Gazeta Rural nº 362

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Associação com raízes na UTAD criou plataforma online que promove produtores locais

Viseu Dão Lafões cria mercado digital para produtores locais

Edição 2020 da SPACE foi cancelada e regressa em 2021

Cortiçada Art Fest com foco a interioridade e na revitalização dos concelhos afetados pelos fogos

Produtos locais vão estar disponíveis na plataforma online Smart Farmer Câmara de Viseu anuncia “plano B” com “mais de 100 eventos” para o Verão Laboratório Colaborativo em Elvas promete soluções para o grande problema da agricultura

Cereja do Fundão aposta em novos canais de venda

Ficha técnica Ano XV | N.º 362 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Paulo Barracosa | Rita Barata | Catarina Simões Departamento Comercial: Beatriz Fonte Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/ estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores. 2

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Investigadora da UTAD identifica tratamento que diminui rachamento da cereja Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito comemora 60 anos e reinventa-se Binaural vence prémio europeu do Património Cultural na categoria Investigação Turismo rural quer ser solução para férias e já sente aumento da procura

Setor florestal mantém atividade e diz ser estratégico para a retoma

Parlamento Europeu aprova novas regras para reutilização da água na irrigação agrícola Projecto ‘LIFE Resilience’ debateu as melhores práticas para a

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sustentabilidade das culturas

Mundo perdeu 178 milhões de hectares de floresta em 30 anos Politécnico de Viseu promove a participação política e cívica de mulheres agricultoras


Parque Industrial CoimbrĂľes, Lote 76 Apartado 5002, 3501-997 VISEU Tel.: 232 470 760 | Fax: 232 470 769 | E-mail: viseu@soveco.pt www.soveco.pt

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Os comerciantes podem registar as suas necessidades de bens

Associação com raízes na UTAD criou plataforma online que divulga produtores locais A Associação Growgreen Food, constituída por estudantes de doutoramento da UTAD, criou a plataforma online “PromoLocal”, onde os produtores locais podem divulgar produtos e os comerciantes podem registar as necessidades de bens, de forma gratuita.

maior intensidade” e a Growgreen Food sentiu “necessidade de atuar e ajudar estes produtores”, esclarece a responsável da Associação. Por outro lado, os consumidores também querem adquirir produtos frescos e esta é uma forma de o fazer “enquanto ajudam estes pequenos produtores a escoar a produção”, acrescenta. Nesta plataforma qualquer produtor pode divulgar os produtos que tem para escoamento, e chegar junto de um consumidor cada vez mais “preocupado em garantir a economia local e em consumir produtos sta iniciativa pretende “combater as fragifrescos e de qualidade”, enquanto, indiretamente, ajuda na “sustentalidades” sentidas pelos pequenos e médios bilidade destes produtores e na manutenção de postos de trabalho”. produtores do setor agroalimentar que, neste momento, se “encontram em situação muito fraNo caso dos pequenos comerciantes basta inserir na plataforma as gilizada e com sérias dificuldades no escoamento necessidades, quer de produto, quer de quantidade, e o produtor que de produtos”, explica Alexandra Ribeiro, responsámelhor possa satisfazer essas necessidades entra em contato direto vel pela Growgreen Food e estudante da UTAD. com o comerciante. Desta forma, “a plataforma aproxima produtoCom a declaração do estado de emergência em res, comerciantes e consumidores estimulando a economia regional Portugal e medidas excecionais e temporárias de e nacional”, conclui Alexandra Ribeiro. resposta à situação epidemiológica provocada pelo Neste momento estão já inscritos 36 produtores, sendo que cada coronavírus SARS-CoV-2 e da doença COVID-19 que produtor tem nesta plataforma uma “loja on-line” e acesso a um obrigaram ao fecho da restauração, muitos destes processo digital que ajuda a agilizar a gestão da produção e os caprodutores ficaram sem poder escoar produtos. nais de distribuição. “Os apelos nas redes sociais foram surgindo com

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Para a venda e distribuição de produtos da região

Viseu Dão Lafões cria mercado digital para produtos regionais A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões anunciou a criação de um ‘marketplace’ eletrónico regional exclusivo para a venda e distribuição de produtos da região dos 14 municípios e no qual os empresários estarão isentos de custos de adesão.

clientes”. “Esta iniciativa revela-se fundamental para ajudar e apoiar os nossos produtores locais no escoamento dos seus produtos, cujas vendas, fruto do período que atravessamos, sofreram fortes quebras”, defende o secretário executivo da CIM Viseu Dão. sta iniciativa aposta nas vantagens do comércio eletróniNuno Martinho adianta que “este ‘marketplace’ co, como veículo para a transformação digital das micro, irá ser lançado brevemente e irá contar com a adepequenas e médias empresas da região, tendo por missão apoiar são de vários produtores de vinho do Dão, de queijo os produtores locais no escoamento dos seus produtos a nível naSerra da Estrela, de fumeiro, de mel e compotas, e de cional, face ao contexto que se vive atualmente com a pandemia muitos outros produtos de excelência da região Viseu covid-19”, explica um comunicado. Dão Lafões”.A CIM Viseu Dão Lafões é constituída por 14 Segundo o documento, o projeto foi desenvolvido em conjunmunicípios, um do distrito da Guarda, Aguiar da Beira, e to com o Turismo Centro de Portugal, os Grupos de Ação Loos restantes do distrito de Viseu: Carregal do Sal, Castro cal (GAL) e várias associações empresariais e comerciais, assim Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do como Comissão Vitivinícola Regional do Dão, e será “exclusivacastelo, São Pedro do Sul, Santa Comba Dão, Sátão, Tonmente destinado à venda e distribuição de produtos da região dela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela. Viseu Dão Lafões”. “O novo ‘Marketplace’ - Prove Viseu Dão Lafões -, ficará alojado na plataforma Dott.pt (desenvolvida numa parceria entre a Sonae e os CTT), aproveitando a atração daquela plataforma global para estimular a promoção e comercialização dos produtos locais a preços muito competitivos”, anuncia a CIM. Assim, explica o documento, “os produtores locais estarão isentos de custos de adesão e beneficiarão de enormes vantagens e descontos de operação, enquanto oferecem uma maior conveniência, comodidade e segurança para os seus

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O maior evento internacional dedicado ao setor agroalimentar

Edição 2020 da SPACE foi cancelada e regressa em 2021 A SPACE 2020 foi cancelada devido à pandemia COVID-19 e a crise resultante. O certame, que estava agendado para ter lugar de 15 a 18 Setembro, volta em 2021 ao Centro de Exposições de Rennes, em França.

tendo em vista a situação de incerteza, “sentimos que era importante evitar o risco financeiro para os nossos participantes e visitantes”, refere a organização. A SPACE é um evento muito aguardado pelo setor agrícola e dá uma contribuição importante para a indústria agroalimentar, vital para todos os cidadãos. “O foco de hoje, em todos os elos da cadeia de abastecimento alimentar, é a prova da importância da ada a situação incerta e o estado de emeragricultura na nossa economia e para a saúde das pessoas e da gência sanitária estendido por mais alguns economia das nossas regiões”, sublinham, numa referência ao meses, acreditámos que era importante tomar esta impacto económico que o certame tem para aquela região frandecisão mais cedo do que inicialmente previsto”, refere a organização do certame, pois, referem, “seria cesa. quase impossível de cumprir rigorosamente as mediUm estudo da UNIMEV (Union Française des Métiers de das de controle para o espaço”, devido ao grande núl’Événement) estima que o evento gera 91 milhões de euros na mero de pessoas que visita o evento. “Seria extremaactividade económica local. “É, portanto, com pleno conhecimente difícil de conseguir distanciamento físico nos mento da importância de todas estas questões e as consequênstands, em filas, áreas de conferência, restaurantes e cias para os nossos participantes e parceiros, mas sobretudo recepções”, acrescentam os organizadores. impulsionada pela preocupação de evitar riscos incontroláveis para os nossos participantes, que tomamos a decisão de canRecorde-se que a SPACE é o maior evento internacelar a edição 2020” da SPACE, refere a organização, garantincional dedicado ao setor agroalimentar, reúne mais de do que o certame voltará de 14 a 17 de Setembro de 2021 ao 1.400 expositores, um terço dos quais são internacioCentro de Exposições de Rennes. nais, e mais de 100.000 visitantes, 14.000 oriundos de 120 países diferentes. “Claramente, aos nossos participantes internacionais estão impossibilitados de comparecer devido às restrições de viagens em todo o mundo que estão em vigor, até novo aviso”, refere. Porque expositores, fornecedores e parceiros devem planear e assumir os compromissos financeiros com vários meses de antecedência para participarem neste evento e

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Prevista para Setembro deste ano

Agroglobal adiada para Julho de 2021 A Agroglobal, a maior feira profissional do setor agrícola em Portugal, que estava prevista para Setembro deste ano foi adiada para Julho de 2021. Em comunicado a organização sustenta que foi “inevitável o adiamento”, mas a crise atual assim o exigiu.

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ueríamos mesmo fazer a feira na data prevista”, mas “a crise atual é muito relevante para o setor agrícola e a Agroglobal poderia ser um momento de relançamento empresarial e um espaço de debate para muitas questões que nos preocupam”, considera Joaquim Pedro Torres, da Valinveste, entidade promotora do certame, que tem lugar de dois em dois anos em Valada do Ribatejo, em Santarém. Segundo aquele responsável “esperámos, até ser possível, que chegasse uma notícia de esperança que pudesse trazer normalidade à vida das pessoas e das empresas”, mas “infelizmente para todos, os receios e as limitações mantêm-se e, nesse contexto, a atitude de muitas empresas e visitantes é de dúvida e hesitação relativamente a uma presença na Agroglobal, tendo em conta que esta é preparada com antecedência”. Considerando que a Agroglobal “é dinâmica, movimenta muitas pessoas tem muito contacto, muitas reuniões, tem restauração, seminários e transportes”, mas especialmente “tem visitantes e expositores que viajam do estrangeiro, até esta altura ninguém pode garantir que haverá condições de segurança para a realizar e até que teria cobertura legal”, sublinha Pedro Torres. É que se o certame se realizasse nas circunstâncias previstas para Setembro, e tendo em conta as estimativas das autoridades de saúde, “na melhor das hipóteses teríamos uma Agroglobal em forte ‘perda’, frustrando a expetativa dos expositores que fizeram deste evento uma referência na atividade agrícola nacional e não só”, refere a organização. Nestas circunstâncias, acrescentam, “o adiamento era assim inevitável”, mas “já temos nova data”. A feira decorrerá nos dias 6, 7 e 8 de Julho de 2021 e a organização deixa uma mensagem de esperança: “como sempre, lá os esperamos no local habitual”. www.gazetarural.com

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Uma iniciativa dos municípios de Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã

Cortiçada Art Fest promove interioridade e a revitalização dos concelhos afetados pelos fogos

O “Cortiçada Art Fest - Festival de Experiências Artísticas na Paisagem”, uma iniciativa dos municípios de Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã, produzido em colaboração com o escritório de arquitetura MAG – Marques de Aguiar, quer promover a interioridade, combater o despovoamento e dar uma nova vida a estes concelhos afetados de modo significativo pelos fogos florestais. Devido à pandemia da COVID-19, a agenda foi reformulada e adaptada às novas circunstâncias e o Festival surge agora com um formato completamente inovador, de modo a não parar o desenvolvimento desta iniciativa.

abertas aos artistas plásticos do distrito de Castelo Branco, através da plataforma “Cortiçada Art Fest”, pretende ser uma mostra em espaço urbano de diversas interpretações do tema por quem vive, reflete e comunica esta problemática através da produção artística. O vereador da Cultura da Câmara de Oleiros salienta que “só com escala nos afirmamos. Dar dimensão ao nosso território e acrescentar-lhe alma e valor pode traduzir-se numa ‘floresta de oportunidades’”. Paulo Urbano acrescenta que “sendo esta uma inanciado pela DGARTES no âmbito do ‘Programa de Apoio região ameaçada pelos incêndios florestais e com um em Parceria - Revitalização do Pinhal Interior - Programa de património valioso que urge revitalizar, em boa hora Desenvolvimento Cultural do Território’, o projeto contará com a a DGARTES lançou esta medida que vem ao encontro instalação de três obras artísticas na paisagem e um conjunto de de uma das prioridades do executivo camarário oleieventos que envolvem artistas e população local, com uma dinârense: a promoção das artes e da cultura de uma formica única que promoverá a integração e a coesão social, atrainma inclusiva e transversal”. do as atenções a nível nacional e, em simultâneo, promovendo a Por sua vez o presidente da Câmara de Proença-atransformação da paisagem. -Nova diz que, “decorrente do Aviso da DGARTES e do As três obras na paisagem- uma co-autoria de Marta Marques desafio lançado pela Diretora Regional da Cultura aos de Aguiar, Sofia Marques de Aguiar e Mariana Costa- vão nascer municípios, entendeu-se que através da intervenção na paisagem - ela que sofre de inação da gestão florestal e em cada um dos municípios, Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã, dos consequentes ciclos de fogos - e da expressão artístiexplorando cada uma delas lugares de exceção na paisagem. ca se quer deixar um apelo, ao mesmo tempo uma nova Além destas obras de arte, o projeto inclui o Cortiçada Week, visão, motivando a atratividade e, em parceria com os uma semana de oficinas de arte na paisagem direcionada para artistas, mostrar locais de inconfundível beleza”, sublinha estudantes, dinamizada através de um concurso internacional João Lobo. de construção em madeira queimada. Já o presidente da Câmara da Sertã diz tratar-se de “uma O Cortiçada Weekend, um fim-de-semana de concertos e oficinas de arte na paisagem, dinamizadas com associações iniciativa absolutamente louvável e que olha o nosso tere população local, foi adaptado para acontecer dias 31 de ritório de uma forma original”. Para José Farinha Nunes Julho, 1 e 2 de Agosto em direto dos três municípios, contor“os eventos diferenciadores são decisivos para a afirmação nando o isolamento social a que todos estamos obrigados à destes concelhos e por isso o Município da Sertã não podia data devido à pandemia. deixar de se associar ao Cortiçada Art Fest”. “Estamos certos A exposição “Terras do Fogo”, que terá candidaturas de que poderemos retirar muitos dividendos desta iniciativa

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e afirmar esta região como um importante polo encontro, de saudade de um outro interior, um conjunto de debates cultural no contexto do país”, acrescenta o ausobre um futuro melhor na interioridade, dando voz a artistas, arquitetarca da Sertã. tos, chefs, ilustradores, paisagistas, amantes da natureza e apaixonados Marta Marques de Aguiar, do escritório MAG e das Beiras, as ‘Conversas da Cortiçada, À janela da Paisagem!’”, explica. da equipa dinamizadora do projeto, diz não saber Marta Aguiar acrescenta que “a atual conjuntura que atravessamos, “ainda as datas em que vamos poder avançar com com a pandemia da COVID-19, faz-nos pensar neste projeto com mais alguns dos eventos, dadas as circunstâncias que força, porque, embora saibamos que estamos condicionados pela atravessamos, mas o Cortiçada Art Fest está a criar quarentena e pelo isolamento social, estamos a trabalhar para dar a as condições para manter a instalação das obras na uma região uma nova dinâmica que possa trazer nova vida à paisapaisagem e um conjunto de iniciativas online, como gem e a estes concelhos tão afetados pelos incêndios e pelo abandoos vídeos que fizemos com as conversas com pessoas no da população”. da terra, conversas e histórias de solidariedade, de

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Deve estar operacional e em funcionamento a partir de 15 de Maio

Produtos locais vão estar disponíveis na plataforma online Smart Farmer Com o objetivo de apoiar os produtores locais no contexto da pandemia da COVID-19, o Município de Palmela, em conjunto com os parceiros Associação Regional de Criadores de Ovinos Leiteiros da Serra da Arrábida (ARCOLSA) e Associação da Rota de Vinhos da Península de Setúbal (ARVPS), está empenhado em promover e dinamizar o funcionamento da plataforma de comércio eletrónico Smart Farmer, recentemente criada.

plenamente operacional e em funcionamento a partir de 15 de Maio, a Smart Farmer será um mercado eletrónico nacional para produtos hortofrutícolas e produtos transformados, tradicionais e de qualidade reconhecida, com o objetivo de aproximar produtores e consumidores. Conscientes de que o setor dos queijos tem sido bastante afetado neste período de pandemia, a Câmara de Palmela e a ARCOLSA estão a desenvolver um protocolo com a Smart Farmer, para que os queijos produzidos no concelho sejam comercializados nesta plataforma, com entrega ao domicílio. A ARCOLSA funcionará como posto de recolha das encomendas e poderá centralizar outros produtos locais, para além dos queijos, simplificando o processo Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal de recolha e entrega. Também a ARVPS integrará a plataforma, (ARVP), com a colaboração da Associação dos no sentido de potenciar a comercialização dos vinhos dos seus Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) e dos seus produtores aderentes. cerca de 100 municípios associados, como forma de Recorde-se que, em 2016, também com a OIKOS, a autarquia apoio urgente aos agentes económicos locais, nomeade Palmela celebrou o acordo de adesão ao Pacto de Milão, damente, pequenos produtores de vinho e de produtos tendo vindo a trabalhar na defesa de sistemas agroalimentaregionais, concretizou esta plataforma, em parceria com a res mais resilientes, solidários e sustentáveis. OIKOS - Cooperação e Desenvolvimento. Prevendo-se que o seu site www.smartfarmer.pt esteja

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Com a Feira de São Mateus adiada para 2021

Câmara de Viseu anuncia “plano B” com “mais de 100 eventos” para o Verão

A Câmara de Viseu e a Viseu Marca, em face da situação de pandemia que se vive, decidiram não realizar este ano a Feira de São Mateus, que volta em 2021. Em contrapartida, a autarquia e a entidade que promove a feira vão apresentar um “Plano B” para o Verão. O presidente da Câmara Viseu anunciou o cancelamento da edição deste ano da Feira de São Mateus e prometeu eventos ao longo do Verão espalhados pela cidade com “sabor e aroma” do certame secular. Para já, aponta para a “criação de mais de 100 eventos espalhados pela cidade ao longo do Verão, a começar em Julho e a terminar a 21 de Setembro”, feriado municipal e data do fim da Feria de São Mateus. Entre os eventos prometidos poderão estar sessões de cinema em ‘drive-in’ no recinto onde se realiza a feira semanal ou mesmo a presença de “artesãos e outros comerciantes do concelho em espaços fechados na Rua Direita”, que se situa na zona histórica da cidade. “Estou convencido de que este plano B possa animar o centro histórico. Não deixaremos de sentir o cheiro das farturas, o sabor das enguias, mesmo sem Feira de São Mateus. Tudo isso será possível de conseguir”, disse. Além da animação da cidade, o objetivo também passa por “minorar o efeito económico que terão alguns destes comerciantes, sobretudo alguns oriundos do concelho” de Viseu e, por isso, considerou que “com engenho e arte” será apresentado um “plano B que será extremamente importante”. Foi o presidente da Câmara de Viseu anunciou o cancelamento da edição deste ano da Feira de São Mateus. “Em 2020, a Feira não se vai realizar. É uma decisão difícil, mas inevitável da nossa parte, considerando também a proibição decidida pelo Governo, do cancelamento de todos os festivais e eventos análogos até 30 de Setembro”, anunciou António Almeida Henriques. Uma decisão que, “depois de uma avaliação de um evento como este, com a relevância que tem, que é visitado por mais de um milhão de pessoas, obviamente que não have-

ria condições do ponto de vista sanitário para assegurar o distanciamento social”. Recorde-se que o Governo decidiu que todos os festivais estavam cancelados até ao final de Setembro deste ano, por causa da pandemia da covid-19. Almeida Henriques e o vereador da Cultura, e também diretor da Viseu Marca, entidade responsável pelo evento, Jorge Sobrado, não esconderam a “tristeza pelo cancelamento do terceiro maior evento do país”, mas prometeram que “2021 seria a melhor edição de sempre”. “Vamos regressar em 2021 ainda com mais força, com mais tradição e ainda com mais determinação e honrando aquela que é a tradição da nossa feira franca de São Mateus”, prometeu o autarca. Segundo Almeida Henriques, o plano B conta com o apoio dos parceiros da Feira de São Mateus, “que se comprometeram continuar a ser, em 2021,” num certame que recebe “mais de um milhão de visitantes e gera um volume de negócios de 80 milhões de euros”. “Temos três impactos: o impacto da saudade, o segundo, na renda turística e na agenda de eventos de Viseu e também este muito relevante que é de 80 milhões de euros de volume de negócio que deixarão de se fazer pelo facto de estarmos assumir que não iremos ter Feira de São Mateus”, assumiu Almeida Henriques. Jorge Sobrado lembrou também que o certame “tem mais de 600 anos, cria, anualmente, 300 postos de trabalho, emprega 1.000 pessoas todos os anos, junta 300 empresas e é um farol de atratividade, de motor económico, mas também de animação cultural em toda a região”. “Viver sem a Feira de São Mateus em Viseu é como viver sem a Torre Eiffel em Paris, sem as Ramblas em Barcelona ou sem as praias no Algarve. Viseu é feira e feira é Viseu, é um slogan dos anos 40 ou 50 e, de facto, as nossas identidades estão profundamente ligadas”, considerou.

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Pedro Fevereiro, CEO do InnovPlantProtect

Laboratório Colaborativo em Elvas promete soluções para o grande problema da agricultura Num contexto em que muitos dos pesticidas estão a ser retirados do mercado, criar alternativas é uma necessidade urgente. O novo laboratório colaborativo InnovPlantProtect, em Elvas, promete desenvolver compostos não tóxicos de base biológica para combater as pragas e as doenças que afetam as culturas mediterrânicas. O professor Pedro Fevereiro, CEO do InnovPlantProtect, garante o laboratório colaborativo contribuirá para uma produção agrícola nacional mais competitiva e com impactos económicos, ambientais e sociais positivos. Um dos grandes desafios da agricultura é o controlo de pragas e doenças, às quais se deve a perda de 40% da produção agrícola global. A missão do InnovPlantProtect é acabar com elas? 40% é um cálculo aproximado e não reúne consenso; há publicações que referem 60%. O InnovPlantProtect é um laboratório colaborativo (CoLab) concebido para desenvolver estratégias para reduzir o impacto de pragas e doenças, sobretudo emergentes, na agricultura mediterrânica. Contudo, não irá acabar com elas, porque as pragas e doenças existirão sempre. O que vamos fazer é criar soluções inovadoras de base biológica para promover culturas agrícolas mais sustentáveis, ou seja, mais seguras (não tóxicas para seres humanos e animais), mais eficientes (mais produtivas) e com menos impactos no ambiente. 12

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Que culturas mediterrânicas vão ser abordadas? Culturas permanentes e anuais estabelecidas em Portugal e noutros países com clima mediterrânico, por exemplo vinha, olival, milho, trigo, tomate e, eventualmente, pera e maçã. E em que pragas e doenças vai incidir? Sem ser exaustivo, enumero apenas algumas pragas e doenças com características distintas: o percevejo marmoreado ou percevejo asiático, uma praga instalada nos EUA e que na Europa, por exemplo em Itália, está a ser preocupante por já ter causado importantes estragos nas culturas - muitas pessoas consideram-na a praga do século XXI; a Xyllela fastidiosa, uma bactéria que se instala nos vasos condutores das plantas lenhosas, atacando sobretudo o lenho das árvores de fruto; a Drosófila suzukii, que afeta vários frutos; a diabrótica, uma lagarta que ataca as raízes do milho; a traça da Guatemala, cujas larvas constroem galerias nos tubérculos da batata; a ferrugem amarela, que ataca o trigo e outros cereais. Todas estas pragas e doenças são motivo de grande preocupação porque não existe atualmente nenhuma planta resistente e nenhum pesticida que as consiga controlar eficientemente.


