Singular

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Palavra da Editora!

Q

uando a equipe da Revista Singular pensou no público que queríamos agradar, nos vimos em uma verdadeira enrascada. Sou mulher e sei a dificuldade que é me agradar. Em um dia eu amo cores vivas e em outro: “sai de baixo”. Conheço o drama do salto alto, da TPM, da maquiagem, das roupas da moda e dos olhares que atraímos. Eu sei como é difícil ter uma noite péssima e ter que sorrir o dia inteiro no trabalho. E nas dificuldades ter que ter o olhar e o sorriso meigo de ser mulher. Aliás, eu conheço a dor de deixar de ser a menina do colegial para ser a mulher que sabe o que quer da vida. Da mulher independente, bem vestida e cativante. Mas foi nessa brincadeira de viver, que eu acabei percebendo que nós não temos que usar as roupas que todas querem ou nos comportar como a sociedade impõe. Percebi que a vida pode ser leve e que eu posso, como toda a certeza, me vestir de acordo com meu gosto. Como o espelho me faz satisfeita.

Eu posso, sim, sair da dieta e mesmo com uns quilinhos a mais conquistar um homem de verdade, basta um sorriso cativante e uma ideia bem colocada. Sei que posso ser decidida, mas também posso mudar de ideia. Em anos, meses ou dias (quem sabe horas, minutos ou segundos?). Percebi que a vida é uma surpresa e eu não preciso estar preparada para todas as situações. Acertar, errar, aprender, crescer, a vida é composta de sorrisos e lágrimas. E ser mulher, na correria da sociedade moderna, é saber que é possível ser frágil como uma flor e agir com a rigidez de uma rocha. Ser mulher é ser livre, delicada, mas não boba! Nós, da Revista Singular, não sabemos exatamente o que toda a mulher gosta para te agradar por completo, mas entende a sua necessidade de ser agradada. Esperamos que essa edição e as que estão por vir possa ser útil dentro de todas as superficialidades que nos oferecem na vida.

Boa Leitura!

Esta revista foi produzida pelas alunas do 6º semestre de Jornalismo da Faculdade Maringá, sob orientação do professor Ronaldo Nezo.

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Foto: Marcos Paulo Sarto

SUMÁRIO

04. Com que roupa eu vou?

Laressa Santos 07. Ensaio Singular Renata Thomazi 11. Estilo: uma questão de personalidade Natália Barros 14. Mulher de Verdade Redação 16. Mulher aos 50 Nicolle dias 18. Pole Dance: dança para seduzir Valéria Berti 21. Garimpo Nicolle dias 23. Aquela que não liga para a plateia Renata Thomazi 25. Quem disse que a mulher é sexo frágil? Gabriella Oliveira

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Foto: arquivo pessoal


Com que roupa eu vou? Ir à academia com a camiseta da eleição passada e de shorts até os joelhos foram substituídos por roupas de cores fortes e modelos cada vez mais irreverentes

Reportagem: Laressa Santos

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De coadjuvante, a roupa passou a ser uma das preocupações das mulheres na hora de malhar. A academia mais parece uma passarela de moda. Elas usam e abusam de cores fortes, cortes diferenciados, mas o que querem mesmo é mostrar a própria personalidade no momento do exercício. Tecidos leves, short-saia, regata neon e calça estampada. Opções e combinações é o que não faltam para elas. Para a estudante de direito Lais Keder, 20 anos, a moda colorida cada vez mais forte nas academias a conquistou. “Não sei como e nem porque comecei a ‘aderir’, mas gosto bastante. Principalmente de macacões e regatas com mensagens divertidas”. Segundo a estudante, andar na moda fitness não é uma obrigação, mas sim o que a deixa confortável na hora de malhar. “O mais importante é me sentir confortável, mas nada melhor que aliar a beleza com o conforto, né?”, afirma rindo entre o intervalo de um aparelho e a esteira. Lais é uma das que mostram sua personalidade através do que veste na hora de se exercitar. Não pelo simples fato de usar

certas peças que estão na moda e sim porque se identifica com as roupas coloridas. Afinal, estilo é uma maneira de dizer quem você é sem ter que falar nada. Moda fitness da cabeça aos pés Combinações como verdes com azul, amarelo com roxo, rosa com amarelo entre outras não ficaram restritas apenas às roupas. Elas invadiram os tênis. Seja na academia, no parque ou no dia a dia eles estão cada vez mais chamativos e seguem como tendência forte. Nike, Adidas, Rebook e Mizuno são algumas das marcas que apostaram nas cores que estão conquistando mulheres e homens durante as práticas esportivas. Tratados na web como ‘objeto de desejo’, os coloridos do momento têm preço salgado. Quanto mais exclusivos e, dependendo da tecnologia que o modelo traz, o preço aumenta. Na internet, porém, há modelos mais baratos que estão disponíveis de R$ 149,90 à R$ 699,90.

