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252de maio de 2016

quinzenal

diretor: agostinho ribeiro

Campo e Sobrado podem voltar a ser freguesias separadas Espetáculos de Maria Lisboa, 7 Saias e Abba Mia

3,4 e 5 de junho

Entronização na Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito dia 4 de junho


Atualidade

25 maio 2016

Feira da Regueifa e do Biscoito Uma vez mais decorre no primeiro fim de semana de junho, a Feira da Regueifa e do Biscoito, em Valongo. A organização é do município de Valongo e a Feira da Regueifa e do Biscoito & Mercado Oitocentista realiza-se de 3 a 5 de junho, no eixo central da Cidade de Valongo, que compreende as Ruas de São Mamede, Dr. Nunes da Ponte, Sousa Paupério, o Largo do Centenário e a Praça Machado dos Santos. Esta iniciativa destinase a valorizar e promover o que Valongo tem de mais emblemático, apostando numa das suas marcas de excelência – a Regueifa e o Biscoito. Com presença garantida das principais padarias e biscoitarias do concelho de Valongo, o evento terá animação diária, com recriações históricas, exposições, grandes concertos, teatro, dança e folclore. PROGRAMA Dia 3 de junho Sexta-feira 14h30 Desfile Alegórico Presenças – Crianças dos Agrupamentos de Escolas do Concelho e Associações Culturais Percurso – Rua Conde de Ferreira (junto ao antigo tribunal); Rua de S. Mamede; Rua Capela Nossa Senhora da Luz; Términos no Parque da Cidade de Valongo 17h00 Museu Municipal - Capela de S. Bruno. Abertura da Mostra “O Pão de Santo António” Pátio Interior do Museu Municipal – Degustação de Sopa Seca e Rabanadas 18h00 Rua de S- Mamede – Encenação de Rua / O

Pão de Valongo – Cabeças no Ar e Pés na Terra, Associação Cultural 18h30 Largo do Centenário – Danças Tradicionais da Universidade Sénior Rotary de Valongo 19h30 horas Capela Nossa Senhora da Luz Bênção do Pão 20h00 Cortejo de Padeiros e Biscoiteiros Rua Capela Nossa Senhora da Luz, Rua de S. Mamede, Rua Dr. Nunes da Ponte, Largo do Centenário Atuações pontuais ao longo da Rua de S. Mamede 20h15 Praça Machado dos Santos Desfolhada – Rancho Folclórico de Santo André de Sobrado 21h00 Concerto. Banda de Música de S. Martinho de Campo 21h30 Jardim Dr. Nunes da Ponte Projeto “Padeiras e Biscoiteiras”. Associação Cultural e Recreativa Fora D’Horas 22h00 Largo do Centenário

ABBAMIA - TRIBUTO A ABBA Dia 4 de junho Sábado 15h30 Rua de S. Mamede O Pão de Valongo. Encenação, Cabeças no Ar e Pés na Terra, Associação Cultural 17h00 Apresentação do projeto trabalho pró Boneco. Centro Social de Ermesin-

de.

Durante a Tarde Jardim Dr. Nunes da Ponte Animação do jardim com palhaços, pintas caras, balões. Mundo do Leo 15h30 Orquestra de Metais. Grupo Dramático e Musical de Campo 18h30 TocAtocar. Associação Académica e Cultural de Ermesinde 21h30 “Os Mesmos”. Associação Recreativa e Cultural Vallis-Longus 16h00 Praça Machado dos Santos Apresentação do trabalho pró Boneco. Centro Social de Ermesinde 18h00 Grupo de Cavaquinhos. Associação Desportiva e Cultural dos Canários de Balselhas 21h30 Padeiros e Biscoiteiros. Associação Cultural e Recreativa Fora D’horas 15h30 Largo do Centenário Danças e cantares. Rancho Regional de Campo 16h00 Concurso da Melhor Regueifa e do Melhor Biscoito 17h00 Apresentação da Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo 17h30 Apresentação dos vencedores do concurso 22h00 Concerto. 7 SAIAS Dia 5 de junho Domingo 10h00 Ruas envolventes Inauguração da Exposição “Valongo, Terra do Pão, da Regueifa e do Biscoito ”

Senhor Empresário contacte

Jardim Dr. Nunes da Ponte Durante toda a tarde e noite. Animação. Mundo do Leo. 16h30 O Pão de Valongo. Associação Cabeças no Ar e Pés na Terra / novo 17h30 Trabalho pr’o Boneco.