Então não existe no mercado nenhuma solução para estas pragas? As soluções que existem e que podiam eventualmente ser utilizadas estão a ser descontinuadas. Devido aos seus níveis de toxicidade ou ao seu espectro de atuação muito amplo, podendo afetar insetos e outros organismos benéficos para o meio ambiente ou até mesmo pessoas, a legislação está a retirar do mercado as formulações que poderiam controlar alguns desses fatores bióticos que afetam as culturas. Por outro lado, há novas pragas e doenças para as quais não existe atualmente nenhuma planta resistente e nenhum pesticida que as consiga controlar. A retirada de princípios ativos acontece com mais incidência na Europa, mas começa também a acontecer nos Estados Unidos e noutros países. Faz ideia de quantas soluções serão desenvolvidas pelo InnovPlantProtect a curto/médio prazo? Temos três anos para conseguir pelo menos duas soluções capazes de funcionar em condições reais. Nesta fase estamos a selecionar as pragas e doenças a abordar. Já temos uma noção, mas não queria adiantar mais informação. O que posso dizer é que a ideia é conseguir controlar essas pragas e doenças através de metodologias inovadoras, utilizando sobretudo moléculas biológicas. A quem cabe selecionar os problemas a resolver e os produtos a desenvolver? Aos parceiros? É uma selecção partilhada, digamos assim. Numa primeira abordagem, houve uma discussão aprofundada com os associados do InnovPlantProtect para

identificar um conjunto de prioridades, mas acabamos por identificar demasiadas (cerca de 10), pelo que, neste momento, estamos a fazer uma avaliação mais detalhada dos aspetos técnico-científicos para estabelecer duas ou três prioridades. Que critérios estão a ser considerados? Em primeiro lugar, a incidência. Aferimos se a doença/praga tem uma amplitude suficientemente abrangente não só em Portugal como em vários locais do mundo de clima mediterrâneo, por exemplo Califórnia (nos EUA), África do Sul e Austrália. Em segundo lugar, a disponibilidade de condições no campo para fazer experimentação com essa doença/praga. Por último, a ineficiência ou a descontinuação das soluções existentes no mercado. É a conjugação destes critérios e de outros critérios que nos permitirá decidir se temos capacidade técnico-científica para desenvolver a solução. Quando diz que o InnovPlantProtect vai desenvolver “soluções inovadoras de base biológica”, refere-se a quê exatamente? A bio-pesticidas ou ao melhoramento de plantas através da edição do genoma? Vamos desenvolver novas soluções de base biológica (aquilo a que genericamente se designa biopesticidas) e vamos utilizar a tecnologia da edição do genoma (como o CRISPR-Cas9) para desenvolver variedades de plantas resistentes ao ataque de doenças. A edição do genoma é uma tecnologia que permite alterar as características das plantas de forma a torná-las resistentes. E pode acontecer que sejam necessárias ambas as soluções face a uma praga muito agressiva. Por mais que trabalhemos com a planta, pode não ser possível criar uma variedade 100% resistente, no entanto, podemos conseguir um controlo efetivo da praga se a planta, ainda que parcialmente resistente, for apoiada pela aplicação de um determinado produto com caraterísticas biológicas. Soluções biológicas são soluções não-químicas? A generalidade das pessoas pensa que químicos são os produtos de síntese, mas isso não é verdade. Tudo o que é vida é químiwww.gazetarural.com

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estou convencido que estas soluções serão muito bem aceites pelo mercado.

co. No caso dos produtos que vamos tentar desenvolver, serão soluções químico-biológicas na medida em que terão por base, sobretudo, ácidos nucleicos (pequenos RNA de interferência) e pequenas proteínas que têm a capacidade de inibir a interação entre os organismos patogénicos e as plantas que queremos defender. É com este tipo de moléculas que vamos trabalhar. Como disse no início da entrevista, não são tóxicas para seres humanos e animais, são específicas e com menos impacto no ambiente do que os agroquímicos de síntese atualmente existentes. Tendo como parceiros multinacionais como a Bayer e a Syngenta e associações de produtores, imagino que a aceitação dos produtos/ soluções no mercado não será um problema… A razão pela qual o InnovPlantProtect foi constituído é porque estamos convencidos que existe mercado para estas novas soluções. Embora seja o único laboratório colaborativo nesta área em Portugal, não é a única instituição no mundo a tentar desenvolver soluções com este tipo de tecnologias. Noutros países existem empresas, ainda que poucas, que estão a trabalhar no mesmo sentido. “O InnovPlantProtect não trabalha para a Europa, trabalha para o mundo. Se a legislação europeia não estiver preparada para aceitar soluções como as que vamos tentar desenvolver, seguramente iremos conseguir comercializá-la noutros países” Vai utilizar a edição do genoma de plantas, que muitos investigadores acreditam que será o marco da agricultura moderna. Não receia a mesma resistência e desconfiança que se instalou na Europa relativamente aos OGM? Antes de mais, deixe-me esclarecer que o InnovPlantProtect não trabalha para a Europa, trabalha para o mundo. Portanto, se a legislação europeia não estiver preparada para aceitar soluções como as que vamos tentar desenvolver, seguramente iremos conseguir comercializá-la noutros países. Em todo o caso, a expectativa é que a Europa altere a sua forma de observar estas novas tecnologias de melhoramento de plantas e que, num prazo razoável, crie legislação que permita, pelo menos em parte, utilizar variedades melhoradas através de edição do genoma. Desde que a regulamentação o permita, 14

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Além de desenvolver produtos, o InnovPlantProtect também vai prestar serviços. Quais? Vai prestar dois tipos de serviços que vão valer-se de todas as ferramentas digitais que permitam não apenas seguir a progressão de pragas, sobretudo de novas pragas, como criar modelos que ajudem a prever a evolução dessas pragas – por exemplo, quando é que eclodem e quando é que afetam as plantas – e desenvolver métodos eficientes de diagnóstico de pragas que aparecem numa determinada exploração agrícola e para a quais ainda existem pouquíssimos serviços em Portugal. Aliás, é por isso que o InnovPlantProtect vai ter dois departamentos de informática, onde se fará a utilização de vários tipos de dados – climáticos, de satélite, de solo e locais (dados colhidos pelos próprios agricultores para aferir a presença ou ausência de determinadas pragas), etc. A ideia é recolher e analisar todos estes dados e, posteriormente, modelizar a progressão das pragas e, com isso, prestar um serviço de aviso e de diagnóstico, que irá, inclusive, permitir aos agricultores escolherem a altura mais adequada para o tratamento e para a colheita (no caso de estar previsto o aparecimento de uma nova praga num período próximo).

Qual vai ser o impacto mais importante do InnovPlantProtect? A inovação? O InnovPlantProtect vai ter impacto em três aspetos muito importantes para os agricultores, que terão a oportunidade de recorrer a soluções mais sustentáveis do ponto de vista ambiental, económico e social, mais eficientes e o mais atempadamente possível. A nossa perspetiva é aumentar a sustentabilidade do sistema, utilizando estas novas tecnologias. Quando me pergunta se o impacto mais importante do InnovPlantProtect é a inovação, depende do que entende por inovação. Há quem pense que inovação são coisas novas, mas, tecnicamente, inovação não significa isso. Inovação são soluções/ferramentas que podem ser protegidas intelectualmente e comercializadas.

O InnovPlantProtect não vai também comercializar os “seus” produtos? Primeiro vai protegê-los, através de patentes ou de outra forma de proteção intelectual juridicamente sólida, e, posteriormente, licenciá-las ou vendê-las. A nossa finalidade não é produzir e comercializar as nossas soluções, é encontrar empresas interessadas em produzi-las em larga escala


e em colocá-las no mercado. Isso implica ter parceiros como a Bayer e a Syngenta, mas, no caso de não estarem interessadas, poderemos licenciar as soluções a outras empresas. O licenciamento é uma componente importante da atividade do InnovPlantProtect? É, porque a médio prazo é o licenciamento das soluções que permitirá a viabilização financeira do InnovPlantProtect. Embora o laboratório beneficie nesta fase inicial de um financiamento essencialmente público, com algum apoio de entidades privadas associadas, a ideia é que, a partir de uma certa altura, 2/3 do financiamento provenha ou da prestação de serviços ou do licenciamento. O InnovPlantProtect tem de ser auto-sustentável. Num mundo em que a população atingirá os 8,3 mil milhões de habitantes até 2030, será necessário produzir entre 35% a 50% mais de alimento, ao mesmo tempo que são exigidas adaptações atempadas às alterações climáticas. Acha que a atividade do InnovPlantProtect vai contribuir para minimizar o impacto deste cenário? A nossa perceção é que as soluções que venhamos a desenvolver contribuam para reduzir as perdas nas culturas. Esse é o objetivo final do InnovPlantProtect. Se contribuirá diretamente para uma redução da pressão resultante do aumento da população, obviamente que não, porque esse é um problema global com muitas outras componentes em jogo, como a redução do desperdício, a distribuição equitativa das produções alimentares, as condições de produção associadas aos preços, a disponibilidade de água… Combater as pragas não resolve por si só o problema, mas, do ponto de vista do controle de pragas e doenças, é, sem dúvida, uma das componentes mais importantes associada à garantia de uma produção mais sustentável. A sustentabilidade da produção garante a sustentabilidade da segurança alimentar (segurança no sentido de existirem alimentos disponíveis). Porquê sedear o InnovPlantProtect em Elvas? Por três razões. Em primeiro lugar, porque o Programa que permitiu a constituição dos Laboratórios Colaborativos (CoLab) não financiava a construção de edifícios, pelo que era preciso encontrar uma infraestrutura que estivesse disponível para receber este laboratório colaborativo. Em segundo lugar, porque esta casa [INIAV de Elvas, Estação de Melhoramento de Plantas, onde fica a sede do InnovPlantProtect] tem já uma grande tradição no melhoramento de plantas e dispõe de campos agrícolas para fazermos a experimentação. Por último, é uma forma de promover a descentralização, como o próprio Programa dos CoLab requer. Estes três fatores associados - e o facto de contarmos com o apoio da autarquia de Elvas e do INIAV, ambos associados do Laboratório Colaborativo – foram determinantes para instalar o InnovPlantProtect em Elvas. Tem previsão de quando estará a funcionar em pleno? Em Abril foi lançado concurso para as obras no edifício, que deverão começar em Setembro e terminar em Maio do ano que vem. Prevemos que em Junho de 2021 estaremos a funcionar em pleno, mas antes, talvez em Setembro, teremos condições laboratoriais para começar a desenvolver uma parte das nossas atividades.

O InnovPlantProtect não é um laboratório “tradicional” de investigação, é uma unidade de desenvolvimento de soluções, estruturada em cinco departamentos. Muito resumidamente, o que é que cada um vai desenvolver? É um laboratório colaborativo que vai três laboratórios típicos (de biologia, química e bioquímica) e dois de informática. O departamento 1 vai dedicar-se fundamentalmente ao desenvolvimento de moléculas biológicas (os designados biopesticidas) com atividade que permita controlar as pragas e doenças. O departamento 2 vai focar-se na questão da interação planta/organismo, ou seja, vai alterar as características das plantas ou encontrar na diversidade existente plantas que apresentem capacidade de resistência. O departamento 3 será um departamento de formulação. As moléculas que queremos desenvolver, nuas, se forem entregues sem mais nada no meio ambiente têm um tempo de vida muito limitado, pelo que precisamos de encontrar fórmulas que permitam manter a molécula disponível, mas, ao mesmo tempo, protegê-la das condições ambientais. Queremos apostar sobretudo no desenvolvimento de soluções baseadas em nano-partículas. Existem diversos tipos de nano-partículas, algumas delas ambientalmente inertes, não tóxicas e é nesse tipo de partículas que vamos apostar para proceder a uma espécie de encapsulamento destas novas moléculas para colocar nas plantas. Os departamentos 4 e 5 serão de informática. Num deles iremos desenvolver bases de dados e modelos de progressão das pragas, no outro iremos criar novos métodos de diagnóstico e de identificação de pragas e doenças. Ambos os departamentos trabalharão em colaboração com associações de produtores e centros operativos da área da agricultura. Entrevista: Margarida Paredes - CiB Fotografia: Joaquim Miranda

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Para chegar a casa dos portugueses

Cereja do Fundão aposta em novos canais de venda Com o mote “As Conversas são como Cerejas”, a Campanha da Cereja do Fundão 2020 prolonga-se até meados de Junho. Novos canais de venda, um leilão virtual, live cookings e um festival de conversas em direto no Instagram são algumas das iniciativas previstas.

