(Recordações)
Autor
JOSÉ GAMEIRO 1
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Não há necessidade de que morra para que seja escrita uma biografia sobre mim, quero ser eu mesmo a escrevê-la. José Rodrigues Gameiro
3 JOSÉ RODRIGUES GAMEIRO AUTOBIOGRAFIA (Recordações)
Edição: Papel A5 – Brochado e PDF Data: 16.Abril.2018 Autor: Gameiro, José Editor: Gameiro, José Rodrigues Rua Padre Cruz, 64 2120-059 Salvaterra de Magos Capa: Design Gráfico e Paginação José R. Gameiro http.www.historiasalvaterra.blogs.sapo.pt e-mail: josergameiro@sapo.pt *************** O Autor não segue o Acordo Ortográfico de 1990 ******************
4 PARA O Rolando e Ângelo Miguel. e ainda para Catarina Sofia, e Tiago José
A humilde, e a persistência levam à realização dos nossos sonhos. Eu, sonhei e realizei-me !... Apaixonados, naquilo em que nos empenhamos vemos melhor o mundo dos mais necessitados, e ele existe para lá do nosso!... Eu, empenhei-me porque vi esse mundo !... Decerto, sentiremos a felicidade daqueles que têm menos que nós !... Eu, fui feliz porque vi a felicidade à minha volta !.. *José Gameiro
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JOSÉ GAMEIRO ESCRITOR/ CRÓNISTA DA HISTÓRIA LOCAL
Salvaterra de Magos A CRÓNICA:
- Os conceitos retirados da "história", podem levar a fazer a "Crónica", ou "Anais" que em parte se confundem, e ambos podem levar a fazer uma "crónica", mas a recolha de dados cronológicos, da vida etnografia de um povo levam à feitura de Anais, que assim ajudam a fazem a divulgação dos eventos por anos épocas diferentes, com pouca informação retirada da fonte. - Na Crónica, é usada mais a literatura como narração dos acontecimentos, não dando uma imagem rígida a transmitir ao leitor, mesmo mas situações vividas pelo autor. - As primeiras crónicas conhecidas na Europa foram escritas em latim - Em Portugal, foi no séc. XIV, que a crónica em Língua portuguesa passou a ser conhecida, com a Crónica Geral de Espanha,escrita em 1344,por Pedro Afonso, Conde de Barcelos No século XV o principal cronista foi Fernão Lopes, autor de diversas crónicas dedicadas aos reinados dos primeiros reis portugueses.
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OS MEUS PAIS José Gameiro Cantante – Felisbela Lopes Rodrigues
DE CRIANÇA AO ENCONTRO DA JUVENTUDE
UM PERCURSO DE VIDA
7 JOSE RODRIGUES GAMEIRO Nasci em Salvaterra de Magos, povoação em pleno coração da Lezíria ribatejana, filho de pais cuja origem se perde na vida rural, e nestas condições eram analfabetos. Naquele tempo o povo vivia uma pobreza extrema que grassava pelo país, agravada com a II guerra mundial, que estava para durar, Naquele tempo as alcunhas – muitas vinham de gerações, eram usadas, sendo mais fáceis de decorar, que os nomes e na minha família também existia os apodos: Pataco, Caldeira e Barroco. Vivia-se o tempo da Páscoa, e os meus pais, uma jovem família morava numa pequena casa de uma empena, na rua conhecida “baixo dos arcos” (rua Heróis de Chaves) – uma restea de casario, que foi da casa da guarda do Paço real da vila. O ferreiro; Manuel Vieira Lopes, tinha comprado um vasto lote – onde se incluía as Chaminés, numa venda público, realizada no tribunal de Coruche, o inicio da década de 30 do séc. XX. No dia 16 de Abril de 1944, quando a tarde ia a meio, nasci eu, e fui o primeiro filho de uma prole de três rapazes, Os meus pais, viviam das jornas do trabalho do campo. Um dia meu pai, percorrer outros caminhos, em busca de outros e melhores proventos – muito andarilhou, e quando
8 nasci estava na construção do Estádio Nacional, em Lisboa. Em 1949 entrou para o serviço da Câmara Municipal, foi limpar/recolher lixo das ruas da vila – havia uma carroça puxada a animal. O quadro daquele pessoal passou a ser de 5 empregados. Minha mãe continuava a trabalhar no campo, e eu ficava nos braços da minha avó materna – Maria Lopes, ou de alguma ama. Por vezes acompanhava a minha progenitora a pé, ainda com a madrugada bem longe do dia, Os ranchos de mulheres levavam os seus filhos (rapazes e raparigas) e a hora da ferra do trabalho era antes do sol nascer, e despegavam depois do sol posto. Algumas vezes fui nas caminhadas pelo valado da vala, até ao Bico da Goiva, em dias de frio e nevoeiro – era tempo da poda da vinhas.
A água para o consumo da casa dos meus pais, era retirada (por favor), numa bomba existente num Páteo rodeado de grandes celeiros que chegaram a ser usados pela JNPT, ali a dois passos da nossa habitação. No ano de 1985, aquela Bomba de Água, viria a servir de símbolo à Escola Profissional que ali foi instalada.
9 Aos 5/6 anos de idade, já brincava dentro das antigas Chaminés, que foram do Paço Real, com António Gonçalves Lopes, e a irmã Idalina, sob a vigilância da sua avó D. Irene, que recomendava – tenham cuidado!.. Na rua as brincadeiras eram escassas, não havia meninos, mas bem me lembro do António Carlos Costa Paiva, que morava ao meu lado. Há noite lá ia ver os mais crescidos brincarem no Jogo da Rolha, no Largo do Lopes, ali a dois passos de casa. Quando os guardas da GNR, na ronda das 10 horas, apareciam era de ver, todos fugíamos – alguns iam presos. Os pais tinham de ir buscar os meninos e pagarem uma multa. Bem me lembro das brincadeiras naquele Largo com o João Firmo Ramalho, e quando ele partiu um braço, quando caiu na vala em construção, para os esgotos públicos. Por vezes, minha mãe levava-me aos Tanques do Rego, quando ia lavar a roupa. Meu avó Paterno; António Silva Cantante (António Pataco) morava ali ao lado numa barraca, e lá andava naqueles terrenos baldios guardando algumas cabeças de vacas, cabras e ovelhas. ~ minha avó, Emília, fazia queijos e vendia o leite a tirar dos animais. 1964 – Eu, com os meus avós: António Pataco e Emília, junto à barraca, onde vivam no Rego, Ali, tinham espaço para criar os animais.
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Passei por uma mestre-escola – a Mestra; Maria Augusta Moisés. Algumas vezes levava pela mão até aquele lugar de ensino; Manuela Marques Lopes e sua prima; Maria Irene Lopes Pinto. O primeiro mês de 1951 estava a decorrer, o Natal, e o Ano Novo tinham sido comemorados, com alguns pratos de arroz doce na mesa. O meu pai que tinha sido aprendiz de padeiro, amassou num alguidar de barro a massa para minha mãe fazer uns velhozes, lá os foi fritando numa pequena frigideira, à mistura com fatias de pão embrulhadas em ovo, bem passadas naquele no óleo, sendo polvilhadas em canela e açúcar. A visita do pai natal à minha chaminé, tal como nos anos anteriores, foi deixar num sapato, um bonito par de meias. Ainda guardo na minha lembrança, um ciclista, tudo feito em madeira. Estava a meio o dobrar do século, era tempo da mudança de casa, meu pai encontrou uma casa - a renda era um pouco mais barata, no Botaréu da vila, na rua de baixo, ali junto à Capela, e para lá foi viver a família.
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A minha chegada à vala real, naquele Domingo de Junho, coincidiu com o tempo de eleições presidências em Portugal, o Gen. Craveiro Lopes, era candidato do regime – Estado Novo. O rapazio da zona, logo me cercou e sentados na muralha não deixavam de saber quem eu era e donde vinha – lá disse; sou o José Lopes, (nome que minha mãe dizia, pois tinha um irmão com aquele nome),filho do José Pataco, empregado na câmara, e faz a limpeza do lixo nas ruas. Que rizada foi aquela do grupo que muito me envergonhou !... O João José Naia Cunha; João Cardoso; João José Henriques Miranda (o João Preguiça); João Cabaço Lino; Manuel Pereira (Manuel Lagoncha); irmãos Carramilo (João e o Manuel), José António e o irmão Ernesto Lapa, e outros que a memória não guarda, eram testemunhas do baptismo. – O Manuel Augusto Naia, logo tinha de me “baptizar” -: Craveiro Lopes. O futuro nos diria; que o Manuel Naia, celebrou muitas cerimónias de baptismos – enveredou pelo vida sacerdotal !... Nas águas da vala aprendi a nadar, e em pleno Verão lá andavam as raparigas, filhas de Varinos e Fragateiros à mistura com os rapazes, brincávamos, dava prazer mesmo com os mergulhos que fazíamos da ponte para água corrente e atravessar desde o valado até ao cais e voltar na sua água límpida. Os jovens da vila, vinham nadar na vala e as dezenas de fragatas e bateiras de pesca, com o cais cheio de mercadorias serviam de cenário.
