ri o d ic 382 | Pe ú jo | N .º ra A ís u Jo s é L D ir e c to r:
id a d e
E u ro s ç o 4 ,0 0 0 2 1 | P re 2 e d o e M a rç al | 31 d Q u in z e n
etaru w w w. g a z
ral.com
a v l a n e P m e o j i e u q ! Há a r e p s ua e às
” da R egião a ic m ó n o r t C ar ta G as “ r ia ês de A bril r c m r e o u e t q n S a r E u • A DIC e m F l o r” d s a Portugal ir e m j e e r a e d C a “ e iz v til romo da água u % 5 • Fu n d ã o p e A veiro” 7 d r o ia p l R e v a á d s n a ra nde R o t ola é respo G íc r “ g a a r r a o r t e g te www.gazetarural.com 1 •S uga vai in o V o d r e v • Se
04 06 07 08 10 12 13 14 15 16 19 22 24 26 32 33 34 35 36 38
Feira do Pastor e do Queijo de Penalva do Castelo é a 17 de Abril
Município de Marvão celebra costumes Pascais nas redes sociais
ADICES quer criar “Carta Gastronómica da Região” Venda de folares na Beira com quedas nas vendas superiores a 50%
Escola de Pastores no Alvão quer rejuvenescer o sector Cordeiro à Moda de Monção disponível em regime take away Mercado da Terra promove produtos “made in Sabugal”
CIM da Beira Baixa prepara regresso do turismo à região Fundão promove “Cerejeiras em Flor” durante o mês de Abril
APENO anuncia Pós-Graduação de Vinho e Enoturismo inovadora Adega de Penalva aumentou as vendas nas grandes superfícies V21 Rural cria rede de apoio para ajudar empreendedores na implementação dos negócios
Setor agrícola é responsável por 75% da água utilizada em Portugal
Ficha técnica Ano XVI | N.º 382 Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Jorge Farromba e Gabriel Costa Departamento Comercial: Luís Cruz Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail : gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Beatriz Pereira Impresão: Novelgráfica, Lda R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
Algas marinhas podem reduzir até 82% as emissões de metano do gado bovino RUDE promove um inovador produto turístico na Cova da Beira Município de Almeida disponibiliza 15 percursos equestres no concelho Concelho de Sever do Vouga vai integrar a “Grande Rota da Ria de Aveiro”
Estudo avalia a perceção dos residentes em cidades pequenas sobre a atividade turística Gala Virtual entregou prémios do Concurso Internacional Vinduero-Vindouro Parque Natural da Arrábida recebe um festival de caminhadas
Normalmente realizada no início de fevereiro
Feira do Pastor e do Queijo de Penalva do Castelo é a 17 de Abril Está confirmado. A Feira do Pastor e do Queijo de Penalva do Castelo vai ter lugar a 17 de Abril, com presença física, mas com o rigoroso cumprimento de todas as normas de higiene e segurança que o momento que vivemos exige, mas sem animação.
H
abitualmente realizada no início de Fevereiro, o certame foi este ano adiado devido à pandemia, mas o presidente da Câmara de Penalva do Castelo sempre garantiu a sua realização. Em entrevista à Gazeta Rural, Francisco Carvalho reconhece que, por via da pandemia, “não terá a dimensão de anos anteriores”, mas, salienta, “será um certame com dignidade”, onde “haverá queijo em quantidade e qualidade para todos os que visitarem Penalva do Castelo”. O autarca diz ainda que a realização da Feira “é uma oportunidade para os nossos agricultores e empresas do setor agroalimentar escoarem os seus produtos”, numa altura deveras difícil.
GR: O modelo de realização da Feira foi repensado em face da pandemia? FC: Sim. Desde logo no rigoroso cumprimento das regras de higiene e segurança determinadas pela DGS, mas também sem animação. Para não haver grandes grupos de pessoas, vamos dividi-la em dois locais. Metade dos produtores estará na Praça Magalhães Coutinho e os restantes na Praça do Pelourinho, em frente à Loja do Cidadão, o que faz com que as pessoas circulem à vontade e andem mais afastadas. Mesmo sem animação ou a presença da televisão, penso que estamos em condições de fazer uma boa feira, onde, para além do queijo, estarão também presentes os produtores de vinho do concelho, mas também a maçã Bravo de Esmolfe, bem como outros produtos locais, como a doçaria, o mel, o azeite, o fumeiro, os licores, etc. Serão cumpridas todas as regras de afastamento e higiene, bem como de gel desinfectante, para além do uso obrigatório de máscara. Nesse fim de semana, acredito que já haverá mais liberdade, com os cafés e restaurantes a funcionarem na modalidade de esplanadas, porque uma das condições da realização da feira é privilegiar o comércio local.
Gazeta Rural (GR): A pandemia não permitiu a realização da Feira no início de Fevereiro, mas sempre disse que a realizaria. Vai ter lugar a 17 de Abril. Ainda há queijo nessa altura? Francisco Carvalho (FC): Antes de decidir a data definitiva fiz uma ronda pelos produtores e a informação que obtive foi que o queijo estava esgotado para a altura da Páscoa. À exceção da Casa da Ínsua, os outros produtores não têm queijo nesta altura, mas asseguram que no dia 17 de Abril haverá produto para apresentar na feira. Esta vai ser presencial, cumprindo todas as normas de segurança emanadas da Direção Geral de Saúde (DGS), e haverá queijo em quantidade e qualidade para todos os que visitarem Penalva do Castelo nesse dia. Foi uma situação bem ponderada. Inicialmente apontámos a sua realização para Março, mas, depois decidimos realizá-la em Abril, GR: A realização de uma feira online, como fizeram outros depois do dia 5, quando terminasse este confinamento mais aperconcelhos vizinhos, esteve em cima da mesa? tado. Inicialmente pensámos no dia 10 de Abril, mas depois de faFC: Pensámos nessa possibilidade. Contudo, entendemos que larmos com os produtores, estes sugeriram que era melhor adiar havendo uma plataforma da CIM Viseu Dão Lafões, que não foi uma semana. E assim será. muito procurada pelos nossos produtores de queijo, não faria Nesta fase têm pouco queijo, uma vez que tiveram que assegusentido. Conhecendo bem a população do nosso concelho, com rar as encomendas para a Páscoa, mas no dia 17 de Abril garana maior parte dos produtores já com alguma idade, entendemos tem queijo de qualidade e em quantidade. 4 www.gazetarural.com
fazer a feira de forma presencial, mesmo com estas limitações. Isto não impede que os produtores de queijo possam utilizar a plataforma da CIM, pois podem fazê-lo. Sabemos, naturalmente, que a Feira não terá a dimensão de anos anteriores, mas será um certame com dignidade, para além de não querermos perder a oportunidade da sua realização, não passando o ano em branco. GR: Ao contrário de edições anteriores, será realizada apenas num dia? FC: Face à situação atual, não poderia ser de outra forma. É realizada um pouco fora da época, mas é uma oportunidade para os nossos agricultores e empresas do setor agroalimentar poderem escoar os seus produtos.
o vinho, o queijo e a maçã Bravo de Esmolfe, a que juntamos outros produtos locais de qualidade, que também estarão presentes na Feira do Queijo. GR: Como foi o último ano para o setor primário do concelho? FC: Foi um ano de sobrevivência. Os nossos agricultores e os nossos produtores de vinho tiveram que se reinventar, porque a pandemia colocou dificuldades nunca antes tidas. As redes sociais foram ferramentas usadas para escoar os produtos, mas sei que tiveram dificuldades, como baixar os preços, nomeadamente no queijo, para o conseguirem fazer. Isso reflectiu-se mais nos produtores de queijo distantes da sede do concelho, menos procurados pelos clientes. Usaram as redes sociais, nomeadamente o Facebook, com preços mais atrativos para escoarem o seu produto. Neste momento, a informação que tenho é que o queijo está escoado, enquanto a venda de vinho teve uma quebra acentuada, uma vez que a hotelaria e restauração têm estado fechadas.
GR: Para além de dinamizar a economia, num tempo diferente e difícil? FC: A nossa missão, e objectivo, é ajudar as nossas empresas a venderem os seus produtos, com destaque para os produtos agrícolas, como a nossa trilogia de excelência, com
www.gazetarural.com
5
Até 11 de abril, numa iniciativa digital
Município de Marvão celebra costumes Pascais nas redes sociais “Em Marvão, na Páscoa - Tradições e Gastronomia Online” é o nome dado à iniciativa digital que o Município de Marvão levará a cabo até 11 de Abril, para assinalar os aspetos culturais do período da Páscoa, através das redes sociais da autarquia.
U
ma vez que, a situação pandémica atual ainda não permite a realização de cerimónias religiosas e os tradicionais festejos laicos e profanos da época Pascal, a autarquia decidiu lançar uma campanha online com vídeos e curiosidades históricas para celebrar o património e os costumes da região ligados a esta quadra. Também o cabrito e o borrego - habituais protagonistas da já popular Quinzena Gastronómica que ocorre todos os anos durante a altura da Páscoa nos restaurantes do concelho - irão fazer parte do “menu” virtual servido aos munícipes de Marvão e a quem se quiser juntar à festa nas redes sociais. A programação, que se irá prolongar por 15 dias, conta com demonstrações de receitas típicas desta temporada - desde os bolos fintos, ao cabrito assado e ao ensopado de borrego - e também com curiosidades e recordações históricas do povo marvanense, ligadas à Quaresma e à Semana Santa, mas também à criação de borrego e cabrito na região do Alto Alentejo. “Não iremos deixar que a pandemia nos afaste das nossas tradições e costumes, e por isso, à semelhança do que já temos vindo a fazer também com outros certames, vamos trazer o nosso património para as redes sociais e continuar a celebrá-lo com os marvanenses”, afirmou o presidente do Município de Marvão. Numa altura em que o processo de desconfinamento já está em curso, “é mais importante do que nunca continuar a respeitar as normas de segurança e evitar convívios durante esta época. A ideia é que cada um comemore no conforto dos seus lares, com a expectativa de, em 2022, nos voltarmos a juntar nesta altura do ano tão especial para o nosso concelho”, considerou Luís Vitorino. 6
www.gazetarural.com
Já apresentou uma candidatura à CCDR Centro
ADICES quer criar “Carta Gastronómica da Região” A ADICES - Associação de Desenvolvimento Local apresentou uma candidatura à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (Autoridade de Gestão Centro 2020) (CCDRC), enquadrada no Aviso de Concurso “Valorização do património identitário dos territórios no âmbito do desenvolvimento local de base comunitária”, visando a criação da “Carta Gastronómica da Região”.
