Jornal Laboratório | Universidade Federal do Espírito Santo | Edição 106| Dezembro de 2019
AUMENTA A PROCURA PELO EJA Motivação para a permanência no mercado de trabalho é uma das principais razões de aderência ao Ensino de jovens e Adultos. Pg.12 BOLSONARO E A AUTORIZAÇÃO DE CONCESSÕES DE MÍDIA: COMO O PRESIDENTE PODE INTERFERIR NESTE PROCESSO Pg.8
LGBTQ+ ENFRENTAM PRECONCEITO NO MERCADO DE TRABALHO Pg.5
NOMEAÇÕES DE REITORIAS PREOCUPAM COMUNIDADES DA UFES Pg.10
SEMINÁRIOS NA UFES ABORDARAM TEMAS COMO RACISMO E DESIGUALDADE SOCIAL Pg.3
CRESCE A PRÁTICA DE CHEERLEADER NO ESPÍRITO SANTO Pg.13
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EXPEDIENTE EDITORES Rebeca Fagundes Stella Silveira REPÓRTERES Alberto Borém Amanda Ribeiro Beatriz Santos Breno Alexandre Daniela Salgado Dirlan Machado Emanuela Afonso Karina Lima Laryssa Florêncio Laura Conceição Lucas Mello Ludson Nobre Mikaella Mozer Rebeca Fagundes Sarah Mascarenhas Stella Silveira Tarcísio Ribeiro Vitor Guerra Walas Coelho
EDITORIAL
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Jornal No Entanto é um jornal laboratório produzido pelos alunos do 3º período de Jornalismo da Universidade Federal do Espírito Santo. O veículo apresenta um olhar contra-hegemônico sobre os fatos e possui um alto teor de apuração jornalística. Da seleção das pautas até a publicação, buscamos ultrapassar os muros da Universidade, nos empenhando em trazer a sociedade para o debate e dar visibilidade à temas sociais. Em um cenário de constantes ataques à democracia, liberdade de imprensa e aos direitos humanos, é necessário se posicionar de forma crítica, pontuando os principais aspectos e contradições, utilizando o jornalismo como instrumento coletivo para o exercício da cidadania. Dessa forma, a Edição 106 do No Entanto manifesta o compromisso dos estudantes na construção de uma imprensa livre, crítica e plural. Desejamos uma boa leitura!
PROFESSOR RESPONSÁVEL Rafael Bellan NoEntanto é um Jornal laboratório da turma de 3º período do curso de Comunicação Social/Jornalismo, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). CONTATO NO ENTANTO noentanto.ufes@gmail.com
Turma de Jornalismo 2019/2
NO ENTANTO NAS REDES fb.com/jornalnoentanto @jornalnoentanto @noentantojornal
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SOCIEDADE,
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UFES SEDIA PRIMEIRO SEMINÁRIO CAPIXABA DE DIREITOS HUMANOS
Manipulação das leis e segregação de povos historicamente reprimidos foram questões discutidas por especialistas. Por Dirlan Machado Junior
Foto: Dirlan Machado Junior
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Marcelo Semer (centro) falou sobre o desmonte dos conselhos de direitos e participação popular
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desconstrução do Estado Democrático de Direito, o racismo e a luta dos grupos minoritários para uma maior participação na vida política e social foram alguns dos assuntos abordados em uma sequência de palestras e oficinas que aconteceram nos dias 4 e 5 de novembro no auditório Manoel Vereza no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) na Ufes. Estiveram presentes sindicatos e entidades atuantes na questão do desmonte dos di-
reitos humanos no Brasil e no Espírito Santo. O Movimento Negro Unificado (MNU), a Comissão Popular de Acompanhamento da Força Nacional, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento LGBT, o Conselho Estadual da Juventude e a Rede Nacional de Advogados, dentre outros participaram da organização do evento. O economista e ex-presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) Márcio Pochmann, fez
um balanço no primeiro dia de palestras sobre os impactos da reforma trabalhista e previdenciária. Pochmann expôs um traçado histórico de conquistas populares no Brasil, sobretudo no contexto da “era Vargas” até a redemocratização e promulgação da constituição de 1989. Para ele, a movimentação pelas reformas não geraram um efeito positivo para a economia brasileira e nos problemas de exclusão. “Estamos em um contexto desfavorável, onde no final da
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, época, juiz federal. “Junto à opinião pública, ele (Moro) teve uma participação na pressão feita para que o Supremo Tribunal Federal mudasse seu entendimento a respeito da presunção de inocência e a não prisão após condenação em segunda instância”, frisou. Para fechar o ciclo de palestras, o painel “violência e política criminal - racismo, diversidade sexual e gênero” recebeu como uma das convidadas a advogada Deise Benedito, especialista em gênero, raça e direitos humanos; mestre em Direito e Criminologia e ex-perita do
Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Ela criticou a articulação que o Estado, o judiciário e a polícia possuem para condenar e torturar em massa uma população principalmente negra e jovem da periferia. “Aquela população da favela negra e pobre que foi reprimida durante os muitos anos da escravidão, passando pela ditadura militar, ainda é vítima de grupos como a scuderie le cocq (esquadrão da morte criado por ex militares nos anos 60 e 70) que tem uma atuação ainda presente no Espírito Santo”, argumentou Deise.
