a g o s t O
de
2017
desde 1985
PrÊmio
ARI 2016
Grenal
Jornalismo Impresso
1º Lugar reportagem Geral
porto alegre
na Redenção
w w w . j o r n a l j a . c o m . b r
Página 7 Ricardo Stricher/Jornal JÁ
Transporte público
A caminho do colapso
vem aí
passageiros pagantes 238
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169* Fonte: PMPA
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*Estimativa
Em milhões de viagens
JÁrte
A crise que gera o desemprego atinge também o transporte público em Porto Alegre. O número de passageiros que deixam de usar ônibus vem crescendo, a ponto de o prefeito falar em “colapso do transporte público na cidade”. Com a queda na receita, as empresas alegam não ter condições de cumprir os contratos de concessão. A questão é intrincada. A diminuição de passageiros é um dos argumentos para os consecutivos reajustes da tarifa acima da inflação - o dobro do IPCA em 20 anos. E o alto valor da tarifa, segundo a EPTC, é o principal fator
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que afasta os usuários. Cria-se um ciclo vicioso. Porto Alegre tem a segunda passagem de ônibus mais cara entre as capitais brasileiras. A passagem é cara e o serviço deixa a desejar. Os ônibus atrasam e as empre-
2013
sas muitas vezes não cumprem toda a tabela - mais de cinco mil multas foram geradas às empresas este ano. Recentemente o prefeito Nelson Marchezan afirmou que as empresas entregam no máximo 85% do serviço.
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2017
Para Marchezan, o sistema está falido – não as empresas. Com um serviço caro de baixa qualidade, o transporte coletivo tem dificuldade de competir com outras alternativas, como os aplicativos de transporte individual, o
veí�culo próprio, a bicicleta, a caminhada. Neste cenário, o desafio é atrair de volta o usuário que abandonou o transporte público. Uma força-tarefa da Segurança Pública reduziu os assaltos a ônibus em 42%. Outras medidas de melhoria prometidas pela Prefeitura - como o GPS em toda a frota - ainda não foram efetivadas. A Prefeitura lançou um pacote de sete medidas em relação aos ônibus. Um decreto acabou com a segunda passagem gratuita. Outras medidas, como cortes de isenções, estão na Câmara e serão pauta dos próximos quatro meses. Página central
NOVO IPTU
O que vai mudar
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porto alegre
Qualquer cidadão ou empresa pode pedir autorização para instalar um parklet
(alfa.portoalegre.rs.gov. br/parklets) com as informações gerais: o que é e pra que serve um parklet, manual para implantação e passo a passo de como submeter o projeto. “Os ganhos para a cidade são em embelezamento, em humanização e em
Parece que agora a ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho sai do papel. A alemã Fraport arrematou por R$ 382 milhões a concessão por 25 anos. Um dos compromissos é a ampliação da pista em 920 metros (hoje são 2.280m), prevista para levar cerca de 4 anos. Mas, no meio do caminho, tem uma vila. Para viabilizar a obra, moradores da Vila Nazaré terão que ser retirados. O Demhab deu prazo de dois anos. O empreendimento para onde as famí�lias deveriam ser levadas foi ocupado por outras famí�lias. Em 2010, o projeto justificou centenas de remoções da Vila Dique.
colocar pessoas na rua, o que melhora não só o ambiente e a socialização, mas também a segurança. Cidades que têm pessoas nas ruas são cidades mais seguras e que incentivam o comércio.” No Brasil, diversas capitais já aderiram, como
Primavera fora de época Paisagem primaveril em pleno inverno de Porto Alegre. Os ipês roxos estão todos floridos. ‘Enganados’, por uma sequência de dias quentes fora de época, os ipês florescem antes da hora.
Vai fazer aniversário O poste da imagem ao lado, que está localizado na rua José Bonifácio, caiu, foi remendado, mas já traz preocupação novamente. Moradores e comerciantes da região já fizeram solicitações à Prefeitura. No dia 17 de agosto ele completa um ano nesta situação.
Projeto retirado
Na edição de julho do JÁ� , publicamos uma matéria sobre projeto que restringia a criação de ciclovias em Porto Alegre. O projeto que alterava o Plano Diretor Cicloviário era de 2014 e estava apto a ser votado. O autor, vereador João Carlos Nedel (PP), retirou a proposta.
Expediente
Desde
1985 porto alegre
Redação: Av. Borges de Medeiros, 915, conj. 203, Centro Histórico CEP 90020-025 - PoA/RS Edição fechada às 19h do dia 9 de agosto de 2017
O Jornal Já Porto Alegre é uma publicação da Jornal Já Editora Editor responsável: Elmar Bones Editor: Matheus Chaparini Reportagem: Cleber Dioni Tentardini, Felipe Uhr, Higino Barros, Patrícia Marini e Tiago Baltz Fotografia: Arquivo Jornal JÁ, Matheus Chaparini, Ricardo Stricher, CMPA, PMPA Edição de arte: CF Design de Com.