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Cereja do Fundão desafia os portugueses para dois dedos de conversa e, a partir de 18 de Maio, chegará a casa das famílias através de novos meios de distribuição, como vendas online e cabazes de frutas e legumes. Concertada no âmbito do conselho consultivo da Indicação Geográfica Protegida da Cereja do Fundão e promovida pela Câmara do Fundão, a campanha da Cereja do Fundão 2020 inspira-se no provérbio “As Conversas são como as Cerejas” e, além dos novos canais de venda, inclui um leilão virtual, entregas de cereja aos participantes do projeto “Apadrinhar uma Cerejeira do Fundão”, live cookings e um festival de conversas em direto do Instagram. “A Cereja do Fundão é um fruto excecional e num contexto como aquele que vivemos é essencial usar novas ferramentas de promoção para chegar mais perto dos consumidores. Com a pandemia de COVID-19, criámos um código de boas práticas para a apanha da cereja, garantindo total segurança aos produtores, trabalhadores e clientes finais. Criámos também um novo modelo de comercialização e, além dos parceiros comerciais e grande superfícies vamos reforçar, as cadeias mais curtas de abastecimento”, diz Paulo Fernandes, presidente da Câmara do Fundão, adiantando que haverá mais novidades nos próximos dias. Quem quiser encomendar cerejas diretamente ao Clube 16

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de Produtores do Fundão poderá fazê-lo através o número 966 397 662 e do e-mail clubedeprodutores@ cm-fundao.pt. Nas páginas do Facebook da Cereja do Fundão e no Instagram também é possível efetuar encomendas.

#conversascomocerejas Durante o mês de Maio e Junho estão previstas várias iniciativas para promover a Cereja do Fundão. A 15 de Maio decorreu um de cerejas, desta vez, online. Entre 20 e 23 de Maio as conversas fazem-se no Instagram. Quatro lives e dez convidados participam no “As Conversas são como Cerejas” com a companhia da Cereja do Fundão. Filipa Gomes e Gisela João, Carla Rocha, Ana Galvão e Joana Marques, António Raminhos e Catarina Raminhos, Ana Bacalhau e Rita Redshoes são os anfitriões desta iniciativa, que decorre nas suas páginas no Instagram. Dias 29 e 29 de Maio é a vez do chef Martinho Moniz fazer um live cooking inspirado na Cereja do Fundão, desta vez, na página oficial do Facebook da Cereja do Fundão.


Outra conclusão do estudo é o aumento do calibre em 20%

Investigadora da UTAD identifica tratamento que diminui rachamento da cereja Uma docente do Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) identificou o tratamento que diminui rachamento da cereja. Sofia Correia, membro integrado do CITAB investigou estratégias inovadoras em pré e pós-colheita no incremento da qualidade da cereja Sweetheart, no Norte de Portugal. Os resultados mostraram uma “redução do rachamento do fruto em 50%”.

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metodologia consistiu em repetidas pulverizações de cálcio, e cálcio conjugado com outras substâncias tendo os “tratamentos foliares reduzido o rachamento”, e sido “menor” nos frutos “tratados com cálcio conjugado com ácido abscísico e glicina-betaína, sobretudo o rachamento do tipo lateral”, explicou a investigadora. Este tipo de rachamento afeta normalmente grande parte do volume da cereja, o que representa um aspeto importante na rejeição do fruto por parte do consumidor, pelo que, há necessidade de produzir frutos de grande qualidade, devido à elevada importância económica da cereja.

Assim, as aplicações com ácido abscísico e glicina-betaína em associação com cálcio, “aumentaram o teor de ceras solúveis e espessura da cutícula e das células da epiderme dos frutos”, tendo sido verificado que, durante a fase de amadurecimento, “frutos com células da epiderme, hipoderme e parênquima de maior dimensão apresentaram uma menor incidência ao rachamento, o que indica a importância da flexibilidade e elasticidade da epiderme”, salienta Sofia Correia. A investigadora destaca ainda que os compostos aplicados não afetam as características organolépticas (textura/sabor) e melhoram o aspeto visual do fruto. E, uma vez que estes compostos têm preços acessíveis, são ferramentas que podem ser facilmente adotadas pelos produtores de cereja. Outra conclusão deste estudo é o aumento do calibre, em 20%, na cereja tratada com glicina-betaína e cálcio, o que representa um impacto “muito positivo para os produtores”. Os resultados desta investigação estão publicados no Journal of the Science of Food and Agriculture e integram uma tese de doutoramento financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia no âmbito do Programa Doutoral “Cadeias de Produção Agrícola – da mesa ao campo” e intitulada Pre and postharvest innovative strategies to enhance cherry quality com orientação das docentes da UTAD, Berta Gonçalves e Ana Paula Silva, e de RobSchouten, da Universidade de Wageningen, Países Baixos.

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Com “Selo Made IN Famalicão – Produto que é Nosso”

Câmara de Famalicão atribui selo de qualidade a produtores locais A Câmara de Vila Nova de Famalicão vai avançar com um programa de incentivo ao consumo de produtos locais e endógenos que vai reconhecer e evidenciar através da atribuição do “Selo Made IN Famalicão – Produto Que é Nosso”, contribuindo para a sua promoção e alargamento das redes de distribuição e comercialização.

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Na implementação deste programa, o município conta com a colaboração das cooperativas agrícolas Fagricoop e Frutivinhos, ao nível do desenvolvimento, acompanhamento e promoção da iniciativa junto dos seus associados. Integram-se neste programa os produtos do setor agroalimentar, agrícolas e transformados, que se enquadrem na tipologia de produtos e nos critérios de avaliação e reconhecimento estabelecidos. Os objetivos passam pela dinamização da economia local através do incentivo ao consumo de produtos de Famalicão, contribuir para a mitigação das consequências económicas da atual crise de saúde pública, reconhecer e valorizar a produção local e estimular a emergência de novas ideias e conceitos para a região.

retende-se colar desta forma um selo de qualidade e de diferenciação à produção dos pequenos produtores e transformadores do concelho, abrindo-lhes a possibilidade para um maior escoamento das suas produções e, simultaneamente, levar ao conhecimento dos consumidores os produtos locais produzidos a partir de uma base não industrializada e intensiva. “Significa isto que dentro de pouco tempo o consumidor local vai poder optar com facilidade por produtos com identidade e que ajudam a nossa economia. É um programa que valoriza o que é feito na nossa terra e pelas mãos e saber dos nossos”, refere o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha.

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No XI Concurso Nacional de Mel, que decorreu em Santarém

Mel de Barroso conquistou o prémio de Mel do Ano pela terceira vez O Mel de Barroso DOP, do Agrupamento de Produtores da Cooperativa Agrícola de Boticas, foi distinguido com a Medalha de Ouro na categoria de Méis de Urze e foi Mel do Ano no XI Concurso Nacional de Mel. Está é uma iniciativa conjunta da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) e da Feira Nacional da Agricultura. A edição 2020 ficou marcada pelo situação de isolamento social em que se encontra o Portugal e o Mundo e as provas tiveram lugar nos dias 5 e 6 de Março de 2020, em Santarém.

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Mel de Barroso DOP obteve a maior pontuação entre todos os méis nacionais a concurso, do continente e das ilhas. Este mel, produzido em território classificado pela FAO como Património Agrícola Mundial, conquistou, pela terceira vez, em sete anos, o título de Mel do Ano e a Medalha de Ouro na categoria de Mel de Urze. “É um feito ímpar, que traduz a excelência e a qualidade deste produto e reflete o dedicado trabalho desenvolvido em parceria entre os apicultores da região”, salientam os responsáveis do Agrupamento de Produtores de Mel do Barroso, sedeado na Cooperativa Agrícola de Boticas. Recorde-se, a propósito, que ao Mel de Barroso foram ainda atribuídas, no concurso internacional Great Taste, três estrelas, em 2017, 2018 e 2019, distinção máxima concedida neste concurso. Para o presidente da Câmara de Boticas este é “um percurso verdadeiramente notável, que espelha bem a aposta que foi feita, neste e noutros produtos, com identidade e marca, de que é também exemplo a Carne Barrosã – DOP, assente numa estratégia coletiva, partilhada e apoiada pela Câmara Municipal de Boticas”, refere Fernando Queiroga.

Edição de 2020 foi a mais concorrida de sempre A edição de 2020 do concurso foi a mais concorrida de sempre, tendo contado com a participação de 42 concorrentes e 73 méis a concurso. “Estes números evidenciam a importância crescente que o certame adquiriu ao longo das suas onze edições, no qual se valoriza e demonstra o reconhecimento pelas boas práticas na produção de méis de elevada notoriedade sensorial”, refere a FNAP. O Concurso Nacional de Mel aposta em dar notoriedade aos méis de excelência que se produzem em território nacional, independentemente da sua dimensão comercial. A representatividade dos méis monoflorais tipificados em Portugal, embora ainda esteja aquém do desejado com baixa participação de méis tão únicos como o Mel de Incenso dos Açores, Mel de Medronheiro e Mel de Laranjeira do Algarve ou o Mel de Soagem do Alentejo, cresce em origem geográfica dos méis mais comuns.

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Diz o presidente da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, que comemora 60 anos e que se reinventa

“Abraçámos áreas de negócio que nunca nos passariam pela cabeça” A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito (ACVCA) está a comemorar 60 anos, numa altura de grandes mudanças, por via da pandemia que nos afeta a todos. Com 290 associados ativos e com uma produção média anual de oito milhões de quilos de uvas, a ACVCA aproveitou a situação gerada para se reinventar. “Abraçámos áreas de negócio que nunca nos passariam pela cabeça”, afirmou o presidente José Miguel Almeida em entrevista à Gazeta Rural, numa alusão à produção de gel que, para além das ofertas a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo da região e à Cruz Vermelha Portuguesa, já estão a comercializar.

Vaz é superior a 60% do volume dos brancos, para além de ser uma casta bem adaptada à região. Isto é dito por muitos enólogos, desde logo pelo Eng. Luís Morgado Leão, que é o responsável enológico dos nossos vinhos. É também comummente aceite que a região da Vidigueira é o ‘berço’ da Antão Vaz. De facto, os vinhos que se obtêm das uvas de Antão Vaz, originárias da nossa região, marcam pela diferença, comparativamente com os vinhos produzidos com esta casta noutros locais.

Gazeta Rural (GR): A Adega comemora 60 anos, que foram sempre em crescendo? José Miguel Almeida (JMA): Sim. Chegamos aos 60 anos a crescer, olhando para a quantidade de vinhos produzido e ao volume de negócios gerado, mas também para a diversificação das nossas atividades, em especial na última década.

