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Nº 15 - Junho 2012
Mensal - Director: Agostinho Ribeiro
Guerra dos Bugios contra Mourisqueiros é emblema das gentes de Sobrado
Valongo tem novo presidente
Mª José Azevedo diz que “falta plano de desenvolvimento”
Já abriu na
PS de Valongo reelegeu líder concelhio
Diversos Fernando Melo renuncia e Arnaldo Soares defende eleições
João Paulo Baltazar assume presidência O anterior vice-presidente da Câmara de Valongo, João Paulo Baltazar, assumiu no inicio do mês de Junho a presidência da Câmara de Valongo. O antigo presidente Fernando Melo renunciou formalmente ao cargo que desempenhou durante 18 anos, na reunião de Câmara de 31 de Maio. Nessa reunião, Fernando Melo recebeu o cumprimento de dezenas de funcionários do executivo e lembrou alguma da sua atividade na autarquia. Na oportunidade foram deixadas pelos vereadores palavras alusivas ao momento, dos da oposição foram deixadas algumas notas discordantes da atuação de Fernando Melo como presidente da Câmara. Mais incisivo foi o discurso de Arnaldo Soares, vereador eleito pelo PSD, que defendeu eleições antecipadas porque “as regras
do jogo tinham sido alteradas”. Para além da alteração no lugar mais alto do executivo, o PSD fez entrar mais um vereador, Arménio Pedro, e Maria Trindade Vale passa a ser vice-presidente. João Paulo Baltazar vai ter de resolver dossiers complicados como o Pla-
no de Saneamento Financeiro, Plano e Orçamento para este ano, restruturação administrativa, contenção financeira, o que faz antever uma tarefa nada fácil. Recorde-se que João Paulo Baltazar é encarado como o candidato do PSD às autárquicas de 2013.
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Urgências continuam 24 horas em Valongo Contrariamente ao previsto, as urgências noturnas do Hospital de Valongo não encerraram no passado dia 18. A decisão foi tomada após uma reunião decorrida no dia 13 de Junho na Câmara Municipal de Valongo que juntou o presidente da autarquia, João Paulo Baltazar, o presidente da ARS-Norte e o presidente do Centro Hospitalar do S. João. Depois de ter manifestado publicamente o seu desagrado pela forma como o processo decorreu, o presidente da autarquia teve oportunidade de sensibilizar os responsáveis das entidades de saúde para a necessidade de se encon-
trar uma solução que dê garantias de acesso aos cuidados de saúde por parte da população do concelho de Valongo. Assumida a suspensão do encerramento naquela data, os presidentes da ARS-Norte e do Centro Hospitalar do S. João comprometeram-se a analisar todas as possibilidades de modo a que a decisão final vá de encontro, tal como sempre foi defendido pelo presidente da Câmara Municipal de Valongo, João Paulo Baltazar, às reais necessidades da população. Recorde-se que a administração do Hospital de S. João tinha confirmado a suspensão das urgências entre as 22 e as 8 da ma-
nhã a partir do dia 18 de Junho. Na Assembleia da Republica, o Bloco de Esquerda tinha questionado o ministério da saúde sobre a situação e a concelhia do Partido Socialista de Valongo, também tinha protestado contra a situação. Ainda no setor da saúde, a ARS Norte confirmou a fusão dos Agrupamentos de Centros de Saúde Valongo e Maia. Para o ministério “a fusão resulta apenas de razões de avaliação funcional e organizativa promovidas pelas várias Administrações Regionais de Saúde (ARS) e da respetiva responsabilidade”.
Novo líder do PSD Alfena Decorreu no dia 16 de Junho, sábado, a eleição da nova Comissão Política do Núcleo do PSD de Alfena. Ao acto eleitoral apresentou-se apenas uma lista à votação – Lista M – encabeçada por Daniel Feliz. Dos cerca de 440 militantes inscritos no Núcleo de Alfena do PSD, o segundo maior do concelho de Valongo, estavam em condições de votar
217 militantes. A lista M obteve 164 votos num total de 165 participantes, o maior resultado de sempre em eleições na história daquela estrutura do PSD. “A enorme participação neste ato eleitoral constitui um sinal da força do partido, da capacidade de mobilização dos seus militantes em Alfena e da vontade dos mesmos em participar ativamente no futuro, não só do partido, mas sobretudo
da sua cidade”. De acordo com Daniel Feliz, o novo presidente do Núcleo do PSD de Alfena, “a força do PSD em Alfena ficou bem patente no passado sábado através da elevada participação, sem precedentes, nesta eleição. Trata-se de um sinal claro de que o partido está bem vivo em Alfena e que os militantes querem ajudar a tornar o PSD, novamente, o maior em Alfena”.
Publicado na edição 15 do JNV, em 21 de Junho de 2012
CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO
PRÉMIO NACIONAL DE BOAS PRÁTICAS LOCAIS – CATEGORIA AMBIENTE AVISO Nº 67 -ALTERAÇÃO AO ALVARÁ DE LOTEAMENTO Nº 1/2010 ADITAMENTO Nº 19/2012 Nos termos do art.º 27º do decreto-lei n.º 555/99, de 16/12, e posteriores alterações, torna-se público que a Câmara Municipal de Valongo emitiu, em 18 de Junho de 2012, o aditamento n.º 19/2012, em nome de Vicente de Sousa Gonçalves, ao alvará de loteamento n.º 1/2010, através do qual é aprovada a alteração ao loteamento sito no Gaveto das Ruas 31 de Janeiro e de Cabeda, na freguesia de Alfena, concelho de Valongo, por despacho de 2012/01/02, anexo ao processo de loteamento n.º 1-L/2009, em nome de Vicente de Sousa Gonçalves, e consta do seguinte:-------------------------------------------------------------------------------------------A alteração incide exclusivamente sobre o lote nº4, e consiste:------------------------------------------------------*Anulação da cave, e alteração das áreas no piso térreo e no piso 1, bem como na área permeável e implantação, verificando-se uma ligeira redução na área bruta de construção.---------------------------------Valongo e Paços do Concelho, aos 18 de Junho de 2012 O Presidente da Câmara João Paulo Rodrigues Baltazar (Dr)
FICHA TÉCNICA: Jornal Novo de Valongo - Número 15 - 21 de Junho de 2012 - Propriedade, Edição e Direcção de Agostinho Ribeiro Adm.Comercial: André Santos; Colaboradores: Cátia Ribeiro, Rita Rebelo, José P. Loureiro, Carlos Silva, Abel Sousa, Francisca Costa Paginação e Grafismo: PGM Registos: Titulo: 125820 Endereço Postal: Apartado 22 4440-999 Valongo emails geral@jnvalongo.com jornaldevalongo@sapo.pt Telm 91 1116453
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Entrevista/Política
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Maria José Azevedo diz que “falta um plano de desenvolvimento estratégico” Depois da entrevista a Afonso Lobão, vereador eleito pelo PS, agora é a vez de ouvirmos a eleita cabeça de lista pelo movimento Coragem de Mudar.
Jornal Novo de Valongo - Que Balanço faz do mandato autárquico até ao momento? Maria José Azevedo -Este mandato tem coisas positivas e negativas: positivo, desde logo, o facto de não haver uma maioria absoluta, o que tem obrigado a que as decisões sobre os assuntos mais importantes tenham que ser consensualizadas, iniciando uma prática mais democrática do exercício do poder. Negativo o descalabro financeiro acumulado, sobretudo no mandato anterior, que nem sequer permite que a Câmara honre os compromissos assumidos e muito menos pense em fazer investimentos nos anos mais próximos. Negativo também o facto de ainda não haver e parecer não haver vontade política para tal, de gizar para o concelho um Plano de Desenvolvimento Estratégico. Este executivo parece incapaz de tomar uma atitude mais proativa que retire o concelho da cauda da AMP. JNV - Que poderia ter sido feito para a situação ser melhor? MJA - Partilhar com a oposição (que afinal tem a maioria) o exercício do poder de uma forma mais conforme com o que foi o resultado eleitoral – seria mais democrático e as decisões passariam a ter uma base de sustentação mais sólida. JNV - Papel da Coragem de Mudar no executivo, uma vez que não existe maioria. MJA - Os vereadores eleitos pela Coragem de Mudar têm mantido uma equidistância que lhes tem permitido ser o fiel da balança e, como sempre dissemos, cumprimos: temos votado as propostas consoante entendemos que virão a ser positivas para o con-
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celho e os seus cidadãos, no respeito por aquilo que nos obriga, enquanto vereadores eleitos numa lista independente, que é o programa com o qual nos apresentámos às eleições, e a nossa própria consciência do que faríamos se tivéssemos o poder JNV - Que acha do papel do PS? MJA - Qual dos dois? O que está na Câmara ou o que está na A.M.? Acho que o PS na Câmara poderia ter arriscado mais, em muitas ocasiões (não se percebe como e porquê viabilizou os 2 primeiros orçamentos, sabendo-se como se sabia que estavam completamente inflacionados e que essa prática reiterada levara a Câmara à situação financeira em que se encontra, comportamento, aliás, veementemente criticado num recente Relatório da Inspecção Geral de Finanças); por outro lado parece votar, muitas vezes, com receio da opinião pública, ou, se quiser, parece votar com medo dos eleitores (no que se pode entender como um tentativa de passar pelos pingos da chuva sem se molharem). JNV - Qual é a sua opinião em relação a casos mais polémicos: alteração pdm em Alfena, auditoria (ou falta dela) a Veolia e Parques Estacionamento; falta de plano de atividades; reestruturação administrativa (eventual agregação de freguesias) e outros ... MJA - Fomos sempre, e continuamos a ser contra alterações do PDM que se façam a reboque dos interesses de particulares, por muito importantes que eles sejam para o Concelho. Se houvesse um Plano de Desenvolvimento Estratégico onde as áreas industriais fossem definidas em função de critérios objectivos, esse risco já não existiria. Continuamos a aguardar o resultado dessas duas auditorias que fazem parte do Plano de Saneamento Financeiro que, consideramos, estão a demorar mais que o previsto e necessá-
rio. Diga-se, a propósito, que queremos conhecer os resultados e que queremos intervir em função desse resultado. As auditorias não se destinam ao arquivo. É preferível não ter Plano de Actividades e Orçamento (nem por isso a Câmara pára, uma vez que funciona com os do ano transato) do que ter instrumentos de gestão que sejam mentirosos como os dois anteriores, sobretudo o primeiro, em que se previa uma realização de receita da ordem dos 90 M€, dos quais não se chegaram a concretizar 40M€. JNV - Como perspetiva o resto do mandato? MJA - Há sempre o risco de haver uma luta surda entre putativos candidatos a Presidente de Câmara, menos no PSD, mais no PS, que poderá vir a ter reflexos na actividade do Executivo e na relação deste com a A.M. Esperemos que não fique prejudicado o Concelho nem os seus cidadãos mais do que já estão. JNV - Nas próximas eleições a Coragem de Mudar apresentar-se-à a escrutínio? MJA - Não é este o tempo adequado para haver uma resposta a esta questão. A lógica desta candidatura independente assentou na necessidade de, face às candidaturas que os partidos políticos decidiram apresentar, e por que estas, na nossa opinião, não serem as que melhor serviriam o concelho, criar condições para que surgisse uma outra candidatura que aglutinasse as vontades e o apoio de descontentes à volta de um programa e de práticas diferentes. O actual movimento de alinhamento de candidatos, numa espécie de primárias, só se pode compreender numa lógica dos aparelhos partidários. Ora, isto nada tem a ver com um movimento que teve uma lógica, um momento e um quadro de pessoas. Os partidos são essenciais à democracia, mas esta não se esgota neles.
O surgimento de uma ou mais candidaturas independentes encontra quase sempre a sua justificação na incapacidade de os partidos olharem para fora de si próprios. E devem os movimentos de cidadãos afastar de si a tentação de se travestirem de partidos,
copiando-os, sobretudo no que eles têm de pior. Portanto, só o tempo e a definição clara e definitiva dos candidatos dos partidos tornará, ou não, necessária a formação de uma vontade livre de cidadãos livres e desenquadrados, para se candidatarem.
Nota da Direção do JNV - Esta entrevista foi dada há mais de um mês, só tendo sido publicada agora, devido ao facto da edição prevista para Maio só sair agora, devido, uma vez, à dificuldade de angariação de publicidade. Por isso alguns dos assuntos podem não estar muito atuais. As nossas desculpas à entrevistada e aos leitores.
José Manuel Ribeiro reeleito no PS
José Manuel Ribeiro venceu as eleições internas do PS Valongo, frente a Afonso Lobão. Em números, Ribeiro teve 622 votos e Lobão 339. Quase 65% dão uma vitória folgada ao lider concelhio socialista, garantindo-lhe também via aberta para a candidatura à Câmara de Valongo. No que se refere às secções, Valongo e Alfena com lista única deram vitória a Ivo Neves e Paulo Gomes respetivamente e nos casos de Campo, Sobrado e Ermesinde, as listas apoiantes de José Manuel Ribeiro venceram na duas primeiras com Alfredo Sousa e César Ferreira. Em Ermesinde foi a única freguesia que deu vitória a apoiantes de Afonso Lobão para a concelhia, tendo Filipe Santos vencido para a secção. Nas eleições para a distrital do Porto, José Luís Carneiro, apoiado por José Manuel Ribeiro, venceu Guilherme Pinto.
Associações
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Banda Musical de Campo em evolução A Banda Musical de S. Martinho surgiu a 1 de janeiro de 1929. Foi fundada por um músico que tocava na banda de Cete, tendo adotado este nome em homenagem ao então santo padroeiro da região. Ao longo dos anos o padroeiro S. Martinho foi substituído pela Nossa Senhora da Encarnação, mas o nome da banda manteve-se. O atual presidente da direção é Adão Rodrigues e falou ao JNV sobre alguns pormenores da banda que tem dignificado o nome da freguesia de Campo e do concelho de Valongo. Com o decorrer dos anos, os jovens cada vez aderem menos à Banda de S. Martinho, nomeadamente à sua escola de música, certamente devido às imensas atividades que hoje em dia lhes são oferecidas. A direção pretende contrariar esta tendência, até porque as filarmónicas são os conservatórios do povo. Neste momento, a Banda conta com meia dúzia de elementos que estão em aprendizagem musical, sendo constituída por elementos com uma faixa etária dos 8 aos 80 anos. O único local onde a Banda de S. Martinho pode ensaiar é na sua sede. O responsável pela banda tem em mãos um novo projeto que irá envolver uma nova sede para a banda, mas também uma escola de música que será utilizada pelos alunos para que estes possam aprender, com todas as condições
necessárias. O presidente da direção refere ao JNV que “este projeto é considerado bastante ambicioso, mas ideal para as características da banda. Para a concretização deste sonho, concorremos a fundos do Proder, (através da associação ADRITEM), onde a candidatura está ainda numa fase de estudo, mas esperamos conseguir alcançar os objetivos com a aprovação deste projecto. O apoio que iremos receber irá ajudar muito na concretização da obra. Contamos também com apoio da Junta de Campo e da Câmara de Valongo”. A Banda irá implementar este projeto numa antiga escola primária que está desativada há alguns anos (Escola do Outeiro). Este espaço foi atribuído pela Câmara de Valongo, que também elaborou o projeto de intervenção, depois de um pedido da direcção da banda e o objectivo é aproveitar a junção do tradicional com o moderno. Esta não é a primeira vez que esta coletividade concorre a apoios, sendo que no ano anterior recebeu uma verba que foi utilizada para aquisição do novo fardamento que foi exibido ao público no dia 18 de Maio de 2012, no Fórum Cultural de Ermesinde. Atualmente esta associação não tem qualquer apoio empresarial para a sua actividade, sendo um aspeto que a direção vai tentar alterar atra-
vés de contactos com diversos empresários. Refere Adão Rodrigues que “o trabalho que desenvolvemos, sobretudo na escola de música, é muito importante e quanto mais apoio tivermos mais longe poderemos ir. Vamos tentar cativar alguns empresários, até porque existem alguns benefícios fiscais que eles poderão ter, aproveito a oportunidade para deixar este apelo à colaboração com a nossa instituição”. No que se refere ao fardamento, até há pouco tempo a banda fornecia o pano e depois cada músico escolhia o alfaiate ou modista. Com esta prática as fardas tornavam-se desiguais uma vez que que eram feitas de forma diferente, mas com a atribuição deste novo fardamento, a apresentação será uniforme o que dará à banda uma nova imagem. Ao longo dos últimos anos a banda tem uma média de 20 concertos por ano, um pouco por todo o país, mas em maior quantidade na zona norte. A banda tem tido uma evolução natural, com maior visibilidade nos últimos dez anos. Durante várias décadas a direção da Banda pertenceu praticamente sempre à mesma família (Teixeira). Com a contratação de um novo maestro e com uma mentalidade mais moderna do conceito de banda, esta tem sofrido uma mudança bastante agradável, mesmo no que se refere a reportório.
Para alguém se tornar músico da banda é apenas preciso ter vontade, sendo a inscrição grátis. Em relação à força de vontade e ao sacrifício que é exigido, recentemente aconteceu um episódio no seio da banda que mostrou a dificuldade a este nível. Adão Rodrigues conta que “havia uma rapariga que já frequentava os ensaios da banda já há algum tempo e estava prestes a formar-se como elemento da banda. Um dia tive uma conversa com ela, onde lhe disse que se ela ia entrar para a banda, tinha de saber que os concertos e
romarias são normalmente aos domingos. Disse também que existem algumas romarias e festas em Trás-os-Montes ou Alto Minho e em que nós temos que levantar muito cedo e chegamos a casa muito tarde. A rapariga ficou muito espantada a olhar para mim e admirou-se das atuações serem ao domingo. Desde esse dia nunca mais apareceu. Isto mostra que acima de tudo é preciso ter muita vontade para entrar numa atividade como esta”.
João Paulo Baltazar sócio- honorário
Entretanto, na comemoração dos 11 anos do Fórum de Ermesinde e apresentação do fardamento, foi entregue ao presidente da Câmara de Valongo, João Paulo Baltazar, uma placa onde é referido que a Banda de S. Martinho o institui como sócio honorário, “devido ao esforço pessoal e institucional em apoiar a associação”. Em 83 anos de existência é o primeiro sócio honorário da colectividade. Texto e foto de Cátia Ribeiro e Rita Rebelo (estagiárias da Escola Profissional de Valongo)
Objetivos da Al Henna Constituída em 28 de Dezembro de 2010, a AL HENNA – Associação para a Defesa do Património de Alfena é uma associação sem fins lucrativos que tem por objecto a defesa e recuperação do património histórico, arqueológico, edificado, etnográfico, cultural e, bem assim, do património natural, paisagístico e ambiental da Vila de Alfena (entretanto elevada a cidade) e zona envolvente; e ainda, a realização de estudos e investigações nas várias áreas de interesse histórico-arqueológico, ambiental, cultural e sócio-económico. Neste primeiro ano de existência, foram definidas como prioridades de actuação, a divulgação da Associação e a angariação de novos associados, bem como, o estudo da temática relacionada com os limites históricos da freguesia de Alfena, procurando contribuir para uma melhor elucidação do tema e para uma mais célere reposição da verdade histórica. Na sequência de um trabalho de investigação e recolha
de elementos levado a cabo por Arnaldo Mamede e Ricardo Ribeiro, a Associação deu início a um conjunto de actividades, genericamente designadas por «Caminhadas pelos Limites», com o objectivo de explicar aos membros dos órgãos da AL HENNA, bem como, outros interessados que quisessem participar, as conclusões a que se foram chegando. Assim, iniciou-se um ciclo de 5 caminhadas por todos os lugares da Cidade de Alfena em 22 de Maio de 2011. Essas caminhadas tiveram continuidade em 4 de Junho de 2011, a 12 de Junho, em 18 de Junho, 24 de Julho, e por fim em 11 de Setembro de 2011 a VI Caminhada pelos limites. A fechar o ano, salienta-se o colóquio «Alfena, a cidade e os seus limites», que teve lugar no auditório do Centro Cultural de Alfena no dia 30 de Novembro. A iniciativa serviu para fazer a apresentação pública da nossa Associação, bem como, para a apresentação das conclusões do
trabalho levado a cabo sobre a temática dos limites históricos da nossa cidade, contando com a presença de algumas individualidades locais, bem como de uma sala cheia de Alfenenses interessados. Já no decorrer de 2012, a AL HENNA tem levado a cabo novas caminhadas, continuando a privilegiar a Questão dos Limites, que continua na ordem do dia, bem como, outros temas como sejam as antigas Estradas Reais que atravessavam o território alfenense, e uma visita à recentemente descoberta Jazida Fossilífera dos Montes da Costa, em Ermesinde (bem perto do limite com Alfena). Outras iniciativas estão já previstas no horizonte desta jovem Associação que se quer afirmar sobretudo pela competência na recolha de informação e eficácia na sua divulgação. Na foto uma das caminhadas.
ATENÇÃO CAMPO Na próxima edição vamos publicar páginas especiais sobre a Semana das Coletividades: As associações e o seu dinamismo. As empresas interessadas em divulgar o seu produto podem contactar geral@jnvalongo.com
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Bugiada/Sobrado
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Presidente da Câmara diz que Bugiada é referência do património imaterial do concelho “A festa Bugios e Mourisqueiros é uma das grandes referências do património imaterial do concelho de Valongo”. Quem diz isto é João Paulo Baltazar, presidente da Câmara. O autarca refere que “hoje em dia a competitividade entre os concelhos se faz através de uma exponenciação do que são as suas mais-valias e as suas riquezas. A festa dos bugios e mourisqueiros é um elemento potenciador porque é único e temos a noção de que temos de apostar na divulgação e na salvaguarda da própria festa”. A recente aprovação pelo Executivo Municipal da declaração da Bugiada como património imaterial municipal é importante, “porque uma coisa é dar-lhe a minha opinião e garanto que tudo irei fazer para potenciar a festa, no entanto quero que tudo isto passe para além das pessoas e daí ter apresentado a proposta. Isto tem de ser assumido
por parte do município, por isso foi à Câmara e vai à Assembleia Municipal na próxima semana, para que independentemente de quem esteja, haja uma declaração de vontades expressa no esforço de preservação desta festa”. No que se refere à promoção, o posto de turismo do Porto e Norte, inaugurado na quarta-feira no Aeroporto Sá Carneiro, passa um vídeo promovendo a bugiada. João Paulo Baltazar afirmou ao JNV que “temos de aproveitar todas as formas de promoção e esta é uma boa forma para quem chega através do aeroporto ficar a conhecer esta realidade. No dia de inauguração foi o vídeo mais visionado e logo nesse dia houve interesse direto de várias pessoas e dos média em conhecer melhor esta tradição. Há hoje em dia uma boa relação entre a Câmara de Valongo e as entidades que nos podem ajudar, Secretaria de Estado do Turismo, Secretaria de Estado da Cultura, Enti-
dade Regional de Turismo Porto e Norte de Portugal e estamos a estreitar essa relação de modo que seja assumido por todos que esta festa tem grande potencial e merece ser promovida. A Câmara e eu próprio trabalhamos todos os dias de modo a potenciar a festa”. O presidente da Câmara afirmou ao nosso jornal que o esforço vai continuar e que a festa de 2013 vai servir de alicerce à candidatura à lista de salvaguarda da Unesco. Referiu o autarca que já reuniu com a Casa do Bugio no sentido de se começar já a preparar a festa do próximo ano, uma vez que, salienta “vamos de ter de documentar a festa e a preparação. Teremos de recolher filmes, fotografias e outros elementos. Vamos ter de documentar a festa porque a transmissão é sempre verbal, este costume, a maneira como se faz, como se organiza, está no adn de cada sobradense. Numa candidatura esta informação tem de ser estruturada e passada a es-
Sobrado contra lamas A Junta de Freguesia de Sobrado, Valongo, está preocupada com a deposição de lamas, oriundas de várias Etar’s, em terrenos da freguesia. Segundo disse ao Jornal Novo de Valongo Carlos Mota, presidente da autarquia sobradense, “fomos avisados no princípio de Maio dessa deposição em eucaliptais da freguesia, nomeadamente em Cavada Vale Silva, perto da EM 606, junto à A41 e próximo do Baldeirão, entre outros. Imediatamente avisamos o Departamento de Ambiente da Câmara de Valongo e a GNR (Sepna). Informamonos também junto da Direção Regional de Agricultura e
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Pescas e a informação que nos foi dada foi de que está tudo dentro da lei. Os terrenos são particulares (pertencem ou estão arrendados à Silvicaima) e a empresa que deposita as lamas (Ambitrevo) está autorizada a efectuar o depósito através do plano de gestão de lamas nº 1 da região Norte. Só que isso não nos satisfaz, porque acho que Sobrado não deve ser o caixote de lixo de outras localidades. É inadmissível que nem a Junta de Freguesia nem a Câmara Municipal tenham sido consultadas”. Carlos Mota afirmou ao JNV que não sabe como serão controlados os depósitos, quer no que se refere à qualidade e conteúdo dos resíduos, quer à quantidade. O autarca referiu
Foto: Arquivo JNV
crito. Em termos do que é evidenciar mais a manifestação e menos a romaria, isso tem de ser conseguido. Uma das coisas que me agrada é que há uma forte unanimidade à volta disso e há uma definição clara do que compete a cada um. Há uma coincidência de visão.” A necessidade de que tudo não acabe no dia 24 é outro
pormenor a ter em conta. Refere João Paulo Baltazar que “a manifestação continuará a ocorrer só no dia 24 de Junho, mas deve poder viver durante o ano todo. Um turista que visite Sobrado durante todo o ano deve poder comprar merchandising, conhecer como funciona a festa, o calendário e ter uma visão através de um elemento
multimédia. Estamos a trabalhar nisso, são estes os eixos de desenvolvimento: conservar a festa, salvaguardar e garantir de que ela se vai manter sempre, preservar e garantir de que quem decide o que é a festa e o que será, são os sobradenses, mas por outro lado dar-lhe uma dimensão diferente, sem tocar no coração da festa”.
Eleitos da AM em visita
ao nosso jornal que “a resposta que me é dada é que se trata não de resíduos, mas de fertilizantes. O que sei é que o cheiro afeta as pessoas e temos receio que os recursos freáticos sejam afetados. Aquela área é rica em água e não se sabe o que pode acontecer, daí a preocupação das pessoas desta freguesia”. O Jornal Novo de Valongo sabe que a Junta de Freguesia de Sobrado enviou já para a Administração Regional Hidrográfica do Norte e para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte ofícios a dar conta da preocupação da autarquia e a questionar da legalidade do despejo.
Tal como tem acontecido com outras freguesias, Sobrado recebeu no dia 16 de Junho, os deputados da Assembleia Municipal de Valongo. Numa visita guiada pelo presidente da Junta, Carlos Mota, os eleitos da AM começaram por visitar a Retria e a Recivalongo, duas empresas do mesmo grupo que atuam na área da reciclagem. A Retria na gestão e tratamento de resíduos de construção e demolição e a Recivalongo na valorização de resíduos não perigosos, produzindo combustíveis
derivados de resíduos. Os deputados tiveram oportunidade de verificar toda a cadeia de funcionamento, tendo sido salientada pelas técnicas responsáveis, a preocupação com a defesa do ambiente, através de uma monitorização constante de todo o processo, bem assim como, por exemplo, a análise constante dos recursos freáticos da área envolvente. Depois os deputados fizeram uma visita a locais e situações que a junta considera merecerem intervenção. São
exemplos o alargamento da Rua Fialho de Almeida (falta negociar com alguns proprietários), a Casa do Visconde (que está em ruínas e poderia ser uma mais valia), o alargamento da Rua da Costa, o cruzamento da Lomba, que justifica uma rotunda, a poluição no rio Leça e a necessidade de passeios em várias artérias da freguesia. Os deputados presentes na visita mostraram sensibilidade para as questões levantadas.
Bugiada
Junho 2012
Carlos Mota, presidente da Junta salienta virtude da tradição:
“A Bugiada cria auto-estima nas pessoas de Sobrado”
A maior manifestação etnográfica do concelho de Valongo vai voltar a animar a freguesia de Sobrado. Será no dia 24 de Junho, dia de S. João, e falamos da Bugiada ou da “guerra” entre cristãos e mouros, na linguagem da freguesia de Sobrado, bugios e mourisqueiros. Sendo o evento mais importante da freguesia, seja porque envolve 900 atores, todos sobradenses, seja porque nesse dia a freguesia recebe milhares de visitantes, importa conhecer a opinião do presidente da Junta de Freguesia, Carlos Mota. Para o autarca “a bugiada é uma festa que cria autoestima junto das pessoas, porque toda a gente na freguesia de Sobrado tem um carinho especial pela mesma. Talvez até seja única, pelo facto das pessoas acharem que é uma festa de todos, onde toda a gente participa. Não há dificuldade de angariação de pessoas. Este evento é importante para a freguesia, porque durante muito tempo dá perceber que existe um coletivo, onde as pessoas trabalham para algo em comum, por outro lado é também uma forma de dar a conhecer a freguesia ao país e ao mundo”. O presidente da Junta destaca o papel da bugiada no tecido económico local “a festa é e será cada vez mais importante, porque neste momento as festas têm também a ver com a economia. Trata-se de um potencial muito grande, que a freguesia de Sobrado tem de saber aproveitar, recebendo bem as pessoas, criando condições para que as pessoas possam vir visitar a mesma e assim criar um certo merchandising”. Carlos Mota defende que a festa não pode morrer no dia 24, devendo haver “uma certa continuidade durante quase todo o ano e um plano de ação ao redor da festa fazendo nascer uma riqueza envolvente, por exemplo com o fabrico e venda de merchandising
e outras actividades, como por exemplo um museu etnográfico. Para que isso aconteça é preciso que haja vontade de muitas partes, naturalmente da Junta de Freguesia, da Câmara Municipal, da Associação da Casa do Bugio, da própria população e da igreja, sendo que estão todos envolvidos no mesmo projeto, tendo como objetivo o crescimento da festa e o desenvolvimento da freguesia. No entanto tendo sempre como lema a não alteração da tradição, que urge preservar”. O presidente da freguesia referiu que existe a intenção de apresentar uma candidatura à UNESCO, defendendo a Bugiada como património imaterial da humanidade, o que, a ser aprovada, dará uma visibilidade muito grande. “Para que isso aconteça naturalmente a festa tem de continuar a crescer, têm de ser criadas mais infraestruturas e recolhido todo um espólio histórico desta manifestação cultural que nos orgulha”, acrescentou o autarca. Carlos Mota acredita que no dia de S. João estejam pela freguesia cerca de trinta mil pessoas como é o costume. Refere o autarca que “se houver uma maior procura passa a existir um problema de visibilidade de todos os eventos e terão de ser criadas outras condições”. Apesar de existir alguma evolução ao longo dos tempos, a tradição dos bugios e mourisqueiros mantêm-se muito semelhante. Mas a festa de S. João é mais que a bugiada e nesta fase de crise em que o país se encontra o presidente da Freguesia de Sobrado acha que não há influência na realização da festa, referindo ainda que “as pessoas vão todas, aqui e ali pode haver uma diminuição dos donativos, podendo haver necessidade de adaptar o programa à situação”. Em relação à divulgação, o facto de haver uma ligação à rede da mascara Ibérica, pode contribuir para
um aumento, uma vez que começou a haver um maior contacto com outras festividades onde a máscara predomina, seja em Portugal, seja em Espanha. Refere Carlos Mota que “uma desvantagem das outras festas entre mouros e cristãos é que são realizadas no solstício de Inverno e a vantagem da festa dos bugios e mourisqueiros é que ela realiza-se sempre na primavera e outra vantagem é que nas outras tradições o número de participantes é muito diminuto em termos de figurantes a festa da bugiada conta com mais de 800 figurantes, com todo o colorido e som envolvente, tornando-se assim uma vantagem para a tradição e para região”.
“As mulheres vêm com muita força, capacidade e vontade” O autarca Carlos Mota não participa diretamente nos festejos da bugiada, ocupa o seu lugar institucional, que é ir na procissão e depois acompanhar os convidados. Em relação ao facto da comissão de festas ser dirigida apenas por mulheres o presidente da Junta de Sobrado vê esta realidade com agrado. Diz que “normalmente quando aparece um conjunto de mulheres a fazer uma festa, elas vêm com muita força, com muita capacidade, com muita vontade. Têm uma capacidade de pedir e de trabalhar que é importante. No caso concreto desta comissão, acho que o conjunto tem um grande valor, competência e capacidade de trabalho e por isso dá gosto trabalhar com elas. Por tudo o que disse as expectativas são muito elevadas, se acrescentarmos o facto da festa se realizar a fim-de-semana e do cartaz ser de qualidade, estão reunidas as condições para que tudo corra pelo melhor. “É engraçado que até já alguns presidentes de Câmara e de Junta, querem marcar aqui a sua presença. Há também
elementos de outras festas que virão cá e naturalmente que todos serão bem recebidos” salienta o autarca. A Bugiada poderia ter um maior reconhecimento se não existissem duas realidades que têm de ser mantidas. A festa dos bugios e mourisqueiros realiza-se sempre ao dia 24 de junho, seja que dia da semana for, e em muitos locais não é feriado. Por outro lado, por uma questão histórica e cultural a festa nunca sai da
região. Os figurantes dos bugios e dos mourisqueiros nunca vão a nenhum sítio, apesar das dezenas de convites. “É que tudo tem de acontecer enquadrado com a tradição e no local adequado”, diz Carlos Mota, salientando o exemplo dos diretos das televisões: “é muito difícil fazer um direto, porque não se consegue ajustar a forma como tudo acontece durante a realização da festa. Não se pode alterar um minuto que seja
e isso implica que maior parte dos programas televisivos não consiga fazer um direto da mesma. A festa da bugiada é uma tradição que não sai da sua localidade pelos simples factos da história ser feita nos mesmos locais de sempre, com as mesmas danças e com a mesma paixão de sempre”. Texto de Rita Rebelo, estagiária da EP Valongo
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Bugiada
Junho 2012
Festa de S. João de Sobrado de 2012 é organizada por 44 mulheres
“Esta festa é de toda a gente” A Comissão de Festas de S. João, em Sobrado, é, este ano de 2012, composta unicamente por mulheres. São 44 aventureiras que decidiram meter mãos à obra e avançar. A presidente da comissão é Lúcia Lourenço, mas que não quer protagonismo, “já que todas trabalhamos por esta causa”, diz. Sobre a composição da comissão unicamente feminina refere ter sido uma ideia já antiga, agora concretizada e que a escolha dos elementos funcionou um pouco boca a boca, “fala-se a um pequeno grupo, depois uns falam aos outros, falam às primas, às vizinhas, mas tentamos ir a diferentes locais de Sobrado ir buscar pessoas. Tentamos ter representantes de cada lugar. Depois nos eventos torna-se mais fácil a divulgação, para os peditórios e para outras actividades também é mais fácil porque há pessoas de diferentes locais. Temos um grupo grande também, relacionado com o “Velho”, tanto familiares do “Velho da Bugiada”, irmãs, cunhadas, primas. Temos também do “Rei Moeiro”, que são a mãe, a tia, portanto tentamos envolver o maior número de pessoas possível”. Desde Junho do ano passado que a comissão tem trabalhado para a festa deste ano. “Nós sabíamos que não ia ser um ano fácil, as condições económicas têm vindo a agravar-se e aqui em Sobrado, particularmente, houve empresas que fecharam. Antes era mais fácil arranjar patrocínios, as pessoas participavam mais, agora é mais difícil. As pessoas têm muita vontade, mas a situação não é fácil. Entretanto ao longo do ano fomos fazendo algumas actividades como, porco no espeto, futebol de praia, estivemos em várias festas, fizemos uma feira de Natal, fizemos o dia da mulher que foi um sucesso, etc. E também ao longo do ano temos feitos sorteios diferentes. Tivemos também apoios de associações, as “Estrelas da
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Balsa” fizeram uma revista para angariar fundos para nós, no Fórum Cultural de Ermesinde houve um espectáculo de dança organizado por um dos elementos da comissão que tem um grupo de dança (Teenager) e que também a receita era a favor da comissão de festas, recentemente tivemos o grupo da Retorta (Campo), que levou à cena uma peça, também no Fórum Cultural de Ermesinde, e cuja receita foi a favor da comissão. Esta foi uma situação bastante agradável, sendo uma associação de fora da freguesia, ter colaborado”. Em relação aos apoios das gentes da freguesia, Lúcia Lourenço refere que “esta festa é de toda a gente e eu acho que toda a gente sente que é a festa deles. Há muita gente que gosta muito desta festa, toda a freguesia vive a festa como algo de seu e portanto é muito difícil mexer em algumas situações. É muito difícil alterar alguns pormenores. E tem que se respeitar que para algumas pessoas tem de ser assim para ser festa que elas conhecem”. Uma das tarefas da comissão é a angariação de fundos e o peditório tem de ser feito. As pessoas vão colaborando, embora alguma com menos, mas o apoio é geral. Refere a porta voz da comissão que “o que se nota mais no peditório é que as pessoas mais antigas é que colaboram mais, fazem questão disso. As pessoas mais novas, talvez são as que participam mais na festa ao longo da semana, também tem os artistas mais adequados para eles, mas no dia do peditório são as pessoas mais antigas que colaboram mais, faz parte. Eu acho que para as pessoas mais antigas é a parte religiosa que esta associada”. Mas esta é uma tradição que manter e a sobrevivência está assegurada pela adesão das crianças e jovens que aparecem já nos ensaios e querem participar. Recorde-se que serão cerca de 800 bugios e meia centena de mourisqueiros. Mas a festa não é só a Bu-
giada, o programa contempla também outros aspectos, as marchas na quinta-feira (com as associações que participaram em Valongo e o Agrupamento de Escolas de Sobrado), a atuação de Romana na sexta e Expensive Soul no sábado. Houve a intenção da comissão em escolher ofertas distintas para públicos distintos. Há outras ofertas, transmissões dos jogos do Euro, dança e música diversa, bem como uma maratona fotográfica e concentração de carros antigos. Haverá vários parques de estacionamento nas entradas da freguesia e no Largo do Passal existirá uma Praça da Alimentação com várias ofertas de restauração. Estas são as ideias gerais
Foto: Jornal Noticias
da festa deste ano, que tem um orçamento próximo dos cem mil euros e para o próximo ano, outra comissão terá a seu cargo a organização de um dos eventos
etnográficos mais característicos do norte do país: A festa de S. João de Sobrado, com a representação da lenda da Bugiada, onde no fim, o resultado será o
mesmo de sempre: Os bugios ganham aos mourisqueiros … Texto de Cátia Ribeiro, estagiária da EP Valongo
Breves apontamentos sobre a Festa de S. João de Sobrado por Manuel Pinto* A Festa de S. João de Sobrado é, provavelmente, uma das mais extraordinárias manifestações de cultura festiva popular de Portugal. Pela sua genuinidade e vigor e pela participação activa dos sobradenses, pode mesmo considerar-se um caso a nível europeu. Ser ainda pouco conhecida em Portugal e fora dele é, ao mesmo tempo, uma pena e uma vantagem. Pena porque muita gente ganharia em conhecer uma tradição como esta. Vantagem porque, a partir do momento em que se torne mais conhecida, as sanguessugas do dinheiro não hesitariam em procurar cercar e perverter a festa. O “low profile” que tem adoptado tem-lhe permitido afirmar-se, sem se fechar ao exterior. Veremos se resiste e se recria. Mas, então, que festa é esta? O S. João de Sobrado realiza-se ininterruptamente há muitos anos, em na vila de Sobrado, no município de Valongo, a escassos 15 quilómetros da cidade do Porto. A festa atrai à localidade muitos milhares de pessoas das redondezas e mesmo de longe, merecendo especial menção os laços que a ela mantiveram e mantêm os muitos sobradenses emigrantes, primeiro os ‘brasileiros’ e ‘venezuelanos’ e, desde os anos 60, os ‘franceses’, ‘alemães’ e ‘luxemburgueses’. Apesar de alguns sobradenses e, sobretudo, a grande maioria dos forasteiros igno-
rar o facto, a Bugiada constitui a recordação e actualização (re-presentação, no sentido de voltar a fazer presente) de um facto que tem tanto de histórico como de mítico. Foi quando os mouros, que haviam invadido a Península Ibérica, ocupavam a Serra de Cuca Macuca (hoje designada Santa Justa), sobranceira a Valongo e de onde se avista boa parte da freguesia de Sobrado. Nesse tempo, a filha do rei mouro (Reimoeiro) adoeceu gravemente e os médicos da corte não eram capazes de descobrir remédio para o mal de que padecia. Em desespero de causa, alguém se lembrou de sugerir o recurso aos cristãos, que se orgulhavam de possuir uma imagem milagrosa de S. João, que já havia feito maravilhas aquando de uma doença que afectara precisamente a filha do rei cristão. Este e os seus foram, assim, convidados para um jantar, a fim de se acordar o empréstimo da imagem. O receio de que o pretexto fosse, afinal, uma armadilha e pretexto para roubar o S. João terá levado os cristãos a não acei-
tar o pedido. Começou aí escalada que levou à guerra ...
item/16-descoberta-da-festade-s-joão-de-sobrado.html)
(ler o restante texto em http://www.jnvalongo.com/ concelho-valongo/sobrado/
* Sobradense, professor na Universidade do Minho
Bugiada
O MELHOR ESPETÁCULO EM EVENTOS SOCIAIS, FESTAS E ROMARIAS
Junho 2012
A Junta de Freguesia de Sobrado saúda todos os visitantes da freguesia por altura da Festa de S. João e dá os parabéns a todos que, de forma direta ou indireta, colaboram com este evento que dignifica a freguesia aquém e além fronteiras
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Diversos
Junho 2012
U.D. VALONGUENSE Vencedor da Série 2 da 2ª Div. Distrital da AF Porto 2011-2012
75 ANOS
A União Desportiva Valonguense comemora no presente ano 75 anos de vida. Com o propósito de assinalar a data condignamente, foi criada uma comissão, composta por antigos atletas e diretores, que está encarregue de promover um vasto
conjunto de iniciativas. O primeiro grande momento é a Festa Convívio marcada para o próximo dia 07 de julho, no Estádio Municipal. O grande objetivo passa por reunir toda afamília valonguense, sejam atuais ou antigos atletas, diretores, treinadores, sócios ou simpatizantes.
Do programa elaborado consta a realização de diversos jogos entre antigos atletas (durante a manhã), assim como entre os atuais atletas das diversas camadas jovens do clube (durante a tarde). Um dos pontos altos do dia, por volta das 12h30, será a singela, mas justa, ho-
ARTISTAS DA NOSSA TERRA No Largo do Centenário, 24, em Valongo, vai começar, ainda na primeira quinzena de Julho, a poder ser vista arte de várias formas. Em comum apenas o facto de serem artistas de Valongo, que aqui residam ou tenham nascido. O primeiro será Nasito Barradas.
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«Nasito Barradas» Dados biograficos
Nasceu em 1965 em Castanheiro do Sul, Concelho de S. João Pesqueira no Distrito de Viseu. Vive em Valongo. Residiu na terra natal até aos 24 anos, sem contacto nem nenhuma referencia artistica chega à cidade do Porto em setembro de 1989 para trabalhar num entreposto de madeiras,em
nada relacionado com as artes. É na cidade do Porto que se manifesta a sua veia artística e descubre obras de de artistas que me influenciaram,«Van Gogh, Paul Gauguin,Paul Cézanne, o realismo de Edward Hopper, mestres japoneses como, Utamaro, Hokusai,etc... Sente necessidade de aperfeiçoar técnicas, faz a matricula na escola de artes decorativas «Artigraça» situada nas anti-
menagem a todos os atletas que durante a presente época serviram o clube alcançando feitos assinaláveis. Para além do indispensável futebol, esta festa servirá para rever velhos amigos e desfrutar de um belo almoço onde não faltará o porco no espeto. Para além do convívio do
dia 07 de julho, está também a ser preparada a publicação de um livro e a realização de uma exposição sobre estes 75 anos. Nesse sentido, solicitamos o contributo de todos. Há necessidade de recolher fotos antigas, equipamentos, cachecóis, enfim material que tenha história.
gas instalações na rua «Sampaio Bruno» nº 12, concluindo os cursos de arquitectura de interiores e pintura a óleo,de outubro de 1991 a junho 1995 como aluno do professor «Anibal Borges». Actualmente a pintura funciona na sua vida como um suplemento, não exercendo esta actividade a tempo inteiro. Sem se enquadrar em movimentos artísticos é no pós-impressionismo e expressionismo que mais se identifico.
A pintura mais que um conceito artístico, representa para Nasito Barradas uma forma de pensar a pintura como filosofia de vida! Cada trabalho é um estudo, uma descoberta porque na arte nada está terminado. Tem algumas obras em clientes particulares. Para terminar Nasito Barradas, um pintor desconhecido, desafia “venham ver os meus quadros”!
Quem tiver material que julgue interessante entregue-o por favor no bar do Valonguense (estádio do Calvário) ou no arquivo municipal de Valongo (situado no atual museu). O Valonguense conta com o seu entusiasmo e apoio. Colabore nesta iniciativa.
ARCA/Diversos
Artes Marciais
A ARCA, Associação Recreativa e Cultural da Azenha, dentro das suas actividades, disponibiliza também a prática de artes marciais através do karaté. Carlos Rocha, árbitro mundial de goju, árbitro da federação e com dois cintos acima do preto, é o responsável da AKVS (Associação de Karatecas do Vale do Sousa) sendo a ARCA uma das associações que a integra. Com cerca de dezena e meia de atletas integrados, o karaté da ARCA funciona duas vezes por semana. A secção existe desde há três anos, sendo um já dos monitores um dos primeiros alunos. Carlos Rocha considera que tem havido evolução, referindo como exemplo,
“o terceiro lugar de uma atleta (Mónica) nos regionais e quarto nos nacionais, em todos os estilos”. A propósito de estilo, o Karaté da ARCA é no estilo Goju-Ri e quando há campeonatos da federação é em todos os estilos. O técnico salienta a importância da modalidade para uma correta preparação física Questionado acerca das condições, Carlos Rocha salienta que “são as possíveis, sendo a maior necessidade um piso flutuante. Apesar disso temos conseguido bons resultados nas provas em que participamos Acerca do futuro, o técnico prevê crescimento, uma vez que a modalidade passará a ser olímpica, o
que implica mais procura. No caso concreto da Arca, Carlos Rocha defende que, estando a associação numa zona com alguns problemas, “o mais importante é formar pessoas e temos conseguido alguns resultados positivos. Alguns miúdos pensam que o karaté se destina a dar pancada e quando aqui chegam vêm que não é bem assim. Por outro lado temos o karaté é sugerido pelos médicos porque se trata de um desporto completo e que também tem um papel importante no desenvolvimento da mente”. Os interessados em integrar esta secção apenas têm de aparecer e inscrever-se. Os treinos acontecem às segundas e sextas-feiras às 20h30.
Junho 2012
Arc& Dance O grupo de dança Arc&Dance nasceu a 7 de outubro de 2011, tendo como monitoras Cláudia Leal e Vânia Leal. Atualmente, o grupo é constituído por crianças dos 3 aos 12 anos e as aulas decorrem aos sábados pelas 17 horas nas instalações da A.R.C.A.. O grupo Arc&Dance tem como objetivo promover a dança como espetáculo cénico, com coreografias inovadoras e que percorrem todos os estilos de dança. Pretendemos, assim, colmatar uma falha que sentíamos que havia no nosso concelho, pois queríamos inovar a forma como se via a dança. Dançar é mais do que uns passos ensaiados, mais que uma sequência quase lógica de passos compondo uma coreografia, a dança é paixão, sentimento, expressão, movimento, a dança é arte, é vida.
Assim sendo, o grupo pretende sobretudo proporcionar a todas as crianças a oportunidade de ingressar, a um preço simbólico, num grupo de dan-
ça que dá a conhecer uma nova forma de ver e sentir a dança. Para inscrições basta aparecer na A.R.C.A. aos sábados para participar na aula. Página com apoio:
Tatiana - Jovem de Sobrado no futebol Tatiana Silveira tem 15 anos, reside em Sobrado e pratica futebol federado desde os 10 anos, representando atualmente a equipa sénior feminina do Freamunde. Desde muito pequenina, que sempre preferiu bolas a bonecas, em declarações ao Jornal Novo de Valongo refere que chegou a ter mais de 5 bolas em casa. A paixão de Tatiana pelo futebol nasceu porque na família todos os homens jogaram futebol, desde os avós ao pai, que hoje em dia é treinador de futebol. A atleta conta que “sempre acharam que desde pequenina tive muito jeito para a coisa, até que um dia me convidaram para jogar no C.D. Sobrado com os rapazes. Diga-se que que sou apaixonada por esse clube, por ser o da minha terra. Como nunca em Sobrado houve uma menina a jogar futebol com os rapazes, toda a gente que me via jogar se admirava,
havendo até alguns episódios caricatos, como chegarem a perguntar nos fins de jogos se eu era menina, devido à minha agressividade sobre os rapazes e também por ser capitã e número 10. Aí joguei até aos 12 anos porque a partir do escalão de infantis as meninas não podem jogar com os rapazes. Como não podia jogar ia sempre aos treinos do meu primo Leandro Monteiro, que era guarda-redes dos juvenis do A.C. Alfenense. Vendo-me brincando com a bola, responsáveis desse clube convidaram-me para jogar nos juniores de futsal feminino do Alfenense com 13 anos. Aí joguei apenas uma época porque a minha paixão sempre foi o futebol de 11, e quando surgiu a oportunidade eu não hesitei, agarrei a oportunidade com pés e cabeça e com 14 anos fui jogar para o Sport Clube Freamunde” Tatiana Silveira continua a
contar o seu percurso: “Em Agosto de 2010 fui ao primeiro treino de captações onde o treinador gostou da minha prestação e convidou-me para ficar. Só existe o escalão sénior feminino no Freamunde a disputar o campeonato de promoção da 2ª divisão nacional e como eu era muito jovem em relação às minhas colegas de equipa, tive de trabalhar para conseguir a titularidade e a confiança do treinador. Com esse trabalho consegui alcançar o objetivo e fui totalista durante toda essa época. Conseguimos chegar aos quartosde-final da taça de Portugal sendo eliminadas pelas finalistas Futebol Benfica” Esta época as coisas correram ainda melhor para a jovem de Sobrado, apesar da concorrência, com mais jogadoras a apareceram no clube. A equipa ficou muito mais completa em termos individuais e colectivos e Tatiana alcançou o
objetivo de ser chamada à seleção sub 17 da Associação de Futebol do Porto. Participou num torneio em Viseu e num outro de 5 dias em Lisboa com 18 equipas, com resultados interessantes. A atleta diz ao JNV que “tudo isto conseguido foi fruto do trabalho, quer meu, quer dos treinadores e de toda a equipa porque este ano fizemos um excelente campeonato. Ficamos a um ponto das primeiras classificadas e chegamos à meia-final da taça de Portugal sendo o Freamunde eliminado pelo clube Albergaria”. Tatiana lamenta não ser dada mais importância nos media ao futebol feminino, agradece o apoio da família e em termos pessoais, o seu grande objetivo a curto prazo é chegar à seleção nacional.
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Valongo
Junho 2012
Mãe d’Água acolhe crianças em risco O Centro de Acolhimento Mãe D’Água é uma valência muito importante da Santa Casa da Misericórdia de Valongo (SCMV), sendo frequentada por três dezenas de crianças em risco, com idades compreendidas entre as poucas semanas e os 14 anos, oriundas sobretudo do distrito do Porto. A criança acolhida com menos tempo tinha três dias e foi abandonada pela mãe no Hospital de S. João. Albino Poças, provedor da SCMV, falou ao Jornal Novo de Valongo desta valência. A Mãe d’Água nasceu em 1998, devido ao interesse do presidente da Câmara, Fernando Melo. Numa conversa dele com o então provedor Bernardo Vale e dispondo a Câmara de um terreno baldio na parte alta da cidade foi feito um acordo para a construção do centro. As primeiras crianças entraram na instituição em Setembro de 2000. O funcionamento cruzeiro começou em 2001 e desde então centenas de crianças passaram pelo acolhimento. O objectivo é acolher crianças em risco devido a várias
situações, enviadas pela Segurança Social, Proteção de Menores ou tribunais. O acordo da Mãe d’Água com a Segurança Social é para 28 crianças (ou seja o apoio é só para este número), mas normalmente há sempre mais duas ou três. A comparticipação da Segurança Social foi acordada através de protocolo então celebrado. Refere Albino Poças que “esse apoio era muito reduzido, cerca de 450 euros por mês, quando o custo já era de 600. Rapidamente a Mãe d’Água se tornou um sorvedouro das receitas da SCMV e houve necessidade de rever o protocolo. A Câmara também começou a apoiar em 25 mil euros por ano, que era 50% do défice que tínhamos então. Já em 2002 foi também efetuado um estudo dos custos que chegavam aos 750 euros, sendo a comparticipação de 600 euros (+- 80% dos custos). Mas desde aí não houve atualização das verbas, nem da Segurança Social, nem da Câmara. Hoje uma criança custa 1200 euros e a comparticipação é de 60%, o que significa que a SCMV su-
porta cerca de 400 euros por crianças. Se não tivéssemos outras receitas o serviço já tinha encerrado. Convém dizer que as estas crianças têm necessidades como todas as outras”. O provedor salienta que o trabalho efetuado tem sido de qualidade e reconhecido por várias entidades e empresas: “Parte do reconhecimento que a SCMV recebe é por causa da Mãe d’Água. Temos também tido a abertura de várias empresas que nos apoiam com produtos diversos. Também alguns tribunais canalizam verbas de coimas para a nossa instituição, o que nos orgulha. Os responsáveis e funcionários têm tido um trabalho de muita boa qualidade, porque tem de haver um cuidado redobrado e um trabalho de 24 horas por dia. Fica aqui o meu reconhecimento a esse trabalho”. Em 2011 o prejuízo real da Mãe d’Água foi de cerca de 50 mil euros, que a SCMV teve de assumir, isto depois de deduzidos os vários apoios quer de financiamento, quer de produtos. “Sem receitas próprias não podía-
mos aguentar este serviço”, refere Albino Poças que reconhece a sensibilidade dos responsáveis da Segurança Social, mas lamenta a falta de condições para outras ajudas. Diz o provedor que “apesar de tudo, reconforta-nos o reconhecimento das diversas entidades e da sociedade”. A propósito diga-se que quer Hulk, quer Lucho Gonzalez, atletas do FC do Porto já
estiveram nas instalações e ofereceram artigos diversos. Também grupos organizados, empresas, e outros se têm mostrado solidários. As instalações da Mãe d´Água possuem todas as condições para acolhimento das crianças, com espaços adequados para todas as funções, desde salas de estudo, recreio, sala de actividades, refeitório, etc. Refere o provedor que “temos todas as
condições para acolher 35 crianças com toda a dignidade”. Esta é mais uma prova de que a sociedade civil desenvolve ações que deveriam ter a responsabilidade do estado. A questão que se pode colocar é a seguinte: Se a SCMV não tivesse receitas próprias para onde iriam as crianças em risco acolhidas na Mãe d´Água?
Marchas populares encheram Estádio A edição de 2012 das Marchas Populares de Valongo, realizadas no sábado dia 16, este ano contou com um local diferente de atuação, o Estádio do Calvário (Valonguense) e pelos vistos a mudança foi positiva. Muitas mais pessoas assistiram ao desenrolar da prestação das quatro magníficas prestações em melhores condições, a bancada estava completamente cheia e mesmo na zona de peão muita gente assistiu ao evento. A metereologia ajudou e a Associação Cultural e Recreativa Vallis Longus, a Associação Desportiva e Cultural Canários de Balselhas, a Associação Recreativa e Cultural da Azenha (ARCA) e o Centro Recreativo Estrelas da Balsa, mostraram trabalho de casa, empenho e dedicação. Pena foi não ter havido pelo menos mais uma ou duas associações a participarem para enriquece-
rem ainda mais o espetáculo. Apesar das dificuldades económicas, as associações apresentaram um bom trabalho, quer no que respeita ao traje, à coreografia e à música, mostrando que quando há interesse e empenho as coisas aparecem. O acompanhamento musical esteve a cargo da Banda de S. Martinho de Campo, que uma vez mais, deu também brilhantismo ao evento. Na primeira parte atuaram ainda: Secção de ginástica da ARCA, os Zés Pereiras Lusitanos e Rancho das Padeirinhas de Valongo. O presidente da Câmara de Valongo, João Paulo Baltazar, louvou o empenho das associações presentes, destacando a qualidade de todas as apresentações e agradeceu ao público a sua presença neste evento que durou quase três horas.