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Jogávamos ao Berlinde/ ou no Botaréu, o Jogo do pé coxinho, no Botaréu, fazendo passar entre as junções das Lajes, uma pedra de uma ponta à outra daquela encosta da Capela.
Jogos com Berlinde
Arco e Gancheta
1951 – Fragatas aportadas, na Vala real – Foto Alex Cunha
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Escola Primária - Presidente Carmona - 1951
1955/56 Alunos – 4ª Classe Instrução Primária José Gameiro é o último – 1ª fila lado Dtº Profª Natércia Assunção
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O TEMPO DA ESCOLA Depressa chegou o tempo de entrar na escola e fazer novas amizades. Era um mundo novo para mim, toda uma classe de rapazes com bata branca, sentados dois a dois em bancos corridos. Logo de inicio o Prof. Armando Duarte Miranda, Perante os meus documentos, lá corrigiu que eu, não tinha o nome de José Lopes – mas sim; José Rodrigues Gameiro. Uma outra situação foi corrigida ao longo dos dias – a minha tendência de escrever era com a mão esquerda. Perante tal insistência daquele docente, passei a escrever com a mão direita. O tempo passou e quando necessário ainda lá vou escrevendo – com as duas mãos. Um dia naquele tempo de escola, foime atribuía a Carteira, onde o meu parceiro, era o Manuel Marques Francisco (o Manel Sapateiro), que manifestava um jeito a escrita em verso/ poemas, enquanto eu, gostava da prosa / crónica. Os cinco anos de escola, foi um tempo de grande aprendizagem e evolução como ser humano que despontava, não era traquina, nem um palestrante nato, refugiava-me no anonimato, talvez na humildade, que sempre fui usando como retrato o seio familiar – meus pais eram considerados e respeitados na comunidade. Gostava de aprender, tinha mesmo gosto !... Um dia em casa da minha professora, em aulas suplementares – toda a turma repetente da 3ª
15 classe ali estava, teria que estar ao nível dos seus alunos que com ela vinham desde o primeiro dia de aula – dizia com determinação !... Estávamos ali ao lado das ruínas do Palácio da Falcoaria, e fiz a pergunta – desde quando vem aquela construção. Não caiu, no esquecimento – uns dias depois tinha na sua posse a chave de acesso ao Pombal, e lá nos mostrou, uma construção que no interior
era redonda e na parede estava
cheia de buracos (eram os ninhos para criação das aves). Não podemos entrar - o interior estava cheio de peças de antigas mobílias. Mas lá nos foi adiantando, que segundo alguns autores, a Falcoaria é do séc. XVIII, e pertenceu à Real Falcoaria Portuguesa. Da primeira até à 3ª classe, o tempo era repartido entre a escola e as brincadeiras da rua. Os jogos com bola no cais, (os rapazes jogavam descalços) ~ e por vezes lá havia as topadas no dedo grande), o que dava algumas dores com a unha descolada no dedo. O apanhar pássaros nos salgueiros, acabados de plantar no valado – para segurar as terras, e nas Amoreiras, ali junto ao
16 velho Celeiro. O rapazio usava uma fisga, com tiras de borracha feitas das câmaras-de-ar das bicicletas. e pequenas pedras redondas. Os pássaros fritos, em banha de porco eram uma delícia. Na margem da vala, ali próximo da ponte ainda visíveis, havia uma pequena escadaria de pedra de lioz, do desaparecido Moinho de Arroz, cuja recordação era uma pequena e velha construção em cima do valado(1) O “passar a corda” (entrelaçando) entre os choupos – a pedido do velho pescador: João José Carinhas – a troco da recompensa de alguns rebuçados. Não há descrição plausível de emoção aqueles dias!.. Andar com os cabritos ao colo, acabados de nascer, o grupo de meia dúzia de rapazes não era sempre o mesmo, guardávamos as cabras do Ernesto Cigano, naquele vasto terreno de trásmonturos. O Ernesto, lá ficava o dia inteiro na taberna do Camilo jogando cartas, e bebendo o seu copito. *********** (1)-Minha mãe dizia, enquanto criança ter lavado roupa naquelas pedras. Na foto: Rapazes descalços na Muralha da Vala – o 3º do grupo, é José R Gameiro
17 Os mais ágeis e afoitos irmãos; José António e Ernesto Lapa, lá subiam aquelas esguias árvores para retirar folhas para a alimentação do gado. Tratem bem os cabritos, são vossos - dizia o Ernesto Cigano. Uma riqueza de crianças!,, Foram dias e anos ali vividos, que agora retirados do meu baú de recordações, não deixo de lembrar com saudades essa felicidade inebriante. A ADOLESCÊNCIA COM NOVOS AFAZERES FAMILIARES A minha juventude de menino estava dando sinal da chegada da adolescência, sentia o meu corpo transforma-se: a voz estava engrossando, e o meu tamanho era já caso de reparo, para quem estava algum tempo sem me ver. O ano de 1954, já ia adiantado, e a Primavera já dava mostras da sua presença, um dia, foi grande a azáfama na casa dos meus pais. Os meus avós maternos: João Lopes Rodrigues e Maria Lopes, tinham chegado cedo acompanhados da filha Maria Júlia, e do genro José Libório – este casal, trazia os filhos, os meus primos; Maria do Carmo e João Manuel, crianças ainda de colo. Meu pai, tinha arrendado um bocado de terra, à família Ramalho lá para os lados da margem do
18 rio Tejo, mesmo no Norte, do paredão/estrada para o Escaroupim. Ali, antigos trabalhadores de origem rural, estavam fazendo a sua Boiça, como aqui nestas bandas do Ribatejo era conhecido, um pequeno hortado. A pé lá fomos todos, com a tralha para os afazes no arranjo da terra. Era perto não chegava a meia légua, as mulheres ao chegarem logo ajeitaram o lume, o almoço estaria pronto ao dobrar do dia. Com a ajuda do Francisco Santa
Bárbara (Xico Camarão), representante da família dona do terreno, as marcações foram ajustadas junto a outros espaços já ocupados A terra de areia solta (semelhante à margem do rio) estava limpa, foi de ver meu pai e o meu tio José Libório, afadigados com uma pá pequena e estreita, usada pelos trabalhadores/valadores na reparação dos valados, a abrir um buraco redondo na terra solta. Algum tempo depois, já os dois cabiam lá dentro em pé, e a água já brotava – estava feito o poço!....
19 O meu avô, com a minha ajuda, lá andava estendendo arame queimado (daquele que se usava na feitura dos fardos de palha – no campo), na vedação da pequena Horta, e as mulheres junto a uma fogueira faziam o almoço. Alguns meses tinham passado e novas obrigações familiares me esperavam lá fui encarregado de diariamente ir à Boiça, regar as hortaliças – coisa para governo da casa, Quando havia fartura, meu pai distribuía uma “lembrança” pela família e amigos. O tempo para a brincadeira diária estava sendo escasso, e pelo meia tarde, depois de sair da escola, lá ia a pé até à Boiça. Penoso era aquele trabalho da rega, água tirada a balde com uma Picota, encharcar as regadeiras de terra solta, até os canteiros ficarem cheios – a hortaliça, ficava assim regada. Um dia, que alegria foi a minha, quando o Inverno já ia longo, com dias de gelar, mas dando mostras em algumas árvores que a Primavera, fazia negaças. Foi de ver a perícia do meu pai, enxertar num Marmeleiro, uns ramos de Pereira. O Marmeleiro, tinha sido uma vara cortada no ano anterior, daquelas que nascem e crescem a esmo, junto às vinhas. Na Horta, também fazia
20 enxertos no Feijão-verde – na época do apanho, as vagens carregadas de uma espécie diferente mais apurada – eram um regá-lo come-lo no prato, com batatas e arraia fria. Muitos anos tinham passaram, meu pai já pesado da idade e da doença, continuava a usar a bicicleta, o seu meio de transporte, lá ia à boiça um pequeno Pomar, composto de meia dúzia de árvores. Duas árvores Ginjeiras, viam-se no meio das Laranjeiras. Ainda guardo, uma garrafa de Ginja, com elas, que meu pai fabricou em casa, em 1968 – alegria a minha ver fazer tal coisa !....