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Uma vila no meio do caminho
Fotos: Jornal JÁ
Porto Alegre vai passar a contar com áreas de conví�vios, em lugar de vagas de estacionamento. O prefeito Nelson Marchezan Júnior assinou um decreto que regulamenta a implantação de parklets. São espécies de mini parques, que ocupam o local de vagas para carros, com jardins, bancos, mesas, paraciclos, etc. Qualquer cidadão ou empresa pode encaminhar um pedido para montar um parklet, que deve ser instalado em vias com velocidade máxima até 40km/h, ocupar área de no máximo duas vagas de estacionamento e ser de acesso público. No site da Prefeitura, foi criada uma página
Divulgação
No lugar de carros, áreas de convívio São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Fortaleza e Rio Branco. No Rio Grande do Sul, o primeiro exemplo é do municí�pio de Canoas, que começou a criar parklets no centro da cidade em 2014. Em 2016, a cidade de Caxias do Sul inaugurou na área central. No ano passado, a Câmara Municipal de Porto Alegre rejeitou projeto do vereador Marcelo Sgarbossa (PT) que propunha a criação de parklets. Desde 2013, a extinta Secretaria Municipal de Urbanismo vinha tratando do tema. A gestão Fortunati prometeu edital para 2015, depois para 2016. Agora, Marchezan fez o projeto andar.
Catadores ganham tempo
A Câmara derrubou o veto do prefeito Marchezan ao projeto que estende a permissão para carrinhos de catadores circularem. A decisão foi unânime. Com a derrubada do veto, os carrinhos puxados a tração humana seguem circulando até 2020. “Eles prestam um serviço ambiental para cidade e não podem ser criminalizados”, argumentou o autor da proposta, vereador Marcelo Sgarbossa (PT).
AGOSTO de 2017
Nota do Editor Leal e valerosa
Começa neste 10 de agosto, a ocupação do Parque de Exposições José Terra Machado, o “gauchódromo”, onde se concentram, na Capital, as comemorações da Semana Farroupilha, esta “semana da pátria” que mobiliza com desfiles, festas e eventos folclóricos todo o Rio Grande do Sul. No fim de semana começam as atividades, com o acendimento da “Chama Crioula”, que percorre os acampamentos e chega até o Palácio Piratini. Os gaúchos foram derrotados na Revolução Farroupilha, a guerra que sustentaram contra o império de Pedro II, no século XIX. Durante quase um século a “revolução” foi assunto ridicularizado ou maldito. Até que, nas primeiras décadas do século XX, escritores e ativistas culturais começaram a reabilitar uma outra versão - a revolução pioneira dos ideais republicanos, expressão da bravura dos riograndenses. Desde então, misturando fatos reais e versões idealizadas, com interesses comerciais a “epopeia dos farrapos” se consolida como repositório das virtudes da “história gaúcha” e ampliando para todo o Estado, que abriga 19 etnias, uma “cultura” com fundamento nas grandes propriedades de gado. Mais grave de tudo é a transformação de Porto Alegre numa “capital farroupilha”, clamorosa traição à memória da cidade que foi o principal baluarte da resistência aos rebeldes, que uma vez expulsos não mais conseguiram retomá-la. O que rendeu à cidade o títuto imperial de “leal e valerosa“.
Encrenca na Cidade Baixa
Na madrugada de 16 de julho, a Brigada Militar usou bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para dispersar os frequentadores da rua João Alfredo. Um grupo de moradores colocou faixas em apoio à ação da BM. Também surgiram cartazes defendendo a ocupação do espaço púbico e criticando a “polí�tica higienista.” E o tema foi parar em todos os jornais. A encrenca é antiga. Na edição de junho do JÁ� , publicamos uma reportagem sobre o conflito histórico entre quem quer dormir e quem quer se divertir na Cidade Baixa. Está disponí�vel no jornalja.com.br.
ERRATA
Na edição de julho do JÁ Porto Alegre, publicamos uma entrevista com o presidente da Fundação Piratini, Orestes de Andrade Júnior (página 6), continha uma incorreção. O título correto da matéria é: “Tem sentido botar dinheiro público em rádio para elite?”. O título foi publicado sem o ponto de interrogação.
