O São Paulo - 3442

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‘Buscai as coisas lá do alto’ (Col 3,1)

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Editorial Encontro com o Pastor

Domingo é dia de alegrar-se em Deus, de renovar a fé e a confiança

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Liturgia e Vida

Buscar a santidade consiste em imitar a Cristo na vida cotidiana

Opinião

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Do amor de Deus, brota e flui o grande rio da misericórdia

Comportamento

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É dever da sociedade a efetiva defesa da vida e da dignidade dos idosos

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CNBB lança edital para apoio financeiro a projetos de combate à fome

Os recursos provêm da Coleta da Solidariedade, do Domingo de Ramos. Projetos deverão ser “de cunho essencialmente social, de defesa incondicional da vida e dos princípios cristãos”.

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Dom Odilo: ‘Somos consagrados para conduzir o povo à salvação’

Na Quinta-feira Santa, 6, o Arcebispo de São Paulo presidiu a Missal Crismal, na Catedral da Sé, durante a qual o clero arquidiocesano renovou as promessas sacerdotais.

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O SÃO PAULO traz uma catequese sobre o Tríduo Pascal e a Páscoa

Conheça as origens e os significados dos ritos das celebrações da Missa da Ceia do Senhor, da Paixão de Cristo, da Vigília Pascal e do Domingo da Ressurreição.

Páginas 10 e 11

Vilipendiado, torturado, crucificado e morto. A tudo o Senhor suportou por amor à humanidade –como foi celebrado ao longo do Tríduo Pascal – e, no terceiro dia, Ele ressuscitou.

“A Ressurreição de Jesus introduziu na nossa história a eternidade, a vida sobrenatural e, assim como Jesus ressuscitou dos mortos, Ele prometeu que todos os que Dele se aproximam, Nele creem e participam

da Sua vida neste mundo, também terão parte com Ele na vida eterna”, destacou o Cardeal Scherer, na missa do Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor. No Vaticano, na solene Vigília Pascal, o Papa Francisco convidou cada cristão a reviver quando encontrou-se com Cristo pela primeira vez, para, assim, regenerar a esperança. Páginas

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 68 | Edição 3442 | 12 a 18 de abril de 2023 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00 www.arquisp.org.br
12 a 20
‘O Cristo que leva aos céus Caminha à frente dos seus Ressuscitou de verdade
Ó Cristo Rei, piedade!’
Luciney Martins/O SÃO PAULO Vatican Media Vatican Media Luciney Martins/O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO

Odia em que o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos foi o primeiro da semana, dia depois do sábado conforme a semana na tradição judaica e bíblica. As manifestações do Ressuscitado aos apóstolos também se deram, geralmente, no primeiro dia da semana, que passou a ser chamado “dia do Senhor”: do Senhor Jesus ressuscitado e presente no meio dos seus. Da forma latina Dies Dominica, chegou-se à forma “Domingo”, que conhecemos.

Na tradição do Antigo Testamento, o Sábado era o dia consagrado “em honra do Senhor”, para contemplar suas maravilhas na criação e para louvar e adorar o Deus Criador e Salvador. O conceito do “dia do Senhor” ganhou uma conotação própria nos Profetas e nos Salmos, que também foi acolhida no Novo Testamento e na tradição cristã: o Dia do Senhor é anunciado como dia da manifestação da intervenção especial de Deus em favor do seu povo (cf Is 2,12ss), quando Deus novamente restaurará a ordem e a paz à criação e ao homem (cf Is 11,10; 29,18) e manifestará seu poder e julgamento (cf Is 13,9; 34,8; Ez 30,1-3). Os profetas anunciam a proximidade do Dia do Senhor, convidando o povo ao arrependimento

O Dia que o Senhor fez para nós

e à conversão. Jesus também previne os discípulos: “Aquele dia não caia sobre vós como um ladrão” (Lc 21,34). E afirma que Abraão “alegrou-se por ver o seu dia” (cf Jo 8,56).

São Paulo anuncia que o “tempo favorável, o dia da salvação” (1 Cor 16,2; 2 Cor 6,2) corresponde ao tempo da evangelização, convidando os fiéis a perseverarem “até o dia de Cristo” (Fp 1,6). A Timóteo, ele exorta a guardar o bom depósito da fé “até aquele dia” (1Tm 1,12). Para os cristãos, o Domingo passou a ser identificado como o Dia de Deus, da maravilha das maravilhas de Deus, que foi a ressurreição de Cristo e da vitória sobre a morte; dia em que a existência humana, a história e a inteira criação ganharam um horizonte novo, mostrando o que Deus tem para suas criaturas desde o início da criação: dar-lhes participação na sua glória sobrenatural. A eternidade já irrompeu no tempo, o sobrenatural, no natural, o divino, no humano. Bem que podiam exclamar com as palavras do salmista: “Este é o Dia que o Senhor fez para nós! Alegremo-nos e nele exultemos!” (Sl 118,24).

É por isso que a Igreja nos convoca, aos Domingos, a celebrarmos o Dia do Senhor ressuscitado no meio de nós, narrando suas obras mediante as leituras da Escritura, fazendo, sobretudo, o “memorial” da Ceia do Senhor, de sua Paixão, Morte e Ressurreição, “até que Ele venha de novo em sua glória”. A Missa dominical, para

os católicos, é o modo de valorizar o Dia do Senhor, de tomar consciência de suas maravilhas, de adorar, louvar, agradecer, pedir perdão e receber novas graças de Deus. Muito mais que um “dever”, embora o seja também, a Missa dominical é um imenso privilégio e ocasião para nos alegrarmos na companhia de Jesus Cristo, presente entre nós, e também com os irmãos e irmãs que partilham conosco a mesma fé e herança espiritual. É o momento em que, mais claramente, nos sentimos parte da Igreja, membros do povo de Deus, no qual desaparecem as distinções sociais, raciais e culturais. Somos todos filhos queridos do Pai celeste, que nos reúne ao redor de Jesus Cristo, nosso Irmão e Mediador, no dom do Espírito Santo, da comunhão e da unidade.

Infelizmente, a Missa dominical ainda é pouco compreendida entre os católicos e, por isso, pouco se dá valor a ela. Que pena! O sínodo arquidiocesano constatou que apenas 6% dos católicos de São Paulo frequentam regularmente a Missa dominical; outros 25% dela participam de vez em quando. Mas 70% dos católicos não frequentam a Missa, o que é muito preocupante. Como podem receber o básico do básico da fé e da vivência cristã e da vida da Igreja, sem participarem desse momento tão importante na vida de todo aquele que crê em Jesus Cristo e na Igreja? Certamente, precisamos falar mais do significado

e valor da Missa dominical, que representa o momento alto da semana para cada católico. Sem a tomada de consciência do problema, e sem falar dele, não serão dados passos para melhorarmos a participação na Missa dominical.

Dirá alguém que ir à Igreja aos Domingos não é tudo na vida do católico, e eu estou de acordo. Mas também respondo: sem essa participação, tudo o mais vai se perdendo e desaparecendo bem depressa. A ausência da frequentação da Missa dominical tem como consequência o esfriamento na fé e no fervor cristão, o distanciamento e isolamento em relação à comunidade de fé, a desorientação e insegurança nas convicções religiosas e morais. E perde-se a alegria da fé, que se cultiva no testemunho partilhado e recebido dos irmãos no caminho da fé.

Que fazer, pois? É tempo de rever as prioridades em nossa vida: o que tem a precedência em nosso programa dominical? Nossa fé e adesão a Cristo e à Igreja significam alguma coisa para nós ou apenas recebem uma atenção bem secundária? Domingo é dia de Deus, de alegrar-se em Deus, de renovar a fé e a confiança, de colocar nas mãos de Deus também nossas dores, angústias e esperanças, bem como as de nossos irmãos. É dia de acolhermos sempre de novo o envio em missão, fortalecidos pelos dons que recebemos na celebração da Missa.

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2 | Encontro com o Pastor | 12 a 18 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER Arcebispo metropolitano de São Paulo
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DA
DE SÃO PAULO
ARQUIDIOCESE

Cardeal Scherer preside missa do Domingo de Páscoa no Parque Belém

REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.br

Os fiéis da Paróquia Espírito Santo, no Parque Belém, Região Brasilândia, uniram-se na matriz paroquial para celebrar solenemente o Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, 9, participando da missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer.

No início da celebração, o Arcebispo Metropolitano de São Paulo foi saudado pela Padre Evander Bento Camilo, Administrador Paroquial, que agradeceu sua presença na Paróquia, localizada na periferia da zona Noroeste da cidade.

Na homilia, Dom Odilo destacou que para os cristãos a Páscoa tem como centro a Ressurreição de Jesus e

que neste domingo especialmente se celebra o primeiro encontro do Ressuscitado com os apóstolos, e que em todo tempo Ele permanece no meio de nós e reunido conosco quando anunciamos Sua Palavra.

O Arcebispo também comentou que ao ressuscitar dos mortos depois de ser crucificado, Jesus dá aos cris-

Na Sexta-feira Santa, 7, a rádio 9 de Julho, emissora da Arquidiocese de São Paulo, realizou uma programação especial no contexto da celebração da Paixão de Cristo.Das 8h às 9h, o Cardeal Odilo Pedro Scherer dialogou com os ouvintes em um programa apresentado pelo Padre Cido Pereira. O Arcebispo Metropolitano lamentou que parte das pessoas não respeita mais as tradições próprias para a Sexta-feira Santa e lembrou que a perda de valores na sociedade tem ajudado a desencadear muitos fatos violentos.

Dirigindo-se aos doentes e idosos, Dom Odilo transmitiu uma mensagem de esperança, ao lembrar que por Sua Paixão, “Jesus assumiu as nossas dores, e se encarregou de nos aliviar e dar sentido às nossas enfermidades”. O Arcebispo comentou que apesar de todas as situações de sofrimento impostas por uma doença, ela sempre ajuda a mostrar o quanto o ser humano é frágil, e que tal como um vaso, pode se quebrar a qualquer momento, mas sempre tem um valor inestimável diante dos olhos de Deus.

O Arcebispo também falou sobre a necessidade de que se revalorize a presença cristã na sociedade, destacando que esse foi um tema tratado ao longo do 1o sínodo arquidioce-

Liturgia e Vida

DOMINGO ‘IN ALBIS’

16 DE ABRIL DE 2023

‘A paz esteja convosco’

PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

tãos a força e esperança para que se mantenham firmes na fé e para que construam um mundo renovado, em suas vidas pessoal e social.

Dom Odilo também exortou que os fiéis jamais deixem de anunciar o verdadeiro sentido da Páscoa, ou seja, que Cristo Ressuscitou.

(Colaborou: Camila Mariana)

No Evangelho do Domingo na Oitava da Páscoa, Jesus ressuscitado faz duas visitas aos Apóstolos que se encontravam “a portas fechadas” e “com medo” (Jo 20,19), numa situação de reclusão e temor. Por três vezes, o Senhor lhes disse: “A paz esteja convosco!”

Não era um simples apoio motivacional. Jesus insistiu – “A paz esteja convosco!” – porque Ele veio ao mundo para trazer a paz. No seu nascimento, os Anjos cantaram: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados!” (Lc 2,14). Na sua morte, Ele “restabeleceu a paz pelo seu sangue derramado na cruz” (Cl 1,20). O Senhor veio para reconciliar os homens com Deus e, por consequência, entre si.

Afinal, o pecado é o que gera a divisão da alma e da sociedade. Dele provém os homicídios, roubos e a violência, mas também os medos, aflições, tristezas e desesperações que cindem os corações e roubam a paz. Por isso, no Evangelho, depois de dizer “A paz esteja convosco”, o Senhor instituiu o “Sacramento da Paz”, a Confissão: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados” (Jo 20,22s). No Céu, libertos de uma vez por todas do pecado e da divisão interior que traz consigo, viveremos um amor perfeito a Deus, cujo fruto será uma paz que supera todo entendimento.

sano de São Paulo, e cujas propostas da assembleia sinodal bem como os indicativos da carta pastoral que ele lançou em 25 de março destacam a urgência da recuperação da transmissão da fé nas famílias e de um permanente processo de catequese nas paróquias e comunidades. Pediu, ainda, que os católicos deem valor e atenção à voz da Igreja e não àqueles que buscam colocar a instituição e o Papa em descrédito.

Por fim, exortou que os fiéis refletissem, especialmente naquele dia, sobre o sacrifício de Cristo na cruz em favor de todos: “Olhando para Cristo na Paixão, devemos sentir o desejo de conversão, de mudança de vida para melhor”, enfatizou.

JESUS RESSUSCITADO CAMINHA CONOSCO TODOS OS DIAS

Faz-nos companhia em nossa solidão e nos ampara nas angústias. Fala-nos de muitos modos e nos faz compreender os desígnios de Deus. Aquece nosso coração e renova nossa esperança. Nós o acolhemos em nossa casa, mas foi ele quem nos acolheu primeiro.

Que a celebração da Páscoa nos leve a uma renovada experiência da presença do Senhor Ressuscitado no meio de nós!

FELIZ E SANTA PÁSCOA!

Porém, já neste mundo, a busca pela santidade consiste em uma cotidiana busca pela paz de Cristo. Não à toa, na Última Ceia, o Senhor disse: “Eu vos deixo a paz, a minha paz vos dou; não como o mundo dá, Eu vo-la dou. Não se perturbe o vosso coração, nem se intimide” (Jo 14,27). A paz é fruto da caridade de Jesus, que recebemos no Batismo e nos demais sacramentos. Assim como a caridade, ela não é simplesmente um sentimento bom, mas um dom de Deus que deve ser buscado e exercitado.

A manutenção da paz em situações difíceis supõe um contínuo exercício da fé, da esperança e do amor. Exige que nos esqueçamos de nós mesmos e deixemos de lado a imaginação, os temores e a preocupação com o futuro. Para se receber a paz, são necessárias algumas atitudes que por si mesmas nos unem a Deus e ao próximo: a oração contínua, o pensamento voltado para os demais, o otimismo, a alegria, a fortaleza de ânimo, a confiança no Senhor. A paz requer também a humildade de recomeçarmos sua busca com simplicidade sempre que a perdermos!