Palavra de quem entende

P

ara a estilista da marca fitness Alto Giro, Aniádne Zanoni, o mercado fitness ganha, a cada dia, mais espaço no mundo da moda e no guarda-roupa feminino. “A preocupação com o corpo, saúde e qualidade de vida são alguns dos fatores que fazem as mulheres buscarem roupas apropriadas e com estilo para a sua prática esportiva”. Ainda segundo Aniádne, a procura por um estilo de vida saudável é cada vez mais influenciada pela internet. Aplicativos como o Instagram - que contam com perfis especializados em postagens com dicas de alimentação, look do dia para a

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academia e resultados de dietas - motivam as mulheres que malham frequentemente. É como um diário, mas que saiu do papel para a tela dos computadores. E quem pensa que nesse mundo fitness só há espaço para as frequentadoras de academia, está enganado. Para a estilista, atualmente as roupas esportivas atendem todos os públicos e todos os gostos. “A linha plus size tem ganhado cada vez mais espaço nas nossas coleções. Roupas sob medida e com estilo”. Independente da atividade física, o importante é estar bem com o que veste. Seja o tênis, a roupa colorida ou a opção mais discreta, o estilo é você quem cria.


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ESTILO Uma questรฃo de personalidade Reportagem: Natรกlia Barros

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Todo visual conta uma história”. Uma história que pode ser da Maria, da Carla, da Daniela. Pode traduzir mau humor, alegria, ansiedade e até a descoberta de um novo amor. O estilo não se faz apenas com roupas da moda e acessórios caros. Ele é parte da existência de cada mulher; traz uma bagagem cheia de momentos, experiências, histórias. Histórias que fazem parte do que somos e pretendemos ser. O ditado “você é o que você veste” pode fazer muito mais sentido do que imaginamos. Compor um estilo é como pintar um autorretrato. Ele expressa alguns traços da personalidade, estados de espírito, da identidade. E isso não significa estar com o mesmo tipo de roupas ou usar o mesmo sapato confortável. A mulher tem várias versões. Uma para cada ocasião, período do mês, humor, emprego. Somos várias mulheres dentro de uma só. Seja de salto alto, tênis ou sapatilha, todas resumem a nossa essência.

Cada vez que nos arrumamos, estamos compondo um conjunto de informações sobre nós e nosso momento.

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Foto: Natália Barros

Foto: Natália Barros

Advogada, rotina corrida, ambiente formal. Casacos, alfaiataria, camisas, scarpins. Uma virada. Concurso público, livros, filho, marido, casa para cuidar. Escola de inglês, atendimento, menos correria. Esse é um resumo da história de Cecília Vilella, 31. Cada uma dessas experiências se confunde com o guardaroupa dela. Dependendo do dia, podemos encontrar várias Cecílias. “Cada vez que nos arrumamos, estamos compondo um conjunto de informações sobre nós e nosso momento. Mas não fico pensando nisso, acho que é meio automático”. Para a jornalista especializada em moda Fernanda Sordi Michels, a maioria das pessoas é refém dos modismos. Estão mais preocupadas com a aprovação dos outros e não observam a si mesmas, qual é o seu verdadeiro estilo. “Podemos gostar de várias peças de roupa, mas temos um estilo só. Mulheres estilosas

também andam na moda, mas usam o que lhe cai bem, o que valoriza o corpo e o que gostam independente se aquilo é tendência ou não”. É fato que a maneira como o visual é construído influencia o olhar das pessoas sobre nós. Proporções físicas, cores, textura e estampa dos tecidos. Cada peça desse quebra-cabeça emite sinais. Durante a virada na vida de Cecília, ela mesma se deu conta que seu estilo sofreu uma mudança positiva, reflexo do ganho em qualidade de vida. “Hoje sou uma pessoa mais leve e feliz. Sem dúvida, é isso que eu quero que as pessoas vejam em mim.” Estilo é cultura, é personalidade, é força, é coragem. Coragem para se expor, se mostrar, quebrar barreiras. Na moda ou fora dela, o que importa é passar a verdade que está dentro de cada uma de nós. Construir um visual demanda originalidade, decisão, escolha. Escolher entre o menos e o mais, o preto e o branco, o salto alto e o tênis, a maquiagem e o rosto limpo. Ter estilo é desafiar a própria singularidade.