Centro Social de Ermesinde 21h30 Praça Machado dos Santos Noite de Ranchos Folclóricos

Retorta em palco. Grupo Dramático e Recreativo de Retorta 22h00

MARIA LISBOA

Largo do Centenário 15h00

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FICHA TÉCNICA - JORNAL NOVO DE VALONGO - O Jornal do Concelho de Valongo - Edição nº 61 - 25 de maio de 2016 - Direção e propriedade: Agostinho Ribeiro; Colaboradores: Filipe Marques e Luis Neves (fotografia); Raquel Vale; José Pedro Loureiro; Carlos Silva; Abel Sousa; Francisca Costa; JMB; António Cardoso; Teixeira da Silva Paginação, gestão e publicidade: Cuca Macuca ADI

Registo ERC 125820 Depósito Legal BN 372095/14 Morada - Rua Rainha Santa Isabel 351 6º CS - 4440-569 Valongo

Endereço eletrónico jornaldevalongo@gmail.com telm 911116453 Impressão: Coraze - Oliveira de Azemeis

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Divulgação

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25 maio 2016


Destaque

25 maio 2016

CDU apresentou projeto-lei no Parlamento. Assembleia e Junta de Campo e Sobrado aprovam desagregação

Campo e Sobrado podem voltar a separar-se

O processo de agregação das antigas freguesias de Campo e Sobrado pode ser revertido. O grupo parlamentar da CDU apresentou no dia 9 de maio na Assembleia da Republica um projeto-lei que visa repor a situação anterior. No projeto lei é salientada a possibilidade de não haver reposição nos casos onde as populações e autarquias concordem com a situação atual. O projecto lei prevê um prazo de 45 dias, após aprovação, para que as As-

sembleias de Freguesia e Municipais se pronunciem sobre o assunto. Agora a Conferência de Líderes vai analisar o projeto-lei da CDU e só depois se saberá se irá a Plenário ou não. No caso do concelho de Valongo esta situação pode afetar a União de Freguesias de Campo e Sobrado, uma vez que as consecutivas tomadas de posição públicas têm vindo a mostrar o descontentamento com a situação. A Assembleia de Fre-

guesia de Campo e Sobrado aprovou no passado dia 29 de abril, por unanimidade, duas moções que defendem a reposição das antigas freguesias. Da autoria do PS e da CDU, as moções referem genericamente ser desajustada a fusão e contrária ao desejo das pessoas. Também a falta de qualquer poupança económica é referida nas moções. A Junta de Freguesia de Campo e Sobrado, liderada por Alfredo Sousa, também aprovou por una-

nimidade (em 6 de abril passado) uma moção onde defende a reposição das freguesias: “Com o atual Governo, foi já apresentada pelo ministro-Adjunto, Eduardo Cabrita, a vontade do Executivo reavaliar, em conjunto com a ANAFRE, caso a caso, o modelo de funcionamento e ponderar eventuais alterações, tendo por base o respeito e cooperação entre todos os representantes eleitos pela população. A Junta de Freguesia de Campo e Sobrado con-

gratula-se com esta iniciativa do Governo, assim como continuará a pugnar pela desagregação das Freguesias de Campo e de Sobrado, junto de todos os órgãos competentes, cumprindo assim com o que sempre foi a vontade expressa e sentida por parte das populações e o seu posicionamento perante esta imposição. Assim, o Executivo da Junta de Freguesia de Campo e Sobrado, reunido em sessão ordinária a 06 de abril de 2016, deliberou

por unanimidade reiterar a defesa da criação da Freguesia de Campo e da Freguesia de Sobrado”, pode ler-se no documento. Entretanto o Jornal Novo de Valongo sabe que há setores da população a movimentarem-se (sobretudo na área de Sobrado) no sentido de ser efetuado um apelo à população para que aja no sentido de pressionar os deputados para decidirem a reversão da medida implementada por Miguel Relvas no anterior governo PSD-CDS.

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Atualidade

25 maio 2016

Ex-candidato à Câmara de Valongo vai escolher designação com a ajuda das redes sociais

Tino de Rans avança na criação de um partido Tino de Rans, ou no cartão de cidadão Vitorino Silva, quer fundar um novo partido. Tino de Rans disse ao Jornal de Valongo que o partido não vai ser de esquerda, de centro ou de direita. ”Será um partido de 360 graus, onde cabem todos. O povo não é de direita nem de esquerda” disse ao nosso jornal o calceteiro da Câmara do Porto. Atualmente com 45 anos e calceteiro de profissão ganhou atenção mediática quando, em Fevereiro de 1999, subiu ao palanque do 11º congresso do PS para um inflamado discurso que culminou com o famoso abraço ao então líder, António Guterres. Tino de Rans, como é conhecido, foi um dos candidatos às eleições presidenciais de 2016 e a sur-

