Revista Mundo Fiat 118

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Murilo Góes

REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASIL NúmERO 118 - OUT/NOV 2012

De Minas a Pernambuco às margens do rio São Francisco

O eterno Natal de Grão mogol Nossa Senhora Achiropita: a maior festa religiosa de São Paulo Semana de Compras promove integração e alinhamento do Group Purchasing O avanço da Chrysler em 2012 Iveco lança minibus Gruppo Dirigenti Fiat completa 10 anos Equipe de natação Fiat/minas conquista o hepta do Troféu José Finkel


excelentes motivos

para investir no melhor condomínio de Betim.

1.

De acordo com os especialistas, investir em empreendimentos na fase de lançamento é mais rentável a longo e médio prazo.

5. Cerca de 25% da procura pelas unidades do Ecovillas Vale Verde são de pessoas que estavam com aplicações no mercado financeiro, mas que desmotivadas com o baixo retorno buscaram opções mais rentáveis.

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2. IMÓVEIS EM CONDOMÍNIOS FECHADOS TÊM RETORNO ELEVADO SE COMPARADOS A QUALQUER TIPO DE INVESTIMENTO DISPONÍVEL ATUALMENTE NO MERCADO IMOBILIÁRIO.

. BETIM É UMA DAS ÁREAS COM MAIOR VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE.

3. Projeto inovador do

7. Condomínios fechados com padrão similar ao Ecovillas Vale Verde tiveram

premiado arquiteto Gustavo Penna, uma referência da arquitetura e urbanismo no Brasil.

4. UMA LOGÍSTICA PRIVILEGIADA, COM FÁCIL ACESSO PELAS BR-381, BR-262, VIA EXPRESSA E O FUTURO RODOANEL.

o em d Imag

valorização de até 600% em seis anos.

8.absorver Betim já consegue todas as

necessidades das famílias com uma infra-estrutura completa de bens e serviços.

l Loca

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No Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Betim é uma das três novas centralidades de desenvolvimento.

10. BETIM É O

SEGUNDO MAIOR PIB DO ESTADO, SEGUIDO DE CONTAGEM.

11. OS INVESTIMENTOS DA

FIAT E PETROBRAS EM BETIM SOMAM MAIS DE

U$7 BILHÕES. 12. A chegada de universidades, escolas e shoppings

demonstram a consolidação de Betim como um novo pólo de desenvolvimento.

LOTES À VENDA FINANCIADOS EM ATÉ 100X ESTANDE DE VENDAS NO PARQUE VALE VERDE

O Inovar-Auto é um programa que inaugura um novo ciclo tecnológico, de desenvolvimento da produção e de sustentabilidade no setor e seus produtos

cledorvino belini*

Uma política industrial mobilizadora

E

ste ano será lembrado como um dos mais movimentados da história da indústria automotiva brasileira. O mercado doméstico contraiu-se no primeiro semestre do ano, como reflexo da crise europeia, motivando o governo brasileiro a adotar medidas anticíclicas de ativação da demanda. As autoridades combinaram a redução da incidência de impostos sobre diversos produtos, como eletrodomésticos, material de construção e veículos automotores, com redução da taxa de juros, destravamento do crédito e aumento da confiança do consumidor. A economia mostrou mais uma vez sua capacidade de reação, com expressiva retomada dos níveis de vendas de automóveis e comerciais leves no segundo semestre, embora o segmento de caminhões não tenha se recuperado. Como complemento destas medidas conjunturais, o governo concebeu as bases de um ciclo de mudanças estruturais para nossa indústria, impulsionado pelo Inovar-Auto, o novo regime automotivo para o período 2013-2017. Trata-se de um instrumento de política industrial para o setor automotivo, que integra uma série de políticas para promover o investimento produtivo no país, na perspectiva do desenvolvimento sustentado e da competitividade. Há uma clara mensagem nesta política: um país não se faz somente com o crescimento do consumo, mas também, e principalmente, com políticas de expansão do investimento e da produção. O Inovar-Auto é um programa que inaugura um novo ciclo tecnológico, de desenvolvimento da produção e de sustentabilidade no setor e seus produtos, baseando-se em quatro vetores: eficiência energética dos veículos, adensamento da cadeia produtiva nacional, obrigatoriedade de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, além de obrigatoriedade de investimentos em engenharia automotiva. São metas que vão exigir intensos investimentos das empresas em pesquisa e desenvolvimento de materiais, tecnologias e novos produtos. Com um mercado interno projetado entre 5 e 6 milhões de veículos anuais em 2020, a indústria está prestes a ingressar em um novo patamar de eficiência, que se propagará por toda a cadeia produtiva, com reflexos positivos para toda a economia brasileira. *Presidente do Grupo Fiat/Chrysler para a América Latina

(31) 3079.9191

ecovillasvaleverde.com.br

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sumário

32 Grão Mogol renasce no

eXPedienTe

presépio feito de pedras

Mundo Fiat é uma publicação da Fiat do Brasil S/A, destinada aos stakeholders das empresas do grupo no Brasil.

A ideia de se fazer, de uma cidadezinha mineira do século XVIII, o palco do natal de todos os dias, leva à redescoberta de um país exuberante em montanhas, cachoeiras, pássaros e flores

www.eticagrupofiat.com.br FIAT DO BRASIL S/A Presidente: Cledorvino Belini MONTADORAS FIAT AUTOMÓVEIS Presidente: Cledorvino Belini CASE NEW HOLLAND Presidente: Valentino Rizzioli IVECO LATIN AMERICA Presidente: Marco Mazzu

52 O belo e diverso horizonte do design brasileiro

IV Bienal Brasileira de Design invade os espaços de cultura de Belo Horizonte e enche os olhos dos mineiros de formas, contornos, traços e muita arte

6 Serpenteando o Rio

58 Semana de Compras promove

São Francisco da nascente até Pernambuco

integração do Group Purchasing

Uma viagem inesquecível ziguezagueando pelas margens do rio São Francisco, onde pulsa o coração dos homens, onde nos deslumbram os brandos horizontes do Brasil longe do mar

Realizado em setembro, o evento contou com a presença de 450 colaboradores do Brasil, Argentina, Venezuela e China

84 Verde pra que te quero

Projeto Sementinha, da FPT Industrial, mostra que consciência ambiental começa na infância e que crianças conscientes podem ser deixar bons frutos para as próximas gerações

E mais 26 Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga chega ao Recife

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46 Nossa Senhora Achiropita, a maior festa religiosa de São Paulo 68 Iveco Daily Minibus chega ao mercado 72 Case IH lança modelo 2012 da colhedora de cana-de-açúcar A8000 76 Comau e Fiat se unem na adaptação do Ducato para digitalização de obras de arte

84

78 Dez anos do Gruppo Dirigenti Fiat no Brasil 82 Teksid recebe o 5º prêmio Top Engenharias UFMG 2012 88 Equipe de natação Fiat/Minas conquista o hepta do Troféu José Finkel

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Através da diversidade brasileira

COMPONENTES FPT INDUSTRIAL Superintendente: Enrico Vassallo MAGNETI MARELLI Presidente: Dino Maggioni TEKSID DO BRASIL CEO Nafta e Mercosul: Rogério Silva Jr. SISTEMAS DE PRODUÇÃO COMAU Superintendente: Gerardo Bovone SERVIÇOS FINANCEIROS BANCO FIDIS Superintendente: Gunnar Murillo BANCO CNH CAPITAL Superintendente: Brett Davis FIAT FINANÇAS Superintendente: Gilson de Oliveira Carvalho SERVIÇOS FIAT SERVICES Superintendente: (interino) FIAT REVI Superintendente: Marco Pierro FIDES CORRETAGENS DE SEGUROS Superintendente: Marcio Jannuzzi FAST BUYER Superintendente: Valmir Elias ISVOR Superintendente: Márcia Naves ASSISTÊNCIA SOCIAL FUNDAÇÃO FIAT Diretor-Presidente: Adauto Duarte CULTURA CASA FIAT DE CULTURA Presidente: José Eduardo de Lima Pereira EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO TORINO Presidente: Raffaele Peano COMITÊ DE COMUNICAÇÃO Alexandre Campolina Santos (Fiat Services ), Ana Vilela (Casa Fiat de Cultura), Pollyane Bastos (Teksid), Cristielle Pádua (Fundação Torino), Elena Moreira (Fundação Fiat), Fabíola Sanchez (Magneti Marelli), Fernanda Palhares (Isvor), Jorge Görgen (CNH), Marco Antônio Lage (Fiat Automóveis), Marco Piquini (Iveco), Milton Rego (CNH), Othon Maia (Fiat Automóveis), Renata Ramos (Comau) e Roberto Baraldi (Fiat do Brasil). Jornalista Responsável: Marco Antônio Lage (Diretor de Comunicação da Fiat). MTb: 4.247/MG Gestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estratégica. Editora-Executiva e Chefe de reportagem: Juliana Garcia. Colaboraram nesta edição: Alessandra Nardini, Daniel Rubens Prado, Frederico Machado, Jamerson Costa, Lilian Lobato, Nícolas Borges, Oliviero Pluviano, Ricardo Panessa, Valério Fabris. Projeto Gráfico e Diagramação: Sandra Fujii. Produção Gráfica: Ilma Costa. Impressão: EGL - Editores Gráficos Ltda. Tiragem: 19.500 exemplares. Redação: Rua Oriente, 445 – Serra – CEP 30220-270 – Belo Horizonte – MG – Tel.: (31) 3261-7517. Fale conosco: mundofiat@fiatbrasil.com.br Para anunciar: José Maria Neves (31) 3297-8194 – (31) 9993-0066 – mundofiat@uol.com.br

POR MArco AnTônIo LAGe(*)

Q

uando se olha o mapa do Brasil, um arco azul se destaca, partindo de Minas Gerais e avançando por Pernambuco para fundir-se, finalmente, ao oceano Atlântico. É o rio São Francisco, com razão denominado rio da integração nacional. Sua bacia cobre uma importante área do país. Seu curso é estrada natural do sertão ao litoral, integrando homens e culturas, raças e costumes. Suas águas irrigam a vida de milhões de brasileiros. Mundo Fiat percorreu três mil quilômetros às margens do rio, entre Minas e Pernambuco, registrando, em palavras e imagens, a diversidade brasileira. O rio São Francisco também é navegado por Ronaldo Fraga, ícone brasileiro da criação de moda. Com apoio da Fiat, Fraga levou a Recife a exposição que mostra o rio e a cultura que brota às suas margens. Esta edição também destaca que Belo Horizonte tornou-se a capital brasileira do design, ao abrigar a quarta bienal sobre o tema, apropriadamente com foco na diversidade brasileira. Outra reportagem mostra a força criativa que emana de Grão Mogol, pequena cidade do norte de Minas, cuja estrela começou a brilhar mais forte desde a inauguração de um presépio gigante e permanente em um nicho de pedra. Obra de um empresário que retornou à cidade natal depois de aposentar-se, a cena bíblica vem atraindo milhares de visitantes. A fé também é uma marca da presença italiana em São Paulo, onde se celebra a festa de Nossa Senhora Achiropita, aquela que não foi pintada por mão humana, mas apareceu gravada na parede por milagre. No universo corporativo, Mundo Fiat apresenta a Semana de Compras, que reuniu os profissionais da América Latina responsáveis por mais de R$ 15 bilhões em aquisições para empresas do grupo Fiat/Chrysler. Também mostra a chegada no Iveco Minibus para o transporte de passageiros, o avanço da Case no segmento de colhedoras de cana-de-açúcar e a parceria entre Fiat e Comau para a criação de uma unidade móvel de um robô que faz o escaneamento de obras de arte em três dimensões. A Chrysler cresce e se destaca no mercado brasileiro, a Magneti Marelli supera a marca de 10 milhões de veículos equipados no Brasil com sua tecnologia flexfuel, enquanto a Fiat Powertrain ultrapassa os seis milhões de unidades de motores Fire produzidos em Betim (MG). As próximas páginas trazem uma síntese de como as empresas do Grupo Fiat vão muito além de seus próprios muros. Boa leitura! (*) Diretor de Comunicação da Fiat/Chrysler

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rio são Francisco

As várias margens

de um rio SERPENTEANDO O SÃO FRANCISCO DA NASCENTE ATÉ PERNAMBUCO Oito dias, três mil quilômetros, quase metade só de terra. Uma viagem inesquecível zigue-zagueando pelas margens do rio São Francisco, onde pulsa o coração dos homens, onde nos deslumbram os brandos horizontes do Brasil longe do mar POR rIcArdo PAnessA FOTOS MurILo Góes

E

m Cabrobó, apesar do nome, quem fez mesmo a fama foi o bode. Assim como em Petrolina,

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até bodódromo há por lá. Mas na cidade toda o que não falta é festa, forró e churrasco. De bode, é claro. Resistente e forte, como o nordestino em geral, naquela terra seca só bravo bicho mesmo para suportar. Mas Cabrobó não entrou no mapa só por causa do bode. Cabrobó, no sertão nordestino, é o ponto de partida do eixo norte da transposição do rio São Francisco, a obra polêmica que visa aguar grande parte da região mais seca do país. Tem gente que concorda, tem gente que não. Para uns pode resultar em bastante água para o semi-árido nordestino. Para outros, mexer no Velho Chico pode dar bode. Majestoso e verdejante, o São Francisco, maior rio em extensão que brota da terra e deságua no mar dentro do território tupiniquim, segue indiferente a vontade do homem, como há dez mil anos atrás. Considerado o rio da unidade nacional, nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, num pequeno poço de água verde bem

Próximo à nascente, o São Francisco zigue-zagueia tímido, porém deslumbrante, entre os altos e baixos da Serra da Canastra, em Minas Gerais


rio são Francisco

Antes utilizadas pelos pescadores para espantar os ´maus espíritos`, hoje as carrancas são apenas esculturas folclóricas, símbolos da região

Rodando pela poeira, próximo a Delfinópolis (MG) (acima); o artesão Roque ´Santeiro`, da Associação dos Artífices de Petrolina, trabalhando uma de suas esculturas de santo (abaixo)

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escura e densa, que parece até estagnada, tornando difícil acreditar que, logo ali, alguns metros à frente, possa fazer tanta vida brotar. Como escreveu Guimarães Rosa, sua história tem sido a história do sofrimento de um rio que há mais de quinhentos anos é fonte de vida e riqueza. Seu descobrimento é atribuído ao navegador florentino Américo Vespúcio, que navegou em sua foz em 1.501, e cujo nome foi dado em homenagem a São Francisco de Assis, festejado naquela data.

O rio também atravessa o estado da Bahia, fazendo sua divisa ao norte com Pernambuco, separando naturalmente os estados de Sergipe e Alagoas, e, por fim, desaguando no Oceano Atlântico, em Piaçabuçu (AL), drenando uma área de aproximadamente 641.000 km². Batizado Opará pelos povos indígenas do passado, seu curso total chega a 2.863 km, mas é chamado carinhosamente Velho Chico pelos nordestinos de hoje. Foi por aquelas terras, pelas margens do São Francisco-Opará, que zigue-zagueamos com nosso Palio Weekend Adventure durante oito dias, conhecendo de perto um pouco das coisas que acontecem hoje por lá. Cabrobó, Ibó, Orocó e Juazeiro. Barra, Xique-Xique, Carinhanha, Manga e Exu (salve seu Tiririca!). Malhada, Ibotirama, Batateira e Morpará. Luislândia, Pirapora, Sento Sé e Petrolina. Sobradinho, Orocó, Propriá e Pintópolis (salve Nossa Senhora Aparecida!), e sertões afora, o que constatamos mesmo é que a vida pulula e prospera ao longo de seu curso, além das grandes capitais.

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rio são Francisco Antiga ponte ferroviária de Pirapora (MG), inaugurada em 1922, serve hoje apenas para travessia de pedestres, motocicletas e bicicletas 10

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Na região o calor é de rachar, mas a água do rio é branda e cristalina, esverdeando os horizontes esturricados. Terras de folclore e religiosidade forte – viva o São Francisco, viva Nossa Senhora – a fé por

lá só faz aumentar. Água de Deus para aplacar a sede dos homens, fazer a terra brotar. E por lá, em se plantando, tudo dá. Tem manga, uva, cebola, caju e cajá. É só plantar. Vinho até já tem.

de voLTA às orIGens Em grande parte, o rio São Francisco é responsável pela inversão de um fenômeno social que há décadas fez migrar milhões de nordestinos para o Sul-maravilha, em busca de

vida melhor. Mais do que praias, carnaval, folclore e artesanato, o nordeste de hoje cresce num ritmo acelerado, convidando os que foram a voltar. Apenas em Pernambuco, considerado uma das locomotivas econômi-

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rio são Francisco

Cachoeira Casca D´Anta, próxima à nascente e com 180m de queda, jorrando virtuosa e abundantemente as águas do São Francisco em direção ao sertão e ao mar

cas do nordeste, onde o crescimento do PIB em 2011 foi de 5,1% contra 3,2% do Brasil em geral, mais de 500 mil pessoas retornaram ao Estado entre 2002 e 2010. O fenômeno parece não ser exclusividade daquele Estado, e a água, certamente, teve papel fundamental nesse processo. Seguindo o curso do verdejante Chico, a partir de Minas Gerais, o que se vê é prosperidade em suas áreas ribeirinhas, não só em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), devido à agricultura irrigada, como em cidades menores, que nem estão no mapa, onde a pesca e a cultura de cebola e batata também vivem em função das águas mansas do Opará. Essa região apresenta-se atualmente como a maior produtora de frutas tropicais do país, recebendo atenção especial, também, a produção de vinho, em uma das poucas regiões do mundo que obtêm duas safras anuais de uvas.