Ao contrário do que a maioria pensa, a paz não é o resultado espontâneo de circunstâncias externas favoráveis! A paz é fruto de uma árdua e contínua luta interior que se alicerça em dois fundamentos: a esperança na vida eterna e a certeza de que somos filhos de Deus. Jesus, o Príncipe da Paz (cf. Is 9,5), é o maior exemplo disso. Diante do cansaço, das calúnias, da injustiça e da morte, Ele manteve a paz, ainda que atormentado pela dor. Ao Se reencontrar com os Apóstolos após a Ressurreição, não usa de dureza ou indignação, apesar de muitos deles terem fugido no momento difícil... Apenas diz: “A paz esteja convosco!”. E nós Lhe dizemos: Dai-nos a Vossa paz!

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Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo Metropolitano de São Paulo
Dom Odilo: ‘Olhando para Cristo na Paixão, devemos sentir o desejo de conversão’
Katia Maderic Ivani Silva

Brilhe a vossa Luz diante dos homens! Editorial

Nestes dias em que celebramos a Páscoa do Senhor, a Igreja nos dirige contínuos apelos àquela alegria, imensa e pura, que só pode vir de Deus: os aleluias nas aclamações e saudações da missa, o Te Deum diário no Ofício divino, a oração do Regina Coeli ao meio-dia, a dispensa da abstinência de carne na sexta-feira da Oitava... O motivo para tanta alegria, como escrevíamos na última coluna, é que a Ressurreição de Cristo muda tudo: faz a vida deixar de ser um vazio sem sentido, e nos abre as portas da eternidade. E, no entanto, para aqueles nossos concidadãos que não participam ativamente de nossa fé, pode ser que a Páscoa tenha "passado batido", em meio às preocupações e angústias da vida.

Não é verdade, afinal, que este nosso ocidente, outrora cristão, dá abundantes sinais de doença e esgotamento?

“Olhemos ao redor! A sociedade

ocidental escolheu organizar-se sem Deus. Ei-la agora, entregue às luzes tilintantes e enganosas da sociedade de consumo, do lucro a qualquer custo, do individualismo ensandecido. Um mundo sem Deus é um mundo de trevas, de mentira e de egoísmo! Sem a luz de Deus, a sociedade ocidental se tornou como um barco à deriva. Ela não tem amor suficiente para acolher as crianças, para protegê-las no ventre de sua mãe, de preservá-las da agressão da pornografia. Sem a luz de Deus, a sociedade ocidental não sabe mais respeitar seus idosos, acompanhar seus doentes na morte, acomodar os mais pobres e os mais fracos. Ela está entregue às trevas do medo, da tristeza e do isolamento” (Cardeal Robert Sarah, homilia de 21/05/2018).

Aquele apelo de São Paulo, de que “a criação inteira aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus” (Rm 8,19), continua tão atual como nunca: o

mundo à nossa volta geme e sofre como que dores de parto, na esperança de ser libertado do cativeiro das famílias destruídas, do materialismo individualista, das desonestidades comerciais, das perversões e imoralidades...

Cabe a nós, cristãos, que ressuscitamos com Cristo, buscar as coisas do alto (cf. Col 3,1-3); cabe a nós, que morremos para o homem velho e seus vícios, ser sal da terra e luz do mundo, e brilhar diante dos homens com a Luz que nos vem de Cristo, para que todos as vejam a louvem a Deus.

Renovados, portanto, pela Páscoa, sejamos pobres em espírito, recusando-nos a cair na idolatria do dinheiro e a sacrificar a vida familiar no altar de um “carreirismo” desequilibrado. Sejamos mansos, para trazer nossos irmãos ao Cristo pela atração espontânea, não pelas ameaças e pressões. Tenhamos fome e sede de santidade, abraçando com alegria as renúncias que sejam necessárias

para viver radicalmente o Evangelho. Sejamos misericordiosos, compreendendo as hesitações e dificuldades dos nossos irmãos afastados de Deus – pois também nós outrora fomos trevas. Sejamos puros de coração, recusando-nos a enxergar as moças e rapazes como objetos a serem usados para satisfazer nossos caprichos. Sejamos, enfim, pacificadores, não desejando nada, senão o bem, para todos os que nos cercam. É verdade que esta vida nova do Cristo permanece, de certa forma, escondida (cf. Col 3,3), e que a conversão do mundo a Cristo não será um sucesso instantâneo. Mas o que Deus pede a cada um de nós não é um projeto de proporções globais – senão simplesmente nos esforçar para vivermos o Cristianismo a cada dia um pouco melhor, com os mil pequenos atos de gentileza e amor. Assim, de vela em vela, a luz do Cristo, Círio Pascal, poderá iluminar a Igreja inteira

Misericórdia e sinodalidade para o Terceiro Milênio

MARCELO CYPRIANO MOTTA

Em 2015, na bula Misericordiae vultus de proclamação do Ano da Misericórdia, o Papa Francisco reafirmou a missão primeira da Igreja de “introduzir a todos no grande mistério da misericórdia de Deus [...] como o centro da Revelação de Jesus Cristo [...] Do coração da Trindade, do íntimo mais profundo do mistério de Deus, brota e flui incessantemente o grande rio da misericórdia. Esta fonte nunca poderá esgotar-se [...]” (MV 25; cf. Novo millennio ineunte, NMI, 1). É uma alusão a Ap 22,1: “Um rio de água da vida, límpido como cristal, que brotava do trono de Deus e do Cordeiro”. Está na linha de “Liturgia de Fonte” (1980) de Jean Corbon (cap. III): “A Cruz é a primeira teofania da Fonte e, por tê-la contemplado com seus próprios olhos de carne, João poderá mais tarde penetrar seu mistério na última visão do Apocalipse (22,1s). Quando ‘um dos soldados, com a lança, traspassou o lado’ de Jesus, ‘imediatamente brotou sangue e água’ (Jo 19,34) [...] A partir ‘daquele dia’, ‘há uma fonte aberta...’ (Zc 13,1)”.

No mesmo ano, o Papa também indicou que “o caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do Terceiro Milênio” (Discurso, 17/10/2015), e já se adiantando ao Sínodo universal. Tal sentença programática nos situa num horizonte

temporal de longo prazo em que se vai formar a figura sinodal da Igreja. Nessa perspectiva temporal, misericórdia e sinodalidade convergem para o discernimento comunitário do “tempo da misericórdia”, pois a dimensão do tempo, no plano divino da salvação, está intimamente ligada ao mistério da misericórdia. Daí a importância do Grande Jubileu de 2000 e sua mensagem de avançar para águas mais profundas: “Diante da Igreja, abre-se um novo milênio como um vasto oceano no qual aventurar-se com a ajuda de Cristo” (NMI 58); é uma “profecia do futuro” que

inclui “o arco mais amplo de tempo desde o Concílio Vaticano II até o Grande Jubileu” (NMI 3). O Jubileu “deixou aberto para nós um futuro de esperança” (NMI 59).

Na vasta perspectiva temporal e profética do Terceiro Milênio (ainda no início), a misericórdia e a sinodalidade, à luz do Espírito, poderão guiar a pastoral da Igreja até uma profecia do futuro na perspectiva da misericórdia, cujo enraizamento se encontra no próprio Jubileu, com a canonização de Santa Faustina Kowalska e a instituição do Domingo da Divina Misericórdia no dia da

Ressurreição (oitava pascal), “um fato que está situado no centro do mistério do tempo” (NMI 35). Surgem, então, uma hermenêutica e uma pedagogia com base no “tempo da misericórdia”, à maneira de uma teologia tridimensional da misericórdia, como expressão de um “tempo do culto e da cultura da misericórdia” (tempo-culto-cultura). O tempo da misericórdia caracteriza-se como o tempo do anúncio do mistério da misericórdia; afinal, a “misericórdia infinita do Pai” é o conteúdo do querigma proposto pelo Papa Francisco e transversal à Evangelii gaudium

O mistério da misericórdia de Deus exaltado e celebrado na Páscoa de Jesus e no Domingo da Misericórdia é o “memorial” que – como manifestação da glória da Trindade Santa – derrama a misericórdia desde sua Fonte: é a água do Espírito que jorra do coração (cf. Jo 4,14.24) e torna fecunda a evangelização, tarefa que aconselha a criação de Centros Culturais da Misericórdia no estilo sinodal. Mas respeitando os tempos dos processos antes da conquista de espaços: “a evangelização exige ter presente o horizonte [temporal], adotar os processos possíveis e a estrada longa” (EG 222-225).

4 | Ponto de Vista | 12 a 18 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
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Arte: Sergio Ricciuto Conte
Opinião
MarceloCyprianoMotta, advogado, contemplado com a Medalha“São Paulo Apóstolo”2018, atua na“Promoção da Cultura da Misericórdia”no Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.

O dever de amparar o idoso: combate à decisão de morrer

CRISLEINE YAMAJI

O envelhecimento da nossa população traz à discussão o dever de amparar os idosos. Semanas atrás, relatamos nesta coluna a impressionante situação das idosas que, na região da Avenida Paulista, vendem seus doces aos fins de semana, pois sua renda não é suficiente para sobreviver. Recentemente, ouvimos de uma idosa, em tom jocoso, que os filhos nada garantem, a não ser a internação dos idosos em um asilo.

Em um contexto em que o dever de amparar o idoso, socialmente exigido, não é voluntariamente adotado, cabe ao Direito, no seu regramento, impor esse dever de amparo e os padrões mínimos para seu cumprimento efetivo. Causa um certo incômodo pensar que necessitamos de um regramento jurídico para garantir o cuidado adequado dos idosos; todavia, em um mundo em que tudo é relativo e a decisão pela vida passa a ser objeto de vontade pessoal, torna-se necessário regrar o óbvio e lutar para defender a concreta dignidade da pessoa humana. Pensemos um pouco sobre isso. Qual é o dever de amparo que se espera de nós? Estamos garantindo efetivamente esse dever?

Quando nascemos, frágeis e vulneráveis, nossos pais cercam-se de todo cuidado para que possamos crescer em dignidade. Cuidam do nosso corpo e da nossa alma. Oferecem-nos o amparo físico, financeiro, educacional e espiritual. Quando crescemos, no entanto, ávidos por independência, acumulação de dinheiro, imersos em longas jornadas de trabalho, relativizamos o amparo. Não são poucos os idosos que, diante da doença do corpo, da insuficiência da renda e da carência emocional, sentem-se um estorvo na vida de seus familiares. Vencidos pela fraqueza do corpo, contra a qual duramente combatem, e da alma, mergulhados em uma solidão terrificante, só lhes resta um constante estado de melancolia e um medo enorme de sua internação em asilos.

Não importa muito se o preço anualmente pago para delegar o amparo do idoso é alto, se as atividades oferecidas são abundantes, se o cardápio é variado ou se há muitos enfermeiros à disposição. A felicidade não se compra. Não são poucos os idosos que, isolados socialmente e retirados de suas casas, em poucos meses adoecem gravemente, ficam acamados e sem vontade de viver. Se pu-

dessem, nesse ambiente, muitos tomariam a decisão de morrer, uma decisão mais pautada pela dor espiritual e abandono do que pelo cansaço da doença do corpo e da inafastável fraqueza física.

Toda essa reflexão me faz lembrar de uma experiência de voluntariado católico que tive em um asilo em Munique, na Alemanha, durante um período de estudos por lá. Era bastante debatida à época a questão da eutanásia na Alemanha e esse era um dos asilos que garantiam ao idoso sua decisão de morrer. Nosso serviço, em combate, levava-nos a dedicar algumas horas da semana para uma escuta atenta e um compartilhamento de momentos de alegria, música, oração, afeto e leitura conjunta. Uma das coisas que mais me impressionou dessa experiência foi descobrir que a decisão do idoso pela antecipação da morte requeria uma precedente decisão de seu absoluto isolamento. É doloroso pensar no peso que o abandono tem na precipitada decisão de morrer.

Isso tudo nos deve fazer pensar o quanto temos servido, com nossas escolhas individuais, de incentivo para que os nossos idosos, no pleno gozo de suas faculdades mentais, tomem uma volun-

tária decisão de morrer e, mais, o quanto temos ficado confortáveis em ter nossos idosos bem guardados em asilos esperando a morte chegar. Vivemos em uma sociedade do desamparo e isso se faz notar ainda mais quando direcionamos o nosso olhar aos idosos.

Isso posto, não basta regrar constitucionalmente ou legalmente o dever de amparo, com imposições comportamentais; tampouco se soluciona o problema regrando a eutanásia ou qualquer tipo de descriminalização da assistência ao suicídio.

Essa profunda dor espiritual mantida entre nossos idosos não é sanada com asilos de luxo ou procedimentos que os conduzem voluntariamente à morte. Para saná-la, é necessário coragem para adoção de uma postura social de efetiva defesa da vida e da dignidade da pessoa humana idosa, uma coragem que deve nos impulsionar, primeiro, a combater nossas próprias condutas de desamparo e, na sequência, a combater tudo o que gera um incentivo perverso à decisão individual de morrer.

CrisleineYamajié advogada, doutora em Direito Civil e professora de Direito Privado. E-mail: direitosedeveresosaopaulo@gmail.com

Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, presidiu a missa do Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, dia 9, na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, no Centro, na Região Sé. (por Redação)

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Na Sexta-feira Santa, 7, Dom Carlos Lema Garcia presidiu a ação litúrgica da Paixão do Senhor na Paróquia Jesus Menino, no bairro do Tucuruvi, na Região Santana. Concelebrou o Padre Roberto Fernando Lacerda, Pároco. (por Redação)
Comportamento
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CNBB publica edital para apoiar projetos por meio do Fundo Nacional de Solidariedade

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou, na segunda-feira, 10, o edital que regulamenta a destinação dos recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS).

De acordo com o documento, serão priorizados os projetos que estejam em sintonia com o objetivo geral e os objetivos específicos da Campanha da Fraternidade 2023, que neste ano tratou sobre o flagelo da fome no Brasil. Além disso, tais projetos devem ser “de cunho essen-

cialmente social, de defesa incondicional da vida e dos princípios cristãos”.

