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112de agostode 2016
quinzenal
Homem de 57 anos morreu devido a paragem cardio-respiratória
Incêndio provoca medo à porta de Valongo Festa rija em Sobrado para receber Rui Vinhas vencedor da Volta
VENDA ARRENDAMENTO PERMUTA
diretor: agostinho ribeiro
Atualidade
11 de agosto 2016
Bombeiros não tiveram mãos a medir durante esta semana. Um homem morreu com paragem cardiorespiratória
Fogo às portas da cidade de Valongo O incêndio que deflagrou ao fim da tarde de segunda feira, dia 8, em Valongo, provocou um morto. Um homem de 57 anos morreu devido a paragem cardio-respiratória, quando o incêndio rondou o bloco de apartamentos onde residia, no Bairro da Outrela em Valongo. O homem já com histórico de doença ter-se-à afligido e de nada valeram os esforços dos elementos do INEM que acorreram à chamada. O incêndio florestal deflagrou ao fim da tarde
daquela dia (aproximadamente 19h) junto ao lugar de Outrela, Suzão Valongo, progredindo depois para a Quinta da Lousa e consumiu floresta e mato. O incêndio deflagrou junto a habitações, inclusive junto de um bairro social da cidade de Valongo e foi combatido por vários homens e mulheres dos bombeiros de Valongo e Ermesinde e ainda Baltar e Leixões, número insuficiente, mas o possível devido à profusão de incêndios na região, um deles na área de Couce e outro em foto:Sandra Sousa
Apoios não faltam
Sobrado. No combate ao incêndio estiveram também (até ao anoitecer) meios aéreos. Um bombeiro disse ao JNV que os soldados da paz fizeram o esforço máximo para responderem aos pedidos mas que estão a ficar exaustos. Funcionários da Câmara de Valongo (proteção civil) também apoiaram o combate ao incêndio conseguindo a proteção de habitações e instalações fabris.
foto:AD
foto:Maria Amendoeira
foto:Telmo Ramos
foto:Teresa Alves
foto:Vânia e Tozé Santos
Entretanto têm sido muitos os apoios, sobretudo em oferta de água, de populares e empresas. Foi o que aconteceu por exemplo com o Intermarché de Valongo que ofereceu uma palete de água aos voluntários de Valongo
FICHA TÉCNICA - JORNAL NOVO DE VALONGO - O Jornal do Concelho de Valongo - Edição nº 66 - 11 de agosto de 2016 - Direção e propriedade: Agostinho Ribeiro; Colaboradores: Filipe Marques e Luis Neves (fotografia); Raquel Vale; Carlos Silva; Abel Sousa; Francisca Costa; JMB; António Cardoso; Teixeira da Silva Paginação, gestão e publicidade: Cuca Macuca ADI
Registo ERC 125820 Depósito Legal BN 372095/14 Morada - Rua Rainha Santa Isabel 351 6º CS - 4440-569 Valongo
Endereço eletrónico jornaldevalongo@gmail.com telm 911116453 Impressão: Coraze - Oliveira de Azemeis
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Divulgação
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11 de agosto 2016
Atualidade
11 de agosto 2016
Câmara aprova novas taxas para incentivar investimento
A Câmara Municipal de Valongo aprovou no pa<ssado dia 4 de agosto as propostas para os novos regulamentos de taxas e de urbanismo, dois instrumentos fundamentais para atrair investimento e simplificar os processos administrativos. “Com a entrada em vigor destes novos regulamentos vamos reforçar ainda mais a competitividade do território do concelho e dar mais qualidade de vida e esperança à população”, considera o Presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro. “Estes regulamentos são muito importantes, pois facilitam não só a resolução dos maiores problemas urbanísticos do Município através da conclusão dos
edifícios inacabados, mas também a agilização dos processos das famílias que queiram legalizar um simples anexo na sua habitação”, salienta o autarca. O Regulamento Municipal de Taxas tem como intuito atrair investimento para o Município, sendo que as principais alterações são a redução das taxas em processos que sejam tramitados de forma desmaterializada e a diversificação dos meios de pagamento que permitem a liquidação sem necessidade de deslocação aos Serviços do Município em todas as taxas. Estão também contemplados pagamentos a prestações em casos específicos e um incentivo indireto à legalização promovida pelos particulares, pois se a
legalização for promovida oficiosamente, as taxas a cobrar serão acrescidas de 50% do seu valor para encargos do Município, mas se for promovida diretamente pelo particular evita-se o pagamento destes 50%. Já o novo Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação permitirá melhores práticas em termos de política urbanística e de equidade entre os particulares/promotores imobiliários. O novo regulamento prevê também uma licença especial para obras inacabadas e incentiva a construção mais sustentável e promotora da eficiência energética. As propostas aprovadas terão ainda de ser submetidas a discussão pública e à aprovação da Assembleia Municipal de Valongo.
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Atualidade
11 de agosto 2016
Entrevista a Ivo Neves, presidente da Junta de Valongo
“As associações desempenham papel importante” Ivo Vale Neves é o presidente da Junta de Freguesia de Valongo e, nesta edição especial FESTA DE S. MAMEDE, o Jornal de Valongo falou com ele para saber as prioridades da atuação da Junta de Freguesia. Neste momento a autarquia está a terminar a intervenção no cemitério. Foi questionada no início de mandato a ampliação do mesmo para terrenos contínuos, mas o executivo decidiu, devido à dificuldade na aquisição de terrenos, efectuar obras no espaço existente que permitam aumentar o número de locais para inumação e melhorar as condições existentes. Está a ser construído um edifício com dois pisos, o de baixo para servir de armazém e multi-usos e o de cima para balneários para os funcionários e instalações sanitárias públicas. Diz o autarca que “vamos entrar agora na última fase da obra e vamos deixar passar o mês de agosto para concluirmos os muros e arranjo de jardins. Com os nichos aumentamos em mais de 150 o número de lugares vagos, o que para já chega para as necessidades de inumação”. No que se refere a outras intervenções, Ivo Neves refere que vão continuar a ser efectuadas pequenas obras nas vias, acrescentando que “quanto a outras intervenções mais complexas, estamos à espera de iniciar algumas obras em conjunto com a Câmara e que já estão em plano, sobretudo relacionadas com as vias e águas pluviais”. Como exemplo o presidente da Junta de
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Valongo referiu a necessidade de pavimentação de uma parte da Rua Visconde Oliveira do Paço, que vai ser executada este ano. “Este ano vamos resolver alguns dos problemas e para o ano esperamos que a situação fique mais ou menos resolvida no que a vias se refere”, disse o autarca valonguense. Importante tem sido a intervenção social da Junta de Valongo. Os projetos vão-se mantendo, como seja o apoio alimentar a carenciados e o banco de horas em que a Junta, em casos extremos, paga despesas urgentes, como água e luz e também medicamentos e depois quem usufrui compensa em determinado número de horas de trabalho. “O apoio social destina-se a situações pontuais e não definitivo”, salienta Ivo Neves que acrescenta não pretender “criar situações de dependência definitiva. Queremos dar a cana e não o peixe”. Ivo Neves conta uma história interessante acerca desta ajuda:” Recentemente ajudamos uma família no âmbito do banco de horas e quando chegou a hora do beneficiado pagar com trabalho, arranjou emprego e devolveu o dinheiro à Junta. Ficamos muito contentes com esta recuperação do emprego por parte do senhor”. A Junta de Valongo continua a dinamizar o Centro de Convívio, com uma frequência diária de 15 pessoas, com atividades diversas. Com o protocolo assinado com a Câmara de Valongo, o orçamento da Junta de Valongo aumentou cerca de 50% com o
objetivo de cuidar dos espaços verdes, limpeza de ruas e pequenas intervenções nas escolas. O autarca valonguense defende que “se todos nós tivéssemos mais cuidado não haveria necessidade de investir tanto dinheiro em limpezas. Muitas pessoas não têm o mínimo cuidado em preservar o que é de todos. Se todos nós pensássemos duas vezes antes de lançar o papel ao chão, se levássemos a saquinha quando passeamos o cão, a situação seria diferente. Se cada um fizesse a sua parte, poupávamos recursos que poderiam ser investidos noutras situações. Gostaria de investir essa verba noutras situações. Em vez de gastar 160 mil euros em limpezas, se gastássemos só 80 mil poderíamos por exemplo construir mais um parque infantil”. A Junta de Valongo continua a colaborar com o Agrupamento de Escolas, nomeadamente com as pequenas reparações. “As relações com os responsáveis das escolas são boas e é uma satisfação ver que também estão satisfeitos com a junta”, refere o autarca.
“Escola da Boavista volta a ter primeiro ano e fica mais longe de encerrar”
A propósito de escolas, este ano vai voltar a haver uma turma do primeiro ano na Escola da Boavista. Refere Ivo Neves que foi feita uma sensibilização junto dos pais para que inscrevessem os alunos iniciantes naquela escola e
“a mensagem passou e por isso vai abrir uma turma do primeiro ano. Desta forma fica afastado o espetro do encerramento”. Recorde-se que no ano passado alguns pais foram influenciados a inscreverem os filhos noutras escolas e não foi atingido o número mínimo legal para que a turma abrisse. Outra ação da Junta de Freguesia tem a ver com o apoio ao associativismo. Diz Ivo Neves que “as associações desempenham um papel importante no desenvolvimento das pessoas, seja a nível cultural, desportivo ou recreativo”.
Desde há quatro anos que a Junta de Valongo leva a cabo o encontro associativo, integrado nas Festas de S. Mamede e este ano o evento decorre de 12 a 17 de agosto. Trata-se de um evento organizado em parceria com a Câmara de Valongo e associações e que este ano conta com apoio de empresas valonguenses. Segundo o presidente da Junta “este ano quisemos elevar a fasquia e isso só foi possível graças a patrocínios das empresas. A resposta foi boa e desta forma é mais fácil melhorarmos o cartaz”. Os nomes grandes do
cartaz são os fadistas António Pinto Basto, Rita Ribeiro, Miguel Bandeirinha e o valonguense Daniel Pinto Coelho, que atuam dia 13 à noite. No dia seguinte atua Augusto Canário a seguir ao grupo de cavaquinhos do TAS. No dia 15 atuam os Rancho das Padeirinhas e o RAC –Musica Tradicional Portuguesa. No dia 16 atua o grupo valonguense G-821 e no dia 17 atua o grupo Os Mesmos, logo seguido dos Vozes Trinadas. O programa religioso integra missas nos dias 15 e 17 às 11 horas e a procissão solene no dia 17 às 17h30.