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Mulher de

Verdade O que é estilo para quem não tem medo de expressar a sua singularidade

IZADORA HAWTHORNE, estudante.

Foto: Nicolle Dias

“É estar bem consigo mesma. Deve vir de dentro, estar de acordo com o seu gosto, independente de moda ou tendência. É ser você.”

LEONICE MENDES,54, pedagoga. “É um modo de vida que criamos e que nos faz únicos. O estilo pessoal é nossa marca registrada, identidade que reflete o que somos, o quanto nos cuidamos, nos aceitamos e nos gostamos.”

Foto: Natália Barros

JUNKO ODAGAWA,32, professora de inglês.

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“É atitude, algo que transcende sua pele e faz você brilhar, independentemente de sua aparência ou da roupa que veste.”

Foto: Valéria Berti


Foto: Natália Barros

KÉLEN HENN, 19, estudante. “É algo que vem de dentro e, apesar de sofrer influências externas, sempre vai agir como uma extensão das pessoas, da sua marca perante o mundo. Enquanto a moda dominante determina como as pessoas devem se vestir e se comportar, o estilo mostra a originalidade que cada um adquiriu de acordo com a sua essência.”

ISADORA CASAVECHIA, 20, estudante.

Foto: Laressa Santos

“É você se sentir confortável com o que está vestindo. É você se sentir bem sendo você mesmo, não importa que tipo de roupa você tenha que vestir pra isso. Acho que estilo é mais do que a roupa em si, é você estar confortável na sua própria pele.”

LÍDIA MENDES, 35, artesã. “É identidade, personalidade. Não depende de dinheiro, você tem que se sentir bonita, segura e confortável. Descubra o seu estilo. O meu é poderosa e o seu?”

Foto: Valéria Berti

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Mulher de O estilo de vida que escolhemos é o que define a idade que daremos a nós..”. É assim que a Designer Laudiceia Pereira, 51, define sua vida. A correria da semana, os filhos, a idade avançada, o trabalho, dá a nós uma impressão que a vida pessoal da mulher aos 50 anos é deixada de lado até mesmo em pleno século XXI.

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Mas não é o que aconteceu na chegada dos 50 com esta mulher, a designer Laudiceia Pereira, que descobriu nos novos trinta uma vontade maior de viver. “Quando a menopausa chegou, os filhos começaram a sair de casa, e as rugas a aparecer, acabei descobrindo uma vontade de fazer coisas que nunca tinha feito e dedicar um tempo para a minha vida.” Afirma a designer.

Mudança de hábito Motivada a fazer diferente das mulheres de 50 que tinha como referência, a designer buscou sair da rotina de quem alcança a grande idade, ir além dos aventais, aulas de pintura e cuidar da casa. “Escolhi viver um estilo de vida diferente, primeiro me cuidei por dentro, me senti bem comigo, passei a usar roupas mais jovens. Mas o que me ajudou mesmo foi à prática do squash, descobri um esporte que gostava após os 50 anos, isso é incrível.” Afirma. Vida nova é assim que a designer define seus 50 anos. Exemplo de escolha e estilo de vida. Ela garante que o sucesso da idade é descobrir o que faz você feliz. “Passar o tempo fazendo algo que me faz mais jovem e me deixa mais motivada a viver, é resultado de uma vida feliz.”. Conta.

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50 Anos

Motivação Motivação é tudo. É querer estar bem consigo mesma, isso é reflexo em todos os outros pontos, passamos a nos amar mais e consequentemente amar os outros mais. Sou motivada todos os dias pelas pessoas que amo.