LEVAR COMIDA AOS PORCOS Uma outra incumbência das minhas obrigações, era levantar em casa de algumas pessoas, os restos de comidas (levaduras), a que meus pais juntavam a hortaliças e milho cosido, fazendo as refeições diárias para 2 porcos, que engordavam por ano, com o fim de angariarem mais um pé-demeia para o pecúlio familiar. A pocilga, ficava nas traseiras do Cemitério da freguesia, em terreno que a Câmara dispensou aos mais carenciados, a par das barracas que por ali estavam construídas, havida já uma dúzia de anos – formando já um grande bairro. Ali viviam casais rodeados de grande número de filhos, tinham parcos recursos, a rondar a pobreza, que iam saindo das habitações da vila, por não terem condições económicas para aqui viverem.
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Uma tristeza de vida, barracas construídas de madeira velha, algumas tapadas com folhas de zinco, com galinhas, coelhos, ovelhas e outros animais à mistura. Depois da saída da escola e comer uma “bucha” lá ia diariamente com 2 baldes cheios de comida, desde o Botaréu/Capela, seguia pela Avenida, até à Praça de Toiros e Horta do Sopas, atravessava a EN 118, ladeava o muro do cemitério. A fábrica do Descasque de Arroz estava ao lado. A imundice de algumas pocilgas mal construídas e cuidadas grassava por ali, exalando um mau cheiro onde os animais estavam atascados até aos joelhos.
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UM CURSO SUPERIOR Feita a 4ª classe, e terminada a escolaridade obrigatória, vinha aí a vida profissional. Meus pais foram chamados à escola, a Profª Natércia, queria falarlhes!.... - Ao longo dos 2 anos que esteve a dar-me aulas, tinha notava que um futuro promissor me augurava. Um curso na universidade – na área das Letras; Língua e da Literatura, seria o mais indicado para mim, pois redigia textos com facilidade sem o apoio de qualquer rascunho. Foi um momento de alegria – mesmo vaidade, ouvir aquele elogio ao filho, com uns pais pobres e analfabetos a tristeza, acompanhou-os durante algum tempo. Um desgosto, se apoderou deles
Cassiano e António Miguel Gameiro – vigiados Pela minha mãe; Felisbela L Rodrigues
23 não tinham condições económicas para suportar o filho nos estudos universitários não podendo aceitar o conselho da minha querida educadora, O casal já contava com mais duas bocas a alimentar. Os meus irmãos; o Cassiano, nasceu em Setembro de 1952, e em Fevereiro de 1956, tinha nascido o António Miguel.
1956 – Funcionário da Câmara – José Gameiro Cantante, com o animal que puxava a carroça da recolha do lixo
1955 – Os cinco empregados da Câmara – Feira de Maio José R Gameiro ao pé do Pai – José Gameiro
Dias depois estava eu, nos serviços administrativos da câmara, meu pai tinha pedido ao presidente, e ao secretário: João Segurado
24 Santos, para ali ir fazendo alguma coisa, enquanto não me arranjava trabalho – e assim não andaria na moina !... RECORDAÇÕES DE ENCHER O PEITO O rapazio da vala brincava no cais quando ele estava mais vazio das - cargas e descargas de produtos para os barcos que ali aportavam diariamente. O jogo da bola era o maior entretém. Um dia alguém saiu da embarcação e disse: Ó pá – tu aí, vem cá, apontando o dedo. O escolhido tinha sido eu desta vez! -Vai ao padeiro: Joaquim Pinto buscar 6 pães de quilo de mistura, e diz que o fragateiro Manuel Galvão vai lá pagar. Foi um momento de satisfação ser escolhido para fazer um recado àquela gente. Manuel Galvão era um dos camaradas da tripulação do barco do Arrais João Maria Côdea, tinha jeito para a culinária e alguns predicados para arranjar relógios – muita gente o procurava. Quando cheguei com o pão pretendido, lá me disse: olha não te vais embora, petisca aqui alguma coisa – agarrou-me pelo braço e como a prancha de acesso do cais ao barco estava nivelada a direito, a água do rio estava praia-mar, foi fácil entrar. O Almoço era Caldeira à Fragateiro – para ser mais rápido usava o fogareiro a petróleo, e não o fogareiro a lenha, que era mais usado nas viagens. Como era hábito depois do barco (carregado/ ou descarregado), todos os intervenientes atiraram-se à água, e lavaram-se
25 com sabão, mudaram de roupa e estavam prontos para a farra – como eles diziam. No grupo como sempre acontecia juntou-se; O Arrais Vicente Francisco, Manuel Soares (Manuel Diogo) e seus irmãos; José e António, o José Damásio e o seu filho João Luís Damásio. O Carlos Paulino chegou mais tarde, e muitos outros estavam presentes que a minha memória já esqueceu. Alguns pescadores Varinos/Cagaréus por lá marcavam presença, tinham oferecido o peixe do rio. O peixe do mar,era comprado no Mercado em frente ao edifício da Câmara Municipal. Os convivas espalharam-se por cima do estrado de madeira, a caserna da proa da Fragata, naquele dia fiquei junto ao aparelho de ferro que “levantava e baixava” o mastro da vela grande. Foi-me dado pelo Arrais João Maria Côdea um naco de pão e um prato com garfo, para receber um pouco da caldeirada à fragateiro, tirado do grande tacho com uma colher de pau. O Manuel Galvão continuava entregue à sua faina de cozinheiro, já tinha retirado as postas de enguia mais grossas depois de um pequeno “entalão” na cozedura do molho dos temperos, e ali terem deixado um pouco da gordura. Foram colocadas num papel pardo – para enxugar, e depois fritas em molho de toucinho de porco, bem salgado. Eram servidas no fim como conduto. O vinho, bem guardado em garrafões era “roubado” dos barris com um trade para furar madeira. Nos barris eram feitos 2 furos (um para
26 entrar o ar e outro onde saía o liquido), para taparem os buracos usavam uns pedaços de pau – em bico, e batidos com martelo. Durante o almoço, a algazarra já se fazia sentir entre os comensais, o vinho era bebido com o garrafão em cima do braço e corria pelo gargalo até à boca – numa goladas, de vez enquanto. Um aviso foi feito – nada de conversa grosa, o rapaz é filho de boa gente! Durante o resto da tarde, bem eu, arrotava a catalão, um dos temperos da caldeirada. .Faziam várias gerações, através dos séculos a sua permanência em Salvaterra, vieram da Murtosa e arredores de Aveiro. Eram aqui conhecidos de Varinos/Cagaréus – pescavam no rio Tejo, vivendo na vila em casas próprias ou arrendadas. O ensopado de enguia, e o Arroz com feijoca e enguia frita (na falta de azeite, usava-se o molho de toucinho, com alho às rodelas) faziam parte da sua culinária. Como eu, era vizinho e rapaz da casa da Rosa Naia, desde que conheci o filho: Manuel Naia, agora a estudar num seminário. As quatro irmãs não deixavam de me apaparicar com as suas deliciosas refeições. As sardinhas para assar na brasa, também faziam parte da sua ementa; eram primeiro colocadas em molho de vinagre ou limão, e depois de escamadas lá iam para a grelha “assar em lume de carvão”. Eram elas: a Maria, a António, a Maria dos Anjos e a Maria de Lurdes, com suas primas e demais
27 raparigas da zona, filhas de pescadores e fragateiros, que organizavam e animavam na rua os bailaricos das festas dos santos populares. Havia que guardar estas belas e únicas recordações, e que perdura-se pela vida fora, para um dia contar aos filhos e netos !.....