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“Imagine nadar nas águas límpidas do São Francisco, tomando uma taça de vinho branco gelado, de uva nascida ali, logo ali, no meio do calor infernal, 40, 45 graus.” Como não poderia deixar de ser, nossa viagem começou na Serra da

Parreiras verdejantes na terra semi-árida, próximas a Petrolina, PE (acima); nossa Palio Adventure transpondo um braço de rio (abaixo)

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rio são Francisco A vida parece passar mais devagar em Carinhanha, próxima às margens do São Francisco-Opará, na Bahia

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Canastra, em São Roque de Minas, juntinho à nascente do rio. Curioso e surpreendente é constatar que apenas alguns metros adiante – sim, apenas alguns metros— suas águas serenas e límpidas já abrigam uma considerável (e visível) quantidade de peixes. E se-

gue assim, majestoso e imponente Minas Gerais adentro, banhando direta ou indiretamente cidades como Bambuí, Córrego Danta, Luz, Dores do Indaiá, Abaeté, Paineiras, Biquinhas, Morada Nova de Minas, Três Marias, Luislândia do Oeste, Pirapora, Ibiaí, Ponto Chique

e Januária, para citar apenas algumas, até entrar em território baiano e bater em Bom Jesus da Lapa. Em Ponto Chique, ainda em Minas, com suas casinhas cor-de-rosa bem pertinho da margem, o inusitado. Enquanto ´seu` Joaquim Gonçalves Fer-

reira, 67 anos, recolhe seus (poucos) peixes do dia, Antonio Soares dos Santos (´uns 60 anos mais ou menos`, segundo ele próprio), espreita a água com olhar perdido enquanto raspa as calosidades dos pés, que jamais calçaram um sapato, com um pedaço de pedra.

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rio são Francisco

A beleza do semiárido, na casinha de pau-a-pique no assentamento de Manga (MG),ao lado da imponente e solitária paineira ´barriguda`

A presença de produtos Fiat-Iveco é forte na região; caminhão Iveco em Três Marias, MG (acima à esquerda); Mille trabalhando como uma picape em Sobradinho, BA (acima); e nossa Palio Adventure em dois momentos da aventura

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Para o primeiro, a pesca vai de mal a pior, tudo por culpa da poluição. “A água entra na cidade limpa e volta para o rio suja”, reclama. Para o segundo, tudo tem sido sempre igual. “Quando tem trabalho, eu pego a enxada. Quando não tem, pego o violão.” Ambos já ouviram falar da tal transposição, mas não tem opinião formada. Por lá, o tempo parece que passa mais devagar, no mesmo ritmo da água, já não tão limpa, que corre preguiçosamente. Em Januária, também em Minas, cidade grande e famosa pela qualidade da pinga vendida por lá, seu Agenor, 64, sobrevive com a família do seu pequeno comércio de mantimentos, rapadura e, claro, cachaça. Natural de Sobradinho, migrou com a família por ocasião da construção da barragem e está feliz longe do sertão. “Sinto saudades, mas estou bem aqui.

A pinga que eu vendo é a melhor de toda a cidade e para quem compra duas garrafas eu dou uma rapadura de presente”, comemora. ZIGue-ZAGueAndo PeLA PoeIrA Estradas boas, nem tão boas e ruins, preferimos sempre as secundárias, de terra, tentando sempre ficarmos o mais próximo possível das margens. Os grandes contrastes logo se fizeram notar. Do cinza da Caatinga ao azul, quase anil, nas barragens de Sobradinho, Itaparica e Xingó, bem como o verde intenso nas novas áreas irrigadas, onde predominam os cultivos de uva, melão e manga, em termos de visual foi o que mais chamou nossa atenção. Em tempo de seca e muita poeira, mesmo assim à predominância do cinza nesta paisagem, intercalavam-

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rio são Francisco Dupla de sertanejos tocando a boiada pela estrada esturricada, próximo a Sento-Sé, na Bahia

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-se espécies verdes, mais resistentes, como o mandacaru, o xique-xique, a imburana e a algaroba, entre outras, ou mesmo o umbuzeiro, que Euclides da Cunha chamou de “a árvore sagrada do sertão”, de rico valor alimentício, cobiçada pelos homens e pelo gado.

De Bom Jesus da Lapa a Petrolina, passando pelas históricas Paratinga, Ibotirama, Morpará, Barra, Xique-Xique, Sento Sé, Sobradinho e Juazeiro, quase mil quilômetros de contrastes. O verde cristalino da água do São Francisco que corria até aquelas paragens começa a dar os

primeiros sinais da proximidade do homem, tornando-se mais escura, principalmente ao encontrar com as do rio Grande, um dos seus principais afluentes, na cidade de Barra. A perda de matas ciliares, a erosão das margens e o consequente assoreamento são bem visíveis

por lá e um dos principais motivos da pouca navegabilidade do rio. Os antigos barcos a vapor, conhecidos como ´gaiolas`, semelhantes àqueles eternizados nos filmes ambientados no rio Mississipi, que durante anos foram o principal meio de transporte por aquelas bandas, agora jazem

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rio são Francisco

tres filhos de suas margens, como o compositor João Gilberto, natural de Juazeiro, na Bahia, que preferia dedilhar o violão a brincar com os outros meninos nas águas do rio, ou Alceu Amoroso Lima, o Tristão de Ataíde, que nem mineiro ou nordestino era, ou o mineiro Guimarães Rosa, cujos olhares estiveram voltados para o sertão em geral e, em especial, para o São Francisco, também fazem parte da história desse importante rio. “Do Nordeste para Minas corre um eixo que, não por acaso, segue o curso do São Francisco – o Rio da Unidade Nacional. A esse eixo o Brasil tem que voltar, de vez em quando, se não quiser se esquecer de que é Brasil.” Alceu Amoroso Lima “Gostaria de ser um crocodilo, vivendo no rio São Francisco... porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens.” João Guimarães Rosa

Na ´estrada de água` a balsa de São Romão para Bentópolis de Minas (MG), é apenas mais uma dentre dezenas que cruzam o São Francisco integrando a região

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alquebrados e abandonados pelas margens, dando lugar apenas a barcos pequenos que, até hoje, ainda levam e trazem gente, mantimentos e animais pelas pequenas comunidades ribeirinhas rio afora. eM cAdA PArAdA uMA hIsTórIA de vIdA Em Xique-Xique, Venceslau Rodrigues Carvalho, 21, filho de pescadores, sobrevive hoje como pintor. Casado com Adenice e pai de Pedro Henrique, 8 meses, e Anicassia, 5 anos, faz o

trajeto de cerca de duas horas e meia rio acima num desses barcos duas vezes por mês, para visitar a família da patroa no Alto do Silva, no município de Pilão Arcado, onde só é possível chegar de barco e nem energia elétrica tem. Das sete pessoas da família em idade produtiva, quatro trabalham nas obras da transposição. Geraldo Pereira da Paixão, 67, saiu de Catulé do Rocha, na Paraíba, com 18 anos e foi procurar vida melhor em Jericó, nos cafundós do sertão daquele Estado, mas ficou mesmo em Irecê,

na Bahia. Trabalhou muito, mas conseguiu comprar uma fazenda de 60 ‘tarefas’, que ele não conseguiu comparar em tamanho com as medidas mais conhecidas, mas com terra suficiente para dividir trabalho com seus dez filhos. Lá, eles plantam mamona, milho e feijão de corda, mas ganham o sustento mesmo ‘emprestando’ a terra para empreiteiras, que retiram cascalho para aterros residenciais. Mas não são apenas incógnitos que fizeram, e fazem, a vida pelas margens do São Francisco afora. Ilus-

Assim segue a vida pelas margens do São Francisco. Do passado longínquo de dez mil anos atrás – há provas da presença humana nas suas margens datadas dessa época –, do passado recente de poetas, músicos e historiadores, até o presente da multidão incógnita de pescadores, boiadeiros, artistas e artesãos que, de uma forma ou de outra, vivem das águas do Grande Rio, flui toda a história de um povo, pulsa o coração do País. Nessa toada intensa, onde cada quilômetro rodado revelou uma história de vida, chegamos a Petrolina, do lado de cá do rio, que tem a segunda maior população e o maior PIB do in-

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rio são Francisco

Assoreado, o São Francisco não é mais navegável pelas antigas Gaiolas, substituídas agora por embarcações menores, de menor calado, que fazem o transporte pelas vilas mais distantes rio afora

Petrolina e Juazeiro (letra e música de Jorge de Altinho) Na margem do São Francisco, nasceu a beleza E a natureza ela conservou Jesus abençoou com sua mão divina Pra não morrer de saudade, vou voltar pra Petrolina Do outro lado do rio tem uma cidade Que em minha mocidade eu visitava todo dia Atravessava a ponte ai que alegria Chegava em Juazeiro, Juazeiro da Bahia Hoje eu me lembro que nos tempos de criança Esquisito era a carranca e o apito do trem Mas achava lindo quando a ponte levantava E o vapor passava num gostoso vai e vem Petrolina , Juazeiro, Juazeiro, Petrolina Todas duas eu acho uma coisa linda Eu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina

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rio são Francisco 24

Nossa Palio Adventure em Cabrobó (BA), ao lado do ponto de partida do eixo norte das obras de transposição do São Francisco

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terior de Pernambuco, de onde pode se ver, do lado de lá do rio, Juazeiro, na Bahia. Banhados pelo rio São Francisco, juntos, os dois municípios formam o maior aglomerado urbano do semiárido nordestino, o segundo maior polo vitivinicultor do Brasil e maior exportador de frutas do País. E foi lá, em Petrolina, que conhecemos uma das figuras mais marcantes da viagem, o ´seu` Roque Rocha, de 52 anos, mais conhecido como Rock Santeiro, artesão de mão cheia, especializado em esculpir imagens sacras. Natural de Afrânio, no extremo norte de Pernambuco, veio cedo para Petro-

lina, onde vive até hoje de sua arte, que já mostrou até em exposições internacionais. Com a visão e desenvoltura que só as viagens podem proporcionar, ‘seu’ Roque discorre com facilidade sobre seu trabalho e sobre as benesses e mazelas do rio São Francisco. Sobre seu trabalho ele diz: “Só uso umburana morta, que sobra das queimadas; não corto madeira viva para esculpir”, completando o assunto dizendo que a imagem mais difícil de fazer é a de São Jorge guerreiro lutando contra o dragão. “Fazer imagem de santo parado, com suas túnicas lisas, é fácil; di-

fícil é dar vida e movimento ao santo, ao cavalo e ao dragão.” E quando o assunto é a tal da ´transposição`, ele larga o formão, olha sério e diz:

vrinho de cordel feito em sua homenagem por José Francisco Borges, onde logo no primeiro verso de um total de 38, diz:

“A água é de Deus para matar a sede e a fome dos homens; o São Francisco tem muita água, que nunca vai acabar... dá pra dividir com todos os nordestinos... .”

“Eu estava na Fenearte Encontrei Roque Santeiro Ele é muito divertido Bom colega e companheiro Tem acesso de loucura Mas é mestre verdadeiro”

E na despedida, como um simpático marco do final da visita e rumo ao término da viagem, Rock Santeiro oferece, orgulhoso, um exemplar do li-

E segue, esbanjando poesia, como o próprio rio Opará-São Francisco quando desagua manso no mar de Alagoas.

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Na capital pernambucana, exposição idealizada por Ronaldo Fraga terá quinze ambientes. Mostra tem o patrocínio da Fiat

D

epois de passar pelas capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e pelas cidades de Ipatinga, Montes Claros e Pirapora, as três em Minas Gerais, a mostra “Rio São Francisco Navegado por Ronaldo Fraga” foi aberta ao público de Recife no dia 6 de novembro, no Santander Cultural. A montagem de caráter cultural-educativo inclui 15 ambientes com arte contemporânea, ilustrações, vídeos, instalações interativas e roupas e tem como objetivo levar ao público um pouco da riqueza do São Francisco a partir do olhar particular do estilista Ronaldo Fraga. “Um dos pontos mais bacanas é a participação de representantes de diferentes vetores, como a do ator Wagner Moura e da jornalista e fotógrafa Sandra Delgado, esposa de Moura; e da queridíssima Maria Bethânia, que aceitou meu convite para declamar ‘Águas e Mágoas do Rio São Francisco’, de Drummond”, revela. Uma vez em Recife, a novidade fica por conta da participação do artista Leo Santana, responsável pela criação do espaço “São Francisco e as Carrancas” com peças desenvolvidas junto à comunidade da Bomba do Hemetério. A pesquisa feita pelo artista permeia vários tempos dos carranqueiros do Velho Chico e inclui nomes como Afranio (século XIX), Guarany, Domingos Lopes e, posteriormente, Ana

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das Carrancas. “A instalação das carrancas em papel e cola vai ao encontro da concepção inicial do projeto, que é a de integrar novos ambientes a cada cidade, com novos formatos de

acordo com a estrutura e a cultura locais. Agora será a primeira vez que a mostra será verticalizada, com a evolução de um rio fluindo de baixo para cima”, brinca o estilista.

Roupas que falam. Vestidos que podem ser abraçados para ouvir a voz do rio, representada por Maria Bethânia, que declama o poema “Águas e Mágoas do Rio São Francisco” de Carlos Drummond de Andrade

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na Mídia

rio são Francisco

Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga chega ao Recife

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na Mídia

erraTa

rio são Francisco

Marcos Michael

Na parede feita de malas antigas, fotos de Marcel Gautherot, do acervo do Instituto Moreira Salles, e vídeos produzidos pelo projeto “Cinema no Rio São Francisco” retratam um tempo repleto de nostalgia

Gianne carvalho

Ambiente retrata o encontro do Chico com o mar em cardumes de peixes de garrafas pet

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A chegada da exposição à capital pernambucana é também uma resposta às solicitações vindas de diversos pontos da região Nordeste. “Estamos muito felizes com a abertura da exposição em Recife, que não deixa de ser uma forma de aproximar a leitura que tenho do São Francisco de todos os estados nordestinos que demonstraram interesse pelo conteúdo da mostra”, conta. O coordenador das unidades de cultura do Santander, Carlos Trevi, acrescenta que a mostra aposta na valorização da cultura regional e na reflexão sobre as questões que envolvem o meio ambiente deste que é um dos mais ricos ecossistemas do Brasil e que tem importância fundamental

para o desenvolvimento de Pernambuco. “Ficamos muito satisfeitos em realizar esta parceria com a Fiat, patrocinadora da iniciativa, e o Ronaldo Fraga”, conclui. hIsTórIAs, surPresAs e eMoções sobre o são FrAncIsco A ideia de montar uma exposição sobre o rio nasceu em 2008, durante viagem a bordo do vapor Benjamim Guimarães — o único do gênero ainda em atividade no mundo. Na ocasião, o estilista reunia referências para a coleção “São Francisco”, desfilada no São Paulo Fashion Week, na temporada primavera/verão 2008/2009, e exposta no Museu de Arte Contemporânea de Tóquio. “Ao navegar por suas águas durante a pesquisa, me deparei, na prática, com essa fonte de vida e riqueza que ele nos oferece. Também comprovei o que afirmavam os ribeirinhos quando diziam que quando se bebe da água do Velho Chico ele nunca mais sai da gente. Foi esse envolvimento — iniciado quando criança, nas pescarias do meu pai em Pirapora — que me fez transformar o desfile em exposição, dois anos depois”, explica Fraga.

As fotos publicadas no ensaio Missa do vaqueiro, uma ópera sertaneja, na edição 117 da Mundo Fiat, são de autoria do fotógrafo Marcos Michael

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Fotos Ignácio costa

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Grão Mogol renasce no

presépio feito de pedras

A ideia de se fazer, de uma cidadezinha mineira do século XVIII, o palco do natal de todos os dias, leva à redescoberta de um país exuberante em montanhas, cachoeiras, pássaros e flores.

POR vALérIo FAbrIs

E Ao conhecer o presépio de Grão Mogol, o padre alemão Bertram Pricelius, da Arquidiocese de Berlim, garantiu que é o maior do mundo, sem contar o fato de ser permanente e a céu aberto

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sta é a história de um empresário que, aposentado, regressou ao seu lugarejo, situado a 830 metros de altitude, em um dos ramos da Cordilheira do Espinhaço, no norte de Minas. Comprou um pedaço de morro rochoso, na rua principal. Lá ergueu um presépio a céu aberto, que, desde a inauguração, há quase um ano, já recebeu trinta mil visitantes. Ou seja, seis vezes mais

do que a população local. A cidadezinha vem do garimpo de diamantes, na segunda metade do século XVIII. Depois ficou meio esquecida. Agora, uma Grão Mogol bem preservada abre os braços para os novos tempos do turismo religioso, cultural e ecológico. Lúcio Bemquerer investiu sem esperar nada mais em troca, a não ser assistir, a cada amanhecer, ao renascimento de sua terra natal.