Novo IPTU
cálculo do Imposto
Com revisão da planta, imposto vai aumentar de 30% a 50% até 2020
A
Relacionamento com a comunidade
denciais; e o fim de isenções em determinados casos. “Mas para não impactar os contribuintes, vamos formalizar uma proposta com aumento progressivo e buscar uma justiça social, imóveis de valores semelhantes terão IPTU semelhantes”, afirma o secretário Leonardo Busatto. No primeiro ponto, a ideia é compensar os 26 anos sem que os valores dos imóveis fossem revistos. Estima-se que, em alguns casos, o preço de mercado esteja até 600% maior do que consta na Planta de Valores, base para calcular o IPTU. O aumento médio no valor dos imóveis deve ficar em 30%, podendo chegar a 50%. Mas ainda é possí�vel que o imposto caia para alguns
Divulgação/Andrei
Aumento será progressivo inda em agosto o prefeito Marchezan Júnior encaminha à Câmara de Vereadores mais uma proposta que mexe com a vida de todos os portoalegrenses. Com uma defasagem de mais de duas décadas, vem aí� a revisão do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Se aprovada a revisão, o valor do imposto aumentará de forma escalonada até 2020 em média 30%, podendo chegar até a 50%. O estudo está praticamente concluí�do pela Secretária da Fazenda e nos próximos dias será analisado por Marchezan. Há três mudanças fundamentais: a revisão e atualização do valor “venal” dos imóveis; a implantação de faixas nas alí�quotas de imóveis resi-
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porto alegre
AGOSTO de 2017
Como é hoje
Em imóveis residenciais incide uma alíquota de 0,85% sobre o valor “venal”. Uma casa com valor venal de R$ 100 mil paga R$ 850 de IPTU. Nova proposta
• Atualização completa da Planta de Valores em Porto Alegre (revisão de todos os valores venais);
• Novas
faixas de alíquotas. Hoje, existe apenas uma para imóveis residências (0,85%) e uma para imóveis não residenciais (1,10%).
• Revisão das isenções. Clubes esPorto Alegre tem o IPTU mais defasado entre as capitais brasileiras
imóveis que tenham, sofrido desvalorização. A proposta ainda deve acrescentar que os valores venais sejam revistos a cada quatro anos. Deverão ser estipulados ao menos cinco faixas de alí�quotas. Hoje, independentemente do valor do imóvel residencial, o í�ndice é de 0,85%. A ideia é que imóveis mais valorizados paguem í�ndices maiores. Por fim, será proposto ainda o cancelamento
de isenções como, por exemplo, as que beneficiam clubes esportivos, que passariam a pagar o IPTU.
R$ 135 milhões a mais
Um estudo do economista Antônio Albano de Freitas, da Fundação de Economia e Estatí�stica (FEE), constatou que Porto Alegre é a capital com maior defasagem no IPTU. O tributo já foi 29,91% da receita tributária, em 1997.
portivos, por exemplo, podem perder o beneficio. Vinte anos depois, representa só 19,95%. Na época, era 0,79% do PIB municipal, hoje é apenas 0,55%. Com a renovação dos valores, a Prefeitura pretende em três anos ter no mí�nimo um acréscimo de R$ 135 milhões na arrecadação anual, que gira em torno de R$ 500 milhões. Para que os novos valores passem a valer em 2018, a Câmara precisa votar o projeto antes do final de setembro.
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Geração de empregos
4 Colapso no transporte
Menos isenções, mais aumento Medidas beneficiam empresas de ônibus e não criam atrativo ao usuário
As propostas da Prefeitura
eia passagem apenas para • Reduz de 8 para 4 viagens di• Mestudantes com renda familiar árias para passageiros isentos de até três salários mínimos. Fim do benefício para os professores Retirada da isenção de pessoas entre 60 e 64 anos. Não atinge quem já tem o benefício Fim da obrigatoriedade de cobradores entre as 22h e as 4h, aos domingos, feriados e dias de passe livre Aumenta o tempo de uso dos ônibus de 10 para 12 anos (13 anos para veículos articulados)
O
s ônibus em Porto Alegre perderam 22 milhões de passageiros no ano passado. Para este ano, a estimativa é de que o sistema perca mais 11,5% de passageiros. São pessoas que perderam o emprego ou que simplesmente não conseguem mais pagar os R$ 4,05 da passagem. Para as empresas que operam o sistema, segundo elas informam, é um prejuí�zo que superou os R$ 100 milhões desde o ano passado. É� a conta da crise e do desemprego, que chega para todos. A situação dos usuários que perderam o ônibus não motivou até agora nenhuma iniciativa importante da Prefeitura. Mas a perspectiva de
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por serem portadores de deficiência, portadores do virus da AIDS, e crianças e adolescente vinculados à FASC; Reduz de 8 para 6 as viagens das pessoas acima de 65 anos
e guardas munici• Bpaisrigadianos terão de apresentar car-
No horário de pico, ônibus com espaços vazios chegando ao centro, trânsito caótico pela quantid
um “colapso financeiro” nas concessionárias do transporte público deu origem a medidas emergenciais. Seis projetos chegaram à Câmara Municipal no final de julho, antes mesmo que terminasse o recesso dos vereadores. Eles cortam benefí�cios dos usuários e aliviam custos das empresas, como o aumento da vida útil dos ônibus
e o fim da obrigatoriedade do cobrador. Com um decreto, o prefeito retirou a gratuidade da segunda passagem, que vigorava desde 2011. O trabalhador que precisa tomar dois ônibus para chegar ao serviço terá um aumento de 50% na sua passagem. Segundo a EPTC, eles representam 13% dos usuários.