A
sua elaboração assenta em três eixos fundamentais, como a recuna planificação da estratégia turística já que irá permitir peração e repositório através da criação de inventário das receitas complementar os produtos e estratégias intermunicipais tradicionais, ao mesmo tempo que identifica, cataloga e caracteriza os e regionais, bem como desenvolver iniciativas atrativas, produtos tradicionais, levando à elaboração de fichas de identificação inovadoras e diferenciadoras a partir dos recursos cultudas receitas tradicionais; capacitação e divulgação das fichas de identifirais e patrimoniais locais, ao mesmo tempo que capacita cação do receituário junto de estabelecimentos de ensino e restauranos agentes económicos do sector. tes a par da capacitação de recursos humanos na hotelaria, restauração Este projeto teve em consideração os objetivos previstos e animação turística; criação de identidade gráfica e edição da carta na PI 9.10 que visam a dinamização, promoção e desenvolgastronómica. vimento do ativo patrimonial dos territórios de intervenção O projeto “Carta Gastronómica da Região” visa a construção de um dos Grupos de Ação Local (GAL), no âmbito do instrumento instrumento de valorização do território através da conceção, produDLBC, através da valorização dos elementos identitários e ção e desenvolvimento de uma ferramenta determinante para a sua distintivos dos seus recursos patrimoniais culturais, enquanpromoção, divulgação e consolidação junto das comunidades locais e to instrumentos de diferenciação e competitividade dos público em geral, com envolvimento particular dos agentes locais de territórios, designadamente enquanto referências locais de restauração, alojamento e animação turística. excelência que contribuam para alavancar a qualificação da Sendo a gastronomia muito mais do que um conjunto de receituáoferta turística e para a atração de visitantes para os respetirios e produtos, a elaboração desta Carta Gastronómica irá permitir vos territórios. aproximar a oferta existente às práticas identitárias locais, promoA presente candidatura para além se se suportar na parcevendo uma cozinha de autenticidade onde a história das receitas e ria estabelecida com os municípios de Águeda, Carregal do Sal, produtos são assimiladas pelos agentes locais. Permitirá também, Mortágua, Santa Comba Dão e Tondela está alinhada com as o aumento da visibilidade territorial e o fomento das dinâmicas estratégias das Comunidades das Comunidades Intermunicipais económicas locais bem como, a valorização da gastronomia enda Região de Aveiro, Região de Coimbra e Viseu Dão Lafões, conquanto um ativo único e inigualável, que se assume como memótando ainda com a recomendação da Comissão Vitivinícola da ria e pertença local que atraia visitantes e turistas ao território. Região do Dão, da Comissão Vinícola da Bairrada e da Federação A concretização desta “Carta Gastronómica” será fundamental Portuguesa das Confrarias Gastronómicas. www.gazetarural.com
7
Bolo Podre de Castro Daire e o Bolo de Azeite da Guarda
Venda de folares na Beira com quedas nas vendas superiores a 50% O Bolo Podre e o Bolo de Azeite, tradicionalmente mais vendidos na altura da Páscoa, nos distritos de Viseu e Guarda, estão a sofrer quedas nas vendas superiores a 50%. “Houve uma quebra significativa, na ordem dos 60%”, destacou o responsável da Confraria do Bolo Podre e Gastronomia do Montemuro, de Castro Daire. Adérito Ferreira explicou que o Bolo Podre, “um folar e um doce tradicional de Páscoa”, teve uma “quebra significativa que já vem do ano passado, por causa da pandemia, porque não há circulação de pessoas, por causa dos confinamentos”.
“E
fermento para alargar a outras zonas do país”, reconheceu Adérito Ferreira, la tem acontecido e vai continuar a registarque avisou “não haver lucro nesta iniciativa”. “Isto é mais feito num espírito -se, porque havia uma quantidade grande de de voluntariado para manter vivo o Bolo Podre e a identidade do território”. pessoas que se deslocavam a Castro Daire, principalTambém a lutar por “manter vivo o sabor”, mas do Bolo de Azeite, está a Pamente na altura da Páscoa, e também uma boa quandaria do Mileu, na Guarda, que, este ano, comprou “muito menos ovos e azeitidade de pessoas que, ao passarem por Castro Daire, te”, porque “a venda caiu muito com a pandemia e com “a falta de circulação levavam o Bolo Podre para os seus amigos e familiares”, das pessoas entre os concelhos e até dos emigrantes”. “É procurado, mas adiantou. não tanto como nos anos anteriores. Tivemos uma quebra muito grande nas A vila de Castro Daire, a norte do distrito de Viseu, é vendas, na ordem dos 40%, à vontade, e vamos voltar ter, porque mais uma atravessada pela Estrada Nacional 2, o que acaba por “ser vez não temos pessoas de fora, que levavam não só para consumir, como uma passagem para muita gente” e toda essa deslocação para oferecer aos afilhados e a amigos”, reconheceu Maria José Fernandes. de pessoas, “mais os emigrantes”, refletia-se numa “fatia Esta responsável adiantou que o Bolo de Azeite “era a oferta tradicional grande, em que todos os produtores tinham um quinhão dos padrinhos aos afilhados no domingo de Páscoa”, mas, a juntar à pangrande, bastante forte,” na época pascal. “Essa fatia não vai demia, também os miúdos de hoje não querem só o bolo, querem mais ser feita. A juntar a isto, este ano, também nos faltaram as alguma coisa” e, para isso, a padaria ajustou-se aos tempos e reajustou feiras, como a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), a Feira Ibérios tamanhos. “As famílias são cada vez menos numerosas e então já não ca da Guarda e o Festival do Pão, onde também o Bolo Podre fazemos os Bolos de Azeite com dois e três quilos. Agora têm mais ou tinha uma presença bastante forte”, reconheceu. menos quilo e meio e fazemos uns pequeninos de meio quilo e de um Uma presença que fazia uma “ligação ao território e manquilo, para tentar manter viva a tradição de o oferecer ao afilhado e para tinha vivo o desejo de saborear” o Bolo Podre e, para “tentar incentivar à venda até para as famílias mais pequenas”, reconheceu. minimizar” as perdas, a confraria criou uma parceria com a Da mesma forma que Adérito Ferreira deixou claro que o “Bolo PoCasa do Concelho de Castro Daire em Lisboa para fazer escoar dre de Castro Daire, não é como noutras regiões, porque além das gora iguaria. “Para que a comunidade castrense que ali vive, e é duras e dos ovos não leva mais liquido nenhum”, também Maria José uma boa quantidade, e que estão privados de vir à sua terra, Fernandes destacou que o Bolo de Azeite da Guarda “não é como o possam saborear o Bolo Podre”. de Coimbra, que tem açúcar, nem como o de Trás os Montes, que Com “cerca de 200” bolos já encomendados, este confrade tem carne”. “Pode até vender-se todo o ano, mas é na Páscoa que reconheceu que “parte do transporte tem de ficar assegurada o bolo tem muito mais saída e quando a faturação é maior”, recopelos produtores, porque um dos fatores que pesa na comercianheceram os dois responsáveis, cada um com o seu bolo típico da lização do Bolo Podre é a embalagem e transporte”, dadas as suas região. dimensões. Uma iniciativa que, “correndo bem, poderá servir de 8
www.gazetarural.com
www.gazetarural.com
9
Vai decorrer entre Maio e Outubro com 15 formandos
Escola de Pastores no Alvão quer rejuvenescer o setor A Escola de Pastores, que arranca em Maio e tem como sala de aula a Serra do Alvão, quer capacitar e atrair mais criadores de gado, promover o rejuvenescimento do sector e incentivar modos de produção inovadores.
O
primeiro curso desta escola vai decorrer entre o início de Maio e lo que aprendeu na teoria. O tutor vai acompanhar o Outubro, tem 15 vagas e vai conciliar as aulas teóricas, em formato formando ao longo do processo de formação, na impleonline, com a prática, junto dos criadores de cabras ou vacas de raças aumentação do plano de negócios e, depois, no início da tóctones. O projecto foi apresentado esta quarta-feira numa exploração actividade. “O objectivo é que se tornem criadores de de cabra bravia, em Cabanes, Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila gado de sucesso muito mais rapidamente”, salientou. Real. Tiago Melim é natural do Porto, formado em informáO proprietário António Manuel dedica-se à produção de cabrito de tica, dedica-se agora à produção pecuária e apostou na raça bravia e de vitelo maronês e entra na iniciativa com muita expemecanização para facilitar algumas tarefas, como a sala de riência para partilhar, mas também com vontade de aprender mais. ordenha mecânica que facilita o processo e permite ordePara desenvolver esta catividade, disse, é preciso “o gostar e o saber”. nhar 24 cabras em simultâneo. Recorre ainda ao pastoreio É um trabalho diário, sem dias de folga e de férias conciliadas com eléctrico que permite manter os animais no pasto durante o o irmão que o ajuda e que, aos poucos, tem vindo a sofrer alguma dia, enquanto se pode dedicar a outras tarefas, e até conseinovação. gue controlar a intensidade de pastoreio numa determinada “Dantes o pastor não saía da serra e não tinha mais nada. Assim área. não pode continuar porque toda a gente desiste. Hoje já há outras A escola é promovida pela Federação Nacional das Raças condições, como as vedações, que nos ajudam”, explicou. Autóctones (FERA), em parceria com a Aguiarfloresta - AssoO primeiro curso intitula-se “Pastoreio Sustentável e Gestão da ciação Florestal e Ambiental de Vila Pouca de Aguiar. Rui DanPaisagem” e a escola vai ter formadores, entre empresários e protas, presidente da FERA, destacou o objectivo de “valorizar a fessores universitários, e também tutores. Um dos tutores é Tiago profissão de pastor” e referiu que a “produção de pequenos Melim, de Carvas, Murça, produtor de cabra serrana, uma raça ruminantes está em queda” e “há problemas de conservação autóctone de Trás-os-Montes para produção de carne e de leite. destas raças autóctones”. “Queremos valorizar esta actividade “Tem um maneio completamente diferente (...). A própria produporque, além da produção de produtos de alta qualidade, o pasção de leite, a ordenha, alimentação é completamente diferente tor tem mais funções como ser um jardineiro da paisagem e prode uma raça de carne de alta montanha”, explicou o criador. motor da diminuição de fogos florestais”, afirmou. A ideia, afirmou, é que o formando sinta logo no campo aquiO projecto pretende atrair novos protagonistas e o rejuvenesci10
www.gazetarural.com
mento da actividade. “E capacitar os que já cá estão. Se o pastor estiver mais capacitado poderá ter um maior rebanho, com melhor produção, mas também com melhor trabalho e mais valorização dos lameiros e das pastagens de altitude”, afirmou Duarte Marques, da Aguiarfloresta. Pretende-se, frisou, a integração das actividades da pastorícia com a gestão do espaço rural, como a agricultura e a floresta. “Tudo isto é um sistema que só funciona se todos os outros contribuírem. Entendemos que o pastoreio pode ser um aliado que pode ajudar na gestão florestal e na economia rural”, salientou. O responsável alertou ainda para o risco do abandono da actividade. José Manuel Almeida, 37 anos, vai inscrever-se no curso. É pastor desde pequeno, tem uma exploração de gado maronês e disse que “ainda há muito para aprender”. Avelino Rego, produtor de maronês, entra na incitava como formando e tutor. “A criação de gado em regime extensivo requer conhecimentos de diversas áreas. Há valências em que eu estou mais à vontade e posso partilhar esses conhecimentos, mas há outras áreas em que sinto ainda uma lacuna de conhecimentos e vou aproveitar a oportunidade para aprender”, salientou. A Escola de Pastores tem um financiamento de 53 mil euros atribuído pela Fundação “La Caixa”(programa BPI Rural).