Foto: Dirlan Machado Junior
década, o Brasil convive com problemas sociais graves em relação à pobreza, aumento da desigualdade social, junto a um crescimento econômico desanimador”, explicou. No segundo dia, o doutor em Criminologia e integrante da Associação de Juízes para a Democracia Marcelo Semer discutiu no contexto brasileiro o processo de lawfare - mecanismo que representa o uso indevido dos recursos jurídicos para fins de perseguição política. Analisou as arbitrariedades legais da operação lava jato, principalmente as manobras políticas de Sérgio Moro, na
Deise Benedito discursou sobre os direitos da população negra no Brasil
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SOCIEDADE
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LGBTQ+ ENFRENTAM PRECONCEITO NO MERCADO DE TRABALHO
Falta de dados estatísticos sobre LGBTQ+ no Brasil impede a implantação de políticas públicas de inclusão Por Sarah Mascarenhas
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discriminação por orientação sexual e identidade de gênero foi criminalizada no Brasil somente no dia 13 de julho deste ano, um fato que demonstra o atraso nas ações políticas que poderiam amenizar os impactos do preconceito sobre esse grupo de pessoas. De acordo com a pesquisa Trans Murder Monitoring (Monitoramento do assassinato de trans) da ONG Transgender
Europe (TGEU), a maioria dos assassinatos de pessoas trans e de gênero diverso ocorreram no Brasil, com 130 casos entre 1º de outubro de 2018 e 30 de setembro de 2019. Os números comprovam a falta de avanço considerável do país em relação ao mundo. Uma pesquisa da FGV DAPP, publicada no dia 17 de maio de 2019, reuniu informações do Disque 100, uma linha oficial aberta para denúncias relacionadas aos
direitos humanos. Embora a pesquisa demonstre uma redução no número de denúncias de agressão contra LGBTQ+ entre 2017 e 2018, o que sugere uma diminuição de casos, neste último ano o número ainda se mostra expressivo, totalizando 1183 casos relatados. Dentre as denúncias, destacam-se em valores as que se tratavam de discriminação (472) e violência psicológica (348).
Apesar da criminalização da homofobia, LGBTQ+ ainda enfrentam preconceito de mercado
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Fonte: Pesquisa FGV DAPP de 2019 com base em dados do Disque 100. Gráfico da FGV DAPP mostra a proporção de diferentes tipos de violência contra os LGBTQ+ no ano de 2018.