Para tratar de assuntos do Jornal Novo de Valongo, dirija-se ao Largo do Centenário, nº 24, em Valongo, ou envie email para geral@jnvalongo.com Página 11
Fotos: André C (CMV)
Assinaturas Publicidade Redação
Campo/Ermesinde
Modelismo em Campo
Demonstração Hípica No passado dia 27 de maio de 2012 após as atuações das bandas musicais de S. Martinho e Cucujães, na festa de Nossa Senhora da Encarnação, o clube Hípico de Valongo fez uma demonstração da sua atividade. O espetáculo consistiu em algumas demonstrações de perícia equestre, para além de uma mini “Apassionata” e saltos, com alunos a partir dos 4 anos e com os monitores Bruno Lucas e
Junho 2012
Miguel Brandão. Este evento, para além de enriquecer as festas em honra de Nossa Senhora da Encarnação, permitiu ao clube presidido por Mário Carvalho mostrar um pouco das suas potencialidades à assistência que enchia por completo o espaço e que ouvia as explicações do speaker de serviço José Manuel Barbosa. RR
No passado dia 20 de maio de 2012, domingo, decorreu um evento de Modelismo, em Campo, organizado pelo Clube de Modelismo de Valongo e Campo. Este evento teve como objetivo inaugurar uma nova pista de carros e também promover o convívio entre todos. Recorde-se que o terreno, até agora apenas utilizado para a pista de aeromodelismo, cedido por um particular provisoriamente, se situa junto aos armazéns municipais Participaram dezoito concorrentes e segundo o
presidente da associação, Adelino Oliveira, apesar do dia chuvoso, esta iniciativa decorreu conforme esperado superando assim todas as espectativas criadas. Apesar do tempo difícil que se fez sentir, esta iniciativa contou com a presença de algumas pessoas dispostas a assistir à prestação das máquinas em competição. Antes do começo da corrida, os participantes tiveram a oportunidade de treinar e assim conhecerem a pista, e de seguida aconteceu a corrida que teve a duração de 15 a 20 minutos. Caso acontecesse algu-
ma coisa com os carros dos participantes, estes tinham o apoio necessário para resolver os problemas. Todos os participantes
neste evento receberam um prémio de participação.
Texto de Cátia Ribeiro e Foto de Rita Rebelo estagiárias da EPValongo
Dia do Bombeiro
Arraial da Retorta 2012 Começou no dia 2 de Junho o Grande Festival de Karaoke da Retorta. Introduzido no Arraial da Retorta 2012, o Festival contará com 5 eliminatórias, e a grande final será no dia 4 de Agosto. As inscrições poderão ser executadas no Bar da Retorta até às 20:00h de cada eliminatória. Para mais informações consulte o regulamento, que se encontra no site da Retorta.
conhecido pelas anedotas e pelo ‘stand-up comedy’, marcou presença nesta festa, que tinha por objectivo a recolha de fundos para aquisição de uma viatura.
Esta celebração em Alfena de mais um aniversário dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde não é inédita e é fruto de uma afinidade histórica entre esta insti-
tuição e a cidade. Recorde-se que o presidente da direção dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde é Artur Carneiro.
Baile de Gala
Colónia Balnear A exemplo de anos anteriores, a Junta de Freguesia de Ermesinde vai organizar uma Colónia Balnear de forma a contemplar cerca de 300 alunos/as das Escolas Básicas do 1º. Ciclo desta Cidade. O espírito desta realiza-
Os Bombeiros Voluntários de Ermesinde celebraram o 91.º aniversário em Alfena, com a iniciativa ‘Fim-deSemana do Bombeiro’, que decorreu entre os dias 15 e 17 de junho. A festa, organizada pelos bombeiros com o apoio da Junta de Freguesia de Alfena, teve diversas actividades de animação, sobretudo musicais e de dança, onde participaram colectividades e artistas de Alfena e Ermesinde. Apesar do tempo inconstante, muita gente marcou presença no evento solidário. Do programa constaram actuações de diversos grupos de música, de diferentes estilos. Também Fernando Rocha (na foto),
ção é oferecer às crianças a oportunidade de se deslocarem à praia sem qualquer dispêndio pecuniário do agregado familiar. A todas as crianças participantes desta Colónia é distribuído um pequeno lanche durante a manhã.
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O Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde engalanouse para acolher a primeira edição do Baile de Gala, uma iniciativa da Academia Sénior da Câmara Municipal de Valongo, que serviu para assinalar o encerramento do ano letivo. Designado a todos os seniores portadores do Cartão do Idoso Municipal, este evento agrupou algumas centenas de seniores que se vestiram a rigor. Elas de vestido comprido, eles de fato e gravata. Todos juntos deram aso à imaginação, e aos sapatos, e ao som da música dançaram com glamour e
muito requinte. Ao longo de mais de duas horas, os seniores “esqueceram-se” da idade e exibiram que, em Valongo,
o envelhecimento ativo é muito mais do que uma teoria. É uma prática que faz parte do dia-a-dia de centenas de seniores a quem foi
dado um momento único para se sentirem em forma e fazerem algo que gostam.
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Desporto/Diversos
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Balanço do Hóquei em Patins da AD Valongo
No sábado, os Seniores da ADV despediram-se do seu público com uma excelente vitória sobre o Infante por 11-2. Foi um jogo tranquilo em que Paulo Pereira rodou toda a equipa. Hugo Azevedo foi o marcador de serviço, com 7 golos, Raul Meca 2 e Jorge Alves também com 2 golos. Feitas as contas, 6º lugar final, a melhor classificação dos últimos 17 anos e Hugo Azevedo, o 2º melhor marcador do Campeonato, com 51 golos marcados. Não tenho registos mas penso que foi também uma marca histórica, no nosso clube. Resta agora acompanhar os INICIADOS e os JUNIORES da ADV rumo á final-four que se realizará dia 14 e 15 de Julho em Turquel. Os iniciados já garanti-
ram bilhete, espera-se agora que os juniores também consigam. Os iniciados do Valongo (1º), receberam no passado sábado, o OC Barcelos (2º) e venceram por 3-2. Foi um grande jogo de hóquei em patins, com golos de belo efeito em que o Valongo entrou muito concentrado, não dando espaço ao sempre dificil OC Barcelos. No intervalo, o Valongo já vencia por 3-0, com 3 golos de Hélder Pereira. Nos ultimos minutos da partida, o Valongo desconcentrou-se e o Barcelos, que nunca desistiu do jogo, marcou 2 golos em pouco mais de 1 minuto. Mais uma vez, esta grande equipa, está de parabéns e vamos continuar a lutar para terminarmos esta fase em 1º lugar.
Quanto aos juniores, no passado domingo, o defrontaram o FCP e perderam por 7-5. Foi um grande jogo de hóquei, com as duas equipas e respeitarem-se mutuamente, muito equilibrado, em que só a vitória interessava às duas equipas. O marcador foi inaugurado por Vitor Moreira, o Porto empata, João Souto faz o 1-2 e o resultado andou sempre com diferença de 1 bola, quase até ao final da partida (5-5). No intervalo o resultado era de 4-3. Na 2ª parte, o Valongo rapidamente empata, pelo stick de João Souto e o que acaba por decidir o jogo a favor do Porto, são dois livres directos que o Valongo não consegue converter. Deixamos aqui os nossos parabéns aos atletas do Va-
Dia das coletividades
As comemorações do Dia Nacional das Coletividades do distrito do Porto aconteceram este ano em Valongo, com homenagem ao hóquei em patins, no caso à Associação Desportiva de Valongo e duas velhas glórias do hóquei em patins de Valongo, no caso Américo e Nora. A responsabilidade da
organização foi da Associação de Coletividades do Concelho de Valongo (ACCV) e o evento vai aconteceu no auditório dr. António Macedo (CC Vallis Longus) a partir das 15 horas. O programa incluiu uma sessão comemorativa onde usaram da palavra o presidente da Associação de Coletividades, Adriano Ribeiro, o presidente da Câmara João Paulo Baltazar e outras entidades, relacionados com o associativismo distrital. Quer Adriano Ribeiro, quer João Paulo Baltazar falaram da importância do
associativismo e da sua importância para a comunidade. O presidente da Associação de Coletividades apelou à adesão de todas as colectividades concelhias à associação e o presidente da Câmara Municipal prometeu o empenho da autarquia no desenvolvimento associativo. Houve ainda lugar para uma homenagem às associações concelhias e às associações filiadas na ACCV e entrega de diplomas aos formandos dos vários cursos realizadas pela ACCV, seguido de entrega de lembranças às entidades convidadas.
Dia da criança em Campo
À semelhança dos anos anteriores, no dia 9 de junho de 2012, em parceria com algumas Associações locais, a Junta de Freguesia de Campo promoveu as comemorações do Dia Mundial da Criança. Ao longo de toda a tarde, num ambiente pleno de animação e muita alegria, as crianças puderam realizar e participar em várias atividades lúdicas, como música, jogos tradicionais, atividades de animação desportiva, insufláveis, pinturas faciais, modela-
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gem de balões, ateliês de Nós e de aeromodelismo (construção de réplicas de aviões), entre outras.
Apesar do tempo não ajudar, muitas crianças responderam a este apelo da Junta de Campo
longo, pela união e espirito de sacrifico que demonstraram dentro do ringue e mesmo lesionados se entregaram de corpo e alma. De inaltecer a quantidade de Valonguenses que se deslocaram ao Pavilhão
de Fanzêres para apoiarem esta grande equipa. O Valongo protestou o jogo e aguarda agora uma decisão do Conselho de Disciplina da FPP. A razão teve a ver com o facto do treinador do FCP ter sido
expulso e não ter, como manda a lei, sido retirado um jogador de campo. A lei está claramente do lado da AD Valongo.
O presidente da Câmara Municipal de Valongo, João Paulo Baltazar, inaugurou no passado dia 09 de junho, um monumento escultórico (Marco Rotário) que traduz o reconhecimento da comunidade ao
Rotary Club de Valongo pelo contributo prestado à população do concelho. Construída totalmente em ardósia, a peça está localizada no Largo Dr. Nunes Pontes, bem no centro da cidade de Valongo.
O marco é construído em lousa, divulgando um materail genuíno do concelho. Para além do presidente da Câmara, estiveram presentes vários elementos dos rotários, cuja atual presidente é Isilda Araújo.
(Foto e texto: ADV)
Marco Rotário
Eleições no CDS-PP
Ocorreram aos 14 de Junho em Valongo, as eleições para a Distrital do Porto e para a Concelhia de Valongo. A Comissão Política de Concelhia de Valongo congratulase pelo resultado obtido que se encontra evidenciado na lista que a seguir se apresenta. Considera-se, com a vitória da Lista A, alcançado um importante patamar do CDS de Valongo, lançando as fundações para de modo a preparar o próximo ciclo eleitoral que se encontra a um ano de distância. A afluência às urnas de cerca
de 40% do universo eleitoral é puro reflexo do trabalho desenvolvido em Valongo onde o CDS-PP mantém uma presença constante. O re-eleito presidente Alexandre da Silva Teixeira, evidencia o “excelente exemplo do trabalho desenvolvido pela equipa, sempre atenta ao que se passa no nosso concelho.” Presidirá à mesa de concelhia Henrique Campos Cunha. Para a comissão política de Concelhia foi re-eleito como presidente Alexandre da Silva Teixeira. Ocupam a posição de vice-presidente Luis
Portas, Graça Moreira e José Brandão Pereira. Como Delegados para a Distrital do Porto foram eleitos como membros efectivos Luís Portas, Rui Almeida e Artur Pais. A eleição destes elementos permitirá suportar o franco crescimento do Partido em Valongo, mantendo sempre a atenção na autarquia e na sua população, tendo ficado prometida uma maior exposição on-line de modo a reforçar a interacção com os munícipes e a divulgação do plano de acção para os próximos 18 meses.
