Jornal Laboratório | Universidade Federal do Espírito Santo | N. 88 | 24 de maio de 2018
Chá de panela, não. Dia das mães!
Intrínseco à cultura da sociedade brasileira, o sexismo influencia até mesmo na escolha das compras de Dia das Mães. > 4 e 5
Política
A Cultura da Pedofilia Ausência de pelos, corpos infantilizados, pele macia, cabelos sedosos, rosto liso. Autores relacionam essas imposições estéticas ao crime da pedofilia. > 6
Cultura
Cinema no ES sofre com pouco financiamento Custo para produzir filmes capixabas não é alto, mas acesso a incentivo ainda é difícil. > 9
Esporte
Foto: André Rangel
A luta diária da população trans Uma das maiores dificuldades da população trans é o acesso público à questões básicas, como a medicação e a alteração do nome social. > 3 Foto: André Rangel
Escola Viva mata vagas na educação pública no Espírito Santo > 7 Confira dicas de filmes no Cinentanto > 14
Atletas paralímpicos querem mais apoio Mesmo com uma melhora significativa, ainda faltam barreiras a serem quebradas para que os atletas com deficiência conquistem mais espaço. > 16
Cultura
Sol da Globo não ilumina atores negros Estreia da novela Segundo Sol fomenta a discussão a respeito da escassez de representatividade e marginalização do negro nas telenovelas brasileiras. > 10
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Editorial e Expediente EXPEDIENTE
No Entanto
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EDITORIAL
edição, ARTE E DIAGRAMAÇÃO
Por Gabrielly Minchio
André Rangel Clara Curto Heloísa Bergami Maria Pelição
Vivemos em uma sociedade influenciada por ideais sexistas, onde há a ideia, através de atos e palavras, que um gênero ou sexo está acima do outro. E as mulheres são as personagens que sofrem bastante com esse pensamento discriminatório. O Dia das Mães, comemorado no segundo domingo do mês de Maio, é um período em que é possível analisar o padrão sexista da sociedade em que mães recebem, como forma de homenagem, presentes influenciados por esses ideais. Nesta edição, abordamos este assunto a fim de averiguarmos, através do cenário atual de luta pela igualdade, a tentativa de quebra desse paradigma que é o sexismo. Na onda de lutas contra discriminações ainda existentes, falamos acerca da cultura da pedofilia que perdura em nossa sociedade com certa normalidade prejudicando – física e psicologicamente – crianças e adolescentes que ainda estão em desenvolvimento por conta da, novamente, sociedade machista e sexista em que vivemos. Além dessas abordagens, em conjunto com o dia de luta contra a LGBTfobia, há uma discussão acerca dos direitos dos transexuais. Há, também, a questão da representatividade e marginalização negra na telenovelas e, na edição de esportes, falamos sobre a inclusão no desporto de atletas paralímpicos e da, ainda permanente, falta de apoio, principalmente, financeiro. Não deixem de conferir. Tenham uma boa leitura!
PROJETO GRÁFICO
Pedro Cunha
REDAÇÃO Agnes Gava Bárbara Catharine Bethania Miranda Cássia Rocha Daniel Jacobsen Gabrielly Minchio Isabela Luísa Jonathan Amaro Kennedy Pezzin Laís Santana Larissa Tallon Letícia Soares Pedro Cunha Robson Silva Weslley Vitor
DIGITAL E MÍDIAS SOCIAIS Beatriz Moreira Karla Silveira Milena Costa
COLABORADOR Pedro Melo
Turma de Jornalismo 2017/1
NoE nas redes https://jornalnoentanto.wordpress.com
PROFESSORA orientadora Ruth Reis (MTB 256/ES)
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NoEntanto Jornal laboratório do curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Produzido pelo alunos do terceiro período. Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras | Vitória, ES Email: noentanto.ufes@gmail.com Telefone: (27) 4009-2603
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@noentantojornal
Política
No Entanto Quinta-feira, 24 de maio 2018
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A luta diária da população trans Uma das maiores dificuldades é o acesso público à questões básicas, como a medicação e a alteração do nome social. Por Bárbara Catharine
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Brasil é o país que mais assassina transexual e o maior consumidor de pornô transexual do mundo, segundo a ONG Transgender Europe (TGEu). Essa contradição não contribui para a redução da mortalidade e marginalização desse grupo, que tem expectativa de vida de 35 anos de idade, de acordo com dados da União Nacional LGBT. Renata Borges Branco, estudante de Engenharia Têxtil da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e mulher transexual, explica que o maior avanço no reconhecimento de uma pessoa trans está na mudança do nome de nascimento para o nome social, judicialmente. Além do reconhecimento com o sexo que se identifica, a sociedade costuma aceitar “o que está no papel”, como quando ela foi realizar a prova do Enem e mesmo já usando o nome com que se identificava, teve que utilizar o banheiro masculino, pois não era reconhecida como mulher judicialmente. Renata enfatiza que a alteração do nome social é imNicolas Cruz, homem trans que está passando pelo processo portante devido à identificação transição de gênero. Foto: André Rangel por parte dos meios judiciais em registros e pesquisas sobre agressões e lação trans é o relacionamento com a faassassinatos. Há uma subnotificação de mília e com o mercado de trabalho. Nicocasos do gênero da vítima (muitas vezes las Cruz, 20 anos, homem trans e músico descritos como homem vestido com roupa que passou pela transição recentemente, feminina). conta que, para a mãe entender que ele não No Espírito Santo as dificuldades não se identificava com o gênero que nasceu são diferentes quando o assunto é o acesso foi um processo demorado. “Na verdade aos procedimentos para transição de gê- nunca me reconheci como menina. Desnero, com custos muito altos. O valor da de os sete anos já era uma briga dentro de mastectomia masculinizadora, por exem- casa na hora de sair pra passear, por conplo, chega a R$10 mil, inacessível para a ta da roupa. Comecei a minha transição maioria das pessoas. por conta própria e infelizmente não tive Outra fonte de problemas para a popu- aceitação da família. Agora que já tem al-
guns meses, a minha família tá respeitando mais. Minha mãe, Janine, me chama pelo nome social e tudo mais. Agora tá super de boa! Meus amigos sempre me apoiaram, porém, na infância e na fase de escola sofri muito preconceito!” Sobre os processos e a idade em que começou a fazer a transição ele diz: “Eu comecei o tratamento com 15 anos porém não dei continuidade por falta de condição e, por ser menor, não pude dar entrada no hospital sozinho. A transição é para o resto da vida. Sempre vou ter que tomar o hormônio para me manter. Os custos não são altos, só gasto cerca de R$ 35 a R$ 40 para obter os hormônios na farmácia. Por enquanto, tô tentando regularizar meus ciclos e fazer o acompanhamento com médicos, em vez de fazer por conta própria. Pretendo fazer a mastectomia masculinizadora (retirada dos seios), que fica em cerca de R$ 7 mil a R$ 10 mil (particular) porque ainda é muito difícil o acesso dessa cirurgia pelo SUS. Não tenho muito problema quanto à infraestrutura de para pessoas trans aqui no estado, mas poderiam ser órgãos mais amplos e mais divulgados”. Nicolas considera que a justiça não é ágil em relação à mudança de nome, sendo necessária a comprovação por meio de vários laudos e documentos para efetuar a troca sem problemas. Já Renata diz que o processo ganhou mais velocidade a partir de 2012, quando o governo implantou políticas contra a homofobia. Ela alega que muitas vezes o apoio que o trans não recebe em casa, encontra nos amigos e nas pessoas que o ajudam a superar dia após dia o preconceito.
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Capa
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Vera Oliveira, 43 anos: “Tinha que acabar com isso de dar presente pra casa”. Foto: André Rangel
Chá de panela, não. Dia das mães! Intrínseco à cultura da sociedade brasileira, o sexismo influencia até mesmo na escolha das compras de Dia das Mães. Por Agnes Gava
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lgumas mulheres começam a questionar a presença de itens antes comuns nas listas de compras para o Dia das Mães. Produtos para auxiliar em tarefas domésticas e voltados para o cuidado do lar e dos filhos têm aparecido cada vez menos nos pedidos das mães, sendo substituídos por presentes destinados ao seu uso pessoal. Esse questionamento é recente e tem sido construído com base nos discursos de igualdade entre os gêneros, em que se entende que as tarefas do lar devem ser divididas entre os moradores da casa. Contudo, ainda hoje se observa com frequência uma sobrecarga de funções destinadas à mulher - que precisa se preocupar em se inserir no mercado de trabalho e ainda cuidar da casa e dos filhos. Vera Oliveira, de 43 anos, é uma dessas mulheres que critica fortemente o costume de presentear as mães com objetos voltados para o lar: “Tinha que acabar com isso de dar presente pra casa. O dia é da mãe”. Mãe de uma jovem de 20 anos, ela acredita que esse tipo de presente representa um grande machismo, pois parece indicar que a única função possível para uma mãe é dentro de casa. Por isso, para ela, ganhar uma panela seria como se dissessem que ela deve continuar em seu devido lugar. A auxiliar de escrivã ainda dá dicas de
como agradar de verdade nessa data: “Mãe merece uma viagem, um perfume, um dia de spa! Quem não tem condições disso pode fazer algo mais simples, como um café da manhã, um recadinho no espelho escrito de batom...”, diz ela. Culturalmente, porém, a feminilidade esteve sempre relacionada à domesticidade quando criança, a menina recebe uma boneca para cuidar como filha; se aprende a cozinhar, já pode casar; e por aí vai. Existem papéis sociais destinados à figura feminina que se diferem do que se espera dos homens, por exemplo. Esses papéis são baseados nas expectativas da sociedade sexista em que essas mulheres se encontram inseridas. E é possível observar esse sexismo refletido até mesmo na escolha de presentes do Dia das Mães. Nas redes sociais, as discussões sobre o assunto tornam-se mais inflamadas e, este ano, uma postagem no site Twitter chamou a atenção. A crítica de uma jovem àqueles que colocam utensílios domésticos como opções de presente de Dia das Mães já possuía cerca de 42 mil curtidas e 26 mil compartilhamentos - ou retweets para os amantes da rede - até o momento desta reportagem. O tweet fez tanto sucesso que chegou a ser compartilhado pela famosa página Quebrando o Tabu, no Facebook.
A usuária responsável pela postagem é Jéssica Rodrigues Ambrósio, uma empreendedora de 25 anos que sempre acreditou que em datas comemorativas o presente deve ser para a pessoa. Assim, a casa poderia ser equipada com a ajuda de todos durante o ano. Ela conta que viu um texto de uma amiga sobre o tema e resolveu falar da mesma coisa, para ver qual seria a repercussão. Resultado: a ideia deu mais que certo e o tweet viralizou. “Fiquei feliz em ver quantas mulheres não estão aceitando mais essa visão de “dona de casa” que a sociedade ainda tem sobre elas. Apesar de muita gente ter discordado do tweet, acredito que a maioria compartilhava do mesmo pensamento que eu”, relata Jéssica. A professora de Psicologia Social, Gabriela Moura, explica que as crenças e estereótipos que orientam a diferença de tratamento
Capa para homens e mulheres foram historicamente construídos e, por diversos e complexos processos, influenciam nossos comportamentos. “Escolher um presente costuma ser uma prática que se baseia e muito no sexo de quem vamos presentear. Essa discriminação está baseada no estereótipo do que é um presente ideal para homens e do que é um presente ideal para mulheres.”, diz ela. A estudante de Engenharia Florestal, Paula Laviola afirma que não gostaria de ganhar objetos para uso no lar, pois parece algo que “empurra” a mulher para as tarefas domésticas. Mas sua mãe, Regiane Martins Laviola Pedrosa, pensa um pouco diferente. Regiane é professora e supervisora pedagógica e não vê problema em ganhar objetos para o lar nessa data - ela diz não ligar, na verdade, para presentes e prefere passar bons momentos ao lado dos filhos. Existem, sim, mulheres que gostam de receber objetos para seu lar, dependendo de gostos pessoais, de seu histórico e influências, assim como um homem também pode-
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ria gostar do mesmo presente. No entanto, para a professora Gabriela, não é possível separar subjetividade de cultura. A maneira de pensar, agir, as escolhas e preferências pessoais são influenciadas, além de outras coisas, por identidades e papéis de gênero, cultural e historicamente construídos: “O pensamento é social. As decisões são mutuamente constituídas por aspectos individuais mas também por aspectos socioculturais. Não dá para separar o joio do trigo nesse caso, são faces da mesma moeda”. Todos esses aspectos podem ilustrar um pouco os motivos pelos quais os setores mais movimentados pela data, segundo dados da Fecomércio - ES, além de vestuário e perfumaria, são os de eletrodomésticos - enquanto no Dia dos Pais, esse lugar é ocupado pela venda de eletrônicos. Não ignorando o gosto pessoal das mães que preferem receber presentes para casa, é preciso refletir o porquê dos homens não ganharem esses produtos com a mesma frequência.
Sexismo na publicidade “Economia certa para dona de casa e o comerciante”, é o que dizia o outdoor anunciando a inauguração de uma grande loja dos segmentos atacado e varejo em Vitória. Sabendo ou não das intenções do autor de tal anúncio, é possível interpretá-lo em relação à realidade social em que está inserido, já que as tarefas domésticas são designadas na maioria das vezes às mulheres. Após alguns protestos nas redes sociais, as ofertas da empresa passaram a ser anunciadas com o título “Para o pequeno, médio ou grande comerciante ou pra você que quer abastecer sua casa com qualidade e muita economia”. Segundo a professora Janaína Leite, do curso de Publicidade e Propaganda, a publicidade precisa dialogar com o maior número de pessoas dentro de um grupo social e, por isso, ela tende a reproduzir os estereótipos e preconceitos das maiorias, que, no caso do Brasil, são historicamente machistas. Para ela, existe um sexismo gigantesco na publicidade, pois a sociedade brasileira é extremamente sexista. A professora Gabriela Santos Alvez, de Comunicação Social/Audiovisual, estuda questões feministas e diz que este caso do atacado é um exemplo nítido de que a publicidade reflete uma certa demarcação de lugares específicos para homens e mulheres na sociedade, lugares determinados por um sistema cultural que, para ela, seria o patriarcado.
Além disso, ela aponta que existem poucas mulheres ocupando espaços dentro da criação publicitária, o que acaba por causar equívocos e perpetuar discursos estereotipados nas campanhas: “Se eu não tenho pessoas que representam esses grupos, essas minorias, como eu vou ter uma publicidade que as representa?”, questiona. Contudo, Leite observa uma tendência nas campanhas publicitárias atuais, reflexo de um movimento de mudança social, de representação do papel desempenhado pelas mulheres - há a migração da mulher-objeto ou mãe/dona de casa, para a mulher que trabalha, estuda, que sai, por exemplo. Mas essa mudança ainda é muito gradual. Entendendo o sexismo
O sexismo é compreendido como a teoria que defende a superioridade de um gênero em detrimento de outro, gerando atos discriminatórios baseados em critérios ligados ao sexo ou gênero de uma pessoa. É mais comumente documentado por mulheres, ao denunciarem comportamentos machistas e misóginos. Essas crenças podem se expressar de diversas maneiras, como em estereótipos, papéis sociais diferenciados e determinação de condutas morais para cada gênero ou, sendo levado ao extremo, em assédio e violência, por exemplo.
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O Dia das Mães deste ano movimentou o comércio nacional Perdendo apenas para o Natal, o Dia das Mães é considerada a segunda data comemorativa mais importante para o comércio capixaba. A previsão da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES) é de que tenha havido um crescimento de 4% nas vendas do comércio capixaba deste ano em relação ao mesmo período de 2017. Devido à grande carga emotiva que a data carrega, é muito difícil que as pessoas deixem que ela passe em branco, buscando sempre presentear de alguma forma. Segundo dados da Fecomércio-ES, nos últimos cinco anos, os segmentos que registraram os melhores números em vendas nessa época são os de vestuário, calçados, bijuterias e acessórios, perfumaria, cosméticos, eletrodomésticos, móveis, eletroeletrônicos e telefonia celular. No cenário nacional, o comércio também apresentou um desempenho melhor do que o do ano passado. Na semana que antecedeu a data comemorativa, a Serasa registrou um aumento de 5,7% no volume total de vendas - crescimento notável, tendo em vista os dois anos de queda consecutivos, em 2015 e 2016. O segmento de comércio digital (e-commerce) faturou sozinho cerca de R$ 2,11 bilhões no Dia das Mães deste ano. De acordo com um levantamento da Ebit - empresa referência em dados sobre o comércio eletrônico no Brasil -, este faturamento representou uma alta de 12%, tanto em relação ao total de vendas quanto ao preço médio dos produtos comprados, que neste ano foi de R$459,00. O ranking a seguir apresenta quais foram os presentes mais comprados em plataformas digitais no período de Dia das Mães deste ano. É possível observar que quatro dos dez itens listados são produtos voltados para o uso no lar, mas que já existe uma preferência pela compra de presentes mais pessoais ou que podem ter uso profissional, pelo menos no que diz respeito ao comércio online.
(
PRESENTES MAIS COMPRADOS NO E-COMERCE NO DIA DAS MÃES 2018 Fonte: Ebit Informações
CELULAR E SMARTPHONE
1° 2° 3°
7°
PERFUMES
4° 5°
TV
6°
LIVROS FOGÃO
MÁQUINA DE LAVAR ROUPAS
GELADEIRA/ REFRIGERADOR
8° 9°
NOTEBOOK TÊNIS
10°
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CAFETEIRA
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Cidades
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Cena do filme “Lolita”, do diretor Adrian Lyne, que aborda pedofilia.
A Cultura da Pedofilia Ausência de pelos, corpos infantilizados, pele macia, cabelos sedosos, rosto liso. Autores relacionam essas imposições estéticas ao crime da pedofilia. Por Laís Santana
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m 2015, a pequena Valentina Shulz participava do programa culinário Master Chef Júnior. Então com 12 anos, passou a ser um dos assuntos mais comentados na íntegra após se tornar alvo de comentários sexistas e pedófilos no Twitter:
“ “ “
A culpa da pedofilia é dessa molecada (sic) gostosa!” (@Kemper_Guedes). tanta comida nesse master chef e tanta menina nova também eu fico na dúvida do que comer” (@jefreymendes). tem 12 anos acho que já aguenta fazer um filme pornô” (usuário desconhecido). Um ano depois, sob uma foto de divulgação para um vídeo culinário, voltam os comentários:
“ “
Olha, os peitos já estão grandinhos, hein! Você está crescendo. Lindona!”. Qual é a tua idade, lindinha?”
A funkeira mirim Melody também acumula comentários pedófilos no Facebook. Chamada constantemente de “gostosa”, a garota de 11 anos já é referida como culpada pelo assédio em comentários. Com a apresentadora Maísa Silva, 15 anos, também não é diferente, sendo sensivelmente afetada por comentários como:
“
pena que ainda a vejo como criança, se não...” (@ueliton_quenedi).
Sutilezas Alguns autores que têm se dedicado ao tema da pedofilia a identificam em manifestações subterrâneas e sutis. Procedimentos estéticos em busca de um visual infantil são apontados pela escritora norte americana Alicen Grey como indícios de incentivo à pedofilia. “Na cultura pedófila, as mulheres devem manter um nível quase impossível de magreza, pré-púberes em sua quase-andrógina falta de curvatura e gordura corporal”, afirmou no portal ativista Feministcurrent. Além desta imposição, Grey ressalta a pressão para a mulher ter a virilha, a axila e outros membros depilados. Ela também destaca o foco na mulher da indústria cosmética responsável pela venda de produtos antienvelhecimento, cicatrização de rugas, correção de qualquer denúncia de idade não juvenil. Enquanto o homem recebe elogios por expor fios de cabelo brancos, a mulher deve esconder qualquer prova do envelhecimento. Mais que isso, a companheira mais alta que o companheiro em casais heteroafetivos é estranhada e julgada com maus olhos, da mesma forma que em relacionamentos nos quais a moça é mais velha do que o rapaz. Acredita-se que a atração majoritariamente masculina por características infantilizadas em mulheres foi um condicionamento cultural reforçado por diversas estruturas sociais, principalmente o patriarcalismo e o sexismo. Luiza Hilgert, doutora em Filoso-
fia pela Unicamp e dedicada a estudos feministas opina a respeito: “Sobre o que pode estar por trás da mentalidade do homem que tem atração pela criança, acredito que seja o desejo de poder. Os homens também são vítimas da sociedade machista, desse modelo do “machão” que os desagrada e os oprime. Ela estabelece um padrão de homem que nem todos querem atender. Isso os transforma em sujeitos inseguros. Então, quando estão diante de uma mulher dona de si e consciente de si, eles temem. Porque não vão conseguir exercer poder sobre aquela mulher independente. Esses homens inseguros vão procurar uma menina mais frágil, mais jovem ou uma criança. Ali eles conseguem exercer seu poder, seu domínio e sua opressão, e cometer o crime da pedofilia ou algo do gênero”, analisa. Outro agente reforçador dessa cultura é a crença de que o amadurecimento feminino ocorre antes do masculino. Contudo, não passa de um mito. Hilgert completa: “Essa fala esconde que o amadurecimento precoce na verdade é resultado de uma criação para torná-las mais responsáveis mais cedo, enquanto ao menino é permitido retardar essa responsabilidade quanto mais possível”, afirma. Hilgert aponta que a sociedade que torna as meninas responsáveis para decidir e arcar com as consequências de uma gravidez indesejada, por exemplo, é a mesma que erotiza crianças de 12 anos e atribui a esse corpo - que mal começou a se desenvolverum corpo de adulto. A indústria pornográfica expõe claramente esta erotização. O site Pornhub, o mais acessado do mundo neste segmento, divulgou uma pesquisa informando que entre os termos mais pesquisados estão: “novinha”, “teen” (adolescente) ou “barely legal” (quase legal, referindo a jovens que acabaram de entrar na maioridade), “escola”, e “hentai” (termo japonês que nomeia perversões sexuais; em inglês, refere-se a desenhos animados com forte teor sexual). O que se deve ressaltar deste gênero pornográfico são seus subgêneros, que abordam o fetiche infantil com frequência. Dentre eles há: Toddlercon, pornografias com bebês ou crianças muito pequenas; Loli-con, meninas ou adolescentes pré idade de consentimento; e Shota-con, meninos crianças ou adolescentes. Hilgert atribui estes fenômenos à adultização precoce das garotas. Isso “tira e tolhe o pertencimento da menina à sua faixa etária, à sua vivência como criança e como adolescente”, afirma.