AS DIFICULDADES NO MERCADO DE TRABALHO
res trans. Em sua pesquisa, chegou a entrevistar cerca de dez pessoas e se deparou com uma realidade O professor de Sociologia de limitações impostas pela do Ifes Hugo Quintela teve sociedade e seus preconcomo tema de mestrado a ceitos. Quintela relatou que trajetória de vida de mulhe- entre as quatro mulheres
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trans que entraram de fato para o trabalho, duas delas tiveram que se prostituir durante a sua trajetória para se manterem. Este é um dado que reafirma o que a pesquisa Trans Murder Monitoring mostra sobre a ques-
, tão: 61% dos entrevistados pela Ong TGEU afirmaram se prostituírem. Sobre as dificuldades dos LGBTQ+ no mercado de trabalho, Quintela esclarece que a questão vai além do preconceito vivenciado dentro de empresas por parte de empregadores, funcionários e clientes. De acordo com o professor, uma das maiores problemáticas, principalmente para pessoas trans, reside na evasão estudantil provocada pela não aceitação dos LGBTQ+ dentro de suas famílias, o que faz com que tenham que trabalhar para se manterem, ao invés de se dedicarem aos estudos, o que aumentaria suas chances de alcançar um trabalho com carteira assinada. O grande número de trans na prostituição se dá por conta exatamente deste contexto. “ Não é uma escolha”, ressalta o professor. Quintela pontua também que as restrições provocadas pelo cenário preconceituoso e a realidade de que pessoas LGBTQ+ são socialmente mais aceitas em áreas de trabalho da beleza/estética, do campo artístico ou do sexo, faz com que as pessoas desse grupo acabem não se sentindo representadas em outras áreas, como é o caso da educação ou da saúde. Apesar de conter componentes estruturais profundos, as dificuldades dos LGBTs no mercado de
trabalho se mostram de forma mais evidente através dos preconceitos vividos diariamente. Segundo um estudante de engenharia de produção homossexual, que não quis se identificar, em seu ambiente de estágio existe uma presença constante de piadas e comentários desrespeitosos com relação à orientação sexual e identidade de gênero. O estagiário afirmou sentir a necessidade de fazer uma distinção entre sua vida pessoal e profissional para manter altas suas possibilidades de sucesso. Sobre propostas de inclusão de diversidade nas empresas, destacou a importância do diálogo. “Tem que ser de cima para baixo, do RH, das pessoas que tem poder na empresa, para os funcionários. De forma clara, para que as pessoas possam ser quem elas são“, completa o estudante. Já Natan Follador, homem trans de 24 anos que começou a trabalhar aos 15, diz ter passado por entrevistas de emprego em que estava contratado para vaga até o momento onde olhavam sua carteira de trabalho e notavam a diferença em seu nome oficial. Relatou ter, por diversas vezes, se sentido afetado psicologicamente pelo preconceito, o que gerava crises de identidade. "Uma vez um cliente falou que queria ser atendido por um homem de ver-
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dade", afirmou Follador. No Entanto, Natan alegou nunca ter mudado sua aparência física para ser socialmente aceito em um trabalho. "Nunca me sujeitei a mudar meu comportamento", completou o homem ao alegar que a educação sobre a diversidade deveria começar nas escolas.
DADOS ESCASSOS APONTAM A FALTA DE VISIBILIDADE Os poucos dados estatísticos existentes com relação às questões LGBTQ+ se limitam à análise de números de agressões em escala global e nacional, informações que demonstram só parte do problema, ao serem obtidas normalmente a partir de denúncias protocoladas e casos que foram investigados. Hugo Quintela alerta que a falta de um recorte sobre o número de pessoas LGBTQ+ e seu perfil socioeconômico nas pesquisas do IBGE são um agravante quando se trata de dados. “Isso faz com que haja uma ausência de políticas públicas no Brasil. Elas surgem à medida em que se tem informação sobre a população”, esclarece Quintela. O professor destaca que essa falta de informação revela uma baixa preocupação do estado em relação à população LGBTQ+.
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POLÍTICA
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BOLSONARO E A AUTORIZAÇÃO DE CONCESSÕES DE MÍDIA: COMO O PRESIDENTE PODE INTERFERIR NESTE PROCESSO.
Por meio de uma live via Facebook ele fez declarações duras sobre a renovação em 2022 e direciona seu ataque Por Walas Coelho
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renovação das concessões dos conglomerados de TV e rádio, afirmando que “não terá jeitinho” caso as emissoras se submetam ao processo em 2022. Com a fala, o presidente afirma exigir em conformidade os trâmites para autorizações de concessões, que são levadas para votação no Senado e Congresso Nacional. Após usar termos como “patifes” e “canalhas” se refe-
rindo a Rede Globo, o presidente afirma que a emissora o persegue e que não o deixam governar. “Eu sei onde vocês querem chegar. Não me deixam governar e ainda querem empurrar o caso Marielle Franco para mim!”, exaltou o presidente, pedindo também 15 minutos de tempo ao vivo no Jornal Nacional.
