2 minute read

Produtores de vinho do Planalto Mirandês esperam quebras de 20

Com uma quebra superior a 30%

Adega de Pinhel antecipa vindima e fala em “calamidade”

Advertisement

A Adega Cooperativa de Pinhel, no distrito da Guarda, vai antecipar a vindima devido à seca, o que acontece pela primeira vez, dada a situação de “calamidade” verificada, disse hoje o seu presidente. “Pela primeira vez, vamos iniciar a vindima no início de setembro, no dia 10. E a razão são as condições climatéricas atuais”, referiu Agostinho Monteiro.

A vindima vai ser antecipada uma semana em relação à campanha de 2021, que se iniciou em 17 de setembro. Segundo o presidente da Adega Cooperativa de Pinhel, neste momento, a vinha naquele concelho do distrito da Guarda “está uma miséria”, com “videiras completamente secas, quase sem folhas”.

Com o calor que se verifica, e depois da observação em várias vinhas, a direção concluiu que “seria melhor começar a vindima mais cedo” para que a adega ainda receba “uvas com sumo”. “Eu diria mesmo que a situação da viticultura aqui na região da Adega de Pinhel é uma situação de calamidade”, disse o dirigente, que admite que este ano a quebra de produção deve ser superior a 30%. “No ano passado colhemos quase 19 milhões de quilos de uvas e, este ano, penso que não chegaremos aos 13”, admitiu.

Os produtores de vinho da sub-região do Planalto Mirandês, integrada na Região Vitivinícola de Trás-os-Montes, esperam uma quebra na produção a rondar os 20%, face ao ano anterior, menor do que a inicialmente prevista devido à seca.

“Inicialmente, em maio, perspetivámos uma quebra muito acentuada na produção de uvas para a produção de vinho. Contudo, há cerca de duas semanas choveu e a situação melhorou um pouco e as quebras deverão rondar, atualmente, os 20% da produção”, explicou o presidente da Adega Cooperativa de Sendim, concelho de Miranda do

Douro, Óscar Afonso.

Já no concelho vizinho de Mogadouro, também no Planalto Mirandês, a enóloga Rute Gonçalves frisou que, “em termos qualitativos, as uvas estão sãs e não se apresentam desidratadas ou um qualquer tipo de doença”. “Prevemos uma diminuição em termos de rendimento, no rácio quilo/litro. O bago não desenvolveu tanto devido à falta de água e que os torna mais pequenos do que o habitual. Contudo, penso que a qualidade do vinho se vai manter”, disse a enóloga da marca Terras de Mogadouro. Esta empresa espera recolher cerca de 200 toneladas, sendo que uma parte é para vinificação própria de cerca de 50 mil garrafas/ano.

This article is from: