Mundo Fiat 117 (Ago/Set)

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REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASIL NúmERO 117 - AGO/SET 2012

Novo Fiat Punto

mais estilo e desempenho Queijo minas artesanal: Patrimônio Imaterial Cultural missa do Vaqueiro: um dos mais importantes eventos religiosos do Sertão Nordestino Radicci, o simpático anti-herói Case completa 170 anos 8o Prêmio New Holland de Fotojornalismo Fundação Torino cria simulação das Nações Unidas


Cada passo uma conquista.

Seguidos cortes na taxa básica trouxeram os juros para o nível atual de 7,5% ao ano, provocando a queda do custo do dinheiro em todo o sistema financeiro e estimulando o consumo e os investimentos

cledorvino belini*

Estratégias consistentes

O Conquiste o mundo passo-a-passo: 2 a 5 anos

Scuola Materna Ed. Infantil

6 a 11anos

Scuola Elementare Ens. Fundamental I

12 a 14 anos

Scuola Media Ens. Fundamental II

15 a 18 anos

Scuola Superiore Ensino Médio (ciêntifico e técnico)

Venha conhecer o n o s s o m u n d o. c o m

(31) 3289.4200

Brasil continua a destacar-se no cenário internacional pela rápida capacidade de reação da produção e demanda aos estímulos da política formulada pelo governo. Colocando-se em perspectiva os instrumentos de política econômica que foram acionados, observa-se uma trajetória consistente de redução da taxa de juros, coerente com o momento de retração das principais economias do mundo e do volume global de comércio, que reduzem as pressões inflacionárias. Seguidos cortes na taxa básica trouxeram os juros para o nível atual de 7,5% ao ano, provocando a queda do custo do dinheiro para pessoas físicas e jurídicas em todo o sistema financeiro e estimulando o consumo e os investimentos. Paralelamente, setores estratégicos da economia vêm sendo estimulados através da redução de incidência de impostos, devido ao caráter multiplicador de sua atividade e cadeia produtiva. Entre estes setores estão os veículos, a linha branca, móveis, bens de capital e materiais de construção. Nos dois últimos casos, os programas de incentivo se estendem até dezembro de 2013, deixando claros os horizontes e objetivos da estratégia do governo de sustentar o consumo e o nível de atividade industrial. Os resultados da estratégia permitem projetar um segundo semestre de crescimento mais acentuado do que o registrado nos primeiros seis meses do ano. A política em curso avança também sobre a reorganização dos fundamentos da economia, com medidas na área fiscal que reduziram a relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB), além de modernização dos mercados financeiro e de capitais com alongamento de prazos de aplicações e criação de novos produtos. O objetivo é criar um ambiente incentivador do investimento público e privado e da competitividade, através da disponibilidade de múltiplas fontes de recursos de longo prazo. O próximo passo será avançar nas reformas institucionais necessárias à modernização do Estado brasileiro e à efetiva valorização da educação de qualidade como estratégia de transformação social e econômica. Seguindo neste caminho, seremos capazes de transformar estruturalmente o Brasil na perspectiva do desenvolvimento sustentado. (*) Presidente da Fiat/Chrysler para a América Latina

Rua Jornalista Djalma Andrade, 1300 - Belvedere - Belo Horizonte - MG MUNDOFIAT

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sumário

06 Sabor e alma de Minas

eXPedienTe

Tradição de mais de três séculos, o queijo artesanal mineiro é mais que um alimento essencial às mesas mineiras. É, desde 2008, Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro

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Mundo Fiat é uma publicação da Fiat do Brasil S/A, destinada aos stakeholders das empresas do grupo no Brasil.

todos os sentidos

www.eticagrupofiat.com.br FIAT DO BRASIL S/A Presidente: Cledorvino Belini

Missa do Vaqueiro, uma ópera sertaneja

MONTADORAS FIAT AUTOMÓVEIS Presidente: Cledorvino Belini CASE NEW HOLLAND Presidente: Valentino Rizzioli IVECO LATIN AMERICA Presidente: Marco Mazzu

Em memória de Raimundo Jacó, anualmente a cidade Serrita (PE) celebra a “Missa do Vaqueiro”, um dos mais importantes eventos religiosos do Sertão Nordestino

54 Punto fica mais

64 Plantar sonhos para

sofisticado em tecnologia e conteúdos

construir a realidade

Novo Fiat Punto chega para confirmar o sucesso do seu predecessor, para ser referência em esportividade, tecnologia, sofisticação e segurança e encantar os brasileiros

Case completa 170 anos de tradição e se torna, cada vez mais, referência nos mercados da agricultura e da construção civil

86 Ambiente diplomático na Fundação Torino

Escola cria Simulação das Nações Unidas e envolve os alunos em debate de temas internacionais diversos como política, economia e responsabilidade social

E mais 36 Semana Italiana de Campo Largo, Paraná

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40 Personalidades visitam a exposição de Caravaggio na Casa Fiat de Cultura 50 Pernambuco: tudo pronto para o início das obras da unidade do grupo Fiat/Chrysler 74 Interseg 2012 - Feira Internacional de Tecnologia, Serviços e Produtos para Segurança Pública 78 Teksid promove Seminário de

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Gestão Estratégica em Ergonomia 82 Um passeio pela Índia 88 Iveco patrocina o Corinthians na Copa Santander Libertadores 90 Funcionário da Comau se dedicam ao esporte em busca de saúde e qualidade de vida

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Uma edição para

COMPONENTES FPT INDUSTRIAL Superintendente: Enrico Vassallo MAGNETI MARELLI Presidente: Dino Maggioni TEKSID DO BRASIL CEO Nafta e Mercosul: Rogério Silva Jr. SISTEMAS DE PRODUÇÃO COMAU Superintendente: Gerardo Bovone SERVIÇOS FINANCEIROS BANCO FIDIS Superintendente: Gunnar Murillo BANCO CNH CAPITAL Superintendente: Brett Davis FIAT FINANÇAS Superintendente: Gilson de Oliveira Carvalho SERVIÇOS FIAT SERVICES Superintendente: (interino) FIAT REVI Superintendente: Marco Pierro FIDES CORRETAGENS DE SEGUROS Superintendente: Marcio Jannuzzi FAST BUYER Superintendente: Valmir Elias ISVOR Superintendente: Márcia Naves ASSISTÊNCIA SOCIAL FUNDAÇÃO FIAT Diretor-Presidente: Adauto Duarte CULTURA CASA FIAT DE CULTURA Presidente: José Eduardo de Lima Pereira EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO TORINO Presidente: Raffaele Peano COMITÊ DE COMUNICAÇÃO Alexandre Campolina Santos (Fiat Services ), Ana Vilela (Casa Fiat de Cultura), Pollyane Bastos (Teksid), Cristielle Pádua (Fundação Torino), Elena Moreira (Fundação Fiat), Fabíola Sanchez (Magneti Marelli), Fernanda Palhares (Isvor), Jorge Görgen (CNH), Marco Antônio Lage (Fiat Automóveis), Marco Piquini (Iveco), Milton Rego (CNH), Othon Maia (Fiat Automóveis), Renata Ramos (Comau) e Roberto Baraldi (Fiat do Brasil). Jornalista Responsável: Marco Antônio Lage (Diretor de Comunicação da Fiat). MTb: 4.247/MG Gestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estratégica. Editora-Executiva e Chefe de reportagem: Juliana Garcia. Colaboraram nesta edição: Adriana Bernardino, Daniel Prado, Frederico Machado, Frederico Tonucci, Guilherme Arruda, Jamerson Costa, José Rezende Mahar, Lilian Lobato, Pedro Ivo Bernardes, Ricardo Dilser. Projeto Gráfico e Diagramação: Sandra Fujii. Produção Gráfica: Ilma Costa. Impressão: EGL - Editores Gráficos Ltda. Tiragem: 19.500 exemplares. Redação: Rua Oriente, 445 – Serra – CEP 30220-270 – Belo Horizonte – MG – Tel.: (31) 3261-7517. Fale conosco: mundofiat@fiatbrasil.com.br Para anunciar: José Maria Neves (31) 3297-8194 – (31) 9993-0066 – mundofiat@uol.com.br

POR MArco AnTônIo LAge(*)

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sta edição de Mundo Fiat mexe com todos os sentidos, a começar pela capa, que traz as linhas elegantes do Punto, cuja nova versão exibe um estilo harmonioso e muitos conteúdos tecnológicos que oferecem mais desempenho e conectividade. Nas páginas interiores é quase possível sentir o aroma do café fresco e do queijo mineiro, que é mais do que um elemento da tradicional gastronomia regional, tendo a dimensão de símbolo cultural. Tradição de mais de três séculos, o queijo artesanal é essencial não só à mesa, mas à sobrevivência de uma cultura que identifica um povo e seu modo de viver. Em 2008, se tornou Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. A seguir, estende-se uma ponte para outra forte tradição cultural. Em memória de um vaqueiro morto, todo terceiro domingo de julho a cidade pernambucana de Serrita recebe uma verdadeira legião para a Missa do Vaqueiro. Música e emoção se misturam em uma ópera sertaneja, que é iniciativa de um ídolo, cujo centenário de nascimento comemora-se este ano: Luiz Gonzaga. De Caxias do Sul, vem o anti-herói Radicci, homem simples do campo, meio italiano, meio brasileiro. Criado pelo cartunista Carlos Henrique Iotti, Radicci encarna os imigrantes italianos e seus descendentes, falando um dialeto misturado com português e amante do vinho artesanal que ele mesmo produz. O orgulho dos descendentes também pode ser visto nas imagens da Semana Italiana de Campo Largo, cidade da região metropolitana de Curitiba, onde está situada a fábrica da Fiat Powertrain. As belas imagens se multiplicam na mostra das obras de Caravaggio e nas fotos vencedoras do oitavo prêmio New Holland de fotojornalismo, que envolveu cinco países da América Latina. Também podem ser vistas nos atletas, profissionais ou amadores, que contam com o apoio das empresas do Grupo Fiat. Esta edição também dá destaque aos 170 anos da Case, tradição e referência nos mercados de agricultura e construção civil. Mostra ainda a linha de veículos Fiat desenvolvidos para o segmento de segurança pública. O fio condutor, o denominador comum de todas estas páginas é o mais marcante atributo do Grupo Fiat – sua vocação para unir pessoas. Boa leitura! (*) Diretor de Comunicação da Fiat/Chrysler

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Sabor e alma de Minas Tradição de mais de três séculos, o queijo artesanal mineiro é mais que um alimento essencial às mesas mineiras. É, desde 2008, Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro

POR DAnIeL rubens PrADo

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neiro que não se deixasse seduzir por um pedaço de queijo. Principalmente, se degustado ao lado do fogão a lenha, regado com café bem forte. Ou, supremo deleite, acolitado por uma legítima pinga da roça. Sinceramente, nos dois casos, tal prazer enobrecido por um bom e descansado dedo de prosa, uai. Tradição de mais de três séculos, o queijo artesanal é essencial, não só para a mesa mineira, mas para a sobrevivência de uma cultura que identifica um povo e seu modo de viver. Vívido nas milhares de famílias que perpetuam, nos rincões de Minas, o processo tradicional de se fabricar o mimo. E sobrevivem dele, já que essa produção artesanal é caracterizada pela agricultura familiar, com evidente relevância cultural, social e econômica.

Ignácio costa

arte da produção do queijo mineiro, herdada dos colonizadores portugueses, hoje vale tanto quanto os diamantes e o ouro arrancados do generoso ventre de todas as Gerais. A arte para a criação do nosso queijo artesanal veio das medievais tradições do povo da serra da Estrela, em Portugal. Seja ele da Canastra, de Araxá, do Campo das Vertentes, do Serro, ou de todas as outras e várias veredas, vales e montes do nosso mediterrâneo território. Enfim, de um jeitim ou de outro, enche de gozos e prazeres os paladares de todos os que têm a sorte, o privilégio de saborear o nosso precioso tesouro: o queijo de minas. O queijo, mais do que ser uma peça da alta gastronomia mineira, é um dos maiores símbolos culturais do nosso Estado. Nunca existiu mi-

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Case IH

Divulgação

Democrático, para todos os gostos

Máquinas Case New Holland facilitam as operações para criação do gado leiteiro A case IH e a new Holland oferecem um pacote de soluções para o produtor agropecuário. As versáteis linhas de tratores das marcas agregam robustez e são ideais para manutenção de pastos e outras atividades que envolvem as fazendas que criam animais. A linha de tratores Farmall da case IH, com modelos de 60cv até 95cv, são versáteis no desempenho das funções neste tipo de propriedade. “É um trator multitarefa, capaz de executar as mais variadas atividades com um baixo consumo de combustível e alta disponibilidade”, afirma o especialista de marketing de tratores da case IH, everton Fim. Já na new Holland, os tratores mais indicados para o setor são os da linha TL exitus, que possui máquinas de 65cv até 103cv. “essas máquinas reúnem baixo consumo de combustível, facilidade de manutenção, tecnologia acessível e conforto para as operações”, diz Marco cazarim, especialista de produtos da new Holland. New Holland

Divulgação

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“QuereM Mexer no Meu QueIJo” Garantir a permanência de uma tradição. Essa foi a guerra travada (e vencida), a partir de 2008, pela Associação dos Amigos do Serro (Aaser), com o apoio da secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, quando, enfrentando a enraizada burocracia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ocorreu o pedido para se considerar a produção do queijo artesanal mineiro como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro: “Foi a primeira proposta de reconhecimento do processo artesanal de produção do queijo como patrimônio imaterial. Tivemos a oportunidade de elaborar o dossiê que foi encaminhado ao Iphan. Isso deu outra sorte a toda questão que estava sendo pautada”, diz a Dra. Maria Coeli Simões Pires, secretária de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais, uma das fundadoras da Aaser. O tombamento da técnica de fabricação artesanal do queijo era uma demanda dos próprios produtores quando, em 2001, foram obrigados a fazer pesados investimentos em suas queijarias para se adequar à nova legislação sanitária. A tradição do uso do leite cru e do fermento natural, que são o segredo do sabor inigualável da iguaria, batia de frente com a legislação. Depois de muitos encontros, discussões e embates, os produtores e o governo do Estado acordaram padrões de higiene para a produção e para a criação do gado leiteiro. Ainda assim, nosso produtor ainda é refém da legislação federal, que proíbe a venda desse queijo artesanal fora dos limites estaduais. E, como nem só de tombamentos vive o pequeno produtor, que precisa dar vazão à sua produção, a luta de nossos artesãos continua. Dura e longeva.

Nosso queijo é um alimento democrático. Habita a mesa de todas as classes sociais. Porém, seu comércio continua miúdo, pois a legislação federal o confina dentro das fronteiras do Estado. As rigorosas leis sanitárias brasileiras alegam perigo de contaminação com queijo feito com leite cru e fermento natural. Assinada por Getúlio Vargas, a lei de inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal é datada de 1952. Foi inspirada em um modelo norte-americano, completamente defasado para os nossos padrões e, principalmente, estranho ao nosso clima. Até 1950, a lei exigia que o queijo fosse apenas curado e maturado, durante uns dez dias. Os Estados Unidos, à época, também tentaram (e não conseguiram) coibir a produção artesanal na França e em outros países, como uma forma de restringir o mercado. Mais de 50 anos se passaram, pouca coisa mudou. Mas agora, o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro dá outro tom à discussão. Autoridades, estudiosos e produtores trabalham duro e se esforçam para mudar esse cenário: “O Estado tem feito um trabalho muito bem orientado de proteção e de melhoria da qualidade do queijo. Existem programas sérios, no âmbito do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) para o aperfeiçoamento do processo produtivo. Não é fácil conviver com esse drama, que é, literalmente, o drama de um sanitarismo verdadeiramente xiita versus os processos artesanais. Os que são indiferentes às suas origens, e esnobam as tradições e a memória coletiva, consideram que uma banca de aço inoxidável dá mais status à produção

do que uma veterana banca de madeira, curtida por tempos imemoriais, infensa ao desgaste do passar dos anos. Dói ver aquele arsenal de heráldico jeitão colonial ser substituído por algo asséptico, como se isso realmente fosse o mais adequado”, lamenta a entusiasta e defensora do queijo artesanal, a secretária Dra. Maria Coeli.

Nascido e criado no Serro, o produtor Raul Clementino garante: “Nosso queijo é especial, o sabor diferenciado se deve ao clima da região”

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o sAboroso TeMPo De MATurAr A pasteurização, que elimina os possíveis microorganismos perigosos, ao mesmo tempo impossibilita a maturação de um queijo com uma rica microflora, que aumenta a sua qualidade e lhe dá o gosto ímpar. Nos tem-

A cidade histórica de Serro possui todo seu acervo urbano-paisagístico tombado pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, além do famoso queijo do Serro, patrimônio histórico imaterial

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pos em que não havia mecanismos de refrigeração, consumia-se o queijo artesanal curado, num processo que demandava um mínimo de 21 dias; ou 15, no caso do delicioso meia-cura. Para que o queijo minas artesanal possa ser embalado e comercializado fora do Estado, o ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) exige, através da Resolução

nº 07/2000, uma maturação por 60 dias. Isso implica na perda de peso, gosto e qualidade e no endurecimento do produto: “É um problema isso de não poder vender queijo fora do Estado. Não há como oferecer um bom produto com 60 dias de maturação. Desse jeito, é muito difícil sobreviver no ramo. O sacrifício é muito grande. Mas já há um trabalho sendo feito. O que falta é regulamentar alguns pequenos detalhes”, explica seu Raul Clementino, produtor, mais conhecido como Raulzinho do Serro. Segundo o engenheiro agrônomo Marco Vale, gerente de certificação do IMA, o governo estadual criou alguns dispositivos legais, como a lei 19492/2011, que preconiza o programa Queijo Minas Artesanal para todo o estado, não só nas cinco regiões mapeadas e famosas por seu queijo. E a lei 19476/2011, que estende o programa de habilitação sanitária dos empreendimentos agroindustriais de pequeno porte para a agricultura familiar, dando oportunidade a todos os fabricantes de produtos de origem animal e vegetal de regularizarem a situação. Quanto às mudanças na legislação federal, Vale explica: “Paralelamente, foi articulada, junto ao MAPA, a edição normativa nº 57, de 15 de dezembro de 2011, que define o novo período de maturação dos queijos artesanais, após a avaliação dos estudos por comitê técnico-científico designado pelo Ministério”. Os estudos realizados em Minas mostram que o tempo de maturação pode ser de 14 a 21 dias. O programa Queijo Minas Artesanal promove a identidade dos queijos produzidos por uma indústria que gera cerca de 150 mil empregos diretos e 30 mil indiretos. E corresponde a 20% dos queijos produzidos em Minas Gerais. A Emater, órgão vinculado à secretaria de Estado de Abastecimento, Pecuária e Abastecimento (Seapa), é

a responsável pela capacitação dos produtores diante das exigências da legislação. “Enfatizamos a melhoria da qualidade do queijo, por exemplo, no controle sanitário do rebanho e nas boas práticas de produção do leite. Primeiro, trabalha-se a matéria prima e, depois, tomam-se os cuidados no processamento do queijo, desde as instalações aos equipamentos. Temos também o cuidado de zelar pela saúde das pessoas que trabalham com o queijo”, revela a coordenadora do Programa, Marinalva Olívia Martins Soares. “o MIneIro e o QueIJo” Segundo dados da Emater, só na região do Serro, no coração da Serra do Espinhaço, que abrange os municípios de Alvorada de Minas, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Serro, são 881 produtores, gerando 2.290 empregos, com uma produção anual de mais de três toneladas. Seu Raul, nascido e criado lá, produz cerca de cem queijos diariamente, atribuindo ao clima e à geografia da região o sabor inconfundível do queijo: “O nosso queijo é totalmente diferente. Ele é especial por causa do clima da região. Meu pai tinha duas fazendas. Ele resolveu levar as vacas e o queijeiro do Serro para a fazenda em Curvelo. Usou o mesmo leite e o mesmo processo, mas não conseguiu fazer o mesmo queijo lá. O sabor ficou completamente diferente”. A arte de fazer queijo foi passada de pai para filho, desde o bisavô de Raulzinho. E ele garante que mantém a mesma técnica e o mesmo carinho para produzir seus famosos queijos. O mesmo queijo que já inspirou teses e até filmes, como “O mineiro e o queijo” do diretor Helvécio Ratton, vai virar tema do próximo livro da secretária Maria Coeli Simões Pires. Ela colhe material para esse livro há

mais de dez anos e garante que este ano ainda o publica: “O leitor vai ter um contato com um pouco da história rural, tanto do Brasil, como de Minas. Eu tento situar o Serro dentro desses caminhos, dos caminhos dos currais. Faço uma introdução histórica, para situar o livro dentro do contexto do desenvolvimento de Minas e do Serro. Meu compromisso é com o resgate da memória dos fazendeiros, dos queijeiros. É tudo resultado de muita conversa, de muita observação”. A grande preocupação de Maria Coeli é com a tradição da produção artesanal do queijo: “Eu, que sou fazendeira, vejo, com muito pesar, os inúmeros caminhões que saem levando bancas queijeiras e todo o arsenal da produção do queijo, que tem, para além da serventia ordinária, algo muito forte que remete a uma cultura, remete à própria história do lugar. Nós temos tido essa sensação de perda, de espoliação dessas ambiências, que faziam as áreas de produção do Serro. Evidentemente, há um processo de conscientização. A própria Associação dos Produtores Artesanais vem fazendo isso”. Um exemplo disso é o seu Raulzinho, que já ensinou o neto a fazer queijo, seguindo, à risca, a tradição da família.

Marinalva Olívia Martins Soares, coordenadora técnica estadual da Emater-MG e Marciana De Souza Lima, assessora técnica em laticínios da Emater-MG, ressaltam a importância do controle sanitário do rebanho e das boas práticas de produção de leite

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O canastra Com a mesma cor do ouro que os portugueses tanto levaram, e da lua cheia que, todo mês, explode detrás da serra, o valioso queijo canastra tem mais de 200 anos de tradição. Forte, levemente picante, com o sabor encontrado apenas no colo da Serra da Canastra. Como reza a lenda, sua fama se espalhou, Estado afora, na voz plangente dos tropeiros do mitológico Guimarães Rosa, “esse queijo unanimemente real, tão importante quanto o seu conterrâneo, o Rio São Francisco”. Seu Zé Mário, nascido e criado no Campo do Meio, lá pelas bandas de São Roque de Minas, produz de oito a dez queijos por dia. Para ele, que sabe que o verdadeiro queijo canastra só é produzido lá, a legislação e as novas práticas sanitárias mudaram algumas coisas, mas nem tanto: “A casinha do queijo foi modificada. Agora é tudo

QUEIJO mINAS ARTESANAL: TRADIÇÃO E CULTURA mINEIRA originalmente feito de leite cru, a iguaria representa a cultura, tradição e costumes de determinadas regiões de Minas gerais. no mapa ao lado destacamos as mais tradicionais do estado.

Apenas sete municípios têm condições de produzir o autêntico queijo canastra:

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fiscalizado. Saúde, controle do rebanho, higiene na ordenha. Mas, pra gente, não afeta nada. O processo é o mesmo, porque, se mudar, sai da linha do queijo”. E quando perguntado se acha que alguma coisa precisa melhorar, com a extrema serenidade de quem sorri pra vida, confessa: “Ah, tá tudo bom. A gente se vira na fazenda”. Na fazenda do Zé Mário também é produzido o “filho” do Canastra, que pesa apenas meio quilo, batizado carinhosamente de canastrinha. Seu Zé Mário não explica o processo, mas afirma que é simples e dá todo o crédito da produção à sua esposa, com exceção da ordenha.

Seu Zé Mário, de São Roque de Minas, produz de oito a dez queijos canastra por dia

MoDo De FAbrIcAção Depois que é feita a ordenha, o leite e depositado em um tambor, onde são adicionados o coalho e o pingo – fermento natural extraído no dia anterior. O produtor espera o leite talhar e retira a massa que se formou. Usando as mãos, espreme bem e a coloca nos moldes. Com a massa bem compactada, ele adiciona sal grosso, apenas na parte de cima. Enquanto o queijo descansa, o soro escorre. Então, acontece a vira do queijo, quando o produtor repete o processo do outro lado. O ri-

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Valdete Aparecida Alves da Silva, esposa de Zé Mário, recebe do marido todo o crédito pela produção, com exceção da ordenha

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tual dura a noite inteira e é do último soro que é se retira o pingo, o “segredo” para a próxima leva. O processo de produção dos queijos é similar. São as bactérias de cada lugar, juntas ao clima, altitude, água, pastagem e outros fatores. Além, claro, do toque de cada produtor, o que muda o sabor. Atualmente, estudos sobre a produção de queijo no mundo classificam 18 classes de queijos, de acordo com a técnica produtiva, agregando 400 tipos do produto, com 800 denominações distintas. Mas, seu Adilson, mais conhecido como Chokito, garante que o seu queijo, genuíno do Serro, mais precisamente, da Fazenda Boa Vista, é um produto diferenciado. “Recebo encomendas de vários lugares do Brasil. As pessoas vêm até o Serro e levam para suas cidades. Tem uma pessoa de Brasília que, toda vez que vem, sai daqui com 24 queijos. Uma vez, recebemos até uma comitiva de franceses, que veio conhecer o modo Serro de se fazer queijo. Ganhamos até um vinho,

que um deles fabrica lá na França”. O queijo de Chokito foi eleito o melhor queijo do Serro de 2011, pela Associação Comercial. O famigerado queijo é vendido na sorveteria que ele possui na cidade. E como é feito o transporte? “Faço todo transporte em um Fiat Strada Adventure 2008. Tenho esse carro há três anos. Chego a colocar 100 kg de queijo de uma só vez. É um carro que aguenta o peso e me atende plenamente”.

O queijo de Adilson Cirilo, o Chokito, foi eleito o melhor queijo do Serro de 2011, pela Associação Comercial. Para o transporte até os locais de revenda Chokito usa seu Fiat Strada 2008: “Chego a colocar 100 quilos de queijo de uma só vez”

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Eu amo queijo radicalmente se Minas gerais é o estado do queijo, obviamente belo Horizonte é a capital da iguaria. e, se o assunto é o queijo artesanal, não há melhor lugar para se encontrar diversos tipos, de todos os cantos de Minas, que o Mercado central. o Mercado central existe desde 1929, quando o então prefeito, cristiano mento dos seus 47 mil habitantes. vem visitar a família, em belo Horizonte, volta carregada de queijo para a Pauliceia. os paulistas se viciaram no queijo muito mais pelo sabor e textura do que pela lendária amizade do “café com leite”, que tanto tumultuou os tempos da queijos para minha família e meus amigos de são Paulo. se pararmos numa blitz na volta, sem dúvida o policial vai tachar de contrabando tanto queijo no porta-malas do nosso carro”. o Mercado central funciona das 7h às 18 horas, de segunda a sábado; aos domingos e feriados, de 7h às 13 horas. e é uma verdadeira disneylândia para os aficionados do queijo. Mas seu raulzinho do serro adverte: “Tem muita gente que vende queijo falando que é do serro, quando, na verdade, não é. Temos que tomar cuidado, para não comprar o queijo errado”. Mas, para quem é do ramo, mineiro mesmo, ele garante que o sabor é inconfundível: “Quem conhece o gosto, não erra”.

Caminhões customizados Tector 170E25 4x2, só para a Itambém foram vendidos 46 veículos especiais

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Iveco faz diferença na coleta Desenvolvidos sob medida para o cliente, os caminhões Tector 170E25 4x2 foram fabricados dentro do sistema de customização da Iveco, conhecido como Pedido de Veículo Especial (PVE), onde os produtos são adequados às necessidades específicas de cada aplicação. Esses caminhões são usados na coleta de leite “in natura” em fazendas cooperadas de diversas regiões mineiras. Só a Itambé, para onde foram 46 veículos especiais, conta com 31 cooperativas, que congregam mais de 8,5 mil produtores de leite nos estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Como as rotas do leite incluem estradas tanto de asfalto quanto de terra, seus pneus são de uso misto (on e off road), possuem parachoques de ferro, protetores de radiador e pré-filtros para conferir

maior durabilidade ao filtro de ar, já que os veículos rodam grandes trechos em estrada com alta incidência de poeira. “Os caminhões-tanque são utilizados para recolher leite de ordenha mecânica e resfriado. Foi um marco no desenvolvimento de coleta do país – duas ordenhas com um tanque de resfriamento. Os caminhões possuem tanques de oito mil litros, divididos em compartimentos, o que aumenta a produtividade e garante a melhor qualidade”, disse Marcus Macedo, gerente industrial da cooperativa de leite de Patos de Minas, a Coopatos. Essa cooperativa produz cem mil litros de leite por dia e cerca de dez toneladas de queijos - mussarela, parmesão, prato, requeijão cremoso e em barra, iogurte e manteiga.

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Missa do Vaqueiro, uma ópera sertaneja Em memória de Raimundo Jacó, anualmente a cidade Serrita (PE) celebra a “Missa do Vaqueiro”, um dos mais importantes eventos religiosos do Sertão Nordestino POR

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história do Nordeste é repleta de mitos e relatos de bravura, sobretudo na região do semiárido, onde o povo rude e sofrido do Sertão teima em desafiar a hostilidade do meio ambiente e mantém as esperanças de viver dias melhores. Um desses herois do povo foi Raimundo Jacó, primo legítimo do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Ícone da cultura nordestina, cujo centenário de nascimento é comemo-

rado este ano, Luiz Gonzaga foi quem tomou a iniciativa de realizar um evento para marcar a data da morte do primo, vítima de mais um crime cometido no Sertão nordestino que ficaria impune. Além da missa, o Rei do Baião também compôs uma música, “A Morte do Vaqueiro”, dedicada a Raimundo Jacó. Do mesmo jeito que a música de Gonzaga, a missa celebrada em homenagem a seu primo ficou conhecida em toda a região.

PEREGRINAÇÃO Para participar da Missa em homenagear a Jacó, vaqueiros nordestinos enfrentam o sol escaldante, as condições adversas e longas jornadas até a cidade de Serrita, no Sertão Pernambucano

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HOMENAGEM Idealizada para ser um protesto contra a impunidade no Sertão, a Missa do Vaqueiro terminou virando um dos mais importantes eventos religiosos do interior do Nordeste, reunindo verdadeiras multidões

Assim, em memória de Raimundo Jacó, anualmente, no terceiro domingo de julho, a cidade de Serrita (a 535 quilômetros do Recife) recebe uma

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verdadeira legião de nordestinos para um dos mais importantes eventos religiosos do Sertão Nordestino, a Missa do Vaqueiro. Eles chegam de todos os

cantos do Nordeste vestindo peças de couro dos pés à cabeça. Durante a celebração, um a um, os vaqueiros depositam no altar, erguido

em forma de ferradura, peças de sua indumentária de couro, como perneira (calça), gibão (jaqueta), peitoral (avental) chapéu e luvas – que compõem o vi-

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ESPERANÇA Olhos atentos, vaqueiros de todo o Nordeste acompanham a cerimônia, renovando as esperanças de que dias melhores virão para o povo sofrido da região, já acostumados a conviver com as adversidades e as injustiças

A Morte do Vaqueiro numa tarde bem tristonha, gado muge sem parar Lamentando seu vaqueiro, Que não vem mais aboiar não vem mais aboiar Tão dolente a cantar Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo ei, gado, oi bom vaqueiro nordestino, Morre sem deixar tostão o seu nome é esquecido, nas quebradas do sertão nunca mais ouvirão seu cantar, meu irmão Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo ei, gado, oi sacudido numa cova, Desprezado do senhor É demais tanta dor A chorar com amor Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo Tengo, lengo, tengo, lengo, tengo, lengo, tengo ei, gado, oi e... ei...

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BRAVURA Ainda hoje, a história do sertanejo Raimundo Jacó inspira a população de todo o Nordeste. Sua valentia, dedicação, coragem e destreza com o gado são exemplos para os vaqueiros da região

sual do tradicional vaqueiro nordestino – além de arreio e outros instrumentos utilizados no pastoreio do gado. o crIMe Detentor de extrema habilidade na lida com o gado, são comuns os relatos da inveja despertada por Raimun-

do Jacó entre os demais vaqueiros da região. Entre eles estava Miguel Lopes, que como Jacó era funcionário do Sítio Lages, localizado no município de Serrita, há 533 quilômetros do Recife. Os cordeis que hoje contam a “lenda” do vaqueiro, dizem que Jacó e Lopes foram incumbidos pelo seu patrão

INDUMENTÁRIA Chapéu de couro, perneira (calça), gibão (jaqueta), peitoral (avental) e luvas compõem o visual do vaqueiro nordestino, além de arreio e outros instrumentos utilizados no pastoreio do gado

OFERENDAS Um a um, os participantes da Missa do Vaqueiro depositam peças de sua indumentária no grande altar, erguido no formato de uma imensa ferradura, em memória de Raimundo Jacó

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Foto cedida pelo site nordeste

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FESTA Antes da cerimônia religiosa, vem a festa, onde os presentes são convidados a mostrar suas habilidades sobre o cavalo na Vaquejada e no Pega-Boi. É mais uma forma de lembrar Jacó, vaqueiro de invejada destreza

Luiz Gonzaga

CULTURA Além da missa, realizada a céu aberto, os vaqueiros conferem as apresentações de representantes da cultura nordestina, como repentistas, aboiadores, grupos de forró e artistas regionais

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de resgatar uma estimada rês, que se desgarrara do rebanho. Ao chegar ao açude do sítio, Miguel encontrou Raimundo tranquilamente fumando, com a rês amarrada ao seu lado. Ao ver a cena, tomado pele inveja e pela ira, o rival de Jacó apanhou uma pedra e golpeou Raimundo na cabeça, se dar chance de defesa. O causo não difere muito do relato policial da época. No entanto, alegando falta de provas, o então juiz da comarca de Serrita, José Alves Vieira Maciel, mandou libertar Miguel Lopes, alegando falta de provas, e o assassinato de Raimundo Jacó, em 8 de julho de 1954, se tornava mais um na lista de casos não solucionados.

Luiz gonzaga do nascimento, o rei do baião, pernambucano da cidade de exu, no sertão do Araripe, cantou como poucos a cultura e o cotidiano do povo nordestino, desde o drama da seca, retratado em Asa branca, à impunidade dos crimes cometidos no sertão, como na música a Morte do Apesar de ter aprendido a tocar acordeão com seu pai, Januário, tornou-se artista longe de casa, de onde fugiu depois de ser proibido de levar adiante seu namoro com nazarena, chegando a ser ameaçado de morte pelo pai da moça. sua estreia como músico aconteceu no programa de rádio de Ary -

50 músicas instrumentais. Ao todo, lançou 45 discos, imortalizando o baião e músicas como baião (1946), Asa branca (1947), Juazeiro (1948), Qui Meninas (1953). este ano, no dia 13 de dezembro, se comemora 100 anos do nascimento de seu Lua.

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Fotos Ale ruaro

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Radicci, o simpático

anti-herói meio italiano, meio brasileiro O cartunista Iotti é um artista comprometido com a observação do cotidiano e com a cultura de sua Caxias do Sul (RS), muito influenciada pelos imigrantes italianos do Vêneto, representados no personagem Radicci POR guILHerMe ArruDA

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o dialeto vêneto falado pelos colonizadores italianos que se fixaram no Sul do Brasil, radicci é a denominação para chicória e outras hortaliças de sabor amargo, entre os quais o almeirão, também conhecido como radiche. No início de 1983, um jovem estudante de jornalismo e pretendente a cartunista, Carlos Henrique Iotti, recebeu do editor do jornal Pioneiro de Caxias do Sul (RS) a incumbência de fazer desenhos para preencher uma página inteira um dia antes de o jornal ir às bancas, motivado pela súbita desistência do titular do espaço. A primeira ideia de Iotti

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foi criar histórias para um sujeito chamado Ambrósio Marcon que se transformava em Capitão Radicci após ingerir radicci, mas a carreira desse paladino foi meteórica, pois o criador – ele admitiria anos depois - não tinha paciência para desenhar super-herói que usava cueca por cima da calça e acabou radicalizando. Criou um personagem baixinho, gordinho, que fala dialeto misturado com português, sempre sujo de terra e avesso ao trabalho duro da roça, com exceção da produção de vinho, que consome em quantidades heroicas. Enfim, um anti-herói, que em nada lembra os nobres e múltiplos

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atributos com os quais foram tipificados os imigrantes que chegaram à serra gaúcha a partir de 1875. rADIccI, o AnTI-HeróI Ao contrário do que se poderia esperar, pouca gente torceu o nariz para o anti-herói, atesta Iotti, 48 anos. No ano que vem, ele celebrará os 30 anos do Radicci, um tempo suficientemente longo para o cartunista confirmar a tese de que seu personagem é um tipo universal com roupagem local. Iotti lembra-se de tipos conhecidos para mostrar que os radicci estão espalhados pelo mundo e cita o clássico Hagar, o Terrível, o viking mal-comportado e bem-humorado como como exemplo. “Os Radicci estão por toda parte”, explica o criador, ele mesmo um oriundo feliz da vida pela aceitação do personagem. “O italiano

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daqui tem essa capacidade de rir de si próprio, de não se levar tão a sério. Acredito que talvez isso seja um dom. Alguns dizem, inclusive, que demonstra a sanidade de um povo”, comprova. Há esperança de um dia Radicci tomar jeito na vida? A resposta é categórica: não. “Continuará como a torre de Pisa”, antecipa Iotti, lembrando, a propósito, a história do envio de um caminhão carregado de vinho para São Paulo e a queixa do comprador duvidando da qualidade. - O teu vinho não é puro, reclama o comprador. - Claro que é, responde Radicci. - Pois é, mas apareceu lambari dentro do vinho. - Mas então, pelo preço que pagou queria o quê? Dourado?! A graça do Radicci está na combinação

de juntar a herança cultural do colono descendente de italianos, da qual Iotti se apropria com criatividade, com situações capturadas do cotidiano. A matéria-prima ele extrai de jornais e televisão. O “jeitom Radicci de ser” pode ser provado por pequenas sutilezas. Uma delas é a que segue: “O colono que mora na área urbana chega e pergunta: Iotti, como é o teu processo criativo? Já o que vive na zona rural não tem papas na língua: Dio sacramento, má dá onde é que tu tira tanta besteira!” Radicci não está só. Nas charges publicadas diariamente em dois jornais gaúchos, ele conta com a companhia da mulher Genoveva, do filho Guilhermino e do nonno (o avô). Vale dizer que desse grupo Genoveva é a mais lúcida. “É ela que mantém a casa em ordem”, diverte-se Iotti, sem querer desmerecer as qualidades do Radicci. “Ele é um pai presente (...bem, às vezes), que gosta de dar conselho (...está certo, a maioria errado)”. Com um humor despojado, os desenhos alcançam todas as faixas de público e o autor revela que nestas quase três décadas nunca ficou preocupado em querer atrair novas gerações. “A renovação ocorre naturalmente”, assegura - o que não deixa de ser um feito admirável para uma cidade como Caxias do Sul, por exemplo, onde dois terços dos habitantes não são de origem italiana. Iotti lembra que na época em que estudou Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou Guilhermino como seu alterego, um cara que também cursava Jornalismo, morava no Bom Fim (bairro de Porto Alegre), usava cabelo comprido e gostava de rock. “É um sujeito que não cresce nunca, é um eterno estudante”, diz. Para construir um link entre o passado e moderno, ele introduziu a figura do nonno. “Ele é um veterano da guerra. Diz que foi piloto na II Guerra Mundial, mas não lembra para qual lado lutou. Desconfio que foi da Força Aérea Italiana e depois mudou de lado. Hoje tem uma moto que usa de vez em quando para viajar até a Patagônia”, conta. “Fiz horrores com eles. Uma vez separei a Genoveva do Radicci. Ela que não quis mais, mas no fundo eles são amarrados”. Há outro elemento que é quase uma personagem, inserido na maioria das char-

ges: uma Rural Willys, caminhonete que fez muito sucesso porque tinha tração nas quatro rodas e vencia fácil qualquer terreno acidentado. “Ela é avó da Cherokee”, apressa-se em dizer Iotti, numa alusão à nova geração da Jeep. Na zona de colonização italiana, a Rural era preferida pelos caçadores para ultrapassar atoleiros. “Meu pai era caçador. Nas férias éramos nós, os cachorros e a Rural”, diz Iotti, que está disposto a abrir mão da sua Rural Willys, ano 74, por um Cinquecento, tanto que propôs a uma concessionária da cidade dar o veículo de entrada, mais uma porca no cio e um casal de quero-quero. “Estou estranhando que até agora não ligaram para mim”, diz, anunciando que pretende fazer do seu Cinquecento a unidade móvel da Radicci FM. “A Rural é a unidade imóvel”. Em tom sério ele reitera que está aberto a negociações. “É o carro dos meus sonhos”. Chega a ser pitoresco o fato de Iotti ser gringo, mas gringo, digamos, pela metade. “É uma confusão”, costuma referir-se aos antepassados. O bisavô, italiano de nascimento, foi para França, casou com uma francesa e lá nasceu seu avô. Pelo lado materno, a mãe é descendente de alemães com pelo duro (o que não é gringo). Iotti nasceu e cresceu na cidade, nunca fez trabalhos na roça, mas aprendeu o dialeto vêneto. Quando criança gostava de desenhar, levou a brincadeira a sério e com 14 anos de idade tomou a decisão definitiva da sua vida: queria ser desenhista. Leu muito gibi, quase tudo que caia na sua mão - exceto os super-heróis - e com 17 anos sabia exatamente o lugar onde devia trabalhar: na redação de um jornal. Após ingressar na UFRGS, conseguiu a vaga no jornal Pioneiro, onde colaborava duas vezes por semana. Como não existia fax, os trabalhos eram enviados de Porto Alegre por malote ou expedidos pela empresa de ônibus que fazia a ligação entre as duas cidades. “Quando comecei, pensei: um dia serei alguém. Agora estou incomodando”. Iotti perdeu a conta do número de trabalhos que fez ao longo destas quase três décadas. Além das charges para jornais e para revistas com pequenas histórias de Radicci e da Jaquirana Air, uma empresa

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fictícia, com sede na minúscula cidade da serra gaúcha, ele ainda empresta a voz para dar vida ao Radicci em programas de rádio e, esporadicamente, em shows de stand-up comedy. No mais recente show que fez em Caxias do Sul anunciou que iria matar o Radicci, mas foi forçado a desistir. “Pois é, não deu certo. Faço isso há dez anos e não aguento mais. Acho que há um conflito freudiano aí”, brinca. Seus trabalhos foram publicados no Paraná e em São Paulo e depois de diversas viagens para a Itália, Iotti teve a tradução de um livro para o italiano gramatical, com lançamento em Roma. A academia também se interessou por Radicci, motivo de duas teses de mestrado. InsPIrAções Iotti se diz admirador de dois cartunistas gaúchos: Neltair Rebes Abreu, o Santiago, e Edgar Vasques, além do argentino Roberto Fontanarossa e do favorito Bill Watterson, o norte-americano criador do Calvin. “Esse é o cara”. O maior elogio que recebeu na carreira foi de um menino de pouco mais de dois anos de idade que ao

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ver o desenho em uma revista disse para mãe: “dicci, dicci”. O pior foi de Santiago. “Eu costumava mostrar meus desenhos para ele. Um dia ele disse: vendo os teus desenhos vejo que você é um cara que não desiste. Para quem estava começando...”. O método de trabalho é simples. No escritório de Caxias ele esboça o desenho a lápis, depois faz a arte final com tinta nanquim e por fim, insere as cores (à mão ou com photoshop). Hoje a Internet é a sua maior aliada, pois ele pode executar o trabalho de qualquer lugar que tenha conexão banda-larga, como fez certa vez quando passou uma longa temporada pescando em Montana (EUA). Além de pescaria, nas horas livres ele gosta de correr - participou de mais de 20 maratonas internacionais desde 1997 - e de tomar vinho, as duas últimas, as preferidas por Radicci. A diferença é que o Radicci é uma caricatura do politicamente incorreto e Iotti, um artista com profunda capacidade de expressar a cultura de sua comunidade. Para conhecer mais sobre Iotti e Radicci, visite: www.iotti.com.br.


o coração da Itália no Paraná Com patrocínio da Fiat Powertrain, semana italiana de Campo largo reúne cerca de dez mil pessoas POR DAnIeL rubens PrADo

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les vieram para nossas bandas à procura de novos horizontes e de uma vida mais digna. Trouxeram toda a italianidade da região de Vêneto, no norte da Itália – canções, lendas, danças, ritos, culinária... Os primeiros italianos que chegaram ao estado do Paraná desembarcaram no porto de Paranaguá e, após uma pequena e mal-sucedida temporada no litoral, na então colônia de Superagui, próxima à baía de Paranaguá, mudaram-se para Campo

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Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, em 1878. Boa parte dos imigrantes se instalou no recém-criado Núcleo Colonial Mendes de Sá, hoje chamado de Rondinha. Em sua maioria, homens do campo, que tiveram bons motivos para cruzar o Atlântico – a explosão demográfica aliada à miséria, as crises agrícolas, provocadas pelas transformações do sistema capitalista no final do século XIX, além das epidemias e dos desastres naturais corriqueiros. A ideia

Fotos renato Hundsdorfer

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Campo Largo:

de busca do paraíso, aflorada por uma falsa propaganda do governo brasileiro para atrair mão-de-obra estrangeira, especialmente após a abolição da escravatura, não saía da cabeça dos camponeses italianos que, junto de suas famílias, lotaram navios em condições precárias, carregando no peito apenas esperança, coragem e ilusão. De lá pra cá, muita coisa mudou. Aqui e na Europa. Mas, uma coisa é certa - as tradições e costumes italianos, cada vez mais enraizados na região, perpetuaram e conquistaram, cada vez mais, brasileiros de todas as origens, com seus costumes e valores. A vinda dos italianos para o Brasil propiciou um grande encontro cultural - uma integração fraterna que acontece há mais de um século, selada com sinceras demonstrações de laços, de amizade e solidariedade. O povo italiano se instalou na terra brasilis, para o bem de todos e felicidade geral da nação, e vive como todos nós, dividindo angústias e alegrias, sonhos e poesias, num vasto e múltiplo repertório de manifestações culturais e calorosa convivência. Uma boa e ruidosa prova dessa convivência é a Semana Italiana, idealizada e produzida pelo empresário José Hamilton Alberton. O evento acontece há 25 anos na colônia de Rondinha. Este ano, foi patrocinado pela Fiat Powertrain, e levou mais de dez mil pessoas ao Ginásio de Esportes do Polentão, durante duas semanas de festa. “Resolvemos criar a Semana Italiana em comemoração ao centenário da nossa paróquia. Foi uma forma que encontramos de homenagear nossos conterrâneos. A migração italiana, claro, foi a ideia principal. E a confraternização entre o povo da nossa comunidade, feita basicamente de italianos e seus numerosos descendentes”, conta José Hamilton. MAnJAr cuLTurAL A Semana Italiana de Campo Largo é conhecida, principalmente, por

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Divulgação

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fisgar o visitante pela boca. Cada dia é marcado por um prato distinto, mas sempre tradicional. Polenta mole (símbolo da região), macarronada, sopas, pizzas, carnes variadas, risotos – o que não falta é sabor. Sabor inesquecível. Foram mais de 1.700 pratos de sopa, quatro mil pedaços de pizza, 400 pratos de polenta, 850 pratos de macarrão, além de centenas de outras guloseimas. E muito vinho e cerveja, para alegrar ainda mais os imigrantes, seus descendentes e os amigos de outras raças e lugares. A

Fiat Automóveis esteve presente na festa com um estande, onde expôs o Fiat Bravo

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polenta é tão famosa na Rondinha que lá que foi i nventado o X-Polenta, como explica o publicitário e artista plástico, grande entusiasta da Semana Italiana, Renato Hundsdorfer: “Tradicional mesmo na Rondinha é o vinho e a culinária. E foi aqui, em Campo Largo, que foi inventado o X-Polenta – sanduíche feito com duas fatias de polenta fria que, dentro, leva calabresa, queijo gratinado, duas folhas de alface e tomate. É delicioso. Um sabor inigualável”. Acompanhando os pratos, apresentações culturais embalaram as noites

de festa. Nascido e criado na própria Rondinha, uma das atrações foi o grupo folclórico Piccola Itália, fundado em 1991 pelo padre Giovanni Tranquilo Lorenzin. O grupo, formado por cerca de cem pessoas, oferece ao público diversas coreografias com referências de todas as regiões italianas - Sardenha, Sicília, Calábria, Campagnia, Puglia, Lombardia, Vêneto, Friuli, Trento, Piemonte, Abruzzo, Toscana e Gênova. José Hamilton garante que, assim como o menu, as noites são bem diversificadas: “Durante a semana gastronômica, de segunda a sábado, todos os dias tivemos eventos culturais acompanhando a nossa culinária. Especialmente apresentações de grupos folclóricos italianos, além de outras atividades culturais, como apresentações de balé, Noite da Viola e apresentação de um grupo gaúcho, Os Serranos. Enfim, toda noite teve um evento cultural para abrilhantar o nosso cardápio”. ITALIAno boM De bocHA Desde a primeira versão do evento, acontece, também no Ginásio de Esportes Polentão, o campeonato de bocha. Tradicionalíssimo esporte italiano, a bocha consiste em lançar bolas para que elas fiquem o mais perto possível de um bolim (bola menor). O adversário pode tentar lançar as bolas ainda mais perto ou tirar as bolas do oponente. É uma espécie de boliche sem pinos, que veio para o Brasil nas mãos dos imigrantes italianos e se espalhou pelos estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. Este ano, os organizadores resolveram incluir o Futebol de Salão e a Tranca (jogo de cartas) para atrair mais competidores e animar ainda mais o evento. José Hamilton Alberton explica: “A ideia de fazer um torneio de futebol de salão serviu para moti-

var a questão esportiva, que também é muito tradicional. Sempre fizemos o torneio de bocha durante a semana gastronômica. Mas, este ano, resolvemos separar e foi um sucesso de público, além do contentamento dos desportistas, muita torcida. Ano que vem, faremos da mesma forma”. coIsA nossA A fábrica da Fiat Powertrain em Campo Largo foi comprada em 2008. Após dois anos de reforma, ela foi inaugurada, em maio de 2010. Funcionando a todo vapor, produzindo motores 1.6 e 1.8, a fábrica vai além de suas fronteiras, criando um sentimento de orgulho nos moradores (principalmente, os de ascendência italiana) de Campo Largo. Esse ano, a Semana Italiana contou com um estande da Fiat, onde a marca foi representada por um de seus carros, um Fiat Bravo e um motor E.torQ 1.6 16v Flex, produzido na fábrica da Fiat em Campo Largo, para que os que passaram por lá pudessem apreciar as máquinas. “A ideia nasceu de um contato que nós fizemos com o responsável pela organização desse evento, em Campo Largo. Justamente por ser uma Semana Italiana, achamos que tinha tudo a ver com a Fiat. Criamos um estande, onde expusemos um carro e um de nossos motores, produzido aqui em Campo

Largo. Além disso, houve sorteios de brindes, como miniaturas de carros da marca”, informa Paulo Leitão, gerente de compras da Fiat. Assim, o Grupo Fiat cria uma aproximação maior com os moradores da cidade, incentivando a preservação da cultura, das tradições, como explica Paulo: “Foi um orgulho para a gente da Fiat de Campo Largo fazer uma aproximação com a comunidade. Nossa intenção é aproximar a fábrica da população. Essa foi uma participação pioneira. Houve uma identificação muito grande com a marca Fiat, por ser uma marca italiana. A ideia é aprofundar essa aproximação com as raízes. É a primeira vez que uma fábrica teve a iniciativa de participar do evento. Uma forma de trazer mais um pouquinho da Itália para a comunidade. Esse é o nosso objetivo maior”. Renato Hundsdorfer apóia a iniciativa da Fiat e torce para que outras parcerias sejam feitas para celebrar a cultura e manter a tradição: “O pessoal da Rondinha ficou muito feliz com a implantação da Fiat. Criou-se um vínculo. E isso é muito importante. É motivo de orgulho. É interessante agregar valores com a sociedade. Os italianos aqui conservam as tradições. Até mudaram o nome da avenida que vai para a fábrica da Fiat para avenida Gianni Agnelli”.

Festa reúne tradições italianas que vão das roupas tradicionais às músicas, bebidas e comidas típicas

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Caravanas para

Caravaggio

todo Brasil. Trazer essas obras aos brasileiros mostra a preocupação da empresa com a cultura”, ressalta Tavares. “Essas pessoas serão capazes de multiplicar o conhecimento no meio em que vivem e ampliarão a repercussão da mostra”, complementa. Para o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira, “essa iniciativa importante, tomada no âmbito do programa da comuni-

cação empresarial, deixa clara a relevância que a Fiat atribui às nossas atividades na formação de uma imagem corporativa forte, de empresa sintonizada com os valores da cultura na comunidade em que se insere. Afinal, foi exatamente para isso que a Casa Fiat de Cultura foi criada”. Entre os visitantes que contemplaram a exposição, estava o ministro da Defesa, Celso Amorim, e sua mulher, Ana Maria.

Personalidades visitam a mostra na Casa Fiat de Cultura POR LILIAn LobATo

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Fotos studio cerri

om a finalidade de ampliar o alcance da exposição de Caravaggio na Casa Fiat de Cultura, a empresa organizou grupos de visitantes de outras cidades para visitar a mostra. A ideia, segundo o supervisor de Relações Públicas da Fiat, Rogério Faria Tavares, cumpriu o objetivo de compartilhar com brasileiros de fora de Minas Gerais e de São Paulo (para onde a exposição seguiu, depois de BH), o privilégio de ver as obras do grande precursor do barroco europeu. “A exposição é um feito grandioso da Fiat. É um grande acontecimento não só na vida cultural de Minas, como de

Entre os visitantes que contemplaram a mostra, estava o Ministro da Defesa Celso Amorim

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Juliana guedes

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Abaixo, o depoimento de alguns convidados que se encantaram com as obras de Caravaggio.

Antônio Carlos Secchin - da Academia Brasileira de Letras

“Fui esplendidamente recebido pelo presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira, um apaixonado pela cultura e pelo tema, e que com muita segurança e muito entusiasmo, conduziu por uma visita guiada e revelou os meandros da pintura de Caravaggio e seus seguidores. A exposição de Caravaggio, excepcionalmente bem montada, apresenta sete telas do autor que, apesar de parecer pouco, na verdade correspondem a praticamente 10% de toda a sua produção”. Arnaldo Niskier - da Academia Brasileira de Letras

José Eduardo de Lima Pereira acompanha os acadêmicos da Academia Brasileira de Letras do Rio de Janeiro, Arnaldo Niskier e Anônio Carlos Secchin

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“É incontestável a herança de Michelangelo Merisi Caravaggio para a estética ocidental. Por meio da técnica do chiaroscuro, em que o emprego de luzes e sombras gera impressionante dramaticidade às cenas retratadas, o gênio italiano revolucionou a arte de seu tempo. Essa mostra, que trouxe sete óleos do mestre e 14 pinturas dos chamados ‘Caravaggescos’, os mais importantes seguidores do artista, é uma oportunidade ímpar para o público brasileiro, especialmente os estudantes”.

Zuenir Ventura e sua esposa, Mary Ventura

Zuenir Ventura - colunista do jornal O Globo, jornalista e escritor brasileiro

“Visitei “Caravaggio e seus seguidores” na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, e foi uma das mais importantes exposições que já vi no Brasil, a maior do pintor na América do Sul. Louvável a iniciativa de dar acesso à população de parte da obra desse gênio do Barroco: seis óleos (além dos 14 quadros de seus discípulos), dos quais dois nunca haviam saído da Itália, Retrato do Cardeal e Medusa Murtola, pertencentes a um colecionador particular”.

Fabrício Carpinejar - poeta, escritor e mestre em literatura brasileira

“Fiquei impressionado com a exposição, principalmente com a iluminação harmoniosa com as obras. Participei de uma visita guiada em que todos os detalhes foram explicados. As obras têm uma emancipação da luz e mostra que Caravaggio escolhia onde a luz iria atingir e onde a sombra iria descansar”. MUNDOFIAT

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PremiaÇÃo

A vida do campo em foco Realizado em cinco países da América Latina, 8º Prêmio New Holland de Fotojornalismo contou com mais de 2.500 imagens inscritas e distribuiu o total de R$ 51 mil em prêmios

Fotos divulgação Prêmio new Holland de fotojornalismo

POR FreDerIco TonuccI

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ostrar o dia a dia no campo, valorizando o universo da agricultura através da lente. Este foi o desafio dos repórteres fotográficos e dos fotógrafos amadores com o Prêmio New Holland de Fotojornalismo, um dos mais importantes concursos do gênero na América Latina, que

abrange Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile - novidade nessa edição. Na sua 8ª edição, o prêmio bateu recorde de fotos inscritas, com mais de 2.500 imagens, e ofereceu uma premiação total de R$ 51 mil. A escolha das seis fotos vencedores ocorreu no dia 14 de agosto, em Curiti-

O brasileiro Henry Milléo, autor desta imagem, ganhou o 1º lugar na categoria Profissionais Agrícolas

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PremiaÇÃo Foto ganhadora do 2º lugar na categoria Profissionais Agrícolas, do chileno Joel Andres Estay Jara

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ba (PR), e contou com uma comissão julgadora composta por renomados profissionais do segmento, que avaliaram os critérios de enquadramento, beleza estética, contextualização, originalidade e capacidade de revelar e sintetizar a vida no campo. Além das imagens vencedoras, o júri selecionou mais 34 fotografias que percorrem uma exposição itinerante em cidades dos países participantes. Na categoria Profissionais, o júri escolheu fotografias produzidas para veículos impressos de comunicação (publicadas ou não). O grande vencedor foi o fotógrafo brasileiro Henry Milléo, do Paraná, que recebeu a premiação de R$ 18 mil. O segundo lugar foi para o Chile, com o trabalho produzido por Joel Andres Estay Jara, da cidade de Punta Arenas. Ele recebeu R$ 10 mil pela obra. Neste ano, o júri abriu uma exceção e concedeu ainda uma Menção Honrosa para o profissional Divaldo Moreira, de Franca (SP), pela qualidade técnica e artística que demonstrou em seu trabalho.

A oitava edição do concurso também premiou os fotógrafos não profissionais. A categoria, intitulada Aficionados, reuniu aqueles que têm a fotografia como paixão e hobby. O vencedor foi Carlos Alexandre Alliperti, da cidade de Espírito Santo (SP), premiado com R$ 3 mil. O concurso ofereceu ainda o Prêmio Especial Máquinas New Holland, premiando tanto profissionais quanto aficionados com valores de R$ 15 mil e R$ 5 mil. Sérgio Sanderson, de Cascavel (PR), ficou com o prêmio de profissionais e Felipe Marcon, de Capão Bonito do Sul (RS), com o de aficionados. O diretor de Marketing da New Holland para a América Latina, Carlos D`Arce, comemora o fato de tantos fotógrafos prestigiarem o concurso em 2012, que bateu recorde de inscrições: “Para a New Holland este número é motivador, pois reforça o nosso compromisso com a atividade no campo e o relacionamento com os meios de comunicação e seus profissionais que tão bem retratam a realidade da vida rural”, comenta.

Imagem vencedora da categoria Aficionados. O autor da imagem é o brasileiro Carlos Alexandre Alliperti

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PremiaÇÃo O prêmio especial Máquinas New Holland, categoria profissional, ficou com Sérgio Sanderson, autor da foto abaixo

A difícil tarefa de selecionar seis das mais de 2.500 fotografias ficou a cargo de cinco especialistas nas áreas de fotojornalismo, jornalismo e agricultura. São eles: Máximo Bontempo, diretor de Comunicação do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina (INTA); Fernando Pastente, chefe de fotografia do jornal chileno Diario El Mercurio; Mauro Zafalon, editor do caderno de agronegócios do jornal Folha de São Paulo; César Itiberê, editor de fotografia das revistas da Editora Três; e Guilherme Cassel, diretor de Crédito do Banrisul e ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, responsável também pela carteira de crédito agrícola do banco gaúcho.

Segundo Mauro Zafalon, as fotos inscritas foram de alta qualidade e conseguiram transmitir como é a vida no campo. “Fiquei impressionado com a quantidade de fotos inscritas e o alto nível tanto da categoria profissionais como não profissionais”. Para o argentino Máximo Bontempo, participar da comissão julgadora de um concurso deste porte é também “uma oportunidade de conhecer por meio das imagens a agricultura de cada região”. FoToJornALIsMo Embora as primeiras imagens a aparecer em jornais datem do século XIX, foi no início do século XX, com o aperfeiçoamento da película fotográfica, que se popularizou entre os veículos de comunicação impressos a introdução da fotografia em suas edições - como forma de ilustrar e complementar as notícias. Com o passar dos tempos a profissão de Repórter Fotográfico foi ganhando cada vez mais importância e sofisticação, deixando de ser um trabalho secundário para se tornar uma editoria específica. A perspicácia, criatividade e conhecimento técnico fazem parte do perfil de quem trabalha na profissão pois o bom fotógrafo jornalista deve captar toda objetividade e emoção que envolvem o fato relatado, no instante de um clicar na câmera.

Foto vencedora da categoria Aficionados do prêmio especial Máquinas New Holland, do brasileiro Felipe Marcon

LISTA DOS VENCEDORES: cATegorIA ProFIssIonAIs 1º - Henry Milléo (brA) 2º - Joel Andres estay Jara (cHI) cATegorIA AFIcIonADos carlos Alexandre Alliperti (brA) PrêMIo esPecIAL MáQuInAs new HoLLAnD sérgio sanderson (Profissionais) Felipe Marcon (Aficionados) Menção HonrosA Divaldo Moreira (brA)

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Pernambuco

Tudo pronto para o

início das obras

Unidade será a mais moderna do grupo Fiat/Chrysler no mundo e, quando concluída, apresentará capacidade de produção de 250 mil unidades por ano

POR roberTo bArALDI

Fotos studio cerri

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Fiat dará início em setembro às obras de construção de sua segunda unidade industrial no Brasil, na cidade de Goiana, em Pernambuco. A fábrica será o centro de um polo automotivo altamente integrado, terá capacidade de produção de 250 mil unidades por ano e, quando entrar em operação em 2014, vai gerar 4,5 mil empregos diretos. Com 14 milhões de metros quadrados em área contínua, o terreno comportará todo o polo automotivo integrado, composto pela fábrica de

automóveis, parque de fornecedores de primeiro nível (sistemistas), centro de capacitação e treinamento, centro de pesquisa e desenvolvimento, pista de testes e campo de provas. Assim, a fábrica da Fiat em Pernambuco já nasce integrada, como centro de um polo que poderá expandir-se através da formação de um segundo parque de fornecedores, em terreno à parte, com área superior a um milhão de metros quadrados. Os serviços de terraplenagem da área estão sendo realizados por segmentos e a parte já concluída permi-

te o início das obras de construção da fábrica. Nesta etapa, as obras civis deverão empregar um número crescente de trabalhadores, até cerca de 7 mil em sua plenitude, o que significa uma injeção de recursos na economia regional. “Trata-se de um importante momento histórico, que materializa a implantação de um empreendimento de grande repercussão econômica e social, que abre grande perspectiva de trabalho, capacitação e desenvolvimento”, disse o presidente da Fiat/Chrysler para a América Latina, Cledorvino Belini.

uM MArco nA reInDusTrIALIzAção De PernAMbuco A criação do polo automotivo de Goiana é parte do processo de reconversão econômica do estado. O polo surgiu como eixo de desenvolvimento da Zona da Mata Norte, que se estende entre a capital Recife e a Paraíba, desconcentrando o fluxo de investimentos até então fortemente atraído pelo complexo industrial portuário de Suape, ao sul da capital pernambucana. Trata-se de um processo de acelerada reindustrialização de Pernam-

Com 14 milhões de metros quadrados em área contínua, o terreno comportará todo o polo automotivo integrado

Os serviços de terraplenagem da área estão sendo realizados por segmentos e a parte já concluída permite o início das obras de construção da fábrica

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Pernambuco Com apoio da Fiat e das prefeituras da região da Mata Norte, o governo pernambucano implantou plano de capacitação aberto a todos os interessados em melhorar sua capacitação

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buco, cuja indústria constituiu-se historicamente a partir de três âncoras – os setores sucroalcooleiro, têxtil e metalmecânico, principalmente de siderurgia e fundição. São setores que, por distintas razões, enfrentaram dificuldades a partir do final dos anos 1970, perdendo peso relativo no cenário econômico nacional. O secretário do Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo do Estado de Pernambuco, Antônio Carlos Maranhão, recorda que, em 2005, houve um decidido alinhamento entre o setor público e privado, para a superação da estagnação econômica. Começava a expansão de Suape, a partir de investimentos estruturantes que resultaram no atual canteiro de obras movido por mais de 60 mil trabalhadores, que erguem estaleiros, refinaria, polo petroquímico e outras instalações estratégicas. “A articulação público-privada foi essencial para a superação da estagnação econômica”, observa. A Fede-

ração das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) investiu pesado em sua estrutura de capacitação e formação de mão de obra, antecipando-se à explosão da demanda por trabalhadores especializados. “Tal salto exigiu respostas qualificadas, investimentos e, sobretudo, capacidade de mobilização e articulação do Estado”, destaca o secretário. A expansão de Suape e suas consequências sobre a região – afluxo de trabalhadores, pressão de demanda sobre moradias, vias de acesso e circulação, serviços etc – levou o governo pernambucano a induzir a desconcentração do desenvolvimento, criando o polo econômico que tem Goiana como centro. E muitas lições aprendidas ao longo dos últimos anos contribuem para a busca de um modelo de desenvolvimento que considere simultaneamente os planos econômico, o social e o ambiental. Por isto, ao mesmo tempo em que evoluíam os serviços de ter-

Fiat, líder e inovadora A Fiat tem em seu DnA a marca do pioneirismo. Foi a primeira indústria automobilística brasileira a instalar-se fora do cinturão industrial de são Paulo. Ao inaugurar sua fábrica em betim, Minas gerais, em 9 de julho de 1976, a empresa tornou-se fator decisivo para a industrialização daquele estado. Ao longo de sua consolidação, promoveu o processo de ‘mineirização’, atraindo para a área de influência da fábrica inúmeros fornecedores, que hoje betim. A presença da Fiat mudou a face da economia mineira. entre este ano e 2014, a Fiat investirá r$ 7 bilhões na unidade de betim, em novos produtos e em aumento da capaci-

raplenagem do terreno que abrigará o polo automotivo, a população do entorno era estimulada a voltar aos bancos escolares, para aumentar sua empregabilidade. “É uma forma de compartilhar o desenvolvimento econômico com a comunidade”, explica o secretário. Com apoio da Fiat e das prefeituras da região da Mata Norte, o governo pernambucano implantou plano de capacitação aberto a todos os interessados em melhorar sua capacitação. Para ampliar e facilitar o acesso aos cursos, as aulas foram ministradas em 13 cidades da região simultaneamente. Da mesma forma, o Governo da Paraíba também ofereceu capacitação a partir de unidades de ensino abertas nas cidades inseridas na área geográfica de influência do polo. O objetivo é reduzir os impactos da uma grande obra sobre o território e a comunidade, na perspectiva de evitar os problemas inerentes aos grandes alojamentos, prevenindo a tendência de favelização em torno do canteiro de obras e melhorando o conforto e condições de vida dos trabalhadores nas obras civis. “O desafio é conciliar estes objetivos, este cenário ideal e

inovador, com as garantias constitucionais do livre acesso ao posto de trabalho”, observa o secretário. “Por isto concentramos nossos esforços em capacitar para melhorar a empregabilidade da comunidade, para aumentar as oportunidades de inserção”, pondera. As milhares de pessoas capacitadas em Pernambuco foram cadastradas conforme seu grau de conhecimento, passando por um reforço escolar ministrado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), ou seguindo para uma das vagas nos cursos de ajudante, auxiliar de almoxarifado, armador, almoxarife, apontador, azulejador, carpinteiro, encanador, encarregado de obras, operador de máquinas pesadas, pedreiro, pintor, servente, supervisor de montagem e ajudante de montagem, ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Da mesma forma, o governo de Pernambuco articulou-se com as universidades locais para a criação de um banco de currículos de jovens talentos e também para a concessão de bolsas para a conclusão da formação no Instituto Politécnico de Turim, uma das mais renomadas instituições de ensino da Europa.

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Punto fica mais sofisticado em

tecnologia e conteúdos Novo Fiat Punto chega para confirmar o sucesso do seu predecessor, para ser referência em esportividade, tecnologia, sofisticação e segurança e encantar os brasileiros

POR JosÉ rezenDe MAHAr

A

nova evolução do Fiat Punto, apresentada recentemente, revelou um carro muito interessante, com fortes argumentos de venda. O maior deles é a relação custo-benefício, devido aos preços atraentes para um carro que tem versões muito bem equipadas e com aparência atual, agradável e moderna. Trata-se de um carro no ponto. Por fora o Novo Punto chega com para-choques inéditos e uma grade que evoca o family feeling dos mo-

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delos Fiat com a grade dividida e o “bigode” cromado por cima da grade. As lanternas traseiras agora têm iluminação a led, bem modernas e de acendimento mais rápido e eficaz que lâmpadas normais, além de durarem mais. Na frente os faróis são novos, mais eficientes à noite, além de contemplar luzes de posição laterais. O interior foi muito bem trabalhado pela área de design da Fiat e com extremo bom gosto tanto no desenho, quanto na escolha de materiais. O

Nigth Design acentua as linhas fluidas e agradáveis do painel, enquanto o seu quadro de instrumentos com grafias diferentes em cada uma das versões e iluminação branca dão sofisticação ao Novo Punto. O carro é completo, desde o que normalmente se espera de carros nessa classe como todos os brinquedos elétricos convencionais até um mimo paras os viciados em redes sociais: o carro pode conectar-se às redes sociais de interesse do motorista, sem que seja necessário tirar os olhos do caminho: é só pedir com um comando de voz. Uma invenção que evita a sensação de solidão e abandono dos viciados irremediáveis em tecnologia, que não podem esperar para saber das últimas aventuras do povo... A MecânIcA É nesta parte que há muito de novo. Começando pelo motor 1.4, agora um Fire EVO, que tem o comando de válvulas de angulação variável. Traduzindo, isso quer dizer que a ár-

vore de comando de válvulas, que diz quando as válvulas se abrem e dá a personalidade do motor, pode variar sua posição de trabalho e ampliar em baixa rotação a capacidade de reagir ou retomar velocidade, e ao mesmo tempo se mover para prestigiar a potência em rotações mais altas, como ao esticar uma marcha em ultrapassagens. Isso é ótimo na cidade e na estrada, além de favorecer muito o consumo. As versões 1.6 pouco mudaram de mecânica, permanecendo com seu bom e suave motor E.torQ. É nesta versão que é apresentada o câmbio Duologic Plus, o ponto máximo até agora alcançado pelo sistema automatizado de controle de câmbio sem pedal de embreagem, fabricado pela Magneti Marelli. Tanto no 1.6 de 115/117 CV quanto no 1.8 de 130/132 CV, o novo Duologic surpreende pela suavidade na troca de marchas e pelo funcionamento evoluído. Basta dizer que nessa nova versão, se o acelerador estiver apertado de leve não se percebe

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lanÇamenTo O Novo Punto apresenta sofisticação, segurança e conforto em todo o seu interior. Design mais moderno e tecnológico no painel, amplo espaço no interior e no porta-malas

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nenhum tranco ou hesitação na troca de marchas, tornando-o invisível no uso pesado urbano, sua pátria de adoção. As marchas passam quase imperceptivelmente sob o comando da nova central que controla o sistema. Além disso, o câmbio automatizado tem agora uma nova função muito interessante: como um câmbio automático convencional, o computador faz com que o carro se mova levemente para frente ou para trás em manobras, assim que se retira o pé do freio. O sistema Creeping, de movimentação lenta, facilita muito a vida de quem não é piloto profissional ou aficcionado. Agora é só tirar o pé do freio que o carro se move lentamente, o que evita sustos e poupa o para choques alheio. Essa mesma faculdade permite arrancar em subidas como profissional, pois o carro praticamente não volta quando se solta o freio. E no plano é só manter o freio levemente pressionado, o suficiente para manter a luz de freio acesa, que o carro fica parado. Nas serras quando o acelerador é solto bruscamente o computador entende que vem ali uma curva e mantém a marcha até que o acelerador seja pressionado novamente com mais força e ele entenda que está na hora de passar uma marcha mais longa. Isso além do programa manual, em que o motorista passa as marchas manualmente, também por meio das novas borboletas atrás volante, sem afastar as mãos. E tem também o DNA, que permite um acelerador mais violento e emocionante na posição Dinâmica, uma resposta mais suave na Normal ou um programa que amplia a Autonomia ao indicar o momento ideal de trocas de marchas para aproveitar o downsizing, a redução de tamanho do motor e a aplicação do turbo que lhe amplia a respiração. Um convite ao exercício da liberdade de ir e vir do jeito que quiser.


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Fiat lança tecnologia para manter os motoristas conectados às redes sociais Pioneira em inovação e na democratização de novas tecnologias, a Fiat aproveita a chegada do novo Punto para lançar o serviço Fiat social Drive. criado e desenvolvido pela Agência Fiat, que reúne profissionais da Agênciaclick Isobar e da Leo burnett Tailor Made, o Fiat social Drive é uma ferramenta inédita que permite ao motorista se conectar com suas redes sociais por áudio, enquanto dirige, sem tirar as mãos do volante, garantindo a segurança. o serviço funciona com qualquer celular com a função bluetooth que se conecta ao blue&Me do carro, sistema de comando de voz lançado pela Fiat em 2007, também com o Punto. É preciso apenas criar uma conta no site da ferramenta (www.fiat. com.br/socialdrive), escolher os amigos com quem deseja se conectar e indicar as informações que quer receber de cada um. entre as publicações que o serviço lê estão aniversariantes do dia, eventos, mensagens e mudanças de relacionamento no Facebook, DMs, mentions e unfollows no Twitter, check-ins no Foursquare e notícias de alguns dos principais portais. Foram cinco meses para o desenvolvimento e testes do serviço, e uma equipe de 25 pessoas diretamente envolvidas. entre os

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desafios estava encontrar uma tecnologia de leitura de texto em português coloquial, xima da realidade. “esse é um projeto totalmente pioneiro e democrático, que reforça um dos pilares da marca Fiat, o de inovação. Foi pensando na segurança do motorista e que chegamos neste modelo de serviço turamente poderá ser aplicado em outros modelos da Fiat pelo mundo”, diz eduardo battiston, Diretor de criação executivo da Agênciaclick Isobar. A Fiat é tradicionalmente conhecida como pioneira na adoção de novas tecnologias. colocou no mercado o primeiro carro movido a álcool (ainda o 147, em 1979), o primeiro carro nacional equipado com air-bag (Fiat Tipo, 1996), primeiro carro com conexão bluetooth para celular (stilo, 2004), primeiro carro com motor tetrafuel (siena, 2006), entre outros exemplos, como o sistema Locker, disponível na linha Adventure (2008). em 2011, a Fiat lançou o aplicativo eco:Drive no brasil, que permite ao usuário analisar as rotas e converter todas as informações de consumo de combustível, nível de co2 emitido e a economia alcançada.

No DNA da Fiat Novo Punto traz a exclusiva tecla DNA, que personaliza a maneira de dirigir e permite uma condução mais econômica ou mais esportiva

POR rIcArDo DILser

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arro personalizado faz parte do DNA da Fiat. Desde os anos 90, com a iniciativa Mille OnLine até os dias de hoje, quando o cliente pode virtualmente montar seu carro através do site www.fiat. com.br, agilizando a compra, a Fiat Automóveis está sempre apostando em projetos que deixam o carro mais perto do cliente. Ou, como queiram, o cliente mais perto do carro. Esta tendência se aprofunda com tecnologias como o Connect, Blue and

Me, Blue and Me Nav, teclas de áudio no volante ou borboletas para trocar as marchas no sistema Dualogic, que tornam mais interativa a relação entre homem e máquina. Os mais pessimistas podem supor que os avanços tecnológicos restrinjam o prazer de dirigir. Mas não é isto que acontece. Estamos distantes do cenário futurista em que o cliente aperta um botão, começa a ler seus e-mails no tablet e o carro chega sozinho ao destino. Também não somos os Jetsons

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do ou comportado, ao gosto do cliente. Na posição Dinâmico, o gerenciamento de motor assume respostas mais rápidas ao comando do acelerador, dando ainda mais vivacidade nas arrancadas e retomadas. Neste momento, o motorista, já com alma de piloto, passa a contar no painel de instrumentos com a ajuda de um alerta shift up, indicando o melhor momento para trocar a marcha, além do gráfico de barras do desempenho da turbina. No modo Autonomia, ao invés deste gráfico de desempenho da turbina, o painel irá mostrar um econômetro digital, também em formato de barras. Além disso, uma nova postura de pedal de acelerador, mais suave, será imposta pela central de comando do motor, visando economizar combustível. Ainda na opção Autonomia, indicadores de trocas de marchas surgirão no momento correto, tanto para marchas superiores ou

A tecla DNA, por enquanto disponível na versão top de linha T- -Jet, altera parâmetros do motor e do painel de instrumentos com um simples toque

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com seus carros voadores futuristas, mas estamos avançando na direção de automóveis que nos entendam melhor. Um exemplo é o Novo Fiat Punto, que, ao simples toque de botão, permite personalizar o motor. A tecnologia e a tecla se chamam DNA, por enquanto disponível na versão top de linha T-Jet, altera parâmetros do motor e do painel de instrumentos, reservando um toque de modernidade e prazer incomparável e exclusivo. Nenhum outro carro do segmento oferece este recurso que, apelidado por alguns jornalistas no lançamento do carro, está sendo chamado de botão do prazer. O DNA está localizado no console central, ao lado da alavanca de marchas. Acionado pelo motorista, ele altera mapas distintos de gerenciamento do motor e até funções do painel de instrumentos. Trata-se de uma abreviação de Dinâmico, Normal e Autonomia, daí a sigla DNA, que na prática deixa o T-Jet mais apimenta-

inferiores (shift up e shift down). Estes sinais, aliados ao pedal de acelerador, permitem ao motorista dirigir com índices de consumo mais baixos, aumentando a autonomia do veículo. As diferentes opções Dinâmico, Normal e Autonomia podem ainda serem visualizadas no painel através de pequenos detalhes, como a bandeirinha seguida da letra D que lembra uma bandeirada final de uma corrida de Fórmula 1, a silhueta do carro com a letra N e o formato de uma bomba de combustível ao lado da letra A. Estes cuidados nos detalhes marcam o Novo Punto. Ele traz ainda um dos mais bem cuidados e atraentes interiores da categoria, novo design externo, ainda mais atual e marcante e várias opções de personalização, que vão desde a escolha de detalhes de acabamento até a maneira de entrega de potência do motor. Um carro que até os Jetsons gostariam de ter.

Novo Fiat Punto. Como todo pai coruja, a gente se enche de orgulho para dizer que ajudou a fazer.

Para nós, foi um imenso prazer trabalhar em mais um projeto em parceria com a Fiat, aplicando no Novo Fiat Punto toda a tecnologia em autopeças e componentes automotivos que faz da nossa empresa líder no mercado. Para o modelo 2013, fornecemos a caixa de ar, o módulo radiador e a montagem do painel. O resultado final é um carro que reúne segurança, sofisticação e modernidade. Pode elogiar à vontade, enquanto isso, ficamos aqui com um sorriso no rosto e satisfeitos de ver o resultado desse trabalho.


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Entenda melhor o DNA como o motor entende nossa intenção? Isso mesmo, como o motor consegue calcular, a partir da carga do nosso pé no acelerador, nosso pedido de desempenho, transformando-o em potência nas rodas? esta função cabe à central de conico capaz de fazer milhares de cálculos por segundo e dar ordens de funcionamento e desempenho. A central interpreta, através de sensores, a situação do motor a cada milésimo de segundo, ponderando temperaturas, rotações, acelerador, combustível usado e outras variáveis, para, através de inúmeros cálculos, comandar diretamente atuadores, como borboleta de ar na admissão, bobinas de ignição, injetores... com isso, um simples toque no acelerador é convertido em sinais tornam-se um comando preciso para o motor. Alterando estas interpretações, os engenheiros conseguem alterar também as respostas do motor, deixando as acelerações e retomadas mais confortáveis ou mais esportivas. Dependendo do modelo, imprimem-se respostas suaves ou esportivas, sem alterar o valor máximo de torque e/ou potência. Há várias maneiras, por exemplo, de se chegar aos 152 cv do vemente ou esportivamente. A tecla DnA faz exatamente isso, mudando a relação entre o curso do pedal do acelerador e a resposta do motor. no modo esportivo indicado pela letra D, com pouca pressão no acelerador o motor responde rapidamente, gerando acelerações mais vigorosas e retomadas mais rápidas. É praticamente o mesmo que termos dois motores em um. ou um carro para o jeito de cada motorista. (RD)

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Plantar sonhos para construir a realidade

Case completa 170 anos de tradição e se torna, cada vez mais, referência nos mercados da agricultura e da construção civil

POR FreDerIco MAcHADo

A Inaugurada em 2010, fábrica da Case em Sorocaba (SP) é uma das mais modernas do mercado mundial

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s máquinas da primeira fábrica da Case separavam e debulhavam dez vezes mais trigo do que os métodos manuais em 1842 na pequena cidade de Racine, nos Estados Unidos. O grande avanço na mecanização agrícola proporcionado aos produtores rurais por Jerome Increase Case, fundador da marca, ainda no século 19, nos dá uma ideia de como seria o caminho da empresa que completa 170 anos de história em 2012.

E o Brasil tornou-se um terreno ideal para o crescimento de pilares sólidos de uma multinacional referência nos mercados da agricultura e da construção civil. Nas suas 17 décadas de existência, a Case desafiou o tempo com máquinas capazes de facilitar a vida de seus clientes, sempre inovando e procurando atender às necessidades daqueles que esperam soluções quando procuram a marca. Fusões, incorpo-

rações a outras empresas e todas as dinâmicas do mercado internacional (veja a linha do tempo) foram superadas pela tradição de uma companhia que soube se reinventar sem perder as características que conquistam quem experimenta uma máquina Case. “O nosso conceito não é de desenvolver somente produtos, mas sistemas. O sistema CIH engloba produtos e serviços. Procuramos fazer máquinas que operem em sintonia umas com as outras no processo agrícola. Mapeamos as necessidades do agricultor e tentamos atendê-las. Quero vender um pacote completo para satisfazer ao produtor. Que ele venha nos procurar sabendo que podemos atender suas expectativas para torná-lo um cliente totalmente Case”, explica o vice-presidente da Case IH para a América Latina, Mirco Romagnoli. E as necessidades dos consumidores brasileiros são particulares e demandam muito estudo da Case. “O principal não é somente estar a 170

anos no mercado, mas manter a nossa forma de trabalhar e agradar aos nossos clientes ao longo desse tempo. O componente humano é muito importante para manter o cliente bem atendido e satisfeito com nossas máquinas. Procuramos adaptá-las à realidade do Brasil, que é diferente da realidade dos EUA e dos outros países do grupo. Fazemos ajustes para ‘tropicalizar’ a marca e deixá-la com a cara do cliente brasileiro”, destaca o diretor-geral da Case CE para a América Latina, Roque Reis. AgrIcuLTurA A CNH possui atualmente mais de 80 linhas de produtos e mais de 300 modelos de tratores, colheitadeiras, plantadeiras, pulverizadores e equipamentos de manuseio de materiais que se aplicam às mais diversas necessidades do campo, desde o plantio, cultivo, pulverização e colheita até a atividade pecuária em geral. Desde os engenheiros que traba-

Fábrica de Piracicaba é responsável por toda a produção de colhedoras de cana da Case IH no mundo

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hisTória A linha de tratores Farmall, conhecida por sua flexibilidade de uso e simplicidade de manejo, completou 90 anos de criação em 2012

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lham para criar máquinas mais eficientes e produtivas até os concessionários que fazem esses equipamentos chegar aos agricultores, os profissionais envolvidos na cadeia produtiva da Case IH não se esquecem que estão trabalhando para os agricultores. “Em todo esse período de Case IH no Brasil enfrentamos inúmeras inovações tecnológicas na produção das máquinas, mas diariamente nos esforçamos para lembrar nosso público-alvo e suas demandas. Não temos bola de cristal para ler o futuro, por isso sempre trabalhamos em contato com o agricultor para saber sua opinião sobre nossas máquinas e o que ele precisa no seu processo produtivo”, explica o vice-presidente da Case IH para América Latina, Mirco Romagnoli. E não basta criar uma máquina sem treinar o agricultor para que ele possa extrair dela tudo o que precisa na sua atividade rural. “Tenho orgulho de ter participado de muitos projetos desde a formação do nosso time de profissionais aqui na Case IH até

os constantes treinamentos que temos desenvolvido com nossos clientes. Por meio desses treinamentos consolidamos o conhecimento e a confiança no nosso equipamento, conquistando a fidelidade do cliente”, conta Edgardo Legard, que trabalha na Case IH desde 1995 e é responsável pelo Treinamento Comercial com foco em clientes da marca Case IH Agriculture para a América Latina. síMboLos DA TrADIção Alguns dos principais produtos da Case IH também estão comemorando datas importantes: a linha de tratores Farmall, conhecida por sua flexibilidade de uso e por sua simplicidade de manejo, completa 90 anos de criação; já o sistema de colheitadeiras Axial-Flow festeja 35 anos e os tratores Magnum, que apresentam a melhor relação custo-benefício do mercado agrícola, celebram 25 de existência. “São produtos reconhecidos no mercado e sonhos de consumo dos agricultores. Tiveram uma evolução fortíssima nos últimos anos, incorpo-

rando novas tecnologias para maior performance e menor manutenção”, explica Mirco Romagnoli. O especialista nos tratores Farmall da Case IH, Everton Fim, ressalta a evolução da linha e a importância do modelo para o agronegócio: “O Farmall se tornou o trator mais completo da categoria, com alta tecnologia e versatilidade. São máquinas de alta produtividade, que aliam força, conforto, facilidade de operação e baixo custo”. A linha de colheitadeiras Axial-Flow é destaque no cenário agrícola não apenas pela alta tecnologia e qualidade de trabalho apresentado, mas principalmente por ter sido pioneira na versão de colheitadeiras rotativas. “O lançamento da linha Axial-Flow permitiu que a Case IH se tornasse referência nos avanços tecnológicos voltados à colheita de grãos com várias melhorias ao longo destes 35 anos, que são inspiradas pelas conquistas do passado e as que ainda virão”, conta o especialista da linha Axial-Flow, Tomas Lorenzzon Os tratores Magnum são conhecidos como “tratores que trabalham por uma frota”. O especialista do modelo, Lauro Rezende, explica a razão. “Com

os implementos cada vez maiores e a jornada de trabalho cada vez mais longa, os produtores brasileiros passaram a demandar tratores mais potentes, com baixo consumo e alta produtividade. A Case IH responde aos anseios dos produtores com a linha Magnum, que oferece tudo isso, sem descuidar do conforto e praticidade de operação”, explica Rezende. consTrução Líder mundial na produção de máquinas para construção, a CNH oferece retroescavadeiras, escavadeiras, motoniveladoras, pás carregadeiras e tratores de esteira para diversos segmentos: infraestrutura, construção civil, agronegócio, mineração, manejo florestal, saneamento, entre outros. São mais de 15 linhas de produtos e mais de 90 modelos, todos capazes de enfrentar os desafios da construção em diferentes regiões do mundo. Para comemorar os 170 anos da marca, a Case CE introduziu um novo padrão de identificação visual em todos os seus equipamentos. Na nova logomarca aplicada nos equipamentos, o nome Case está maior, mais ousado, limpo e vibrante. A águia Case, símbolo da marca, também está O empresário Wanderley Mantovani construiu sua história junto à da Case no país

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Linha do tempo 1842 - o inventor Jerome Increase case criou máquinas debulhadoras capazes de debulhar dez vezes mais trigo do que os métodos manuais daquela época. Assim, surgiu a case, inovando a produtividade na cidade de racine, wisconsin, euA. 1865 - em 1865, a águia old Abe, famoso símbolo americano, começa sua jornada como a ave mais famosa da agricultura e construção. A marca registrada da J.I. case company representa em suas asas a força dos equipamentos case. 1869 - A case desenvolve o primeiro motor portátil, fato que marca a industrialização na construção de estradas. A máquina original está exposta no Instituto smithsonian em washington D.c., euA, representando sua importância nos avanços da nova era mecânica. 1912 - A case apresenta uma linha completa de equipamentos de construção de estradas. As niveladoras e unidades para compactação complementam a família e reafirmam o nome case como referência no segmento. 1957 - Mais uma vez pioneira, a case apresenta o primeiro trator industrial integrado – carregadeira e retroescavadeira. o modelo case 320 foi um marco no segmento, assim como as primeiras soluções

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financeiras oferecidas aos clientes por meio do case credit. 1969 - A case conquista os direitos para produzir as polivalentes máquinas minicarregadeiras skid steer. A produção começou em burlington (Iowa – euA), partindo para wichita, Kansas, em meados dos anos 80. 1969 - chegam ao brasil as primeiras retroescavadeiras case, importadas por empresários do rio grande do sul, para serem usadas na cultura de arroz irrigado. 1970 - A case compra uma fábrica no brasil e começa a montagem nacional das retroescavadeiras 580cKe. 1973 - A fábrica da case é transferida para são bernardo do campo montada no chassi de um trator agrícola de motor nacional. 1974 - Lançamento da 580e, com motor perkins de quatro cilindros em cima do chassi agrícola. 1977 - A fábrica da case é transferida para sorocaba (sP) e lá inicia-se a produção da 580H. 1982 - A case comemora o 25º aniversário do primeiro trator industrial integrado apresentando o novo modelo 580D. 1988 - As retroescavadeiras case são incluídas na lista da revista Fortune

entre os “100 melhores produtos da América”. 1992 - o 150º aniversário da case é comemorado com a construção da matriz na cidade onde tudo começou: racine, wisconsin, euA. 1995 - A case firma importantes parcerias. Alitec corporation, FFc e Jrb company agregam a lista de fornecedores e assumem o compromisso da qualidade case. 1995 - Lançamento da 580 sH, com motor cummins turbinado, acesso ao motor com tampas laterais, transmissão Power shuttle e opção de tração 4x4. 1997 - chega ao mercado a 580L, um produto globalizado e com diferenciais inovadores para a época: acesso ao motor com braço da retro em ferro fundihidráulico, chassi em chapas dobradas e peças pintadas antes da montagem. 1999 - união das marcas líderes em construção e equipamento agrícola. A case e a new Holland se fundem e formam a cnH global, uma marca que já nasce líder e com os melhores equipamentos do mercado. 2003 - Lançamento da 580L série 3, máquina com maior força de levantamento e desagregação, com

braço em chapa soldada e opção de cabine. 2005 - A case produz a sua retroescavadeira de número 500.000. uma marca única e vencedora para a indústria de equipamentos de construção. 2007 - criação do case Multiação, programa de ações sociais sustentáveis da marca, que em cinco anos já doou quase r$ 4 milhões. 2007 - Ao completar 50 anos de criação da primeira retroescavadeira no mundo, a case lança no brasil o modelo 580M. 2008 - o nome de Jerome Increase case é homenageado no Hall da Fama da construção pela Associação de Fabricantes de equipamentos. 2010 - Inauguração da fábrica da case em sorocaba (sP). 2011 - A case desenvolve modelos ecodade, eficiência e diminuição das emissões. são modelos compatíveis com as necessidades do cliente que reconhece na case a 2012 - A case se fortalece como uma marca de linha completa de equipamentos, com 32 modelos em sete linhas: retroescavadeira, pá carregadeira, motoniveladora, miniescavadeira, miniescavadeira, escavadeira hidráulica e minicarregadeira skid.

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presente. “Uma homenagem que fizemos à tradição dessa marca. A águia representa sabedoria, força e é muito positivo termos este símbolo nos nossos equipamentos. O símbolo foi redesenhado para esta aplicação e aparece com as asas abertas, como se estivesse em vôo para refletir o alcance global da Case ao redor do mundo e sua determinação de permanecer dominante na indústria de equipamentos de construção”, afirma Roque Reis, diretor-geral para a América Latina. E os voos de muitas construtoras brasileiras começaram com retroescavadeiras fabricadas pela Case. “Fomos pioneiros a chegar ao mercado brasileiro com retroescavadeiras. E toda pequena construtora começa com uma retroescavadeira. São muitos os casos de clientes que cresceram e fizeram seus nomes no mercado com uma máquina Case. Isso ajuda a explicar essa paixão pela marca e a fidelidade aos nossos produtos”, explica Roque Reis.

NúmEROS QUE ImPRESSIONAm

170 170 países contam com produtos cnH pelo planeta

40 fábricas estão espalhadas pelos cinco continentes

5 fábricas na América Latina, sendo quatro no brasil

Uma história construída junto à da Case no país é a do empresário Wanderley Mantovani, que possui uma empresa de prestação de serviço e aluguel de máquinas de construção, com sede em Novais, na região de Ribeirão Preto (SP). Entre muitos equipamentos Case Construction Equipment novos, ele possui um trator de esteira 1150B, fabricado em 1974 nos Estados Unidos, e que ele adquiriu usado, no início dos anos 80. Orgulhoso, o empresário garante que a máquina continua trabalhando. “Eu mesmo conserto e fico feliz quando alguém comenta que parece novo”, conta. cArro-cHeFe As retroescavadeiras talvez sejam o produto mais identificado pelos consumidores com a Case. Por isso, a marca resolveu lançar em 2012 o modelo 580N, que reúne tecnologia e design diferenciados. Entre as inovações do equipamento estão força de desagregação, braço mais longo e robusto, maior visibilidade, motor mais econômico, conforto e segurança na operação. “Na 580N chegamos à mesma plataforma da máquina americana, com diferença apenas do motor. Ela tem maior força de desagregação na retroescavadeira, braço mais robusto e 10 centímetros mais longo, oferecendo maior alcance de descarga e altura máxima. Sem dúvida, a máquina possui a melhor visibilidade do segmento”, revela Roque Reis.

e uma na Argentina,

31,5 mil empregos diretos são gerados nas unidades da cnH mundo afora

11.300 concessionárias possui a case new Holland

1999 é o ano de fusão da case com a new Holland, criando a cnH

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cAPITAL HuMAno Em uma empresa em que as atenções estão voltadas para as maravilhas alcançadas pelas máquinas nos processos produtivos, a Case sabe que ter funcionários que vestem a camisa e se dedicam ao sucesso dos projetos é fundamental. Um dos funcionários mais antigos da Case CE tem história de vida

A ponta do iceberg Tanto trabalho nas fábricas e labode ponta deve ser recompensado com revenda de qualidade e esse é o diferencial em um mercado tão competitivo e dinâmico. A rede de concessionárias na case é de vital importância para o domínio do mercado. “nossa rede de concessionárias cresceu muito. Há dez anos eram 14 lojas e nesse ano vamos ultrapassar a marca de 100”, conta orgulhoso Mirco romagnoli. o gerente de desenvolvimento da case IH, Alexandre Martins, esclade produtos da marca, em especial nos segmentos de equipamentos que atendem as necessidades dos agricultores da região sul, está criando condições para o crescimento da rede. “como passamos a ofertar equipamentos de menor potência, como os tratores Farmall e a colheitadeira Axial-flow 2566, foi possível investir no crescimento da rede em regiões que antes não tinham cobertura da marca, aumentando a capilaridade da rede ou incluindo novos grupos de investidores”, explica Martins. um dos revendedores mais antigos da case ce no brasil é a Fornecedora Máquinas, que se instalou inicialmente em Fortaleza, no final da década de 70, e hoje tem filiais em natal, Teresina e João Pessoa. “Faz tanto tempo que somos dealers da case que nem lembro como é vender máquinas de outros fabricantes. essa fidelidade de tantos anos mostra que a parceria está dando certo. nossa identidade é tão grande com essa marca que parece que somos irmãos gêmeos da case”, afirma o presidente da Fornecedora Máquinas, nerlan ribeiro.

Francisco Andrade, gerente de serviços da Construction Equipment: na empresa desde 1978

que se confunde com a da companhia. Francisco Andrade é gerente de serviços da Construction Equipment, referência para os funcionários mais novos e tem até uma coluna na Revista da empresa chamada “Pergunte ao Chico”. E tudo isso começou quando ele ainda era estagiário em 1978. “Tinha 21 anos nessa época e adorava ver as estradas sendo abertas pelo país. Fui contratado e passei por várias funções, vendo a evolução das máquinas, desde as hidráulicas e mecânicas até as programadas por computador atuais. Exerci diversos projetos e abracei desafios porque sempre acreditei que nossa marca é a melhor. Procuro passar isso para os mais novos, pois sei que gostar do que se faz é fundamental para a excelência”, explica Francisco Andrade.

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seguranÇa Pública

Modelos Fiat para a segurança pública

Fotos divulgação

Veículos desenvolvidos para este segmento marcaram presença na Interseg 2012 – Feira Internacional de Tecnologia, Serviços e Produtos para Segurança Pública

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Fiat Automóveis esteve presente na 12ª edição da Interseg, maior evento de segurança pública da América do Sul, que ocorreu em São Paulo no final de julho. Na ocasião, a Fiat apresentou veículos especialmente desenvolvidos para atender o segmento de segurança pública. Os modelos escolhidos para exposição foram: Novo Palio Adventure 1.8, Freemont Emotion 2.4, Novo Palio Essence 1.6, Grand Siena Essence 1.6 e Ducato Cargo 2013. Todos estes modelos foram adaptados pela Rontan para serem usados como veículos patrulheiros, com exceção do Ducato Cargo, caracterizado em alusão a uma unidade móvel. Nos veículos de patrulha, grafismos específicos identificam o órgão de segurança que irá receber o veículo. Todos trazem sinalizadores de LED no teto e nas grades dianteiras, sinalizador tipo strobe nos faróis dianteiros e lanternas traseiras, além de equipamentos de comunicação. O Novo Palio foi caracterizado como patrulha ostensiva urbana, trazendo, além dos itens comum a todos os veículos estilizados da Fiat, bancos revestidos em neoprene preto. Lançado no ano passado, totalmente redesenhado e com novos conteúdos, o Novo Palio é um sucesso de vendas. Já o Novo Palio Adventure, como patrulheira, possui cela no compartimento de bagagem com proteção de tela nos vidros laterais e traseiros, além de divisória interna para transportar detentos. Caracterizado como patrulha inteligente, o Grand Siena é uma viatura especial com tecnologia embarcada que faz uso de rádio eletrônico com GPS e 3G para compor um terminal com monitor que possibilita a comunicação com centrais de comando e banco de dados dos órgão de segurança publica. O Fiat Freemont, na versão patrulha cela, se destaca por seu espaço

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negócios

seguranÇa Pública

Chrysler Financial Services

cresce e lidera A unidade de negócios do Banco Fidis se consolida como líder nas vendas financiadas das marcas Crysler, Jeep, Dodge e RAM

Fiat Ducato Cargo 2013 foi caracterizado em alusão a uma unidade móvel de saúde

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de atendimento comunitário. Com compartimento de adaptação variando de 7,5 m³ a 12 m³, o veículo pode receber vários tipos de configurações, sendo desde veículo cela, transporte de tropas, posto móvel para atendimento comunitário, comando de inteligência móvel, dentre outras. O Fiat Ducato 2013 está de acordo com as novas exigências de emissões Procove L6.

CEO do Banco Fidis, Gunnar Murillo diz que trabalho conjunto possibilita atender expectativas dos clientes

Divulgação

Demais modelos da marca presentes no encontro foram adaptados para veículos patrulheiros

inerno e pela facilidade de acesso proveniente do grande ângulo de abertura das portas. Ele possui, ainda, cela no compartimento de bagagem, estribo lateral e suporte para armas longas. Lançado em agosto de 2011, o Fiat Freemont é o primeiro modelos resultante da associação Fiat Chrysler. Diferente dos demais, o FIAT Ducato 2013 foi exibido adesivado com alusão a uma unidade móvel

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m apenas dois anos, desde o início de suas operações, a Chrysler Group Financial Services, unidade de negócios do Banco Fidis, alcançou resultados expressivos a ponto de tornar-se a instituição líder entre os bancos que operam na Rede Chrysler. A participação da unidade de negócios nos financiamentos dos veículos Chrysler, no primeiro semestre de 2012, cresceu 68%, em relação ao mesmo período de 2011, respondendo por 20% do total de financiamentos da marca. A Chrysler Group Financial Services liderou o ranking de financiamentos do conglomerado (Chrysler, Jeep, Dodge e Ram) no primeiro semestre de 2012 no Brasil devido à competitividade decorrente de menores taxas de juros e produtos exclusivos. A agilidade operacional também permitiu acompanhar o crescimento de 57% em veículos emplacados no primeiro semestre pela Chrysler em comparação com igual período de 2011.

“Além das melhores condições comerciais e do atendimento personalizado nas revendas, a Chrysler Group Financial Services conta com o apoio da montadora. Esse trabalho conjunto permite oferecer serviços financeiros que atendem as expectativas de nossos clientes”, disse Gunnar Murillo, CEO do Banco Fidis. Outro fator primordial que impulsiona o bom desempenho é o sistema floor plan, produto destinado ao financiamento do estoque da rede de concessionárias da marca. Atualmente, o Banco Fidis financia 65% dos veículos em estoque na rede Chrysler, o que representa um montante R$ 92 milhões e permite às concessionárias uma melhor gestão financeira e administrativa dos estoques. Apenas no mês de junho, a soma dos emplacamentos das quatro marcas do grupo (Chrysler, Jeep, Dodge e Ram) presentes no País totalizou 633 unidades, número 97,8% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado. A expansão da rede de concessionários é outro reflexo do sucesso nas vendas. Em janeiro eram 26 lojas, agora são 38 e até dezembro deverão ser 50.

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ergonomia

Ergonomia é prioridade Teksid investe para tornar o ambiente de trabalho ainda melhor para os funcionários

POR LILIAn LobATo

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de Gestão Estratégica em Ergonomia do Grupo Fiat – com presença da Fiat Automóveis, CNH, Comau e de empresas como a Vale, Petrobrás e Usiminas. O seminário promoveu um ciclo de

mia dentro da empresa e contou com a participação do Ministério do Trabalho, que deu orientações de como avaliar internamente a ergonomia. Entretanto, o que é a ergonomia? A palavra deriva do grego Ergon (trabalho) e nomos (normas, regras, leis). Segundo Sarina Occhipinti, a ergonomia é uma ciência que estuda a adaptação do ambiente de trabalho para que o homem trabalhe de forma confortável e produtiva. Atender os princípios da ergonomia é uma diretriz da Organização Internacional do Trabalho que as empresas precisam cumprir. Ao contrário do que muita gente pensa, ergonomia não envolve apenas postura. “Essa ciência avalia o tempo de trabalho, o clima e também a organização da atividade. Além disso, a

Seminário reuniu Fiat Automóveis, CNH, Comau e empresas como Vale, Petrobrás e Usiminas

gustavo Lovalho

rodutividade e conforto. É o que a ergonomia exige quando o assunto é trabalho. Para debater o tema e conhecer boas práticas, a Teksid do Brasil realizou o 2º Seminário

palestras com o intuito de apresentar a estas empresas a melhor forma de implantar a ergonomia na rotina de trabalho e, com isso, proporcionar satisfação e bem-estar aos funcionários. A Teksid apresentou o tema “O Presenteísmo na Gestão de Programas de Ergonomia”, que avalia as pessoas que estão na empresa, mas não estão utilizando sua capacidade total de trabalho. “Elas podem estar com algum desconforto físico, mental ou com algum problema pessoal. O presenteísmo é uma forma de medir isso”, explica a responsável pelo Serviço de Saúde da Teksid, Sarina Occhipinti Magalhães. Ela, que é médica e ergonomista, ressalta que o seminário também discutiu a forma de administrar a ergono-

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gustavo Lovalho

ergonomia Segundo Rogério Camargos Fabel, ergonomia se tornou investimento; para Sarina Occhipinti Magalhães, ciência vai muito além da postura

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“ergonomia influencia na motivação das pessoas para exercer o seu trabalho”, destaca a responsável pelo Serviço de Saúde. PrAzer eM TrAbALHAr Há alguns anos, as empresas entendiam a ergonomia como uma obrigação legal que favorecia muito mais ao trabalhador do que à empresa. Hoje, o cenário mudou e, segundo o enfermeiro do trabalho da Teksid, Rogério Camargos Fabel, se tornou um investimento. “Se o trabalhador atua em um local que gera desconforto, ele tende a ter problemas de saúde e será menos produtivo ou se afastará do trabalho. Quando isso ocorre, existem perdas tanto para o empregado como para a empresa, o que não queremos que aconteça na Teksid”, explica. Ele ressalta que o esforço da empresa está em oferecer condições adequadas de trabalho para que o funcionário possa permanecer no seu posto produzindo satisfatoriamente e com conforto. De acordo com Fabel, as pessoas buscam um trabalho prazeroso e a satisfação no ambiente reflete até na vida pessoal. A preocupação somente com o ambiente físico se tornou algo do passado. “Por meio de estudos, ficou claro que

não adianta ter um mobiliário adequado se as condições de trabalho não são boas. Entende-se por condições de trabalho tudo o que direta ou indiretamente envolve o ato de produzir. Quando as pessoas entendem que a empresa está preocupada em cuidar dos seus empregados, todos se comprometem com o resultado final.”, avalia. Fabel está na Teksid desde dezembro de 2010 e o trabalho para tornar a gestão estratégica da ergonomia cada vez mais eficiente segue a todo vapor. Em 2011, segundo ele, foi o momento de iniciar as pesquisas na Teksid para compreender as demandas, o perfil e a realidade pelos empregados. Ao longo deste ano, a empresa colocou a mão na massa e as intervenções começaram a ser feitas. “A situação atual superou as expectativas. As adequações estão proporcionando um ambiente mais agradável e o empregado está percebendo o investimento da empresa”. Por fim, ele explica que a ergonomia é multidisciplinar, pois avalia todas as possibilidades de melhorias no posto de trabalho. Vale ainda ressaltar que se o processo de ergonomia está acontecendo na Teksid é porque está havendo envolvimento de todos os níveis hierárquicos da empresa.


Fotos Julio ramakrishna e Paula Korosue

PonTo de visTa

Recalculando a própria rota Você espera um mundo perfeito para ser feliz? Esqueça. Países como a Índia provam que até o caos pode ser combustível para o contentamento e a felicidade plena

POR ADRIANA BERNARDINO SHARADA

É

hora de aposentar as velhas desculpas. O inferno não são os outros, nem o excesso de veículos. Ao menos na Índia. O país, cujo trânsito é um dos mais caóticos do planeta, aparece também no ranking das nações mais felizes, ao lado da Tailândia (cujo trânsito se assemelha ao da Índia), Islândia e Suíça. A constatação é do correspondente internacional Eric Weiner. O jornalista americano passou um ano viajando pelo mundo para entender por que alguns povos são mais felizes do que outros.

Segundo relata Weiner em seu livro Geografia da Felicidade - Uma Viagem por Quatro Continentes para Descobrir os Segredos da Alegria de Viver (Editora Agir), os indianos sentem mais felicidade porque levam a sério aquilo que os sábios e os santos vêm sugerindo há séculos: o sentimento de paz e de contentamento é uma condição interior. Ainda que o eco do mundo reverbere raiva e intolerância, é possível baixar, decibéis por decibéis, o volume da buzina, dos motores, do toque do celular, do pensamento, até estacionar na dimensão onde a palavra e o julgamento não incomodam mais. Simples assim. O que não quer dizer que seja fácil.

Cena típica retrata o caos do tráfego urbano da Índia: um carro levando mais de dez passageiros amontoados

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PonTo de visTa Em quase toda a Índia não há semáforos e bichos, pedestres, motos e tuk-tuks circulam em meio aos carros

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Do cAos exTerIor à PAz InTerIor No tráfego urbano de quase toda a Índia, não há semáforos ou obediência às leis de trânsito. Acompanha o ziguezague dos veículos, a ininterrupta sinfonia de buzinas, os cantos sagrados e os gritos dos vendedores de rua. Pedestres e bichos circulam em meio aos carros, motos e tuk-tuks (espécie de triciclo motorizado fechado). O que seria motivo suficiente para estressar motoristas de muitas cidades ocidentais, no país que conquistou sua independência sobre a Inglaterra sem pegar em armas, essa rotina não desfaz o sorriso, a inocência e a tranquilidade de sua população. “Muitas pessoas têm como modelo de paz viver isolado, no alto de uma montanha. Mas se a mente não estiver em paz, isso não vai adiantar. Elas serão tão infelizes quanto na cidade ou em qualquer outro lugar”,

explica o monge zen-budista João Campos. Estar em paz, segundo ele, não é um estado de santidade ou beatitude, em que está tudo bem e isento de incômodo ou aflição, mas aceitar as coisas como elas são. “Se queremos, por exemplo, nos livrar do trânsito, sofremos quando estamos presos a um congestionamento. Por outro lado, se nos apegamos à alegria de um tráfego livre, também sofremos quando ele acaba”. O segredo, diz Campos, é não rejeitar nem se apegar a nada, e manter a mente no presente. “Se pensarmos no passado, sempre haverá algo que poderia ter sido um pouco melhor. O futuro pode ser motivo de medo e ansiedade. No momento presente, não tem nada faltando ou sobrando”, conclui. roTAs PArA A FeLIcIDADe Manter a mente no que está acontecendo agora, livre de preocupações

com o passado ou futuro, entretanto, exige treinamento. Por isso, os antigos mestres orientais deixaram algumas pegadas para chegar lá. A mais difundida delas é a meditação. “O estado contínuo e focado da mente, por um longo tempo, em um objeto ou ponto é chamado meditação”, explica o mestre indiano Swami Atmatattwananda Saraswati. Autor de Steps to Rája Yoga, o yogue diz que meditar ajuda a aumentar a concentração e “harmoniza pensamentos, palavras e ações”. (Veja sugestão de prática no box: Cinco passos para meditar). Outro segredo da Índia para manter o contentamento, de acordo com as descrições de Weiner, são os alicerces de sua cultura não terem sido diluídos pela modernidade. Ao passo que aceita o novo e a tecnologia no dia a dia, os indianos continuam conectando-se com o sagrado por meio dos rituais mais diversificados. “O ritual é toda ação, gesto ou ato que realizamos com a intenção respeitosa de comunicação com o transcendente, com o sagrado. Nossos ancestrais faziam isso espontaneamente quando reverenciavam as forças da natureza, por exemplo. Com a modernidade e o avanço da ciência, os rituais foram se perdendo e, com isso, diminui nossa capacidade de entrar em contato com nossas forças mais profundas”, diz o psicólogo junguiano Ascânio Jatobá, que há 20 anos mantém grupos de estudo sobre os sonhos em São Paulo. Uma das maneiras de se reconectar, segundo ele, é anotar os sonhos e ficar atento aos símbolos que o inconsciente envia. “Os sonhos são como uma barra de ouro que ganhamos todas as manhãs. Eles nos possibilitam resolver os problemas do dia a dia com mais criatividade e reinventar o olhar para a vida. O GPS para a felicidade passa por caminhos interiores e independe de chuvas e trovadas”, afirma Jatobá.

CONEXÃO COM O SAGRADO registre, escrevendo ou gravando, seus sonhos. eles são autorretratos antecipados do dia que vamos viver. flexão naquele dia. Para cada parte do sonho, pergunte-se: o que isso tem a ver comigo? sou semelhante a essa pessoa que apareceu no sonho? em que aspecto? será que eu estou vivendo uma situação semelhante a que aparece no meu sonho? esteja receptivo às respostas.

CINCO PASSOS PARA MEDITAR sente-se, feche os olhos e mantenha a coluna ereta, mas não rígida. Atente-se aos barulhos do mundo exterior. sempre de olhos fechados, perceba o ambiente onde você está, a textura de onde está sentado, a temperatura, os sons. em seguida, volte sua atenção para o seu corpo. conscientize-se de cada parte dele, dos pés até os fios de cabelo. Depois, mantenha sua atenção na respiração, sem modificá-la. Apenas observe o ar entrando e saindo de suas narinas. os pensamentos virão. não tente detê-los nem dê atenção. Apenas deixe-os ir como nuvem e volte sua atenção à respiração. comece a prática com cinco minutos. Depois, vá aumentando esse tempo.

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educaÇÃo

Ambiente diplomático na

Fundação Torino

Escola cria Simulação das Nações Unidas e envolve os alunos em debate de temas internacionais como política, economia e responsabilidade social

POR LILIAn LobATo

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nspirado no Modelo Intercolegial

Simulação foi idealizada e organizada pelos próprios alunos da Escola Internacional

A primeira edição foi realizada em junho e contou com a participação de oito instituições particula-

res e públicas de Belo Horizonte. A segunda já está sendo planejada e pode acontecer no final deste ano ou início de 2013. Segundo a professora de Economia Empresarial da Fundação Torino, Cecilia Margotti Grego, o intuito é que a SNU faça parte do calendário letivo da instituição. “Eventos desse tipo enriquecem culturalmente o aluno. É preciso estudar a posição do país que irá defender e muitas vezes as atitudes de uma nação não estão de acordo com a opinião do estudante. O jovem torna-se capaz de defender uma ideia que é contra”, avalia.

Processo De crIAção DA snu Gustavo Elyseu, aluno do 3º Liceu Científico da Fundação Torino, foi o idealizador da SNU. Segundo ele, a ideia de criar a simulação surgiu após a participação no MINIONU. “Elaborei o edital e levei para a escola que aprovou a ação. Convocamos alunos de outras escolas de Belo Horizonte, selecionamos os temas a partir dos fatos mundiais preexistentes e o que

Fotos Janaina braga

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das Nações Unidas – MINIONU – projeto da PUC Minas, a escola internacional Fundação Torino criou a SNU - FT (Simulazione delle Nazioni Unite). A iniciativa é uma oportunidade de os alunos adquirirem conhecimento dos acontecimentos mundiais e elevarem sua capacidade argumentativa. Durante a simulação, os estudantes vivenciam a rotina de um diplomata e precisam defender a política externa de suas representações.

Ela ainda ressalta que a simulação foi idealizada e organizada pelos próprios alunos, com incentivo e apoio total de todos os setores da escola. De acordo com Cecília, os estudantes se envolveram profundamente na organização, inclusive no caráter didático, o que exigiu empenho para criar os guias de estudos que serviram de base para os comitês. Ainda conforme a professora, a inclusão das principais escolas de Belo Horizonte no evento foi fundamental para o sucesso da primeira edição, sobretudo pela troca de experiências e socialização. “Tanto a SNU como o MINIONU contribuem para a escolha profissional dos jovens. Temos vários alunos da Fundação Torino que optaram pela área de relações internacionais após participarem da simulação”, explica. Foi o caso de Clarissa de Souza Borba, que passou no vestibular da PUC para relações internacionais e já tem aulas em agosto. Na SNU, ela foi secretária acadêmica e diretora de crise e intervenção participando efetivamente da organização. Já no MINIONU, em 2011, ela fez parte dos grupos de discussões. “Já tinha interesse pelo curso de relações internacionais, mas a participação no MINIONU e na SNU confirmaram a minha escolha. Ambos os eventos são uma oportunidade de conhecer pessoas, trabalhar a capacidade argumentativa e ter segurança ao se apresentar em público”, avalia Clarissa.

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deveria ser feito na organização. Foi um trabalho em equipe”, afirma. O próximo passo, de acordo com ele, é inserir a escola no circuito de simulações da capital mineira, fazendo com que o evento seja corriqueiro nos colégios. Para Elyseu, muitos são os benefícios em participar de uma Simulação. É preciso pesquisar os diversos assuntos, debater e argumentar o conteúdo aprendido. Além disso, é fundamental estudar profundamente história, política, geografia e até dados matemáticos para compor a argumentação. Para completar, os estudantes têm que saber ainda a forma certa como as reuniões são direcionadas. A primeira edição da SNU foi aberta aos alunos da 3ª média e ensino médio da Fundação Torino e também aos alunos do ensino médio e superior das demais escolas e faculdades de Belo Horizonte. O evento contou com a participação do Bernoulli, Cefet, Magnum, Padre Eustáquio, Santa Antônio, PUC e UFMG.

Os alunos participaram ativamente do evento que abordou temas internacionais de relevância para diversas áreas como economia, educação e responsabilidade social

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esPorTe Fotos divulgação Assessoria corinthians

Brilhando nos gramados

Iveco patrocina o Corinthians na Copa Santander Libertadores e levanta a taça dos campeões junto com os brasileiros

que apareceu de maneira visível na camisa, ficou em destaque. Vale ressaltar que a Iveco patrocinou o clube de maior torcida no Brasil e tanto os jogadores como a torcida estavam em busca de um título inédito, o que contribuiu para elevar a audiência. “Além disso, o Corinthians também é o time de maior torcida contra. Pessoas do Brasil inteiro, de diversas torcidas acompanharam os jogos”, avalia Piquini. Com relação às vendas, o diretor de comunicação ainda não consegue mensurar se influenciará nos resultados. Segundo ele, o objetivo não era esse, mas dar visibilidade à marca. A empresa ainda está vivendo o pós-evento e é preciso esperar para saber se irá impactar na comercialização dos veículos Iveco. O sucesso do patrocínio também chegou às redes sociais. Piquini destaca que, no final de junho, a fan page da Iveco no Facebook contava com 2000 fãs. Após o fim da Libertadores, o número subiu para 100 mil. “O crescimento ocorreu em 20 dias, algo inacreditável e muito em função da exposição da marca nos jogos”, avalia. Para o diretor de comunicação, a estratégia foi um gol de placa e contribuiu para que a marca aparecesse

de maneira forte. Ele ressalta que a empresa faz muitos trabalhos de divulgação, mas sempre no universo de caminhões. Com o patrocínio, a Iveco foi projetada para além desse universo. O resultado da ação ainda foi enaltecido pelo vice-presidente da Iveco, Natale Rigano. “O patrocínio chega em um momento importante para a Iveco, pois estamos crescendo muito, nossa rede está em expansão e estamos lançando uma nova geração de caminhões, a gama Ecoline, ainda mais forte, resistente e moderna”, explica. Antes de fechar patrocínio pontual para as últimas partidas do Corinthians na Libertadores, a Iveco já havia se envolvido com o futebol. Nas últimas três temporadas, a empresa foi a patrocinadora oficial do campeonato argentino.

Emerson foi eleito o melhor jogador da final

O campeão da Taça Libertadores 2012 foi o primeiro time brasileiro de futebol patrocinado pela Iveco

POR LILIAn LobATo

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Iveco Latin America entrou na casa de todos os brasileiros durante a semifinal e final da Copa Santander Libertadores de 2012. A empresa patrocinou o Corinthians durante o período e estampou sua marca no peito e nas costas da camisa do clube. Com isso, a montadora ganhou visibilidade, ou melhor, projetou sua marca em âmbito internacional. Foi a primeira vez que a empresa patrocinou um time de futebol brasileiro e, segundo o diretor de comunicação da Iveco, Marco Piquini, valeu a pena. “A oportunidade de fazer

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esse investimento surgiu quando menos esperávamos. A empresa planejava fazer uma grande exposição de marca e durante o planejamento soube que o Corinthians estava sem patrocinador para a semifinal da competição. Fechamos o contrato próximo ao primeiro jogo contra o Santos”, explica. Ele ressalta que foi uma experiência nova, de grande repercussão e excelente retorno para a montadora. Os jogos da semifinal e final da Libertadores bateram recorde de audiência em todo país. Com isso, a marca Iveco,

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Talentos esportivos

da Comau Funcionários da empresa que são atletas e se dedicam ao esporte em busca de saúde e qualidade de vida POR LILIAn LobATo

O Geraldo Queiroz Júnior chega a nadar cinco a seis quilômetros por treino

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s jogos da Olimpíada de Londres terminaram, mas deixaram a lição de que esporte é saúde e de que vale a pena superar limites. Na Comau do Brasil, alguns colaboradores entendem bem a dica e seguem firmes em suas práticas esportivas. A empresa reúne vários atletas que mostram seu talento na arqueria tradicional, nas artes marciais, no futebol e na maratona aquática. O envolvimento com as atividades esportivas contribui tanto para a vida pessoal dos funcionários como no rendimento do trabalho. Disposto a enfrentar desafios, o eletricista eletrônico da Comau, em

Santo André (SP), Geraldo Queiroz Júnior, de 33 anos, é maratonista aquático há oito anos. A modalidade – que consiste na prática de natação em água aberta como mar, rio ou lagoa, sem raia – não é tarefa fácil e exige concentração, bem como respeito entre os competidores. Ele explica que os atletas largam juntos e é preciso estar atento para não esbarrar no colega ao lado. É importante lembrar que essa prática esportiva possibilita um contato direto com a natureza, que está em constante mudança, é o que ressalta Geraldo. Em um momento o vento está forte e em outro não há ven-

tania. Todos os fenômenos interferem na disputa. Entretanto, quem vê o atleta competindo hoje não imagina que a natação não fazia parte de seus planos. “Nunca pensei que fosse nadar. Tudo aconteceu de repente, quando fiz um passeio de lancha e o capitão autorizou que as pessoas nadassem no mar aberto. Não consegui pular do barco. Naquele momento, vi que precisava aprender”, relata. Após iniciar as aulas de natação, Geraldo teve a oportunidade de fazer um teste na equipe da Associação Cultural e Esportiva Braskem (ACEB) para se tornar maratonista aquático. Passou e iniciou os treinamentos. Ele chega a nadar de cinco a seis quilômetros por treino. Atualmente, pela ACEB, já ganhou vários campeonatos, inclusive a equipe alcançou o 2º lugar no Campeonato Paulista 2011.

“Temos a superação individual, mas nos dedicamos em prol da equipe. O esporte faz toda a diferença na vida das pessoas. Aprendi a ser mais disciplinado e a pensar mais em qualidade de vida. Como minha esposa também pratica natação, incentivamos nosso filho de 3 anos a nadar”, destaca. A atividade física também apareceu por acaso na vida do analista de Tecnologia Industrial da Comau, em Curitiba (PR), Gilvani Sarnecki, de 22 anos. Ele, que sempre teve interesse por livros e filmes da era medieval, se viu diante da arqueria tradicional. Com um arco comum, feito de maneira artesanal, é preciso acertar alvos em campo aberto. A pontuação varia de acordo com a mira e a distância. De acordo com Gilvani, a chance de praticar o esporte surgiu no ano passado, em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, quando foi

Gilvani Sarnecki se inspirou em livros e filmes sobre era medial para optar pela arqueria

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Conquistas no bicicross com o fim da olimpíada, em Lonsileiros é treinar para a copa do Mundo de 2014 e Jogos olímpicos de 2016, ambos no brasil. Thaynara Morosini, atleta de bicicross, patrocinada pela comau, já está a todo vapor em seus treinos e é uma das promessas na modalidade para 2016. ela que tem 17 anos e é de betim. começou a praticar o esporte com o pai, em 2002, mas não pensava em chegar ao profissional. “na época eu jogava cicross faz parte da minha vida. conheci vários lugares e pessoas, e me tornei um ser humano melhor. Pretendo chegar ainda mais longe no esporte”, ressalta. e certamente Thaynara Morosini irá chegar. somente em 2011, a atleta colecionou conquistas. Dentre os títulos, ela ficou em 2º lugar no campeonato Pane 1º lugar no Latino-americano (Argentina). Além disso, foi campeã do campeonato brasileiro (são Paulo) e Paulista, 4º lugar no Mundial na Dinamarca, 2º lugar na copa Internacional de bMx (são Paulo), 1º lugar no sul-americano

Thaynara Morosini começou a praticar bicicross há dez anos, junto com o pai

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(Argentina) e campeã da copa brasil (bahia). a seu favor. ela já foi campeã Panamericana, campeã brasileira (são Paulo), ficou em 7º lugar no campeonato mundial (Inglaterra) e acaba de vencer a 1ª etapa da copa brasil de bicicross, na categoria júnior women. A conquista aconteceu no início de agosto, em Americana (sP). com isso, ela irá largar na frente da disputa em três etapas e fica mais perto de somar mais um título nacional no currículo. Thaynara é a atual líder do ranking brasileiro e latino-americano, além de ser a quarta melhor atleta do mundo em sua categoria. segundo a atleta, o patrocínio da comau fez toda a diferença em sua carreira. “Antes do patrocínio, eu estava em 150º lugar na modalidade mundial. Atualmente, estou em 4º lugar e tudo isso graças à empresa. o patrocínio possibilitou que eu pudesse treinar e participar de diversas competições”, avalia. o pai de Thaynara, Alvessi oliveira chaves, é ferramenteiro da comau desde dezembro de 2009. Foi ele quem buscou o patrocínio com a empresa. De acordo com chaves, o apoio deu novos tem boas perspectivas, se tornou uma profissional do bicicross e conseguirá alcançar seus objetivos. Quando você tem algo grande, você passa a desejar chegar ainda mais alto”, conclui. Além de almejar sucesso como atleta de bicicross, Thaynara – que está no 3º ano do ensino médio – planeja cursar educação física ou fisioterapia. A ideia é que a profissão possa contribuir ainda mais para o esporte.

aberta uma loja de arqueria que também ministrava cursos da atividade. “Participei das aulas e aprendi a teoria e a prática. Fiz também alguns testes e gostei muito do esporte. Comprei o material e hoje pratico com frequência”, ressalta. Treinando há seis meses, o analista de Tecnologia Industrial pretende participar dos torneios quando completar um ano de treinamentos. Ele explica que o esporte exige muita concentração e preparo, qualidades que o arqueiro ganha com o tempo. Para ajudar no preparo físico, Gilvani faz treinos de musculação. No caso do técnico de Materiais da Comau, em Salvador (BA), Alderman Carneiro de Souza, a palavra de ordem é disciplina. Faixa preta de jiu jitsu, na categoria peso médio (desde 2009), ele está na modalidade há 12 anos e empenho é o que não falta. O esporte surgiu em sua vida por intermédio de um amigo. Hoje, Alderman

luta pela equipe Corpo e Mente e dá aula para crianças e jovens. Participante assíduo de campeonatos na modalidade, ele já foi campeão por duas vezes do Campeonato Baiano e está em 1º lugar no ranking da competição este ano, nas três etapas já realizadas. “Para muitos o chão é o fim, mas para o jiu jitsu é apenas o começo. É preciso superar as dificuldades”, afirma. As mulheres da Comau também são destaque. Para quem pensa que futebol não é coisa de mulher, a auxiliar de serviços gerais da Comau, Silvana da Silva Nunes, de 24 anos, mostra exatamente o contrário. Ela já pratica o esporte há dez anos e não abre mão de um bom jogo. Silvana assegura que o futebol faz bem para o corpo e para a mente. “Muitos são os benefícios de praticar atividade física. É possível ter qualidade de vida e estar em dia com a saúde. Para melhorar, ainda contribui para perder uns quilinhos”.

Faixa preta em jiu jitsu, Alderman Carneiro de Souza é bicampeão baiano

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noTas

PorTAL Do rePArADor FIAT tas e a aproximação com o público repaPeça”: nova ferramenta do Portal reparador desenvolvida para deixar ainda mais prático

PrêMIo cnH De JornALIsMo recebe InscrIções estão abertas, até 15 de outubro, as inscrições para o 20° Prêmio cnH de Jornamular a boa informação e o debate sobre a economia brasileira. A 20ª edição repete o sucesso e as categorias do ano passado: mídia impressa nas modalidar$ 15 mil para cada modalidade e r$ 7 mil para o indicado como “excelência Jornalística”. As matérias são julgadas por profissionais das áreas de economia, jornalismo e meio empresarial. Inscrições e mais informações pelo site www.premiocnh.com.br.

com o “Peça sua Peça”, o profissional de oficina consegue site consegue realizar o pedido via online no site reparadorfiat.com.br. comprar e enviar sua intenção de compra, o reparador aguarda o contato da Fiat para fechamento da compra das peças solicitadas e posterior recebimento. A ferramenta auxilia a realização dos nereparadores, além de permitir o acompanhamento das solicitações por parte da Fiat, entendendo ainda mais a necessidade dos nossos clientes.

cnI PreMIA PresIDenTe DA cAse new HoLLAnD uma das mais importantes honras da indústria brasileira, a ordem do Mérito Industrial. concedida pela confederação nacional da Indústria, a condecoração premia personalidades e instituições, nacionais ou estrangeiras, civis, militares ou eclesiásticas, que tenham se tornado dignas do reconhecimento ou da admiração da Indústria brasileira. rizzioli recebeu a condecoração das mãos de robson de Andrade, presidente da cnI, e de olavo Machado Jr., presidente da FIeMg, durante o Projeto Dirigente 2012, evento realizado no Hotel ouro Minas, em belo Horizonte.

o grupo Fiat participou de diferentes formas do xxII congresso Fenabrave. uma das marcas presentes foi a case new Holland, que, além da exposição de produtos da case IH e da new Holland Agriculture, teve um dos palestrantes do evento. em encontro voltado ao mercado agrícola, o conselheiro da Diretoria da cnH Francesco Pallaro falou sobre “como planejar a nossa concessionária” para uma plateia de mais de 100 pessoas. A palestra aconteceu no dia de abertura do congresso, realizado entre 16 e 18 de agosto no Pavilhão Azul do expo center norte, em são Paulo.

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coLeção FIAT FAsHIon A Fiat apresenta a nova coleção do Fiat Fashion, que integra a Fiat Fashion Innovation Attitude, uma plataforma que fala de moda, comportamento, arte, design e cultura de uma maneira diferente, com produtos inspirados nas linhas dos carros para reforçar valores da marca. criada pelo estilista guilherme Marconi, as peças destacam o estilo moderno e esportivo do novo Punto, preservando os elementos que levam requinte e conforto para a roupa. A linha contém peças como vestidos, calças e sapatilhas femininas e as tradicionais camisas Polo e T-shirt para a linha masculina, além de bermuda e jaqueta em couro legítimo. A linha rios como bolsas e carteiras de mão. As cores com destaque na linha Fiat Fashion para o novo Punto são branco, preto, vermelho e amarelo, que remetem à modernidade, esportividade e tecnologia do carro.

Divulgação

Iveco e Makro Atacadista fecharam parceria inédita para a promoção de produtos e serviços. A Iveco vai expor veículos da família Iveco Daily, ideal para o serviço de transporte do comércio varejista e do setor de alimentação fora do lar, em dez lojas Makro. Foram escolhidas unidades de são Paulo, são bernardo do campo, belo Horizonte, rio de Janeiro, campinas, salvador, recife e curitiba. A rede atacadista, por outro lado, sorteará dois veículos Daily 35 s14 entre seus clientes, em outubro, como parte da comemoração dos 40 anos da empresa no brasil.

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raio-X do gruPo FiaT no brasil

FIAT SpA MONTADORAS

COMPONENTES

SERVIÇOS

Fiat Revi www.fiat.com.br Fiat Automóveis www.magnetimarelli.com Magneti Marelli

Raio-X do Grupo Fiat no Brasil

Fiat Services

SISTEMAS DE PRODUÇÃO Fides Corretagens de Seguros

www.teksid.com.br Teksid do Brasil www.isvor.com.br Isvor Instituto para o Desenvolvimento Organizacional

www.comau.com.br Comau do Brasil

SERVIÇOS FINANCEIROS

Fiat Finanças

Banco Fidis

FIAT INDUSTRIAL eMPresA: Fiat do Brasil S.A. A Fiat do Brasil S.A., constituída em 1947, é a empresa mais antiga do Grupo Fiat no Brasil. É a representante, no país, da holding Fiat SpA e presta serviços em suas diversas áreas de atuação à Fiat Industrial SpA. A Fiat do Brasil S.A. tem a função de representação institucional perante as autoridades governamentais, comunicação corporativa, auditoria interna, treinamento, contabilidade, normatização e gestão das áreas fiscal e tributária, metodologia, folha de pagamento e outras atividades de suporte às operações do Grupo, prestando serviços a 19 empresas, divisões, associações e fundações.

MONTADORAS

COMPONENTES

SERVIÇOS FINANCEIROS

www.fptpowertrain.com FPT – Powertrain Technologies (Mercosul)

Banco CNH Capital

www.cnh.com Case New Holland (CNH)

www.iveco.com.br Iveco Latin America

CULTURA

EDUCAÇÃO

ASSISTÊNCIA SOCIAL

www.casafiatdecultura.com.br Casa Fiat de Cultura

www.fundacaotorino.com.br Fundação Torino

www.fundacaofiat.com.br Fundação Fiat

LocALIzAção: tem plantas industriais nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo. PresIDenTe: Cledorvino Belini

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memória

EuroTech 420 O peso-pesado da Iveco

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ara atender o mercado europeu de caminhões com capacidade de carga de 18 toneladas, a Iveco desenvolveu o EuroTech 420, produzido em Turin. O caminhão, destinado ao transporte pesado, utilizava um motor de 9,5 litros, denominado de 8210, com 6 cilindros em linha e 420 cavalos de potência. O Eurotech 420 era fabricado em três opções de transmissão manual: a Eaton Twin Splitter, de 12 marchas; a ZF-Ecomid 16 S 109 e a ZF-Ecosplit 16 S 151.

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QUEM QUER MAIS QUER CASE IH. ESTEJA PREPARADO. A Case IH é a marca referência mundial em produtos e serviços inovadores que combinam alta tecnologia com o máximo de eficiência em produtividade. A Case IH oferece soluções completas, com uma rede de concessionários altamente profissionalizada para atender os clientes na velocidade que eles precisam com a qualidade que eles merecem. Por isso, quem quer mais qualidade, mais respeito, mais reconhecimento e mais produtividade quer Case IH.



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