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Festa do Castanheiro de Marvão homenageia agricultores locais

Nos dias 13 e 14 de Novembro

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Festa do castanheiro de Marvão homenageia os agricultores e atrai pessoas ao concelho

nos dias 13 e 14 de novembro, o Município de Marvão promove a XXXVii Festa do Castanheiro - Feira da Castanha. Com a realização deste certame a autarquia pretende homenagear o castanheiro, uma espécie endógena da região, bem como a castanha.

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Os visitantes vão encontrar na Feira da Castanha magustos; mercado de produtos locais, artesanato; tasquinhas e muita animação de rua. Paralelamente a este certame, realiza-se, entre os dias 6 e 21 de Novembro, a Quinzena Gastronómica da Castanha, que decorre nos restaurantes aderentes do concelho.

O presidente da Câmara de Marvão, em entrevista à Gazeta Rural, diz que vivemos “um ano diferente” e que “é altura de começar a ‘abrir’ os eventos”. Luis Vitorino salienta que o objetivo da Festa do Castanheiro - Feira da Castanha “é atrair pessoas a Marvão e animar a economia local”.

faz da Feira do Castanheiro?

luis Vitorino (lV): É um ano diferente. Estamos a tentar ultrapassar a crise provocada pelo Covid 19. É altura de começar a ‘abrir’ os eventos, a fazê-los de outra forma, porque a economia não pode parar e a lavoura também precisa de escoar os produtos. É com esse intuito que fazemos esta feira, que é para os produtores, locais e regionais, para quem trabalha na fileira da castanha e, de uma forma geral, para ajudar todos quantos trabalham no mundo rural a escoarem as suas produções agrícolas, como a castanha, os frutos secos, o vinho e outros produtos.

O objetivo deste certame é trazer pessoas a Marvão, animar a economia local, a restauração e a hotelaria, que

necessita destes eventos, numa altura em que precisa de fluxos financeiros, para suportar todas as despesas, bem como a quantidade de impostos com que estamos sobrecarregados. Os nossos empresários precisam de ter liquidez para suportar as despesas e manter os postos de trabalho, tão importantes nesta região.

gR: Quando diz “fazê-la de outra forma”, a que se refere?

lV: Estamos a levar a cabo um evento num período em que a pandemia ainda não acabou, pelo que temos que cumprir as regras que a DGS impõe. Vamos introduzir algumas alterações na edição deste ano. Por exemplo, não vamos ter os concertos dentro da tenda e a feira é apenas para expositores do concelho. A área da restauração é também aberta aos restaurantes locais. Para além disso, não vamos cobrar nada a ninguém, de forma que este evento ajude a economia local. Esta feira visa dar um impulso económico aos nossos empresários, que merecem o nosso respeito, pois passaram momentos muito difíceis com a pandemia, ao longo do último ano e meio.

gR: Como está o setor do castanheiro no concelho? Havia alguns problemas com os soutos. A situação está ultrapassada?

lV: Não. O município, há alguns anos, fez candidaturas para as podas dos soutos. Neste momento temos um campo experimental com as variedades que existem na DOP Marvão, como a Bárea e a Clarinha. No entanto, as alterações climáticas que estamos a atravessar, bem como as dinâmicas deste ‘novo’ tempo, há doenças que se continuam a agudizar nos castanheiros e temos que estudar medidas. Vamos fazer uma candidatura ao PRR, no sentido de ajudar os produtores a ultrapassar estas questões.

Os castanheiros fazem parte desta paisagem singular, que é Marvão, bem como desta região, pois tem um valor paisagístico e cultural muito importante. Marvão sem castanheiros não atrai turistas. Quem vem a esta região gosta de ver o mosaico verde que os castanheiros, misturados com os carvalhos e os sobreiros, dão a esta paisagem, que a torna diferente.

gR: Como está o setor primário do concelho?

lV: A agricultura não pára e continua a desenvolver as suas atividades. O concelho de Marvão não tem só castanha. Temos pecuária, olival, vinha, floresta, entre outras. A agricultura do concelho continua a lutar pela sua sobrevivência, apesar de estarmos hoje a viver um problema, que é transversal, e que é a subida dos fatores de produção, que estão muito caros, e as pessoas que trabalham a terra estão a viver momentos de muitas dificuldades.

Basta olhar para os preços dos combustíveis, dos adubos, das rações. Estes dois últimos tiveram subidas na ordem dos 50%, o que torna o trabalho e a subsistência dos agricultores muito difíceis. Isto vai ter repercussões maiores daqui a alguns meses. Se esta situação não for ultrapassada rapidamente e não houver medidas de apoio do Governo central, a lavoura vai atravessar um período deveras complicado.

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