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Cidades
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Escola Viva mata vagas na educação pública no Espírito Santo Dados revelam que as vagas ofertadas na rede estadual passaram de 497.498 em 2014, para 308.629 em 2018 e que já se somam 41 escolas e mais de 1100 turmas fechadas em todo o Estado. Por Jonathan Amaro
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m dos aspectos mais dramáticos dos últimos anos na vida dos estudantes da rede pública capixaba tem sido o desmonte das escolas da rede estadual. De acordo com dados do portal de transparência do período que abrange o último ano de gestão do ex-governador Renato Casagrande, em 2014, até o governo de Paulo Hartung, em 2018, já foram fechadas 41 escolas públicas. Isso significa uma redução de mais de 188.000 vagas ofertadas em todo o Estado. Consequentemente, o número de alunos matriculados também caiu. Em 2014, foram 293.664 matrículas contra 248.911 de 2018. Quanto à oferta de turmas de Educação de Jovens e Adultos (Eja), os dados mostram que a oferta de vagas passaram de 143.887 em 2014, para 44.114 em 2018. O DESMONTE O fechamento das escolas ocorreu em regiões onde a desigualdade é mais acentuada como, por exemplo, em municípios rurais como Mucurici. Em 2017, a Secretaria de Educação do Espírito Santo (Sedu) fechou a EEEM de Itabaiana, neste municìpio, que ofertava curso de informática e atendia, há 11 anos, jovens e adultos. Segundo uma denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), o fe-
chamento das escolas públicas foi uma decisão arbitrária da Sedu, por meio da Governo do Estado e que ocorreu não só em Mucurici, mas também em outras cidades sem a participação dos alunos e familiares. Em resposta às críticas contra o fechamento das escolas públicas estaduais, o secretário de educação, Haroldo Rocha, disse em entrevista à Folha de São Paulo que vivemos em uma época de mudanças e que para preparar a nova geração para encarar esse cenário é preciso adequar a proposta de ensino às necessidades do mercado e sociedade. Assim, segundo o secretário, para atender a essa necessidade, surgiu, em 2015, a Escola Viva. O projeto implementou um novo modelo de escola pública, em tempo integral, com salas temáticas, laboratórios, aulas de empreendedorismo e até robótica. “Em tese, é um projeto ótimo, mas que não condiz com a realidade dos jovens. Muitos não podem estudar em período integral, pois, precisam trabalhar para contribuir com a renda de casa. Além disso, com as escolas fechadas, os alunos que não optaram pela Escola Viva tiveram que se adaptar a uma nova rotina e enfrentar um deslocamento de horas que antes não durava nem 15 minutos”, disse, Maria da Graças Santos, professora de história. Foto: Divulgação do Governo do ES
Avanço ou retrocesso? O Governo do Estado alega que não houve fechamento de escolas. O que aconteceu é que havia escolas com poucos alunos e estes foram remanejados para as unidades da Escola Viva ou para outras escolas públicas. Para a graduanda em História, Sabrina Barcelos, a Escola Viva representa um avanço, mas também um retrocesso. “O Estado tem fechado unidades em prol de um modelo de escola pública que eles dizem ser inovador. É isso. A Escola Viva tem um superpotencial, só que, da forma como foi implementada, matando vagas e sacrificando milhares de jovens e adultos, hoje, ela só tem intensificado ainda mais a desigualdade dentro da educação pública”, disse. Na Grande Vitória, algumas escolas também foram fechadas como a Escola Estadual de Ensino Fundamental Maria Ericina Santos e a Escola de Ensino Médio Irma Dulce Lopes Ponte. Além disso, aulas noturnas de algumas unidades também foram encerradas. Assim, muitos alunos foram obrigados a abandonar os estudos, já que durante o dia estão trabalhando. Ana Claudia Fonseca foi uma das prejudicadas. Com o fim das aulas noturnas, ela teve que largar os estudos, visto que o deslocamento da casa dela até a nova escola era muito grande. “Primeiro foram os boatos e depois simplesmente encerraram as turmas e disseram que as matrículas do próximo ano seriam abertas em uma nova escola”, disse.
Vida Universitária
A pirâmide social universitária A divisão dos cursos universitários entre os de elite e os que ocupam a base da pirâmide ainda persiste no sistema de educação superior Por Isabela Luisa
No Entanto Quinta-feira, 24 de maio 2018
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NO ENTANTO NO INTERCOM Por Pedro Cunha Jornal laboratório será exposto em congresso de comunicação. O NoEntanto foi selecionado para o XXIII Concaduca e deixa novos desafios no gresso de Ci- MP reforma trabalhista mais dura mundo do trabalho ências da CoEmpresa municação na Movimento Junior Região Sudes- MEI: um modo de se te, o Intercom formalizar Sudeste 2018. O evento, que será sediado na Fundação Mineira de Educação e Cultura (Fumec), Belo Horizonte (MG), acontecerá entre os dias 7 e 9 de junho e vai reunir pesquisadores, profissionais e estudantes da Comunicação. O jornal NoEntanto tem 13 anos de existência, está na sua 88º edição, e é produzido por estudantes de Jornalismo do terceiro período. Os alunos Lucas Santos, Mariana Cristina, Marina Coutinho, Reinaldo Fonseca, Sthefany Duhz e Yvena Plotegher, coordenados pelo Prof. Dr. Rafael Bellan, orientador do NoE no ano de 2017, irão apresentar o jornal na Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação, a Expocom, destinada a expor os melhores trabalhos experimentais exclusivamente produzidos por estudantes na área de Comunicação. As edições escolhidas foram as de número 75 a 79, todas produzidas no ano passado, e tratam de temas referentes a aborto, ocupações na capital capixaba, expressões artísticas, manifestações sindicalistas, dentre outras temáticas que refletem a proposta do veículo. Segundo Reinaldo Fonseca, a intenção do projeto foi explicar as nuances do NoEntanto. E, para isso, houve a elaboração de um artigo, que abrange a proposta do jornal laboratório, não só para seus leitores, explicitar o “fazer” laboratorial e a importância dele para o curso de Jornalismo. Jornal Laboratório | Universidade Federal do Espírito Santo | N. 87 | 10 de maio de 2018
Reportagem Especial - 1º de maio
Desde 23 de abril, com o fim da MP 808, nova lei trabalhista volta ao estágio em que foi aprovada, fazendo valer regras polêmicas. > 3
Foto: André Rangel
Ofertando serviços mais baratos que projetos de empresas sênior, o MEJ tem se tornado uma das maiores redes empreendedoras do Brasil. > 4
Com as novas formas de trabalho vigente, o trabalhador encontra um jeito de se adequar. > 5
Foto: André Rangel
Diploma: um é bom, dois é ótimo?
Foto: André Rangel
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estratificação social é uma realidade bastante fácil de identificar. As diferenças sociais não estão apenas dentro das salas de aula. Elas podem ser encontradas também no conjunto de cursos e especialidades, que formam uma espécie de pirâmide social universitária, na qual encontram-se no topo os cursos com maiores notas para ingresso e na base os de menor nota. Ter acesso aos “cursos de elite” é tarefa árdua. Engenharia, Medicina e Direito são cursos que estão no alto da pirâmide. A eles pertencem as mais altas notas de corte no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Para a seleção do início do ano na única universidade federal, o corte mais alto era o de Medicina, chegando aos 801 pontos. A média geral dos outros cursos é de 682.36. Estes dados estão disponíveis na plataforma na internet Quero Bolsa, que permite ao usuário acessar as notas de corte em cada curso e verificar se pode ter acesso a bolsa de estudos. Os estudantes vêem essa divisão no seu dia-a-dia. Amanda Viana, Estudante de Ciências Contábeis, na Ufes, comenta sobre as notas altíssimas neste ano, dizendo que a maioria das pessoas que consegue ingressar nesses cursos em uma federal são as que puderam pagar por um curso pré-vestibular. “É por causa disso que a elite toma conta dos cursos que ocupam o topo da pirâmide universitária”, afirma. Até mesmo nas Engenharias, por exemplo, há quem veja que é difícil para um aluno de renda mais baixa competir por uma vaga muito concorrida; “Ele (aluno) entra no mercado de trabalho para ajudar a famí-
Retornar à Universidade para uma segunda graduação tem se tornado cada vez mais comum entre os jovens da atualidade >8
Movimento do RU cai pela metade
Desde a mudança do valor da refeição, RUs de Goiabeiras e Maruípe têm recebido cada vez menos usuários > 10
De olho nas cotas
Estudantes contam sobre sua rotina, entrelaçada com o sistema de cotas falho da Universidade, e expressam sua opinião sobre as fraudes que vêm ocorrendo. > 9
Confira dicas de livros, músicas, filmes e séries no Culturentanto > 14
lia, e, com isso, não tem condição de competir”, argumenta Alef Rocha, que cursa Engenharia de Controle e Automação, no Instituto Federal do Espírito Santo (IFES). Dentro das universidades privadas também existem muros. No curso de Design de Moda e Vestuário, a estudante Marília Rodrigues diz que ser bolsista com 100% de desconto em um curso prático é difícil. Devido a projetos, eventos e materiais, o custo do curso, mesmo com bolsa integral, é muito elevado. “Muitas vezes, preciso fazer freelances para conseguir bancar”, confessa. Pedro Bertollo, que cursa Economia na Ufes, indica mais um motivo que promove essa divisão de águas: os salários na área de cada curso. “As pessoas têm preconceito ou menosprezam alguns cursos quando o ganho é baixo”, observa. A maioria dos universitários concordam que a estratificação social dentro do ambiente acadêmico é produzida pelas condições dos indivíduos antes da entrada na instituição de ensino superior. O acesso a uma educação de qualidade, para uma classe privilegiada, em geral é o que determina o acesso aos cursos mais concorridos ou de custo mais alto. Para atenuar esse quadro, que é sistêmico, pois decorre das diferenças socioeconômicas, as soluções paliativas que vêm sendo encontradas são as políticas de reserva de vagas nas universidades públicas, de bolsas de estudos e financiamento estudantil. Mas, para Alef Rocha, elas também demandam uma oferta de ensino de melhor qualidade para preparar os concorrentes de forma mais justa. Ele cita os projetos sociais ou bolsas integrais em cursinhos pré-vestibulares particulares como soluções possíveis. .