“Esta região fez um progresso gigantesco na produção de vinhos tintos”

GR: A Adega apostou sempre na inovação. Que importância isso teve para o seu posicionamento no mercado? JMA: Ao longo dos 60 anos temos vindo a acompanhar a evolução dos mercados. Lembro-me que ao observarmos o nosso arquivo histórico na década inicial de vida da Adega vemos que as garrafas eram bastante simbólicas e que muitas pessoas ainda hoje as guardam como recordação. Eram rótulos muito elaborados e adequados à época. O que fizemos mais recentemente, no mandato do atual Conselho de Administração, foi analisar o mercado, as tendências e reformular a imagem, que é constante, adaptando-a para permanentemente irmos ao encontro das preferências dos consumidores. GR: A Antão Vaz é a casta rainha da Vidigueira. Que peso tem na Adega? JMA: Tem um peso significativo. O encepamento de Antão 20

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GR: E nos tintos? JMA: Esta região fez um progresso gigantesco na produção de vinhos tintos, desde os finais da década de 80 do seculo XX até agora. Era uma região que apostava muito nos brancos. Para lhe dar um exemplo, há 40 anos os vinhos tintos eram residuais. Hoje, na Adega, temos um encepamento equilibrado em 50% branco e 50% tinto, o que é pouco comum num produtor de vinhos do Alentejo, onde predominam os tintos. Porém, o facto é que esta região fez uma progressão enorme em termos das castas instaladas, aproveitando os programas de reestruturação ao abrigo do VITIS e tem aproveitado isso para modernizar as vinhas, para plantar castas tintas de excelência e, dessa forma, comprovar que a Vidigueira é também uma região excelente para produzir vinhos tintos. GR: Onde entra o vinho de talha? JMA: Na nossa Adega entra, sobretudo, por uma questão histórica e cultural. Iniciámos a produção de vinho de talha em 2017, com o Vila Alva Vinhas Centenárias. Só produzimos


este vinho a partir de uvas brancas de vinhas centenárias, que ainda temos por iniciativa dos nossos associados. As vinhas centenárias são escassas em uvas tintas, pelo que não produzimos vinho de talha tinto. Temos produzido este vinho como mote para o nosso enoturismo, como um produto do ponto de vista histórico e cultural, mas também de diversificação da oferta aos nossos visitantes, pois funciona muito bem. A nossa produção anual não supera as quatro mil garrafas.

de segurança para com os nossos colaboradores, mas também com as pessoas que nos fornecem serviços e para com os nossos clientes. Penso que temos conseguido fazer as coisas bem e readaptámo-nos. Tivemos um crescimento significativo das vendas no ‘online’, com uma boa recetividade por parte dos consumidores e abraçámos áreas de negócio que nunca nos passariam pela cabeça. GR: Nesse sentido nasceu a Casa das Talhas, Começámos a 1 de Abril a abastecer a Unidade de Saúde do Baixo com um investimento significativo em 2019? Alentejo, de forma gratuita, com gel anticéptico, para a desinfeção JMA: Como disse, o mote para o nosso projeto de de mãos, produzido a partir da nossa aguardente. As coisas correenoturismo foi o vinho de talha, que candidatámos, ram bem, de tal ordem que já oferecemos mais de dois mil litros foi aprovado e já está implementado. Abriu portas a de gel a mais de 60 unidades do Alto e Baixo Alentejo. Mas a ‘coisa’ 25 de Outubro de progrediu. Temos neste momento um protocolo de oferta de gel 2019 e durante quase meio ano teve um sucesso à Cruz Vermelha Portuguesa até final de Maio e, para além disso, enorme, mas que, fruto da atual situação, tem estajá iniciámos também a comercialização de gel anticéptico, com a do fechado. Reabrirá em Junho com todas as normas marca VIDIGEL. e cuidados de segurança. Vamos voltar a receber as Foi uma adaptação e uma medida que encontrámos para nos pessoas que nos visitam e vamos ver como vai correr. ajudar a ultrapassar esta fase crítica de vendas, com muitos disTodo o conceito que desenvolvemos em torno desde tribuidores fechados e, dessa maneira, temos mantido a atividaprojecto enoturístico teve por base o vinho e as talhas, de regular da cooperativa em pleno, dentro das circunstâncias, mas também a técnica ancestral da sua produção. e não mandámos nenhum dos nossos colaboradores para layoff. GR: Vivemos um tempo diferente. Como está esta crise a afetar a Adega? JMA: Começámos a perceber, logo no início de Março, que algo iria mudar de forma muito intensa. Desde cedo que estabelecemos um plano de contingência. Conseguimos ultrapassar os vários períodos com medidas de precaução cada vez mais intensas até ao pico da pandemia, e agora, com o desconfinamento, com regras apertadas

GR: Como antevê os próximos tempos? JMA: Acreditamos numa recuperação gradual da atividade e- fruto daquilo que é a segurança que estamos a implementar nas operações que estamos a desenvolver - esperamos manter a confiança dos nossos clientes e consumidores. Estaremos permanentemente na primeira linha de evolução desta situação, mas que continua a ser uma incógnita para todos. www.gazetarural.com

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Com o projecto Rede Tramontana III

Binaural vence prémio europeu do Património Cultural na categoria Investigação

O projeto Tramontana III, apoiado pelo programa Europa Criativa Cultura em 2017 e liderado pela Binaural, Associação Cultural de Nodar, foi um dos vencedores da edição de 2020 dos Prémios Europeus do Património Cultural - Prémios Europa Nostra. O anúncio foi feito pela Comissão Europeia e a Europa Nostra na véspera da celebração do Dia da Europa deste ano.

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gação e valorização criativa do património imaterial de comunidades rurais e de montanha europeias, visando salvaguardar e revitalizar esse património através da sua documentação e ampla divulgação. O projeto é resultado de um trabalho entre oito parceiros principais, oriundos de cinco países diferentes (França, Itália, Polónia, Portugal e Espanha), com mais de 50 entidades associadas. O projeto beneficiou do apoio do programa Europa Criativa da União Europeia, que o financiou 60%, sendo a parte restante coberta pelos parceiros.

maior distinção no domínio do património vai para 21 realizações exemplares de 15 países, entre os quais a Rede Tramontana III, na categoria Investigação. O projeto da Binaural, de Portugal, envolve outros parceiros europeus, como a Audiolab (Espanha), Nosauts de Bigòrra, Numériculture Gascogne e Eth Ostau Comengés (os três de França), Bambun e Associazione LEM-Italia (Itália) e Akademia Profil (Polónia). Projeto cultural da Binaural Nodar “Este projeto promove a ideia de identidade europeia e, especificamente, do património imaterial de comunidades rurais e Binaural Nodar é um projeto cultural contemporâde montanha, que é comum a toda a Europa. É um excelente neo atuando desde 2004 na região portuguesa de Viexemplo de cooperação internacional entre investigadores com seu Dão Lafões nas áreas do acolhimento e produção experiência em diversas áreas de estudo. A metodologia usada de criações em artes sonoras e media, da documentação no projeto é replicável noutros contextos europeus e tem poetnográfica audiovisual, da educação sonora, da criação para rádio e da produção editorial. tencial para ser aplicada em todo o continente”, afirmou o júri, justificando assim o prémio atribuído. O modelo de intervenção da Binaural Nodar assenta numa atuação simultânea num plano intensamente local, promovendo um conceito de laboratório permanente Rede Tramontana III contou com oito parceiros de mediação social, junto com comunidades rurais e, num contexto global, com atividades desenvolvidas com artistas A Rede Tramontana III é um projeto integrado de investi22

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contemporâneos, museus, universidades e organizações culturais nacionais e internacionais. As suas ações, no âmbito deste projeto europeu, centraram-se em quatro concelhos da região de Viseu Dão Lafões (Viseu, Vouzela, Castro Daire e São Pedro do Sul), nos quais foram desenvolvidas largas dezenas de iniciativas. Foram feitas mais de 700 recolhas etnográficas e etnomusicológicas (com especial incidência nos ciclos do milho, centeio e linho, cancioneiro tradicional polifónico, apicultura, criação de gado bovino, ovino e caprino, etc.) e mais de 300 recolhas de paisagens sonoras; foi criado o Arquivo Digital Binaural Nodar (www.archive.binauralmedia.org), que conta já com cerca de 800 documentos sonoros e audiovisuais e de dois sub-arquivos deste arquivo principal para, respetivamente, o Museu do Linho de Várzea de Calde (Viseu): o Arquivo da Memória de Várzea de Calde (www.memoriavarzeadecalde.org) e para o Município de Castro Daire: o Arquivo Digital Memória sobre Rodas (www.memoria-sobre-rodas.org). Além disso, tem duas residências artísticas de relação entre a cultura rural e a criação artística contemporânea (comunidades rurais de São Félix e de Candal, ambas no município de São Pedro do Sul) em parceria com o Mestrado de Criação Artística Contemporânea da Universidade de Aveiro. Fez dezenas de ateliês dirigidos às comunidades educativas da região, abordando questões de descoberta patrimonial local

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Apoio das câmaras de Viseu, Vouzela e Castro Daire

através do som e da palavra: “Descobrir o museu etnográfico”, “Ouço, Lembro e Sinto”, levados a cabo em vários contextos dos municípios de Castro Daire, Vouzela e Viseu, bem como cinco exposições multimédia relativas a aspetos patrimoniais rurais: “Habi-Lin: A longa aventura do linho na Europa rural” no Museu Municipal de Vouzela, “Pedras faladas: Memórias geológicas de Bodiosa” na Junta de Freguesia de Bodiosa (Viseu), “Plantas Faladas: Arquivo de memória vegetal” e “O espírito da colmeia”, ambas no Museu do Linho de Várzea de Calde (Viseu). Publicações etnográficas e etnomusicológicas gravadas No âmbito deste projeto, a Binaural Nodar fez seis publicações etnográficas e etnomusicológicas gravadas e por si concebidas, decorrentes das recolhas realizadas no livro e documentário bilingue, em português e inglês “Várzea de Calde: uma aldeia tecida a linho” (Viseu); o livro e documentário “Linho: Histórias ao longo dum fio” (São Pedro do Sul); o CD “Cancioneiro do linho e da vida rural de Várzea de Calde” (Viseu); o CD “As Vozes de Manhouce: Geografias do canto rural” (São Pedro do Sul); o livro e CD “Grupo de Cantares de Levides: Vozes erguidas” (Vouzela) e o livro e CD “Grupo de Cantares de Carvalhal de Vermilhas: Entre o campo e o céu” (Vouzela). Fez ainda dezenas de criações artísticas sonoras, difundidas através de programas de rádio em Portugal e na Europa e através da página Soundcloud da Binaural Nodar (www.soundcloud. com/binauralmedia) e de outras plataformas especializadas na criação sonora. 24

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A Binaural Nodar aproveita a oportunidade “para agradecer o apoio de um conjunto de entidades e de pessoas que permitiram quer as atividades desenvolvidas, quer a atribuição deste prémio”, nomeadamente “a todos os colaboradores atuais e passados, permanentes ou temporários da Binaural Nodar, mas também às três Câmaras Municipais que mais apoiaram as atividades associadas a este prémio, como Vouzela, onde a associação tem as suas instalações do Lafões Cult Lab; Viseu, com a qual colabora com projetos etnográficos e multimédia no arco rural; e Castro Daire, com a qual em 2018 se estabeleceu uma parceria para um projeto de etnografia itinerante usando o bibliomóvel da Biblioteca Municipal como estúdio de recolhas audiovisuais, projeto Memória sobre Rodas que ganhou no ano passado o segundo prémio de Boas Práticas em Bibliotecas Públicas atribuído pela Direção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB). Para saber mais sobre a Associação aceda em: www.binauralmedia.org


Diz o presidente da Associação do Turismo de Habitação

Turismo rural quer ser solução para férias e já sente aumento da procura As associações de turismo rural e de habitação consideraram que este tipo de alojamento pode ser uma solução para os portugueses se “confinarem em férias” e já notam um aumento da procura para o Verão.

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onfinados em férias” no campo poderá ser “uma solução” para as férias dos portugueses este ano face à pandemia de covid-19, disse à agência Lusa o presidente da Associação do Turismo de Habitação (TURIHAB), Francisco de Calheiros. “Achamos que o turismo de habitação e rural vai ser um produto de exceção e de excelência, digamos assim. Há já o interesse, já há quem esteja a fazer estas marcações e provavelmente vão ser os alojamentos mais procurados”, considerou o presidente da TURIHAB. Para Francisco de Calheiros, as razões são “óbvias”: as casas no meio rural estão mais isoladas, o que pode também atrair quem Segundo a FPTR, praticamente todas as empresas mora na cidade, não é turismo de massas, a capacidade para rede hotéis rurais aderiram ao selo “Clean & Safe” do ceber turistas é relativamente mais reduzida e os espaços são Turismo de Portugal, estão neste momento a fazer de maiores dimensões, tornando-os apropriados para férias em investimentos avultados para aumentar a segurança família. “Os nossos operadores já começam a sentir que há um de clientes e colaboradores e reabrirem em Junho, pointeresse grande”, adiantou Francisco de Calheiros. rém “o mercado não está a reagir”. Apesar de reconhecer que a condição de ruralidade pode ser A Associação de Hotéis Rurais de Portugal (AHRP), favorável, o presidente da Federação Portuguesa de Turismo da qual Cândido Mendes também faz parte, já enviou Rural (FPTR), Cândido Mendes, teme que o mercado interno uma carta ao Turismo de Portugal e à tutela a dar conta não seja suficiente para garantir as receitas necessárias. das suas preocupações e a pedir a aplicação de medidas Neste momento, adiantou, existe um aumento “tímido” da específicas para o setor, como o alargamento do ‘lay-off’ procura por casas rurais para pequenas famílias. “A sazonaaos meses de Inverno, uma medida a que quase todos lidade no turismo rural é muitíssimo grande. De um modo os empresários do ramo aderiram, e a melhoria das congeral as empresas amealham no Verão, para depois fazedições de apoio para manutenção dos postos de trabarem face às despesas no Inverno. As regiões turísticas do lho. “Se nada for feito por este setor, vamos sofrer um país estão todas a apostar no mercado interno, porque não retrocesso enormíssimo, que vai provocar muitos danos há outro, mas o mercado interno não é elástico e vai diminas economias locais. Vai ser uma catástrofe completa”, nuir, porque muitas famílias tiveram perda de rendimentos avisou Cândido Mendes. e, portanto, o mercado interno não é suficiente”, alertou Também Francisco de Calheiros, da TURIHAB, considerou aquele responsável. que não tem sido dada a devida atenção a este segmento Se as casas rurais estão a ser alvo de interesse, já em de turismo, por parte das entidades oficiais e tutela. “Houve uma concentração em alojamentos locais, que é uma moda relação aos hotéis rurais, o panorama é mais desanimae um tipo de alojamento que agora também está em dificuldor, admite Cândido Mendes. “As pessoas têm receio de dades. Desprezou-se em grande parte esta modalidade de viajar para locais mais massificados, portanto, de facto, turismo, que tem a ver com o património, com a cultura, com sermos rurais é uma situação que, neste momento, joga a tradição e com a gastronomia”, considerou. a nosso favor, mas o que se nota, e é transversal a todo o país, é que não há procura por hotéis rurais”, lamentou. www.gazetarural.com

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No webinar As florestas e a crise que vivemos: um olhar para além da pandemia”

Setor florestal mantém atividade e diz ser “estratégico” para a retoma O setor florestal português registou “algum abrandamento” nas atividades de gestão e industriais devido à pandemia, mas as cadeias logísticas e de abastecimento mantiveram-se asseguradas e a fileira garante ser “estratégica” para a recuperação económica do país. “Os trabalhos de prestação de serviços e atividades de gestão florestal, na sua generalidade, correram numa situação de quase normalidade. Houve necessidade de nos adaptarmos à nova legislação e as indústrias da fileira foram afetadas de diferentes formas e intensidades, mas não houve notícias tão bombásticas como noutros setores”, afirmou o presidente da direção do Centro Pinus, João Gonçalves, num `webinar` (seminário `online`) organizado pela consultora Agroges sob o tema “As florestas e a crise que vivemos: um olhar para além da pandemia”.

o Ikea é grande consumidor na Europa e fechou as lojas todas, os aglomerados e painéis viram as encomendas reduzidas e alguns dos nossos associados tiveram que entrar em `lay-off`, com pelo menos 40% da atividade afetada, o que é um impacto grande”, afirmou o diretor do Centro Pinus. Pelo contrário, acrescentou, em áreas industriais como a resina e a embalagem, a crise sanitária abriu até algumas oportunidades: “Os nossos associados de resina não imaginaram que aguarrás disparasse tanto de preço, porque é muito usada em produtos de limpeza, e na indústria de embalagem e de paletes houve um aumento de procura, sobretudo no início da crise, porque as famílias quiseram repor `stocks` e ambém Luís Veiga Martins, diretor-geral da Celpa - Assoas embalagens de madeira e cartão foram muito requiciação da Indústria Papeleira, disse terem sido mantidas sitadas”, notou. durante este período “as atividades mais ou menos normais de Na fileira do sobro, onde o mercado vitivinícola assugestão florestal”: “Naturalmente com alguns ajustamentos dos me particular importância para as vendas de rolhas de planos de exploração, mas tentou-se que as atividades conticortiça, o diretor da Filcork destacou a importância, do nuassem com o mínimo de distorção”, sustentou. ponto de vista industrial, de “manter todas as cadeias Já o presidente da direção da Filcork - Associação Interprofisde abastecimento aberto”. “Como a indústria vinícola foi considerada prioritária em todos os países que são os sional da Fileira da Cortiça, João Rui Ferreira, admitiu “algum nossos principais destinos de exportação, a indústria viníabrandamento das atividades de gestão” florestal, em linha cola manteve a atividade, nomeadamente nas adegas, e com o registado no resto da Europa, mas assegurou que “nesnós tivemos a responsabilidade de manter o abastecimentes dois meses houve a grande preocupação de manter todas to dos nossos clientes”, disse João Rui Ferreira. as cadeias logísticas e de abastecimento em funcionamento”. Recordando a “muita preocupação sentida nas primeiNo que se refere à área industrial, o impacto das restrições ras duas semanas [da crise sanitária] com a introdução de impostas para evitar a disseminação do surto de covid-19 foram mais sentidas em alguns setores, como o da serração planos de contingência, para que não houvesse propagação e dos aglomerados de pinho, enquanto noutros a situação do vírus dentro das empresas”, o responsável considera que foi até geradora de negócio acrescido. “Na serração houve “o impacto económico [da pandemia] ainda não foi sentido” uma redução com algum significado devido à paragem da na fileira, que registou “até Março um nível de exportações construção. Na área da trituração para mobiliário, em que muito estável” e manteve uma atividade industrial “muito

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Já para o diretor-geral da Celpa, representativa da fileira do eucalipto, regular, apenas com casos muito pontuais de as preocupações passam pela “sustentabilidade dos fornecedores ao curtos encerramentos”. longo da cadeia de valor” e por uma eventual “segunda vaga da doen“Evidentemente que o impacto no turismo e ça durante a época dos fogos rurais”: “A base [do setor] é frágil, é um restauração vai refletir-se no consumo de vinho, tecido económico de PME [pequenas e médias empresas] que, caso mas temos que tornar este desafio uma oportuniencerrem, será difícil antecipar a sua renovação”, admitiu. dade”, sustentou o diretor da Filcork, salientando a Para Luís Veiga Martins, “o que esta crise veio demonstrar é que é ainda “muita incerteza” existente, nomeadamente necessário que os países tenham capacidade de autoabastecimento em torno de “quanto é que o retalho vai conseguir e de, através dos agentes económicos locais, terem indústrias forsubstituir o consumo que se fazia no [canal] Horeca tes que possam puxar pela economia do país”, sendo sua convicção [hotelaria, restauração e cafetaria], tanto em volume que “o setor florestal vai ter um peso enorme no relançamento como em valor”. económico do país”. De acordo com João Rui Ferreira, a atual “grande Uma opinião partilhada pela Filcork, cujo presidente da direção preocupação” da fileira é “garantir que a campanha de acredita que “muito do que é fundamental fazer nas fileiras [da extração da cortiça -- que arranca em meados de Maio floresta] já o era no pré-covid” e que as redobradas preocupae prossegue até Agosto - decorre com normalidade”, ções ambientais e com a sustentabilidade decorrentes da crise de forma a assegurar um ano 2021 de bons resultados abrem ao setor “uma oportunidade única para ocupar o terripara o setor, em que Portugal é líder mundial. “Qualquer tório de outros produtos” menos amigos do ambiente. disrupção que haja na fileira poderia impactar a atividade económica do próximo ano e pôr-nos em competição com produtos alternativos, portanto é muito importante que tudo corra o mais próximo possível da normalidade”, sustentou.

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Mação, Sertã, Vila de Rei, Oleiros e Proença-a-Nova

Governo alarga a cinco municípios projetos-piloto de transformação da paisagem

O Governo alargou a implementação do Plano Integrado de Transformação Territorial (PITT) a cinco municípios, com o objetivo de recuperar a área ardida e ativar a gestão agroflorestal. “O Programa de Transformação da Paisagem vai estender-se a cinco municípios, sendo eles Mação (Santarém), Sertã, Vila de Rei, Oleiros e Proença-a-Nova (Castelo Branco)”, adiantou o secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território.

de intervenção florestal, podendo englobar proprietários, municípios, associação de produtores e agricultores, entre outros. “No imediato, e com um horizonte temporal estimado em três meses, que pode atrasar mediante condicionalismos que possam surgir pelo estado de pandemia que vivemos, as autarquias, com acompanhamento da Direção-Geral do Território (DGT) e do ICNF [Instituto de Conservação da Natureza e Florestas], vão começar o processo de delimitação das áreas de intervenção, egundo João Paulo Catarino, os municípios “vão contar com identificar os respetivos proprietários e iniciar um apoios para 20 anos para implementar e desenvolver estes processo de cadastro simplificado, a par do início de projetos em áreas indicativas iniciais de mil hectares, e que visam processo de candidaturas ao Programa de Desenvolcriar uma nova paisagem no mundo rural, criando mosaicos e reinvimento Rural (PDR) 2020, aos fundos de apoio para troduzindo a agricultura nalguns locais, privilegiando a biológica, a floresta”, disse João Paulo Catarino. Segundo o sede modo a compartimentar a floresta e melhor defendê-la e procretário de Estado, “o processo de identificação dos teger dos incêndios”. proprietários é uma questão nuclear, que vai começar A apresentação decorreu na Sertã, no âmbito da reunião do pelas áreas de intervenção destas zonas piloto, uma vez grupo de trabalho criado em 2019 com a missão de elaborar um que, dos cinco municípios, apenas o concelho de Mação plano integrado de transformação territorial para a recuperação tem cadastro geométrico da propriedade rústica neste da área ardida e a ativação da gestão agroflorestal, grupo coormomento”. denado pelo secretário de Estado. Inicialmente, o plano conOs municípios que integram o PITT “poderão desde já templava apenas os concelhos de Mação, Sertã e Vila de Rei. avançar com os projetos piloto recorrendo a fundos que “A integração de Oleiros e Proença-a-Nova surgiu por suserão alocados através de candidaturas a diversas linhas gestão dos municípios inicialmente envolvidos e por estarem de financiamento, no âmbito do Fundo Ambiental, Fundo todos ligados territorialmente e terem características comuns Florestal Permanente e PDR 2020, com apoios que variam em termos de área florestal, paisagem e população”, notou o entre os 85% e os 100%, dependendo das ações e do fungovernante. do que a financia”. Mil hectares é o “número indicativo de intervenção por As candidaturas a apresentar, numa primeira fase, semunicípio, numa área ou mais”, sendo que as áreas piloto e gundo o projeto hoje apresentado, serão para instalação de este projeto vão ser coordenados através de entidades gesfolhosas, regeneração de pinheiro bravo, instalação de notoras constituídas ou a constituir para o efeito, como as univos povoamentos, beneficiação de sistemas agroflorestais, dades de gestão florestal ou as entidades gestoras de zonas

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controlo de agentes bióticos, criação de novas empresas e contratação de recursos humanos qualificados, entre outras. De acordo com o secretário de Estado, numa segunda fase, “dentro de nove meses, será dado a conhecer pelo ICNF um estudo aberto hoje para os cinco municípios, que visa fazer um diagnóstico da região e aferir de capacidades e potencialidades do território”. O governante adiantou que o Programa de Transformação da Paisagem “dá continuidade à reforma florestal iniciada na anterior legislatura e constitui-se como um programa de intervenção integrada em territórios vulneráveis, através da alteração nos modelos de ocupação e gestão dos solos e da sua valorização, tornando-os mais resilientes ao risco de incêndio”. Segundo João Paulo Catarino, este plano “faz parte das 20 unidades homogéneas que correspondem aos territórios potenciais para delimitação das áreas a sujeitar a Programa de Reordenamento e Gestão da Paisagem que o Governo irá aprovar ainda este mês”, destinados a “promover o desenho da paisagem como referencial de uma nova economia dos territórios rurais, que promova uma floresta multifuncional, biodiversa e resiliente, mais rentável, com mais capacidade de sequestro de carbono e capaz de produzir e consumir melhores serviços a partir dos ecossistemas”.

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Para ajudar a gerir a escassez e as secas

Parlamento Europeu aprova novas regras para reutilização da água na irrigação agrícola Garante o Ministro do Ambiente

Leis sobre limpeza de terrenos são para cumprir

Os eurodeputados aprovaram novas medidas, já acordadas com os governos nacionais, para facilitar a reutilização da água na irrigação agrícola e ajudar a gerir a escassez de água e as secas.