Religião
11 de agosto 2016
Padre natural de Valongo foi nomeado para Vila do Conde
Padre Diogo Pereira celebrou a sua Missa Nova O valonguense Padre Diogo Pereira celebrou a sua “Missa Nova” na Igreja Matriz da Paróquia de São Mamede de Valongo no passado dia 17 de julho. Muitos amigos marcaram presença nesta data especial. Respigamos o seu testemunho publicado pela Voz Portucalense. “Tenho 25 anos, natural da paróquia de Valongo (S. Mamede) A história da minha vocação remonta ao tempo da infância. Será difícil de a resumir em 3000 caracteres, pois que é a história da minha vida. Em vez disso, talvez possa resumir um pouco as razões da minha vocação, sabendo sempre que, como disse Pascal, “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. No tempo da infância, aquilo que terá sido mais determinante para a descoberta deste chamamento que insistentemente me inspirava terá sido a admiração pelos gestos e palavras de Jesus, o Seu estilo de vida, a Sua dedicação aos mais fracos e pobres, segundo aquilo que ia aprendendo dos Evangelhos e na catequese. Foram também decisivas as experiências que foi tendo na família e na comunidade paroquial. Em primeiro lugar, porque nesse tempo, em que começava a tomar consciência daquilo em que acreditava, encontrava na família esses modelos de fé tão importantes para que ela pudesse ser acolhida não apenas nos conteúdos, mas sobretudo nas coisas concretas da vida. Depois, porque o
dinamismo e a vida paroquial promoviam a oração e a participação. Graças a tudo isto, tomei uma decisão que queria levar muito a sério: “quando fosse grande, queria ser como Jesus!”. O tempo passou, e esta paixão amadureceu, continuando a ser o mesmo sentimento persistente no qual sempre podia repousar. O tempo de Seminário, que iniciei em 2001 com a entrada para o Pré-seminário, foi rico pelo contacto com tantos que, vindos de toda a diocese, partilhavam um mesmo sentimento, marcado por experiências diferentes: queriam ser padres. Este tempo permitiu que o discernimento fluísse com naturalidade, e a decisão de ser padre se fosse alicerçando num compromisso sério e esclarecido. Como lema de ordenação, escolhi as palavras de S. Pedro em Jo 21,17: «Senhor, tu sabes tudo. Tu bem sabes que te amo». Bem sei que para ter esta resposta de Pedro, Jesus teve que insistir na mesma pergunta (amas-Me?). E isso inquietou-o. Mas porque o inquietou, é uma resposta que lhe sai do coração. São palavras que nestes dias me saem também a mim do coração, e isso é um grande motivo de alegria, consolação e esperança. A consequência desta resposta é o compromisso de apascentar as ovelhas, instado pelo próprio Senhor do rebanho («Apascenta as minhas ovelhas!»). A missão é algo que brota da doação. E a doação é sempre resposta a uma vocação. Resposta à provocação de me colocar desarmado diante
de Cristo, com aquilo que sou, apenas com isso, para que a partir daí Ele faça o grande milagre de transformar a vida e elevar a humanidade para o amor misericordioso do Pai. Apesar de tudo, não esqueço o realismo das advertências com que Jesus termina esse episódio do Evangelho, alertando a Pedro que terá que dar a sua vida pela fé. São as consequências do amor e da entrega, às quais também não quero fugir. É essa força que não poderei deixar de pedir. Em último lugar, continuará presente o mesmo desafio: «SegueMe!». Será uma graça poder receber o sacramento da Ordem para o ministério sacerdotal durante este Ano Santo da Misericórdia, porque sei que sem essa compaixão de Deus, nunca seria digno, nunca estaria preparado. Provavelmente o melhor perfil de pastor será o daquele que pratica as Obras de Misericórdia. E o melhor projeto pastoral talvez passe por isto mesmo: a capacidade de acolher o outro a partir das suas necessidades, e não tanto da sua condição, sabendo que as obras são nossas, e a misericórdia é de Deus, e Ele é o começo e a meta de tudo”. In Voz Portucalense - 6 de Julho 2016
Foto: Paróquia de Valongo
Refeições económicas Prove as nossas francesinhas
O Pe. Diogo Pereira foi nomeado pela Diocese do Porto como Pároco em Árvores, Azurara, Tougues e Capelão da Santa Casa da Misericórdia de Azurara, Vila do Conde.
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Diversos
11 de agosto 2016
Câmara celebrou protocolos com associações A Câmara Municipal de Valongo celebrou protocolos, no valor global de 36.150€, com 34 associações culturais que têm
desenvolvido um trabalho importante e notório no Concelho de Valongo enquanto agentes de transmissão de identidade cultural. Estas associações fomentam ainda a descentralização da oferta cultural, promovendo as atividades artísticas como um instrumento de desenvolvimento económico, de qualificação, inclusão e coesão social. O Presidente da Câmara Municipal de Va l o n g o , José Manuel Ribeiro, elo-
giou o dinamismo do movimento associativo concelhio e agradeceu o trabalho dos homens e mulheres que têm contribuído para aumentar e diversificar a atividade cultural. “Com poucos recursos temos feito muita coisa! Todas as semanas temos, em média, um evento cultural e um evento desportivo, com o envolvimento da Câmara na organização ou coorganização”, disse. O autarca apelou ainda ao esforço das associações culturais para que ajudem na “difícil tarefa de afirmar o concelho na Área Metropolitana do Porto” através da promoção das seis logomarcas territoriais: Serras e Rios, Regueifa e Biscoitos, Bugios e Mourisqueiros, Brinquedo Tradicional, Ardósia e Património Religioso. Por último, José Manuel Ribeiro exortou os dirigentes associativos a darem o máximo de infor-
MANUEL CARVALHO DA SILVA,LDA
mação à população sobre os seus orçamentos para promover a transparência e acabar com o sentimento de desconfiança. Em 2016, os protocolos foram celebrados com as seguintes associações: Ágorarte Associação Académica e Cultural de Ermesinde Associação Cultural e Recreativa Fora D´Horas Associação Cultural e Recreativa Vallis Longus Associação das Coletividades de Valongo Associação de Apoio às Artes Performativas Associação Desportiva e Cultural dos Canários de Balselhas Associação Desportiva e Recreativa da Gandra, Associação Grupo Cénico S. Vicente de Alfena - Associação Recreativa e Cultural da Azenha
Associação Juvenil, Desportiva e Cultural de Penido Associação Os Boinas Verdes do Concelho de Valongo, Associação Social e Cultural os Filhos da Pauta Associação Social e Cultural de Sobrado Banda Musical de S. Martinho de Campo Banda Musical de S. Vicente de Alfena Cabeças no Ar e Pés na Terra, Associação Cultural Casa do Povo de Ermesinde Centro Recreativo Estrelas da Balsa Educasom Grupo Dramático e Musical de Campo Grupo Dramático e Recreativo da Retorta Grupo Etnográfico de Danças e Cantares do Norte
Grupo Etnográfico e Cantadeiras do Leça Grupo Folclórico As Padeirinhas de Valongo Grupo Folclórico do Centro Social e Paroquial de Alfena Grupo Zés Pereiras Lusitanos Núcleo Cultural e Recreativo de Valongo Rancho Folclórico de Santo André de Sobrado Rancho Infantil e Juvenil As Padeirinhas de Valongo Rancho Regional de Campo Rotary Club de Valongo Teatro Amador Susanense 3ª Essência – Associação Cultural e Artística de Dança Oriental e Terapias Naturais
Uma referência em Valongo
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Desporto
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Ciclista de Sobrado foi o quarto da freguesia a vencer a clássica do ciclismo
Rui Vinhas venceu Volta a Portugal A 78ª Volta a Portugal terminou este domingo, em Lisboa, após uma jornada de emoções que confirmou Rui Vinhas como o “Rei da Volta”. Para a derradeira etapa estava em discussão um contrarrelógio de 32km entre Vila Franca de Xira e a capital onde o segundo classificado, Gustavo Veloso, entrava como favorito. Se é verdade que o galego venceu, e bem, a luta contra o cronómetro com 47 segundos sobre o segundo melhor registo, também é certo que o resultado não foi suficiente para anular a desvantagem (2’25’’) que trazia para o líder e companheiro na equipa sobradense. Gorou-se o “tri” que Veloso perseguia depois das vitórias de 2014 e 2015. Cinco anos depois, o vencedor da maior competição do ciclismo nacional voltou a ser português. Camisola Amarela desde a terceira etapa, Rui Vinhas fez a quarta melhor marca do crono com mais 54 segundos e terminou a prova com uma diferença de 1’31’’ sobre Veloso. Ainda sem acreditar no que estava a acontecer, Rui Vinhas explicou como foi o último dia de competição. “A certa altura não acreditava nas indicações de tempo que me chegavam do carro. O meu pensamento foi dar o máximo. Vim sempre no limite e cheguei sem forças nenhumas”, disse o vencedor da 78ª Volta a Portugal, que no momento da vitória não esqueceu a atitude de Gustavo Veloso. “Tenho de agradecer ao Gustavo Veloso que foi um bom ponto de referência para mim. Tentou resguardar-me ao máximo, não é qualquer líder que está a altura de ter esta atitude.” Ainda antes de subir ao pódio, para ser brindado pelo segundo lugar e confirmar a melhor regularidade
em prova, e a respetiva liderança da Classificação por Pontos traduzida na Camisola Verde e ainda o Prémio Kombinado Gustavo Veloso não conseguiu disfarçar a desilusão. “É um encontro de sentimentos. Fico feliz pela vitória do Vinhas e pela Camisola Amarela ficar na equipa. Fico triste por saber que sou o mais forte na volta e não ter ganho. Nem sempre ganha o mais forte.” Após 11 dias de competição, e com a meta e o pódio final da última etapa instalados na majestosa Praça do Comércio, houve festa azul e branca com os portistas e o presidente Pinto da Costa em grandes comemorações. Quem é o Rei da Volta a Portugal 2016? Rui Vinhas é natural de Sobrado, concelho de Valongo. Nasceu a 6 de dezembro de 1986 juntamente com Miguel, o irmão gémeo e mecânico na equipa. Com nove anos, Rui Vinhas começou a ter o primeiro contacto com o ciclismo. O passar dos anos deu-lhe a certeza de que era em cima de uma bicicleta que queria “lavrar o pão”. Em 2006 integrou a equipa da terra, o então conjunto sub-23 da União Ciclista do Sobrado, na altura chamada Casactiva-Quinta das Arcas. Ali cresceu e deu o salto para o escalão Elite. Com 24 anos seguiu até Paredes para correr pela LA Alumínios-Antarte. O Algarve foi a paragem seguinte. Esteve dois anos no Louletano, até voltar à terra natal, em 2015, para vestir as cores da equipa local. Esta foi a quarta vez que Rui Vinhas participou na Volta a Portugal. O discreto trabalhador de equipa alcançou aos 29 anos o sonho da vida de qualquer corredor. E agora? Rui Vinhas res-
ponde: “Gosto bastante de trabalhar para os meus colegas, mas com esta vitória vou encarar as competições de maneira diferente.” Receção apoteótica em Sobrado A comitiva da equipa de ciclismo sobradense foi recebida por centenas de pessoas, apesar do adiantado da hora. Alfredo Sousa, presidente da Junta de Campo e Sobrado e Orlando Rodrigues, vereador da Câmara de Valongo, estavam entre aqueles que esperaram até perto das duas horas da manhã para receber os heróis, com destasque para Rui Vinhas, o ciclista vencedor e Nuno Ribeiro, o diretor desportivo e ele também um ex-vencedor da Volta. O galego Gustavo Veloso foi também muito saudado. Sobrado tem já quatro vencedores da Volta. Para além de Vinhas e Ribeiro, também Joaquim Leão e Fernando Moreira têm o seu nome na lista de vencedores da maior prova do ciclismo português. O presidente da Câmara de Valongo, afirmou, em comunicado, que vai propor a atribuição da medalha municipal de valor desportivo ao corredor, na próxima reunião pública do município, marcada para 01 de setembro, em Ermesinde. “É um orgulho enorme constatar que, mais uma vez, a conquista da Volta a Portugal em bicicleta fica associada ao concelho de Valongo que tanto ama o ciclismo nas suas diversas modalidades”, salienta José Manuel Ribeiro.
texto: Gabinete Imprensa da Volta com AD
DESCONTOS ESPECIAIS
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Diversos
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Real Clube da Retorta criado há 50 anos Um grupo de amigos de S. Martinho de Campo, que criaram nos anos 70 o Real Clube de Campo, reuniram-se no dia 30 de julho para comemorarem o meio século da fundação do clube agora extinto. O nome foi adoptado devido ao sucesso que o Real Madrid tinha na altura e o grupo fundador era constituído por jovens de 16 anos. Como curiosidade refira-se que uma carta dos
jovens ao Real Madrid solicitando um equipamento ficou sem resposta. O Real Clube da Retorta efetuou vários jogos com equipas da região, com a rivalidade que então existia. Voltando aos 50 anos de fundação o grupo de fundadores e amigos levou a cabo um almoço em Ponte de Lima com visita a alguns locais, por exemplo à Central de Produção
de Energia da Barragem de Lindoso. O grupo que organizou as comemorações constituído por Adriano Ribeiro, Fortunato Paiva, José Batista e Virgílio Fonseca, organizou também uma festa, com a colaboração da Associação de Pensionistas, no lugar onde vingou o clube e editou um DVD onde é contada a história possível do Real Clube da Retorta.