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presa da noite eleitoral. Vitorino Silva vai lançar um novo partido e dar a opção ao povo para escolher o nome. Povo Acordar ou Partido Ânimo serão as duas hipóteses que os apoiantes terão para escolher. Tino de Rans promete ir para a rua convencer 7.500 eleitores a contribuir para o requerimento a entregar no Tribunal Constitucional. Nascido em Penafiel a 19 de Abril de 1971, Tino de Rans foi eleito, com apenas 22 anos, para líder da Junta de Freguesia em 1993, cargo para o qual mereceu a reeleição em 1997. A memorável presença no congresso socialista permitiu-lhe editar um livro com prefácio do bispo D. Manuel Martins e devolveu-o ao interesse dos media – além de editar

um disco, “Noites Marcianas” (SIC) foi o primeiro programa de TV em que participou, logo em 2001, seguindo-se “A Quinta das Celebridades”, na TVI, quatro anos mais tarde. Há cerca de três anos teve um regresso ao pequeno ecrã, outra vez na TVI, envolvendo-se no programa “Big Brother VIP”. Abandonaria o PS e foi já como independente que se candidatou às autárquicas de 2009 em Valongo, onde habita desde os anos 90, mas falhou, por poucos votos, a eleição. Para ser candidato às eleições presidenciais, Tino apresentou 8.118 assinaturas, superando o mínimo legal de 7.500.


Atualidade

25 maio 2016

Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito A Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito, elegeu em fevereiro os primeiros dirigentes, que são: MESA DA ASSEMBLEIA GERAL - Presidente: António Castro Alves Aguiar; Vice Presidente: Manuel da Silva Poças; Tesoureiro: José Manuel Celestino Russo Ferreira DIREÇÃO: - Presidente: Rosa Ma-

ria Sousa Martins da Rocha; Vice Presidente: Rosa Maria Araújo Dias do Vale; Secretária: Margarida Maria Dias de Sousa; Tesoureiro: Hélio Fernando Silva Rebelo; Vogal: Hilário Júlio Moreira Soares Coelho; Vogal: Maria Encarnação Moreira Guimarães; Vogal: Tiago Jorge Moreira da Cunha; Suplentes:António Cândido Castro Paupério; Fernando

Luís Marta Neves; Manuel Fernando Silva Carneiro; Maria da Purificação Matos Ferreira S. Ribeiro. CONSELHO FISCAL: - Presidente: José Vitorino Quelhas Ferreira; 1º Secretário: Maria Jorge da Rocha Dias Ruivo; 2º Secretário: Manuel Nogueira da Rocha; Suplentes: Luis Teixeira de Azevedo; Rui Manuel Gonçalves Ferreira. Dizia na tomada de posse, o presidente da Assembleia Geral, António Aguiar que “a partir de agora nada será como dantes. É mister e vontade da nossa Confraria valorizar, incrementar e divulgar estes produtos da nossa terra que, com a fama da sua verdadeira qualidade, há séculos têm levado o nome de Valongo até muito longe”.

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Atualidade

25 maio 2016

Entrevista com a primeira presidente da Confraria, Rosa Maria Rocha

Confrades do Pão, da Regueifa e do Biscoito vão ser entronizados dia 4 de junho A Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito, foi criada por escritura pública em junho do ano passado. Em fevereiro deste ano decorreram as primeiras eleições e no próximo dia 4 de junho decorre o primeiro capítulo (entronização). A liderar a direção está Rosa Maria Rocha, professora universitária e que respondeu às questões doJornal Novo de Valongo Jornal Novo de Valongo - Que razões levaram à criação da Confraria do Pão, do Biscoito e da Regueifa? Rosa Maria Rocha De há muito que se falava na criação de uma Confraria para a defesa dos valores ligados ao pão, à regueifa e ao biscoito de Valongo, mas nunca se avançava. Um grupo de valonguenses, há pouco mais de um ano, resolveu lançar-se nesta aventura e criaram a Confraria. As razões subjacentes à criação da Confraria constituem os seus objetivos, isto é, a Confraria visa o estudo, a defesa, o prestígio, a valorização, a promoção, a consolidação da qualidade e divulgação do Pão, da Regueifa e dos Biscoitos de Valongo, enquanto valores gastronómicos e de interesse económico local. JNV- Faz falta a Valongo a existência da Confraria? RMR - Ora bem, fazer falta, não direi que faça … aliás, só sentimos que algo nos faz falta depois de o termos! Mas que é útil, não tenho dúvidas. Em primeiro lugar, cabe às entidades públicas, nomeadamente ao Município e às Freguesias, a prossecução dos fins públicos, mas, perante a sua incapacidade ou inércia, naturalmente surgem movimentos da sociedade civil e assim surge o movimento associativo, no qual nos inserimos. A Confraria é, por isso, uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivo específico velar pelos valores e tradições ligados ao pão,

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à regueifa e ao biscoito de Valongo. A utilidade deste nosso projeto resulta clara da forma expressiva como os Valonguenses aderiram – já somos 107. JNV - Como decorreu o processo de criação da Confraria? RMR - Até ao momento tudo correu muito bem. Em começos de 2015, um grupo pequeno de Valonguenses resolveu lançar-se na aventura da criação da Confraria. Começaram a reunir, semanalmente, na Regional, fizeram os Estatutos, depois convidaram outros Valonguenses para se associarem, tendo os Estatutos sido aprovados em assembleia ad hoc, constituída por mais de quarenta pessoas. Marcou-se a escritura e, no dia 5 de junho de 2015, fizemos a escritura de constituição – outorgaram essa escritura mais de 50 Valonguenses. Nesse dia, “nasceu” a CONFRARIA DO PÃO, DA REGUEIFA E DO BISCOITO DE VALONGO (CPRBV). A partir daí, uma Comissão Instaladora, constituída por cinco padeiros/biscoiteiros e cinco valonguenses com outras profissões, mas apreciadores destes nossos produtos, desenvolveu todo o trabalho para a instalação da Confraria. Criámos o Livro de Usanças e Regulamento Interno, concebemos e mandámos fazer o traje, o chapéu, a insígnia, o estandarte … e marcámos eleições para os órgãos da Confraria, para o dia 27 de fevereiro de 2016. A partir desta data, a CPRBV passou a funcionar de pleno direito e começámos a preparar o nosso I Capítulo que vai realizar-se no próximo dia 4 de junho, a começar às 10h, na Igreja Matriz de Valongo. JNV - Quem pode integrar a Confraria? RMR - Qualquer cidadão, cuja idoneidade seja atestada por dois Confrades, pode ser proposto à Direção, a quem cabe deliberar sobre a admissão de associados. JNV - Porque decidiu

integrar a Confraria e liderar a primeira direção? RMR - Sendo sincera, eu não decidi nada … há um grupo de amigos e amigas de Valongo que sabem que não lhes digo que não, quando me fazem um desafio. Por isso, “meteramme” neste projeto. Deu e dá trabalho mas é muito gratificante. Valongo merece … nós merecemos. É pena que outros Valonguenses de valor, com “talentos”, não os ponham ao serviço da comunidade. JNV - Como vão articular com outras entidades? RMR - A nossa missão anda de mãos dadas com a missão das autarquias, por isso, a nossa atividade vai desenvolver-se muito em articulação com o poder local - o Município e as Freguesias. Aliás, sinal da importância dessa conjugação de esforços é a atribuição da qualidade de Confrade Honorário, precisamente, ao Município e à quatro Freguesia. Esperamos e estamos certos que a cooperação vai ser profícua e que, por nosso intermédio, o nome de Valongo e a divulgação dos valores ligados ao pão, à regueifa e ao biscoito vão chegar alémfronteiras. Para o efeito contamos, como é evidente, com a colaboração das autarquias e estamos certos que a vamos ter, aliás, já a temos. JNV - Quais as principais metas e objetivos para o mandato que iniciam agora? RMR - O nosso mandato tem a duração de tês anos. A atual Direção tem como primeiro grande desafio a realização do I Capítulo, que vai acontecer no próximo dia 4 de junho e que tem absorvido o nosso trabalho, desde há uns meses a esta parte. Uma vez entronizados os atuais 107 associados, que nesse dia se transformam em Confrades, vamos desenvolver as atividades possíveis para divulgar toda a tradição de Valongo ligada ao pão, à regueifa e ao biscoito.

Nesse sentido é nosso objetivo, em colaboração com as escolas do 1º ciclo, realizar uma iniciativa que pretende dar a conhecer os pequenos-almoços tradicionais às crianças e uma outra onde se pretende levar às escolas um padeiro para mostrar às crianças o “ciclo” do pão. Vamos, também, fazer recolha de tradições com o objetivo de as preservar bem como fomentar os estudos sobre esta temática. Outro dos nossos objetivos é a realização de protocolos com instituições do ensino superior que tenham o ensino da restauração, para se criarem novas ementas ligadas ao pão, e com o Mestrado sobre o Património para, ao nível das dissertações, se fazerem estudos. Vamos

fazer uma festa anual com um concurso de sopa seca direcionado a todos os Valonguenses que queiram participar… e vamos fazer outras atividades, à medida da nossa criatividade e do nosso tempo. Todas estas atividades e outras informações que possam surgir poderão ser

acompanhadas pelo nosso facebook e pelo site da confraria em www.confrariadevalongo.com. Muito obrigada pela oportunidade na divulgação da CONFRARIA DO PÃO, DA REGUEIFA E DO BISCOITO DE VA-

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Atualidade

25 maio 2016

Associação Serras do Centro Veterinário Porto em Assembleia A primeira Assembleia-Geral da Associação de Municípios Parque das Serras do Porto realizou-se esta quarta-feira, dia 18 de maio, no Museu Municipal de Valongo. Celso Ferreira (presidente da Câmara de Paredes) tomou posse como primeiro presidente da instituição. O Parque das Serras do Porto é um projeto de dimensão metropolitana que integra as serras de Santa Justa, Pias, Castiçal, Flores, Santa Iria e Banjas como área de paisagem protegida regional, dando

origem a uma nova forma de ver, pensar e trabalhar o património comum aos três municípios por onde o parque se estende, atualmente liderados por José Manuel Ribeiro (Valongo), Celso Ferreira (Paredes), Marco Martins (Gondomar). O Presidente da Câmara Municipal de Paredes é então o primeiro Presidente da Associação de Municípios Parque das Serras do Porto, cuja sede será em Valongo. O Parque das Serras do Porto é um projeto geracional que se vai desenvolver

ao longo de décadas e que prevê a requalificação de uma vasta área com cerca de 6 mil hectares. Está integrado numa região com elevado potencial económico, cultural e ambiental e é ainda um projeto orientado para valorização e proteção do território. Este pulmão verde da Área Metropolitana do Porto visa igualmente promover a oferta turística da região que, por estar tão próxima da cidade do Porto, tem um potencial que está longe de ser concretizado.

O presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, inaugurou no dia 13 de maio, as instalações do Posto de Ermesinde do Centro Veterinário Municipal, localizado na Passagem Inferior da Estação de Ermesinde. Na sua intervenção o autarca, defendeu “o abate zero” nos centros de recolha oficiais, referindo que estão a ser feitos esforços nesse sentido, designadamente através da realização de protocolos com associações protetoras de animais. Após o descerrar da placa, teve lugar uma campanha de adoção de animais. O cão Negrito e a gata Kitty foram os primeiros animais a ser adotados no Posto de Ermesinde, onde além da adoção de cães e de gatos, serão disponibilizados serviços de vacina-

ção, identificação eletrónica de animais, emissão de vales de esterilização para as pessoas mais carenciadas esterilizarem os seus animais de estimação e recolha de animais comprovadamente doentes quando seja necessário terminar com o seu sofrimento. A abertura do Posto de Ermesinde vem colmatar uma lacuna de proximi-

dade dos serviços, pois muitos munícipes não têm facilidade de acesso às instalações do Centro Veterinário Municipal em Campo, recorrendo a concelhos limítrofes para adotar cães e gatos. Inicialmente, o Posto de Ermesinde estará aberto ao público às terças e quintas-feiras no período da manhã.

Espetáculos em todo o país contacte já

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Divulgação

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Sociedade

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Caminhada da saúde Na manhã de domingo, dia 15 de maio, a Comissão de Utentes da Unidade de Saúde Familiar Santa Justa (COMUTE) levou a cabo o seu primeiro evento público: a “caminhada da saúde: a pão e água” pelas ruas da cidade de Valongo. Percorrendo mais de 5Km e tendo por tema moinhos, padarias, biscoitarias e fon-

tenários tradicionais, dezenas de participantes, ficaram a conhecer a história de património cultural associado com a panificação e o abastecimento de água de antigamente. Nesta primeira atividade pública da COMUTE foi ainda feita a apresentação dos elementos que constituem a comissão recentemente cria-

da e que pretende ser uma ponte entre a USF Santa Justa e a sua comunidade de utentes. Propõe-se ainda esta comissão defender os interesses dos referidos utentes, no que respeita aos cuidados de saúde primários, pugnando pela prestação de um serviço de qualidade.

Torneio Amizade Em representação da Associação de Reformados Pensionistas e Idosos de Campo, alguns elementos da Associação de Pensionistas de Campo foram os vencedores do 18º Torneio de Amizade da Associação de Reformados Pensionistas e Idosos do Porto. Foram eles Adriano Ribeiro e Rogério Silva (Sueca) Martinho Abreu (Damas) Rodrigo Benido (Dominó).

Intermarché de Valongo em festa O Intermarché de Valongo celebrou no dia 14 o primeiro aniversário da nova gerência, a cargo de Rui Dias. Uma ação de divulgação nas ruas de Valongo, animação no espaço e promoções aliciantes fizeram parte do programa de aniversário.

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Diversos

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Corrida da Regueifa

Integração na ADICE “Violência à Solta”, foi o título encontrado para um musical interpretado por mais de 30 elementos da Comunidade de Inserção da ADICE. Foi no dia 20 num Salão Paroquial de Valongo repleto, sobretudo de familiares e amigos dos atores. Terrorismo, Violência

No próximo dia 10 de Junho, Valongo recebe a sua primeira meia maratona. O evento, designado por Meia Maratona da Re-

gueifa compreende além da prova dos 21km uma mini maratona e uma caminhada de 6km. Apesar de ser a primeira edição a prova irá distri-

Urbana, Violência Doméstica, Violência no Namoro, Violência Infantil e finalmente A Paz, foram os sketches levados ao palco por estes atores, cujos rostos demonstravam a alegria da participação. Marina Faria (técnica da ADICE) e Daniel Miranda fecharam a noite de

festa, apesar do tema tratado merecer reflexão. Na hora de subir ao palco, Trindade Vale, presidente da ADICE, louvou o trabalho dos atores e responsáveis destacando a importância da integração, que disse, merecer trabalho diário na instituição.

buir, pelos vários escalões e equipas, cerca de 3000€. Para mais informações e inscrições visite a página da prova disponível em www.mmregueifa.com

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Cultura

25 maio 2016

Podem participar autores residentes no concelho de Valongo, com mais de 15 anos de idade

Câmara vai editar coletânea para assinalar 180 anos de Memórias de Valongo Entre as várias iniciativas preparadas pelo Muncípio de Valongo para assinalar os 180 anos do concelho, está a edição de uma coletânea de autores do concelho. A temática e condições estão descritas nas normas de participação que publicamos a seguir. De realçar apenas que o prazo para receção de originais termina a 30 de junho. Normas de Participação “180 Anos de Memórias de Valongo” (Coletânea de Escritores de Valongo) Organização No âmbito das comemorações dos 180 anos de elevação de Valongo a concelho, a Câmara Municipal promove uma Coletânea com a participação de escritores do concelho, intitulada “180 Anos de Memórias de Valongo” em parceria com a Associação Cuca Macuca. Objetivos 1 – A coletânea visa perdurar na memória do concelho, como um testemunho escrito, relatos sobre a História Local, Tradições e Património, apelando à criatividade e originalidade dos participantes. 2 – A publicitação é da responsabilidade da Câmara Municipal e o seu lançamento previsto para o mês de Novembro /2016, em dia, hora e local a indicar. Destinatários 1 - Podem participar todos os residentes no concelho de Valongo 2 – A idade mínima para participação é de 15 anos. Natureza e Conteúdos dos Textos 1 – Serão admitidos na participação todos os géneros literários (lírico, narrativo e dramático) 2 – Os textos têm que ser inéditos, escritos em

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língua portuguesa e da autoria de quem participa. Cada autor enviará um ou vários textos, que pode(m) ocupar entre um mínimo de duas páginas e um máximo de quatro, sendo que cada página corresponde a um conjunto de 1700 carateres (incluindo espaços) ou 1400 carateres (sem espaços), para prosa e texto dramático, ou 30 linhas de verso (incluindo espaços de transição de estrofe e eventuais versos demasiado longos). Textos com excesso de carateres não serão considerados. Os textos devem ser entregues em suporte informático – Word, extensão doc ou rtf. 3 – A obediência ao novo acordo ortográfico é facultativa e os textos serão revistos antes de editados. Autores que não autorizem a revisão pelo novo acordo devem declará-lo explicitamente no final do texto. Entrega dos Textos 1 – Os trabalhos deverão ser enviados para o endereço de e mail: dctj@ cm-valongo.pt ou biblioteca@cm-valongo.pt 2 – Deverão ser acompanhados de cópia de documento de identificação de autor e ainda de progenitor se se tratar de menor, da ficha de inscrição preenchida, bem como, da declaração de autorização de publicação. 3 – Cada autor deverá enviar uma biografia literária num máximo de 1700 cacteres (incluindo espaços) ou 1400 carateres (sem espaços), bem como, uma fotografia de rosto. 4 – Não serão aceites participações enviadas após 30 de Junho de 2016. Apreciação / Revisão dos Textos 1 – Um elemento da Câmara Municipal, a designar 2 – Um elemento da Associação Cuca Macuca. Direitos de Propriedade Intelectual

1- A Câmara Municipal de Valongo reserva o direito de publicar ou reproduzir qualquer um dos textos, salvaguardando sempre a indicação do autor. 2 – Não há lugar a qualquer pagamento pela participação na coletânea, nem qualquer obrigatoriedade na aquisição da mesma. Cada autor presente na cerimónia de lançamento receberá um exemplar gratuitamente. 3 – Os autores terão um desconto de 18% na aquisição dos demais exemplares sobre o preço de venda ao público, no dia do lançamento Disposições Gerais A participação na coletânea presume a aceitação expressa nas disposições contidas nas presentes normas de participação.

Estamos a aceitar inscrições para o Artesanato e Mercado Urbano e para Patrocinadores contactos ass.cucamacuca@gmail.com


Diversos

25 maio 2016

Gala dos Bugios homenageou veteranos A Comissão de Festas de S. João de Sobrado, na sequência das várias atividades que promoveu durante um ano para, ao mesmo tempo, angariar verbas e promover a festa, levou a cabo a Gala dos Bugios. Na oportunidade foram homenageados alguns elementos “veteranos”. Foi o o caso dos “velhos” Laurentino Alves, Paraíso Vitória e Norberto Pinto e dos “Reismoeiros” José Marujo e Timóteo Silva. Estes dois ultimos homenageados fizeram parte

da festa em 1955 e 1956, respetivamente. José Delgado, presidente da Comissão de Festas, afirmou ser importante “lembrar aqueles que ao longo dos anos tudo fizeram para que a tradição dos bugios e mourisqueiros continuasse viva”. Aos homenageados foi entregue uma lousa pintada à mão por um pintor local, a perpetuar o momento. A festa de S. João está à porta, sendo que o programa musical está definido com as atuações de Micael

Carreira, DAMA e Augusto Canário, entre outros. Na próxima edição o JNV vai publicar páginas especiais sobre o S. João de Sobrado. Se quiser colaborar pode enviar um texto alusivo para a redação O destaque do Especial será maior, quanto maior for a resposta dos patrocinadores.