Hoje me sinto muito bem, graças a Deus. A gente vive melhor, quer fazer de tudo um pouco... Quando fiz 40 anos de idade comecei a me relaxar um pouco, eu era muito sedentária, não gostava de academia, não caminhava, não fazia nada pelo meu bem estar. Até que um dia resolvi fazer uma faculdade de novo. Conheci pessoas novas, fiz amizades e foi muito bom pra mim e para minha autoestima. Fiquei com a mente mais aberta, coisa que é difícil na faixa dos 50.


Foto: natália barros

Foto: Nicolle Dias

Rotina Hábitos Como disse antes, eu era muito sedentária, não gostava de academia de jeito nenhum, e quando entrava em uma ficava apenas um mês e logo inventava uma desculpa e não ia mais. Eu precisava achar uma coisa que gostasse mesmo, foi quando descobri o Squash achava que não duraria um mês, mais foi apaixonante. Ele me deu vida, me fez ser mais saudável e buscar o meu melhor, nem acredito que estou praticando há três anos e que finalmente parei na academia.

Estilo de Vida Muda muito após os 50 anos, você não tem mais um super pique. Mas eu tento não ficar em casa, não quero ser daquelas sedentárias, é tudo questão de escolha. Decidi ser jovem, no jeito de encarar a vida de se vestir e o resultado está sendo ótimo.

Sexo O sexo pra mim não mudou muita coisa, pois temos os mesmos desejos. Só muda um pouco a atividade, pois se faz um pouco menos, não por falta de desejos, de prazer. Mas talvez pela correria talvez do dia a dia. Mas somos ativos sim, sexo é complemento do casamento.

A minha alimentação nunca foi muito saudável, gosto muito de comer doce e lanches, pois fui criada praticamente em volta de uma mesa, então já viu... Mas conforme a idade, eu precisei mudar minha alimentação, pois comecei a ter alguns sintomas e diagnósticos não muito agraveis. Porque não tinha a alimentação correta. Aí vi que não tinha mais jeito, tinha que mudar minha alimentação. Não vou dizer que parei com tudo, não, mas diminui e comecei a ter uma dieta mais balanceada em frutas e verduras.

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POLE DANCE: DANÇA PARA SEDUZIR Reportagem: Valéria Berti

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uitas mulheres ousam e buscam na dança, novas formas de seduzir. Elas superam preconceitos e surpreendem os parceiros

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Tarde de quarta-feira ensolarada. São três horas. Chego a uma casa no centro de Maringá. Quando entro, o calor intenso some e o barulho do trânsito deixam de existir. Em uma sala, que parece ter saído de uma revista de decoração, sou recebida por uma jovem mulher. Helena Mondego tem cerca de 1m65, cabelos ruivos e algumas tatuagens pelo corpo. Veste saia jeans e camiseta com estampas coloridas, o que faz disfarçar muito bem sua idade. Chama a atenção pelo visual descolado, mas também pela educação e o sotaque carioca. Natural do Rio de Janeiro, Helena veio para Maringá com a família há três anos. Quando jovem, não teve dúvidas ao decidir seguir a carreira de bailarina.


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Foto: Arquivo pessoal


Foto: Arquivo pessoal

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Certa noite foi ao cinema com o marido e assistiu ao filme “Striptease” estrelado por Demi Moore, que dançava lindamente pole dance. Saiu de lá encantada. Como dançarina profissional, era questão de honra aprender aqueles movimentos e piruetas em um poste. Finalmente, após procurar em diversas academias de dança, Helena encontrou uma professora particular e, em uma boate, após poucas tardes, aprendeu a dança. Sentada em sua sala de jantar, ouço atentamente a dançaria relatar seu caminho até chegar a Maringá. E de como passou a ensinar a arte do pole dance em uma casa da cidade. A dançarina conta que através da dança as mulheres reconquistam a autoconfiança e tonificam os músculos. “As mulheres passam a se descobrir, a se valorizar”. Atualmente, Helena vai até a casa das clientes ensinar a dança sensual. Ela mostra como utilizar os movimentos do corpo, a dançar em volta da cadeira e no poste para as mais ousadas. “Não ensino a fazer malabarismo. Faço-a se ver como mulher e linda, mesmo não fazendo parte dos padrões de beleza impostos pela sociedade”. Suas clientes não são jovens meninas em busca de aprender algo novo, são mulheres maduras, casadas e com filhos, que buscam nas aulas uma forma de apimentar a relação, elevar a autoestima e fazer do horário de aula um confessionário, conta a professora. Em torno da dança existem tabus. As alunas mantêm as aulas em segredo, seja pelo preconceito da família ou mesmo do parceiro. Helena conta que teve até uma cliente que escondeu durante muito tempo que fazia a dança. Não contava para o próprio marido, embora ele fosse o alvo de sua motivação. A jovem queria presenteá-lo com uma apresentação privada no dia dos namorados. “O marido era preconceituoso. Nunca autorizaria a esposa a fazer aulas de dança”. Após a noite romântica, não apenas permitiu, como pagou as demais aulas. Seja o pole dance ou qualquer outro estilo de dança ou técnica, tudo é valido para que o vínculo do casal seja mantido. Os que desconhecem as danças sensuais falsamente as relacionam à promiscuidade. Mas os que se aventuram a descobri-las, percebem a beleza dessas artes e os benefícios que trazem para a saúde.