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Cultura
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Quinta-feira, 24 de maio de 2018
23º Festival de Cinema de Vitória, 2016.
Cinema no ES sofre com pouco financiamento
Custo para produzir filmes capixabas não é alto, mas acesso a incentivo ainda é difícil. Por Letícia Soares
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ssistir a filmes e séries é, sem dúvidas, uma das atividades favoritas dos brasileiros. Conforme apontam dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2016, ir ao cinema é a segunda prática cultural mais exercida no país, ficando atrás, somente, da leitura de livros, jornais ou revistas. Ainda que muito apreciada, a cinéfila paixão pode custar caro: uma entrada inteira para uma sessão de cinema, em Vitória, nos fins de semana, chega a custar R$ 35,00. Se os gastos para consumir esses filmes já são altos, o mesmo se pode afirmar sobre os custos para produzi-los. A produtora capixaba de cinema Ursula Dart (“Os Incontestáveis”, 2016), da Ladart Produções, afirma que R$ 1 milhão é considerado um baixo orçamento para a produção de um longa metragem nacional. Existem, entretanto, obras que não são produzidas nem distribuídas por canais comerciais convencionais, o que, geralmente, gera gasto mais baixo e maior liberdade temática: são os filmes independentes. Apesar de mais baratos, esses trabalhos não são mais acessíveis para o público ou para o produtor. Renato Miranda, aluno de Cinema e Audiovisual da Ufes, fez sua primeira produção em 2013, a websérie de ação “Valdemar”, com 11 episódios, disponível no Youtube. Para conseguir executar o projeto, ele trabalhou durante um ano juntando dinheiro. Neste ano, Miranda
está finalizando uma continuação para a obra. Embora ainda não tenha dados contabilizados, o estudante estima um gasto em torno de R$ 3 a R$ 4 mil com a nova temporada da série. Dart acredita que este custo é mínimo em relação a outras produções. Entretanto, ao considerar que a verba é proveniente unicamente das finanças pessoais do diretor, reconhece a dificuldade: “bancar do próprio bolso deixa tudo mais caro”. Produzir uma peça audiovisual envolve três etapas: pré-produção, produção e pós-produção. Em cada uma, Ursula elenca três despesas principais: equipamento; logística de transporte e alimentação; e equipe. É possível, contudo, financiar essas produções de diferentes formas. Existem, no Brasil, fundos governamentais destinados a custear a produção de cultura. Em nível federal, o fomento é advindo da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Na esfera estadual, a Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo (Secult) lança editais todos os anos. Municipalmente, é comum as prefeituras terem leis de incentivo, como a Rubem Braga, em Vitória. O projeto de TCC de Willian Loyola, estudante do curso de Cinema e Audiovisual, na Ufes, foi justamente este: a captação de fomento para o documentário “Refúgio”, sobre a vida dos refugiados no ES, parceria entre os projetos de extensão “Próximo Olhares” (Comunicação Social e Teoria da Arte e Música) e o “Núcleo de estrangeiros na Ufes, Migrantes e Refugiados” (Direito). Inicialmente, Loyola tentou obter capital através de uma plataforma de financiamento coletivo, mas não alcançou o resultado que queria. Depois, buscou apoio privado, também sem sucesso. Concorreu,
ainda, ao edital da Secult, no qual o projeto ficou como suplente. Por fim, toda a verba destinada ao filme foi proveniente da doação dos membros da equipe. No documentário “Refúgio”, Willian diz que todo o dinheiro disponível, cerca de R$ 800, foi gasto com logística. Os equipamentos foram emprestados por produtoras profissionais e pela Universidade. A equipe foi formada por voluntários. Orientadora na produção de “Refúgio”, a professora Gabriela Alves dirigiu, no ano passado, o documentário “C(elas)”, que recebeu incentivo da Secult e foi exibido em vários festivais de cinema pelo mundo. Ela narra as diferentes experiências em participar de projetos com verbas tão desiguais. “No C(elas), nós tínhamos recursos. A gente conseguiu pagar cachê e alugar bons equipamentos. Em questão financeira, não vi nenhuma dificuldade. Em ‘Refúgio’, a grande questão é conseguir ter as pessoas envolvidas disponíveis ao mesmo tempo e, assim, alinhar nossas agendas”, compara ela. A divulgação A distribuição do filme é uma das partes mais caras do processo. “Nós podemos disponibilizar em plataformas online gratuitas ou fazer exibições sem custo. Os festivais também são ótimos para exposição, mas, às vezes, têm custos. Muitos cobram taxa de inscrição”, afirma a professora Gabriela Alves. “Se tivéssemos um valor disponível para isso, o filme chegaria a um público muito maior”, completa .
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Cultura
No Entanto
Quinta-feira, 24 de maio de 2018
Sol da Globo não ilumina atores negros Estreia da novela Segundo Sol fomenta a discussão a respeito da escassez de representatividade e marginalização do negro nas telenovelas brasileiras Por Cássia Rocha
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s telenovelas são fatores importantes lugares. “Em novelas bíblicas que se passam na criação do repertório da socieda- no Egito, um país africano, mas toda a históde, já que faz parte da cultura e entreteni- ria é narrada por personagens brancos, isso mento do país e envolve os mais diversos apaga a nossa história. Há um apagamento segmentos e classes sociais. Nas telenovelas de quem nós fomos, de onde nós estivebrasileiras, o negro quase sempre aparece mos”, salienta. em subempregos e/ou situações de marginalidade, o que reforça os estereótipos relacionados à posição social disponível para ele. Além disso, a representatividade negra é escassa. A militante negra e pesquisadora Jéssica Faustino, que estuda representatividade da mulher negra nas telenovelas brasileiras, aponta que a televisão no Brasil participa do processo de construção do real e pauta a discussão da sociedade, na mídia como um todo e nas relações interpessoais. “As telenovelas, são o que mais dá audiência para a TV, dentro dessa ideia de construção do real. É a partir delas que a gente vai moldar nossas maneiras de ser, de conviver, de consumir, de estar”, afirma. Isto pode ser notado quando um bordão de um personagem passa a integrar o vocabulário Elenco da novela Segundo Sol conta com apenas três negros da população ou quando algum asem sua formação de 22 membros. Foto: Divulgação. sunto é tratado na ficção e as famílias debatem, ouve-se sobre aquela questão nos esAtualmente, há uma campanha nas redes paços públicos ou as pessoas discutem o tema sociais em que 53 atores globais negros posem uma fila de supermercado, por exemplo. tam fotos com a frase “Eu poderia estar na Ainda de acordo com Faustino, quando novela Segundo Sol”. Novela de João Emaa novela coloca determinados personagens nuel Carneiro, Segundo Sol estreou em 14 em lugares específicos, ela reforça os es- de maio e conta com um elenco quase todo tigmas presentes na sociedade que, incons- branco, apesar de se passar na Bahia, estado cientemente, destina aquelas pessoas a esses com o maior porcentual de população negra
do Brasil, de acordo com o Mapa de Distribuição Espacial da População do IBGE (2013). Isto evidencia a ausência de representatividade, realismo e respeito à cultura que será apresentada na trama. A professora universitária de Psicologia Social Jaqueline Bagalho afirma que a etnia que de fato representa a população baiana não pode se ver como integrante da constituição da sociedade, porque as novelas têm reproduzido o processo de dominação histórico-social do Brasil. “O papel da novela, por ser uma grande propagadora de normas e valores sociais, contribui para a permanência de determinados grupos étnicos-raciais em algumas esferas da sociedade”, declara. Enquanto que para Gabriella Moura, também professora universitária de Psicologia Social, não ter na televisão uma representatividade é não ter possibilidade de se indetificar com diferentes papéis. O Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), enviou uma Notificação Recomendatória de 12 páginas à Globo, orientando os responsáveis pelas narrativas a “respeitar a diversidade racial” do local em que são ambientadas. Quanto à Segundo Sol, o comunicado do MPT, de 11 deste mês, dá um prazo de 10 dias para que sejam feitas as “adequações necessárias no roteiro e produção, a fim de assegurar a participação de atores e atrizes negros e negras de forma que represente a diversidade étnico-racial da sociedade brasileira”. Nesse contexto, as telenovelas colaboram para a manutenção e perpetuação da lógica racista presente na sociedade brasileira sem explicitar o ódio. Isso ocorre por meio de um discurso de representação pelo fato de alguns poucos negros estarem presentes nas tramas, ainda que em papeis que, na maioria das vezes, relacionam a figura deles a estereótipos negativos.