A VIDA PROFISSIONAL Em Março de 1957, meu pai tinha “arranjado” trabalho para mim na Camionagem Setubalense, da firma João Cândido Belo & Cª Ld.ª (Azeitão/Setúbal), seria na Central na rua Heróis de Chaves, nesta vila de Salvaterra. Quis o destino, que a minha vida profissional, tivesse inicio na mesma casa onde nasci – estava ali instalada a Central de Despachos da Camionagem. Com o decorrer dos dias, José Teodoro Amaro e Filipe Hipólito Ramalho, correspondentes locais, dos jornais O Seculo e Correio do Ribatejo, sabendo das minhas apetências para a escrita, no âmbito da Crónica da História Local, lá me solicitavam algum texto sobre as ocorrências da vida comunitária de Salvaterra, para assim informarem os leitores daqueles periódicos.
28 Como o passar dos anos, a Firma Vieira Lopes, proprietária da velha casa, faz obras no local – nasceu aí uma nova urbanização, com r/chão, para Comercio e Serviços. e os três andares acima destinados a habitação Em Março de 1964, tive o privilégio de inaugurar a Nova Central das Carreiras, assim passou a ser conhecida entre o povo da terra. Alguns mais jovens, passaram a conhecer-me pelo “Zé da Central”, foi coisa de pouca dura, em Dezembro daquele ano, saiu às bancas o novo semanário “Aurora do Ribatejo”, com redacção na vizinha vila de Benavente. O seu Proprietário e Director; Dr. Joaquim Pereira Santos, me contactou solicitando a minha colaboração naquele novo órgão da comunicação social. Passei a enviar alguns textos, assinados com o meu nome: José Gameiro.~
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Depois de alguns percalços, por causa da censura, durante algum tempo – usei: José Lopes
A VIDA MILITAR Em Fevereiro de 1965, fui de abalada cumprir o tempo da vida militar - serviço obrigatório. Teve inicio no RI3, em Beja, onde permaneci oito semanas, na Recruta. Para me especializar, em Amanuense (escriturário) dei entrada no RA4, em Leiria, e entre o conjunto daquele curso especialista, fiquei em terceiro lugar. Como prémio não fui mobilizado para incorporar as tropas a embarcar para as três frentes de guerras africana, que Portugal mantinha desde 1961. Já pronto para o serviço militar, cheguei ao GCTA, na Avª de
30 Berna, em Lisboa, dali fiz uma estadia de alguns meses na Escola Eletromecânica de Paços de Arcos, Já com outra estadia no Depósito Geral de Material Veterinária, em Lisboa, permaneci até 1968, ano em que terminei o meu contributo militar. Com a passagem à reserva, vim acompanhado de um Louvor Miliar, que me foi atribuído pelo MilitarDirector daquele Departamento de Material. , * Distinguido com Louvor Militar (Ordem de Serviço Nº 6, Pág.10 de 21Jan68, do Depósito Geral Material Veterinário -Transcrito na Ordem de Serviço do Grupo Companhias de Transportes Auto – Lisboa (GCTA) – 1968 *
DO NAMORO AO CASAMENTO Regressado a Salvaterra; à vida civil, ao trabalho e à família, novo rumo me esperava, tratei de formalizar aquele passo que qualquer jovem sonha - o casamento. Um namoro que tinha iniciado com 18 anos de idade, num pedido em declaração através de carta como se impunha na época. A minha pretendida - o meu amor, morando em frente ao local do meu trabalho – seus pais tinham ali uma Taberna aceitou, e pela mesma via, deu a resposta, era dia de S. António. O Casamento realizou-se a 26 de Outubro de 1968, e os dois filhos
31 (Rolando e Ângelo), frutos do nosso grande amor acabaram por alegrar e encher o nosso lar
BODAS DE OIRO NOS ESPERAM Faltam poucos meses – 50 anos de casados nos espera. Em nossos caminhos encontrámos vários espinhos * Nos nossos passos deixámos um belo jardim de flores * Os tempos sofridos ficaram para trás * Vivenciamos cada momento; uma ternura, paixão – um grande amor * Amamos os nossos filhos que foram criados com muita humildade amor e alegria * Os netos agora caminham com tranquilidade num futuro, que queremos de paz vão viver as suas vida.
32 Completamo-nos indefinidamente um ao outro sempre num grande amor * Deixando nossas tristezas para bem longe e comemoramos as nossas únicas Bodas de ouro numa infinita luz de alegria e muita fidelidade, que sempre nos uniu estes 57 anos das nossas vidas. Somos uma só afinal, carne numa só pessoa porque nos amamos - Um ao outro...
A ORINCA Em 1973 - Constituía a minha família, os dois filhos (Rolando e Ângelo) tinham nascido, tinha a minha habitação no 3ªandar (por cima da Rodoviária), uma nova experiência levou-me aos escritórios da Firma Organização Industrial de Cartões, Orinca, SARL, com instalações na estrada do antigo Convento – Salvaterra de Magos A firma fabricava Cartão prensado, para a indústria do calçado * Um Dia em pleno Prec, tempo revolucionário, após o 25 de Abril de 1974, com as ocupações e interferências na Administração da Agricultura e Industria – A Orinca, foi sabotada, por um operário na área da fabricação. O produto estava sendo rejeitado, os Gerentes da firma liquidaram todos os encargos com os operários e fornecedores, e fecharam a porta daquela permissora industria local, que já empregava cerca de 60 trabalhadores, em vários turnos de laboração,
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1973 – Escritórios Orinca – 1º Plano José R Gameiro A seguir António Lopes Magalhães
FUNCIONÁRIO MUNICIPAL Fechadas as portas da Fábrica Ornica, entrei em 1983, na Câmara municipal para um lugar na área administrativa, exercendo tal função até à minha Aposentação, em Maio de 1997. - Enquanto funcionário municipal, entre outros contributos, em 1987, fui convidado através, do Vereador Municipal; Joaquim Mário Antão, para dar rosto à Cruz Vermelha Portuguesa, que pretendia nesta vila fazer a recolha de ofertas para a “Operação Pirâmide”, na procura de alguns colaboradores, tive o apoio de: António Manuel Gomes Pires e João Aleluia Travessa, à época empregados da Farmácia Carvalho. - Em 1985, estive na organização e montagem da Biblioteca Municipal, instalada no antigo edifício “Escola Primária – O Século” com um colega: João Monteiro (Borrego)
34 -Estive na organização e implantação do sistema Administrativo (escritórios) da Escola Profissional de Salvaterra de Magos – uma parceria da Câmara com Privado * Na mesma unidade escolar estive na organização da montagem das instalações da sua Biblioteca Estudantil. -Foi-me pedida a colaboração, no apoio à equipe técnica que tinha a finalidade de obtenção de fotos do interior da Capela Real – para incluir no livro “ O Paço Real de Salvaterra de Magos. -Em 1997 - No mandato de José M Gameiro dos Santos, fiz o apoio ao colega; João Monteiro (Borrego), incansável na organização destes eventos promovidos pelo município, nos contactos com a restauração local, para o início do Mês da Enguia, um evento que se veio a prolongar no temo na área do turismo local. JORNAL VALE DO TEJO Em 1997, Após três dias de aposentado da função pública, fui convidado pela Direcção do Jornal Vale do Tejo, para chefiar a sua Redação e Serviços Administrativos. Sendo um quinzenário que teve inicialmente a sua sede em Benavente, adquirido por um grupo foi instalado em Salvaterra de Magos – com a minha ajuda passou a semanário. A anunciar a minha entrada, o Diretoradjunto; Dr. Mário Gonçalves, publicou um artigo de grande elogio à minha pessoa, anunciando que seria um grande contributo para aquele jornal
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1999 - José R. Gameiro, na Redacção do JVT
Antes de ser adquirido pelo Jornal O MIRANTE A sua equipa era constituída assim: *Jornalismo: Director/Adjunto – Dr. Mário Gonçalves * Jornalistas – António Baião e Sandra Pereira *Grafismo e Montagem: Bruno Xavier Portuga l * Publicidade: Humberto Cândido Silva * Administração e Redacção: José Gameiro
*30/ /Abril / 2000
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EM PROLE DA COMUNIDADE
37 OS BAIRROS SOCIAIS O meu baptismo, foi em 1944, na pia baptimal da Igreja Matriz, da minha terra-mãe, quando menino frequentei a Catequese da Igreja Católica Apostólica, uns tempos depois fiz a Comunhão, sendo reafirmada com a Comunhão Solene, numa cerimónia pública presidia pelo Cardeal Cerejeira (Manuel Gonçalves Cerejeira), realizada no Largo dos Combatentes – Salvaterra de Magos. Em 1968, fui convidado pelo Pe. José Rodrigues Diogo, Pároco da Freguesia de Salvaterra, a integrar a Direcção da Fábrica da Igreja – Centro Paroquial de Salvaterra de Magos, pois estava carente de alguns dirigentes. O Pe. Diogo, desde à anos vinha pugnando pela construção de bairros sociais, que albergassem, especialmente as famílias pobres que viviam no Aglomerado – chamado Bº das Barracas, espaço onde ainda era visível algumas manchas de Pinhal e mato. Coma extinção da Coutada Real em 1821, e o aforamento em 1845 de muitas das suas terras. Aqueles núcleos de Pinhal pertenciam agora ao município e a particulares. O empenho do Pároco, atraiu-me pela sua obra social em curso. Estive dando o meu contributo como dirigente, na construção do Bairro, que foi nomeado de S. José, e outros 2 mais pequenos, porque o médico veterinário; José de Menezes e sua esposa tinham doado o terreno para a
38 implantação da obra. Estive até ao inicio da construção das instalações da Creche paroquial., que parou devido à doença que afetou o Pe. José Diogo.
Construção do edifício – Creche Paroquial
Bairro social S. José – Rua Pe. José R Diogo
39 AS FESTAS DE SALVATERRA Naquele ano de 1968, no mês de Junho realizava-se pelo terceiro ano as Festas dos Toiros e do Fandango de Salvaterra de Magos, Tinha sido uma iniciativa do presidente da câmara; José Pinto Figueiredo. Fui convidado a integrar o grupo que as iria realizar. O José Manuel Cabaço, Joaquim Parracho Figueiredo, Manuel Parracho (filho do encarregado da Serração de madeiras), na sala onde tinha funcionado os Correios (edifício pombalino), lá passamos algumas noites com alicates e chaves de parafusos colocando lâmpadas de várias cores, em fios para fazer a iluminação festiva nas ruas da vila. O Trabalho era visionado pelo senhor; Mário Antão. No ano seguinte, foi o último destas festas – houve problemas com a actuação do Coro da Universidade Coimbra, a policia – Pide, estava supervisionando a sua presença. !.... Corria o ano de 1983, voltaram as festas. - O presidente António Moreira e o Vereador; Joaquim Mário Antão, empenharam-se na realização das Festas do Foral dos Toiros e do Fandango de Salvaterra de Magos. Convidado a integrar o grupo, foi-me destinado a realização de exposições, na Capela Real. Estive nestes festejos até ao ano de 1997
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O PARQUE INFANTIL Em 1974, alguns salvaterrianos acompanhando o grande entusiasmo que grassava pelo país, após a revolução de Abril de 1974, onde as obras de grande carência nas comunidades eram tomadas em mão pelo povo, - servindo a doação da mão-de-obra, angariação de verbas, através peditórios e espetáculos. As autarquias apoiavam, com subsídios e maquias, muitas vezes com terrenos. Na vila de Salvaterra, existia a carência mais gritante de um Parque Infantil – um punhado de gente juntouse em duas Comissões e tomou a iniciativa a sua construção teve inicio. Estive, na Comissão de Angariação de Fundos, a obra foi construída num terreno doado pela Câmara Municipal, era presidente; Leonardo R Cardoso.
1975 - inauguração do Parque Infantil
Nota: Foto de José R Gameiro * na inauguração quando os portões se abriam – entram as crianças; os irmãos Ângelo e Rolando Gameiro
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O CENTRO DE DIA Corria o ano de 1985, um dia, oito amigos decidiram juntarem-se para a construção de um Centro de Dia, mesmo que provisório, pois a Misericórdia de Salvaterra, não tinha condições económicasfinanceiras, para dar andamento a uma obra desta envergadura, e sentia-se em a população ser uma necessidade premente. O tempo dava mostras de grandes mudanças, As famílias, já não tinham tempo para ajudar os seus idosos e deficientes – agora todo o agregado familiar trabalhava angariando sustento. O executivo municipal de Salvaterra, vendo a bondade da iniciativa, levou o seu presidente; António Moreira e o Vereador da Cultura; Joaquim Mário Antão, a empenharam-se com algum apoio – foi facultada uma dependência na antiga construção de traça manuelina, ali próximo do edifício camarário, na Praça da República. Depois de informada a população para um peditório na vila, o mesmo foi de fraca angariação de ofertas, especialmente pecuniária. Não desistiram os promotores, e no dia 21 de Julho de 1985, foi inaugurado já como Centro Dia da Misericórdia. Entre os presentes, estava o Governador Civil de Santarém; Engº José Frazão. Armando Oliveira já estava empossado como Provedor da Santa Casa. A procura foi grande e uma carrinha passou a fazer o transporte dos idosos. – uma novidade no distrito. Obra, foi um sucesso levando o grupo s pensar na construção de um Lar/Centro Dia na Misericórdia de Salvaterra. O Grupo era composto por: José Teodoro Amaro, José Luís S Borrego, Eurico Norberto Borrego, Armando Oliveira, João Castanheira, José António Silva João António Nunes Silva e José R Gameiro
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44 O COSM – CLUBE ORNITOLOGICO
Em casa no Botaréu, meu pai tinha um pombal de pombos-correio, sempre próximo daquelas aves, vim a gostar deste hobby desportivo. Muitos anos depois, já com a minha habitação construída – no bairro pinhal da vila, ali fiz um pombal. O tempo decorreu, e com a doença da minha esposa, abandonei esta modalidade, e para ressarcir-me da sua falta – depressa lá em casa estava um casal de canários. Um grupo de criadores da terra, depressa se foi juntando e envolveram-me na feitura de uma Mostra de vários ramos de aves de cativeiro incluíndo exóticas, foi conseguida com beneplácito da Câmara, que dispensou um espaço na biblioteca municipal. Aquela experiência, que tive com o António Pires Gomes e Jorge Manuel Marreiros, em 1988, levou -nos a continuar aquele certame anual até 1990. Já com um elevado numero de criadores em Salvaterra, depressa fui novamente solicitado a encabeçar os trabalhos de “arregimentar” um bom numero que assinassem a Escritura pública da fundação do Clube Ornitológico de Salvaterra de Magos- Cosm. Junto da Paróquia local, tive a anuência do Pe. Agostinho de Sousa, do clube usar mesmo que a título provisória, uma sala no velho edifício, que tinha albergado o Centro Paroquial da Igreja, e as exposições passaram para o Pavilhão da Escola Secundária.
45 A ORIGEM DO CLUBE SALVATERRENSE Quando fui colaborador, do Jornal Aurora do Ribatejo, encontrei no barbeiro; Alexandre Cunha e no empregado de balcão; Manuel José Gonçalves Júnior, as fontes das informações que pretendia para alguns apontamentos, que fiz publicar naquele periódico. Mais tarde, por volta de 1980, pensando fazer um livro, fiz outras recolhas, e voltei à ajuda de Alexandre Cunha, e lá consegui juntar na sua barbearia, na Praça da República, ali perto do edifício camarário, um grupo de idosos antigos jogadores da bola, em diversas equipes que existiram em Salvaterra, Estiveram dispostos a juntarem-se algumas tardes, durante alguns dias; Sebastião Nabiço, Benigno Gonçalves, João Miguel Oliveira (Capadão), Eurico Borrego e Mário Silva Antão. O que acareámos entre eles, tiveram descrições conflituosas entre si, visto os acontecimentos, serem lembranças escassas, pois o tempo se encarregou disso com o passar dos anos. O próprio anfitrião; Alexandre Cunha, colocou a questão de ser ele enquanto dirigente do CDS, pintar o seu emblema, com um fundo de uma roda de bicicleta, devido ao ciclismo, desporto que à época entusiasmava a juventude – paixões clubísticas entre Benfica, Sporting, devido aos atletas; Nicolau e Trindade.