www.gazetarural.com
11
Conhecido localmente como “Foda à Monção”
Cordeiro à Moda de Monção disponível em regime take away
Em regime take away, vários restaurantes do concelho de Monção confecionam, no período pascal, o Cordeiro à Moda de Monção, conhecido como “Foda à Monção”, prato autêntico com sabor único.
O
Porquê “Foda à Monção”? Cordeiro à Moda de Monção é um prato tradicional da Páscoa. A sua confeção, em alguidar Reza a história que “os habitantes do burgo, que não possuíam rebanhos, de barro e levada ao forno de lenha, vem de tempos dirigiam-se às feiras para comprar o animal. E, como em todas as feiras, haancestrais, tendo atravessado gerações de cozinheiras via de tudo, bons e maus. A verdade é que os produtores de gado, quando monçanenses. o levavam para a feira, queriam vendê-lo pelo melhor preço”. Em período de confinamento, devido à pandemia, Desta forma, nas semanas anteriores, para que os animais parecessem as reuniões familiares alargadas estão proibidas, sendo gordos, punham-lhes sal na forragem, o que os obrigava a beber muita natural que, este ano, aquele afamado prato do nosso água. Na feira, onde os ditos eram comercializados, apareciam com uma concelho não esteja em lugar de destaque na mesa da barriga cheia de água e pesados, parecendo realmente gordos. Os incauPáscoa monçanense. Perfeitamente normal face à necestos, que não sabiam da manha, compravam aqueles autênticos “sacos sidade de contenção e prevenção do vírus. de água” e, quando se apercebiam do logro, exclamavam à boa maneira Mesmo assim, quem aprecia esta maravilha gastronódo Minho: Que foda! mica de Portugal, pode degustá-la na tranquilidade do lar, O termo tanto se popularizou que o prato passou a designar-se, por uma vez que vários restaurantes de Monção vão ter dispoaquelas bandas, como ‘foda’. De tal modo que é frequente, pelas altunível, em regime de take away, este prato autêntico com ras festivas, como a Páscoa, ouvir dizer: “Ó Maria, já meteste a foda?”. sabor único, que tanto diz à comunidade monçanense. A confeção deste prato tradicional, não só recupera o saber dos nossos antepassados, como lhe adiciona um pouco de arte, carinho e profissionalismo das atuais cozinheiras. O nome ‘artístico’ reflete bem o caráter afável, folião e bem-disposto dos monçanenses.
12
www.gazetarural.com
Até 21 de Abril, na plataforma online ‘Smartfarmer’
Mercado da Terra promove produtos “made in Sabugal” Até 21 de Abril, o Município do Sabugal realiza o Mercado da Terra online na plataforma Smartfarmer, com o objetivo de promover e divulgar as atividades associadas ao mundo rural e ao artesanato da região e venda de produtos “made in Sabugal”.
A
iniciativa da Associação Empresarial do Sabugal (ADES), no âmbito do projeto CLDS 4G ‘Sabugal Ativo’, em parceria com o Município do Sabugal e a OIKOS, vai permitir que produtores e artesãos possam vender os seus produtos online, de uma forma segura, chegando assim a um público mais vasto. O mercado da terra online tem assim como principal objetivo a promoção e divulgação de atividades, nomeadamente as que estão associadas ao mundo rural e ao artesanato da região, contribuindo deste modo para a promoção das artes e ofícios, apoiando, igualmente, o escoamento de produtos agrícolas do concelho do Sabugal. Pretende-se que este mercado reforce as redes de comercialização digital, dando a conhecer os produtos como se de uma loja online se tratasse, fomentando a compra e venda online e o cenário produtivo local e da região como um todo.
www.gazetarural.com
13
De uma forma “cuidada” e “cautelosa”
CIM da Beira Baixa prepara regresso do turismo à região A Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) está a preparar o regresso do turismo à região de uma forma “cuidada” e “cautelosa”, com a oferta de vários roteiros de desconfinamento em harmonia com a natureza.
“E
na Beira Baixa: natureza, cultura e gastronomia”, que estava agendado para o ste é o destino perfeito para quem procuperíodo da Páscoa, devido à pandemia da covid-19. “Este evento estava marra um roteiro de desconfinamento, uma vez cado para Março, mas, face à evolução pandémica, teve que ser adiado para que se identificam na região fatores atrativos, neste data a anunciar muito em breve. Estamos a trabalhar para que, este ano, seja ano em que mais uma vez se antevê elevada procura ainda melhor do que o anterior, quando fomos a segunda subrregião, da repor locais com baixa concentração populacional e que gião Centro, com maior taxa de ocupação no mês de Agosto”, sustenta. simultaneamente permitam o contacto com a natureza, Por toda a região da Beira Baixa, os seis municípios que compõem a CIMnum ambiente que conceda uma sensação de liberdade BB aproveitaram o período de confinamento para melhorar as condições para o corpo e para a mente”, afirma, em comunicado, o de acolhimento aos turistas e recuperar espaços. “Depois da Páscoa, a 5 secretário executivo daquela organização de municípios, de Abril, os museus, monumentos, palácios, galerias de arte e afins abrem Hélder Henriques. para acolher de novo o público. Caso tudo corra bem, e nós não pisemos o A CIMBB está a preparar o regresso do turismo à Beira risco e façamos uma falsa partida, no dia 19 desse mesmo mês será a vez Baixa de uma forma planeada “cuidada e atenta”, para uma dos cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculo. Mas, também, os reabertura que se deseja “cautelosa, gradual e a contarestaurantes e cafés”, lê-se na nota. -gotas”. O secretário executivo da CIMBB refere que a região A CIMBB deixa várias sugestões e motivos para os turistas optarem está preparada para aplicar o plano de desconfinamento e pela Beira Baixa, como o Parque do Barrocal (Castelo Branco), os pasgarante que os municípios e os empresários da Beira Baixa sadiços do Orvalho em pleno Geopark Naturtejo (Oleiros), a praia flu“não baixaram os braços e aproveitaram o momento para vial da Fróia (Proença-a-Nova), o parque icnológico de Penha Garcia melhorar as condições de acolhimento aos turistas”. “Temos (Idanha-a-Nova), a Reserva Natural da Serra da Malcata (Penamacor), oferta variada, desde natureza e cultura até à gastronomia. o Monumento Natural das Portas de Ródão (Vila Velha de Ródão), Praias fluviais, parques temáticos, dezenas de quilómetros de entre muitos outros pontos de interesse turístico. percursos pedestres e trilhos por explorar, passadiços e aldeias A CIMBB integra os concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, pitorescas. Estamos também a apostar fortemente no evento do Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão. balonismo, onde será possível conhecer a nossa oferta a partir dos céus da Beira Baixa”, refere. A CIMBB cancelou recentemente o evento de balonismo “Voar 14
www.gazetarural.com
Iniciativas decorrerão de acordo como as indicações das Autoridades de Saúde
Câmara do Fundão promove “Cerejeiras em Flor” durante o mês de Abril O Município do Fundão está a promover, entre os dias 1 e 30 de Abril, o programa de atividades “Cerejeiras em Flor”, do qual fazem parte um concurso de fotografia, concertos no pomar e visitas guiadas online, prática desportiva na Rota da Cereja, apadrinhamento de cerejeiras e piqueniques.
C
om este programa, diz a autarquia do Fundão em comunicado “pretende-se promover, mesmo em tempo de pandemia, um dos cenários mais deslumbrantes que ocorre no início da Primavera, quando as cerejeiras pintam de branco a Serra da Gardunha, proporcionando uma paisagem única”. Nos dias 10 e 24 de Abril, às 17 horas, irão decorrer os Concertos no Pomar, que terão como fundo os pomares de cerejeiras e como protagonistas, no dia 10 de Abril, João Roxo (Saxofone) e, no dia 24 de Abril, Sónia Cerdeira (Acordeão – Academia de Música e Dança do Fundão). Os concertos serão transmitidos no Facebook do Município do Fundão Todas as iniciativas do programa Cerejeiras em Flor irão decorrer de acordo como todas as indicações das Autoridades de Saúde. www.gazetarural.com
15
Lançada em parceria com prestigiadas instituições de ensino
APENO anuncia Pós-Graduação de Vinho e Enoturismo inovadora A Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO), a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e Escola Superior de Ciências da Administração do Instituto Politécnico de Lusofonia (IPLUSO/ESCAD) trabalharam em conjunto para desenhar uma Pós-Graduação inédita, onde, mais do que nunca, a teoria e a prática vão andar de mãos dadas. Do corpo docente fazem parte reconhecidas personalidades do vinho e do enoturismo e as aulas iniciam em outubro.