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Quando Lúcio Bemquerer resolveu se aposentar, tomou também a decisão de retornar de vez ao seu lugar de nascimento, do qual esteve ausente durante vinte anos consecutivos. Ele deu por encerrada a sua vida de executivo e empresário (ver o texto A volta ao chão da infância, na página 41), à qual se dedicou inteiramente, desde que se formou em sociologia e economia, respectivamente em 1964 e 1968, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mas firmou consigo mesmo um compromisso: o de não parar de trabalhar. Estava certo de que só haveria uma causa que o entusiasmaria a novas empreitadas: o futuro de Grão Mogol, mas um futuro que começasse logo. Foi por isso, afinal, que resolveu virar a mesa, largando para trás a rotina do mundo dos negócios, à qual era mais do que familiarizado. Vendeu o apartamento do Rio e a casa de Belo Horizonte. Comprou uma casa centenária de frente para a Serra de Grão Mogol. Em um estalo, veio a ideia do presépio. Em Grão Mogol, por onde os olhos passeiem, há montes e montanhas, vegetação rasteira e arbustos retorcidos, pedras que emergem da terra e pedras que mergulham nela, chapadões e vales, córregos e ribeirões. Lúcio contemplava, do fundo do quintal, a um milímetro de uma perambeira, a geografia da infância. Sem mais nem menos, fixou a vista morro abaixo. Um nicho rochoso. É ali. Um presépio. Comprou o terreno. Quatro lotes. Viu que não dava. Comprou mais dois lotes. O que esse homem quer com isso?, perguntavam. Perdeu o juízo? Tinha pensado em apresentar ao Ministério da Cultura um projeto de renúncia fiscal. Vai demorar. Sabe de uma coisa, o dinheiro da casa de Belo Horizonte, resolve o problema. Pegou um complemento no Banco do Brasil. Em outubro de 2011, o presépio estava pronto. A obra levou oito meses.

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Aguardou que se concluísse a construção do primeiro hotel de Grão Mogol, o Paraíso das Águas, com 34 apartamentos. Aí, sim, marcou para 9 de dezembro a inauguração do Presépio Natural Mãos de Deus. Mais de trinta mil visitantes passaram por lá desde então. Gente vinda da vizinha Montes Claros, do sul da Bahia, do interior paulista, do Paraná, de Santa Catarina. De Minas, então, nem se fala: Dores do Indaiá, Mar de Espanha, Aiuruoca, Catas Alta da Noruega, Poços de Caldas, Uberlândia, Almenara, Juiz de Fora. Desembolsou R$ 750 mil, que, se vierem de volta, está bom. Ele não conta com isso. A obra foi uma pedreira. Terreno íngreme, uma escarpa em uns 40 graus. Área de 3,6 mil metros quadrados, com a seguinte metragem: 72 de frente, 50 de fundo, 30 de altura. De ferro para os corrimões, um quilômetro e meio. Das pedras para piso, tipo as de São Tomé, todas elas extraídas em Grão Mogol, 1,5 mil metros quadrados. Encomendou 80 caminhões de pedras, para a edificação de muros e paredes. O cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo rezou missa. Foi em maio deste ano, dia 12. Quatro mil pessoas, lotando a área do presépio e toda a rua que a ele dá acesso. Humberto Mota, presidente do Conselho Superior da Associação Comercial do Rio de Janeiro, também conheceu o presépio, junto com o empresário Roberto Fagundes, presidente da Associação Comercial de Minas, o advogado José Romualdo Cançado Bahia e o jornalista Lindolfo Paoliello. O padre alemão Bertram Pricelius, da Arquidiocese de Berlim, esteve no presépio, em companhia do monsenhor José Osanan de Almeida Maia, chanceler da Arquidiocese de Montes Claros. Para que não se tenha a sensação de que o ingresso é de graça, cobram-se dois reais. Caso apareça alguém que não tenha, entra do mesmo jeito.

Situada próxima a Montes Claros, em uma das serras da Cordilheira do Espinhaço, Grão Mogol, a 550 km de Belo Horizonte, é a mais setentrional das cidades históricas de Minas Gerais, nascida do garimpo de diamantes

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São quinze os personagens do presépio, esculpidos em pedra sabão ou moldados em cimento, com armação interior de ferro. Obras artísticas dos mineiros Édson Novaes e Antônio da

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Silva Reis. A etimologia aponta para o latim “praesaepium”: o lugar onde se recolhe o gado, estábulo. Foi São Francisco de Assis o criador do presépio, do jeito que o conhecemos. A manjedoura

(segundo o Dicionário Aurélio, tabuleiro em que se põe comida para os animais nas estrebarias), os reis magos, o burro, o boi, a ovelha, o galo, a sagrada família. Por isso, Lúcio Bemquerer in-

clui no presépio o seu autor. A escultura de São Francisco já chegou. Ficará no recanto dos pássaros, com comedouros e bebedouros. O santo é patrono dos animais e do meio ambiente.

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muradas e as ruas da cidade, em grande parte, feitas com pedras redondas, lisas como uma batata, permaneceram sãs e salvas. É cristão de crer e respeitar, sem liturgias e penitências. O presépio não veio, diz ele, de um acendimento místico. Há sala para preces, com a imagem de Nossa Senhora das Graças. Há espaço para meditação, sem imagens. Nele, assentos feitos de troncos de eucalipto, diante de uma cascata em que a água escorre entre seixos. Mais do que a afirmação de que qualquer fé vale à pena, o presépio de Grão Mogol envia a mensagem da unidade ecumênica, em comunhão com a divina natureza.

Ele não tirou ou cortou do terreno uma rocha sequer. Todas incólumes, tal e qual as encontrou na área recém-comprada. Caminhou por entre elas, contornando-as, desviando-se de uma e de outra. O mestre de obras seguiu Lúcio, marcando aquela que seria a passarela com pedras de São Tomé. Quis boa largura, do jeito que dois cadeirantes pudessem folgadamente se cruzar, um subindo, outro descendo. Para que mexer? “As pedras estão em harmonioso desalinho”. A frase tornou-se o mantra do Lúcio. Quando anunciou a compra de pedras para erguer muros e paredes, avisou. “Só compro as que estiverem largadas a esmo, por aí, em fundos de terrenos e nos campos”. Saiu como combinado. As

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A volta ao chão da infância

De onde veio e onde está a cidade dos diamantes Grão Mogol, a mais setentrional das cidades históricas mineiras. Ou seja: é a que se situa mais ao norte do Estado, em um fim de linha. Está localizada em uma das serras da Cordilheira do Espinhaço, a 830 metros de altitude. Os primeiros colonizadores a chegarem lá foram os da expedição de Francisco Bruzza Espinosa, em 1553. O bandeirante Fernão Dias Paes, que revirou o Brasil atrás de esmeraldas, sem encontrá-las, também vasculhou a região. O que havia mesmo nos cursos d’água e, às vezes, no topo das montanhas, eram pequenos diamantes, que receberam o apelido de olhos de mosquito. Foi na procura deles que centenas de garimpeiros e aventureiros, principalmente paulistas e baianos, se espalharam pelas terras altas e baixadas de Grão Mogol.

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O que ficou da onda garimpeira, ocorrida em fins do século XVIII, foi uma cidadezinha, hoje com 5,4 mil habitantes na sede e outros 9,6 mil na área rural, segundo dados de 2010, da Fundação João Pinheiro. Tem um microclima de montanha, com temperatura média em torno de 20 graus. O período mais frio e seco é de junho/ agosto, com média mínima de 11 graus. A época mais chuvosa e quente estende-se de novembro a janeiro, com média máxima de 28 graus. Mas as casas de pedra, construídas pelos escravos, espalham por Grão Mogol o frescor de água na moringa. As opções para o esporte e o lazer nos ambientes naturais são variadas, sobretudo ao longo do rio Itacambiraçu: cachoeiras, corredeiras, remansos, praias fluviais, cânions, trilhas propícias às caminhadas, ao ciclismo

e ao montanhismo. A altitude máxima é de 1344 metros. A vegetação varia entre o cerrado e a caatinga, com ocorrências de afloramentos rochosos e lapas (abrigos de pedras, às vezes em formas de lajes). Para se chegar a Grão Mogol, partindo-se de Belo Horizonte, é preciso ir a Montes Claros pela BR-040 e, depois, pela BR-135. Em Montes Claros, ruma-se na direção de Salinas, na BR251. Após 67 km, entra-se, à direita, na rodovia estadual MG-307, aliás o trecho de melhor pista, sinalização e trafegabilidade. No total, é uma viagem de 550 km. A opção mais prática é voar uma hora, de Belo Horizonte, nas asas da Trip. Do aeroporto de Montes Claros a Grão Mogol são 140 km. Há, na cidade de pedras, o hotel Paraíso das Águas, recém-inaugurado e com acomodações bem confortáveis.

o empresário Lúcio bemquerer, 74 anos, decidiu se aposentar em 2009. deu por encerrada uma trajetória profissional que incluiu atividades como as de consultor especialista em sudene, membro dos conselhos da Petrobras e do sebrae, presidente da Associação comercial de Minas. Quis voltar à sua pequena cidade, da qual se afastara, por completo, havia vinte anos, sem revê-la uma única vez. viveu integralmente em Grão Mogol até os 12 anos de idade, mudando-se, então, para Montes claros e, a seguir, para belo horizonte. Pois, chegou o dia em que encerrou a carreira de empresário, reincorporando-se à comunidade de infância. “eu desejava fazer alguma coisa por Grão Mogol, mas ainda não sabia o quê. Queria algo capaz de trazer à tona, de forma perene, suas riquezas humanas, culturais e ambientais”. comprou e restaurou uma casa centenária. construiu um anexo, que veio a ser a copa e cozinha, com janela de vidro aberta para a serra de Grão Mogol. na paisagem, as pedras afloram da terra, misturando-se ao verde da vegetação rasteira. Até mesmo no espaço da copa e cozinha, uma pedra brota do piso. “Fiz a obra, mas deixei a pedra”, diz ele. nos fundos da casa, há o quintal, com retorcidas árvores do cerrado. Lúcio bemquerer conta que, em uma das divagações sobre o que fazer por Grão Mogol, viu que as pedreiras vizinhas à sua casa se pareciam com um presépio natural. em fração de segundo, ele mesmo contrapôs: “não, não parece um presépio”. e arrematou: “já é, naturalmente, um presépio”.

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As marcas do Grupo Fiat na região norte de Minas A pequena Grão Mogol está no norte mineiro, região que tem em Montes claros a cidade-polo. o desenvolvimento do norte, bem como do contíguo território compreendido pelos vales do Mucuri e do Jequitinhonha, é um dos principais desafios do governo estadual. Trata-se de extensa área geográfica, que encosta no norte do espírito santo e sudeste da bahia, com 2,5 milhões de habitantes. o Grupo Fiat contribui para o novo impulso desse amplo pedaço de Minas. A case new holland (cnh) investirá em uma fábrica, em Montes claros, que produzirá tratores e máquinas para a construção. Percebem-se as marcas do Grupo Fiat nos mais diversos lugares da região. A presença Fiat já se manifesta na viagem de belo horizonte a Grão Mogol. Logo que o avião da Trip pousa em Montes claros, o trator cnh (foto 1) puxa a aeronave à vaga de desembarque. o caminhão-tanque (foto 2), da Iveco, reabastece o turboélice. retirada a bagagem, toma-se o volante do novo Adventure em direção a Grão Mogol. bem na entrada da cidade, cuja área urbana é mantida cuidadosamente limpa, sob a administração do prefeito Jéferson Augusto Figueiredo (PP), veem-se duas ambulâncias (foto 3) com a marca Fiat, no pátio do hospital. Grão Mogol tem 64% da população na área rural. no país, a proporção de residentes no campo é de 16%. Assim, a Polícia Militar precisa de um uno Mille (foto 4) para vencer os estreitos e pedregosos caminhos de Grão Mogol.A limpeza da cidade é feita com caminhões Iveco (foto 5). A Iveco também diz presente à educação, transportando os alunos para as escolas do município (foto 6). A habitação melhora. o Fiat Adventure (foto 7), estacionado na frente da casa em construção, indica o padrão que a família de Grão Mogol projetou para seu novo lar.

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O nome Grão Mogol seria alusão a um enorme diamante encontrado na Índia. Ou seria corruptela de uma expressão dos sofridos tempos da garimpagem sol a sol: “grande amargor”. A data em que a vila surgiu, o período em que se deu o auge da mineração, quando a igreja começou a ser construída. Quem saberá? O fascínio está no mistério. Na cidade não há miseráveis; nem ricos. A agricultura, só a da subsistência imediata. Há córregos, riachos, ribeirões. Há o rio que se precipita velozmente e, mais adiante, sossega. Águas do subterrâneo são superlativamente preciosas onde se escancara o semiárido.

O comércio da cidade tem uma fartura franciscana, mas não se deixa de abastecer o carro, de se jogar na loteria, de se comprar a roupa e os mantimentos. Em que mais o povo trabalha? Extraem-se pedras, como as de São Tomé. A garrafa de água mineral é dali mesmo. A prefeitura emprega; o Estado também. Aposentados. Bolsa Família. Surgiu o hotel, de 34 apartamentos. Constrói-se outro, um pouco menor. Guias turísticos: ocupação em alta. Até o ano que vem, a escola técnica, extensão da Universidade Estadual de Montes Claros. É o recomeço da história de Grão Mogol, com data certa e fato bem conhecido: 9 de dezembro de 2011, inauguração do presépio.

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O vigário Geraldo Magela Rodrigues Ruas celebra a missa na Igreja Matriz de Santo Antônio, que teria sido construída na primeira metade do século XIX

Desempenho perfeito do Fiat Adventure nas acelerações de ultrapassagem. Bela segurança, sobretudo no tráfego pesado da BR-251. Além das fotos desta reportagem, há outras, destinadas a uma futura edição da Mundo Fiat. São de cânions, cachoeiras, praias fluviais. O potente Fiat Adventure, com suspensão alta e reforçada, superou todos obstáculos. O fotógrafo Ignácio Costa, também. (Valério Fabris). (Valério Fabris)

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a maior festa religiosa de São Paulo A festa em homenagem à Madonna que não foi pintada pela mão humana é um marco cultural e religioso na história da maior cidade brasileira

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Fotos oliviero Pluviano

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Nossa Senhora Achiropita,

o festejo religioso maior, mais apinhado e solene de São Paulo. A Festa de Nossa Senhora Achiropita dura um mês inteiro e atrai centenas de milhares de pessoas no bairro do Bixiga, aquele que ficou mais tipicamente italiano da capital paulista, com suas cantinas, onde são servidas as especialidades características da Itália de antigamente, com seus sobrados tombados desde 1991, construídos à imagem e semelhança das casinhas das vilas italianas pelos mestres-de-obras que chegaram ao Brasil com a primeira

imigração. As canções napolitanas fazem parte indelével das lembranças vivas deste pequeno pedaço da cidade, que é parte do bairro maior Bela Vista, sobre uma colina parecida com as montanhas calabresas cheias de árvores e de sol. Os primeiros habitantes são os oriundos da Calábria, a ponta da bota italiana. Chegaram no fim de 1800, ocupando uma chácara destinada ao isolamento dos contaminados pela varíola, de onde o nome bexiga – nome dado às bolhas na pela que caracterizam a doença. Não tinham conseguido

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culTura A imagem da Madonna com o Menino, de gesso, foi trazida da Itália pelos próprios imigrantes

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se acostumar com a dura vida nas plantações de café, onde os italianos haviam praticamente substituído os negros libertados com a Lei Áurea de 1888. Tinham vindo a São Paulo para ser negociantes. Deve-se a eles o embaraçoso, mas simpático nome de “carcamanos” dado pelos paulistanos a todos os italianos, porque calcavam a mão na balança escondidos dos clientes para aumentar o peso da mercadoria vendida. O Bixiga sempre foi um cadinho de raças diversas: os calabreses rivalizavam com os moradores da Apúlia, no salto da península, e os afro-brasileiros libertos entremeando essa estirpe europeia, dando brilho a toda a comunidade com sua música e seus ritmos. Não é por acaso que nasceu no Bixiga a escola de samba Vai Vai, uma das mais famosas da tradição carnavalesca paulistana, e que o bairro é atravessado de ponta a ponta pela Rua 13 de Maio, que celebra a data da abolição. A festa da Madonna Achiropita vem desde 1926, quando foi construída a igreja com o mesmo nome por intervenção de Don Orione, o celebre padre italiano beatificado por João Paulo II em 1980. Ele veio duas vezes ao Bixiga, em 1921, quando foi consagrada uma capelinha que mais tarde se transformaria no grande templo da Achiropita, e depois em 1937. A igreja atual apresenta uma arquitetura bizantina, que evoca a cultura dominante da Itália meridional. A imagem da Madonna com o Menino, de gesso, foi trazida da Itália, de navio, pelos próprios imigrantes. A história da Achiropita (do grego “pintada sem mão’’) perde-se na noite dos tempos. Narra-se que em 580 depois de Cristo um capitão de navio de nome

