O São Paulo - 3334

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| 18 a 23 de fevereiro de 2021 | Regiões Episcopais/Fé e Vida | 5

belém

Dom Odilo inaugura Gruta de Nossa Senhora de Lourdes em paróquia no Brás Pascom Paroquial

Padre Valdeir Goulart e Fernando Arthur

COLABORADORES DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

A Paróquia São João Batista do Brás comemora anualmente a festa de Nossa Senhora de Lourdes em 11 de fevereiro. A devoção à Padroeira dos Enfermos vem de longa data, desde 1929, quando uma gruta para ela foi construída no interior do templo. Na noite da quinta-feira, 11, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu missa na Paróquia, concelebrada pelos Padres Valdeir dos Santos, Pároco, e Carlos Cirto, com a participação presencial dos fiéis, respeitando-se todos os protocolos sanitários. No fim da missa, o Arcebispo abençoou a imagem mariana, confeccionada em pó de mármore branco, e inaugurou a nova gruta na parte externa da Igreja. Graças à colaboração financeira dos fiéis e dos amigos da Paróquia, por meio da campanha “Aos pés da Virgem Maria”, foi possível construir a gruta e remodelar o largo em torno da igreja, com a ampliação do estacionamento e nova iluminação. Os nomes de todos os colaboradores foram

Reprodução da intenet

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br

[BELÉM] No dia 11, Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, presidiu a Eucaristia na festa da Padroeira da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Água Rasa. No início da celebração, ele recordou que Nossa Senhora “quer nos conduzir ao encontro de seu Filho, Jesus Cristo, Aquele que nos liberta de todos os males, e assim, cada vez mais, nós possamos cumprir nossa missão; e que possamos nos tornar mais seguidores de Jesus Cristo”. Na homilia, o Bispo exortou os fiéis a construírem uma sociedade cada vez mais capaz de amar e acolher o próximo. Ao final, Dom Luiz Carlos rezou diante da imagem de Nossa Senhora de Lourdes. (por Fernando Arthur) Luiz Ivanov

Dom Odilo Scherer durante inauguração da gruta de Nossa Senhora de Lourdes, dia 11

colocados na gruta, logo abaixo dos pés da imagem de Nossa Senhora de Lourdes. “A devoção a Nossa Senhora de Lourdes quer lembrar a verdade sempre afirmada nas orações, de que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à Sua proteção, im-

plorado a Sua assistência, reclamado o Seu socorro e invocado o Seu Santo Nome, fosse por Ela desamparado, pois a Virgem Maria sem pecado socorre os pecadores e intercede por todos nós, e Deus continua operando maravilhas por meio da Sua e Nossa Mãe”, afirma o Padre Valdeir.

[BELÉM] Em missa na Paróquia São José do Belém, no domingo, 14, o vocacionado Felipe Matos Cândido foi enviado ao Seminário Propedêutico Arquidiocesano. A celebração foi presidida pelo Pároco, Padre Marcelo Maróstica Quadro. Um dos participantes da missa foi o vocacionado Gabriel Caetano, da Paróquia Santa Isabel Rainha, que também será enviado ao seminário. (por Fernando Arthur)

Espiritualidade

Aprender dos diálogos de Jesus Dom Carlos Lema Garcia

V

BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE E VIGÁRIO EPISCOPAL PARA A EDUCAÇÃO E A UNIVERSIDADE

ejo muito oportuno o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, sobre o diálogo como compromisso de amor, porque todos nós precisamos de alguém para conversar, ou seja, sentimos a falta do diálogo nos momentos de grande alegria ou de séria preocupação, por uma decisão importante, em que temos dúvida ou incerteza. Necessitamos tanto do diálogo humano quanto do diálogo com Deus. Para aprender a dialogar, repassemos algumas páginas do Evangelho e encontraremos essa atitude constante de abertura ao diálogo por parte de Jesus. Ele é a Palavra viva e, portanto, o seu diálogo traz luz e alegria aos corações. As palavras de Jesus penetram o íntimo das pessoas, iluminam a sua inteligência, inflamam seu coração e suscitam em suas