O
Enoturismo é um produto turístico fundamental para o desenvolvimento das regiões vitivinícolas e de toda a indústria relacionada com o mundo do vinho que, ao longo dos anos, alcançou uma notoriedade considerável. Por essa razão, a Universidade Lusófona, o IPLUSO/ESCAD e a APENO firmaram uma parceria para construir de raiz um curso de Pós-Graduação (PG) em Vinho e Enoturismo, com um programa que abrange o mundo do vinho na sua globalidade, desde a enologia à análise sensorial dos vinhos de cada região, assim como às suas tipicidades. A PG fica completa com um conjunto de unidades curriculares que pretendem dotar os participantes de conhecimentos relacionados com a história, as práticas e a gestão do enoturismo. Um programa muito completo onde o vinho e o enoturismo são abordados por um corpo docente muito experiente, com diversos e reconhecidos players do mercado, figuras incontornáveis do mundo do vinho e da gastronomia, nomeadamente produtores e enólogos, responsáveis de enoturismo, empresas de distribuição, sommeliers, chefes de cozinha, entre outros. A apadrinhar esta PG, está também a Organização Mundial de Enoturismo Global Wine Tourism Organization (OMET - GWTO) que organizará juntamente com a APENO um conjunto de webinars relevantes onde se discutirão temas pertinentes do Enoturismo a nível mundial. “A ideia surgiu naturalmente. O enoturismo cresceu e ganhou uma enorme visibilidade ao longo dos anos. Por isso desafiámos a APENO a apoiar-nos na missão de construir de raiz esta pós-graduação que será lecionada através de aulas presenciais e em b-learning”, afirma Mafalda Patuleia, Diretora de Turismo da Universidade Lusófona. “A adoção duma metodologia mista de ensino, permitirá que as unidades com maior necessidade de contacto sensorial sejam lecionadas em sala de aula, sendo complementadas pelo ensino e colaboração à distância”, remata. A coordenar a PG estão o Sommelier e Docente de Enogastronomia, Arlindo Madeira, e a jornalista de Vinho e presidente da APENO, Maria João de Almeida, ambos com grande experiência nos sectores do vinho e do enoturismo. No programa foram tidas em conta as temáticas mais pertinentes nestes sectores, que vão permitir aos participantes adquirir conhecimentos relacionados com práticas e técnicas enológicas; experimentação e tendências enológicas; prova sensorial do vinho; eEnogastronomia; eerviço do vinho em fine dining; história e desenvolvimento do enoturismo, a Carta Europeia do Enoturismo; casos de 16
www.gazetarural.com
sucesso e tendências do Enoturismo; criação de valor através do Enoturismo; gestão de empresas, produtoras de vinho; gestão de distribuidoras de vinho; criação e gestão de marcas de vinho; criação e gestão de marcas e branding e criação e gestão de empresas de Enoturismo. “Com esta PG quisemos ser muito abrangentes. Há gente de Turismo que não percebe de vinho e vice-versa, mas para alguém se dedicar verdadeiramente à área do Enoturismo, é necessário ter formação nas duas áreas de forma a oferecer o melhor serviço possível”, diz Arlindo Madeira. AA PG vai decorrer de Outubro a Janeiro do próximo ano e, pela qualidade das temáticas e dos docentes, temos a certeza que será um sucesso”, conclui. A presidente da APENO não podia estar mais de acordo. “A área da formação sempre foi uma questão de honra para a Associação, por isso, quando surgiu esta oportunidade, foi um prazer desenhar de raiz esta PG que é completamente diferente do que tem sido feito, é uma pedrada no charco”, refere Maria João de Almeida. “Queremos trazer o mundo real do Vinho e do Enoturismo para dentro da universidade e, para isso, contamos com a experiência de profissionais que trabalham no mundo real, afirma aquela responsável. Maria João de Almeida diz que “este era o tipo de PG que gostaria de fazer, mas infelizmente não posso, porque a estou a coordenar e também vou leccionar”.
da ViniPortugal); Bernardo Gouvêa (presidente do IVV); Francisco Mateus (presidente da CVR Alentejo); os enólogos Anselmo Mendes e Paulo Laureano; os produtores Dirk Niepoort e Luís Pato; o Sommelier Gonçalo Patraquim; Paula Sousa (directora de Enoturismo da Aveleda); Dominic Symington (presidente do Conselho de Estratégia Comercial da Symington Family Estates); Frederico Mourão (diretor de Enoturismo da Symington Family Estates); António Soares Franco (vice-presidente da José Maria da Fonseca); Sofia Soares Franco (diretora de Enoturismo da José Maria da Fonseca) Rita Nabeiro (CEO Adega Mayor) ; Bernardo Alves (CEO Adega Mãe); Ana Teixeira (diretora de Enoturismo Global Wines); José Espírito Santo (CEO Vinalda); Bruno Amaral (diretor de Distribuição Vinalda); Sérgio Pereira (sommelier e director de Vinhos Vinalda); Martim Guedes (CEO Aveleda); Ana Luísa Rebelo (diretora de Enoturismo, Vendas e Marketing Torre de Palma); Alexandre Relvas (CEO Casa Alexandre Relvas); Luísa Amorim (CEO Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo); Lídia Monteiro (diretora de Marketing Turismo de Portugal); Nelson Guerreiro (sommelier e Brand Ambassador Garrafeira Nacional); Paulo Sottomayor (CEO WINTP - Wine Tourism in Portugal); José Serôdio (CEO Enoteca Clube de Vinhos); Bento Amaral (diretor de Serviços Técnicos e de Certificação do IVV); Rubina Vieira (responsável do Gabinete de Ações Educativas do IVBAM); Domingos Soares Franco (diretor de Enologia da José Maria da Fonseca); Luís Souto (empresário e vice-presidente da APENO); o sommelier António Lopes; Bento dos Santos (produtor de vinhos e presidente da Academia Portuguesa de Gastronomia); e as duplas Chef de Cozinha Sommelier João Rodrigues e André Figuinha (do restaurante Feitoria, em Lisboa); e Rui Paula e Carlos Monteiro (da Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira).
Uma equipa de luxo composta por nomes de referência Tal como referem os coordenadores, “boas lições não vão faltar, assim como debates interessantes no setor do Enoturismo”. Assim será, a ver pelo painel de docentes onde constam, além dos próprios, alguns dos nomes mais sonantes dos sectores do vinho e enoturismo, como Frederico Falcão (presidente www.gazetarural.com
17
Primeira fase de inscrições alargada até 9 de abril
Especialistas internacionais integram júri do Concurso Vinhos de Portugal 2021 A edição de 2021 do Concurso Vinhos de Portugal, uma iniciativa da ViniPortugal, vai contar uma vez mais com um leque de especialistas nacionais e internacionais de renome para avaliar a qualidade dos vinhos a concurso.
E
ntre os nomes internacionais confirmados para o de um desconto de cinco euros por cada referência inscrita, uma vantagem Grande Júri do certame está o Master Sommelier exclusiva que não poderá ser aplicada nas duas fases seguintes de inscrinorte-americano James Tidwell, que marca presença ção. O registo pode ser feito no site http://concursovinhosdeportugal.pt pela primeira vez no Concurso, que acontece de 17 a até 30 de Abril. 21 de Maio. Para além da avaliação da qualidade dos vinhos portugueses, de Norte Co-fundador da conferência líder em educação no sea Sul do País, a cargo de um painel de jurados nacionais e internacionais tor dos vinhos, TEXSOM, e produtor de uma das maiores de renome, o Concurso Vinhos de Portugal constitui uma iniciativa com competições nos Estados Unidos da América, TEXSOM carácter promocional junto de especialistas, sommeliers e influenciadoInternational Wine Awards, James Tidwell é um dos prinres de mercados externos estratégicos para a marca “Wines of Portugal” cipais nomes do panorama internacional do vinho, noque, ao longo de uma semana, têm oportunidade para conhecer melhor meado para o prémio “Person of the Year” pelos “Wine a realidade da fileira do vinho nacional. Enthusiast Magazine’s 2019 Wine Star Awards”. O Master A primeira fase do Concurso decorrerá de 17 a 19 de Maio, no CNESommelier norte-americano será uma das cinco personaMA, em Santarém, na qual os vinhos inscritos serão avaliados por um lidades do Grande Júri, que irá escolher os melhores entre júri, composto por especialistas em vinhos portugueses e internacioos melhores vinhos a concurso. nais, entre os quais jornalistas, sommeliers, wine educators e outras À semelhança das edições anteriores, o Júri Regular do profissões ligadas ao sector. Concurso Vinhos de Portugal, que terá a responsabilidade Setúbal é o distrito anfitrião da fase final. O Grande Júri, composto de avaliar os vinhos na 1.ª fase do Concurso, contará com por especialistas nacionais e internacionais de reconhecido mérito do especialistas nacionais e internacionais. Vão integrar este sector, vai reunir nos dias 20 e 21 de Maio para a selecção dos Grandes Ouros e os Melhores no Ano. Os grandes vencedores serão copainel de avaliação convidados internacionais provenientes nhecidos na Cerimónia de Entrega de Prémios, no dia 21 de Maio. Em do Brasil (Maurício Roloff, director de ensino da Associação Brasileira de Sommeliers - Secção RS e Eduardo Milan, edi2019, foram a concurso 1.382 vinhos que arrecadaram 423 medator de Vinhos da revista ADEGA e do “Guia ADEGA Vinhos do lhas, das quais 29 na categoria Grande Ouro, 98 Ouros e 296 Pratas. Brasil”), da Rússia (Olga Vyshegorodtseva, a primeira e única O Concurso Vinhos de Portugal é uma iniciativa da ViniPortugal formadora em Vinho do Porto certificada e embaixadora do que pretende ser um ponto de encontro e de troca de experiências Vinho do Porto na Rússia), da Polónia (Wojciech Bońkowski, entre produtores e especialistas de todo o mundo, reafirmando a editor-in-chief do maior meio de comunicação polaco sobre aposta na produção nacional de vinho de qualidade com o intuito vinho) e Dinamarca (Bjarne Mouridsen, jornalista e autor sobre de se afirmarem enquanto produtos de excelência nos mercados vinhos dinamarquês, especializado em Vinho Português e em de exportação. Vinho do Porto), entre outros a anunciar em breve. O prazo limite para a primeira fase de inscrições foi alargado até 9 de Abril. Durante este período, os produtores beneficiarão 18
www.gazetarural.com
Apesar da quebra significativa na hotelaria e restauração
Adega de Penalva aumentou as vendas nas grandes superfícies
O vinho, tal como os outros setores da economia, foi um dos que sofreu com a pandemia, nomeadamente com a quebra nas vendas na hotelaria e restauração. Ainda assim, há quem consiga ter as contas equilibradas, como é o caso da Adega de Penalva.