Maurizio prometeu à Madonna, durante uma violentíssima tempestade, que se Ela o salvasse ele construiria um santuário em sua homenagem. Este marinheiro mais tarde tornou-se rei da zona de Rossano Calabro. “Ele quis fazer uma imagem de Nossa Senhora para a igreja que construiu”, relatam as palavras de Armandinho Puglisi, o personagem mais emblemático do Bixiga, falecido em 1994, recolhidas em um livro pelo jornalista Júlio Moreno. “Esse rei contratou um artista e lá tinha uma gruta. Tudo o que o artista fazia de dia, à noite sumia. O artista desenhava a santa, chegava de manhã e não tinha mais nada. Era uma gruta e um dia entrou uma mulher muito bonita. E como ela estava demorando para sair, o porteiro foi olhar e quando ele chegou estava a imagem pronta. E o porteiro começou a gritar: “achiropita, achiropita’’, que em grego, acho que era esse o idioma que eles falavam lá, significa não feita pela mão do homem. Daí o nome’’. Das memórias de Armandinho do Bixiga, que criou numa casa dos anos ‘20 na Rua dos Ingleses um verdadeiro museu do bairro, temos um corte da vida deste lugarejo tranquilo no meio de uma megalópole gigantesca e infernal, que tem características excepcionais, únicas no Brasil. Foi dele a ideia do maior bolo do mundo, que começou em 1988 para o dia 25 de janeiro, aniversário da fundação de São Paulo. “O maior bolo do mundo este ano teve 459 metros de comprimento, exatamente o número de anos que a cidade celebrou. “Foram 12 toneladas de bolo”, testemunha Walter Taverna, 78 anos, amigo de infância de Armandinho e dono da Cantina Concetta, que ele fundou 48 anos atrás. “São necessários sete dias para fazer este doce e em sete segundos ele desaparece totalmente, engolido pela população. É impressionante. Mas aqui no Bixiga fazemos também um filão de pão de 600 metros, todo dia 12 de outubro, Dia das Crianças: praticamente é um sanduíche de mortadela. E uma pizza retangular de 454 metros no Elevado Costa

e Silva, que já é recorde mundial. É feita já há sete anos no dia primeiro de maio, a Festa dos Trabalhadores”. Walter, um homem pequeno mas com grandes projetos para o bairro, lembra quando pelo Bixiga circulavam habitualmente Adoniran Barbosa, Clementina de Jesus, Nelson do Cavaquinho, Garrincha, e mais recentemente Rubens Barrichello e Benedito Ruy Barbosa. E cita um refrão imortalizado na marcante voz de Thobias da Vai Vai e composto por Geraldo Filme: “ Quem nunca viu o samba amanhecer vai no Bixiga para ver”. A Festa da Achiropita, em sua 86ª edição, tem seus pontos altos nos sábados e nos domingos de agosto, à noite, quando não se consegue andar por causa da multidão circulando entre as barracas de culinária italiana nas quais trabalham mais de mil voluntários. “A fogazza é o carro chefe da festa”, afirma José Gardin, descendente de vênetos, 69 anos, há 34 anos voluntário da Achiropita. “É feita com um segredo que as mamme não querem revelar. Com farinha, fermento, recheio de mozzarella e tomate, uma polvilhada de orégano, mas com aquele algo a mais. Depois a massa é frita. Outra especialidade da festa são os espaguetes feitos à mão com o molho especial da nonna: vendem muito porque é um prato muito bom. O mistério está nos temperos mas as mulheres não falam disso: é um segredo esse também”. São necessárias

12 toneladas de massa e dez mil litros de vinho para realizar a festa de acordo com as expectativas. Mas toda a celebração, que tem seu ato principal na procissão de 15 de agosto, dia da Assunção da Virgem Maria, é uma grande quermesse. Além da tradicional gastronomia italiana que inclui também pizzas, polenta, pimentões, penne, doces típicos, linguiça calabresa, berinjela, e muitos tipos de pão, tem as brincadeiras como o chute a gol e o tiro ao alvo nas latas, e uma rifa que tem como prêmio final um carro Palio novo em folha oferecido pela Fiat. “A festa em si tem um fundamento”, prossegue Gardin. “Certamente se quer manter o povo nas tradições italianas, mas o intuito da solenidade é ocupar-se da fé, fazer com que as pessoas acreditem em Nossa Senhora. Porém, a festa é importantíssima também pela renda arrecadada em favor das obras sociais do bairro. Cuidamos de 450 crianças e adolescentes necessitados, com idade de 7 a 17 anos, e temos uma creche com 198 crianças de quatro meses a quatro anos. Temos também um espaço de acolhida para homens e mulheres de rua com café da manhã e almoço. Todos os dias recebemos cerca de 190 pessoas. E ainda temos 130 pessoas da terceira idade. Este é o trabalho da festa da Achiropita: arrecadar em um mês para poder tocar a obra por um ano”. Julio Moreno, importante expoente da

Na festa encontramos grande oferta da tradicional gastronomia italiana, que inclui fogazza, polenta e doces típicos

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TV Cultura e ex- dirigente do jornal Estado de São Paulo, é um grande conhecedor do Bixiga e um aficionado da comunidade que congrega não apenas os descendentes de italianos, que dão fama ao bairro, mas também os negros, os portugueses e os nordestinos, igualmente com presença marcante na área. ‘’Algo comovente, de arrepiar mesmo, é a última noite”, observa. “Assim que a procissão da imagem da santa pelas ruas do bairro termina, em seu retorno para a igreja ela passa pela can-

Além de brincadeiras a festa oferece uma rifa que tem como prêmio final um Palio zero quilômetros oferecido pela Fiat

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tina que funciona no salão paroquial da igreja durante a festa. Nesse momento, as luzes se apagam, todos os presentes acendem uma vela e o andor percorre todos os corredores das mesas. O hino em homenagem à Achiropita domina o ambiente. Não são poucos os fiéis que vão às lágrimas no momento em que a imagem de manto azul, que carrega o Menino Jesus coroado, deixa o salão para voltar ao seu altar....” A comunidade é compacta e enfrenta corajosamente e com uma extraordinária unidade todos os desafios que aparecem. “Havia uma amizade muito grande entre

as famílias”, pode-se ler ainda nos contos do inesquecível Armandinho”. “A única grande rivalidade que teve aqui no Bixiga foi que os calabreses trouxeram a Nossa Senhora Achiropita e ali perto, na Apúlia, tem uma cidade chamada Cerignola de onde os habitantes trouxeram para São Paulo a Nossa Senhora de Ripalta. Então no Bixiga teve até morte por causa disso. Um filho da Ripalta não podia casar com uma moça da Achiropita. Era morte. Um não podia ver o outro para nada. Essa foi a única grande rivalidade’’. Armandinho lembrava as colchas que eram penduradas nas sacadas de casa em honra da procissão da Virgem Achiropita. ‘’O primeiro padre que veio para ser pároco depois de 1926 foi o padre Carlos Alferano, um neurótico de guerra”, relata um trecho de suas últimas memórias mantidas pela esposa, Lela, falecida um neste ano. “As pessoas eram obrigadas a beijar a mão dele quando o via na rua. Ele então enfiava a mão no bolso e dava um santinho. Esse padre falou que se ele pusesse o nome da igreja de Achiropita, ele perdia o apoio do cerignolanos. Se ele punha o nome de Nossa Senhora de Ripalta, os calabreses matavam ele. Então ele, vivaldino, batizou a igreja com o nome de Paróquia São José do Bixiga. Mas sempre no altar principal ficava Nossa Senhora da Achiropita. Se você for hoje lá, vai ver que do lado esquerdo do altar-mor está Nossa Senhora de Ripalta, que os calabreses deixaram “de favor”. Os italianos lutaram, lutaram, lutaram, e em 1940 eles conseguiram transformar o nome da igreja para a Achiropita. E veja a força que tinha um padre. Esse padre Alferano ficou como pároco da igreja até 1942. Só foi afastado porque, quando o Brasil entrou na guerra, ele fazia discurso impondo o Eixo na igreja: “Viva Mussolini, viva Hitler, nós vamos ganhar essa guerra”. Daí o clero pegou e levou ele para um asilo no Rio’’. Em 2013 haverá uma grande celebração no Bixiga pelo centenário da chegada dos primeiros padres orionitas no Brasil.


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O belo e diverso horizonte

do design brasileiro IV Bienal Brasileira de Design invade os espaços de cultura de Belo Horizonte e enche os olhos dos mineiros de formas, contornos, traços e muita arte

POR dAnIeL rubens PrAdo

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urante mais de um mês, Belo Horizonte transformou-se na capital-sede do design. Tudo por causa da IV Bienal Brasileira de Design, realizada entre os dias 19 de setembro e 31 de outubro. Patrocinado pela Fiat Automóveis, o evento se espalhou pelos principais pontos culturais da cidade – Palácio das Artes, Escola Guignard, Museu de Artes e Ofícios, Serraria Souza Pinto, Museu das Minas e do Metal e a Casa Fiat de Cultura. Com curadoria geral de Maria Helena Estrada, o tema da Bienal deste ano foi a “Diversidade Brasileira”. As galerias do Palácio das Artes receberam a mostra “Da mão à máquina”, que expôs o design, desde o artesanato aos métodos mais modernos da indústria, explorando

a tecnologia de ponta. Atentos ao vasto e criativo horizonte brasileiro, os organizadores do evento priorizaram a vertente da megadiversidade dos recursos naturais, somada ao olhar econômico e produtivo. Diversas instituições, profissionais, pesquisadores, empresas e entusiastas da arte e do design participaram da Bienal, potencializando a imagem do produto nacional no exterior, trocando experiências, interagindo e compartilhando ideias. Na mesma pluralidade, a Casa Fiat de Cultura abrigou a mostra “Design

de carros no Brasil: rupturas e inovações”, onde se pôde conferir a visão histórica da evolução do design automobilístico brasileiro.

Novo Palio, grafitado pelos jovens do Árvore da vida

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ruPTurAs e InovAções do cArro brAsILeIro “Design de carros no Brasil: rupturas e inovações” foi uma das principais mostras da IV Bienal de Design. Com curadoria de Paulo Nakamura, arte e técnica misturaram-se num ambiente preparado para instigar o debate sobre a relação do design com a produção automobilística e as expressões artísticas. A mostra foi marcada pelo colaborativismo, permitindo diferentes formas de interação e produção de forma coletiva. Um exemplo disso foi o novo Palio, que foi grafitado pelos jovens do Árvore da Vida, projeto social da Fiat, norteado por valores como a valorização da vida, a transformação, a prosperidade, a autonomia do ser humano e a sustentabilidade: “Os jovens do Árvore da Vida fizeram o grafite no novo Pálio dentro do tema da mostra, e falaram um pouco sobre a interação do automóvel com o ambiente em que eles vivem. No caso, retrataram a hora do rush”, explicou o curador. Outra novidade foi a reprodução da Casa Mio, onde está sendo elabora-

do o Fiat Mio, primeiro carro feito de forma colaborativa: “Fizemos um site - fiatmio.cc - e perguntamos às pessoas o que elas esperavam de um carro do futuro. Em cima de tudo o que elas falaram, começamos a formatar um carro, que é o Fiat Mio”, disse Paulo Nakamura, anunciando que o Fiat Mio será exposto no 27º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, entre os dias 24 de outubro e 4 de novembro, no Anhembi.

Reprodução da casa Mio, espaço de elaboração do Fiat Mio

AZuLeJos, vIdeoArTe, TrAnseunTes Além da coletividade, artistas renomados também expuseram suas obras nas dependências da Casa Fiat. Como Máximo Soalheiro, que apresentou a relação com a azulejaria tipográfica, a partir do desenvolvimento de cores e tons, baseados nos minerais de Minas Gerais. Sua obra foi exposta na lataria, nos tecidos e nos acabamentos internos do Novo Uno. O mineiro Cao Guimarães, um dos mais importantes nomes da videoarte brasileira, apresentou “Memória” (2008), onde presente, passado e futuro se unem na imagem em movimento, capturada através do pára-brisa de um carro que percorre uma estrada de uma ilha grega. O filme foi gravado em plano-sequência e revela

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culTura Objetos do espaço da V Edição do Prêmio IDEA Brasil

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a imagem por vir, aquilo que está na frente, além do que já passou, que é o que se pode ver pelo retrovisor. A paulista Cris Bierrenbach também brilhou na mostra, com o vídeo em que revela a sutileza do olhar de um transeunte anônimo que, de bicicleta, se coloca em confronto com a agressividade do trânsito na São Paulo, infestado de sonâmbulos na direção. Já a artista plástica Regina Silveira expôs a obra “Derrapagem“, realizada com plotter de corte em vinil adesivo negro que, aplicado na sala de exposição, dá um efeito surpreendente. As sombras dão a ideia da ausência e provocam questionamentos sobre a natureza da representação visual e o modo como se apresenta à percepção do observador. Uma obra tridimensional, puramente estética e reflexiva, sem função utilitária, mas que chamou muito a atenção dos que passaram pela Casa Fiat de Cultura. A mostra também contou com um ciclo de palestras de Design e Inovação, onde foram discutidos os processos e o desenvolvimento do design. À frente das discussões, estavam o design industrial alemão Peter Fassben-

der, que faz parte do Grupo Fiat desde 1989, e hoje é o head do Fiat Design Center LATAM; e o também designer industrial Paulo Nakamura, responsável pela mostra e pelo setor de Design do Fiat Design Center LATAM, que abrange as áreas de design interior e exterior, Color & Trim, Graphic Design e Advanced.

ternacional, inovação e modernização nas áreas que permeiam a indústria da criatividade: “Um dos momentos mais importantes do IDEA/Brasil foi poder comemorar seus cinco anos de sucesso em Belo Horizonte numa parceria destinada a trazer mais sucesso para o design brasileiro. A Fiat, nos cinco anos do IDEA/Brasil, recebeu quatro prêmios, além do prêmio “The best of the best” - O melhor dos melhores. Este ano, o presidente da Fiat-Chrysler para a América Latina, Cledorvino Bellini, recebeu o prêmio especial José Mindlin.”, lembrou Joice Jopper Leal, diretora executiva da Associação Objeto Brasil. Jurados internacionais participaram do evento, como o designer da Nokia, Rhys Newman, e a diretora do programa de design industrial da Universidade de Houston, Eunsook Kwon, além de um time de especialistas brasileiros de primeira linha, como Fabíola Bergamo, da Design Box, Au-

resnede Pires Stephan, mais conhecido como professor Eddy, da FAAP, e outros especialistas do ramo. show de TALenTos A Casa Fiat de Cultura também hospedou a exposição IDEA/Brasil 2012, onde foram expostas as 111 criações premiadas nas 20 categorias do prêmio IDEA. A Mostra trouxe o melhor do design brasileiro, tornando notória a criatividade de estudantes, profissionais autônomos e grandes empresas. Objetos funcionais ou meramente decorativos, tudo feito com design arrojado e inovador. Entre as novidades que encantaram público e jurados, a praticidade de uma mochila que vira patinete e a sustentável ideia de um aparelho que recicla óleo de cozinha, transformando-o em sabão líquido, trazendo vantagens não só para a economia dos estabelecimentos, mas para o meio ambiente. O homem reinventa. A natureza agradece.

Obra “Derrapagem“, de Regina Silvera, realizada com plotter de corte em vinil adesivo negro

o PrêMIo IdeA brAsIL Com o patrocínio da Fiat, do Sebrae e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Associação Objeto Brasil, em parceria com a Apex-Brasil, realizou a V Edição do Prêmio IDEA Brasil, única versão autorizada do tradicional prêmio norte-americano de design “IDEA Awards”, da Industrial Designers Society of America (IDSA) . A cerimônia, que aconteceu no auditório da Casa Fiat de Cultura no dia 27 de setembro, teve o objetivo de divulgar, prestigiar e defender o Design, seu valor econômico e sua importância para o desenvolvimento dos mais variados setores produtivos - premiar pessoas e empresas que se destacaram -, profissionais do design que contribuíram para o reconhecimento nacional e in-

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Semana de Compras promove integração do Group Purchasing Realizado em setembro, o evento contou com a presença de 450 colaboradores do Brasil, Argentina, Venezuela e China

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Group Purchasing é uma instituição bastante complexa. Responsável por realizar as compras de várias empresas do Grupo Fiat/Chrysler, ele movimenta um valor anual de aquisições de US$ 90 bilhões em todo o mundo. O grupo de

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compras adquire desde os parafusos e borrachas, até aço, equipamentos eletrônicos, bens de capital e serviços. São 2,7 mil pessoas trabalhando em 50 unidades do Group Purchasing em mais de 20 países. E as operações estão divididas em quatro regiões - Eu-

Ricardo Ribeiro, Luidi Mesquita, Osias Galantine e Gustavo Comparato com camisa que traz o tema do encontro de 2012: Fix It – resgate e Ação

ropa, Oriente Médio e África (Emea); América do Norte (Nafta); América Latina (Latam); e Ásia-Pacífico (Apac). Na América do Sul, o Group Purchasing Latam movimenta mais de R$ 15 bilhões e compra materiais e serviços para fábricas da Fiat, Chrysler, Iveco, CNH e FPT Industrial no Brasil, Argentina e Venezuela. Na região, são mais de 600 fornecedores de material direto e mais de 15 mil de material indireto. E, para realizar as operações, mais de 600 pessoas trabalham nos diversos escritórios do Group Purchasing nos três países. Sendo uma instituição tão grande e com tanta complexidade, o Group Purchasing busca um constante alinhamento de metas e pensamento, tanto com seus funcionários quanto com seus fornecedores. Prova disso são os vários eventos e fóruns promovidos para integração e adaptação, como a Semana de Compras, o Fórum de Fornecedores e o Qualitas. Em setembro, no hotel Tauá, em Minas Gerais, o Group Purchasing Latam realizou sua quinta Semana de Compras. Com a presença de 450 colaboradores do Brasil, Argentina, Venezuela e até da China, o grupo celebrou o dia do profissional de compras (19 de setembro), avaliou seu desempenho no último ano e traçou metas para os próximos anos. Osias Galantine, diretor do Group Purchasing para a América Latina, abriu o evento resgatando os temas dos anos anteriores e explicando a motivação do encontro de 2012: “Fix It – Resgate e Ação”. O tema não remete ao significado mais conhecido do termo em inglês, que significa uma ordem para consertar alguma coisa. Para Galantine, o destaque são outros significados do termo “fix”, mais especificamente, organizar e solidificar. “Fix It significa atitude”, disse o diretor. “Temos que fazer todas as coisas que planejamos até então e que não vinham sendo feitas.”