almas a correspondência ao amor e o desejo de reconhecer a verdade e, portanto, entrar no caminho da felicidade. É também frequente encontrar no Evangelho pessoas que, ao conversarem com Jesus, descobrem a sua vocação ou têm uma conversão profunda e mudam de atitude, fazendo de suas vidas uma entrega a Deus e aos irmãos. Assim o vemos no diálogo de Jesus com a mulher samaritana: ainda que ela, de início, rejeite conversar, acaba se interessando quando Jesus fala de uma água viva, que sacia a sede de maneira definitiva. Aquela mulher percebe que Jesus a conhecia por dentro e todo o seu passado: isso a deixa radiante e transformada... Outra situação surpreendente acontece na entrada de Jericó: Jesus vê um homem em cima de uma árvore e lhe diz: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje eu devo me hospedar na tua casa...”. As palavras do Senhor demonstram confiança, tocam o seu coração e resgatam o que há de melhor naquele homem. Por isso sua reação é generosa: “Dou metade dos meus bens aos pobres e, se defraudei alguém, restituirei o quádruplo...”. Jesus demonstra carinho, esbanja generosidade, comove e converte aquele publicano. Zaqueu recebeu Jesus em sua casa e se

encantou, porque entendeu que a caridade, o amor aos outros, vale muito mais que o dinheiro acumulado. Assim, também, acontece em muitos outros diálogos de Jesus: com Nicodemos, com Bartimeu, com a mulher cananeia, com Judas, o traidor, com o bom ladrão. Jesus dialoga com todos: pobres e ricos, homens e mulheres, judeus e gregos, sãos e enfermos, crianças e idosos... Sempre aberto a todos, disponível a todos. No entanto, não compactua com o erro e o pecado, e fala claramente ao coração de cada pessoa. São Paulo VI escreveu em 1964 a encíclica Ecclesiam suam (ES), em que, na terceira parte, trata de maneira prática do diálogo. Vejamos apenas dois textos: “É preciso que tenhamos sempre presente esta inefável e realíssima relação de diálogo, que Deus Pai nos propõe e estabelece conosco por meio de Cristo no Espírito Santo, para entendermos a relação que nós, isto é, a Igreja, devemos procurar restabelecer e promover com a humanidade” (ES, 42). “O colóquio é, portanto, modo de exercer a missão apostólica, arte de comunicação espiritual. As suas características são as seguintes: l) Primeira, a clareza. O diálogo supõe e exige compreensibilidade, é transfusão do pensamento, é estímulo

do exercício das faculdades superiores do homem. (...) 2) Outra característica é a mansidão, aprendida na escola de Cristo, como Ele nos recomendou: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). O diálogo não é orgulhoso, não é pungente, não é ofensivo. A autoridade vem-lhe da verdade que expõe, da caridade que difunde, do exemplo que propõe; não é comando, não é imposição. O diálogo é pacífico, evita os modos violentos, é paciente e é generoso. 3) Outra característica é a confiança, tanto na eficácia da palavra-convite quanto na receptividade do interlocutor. Produz confidências e amizade, enlaça os espíritos numa adesão mútua ao Bem, que exclui qualquer interesse egoísta. 4) E a última característica é a prudência pedagógica, que atende muito às condições psicológicas e morais de quem ouve (cf. Mt 7,6): se criança, se inculto, indisposto, desconfiado e mesmo hostil. Essa prudência leva a tomarmos o pulso à sensibilidade alheia e a modificarmos as nossas pessoas e modos, para não sermos desagradáveis nem incompreensíveis” (ES, 47). Vamos pedir a Nossa Senhora e a São José, neste seu ano, que aprendamos a dialogar assim como Jesus nos ensinou constantemente.


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