A aplicação dos recursos será feita em três eixos definidos pela CNBB a partir dos aspectos assistencial, promocional e sociotransformador.

“No primeiro, buscamos sanar de imediato a fome que clama. No segundo, procuramos ajudar na geração de renda. No terceiro, empenhamo-nos para que os rumos do nosso Brasil não levem seu povo a situações como a atual”, explicou Dom Joel Portella Amado, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro e Secretário-geral da CNBB.

Parte significativa do FNS é composta do que se arrecada na Coleta Nacional da Solidariedade no Domingo de Ramos, o gesto concreto de toda a CF. Do montante arrecadado em cada diocese ou arquidiocese, 60% fica na própria Igreja particular e 40% é enviado à CNBB para compor este Fundo.

O sistema do FNS estará aberto a partir do dia 17 de abril para o cadastro de entidades e projetos para a 1ª reunião de avaliação deste ano. O período vai até o dia 5 de junho.

60 mil pessoas prestigiam a Procissão do Fogaréu

Às vésperas da Quinta-feira Santa, foi realizada na cidade de Goiás (GO), a Procissão do Fogaréu, tradição surgida em 1745 e que representa a perseguição e prisão de Jesus Cristo pelos soldados do Império Romano.

Ao longo da procissão, cerca de 40 homens vestidos com túnicas em cores vibrantes, chamados farricocos, saem a pé pelas ruas da cidade carregando tochas, acompanhados dos demais participantes.

Neste ano, cerca de 60 mil pessoas prestigiaram a procissão, que é patrimônio cultural do estado de Goiás e também um momento para a manifestação pública da fé durante a Semana Santa.

“Esta procissão, mais do que um ato para atrair turistas, é a manifestação da nossa fé em Jesus, preso sem ter cometido crime algum, e condenado injustamente à morte”, disse Dom Jeová Elias,

Bispo da Diocese de Goiás (GO) no sermão que realizou em frente à Igreja de São Francisco de Paula, um dos locais de parada da procissão. O Prelado

também falou sobre o flagelo da fome no Brasil, temática da Campanha da Fraternidade deste ano.

Fontes: Prefeitura de Goiás, G1 e Diocese de Goiás

Inmetro dá início ao Plano Nacional de Vigilância

de

Mercado

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) começou na terça-feira, 11, o Plano Nacional de Vigilância de Mercado, com ações de fiscalização em todos os estados brasileiros, simultaneamente, com a meta de coibir a comercialização irregular de produtos no mercado formal. Também haverá a fiscalização sobre produtos de baixa qualidade, vendidos em camelôs ou em lojas de R$ 1,99, que não têm um mínimo de qualidade aceitável e não oferecem segurança.

O plano terá duração de 13 semanas consecutivas, concentrando a operação, a cada semana, em um produto ou instrumento de medição diferente. Nessa primeira o alvo serão as balanças comerciais.

A proposta é a de orientar os lojistas, fabricantes, importadores e até mesmo os consumidores em relação aos perigos que existem no produto irregular. Os estabelecimentos em que forem encontradas irregularidades serão instruídos a corrigir os procedimentos. No caso de reincidência, estarão sujeitos às penalidades previstas em lei, incluindo multas que variam de R$ 100 a R$ 1,5 milhão, apreensão, inutilização ou destruição dos produtos, além de perda do registro no Inmetro.

Consumidores que desconfiarem de irregularidades e empresas que se sentirem ameaçadas por concorrência desleal devem entrar em contato com a Ouvidoria do Inmetro, pelo telefone 0800 285 1818 ou pelo site www.gov.br/inmetro/ouvidoria

Fonte: Agência Brasil

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Fonte: CNBB Diocese de Goiás

Acordo global para combater pandemias pode se tornar realidade em 2024, indica OMS

JOSÉ FERREIRA FILHO

osaopaulo@uol.com.br

Os países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) concordaram em avançar com a negociação de um acordo global sobre prevenção, preparação e resposta a pandemias. O objetivo é ter um texto para aprovação pela Assembleia Mundial da Saúde, já em maio do próximo ano.

O Órgão Intergovernamental de Negociação (INB, na sigla em inglês) composto pelos 194 Estados-membros realizou, na semana passada, uma rodada de discussões sobre a proposta. Ideias e sugestões adicionais serão coletadas até o próximo dia 22 e compiladas em um pacote ao grupo relator do acordo. As negociações serão retomadas em junho, com base nessas contribuições e nos aportes do INB.

França

O copresidente do INB, Roland Driece, dos Países Baixos, comentou que o tratado será um passo importante para “não repetir os erros da resposta à pandemia de COVID-19”. De acordo com ele, existem muitas sugestões “construtivas”.

O processo nasceu numa sessão especial da Assembleia Mundial de Saúde, no final de 2021, com a meta de finalização do acordo até 2024.

Em paralelo à construção do cha-

Mais de 5 mil adultos batizados durante a Vigília Pascal

O Serviço Nacional de Catequese e Catecumenato da Igreja na França informou que neste ano, durante a Vigília Pascal, 5.463 adultos receberam o sacramento do Batismo em todo o país, um aumento de 28% em relação ao ano passado.

Em 2022, na mesma ocasião, a Igreja testemunhou 4.278 Batismos de adultos. Neste ano, 33% dos catecúmenos estão na faixa etária de 18 a 25 anos. O número de catecúmenos dobrou em 17 dioceses francesas. Dos novos convertidos, 3% são de origem muçulmana.

Os católicos franceses representam 29% da população, sendo que apenas 8% deles frequentam regularmente uma igreja. (JFF)

Fonte: Gaudium Press

Nigéria

Intolerância e ataques contra comunidades cristãs deixam mais de 100 mortos

No dia 2, Domingo de Ramos, homens armados invadiram um culto em uma igreja pentecostal em Akenawe-Tswarev, no condado de Logo, estado de Benue, matando um menino e sequestrando o pastor e outros fiéis.

Três dias depois, no dia 5, homens armados mataram pelo menos 50 pessoas no vilarejo de Umogidi, localizado no condado de Utokpo, um reduto católico no oeste de Benue.

Mais recentemente, na noite da Sexta-feira Santa, 7, dezenas de pessoas foram mortas quando homens muçulmanos invadiram uma escola primária na vila de Ngban, que serve de abrigo para cerca de 100 agricultores cristãos deslocados e suas famílias.

O ataque deixou 43 mortos e mais de 40 feridos, de acordo com o Padre Remigius Ihyula, responsável pela filial da Comissão de Justiça, Desenvolvimento e Paz (JDPC, na sigla em inglês) de Benue, uma organização humanitária católica nigeriana.

Ao visitar os sobreviventes do ataque na Sexta-feira Santa em Ngban, Samuel Ortom, governador de Benue, disse que pelo menos 134 pessoas foram mortas em ataques em cinco dias. Incluído nessa contagem está um ataque no dia 3, que deixou 47 mortos, de acordo com um relatório feito pelo ThisDaylive.com, um meio de comunicação nigeriano. (JFF)

Fonte:CNA–CatholicNewsAgency

Israel

Jerusalém tem trégua da violência em domingo com celebrações cristãs, judaicas e muçulmanas

Milhares de fiéis se reuniram no domingo, 9, em Jerusalém, ocasião em que coincidem as celebrações da Páscoa cristã, do Pessach judaico e o mês sagrado muçulmano do Ramadã, em plena escalada de violência do conflito entre israelenses e palestinos. As autoridades israelenses mobilizaram um grande aparato policial na Cidade Velha, local de confrontos entre adeptos das três religiões em Jerusalém Oriental, o setor palestino da cidade ocupado e anexado por Israel desde 1967.

A área registra um aumento da violência desde a operação na Quarta-feira Santa, 5, das forças de segurança israelenses na mesquita de Al-Aqsa de Jerusalém, terceiro local mais sagrado do Islã. A intervenção provocou muitas críticas internacionais e elevou a tensão na região. Desde então, aconteceram atentados contra Israel e foguetes foram lançados a partir de Gaza, Líbano e Síria, o que provocou respostas do governo israelita. O episódio mais recente da onda de violência aconteceu no sábado à noite,

8, quando o Exército israelense bombardeou a Síria, em represália aos foguetes disparados contra as Colinas de Golã, área anexada por Israel.

O Papa Francisco, em sua tradicional bênção Urbi et Orbi após a missa de Páscoa, expressou sua “profunda preocupação com os ataques dos últimos dias” e pediu a criação de um “clima de confiança e respeito recíproco, necessário para a retomada do diálogo entre israelenses e palestinos”. Fonte: RFI Brasil

mado “acordo pandêmico”, os governos também estão revisando o Regulamento Sanitário Internacional (RSI). Já são mais de 300 emendas ao documento em discussão.

A intenção dos países é fortalecer o regulamento para tornar o mundo mais seguro contra doenças transmissíveis, garantindo maior equidade na resposta global às emergências de saúde pública.

Fonte: A Referência

Nicarágua

O Padre Donaciano Alarcón, missionário claretiano panamenho que foi expulso da Nicarágua pela ditadura, descreveu como as autoridades lançaram acusações infundadas contra ele, o levaram à fronteira com Honduras e o abandonaram à própria sorte.

“A Polícia veio ao meu encontro no Domingo de Ramos e me advertiu de que eu deveria 'lembrar as prescrições' para a Semana Santa, dadas pelo regime. Na manhã seguinte, quando eu e outro amigo padre fomos à missa do Crisma, os policiais nos pararam abruptamente e me disseram que iam me expulsar do país porque eu estava incitando o povo, que estava dedicando todas as homilias ao nosso Bispo, Dom Álvarez, que está preso. Foi tudo mentira”, frisou.

“Eles me colocaram em uma viatura com dois policiais e me levaram para a fronteira. Fizeram-me cruzá-la e me disseram que dali em diante eu estava fora do país e não poderia mais voltar. Eu não sabia o que fazer e, então, algumas senhoras me viram e me ajudaram a conseguir um telefone para ligar para meu pai. Em seguida, fui acolhido por uma família em San Marcos de Colón”, disse o Padre Alarcón à Rádio Hogar, da Arquidiocese do Panamá.

Conforme um relatório divulgado pela organização não-governamental Monitoramento Azul e Branco (as cores da bandeira da Nicarágua), pelo menos 15 nicaraguenses, em sua maioria opositores ao regime e fiéis católicos, além de um jornalista, foram presos pela Polícia nicaraguense durante a Semana Santa.

A advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina divulgou um estudo segundo o qual mais de 3 mil procissões da Semana Santa foram proibidas pela ditadura na Nicarágua neste ano.

8 | Pelo Mundo | 12 a 18 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fonte: ACI Prensa
Padre conta como foi expulso do país durante a Semana Santa
KTO TV/Reprodução

‘Somos servidores do sacerdócio de Cristo’

AFIRMOU O CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER, NA MISSA CRISMAL, COM O CLERO ARQUIDIOCESANO FERNANDO GERONAZZO

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Na manhã da Quinta-feira Santa, 6, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu a celebração da Missa Crismal, com a participação do clero arquidiocesano.

Nesta celebração, são abençoados os óleos usados nos sacramentos do Batismo e da Unção dos Enfermos e é consagrado o óleo do Crisma, usado nos sacramentos do Batismo, Confirmação, nas ordenações sacerdotais e episcopais, além das dedicações de altares e templos. Também nesta missa, os padres renovam suas promessas sacerdotais diante do Arcebispo, por ocasião da recordação da instituição do sacerdócio ministerial.

UNGIDOS

Na homilia, Dom Odilo partiu do Evangelho dessa liturgia, no qual Jesus, lê, na sinagoga, um trecho do livro do profeta Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova…”

“Nós estamos aqui para recordar e agradecer este dom que continua na Igreja, no povo messiânico, sacerdotal, ungido para receber o Espírito Santo, para anunciar as maravilhas de Deus em sua vida mediante o dom da fé, testemunhar o Reino de Deus presente entre nós”, afirmou o Cardeal.

Dirigindo-se aos padres, o Arcebispo ressaltou: “De modo muito particular, nós, sacerdotes, também recordamos a nossa ordenação, mediante a qual fomos chamados a termos parte no ministério ordenado, isto é, no serviço de Jesus Cristo, Sacerdote, Pastor, Palavra de Deus enviada ao mundo, para servir à humanidade”.

Dom Odilo agradeceu aos bispos auxiliares que, com ele, compartilham a res-

ponsabilidade do governo da Arquidiocese e, de igual modo, a todos os padres e diáconos, pelo serviço realizado na Igreja em São Paulo. “Somos servidores do sacerdócio de Cristo. Ele é o Sacerdote, é a Palavra, o Pastor”.

De modo especial, o Cardeal Scherer dirigiu seu pensamento e orações aos sacerdotes idosos e enfermos, impossibilitados de concelebrar a missa. “Queremos estar unidos a todos, uma vez que o sacerdócio recebido nos reúne em uma fraternidade sobrenatural, profunda, que vai além dos laços de sangue, sociais, de simpatia ou cultura”, destacou.

PROMESSAS

Referindo-se à renovação das promessas sacerdotais, Dom Odilo sublinhou que essas são o sinal da acolhida e disponibilidade em relação ao dom recebido de Deus. “Recebemos grandes dons que nos dignificam, sem dúvida, apesar dos nos-

sos pecados. Por isso, somos chamados a ser santos para também sermos dignos de exercer esses dons. Em nossa fragilidade, são confiados esses dons imensos para que nós os desempenhemos, em nome de Cristo, em favor do povo de Deus”, disse.

“Somos ministros de Deus, de Jesus Cristo. Isso nunca deveríamos esquecer”, reforçou o Arcebispo, recordando, ainda, que os sacerdotes são distribuidores dos mistérios da salvação ao povo de Deus, com generosidade e dedicação, acrescentando que os dons oferecidos são os sacramentos, o anúncio da Palavra de Deus e o serviço da caridade.