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46 A ENTRADA NA POLITICA LOCAL
O golpe militar dos Capitães, em 25 de Abril de 1974, trouxe ao povo português a oportunidade de escolher em liberdade, o seu programa politico. Eu, depois de muitas consultas, e assistindo quase diariamente às sessões de esclarecimento que os vários partidos políticos faziam aqui em Salvaterra, para “arregimentarem” maior numero de militantes, lá me inclinei pelas directrizes do Partido Socialista -PS, e depressa me juntei ao grupo de jovens que frequentavam a sua sede concelhia, acabada de abris aqui na vila. Nas primeiras eleições livres para as autarquias locais, em 1976, lá dei o meu contributo pertencendo às suas listas, e fui eleito como Deputado na Assembleia Municipal, eleição que fui acumulando em outras eleições seguintes – chegando a assumir o cargo de secretário. No desempenho desta missão cívica, acabei por dar o meu contributo, na área legislativa com a aprovação de leis, necessárias ao executivo municipal, para o desenvolvimento do concelho de Salvaterra, que se apresentava muito carente, em várias vertentes, especialmente no plano urbanístico e rodoviário. Na eleição de 1987, na lista do PS, apresentei-me como candidato à presidência da Assembleia de Freguesia de Salvaterra de Magos, e fui eleito. No desempenho deste cargo, solicitei ao executivo camarário, a transferência da competência para dotar no espaço urbanístico da vila, as toponímias das ruas, que à muitos apresentavam esta carência. As forças politicas que apresentaram na comissão criada para o efeito, o seu representante, o PCP apresentou; João Nunes dos Santos, que em todos os momentos foi boicotando os trabalhos, com propostas que levaram à não concretização do pretendido. A Comissão tinha um prazo para concretizar a sua missão ! ….
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UMA VIDA A COLABORAR EM JORNAIS E REVISTAS – DIVULGANDO SALVATERRA DE MAGOS
48 JORNAIS E REVISTAS Corria o ano de 1957, José Teodoro Amaro e Filipe Hipólito Ramalho, sendo correspondentes em Salvaterra de Magos, no âmbito da noticia local, no jornal nacional - O Século, Lisboa, e jornal regional, O Correio do Ribatejo, Santarém, por vezes me solicitavam, que lhes escreve-se um ou outro relato daquelas ocorrências. Em 1964, com a presença nas bancas do jornal regionalista “Aurora do Ribatejo, com redacção em Benavente, o seu proprietário e director, Dr. Joaquim A. Pereira dos Santos, solicitou - me a colaboração para as páginas daquele novo periódico. Sendo conhecida a minha presença na comunicação social, depressa as minhas Crónicas da História Local, e outros temos, me foram solicitados e depressa já tinha escrito para: Jornal Diário do Ribatejo, Diário de Notícias, Ribatejo Ilustrado, Diário de Lisboa, Portugal Hoje, Correio da Manhã, O Ribatejo, Nova Aurora, entre outros, que não registei e a memória me oculta os seus nomes. Assuntos temáticos sobre columbofilia, foram tratados nas colunas das Revistas: O Mundo Columbófilo (1960), Desporto Columbófilo, Vida Columbófila e Columbofilia A Rádio Marinhais, também passou uma colaboração semanal sobre a história de Salvaterra com o titulo – Já sabia que !.....
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HOMENAGENS
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HOMENAGEM PÚBLICA A PROFª A NATERCIA RITA ASSUNÇÃO No ano de 1986, havendo um momento propício - A Freguesia de Salvaterra de Magos, iria atribuir À antiga profª Natércia Rita Assunção, o seu nome a uma toponímia da vila, lancei a lembrança para os bons ofícios dos autarcas; presidente da junta; Armado Oliveira, e ao vereador da cultura da câmara; Joaquim Mário Antão para apoiarem na iniciativa que pretendia levar a cabo, visto a senhora ainda estar viva e viver na terra – A Homenagem pública àquela generosa e humilde senhora, que durante décadas, ensinou e preparou várias dezenas de crianças para singrarem na vida, teve lugar no dia Aceite a iniciativa, depressa tive a colaboração do meu colega de emprego, João Manuel Monteiro (Borrego), e no dia aprazado da cerimónia a homenageada, acompanhada do presidente da Junta Freguesia, e rodeados de familiares e amigos, entre muitas dezenas de ex-alunos, ouviu palmas e muitos parabéns. Em cortejo, os ex-alunos rodearam a Homenageada – Profª Natércia, até à Escola Secundária, onde no Pavilhão ouve discursos de parabéns, e José Manuel O. Gameiro Santos, os antigos Alunos; Carlos Eugénio Machado e António Moreira, este ex-presidente da câmara lhe entregaram lembranças !......
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UMA MEDALHA PARA JOSÉ GAMEIRO Em 1978, o Pe. José R Diogo, convidou-me para ingressar na Direcção do Centro Paroquial - uma obra da Fábrica da Igreja. Aquele padre estava sem apoio directivo com a saída de alguns elementos. A emblemática obra da Igreja, uma construção que levaria à existência de bairros sociais, para as famílias carenciadas de Salvaterra, estava em curso o Bairro do Património dos Pobres. A Creche Paroquial também era um projecto imediato. Estava dando o meu contributo, como Secretário da Direcção havia três anos, o Pe. José Diogo adoeceu, saí em 1980. Outros padres que vieram sucessivamente para a paróquia, foram dando seguimento àquele que iniciou e deixou todo um legado. Passaram pela Instituição religiosa, os Pe.s: -Manuel Tolentino Q. Nóbrega, e António Vaz Azevedo, este concluiu a construção da Creche Paroquial. Na sua inauguração, associou-se a Câmara Municipal, que atribuiu um Diploma de Honra, pela obra desenvolvida ao longo de 50 anos. O Pe. Agostinho Teixeira de Sousa, então pároco de Salvaterra, dando solenidade à efeméride editou um livro com o titulo: “CENTRO PAROQUIAL – 50 Anos de Acção Social em Salvaterra de Magos, 1947-1997”. Na cerimónia, que se iniciou com a inauguração da rua de acesso ao edifício – Rua Centro Paroquial. Dentro das instalações ouve descerramentos de placas e discursos evocativos. Encontrava-se presente o povo em grande número que acompanhava com interesse os vários momentos da cerimónia inaugurativa.
53 O Pe. Agostinho de Sousa esteve sempre rodeado dos muitos convidados, mesmo no momento da entrega das Medalhas aos antigos dirigentes da Instituição. Para receber a Medalha que me foi atribuída, aproveitei o momento, que fazia a reportagem do acontecimento para o Jornal Vale do Tejo, que saiu na edição de 22.10.1997, o livro que evoca todo um percurso, a sua reprodução está na Pág. 96 do livro Centro Paroquial.
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HOMENAGEM Do COSM a JOSÉ GAMEIRO Havia alguns anos, que eu, tinha deixado de criar aves em cativeiro, não deixando de apoiar todos aqueles se disponibilizavam um pouco do seu tempo para dedicarem à manutenção do clube, sempre parco e vontades humanas e financeiras. Tempos hoje, quando a colectividade estava num daqueles picos de grandeza, apoiado que estava por gente de boa vontade, consegui um numero de associados, que rondava uma centena de criadores, tendo as suas exposições, e de perto de mil aves em presença. Naquele mês de Novembro de 2008, fui informado que a direcção que mantinha os destinos da associação, me faria uma singela homenagem, com a entrega de uma Placa Evocativa, quando da distribuição dos prémios na exposição a decorrer naquele mês e ano. Pediam a minha anuência, e presença naquele evento promovido pelo Clube. ************ “O Clube Ornitológico de Salvaterra de Magos, agradece ao sócio Fundador Sr. José Rodrigues Gameiro, a dedicação e empenho à ornitologia de Salvaterra de Magos, durante todos estes anos. A Direcção, Salvaterra de Magos, 30 de Novembro de 2008
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O MUNICIPIO DE SALVATERRA HOMENAGEOU COM CERIMÓNIA PÚBLICA – JOSÉ GAMEIRO
*Agraciado pela Município de Salvaterra de Magos com Homenagem, numa cerimónia pública, com Salva de Agradecimento – *Com Exposição pública – José Gameiro * Um Cronista de Salvaterra de Magos, e redição em 3ª edição da monografia: “Salvaterra de Magos, uma Vila no Coração do Ribatejo”
O José Rodrigues Gameiro, pela sua celebração: 50 Anos (1964 – 2014), de trabalho, dedicação, estudo e divulgação da História e Património Cultural, muito contribuiu para fortalecer e reconhecer a nossa identidade. Que o seu exemplo persista no tempo e seja seguido pelas gerações mais novas. O Presidente da Câmara Municipal Helder Manuel Esménio
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LIVROS ESCRITOS E PUBLICADOS
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Livros Publicados: - editados em Papel - Em 1985, José Gameiro foi o autor de uma pequena monografia, com o título “SALVATERRA DE MAGOS – VILA HISTÓRICA NO CORAÇÃO DO RIBATEJO”, que ofereceu ao Município de Salvaterra de Magos, que a editou em livro. No dia da apresentação pública deste trabalho, na Biblioteca Municipal, esteve presente o então primeiro-ministro, Dr. Mário Soares, que na ocasião visitava o Ribatejo e, aqui se deslocou para estar presente no acontecimento. Esgotada, novamente foi-lhe solicitado uma revisão e atualização do volume, que foi editado em 1992, com uma 2ª edição, que depressa se esgotou !.... Por ocasião da Homenagem pública que lhe foi prestada, em 2014, pelo Município de Salvaterra de Magos, sob a presidência do Engº Helder Manuel Esménio, foi editada uma 3ª edição desta monografia da vila de Salvaterra de Magos. Na ocasião esteve aberta ao público, no edifício do Cais da Vala, durante um mês uma Exposição: José Gameiro – Um Cronista de Salvaterra de Magos (1964-2014) * 50 Anos a divulgar Salvaterra!.....
