de incentivo. Longe das transmissões de TV e, consequentemente, do retorno financeiro esperado por prováveis investidores, as modalidades desenvolvem e exportam talentos com orçamentos de R$ 135 mil, R$ 98 mil e R$ 75 mil anuais.
O fôlego de investimentos não chega às modalidades de rendimento que defendem o nome da cidade há mais tempo
PATROCÍNIO ESPORTIVO MODALIDADE REPRESENTANTE
CONVÊNIO PÚBLICO
PATROCÍNIO PRIVADO
-
R$ 6.000.000,00
R$ 457.844,00
*
-
R$ 200.000,00**
Handebol - Associação Maringaense de Handebol
R$ 243.000,00
*
Atletismo - Associação de Atletismo de Maringá
R$ 166.000,00
*
Ciclismo - Clube Maringaense de Ciclismo
R$ 135.000,00
*
Vôlei de Praia - Associação Maringaense de Vôlei de Praia
R$ 98.000,00
*
Tenis de Mesa - Associação Maringaense de Tênis de Mesa
R$ 75.000,00
*
Vôlei - ModaMaringá Futsal - Oppnus Maringá Futebol - Metropolitano Maringá
- não há convênio firmado
* valores não informados
No hall das modalidades preferidas pelos brasileiros, o recente ModaMaringá Vôlei lidera o gosto dos empresários locais e supera o futebol. São R$ 6 milhões para três temporadas
** patrocínio necessário previsto para 2014
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Um projeto dos alunos do 5º e 6º semestre do curso de Jornalismo da Faculdade Maringá