A nova realidade do Grupo Fiat/ Chrysler desde 2011 também foi trabalhada. Com a separação de Fiat Industrial e Fiat SpA, além da união com a norte-americana Chrysler, o pensamento da empresa ficou ainda mais global. O grupo de compras da organização, que até então era Fiat Group Purchasing, passou por uma evolução. Os processos foram alinhados em nível mundial, iniciou-se uma mudança cultural e foram estabelecidas estratégias regionais. De acordo com Galantine, um dos ativos mais importantes para o sucesso das estratégias é o conjunto de pessoas. Como instituição transversal de compras dentro do Grupo Fiat/Chrysler, o Group Purchasing depende cada vez mais do capital intelectual dos seus colaboradores, especialmente para pensar de forma global, seja em termos geográfico, de empresas ou commodities. “A competência individual – cada um fazendo sua função, jogando na sua

Com várias dinâmicas, o encontro proporciona a integração entre os colegas. Osias Galantine, diretor do Group Purchasing para a América Latina, explicou a motivação do encontro de 2012: “Fix it significa atitude”

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Fórum aproxima Group Purchasing e fornecedores

Os participantes foram convidados a pensar como o Group Purchasing deve ser daqui a três anos e apresentaram um manifesto com ideias estratégicas

posição – se complementa e forma um time de sucesso”, explica Galantine. “Precisamos da competência de todos, cada um em sua individualidade. O compartilhamento de ideias e competências na equipe ajudará a atingir o objetivo. Temos que estar integrados e entrosados”. InTeGrAção Um dos objetivos da Semana de Compras é justamente a integração entre os colegas. Como o Group Purchasing tem funcionários em diversas cidades, muitos deles só se conhecem por telefone, e-mail ou bate-papo eletrônico. O evento, aberto a todos os funcionários do continente, propor-

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ciona uma oportunidade de relacionamento presencial. “Para mim, o mais importante do evento é a integração entre os times de compras das empresas do Grupo Fiat/Chrysler”, disse Eduardo Alves, da área de Compras e Desenvolvimento do Group Purchasing na CNH. “Eu não esperava que tivesse tanta gente dentre do grupo que fizesse a mesma coisa que eu. A Semana de Compras valeu muito para deixar o Group Purchasing mais unido”. Uma das dinâmicas trabalhadas durante a Semana de Compras foi o “Café Diálogo”. Os participantes vão andando de mesa em mesa no grande salão do encontro, cada vez com colegas diferentes, conversando e conhecendo uns aos outros, além de debater situação e planos futuros da instituição. As discussões incluíam como os funcionários podem contribuir para alinhamento, sinergia e trabalho em equipe. Os participantes também foram convidados a pensar como o Group Purchasing deve ser daqui a três anos. Todas as mesas fizeram um manifesto e apresentaram ideias para o plano estratégico da instituição. Mirely Matias, analista de compras da commodity metálicos na Iveco, afirma que a dinâmica

A relação entre indústria final e fornecedores nunca é fácil. de um lado, exige-se qualidade, preço competitivo, capacidade de entrega e soluções criativas. do outro, pede-se garantia de volume, aumento das margens e mais reconhecimento. o ideal, dizem ambos os lados é quando existe uma relação de “ganha-ganha”, no qual ambas as partes saem satisfeitas. o Group Purchasing realiza vários fóruns de fornecedores durante o ano, buscando um entendimento entre fornecedores e Grupo Fiat/chrysler. Já aconteceram 35 edições. em sua agenda, diretores do grupo, fornecedores e palestrantes convidados, conversam para expor sua situação, alinhar suas intenções e apresentar suas expectativas para o futuro. de acordo com Fernando Fidelis, supervisor de desenvolvimento de fornecedores do Group Purchasing, o fórum é uma chance de se ter discussões mais profundas com os fornecedores. “um dos principais objetivos é discutir com os fornecedores questões mais estratégicas”, disse Fidelis. “o Fórum é um momento onde podemos sair da parte operacional do dia a dia e conversar sobre temas estratégicos, desenvolvimento e planejamento”. no período entre cada fórum, grupos de fornecedores e representantes das empresas do Grupo Fiat/chrysler se reúnem em grupos de trabalho para discutir e encontrar soluções eficientes sobre inovação, competitividade, qualificação, qualidade, logística, e oportunidades financeiras, fiscais e tributárias. então, durante o fórum, um participante de cada grupo de trabalho apresenta as discussões realiza-

das e as conclusões a que chegaram. “com os grupos de trabalho presentes no Fórum, damos aos fornecedores a oportunidade de trabalhar em conjunto em assuntos de interesse comum”, explicou Fidelis. “dessa forma, conseguimos disseminar as melhores práticas em toda a cadeia de fornecedores. essa é uma ótima forma de estender a qualidade a toda a cadeia e nivelá-la por cima”. Todo fórum também conta com o prêmio suPer – supplier Performance. esse é um momento de reconhecimento do Group Purchasing ao fornecedores que contribuem para a competitividade das empresas do grupo. durante o ano, os fornecedores podem dar ideias de otimização do valor do produto e processos. se a proposta for implementada, o valor economizado no primeiro ano de implementação é dividido entre Group Purchasing e fornecedor. Além disso, ele é reconhecido com o prêmio suPer durante o Fórum de Fornecedores. os dois últimos fóruns, realizados na fábrica da Fiat em betim em setembro, trataram de questões distintas. em setembro, o evento apresentou os resultados conquistados após a redução do IPI pelo Governo Federal em maio e os desafios em termo de fornecimento e produção com o aumento da demanda. o segundo fórum tratou especificamente da nova fábrica da Fiat Automóveis em Goiana, Pernambuco. A Fiat apresentou o projeto e destacou as oportunidades, benefícios fiscais, linhas de crédito e vantagens de se investir no novo polo de desenvolvimento industrial na Zona da Mata norte de Pernambuco.

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ENTREVISTA | Vilfredo Schürmann

O evento contou com a presença de 450 colaboradores do Brasil, Argentina, Venezuela e China

ajudou a conhecer um pouco das ideias dos colegas e foi um momento muito bom de integração e planejamento. “Pudemos expor nossa visão e refletir junto com os outros sobre as perspectivas do grupo para 2015”, disse Mirely. “Foi bom mostrar e entender o quanto podemos nos conscientizar para melhorar. Senti que realmente sou parte de uma equipe que quer fazer melhor e buscar sinergia enquanto grupo. Gostei muito de fazer parte do planejamento do Group Purchasing”. eXPerIêncIA de vIdA A Semana de Compras também contou com uma visão externa. Vilfredo Schürmann, famoso por dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro com sua família, falou sobre planejamento, adaptação e relacionamento. Ao refazerem a rota do navegador português Fernão de Magalhães, a Família Schürmann produziu um quadro semanal no programa “Fantástico”, da Rede Globo, assistido por mais de 40 milhões de pessoas. Vilfredo contou que, em suas expedições, um dos maiores desafios é

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o relacionamento, especialmente no espaço pequeno do barco. O segredo do bom relacionamento é cada um saber que é parte de uma equipe e cada um entender sua responsabilidade individual. Para ele, também é papel dos líderes promover um melhor relacionamento interpessoal, além da comunicação, confiança e motivação. O velejador afirmou que, quando as coisas são bem pensadas, a chance de tudo dar certo é muito maior. “Quando se há planejamento, as coisas fluem mais naturalmente“, disse ele durante a palestra. Entretanto, Vilfredo diz que isso não é o único fator determinante do sucesso. Quando o inesperado resolve aparecer, como uma tempestade, quebra de equipamento ou, como no caso do Group Purchasing, a falta de matéria-prima de um fornecedor, a inovação se torna um diferencial preponderante. O segredo do sucesso, para Vilfredo, é saber se adaptar às mudanças e ter raciocínio crítico para buscar soluções. Outro ponto decisivo é buscar melhorias contínuas. Metaforicamente, quem fica parado no tempo pode ficar enferrujado.

MUNDO FIAT - Em sua palestra, você disse que deu a volta ao mundo em dez anos, enquanto estava preparado para apenas três. Como sua experiência pode servir de exemplo para o Group Purchasing? VILFREDO SCHÜRMANN - Na primeira volta ao mundo foram dez anos de planejamento e aprendizado para dez anos de vida no mar. Na ultima expedição foram três anos de planejamento para dois anos e meio de circum-navegação. Nós buscamos a eficiência, o trabalho de equipe dos tripulantes de terra e do mar. Na gestão da expedição focamos nas metas sempre com uma visão de futuro. O importante é conseguir que a equipe se sinta envolvida, ser parte do processo e voltada a conquista, a vitória e consequentemente ao sucesso. MUNDO FIAT - O planejamento e gestão eficiente garantem sucesso? VILFREDO SCHÜRMANN - É um passo importante mas, não é só. Vai depender da liderança. Essa sim terá um papel importante de agregar, incenti-

var, escutar a equipe na busca de uma alta performance. MUNDO FIAT - Qual o maior desafio de uma jornada rumo a um objetivo? VILFREDO SCHÜRMANN - O maior desafio é de conseguir motivar a equipe para o que se quer. Para isso é necessário uma comunicação clara com a equipe. MUNDO FIAT - Para você, qual é o ponto essencial em um empreendimento, seja uma volta ao mundo ou o estabelecimento de uma empresa? VILFREDO SCHÜRMANN - O ponto essencial é marcar a data para o inicio da atividade. Depois, escolher a equipe com pessoas comprometidas, delegar as tarefas e saber cobrar. MUNDO FIAT - Como um grupo de pessoas, como os funcionários do Group Purchasing, conseguem atingir as metas em longo prazo? VILFREDO SCHÜRMANN - Na nossas expedições trabalhamos com planejamento visando sempre o bom gerenciamento do tempo com isso, alcançamos nossos objetivos.

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Chrysler acelerando

rumo ao topo No mundo, o grupo norte-americano está mostrando de novo sua força com ótimos resultados e no Brasil o panorama é ainda mais positivo

POR nícoLAs borGes

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frase “Ganhar de virada é mais gostoso” é uma das muitas máximas do futebol que se explicam facilmente. Afinal, ter uma vitória depois de reverter uma situação negativa é algo que valoriza mais

Pedro bicudo/divulgação

Única picape grande do mercado, a nova Ram 2500 está entre os lançamentos de 2012

qualquer conquista. É exatamente o que o Chrysler Group LLC vem fazendo nos “gramados” do mundo empresarial desde que se tornou parte da Fiat S.p.A. em 2009. Este ano, especialmente, está sendo exemplar, com

alta de 22% nas vendas globais do primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2011. Por aqui, os números são ainda mais animadores, pois as marcas do Chrysler Group do Brasil – Chrysler, Dodge, Jeep e Ram – registraram, no acumulado de janeiro a agosto de 2012, um total de emplacamentos de veículos novos 78,1% superior ao obtido nos oito primeiros meses do ano passado. Sendo que 2011 já havia sido muito bom, com 23% de crescimento sobre 2010 e que o setor de importados como um todo está amargando uma queda de aproximadamente 20% neste ano. O objetivo principal, para os próximos anos, é alcançar o topo das vendas entre os veículos importados premium. Essa viagem rumo ao topo não será fácil, mas está bem encaminhada. Em 2011, a Chrysler estava na quarta posição entre as marcas do segmento e neste ano subiu para o terceiro lugar e está muito perto da vice-liderança. Essa rápida e constante evolução no nível de ven-

das conta com vários protagonistas, como, por exemplo, a ampliação da rede de distribuição. Em dezembro passado, haviam 25 concessionárias, agora já são 41 e o objetivo é chegar a 50 em dezembro próximo. Não se trata apenas de ampliar a presença física da Chrysler pelo País, mas de dar mais valor à empresa, reforçando a imagem dela. Todos os pontos de venda que estão sendo inaugurados neste ano estão exibindo o novo padrão visual Millenium, que se destaca pelo arco central na fachada da loja. Essa característica arquitetônica foi criada com inspiração nos arcos do belíssimo Chrysler Building, um dos mais belos edifícios de Nova York. Entre os produtos mais comercializados atualmente estão o Jeep Grand Cherokee, o SUV grande de luxo mais emplacado no Brasil até agosto. Outro sucesso de vendas é o Dodge Journey, que mantém um ótima procura no mercado depois de ter sido reposicionado para conviver (muito bem, diga-se de passagem) com seu “irmão” Fiat Freemont. Vale destacar, inclusive, que o Brasil é o único país no mundo onde os dois modelos são vendidos. Única picape grande do mercado nacional, a nova Ram 2500, foi um dos lançamentos do Chrysler Group do Brasil em 2012 e já ocupa posição de destaque entre os veículos mais emplacados das quatro marcas, além de ter marcado a entrada no País da Ram como marca de veículos. Também está crescente a procura pelo Jeep Compass, outra novidade que desembarcou por aqui neste ano. MuITAs novIdAdes Apenas nos últimos 12 meses, o Chrysler Group do Brasil fez sete lançamentos, entre novos modelos, motorizações e versões. A começar por novembro de 2011, quando chegaram às concessioná-

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Entre outros equipamentos, como a disqueteira para seis CDs no painel. Mas o Wrangler teria sua principal mudança na linha 2012, lançada em fevereiro. O trem de força passou a ser o mesmo do consagrado Jeep Grand Cherokee, proporcionando mais refinamento e desempenho, com consumo menor. Em resumo, o propulsor V6 3.8 de 199 cv foi substituído pelo Pentastar V6 com 284 cv, que faz par à transmissão automática de cinco velocidades, uma a mais do que antes, e com comando sequencial AutoStick, não disponível anteriormente. Fevereiro reservaria outra grande novidade da Jeep: o Compass, modelo até então inédito no Brasil. Utilitário-esportivo médio, reflete tendências mais urbanas de utilização, sendo impulsionado por conjunto mecânico altamente eficiente, graças ao motor 2.0 16V, com comando variável, de 156 cv, e ao câmbio automático do tipo CVT. Robusta, como em todo Jeep, a suspensão entrega comportamento dinâmico exemplar. Outro destaque é a lista de itens de série, que inclui seis air bags, controle eletrônico de estabilidade (ESC), sistema Bluetooth Ucon-

barry hathaway/divulgação

lançamenTo Pedro bicudo/divulgação

Jeep Wrangler, lançado em fevereiro deste ano

rias as primeiras unidades do Dodge Journey 2012, com mecânica inteiramente nova. O motor 2.7 V6 de 185 cv deu lugar ao moderno Pentastar V6 3.6, com 280 cv. Acompanhando essa evolução o câmbio automático de cinco marchas foi trocado por um com seis velocidades. Por dentro, as mudanças foram tão grandes quanto, deixando a cabine do Journey com um acabamento e estilo de altíssimo nível, dando mais qualidade à já consagrada versatilidade de uso. Em dezembro, o Chrysler Town & Country, que havia sido renovado em agosto, ganhou a versão Touring, que se destaca pelo excelente custo-benefício dentro do segmento de monovolumes grandes. Ainda muito bem equipada, essa configuração de entrada veio para se juntar à opção Limited. Ainda no último mês do ano passado, começaram a ser vendidas 50 unidades da série especial Sahara do Jeep Wrangler, que marcaram a despedida da linha 2011, exibindo a capota na mesma cor da carroceria como o maior diferencial para a versão Sport.

nect por comando de voz e teto solar elétrico, entre outros. Em março e abril foi a vez de dois veículos já oferecidos antes ao público brasileiro serem relançados: Ram 2500 e Chrysler 300C, respectivamente. A picape grande está sozinha em sua categoria, proporcionando força inigualável. O motor turbodiesel de seis cilindros em linha e 6,7 litros de 310 cv, casado à transmissão automática de seis cilindros, faz a 2500 poder rebocar mais de 5.500 kg, só para dar um exemplo de sua capacidade. Tudo isso sem se esquecer do alto nível de equipamentos, tanto de segurança como de comodidade. Por sua vez, o sedã grande de luxo 300C entrega patamares elevadíssimos de refinamento, tecnologia, segurança e conforto pelo preço de concorrentes de categoria inferior. Os 286 cv do Pentastar V6 são aproveitados ao máximo pelo câmbio automático E-Shift, de oito velocidades, o que se traduz em alto desempenho e baixo consumo. A bordo, o silêncio e a suavidade são enorme e combinam bem com a mordomia de detalhes preciosos, como o aquecimento e a ventilação dos bancos dianteiros e o ajuste elétrico de distância dos pedais.

o Que veM Por Aí Para fechar o ano com chave de ouro, a Chrysler vai lançar dois veículos durante o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, entre 24 de outubro e 4 de novembro. Um deles é o inédito Dodge Durango, um utilitário-esportivo grande, com espaço e comodidade para sete ocupantes, que não abandona o prazer de quem está ao volante. A plataforma é a mesma do Jeep Grand Cherokee, assim como o motor Pentastar V6 e o câmbio automático de cinco marchas. A tração é integral (AWD). O outro é a versão turbodiesel do Jeep Grand Cherokee, que complementará a linha do SUV grande de luxo mais vendido no País nos primeiros oito meses de 2012. Italiano, o propulsor V6 3.0 da VM Motori tem tecnologia da Fiat Powertrain e desenvolve 241 cv e 56,1 mkgf. O entretenimento a bordo é outro destaque, com HD de 30 GB, tela traseira de DVD e nove alto-falantes. Com tantos veículos de qualidade na garagem, a viagem do Chrysler Group do Brasil rumo à liderança entre os importados premium tem tudo para ser bem sucedida.