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- Entre 1997 e 2002, José Gameiro, trabalhou no JORNAL VALE DO TEJO, semanário com sede em Salvaterra de Magos, onde teve o cargo de Chefe de Redacção. Com um vasto espólio de documentos, fruto de artigos escritos na Comunicação Social, e pesquizas que foi guardando ao longo dos anos publicou
nas suas páginas, artigos sobre a temática da história local, passada e recente da vila, a que deu o titulo: “Recordar, Também é Reconstruir” Em 2005, organizou 45 Cadernos de Apontamentos, onde abordou temas alusivos a Salvaterra de Magos na área do seu Património como: Geográfico, Monumental, Social, Politico, Economico e Desportivo. Devido à procura, especialmente pela classe estudantil, agrupando-os, em seis volumes e publicou-os nas Redes sociais Blogue: http.www.historiasalvaterra.blogs.sapo.pt, e Site: José Gameiro issuu
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LIVROS PUBLICADOS - José Gameiro Issuu Salvaterra de Magos – Vila História no Coração do Ribatejo (Monografia) * edição: 1ª em 195 * 2ª em 1992 3ª em 2014 (Formato: Papel e PDF)
A Origem da Sociedade Columbófila Salvaterrense (Historial) Edição 2007 (Formato A5 PDF)
Salvaterra de Magos –A Toponímia da Vila * 1ª edição em 2009 * 2ª em 2010 (Formato A5 PDF)
Subsídios para a História de Foros de Salvaterra ( Uma terra que já foi Coutada) * edição em 2010 (Formato A5 PDF)
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Palácio da Falcoaria (Falcoaria Real de Salvaterra) Séc. XVIII 2º edição – 2010 (Formado A5 PDF)
Homo Taganus (Africanos em Portugal) Concheiros de Muge Autor: Artigo A. A .Corrêa 1936 (Recuperado – José Gameiro 2010 (Formato A5 PDF)
Salvaterra e Magos *Pedaços da História da Tauromaquia na vila (Séc. XVIII – XXI) *Edição 2011 (Formato A5 PDF)
Clube Ornitológico de Salvaterra de Magos (A sua História) Edição 20111 * Formato A5 PDF
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A Transportadora Setubalense (Uma presença no Ribatejo) Edição 2011 * Formato A5 PDF
Sustidos para o Estudo da História da Misericórdia Salvaterra de Magos Autor: Dr. José A. Cardador - 1974 (Recuperado por José Gameiro) Edição 2013 * Formato A5 PDF
Bombeiros Voluntários, e Banda de Música (As suas Origens) Editado 2013 - 2ª edição Formato A5 PDF
Clube Desportivo Salvaterrense ( Suas Raízes ) Edição 2014 * Formato A5 PDF
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A Origem da Família Roquette, sua Genealogia Descritiva, e Origens dos Brito e Seabra Séc. XVII 1ª edição 2014 + 2ª edição 2018 Formato A5 PDF
Gregório Fernandes e Seus Filhos - Biografia Familiar – Edição 2015 * Formato A5 PDF
Crónicas do Nosso Tempo 1º Volume – editado 2015 (Formato A5 PDF)
José Rodrigues Gameiro Autobiografia (Recordações) Edição 2018 * Formato A5 PDF
Crónicas do Nosso Tempo 2º Volume - Editado 2017 Formato A5 PDF
64 Árvore Genealógica Famílias : Ramos: Cantante, Silva, Neves, Travessa e Gameiro Ramo Paterno – José R Gameiro 2* Edição 2017 * Formato PDF
Árvore Genealógica Famílias: Ramos: Lopes, Bastos (Ferreirinha) 2ª Ramo Materno – José R Gameiro Edição 2017 – Formato A5 PDF
Colecção: Recordar, Também É Reconstruir Cadernos Apontamentos Nº 0 – 45 Volume I * Volume II * Volume III * Volume IV Volume V * Volume VI 2ª Edição 2015 * Formato PDF
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PALAVRAS AMIGAS ******************
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UMA OPINIÃO AMIGA Tal como o autor pretendia o presente trabalho é um documento de recolha de informações, com o fito de esboçar os contornos da história do desporto em Salvaterra de Magos. Não ambicionou de modo algum reunir todos os factos e explanar exaustivamente todas as situações, porque acredito tal não seria facilmente atingível e, este trabalho tardaria a ser publicado, com os prejuízos daí decorrentes para o desporto e a comunidade locais. José Rodrigues Gameiro, ou José Gameiro, como é conhecido no seio da imprensa escrita, porque assim assina os seus textos, deu mais uma vez o primeiro passo e teve a coragem de se expor a todos os que este livro lerem, convicto de que estes apontamentos longe de serem um produto acabado são, no entanto, pioneiros nesta temática. Não se esqueça, que ao longo dos tempos a evolução das diversas modalidades desportivas, desde o futebol, aos trampolins, passando pela motonáutica, ciclismo, columbofilia, pesca desportiva, hóquei em patins, judo, voleibol, atletismo, andebol e ornitofilia, tiveram boa recepção em Salvaterra de Magos. O autor, não se alonga em julgamentos de valor sempre relativos, polémicos e propiciadores de discórdia, privilegiando a narração de episódios e acontecimentos históricos, ilustrando-os sempre que
67 isso lhe foi possível com fotografias, e referenciando de modo simples os que deram o seu contributo em prol do desporto nesta terra-atletas, seccionistas, dirigentes e instituições. Trata-se de uma publicação de fácil leitura e de consulta imediata, que podendo ser falível num ou noutro aspecto, função do maior ou menor cuidado na recolha, não deixa de no seu conjunto representar um salto qualitativo na prossecução do objectivo de compilação e divulgação da história do desporto em Salvaterra de Magos. Como nota final, que certamente comprovarão com a leitura desta obra, foi (é) ao Clube Desportivo (C.D.S.), que se fica a dever grande parte das “historias” de sucesso (e insucesso). Assim os Homens de hoje queiram continuar a fazer historia…Salvaterra de Magos merece-o ! Obrigado José Gameiro ! Hélder Esménio (antigo Presidente da Direcção do C.D.S.)