“E
stamos bem, tendo em conta o momento que atravessamos” adiantou o presidente da Cooperativa à Gazeta Rural, confirmando “uma quebra na faturação”, nomeadamente na restauração e hotelaria. José Frias Clemente destacou o “aumento das vendas nas grandes superfícies”, que, contudo, não compensam as perdas “na hoteleira e a restauração, onde tínhamos uma posição significativa, que infelizmente estão fechadas”, mas “esperamos que as coisas mudem em breve e possamos voltar aos números que tínhamos antes da pandemia e, ainda, aumentar as nossas vendas”, destacou o dirigente. O lançamento nos últimos anos de novas referências, com vinhos monovarietais ‘fora da caixa’, como um Bical e Maceração Pelicular, nos brancos, e os Tinta Pinheira, Clarete e Baga, nos tintos, entre outros, deram um novo elam às vendas, com alguns destes vinhos a verem reconhecida a sua qualidade, com a obtenção de medalhas de ouro em alguns concursos nacionais e internacionais. José Clemente referiu que “os vinhos baratos vendem-se bem nesta altura”. Quanto às novas referências “estão a vender-se bem, mas não tanto quanto desejávamos, pois são vinhos mais caros, essencialmente vendidos na hotelaria e restauração”. Apesar da situação menos positiva, o presidente da Adega de Penalva mostra-se confiante que 2021 possa vir a ser melhor que o ano anterior. “Esperamos que tudo melhore em breve, se a pandemia o permitir, agora que as vacinas chegaram, acredito que podemos ter um ano melhor, com a abertura gradual da hotelaria
e da restauração”, refere José Clemente, salientando a “falta que o turismo faz ao nosso país e nós sentimos isso em Penalva do Castelo”. Basta olhar, acrescenta, “a importância do setor para o Algarve e para as grandes cidades, que estão praticamente desertas”. Contudo, “com o desconfinamento gradual, acredito que poderemos ter um bom ano”, salientou o dirigente.
www.gazetarural.com
19
20
www.gazetarural.com
www.gazetarural.com
21
Cooperação e estágio é a última fase do programa e conta com 12 participantes
V21 Rural cria rede de apoio para ajudar empreendedores na implementação dos negócios Já arrancou a última fase do programa V21 Rural. Chama-se “cooperação e estágio” e conta com 12 empreendedores e é uma oportunidade única. Os participantes vão receber capacitação, acompanhamento individual, integrar visitas de campo e ainda ingressar num estágio. Tudo isto de forma gratuita. gal - e tem como foco as cadeias produção agrícolas e industrias alimentares no Norte de Portugal. O objetivo é contribuir para o aumento da rentabilidade e sustentabilidade, através da diminuição do impacto ambiental e da mitigação do impacto do meio ambiente na produção e qualidade dos alimentos.
A
iniciativa é da Vissaium XXI e do Município de Viseu que tem vindo a apostar em boas ideias de negócio. Assim, na implementação dos seus negócios, os empreendedores têm, neste programa, uma rede de apoio para seguir em frente. “Será um passo muito importante poder conhecer a realidade das empresas”
Carolina Oliveira chega agora ao programa, depois de vencer um prémio de empreendedorismo, recebeu este prémio de incubação. “Conhecer melhor o que de bom se está a fazer na área rural, desde agricultura, turismo artesanato a animação será fundamental para encurtar erros”. Além disso, acrescenta, “esta vertente muito prática é também uma mais valia para criar parceiros e trabalhar em rede para se criarem ofertas mais completas e atrativas. Na fase inicial de implementação do seu negócio, todo o apoio é fundamental”. Como defende a empreendedora, “este apoio de assessoria, termos uma visão externa é muito importante para validar conceitos e apurar a oferta que se está a fazer, além disso, faz também toda a diferença na motivação”, sublinha.
Daniel Oliveira é um dos empreendedores inscritos. Está no V21 Rural desde o início e os resultados começam a surgir. “Do programa faço um balanço muito positivo. Tenho ainda muito aspetos a melhorar, mas sinto que o meu plano de negócios está muito melhor. É muito importante perceber por onde começar e pensar numa série de aspetos que nunca me teriam passado pela cabeça”. Nesta que é a terceira e última fase o empreendedor não poderia estar mais entusiasmado. “Será um passo muito importante poder Experimentar é a melhor forma de aprender conhecer a realidade das empresas e perceber no terreno como é que lidam com determinados problemas. Será excelente estar em Nesta fase todos os empreendedores têm já um plano de necontacto com outros empreendedores, que, nesta fase, no seu negócios estruturando e têm agora a oportunidade de pôr à prova gócio, vão mais à frente do que nós”. a sua ideia. Através de um acompanhamento personalizado, os empreendedores vão garantir que o seu projeto tem tudo o que “Conhecer melhor o que de bom se está a fazer será fundamental para encurtar erros” 22
www.gazetarural.com
precisa para sair do papel. Será assim constituída uma rede de apoio ao promotor na implementação do seu plano de negócios que contará também com partilha de conhecimentos e experiências entre todos os participantes. As sessões de capacitação vão continuar, para que os empreendedores tenham todas as ferramentas necessárias para gerir a sua empresa. Forma jurídica das empresas, questões fiscais, noções básicas de contabilidade e conceitos financeiros, planeamento e controlo de custos, técnicas de negociação e angariação de clientes, gestão de tempo e produtividade pessoal, certificações e práticas ambientais e sustentabilidade como fator de diferenciação turística. Estes são os temas centrais a serem ministrados. Nesta fase os empreendedores vão ao terreno conhecer empresas de sucesso e boas práticas. Nada melhor do que aprender com aqueles que, em tempos, também como eles, tinham apenas um projeto no papel. Mas há mais. Todos os empreendedores vão, ainda, ingressar num estágio, onde vão perceber e perceber os desafios diários de uma empresa e testar todos os seus conhecimentos. O V21 Rural - Empreendedorismo e Negócios em Meio Rural - é um inovador programa de capacitação. A iniciativa começou em Setembro de 2020, com a “Oficina do Empreendedor”. Com a duração de cinco dias foi aberta a todos os que queriam testar a sua veia empreendedora. Seguiu-se o “Plano de Negócios”, onde os empreendedores tiveram todo o apoio para estruturar a sua ideia. Concluíram esta fase 10 empreendedores, muitos dos quais avançaram para esta terceira e última fase. Com uma rede de apoio e uma forte capacitação teórico-prática, os empreendedores terão, assim, todo o apoio para consolidar o seu projeto e implementar o seu negócio.
www.gazetarural.com
23
Segundo um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian
Setor agrícola responsável por 75% da água utilizada em Portugal O setor agrícola é responsável por 75% do total de água utilizada em Portugal, acima da média da União Europeia (24%) e mundial (69%), devido às culturas de regadio, segundo um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian.
“E
m Portugal, o setor agrícola é responsável por 75% do total de água utilizada, um número que contrasta com a média da União Europeia (24%) e chega a ser superior à média mundial (69%)”, revelou o estudo “O uso da água em Portugal – olhar, compreender e atuar com os protagonistas chave”, encomendado pela fundação ao C-Lab – The Consumer Intelligence Lab. Porém, esta percentagem está em linha com o que se verifica nos países mediterrâneos, como Espanha (79%) e Grécia (81%), o que acontece devido à existência de regadio. Nestas culturas, a rega vai substituir a falta de chuva e compensar o calor verificado nas estações quentes. Em 2016, a área agrícola regada no país “correspondia aproximadamente à região do Algarve”, o equivalente a 5% do território nacional. Contudo, a “agricultura de sequeiro ainda define a maioria da superfície utilizada para a agricultura em Portugal”. Segundo a mesma análise, 71% dos agricultores não tem contador de água, sendo este recurso, sobretudo, retirado a partir de furos, charcas, poços e outras estruturas (56%). Segue-se ao acesso público (35%), através de barragens e outras infraestruturas de rega), e por coletivo privado (9%), ou seja, partilhado com outros agricultores ou sociedades. As barragens públicas servem um terço da área regada, porém, “a barragem do Alqueva constituiu um grande contributo para a evolução do regadio nos últimos anos, correspondendo o Alentejo a cerca de metade da área regada do país”, indicou. No que concerne à escassez de água, o estudo revelou, tendo por base o “Water Exploitation Index” da ONU, que, de um modo geral, a situação em Portugal “não é problemática”, embora este indicador não incorpore o impacto das alterações climáticas e as projeções de consumo. 33 países vão enfrentar “risco de stress hídrico” No sentido oposto, a análise do World Resources Institute para 2040, que inte24
www.gazetarural.com
em 2016. gra as hipóteses em causa, aponta que 33 países vão Para a elaboração deste estudo foram realizadas 52 entrevistas, que resulenfrentar “riscos extremamente elevados de stress hítaram em mais de 100 horas de conversas. Adicionalmente, o estudo quadrico”, que ocorrem quando a captação de água para litativo contou com uma amostra de 15 agricultores a residir em Portugal consumo é superior a 80% das disponibilidades mécontinental, que regam as suas culturas e vendem a produção no mercado dias anuais do país. Destacam-se neste alerta o Norte nacional ou internacional. de África e o Médio Oriente. Com um “risco elevado”, Já o estudo quantitativo abrangeu uma amostra de 335 indivíduos (amosou seja, quando o consumo de água está entre 40% e tra nacional) e mais 155 (para garantir “relevância estatística e uma análise 80% das disponibilidades, são identificados 26 países, ais aprofundada das regiões Centro, Alentejo e Algarve”). incluindo Portugal. Por região, a zona abaixo do Tejo apresenta o nível máximo de risco “e é precisamente no Alentejo e no Algarve onde se registaram mais secas de maior dimensão e gravidade ao longo de todo o século XX”. Já no que concerne à transição para uma agricultura mais sustentável ao nível da poupança de água, 65% dos agricultores referiram utilizar um sistema de rega gota-a-gota, mas só 3% dos inquiridos adotaram medidas mais avançadas para a gestão da água. Dos que adotaram novas tecnologias, a grande maioria (85%) garantiu poupar água, “uma evidência que se torna ainda mais significativa para quem usa aspersores”. No mesmo sentido, também 85% dos agricultores afirmaram gastar menor energia pela otimização da rega, enquanto 66% gastam menos fertilizantes e 77% ganham tempo utilizando o controlo pelo computador ou telemóvel. “Mobilizar para uma mudança que tem uma forte componente tecnológica exige partilha de conhecimento e 86% dos agricultores concordam que hoje há mais partilha de informação do que há 10 anos”, notou. Em Portugal, o número de explorações agrícolas passou de 416 mil em 1999 para 259 mil em 2016, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados no estudo. Por sua vez, a dimensão média das explorações fixava-se em 9,3 hectares em 1999, número que passou a 14,1 hectares www.gazetarural.com
25
Revela estudo de investigadores da Universidade da Califórnia
Algas marinhas podem reduzir até 82% as emissões de metano do gado bovino A adição de algas marinhas à alimentação do gado pode reduzir as suas emissões de gás metano até 82%, de acordo com um estudo de investigadores da Universidade da Califórnia publicado na revista científica PLOS ONE.