Versão turbodiesel do Jeep Grand Cherokee, lançado no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo 2012

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Iveco Daily Minibus

chega ao mercado

Modelo da Nova Geração Ecoline insere a empresa no negócio de transporte comercial de passageiros, oferecendo as versões turismo e fretamento

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Fotos divulgação

m continuidade à mais completa renovação de linha já realizada pela Iveco no Brasil, a empresa lança agora mais um produto da Nova Geração Ecoline, o Iveco Daily

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Minibus, que representa o início da expansão da empresa para o transporte comercial de passageiros. Os novos veículos estão disponíveis nas versões turismo e fretamento,

Mais espaço e conforto: os corredores são mais largos, bem como o espaçamento entre os bancos

e chegam nas configurações 45S17, com entre-eixos de 3.300 milímetros, e 55C17, com entre-eixos de 3.950 milímetros. Este último possui o maior espaço interno do segmento. Os modelos são equipados com o consagrado motor Iveco FPT F1C Dual Stage, com tecnologia EGR e potência de 170 cv, a maior entre seus concorrentes diretos. Além disso, são os primeiros totalmente implementados de fábrica, em várias configurações, assegurando maior confiabilidade e garantia total da marca. De acordo com o diretor-comericial da Iveco no Brasil, Alcides Cavalcanti, as garantias de fábrica “permitem ao cliente assistência mais rápida, mesmo quando se tratar de um veículo com configuração especial”. Cavalcanti lembra que, na maioria dos casos, neste segmento, o cliente tem que comprar o veículo sem bancos e

forrações e implementá-los com outro fornecedor, sendo forçado a arcar com uma nova negociação e, na maioria dos casos, com uma garantia diferente da que é oferecida pelo fabricante. Por serem desenvolvidos e produzidos no Brasil, na unidade industrial de Sete Lagoas (MG), os Daily Minibus 55C17 são 100% financiados via Finame – fonte de financiamento de máquinas e equipamentos oferecida nos bancos. A expectativa da empresa é conquistar uma fatia de 12% de participação no segmento de vans Premium já em 2013. “Trata-se de um mercado muito importante e nós entramos nele com um produto diferenciado, com diversas opções, que permitem ao transportador um excelente custo operacional e, ao passageiro, máximo conforto e segurança”, diz o diretor-comercial da Iveco no Brasil.

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Cinco versões de fábrica: diversificação e requinte

A Iveco é a primeira a ofereceros veículos totalmente implementados de fábrica

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O comprador poderá escolher entre cinco configurações implementadas de fábrica, que permitem uma total adaptação ao negócio de atuação do cliente, em diferentes aplicações para fretamento e turismo executivo de passageiros. É possível encontrar o veículo nas configurações 14+1 passageiros, 15+1 e 18+1. Conforto, modernidade e tecnologia são pontos comuns a todas as versões. Os corredores são mais largos, bem como o espaçamento entre os bancos e a altura do corredor central é de 1,85 m. O estribo lateral e o pega mão estão presentes em todas as com configurações, para a segurança dos passageiros no acesso ao veículo. Um modelo Premium de turismo executivo vem equipado com ar-condicionado duplo com duto central, vidros verdes, trio elétrico, poltronas

reclináveis com descansa pernas, porta-copos, cabide e porta-revistas/ porta-pacotes integrados e cortinas no espaço dos passageiros. Entre os opcionais, estão bagageiro traseiro, monitor LCD 15” com DVD player, poltronas em couro e freios ABS. A engenharia da Iveco também desenvolveu um painel que oferece ao motorista a melhor solução ergonômica, além de um computador de bordo, alavanca de câmbio no painel e piloto automático. A suspensão traseira mais macia e a suspensão dianteira com braços independentes, aliadas ao câmbio ZF de seis velocidades, proporcionam um rodar sem solavancos, que garante máximo conforto tanto ao condutor quanto aos passageiros. Todas as versões têm tração traseira, que permite o máximo controle do veículo, mesmo em situações extremas como subidas íngremes e carga máxima. “A robustez é uma das principais características dos veículos da linha Daily. Por essas razões, e pelos valores praticados, qualquer modelo da linha Daily Minibus oferece a melhor relação custo-benefício do mercado nacional”, observa Cavalcanti. O Iveco Daily Minibus será comercializado em toda a rede Iveco no Brasil, que conta atualmente com 108 concessionárias e cobertura em todas as principais estradas do país.

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Tecnologia

Novamente

na liderança Case IH retoma o mercado com modelo 2012 da colhedora de cana-de-açúcar A8000: mais moderna, potente e econômica POR LILIAn LobATo

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prender com as dificuldades e dar a volta por cima. Foi o que a Case IH fez nos últimos dois anos. Afetada pela baixa produtividade dos canaviais na safra 2010/2011, sobretudo pelas condições climáticas desfavoráveis, em um momento de boa previsão para a safra de cana-de-açúcar e alta demanda por um

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equipamento de alta potência e rendimento, a empresa viu a colhedora de cana-de-açúcar da série A8000 ser questionada pelos produtores. A resposta precisou ser imediata. Com transparência, trabalho e novas tecnologias, a Case IH atualizou o equipamento, fez recall nas unidades já vendidas e retomou o mercado.

De acordo com o vice-presidente da Case IH para América Latina, Mirco Romagnoli, a marca buscou uma solução para os problemas encontrados sem gerar custos adicionais para o cliente. “Quando lançamos o equipamento no mercado, houve quebra de safra, a colheita foi de baixa produtividade e, tanto em canaviais de alta produtividade como em menores áreas, a máquina gastou o mesmo volume de combustível. Com o realinhamento da colhedora, isso mudou e o consumo foi reduzido sem perdas na operação”, explica. Para atender as expectativas do cliente, a empresa fez uma ampla campanha de atualização da série A8000. A ideia foi criar um programa de melhorias do equipamento para garantir melhor desempenho da máquina nas mais severas lavouras. As modificações realizadas na colhedora

foram muito bem aceitas pelo mercado, conforme pesquisa realizada pela empresa. O especialista de marketing de colhedoras de cana da empresa, Fábio Balaban, ressalta que o posicionamento transparente da marca diante dos problemas e o atendimento personalizado oferecido aos clientes refletiu de forma positiva no resultado da operação. “A força de trabalho da equipe, a honestidade e clareza no tratamento dos problemas e o empenho na busca de soluções refletiram no bom resultado alcançado, tanto que já trabalhamos com a expectativa é aumentar a participação da Case IH no mercado brasileiro, que deverá comercializar no total 1.200 máquinas em 2013”. Leonardo Barbieri, key account de cana da empresa, destaca que a A8000 é uma evolução do modelo anterior da Série de colhedoras Case IH

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Tecnologia

esforço no sistema hidráulico e queda da dependência do operador no ajuste de rotação do motor. “Agora, a série A8000 tem o menor consumo do mercado aliado a uma alta capacidade de colheita, independentemente da extensão do canavial”, explica Barbieri. (veja Box sobre o Smart Cruise)

Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case IH para América Latina, explica que a marca buscou solução para os problemas sem gerar custos adicionais ao cliente

(A7000) que ganhou, principalmente, em tecnologia de ponta. “Ao longo deste ano, a equipe atualizou as novas colhedoras de cana, foi até os canaviais dos clientes para realinhar as frotas e atender as necessidades específicas. Agora, está ainda mais fácil e intuitivo para operar a máquina e o consumo de combustível foi reduzido consideravelmente”, avalia. Essa queda no consumo da série

A8000, modelo 2012, segundo ele, consiste na introdução de uma nova tecnologia que otimiza o uso de combustível em situações em que a demanda de carga na máquina é menor, sem comprometer a performance. Por meio do Smart Cruise (motor inteligente), é possível ajustar automaticamente a rotação de trabalho. A redução de consumo do diesel ocorre sem perdas operacionais, com menor

Smart Cruise o smart cruise é um software especialmente desenvolvido pela case Ih para otimizar o consumo de combustível das colhedoras, em situações em que a demanda de carga é menor. “o software ajusta automaticamente a rotação de trabalho da colhedora com base na carga que está sendo exigida pela operação, possibilitando a redução no consumo”, explica Fábio balaban. o sistema também controla o consumo em situações de ociosidade da máquina, como o especialista esclarece: “caso a colhedora fique parada por mais de 15 segundos em rotação de trabalho, o smart cruise reduz de forma automática a rotação do motor, contribuindo para a economia de combustível”. diferente das outras soluções de economia de combustível disponíveis no mercado, o smart cruise da case Ih não apresenta perdas operacionais já que o sistema hidráulico é menos demandado, o extrator primário atinge a rotação de trabalho mesmo com o sistema acionado, há uma significativa redução da dependência do operador para o ajuste de rotação do motor. Lembrando que as colhedoras de cana da série A8000 são as únicas que utilizam motor Tier III da categoria.

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ModeLo 2012 esTÁ AIndA MeLhor A redução no consumo de combustível é um dos principais benefícios da série A8000. No entanto, muitos são os ganhos da nova colhedora, segundo o gerente global de marketing para colhedoras de cana da Case IH, Guilherme Belardo. Outra importante mudança foi feita no motor, com a introdução de um defletor para aumentar o fluxo de ar na área quente da parte superior do motor. A melhoria contribuiu para uma redução de 5,7% da temperatura na região da turbina comparando-se com a máquina modelo 2011. Um novo filtro de combustível com maior capacidade de filtragem também foi introduzido na colhedora, reduzindo a frequência de troca. O sistema de arrefecimento, segundo Belardo, tem maior capacidade de refrigeração e menor necessidade de paradas para limpeza. O sistema é constituído por um pacote de radiadores (cooling package) composto por radiador do líquido de arrefecimento, radiador de óleo hidráulico, intercooler e condensador do ar-condicionado. “Esse sistema está localizado na parte superior da colhedora, o que minimiza o contato com impurezas minerais e vegetais. Além disso, o sistema exerce pressão positiva na caixa do motor, diminuindo a entrada de impurezas”, explica. Os destaques para o diretor comercial da Case IH, Cesar Di Luca, estão nas modificações feitas na cabine, no novo computador de bordo e no sistema hidráulico. No caso da cabine, segundo ele, a tecnologia facilitou a operação,

Referência em tecnologia o bom momento pelo qual passa a case Ih não é somente pela retomada do mercado com a colhedora A8000. A marca ainda comemora os 35 anos do sistema Axial-Flow – responsável por uma revolução na colheita de grãos no mundo inteiro. A linha de colheitadeiras Axial-Flow é um dos destaques no setor agrícola, principalmente por ter sido a pioneira na versão de colheitadeiras rotativas. o lançamento dos primeiros equipamentos ocorreu em 1977, com os modelos 1440 e 1460. segundo o especialista da linha da case Ih, Tomas Lorenzzon, o método Axial revolucionou o sistema de colheita no mercado mundial e permitiu que o agricultor encontrasse em uma só máquina: alta produtividade, perdas mínimas, qualidade superior dos grãos, atividade em todas as culturas e baixa manutenção.

manutenção e gestão do equipamento, já que no local o operador tem o controle da direção e da transmissão, eletronicamente, por meio de um exclusivo joystick (manete). Para facilitar a manutenção, a série A8000 tem um projeto totalmente funcional. A cabine e o teto são basculantes e fáceis de serem manuseados. O monitor é uma grande ferramenta para o gerenciamento das operações, enviando mensagens de falhas e irregularidades tanto sobre o motor como sobre os outros componentes da colhedora. Com isso, o diagnóstico é mais rápido e preciso.

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Comau e Fiat se unem na adaptação do Ducato para receber robô que fará o escaneamento de esculturas em 3D

POR LILIAn LobATo

O

que era bom ficou ainda melhor. Após a digitalização dos profetas de Aleijadinho, no município mineiro de Congonhas – projeto da Unesco, órgão da ONU para Educação, Ciência e Cultura, e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – com a utilização de um robô da Comau do Brasil, o processo ganhou uma nova etapa ainda mais dinâmica. A empresa, juntamente com a Fiat Automóveis, está conduzindo um projeto de adaptação de um Ducato para instalação de um robô que contribuirá para o escaneamento de novas imagens em 3D (três dimensões). Com a utilização do veículo, segundo o responsável de vendas na Comau, Ricardo Fadini, será possível realizar o trabalho em qualquer lugar do Brasil. “Não haverá fronteiras para escanear as obras. Independentemente do local em que elas estejam, poderão ser digitalizadas graças ao ganho de mobilidade que o projeto prevê”, ressalta. Ainda segundo ele, inicialmente, a Unesco e a UFPR fizeram a digitalização em Congonhas de forma manual. O trabalho demandava tempo e paciência, já que era necessário reposicionar manualmente o tripé em ângulos diferentes para que os profetas fossem

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totalmente escaneados. Fadini explica que, com o robô, o processo se tornou mais prático e rápido, e fez com que a instituição de ensino procurasse a Comau novamente, mas desta vez em busca de mobilidade. “A ideia do projeto, agora, é fazer imagens em 3D de esculturas ainda maiores. A partir da produção de uma nova tomada de imagens, será possível auxiliar restauradores no estudo dos níveis de degradação de obras consideradas patrimônio da humanidade. A Unesco e a UFPR solicitaram um dispositivo customizado e com a mobilidade necessária para concluir novos trabalhos”, destaca. Ainda segundo ele, o projeto é inovador. Pela primeira vez no mundo, um robô industrial, normalmente utilizado em linhas de produção, como de automóveis, passou a contribuir para o trabalho dos pesquisadores no processo de escaneamento das esculturas. Para melhorar, se tornará viável aliar o robô à mobilidade proporcionada por um veículo. O projeto envolve todo o setor de engenharia da Comau e da Fiat. “O robô será fabricado na nossa unidade na Itália e o Ducato será adaptado pela Fiat, em Betim (MG). O veículo precisa de uma base forte e estrutura

Ignácio costa

Tecnologia

Mobilidade na digitalização de obras de arte

Ricardo Fadini e Lucas Barbini ao lado do robô NS16, similar ao que será fabricado na Itália

adequada para receber o robô. Existe ainda a necessidade de espaço para colocar o escaner, máquinas fotográficas e o equipamento necessário para a operação”, explica Fadini. ducATo FAse de TrAnsForMAção Capacidade de carga, volume e espaço não faltam ao Ducato, de 12 metros cúbicos de carga volumétrica. De acordo com o analista de produto da Fiat, Lucas Ziviani Barbini, esses aspectos foram levados em consideração no momento de escolher o veículo que atenderia o projeto. Ele ressalta que está em andamento a realização de um estudo para identificar o pavimento adequado, as adaptações necessárias, a estrutura que o carro precisa, as modificações de engenharia e os reforços para receber o robô. A Fiat ainda conta com a parceria da Rontan, empresa transformadora que acompanha o projeto. “Faremos um protótipo para ver o desempenho com todas as adaptações. O peso do robô somado aos dos equipamentos deverá chegar a cerca de 400 quilos e também será necessário um reforço na parte elétrica para que tudo funcione corretamente”, explica. Barbini também destaca o ganho de mobilidade do projeto. Segundo ele, ao colocar o robô no veículo, será possível transportá-lo para qualquer lugar, o que não ocorreria anteriormente – quando era preciso alugar carretas para fazer a deslocamento. Com o Ducato, melhora consideravelmente o acesso e a disponibilidade para realizar o trabalho. A expectativa do analista de produto é finalizar o protótipo em dezembro, quando ocorre o centenário da universidade. “Vamos nos esforçar para atingir a meta, mas vale ressaltar que são modificações complexas que exigem atenção a cada detalhe”, conclui.

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Criado na Itália em 1974, o Gruppo Dirigenti Fiat chegou ao Brasil com o intuito de expandir os projetos do GDF Itália no país e proporcionar maior valorização dos seus profissionais

Empresa equipa mais de 10 milhões de veículos com tecnologia flex no Brasil, o que corresponde a 67% dos automóveis bicombustíveis comercializados no país

O

A

Da esquerda para a direita: Valentino Rizzioli, presidente da Case New Holland; Marco Mazzu, presidente da Iveco Latin America; Giacomo (Angelo) Regaldo, presidente do Gruppo Dirigenti Fiat – Brasil; Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat/Chrysler para a América Latina e Adauto Duarte, diretor adjunto de Relações Industriais do Grupo Fiat/Chrysler para a América Latina

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Com o objetivo de reunir líderes dispostos a discutir, compartilhar valores, enriquecer sua identidade profissional e ampliar sua rede de relacionamentos, o Gruppo Dirigenti Fiat é uma ponte para a transmissão de conhecimento e valores Fiat para as novas gerações, promovendo o intercâmbio de experiências e projetos que são essenciais para o enriquecimento e a difusão da cultura corporativa do Grupo Fiat/Chrysler. Hoje, sob o comando de Giacomo Regaldo, ex-presidente e superintendente da Teksid para a América Latina, o GDF Brasil está multiplicando suas ideias, aprofundando seus laços e potencializando sua ação através dos Grupos de Trabalho.

Os Grupos de Trabalho do GDF se dividem em: busca a valorização dos profissionais que detêm competências, conhecimentos consolidados e a promoção de seu crescimento contínuo. busca a manutenção de benefícios para dirigentes aposentados. responsável pela captação de parcerias que forneçam descontos e vantagens. responsável pela promoção de atividades culturais em que a convivência, o bem-estar e o lazer estejam sempre presentes. busca o envolvimento dos dirigentes em projetos sociais, com o objetivo de disseminar o conhecimento adquirido no mundo do trabalho, ajudando no desenvolvimento de pessoas, organizações e na construção de bases sólidas para a sociedade. Além de ser responsável pela divulgação de notícias de interesse dos associados, o grupo trabalha na mobilização de dirigentes em torno dos objetivos e missões do GdF.

atinge marca histórica Magneti Marelli atingiu marca histórica na indústria automotiva brasileira. São mais de 10 milhões de veículos com o SFS (Softtware Flexfuel Sensor). O número corresponde a 67% dos cerca de 15 milhões de automóveis bicombustíveis comercializados no Brasil desde 2003, quando foi lançado o sistema. Os dados são referentes ao total de licenciamentos realizados entre 2003 e 2011, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Ao longo desse período, os veículos bicombustíveis se tornaram grande maioria no mercado brasileiro e, atualmente, respondem por 83% das vendas. Somente de janeiro a junho deste ano foram comercializadas 1.402.672 unidades. Para o consumidor, a principal vantagem é escolher o combustível com melhor relação custo-benefício. A tecnologia Software Flexfuel Sensor foi lançada pela Magneti Marelli em março de 2003 e gerencia a queima do álcool, gasolina ou qualquer proporção de mistura entre os dois, no mesmo motor. O SFS é um programa de computador inserido no módulo de comando da injeção eletrônica, também conhecido como centralina, que identifica e quantifica a mistura entre álcool e gasolina do tanque. A tecnologia utiliza informações recebidas de sensores instalados em

ação

Gruppo Dirigenti Fiat, entidade que reúne dirigentes e ex-dirigentes do Grupo Fiat/ Chrysler em torno de objetivos e ações comuns, está completando 10 anos de atuação no Brasil. A data é marcada pelo lançamento de um portal eletrônico, que proporcionará a todos os associados interatividade e comunicação instantânea. O endereço é: http://www.gdfbr.com Nascido na Itália em 1974, o Gruppo Dirigenti Fiat chegou ao Brasil em 2002 com o intuito de expandir os projetos do GDF Itália no país, proporcionando maior valorização dos profissionais, de seus talentos e de suas experiências, assegurando que o vínculo entre os dirigentes e o Grupo seja mantido inclusive após a aposentadoria. O primeiro associado e dirigente a assumir a presidência do GDF Brasil é o atual secretário-geral, Osmani Teixeira de Abreu, ex-diretor de Relações Industriais da Fiat.

negócios

Magneti Marelli

divu lg

HisTória

Dez anos do Gruppo Dirigenti Fiat no Brasil

todo o sistema de injeção de combustível, entre eles a sonda lambda, localizada no escapamento e sensores de detonação, rotação, velocidade e temperatura. A partir dessas informações, o programa determina a quantidade de combustível que será injetada no motor, e o instante da faísca que vai saltar da vela para efetuar a queima dessa mistura. A grande diferença entre esse e os sistemas bicombustíveis de outros países, é que eles exigem a inclusão de um sensor físico de alto custo para fazer a análise, algo desnecessário no caso do SFS. O resultado é que, atualmente, a Magneti Marelli é líder no segmento de bicombustíveis no mercado brasileiro e fornece seu sistema para a Fiat Automóveis entre outras fabricantes e montadoras.

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divulgação

negócios

Fiat Powertrain: produção em alta

PRODUÇÃO ACUmULADA

Divisão industrial de motores da Fiat Automóveis atinge marca de 6 milhões de motores FIRE produzidos na fábrica de Betim desde 2000

POR LILIAn LobATo

E

studio cerri

star atento ao processo produtivo, realizar investimentos no momento certo e criar um motor de alta performance e bom desempenho. Essas ações bem feitas garantiram o sucesso da Fiat. A divisão industrial de Motores da Fiat Automóveis atingiu, em agosto deste ano, a marca de 6 milhões de motores FIRE produzidos na fábrica de Betim (MG) desde 2000. A conquista se deve, sobretudo, ao aumento da demanda por veículos da Fiat e à boa receptividade do produto pelos consumidores do mercado latino americano. “O motor FIRE nasceu após a era do M201, motor que atendia praticamente toda a gama de veículos da Fiat produzidos em Betim. O FIRE já chegou ao mercado com alta performance, bom desempenho e agregando tecnologia ao produto. Acompanhamos a produção desde o início da operação e hoje fabricamos aproximadamente 1 milhão de motores em menos de 18

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meses”, ressalta Marcos Sousa, gerente da planta industrial motores da Fiat. Inicialmente, a produção de motores FIRE atingia, em média, 500 mil unidades por ano. O volume chegou a 650 mil e para 2012 está previsto número superior a 750 mil motores. Segundo Sousa, a previsão deste ano teve alta em função do incentivo do governo federal, que reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos novos e prorrogou o subsídio até outubro. Como a demanda de automóveis aumentou, a de motores seguiu a mesma onda. Ainda de acordo com ele, além da unidade de Betim da Fiat – que recebe 80% da produção – os motores FIRE são destinados à Argentina (17%) e ao México (3%). Para manter o ritmo de produção acelerado, a empresa sempre buscou investir na fábrica, adquirindo novos equipamentos para elevar a capacidade instalada. Entre-

2000

70 mil

2001

360 mil

2002

660 mil

2003

940 mil

2004

1,3 milhão

2005

1,7 milhão

2006

2,2 milhões

2007

2,8 milhões

2008

3,4 milhões

2009

4,1milhões

2010

4,8 milhões

2011

5,6 milhões

2012

6,3 milhões*

*(expectativa de acordo com o último programa de produção)

INVESTImENTOS Instalação fábrica FIre Módulo I: US$ 300 milhões Instalação fábrica FIre Módulo II: € 90 milhões evolução tecnológica (FIre evo – redução de consumo de combustível e padronização com a europa): € 12 milhões

Funcionários da divisão industrial de motores da Fiat Automóveis celebram a conquista

tanto, diante do alto custo das máquinas, foi preciso buscar alternativas para otimizar os investimentos, sem perder em produtividade. Era preciso melhorar a eficiência dos processos e também a logística. Para isso, a Fiat adotou a metodologia de trabalho conhecida como World Class Manufacturing (WCM), utilizada nas empresas do Grupo Fiat que têm processos de produção de manufatura. “A partir da ferramenta, passamos a ver o processo com outros olhos, a evitar perdas e eliminar as que já tínhamos. Utilizamos soluções inteligentes - de menor custo, criativas e robustas – para elevar a produtividade e a competitividade, reduzir os desperdícios e manter a liderança no mercado”, ressalta. A metodologia WCM ainda contribuiu para que a fábrica passasse a operar de maneira mais eficiente acima da capacidade instalada nos mo-

Marcos Sousa, gerente da planta industrial motores da Fiat: “Utilizamos soluções inteligentes para elevar a produtividade e a competitividade”

mentos de aquecimento do mercado. Este ano, por exemplo, segundo ele, a produção estimada é de 758 mil motores. A capacidade instalada total da planta é de 700 mil motores FIRE. novA GerAção evo Alguns aspectos garantiram o sucesso do motor FIRE. No quesito desempenho é possível contar com menor consumo de combustível. Já a performance supera as expectativas, pois há uma resposta rápida do motor. Para melhorar, há 2 anos foi criada a nova geração de motor FIRE, conhecida como EVO. Sousa destaca que foi construída uma nova planta na fábrica da Fiat em Betim para atender a nova geração, o FIRE EVO. “Mais que proporcionar um veículo econômico e rápido, a geração EVO chegou emitindo menos gases poluentes. As peças podem ser recicladas e a tecnologia mais moderna está presente na fabricação”, explica. Do total de motores produzidos hoje, 30% são da geração EVO e 70% FIRE. A tendência, de acordo com o gerente, é que a maioria dos veículos Fiat passe a contar com o motor da nova geração, oferecendo assim ao mercado um produto cada vez mais sustentável.

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Premiação

Trabalho reconhecido

Teksid recebe o 5o prêmio Top Engenharias UFMG 2012 na categoria Automotivo/Blocos/Cabeçotes/Ferro/Alumínio

POR LILIAn LobATo

A Fotos MPereZ

A cerimônia de premiação foi realizada em setembro, no Minas Tênis Clube II, em Belo Horizonte

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Teksid do Brasil, com sede em Betim (MG), recebeu pela primeira vez o prêmio Top Engenharias UFMG, na categoria Automotivo/Blocos/Cabeçotes/Ferro/Alumínio. Promovido pelo Centro da Memória de Engenharia e pela Associação dos Ex-alunos da Escola de Engenharia (AEAEE) da UFMG, o prêmio tem o objetivo de prestigiar empresas e pessoas que contribuem para o desen-

volvimento da engenharia, nas áreas empresarial, do conhecimento, do ensino e da cultura. A cerimônia de premiação foi realizada em setembro, no Minas Tênis Clube II. “O prêmio mostra que estamos no caminho certo. Tanto a sociedade acadêmica como o mercado brasileiro valoriza a nossa atuação. Ter o reconhecimento de engenheiros, profissionais que realmente entendem do nosso

negócio, é muito importante e gratificante para a empresa”, ressalta Rogério Silva Júnior, o superintendente da Teksid operações Nafta e Mercosul. Segundo ele, a Teksid é líder nacional e um dos principais fornecedores globais de blocos de motores em ferro fundido. “A empresa tem 75% de participação no mercado de automóveis, independentemente da marca dos veículos”, frisa. Já os cabeçotes de alumínio são referência mundial no mercado de produtos metalúrgicos complexos e de alto valor agregado. “Apesar de ter apenas dois anos, a fábrica de alumínio foi premiada. A valorização se deve muito aos investimentos contínuos e à capacitação dos colaboradores”, destaca Silva Júnior. A repercussão do prêmio surpreendeu o superintendente. Ele exalta a organização e a presença de grandes empresas no evento, o que mostra a credibilidade do prêmio Top Engenharias. A escolha da Teksid, segundo Lorena Felisberto, gerente da Conectiv – empresa organizadora do prêmio juntamente com a Contest (instituto de pesquisa) – se deu por meio de levantamento realizado com engenheiros,

diretores de empresas e membros da AEAEE. Eles opinaram sobre os melhores fornecedores dos diversos setores. A Teksid foi considerada a melhor da sua categoria. A premiação Top Engenharias UFMG é realizada anualmente, desde 2008, estando em sua quinta edição. A escolha dos premiados é resultado de pesquisa feita junto aos engenheiros e dirigentes de empresas filiadas a AEAEE. Ao longo do processo, são ouvidos profissionais das áreas de minas e metalurgia, construção civil e pesada, automação, TI (Tecnologia da Informação) e demais segmentos interligados. Eles são escutados amostralmente e, em determinados casos, é possível conversar com stakeholders, dirigentes de empresas, conhecedores do setor e formadores de opinião. Vale ressaltar que durante o levantamento os pesquisadores avaliam: quem preserva o desempenho e qualidade dos produtos, bens ou serviços; a boa aceitação de mercado e a especialização da empresa. Nesse ano, entre as principais empresas que receberam o prêmio estão: Teksid, Anglo Gold, Brasmic, Siemens, Banco do Brasil, Precon e Ultragáz.

O prêmio tem o objetivo de prestigiar empresas que contribuem para o desenvolvimento da engenharia nas áreas empresarial, do conhecimento e da cultura

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Projeto Sementinha, da FPT Industrial, mostra que consciência ambiental começa na infância e que crianças conscientes podem deixar bons frutos para as próximas gerações POR LILIAn LobATo

P

ara colher bons frutos é preciso não só plantar, mas acompanhar o crescimento de cada muda e regá-la dia após dia. Na infância, as crianças também precisam de orienta-

ção para que possam crescer e deixar bons frutos para as próximas gerações. Diante deste cenário, a FPT Industrial criou o Projeto Sementinha e passou a incentivar os pequenos a plantar árvores

Ana Guimarães, gerente de Recursos Humanos; Carlo Alberto Podda, diretor de Recursos Humanos e Flávio Silva entregam as sementes para as crianças da Escola Municipal Lucas Domingues

Como o Projeto Sementinha visa à defesa do meio ambiente por meio da atuação integrada entre a empresa, as instituições de ensino e a comunidade local, a FPT Industrial fez convites às escolas públicas de Sete Lagoas para conseguir colocar o projeto em prática. Até o momento, foram realizadas duas edições – cada uma feita em uma escola diferente – e a terceira já está marcada para novembro. Para participar da excursão até a fábrica, os alunos precisam estar na 4ª série do ensino fundamental e os pais devem autorizar a ida do filho à empresa. Ao chegar à FPT Industrial, as crianças assistem a um vídeo sobre reflorestamento, plantio de sementes, reciclagem e utilização de recursos não renováveis. Em seguida, é feita uma apresentação de como são fabricados os motores. “Mostramos os principais impactos causados pela fábrica e o que é feito para sanar os danos e para que os resíduos não cheguem à natureza”, ressalta Silva.

Fotos divulgação FPT Industrial

resPonsabilidade social

Verde pra que te quero

e cuidar do meio onde vivem. A ideia é criar uma consciência ambiental na comunidade e mostrar que todos têm responsabilidade sobre o futuro. O Projeto Sementinha teve início este ano e, segundo Flávio Silva, responsável pela Segurança, Saúde e Meio Ambiente da FPT Industrial – Planta de Sete Lagoas (MG),elaborar ações socioambientais nas regiões onde estão presentes é uma atitude mundial da FPT Industrial. “Por meio de uma pesquisa, tivemos conhecimento do índice de emissão de gases de efeito estufa da planta de Sete Lagoas e qual o nível de compensação para zerar as emissões. O melhor caminho estava no plantio de árvores”, explica. Para unir os aspectos ambiental e social, Silva ressalta que procurou o programa Infância Ideal, do governo federal, para saber qual seria a melhor idade para ter essa consciência. O levantamento identificou que o momento certo seria de 6 a 10 anos, fase de maior retenção de informações.

Momento de plantar a mudinha de espécie nativa na área da fábrica

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resPonsabilidade social Flávio Silva, Denis Ferreira Amorim, Ana Guimarães e Alberson Bruno fazem a premiação do melhor desenho

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Após assistir às apresentações, os estudantes fazem um tour pela unidade para ver de perto a forma correta de reciclagem dos resíduos e para conhecer a Ilha Ecológica da empresa. Em seguida, eles são direcionados ao viveiro de sementes, onde são iniciadas as atividades. O aluno planta uma muda na área da fábrica e leva outra para casa, para plantar com os pais e amigos. Os estudantes também fazem um desenho sobre o que aprenderam de responsabilidade socioambiental e participam de uma competição de qual é o melhor. As crianças vencedoras são premiados com brinquedos. Para completar, é feita uma palestra interativa com o tema “Preservação ambiental e espécies nativas de Sete Lagoas”, e os estudantes recebem o kit escolar reciclado e fotografias do plantio. Para Silva, a partir do Projeto Sementinha, é possível atuar de acordo com as premissas da sustentabilidade e preservação, assim como fortalecer ações do poder público e da sociedade. O objetivo é que as crianças adquiram conhecimento, e sejam multiplicadores em casa, com a família e os amigos. No intuito de receber um feedback das escolas, a empresa ainda solicita ao corpo docente de cada instituição de ensino que participa do evento, uma rápida abordagem referente ao

tema. Com isso, é possível mensurar se as metas do projeto foram atingidas. cAdA veZ MeLhor Apesar de estar no caminho certo, o Projeto Sementinha tende a ser aprimorado ao longo das edições. Segundo Silva, a ideia é torná-lo cada vez melhor e mais organizado. A 1ª edição foi realizada em maio, na Escola Municipal Clarindo Cassemiro, e superou as expectativas. Ao todo, 52 crianças participaram das atividades. “Os alunos se envolveram com o projeto e com as tarefas. Recebemos até uma carta da instituição de ensino agradecendo a oportunidade”, destaca. Em agosto, foi realizada a 2ª edição, na Escola Municipal Lucas Domingues, e contou com a participação de 48 crianças. A FPT Industrial aprimora o Projeto a cada edição. Silva conta que nesta 2ª foi criado um viveiro de mudinhas na fábrica que conta com mais de 180 espécies plantadas. No caso da 3ª edição, a previsão é que aconteça em novembro. Além de serem convidados 50 alunos de alguma instituição de ensino de Sete Lagoas, os filhos dos colaboradores da FPT Industrial que tenham de 6 a 10 anos também poderão participar. “Muitas crianças não têm a oportunidade de fazer uma excursão como essa. O projeto dá acesso à informação e possibilita o encontro com a natureza. A nossa ideia é aumentar a frequência e realizar a ação mensalmente. Queremos ter uma cerca viva ao redor da planta”, revela Silva. A repercussão do Projeto Sementinha já chegou ao escritório central da FPT industrial na Itália espalhando–se por todo o mundo. Ele ressalta que o impacto foi muito positivo e posiciona a consciência verde da FPT Industrial no Brasil de maneira diferenciada. Segundo Silva, o intuito da empresa é diagnosticar os gaps da comunidade para que novos projetos sejam criados.


Fotos orlando bento

esPorTe

na luta pelo melhor tempo nas piscinas. No ano passado, a Fiat/Minas já havia levado a melhor nadando em Belo Horizonte. Já são sete triunfos nesse torneio (1988/ 91/93/96/98/2011/2012), o que deixa o presidente do Minas Tênis Clube, Sérgio Bruno Zech Coelho, orgulhoso. “Os nadadores demonstraram muita determinação e superação. Servem de exemplo para todo o Brasil. Como ex-atleta posso afirmar que esse José Finkel foi uma das disputas mais emocionantes que já vi. Os nadadores tiveram muita raça e vontade”, disse o presidente do Minas. No total, a equipe Fiat/Minas somou 2.333,5 pontos (doze medalhas de ouro; dez de prata;

Equipe Fiat/Minas de natação comemora o resultado

Elas dominam as raias Equipe de natação Fiat/Minas conquista o hepta do Troféu José Finkel com grande desempenho das nadadoras que, com muita folga, ficaram em primeiro lugar POR FrederIco MAchAdo

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equipe Fiat/Minas voltou ao topo da natação brasileira no último mês de agosto. A delegação minastenista conquistou o Troféu José Finkel de Natação, realizado no Parque Aquático do Sesi-Vila Leopoldina, em São Paulo.

O José Finkel foi realizado entre os dias 20 e 25 de agosto, reunindo grandes nomes da natação brasileira e até destaques internacionais. Mais de 440 atletas de 46 clubes se enfrentaram e também encararam o relógio

e dez de bronze). O Flamengo, do Rio de Janeiro, foi o segundo colocado (2.314,5) e o Corinthians, de São Paulo, ficou em terceiro com 1.843 pontos. O treinador da equipe Fiat/Minas, o australiano Scott Volkers, lembrou que os resultados em competições de ponta são frutos de um trabalho a longo prazo, realizado desde a base. “O Minas está muito bem representado e tudo isso é trabalho de um longo processo de produção. É preciso muito treinamento e incentivo, desde o início, na base, até à equipe de ponta. Precisamos continuar pensando assim, vamos moldar os atletas da base para que amanhã eles possam colher mais frutos”, disse Scott Volkers.

Máquina holandesa um dos destaques da equipe Fiat/Minas no José Finkel foi a holandesa Frederike heemskerk, convidada para a disputa desse ano e que conquistou sete medalhas de ouro e uma de prata no torneio. Femke, como gosta de ser chamada, parecia em casa nas piscinas paulistas e quebrou sete recordes no torneio, somando 320 pontos para a delegação minastenista. “não me sinto como destaque, nadamos realmente como um time. Fiquei muito honrada por ter sido convidada pelo Minas e por ter somado muitos pontos. Adoraria voltar e nadar por esse clube novamente”, diz a modesta nadadora. o José Finkel foi o primeiro torneio disputado pela holandesa no brasil, que já pensa nas olimpíadas do rio de Janeiro em 2016. “Foi minha primeira vez no brasil, mas minha intenção é competir nos Jogos de 2016. será uma competição e tanto e não posso ficar de fora de forma alguma”, conclui Femke.

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esPorTe

o dobro da pontuação masculina). O Flamengo foi o vice (1.079) e o Corinthians ficou na terceira colocação (864). A experiente Fabíola Molina brilhou com mais um ouro nos 100m costas depois de uma verdadeira “maratona aquática”. “Gosto muito desse tipo de prova. Nadei na raça e conquistei mais um ouro para a nossa equipe”, comemorou a minastenista. A holandesa Frederike Heemskerk destacou a participação das meninas na conquista. “As meninas nadaram muito bem e fiquei muito orgulhosa de fazer parte desse time”, disse Heemskerk, que somou sete ouros (veja Box).

O nadador Felipe Lima levou três medalhas

Marco Antônio Lage, Diretor de Comunicação e Sustentabilidade da Fiat/Chrysler, não pensa diferente. “O esporte é uma ferramenta poderosa de inclusão social, promoção da saúde e valorização da vida. Nós acreditamos na competência dessa equipe para conquistar títulos importantes para o Brasil e é com muito orgulho que apoiamos o projeto”, diz. doMínIo FeMInIno Na disputa por sexo, a equipe minastenista comandou a competição no feminino, ficando em primeiro lugar com 1.577 pontos (mais do que

AGrAdecIMenTo O José Finkel desse ano foi o último de Rodrigo Castro, nadador que já participou de três Olimpíadas e que encerra sua carreira. “Já disputei muitas competições, conheci atletas de vários clubes do mundo. A gente sempre comentava sobre esse ou aquele clube e eu enchia a boca para falar do Minas. Este clube apoia muito seus atletas. Podemos observar aqui dentro que todos treinam com alegria e isso é fruto da competência da diretoria. Despeço-me das competições e me sinto um atleta realizado em fechar a minha carreira campeão do Troféu José Finkel”, disse o, agora, ex-atleta Rodrigo Castro.

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Vivência multicultural

Opção de horário integral

AS mEDALhAS DO mINAS NO JOSé FINkEL ouro Frederike heemskerk – 200 m costas (2min04seg72) – recorde de campeonato Frederike heemskerk – 200 m livre (1min55seg43) - recorde de campeonato Frederike heemskerk – 400m livre (4min07seg81) - recorde de campeonato Frederike heemskerk – 200 m medley (2min10seg31) - recorde de campeonato Leonardo Fim – 200 m costas (1min53seg99) Inge dekker – 50 m livre (24seg15) Inge dekker – 50 m borboleta (25seg65) - recorde de campeonato Giuliano rocco – 400 m livre (3min47seg22) rev. 4x200 m livre – Manuella Lyrio, Inge dekker, carolina bilich e Frederike heemskerk (7min56seg32) recorde de campeonato rev. 4x100 m livre – Inge dekker, Manuella Lyrio, Lorrane Ferreira e Frederike heemskerk (3min37seg61) recorde de campeonato Fabíola Molina – 100 m costas (58seg88) rev. 4x100 m medley – Fabíola Molina, renata sander, Inge dekker e Frederike heemskerk (3min58seg38) recorde de campeonato

PrATA renata sander – 200 m peito (2min29seg15)

Larissa cieslak - 400 m medley (4min51seg15)

Lucas Kanieki – 1.500 m livre (14min56seg35)

Inge dekker – 100 m borboleta (57seg39)

Lucas Kanieki – 800 m livre (7min51seg09)

Felipe Lima – 100 m peito (58seg26) – índice para o Mundial

rev. 4x50 m livre – Inge dekker, Lorrane Ferreira, Frederike heemskerk e simone Koehler (1min39seg30)

Manuella Lyrio – 400 m livre (4min08seg94)

nicolas oliveira – 200 m livre (1min45seg16)

Fabíola Molina – 50 m costas (27seg28)

bronZe Lucas Kanieki – 400 m livre (3min47seg63)

Felipe Lima – 50 m peito (26seg89)

Larissa cieslak – 200 m borboleta (2min13seg19)

Manuella Lyrio – 200 m medley (2min16seg45)

rev. 4x200 m livre – rodrigo castro, Giuliano rocco, Marcos Ferrari e nicolas oliveira (7min11seg31)

Marcos Ferrari – 800 m livre (7min51seg57)

nicolas oliveira – 100 m livre (47seg36)

Marcos Ferrari – 1.500 m livre (15min16seg44)

Juliana Marin – 50 m peito (31seg71)

rev. 4x100 m medley – Leonardo Fim, Felipe Lima, Marcos Macedo e nicolas oliveira (3min31seg55)

Da Ed. Infantil ao Ens. Médio e Técnico

Seleção 2013 fundacaotorino.com.br

(31) 3289.4200


educação

Mundo, mundo,

vasto mundo Como a humilde dupla régua-e-compasso nos ajuda a saber o tamanho exato do nosso maltratado planeta

POR dAnIeL rubens PrAdo

E

Fotos haíssa Moutinho

Turma do Iv Liceo scientifico, que participa do Projeto Erastóstenes

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ssa frase-título, tirada do Poema de Sete Faces, do mineiro Carlos Drummond de Andrade, se fosse dita pelo grego Eratóstenes, não seria apenas uma rima. Certamente, seria uma solução, um grito de eureca após uma grande descoberta. Utilizando noções básicas de trigonometria e astronomia, Eratóstenes - contemporâneo de Arquimedes, astrônomo, matemático, historiador, geógrafo, filósofo, poeta, crítico de teatro, atleta e diretor da

biblioteca de Alexandria -, observou as disposições das sombras de determinados objetos em duas cidades egípcias - Siene (atual Assuã) e Alexandria, a 800 km de distância uma da outra. Além de constatar que a Terra era redonda, mediu o raio terrestre através da inclinação do Sol. Suas contemplações mudaram o mundo e seus engenhosos cálculos mostraram que o planeta era bem maior do que os gregos e egípcios imaginavam.

Inspirados nessa criatura múltipla que foi Eratóstenes, instigados alunos da Fundação Torino - do 4º Liceo Scientifico, do 3º Técnico em Guia de Turismo (ITT) e do 3º Técnico em Administração (ITC) - participaram do Projeto Eratóstenes, com o objetivo de resgatar o procedimento histórico que levou o cientista grego a calcular, com uma margem mínima de erros, as dimensões do Planeta Terra. Conduzidos pela professora de Ciências Naturais, Maria Chiara Algisi, utilizaram as mesmas técnicas e mediram, entre os dias 10 e 17 de setembro, no período de 11h20 a 12h10, a circunferência terrestre. “Nós refizemos o que Eratóstenes engenhosamente fez, reproduzindo esse experimento histórico em parceria com outros grupos de alunos de escolas do Brasil, de outros países da América Latina, México incluído, e Espanha. Após as medições, foram realizados os cálculos em parceria com as escolas (com o mínimo de 400 km de distância uma da outra) que nos informaram seus resultados e, assim, calculamos o raio terrestre”, explica a professora Maria Chiara. A realização dos cálculos realizados também contou com a participação dos professores de Matemática Stefano Camerani e Antônio Delusso, que auxiliaram os alunos na hora da medição. Além de ser uma oportunidade de estudo interdisciplinar para professores e alunos, a atividade enriquece a teoria, com os alunos vivenciando a prática dos conhecimentos que foram adquiridos. A aluna Luíza Raeli, 17 anos, comenta que o Projeto chamou a atenção pela oportunidade de realizar um método histórico: “Abrimos mão da tecnologia e conseguimos perceber como existem outras formas de fazer atividades superlegais sem depender dela, é como voltar no tempo e viver um pouco do passado. O legado do Eratóstenes será para sempre lembrado”. Outra coisa que chamou a aten-

ção da jovem estudante foi o viés colaborativo da atividade: “Um depende do outro na hora de medir, segurar o bastão. E, assim, é fundamental a participação de todo mundo”. A publicação do resultado final das medições está previsto para o dia 30 de outubro. Porém, para a professora de Ciências Naturais, vencer não é o ponto forte do Projeto: “Reportamos os dados para associação e, até o final do mês de outubro, sai o resultado geral. Na verdade, não é bem uma competição. É mais uma atividade pedagógica, feita para todo mundo aprender o que o grego fez para calcular o raio terrestre”. Satisfeita com o experimento, a professora confessa: “É a primeira vez que a Fundação Torino participa do Projeto. Achei sensacional. E, o principal: os meninos ficaram bem interessados e trabalharam muito bem”.

Alunos do Iv Liceo scientifico com a professora Maria Chiara Algisi realizam a medição do eixo da terra através da sombra do sol

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divulgação

A FPT Industrial apresentou sua linha completa de motores euro vI na 64ª Feira Internacional de veículos comerciais (IAA), em hanover, na Alemanha. A exposição integrou o ‘Motor show’, das mais expressivas novidades da área. o estande da FTP foi montado na área dedicada ao Grupo Fiat Industrial e apresentou as ofertas da empresa para o setor de transportes. A linha euro vI representa a novidade em motores para veículos comerciais (ônibus e caminhões), em cumprimento aos regulamentos futuros de emissão a serem aplicados a partir de 2014 na europa. o resultado foi a otimização de combustão que gera ganhos em eficiência, robustez e qualidade, ao mesmo tempo em que reduz o impacto ambiental.

Iveco se desTAcA no IAA 2012 A Iveco participou da 64ª Feira Internacional de veículos comerciais (IAA) em hanover, Alemanha. entre 20 e 27 de setembro, a empresa apresentou suas novas estrelas, os caminhões pesados stralis e Trakker. A feira marcou também a premiação do novo stralis hi-way como caminhão Internacional do Ano, segundo as 25 maiores revistas especializadas em veículos comerciais da europa. no estande com mais de 2.000 metros quadrados, a Iveco expôs sua produção separada em seções: destaque para caminhões pesados, ônibus, miniônibus, veículos para o segmento de construção e tecnologias de mobilidade. o conceito do local foi baseado na valorização do cliente, visto como o centro das estratégias da empresa.

GruPo FIAT recebe doIs PrêMIos AberJe

cAse new hoLLAnd PreMIA JornALIsTAs eM noveMbro os resultados do 20° Prêmio cnh de Jornalismo econômico serão divulgados em 26 de novembro. A novidade em 2012 é a consolidação dos blogs como categoria de premiação. os vencedores, selecionados por um corpo de jurados de notória atuação no cenário econômico brasileiro, serão premiados da seguinte maneira: r$ 15 mil para o primeiro de cada categoria – ‘Jornal’, ‘revista’ e ‘blog’ – e r$ 7 mil para o indicado na categoria ‘excelência Jornalística’. Mais detalhes sobre o Prêmio estão no site www.premiocnh. com.br.

cnh: uMA dAs MeLhores eMPresAs PArA TrAbALhAr A case new holland foi eleita, pelo sétimo ano consecutivo, como uma das Melhores empresas para você Trabalhar no brasil pelo Guia você s/A da revista exame. “essa importante condecoração não teria sido possível sem o esforço conjunto e trabalho em equipe de todos os nossos colaboradores”, disse valentino rizzioli, presidente da cnh. Para comemorar, a empresa realizou quatro eventos, um em cada cidade onde a companhia tem fábrica: sorocaba (sP), curitiba (Pr), contagem (MG) e Piracicaba (sP).

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divulgação

o Programa bis – boas Ideias e soluções – pode ser usado, desde setembro, no pagamento de produtos e serviços de estabelecimentos credenciados no ecX card em betim, contagem, belo horizonte, sete Lagoas, campo Largo, curitiba, sorocaba e outras cidades. o ecX card é aceito em farmácias, supermercados, postos de gasolina, óticas, padarias e restaurantes. As moedas bI$ já podem ser usadas no site submarino e trocadas por uma carta bônus na compra de um carro 0 km. Para usar, basta acessar o site www. programabis.com.br, entrar com o login de usuário e pedir a transferência do saldo para o cartão, enviado a partir de 11 de setembro às áreas dos empregados com cadastro ativo. os demais receberão os cartões em até 40 dias, após a primeira solicitação de transferência dos pontos.

FPT IndusTrIAL APresenTA LInhA euro vI

divulgação

noTas

ProGrAMA bIs TeM novA oPção de resGATe de MoedAs

FundAção TorIno ProMove A FesTA dA FAMíLIA A 11ª Festa da Família, tradicional evento da scuola Materna (educação Infantil) da Fundação Torino, foi realizada na Praça ney werneck, no bairro belvedere. o encontro começou às 9h de um sábado, 6 de outubro, e teve como principal objetivo estreitar os laços familiares com brincadeiras de interação entre pais e crianças. no evento foi distribuído mudas da planta amor perfeito, e os familiares puderam dar um abraço simbólico à praça, que é adotada e mantida pela instituição. os alunos prestaram homenagem a suas famílias cantando músicas em português, italiano e inglês.

o Grupo Fiat recebeu dois prêmios Aberje na solenidade realizada no dia 31 de outubro, em são Paulo. A cerimônia reuniu os melhores casos de comunicação de todas as regiões do país e os vencedores nacionais foram conhecidos somente durante o evento. o diretor de comunicação e sustentabilidade da Fiat/ chrysler, Marco Antônio Lage, recebeu o prêmio de comunicador do Ano 2012, em reconhecimento por seu trabalho e sua contribuição ao desenvolvimento da comunicação empresarial no brasil. Marco é jornalista e mestre em Marketing estratégico.

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raio-X do gruPo FiaT no brasil

FIAT SpA MONTADORAS

COMPONENTES

SERVIÇOS

Fiat Revi www.fiat.com.br Fiat Automóveis www.magnetimarelli.com Magneti Marelli

Raio-X do Grupo Fiat no Brasil

Fiat Services

SISTEMAS DE PRODUÇÃO Fides Corretagens de Seguros

www.teksid.com.br Teksid do Brasil www.isvor.com.br Isvor Instituto para o Desenvolvimento Organizacional

www.comau.com.br Comau do Brasil

SERVIÇOS FINANCEIROS

Fiat Finanças

Banco Fidis

FIAT INDUSTRIAL eMPresA: Fiat do Brasil S.A. A Fiat do Brasil S.A., constituída em 1947, é a empresa mais antiga do Grupo Fiat no Brasil. É a representante, no país, da holding Fiat SpA e presta serviços em suas diversas áreas de atuação à Fiat Industrial SpA. A Fiat do Brasil S.A. tem a função de representação institucional perante as autoridades governamentais, comunicação corporativa, auditoria interna, treinamento, contabilidade, normatização e gestão das áreas fiscal e tributária, metodologia, folha de pagamento e outras atividades de suporte às operações do Grupo, prestando serviços a 19 empresas, divisões, associações e fundações.

MONTADORAS

COMPONENTES

SERVIÇOS FINANCEIROS

www.fptpowertrain.com FPT – Powertrain Technologies (Mercosul)

Banco CNH Capital

www.cnh.com Case New Holland (CNH)

www.iveco.com.br Iveco Latin America

CULTURA

EDUCAÇÃO

ASSISTÊNCIA SOCIAL

www.casafiatdecultura.com.br Casa Fiat de Cultura

www.fundacaotorino.com.br Fundação Torino

www.fundacaofiat.com.br Fundação Fiat

LocALIZAção: tem plantas industriais nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo. PresIdenTe: Cledorvino Belini

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memória

Agilidade, visibilidade

e o menor preço Publicidade do Uno Mille de 2005 ressaltava o maior diferencial do automóvel recém lançado: o menor preço do Brasil.

O primeiro carro Flex do mundo, era equipado com tecnologia SFS® Magneti Marelli. E o segundo, o terceiro, o quarto...

Dos muitos milhões de carros flex produzidos até hoje a Magneti Marelli orgulha-se em equipar mais de 44,5% dessa frota. A tecnologia SFS®, que revolucionou a história do mercado automobilístico, tornou-se referência mundial por ser uma das únicas tecnologias que estão ao alcance de todos os brasileiros proporcionando diminuição nas emissões e economia para o consumidor. 98

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P OWER IN G T HE FUTU RE

VAMOS PRECISAR DE IDEIAS E DE MOTORES PARA REALIZAR TUDO ISSO.

CADA VEZ MAIS, OS ÔNIBUS TÊM SE MOSTRADO UMA ALTERNATIVA VIÁVEL E EFICIENTE PARA O TRANSPORTE COLETIVO.


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