Colunas
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a pauta que caiu
MATHEUSA VIVE A coluna homenageia Matheusa Passareli, assassinada neste mês de maio no Rio de Janeiro. Em todos os momentos de sua vida, sempre exalou positividade! Virou estrela! 72 DIAS Quem matou e quem mandou matar Marielle Franco? O RIO DA VIOLÊNCIA Qual deverá ser o número de assassinatos para perceberem que a intervenção só piorou o problema na segurança do Rio de Janeiro?
Por Pedro Cunha
BIKE VITÓRIA No dia da forte chuva que caiu na capital, na semana passada, um amigo da coluna, paramentado para não se molhar e tentando fugir do trânsito caótico, tentou pegar uma Bike Vitória. Resultado: a missão falhou… O aplicativo apresentou diversos problemas e, no cadastro, não deu nem para colocar o número do cartão de crédito. PREFEITO SOCIAL MEDIA O amigo reclamou do problema da Bike Vitória no Twitter e, em exatos dez minutos, o prefeito Luciano Rezende se prontificou a resolver a situação. Será que resolveu mesmo? Ou será que ele continuou a navegar pela rede social? ASSALTO HOLLYWOODIANO Pareceu coisa de filme o assalto que aconteceu em um shopping de Vila Velha no último dia 15. Bandidos arrombaram o portão do estabelecimento, logo
pela manhã, renderam os seguranças, e roubaram R$ 400 mil que seriam utilizados para reabastecer os caixas eletrônicos. MUDANÇAS NA ID JOVEM Muito especulou-se, na semana passada, sobre o fim da ID Jovem. Na verdade, o programa foi temporariamente suspenso para ser ampliado. Com os novos benefícios, será possível até viajar de avião! NOITES MIXURUCAS As baladas de Vitória, ultimamente, são mais do mesmo. Além de estarem cheias de pessoas mal-educadas, não apresentam novidades e as festas são aquelas que todos já conhecemos. Falta uma revolução nas casas antigas ou um novo local que dê um up na noite de Vitorinha.
Cinentanto Faltando três semanas para o Dia dos Namorados, com certeza muitos estão preocupados com que presente comprar ou qual seria o restaurante mais romântico para um jantar. Mas, se você é daqueles que não têm muita grana ou não liga para compras, não significa que vai ficar sem comemorar essa data tão especial. O NoE montou uma lista de 6 filmes para você assistir agarradinho com o mozão. Então, pegue o cobertor, prepare a pipoca e não deixe de conferir!
Hoje eu quero voltar sozinho - Sensível e verdadeira, essa é, sem dúvidas, uma das pérolas do cinema nacional da atualidade. A história conta a trajetória de Léo, um estudante cego, e Gabriel, o aluno novo de sua escola. Os dois se aproximam e iniciam uma amizade baseada na ajuda mútua que, aos poucos, vai evoluindo para um lindo sentimento.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (Daniel Ribeiro, 2014)
Questão de tempo - O jovem Tim (Domhnall Gleeson) descobre que pode viajar no tempo e usa esse poder para conquistar o grande amor da sua vida. Sim, parece aquela comédia água com açúcar, estilo Sessão da Tarde. Mas a leveza das piadas e a genialidade da narrativa transformam o filme em uma obra emocionante.
10 Coisas que Eu Odeio em Você (Gil Junger, 1999)
10 coisas que eu odeio em você - Longe de ser mais um clichê de comédia romântica, a obra de 1999 se tornou um clássico do cinema adolescente. Quando uma garota precisa arrumar um par para a sua irmã insuportável, ela arma um plano para fazer um “mau moço” conquistá-la. Baseado na peça de Shakespeare, A Megera Domada, e estrelado pelo saudoso ator Heath Ledger, o filme trata com bom humor as paixões e dramas da juventude.
Questão de Tempo (Richard Curtis, 2013)
Feliz aniversário de casamento - Esse longa original da Netflix conta a história de Molli e Sam, um jovem casal que entra em crise bem no dia de seu aniversário de 3 anos e precisa rever toda sua relação, se quiserem permanecer juntos.
Por agnes gava Flower girl - Essa comédia romântica nigeriana é uma boa dica para quem quer fugir do circuito cinematográfico Hollywood/Europa. Kemi é uma garota sonhadora, cujo maior desejo é de se casar com o namorado Umar. Contudo, o rapaz se preocupa mais com sua carreira no momento. Carol - Eleito pelo Instituto de Filme Americano como um dos 10 melhores filmes de 2015, o drama é ambientado nos anos 50 e conta a história de duas mulheres que já estiveram em relacionamentos com homens, mas encontram o amor uma na outra. Para viver esse amor, contudo, elas precisam enfrentar o preconceito da sociedade da época.
Carol (Todd Haynes, 2016)
Gastronomia e Estilo de Vida
A opção vegana
Ser vegano não significa apenas escolher uma forma de se alimentar, mas um estilo de vida, que implica em outras decisões. Por Daniel Jacobsen
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estilo de vida vegetariano e vegano tem uma história milenar. Os filósofos gregos já praticavam e defendiam a dieta, como consequência da ética animal. Mas o que é veganismo? E quais as diferenças entre veganismo e vegetarianismo? De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), o vegetarianismo se manifesta de quatro formas: ovolactovegetarianos são aqueles que não comem carne, mas consomem ovos e leite e seus derivados; ovovegetarianos são aqueles que não consomem carne nem leite, mas utilizam ovos e derivados; os lactovegetarianos são os que não consomem carne nem ovos, mas consomem leite e derivados; e os vegetarianos estritos são os que não se alimentam com carne, leite, ovos, mel ou qualquer outro alimento ou ingrediente de origem animal. Mas e os veganos? Assim como os vegetarianos estritos, os veganos não se alimentam com nenhum tipo de alimento de
Explore o assunto Com a seleção abaixo você poderá saber mais sobre a ética animal e refletir sobre o estilo de vida vegetariano/vegano:
Okja (2017, 120’, direção de Bong
Joon-ho) - Filme ficcional que tenciona as relações entre os seres humanos e o meio ambiente, principalmente com os animais criados para o consumo. Disponível na Netflix.