Foto: Facebook/Bolsonaro.
ão é de hoje que Jair Bolsonaro põem em cheque às notícias e informações que são ditas a seu respeito na mídia brasileira. No dia 30 de outubro, o presidente realizou em sua rede social uma transmissão ao vivo, direto da Arábia Saudita, logo após o Jornal Nacional exibir uma reportagem sobre o caso Marielle Franco, em que foi citado. Em seu discurso, citou a
Presidente afirma que não facilitará processo de concessão para nenhuma emissora
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, IMPRENSA E EXPRESSÃO Asseguradas desde a Constituição de 1988, a liberdade de expressão e imprensa, andam lado a lado e não podem ser confundidas. Enquanto uma nasce das reivindicações da classe jornalística, a liberdade de expressão é a possibilidade de qualquer pessoa manifestar seus pensamentos, ideias e ideais, sem desrespeitar o outro. O professor universitário e jornalista Eduardo Ramos avalia o discurso do Presidente como uma forma de liberdade de expressão que tenta silenciar a liberdade de imprensa.“Em tese, a imprensa não pode ser censurada pelo governo, mas nada impede que o gestor desse governo emita suas opiniões sobre ela. É uma intimidação velada, mas direta”, explica.
Em declarações anteriores, o Presidente afirmou que a liberdade de expressão é um direito “legítimo e inviolável”. Dado que pode ser comprovado pelo uso veemente de suas redes sociais, principalmente o Twitter, popular entre os jovens. Tendo em vista o cenário político e midiático do país, o professor da Ufes Arthur Felipe Fiel, mestre em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense, defende repensar o papel do “quarto poder”, nas disputas políticas. “Especialmente nesse mesmo período de redemocratização brasileira é que se acentuam as críticas, os estudos e as discussões acerca do poder que a mídia – seja ela televisiva, radiofônica e/ou impressa – tem para pautar e/ou direcionar a opinião pública sobre determinada coisa”.
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Fiel chama atenção para o interesse e envolvimento da Rede Globo, desde sempre na política do país. “Imparcialidade nunca pareceu estar presente ou ser bandeira da emissora, e nem de suas concorrentes, especialmente SBT e Record, que nem tentam disfarçar as preferências partidárias pela bandeira do conservadorismo no país”, explica. Analisando, especificamente, a fala proferida à Rede Globo, não cabe ao Presidente decidir se irá ou não renovar a concessão com a emissora. Afinal é preciso que haja votação no Senado e ao Congresso. “ É óbvio que isto está sujeito a todo um jogo político e de abarcamento de aliados para vencer ou não uma votação. Será uma grande queda de braços”, conclui Fiel.
Bolsonaro e Globo travam disputa para liberação de concessão
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POLÍTICA
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NOMEAÇÕES DE REITORIAS PREOCUPAM COMUNIDADE DA UFES
Na iminência da votação da Lista Tríplice para a reitoria, representantes do corpo discente da Ufes se mobiliza para garantir a legitimidade do processo Por Lucas Mello
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m 6 das 12 nomeação de reitores para as Universidades Federais realizadas em 2019, o governo optou por não respeitar a Lista Tríplice enviada pelos seus respectivos colégios eleitorais. Em 5 dos 6 casos foi escolhido um nome que ocupava a segunda ou terceira posição da lista, se opondo a convenção tradicional de escolha do primeiro colocado. No caso da Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD), o presidente optou pela nomeação de uma pessoa de fora da lista . Com a aproximação da data de votação da Lista Tríplice para a reitoria da Ufes, prevista para o dia 5 de dezembro, representantes do corpo discente se mobilizam a fim de garantir o respeito a vontade da comunidade acadêmica, expressa por meio da Consulta Informal realizada no dia 6 de outubro em todos os campi da universidade.
formado por representantes da universidade, de uma Lista Tríplice de candidatos ao cargo de reitor, formada por professores dos dois níveis mais elevados da carreira ou que possuam título de doutor. Essa lista é encaminhada ao Presidente da República, que escolhe um novo reitor entre os nomes apresentados, sendo tradicionalmente o primeiro colocado escolhido, embora isso não seja uma determinação legal. O Colégio Eleitoral da Ufes é composto pelos membros do Conselhos Universitário, Conselho de Curadores e o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. A composição do Colégio é determinada por lei e consiste em 70% de membros do corpo docente e 30% de técnicos e estudantes. Muitas universidades, como é o caso da Ufes, optam também por uma consulta informal pública da comunidade acadêmica, por meio da qual é realizado um processo eleitoral, onde todos os segmentos da instiO PROCESSO tuição dispõe de um voto de mesmo peso. A Consulta A escolha da reitoria con- serve então, ordinariamensiste na nomeação, por par- te, como base de orientação te de um colégio eleitoral dos votos dentro do Colégio 10
Eleitoral, a fim de que a vontade da comunidade universitária seja respeitada. Uma Consulta Informal foi realizada em todos os campi da Ufes no dia 6 de novembro de 2019 na qual se inscreveram a chapa 1, encabeçada pela professora Gláucia Abreu, e a chapa 2, liderada pela atual vice-reitora da universidade, Ethel Maciel. O resultado percentual da Consulta foi de vitória da chapa 2, com 66% dos votos válidos contra 34% para a Chapa 1.
A REAÇÃO DO CORPO ESTUDANTIL Representantes discentes do Colégio Eleitoral afirmam estarem comprometidos com o respeito a vontade da comunidade acadêmica, expressa na Consulta Informal, como afirma o estudante de Direito e representante titular do Conselho Universitário da Ufes Hilquias Crispim. “O histórico da Ufes, assim como de outras Universidades, é o do respeito à consulta como um importante indicativo para a composição da Lista Tríplice. De nós estudantes 85% foram
, à comunidade acadêmica por parte do Governo Federal é mínima, por entendermos o momento de ruptura democrática e de ataques às instituições públicas que o país passa”, defende. A representante chama atenção para as nomeações de diretores para o Institutos Federais realizadas pelo atual governo, que também apresentaram casos de escolha do segundo ou terceiro colocados da lista, ou mesmo de uma pessoa de fora. Ainda assim, a estudante tem confiança na realização bem sucedida do processo e afirma que o segmento estudantil está preparado
para se mobilizar, caso o resultado da votação não seja respeitado. “Nos organizaremos para frear os desmandos do Governo Bolsonaro e estaremos preparados para responder à altura caso a vontade da comunidade acadêmica seja deslegitimada” reitera. O Colégio Eleitoral se reunirá entre os dias 27 e 29 deste mês para submissão das inscrições das chapas para o processo eleitoral e depois voltará à sessão no dia de 5 de dezembro para votação da Lista Tríplice a partir dos candidatos inscritos.
Processo de escolha de quem ocupará o novo cargo de reitor(a) da UFES está marcado para o dia 05 de dezembro
Foto: Divulgação/Ufes)
de votos na Chapa 2. Portanto, nós Conselheiros/as temos a missão de votar em bloco na Ethel, seguindo o voto de nossos pares na pesquisa eleitoral dos 4 campi” ressalta. Contudo, mediante a postura adotada pelo governo federal até então, há pouca confiança do corpo discente na aceitação do resultado da Lista Tríplice por parte do presidente da República, segundo a estudante de Ciências Sociais representante titular do Conselho Universitário Emanuelle Kisse. "As expectativas para o respeito desse processo de Consulta/Pesquisa Informal
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EDUCAÇÃO
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EJA É ALTERNATIVA PARA O ANALFABETISMO Motivação para a permanência no mercado de trabalho é uma das principais razões de aderência ao Ensino de jovens e Adultos Por Beatriz Santos