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Civilização da Lousa Por: Joaquim Manuel Pereira Marques A mina do Galinheiro já foi a rainha das minas de lousa de Valongo. O nome “Galinheiro”, advém do lugar. Os antigos, tudo leva a crer, batizaramno assim, devido à existência de grande quantidade de nódulos elipsoidais de pequena dimensão, - alguns fossilíferos - espalhados pelo solo. Desconhecendo o seu significado geopaleontológico, e atendendo ao seu sentido prático, e à sua semelhança com ovos de galinha e de outros animais domésticos de capoeira, denominaramno assim. Cheguei a pesquisar e a recolher no Galinheiro, vários exemplares desses nódulos, alguns fossilíferos, - ver foto - antes do entulhamento de dezenas e dezenas de pedreiras de lousa, desde S. Bartolomeu (Susão) até ao Alto do Fernandes (Valongo). Porém, sem nunca os associar ao nome. São raros os valonguenses que conhecem esta definição. Carlos Teixeira – Geologia de Portugal – Vol. I – Precambrico, Paleozóico – Fundação Calouste Gulbenkian – Nov. 1981 – Pág. 201. “Os xistos ardosífero sobem até mais de metade da encosta ocidental da Serra da Murta. Na parte superior, por cima das ardoseiras do Galinheiro, os xistos contêm nódulos elipsoidais achatados, duros, dispostos segundo a estratificação, na maior parte com cerca de 10 cm de diâmetro, mas, às vezes, com mais de um metro. Alguns contêm fósseis (trilobites).” Foram os ingleses, os pioneiros da “revolução industrial” em Valongo, nas minas do Galinheiro, já iniciada no seu país em 1760. Detentores de capital, fundaram em 15.03.1865, uma companhia, The Vallongo Slate & Marbles Quarries Company e começaram a exploração da lousa. Utilizaram nas suas minas a energia a vapor, as novas tecnologias da época: máquinas, ferramentas, novos processos e métodos de produção, aliviando parte do trabalho rudimentar e braçal dos operários e substituindo os animais de tiro. Trouxeram com eles, um inovador sistema de exploração da lousa, adotado com ótimos resultados no País

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25 maio 2016

Galinheiro: a raínha das minas de lousa (Gravura de pág. 587 – José Augusto Vieira – O Minho Pittoresco – Tomo II - 1887) - Desenho de João de Almeida -

de Gales: a lavra subterrânea, por câmaras, separadas por pilares, para garantir a estabilidade dos terrenos. A abertura de cortes e roço, era feita com picareta, marreta e cunhas. A extração, através de pau de lança. O sistema de exploração utilizado, até então, em Valongo, era a céu aberto. A lousa de Valongo, rapidamente ganhou dimensão industrial, a nível nacional e internacional. Através das exportações, primeiro para Inglaterra, depois para outros países, diversificando o seu mercado. Deram a conhecer ao mundo as jazidas lousíferas de Valongo e a qualidade da sua lousa, uma das melhores. Algumas considerações acerca dos dois sistemas. A lavra subterrânea, introduzida pelos ingleses, permitiu a utilização de espaços de reduzidas dimensões que “emagreciam” ainda mais com a acumulação natural dos desperdícios resultantes da extração e transformação da lousa. Os meios mecânicos ou outros, para a sua extração eram menos, e concentravam-se apenas, à boca da pedreira. A céu aberto seriam mais dispersos. Em termos de segurança, era mais arriscada. No fundo, os mineiros laboravam, sempre sob os mesmos tetos, que poderiam tornar-se instáveis e desabar, obrigavam à sua constante monitorização. Foram vários os acidentes mortais por aluimento de tetos, devido à fracturação dos mesmos. Para tentar evitar esses acidentes, eram obrigatórias as galerias de fuga, para abrigo do pessoal. Quanto à poluição, o

perigo de inalação do pó da lousa (silicose), pelos mineiros, no fundo, era bem maior, devido à concentração das poeiras. Quando a pedra de lousa (canhola) era guindada para o exterior, no prumo, ocorriam, por vezes, alguns acidentes. O pessoal devia abrigar-se. O cepo poderia desprender-se do cabo ou da corrente e precipitar-se para o fundo. Por vezes, ao elevar-se, balanceava de um lado para outro, batendo e destruindo as escadas e patamares de acesso, presas ao hasteal. Os novos senhores da lousa, demonstraram uma grande visão industrial e empresarial. A exploração da lousa a céu aberto implicava a existência de grandes espaços para a sua extração. Ora, as explorações em Valongo eram de reduzida dimensão. O entulho era uma preocupação acrescida, atrofiando a atividade das pedreiras. Outro obstáculo mais difícil ainda de superar, era a pedra exposta às variações superficiais da temperatura: sem humidade a pedra acabaria por puxar… Todavia, este sistema não permitia o desmonte dos pilares intermédios, responsáveis pela segurança das pedreiras, que permaneciam abandonados, aquando do esgotamento das pedreiras. Perdia-se assim, muita lousa. A Empresa das Lousas de Valongo, SA, (herdeira da The Vallongo Slate & Marbles Quarries Company), conseguiu recuperar, engenhosamente, esses pilares, das antigas pedreiras de lavra subterrânea, em S. Mar-