O
neta Terra”, acrescentou Kebreab. estudo foi conduzido pelo professor do deparApenas uma pequena fração da Terra é adequada para a produção agrícola tamento de zootecnia e diretor do World Food e muito mais terra é adequada apenas para pastagem. Como grande parte das Center da universidade norte-americana, Ermias Keemissões de metano do gado vem do próprio animal, a nutrição desempenha breab, em colaboração com a investigadora Breanna um grande papel na busca de soluções”, explicou o coordenador do estudo. Roque, e pode, segundo os cientistas, abrir caminho Já em 2018 os dois investigadores conseguiram reduzir em mais de 50% as para a sustentabilidade da produção pecuária em todo emissões de gás metano em vacas leiteiras ao complementar a sua alimeno mundo. tação com algas marinhas durante duas semanas. Agora, testaram se essas Agora temos provas sólidas de que as algas marinhas reduções eram sustentáveis ao longo do tempo, acrescentando a alga à alina dieta do gado são eficazes na redução dos gases com mentação das vacas todos os dias, durante cinco meses, desde o momento efeito de estufa e que a sua eficácia não diminui com o em que eram jovens até a uma fase posterior das suas vidas nos estábulos tempo”, frisou Ermias Kebreab sobre a investigação publide alimentação a ração. cada na revista online. Quatro vezes por dia as vacas comiam um ‘snack’ num dispositivo ao ar Durante cinco meses, os dois investigadores adicionalivre que media o metano na sua respiração e os resultados foram claros, ram pequenas quantidades de algas marinhas da espécie segundo os investigadores, a demonstrar que o gado que consumiu as ‘Asparagopsis taxiformis’ à dieta de 21 bovinos e constataalgas marinhas emitiu muito menos metano sem que se registasse uma ram que os animais que consumiram doses de cerca de 80 quebra na eficácia da alga ao longo do tempo. Isto porque as algas marigramas de algas ganharam tanto peso como os restantes elenhas inibem uma enzima do sistema digestivo da vaca que contribui para mentos da manada, mas expeliram para a atmosfera menos a produção daquele gás. 82% de gás metano, produzido como subproduto da digestão Os resultados de um painel de teste de sabor não revelaram diferende matéria vegetal. ças no sabor da carne de novilhos alimentados com algas em compaA agricultura é responsável por uma parte significativa das ração com um grupo de controlo, tal como já havia acontecido com o emissões de gases com efeito de estufa e cerca de metade sabor do leite no estudo anterior, direcionado para as vacas leiteiras. dessas emissões são geradas por vacas e outros ruminantes No entanto, a alga marinha em questão (Asparagopsis taxiformis) que expelem metano e outros gases, o que tem levado algumas não existe em quantidade suficiente na natureza para ser amplamente organizações ambientalistas a sugerir uma redução do consuutilizada na agropecuária a nível mundial e é preciso, também, enconmo de carne para ajudar a atenuar essas emissões associadas trar uma forma de adicionar este alimento à dieta dos animais que se às alterações climáticas. alimentam em pastagens abertas. As conclusões do estudo publicado, acrescentou Breanna RoHá mais trabalho pela frente, mas estes resultados são encorajaque, “pode ajudar os agricultores a produzir de forma sustentável dores. Agora temos uma resposta clara para a questão de saber se a carne bovina e os laticínios” necessários para a alimentação a os suplementos de algas marinhas podem reduzir de forma sustennível mundial. O gado desempenha “um papel vital na alimentatável as emissões de metano dos animais e a sua eficácia a longo ção dos 10 mil milhões de pessoas que, em breve, habitarão o plaprazo”, frisou Breanna Roque. 26 www.gazetarural.com
www.gazetarural.com
27
Categoria de Ação Social – Combate à Exclusão Social
Município de Proença-a-Nova recebe prémio Autarquia do Ano com o projeto BioAromas Liis
O município de Proença-a-Nova foi distinguido com o prémio Autarquia do Ano, do Lisbon Awards Group, na categoria de Ação Social - Combate à Exclusão Social, com o projeto BioAromas - Laboratório de Integração e Inovação Social que está em curso no Centro Ciência Viva da Floresta desde Outubro de 2020 e que se apresenta como uma alternativa à tradicional institucionalização de jovens e adultos com diferentes níveis de deficiência.
M
Paralelamente à produção das plantas, os jovens e adulostrando-se orgulhoso e feliz com a distinção, João Lobo refere tos do BioAromas desenvolvem outras atividades de desenque o mais importante são os sete jovens adultos que estão a ser volvimento pessoal e social como a musicoterapia, desporto acompanhados há já meio ano no CCV da Floresta, “promovendo-se a sua adaptado, psicologia, português, matemática, informática, inclusão social através da ciência, que aqui se apresenta como o veículo ciências ou expressão plástica. De acordo com Magda Ferreiprincipal dessa integração”. ra, técnica que acompanha o grupo, o “projeto Bioaromas-liis O presidente da Câmara de Proença-a-Nova agradece a “quem cometem tido um impacto muito positivo na vida destes jovens. çou este projeto no Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova e às De uma forma geral o balanço destes últimos seis meses é suas direções, e aos diversos parceiros que têm estado envolvidos neste bastante positivo”, refere. Os progressos podem ser observaprojeto diferenciador”. dos, por exemplo, ao nível da linguagem e da psicomotricidaO projeto-escola BioAromas – destinado apenas a alunos – conta de, maior concentração e mais confiança. “A entreajuda entre com o apoio da autarquia através da cedência de espaço no viveiro pares tem crescido, têm-se ajudado muito uns aos outros, conmunicipal para a produção de plantas aromáticas e medicinais. No tribuindo assim para um aumento da sua autoestima e autonoentanto, após a saída da escola, estes jovens deixavam de ter uma mia. O grupo é diversificado nas suas características, se por um resposta social adequada aos seus níveis de deficiência. lado temos elementos mais criativos e espontâneos, por outro “Desde 2016 que estamos a tentar promover uma resposta para lado temos elementos mais rígidos e mais perfeccionistas. De além da idade escolar”, adianta João Lobo, o que só se tornou possícerta forma, o grupo consegue-se complementar e têm aprenvel com a candidatura aprovada ao Portugal Inovação Social, cofinandido novas formas de trabalhar e de estar”, acrescenta Magda ciado pelo Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo Social Ferreira. Europeu. “Estamos a poucas semanas de lançar a concurso a obra Em breve, será possível adquirir os produtos realizados no âmde ampliação do CCV da Floresta, para criação de salas de formabito deste projeto na loja do CCV da Floresta. Pode acompanhar o ção, de convívio e uma zona laboral para a produção de ervas aroprojeto BioAromas-liis no Facebook e Instagram. máticas e medicinais e que nos permitirá duplicar a atual capacidade de acolhimento do projeto, para um total de 15 beneficiários”. 28
www.gazetarural.com
www.gazetarural.com
29
Junta 20 entidades e envolve mais de 70 investigadores e técnicos especializados
Lançado novo projeto para valorização e defesa da floresta portuguesa O projeto rePLANT, que pretende dar a conhecer novas tecnologias e criar serviços nas áreas da gestão integrada da floresta e do fogo, junta 20 entidades, envolve mais de 70 investigadores e técnicos especializados, sendo desenvolvido até Junho de 2023, e tem um investimento de 5,6 milhões de euros.
C
arlos Fonseca, diretor científico e tecnológico do ForestWISE — Laboratório Colaborativo para Gestão Integrada da Floresta e do Fogo, que fará a gestão do rePLANT com a The Navigator Company, contou que o projeto de âmbito nacional vai “fazer toda a diferença no setor florestal”. O rePLANT, apoiado pelo Compete Portugal 2020, através dos programas POCI e Lisboa 2020, está dividido em três grandes áreas de ação e integra iniciativas como a monitorização da floresta através de câmaras óticas, o desenvolvimento de novos modelos de gestão florestal sustentável para as principais espécies florestais portuguesas ou o uso da robótica nas operações florestais. “Este projeto surge no âmbito dos programas mobilizadores e constitui uma oportunidade única para criar as bases para a transformação que é necessária no setor florestal”, disse o diretor científico e tecnológico. Segundo Carlos Fonseca, um dos pontos fortes é a junção de entidades, a união das empresas com maior relevância no setor florestal com empresas das áreas energéticas e tecnológicas que se associaram à academia e ao conhecimento para definir as melhores estratégias para esta transformação. “Estamos a falar da valorização do mundo rural, um dos temas centrais do nosso país, e estamos também a falar da valorização das pessoas, da paisagem, que é muito relevante para outras atividades como o turismo”, salientou. O rePLANT pode, segundo 30
www.gazetarural.com
Carlos Fonseca, funcionar como ponto de partida para a transformação “em prol de uma floresta mais sustentável, mais ao encontro daquilo que vão ser as gerações futuras”. O consórcio multidisciplinar reunido pelo ForestWISE vai implantar oito estratégias, estruturadas em atividades de investigação industrial de três grandes setores: gestão da floresta e do fogo (liderado pela Sonae Arauco e Instituto Superior de Agronomia), gestão do risco (REN e Universidade de Coimbra), e economia circular e cadeias de valor (The Navigator Company e ForestWISE). “A primeira, gestão da floresta e do fogo, tem em vista a investigação de novos modelos, a investigação de uma das espécies mais comuns no nosso país, mas que precisa de uma visão mais específica, que é o pinheiro”, disse. Esta linha de ação, acrescentou, vai contar com o envolvimento muito direto dos proprietários florestais e das suas organizações, nomeadamente na obtenção de informação que permita conhecer melhor a floresta que estão a gerir. “Uma segunda linha, a gestão do risco, pretende criar sistemas de monitorização, de vigilância das florestas através da instalação de câmara óticas nos próprios postes de alta tensão da REN e que nos vai permitir obter informação real, meteorológica e da própria vegetação, do crescimento da vegetação, mas também pode dar informação sobre o comportamento do fogo e,
com esta informação, até numa ótica de supressão de combate, termos um grande apoio à decisão”, contou o representante. Por fim, a vertente da economia circular e cadeias de valor está vocacionada para a aplicação no terreno de tecnologias que permitam trazer valor acrescentado ao nível da biomassa. “Naturalmente é aproveitada para diferentes fins, mas tem custos de operação e de retirada da floresta relativamente elevados, e há aqui todo um processo que envolve tecnologia e automação no sentido de reduzir custos das operações”, realçou. Carlos Fonseca contou também que o projeto vai ter incidência em todo o país, mas grande parte das áreas-piloto está nas regiões do país com maior mancha florestal: Norte e Centro. Ainda assim, os impactos estimados são a nível nacional e prevê-se que as tecnologias aplicadas e os modelos de gestão possam ser depois exportados para outros países, inclusive na bacia do Mediterrâneo, com características mais semelhantes a Portugal. No que diz respeito aos resultados, Carlos Fonseca apontou para o médio/longo prazo. “Estou em crer que a floresta terá resultados no médio, longo prazo. É a pensar nas gerações futuras, não é para ter resultados no imediato. Estamos a criar as bases para a transformação da floresta, para uma melhor floresta, mais sustentável e que traga riqueza, de facto, aos territórios e aos proprietários florestais”, concluiu.