“Queridos sacerdotes, somos consagrados para conduzir o povo de Deus como pastores às fontes da salvação. Não somos nós os salvadores”, salientou o Cardeal, recordando Santo Agostinho, que definia o serviço dos pastores como um “ofício de amor”.

Em seguida, Dom Odilo convidou os

padres a refletir: “Como vivemos as nossas promessas sacerdotais? Que, de novo, elas [as promessas] sejam feitas de maneira muito consciente e pessoal”.

“Não somos profissionais autônomos. Somos ministros de Jesus Cristo e por meio deles servidores da Igreja”, ressaltou o Arcebispo, completando que as promessas sacerdotais são “um chamado à constante conversão pessoal e à busca da fidelidade, cada dia, perseverante e mais aprofundada”.

“Sempre é tempo de voltar ao primeiro amor”, afirmou o Cardeal, lembrando a exortação de São Paulo a Timóteo: “Renova em ti o dom que recebeste mediante a imposição das mãos e da graça do Espírito Santo que age em ti”.

GRATIDÃO

Em nome do clero, o Padre José Roberto Abreu de Mattos, Reitor da Basílica Menor de Sant’Ana, saudou o Cardeal Scherer por ocasião da Páscoa. O Sacerdote recordou que no próximo dia 29, comemora-se o 16º aniversário da posse de Dom Odilo como Arcebispo de São Paulo.

“Pastor intrépido, emprega sua vida toda ‘em memória’ daquele que por nós se entregou e permaneceu estar conosco todos os dias até o fim dos tempos!”, afirmou o Padre, recordando o lema episcopal de Dom Odilo, “Em memória de mim”.

Padre José Roberto destacou, ainda, que o Arcebispo não mediu esforços para renovar os caminhos da Igreja Particular de São Paulo, com a realização do primeiro sínodo arquidiocesano, concluído no último dia 25 de março, considerado, antes de tudo, “ponto de partida para renovar nossas disposições de viver a comunhão na Igreja, superando divisões e qualquer fermento de divisão entre os cristãos”.

“Renovamos nossa alegria de participar da família da Igreja, dos bens da fé e da vida cristã. Renovamos nosso ardor missionário no testemunho de nossa fé e na transmissão da fé às novas gerações e àquelas pessoas que não a têm. A Boa Notícia da Ressurreição de Jesus não pode ficar retida em nós! É preciso que a levemos adiante!”, completou o Sacerdote.

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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO Cardeal abençoa os óleos usados no Batismo e na Unção dos Enfermos e consagra o óleo do Crisma

CELEBRAÇÕES DO TRÍDUO PASCAL E DO DOMINGO DA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO

Eis o Mistério da Fé!

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

Na última semana, os cristãos participaram das celebrações e ritos do Tríduo Pascal, momento central da liturgia cristã e memorial da Paixão,

Morte e Ressurreição de Jesus. Conforme aponta o Catecismo da Igreja Católica (CIC), “o mistério pascal da Cruz e Ressurreição de Cristo está no centro da Boa-Nova que os Apóstolos, e depois deles a Igreja, devem anunciar ao mundo” (CIC 571); e “partindo do Tríduo

MISSA VESPERTINA DA CEIA DO SENHOR

“Ele, verdadeiro e eterno sacerdote, oferecendo-se a vós pela nossa salvação, instituiu o Sacrifício da Nova Aliança e mandou que o celebrássemos em sua memória. Sua carne, imolada por nós, é o alimento que nos fortalece. Seu sangue, por nós derramado, é a bebida que nos purifica”.

O Tríduo Pascal é iniciado Quinta-feira Santa com a Missa Vespertina da Ceia do Senhor. “Jesus fez desta última ceia com os Apóstolos o memorial da sua oblação voluntária ao Pai para a salvação dos homens: ‘Isto é o meu Corpo, que vai ser entregue por vós’ (Lc 22,19). ‘Isto é o meu ‘Sangue da Aliança’, que vai ser derramado por uma multidão, para remis-

são dos pecados’(Mt 26,28)” (CIC 610).

Assim, na Última Ceia, o Senhor instituiu a Eucaristia ao oferecer o Seu Corpo e o Seu Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho – e, também, o Sacerdócio. “Jesus incluiu os Apóstolos na sua própria oferenda e pediu-lhes que a perpetuassem. Desse modo, instituiu os Apóstolos como sacerdotes da Nova

CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DE CRISTO

Aliança: ‘Eu consagro-me por eles, para que também eles sejam consagrados na verdade’ (Jo 17,19)” (CIC 611).

E o sacerdócio instituído por Cristo inclui a dimensão de servir o próximo, pois o próprio Mestre deu o exemplo com o rito do lava-pés, conforme explicou o Cardeal Odilo Pedro Scherer na homilia da Missa da Ceia do Senhor em 2022:

“Ó Deus, pela Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, destruístes a morte que o primeiro pecado transmitiu a todos. Concedei que nos tornemos semelhantes ao Vosso Filho e, assim como trouxemos, pela natureza, a imagem do homem terreno, possamos trazer, pela graça, a imagem do homem novo.”

Pascal, como da sua fonte de luz, o tempo novo da Ressurreição enche todo o ano litúrgico da sua claridade” (CIC 1168). Assim, entender o significado do que se celebra nesses dias é fundamental para que se possa dar verdadeiro testemunho de vida cristã.

A Sexta-feira Santa é marcada pelo silêncio, oração e jejum, tendo como ponto alto a celebração da ação litúrgica da Paixão do Senhor, a partir das 15h, horário em que Cristo foi morto. “A morte de Cristo é, ao mesmo tempo, o sacrifício pascal que realiza a redenção definitiva dos homens por meio do ‘Cordeiro que tira o pecado do mundo’, e o sacrifício da Nova Aliança que restabelece a comunhão entre o homem e Deus, reconciliando-o com Ele pelo ‘sangue derramado pela multidão, para a remissão dos pecados” (CIC 613).

Essa ação litúrgica é iniciada em profundo silêncio. Quem a preside se prostra diante do altar desnudado enquanto a assembleia de fiéis se ajoelha, simbolizando a coparticipação no sofrimento do Senhor e a humilhação do homem terreno. Na liturgia é proclamada a narrativa da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o Evangelho de João (Jo 18,1–19,42), que apresenta em detalhes o drama da morte de Cristo.

Nesta celebração também ocorre a Oração Universal, após a homilia, em que são dirigidas preces a Deus pela San-

ta Igreja, pelo Papa, por todas as ordens e categorias de fiéis, pelos catecúmenos, pelos que creem no Cristo, pelos judeus (aos quais o Senhor Deus falou em primeiro lugar), pelos que não creem no Cristo, pelos que não reconhecem a Deus, pelos governantes e pelos que sofrem provações.

Um dos momentos centrais é a Adoração à Santa Cruz, uma tradição iniciada por volta do século IV, quando se venerava a Cruz em que Cristo foi crucificado, a qual estava conservada em Jerusalém. A cruz, revestida com um pano vermelho, é

“Era costume que os servos do dono da casa lavassem os pés dos convidados quando estes chegavam. Jesus, porém, o faz no final da ceia não simplesmente como uma hospitalidade comum, mas ligando-o com uma atitude que deve nos acompanhar quando celebramos a Eucaristia: Jesus pôs a água na bacia e começou a lavar os pés dos apóstolos. No final deste gesto, Ele explica: ‘se eu lavei os pés de vocês, também vocês devem lavar os pés uns dos outros. Façam isto lembrando de mim [‘Eis que lhes dei o exemplo, para que, como eu fiz, vocês também o façam’ (Jo 13,15)]. Lavar os pés era um gesto simbólico naquele momento, pois significava uma atitude de colocar-se a serviço uns dos outros, de verdadeira fraternidade, de solicitude, de cuidado uns com os outros”.

Ao término da Missa da Ceia do Senhor ocorre a vigília e adoração ao Santíssimo Sacramento, uma piedosa tradição pela qual os fiéis recordam a agonia e oração do Senhor no Horto das Oliveiras, e assumem a atitude de vigilância e oração que Cristo pediu aos apóstolos (cf. Lc 22, 39-46).

solenemente apresentada à comunidade e, posteriormente, desnudada pelo presidente da ação litúrgica. Depois, é colocada à frente do presbitério para a veneração dos fiéis, que podem tocá-la e beijá-la. O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a cruz é o único sacrifício de Cristo, mediador único entre Deus e os homens. Mas porque, na sua pessoa divina encarnada, ‘Ele Se uniu, de certo modo, a cada homem’, ‘a todos dá a possibilidade de se associarem a este mistério pascal, por um modo só de Deus conhecido’. Convida os discípulos a tomarem a sua cruz e a segui-Lo porque sofreu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigamos os seus passos” (CIC 618).

E ainda que não se celebre a Eucaristia neste dia, uma vez que todo o ato é dedicado ao memorial da Paixão e Morte de Jesus, é feita a comunhão eucarística, com as hóstias que foram consagradas na missa da noite anterior, gesto que também expressa a participação dos fiéis na morte salvadora de Cristo.

Ainda na Sexta-feira Santa é realizada a Via-Sacra ou “Via-Crucis”, uma tradição que ajuda a meditar, por meio das 14 estações, o caminho doloroso que Jesus percorreu até ser crucificado e morto no Monte Calvário.

10 | Reportagem | 12 a 18 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
(Missal Romano - Prefácio da Santíssima Eucaristia, I, p.439)
DO SENHOR EXPRESSAM TODA A BELEZA DA LITURGIA DA IGREJA E DA VIDA ORIENTADA PELA FÉ CRISTÃ
(Missal Romano, p.254, 2ª opção). Luciney Martins/O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO

SOLENE VIGÍLIA PASCAL

“Segundo uma antiquíssima tradição, esta é a noite de vigília em honra do Senhor (Ex 12,42). Os fiéis, tal como recomenda o Evangelho (Lc 12,35-36), devem assemelhar-se aos criados que, com as lâmpadas acesas nas mãos, esperam o retorno do seu senhor para que, quando este chegar, os encontre velando e os convide a sentar à sua mesa”

Na noite do Sábado Santo, a Igreja convida seus filhos a se reunirem em vigília e oração para o momento em que Cristo, o Cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo, morrendo, destruiu a morte e, ressuscitando, restaurou a vida. Essa que é considerada a mãe de todas as vigílias começa com o Lucernário, que compreende a bênção do fogo novo e do Círio Pascal: inicialmente, quem preside a vigília faz as incisões na cruz do Círio, e depois nas letras gregas Alfa e Ômega – ‘Cristo ontem e hoje, Princípio e Fim, Alfa e Ômega. Dele é o tempo e a eternidade. A Ele a glória e o poder. Pelos séculos dos séculos’ –; e, por fim, insere os cinco cravos, que simbolizam as chagas de Cristo na cruz. O Círio, então, é aceso (simbolizando o Cristo ressuscitado, a Luz do mundo) e a partir dele são acesas as velas dos fiéis. Em procissão, todos adentram no templo –que está com as luzes apagadas – tendo à frente o Círio Pascal, a luz que guia em meio às trevas e que indica o caminho à terra prometida.

Com todos em pé e com as velas

ainda acesas, o presidente da celebração incensa o Círio Pascal e, então, há a proclamação da Páscoa, com o canto Exulte, que anuncia a alegria pela vitória de Cristo sobre as trevas.

Na sequência, a Liturgia da Palavra perpassa toda a história da salvação, mostrando como outrora Deus salvou o seu povo e agora envia seu Filho como o Redentor da humanidade. Ocorre quase que como um diálogo: Deus se dirige ao povo por meio das leituras (sete ao todo) e este lhe responde com salmos e orações. Antes da passagem ao Novo Testamento – com duas leituras, uma delas extraída das cartas de Paulo e outra do Evangelho –, é entoado o canto do Glória, em sinal de que Deus iluminou esta noite santa com a glória da Ressurreição do Senhor e faz despertar na Igreja o espírito filial para que todos, inteiramente renovados, possam Servi-lo de todo o coração.

Também é parte desta celebração a Liturgia Batismal. Estando a comunidade reunida para testemunhar a pas-

sagem de Cristo da morte para a vida, ela mesma renasce e terá vida nova por meio dos sacramentos: pelo Batismo, será incorporada a Cristo em sua Páscoa; pela Crisma, receberá o Espírito Santo; pela Eucaristia, participará do memorial da Morte e Ressurreição do Senhor.

Esse momento da liturgia compreende a Ladainha de todos os santos (pela qual a Igreja peregrina sobre a terra se une à Jerusalém celeste), a bênção da água e sua aspersão na assembleia de fiéis, a administração dos sacramentos do Batismo e da Confirmação aos catecúmenos que se preparam para tal; e a renovação das promessas batismais – “renovemos as promessas do nosso Batismo, pelas quais já renunciamos a satanás e suas obras, e prometemos servir a Deus na Santa Igreja Católica”.

Por fim, ocorre a Liturgia Eucarística, o ápice da noite pascal e de toda a vida sacramental da Igreja, em que Cristo Ressuscitado nos faz participar do Seu Corpo e do Seu Sangue, como memorial de Sua Páscoa.

DOMINGO DA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

“Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, mas sobretudo neste dia em que Cristo, nossa Páscoa, foi imolado. Ele é o verdadeiro Cordeiro, que tira o pecado do mundo. Morrendo, destruiu a morte e, ressurgindo, deu-nos a vida”

(Prefácio da Páscoa I, Missal Romano, p.421).

Data mais importante do calendário litúrgico católico, o Domingo de Páscoa celebra a vitória da vida sobre a morte.

“‘A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo, acreditada e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento, pregada como parte essencial do mistério pascal, ao mesmo tempo que a cruz: ‘Cristo ressuscitou dos mortos. Pela Sua morte, vence a morte, aos

mortos deu a vida’ (Liturgia Bizantina, Tropário de Páscoa)” (CIC 638).

Assim, depois de morrer crucificado, ser sepultado e descer à mansão dos mortos, Cristo ressuscitou, seu espírito e seu corpo foram reunificados. “A fé na Ressurreição tem por objeto um acontecimento, ao mesmo tempo historicamente testemunhado pelos discípulos (que realmente encontraram o Ressuscitado) e misteriosamente transcendente, como entrada da humanidade de Cristo na

glória de Deus” (CIC 656).