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Valongo
11 de agosto 2016
Festival da Francesinha animou Valongo Como Presidente da Direção da Associação Cuca Macuca, venho agradecer o apoio de todos quantos tornaram possível o evento Festival da Francesinha, artesanato e Mercado urbano de Valongo 2016. Seria fastidioso repetir aqui o nome dos participantes, já que isso foi publicado em cartazes, aqui neste jornal e um pouco por todo o lado onde o publicitamos. Câmara Municipal de Valongo, Junta de Freguesia de Valongo (nossos apoiantes), patrocinadores, artistas e restaurantes… muito obrigada! Cumpre-me explicar que este festival é do concelho de Valongo e não da cidade de Valongo. É urgente unir o concelho um pouco mais, envolver as freguesias em atividades conjuntas. Com esse intuito, convidamos os restaurantes de Valongo a participarem. Dos 5 restaurantes, 3 eram do concelho. Os dois participantes de fora vieram com a garantia que têm todos os que participaram no primeiro Festival – continuarem, se assim o entenderem. Quem arrisca num evento de início merece a nossa consideração. Começar é difícil.
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Todos os restaurantes envolvidos se mostraram agradados com a redução do número de stands e manifestaram vontade de que assim se continue. Não prometemos. Queremos crescer à medida do público. Mas eles também querem crescer em dias de festival… Vamos vendo o que conseguimos. Milhares de pessoas vieram ao espaço mais conhecido por Parque Radical. Vieram comer francesinhas, comprar belas peças de artesanato, ver pintar maravilhosas telas ao vivo, comer umas farturas, beber um café… sem esquecer a aula de zumba e yoga. Convém algum exercício para gastar as calorias da francesinha e relaxar também é bom depois de assistir a fabulosos espetáculos e beber umas cervejas. Se comer soube bem a muita gente, muitos foram os que vieram assistir às espetaculares atuações dos nossos valonguenses. Em todos os dias, houve um grupo de dança de Valongo a atuar e o primeiro foi completamente preenchido com os nossos cantores. Sim, quisemos mostrar que Valongo é terra de artistas
e muito bons! Perdoem o “egoísmo”, mas primeiro NÓS”! Até porque era importante mostrar aos muitos forasteiros que nos visitaram a qualidade da nossa gente. Se tivermos em conta que o fizeram todos a título gracioso, ainda mais gratos nos devemos sentir. A Cuca Macuca é uma Associação sem fins lucrativos, apoiamo-nos uns aos outros, pedimos ajuda e ajudamos, na medida das possibilidades de uns e outros. Todos ficamos a lucrar com atividades que conduzam as pessoas à rua. E conseguimos. Se alguns não tiveram paciência para aguardar na fila e obter ali uma francesinha, foram fazê-lo aos restaurantes e cafés em volta. Chegou para todos. Assim, como deve ser! Esperamos no próximo ano conseguir ainda mais apoios e sócios que queiram trabalhar pela causa. Somos muito novos e muito poucos. Unam-se a nós e vamos levar ao público atividades cada vez de maior vulto. Goreti Dias
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11 de agosto 2016
Civilização da Lousa Nos anos trinta, viviam-se tempos que se poderiam considerar áureos para a indústria de extração e transformação lousífera de Valongo. Estava-se ainda longe da globalização, mas no dealbar da 2ª. Guerra Mundial, que iria lançar sobre esta indústria lousífera o espetro da crise, do desemprego e da miséria para milhares de mineiros, operários e suas famílias. Existiam então em Valongo, diversas oficinas de lousas escolares e lápis de lousa. Hoje, existem apenas duas, localizadas no Susão / Valongo, cuja capacidade produtiva se destina, quase exclusivamente, à exportação: Manuel Carvalho da Silva, Ld.ª – Rua da Outrela, - Susão, Valongo e, António de Almeida Martins & Filhos – Av. Eng.º Armando Magalhães, 166 - Susão, Valongo. Do ponto de vista económico, as exportações de lousas e penas de lousa, participam no esforço da atividade lousífera, que constitui o pólo de desenvolvimento económico de Valongo. Estes dois elementos, lousas e penas escolares, foram, durante o percurso escolar do ensino primário, companheiras inseparáveis das “gerações da lousa”. Fui, um “associado” dessa geração. A lousa e a pena, um património coletivo, despertam ainda em nós, sentimentos de nostalgia. O valor industrial e comercial das lousas e das penas de lousa, e o seu valor sentimental para as pessoas que com elas conviveram, justificam este singelo trabalho. Um tributo e uma homenagem. A lousa, traumatizou muitas famílias de mineiros e operários, que laboravam nas minas, na extração e transformação desta rocha. Na época, consideradas Louseiras, e integradas no grupo das Pedreiras. Neste grupo, era uma atividade, para além da silicose, das que mais acidentes de trabalho provocava (alguns mortais). Motivo pelo qual, alguns valonguenses, continuam de costas voltadas para esta rocha, que se enraizou, fortemente, na identidade cultural de Valongo. Por razões de imperiosa necessidade viam-se forçados a trabalhar nas minas de lousa, como uma fatalidade. Nesse tempo, uma das poucas vias, de empregabilidade em Valongo, para obter o sustento de suas famílias. Hoje, o trabalho nas minas é qualitativamente bem diferente, tal como a sociedade, que assume uma postura de irreverência e insubmissão. A ardósia, nunca é demais referir, é uma rocha metamórfica, formada a partir duma rocha sedimentar, o xisto argiloso. A sua distribuição por algumas regiões do planeta, confere-lhe o estatuto geológico de rocha regional. Penas de Lousa (lápis de lousa) – Uma indústria caseira, paralela. Nos anos trinta, por toda a vila de Valongo, (Susão, Valongo, S. Martinho do Campo), povoações que acompanhavam a linha da lousa, era rara a casa que não se dedicasse ao fabrico de lápis de lousa (penas). Os mineiros e a sua família, criaram assim, uma autêntica indústria caseira. Uma economia paralela, às dezenas de oficinas que proliferavam por