Alfena
Junho 2012
Escola de Alfena Vence Prémio A escola EB23 de Alfena, em Valongo, distrito do Porto, é uma das vencedoras da 1ª fase da actividade de recolha da 4.ª edição da campanha Geração Depositrão, da ERP Portugal, no ano lectivo 2011/2012, destacando-se na região norte do País. A EB23 de Alfena destacou-se entre 233 escolas da zona Norte (distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu), fruto do empenho de professores, alunos, funcionários e comunidade envolvente. No contexto da campanha Geração Depositrão esta escola recolheu o total de 1260kg de pequenos equipamentos eléctricos e electrónicos e pilhas em fim de vida, o que corresponde a
2,08kg/aluno. A ERP - Entidade Gestora de Resíduos, em parceria com o Grupo Mosqueteiros, anuncia as escolas vencedoras da 1ª fase de recolha de pequenos REEE (Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos) e pilhas usadas, no âmbito da 4.ª edição do Projecto Geração Depositrão, uma campanha de recolha destes tipos de resíduos que teve início em Novembro de 2011 e conta com a participação de 611 escolas de todo o país. Foram recolhidos nesta primeira fase, mais de 122 toneladas de pequenos REEE e pilhas usadas. Filipa Moita, Responsável de Comunicação e Sensibilização da ERP, refere que «esta edição reforça o
sucesso do projecto nacional, que tem como principal objectivo introduzir o tema da gestão de REEE e pilhas usadas no conjunto de boas práticas ambientais a ter em conta na formação dos cidadãos. As escolas são motores fundamentais na disseminação da mensagem, o que se reflecte em comportamentos correctos, tais como a colocação de pequenos electrodomésticos obsoletos no Depositrão.». O Projecto Geração Depositrão está direccionado para a rede Eco-Escolas, inserido no programa escolar, através de actividades desenvolvidas em conjunto com alunos e professores. Através da colocação de um Depositrão (contentor de recolha), nas escolas
aderentes, a ERP Portugal pretende despertar a consciência das crianças e dos jovens para a importância da reciclagem dos REEE e pilhas em fim de vida,
associando a responsabilidade ambiental às preocupações dos cidadãos desde pequenos. Este ano, a campanha conta com o apoio das marcas:
Electrolux, Os Mosqueteiros, Worten e Orima. Está de parabéns a Escola EB 2,3 de Alfena e toda a sua comunidade pelo exemplo dado.
Concentração Motard de Alfena A quinta concentração Motard organizada pelo Motoclube de Alfena decorreu de 8 a 10 de Junho, uma vez mais no campo de treinos do A.C. Alfenense. De evento para evento, a organização vai melhorando e também aumenta a divulgação, com natural aumento de afluência. Nesta edição 2012, o
cartaz para sexta feira era apelativo e as pessoas compareceram para assistir ao espetáculo de humor de Quim Roscas e Estacionâncio. Cerca de quatro mil marcaram presença só neste dia, em que também foi chamariz Paulo Martinho com o show de free style de moto e moto-quatro. No sábado, o evento foi
prejudicado pela chuva, mas nem assim se pode considerar um dia negativo. O motoclube de Alfena, presidido por José Gonçalves mostrou estar à altura do evento, que contou com a colaboração da Junta de Alfena e outras associações locais e de várias empresas patrocinadoras da região.
Academia organizou IV Torneio Internacional A equipa de Paços de Ferreira venceu o IV Troféu Internacional de Alfena, após derrotar o Núcleo Desportivo da S. Rita, na final por 3-2. O pódio ficou completo com a equipa “Colégio de Ermesinde” que ocupou o 2º lugar, e no 3º lugar a equipa “AD Vila de Anta”, conhecidos como os “bai-
xinhos”, enquanto que a equipa da casa, “AC Alfenense” ocupou o 5º lugar. Para além da magia que se fez no campo de futebol, o torneio contou com uma enorme animação cultural e intergeracional onde estiverem presentes as academias seniores de Ermesinde e Alfena. A organização deste tor-
neio, a cargo da Escola Academia Sporting - Alfena, promete, na edição do próximo ano, um torneio cheio de espetáculo e muitas surpresas. Na foto, a vereadora da Câmara Municipal de Valongo, Maria Trindade Vale, entrega o troféu aos vencedores. Foto: Pedro Lopes
Feira de Artesanato foi um sucesso A 1ª Feira de Artesanato de Alfena, a realizou-se no passado dia 2 e 3 de Junho no Parque de Lazer de S. Lázaro, organizada pela Junta de Freguesia. Estiveram expostos dezenas de artesãos, sendo de salientar a presença do tradicional brinquedo de Alfena, uma marca que interessa preservar. Para além da feira, este evento contou com a colaboração de várias associações da freguesia que asseguraram a animação
permanente do espaço. Em forma de balanço, quer expositores, visitantes e organização mani-
festaram intenção de que esta primeira feira tenha continuidade nos proximos anos.
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Documento
Junho 2012
MUNICIPALISMO APÓS O CÓDIGO ADMINISTRATIVO DE 1836
ALVORADA DO CONCELHO DE VALONGO - Parte III (última) Autor: Paulo Fernando Pereira Caetano Moreira * Terceira e última parte 5 – Primeira Câmara Municipal 5.1 – Primeiras decisões Por falta de espaço próprio tem lugar na sacristia da igreja matriz de Valongo (local de sessões da Junta da Paróquia), a 3 de Março de 1837, a primeira reunião da vereação, pelo que nesta mesma sessão é «proposta para casa do municipio a de Bernardo Martins da Nova [...] que se obriga a dar as salas necessárias para este effeito pelo preço e quantia de Vinte e quatro mil reis, cujo plano foi approvado, sendo authotizado o Variador Fiscal para fazer o devido arrendamento» (Acta de 3/3/1837). Inicialmente a vereação para dar cumprimento ao disposto no Código Administrativo de 31 de Dezembro de 1836, quanto às atribuições das Câmaras Municipais, deliberaram nomear o escrivão e o porteiro. Ao porteiro, posteriormente, foi estipulado o ordenado de 120 reis, prestando serviço somente em dia de vereação. Ficaram por nomear, em virtude da falta de meios pecuniários, o tesoureiro, amanuenses e homens de diligências, conforme previsto no citado código, pelo que decidem «que ficasse perora adiadas as outras nomiações». Nas sessões seguintes procedem a novas nomeações. Na segunda sessão, para além de decidirem convocar os dois vereadores em falta, abordam a questão de terrenos maninhos que não podiam ser vedados sem autorização, pelo que resolvem afixar editais para que sejam requeridas as utilizações destes terrenos. A 7 de Abril, na quinta sessão que é extraordinária recebem ofícios do Administrador Geral para se proceder à arrematação de imposto de cinco reis por alqueire de trigo, um real em arratel de carne, e um quartilho de vinho e azeite, que entrem e se consumam na vila de Valongo, pelo que decidem mandar afixar editais. O imposto lançado a pregão pelo pregoeiro António da Costa, para ser utilizado na «nova obra da igreja e estrada até Ponte Ferreira» viria a ser arrematado, a 14 de Abril, na terceira sessão de arrematação. Foram dois os arrematantes, ambos naturais de Valongo. João Marques de Paiva ofereceu 1200$200 reis, sobre o consumo de trigo, e Anselmo José da Cruz ofereceu 453$000 reis, sobre o consumo de carne, azeite e vinho. Para dar cumprimento no que respeita ao lançamento de contribuições, em Maio, decidem convocar os doze eleitos (dois por cada freguesia) para o efeito. E no mês seguinte é colocado em pregão a arrematação de impostos sobre o consumo nas freguesias do concelho. Já em Outubro em consequência da desanexação da freguesia de Gandra, procedem à escolha de um novo vereador
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fiscal, e no mês seguinte tratam de um assunto relativo a queixas respeitantes às medidas de pau, por serem maiores que as do Porto. Tratam também de assunto relativo ao cofre que é aplicado na igreja matriz e obras da estrada. Já nos dois meses finais do ano, em várias sessões decidem sobre assuntos referentes às eleições que têm lugar para a vereação que se seguirá. A última sessão da primeira vereação tem lugar no dia 1 de Janeiro de 1838, para dar posse à segunda vereação que escolherá, no dia 10 de Janeiro, para presidente da Câmara Municipal António Joaquim da Silva Carneiro. 5.1.2 – Nomeações A partir da primeira sessão camarária foram realizadas várias nomeações de empregados, quer da Câmara Municipal quer do Administrador do Concelho: 1.ª sessão – escrivão e porteiro interino; 2.ª sessão – aferidor de medidas de pau e aferidor de medidas de ferro e folha; 3.ª sessão – louvados fazendeiros, carpinteiro e pedreiro; 4.ª sessão – Tesoureiro; 11.ª sessão – nomeação do escrivão e amanuense do Administrador do Concelho; 12.ª sessão - falam no contínuo, oficial e homem de deligências. 5.1.3 – Elevação de Valongo a Vila Através do primeiro ofício expedido pela Câmara Municipal, constata-se que logo na primeira sessão da vereação, foi decidido «que o primeiro de seus actos devia ser o levar aos pés de […] Sua Magestade Fidelíssima a Rainha a Senhora Dona Maria Segunda» felicitações e agradecimentos pela instauração do concelho. Nesta mesma missiva enviada, além dos agradecimentos, suplicam à monarca que conceda «a Graça de crear Villa […] a cabeça do novo Concelho», em virtude «que d`alí foi que […] O Senhor Dom Pedro de Glorioza Memoria dirigiu o memoravel attaque de Ponte Ferreira» Logo em Abril seguinte, é publicado no Diário do Governo o Decreto do dia 17, onde a Rainha concede que Valongo «seja elevado à cathegoria de Villa […] Attendendo á sua População, a estar já constituido Cabeça de Concelho, bem como á gloriosa recordação que o seu nome offerece». Mesmo antes da pretensão ter sido satisfeita, verifica-se pela documentação produzida pela municipalidade, nomeadamente as actas das sessões camarárias, que ainda durante o mês de Março, referem «nesta Villa de Vallongo», o que revela os desejos valonguenses, mas também uma possível confiança na provável elevação tendo em conta a influência do filho da terra, Dias Oliveira. E realmente o processo foi rápido, em pouco mais de um mês, o processo, que também revela uma ligação e benefício de Valongo em relação à Batalha de Ponte Ferreira, ficou concluído. 6 – Conclusão O concelho de Valongo é fruto de uma profunda remodelação da organização territorial do