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regulamento aprovado pelo Parlamento Europeu (PE) estabelece requisitos mínimos para a reutilização das águas residuais urbanas tratadas, visando garantir um abastecimento alternativo de São para cumprir as leis sobre a limpeza de água fiável. Estes requisitos dizem sobretudo respeito à qualidade da terrenos, no âmbito das medidas de prevenção água e à respetiva monitorização. de incêndios rurais, garantiu o ministro do AmA reutilização de águas residuais devidamente tratadas, provebiente e da Ação Climática. Ouvido na Comissão nientes por exemplo de estações de tratamento de águas residuais de Agricultura e Mar, e perante perguntas sobre urbanas, é considerada como tendo um menor impacto ambiental se, devido à atual pandemia de covid-19, podiam do que outros métodos alternativos de abastecimento de água, tais ser suspensas as multas para quem não limpa os como os transvases ou a dessalinização. Contudo, esta reutilizaterrenos, João Pedro Matos Fernandes afirmou ção, que poderá reduzir os desperdícios e permitir a poupança de que “o Governo não pondera suspender as coimas”, água, é ainda praticada de forma limitada na UE. porque “há responsabilidades que não podem ser Embora a escassez de água seja mais crítica no Sul da Europa, o aligeiradas”. problema não está circunscrito apenas a esta região. Desde 1976, quase todos os Estados-Membros registaram períodos de seca e ão queremos ler ´ardeu porque o Governo muitos enfrentam atualmente problemas frequentes de escassuspendeu as multas´”, disse João Pedro Masez de água, bem como uma exploração excessiva dos aquíferos. tos Fernandes, salientando a importância, como disse Assegurar quantidades de água suficientes para a irrigação várias vezes nas suas intervenções perante os deputados campos, em especial durante vagas de calor e secas extredos, que é “fundamental transformar a paisagem”. mas, pode também ajudar a prevenir a quebra de produção No início do mês o Governo anunciou que era prorrodas colheitas e a escassez de alimentos. gado até 31 de Maio, devido à covid-19, o prazo para os A escassez de água afeta pelo menos 11% da população proprietários limparem os terrenos, e que até 30 de Junho europeia e 17% do território da UE. Atualmente, apenas alos municípios garantem a realização de todos os trabalhos guns Estados-Membros, como Portugal, preveem requisitos de gestão de combustível, devendo substituir-se aos proaplicáveis à reutilização da água na legislação ou em normas prietários e outros produtores florestais em incumprimento. nacionais não regulamentares.

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Uma equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

Investigadores utilizam resíduos do fruto da nogueira para o combate a nemátodes parasitas de plantas Uma equipa de investigadores do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) e do Centro de Ecologia Funcional (CFE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) descobriu uma forma de valorizar os resíduos resultantes do processamento do fruto da nogueira, que atualmente não têm qualquer aproveitamento, através da extração de compostos com efeito “nematodicida”, isto é, para o controlo de nemátodes parasitas de plantas que afetam uma ampla gama de espécies economicamente importantes, causando elevadas perdas ao nível da produção (qualidade e quantidade).

1,4-naftoquinona e juglona”, relatam Carla Maleita e Mara Braga, investigadoras no projeto. Analisado o extrato obtido, seguiram-se vários testes para verificar a sua eficácia como nematodicida. Os resultados foram muito positivos, revelam as investigadoras da FCTUC, considerando que “os compostos ativos identificados no extrato foram testados diretamente em dois tipos de nemátodes fitoparasitas que afetam as culturas do tomateiro e da batateira, nemátodes das galhas radiculares e das lesões radiculares. Ao fim de 72 horas, um dos compostos tinha eliminado mais de 40% dos nemástes novos nematodicidas de origem natural resultam de uma todes, sem afetar os organismos não alvo do solo e colaboração iniciada há cerca de uma década pelos investigaas plantas”. dores Hermínio de Sousa (Departamento de Engenharia Química) Além de permitir a valorização dos resíduos do frue Isabel Abrantes (Departamento de Ciências da Vida), com o obto da nogueira, como fontes renováveis de produtos à base de naftoquinonas, este estudo contribui igualjetivo de reutilizar e valorizar resíduos provenientes da indústria mente para o desenvolvimento de uma agricultura mais agroalimentar através da extração de compostos para posterior utilização em diferentes fins e aplicações. sustentável e amiga do ambiente, constituindo uma alNesta procura, os investigadores identificaram dois compostos ternativa à aplicação de nematodicidas sintéticos, que pertencentes ao grupo das naftoquinonas, que viriam a revelarapresentam elevados impactos na saúde humana e no ambiente. -se “bionematodicidas” eficazes no combate a nemátodes paraAs investigadoras notam que “os resíduos do fruto da sitas de plantas. Os nemátodes parasitas de plantas, com ênfase nogueira, que apresentam alguma toxicidade, são nornos nemátodes das galhas radiculares (Meloidogyne spp.), asmalmente colocados em aterros o que pode originar uma sim designados por induzirem a formação de galhas no sistema grande concentração de naftoquinonas no solo e, evenradicular de diversas plantas, são uma das maiores ameaças tualmente, a contaminação dos cursos de água ou dos à produção agrícola em todo o mundo. Estima-se que todos lençóis freáticos”. os anos estes nemátodes causem perdas de culturas, a nível mundial, de cerca de 5%, o que constitui um obstáculo à proEmbora ainda seja necessário realizar mais alguns endução agrícola. saios laboratoriais e no campo, a equipa acredita que, a As naftoquinonas “são peculiares porque são responsáveis médio prazo, estes extratos possam vir a integrar produtos pelo aroma intenso do fruto da nogueira ou da própria árvonematodicidas comerciais “desde que a indústria mostre re. Ao analisar as moléculas das naftoquinonas, verificou-se interesse. Temos vários indicadores de que é possível ter que estas poderiam funcionar como pesticidas de origem um produto desta natureza e com esta capacidade nematonatural por terem semelhanças químicas com moléculas dicida no mercado, uma vez que os extratos desenvolvidos comerciais. Após otimização dos processos de extração, revelaram ser uma alternativa eficaz aos nematodicidas sinobtivemos um extrato enriquecido em dois compostos: téticos”, concluem Carla Maleita e Mara Braga.

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Um estudo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Investigadores estudam papel de Garranos na prevenção de incêndios florestais A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a participar no projeto europeu Open2preserve, que visa desenvolver um modelo de gestão sustentável a fim de permitir a redução de risco de incêndio, garantir a preservação dos serviços dos ecossistemas e a qualidade ecológica dos espaços abertos de montanha de elevado valor ambiental.

o Inverno de 2019 e onde estão os garranos em pastoreio, outra, que foi também submetida a um fogo de Inverno e, uma última, sem qualquer intervenção, constituindo a parcela de controlo. Esta área encontrava-se “bastante vulnerável a incêndios e sem qualquer valor para o pastoreio”. Com a utilização do fogo controlado, verificou-se uma “rápida recuperação da vegetação, surgindo novas espécies herbáceas e um rejuvenescimento dos matos pré-existentes”, acrescenta a responsável do projeto na UTAD. São também parceiros deste projeto, o Instituto Politécnico de Bragança, a Universidade de Santiago de Compostela, a Universitat Autòste projeto apoiado pelo Interreg-Sudoe, é noma de Barcelo a, a Fundació d’Ecologia del Foc i Gestió d’Incendis liderado pela Universidade Pública de NaPau Costa Alcubierre, a Agencia Estatal Consejo Superior de Investigavarra e conta com um financiamento de cerca ciones Cientifica, o Instituto Navarro de Tecnologías e Infraestructuras de 1.700.000€. No caso concreto do estudo que Agroalimentarias, a Chambre d’agriculture des Pyrénées Atlantiques, está a ser desenvolvido pela UTAD, pretende-se a Société d’élevage des Pyrénées Orientales, o Centre National de la conjugar a utilização do fogo controlado com o Recherche Scientifique, a Junta de Andalucía, e a Fundación Centro Tecnolóxico da Carne. pastoreio de cavalos de raça Garrana, respetivamente na limpeza e manutenção das áreas de matos. A raça Garrana é uma raça autóctone de equídeos portugueses, característicos do Minho. “Trata-se de um projeto inovador que utiliza Garranos na gestão do espaço florestal e, consequentemente na prevenção de incêndios, visando igualmente implementar uma estratégia sustentável do ponto de vista socioeconómico. Pretende-se também desenvolver a valorização da raça Garrana através de estratégias que passam pela implementação de produtos turísticos que consistem na observação de cavalos em estado semi-selvagem”, afirma Filipa Torres-Manso, responsável pelo projeto na UTAD. Este ensaio está decorrer numa área de baldio no Vale da Campeã, concelho de Vila Real, sítio Rede Natura 2000 ”Alvão-Marão” e colaboram os investigadores do CETRAD e do CITAB, Filipa Torres-Manso, Luís Ferreira, Ana Marta-Costa, Paulo Fernandes e Rui Pinto. Dentro da área total de 11 hectares, implementaram-se três parcelas, numa das quais foi realizado fogo controlado durante

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Centena e meia de interessados participaram numa conferência online

Projecto ‘LIFE Resilience’

debateu as melhores práticas para a sustentabilidade das culturas O projecto ‘LIFE Resilience’ (Resiliência à vida) promoveu uma conferência técnica online, subordinada ao tema “Vida Resiliência: melhores práticas sustentáveis”, onde foram apresentadas e explicadas as melhores práticas e tecnologias disponíveis para atingir a sustentabilidade das culturas. Co-financiado pelo programa LIFE da União Europeia, o projecto tem como principal objetivo a prevenção de Xylella Fastidiosa em explorações agrícolas de oliveiras e amendoeiras de alta densidade.

tou as virtudes dos ‘telhados verdes’, um ponto fundamental no projecto ‘LIFE Resilience’, que gerou sinergias significativas com um outro, onde ele participa, o ‘Vida Agromitiga’. “Os telhados permitem benefícios para a agricultura sustentável, nomeadamente minimizar a degradação dos solos, aumentando a matéria orgânica, a fertilidade, a qualidade e disponibilidade de água ou a biodiversidade da exploração, entre outros, bem como ajudiretor da Escola Técnica Superior de Agricultura e Floresdar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, tas Engineers (ETSIAM) da Universidade de Córdoba (UCO), explicou. Rosa Gallardo, abriu a conferência e salientou que “os desafios A finalizar a conferencia, Jorge Blanco, chefe da agrícolas atuais serão atendidos com uma cultura de inovação área de P & D de Greenfield Technologies, ressaltou colaborativa”. O projecto ‘LIFE Resilience’, como todos os que foa importância de melhorar a eficiência do solo e mosram apresentados durante a conferência, “é um exemplo claro do trou algumas das novas tecnologias disponíveis. Jorge valor das alianças entre empresas, associações de agricultores, Blanco adiantou que no ‘LIFE Resilience’ “estamos a universidades e centros de pesquisa”, salientou. usar essas ferramentas para criar um modelo de boas Na sua intervenção Luis Rallo, professor emérito da UCO, despráticas, em que será mais eficiente o uso de recursos, tacou o melhoramento genético como uma medida chave da que vamos ser capazes de monitorar, através de pontos prevenção da Xylella e salientou os progressos realizados nesta georreferenciados estrategicamente selecionados, e área, em Itália e Espanha, para obter variedades tolerantes às onde agir, bem como o impacto que as nossas medidas terão em cada exploração em termos de saúde das planbactérias. tas, no solo e até mesmo na população de insetos”. Por sua vez Jesús Gil, professor na área de Engenharia AgroO projecto ‘LIFE Resilience’ conta com a participação de florestal na UCO, apresentou as inovações técnicas para a nove parceiros de Espanha, Itália e Portugal, iniciou suas aplicação de uma ‘proteção’ na planta, considerando as fortes atividades em 2018 e será executado até 2022, trabalhanrestrições que os regulamentos atuais obrigam. “Há muitos do com ensaios em explorações disponíveis nos três países. esforços que estão a ser feitos com máquinas agrícolas para uma dosagem adequada e ideal”, disse Gil. O diretor-executivo da Associação Espanhola para a Conservação de Solos de Vida (AEAC.SV), Óscar Veroz, salien-

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Última Hora

Acesso à informação é crucial para planeamento e descoberta da região

Rota da Bairrada lança Guia

de Enoturismo 2020 e reabre portas com selo Clean & Safe Cumprindo as recomendações da Direcção-Geral da Saúde, é tempo de recomeçarmos. As pessoas precisam e a economia também. A assinatura de comunicação da marca Bairrada é “Terras de bem-viver” e, mais do que nunca, a região está empenhada em que isso aconteça. E também tempo de voltar a “bem-receber”.