As penas de lousa (lápis de lousa) escolares Valongo, fabricantes de lousas escolares e de lápis de lousa. O objetivo desta atividade caseira, era obter um complemento salarial, que permitisse equilibrar o parco orçamento familiar, quase sempre, deficitário. Os blocos de lousa selecionados para a produção de lápis de lousa, eram os desperdícios, provenientes da serração mecânica, rejeitados para a fabricação de soletos, que eram empregados, uma pequena parte, no fabrico de lousas escolares e lápis de lousa. Antigamente, estes desperdícios utilizavam-se na construção de cunhais (canto de um edifício, onde duas paredes convergem; esquina) ou eram lançados na entulheira. São cunhais, as pedras enterradas junto das esquinas de alguns edifícios, outrora para os proteger dos carros de bois. Hoje, o seu uso quase desapareceu. As empresas de extração de lousa, cediam, gratuitamente, - algumas vendiam - a matériaprima (desperdícios de lousa) aos familiares dos mineiros e não só, com o objetivo destes devolverem àqueles, os lápis de lousa fabricados, contra o pagamento de um preço já estipulado. Este acordo apalavrado, era frequentemente desrespeitado pelos fabricantes caseiros. É que, através da “candonga”, uma boa parte das penas produzidas era desviada e vendida em Valongo às oficinas de lousas escolares e lápis de lousa, e outros intermediários, a preços mais vantajosos para ambas as partes. No centro da aldeia do Susão, Largo do Souto, era costume uma caminheta da Companhia Nova (CPA-Companhia Portuguesa de Ardósias), descarregar, com alguma frequência, blocos de lousa, dispondo-os em montículos ou pequenos lotes, em redor desse largo. Cada lote era numerado e depois sorteado, aleatoriamente, sobretudo pelas mulheres dos mineiros. “ - Quando eles faltavam, a ansiedade apertava. O dinheirinho das penas fazia-nos falta!” Comentário de um fabricante da indústria caseira de penas do Susão. Era um cenário habitual, nesses tempos, no Susão, grupos de mulheres regressarem das minas de lousa, com cepos ou blocos de lousa à cabeça, destinados ao fabrico caseiro de lápis de lousa. Cenas idênticas, com deslocações assíduas, de pessoas, à zona de minas, perto das suas casas, repetir-se-iam, como um pêndulo, por outros locais de Valongo. Interessante, alguns expedientes utilizados. Algumas mulheres deslocavam-se, sub-repticiamente, às entulheiras de lousa, junto às pedreiras de trabalho de seus maridos, para recolher blocos de boa lousa, deixados por estes em locais, previamente combinados. Os próprios mineiros, findo o trabalho nas minas, transportavam para casa o seu bloco de lousa, certamente de melhor qualidade, colaborando, ativamente, no fabrico das penas de lousa. Sobre este tema, mantive diálogos com valonguenses desse tempo. Referiram, que algumas pessoas, percorriam as entulheiras de lousa, junto às pedreiras, com ou sem autorização, em busca de pedaços de lousa, rejeitados
foto: Arquivo Municipal CM Valongo no entulho, mas possuindo as propriedades e dimensões adaptadas ao fabrico de penas. Mais ainda, aquando da desativação forçada, provocada pelo desmoronamento (colapso) de alguma pedreira, as pessoas, invadiam a pedreira arrasada, devido aos bancos de lousa que apareciam, a céu aberto. Arrancando-a para o mesmo efeito. Poluição – O pó da lousa Os lápis de lousa, eram fabricados em cubículos (barracos) contíguos à própria habitação, na semiobscuridade e com reduzida ventilação. Em algumas casas, na própria cozinha. Sendo o pó da lousa, leve, muito fino, macio e volátil, facilmente se infiltrava e penetrava tanto nos utensílios de cozinha, como nas vias respiratórias dos residentes. Uma fonte de poluição sílica, que afetava, especialmente as crianças com o seu metabolismo humano em fase de crescimento e desenvolvimento. As condições de higiene do próprio lar eram muito deficientes. No entanto, alguns pais, prescindiam da ajuda dos filhos, impedindo e proibindo, sempre, a sua presença no barraco poluído. As instalações das oficinas dedicadas a esta atividade, excetuando as empresas de extração lousífera: Companhia de Lousa Portuguesa e Sociedade de Lápis de Lousa, Compagnie Claude Lathullière, eram de pequena importância, e as condições de trabalho, de todas elas, ao nível da dispersão de poeiras, duma maneira geral péssimas. Apesar das inspeções periódicas, o problema não se alterava. Um testemunho: Em 1938 duas jovens do Susão, amigas de infância, nascidas no mesmo dia, com apenas 11 anos de idade, analfabetas, entraram numa oficina de lousas escolares e lápis de lousa, em Valongo. Ao entrarem, sentiram o impacte do pó da lousa em suspensão, que reduzia a visibilidade do seu interior. Uma delas manteve-se à porta. A outra obteve emprego. À saída desta, não resistiu: “- Ó mulher, aqui ninguém me apanha. Prefiro ir trabalhar para a lavoura!” Mais
tarde, uma delas acabou por falecer, precocemente, com problemas respiratórios, vítima do pó da lousa (silicose). Houve um período em Valongo, em que se respirava lousa. Na mina, em casa, na rua…No verão, para evitarem o inconveniente do pó da lousa no chão de alguns arruamentos, as donas de casa, regavam-no com água, no troço junto às suas casas. Doutro modo respirava-se e engolia-se o pó. No inverno, para evitar a lama da lousa caminhava-se sobre lajes de lousa. Nesta estação, eu próprio, na altura residente na Rua Andre Gaspar, Susão, caminhava por ela para chegar a casa, sobre as já referidas, lajes de lousa, como alpondras, num rio vadeado. Dizia-me em conversa (06.03.2016) um antigo operário da antiga pedreira de lousa do Sheminer / Susão: “ - Em S. Martinho do Campo, era bem pior. Passavam todo o dia a fazer penas. Morria muita gente! ” Uma expressão espontânea, para uma época e para uma localidade, cuja atividade caseira seria mais intensa. Não admira, por isso, que mais pessoas fossem afetadas pelo pó da lousa, até ao fim das suas vidas. Ainda presenciei, antigos mineiros do Susão, arfando com dificuldades respiratórias. Tossindo e expetorando, constantemente. Para alguns, uma espécie de estertor prolongado. Perante a minha perplexidade, eles fumavam bastante, explicando-me que ao inspirarem o fumo, algum ar penetrava nos pulmões, melhorando ligeiramente a respiração. Aos problemas do pó associavam-se, por vezes, uma alimentação deficiente e alguns abusos com o álcool, caminho aberto para outras doenças, como a tuberculose. Uma antiga operária de uma oficina de lousas e lápis de lousa, outra vítima do pó da lousa (silicose), perante a impotência da ciência para debelar ou curar o seu mal, ouvia do seu médico de família: “- Emília, se eu pudesse…, ia aí dentro com um martelo e cinzel e partia esse pó cimentado nos teus pulmões!...”