país, ocorrida entre 1832 e 1836, da qual nasceu a divisão administrativa actual (Silveira, 1997: introdução). Pelo estudo efectuado, verificam-se dois órgãos administrativos com funções e naturezas diferentes, autónomas, mas ligadas entre si. Possuem estruturas administrativas simples onde se encontram titulares dos cargos políticos e um reduzido número de funcionários para acorrer às necessidades essencialmente burocráticas. Estes órgãos encontram-se ligados entre si, na medida em que, pelo menos um depende, em parte, do outro. Veja-se, por exemplo, o pagamento dos ordenados dos empregados do Administrador, e a própria gratificação deste, que são suportados pelo orçamento da Câmara Municipal. Constata-se uma Câmara Municipal com poderes em certa medida descentralizados. É eleita directamente, pese embora os critérios de exclusão de uma grande parte da população impedida de participar nessa eleição. Quanto ao Administrador do Concelho, nomeado pelo Governo, verifica-se que tem poderes desconcentrados, pois está às ordens de quem o nomeia, o Governo, ainda que através de uma lista quíntupla eleita da mesma forma que a Câmara Municipal, o que revela alguma descentralização. Assiste-se assim a uma municipalidade com «uma maior autonomia e mais largas atribuições», pelo que a legislação administrativa setembrista «terá de considerarse descentralizadora», embora com deficiências nomeadamente quanto à duração dos cargos (Oliveira, 1996: 209). Assim, poder-se-á afirmar que o município resultante da reforma administrativa setembrista é uma autarquia, que se aproxima mais de uma autarquia local do que de uma autarquia institucional. No caso específico da primeira municipalidade de Valongo a descentralização e desconcentração, terão sido maiores ou menores de acordo com o processo, o qual não foi possível apurar, de escolha dos primeiros órgãos. Com o presente estudo podese concluir que no início do município de Valongo houve a necessidade de se recrutar funcionários, quer para a Câmara Municipal, quer para o Administrador do Concelho, para dar arranque às actividades destes dois órgãos. Tornou-se premente arranjar um espaço para Casa da Câmara, pelo que, logo na sessão inicial, decidiram-se pelo arrendamento de um edifício que somente viria a ser adquirido em 1874, revelando os fracos recursos económicos do município. Tratando-se de uma Câmara sem grandes meios financeiros, como revela a primeira sessão, para acorrer às despesas foram logo colocados em arrematação impostos e obrigaram os utilizadores dos baldios a requerem títulos de vedação. Estes espaços que não fossem do logradouro comum dos habitantes pertenciam
aos bens próprios do concelho (Código Administrativo, 1836: artigo 92.º, § 3), assim a vereação valonguense terá aproveitado para obter receitas por esta via. Viriam as mesma a ser arrecadadas pelo tesoureiro, nomeado em menos de um mês, apesar das receitas poderem, caso quisessem, ser arrecadadas pelos recebedores da fazenda nacional (Código Administrativo, 1836: artigo 8.º, n.º 6 § 9). As 51 sessões, registadas em acta, das quais nove são extraordinárias, ocorridas durante o ano de 1837, verifica-se que estão aquém das cerca de oito dezenas que seriam necessárias. O artigo 81.º do Código Administrativo determina que deveriam ser realizadas duas sessões semanais ordinárias, pelo que a regularidade não foi cumprida. Devido aos limites de tempo impostos à realização deste trabalho, não foi possível dar resposta a uma série de questões que, entretanto, foram sendo levantadas e às quais seria pertinente responder, tais como: a) Porque razão a freguesia de Gandra quis deixar de pertencer a Valongo? Seria interessante que se conseguisse clarificar as pistas acima apontadas; b) Quais as elites locais e suas ligações? Apesar de termos percebido algumas ligações, como por exemplo que António Dias de Oliveira seria filho de Manuel Pereira Enes, um dos louvados fazendeiros nomeados pela Câmara Municipal, não é possível chegar a efectivas conclusões. Verificase também que a maior parte dos funcionários são da freguesia de Valongo, cabeça de concelho, revelando uma rede mais próxima do novo poder. Contudo, apenas se pode dizer que se trata de um município no seu início que aplica in loco um novo modelo de divisão territorial, e onde não há um poder instalado, pelo menos ao nível municipal. Teria sido interessante também efectuar uma ligação entre o município e as paróquias do concelho; c) Também não foi possível clarificar as competências específicas do presidente da câmara e do vereador fiscal, o que seria de extrema importância; d) Apesar de ter sido possível associar, a elevação da cabeça de concelho a vila, com a Batalha de Ponte Ferreira, teria sido oportuno clarificar qual a efectiva relação entre a referida batalha e a criação do concelho de Valongo; e) Os juízes de paz e mesmo o processo de escolha dos 12 cidadãos que colectivamente com a Câmara Municipal decidem sobre contribuições, mereciam um estudo mais aturado. Do primeiro ano do Município de Valongo investigado e respeitante à primeira Câmara Municipal, constata-se um período com estabilidade, pese embora a saída de uma freguesia para outro concelho. Esta primeira Vereação daria lugar à segunda, no primeiro dia de 1838, vindo-se a assistir, neste ano, ao nível local a um conturbado período em que menos de seis meses depois a
Câmara Municipal é dissolvida e substituída, após ter-se instalado na freguesia de Alfena. Efectuando-se uma relação entre a legislação setembrista e a realidade valonguense, no seu primeiro ano, constata-se uma tendência descentralizadora, conforme atrás se tentou demonstrar, no entanto esta situação viria a ser invertida com alterações introduzidas já na década de 40 (Silveira, 1997: 103).
7 – Fontes e Bibliografia Fontes: Manuscritas Arquivo Histórico Municipal de Valongo: Actas das Vereações da Câmara Municipal de Valongo: 1837 – 1840, cota: PT/AHV/CMV/B/A/002/1 Autos de Arrematação, cota PT/ AHV/CMV/D/001/399 Livro 1.º dos Juramentos dos Empregados (Autos de Posse): 1837 – 1839, cota: PT/AHV/CMV/C/ B/003/295 Registos da Municipalidade (correspondência expedida e recebida): 1837-1839, cota: PT/AHV/CMV/C/ A/001/69 Impressas e Internet Carta de Lei de 27 de Setembro de 1837. Acedido em: 8.02.2011, em: http://net.fd.ul.pt/legis/1837.htm Circular n.º 14 da Administração Geral do Distrito do Porto e instruções anexas Código Administrativo de 31 de Dezembro de 1836. Acedido em: 27.01.2011, em: http://www.fd.unl.pt/ Anexos/Investigacao/1814.pdf Decreto de 6 de Novembro de 1836 e o Mapa n.º 2 anexo. Acedido em: 8.02.2011, em: http://net.fd.ul.pt/ legis/1836.htm Decreto de 6 de Fevereiro de 1911, Colecção Oficial de Legislação Portuguesa: Ano de 1911. Lisboa: Imprensa Nacional, 1912 FERNANDES, Maria Jorge; ALMADA, Ana Maria;
VAN ZELLER, Maria José, 1986. As Primeiras Actas de Vereações da Câmara Municipal de Valongo: 18371840. Porto: Câmara Municipal de Valongo. Bibliografia: AMARAL, Diogo Freitas do, 1998. Curso de Direito Administrativo. 2.º Ed., Coimbra: Almedina. ISBN ISBN 972-40-0795-2. Vol. 1. CAMILO, Joaquim de Sousa, 1982. História de Valongo: Subsídios para a sua Interpretação. Valongo: Câmara Municipal de Valongo. DIAS, Nuno Gonçalves, 1998. Municipalismo e Cooperativismo. Comunicações do Instituto de Investigação Científica Tropical: Série de Ciências Etnológicas e Etno-Museológicas. Ministério da Ciência e Tecnologia. ISSN 0871-178X. N.º 3. NP 405-1. (1994). Informação e Documentação – Referências Bibliográficas: Documentos Impressos. Monte da Caparica: Instituto Português da Qualidade. 49 p. OLIVEIRA, César de (dir. de), 1996. História dos Municípios e do Poder Local (Dos Finais da Idade Média à União Europeia). Lisboa: Circulo de Leitores. ISBN 972-759-071-3. REIS, Pe. Joaquim Lopes dos, 1904. A Villa de Vallongo. Porto: Typographia Coelho (a vapor). SÁ, Luís de, 2000. Introdução ao Direito das Autarquias Locais. Lisboa: Universidade Aberta. ISBN 972-674304-4. SILVEIRA, Luís Nuno Espinha da, 1997. Território e Poder: Nas Origens do Estado Contemporâneo em Portugal. Cascais: Patrimónia Histórica. ISBN 972-744-021-5. SOUSA, Gonçalo de Vasconcelos (1998). Metodologia da Investigação, Redacção e Apresentação de Trabalhos Científicos. Porto: Livraria Civilização Editora. ISBN 972-26-1559-9. * mestrando em História e Património paulocaetanomoreira@gmail.com
Esteja atento ao site do Jornal Novo de Valongo www.jnvalongo.com e ao facebook para saber em que dia inaugura a exposição de Nasito Barradas no Largo do Centenário 24 em Valongo.
Junho 2012
Valonguense e Sobrado Subiram
O concelho de Valongo está de parabéns no que ao futebol diz respeito. Na primeira divisão da AF Porto, série 2, as duas equipas que ascendem diretamente à divisão de honra são do concelho. Em primeiro e campeã de série, a União Desportiva Valonguense (poster nas centrais) e em segundo também com subida assegurada, o Clube Desportivo de Sobrado. O Ermesinde também esteve quase, mas perdeu na disputa dos 5º e 6º lugar com o Perosinho. Quanto à classificação, tudo ficou resolvido na última jornada, embora o Valonguense tenha assegurado a subida na jornada anterior. No derradeiro jogo, o Valonguense foi a Leça do Balio empatar a um golo (marcou pela equipa de Valongo Káká aos 75 minutos). Foi um jogo de muito equilíbrio pelo que o resultado se aceita perfeitamente. Para o Valonguense ter sido campeão houve a ajuda do Sobrado que foi ao Perosinho vencer por 5-3, num jogo de excelente qualidade, com emoção e muita assistência. Apesar de ter sido dia de comunhões em Sobrado, centenas de pessoas deslocaram-se ao concelho de Vila Nova de Gaia para apoiar a sua equipa e deram o tempo gasto como bem utilizado. Depois do jogo o Sobrado, apoiantes, dirigentes e atletas fizeram a festa da subida, tendo percorrido parte do trajeto até à freguesia num camião preparado para a festa. A comitiva foi recebida na Junta de Freguesia (foto) e foi à varanda do edifício acenar e agradecer aos simpatizantes que esperavam há algum tempo já. Nos jogos finais desta época, as equipas de Valongo não estiveram com sorte. Quer Valonguense, quer Ermesinde perderam os últimos jogos na marcação de grandes penalidades, após os encontros terem chegado aos 90 minutos empatados. Assim, Valonguense jogou com o Perafita para ser encontrado o campeão da primeira divisão. Aos 90 m o resultado era um empate sem golos e na marcação dos penalties, a equipa de Perafita venceu. No caso do Ermesinde, chegou aos 90m empatado com o Perosinho a dois golos, num jogo para atribuir o 5º e 6ºs lugares e também o último lugar de subida. Nas grandes penalidades, o azar esteve com o Ermesinde. No jogo para atribuição do 3º e 4ºs lugares, o Sobrado venceu o S. Martinho por 2-1 e por isso sobe ao pódio da primeira divisão ao classificar-se em terceiro lugar.
Hanguk Moo Sool organizou seminário
A Associação Tradicional Hanguk Moo Sool realizou o seminário da celebração dos 50 anos da Korea Hapkido Kuk Sool Kwan, que decorreu de 30 de Maio a 05 de Junho, na cidade de Valongo. O evento, nos dias 01 e 02 de Junho, contou com a presença do presidente da KHKSK Grão Mestre Chang Hak Kim e do director Técnico Mundial, mestre Marcelo Ruhland, para além de vários mestres portugueses e foi uma boa jornada de aprendizagem para aqueles que dão os primeiros passos na modalidade. Entretanto em vários torneios realizados pelo país, os resultados da equipa de Valongo têm sido muito bons.
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