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Nos tempos de hoje já é possível se vestir bem e ter estilo com um orçamento mais amigável. A chegada do termo “inspired” começou a ser cada vez maior no mundo da moda, já que as marcas populares passaram a pegar carona no sucesso de grandes

Chistian Louboutin US$ 1295

Givenchy U$2.500

Coluna: Nicolle Dias criações. E a reproduzi-las com seu próprio estilo e orçamento. Pra quem se engana, o “inspired” é muito mais chique do que o termo réplica, que busca copiar a intenção da marca original. Vale apostar nessa onda de estilo fashion com baixo custo.

Santa Lolla R$ 259,90

Ligada na Moda R$ 109,90

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Estilo por menos

Chanel Boy U$ 4.300

YSL U$ 800

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LAX Store R$ 490

Schutz R$ 350


Aquela que não liga para a plateia

Foto: Arquivo pessoal

Reportagem: Renata Thomazi

Ser ou não ser uma mulher de estilo? Para muitas mulheres ter estilo é ser uma mulher que veste as roupas da moda e que ligam mais por ter uma boa aparência do que para outras coisas. Mas para outras mulheres ter estilo é ser ela mesma, passa desfile, vem desfile, entra moda, sai moda, mas ela continua a mesma, não importa o que os outros pensam ela se sente bem como é. Mas muitas não sabem que estilo não é apenas o que vestimos, mas também as atitudes, as maneiras de pensar e de agir. Para Naiara Calvi, estudante de Psicologia, uma mulher de estilo é aquela que faz suas roupas ser um

Ter estilo é aquela que escolhe, escolhe e combina ou aquela que não liga para o que as outras mulheres pensam?

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Foto: Arquivo pessoal

complemento do que ela é de verdade. “Quando me sinto feliz minhas atitudes mudam, mas nunca deixo de ser quem eu sou. Adoro me vestir e me sentir bem, não me importo com o que os outros pensar, se eu estou bem eu saio de casa bem”. Estilo não pressupõe de ousadia, mas sim de independência de opinião, é sempre sentir-se a vontade com aquilo que está usando. Ele está mais relacionado à personalidade da pessoa do que com a moda, Geisa Telles, coloca claramente sei conceito de estilo “Se moda fosse bom, não mudava a cada estação e todo ano. Estilo é a essência da pessoa, é o que ela reflete, seja em estado de espirito ou simplesmente uma escolha pelo que cai melhor com o tipo de corpo ou situação”. Mulheres de tripla jornada como as mães, funcionárias e donas de casa, dificilmente pensam no que vão vestir, nesses casos peças e acessórios confortáveis é práticos provavelmente estão no topo da lista para o estilo ideal. A partir de então esse torna um estilo de um período de sua vida. O mais importante em uma mulher de estilo é saber quem é ela de verdade, a partir de então ela se torna uma mulher de estilo próprio. Quando perguntado a Geisa Telles, se ela se acha uma pessoa de estilo ela fala “Eu não me acho nada, tudo depende de como eu acordo e de quanto tempo eu tenho para me arrumar ou separar uma roupa. Muitas vezes eu uso a mesma calça duas vezes na semana, outras vezes eu uso um look totalmente fashion com direito a produção completa: cabelo, maquiagem e sapato. Meu estilo é ser Geisa”. Então podemos concluir que qualquer

mulher tem estilo, a partir do momento em que ela se conhece pessoalmente tanto por fora quando por dentro. Janaina acredita ser uma garota de estilo, pois ela se veste de maneira que se sente bem. “Não preciso de elogios para me sentir bem, se eu estou bem comigo mesma o resto é apenas um complemento”, e conclui dizendo “ter estilo pra mim é ser quem você realmente é... É ter personalidade e fazer combinações adequadas a cada tipo de lugar, mas com seu estilo próprio e o seu jeito”. Ser ou não ser uma mulher de estilo?