O Estado português, - mais vale tarde do que nunca - veio a considerar a silicose, como uma doença profissional, permitindo aos inúmeros afetados receberem um subsídio: subsídio do pó. Os operários, eram submetidos a um exame para determinar a quantidade de pó nos pulmões. O valor do subsídio atribuído, era diretamente proporcional à percentagem de pó existente. Lápis de lousa (penas) – Processo de fabrico caseiro No interior das habitações existia uma pequena instalação “industrial” caseira: Uma serra manual, um torno, uma máquina manual de fazer penas, palmetas e martelo. As operações do processo de fabrico, eram tão simples como poluentes: Com o martelo e a palmeta, rachavam o bloco de lousa cuja clivagem permite fendê-lo, em lâminas ou lajes, de faces planas e paralelas. Em seguida, serravam, simultaneamente, algumas chapas, em prismas com as dimensões desejadas. Estes prismas, são empurrados por uma cremalheira, forçando-os a passar, através de uma fieira-navalha, tornando-se lápis de lousa cilíndricos. Na fábrica eram depois “abicados” numa mó de esmeril. No fim destas operações é colada uma tira de papel na extremidade não aguçada, para lhes dar melhor aspeto e evitar quebras. A operação de empapelar, era realizada nas fábricas ou em algumas casas particulares. A cola utilizada era ontem como hoje, de água e farinha triga. As dimensões comerciais dos lápis de lousa ou penas de lousa, apresentavam um comprimento de 14, 15, 16 e 18 cm., e uma espessura média de 5, 7 mm. Uma medida importante, antes das operações, era manter os blocos de lousa submersos em água, durante algumas horas. A lousa era mais facilmente trabalhada e melhorava o produto final. Algumas oficinas de lápis de lousa, possuíam para além de outros recipientes, tinas de lousa escavada, onde colocavam vários blocos de lousa imersos em água, antes de serem serrados. Em algumas casas, enterravamse as pedras na terra e regava-se esta com água. Esta operação, era importante, para compensar a humidade própria da pedreira que a lousa perdia, ao sair do banco. Vem a propósito referir a informação de um antigo mineiro que fizera penas de lousa em casa. “ - Sr. Marques, quando algumas penas saiam da navalha, “pintadas” - com pequenos orifícios – nós introduzíamo-las no pó da lousa, acumulado. Se as pintas e os defeitos era mais visíveis, molhávamos, previamente as penas, para que o pó aderisse mais profundamente. Depois de limpas, as pintas e as imperfeições desapareciam, porque o pó da lousa as tapava! Assim não perdiam valor. Nesse tempo a fome era muita!” Surpreendi-me com esta habilidade de improvisar, aliás, típica dos portugueses. Mais uma vez, recordei o adágio: A necessidade aguça o engenho! O processo de fabrico era rudimentar, fabricava-se em quantidade em detrimento da qualidade. O aproveitamento dos desperdícios de lousa para a produção de
penas, afetava a qualidade das penas, na base de inúmeras quebras, devido à falta de seleção e acabamento final. Os lápis e as lousas exportadas eram de má qualidade. Felizmente que, nessa época, o estrangeiro aceitava tudo. (opinião de operários da época) Os baixos salários praticados, quer nas minas, quer nas oficinas de lousas e penas de lousa, forçavam ao fabrico de penas de lousa no domicílio dos mineiros e operários. As exportações de lousas e penas não se ressentiam. A mão-de-obra barata criava preços competitivos nos mercados. Os salários processados, no fabrico de lápis de lousa, era de 2$50 a 3$00, por dia. A operação de abicar as penas, era realizada por menores, que usufruíam o salário de 2$00. Nas duas empresas lousíferas, acima citadas, praticavam-se salários ligeiramente superiores. Para uma das melhores lousas do mundo, os produtos exportados, não primavam pela qualidade. O ideal seria, procurar melhorar a qualidade dos produtos com o objetivo de alargar e assegurar, para o futuro, o comércio externo. Com exceção do comércio interno, que absorvia uma pequena fatia, os produtos destinavam-se predominantemente à exportação. Os serviços oficiais tal como algumas empresas lousíferas, envidaram esforços na busca de soluções para terminar com esta atividade industrial e comercial, paralela. Mas como? Aumentar os salários dos mineiros e operários, para acabar com o trabalho no domicílio? Seria talvez a medida mais racional. Porém, pouco conveniente para os empresários. Os produtos lousíferos aumentariam de preço, o mercado externo poderia ressentir-se e os lucros dos empresários reduzir-se-iam. Seria um erro crasso, tomar ou implementar quaisquer medidas radicais e assumir a responsabilidade de provocar o colapso, no contexto social económico e político, de centenas e centenas de famílias, com fraca qualidade de vida, que dependiam do fabrico caseiro das penas, para o indispensável equilíbrio do seu orçamento familiar. Seria um autêntico desastre de âmbito regional! O grave problema da poluição embora não ignorado, era apenas aflorado. Algumas empresas lousíferas, alertavam e argumentavam, em relatórios trimestrais, enviados aos serviços oficiais, sempre preocupados com a poluição nos ambientes de trabalho. De que, onde os mineiros e operários se poluíam era nas suas próprias casas, fabricando penas de lousa. Todos beneficiavam com a candonga… N.B. A lousa escolar, merece um tema à parte. A saga da lousa, não pode ser tratada com ligeireza. A saga da lousa possui valores intrínsecos, aparentemente comezinhos, mas indispensáveis para o conhecimento da Civilização da lousa. Joaquim Manuel Pereira Marques – 05.08.2016