de agroturismo e alojamento local. De entre os associados da Rota da Bairrada, são 26 os produtores de vinho representados, 28 restaurantes e assadores, 17 unidades de alojamento, 4 empresas de animação e uma agência de viagens. Tudo isto dentro dos oito municípios que compõem omo porta de entrada, por excelência, para levar à descoberta a região – Águeda, Anadia, Aveiro, Cantanhede, da região, a Rota da Bairrada vai reabrir já este mês os seus Coimbra, Mealhada, Oliveira do Bairro e Vagos – e dois espaços, ambos com o selo ‘Clean & Safe’, atribuído pelo Tuque também têm papel de destaque no Guia, com a rismo de Portugal: o da Curia no dia 19 e o de Oliveira do Bairro no identificação de “Seis coisas a não perder” em cada dia 26. Numa primeira fase com horário reduzido – de terça-feira um deles. Há também propostas de empresas de ania sábado, das 14,30 às 19 horas – e com algumas restrições em mação e agências de viagens cujo foco é a Bairrada. termos de atividades – não haverá lugar a provas de vinhos e aos O convite é para que imerja em experiências e mojogos didáticos. A seu tempo, tudo voltará à normalidade. Para já, mentos inesquecíveis: visite espaços de grande esplené possível comprar vinho e demais produtos, assim como consuldor, produtores, adegas e caves – das mais pequenas e tar a equipa da Rota para criação de roteiros, marcação de visitas pitorescas, às maiores e longevas –; deleite-se com a e estadias, bem como outros pedidos. gastronomia tradicional, que varia entre os sabores do A antecipar esta reabertura, a Rota lançou ontem o ‘Guia de mar e da terra, onde o Leitão da Bairrada é Rei; percorEnoturismo Bairrada 2020’, uma ferramenta de promoção do ra as matas seculares e aprecie um passeio na serra ou território, que reúne a oferta turística de forma sucinta e muijunto ao mar… to prática, facilitando aos visitantes – e até aos residentes – a Para Jorge Sampaio, presidente da Rota da Bairrada, esta era já uma aposta anterior à pandemia de Covid-19, consulta e o planeamento das suas descobertas: agora, e de na medida em que “o Enoturismo é um dos vetores estrafuturo! O Guia acompanha as tendências e surge em formato tégicos de desenvolvimento para o sector do turismo em digital, estando disponível para consulta e download no site da Portugal. Contribui para o desenvolvimento sustentado de Rota da Bairrada. Um acesso facilmente identificado ao naveuma região, abrangendo interesses públicos e privados, e gar também nas páginas de Facebook e Instagram da Rota da reduz a sazonalidade, criando mais oportunidades de emBairrada, da Comissão Vitivinícola da Bairrada e da Bairrada. Sendo a Bairrada um território vínico por excelência, é o prego e fixação da população”. É uma iniciativa que conta enoturismo que dá mote a este Guia, que destaca outros com o apoio do Turismo de Portugal, no âmbito do prograpontos de interesse, como a reconhecida gastronomia, a rima ‘Valorizar’. queza natural e cultural, e a vasta oferta de alojamento de qualidade, desde hotéis, apartamentos turísticos, unidades

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Segundo um relatório divulgado pelas Nações Unidas

Mundo perdeu 178 milhões e hectares de floresta em 30 anos O mundo perdeu 178 milhões de hectares de floresta nos últimos 30 anos, apesar de o ritmo da desflorestação ter abrandado na última década, segundo um relatório divulgado pelas Nações Unidas.

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agência da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que o ritmo de destruição das florestas tenha descido de 7,8 milhões de hectares anuais na década de 1990 para 4,7 milhões de hectares entre 2010 e 2020 por causa da redução da desflorestação em alguns países e o aumento da cobertura florestal em outros. Desde 2010, as maiores perdas aconteceram em África e na América do Sul. Entre 2015 e 2020, o ritmo de desflorestação situou-se nos 10 milhões de hectares por ano, menos dois milhões do que nos cinco anos anteriores. No ano de 2015, perderam-se 98 milhões de hectares devido a incêndios, sobretudo nas zonas tropicais, onde arderam 04% da floresta, sobretudo em África e na América do Sul. Globalmente, existem 4.050 milhões de hectares de floresta, cobrindo um terço da superfície do planeta. Mais de 90% das florestas regeneraram-se naturalmente, estima a FAO, que analisou dados de 236 países. Desde 1990 que cada vez mais florestas saíram do domínio público, passando a ser geridas por empresas privadas, comunidades indígenas e outras instituições. Mais de 180 milhões de hectares são usados para turismo, recreação, investigação e conservação de património cultural.

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No âmbito do Programa Conciliação e Igualdade de Género

Politécnico de Viseu promove a participação política e cívica de mulheres agricultoras O papel das mulheres nas áreas rurais e na agricultura é de enorme importância pela sua capacidade de inovação e diversidade de atividades. No âmbito do projeto MAIs – Mulheres Agricultoras em Territórios do Interior, apoiado pelo EEGRANTs, a capacitação (técnica e pessoal) resultará no empoderamento e valorização de todas as mulheres agricultoras e, consequentemente, num avanço significativo no sentido da igualdade de género e da sua participação cívica. MAIs – Mulheres Agricultoras em Territórios do Interior é o nome do projeto do Politécnico de Viseu (PV) recentemente aprovado no Programa Conciliação e Igualdade de Género (EEGRANTs). O projeto pretende aumentar a participação cívica e associativa das mulheres agricultoras nas regiões do interior, através da sua capacitação, contribuindo para a maior visibilidade do seu papel social e para o aumento da igualdade entre homens e mulheres, passo considerado crucial para a estratégia de crescimento económico definida nos objetivos da EU2020. Para a responsável de MAIs – Mulheres Agricultoras em Territórios do Interior, Cristina Amaro da Costa, docente da Escola Superior Agrária do Politécnico de Viseu, a aprovação desta candidatura “dá continuidade ao esforço que o Politécnico de Viseu tem vindo a fazer, quer no desenvolvimen36

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to dos Territórios do Interior e das comunidades rurais, em particular no âmbito da agricultura familiar, quer no propósito de promover investigação, diálogo, formação e intervenção em temáticas relacionadas com a violência e género, que se concretizam através das atividades do SPECULA – Observatório da Violência e Género de Viseu, entre as quais o projeto MAIs, agora aprovado” Promovido pelo PV, o projeto MAIs – Mulheres Agricultoras em Territórios do Interior conta com um financiamento de 248.240 euros e tem como entidades parceiras a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Oikos – Cooperação e Desenvolvimento (ONGD), as Câmaras Municipais de S. Pedro do Sul e Sabugal, a Associação da Bio-Região de S. Pedro do Sul (ABRE) e a Ruralis – Institute for Rural and Regional Research, da Noruega.


MAIs – Mulheres Agricultoras em Territórios do Interior O papel das mulheres nas áreas rurais e na agricultura é de enorme importância pela sua capacidade de inovação e diversidade de atividades; pelo seu caráter motor na manutenção, conservação e desenvolvimento das zonas rurais; na preservação de memórias e saberes tradicionais e na garantia de uma alimentação e nutrição saudáveis. No entanto, estas mulheres, quase sempre “invisíveis”, conhecem fortes vulnerabilidades, nomeadamente ao nível das desigualdades de género e dependência económica, acentuadas pela sua fraca representatividade nas estruturas associativas locais e nos lugares de decisão. Este projeto tem como foco estimular a cidadania ativa e a visibilidade e participação social das mulheres agricultoras na esfera pública e no desenvolvimento local, conforme objetivo da Estratégia Nacional para a Igualdade e Não Discriminação e do Programa de Conciliação e Igualdade de Género das EEagrants. Trata-se de um projeto de intervenção baseado na Teoria da Mudança, a ser implementado em dois concelhos da região interior centro de Portugal – São Pedro do Sul e Sabugal, posicionando-se como uma experiência piloto que poderá vir a ser replicada em outros territórios idênticos. A capacitação, técnica e pessoal, resultará no empoderamento e valorização de todas as mulheres agricultoras e, consequentemente num avanço significativo no sentido da igualdade de género e da sua participação cívica. Espera-se, ainda, contribuir para o reforço da ligação entre mulheres idosas e jovens, reforçando o sentimento de pertença e incentivando a fixação de comunidades em territórios rurais do interior do país. A projeção do projeto para o futuro será salvaguardada pela criação de coletivos (funcionais e autónomos) de produtoras agrícolas, bem como por todo o esforço dedicado a capacitar os atores locais para prestarem apoio técnico e cívico às mulheres que os compõem.

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Curtas Eventos cancelados até final de Setembro na CIM Terras de Trás-os-Montes O Conselho Intermunicipal da CIM das Terras de Trás-os-Montes decidiu cancelar a realização de eventos no território até ao final de Setembro. Esta deliberação aplica-se, assim, aos concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais e engloba eventos como Festas, Feiras, Festivais e análogos. No seguimento da posição tomada pela Igreja, que decidiu pelo cancelamento de todas as Festas e Romarias, a CIM também entende que não estão reunidas as condições para que qualquer iniciativa realizada no âmbito destas festividades religiosas tenha lugar.

Lançado guia ilustrado do caminho que liga Braga a Santiago de Compostela Os peregrinos que no pós-pandemia queiram percorrer o Caminho da Geira e dos Arreiros têm agora ao seu dispor um guia ilustrado sobre o património deste itinerário jacobeu, que liga Braga a Santiago de Compostela na distância de 240 quilómetros. O livro de bolso “Caminho de Santiago da Geira e dos Arrieiros - Guia visual comentado do património cultural e natural” é composto por 88 páginas, com 117 fotografias acompanhadas de textos sobre o património histórico-cultural e natural do caminho.

Navigator promove controlo natural de pragas com criação de caixas-ninho para aves A The Navigator Company tem vindo a levar a cabo desde o início do ano, na Herdade de Espirra, em Pegões, a colocação de caixas-ninho para que aves florestais como o chapim, a carriça e a trepadeira-azul possam fazer a sua nidificação. Esta ação, que decorre no âmbito da sua estratégia de conservação da biodiversidade, tem como objectivo promover o controlo natural de pragas nas espécies florestais e contou, na sua implementação, com o apoio da empresa parceira 360 Graus – Cultura e Ambiente.

Portugal passa a poder exportar maçãs para o Equador As maçãs produzidas em Portugal já podem ser exportadas para o Equador, após os dois países terem acordado os requisitos para dar início ao processo. “Estão estabelecidos os requisitos fitossanitários para a produção de maçã produzida em Portugal para o Equador”, lê-se numa nota publi38

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cada no ‘site’ da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). Para este processo é necessário o registo e aprovação de todos os locais de produção e embalagem. O Ministério da Agricultura esclareceu que a exportação de muitos produtos está sujeita a requisitos impostos pelos países de destino, “como medidas de prevenção da introdução de doenças/ pragas”. Conforme notou o executivo, o acordo destes requisitos com outros países “envolve muita troca de informação técnica entre as autoridades competentes”, podendo assim ser processos “longos e complexos”.

Agropecuária e agricultura intensivas aumentam riscos para a saúde humana O abuso de antibióticos na agropecuária, o grande número de animais e a pouca diversidade genética, devido a técnicas intensivas, aumenta o risco de os patogénicos se tornarem um grande problema de saúde pública, dizem investigadores. A conclusão é de um estudo divulgado em plena crise mundial devido a um novo coronavírus, que provoca a doença covid-19. Os autores lembram que nos últimos anos vários vírus e bactérias patogénicas mudaram de espécies de animais selvagens para humanos, como o HIV, que veio dos macacos, o H5N1, que veio dos pássaros, ou o novo coronavírus SARS-CoV 2, que se suspeita tenha origem em morcegos. O estudo foi feito por uma equipa internacional liderada por cientistas britânicos das universidades de Bath e de Sheffield. A equipa investigou a evolução da bactéria “campylobacter jejuni”, que é transportada por gado e outros animais e que é a principal causa de gastroenterite nos países mais desenvolvidos.


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