www.gazetarural.com
31
Em torno do ciclo de produção das frutas
RUDE promove um inovador produto turístico na Cova da Beira
presários, as empresas de animação turística, as unidades de turismo em espaço rural, a restauração e as unidades hoteleiras da região. O objetivo do projeto é unir esforços para converter-se numa referência no país nos segmentos de turismo rural, agrário, de natureza e sustentável. A iniciativa inserida na Estratégia de Desenvolvimento A RUDE – Associação de Desenvolvimento Rural idealizou um projeto Local Cova da Beira 2020, será cofinanciado por fundos pioneiro e inovador que pretende promover as frutas produzidas na europeus durante os próximos dois anos e desenvolverCova da Beira, em particular, as frutas qualificadas (IGP e DOP) produ-se-á em torno de quatro eixos de trabalho, sequenciados zidas no território, através da criação de um portefólio de experiências e interligados entre si, desde o conhecimento do territóturísticas associadas à fileira frutícola. rio e da fileira frutícola, o levantamento do seu potencial turístico, ao desenho e estruturação das experiências turata-se de um projeto pioneiro em Portugal, sob o conceito de rísticas, passando pela capacitação e a animação territorial Frutiturismo ou turismo da fruta, que pretende transformar a e a comunicação e promoção do destino e das experiências riqueza frutícola da região numa marca de identidade e de atração tuturísticas produzidas. rística. O projeto responde à nova tendência do comportamento Para esse efeito, o projeto ‘Pomar da Cova da Beira’ cocriará um do consumidor turístico, especialmente no pós-pandemia, conjunto experiências turísticas distintivas e memoráveis associadas nomeadamente, a preferência por destinos de baixa denà fruticultura da Cova da Beira, em toda a extensão da cadeia de sidade, que proporcionem uma experiência em comunhão valor, agregando e valorizando o património, a paisagem e a cultura com a natureza, num ritmo mais lento, vivenciando o estilo local e a promoção eficaz dessas propostas de experiências aos segde vida e a cultura local, permitindo um maior envolvimento mentos de mercado que mais as valorizam. com a comunidade e a desconexão da rotina. O ciclo da produção frutícola apresenta características distintas Construído em torno de um recurso endógeno e identitário e paletas diferentes ao longo das suas fases, promovendo cenários do território, o projeto promoverá uma oferta turística singudiferentes e únicos, que criam oportunidades distintas e fontes de lar e inimitável, que permitirá a diferenciação e a melhoria da inspiração diferenciadas à criação de experiências turísticas. competitividade do território, combatendo a sazonalidade turísO projeto que conta com o apoio e cooperação dos Municípios tica e fortalecendo a capacidade de atração de visitantes para o de Belmonte, Covilhã e Fundão e da Comunidade Intermuniciterritório. pal das Beiras e Serra da Estrela, mobiliza a comunidade local, os produtores frutícolas, as associações de produtores, os em32 www.gazetarural.com
T
Por locais relacionados com as Invasões Francesas ou por antigos caminhos do contrabando
Município de Almeida disponibiliza 15 percursos equestres no concelho A Câmara de Almeida e o Picadeiro D`el Rey vão disponibilizar 15 percursos equestres que incluem passagem por locais relacionados com as Invasões Francesas ou por antigos caminhos do contrabando.
S
egundo o presidente da autarquia de Almeida, António José Machado, o Picadeiro D`el Rey, que sempre prestou “serviços ligados ao ensino da equitação, à iniciação e ao contacto com o cavalo, desde o volteio, à sela e à hipoterapia”, vai agora apostar em novos projetos relacionados com a criação de várias “rotas externas”. “Iniciámos este processo com a rota que estamos a criar na Rede Napoleónica (relacionada com a temática das Invasões Francesas), na ligação de Almeida ao Bussaco, um trabalho com a participação da Comunidade Intermunicipal de Coimbra, com vários municípios a intervirem”, disse António José Machado. De acordo com o responsável, o município de Almeida vai desenvolver “outras rotas no concelho, com ligação a várias freguesias”. “As rotas têm sempre momentos altos, com a parte da natureza, da História ou do contrabando, porque também há rotas com essas temáticas”, explicou. Segundo o autarca, as rotas temáticas que vão ser disponibilizadas aos visitantes vão estar ligadas às rotas de BTT e pedonais já existentes na região e que são dinamizadas pela
Associação de Desenvolvimento Regional Territórios do Côa, que tem sede em Almeida. “Assinámos também um protocolo, recentemente, com a Companhia das Lezírias, para haver a utilização e a transmissão do cavalo Lusitano e a vinda de cavalos da Coudelaria Nacional, para poderem estar no Picadeiro D`el Rey e nós aumentarmos a qualidade dos serviços que prestamos”, disse António José Machado. O município de Almeida está localizado junto da fronteira com Espanha, no distrito da Guarda. A vila de Almeida é umas das doze Aldeias Históricas de Portugal. A antiga praça-forte de Almeida, construída nos séculos XVII e XVIII, é considerada uma “jóia” da arquitetura militar abaluartada. Os municípios de Almeida, Elvas, Marvão e Valença formalizaram, em Dezembro de 2019, junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a candidatura conjunta das Fortalezas Abaluartadas da Raia a Património Mundial. Segundo as quatro autarquias envolvidas na candidatura, o seu objecto é “materialmente importante pela extensão e pelos exemplares que a enquadram, é composto pela Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas (já classificada pela UNESCO em 2012) e pelas fortificações abaluartadas de Almeida, Marvão e Valença”.
Tlf.: 232 411 299 Tlm.: 918 79733202 Email: novelgrafica1@gmail.com www.gazetarural.com
Comum aos 11 municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro
Concelho de Sever do Vouga vai integrar a “Grande Rota da Ria de Aveiro” Sever do Vouga vai integrar a Grande Rota da Ria de Aveiro, comum aos 11 municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), que avançará brevemente com a implementação dos traçados Verde e Dourado no território severense.
N
a sequência da aceitação da candidatura, estão a Sever do Vouga, pois ambos cruzam o seu território. Seguir-se-á a instalação decorrer no terreno os trabalhos de implementade balizas e conclusão de algumas pinturas no troço de Sever do Vouga à ção da Grande Rota da Ria de Aveiro (GRRA), que abranaldeia da Cerqueira, e do retorno até à Ponte do Abade de Santiago, e a ge os onze concelhos que representam a Comunidade finalização das artes finais relativas à sinalética dos recursos turísticos e às Intermunicipal da Região de Aveiro, dos quais faz parte placas direcionais do percurso. Sever do Vouga. Para o presidente da Câmara de Sever do Vouga a integração de Sever A GRRA é considerada um percurso de longa rota, que do Vouga em mais uma Grande Rota é “uma mais valia para o concelho e se prolonga por 560 quilómetros de extensão total ao lonpara o seu desenvolvimento turístico”. António Coutinho frisa que não é a go do território aveirense, dividindo-se em três percursos primeira Grande Rota onde o território severense marca a sua presença, independentes, o Percurso Azul, o Dourado e o Verde. relembrando a entrada do concelho em 2020 para a Grande Rota das Já foram efectuadas as verificações dos traçados, bem Montanhas Mágicas. O autarca associa também o crescimento da procucomo a pintura de marcas que sinalizam as várias etapas ra por Sever do Vouga à “possibilidade de aliar a prática de desportos ao dos percursos. O Percurso Azul, que abrange a zona litoral ar livre, como as caminhadas, a corrida ou o ciclismo, à visita e usufruto aveirense compreendida entre Ovar e Vagos, já se encontra de locais ímpares em beleza natural, como os que abundam no nosso disponível e demarcado no terreno, seguindo-se agora o Perconcelho”. curso Dourado e o Percurso Verde, referentes ao concelho de
34
www.gazetarural.com
Conduzido por investigadores da Universidade de Coimbra e do Politécnico de Viseu
Estudo avalia a perceção dos residentes em cidades pequenas sobre a atividade turística Para os residentes em cidades pequenas, os impactos socioculturais da atividade turística são mais importantes do que os impactos económicos, conclui um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Coimbra (UC) e do Instituto Politécnico de Viseu (IPV).
