Jornal VivaDouro ed60 março 2020

Page 17

MARÇO 2020

VIVADOURO

17

Destaque nas. Para a OMS, apenas um fármaco parece ter eficácia real. Depois de ter sido usado, com sucesso, no primeiro doente nos EUA, o Remdesivir vai ser usado nos doentes italianos.

• Evitar consumo de carne crua ou mal passada; • Lavar regularmente as mãos com água e sabão ou produtos à base de álcool; • Manter distância (pelo menos um metro) de pessoas que estejam com sintomas visíveis, como tosse, espirros ou febre; • Usar máscara respiratória para evitar a propagação de qualquer doença respiratória. O uso isolado da máscara, contudo, não garante nada, uma vez que o vírus também se transmite através do contacto com superfícies infetadas. O conselho é usar máscara por precaução apenas se tiver sintomas de doença respiratória (tosse ou espirros). • Mas também há regras para usar a máscara devidamente: lavar as mãos antes de colocar a máscara, evitar tocar na máscara enquanto a usa, e, quando a tirar do rosto, deve ter atenção para não tocar na parte da frente. Uma das dúvidas mais frequentes é se é seguro receber uma encomenda vinda da China, mas a Organização Mundial de Saúde tranquiliza neste ponto: “É seguro. As pessoas que recebam encomendas da China não correm risco de ser infetadas pelo novo vírus, uma vez que, a avaliar pela experiência com outras estirpes de coronavírus, o vírus não permanece muito tempo neste tipo de objetos, como pacotes ou cartas”, lê-se no site da Organização Mundial de Saúde.

É possível recuperar da doença? A esmagadora maioria dos infetados recupera do vírus sem precisar de um tratamento específico. Uma em cada seis pessoas fica gravemente doente e tem dificuldades respiratórias, sendo que os idosos e as pessoas que já tenham problemas de saúde como hipertensão, problemas cardíacos ou diabetes são os que têm uma maior probabilidade de ficarem gravemente doentes. Apenas uma pequena percentagem de doentes morre devido ao Covid-19. Quem não esteja ou não tenha viajado para uma zona com casos confirmados, ou não tenha tido um contacto próximo com alguém que tenha estado num desses países e não se esteja a sentir bem, tem uma probabilidade baixa de contrair este vírus, refere ainda a OMS. Há algum tratamento ou vacina para o Covid-19? Não. Tanto a DGS como a OMS referem o mesmo: atualmente não existe uma vacina, embora estejam a decorrer várias investigações para a desenvolver. Também não há nenhum tratamento específico para o novo coronavírus, havendo apenas tratamento para os sintomas que o doente possa apresentar (tosse, febre, entre outros). A OMS reforça ainda que os antibióticos não servem para tratar vírus, uma vez que só têm efeito em infeções bacteria-

Em caso de uma suspeita de infeção, qual é o processo? Em primeiro lugar, é preciso que um caso seja validado como suspeito. Para isso, de acordo com a mais recente orientação da DireçãoGeral de Saúde (DGS), a pessoa tem de ter uma infeção respiratória (febre ou tosse ou dificuldade respiratória), que pode levar ou não à hospitalização, e tem de ter estado em “áreas com transmissão comunitária ativa” — isto é, China, Coreia do Sul, Japão, Singapura, Irão e Itália — nos últimos 14 dias antes de começar a ter sintomas. Doentes que apresentem os critérios clínicos acima mencionados e tenham estado em contacto ou com um doente infetado ou com um caso suspeito duas semanas antes de aparecerem os sintomas ou então com um profissional de saúde que tenha estado a tratar pacientes com Covid-19 também são considerados casos suspeitos. Se tiverem alguns dos sintomas associados à infeção, as pessoas devem — e antes de irem a qualquer unidade de saúde — ligar para o SNS24 e é através deste número que irão receber as devidas orientações. Cabe à DGS, juntamente com um médico de um dos três hospitais de referência, validar o caso como suspeito, tendo por base o relato do paciente. Se for considerado suspeito, é acionado o INEM para fazer o transporte do doente. Quais são os hospitais que já estão preparados para receber doentes? Há três hospitais que estão “permanentemente preparados” para receber doentes com coronavírus ou casos suspeitos de infeção, segundo a diretora-geral da Saúde, Graças Freitas: o Hospital de São João, no Porto — que admite tanto adultos como crianças —, o Hospital Curry Cabral e o Hospital Dona Estefânia, ambos em Lisboa. O primeiro recebe apenas adultos enquanto que o último só pode internar crianças. Entretanto, com o avançar do crescimento da epidemia, foram entretanto ativados alguns hospitais de segunda linha, que estão agora preparados para receber doentes infetados com Covid-19. São eles: • Hospital de Braga • Hospital de Santo António (Porto) • Hospital Pedro Hispano (Matosinhos) • Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (incluindo o hospital pediátrico) • Hospital da Guarda

• Hospital de Santa Maria (Lisboa) • Hospital de Faro • Hospital Dr. Nélio Mendonça (Madeira) • Hospital Santo Espírito (Açores) “Em última análise, se houver uma escala e se evoluirmos para epidemia no nosso país, no futuro todos [os hospitais] estarão preparados para receber doentes“, afirmou Graça Freitas, Diretora Geral de Saúde. Devo evitar hospitais e outras áreas públicas? Sim. A recomendação da DGS é a de ligar para a linha Saúde 24, antes de qualquer outra coisa, no caso de ter os sintomas já descritos, de tiver viajado para algum país onde haja foco de infeções ou se tiver tido contacto com alguém infetado. Quanto a outras áreas públicas, o Governo já anunciou o encerramento de espaços como escolas, discotecas e bares. Os centros comerciais passarão a ter um número limite de pessoas que podem entrar. Quanto aos restaurantes, terão de limitar a sua capacidade a 1/3 do habitual. A que outros objetos devo estar atento? China e Coreia do Sul têm estado a desinfetar notas bancárias, por receio de que o vírus possa sobreviver na superfície, enquanto a Organização Mundial de Saúde aconselha uso de tecnologia contactless nos pagamentos. Mas há mais objetos do nosso dia a dia que contribuem em larga medida para a propagação do vírus, depois deste alerta dirigido ao uso do dinheiro: • Comandos de televisão ou ar condicionado; • Puxadores de portas; • Copas do escritório; • Máquinas Multibanco e bilheteiras automáticas; • Corrimãos; • Superfícies de casas de banho públicas; • Apertos de mãos em hospitais; • Telefones; • Lugares de avião; O isolamento, é obrigatório? Não é obrigatório. Contudo, tendo em conta o evoluir da situação, o Governo decretou estado de alerta, o que significa que os contactos sociais serão mais reduzidos e que os ajuntamentos devem ser evitados. Várias empresas começaram já a adotar planos de contingência para que alguns funcionários trabalhem a partir de casa. O mesmo está a ser aplicado na função pública. Múltiplas autarquias decidiram encerrar espaços como piscinas municipais, salas de espetáculos e museus. Vários instituições de ensino superior fecharam também portas. ▪


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.