Na missa da Páscoa da Ressurreição do Senhor também é realizada a bênção da água e a aspersão sobre os fiéis, na qual a comunidade reunida bendiz a Deus por tudo o que Ele fez por meio da água ao longo da história da Salvação, implorando-Lhe que, hoje, também esse sinal atualize o Espírito de vida sobre os batizados: “Que esta água seja para nós uma recordação do nosso Batismo e nos faça participar da alegria dos que foram batizados na Páscoa”.

SÁBADO SANTO

A manhã e a tarde do Sábado Santo são próprias para o silêncio. Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo da condição humana. Aquele que é o Verbo está calado depois de ter dado seu último grito na cruz. Em oração, toda a Igreja permanece à espera de Sua Ressurreição.

“No seu plano de salvação, Deus dispôs que o seu Filho não só ‘morresse pelos nossos pecados’ (1 Cor 15,3), mas, também, ‘saboreasse a morte’, isto é, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre a sua alma e o seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo, em que Cristo, depositado no túmulo, manifesta o repouso sabático de Deus depois da realização da salvação dos homens, que pacifica todo o universo” (CIC 624).

Antes da proclamação do Evangelho é entoada a Sequência Pascal, que estruturada como um hino tem uma introdução – “Cantai, cristãos, afinal/ Salve, ó vítima pascal/ Cordeiro inocente, o Cristo/ Abriu-nos do Pai o aprisco/ Por toda ovelha, imolado/ Do mundo lava o pecado/ Duelam forte e mais forte/ É a vida que vence a morte”; um diálogo entre os apóstolos e Maria Madalena, que vira o túmulo vazio – “Responde, pois, ó Maria/ No caminho, o que havia?”; e é concluída na alegria de que “O Cristo que leva aos céus/ Caminha à frente dos seus/ Ressuscitou de verdade/ Ó Cristo Rei, piedade”. Eis o mistério da fé: a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo para a nossa salvação. “A Páscoa não é simplesmente uma festa entre outras: é a ‘festa das festas’, a ‘solenidade das solenidades’ (...) O mistério da Ressurreição, em que Cristo aniquilou a morte, penetra no nosso velho tempo com a sua poderosa energia, até que tudo Lhe seja submetido” (CIC 1169).

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(Fontes: Missal Romano, Catecismo da Igreja Católica, folheto O Povo de Deus em São Paulo e sites CNBB,Vatican News e Canção Nova) (Edição do conteúdo: Daniel Gomes/O SÃO PAULO) (Missal Romano, p.270). Luciney Martins/O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO

MISSA VESPERTINA DA CEIA DO SENHOR

‘Em cada missa, torna-se presente o que Jesus fez na Última Ceia’

Na noite da Quinta-feira Santa, 6, na abertura do Tríduo Pascal, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a Missa da Ceia do Senhor na Catedral da Sé, celebração que recorda a instituição da Eucaristia, memorial do sacrifício de Cristo na cruz e de Sua Ressurreição.

EM MEMÓRIA DE MIM

Assim como faziam os demais judeus, Jesus se reuniu para celebrar com os apóstolos a ceia judaica pascal, momento de ação de graças a Deus pela libertação do povo escravizado no Egito. No entanto, ao tomar o pão e o vinho e dar aos apóstolos como Seu Corpo e Seu Sangue, Cristo instituiu a Eucaristia “como memória permanente daquilo que realizou. ‘Fazei isto em memória de mim’, significava a doação de sua vida, entregue sobre a cruz em favor da humanidade. Também significava a vida nova que Ele manifestou mediante a Ressurreição”, explicou Dom Odilo na homilia.

E ao instruir os apóstolos a repetir, dai em diante, os gestos que realizara na Última Ceia – “Fazei isto em memória de mim” – Cristo instituiu o sacerdócio.

“Em cada celebração da missa, tor-

na-se presente o que Jesus fez na Última Ceia, o que fez mediante a sua vida doada pela humanidade desde a encarnação à vida terrena, a pregação do Evangelho, e, finalmente, sua Paixão, Morte e Ressurreição”, destacou Dom Odilo, exortando os fiéis a participarem de modo frequente da celebração da Eucaristia, que está no centro da fé cristã. “Somos privilegiados e felizes, porque somos convidados para a Ceia do Senhor”, enfatizou.

O LAVA-PÉS: SERVIÇO E CARIDADE

Ao comentar a passagem em que Jesus

lava os pés dos apóstolos na Última Ceia, Dom Odilo explicou que tal gesto expressa a dimensão do serviço e o sinal do amor incondicional de Cristo pela humanidade.

“O que Jesus fez no final da ceia, Ele o fez durante a vida toda: veio não para ser servido, mas para servir. O Servo de Deus e dos homens se humilhou, deixou-se carregar de nossos pecados, culpas, maldades e infidelidades. Suportou tudo isso para dar-nos o exemplo de serviço à humanidade”, prosseguiu o Arcebispo, destacando também que a Igreja é chamada a estender a todas as pessoas o benefício da graça, da

CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DE CRISTO

misericórdia e da caridade social.

Alguns representantes dos muitos organismos da Igreja em São Paulo que realizam as obras de misericórdia, como as Pastorais do Povo da Rua, Familiar, do Menor e dos Migrantes, bem como do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar), Sermig – Fraternidade da Esperança, Missão Belém, Amparo Maternal, Aliança da Misericórdia e Sefras - Ação Social Franciscana tiveram seus pés lavados pelo Arcebispo após a homilia.

“É significativo estar aqui representando tantas pessoas e voluntários que se colocam a serviço de saciar a fome. A exemplo de Cristo, que possamos amenizar a fome do irmão que sofre”, disse Luiz Fernando Araújo Elizalde, da Casa Franciscana do Sefras.

Um dos momentos marcantes foi quando o Cardeal Scherer lavou os pés do pequeno Davi Felipe, 4, atendido pelo Pastoral do Menor, que segurava quatro rosas nas mãos, em homenagem às crianças que no dia anterior haviam sido assassinadas em um escola em Blumenau (SC).

Ao final da celebração, houve a transladação do Santíssimo para o altar da reposição da Capela do Santíssimo, para a vigília e adoração, com a participação do Cardeal, dos concelebrantes e da assembleia de fiéis.

Por amor a nós, Cristo bebeu o cálice do sofrimento e da dor até o fim

O relógio marca 15h. Em profundo silêncio, os fiéis se levantam e acompanham a procissão que se encaminha ao presbitério. Em frente ao altar desnudado, o Cardeal Scherer e os concelebrantes se prostram. Os fiéis se ajoelham. Todos meditam o mistério da Paixão de Cristo.

Assim começou a ação litúrgica da Paixão do Senhor, celebrada na Catedral da Sé na tarde da Sexta-feira Santa, 7.

Após a proclamação do Evangelho da Paixão (Jo 18,1–19,42), o Arcebispo iniciou a homilia, explicando que essa celebração recorda o conjunto dos padecimentos sofridos por Cristo antes de ser pregado na cruz e nela morrer.

Dom Odilo recordou que Cristo foi rejeitado, caluniado e insultado em sua dignidade, e que ainda hoje continua a ser maltratado no corpo daqueles que sofrem violências físicas e morais, situações de dor, desprezo, torturas, injustiças, discriminações e perseguição religiosa.

ELE REDIMIU A HUMANIDADE

“Jesus bebeu o cálice do sofrimento e da dor até o fim”, comentou o Arcebispo, lembrando que o Senhor em tudo viveu a condição humana para redimir os pecados da humanidade, oferecendo sua infinita misericórdia aos que se arrependem dos erros, se convertem e aceitam o Evangelho.

“Hoje olhando para a cruz de Cristo, olhemos, com o olhar do coração, como fizeram as pessoas que tiveram a oportunidade de ficar junto da cruz de Jesus, mesmo que em silêncio, mas estavam firmes, compadecendo com Ele,

conscientes de que Aquele homem era justo. Nós também hoje, junto da cruz de Jesus, conscientes de nossas fragilidades, fraquezas, digamos: ‘Senhor, perdoa. Senhor, tu és meu Salvador”, enfatizou o Arcebispo, lembrando que Cristo entregou a vida por amor à humanidade e continua a interceder por todos a Deus Pai.

ADORAÇÃO À SANTA CRUZ

Após a homilia e as preces da Oração Universal – voltadas à Igreja, ao Papa, a todos os fiéis, aos catecúmenos, aos que creem no Cristo, aos que Nele não creem, aos judeus, aos que não reconhecem a Deus, aos governantes e aos que sofrem provações – houve a adoração à Santa Cruz: encoberta com um pano vermeho, ela foi levada ao altar, depois, lentamente desnudada pelo Arcebispo para, posteriormente, ser beijada pelo próprio, pelos concelebrantes, antes de ser venerada pela assembleia de fiéis.

COLETA AOS LUGARES SANTOS

Também foi realizada a coleta para os lugares santos, onde Jesus nasceu e viveu, a qual também se destina a outros locais mencionados nas Sagradas Escrituras, e cuja manutenção das ações evangelizadoras da Igreja e do testemunho dos cristãos só é possível com a ajuda financeira dos fiéis de todo o mundo.

Posteriormente, foi estendida sobre o altar a toalha e o corporal, rezou-se a oração do Pai Nosso e houve o rito da comunhão. Antes de proferir a oração sobre o povo, o Arcebispo exortou que no Sábado Santo os fiéis se mantivessem em oração, preparando-se para a Vigília Pascal.

12 | Reportagem | 12 a 18 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Luciney Martins/O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO Cardeal Scherer, durante o rito do lava-pés na Missa da Ceia do Senhor, na Catedral da Sé

Vigília

Pascal e Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor

‘Que o mundo possa experimentar o poder redentor de Cristo Ressuscitado’

“Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!”, diz o refrão do Salmo Responsorial (Sl 118) da missa da Solenidade do Domingo da Páscoa da Ressurreição, presidida Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, na Catedral da Sé, na manhã do dia 9.

“Neste dia, de maneira especial, o primeiro de todos os domingos, não fazemos apenas uma lembrança de fatos acontecidos há muito tempo, nós celebramos o Senhor Ressuscitado que está no meio de nós”, afirmou Dom Odilo, no início da homilia, acrescentando que este é também o dia de recordar que cada cristão teve um encontro com o Ressuscitado no começo da vida, especialmente por meio do Batismo.

PROMESSA

“A Ressurreição de Jesus introduziu na nossa história a eternidade, a vida sobrenatural e, assim como Jesus ressuscitou dos mortos, Ele prometeu que todos os que Dele se aproximam, Nele creem e participam da Sua vida neste mundo, também terão parte com Ele na vida eterna”, sublinhou o Arcebispo, recordando as palavras do apóstolo São Paulo, que afirma: “Carregamos esse tesouro em vasos de barro”, mas reitera que, “pela graça de Deus, sempre é possível de novo recuperar a nossa dignidade, a nossa condição de filhos e filhas de Deus por sua misericórdia, ser perdoados também nos nossos pecados”.

“Deus nos valorizou muito, a ponto de enviar seu Filho unigênito ao mundo, para participar da nossa história, conhecer as nossas misérias, sentir na sua carne as nossas contradições, até mesmo a violência, a morte, a sepultura, para sabermos que nada disso é limite para Deus, para que Ele realize a sua obra e

a sua promessa de nos transformar em Cristo Jesus e criar em nós o homem e a mulher novos”, continuou o Cardeal, salientando que a Páscoa é um chamado para que os cristãos renovem suas disposições e propósitos para construírem um mundo novo, sendo “expressão da glória de Deus e anúncio daquilo que Deus ainda tem para fazer por nós todos, à semelhança de Cristo ressuscitado”.

“Que este mundo possa experimentar o poder redentor de Cristo Ressuscitado”, concluiu Dom Odilo.

NOITE SANTA

A Páscoa da Ressurreição de Jesus foi anunciada solenemente na noite do Sábado Santo, 8, durante a Vigília Pascal. A liturgia, também presidida por Dom Odilo, começou na Praça da Sé, no marco zero da cidade, onde foi abençoado o “fogo novo” do qual é aceso o Círio Pascal, vela que simboliza o Senhor Ressuscitado.

Considerada a "mãe de todas as vigílias", esta celebração é marcada pela proclamação de sete leituras do Antigo

Testamento, que narram a história da salvação do povo de Deus, e duas leituras do Novo Testamento, entre estas, o Evangelho da Ressurreição de Jesus.

BATISMO

Outro momento significativo dessa celebração é a Liturgia Batismal. Nessa ocasião, 17 adultos ex-dependentes químicos, que antes viviam em situação de rua e foram acolhidos e preparados pela Missão Belém, tornaram-se cristãos, recebendo os sacramentos do Batismo, da Confirmação (Crisma) e a primeira Eucaristia. Também houve a renovação das promessas batismais de todos os fiéis, com destaque para um grupo de integrantes do Caminho Neocatecumenal, após um longo período de preparação.

“Esta é uma noite muito especial para nós, pois recordamos as maravilhas de Deus na história da salvação”, afirmou Dom Odilo, na homilia, ressaltando que o mistério pascal começa com a encarnação do Verbo de Deus, que assumiu a humanidade, amando-a até o extremo de entregar sua vida por todos

na cruz. “Quem poderia fazer isso senão Aquele que é todo amor e compaixão?”, completou.

VIDA PLENA

O Arcebispo destacou, ainda, que a Ressurreição de Jesus manifesta a vida em plenitude que Deus quer dar a todos.

“Em Jesus Cristo, verdadeiro Deus, mas também verdadeiro homem, já temos o representante da humanidade que ressuscitou, que está na glória do Pai, que abriu um horizonte novo para todos nós”, afirmou, recordando que a Vigília Pascal é, também, ocasião da renovação de suas promessas batismais.

“Pelo Batismo, também morremos com Cristo ao pecado, fomos sepultados nas águas, mas revivemos com Cristo para a vida nova. Por isso, a nossa condição de batizados é a de participantes da vida nova de Jesus Ressuscitado”, continuou o Cardeal, lembrando a exortação do apóstolo São Paulo para que todos vivam como “homens novos”, deixando morrer o “homem velho”, marcado pelo pecado.