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Diversos
FESTA DE S.LOURENร O ERMESINDE
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Publicações
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publicado na edição 66 do Jornal Novo de Valongo em 11 de agosto de 2016
Beatriz Campos Cantante NOTÁRIA Concelho de Valongo
Extracto para Publicação ---Maria de Fátima Sousa Inácio, por delegação expressa do Notário Arnaldo da Silva Martins, em substituição na Notária Maria Beatriz Vieira Campos Cantante, com Cartório Notarial, sito na Rotunda 1º de Maio, nº 160, 1º sala 28, em Valongo:------------------------------------------------- CERTIFICA narrativamente, para efeito de publicação, que neste Cartório Notarial, no Livro de Notas para Escrituras Diversas nº 198, a folhas 46, se encontra exarada uma Escritura Pública de Justificação Notarial, outorgada hoje, na qual MARIA ROSA DA SILVA MARTINS, NIF 143635263 e marido ARMINDO MOREIRA DA SILVA, NIF 143635271, declararam que são donos e legitimos possuidores, com exclusão de outrém, ------------------------------------------------Verba Um ----------------------------------------------------------------------------------------------------Prédio Rústico, denomiado por “Bouça do Chão de Pinha”, composto por terra a pinhal e pastagem, com a área de seis mil e seiscentos metros quadrados, sito no lugar de Gandra, Alfena, Valongo, a confrontar de Norte com António Alves Ferreira, de Sul com caminho, de Nascente com Manuel Moreira da Costa e estrada e de Poente com caminho, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Valongo e inscrito na respectiva matriz predial rústica sob o artigo 127 da freguesia de Alfena, com o valor patrimonial, igual ao atribuido, de oitenta e oito euros e cinquenta e quatro cêntimos. --------------------------------------------------------------------------------- Verba Dois -------------------------------------------------------------------------------------------------- Prédio Rústico, denomiado por “Bouça da Fonte de Cortiça”, composto de terreno a pinhal e mato, com a área de nove mil metros quadrados, sito no lugar de Torrão, àgua Longa, Santo Tirso, a confrontar de Norte com estrada, de Sul com caminho, de Nascente com Manuel António Francisco Serrado e de Poente com caminho, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Sanjto Tirso e inscrito na respectiva matriz predial rústica sob o artigo 884 da freguesia de Água Longa, com o valor patrimonial, igual ao atribuido, de mil e dezanove euros e vinte e um cêntimos. -------------------------------------------------------------------------------------------------------- Verba Três ---------------------------------------------------------------------------------------------------Prédio Rústico, denomiado por “Bouça de Sainhas”, composto de terreno a pinhal e mato, com a área de quatro mil novecentos e cinquenta metros quadrados, sito no lugar de Póvoa, àgua Longa, Santo Tirso, a confrontar de Norte com Luciano Pereira da Silva, de Sul com Manuel Moreira Costa Junior, de Nascente com Arménio Pereira dfa Silva e de Poente com Manuel Moreira Costa Junior, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Sanjto Tirso e inscrito na respectiva matriz predial rústica sob o artigo 956 da freguesia de Água Longa, com o valor patrimonial, igual ao atribuido, de duzentos e sessenta e oito euros e vinte e setenta e quatro cêntimos. --------------------------------------------------------------------------------------------------------Que, os justificantes adquiriram os supra referidos imóveis por volta do ano de mil novecentos e oitenta e dois, por compra verbal a Delfim Chiças, solteiro, maior, residente no Lugar de Gandra, freguesia de Alfena, concelho de Valongo. ------------------------------------------------------ Que, não obstante a falta de qualquer titulo formal, desde então e há mais de vinte anos, têm exercido a posse sobre os mesmos prédios, em nome próprio, sem oposição de quem quer que seja, sem interrupção e ostensivamente à vista de todos de forma correspondente ao exercicio do direito de propriedade, traduzindo-se em factos materiais conducentes ao integral aproveitamento de todas as utilidades dos prédios, nomeadamente, quanto ao prédio da verba um, procedendo ao cultiuvo, manutenção e limpeza do pasto, e quanto a todos, limpando e desbastando o mato, apanhando lenha, pinhas e carumas, avivando as extremas, bem como pagando os respetivos impostos. -------------------------------------------------------------------------------------------------------- Que, assim, a posse pacífica, pública, contínua, e em nome próprio dos citados imóveis, desde o referido ano de mil novecentos e oitenta e dois, conduziu à aquisição dos mencionados prédios por usucapião, que invocam, para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Está conforme o original. --------------------------------------------------------------------------------- Valongo, vinte e seis de Julho de dois mil e dezasseis. --------------------------------------------A colaboradora autorizada (Fátima Sousa)
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