Quem disse que a mulher é sexo frágil? Coluna: Gabriella Oliveira

E

la acorda depressa, faz o café da manhã. Deixa o jantar pronto enquanto se maquia e põe o salto alto. Sai com sua xícara de café preto. Pega a chave do carro, confere se desligou o fogão e a máquina de café. Apaga as luzes, tranca a casa. Corre. Entra no carro e abre o portão. Passaram 20 minutos desde que acordou. Enfrenta o trânsito com gentileza. Sorri para o velhinho que dirige ao lado. Um sorriso lindo, meigo e poderoso. Quinze minutos. Chegou ao trabalho! “Trabalho duro”, ela pensa. E em um minuto de devaneio do dia ela se lembra dos tempos de colégio e da faculdade, que a pouco concluiu. Do primeiro beijo ao último namorado, ainda na adolescência. “A vida é uma batalha”, com um meio sorriso ela pensou, tentando disfarçar para os colegas não repararem no sorriso sozinho. Achou-se boba por um instante. Concentração. “Nostalgia essas horas?”, se perguntou, resolvendo levantar para um café preto. De volta ao trabalho!

O dia pareceu curto para tudo o que precisava fazer. “Ufa. Terminei”, pensou. E percebeu: passaram umas 2 horas do horário contratual. Mas, normal. Ela conhece os objetivos que estipulou para a própria vida. Do trabalho ela tem salão. Sobrancelha, unhas, depilação! Deu uma passadinha em frente às lojas do calçadão. “Nossa. Que vestido maravilhoso! Será que tenho um sapato e uma bolsa que combinem? Acho que não...”, desistiu e continuou. Chegou em casa esgotada e comeu uma maçã, imaginando que “bem que poderia ser um bombom ou um x-burguer”. Lembrou-se da academia! “Meu Deus, acho que minhas pernas vão desabar”, percebendo o dia cansativo havia se esvaído. Resolveu tomar um banho antes do jantar. Nua em frente ao espelho percebe: o tempo passou. “Onde está aquela menininha que ria a toa?”, se perguntou enquanto a ducha de água quente massageava os ombros endurecidos. Abriu a porta do banheiro, que tomou o quarto de vapor quente. Colocou um vestido leve e confortável quando

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a campainha tocou. “Quem deve ser?”, disse em um volume alto o suficiente para considerar-se maluca por falar sozinha. Riu baixinho com o pensamento e foi apressada até a porta da frente. Do olho mágico ela viu quem era. O coração bateu meio bobo e o sorriso veio nervoso ao rosto! “A menininha que ria a toa apareceu em má hora”, pensou. Uma respiração funda e girou a chave e a maçaneta. “Olá”, o último namorado da adolescência lhe saudou com um botão de rosa colombiana na mão. Com o mesmo sorriso nervoso e o mesmo olhar de alguns anos atrás. Mas, mesmo com a impressão de ele ser o mesmo ela comentou, enquanto o convidava a entrar com um gesto gentil: “Como você mudou!”. Ele prontamente se lembrou de dizer: “Acho que os anos foram gentis com

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você. Você está linda e seu olhar... sei lá. Parece que você se tornou uma mulher fantástica”. Ela riu do jeito desajeitado do rapaz que lhe encantou na adolescência. Percebeu o homem lindo que os anos formaram também, mas não disse nada. Ela se lembrou do jantar e pensou em voz alta: “Acho que tem lasanha para dois”, o convidando, sem querer, para um encontro não esperado! Em algumas horas estavam os dois sentados no tapete da sala conversando e rindo. Com uma leveza da falta de despreocupação com os horários que geralmente lhe pesam no decorrer de todos os dias. E ao final da deliciosa noite com um amigo (?) ela percebeu: “Nada mudou! Eu apenas virei uma mulher. O suficiente para viver de verdade o que me faz feliz”!


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Um projeto dos alunos do 5º e 6º semestre do curso de Jornalismo da Faculdade Maringá

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