O transporte público em Porto Alegre é um serviço caro e ruim. Este ano, a EPTC já aplicou nas concessionárias mais de cinco mil multas por descumprimento de requisitos contratuais, como atrasos nos ônibus e realização de menos viagens que o previsto. As propostas da Prefeitura para “evitar o colapso” reduzem as isenções para idosos, estudantes, professores e portadores de necessidades especiais e de doenças crônicas. O fim da obrigatoriedade dos cobradores e o aumento do tempo de uso dos veí�culos também estão entre as propostas.
Mesmo que todas as propostas sejam aprovadas, a empresa pública afirma que a passagem deve subir para R$ 4,40 no próximo ano. Se não forem aprovadas, a estimativa é de ônibus a R$ 4,61 em 2018. Inicialmente, a EPTC justificou que os projetos representariam uma economia de R$ 0,78 anuais e que, no melhor dos cenários, a passagem não iria subir.
Uma semana depois, a Administração recuou e mudou os cálculos: a economia é de apenas R$ 0,39. Atualmente Porto Alegre é a segunda Capital com passagem mais cara – atrás de Curitiba, com R$ 4,25 – e também a segunda com maior percentual de isenções - 35%, atrás apenas de São Paulo, com 51%. O diretor-presidente da EPTC, Marcelo Soletti, não
garante que o corte das isenções reflita em redução da passagem. “O que podemos garantir é que se tirar, o impacto será menor.” Soletti faz um paralelo entre o advento da gratuidade da segunda passagem, em 2011, com os prejuí�zos acumulados pela Carris, que remetem ao mesmo ano. Para seu antecessor, Vanderlei Cappellari, o argumento não é válido. “Isso não existe!
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tão de isenção
•
O fim da segunda passagem gratuita foi instituído através de decreto e passa a valer no final de agosto
Marchezan 4 meses par
Os projetos enviados pela serão debatidos ao longo do quatro meses. O prefeito conc a suspensão da tramitação apó do do lí�der do governo, o verea Janta (SDD), que havia criticad das e a falta de diálogo prévi missão Especial com doze ver debater as mudanças nas isenç O recuo do governo também da estratégica para evitar uma da base de governo e a perda d No primeiro semestre, o prefei Legislativo, o que significa, na p
Dilvulgação/DetranRS
Mesmo com os cortes, passagem vai subir acima da inflaç
+ a Lei
Marcelo Soletti: passagem vai subir
A segunda passagem está prevista no valor da tarifa.” A gratuidade da segunda passagem foi uma bandeira defendida por Cappellari na EPTC. Em relação ao corte de isenções, sua posição coincide com a atual gestão. “Tem muita injustiça no sistema, temos que corrigi-las.” Já o economista André Augustin, da FEE, tem uma leitura mais crí�tica sobre as
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porto alegre
AGOSTO de 2017
Foto: Brayan Martins/ PMPA
Vereadores pedem inspeção especial ao Ministério Público Um grupo de 16 vereadores pediu inspeção especial do transporte público de Porto Alegre, em função do decreto da segunda passagem. O pedido foi encaminhado ao promotor do Ministério Público de Contas, Geraldo Da Camino. Os vereadores argumentam que a medida fere a isonomia do sistema, não garantindo direitos iguais aos usuários e penalizando aqueles que não têm um linha linha direta para seu trajeto normal. Outro argumento é que o decreto fere a concorrência pública do transporte público que prevê que a “criação ou extinção de isenções, gratuidades ou outros benefí�cios dados aos usuários deveria ser remetido a recalculo tarifário.” A iniciativa partiu da lí�der da oposição, vereadora Fernanda Melchionna (PSOL). Além dos sete vereadores da bancada de oposição, assinaram o pedido vereadores do PDT, PSB, PMDB, PSD, DEM e até do PP, partido do vice-prefeito.
EPTC previa queda de R$ 1,40 no valor da tarifa sem as isenções
No site da empresa, está disponí�vel um parecer técnico com a estimativa de redução da passagem em até R$ 1,40, em caso de extinção de todas as gratuidades. Neste caso a passagem chegaria a R$ 2,65, uma redução de 34,5%. O documento assinado pelo coordenador de Regulação de Transportes, Márcio Saueressig, foi divulgado em março, após o pedido de reajuste feito pela sindicato das empresas de ônibus. Somente com o corte de isenções proposta pelo governo, a tabela aponta uma redução de mais de R$ 0,50. Entretanto, agora, a empresa pública prevê que, mesmo aprovados os projetos, a passagem vai subir.
dade de carros
a Prefeitura os próximos cordou com ós um pediador Clàudio do as mediio. Uma Coreadores irá ções. m é uma jogaa debandada Vereador Clàudio Janta de apoio para outros projetos. ito só foi derrotado uma vez no prática, a maioria a seu favor.