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literatura, daniella Lima, há um grande desafio por parte do aluno e do docente; pois, normalmente, são trabalhadores que estão em sala de aula por obrigação, uma vez que o trabalho exige qualificação. Então, esses alunos buscam uma qualificação; no entanto, não têm tempo para fazer, já que trabalham e têm uma família para dar conta.” Muitas vezes eles não querem aprender e sim, querem um papel (diploma) que mostra que ele tem o Ensino Médio, para comprovar na empresa que trabalham ou para prosseguirem em um curso técnico ou para entrar em uma faculdade.” Essas dificuldades são bem comuns, de acordo com Nádia, que cursou o EJA e atualmente está concluindo o ensino superior, um dos motivos que a fez não concluir o ensino regular foi
a necessidade de trabalhar, desde os 16 anos. O apoio da família também faz total diferença nesse processo de estudo, segundo Danielle Lima, o incentivo dos pais, principalmente ajudando com a filha pequena, foi o que permitiu o retorno dela aos estudos. O sistema de ensino também oferece um déficit muito grande, visto o pouco tempo e os conteúdos enormes, fazendo com que os professores necessitam selecionar os conteúdos, desta forma, o olhar sobre o aluno do EJA precisa ser mais humanizado, pessoas sendo o mais correto olhar para aquilo que essas pessoas têm a ensinar, sendo um público que necessita de um olhar maior do governo, visto que o mesmo olha para essas pessoas com pena, ressalta a professora de química Rute Janaína. Fonte: prefeitura de Vila Velha
A EJA- educação de jovens e adultos é a principal porta de acesso por onde as pessoas maiores de 18 anos, podem finalizar os seus estudos a nível de ensino fundamental e médio, quando não tiveram a oportunidade de concluir o mesmo por diversas razões. Contudo a desigualdade com relação as oportunidades continuam grandes, de acordo com o PNAD- Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizado em 2017 pelo IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 7% ( 11,5 milhões) de pessoas acima dos 15 anos são analfabetas, ao olhar para as pessoas com idade acima dos 60 anos, os dados são ainda mais alarmantes, indo para 19,3%. As pessoas que optam por voltar a estudar, em sua maioria o fazem pela motivação de obterem o certificado que possuem ensino médio, e assim conseguirem melhores oportunidades de vida, raros casos almejam o ensino superior, isso se dá devido a inúmeros fatores como, idade, trabalhar o dia todo, família,etc. De acordo com a professora de Língua Portuguesa e
EJA se tornou porta de entrada para os que não concluiram o ensino fundamental e médio
ESPORTES
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CRESCE A PRÁTICA DE CHEERLEADER NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Equipes nível 2 já participam de competições e apresentações dentro e fora do estado Por Ludson Nobre
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extensão, assim, chamamos uma professora do Centro de Educação Física da UFES e ao fazermos a seletiva para novos membros, tivemos mais de 119 inscrições de alunos dos dois campis da UFES na Grande Vitória”, disse. O esporte é regulamentado pela União Brasileira de Cheerleaders (UBC), e seu quadro de pontos avalia técnica dos movimentos, dificuldade, transição, formação, dança, saltos e performance. A prática requer um preparo físico para desenvolver manobras de um alto grau de dificuldade. O treinamento intenso assemelha-se à ginástica além de treinar dança e elementos rítmicos.
“Cada equipe tem três minutos e trinta segundos para apresentar a sua rotina. Os movimentos podem ter deduções de pontos por erros, movimentos ilegais, quedas e até mesmo desequilíbrios”, informou Fabrício Viana, aluno do curso de Arquivologia da UFES e regulamentador de Cheerleader. No final deste ano, a equipe da UFES irá se apresentar em um festival de dança da universidade e a rotina contará com 40 membros. Já a maior equipe do estado, o Cheer UVV, vai para o campeonato de cheerleader do Rio de Janeiro, competir no nível 2.
Fonte: fotografia Ludson Nobre
Cheerleader vem se destacando e ganhando espaço no cenário nacional dentro das universidades. Grandes equipes surgem paralelo às atléticas, e no Espírito Santo isso não tem sido diferente. Neste ano, dois grandes times do estado se consolidaram e treinam de forma intensiva e regularmente duas vezes por semana para as competições que ocorrem no final do ano. Segundo a capitã do time universitário da UFES, Beatriz Seixas, cerca de 70 atletas ingressaram na equipe só no segundo semestre No recesso escolar de julho, decidimos virar um projeto de
Procura por vagas em equipes de cheerleaders aumentam a cada semestre
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