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Após a Ação Litúrgica da Paixão do Senhor, presidida pelo Cardeal Scherer na tarde da Sexta-feira Santa, 7, na Catedral da Sé, aconteceu a procissão pelas ruas do centro histórico da capital paulista, recordando o sepultamento de Jesus. Ao retornarem à Catedral, aconteceu o tradicional Sermão das Sete Palavras de Cristo na Cruz, que este ano, foi proferido pelo Padre Fernando José Carneiro Cardoso, Reitor da Escola Arquidiocesana São José para o Diaconato Permanente. (por Redação) Na manhã desta Sexta-feira Santa, 7, foi realizada a Via-Sacra do Povo da Rua, no centro da cidade. Esta edição da atividade destacou o tema da Campanha da Fraternidade 2023, sobre o problema da fome. O grupo caminhou do Largo São Bento até a Catedral da Sé. O evento foi organizado pelo Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo. (por Redação) FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO ‘Esta é uma noite muito especial para nós, pois recordamos as maravilhas de Deus na história da salvação’, diz Dom Odilo na Vigília Pascal

Missa da Páscoa da Ressurreição é presidida por Dom Cícero

Na noite do Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, 9, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia São Marcos Evangelista, no Parque São Rafael. concelebrada pelo Padre Irineu Dossou, SVD, Pároco.

Na ocasião, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém conferiu o sacramento do Batismo a dois adultos, e os sacramentos da Eucaristia e da Confirmação a oito pessoas.

Na homilia, o Prelado ressaltou que assim com o apóstolo João, “somos convidados a ver e crer”, e exortou os fiéis a pedirem o dom da fé, pois muitas vezes há a dificuldade de crer na Ressurreição do Senhor.

Além disso, o Bispo Auxiliar destacou que celebrar a Páscoa é ocasião para se abandonar a escuridão, deixar o medo e a insistência da morte, para se viver e ser homens e mulheres da luz. “Jesus aparece vivo, e nestes 50 dias, vamos acompanhá-lo. Ressurreição é luz!”, afirmou.

Bispo inicia celebrações do Tríduo Pascal na Paróquia Nossa Senhora das Graças

Na Quinta-feira Santa, 6, Dom Cícero Alves de França presidiu a missa da Ceia do Senhor na Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Antonieta, com o rito do lava-pés. A celebração, que recorda a instituição da Eucaristia, foi concelebrada pelo Padre Benedito Aparecido Maria Borba, Vigário Paroquial da Paróquia São Pedro Apóstolo.

Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém destacou que reviver o ato do lava-pés é abrir as portas para as celebrações do Tríduo

Pascal. “Jesus nos dá o exemplo e nos convida a sermos servidores uns dos outros”, ressaltou.

Quanto à instituição da Eucaristia, o Prelado enfatizou que este sacramento é a prova de “um Deus apaixonado por nós, que quer participar da nossa vida, entregando-nos a sua, por amor”. Ele destacou ainda que “celebrar a Eucaristia, beber do Sangue e comer do Corpo do Senhor é o que nos torna fortes e nos faz assumir o compromisso de ser Eucaristia para os outros, de ser servidores.” (FC e LB)

Na manhã do Domingo de Páscoa, 9, Dom Cícero presidiu missa na Paróquia Santa Teresa de Calcutá, no Jardim Arantes, concelebrada pelo Padre Elson Lopes, CSsP, Pároco. Na ocasião, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém abençoou a nova fonte batismal e conferiu o sacramento do Batismo e da Eucaristia a quatro adultos, e o sacramento da Confirmação a 25 jovens e adultos. (por Fernando Crepaldi, Larissa Bernardo e Padre Elson Lopes, CSsP)

No Sábado Santo, 8, Dom Cícero Alves

Vigília Pascal na

róquia São Pedro Apóstolo, na Vila Industrial, concelebrada pelo Padre Carlos André Romualdo, Pároco.

(por Fernando Crepaldi e Larissa Bernardo)

Na Sexta-feira Santa, 7, a Área Pastoral Nossa Senhora das Flores, no Parque das Flores, recebeu Dom Cícero Alves de França para a ação litúrgica da Paixão do Senhor, que contou com a participação dos Padres Rommanus Rami, SVD, Pároco, e José Tadeu Ferreira da Silva, SVD, Vigário Paroquial. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém ressaltou o percurso realizado por Jesus até o caminho da Cruz e destacou a morte do Senhor. “Precisamos morrer com Cristo para também com Ele ressuscitar”, afirmou. (por Fernando Crepaldi, Larissa Bernardo e Rafaela Vitória)

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BELÉM
(Colaborou o Padre Irineu Dossou, SVD) Na Sexta-feira Santa, 7, os jovens da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no Jardim Sinhá, encenaram a Paixão do Senhor nas ruas do bairro, atividade que contou com a participação de dezenas de fiéis e moradores. (por Pascom Paroquial) de França presidiu a Pa- FERNANDO CREPALDI E LARISSA BERNARDO COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO Flávio Modolin Emanuel Felipe Pascom paroquial Pascom paroquial Pascom paroquial Rafaela Vitória

Dom Rogério: Cristo ressuscitou, nada é capaz de tirar a nossa coragem e alegria

Os fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários, no Setor Brás, participaram na última semana das celebrações e ritos do Tríduo Pascal, presididos por Dom Rogério Augusto das Neves.

PASCOM PAROQUIAL Paixão do Senhor foi realizada no Arsenal da Esperança, como já é tradição da Paróquia. Durante sua homilia, Dom Rogério abordou a lógica paradoxal da cruz, antes objeto de pena de morte e agora sinal de amor e salvação. Após a celebração, o Bispo acompanhou a meditação da via-sacra elaborada pela comunidade em torno do tema da CF 2023 "Fraternidade e fome".

Ao celebrar a Missa Vespertina da Ceia do Senhor, na noite de Quinta-feira Santa, 6, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé centrou sua homilia na instituição do Sacerdócio e da Eucaristia. Ele mencionou como exemplo o Padre Lorenzo Nacheli, Pároco, tanto por sua trajetória como missionário quanto por seu momento, em recuperação de uma cirurgia.

Também fez uma catequese sobre a instituição da Eucaristia e a relação com o gesto do lava-pés: “É necessário que primeiro nos deixemos lavar os pés por Jesus, para poder levar o amor de Deus aos outros”. Na sequência, Dom Rogério procedeu ao rito do lava-pés de dozes homens que vivem no Arsenal da Esperança como acolhidos, e que iniciaram a vida de fé.

Na Sexta-feira Santa, 7, a Celebração da

Na celebração da Vigília Pascal, na matriz paroquial, no Sábado Santo, 8, Dom Rogério refletiu sobre a Ressurreição de Jesus, reforçando que não se trata de uma “metáfora”, mas de “um fato que só pode ser compreendido na fé, como tudo que se refere a Deus”. E exortou os fiéis: “Se Cristo ressuscitou, não existe nada capaz de tirar a nossa coragem, a nossa alegria. A alegria mesmo de quem chora, mas que tem esperança”.

Encerrando as celebrações da Semana Santa, o Bispo presidiu a missa do Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, 9. Ao final da celebração, a comunidade agradeceu a presença paternal de Dom Rogério nestes dias intensos de oração.

Paróquias São José e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro fazem via-sacra

oração, os fiéis de ambas as comunidades para rezar a via-sacra numa caminhada penitencial.

do Menor da Região Episcopal

a

Na Sexta-feira Santa, 7, às 6h, as comunidades das Paróquias São José, no Jardim Europa, e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Paulistano, ambas no Setor Jardins, uniram-se e viveram um momento de comunhão, e emoção em alusão à dor de Nossa Senhora e dos apóstolos, unidos em seu momento de maior pesar.

Essa procissão já é uma tradição que congrega, em um momento especial de

O percurso partiu da Paróquia São José e terminou após 1,3km de caminhada na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde foram meditadas as 14 estações percorridas por Jesus Cristo.

A via-sacra conjunta foi uma iniciativa dos Párocos Dom Oswaldo Paulino, OPraem, e Padre Eduardo Ribeiro, C.Ss.R., com a participação nas leituras e cantos do Padre Hugo Ramón Sanchéz, OPraem.

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No dia 5, na Paróquia São Gabriel Arcanjo, Setor Jardins, ocorreu uma palestra sobre o Santo Sudário. Houve a apresentação de um breve documentário e exposição de uma cópia do Santo Sudário em tamanho real. (por Pascom paroquial) A Pastoral Sé organizou celebração da Missa da Ceia do Senhor na Quinta-feira Santa, 6, com o rito de lava-pés na unidade socioeducativa Fundação Casa Ruth Pistori. Presidiu a Eucaristia o Padre Célio Lourenço da Silva, colaborador na Paróquia São Geraldo. (por Pastoral do Menor Região Episcopal Sé) A Paróquia Santissimo Sacramento, no Setor Paraíso, e a Paróquia Santo Antônio, Setor Bom Retiro, realizaram a encenação da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. A apresentação contou com a participação dos paroquianos e relembrou o julgamento, condenação, martírio, morte e sepultamento de Jesus Cristo. (por Centro Pastoral) ELAINE ELIAS E ROY NAKAMOTO COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO José Luiz Altieri Campos Pascom das paróquias Pastoral do Menor Pascom paroquial Pascom paroquial

BRASILÂNDIA

Dom Carlos preside o Tríduo Pascal e a Páscoa na Paróquia Imaculado Coração de Maria

Os fiéis da Paróquia Imaculado Coração de Maria, Setor São José Operário, participaram entre os dias 6 e 9 das celebrações da Missa da Ceia do Senhor, da Paixão de Cristo, da Vigília Pascal e da Missa da Ressureição de Cristo, presididas por Dom Carlos Silva, OFMCap.

Em cada dia, a celebração ocorreu em uma das comunidades paroquiais, sendo iniciada na Comunidade Nossa Senhora das Dores, com a Ceia do Senhor, na qual ocorre o rito do lava-pés. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese destacou que Jesus se coloca a serviço ao lavar os pés dos discípulos, exemplo vivo de amor e simplicidade.

A Comunidade São Benedito acolheu, na Sexta-feira Santa, 7, a celebração da Paixão do Senhor. Na homilia, o Bispo ressaltou que o Senhor teve amor e a paixão pela vida, pelos pobres, marginalizados e pecadores. Recordou, ainda, que Pilatos lavou as mãos e não se posicionou, deixando Jesus morrer. “Precisamos ter um olhar sensível e amoroso pelos excluídos para não crucificá-los. A nossa paixão deve ser o cuidado em defesa daque-

les que nada têm, a exemplo das Marias que estiveram até o fim com Jesus aos pés da cruz, assumindo o Evangelho e sendo sinal de esperança viva. Hoje, precisamos olhar para as mulheres de comunidade, as famílias em que convivem com cada um, pois elas são ‘Marias’ Madalena. As "Marias" das nossas vidas são construtoras de um mundo melhor.”.

A Vigília Pascal, com a bênção do fogo novo, ocorreu na Comunidade Nossa Senhora de Fátima. Dom Carlos lembrou como Maria Madalena sentiu a terra tremer quando estava no sepulcro, e, assim, percebeu a força da Ressureição, a mesma força que é preciso ter para caminhar, por mais que, às vezes, se queira desistir.

Por fim, no Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, o Bispo presidiu a missa na Comunidade São Vicente, e fez, mais uma vez, alusão a Maria Madalena, que não teve medo de anunciar que Jesus havia ressuscitado: “A exemplo dela, precisamos ser esse sinal de anúncio para a sociedade. O Papa nos recorda de que devemos construir pontes de amizade, amor, perdão e solidariedade, pois assim vamos construir uma sociedade mais justa e fraterna”.

Encenação da Paixão de Cristo mobiliza a Paróquia Nossa Senhora das Dores

O Grupo Teatral Arte de Viver (GTAV), da Paróquia Nossa Senhora das Dores, de Taipas, Setor Jaraguá, realizou na noite da Sexta-feira Santa, 7, a encenação da Paixão de Cristo. A produção envolveu mais de 60 pessoas, entre atores, convidados do Grupo Gattu de teatro, membros da comunidade, dançarinos e capoeiristas.

Realizada pela 26a vez, a encenação já se tornou um marco na Região Brasilândia. O ator Clayton Lima, integrante do

GTAV há mais de 20 anos e que interpretou Jesus Cristo, diz que é uma responsabilidade muito grande participar a cada ano. Dom Carlos Silva, OFMCap., esteve no evento, assim como os Padres Walter Merlugo, Administrador Paroquial, e Pedro Ricardo Pieroni, Vigário Paroquial. Na abertura, eles abençoaram a todos. Após a apresentação, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia reforçou a mensagem da Páscoa: “Esta belíssima peça nos faz refletir a vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo por meio da arte. Leva-nos a crer na esperança que Jesus

traz para continuarmos a caminhada”, Por fim, Dom Carlos pediu que todos continuem acreditando na vida e voltou a

abençoar as pessoas: “A esperança sempre é maior que a dor, não importa o que passemos, a esperança sempre irá vencer”.

Em missa presidida pelo Padre Rafael de Araújo Nolli, Administrador Paroquial, os fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Souza, celebraram o Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor, 9, e renderam graças pelos 53 anos de evangelização da Capela Cristo Ressuscitado. Na homilia, o Sacerdote exortou os fiéis a proclamarem e serem testemunhas da Ressurreição de Cristo. Destacou ainda a importância da Capela, que desde 1970 ajuda a promover o Reino de Deus no bairro. “Sejam anunciadores da Boa-Nova do Ressuscitado em todo o tempo. Coragem!”, motivou. Ao final da missa, foi distribuído o tradicional bolo da Páscoa. (por Priscila Araújo)

Mais de 200 pessoas participaram na Sexta-feira Santa, 7, nas ruas próximas à Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Zatt, da procissão com o Senhor Morto, recordando Sua dor e a de sua Mãe. O Cônego José Renato Ferreira, Pároco, conduziu a procissão, reforçando atitudes como amor, justiça e fé.