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Passagem sobe mais que a inflação há duas décadas
Estamos em agosto e a EPTC já prevê passagens a R$ 4,61 em 2018, caso o sistema se mantenha como está, sem a retirada das isenções. O valor representa um aumento de 56 centavos ou 13,8%. No perí�odo de 23 anos, superou em quase o dobro o í�ndice da inflação. Os dados são do economista da FEE (Fundação de Economia e Estatí�stica), André Augustin. Neste perí�odo, o IPCA foi de 421,40% enquanto os reajustes acumularam 913,51%.
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medidas. Para Augustin, “a Prefeitura está se esforçando para falir o sistema.” O economista afirma que o corte de isenções vai fazer cair ainda mais o número de passageiros pagantes. Ele defende que as empresas contribuam para o equilí�brio do sistema. “A Prefeitura poderia auditar as empresas e não aceitar que elas apresentem nota fiscal de combustí�vel acima do valor de mercado.”
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GPS: R$ 12 milhões em jogo Uma das melhorias defendidas pela gestão é a implantação do sistema de GPS na frota de ônibus. Está em jogo um contrato estimado entre R$ 9 milhões e R$ 12 milhões. Atualmente, o sistema é testado nas linhas T1 e T12 da Carris. A empresa que faz os testes é a Safeconecta, que tem entre seus sócios Michel Costa, que é também presidente do Conselho de Administra-
ção da Carris e diretor técnico da Procempa. Durante a campanha eleitoral de 2016, a empresa OWL Gestão e Tecnologia, que depois virou Disruptcode, com Michel entre os sócios, prestou serviços à campanha de Marchezan no valor de R$ 38 mil. A Disruptcode participou também da criação do Banco de Talentos. No dia 17 de agosto, Costa vai à Câmara esclarecer eventual conflito de interesses.
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AGOSTO de 2017
Descompasso no Paço Municipal Projetos alteram Lei Orgânica e permitem parcelamento de salário
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m pacote de medidas enviadas por Marchezan à Câmara aumentou o atrito entre o prefeito e os municipários. As propostas de alteração da Lei Orgânica do Municí�pio e do Estatuto dos Servidores autorizam o parcelamento de salários, retiram a licença-prêmio e mexem com as gratificações dos servidores. No dia 1º de agosto, enquanto o prefeito explicava as medidas em entrevistas no gabinete, servidores municipais lotaram a Praça Montevidéu em frente ao Paço Municipal para protestar. Três mil pessoas participaram, segundo o Simpa (Sindicato dos Municipários de Porto Alegre), que organizou o ato. O Simpa já encaminhou a presidência da Câmara de Vereadores um pedido de audiência pública para discutir os projetos. O prefeito justificou que as medidas são necessárias porque “a Prefeitura está quebrada”. “A
licença prêmio custa R$ 400 milhões a cada cinco anos”, alegou Marchezan. Para o diretor do Simpa, Alberto Terres, o discurso de falência é uma tática. “O prefeito quer desviar a pauta enquanto entrega os serviços públicos para a iniciativa privada.” Para o sindicato, Marchezan elegeu os municipários como inimigos. Para Marchezan, as crí�ticas são de uma oposição partidária de PT e Psol. A relação é conturbada desde o iní�cio da gestão. Em março, quando prefeito e Simpa se reuniram pela primeira vez, a primeira discórdia. Marchezan queria apresentar o fluxo de caixa da Prefeitura. O sindicato queria apresentar a pauta de reivindicações aprovada em assembleia. No fim de maio, servidores lotaram a sessão de votação na Câmara e o prefeito retirou a proposta que acabava com a reposição automática da inflação nos salários. No iní�cio de julho, a vitória foi do governo. Em sessão que teve invasão do plenário e votação a portas fechadas, foi aprovado o aumento de 11% para 14% da contribuição dos servidores para o Previmpa, a previdência municipal.