origem animal, mas, além disso, estendem essa restrição para todas as esferas da vida. Optam, além da alimentação só com vegetais e minerais, por não comprar e utilizar cosméticos, produtos de limpeza e maquiagem de origem animal ou que tenham sido testados em animais, assim como não vestir roupas e acessórios de couro, lã ou seda. As motivações para tais escolhas são diversas. A estudante Rafaela Peruchi, 17 anos, explica que sua principal motivação foi o respeito pela vida dos animais, e considera que a busca pela saúde e mudança de padrões caminharam junto. “Foi uma experiência bem diferente. É surpreendente no começo, é difícil como toda mudança, mas aprendi novos sabores, novas combinações, e me eduquei cada vez mais para ter certeza do caminho que estava seguindo”, afirma. Juliana Padilha, 22 anos, destaca como tomou conhecimento do estilo de vida que passou a adotar: “Tudo começou por influ-
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ência de uma amiga. Comecei a ler os posts que ela fazia, ver os documentários. Percebi que eu não concordava com isso, não achava certo escravizar animais. Acredito que o amor pelos animais foi o principal motivo para me tornar vegana. Vi como os animais são maltratados”. Que o interesse pelo veganismo aumentou, não há dúvidas. A Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA) estima que atualmente cinco milhões de brasileiros sejam veganos. De acordo com dados do Google Trends, o volume de buscas pelo termo “vegano” no Google cresceu cerca de 1000% no Brasil entre janeiro de 2012 e julho de 2016, sendo o Distrito Federal e os estados do Sul e Sudeste os que mais pesquisaram. Entre as quatro pesquisas relacionadas mais buscadas, três são de receitas e uma é “o que é vegano”. O aplicativo Pinterest divulga que em 2017 os “pins” de sobremesas veganas salvos tiveram um aumento de 329%. Com toda essa busca, estabelecimentos têm tentado atender esse novo público. A SVB informou que no Brasil existem cerca de 240 restaurantes vegetarianos e veganos, além de diversas opções de pratos e lanches em restaurantes e lanchonetes não vegetarianas.
Terráqueos Libertação Animal A carne é fraca (2005, 95’, direção de Shaun (2005, 54’, direção de Denise (311 páginas. Livro de Peter Monson) - Filme-documentário sobre a realidade das fazendas industriais. É um estudo detalhado da dependência da humanidade sobre os animais, através da utilização destes em todas as esferas da vida humana. O filme é narrado por Joaquin Finics, ator indicado ao Oscar e ativista pela causa animal. Disponível em www.terraqueos.org.
Gonçalves) - Filme-documentário de origem brasileira sobre os impactos que o ato de comer carne representa para os animais, para o meio ambiente e para a saúde dos seres humanos. A produção é do Instituto Nina Rosa. Disponível no YouTube, no canal do Instituto Nina Rosa.
Singer, filósofo australiano) Debate a história do movimento de libertação animal, denuncia a crueldade imposta aos animais pelos seres humanos e apresenta razões e meios para reverter esse quadro de opressão. É considerado a base filosófica do movimento de libertação animal. Original de 1975, foi publicado no Brasil pela editora HarperCollins.
Fotos: divulgação
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Astrologia
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Qual o seu signo chinês? Conheça o zodíaco chinês, que gera curiosidade mas ainda é pouco explorado pelos ocidentais. Por Daniel Jacobsen
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zodíaco chinês apresenta muitas semelhanças com o zodíaco ocidental. O ciclo também é dividido em 12 partes que atribuem características à personalidade e aos relacionamentos de uma pessoa com base em seu nascimento. Algumas diferenças com nosso horóscopo também devem ser destacadas: enquanto no horóscopo ocidental cada parte do ciclo dura um mês, no zodíaco chinês cada parte tem duração de um ano. O zodíaco chinês não é associado com as constelações, como o nosso, e todo o ciclo é representado por animais. As lendas chinesas contam que Buda convidou todos os animais para uma festa de Ano Novo, mas apenas 12 animais compareceram. Buda deu a cada um desses animais um ano, como presente, seguindo a ordem de chegada dos seus convidados. Assim, o ciclo dos anos do zodíaco chinês segue a sequência: o Rato, o Boi, o Tigre, o Coelho, o Dragão, a Serpente, o Cavalo, o Carneiro, o Galo, o Macaco, o Cão e o Porco. A personalidade de cada pessoa é definida nesse zodíaco como semelhante à personalidade do animal daquele ano. O zodí-
aco chinês segue o calendário chinês, que é lunissolar. O Ano Novo e a mudança de animal acontece na noite da Lua Nova mais próxima do dia em que o Sol passa pelo 15º grau de aquário, sempre entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira de fevereiro, e não em 1º de janeiro. Para descobrir qual seu signo no zodíaco chinês, basta conferir o gráfico. No entanto, é necessário saber se o seu nascimento ocorreu antes do Ano Novo chinês do seu ano ocidental de nascimento. Nesse caso, vale o signo do ano ocidental predecessor. Diversos sites na internet fazem o cálculo automático. Entenda melhor: uma pessoa nascida em 19 de abril de 1999 de acordo com o calendário ocidental, é do signo do Coelho. Porém alguém que nasceu em 12 de janeiro de 1999 é do signo do Tigre, já que o Ano Novo chinês ainda não havia acontecido e, consequentemente, a entrada no ciclo do próximo animal. Alguém nascido em 20 de janeiro de 2000, ainda é do signo do Coelho, pois é apenas no Ano Novo chinês que o zodíaco inicia o ciclo do próximo animal, o Dragão.
CARACTERÍSTICAS DO SIGNO CHINÊS O nativo de Porco tem personalidade forte, e é dotado de força interior. O nativo de Cão é aquele ligado à arte. É por ela que realiza seus sonhos. O nativo de Galo preza pela simplicidade, e pouco se importa com posses. Mantém os pés no chão. Extremamente generoso, o nativo de Macaco consegue se adaptar à novas realidades e novos grupos. Os nativos de Carneiro são os pacíficos, que dão bons conselhos e sempre são procurados pelos outros para conversar. O nativo de Cavalo é aquele que não aceita ser dominado. Ele foge e não teme enfrentamentos para se manter livre.
Sempre ansioso por novas experiências, o nativo de Rato é o mais liberal dos signos Cauteloso, o nativo de Boi é introspectivo e se protege para não sofrer. O nativo de Tigre é perfeccionista e não aceita dividir a atenção. O nativo de coelho é tímido e apressado. Se sente perdido no mundo materialista. Aquele que não consegue ficar parado, o nativo de Dragão se preocupa com sua rotina, mas não teme fugir dela. Sempre ansioso por novas experiências, o nativo de Rato é o mais liberal dos signos
Horóscopo
por Clara curto
Nesse mês das mães, não poderíamos deixar de homenagear nossas guerreiras! Então confere aí a mãe de cada signo e vê se bate com sua mãezona!!