(por Priscila Rocha)

Atenta ao lema da Campanha da Fraternidade 2023 – “Dai-lhes vós mesmos de comer” - a Paróquia Santos Apóstolos realizou no Domingo de Páscoa, 9, um almoço para os irmãos de rua. Durante a Quaresma, o Padre Sílvio Oliveira, Pároco, motivou os paroquianos a doar um pouco do seu almoço, feito em suas casas, para que os irmãos, nesse Domingo de Páscoa, pudessem comer o tempero diferente de cada um, feito com amor. Os irmãos de rua tomaram café, cortaram os cabelos, fizeram a barba, se banharam, puderam vestir roupas limpas e almoçar bem. (por Pascom paroquial)

Aconteceu na Sexta-feira Santa, 7, na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, a encenação da Paixão e Morte de Jesus Cristo, realizada pelos grupos de jovens da comunidade paroquial, Jovens Unidos Pelo Amor de Cristo (Jupac) e Jovens Renovados em Cristo (Jorc). “A arte sempre foi para nós um meio de evangelização. A dança, o teatro, a música e tantas outras manifestações artísticas sempre devem ser usadas para levar os outros a conhecer Jesus. A encenação da Paixão de Cristo deste ano foi mais uma oportunidade de levar o público a viver e meditar os mistérios do sacrifício de Jesus de maneira mais profunda e tangível”, explicou Luiz Henrique Aguiar, um dos coordenadores do Jupac.

(por Eva Nascimento)

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PAULO GRATÃO E ROBERTO BUENO COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Marcos Paulo
KARINA MARTA COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO Fabrício Santos
Priscila Rocha Lídia de Fátima Samara Nascimento

As celebrações do Tríduo Pascal na Área Pastoral São Domingos, que pertence à Paróquia Santa Cristina, Setor Cursino, foram presididas por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, que participou, também, da via-sacra pelas ruas do bairro, com a encenação da Paixão. Concelebrou o Padre Rodrigo Felipe da Silva, Pároco, com a assistência do Diácono Orlando Luciano da Silva e a participação do seminarista Leonardo de Oliveira, dos agentes de pastoral e dos fiéis. (por Karen Eufrosino)

Na Sexta-feira Santa, 7, a Paróquia Santa Cândida, Setor Ipiranga, realizou, pela primeira vez, a encenação da Paixão de Cristo. Conduzida pelo Padre Anderson Marçal, Pároco, a atividade permitiu à comunidade paroquial meditar nas sete frases de Jesus na cruz e refletir mais profundamente sobre o mistério pascal. (por Tatianna Porto)

Na Sexta-feira Santa, 7, movimentos populares e entidades sociais estiveram reunidos com a Pastoral da Moradia para celebrar a via-sacra pelas ruas do Jardim São Savério. Com início na Comunidade Nossa Senhora da Moradia, cada estação retratou um sofrimento vivido pelo povo. Uma das estações foi em frente à casa de uma família em que 11 membros perderam a vida nos recentes desastres do Litoral Norte paulista. O encerramento da atividade se deu no Projeto Dandara, um mutirão que atende cerca de 60 famílias. (por Solange Cervera)

A Comunidade Nossa Senhora da Guadalupe, na Chácara Klabin, celebrou seu primeiro Tríduo Pascal. Moradores das imediações do terreno em que está instalada uma tenda e onde será construída a futura Paróquia têm participado das celebrações e da vida comunitária. O Frei José Maria Mohomed Junior, Coordenador de Pastoral regional e responsável pela articulação da nova comunidade, tem envolvido os futuros paroquianos nas atividades, o que já permitiu formar um conselho de obras e equipes de finanças e de acolhida. (por Karen Eufrosino)

Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu no domingo, 9, a missa solene da Páscoa da Ressurreição do Senhor na Comunidade Nossa Senhora da Moradia, pertencente à Paróquia Nossa Senhora Mãe de Jesus, Setor Cursino. (por Karen Eufronsino)

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IPIRANGA
Pascom Área São Domingos Keren Eufrosino Victor Hugo Pastoral da Moradia Maria da Graça Feltrin

LAPA

Fiéis recebem Dom José Benedito para as celebrações da Semana Santa

BENIGNO NAVEIRA COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

Durante o Tríduo Pascal, duas paróquias da Região Lapa contaram com a presença de Dom José Benedito Cardoso. Na Quinta-feira Santa, 6, na Comunidade Santo Antônio, da Paróquia Santa Terezinha, Setor Pirituba, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa presidiu a Missa da Ceia do Senhor, com o rito do lava-pés. Na Sexta-feira Santa, 7, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Setor Leopoldina, conduziu a ação litúrgica da Paixão do Senhor (foto).

No Sábado Santo, 8, presidiu a Vigília Pascal, novamente na Comunidade Santo Antônio, e, durante a homilia, fez uma

analogia com a dinâmica da natureza, recordando todo o itinerário percorrido por Jesus desde a Última Ceia.

“No campo, percebemos que a flor mais bela e o maior e mais saboroso fruto são produzidos em terrenos com maior quantidade de matéria orgânica, que vai se decompondo. Jesus lavou nossos pés, retirando toda a sujeira da humanidade. Depois, Ele foi colocado no sepulcro como escória da humanidade, e foi nesse terreno fértil da nossa sujeira que Ele fez brotar a vida, e hoje podemos colher o melhor fruto, o mais saboroso e que tem o melhor perfume. Jesus nos resgatou da podridão e nos deu uma vida nova”, enfatizou.

Dom José Benedito disse, também, que o Círio Pascal que se consome ao

longo do tempo é como Cristo que dá a vida por todos. “Que nós, cristãos batizados, à semelhança do Círio Pascal, pos-

samos consumir nossas vidas para que, na comunidade e no mundo, brilhe a luz do Ressuscitado”, finalizou.

Bispos celebram o Tríduo Pascal na Missão Eucarística Voz dos Pobres

Dom Fernando José Penteado, Bispo Emérito de Jacarezinho (PR), presidiu, na capela da Casa São José Moscati da Missão Eucarística Voz dos Pobres, no Jardim Bonfiglioli, zonal Oeste da capital paulista, na Quinta-feira Santa, 6, a Missa da Ceia do Senhor, e, no Sábado Santo, 7, a Vigília Pascal. Na Sexta-feira Santa, 7, a ação litúrgica da Paixão de Cristo foi conduzida por

Claudio Vaz, fundador da Missão Voz dos Pobres. No domingo, 9, a missa da Páscoa da Ressureição do Senhor foi presidida por Dom José Benedito Cardoso. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa lembrou: “O anúncio da Páscoa é que Cristo ressuscitou e a Ressurreição é um mistério maior que a morte. Essa é a nossa esperança, alegria e força”. (BN)

No dia 1º, na Comunidade São João Batista, que pertence à Paróquia Santo Alberto Magno, Setor Butantã, a Pastoral da Saúde regional realizou um retiro com momentos de espiritualidade, adoração ao Santíssimo Sacramento e missa. Destinada a agentes de pastoral da Região, a atividade foi conduzida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e contou com a participação do Padre João Inácio Mildner, Assistente Eclesiástico da Pastoral da Saúde da Arquidiocese. (por Benigno Naveira)

AGENDA REGIONAL:

Sexta-feira, 14, às 9h – Reunião dos Coordenadores de Setor, na sede da Cúria regional.

Sábado, 15, às 8h30 – Encontro de formação do MESCs do Setor Leopoldina, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes.

Sábados, 15 e 29 – Peregrinação da imagem da Sagrada Família na Região Lapa, tanto na Paróquia Santo Estêvão Rei quanto na Comunidade Nossa Senhora Aparecida. A atividade é organizada pela Pastoral Familiar Domingo, 16, às 9h - Missa com Crismas na Paróquia São Pedro Apóstolo, Setor Lapa.

No dia 4, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Setor Leopoldina, aconteceu a comemoração dos dez anos do Terço dos Homens, coordenado por Hamilton Urbano. (por Hamilton Urbano)

Você Pergunta

Por que a nomenclatura da nossa Igreja é Católica Apostólica Romana?

O João Antonio Nogueira, aqui de São Paulo, está intrigado com um questionamento que ouviu: “Padre Cido, um evangélico questionou por que ter orgulho de ser católico apostólico romano, se foram os romanos que mais maltrataram Jesus? Por que nossa Igreja tem esse nome?”. João, há algum tempo, o mundo se comoveu com um filme muito bem feito chamado “Paixão de Cristo”. Como sabemos, houve quem criticasse o filme por achá-lo antissemita, dando a entender que foram os judeus os responsáveis

pela morte de Jesus. Na ocasião, eu me lembro muito bem de que Dom Cláudio Hummes, à época Arcebispo Metropolitano, se manifestou publicamente para dizer que a Igreja não ensina mais, como fez no passado, que foram os judeus que mataram Jesus.

Como sabemos, em nossa língua portuguesa, inventou-se até um verbo, o verbo judiar, que tem entre seus significados maltratar alguém, como os judeus fizeram com Jesus. Esta acusação também é outro equívoco, fruto seja da ignorância, seja de má fé. Também não foram os romanos que mataram Jesus.

A reflexão cristã profunda mostra

que Jesus assumiu livremente a morte para que tivéssemos vida. Com sua Morte e Ressurreição, Jesus reparou a ofensa que fizemos a Deus, recusando caminhar nos seus caminhos. A cruz de Jesus foi a grande e imensa ponte que Ele lançou sobre o abismo entre nós e Deus por causa da desobediência de nossos primeiros pais.

O adjetivo pátrio “romana” de nossa Igreja quer dizer que Jesus nasceu em uma região dominada pelo Império Romano, como lemos em Lucas, 1. Quer dizer, também, que o apóstolo Pedro, entendendo que, sendo Roma o centro do mundo no seu tempo, poderia ser

um centro difusor da Boa-Notícia, do Evangelho de Jesus. Pedro foi a Roma. Paulo também. Eles e outros discípulos lá estão sepultados.

Nossa Igreja é católica porque é o novo povo de Deus formado de todos os povos: judeus, romanos, gregos, brasileiros etc. Nossa Igreja é apostólica porque nasceu sobre as 12 colunas dos apóstolos e anuncia o ensinamento que os apóstolos receberam do próprio Cristo. O Papa é sucessor de Pedro. Os bispos são sucessores dos apóstolos. E nossa Igreja é romana porque, tendo nascido no Império Romano, tem sua sede em Roma, onde reside o Papa.

18 | Regiões Episcopais/Fé e Vida | 12 a 18 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Lucia Rico Hamilton Urbano
Benigno Naveira PADRE CIDO PEREIRA osaopaulo@uol.com.br

Ele não ficou pregado na cruz, mas ressuscitou

Os votos de feliz Páscoa dos Bispos Auxiliares Ele sabia que aquela cruz não duraria muito tempo

DOM JOSÉ BENEDITO CARDOSO

BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO LAPA

Querido irmão e irmã, Cristo Ressuscitou verdadeiramente, aleluia, venceu a morte com amor. Passado os dias da Paixão do Senhor, somos agraciados com os frutos que brotaram da árvore da vida, por meio da cruz em que Jesus foi crucificado. Lembramos, por meio de São Lucas, que os discípulos de Emaús estavam desarmados, voltando para casa, e Jesus se põe no meio deles e ajuda a abrir os seus olhos e reconhecer que Ele não é um derrotado, não é um forasteiro, não ficou pregado na cruz, mas ressuscitou. Isso também eles experimentam no partilhar do pão, quando seus olhos ali se abriram e seus corações foram tocados. Então, voltam para a cidade se juntando àqueles que estavam em Jerusalém. O Tempo Pascal é um tempo de vivermos uma espiritualidade bíblica intensa, de valorizar as celebrações pascais, sobretudo o domingo, Dia do Senhor, tempo de viver em comunidade, que não pode estar dispersa, mas aberta à missão para a qual Jesus nos envia, uma igreja em saída. Tempo Pascal é tempo também de vermos as obras de caridade. Jesus nos diz: “Dai-lhes vós mesmos de comer”, dar pão a quem tem fome. Vivamos este Tempo Pascal de maneira intensa. Deus abençoe a todos. Feliz Páscoa!

A vida vence a morte, o amor vence o ódio

DOM ÂNGELO ADEMIR MEZZARI, RCJ BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO IPIRANGA

Cristo Ressuscitou, Ele vive, nós cremos, acreditamos, anunciamos, testemunhamos essa verdade fundamental da nossa fé. Por isso, a cada um, às vossas famílias, às nossas comunidades, a todos os irmãos e irmãs, queremos desejar que seja uma Páscoa de paz, de esperança e de alegria. A vida vence a morte, o amor vence o ódio, a alegria vence toda a tristeza, pois Cristo Ressuscitou! É um dia especial, é realmente o dia que o Senhor fez para nós. Por isso, alegremo-nos e exaltemos. Caros, irmãos e irmãs, queridas famílias e comunidades, que seja uma Páscoa de paz, de amor, de esperança e de dignidade. Que o Senhor esteja presente em cada um de nós, presente onde nós vivemos e testemunhamos a nossa fé. Feliz Páscoa da Ressurreição, muitas bênçãos, muita paz!

Um grande convite para a nossa ressurreição

DOM ROGÉRIO AUGUSTO DAS NEVES BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO SÉ

“Ele não está aqui, ressuscitou”, disse o anjo! Querido irmão, querida irmã, é um erro buscar Jesus no mundo da morte. Ele está vivo para sempre, venceu o último dos inimigos, a morte. Nunca poderemos encontrá-lo onde a vida está morta, pois foi Ele quem disse: “Eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”. Ele está presente com o seu espírito, está presente na Eucaristia, se faz presente em cada ação de amor, em cada esforço pela paz, em cada mão que se abre para repartir o pão, em cada braço que restaura a vida. Ele se faz presente cada vez que levantamos e somos capazes de recomeçar. Páscoa é passagem: deixe o Cristo Ressuscitado passar na sua vida, deixe ser encontrado por Ele. Jesus ressuscitou! E o Cristo, venceu a morte, está entre nós e nos oferece a sua paz. Paz para o mundo atravessado pelos conflitos das diversas guerras, que gera consequências desastrosas para toda a humanidade, entre elas fome, dor, violência, desumanização e morte. Celebrar a Páscoa a cada ano é crer na Ressureição, assumindo e configurando a minha vida, a nossa vida, à vida de Cristo. Identificando-se com Ele, é ter diante de si os desafios da vida para propagar a esperança que brota do Ressuscitado, tornando-se um lugar de luz para quem insiste em viver nas trevas. Lembre-se: a esperança não decepciona. Uma feliz e santa Páscoa, cheia de esperança!