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Pacote de medidas enviadas à Câmara Projeto de emenda à Lei Or- Projeto de lei complementar 11/2017 altera o Esgânica do Município 8/2017 tatuto dos Funcionários Públicos, modificando o realtera a forma de pagamento gime de trabalho e gratificações: A gratificação por tempo de serviço, que hoje é de de salários e pensões: Autoriza parcelamento 5% a cada três anos de trabalho passa a ser de 3% a Muda a data de pagamencada cinco anos, e fica limitada a oito gratificações. Extingue adicionais por tempo de serviço, de 15% e to do último dia útil do mês 25%. Este benefício será concedido à razão de 1% para o quinto útil do mês seao ano, sendo limitada a 14% aos servidores que guinte Muda o pagamento do 13º completem até 14 anos de serviço até o dia 31 de do dia 20 de dezembro para outubro deste ano, e de 24%, aos que completem o 5º dia útil de janeiro de 16 a 24 anos de serviço até a mesma data. Determina que o regime especial de trabalho terá Projeto de emenda à Lei Orduração de um ano, com possibilidade de renogânica 7/2017 extingue a vação, podendo ser cessado a qualquer momento licença-prêmio dos servidores. pela Administração ou pelo servidor. Ficam asseguradas as licenças Os servidores que cumprem regime especial atujá adquiridas e as relativas ao almente terão que validar a convocação até o dia quinquênio corrente. 1º de novembro.
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aplicação do fundo em 2015 Manutenção, urbanização, reurbanização, revitalização e manejo de Parques, Praças, Jardins, Cemitérios e Arborização Urbana
15% Diagnóstico, Planejamento e Monitoramento Ambiental
65% Largo do Açorianos: obra orçada em R$ 4,7 mi, verbas do fundo
ba que sai do Fumproamb tem de ser autorizada pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam). “Antes, até uma lâmpada era trocada com dinheiro do fundo”, lem-
10% Edital para Projetos Ambientais da Sociedade Civil
10% Outros*
* Outros: Aquisição, melhoria ou implantação de Unidades de Conservação (5%); Despesas Administrativas e Qualificação de Servidores (3%); Ações de Educação Ambiental e Eventos (2%)
bra o ex-secretário da pasta, Beto Moesh. Foi na sua gestão que a lei mudou. Também foi criada uma Câmara Técnica, responsável pelos planos anuais e plurianuais de aplicação.
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Porto Alegre tem hoje R$ 27 milhões (R$ 27.447.298,25) parados no caixa único da Prefeitura, que pertencem ao Fundo Pró Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre (Fumproamb). Os dados são de junho e foram fornecidos pela Secretaria Municipal da Fazenda. Criado na década de 1970, o fundo é um suplemento a projetos, obras, serviços, manutenção de espaços públicos e do ambiente natural. É� composto de 10 tipos de créditos, mas as maiores fatias vêm de compensações ambientais e licenciamentos. Desde 2007 qualquer ver-
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Fundo do meio ambiente tem R$ 27 milhões
Porém, o conselho não se reúne desde dezembro de 2016. Formado por 27 representantes de órgãos públicos e entidades ambientais, em tese, se reúne mensalmente.
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A secretaria não informou quanto foi gasto do Fumproamb em 2016, mas sabe-se que saiu do fundo o recurso para as obras do Largo dos Açorianos. Para 2017 ainda não foram discutidas as diretrizes gerais. O coordenador do Ingá (Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais), Paulo Brack, lamenta: “A Secretaria ficou sem titular por 6 meses, somente agora está se formando um Conselho. Temos demandas urgentes”. A reportagem procurou o secretário do Meio Ambiente Maurí�cio Fernandes, mas não recebeu retorno.
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Reprodução /Globo Esporte
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azia frio naquele domingo do inverno portoalegrense de 1910. As sessões esportivas dos jornais destacavam os páreos do turfe no Hipódromo do Moinhos de Vento. No Campo do Militar, na várzea, onde hoje fica o Parque da Redenção, se enfrentavam duas equipes no esporte que começava a ganhar espaço na cidade. Era a segunda edição de um embate que já se anunciava um clássico: Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e Sport Club Internacional. O Grêmio vinha embalado de duas goleadas - 8x0 e 7x1 - sobre o 7 de Setembro. O Inter vinha treinando forte para a possibilidade de uma revanche. O primeiro jogo entre as duas equipes havia sido um ano antes. O recém surgido Internacional, criado pelos irmãos Poppe, jovens comerciantes paulistas, havia desafiado o já experiente Grêmio. Criado em 1903, simultaneamente ao Fussball Club Porto Alegre, o Grêmio era dos precursores do esporte na Capital gaúcha. A direção gremista oferecera o segundo time. Os colorados não aceitaram, exigiam o escrete principal. Jogaram. E o Grêmio ganhou de 10 a 0. O primeiro grenal foi seguido de confraternização com baile e cervejada noite adentro. Entretanto, no dia 18 de julho de 1909, o Correio do Povo trazia uma advertência aos espectadores. “Afim de evitar factos desagradáveis”, o jornal aconselhava que os espectadores