Chaminé do Galinheiro (foto de 19 junho 1998)

tinho do Campo. Encheuas com entulho de lousa e explorou-os (pilares) a céu aberto. Ultrapassou a exsicação e aumentou o seu grau de mecanização, quer a nível da extração, quer a nível da transformação. O impacte ambiental é, quanto a mim, maior na exploração a céu aberto, pela exigência de amplos espaços, do que na lavra subterrânea. No entanto, a agressão na paisagem das antigas pedreiras do Susão e Valongo, envolvidas pela vegetação silvestre e camada arbórea e afastadas do casario, passaram quase sempre despercebidas. Felizmente, que as explorações ardosíferas se concentram no flanco oriental da serra de Pias, mais ou menos afastadas das habitações. A cor preta ou negra da lousa, não provoca contrastes com o verde da paisagem. Salvo uma ou outra exceção, a indústria da lousa parece uma indústria “escondida”… Serafim Giesta (Mazola) - Valongo – Roteiro dum Viajeiro – (Segunda Parte) – Ano 2004 – (Um trabalho) - Roteiro dum viajeiro (1) Segunda Parte “ (…) No Tabelião cá da Vila, existe uma escritura (Po 11 – 1ª. série, Notas 1), em que um Francisco Custódio Ferreira e Rita Gonçalves das Neves, da rua do Sapal, vendem em 1838, a Manuel Coelho e António Marques, da freguesia de S. Martinho de Campo, um prédio composto de uma Pedreira de Lousa, no Susão, chamada “Galinheiro” – repito, “Galinheiro”, pelo preço de 14.400 reis, confrontando de norte, nascente e sul, com o

monte maninho e de poente com as terras de Manuel dos Santos e a pedreira do vendedor. Posso adiantar-lhes que, à face deste documento, a exploração da Lousa merece, um estudo mais demorado e detalhado… (…) Ainda não havia sinais dos ingleses, que tinham fama de mestres e já os nossos conterrâneos de S. Martinho, com a mão-deobra indígena, planificavam e construíam maravilhosas obras de arte no domínio da arquitetura e da construção civil, em casas, muros, calçadas e por aí fora…” É a minha convicção, que antes, muito antes dos ingleses, a lousa era extraída em Valongo por processos e métodos artesanais, mas não isentos da arte e sabedoria dos valonguenses. Certamente, já com inúmeras aplicações no seu quotidiano. A Vila de Valongo – Padre Joaquim Alves Lopes Reis – 1904 – Pág. 332. “Desde tempos imemoriais que a lousa era aqui e pelas freguesias vizinhas aproveitada para diferentes usos e misteres, como cobertura de casas, algerozes, ladrilhos, eiras e enfaixamentos, sendo a sua extração feita de um modo muito cus-

toso e pouco aperfeiçoado e até cheio de perigos; e assim continuava a ser, quando pelo meado do século passado (1865) se formou a companhia inglesa The Vallongo Slate & Marble Quarries…” Não resisto de trazer à colação um livro francês: “LES PERRAYEUX” d´Angers, de Trélazé et des Environs avant et pendant LA RÉVOLUTION FRANÇAISE de 1789 – Contribution à l´Histoire des Ardoisiers Angevins – 1739 – François Simon “ (…) Está oficialmente provado por certos documentos que, desde o século XII, no centro de Angers, a indústria ardosieira existia, e que na Idade Média, as casas da cidade eram cobertas em ardósia. A lenda atribui o estilo de cobertura ao Bispo LIcinius ou Lucinius que foi eleito bispo de Angers cerca de 592. A região d´Anjou, assim como a comunidade de perrayeux (pessoas que trabalham numa louseira), aceitaram-no como seu patrono, sob o nome de Saint Lézin. …” As referências de pessoas ou documentos avalizados, permitem-nos talvez concluir que a exploração desta rocha físsil, é extraída e aplicada, há séculos em Valongo. Apesar das inovações introduzidas, em 1865, pelos ingleses. Em 15.01.1946, (alguns meses após o fim da 2ª. Guerra Mundial) a pedreira de lousa denominada Susão, de Baltarejo, Sampaio & Cª. Lda., requeria autorização à Circunscrição Mineira do Norte, para laborar em lavra subterrânea. A extração da lousa seria realizada com sarilho equipado com roquete. O sarilho seria movido por tração animal. Algumas pedreiras continuaram a laborar e a extrair a lousa com animais de tração. Tentarei dar continuidade, em novos números deste jornal, a mais elementos sobre o Galinheiro e sobre a saga da lousa em geral. Nódulos elipsoidais


25 maio 2016

Ăšltima


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