E
sta investigação, que teve por objetivo analisar a relação entre a ligação ao lugar e os impactos percecionados pelos residentes em cidades de pequena dimensão relativamente à atividade turística, envolveu 350 habitantes de várias cidades, entre as quais Aveiro, Covilhã, Figueira da Foz, Gouveia, Guarda, Leiria, Seia e Viseu. “A investigação sobre a visão dos residentes relativamente à atividade turística é pouco explorada, mais ainda em cidades de pequena dimensão. Por isso, este estudo pretende precisamente colmatar essa lacuna na literatura e contribuir para um melhor planeamento destes destinos que, fruto da pandemia, vão ter uma maior procura”, afirma Cláudia Seabra, investigadora e docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). Uma explicação para os dados obtidos no estudo, financiando pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), prende-se com o facto de “nas pequenas cidades o espírito de comunidade ainda ser forte. As pessoas estão mais conscientes dos efeitos sociais que o desenvolvimento do turismo tem nas suas vidas do que os efeitos económicos ou ambientais. Em geral, as pequenas cidades têm uma população pequena e envelhecida, com menos oportunidades de emprego, cuidados de saúde e grandes infraestruturas de comunicação”, afirma Cláudia Seabra. Nessas comunidades, fundamenta, “as pessoas geralmente estão ansiosas para conhecer novas pessoas e se conectar com outras culturas e gerações diferentes. Em geral, os impactos negativos dos grandes centros urbanos onde milhares de turistas se aglomeram não são sentidos. Os turistas são vistos como pessoas que trazem oportunidades de negócios, visitando bares, restaurantes, hotéis e atrações da região, ao mesmo tempo que compram produtos locais para levar. Por outro lado, os turistas são fontes de rejuvenescimento cultural”. A docente e investigadora do Centro de Estudos em Geografia
e Ordenamento do Território (CEGOT) considera que os resultados deste estudo, além de contribuírem para uma «maior consciência dos efeitos que o desenvolvimento do turismo está a ter na comunidade dos destinos das pequenas cidades, porque o turismo pode ser um desafio para as pequenas localidades e cidades, sobretudo de forma sustentável», podem ajudar “os gestores a fornecer benefícios económicos, sociais e culturais de longo prazo para a comunidade local, melhorando a qualidade de vida e, assim, fortalecendo o lugar e o vínculo com a comunidade”.
www.gazetarural.com
35
Última Hora
Evento virtual juntou produtores de Portugal e Espanha
Gala Virtual entregou prémios do Concurso Internacional Vinduero-Vindouro 2020 A décima sexta edição da gala de entrega de prémios do Concurso Internacional Vinduero-Vindouro, decorreu a 25 de Março e reuniu mais de 2.000 adegas, produtores e denominações de origem de Portugal e Espanha, num ambiente totalmente virtual e seguro.
O
s participantes acederam à plataforma e reuniram-se na sala de terveio Daniela Capelo, vice-presidente da Câmara de acreditações, onde dois assistentes se encarregaram de ajudar a Pinhel, procedida pela intervenção das autoridades, configurar e dar assistência aos avatares deste novo ambiente virtual. como María Estrella Torrecilla Crespo, diretora geral de Cada participante pode aceder ao espaço de exposição dos Prémios Turismo da Junta de Castilla y León, e Isabel Ferreira, SeVinduero-Vindouro, onde estiveram presentes os stands das denominacretária de Estado da Valorização do Interior de Portugal. ções de origem premiadas na última edição. Foi ainda possível descarNo decorrer da Gala foram enunciados os premiados, regar a última edição do Guia Vinduero-Vindouro, com todos os vinhos nas categorias de melhores vinhos e melhores denominapremiados, e conhecer toda a equipa de provadores. ções de origem. Visto este ser um evento virtual, sem a Antes da Gala, os participantes reuniram-se em grupos, por interpossibilidade de entrega de um prémio físico, cada vencemédio dos seus avatares, sem terem o inconveniente de manter a disdor subiu ao palco e brindou a todos os presentes, neste tância de ter de usar máscara. Este momento, de entretenimento e mundo virtual. diversão entre grupos de avatares, antecedeu o início das palestras, Na categoria de melhor espumante o prémio foi atribuído às 19,30 horas, no anfiteatro. ao Marquês de Marialva Cuvée Primitivo, da Adega CoopeA primeira palestra foi ministrada por Javier Pérez Andrés, jornalisrativa de Cantanhede, na categoria feminina, e à Pata Negra ta espanhol especializado em gastronomia e vinhos, que falou sobre Brut, de García Carrión, na categoria de júri misto. Na cateo grande património gastronómico que a Espanha possui e a imporgoria de vinhos brancos com madeira o vencedor foi Maria tância de valorizar a gastronomia tradicional elaborada com produJoão Reserva, da Quinta do Solar do Arcediago. Na categoria tos autóctones. Depois da sua intervenção, foi a vez do jornalista de vinhos rosés, também com votação unânime do júri feminiportuguês Agostinho Peixoto evidenciar a importância de cuidar no e júri misto, o prémio foi para a Bodega Gorzonzello pelo seu vinho rosé Gurdos. e valorizar o enoturismo como motor de dinamização económica Na categoria de vinhos tintos jovens, sem madeira, o vennum país como Portugal. No final das palestras, teve início a cerimónia de entrega de précedor foi Pedroheras Tempranillo, da Bodega Pedroheras. Nos mios dos Prémios Vinduero-Vindouro. Para o efeito, o presidente vinhos tintos, com madeira até seis meses, o prémio foi para o José Luis Pascual, escolheu para o ato de abertura Isabel Mijares, Vale da Vila, de Vale de Vila e Figueira. Na categoria vinhos, com presidente do Júri Internacional dos Prémios Vinduero-Vindouro, madeira com mais de 14 meses, o prémio foi para o Foral de Canque agradeceu o convite e saudou os presentes. Em seguida intanhede Gold Edition Baga, da Adega Cooperativa de Cantanhede. 36
www.gazetarural.com
Para o júri feminino, o vencedor da categoria de melhor vinho generoso foi Justino’s Madeira Boal 10 anos, da Adega Justino’s Madeira Wines. Já para o júri misto, a votação galardoou o vinho “amontillado” 1822 Solera Fundacional, das Bodegas Argüeso. Na categoria vinhos de autor, o voto feminino foi para Alto do Joa, da Casa do Joa, e o voto misto foi para Altos R Pigeage de Altos, de Rioja Viticultores y Bodegueros. A escolha do melhor vermute foi unânime para o Vermute Aventón Tradicional, da El Sabor Cosecha. Na última edição dos Prémios Vinduero-Vindouro foi criada uma nova categoria, que premiasse as denominações de origem. Este prémio designa-se Arribe de Platina e durante a gala receberam a distinção: a D.O. Cava, em vinhos espumantes; a D.O. Ribeiro, em vinhos brancos sem madeira; a D.O. Rueda, em brancos com madeira; a D.O.
León, em vinhos rosé; a D.O. La Mancha, em tintos jovens; a D.O Douro-Porto para tintos até 6 meses; a D.O.C. Dão, para tintos entre 6 e 14 meses; a D.O Trás os Montes, para os tintos com mais de 14 meses; a D.O Beira Interior, para os vinhos de autor; e finalmente a D.O. Jerez-Sherry-Xeres, pelos vinhos generosos. O ato final da cerimónia de entrega de prémios ficou a cargo dos grandes vencedores desta edição. O Prémio Grande Arribe de Ouro em Feminino foi para 100 Hectares Vinhas Velhas 2017, e o Grande Arribe de Ouro (júri misto) foi para Galván, de Adegas Daniel Fernández. O presidente dos Prémios Vinduero -Vindouro encerrou o evento, agradecendo a presença e participação de todos neste evento original, inovador e pioneiro no setor vitivinícola. Revelou ainda que a edição de 2021 do concurso se realizará nos dias 3, 4, 5 e 6 de Agosto, em Trabanca (Salamanca).
www.gazetarural.com
37
Nos dias 28, 29 e 30 de maio
Parque Natural da Arrábida recebe festival de caminhadas Um festival de caminhadas percorre nos dias 28, 29 e 30 de Maio o Parque Natural da Arrábida. O objetivo é desvendar o património natural e os vestígios arqueológicos deste território que abrange os concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra.
O
evento, intitulado Arrábida Walking Festival, uma organização condas cidades organizadoras, degustações gastronómicas junta entre os municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra e a Bioe provas de vinhos. Há ainda visitas acompanhadas por trails, disponibiliza vários percursos pedestres por todo o Parque Natural guia ao Palácio e Quinta da Bacalhôa e aos conventos de da Arrábida, como um trilho entre o Forte de S. Filipe, em Setúbal, e o S. Paulo e dos Capuchos de Alferrara, em Setúbal, e aos Castelo de Palmela e uma caminhada pelo Cabo Espichel, em Sesimbra. Moinhos do Vento de Palmela. Além de estimular estilos de vida saudáveis, o evento proporciona Na página www.biotrails.pt/awf estão disponíveis mais uma oportunidade diferente aos participantes de conhecer locais da Arinformações sobre o evento, além de ser possível a aquisirábida que muitas vezes passam despercebidos, em experiências que ção dos bilhetes. O passe para o festival dá acesso a várias possibilitam uma interação muito próxima com os vários ecossistemas caminhadas, enquanto que a modalidade de bilhete simque constituem esta área protegida. ples permite um passeio pedestre. O festival inicia-se, a 28 de Maio, com o “Percurso - O Entre CasteO passe tem o valor de 24 euros até 15 de Maio e de 28 los (Grande Rota Arqueológica)”, com partida do Castelo de Palmela e euros no decurso do evento. paragens no Forte de São Filipe, na estrada romana do Grelhal e nos Os bilhetes simples custam 13 euros até 15 Maio. O vaconventos de São Paulo e dos Capuchos. Seguem-se os passeios “Perlor sobe para 15 euros a partir dessa até ao fim de Arrábida curso de São Luís a Palmela” e “Serra do Louro by night”. Walking Festival. O segundo e o terceiro dias do evento reservam vários passeios em Oficialmente apresentada a 20 de Janeiro, na Quinta do Pisimultâneo pelas serras de São Francisco, dos Pinheirinhos e do Louloto, em Palmela, a primeira edição do Arrábida Walking Fesro, e pela Serra da Azoia, com passagens, por exemplo, pela Praia da tival foi adiada de Março desse ano para Maio de 2021, devido Baleeira, outrora palco da pesca à baleia e abrigo de embarcações às restrições impostas pela crise sanitária mundial. Devido ao romanas, e pelo Santuário do Cabo Espichel. Os participantes têm contexto pandémico, a programação do Arrábida Walking Fesainda a oportunidade de conhecer a Ilha da Ácala, o nome dado tival foi reorganizada de forma a garantir uma maior segurança, pelos romanos à Península de Tróia. com menos participantes por atividade. A par do programa central de passeios pedestres, focado no O evento conta com o patrocínio da Setubal Bay – Associação tema “A Grande Rota Arqueológica”, o evento apresenta um proda Baía de Setúbal e os apoios da Quinta do Piloto, Rota de Vigrama complementar de atividades, nomeadamente para criannhos da Península de Setúbal, Caetano Drive Volkswagen, Assoças e jovens, bem como com passeios fora do âmbito da serra ciação de Municípios da Região de Setúbal, Revista Passear.com propriamente dita, casos de visitas guiadas aos centros históricos e New in Setúbal. 38
www.gazetarural.com
www.gazetarural.com
39