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O segundo grenal da história (e), o campeão de 1910, Militar Foot-Ball Club, enfrentando o Grêmio (alto) e o velho Casarão da Várzea
não se pronunciassem “em favor de um ou de outro team”. Relatava no domingo anterior ter havido ”lamentável incidente” entre um dos juí�zes e um grupo de assistentes, onde foram ouvidas “phrases pouco gentis”. E pedia moderação, visto o “grande numero de senhoras e senhoritas.” Nos dias anteriores à revanche, o atleta colorado Antenor Lemos andava garganteando nas rodas de conversa na Choperia Bopp, na praça da Alfândega. Bradava que era chegada a hora do troco. O escrete gremista vinha a campo com Teichmann; De-
ppermann, Marteu, Bento, Sommer, Mostardeiro, Geyer, Moreira, Booth, Grünewald e Mostardeiro I. Do lado colorado, jogavam: Lindemayer; Mendonça, Volksmann, Vinholes II, Kluwe, Lemos, Poppe I, Galvão, Gafrê, Chaves e Vinholes. O árbitro da partida era Theobaldo Förnges. E o Grêmio ganhou por cinco a zero. Gols de Mostardeiro, Booth (2), Geyer e Moreira. No segundo grenal já teve confusão. Lá pelas tantas do segundo tempo, o atleta gremista Edgard Booth recebeu no meio de campo, driblou
toda a defesa colorada e foi parado a botinada pelo zagueiro Volksmann. Fechou o tempo e a partida quase foi encerrada a pau. O jogo valia pela primeira edição do campeonato da cidade de 1910, contando com sete equipes: 7 de Setembro, Fussball Club Porto Alegre, Frisch Auf, Militar, Nacional (de Santa Catarina), Grêmio e Internacional. O futebol começava a crescer em Porto Alegre e cair na graça do público. Nestes primeiros grenais já se estima um público de cerca de duas mil almas. O esporte ganhava também algum espaço na
imprensa. Muitos dos jogos eram disputados no Campo do Militar, na Várzea. O Militar Foot-Ball Club, campeão daquele ano, era formado por alunos da Escola de Guerra - localizada no Casarão da Várzea, atual Colégio Militar. O campo ficava em frente ao Casarão, onde hoje passa a avenida José Bonifácio. Em 1909, época da criação do Sport Club Internacional, surgiam outros clubes dedicados ao “sport inglez”. No dia 15 de setembro, foi notí�cia a criação do Foot-ball Club Theresópolis. No dia 30 do mesmo mês, o Correio do Povo noticiava a criação do Centro Sportivo Operário, fundado por “um grupo de obreiros”. “A primeira de suas secções de sport a inaugurar-se, será a do foot-ball visto ser o mais preferido pela sociedade porto-alegrense.” Embora se acredite que o grenal número 2 tenha sido jogado na Redenção, há controvérsias em relação ao local. O Campo da Redenção é o local apontado no livro “A História dos Grenais”, de David Coimbra e Nico Noronha e no especial “Todos os Grenais da História”, realizado pelo jornal Zero Hora. Entretanto, há fontes que apontam que a partida tenha sido jogada no Moinhos de Vento, no campo do Grêmio. Em “O FOOT-BALL DE TODOS: Uma história social do futebol em Porto Alegre, 1903 - 1918” dissertação de mestrado defendida por Ricardo Santos Soares na PUC-RS em 2014, há uma tabela, elaborada a partir de jornais da época, que traz esta informação.
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porto alegre
A velha gaita de oito baixos
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m instrumento primitivo dos gaúchos, que estava quase extinto, vai abrir as portas da feira que mostra os avanços da pecuária e da agricultura. Um concerto de gaita de oito baixos vai inaugurar a Expointer, em Esteio, no final de agosto. Essa ponte entre o passado e o futuro, entre a economia e a cultura, é obra do músico Renato Borghetti, o Borghettinho. A “orquestra” que vai abrir a Expointer será composta por 40 gaiteiros mirins formados na Fábrica de Gaiteiros, projeto concebido e dirigido por ele. O projeto está completando cinco anos. Foi urdido nas andanças do músico. Com uma carreira artí�stica internacional alicerçada na gaita, que aprendeu a tocar aos 13 anos, Borghetti se deu conta de que o instrumento estava desaparecendo. O Rio Grande do Sul, que já tivera vinte fábricas de gaita, via as últimas fecharem as portas. Em consequência disso, quem se interessava pelo instrumento tinha que pagar bem caro. Desapareceriam a gaita e os gaiteiros e, com ambos, todo um conhecimento e uma referência cultural que
Coompor 30 anos
Fotos: Divulgação/FG
Quarenta gaiteiros formados por Borghetti sobem ao palco da Expointer
A produção é artesanal: “Nunca uma gaita sai igual à outra”, diz Borghettinho (ao centro).
a sonoridade da velha gaita - de botão, de oito baixos ou diatônica - contém. Esse quadro inspirou o projeto. Quando ele começou com sua Fábrica de Gaiteiros já não havia nenhuma gaita sendo produzida no paí�s. Foi bem difí�cil encontrar não só mestres e artesãos para iniciar a produção dos instrumentos. Também eram escassos os professores capazes de ministrar um curso para dar formação básica a um instrumentista. O projeto de Borghetti não teria passado de uma boa ideia se ele não tivesse encontrado o executivo Walter Lí�dio, presidente da CMPC.
Madeira de eucalipto é uma espécie especial, que vem do Sul da Bahia e recebe um tratamento para não empenar
A indústria de celulose instalada em Guaiba é vizinha da Barra do Ribeiro, onde a famí�lia Borghetti tem um empreendimento turí�stico. Não
foi difí�cil apresentar o projeto. Um dos orgulhos de Lí�dio é o bom relacionamento que a empresa mantém com as comunidades de seu entorno.
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Ele percebeu o alcance cultural do projeto de Borghetti e fez uma exigência apenas: que se usasse madeira de eucalipto para a fabricação das gaitas. Foi preciso pesquisar para achar, no Sul da Bahia, um tipo de eucalipto cuja madeira não empena quando cortada em lâminas. Com o apoio da empresa, que banca o custo de produção das gaitas e paga os professores, as aulas puderam começar, quando a escola estadual Augusto Meyer, em Guaí�ba cedeu um espaço. Hoje, são oito escolas em sete cidades, com mais de 200 alunos de 7 a 15 anos de idade, e tem fila para entrar nos cursos. Mais de 500 alunos passaram pelos cursos nestes cinco anos e, segundo Borghetti, dá para tirar uma centena que “só com a gaita garante um baile”. Os 40 que vão tocar na Expointer saem desse time. A fábrica, na Barra do Ribeiro, trabalha em função da demanda das escolas. As escolas abrem inscrições e fazem uma seleção. A Prefeitura dá o local, o Instituto Renato Borghetti fornece os instrumentos e o professor. Um novo apoiador acaba de se engajar no projeto. A Thyssen, empresa alemã de elevadores instalada em Guaí�ba, vai patrocinar o projeto. O apoio vai permitir a instalação do primeiro curso em Santa Catarina, em Lajes, em parceria com o SESC.
O ano de 1987 foi complicado para a população brasileira: governo Sarney, Plano Cruzado fracassado e inflação nas alturas. A área cultural passa por grandes transformações também. A indústria fonográfica brasileira aposta suas fichas no rock brazuca. Parte significativa da produção musical gaúcha, sem acesso às grandes gravadoras, funda a Cooperativa Mista de Compositores de Porto Alegre (Coompor). 2017 marca os 30 anos dessa iniciativa e a reunião desse grupo de artistas em torno de uma causa nobre. Prestar um tributo ao músico Pery Souza, trabalho gravado em ví�deo e que será
disponibilizado no site do JÁ� Porto Alegre durante os meses de agosto e setembro. O primeiro presidente da Coompor, Nélson Coelho de Castro, diz que a entidade teve como inspiração a Cooperativa de Jornalistas de Porto Alegre (Coojornal). “Durante dez anos a Coompor produziu e promoveu dezenas de eventos. Foram espetáculos, cursos, oficinas e outras atividades artí�sticas de todos os gêneros. Um dos mais marcantes foi o disco Coompor canta Lupi, uma grande reunião que fizemos em torno da obra de Lupicí�nio Rodrigues”. Foi tamanha a efervescência de suas atuações que a Coompor se tornou um em-
Simone Schlindwein
Músicos gaúchos homenageiam Pery Souza
Vídeo da apresentação que reuniu dezenas de músicos será disponibilizado no site do JÁ
preendimento de sucesso influenciando e estimulando o cenário cultural da época. Um dos músicos fundadores da Coompor, Raul Elwanger explica que foi inspirado na homenagem a Lupicí�cio
Rodrigues, que eles resolveram fazer agora um tributo a Pery Souza. A ideia teve a adesão imediata de músicos da extinta Coompor (como Bebeto Alves, Claudio Levitan, Gelson Oliveira, Pedrinho
Figueiredo, entre outros), de músicos que trabalham com Pery e da famí�lia Ramil, parentes de Pery. “O bacana da história agora é que ela oportunizou, como foi no passado, a junção de músicos já estabelecidos com os novos. E mostra que dá para fazer as coisas acontecerem, mesmos nos difí�ceis tempos de hoje”, explica Elwanger. Os 15 ví�deos com as apresentações dos músicos de Coompor canta Pery, foram gravados durante espetáculo realizado no teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa, no dia 13 de julho. Os ví�deos serão disponibilizados no site do JÁ� e no canal do youtube.