Feliz Páscoa a todos! Nós meditamos nestes dias o grande mistério da Ressureição de Cristo, que antes de tudo é um fato real. É preciso que nos lembremos sempre de que pela fé da Igreja, não é que nós interpretamos que Jesus não morreu ou que Ele ressuscitou, mas que, de fato, ressuscitou. Em segundo lugar, nós recordamos que a Ressureição de Cristo, ao ser celebrada e comemorada por nós, é também um grande convite para a nossa ressurreição, isto é, para a nossa renovação de vida, para que possamos ser assumidos pela fé que nós professamos, que do Batismo que recebemos, passemos aos missionários e discípulos e Ele deseja que nós o sejamos. Por isso, desejo a todos esta graça de renovar a vida em Cristo para viver melhor e anunciar que Ele vive e está no meio de nós!

A última palavra é a vida, é a Ressurreição

Na Quinta-feira Santa, Jesus institui a Santíssima Eucaristia e o sacramento da Ordem; na Sexta-feira Santa, recordamos a Paixão em que Jesus percorre a via-sacra e é crucificado no calvário, entregando a sua vida por nós. Seu corpo é sepultado e, na manhã do domingo, Ele ressuscita para nunca mais morrer. Portanto, a última palavra é a vida, é a ressurreição. Jesus ressuscita para que nós ressuscitemos junto com Ele. Jesus entrega sua vida por nós, e, portanto, o tempo de Páscoa é de muita união com o Nosso Senhor, de muita alegria, de reviver junto Dele os seus passos, e de participar com alegria de sua Ressurreição.

BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO SANTANA

Estamos vivendo mais um Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele sabia que aquela cruz não duraria muito tempo. Muitas das pessoas que andavam com Ele, nos minutos finais debandaram, mas outros permaneceram; aqueles que ficaram é que sabiam que aconteceria a vitória da vida sobre a morte, da vida sobre o pecado e, por isso, permaneceram com Jesus, pois sabiam que a cruz não duraria muito tempo. Entre essas pessoas estavam Maria, a Mãe de Jesus, que finalmente aos pés da cruz compreendeu as palavras do velho Simeão no templo: 'Eis que uma espada de dor haverá de transpassar a sua alma'. Maria, porém, confiou na Ressurreição do seu filho como nós acreditamos que Jesus está vivo e está no meio de nós e conduz a nossa vida e a nossa história. Agradeçamos a Deus, louvemos o Senhor, “mesmo na tempestade, mesmo que se agite o mar”, como diz a canção, louvemos o Senhor. Louvemos em verdade, pois somente temos o nosso Deus e Nele está a nossa herança. Uma feliz, santa e abençoada Páscoa!

Diante da Cruz, conhecemos a nós mesmos e a Deus

A Páscoa é a vitória de Jesus sobre o pecado e a morte. Ela só acontece porque primeiro passamos pela Sexta-feira Santa: o mistério de um silêncio que se inicia com a Cruz, passando pelo Sábado Santo e chegando, enfim, ao raiar da Ressurreição no Domingo de Páscoa. Diante da Cruz, conhecemos a nós mesmos e a Deus. O mistério da Paixão é, antes de tudo, contemplar o Senhor para extrairmos o conhecimento de nós mesmos e o de Deus. Neste tempo, portanto, de tantas dores, sofrimentos e mortes, somos convidados a um ato de fé profunda, exatamente na Ressurreição do Senhor. Por isso, a Páscoa é esta vitória de Deus sobre a morte, sobre este silêncio que se irrompe diante da Cruz. Com isso, podemos fazer a seguinte oração: “Senhor, nós queremos olhar para ti para conhecer o Pai; da Cruz, Tu nos revela o Pai. Revela-nos, Senhor, o mistério da Cruz. Faz com que não tenhamos medo, faz com que Nele conheçamos a Deus, conheçamos a Ti, Filho do Pai, conheçamos a nós mesmos, pecadores redimidos”. A Páscoa é exatamente a vitória sobre o medo. Jesus venceu a morte, ressuscitou, passou pela experiência da cruz, pelo silêncio da morte, e nos deu a vida. Uma feliz e santa Páscoa a todos! Que o Senhor possa ressuscitar em nossas vidas, famílias e no mundo todo!

* Essasmensagensforamgravadasemvídeopelosbisposàrádio 9 de Julho e veiculadas no Sábado Santo e no Domingo de Páscoa (Transcrição: Cleide Barbosa / rádio 9 de Julho)

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DOM CÍCERO ALVES DE FRANÇA BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO BELÉM
DOM CARLOS LEMA GARCIA BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE E VIGÁRIO EPISCOPAL PARA A EDUCAÇÃO E A UNIVERSIDADE
Ele está vivo para sempre, venceu o último dos inimigos, a morte
DOM CARLOS SILVA, OFMCAP. BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO BRASILÂNDIA

Nesta Páscoa, Francisco convida cada um a recordar ‘seu primeiro encontro com Jesus’

Quando foi o seu primeiro encontro com Jesus? Quando é que Ele se tornou alguém importante para você? Na Vigília Pascal deste ano, no Sábado de Aleluia, 8, o Papa Francisco convidou cada cristão a se lembrar deste momento e revivê-lo hoje. “É o ‘lugar’ no qual você conheceu Jesus em pessoa, no qual, para você, Ele não permaneceu um personagem histórico como outros, mas se tornou a pessoa da vida: não um Deus distante, mas o Deus próximo, que conhece você mais do que qualquer outro e ama você mais do que qualquer outra pessoa”, explicou.

Refletindo sobre as leituras bíblicas que narram a Ressurreição de Jesus, conforme o Evangelho de São Mateus (28,1), o Papa mencionou que os discípulos, depois de encontrarem o sepulcro vazio, “renascem” em esperança. As mulheres, primeiras a ouvirem do anjo o anúncio da Ressurreição, descobrem que Jesus está vivo e aguarda a todos na Galileia. Neste instante, refletiu Francisco, os discípulos que até então viviam na desolação e no desespero causados pela morte de Cristo, recuperam as energias, a alegria, e entendem que devem ir novamente ao seu encontro.

DA DOR À ESPERANÇA

“Às vezes acontece também conosco, pensar que a alegria do encontro com Jesus pertence ao passado, enquanto no presente conhecemos sobretudo os túmulos sigilados: aqueles das nossas desilusões, dos nossos amargores, da nossa desconfiança, aqueles do ‘não há mais nada a fazer’ ou ‘as coisas não mudarão nunca’, ‘melhor viver o dia de hoje’, pois ‘amanhã não há certeza”’. Em vez disso, em vez de viver “oprimidos pela tristeza, humilhados pelo pecado”, abatidos por algum fracasso ou preocupação, é preciso deixar-se inspirar pelo encontro com Cristo, declarou o Papa.

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Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

Oitava da Páscoa: um dia não é suficiente para celebrar a Ressurreição do Senhor https://curt.link/s9eA8w

Comissões da CNBB oferecem itinerário para adolescentes aprofundarem encontro com Cristo https://curt.link/9ZK2um

Na Via-Sacra no Coliseu de Roma, 20 mil pessoas fazem ecoar os pedidos pela paz https://curt.link/R79f6N

Congresso destaca a ação evangelizadora da Igreja na América Latina e no Caribe https://curt.link/50Yo9P

Primeiro dia de vacinação contra influenza tem aplicação de mais de 37 mil doses na capital https://curt.link/Lq8b3c

Em vez de perguntar sempre “Por quê?” olhando para o passado, disse o Pontífice, é preciso, na Páscoa, abrir-se para o futuro. Quando o anjo lhes comunica que Jesus “ressuscitou como disse”, os apóstolos saem em missão, abandonam o cenáculo, fechados entre si, e voltam para a Galileia, região onde todo o percurso com Cristo começou. “Ali, o Senhor os havia encontrado e chamado pela primeira vez. Portanto, voltar à Galileia é voltar à graça original, é readquirir a memória que regenera a esperança, a ‘memória do futuro’, com a qual fomos marcados pelo Cristo Ressuscitado”, afirmou.

RECORDAR E CAMINHAR

É preciso “superar a sensação de der-

rota” que às vezes a vida nos impõe e “rolar a pedra do sepulcro onde muitas vezes confinamos a esperança”, disse o Papa. “A Páscoa do Senhor nos leva ao nosso passado de graça, nos faz ir à Galileia, onde começou nossa história de amor com Jesus, onde ocorreu o primeiro chamado. Pede-nos, portanto, para reviver aquele momento, aquela situação, aquela experiência em que encontramos o Senhor, experimentamos seu amor e recebemos um olhar novo e luminoso sobre nós mesmos, sobre a realidade, sobre o mistério da vida”.

Essa recordação deve orientar nossos projetos futuros. “Cada um sabe onde é a sua própria Galileia, cada um de nós conhece o próprio lugar de ressurreição interior, aquele inicial, aquele fundante, aquele que mudou as coisas”, acrescentou, na homilia. “Recorde e caminhe: volte a Ele, reencontre a graça da ressurreição de Deus em ti. Volte para a Galileia. Volte para a sua Galileia.”

ANÚNCIO E ENCONTRO

Durante a oração do Regina Coeli, na segunda-feira, 10, que é feriado na Itália e no Vaticano, o Papa Francisco destacou o fato de que as mulheres foram as primeiras a notar que o corpo de Cristo não estava mais no sepulcro. Sua curiosidade e a vontade de não permanecer “paralisadas pelo medo e pela tristeza”, como os outros discípulos, as leva a ir

até o local onde Ele havia sido sepultado, simplesmente para homenageá-lo e estar com Ele. “Esse é o caminho para o Ressuscitado”, disse o Papa, “Sair dos nossos temores, sair das nossas angústias.” Enquanto elas correm para dar o anúncio aos outros discípulos, Jesus vem ao encontro delas – recordou o Papa. Da mesma forma, “quando nós anunciamos o Senhor, Ele vem até nós”, completou o Santo Padre. “Às vezes, pensamos que o modo para estar perto de Deus é o de tê-lo bem perto de nós, porque depois, se o expomos e começamos a falar, chegam juízos, críticas, talvez não saberemos responder a certas perguntas ou provocações”, continuou. Mas, em vez disso, “o Senhor vem enquanto se anuncia. Você sempre O encontra no caminho do anúncio. Anuncie o Senhor e você O encontrará”, afirmou. “Encontra-se Jesus testemunhando-O.”

URBI ET ORBI

Como é tradição no Domingo de Páscoa, o Papa Francisco presidiu a celebração da Eucaristia na Praça São Pedro e, em seguida, conferiu a bênção Urbi et Orbi –para a cidade (de Roma) e para o mundo. Antes da bênção, o Pontífice menciona sempre situações de instabilidade social e sofrimento por todo o mundo.

Além da guerra na Ucrânia, ele citou a Terra Santa e o Oriente Médio, e as vítimas do terremoto na Turquia e na Síria. Também rezou pelo Líbano, Haiti, Etiópia, Sudão do Sul e República Democrática do Congo. Entre os países em que a Páscoa foi celebrada com dificuldades, por causa da perseguição, ele listou a Nicarágua e a Eritreia. Falou, ainda, das vítimas do terrorismo em Burkina Faso, Máli, Moçambique e Nigéria. Pediu a paz em Mianmar, e pediu justiça para o povo Rohingya.

“Confortai os refugiados, os deportados, os prisioneiros políticos e os migrantes, especialmente os mais vulneráveis, bem como todos aqueles que sofrem com a fome, a pobreza e os efeitos nocivos do narcotráfico, do tráfico de pessoas e de toda a forma de escravidão”, rezou Francisco.

Recuperado, Pontífice preside celebrações do Tríduo

Depois de passar três dias internado por causa de uma bronquite pulmonar, o Papa Francisco presidiu todas as celebrações litúrgicas da Semana Santa. Conforme já ocorria antes da internação, ele tem chegado de cadeira de rodas às cerimônias e permanece sentado na maior parte do tempo. Embora o Papa seja o celebrante principal, um cardeal geralmente o auxilia durante a Liturgia Eucarística.

No Domingo de Ramos, celebrado normalmente na Praça São Pedro, ele fez a procissão no papamóvel. Na Quinta-feira Santa, presidiu pela manhã a Missa

Crismal, com a bênção dos Santos Óleos com o clero da Diocese de Roma, na Basílica de São Pedro. Para a Missa da Ceia do Senhor, que tem o rito do lava-pés e também remete à instituição da Eucaristia, Francisco foi até a casa de detenção de menores infratores Casal de Marmo, e lavou os pés de 12 detentos.

Na Sexta-feira Santa, ele presidiu a celebração da Paixão do Senhor, cuja homilia é feita pelo pregador da Casa Pontifícia, o Cardeal Raniero Cantalamessa. Entretanto, o Papa seguiu a recomendação médica e cancelou a participação na famosa via-sacra no Coliseu de Roma,

por causa das baixas temperaturas deste início de primavera na Itália. A bênção final no evento foi concedida pelo Cardeal Angelo De Donatis, Vigário do Papa para a Diocese de Roma.

Desse modo, a devoção popular foi mantida. As meditações, desta vez, foram escritas por diferentes vítimas de violência pelo mundo, associando a dor de Cristo na Cruz à dor humana de pessoas dos dias atuais. Descansado, Francisco presidiu, como previsto, a celebração da Vigília Pascal, no Sábado de Aleluia, e a missa do Dia de Páscoa, no domingo. (FD)

20 | Papa Francisco | 12 a 18 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
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