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Castanha de Vinhais está atrasada e pode ser bom para a produção

Segundo Abel Pereira, da associação florestal Arbórea

A campanha da castanha está atrasada no concelho de Vinhais, um dos maiores produtores nacionais, o que pode ser bom para a produção este ano, segundo revelou uma das associações ligada ao setor.

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Quanto mais demorar, mais caro pode ser o preço pago ao produtor, o que significa que, independentemente da quantidade, o atraso é “das melhores notícias para a produção”, segundo Abel Pereira, da associação florestal Arbórea. “Não há previsões, apenas um único dado que está atrasada e que pode ser bom para a produção, uma campanha atrasada”, declarou o dirigente.

O concelho de Vinhais colhe cerca de oito mil toneladas de castanha e, num ano bom, fatura entre 12 a 15 milhões de euros, sendo que uma faturação anual abaixo dos 10 milhões de euros é considerada “um mau ano”, segundo os responsáveis locais.

Neste concelho há dois mil produtores com realidades distintas, alguns a faturaram 500 euros e outros entre cem a 150 mil euros por campanha, todavia a castanha é a principal fonte de rendimento deste concelho com menos de oito mil habitantes.

Desde meados de Setembro que já se apanha castanha nesta região da chamada Terra Fria Transmontana, porém a campanha ainda não começou em força porque o desenvolvimento do fruto está atrasado. “É sempre bom nós não termos uma campanha muito evoluída até aos Santos, até ao São Martinho, isto pela razão que, havendo aqui uma procura maior do que a oferta, pode eventualmente ser mais simpático para a produção”, explicou o presidente da Arborea.

A campanha deste ano deve prolongar-se até Dezembro, mas, tal como não faz previsões sobre a produtividade, Abel Pereira também ressalva que tudo depende das condições meteorológicas. “Pode, por exemplo, haver uma chuvada durante o próximo fim de semana em que 40% ou 50% da castanha cai e que a campanha acabe mais depressa, mas é sempre tudo sempre muito relativo”, ilustrou.

O concelho de Vinhais tem todas as variedades de castanha e há 16 anos que faz uma feira anual, a coincidir com a campanha para promover o produto que se destaca nas colheitas de Outono.

A castanha é a principal fonte de rendimento do concelho onde “praticamente todas as famílias têm ali na castanha uma forma de obter alguma ajuda em termos económicos”, como destacou o presidente da Câmara, Luís Fernandes. “Felizmente as plantações de castanheiro estão a aumentar e cada vez mais jovens apostam nesta e noutras culturas e é um facto que cada vez mais a castanha tem aqui uma importância muito grande”, acrescentou.

Há “Sabores de Outono” em 18 restaurantes de Bragança

os “Sabores de outono” dão o mote à Semana gastronómica da Caça, Pesca & Castanha, que decorre em Bragança até 7 de novembro. no total, são 18 restaurantes que se associaram à iniciativa, onde é possível degustar, e desfrutar, de uma gastronomia tipicamente outonal, rica em sabores e saberes ancestrais.

Pratos à base de caça, pesca e castanha vão estar, assim, na mesa dos brigantinos e dos turistas, com o objetivo de contribuir para a promoção e preservação do património cinegético e endógeno, valorizando três dos setores mais importantes para a economia do concelho.

“Bragança é o maior produtor nacional de castanha, com um impacto económico na ordem dos 100 milhões de euros”, destacou o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias.

A Semana Gastronómica da Caça, Pesca & Castanha conta com a participação de 18 estabelecimentos, que disponibilizam menus entre os 15 e os 35 euros/pessoa.

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