*Publicado no Livro “Clube Desportivo Salvaterrense * Suas Raízes – Sua História
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EDITORIAL
JOSE GAMEIRO, SEJA BEM VINDO AO JVT
Com as novas instalações do Jornal Vale do Tejo agora na Rua Elias Garcia em Salvaterra de Magos, a direcção deliberou reforçar também os seus recursos humanos, convidando José Gameiro para Secretariar a Redacção. À semelhança do meu primeiro editorial, quando quis “exibir” a nova equipa do JVT, porque é sempre importante conhecer um pouco melhor quem escreve quinzenalmente nestas páginas , não podia deixar de aludir alguns pormenores desta que é considerada uma das figuras carismáticas de Salvaterra de Magos, foi durante muitos anos participante activo em muitos periódicos regionais, e nalguns nacionais, tais como o Correio da Manhã, Diário de Notícias e Diário de Lisboa. José Gameiro, autor de quatro livros sobre Salvaterra de Magos, tem sido um incansável autodidata, cuja investigação histórica, social e geográfica parece fazer do seu quotidiano. Até um intelectual da Universidade de Coimbra, que estava então a preparar a sua fase de doutoramento, quis um dia conhecer José Gameiro, para que este lhe pudesse ajudar a deslindar dúvidas sobre algumas matérias da história salvaterrense. Como é indulgente confrontar alguns sonhos e criações da vida com José Gameiro, com ele estamos
69 sempre a aprender. A cada instante saboreamos novos horizontes do conhecimento que são certamente apanágio da vida enquanto saber. A experiencia e as vivências, por vezes duras do passado, são a chave mestra para que hoje se consiga abrir as portas, que são claramente as etapas as etapas duma vida que transita até ao desenlace. Amante das aves, essas aves que têm decididamente um campo de visão mais amolo que o homem, uma área menos poluída, uma liberdade mais apurada e distante, em conhecimento e um saber diferente do nosso. É também de aves que José Gameiro fala com facilidade, explica aos mais velhos, e incentiva os mais novos a apreciarem a beleza e a acrobacia de cada voo. É sobre tudo isto e muito mais, que em cada momento de labor, o amparo de José Gameiro coadjuvará o nosso jovem corpo de redactores. A simbiose entre os jovens e este amável e simpático veterano será a elasticidade propícia para as muitas passagens cheias de novidades que pretendemos continuar a ilustrar aqui no vosso JVT. *Mário Gonçalves Director-Adjunto *edição JVT, 9 de Julho de 1997 * Ano V - Nº 124
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JOSE RODRIGUES GAMEIRO, É O ILUSRE CRÓNISTA DA MUI NOBRE SALVATERRA DE MAGOS
Toda a história de Salvaterra se encontra narrada nos diferente folhetos que o José Gameiro foi escrevendo com recurso a buscas em documentos e conversas com pessoas mais idosas. Sem ele nada teria sido escrito do muito que se soube sobre diferentes temas e acontecimentos ocorridos nesta vila. Obrigado José Gameiro pelo teu contributo desinteressado. Em 1985 e 1992, o executivo municipal de então, decidiu publicar duas edições da obra “Vila Histórica no Coração do Ribatejo” da autoria de José Gameiro. De então para cá ninguém mais se interessou pelo manancial de livros escrito por este grande salvaterrense. Em muitos concelhos são aproveitados os trabalhos destas humildes pessoas e elas são reconhecidas pelas autoridades municipais, facto que não aconteceu em Salvaterra de Magos nos últimos anos, nem mesmo quando o Pelouro da Cultura esteve entregue a professores, um dos quais de história. O alcatrão e o cimento prevalecem acima dos valores culturais. *Joaquim Mário Antão
Jornal O Mirante edição 11.05.2011
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*Entrevista* AS MEMÓRIAS DE JOSÉ GAMEIRO DA CASA DA ÓPERA DE SALVATERRA
O cronista José Gameiro é desde há muitos anos investigador e cronista de factos da história e da cultura de Salvaterra de Magos. Um dos seus tesouros consiste numa série de entrevistas que gravou nos anos 80 com idosos de quase 100 anos que ainda se recordavam de ouvir falar no Real Teatro de Salvaterra e da Casa da ópera. A inauguração daquele teatro de ópera foi um dos motivos, a par de outros, que contribuiu para a fixação da família real durante longas temporadas em Salvaterra, fazendo com que a localidade se transformasse num novo centro da atividade cultural do país. A população não frequentava a ópera mas era curiosa por saber o que se passava no interior do Teatro Real. Eram os criados do rei que depois desvendavam os segredos do que acontecia para lá das portas do teatro. “Até ao primeiro quartel do século ainda existia uma ou outra taberna, onde depois de uns copos bem bebidos intercalavam as áreas de ópera com cantigas populares”, dá a conhecer José Gameiro ao aludir à identificação e consequente imitação do fenómeno
72 cultural pela população de outrora. Essa forma de cantar fazia-se de forma “atrapalhada mas o gosto tinha passado de geração em geração”. O Real Teatro de Salvaterra era no local onde hoje se encontra o restaurante Ribatejano, “e ainda lá estão as chaminés, que foi o que restou do incêndio”. Recentemente, a investigadora Aline Gallasch fez uma análise histórica da presença deste teatro dedicado à ópera na vila, na altura de D. José I, e inaugurado em 1753. “O Real Teatro de Salvaterra – A Reconstrução de uma memória”, assim se chama a obra. A estudiosa também bebeu dos apontamentos de José Gameiro para a compor. Durante as últimas Jornadas da Cultura em Salvaterra, teve ocasião de destacar as impressões deixadas pela museóloga Natália Correia autora de “O Paço Real de Salvaterra de Magos” que em conversa consigo referiu que “até há pouco tempo era normal ouvir pessoas a entoarem áreas de ópera na rua, hábito das lavadeiras e dos lavradores”. Maravilhada ficou também com a descrição dos túneis que foram escavados que supostamente ligariam o antigo palácio real ao convento para o caso da família real ter de fugir. “Ainda há pessoas que têm em suas casas alçapões que supostamente dariam para esses túneis, até porque onde há fumo há fogo”. Para a autora, “estas são memórias importantíssimas e que reforçam a importância cultural de Salvaterra”. José Gameiro começou a interessar-se pela história do concelho, e por estes factos pitorescos que demonstravam a apetência de uma população rural pela ópera, algo que hoje é difícil que aconteça, em
73 1957 ainda com 12 anos. O seu trabalho em torno da recolha de dados históricos do concelho valeu-lhe em 2014 a atribuição de uma medalha de mérito pelo município de Salvaterra. Diz que um dia mais tarde doará o seu vasto espólio à biblioteca porque os seus filhos “não se interessam sobre estas coisas”. Algumas obras têm sido editadas pela autarquia tendo em conta o seu trabalho, sendo que “Salvaterra de Magos – vila histórica no coração do Ribatejo” já vai para a terceira edição. O autor de 72 anos encontra-se ainda a compilar seis volumes dos seus cerca de 40 cadernos que também vão ter como destino a biblioteca local. Um dos seus tesouros consiste numa série de entrevistas que gravou nos anos 80 com idosos de quase 100 anos que ainda se recordavam de ouvir falar no Real Teatro de Salvaterra
Sílvia Agostinho *Entrevista ao Jornal Valor Local 18-12-2016
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sumário: - DE CRIANÇA À JUVENTUDE………………
Pág. 6
- EM PROLE DA COMUNIDADE ………….
Pág. 36
- UMA VIDA A COLABORAR EM JORNAIS ,, Pág 47 - HOMENAGENS ………………………………
Pág. 49
-LIVROS, ESCRITOS E PUBLICADOS ………. Pág. 56 - COMENTÁRIOS AMIGOS …………………… Pág. 65 - DADOS PESSOAIS E FAMILIARES ………… . Pág. 75
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Dados Pessoais e Familiares
José Rodrigues Gameiro * Data de Nascimento: 16 de Abril de 1944 *Nome:
Naturalidade/ Nacionalidade:
Salvaterra de Magos * Portuguesa Filiação: José Gameiro Cantante, e de Felisbela Lopes Rodrigues Cassiano Manuel Rodrigues Gameiro e António Miguel Rodrigues Gameiro Irmãos:
Estado Civil: Casado com Maria
da Conceição
da Silva Gameiro Filhos: Rolando José da Silva Gameiro *Ângelo Miguel da Silva Gameiro Netos: Catarina Sofia Silva Parracho Gameiro, e Tiago José da Silva Parracho Gameiro Residência: Bairro Pinhal da Vila * Rua Padre Cruz, 64 * 2120-059 Salvaterra de Magos
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COLEGAS DE CARTEIRA NA ESCOLA
Manuel Marques Francisco, desde a escola a sua tendência para fazer Poesia
José Rodrigues Gameiro, desde os bancos de escola gostava Fazer textos, e Crónicas
1962-José Gameiro, na Biblioteca itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian Em busca de novas Culturas
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BIBLIOGRAFIA USADA: *Documentos do espólio de José R Gameiro, guardados em mais de 50 anos, tendo servido para colaboração em Jornais, e edições dos seus livros. * 3ª edição Árvore Genealógica – Ramo Paterno – editado A5 Papel A5 Brochado e PDF * 2017 *3ª edição Árvore Genealógica – Ramo Materno - editado Papel A5 Brochado e PDF * 2017 * Cadernos de Apontamentos incluídos na Colecção “Recordar, Também é Reconstruir” Vol. I, II, III, IV, V e VI - Todos editados em Google: José Gameiro Issuu, e www.historiasalvaterra.blogs.sapo.pt *Crónicas do Nosso Tempo: Vol I e II Edição Papel A5 Brochado e PDF * 2017 e 2018 Publicados em Google – José Gameiro Issuu, e www.historiasalvaterra.blogs.sapo.pt FOTOS USADOS: Do Autor, Alex. Cunha e retiradas do Facebook
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