ÁRIES (21/03-19/04): Sempre com muita energia, a mãe ariana está disposta a todo o momento e está sempre ensinando seus filhotes a criarem asas para voarem sozinhos. A frase que você vai sempre ouvir sua mamãe ariana dizendo é “Se eu for aí e achar, você vai se ver comigo”. TOURO (20/04-20/05): Sempre prezando pela união e proteção de seus filhos, a mãe taurina é muito afetuosa. Muito pé no chão, está sempre preocupada com a boa alimentação dos seus filhos, por isso uma frase que a representa muito bem é “Come só esse restinho”. GÊMEOS (21/05-20/06): A mãe geminiana é aquela mãe-amiga, parceira pra tudo e muito confidente. Sempre muito envolvida com a vida dos filhos, ela tem um bom humor sem igual. Uma frase que a caracteriza é “Senta aqui, me conta como você tá!”. CÂNCER (21/06-22/07): Muito apegada, a mãe canceriana ama proteger seus filhos e está sempre por dentro de tudo que está acontecendo na vida deles. Muito carinhosa, uma frase que você vai ouvir sempre saindo da mãe canceriana é “Vem no colinho da mamãe meu bebê”. LEÃO (23/07-22/08): Sempre muito atenta a todas as conquistas de seus pequenos, elas gostam de elevar a autoestima deles, colocando-os sempre pra cima, por isso uma frase que você vai ouvir sempre é “Muito bem meu filho, arrasou!”. LEÃO (23/07-22/08): Sempre muito atenta a todas as conquistas de seus pequenos, elas gostam de elevar a autoestima deles, colocando-os sempre pra cima, por isso uma frase que você vai ouvir sempre é “Muito bem meu filho, arrasou!”. LIBRA (23/09-22/10): Muito cuidadosa com todos os detalhes de seus filhos, a mãe libriana cria crianças super educadas e adora receber elogios a respeito disso. Uma frase que você vai sempre ouvir dela é “Agradece, meu filho!” ESCORPIÃO (23/10-21/11): Muito exigente, a mãe escorpiana está sempre atenta a todos os detalhes da vida de seu filho, estimulando a autoconfiança e sendo um ombro amigo. Sempre cobrando respeito, uma frase muito característica é “Você me respeita que eu sou sua mãe.” SAGITÁRIO (22/11-21/12): Cúmplice de seus filhos, a mãe sagitariana estimula desde cedo a leitura e os estudos, muito preocupada com o futuro de seus filhos. Uma frase típica dela é “Já fez o dever de casa?” CAPRICÓRNIO (22/12-19/01): Exigente e cuidadosa, a mãe capricorniana cria laços maternos muito fortes desde cedo. Sempre preocupada com o futuro de seus filhos, ensina o respeito com os outros e não aceita desaforo, sendo uma frase muito característica “Não fala assim comigo porque sou sua mãe” AQUÁRIO (20/01-18/02): Muito moderna, cria seus filhos para o mundo e dá liberdade para eles desde cedo. A autonomia é essencial para a mãe aquariana, por isso não gosta de impor regras, mas é muito companheira e amiga. Você sempre vai ouvir ela falando “Filha, vamos ali tomar um sorvete?” PEIXES (19/02-20/03): Muito amorosa, a mãe pisciana estimula a imaginação e a criança que existe dentro de seus filhos. Muito sensível e amorosa, cria laços espirituais com suas crianças e está sempre disposta a ouvi-los. Uma frase típica dela é “Me da um beijinho antes de sair!”
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Conheça os 23 convocados Nome: Marcelo Posição: Lateralesquerdo Clube: Real Madrid - ESP Nota: 9,0
Nome: Alisson Posição: Goleiro Clube: Roma - Italia Nota: 8,5
Nome: Éderson Posição: Goleiro Clube: Manchester City - ING Nota: 9,0 Nome: Cássio Posição: Goleiro Clube: Corinthians Nota: 7,5
Nome: Danilo Posição: Lateraldireito Clube: Manchester City - ING Nota: 7,0
Nome: Filipe Luís Posição: Lateralesquerdo Clube: Atlético de Madrid - ESP Nota: 7,5 Nome: Marquinhos Posição: Zagueiro Clube: PSG - FRA Nota: 9,0
Nome: Geromel Posição: Zagueiro Clube: Grêmio Nota: 9,0
Nome: Thiago Silva Posição: Zagueiro Clube: PSG - FRA Nota: 8,0
Nome: Miranda Posição: Zagueiro Clube: Inter de Milão ITA Nota: 8,5
Nome: Fágner Posição: Lateral-direito Clube: Corinthians Nota: 8,0
Esporte
para a Copa 2018 Nome: Fernandinho Posição: Volante Clube: Manchester City ING Nota: 9,0
Nome: Paulinho Posição: Volante Clube: Barcelona - ESP Nota: 8,5
Nome: Renato Augusto Posição: Meia Clube: Beijing Guoan CHI Nota: 8,0
Nome: Fred Posição: Volante Clube: Shakhtar - UCR Nota: 8,5
Nome: Phillipe Coutinho Posição: Meia Clube: Barcelona - ESP Nota: 9,5
Nome: Casemiro Posição: Volante Clube: Real Madrid ESP Nota: 9,0
Nome: Willian Posição: Meia Clube: Chelsea - ING Nota: 8,5
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Por Larissa Tallon e Robson Silva Nome: Douglas Costa Posição: Atacante Clube: Juventus - ITA Nota: 8,5
Nome: Gabriel Jesus Posição: Atacante Clube: Manchester City - ING Nota: 9,0
Nome: Neymar Posição: Atacante Clube: PSG - FRA Nota: 9,5
Nome: Firmino Posição: Atacante Clube: Liverpool - ING Nota: 9,5
Nome: Taison Posição: Atacante Clube: Shakhtar - UCR Nota: 7,5
Nome: Tite Técnico da seleção brasileira
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Atletas paralímpicos querem mais apoio Mesmo com uma melhora significativa, ainda faltam barreiras a serem quebradas para que os atletas com deficiência conquistem mais espaço Por Bethania Miranda e Kennedy Pezzin
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ue o esporte traz diversos benefícios à saúde é de conhecimento geral. Além disso, é um ótimo fator para inclusão de deficientes físicos. O esporte paralímpico tornou-se uma potência em comparação com o que existia há 20 anos. A partir desse fato, pessoas com deficiência física recorrem à prática esportiva para romper com preconceitos arraigados na sociedade. Mas a situação ideal ainda está longe, O paratleta Marcos Vinícius Barcellos começou a nadar após ter virado deficiente físico em 2009. Hoje, é campeão brasileiro na prova de revezamento 4 x 50 metros medley e seu maior objetivo é chegar às Paralimpíadas. Mesmo recebendo o benefício do bolsa atleta, Marcos acredita que o que falta para que a inclusão no esporte aconteça, são mais patrocínios para o esporte paraolímpico. Já Wesley Monteiro, nasceu com uma lesão cerebral que comprometeu parte de seus movimentos das pernas. Começou na capoeira e migrou para o jiu jitsu, modalidade na qual foi campeão brasileiro, sulamericano e mundial competindo com atletas sem deficiência. A partir do momento que começou a praticar o esporte, sentiu-se incluído devido ao apoio de seu mestre e colegas de equipe. Monteiro também considera que o que atrapalha a inclusão de paratletas no esporte é a falta de patrocínio. “As empresas não investem em paratletas por falta de confiança em seus trabalhos”, desabafa. Mesmo com todas as dificuldades, Wesley incentiva pessoas com deficiência a praticar esportes e a não limitar-se. Locais de funcionamento dos treinos paralímpicos no Espírito Santo: • Natação: Álvares Cabral • Basquete: Álvares Cabral, com o apoio do governo do Estado • Equipe paralímpica de atletismo: no Ifes, campus Vitória • Projetos escolares no município de Vila Velha • Instituições privadas que oferecem outras modalidades
O paratleta Marcos Vinicius é campeão brasileiro da categoria 4 x 50 medley na natação.
Espaços para treinamento De acordo com o graduado em Educação Física e treinador de paratletas Leonardo Miglinas, existe um preconceito velado por parte da sociedade, que não integra efetivamente os deficientes, mas os restringe a limitados espaços de atuação. “O que temos são tentativas de integração das pessoas com deficiência em espaços especializados. São espaços comuns, porém sendo atendidas em setores, ou em horários específicos, porque a população ainda não se sente preparada ou capaz de entender, de trabalhar e conviver com as pessoas com deficiência transitando nos mesmos espaços”, argumenta. Miglinas informa que atualmente o circuito paralímpico brasileiro conta com mais de 1 mil atletas participando. Esse desenvolvimento deu-se a partir de investimentos do Governo Federal para a abertura da prática
esportiva por atletas paralímpicos. Ainda assim, esses investimentos são muito menores do que os destinados a atletas não deficientes, ocasionando numa restrição de espaços e pouco conhecimento da população sobre essa modalidade de esporte. O esporte é um fator de inclusão interessante para os deficientes físicos, pois o preconceito que sofrem é devido às limitações de seus corpos. “O esporte dá a eles um sentimento de autoestima que é um dos principais fatores de motivação. Quando estão dentro da água, na natação, por exemplo, eles sentem a liberdade de se movimentar sem uso de nenhum tipo de equipamento, como cadeira de rodas, bengalas, próteses, muletas. Eles mostram para as pessoas que mesmo com a deficiência, são eficientes”, salienta Leonardo.